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Untitled - DigitUMa - Universidade da Madeira

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1. competi o no fundo o objetivo acaba por ser a interatividade o mais importante a troca de experi ncias entre escolas entre as v rias idades e culturas diferentes uma coisa que n o acontece muito mas vai acontecendo Inv E em rela o intera o aqui no clube Como achas que 02 Aqui tamb m partilham os conhecimentos o Al um aluno que partilha muito com os outros eles gostam dele da maneira dele ser e da forma como partilha os conhecimentos Eles apoiam se nos alunos mais antigos eles compreendem se pelas mesmas motiva es pelo facto de gostarem disto 209 Entrevista a 03 3 05 2011 Inv O que significa para ti ser orientador deste clube 03 Ter grande responsabilidade tens grandes expectativas e tens de ter capacidade para orient los tendo em conta as ferramentas que temos Eles t m uma imagina o incr vel e muitas vezes dif cil centr los nos objetivos Inv Como descreverias ent o o teu papel aqui 03 orientador Inv E facilitador 03 isso talvez n o s se for no sentido de auxiliar no refor ar do trabalho Inv Fala me dos alunos do clube o que achas que os faz vir c 03 Gosto pela rob tica o ato de criar algo e depois poder mostrar aos colegas Alguns t m conhecimentos que querem p r em pr tica alguns aspetos que aprenderam nas aulas podem aqui p los em pr tica quando por exemplo criam a programa o
2. A2 sozinho estabelece rela o comigo Fala alto para quem quiser ouvir Precisa de se ouvir A2 Agora tenho de ter cuidado com as pe as Monta as pe as escolhidas e vai falando ao mesmo tempo que se ouve O2 n o diz nada mas supervisiona o trabalho de A2 deixando o percorrer o seu caminho de tentativas e erros Experimenta as pe as no modelo roda o e compara com o passo no computador Pensa alto e reproduz os pensamentos como uma crian a a construir brincando Observa o n 5de 3 11 10 Esta experi ncia tornou se importante para A2 pois apesar de no in cio sentir falta do grupo tamb m lhe proporcionou maior destreza na constru o do bra o rob tico Nas circunst ncias aduzidas apesar de ter necessidade de discutir com algu m teve a oportunidade de resolver problemas sozinho percorrendo um caminho de tentativa e erro que lhe proporcionou reflex o e uma maior autonomia Neste campo o professor teve um papel fundamental pois n o interveio quando ocorreram esses obst culos no sentido de resolv los mas exerceu o papel de problematizar levando o aluno a refletir sobre o assunto e a conseguir ultrapass los por si pr prio Tal qual referiu Vygotsky 2007a o desenvolvimento real nesta situa o refere se quilo que a crian a conseguiu realizar de forma aut noma O potencial foi determinado pela capacidade de solucionar problemas com ajuda do adulto Nesta situa o o adulto teve um papel fundamen
3. vulgar encontrar se facilmente e o efeito Ser o mesmo N o por acaso que o ouro raro A procura Corri rios vagueei entre os seus meandros Procurei na corrente que seguia na mesma dire o a princ pio n o encontrei nada a gua tudo arrasta Saltei cascatas e pouco a pouco fui levantando as rochas maiores e encontrando outras mais pequenas e de variadas formas Olhei demoradamente e descobri lhes as diferen as eram tantas Umas eram s part culas de argila Outras areias roladas e com arestas ba as ou brilhantes Outras seixos de cores variadas Todas escondidas debaixo das maiores astutas e poderosas todas ao sabor da corrente talhando e esculpindo o percurso do rio repercutindo se num resultado de formas variadas Deixei me levar no sabor da corrente procura do ouro num caudal que ora arrasta ora deixa sedimentar e que encontrei Alquimia 229 Anexo 12 Registos em v deo e fotografia filme 230
4. aprende assim sem se aperceber entrevista a O2 31 01 2011 Tal qual salienta Papert 2008 ao experienciarem este tipo de atividade as crian as aprender o alguns pormenores t cnicos onde poder o adquirir conhecimentos tradicionalmente inclu dos nos curr culos escolares Quando por exemplo coordenam formas e programam movimento necessitando para isso de pensar sobre geometria e sobre os n meros Este tipo de atividade segundo o mesmo autor ampliar algumas formas de pensamento psicol gicas sociais e ticas p 77 considerando que o mais importante neste tipo de atividades que ao concretiz las as crian as desenvolvem a perce o do seu eu e de controlo ou seja come am a controlar a sua atividade intelectual Durante as discuss es cada membro do grupo partilha a sua experi ncia pessoal aprende a respeitar a opini o dos outros e transportado para a an lise e reflex o de outras ideias enriquecendo desta forma o seu conhecimento A3 hoje est muito participativo Coloca hip teses d exemplos discute as suas propostas desenha e ouve o que os outros dizem Al fica calado e ouve funciona como um orientador Nas discuss es todos interv m sem se fazer salientar Todos tiram as 101 d vidas e assim v o projetando no papel o que pode ser melhor segundo o que querem As ideias v o nascendo da discuss o e cada um projeta no seu papel o que acha melhor Observa o n 13 de 2 02 2
5. 1 5 A mudan a ao encontro inevit vel de uma nova escola Papert 1997 salienta que os mais c ticos sobre a possibilidade de mudan a nas escolas fazem alus es a Dewey s suas obras persuasivas criticando o estilo de ensino praticado nas escolas da poca e propondo novos m todos que se tornaram conhecidos como educa o progressiva Ningu m refutou Dewey na verdade ningu m ser capaz de o fazer dado que na generalidade ele obviamente tinha raz o p 216 No entanto continua o mesmo autor a dizer que o entusiasmo inicial sobre a educa o progressista foi se esbatendo p 217 e as escolas que adotaram estes m todos voltaram a tornar se tradicionais Ainda nesta linha e referindo se a Jean Piaget Papert 1997 mencionou A sua obra estudada por todos os alunos das escolas de educa o mas necess rio recorrer a um microsc pio mental para detectar a sua influ ncia na escola Porque que as coisas t m de ser diferentes desta vez p 217 Papert Op cit apresenta assim tr s perspectivas de transforma o para a escola c atual porque pela primeira vez existem for as realmente poderosas operando no sentido de mudan a Ibid A primeira constitu da pela grande ind stria e o interesse do que as empresas podem tirar da educa o em termos da tecnologia A segunda formada pela revolu o na aprendizagem pois a sociedade est a aperceber se que a aprendizagem
6. A reflex o sobre aquilo que se vai descobrindo enquanto se est no campo de investiga o parte integrante de todos os estudos qualitativos Bogdan amp Biklen 1994 p 206 Sendo o investigador o principal instrumento de investiga o enquanto observador tem a possibilidade de contactar de uma forma pessoal e estreita com o fen meno pesquisado apresentando por isso uma s rie de vantagens entre elas experienciar diretamente a situa o o que o leva verifica o de ocorr ncias dos fen menos em primeira inst ncia Como instrumento de investiga o o observador pode recorrer aos conhecimentos e experi ncias pessoais como auxiliares no processo de compreens o e interpreta o do fen meno estudado A introspec o e a reflex o t m um papel importante na pesquisa natural stica Liidke amp Andr 1986 p 26 De acordo com estas autoras a parte reflexiva inclui as observa es pessoais do investigador elaboradas durante a recolha de dados as suas especula es sentimentos problemas ideias impress es pr concep es d vidas incertezas surpresas e decep es p 31 74 Durante as anota es de campo registaram se infer ncias Algumas revelaram as nossas emo es e dedu es perante as din micas que ocorreram entre os participantes outras foram anota es sobre a metodologia a utilizada para posteriores reflex es Liidke e Andr Op cit salientam que as reflex es podem se
7. n o importa o nome da vari vel o nome das coisas mas o que o bloco faz e assim v o aprendendo se isto faz isto e vou precisar disto em qualquer lado utilizo o bloco como est Inv E o facto de poderem participar nos concursos Madrob e quando foram a Guimar es Que que eles ganham nesse envolvimento das participa es Que achas disso O2 Aquilo um tempo limitado para fazer as coisas exige que trabalhem r pido para poder ir por causa do prazo mas no fundo aquilo que devia ser um concurso e competi o acaba por ser uma partilha e troca de experi ncias pois todos contribuem para resolver os problemas uns dos outros entre equipas durante a montagem dos projetos A competi o no fundo o objetivo mas acaba por ser a interatividade o mais importante a troca de experi ncias entre escolas entre as v rias idades e culturas diferentes uma coisa que n o acontece muito mas vai acontecendo Inv E em rela o intera o aqui no clube Como achas que 199 O2 Aqui tamb m partilham os conhecimentos por exemplo o Al um aluno que partilha muito com os outros eles gostam dele da maneira dele ser e da forma como partilha os conhecimentos Eles apoiam se nos alunos mais antigos eles compreendem se pelas mesmas motiva es pelo facto de gostarem disto Anexo 6 An lise de entrevistas a orientadores An lise da entrevista a O1 Inv Porque achas importante cri
8. as crian as pudessem agir como criadores em vez de consumidores de conhecimento Ibid 3 2 Ambientes onde se trabalha em projetos e pesquisa Quando trabalhamos metodologia de projeto e de pesquisa Silva 2007 acreditamos que o processo de ensino aprendizagem constru do na rela o entre sujeitos que pensam e constroem o seu conhecimento Segundo este autor o homem um ser hist rico cultural dial tico social e ativo A produ o de conhecimento d se atrav s de um processo integrado interdisciplinar e interativo A problem tica de trabalhar os referidos m todos justamente convencer os educadores da import ncia 41 dessa metodologia salientando mesmo que as pessoas n o est o preparadas para algo que t o antigo e ao mesmo tempo t o inovador Silva Op cit recorda nos que pelo facto de este ser um m todo que traz mais trabalho aos professores estes deviam estar melhor preparados pois o sucesso desse m todo est cada vez mais vinculado capacidade de captar recursos motivar para trabalhar em equipa e criar alian as Perrenoud 2004 tamb m salienta a este respeito que os professores devem mudar radicalmente as suas pr ticas docentes e que para desenvolver essas compet ncias preciso antes de tudo trabalhar por resolu o de problemas e por projetos propondo tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar os seus conhecimentos e em certa medida complet los Trabalhar pel
9. entregue um KIT rob tico para ser montado pelos participantes Mec nica electr nica e programa o e que no final do evento pertence equipa ou organiza o Todas as equipas t m acompanhamento de pessoas com conhecimento para ajudar na constru o e programa o do seu rob Decorrem em paralelo outras actividades l dicas diversas S o ainda dadas a conhecer as regras das competi es nacionais e internacionais de rob tica mais importantes para os participantes poderem participar Dossier de participantes VALOR EDUCATIVO DO EVENTO A rob tica uma tecnologia transversal que proporciona abordagens interdisciplinares que interligan v rias rcas do conhecimento a electr nica a mec nica a inform tica a f sica a matem tica etc um dom nio privilegiado para a aplica o da metodologia de projecto em que o aluno s relaciona com o conhecimento atrav s de realiza es concretas aprendendo a resolver problemas a autonoemizar a aprendizagem crescendo em criatividade e em esp rito empreendedor contactando com a inova o tecnol gica e com o modus operandi da tecnologia e n o menos importante fazendo a experimenta o a descoberta vocacional Refira se ainda que a rob tica uma fonte de motiva o dado o seu car cter aliciante n o s pela sua liga o ao imagin rio da fic o cientifica mas tamb m pelas promissoras hip teses que abre em todos os campos da actividade humana 2
10. tamb m uma filosofia sobre a natureza de aprendizagem e a rela o do homem com a tecnologia A linguagem Logo Valente 1991 p 32 serve para nos comunicarmos com o computador apresentando caracter sticas para implementar uma metodologia de ensino baseada no computador metodologia Logo assim como para explorar aspetos do processo de aprendizagem Esta linguagem de programa o muito simples de usar e assimilar tendo de in cio sido constru da como uma linguagem para crian as A sua import ncia baseia se no facto de poder mostrar como as atividades mais simples como as atividades gr ficas desenvolvidas ao programar a tartaruga podem permitir a aprendizagem de conceitos de matem tica resolu o de problemas e do pr prio processo de aprendizagem O facto de a linguagem Logo ter sido elaborada como uma linguagem simplista para crian as refutado por Valente pois se o Logo fosse uma linguagem s para crian as n o seria uma linguagem de programa o interessante Para este autor o Logo possui caracter sticas que permitem o desenvolvimento de atividades por pessoas de diferentes n veis intelectuais e de diferentes reas do conhecimento representando tamb m para os iniciantes uma porta de entrada que lhes permite terem a oportunidade de desenvolver as suas atividades Salienta que o Logo pode ser utilizado 48 numa vasta gama de atividades em diferentes reas do conhecimento atrav s da qual podem fa
11. M todos e tica Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian GUBA E G amp LINCOLN Y S 1981 Effective Evalluation San Francisco Ca Jossey Bass HARGREAVES A 2001 Educa o Para a Mudan a Reinventar a Escola Para os Jovens Adolescentes Porto Ci ncias da educa o s culo vinte e um H RBERT M 1990 Investiga o Qualitativa fundamentos e pr ticas Lisboa Instituto Piaget JONASSEN D H 2007 Computadores ferramentas Cognitivas desenvolver o pensamento cr tico nas escolas Porto Porto Editora LAPASSADE G 2001 L observation participante Revista Europeia de Etnografia da Educa o 1 pp 9 26 L VY P 1994 As Tecnologias da Intelig ncia O Futuro do Pensamento na Era Inform tica Lisboa Instituto Piaget LUDKE M amp Andr M 1986 Pesquisa em Educa o Abordagens Qualitativas S o Paulo Editora Pedag gica e universit ria LTDA KIRK J amp MILLER M 1986 Reliability and Validity in Qualitative Research Qualitative Research Methods Series n 1 London SAGE KUHN T S 2009 A Estrutura das Revolu es Cient ficas Lisboa Guerra e Paz editores S A MARQUES R 1998 4 Arte de Ensinar Lisboa Pl tano Edi es T cnicas MATOS J F 1995 Estudos Etnogr ficos em Educa o Matem tica Implica es da an lise de estudos realizados em Portugal In Sec o da Educa o 129 Matem tica Ed IV Encontro de Investiga o Matem t
12. Um bloco far o rob exibir o texto no ecr DISPLAY e outro que far o rob aguardar os 5s WAIT Como a execu o de cada instru o muito r pida se n o mand ssemos o rob aguardar um tempo n o poder amos ver a mensagem no ecr Qualquer rob feito com este Kit passa por tr s tipos de atividades sequenciais planifica o constru o e programa o De acordo com Zilli 2004 qualquer projeto desenvolvido com o kit Lego Mindstorms passa necessariamente por cinco fases que ser o invariavelmente repetidas de forma interativa at atingir o resultado pretendido An lise do problema e planeamento do rob Constru o do rob usando o NXT os sensores e motores necess rios e outras pe as Lego Desenvolvimento do programa usando o NXT G Carregamento do programa do computador para o rob Execu o do programa pelo rob Nesta sequ ncia de atividades existem todas as potencialidades para desenvolver os conceitos de raio dist ncia di metro ngulo levantamento e confirma o de hip teses rela es l gicas decib is ondas de som amplitude e frequ ncia cor e perce o Para al m de que de acordo com a mesma autora permite ainda aprender de forma divertida e motivadora desenvolver o pensamento matem tico e compreender conceitos abstratos adquirir compet ncias sociais e de comunica o interagindo em grupo realizar v rios tipos de comportamento em espa o real ser adaptad
13. dan a melhor coordena o melhor criatividade e no conjunto dos tr s anteriores Deste modo os participantes v m o resultado do seu trabalho ser apreciado e valorizado pelos demais podendo dizer se mesmo avaliado pelos pr prios e pelos outros presentes no evento Este um momento muito importante n o pelo pr mio em si mas pelo ganho em partilha de conhecimentos que cada um trouxe e levou deste contexto 227 Anexo 11 Memorandos Problemas em inovar N o h d vida que em cada conversa com pessoas ligadas ao ensino se revela o invariante cultural falado em Fino N o se aceita outra forma de aprender na escola que n o a padronizada o aluno como o aprendiz e o professor aquele que ainda det m o conhecimento A maior parte dos professores n o consegue rever se noutro papel o perder a autoridade gera descontrole gera ang stia O aluno n o precisa expressar as suas ideias e os seus conhecimentos mas estar sentado e calado para aprender quantos alunos v o ao clube Achas que isso seria poss vel com 30 alunos Agora imagina se fossem mais Como os controlarias n o h outra forma Pensamentos Eu era o garimpeiro procurei o ouro como era a minha fun o que encontrei a pirite ouro dos loucos ou o ouro inova o O sonho de alguns O ouro existe dentro de cada um de n s mas para encontr lo preciso achar se mudado e muitas vezes ser alquimista Mas como a alquimia n o para
14. defendendo que o desenvolvimento cognitivo pode ser encarado segundo uma das tr s perspectivas sobre o car cter do conhecimento cada qual com suas vantagens e desvantagens A posi o empirista onde o ambiente assumido como fonte do conhecimento e onde explica como que o conhecimento moldado e diretamente organizado pela experi ncia Aqui pode apontar se como limita o o facto de as estruturas do pensamento racional n o poderem ser estudadas apenas com uma refer ncia ao ambiente A posi o nativa onde se reconhece a necessidade de estruturas do conhecimento para organizar a experi ncia em categorias e em sistemas l gicos Os defensores desta posi o salientam que estas estruturas s o adquiridas hereditariamente defendendo mesmo alguns modelos desta posi o que as estruturas cognitivas racionais e experi ncia s o independentes n o apresentando por m tratamentos alternativos para o desenvolvimento nem para a variabilidade das formas cognitivas consoante as culturas A posi o construtivista onde se defende que os aspetos fundamentais do conhecimento s o ativamente constru dos pelo individuo O construtivismo explica o desenvolvimento cognitivo com base em princ pios de autorregula o e intera o As investiga es experimentais realizadas sobre cultura desenvolvimento cognitivo e aprendizagem t m sido influenciadas fundamentalmente por duas posi es construtivistas que diferem na sua descr
15. do fundo da sala A5 grita deve ser do sensor de luz Come am a verifica o e encontram um erro na programa o Mudam o sensor e a luz vermelha acende Ok diz O2 j est Vamos testar de novo A2 interv m logo posso Sim diz O2 agora sim afirma depois do teste o que quer amos era mesmo isto A2 observa a luz vermelha e diz mas afinal continuamos com um problema A3 est quieto e observa o colega O que se passa ao mesmo tempo No fundo da sala A4 est decidido a trabalhar no seu projeto abre a mala fechada chave e come a a dispor as cadeiras de modo a criar o espa o necess rio a poder trabalhar Depois transporta o esmeril para outra bancada e come a a limar uma pe a met lica O barulho ensurdecedor E o grupo perturbado no seu trabalho primeiro somente pelo barulho e depois pela curiosidade Ap s esta interrup o tudo volta ao normal no grupo dos mais pequenos Afinal j se habituaram presen a de v rios trabalhos e discuss es ao mesmo tempo e a que algu m dos maiores intervenha tamb m nas suas discuss es mesmo para dizer uma piada ou para ajudar mostrando que j aprenderam o mesmo Mesmo sem se aperceberem disso e a trabalhar noutros projetos existe sempre uma entreajuda quando os problemas aparecem Hoje foi um desses dias A Ver fotos Feedback ver filme desta parte Nisto aparece A4 e outro aluno curioso que trouxe ao clube 170 uma dada altura estavam
16. o de diferentes arqu tipos de aprendizagem As escolas e os sistemas educativos Pinto et al 2000 definem perfis e metas para a educa o escolar no pressuposto de que aos alunos cabe o papel de se adaptarem aos objetivos desenhados e de corresponderem ao que deles se pr definiu como caminho a seguir p 14 No entanto as sociedades antigas apresentavam outra postura Toffler 2001 a maneira mais sensata de formar uma crian a era muni la das faculdades utilizadas no passado Deste modo os progenitores transmitiam aos filhos uma s rie de t cnicas pr ticas juntamente com um conjunto de valores bem definidos e tradicionais O conhecimento n o era transmitido por especialistas centralizados em escolas mas sim atrav s da fam lia das institui es religiosas e do aprendizado A escola p blica surge na poca da explos o da Revolu o Industrial onde a necessidade de m o de obra para integrar o trabalho fabril se fazia sentir logo de uma urg ncia da poca onde n o era necess rio mais do que formar indiv duos especializados em trabalho mec nico satisfazendo deste modo a efic cia industrial Giles 1987 descreve o final do s culo XVIII e in cio do s culo XIX como um surto revolucion rio que reflete problemas dram ticos ocasionados por uma converg ncia de novos conhecimentos cient ficos e tecnol gicos devido revolu o industrial e sobretudo pela acelerada urbaniza o e o impacto de todos estes f
17. o elemento chave na mudan a logo h uma necessidade a novas abordagens do fen meno aprendizagem p 221 Destas aprendizagens constam as aprendizagens feitas pelas empresas aos seus funcion rios aprendizagens espec ficas para o mundo do trabalho que a escola n o contempla E por fim a terceira for a que Papert refere como a mais poderosa o poder das crian as quando cita que Todas as crian as que t m em casa um computador e uma forte cultura de aprendizagem s o agentes de mudan a na escola p 223 Papert assume mesmo que a escola poderia deixar de existir no verdadeiro sentido da institui o pois cada indiv duo capaz de aprender por intera o com o 28 meio e com os objetos construindo o seu pr prio conhecimento n o necessitando de um curr culo para que isso aconte a Poderemos ent o concluir que um novo conceito de escola emerge a partir das exig ncias da sociedade de informa o devendo por isso estar atentos ao que se passa l fora sobretudo para fazer uma reflex o sobre quest es desta natureza 29 Cap tulo 2 Contribui es da psicologia para novos contextos de aprendizagem De uma forma geral a psicologia n o aprofunda muito a natureza do conhecimento interessando se mais pelo modo como os indiv duos podem adquirir esse conhecimento e como o ret m Muito tem sido relatado acerca da natureza do conhecimento Saxe 1991 apresenta algumas perspectivas sobre este assunto
18. tempos curvas rota es Inv Como descreves a intera o dos alunos aqui no clube O3 interagem pelos mesmos interesses isso resulta em melhor aprendizagem As vezes criam se conflitos entre as suas ideias mas isso leva ao aparecimento de novas ideias Inv e como descreves a tua rela o com eles no dia a dia O3 orientar gerir encaminhar s vezes elogiar refor ar positivamente fazer chamadas de aten o dar a conhecer as ferramentas para conseguirem resolver os desafios ter o cuidado como se lhe apresentamos as coisas pois n o conv m descobrir tudo pois isso pode levar a uma desmotiva o por isso come amos com o Lego para que v o descobrindo por si pr prios Inv em que medida achas que a rob tica contribui para a aprendizagem 03 eles t m desafios que lhes s o propostos e conseguem resolv los depois de um certo tempo criam motiva o e querem mais desafios na vida e noutras reas Desenvolvem conceitos de outras disciplinas pois antecipa resolu o de problemas pois planificam e despertam o interesse Inv o facto de no grupo n o terem todos a mesma idade e n o pertencerem s mesmas reas julgas fazer alguma diferen a O3 n o isso aqui n o muito importante alguns trabalham com outros da mesma idade mas tamb m podem trabalhar com outros de idades diferentes o que interessa s o os interesses que t m em comum 210 Inv O
19. A2 est meio desligado da situa o Ent o O2 pergunta lhe o que acha O2 o que vos quero dizer que nesta medida cabe tudo desenhando dentro da medida do ret ngulo do ardu no a diagonal Ent o A2 diz subitamente as medidas s o metade da diagonal referindo se ao raio da circunfer ncia Intervenho e pergunto e porque n o podemos fazer um circulo maior E O2 responde o que acham E timo ter tantas ideias mas para come ar a fazer alguma coisa temos de decidir Chovem ideias da cabe a de A3 e vontade de fazer ainda mais 184 grande a expectativa O2 digam me uma coisa um avi o complexo A3 se fosse complexo tinha uma cidade l dentro O2 e eu rimos os dois com o conceito de complexidade de A3 Realmente os nossos exemplos nem sempre servem para explicar aos outros quando os seus conceitos s o diferentes O2 continua est bem Mas o que ponho dentro do avi o tem de ser por m dulos Vamos l limitar agora para podermos fazer alguma coisa no entanto podemos sempre pensar noutras ideias O2 come a a sentir dificuldade em que encontrem um consenso A3 volta a dizer eu penso numa coisa e come a a exprimir ideias com flu ncia e dificuldade em ouvir o professor Coloca hip teses umas atr s das outras Talvez tenha a ver com o trabalho pr tico que faz com o pai em casa A2 ap s um tempo calado volta tamb m a intervir com novas ideias Pod amos fazer as garras c
20. Asa COUTINHO C P 20084 A qualidade da investiga o educativa de natureza qualitativa quest es relativas fidelidade e validade Educa o Unisinos 12 1 pp 5 15 janeiro abril CRESWELL J 2003 Research design Qualitative quantitative and mixed methods approaches 2nd ed Thousand Oaks California Sage Publicacions 127 DAM SIO A 2010 O Livro da Consci ncia Lisboa Circulo de Leitores DARWIN C 2003 A Origem das Esp cies Porto Lello amp Irm o Editores DEMO P 1990 Pesquisa princ pio cient fico e educativo S o Paulo Cortez Autores Associados DENZIN N K amp Lincoln Y S 2005 Handbook of Qualitative Research London SAGE DEWEY J 2002 4 Escola e a Sociedade A Crian a e o Curr culo Lisboa Rel gio D gua EISENHART M 1988 The etnographic research tradition and mathematics education research Jounal for Research in Mathematics Education 19 2 99 114 ERICKSON K 1986 Qualitative methods in research on teaching In M C Wittrock ed Handbook of Research on Teaching 3 ed Nova Iorque Macmillan EVERTSON C amp Green J L 1986 Observacion as inquiry and method in M C WITTROCK Handbook of researche on teaching Nova Iorque Macmillan pp 162 213 FERNANDES D 1991 Notas Sobre os Paradigmas de Investiga o em Educa o Noesis 18 64 66 FERNANDES M R 2000 Mudan a e Inova o na P s modernidade Perspectivas cu
21. Op cit destaca que o tipo de conhecimento que as crian as procuram o tipo de conhecimento que as ajudar a obter mais conhecimento p 135 Logo os desafios s o importantes nas escolhas pois tornam o trabalho mais interessante e motivador e atrav s dum desafio colocado num patamar mais alto que o aluno se realiza Para que um trabalho se torne motivador podemos ent o fomentar um tipo de ambiente de aprendizagem onde os alunos possam optar a partir das suas pr prias escolhas de acordo com os desafios a que se propuseram Nesta fase o orientador deixa que a decis o seja dos alunos sendo assim feita a escolha do tipo de bra o rob tico que querem trabalhar O facto de poderem escolher fazer aquilo de que gostam torna se um fator de motiva o Nas palavras de O2 podemos conferir isso mesmo aqui t m mais poder de opini o e de decidir o que v o fazer p r em pr tica o que se gosta vai mexer com a motiva o isto contribui para resolverem quest es no futuro e ultrapassarem problemas entrevista a O2 31 01 2011 Outro exemplo de planifica o que podemos analisar a planifica o de um rob a ser constru do com material reciclado Depois de testarem o programa e verificarem que est a funcionar decidem junto com professor Ol que devem planificar um novo rob Ol chama a aten o de Al para que deixe os mais pequenos planificarem e s lhes deve tirar as d vidas N o para ele
22. ficos Conhecer e utilizar os v rios tipos de alimenta o de energia utilizados em Rob tica Conhecer e utilizar os v rios tipos de motores e geradores de movimento utilizados em Rob tica Conhecer e utilizar os v rios tipos de sensores e suas utiliza es em Rob tica Conhecer e utilizar os v rios tipos de intelig ncia artificial utilizados em Rob tica Adquirir melhorar conceitos b sicos de programa o Explorar utilizar programas espec ficos para programa o de microcontroladores Rob s Construir montar kits de Rob s bem como program los para solucionar problemas espec ficos Desenvolvimento de um Rob idealizado e constru do pelos alunos 139 Projecto de cria o de um clube de Rob tica Conte dos e Introdu o Rob tica no es b sicas de gt Alimenta o C lulas solares pilhas pilhas recarreg veis baterias Movimento Motores DC servos motores de passo solenoides solenoides rot ricas m sculos a ar Sensores sensores de luz contacto magn ticos ultrasons temperatura press o humidade toque piezoel ctricos som Comando Controle por microcontroladores PC Tipos de Rob s Terrestres com rodas ou pernas subaqu ticos a reos Elementos de manipula o Bra o Rob tico m o Rob tica Programa o de microcontroladores Rob s atrav s de programas espec ficos Montagem e programa o de Rob s recorrendo ao uso de Kits did cticos de
23. in cio gera se uma certa confus o deste modo a melhor forma de saber testar 113 O2 chama a aten o que preciso fazer acertos na pr tica pois muitas vezes depois da programa o se o programa n o faz tudo bem temos de ajustar a luminosidade baixando e subindo por tentativa e erro Observa o n 9 de 5 01 2011 O melhor modo de entender o que se passa quando os erros s o detetados pensar por conta pr pria e descobrir por si mesmo onde est a falha Atrav s da rob tica os aprendizes ser o construtores do seu pr prio conhecimento por meio de observa es e da pr pria pr tica Papert 1997 Nesta tarefa onde o programa o mediador os aprendizes v o descobrindo por tentativa e erro aquilo que precisam aprender resolvendo os problemas tal qual menciona Silva 2009 por erros e ajustes Se existir algo errado Valente s d o aprendiz pode percorrer o programa e detetar o erro pois a an lise do erro e a sua corre o constituem uma oportunidade para entender o conceito envolvido na resolu o do problema em quest o deixando o erro de ser puni o e passando a ser uma situa o que leva a um melhor entendimento das nossas a es e conceptualiza es Outro aspeto que se revela aqui importante insistir e nunca desistir de fazer novas programa es at podermos dominar o programa Depois destas tentativas teste o professor O2 interv m e pergunta o passo a seguir fazer o qu Os apr
24. m se envolve num primeiro projeto de investiga o Bogdan amp Biklen 1994 p 205 Wolcott 1994 tamb m refere que o maior problema do investigador participante n o o de saber como vai recolher os dados mas sim o de imaginar o que vai fazer como os dados que obteve p 9 Tendo em conta a investiga o efetuada a nossa maior dificuldade foi iniciar a an lise O que fazer com todo este material acumulado como extrair daqui significados padr es e contar a hist ria tornou se realmente a fase mais complicada do processo Liidke e Andr 1986 salientam que a primeira tend ncia achar que tudo o que foi recolhido importante no entanto ao longo do trabalho o investigador tem de fazer um esfor o para focalizar o estudo delimitando desta forma a problem tica evidenciada e tornar a coleta de dados mais concentrada e produtiva A decis o sobre quais devam ser os focos espec ficos da investiga o n o f cil Ela se faz sobretudo atrav s de um confronto entre o que pretende a pesquisa e as caracter sticas particulares da situa o estudada Liidke amp Andr 1986 p 46 De acordo com as autoras supracitadas a tarefa de an lise implica num primeiro momento a organiza o de todo o material dividindo o em partes relacionando essas partes e procurando identificar nele tend ncias e padr es relevantes p 45 Depois num segundo momento essas tend ncias e padr es s o reavaliados busca
25. pois s o mais r pidos a executar tarefas melhoram a qualidade do produto devido maior precis o e t m capacidade de operar em ambientes hostis ou com materiais perigosos Para al m das referidas tarefas a aplica o da rob tica estende se tamb m a trabalhos dom sticos entretenimento na medicina no ex rcito em ve culos aut matos inteligentes e em busca e salvamento Poderemos ent o dizer que a rob tica nos dias que correm faz parte integrante da nossa sociedade e parte integrante da nossa cultura Silva 2009 refere que a introdu o de rob s na nossa sociedade provocou mudan as significativas quer seja na extin o de postos de trabalho quer na cria o de outros que ainda n o existiam e at na forma de nos relacionarmos socialmente Para esta autora uma ci ncia com as caracter sticas da rob tica torna a uma ferramenta interdisciplinar com grandes possibilidades de uso na educa o Os rob s podem ser utilizados como artefactos mediadores na educa o pois a jun o entre a rob tica e a educa o t m todos os componentes para resultar em xito Primeiro salientando que o rob como um elemento tecnol gico possui uma s rie de conceitos cient ficos cujos princ pios b sicos s o abordados pela escola e segundo pelo facto de que os rob s tal qual Papert 1997 refere mexem com o imagin rio infantil criando assim novas formas de intera o exigindo uma nova maneira de lidar com s mbolos A rob ti
26. segundo este autor imposs veis de ser trabalhados com o material tradicional utilizado nas escolas Deste modo um ambiente de aprendizagem que envolve a constru o de rob s pode proporcionar aos aprendizes experi ncias diferentes relativamente aos m todos que est o habituados no dia a dia escolar proporcionando lhes a oportunidade de p r 50 em pr tica as suas ideias na constru o de um prot tipo assim como desenvolver novos conceitos e partilha de conhecimento Silva 2009 refere que atrav s da rob tica os aprendizes ser o construtores do seu pr prio conhecimento por meio de observa es e da pr pria pr tica estando portanto de acordo com o que defende Seymour Papert Assim considera que os ambientes de rob tica poderiam ser usados como uma tecnologia de media o para a constru o do conhecimento n o pelo uso da tecnologia ou os artefactos t cnico rob ticos em si mesmos nem pelo ambiente f sico onde estas atividades se desenvolvem mas pela possibilidade metodol gica que criam no processo de aprendizagem incluindo a transversalidade de conte dos program ticos que conseguem abordar No nosso pa s existem alguns ambientes de aprendizagem do tipo do clube que investigamos Apesar de n o termos dados sobre as din micas a envolvidas existem por todo o pa s concursos de rob tica que nos d o algumas indica es do tipo de trabalho que tem sido desenvolvido De acordo com Cardeira 2010 existem em Po
27. sisisi seei asna aas ETAS i a eree 225 Figura 14 Rob s das equipas de Machico sssssesssesssesessseessresseesseessseessseesseessesssee 225 Figura 15 Carro de AD a aa E E AEAEE iE aa aaa 226 Figura 6 Carro de A2 C AS isian a a a QU a i K a A 226 Fig ra 17 Carro de Ag cia ias DDS Ria E E aaa 227 Figura 18 Constru o do grupo de Ol sssssssssssssessesssesssssessseessresseesserssseessseessresseessee 227 xi ndice de tabelas Tabela 1 CaleSOrAS quis sto roleta sand iagas ia na SARA R E RE n 83 Tabela 2 Atividades Subcalesonas a uaasatis pia as paideay nes ANT Naa TavEGa O QUE a ERAS Ses Sosa a Rad 85 Tabela 3 Subcategoria aluno aluno cccc cce ceereerrerecererecerereacerrecersrecreanco 88 Tabela 4 Subcategoria orientador aluno e reereeeerrercerennca 88 xii Siglas utilizadas Al Aluno 1 A2 Aluno 2 A3 Aluno 3 A4 Aluno 4 A5 Aluno 5 A6 Aluno 6 A7 Aluno 7 A8 Aluno 8 A9 Aluno 9 A10 Aluno 10 CEF Curso de Educa o e Forma o LCSI Biblioteca de Projectos MicroMundos MIT Instituto de Tecnologia de Massachusetts N N mero NXT 2 0 Modelo do Lego Mindstorms Ol Orientador 1 O2 Orientador 2 O3 Orientador 3 RAM Regi o Aut noma da Madeira USB Universal Serial Bus WWW World Wide Web ZDP Zona de desenvolvimento proximal xiii Introdu o Ci ncia e tecnologia moldam o mundo em que vivemos tr
28. 1 e paulo2 afirma A3 que at agora estava ali muito calado A2 tenta programar por tentativa e erro analisando com o professor o resultado e os erros O professor levanta se e conversa com outro professor Os 3 ficam junto ao computador A2 e A3 tentam novamente A8 continua disperso e diz que n o entendeu nada Mas O2 est atento a A8 e diz v tenho de dizer devagar para o A8 acompanhar Vamos voltar atr s mas tens de estar atento E volta a explicar como funciona o programa a placa e os leds O2 diz que n o podemos colocar o led sem resist ncia pois explica nos circuitos el tricos h corrente fazendo refer ncia a exemplos para os alunos perceberem Todos parecem chegar explica o de O2 A2 e se passar mais corrente do que deve Mas O2 responde esta placa n o funciona sozinha tens de ligar aqui os fios para depois aprender a fazer os rob s Temos de ir por objetivos Para o bra o rob tico precisamos de motores que vamos ligar aqui A8 e se tirar isso o que faz O2 experimenta e diz me Ah diz A8 desligou porque n o tinha fonte de energia A8 mas o que n o percebi bem foi o programa 168 02 A2 diz p em l o programa a funcionar e volta a explicar o programa A2 volta a tentar programar A8 observa Enquanto v o alterando o programa verificam se as luzes do led piscam por tentativa e erro sem a ajuda do professor Agora vamos por 2 a piscar Diz O2 V A8 tenta A2 v
29. 2 Que constroem Como constroem o seu conhecimento 2 Em que medida podemos considerar este ambiente inovador 4 3 Objetivos da investiga o Para responder a estas quest es consideraram se subjacentes os seguintes objetivos Investigar os interesses e as din micas envolvidas entre professores alunos e alunos alunos na consecu o de projetos no clube de rob tica Refletir sobre o modo como as intera es observadas podem proporcionar uma aprendizagem significativa Contribuir para a reflex o acerca de como um ambiente de aprendizagem desta natureza pode ou n o fomentar experi ncias significativas e inovadoras luz das teorias subjacentes Com o intuito de reproduzir a realidade e investigar como se realizaram as intera es e os processos procurou se compreender e interpretar as din micas de aprendizagem observadas Deste modo descreveu se o dia a dia do clube registando tudo o que foi poss vel 4 4 Contexto da investiga o O presente estudo foi realizado num clube de rob tica enquadrado num leque de atividades extracurriculares numa escola b sica e secund ria do concelho de Santa Cruz RAM Regi o Aut noma da Madeira 59 A autoriza o para a realiza o do mesmo foi concedida em conversa informal com os monitores do clube de rob tica Foi elaborado um documento com os objetivos espec ficos da recolha de dados anexo 1 dirigido ao Diretor Executivo da escola onde o estudo foi real
30. A escola tradicional tornou se hoje um lugar pouco atrativo e apesar de oferecer m ltiplos curr culos os mesmos continuam rigidamente organizados e sem liga o s exig ncias do mundo em que vivemos Popper 1990 refere se escola como um local onde fomos educados no sentido do reconhecimento da autoridade e onde n o incentivada a capacidade cr tica do pensamento humano considerando mesmo que esta talvez reprimida levando deste modo a uma sociedade fechada e com dificuldade em influenciar os mais novos O conhecimento necess rio na sociedade globalizada onde vivemos vai para al m de habilita es espec ficas para a execu o de uma dada tarefa e para ser verdadeiramente utiliz vel num emprego um trabalhador dever partilhar determinados conhecimentos culturais impl citos e acima de tudo deve ser capaz de obter e permutar informa o Toffler 1992 p 345 Para Toffler Op cit os nossos sistemas de educa o de massas s o obsoletos real ando se as escolas quiserem realmente preparar as pessoas para a vida ter o de criar novos canais e uma multiplicidade de novos programas proporcionando um sistema de grande escolha em substitui o do existente considerado de baixa escolha A urg ncia para a mudan a na educa o abordada por este autor no sentido de preparar os indiv duos para o seu tempo de acordo com uma previs o mais alargada do futuro salientando que as capacidades para viver no mundo d
31. A5 ficou irritado com a representa o r pida de Al E disse est feito J n o fa o O Professor O2 pergunta que se passa A5 n o percebeste Como se calcula a rea C x L qual a forma que nos beneficia mais A4 N o precisamos de usar o m ximo 163 Professor O3 refere mas assim ficas com mais energia dispon vel A4 pensa e projeta calado depois o professor O2 diz hoje n o trouxeram a chave da mala toca a projetar E riem se todos AS e A4 est o agora mais concentrados com uma r gua v o dividindo os espa os e representando as medidas na folha de papel O professor O2 diz para A5 propositadamente e em tom de brincadeira est s a desenhar a rea m xima A5 estou a desenhar rabiscos Diz A5 na brincadeira Professor O2 eu sei que n o O2 deixa ver A5 for a continua A4 porque n o desenhas a vista de cima Est s a desenhar em perspectiva Hoje O1 chegou mais tarde Teve uma reuni o O2 Ol tens a c lula do kit O1 procura na grande caixa de cart o que traz com as duas m os e tira de l de dentro o kit um painel solar pequeno em forma de losango A5 continua o seu trabalho O2 atento repara no que faz e pergunta isto sobra Tens muito espa o Porque sobra Est s a fazer bem A5 fica calado O2 diz porque n o dizes as coisas e ficas calado tens de saber porqu A5 responde a medida do painel de lado E continua a projetar A5 tem rece
32. Ardu no No lego e no robot azul n o tem problemas O A1 completamente aut nomo em computadores e programa o descobre sozinho o que necess rio mas em mec nica n o aut nomo N o tem destreza s o n veis completamente diferentes 204 N o h homogeneidade dos alunos Cada um tem conhecimentos espec ficos e depois partilham esses conhecimentos que resultam nos projetos S o muito heterog neos isso resulta em projetos antes num ano s t nhamos dificuldades em concluir projetos Nos ltimos 2 anos com o Madrob tem sido no fundo o objetivo obriga nos a andar mais depressa e a conseguir atingir os objetivos para as atividades a desenvolver Para ter rob s prontos para a atividade andamos mais r pido Inv Tenho verificado tanta motiva o para trabalhar sem ser preciso dizer nada porque assim 01 De in cio digo sempre arranjem projetos que idealizem para trabalhar e a partir da trabalhamos at o objetivo final ou ent o proponho alguns se eles n o propuserem e eles depois escolhem o caso do Al do robot do lixo O A5 o sistema de orienta o de pain is fotovoltaicos agradou lhes a ideia o A4 um caso t pico arranjou uma ideia e est a desenvolv la ele quer um carro todo o terreno desenvolvido por ele um carro telecomandado mas com a eletr nica aplicada aos rob s isso tem a ver com o concurso do ano
33. De acordo com Pinto et al Op cit a cada dia que passa assistimos a um processo mediante o qual os conte dos de forma o cultural b sica come am a ser transmitidos de um modo diferente do que acontecia no passado Os adultos significativos ou seja os adultos importantes para a forma o das crian as tendem a diferenciar se e na realidade n o sabemos ainda que efeitos ser o provocados a longo prazo por essas mudan as Para Fortuna e Silva 2002 a fam lia claramente uma inst ncia em perda no que toca influ ncia social e cultural dos jovens Estes autores defendem a exist ncia 17 de um decr scimo da influ ncia familiar que pode explicar se essencialmente por dois fatores a import ncia cada vez maior dos amigos e a altera o do pr prio espa o dom stico pois atualmente assistimos a uma cada vez mais hiperindividualiza o das fam lias e devido ao tipo de casas onde vivem e a pouco se encontrarem mesmo quando est o todos em casa reduzindo se por isso as hip teses de influenciar o gosto A ideia de que os jovens est o cada vez mais fechados em casa segundo estes autores tamb m n o corresponde realidade O seu estilo de vida absolutamente grupal e com esse grupo que saltam os muros da escola que criam circuitos no seu territ rio de afirma o e de diferencia o Tecnologia escolaridade e urbaniza o s o os principais eixos volta dos quais se alteraram os consumos culturais dos jo
34. Diz tem de ser assim Al interv m Admitam isto dif cil Mas os mais pequenos nada dizem n o se queixam e prosseguem o trabalho N o parecem desiludidos mas com vontade de ultrapassar tudo para ver o trabalho final Observa o n 4 de 27 10 2010 109 Tentar resolver os pr prios problemas resulta em entusiasmo e motiva o para os problemas seguintes Durante uma conversa informal O3 refere Eles t m desafios que lhes s o propostos e conseguem resolv los depois de um certo tempo criam motiva o e querem mais desafios na vida e noutras reas Entrevista a O3 de 3 05 2011 A observa o feita por O3 corrobora a nossa observa o de campo pois a motiva o que atingem quando ultrapassam obst culos leva os a estar preparados para mais desafios Outro aspeto aqui importante a forma como vai evoluindo o trabalho O trabalho prossegue contam analisam comparam e decidem em conjunto como fazer sem solicitar a ajuda do professor que trabalha noutro projeto ao fundo da sala n o deixando de observar o que se passa ali nem deixando de orientar quando solicitado relativamente s inclina es e interpreta es que o programa exige Observa o n 4 de 27 10 2010 No grupo os alunos cooperam e apoiam se uns nos outros discutem e decidem o que fazer Apesar de alguns alunos mais velhos gostarem de trabalhar sozinhos quando os mais novos chegam ao clube realmente importante o trabalho de g
35. Mindstorms NXT surge no caminho do Mindstorms RCX tendo sido desenvolvido em parceria com a equipa dirigida por Papert no MTT O LEGO Mindstorms NXT faz parte da segunda gera o de produtos de rob tica do grupo LEGO A primeira gera o de produtos LEGO Mindstorms foi lan ada em 1998 com o Lego Mindstorms Robotic Invention System O LEGO Mindstorms NXT foi lan ado em 2006 com a primeira vers o do kit de ferramentas de rob tica o NXT 1 0 o qual teve grande sucesso por introduzir a rob tica para crian as a partir de 10 anos possuindo um hardware avan ado e um software de f cil utiliza o A vers o NXT 2 0 combina a ilimitada versatilidade do sistema de constru o da LEGO com um bloco de microcomputadores e software inteligente de programa o intuitiva drag and drop Foi pensado e desenvolvido para que se possam construir e desconstruir objetos program veis apresentando muitas potencialidades para a aprendizagem da rob tica no entanto importante referir que o rob n o direcionado apenas para crian as sendo 52 cada vez mais utilizado por adultos para conduzir trabalhos de investiga o divertimento ou mesmo cria o de pe as de arte animada 3 3 2 O Kit da LEGO Mindstorms NXT 2 0 a minciarar ma MO GUILD AND PROGRAMADESTS THAT GO WAAT TOU WANT D AXT E qu Figura 2 Kit LEGO Mindstorms NXT 2 0 O kit constitu do por 619 pe as para criar rob s elementos de const
36. Os mi dos desafiam o dif cil E a passo e passo reconstroem o modelo Observa o n 5 3 11 10 Local oficina Hora 16 30h at 17 30h Observa es Atividade continua o da montagem do bra o rob tico e outros Atores A1 A2 A4 A5 0102 03 As sess es come am sempre com conversas sobre programas de Al gosta computadores e o que encontraram de novo relativo rob tica por muito de exemplo hoje fala se de um Ardu no novo discutir DOES l programas Hoje A2 est sozinho A8 o seu companheiro do clube n o vem disse para mo pouco no recreio Tem outras coisas a fazer e por isso faltou 156 A2 fiquei no passo 20 Al agora comparar Mas est esquisito algo me diz que n o este o tamanho A2 desconcentrado diz tens raz o mas est mais interessado em discutir programas para instalar no seu computador Magalh es O3 agora concentra te nessa tarefa Al vamos desmontar E come ar do passo 20 Desmontam Eu ent o o que que falhou Al esta pecinha Continuam a montar Al desmonta A2 monta A2 passo 22 e aos poucos continuam Al se tivessem notado n o tinha que desmontar tudo A2 est sozinho Pergunto lhe ent o que achas disto hoje a trabalhar sozinho A2 tem mais piada trabalhar acompanhado A2 sente se meio perdido n o tem com quem discutir as pe as e o encaixe fala alto para se ouvir a si mesmo No entanto Al a
37. Papert 2008 a crian a um ser pensante e construtor de suas pr prias estruturas cognitivas mesmo sem ser ensinada A finalidade do construcionismo alcan ar meios de aprendizagem fortes que valorizem a constru o mental do sujeito apoiada nas suas pr prias elabora es do mundo Nesta perspetiva a aprendizagem concebida como um processo ativo do sujeito que organiza a informa o a partir das situa es problem ticas que se criam das expectativas que surgem das hip teses que levanta das descobertas que faz A nfase situa se nos processos mentais e estruturas do conhecimento respons veis pelos diversos comportamentos humanos ao contr rio do behaviorismo para o qual o sujeito era completamente passivo no processo do conhecimento O construtivismo Papert 1997 sustenta que a aprendizagem facilitada quando autodirigida o que p e em causa a aprendizagem tradicional assente num modelo de transmiss o atrav s do qual o conhecimento passa do professor para o aluno O construtivismo aqui referido como resultando de um modelo alternativo segundo o qual o aprendiz tem de construir conhecimentos sempre novos em qualquer situa o Papert Op cit refere que Piaget foi o mais influente mensageiro da educa o construtivista quando popularizou o lema compreender inventar p 75 referindo que o papel do professor criar as condi es para a inven o em vez de fornecer os conhecimentos j consolid
38. a primary and secondary school situated in the Santa Cruz County The research techniques were participants observation interviews and document analysis During eight months we observed and registered so that we could grasp this learning context After analysis and data triangulation we concluded that in this environment the apprentices developed skills and attitudes that permit them to advance in their knowledge levels providing the construction of new scientific concepts as well as important skills to the social and cultural interactions of each individual and group We can then conclude that environments where robots are built as mediator elements of the learning process are innovative enhancers in how knowledge is constructed Keywords innovation robotics constructivism constructionism case study iv R sum Dans cette tude la recherche que nous nous sommes propos de d velopper fut de nous demander comment un club de robotique pouvait fournir des exp riences innovatrices d apprentissage ses participants Une atmosph re de cette nature ou les l ves planifient construisent et programment des robots implique des dynamiques interactives qui fournissent aux apprentis des exp riences d apprentissage bas es sur des th ories telles que le constructivisme et le constructionnisme a par l m me des r percussions sur la fa on dont les connaissances s acqui rent Pour d terminer implication de chaq
39. alguns conhecimentos espec ficos realmente uma parte deles o que achas disso Ol Os alunos dos CEF est o mais por dentro das atividades de eletricidade e mec nica atividades que com eles desenvolvemos o que vem trazer um certo 196 feedback desses alunos para o clube neste caso falo por mim o caso do A5 j estava no clube antes de estar nos CEF por gosto mas h alunos que v m aqui ver a aplica o pr tica das teorias Isso importante e faz falta penso que talvez tenha de ser feita uma melhor divulga o do que realmente se faz no clube para que mais alunos venham c pois isto n o s para cr nios e para mi dos muito inteligentes qualquer mi do pode vir e mesmo que tenha dificuldades O A5 tem dificuldades consegue integrar o grupo repara o Al em termos de eletr nica razo vel inform tica fant stico projeta muito bem mas mec nica tem dificuldades e o caso do A7 do 1 ano de eletricidade em inform tica e eletr nica n o percebe nada mas em mec nica sabe bem e faz com o Al um conjunto complementam se que tem um objetivo final acabando por partilhar esses conhecimentos e conseguir fazer o trabalho Inv A partilha de conhecimentos muito importante O1 isso muito importante O Al funciona no grupo como um embaixador do grupo e um exemplo a seguir O guru da rob tica A troca de experiencias no grupo uma coisa muito importante O A5 de
40. aprendizagem ereeeea 38 3 1 Microm ndo FAR RR RR E RENTE RN ERC RR RR RR 38 3 2 Ambientes onde se trabalha em projetos e pesquisa 41 3 3 A Rob tica como ambiente de aprendizagem i 46 3 3 1 Um ambiente de aprendizagem com o Lego da Mindstorms NXT 52 3 3 2 O Kit da LEGO Mindstorms NXT 2 0 sseeeseessseressersrerreesersrisreesresseseresee 53 3 3 3 A Tecnologia NAT loeien n e NE E E 54 3 3 4 Como programar o rob constru do em NXT G 55 Parte Estudo EMP COn sn a a r a a a 58 vii Cap tulo 4 Enquadramento Metodol gico do estudo 58 4 1 Defini o do probleni s esses onisu apa AUS af GA Ga 58 4 2 Quest es da Investiga o ads ses iai ada DUAS Cia Rca ga 59 4 3 Objetivos da investiga o es parmaniiaa nasssaa usa tela ta se quadiudas aa rated ta qa tada cant adean ada 59 4 4 Contexto da investigato Jima ans a sd a 59 4 5 Participantes e local do ESU O amsor essas tg anitsag ias regida ses quasadai ganda aadias consggaes 60 ASA OS PaACipanieS SR aaa 60 4 5 2 O local do estudo a Oficina genti sasasre sniosi casa sata resantinaer teares gerada ans 61 4 6 O tipo de atividades desenvolvidas e os objetivos do Clube 62 Cap tulo 5 Op o metodol gica css cortinas tes otagidosiiaa aasautat aos qua T aan dndNda Ques cneni oa 63 5 1 Fundamenta o metodol gica para um estudo de n
41. aprendizagem construtivistas atualmente bastante influentes na estrutura o de novas aprendizagens Neste sentido Fino 2001 sugere que a tecnologia poderia ser explorada de forma a promover oportunidades ou janelas de aprendizagem que levassem constru o de conhecimento ao di logo e reflex o 25 Para poder implement la como promotora de mudan a devemos refletir sobre os ambientes onde a aprendizagem deve ter lugar e quais os princ pios b sicos que devem ser cumpridos para torn la efetiva Sousa e Fino 2005 referem que a discuss o da incorpora o das tecnologias apenas pode decorrer luz de um modelo de interven o pedag gica baseado em pressupostos que rompem com as rotinas e as cren as estruturantes da escola do tempo das tecnologias tradicionais p V Acrescentando que a inova o pedag gica tem que ver fundamentalmente com mudan as nas pr ticas pedag gicas e essas mudan as envolvem sempre um posicionamento cr tico face s pr ticas pedag gicas tradicionais 2 7 s poss vel haver inova o pedag gica quando cc Ibid Salientando tamb m que houver ruptura com o velho paradigma fabril no sentido que Kuhn 1962 Sousa amp Fino 2005 Ibid Para Fino s d inovar n o se trata de procurar solu es paliativas para uma institui o beira do decl nio Trata se de olhar al m dela imaginando outra deixando de se ter os p s tolhidos pelas for as
42. as suas ideias tendo ocorrido uma troca de conhecimento enriquecedora para qualquer participante A rob tica especialmente o kit Lego Mindstorms tornou se assim numa ferramenta mediadora e potenciadora do processo ensino aprendizagem capaz de promover aprendizagem constru da pelo pr prio ou com a orienta o dos pares professores tal qual defendem Papert Valente Zilli e Silva A import ncia de refletirmos sobre ambientes desta natureza leva nos a despertar sobre o sentido que os novos ambientes de educa o possam vir a ter e que diferen a poder o fazer em termos de aprendizagem de acordo com as diferen as que todos os indiv duos apresentam Esta reflex o vem tamb m mostrar nos que a inova o poss vel e concretiz vel n o na forma como a escola teima em continuar organizada mas dentro ou fora da escola em atividades da natureza investigada onde os alunos podem colocar em pr tica as suas ideias e desenvolver outra consci ncia um outro e melhor sentido que a aprendizagem pode proporcionar Um aspeto que se torna limitador para implementa o de novos ambientes de aprendizagem a aus ncia de conhecimento sobre ambientes deste ou de outro g nero em Portugal devido fraca investiga o na rea de inova o Embora saibamos que existem v rios concursos dentro desta rea todos os anos constatamos que poucos s o os estudos encontrados no nosso pa s sobre a rob tica como ambiente de aprendizagem Apesar de n
43. bem vindos e convidados a fazer parte do clube O2 AZest s com dificuldade em encontrar as pe as A2 parece um pouco perdido mas depois vai l A ah pois fala alto Continua sozinho analisa o modelo constru do e compara novamente com o proposto no passo Ok exclama est a acontecer o que n o devia E fica a olhar O2 acode A2 diz n o percebo como vou encaixar aqui O2 A2 tudo isso tem de ir para dentro Sozinho A2 olha pensa e exclama ah j percebi Roda o material tenta retirar as pe as mas estas n o cedem Recorre a Ol que diz isto est bem preso A ver se n o parto isto O3 e o2 continuam a consertar material estragado Ningu m est parado por estes lados O2 A4 tens a a tua mala de material Empresta me uma ferramenta para verificar A4 abre a mala bem fechada chave e tira a ferramenta para emprestar a Nuno Ali est o todos os seus materiais fechados chave A2 Est bom assim Pergunta a 02 Enquanto conserta o aparelho O2 diz vai por partes vais ver que f cil No outro lado da sala A1 e O1 j t m mais uma parte do prot tipo do rob do lixo montada trabalham a grande velocidade n o pelo facto de fazerem r pido mas porque sempre a sua forma de trabalhar Al muito entusiasmado exclama olhem um circulo perfeito Referindo se ao cart o que cobre a parte exterior do rob A1 canta de entusiasmo ao ver crescer a forma do seu projeto em cart
44. boa medida ausentes da cultura oficial escolar N o podemos olhar para tr s em dire o escola do passado que se limitava a ler escrever contar e receber passivamente um banho de cultura geral preciso pensar na escola do presente futuro e n o do presente passado Algo mudou nas escolas mas essa mudan a foi mais superficial do que real ou seja detetaram se 10 sintomas de modernidade mas n o de mudan a Os artefactos tecnol gicos usados atualmente continuam a cumprir a fun o id ntica dos livros de texto limitando se a ditar a mesma li o Carbonell Op cit considera que a escola tem sido justamente criticada pelo desinteresse demonstrado em rela o intelig ncia tica e emocional como campo de reflex o e na interven o nas rela es e nos conflitos e como apoio para a constru o das diferentes subjetividades dos alunos Tamb m foi acusada de n o ser recetiva aos novos impactos culturais que recebem os jovens e que v o formando novas identidades com outros modelos de pensar e comportar se como as novas tecnologias e as rela es linguagens vis es interesses e expectativas cuja exclus o da escola perde a sua conex o e compreens o da realidade e qualquer proposta inovadora que se preze n o pode perpetuar esse esquecimento 1 2 Um sentido para a educa o Na perspectiva da crian a o grande desperd cio na escola adv m da incapacidade para utilizar dentro da pr pria escola as
45. brincam com o helic ptero telecomandado 223 Al fala com o programa O2 solda Al solda lima se serra se escolhem se materiais ouve se m sica discute se n o h aborrecimento nem desmotiva o quando o objetivo fazer um trabalho que se gosta Al trouxe tr s sobrinhos e constr i com eles um rob Discutem os quatro Al continua a falar com o computador zanga se ningu m quer trabalhar com ele diz alto n o percebo Ser que ele p s a placa ao contr rio N o mexe nenhuma roda Nem uma nem outra Grita Al furioso Testam se os rob s ao fundo da sala A5 desmonta novamente o carro e diz tenho de ver o que se passa aqui Al passeia pela sala observa o que est em cima das mesas Cada qual faz o que preciso fazer sem ningu m ordenar A5 volta a testar a parte el trica do seu carro pois pode haver m liga o A2 e Al tentam programar A2 tira as d vidas com Al que lhe vai explicando o que fazer De lembrar que os alunos mais pequenos t m pouca experi ncia deste tipo de programa o No entanto A2 j vai praticando em casa Al explica lhe as funcionalidades do programa frente atr s direita esquerda e que digitos tem de aplicar em cada situa o Al est cansado e sem paci ncia Toda esta estafa de dois dias a programar e a resolver problemas est a deix lo nervos O pai de A2 chega com os CD que faltavam para decorar o carro A2 abandona a programa o para continuar a decorar o carro com o
46. construir o seu robot apanha lixo est sempre atento Coloca uma pe a de lego junto ao ecr e ri se exclamando n o est escala A2 acho que n o a Al observa o modelo no computador volta mais atr s e diz do lado de fora A2 encaixa as pe as e vai construindo atrav s da observa o sozinho dispersa se um pouco A sala est numa grande confus o est o em execu o 3 projetos Cada um est atento ao seu discutindo e comentando com o seu parceiro A2 estabelece di logo comigo sente se s N o mais f cil estar s Eu porque decidiste vir para este clube A2 dois anos estive no Madrob quando foi aqui no pavilh o e fiquei muito interessado nisto Eu em pequeno costumavas brincar com lego computador A2 est um pouco atrapalhado a trabalhar s 157 A2 n o O3 ent o com que brincavas Mas A2 n o chega a responder ltima quest o est concentrado na procura das pe as preciso de uma pe a destas onde est Diz olhando para o prof O3 A2 fala sozinho medida que vai encontrando as pe as confirmando o que falta Depois encaixa O3 supervisiona e diz v l bem E a Num canto da sala encontram se A4 e AS Pergunto o que fazem A4 responde estou a construir um rob todo o terreno Volto a perguntar e ent o o carro solar AS este outro projeto o carro solar segunda feira Hoje estou a planificar construir pain i
47. continuamos no pr ximo dia O Al vai dar vos uma ajuda na ordem de arruma o da caixa mas para a pr xima sess o a responsabilidade vossa Al prossegue alertando para os cuidados a ter dizendo que esta caixa para material sens vel Esta para os pneus Etc Arruma se rapidamente a sala sem nenhum esfor o e fica se conversa novamente sobre inform tica com o professor vontade de sair da sala Com pouca A organiza o das pe as importante Come am a trabalhar s s Organizam a atividade Grandes Expectativas Querem continuar sala na 146 Observa o n 3 25 10 10 Hora 11 50h at 13 20h Local oficina Atividade planifica o do carro solar Atores A4 A5 O1 02 03 Observa es Prof 02 que material j t m Os 2 alunos A4 e AS mostram o material dentro da caixa met lica fotos Prof O2 hoje vamos analisar o regulamento para decidir como fazer o prot tipo o regulamento do concurso de rob tica come a a ser analisado os alunos revelam dificuldades na interpreta o do mesmo o professor vai clarificando conceitos Discutem como o Kit experimental pode estar presente no trabalho Os alunos revelam se dispersos S o alunos dos cursos tecnol gicos de eletricidade A4 discute o que devem utilizar e diz Dev amos utilizar esferovite um material leve A5 mas um material fraco Prof O2 mas h um material que se
48. d vida As pe as do lego requerem muita aten o pois s o pe as muito parecidas at nos tamanhos O lego tem pe as dif ceis relativamente ao tamanho e fragilidade grande a vontade para come ar o trabalho pr tico 145 A montagem vez Aten o diz um aluno agora a minha vez O processo tem de ser vez Todos concentram a ten o no trabalho do outro e vamos ouvindo Ao contr rio N o est certo assim O professor interv m de vez em quando dizendo que certas pe as requerem uma t cnica pr pria para montar chamando tamb m a aten o para os sinais de indica o presentes nalgumas pe as Que significar este sinal mudar a pe a ao contr rio Discute se como encaixar as pe as e compara se o produto da constru o com o modelo detetando por vezes erros que pelo di logo e experi ncia se v o corrigindo A8 sente se meio perdido e pergunta a Al quanto tempo anda nisto Al responde que est aqui desde que o clube abriu em 2005 A8 deduz que quando for da sua idade j ser um s nisto l para o 12 ano A2 n o assim Agora troca de lado A impaci ncia instala se do lado contr rio Prof cuidado com as pe as s o da vossa responsabilidade A2 J fomos at o passo nove V vamos continuar Prof Agora est na hora de arrumar A8 para desmontar Prof N o claro que n o pois
49. de n o terem apoio monet rio para comprar material Outro aluno muito interessado na constru o A4 igualmente do CEF A4 tem muitos conhecimentos de mec nica e muito material acumulado numa caixa que vai comprando a seu gosto Partilha com todos o seu material mas tem a caixa sempre fechada chave observa o n 3 de 25 10 2010 No entanto os interesses tamb m podem partir de experi ncias que tiveram e que os fizeram despertar de outra forma para este campo Investigadora H quanto tempo est s no clube AS Estou desde 2006 o ano que fomos a Guimar es Nessa altura reconstru mos um rob que o professor O1 tinha O nosso trabalho foi s programa o pusemos o rob a dan ar Depois fiquei interessado com tudo o que l vi observa o n 7 de 15 11 2010 A participa o em eventos como o MadRob anexo 10 e outros concursos de rob tica a n vel nacional t m despertado o interesse de muitos alunos A2 um desses casos como podemos constatar no excerto que se segue A2 Vim para o clube por curiosidade pois o ano passado fui ao MadRob com o meu pai e gostei muito de ter contacto com a constru o de rob s Mas mesmo que n o tivesse ido vinha de qualquer maneira pois gosto de tecnologia e rob tica 92 A2 O que gosto mais aqui de programa o a outra parte n o gosto muito em casa ando sempre procura de sites de programa o conversa informal
50. de professor considerando uma ZDP implica assistir o aluno proporcionando lhe apoio e recursos de modo que ele seja capaz de aplicar um n vel de conhecimento mais elevado do que lhe seria poss vel sem ajuda pp 273 291 Nestas intera es estabelecidas entre crian as e adultos natural que os segundos entrem na resolu o dos problemas de um modo que capacita as crian as a participarem com objetivos e significados de realiza o mais sofisticados do que estas estabeleceriam se estivessem a trabalhar individualmente Vygotsky 2007a acredita que os problemas resolvidos em colabora o estimulam a crian a a encontrar as inter rela es entre os conceitos e a situa o vivida definindo um sistema que ao ser internalizado a torna independente e a prepara para o desenvolvimento de novas fun es ps quicas Assim na linha que se pretende desenvolver esta investiga o os autores referidos oferecem bases para analisar o modo como os alunos constroem o seu conhecimento ao trabalhar num clube de rob tica permitindo deste modo falar em aprendizagens significativas e com sentido 35 2 3 O construcionismo de Papert Cada um de n s construiu um stock de conhecimento intuitivo emp tico senso comum sobre aprendizagem Esse conhecimento entra em jogo quando a pessoa reconhece algo de bom numa experi ncia de aprendizagem sem conhecer o seu resultado Papert 2008 p 39 Segundo o construcionismo assumido por Seymour
51. de rob tica por convite do professor Fernando Ribeiro da Universidade do Minho Avan amos e no ano seguinte criamos um clube de inform tica rob tica n o era s 1 vertente pois vimos que havia aqui alunos interessados Havia um professor em inform tica e eu dava a parte de rob tica Apareceram bastantes interessados e ainda c est o 2 o Pedro e o Ant nio desde 2005 Come amos a trabalhar com o meu robot da altura e entretanto adquiri outro um mini rob e o lego da Mindstorm Inv e que rob tinhas antes O1 era um robozinho azul que comprava de uma cole o em fasc culos inicialmente era esse mas depois passou para o lego A coisa come ou a correr bem no 1 ano do clube tanto que voltamos ao concurso de rob tica em 2006 agora n o com 2 alunos mas com 4 Foi em Guimar es e fomos a primeira escola da Madeira a participar no concurso a n vel nacional de rob tica em 2 anos diferentes e fomos em termos escolares o primeiro projeto de rob tica da Madeira tirando a Universidade da Madeira Inv Mas tinhas falado 1 vez sobre o teu interesse pela rob tica ter come ado muito mais cedo quando eras mais pequeno Ol Lembras te daquela s rie que era uma vez A vida os inventores o espa o etc foi ai que surgiu era 1 vez o espa o deveria ter 10 anos na altura at menos repara os gostos que tinha em garoto s o os gostos que tenho agora s que evolu ram O que eu fa o aqui que eles p
52. desenhar diz Ol Lembra lhe como faziam quando Al come ou E diz a A2 que os mais pequenos t m de passar por todas as fases para poderem aprender tudo Observa o n 13 de 2 02 2011 Nesta passagem podemos verificar que os alunos principiantes tendem a ser um pouco dependentes dos mais velhos No entanto apesar de terem apoio do orientador Ol e do aluno Al um dos mais velhos que muitas vezes tamb m funciona como um orientador s o levados a come ar um trabalho aut nomo cada um dos mais pequenos pega num papel e num l pis e come a a projetar as suas ideias medida que isto vai acontecendo com a ajuda de Al v o discutindo o que querem que o rob fa a e que pe as deve ter para poder executar aqueles movimentos Al exemplifica os movimentos junto com eles movimentando as m os como se fossem 99 as pe as de metal e assim discutem em conjunto o que ser melhor Observa o n 13 de 2 02 2011 Figura 7 Planifica o de A2 Figura 8 Planifica o de A3 Durante a planifica o cada um pode criar o seu rob como entender Nesta sequ ncia cada qual vai projetar numa folha de papel a sua inten o Ao projetar o seu rob est a dar forma s suas ideias As pessoas d o forma s suas ideias exteriorizando as e uma vez constru das estas formas se tornam o meio mediador atrav s do qual as pessoas modelam expressam e trocam ideias Ackermann 1993 p 5 Ap s a proje o pas
53. durante um certo tempo poder descobrir como funciona aquela escola ou aquele grupo A forma de contribuir para essa compreens o e reflex o dedicar se investiga o e an lise do que se passa nas escolas e ou em ambientes de aprendizagem fora dela A partir daqui a necessidade de mudan a poder tornar se mais evidente ou pelo menos dever emergir uma melhor compreens o e consciencializa o do estado atual do ensino O presente estudo insere se no mbito de um Mestrado em Inova o Pedag gica e a escolha deste tema prende se em primeiro lugar com a realiza o de um trabalho de investiga o diferente e em segundo lugar com a preocupa o constante para quem professor de chegar aos seus alunos e se depara no dia a dia com uma popula o estudantil que est em mudan a As sucessivas gera es de alunos apresentam caracter sticas e interesses distintos Como profissionais desta rea cabe a cada um de n s proceder a uma an lise reflex o do que realmente se passa nossa volta e em particular em alguns ambientes de aprendizagem contribuindo para a sua compreens o S investigando podemos apreender mais acerca dos outros e do mundo onde vivemos O estudo que aqui apresentamos foi realizado numa escola b sica e secund ria do conselho de Santa Cruz e teve como objetivo investigar pr ticas desenvolvidas num clube de rob tica Assim pudemos compreender as suas din micas e refletir de forma cr tica ac
54. e fun es culturais O mesmo autor salienta a cultura como um aspeto importante para o desenvolvimento das capacidades dos indiv duos sendo esta um meio onde poder o ser valorizados determinados talentos os quais ao serem dominados por uma quantidade de pessoas passam para a gera o seguinte Nestes meios os indiv duos desenvolvem as suas capacidades e aptid es para resolver os problemas e obter os seus benef cios Perrenoud 1995 questiona a falta de espa o no dia a dia escolar para desenvolver as aptid es particulares Para aprender por tentativa e erro para expor quest es e d vidas Segundo este a escola ao longo do tempo criou para muitos condi es de aprendizagem contr rias s regras elementares de um funcionamento intelectual fecundo aquilo a que chamamos pedagogia inovadora ainda muitas vezes 13 de uma grande ingenuidade principalmente quando ignorando o que sentem as crian as e os adolescentes investe em dispositivos did ticos sofisticados p 19 O autor supracitado prop e uma reflex o sobre a constru o do sentido do trabalho dos saberes das situa es e das aprendizagens escolares as quais poderiam permitir propor um fio condutor que reunisse contribui es interdisciplinares sobre tr s evid ncias sociol gicas 1 O sentido constr i se n o dado partida p 19 A constru o de um sentido muito importante num sistema t o limitativo como o da educa o obrigat
55. e volta para o berbequim a sorrir come a a furar o material Volta conversa com o amigo a ambos resolvem problemas volta a furar pe as e a fazer barulho que desconcentra A2 do outro lado Depois de tanto conversar e fazer furos finalmente diz perfeito Aproximo me dos dois e pergunto ao amigo gostavas de voltar ao clube e ele sem hesitar responde sim gostava de mexer E tu A4 porque est s s neste projeto gostas de trabalhar s Sim diz ele com muito afinco assim ningu m me chateia N o quero ningu m para me chatear e fa o como quero Paulo n o gosta de hor rios quando quer aparece mas nunca na hora marcada por vezes tenho notado que aparece j passou meia hora do estipulado no entanto quando l chega sabe exatamente o que vai fazer e leva a bom termo os seus projetos Afinal queria era experimentar A experi ncia importante para perceber Atitude deve ser no sentido de facilitar o racioc nio 02 incentiva autonomia ajuda ultrapassar os obst culos v o wv Gosta trabalhar s para desenvolver os seus projetos 177 Observa o n 12 31 01 11 Hora 12 00h at 12h 45 Loca oficina Atividade Rob apanha lixo Atores Al A4 A5 01 02 03 Observa es Hoje existe uma grande confus o na sala Existem tr s orientadores e tr s alunos no entanto h sempre muito que fazer Al corta as pe as para o rob apanha lixo O2 explica e disc
56. es Para a pr xima sess o podemos come ar a pensar em programa o diz O2 a olhar para A2 que j sorri de entusiasmo Dete o de erros na aplica o deste tipo de material Refazer tarefas Substituir material 194 Anexo 5 Entrevistas conversas informais a orientadores Entrevista a O1 dinamizador e fundador do clube de rob tica 10 01 011 Inv Porque achas importante criar um clube desta natureza Isso tem a ver com aquilo que tu s com o teu percurso com a tua vida Ol Com o meu gosto se n o fazes um trabalho com gosto n o h objetivos a alcan ar n o h produ o de vida e temos uma produ o fraca O clube come ou porque eu tinha gosto por este tipo de atividades que j fazia em casa quando come ou foi para tentar que os alunos alcan assem determinados objetivos da te rica na pr tica pois eles n o viam aplica o pr tica daquela teoria na altura dava aulas de inform tica bases de programa o ao 10 ano e tinha 1 turma bastante complicada havia alunos muito bons e menos bons mas aquilo era tudo virtual e os alunos n o viam a aplica o que isso poderia ter na pr tica Ent o em Janeiro desse ano sugeri aos dois melhores alunos em programa o para juntamente comigo fazerem a programa o de um robot 1l robot que eu j tinha Os alunos concordaram e come aram a programar depois desenvolveram o programa em 2004 e fomos Coimbra em 2005 ao concurso Nacional
57. etnogr fica tendo como base a observa o participante Esta abordagem metodol gica permitiu nos investigar o ambiente pretendido e refletir o modo como os participantes constroem o seu conhecimento Durante oito meses recolheram se dados sobretudo em notas de campo entrevistas informais e an lise documental no sentido de poder dar resposta s quest es que foram surgindo De entre todas as quest es que se colocaram ao longo desta investiga o optamos por duas que no nosso entender poderiam traduzir o ambiente investigado e responder ao nosso problema inicial 1 Que din micas se processam num clube de rob tica 1 1 Quem s o os atores Quais os seus interesses 1 2 Que constroem Como constroem o seu conhecimento 2 Em que medida podemos considerar este ambiente inovador A primeira quest o din micas desenvolvidas neste contexto de aprendizagem revelou nos na sua an lise os interesses pr ticas e intera es dos atores envolvidos A segunda quest o remeteu nos para uma reflex o que se apresenta nas conclus es finais do presente trabalho Esta investiga o apresenta se organizada em duas partes Na parte 1 o enquadramento te rico encontra se dividido em tr s cap tulos tem ticos No primeiro cap tulo a escola atual e a inova o pedag gica s o debatidos os conceitos de escola atual um sentido para a educa o os jovens atuais e a necessidade de mudan a mudan a inova o e a mudan a ao encontro in
58. explora o e valoriza o do ponto de vista do aluno Os conhecimentos pr vios que cada elemento possui representam um suporte nas pr ticas culturais os quais podem ser ou n o potenciadores dos objetivos que s o constru dos na pr tica As situa es de interesse e motiva o abundam quando os assuntos tratados t m um significado importante para cada individuo significado esse que na maior parte dos casos se prende com a sua cultura e com os seus gostos pessoais Popper 1990 Neste grupo temos alunos com idades e interesses distintos embora todos gostem de rob tica uns est o mais voltados para a programa o e inform tica outros 91 na sua maioria do CEF para a parte mec nica e constru o A7 um destes alunos pertence ao primeiro ano do curso de eletricidade O seu interesse manifesta se sobretudo na parte mec nica Analisando alguns excertos de conversas informais com alunos do CEF Investigadora porque vieste para o clube A5 Porque gosto disto interessante construir coisas e retirar motores de material estragado A5 colocou em cima da bancada o seu trabalho de fim de semana motores de v rios tamanhos que retirou de m quinas em desuso observa o n 7 de 15 11 2010 Os alunos interessam se em primeiro lugar por aquilo que realmente gostam aquilo que s o bons a fazer A5 chega frequentemente ao clube com material reciclado Esta tamb m uma tarefa constante pelo facto
59. funciona bem O que se passa pergunta O2 verificaram Porque n o roda bem O2 Vamos testar a ver se agarra independentemente da cor E voltam a programar e discutem novamente o que fazer Colocam hip teses Observa o n 9 de 5 01 2011 E todo o processo continua de forma a chegar ao pretendido programar Problematizar colocar hip teses testar analisar detetar falhas discutir refletir tirar d vidas fazer feedback redefinir fun es ultrapassar obst culos at chegar resolu o de problemas como objetivo final dando vida a um artefacto 116 O MadRob O MadRob um concurso regional de rob tica que tem por objetivo promover a ci ncia e tecnologia junto dos jovens Hoje come ou o Madrob evento promovido na RAM por Ol orientador fundador do clube de rob tica nesta escola O principal atrativo neste evento assinalado por um conjunto de competi es entre os rob s planificados constru dos e programados pelas equipas concorrentes O evento passa se numa sala do pavilh o gimnodesportivo da escola b sica e secund ria de Santa Cruz onde s o instaladas mesas para o efeito A cada equipa fornecido um kit constitu do por uma placa de ardu no dois servos dois sensores de toque e um suporte de pilhas Al m dos alunos desta escola participam tamb m equipas de uma escola de Machico A participa o neste evento uma forma de apresentar os seus projetos aos demais
60. lugar privilegiado e abarcando todo o espectro da vida individual e social Ribeiro salienta que n o estamos na escola apenas durante um per odo espec fico e aprendemos em v rios contextos da vida social e profissional A educa o permanente responde assim perda de actualidade significativa de conhecimentos e aptid es adquiridos na escola e a altern ncia de per odos de forma o e de emprego constitui uma tend ncia marcante logo a escola deve ter cada vez menos paredes e mais janelas abertas ao exterior p 18 A mudan a implica mudar de um estado presente para um futuro diferente Muitas mudan as tanto ao n vel pessoal como organizacional exigem conhecimentos e compet ncias que nos permitem adaptar com sucesso a novas exig ncias e circunst ncias Whitaker 1999 p 62 Fernandes 2000 aborda o conceito de mudan a como frequentemente associado ao da evolu o gradual sendo utilizado para referir as altera es provocadas por agentes internos ou externos concretizados de forma progressiva enquanto inova o educativa se utiliza para assinalar a ruptura com situa es ou pr ticas pp 48 49 Para esta autora a inova o pode transportar consigo uma inten o de mudan a mas nem toda a mudan a introduz necessariamente inova o podendo simplesmente significar a recupera o de pr ticas do passado Fernandes salienta ainda se nos reportarmos ao conceito de inova o numa perspectiva cult
61. mudan as no modo como vivem os jovens como se relacionam como se identificam uns com os outros em todas as reas A cultura dos jovens dos anos 80 associada a um espa o territorial espec fico n o mais a mesma Atualmente os territ rios s o virtualizados e est o dist ncia de um clique Podemos estar rodeados em segundos de outros com os mesmos gostos em qualquer comunidade da rede Tra ar o perfil de um jovem a partir dos seus consumos culturais n o nos nossos dias tarefa f cil A maior parte dos jovens tem hoje uma rela o com o mundo mediada pela tecnologia e aquilo que consomem e partilham tem um papel determinante naquilo que escolhem e querem fazer As fam lias atuais tamb m se modificaram e apesar de n o perderam a sua influ ncia sobre os consumos culturais dos jovens deixaram de monopolizar a socializa o do gosto As rela es entre pais filhos s o menos autorit rias e mais negoci veis e a media o com amigos e colegas muito mais forte Para al m das mudan as ocorridas na organiza o familiar Pinto et al 2000 a nossa cultura j admite graus muito importantes de diversidade e de op o em tudo o que respeita a estilos de vida Os adultos atualmente n o assumem a socializa o das gera es mais novas como sendo a transmiss o de um determinado e nico sistema de valores Hoje existe uma maior margem para a op o para a d vida e para a constru o de identidades pr prias
62. o Eu pergunto a O1 porque trabalham t o apressadamente mas ele n o d de conta da sua forma de trabalhar e responde trabalha se assim mas damos aten o a todos os projetos Na maior parte das vezes os alunos mais velhos trabalham s s e independentemente s recorrendo aos professores quando t m mesmo N o deveria ter deixado A2 pensar A4 e a sua mala sagrada A2 sente necessidade de discutir com algu m 160 dificuldades O que n o acontece ainda com os mais pequenos que est o a come ar A2 continua a trabalhar calado e agora um pouco mais confiante Ol fala com AS Ent o j desenhaste o teu projeto mas A5 continua concentrado e n o responde A2 olha para um lado e para outro do modelo Continua calado e monta as pe as agora com a maior das concentra es Na sala faz se sil ncio cada um no seu s tio concentrado a tentar resolver os seus problemas e a tentar reproduzir os seus modelos da melhor maneira O3 quebra o sil ncio e ent o A2 Mas A2 n o responde por momentos Analisa o esquema do passo e vai montando as pe as num mundo s seu reproduzindo os pensamentos falando alto ah fogo Isto dif cil Mas s dif cil porque me enganei no tamanho das pe as Ok e continua a analisar O3 aproxima se e diz parece correto A2 refere mas como encaixo aqui Onde Ah exclama alguma coisa est mal O3 ser desse A2 constr i a pe a e monta no m
63. o centro das aten es neste grupo dos mais novos Ent o no meio de tantas ideias O2 refere vamos ent o ver o que ser melhor Como est o as pilhas dispostas nos brinquedos A2 n o responde continua a brincar com o seu velho rob meio danificado A3 interv m grande o entusiasmo para construir algo novo e diferente O2 faz uma sugest o vamos fazer uma paragem e analisar as situa es propostas aqui hoje Este ou n o vantajoso E come am novamente a analisar todas as sugest es e a medir novamente as disposi es do material numa base circular O2 diz est decidido o di metro vai ter 14cm Mas A3 n o concorda argumenta e discutem novamente Quer fazer uma coisa maior ou outra coisa O2 est com alguma dificuldade em gerir tal chuva de ideias de A3 Estou surpreendida com A3 N o isto que quer fazer e talvez por isso est sempre a dar outras ideias at levar o projeto onde quer O2 vai buscar outro material um exemplo de uma montagem de um robot anterior para que possam analisar como deve ficar o material e porqu pois importante diz ele neste tipo de constru es ter em aten o alguns pormenores A2 tira as rodas do seu velho rob do saco E come a a brincar O2 e A3 continuam a planificar t m de organizar o material que necess rio para come ar na pr xima semana Discutem Colocam novas hip teses 02 problematiza A3 coloca novas hip teses A3 argumenta A2 ob
64. o do problema Toda a investiga o adv m da ocorr ncia de haver um problema para o qual se procura uma solu o O problema inicial constitui o mote para p r em pr tica todo o desenrolar de um trabalho de investiga o uma boa pergunta de partida deve poder ser tratada Quivy amp Campenhoudt 2005 p 34 A partir dela deve poder se trabalhar de uma forma eficaz produzindo elementos para conseguir responder lhe Sendo objetivo da nossa investiga o procurar experi ncias inovadoras de aprendizagem num clube de rob tica o enfoque do nosso estudo foi colocado da seguinte forma Pode um clube de rob tica proporcionar experi ncias inovadoras na aprendizagem Deste modo pretendeu se investigar um ambiente de aprendizagem particular a partir das suas din micas tentando perceber o que ali se passava e se realmente aquele contexto respondia nossa quest o ou nos direcionava para outro campo 58 4 2 Quest es da Investiga o O problema suscitado deve ser subsequentemente aprofundado atrav s da defini o de quest es espec ficas ou eixos de an lise a partir dos quais podemos organizar de uma forma coesa o programa de pesquisa com a clarifica o do mbito da investiga o Afonso 2005 Para clarificar o nosso problema e como eixo da pesquisa coloc mos como pertinentes as seguintes quest es 1 Que din micas se processam num clube de rob tica 1 1 Quem s o os atores Quais os seus interesses 1
65. o dos resultados Triangula o uma estrat gia que visa melhorar a validade e confiabilidade dos dados que foram pesquisados A triangula o permite nos dedicar ao problema em potencial da validade do constructo uma vez que v rias fontes de evid ncias fornecem essencialmente v rias avalia es do mesmo fen meno Yin 2005 p 128 Deste modo cruzando m ltiplos m todos como a observa o entrevistas grava es etc teremos uma constru o mais v lida da realidade do contexto em estudo Neste cap tulo apresentamos o cruzamento de dados tentando nesta linha ir ao encontro das quest es da investiga o 8 1 Cruzamento de dados 8 1 1 Que din micas se processam num clube desta natureza 8 1 1 1 Quem s o os atores Quais os seus interesses O processo de desenvolvimento de cada indiv duo reporta se ao desenvolvimento da personalidade humana em termos da sua expans o e busca de realiza o Cada um de n s realiza se atrav s daquilo que melhor sabe e gosta de fazer Para Piaget 1977 o conhecimento o resultado de constru es individuais que atrav s da matura o e da experi ncia v o ganhando forma e novas estruturas intelectuais Nesse sentido o construtivismo incentiva o desenvolvimento das habilidades dos alunos de organizar e entender os seus mundos individuais a partir de uma metodologia que prev basicamente a proposi o de problemas e desafios para criar um ambiente prop cio
66. o mesmo grau de evolu o em todos estes fatores De um modo geral Toffler 2001 o fator econ mico evolui mais rapidamente do que os outros tendo como consequ ncia altera es sociais culturais pol ticas filos ficas e institucionais que se refletem diretamente na educa o A crise que enfrentamos hoje Pinto Tedesco Pais amp Relvas 2000 tem a ver com o aparecimento de novas formas de organiza o social econ mica e pol tica A crise atual estrutural a sua principal caracter stica a simultaneidade das dificuldades de funcionamento quer das institui es respons veis pela coes o social crise do Estado Provid ncia quer nas rela es entre a economia e sociedade crise do trabalho quer ainda nos modos de constitui o das entidades individuais e coletivas crise do sujeito Para Pinto et al Op cit existem muitas maneiras de analisar a crise que atravessamos mas a mais f rtil sem d vida a que associa essa crise com o facto de se ter esgotado o modelo de organiza o social baseado no que se convencionou chamar moderniza o Touraine 1994 citado em Pinto et al 2000 salienta que o processo de moderniza o sup e que exista uma correspond ncia cada vez mais estreita entre o sistema produtivo cada vez mais eficaz gra as ci ncia tecnologia e ou administra o a organiza o da sociedade regulada pela lei e a vida pessoal regulada n o s pelo interesse mas tamb m pela vo
67. o podermos replicar estudos de caso nico nem estudar todas as vertentes que um clube desta natureza nos proporcionou o presente estudo pode contribuir para que possamos refletir sobre o seu potencial como ambiente de aprendizagem inovador e recomendar a continua o de estudos nesta rea pois ambientes deste g nero apresentam se muito ricos na forma como o conhecimento adquirido e na forma o do individuo enquanto pessoa e ser social E para concluir n o podemos deixar de salientar a import ncia deste estudo para o desempenho da nossa profiss o A sua contribui o para o crescimento pessoal pela forma como nos envolvemos nesta investiga o Conhecer o mundo dos outros e a sua cultura levou nos a refletir sobre o nosso mundo e a nossa cultura Conhecer a forma como os outros trabalham e aprendem fez nos pensar sobre mudan a na forma como trabalhamos 125 Todas as leituras an lises conversas informais diretas ou indiretas ampliaram de forma positiva a nossa vis o sobre educa o inova o e despertaram em n s uma necessidade urgente de agir Esperamos que este estudo nas vertentes que aqui foram tratadas contribua para uma reflex o cr tica sobre novos ambientes de aprendizagem pois conhecendo novas ideias que pensamos e repensamos a nossa forma de atuar Modificando a nossa forma de atuar somos capazes de promover mudan a 126 Refer ncias bibliogr ficas AFONSO N 2005 Investiga o Natura
68. pai e A3 Aqui o trabalho n o cont nuo nem obrigat rio o que interessa n o a ordem mas no momento necess rio ter tudo feito A3 observa Al j est novamente a programar no outro lado da sala N o para Observo novamente o que fazem ao longo da sala os v rios grupos Ol ensina as funcionalidades da programa o aos sobrinhos e depois s seguir o que planificaram para os movimentos no papel Discute com eles as suas d vidas o que significa o rel gio ou seja o movimento de acordo com os ponteiros do rel gio e contra rel gio ou seja o movimento contr rio assim prosseguem programando e seguindo o manual de instru es A3 anda disperso pela sala Os tr s que programam discutem os movimentos rodando a m o consoante o movimento que desejam batem palmas de entusiasmo a cada passo que v o conseguindo programar 224 MadRob 29 05 2011 domingo Hoje o dia final da consecu o e apresenta o dos trabalhos Como podemos constatar apresentamos alguns artefactos finais aqui constru dos Figura 13 Bra o rob tico Lego Figura 14 Rob s das equipas de Machico 225 Figura 15 Carro de A5 Figura 16 Carro de A2 e A3 226 Figura 17 Carro de A4 Figura 18 Constru o do grupo de 01 Ap s as demonstra es todos os artefactos foram avaliados por um J ri segundo v rios par metros Neste momento as melhores constru es s o premiadas nas v rias categorias
69. para os processos existentes A an lise do conceito de internaliza o outra no o fundamental em Vygotsky pois a cultura n o atua no vazio mas atrav s de estruturas espec ficas como a escola ou o ambiente familiar Vygotsky 2007a considera que as fun es cognitivas surgem duas vezes ao longo do desenvolvimento cultural da crian a primeiro ao n vel social na intera o com as pessoas interpsicologicamente segundo a n vel individual intrapsicologicamente a que chamou processo de internaliza o Fino 2001 menciona que Vygotsky chama internaliza o reconstru o interna da atividade externa pois para o mesmo autor esta baseia se em tr s princ pios que passamos a enunciar 1 uma opera o interpessoal transforma se num processo intrapessoal 2 a transforma o que externa reconstitu da e come a a correr internamente 3 a transforma o do processo interpessoal em intrapessoal o resultado de uma s rie de acontecimentos Ao longo do desenvolvimento a crian a passa por uma s rie de transforma es em que uma opera o que representa uma atividade externa sucessivamente reconstru da at deixar de ser externa e passar a interna A internaliza o fundamental pois permite que algo passe de interpessoal para intrapessoal A aprendizagem Vygotsky 2007a origina processos internos de desenvolvimento que apenas operam quando a crian a interage com outros em coopera o Uma ve
70. pela rob tica 03 o ato de criar algo e depois poder mostrar aos colegas podem aqui p los aqui em pr tica 03 Alguns t m conhecimentos que querem p r em pr tica alguns aspetos que aprenderam nas aulas 03 212 Atividades eles que escolhem 02 desenvolvidas aqui n o h um m todo de fazer as coisas 02 h uma variedade de reas que se pode abordar aqui matem tica f sica eletr nica eletrotecnia 01 h alunos que v m aqui ver a aplica o pr tica das teorias Isso importante e faz falta O1 p r em pr tica o que se gosta vai mexer com a motiva o 02 isto contribui para resolverem quest es no futuro e ultrapassarem problemas 02 s o projetos que se podem complementar 01 eles t m desafios que lhes s o propostos e conseguem resolv los 03 Desenvolvem conceitos de outras disciplinas pois antecipa resolu o de problemas pois planificam e despertam o interesse 03 depois de um certo tempo criam motiva o e querem mais desafios na vida e noutras reas 03 a troca de experi ncias no grupo uma coisa muito importante O1 Intera es eles dois n o t m muita experi ncia em rob tica mas depois Alunos alunos o Al vai complementar isso com a programa o e levar esse projeto a bom termo O1 aqui partilham os conhecimentos o Al um aluno que partilha muito com os outros eles gostam dele 02 ele
71. processo ativo do sujeito que organiza a informa o a partir das situa es problem ticas que se criam das expectativas que surgem das hip teses que levanta das descobertas que faz A nfase situa se nos processos mentais e estruturas do conhecimento respons veis pelos diversos comportamentos humanos Em qualquer das atividades mencionadas nesta investiga o os alunos trabalham em grupo e cada grupo tem o seu orientador Por vezes a resolu o de problemas passa por todos os elementos que est o na sala Assim as intera es podem ser analisadas no contexto de qualquer atividade Nas intera es grupais fervilham atitudes e emo es geram se conflitos nascem novas ideias resolvem se problemas ultrapassam se obst culos e fazem se novos projetos Trabalhar em grupo proporciona troca de ideias de conhecimentos e experi ncias levando cada participante a um crescimento cultural e humano que lhe possibilita a participa o direta em busca de objetivos comuns Para Ackermann 1993 no trabalho pr tico os pontos de vista dos intervenientes do grupo variam constantemente sendo atrav s do contraste de nossa pr pria perspetiva com a dos outros colocando nos a si pr prios nos sapatos dos outros que enriquecemos nosso entendimento sobre o mundo e sobre n s mesmos p 3 96 Em situa o de grupo os indiv duos manifestam determinadas atitudes Essas atitudes t m a ver em primeiro lugar com a satisfa o das sua
72. programar o Ardu no O2 diz que a ideia tentar por observa o do que o rob vai fazendo alterar a programa o que aqui est A2 come a por ver e depois vai alterando a programa o e observando O2 refere que este programa foi feito para o rob dan ar por isso anda para a frente e para tr s O2 explica o programa a A2 e onde s o as sa das no n 10 e no n 11 no Ardu no e assim v o discutindo pormenores Depois O2 diz para A2 trabalhar sozinho A2 fica calado por vezes faz observa es em voz alta e questiona o programa ligados a esta rea Aparecem na sala por gosto Fico na d vida quanto a A4 querer trabalhar s 175 Depois pergunta posso ir acompanhado ao Madrob E O2 responde n o precisas vais com o clube 16 50h A4 continua a montagem do material sempre na conversa com o amigo e muita galhofa Ningu m o controla n o preciso sabe bem o que fazer e tem orgulho no seu trabalho Precisamos de mudar de programa diz O2 para A2 depois de verificar que aquele n o est a resultar e que A2 n o est a perceber Quem fez esta programa o foi o Al volta O2 a dizer E chama a aten o que o que A2 tem de fazer ir analisando o que est programado e observando o que o rob vai fazendo Depois por tentativa e erro pretende 02 que A2 v percebendo como funciona o programa Os dois discutem o porqu daqueles movimentos e ao mesmo tempo A2 vai colocando
73. que achas que os alunos que ganham em participar em eventos como o Madrob e outros concurso a a n vel nacional 03 mostrar o que fizeram uma forma de mostrar o seu trabalho o contacto com os outros de outros lugares e com outros conhecimentos Crescem mais e ficam com mais conhecimento pois aprendem outras formas de resolver problemas 211 Anexo 7 An lise das entrevistas a orientadores do clube categorias Categorias Unidades de sentido Subcategorias um espa o mais livre 02 Espa o aqui t m mais poder de opini o e de decidir o que v o fazer 02 O clube qualquer mi do pode vir mesmo que tenha dificuldades 01 Interesses dos orientadores o clube come ou porque eu tinha gosto por este tipo de atividades que j fazia em casa 01 se n o fazes um trabalho com gosto n o h objetivos a alcan ar 01 eu envolvo me nessas atividades o que querem fazer 02 deveras gratificante 02 tens grandes expectativas e tens de ter capacidade para orient los tendo em conta as ferramentas que temos 03 interesses dos alunos est um bocado ligado motiva o 02 parte gosta muito de rob tica e inform tica 02 os mais pequenos s o mais ligados inform tica 02 gostam deste tipo de atividades 02 s o muito heterog neos 01 os alunos dos CEF est o mais por dentro das atividades de eletricidade e mec nica 01 Gosto
74. que s o constru dos pelo mundo simb lico que disp e da que a aquisi o e constru o de conhecimentos s o para Vygotsky o produto de v rias inter rela es que se estabelecem entre si ou seja o conhecimento tido n o como uma a o sobre um determinado sujeito mas como media o realizada por outros sujeitos Segundo Vygostky 2007a todo o homem nasce num determinado contexto sociocultural e hist rico e nele se desenvolve A cultura toma parte da vida de qualquer ser humano fornecendo um sistema simb lico da realidade que permite ao indiv duo constantes processos de recria o e reinterpreta es de conceitos de informa o e significados que lhe permitem interpretar a realidade Nesse mesmo palco cada um cresce em contacto com uma s rie de instrumentos f sicos e simb licos a partir dos quais por intera o ocorre o seu desenvolvimento A rela o entre o indiv duo e o meio n o uma rela o direta mas uma rela o mediada Dessa media o participam agentes externos como a comunica o que estabelece com os outros e os instrumentos utilizados no exterior sobre a natureza Os adultos t m um papel importante na media o no sentido que facilitam a constru o do conhecimento que n o aqui uma a o do sujeito sobre a realidade mas 32 uma media o feita por outros sujeitos A media o passa ent o a ser transformadora do funcionamento da mente e n o apenas um caminho de facilita o
75. rob s feitos com o Lego Mindstorm e a programa o feita em ardu no uma programa o em linguagem C baseada em linhas de c digo que uma vez introduzidas executam as fun es pretendidas O nosso estudo focalizou se sobretudo na aprendizagem com o Lego Mindstorm logo com a linguagem NXT G por isso n o desenvolveremos aqui a aprendizagem com a programa o em ardu no a n o ser em algumas alus es ao MadRob 7 1 3 Categoria Intera es sociais a interatividade importante n o porque permite a manipula o direta dos objetos reais mas porque adota a constru o de modelos ou artefatos nos quais uma id ia intrigante pensamento e a o pode ser levada adiante ou simulada para sempre num mundo de faz de conta Ackermann 1993 p 9 As intera es sociais entre os v rios participantes num determinado contexto v o influenciar cada elemento do grupo Os problemas que envolvem est o interligados aos objetivos e sub objetivos que v o emergindo nas suas resolu es Goetz e LeCompte 1988 salientam que um investigador participante examina a atividade dos indiv duos ouve as suas conversas e interatua com os demais para tornar se num aprendiz A partir desta intera o podemos caracterizar um grupo desde quem faz parte dele at as suas intera es rotinas recursos que empregam nas suas atividades como se comportam em grupo ou individualmente quem toma decis es que linguagem utilizada etc 7
76. rodas independentes isso tem de ser o prof O2 faz um esquema no quadro foto para discutirem o modelo vantagens e desvantagens Prof O2 qual era a solu o para o problema aqui Prof Ol que acontecia no modelo do ano passado relativamente s rodas Prof O2 vejam a nica hip tese quebrar a meio desenha um modelo no quadro isso vantajoso Ao n vel da pista n o tem muitas vantagens Prof Ol j que esta ideia surgiu vou sugerir que pensem no que foi feito o ano passado A5 Ah vamos perder muito tempo Prof O2 Em que tempo fizemos isso o ano passado D tempo muito tempo E se os rolamentos n o fossem pegados A4 Isso n o vai fazer o carro andar menos A5 deitamos leo Ahaha Anotam material Utilizam o esquemas para clarificar Discutem as vantagens desvantagens por compara o e 148 Prof 02 Estamos a ver as rodas de tr s temos uma guia e temos algo com uma dist ncia mais larga AS e se a guia tiver muito junta Parece um carocha n o um golf E volta a boa disposi o Prof O2 que nome dariam a isto AS o qu Minerva podemos inventar um nome Risada geral Prof O2 h uma for a aplicada for a de atrito explica o que a for a de atrito A5 mas tem rolamentos A4 mas isso igual mesmo com o rolamento Prof O2 se isto toca aqui h uma for a que impede o rolamento Se
77. sendo agora discutido e analisado com o professor Ol Ap s a discuss o come am a sua execu o utilizando moldes em cart o para elaborar um pr projecto Sempre a discutir medidas e tipo de material a utilizar professor e aluno v o executando e refazendo tarefas com vista a adiantar o projeto O trabalho respeitante ao ponto dois est ainda no seu in cio Os alunos entraram na sala com uma caixa met lica com uma s rie de material el trico rodas restos de material inform tico para reciclar discos r gidos para retirar os rolamentos Est o em fase de arranjar o material que ainda n o conseguiram Discutem como v o obter o material a partir de aparelhos que n o funcionam como serr lo para tirar o que est dentro e os cuidados que devem ter para n o danific lo Aproveitam tamb m os pins de um disco r gido estragado para liga es nos circuitos integrados Discutem o material que precisam O professor raramente interv m nas suas discuss es No entanto vai de longe supervisionando o que se vai passando O trabalho que aqui se faz n o tem nada a ver com o que se passa numa aula tradicional Cada qual discute o que acha necess rio dando a sua opini o E grande o entusiasmo E grande a motiva o Serei estranha at quando Trabalham como se fosse a continua o do ano anterior No fundo 142 Observa o n 2 20 10 10 Local Oficina de aprendizagem e ofic
78. sendo colocados por ordem sequencial de tarefas na rea de programa o como podemos verificar no exemplo que se segue PR Shooterbot Figura 5 rea de programa o do LEGO Mindstorms NXT G No entanto para programar em NXT G preciso saber as suas funcionalidades inserir mover e excluir blocos no programa ligar e configurar os blocos inseridos conhecer os tipos de dados que temos Inteiro Texto L gico e ter no o de l gica Para tal o programa apresenta uma s rie de fun es de f cil acesso que podemos ir explorando e testando A partir da cada um vai investigando aperfei oando cada tarefa e dando asas sua imagina o consoante o que pretende criar O primeiro passo de qualquer programa o criar aquilo que podemos chamar um pseudoc digo do que queremos que o robot fa a Tendo a no o que o rob s ir fazer o que realmente for dito para fazer temos de detalhar ao m ximo que pudermos cada passo criado dividindo em partes menores isto separando cada a o como individual O passo seguinte traduzir o pseudoc digo para a linguagem NXT G 56 Se por exemplo quisermos criar um simples programa para que o rob diga Ol o nosso pseudoc digo ser 1 Mostrar no ecr a frase Ol 2 Aguardar 5 segundos 3 Terminar a execu o Para realizar o referido pseudoc digo s o usados dois tipos de blocos para criar o Ol
79. tens a as medidas Pergunta o professor A4 tem o caderno com as medidas apontadas Tendo em conta as medidas diz o professor vamos desenhar Faz um desenho no quadro 7cm de largura e 10cm de altura para as medidas dos pain is solares E continua dizendo se sabemos que os melhores t m este tamanho vamos fazer uma estrutura que tenha este tamanho Vamos ver quantas c lulas vamos colocar A4 d me as medidas A4 refere as medidas C 65cm L 32cm H 18cm Tendo em conta as medidas passa se discuss o das hip teses de acordo com o trabalho realizado no ano letivo transato e os erros ocorridos O professor diz ent o em rela o s rodas lembram se que t nhamos erros Logo o melhor projetar Vamos projetar O importante para o carro a calha O carro tem de ter de altura do ch o 2 cm quanto tem de ter a roda Pensem onde come a o apoio na roda Continua a desenhar um esquema com uma roda e uma calha Depois refere no centro da roda Os alunos continuam atentos mesmo sem responder A4 levanta se e desenha dizendo supostamente como t nhamos o ano passado E faz o desenho 162 Discutem o que aconteceu os erros ocorridos e a promessa de melhorar O professor diz que devem deixar uma folga de 0 5cm A4 levanta se e discute as guias e as folgas Mas o professor diz isso outra coisa a guia 1 e 2 t m de ficar espa adas 3 cm sim mas n s estamos na altura da ro
80. tico mais dif cil Tem pe as esquisitas Comparam com o passo e seguem montando pe as com grande entusiasmo para acabar o modelo A2 contorna o modelo e monta pe as rapidamente A8 dispersa se facilmente tendo mesmo alguma dificuldade de concentra o quando n o a vez dele A2 at onde vamos hoje Estamos no passo 17 Pronto Diz Est parecido A8 mas sabes acho que fizemos errado Reveem o modelo com o professor O2 e voltam a fazer a constru o discutindo novamente Ah agora outro motor diz Al deixa este aqui de lado sozinhos Pouco aut nomo Al provoca E conseguem Detetam erros Desafios 155 Agora passo 19 A8 quero fazer at ao 30 A2 v vamos continuar 1 de 7 1 grande e Ipequeno e continuam a construir A8 est errado V compara E os 3 continuam A2 2 pequenos e um grande O trabalho prossegue contam analisam comparam e decidem em conjunto como fazer sem solicitar a ajuda do professor que trabalha noutro projeto ao fundo da sala n o deixando de observar o que se passa ali nem deixando de orientar quando solicitado relativamente s inclina es e interpreta es que o programa exige Ap s longas discuss es ficam no passo 22 mas j a pensar no ltimo tal o entusiasmo E resolvem os problemas Alguns passos precisam de orienta o e apoio Al interv m e n o facilita o trabalho a s s
81. todos volta do grupo dos mais pequenos a sugerir solu es para resolver os erros O2 qual o motor c A3 diz este Enquanto O2 e A3 procuram o erro A2 vai batendo com os suportes das bolas azuis e vermelha em cima da mesa Parece que n o est a perceber o que se passa Entretanto come am novamente a verificar os passos da programa o O2 porque est aqui um 3 A2 porque s acende uma luz A3 inicia novamente o processo de teste Os alunos mais velhos est o atentos aproximam se e verificam a programa o dando opini es O2 chama a aten o preciso fazer acertos na pr tica pois muitas vezes depois da programa o se o programa n o faz tudo bem temos de ajustar a luminosidade baixando e subindo por tentativa e erro A3 Podemos tentar isto a ver se ele aceita E continuam a testar agora a ver se o rob agarra em vez de uma bola um mp3 branco E na verdade ele agarra e diz red Todos riem A2 vai tentar engan lo Coloca uma bola azul em frente garra e tapa a luz mas o computador diz novamente red A3 volta a tentar tapando novamente o sensor de luz mas o resultado o mesmo Depois destas tentativas teste o professor O2 interv m e pergunta o passo a seguir fazer o qu Os aprendizes est o calados Ent o O2 volta a dizer voc s agora v o tentar alterar a programa o para que o rob selecione 1 bola e n o a outra E agora diz O2 est o por vossa conta A2 toma logo c
82. 011 O papel do orientador seja ele quem for monitor ou um dos alunos mais experientes aqui o de promover o trabalho aut nomo ouvindo o que discutem e s intervindo quando mesmo necess rio O3 destaca que eles t m desafios que lhe s o propostos e conseguem resolv los desenvolvem conceitos de outras disciplinas pois antecipam a resolu o de problemas e ao fazer isso despertam o interesse entrevista a 03 3 05 2011 Este tipo de tarefa vai proporcionar autonomia entusiasmo satisfa o pessoal e um crescimento positivo pois as ideias v o caminhando para projetos a partir de solu es conjuntas Outra situa o que aqui podemos analisar s o alguns excertos da sess o n mero catorze planifica o e constru o de um rob a partir de material reciclado O2 vamos ent o criar uma estrutura com dois motores A3 e vai ter rodas O2 sim pode ter A3 mas o motor aqui tem de ser mais forte O2 ser Qual suporta mais peso E os dois discutem o assunto A3 dev amos fazer uma base circular A2 at agora calado descreve a sua ideia no papel e explica o que pretende O2 A2 n o sei se percebi bem Temos que pensar bem o que tem de ficar assente nesta base A2 responde A placa de arduino O2 E o motor da base e mais Como funciona o ardu no Tem de haver espa o para as pilhas A liga o USB tem de ficar acess vel Prosseguindo refe
83. 1 3 1 Subcategoria Aluno aluno Os interesses de cada aprendiz e as v rias propostas surgidas em contexto s o novas vis es para partilhar e discutir Nesta coopera o fervilham atitudes e emo es 87 nascem novas ideias resolvem se problemas ultrapassam se obst culos e fazem se novos projetos tabela 3 Tabela 3 Subcategoria aluno aluno Subcategoria Indicadores Partilha de experi ncias Coopera o nas tarefas Aluno aluno Procedimentos Atitudes Emo es As crian as tornam se perspicazes enquanto criadoras ativas de suas pr prias ferramentas cognitivas abrangendo tanto as capacidades mentais como as interven es externas que prolongam aquelas capacidades mentais Ackermann 1993 p 1 7 1 3 2 Subcategoria aluno orientador Esta subcategoria expressa na tabela 4 revela as intera es onde o orientador o guia n o faz deixa fazer n o imp e discute com os demais as ideias surgidas no grupo n o limita promove avan os valoriza as diferen as e trabalha a partir delas Tabela 4 Subcategoria orientador aluno Subcategoria Indicadores Problematizar Promover discuss es Fazer feedback detetar erros Fazer e refazer tarefas Apoiar na tomada de decis es Ajudar na an lise de situa es Facilitar a ultrapassagem de obst culos Promover a autonomia autoconfian a gosto Fomentar a responsabiliza o Valorizar os interesses e ideias novas Refor
84. 11 5 2011 A2 faz muitas perguntas sobre os programas de computador que conhece e o que pode fazer com eles tira d vidas ou quer tirar d vidas ou ent o dizer que sabe como normalmente fazem os mi dos de dez e onze anos Observa o n 11de 26 01 2011 Outro aluno cujos interesses s o sobretudo ligados inform tica Al Est no clube desde o seu in cio e visto pelo grupo como um g nio da inform tica Tamb m bom em planifica o mas na constru o apresenta algumas dificuldades A3 chegou ao clube porque amigo de A2 e falaram no assunto Por curiosidade veio ver o que se passava ali No entanto o seu interesse prende se sobretudo com a planifica o e constru o Este fato tem a ver com a ajuda que d ao pai em muitos trabalhos de bricolagem que fazem juntos como pudemos constatar assim que eu fa o com o meu pai conseguimos colocar 2 eletrodom sticos a funcionar na mesma tomada A3 refere sempre as coisas que tem feito com o pai em casa e o que tem aprendido com esses trabalhos Revela se assim um mi do j conhecedor de alguns conceitos e desejoso de os p r em pr tica observa o n 14 de 16 3 2011 Outro aspeto aqui importante e que leva os alunos a procurar o clube s o as divulga es feitas pelo orientador O1 fundador do clube em 2005 Para divulgar o seu projeto efetua sess es ao longo do ano em determinadas aulas forma o c vica apresentando um r
85. 18 Dossier de participantes CARACTERISTICAS DO EVENTO 1 Proporcionar um tempo bem passado aos participanyes 2 Proporcionar troca de conhecimentos com os outros participantes 3 Aprender os conceitos b sicos de um rob m vel 4 Aprender a montar uma placa electr nica capaz de controlar um rob 5 Aprender a soldar os components eventualmente 6 Aprender os comandos b sicos de programa o de rob s e computadores 7 Construir a mec nica de uma plataforma m vel rob 8 Actua o de motores outros dispositivos para mover o rob 9 Interac o do rob com o meio envolvente com base em sensores simples 10 Conhecer as competi es rob ticas nacionais internacionais regras v deos de demonstra o como participar 219 Dossier de participantes ie ATELIERS E DEMONSTRA ES ee Nm Os alunos participantes podem desfrutar de ateliers e demonstra es promovidos pelas escolas envolvidas Universidades empresas ou outros onde podem ter contacto com as possibilidades e os desenvolvimentos recentes e perspectivados da rob tica O evento representa assim uma excelente oportunidade para uma visita de estudo de relevante valor educativo COMPETI ES 741 a a Os participantes neste evento ir o ap s finaliza o dos rob s participar em tr s competi es Constru o Criatividade Consiste na avalia o dos rob s com mais qualidade e criatividade na sua cons
86. 21 04 2011 135 Anexos em formato digital 136 Anexo 1 Pedido de autoriza o escola onde se realizou o estudo da Direc o Executiva Y S Exmo Senhor Presidente Ny fl i da Escola B sica e Secund ria de Santa Cruz U y a WA N Y N x Margarida do Ros rio Gon alves Baptista docente do grupo 520 desta Escola vem por este meio solicitar autoriza o para efectuar um trabalho de investiga o no clube de rob tica desta escola no mbito da sua disserta o de mestrado O clube de rob tica da escola de Santa Cruz um estudo de caso O trabalho consiste em assistir s sess es do clube para estudar por observa o participante as experi ncias de aprendizagem que o mesmo pode proporcionar aos alunos na constru o de um robot Mais informa que j contactou os monitores do clube n o havendo da parte dos mesmos oposi o ao referido trabalho Agradecendo desde j a V aten o aguardo deferimento Santa Cruz 12 de Outubro de 2010 A docente t 51 3 Koya fosuwv Ganu 4 M lrini v 137 Anexo 2 Autoriza o dos encarregados de educa o para recolha e utiliza o de informa o Exmo Encarregado de Educa o Do aluno Da Margarida do Ros rio Gon alves Baptista docente do grupo 520 desta Escola vem por este meio solicitar autoriza o aos Encarregados de Educa o dos alunos pertencentes ao Clube de Rob tica desta Escola para efectuar entre
87. 3 2 Subcategoria aluno orientador erre 88 7 2 An lise de conte do das entrevistas informais 89 Cap tulo 8 Triangula o e discuss o dos resultados s 91 viii 8 1 Cruzamento de dados e A EE EEE 91 8 1 1 Que din micas se processam num clube desta natureza 91 8 1 1 1 Quem s o os atores Quais os seus interesses cccististerteess 91 8 1 1 2 Que constroem Como constroem o seu conhecimento 96 ONCIUS ES iso a a E E AN ETR 122 Referencias DiIbHOgT fiCaS isorssirersgunse sinas e S E EEES 127 IED O E A EE EE E E E ENET 136 IX Indice de anexos Anexo 1 Pedido de autoriza o escola onde se realizou o estudo 137 Anexo 2 Autoriza o dos encarregados de educa o para recolha e utiliza o de informa o is eitinn Ren bia E a gas Ton anata dan Susa Na aaa e datas dps EE SERRA cerne ana a E aaa 138 Anexo 3 Objetivos e conte dos do clube de rob tica s 139 Anexo 4 Observa es de Campo a ssa icasisa asisisariatadtasaieaasiaoga qdo Reese aaa dastr avisada 141 Anexo 5 Entrevistas conversas informais a orientadores sesesesessseesssresseesseesee 195 Anexo 6 An lise de entrevistas a orientadores eeeereeceeeas 200 Anexo 7 An lise das entrevistas a orientadores do clube categorias 212 Anexo 8
88. 8 4 05 2011 Local oficina Hora 16 15h at 17 30h Atividade Continua o da constru o do bra o rob tico com material reciclado Atores A1 A2 A3 Ole 02 Observa es Hoje A2 e A3 inventaram um nome para o seu bra o rob tico Armando o nome escolhido porque vem de arm bra o l diziam eles todos divertidos Come am por limar as arestas dos tubos A2 n o muito adepto de trabalhos mec nicos J tem confessado isso Gosta mais de inform tica e programa o Fica calado se algu m lhe pede para fazer outro tipo de trabalho Ent o nestes momentos fica a ver trabalhar ou procura algu m na sala para falar sobre programas novos e materiais ligados inform tica Hoje A3 falou comigo sobre o que tem feito em casa com o pai ou seja trabalhos mec nicos que s o precisos fazer para consertar coisas ou ent o algumas inven es que gostam de fazer os dois Limam vez mas realmente A2 sente se um pouco obrigado a faz lo pois n o demonstra muito jeito Limar realmente um trabalho A2 n o gosta de trabalhos mec nicos A3 gosta de trabalho mec nico e de inventar coisas 192 ma ador e desinteressante para que gosta de criar coisas no entanto necess rio Enquanto limavam falavam ao mesmo tempo com todos os que estavam na sala J est o perfeitamente integrados neste ambiente Claro que o facto de o grupo ser pequeno facilita este vontade At eu
89. Conversas informais com alunos ii ieerereerercerees 215 Anexo 9 An lise de entrevistas conversas informais a alunos c 216 Areo O Mad R O D se AA E A aa 217 Anexo ll MEIO RAND OS a e ea E A a E ENE N EEE 228 Anexo 12 Registos em v deo e fotografia filme ssssssssssssssessserssserssseesseesseessee 230 ndice de figuras Figura 1 Lego da Mindstorms NXT asas atuo iasgpiaam brisa tosa sabeis utlaa dass stagaLdbasinia se psadengueaa 52 Figura 2 Kit LEGO Mindstorms NXT 2 Q oeeessseessessessesssssessseesssessessserssssessseesseese 53 Figura 3 NXT motores e Sensores ssssesssesssseeesseesseessersseresseeesseessressesseesssessseessrest 54 Fig ra4 Interface do NXT ss nossas iesi a aati USOS DA ab aa 55 Figura 5 rea de programa o do LEGO Mindstorms NXT G s 56 Fig r 6 OMRCINA ieena a a E aR a a eaa Tit 6l Figura 7 Planifica o de A2 eeseeesesseseeseessrsreeseesrrserssreseserssressesntestensesseesreeseeseseresee 100 Fig r 8 Planifica o de AS sirisser eestas rti raas 100 Figura 9 Montagem do bra o rob tico da Lego ssessessssseesssrssessserssserssseesseesseessee 108 Figura 10 Programa o e teste do programa no bra o rob tico 113 Figura 11 Algumas imagens dos trabalhos realizados no MadRob 118 Fig ra 12 Cartaz do MadRObO su qria E E A EE 217 Figura 13 Braco rob tico Legg
90. Cristina Vasconcelos agrade o a disponibilidade demonstrada A todos os colegas que nas suas considera es enriqueceram e contribu ram para a reflex o sobre o caminho percorrido Ao Departamento de Ci ncias de Educa o da Universidade da Madeira que ofereceu as condi es para desenvolver o projeto Universidade da Madeira pelo acolhimento escola b sica e secund ria de Santa Cruz pela oportunidade concedida A todos os que cooperaram nesta constru o pois sem eles este trabalho n o teria sido poss vel ii Resumo A pesquisa que na presente investiga o nos propusemos desenvolver foi indagar de que modo um clube de rob tica poderia proporcionar experi ncias inovadoras na aprendizagem dos seus participantes Um ambiente desta natureza onde os alunos planificam constroem e programam rob s envolve din micas interativas capazes de proporcionar aos aprendizes experi ncias de aprendizagem assentes em teorias como o construtivismo e o construcionismo tendo por isso repercuss es na forma como o conhecimento adquirido Para averiguar a forma como cada participante se envolvia utilizava o seu conhecimento e o partilhava no grupo para a consecu o de um produto final efetuou se um estudo de caso de natureza qualitativa com abordagem etnogr fica numa escola b sica e secund ria do conselho de Santa Cruz As t cnicas de pesquisa utilizadas foram a observa o participante entrevistas e an lise
91. Dispon vel em www micromundos com library index html recuperado a 4 07 2011 MARQUES R 2007 A Pedagogia construtivista de Lev Vygotsky 1896 1934 Dispon vel em 133 http www eses pt usr ramiro docs etica pedagogia A 20Pedagogia 20con strutivista o20de 20Lev 20V ygotsky pdf recuperado a 17 03 2010 PAPERT S 1995 Why School Reform Is Impossible in The Journal of the Learning Sciences 6 4 pp 417 427 Dispon vel em www papert org articles school reform html recuperado a 8 10 2010 PAZOS F 2002 Automata o de sistemas e rob tica Dispon vel em www prgdp ufla br site wp content uploads 2012 01 Temas recuperado a 23 4 2012 PRENSKY M 2001 Digital natives and digital emigrants Dispon vel em http www marcprensky com writing prensky 2520 2520digital 2520nati ves 2520digital 2520 recuperado a 26 03 2011 RIBEIRO C R 2006 Rob carochinha um estudo qualitativo sobre a rob tica educativa disserta o de mestrado Dispon vel em repositorium sdum uminho pt bitstream teseRoboticaCeliaribeiroFinal pdf recuperado a 28 07 2011 RUSSELL S amp Norvig P 2004 Intelig ncia Artificial Rio de Janeiro Elsevier Dispon vel em www sirc unifra br artigos2008 43333_1 pdf recuperado a 14 7 2011 SILVA M 2007 Ensinar pela Metodologia de Projecto de Pesquisa Dispon vel em http www Webartigos com articles 91 1 1 Ensinar Pela Metodologia De Projetos De Pesqu
92. E exclama Ah Ele trabalha E riem se O2 como descobriste Qual o positivo e qual o negativo deste motor A5 indica no material os polos de uma forma correta No entanto por vezes d ideia que n o sabe bem o que fazer ou tem dificuldades de compreens o Ser O2 diz para e pensa l no que fizeste E espera um tempo A5 n o diz nada O2 continua tocaste com os dois no mesmo s tio O que faz isso A5 curto circuito E exclama Ah Vou estoirar o motor O2 acalma o dizendo que a fonte tem prote o nestes casos Continuam assim os testes e registam na tabela constru da por A5 as respetivas tens es e corrente discutindo tamb m as vantagens e desvantagens de cada um para o trabalho que pretendem fazer Ap s os testes e por j n o haver mais nada a fazer tive oportunidade de conversar um pouco com A2 Nesta altura j sou aceite no clube sem problemas estabelecendo alguns contactos e participando deste ambiente e da boa disposi o que muitas vezes se cria Entrevista a A5 Inv Porque vieste para o clube A5 porque gosto disto E interessante construir coisas e retirar motores de material estragado Inv h quanto tempo est s c A5 estou desde 2006 o ano que fomos a Guimar es Nessa altura reconstru mos um rob que o prof O1 tinha O nosso trabalho foi s programa o pusemos o rob a dan ar Depois fiquei mais interessado com tudo o que l vi Mas quando vim para c pens
93. E os dois discutem o assunto A3 dev amos fazer uma base circular A2 at agora calado descreve a sua ideia no papel e explica o que pretende O2 A2 n o sei se percebi bem Temos de pensar bem o que tem de ficar assente nesta base Calado A2 A2 responde a placa de arduino projeta a sua O2 e o motor da base e mais Como funciona o ardu no Tem de ideia haver espa o para as pilhas A liga o USB tem de ficar acess vel Prosseguindo refere como um rob pequeno que dimens es acham que deve ter Discutem entre todos como deve ser o rob que tamanho deve ter A3 est hoje muito participativo e entusiasmado O2 tem dificuldade em controlar as suas interven es tal o entusiasmo 02 problematiza O2 que tipo de material vamos utilizar A2 madeira pl stico A3 interv m eu podia fazer um molde em madeira A3 est Discutem o que seria mais f cil e o espa o necess rio para poder expectante 181 funcionar com todos os componentes necess rios A2 exemplifica com rob s que j viu O2 diz ok ent o a estrutura est decidida Vamos s medidas Onde est a placa de ardu no E vai buscar uma placa de ardu no para procederem medi o dos componentes A3 volta a perguntar porque que n o pode ser maior Assim do tamanho de uma folha A4 O2 volta a explicar lhe que como est o a come ar devem fazer uma coisa simples e n o muito grande Depois podem criar os seus
94. O Clube de Rob tica da Escola de Santa Cruz Um estudo de caso DISSERTA O DE MESTRADO Margarida do Ros rio Gon alves Baptista MESTRADO EM CI NCIAS DA EDUCA O INOVA AO PEDAG GICA ati UNIVERSIDADE da MADEIRA www uma pt setembro S BaP Aa TR O Clube de Rob tica da Escola de Santa Cruz Um estudo de caso DISSERTA O DE MESTRADO Margarida do Ros rio Gon alves Baptista MESTRADO EM CI NCIAS DA EDUCA O INOVA O PEDAG GICA UNIVERSIDADE DA MADEIRA SECTO 4 LE DOCUMENTA O ENA td tas E PACINO ORIENTA O Carlos Nogueira Fino Dedicat ria A todos aqueles que t m a aud cia de p r em pr tica os seus sonhos sem se deixar algemar por padr es estabelecidos Agradecimentos Para a realiza o deste trabalho de investiga o agrade o em especial a algumas pessoas pelo apoio acompanhamento e dedica o ao longo do mesmo Agrade o ao Exmo Professor Doutor Carlos Nogueira Fino orientador cient fico desta investiga o todo o apoio esclarecimentos e orienta es prestados para a elabora o do trabalho Aos orientadores do clube de rob tica Eduardo Ribeiro Nuno Chelas e Filipe Gouveia da escola b sica e secund ria de Santa de Cruz pela sua sempre disponibilidade amabilidade e esclarecimentos Aos alunos do clube de rob tica pela sua colabora o e partilha s professoras Lu sa Senra lia Freitas Cec lia Lu sa Andrade e Mestre Ana
95. O3 ressalva que mostrar o que fizeram uma forma de mostrar o seu trabalho No contacto com os outros de outros lugares e com outros conhecimentos crescem mais e ficam com mais conhecimento pois aprendem outras formas de resolver problemas Entrevista a O3 de 3 05 2011 Durante a nossa observa o tamb m pudemos constatar que neste tipo de evento 119 os participantes v m o resultado do seu trabalho ser apreciado e valorizado pelos demais podendo dizer se mesmo avaliado pelos pr prios e pelos outros presentes no evento Este um momento muito importante n o pelo pr mio em si mas pelo ganho em partilha de conhecimentos que cada um trouxe e levou a este contexto Anexo 10 observa o de 28 05 2011 Na opini o de O2 participar em concursos deste g nero importante porque aquilo que deveria ser um concurso e competi o acaba por ser uma partilha e troca de experi ncias todos contribuem para resolver os problemas uns dos outros entre equipas durante a montagem dos projetos A competi o no fundo o objetivo mas acaba por ser a interatividade o mais importante a troca de experi ncias entre escolas entre as v rias idades e culturas diferentes uma coisa que n o acontece muito mas vai acontecendo Entrevista a O2 31 01 2011 A experi ncia pela qual os alunos passam numa ocorr ncia desta natureza realmente uma experi ncia gratificante n o s pelo fac
96. Ol vai fazer na pr xima semana na escola prim ria do Faial Ol tem vindo a promover o interesse dos mi dos com atividades deste g nero nas escolas prim rias Normalmente usa o Lego da Mindstorm construindo um simples rob e com uma programa o tamb m simples chega a uma data de mi dos que diz talvez um dia possam despertar o seu interesse por estas atividades como aconteceu a A2 quando o pai o levou ao Madrob A2 j assume no grupo dos mais novos a lideran a Segue os passos com aten o e vai pedindo as pe as a A3 e a A9 que as encaixam com alguma dificuldade De salientar que A3 entrou no clube quando o ltimo modelo da Lego j ia em fase adiantada assistindo s a partir da fase de programa o A9 apesar de estar aqui desde o in cio n o tem aparecido logo tamb m como se estivesse a come ar pela primeira vez Al o melhor aluno em programa o avan ada Ardu no Supervisiona A4 gosta de trabalhar s Aplicam os conhecimento sobre a montagem que aprenderam em sess es anteriores Ol promove o gosto pela rob tica nos mais pequenos A2 sente se l der assumindo o comando quando est o sozinhos a trabalhar 174 Observa o n 11 26 01 011 Local oficina Hora 16 30h at 17 30h Observa es Atividades Programa o numa placa de Ardu no e constru o de um carro a todo o terreno Atores A2 A4 02 16 30h Hoje tinha ficado combin
97. Rob tica Lego MindStorm Projecto desenvolvimento e constru o de um Rob idealizado e construido pelos alunos 140 Anexo 4 Observa es de campo Observa o n 1 18 10 10 Local oficina Hora 11 50h at 13 20h Atividades 1 execu o de um pr projecto para um robot para apanhar lixo na escola 2 prepara o de material para execu o de um carro solar Autores 3 alunos com idades entre 15 e 17 anos e um professor Observa es Estou na sala pela primeira vez um pouco sem saber por onde come ar Olho em volta e tudo ali me parece estranho Muito material acumulado nas bancadas material pr prio dos cursos profissionais e que neste clube talvez v servir de apoio A Oficina a sala num v o de escada onde funcionam os cursos pr profissionais de eletricidade E um espa o onde s cabem 12 cadeiras com mesa incorporada alinhadas 3 a 3 Quando funciona o clube 2 vezes por semana a sala muda de forma para dar lugar a um espa o de acordo com o que preciso Trabalha se vontade e sem a tradicional rigidez de um espa o organizado Orientadores e alunos mant m conversas informais acerca dos projetos Discutem e refazem propostas com os orientadores A porta est sempre aberta e muitos s o os curiosos que aparecem a querer saber o que se faz e o que se passa Vou come ar o registo de observa o do meu trabalho de pesquisa Nesta sala embora disposta como nas tradiciona
98. a az fama constante de atividades que decorrem ao mesmo tempo sendo por isso necess rio mais do que um professor orientador As atividades aqui desenvolvidas qualquer que fosse o objetivo come avam sempre por uma planifica o conjunta seguida de teste de materiais para constru o constru o propriamente dita e programa o do rob 62 Cap tulo 5 Op o metodol gica A investiga o que se apresenta resultou de um estudo de caso de natureza qualitativa com abordagem etnogr fica tendo como base a observa o participante Esta abordagem metodol gica permitiu nos analisar um ambiente de aprendizagem particular situado num determinado contexto num determinado tempo e refletir o modo como os participantes constroem o seu conhecimento relativamente aos seus interesses pr ticas e intera es ali desenvolvidas 5 1 Fundamenta o metodol gica para um estudo de natureza qualitativa O investigador que utiliza um m todo de natureza qualitativa est preocupado com a compreens o ampla e absoluta do fen meno em estudo Fortin 2009 Consequentemente os investigadores que fazem uso deste tipo de abordagem est o tamb m interessados no modo como diferentes pessoas d o sentido s suas vidas ou seja preocupam se com as perspetivas dos participantes Bogdan amp Biklen 1994 p 50 Em suma a investiga o qualitativa trata de identificar a natureza profunda das realidades do sistema de rela es e da sua es
99. a for a tiver baixo atrito rola melhor Como v m temos v rios problemas temos de trabalhar com precis o cumprir medidas etc A como tal sugiro o alum nio e rolamentos A4 como se usa nas bicicletas Prof O2 j viste alguma A4 j vi muitas ainda hoje comprei uma mas n o vamos por rodas fininhas acho que fica melhor A4 tem muitos conhecimentos de mec nica e muito material acumulado numa caixa que vai comprando a seu gosto Partilha com todos o seu material mas tem a caixa sempre fechada chave A5 Sim porque a criatividade conta Ol e j temos o handicap de sermos da escola de Santa Cruz Prof O2 mas isso n o conta o que interessa gostarmos de construir A5 tem de ter um motor em cada roda eu vi o ano passado Prof O2 como com os pain is n o temos dinheiro na escola Prof O1 pode ser que eu consiga uma verba Prof O2 este ano vai haver kit ou n o Recorrer ao erro cometido importante para melhorar A an lise do esquema leva dete o de problemas 149 O1 n o sei deixa vir o novo regulamento O kit um entrave Inv nunca pediram patroc nios Ol sim discute se quantas equipas v o ser inscritas e o problema do dinheiro para a participa o Nota se um certo desalento mas continua se a trabalhar Prof O2 como v o ser montadas as rodas A4 tem de ter movimentos e tem de ter rodas A4 mostra um
100. a compreender o mundo de hoje Lisboa Instituto Piaget TUCKMAN B W 2002 Manual de Investiga o em Educa o 4 ed Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian VALENTE J A amp Valente A B 1988 Logo Conceitos Aplica es e Projectos S o Paulo Editora McGrow Hill VALENTE J A 1991 Liberando a mente computadores na educa o especial Campinas SP Graf Central da UNICAMP VYGOSTKY L S 2007a A Forma o Social da Mente 2 ed S o Paulo Martins Fonseca 131 VYGOSTKY L S 2007b Pensamento e Linguagem Lisboa CLIMEPSI EDITORES WHITAKER P 1999 Gerir a Mudan a nas Escolas Porto Edi es Asa WOODS P 1993 La escuela por dentro la etnografia en la investigacion educativa 3a ed Barcelona Centro de Publicacionesdel M E C y Ediciones Paod s Ib rica S A WOODS P 1999 Investigar a Arte de Ensinar Porto Porto Editora XYPAS C 1997 Piaget e a Educa o Lisboa Instituto Piaget YIN R K 2005 Estudo de Caso Planejamento e M todos 3 ed Porto Alegre Bookman Webgrafia Aprender com o robot Mindstorms NXT Mar o 2009 Dispon vel em http www imagina pt produtos software imagina cria e constroi recuperado a 26 07 2011 ACKERMANN E 1993 Ferramentas para um aprendizado construtivo repensando a intera o dispon vel em www media mit edu edith publications recuperado a 23 de Julho de 2011 ANDR M 1997 Te
101. a construir O professor diz para escolherem o bra o que lhes interesse copiar o programa e passar execu o No meio de uma discuss o acesa decidem qual o bra o que querem executar Um aluno A2 faz a seguinte observa o fazemos a base e depois editamos o nosso como entendermos 143 Este n o diz outro aluno A8 f cil demais vamos escolher um mais dif cil Aproveito para perguntar ao aluno A2 como j sabe tanto daquilo e ele responde que j fez pesquisa na net Ap s a sele o do bra o procedem c pia na pen para levar para a oficina onde trabalham no clube Enquanto esperam pela c pia discutem programas de inform tica tipos de pens e pre os desse tipo de materiais Quando voltamos oficina j l se encontra o Al 16 anos n o perde tempo e enquanto o professor abre o programa com a sequ ncia para os mais pequenos aprenderem como se executa vai abrindo a caixa com as pe as do Lego da Mindstorms NXT propriedade de um professor e o nico com que se trabalha no clube Rapidamente se procede desmontagem da oficina retiram se as cadeiras para os lados e monta se a mesa pequena no centro da sala Al procede distribui o das caixas onde se colocam por ordem as pequenas pe as do Lego explicando as regras que s o bem aceites pelos mais pequenos Estas regras dizem respeito ordem e utiliza o das pe as mais pequenas e dos cuidados que todos devem te
102. a delicia de grandes e pequenos quando olham para um rob em atividade Passam depois an lise do programa e teste do movimento executado pelas rodas E assim v o verificando o funcionamento do programa pela execu o dos movimentos 16 45h Depois de testarem o programa e verificarem que est a funcionar decidem junto com professor Ol que devem planificar um novo rob Ol chama a aten o de Al para que deixe os mais pequenos planificarem e s lhes tirar as d vidas N o para ele desenhar diz Ol Lembra lhe como faziam quando Al come ou E diz a A2 que os mais pequenos t m de passar por todas as fases para poderem aprender tudo Ent o cada um dos mais pequenos pega num papel e num l pis e come a a projetar as suas ideias medida que isto vai acontecendo com a ajuda de Pedro v o discutindo o que querem que o rob fa a e que pe as deve ter para poder executar aqueles movimentos Al exemplifica os movimentos junto com eles movimentando as m os como se fossem as pe as de metal e assim discutem em conjunto o que ser melhor O que que a m o em geral faz Pergunta Al A m o roda diz A3 mexe muda o ngulo ent o vamos comparar diz Al E agora que tamanho queremos o que que a m o vai fazer o que queremos que fa a O que que o rob vai fazer vai agarrar coisas diz A3 Que tipo de coisas olha dias diz A3 caiu me o telem vel numa fal sia se tivesse um rob com um man podi
103. a dificuldade de sistematiza o incide precisamente no facto de estarmos a lidar com e sobre pessoas como seres nicos singulares e com viv ncias insubstitu veis p 241 Esta investiga o pelo facto de se tratar de um estudo de caso nico leva a que segundo alguns autores tenha pouca representatividade pois o grupo estudado foi pouco expressivo relativamente a outro mesmo que tenha a mesma designa o De acordo com Yin 2005 para alguns estudos de caso como o nosso a generaliza o n o faz sentido no entanto existem outros onde poss vel de alguma forma generalizar Coutinho 20084 tamb m ressalta o fato de num estudo qualitativo ser imposs vel a replicabilidade precisamente pela flexibilidade existente entre o m todo utilizado de constante intera o entre o investigador e os sujeitos da pesquisa levar a que os resultados nunca mais se repitam noutra pesquisa qualquer A fiabilidade dos dados numa pesquisa deste g nero passa tamb m por perguntar se outras pessoas fizessem aquele estudo que resultados e conclus es obteriam 79 Cap tulo 7 An lise e interpreta o dos dados Quando o investigador acaba o trabalho de campo segue se uma fase de organiza o e tratamento de dados esta tarefa exigente e complexa para quem faz um trabalho desta natureza pela primeira vez A tarefa anal tica ou seja a tarefa de interpretar e tornar compreens veis os materiais recolhidos parece monumental quando algu
104. a e deste modo o termo interatividade por si s n o garantia de aprendizagem construtiva Pelo contr rio o tipo de controlo tanto quanto a natureza das respostas fornecidas que contribuem para uma experi ncia de aprendizado mais rica ou menos envolvente Em trabalho pr tico os pontos de vista dos intervenientes do grupo variam constantemente Ackermann 1993 salienta que E atrav s do contraste de nossa pr pria perspetiva com a dos outros colocando nos a si pr prios nos sapatos dos outros que enriquecemos nosso entendimento sobre o mundo e sobre n s mesmos Brincando de se eu fosse o outro ou trocando de pap is realmente essencial ao aprendizado p 3 Esta autora refere ainda que hoje temos uma quest o um tanto ou quanto dif cil tanto para pedagogos como para investigadores sendo eles construtivistas ou n o a qual determinar quanto dizer e quanto deixar impl cito se voc quiser que um aprendiz se conscientize sozinho de uma situa o p 3 Quanto que um orientador deve colocar no processo ou deixar de lado para ser descoberto pelo aprendiz Esta quest o torna se importante quando trabalhamos com grupos e somos orientadores Intuitivamente n s todos sabemos que se um instrutor um sistema ou um narrador de um determinado assunto nos conta muito a respeito dele n s eventualmente perderemos o interesse por ele p 5 Por outro lado se um orientador n o revelar o suficiente ou f
105. a pesquisa Demo 1997 como princ pio educativo como um modo de educar traz nos a capacidade de questionar a pr pria educa o atrav s da consci ncia cr tica e da capacidade de fazer novas propostas Problematizar Silva 2007 est associado constru o de hip teses novas capazes de substitu rem conhecimentos e pr ticas questionadas A escola que s repassa conhecimento ou a escola que somente se define socializadora do conhecimento n o sai do ponto de partida e na pr tica atrapalha o aluno porque o deixa como objecto de ensino e instru o Demo 2000 p 7 Para Carvalho 2001 a metodologia de projeto caracteriza se por atribuir um papel nuclear articula o entre projetos e problemas enquanto inst ncia reguladora e concomitantemente como inst ncia indutora e propulsionadora do ato de aprender Trabalhar em projetos Papert 2008 leva as crian as a assumirem responsabilidades de algo que est o a fazer desencadeando mecanismos por si pr prias para resolver os problemas que v o surgindo Acentua assim que deveriam ser oferecidas oportunidades aos estudantes de se libertarem da sua pr pria estrutura para se envolverem em atividades mais auto direcionadas podendo isso ocorrer quando utilizam com frequ ncia a experi ncia adquirida nos projetos para se envolverem nas atividades Estas oportunidades levariam a que desenvolvessem o sentimento de trabalhar a s rio e pudessem colocar em pr tica os seus interess
106. a responsabilidade da tarefa e ganhe autonomia para resolver os problemas que v o surgindo No entanto o orientador nunca perde de vista o trabalho dos aprendizes em execu o intervindo sempre que necess rio O professor atento ao trabalho interv m dizendo De certeza que a pe a essa Lan ou uma d vida As pe as do Lego requerem muita aten o pois s o pe as muito parecidas at nos tamanhos A montagem vez Aten o diz um aluno Agora a minha vez O processo tem de ser vez Todos concentram a aten o no trabalho do outro e vamos ouvindo Ao contr rio N o est certo assim Observa o n 2 de 20 10 2010 A sequ ncia tem sessenta passos e os alunos mais pequenos come am logo por resolver dividir o trabalho Uma vez a cada ser a solu o pois s existe um Lego no grupo 107 A montagem das pe as exige rigor no trabalho Estas t m de estar nos devidos lugares na caixa do Lego caso contr rio a tarefa ser dificultada No entanto o entusiasmo a expectativa e as d vidas apoderam se de cada um dos principiantes com muita vontade de construir tudo de uma s vez para poder contemplar rapidamente o produto final Discute se como encaixar as pe as e compara se o produto da constru o com o modelo detetando por vezes erros que pelo di logo e experi ncia se v o corrigindo Observa o n 2 de 20 10 2010 Figura 9 Montagem do bra o rob ti
107. a retir lo facilmente A3 hoje est muito participativo Coloca hip teses d exemplos discute as suas propostas desenha e ouve o que os outros dizem Al fica calado e ouve funciona como um orientador Nas discuss es todos interv m sem se fazer salientar Todos tiram as d vidas e assim v o projetando no papel o que pode ser melhor segundo o que querem As ideias v o nascendo da discuss o e cada um projeta no seu papel o que acha melhor A2 pergunta Qual o melhor Mas ambos t m coisas diferentes e continuam no pr ximo dia pois j est na hora de sa da Testam o programa do rob de A2 Ol promove trabalho aut nomo E preciso passar por todas as fases trabalho sequencial A1 funciona como um orientador Discutem analisam e comparam Problematizam Colocam hip teses As nascem discuss es conjuntas ideias das 180 Observa o n 14 16 03 011 Hora 16h 15 17h 30 Observa es Local oficina Atividade Planifica o da constru o de um rob Atores A2 A3 02 Hoje tudo est numa grande confus o A oficina est a ser remodelada Trabalham A3 A2 e o professor O2 Planificam a constru o de um rob a partir de material reciclado E grande o entusiasmo 02 vamos ent o criar uma estrutura com dois motores A3 e vai ter rodas O2 sim pode ter A3 mas o motor aqui tem de ser mais forte O2 ser Qual suporta mais peso
108. a validade externa Um estudo ter validade interna quando o resultado apresentado estiver em fun o do programa ou abordagem a testar mais do que de outras causas n o relacionadas com esse estudo A validade interna afeta a nossa certeza certainty de que os resultados da investiga o podem ser aceites baseados no design de investiga o p 8 A validade interna envolve deste modo a constru o de todo o processo de investiga o constituindo assim um crit rio intr nseco da verdade cient fica Por outro lado de acordo com o mesmo autor a validade externa constitui um crit rio exterior e s ser obtida se os resultados forem aplic veis no e terreno a outros programas semelhantes Tuckman Op cit refere que a validade externa afeta a nossa capacidade para confiar nos resultados da investiga o com vista sua generaliza o generality tendo como base os processos utilizados p 9 A validade interna mais facilmente satisfeita quando a investiga o de car cter laboratorial pois aqui o investigador tem controlo sobre as vari veis irrelevantes podendo mesmo manipul las No entanto essa manipula o pode repercutir se na validade externa ou generaliza o das conclus es Como o sucesso no laborat rio n o pode ser comparado ao sucesso no terreno pois neste contexto entram vari veis reais as quais n o podem ser eliminadas no terreno os investigadores em educa o confrontam se muitas ve
109. abalhos passo a passo e na maior parte das vezes envoltos em boa disposi o A porta est sempre aberta e muitos s o os curiosos que aparecem a querer saber o que se faz o que se passa e qual o andamento dos projetos 61 4 6 O tipo de atividades desenvolvidas e os objetivos do Clube As atividades aqui desenvolvidas t m a ver com os objetivos gerais e espec ficos do clube manifestados no projeto De acordo com o projeto apresentado pelo clube os objetivos gerais s o os seguintes Promover as Tecnologias de Informa o e Comunica o como forma de valoriza o pessoal Desenvolver capacidades no mbito da Inform tica Mec nica F sica Matem tica e Eletr nica aplicadas rob tica Desenvolver o sentido cr tico a capacidade criativa e o sentido de responsabilidade Desenvolver a socializa o a organiza o e a capacidade de trabalho em grupo Fomentar o interc mbio de diferentes opini es na resolu o de problemas In plano de atividades do clube anexo 3 Embora os objetivos definam as linhas pelas quais o clube se rege as atividades do dia a dia orientadas pelos tr s professores s o tidas como informais no sentido n o de cumprir os objetivos a que o clube se prop s mas na forma como o trabalho desenvolvido na pr tica Pelo facto de existirem alunos de v rias idades trabalhando no mesmo espa o simultaneamente alguns mais aut nomos que outros o dia a dia do clube resulta num
110. ado n o haver clube Al ficou encarregue de transmitir a todos que Olo se tinha deslocado a It lia para participar num Projeto No entanto A2 muito curioso veio espreitar porta da oficina e A2 muito ali ficou est sozinho mas ao ver O2 pergunta lhe se pode tirar d vidas interessado em sobre programa o l se foi a minha entrevista com O2 pensei Claro rob tica que O2 n o lhe disse que n o ao ver tamanho interesse eu sei diz A2 Inform tica que hoje n o ia haver clube mas j que aqui estou Come am ent o a abrir o programa um programa simples para que A2 possa ir intuindo enquanto abre n o abre A2 come a a conversa olhando para o Ardu no que o professor tem na m o e diz eu tenho um Gosta de Ardu no desde que participei no Madrob mas agora existem outros discutir novos ardu nos materiais 16 40h A4 tamb m chegou afinal parece que desde que a porta esteja aberta este o lugar para trabalhar Abre a sua mala de metal para o carro a todo o terreno Gosta de trabalhar sozinho mas hoje trouxe um amigo Tira o material da mala e come a a observar e a montar cortando material do tamanho desejado Com orgulho vai mostrando ao amigo o que j fez e como vai fazer O amigo come a a dar ideias e a ajudar com o material Afinal tenho a sensa o que n o gosta de trabalhar sozinho ser 2 A2 continua com O2 a tentar perceber o que realmente isso de
111. ados Ibid Sendo o construcionismo uma reconstru o te rica do construtivismo piagetiano Papert 2008 assume que a crian a um ser que pensa podendo a partir da construir as suas pr prias estruturas cognitivas mesmo sem ser ensinada Para este autor o conhecimento constru do pelo aluno em intera o com o computador como mediador e n o com o professor O que importa algo que seja partilhado dando assim import ncia os construtivistas ao facto de que o professor deve compreender a natureza do processo de aprendizagem no qual os alunos est o empenhados 36 Defende que a aprendizagem deveria fazer se com base em jogos pois as crian as gostam deles salientando por exemplo que para aprender a tabuada os Jogadores tenham de dar resposta correta a pequenos problemas de multiplica o antes de continuarem em frente Embora se considere este tipo de aprendizagem instrucionista Papert 2008 acentua que a mesma feita num contexto l dico e por isso agrad vel para a crian a Os jogos s o importantes para as crian as pois quando os fazem sentem que est o a fazer algo importante e nesta oportunidade desenvolvem o seu pensamento sobre o facto de as pessoas serem diferentes umas das outras p 79 A abordagem construcionista diz que o jogo n o tem de estar feito mas deve ser feito pelas crian as Ao fazerem este tipo de atividade as crian as aprender o alguns pormenores t cnicos dando como exemplo a prog
112. ai orientando A8 A3 interv m mas pouco continua calado observador e muito atento Tentam agora todos juntos na espectativa de por os 2 leds a piscar Conseguem Ficam felizes A2 quantos leds podemos por a piscar O2 diz me tu E n o d a resposta Mas prop em um desfio Ent o agora v o montar outro led A2 pergunta mas como vou colocar E O2 levantando se diz para se desenrascarem e sai dali Ficam entusiasmados A2 toma o comando sente se o l der do grupo A8 descarna os fios ainda com alguma falta de jeito Fico ali a ver como montam tudo sozinhos A3 segura na placa do Ardu no e A2 enfia os fios De longe O2 diz n o liguem sem me chamar A2 o positivo mais pequeno N o para perguntar mas para rever em voz alta o que aprendeu e com ajuda dos colegas vai concluindo as liga es Preciso de fio agora 3 Como se v o n 3 aqui diz referindo se placa do Ardu no Espia a placa e procura o que ainda n o percebeu Depois afirma s faltam estes fios O2 deteta as dificuldade de A8 para descarnar os fios um processo que precisa de alguma per cia e aproveita para explicar a todos como se deve descarnar fios Todos querem experimentar O2 vira se para Ol que se encontra do outro lado da sala a trabalhar no rob lixo com Al e diz olha O1 j est o a ligar leds sozinhos Descarnam fios com muito entusiasmo e conseguem 3 leds a piscar Depois de tanto entusiasmo ainda discutem as vari veis e a p
113. aliem vamos comparar Ah diz tem de ser assim Al interv m admitam isto dif cil Mas os mais pequenos nada dizem n o se queixam e prosseguem o trabalho N o parecem desiludidos mas com vontade de ultrapassar tudo Import ncia da partilha de ideias O professor desafia Al desafia os obst culos A experi ncia importante para ultrapassar obst culos Feedback Motiva o Aten o eles devem fazer 154 para ver o trabalho final A2 tenho uma ideia Comparam o material e j est A2 refere perfeito A8 deixa me mostrar ao professor A8 precisa de aten o aprova o e motiva o para trabalhar Solicita muitas vezes o professor e tem dificuldades em prosseguir com autonomia A8 ah adivinhei Al ainda aqui O2 resolve o problema tu consegues Al est sempre a intervir como se sem ele os mais pequenos n o conseguissem Al fa am o amarelo e dividam a meio A8 organiza se junto ao tabuleiro e come a a contar os buracos nas pe as A8 esta Consegui Ah diz Al s o 2 de 7 mas podem ser de 6 A8 mas isto confunde um peda o Realmente algumas pe as do lego s o muito parecidas havendo diferen as m nimas que confundem quem n o est familiarizado com este material No grupo a discuss o vai diluindo estes aspetos e facilitando o trabalho de constru o At Al que j anda nisto uns anos diz voc s escolheram o bra o rob
114. alunos De vez em quando O1 tamb m solicitado para ir a escolas b sicas fazer demonstra es de rob tica o que faz com o maior prazer Diz ele que a partir do momento que um mi do se interessa por isto ele cresce e tem vontade de c aparecer A6 e A10 s o dois exemplos de interesse e curiosidade por saciar Falam sobre a demonstra o que vivenciaram na aula de divulga o demonstrando os movimentos do rob A6 diz que gostaria de construir qualquer coisa de concreto ou seja queria construir um helic ptero Com O2 come am a relembrar o programa da Lego que Ol demonstrou na sala de aula O2 pergunta se ainda se lembram como funciona o programa Eles abanam a cabe a afirmativamente Ent o O2 volta a perguntar com o rob usado para a demonstra o quais as partes que t m movimento e eles respondem prontamente que s o as rodas e as garras Observo a j destreza que manifestam os dois sobre o assunto Uma hora de demonstra o e j temos muito interesse alguns conceitos e muita vontade de experimentar e fazer O entusiasmo grande Ent o frente do programa come am a experimentar O2 incentiva os a programar para analisar o que s o capazes de fazer Ent o come am A6 vai fazendo e dizendo alto o modo de fazer primeiro colocamos um bloco depois vamos abaixo e se queremos andar para a frente selecionamos aqui referindo se s op es do programa para os motores Depois selecionam o tempo em segundos que o mot
115. alunos s o ainda pouco aut nomos recorrendo algumas vezes ao orientador que n o os ajuda mas utiliza o refor o obrigando desta forma a refletir e a fazer feedback como podemos constatar A8 esta professor Pede ajuda A8 O2 N o te vou responder compara Observa o n 4 de 27 10 2010 O objetivo da atitude do orientador promover a autonomia e a reflex o a partir dos erros que v o sendo detetados ao longo da montagem acreditando que s o capazes de vencer mais um obst culo O fazer e refazer tarefas e compartilh las com outros aqui considerado um esfor o de equipa na forma como pensam e resolvem os problemas A melhor aprendizagem ocorre quando o aprendiz assume o comando devendo as escolas ser locais para aprender mas onde coexista uma cultura de responsabilidade pessoal Papert 1980 A partir da aos alunos v o evoluindo e ganhando independ ncia no trabalho s recorrendo ao orientador quando mesmo necess rio ou seja quando n o conseguem progredir em grupo No entanto nesta fase sentem ainda necessidade de aprova o do orientador como podemos verificar na passagem que se segue Por tentativa e erro v o trabalhando sozinhos mas sentem necessidade de ver se est certo de aprova o Recorrem ao professor O2 Analisa Isso Anda c est certo Reavaliam os dois e exclamam Ah est certo A8 Olha Repara bem parece haver algumas d vidas O2 Reavaliem vamos comparar Ah
116. am a montagem A8 uma aqui outra ali Al vira o modelo ao contr rio outra vez e ficam ali a pensar A2 j est essa agora falta a outra A8 est apressado para acabar o modelo Este aluno tem revelado muita expectativa e ansiedade por acabar o modelo A8 quando vamos acabar A2 v Pr ximo A8 agora eu A2 n o percebo nada destas pe as Diz olhando para o pr ximo passo medida que v o montando o bra o rob tico a maneira de montar as pe as vai mudando sendo por vezes necess rio rodar o modelo noutros sentidos e distinguir bem as pe as pequenas e outras semelhantes Embora as pe as estejam separadas em compartimentos continua a existir alguma dificuldade em identific las pois algumas s o muito parecidas no entanto o trabalho em grupo ajuda na escolha e decis o Al 1 temos de arranjar todas as pe as A2l e A8 discutem os dois qual o tamanho das pe as a utilizar no passo seguinte A2 duas de 15 Uma pe a azul Deixa aqui as pe as Falta esta Discutem e comparam as pe as com o apresentado no passo do momento A8 esta professor Pede ajuda A8 O2 n o te vou responder compara A8 j est J tem destas A2 5 destas brancas Ao longo do percurso discutem como montar o dispositivo comparando Retificar enganos feedback Al muito importante no grupo Surgem dificuldades 02 manda comparar e refletir 153 e analisando o m
117. am os tr s A4 tb numa grande discuss o e no meio de risadas a resolver o assunto analisando e discutindo o esquema e as hip teses colocadas at A5 parecer mais vontade N o deixar o aluno fazer deveria O professor ajuda a clarificar Observa o n 4 27 10 2010 Local oficina Hora 16 15h at 17 30h Observa es Autores Grupo dos mais novos A2 e A8 02 e Al Atividade Montagem de um bra o rob tico da Lego Mindstorm NXT Hoje s vieram dois alunos A2 e A8 os outros t m trabalhos escolares Que e est o em v spera de fichas import ncia Come am o trabalho pela verifica o da montagem do dia anterior Ficaram no passo 9 O2 esta pe a Vamos analisar n o me parece Que esteja correto A8 vou p r no passo 60 quero ver O2 olha para o modelo montado e deteta erros O2 vamos l ver esta pe a parecida mas enganaram se Que vai acontecer Os dois alunos A2 e A8 come am a verificar a montagem do dia tem o clube para alguns Aprender detetando erros 152 anterior e retificam o engano procurando e substituindo a pe a O2 agora sim est correto Agora 3 pe as pequenas Como mostra o passo seguinte Al interv m n o s o essas s o as mais pequenas A8 sente muito apoio em Al de certa forma Al o aluno mais velho do clube representa a sabedoria para os mais pequenos que lhe prestam o m ximo de aten o Continu
118. an lise organizou se todo o material a partir do qual foram criadas as categorias e subcategorias que no nosso entender podem caracterizar de um modo geral a situa o investigada pois segundo Bardin 2009 e Guba e Lincoln 1981 o sistema de categorias deve refletir os prop sitos da investiga o Considerou se que para responder ao problema proposto poder amos optar por organizar os dados de acordo com as quest es que foram surgindo ao longo da investiga o Logo de acordo com as din micas ocorridas neste contexto organiz mos a informa o recolhida em tr s categorias e respetivas subcategorias conforme consta na tabela 1 que se segue 82 Tabela 1 Categorias Categorias Subcategorias Inform tica programa o Interesses Mec nica Rob tica Planifica o Atividades Constru o Programa o Alunos alunos Intera es Alunos orientadores 7 1 1 Categoria interesses Cada pessoa traz para o grupo a sua realidade individual que dinamizada no seu todo ou em parte pela situa o grupal Os interesses revelam aquilo a que cada um d mais import ncia aquilo de que gosta os conhecimentos pr vios que cada um possui revelando no fundo o seu conhecimento acumulado Quando os alunos se inscrevem no clube que uma rea n o curricular significa que t m determinados interesses poder amos mesmo falar em sonhos a realizar Os interesses dos alunos foram considerados um aspeto
119. ansformando as nossas vidas e o ambiente do qual fazemos parte evidente que nos facultam muitos conhecimentos novos e tamb m muito poder Desde a produ o de todo o tipo de m quinas s redes de computadores e ao transplante de rg os Sem d vida que alcan amos coisas que os nossos antepassados nunca sonharam No entanto imposs vel prever o futuro e a nica coisa que podemos dizer com confian a face s descobertas cient ficas e s inova es tecnol gicas que o futuro ser diferente do passado Para fazer frente a um mundo em r pida mudan a n o podemos ser cient fica e tecnologicamente analfabetos Deveremos ser capazes de ampliar a nossa literacia cient fica e tecnol gica discutir assuntos e avaliar poss veis riscos para o bem estar e qualidade de vida das popula es Que popula o tem atualmente as nossas escolas Esta deveria ser a quest o base para refletir a mudan a na forma como vemos e pensamos a escola Embora as aprendizagens informais ocorram a todo o momento fora da escola a sociedade atual ainda v no papel do professor aquele que ensina e o aluno aquele que precisa do professor para aprender A pr tica escolar que se observa atualmente n o mais do que a reprodu o de uma organiza o curricular formal limitada e fechada relativamente ao mundo em que vivemos A tradi o escolar e a tend ncia para o controlo da educa o na consecu o de objetivos administrativos e pol ticos tem
120. ar atitudes e emo es Orientador aluno A intera o orientador aluno baseia se sobretudo na facilita o de espa os e meios onde o aluno pode desenvolver as suas pr prias capacidades e na pr pria 88 orienta o das mesmas O orientador aqui aquele que ajuda na an lise de situa es promovendo discuss es ajudando na dete o de erros ajudando a fazer feedback orientando na tomada de decis es na ultrapassagem de obst culos na promo o da autonomia e de autoconfian a na responsabiliza o dos orientandos e na valoriza o dos seus interesses quando refor a as ideias novas atitudes e emo es no grupo de trabalho impelindo deste modo para o avan o de patamares 7 2 An lise de conte do das entrevistas informais A analise do conte do das entrevistas conversas informais foi tratada da mesma forma que o conte do das notas de campo Como a entrevista permite corre es esclarecimentos e adapta es Liidke amp Andr 1986 p 34 o objetivo deste tratamento consistiu em clarificar alguns aspetos que suscitaram interroga es surgidos durante as anota es de campo As entrevistas informais foram elaboradas de acordo com o tipo problemas que foram surgindo ao longo das v rias sess es pois muitas vezes n o tivemos oportunidade para esclarecer as d vidas devido falta de tempo Para a sua consecu o elabor mos algumas quest es relativamente abertas que serviram de
121. ar um clube desta natureza Isso tem a ver com aquilo que tu s com o teu percurso com a tua vida Motiva o O01 Com o meu gosto O clube come ou porque eu tinha gosto por este tipo de atividades que j fazia em casa se n o fazes um trabalho com gosto n o h objetivos a alcan ar n o h produ o de vida e temos uma produ o fraca Problemas detetados na aprendizagem 01 na altura dava aulas de inform tica tinha 1 turma bastante complicada havia alunos muito bons e menos bons mas aquilo era tudo virtual eles n o viam aplica o pr tica daquela teoria quando come ou foi para tentar que os alunos alcan assem determinados objetivos da te rica na pr tica A pr tica motiva 200 01 em Janeiro desse ano sugeri aos dois melhores alunos em programa o para juntamente comigo fazerem a programa o de um rob Os alunos concordaram e come aram a programar desenvolveram o programa em 2004 fomos a Coimbra em 2005 ao concurso Nacional de rob tica por convite do professor Fernando Ribeiro da Universidade do Minho vimos que havia aqui alunos interessados Apareceram bastantes interessados no ano seguinte criamos um clube de inform tica rob tica Havia um professor em inform tica eu dava a parte de rob tica Come amos a trabalhar com o meu robot da altura o robot que eu j tinha adquiri outro um mini robot e o lego da Mindstorm est o 2
122. ara uma educa o a n vel global Os sistemas vigentes tamb m n o servem s comunidades nem s pessoas para as quais foram projetados Deste modo consideramos urgente refletir sobre novos ambientes de aprendizagem onde as din micas possam ser partida diferentes das ocorridas nas tradicionais salas de aula no sentido de tentar inovar ou pelo menos perceber como converter este estado geral em que se encontra a escola atual O estudo que aqui nos reportamos teve como objetivos Investigar os interesses e as din micas envolvidas entre professores alunos e alunos alunos na consecu o de projetos no clube de rob tica Refletir sobre o modo como as intera es observadas podem proporcionar uma aprendizagem significativa Contribuir para a reflex o acerca de como um ambiente de aprendizagem desta natureza pode ou n o fomentar experi ncias significativas e inovadoras luz das teorias subjacentes Para a realiza o do estudo foi de extrema import ncia o m todo de trabalho na medida em que a partir dessa op o a investigadora pode compreender o contexto a partir do seu interior e perceber os interesses motiva es e emo es no envolvimento dos atores no dia a dia das suas atividades O caminho percorrido foi tamb m marcado pela nossa experi ncia docente na rea das ci ncias naturais e pela import ncia que atribu mos aprendizagem a partir da curiosidade dos interesses pessoais e da experi ncia acreditan
123. ares para incorporar no seu carro fotos De salientar que inicialmente Al n o pertence a este projeto No entanto como o seu projeto robot do lixo est em fase de execu o A7 um aluno do 1 ano do curso de eletricidade encontra se a executar a parte de mec nica parte que para Al de alguma dificuldade Coopera o de alunos de diferentes reas 173 Enquanto isso Al n o consegue ficar quieto e percorre os grupos no sentido de ajudar os colegas nas planifica es e programa es reas que t m muito vontade No quadro Al desenha o plano para os pain is solares e A5 sentado vai reproduzindo para o seu caderno medida que v o colocando hip teses e discutindo o projeto De vez em quando Ol interv m mais para detetar alguns erros ou simplesmente para ficar ao corrente da situa o Hoje A4 trabalha sozinho j est a montar o seu carro a todo o terreno fotos Discute com Ol a altura que devem ter as molas que funcionam como amortecedores Al muito independente e organizado no seu trabalho Tem muito orgulho no carro que projectou e no material reciclado que arranjou para mont lo No grupo dos iniciantes temos hoje 3 elementos a trabalhar A2 A3 e um mi do que j c n o vinha um tempo o A9 Este grupo est a montar um novo rob com o lego da Mindstorm Seguem os passos da revista da Lego e v o montando o modelo Este trabalho destina se a uma demonstra o que
124. arlosfino publicacoes a3 pdf recuperado a 16 02 2010 FINO C N 2010 Investiga o e inova o em educa o In Carlos Nogueira Fino amp Jesus Maria Sousa Org Pesquisar para mudar a educa o Funchal Universidade da Madeira Dispon vel em http www3 uma pt carlosfino publicacoes Investigacao e inovacao pdf recuperado a 20 03 2011 FINO C N s d A etnografia enquanto m todo Um modo de entender as culturas escolares loca Universidade da Madeira Dispon vel em http www3 uma pt carlosfino publica oes 20pdf recuperado em 16 5 2011 GARDNER 1993 Multiple Intelligence Dispon vel em http www instructionaldesign org theories multiple intelligences html recuperado a 16 05 2012 IMAGINA Software Educativo 2011 LEGO Dispon vel em www imagina pt recuperado a 12 01 2011 J NIOR et al 2010 Rob tica Educacional e a Produ o Cient fica na Base de Dados da Capes Dispon vel em http www revistareid net revista n4 REID4art2 pdf recuperado a 21 07 2011 LAPASSADE G 1992 La methode ethnographique observation participante et ethnographie de l cole Dispon vel em http www vadeker net corpus lapassade ethngrso htm recuperado a 10 01 2011 LEGO MINDSTORMS NXT Powered by NI LabVIEW National Instruments S d LEGO MINDSTORMS NXT 20 Dispon vel em http www ni com academic mindstorms recuperado a 16 04 2011 LCSI Biblioteca de Proyectos MicroMundos s d
125. as e comportamentos que constituem uma cultura Uma 13 vez analisados e avaliados s o importantes para comparar com outros dados recolhidos sendo por isso utilizados em triangula o de dados ou interpreta o Outro tipo de materiais que podemos analisar como fonte de dados a documenta o diversa que vai surgindo ao longo do trabalho de campo ou que a este fa a refer ncia Bell 2008 p 101 refere que a an lise documental nalguns casos servir para complementar a informa o obtida por outros m todos Para al m disso constitui segundo Liidke e Andr 1986 uma t cnica de abordagem de dados qualitativos os quais permitem descobrir aspetos de um problema ou de um tema Da an lise documental desta investiga o fizeram parte os planos realizados pelos alunos o plano de trabalho do clube o dossi de atividades do MadRob a p gina Web do clube e fotografias dos artefactos constru dos rob s 6 4 A introspe o A Introspe o no sentido restrito da palavra pressup e o conhecimento das emo es atrav s da observa o interna e reflex o por parte do pr prio sujeito O indiv duo ao mesmo tempo sujeito do conhecimento e objeto de estudo num processo de auto observa o Introspe o significa olhar para o interior do pr prio observar examinar o seu interior Como observador participante este processo exige reflex o sobre as atividades e o contexto de investiga o Eisenhart 1988
126. aterial selecionado A2 outro passo j sei Diz A2 expectante A1 d uma ajuda de 1 a 3 e depois para 4 um subpa o Sim mas temos de aprender diz A8 Al ajuda os mais pequenos que v o opinando a montar as pe as pois estas exigem alguns truques dizendo que preciso contar os buracos nas pe as para montar direito e deixa os a montar sozinhos A2 houve um erro aqui N s s tiramos um A8 este passo dif cil Al atento comparem olhem atentamente verifiquem as imagens no modelo qual a diferen a Ol no fundo da sala diz Al eles chegam l calma Al coloca a pe a em cima da mesa e diz faz tu Descobre Isso faz parte do trabalho A2 e A8 discutem sem refilar de que lados devem encaixar as pe as e aos poucos v o descobrindo sozinhos como se encaixam todas as pe as n o perdendo de vista o modelo apresentado no passo do ecr do computador A8 deixa me fazer Al na paralela A8 larga deixa me fazer Ah E grande o entusiasmo n o preciso interven o de nenhum ajudante escolhem e verificam o material e trabalham com rapidez A2 conta os buracos do lego e exclama vamos ter de refazer Por tentativa e erro v o trabalhando sozinhos mas sentem necessidade de ver se est certo de aprova o Recorrem ao professor O2 analisa Isso Anda c est certo Reavaliam os dois e exclamam ah est certo A8 olha Repara bem parece haver algumas d vidas O2 reav
127. atics and from the art of intellectual model building p 5 38 Papert Op cit salienta que o tipo de conhecimento que as crian as mais precisam o que as ajudar a obter mais conhecimento p 135 Para tal devemos desenvolver uma gama de atividades que sejam ricas a que chamou micromundos ambientes onde as crian as podem utilizar o mundo virtual de uma forma atrativa podendo deste modo explorar e por em pr tica as suas ideias conforme acreditem em determinadas solu es Atualmente existem no mundo virtual v rios sites com ofertas de software designadas de Micromundos com base em tecnologia educativa construtivista cujo objetivo romper com modelos de aprendizagem tradicionais A LCSI Biblioteca de Projectos MicroMundos sediada em Montreal um destes exemplos Os programas aqui desenvolvidos t m como base a linguagem Logo criada por Papert sendo o seu objetivo desenvolver uma intera o com os aprendizes partindo dos seus interesses os quais s o postos em pr tica nessas mesmas intera es A utiliza o do mundo virtual Papert Op cit oferece oportunidades de aprender e de usar os conceitos presentes nas v rias disciplinas de uma forma n o formal encorajando em vez de inibir a crian a a eventualmente adoptar um modo tamb m formalizado do mesmo modo como a M quina do Conhecimento eventualmente estimularia a crian a a ler em vez de desencorajar a leitura p 30 Defende que as crian a
128. atrav s do concurso final perante um j ri constitu do para o efeito Anexol0 observa o de 27 05 2011 z Tal como nos outros concursos de rob tica do nosso pa s no MadRob promovido um conjunto de competi es entre os rob s das equipas concorrentes Cada equipa constitu da por quatro elementos onde um deles deve ser um orientador com conhecimento em programa o numa placa de ardu no Como j foi dito nesta investiga o a programa o feita em placa de ardu no uma programa o em linguagem C baseada em linhas de c digo que uma vez introduzidas executam as fun es delineadas O ardu no uma placa open source o que disponibiliza um maior leque de op es personaliz veis sem limite ao contr rio da linguagem NXT G que apresenta apenas as op es impostas pelo fabricante Este tipo de programa o usado pelos alunos do clube ap s terem tido contacto com a linguagem NXT G por ser de certa forma uma linguagem um pouco mais complexa para utilizar de in cio pelos alunos mais novos Apesar de A2 e A3 j terem tido contacto com este tipo de programa o observa o n 8 nesta fase ainda n o est o aptos a trabalh la sem ajuda por isso o orientador O2 pertence sua equipa O programador eleito para o evento costuma ser Al o aluno h mais tempo no clube e aquele que j atingiu um n vel de programa o 117 mais elevado em ardu no Ao longo das duas primeiras sess es Al per
129. atureza qualitativa 63 5 2 O estudo de caso e a etnografia como estrat gia de investiga o 64 5 2 1 Estudo de GaS Onurisa roata Clans e SS rn 64 32 2 Etnograf a a O E N Re O A A PAREDE 65 Cap tulo 6 Recolha e registo de dados nssesssesessseessesseesseesseessseessesseesseesseeesseee 69 6 l A observa o participante esene en r e a E A 70 6 2 A entrevista eto stafi Cancini a a a AS Ca US ana 12 6 3 A an lise de artefactos documentoSs sseeeseseeeesessseeeeesetsresrreserseserrseesseseresee 13 6 4 A IMTOSPE O niinn eeii aeoaea e aE E a NAE EE EEA EAEE E 14 6 5 O papel do investigador num estudo etnogr fico e as suas limita es 75 6 6 A Validade dos dadoSnsisssie stss iasi srek eie Tala ones eii 77 Cap tulo 7 An lise e interpreta o dos dados rrreeeea 80 7 1 An lise de conte do das observa es de campo 81 Pal oC alecOria Interesse Sse oa sas Dra Tenda DD pa N R A gd nO SS 83 Tl Categoria anvIdAdES 5 sas asasiparsstis LIGAS a a SAS LTS 83 7 1 2 1 Subcategoria planifica o a castnaiia q nr ssa qd 86 7 1 2 2 Subcategoria CONSITU O e sica cestas matedeia sa puadiuas aa Tusqa tada Mueada na sand anda 86 7 1 2 3 Subcategoria programa o 5 ua aja aa E 86 7 1 3 Categoria Intera es SOCIAIS uscause ieias punslgansgradoS cone dudagesfquasagaa pes suando aumegaada 87 7 1 3 1 Subcategoria Aluno UNO SE q EDS NA 87 7 1
130. blemas Saber funcionalidades utilizar e definir fun es do programa Experimentar testar problematizar colocar hip teses Analisar discutir refletir tirar d vidas Intuirtentativa e erro fazer feedbackiredefinir fun es Detetar falhas Ultrapassar obst culos resolver problemas 85 7 1 2 1 Subcategoria planifica o Este tipo de atividade caracteriza se pela elabora o de projetos ou prot tipos que podem ser identificados nas notas das observa es pela exposi o de ideias pesquisa coloca o de hip teses problematiza o discuss o an lise de materiais compara o reflex o dete o de erros e solu o de problemas Papert 2008 salienta que trabalhar em projetos leva a que as crian as assumam responsabilidades daquilo que est o a fazer desencadeando mecanismos por si pr prias para resolver os problemas que v o surgindo Defende ainda que deveriam ser oferecidas oportunidades aos estudantes de se libertarem da sua pr pria estrutura para se poderem envolver em atividades mais auto direcionadas podendo isso ocorrer quando utilizam com frequ ncia a experi ncia adquirida nos projetos para se envolverem nas atividades De acordo com o mesmo autor estas oportunidades levam a que desenvolvam o sentimento de trabalhar a s rio e possam colocar em pr tica os seus interesses 7 1 2 2 Subcategoria constru o Ap s a planifica o segue se a constru o uma atividade que passa por um envolv
131. ca como experi ncia pedag gica muito rica Silva Op cit pois envolve um processo de motiva o constru o colabora o e reconstru o fazendo se 47 necess ria a utiliza o de conceitos de diversas disciplinas para a constru o de modelos o que leva os aprendizes a uma experi ncia interdisciplinar gratificante Para a autora supracitada o rob utilizado como ferramenta de trabalho possibilita a cria o de novas formas de intera o com o mundo pois a aprendizagem fundamentalmente uma experi ncia social de intera o mediada pela linguagem e pela a o Quando um modelo rob tico constru do acontece um processo de colabora o onde os problemas s o analisados e resolvidos em grupos e a autonomia exercida na medida em que cada elemento do grupo tem responsabilidade por uma parte da solu o e no respeito pelos outros indiv duos Cada elemento tem responsabilidade pelo seu pr prio conhecimento e pelo grupo Todos participam da solu o sendo as d vidas de um e as certezas de outro um trampolim para que o grupo cres a e se desenvolva O precursor da utiliza o de rob s como media o da constru o do conhecimento foi Seymour Papert pesquisador do MIT Instituto de Tecnologia de Massachusetts Papert 1997 um dos criadores da linguagem Logo uma linguagem desenvolvida especialmente para fins educativos baseada na met fora de ensinar a tartaruga O Logo n o s uma linguagem mas
132. cada sujeito tendo como consequ ncia duas implica es por um lado o ensino escolar toma como ponto de refer ncia o chamado aluno m dio entidade abstrata que faz t bula rasa do modo como cada aluno vive subjetivamente a sua experi ncia escolar por outro criam se as condi es para fazer emergir situa es de trabalho for ado em que a motiva o intr nseca desvalorizada Sacrist n 2003 desenvolve algumas reflex es sobre aquilo que hoje designamos aluno no mbito escolar Ser aluno ser estudante ou aprendiz ou seja descri es que sup em trazer determinados comportamentos regras valores e prop sitos que o mesmo para pertencer a essa categoria deve adquirir De um modo geral Sacrist n refere se escola atual como um meio institucional regulado por adultos e que em princ pio n o foi pensado para satisfazer as necessidades dos menores tal qual hoje os conhecemos A ordem escolar segue deste modo uma l gica econ mica de interesses nacionais tendo como finalidade reproduzir rotinas convencionadas pela tradi o com o objetivo de disciplinar o sujeito transformando o em aluno atrav s de um sistema escolar que lhe pr vio 2 Segundo o mesmo autor podemos deduzir que o aluno uma inven o dos adultos ou uma categoria constru da com discursos que se relacionam com as pr ticas de estar e de trabalhar com eles Analisam se em seguida alguns dos contextos que contribu ram para a cria
133. carrinho pequeno com rodas que n o s o independentes Prof O2 aproveitando o teu carrinho e os seus movimentos que devemos fazer para ter movimentos independentes E para tr s A5 temos de ter 4 motores Prof O2 v l n de motores tens o dos pain is tens o dos motores Se tiver 2 motores atr s o eixo pode ser independente os 2 motores n o rolam mesma velocidade n o h 2 motores iguais Prof O2 mas isto problem tico Uma roda a mais uma roda a menos Prof O3 e se fiz ssemos testes 2 A5 pouco atento teoria o seu forte mesmo experimentar Entretanto o prof O2 discute o que acontece no modelismo e diz que os indiv duos que l v o concursos e rob tica mesmo para ganhar A4 fazemos testes e vemos como funciona Eixo fixo um motor e o mesmo sistema de correia que t nhamos visto Prof O2 aponta A4 para depois nos ajudar na montagem A4 arruma a sua caixa e o material A4 que isto Prof O2 um trans stor 1 qual o motor que querem testar Que achas que acontece corrente diz para A5 AS devolve a pergunta a A4 A corrente elevada Problemas monet rios limitam trabalho desenvolver a 150 A5 confessa ainda n o sei isso O prof O2 explica e depois pergunta Quantos volts A5 eu n o disse que era ao contr rio Isto para que serve Porque que isto n o funciona A4 este mult metro tonto s
134. citada defende que apesar de a interatividade estar na moda e ser essencial aprendizagem n o podemos considerar que as atividades pr ticas de uma forma isolada possam contribuir para essa tal experi ncia significativa ou aprendizagem construtiva Prop e que repensemos a interatividade pois existem experi ncias diretas e outras do tipo indireto que em termos de aprendizagem n o significam o mesmo Ambientes produzidos pelo homem proporcionam diferentes graus de liberdade ou controle e fornecem mais ou menos espa o para se explorar expressar e comunicar ideias p 2 Se por exemplo estivermos num ambiente interativo de aprendizagem onde fazemos as nossas pr prias constru es relembramos ou refletimos as nossas pr prias atividades no entanto se estivermos em ambientes n o flex veis operamos dist ncia o que n o significa o mesmo em termos de aprendizagem Num ambiente flex vel os indiv duos normalmente fazem constru es que recordam e refletem as suas pr prias atividades O tipo de controlo ou iniciativa tomada por um aprendiz assim como a natureza do retorno feedback obtido tamb m determinam a natureza de uma experi ncia de aprendizado Ibid Ackermann refere que aquilo que se sente em ambientes flex veis ou a mediar uma intera o atrav s do uso de uma ferramenta simb lica n o o mesmo que operar dist ncia 44 De acordo com esta autora a interatividade pode ser direta ou indiret
135. co carro solar e rob apanha lixo Atores Al A2 A5 O1 02 e O3 Observa es Hoje A2 est sozinho A3 n o veio ao clube Enquanto n o come am a trabalhar vou falando com A2 sobre o Madrob evento que se ir passar no pavilh o desta escola no fim deste m s durante tr s dias A2 j me tinha falado que a sua liga o rob tica come ou precisamente quando 193 o pai o levou a um evento deste tipo dois anos no Funchal Est desejoso para que chegue J combinou equipa com A3 seu companheiro de equipa aqui no clube e tamb m colega de turma do 5 ano No outro lado da sala trabalham A5 e O3 no projeto carro solar e Ol com Al na programa o do rob lixo Hoje o trabalho de constru o do bra o rob tico fica um pouco dificultado pela falta de A3 pois A2 n o gosta muito desta parte de serrar cortar ou limar O2 come a com a montagem do bra o e A2 vai ajudando mas a sua cabe a est virada para o que Al e Ol fazem relativamente programa o avan ada ardu no que ambos trabalham O que A2 gosta realmente falar em assuntos que digam respeito a programa o pois delicia se com isso de como tem feito em casa relativamente instala o de novos programas e o que cada um faz Voltamos montagem do bra o rob tico e detetamos que temos um pequeno problema O peso do tubo superior ao que o motor capaz de suportar Ent o ap s a constata o deste facto
136. co da Lego Valente s d defende que um ambiente de aprendizagem que envolve a constru o de rob s pode proporcionar aos aprendizes experi ncias diferentes relativamente aos m todos que est o habituados no dia a dia escolar proporcionando lhes a oportunidade de p r em pr tica as suas ideias na constru o de um prot tipo assim como desenvolver novos conceitos e partilha de conhecimento Por em pr tica as nossas ideias torna nos poderosos e contribui segundo Papert 1997 para destruir obst culos no caminho da aprendizagem O prazer que uma experi ncia deste g nero pode proporcionar possibilita o aumento da autoestima e a valoriza o do indiv duo na concretiza o das suas ideias Discutem tiram as d vidas com o professor comparam a montagem com o modelo e detetam erros que s o ultrapassados em conjunto com o di logo e a experi ncia que o grupo vai adquirindo no desenrolar da tarefa A medida que v o montando o bra o rob tico a maneira de montar as pe as vai mudando sendo por vezes necess rio rodar o modelo noutros sentidos e distinguir bem as pe as pequenas e outras semelhantes Embora as pe as estejam separadas em 108 compartimentos continua a existir alguma dificuldade em identific las pois algumas s o muito parecidas no entanto o trabalho em grupo ajuda na escolha e decis o Observa o n 4 de 27 10 2010 A medida que a tarefa vai evoluindo v o aparecendo mais obst culos Nesta fase os
137. como come amos a analisar os dados este autor foi uma refer ncia importante tendo em conta que estudamos uma situa o social particular onde consideramos que a cultura dos atores iria influenciar a sua aprendizagem Ap s uma primeira an lise de todos os dados recolhidos verificamos que t nhamos uma fonte bastante vasta de informa o A fase inicial serviu nos sobretudo para visualizarmos de uma forma geral o ambiente em estudo no seu todo e caracterizar aquela situa o social Ap s as primeiras an lises e a caracteriza o geral do contexto focalizamos o nosso estudo nos alunos principiantes do clube utilizando a partir daqui principalmente a an lise das sess es que implicam a constru o do conhecimento a partir do uso do Lego da Mindstorm NXT 2 0 Neste sentido as observa es tidas em conta para a investiga o passaram a ser as sess es a seguir mencionadas n mero dois quatro cinco nove catorze quinze dezasseis dezassete dezoito e dezanove Al m destas observa es utilizamos tamb m as conversas informais anexos 5 e 8 as observa es de tr s sess es do MadRob e o dossi de participantes anexo 10 Posteriormente procedeu se interpreta o e cruzamento de dados tendo em conta a fundamenta o te rica apresentada permitindo desta forma a compreens o dos fen menos em estudo 7 1 An lise de conte do das observa es de campo Uma primeira an lise dos dados come ou com uma leitura ge
138. contar e ouvir hist rias Desde pequenas as crian as aprendem a reconstituir as suas experi ncias atrav s de uma variedade de maneiras e prop sitos ajustando e divulgando se Elas tornam se cada vez 43 melhores em ajustar suas hist rias de acordo com o desejo ou habilidade de entender de um interlocutor espec fico ou sendo emp ticas p 6 nestas encena es que Ackermann cita qua a aprendizagem real acontece Representar no mundo do faz de conta fornece um espa o de elabora o na qual o aprendiz pode explorar ideias e aceitar riscos sem ter que aturar as consequ ncias desagrad veis de um ato que poderia lev lo a um terreno inseguro p 7 Ackermann Op cit salienta que sem dar formas ou express o para as ideias de algu m projetando as tornando as tang veis nenhuma explora o pode ser levada muito longe p 8 Defende que atualmente bem aceite a ideia de que a experi ncia direta ou atividades pr ticas hands on s o essenciais para o aprendizado Ibid Tendo se chegado conclus o que a experi ncia ativamente constru da e reconstru da atrav s da intera o direta com o mundo e que realmente conhecimento experi ncia Ibid Deste modo um aprendiz torna se perspicaz enquanto criador ativo das suas pr prias ferramentas cognitivas as quais abrangem tanto as capacidades mentais como as interven es exteriores que fazem prolongar essas capacidades A autora supra
139. corre todos os grupos tirando as d vidas que v o surgindo A import ncia deste tipo de evento para a nossa investiga o n o tem a ver com a linguagem ardu no propriamente dita pois n o a vamos desenvolver mas com as intera es ocorridas neste espa o onde participam os alunos do clube em estudo Figura 11 Algumas imagens dos trabalhos realizados no MadRob Durante tr s dias consecutivos todos os alunos t m a oportunidade de mostrar as capacidades adquiridas aos outros participantes e visitantes cooperar com os demais na consecu o dos trabalhos e partilhar com eles durante as competi es os artefactos constru dos Como tal os dois primeiros dias de trabalho s o para planificar construir e programar cada projeto ficando o terceiro dia para ultimar os aspetos finais e apresentar os trabalhos Todas as equipas t m de apresentar um nome A equipa que A2 e A3 formaram com 02 chama se Girorob Chega A3 e A2 fica radiante O2 diz lhes que t m de come ar a construir o seu carro e deixa os sozinhos O tipo de acompanhamento dos orientadores semelhante ao que se passou durante todo o ano nas sess es do clube 118 Come am a planificar a sua constru o Mas A2 est fascinado por participar neste evento que n o para de tirar fotografias e registar todos os momentos que lhe parecem interessar anexo 10 observa o de 27 05 2011 Para ajudar a construir o rob A2 convidou o pai q
140. da A5 Vamos pensar Chama a aten o A5 n o percebeu bem o esquema e pede nova explica o E de seguida responde 2 cm no m nimo e para ficar igual 2 cm para cima tamb m O professor pergunta o raio N o Ent o a partir daqui vamos fazer um desenho escala A4 n o preciso Professor O2 ent o o que temos A guia o tamanho das c lulas e a partir daqui constru mos a estrutura Temos de definir medidas O que influencia entre as rodas e as lixas o tamanho dos pain is Os alunos pensam e n o dizem nada O professor O2 argumenta utilizando hip teses com esquemas no quadro referindo se por exemplo tivermos 3 pain is cada um de voc s tente fazer uma disposi o de pain is a ver a que medidas chegamos e qual escolhemos For a A5 que estrutura queres fazer A5 a de baixo A4 ent o fa o a outra Professor O2 v se precisarem de ajuda digam A5 n o preciso de ajuda Al chegou e j deu opini o dizendo aplica metade da escala C 32 5cm L 16 cm e H 9cm uma escala 1 2 ter as medidas O professor O2 pergunta quantos pain is em linha e quantos em coluna A4 preciso comparar com o painel que vem no kit que tem de ser utilizado e que influencia na estrutura do desenho O outro professor O3 d apoio aos alunos Al representa o seu desenho no quadro O professor O2 comenta a representa o de Al referindo que naquela rea ocupamos o m ximo de pain is
141. da Engenharia Eletrot cnica Eram indiv duos relativamente jovens no ensino a lecionar os cursos pr profissionais a maior parte do tempo Fundaram este clube pelo facto de tamb m gostarem deste tipo de atividades por ser um trabalho gratificante na medida em que todos se envolvem de outra forma nas atividades que escolhem fazer Por outro lado tamb m viram na experi ncia pr tica que aqui desenvolvem uma forma diferente de aprender uma maneira de aplicar a teoria que trabalhada nas aulas de inform tica saciando a curiosidade ultrapassando barreiras e acreditando nos seus sonhos de crian a 60 4 5 2 O local do estudo a Oficina clube de rob tica Figura 6 Oficina O local do estudo foi a Oficina onde funcionam os cursos CEF A Oficina uma sala num v o de escada onde funcionam os cursos pr profissionais de eletricidade E um espa o onde s cabem doze cadeiras com mesa fes incorporada alinhadas tr s a tr s Quando funciona o clube duas vezes por semana ON sala muda de forma para dar lugar a um espa o organizado de acordo com o que o necess rio Qualquer aluno procede altera o da sala quando necessita Trabalha se vontade e sem a rigidez de um espa o organizado presente nas tradicionais salas de aula Orientadores e alunos mant m conversas informais acerca dos projetos Planificam discutem e refazem propostas com os orientadores construindo assim os seus tr
142. da sala solda se material programa se escolhem se m sicas ensaiam se constru es afastamento e posi es de materiais Todos no seu mundo A5 continua a manter o seu carrinho com afinco e muito concentrado Ao fundo da sala outras equipas j testam a programa o Na sala entram um grupo de curiosos alunos do CEF de eletricidade para ver o que aqui se passa S o todos muito curiosos d o a volta sala para ver tudo o que est a ser constru do A2 e A3 j escolheram a sua m sica A2 vai abanando a cabe a ao ritmo da m sica em frente ao computador Quando a m sica para discutem o ritmo que o rob deve ter para executar a dan a A2 sente se orgulhoso 222 MadRob 28 05 2011 s bado Hoje os projetos j se encontram adiantados Cada um trabalha no se mundo tentando aperfei oar a sua constru o A2 convidou o pai para participar do evento A3 tamb m o fez no entanto a seu pai tamb m trabalha hoje e n o pode estar presente O pai de A2 tamb m j participa da equipa e tenta ajeitar o carrinho Al continua a programar ou a ajudar na programa o os erros que por aqui aparecem Todos lhe confiam a programa o Os trabalhos continuam Programa se solda se escolhem se m sicas testa se brinca se acertam se pe as at o pai de A2 est entusiasmado com as constru es Al programa e testa fala alto com o carro com o programa e com os seus pensamentos zanga se quando n o consegue fazer as coi
143. de ajuda a 03 que j tem fora da sala na rua um s tio onde cortar as pe as E de repente estou s na sala Est o quase todos na rua a ver como v o ser cortadas as pe as para o rob apanha lixo A4 continua a trabalhar s n o quer ajuda de ningu m e volto a insistir ent o porque n o queres ajuda E ele responde prontamente n o quero ningu m que me chateie Mas na verdade n o gosta que intervenham Ambiente de confus o Pedro tem dificuldades motoras Afinal sou eu que n o consigo me integrar Visitantes curiosos 178 no seu trabalho Na rua continua uma grande az fama quatro ou cinco a ver cortar uma Boa pe a para o rob de Al No meio de risos e brincadeiras todos disposi o participam nem que seja de um modo indireto Observa o n 13 2 02 011 Local oficina Observa es Hora 16 15h s 17 30h Atividade Planifica o de um rob Atores o grupo dos mais novos A2 e A3 Al e o professor Ol e 03 Hoje A2 apareceu com o seu rob como j me tinha dito no turno da manh Quer reconstrui lo At um ano atr s dizia n o estava mexido mas depois vieram visitas a minha casa e estragaram no ent o agora acho que devo reconstru lo Hoje s est o os mais pequenos e Al 03 e Ol O2 n o veio Depois de uma longa conversa com Al decidem testar a programa o do rob de A2 Al tira o seu computador e abre o programa d
144. de gest o empresarial que equipara a escola a uma f brica deixa se transparecer de forma fundamental no mbito da organiza o e administra o escolares na chamada pedagogia por objetivos Ainda hoje de acordo com Sacrist n Op cit existe uma rela o direta com os esquemas de organiza o did tica do processo ensino aprendizagem na consecu o e desenvolvimento do curr culo embora com uma linguagem diferente mas semelhante aos princ pios que Taylor prop s para a gest o rent vel e eficiente do processo de produ o em f brica Os modelos organizacionais de escola originados nesta linha reduzem os alunos obedi ncia e submiss o de um curr culo pr definido que n o tem em conta a realidade social atual Continuamos pois a viver numa sociedade onde a escola reproduz inevitavelmente modelos instrucionistas desajustados e com base no passado Sacrist n 2002 considera que a escola atual n o passa de uma institui o social criada e mantida pela sociedade para render uma s rie de benef cios n o sendo pois de estranhar que a sociedade aprecie antes de tudo bens materiais preste sobretudo aten o ao cultivo de valores relativos efici ncia e rentabilidade O sistema educativo vigente padronizado e semelhante em tudo para todos tem tido como nica finalidade construir um tipo de pessoa que continua a reproduzir e a perpetuar uma estrutura social mantendo o poder e a autoridade das classes sociais
145. de objetivos comuns Tal qual reconhece Silva 2009 quando um modelo rob tico constru do acontece um processo de colabora o onde os problemas s o analisados e resolvidos em grupos e a autonomia exercida na medida em que cada elemento do grupo tem responsabilidade por uma parte da solu o e no respeito pelos outros indiv duos Cada elemento tem responsabilidade pelo seu pr prio conhecimento e pelo grupo Todos participam da solu o sendo as d vidas de um e as certezas de outro um trampolim para que o grupo cres a e se desenvolva Como tal Silva defende que os ambientes de rob tica poderiam ser usados como uma tecnologia de media o para a constru o do conhecimento n o pelo uso da tecnologia ou os artefactos t cnico rob ticos em si mesmos nem pelo ambiente f sico onde estas atividades se desenvolvem mas pela possibilidade metodol gica que criam no processo de aprendizagem incluindo a transversalidade de conte dos program ticos que conseguem abordar 121 Conclus es As mudan as ocorridas em consequ ncia do aparecimento da tecnologia levaram a altera es nos indiv duos na sua forma de estar manipular informa o e at mesmo de olhar o mundo A crise que se instalou na sociedade nos ltimos anos no nosso planeta abalou e alastrou a todos os sistemas outrora criados pelo homem para manter uma conviv ncia est vel Os sistemas educacionais j n o se enquadram nas novas perspectivas desenhadas p
146. de vista dos participantes isto da sua cultura Atkinson e Hammersley 1994 definem a etnografia como um m todo particular ou um conjunto de m todos que requer um investigador participante durante um longo per odo e tempo para que o mesmo possa observar tudo o que acontece o que dito e questionar quando for necess rio De acordo com os autores supracitados um estudo etnogr fico refere se usualmente a diversas formas de investiga o social onde s o salientadas as seguintes caracter sticas a forte nfase na explora o da natureza de fen menos sociais particulares em vez de testar hip teses acerca do mesmo b tend ncia para trabalhar primariamente em dados n o estruturados ainda n o codificados com um conjunto de categorias de an lise previamente definidas c investiga o de um pequeno n mero de casos ou mesmo de um s d interpreta es expl citas dos significados e fun es das a es humanas que a an lise de dados implica cujo resultado toma a forma de descri es e explicita es verbais reservando um papel subordinado quantifica o e an lise estat stica No entanto o referido como caracter sticas de um estudo etnogr fico por Atkinson e Hammersley tamb m podem ser partilhadas segundo Matos 1995 por estudos de caso ou por estudos simplesmente qualitativos salientando ent o o que considera ser caracter stico de um estudo etnogr fico a compreens o das coisas do ponto de vista
147. demonstrado uma capacidade para a mudan a decorrente da sua experi ncia No entanto estes exemplos pr ticos t m permanecido como modas e f rmulas por quem desconhece a experi ncia desenvolvida e a teoria que lhe est subjacente Para Whitaker Op cit as principais considera es para a mudan a educacional s o a estrutura do ensino o conte do dos curr culos e o processo de aprendizagem As mudan as efetuadas ao longo do tempo relativamente estrutura geral do ensino como uma tentativa de proporcionar condi es ideais de aprendizagem n o satisfizeram as consider veis esperan as levantadas Perdem se de vista as altera es j efetuadas nos curr culos impostos aos alunos baseadas em modelos n o testados com um conjunto definitivo de objetivos sem ter em conta o mundo em mudan a que se vive atualmente Avaliam se programas sem esperar de facto se estes permitir o que o processo de escolariza o se transforme numa experi ncia satisfat ria para quem dela participa Como resultado das medidas anteriores Whitaker salienta que o desenvolvimento educativo se revelou um fracasso pois n o foi considerada uma terceira via significativa para o progresso que pode ser o ambiente e a cultura ou seja os aspetos que comportam os fatores humanos do sistema como personalidade relacionamento intera es valores comportamento e experi ncia os quais contribuem de uma forma significativa para a cria o de ambientes satisfa
148. do desta forma r gido e fechado nos curr culos e metodologias poder resolver os mais variados problemas que enfrentamos atualmente No entanto os sinais de conflito emitidos com alguma frequ ncia podem tamb m dar nos indica es de uma mudan a eminente Hargreaves 2001 salienta que aprender a mudar exige bastante do ponto de vista intelectual e os professores necessitam de muito tempo para reflectir individualmente e colectivamente p 187 Para este autor os professores est o conscientes das mudan as e do contexto no qual desempenham a sua atividade no entanto enquanto prevalecerem intactas as estruturas e as culturas do ensino existentes as nossas respostas isoladas a estas mudan as complexas e aceleradas limitar se o a criar maiores sobrecargas bem como uma maior intensifica o culpa incerteza cinismo e desgaste p 296 As regras do mundo mudaram e est na hora de as regras do ensino e do trabalho dos professores tamb m mudarem Ibid No seu livro A Estrutura das Revolu es Cient ficas Kuhn 2009 adota a ideia de mudan a de paradigma como uma profunda mudan a na maneira de pensar apreens es e valores que formam uma vis o espec fica da realidade Se uma nova descoberta n o se enquadra no velho paradigma urgente que seja provada como errada Mas se outros cientistas descobrem igualmente anomalias a nica sa da para a crise ser a cria o de outro paradigma De acordo com o mes
149. do investigador num estudo etnogr fico as suas limita es e a validade dos dados No quarto cap tulo an lise e interpreta o dos dados descrita a forma como os dados foram tratados interpretados e justificadas as categorias e subcategorias que no nosso entender emergiram da an lise e representam a nossa perspectiva do contexto estudado O quinto cap tulo apresenta a triangula o e discuss o dos resultados Os dados recolhidos de v rias origens foram cruzados tendo em conta os conceitos te ricos subjacentes ao estudo e discutidos os aspetos considerados relevantes para responder s quest es da investiga o Este trabalho apresenta conclus es onde de uma forma geral se reflete sobre a viv ncia do processo de investiga o tanto a n vel concetual como metodol gico resultados atingidos e as limita es inerentes sua consecu o Apresentam se recomenda es para futuras investiga es na rea da inova o pedag gica Parte 1 Enquadramento te rico Cap tulo 1 A escola atual e a inova o pedag gica 1 1 A escola atual na escola e atrav s desta que as pessoas se formam e se especializam de modo sistematizado e acelerado nas mais variadas reas do conhecimento para assumir postos de trabalho na sociedade onde est o integradas Qualquer sistema educativo apresenta uma estreita rela o com os fatores pol ticos sociais e econ micos de cada poca No entanto raramente se pode constatar
150. do sempre que poss vel mudar o sentido da educa o A partir do envolvimento no terreno da literatura consultada e opini es dos professores pudemos inferir que ambientes desta natureza surgem sobretudo devido ao interesse particular de alguns docentes relativamente a esta tem tica da sua preocupa o sobre o d fice que ocorre ao n vel do ensino experimental e at mesmo a 122 partir da forma como contestado o m todo utilizado na pr pria aprendizagem Assim sendo consideramos que a principal etapa para ocorrer inova o parte das viv ncias e trajetos que cada qual percorreu como agente do saber tentando aplicar outros m todos mais significativos para quem aprende de forma inconsciente p em em pr tica ideias desenvolvidas quer pelo construtivismo quer pelo construcionismo Relativamente s din micas ocorridas neste ambiente verific mos nas primeiras quest es da an lise atores e interesses que os alunos chegam ao clube pelos seus interesses em inform tica programa o e mec nica Todo o trabalho aqui desenvolvido come a sempre pelo interesse dos atores ou por sugest es discutidas com os orientadores Os alunos apresentam poder de decis o e centralizam nas tarefas toda a sua motiva o e emo es Fazer o que se gosta estar motivado para aprender sem esfor o e ser capaz de ultrapassar uma s rie de problemas Ter poder de decis o significa aqui poder escolher fazer o que cada um mais valoriza por em p
151. documental Durante oito meses observamos e registamos de modo a podermos apreender este contexto de aprendizagem Ap s an lise e triangula o dos dados conclu mos que neste ambiente os aprendizes desenvolvem destrezas e atitudes que lhes permitem avan ar patamares no seu conhecimento proporcionando a constru o de novos conceitos cient ficos assim como habilidades e compet ncias importantes para as intera es sociais e culturais de cada indiv duo e do grupo Pudemos ent o depreender que ambientes onde se constroem rob s como elementos mediadores do processo ensino aprendizagem s o potenciadores de inova o na forma como o conhecimento constru do Palavras chave inova o rob tica construtivismo construcionismo estudo de caso iii Abstract The research of this study which we propose to develop was to inquire by which means a robotic club could provide innovative learning experiences on the participant s learning An environment of this nature where the students plan build and program robots involve interactive dynamics capable of providing the apprentices learning experiences based on theories such as constructivism and constructionism having therefore repercussions on the means that knowledge is acquired To verify how each participant was involved used and shared their knowledge in the group to obtain a final product a case study was carried out with a qualitative ethnographic approach in
152. doras en el aprendizaje de sus participantes Un ambiente de esta naturaleza donde los alumnos planifican construyen y programan robots envuelve din micas interactivas capaces de proporcionar a los aprendices experiencias de aprendizajes presentes en teor as como el constructivismo y construccionismo teniendo de esta manera repercusiones en la forma como el conocimiento es adquirido Para averiguar la forma como cada participante se involucrava utilizaba su conocimiento y lo campart a en el grupo para lograr un producto final se realiz un estudio de caso de naturaleza cualitativa con enfoque etnogr fico en una escuela primaria y secundaria en el municipio de Santa Cruz Las t cnicas de recolecci n de datos utilizadas fueron la observaci n participantes estudio de campo entrevistas y an lisis documental Durante ocho meses observamos y registramos de manera que pudi ramos comprender este contexto de aprendizaje Despu s del an lisis y triangulaci n de datos concluimos que en este ambiente los aprendices desarrollan destrezas y actitudes que les permiten avanzar en los niveles en su conocimiento proporcionando la construcci n de nuevos conceptos cient ficos as como habilidades y competencias importantes para las interacciones sociales y culturales de cada individuo y del grupo Podemos entonces concluir que ambientes donde se construyen robots como elementos mediadores de procesos de ense anza aprendizaje son potenciado
153. dos participantes quer dizer da sua cultura tal qual Spradley mencionou em 1979 Um estudo tem ent o caracter sticas etnogr ficas quando de acordo com Matos e Carreira 1994 sejam utilizados esquemas conceptuais de natureza cultural quer na formula o dos problemas quer na an lise e discuss o dos resultados Um estudo etnogr fico centra se na discri o dos sistemas de significados culturais dos indiv duos estudados e ultrapassa a descri o de ambientes situa es ou pessoas a partir dos dados recolhidos Erickson 1986 sendo tamb m preciso ter como objetivo o registo das particularidades da vida quotidiana Reportando ao nosso estudo os participantes que integram o clube que estudamos fazem no de forma volunt ria e sendo partida detentores de 66 conhecimentos e curiosidades espec ficos de extrema import ncia dar aten o s suas perspectivas ou seja sua maneira de ver o mundo e s suas pr prias a es como atores particulares em casos particulares registando essas mesmas particularidades As perspectivas dos indiv duos estudados ou a sua cultura espec fica foi um fator partida considerado determinante na aprendizagem assim como o grau de envolvimento nas atividades ali desenvolvidas tornando se pertinente que o estudo fosse tamb m de car cter etnogr fico Para avaliar a cultura de um grupo Woods 1999 um observador deve ainda tentar compreender todos os s mbolos mesmo os que par
154. e 215 Anexo 9 An lise de entrevistas conversas informais a alunos Quest es Indicadores Interesses 1 Porque te inscreveste no clube de rob tica gosto por rob tica A2 Curiosidade A5 gosto por tecnologia e rob tica A3 programa o Al A10 mec nica A4 A7 2 O que achas mais interessante aqui no clube Aqui temos mais liberdade para fazer as coisas A5 Aprendemos coisas que n o fazemos nas aulas A5 Programar A2 Construir A3 216 Anexo 10 MadRob MadRob 27 05 2011 sexta feira Figura 12 Cartaz do MadRob 217 Dossier de participantes O EVENTO Este evento tem como objectivo promover a ci ncia e a tecnologia junto dos jovens do ensino b sico secund rio e eventualmente superior O principal atractivo do evento um conjunto de competi es entre robots concebidos projectados constru dos e programados por equipas de alunos havendo provas espec ficas baseadas numa actividade de constru o e programa o de rob s Esta actividade consiste num evento pedag gico que reune equipas de 4 pessoas durante 1 semana para ensinar a construir rob s m veis aut nomos de uma forma simples divertida e com acompanhamento por pessoas qualificadas Inicialmente dada uma curta folinai o para aprender a dar os primeiros passos em Electr nica programa o de rob s e constru o mec nica depois
155. e da experi ncia novas estruturas intelectuais v o ganhando forma Nesse sentido o construtivismo incentiva o desenvolvimento das habilidades dos alunos de organizar e entender os seus mundos individuais a partir de uma metodologia que prev basicamente a proposi o de problemas e desafios para criar um ambiente 31 prop cio explora o e valoriza o do ponto de vista do aluno considerando a hip tese como resultante da etapa do desenvolvimento em que a crian a se encontra 2 2 Perspetiva de Vygotsky Nesta abordagem o esquema conceptual tem a sua origem nas rela es intr nsecas entre os processos do desenvolvimento cognitivo e os processos s cio hist ricos Para Vygotsky a quest o central apreender como que as crian as que inicialmente s o impulsivas e respondem diretamente aos est mulos do ambiente ganham controlo sobre as intera es com o ambiente A apropria o de artefactos e suportes socioculturais medeia as suas intera es com o ambiente Esta apropria o liberta a crian a do controlo de est mulos directos e cria uma liga o intr nseca entre desenvolvimento e cultura Saxe 1991 p 9 A media o no fundo a ideia principal para a reflex o e assimila o das suas conce es sobre o pr prio desenvolvimento humano como produto s cio hist rico Como sujeito o homem n o acede diretamente aos objetos pois tem um acesso condicionado atrav s de epis dios do real
156. e hoje n o podem ser alcan adas por interm dio de manuais ou sess es de treino pois estas subentendem tamb m uma familiaridade com a forma como o mundo funciona para al m do s tio onde vivemos e como tal a escola tem de estar aberta e atenta a todas essas mudan as A altera o deste estado de coisas deve passar segundo o mesmo autor por um planeamento antecipat rio de modo a prever o facto de que a mudan a de estruturas econ micas sociais e pol ticas frequentemente causa conflitos e perturba o da ordem na sociedade sendo por isso urgente estar preparado para os reflexos que isto pode acarretar nos mais variados sectores entre eles a educa o O desenvolvimento r pido da ci ncia e da tecnologia acompanhados da crise do paradigma predominante no pensamento cient fico a tecnologiza o da pr pria ci ncia e o eterno problema dos saberes e saber fazer entram atualmente em choque numa escola organizada para transmitir um saber est vel hist rico e repetitivo desenhado a partir de uma pol tica com uma vis o mitol gica do mundo persistindo em formar indiv duos para um mundo repleto de certezas numa poca onde j n o as encontramos Ensinar atualmente Carbonell 2002 adquire novos significados para relacionar se com as novas tecnologias para ler e entender melhor a realidade e para assimilar ao mesmo tempo a tradi o cultural herdada e muitas outras express es culturais emergentes e mut veis que continuam em
157. e n o chega corrente ao motor que se passa Prof O2 A4 testa est chegando Ent o da fonte Vamos trocar a fonte se calhar est danificada afirma Risada geral pois n o estava ligada v j est Come a se a cheirar a queimado Liga se e desliga se A5 ahah n o sabia O3 chama aten o para quando falou isso nas aulas de eletricidade mas A5 tem dificuldade de concentra o Conclus o o motor queimou ah estoirou Lixo com ele n o serve para mais nada os pequenos motores utilizados s o material retirado de impressoras em desuso logo a partir da reciclagem de materiais A4 e este Prf O2 liga A4 como Prof O2 olha a e v o que interessa A4 ah 12 volts Regula o aparelho A5 vai dar um curto circuito e ri A4 n o f cil A5 deixe o A4 fazer o Prof O2 ajuda e o motor come a a rodar Prof O2 A5 qual o fio que vou ligar A5 est a gozar comigo Deixe me fazer Prof O2 calma j roda assim Seria melhor o motor que acabas te de 151 estragar Todos concordam Desvantagem deste motor pergunta o professor Alunos muito pesado AS tem uma linguagem pouco elaborada e dificuldades na compreens o de alguns conceitos como tal o Prof O2 vai explicando alguns aspetos e fazendo alguns esquemas no quadro Prof O2 V vamos ao quadro A5 O2 insiste com AS sobre circuitos em paralelo e em s rie e fic
158. e que nunca completamente controlada Woods 1999 acentua que os investigadores qualitativos se deparam com alguns problemas metodol gicos os quais t m a ver com o seu envolvimento imers o e empatia por um lado e dist ncia avalia o cient fica e objetividade por outro p 77 A quest o mais geral e mais frequentemente levantada relativamente abordagem qualitativa a subjetividade do pesquisador Liidke amp Andr 1986 p 51 A objetividade muito importante numa investiga o pois a falta de cuidados neste sentido pode afetar diretamente a validade do estudo Ibid As mesmas autoras referem que a partir do momento que o observador aceite no grupo as rea es dos sujeitos revelam mais naturalidade embora seja sempre question vel at que ponto essa naturalidade n o alterada pela presen a de um elemento estranho que se encontra ali a registar tudo o que v o que ouve e o que sente Fernandes 1991 refere que um outro aspeto deste m todo o envolvimento do investigador com os sujeitos da investiga o Nesta tarefa se por exemplo os sujeitos se aperceberem qual o comportamento que o investigador espera deles os mesmos podem utilizar estrat gias cujos comportamentos levem a que os dados sejam viciados comprometendo seriamente os resultados da investiga o Ser que conseguimos captar realmente de uma forma objetiva a maior parte dos aspetos que acontecem num grupo Ser que tamb m
159. e sabem e que coisas constroem e usam De acordo com o mesmo autor se estes aspetos forem apreendidos podemos ent o falar da cultura de um grupo Para poder descrever o ambiente estudado foram tidos em conta os aspetos referidos por Spradley Op cit tentando deste modo em cada sess o observada registar as atividades que ali se passavam assim como as intera es interesses e motiva es dos sujeitos nas atividades desenvolvidas Outro aspeto do trabalho de campo a destacar foi o envolvimento disciplinar do investigador para que assim pud ssemos entender a realidade dessa cultura Por vezes foi necess rio viver como os demais e aprender com eles a ser membro do grupo pois s deste modo foi poss vel entender o significado das a es e acontecimentos que ali tiveram lugar No entanto no ambiente de aprendizagem que aqui se tentou retratar o grau de participa o do observador n o foi sempre o de total envolvimento pois consider mos que por vezes foi necess rio distanciar se da situa o de membro do grupo para poder analisar os processos e intera es do lado de fora ou seja do lado do investigador Relativamente ao grau de participa o de um observador Spradley Op cit destaca em que medida o investigador se deve envolver ou seja ser mais observador e menos participante ou vice versa quando refere que doing ethnographic fieldwork involves alternating beteween the insider and outsider experience and having both
160. e sem dificuldades chegam s medidas que preciso cortar no tubo para encaixar o motor Voltam a medir as dist ncias de modo a enquadrar o motor no centro da circunfer ncia grande o entusiasmo medem o material com o paqu metro aparelho que mede afastamentos dentro e fora do tubo medida que v o resolvendo problemas observam e seguem o que prop e o professor com a m xima aten o Agora preciso escolher o material que vamos usar para fazer um c rculo com 4 5 cm a encaixar dentro do tubo para fixar o motor Estamos todos de acordo o material ser uma placa fina de esferovite ladeada com cart o grosso Com uma serra fina O2 corta o material depois de marcadas as medidas Segue se a montagem do motor com um parafuso mas surge um problema n o nos parece que fique seguro desta forma Ent o voltamos a discutir a melhor forma de fixar o material dentro do tubo Ap s nova discuss o decidimos que devemos ir por outro caminho cortando parte do tubo met lico e dobrar para o interior o qual funcionar como apoio para o c rculo que est fixo ao motor O problema est resolvido Corta se nos lados opostos do tubo uma pequena parte dobra se para o interior e fixa se o motor com dois parafusos Pronto J est E por hoje acabou o trabalho j s o 17 30h Trabalham conceitos da matem tica Conceitos de mec nica 189 Observa o n 17 4 4 2011 Local oficina Hora 12 00h at 13 20h Ati
161. e um projeto de um exerc cio ou de um problema por resolver fundamenta se na cultura dos indiv duos Cada um tem um capital cultural que o serve face a qualquer situa o que se lhe apresente na vida Ningu m est sozinho na constru o do sentido p 193 No entanto os indiv duos de classes sociais diferentes apresentam desigualdades na constru o de um sentido principalmente porque a escola privilegia c digos e 14 tarefas que correspondem melhor vis o do real linguagem pr tica da abstra o das classes instru das p 194 A cultura um recurso que influencia de muitas formas as tarefas escolares sendo a principal fonte que permite ao aluno encontrar a constru o de um sentido e a distancia o ideal face s expectativas da escola 3 Constr i se em situa o numa intera o e numa rela o p 19 O sentido constr i se sobre o vivido em situa o Certamente que este se constr i no quadro de uma rela o interpessoal dur vel a rela o pedag gica p 194 Para este autor a rela o professor aluno determina na grande maioria das vezes um sentido positivo na vida do aluno apesar de considerar que essa n o a nica fonte de sentido pois se assim fosse estar amos votados no conjunto a uma esp cie de ilus o relacional n o podendo esperar que se estabelecessem rela es fortes e positivas entre todos os alunos e todos os professores Em todo o cas
162. ecem mais curiosos que estiveram nas demonstra es um deles diz olha o A6 E pergunta lhe est s inscrito Mas A6 est concentrado procura das portas e a que est o ligados os respetivos fios e n o responde Continuando a observar vai falando o C o motor da esquerda e o D do da direita O A abre e fecha as garras Seguidamente voltam outra vez ao programa O entusiasmo grande para criar algo novo feito por eles e ver o resultado na demonstra o como o professor fez na aula Ent o come o a perguntar para que serve uma determinada funcionalidade a O1 Ele explica para todos mas A10 n o percebeu bem voltamos a fazer mas as d vidas persistem O2 que tinha sa do voltou Come amos por rever o que eles programaram revemos e temos de gravar o programa Ent o O2 explica lhes como o devem guardar e que nome lhe querem dar Seguidamente temos de testar e ligamos o rob ao computador a partir do qual o programa gravado e enviado para depois ser executado muito o entusiasmo de ver o que acontece quando programamos algo Ent o ficamos ali a ver se realmente o rob faz o que mandamos fazer Observamos anda para a frente anda para tr s vira direita mas parece que a pot ncia fraca O2 diz ent o vamos alterar Discutimos o que deve ser alterado consoante o que foi observado e o que quer amos que o programa fizesse Para melhorar o desempenho O2 sugere que primeiro devemos escrever numa folha o que q
163. ecimento intuitivo emp tico senso comum sobre a aprendizagem que entra em jogo quando reconhecemos algo de bom numa experi ncia de aprendizagem sem ser conhecido o resultado o problema coloca se segundo Papert como mobiliz lo e fortalec lo sabendo que a escola n o o nico modo natural de aprender Sugere ent o de modo a fortalecer o lado pessoal que desenvolvamos uma metodologia para a reflex o sobre casos de aprendizagem bem sucedida e especialmente para as nossas melhores experi ncias de aprendizagem individuais As nossas melhores experi ncias de aprendizagem foram aquelas que nos deixaram sonhar levando avante as nossas ideias criando algo novo onde colocamos todo o nosso potencial o nosso stock de conhecimento adquirido ao longo de toda a nossa vida As pessoas que sonharam em fazer m quinas voadoras olharam para os p ssaros com o mesmo esp rito que quero olhar para os exemplos de aprendizagem bem sucedida p 40 No entanto tamb m releva que observar e copiar o que os outros fazem n o suficiente mas sim compreender a import ncia das observa es que primeira vista podem parecer banais reconhecendo que poder o tornar se ideias poderosas o que voc v o que voc obt m Ibid Para Ackermann 1993 as pessoas n o s constroem e reconstroem os seus mundos e autorretratos atrav s da intera o direta mas tamb m descrevem o que acontece com elas pr prias Todas as pessoas gostam de
164. egundo este autor mais um exemplo de como o computador pode ser usado no controle de processo Este tipo de programas oferece oportunidades s crian as para entender e controlar processos De acordo com Valente utilizando o brinquedo LEGO o aprendiz monta diversos objetos que s o controlados atrav s de um programa escrito em Logo Silva 2009 salienta que este sistema permite s crian as construir os seus prot tipos e os seus programas em Logo os quais v o proporcionar comportamentos aos prot tipos montados Valente s d defende que este tipo de atividade envolve essencialmente dois aspetos primeiro a capacidade de a crian a entender cada componente LEGO e como ele pode ser usado como elemento mec nico ou eletr nico de um dispositivo e segundo a necessidade que proporciona de aprender conceitos espec ficos sobre o dispositivo que vai sendo constru do Valente s d sintetiza o ambiente LEGO Logo como um ambiente onde o aprendiz tem oportunidade de vivenciar problemas complexos de um engenheiro com as vantagens de poder manejar objetos concretos ao inv s de equa es no papel e de poder aperfei oar as suas ideias sem que isso tenha implica es catastr ficas do ponto de vista de seguran a ou de economia pois se por exemplo o ve culo n o funcionar basta alterar a programa o ou alguns componentes sem ser preciso alterar toda a linha de montagem Todos os aspetos pedag gicos que aqui podem ser desenvolvidos seriam
165. ei que isto fosse s computadores H sempre uma dose de boa disposi o no trabalho s vezes dif cil perceber o que vai na cabe a de Ant nio Ant nio gosta de reciclar material e da intera o com novas experi ncias Estas experi ncias trazem novas ideias 166 Observa o n 8 17 11 10 Local oficina Hora 16h 15 Atividade programar em Ardu no Atores Al A2 A3 A4 A8 O1 02 Observa es Pq Hoje o grupo dos alunos novos n o pode continuar a constru o do bra o rob tico Ol esqueceu se do material No entanto h sempre trabalho a fazer O2 hoje como n o temos material vamos come ar a aprender como se programa o Ardu no Abre o programa no computador e come a por explicar como funciona e principalmente como se faz A2 j tem este programa instalado no seu computador Magalh es e j andou ali a tentar programar por tentativa e erro A2 Podemos alterar os segundos O2 onde podemos alterar o programa Qual a tua ideia A2 est impaciente para aprender a programar em Ardu no Vamos ent o ler o corpo do programa diz o professor O2 Seguidamente explica como dar uma instru o uma fun o Explica o que uma fun o A2 continua impaciente Quer praticar A8 est disperso v o telem vel n o d aten o Hoje apareceu um aluno novo o A3 Pertence turma do A2 Veio aqui para experimentar Diz que tem muito interesse
166. eias projeta se sistematizam se racioc nios abstratos l gicos trabalha se em grupo com colabora o e negocia o de argumentos participa se ativamente na formula o de hip teses refletindo e avaliando as diversas etapas e procedimentos s vezes tamb m necess rio parar para fazer o ponto da situa o e analisar as propostas em discuss o 104 O2 faz uma sugest o Vamos fazer uma paragem e analisar as situa es propostas aqui hoje Este ou n o vantajoso E come am novamente a analisar todas as sugest es e a medir novamente as disposi es do material numa base circular O2 diz Est decidido o di metro vai ter 14cm Mas A3 n o concorda argumenta e discutem novamente Quer fazer uma coisa maior ou outra coisa O2 est com alguma dificuldade em gerir tal chuva de ideias de A3 Observa o n 14 de 16 03 2011 Por vezes gerir ideias t o diferentes traz alguma dificuldade aos orientadores O3 salienta aqui que ser orientador ter grande responsabilidade tens de ter capacidade para orient los tendo em conta as ferramentas que temos Entrevista a O3 de 3 05 2011 N o querendo por de parte as ideias sugeridas pelos alunos o orientador pacientemente sugere uma paragem e uma nova an lise das vantagens e desvantagens E de novo come am as argumenta es e os debates de ideias pois n o conseguem chegar a um acordo Estou surpreendida com A3 N o isto que quer fa
167. eito permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo A vantagem desta t cnica Liidke amp Andr 1986 p 34 que ela permite a capta o imediata e corrente da informa o desejada com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados t picos Utilizando esta pr tica foi poss vel aprofundar e clarificar alguns pontos onde ocorreram d vidas a partir de outras t cnicas de coleta de 12 dados mais superficiais permitindo deste modo corre es esclarecimentos adapta es e uma maior compreens o de certos acontecimentos Durante as entrevistas o entrevistador tem que desenvolver uma grande capacidade de ouvir atentamente e de estimular o curso natural de informa es por parte do entrevistado tendo tamb m respeito pela sua cultura e valores Liidke amp Andr 1986 As entrevistas conversas informais foram realizadas ao longo das observa es sempre no sentido de esclarecer d vidas que nos foram surgindo quer momentaneamente quer ap s uma primeira an lise das notas recolhidas no campo Para Patton 1990 este tipo de entrevistas pode apresentar alguns fatores de fragilidade pelo fato de a informa o que recolhida ser diferente a partir de pessoas diferentes e com diferentes quest es ser menos sistem tica e englobante se algumas quest es n o surgirem naturalmente e a organiza o e an lise dos dados vier a revelar
168. en menos nas institui es sociopol ticas e no comportamento em geral p 221 De acordo com Toffler 1984 o homem industrial foi diferente de todos os seus antepassados pelo facto de ter passado grande parte da sua vida em ambientes do g nero f brica em contacto com m quinas e organiza es que reduziam o indiv duo Cresceu e desenvolveu se em t picas fam lias nucleares e frequentou escolas tipo f brica O industrialismo foi um sistema social rico e multifacetado que tocou todos os aspetos da vida humana e atacou todas as caracter sticas do passado formando um sistema social mais forte coeso e expansivo As fun es chave da fam lia foram confiadas a institui es novas e a educa o das crian as foi confiada escola As fam lias nucleares constitu das pelo pai m e e alguns filhos tornaram se o padr o socialmente aceite no tempo em que predominaram as sociedades industriais O 8 tipo de ensino fomentado satisfazia no seu curr culo encoberto a sociedade da poca na efic cia do trabalho fabril A fragmenta o do trabalho artesanal levou desta forma a uma prepara o diferente dos indiv duos tendo tido a escola um papel primordial nesta fun o A pr tica escolar Sacrist n 2000 que podemos observar num dado momento hist rico tem muito a ver com os usos as tradi es as t cnicas e as perspectivas dominantes em torno da realidade do curr culo num determinado sistema educativo O modelo
169. enciaram o funcionamento do c rebro ao longo das gera es De acordo com Dam sio todos nascemos com determinados padr es de conex o dispostos segundo as instru es dos nossos genes Essas conex es j foram 19 influenciadas no tero por v rios fatores ambientais Depois do nascimento continuam a acontecer mas com as nossas experi ncias individuais em ambientes nicos agindo sobre as primeiras e tornando as mais fortes e algumas mais fracas engrossando ou estreitando os cabos na rede sempre por influ ncia das nossas atividades A aprendizagem e a cria o de mem rias segundo este autor simplesmente o processo atrav s do qual esculpimos moldamos fazemos e refazemos os diagramas de conex o do nosso c rebro individual Se o c rebro dos jovens mudou ou n o Prensky 2001 n o sabemos mas uma coisa pode ser dita que o padr o de pensamento dos jovens atuais est mudado Admitindo esta mudan a de padr o de pensamento Prensky chama aos jovens atuais os nativos digitais por todos terem em comum uma linguagem digital quando comparados com pessoas de gera es antecessoras que n o nasceram na era digital ou que n o tiveram o mesmo tipo de intera o com a tecnologia Estes ltimos designa os por emigrantes digitais pois n o aprenderam a linguagem digital nativa mas sim uma linguagem com sotaque por terem feito uma adapta o a esta nova linguagem Os indiv duos emigrantes digitais f
170. ende que a utiliza o do computador uma boa forma de aprender desde que seja a crian a a comand lo e n o este a comandar a crian a Para este autor a educa o deve criar contextos de aprendizagem de uma forma natural defendendo algumas perspectivas de Dewey Pestalozzi Freinet e Montessori mas o que realmente o distingue a sua explora o aprofundada das possibilidades e limites das novas tecnologias De acordo com Valente s d a verdadeira fun o da escola n o deve ser a de ensinar mas a de criar condi es de aprendizagem A utiliza o de computadores e de software adequados ao ensino podem fazer a transfer ncia do controle do ato educativo e centr lo no aluno Para que isto possa acontecer poder o ser utilizados softwares que permitam ao aprendiz representar as suas ideias Nestes casos segundo este autor o computador pode ser visto como uma ferramenta que permite ao aluno resolver problemas ou realizar tarefas como desenhar escrever comunicar etc O professor deve 40 ser hoje mais do que nunca aquele que cria ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual O software educativo do tipo construtivista construcionista deve proporcionar ao aluno oportunidades de aprender com os seus pr prios erros gerando um processo de feedback imediato que vai permitir continuidade no processo de aprendizagem De acordo com Jonassen 2007 e numa perspetiva construtivista os aluno
171. endizes est o calados Ent o O2 volta a dizer Voc s agora v o tentar alterar a programa o para que o rob selecione uma bola e n o a outra E agora diz O2 est o por vossa conta Observa o n 9 de 5 01 2011 Nesta e noutras sess es os alunos s o muitas vezes compelidos a desembara arem se sozinhos com o objetivo de terem h bitos de reflex o e autonomia no trabalho um princ pio b sico para a vida quotidiana aqui n o h um m todo para fazer as coisas eles acabam por aprender a desenrascar se n s s damos um pouco de apoio n o lhes fazemos as coisas entrevista a 02 31 01 2011 A este respeito Ackermann 1993 coloca a quest o de quanto que um orientador deve dizer e quanto deve deixar impl cito se quiser que um aprendiz se consciencialize sozinho de uma situa o Quanto que um orientador deve colocar no processo ou deixar de lado para ser descoberto pelo aprendiz A autora supracitada refere que se como instrutores revelarmos tudo os aprendizes perdem o interesse pelo 114 assunto se n o revelarmos o suficiente tudo se torna confuso e o aprendiz pode entrar no campo da fantasia pois somente numa faixa razoavelmente estreita a qual eu chamo de zona de assimila o e acomoda o ideais que a reconstru o ativa pode ocorrer Fora desta zona ou por t dio ou incompreens o as pessoas param de imaginar e perdem o interesse p 5 Deste modo o orie
172. enquanto mudan a consciente e deliberada p II De acordo com estes autores se analisarmos criticamente a escola enquanto produto da modernidade e perante o fosso cada vez mais acentuado entre ela e a sociedade no seu todo n o podemos deixar de questionar o desfasamento do sistema educativo relativamente s novas exig ncias que a sociedade lhe coloca a escola n o pode ser apenas o joguete de mudan as externas mas deve assumir ela pr pria a mudan a desejada Sousa amp Fino 2005 p IN No passado Toffler 2001 os indiv duos eram treinados a n o fazer perguntas n o pensar n o inovar No entanto na sociedade de informa o exige se que se esteja preparado que se pense que se seja criativo Nesta nova fase na presen a de novos meios de informa o a sociedade atual precisa de homens capazes de julgar e decidir criteriosamente de abrir o seu caminho atrav s de ambientes novos e de acompanhar sem dificuldade a transforma o r pida e constante da realidade p 396 Toffler vem dizer que o nosso sistema educacional n o se enquadra num mundo cada vez mais tecnol gico competitivo e global por isso temos de criar uma alternativa procurando os nossos objetivos e os nossos m todos no futuro e n o no passado O principal objetivo do sistema educativo atual dever ent o ser a promo o da valoriza o pessoal de acordo com o modelo atual da sociedade no sentido de criar indiv duos participativos au
173. ento uma forma de apresentar os seus projetos aos demais atrav s do concurso final perante um j ri constitu do para o efeito A2 e A3 participam no concurso com um nome de equipa Girorob e t m como respons vel o orientador 02 As equipas come am a trabalhar A ideia que todos construam um carro ou outro artefacto para participar no concurso que ir ter lugar no pr ximo domingo Aqui cada equipa partilha conhecimentos que aprendeu durante o ano no clube A2 e A3 j t m algumas ideias do que querem construir Antes deste evento j planificavam como iria ser o carro Enquanto espera por A3 A2 vai discutindo alguns detalhes com O2 sobre o que v o fazer Ao fundo da sala Ol e A5 preparam um carro Al programa todos recorrem a ele para fazer as programa es ou tirar as d vidas sobre outras programa es j feitas em ardu no o perito do evento em programa o a sua especialidade grande esta primeira az fama nas equipas participantes O tempo pouco para planificar discutir decidir construir e programar As equipas desmontam carros e voltam a montar segundo os projetos discutidos por todos naquele momento Utilizam material reciclado aproveitado de outros materiais 221 Alguns curiosos por todo o lado na sala tentam perceber o que se passa ali No meio da sala brincam com um helic ptero que O1 p s disposi o de todos para quando estiverem cansados Existe tamb m uma mesa de ping po
174. erca da natureza deste ambiente de aprendizagem Partimos do princ pio que neste contexto decorriam atividades diferentes das praticadas numa sala de aula tanto nas suas metodologias como nas suas pr ticas Por essa raz o coloc mos como problema da investiga o em que medida um ambiente desta natureza poderia proporcionar experi ncias inovadoras na aprendizagem dos seus participantes No entanto tamb m tivemos sempre a consci ncia que este estudo poderia n o se revelar inovador no contexto que consideramos inova o 2 Quest es como mudan a e inova o apresentam se neste estudo como quest es pertinentes pois n o s o abordadas por todos com o mesmo significado O que significa realmente inova o Porqu e para quem se deve desenhar inova o Procurar inova o na esperan a de encontrar modifica o de atitudes ideias culturas conte dos modelos e pr ticas pedag gicas Carbonell 2002 p 19 fez parte do nosso trajeto Ambientes onde os alunos fossem construtores do seu pr prio conhecimento a partir da experi ncia com base na partilha di logo e reflex o Inova o no sentido de conseguir olhar al m da escola atual imaginando outra deixando de se ter os p s tolhidos pelas for as que conduzem inexoravelmente em direc o do passado Fino s d p 14 tamb m fez parte do nosso sonho Para investigar o que nos propusemos optamos por um estudo de caso de natureza qualitativa com abordagem
175. es Papert real a entretanto que o essencial nestes trabalhos n o propriamente a import ncia que os trabalhos possam ter para os outros como resultado mas se s o compreendidos pelos pr prios como de vital import ncia e o que isso representa no seu crescimento como agentes intelectuais independentes p 38 Este tipo de atividades representa uma alternativa metodologia chamada pensamento cient fico dominante onde as experi ncias s o feitas de um modo 42 controlado expondo as crian as a um tipo de tratamento igual tendo como finalidade procurar um resultado mensur vel No entanto Papert salienta que isso contraria todo o conhecimento comum de como os seres humanos se desenvolvem Ibid pois o m todo cient fico controlado avalia uma ideia implementando a mas com o cuidado de manter todo o resto igual medindo o resultado que pode somente servir para avaliar os efeitos de uma pequena modifica o Papert refere ainda que isso n o nos pode dizer nada sobre ideias que poderiam levar a uma grande mudan a as quais podem partir de pequenas mudan as para uma evolu o lenta e org nica e de uma harmonia pr xima evolu o social a qual ser melhor dirigida pela compreens o intuitiva dos seus participantes Mas o recurso mais poderoso para esse processo exactamente o que negado pela psicologia objectiva e por uma suposta ci ncia da educa o p 39 Se cada um de n s possui um stock de conh
176. evit vel de uma nova escola No segundo cap tulo contribui es da psicologia para novos ambientes de aprendizagem s o destacadas as perspectivas de Piaget e Vygotsky e o construcionismo de Papert ou seja os referenciais te ricos adotados neste estudo No terceiro cap tulo novos ambientes de aprendizagem s o diferenciados alguns tipos de ambientes de aprendizagem baseados no construtivismo e construcionismo como micromundos ambientes onde se trabalha em projetos e pesquisa e a rob tica como ambiente de aprendizagem sendo aqui destacado o Lego da Mindstorm NXT na constru o do conhecimento num clube de rob tica A parte 2 desta investiga o trabalho emp rico est dividida em cinco cap tulos O primeiro cap tulo trata do enquadramento metodol gico do estudo Aqui destacam se a defini o do problema as quest es e objetivos de investiga o o contexto investigado os participantes o local onde foi efetuado o estudo e o tipo de atividades desenvolvidas O segundo cap tulo trata da op o metodol gica Real a se a fundamenta o para um estudo de natureza qualitativa e distingue se o estudo de caso da etnografia como estrat gias de investiga o O terceiro cap tulo trata da recolha e registo de dados S o apresentadas as metodologias utilizadas na coleta de dados do estudo a observa o participante a entrevista etnogr fica a an lise de artefactos documentos e a introspe o Debate se ainda o papel
177. experi ncias que se adquire fora dela de um modo livre e completo Por outro lado a crian a incapaz de aplicar na sua vida di ria aquilo que aprendeu na escola O que constitui o isolamento da escola o seu isolamento quanto vida Dewey 2002 p 67 Institui es como a escola existem porque existem indiv duos que as constituem e apesar de continuar a haver a no o geral que todas as escolas s o iguais porque s o escolas todas s o diferentes porque s o formadas por indiv duos diferentes Nesta conce o tanto o individuo como a escola s o sistemas que como tal s podem ser entendidos na articula o entre as partes que os comp em e o todo que formam Pinto et al 2000 p 79 Al m do seu papel de alunos os jovens atuais t m muitos outros pap is Qualquer elemento de uma sociedade faz parte de muitos sistemas dos quais n o os podemos desligar fam lia grupo de amigos claque de futebol habitantes de um bairro membros de uma qualquer associa o ecologista deste modo se os indiv duos n o podem ser desligados do seu contexto os contextos n o podem ser desligados uns dos outros Ibid Apesar de vivermos num sistema particular a competi o hoje faz se escala global logo a educa o atual n o pode ser centralizada em aspetos particulares locais 11 mas pensada para atingir o n vel planet rio Desenvolver essas capacidades significa dotar o individuo da compet ncia b
178. fase seguinte Muitas vezes os alunos brincam com os erros que o programa vai dando sobretudo quando j estamos numa hora adiantada e j se encontram cansados Esta brincadeira de certo modo uma forma de aprender diferente utilizando o mesmo tipo de material O que aqui se constata que levando uma programa o a s rio ou a brincar vai se fazendo feedback das tarefas e a aprendizagem realiza se de igual forma pois o importante saber manusear as fun es de cada bloco para aplicar em programa es futuras 115 O2 Vamos agora tentar outra coisa mas A2 adora brincar com a programa o e testa novamente para ouvir o rob dizer bravo brilhante Vamos verificar mais algum programa Pergunta 02 Ent o A3 coloca uma hip tese a de testar o movimento do rob para o outro lado Sim pode ser diz O2 mas agora s tu a programar A2 troca de lugar com A3 para que este experimente a sua sugest o Mas A3 tem d vidas no que realmente tem de fazer Come a por recorrer a A2 perguntando onde carregaste Mas A2 j n o sabe e gera se uma confus o Ent o O2 interv m A2 abriste aqui um leque de op es vamos ent o ver o que fazer A2 come a a dar sugest es e juntos v o discutindo e modificando o programa de modo a chegar sugest o de A3 A3 experimenta e coloca um bloco de som junto linha de programa o altera o sentido de rota o para obter o que pretende Depois testa mas n o
179. get 1977 citado em Saxe 1991 p 5 Relativamente a este conceito Piaget n o d grande nfase rela o entre a vida social e os processos cognitivos do desenvolvimento colocando em vez disso o foco nas propriedades formais da a o n o sendo grande preocupa o das suas investiga es o facto de a a o se desenrolar num contexto social e hist rico cheio de significados pr prios Uma das cr ticas feitas s investiga es de Piaget neste campo o facto de n o serem analisadas as rela es intr nsecas em que o cultural e o desenvolvimento cognitivo s o constitutivos um do outro Apesar de se reconhecer que a influ ncia de Piaget foi maioritariamente psicol gica n o significa que n o tenha inclu do as intera es como princ pio b sico na sua epistemologia gen tica Sem pensarmos em intera es a teoria de Piaget seria incompreens vel pois o pr prio Piaget 1977 aponta como fatores para o desenvolvimento a matura o o papel da experi ncia a transmiss o social no sentido amplo lingu stica ou educacional e eguilibra o tamb m chamada por autorregula o Embora a quest o educacional n o seja o foco de Piaget a rela o que ele estabelece entre desenvolvimento e aprendizagem motivou uma abordagem pedag gica denominada construtivismo que organiza o processo ensino aprendizagem a partir da cren a de que o conhecimento o resultado de constru es individuais e de que atrav s da matura o
180. grama e medida que vai alterando come a a tirar as d vidas O2 interv m pouco s mesmo quando A2 n o percebe Mas sempre atento aos erros pergunta a A2 se agora aquilo est de acordo com o programado E parece que ainda n o desta que A2 consegue Ent o O2 diz para A2 vou propor outra coisa Encurtar o Est com dificuldades ou quer companhia para discutir A4 disposto bem O Ardu no um programa mais dif cil do que o Mindstorms NXT A2 n o est a perceber Ou est distra do 176 programa e testar deixando A2 sozinho A2 come a novamente Analisa fala alto e vai testando as altera es Mas chama logo o professor para corroborar a sua resposta o OE suposto parar O2 diz que sim verificam os dois que n o parou Ent o toca procura do erro novamente Todo este tempo e esta aprendizagem baseia se em testar tirar d vidas corrigir os erros detet los e voltar a programar como se fosse um ciclo Parte do tempo O2 deixa A2 sozinho a pensar at que este o chame quando n o consegue avan ar mais Ao fundo da sala A4 continua a montagem do seu carro no meio da galhofa com o amigo que afinal tamb m j pertenceu ao clube no ano passado Experimenta as pe as mede novamente fala s ou com as pe as fala com o amigo novamente e novamente com as pe as Afinal o amigo ainda lhe d umas ideias mas o carro uma cria o sua s sua
181. guia e outras que normalmente surgem na sequ ncia deste tipo de entrevista Das entrevistas aos alunos realizadas em momentos oportunos durante as sess es de observa o constam algumas quest es que pudessem tirar d vidas sobre o porqu de estarem no clube assim como opini es relativamente ao trabalho em equipa ou individual neste contexto Anexo 9 Das entrevistas aos orientadores constam quest es com o objetivo de saber mais sobre os seus interesses e motiva es para dinamizar um clube desta natureza como veem os alunos que frequentam o clube os seus interesses e intera es na pr tica do dia a dia e por fim qual a sua opini o sobre a import ncia da rob tica na aprendizagem Anexo5 Os dados aqui analisados Anexo7 foram ao encontro dos dados observados nas notas de campo assim como tamb m complementaram alguns aspetos relevantes e pouco claros como por exemplo o porqu de existir um clube nestes moldes pois os orientadores ao longo da entrevista foram desvendando dados sobre si pr prios os seus interesses e emo es que nos levaram a entender melhor este aspeto 89 As entrevistas aos orientadores revelaram ainda a import ncia da participa o em concursos de rob tica tanto a n vel nacional como regional MadRob como um fator de motiva o para a competi o avalia o dos trabalhos elaborados e partilha de conhecimento entre culturas diferentes 90 Cap tulo 8 Triangula o e discuss
182. h aspetos que nos escapam para a tal subjetividade S o quest es com que se debate constantemente um investigador prov vel que aconte am as duas coisas e por essa raz o um investigador tem de ser o mais objetivo e o mais tico poss veis criando instrumentos de recolha de dados com base em descri es do que v do que acha que pode ser e do que ouve utilizando siglas 76 e pseud nimos pois o respeito e a confidencialidade s o tamb m requisitos importantes nesta tarefa Um outro aspeto salientado por Goetz e LeCompte 1988 para justificar as dificuldades sentidas pelos etn grafos tem a ver com a interpreta o de dados pois se o investigador analisar os dados sem se ter distanciado suficientemente dos acontecimentos o resultado ter as suas implica es Woods 1999 p 77 refere que quanto mais nos colocamos no lugar do outro maior o perigo de as perspectivas do investigador passarem a ser as dos sujeitos ou seja o tal tornar se nativo pode por vezes levar ao risco de distor o pois o observador passa a fazer parte do todo e pode vir a esquecer a sua fun o no grupo Woods Op cit defende ainda que como observadores somos diferentes dos sujeitos da investiga o e como tal devemos cultivar alguma dist ncia social Ibid Essa dist ncia vai permitir nos ver tamb m do lado de fora o que se passa realmente dentro do grupo para uma interpreta o dos fen menos Um outro aspeto com que
183. hecimento d se atrav s de um processo integrado interdisciplinar e interativo Esta atmosfera de aprendizagem traduz um ambiente onde a partir dos interesses revelados pelos alunos cada um sozinho ou em grupo vai definindo o seu projeto com a orienta o do respetivo monitor levando a bom termo as suas ideias ou aquelas que v o surgindo da intera o no grupo Cada projeto desenvolvido apresenta atividades sequenciadas come ando com uma planifica o seguindo se da constru o e culminando posteriormente com a programa o O facto de estas tr s atividades terem sido definidas como subcategorias surgiu da necessidade que se foi sentindo ao longo do trabalho de diferenci las conforme consta na tabela 2 apesar de se ter verificado que alguns indicadores eram comuns pois em qualquer atividade o trabalho de grupo pauta se pelo mesmo tipo de metodologia 84 Tabela 2 Atividades Subcategorias Categoria Subcategorias Indicadores Atividades Planifica o Constru o Programa o Projetos prot tipos Expor ideias pesquisar colocar hip teses Problematizar Discutir Analisar material Comparar Aplicar conceitos Refletir Detetar erros Solucionar resolver problemas Manipular instrumentos Medir cortar serrar limar acertar ajustar encaixar aparafusar Montar pe as contar discutir medidas Aplicar conceitos v rios Problematizar rever planifica es e resolver pro
184. hip teses medida que analisam os movimentos programados para uma aula de dan a A2 faz muitas perguntas sobre os programas de computador que conhece e o que pode fazer com eles tira d vidas ou quer tirar d vidas ou ent o dizer que sabe como normalmente fazem os mi dos de dez e onze anos De vez em quando fala sobre outros assuntos hoje vai chover l pelas seis horas diz meio perdido do contexto mas O2 tenta pux lo para o programa v Vamos tentar perceber o que faz e porqu mas novamente A2 se distrai com as pancadas que houve A4 a dar para encaixar o material ao fundo da sala Voltam os dois ao mesmo verificar e testar este trabalho que parece deixar A2 aborrecido ou cansado pelo adiantado da hora O2 explica A2 fica atento e pergunta se pode ser ele a fazer Ent o experimenta alterar a velocidade no programa De seguida O2 come a a test lo e a perguntar o que a vari vel SD e Gil diz muito depressa a direita vamos ent o ver o que faz Diz O2 e voltam a testar o programa Entretanto detetam erros na programa o onde os movimentos n o correspondem ao que acontece na pr tica Ent o decidem mudar de estrat gia e voltar a programar maneira dele para verificar o que est a acontecer A2 adora programar Mesmo que ainda n o tenha percebido como aquilo funciona O2 sugere que altere a lista de acordo com aquilo que quer que o rob fa a Ent o A2 come a a alterar o pro
185. i 01 h uma variedade de reas que se pode abordar aqui matem tica f sica eletrotecnia eletr nica mec nica por isso tamb m complicado muitos alunos s vezes n o aparecerem aqui e p em o clube de parte dizem que isto s para g nios temos aqui dois alunos muito bons os outros colocam esses alunos num centro n o bem assim h que desmistificar isso Inv Achas que por isso que alguns n o aparecem c O1 Os pr prios alunos generalizam que isto para g nios h alunos que at acabam por querer vir mas n o fazem for a porque os amigos dizem que aquilo para determinados que isto um grupo parte os tais grupos que tipicamente acontecem mas na verdade quem gosta mesmo vem Inv Uma coisa que tenho notado aqui das observa es que parece que os alunos que aqui est o t m alguns conhecimentos espec ficos realmente uma parte deles o que achas disso 01 Os alunos dos CEF est o mais por dentro das atividades de eletricidade e mec nica atividades que com eles desenvolvemos o que vem trazer um certo feedback desses alunos para o clube o caso do A5 j estava no clube antes de estar nos CEF por gosto h alunos que v m aqui ver a aplica o pr tica das teorias Isso importante e faz falta talvez tenha de ser feita uma melhor divulga o do que realmente se faz no clube para que mais alunos venham c 203 isto n o s
186. i o do papel dos processos sociais do desenvolvimento do racioc nio aut nomo auto regulativo individual Um desses tratamentos est associado abordagem do desenvolvimento estrutural defendida por Piaget e a outra associada abordagem s cio hist rica defendida por Vygotsky Tanto Vygotsky como Piaget partilham uma vis o construtivista assente na ideia de que a nica aprendizagem significativa a que ocorre atrav s da intera o entre o sujeito e o objecto e outros sujeitos 30 2 1 Perspetiva de Piaget A ideia central das abordagens de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo a de que o mundo n o directamente conhecido atrav s da experi ncia mas assimilado por estruturas intelectuais Saxe 1991 p 5 Piaget defende uma sequ ncia de quatro est dios que se estendem da inf ncia at a adolesc ncia Cada est dio constitui um novo equil brio Segundo Piaget para passar de um est dio ao seguinte o individuo constr i objetivos baseados no conhecimento pr vio e cria solu es coerentes para esses mesmos objetivos sob a forma de desenvolvimento cognitivo O desenvolvimento prossegue por uma constru o auto regulativa ou equilibra o por um processo dial tico no qual o sujeito resolve perturba es estruturando atividades coordenando e construindo novas e mais adequadas estruturas cognitivas a equilibra o que guia a direc o e organiza o do desenvolvimento cognitivo Pia
187. ias reas do conhecimento como a engenharia mec nica microeletr nica computa o intelig ncia artificial f sica matem tica e neuroci ncia podendo mesmo ser descrita como uma ci ncia ou estudo da tecnologia que associa um projeto onde se planificam e constroem rob s com as mais diversas aplica es Atualmente podemos considerar que os rob s s o o resultado do desenvolvimento da tecnologia surgida na Revolu o Industrial dado que a rob tica moderna se iniciou com a automatiza o das opera es industriais na ind stria t xtil a partir dos teares mec nicos no in cio do s culo XVIII A ideia de trabalho mec nico feito por aut matos de funcionamento pr programado s foi poss vel nos anos quarenta do s culo XX nos Estados Unidos ap s George Stibitz da empresa Bells Labs apresentar o primeiro computador digital No entanto o rob s sai da fic o cient fica em 1961 quando Joseph Engelberger desenvolveu o primeiro rob comercial o UNIMATE Murphy 2000 Segundo Ullrich 1987 um rob um equipamento multifuncional e reprogram vel projetado para movimentar pe as materiais e outros tantos dispositivos especializados para o desenvolvimento de in meras a es que promovem bem estar conforto sa de e educa o Para Russell e Norvig 2004 os rob s s o agentes f sicos que executam tarefas manipulando o mundo material Para o efeito s o equipados com dispositivos pernas rodas articula es e gar
188. ica Actas pp 213 231 Escola Superior de Educa o de Lisboa Lisboa MATOS J F amp Carreira S 1994 Estudos de Caso em Educa o Matem tica Problemas actuais Quandrante 3 1 pp 19 53 MILES M B amp Huberman A M 1994 Qualitative Data Analysis 2 ed Londres Sage MURPHY R R 2000 Introducion to AI Robotic Cambridge MIT Press MA USA PAPERT S 1997 A Fam lia em Rede Lisboa Rel gio D gua Editores PAPERT S 1980 Mindstorms Children Computers and Powerful Ideas New York Basic Books Inc PAPERT S 2008 A M quina das Crian as Porto Alegre ArtMed PATTON M Q 1990 Qualitative evaluation and research methods Newbury Park CA Sage Publications PERRENOUD F 1995 Of cio de Aluno e Sentido do Trabalho Escolar Porto Porto Editora PERRENOUD F 2004 Aprender a negociar a mudan a em educa o Novas estrat gias de inova o Porto Edi es Asa PIAGET J 1977 O desenvolvimento do pensamento equilibra o das estruturas cognitivas Lisboa Editora Dom Quixote PINTO M TEDESCO J C PAIS J M RELVAS A P 2000 As pessoas que moram nos alunos Porto Edi es ASA POPPER K 1990 O Futuro est em aberto Editorial Fragmentos Lda QUIVY R amp CAMPENHOUDT L 1998 Manual de investiga o em ci ncias sociais Lisboa Gradiva RIBEIRO A C 1997 Objectivos educacionais no Horizonte do Ano 2000 5 ed Lisboa Te
189. imento experimental Permite a concretiza o do que foi planificado manipular instrumentos e ver nascer aquilo que idealizaram A constru o consubstancia se na pr tica naquilo a que podemos chamar bricolagem manipula o de materiais utiliza o de instrumentos montar pe as contar discutir medidas Papert 1997 salienta que medida que se vai juntando as pe as essa ideia vai se tornando cada vez mais clara p 199 Durante esta tarefa aplicam se v rios conceitos rev m se planifica es problematiza se e resolvem se problemas at construir o artefacto planeado O aspecto essencial no entanto permitir ideia que evolua podendo afirmar se que ela se tornou pl stica suscept vel de ser moldada e de adquirir forma Ibid 7 1 2 3 Subcategoria programa o Construir e programar um rob implica aprender novas habilidades cognitivas e tamb m re interpretar aquilo que os alunos j sabiam Esta atividade envolve a aprendizagem de uma linguagem espec fica de programa o tendo como mediador um 86 programa pr prio ou uma linguagem de programa o Nesta tarefa o aprendiz d vida ao artefacto constru do e alcan a os seus desejos uma fase bastante compensadora pois v os seus objetivos concretizados ou seja contempla aquilo que planificou e que passou a ser realidade Nas atividades do clube existem dois tipos de programa o a NXT G que uma linguagem gr fica para programar
190. importante nesta an lise pois foi precisamente da partilha de diferentes interesses que surgiram os artefactos rob s 7 1 2 Categoria atividades As atividades desenvolvidas neste ambiente de aprendizagem s o indicadoras do tipo de trabalho desenvolvido determinando este o envolvimento do grupo um objetivo deste clube que os alunos mais novos entrem em contacto com a rob tica atrav s do Kit da Lego Mindstorm NXT familiarizando se assim com este tipo material A referida atividade vista na escola por pessoas que desconhecem o que se 83 passa no clube como brincar com o Lego Na realidade o brincar com o Lego uma tarefa convidativa e motivadora para alunos desta idade pois a partir da brincadeira podem dar asas sua imagina o e enveredar por um mundo aliciante da cria o de algo novo A primeira tarefa solicitada aos alunos quando chegam ao clube expor as suas ideias relativamente ao que querem fazer tendo assim a oportunidade de criar um projeto que leva constru o de um prot tipo dando lhe vida posteriormente programando o Logo a metodologia aqui abordada um tipo de metodologia que podemos integrar dentro daquela relativa ao trabalho de projeto Silva 2007 salienta que quando se trabalha metodologia de projeto e de pesquisa acreditamos que o processo de ensino aprendizagem constru do na rela o entre sujeitos que pensam e constroem o seu conhecimento A produ o de con
191. ina dos CEF Observa es Hora 16h at 17 30h Atividade Planifica o de um bra o rob tico da Lego Mindstorm NXT Autores alunos principiantes A2 e A8 Ale orientador O2 Hoje o clube funciona com os alunos pela primeira vez inscritos Alunos Os alunos do 5 ano de escolaridade com idades compreendidas entre 10 e 12 anos escolhem o l ds 7 bra o a O professor O2 refere que no outro dia come aram a planificar e definir o szecitr que cada um gostaria de fazer tendo chegado conclus o que iriam come ar a aprender a montar um bra o rob tico Seguidamente pergunta aos alunos se ainda est o de acordo ou se pensaram noutra coisa Parece que todos continuam a concordar Hoje diz o professor vamos ent o ver o que preciso para fazer um bra o rob tico e antes de acabar a frase j um aluno diz que preciso uma garra O professor continua o di logo dizendo vamos ent o ver as pe as necess rias Para verem as pe as necessitam de um computador ligado internet para escolherem entre alguns projetos j existentes A Lego Mindstorm a nossa base para come ar O objetivo desta pesquisa saber quais as pe as e passos para construir um bra o assim como ter um primeiro contacto como material Que devemos procurar Pergunta o professor Na oficina de aprendizagem onde podem utilizar internet consultam o site da Lego nxtprograms com onde procuram escolher um bra o rob tico par
192. io em responder embora saiba O2 tenta puxar por ele ora provocando ora pedindo que explique ou brincando com as situa es que v o surgindo A5 faz outra representa o dos pain is agora com os ret ngulos virados ao contr rio e discute com O2 a vantagem de uma e de outra representa es e o m ximo de pain is num e noutro modelo O2 lembra aos dois que outro estudo que t m de fazer quantos se v o ligar em s rie e quantos se v o ligar em paralelo A5 j cansado diz isso trago na pr xima segunda feira Interfiro na conversa perguntando como v o arranjar todos esses pain is O2 diz me que t m de compr los a sete e tal euros cada Ao fundo da sala Al est concentrado e come a a procurar um programa o software para programar o seu robot lixo O2 qual a rea total dispon vel A5 32 5x 16 cm 164 Fazem a contagem do comprimento pela largura e facilmente chegam rea nos 2 projetos detetando assim a diferen a num e noutro O2 observa o trabalho de A5 e deteta falta de precis o na representa o das medidas E ficam mais algum tempo a voltar a medir e a detetar os erros A5 calado comenta foi feito sorte Observa o n 7 15 11 10 Hora 11 50h at 13 20h Local Oficina Atividades testes de motores e sensores Atores Al A4 A5 O 02 03 Observa es Hoje na sala encontram se os 3 professores do clube A5 e Al Ol e Al come am hoje a testa
193. is salas de aula tudo informal Os alunos entram mas n o se sentam Cada um s ou em grupo se dirige para as bancadas onde normalmente se trabalha nos cursos profissionais Os orientadores do clube s o tr s todos da rea da engenharia eletrot cnica T m a seu cargo aulas dos cursos de forma o profissional nos CEF Alguns j lecionaram tamb m aulas de bases de programa o em inform tica Este o turno dos alunos com idades compreendidas entre 15 e 17 anos Os alunos que fazem parte deste clube s o hoje tr s Dois pertencem aos cursos profissionais e um rea de Ci ncias e Tecnologias Come o por ver o que posso registar de tudo o que vejo Penso que o Como come ar Porque trabalham aqui 141 melhor ser ir um pouco para cada grupo e ver o que l se passa Hoje sou uma pessoa estranha ao grupo no entanto j falei com todos os presentes e expliquei o que vou fazer ali Depois disso todos voltaram ao trabalho um pouco desconfiados com a minha presen a de curiosa Existem dois tipos de atividades 1 A execu o de um pr projecto para um robot para apanhar lixo na escola 2 A prepara o de material para execu o de um carro solar O trabalho respeitante ao ponto um foi criado por um aluno que est no clube desde 2005 altura que o clube abriu Este aluno Al agora no 12 ano escolheu no ano transato o referido projeto o qual foi planificado durante as f rias
194. isa paginal html recuperado a 12 06 2010 SILVA F A 2009 RoboEduc Uma Metodologia de Aprendizado com Rob tica Educacional Tese de doutoramento Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia Natal Dispon vel em RoboEduc Uma Metodologia de Aprendizado com Rob tica recuperado a 26 04 2011 ULLRICH R A 1987 Rob tica uma Introdu o Rio de Janeiro Campus 1987 Villaplana Dispon vel em www pg utfpr edu br TICnoensinoaprendizage recuperado a 20 4 2011 VALENTE J A s d Diferentes Usos do Computador na Educa o Dispon vel em http edutec net biblioteca 20virtual edtextos htm recuperado a 7 5 2010 WOLCOTT H 1982 Ethnography practice potential and problems Dispon vel em http eprints ncrm ac uk 28 1 20 01 05EthnographySeminar EthnographyProblemsandProspects Recuperado a 20 02 2011 ZILLI S R 2004 A Rob tica Educacional no Ensino Fundamental Perspectivas e Pr ticas 89p Disserta o Mestrado em Engenharia de Produ o 134 Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis Dispon vel em http www google pt url sa t amp rct amp q amp esrc s amp frm 1 amp source web amp cd l amp sqi 2 amp ved 0CE4QFjA A amp url http 3A 2F 2Fwww pucpr br w2Fevent os 2Feducere 2Feducere2009 2Fanais 2Fpdf 2F3534 1980 pdf amp ei gv 3yT8 DB6bs0gXXegtCwCQ amp usg AFQOjJCNHhmPdDJotkGXOnPzQJDm5SM Za53 w amp sig2 JJWXiW0O52Hu9a6F3Kx83Lg recuperado a
195. isas de ajuda nalguma mat ria A2 Prontamente responde n o S venho dizer que estou desejoso de chegar hora do clube E ent o porqu perguntei lhe A2 com um sorriso disse porque hoje vou trazer o meu rob para mont lo de novo Ent o aproveitei para falar com ele acerca desse seu entusiasmo contagiante e fomos falando Mas tu tens um rob Perguntei Sim disse A2 comprei dois anos quando fui ao Madrob est todo torto j n o d nada ent o hoje vou traz lo para verificarmos e recuper lo Gostas mesmo disto n o A2 Perguntei Muito eu at j sou melhor aluno por estar no clube E ent o porqu tens melhorado as tuas notas Perguntei Sim acho que tenho o racioc nio mais desenvolvido Este clube muito importante para desenvolver o racioc nio disse assim com muita convic o N o como o clube de madeiras que n o tem nada de especial ali s se faz um tipo de coisas no nosso fazemos muitas Gostas realmente disto Afirmei Sim respondeu dev amos ter mais alunos no clube Porque isto realmente importante Aproveitei o momento e perguntei que jogos gostas de jogar A2 Eu gosto dos SIMS e de outros e brincaste com legos quando eras mais pequeno perguntei N o respondeu brinquei muito com jogos de computador jogos para mais pequenos nunca joguei muito com legos dev amos fazer uma exposi o sobre o clube para que todos vissem o que se passa e como isto important
196. izado A autoriza o para a realiza o do estudo foi deferida conforme consta no mesmo anexo Para consecu o deste estudo foram solicitadas autoriza es aos encarregados de educa o dos alunos participantes no sentido de poderem ser registadas entrevistas e fotografias utilizadas no presente trabalho anexo 2 De modo a compreender o contexto e as suas intera es foram observadas dezanove sess es do clube de rob tica que decorreram entre outubro de dois mil e dez at maio de dois mil e onze duas vezes por semana num hor rio flex vel Durante esse tempo registou se atrav s da observa o participante tudo o que foi pass vel de registo notas de campo memorandos fotografias pequenos filmes di logos informais e recolha de planos de atividades Em suma tudo aquilo que poderia vir a tornar se relevante para o estudo 4 5 Participantes e local do estudo 4 5 1 Os participantes Os participantes deste estudo foram os alunos e orientadores de um clube de rob tica de uma escola b sica e secund ria do conselho de Santa Cruz Participaram deste clube dez alunos cujas idades est o compreendidas entre dez e dezassete anos Quatro pertenciam a turmas de quinto ano dois ao sexto ano um ao d cimo segundo ano rea de ci ncias e tecnologias e os outros tr s pertenciam aos cursos CEF Curso de Educa o e Forma o Para orientar as atividades existiam tr s orientadores os quais detinham forma o na rea
197. j brinco com todos e eles retribuem na mesma moeda Falam sobre inform tica principalmente Al e A2 A3 gosta mais de criar e executar esta tipo de tarefas A3 conta quantas limas tem o pai em casa e para que s o usadas nos seus trabalhos caseiros Seguidamente a conversa j a velocidade da internet o trabalho lento mas a conversa agrad vel Agora preciso limar do outro lado Ajudo A3 a apertar a bigorna onde prendemos o tubo Assim d mais jeito a limar Discute se a ida ao Madrob as equipas a formar as idades e as regras do concurso A2 est desejoso que chegue este evento O2 diz que agora preciso acertar a parte dos tubos e limar no esmeril mas A2 est mais interessado em conversar com Al sobre programa o e inform tica Ent o A3 ajuda na tarefa O2 para chamar aten o de A2 pergunta lhe A2 o alum nio bom ou mau condutor de calor Mas A2 n o se apercebeu E discutimos s os tr s que o alum nio bom condutor O2 chama novamente A2 para que ele veja como fica a montagem dos tubos dizendo que agora devem limar com uma lixa de ferro as extremidades para n o ficarem cortantes Hoje na sala h muito barulho de fundo Ol e Al discutem um programa complicado em ardu no num mundo s seu Acabaram de limar acabou a tarefa no pr ximo dia h mais Observa o n 19 11 05 11 Hora 16h 15 at 15h 30 Local oficina Atividades continua o da constru o do bra o rob ti
198. lado de fora com o objetivo de obter uma perspetiva diferente Quando ingressamos num grupo pela primeira vez e come amos a registar tudo o que vemos tirar fotografias filmar e tentar ao mesmo tempo ser aceite no grupo as realidades tornam se um pouco complicadas Por este motivo nos primeiros dias de observa o foram realizados registos simples de algumas atividades as quais foram descritas num caderno de campo anexo 4 utilizado para o efeito A observa o participante tem deste modo o papel de conhecer a realidade dos indiv duos e o seu mundo permitindo aceder ao modo como funciona o grupo que conhecimentos possuem que atividades desenvolvem em conjunto ou individualmente quais as suas cren as e comportamentos Para Goetz e LeCompte 1988 o objetivo da etnografia educacional trazer valiosos dados dos contextos atividades e cren as dos participantes nos ambientes educacionais tal como eles ocorrem naturalmente As a es dos indiv duos em estudo Spradley 1980 expressam se de v rias formas na sua linguagem no seu comportamento e nas suas a es havendo tamb m grupos que fazem uso de um complexo sistema de significados para organizar o seu comportamento e dar sentido ao mundo em que vivem a sua cultura Logo cada 70 investigador quando estuda um grupo n o pode de modo algum alhear se deste aspeto tendo por isso de dar aten o a tr s aspetos fundamentais da experi ncia dos indiv duos o que fazem o qu
199. lista em Educa o um guia pr tico e cr tico Porto Asa ARENDS R I 1995 Aprender a Ensinar Lisboa Editora MCGRAW HILL DE PORTUGAL Lg ATKINSON P amp HAMMERSLEY M 1994 Etnography and Participant Observacion In N Denzin amp Y Lincolm Eds Handbook of Qualitative Research Newbury Park Sage BARDIN L 2009 An lise de Conte do 5 ed Lisboa EDI ES 70 LDA BELL J 2008 Como Realizar um Projecto de Investiga o Lisboa Gradiva BERTRAND Y 1991 Teorias Contempor neas da Educa o Lisboa Instituto Piaget BOGDAN R amp BIKLEN S 1994 Investiga o Qualitativa em Educa o Uma introdu o Teoria e aos M todos Porto Porto Editora BRUNER J S 1960 O processo da Educa o S o Paulo C Ed Nacional BRUNER J S 1976 Uma Nova Teoria de Aprendizagem Rio de Janeiro Brasil Bloch BRUNER J S 1986 Actual Minds Possible Worlds Mentes Reais Mundos Poss veis Cambridge MA Harvard University Press CAN RIO R 2002 A Escola tem futuro Das promessas s incertezas Porto Alegre Art Med CARBONELL Jaume 2002 A Aventura de inovar A mudan a na escola Porto alegre ArtMed CARVALHO A 2001 rea de Projecto no Ensino B sico Oportunidades desafios e investimentos Correio da educa o n 19 suplemento COLL C et al 2001 O Construtivismo na Sala de Aula novas perspectivas para ac o pedag gica Lisboa
200. los eles trabalham de forma a aprender a ultrapassar os obst culos 206 n s s damos um pouco de apoio n o lhes fazemos as coisas Isto contribui para resolverem quest es no futuro e ultrapassarem problemas Inv Em que que tu achas que estas atividades contribuem para a aprendizagem visto que n o h um programa r gido nem fichas nem uma avalia o como nas aulas 02 p r em pr tica aquilo que ele quer e gosta vai mexer talvez com a motiva o futura penso que um bocado por a se ele faz uma coisa que gosta vai aprender muitas coisas e n o se apercebe matem tica e uma s rie de coisas outras coisas porque tem de ser essas coisas v o surgindo medida que vai trabalhando est um bocado ligado motiva o aprende assim sem se aperceber Inv Porque motivo dizes aos alunos agora faz sozinho 02 mais frente ele n o vai ter ningu m que lhe ajude importante ganhar autonomia se ele aprender a fazer sozinho isso vai ser importante no seu futuro ser capaz de ultrapassar uma s rie de problemas Inv Fala me sobre os alunos do clube 02 parte dos alunos s o dos CEF de eletricidade damos lhe a conhecer isto e eles v m Damos lhe a conhecer isto e eles v m e parte gosta muito da rob tica s o de inform tica Inv O que achas que os faz vir c 02 207 Para os do CEF est na rotina das aulas eles gos
201. lunos que v m aqui ver a aplica o pr tica das teorias Isso importante e faz falta O A5 tem dificuldades Consegue integrar o grupo Al em termos de eletr nica razo vel inform tica fant stico projeta muito bem mas mec nica tem dificuldades o caso do A7 do primeiro ano de eletricidade em inform tica e eletr nica n o percebe nada mas em mec nica sabe bem e faz com o Al um conjunto complementam se tendo um objetivo final acabando por partilhar esses conhecimentos e conseguir fazer o trabalho entrevista a O1 10 01 2011 O2 considera que os alunos v m c pelos seguintes motivos est um bocado ligado motiva o parte gosta muito de rob tica e inform tica Os mais pequenos s o mais ligados inform tica gostam deste tipo de atividades entrevista a O2 31 01 2011 Quanto a O3 o que provocou esta ades o ao clube teve a ver sobretudo com Gosto pela rob tica o ato de criar algo e depois poder mostrar aos colegas Alguns t m conhecimentos que querem p r em pr tica alguns aspetos que aprenderam nas aulas podem aqui p los em pr tica quando por exemplo criam a programa o tempos curvas rota es entrevista a 03 3 05 2011 94 Este grupo ent o um grupo heterog neo tanto em interesses quanto em idades Cada qual chegou aqui pelos mais diversos interesses e motiva es trazendo para o grupo a sua realidade individual de acordo com o
202. m os do aprendiz e n o no professor logo a crian a tem oportunidade de explorar o objeto computador sua maneira b a crian a que prop e os problemas ou projetos a serem desenvolvidos atrav s desta programa o ou seja aqueles que ela est interessada em resolver c propicia crian a a oportunidade de aprender fazendo ou seja resolvendo problemas atrav s da linguagem de programa o e expressando se atrav s da execu o do resultado permitindo deste modo comparar as suas ideias originais com o produto do programa e analisar as ideias e conceitos que foram aplicados c se existir algo errado o aprendiz pode percorrer o programa e detetar o erro pois a an lise do erro e a sua corre o constituem uma grande oportunidade para entender o conceito envolvido na resolu o do problema em quest o deixando o erro de ser puni o e passando a ser uma situa o que leva a um melhor entendimento das nossas a es e conceptualiza es 49 d o professor passa a ter outro papel no processo o de ajustar o projeto crian a de fornecer novas informa es e de explorar os conte dos embutidos nas atividades O uso do Logo segundo este autor resgata a aprendizagem construtivista tentando provocar uma mudan a profunda nos ambientes de aprendizagem tradicionais A jun o do Logo com os brinquedos da LEGO Valente s d originou o projeto LEGO Logo desenvolvido pelo Media Laboratory do MIT Este projeto s
203. mente adaptativa Isso acontece porque nessas idades s o orientadas pela a o e o retorno n o obtido a partir do sim ou do n o da autoridade de um adulto mas a partir da rea o e da orienta o procedentes da pr pria realidade Uma grande parte das aprendizagens t m lugar desta forma sem a interven o do adulto No entanto este autor tamb m defende que as aprendizagens acontecem num mundo estruturado Ent o de modo a melhorar a forma segundo a qual o meio envolvente pode facilitar a aprendizagem dever o ser criadas situa es em que a crian a que faz alguma coisa por si pr pria Salienta que fomentamos a aprendizagem ao enriquecermos o seu meio envolvente disponibilizando um tipo novo de materiais a partir dos quais pode ser realizada alguma coisa p 104 Sugere ent o a utiliza o de computadores na sala de aula como um mediador podendo realmente este tipo de atividade fazer a transfer ncia do controle do ato educativo centrado no aluno modificando o ambiente de aprendizagem Papert 1980 referiu In many schools today the phrase computer aided instruction means making the computer teach the child One might say the computer is being used to program the child In my vision the child programs the computer and in doing so both acquires a sense of mastery over a piece of the most modern and powerful technology and establishes an intimate contact with some of the deepest ideas from science from mathem
204. mento importante pelo fato de os alunos nunca terem tido esta experi ncia Familiarizar se com o Lego levou a que adquirissem destreza na manipula o deste tipo de objetos Valente s d defende que este g nero de atividade envolve essencialmente dois aspetos primeiro a capacidade de a crian a entender cada componente Lego e como ele pode ser usado como elemento mec nico ou eletr nico de um dispositivo e segundo a necessidade que proporciona de aprender conceitos espec ficos sobre o dispositivo que vai sendo constru do Come am assim por desmontar um rob para uma primeira experi ncia com o material antes de construir desconstroem O aluno A8 acha esta tarefa dif cil Na realidade as pe as do Lego s o de alguma forma de dif cil manuseamento Algumas s o demasiado fr geis e outras t o parecidas em forma e tamanho que tornam esta tarefa de in cio um pouco complicada Passado este primeiro obst culo com uma certa impaci ncia o entusiasmo volta novamente express o de cada jovem desejosos por come ar a construir o rob de acordo com aquilo que foi planeado como se pode constatar com a m xima aten o examinam o que diz o programa sobre as pe as e a sequ ncia a seguir O professor alerta para que primeiro verifiquem se as pe as nas caixas est o organizadas Cria se grande expectativa na cara de cada mi do Come a um grande entusiasmo misturado com as d vidas sobre o tempo que levar a construir a
205. mo autor um novo paradigma sempre recebido com ceticismo e as suas ideias de uma forma geral sempre atacadas S quando uma s rie de aderentes alcan a um n mero significativo que realmente se pode dizer que ocorreu uma mudan a de paradigma Kuhn salienta ainda as dificuldades sentidas por todos os que enfrentam a resist ncia a preconceitos fortemente enraizados no processo de mudan a referindo que para ocorrer uma mudan a temos de acreditar que o novo paradigma ser bem sucedido relativamente aos muitos problemas que enfrenta sabendo apenas que o velho paradigma n o conseguiu resolver alguns problemas Uma decis o deste g nero s explic vel enquanto acto de f p 214 Os modelos organizacionais de escola como o modelo fabril enraizados na sociedade e em cada um de n s se n o forem sujeitos a quest es ou atualiza es permanecem durante muito tempo mesmo quando uma nova verdade como por exemplo a mudan a ocorrida nos jovens por a o da tecnologia j triunfou Cabe ent o a cada um de n s fazer uma reflex o sobre as transforma es que t m marcado a educa o e a sociedade em que vivemos 27 As cren as poder o mudar ent o quando a experi ncia mostrar exce es e novas possibilidades ou em particular quando cada um de n s estiver aberto mudan a No entanto isto pode constituir somente um exerc cio de possibilidade pois a mudan a processa se de dentro para fora e n o o contr rio
206. n e Fino na mente de cada aprendiz podem ser exploradas janelas de aprendizagem durante as quais o professor pode actuar como guia do processo da cogni o at o aluno ser capaz de assumir o controlo metacognitivo Fino 2001 pp 273 291 As opini es dos orientadores do clube que v o ao encontro das ideologias de Papert e Ackermann levam nos a deduzir que quem aprende a ultrapassar obst culos desta forma ter maior capacidade de adapta o perante situa es problem ticas que surjam na vida Incitar ao trabalho aut nomo sugerir e ajudar a encontrar melhores m todos para o ensino devem ser atribui es do professor atual mantendo se aberto ativo e informado relativamente aos limites do saber que se encontram em constante evolu o O novo professor s poder resultar de uma mudan a de mentalidade ligada nova cultura emergente proporcionando a todos os que com quem venha a trabalhar novos contextos de oportunidades para aprender interagindo de modo a conhec los aconselhando os como um guia ajudando os a crescer como pessoas com vista ao desenvolvimento das suas capacidades naturais 124 Constatou se que a participa o em eventos como o MadRob proporcionaram novos horizontes aos participantes na medida em que o envolvimento e o interesse por estas atividades levou partilha e coopera o de interesses comuns Nestas intera es alunos com idades e conhecimentos diferentes partilharam
207. na com os alunos pela primeira vez inscritos Alunos do 5 ano de escolaridade com idades compreendidas entre 10 e 12 anos O professor O2 refere que no dia anterior come aram a planificar e definir o que cada um gostaria de fazer tendo chegado conclus o que iriam come ar a aprender a montar um bra o rob tico Seguidamente pergunta aos alunos se ainda est o de acordo ou se pensaram noutra coisa Parece que todos continuam a concordar Hoje diz o professor vamos ent o ver o que preciso para fazer um bra o rob tico e antes de acabar a frase j um aluno diz que preciso uma garra O professor continua o di logo dizendo vamos ent o ver as pe as necess rias Para verem as pe as necessitam de um computador ligado internet para escolherem entre alguns projetos j existentes A Lego Mindstorm a nossa base para come ar 97 O objetivo desta pesquisa saber quais as pe as e passos para construir um bra o rob tico assim como ter um primeiro contacto como material da Lego Que devemos procurar Pergunta o professor Na oficina de aprendizagem onde todos podem utilizar a internet consultam o site da Lego nxtprograms com onde procuram escolher um bra o rob tico para construir O professor diz para escolherem o bra o que lhes interesse copiar o programa e passar execu o No meio de uma discuss o acesa decidem qual o bra o que querem executar Observa o n 2 de 20 10 2010 Apesar de pri
208. ncipiarem por atividades predeterminadas h sempre uma margem que d lugar prefer ncia de acordo com as suas conveni ncias Essa escolha n o no entanto pac fica estando sempre rodeada de discuss o Nesta discuss o poss vel observar os interesses de cada um na forma como emitem as suas opini es e defendem as suas escolhas Uma curiosidade nesta observa o chama aten o para uma escolha que apesar de implicar fazer o mesmo que os outros n o significa ter a mesma ideia em mente Um aluno A2 faz a seguinte observa o fazemos a base e depois editamos o nosso como entendermos Observa o n 2 de 20 10 2010 Este aluno A2 revela aqui que este modelo serve mas depois a partir dali pode editar o seu como entender salientando que n o bem aquilo que pretende mas aceita um modelo comum e depois partir para algo diferente Outra observa o que podemos constatar a partir destes dados s o os desafios de cada um e o grau de exig ncia que alguns colocam no seu trabalho na frase que se segue Este n o diz outro aluno A8 f cil demais vamos escolher um mais dif cil Observa o n 2 de 20 10 2010 Papert 1997 refere que As crian as tal como todas as outras pessoas n o preferem a facilidade querem o desafio e o interesse o que implica dificuldade p 84 98 Muitas vezes julgamos que as crian as gostam do que f cil mas na verdade Papert
209. nd ncias atuais da pesquisa na escola Cad CEDES 18 43 pp 46 57 Dispon vel em http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 32621997000200005 recuperado a 20 de Julho de 2011 CARDEIRA C 2010 Das Ideias Inova o a import ncia do ensino experimental dispon vel em www dem ist utl pt cardeira papers ideiasinovacao pdf recuperado a 3 02 2011 COUTINHO C P 2008b A Influ ncia das Teorias Cognitivas na Investiga o em Tecnologia Educativa in Revista Portuguesa de Educa o 21 1 2008 vers o JPG Pdf Dispon vel em http www cied uminho pt Default aspx tabindex 3 amp tabid 19 amp pageid 49 amp lang pt PT recuperado a 12 06 2010 FIDALGO A 2007 Qu es innovaci n educativa Dispon vel em http innovacioneducativa wordpress com recuperado a 25 06 2010 132 FINO C N 2001 Vygotsky e a Zona de Desenvolvimento Proximal ZDP tr s implica es pedag gicas Revista Portuguesa de Educa o vol 14 n 2 pp 273 291 Dispon vel em http www3 uma pt carlosfino publicacoes 1 1 pdf Recuperado a 15 03 2010 FINO C N 2005 O Futuro da Escola do Passado In Actas do I Col quio DCE Uma A Escola sob Suspeita Funchal universidade da Madeira Dispon vel em http www3 uma pt carlosfino publica oes 21 pdf recuperado a 17 02 2010 FINO C N s d Inova o e invariante cultural Universidade da Madeira Dispon vel em http wuw3 uma pt c
210. ndizes ou seja o que j se desenvolveu mas deu especial nfase ao estudo das fun es que ainda est o em desenvolvimento ou seja aquilo a que se denominou como desenvolvimento potencial De acordo com Fino 2001 Vygotsky real a a exist ncia de uma rea potencial de desenvolvimento cognitivo definida como a dist ncia que medeia entre o n vel atual de desenvolvimento da crian a o qual pode ser avaliado quando ela testada individualmente e um potencial imediato determinado atrav s da resolu o de problemas sob orienta o de adultos ou em colabora o com os pares mais capazes Para Vygotsky 2007a a dist ncia entre estes dois n veis cria a chamada Zona de Desenvolvimento Proximal ZDP Ela a dist ncia entre o n vel de desenvolvimento real que se costuma determinar atrav s da solu o independente de problemas e o n vel de desenvolvimento potencial determinado atrav s da solu o de problemas sob a orienta o de um adulto ou em colabora o com companheiros mais capazes Vygotsky 2007a p 97 Vygotsky apresenta Coll 2001 um novo paradigma sobre a aprendizagem em que d import ncia ao outro social ao grupo fascina o de estar juntos O processo de aprendizagem tem de ter uma tica prospetiva n o deve incidir no que a crian a aprendeu mas no que pode aprender O conhecimento deve ser descoberto Vygotsky 2007a constru do e reconstru do atrav s da intera o do sujeito com o objet
211. ndo logo as escolas deveriam ser locais para aprender mas onde coexista uma cultura de responsabilidade pessoal Para o autor supracitado a escola possui uma inerente tend ncia a infantilizar as crian as colocando as numa posi o de ter de fazer conforme s o mandadas a ocupar se com trabalhos ditados por outra pessoa e que al m disso n o possuem qualquer valor intr nseco o trabalho escolar feito apenas porque o autor de um curr culo decidiu que fazer o trabalho moldaria quem o fizesse de uma forma desej vel Apesar de ao longo do tempo terem havido manifesta es de protesto contra este tipo de ensino tradicional o sistema educacional atual incluindo grande parte da comunidade de pesquisadores continua bastante comprometido com a filosofia educacional do final do s culo XIX e in cio do s culo XX Embora existam desejos de mudan a n o tem havido quem tenha sido capaz de abrandar o dom nio do atual sistema educacional nem desafiar essas tradi es sobre a forma de ensinar crian as O aparecimento da tecnologia e a utiliza o dos computadores n o segundo este autor o primeiro desafio a valores educacionais estabelecidos pois j h mais de cem anos por exemplo John Dewey iniciou uma campanha por um tipo de aprendizagem centrada no aluno p 20 No entanto nessa poca a insatisfa o existente n o era t o profunda quanto aquela que ocorre atualmente em rela o educa o Papert Op cit def
212. ndo se rela es e infer ncias num n vel de abstra o mais elevado Ibid Spradley 1980 salienta que a an lise etnogr fica envolve um modo de pensar sendo tamb m uma procura de padr es Segundo o mesmo autor primeiro devemos fazer uma aprecia o qualquer que seja o assunto para determinar as suas partes e depois relacion las com o todo Nas situa es sociais estudadas observamos comportamentos recordamos o que as pessoas fazem e dizem e fomos capazes de fazer infer ncias acerca do que elas sabiam No entanto tamb m tivemos de descobrir os padr es que se encontravam nos nossos dados Alguns foram claros e f ceis de descobrir outros encontravam se escondidos no texto e alguns representavam rela es 80 sem nticas onde normalmente est o ligadas duas categorias as quais foram importantes para descobrir aspetos ligados ao dom nio cultural Spradley Op cit refere que para analisarmos uma situa o social do ponto de vista cultural temos de ter em considera o os elementos com tais significados e depois descobrir como est o organizados Para este autor toda a situa o social caracterizada por um lugar pelos atores que nela participam quais os eventos em que participam que objetos usam que constroem e de que modo uma mudan a nos eventos altera as rela es entre os atores A meta da an lise qualquer que seja a situa o descobrir padr es de cultura numa situa o social particular Na forma
213. ng para desanuviar De vez em quando Todos precisam descansar um pouco desta tarefa contra o tempo Finalmente chega A3 e A2 fica radiante O2 diz lhes que t m de come ar a construir o seu carro e deixa os sozinhos O tipo de acompanhamento dos orientadores semelhante ao que se passou durante todo o ano nas sess es do clube A2 e A3come am a planificar a sua constru o Mas A2 est fascinado por participar neste evento que n o para de tirar fotografias e registar todos os momento que lhe parecem interessar Dando uma volta pela sala verifico em todas as equipas a forma como partilham e discutem o conhecimento a v rios n veis programa o inform tica e mec nica Trabalham sem precisar de nenhum orientador nesta fase j ganharam autonomia suficiente para isso Quando necess rio recorrem a outras equipas tanto para pedir material como para construir e programar O que realmente se nota neste ambiente al m da competi o como objetivo final do evento sobretudo uma grande coopera o a n vel geral dos elementos que se encontram a participar Deste modo a partilha de conhecimentos de acordo com o que vejo o mais importante deste evento Depois da constru o todos t m de escolher uma m sica para ao seu ritmo colocar o rob a dan ar A2 e A3 v o para o computador escolher a sua m sica A facilidade com que estes mi dos utilizam o material de inform tica fant stica este o seu mundo No outro lado
214. nsagens s o parte integrante da sua vida Para este autor mediante a intera o com as tecnologias os jovens de hoje n o podem ser iguais aos seus antecessores e estas diferen as s o mais profundas do que a maioria dos educadores pode suspeitar De acordo com Bruce D Perry professor da faculdade de medicina de Baylor citado em Prensky Op cit os diferentes tipos de experi ncias a que cada indiv duo 18 tem acesso conduzem a estruturas diferentes do c rebro sendo muito prov vel que os c rebros dos nossos jovens tenham mudado fisicamente e sejam diferentes dos nossos como resultado da sua intera o com a tecnologia Gardner 2007 acredita que n s como seres biol gicos complexos evolu mos muito lentamente Apesar de compreendermos o que fizeram os nossos antepassados e eles possivelmente tamb m nos compreenderem a nossa cultura ao longo do tempo tem mudado muito rapidamente assim como os nossos h bitos e modos de pensar se alteram por adapta o a outras culturas e lugares Deste modo Gardner revela que n o tem d vidas sobre o facto de que os novos meios digitais ir o mudar a nossa mente e a forma de processar informa o e embora os efeitos mais profundos sejam lentos tal qual se processa a evolu o os meios digitais t m o poder de mudar qualitativamente a nossa experi ncia de vida pois a maioria dos objetos animados e inanimados com os quais mant nhamos rela es existiam no mundo natural num dete
215. ntade de liberta o de todas as limita es Neste processo existem duas componentes b sicas a racionalidade e a subjetividade A primeira orienta se no sentido de organizar a vida social e as atividades produtivas atrav s da incorpora o da ci ncia e da tecnologia e a segunda orienta se para o desenvolvimento integral da personalidade liberta das limita es impostas pelos determinantes sociais e culturais Ao longo do tempo a modernidade andou associada quase exclusivamente ao primeiro aspeto Para Touraine 2005 o drama da nossa modernidade consistiu em ter se desenvolvido lutando contra a metade de si mesma contra o indiv duo e a sua liberdade Pinto et al 2000 defendem que a organiza o da a o educativa num sistema institucional cuja finalidade principal consiste em preparar para a integra o na sociedade foi uma das express es mais representativas do princ pio da racionalidade Para que isso acontecesse tornou se fundamental enfatizar a aprendizagem dos aspetos universais custa de particularismos dos sentimentos e paix es No modelo educativo tradicional os sentimentos e as paix es s eram promovidos e permitidos nas reas que desempenhavam um importante papel integrador como a na o a p tria ou o partido Deste modo a socializa o escolar estava sobretudo destinada a promover comportamentos ajustados s exig ncias de um sistema institucional baseado em regras impessoais e comuns a todos Ainda que e
216. ntador deve tal qual menciona 03 dar a conhecer as ferramentas para conseguirem resolver os desafios orientar gerir encaminhar e ter o cuidado como lhes apresentamos as coisas pois n o conv m descobrir tudo pois isso pode levar a uma desmotiva o por isso come amos com o Lego para que v o descobrindo por si pr prios Entrevista a O3 de 3 05 2011 Quando apresentam dificuldades e n o conseguem avan ar o professor problematiza at conseguirem chegar ao pretendido e tal qual defende Fino 2001 abrem uma janela de aprendizagem levando os a ultrapassar obst culos e a avan ar patamares Come am a surgir d vidas e A2 exclama Fogo n o sei E chama o professor O2 acode e depois de saber qual a sua d vida pergunta Como se toma a decis o Onde que o programa pode decidir por uma linha ou por outra Os alunos ficam calados como se n o entendessem Ent o O2 volta a afirmar O que faz com que tome a decis o aqui junto luz Ah Exclama A2 A3 diz em tom mais baixo o que eu estava a dizer O2 Temos de decidir o caminho Modificaram Mas j o tinham feito Ent o toca a testar a ver se resulta E resulta O2 Ent o vejamos o que fizeste E A2 explica onde alterou e O2 diz muito bem Observa o n 9 de 5 01 2011 Ap s algumas dicas e refor os positivos dados pelo orientador as dificuldades v o se esbatendo e o trabalho avan ando para a
217. ntiam nas aulas de inform tica onde os assuntos eram tratados de uma forma mais te rica era o facto de n o conseguirem ver a aplica o pr tica daquela teoria Deste modo a experi ncia realizada nas atividades do clube tem sido uma forma de cativar alunos e de imprimir um sentido s suas atividades Todo o sentido do saber de uma tarefa Perrenoud 1995 ou de um projeto de um exerc cio ou de um problema por resolver fundamenta se na cultura dos indiv duos pois cada um possui um capital cultural que o favorece face a qualquer situa o que se lhe apresente na vida 95 No entanto tamb m aqui se constatou a chegada de alguns alunos por curiosidade como A6 A8 e A10 que estiveram no clube s durante um certo tempo Talvez n o tenham encontrado aqui os seus sonhos 8 1 1 2 Que constroem Como constroem o seu conhecimento 2 E na consecu o das atividades e na intera o da resultante que os aprendizes constroem o seu conhecimento Deste modo analisar intera es passa por cruzar dados que tenham a ver com as atividades desenvolvidas e como todos os elementos pertencentes ao grupo aluno aluno orientador interagem Cada individuo desenvolve se atrav s das suas m ltiplas experi ncias de vida das aprendizagens concetuais que vai fazendo ao longo da sua escolaridade assim como da conviv ncia com outros pelo interc mbio de ideias e sentimentos Papert 2008 defende que a aprendizagem concebida como um
218. o uma boa rela o intelectual e afetiva professor aluno culminam na constru o de um sentido pois o mesmo constr i se a partir do di logo da forma de apresentar as coisas de dar lugar ao outro de o ter em conta e de estabelecer negocia o Perrenoud salienta ainda que nenhum ator envolvido numa situa o pode bem entendido libertar se da sua cultura das suas alian as e compromissos e do sistema de poder e de trabalho subjacente a uma dada situa o Ibid deixando nos refletir sobre o que poder amos fazer se lev ssemos a s rio o facto de o sentido se construir a partir de culturas diversas e numa intera o que o modela podendo deste modo conceder mais tempo meta comunica o construir uma cultura comum e um contrato claro negociar multiplicar as abordagens e interesses Popper 1990 outro autor que refor a a ideia da constru o de um sentido para a educa o com base na experi ncia pessoal destacando que s o as nossas atividades que aprendem o mundo que integram dentro de n s as informa es existentes quando menciona as informa es n o nos afluem Se eu n o olhar e n o estiver atento nada existe para mim atrav s da aten o do interesse que arrastamos para dentro de n s as informa es p 84 A situa o de interesse e motiva o afluem quando o assunto tratado tem um significado importante para cada individuo significado esse que na maior parte dos casos se prende com a
219. o A1 e o A5 desde 2005 era um robozinho azul que comprava de uma cole o em fasc culos inicialmente era esse mas depois passou para o lego a coisa come ou a correr bem no 1 ano do clube voltamos ao concurso de rob tica em 2006 agora n o com 2 alunos mas com 4 Foi em Guimar es fomos a primeira escola da madeira a participar no concurso a n vel nacional de rob tica em 2 anos diferentes fomos em termos escolares o primeiro projeto de rob tica da Madeira tirando a Universidade da Madeira Inv Mas tinhas falado uma vez sobre o teu interesse pela rob tica ter come ado muito mais cedo quando eras mais pequeno Interesse pela rob tica do orientador 01 Lembras te daquela s rie que era uma vez 201 A vida os inventores o espa o foi ai que surgiu era uma vez o espa o deveria ter 10 anos na altura OS gostos que tinha em garoto s o os gostos que tenho agora s que evolu ram O que eu fa o aqui que eles possam evoluir desde o lego ou at de coisas mais simples at poderem chegar ao Ardu no Eu foi assim que evolui gostava do espa o robots avi es ci ncia e tecnologia O meu autor favorito hoje o Carl Sagan comprei um livro dele quando tinha 18 anos o ponto azul claro que j li 5 vezes e continuo a ler o cosmos j li 3 vezes e continuo a ler leio muito os livros dele para satisfazer a minha curiosidade e o meu gosto pela ci ncia e tecn
220. o Ardu no Liga o cabo placa de ardu no de A2 e come am os testes Neste momento est o sozinhos Al A2 e A3 O3 encontra se na sala a copiar um programa para CD que O1 pediu Entretanto conversa se sobre a ideia de A2 em fazer uma exposi o sobre o clube A3 est sempre muito calado Pergunto lhe se j foi a alguma exposi o de rob tica como Al mas ele nunca foi Come am a conversa pelos programas de computador que sabem e aproveitam Al para lhe colocar quest es sobre o novo Ardu no Al tem muita paci ncia para os mais pequenos Explica lhes com base no Ardu no que tem na m o Sentem se bem com ele conversam sobre tudo o que lhes interessa e tiram as suas d vidas 16 30h Al vai ligando os fios dos motores necess rios para verificar os movimentos das rodas dos poucos no clube que domina a complexa linguagem de programa o do Ardu no Passa horas a programar muitas vezes por tentativa e erro tudo o que rob e a analisar programas num mundo s seu Fala com o computador zanga se salta de emo o quando acaba qualquer coisa E todos os outros respeitam o seu trabalho sem Interesses de A2 Al partilha a sua experi ncia com os mais novos A3 muito observador Gostam de falar de material de inform tica 179 perturbar A2 tamb m muito interessado em programa o embora ainda a come ar est desejoso de entrar nesse mundo complexo de vari veis que se projeta n
221. o Kit da Lego Mindstorm nxt desmontando as pe as de um rob j feito para se familiarizarem com o material e aprender com a experi ncia a sua utiliza o correta De s bito A8 faz uma observa o acho que n o consigo fazer um rob sozinho O professor pergunta lhe porqu e A8 responde que acha dif cil No entanto o professor incentiva o aluno dizendo que preciso treinar a paci ncia Nota se uma certa impaci ncia por parte dos alunos Est o desejosos por come ar Ent o o professor inicia o programa no computador Este programa tem uma sequ ncia de passos que devem seguir para construir o bra o rob tico Os alunos com a m xima aten o examinam o que diz o programa sobre as pe as e a sequ ncia a seguir O professor alerta para que primeiro verifiquem se as pe as nas caixas est o organizadas Cria se grande expectativa na cara de cada mi do Come a um grande entusiasmo misturado com as d vidas sobre o tempo que levar a construir aquilo tudo Mas o professor volta a chamar a aten o dizendo que o trabalho por etapas Entre eles discutem v rias vezes o que fazer e como fazer A sequ ncia tem 60 passos somos 4 O professor afasta se dizendo agora desenrasquem se Come a a montagem de acordo com os passos r pido e em conjunto O processo tem de passar pelos 4 S existe um Lego O professor atento ao trabalho interv m dizendo de certeza que a pe a essa Lan ou uma
222. o a qualquer situa o ou pessoa porque lhe permite mudar a forma suscitar a experi ncia e simula o por parte dos jovens ser um recurso transdisciplinar embora seja muito apropriado para a Matem tica a Educa o Tecnol gica a F sica e a Educa o Visual 57 Parte 2 Estudo Emp rico Cap tulo 4 Enquadramento Metodol gico do estudo N o perfurando ao acaso que se encontra petr leo O sucesso de um programa de pesquisa petrol fera depende do prosseguimento seguido Primeiro o estudo dos terrenos depois a perfura o Procedimentos como este implicam in meras compet ncias e mais do que uma vis o especializada do campo N o se pode pedir ao respons vel de um projeto desta natureza que domine todas as t cnicas mas o de ter um papel espec fico na conce o do conjunto coordenando as opera es com o m ximo de coer ncia e efic cia pois sobre ele que recair a responsabilidade de levar a bom termo o dispositivo global de investiga o Quivy amp Campenhoudt 2005 p 15 No que respeita a uma investiga o de natureza social o processo compar vel Neste campo importa sobretudo ao investigador conceber e p r em pr tica um dispositivo para esclarecimento da realidade isto escolher um m todo de trabalho Tra ar um m todo de trabalho sempre uma tarefa minuciosa A abordagem metodol gica que orienta um estudo depende da tem tica que o investigador pretende abordar 4 1 Defini
223. o bem definidas pois o rob n o faz exatamente aquilo que querem Passam ent o a rever o que A6 tinha programado T m de redefinir algumas fun es Professor e aluno analisam a programa o bloco a bloco e detetam alguns erros alterando onde isso aconteceu Gravam novamente A10 chega apressado a pedir desculpas pelo atraso alegando que tinha ido almo ar Rimos todos com a sua pressa em desculpar se quase a engasgar se Olha para o quadro e v a planifica o Come a a ler para se inteirar do que est o a fazer mas diz que n o percebe a letra do professor No meio de risadas e boa disposi o j entrou no trabalho e ajuda a desligar o cabo USB para o pr ximo teste Vamos ent o diz O2 e todos nos preparamos para ver o que acontece Ligado o rob abre a garra anda para a frente ao aproximar a folha branca p ra ouve uma ordem anda mas n o apanha a bola O2 diz aqui passa se qualquer coisa de errado O processo rever a programa o Desligam o rob e passam revis o da programa o A10 sentado em frente ao computador A10 O2 e eu volta O2 observa o que A6 faz A10 segue os passos e assim verificam as fun es de cada bloco Mas h qualquer coisa que est mal no sensor de toque e alteram as defini es Voltam a gravar e a testar novamente Agora todos atentos verificamos e vamos dizendo o que vai fazer a seguir quase em coro mas chega ao sensor de toque e n o funciona O sensor devia ao encon
224. o do conhecimento e com outros indiv duos inseridos no meio s cio hist rico A cultura pode ser vista como um mediador algo com o qual percebemos o mundo o que o torna intelig vel O sujeito 34 atribui sentido ao mundo e refaz continuamente estruturas f sicas mentais e sociais que lhe permitem tratar de informa es cada vez mais complexas O construtivismo obriga a uma organiza o escolar diferente atualmente bastante influente na constru o de enquadramentos de aprendizagem sendo a Zona de Desenvolvimento Proximal ZDP o aspeto mais importante do ponto de vista pedag gico De acordo com Fino 2001 existem tr s implica es pedag gicas da ZDP a exist ncia de uma janela de aprendizagem o tutor como agente metacognitivo e a import ncia dos pares como mediadores da aprendizagem pp 273 291 O autor supracitado defende que a escola deve dirigir o ensino n o para etapas j alcan adas mas para etapas do desenvolvimento ainda n o interiorizadas funcionando como incentivador de novas conquistas O professor e os seus pares t m o importante papel de interferir na ZDP dos alunos provocando assim avan os no desenvolvimento De acordo com o este autor nas intera es entre adultos e crian as as crian as v o concretizando os seus objetivos que s o em seguida ligados aos seus esfor os construtivos e sua vida sociocultural Fino 2001 referiu na perspectiva de Vygotsky exercer a fun o
225. o hardware a rob tica o nanotecnologia e a gen tica Passando tamb m pela tica pol tica sociologia l nguas e as outras realidades que lhe s o inerentes O conte do futuro sem d vida o mais interessante para os jovens de hoje mas quem est preparado para ensin lo Como educadores necessitamos pensar sobre como ensinar ambos o legado e o futuro na l ngua dos nativos digitais O primeiro envolve uma tradu o e uma mudan a principais da metodologia o segundo envolve todo o anterior e uma nova maneira de pensar Prensky deixa nos sem d vida um desafio ou pelo menos uma reflex o urgente Como integrar na escola que temos todas estas mudan as se n o reconhecemos os jovens com quem trabalhamos atualmente N o pois de admirar que a escola seja nos nossos dias encarada com algum pessimismo por parte de quem a frequenta 1 4 Mudan a Inova o Existe uma defini o bastante aceit vel e aceita que define a inova o como um conjunto de interven es decis es e processos com certo grau de intencionalidade e sistematiza o que tratam de modificar atitudes ideias culturas conte dos modelos e pr ticas pedag gicas Carbonell 2002 p 19 A aprendizagem escolar Ribeiro 1997 deve ser concebida e organizada no quadro global da educa o e entendida cada vez mais como um processo permanente 21 ao longo da vida de cada indiv duo n o se circunscrevendo a um tempo determinado nem a um
226. o investigador se depara com dificuldades pode ser ao n vel da interpreta o de dados e na integra o dos mesmos na constru o do trabalho final Goetz e LeCompte 1988 salientam que para ultrapassar o simples relatar dos factos ocorridos para gerar teorias substantivas e integrar os estudos em an lises macro culturais os etn grafos usam a consolida o e aplica o da teoria e interpreta es baseadas em met foras e analogias A utiliza o de todas estas ferramentas tornam os estudos mais intensos e interessantes assim como explicitam conex es contextuais e generaliza es que o investigador vai descobrindo ao longo do trabalho realizado O facto de o investigador se envolver na intera o interpretar e organizar o significado dos acontecimentos ocorridos origina uma s rie de dilemas no papel que desempenha No entanto se tais dilemas forem trabalhados com sensibilidade podem constituir uma fonte de for a e recursos Woods 1999 p 70 6 6 A validade dos dados A pesquisa t o boa quanto o investigador a sua criatividade sensibilidade flexibilidade e destreza em utilizar as estrat gias de verifica o que determinam a validade e fiabilidade do estudo qualitativo Coutinho 2008a p 12 Garantir a validade de uma investiga o Tuckman 2002 n o tarefa f cil De acordo com este autor a validade de uma investiga o pode ser estimada com base em 11 dois princ pios a validade interna e
227. o que se passa somente na escola mas relacionar com o que aprendido tamb m fora dela pois os indiv duos pertencentes a um grupo na escola tamb m est o inseridos na sociedade A pesquisa etnogr fica prev uma intera o entre o investigador e o contexto estudado pois a mesma interessa se por compreender os modos particulares como os 67 sujeitos da investiga o interpretam as situa es vividas e as rela es nas quais est o envolvidos Este tipo de abordagem enfatiza sobretudo o processo e n o os resultados finais pois interessa se em primeiro lugar pela procura de novas formas de entender a realidade investigada 68 Cap tulo 6 Recolha e registo de dados O processo de acumular informa o descrito Graue amp Walsh 2003 como recolha de dados Os dados incluem os componentes necess rios para pensar de forma adequada e profunda acerca dos aspetos da vida que desejamos explorar Bogdan amp Biklen 1994 Os investigadores s o partes intermut veis no instrumento da recolha de dados por isso o material recolhido descreve um modo de olhar o mundo Neste modo de olhar o mundo est o ponto de vista do qual os investigadores recolhem dados j existentes e depois criam infer ncias v lidas a partir dessas provas O importante aqui ter medidas v lidas e fi veis para que a representa o da realidade n o seja alterada Graue amp Walsh 2003 O trabalho de campo etnogr fico envolve basicamente a obser
228. o resultado desta motiva o b sica As motiva es intr nsecas s o deste modo para Bruner em si pr prias recompensadoras e auto suficientes Se as crian as t m uma vontade intr nseca para a aprendizagem os professores devem aumentar essa motiva o A teoria das intelig ncias m ltiplas proposta por Gardner 1983 defende que n o possu mos s um tipo de intelig ncia mas sete tipos lingu stica l gico matem tica musical sinest sica espacial interpessoal e intrapessoal De acordo com este autor cada individuo detentor de v rios graus de cada uma dessas capacidades intelectuais para poder resolver os seus problemas Salienta que o facto de considerarmos que essas intelig ncias sejam at certo ponto independentes umas das outras n o significa que funcionem isoladamente pelo contr rio raramente uma ocupa o manifesta a necessidade de um s tipo de intelig ncia mas uma combina o das mesmas Gardner Op cit refere que todos os indiv duos t m propens o para questionar e procurar respostas utilizando todos os tipos de intelig ncia Todos possuem como por o da sua carga gen tica certas capacidades b sicas em todos os tipos de intelig ncia No entanto cada individuo ir desenvolver se mais de acordo com os seus fatores gen ticos neurobiol gicos e ambientais Cada uma das intelig ncias tem a sua pr pria forma de pensamento e de processamento de informa o assim como de uma variedade de pap is
229. o v rias vezes vamos discutindo e analisando as v rias possibilidades para a disposi o do material O2 come a a discuss o perguntando onde vamos encaixar os motores e novamente surgem v rias ideias Vai buscar dois motores pequenos e come amos a ensaiar o melhor modo de disp los consoante aquilo que queremos que o bra o rob tico fa a Ap s v rios minutos em discuss o decidimos que o primeiro motor deve ficar na base do primeiro tubo e a forma como deve ser colocado de modo a oferecer resist ncia e ficar seguro Agora estamos todos muito curiosos para ver como isto vai ficar Ao longo do tempo analisamos possibilidades discutindo as e colocando novos problemas escolhendo materiais a aplicar na constru o de acordo com as suas caracter sticas e tomamos decis es em conjunto Precisamos de um compasso e A2 apressadamente diz que tem um na mala Ent o O2 questiona acerca do tamanho que devemos fazer o c rculo para encaixar no tubo e fixar o motor Discutimos as medidas O entusiasmo de A3 contagiante Quer ver as suas ideias no concreto explicando como vai fazer Analisamos e discutimos a proposta de A3 02 problematiza 188 Fico calada a ver como resolvem o assunto O2 desenha no quadro um circulo e desenha o di metro dizendo o raio s o 2 5cm como vamos saber a dist ncia para poder cortar o tubo discutem conceitos matem ticos relativos s medidas da circunfer ncia
230. ob da Lego demonstrando as suas habilidades e explicando como program lo Esta atividade motivada pela curiosidade trouxe este ano ao clube dois alunos A6 e A10 A6 e A10 s o dois exemplos de interesse e curiosidade por saciar Falam sobre a demonstra o que vivenciaram na aula de divulga o demonstrando os movimentos do rob A6 diz que gostaria de construir qualquer coisa de concreto ou seja queria construir um helic ptero Observo a j destreza que manifestam os dois sobre o assunto Uma hora de demonstra o e j temos muito interesse alguns conceitos e muita vontade de experimentar e fazer O entusiasmo grande Ent o frente do programa come am a experimentar observa o n 15 de 21 3 2011 93 Apesar de nunca terem experimentado programar revelam aqui o seu interesse e uma grande motiva o os quais poder o ser estimulados e favorecer o seu crescimento pelas tarefas que forem executando Os orientadores do clube tamb m comungam da ideia de os alunos chegarem c sobretudo pelos seus interesses como podemos constatar pelas suas palavras Nas palavras de O1 os alunos pertencentes a este grupo s o muito heterog neos Os alunos do CEF est o mais por dentro das atividades de eletricidade e mec nica atividades que com eles desenvolvemos o que vem trazer um certo feedback desses alunos para o clube o caso do A5 j estava no clube antes de estar nos CEF por gosto H a
231. odelo O3 refere n o nos falta este aqui E resolvem o problema Pr ximo passo A2 agora preciso destes Testa o modelo compara e v como montar Depois refere j s faltam 10 passos falta outra pe a Al acode n o consegue estar quieto num s s tio tal como os professores tem de verificar tudo o que se passa na sala e diz n o pode ser Mas o resto fica para o pr ximo dia pois estamos em cima da hora Al est muito entusiasmado Os mais pequenos s o mais dependentes no trabalho Ao longo do tempo est mais confiante A discuss o importante na resolu o de problemas A constru o feita por avan os e recuos 161 Observa o n 6 8 11 10 Local oficina Hora 11 50h at 13 20h Atividade Planifica o de um painel solar Autores A5 A4 e Al Professores 02 e 03 Observa es Hoje A5 e A4 n o trouxeram a chave da mala met lica n o podendo por isso trabalhar sem material Ent o O2 refere que j que n o trouxeram o material o melhor fazerem ent o o prot tipo e definir a estrutura A5 est disperso ou distra do N o t m material para escrever O2 professor deteta a situa o Descontra dos pela sala n o sabem o que fazer O professor distribui uma folha a cada um explicitando o que devem fazer vamos ent o ver as medidas m ximas e m nimas para os pain is Abre o computador e analisam o 1 prot tipo A4
232. ologia n o tinha satisfa o na minha curiosidade na altura o meu objetivo aqui ajudar a satisfazer quem tenha gosto e curiosidade por esta rea O que preciso gostar disto para n o perder o interesse para que se possa evoluir Inv Em que medida consideras que a rob tica importante para a aprendizagem 01 No meu entender a rob tica evolutiva N o precisas come ar logo muito avan ado pode evoluir pouco a pouco com as idades dos alunos no caso particular da lego est feito para come ar na prim ria e ir at a Universidade n s aqui n o estamos a levar as coisas nessa direc o a rob tica tem diversas fases do planeamento de um projeto desde a execu o at o produto final como tinha aquela associa o ou sonho ou fant stico ou imagin rio com muitos alunos uma coisa que cativa mais um robozinho a fazer as tarefas dom sticas medida que se come a a entrar na rob tica passa se pelo brinquedo se quiseres legos ou outro para o robot n s vemos que h a eletr nica eletrotecnia mec nica f sica matem tica 202 ent o a come amos a ver uma diversidade muito grande de reas na minha opini o come a a ser positivo come am a aparecer e a ver os resultados pr ticos das teorias que acho que o que est a faltar mais hoje em dia Inv Referes te interdisciplinaridade que se requer atualmente achas que isso se consegue aqu
233. om eletro man E ter v rias garras Podia agarrar v rios materiais Discutem novamente A3 exprime se com esquemas gesticula os movimentos do rob e ri se de entusiasmo A2 j desligou E brinca com o ardu no O professor refere sim as vossas ideias s o complexas e interessantes mas n o acham que dev amos come ar por uma ideia mais simples Ficam calados e n o dizem nada E tarde e est o desde o turno da manh na escola Aproveito para perguntar a A3 se costuma trabalhar com o pai em casa Diz me que d muitas ideias ao pai quando est o a construir qualquer coisa Em conjunto constroem e discutem o que melhor A3 revelou tamb m que o pai j trabalhou na constru o civil e que possui muitos materiais em casa Ent o diz que podia trazer alguns materiais para constru rem o rob Revela se muito ativo e diz estou a ter outra ideia Mas A2 j desligou e o tempo do clube est no O2 refere dif cil controlar esta gente E rimos 185 Observa o n 15 21 03 011 Hora 11h 50 at 13h Local oficina Atividade programa o em Lego Mindstorms NXT Atores A6 A10 O1 02 Observa es Hoje temos dois alunos curiosos a querer ver como funciona o clube Ol fez a divulga o do clube e demonstrou como funciona um rob e se programa no lego Mindstorms NXT em algumas turmas na escola A escola tem alguma abertura a novas atividades sobretudo se elas s o motivadoras para os
234. onde est e o que est a fazer A sabedoria da investiga o qualitativa est na tomada reflexiva de decis es em contexto Graue amp Walsh 2003 p 175 A tarefa de observa o rdua Essa dificuldade foi sentida desde o momento que acedemos ao campo de observa o As primeiras quest es que nos colocamos foram o que registar neste contexto qual o local melhor para observar como captar tudo o que naquele ambiente se passava Durante as primeiras sess es observamos atividades e intera es e a ideia com que ficamos foi que tudo se enquadrava naquilo que t nhamos pr determinado No entanto com o tempo come amos a verificar 75 atentamente que algumas coisas n o eram bem assim e essa primeira ideia foi se esbatendo Sobre esta tem tica Fernandes 1991 salienta a perce o que um sujeito tem de um dado fen meno pode ser fortemente influenciada ou distorcida pelas convic es e pelos seus interesses havendo deste modo um problema de objetividade que segundo o mesmo autor pode derivar da pouca experi ncia da falta de conhecimentos ou da falta de sensibilidade do principal instrumento de recolha de dados que o investigador Fino s d destaca que o xito duma investiga o etnogr fica decorre em grande e medida da capacidade interpretativa do investigador no entanto tem como inconveniente de o deixar merc dessa capacidade interpretativa bem como do risco de uma subjectividad
235. onta do computador e come a a rever a programa o A3 observa e comenta Discutem entre os dois a programa o feita Come am a surgir d vidas e A2 exclama Fogo n o sei E chama o professor O2 acode e depois de saber qual a sua d vida pergunta como se toma a decis o Onde que o programa pode decidir por uma linha ou por outra Mas os alunos ficam calados como se n o entendessem Ent o 02 volta a afirmar O que faz com que tome a decis o aqui junto luz Ah Exclama A2 A3 diz em tom mais baixo o que eu estava a dizer O2 Temos de decidir o caminho Modificaram Mas j o tinham feito Ent o toca a testar a ver se resulta E resulta O2 ent o vamos ver o que fizeste E A2 explica onde alterou e O2 diz muito bem O2 Vamos agora tentar outra coisa mas A2 adora brincar com a programa o e testa novamente para ouvir o rob dizer bravo brilhante Vamos verificar mais algum programa Pergunta O2 Ent o A3 coloca 171 uma hip tese a de testar o movimento do rob para o outro lado Sim pode ser diz O2 mas agora s tu a programar A2 troca de lugar com A3 para que este experimente a sua sugest o Mas A3 tem d vidas no que realmente tem de fazer Come a por recorrer a A2 perguntando onde carregaste Mas A2 j n o sabe e gera se uma confus o Ent o O2 interv m A2 abriste aqui um leque de op es vamos ent o ver o que fazer A2 come a a dar s
236. or do clube o que que de uma forma geral isto significa para ti O2 olha de uma forma geral significa que posso proporcionar aos alunos um bocado bem passado e de mexer com outras coisas n o aquelas que se passam nas aulas Pois eles que escolhem e eu envolvo me nessas atividades o que querem fazer e isso de veras gratificante Inv O que achas das atividades que eles desenvolvem aqui O2 Tirando aquela parte para que que o clube ser til bom porque nas aulas s o orientados n o podem desenvolver outras coisas h fichas e as resolu es de fichas eles t m obst culos e devem saber como ultrapassar Aqui n o h um m todo de fazer as coisas eles acabam por aprender a se desenrascar aqui existem obst culos e preciso saber ultrapass los eles trabalham de forma a aprender a ultrapassar os obst culos pois n s s damos um pouco de apoio mas n o lhes fazemos as coisas Isto contribui para resolverem quest es no futuro e ultrapassarem problemas Inv Em que que tu achas que estas atividades contribuem para a aprendizagem visto que n o h um programa r gido nem fichas nem uma avalia o como nas aulas Nuno O p r em pr tica aquilo que ele quer e gosta vai mexer talvez com a motiva o futura penso que um bocado por a se ele faz uma coisas que gosta 198 depois vai aprender muitas coisas e n o se apercebe matem tica e uma s rie de coi
237. or ou motores devem permanecer em movimento Seguidamente deslocam outro bloco de motor para fazer andar para tr s Discutem o tempo e selecionam a op o medida que v o deslocando os blocos para o centro do ecr v o olhando para o professor para ver as suas rea es O2 observa e ri Diz me que eles j sabem muito e rimos os dois Realmente se isto o resultado de uma s demonstra o de t o pouco tempo tamb m estou admirada Divulga o das atividades do clube Curiosidade Interesse vontade de experimentar 186 com o resultado Quando h interesse captamos Entretanto ao longo da programa o v o surgindo algumas dificuldades de quem nunca utilizou este programa por exemplo o que uma rota o medida que surgem d vidas O2 vai esclarecendo e definem os segundos O2 come a ent o a problematizar para poderem esclarecer algumas situa es que ainda n o percebem bem Pergunta lhes onde est o as portas eles ficam a olhar um para o outro A6 responde o A liga os motores e A10 responde de seguida n o Esse o que faz abrir as garras Est o perdidos Do fundo da sala Ol atento diz lhes procurem no rob as letras A B e C e sigam o trajeto dos fios Enquanto isso estabele o conversa com A10 perguntando lhe se gosta de brincar com legos Ele diz que brinca quando vai ao centro comercial Dolcevita mas que a m e tamb m lhos compra de vez em quando Na porta da sala apar
238. oram socializados recentemente de uma forma diferente dos mais novos estando ainda em processo de aprendizagem de uma nova l ngua e quando uma l ngua aprendida mais tarde segundo os cientistas ela vai entrar numa parte diferente do c rebro Os mais velhos emigrantes digitais s o atualmente por exemplo os professores esfor ando se para ensinar uma popula o que fala uma l ngua inteiramente nova sendo a escola de hoje um local com uma popula o inteiramente constitu da por jovens nativos digitais Habituados a receber informa o de uma forma extremamente r pida os aprendizes de hoje preferem as atividades no computador onde podem fazer muitas tarefas ao mesmo tempo com acesso aleat rio e atividades que impliquem jogos onde se divertem e recebem constantemente recompensas Prensky salienta que os professores t m tipicamente uma fraca aprecia o para estas novas habilidades que os alunos adquiriram e aperfei oaram em todos os anos em que interagiram com a tecnologia considerando mesmo que utilizar a tecnologia ser na maior parte das vezes um divertimento Entretanto os aprendizes atuais s o ainda considerados os mesmos de sempre pelos professores e os m todos de ensino que lhes s o aplicados hoje s o os mesmos que os professores receberam em crian as Prenskey menciona que esses pressupostos j n o s o v lidos atualmente gerando um grave problema pois os estudantes da era digital est o a aprende
239. ornecer sinais incoerentes o enredo torna se confuso e a explora o entra no campo da fantasia defendendo ainda que somente numa faixa razoavelmente estreita a qual eu chamo de zona de assimila o e acomoda o ideais que a reconstru o ativa pode ocorrer Ibid Fora desta zona ou por t dio ou incompreens o as pessoas param de imaginar e perdem o interesse Ibid A educa o segundo Ackermann 1993 e Papert 2008 s poder tornar se diferente se fizermos um esfor o de imagina o por uma abordagem de aprendizagem diferente daquela que estamos habituados a ter no dia a dia escolar valorizando os conhecimentos individuais e adotando metodologias onde cada um possa dar asas ao seu sonho se sinta envolvido e valorizado naquilo que faz 45 3 3 A Rob tica como ambiente de aprendizagem A palavra rob aparece no s c XX e tem origem na palavra checa robota a qual significa trabalhador for ado A atual interpreta o do termo foi criada por um escritor checo Karl Capek no seu romance Rob s Universais de Rossum em 1921 O termo rob tica aparece por sua vez em 1941 associado a um escritor russo Isaac Asimov 1920 1992 quando escreveu um conto intitulado Runround o qual tinha a ver com o estudo e uso dos rob s Posteriormente o termo foi adotado pela comunidade cient fica A rob tica uma ci ncia em expans o tamb m uma ci ncia multidisciplinar por natureza envolvendo v r
240. os de pensamento produtivos Outro autor que atribuiu grande import ncia aprendizagem pela descoberta foi Bruner 1960 1976 1986 destacando a forma como os professores deveriam trabalhar com os alunos de modo a que estes pudessem tornar se construtivistas ou construtores da sua pr pria aprendizagem Este autor preocupou se muito mais com a motiva o intr nseca do que com o que lhe parece ser um efeito transit rio da motiva o externa Refere a curiosidade como o melhor exemplo de motiva o intr nseca Este impulso com o qual todos estamos equipados relevante e necess rio para a nossa sobreviv ncia A curiosidade leva as crian as a saltarem de uma tarefa para outra podendo esta atitude ser aproveitada e canalizada para diversos tipos de atividades como por exemplo jogos que as ajudam a desenvolver uma curiosidade mais disciplinada Outro impulso com o qual tamb m nascemos equipados ainda de acordo com este autor o impulso para adquirir compet ncia levando cada crian a a interessar se sobretudo por aquilo que consegue fazer melhor sendo praticamente 12 imposs vel lev las a fazer tarefas para as quais n o tenham qualquer grau de compet ncia b sica Um outro aspeto tamb m desenvolvido por Bruner o fato da reciprocidade ser um fator de motiva o inerente s esp cies A reciprocidade envolve uma necessidade de trabalhar em coopera o com os outros pois segundo este autor a sociedade desenvolveu se com
241. ossam evoluir desde o lego ou at coisas mais simples at poderem chegar ao ardu no Eu foi assim que evolui gostava do 195 espa o rob s avi es ci ncia e tecnologia S te dou um exemplo o meu autor favorito hoje o Carl Sagan comprei um livro dele quando tinha 18 anos o ponto azul claro que j li 5 vezes e continuo a ler o cosmos j li 3 vezes e continuo a ler leio muito os livros dele para satisfazer a minha curiosidade e o meu gosto pela ci ncia e tecnologia mas n o tinha satisfa o na minha curiosidade na altura o meu objetivo aqui ajudar a satisfazer quem tenha gosto e curiosidade por esta rea o que preciso gostar disto para n o perder o interesse para que se possa evoluir Inv Em que medida consideras que a rob tica importante para a aprendizagem O1 A rob tica no meu entender a rob tica evolutiva N o precisas come ar logo muito avan ado pode evoluir pouco a pouco com as idades dos alunos no caso particular da lego est feito para come ar na prim ria e ir at a Universidade por ex n s aqui n o estamos a levar as coisas nessa direc o a rob tica tem diversas fases do planeamento de um projeto desde a execu o at o produto final e depois como tinha aquela associa o ou sonho ou fant stico ou imagin rio com muitos alunos uma coisa que cativa mais um robozinho a fazer as tarefas dom sticas claro medida
242. para cr nios e para mi dos muito inteligentes qualquer mi do pode vir e mesmo que tenha dificuldades O A5 tem dificuldades Consegue integrar o grupo o Al em termos de eletr nica razo vel inform tica fant stico projeta muito bem mas mec nica tem dificuldades o caso do A7 do 1 ano de eletricidade em inform tica e eletr nica n o percebe nada mas em mec nica sabe bem e faz com o Al um conjunto complementam se tem um objetivo final acabando por partilhar esses conhecimentos e conseguir fazer o trabalho Inv Em que medida consideras a partilha de conhecimentos muito importante O1 isso muito importante O A1 funciona no grupo como um embaixador do grupo e um exemplo a seguir O guru da rob tica A troca de experiencias no grupo uma coisa muito importante O A5 desenvolve um trabalho segunda feira com o A4 e quarta outro projeto s o projetos que se podem complementar eles dois AS e A4 n o t m muita experi ncia na rob tica mas depois o Al vai complementar isso com a programa o e levar esse projeto a bom termo N o estou espera que eles A5 e A4 no primeiro ano cheguem a saber programar a n vel razo vel se chegarem ao fim do ano e j perceberem algumas no es b sicas de programa o j fico contente Inv E em autonomia Como achas que s o estes alunos 01 Temos alunos aut nomos nas suas reas O A5 tem dificuldades na linguagem do
243. passado das energias renov veis ele teve essa ideia e a todo o terreno ele tem de ter em aten o os objetivos dele e os do clube de rob tica isto n o um projeto s para os projetos dele mas de um clube como tal tento dar a minha orienta o nesse sentido Inv Achas que este tipo de atividade poderia funcionar em qualquer lugar 01 205 se os orientadores tivessem interesse nisto sim at numa escola prim ria em Santana fa o numa escola prim ria a divulga o do clube levo o lego da Mindstorm e ponho os a programar o professor de inform tica concordou An lise da entrevista a O2 Inv Como te sentes como orientador do clube o que que de uma forma geral isto significa para ti 02 de uma forma geral significa que posso proporcionar aos alunos um bocado bem passado e de mexer com outras coisas n o aquelas que se passam nas aulas eles que escolhem eu envolvo me nessas atividades O que querem fazer isso de veras gratificante Inv O que achas das atividades que eles desenvolvem aqui 02 bom nas aulas s o orientados n o podem desenvolver outras coisas h fichas e as resolu es das fichas eles t m obst culos na vida e devem saber como ultrapassar Aqui n o h um m todo de fazer as coisas eles acabam por aprender a se desenrascar aqui existem obst culos e preciso saber ultrapass
244. pode utilizar junto com o esferovite um revestimento que se aplica e d consist ncia ao esferovite Importa que seja leve para que o carro se mova bem A5 e se utilizarmos espuma da constru o civil Pod amos fazer um molde Prof O2 o que ser mais leve A4 pesar Com uma balan a Prof O2 apontem o que vamos fazer O que mais f cil adquirir este grupo debate se com problemas monet rios em adquirir verbas logo tem tamb m de decidir os materiais tendo em conta o lado monet rio Alunos revelam algumas dificuldades em interpreta o Colocam hip teses e discutem 147 Prof 02 1 verifiquem o material mais leve Temos 2 hip teses o poliuterano o esferovite e pl sticos Prof O3 e alum nio Prof O2 ser que conseguimos fixar as pe as no esferovite N o sei se sabem mas as colas e o esferovite n o se d o muito bem a n o ser o esferovite tratado Devemos ter em conta como montar o material que dimens o pode ter dentro das medidas do regulamento A4 continua a escrever o que v o fazer entretanto discutem as dimens es Prof O2 j apontaste Ser que s o as dimens es ideais ou s o as m ximas Os alunos voltam a consultar o regulamento e a discutir a forma como fazer O professor chama a aten o para a interpreta o de alguns aspetos do regulamento Prof O2 Isso j n o sei Ser melhor Como devem ser as rodas A4
245. por inform tica Depois de explicar O2 incentiva os a experimentar Os dois tentam alterar o tempo no programa que ao mesmo tempo se reflete na luz do led que pisca na placa do Ardu no para onde o computador envia a mensagem Conseguem e ficam radiantes O2 diz agora vamos descarnar fios para fazer mais liga es na placa branca e cheia de orif cios Vamos ent o ver como que isto funciona E explica As barras est o ligadas neste sentido e estas aqui ao contr rio Vamos experimentar e ligar um led Exemplifica como se ligam os fios enquanto os alunos observam com muita aten o O ground massa terra o menos Temos de ligar entre o mais e o menos Depois ligam a placa outra 167 do Ardu no Agora vamos abrir o programa o blink original e programar A2 toma logo conta das teclas e come a a alterar o programa como consequ ncia o led come a a piscar A2 sente se muito vaidoso A3 observa calado O2 pergunta o que aconteceu aqui A8 continua distra do mas pergunta j conseguimos Mas como N o ouvi quase nada Come a assim a interessar se pela luz que pisca e apesar de estar baralhado quer agora aprender A2 pergunta e agora se eu quiser duas luzes a piscar Defino outra vari vel Mas tenho que escrever isto tudo A8 meio pedido pergunta o que uma equa o Mas O2 est a explicar a A2 se tiveres numa frase a palavra Paulo escrita 2 vezes como as distingues Paulo
246. possa ser colocada em termos estritamente quantitativos ou de pura incorpora o de mais tecnologias na escola sobretudo quando se continua a fazer mais do mesmo De acordo com este autor a inova o pedag gica coloca se em termos de uma profunda transforma o nos seus pressupostos fabris pelo menos a n vel micro ou seja no espa o onde se movimentam alunos assessorados por professores empenhados em garantir de acordo com Seymour Papert 1993 o m ximo de aprendizagem com o m nimo de ensino Fino 2010 p 5 Por outro lado a inova o pedag gica tamb m passa por uma transforma o na atitude do professor que presta muito maior aten o cria o dos contextos de aprendizagem para os seus alunos do que aquela que tradicionalmente comum centrando neles e na atividade deles o essencial dos processos Ibid Fidalgo 2008 salienta que para entender a inova o educativa temos de contrastar com o contexto Para este autor utilizar uma nova metodologia n o suficiente quando as escolas continuam organizadas da maneira como est o Fino 2010 por sua vez destaca que preciso substituir o modelo de escola que temos e que este pensamento s pode sair da investiga o que separe as pr ticas verdadeiramente inovadoras do alvoro o em redor da pseudo inova o atrav s do material tecnol gico com que as escolas t m sido apetrechadas Um novo modelo de escola dever ent o proporcionar novos ambientes de
247. projetos quando j manipularem bem toda esta tem tica O2 empresta a o ardu no Hoje a sala est repleta de curiosos e ajudantes volunt rios para a remodela o da sala O2 pega na placa de ardu no e discutem a fonte de alimenta o que deve ser de 3 volts dizendo que qualquer bateria de 3 volts tem corrente suficiente para alimentar o motor do rob O2 diz est o aqui as pilhas E mostra as pilhas encaixadas num suporte de quatro unidades perguntando de seguida este material est a gastar energia ou n o E logo discutem o assunto A3 tem boas no es de eletricidade Discute o assunto com algumas no es sobre a mat ria Fala do que faz com os seus brinquedos e de outras atividades que ajuda o pai a construir O2 vamos ver a dimens o do ret ngulo da placa de ardu no A3 est muito atento d exemplos A2 tamb m participa Ambos discutem com O2 as medidas do ardu no e o espa o necess rio para englob lo no rob Colocam novas hip teses e se a estrutura fosse circular O2 diz que isso n o tem import ncia o que tem de acontecer que o material tem de ser disposto nesse mesmo espa o O2 a tem de ficar o ardu no o motor as pilhas outra disposi o para isto Onde tem de ficar o motor No centro A3 d novas ideias e diz que podiam fazer como num beliche dois andares para dispor o material O2 concorda mas pergunta de seguida e como fazemos as liga es 16 40h Enq
248. que assim O1 De inicio digo sempre arranjem projetos que idealizem para trabalhar e a partir da trabalhamos at o objetivo final ou ent o proponho alguns se eles n o propuserem e eles depois escolhem o caso do Al do rob do lixo o A5 o sistema de 197 orienta o de pain is fotovoltaicos agradou lhes a ideia mas o A4 um caso t pico arranjou uma ideia e est a desenvolv la ele quer um carro todo o terreno desenvolvido por ele um carro telecomandado mas com a eletr nica aplicada aos rob s isso tem a ver com o concurso do ano passado das energias renov veis ele teve essa ideia e a todo o terreno mas ele tem de ter em aten o os objetivos dele e os do clube de rob tica pois isto n o um projeto s para os projetos dele mas de um clube E como tal tento dar a minha orienta o nesse sentido Inv E o tempo que tens achas suficiente O1 Este ano tenho mais tempo porque a atividade Madrob tinha horas agora tenho mais mas n o suficiente eu gostava de ter mais Inv Achas que este tipo de atividade poderia funcionar em qualquer lugar Ol se os orientadores tivessem interesse nisto sim at numa escola prim ria em Santana fa o numa escola prim ria a divulga o do clube e levo o lego da Mindstorm e ponho os a programar o professor de inform tica concordou Entrevista a 02 31 01 2011 Inv Como te sentes como orientad
249. que conduzem inexoravelmente em direc o do passado p 14 As inten es de mudan a Pinto et al 2000 trope am com as resist ncias ou seja a escola tenta preparar os jovens para o futuro mas este desenha se com falhas do passado As escolas apresentam programas controversos desatualizados e insuficientemente preparadas para enfrentar esta mudan a Por outro lado temos pedagogias desadequadas e pouco inovadoras professores desmotivados alunos desinteressados m s condi es de trabalho baixas renumera es falta de voca o etc p 50 L vy 1994 refere que a raz o da resist ncia mudan a e inova o tem a ver com o facto de o velho conviver com o novo Vivemos uma fase de transi o onde a mudan a de pr ticas e de atitudes requer um tempo pois encontram se enraizadas culturalmente e ideologicamente Uma sociedade escolarizada a partir do mesmo padr o representa uma realidade coletiva onde todos v m as coisas da mesma forma e foram criados a partir da mesma matriz n o havendo lugar na maior parte dos indiv duos para aceita o da mudan a O mundo nossa volta acaba por ser um lugar codificado pelas sucessivas cren as de gera es criadas a partir dessa realidade Mudar o estado atual da educa o continua a ser uma tarefa dif cil quando a sociedade embora com sinais crescentes de conflito e descren a continua na sua maior parte a acreditar que um sistema educacional 26 organiza
250. que se come a a entrar na rob tica passa se pelo brinquedo se quiseres legos ou outro para o robot n s vemos que h a eletr nica eletrotecnia mec nica f sica matem tica ent o a come amos a ver uma diversidade muito grande de reas na minha opini o come a a ser positivo come am a aparecer e a ver os resultados pr ticos das teorias que acho que o que est a faltar mais hoje em dia Inv Referes te interdisciplinaridade que se requer atualmente achas que isso se consegue aqui O1 matem tica f sica eletrotecnia eletr nica mec nica h uma variedade de reas que se pode abordar aqui por isso tamb m complicado e muitos alunos s vezes n o aparecerem aqui e p em o clube de parte e dizem que isto s para g nios dizem os alunos do 1 ano dos CEF por termos aqui dois alunos muito bons o Al e o A2 os outros colocam esses alunos num centro e n o bem assim h que desmistificar isso Achas que por isso que alguns n o aparecem c O1 Os pr prios alunos generalizam que isto para g nios E depois h alunos que at acabam por querer vir mas n o fazem for a porque os amigos dizem que aquilo para determinados e que isto um grupo parte os tais grupos que tipicamente acontecem mas na verdade quem gosta mesmo vem Inv Uma coisa que tenho notado aqui das observa es que parece que os alunos que aqui est o t m
251. quilo tudo Mas o professor volta a chamar a aten o dizendo que o trabalho feito por etapas Entre eles discutem v rias vezes o que fazer e como fazer Observa o n 2 de 20 10 2010 z O primeiro aspeto a ter em conta verificar se as pe as do Lego est o organizadas na caixa Ap s esta verifica o inicia se a constru o do primeiro rob a 106 partir da montagem das respetivas pe as e de acordo com a sequ ncia de passos do programa escolhido E dada total autonomia aos alunos quer na organiza o quer na defini o das tarefas A sequ ncia tem 60 passos somos 4 O professor afasta se dizendo Agora desenrasquem se Come a a montagem de acordo com os passos r pida e em conjunto O processo tem de passar pelos 4 S existe um Lego Observa o n 2 de 20 10 2010 O orientador desta tarefa deixa os trabalhar sozinhos O2 refere na sua conversa informal trabalhar sozinhos contribui para resolverem quest es no futuro e ultrapassarem problemas pois mais frente ele n o vai ter ningu m que o ajude importante ganhar autonomia Conversa informal O2 31 01 2011 De acordo com Papert 2008 trabalhar em projetos leva as crian as assumirem responsabilidades de algo que est o a fazer desencadeando mecanismos por si pr prias para resolver os problemas que v o surgindo Deste modo a atitude do orientador contribui neste caso para que o aprendiz assum
252. r tica os seus sonhos Deste modo podemos deduzir que o sentido da educa o passa pelo ensino experimental ou seja a experi ncia pessoal que cada um pode vivenciar permitindo percorrer um caminho nico e aprender de forma diferente Esse sentido da educa o aproxima se de alguns conceitos de autores referidos neste trabalho como Arends Dewey Bruner Gardner Perrenoud Popper Rogers e Sh n As segundas quest es tratadas reportaram nos para as intera es decorrentes das atividades desenvolvidas no ambiente investigado Ao longo do estudo os alunos revelaram formas diferentes de interesse pelas atividades que ali decorreram De um modo geral trabalhavam em grupo e sempre que poss vel sem orientador Todos manifestaram alguma dificuldade na resolu o de problemas o que partida pode ser encarado como um desafio pois tamb m segundo algumas opini es analisadas os desafios s o mais interessantes para as crian as tal qual defende Papert As crian as tal como todas as outras pessoas n o preferem a facilidade Querem o desafio e o interesse o que implica dificuldade Papert 1997 p 84 O trabalho em grupo favoreceu um crescimento positivo em cada individuo pois da partilha e da coopera o resultaram projetos comuns mais elaborados e criativos Aquando da realiza o de trabalho individual existiu menor autonomia e uma maior dificuldade na resolu o dos problemas aspeto que se evidenciou sob
253. r ao montar e desmontar com vista a n o danific las Procedem ent o desmontagem de um rob j feito at a separa o em pe as de v rios tamanhos e cada um ordenadamente vai colocando no espa o devido nas caixas Um aluno As refere que dif cil desmontar o rob Realmente nota se alguma dificuldade na desmontagem das pe as Algumas ficam bem ajustadas outras s o demasiado pequenas Ao princ pio alguns ficam s a observar outros dizem tu ainda n o tiraste nada Al chama a aten o para que tenham cuidado e n o esforcem nenhuma pe a sobretudo as mais fr geis O professor tamb m salienta que devem ter muito cuidado e usar muita paci ncia Mas a pressa muita e a vontade de fazer ainda maior A8 pede ajuda ao professor que se disponibiliza para o efeito perguntando lhe o professor j construiu um rob O professor responde afirmativamente e sorri Os alunos j est o dentro do assunto Est o sempre a discutir assuntos ligados inform tica Al funciona como um orientador 144 No meio de uma discuss o acesa todos querem experimentar tudo com grande impaci ncia Agora j todos viram como as pe as s o fr geis e como se desencaixam e ordenam na caixa O professor chama a aten o para a revista da Lego que apresenta o modelo do bra o rob tico sendo o pr ximo passo a sua montagem De salientar que os alunos come am por ter contacto com
254. r de v rios tipos anal ticas quando t m a ver com o que est a ser apreendido no estudo temas emergentes associa es e rela es entre as partes assim como novas ideias surgidas reflex o metodol gica quando envolvem procedimentos e estrat gias metodol gicas que est o a ser utilizadas os problemas que v o sendo encontrados e a forma como resolv los De um modo geral durante a observa o foram surgindo aspetos desde os dilemas ticos conflitos mudan as na perspetiva do observador que tiveram de ser anotados refletidos e esclarecidos com vista a um melhor encaminhamento e organiza o dos dados O objetivo da recolha de dados foi ent o de acordo com Spradley 1980 produzir um campo emp rico de dados acerca do grupo em estudo e entender que as realidades n o s o todas iguais Os dados constitu ram um quadro rico de pormenor permitindo fazer a re constru o escrita da cultura dos sujeitos da investiga o para os de fora tal qual ela foi vivenciada no seu interior Matos 1995 No campo a investigadora utilizou todos os m todos referidos com vista produ o de um quadro variado de dados os quais vieram a servir v rias perspetivas na re constitui o do ambiente investigado 6 5 O papel do investigador num estudo etnogr fico e as suas limita es A investiga o qualitativa sens vel ao contexto O investigador adopta papeis diferentes e usa estrat gias e m todos diferentes dependendo de
255. r os sensores para o rob apanha lixo Sempre em discuss o debatem e testam o programa para detetar as dist ncias aos obst culos Depois far o uma programa o final Hoje A4 n o compareceu ao clube A5 trouxe uns 5 ou 6 motores para testar O ambiente disperso n o existe um programa nem uma ordem a cumprir Se n o h um seguimento das tarefas do dia anterior o trabalho segue na mesma H sempre coisas a fazer A5 colocou em cima da bancada o seu trabalho de fim de semana motores de v rios tamanhos que retirou de m quinas em desuso O2 pergunta o que vais fazer A5 A5 uma tabela para registar a tens o e a corrente dos motores Desenha um quadro numa folha de papel branca e divide a em espa os organizados para o referido registo O professor O2comenta boa ideia e boa organiza o Come am por ligar os motores fonte de alimenta o e os testes t m in cio A5 tenho de ter cuidado para n o queimar os motores como a semana passada Riem se todos N o h um programa a cumprir E as tarefas podem n o obedecer a uma ordem sequenciada O Valoriza atitudes que n o foram solicitadas prof 165 Come am os testes ligando os cabos da fonte aos motores um a um O professor O3 refere que queremos saber A5 Mas este n o diz nada O professor O3 continua queremos saber a partir de que ponto de energia que o motor trabalha AS para que serve o condensador
256. r segundo os m todos antigos do tempo dos professores Coloca se ent o aqui um problema que escola estamos a proporcionar aos jovens quando 20 continuamos a aplicar os m todos antigos Quem tem de mudar Os professores t m de aprender o que novo Ou os jovens aprender a escola do passado Na verdade e segundo este autor tamb m n o importa o que os professores desejam pois altamente improv vel que os nativos da digital regridam o que tornar dif cil ensin los Em primeiro lugar os seus c rebros podem j ser diferentes e em segundo lugar est o carregados de uma cultura nova pela aprendizagem de uma linguagem nova e de f cil acesso resistindo a usar o velho Nesta linha Prensky defende que os professores t m de mudar em primeiro lugar a sua metodologia para aprender a comunicar com os alunos na linguagem e estilo dos seus estudantes para isso n o necess rio mudar o significado do que importante mas ir ao encontro dos alunos de forma mais pr xima quela que eles est o habituados a usar Em segundo lugar diferenciar aquilo que deve ser considerado um legado que inclui a leitura a escrita aritm tica o pensamento l gico a compreens o de ideias escritas e ideias do passado ou seja todo o nosso curr culo tradicional que naturalmente importante mas de uma era diferente daquilo que o conte do futuro que tem uma grande extens o digital e tecnol gica incluindo o software
257. ral das anota es de campo com o objetivo de examinar cada sess o e ao mesmo tempo criar um registo escrito mais completo das mesmas com algumas observa es infer ncias e quest es sobre aspetos menos claros para subsequente clarifica o anexo 4 81 Posteriormente procedeu se a uma segunda an lise mais cuidada do conte do de cada sess o A an lise de conte do assenta na objetividade pertin ncia e rigor tendo por finalidade a interpreta o das comunica es Bardin 2009 descreve a an lise de conte do como um conjunto de t cnicas de an lise das comunica es que utiliza procedimentos sistem ticos e objetivos de descri o do conte do das mensagens p 40 Este tipo de an lise tem como inten o a infer ncia o analista tira partido do tratamento das mensagens que manipula para inferir deduzir de maneira l gica conhecimento sobre o emissor da mensagem ou sobre o seu meio Ibid tamb m pertinente Liidke amp Andr 1986 que a an lise n o se restrinja ao que est explicito no material mas procure ir mais a fundo desvelando mensagens impl citas dimens es contradit rias e temas sistematicamente silenciados p 48 Procurando analisar os conte dos de cada observa o separamos palavras e frases com sentido que representassem aspetos ligados quele contexto quer ao n vel das atividades desenvolvidas quer ao n vel dos interesses e das intera es entre os atores Ap s esta
258. rama o de computadores onde poder o adquirir alguns conhecimentos tradicionalmente inclu dos nos curr culos escolares quando comp em formas e programam movimento necessitando para isso de pensar sobre geometria e sobre os n meros Este tipo de atividade segundo o mesmo autor ampliar algumas formas de pensamento psicol gicas sociais e ticas p 77 considerando que o mais importante neste tipo de atividades que ao concretiz las as crian as desenvolvem a perce o do seu eu e de controlo ou seja come am a controlar a sua atividade intelectual 37 Cap tulo 3 Novos ambientes de aprendizagem 3 1 Micromundos No in cio da d cada de oitenta Seymour Papert ligou a tecnologia com o construtivismo de Piaget Assim surgiu a linguagem Logo uma linguagem simples de programa o a qual permitiu aos jovens aprendizes assimilar a geometria programando a tartaruga Este novo ambiente de trabalho tendo como mediador um computador levou promo o mudan a e pesquisa sobre a cria o de novos ambientes de aprendizagem abertos e informatizados A import ncia de Papert 2008 est ligada ao facto de a partir das teorias de Piaget com quem trabalhou e atendendo ao que se passa no desenvolvimento cognitivo ser poss vel ensinar crian as a programarem computadores e a manipularem informa o e n o o contr rio serem agentes passivos da informa o A aprendizagem das crian as Papert 1997 nitida
259. ras os quais exercem for a f sica sobre o mundo e com sensores que permitem perceber o ambiente Mais precisamente para funcionar um rob deve ter dispositivos atrav s dos quais se pode mover e alterar a forma do corpo m os p s bra os e pernas sensores que funcionam como sentidos podendo assim detetar objetos calor ou luz um 46 computador funcionando como o c rebro que dita as instru es para controlar o rob e por fim equipamentos ou mecanismos ou seja ferramentas e apetrechos mec nicos O que torna os rob s diferentes de outras m quinas Silva 2009 que funcionam por si s s s o sens veis ao seu ambiente e adaptam se s suas varia es ou a erros no desempenho s o orientados para uma tarefa e muitas vezes t m habilidade de experimentar diferentes m todos para realizar uma fun o Atualmente a rob tica uma ci ncia em expans o e o seu campo de a o multiplica se com grande rapidez Os rob s s o cada vez mais utilizados desde as ind strias automobil sticas eletrodom sticos eletr nica m sica t xtil cal ado petrol fera e outros onde normalmente s o usados para executar tarefas repetitivas em linhas de produ o mas tamb m como entidades dotadas de certa intelig ncia que manuseiam produtos entre uma e outra tarefa ou para transportar e armazenar produtos em f bricas De acordo com Pazos 2000 os rob s diminuem os custos de m o de obra melhoram a produtividade
260. rdagens espec ficas e da an lise de dados Este m todo inclui estudos de caso nico como o caso que aqui tratamos A presen a prolongada e permanente no campo para uma observa o detalhada do que ocorreu fez dele tamb m um estudo de caso de natureza etnogr fica 64 Para Yin 2005 p 83 um investigador de estudo de caso deve ser sens vel e estar atento a provas contradit rias Deve ser capaz de fazer boas perguntas e interpretar as respostas deve ser um bom ouvinte e n o ser enganado pelas suas pr prias ideologias e preconceitos ser adapt vel e flex vel de forma que as situa es recentemente encontradas possam ser vistas como oportunidades e n o como amea a ter a no o clara das quest es que est o e ser estudadas e ainda ser imparcial em rela o a no es preconcebidas incluindo aquelas que se originam a partir de uma teoria Um estudo de caso pode tamb m ser definido como uma investiga o emp rica de um fen meno atual no interior do seu contexto contudo n o necess rio haver um investigador no local podendo inclusivamente ser realizado atrav s de telefone ou da internet por exemplo Fino s d A estrat gia de estudo de caso Yin 2005 n o deve ser confundida com pesquisa qualitativa pois algumas pesquisas deste g nero seguem m todos etnogr ficos Para o autor supracitado a pesquisa etnogr fica nem sempre produz estudos de caso nem os estudos de caso est o limitado
261. re como um rob pequeno que dimens es acham que deve ter Discutem entre todos como deve ser o rob que tamanho deve ter A3 est hoje muito participativo e entusiasmado O2 tem dificuldade em controlar as suas interven es tal o entusiasmo O2 Que tipo de material vamos utilizar 102 A2 Madeira pl stico A3 interv m Eu podia fazer um molde em madeira Observa o n 14 de 16 03 2011 Esta planifica o representa uma fase mais avan ada relativamente s planifica es precedentes Aqui os alunos revelam j uma maior destreza nas interven es confian a e autonomia que foram desenvolvendo ao longo dos trabalhos anteriores Discutem as possibilidades do projeto sem ser necess rio represent lo no papel e s depois de esgotar todas as hip teses colocadas passam sua representa o gr fica Enquanto A3 argumenta sem parar A2 est calado observando o desenho feito no papel e as medidas do material O2 refere Vamos ent o medir novamente com esta disposi o A3 coloca mais quest es Podemos colocar mais pilhas Se o fizermos os motores v o trabalhar mais r pido exclama Mas O2 esclarece como trabalham os motores e tiram as d vidas No entanto O2 diz que podem ser dois suportes de pilhas e voltam a colocar novas hip teses A3 diz apressadamente e com grande entusiasmo assim que eu fa o com o meu pai 100 A3 refere sempre as coisas que tem feito com o pai em ca
262. res de innovaci n en la forma como el conocimiento es construido Palabras clave innovaci n rob tica constructivismo construccionismo estudio de caso vi ndice Dedicada A Ra EL nd i Agradecimentos iese iere a ait e a Cada fes eae ae e a e ddr ii RESUMO AE E EE EEE E ATT iii VANOISE ne tu PSE E RR RP DR TR O Tap iv RESUM ss fis na E A A A AE E AEE v CSI aeann a a a A aa E E E vi Cicero E E E A A ES vii CUAS E O O x Iidice de frase at a aa aa ia xi ndice de tabelas torcer dorso cri gubS cadeia a aa a aca xii SPAS ATTYA E EEE E E E EEE da AU xiii Introducir ia a AEEA URIA SAPO Sa aaa Sa Fada ana aaa Ease 1 Parte Enquadtamento terito inisa a R A ARR 5 Cap tulo 1 A escola atual e a inova o pedag gica 5 Lil A escola anal sis ssanisgatos asi seadalquad ad sq niis nesa iEn e a a EEES EE EE 5 12 Um Sentido para a educa o sms Sieg a a a 11 1 3 Os jovens atuais e a necessidade de mudan a sss ssssssesssessssseesseesseessereseresseee 17 LA M d nci NOVA IO R a E E E A 21 1 5 A mudan a ao encontro inevit vel de uma nova escola 28 Cap tulo 2 Contribui es da psicologia para novos contextos de aprendizagem 30 2 1 Perspetivade Piag t irec ninenin ien e aaa IS a a eaaa 31 2 2 Perspetivade VygotSk ceea ae E a a 32 2 3 O construcionismo de Papert su sesearessuanacasiaazrasitaa aa da sestoa ditas rara ti andas da qa nd 36 Cap tulo 3 Novos ambientes de
263. retudo com os alunos iniciantes Quando os alunos trabalharam sozinhos tamb m foram capazes de ultrapassar obst culos necessitando no entanto de mais tempo 123 medida que o tempo foi decorrendo verificou se que todos conseguiam ultrapassar problemas em grupo ou com a ajuda dos orientadores e revelaram novas destrezas n o evidentes no in cio do estudo Verificou se tamb m a aplica o de conceitos ligados a v rias disciplinas como a matem tica f sica e mec nica para poder ter sucesso na constru o dos seus artefactos Tornou se claro a import ncia do sentido do trabalho com base na experi ncia baseado em princ pios como o construtivismo de Vygostky e o construcionismo de Papert onde o aprendiz constr i o seu conhecimento a partir das tarefas que experiencia Os jovens que se habituaram a lidar com o computador e a p r em pr tica projectos complicados por sua pr pria iniciativa n o correm o risco de crescer com uma sensa o de depend ncia e de falta de utilidade Papert 1997 p 268 O professor revelou se na maior parte das situa es um orientador A sua atitude foi sobretudo a de um guia que levou reflex o problematizando e levando os alunos a fazer feedback repensando os problemas A resolu o de problemas levou ao desaparecimento de obst culos e ao avan o de patamares na constru o do conhecimento adquirindo deste modo novos conceitos e destrezas tal qual defendem Vygotsky Ackerman
264. ria que n o deixa mais aos alunos do que reduzid ssimas possibilidades de escolha impondo lhe um n mero impressionante de coisas absurdas incompreens veis ou penosas que n o correspondem de uma maneira geral aos desejos do momento p 190 A constru o de um sentido passa por um verdadeiro trabalho mental pois ningu m pode fazer no lugar do aluno porque este sentido se liga sua pr pria vis o da realidade e sua defini o do que coerente til divertido justo aborrecido suport vel necess rio arbitr rio p 191 No entanto os professores devem tentar facilitar a constru o de um sentido concedendo ao aluno espa o de iniciativa autonomia negocia o indecis o e sonho A constru o de um sentido depende pois de acordo com Perrenoud dos desejos que se conseguem satisfazer das necessidades que elimina dos projetos que serve das obriga es que cumpre salientando ainda que o trabalho do sentido faz parte simultaneamente das t ticas a curto prazo e das estrat gias a longo alcance do princ pio do prazer e do princ pio da realidade Ibid A constru o de um sentido representa para este autor uma atividade mental complexa reflexiva na qual cada um investe uma parte da sua liberdade e da sua dist ncia em rela o ao mundo 2 O sentido constr i se a partir de uma cultura de um conjunto de valores e de representa es p 19 Todo o sentido do saber de uma tarefa ou d
265. rifica Voltam a discutir A3 1 vai abrir e depois fechar O2 quando temos um problema que devemos fazer A2 testamos Boa disposi o desafio feedback Surgem dificuldades O2 incentiva o trabalho aut nomo Refor a Sozinhos ultrapassam obst culos Discutem a programa o A3 d vidas tem Cooperam 172 Voltam a programar testar e discutir o sucedido O2 j fez o que quer amos A2 n o Verifiquem novamente diz O2 Ah Pois n o puseste para abrir a garra logo n o abriu Retificam o programa e voltam a testar agora sim tudo est como queriam A acaba o tempo vamos acabar por hoje n o se esque am de gravar a para resolver o problema A2 est disperso ou a pensar noutra coisa programa o E preciso fazer para entender Recapitular para tirar as d vidas Observa o n 10_12 01 11 Hora 16 45h Local oficina Observa es Atividade v rios projetos Atores A1 A2 A3 A4 A5 A7 A9 O1 Hoje existem 3 projetos a funcionar ao mesmo tempo o projeto para Funcionam o carro solar o rob para apanhar lixo e uma nova montagem de um v rios projetos rob com o lego da Mindstorm com o grupo dos iniciantes ao mesmo l tempo e s 1 Ol o nico orientador presente na sala Percorre cada grupo orientador tentando dar o apoio necess rio Al e A5 est o agora juntos na fase de planifica o dos pain is sol
266. rminado tempo e espa o com o aparecimento da tecnologia come aram a ser representados de uma forma diferente virtual onde o tempo e o espa o se tornaram relativos proporcionando assim experi ncias de vida qualitativamente diferentes A evolu o diz nos que ao longo do tempo e perante modifica es do meio os indiv duos v o selecionando os aspetos mais adequados sua sobreviv ncia O mais apto n o o mais forte mas aquele que ao longo do tempo se consegue reproduzir melhor e dar origem a mais descendentes dada a modifica o ocorrida Darwin 2003 No entanto estas altera es s o lentas graduais e n o contemplam todos os indiv duos de igual forma A respeito da forma como o c rebro evoluiu Dam sio 2010 refere no seu mais recente livro O Livro da Consci ncia que o c rebro resulta de uma elabora o progressiva que come ou com um simples ato reflexo Com a evolu o teriam sido acrescentados mais neur nios entre os j existentes os inter neur nios Ao longo do percurso evolutivo o c rebro desenvolveu sistemas que mapeiam os est mulos Dam sio diz que o c rebro viria a acrescentar um processo de identidade a essas mentes o que permitiu a cria o de novas rea es p 382 e quando nos seres humanos essas mentes conscientes se organizaram em coletivos de seres semelhantes a cria o de culturas tornou se poss vel a par da sua dedica o a artefactos externos culturas essas que por sua vez influ
267. rob constru do em NXT G Por ter uma interface de programa o muito simples e intuitiva considerado um excelente kit para iniciantes Ta E BK 8050904 NOVIS ce IJT cal 8 O urixied Here Robot Educator Comman Palette Camp ete Palotto ba e r 1 Fesasicos dl rea D P Ceon Figura 4 Interface do NXT A sua programa o permite que o rob se possa movimentar bem como emitir sons e utilizar os v rios sensores de que disp e A sua principal caracter stica a possibilidade de poder comunicar com um computador atrav s das portas USB ou Bluetooth por onde faz o download da programa o a ser executada pelo rob Antes de escrever um programa da mesma forma que o rob entende precisamos esbo ar o que queremos fazer de forma que todas as pessoas compreendam Nesse esbo o vamos escrever detalhadamente o que queremos podendo assim dividir as a es em partes que possam ser executadas Um programa n o mais do que um conjunto de instru es Uma programa o o que fazemos quando criamos um programa Rob s e computadores em geral s 55 entendem as nossas instru es se estas forem extremamente expl citas e s executam o que for dito para ser executado NXT G a linguagem de programa o que a aplica o Mindstorms NXT utiliza uma linguagem gr fica o que significa que constru mos um programa inserindo blocos com determinadas fun es que v o
268. robabilidade de colocar novos leds a funcionar Por fim O2 rev com os tr s o que fizeram olhem agora para c Qual a sa da associada ao led vermelho o 3 exclama A8 Depois desta revis o acaba o trabalho Para o pr ximo dia diz O2 temos de acabar de montar o bra o rob tico 169 Observa o n 9 5 01 11 Local oficina Hora 16 30h at 17 30h Atividade Programa o do rob da lego Mindstorm NXT Atores A2 A3 A4 A5 O2 e 03 Observa es Hoje o grupo de alunos mais pequenos continua a programar e a testar o bra o rob tico Para continuar este processo v o adicionando passos programa o e testando o resultado enquanto observam a execu o das tarefas pelo bra o rob tico Na sala est o presentes os professores O2 e 03 Ol faltou O2 acompanha as atividades dos alunos pela primeira vez no clube sempre atento ao que fazem A2 e A3 Ajuda os alunos a recapitular os erros cometidos discutindo com eles o que devem fazer sempre fazendo o ponto da situa o colocando hip teses voltando a testar e resolvendo problemas O2 existe aqui um problema Vamos l por o programa a correr Atentos Diz para os aprendizes O bra o deveria agarrar a bola Continuem a testar a ver se ele reconhece se n o acontecer vamos ver o que se passa O2 qual o n do sensor de toque A3 responde o n 1 O2 refere temos ent o problemas no sensor de toque Vamos verificar os sensores L
269. rriculares Porto Porto Editora FINO C 1999 Novas tecnologias cogni o e cultura um estudo no primeiro ciclo do ensino b sico tese de doutoramento Lisboa Faculdade de Ci ncias da Universidade de Lisboa FINO C 2001 Um novo paradigma para a escola precisa se In FORUMa jornal do Grupo de Estudos Cl ssicos da Universidade da Madeira 1 2 2001 Funchal Universidade da Madeira FINO C 2003 FAQs etnografia e observa o participante Revista Europeia de Etnografia da Educa o 3 pp 107 117 FINO C 2008 Inova o pedag gica significado e campo de investiga o in Bento A amp Mendon a A org Educa o em tempo de mudan a pp 211 287 Funchal Grafimadeira FORTIN M 2009 O processo de investiga o da concep o realiza o Loures Lusoci ncia 128 FORTUNA C amp SILVA A S 2002 Projecto e circunst ncia culturas urbanas em Portugal Porto Edi es Afrontamento GARDNER H 1983 Frames of Mind New York Basic Books GARDNER H 1991 The Unschooled Mind How Children Think and How Schools Should Teach New York NY Basic Books GILES T 1987 Hist ria da Educa o S o Paulo E P U GOETZ J amp LeCompte M 1988 Etnografia y dise o cualitativo en investigaci n educativa Madrid Espanha Ediciones Morata obra original publicada 1984 GRAUE M E amp Walsh D J 2003 Investiga o Etnogr fica com Crian as teorias
270. rtugal os concursos Micro Rato Rob Bombeiro Rob tica 20xx e Roboparty na cidade de Guimar es onde se re nem todos os anos centenas de participantes e do qual j sa ram equipas com lugares cimeiros em concursos internacionais de rob tica Segundo o autor supracitado como resultado da din mica que tem sido criada ao longo do tempo a import ncia destes eventos levou constitui o de uma Sociedade Portuguesa de Rob tica Para Cardeira Op cit esta din mica deve se sobretudo ao facto de haver associa es de professores de v rios n veis de ensino muito empenhados na forma o de docentes e ou alunos relativamente promo o do ensino experimental tentando complementar as lacunas que existem nos curr culos ministrados nas nossas escolas Na RAM Regi o Aut noma da Madeira temos o MadRob anexo 10 concurso de rob tica que tamb m re ne algumas escolas durante tr s dias consecutivos onde os participantes planificam constroem e programam artefactos Se refletirmos sobre as centenas de alunos que participam em concursos de rob tica no nosso pa s podemos inferir que existe j uma din mica consider vel que revela o potencial existente neste tipo de ambientes de aprendizagem 51 3 3 1 Um ambiente de aprendizagem com o Lego da Mindstorms NXT diverte te a construir Figura 1 Lego da Mindstorms NXT De acordo com o site imagina pt produtos lego 2009 e no seguimento da filosofia da LEGO o Rob
271. ru o LEGO TECHNIC engrenagens rodas trilhos pneus etc 1 NXT ou seja um microcomputador que atua como o c rebro do rob 2 sensores de toque 1 sensor ultrass nico 1 sensor de cor 3 servos ou motores com sensores internos de rota o 7 cabos conectores para ligar os motores e sensores para o NXT cabo USB 1 guia do usu rio com a constru o de instru es para o seu primeiro rob e uma introdu o ao hardware e software 1 CD com software com uma linguagem de programa o 53 16 constru es e desafios de programa o para 4 divertidos rob s Pad Test para testar seus robots 3 3 3 A Tecnologia NXT Servos ou motores Micro computador Sensores Figura 3 NXT motores e sensores ONXT ou o tijolo LEGO um microcomputador que pode ser programado para ter entradas de sensores e ativar os servos ou motores Os servos ou motores possuem um sensor de rota o que oferece um controle preciso do movimento do motor 1 grau O sensor de toque faz com que o rob sinta e reaja ao seu ambiente O sensor ultrass nico funciona como um radar fazendo com que o rob veja me a dist ncias e reaja ao movimento O sensor de cor o qual pode distinguir as cores e tamb m funcionar como um sensor de luz Pode detetar configura es de luz e de luz ambiente funcionando como uma luz de cor vermelho verde ou azul 54 3 3 4 Como programar o
272. rupo Este aspeto pode ser visto na sess o de observa o n mero cinco onde A2 se encontra sozinho na montagem do bra o rob tico O seu colega de trabalho A8 n o p de comparecer naquele dia ao clube A2 est sozinho Pergunto lhe Ent o que achas disto hoje a trabalhar sozinho A2 Tem mais piada trabalhar acompanhado A2 sente se meio perdido n o tem com quem discutir as pe as e o encaixe fala alto para se ouvir a si mesmo Observa o n Sde 3 11 10 Como podemos aferir o fato de n o ter com quem discutir deixa o aluno um pouco perdido Apesar de haver outros projetos a funcionar ao mesmo tempo na sala e ter apoio indireto A2 n o est a trabalhar como na sess o anterior encontra se disperso e de in cio parecia ter dificuldade em concentrar se na tarefa Mesmo tentando estabelecer contato com ele nota se desconcentra o ou ent o est concentrado e parece que n o 110 Papert 1997 salienta que por vezes se interroga se a falta de capacidade de aten o dos mi dos n o significa exatamente o oposto uma grande capacidade em estar atentos quilo em que est o realmente a pensar p 87 medida que o tempo vai passando vai desligando do ambiente que o rodeia e come a de novo a tentar montar as partes que faltam A2 continua a montar partes do modelo une as duas partes e diz Ah ao contr rio Se eu n o estivesse sozinho eles teriam notado logo que estava ao contr rio afirma
273. s h uma maneira de resolver o assunto e isso passa pela mudan a de material ou seja dos tubos de metal Esta opera o implica desmontar tudo o que j havia sido feito e substituir os tubos de metal por tubos em pvc O que nos vale que nesta sala onde funcionam cursos de eletricidade temos uma variedade de materiais que podemos utilizar nas nossas atividades Claro que esta utiliza o nunca em grandes quantidades n o comprometendo assim as atividades dos CEF Procuramos na sala tubos em pvc e logo O2 come a a serrar de novo O que importante agora que este tipo de material mais f cil de serrar e n o leva tanto tempo para montar como o material de metal utilizado anteriormente O2 refere que este o material que devia ter sido utilizado logo de in cio mas pelo facto de dar utiliza o ao material trazido por A3 isso n o aconteceu O2 e A2 discutem agora como deveria ter sido feito o plano utilizando pvc e como isso teria facilitado o movimento de um tubo em rela o ao outro Come am a montar tudo de novo agora que os tubos j est o prontos A2 conseguiu serrar mesmo com um pouco de falta de jeito ofereceu se para a tarefa Quem sabe n o lhe adquire o gosto comento com 02 O passo seguinte diz O2 explicar a A3 na pr xima sess o porque n o utilizamos o material que ele trouxe para que n o fique dececionado Mas quanto a isto A2 pronuncia se logo dizendo que A3 pac fico nestas quest
274. s s condi es da etnografia enquanto um estudo de natureza etnogr fica Sabiron 2001 implica observa o pormenorizada e detalhada no campo observa o participante os dados s o qualitativos e requer estadias prolongadas no local de investiga o 5 2 2 Etnografia A etnografia tem as suas ra zes em estudos antropol gicos interpretativos remetendo nos para o estudo e descri o dos povos das suas ra as dos seus costumes ou seja para o estudo da sua cultura A etnografia um termo utilizado pelos antrop logos para designar o trabalho de campo a partir de onde s o recolhidos os dados e o material para posterior an lise Lapassade 1991 Para Spradley 1980 a etnografia entendida como a descri o de uma cultura tal qual Malinowski a descreveu em 1922 devendo o etn grafo ser capaz de compreender o ponto de vista do nativo e a sua rela o com a vida entendendo deste modo a vis o do seu mundo em particular Spradley Op cit salienta a no o de cultura definida por alguns antrop logos como o conhecimento armazenado que as pessoas utilizam para interpretar a experi ncia e induzir o comportamento abrangendo 65 ent o aquilo que as pessoas fazem aquilo que sabem e ainda os objetos que fabricam e utilizam Para este autor o fim da etnografia produzir um campo de dados acerca de um grupo em estudo e entender que as realidades n o s o todas iguais ou seja a compreens o das coisas do ponto
275. s aprendem com as tecnologias quando os computadores apoiam a explora o na medida em que permitem o acesso informa o necess ria permitem comparar perspectivas convic es e vis es do mundo quando apoiam a aprendizagem pela pr tica e permitem a solu o de problemas situa es e contextos significativos do mundo real permitem representar convic es perspectivas e argumentos hist ricos de outros proporcionam um espa o seguro controlado e estimulante para o pensamento quando apoiam a aprendizagem para conversa o e permitem a colabora o a discuss o a defesa de ideias e consensos nos grupos quando s o parceiros intelectuais e apoiam a aprendizagem pela reflex o na medida que permitem articular e representar o que os alunos sabem e ao refletir sobre o que fizeram quando estimulam as negocia es internas a constru o de significados pessoais e desenvolvem o pensamento cognitivo Papert 2008 refere que a maior parte das pessoas n o imagina a aprendizagem sem uma institui o como a escola mas com certeza podem reconhecer que algumas aprendizagens importantes s o feitas de modo eficiente em ambientes muito diferentes da institui o escola os beb s aprendem sem um curr culo ou li es formais as pessoas desenvolvem habilidades em hobbies sem professores o comportamento social n o aprendido pela instru o em sala de aula p 27 Papert salienta que sempre ansiou por maneiras de aprender onde
276. s alunos em grupo interagem pelos mesmos interesses isso resulta em melhor aprendizagem Mas s vezes criam se conflitos entre as suas ideias isso leva ao aparecimento de novas ideias Eles t m uma imagina o incr vel e muitas vezes dif cil centr los nos objetivos Entrevista a O3 de 3 05 2011 Nesta situa o o orientador tem um papel muito importante o de problematizar cada uma das sugest es para que os orientandos possam chegar a um consenso Mas por vezes esse papel torna se dif cil sobretudo quando algum dos alunos n o est t o empenhado ou talvez n o lhe interesse aquela sugest o Ent o no meio de tantas ideias O2 refere Vamos ent o ver o que ser melhor Como est o as pilhas dispostas nos brinquedos A2 n o responde continua a brincar com o seu velho rob meio danificado A3 interv m grande o entusiasmo para construir algo novo e diferente Observa o n 14 de 16 03 2011 A3 sente que existe aqui um espa o para construir algo que planeia e essa constru o vale o seu esfor o e a sua persist ncia Este aspeto compensador pois corresponde aos seus desejos individuais de realiza o e de sucesso manifestado atrav s do seu entusiasmo Tal qual referem J nior et al 2010 a constru o dos projetos de rob tica visa tamb m toler ncia e persist ncia por parte dos alunos Neste processo estabelecem se rela es entre propostas executam se e edificam se id
277. s atividades sempre atento ao que fazem A2 e A3 Ajuda os a recapitular os erros cometidos discutindo com eles o que devem fazer repetindo sempre o ponto da situa o colocando hip teses voltando a testar e ajudando a resolver os problemas que v o surgindo As atitudes de A2 revelam certas dificuldades na programa o especialmente no uso das funcionalidades de cada bloco mais exatamente como escolher dentro de cada um a configura o adequada Deste modo a melhor forma de perceber como isto funciona atrav s da pr tica ou seja programar e testar de seguida voltando ao mesmo at que a tarefa seja desempenhada pelo rob de acordo com o pretendido como podemos constatar na sess o que se segue O2 Existe aqui um problema Vamos l p r o programa a correr Atentos Diz para os aprendizes O bra o deveria agarrar a bola Continuem a testar a ver se ele reconhece se n o acontecer vamos ver o que se passa O2 Qual o n mero do sensor de toque A3 responde o n 1 O2 refere Temos ent o problemas no sensor de toque Vamos verificar os sensores Observa o n 9 de 5 01 2011 Este rob constru do com o material da Lego apresenta tr s motores designados por A B e C e quatro sensores Cada um destes componentes definido por um bloco que arrastado para a rea de programa o e configuradas as fun es em termos do que pretendemos que fa a Se n o soubermos a localiza o destes componentes de
278. s autores muitas interpreta es do material s o poss veis relativamente pouca padroniza o instrumental que utilizada sendo a maioria das an lises feita utilizando palavras Afonso 2005 por sua vez salienta que a investiga o qualitativa preocupa se sobretudo com a recolha de informa o fi vel e sistem tica sobre aspetos espec ficos da realidade social usando procedimentos emp ricos com o objetivo de gerar e inter relacionar conceitos que permitam fazer uma interpreta o dessa realidade 5 2 O estudo de caso e a etnografia como estrat gia de investiga o 5 2 1 Estudo de caso O estudo de caso um estudo de um caso seja ele simples e especifico O caso sempre bem delimitado devendo ter os seus contornos claramente definidos no desenrolar do estudo O caso pode ser similar a outros mas ao mesmo tempo distinto pois tem um interesse pr prio singular Liidke amp Andr 1986 p 17 2 O estudo de caso como estrat gia de pesquisa segundo Yin 2005 utilizado em muitas situa es para contribuir com o conhecimento que temos dos fen menos individuais organizacionais sociais politicos e de grupo p 20 De acordo com o autor supracitado um estudo de caso permite preservar as caracter sticas hol sticas e significativas dos acontecimentos que ocorrem na realidade compreendendo ent o um m todo abrangente pois trata da planifica o das t cnicas de recolha de dados das abo
279. s com a investiga o ou seja verifica se se o estudo mede ou descreve o que supostamente deve medir ou descrever p 98 Sendo a investiga o qualitativa interativa e n o linear um bom investigador qualitativo anda para a frente e para tr s entre planeamento e desenvolvimento para assegurar congru ncia entre a formula o da quest o de investiga o a revis o da literatura amostragem e a recolha e an lise de dados Coutinho 2008a p 11 Kirk e Miller 1986 assim como Herbert 1990 defendem que a validade levanta o problema de saber se o investigador observa realmente aquilo que pensa estar a observar isto se os dados ou medidas obtidas possuem valor de representa o e se os fen menos est o corretamente denominados ou seja se as vari veis que os identificam recebem as designa es corretas Todo o trabalho aqui desenvolvido como observador participante leva a acreditar que durante os oito meses em que este estudo foi realizado haja veracidade nos dados recolhidos Durante todo este tempo os dados foram reanalisados e tiradas as d vidas que foram surgindo com pequenas conversas informais No entanto n o podemos descurar os aspetos que n o controlamos e que nos podem levar para a tal subjetividade criando uma interpreta o dos factos de acordo com as nossas expectativas pois a perce o que temos de determinados fen menos sempre influenciada pelos nossos interesses Rodrigues 2008 refere que
280. s compreendem se pelas mesmas motiva es pelo facto de gostarem disto 02 interagem pelos mesmos interesses isso resulta em melhor aprendizagem 03 s vezes criam se conflitos entre as suas ideias mas isso leva ao aparecimento de novas ideias 03 213 Intera es Alunos orientadores de in cio digo sempre arranjem projetos que idealizem para trabalhar e a partir da trabalhamos 01 eles acabam por aprender a se desenrascar 02 n s s damos um pouco de apoio n o lhes fazemos as coisas 02 como tal tento dar a minha orienta o o meu objetivo aqui ajudar a satisfazer quem tenha gosto e curiosidade por esta rea O1 orientar gerir encaminhar 03 s vezes elogiar refor ar positivamente fazer chamadas de aten o 03 dar a conhecer as ferramentas para conseguirem resolver os desafios 03 ter o cuidado como lhe apresentamos as coisas pois n o conv m descobrir tudo pois isso pode levar a uma desmotiva o 03 214 Anexo 8 Conversas informais com alunos Conversa informal com A2 na oficina de aprendizagem 2 01 2011 Hoje na hora da oficina de aprendizagem sala de estudo onde todos podem frequentar A2 veio ter comigo Pensei que vinha trabalhar ou pedir ajuda No entanto ao entrar na sala dirigiu se logo para mim Com um papel enrolado entre as m os a enrolar e a desenrolar Ent o disse lhe prec
281. s estes aspetos se tornassem claros foi necess rio um longo trabalho de campo para poderem ser registados todos os dados considerados relevantes para responder s quest es propostas na investiga o e do mesmo modo levantar outras caso fosse necess rio Este registo fez se atrav s de um caderno de anota es fotografia pequenos filmes registo udio memorandos documentos referentes a planos de atividades planifica o do clube planos de constru o de rob s e observa o de eventos onde os alunos participaram como o MadRob anexo 10 6 2 A entrevista etnogr fica De acordo com Afonso 2005 a realiza o de entrevistas constitui uma das t cnicas mais frequentes da recolha de dados na investiga o naturalista a qual consiste numa intera o verbal entre o entrevistador e o respondente Num estudo de natureza etnogr fica a entrevista uma conversa informal ou n o estruturada Atrav s de uma conversa informal Tuckman 2002 n o h qualquer pr determina o dos t picos ou enunciado da quest o As quest es surgem do contexto imediato e s o feitas no decorrer dos acontecimentos A sua efic cia serem constru das a partir das observa es e poderem ser adaptadas aos indiv duos ou s circunst ncias A Entrevista etnogr fica assemelha se a uma conversa entre amigos Bogdan amp Biklen 1994 p 134 um meio de recolha de dados utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do pr prio suj
282. s necessidades e dos seus interesses Ao longo das observa es verificou se que apesar das diverg ncias de ideias conflitos e rejei es por parte de alguns elementos esta intera o foi produtiva para todos pois essas mesmas diverg ncias uma vez problematizadas e discutidas culminaram em melhores produtos finais Para analisar aqui as intera es n o podemos isolar o papel dos orientadores pois o grupo funciona como um todo logo todas as atitudes e emo es s o do grupo Como tal o cruzamento de dados que se segue diz respeito s intera es no grupo ou nos v rios grupos de trabalho nalgumas sess es selecionados para o efeito Sess es que envolvem a planifica o de um projeto A planifica o de um projeto iniciada a partir do interesse dos alunos os quais v o ao encontro dos objetivos do clube Surgem a partir das suas ideias ou de algumas sugest es dos orientadores ap s longas discuss es medida que exp em as suas ideias est o a tentar concretizar um desejo que para ser consubstanciado vai ter de ser discutido e analisado com o grupo de trabalho Ao escolherem por exemplo o tipo de bra o rob tico que querem fazer discutem aquilo que mais lhes conv m de acordo com o que seria mais aliciante e com o que podem fazer a partir dali posteriormente Comecemos por analisar uma das primeiras sess es de planifica o para a constru o de um bra o rob tico da Lego Mindstorm Hoje o clube funcio
283. s poderiam aprender a partir de projetos onde inventassem e pudessem construir criaturas artificiais utilizando uma vers o ampliada do Lego o qual inclui min sculos computadores que captam informa es de sensores e controlam motores p 32 Para Papert 1980 programar comportamentos numa m quina pode parecer dif cil mas nos modelos mais recentes do Logo isso torna se f cil para os utilizadores pois a constru o t cnica de objetos e os princ pios cient ficos subjacentes s o como um meio natural para express o da fantasia tal como ocorre no desenho e na fala Ibid Ao longo da nossa vida aprendemos muitas coisas que nos foram ensinadas no dia a dia no contacto com as pessoas que passaram por n s e ainda na escola Cada um de n s possui um tal misto de conhecimento acumulado que s utilizado quando necess rio isto quando se torna favor vel em determinadas ocasi es podendo levar nos a outros mundos de oportunidades Deste modo a escola poderia criar ambientes onde os aprendizes pudessem p r em pr tica muitos desses conhecimentos que atualmente n o s o valorizados Papert 1980 salienta que ao longo da vida temos de definir e redefinir os nossos pap is na sociedade e que as pessoas bem sucedidas encontraram meios de 39 dirigir as suas vidas iniciais desenvolvendo um sentimento pr prio de identidade intelectual p 36 Defende que a melhor aprendizagem ocorre quando o aprendiz assume o coma
284. s solares O projeto do Al um rob para apanhar lixo poder ser utilizado para despejar o lixo quando houver falta de funcion rios Se n o funcionar como deve ser tem de ser melhorado Chegou o prof 02 A2 continua a montar partes do modelo une as duas partes e diz Ah ao contr rio Se eu n o estivesse sozinho eles teriam notado logo que estava ao contr rio afirma O2 mas isto j est avan ado A2 fica contente pela chegada de O2 e exclama agora viro ao contr rio O2 vamos verificar estes aqui N o me parecem bem Al ok j est Agora o outro J est Estamos no passo 37 A2 continua a montar as pe as e exclama faltam pe as Al acode nunca faltam pe as A2 conta os buracos e vai separando as pe as Al e Ol discutem como montar o cart o no prot tipo do rob lixo A2 sozinho estabelece rela o comigo Fala alto para quem quiser ouvir Precisa de se ouvir A2 Agora tenho de ter cuidado com as pe as Monta as pe as escolhidas e vai falando ao mesmo tempo que se ouve A intera o importante na constru o A2 sente apoio em 02 158 O2 n o diz nada mas supervisiona o trabalho de A2 deixando o percorrer o seu caminho de tentativas e erros A2 agora esta esta coisinha Ah n o sim esta agora experimenta as pe as no modelo roda o e compara com o passo no computador Pensa alto e reproduz os pensamentos como uma crian a a cons
285. s variados contextos onde se desenvolveu Tal qual defende Gardner 1983 a cultura um aspeto importante para o desenvolvimento das capacidades dos indiv duos sendo esta um meio onde poder o ser valorizados determinados talentos os quais ao serem dominados por uma quantidade de pessoas passam para a gera o seguinte Nestes meios os indiv duos desenvolvem as suas capacidades e aptid es para resolver os problemas e obter os seus benef cios Cada membro de um grupo traz consigo valores atitudes h bitos e cren as at ent o aplicados a si mesmo e que agora passam a ser projetados num grupo Esses conhecimentos ou a cultura de cada um vai ser importante na partilha com o resto do grupo a qual se repercutir na consecu o dos projetos A cultura pode ent o ser vista como um mediador algo com o qual percebemos o mundo o que o torna intelig vel O sujeito atribui sentido ao mundo e refaz continuamente estruturas f sicas mentais e sociais que lhe permitem tratar de informa es cada vez mais complexas Vygotsky 2007 Um outro aspeto importante a salientar aqui a observa o de O1 quando diz h alunos que v m aqui ver a aplica o pr tica das teorias Isso importante e faz falta entrevista a O1 10 01 2011 Na conversa informal com Ol verificamos que este foi um dos pressupostos para que este orientador fundasse o clube de rob tica De acordo com este orientador uma das dificuldades que os alunos se
286. sa e o que tem aprendido com esses trabalhos Revela se assim um mi do j conhecedor de alguns conceitos e desejoso de os p r em pr tica Observa o n 14 de 16 03 2011 Na situa o descrita podemos constatar a partilha da experi ncia de A3 com o grupo Cada individuo inserido num grupo traz a sua bagagem a qual passa a ser projetada no grupo Outro aspeto aqui saliente o papel do orientador no esclarecimento de algumas d vidas que v o surgindo em contexto A discuss o de in meras ideias vai surgindo novamente medida que o projeto come a a ser delineado Discutem a nova disposi o a dar ao material para construir o rob Registam numa folha de papel a referida disposi o mas surgem mais problemas Aos poucos v o esclarecendo tirando d vidas e prosseguindo A2 n o me parece muito satisfeito com isto Sugere novas ideias e outro modelo Existe aqui uma esp cie de competi o de ideias entre ele e A3 A3 nunca se tinha revelado deste modo e A2 estava habituado a ser o centro das aten es neste grupo dos mais novos Observa o n 14 de 16 03 2011 103 Neste processo alguns alunos revelam se pela positiva como aqui o caso de A3 que n o consegue parar de expressar uma chuva de ideias sobre aquilo que quer realmente fazer Outros como A2 nesta situa o fecham se dentro de si pr prios talvez criando outros mundos ou n o estando interessados nas ideias dos outros De acordo com 03 o
287. sa se exposi o de ideias e sua discuss o onde s o tidas em conta as vantagens e desvantagens dos dois projetos Sob orienta o dos monitores ou dos alunos mais velhos os aprendizes v o sendo guiados atrav s da problematiza o at onde possam perceber e acordar qual dos projetos ser melhor ou mesmo se devem ou n o criar um novo em conjunto 100 Nestas discuss es analisam comparam os modelos e problematizam colocando novas hip teses Abordam se v rios conceitos de matem tica de f sica de mec nica como podemos constatar O que que a m o em geral faz Pergunta Al A m o roda diz A3 mexe muda o ngulo ent o vamos comparar diz Al E agora que tamanho queremos o que que a m o vai fazer O que queremos que fa a O que que o rob vai fazer Vai agarrar coisas diz A3 Que tipo de coisas olha h dias diz A3 caiu me o telem vel numa fal sia se tivesse um rob com um man podia retir lo facilmente Observa o n 13 de 2 02 2011 A aplica o de conceitos de mec nica e matem tica aplicadas ao movimento da m o aquando da sua compara o com o movimento pretendido para o rob feita de uma forma simples e sem se aperceber integrada na planifica o do projeto O2 menciona vai aprender muitas coisas e n o se apercebe matem tica e uma s rie de coisas Outras porque tem de ser essas coisas v o surgindo medida que vai trabalhando
288. sas e outras coisas porque tem de ser e essas coisas v o surgindo medida que vai trabalhando est um bocado ligado motiva o e aprende assim sem se aperceber Inv Porque motivo dizes aos alunos agora faz sozinho O2 Pois mais frente ele n o vai ter ningu m que lhe ajude importante ganhar autonomia se ele aprender a fazer sozinho isso vai ser importante no seu futuro ser capaz de ultrapassar uma s rie de problemas Inv Fala me sobre os alunos do clube O2 Parte dos alunos s o dos CEF de eletricidade damos lhe a conhecer isto e eles v m e parte gosta muito da rob tica s o de inform tica Inv O que achas que os faz vir c O2 O CEF est na rotina das aulas e eles gostam deste tipo de trabalho aqui t m mais poder de opini o e de decidir o que v o fazer um espa o mais livre por exemplo o A4 gosta disto pois gosta de trabalhar s Ele tem mais poder de decidir e fazer o que gosta n o importa o que faz fez e tomou a decis o Inv E os mais pequenos O2 Os mais pequenos tiveram contacto com rob tica s o mais ligados inform tica gostam daquilo Gostaram do lego mas agora querem programa o a programa o na idade deles um bocado abstrata pode ser uma barreira exige algumas bases e dificuldade mas eu estou a trabalhar com eles de outra forma por observa o ver o que faz o programa e como utiliz lo aprendem por blocos
289. sas certas e quando os carros n o funcionam como programou O carro de AS n o funciona T m de desmont lo N o conseguem por as rodas a rodar O1 chamado de urg ncia Discutem o problema Desmontam o carro Voltam a montar Al pensa o que vai fazer nos comandos para que o carro funcione Ale A5 u programador e um mec nico em conjunto resolvem problemas cada um na sua rea A2 o pai e O2 envolvem se na tarefa para acabar o carrinho Arranjam uma forma de decorar o carro para tapar os fios expostos dando lhe uma melhor imagem Ol novamente chamado para ajudar com o carro de A5 Mas AS tem mesmo de desmontar o carro para ver o que se passa Depois de mont lo novamente volta para o lado de Al e pede lhe para testar novamente O motor trabalha mas o carro continua a n o mexer Precisam novamente de ajuda Mas n o existem orientadores na sala no momento Enquanto n o chegam A5 vai escolher a m sica pois o tempo urge Al com a tarefa de testar o carro pede a A5 que lhe fa a um esquema das dire es e tempos que deseja para o carro A partir das indica es de A5 Al faz um esquema numa folha de papel O pai de A2 continua entusiasmado a colocar o dispositivo das pilhas no carro O2 observa o que fizeram e discutem Chega Ol e discutem novamente porque n o roda a roda dianteira direita do carro de A5 Parece que solucionar o caso vai ser complicado Fazem se todo o tipo de trabalhos nesta sala Ao fundo A2 e A3 j cansados
290. se bastante dif cil As entrevistas tamb m podem revelar dados biogr ficos sendo esta uma forma de obter as hist rias profissionais dos indiv duos revelando se como muito teis para explicar a reac o dos participantes a determinados cen rios acontecimentos ou inova es Goetz amp LeCompte 1988 p 135 O tipo de respostas obtido podem de acordo com Spradley 1980 revelar nos os significados dos sujeitos ou seja a forma como concebem o seu mundo e como o explicam Nesta investiga o algumas quest es vieram a revelar partes da biografia de alguns orientadores aspeto que se revelou importante na caracteriza o deste contexto O registo de dados n o estruturados como di logos ocasionais desenvolvidos e mantidos neste ambiente estudo de pontos de vista individuais dos participantes sobre os trabalhos e partilha de ideias em grupo assumiram um papel importante na compreens o deste ambiente Ao analisarmos o que cada um diz em pequenos coment rios nas entrevistas revelada a sua cultura pois a linguagem a primeira fonte de significados que uma gera o transmite a outra Spradley Op cit 6 3 A an lise de artefactos documentos Os artefactos segundo Goetz e LeCompte 1988 constituem dados que indicam as experi ncias e o conhecimento dos indiv duos revelando mesmo as suas opini es valores e sentimentos De acordo com as autoras supracitadas os artefactos s o manifesta es materiais de cren
291. senvolve um trabalho segunda feira com o A4 e quarta outro projeto mas s o projetos que se podem complementar eles dois n o t m muita experi ncia na rob tica mas depois o Al vai complementar isso com a programa o e levar esse projeto a bom termo N o estou espera que eles A5 e A4 no primeiro ano cheguem a saber programar a n vel razo vel mas se chegarem ao fim do ano e j perceberem algumas no es b sicas de programa o j fico contente Inv Autonomia Como achas que s o estes alunos Ol Temos alunos aut nomos nas suas reas O AS tem dificuldades na linguagem do ardu no No lego e no rob azul n o tem problemas O Al completamente aut nomo em computadores e programa o descobre sozinho o que necess rio mas em mec nica n o aut nomo N o tem a destreza necess ria E n veis completamente diferentes N o h homogeneidade dos alunos Cada um tem conhecimentos espec ficos e depois partilham esses conhecimentos que resultam nos projetos S o muito heterog neos E isso resulta em projetos antes num ano s t nhamos dificuldades em concluir projetos Nos ltimos 2 anos com o MadRob tem sido no fundo o objetivo obriga nos andar mais depressa e a conseguir atingir os objetivos para as atividades a desenvolver Para ter rob s prontos para a atividade andamos mais r pido Inv Tenho verificado tanta motiva o para trabalhar Sem ser preciso dizer nada por
292. serva A3 tem uma chuva de ideias 183 O2 que precisamos ent o Vamos l escrever Base circular quantas A3 21 A2 4 Vamos l ver Diz O2 uma para baixo e outra para isolar o ardu no Mas A3 insiste novamente e n o preciso uma por causa do peso A3 j est a sugerir novamente outra coisa Come am a analisar a sua ideia O2 pergunta a A2 o que acha da ideia e A2 exclama isto curto referindo se ao tamanho dos fios que ligam as pilhas ao ardu no Mas A3 n o se desarma e diz que podem adaptar O2 n o tem outra sa da sen o analisar outra ideia de A3 02 A2 que achas desta ideia melhor ou pior Mas A2 tem dificuldade em entender a princ pio ou se calhar j n o est t o atento a esta hora A3 volta a referir o meu carrinho que est a funcionar assim E O2 concorda que uma boa ideia refor ando o pensamento de A3 O2 Vamos ent o ver as novas dimens es A3 pega num l pis O2 ajuda Mudam a disposi o do material novamente O2 Vamos tentar ter o m ximo de precis o Qual a dimens o disto Est est bem afirma A3 parece que est um pouco de lado E acertam o material novamente O2 Se queremos fazer uma base circular o que importante aqui A3 pega numa folha de papel e prontamente come a a projectar a sua ideia fazendo um c rculo sem compasso apoiado no cotovelo Depois coloca todo o material ao centro e exclama prof j est
293. sica de integra o e sobreviv ncia em qualquer parte do mundo A poca em que vivemos caracteriza se pela valoriza o da tomada de decis es em equipa partindo do princ pio que a cria o conjunta possui geralmente maior riqueza que a individual no entanto cada individuo tem tamb m de ser valorizado na sua forma de ver o mundo pois a sua vis o individual ser sempre uma mais valia para o grupo Aprender a criar em conjunto hoje uma necessidade imposta pelas solicita es do meio logo deve ser tarefa da escola proporcionar aos indiv duos condi es que possibilitem a sua express o individual assim como partilhar esse conhecimento em conjunto Arends 1995 recorda nos que ajudar os alunos a aprender a colocar quest es a procurar respostas e solu es para satisfazerem a sua curiosidade e construir as suas pr prias ideias e teorias acerca do mundo tem sido o objetivo geral do ensino cr tico No entanto estes tamb m n o s o objetivos novos em educa o De acordo com este autor as estrat gias de ensino pela descoberta pesquisa ou ensino indutivo t m uma heran a longa e prestigiada pois j na Antiga Gr cia o m todo socr tico enfatizava a import ncia do racioc nio indutivo e do di logo no processo de ensino John Dewey 1933 descreveu com detalhe a import ncia do que chamou o pensamento reflexivo e os processos que os professores deveriam utilizar para ajudar os alunos a adquirir compet ncias e process
294. sido tamb m uma barreira implementa o da mudan a e inova o As sucessivas reformas feitas ao longo do tempo por uma escola diferente n o t m trazido grandes altera es As novas pedagogias implementadas por alguns t m tend ncia a tornar se mitos pois n o cabem em curr culos tal qual foram concebidos As boas inten es n o passam disso morrem ao deparar se com a realidade Apesar de as tecnologias penetrarem nas escolas estas tamb m n o t m sido sin nimos de inova o pois n o t m proporcionado aos alunos experi ncias de metacogni o capazes de promover mudan a necess rio que nos interroguemos constantemente sobre a fun o da escola a sua natureza as suas pr ticas e a sua fun o na sociedade atual e no mundo interativo em constante apelo de mudan a que enfrentamos hoje Analisar a escola de uma forma simplista relativamente sua realidade organizacional s nos leva a uma perspetiva redutora que deturpa a compreens o e conduz ao imobilismo A realidade social a realidade escolar em particular apresentam in meros estratos de significado os quais s podem ser entendidos medida que v o sendo descobertos por meio de trabalho de investiga o A vida social n o apenas complexa na sua amplitude e variabilidade tamb m profunda no sentido em que opera a diferentes n veis Woods 1999 p 53 Deste modo um investigador que permane a numa escola ou num determinado grupo
295. simultaneously p 57 Com este tipo de experi ncia podemos sentir as emo es dos participantes no seu meio se optarmos pelo lado mais participativo assim como ver o lado de dentro a partir de fora quando utilizamos um menor envolvimento Esta experi ncia segundo Spradley mais comum e utilizada pelos observadores participantes mas n o em simult neo Bogdan e Biklen 1994 p 113 tamb m defendem que o investigador deve entrar no mundo do sujeito mas continuar no lado fora registar de forma n o intrusiva o que vai acontecendo e recolher simultaneamente outros dados descritivos Aprender algo atrav s do sujeito mas n o tentar necessariamente ser como ele Mesmo que participe das suas atividades de forma limitada n o deve entrar em competi o deve aprender o seu modo de pensar mas n o pensar da mesma forma ser emp tico e simultaneamente reflexivo 71 O investigador deve ainda colocar se numa situa o e disposi o que lhe permitam observar os comportamentos dos indiv duos no contexto dos cen rios escolhidos e tratar por todos os meios poss veis obter dados que informam e testemunham os comportamentos dos indiv duos observados Goetz amp LeCompte 1988 Neste envolvimento o investigador deve tomar notas as quais devem incluir coment rios interpretativos baseados nas suas perce es e interpreta es pessoais influenciados pelo seu papel no grupo e pelas rea es dos participantes Para que todo
296. ste modelo supusesse uma rutura com a socializa o familiar concebida como o reino do particularismo e dos sentimentos o seu funcionamento estava organicamente articulado com a socializa o familiar A fam lia tinha o papel de socializar para o sucesso escolar sendo assim respons vel por formar o n cleo b sico da personalidade que tinha precisamente como uma das suas principais componentes a prepara o para o desempenho escolar Segundo os autores supracitados um dos problemas mais graves que atualmente enfrenta o processo de forma o da personalidade o que se poderia chamar d fice de socializa o caracter stico da sociedade atual As institui es educativas tradicionais conhecidos como a escola e a fam lia perderam ao longo do tempo a sua capacidade para transmitir valores e normas culturais A cultura escolar afastou se significativamente da cultura social e face ao dinamismo das mudan as sociais a escola permaneceu est tica e imut vel A escola atual Can rio 2002 ainda muitas vezes definida como a descrita num manual de sociologia de 1932 um lugar onde as pessoas se encontram com o objetivo de dar e receber instru o p 30 A escola que hoje conhecemos corresponde a um modelo organizativo muito est vel cujo principal tra o distintivo a organiza o em classes homog neas no que diz respeito idade e aos conhecimentos A escola dos nossos dias representa uma admir vel inven o organi
297. sua cultura e com os seus gostos pessoais Carl Rogers 1980 por sua vez defende que ningu m ensina ningu m O importante n o propriamente o ensino mas o que cada um aprende No entanto o que cada um aprende tem de ter sentido 15 Rogers salienta que chegou conclus o de que a nica coisa que se aprende de modo a influenciar significativamente o comportamento um resultado da descoberta de si de algo que captado pelo indiv duo p 249 O mesmo autor acrescenta um conhecimento desse tipo descoberto pelo individuo essa verdade que foi captada e assinalada na experi ncia de um modo pessoal n o se pode comunicar directamente a outra pessoa Assim que um individuo tenta comunicar essa experi ncia directamente muitas vezes com um entusiasmo absolutamente natural come a a ensinar e os resultados disso n o t m consequ ncias Rogers 1980 Ibid Sh n 2000 considera Carl Rogers uma figura socr tica do nosso tempo pois tal como S crates Rogers acredita que as coisas mais importantes n o podem ser ensinadas mas sim descobertas e apropriadas pelo pr prio individuo Sh n destaca que tal como S crates este autor atribui a si pr prio e aos outros as capacidades de autodescoberta funcionando como um professor paradoxal que n o ensina mas serve como um provocador e parteiro da autodescoberta de outros provocando nos seus interlocutores tal como S crates uma tempestade de indigna o e conf
298. t nomos e geradores de mudan a A aprendizagem escolar Ribeiro 1997 ter de ser mais significativa e relevante insistindo no desenvolvimento de aptid es motiva es e atitudes necess rias para tornar mais eficaz a aprendizagem dos indiv duos ao longo da vida e em outros contextos sociais diferentes do escolar p 19 Deste modo e tendo em conta os cen rios do presente e do futuro a aprendizagem escolar deve focar se sobretudo no p r em pr tica m todos de pensamento anal tico e cr tico para a resolu o de problemas seja de que naturezas forem Ibid Em vez de serem fornecidas aos alunos as solu es 24 para os problemas formulados devem os mesmos adquirir aptid es que lhes permitam identificar de forma clara os problemas recolher e analisar informa es ou dados necess rios para a sua solu o selecionar informa es ou dados que fa am parte das solu es para as quest es levantadas e tomar decis es sobre o curso da a o a seguir Dentro do poss vel a aprendizagem escolar dever ser um processo de pesquisa e autodescoberta ainda que necessariamente sob a orienta o de algu m p 20 A inova o pedag gica Fino 2010 implica descontinuidade com as pr ticas pedag gicas tradicionais e consiste na atualiza o a n vel micro de uma vis o cr tica sobre a organiza o e o funcionamento dos sistemas educativos Fino salienta que a inova o pedag gica n o uma quest o que
299. t rios para o ensino aprendizagem bem como para o desenvolvimento de compet ncias e qualidades em ambientes como a sala de aula O modo como a sociedade v a escola como institui o n o tem sido alvo de grandes mudan as ao longo do tempo Desde h muito que se definiu que a aprendizagem mais eficaz quando se estabelecem grupos grandes com cerca de trinta alunos e um professor numa sala de aula deixando deste modo transparecer que a influ ncia mais pertinente sobre o que acontece nas salas de aula tem a ver com a tradi o A escola ainda tida como o lugar onde o aluno para aprender precisa do professor sendo este considerado o agente do saber Os pap is que cada um deve 23 desempenhar est o definidos desde o tempo em que a escola foi criada para executar tarefas de uma sociedade industrial Esta representa o social da escola tem sido transmitida s sucessivas gera es como um aspeto cultural invari vel a que Fino s d chamou de invariante cultural quando se referiu a esta representa o comum como profundamente enraizada dentro e fora da escola socialmente partilhada de modo a incluir a generalidade dos estratos da sociedade e as v rias gera es presentes e com for a suficiente para contrariar prop sitos deliberados ou n o de mudan a p 1 Para Sousa amp Fino 2005 tudo acontece presentemente num contexto de mudan a incerteza e imprevisibilidade sendo importante reflectir a inova o
300. tal Como defende Fino 2001 o professor e os seus pares t m o importante papel de interferir na ZDP dos alunos provocando assim avan os no desenvolvimento Deste modo as crian as v o concretizando os seus objetivos que s o em seguida ligados aos seus esfor os construtivos e sua vida sociocultural Os problemas resolvidos em colabora o estimulam a crian a a encontrar as inter rela es entre os conceitos e a situa o vivida definindo um sistema que ao ser internalizado torna a 111 independente e a prepara para o desenvolvimento de novas fun es ps quicas Vygotsky 2007 Sess es que envolvem programa o Programar um rob em NXT G uma tarefa que qualquer um de n s pode fazer Este programa intuitivo foi desenvolvido para poder ser utilizado a partir dos dez anos de idade ou at menos Como j foi referido na teoria esta linguagem de programa o muito simples cada bloco arrastado para a rea de programa o define uma fun o que pode ser configurada de acordo com as instru es que queremos Para come ar basta esbo ar num pseudoc digo ou num fluxograma os detalhes do que pretendemos que o rob fa a e seguidamente utilizar as funcionalidades para program lo arrastando os blocos que designam as referidas tarefas para a rea de programa o Um programa constitu do ent o por um conjunto de instru es que definimos e configuramos as quais v o ser executadas pelo rob No entan
301. tam deste tipo de trabalho aqui t m mais poder de opini o de decidir o que v o fazer um espa o mais livre o A4 gosta disto pois gosta de trabalhar s Ele tem mais poder de decidir fazer o que gosta n o importa o que faz fez e tomou a decis o Inv E os mais pequenos 02 Os mais pequenos tiveram contacto com rob tica s o mais ligados inform tica gostam daquilo gostaram do lego agora querem programa o a programa o na idade deles um bocado abstrata pode ser uma barreira exige algumas bases e dificuldade eu estou a trabalhar com eles de outra forma por observa o ver o que faz o programa e como utiliz lo aprendem por blocos n o importa o nome da vari vel mas o que o bloco faz e assim v o aprendendo se isto faz isto vou precisar disto em qualquer lado utilizo o bloco como est Inv E o facto de poderem participar nos concursos MadRob por exemplo b quando foram a Guimar es Que que eles ganham nesse envolvimento das participa es Que achas disso 02 208 Aquilo um tempo limitado para fazer as coisas exige que trabalhem r pido para poder ir por causa do prazo aquilo que deveria ser um concurso e competi o acaba por ser uma partilha e troca de experi ncias todos contribuem para resolver os problemas uns dos outros entre equipas durante a montagem dos projetos
302. tida pare am menos significativos pois estes podem ter um significado particular na interpreta o daquela cultura Andr 1997 refere que num estudo etnogr fico o grupo social estudado a partir dos seus pr prios pontos de vista das suas categorias de pensamento e da sua l gica devendo o investigador ultrapassar os seus m todos e valores admitindo outras l gicas de pensar e entender o mundo Na pesquisa educacional a etnografia deve segundo Liidke e Andr 1986 ser feita com algum cuidado j que no verdadeiro sentido defendido por Spradley sofre aqui uma s rie de adapta es afastando se mais ou menos do seu sentido original Ressaltam estas autoras que denominar de etnografia uma pesquisa apenas porque utiliza observa o participante nem sempre ser apropriado j que etnografia tem um sentido pr prio p 13 Fortin 2009 p 155 refere por sua vez que cada vez menos poss vel e menos aceite pretender conhecer a totalidade de uma cultura como se fazia no in cio do s culo Uma das formas simples para averiguar se um estudo pode ser chamado de etnogr fico sugerido por Wolcott 1982 de acordo com Liidke e Andr 1986 verificando se quem o l consegue interpretar o que realmente ocorre no grupo estudado como se fosse um membro desse grupo A etnografia em educa o deve ent o preocupar se em pensar o ensino e a aprendizagem dentro de um contexto cultural mais amplo n o se circunscrevendo a
303. to para come ar a programa o o aprendiz tem de estar ao corrente das fun es e defini es do programa inserir mover e excluir blocos no programa ligar e configurar os blocos inseridos conhecer os tipos de dados que temos inteiro texto l gico e ter no o de l gica Uma das primeiras tarefas do orientador explicar aos alunos as funcionalidades do programa A tarefa dos alunos explorar com ou sem a orienta o do professor como trabalhar com o programa utilizando de prefer ncia instru es simples Ap s as primeiras programa es descarreg las para o microcomputador NXT do rob atrav s de uma porta USB e testar as instru es A tarefa de programa o baseia se numa pr tica que podemos descrever como uma brincadeira rotineira onde por tentativa e erro se vai experienciando como funciona o programa Papert 2008 assume que a crian a um ser que pensa podendo a partir da construir as suas pr prias estruturas cognitivas mesmo sem ser ensinada Para este autor o conhecimento constru do pelo aluno em intera o com o computador como mediador e n o com o professor 112 Figura 10 Programa o e teste do programa no bra o rob tico Nesta sess o o grupo de alunos mais pequenos continua a programar e a testar o bra o rob tico Para continuar o processo v o adicionando blocos programa o e testando o resultado enquanto observam a execu o das tarefas pelo rob O2 acompanha a
304. to de terem uma competi o onde v o poder mostrar o que fizeram uma esp cie de avalia o ao trabalho que exibem com gosto mas tamb m e sobretudo pela troca de experi ncias entre indiv duos de idades meios e reas diferentes Os alunos dos CEF partilham a sua experi ncia em mec nica e constru o com os alunos de outras reas que se interessam mais por programa o Dando uma volta pela sala verifico em todas as equipas a forma como partilham e discutem o conhecimento a v rios n veis programa o inform tica e mec nica Trabalham sem precisar de nenhum orientador nesta fase j ganharam autonomia suficiente para isso Quando necess rio recorrem a outras equipas tanto para pedir material como para construir e programar anexo 10 observa o de 27 05 2011 Desta partilha e dos sonhos de cada um nascem todos os projetos e artefactos constru dos neste evento A rob tica pode ser vista aqui como um potencial ambiente de aprendizagem motivador pelo facto de os rob s mexerem com o imagin rio infantil criando deste modo novas formas de intera o e exigindo uma nova maneira de lidar com s mbolos Papert 1997 Se a experi ncia no grupo modifica os indiv duos nas suas atitudes a troca de experi ncias vividas neste ambiente entre os v rios grupos enriquece de forma muito 120 positiva o conhecimento de cada um pela partilha pela coopera o e pela coes o que mant m os indiv duos unidos em torno
305. todos o peso do invariante cultural ainda vai permanecer at De uma forma ou de outra somos todos sonhadores condicionados pelo socialmente aceit vel Para criar algo novo temos de despir nos desse social invariante cultural e ser aut nticos mas ser aut ntico na maior parte das vezes pertencer a uma minoria sem lugar num mundo onde a educa o ainda preza por n o valorizar as diferen as Apesar de sermos todos diferentes geneticamente o que se repercute na nossa forma de ser e de pensar e de agir ainda visto como uma n o diferen a Continuamos a educar todos da mesma maneira com os mesmos curr culos e a exigir que todos saibam a mesma coisa quando o mundo atual global exige e valoriza a diferen a e a competitividade Cada vez vivemos num mundo onde necess rio ser mais especializado O conhecimento e a diferen a marcam o mundo do trabalho A globaliza o levou a um aumento da concorr ncia A economia cresceu recentemente a partir dos pa ses emergentes BRIC 228 Hoje j n o existem empregos para toda a vida As pessoas t m de ter capacidade para reunir e manipular conhecimentos nos mais variados ramos de modo a se tornarem competitivos Aqueles que possu rem conhecimento e o souberem manipular ter o mais possibilidades de singrar no mercado atual Como mudar de paradigma Como romper com este estado de coisas Investigar Sim para qu Encontrar ouro Sim para qu Se quero continuar a usar pirite
306. trar a bola fechar a garra e agarr la mas isso n o est a acontecer A10 est um bocado desiludido e diz ele devia agarrar a bola que se passa Voltam ao programa e analisam novamente Tem nove blocos verificam as fun es O sensor aqui dizem para abrir a garra aqui e alteram a fun o no bloco Voltam a testar novamente Agora sim agarra e para outra vez O2 diz faz tudo bem ou existe algum erro mas agora parece tudo bem O2 sugere que fa amos mais um teste mas agora em cima da bancada ent o deslocamo nos todos para o lado da bancada Coloca uma bola vermelha e uma folha de papel branca em cima da bancada para fazer o teste Come a o teste Mas chegando folha branca o sensor de luz n o deteta a folha e o rob n o para Pergunto se ser por causa da dist ncia que a folha est do sensor uma vez que nos testes anteriores o sensor funcionou bem quando a folha de papel estava mais pr xima do rob Ent o O2 diz que temos de experimentar Mas realmente continua a n o funcionar E volta tudo ao mesmo Experimenta s Para ver o resultado preciso testar 191 h que alterar o bloco do sensor para que este detete a folha branca A nica maneira alterar e testar por tentativa e erro at chegar ao valor Daqui para a frente o trabalho foi precisamente esse E quando tudo funcionou finalmente foi uma explos o de alegria partilhada por todos Observa o n 1
307. tru o Dan a Consiste na cria o de uma coreografia criada por cada equipa para o rob executar ao som de uma m sica da escolha de cada equipa Obst culos Consiste na execu o de um percurso com recurso obrigat rio a sensores de toque no menor tempo possivel Todas as equipas est o partida inscritas na prova de Constru o Criatividade sendo ainda obrigat ria a participa o em mais uma das provas 220 Notas de observa o do MadRob 27 05 2011 Hoje come ou o Madrob evento promovido na RAM por Ol orientador fundador do clube de rob tica nesta escola Este encontro regional de rob tica pretende ser um encontro que visa promover a ci ncia e a tecnologia junto dos jovens do ensino b sico secund rio e eventualmente o ensino superior O principal atrativo neste evento assinalado por um conjunto de competi es entre os rob s planificados constru dos e programados pelas equipas concorrentes O evento passa se numa sala do pavilh o gimnodesportivo da escola onde s o instaladas mesas para o efeito e disponibilizado aos alunos as regras do concurso onde tamb m est inclu do o tipo de material que podem utilizar e como programar em ardu no A cada equipa tamb m fornecido um kit constitu do por uma placa de ardu no dois servos dois sensores de toque e um suporte de pilhas Al m dos alunos desta escola participam tamb m equipas de uma escola de Machico A participa o neste ev
308. truir brincando A2 agora Ah O2 atento diz volta ao passo anterior Est A2 e O2 verificam o modelo e comparam O2 est Penso que sim A2 continua 2 destes Est o partidos O2 onde A2 preciso de outro Ah J fizeram esta montagem alguma vez Sim diz Ol de longe A2 algu m me pode ajudar O2 diz A2 passo 42 falta uma pe a n o vamos conseguir fazer isto Procura a pe a e continua a dizer n o vamos conseguir fazer isto Al mas n o eram 4 pe as H uma maneira alternativa de fazer isto O2 mostra a pe a Al d para prend las com esta Entre todos discutem a solu o alternativa A2 esta tamb m do mesmo tamanho Al d assist ncia a todos os que precisam Ol Mostra o que se encaixa em condi es pode ser Mas verifica se o movimento n o fica bloqueado A2 posso ver O2 experimenta A2 est perfeito AS discute com O2 os pain is solares com a constru o de um modelo em cart o Discutem o que acontece quando o cart o roda ou Tem necessidade de talvez organizar pensamento No trabalha tentativa erro Sente se perdido se ouvir para O entanto por e 159 seja quando o painel solar rodar ou como deve este rodar Hoje apareceu um novo aluno curioso juntou se a A4 e ajuda o a cortar pequenas barras de alum nio para o rob todo o terreno Os curiosos e os alunos que queiram ficar s o
309. trutura din mica Goetz amp LeCompte 1988 De acordo com Bogdan e Biklen 1994 pp 47 50 a investiga o qualitativa possui cinco caracter sticas a a fonte direta de dados o ambiente natural constituindo o investigador o instrumento principal b descritiva c os investigadores interessam se mais pelos processos do que pelos resultados ou produtos d os investigadores tendem a analisar os dados de forma indutiva c o significado que as pessoas d o s coisas e sua vida s o de import ncia vital neste tipo de abordagens Para Denzin e Lincoln 2006 a pesquisa qualitativa em si mesma um campo de investiga o que envolve o estudo a coleta de uma variedade de dados emp ricos e tal qual um conjunto de atividades interpretativas n o privilegia uma pr tica metodol gica nica A abordagem qualitativa utiliza estrat gias de pesquisa como a fenomenologia narrativas etnografia ou estudos de caso Croswell 2003 pp 19 20 O investigador 63 recolhe dados n o estruturados e emergentes sobre os quais vai posteriormente trabalhar Miles e Huberman 1994 tamb m destacam algumas caracter sticas recorrentes da pesquisa qualitativa como sendo o contacto prolongado com o campo ou a situa o real o papel do investigador em garantir uma vis o hol stica do fen meno e a recolha dos dados por meio das perce es dos atores locais suspendendo os seus preconceitos sobre os t picos de pesquisa Segundo este
310. uanto A3 argumenta sem parar A2 est calado observando o desenho feito no papel e as medidas do material O2 refere vamos ent o medir novamente com esta disposi o A3 coloca mais quest es podemos colocar mais pilhas Se o fizermos os Colocam hip teses Comparam conhecimentos adquiridos anteriormente Tomam decis es A3 quer rob maior um Visitantes Discutem Problematizam A3 trabalha em casa com o pai nestas coisas 182 motores v o trabalhar mais r pido exclama O2 esclarece como trabalham os motores e tiram as d vidas No entanto O2 diz que podem ser dois suportes de pilhas e voltam a colocar novas hip teses A3 diz apressadamente e com grande entusiasmo assim que eu fa o com o meu pai conseguimos colocar 2 eletrodom sticos a funcionar na mesma tomada A3 refere sempre as coisas que tem feito com o pai em casa e o que tem aprendido com esses trabalhos Revela se assim um mi do j conhecedor de alguns conceitos e desejoso de os p r em pr tica Discutem a nova disposi o a dar ao material para construir o rob Registam numa folha de papel a referida disposi o mas surgem mais problemas Aos poucos v o esclarecendo tirando d vidas e prosseguindo A2 n o me parece muito satisfeito com isto Sugere novas ideias e outro modelo Existe aqui uma esp cie de competi o de ideias entre ele e A3 A3 nunca se tinha revelado deste modo e A2 estava habituado a ser
311. ue aos poucos lhes foi dando uma m ozinha Ap s a constru o todos t m de escolher uma m sica para ao seu ritmo colocar o rob a dan ar A2 e A3 v o para o computador escolher a sua m sica A facilidade com que utilizam o material de inform tica fant stica este o seu mundo J escolheram a m sica A2 vai abanando a cabe a ao ritmo da m sica em frente ao computador Quando a m sica para discutem o ritmo que o rob deve ter para executar a dan a A2 sente se orgulhoso No outro lado da sala solda se material programa se escolhem se m sicas ensaiam se constru es afastamento e posi es de materiais Cada um no seu mundo anexo 10 observa o de 27 05 2011 Neste evento nota se a evolu o que cada aluno sofreu ao longo do ano sobretudo A2 e A3 os mais novos aqui presentes J apresentam maior autonomia e destreza sabem o que fazer e a quem recorrer quando ocorre um problema Est o orgulhosos do que constru ram e desejosos de mostrar aos presentes o seu trabalho Hoje os projetos j se encontram adiantados Cada um trabalha no se mundo tentando aperfei oar a sua constru o anexo 10 observa o de 27 05 2011 Ap s os ensaios verificam os erros e voltam a reformular de modo a ter pronto o rob para entrar no concurso Nesta apresenta o s o tidas em conta a criatividade constru o e a efici ncia do artefacto numa prova de obst culos e outra de dan a
312. ue participant Iutilisation de ses connaissances et son partage au sein du groupe pour obtenir un produit final nous avons r alis une tude de cas qualitative avec une approche ethnographique dans une cole d enseignement secondaire de Santa Cruz Les techniques que nous avons utilis es pour notre recherche furent l observation participante des entrevues et une analyse documentaire Pendant huit mois nous avons observ et enregistr le proc d afin que nous puissions appr hender ce contexte d apprentissage Apr s l analyse et la triangulation des donn es nous concluons que dans cet environnement les apprentis d veloppent un savoir faire et des attitudes qui leur permettent de progresser dans leur niveau de connaissances donnant lieu laboration de nouveaux concepts scientifiques ainsi que des aptitudes et comp tences importantes pour les interactions sociales et culturelles de chaque individu et de ensemble du groupe Nous pouvons alors conclure que l environnement de travail o sont construits des robots comme des l ments m diateurs du processus d enseignement apprentissage est un catalyseur innovant dans la mani re dont la connaissance est construite Mots cl s innovation robotique constructivisme constructionnisme tude de cas Resumen El estudio que en la presente investigaci n nos propusimos desarrollar fue averiguar de que manera un club de rob tica podr a proporcionar experiencias innova
313. ueremos que o rob fa a por passos e s depois procedermos a altera es Entretanto acaba o tempo e o trabalho fica para o pr ximo dia A import ncia de experimentar 187 Observa o n 16 30 03 2011 Local oficina Hora 16 15h at 17 30h Atividade Constru o de um bra o rob tico com materiais reutilizados Atores A3 A2 e 02 Observa es Hoje A3 e A2 iniciam a constru o do seu bra o rob tico feito com materiais a reutilizar trazidos por A3 A3 apareceu na oficina com um saco cheio de materiais desejoso de mostrar tudo a todos No saco trazia 2 tubos de metal enroscados numa esp cie de parafuso comprido um servo motor um apoio com rodas que se movimenta 360 e um suporte para encaixar pilhas pequenas Com um grande sorriso foi explicando como o pai lhe ajudou a cortar os tubos de metal que pertenciam a um suporte de candeeiro de rua muito alto Depois do corte limaram as extremidades dos tubos para n o nos cortarmos quando estiv ssemos a trabalhar A2 olha muito curioso para aquilo tudo O2 fica feliz ao ver o entusiasmo de A3 para criar algo novo que foi projetado em conjunto O entusiasmo tanto que contagia todos com o seu sorriso e boa disposi o Come amos ent o por ouvir a ideia de A3 um tubo fica fixo e outro roda para formar o bra o rob tico A3 exemplifica a sua ideia rodando um tubo e fixando outro em cima da mesa enquanto observamos Enquanto roda o tub
314. ugest es e juntos v o discutindo e modificando o programa de modo a chegar sugest o de A3 A3 experimenta e coloca um bloco de som junto programa o altera o sentido de rota o para obter o que pretende Depois testa mas n o funciona bem O que se passa diz O2 verificaram porque n o roda bem O2 Vamos testar a ver se agarra independentemente da cor E voltam a programar e discutem novamente o que fazer Colocam hip teses A2 vamos eliminar isto e discutem novamente o que fazer O professor ajuda nos erros e assim v o tirando as d vidas O2 vamos recapitular vamos pensar O que queremos que ele fa a Para a frente para tr s ou des a A2 est t o intrigado que j n o ouve nada e n o responde talvez esteja a pensar no assunto talvez esteja cansado E O2 volta a insistir diz me o que queres que ele fa a Ent o voltam de novo discuss o Recapitulam abra a pin a des a sensor de toque Consegues ou n o Pergunta O2 a A2 que parece confuso A2 pensa mas n o diz nada talvez n o tenha entendido O2 vai sugerindo caminhos e A2 come a a tirar d vidas Mas perante a confus o O2 sugere que comecem de novo e descubram o programa e testem novamente Ent o come a tudo de novo programar testar e abriu a garra Agora vamos colocar outro e agora A2 come a a tirar as d vidas Vamos por passos o que vai fazer agora pergunta O2 D o algumas sugest es mas isso n o se ve
315. ural o mesmo aparece definido como a fase inicial do processo de mudan a caracterizando se por combinar elementos familiares com estruturas novas p 49 No entanto tamb m refere que inova o ainda se seguem duas outras fases necess rias concretiza o da mesma a sele o onde tem lugar a aceita o e a difus o individual e grupal e a integra o que se conclui pela adapta o m tua entre a inova o e o sistema cultural de que ela da em diante passa a fazer parte Ibid Nos ltimos anos Fernandes Op cit os conceitos de inova o e reforma t m vindo a distanciar se sendo a inova o referida sempre que se pretende mencionar a mudan a com origem nas escolas e que foi constru da pelos professores sem obedecer a nenhum planeamento central enquanto o conceito de reforma reservado para as mudan as pr vias e centralmente planeadas que pretendem ser aplicadas em todo o pa s Whitaker 1999 refere por sua vez que embora a legisla o e regulamenta o definam e determinem a estrutura organizacional do sistema escolar grande parte da 22 inova o na sala de aula e nos curr culos resulta das descobertas perspectivas e experi ncias dos professores p 9 Para este autor a grande maioria das mudan as na pr tica letiva resultam da curiosidade de alguns excelentes professores que ao longo do tempo se dedicam a avaliar a melhor forma de aprender dos seus alunos Estes professores t m
316. us o p 78 Para Sh n o paradoxo de aprender uma nova compet ncia que um estudante n o pode inicialmente entender o que precisa aprender ele pode aprend lo somente educando se a si pr prio e isso s acontece quando come a por fazer o que ainda n o entende Quando imergimos numa atividade por exemplo projetar tentando fazer o que n o sabemos primeiro vamos ganhando experi ncia que nos ajudar a aprender o que significa esse projeto S posteriormente poderemos fazer op es quando entendermos os significados essenciais descobertos na experi ncia Assim vamos aprendendo pela descoberta Para que isto aconte a necess rio que nos deem liberdade para tal Nestas situa es o professor deve ser um orientador estar aberto mudan a e promover a reflex o Os alunos devem querer participar dessa experi ncia Nestes moldes a escola pode fazer sentido quando a cada individuo forem proporcionadas experi ncias individuais e em grupo de modo a poderem partilhar e apreender o significado dos fen menos que os rodeiam 16 1 3 Os jovens atuais e a necessidade de mudan a At aos anos noventa as coisas demoravam muito a acontecer O imediatismo a que um jovem est habituado n o tem compara o com esse passado recente A tecnologia permitiu diversificar as ofertas culturais na sociedade em que vivemos e popularizar os consumos fazendo com que tudo aconte a muito rapidamente A omnipresen a da tecnologia trouxe
317. ute um modelo de um carro solar com A5 Tudo em grande az fama dif cil registar na verdade sinto me perdida N o sei o que registar al m disto ainda se discute o concurso em que preciso inscrever se energias renov veis Ol com as normas do concurso na m o chama A5 e diz vamos l ler isso e ver o que preciso mas A5 tem dificuldades em interpretar o regulamento e pede ajuda novamente Al continua a medir pe as e a falar alto medida que vai montando mas tem alguma dificuldade em cortar o material a parte mec nica de uma maneira geral n o o seu ponto forte isso verifica se quando necessita fazer este tipo de trabalho O seu forte inform tica programa o e planifica o de projetos O clima de aparente desorganiza o No entanto trabalha se na mesma as conversas s o informais com alunos e professores Discutem trabalham ora s s ora acompanhados Na porta da sala aparecem muitos curiosos novamente Alguns dos cursos CEF Querem ver os projetos de que j ouviram falar e dar as suas opini es no meio de muita curiosidade e galhofa pr prias da idade Hoje sou mais observadora no entanto aproximo me de Al e ofere o ajuda aproveitando as suas dificuldades Discuto as medidas com ele e ajudo a marcar as linhas segurando no material de um lado e ele de outro Agora s precisa ser cortado Chega O1 e discutem novamente as medidas Mas Al precisa de algu m para cortar o metal e pe
318. va o participante a entrevista etnogr fica que inconceb vel em geral sem dispositivo de observa o participante e an lise do material oficial e pessoal como di rios cartas autobiografias e hist rias de vida produzido em conjunto pelo pesquisador e os sujeitos da investiga o Lapassade 1992 Antes da recolha de dados negociamos a entrada no campo Esta tarefa n o foi dif cil pelo facto de a investigadora fazer parte do quadro de nomea o definitiva da escola em quest o e j conhecer os orientadores do clube tendo como tal um vontade com o qual p de contar para melhor chegar aos alunos A este n vel foi um pouco mais complicado pois apesar de explicar a fun o ao grupo n o deixou de ser uma estranha pelo menos nas primeiras sess es A sensa o uma vez no campo ser se e sentir se uma presen a estranha Nos primeiros dias de observa o mesmo ap s ter explicado o seu papel os participantes ficaram um tanto ao quanto desconfiados Perdeu se a naturalidade durante um tempo at que todos se habituassem sua presen a medida que um investigador vai passando mais tempo com os sujeitos a rela o torna se menos formal Bogdan amp Biklen 1994 p 113 Ao longo do tempo tornou se ainda necess rio criar empatia com os participantes de modo a atenuar a tal presen a estranha e desenvolver uma rela o baseada na confian a e amizade sociabilidade inclus o identifica o com os outros en
319. vens nos ltimos vinte anos De acordo com Fortuna e Silva Op cit a vida deles um somat rio de agoras em que o tempo permanentemente interrompido pelo email os sms e o Facebook No entanto pela plataforma digital que passam grande parte dos seus consumos culturais sendo a rapidez determinante tal como a diversidade de escolhas a liberdade do acesso o contacto direto com os amigos e a experi ncia Cabe nos aqui fazer uma reflex o sobre os jovens que atualmente frequentam as nossas escolas Quem s o realmente os jovens que temos como popula o estudantil Os jovens de hoje Prensky 2001 j n o s o a popula o estudantil para a qual os sistemas de educa o foram desenhados Os jovens atuais encontram se mudados n o s no seu aspeto exterior ou estilos mas apresentam se radicalmente mudados Prensky chama a essa mudan a uma descontinuidade que fez mudar as coisas de tal forma que n o h mem ria no passado Esta singularidade foi provocada pela chegada e dissemina o da tecnologia nas ltimas d cadas do s culo XX Os estudantes atuais tiveram na sua vida inteira acesso a computadores jogos eletr nicos c maras de v deo telem veis e todos os brinquedos da era digital Um aluno que se encontra atualmente na faculdade passou cinco mil horas a ler dez mil horas a jogar jogos de v deo e vinte mil horas a ver televis o Os jogos de computador o correio eletr nico a internet os telem veis e as me
320. vidade programa o de um robot da Lego Mindstorms NXT Atores A6 A10 e 02 Observa es Desde o dia vinte e um registado na sess o n 15 que est o c A10 e A6 dois alunos novos e com muita vontade de aprender a fazer mexer rob s Na ltima sess o entraram em contacto com o programa Hoje t m um desafio pela frente criar um programa novo no Lego Mindstorms NXT Para melhor desempenho e ordem O2 tinha aconselhado que escrevessem no caderno por ordem o que queriam que o programa fizesse Ent o A6 come a por criar um exemplo do que querem fazer discutindo com o professor 1 abre a garra 2 anda para a esquerda 3 ao chegar a uma rea branca 4 p ra 5 ouve uma ordem 6 anda 7 encontra a bola 8 apanha a bola 9 para Agora a partir daqui fazer o programa Associando blocos que possam fazer aquelas tarefas A10 ainda n o chegou foi almo ar Mas A6 n o perdeu tempo tal o entusiasmo Come a sozinho a programar Arrasta blocos de programa o para a rea central do ecr e define as fun es de acordo com as instru es e pela ordem que foram determinadas Depois da tarefa conclu da sozinho chama o professor O2 sem verificar o que fez recapitula como fazer a grava o Ligam o cabo USB ao rob e 190 passam o programa Agora testar e ver o que acontece Testam mas isto n o est l muito funcional Algumas fun es n o est
321. vistas aos mesmos recolha de fotografias da sua actividade com o objectivo de serem usadas num trabalho de investiga o referente sua disserta o de mestrado O clube de rob tica da escola de Santa cruz um estudo de caso Mais informa que j contactou a Direc o Executiva e os monitores do clube n o havendo da parte dos mesmos oposi o referida recolha de dados Agradecendo desde j a V aten o aguardo deferimento Santa Cruz 2 de Maio de 2011 A Direc o Executiva Monitores do Clube de Rob tica sf Z Co ac fe A IAE A docente pr s Autorizo a recolha de informa o O Encarregado de Educa o r g j Anan ER A 138 Anexo 3 Objetivos e conte dos do clube de rob tica Projecto de cria o de um clube de Rob tica Objectivos Objectivos gerais Promover as Tecnologias da Informa o e Comunica o como forma de valoriza o pessoal Desenvolver capacidades no mbito da Inform tica mec nica f sica matem tica c electr nica aplicadas Rob tica Aprofundar os conhecimentos inform ticos j adquiridos bem como desenvolver conhecimentos no mbito da programa o de Rob s Desenvolver o sentido cr tico a capacidade criativa e o sentido de responsabilidade Desenvolver a socializa o a organiza o c a capacidade de trabalho em grupo Fomentar o interc mbio de diferentes opini es na resolu o de problemas Objectivos espec
322. volvidos na situa o tendo tamb m em conta a sensibilidade face s preocupa es dos participantes capacidade para apreciar os seus sentimentos e as suas orienta es cognitivas 69 6 1 A observa o participante Uma investiga o n o uma tarefa ao acaso e como tal h que definir como recolher a informa o no campo que decidimos investigar Lapassade 2001 designa a observa o participante para considerar o trabalho que feito no local desde a chegada do investigador at ao momento em que o mesmo o abandona depois de uma longa perman ncia no ambiente estudado A observa o participante foi desta forma a abordagem mais adequada ao tipo de investiga o efetuado pois descobrir o que se passa num determinado contexto vai para al m de uma mera observa o feita do lado de fora Atrav s deste m todo o investigador pode recolher dados provenientes de fontes distintas sobretudo documentos oficiais ou pessoais e entrevistas etnogr ficas Fino 2008 A observa o participante caracteriza se pelo facto de o observador se tornar membro da comunidade e participar na vida do grupo observando comportamentos e intera es tentando ser aceite sentindo o que fazer parte do grupo Bogdan amp Biklen 1994 Deste modo a pesquisa efetuada permitiu que a investigadora se tornasse um membro do grupo com vista a uma melhor compreens o do mesmo n o esquecendo por m tentar olhar tamb m esse contexto atrav s do
323. xto Editora RODRIGUES L 2008 4 integra o escolar dos alunos do ensino profissional n vel HI nas escolas p blicas da RAM Tese de Doutoramento Policopiado Funchal Universidade da Madeira ROGERS C R 1980 Tornar se pessoa 5 ed Lisboa Moraes Editores SABIR N F 2001 Estrutura de un Proyeto de Investigaci n en Etnografia de la 130 Educaci n 1 Revista Europeia de Etnografia em Educa o 1 27 42 SACRISTAN J G 2000 O Curr culo uma reflex o sobre a pr tica 3 ed Porto Alegre ArtMed SACRISTAN J G 2002 La pedagogia por objectivos obsesi n por la efici ncia 11 ed Madrid Morata SACRIST N J G 2003 O aluno como Inven o Porto Porto Editora SALVADOR C C 1994 Aprendizagem Escolar e Constru o do Conhecimento Porto Alegre Artmed SAXE G B 1991 Culture and Cognitive Development Hillsdade Laurence Erdbaum SOUSA amp Fino 2005 Um Mestrado em Inova o Pedag gica in Tribuna da Madeira 24 06 2005 pp I V SPRADLEY J 1979 The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and Winston SPRADLEY J P 1980 Participant Observaction New York Holt Rinehart and Winston TOFFLER A 1984 A terceira Vaga Lisboa Edi o Livros do Brasil TOFFLER A 1992 Os novos Poderes Lisboa Circulo dos Leitores TOFFLER A 2001 Choque do futuro Lisboa Livros do Brasil TOURAINE A 2005 Um novo paradigma par
324. z internalizados fazem parte das suas aquisi es e do seu desenvolvimento Outro aspeto importante para este autor e para o desenvolvimento dos processos mentais mais elevados a media o feita pela linguagem A linguagem desempenha de acordo com o autor supracitado a ferramenta mais importante pois surge como a primeira forma de comunica o entre a crian a e os demais permitindo lhe posteriormente organizar o pensamento Para Vygotsky 2007b a transmiss o de experi ncias e de pensamentos a outro exige um sistema mediador que tem por padr o a linguagem humana nascida da necessidade do interc mbio durante o trabalho 33 Atrav s da linguagem o ser humano supera limita es prepara se para atividades futuras ordena e controla o seu comportamento e o dos seus semelhantes Vygotsky 2007a refere A interac o social pressup e a generaliza o e o sentido verbal e a generaliza o s atrav s do desenvolvimento da interac o social se torna poss vel As formas superiores de interac o social e mental que s o uma caracter stica t o importante do homem s s o poss veis porque atrav s do pensamento o homem reflecte a realidade em termos generalizadores p 45 Uma vez interiorizada a linguagem passa a fazer parte das zonas profundas e constantes dos processos psicol gicos superiores Ao contr rio de outros autores Vygotsky Op cit n o se debru ou apenas no desenvolvimento real dos apre
325. zacional que permitiu passar de formas de ensino individualizadas um professor ensina um aluno para modos de 6 ensino simult neo o professor ensina uma classe considerada como uma entidade nica sendo este o dispositivo que deu origem escola de massas Nos ltimos dois s culos assistimos a uma constante expans o da escola que culminou na chamada explos o escolar na d cada de 1960 do s culo XX Contudo e apesar deste processo de transforma o da escola em uma escola de massas aquilo que se passou a chamar a ind stria do ensino permaneceu em um est dio artesanal que contribuiu para perpetuar a solu o organizativa inicial um professor 30 alunos uma sala retangular um quadro negro uma hora de aula Can rio 2002 p 31 Can rio Op cit salienta que a insist ncia desta solu o organizativa deve se ao facto de se ter perdido de vista o seu car cter de inven o social passando esta modalidade de organiza o apenas uma entre outras poss veis a ser encarada como natural e portanto como imut vel Ibid Segundo este autor esta estrutura cont m como base um conjunto de regras impessoais s quais corresponde a aprendizagem do of cio de aluno ou seja a transforma o das crian as em alunos e a sua interioriza o e aplica o das regras escolares O trabalho de moldar as crian as constru do na base de uma rela o de exterioridade relativamente singularidade de
326. zer e talvez por isso esteja sempre a dar outras ideias at levar o seu projeto onde pretende Observa o n 14 de 16 03 2011 A tenacidade de alguns alunos um fator aqui bem saliente Esta atitude de acreditar que o seu projeto ser concretizado mesmo que surjam dificuldades sempre presentes nos grupos e em debate ideias uma manifesta o de persist ncia e otimismo O n o ter medo de se expressar permite que os outros tamb m o fa am de uma forma livre sem sentirem a amea a de serem sancionados Esta atitude presente no grupo vai permitir promover a autoconfian a Sess es que envolvem constru o Come amos por analisar o primeiro contacto com as pe as da Lego da Mindstorms Al procede distribui o das caixas onde se colocam por ordem as pequenas pe as do Lego explicando as regras que s o bem aceites pelos mais pequenos Estas regras dizem 105 respeito ordem utiliza o das pe as mais pequenas e dos cuidados que todos devem ter ao montar e desmontar com vista a n o danific las Procedem ent o desmontagem de um rob j feito at a separa o em pe as de v rios tamanhos e cada um ordenadamente vai colocando no devido espa o na caixa Um aluno A8 refere que dif cil desmontar o rob Realmente nota se alguma dificuldade na desmontagem das pe as Algumas ficam bem ajustadas outras s o demasiado pequenas n 2 de 20 10 2010 Este contacto com o material foi um mo
327. zer se coisas de adulto O Logo tem sido utilizado por crian as que ainda n o conhecem as letras palavras ou n meros como processo de alfabetiza o como implementa o de jogos ou para desenvolver atividades na rea da Matem tica F sica Biologia e Portugu s Tudo isto tem sido poss vel segundo Valente e Valente 1988 porque esta linguagem apresenta facilidade de processamento simb lico o que a torna interessante para representar diversos tipos de factos como estrat gias de jogos leis da F sica etc A pedagogia do Logo Valente s d fundamentada no construtivismo piagetiano pois Piaget mostrou que desde os primeiros anos de vida a crian a j possui mecanismos de aprendizagem que desenvolve sem ter frequentado a escola como por exemplo diferentes conceitos matem ticos que lhe permitem desenvolver outros mais elaborados Valente salienta que Piaget concluiu que a crian a desenvolve a sua capacidade intelectual interagindo com objetos do ambiente onde vive utilizando o seu mecanismo de aprendizagem sem que seja explicitamente ensinada sendo este o aspeto que o Logo pretende recuperar ou seja criar um ambiente de aprendizagem onde o conhecimento n o passado para a crian a mas onde ela pr pria interagindo com os objetos nesse ambiente desenvolve conceitos geom tricos Valente Op cit enfatiza os seguintes aspetos da metodologia Logo sob o ponto de vista pedag gico a o controle do processo est nas
328. zes com alguns problemas de validade interna a dificuldade do problema est em atuar no terreno e conseguir ainda assim garantir a validade interna p 14 Coutinho 2008a salienta que todo o investigador deve preocupar se com a quest o da validade e fiabilidade dos m todos a que recorre pois se n o houver rigor a pesquisa n o tem qualquer valor podendo mesmo tornar se fic o p 5 Esta autora designa a validade interna de credibilidade a qual tem a ver com a coer ncia entre a realidade e as conclus es do estudo A credibilidade diz respeito ao quanto as constru es reconstru es do investigador reproduzem os fen menos em estudo e ou pontos de vista na pesquisa p 8 Pode ser testada atrav s da triangula o de investigadores e ou triangula o de dados recolhidos aquando do trabalho de campo A validade externa liga se generaliza o dos resultados ou seja possibilidade de as conclus es de um determinado estudo poderem ser aplicadas a outro grupo Bell 2008 por sua vez faz somente uma diferencia o entre validade e fiabilidade ao destacar que um m todo de investiga o pode ter fiabilidade e n o ter validade mas o contr rio n o se verifica Para esta autora semelhan a de outros fiabilidade tem a ver com a replica o do estudo e validade sem referir que a interna 78 com a correspond ncia entre as respostas e o procurado Procura se que as conclus es sejam coerente

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