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Mara Denise Neitzke Dietrich_Dissertacao - Guaiaca

1. 133 5 3 Materiais Complementares de Alfabetiza o 157 5 3 1 Caderno S rie Jato 1 ANO aa 157 5 3 2 Escrevendo a Jato 1 e 22 ANO 165 5 3 3 Matem tica 1 ANO renina 171 CONSIDERA ES FINAIS E sa RPA E aid ON D O DURO ng SODA DA RR 179 REFER NCIAS sas arianos a a a LS a 186 APENDIC E jamais A aa 204 ANEXOS cossinasiias ii pncia di ai Seasns pra d daa nto red s aeaiDiasa Pe cial bi ad aan 226 INTRODU O Este estudo foi desenvolvido no Programa de P s gradua o em Educa o da Faculdade de Educa o da Universidade Federal de Pelotas e no mbito do grupo de pesquisa HISALES Hist ria da Alfabetiza o Leitura Escrita e dos Livros Escolares O referido grupo de pesquisa cadastrado no CNPq desde junho de 2006 coordenado pela professora Dra Eliane Peres e vinculado ao PPGE da mesma universidade Neste grupo tr s eixos de investiga es s o privilegiados i estudos sobre hist ria da alfabetiza o ii pesquisas sobre pr ticas sociais de leitura e de escrita iii an lise da produ o circula o e utiliza o de livros escolares produzidos no Rio Grande do Sul especialmente entre os anos de 1960 e 1990 per odo da influ ncia do Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais CPOE da Secretaria de Educa o e Cultura SEC RS na produ o did tica ga cha Assim relacionada ao primeiro e terceiro eixo de investiga
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE EDUCA O PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O MESTRADO EM EDUCA O MARA DENISE NEITZKE DIETRICH Pelotas mar o de 2012 Prol Gilda de Freitas Tomatis M TODO Mara Denise Neitzke Dietrich A cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o da professora Gilda de Freitas Tomatis 1967 1986 Disserta o apresentada ao Programa de P s gradua o em Educa o da Universidade Federal de Pelotas como requisito parcial obten o do t tulo de Mestre em Educa o Orientadora Profa Dra Eliane Peres N Z So XZ PPGE FE Nd FaE UFPo Pelotas RS mar o de 2012 Dados de Cataloga o na Publica o Bibliotec ria K nia Moreira Bernini CRB 10 920 D566e Dietrich Mara Denise Neitzke A cartilha Ler a Jato e o m todo audiofonogr fico de alfabetiza o da professora Gilda de Freitas Tomatis Mara Denise Neitzke Dietrich Orientador Eliane Teresinha Peres Pelotas 2012 230 f Disserta o Mestrado em Educa o Faculdade de Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal de Pelotas 1 Hist ria da alfabetiza o 2 Livros escolares 3 Cartilha Ler a jato 4 M todo audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas Peres Eliane Teresinha orient Il T tulo CDD 371 3 BANCA EXAMINADORA Profa Dra Eliane Teresinha P
3. Ea 3 3 j E A VI CONGRESSO DA FEDERA O MACIONAL DAS APRES i a f aq ps Zh C 5 Agradecimento E o As a la E A i B F3 5 EO jo S Conferido ao ILUSTRISSINA SENHORA GILDA DE FREITAS TOK TIS E a pela sua colabora o ao VI CONGRESSO DA FEDERA O NACIONAL DAS APAEs i s realizado de 22 a 27 de julho de 1973 na Assembl io Legislativa do Estado E EA IE Se La jo ESA Porto Alegre 27 de julho de 1973 A E gt de pe y alto Q Sh FA 2 ke CM LT k 7 6 E Po TITO RRNA AREA err pREsDENTE EO VI CONGRESSO E a Figura 6 Certificado VI Congresso da Federa o das APAEs POA RS jul 1973 Fonte Acervo privado da pesquisadora Em rela o a este aspecto a filha da professora Entrevista 15 10 2010 destacou que a Secretaria de Educa o e Cultura do Estado SEC RS entre as d cadas de 1950 e 1960 emitia s pessoas que apresentavam algum tipo de dificuldade relacionado aprendizagem da leitura e da escrita um atestado Assim ap s se submeterem a uma avalia o e de acordo com os resultados obtidos recebiam ou n o tal atestado Maria L cia Tomatis Entrevista 15 10 2010 mencionou que os alunos cujos resultados n o eram satisfat rios al m de receberem o atestado da SEC RS eram encaminhados para as APAEs n o podendo mais frequentar as escolas regulares Ela mencionou inclusive que esta teria sido uma das principais raz es pela qual a m e teria alfabetizado
4. O m todo de ensino da leitura e da escrita concretizado no m todo Li o de Coisas n 114 2011 INFANTE Maria Isabel El analfabetismo funcional en Am rica latina Alguns de sus rasgos a partir de una investigaci n regional n 46 1993 INFANTE Maria Isabel Acerca del dominio del c digo de la escritura en am rica latina y su rlaci n con los desafios actuales conclusiones de una investigaci n en siete pa ses de Am rica latina n 81 2002 KATO Mary A MALUF Maria Regina No mundo da escrita uma perspectiva psicoling stica n 26 s d LACERDA Gilberto Alfabetiza o cient fica e forma o profissional n 60 1997 MALUF Maria Regina Alfabetiza o na pr escola conceitos e preconceitos n 26 s d MOYS S Sarita Affonso Alfabetiza o Estrat gia do c digo ou confronto da hist ria n 22 s d MOYS S Sarita M Affonso Leitura e apropria o de textos por escravos e libertos no Brasil do s culo XIX n 48 1994 ORLANDI Eni Leitura Quest o lingu stica pedag gica ou social n 22 s d PAIVA Vanilda Investigaciones em analfabetismo funcional de adultos n 46 1993 PARK Margareth Brandini Leituras de almanaques o cord ozinho e o Jeca n 54 1996 RIBEIRO Vera Masag o Alfabetismo funcional refer ncias conceituais e metodol gicas para pesquisa n 60 1997 RIBEIRO Vera Masag o VOVIO C
5. Posi o da boca para pronunciar o som da letra inicial de zebu z com os dentes juntos produz um som semelhante ao zunido do vento zune Refer ncia para o som da letra inicial de zebu z junta os dentes e zune ou simplesmente zune 20 chaleira As duas letras iniciais da palavra chaleira ch representam uma s Posi o da boca para pronunciar o som das duas letras iniciais de chaleira ch espicha os l bios para a frente e emite um som semelhante ao chiado da chaleira chia Refer ncia para o som das duas letras da palavra chaleira ch chia 21 x cara Som da letra inicial da x cara x igual ao de chaleira ch portanto tem a mesma refer ncia chia 22 linha Recordar ao som inicial da palavra nabo n nariz com boca aberta Mostrar que o grupo nh tapando a haste da segunda letra h ficam duas letras iguais nn Nariz com a boca aberta Como s o duas letras iguais nariz n e nariz com haste h esse grupo tem o mesmo som da letra de nabo com uma diferen a aqui ele prolongado in a nha in e nhe in i nhi in o nho in o nhu Refer ncia para o som do grupo nh nariz n e nariz com haste h nariz comprido 23 olho Ap s a letra da palavra olho relacionada com a gravura chamar a aten o para o fato de se escutar um i que n o existe entre as letras da palavra olho Acontece isso porque a letra nariz com haste h depois da
6. TOMATIS Gilda MATEM TICA 1970 p 88 Aspecto importante que nos remete ao circuito das comunica es de Darnton 1995 na medida em que os documentos evidenciam que a professora 41 GEEM fundado em outubro de 1961 por professores do Estado de S o Paulo 175 Gilda incorporou a sua produ o did tica algumas das influencias intelectuais vivenciadas no momento pelos educadores no final da d cada de 1960 com rela o ao Movimento da Matem tica Moderna A partir dessa perspectiva a autora alegou que seu livro de Matem tica 1 ano poderia colaborar com a obra educacional e que para alguns este livro poderia ser de grande utilidade e dispens veis para outros j que segundo ela x havia pouca bibliografia atualizada em rela o Matem tica Moderna Afirmou portanto que a partir destes fatores resolveu dar a este livro uma orienta o de transi o entre o tradicional e o moderno apresentando de maneira suave os primeiros degraus da reformula o no ensino da Matem tica TOMATIS Gilda MATEM TICA 1970 p 88 Para autores como Miorim 2005 e Alves 2009 2010a 2010b 2011 a moderniza o do mercado editorial nessa poca contribuiu para a inclus o dos conte dos propostos pelo Movimento da Matem tica Moderna principalmente atrav s dos livros did ticos Nesse sentido a Miorin 2005 p 7 8 destaca Livros did ticos de Matem tica contemplando aspectos da Mat
7. s professoras Cancionila Janzkovski Cardoso Renata Braz Gon alves e ao professor Eduardo Arriada pela leitura minuciosa e por suas importantes contribui es a este estudo todas o do grupo HISALES obrigada pelo agrad vel conv vio pelos di logos e pelas trocas que enriqueceram ainda mais este trabalho Ao professor Jarbas Vieira pelas dicas e pelos mapas que me ajudar a me localizar em Porto Alegre Mariana Fonseca Vieira uma amiga muito especial que gentil e generosamente me hospedou em sua casa em Porto Alegre e facilitou a minha estada na capital auxiliou me na localiza o das institui es em busca das fontes s demais pessoas das institui es que sem restri es me receberam muito bem e que n o mediram esfor os para contribu rem com este estudo facilitando o meu acesso a todos os materiais que foram solicitados Chris Ramil respons vel pela designer gr fico da capa deste trabalho todas os os professores do Programa de P s gradua o em Educa o que me proporcionaram novos horizontes do saber Aos funcion rios com quem tive contato no PPGE FaE UFPel por me atenderem com tanta aten o e interesse sempre que precisei Capes pela concess o da bolsa viabilizando minha dedica o total a este estudo E aos amigos de muito tempo e aos recentes agrade o pelo carinho e pela torcida constante A todos Danke Sch n Mara Denise Neitzke Dietrich preciso criar pessoas qu
8. 1968 01 Arquivo privado da pesquisadora 50 Certificado da APAE pela colabora o da professora no VI Congresso da Federa o Nacional das APAEs Documento Original 22 a27 julho 1973 01 Arquivo privado da pesquisadora Carta datilografada e enviada pela professora Gilda Tomatis ao Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli Neste documento a professora Gilda inicialmente parabeniza o Ministro pelo cargo e o apresenta a Cartilha Ler a Jato e o seu M todo de Alfabetiza o em 15 horas A professora tamb m lista neste documento in meros argumentos com a pretens o de convenc lo a adotar o seu material de alfabetiza o e distribu lo por todo o pa s para tentar acabar com os altos ndices de analfabetismo A carta cont m dois anexos No Anexo 1 a professora apresenta alguns estudos comparativos realizados entre o parecer da Secretaria de Educa o e Cultura com os relatos dos professores que utilizaram a Cartilha Ler a Jato ressaltando itens como informa es favor veis por meio dos professores tr s p ginas e meia informa es favor veis referentes a relatos dos pais uma folha e informa es desfavor veis cinco itens O Anexo 2 traz dados relativos a reportagens que foram divulgadas pela imprensa sobre a alfabetiza o intituladas Alfabetiza o na Imprensa listando 21 itens referentes aos projetos planos verbas disponibilizadas pelo gover
9. N o tem e nem i N o existe com a letra da cabe a o som de assoprar com a garganta para e e P Para completar esse som com todas as vogais preciso outra letra a letra do quero quero que est ai mais abaixo A letra do quero quero para ler igual a da cabe a Assoprar na garganta Leiam o nome do quero quero formado por duas palavras iguais unidas ligadas por um tra o de uni o V M quero quero V P G Agora continuem a leitura com as s labas Assoprando com a garganta V M ca que qui co cu V P G P G Agora fa am o som da letra do sapo M sa se si so su sa se siso su P G P G Vamos continuar a leitura com a li o do quero quero Leiam nome do desenho ao lado quero quero G As s labas ca que qui co cu qua quo V V V V o V M V P V M V P G A primeira linha Ai o u mudo V M que quem quer quero queda V P G Na segunda linha o u soa porque seguido de a Leiam V M qual quando quanto quadro quatro V P G Na ltima linha o u n o soa porque seguido de i e e Podem ler V M quilo quina aqui querida leque V P G V M ca co cu cuca caco V V M sa asecesici V V M so o su u a o V P G V M cabe a ca a saco seca 155 V P G V P G Temas Ler as li es da cabe a e do quero quero C pia do que e
10. Os Sentidos da Alfabetiza o de Maria do Ros rio Longo Mortatti publicado pela UNESP em 2000 apresenta os resultados de estudos realizados a partir de sua livre doc ncia no ano de 1997 nos quais a autora buscou compreender como a alfabetiza o se constitui a partir de um modelo espec fico de escolariza o das pr ticas culturais da leitura e da escrita A an lise das fontes consultadas permitiu que a autora fosse desvendando de 1876 a 1994 os sentidos da alfabetiza o em S o Paulo na tens o das disputas entre modernos e antigos e suas vers es sobre a melhor forma de alfabetizar A discuss o dos m todos de alfabetiza o como nos mostra a autora um indicador significativo dos projetos e processos de interven o institucional na forma o das novas gera es e no esclarecimento das massas Na obra Cartilhas para qu de L zara Nanci de Barros Am ncio publicada pela EDUFMT em 2002 a autora tenta recuperar historicamente o papel da escola como institui o respons vel pela alfabetiza o no intuito de descobrir a qu frequentemente se atribuem as causas do fracasso escolar Partindo do pressuposto de que a cartilha se constitui em fator decisivo nesse processo inicial de instru o a autora discute a fun o desse material did tico como elemento mediador das rela es de ensino aprendizagem Ao investigar esse instrumento de alfabetiza o oferece ao leitor uma gama de abordagens que perpassam
11. o em 15 Horas 134 Informa es sobre a Editora Tomatis e a Artec Som 134 Capa dos discos de vinil M todo Audiofonogr fico Aprenda a lerem 15 horas s d rara 135 Contracapa dos discos de vinil M todo Audiofonogr fico Aprenda a ler em 15 horas s d 136 Capa do Caderno S rie Jato 1 ed s d 158 P ginas internas do Caderno S rie Jato 1 ed s d 160 Escrevendo a Jato 1 e 2 anos 12 ed 1968 166 P gina 6 do livro Escrevendo a Jato 1 e 2 anos 1 ed 1968 168 nd ce do livro Escrevendo a Jato 1 e 2 anos 12 ed 1968 170 Livro de Matem tica 1 ano 1970 172 P gina 23 do livro de Matem tica 1 ano 1970 173 Quadro 1 Quadro 2 Quadro 3 Quadro 4 Quadro 5 Quadro 6 LISTA DE QUADROS Lista de Documentos a 48 Cartilha Livros Did ticos e LPs produzidos por Gilda de Freitas ARINE 2a ans ad aa e SR a a ao Du aa DO ad Ta 51 Recortes de Jornais ara aaa 53 M todo Sint ticos aaa 58 M todo Anal ticos ra 62 Listagem das escolas e dos locais de circula o da Cartilha Ler a Jato atrav s dos pareceres divulgados nos LPs 139 SUM RIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE QUADROS INTRODU O rinisur sara pinsaias todas dias avinai E 12 1 ESTADO DA ARTE
12. Belo Horizonte CEALE FAPEMIG CNPg UFMG FaE 2006 312p FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Izabel Pereira Hist ria da Alfabetiza o contribui es para o estudo das fontes In 29 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG 2006a p 1 16 Dispon vel em http Anww anped org br reunioes 29ra 29portal htm Acessado em Agosto 2011 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Isabel Pereira Fontes para a hist ria da alfabetiza o e dos livros em Minas Gerais os impressos e o arquivo In In FRADE Isabel Cristina Alves da Silva amp MACIEL Francisca Isabel Pereira orgs Hist ria da Alfabetiza o produ o difus o e circula o de livros MG RS MT S c XIX e XX Belo Horizonte CEALE FAPEMIG CNPq UFMG FaE 2006b p 35 62 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva M todos de alfabetiza o m todos de ensino e conte dos da alfabetiza o perspectivas hist ricas e desafios atuais Educa o Revista do Centro de Educa o Santa Maria RS 2007 v 32 n 01 p 21 40 Dispon vel em http Auww ufsm br ce revista Acessado em Agosto 2011 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Cultura escrita no final do s culo XIX e in cio do s culo XX em Minas Gerais suportes instrumentos e textos de alunos e professores In 31 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG 2
13. In V Congresso Internacional de Ensino da Matem tica Canoas RS Editora da Ulbra 2010a p 1 10 ALVES Ant nio Maur cio Medeiros A influ ncia do Movimento da Matem tica Moderna na cole o Ga cha para o ensino prim rio Nossa Terra Nossa Gente In IX Semin rio Tem tico o Movimento da Matem tica Moderna nas escolas do Brasil e de Portugal Estudos Hist ricos Comparativos Juiz de Fora MG Anais 2010b p 1 9 ALVES Ant nio Maur cio Medeiros A produ o did tica de Cecy Cordeiro Thofehrn e Nelly Cunha ao tempo do Movimento da Matem tica Moderna 1960 1978 In 34 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Natal RN 2011 p 1 11 AM NCIO L zara Nanci de Barros Cartilhas para qu Cuiab MT EdUFMT 2002 202p AM NCIO L zara Nanci de Barros Ensino de Leitura e Grupos Escolares Mato grosso 1910 1930 Cuiab MT EdUFMT 2008 256p ARTIERS Philippe Arquivar a pr pria vida Revista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro CPDOC FVG 1998 v 11 n 21 p 9 34 ARAG O M rcia Cristina da Cruz SANTOS Gl zia Kelly Costa As pr ticas educacionais no Brasil dos Oitocentos In Anais do Il Semin rio Educa o Comunica o Inclus o e Interculturalidade Universidade Federal de Sergipe UFS 2009 p 372 380 ASSOCIA O NACIONAL DE P S GRADUA O E PESQUISA EM EDUCA O ANPEd In http www anped org br Acessado em Agosto 2011 187
14. Os caminhos dos livros SCHARAGRODSKY Pablo MANOLAKIS Laura BARROSO Rosana La educaci n f sica Argentina en los manuales y textos escolares 1880 1930 Sobre los ejercicios f sicos o acerca de como configurar cuerpos tiles productivos obedientes d ciles sanos e racionales SILVA Vivian Batista da Uma hist ria das leituras para professores an lise da produ o e circula o de saberes especializados nos manuais pedag gicos 1930 1971 TEIXEIRA Giselle Baptista SCHUELER Alessandra Frota de Livros para a escola prim ria carioca no s culo XIX produ o circula o e ado o de textos escolares de professores TRINDADE lole Maria Faviero A cartilha maternal e algumas marcas de sua acultura o VALDEMARIN Vera O manual did tico pr ticas escolares um estudo sobre mudan as e perman ncias nas prescri es para a pr tica pedag gica 211 AP NDICE B ARTIGOS PUBLICADOS EM CONGRESSOS E EVENTOS CIENTIFICOS I Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Em rela o a Alfabetiza o ESTEVES Isabel de Lourdes A trajet ria dos conceitos caligrafia e escrita KLINKE Karina A leitura nos grupos escolares de Minas Gerais 1906 a 1927 MACIEL Francisca A hist ria da alfabetiza o em Minas Gerais ades o e resist ncia ao m todo global VIDAL Diana Gon alves SILVA Jos Cl udio Sooma O carro biblioteca e a leitura silenci
15. elaborada pela professora Gilda e enviada ao prefeito municipal de Porto Alegre em 19 de setembro de 1968 informando o sobre a situa o justificando o porqu do envio da ficha e solicitando o seu aux lio para que atrav s do Departamento de Educa o fossem enviadas a todas as escolas e professores da capital este documento para que pudesse realizar o levantamento estat stico solicitado pela Comiss o de Educa o de Bras lia 108 Siro dlege 17 de covemrbro de 958 Exmo e Pre sito Municipol Ssudacces E setamaca 2 2 astio om Brasfia ande o convite do Cem ss o de Educe e ca C mara dos Deputados tivo a tona de fozer exolure o de processo co olbetiza o precenizodo na coslha Ler o ato beso cccsl s me oi sugerido realizar esdudo esatisice s bre os cosuba ss j obridos ne cfubeiiza o de nen as e actos com a Saniha em reter ncio e enceminto mento dos mesnms gusla Comiss o Seprio srpreberda em ctunder o sugest o do Pestres Devulodas Fecerois werti solicito u valiu vo ul as o do Y Exa no sentido d gt que atrov s da Ceporamente dJe Ecsccz o cesto Comuna me sjom dornacdo os codos peshen corstartes do Teho oneso berm como m sem parecer Cotrosdm romeo que o metano relecente q esto cesquio decer ser dirigido paro reu eoder o Rua Jer nimo Topiho 44 apar ADZ Porto alegre None 49228 Apresento com orcsesdersa ogradec mentos o V Exa pe o utos oo que cksponsor q esto s
16. j descritos neste estudo na se o Guia do Professor bem como a listagem dos materiais uma Cartilha Ler a Jato um Caderno S rie Jato um l pis e uma borracha que acompanhavam este Kit Passando a apresentar alguns aspectos do conte do dos LPs destaco que na vinheta de abertura do primeiro disco apresentada uma m sica de cunho nacionalista e na qual feita a apresenta o da autora e do seu m todo de alfabetiza o A m sica come a num tom muito alto e forte e em quest o de segundos vai diminuindo at sumir Essa vinheta se apresenta dessa forma em 21 Para perceber as diferen as entre elas pode se ouvir o CD que se encontra em anexo neste estudo com a reprodu o de algumas li es que foram selecionadas a partir dos 4 LPs produzidos pela professora Gilda e analisadas neste trabalho inclusive as vinhetas Os t tulos das faixas organizadas no CD foram elaboradas pela pesquisadora com o prop sito de orientar o leitor sobre os trechos que foram selecionados dos quatro LPs e analisadas 141 diversos momentos da grava o intercalando se com uma segunda vinheta muito I8 As duas vinhetas s o as semelhante tamb m executada por uma Banda Marcia que se sobressaem na grava o e as que mais aparecem ao longo dos quatro LPs No entanto no in cio da grava o da 22 aula referente li o com os grupos consonantais identifiquei ainda uma terceira vinheta Pelo que se pode identi
17. o circula o e utiliza o s o regidas por uma infra estrutura organizada em torno das possibilidades materiais t cnicas institucionais e comerciais de uma determinada sociedade num determinado momento de sua hist ria BATISTA 2009 p 58 O livro did tico uma mercadoria que precisa ser vend vel e ao mesmo tempo lucrativa para as editoras que as disponibilizam BATISTA 2009 Ainda segundo Batista 2009 p 60 a partir de 1967 a produ o e venda dos livros foi isenta de impostos houve um grande investimento na produ o de celulose e na fabrica o de papel rg os de estudo foram criados para se pensar no desenvolvimento de um setor gr fico editorial investimentos foram empreendidos na moderniza o dos equipamentos gr ficos mas com a aus ncia de um mercado consumidor moderno compat vel com essa produ o editorial em moderniza o a ind stria livreira acabou estabelecendo v nculos hist ricos de depend ncia com a escola e o setor did tico BATISTA 2009 p 60 Esses v nculos acabaram se estreitando ainda mais com a cria o da Comiss o Nacional do Livro T cnico e Did tico a COLTED um rg o encarregado de executar o Programa Nacional do Livro Did tico financiado conjuntamente pelo Minist rio da Educa o e pela USAID United States Agency for International Development e extinto em 1971 HALLEWELL 1985 p 467 37 Nessa perspectiva o estudo realizado por Mortatti 2000
18. 2009 Concep es e pr ticas de alfabetiza o o que revelam cadernos escolares de crian as Cardoso 2010 Cartilha Ada e Edu de produ o regional circula o nacional 1977 1985 Santos amp Nicareta 2011 O livro did tico na escola prim ria 1915 1969 uma perspectiva hist rica quanto ao g nero Assim ao propor um trabalho que apresenta e analisa o material de alfabetiza o especialmente a cartilha e o m todo audiofonogr fico produzidos por Gilda Tomatis o objetivo agregar conhecimento sobre a hist ria do ensino da leitura e da escrita especialmente no Rio Grande do Sul e contribuir com a produ o na rea da Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares Na pr xima se o ser o apresentados ainda alguns estudos publicados em livros e que est o inseridos nas reas em quest o mencionadas anteriormente 1 2 Algumas publica es em livros que tratam da Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares No caso das publica es em livros selecionei alguns estudos em raz o de sua relev ncia para o campo Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares e pela 21 sua import ncia para esse estudo Como descritores de busca para esses trabalhos foram considerados os seguintes termos cartilha m todos de ensino alfabetiza o leitura escrita manual livro did tico A seguir apresento as seguintes obras publicadas entre os anos de 2000 a 2011 O livro
19. ASSOCIA O SUL RIO GRANDENSE DE PESQUISADORES EM HIST RIA DA EDUCA O ASPHE In http fae ufpel edu br asphe Acessado em maio 2011 BARCELOS Valdo SANGOI Helenise Antunes org Alfabetiza o letramento e leitura territ rios formativos 1 Ed Santa Cruz do Sul RS EDUNISC 2010 219p BARUM Sylvia PERES Eliane Espelho do ensino processos de alfabetiza o refletidos em cadernos escolares 1970 2008 In Anais do XIX Congresso de Inicia o Cient fica UFPel Pelotas RS 2010 p 1 4 BASTOS Maria Helena Camara CUNHA Maria Teresa Santos MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio La os de Papel In BASTOS Maria Helena Camara CUNHA Maria Teresa Santos e MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio orgs Destinos das Letras hist ria educa o e escrita epistolar Passo Fundo RS UPF 2002 p 5 9 BASTOS Maria Helena Camara Divertir educar e formar Cacique a revista da garotada ga cha 1954 1963 In IV Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o a educa o e seus sujeitos na Hist ria Universidade Cat lica de Goi s em Goi nia 2006 p 1 11 Dispon vel em http www sbhe org br novo index php arq arq cbhe4 amp titulo V 20CBHE amp ext php Acessado em Novembro 2010 BASTOS Maria Helena Camara STEPHANOU Maria Tra ar letras palavras e n meros caligrafar gestos da escrita e da vida In MIGNOT Maria Chrystina Ven ncio Cat logo da Exposi o N o me esque a num canto qualquer 2008 p 1
20. Cartilha Ler a Jato do M todo Audiofonogr fico de Alfabetiza o em 15 horas e os demais materiais complementares de alfabetiza o produzidos pela professora Gilda de Freitas Tomatis nestes dois enfoques Analisando os documentos e os materiais que foram produzidos pela professora Gilda enquanto documento hist rico e enquanto objeto f sico visto que os materiais que foram produzidos pela autora direcionados para a aprendizagem da leitura e da escrita me possibilitaram identificar e analisar alguns aspectos referentes produ o comercializa o e distribui o desses materiais 32 z Como define Batista 1999 p 564 o livro did tico aquele livro ou impresso empregado pela escola para desenvolvimento de um processo de ensino ou de forma o e considerado pelo autor um objeto vari vel e inst vel Belo 2002 ressalta ainda que os livros did ticos tiveram um grande impacto social na sociedade brasileira mais do que qualquer outra obra impressa no s culo XX Esse fato ocorreu entre outros motivos em raz o da popula o que passou a acreditar que os livros did ticos eram o principal objeto em torno do qual as pr ticas de leitura se organizavam BELO 2002 p 94 Com base nesse contexto Darnton 1995 p 112 prop e que o historiador ao realizar o estudo sobre os livros busque enxergar o objeto como um todo pois assim se torna poss vel perceber e analisar como os livros surge
21. Escrita ou leitura Maria Cardozo de Oliveira 1765 SOUZA Neusa Balbina de Pr ticas de Alfabetiza o no munic pio de Linhares nos anos de 1960 TEIVE Gladys Mary Ghizoni VALDEMARIN Vera Teresa Ideias em movimento apropria es do m todo de ensino intuitivo nas reformas da instru o p blica de Minas gerais Santa Catarina e S o Paulo 1906 1920 Em rela o a Livros Did ticos ABREU Raquel de Tra os linhas e cores na obra did tica de Louren o Filho express o e conte dos nas imagens da s rie de leitura graduada Pedrinho 1953 1970 ABREU Raquel de DAROS Maria das Dores Intelectuais e mercado editorial de livros did ticos Louren o Filho e a companhia melhoramentos ARRIADA Eduardo TAMBARA Elomar Editoras e tipografias no Rio Grande do Sul publica o e circula o de livros did ticos AZEVEDO Crislane Barbosa Manuais did ticos dos grupos escolares de Sergipe no inicio do s culo XX 218 BACALLI Fernanda Zanetti SCHWARTZ Cleonara Maria Analise comparativa de modelos de ensino da leitura para a alfabetiza o o PROFA 2001 a 2002 e o livro de Lili 1950 BERGER Miguel Andre Curso de Pedagogia um manual para o curso de forma o de professor BREGLIA Vera Lucia Alves Um olhar do passado uma vis o do presente Joaquim Maria Machado de Assis seus livros e as dedicat rias como vest gios da mem ria CAROLA Carlo
22. In 30 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG 2007 p 1 18 Dispon vel em http Anww anped org br reunioes 30ra trabalhos GT10 3822 Int pdf Acessado em Agosto 2011 FREITAS Marcos Cezar de BICCAS Maurilane de Souza Hist ria social da educa o no Brasil 1926 1996 S o Paulo Cortez 2009 372p 194 GINZBURG Carlo O nome e o como Troca desigual e mercado historiogr fico In GINZBURG Carlo et al A Micro hist ria e outros ensaios Lisboa RJ Difel Bertrand Brasil 1989 p 169 178 GINZBURG Carlo SINAIS ra zes de um paradigma indici rio In GINZBURG Carlo Mitos emblemas sinais morfologia e hist ria 2 ed S o Paulo Companhia das Letras 2007 p 143 179 GOMES ngela de Castro Nas malhas do feiti o o historiador e os encantos dos arquivos privados In Revista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro CPDOC FGV v 11 n 21 1998 p 121 127 HALLEWELL Laurence O livro no Brasil sua hist ria Trad de Maria da Penha Villalobos e L lio Louren o de Oliveira S o Paulo T A Queiroz EDUSP 1985 693p H BRARD Jean Por uma bibliografia material das escritas ordin rias o espa o gr fico do caderno escolar Fran a s culo XIX e XX Tradu o de Laura Hansen Revista Brasileira de Hist ria da Educa o n 1 jan jun 2001 p 115 141 H BRARD Jean A li o e o exerc cio algumas reflex es sobre a hist ria das pr tic
23. Isso justifica se pelo fato de que este estudo pretende se deter com mais nfase nos materiais produzidos por ela relacionados alfabetiza o Assim listo no Quadro 2 os materiais did ticos para alfabetiza o produzidos pela professora Gilda Tomatis quais sejam cartilhas livros did ticos e o material fonogr fico Nessa lista encontra se ainda uma cartilha publicada pelo Minist rio da Educa o e Sa de MES em 1947 denominada Primeiro Guia de Leitura LER que embora n o tenha sido produzido por ela de alguma forma auxiliou a na composi o da Cartilha Ler a Jato como a pr pria autora menciona na carta que escreveu ao ent o Ministro de Educa o Carlos Alberto Chiarelli em 27 de abril de 1990 e que em raz o disso ser considerada e incorporada e analisada neste estudo Quadro 2 Cartilhas Livros Did ticos e LPs produzidos por Gilda de Freitas Tomatis Documentos Data Localiza o Primeiro Guia de Leitura LER do MES 1947 Arquivo privado da 12 edi o documento original pesquisadora Primeiro Guia de Leitura LER do MES 1956 Arquivo privado da 72 edi o fotoc pia pesquisadora Cartilha Ler a Jato 1975 Arquivo privado da 13 edi o fotoc pia pesquisadora Cartilha Ler a Jato 1986 Arquivo privado da 152 edi o documento original pesquisadora 13 De acordo com Peres 2008 p 75 o final dos anos 30 e in cio dos anos 40 marcou no Rio Grande do Sul a
24. Mais tarde em 1951 concluiu o 2 Ciclo na escola em que posteriormente iria lecionar o Col gio Estadual J lio de Castilhos Tornou se Gilda de Freitas Tomatis em 28 de setembro de 1954 ao se casar com Ricardo Tomatis em Porto Alegre RS Com ele a professora Gilda Tomatis teve uma filha Maria L cia de Freitas Tomatis que nasceu em 28 de agosto de 1959 Alguns anos depois em 25 de maio de 1965 ficou vi va A professora Gilda Tomatis realizou o ensino superior na Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS concluindo em 1956 o curso de Licenciatura em Hist ria Natural Essa licenciatura permitiu que ela pudesse lecionar nas disciplinas de Hist ria Natural referente ao 2 Ciclo Ci ncias Naturais e Matem tica do 1 Ciclo As demais fontes documentais revelam que ela foi professora prim ria e ap s ter se licenciado em Hist ria Natural passou a exerceu o cargo de T cnica em Educa o no Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais CPOE lecionando concomitantemente no Col gio Dom Diogo de Souza na capital hoje atual Instituto Estadual de Educa o JORNAL FOLHA DA TARDE 27 12 1966 Aposentou se como T cnica em Educa o em 10 de maio de 1966 Peres 2000 p 17 destaca que o Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais CPOE era um rg o vinculado Secretaria de Educa o do Estado criado em 1943 e que se manteve at a d cada de 70 praticamente como um rg o aut nomo de dire
25. UM BREVE PANORAMA DA PRODU O ACADEMICA SOBRE A HIST RIA DA ALFABETIZA O E LIVROS ESCOLARES anna arehancniaRas GONE A an Sena Ras Cn ana aan 17 1 1 A expans o dos estudos na Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros ESCOIAROS a ra a dd E a US aa DEE ESA NNE A ea 17 1 2 Algumas publica es em livros que tratam da Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares neset 20 1 3 Algumas produ es publicadas em revistas e peri dicos academi COSsen E E EA Ea E 24 1 4 Alguns estudos sobre a hist ria da alfabetiza o e dos livros escolares publicados em congressos e eventos cient ficos 27 1 5 A Pesquisa com Livros Escolares s si 30 2 ASPECTOS TE RICO METODOL GICOS DA PESQUISA 40 3 M TODOS DE ALFABETIZA O UM BREVE PANORAMA HIST RICO e E NEE E EE E 57 4 ASPECTOS BIOGR FICOS DA PROFESSORA E AUTORA GILDA DE FREITAS TOMATIS sasorsucainoes cada incaneianiranassadoravo nonedasda quais nadadavaa oo seia temida og ana s 66 5 A CARTILHA LER A JATO E O M TODO AUDIOFONOGR FICO DE ALFABETIZA O iraaissitsaiosderiiudeidasiiia do Dai padta aii onda dad dia 83 54 Canilha Cer a JalO ses ae EDS a SS ST EO USE ASAS Sa Sd 83 5 1 1 O Primeiro Guia de Leitura LER 116 5 1 2 O Guia do Professor da Cartilha Ler a Jato 123 5 2 M todo Audiofonogr fico a produ o dos 4 LPS
26. aquela que ocorria em casa onde a m e ensinava aos filhos e s filhas ou os irm os que sabiam alguma coisa ensinavam queles que nada sabiam O m todo individual caracterizava se pois pelo fato de os alunos ficarem muito tempo sem o contato direto com o professor FARIA FILHO 2000 p 140 Assim o ensino ministrado Gilda Carvalho de Freitas foi por uma pessoa da fam lia no caso pela sua m e e pode caracterizar se como um ensino dom stico e individual A reportagem do Jornal Folha da Tarde de 27 de dezembro de 1966 aliada as declara es feitas pela filha da professora em sua entrevista 15 10 2010 evidenciaram que Gilda Carvalho de Freitas iniciou sua carreira em Uruguaiana mas em raz o das dificuldades do local e da falta de op es para seguir seus estudos acabou mudando se para a capital do Estado com sua irm Nice por volta dos seus dezoito anos de idade Ambas residiram inicialmente em um pensionato de freiras perto do Col gio Bom Jesus S vign at se estabeleceram e come arem a trabalhar Em Porto Alegre RS Gilda p de dar continuidade aos seus estudos 69 Dentre os documentos analisados a ficha profissional da professora Gilda Tomatis localizada no Col gio Estadual J lio de Castilhos em Porto Alegre RS 1965 a 1976 permitiu constatar que em 1935 Gilda estudou no Instituto de Educa o de Porto Alegre RS local onde concluiu a primeira etapa dos seus estudos denominada nos documentos de 1 Ciclo
27. cios fitas cassete e de v deo e folhetos Esses objetos 135 foram denominados por Batista 1999 p 536 como sat lites recursos dispon veis aos professores para serem utilizados em sala de aula durante as pr ticas pedag gicas Mais do que uma cartilha ent o com esses sat lites a professora Gilda criou um verdadeiro programa de alfabetiza o Al m da cartilha a autora disponibilizava um Kit de alfabetiza o composto por quatro discos de vinil intitulados M todo Audiofonogr fico de Alfabetiza o Aprenda a Ler em 15 Horas que reproduzia as li es contidas na Cartilha Ler a Jato al m dos livros de Matem tica e Cadernos de Alfabetiza o Tanto o material gr fico quanto o material audiofonogr fico evidenciam um forte apelo nacionalista exaltando a necessidade do envolvimento de toda a popula o brasileira para por fim ao analfabetismo Na caixa dos LPs organizados por ordem num rica encontram se os discos A capa dos discos tem em m dia 31 x 31cm A grava o de cada disco tem em m dia 40 a 50 minutos de grava o No centro da capa visualizam se os n meros correspondentes a cada disco e sobre estes n meros encontra se a imagem da Cartilha Ler a Jato No lado esquerdo na parte de cima dos discos localiza se o nome da autora Abaixo de cada n mero do lado direito escrito em verde est a palavra M todo Na parte inferior da capa na margem vermelha e
28. com n cleo de sentido e ponto de partida para o ensino da leitura Maciel 2001 em sua tese de doutorado realizou um estudo sobre L cia Casasanta e o m todo global de contos em Minas Gerais para a autora o M todo Global de Contos tem como principal caracter stica o seguinte iniciar o processo de alfabetiza o por textos com sentido completo por um todo isto por frases ligadas pelo sentido formando um enredo constituindo uma unidade de leitura Para atender a essa caracter stica a historieta ou conto deveria ser sobre um tema estimulador e de acordo com interesses infantis vida familiar brinquedos aventuras reais e maravilhosas com outras crian as MACIEL 2001 p 121 H a memoriza o por parte dos alunos das li es mediante um contexto global da hist ria para que num segundo momento possam ser decompostas por eles em senten as palavras e s labas MACIEL 2010 Peres 2006b p 156 destaca que o m todo global tornou se hegem nico no discurso educacional ga cho principalmente no per odo entre os anos de 1950 e final de 1970 quando passou a ser muito difundido pelo Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais CPOE que detinha autonomia para recomendar e indicar determinadas cartilhas e m todos para serem utilizadas nas escolas prim rias ga chas Assim preciso considerar que o material produzido pela professora Gilda Tomatis de Freitas cuja base te rica e metodol gica era o m to
29. destaca que na medida em que a cartilha foi se consolidando como um livro did tico tornando se um valioso instrumento para o ensino da leitura e da escrita os rg os oficiais passaram a controlar e avaliar estas obras antes delas serem distribu das aos alunos A autora ressaltou inclusive que com ind stria e mercado livreiro em franca expans o e o livro did tico consolidado como instrumento privilegiado de ensino mediador entre tematiza es normatiza es e concretiza es pedag gicas intensifica se de um lado a necessidade de controle por parte dos rg os oficiais que aprovam autorizam e compram livros did ticos para distribui o entre alunos pobres das escolas p blicas e de outro a preocupa o com os crit rios de sele o por parte dos professores decorrentes da garantia de autonomia did tica assim como criticas a import ncia excessiva atribu da a esses instrumentos de ensino MORTATTI 2000 p 199 No caso do estudo aqui realizado identifiquei que a Cartilha Ler a Jato foi submetida em 1968 a uma avalia o detalhada feita pelo setor t cnico do Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais do setor t cnico da SEC RS que dentre v rios aspectos avaliou n o s as quest es referentes ao conte do como tamb m os recursos gr ficos e a materialidade da obra Esse aspecto ser apresentado e aprofundado no decorrer deste estudo Frade 2010a 2010b 2010c em seus estudos sobre as
30. e a Cartilha Ler a Jato uma vez que esse material produzido pelo governo federal teria sido a base da cartilha da professora Gilda 5 1 1 O Primeiro Guia de Leitura LER O Primeiro Guia de Leitura LER do Minist rio da Educa o e Sa de MES que utilizo neste estudo para estabelecer uma rela o com a cartilha Ler a Jato um exemplar da 1 edi o datado de 1947 organizado pelas professoras Dulcie Kanitz Vicene Viana Helena Mandroni e Orminda Isabel Marques Na ilustra o da capa do Primeiro Guia de Leitura LER visualiza se uma m o segurando o Guia de Leitura aberto logo abaixo a inscri o da palavra LER e mais abaixo algumas linhas para a inscri o e identifica o do nome do aluno da localidade e do professor 117 Figura 15 Reprodu o da capa do Primeiro Guia de Leitura LER 1 ed 1947 Fonte Acervo privado da pesquisadora F vero 2003 ressalta que at o final da d cada de 1950 todos os materiais did ticos produzidos pelo Minist rio da Educa o e Sa de eram direcionados ao atendimento das campanhas nacionais de alfabetiza o bem como o Primeiro Guia de Leitura LER do MES lan ado em 1947 considerado um material instrucional e destinava se ao ensino da codifica o do signo escrito Sobre o Primeiro Guia de Leitura LER e o seu respectivo m todo de ensino o autor destaca as cartilhas distribu das pelo Minist rio da Educa o foram elaboradas co
31. fen o que resultava numa leitura artificial Segundo os estudos de Rizzo 1986 p 6 o ensino da escrita ocorria em paralelo e com muita nfase ao ensino da caligrafia das letras a aprendizagem tinha como base a repeti o e o reconhecimento dos sons da palavra mais do que a apreens o do seu significado Apesar da simplicidade e da facilidade de sua aplica o o m todo alfab tico foi gradativamente abolido e suplantado por outros mais efetivos RIZZO 1986 p 7 No intuito de superar as dificuldades entre o nome e o som das letras em rea o s criticas ao m todo de soletra o surge o m todo f nico Frade 2007 p 23 ressalta que o referido m todo teria sido mencionado pela primeira vez por Vallange em 1719 na Fran a atrav s da t cnica de figuras simb licas e na Alemanha atrav s de revista pedag gica em 1803 por Herrique Stefani e trabalhado por Montessori em 1907 Al m disso Braslavsky afirma que o m todo f nico tamb m atingiu os Estados Unidos a Col mbia o M xico e o Chile por volta de 1884 A Fran a por volta de 1890 e ainda na ustria e Su a onde tamb m obteve um consider vel xito De acordo com Maciel 2010 p 52 no Brasil na d cada de 1980 foi produzido e utilizado em v rios os estados brasileiros uma cartilha representativa do m todo f nico Casinha Feliz de Iracema Meireles e Eloisa Meireles J Frade 2007 p 24 afirma que No Brasil embora estabele a par
32. m ter um v nculo de parentesco com a filha da professora Gilda Tomatis Ent o ap s muita insist ncia e explica es sobre as raz es que mobilizavam a tentar encontrar a filha da professora Gilda Tomatis tive acesso a um n mero telef nico Liguei v rias vezes para o n mero em quest o sem obter sucesso at que em uma das ltimas tentativas a liga o foi atendida e eu consegui fazer contato com Maria L cia de Freitas Tomatis A filha na ocasi o ao saber do meu interesse acad mico em realizar um estudo sobre os materiais pedag gicos produzidos por sua m e na d cada de 1960 gentilmente recebeu me em sua casa concedendo me uma entrevista e doando me boa parte do acervo da m e como por exemplo fotos livros cartilhas discos de vinil certificados medalhas um parecer emitido pelo Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais CPOE da Secretaria de Educa o e Cultura em 1968 contendo uma avalia o detalhada sobre a Cartilha Ler a Jato Para Thompson 1992 p 25 a entrevista um meio de descobrir documentos escritos e fotografias que de outro modo n o teriam sido localizados No conjunto da documenta o havia tamb m v rios recortes de jornais de diferentes estados brasileiros com informa es e dados relevantes sobre a forma o a trajet ria docente da professora Gilda Tomatis bem como informa es importantes sobre o processo elabora o divulga o e distribui o do material de al
33. ncio 2002 p 39 a rela o a exerc cios do tipo copie cubra ligue marque as palavras certas com x forme palavras separe s labas ponha os nomes nos desenhos complete etc evidencia que estes atividades s o controlados repetitivos artificiais AM NCIO 2002 p 39 Contudo preciso entender que historicamente essas s o as atividades consideradas adequadas e espec ficas ao campo da alfabetiza o Desde a poca em que a professora Gilda produziu esse material at os dias atuais PORTO amp PERES 2009 PERES 2009 especialmente o trabalho com a composi o e decomposi o de palavras e s labas recorrente no ensino da leitura e da escrita Sobre os desenhos todos s o em preto e branco podendo ser eles coloridos pelos pr prios aprendizes Nas p ginas vinte e nove e trinta que correspondem Justificativa a professora descreve as raz es que a motivaram a produzir o referido livro Sob o principal argumento de que desejava suprir em parte a defici ncia de tempo nos hor rios escolares o livro de exerc cios de Linguagem 169 Escrevendo a Jato foi publicado para complementar a Cartilha Ler a Jato Al m desses a autora apresentou outros argumentos que a teriam motivado a publicar o livro de exerc cios um fato real que o ensino da linguagem apresenta defici ncias em composi o ortografia etc n o s no t rmino do curso prim rio como em outros n veis d
34. o Em rela o a Alfabetiza o ABREU Sandra Elaine Aires de A cria o e expans o das escolas de primeiras letras na prov ncia de Goi s no s culo XIX BONATO Roberta Guimar es Teixeiranailda Marinho da Costa O Ser Professor a Prim rio a no s culo XIX CHAMON Carla Simone Produ o da escrita e produ o de um lugar a trajet ria de uma professora em fins do s culo XIX e in cio do XX DANTAS Elza Alves FURTADO FILHO Jo o Ernani Os professores de primeiras letras na prov ncia do Cear DINIZ Maria Fernandes Espa os e contextos da doc ncia de primeiras letras no Cear imperialdiana des FREITAS Anamaria Gon alves Bueno de Exerc cios no caderno de caligrafia desenvolvendo a escrita perfeita e as virtudes morais 215 GALV O Ana Maria de Oliveira SILVA Andra Batista Ara jo Processos de participa o na cultura escrita estudo de um percurso individual ao longo do s culo XX GONTIJO Cl udia Maria Mendes O m todo de ensino da leitura e da escrita no Esp rito Santo 1871 JINSENJI M nica Yumi Leitura e escrita por mulheres nos jornais do S culo XIX LUZ Itacir Marques da Of cios declarados detras sutis processos de apropria o da leitura e da escrita entre escravos urbanos 1830 1850 MACIEL Francisca Izabel Pereira O aprendizado da leitura no Brasil do s culo XIX MORAIS Christianni Cardoso As mulhere
35. o e das Cartilhas UF MG UFMT UFPel Coordenadora Prof Dr Eliane Teresinha Peres Pelotas 11 de outubro de 2010 Apresento a aluna MARA DENISE NEITZKE DIETRICH mestranda em Educa o do Programa de P s Gradua o em Educa o da Faculdade de Educa o da Universidade Federal de Pelotas PPGE FaE UFPel A referida aluna pesquisadora e integrante do grupo de pesquisa HISALES HIST RIA DA ALFABETIZA O LEITURA ESCRITA E DOS LIVROS ESCOLARES por mim coordenado Mara Denise tamb m faz parte do projeto de pesquisa nacional que mapeia produ o de cartilhas em diferentes estados do pa s MG MT RS Assim veio por meio desta solicitar que seja permitido o acesso da aluna aos documentos e aos materiais relacionados trajet ria profissional da professora Gilda de Freitas Tomatis nesta institui o Em nossos estudos sobre alfabetiza o e cartilhas escolares o trabalho da referida professora tem aparecido de forma recorrente Em raz o disso nosso objetivo principal o de conhecer o importante trabalho que foi realizado e desenvolvido pela professora no que tange ao ensino da leitura e da escrita no estado do Rio Grande do Sul Certa da sua aten o agrade o e coloco me a disposi o para eventuais esclarecimentos rof Dr Eliane T Peres Coordenadora do Projeto de Pesquisa SCE DE E DOUTORADO x UFPE 224 AP NDICE E Autoriza o da Entrevista x7 EDE avi So x g H 5 PPGE hisale
36. pais como tamb m do pr prio Governo que trabalhava em prol da erradica o do analfabetismo e cujo ndice era muito elevando no pa s Ainda neste item justifica que o surgimento da Cartilha Ler a Jato teria se efetivado em virtude dos seus largos anos experi ncia e em seguida apresenta os resultados que o material havia alcan ado em aulas individuais a saber 124 adultos e crian as desde as bem dotadas at as de n vel de maturidade 7 12 a 15 horas Crian as com dificuldades excepcionais 30 horas no m ximo grupos heterog neos 20 aulas com per odos de 2 horas TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 27 Ainda no Guia do Professor a autora ressalta que paralelamente alfabetiza o desenvolveu parte de um programa de Matem tica com numera o at noventa e nove adi o e subtra o com material did tico manipulativo n meros pares e mpares Assim prop s que os professores interessados em comprovar os resultados obtidos junto cartilha procurassem experiment la em aulas individuais TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 27 Para a autora o dom nio integral da t cnica de trabalho e a comprova o pelo pr prio professor da veracidade das informa es apresentadas lhe assegurariam as condi es necess rias para o xito em aulas coletivas TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 27 Destaca que a orienta o adotada
37. ticos Nesse cap tulo procuro ainda estabelecer uma compara o em raz o da similaridade do material entre a Cartilha Ler a Jato e o Primeiro Guia de Leitura LER produzido pelo Minist rio da Educa o e Sa de em 1947 Por fim nas considera es finais trato dos aspectos que envolveram a produ o circula o e divulga o da Cartilha Ler a Jato e do M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas que abrange o per odo de 1967 at a 1986 data da ltima edi o encontrada da Cartilha Ler a Jato 1 ESTADO DA ARTE UM BREVE PANORAMA DA PRODU O ACAD MICA SOBRE HIST RIA DA ALFABETIZA O E LIVROS ESCOLARES 1 1 A expans o dos estudos na Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares A Hist ria da Alfabetiza o no Brasil um campo em franca expans o Desde as ltimas d cadas estudos pontuais direcionados ao ensino da leitura e da escrita com enfoque nos diferentes materiais de alfabetiza o como cartilhas escolares m todos de alfabetiza o cadernos de alunos di rios de planejamento de professoras hist rias e trajet rias de vida de educadoras entre outros v m ganhando um significativo espa o nos estudos cient ficos apresentados em diferentes eventos acad micos Estes estudos refletem segundo Frade 2011a as influ ncias diretas oriundas da forma o de quem as pesquisa como os pedagogos historiadores e linguistas fato que amplia e contribui pa
38. um de ordem financeira e o outro de ordem t cnica ela estava tendo dificuldades de public la j que a cartilha n o se adaptava a todas as normas preconizadas pelos setores educacionais do Estado JORNAL DE FOLHA DA TARDE 27 12 1968 Na contracapa da Cartilha Ler a Jato sob um fundo branco novamente aparece o nome da editora e logo abaixo o nome completo da autora em caixa alta e em letras pretas No centro da contracapa em letras menores h ainda uma listagem com os nomes todos os materiais que foram produzidos pela autora E mais abaixo h informa es relativas ao endere o da editora e dois n meros telef nicos para contato que se repetem como que se encontram na folha de rosto do livro 90 EDIT RA TOMATIS GILDA DE FREITAS TOMATIS LIVROS DID TICOS PUBLICA ES Cartilha Ler a Jato alfabetiza o em 15 horas Caderno 1 ano Complemento da Cartilha Escrevendo a Jato Exerc cios de Linguagem 1 e 2 ano Matem tica 1 ano Rua Jer nimo Coelho 44 conj 801 Fone 24 9828 P rto Alegre RS Brasil Figura 9 Reprodu o da contracapa da Cartilha Ler a Jato 152 ed 1986 Fonte Acervo privado da pesquisadora Dados referentes trajet ria editorial da Cartilha Ler a Jato e sua respectiva tiragem foram encontrados na reportagem do Jornal do Brasil datado de 10 de maio de 1968 Essa fonte evidenciou que em raz o do sucesso que a professora Gilda
39. um meio de transporte navio Algumas palavras e imagens s o as mesmas utilizadas na Cartilha Ler a Jato embora usadas em li es diferentes do Primeiro Guia de Leitura LER S o elas asa ilha ovo uva bola vela pato rato sapo e cabe a Para o caso da cartilha Ler a Jato e o Primeiro Guia de Leitura LER percebe se que as ilustra es servem para evocar sonoridades das palavras e ainda servem de recurso mem ria para fixar a aprendizagem das palavras que deveriam ser aprendidas FRADE 2011b p 7 F vero 2003 descreve algumas orienta es que o Minist rio da Educa o na poca transmitia aos professores sobre como deveria ser aplicado o Primeiro Guia de Leitura LER junto aos alunos Todos os alunos ter o o guia de leitura em m os aberto na p gina dois Direis algumas palavras de encorajamento Insistindo que a aprendizagem da leitura ser f cil Come areis por pedir que olhem para os desenhos da p gina Aqui est uma Asa embaixo est um Elo depois uma Ilha E depois Obtidas as respostas direis lendo os desenhos poderemos agora dizer asa elo ilha ovo uva Pedireis a um aluno que repita essas palavras em voz alta e que os demais o acompanhem atenciosamente Item B todos sabem ler desenhos Agora vamos ler as palavras O desenho representa a figura de cada cousa A escrita representa os sons de cada palavra E assim por diante FAVERO 2008 p 3 Segundo o
40. vest gios pistas ind cios deixados pelos documentos arquivados pela professora Gilda de Freitas Tomatis Nesse sentido Ginzburg 2007 p 47 afirma que o paradigma indici rio consiste em realizar um trabalho de investiga o minuciosa buscando pistas ind cios detalhes quase impercept veis mas que podem contribuir de maneira fundamental para a compreens o de eventos e fen menos investigativos Assim como o ca ador busca rastros pegadas pulsa es o historiador precisa estar atento aos detalhes s lacunas s min cias das fontes hist ricas pesquisadas Partindo dessa l gica do paradigma indici rio se reconhece que o conhecimento hist rico indireto indici rio conjetural GINZBURG 2007 p 157 0 que possibilita adotar uma postura te rico metodol gica que permita olhar para min cias e as fragmentadas pr ticas cotidianas e no caso desta pesquisa com o intuito de compreender como foram elaborados e divulgados os materiais de alfabetiza o publicados pela professora Gilda Tomatis Este estudo passa ent o a se pautar numa proposta de um m todo interpretativo centrado sobre os res duos sobre dados marginais considerados reveladores assim definido por GINZBURG 2007 p 149 48 Essa perspectiva alia se proposi o do circuito da comunica o de Darnton 1995 que permitiu compreender alguns elementos que comp em a complexa rede de rela es estabeleci
41. 28 BATISTA Ant nio Augusto Gomes Um objeto vari vel e inst vel textos impressos e livros did ticos In ABREU M rcia org Leitura Hist ria e Hist ria da Leitura S o Paulo Mercado das Letras 1999 p 529 575 BATISTA Ant nio Augusto Gomes O conceito de Livros Did ticos In Livros escolares de leitura no Brasil elementos para uma hist ria Campinas Mercado das Letras 2009 p 41 78 BELO Andr Hist ria amp Livro e Leitura Belo Horizonte Aut ntica 2002 120p BELLOTTO Helo sa Liberalli Arquivos Permanentes tratamento documental S o Paulo Queiroz 1991 198p BELLOTTO Helo sa Liberalli Arquivos Permanentes tratamento documental Rio de Janeiro FGV 2007 318p BELLENGER Lionel Os m todos de alfabetiza o In BELLENGER Lionel Os m todos de leitura Rio de Janeiro Zahar Editores 1979 p 53 82 BELMIRO C lia Abicalil Um estudo das rela es entre imagens e textos verbais em cartilhas de alfabetiza o In 31 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o MG 2008 p 1 16 Dispon vel em 188 http Anww anped org br reunioes 31ra 1trabalho GT10 4348 Int pdf Acessado em Agosto 2011 BERTOLETTI Estela Natalina Mantovani Louren o Filho e a alfabetiza o um estudo de Cartilha do povo e da cartilha Upa cavalinho S o Paulo Editora UNESP 2006 131p BITTENCOURT Circe Maria Fernandes Livro did tico e saber escolar
42. Assim no cap tulo a seguir apresento o resultado dos estudos que realizei acerca dos m todos de alfabetiza o Foi o primeiro passo para compreender melhor a proposta da professora Gilda 3 M TODOS DE ALFABETIZA O UM BREVE PANORAMA HIST RICO Ao apresentar esse breve panorama hist rico sobre alguns m todos de alfabetiza o tomo como refer ncia autores de destaque na rea como por exemplo Braslavsky 1971 Bellenger 1979 Rizzo 1986 Chartier amp H brard 2001 Soares M 2003 Frade 20083 2007 Maciel 2001 2010 Frade amp Maciel 2006b Mortatti 2006 e Peres 2006b Quando pensamos em m todo de alfabetiza o lembramos tamb m dos materiais para o ensino da leitura e da escrita em especial das cartilhas escolares Para Anne Marie Chartier amp Jean H brard 2001 p 142 A palavra m todo designa frequentemente tanto um pequeno livro fabricado por um editor e destinado s crian as como um conjunto de princ pios pedag gicos psicol gicos ou ling sticos que definem objetivos e meios adequados para atingi los J para Maciel 2010 p 48 m todo um caminho a ser seguido embora n o se reduza a um livro did tico muitas vezes entendido e usado como nico caminho poss vel para alfabetizar Maciel 2010 destaca ainda que historicamente a palavra m todo recebeu diferentes conota es em alguns momentos at mesmo contradit rias e durante muito tempo aqui no Brasil o
43. Caxias vai alfabetizar em 15 horas Porto Alegre RS 02 de abril de 1968 JORNAL FOLHA DA TARDE Com a palavra o Leitor Alfabetiza o Porto Alegre RS 27 de dezembro de 1968 JORNAL FOLHA DA TARDE In http Avww folhadatardeonline kit net Acessado Novembro 2011 JORNAL O AVAR Escola de Alfabetiza o em novo m todo Avar SP de 24 de abril de 1976 JORNAL O AVAR In http Anww avare com brijornais aspx Acessado em Novembro 2011 LAJOLO M e ZILBERMAN R A forma o da leitura no Brasil 3 Ed S o Paulo tica 1999 372p LAPUENTE Jana na Soares M M todo da Abelhinha em Pelotas contribui es Hist ria da Alfabetiza o 1965 2007 2008 205f Disserta o Mestrado em Educa o Programa de p s gradua o em Educa o Universidade Federal Pelotas Pelotas RS LE GOFF Jacques Documento e Monumento In LE GOFF Jacques Hist ria e mem ria Campinas Ed Unicamp 1990 p 535 549 LE GOFF Jacques Hist ria e Mem ria Campinas SP Ed Unicamp 1996 554p LEI FEDERAL N 5 379 de 15 de dezembro de 1967 Movimento Brasileiro de Alfabetiza o Mobral MACIEL Francisca Izabel Pereira L cia Casasanta e o m todo global de contos Uma contribui o hist ria da alfabetiza o em Minas Gerais 2001 157f Tese Doutorado em Educa o Programa de p s gradua o em Educa o Universidade Federal Minas Gerais BH MACIEL Francisca Isabel Pereira 2002 As cartil
44. DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 7 A autora por sua vez em algumas fontes como em reportagens de jornais e na carta enviada ao Ministro da Educa o Carlos Chiarelli em 27 de abril de 1990 menciona ter se apoiado na Cartilha LER do MEC para compor a sua Cartilha Ler a Jato TOMATIS Gilda CARTA ENVIADA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 No entanto o Parecer N 392 68 emitido pelo setor t cnico do CPOE ao final de suas onze p ginas de avalia o da Ler a Jato conclui que al m dos aspectos que haviam sido descritos ainda havia outros aspectos que poderiam ter sido comentados a respeito do material O parecer foi assinado em 5 de setembro de 102 1968 pelos seguintes t cnicos do CPOE Am lia Faermann Soares a orientadora de Educa o Prim ria os professores Maria Josepha P Motta e Luiz Pedro e a diretora do CPOE It lia Z Faraco Ao final o Parecer concluiu que a cartilha Ler a Jato teria possibilidade de ser reformulada por m n o seria recomendado o seu aproveitamento nas escolas prim rias do estado RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 11 Contudo fica evidente que havia diverg ncias em rela o a essas posi es visto que a autora acabou rebatendo as cr ticas presentes no parecer do CPOE Nesse sentido estampou na contracapa dos LPs produzidos do M todo Audiofonogr fico Aprenda a ler em 15
45. Escrevendo a Jato livro de Matem tica e o mais inusitado de seu programa de alfabetiza o ou seja os quatro LPs nos quais gravou pacientemente todas as li es da cartilha em um esfor o de transpor oralmente todos os fonemas da l ngua portuguesa de forma que o professor os reproduzisse em sala de aula ou que o aluno de forma individual especialmente os adultos aprendessem sozinhos e vencessem o rduo trabalho de aprender a ler e a escrever CONSIDERA ES FINAIS Este estudo procurou contribuir com a Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares campo em franca expans o no Brasil conforme exposto no Cap tulo 1 No decorrer do trabalho procurei fazer uma an lise dos materiais de ensino da leitura e da escrita produzidos pela professora Gilda de Freitas Tomatis e divulgados entre as d cadas de 1967 e 1986 no Rio Grande do Sul Como afirmei o interesse por esse objeto de estudo surgiu ainda na gradua o quando tive o primeiro contato com esses materiais e com a proposta inusitada de alfabetiza o em quinze horas desenvolvidos pela referida professora Ap s o ingresso no Curso de Mestrado vislumbrei a possibilidade de retomar essa pesquisa especialmente a partir da localiza o da filha da autora Maria L cia de Freitas Tomatis e com isso o acesso a novas fontes A discuss o principal que permeou a coleta dos dados para a constitui o do corpus da pesquisa foi a quest o da
46. Filho e a Alfabetiza o Um estudo de Cartilha do Povo e Upa cavalinho produzida em 2006 e publicada pela UNESP Estela Bertolletti a partir de estudos realizados na sua disserta o de mestrado prop e um debate acerca dos problemas atuais das escolas p blicas com base nos altos ndices de evas o e repet ncias de alunos da primeira s rie do Ensino Fundamental Para isso a autora se utiliza da Cartilha do Povo publicada pela primeira vez em 1928 e utilizada por mais de seis d cadas como instrumento de alfabetiza o nas escolas brasileiras e a Cartilha Upa cavalinho publicada entre o per odo de 1957 e 1970 ambas idealizadas pelo educador Manuel Bergstr m Louren o Filho 1897 1970 como objetos de seu estudo Assim para a autora as cartilhas de alfabetiza o continuam a exercer um papel mediador e concretizador de teorias e m todos da alfabetiza o nas salas de aula das escolas brasileiras o que estaria em disson ncia com as teorias atuais de alfabetiza o como o construtivismo que combatem e pretendem superar esse instrumento O livro Hist ria da Alfabetiza o produ o difus o e circula o de livros MG RS MT s culos XIX e XX organizado em 2006 pelas professoras Isabel Cristina Alves da Silva Frade amp Francisca Izabel Pereira Maciel reflete o trabalho de um grupo que participa e vinculado ao projeto interinstitucional Cartilhas Escolares Editado com o apoio do CNPQ FAPEMIG e do CEA
47. Fotografia Aos 70 Anos Porto Alegre RS s d 6cmx5cm colorida em papel 203 TOMATIS Gilda de Freitas Matem tica 1 ano 1 ed Porto Alegre RS Editora Tomatis 1970 100p TOMATIS Gilda de Freitas Medalha Monumento Nacional ao Imigrante Prefeitura Municipal de Caxias do Sul Caxias do Sul RS 29 de mar o de 1968 TOMATIS Gilda de Freitas 1 M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas Porto Alegre RS Artec Som s d Disco de vinil 48 min e 10 seg TOMATIS Gilda de Freitas 2 M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas Porto Alegre RS Artec Som s d Disco de vinil 47 min e 28 seg TOMATIS Gilda de Freitas 3 M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas Porto Alegre RS Artec Som s d Disco de vinil 49 min e 01 seg TOMATIS Gilda de Freitas 4 M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas Porto Alegre RS Artec Som s d Disco de vinil 39 min e 57 seg TOMATIS Gilda de Freitas Uma visita baleia gigante In Revista Cacique Secretaria de Educa o e Cultura Porto Alegre RS Ano Ill n 56 de 30 de novembro de 1957 p 21 23 TOMATIS Gilda de Freitas Ci ncias Naturais Programa de Ci ncias Naturais para O curso prim rio em car ter experimental In Revista do Ensino Secretaria de Educa o e Cultura Porto Alegre RS Ano VIII n 60 de maio de 1959 p 17 24 TOMATIS Gilda de Freitas Estudos Naturais Estudos Naturais Classifi
48. Hist ria da Educa o Educa o no Brasil hist ria e historiografia Rio de Janeiro RJ UFRJ SBHE 2000 Dispon vel em http sbhe org br novo index php arq arq cbhei amp titulo ICBHE amp ext php Acessado em Setembro 2011 CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O Il 2002 Natal RN Anais do Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Hist ria e Mem ria da Educa o Brasileira Natal RN UFRN SBHE 2002 Dispon vel em http sbhe org br novo index php arq arq cbhe2Z amp titulo ICBHE amp ext php Acessado em Setembro 2011 CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O Ill 2004 Curitiba Paran Anais do Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o A educa o escolar em perspectiva hist rica Curitiba PUC SBHE 2004 Dispon vel em http sbhe org br novo index php arq arq cbhe3 amp titulo IICBHE amp ext php Acessado em Setembro 2011 CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O IV 2006 Goi s Goi nia Anais do Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o A educa o 191 e seus sujeitos na hist ria Goi s Goi nia PUC SBHE 2006 Dispon vel em http sbhe org br novo index php arq arq cbhes amp titulo IVCBHE amp ext php Acessado em Setembro 2011 CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O V 2008 Aracaju Sergipe Anais do Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o O Ensino e a Pesquisa em Hist ria da Educa o Aracaju Sergipe UFS SBHE 2008 Dispon vel em http ww
49. Horas n o s as declara es com pareceres favor veis de alunos pais e professores resultados positivos que vinham sendo obtidos com a aplica o de sua proposta de alfabetiza o como tamb m exp s de forma objetiva a sua opini o em rela o ao parecer emitido pelo setor t cnico da SEC RS no qual destacou Esse parecer uma falha do trabalho do gabinete alheio realidade vivencia dos problemas educacionais TOMATIS Gilda CONTRACAPA DOS DISCOS APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Assim a autora pretendia demonstrar que embora o setor t cnico do CPOE tivesse emitido um parecer desfavor vel alguns alunos pais e professores estavam satisfeitos com o material e que com ele era poss vel atingir entre 90 a 100 de sucesso na alfabetiza o confrontando assim o parecer da SEC RS Segundo Magalh es 2006 p 10 tanto a hist ria do livro como a do manual escolar s o tamb m a hist ria de arb trios e conflitualidades culturais de grupos meios e processos socioculturais O caso da avalia o da Cartilha Ler a Jato se enquadra naquilo que foi caracterizado por Magalh es como campo dos conflitos entre grupos nesse caso entre grupos profissionais Maria Lucia Tomatis destacou que mesmo com o parecer desfavor vel da SEC RS a professora Gilda Tomatis nunca chegou a pensar em desistir de divulgar sua cartilha procurando at seguir a indica o do parecer e reformular os aspectos que haviam sido apontado
50. Levando em considera o as indica es feitas por Darnton 1995 p 114 pode se estudar o circuito de sua transmiss o em qualquer ponto ou seja ele permite que adapta es possam ser instauradas neste modelo de acordo com a tem tica que se objetiva aprofundar Assim este estudo pretende contribuir com a Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Did ticos apresentando e analisando aspectos da produ o e da circula o da Cartilha Ler a Jato e do M todo Audiofonogr fico de Alfabetiza o em 15 horas bem como dos demais materiais complementares de alfabetiza o produzidos pela professora Gilda de Freitas Tomatis entre as d cadas de 1967 e 1986 no Rio Grande do Sul publicados pela rubrica da Editora Tomatis Livros Did ticos Fa o ainda a contextualiza o do material produzido pela professora e autora Gilda de Freitas Tomatis com o momento pol tico e social que o pa s vivenciava entre o per odo de 1967 a 1986 Al m disso realizo a compara o da Cartilha Ler a Jato com o Primeiro Guia de Leitura LER produzido pelo Minist rio da Educa o e Sa de de 1947 e por fim na identifica o dos aspectos gr ficos editoriais dos materiais de alfabetiza o produzidos pela professora Gilda Tomatis Os documentos coletados para este estudo revelam que ao criar a Editora Tomatis Livros Did ticos na d cada de 1960 para produzir a cartilha Ler a Jato a 34 professora Gilda n o s acumulou um
51. No come o a leitura n 69 1996 208 Em rela o a Livros Did ticos CAMARGO Lu s Projeto gr fico ilustra o e leitura da imagem no livro did tico n 69 1996 CAMPOS Raymundo B Mem ria de manuais de historia de n 69 1996 DANTE Luiz Roberto Livro did tico de matem tica uso ou abuso n 69 1996 DIETZSCH Mary Julia Martins Al m das p ginas do livro did tico n 69 1996 FURTADO Roberto Cossich FREITAG Barbara et alii O estado da arte do livro did tico no Brasil Bras lia INEP REDUC 1987 129p n 35 1987 GUIMAR ES Raul Borges Tecendo redes e lan ando as ao mar o livro did tico de Geografia e o processo de leitura e escrita n 69 1996 HOFLING Eloisa de Mattos O livro did tico de estudos sociais e a concep o de cidadania n 35 1987 LAJOLO Marisa O livro did tico velho tema revisitado n 35 1987 LAJOLO Marisa Livro did tico um quase manual de usu rio n 69 1996 MACHADO Nilson Jos Sobre livros did ticos quatro pontos n 69 1996 MARCUSCHI Luiz Ant nio Exerc cios de compreens o ou copia o nos manuais de ensino de l ngua n 69 1996 MOGILNIK Maur cio Como tornar pedag gico o livro did tico de ci ncias n 69 1996 MOYS S L cia Maria Moraes O cotidiano do livro did tico na escola as caracter sticas do livro did tico Bras lia INEP 1985 9
52. Os jovens e os adultos a fixar as suas aprendizagens por meio da repeti o do treino e da memoriza o A professora Gilda no Guia do Professor que se encontra no interior da cartilha Ler a Jato ressalta que ao t rmino da cartilha e recebimento do 2 3 ou 4 livro dever o ser comemorados com uma festinha TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 Outro aspecto enfatizado pela autora em sua proposta de ensino era o apelo a ajuda da fam lia do aluno na expectativa de que mesmo sem comparecer escola eles procurassem se envolver e acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos Sobre este aspecto a professora Gilda Tomatis mencionava A fam lia do aluno embora sem comparecer escola deve ser levada a participar deste acontecimento a fim de tomar conhecimento do progresso dos filhos incentiv los e orgulhosos pelos resultados j alcan ados se predispor a adquirir os livros de leitura intermedi ria que forem solicitados pelo professor TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 Ao concluir as orienta es para as atividades propostas na cartilha o Guia do Professor traz algumas sugest es de livros e leituras que poderiam ser utilizadas pelos alunos para complementar seu processo de alfabetiza o por meio de leituras tais como Sarita e seus amiguinhos de Ceci Cordeiro Thofehrn e Jandira Cardia Szechier Editora do Brasil S A As Mais Belas Hist rias de L cia Cas
53. Tomatis que passar a expor seu conhecido e eficiente m todo de alfabetiza o TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Em toda a grava o dos quatro discos aparecem apenas duas vozes a da professora Gilda e uma outra masculina A voz masculina representa nos quatro discos a figura supostamente do aluno ou do aprendiz que estaria se utilizando do respectivo material Na introdu o da grava o a professora Gilda Tomatis faz algumas considera es a respeito de seu m todo da alfabetiza o e do objetivo que a teria motivado a cri lo que era o de contribuir para a erradica o do analfabetismo no pa s Esse parece ter sido seu prop sito uma vez que o M todo Audiofonogr fico era recomendado para os adultos que desejassem se alfabetizar sozinhos sem a presen a de um professor seguindo apenas as orienta es contidas nos discos Ela mencionava que se tratava de um m todo fon tico articular no qual o aluno deveria acompanhar com a boca o que escrevia A professora destaca na grava o que no in cio as li es ocorreriam de forma mais lenta com uma acentua o exagerada no som de cada letra na medida em que as li es v o evoluindo a exposi o das letras sons s labas e palavras torna se mais r pida TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d A professora Gilda destaca que uma pessoa sem nenhum contato com a leitura ou c
54. Tomatis vinha obtendo na aplica o deste m todo junto aos seus alunos a autora havia decidido popularizar seu m todo editando a Cartilha Ler a Jato JORNAL DO BRASIL 10 041968 Em termos de tiragem da cartilha a reportagem revelou que no lan amento da Cartilha Ler a Jato em mar o de 1967 haviam sido postos venda os primeiros cinco mil volumes da cartilha e ap s o t rmino daquele m s outros cinco mil exemplares foram reeditados e repostos JORNAL DO BRASIL 10 041968 Sobre isso a reportagem destacou o seguinte Com menos de trinta dias a cartilha Ler a Jato um sucesso editorial pois se encontram no prelo mais de 20 mil volumes que se somar o aos outros 20 mil j esgotados Com medo de empatar dinheiro em sua cartilha a professora Gilda mandou primeiramente imprimir cinco mil exemplares que se esgotaram em um m s JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 91 As informa es divulgadas sobre a tiragem da Cartilha Ler a Jato no Jornal do Brasil em 10 de maio de 1968 evidenciam que em vez de quarenta mil exemplares que a professora Gilda Tomatis pretendia editar ela pode ter publicado e comercializado um n mero muito maior de exemplares da cartilha se levarmos em conta que a Ler a Jato foi reeditada pelo menos quinze vezes entre o per odo de 1967 e 1986 Obviamente h aqui um limite das fontes uma vez que esse dado n o aparece em outra documenta o da pesquisa sequer nos pr prios exemp
55. a Hist ria da Alfabetiza o nos tr s estados com base na produ o did tica direcionada para o ensino da leitura e da escrita no n vel prim rio Em 2007 o projeto passou segunda fase de suas pesquisas sendo ampliado com a participa o dos estados do Rio de Janeiro Esp rito Santo e Amazonas atrav s das suas respectivas institui es UFF UFES UFAM Inserida neste projeto das Cartilhas escolares o meu interesse pela tem tica surgiu ainda durante o curso de gradua o em Pedagogia quando em 2006 ao final de uma das reuni es do grupo de pesquisa a professora Eliane Peres apresentou alguns materiais relacionados Cartilha Ler a Jato um material de alfabetiza o diferente e inusitado que havia sido produzido por esta professora ga cha na d cada de 1960 no estado do Rio Grande do Sul Esse material era composto por uma fotoc pia da 13 edi o da Cartilha Ler a Jato dois CDs que reproduziam parte do M todo Audiofonogr fico tamb m desenvolvido pela professora Gilda Tomatis intitulado Audiofonogr fico Aprenda a ler em 15 horas e uma folha fotocopiada com os dados de uma pesquisa realizada em 1968 provavelmente pela autora nas classes que haviam adotado a cartilha e o m todo de alfabetiza o A partir da an lise inicial desses materiais foram realizados alguns estudos significativos que me permitiram enquanto bolsista de inicia o cientifica A pesquisa interinstitucional tem como co
56. abala A bola boa A bola bela Bilu leva a bola Figura 11 Reprodu o da 3 Li o da cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 Fonte Acervo privado da pesquisadora As palavras aparecem quase sempre com o espa o entre as s labas Os textos em geral s o curtos e vinculados s li es exceto no caso das revis es e das li es do galo jarra cabe a quero quero e x cara que n o apresentam textos em suas li es Na d cima segunda li o ou aula a autora n o apresenta s labas ou palavras apenas a historinha que envolve as personagens da Vivi e da Lal 97 L Vivi nana Lal Vivi vai vila Lal n o vai vila Vivi d leite a Lal Lal boa e bonita Vivi vai ver vov Ela n o leva Lal Figura 12 Reprodu o da 12 Li o da cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 Fonte Acervo privado da pesquisadora Um texto curto que apresenta em m dia sete frases Vivi nana Lal Vivi vai a vila Lal n o vai vila Vivi d leite a Lal Lal boa e bonita Vivi vai ver vov Ela n o leva Lal Sobre as caracter sticas desse tipo de texto trabalhadas nas cartilhas Am ncio 2002 p 40 destaca h um excesso de repeti es as constru es n o s o as melhores pobres sem nexo sem coes o sem unidade tem tica o vocabul rio limitado al m de incorrer numa s rie de impropriedades O resultado uma crian a escr
57. alfabetiza o no m todo nos materiais e nos professores Associada a essa vis o redencionista e patri tica da profiss o docente a alfabetiza o a percep o da professora Gilda tamb m seguia essa mesma perspectiva atrav s dela e do trabalho de todos e de cada um seria poss vel o sucesso pessoal e social Mais do que apenas ensinar a ler e a escrever com sua proposta a professora imaginava efetivamente contribuir para o desenvolvimento da na o brasileira Por fim na pr xima se o apresento os materiais de alfabetiza o complementares criados e produzidos pela professora Gilda e que compunham o Kit de alfabetiza o quais sejam o Caderno S rie Jato 1 ano o Livro de Exerc cios de Linguagem denominado Escrevendo a Jato 1 e 2 ano e finalmente o Livro de Matem tica 1 ano 5 3 Materiais Complementares de Alfabetiza o 5 3 1 Caderno S rie Jato 1 Ano O Caderno S rie Jato 1 ano possui as mesmas dimens es da Cartilha Ler a Jato por m mais simples A capa por exemplo feita em papel cartona de fundo azul reproduz a mesma ilustra o da Cartilha Ler a Jato por m com apenas as cores azul branco e preto Esse material se assemelha em termos de aspectos 158 gr ficos aos demais livros tamb m publicados pela Editora Tomatis Livros Did ticos Contudo na semelhan a entre a Cartilha Ler a Jato e o Caderno S rie Jato pode se considerar seg
58. algumas fam lias sil bicas como por exemplo da letra N dentre outros Al m disso s o utilizados ritmos e instrumentos diferentes para obter a aten o e despertar o interesse dos alunos como os ritmos gauchescos valsas sons de tambores e viol es que entram em cena para acompanhar a professora nas suas explica es e li es Dentre essas m sicas selecionei duas A primeira que apresento a seguir faz refer ncia li o da Lua da Bola e do tatu Vamos ler a jato a jato Lua levanta a ponta a l ngua L ngua no ar Laaaaa Bola Bola com a boca Atira a bola no ar Booooo Tatu For a na l ngua Taaaaa Essa m sica tem a dura o exata de vinte e oito segundos na qual a professora se utiliza dos recursos sonoros para refor ar a memoriza o por parte dos alunos A forma como cada letra deve ser articulada foneticamente para pronunciar as respectivas letras das li es da lua da bola e do tatu Est m sica est dispon vel na faixa 8 do CD 143 De forma semelhante acontece com a m sica em que a professora pede para os alunos cantarolem com ela duas vezes as s labas da letra N Voz da Professora Gilda Repitam lendo e cantarolando duas vezes a mesma s laba nana nene nini nono nunu A autora encerra o estudo das li es nos LPs assim como faz na Cartilha Ler a Jato solicitando que os alunos cantem com ela a m sica Parab ns a voc Embora a m sica fa
59. capa apresenta algumas modifica es embora as dimens es a ilustra o e as cores sejam a mesma da Cartilha Ler a Jato A palavra Escrevendo aparece no topo do livro sob um tra o branco ao lado do avi o no quadrado branco encontra se escrito o restante do nome do livro a Jato 1 e 2 ano Assim como no Caderno S rie Jato no qual evidenciei diferen as em rela o ao aspecto material ao comparar a primeira edi o com a segunda edi o percebi que o mesmo aconteceu neste caso O livro de exerc cios de linguagem Escrevendo a Jato da primeira edi o datada de 1968 possui uma qualidade e um acabamento melhor do que da segunda edi o as folhas internas s o de papel sulfite branco enquanto que a segunda edi o do mesmo livro datado de 1975 embora contenha o mesmo conte do apresenta folhas internas de papel jornal 166 Na primeira p gina interna do livro denominada de folha de rosto encontra se escrito em letras grandes e pretas o nome do livro em script Escrevendo a Jato Logo abaixo do nome h tra o preto e as seguintes frases EXERC CIOS DE LINGUAGEM 1 ano per odo de leitura intermedi ria e 2 ano fase inicial de recapitula o Centralizado na p gina aparece o nome completo da professora dados de sua forma o e profiss o e o ano da edi o Ao p da p gina h o nome da editora em caixa alta e negrito local ano e endere o da editora Os desenh
60. carta que enviou ao Ministro da Educa o Carlos Chiarelli que o ex Secret rio de Educa o do Estado al m de se posicionar contra o m todo fon tico ainda estaria influenciando os professores a n o adotarem o m todo ap s ele ter afirmado num programa televisivo de grande audi ncia que lvo v a ave nunca mais TOMATIS Gilda CARTA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 Os verdadeiros motivos pelo quais esse fato n o chegou a se efetivar na pr tica n o s o claros embora permitam que se fa am algumas conjecturas n o h como afirmar que essas realmente tenham sido as raz es da n o ado o do material pedag gico da professora Gilda Tomatis N o h como saber se foi em raz o do fato da professora Gilda n o ter enviado ao deputado Brito Velho e a Comiss o de Educa o os dados estat sticos que foram solicitados por eles na poca ou se foi em raz o da emiss o do Parecer N 392 68 desfavor vel do Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais RS que n o recomendava a utiliza o da Cartilha Ler a Jato nas escolas prim rias estaduais pelo fato deste material n o ter se adaptado a todas as normas t cnicas preconizadas pela respectiva institui o que o havia avaliado Como demonstra Peres 2006a p 128 a institui o na ocasi o n o se mostrava favor vel ao m todo fon tico e sim ao m todo global de contos visto que o CPOE foi um dos grandes respons veis pela divulga o desse m todo no E
61. considerava efetivamente o m todo f nico o melhor para o ensino da leitura e da escrita advogando inclusive pela sua rapidez capaz de ensinar uma crian a ou adulto em 15 horas Al m disso nunca poupou cr ticas ao m todo global que considerava a importa o de um modelo e portanto um ato de sabotagem na o brasileira Assim recorre se novamente ao conceito de Chartier 1990 p 17 de lutas de representa es para tentar compreender os conflitos e embates entre a autora da Cartilha Ler a Jato e o setor t cnico do Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais da SEC RS j que as fontes evidenciam que existiam imposi es e lutas pela defini o de um m todo de alfabetiza o no caso do CPOE defendendo o m todo global de contos e da professora Gilda pelo m todo f nico e pelo uso da cartilha que havia produzido Havia tamb m o interesse por parte da autora de que seu m todo fosse adotado tanto em n vel estadual quanto nacional pois por diversas vezes esteve em Bras lia a convite de algumas autoridades como secret rios de educa o do respectivo estado deputados e da Comiss o de Educa o para apresentar e divulgar tanto o material quanto o m todo de alfabetiza o conforme os dados encontrados na Carta enviada ao Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli na d cada de 90 no Jornal Correio Brasiliense de 23 de fevereiro de 1968 e no Jornal do Brasil datado de 10 de maio de 1968
62. contou que iniciou sua carreira em Uruguaiana e posteriormente ap s licenciada em Hist ria Na tural passou a exercer cargo de t cnico em educa o do Centro de Pesquisa e Orienta o Edu eacionais lecionando cumulati vamente na D Diogo de Souza e ap s no J lio Al m destas ati vidades freq entemente alfabeti zava filhos de amigos vizinhos empregadas Desta forma foi cri ando e elaborando seu m todo reduzindo progressivamente O n mero de aulas COMO FUNCIONA De ac rio E ororma es PROFESSORES CRIAM METODO ALFABETIZA O DE CRIAN AS E ADULTOS EM APENAS DOZE HORAS prestadas F lha por D Gilda seu sistema t o simples que a t parece n o merecer a classifi ca o de m todo Diz que est en tre os fon ticos Inicia pelas Vo gais seguindo se posteriormente as consoantes que s o denomina das pela a o que exigem para serem pronunciadas junio com as vogais Por exemplo R tre me a ponta da l ngua Com o sis tema conseguiu vencer t das as defici ncias de linguagem que lhe foram apresentadas em rela o pron ncia correta das conso antes especialmente L e R A profess ra Gilda Tomatis a firmou reportagem que para crian as bem dotadas ou at pou co abaixo da faixa da normalida de s o necess rias de doze a quinze horas de trabalho TAMB M PARA ADULTOS E EXCEPCIONAIS O m todo serve para criancas excepeionais no m ximo em trin
63. da educa o A filha da autora recordou ainda um fato curioso que em torno de duas semanas depois da m e ter recebido a condecora o o Presidente da Rep blica Em lio Garrastazu M dici tamb m foi agraciado com a mesma honra por m obviamente com uma repercuss o muito maior do que a da sua m e O que a fez lembrar se da m e dizendo Eu n o precisei de nada disso Embora a repercuss o do recebimento desta condecora o tenha sido diferente para cada um deles tanto a do Presidente da Rep blica Em lio Garrastazu M dici quanto a da professora Gilda de Freitas Tomatis ambos foram agraciados com a mesma medalha a Medalha do Monumento Nacional ao Imigrante e tiveram seu trabalho reconhecido pelo poder p blico de Caxias do Sul Esse fato pode ser compreendido a partir daquilo que Bittencourt 2008 p 30 destaca em seu estudo sobre livros did ticos a saber a confec o de uma obra did tica seria uma tarefa patri tica um gesto honroso digno das altas personalidades da na o Outro dado relevante encontrado em praticamente toda a documenta o acessada a men o que a pr pria professora Gilda de Freitas Tomatis fez em rela o ao trabalho com os portadores de necessidades especiais medida que fazia quest o de deixar claro para todos que os excepcionais termo empregado por ela nos documentos poderiam e eram capazes de se alfabetizar Utilizando os termos da poca como defic
64. de muitos historiadores do campo da educa o possibilitando assim o acesso as mais diferentes concep es e discuss es promovidas na rea e que muitas vezes encontram se dispersas em in meras publica es 10 Informa es dispon veis no site http alb com br home Acessado em Agosto 2011 11 Informa es dispon veis no site http Awww sbhe org br Acessado em Agosto 2011 12 Informa es dispon veis no site http Awww sbhe org br Acessado em Agosto 2011 30 A partir desse contexto Choppin 2004 p 1 afirma que ap s ter sido negligenciado tanto pelos historiadores quanto pelos bibli grafos os livros did ticos v m suscitando um vivo interesse entre os pesquisadores de uns trinta anos para c Desde ent o a hist ria dos livros e das edi es did ticas passou a constituir um dom nio de pesquisa em pleno desenvolvimento em um n mero cada vez maior de pa ses O autor complementa mencionando que os manuais representam para os historiadores uma fonte privilegiada seja qual for o interesse por quest es relativas educa o cultura ou s mentalidades linguagem s ci ncias ou ainda economia do livro s t cnicas de impress o ou a semiologia da imagem O manual realmente um objeto complexo dotado de m ltiplas fun es a maioria ali s totalmente desapercebidas aos olhos dos contempor neos CHOPPIN 2002 p 13 A partir deste mapeamento feito junto ao campo da Hist ria
65. descriminar a escolaridade dos alunos quantos alunos tinham 1 2 3 4 5 ou mais a data de quanto havia iniciado o uso da Cartilha Ler a Jato n mero de alunos alfabetizados n mero de alunos que n o haviam se alfabetizado Al m disso a ficha solicitava informa es dos pais ou familiares dos alunos sobre o uso da cartilha bem como informa es sobre interesse e atitude dos alunos e ainda informa es e parecer do professor A ficha deveria ser assinada pelo professor ou respons vel pela classe Alguns destes pareceres foram selecionados pela autora e expostos na contracapa dos LPs produzidos por ela mais tarde na d cada de 1970 e outros foram listados na carta enviada por ela ao Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli na d cada de 1990 os quais ser o analisados posteriormente na se o que tratar sobre os LPs Aprenda a Ler em 15 horas O levantamento estat stico como revela as fontes do Jornal do Brasil de 10 de maio de 1968 foi proposto pelos deputados e pelos membros da Comiss o de Educa o e pelo Conselho Federal de Cultura que teria apreciado a cartilha assim como os t cnicos da Campanha de Alfabetiza o o que nos leva a pensar que esta comiss o e os deputados poderiam ter vislumbrado a possibilidade de adotar a cartilha produzida pela professora Gilda Tomatis na Campanha de Alfabetiza o Nacional do Mobral Movimento Brasileiro de Alfabetiza o que foi criado com a lei 111 n 5 37
66. destacando que estes estudos sobre os livros em geral e especificamente sobre livro did tico foram fundamentais para perceber examinar e delinear a investiga o realizada e entender o percurso utilizado pela professora Gilda de Freitas Tomatis para disseminar sua obra pelo estado ga cho e tamb m fora dele No cap tulo a seguir apresento os aspectos te rico metodol gicos da pesquisa em quest o 2 ASPECTOS TE RICO METODOL GICOS DA PESQUISA Em hist ria tudo come a com o gesto de separar de reunir de transformar em documentos certos objetos distribu dos de outra maneira Na realidade ela consiste em produzir tais documentos pelo simples fato de recopiar transcrever ou fotografar estes objetos mudando ao mesmo tempo o seu lugar e o seu estatuto DE CERTEAU 2002 p 81 Neste cap tulo apresento os procedimentos metodol gicos utilizados para a realiza o deste estudo cujo foco principal apresentar e analisar o material de alfabetiza o produzido pela professora Gilda de Freitas Tomatis na d cada de 60 A base do estudo an lise documental baseada fundamentalmente em documentos que por muito tempo permaneceram sob os cuidados da fam lia Desse modo tento revelar a import ncia da constitui o e da abordagem dos arquivos pessoais como fonte de pesquisa Esse tipo de acervo entendido por Ginzburg 1989 p 170 como jazidas preciosas de mat rias primas n o exploradas que nos levam a refletir
67. dos tipos a impress o e o tamanho das margens e mesmo o gosto art stico das imagens Nesse sentido em rela o aos aspectos citados acima o Parecer N 392 68 emitido pelo CPOE da SEC RS com a avalia o sobre a Cartilha Ler a Jato destacou que o material produzido tinha uma boa apresenta o encaderna o capa cartonada com ilustra es sugestivas e dorso pouco resistente higiene bom tamanho do livro cor aceit vel de papel espa amento adequado de linha e entrelinhas tipo impress o n tida diversidade na apresenta o do tipo de letra est tica caracteres bem distribu dos margina o adequada inobserv ncia de uma distribui o harmoniosa da mat ria nas p ginas ilustra es de tamanho muito reduzido bem situadas sem atratividade sem colorido pouco n tidas RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 05 09 1968 p 1 2 88 Na folha de rosto al m do nome da Cartilha Ler a Jato encontram se em caixa alta e em letras pretas CARTILHA PARA CRIAN AS E ADULTOS ALFABETIZA O EM 15 HORAS Logo abaixo centralizado na p gina consta o nome completo da autora do livro tamb m escrita em caixa alta e em negrito seguido de informa es acerca da forma o profissional e acad mica da professora bem como do n mero de edi o e o ano de publica o da cartilha em quest o 152 1986 e dados da Editora Tomatis endere o e tel
68. ed Porto Alegre RS Editora Tomatis 1975 35p TOMATIS Gilda de Freitas Cartilha Ler a Jato 15 ed Porto Alegre RS Editora Tomatis 1968 35p TOMATIS Gilda de Freitas Caderno S rie Jato 1 ano 1 ed Porto Alegre RS Editora Tomatis s d 60p TOMATIS Gilda de Freitas Certificado VI Congresso da Federa o Nacional das APAE Porto Alegre RS 22 a 27 de julho de 1978 TOMATIS Gilda de Freitas Certificado Medalha Monumento Nacional ao Imigrante Caxias do Sul RS 29 de mar o de 1968 TOMATIS Gilda de Freitas Escrevendo a Jato 1 e 2 ano 1 ed Porto Alegre RS Editora Tomatis 1968 32p TOMATIS Gilda de Freitas Escrevendo a Jato 1 e 2 ano 2 ed Porto Alegre RS Editora Tomatis 1975 32p TOMATIS Maria L cia de Freitas Entrevista a Mara Denise Dietrich Porto Alegre RS 15 de outubro de 2010 27p TOMATIS Gilda de Freitas Ficha Profissional Col gio Estadual J lio de Castilhos Porto Alegre RS 27 04 1965 a 14 04 1976 TOMATIS Gilda de Freitas Ficha Informativa elaborada pela professora Gilda Tomatis para coletar de dados sobre a Cartilha Ler a Jato e do M todo de Alfabetiza o em 15 horas s d TOMATIS Gilda de Freitas Folha fotocopiada com os dados de uma pesquisa realizada pela professora Gilda Tomatis em 1968 no Rio Grande do Sul TOMATIS Gilda de Freitas Fotografia aos 70 Anos Porto Alegre RS s d 7cmx5cem colorida em papel TOMATIS Gilda de Freitas
69. ela Muitas vezes essas encomendas segundo a filha eram despachadas e encaminhadas a seus destinat rios pelo correio TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 O envio de exemplares n o parece ter sido apenas uma estrat gia da professora Gilda na distribui o de seus livros Hallewell 1985 p 504 destaca que o uso do correio em larga escala veio a tornar se uma possibilidade pr tica com a introdu o pela empresa postal 92 brasileira do sistema de reembolso postal em 1 de janeiro de 1933 Por m foi s no ano de 1976 ap s uma reformula o em rela o ao despacho de objetos que em menos de seis meses os livros respondiam por 40 do servi o em volume de transa es e por 30 em valor HALLEWELL 1985 p 505 Em rela o aos desenhos internos da Cartilha Ler a Jato o livro apresenta vinte e sete imagens em preto e branco Por m o n mero total de imagens que aparecem nas p ginas da cartilha sempre ao lado superior esquerdo de cada p gina totaliza cinquenta e uma imagens pois algumas se repetem medida que as li es s o retomadas e revisadas pela autora Como o caso das imagens que fazem refer ncia ao ensino das palavras trabalhadas com as vogais como asa ema ilha ovo e uva que aparecem duas vezes bem como a imagem do dedo que trabalha com a consoante d J as imagens referentes ao ensino das consoantes que envolvem as palavras lua bola tatu vela nabo e pato aparecem qu
70. experi ncias e apoiada principalmente no Primeiro Guia de Leitura LER do MEC de 1947 ela escreveu sua pr pria cartilha com base no m todo fon tico de alfabetiza o Ao analisar e comparar as duas cartilhas Ler a Jato e o Primeiro Guia de Leitura LER poss vel perceber semelhan as entre ambas especialmente no que se refere aos aspectos gr ficos como por exemplo disposi o e a semelhan a entre algumas imagens organiza o das p ginas das li es e o uso de algumas palavras chave O modelo portanto usado na produ o de sua cartilha foi o material do MEC em circula o no Brasil desde o final da d cada de 40 No per odo em que a Cartilha Ler a Jato foi publicada o pa s estava sob o regime da ditadura militar que predominou entre os anos de 1964 e 1986 e nos remete a um contexto social e pol tico em que o pa s todo estava engajado na luta para erradicar o analfabetismo visto poca como uma vergonha nacional e como um dos fatores de atraso e pouco desenvolvimento do Brasil Em virtude disso o campo educacional estava envolto em um discurso ufanista que via na alfabetiza o uma forma de melhoria das condi es individuais e sociais dos brasileiros A professora Gilda se associou a essas ideias de desenvolvimento do pa s pelo desenvolvimento da educa o e n o mediu esfor os para contribuir com esse feito de melhorar o pa s melhorando os ndices de alfabetiza o Esse mo
71. foi criado para as pessoas se alfabetizarem e trabalharem sozinhas sem professor Porque se na verdade tu ouvires esse material tu vais ver que n o precisa de professor O professor passa a ser o disco E quem tem professor n o precisa de disco Algumas escolas usavam sim o disco mas ficava sobrando algu m ou o disco ou o professor N o precisa os dois Esse material para substituir o professor Serve para a pessoa aprender sozinha Foi feito pra isso pausa longa E bem explicadinho aula por aula tin tin por tin tin Tudo tudo sabe N o falta nada E o curso inteiro bem explicadinho tudo para a pessoa se virar sozinha mesmo TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Considerado um material autoinstrucional dispensaria a presen a do professor por ser acess vel a qualquer cidad o e contendo uma linguagem simples que prometia rapidez e efici ncia no processo de alfabetiza o de crian as jovens e adultos A grava o dos LPs inicia ent o com uma voz masculina n o identificada que faz a apresenta o do material e da professora Gilda Essa grava o tamb m est dispon vel na primeira faixa o CD que se encontra nos Anexos deste estudo Acompanhando o vertiginoso desenvolvimento do Brasil devemos com a m xima rapidez livrar nos do analfabetismo Por interm dio do M todo Audiofonogr fico todos poder o aprender a ler e a escrever em apenas quinze horas Com voc s a professora Gilda de Freitas 145
72. g nero In 34 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Natal RN 2011 p 1 17 Dispon vel em http 34reuniao anped org br images trabalhos GT02 168 20int pdf Acessado em Dezembro 2011 SILVA Vivian Batista da Saberes em viagem nos manuais pedag gicos constru es da escola em Portugal e no Brasil 1870 1970 In 29 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG 2006 p 1 16 Dispon vel em http Anww anped org br reunioes 29ra 29portal htm Acessado em Agosto 2011 SOARES Magda Alfabetiza o no Brasil o estado do conhecimento Bras lia DF REDUC INEP 1989 151p SOARES Magda MACIEL Francisca Isabel Pereira Alfabetiza o no Brasil o estado do conhecimento Bras lia Inep Comped 2001 SOARES Magda Alfabetiza o em busca de um m todo In SOARES Magda Alfabetiza o e Letramento S o Paulo Contexto 2008 p 85 97 SOARES Magda Apresenta o In FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Isabel Pereira orgs Hist ria da Alfabetiza o produ o difus o e circula o de livros MG RS MT S c XIX e XX Belo Horizonte CEALE FAPEMIG CNPq UFMG FaE 2006 p 7 8 SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIST RIA DA EDUCA O In http www sbhe org br Acessado Outubro 2010 SOUZA Elizeu Clementino de A arte de contar e trocar experi ncias Reflex es te rico metodol gicas sobre
73. havia se baseado em seus largos anos de atua o no exerc cios do magist rio e como t cnica em educa o sendo a publica o desse material reflexo de sua experi ncia como educadora TOMATIS Gilda CARTA ENVIADA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 p 2 Nesse sentido para o setor t cnico do CPOE estaria faltando Cartilha Ler a Jato o aspecto de unidade tem tica vitalidade dinamismo e originalidade o assunto apresentado no material estaria em desacordo com a psicologia infantil al m de ter um vocabul rio totalmente isento de for a motivadora RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 8 Em rela o originalidade da Cartilha Ler a Jato o parecer do CPOE incisivo Respeitando o valor que a autora do livro em apre o descobriu no processo adotado enfatizando a posi o que tomam os rg os voc licos ao emitirem o som registra se uma certa analogia na sele o apresenta o e distribui o de palavras do Ler a Jato com as do Primeiro Guia de Leitura LER publicado pelo Minist rio de Educa o e Cultura em 1956 e organizado por uma Comiss o composta das professoras Dulcie Kanitz Vicente Viana Helena Mandroni e Orminda Isabel Marques vista dos estudos que sobre o sistema da LAUBACH e sobre o vocabul rio de adultos realizado pelo Instituto Nacional de Estudos Pedag gicos de 1942 a 1945 RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA
74. hist ria de vida em forma o In Revista Educa o em Quest o Natal RN EDUFRN vol 25 n 11 jan abr 2006 p 22 39 SOUZA Cla dia Moraes de Pelas Ondas do R dio cultura popular camponeses e o movimento de educa o de base S o Paulo USP 2006 367f Tese Doutorado em Hist ria Social Universidade de S o Paulo 2006 SCHWARTZ Cleonara PERES Eliane FRADE Isabel Cristina Alves da Silva org Estudos de Hist ria da Alfabetiza o e da Leitura na Escola Textos de CARDOSO Cancionila Janzkovski et al Vit ria ES EDUFES 2010 386p STEPHANOU Maria e BASTOS Maria Helena C mara Orgs Hist rias e Mem rias da Educa o no Brasil S culo XX Vol III 1 Ed Petr polis RJ Vozes 2005 435p TAMBARA Elomar Textos de leitura nas escolas de ensino elementar no s culo XIX no Brasil In PERES Eliane TAMBARA Elomar org Livros escolares e ensino da leitura e da escrita no Brasil s culos XIX XX Pelotas RS Seiva 2008 p 95 116 202 THOMPSON Paul A voz do passado hist ria oral Rio de Janeiro Paz e Terra 1992 379p TOMATIS Gilda de Freitas Carta datilografada enviada pela professora Gilda Tomatis ao prefeito municipal de Porto Alegre RS 19 de setembro de 1968 TOMATIS Gilda de Freitas Carta datilografada e enviada pela professora Gilda Tomatis ao Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli 27 de abril de 1990 TOMATIS Gilda de Freitas Cartilha Ler a Jato 13
75. lat truncare vtd cortar picar separar membros do tronco 100 Em realidade o desdobramento do m todo prev em cada li o o dom nio de um voc bulo tema e sua imediata an lise estrutural com enfoque fon tico E portanto anal tico sint tico com processua o ecl tica V lida seria a classifica o de fon tico se fosse usado o som isolado como refer ncia inicial para a aprendizagem da leitura RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER N 392 68 p 2 Em rela o aos aspectos descritivos da forma o dos sons dos fonemas n d s r g p c m nh lh o parecer do CPOE objetivo nota se que por diversas vezes a descri o n o atenta para a realidade fon tica RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 3 Al m disso o documento ainda segue destacando o seguinte Os recursos s o remotos n o encontram correspond ncia na psicologia infantil As crian as devem aprender em situa o natural lendo brincando vivendo o momento ensino aprendizagem PARECER CPOE N 392 68 p 3 Para os t cnicos do setor do CPOE o material produzido pela autora n o apresentava embasamento cient fico para sustentar tal argumento de que o m todo se baseava inteiramente nos aspectos da fon tica RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 3 O parecer do CPOE ainda rebatia algumas
76. letra que levanta a ponta da l ngua 1 vale de i mas fraco Leitura Iha li lhe li Ihi lif lho li Ihu li 24 Grupo Consonantais por este processo de alfabetiza o os grupos consonantais n o representam novas dificuldades Constam da Cartilha para uma revis o O aluno est capacitado a ler sozinho esta parte pois ele j aprendeu a posi o da boca para emitir o som de todas as consoantes E aconselh vel que a leitura seja feita as seguintes ordens a Consoante com a vogal em sentido horizontal ba be bi bo bu b Consoante com a vogal em sentido horizontal bla ble bli blo blu c Em sentido vertical ler novamente a consoante com a vogal ba as duas consoantes com a vogal bla a palavra formada com essas duas consoantes e essa vogal blague ba bla blague Depois de seguir a mesma ordem be ble blefa bi bli blindo bo blo bloco bu blu blusa Para as tr s linhas seguintes a mesma ordem e assim sucessivamente 223 Ap ndice D Carta de Apresenta o 4 PPGE Far UFPa UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS _ PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O FACULDADE DE EDUCA O ca Ea Pirates F GRUPO DE PESQUISA HIST RIA DA ALFABETIZA O LEITURA ESCRITA E DOS LIVROS ESCOLARES PROJETO DE PESQUISA Cartilhas Escolares ide rios pr ticas pedag gicas e editoriais constru o de repert rios anal ticos e de conhecimento sobre a Hist ria da Alfabetiza
77. livros did ticos do inicio do s culo XX STANISLAVSKI Cleila de F tima Siqueira Os livros Saudade 1919 Vida na ro a 1933 Espelho 1928 e Campo e Cidade 1964 uma apologia ao meio rural TREVISAN Thabatha Aline PEREIRA B rbara Cortella Manuais de ensino franceses e brasileiros para o ensino da leitura e escrita no Brasil 1851 1966 VIEIRA Carlos Eduardo ROBALLO Roberlayne de Oliveira Borges Manuais de Hist ria da Educa o da materialidade s estrat gias narrativas VILLELA Heloisa de Oliveira Santos A pedagogia moderna pelo manual de Everaldo Backheuser ZUIN Elenice de Souza Lodron Pesos e medidas no livro elementos de aritm tica 1945 do irm o Isidoro Dumont 220 Ap ndice C Orienta es para o uso da cartilha Ler a Jato Continua o da descri o 3 bola Revis o das aulas anteriores Identificar a gravura bola Pronunciar essa palavra bem devagar e alto observando a posi o que d boca enche a boca de ar faz uma bola com a boca Deve se revenir o aluno para n o apertar os l bios a fim de evitar confus o posteriormente com a letra p Refer ncia para o som da letra b encher a boca de ar ou fazer bola com a boca Encher a boca de ar e dizer a ba encher a boca de ar e dizer e be idem para bi bo bu Ler essas s labas na Cartilha Leitura pelo aluno do conte do da p gina em sentido vertical Quando na leitura surg
78. na Cartilha segue o processo fon tico partindo de uma palavra b sica apoiada na posi o assumida pelos rg os fonadores ao emitirem o som que seria uma refer ncia para indicar a identifica o das consoantes sendo inclusive um recurso did tico usado com timos resultados na alfabetiza o r pida TOMATIS Gilda CARTILHA LER JATO 1986 p 27 Nas Considera es Gerais encontram se algumas sugest es de livros leituras e alguns procedimentos did ticos recomendados aos professores que pretendessem trabalhar com a Cartilha Ler a Jato tanto com as crian as quanto com os adultos pois ambos segundo a autora necessitariam de incentivos diferentes sendo motivados de forma diferente conforme seus interesses Nesse sentido o Guia do Professor que est inserido no interior da cartilha Ler a Jato aconselha Ao iniciar a Cartilha os alunos devem ser incentivados atrav s do interesse natural que apresentam por hist rias o livro pequeno tem poucas p ginas poder o termin lo em poucos dias ficando capacitados a ler as historinhas preferidas Manter esse interesse durante a alfabetiza o comparando a parte vencida com a que falta vencer Ao se aproximar do fim de cada livro agu ar a curiosidade dizendo que o seguinte ter hist rias interessantes etc permanecendo inc gnito seu titulo Para adultos usa se como incentivo cartas jornais melhor emprego etc TOMATIS Gilda CARTIL
79. ni no nu E me E pa pe pi po pu p pa to pa no en te p pata pena pen te pia pe lo p no an ta pau pi to panela tanta p o pula palito pin to Papai v o pato O pato bonito Paulo n o viu o pato Figura 17 Reprodu o da Li o do Pato do Primeiro Guia de Leitura LER 1 ed 1947 p 10 Figura 18 Reprodu o da Li o do Pato da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 p 9 Fonte Acervo privado da pesquisadora comum tanto a Cartilha Ler a Jato quanto o Primeiro Guia de Leitura LER apresentarem uma li o em cada p gina exceto para o caso das li es referentes s li es da chave e da ilha que no Primeiro Guia de leitura LER s o trabalhadas na mesma p gina assim como as li es do jacar e do gato cabe a e leque zebra e X A diferen a b sica identificada entre ambas as cartilhas a apresenta o em maior quantidade de textos trabalhos no Primeiro Guia de Leitura LER O Primeiro Guia de Leitura LER apresenta textos que ocupam praticamente a p gina inteira do livro enquanto a Cartilha Ler a Jato explora textos menores com frases curtas No entanto ambos os materiais evidenciam uma concep o de alfabetiza o cujo enfoque a escrita percebida como um conjunto de s mbolos ou seja as letras que precisariam ser aprendidas por meio da c pia treino repeti o e memoriza o 122 O Primeiro Guia de Leitura LER apresenta ao to
80. no campo educacional sergipano 1909 1923 CAMPOS Dulcin a GONTIJO Claudia Maria Mendes A alfabetiza o de crian as no Esp rito Santo na d cada de 1950 CARNEIRO Giane Ara jo Pimentel A participa o das crian as nas praticas de leitura e escrita Caetit BA 1908 1930 COSTA Deane Monteiro Vieira MONTEIRO e Dania A Campanha de Educa o de Adolescentes e adultos CEAA e o seu guia de leitura ler concep es de homem educa o e alfabetiza o nos anos 40 217 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva PEREIRA Ana Paula Pedersoli Hist ria da alfabetiza o o Circo Carequinha no impresso e nas mem rias da autora Maria Serafina Freitas FRAN A Franciele Ferreira Os m todos de ensino na hist ria da educa o p blica paranaense no s culo XX IWASAWA Sueli Bibliografia brasileira sobre a alfabetiza o de jovens e adultos no Brasil JACQUES Alice Rigoni As escritas obrigat rias nos Cadernos Escolares MANKE Lisiane Sias Modos de socializa o os atores rurais e a disposi o para a leitura MORTATTI Maria do Ros rio Longo OLIVEIRA Fernando Rodrigues de Magda Soares na hist ria da alfabetiza o no Brasil MORTATTI Maria do Ros rio Longo Um balan o da produ o acad mico cientifica sobre hist ria da alfabetiza o no Brasil 1979 2009 PEREIRA Ana Cristina Educa o Globalizada o m todo de ensino proposto pe
81. o acima apresentados esta pesquisa teve como objetivo geral apresentar e analisar o material de alfabetiza o produzido pela professora Gilda de Freitas Tomatis enfatizando a Cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas E em termos de objetivos espec ficos o trabalho pretendeu contextualizar o material produzido pela professora e autora Gilda de Freitas Tomatis com o momento pol tico e social do pa s comparar a cartilha Ler a Jato com o Primeiro Guia de Leitura LER produzido pelo Minist rio da Educa o e Sa de em 1947 identificar os aspectos gr ficos editoriais dos materiais de alfabetiza o produzidos pela professora Gilda de Freitas Tomatis O per odo de investiga o determinado para este estudo contempla o ano de 1967 data em que foi editado o primeiro exemplar da Cartilha Ler a Jato at o ano de 1986 data da ltima edi o encontrada 13 Ao ressaltar que esta pesquisa se inscreve no campo da Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares importante destacar que este estudo vincula se ainda a um projeto interinstitucional UFMG UFPel UFMT mais amplo que teve in cio em 2001 denominado Cartilhas escolares ide rios pr ticas pedag gicas e editoriais constru o de repert rios anal ticos e de conhecimento sobre a hist ria da alfabetiza o e das cartilhas MG RS MT 1870 1996 que tem por objetivo geral compreender
82. o de orienta o e de normatiza o did tico pedag gica O discurso das t cnicas educacionais do CPOE adquiriu legitimidade nesta poca PERES 2000 p 140 A pesquisadora argumenta ainda que o CPOE teve uma atua o central na difus o do discurso de renova o pedag gica no Rio Grande do Sul e na instaura o de novas pr ticas pedag gicas na escola prim ria ga cha Essas mudan as caracterizaram se por um esfor o em pautar a administra o educacional em princ pios t cnico cient ficos A figura do t cnico educacional surgiu nesse per odo com for a total A id ia corrente Apesar de ter feitos in meros contatos com funcion rios desta respectiva institui o n o foi poss vel obter a confirma o deste dados junto a est escola 70 era a de que a pr tica educacional deveria estar fortemente ancorada nos princ pios da Psicologia Infantil da Biologia da Estat stica da Pedagogia Experimental e da Sociologia principalmente E a fun o dos t cnicos profundos conhecedores das ci ncias auxiliares da Educa o era a de produzir a partir desses saberes cient ficos os quadros de refer ncia para as pr ticas docentes O resultado disso seria nessa vis o a efici ncia do no processo ensino aprendizagem PERES 2000 p 124 Durante o per odo em que trabalhou no CPOE como T cnica de Educa o a professora Gilda produziu alguns textos publicados na Revista Infantil Cacique e na Revista do Ensin
83. o Chiarelli com certeza tornou se um documento com o qual se p de compreender fatos importantes de sua trajet ria enquanto autora de livros did ticos empenhada em defender seus ideais e suas convic es especialmente em rela o aos m todos de alfabetiza o Junto carta encontram se ainda dois anexos No primeiro anexo composto por sete p ginas a professora apresenta de forma detalhada dados e informa es relativas s viagens a Bras lia para apresenta o da Cartilha Ler a Jato bem como os resultados obtidos atrav s do levantamento estat stico realizado por ela seguido de v rios depoimentos coletados sobre a cartilha Esses depoimentos foram classificados pela professora como informa es 116 favor veis desfavor veis e informa es com restri es de pais alunos e professores No segundo anexo intitulado Alfabetiza o na Imprensa a professora Gilda Tomatis apresenta uma listagem com vinte e um itens entre artigos textos e notas de jornais referentes a projetos planos e verbas disponibilizados entre o per odo de 1967 e 1983 pelo governo federal na tentativa de acabar com o analfabetismo mas que mesmo ap s ter se passado tanto anos essa quest o ainda permanecia como um problema sem solu o Esse anexo revela a aten o que a professora dispensou ao longo da vida s quest es da alfabetiza o Na pr xima se o apresento uma an lise comparativa entre O Primeiro Guia de Leitura LER
84. o Sul do Rio Grande do Sul cujo objetivo era desenvolver uma ampla investiga o sobre a implanta o do ensino fundamental de nove anos com a inser o das crian as de seis anos de idade na escola comparando a pol tica adotada em oito munic pios da Regi o Sul do Rio Grande do Sul Cap o do Le o S o Louren o do Sul Bag Piratini Rio Grande Jaguar o Santa Vit ria do Palmar e Pelotas Com o ingresso no Curso de Mestrado em Educa o na linha de pesquisa Cultura Escrita Linguagens e Aprendizagens CELA vislumbrei a possibilidade de retomar o estudo sobre a Cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas da professora Gilda de Freitas Tomatis por m numa nova perspectiva e com base em novas fontes A escolha deste estudo se justifica por se acreditar que os livros did ticos dentre outros materiais utilizados na escola s o valiosas fontes de pesquisa que revelam aspectos significativos da cultura escolar Nessa perspectiva este estudo acerca da hist ria da alfabetiza o buscou subs dios em autores como Braslavsky 1971 Bellenger 1979 Rizzo 1986 Soares M 1989 2003 2006 Chartier A M amp H brard 2001 Chartier A M 2007 H brard 2001 2007 Peres 1999 2000 2002 2003 2004 2006 2008 2009 2010a 2010b Bastos 2006 F vero 2003 Ferraro 2004 Mortatti 2000 2006 Maciel 2001 2002 2003 2010 Frade 2008 2006 2007 2010a 2010b
85. o caso do Rio Grande do Sul Porto 2005 investigou a divulga o e utiliza o do M todo Global de Contos no Instituto de Educa o Assis Brasil em Pelotas RS O estudo visava a compreender como havia sido divulgado e utilizado o m todo global de contos pelas professoras alfabetizadoras no Instituto de Educa o Assis Brasil entre os anos de 1940 e 1970 Facin 2008 direcionou seu estudo para a produ o did tica pesquisando a trajet ria da professora Nelly Cunha autora ga cha de livros destinados ao ensino da leitura e da escrita A autora cuja obra objeto de estudo de Facin 2008 teve destaque entre o final dos anos 60 e in cio dos anos 80 pela sua produ o referente a sete cole es did ticas publicadas pelas Editoras do Brasil e Globo Lapuente 2008 investigou a utiliza o do M todo da Abelhinha pelas professoras alfabetizadoras pelotenses entre os anos de 1965 a 2007 O objetivo da autora era compreender o processo de divulga o perman ncia e utiliza o do M todo da Abelhinha em Pelotas RS no referido per odo pelas professoras que alfabetizaram com o referido m todo O crescimento destes dois campos no Brasil percebido ainda nas produ es encontradas de acordo com Peres 2008a p 114 no Grupo de Trabalho GT de Alfabetiza o Leitura e Escrita da ANPEd Em 2005 nesse GT Peres 2008a p 114 identificou dois trabalhos de cunho hist rico que foram apresentados neste evento a saber A
86. o discursos neutros pelo contr rio produzem estrat gias e pr ticas que tendem a impor uma autoridade e at legitimar escolhas CHARTIER R 1990 p 17 Em rela o s concorr ncias e s competi es o autor afirma As lutas de representa o t m tanta import ncia como s lutas econ micas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo imp em ou tem a sua concep o do mundo social os valores que s o os seus e o seu dom nio CHARTIER R 1990 p 17 Assim sendo pode se caracterizar a defesa do m todo f nico pela professora Gilda de Freitas Tomatis em contraposi o ao m todo global em voga no Brasil MACIEL 2001 inclusive no Rio Grande do Sul PERES e CEZAR 2008 PERES E PORTO 2004 PERES 2004 2006a 2006b 2006c 2008 como uma luta de representa o conforme foi caracterizado por Chartier R 1990 Nas disputas para impor um m todo como o melhor o mais eficaz o mais adequado a professora Gilda tamb m participou e de forma ativa Criou um 105 m todo produziu um material completo Cartilha Ler a Jato Caderno S rie Jato livro de exerc cios de linguagem de 1 e 2 ano Escrevendo a Jato o livro de Matem tica 1 ano e o Kit com os quatro discos intitulado M todo Audiofonogr fico Aprenda a ler em 15 Horas e debateu amplamente seja atrav s da imprensa ou cartas seja atrav s dos cursos que ministrava sua posi o em rela o alfabetiza o Ela
87. os m todos anal tico sint tico ou vice versa MORTATTI 2006 Mortatti 2006 p 9 demonstra que as cartilhas passavam a se basear predominantemente nos m todos mistos ou ecl ticos e os manuais do professor come aram a ser feitos disseminando a id ia da pr tica do per odo preparat rio que consistia na realiza o de exerc cios de discrimina o e coordena o viso motora e auditivo motora posi es de corpo e membros dentre outros Utilizados dessa forma eram considerados mais r pidos e eficientes mas mesmo com estes argumentos as disputas ainda eram muito acirradas nesse campo at que outro m todo passou a despertar o interesse os educadores e ser defendido como o mais eficiente no ensino da leitura e da escrita o m todo global de contos MORTATTI 2006 64 O m todo historiado tamb m conhecido e mais aceito pelos seus defensores como m todo global de contos ou de historietas surgiu no Brasil de acordo com Frade 2007 no final da d cada de 1930 e representou uma extens o e n o uma adapta o do m todo de senten as Rizzo 1986 destaca que o m todo em quest o foi organizado com a inten o de ampliar as vantagens sobre o primeiro m todo no que tange aos aspectos referentes s praticas de leitura sem deixar de priorizar o interesse e a curiosidade dos alunos Mortatti 2006 p 7 definiu a historieta como um conjunto de frases relacionadas entre si por meio de nexos l gicos
88. pa ses Segundo a professora esses m todos n o 114 consideravam as necessidades dos alunos brasileiros al m de serem segundo ela inadequados ao idioma Os documentos revelam ainda um sil ncio entre o per odo de 1976 e 1990 que pode estar relacionado s viagens e palestras feitas pela professora nas cidades do estado do RS e fora dele ou ainda em raz o de sua idade e problemas cong nitos de sa de j mencionados que inclusive a levaram a solicitar a sua segunda aposentadoria do cargo de professora no Col gio Estadual J lio de Castilhos em POA RS em 1976 confirmados atrav s dos registros de licen a m dica constantes em sua ficha profissional No trecho final da carta ao Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli na d cada de 1990 ela reafirma seu desejo seu empenho em continuar lutando pela educa o e pelas quest es da alfabetiza o na esperan a de ver seu pa s livre do problema do analfabetismo E por isso que ainda hoje continuando a luta em auxiliar os analfabetos e em sentido mais amplo acalento a esperan a de ainda ver resgatado o analfabetismo no Brasil TOMATIS Gilda CARTA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 Ainda na carta ela exp e suas concep es sobre a alfabetiza o e exp e as causas que segundo ela poderiam ter sido os motivos que contribu ram para que todas as tentativas e campanhas do governo federal para acabar como o analfabetismo at ent o haviam frac
89. para o ensino da leitura e da escrita Em rela o a este aspecto a filha da autora mencionou que cada vez que ela professora Gilda aparecia na TV no r dio ou nos jornais aumentavam os pedidos para a editora o que era muito bom e servia para divulgar TOMATIS Maria L cia Entrevistada 15 10 2010 Outro aspecto importante que se destaca no final do verso da folha de rosto da Cartilha Ler a Jato a inscri o da frase na qual a professora Gilda Tomatis informa os direitos autorais da cartilha eram de exclusividade da autora Para 89 Chartier R 1998 p 32 autor aquele cujo nome pr prio d identidade e autoridade ao texto Neste caso a professora Gilda fez quest o de deixar este registro no material para dar identidade e autoridade sua obra como destaca Chartier R 1998 p 32 sendo assim reconhecida e relacionada a ela e provavelmente por ter disponibilizado recursos financeiros pr prios para al m de ter criado a Editora Tomatis Livros Did ticos A reportagem do Jornal de Folha da Tarde de 27 de dezembro de 1966 divulgou que a professora Gilda Tomatis utilizou uma cartilha do Minist rio de Educa o e Cultura com algumas modifica es provavelmente o Primeiro Guia de Leitura LER na elabora o de sua cartilha cujo t tulo era Ler a Jato A mesma reportagem ainda destacou que a professora Gilda pretendia editar a cartilha criada por ela mas que em raz o de dois problemas
90. ressalta ainda que a tradi o dessas atividades no processo de ensino aprendizagem da Linguagem instituiu pr ticas e rotinas cotidianas na escola prim ria que atravessam d cadas muitas delas chegando at os dias atuais Para Faria Filho 1999 p 16 ao longo da hist ria social da escrita a c pia sempre foi utilizada como mecanismo de aperfei oamento da t cnica de escrever Mas ao se transformar em exerc cio escolar a c pia passa a se vincular as outras expectativas como a da aprendizagem por meio de memoriza o O mesmo acontece com o ditado uma pr tica de exerc cio que tem sobrevivido a todas as reformas pedag gicas at o s culo XXI como destaca Anne Marie Chartier 2007 p 34 Para a autora a hist ria do ditado evidencia que n o somente o desempenho dos alunos que est em quest o Se esse exerc cio apesar de t o modesto se tornou um ritual t o consagrado porque ele manifesta certa concep o de cultura escrita inicialmente t pica do ensino prim rio popular CHARTIER A M 2007 p 35 153 Na li o correspondente d cima segunda aula a professora Gilda trabalha apenas com as frases de uma hist ria cujos personagens s o Vivi e a boneca Lal estimulando os alunos a tentarem escrever frases tamb m Voz da Professora Gilda D cima segunda li o P gina quatorze Abram o livro na p gina quatorze Leiam o nome da menina Voz Masculina Vivi V P G Da bone
91. segundo ela quando n o aplicados de forma adequada em vez de auxiliar o aluno em seu processo de alfabetiza o o estimulava a repetir o ano v rias vezes abandonar a escola ou ser visto como incapaz TOMATIS Gilda FOLHA DA TARDE 27 12 1968 Nesta mesma reportagem a professora Gilda Tomatis menciona H 20 anos era muito raro encontrar se nas escolas estaduais turmas de repetentes cujo n mero foi crescendo paralelamente divulga o do processo de contos conforme demostram as estat sticas Alfabetizei todos os alunos deficientes excepcionais egressos de escolas diversas at nove anos de escolaridade aos quais tive ocasi o de lecionar em per odos que variavam de 10 a 30 horas usando o m todo fon tico articular No corrente ano muitos professores conseguiram feito semelhante TOMATIS Gilda FOLHA DA TARDE 27 12 1968 Mais uma vez a autora reafirmou atrav s desta declara o feita ao Jornal Folha da Tarde que o problema da reprova o escolar estaria na utiliza o e na aplica o de m todos inadequados de alfabetiza o e n o nos alunos De acordo com as reportagens dos jornais guardados por Gilda e posteriormente pela filha e da c pia da carta enviada ao ent o Ministro da Educa o JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 FOLHA DA TARDE 27 12 1968 e a CARTA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 poss vel perceber que a professora referia se ao m todo global de 104 contos como nefas
92. seletiva Nem tudo fica gravado Nem tudo fica registrado A mem ria em parte herdada n o se refere apenas vida f sica da pessoa A mem ria tamb m sofre flutua es que s o fun o do momento em que ela articulada em que ela est sendo expressa As preocupa es do momento constituem um elemento de estrutura o da mem ria z A mem ria um elemento constituinte do sentimento de identidade POLLAK 1992 e segundo Nora 1993 um fen meno sempre atual experi ncias articuladas no presente como uma representa o do passado Em sua narrativa a entrevistada Maria L cia Tomatis foi compondo e recompondo suas mem rias ressignificando a pr pria experi ncia vivida por ela com sua m e tanto na vida pessoal como profissional Assim alguns momentos da vida da professora Gilda Tomatis vieram tona atrav s das mem rias da filha como por exemplo as primeiras experi ncias com o ensino da leitura e da escrita da professora que aconteceram como foi exposto acima em mbito dom stico Essa experi ncia teria sido no entendimento da filha essencial para que se despertasse na m e o desejo de produzir um material de alfabetiza o Algumas fontes de investiga o especialmente as reportagens dos jornais disponibilizadas pela filha da autora retratam que o m todo de alfabetiza o da 75 professora Gilda Tomatis foi ganhando visibilidade nacionalmente ap s o lan amento da cartilha nos anos 60
93. sobre a as raz es que mobilizam as pessoas a guardar determinados documentos e objetos e n o outros e quais os crit rios utilizados no momento desta escolha compreendida por Arti res 1998 como o ato de arquivar a pr pria vida A localiza o das fontes teve in cio em 2006 com os materiais que a professora Eliane Peres me disponibilizou na poca como mencionado anteriormente Aliadas a estas fontes adquiri outros livros da professora Gilda em sebos virtuais Entretanto em outubro de 2010 a partir de uma indica o tamb m da professora Eliane de que Gilda de Freitas Tomatis poderia ter tido uma filha que estaria residindo na capital do estado trabalhando no f rum de Porto Alegre localizei Maria L cia de Freitas Tomatis que ent o disponibilizou os materiais deixados pela sua m e Contudo at localizar a filha da professora Gilda Tomatis muitos contatos foram feitos buscas em sites na internet cat logos telef nicos e algumas institui es como o f rum de Porto Alegre e a Associa o dos Oficiais de Justi a do Rio Grande do Sul ABOJERIS visto que o nome de Maria L cia Tomatis aparecia sempre vinculado s atividades desenvolvidas tanto no f rum quanto na ABOJERIS 41 Assim contatei v rios funcion rios do f rum de Porto Alegre e da pr pria ABOJERIS na tentativa de encontrar Maria L cia Tomatis at que em uma das liga es feitas ABOJERIS uma das atendentes me informou n o s conhecer como tamb
94. 008 p 1 15 Dispon vel em http Avww anped org br reunioes 31ra 1trabalho GT10 4237 Int pdf Acessado em Agosto 2011 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Livros de leitura de Ab lio C sar Borges ide rios pedag gicos produ o e circula o In SCHWARTZ Cleonara PERES Eliane FRADE Isabel Cristina Alves da Silva org Estudos de Hist ria da Alfabetiza o e da Leitura na Escola Textos de CARDOSO Cancionila Janzkovski et al Vit ria ES EDUFES 20104 p 171 208 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Arthur Joviano um estudo sobre as rela es entre autor Estado editoras usu rios e sobre o m todo de palavras em Minas Gerais no in cio do s culo XX In SCHWARTZ Cleonara PERES Eliane FRADE 193 Isabel Cristina Alves da Silva org Estudos de Hist ria da Alfabetiza o e da Leitura na Escola Textos de CARDOSO Cancionila Janzkovski et al Vit ria ES EDUFES 2010b p 209 252 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Livros para ensinar a ler e escrever uma pequena an lise da visibilidade de livros produzidos no Brasil em Portugal e na Fran a entre os s culos XIX e XX In BRAGAN A An bal ABREU M rcia org Impressos no Brasil dois s culos de livros brasileiros S o Paulo editora Unesp 2010c p 171 190 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Hist ria da Alfabetiza o e da Cultura Escrita discutindo uma trajet ria de pesquisa In MORTATTI Maria do Ros rio Longo Mortatti o
95. 07 s p Embora o material em destaque aqui seja um caderno impresso a fun o do exerc cio destacada pelo autor se mant m nesse suporte Ao realizar o exerc cio sob o comando de uma professora ou sob o comando da voz da professora Gilda atrav s dos LPs os aprendizes podiam mostrar suas tentativas seus esfor os seus fracassos suas dificuldades ou seja expor suas aprendizagens HEBRARD 2007 Em cada p gina do Caderno S rie Jato est o impressas em preto as letras s labas palavras e frases correspondentes a cada li o trabalhada na Cartilha Ler a Jato e nos discos 160 7 bu lei en ah babe bi bo bu zm L Eh l HE bata boba boa Figura 25 Reprodu o da p gina 6 e 7 do Caderno S rie Jato 12 ed s d Fonte Acervo privado da pesquisadora Segundo Bastos e Stephanou 2008 p 2 o dom nio da escrita implica um conjunto de saberes e habilidades complexas n o s identificar as letras do alfabeto mas desenh las com clareza destreza dom nio da m o e dos instrumentos necess rios As atividades propostas no Caderno S rie Jato indicam para esse esfor o em fazer da escrita uma atividade quase art stica Tamb m para o caso do Kit de Alfabetiza o elaborado pela professora Gilda Tomatis havia o principal instrumento da escrita o l pis preto Assim a Cartilha o caderno e o l pis formam o conjunto completo para o ensino apr
96. 09 Campinas SP UNICAMP v 1 p 1 10 PERES Eliane BARUM Sylvia O ditado escolar sob o enfoque hist rico um estudo a partir de cadernos de crian as em processo de alfbetiza o In IX Congresso Iberoamericano de Hist ria da Educa o Latino Americana 2009 Rio de Janeiro Anais do IX Congresso Iberoamericano de Hist ria da Educa o Latino Americana 2009 v 1 p 1 8 PERES Eliane FACIN Helenara Plaszewski A produ o did tica da professora Nelly Cunha e suas contribui es para o ensino da leitura no Rio Grande do Sul D cadas de 1960 1980 In SCHWARTZ Cleonara PERES Eliane FRADE Isabel Cristina Alves da Silva org Estudos de Hist ria da Alfabetiza o e da Leitura na Escola Textos de CARDOSO Cancionila Janzkoviski et al Vit ria ES EDUFES 2010 p 137 170 PERES Eliane A alfabetiza o vista atrav s de cadernos escolares 1958 2009 Painel Hist ria da alfabetiza o e da cultura escrita perspectivas conceituais e discuss o das fontes In Anais do XV ENDIPE Encontro Nacional de Did tica e Pr tica de Ensino Belo Horizonte UFMG 2010a v 1 p 1 12 PERES Eliane Registros marginais escritas de crian as em cadernos de alfabetiza o Congresso Luso Brasileiro de Hist ria da Educa o S o Luis Maranh o 2010b PERES Eliane DIETRICH Mara Denise Neitzke A cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico uma proposta de alfabetiza o de uma professora ga cha par
97. 1810 1910 Belo Horizonte Aut ntica Editora 2008 239p Hist ria da Educa o BORTONI RICARDO Stella Maris Educa o em l ngua materna a socioling stica na sala de aula S o Paulo P rabola Editorial 2004 111p BOSI Ecl a Mem ria e Sociedade lembran as de velhos S o Paulo Companhia das Letras 1994 488p BRAGGIO Silvia Lucia Bigonjal Leitura e alfabetiza o da concep o mecanicista sociopsicolinguistica Porto Alegre Artes M dicas 1992 102p BRASLAVISKY Berta P de Problemas e m todos no ensino da leitura S o Paulo Melhoramentos e Editora da USP 1971 248p CADERNOS CEDES In http Awww cedes unicamp br cad exemplares htm Acessado em Agosto 2011 CAGLIARI Luiz Carlos Hist ria da Alfabetiza o In Alfabetizando sem o Ba B Bi B Bu S o Paulo Scipione 1999 p 11 34 CALDAS Waldenyr Inicia o m sica popular brasileira 3 ed S o Paulo Editora tica 2000 p 69 73 CAMPOS Dulcin a As pr ticas de alfabetiza o no Esp rito Santo na d cada de 1950 In 32 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o MG 2009 p 1 18 Dispon vel em http www anped org br reunioes 32ra arquivos trabalhos GT10 5664 Int pdf Acessado em Agosto 2011 CARDOSO Cancionila Janzkovski AM NCIO L zara Nanci de Barros Mem rias da trajet ria docente de uma alfabetizadora entrecruzando vozes e tecendo fios In In FRADE Isabe
98. 1999 111p 190 CHARTIER Roger Cultura Escrita Literatura e Hist ria Conversas de Roger Chartier com Carlos Aguirre Jes s Anaya Rosique Daniel Godin e Antonio Saborit Porto Alegre ARTMED Editora 2001 189p CHARTIER Roger beira da fal sia a hist ria entre incertezas e quietudes Porto Alegre RS Editora da UFRGS 2002 277p CHARTIER Roger A hist ria ou a leitura do tempo Belo Horizonte Aut ntica 2009 77p CHOPPIN Alain O historiador e o livro escolar In Hist ria da Educa o ASPHE FaE UFPel Pelotas RS n 11 Abril 2002 p 05 24 CHOPPIN Alain Hist ria dos livros e das edi es did ticas sobre o estado da arte Educa o e Pesquisa S o Paulo v 30 n 3 set dez 2004 p 549 566 CHOPPIN Alain Pref cio In BITTENCOURT Circe Livro Did tico e saber escolar 1810 1910 Belo Horizonte Aut ntica Editora 2008a p 9 12 Cole o Hist ria da Educa o CHOPPIN Alain BUSNELLO Fernanda B tradu o BASTOS Maria Helena Camara revis o Pol ticas dos Livros Escolares no Mundo perspectiva comparativa e hist rica Hist ria da Educa o ASPHE FaE UFPel Pelotas v 12 n 24 Jan Abr 2008b p 9 28 Dispon vel em hittp fae ufpel edu br asphe Acessado em Outubro 2010 CONGRESSO DE LEITURA DO BRASIL COLE In http alb com br homeAcessado em Agosto 201 1 CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O 2000 Rio de Janeiro Anais do Congresso Brasileiro de
99. 2010c 2011a 2011b Frade amp Maciel 2006a 2006b Freitas Tomatis Na poca o estudo n o teve continuidade em raz o da falta de acesso a novas fontes sobre a tem tica Programa Institucional de Bolsas de Inicia o Cient fica do CNPq 5O trabalho A Cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico uma proposta de alfabetiza o de uma professora ga cha para o fim do analfabetismo no pa s D cadas de 1960 70 encontra se no livro organizado por Valdo Barcelos e Helenise Sangoi Antunes Editora EDUNISC Santa Cruz do Sul publicado em 2010 15 Tambara 2003 Cardoso amp Am ncio 2006 Cardoso 2011 Am ncio 2002 dentre outros Em rela o aos estudos realizados com os livros escolares busquei refer ncias em autores como Chartier R 1990 1991 1993 1996 1998 2001 2002 Hallewell 1985 Darnton 1995 Batista 1999 2009 Escolano 2001 Belo 2002 Choppin 2002 2004 2008b De Certeau 2002 Magalh es 2006 Bittencourt 2008 dentre outros Esses autores permitiram compreender que os livros escolares entre eles a cartilha constituem um dos principais instrumentos para a escolariza o dos saberes um material um objeto que est a servi o da aprendizagem da leitura e da escrita Este estudo est organizado em cinco cap tulos precedidos de uma introdu o geral e encerrados com as considera es gerais No primeiro cap tulo dividido em cinco se es apresento um mapeament
100. 3p de Samuel Aureliano da Silva e os alunos n 35 1987 RANGEL Mary Representa o e leitura cr tica do mundo nos livros did ticos n 61 1994 SERPA Luiz Felippe Perret A quest o do livro did tico n 35 1987 SILVA Ezequiel Theodoro da Livro did tico do ritual de passagem ultrapassagem n 69 1996 Revista Brasileira de Educa o Em rela o a Alfabetiza o ALBUQUERQUE Eliana Borges Correia de MORAIS Artur Gomes de FERREIRA Andr a Tereza Brito As pr ticas cotidianas de alfabetiza o o que fazem as professoras n 38 2008 ANDREIS Witkoski S lvia Surdez e preconceito a norma da fala e o mito da leitura da palavra falada n 42 2009 BOTO Carlota A dimens o iluminista da reforma pombalina dos estudos das primeiras letras universidade n 44 2010 CHARTIER Anne Marie Leitura escolar entre pedagogia e sociologia n 0 1995 CHARTIER Anne Marie Alfabetiza o e forma o dos professores da escola prim ria n 8 1998 CHASSOT Attico Alfabetiza o cient fica uma possibilidade para a inclus o social de n 22 2003 DAHER Andr a Escrita e convers o a gram tica tupi e os catecismos bil ng es no Brasil do s culo XV n 8 1998 FASHEH Munir Como erradicar o analfabetismo sem erradicar os analfabetos n 26 2004 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Uma genealogia dos impres
101. 9 de 15 de dezembro de 1967 e implantado em 1969 j que no artigo 1 do par grafo nico da lei anunciava Essas atividades em sua fase inicial atingir o os objetivos em dois per odos sucessivos de 4 quatro anos o primeiro destinado a adolescentes e adultos analfabetos at 30 trinta anos e o segundo aos analfabetos de mais de 30 trinta anos de idade Ap s esses dois per odos a educa o continuada de adultos prosseguir de maneira constante e sem discrimina o et ria A Cartilha Ler a Jato destinava se tanto para crian as quanto a adultos conforme a autora fazia quest o de mencionar e descrever no pr prio material Na d cada de 1960 momento em que foi produzida a Cartilha Ler a Jato Bortoni Ricardo 2004 p 17 destaca que havia 15 815 903 pessoas com mais de quinze anos e que n o eram alfabetizadas no Brasil o que representava 39 da popula o brasileira Neste mesmo per odo a cria o do Movimento Brasileiro de Alfabetiza o Mobral pretendia segundo Freitas amp Biccas 2009 p 249 ser uma resposta do Estado frente aos elevados ndices de analfabetismo da popula o brasileira j que o presidente na poca classificava o caso como vergonha nacional e exigia que o problema fosse erradicado no prazo de dez anos Todavia de acordo com os autores o censo de 1970 ainda indicava a presen a de 17 936 887 pessoas analfabetas acima de quinze anos de idade no Brasil o que corre
102. 976 N o h men o da presen a da professora Gilda Tomatis neste curso Maria L cia Tomatis Entrevista 15 10 2010 revelou ainda que a m e teria sido convidada a participar do programa de televis o da apresentadora Hebe Camargo na TV Record no final da d cada de 1960 para falar justamente sobre a repercuss o que o seu m todo de alfabetiza o e a Cartilha Ler a Jato estavam obtendo E tamb m por ter sido agraciada com a Medalha do Monumento Nacional ao Imigrante recebida em mar o de 1968 das m os do ent o prefeito municipal de Caxias do Sul Hermes Jo o Webber em reconhecimento ao seu trabalho e sua contribui o com sua proposta de alfabetiza o considerada r pida e eficiente N o h contudo outros dados que indiquem a participa o da professora Gilda neste programa de televis o Segundo Napolitano 2010 p 263 os programas televisivos transmitidos at o in cio dos anos 1960 eram ao vivo perdendo se no ato da transmiss o a introdu o do videoteipe come ou a ocorrer em 1962 mas nos primeiros anos dessa nova tecnologia pouco material gravado foi preservado pois as fitas eram constantemente reutilizadas para gravar outros programas Na virada da d cada de 1960 para 1970 sucessivos inc ndios em televis es Record Bandeirantes destru ram boa parte do acervo em v deos das emissoras Al m da Medalha do Monumento Nacional ao Imigrante a professora tamb m recebeu um
103. A ind stria de livros a materialidade do impresso e o campo educacional Reflex es sobre a organiza o do acervo hist rico da companhia Editora Nacional TREVISAN Thabatha Aline A Pedagogia por meio da Pedagogia teoria e pr tica 1954 de Ant nio D vila VEIGA Maria Aparecida Junqueira de Pr ticas de representa o as vis es de inf ncia em manuais para o ensino das primeiras letras ZUIN Elenice de Souza Lodron As quatro opera es fundamentais na Arithmetica racionada de Pedro D Alc ntara Lisboa publicada em 1863 IV Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Em rela o a Alfabetiza o MELLO M rcia Cristina de Oliveira Discursos sobre alfabetiza o no boletim Escola Portuguesa Lisboa 1934 1943 MORAES Andr ia Dem trio Jorge SANTOS S nia Maria dos Hist ria profiss o docente e alfabetiza o SOUZA Terezinha Fernandes Martins de AM NCIO L zara Nanci de Barros Escolas rurais e alfabetiza o em Mato Grosso aspectos de uma trajet ria nas d cadas de 1930 1940 XAVIER Ana Paula da Silva Mapas escolares possibilidades de an lise do ensino da leitura e da escrita no s culo XIX em Mato Grosso XAVIER Ana Paula da Silva S Nicanor Palhares Um olhar sobre a leitura e a escrita na cultura escolar de Mato Grosso 1837 1889 Em rela o a Livros Did ticos ADORNO Soraya Mendes Leituras escolanovistas para
104. Cleomar Zilli Passo Fundo Grupo Escolar Jorge Lacerda Nedda L Pozzi Torres Grupo Escolar Jorge Lacerda Terezinha Brognol Torres Grupo Escolar Luiz Cam es Solange Vargas Gravata Grupo Escolar Padre R us Lahyr Colombro Santo Ant nio da Patrulha Grupo Escolar Parque Bras lia Elo sa Prestes Cachoerinha Grupo Escolar 7 Setembro Vera Roig Camaqu Grupo Escolar 7 Setembro Edy Steimake Camaqu Grupo Escolar 7 Setembro Li ge M da Silva Camaqu Grupo Escolar Souza Lobo Eunice Scheinert Porto Alegre Grupo Escolar Tupanciret Elsa Genro de Sales Tupanciret Catarina P amoline Tramanda Sem identifica o da escola Nota se que nas cidades de Camaqu Porto Alegre e Torres mais de uma escola ou grupo escolar teria adotado a Cartilha Ler a Jato al m de outras escolas nas cidades de Victor Graeff Jaguar o Mato Leit o em Ven ncio Aires S o Luiz Gonzaga Canoas Veran polis Gua ba Passo Fundo Gravata Santo Ant nio da Patrulha Cachoeirinha Se considerarmos esses dados pode se inferir que o material da professora chegou a circular em boa parte do Estado do Rio Grande do Sul Tamb m na contracapa dos LPs a autora ainda exp e sua opini o em rela o ao parecer emitido pela SEC RS como j foi mencionado anteriormente no item que trata sobre a Cartilha Ler a Jato Ainda apresenta de forma breve a lista com os vinte e quatro itens abordados nos discos
105. E Isabel Cristina Alves da Silva LANA Priscila Maria de Imagens e livros escolares denominados Cartilhas MARTINS Cl udia Regina Kauka Livros did ticos e ensino de hist ria nos anos setenta mem rias de professores 213 OLIVEIRA Maria de Lourdes Barreto de A instru o p blica entre aplausos e cr ticas na primeira metade do novecentos na Para ba Discursos e comp ndios did ticos PINA Maria Cristina Dantas A escravid o no livro did tico de hist ria problematizando momentos da hist ria da educa o brasileira no s culo XIX RODRIGUES Andr Coura O ensino de hist ria na primeira Rep blica Manuais did ticos e a Reforma Jo o Pinheiro 1906 SCHMIDT Maria Auxiliadora A constru o do c digo disciplinar da hist ria professores produzindo manuais de did tica e metodologia do ensino no Brasil 1960 1970 SILVA Viviam Batista da CORREIA Ant nio Carlos Luz Os manuais pedag gicos e o discurso da forma o de professores saberes em viagem permanente SIQUEIRA Cleila de F tima Uma abordagem de saudade 1919 de Thales Castanho de Andrade e sua rela o com a leitura escolar SOUZA Cristiane Vit rio de Educa o e Na o um estudo preliminar das leituras pedag gicas na Biblioteca de S lvio Romero 1851 1914 TEIXEIRA Giselle Baptista Livros escolares no s culo XIX a presen a de Pestalozzi TOLEDO Maria Rita de Almeida
106. Educa o no Timor Leste e os seus distintos Processos de Alfabetiza o n 18 2005 TAMBARA Elomar A leitura escolar como constru o ideol gica o caso na lenda do Negrinho do Pastoreio 1857 1906 n 17 2005 WARDE Mirian Jorge PANIZZOLO CLAUDIA As fontes do m todo anal tico de leitura de Jo o K pke 1896 1917 n 30 2010 WERLE Fl via Obino Corr a Forma o de professores para o ensino de primeiras letras na zona rural Brasil final do s culo XIX n 24 2008 Revista Educa o amp Sociedade Em rela o a Alfabetiza o ALVES Nilda O conte do e o m todo nos livros did ticos de 1 a 4 s rie do 1 grau n 27 s d FERRARO Alceu Ravanello Analfabetismo e n veis de letramento no Brasil o que dizem os censos n 81 2002 FREIRE Paulo Alfabetiza o de Adultos ela um Que fazer Neutro n 1 set 1978 FUCHS Elisa Alfabetiza o desenvolvimento de potencialidades ou refor o da marginalidade n 49 1994 GALVAO Ana Maria de Oliveira Oralidade mem ria e a media o do outro pr ticas de letramento entre sujeitos com baixos n veis de escolariza o o caso do cordel 1930 1950 n 81 2002 GONTIJO Cl udia Maria Mendes LEITE S rgio Ant nio da Silva A escrita como recurso mnem nico na fase inicial de alfabetiza o escolar uma an lise hist rico cultural n 78 2002 GONTIJO Cl udia Maria Mendes
107. HA LER A JATO 1986 p 27 125 Na reportagem do Jornal do Brasil de 10 de maio de 1968 a professora Gilda Tomatis afirma que para o adulto o estimulo outro O professor tem de mostrar como bom ler jornal poder escrever cartas ter menos dificuldade econ mica e todas as vantagens da alfabetiza o JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 A autora destaca ainda no Guia do Professor que o processo da leitura se desenvolve paralelo ao da escrita TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 Acreditava que pela pr tica pela utiliza o do material e pela aplica o da t cnica proposta por ela o professor poderia constatar que a aprendizagem da escrita seria muito r pida bem como a da leitura acompanhada de um m nimo de exerc cios TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 Segundo a autora o aluno que dominasse a leitura da palavra b sica e das s labas introduzidas pela mesma estaria capacitado a escrever qualquer palavra com essa consoante devido a rela o estabelecida entre o som e a posi o da boca para pronunci lo TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 Para o caso das crian as recomendava o uso do desenho livre e ilustrativo pois considerava que essa atividade proporcionaria melhores condi es para a escrita TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 No entanto sugeria que at que o aluno pudesse a vencer o programa de 1 ano
108. HORAS s d V V V V V V V A V V V V Sobre essa atividade de estudo dos grupos consonantais o Parecer N 392 68 emitido pelo CPOE sobre a Cartilha Ler a Jato considerava N o correspondem consecu o da finalidade visada O processo n o conduz indu o dos referidos grupos n o se trata de revis o s o duas aprendizagens distintas a de um grupo consonantal e de uma consoante simples s o duas ou mais consoantes que num voc bulo se pronunciam em seguimento imediato e s o insepar veis RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER N 392 68 p 9 Algumas palavras apresentadas na li o n o parecem ser usuais comuns ao vocabul rio dos alunos tais como gleba glut o glifo drupa drilo Nota se que o n mero de li es apresentadas na Cartilha Ler a Jato corresponde a vinte e quatro aulas enquanto que nos LPs em raz o de a professora integrar duas li es para trabalhar com letras que se assemelham em termos f nicos a apresenta o da numera o das li es foi alterada diminuindo o n mero de li es No final do quarto LP ainda h algumas recomenda es aos aprendizes com rela o leitura indicando o que deveriam come ar a ler a partir daquele momento fazendo coment rios sobre as indica es e t tulos propostos e finaliza a grava o com a seguinte mensagem N o abandonem a sua grande amiga a cartilha Ler a Jato talve
109. LE e organizado em quatro partes o livro apresenta nas primeiras tr s partes diferentes pesquisas sobre a hist ria da alfabetiza o com foco direcionado especificamente para as cartilhas escolares produzidas nos tr s estados MG RS MT Na quarta parte o livro traz um repert rio geral de cartilhas dispon veis em diferentes acervos regionais Com apresenta o de Magda Soares o livro apresenta nove estudos de Cartilhas Escolares ide rios pr ticas pedag gicas e editoriais constru o de repert rios anal ticos e de conhecimento sobre a hist ria da alfabetiza o e das cartilhas MG RS MT 1870 1996 23 autoria de Isabel Cristina Alves da Silva Frade Francisca Izabel Pereira Maciel Eliane Peres L zara Nanci de Barros Am ncio e Cancionila Janzkovski Cardoso Na obra Ensino de Leitura e Grupos Escolares Mato Grosso 1910 1930 L zara Nanci de Barros Am ncio apresenta os resultados de estudos da sua tese de doutorado realizado pela UNESP de Mar lia em 2000 e publicado em 2008 tamb m pela EDUFMT Neste livro Am ncio faz uma an lise rigorosa sobre o ensino de leitura nas escolas prim rias na Primeira Rep blica recuperando a trajet ria da escolariza o e da alfabetiza o da inf ncia mato grossense com refor o nas pr ticas discursivas institucionais nos m todos de ensino de leitura na circula o e uso de in meras cartilhas e com os tortuosos caminhos que marcaram a implanta o da esc
110. MANN 1997 Esse parece ser um processo din mico e leg timo pelo qual a mem ria se organiza gerando sentido e significado ao indiv duo que esta construindo a sua identidade E essa pr tica arbitr ria de arquivamento tanto pode ser feita pelo pr prio indiv duo ao longo de sua vida medida que adiciona e subtrai elementos a esse arquivo ou quando essa fun o passa a ser delegada a algu m um familiar um amigo ou a um auxiliar por exemplo HEYMANN 1997 Heymann 1997 p 46 em rela o quest o destaca que determinadas indaga es um tanto raras poderiam revelar as arbitrariedades e vicissitudes a que est o submetidos os conjuntos documentais quando de sua constitui o Entre elas poder amos destacar a quest o de saber quem efetivamente construiu determinado arquivo e que peso relativo tiveram o titular e seus auxiliares no estabelecimento de crit rios norteadores do processo de acumula o quais os acidentes de percurso que podem ter atuado na delimita o do arquivo na sua forma final intemp ries perdas ocasionadas em mudan as relativa nfase ou distra o no ato de 45 acumular em diferentes momentos e por que tipo de triagem os documentos passaram antes de sair das m os de seus titulares ou herdeiros e passar para a esfera p blica As interfer ncias nos materiais quando submetidos responsabilidade de terceiros inevitavelmente acabam por contribuir para redu o do universo de documen
111. NEITZKE DIETRICH Pelotas mar o de 2012 Faixas Extras Faixa 14 Vinheta 1 Abertura do LPs Faixa 15 Vinheta 2 Intervalo das li es dos Lps q DERA A OR x o E RS BRAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE EDUCA O PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O MESTRADO EM EDUCA O MARA DENISE NEITZKE DIETRICH Pelotas mar o de 2012 228 ANEXO B Jornal Correio Brasiliense 22 02 1968 CORRFIO BRAZILIENSE Bras lia quinta feira 22 de fevereiro de 1968 Alfabetiza o ser feita em poucas horas Novo processo de alfabetiza o faz com que crian as e adul tos normais aprendam a ler num espa o de 10 a 15 horas enquanto excepcionais at os considerados incapazes de aprender a ler podem faz lo em c rca de 30 horas se gundo declarou ao CORREIO BRAZILIENSE a profess ra Gilda de Freitas Tomatis autora do m todo e que se acha em Bras lia para uma demonstra o O processo fon tico articular relacionando se com uma palavra b sica que introduz os fonemas e foi lan ado em mar o de 1967 em P rto Alegre com aceita o pela maioria das escolas pri m rias originando a edi o de uma cartilha Ler a Jato de sua autoria DEMONSTRA O A profess ra Gilda iniciar s 20 horas de hoje na Escola Parque demonstra o de seu processo que considera de grande simplicidade atrav s de palestras para profess res da r de escolar do DF em vista d
112. O primeiro convite para ir a Bras lia foi em 23 de fevereiro de 1968 quando a professora esteve na capital do pa s a convite do Secret rio da Educa o Sr Iv Luiz para divulga o da Cartilha Ler a Jato momento em que fez uma demonstra o p blica e pr tica sobre a aplica o do m todo fon tico articular na Escola Parque e noite na Igreja Metodista da Asa Sul na Av L 2 JORNAL CORREIO BRASILIENSE 23 02 1968 As fontes evidenciam tamb m que tanto escolas ligadas s igrejas metodistas e as igrejas cat licas interessavam se pelo m todo Nessa poca todos procuravam se envolver numa nica campanha a Campanha Nacional de 106 Alfabetiza o JORNAL CORREIO BRASILIENSE 23 02 1968a e JORNAL CORREIO DO POVO 06 04 1968 Esses dados foram confirmados pela filha da autora que declarou que mesmo ap s o falecimento da m e integrantes da igreja metodista a procuravam para adquirir a Cartilha Ler a Jato e sempre em grande quantidade para serem utilizadas na alfabetiza o de pessoas que frequentavam a institui o TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 O jornalista do Jornal do Brasil destacou em sua reportagem do dia 10 de maio de 1968 que embora a professora Gilda Tomatis n o tivesse recebido qualquer tipo de apoio oficial at aquele momento ela teria ficado sabendo no ano anterior em 1967 quando havia estado no Rio de Janeiro que o Superintendente do Ensino Prim rio do Minist r
113. OS DA PROFESSORA E AUTORA GILDA DE FREITAS TOMATIS Guardou para se guardar para nos guardar do esquecimento MIGNOT 2000 p 139 Neste cap tulo apresento alguns fragmentos que comp em a vida a forma o e a trajet ria especialmente a docente da professora Gilda de Freitas Tomatis autora do material em an lise neste estudo Compor essa hist ria foi poss vel porque para al m dos materiais que eu j havia localizado em acervos e sebos a filha da professora disponibilizou me importantes documentos guardados e conservados por ela durante um bom tempo Esses documentos testemunharam tanto os momentos importantes e significativos da vida pessoal e familiar quanto a vida profissional da professora Gilda Ao olhar para eles organizados e guardados a partir de uma l gica importante analis los e decifr los com cuidado pois a guarda do papel a guarda da vida contida no papel MIGNOT 2010 p 21 Cabe destacar que fatos e acontecimentos neles registrados inscrevem marcas segundo Felgueiras 2005 p 89 no espa o f sico social cultural bem como na corporeidade e nas consci ncias individuais Para Arti res 1998 a guarda dos documentos tamb m significa o arquivamento da pr pria vida como anteriormente referido O autor destaca que arquivar a pr pria vida se p r no espelho contrapor imagem social a imagem ntima de si pr prio e nesse sentido o arquivamento do eu uma pr t
114. REIRA K nia Hilda Livros did ticos como fontes para a hist ria da educa o um mapeamento da produ o acad mica NOBREGA Alessandra Fernandes ALBUQUERQUE Maria Adailza Martins Tem ticas e narrativas sobre o nordeste contidas nos livros did ticos de hist ria OLIVEIRA Alexandre Souza de Os livros did ticos de matem tica como fonte de pesquisa similaridades e diferen as dentro de uma contexto hist rico cultural 219 OLIVEIRA Alexandre Souza de Linguagens e Imagens o uso das hist rias em quadrinhos nos livros did ticos publicados pelo Gruema na d cada de 1970 uma contribui o para o ensino de matem tica OLIVEIRA Fernando Rodrigues de Considera es sobre autores de manuais de ensino de literatura infantil no Brasil 1923 1991 PASQUIM Franciele Ruiz O ensino da leitura em cartilha infantil pelo methodo analytico 1909 de C A G Cardim 1875 1938 PORTELA Mariliza Simonete A produ o dos livros de matem tica moderna do NEDEM para o ensino prim rio na d cada de 1970 RAZZINI M rcia de Paulo Greg rio Antonio Firmino de Proen a e a produ o de cartilhas e livros de leitura em S o Paulo no inicio do s culo XX RAZZINI M rcia de Paula Greg rio Leitura na biblioteca escolar e produ o editorial em S o Paulo nas primeiras d cadas do s culo XX ROBALHO Roberlayne de Oliveira Borges Livros de Hist ria da Educa o da cole o a
115. STA DE ENSINO Jun 1960 n 69 v 9 Ci ncias Naturais Boletim Informativo N 1 Comunicados do CPOE REVISTA DE ENSINO Mar 1961 n 74 Programa de Ci ncias Naturais REVISTA DE ENSINO Ago 1962 n 86 v 11 71 Esses textos por ela produzidos revelam que atuou especificamente na sua rea de forma o ou seja na rea das Ci ncias Naturais Em sua ficha profissional fornecida pelo Col gio Estadual J lio de Castilhos datado de 27 de abril de 1965 constam ainda os registros de que foi aprovada em concurso p blico estadual tomando posse e passando a lecionar em car ter de est gio probat rio na referida escola Nessa institui o foi professora de Ensino M dio da disciplina de Ci ncias F sicas e Biol gicas tendo sido efetivada no cargo 24 de dezembro de 1965 No documento composto por duas folhas encontram se registrados al m de dados profissionais algumas informa es de car ter mais pessoal como filia o endere o RG CPF estado civil cursos solicita es de licen as faltas aposentadorias uma foto em preto e branco al m de dados sobre outros cursos realizados sem especifica o do ano de conclus o Esses cursos constantes na ficha s o os seguintes Curso de Normalista de Administra o e Orienta o Escolar al m de diversos outros cursos de extens o relativos disciplina que lecionava Numa inscri o a l pis consta que al m de T cnica em Educa o Gilda Tomatis tamb m e
116. a Comiss o de Educa o da C mara dos Deputados para fazer nova explana o aos interessados em seu processo de alfabetiza o como consta na carta enviada pela 107 professora ao Ministro da Educa o Chiarelli datada de 27 de abril de 1990 A reportagem do Jornal do Brasil de 10 de maio de 1968 menciona Os t cnicos do Conselho Nacional de Educa o inclusive mostraram se inclinados a aplicar o m todo mais r pido introduzido pela cartilha Ler a Jato desdobrando depois as aulas de conhecimentos gerais para os alunos j alfabetizados JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 Nesse encontro com os deputados e a Comiss o de Educa o a professora Gilda Tomatis teria recebido a sugest o de realizar um levantamento estat stico sobre os resultados obtidos at ent o na alfabetiza o de crian as e adultos com a Cartilha Ler a Jato Os resultados dessa pesquisa deveriam ter sido enviados pela autora ao deputado Brito Velho e Comiss o de Educa o entretanto a professora Gilda declarou na carta que embora tenha realizado o estudo tendo para isso contado inclusive com o apoio de alguns prefeitos municipais e seus respectivos rg os t cnicos e professores alfabetizadores n o chegou a encaminhar os resultados a eles porque o deputado Brito Velho j havia se afastado do cargo na poca CARTA ENVIADA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 ANEXO 2 p 2 A filha da autora inclusive disponibilizou a c pia da carta e da ficha
117. a com este material de autoinstru o qualquer pessoa poderia se alfabetizar sem a presen a do professor e em qualquer lugar Assim pode se dizer que entre os anos de 1967 e 1976 houve um intenso investimento e movimento por parte da professora Gilda na produ o e divulga o de materiais de alfabetiza o criados principalmente para colaborar com a campanha de erradica o do analfabetismo no pa s Entre o per odo de 1976 e 1990 a autora reduziu seu ritmo de trabalho em virtude da idade e de problemas de sa de como pode ser percebido atrav s das fontes de pesquisa e do depoimento da filha da professora A cria o e a produ o da Cartilha Ler a Jato e do M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas representam o esfor o e a tentativa de legitima o de uma concep o de alfabetiza o arduamente defendida pela professora Gilda que sempre acreditou nas suas convic es e se engajou na luta contra o analfabetismo A professora defendeu seus ideais de alfabetiza o embora tendo sido oficialmente e por forma o uma professora de Ci ncias Naturais Para finalizar este trabalho destaco ainda dois aspectos primeiro considero que o prop sito principal deste estudo foi cumprido qual seja registrar no campo da hist ria da alfabetiza o a trajet ria e a produ o did tica de uma professora ga cha apresentando e analisando os materiais produzidos por ela para o ensino da leitura e da escr
118. a mas v rias fun es dentro deste circuito como de autora editora agente livreiro e divulgadora DARNTON 1995 Tamb m se faz necess rio considerar os limites que a pesquisa muitas vezes imp e ao pesquisador em raz o da escassez de fontes ou da dificuldade de acess las e localiz las por in meros fatores como por exemplo por serem muito antigos e por isso serem facilmente descartados pelos familiares falta de espa o para guardar e preservar este material por desconhecimento diante dos estudos que s o produzidos a partir destas fontes dentre outras quest es Sobre essa quest o Belo 2002 p 94 95 menciona Desprestigiados socialmente os livros e os textos usados na escola s o fr geis e rapidamente estragam ou desatualizam Eles s o muitas vezes manuseados por v rios utilizadores e vivem ao ritmo dos semestres escolares Eles podem ser alvos das mais diversificadas apropria es nem sempre intelectuais para al m de lidos e consultados esses textos s o recortados sublinhados pintados ou completados de diversas maneiras pelos seus utilizadores Para Batista 1999 p 529 o livro did tico um livro ef mero que se desatualiza com muita velocidade O autor afirma que o livro did tico raramente relido pouco se retorna a ele para buscar dados ou informa es e por isso poucas vezes s o conservados nas prateleiras de bibliotecas pessoais ou de institui es BATISTA 1999 p 529 Chop
119. a na Cartilha Ler a Jato na parte direcionada ao Guia do Professor a professora Gilda recomendava que para que o aluno mantivesse uma caligrafia leg vel letra bonita seria aconselh vel que durante a alfabetiza o as letras sem haste ocupassem todo o espa o entre duas linhas do caderno de linhas simples e dois espa os quando apresentarem haste TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 Seguindo o seguinte exemplo Figura 19 Reprodu o da Grafia das letras da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 Fonte Acervo privado da pesquisadora Para atender o aspecto da caligrafia o Guia recomendava ainda que sempre que professor fosse apresentar uma palavra b sica este deveria escrever a palavra e as s labas com a nova consoante no caderno do aluno para que ele as copiasse Esse exerc cio do treino de repetir letras s labas palavras e frase copiando as poderia permitir aquilo que conforme Bastos e Stephanou 2008 em seu estudo sobre caligrafia depois de adquiridas as compet ncias gr ficas uma apropria o diferencial de seu uso e suas formas podendo mesmo levar a cria o de estilos singulares inspiradores de novos modos de grafar apesar e para al m das t cnicas r gidas do dispositivo escolar BASTOS amp STEPHANOU 2008 p 22 Contudo a Gilda Tomatis destaca no Guia o seguinte Embora pare a n o ser uma perda de tempo Pelo contr rio o professor estar evitando que o
120. a 20 Reprodu o da Caixa com os LPs Alfabetiza o em 15 Horas s d Fonte Acervo privado da pesquisadora Na parte inferior da caixa est o as informa es referentes autora editora endere o e telefones de contato bem como da gravadora al m dos registros referentes ao Cadastro Geral de Contribuintes CGC das empresas em quest o e a identifica o de alguns nomes de profissionais da rea fonogr fica que auxiliaram na grava o do material como Osni C Lima respons vel pela t cnica e equaliza o Artur J M Pereira respons vel pela supervis o e montagem e Lorival A Costa com sua coopera o especial Informa es pertinentes podem ser visualizadas na imagem ampliada abaixo EDIT RA TOMATIS GILDA DE FREITAS TOMATIS Rua Jer nimo Coelho 44 Conj 801 Telef 24 98 28 P rto Alegre R G do Sul Pref 96 inscr 21 108 Cc G C 92 874 239 GRAVADO NOS Est dios ARTEC SOM de PEREIRA amp LIMA LTDA P Alegre e Curitiba GALERIA ROS RIO CONJUNTO 1008 P RTO ALEGRE R GS C G C 92 935 221 001 T cnica e Equaliza o OSNI C LIMA Supervis o e Montagem ARTUR J M PEREIRA Coopera o Especial LORIVAL A COSTA Figura 21 Informa es sobre a Editora Tomatis e a Artc Som Segundo Batista 1999 p 536 com rela o s cartilhas utilizadas no Brasil entre as d cadas de 1940 e 1970 elas vinham acompanhadas de folhas fichas cartazes cadernos de exerc
121. a Guidio Alves de SOUZA Rosa F tima de As faces do livro de leitura 2000 n 52 OBSERVA O nas demais edi es foram encontradas mais tr s publica es isoladas como MOYS S L cia Maria M amp AQUINO L a Maria G T de AQUINO As caracter sticas do livro did tico e os alunos ROCHA Heloisa Beatriz S Livros did ticos de portugu s an lise de uma cole o RODRIGUES L dice Fr es GARCIA Regina Leite Ao livro did tico nos cursos de forma o de professores resultados quest es e perspectivas de uma pesquisa Revista Em Aberto Em rela o a Alfabetiza o ARENA Dagoberto Buim Do instrutor ao alfabetizador leitor o caminho hist rico e o horizonte poss vel n 52 1991 VILA Ivany Souza PINTO Jaqueline Moll A produ o escrita no in cio da escolaridade em busca da compreens o do processo de tornar se escritor produtor de significados n 52 1991 BATISTA Ant nio A G Sobre a leitura notas para a constru o de uma concep o de leitura de interesse pedag gico n 52 1991 RAUBER Adriana ZEM Maria Isabel Habckost Dalla Ler e escrever hist rias significados e maneiras de dizer n 52 1991 ROCCO Maria Thereza Fraga Leitura e escrita na escola algumas propostas n 69 1996 SILVEIRA Rosa Maria Hessel Leitura e produ o textual novas id ias numa velha escola n 52 1991 ZILBERMAN Regina
122. a forma o de normalistas AM NCIO L zara Nanci de Barros CARDOSO Cancionila Janzkovski Livros de leitura e cartilhas na escola prim ria em Mato Grosso uma an lise a partir do papel do Conselho Superior da instru o publica 1915 1927 BUFREM Leilah Santiago MAGNERE Mikie Alexandra Okumura Manuais destinados forma o de professores no Brasil Base Manbras CARVALHO Marta Chagas de A caixa de utens lios e o tratado modelos pedag gicos manuais de pedagogia e pr ticas de leitura de professores 214 CUNHA Maria Teresa Santos Assim nas p ginas como nas margens marcas do ler em livros escolares do acervo do museu da escola catarinense d cadas de 20 a 70 do s culo XX FREITAS Anamaria Gon alves Bueno de NASCIMENTO Jorge Carvalho do As madres da historiografia educacional o manual de Peeters e Cooman GUSM O Emery Jo o Ribeiro autor de livros did ticos de hist ria e de l ngua portuguesa LOPIS Rosana As leituras de Jos Ver ssimo Dias de Mattos LUCIANO F bia Lili Os modelos pedag gicos nos impressos adotados na escola p blica catarinense do s culo XIX M SCULO Jos C ssio Professores alunos e livros did ticos nas correspond ncias da Editora Companhia Nacional MORAIS Maria Arisnete C mara de Reflex es s minhas alunas um manual de conduta NASCIMENTO Ester Fraga Vilas B as Carvalho do A pedagogia dos ca
123. a lua h um desenho digam o seu nome V M bola V P G Leiam o nome desse desenho que est ai ao lado V M bola V P G Observem a primeira letra da palavra bola Em primeiro lugar h um pauzinho uma haste que representa a perna de um jogador de futebol e que pode ser a perna do Rei Pel Na frente da perna em cima do p est a bola pronta para o chute Assim a letra da bola representa a perna com a bola na frente N o esque am a bola na frente Vamos conversar para descobrir o jeito da boca para ler a letra da bola Voc s v o dizer a palavra bola bem alto com as m os encostadas nas faces V P G Agora voc s v o copiar o que est nessa linha Come a com a letra da bola Ponham o l pis duas linhas acima da linha marcada com o pontinho v o descendo at encostar na linha do pontinho Sem levantar o l pis fa am bola na frente N o esque am de acompanhar com a boca o que a m o est escrevendo Enquanto As dicas de escrita e emiss o dos sons das letras est o dispon veis na faixa 6 do CD A 3 li o na integra est dispon vel na faixa 7 do CD 151 n o terminarem de escrever a letra da bola n o desfa am a bola que fizeram com a boca Podem come ar V M baaa beee biii booo buuu V P G Peguem o l pis e o bloco para fazer ditado Voc s v o escrever s labas que iniciam com a letra da bola min scula a perna e a bola na frente Como voc s j est o sab
124. a o fim do analfabetismo no pa s D cadas de 1960 70 In BARCELOS Valdo SANGOI Helenise Antunes org Alfabetiza o letramento e leitura territ rios formativos 1 Ed Santa Cruz do Sul RS EDUNISC 2010 p 50 68 PERES Eliane DIETRICH Mara Denise Neitzke BARUM Sylvia Tavares Lindo Express es e frases de incentivo feitas por professoras alfabetizadoras em cadernos escolares anos de 1940 2000 In VI Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Vit ria ES UFES 2011 p 1 10 POLLAK Michael Mem ria e Identidade Social Estudos Hist ricos Rio de Janeiro vol 5 n 10 1992 p 200 212 200 PORTO Gilceane Caetano Divulga o e utiliza o do M todo Global de Contos no Instituto de Educa o Assis Brasil 1940 1970 2005 143f Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s gradua o em Educa o Universidade Federal Pelotas Pelotas RS PORTO Gilceane Caetano PERES Eliane Concep es e pr ticas de alfabetiza o o que revelam cadernos escolares de crian as In 32 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG 2009 p 1 18 Dispon vel em http www anped org br reunioes 32ra arquivos trabalhos GT 10 5894 Int pdf Acessado em Agosto 2011 QUEIROZ Maria Isaura Pereira de Relatos Orais do Indiz vel ao Diz vel In VON SIMSON Olga R de Moraes org Experimentos com Hist ria de vida It lia Brasi
125. a refer ncia comemora o de anivers rios a autora se utiliza desse recuso para comemorar segundo ela a conclus o de uma etapa do aprendizado da leitura e da escrita atrav s da Cartilha Ler a Jato A produ o desses LPs est de acordo com o contexto dos anos 60 e 70 no Brasil Desde os anos 50 contudo o Sistema de R dioeducativa Nacional SIRENA por exemplo tinha o objetivo de aliar se Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos realizada pelo MEC para contribuir com experi ncias eficazes para a educa o do pa s Segundo Souza C 2006 p 250 a iniciativa da cria o do sistema educativo de radio alinhavasse com aos planos elaborados pelo Ministro da Educa o Cl vis Salgado orientado pelo lema educa o para o desenvolvimento do governo de Juscelino Kubitscheck Para o diretor geral do Departamento Nacional de Educa o Menegale 1960 p 3 a Radiocartilha era uma contribui o importante ao esfor o que por meio do r dio se empreende em favor da educa o popular Ressaltando ainda que com as aulas de alfabetiza o foi iniciado o programa de educa o fundamental pelo r dio elaborado e gravado em discos pelo Sistema Radioeducativo Nacional SIRENA que o Minist rio da Educa o e Cultura criou em 1957 As li es desse curso acompanhavam o texto do Guia de Leitura da Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos do mesmo Minist rio encarrega
126. a seu livro a organiza o por Silaba o o autor Felisberto de Carvalho faz men o ao phonico em 1880 relacionando o ao que se denominava moderna soletra o ou f nico Denominava se de moderna soletra o nos manuais dos livros de alfabetiza o e nos discursos pedag gicos o progresso que se fez em nomear as letras do alfabeto mais pr ximas o poss vel da emiss o 60 sonora um exemplo seria o progresso da nomea o de efe para f Esta mudan a de nomea o mostra uma aproxima o com as rela es entre o que enunciado e a representa o gr fica De acordo com Rizzo 1986 p 7 o m todo f nico passou a ser adotado no lugar do alfab tico na tentativa de superar a grande dificuldade existente naquela perspectiva de ensino por causa da diferen a entre o nome e o som da letra Quer dizer primeiramente s o ensinados os sons das vogais fazendo se de forma simult nea o ensino da forma da letra e a maneira correta de pronunci la RIZZO 1986 p 8 A autora evidencia que existe um processo intenso de repeti o treino e memoriza o por parte da aplica o do m todo at que o aluno consiga estabelecer combina es entre as vogais consoantes s labas palavras o aluno as pronuncie de forma autom tica RIZZO 1986 Frade 2007 p 23 complementa afirmando que Depois ensinam se as consoantes estabelecendo entre elas rela es cada vez mais complexas Cada letra grafema aprendi
127. abetiza o CALDAS 2000 p 70 Assim imersos na atmosfera de como o e exalta o nacional cada brasileiro se sentia influenciado de alguma forma produzindo algum tipo de material criativo que pudesse ser utilizado nas campanhas apresentando se como volunt rio ou at mesmo como mencionou Caldas 2000 p 70 colaborando colocando em neste estudo Ressalto que as li es apresentadas nos LPs pela professora Gilda n o s o divididas por faixas 8 As vinhetas est o dispon veis nas faixas 14 e 15 do CD no t pico Extras Dispon vel na faixa 12 do CD que se encontra em anexo neste estudo 142 pr tica o que o governo propagava na ocasi o Quem conhece um analfabeto deveria lev lo ao Mobral ou assumir a responsabilidade de alfabetiz lo O autor revela ainda que a m sica dos compositores Dom e Ravel Eu te amo meu Brasi que refletia o autoelogio aspecto caracter stico dos regimes autorit rios ficou t o conhecida que foi utilizada pelas ag ncias de publicidade respons veis pela imagem do governo e a partir dela criaram o slogan Ningu m segura este pa s CALDAS 2000 p 70 A m sica utilizada pela professora Gilda em seus LPs enquadra se nesse contexto No entanto al m das vinhetas outros recursos musicais foram utilizados pela autora na grava o dos seus LPs Em algumas atividades por exemplo a professora solicita que os alunos cantarolem com ela as vogais ou as s labas de
128. afirma es da autora conforme podemos constatar a seguir Alfabetiza o n o portanto segundo depreende se das palavras da autora uma finalidade por si pr pria mas um meio para aquisi o daquelas habilidades fundamentais atrav s das quais a educa o pode se desenvolver e crescer como um processo continuo e auto renovardor RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 8 Nesse sentido observou se que antes da divulga o do Parecer da SEC RS no qual consta a cita o acima a professora Gilda vinha afirmando em algumas reportagens que a proposta de alfabetiza o criada por ela era um m todo de alfabetiza o de grande simplicidade e genuinamente brasileiro que havia surgido de forma espont nea nem merecia ser classifica o de m todo JORNAL FOLHA DA TARDE 27 12 1966 JORNAL CORREIO BRASILIENSE 22 02 1968 e 23 02 1968 Ap s era um sistema t o simples de alfabetiza o que 101 essa declara o feita por escrito registrado pelo setor t cnico da SEC RS no parecer N 392 68 a professora parece ter reavaliado a forma de se expressar em rela o cria o do seu m todo de alfabetiza o j que depois da emiss o desse parecer da SEC RS n o se identificou mais nas reportagens declara es dessa natureza ao contr rio a autora da Cartilha Ler a Jato passou a mencionar a cria o da cartilha e do m todo fon tico
129. ais complexa Este recurso visa habituar o aluno a extrair o conte do significativo da palavra lida e superar uma defici ncia ainda comum no m todo Para Am ncio 2002 p 39 a estrutura desse tipo de hist rias n o permite o desenvolvimento pleno de personagens tramas e temas Sobre as atividades e exerc cios propostos pela Cartilha Ler a Jato o parecer minuciosamente destacou Fixar a aprendizagem significa torn la permanente duradoura atrav s de atividades sistem ticas de aplica o ou utiliza o do que foi aprendido S o necess rios portanto atividades ou exerc cios de fixa o em que as crian as reajam integralmente adquirindo o dom nio especifico de uma t cnica de trabalho Enquadram se nesse conceito os exerc cios de leitura incidental sugeridos p gina 30 e os de complementa o de palavras registradas na p g 32 alias os nicos aconselhados no livro RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 6 Segundo Cardoso 2011 p 184 tradicionalmente as cartilhas de alfabetiza o propunham um trabalho com linguagem voltado mais para os seus aspectos de forma do que de conte do Nesse sentido a autora destaca ainda que e apenas do ponto de vista de processos que se d o ao longo do tempo a alfabetiza o se constitui pr requisito fundamental ao ensino do Portugu s e portanto um processo instrumental O uso desses termos n o si
130. al esse material est inserido culturalmente Condizente com a proposta de Frade amp Maciel 2006b os tr s quadros anteriormente apresentados demonstram a diversidade de fontes encontradas para a realiza o deste estudo dentre eles as fontes audiofonogr ficas que tamb m v m ganhando um significativo espa o na pesquisa hist rica ao serem vistas pelos historiadores como fontes desafiadoras de estudo que comp em um corpus documental privilegiado de pesquisa por m ainda muito negligenciado NAPOLITANO 2010 Neste caso os LPs de autoria da professora Gilda Tomatis cont m uma linguagem como outra qualquer que precisa ser decodificada interpretada e analisada NAPOLITANO 2010 p 266 Assim sendo com esse conjunto diversificado de documentos procurei realizar a pesquisa e abordar o principal aspecto proposto qual seja apresentar e analisar os materiais produzidos pela professora Gilda procurando entender as raz es que motivaram professora a escrever a Cartilha Ler a Jato e a criar o M todo Audiofonogr fico de Alfabetiza o em 15 horas Para realizar tal intento precisei compreender melhor os m todos de alfabetiza o e fiz um breve panorama hist rico sobre esta tem tica com o intuito de compreender e situar o trabalho que a professora Gilda de Freitas Tomatis desenvolveu a partir da cria o do seu m todo fon tico articular de alfabetiza o assim denominado por ela e analisado neste estudo
131. almente da Cartilha Ler a Jato Vender diretamente a escolas confessionais e escolas p blicas e particulares tamb m fez parte das estrat gias da professora para a divulga o dos livros e dos LPs A autora utilizou se assim de diferentes recursos e m dias para promover seu material participou de programas de televis o programas de r dio concedeu entrevistas e foi not cia em alguns dos mais importantes jornais impressos no estado do RS e do pa s viajou pelas cidades do estado ga cho e fora dele realizando in meras palestras em escolas igrejas e institui es de ensino explanando e desenvolvendo cursos de alfabetiza o ensinando a todos como trabalhar com seu m todo de alfabetiza o Al m disso outra estrat gia importante da professora foi criar sua pr pria editora Em 1967 ela criou e registrou em seu endere o pessoal a sua pr pria editora que levou seu sobrenome a Editora Tomatis Livros Did ticos O objetivo principal da cria o da editora era poder publicar a Cartilha Ler a Jato e o conjunto de discos que faziam parte do kit intitulado M todo Audiofonografico Aprenda a ler em 15 horas e os tr s livros apresentados neste trabalho Caderno S rie Jato 1 ano o livro de exerc cios de linguagem Escrevendo a Jato 1 e 2 ano e o livro de Matem tica 1 ano A professora ainda atendeu a pedidos por telefone e cartas encaminhou cartilhas e livros pelo Correio aos inte
132. aluno integre caracteres defeituosos o que exigir mais tempo para esquec los e reaprend los corretamente TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 127 Bastos e Stephanou 2008 p 2 destacam ainda que a caligrafia arte de escrever com letra bela e bem formada Busca aperfei oar e afinar os sentidos da m o e a ortopedia do corpo condi es fundamentais para desenvolver h bitos de ordem disciplina e est tica do texto Ao que tudo indica essa tamb m era uma preocupa o da professora Gilda evidenciada em seu material e nas orienta es para seu uso importante ressaltar contudo que o Caderno S rie Jato elaborado pela professora Gilda Tomatis para ser utilizado durante o processo de alfabetiza o junto com a Cartilha Ler a Jato O Caderno S rie Jato n o propriamente caderno de caligrafia e sim um caderno comum impresso e organizado pela professora O caderno cont m as letras s labas palavras e frases da cartilha para que os alunos por meio do treino gr fico di rio pudessem aprimorar a escrita fixar as aprendizagem e memorizar as li es Nesse sentido a autora refor a no Guia do Professor a import ncia de fixar a atividade com as consoantes mai sculas atrav s do jogo e das adivinha es Para este caso a orienta o da professora Gilda Tomatis a seguinte As consoantes mai sculas ser o todas apresentadas durante a alfabetiza o em
133. alunos Para que a professora Gilda pudesse publicar a Cartilha Ler a Jato precisou criar a Editora Tomatis Livros Did ticos mecanismo necess rio para a publica o do material A professora decidiu ent o providenciar a documenta o para criar sua pr pria editora e assim publicar seu material did tico Assim a Editora Tomatis Livros Did ticos foi criada no mesmo ano em que a Cartilha Ler a Jato foi lan ada em 1967 8 A Editora Tomatis localizava se na pr pria resid ncia da professora Gilda em Porto Alegre RS e como ela n o dispunha dos equipamentos apropriados para fazer as impress es de suas obras as impress es tanto da cartilha quanto dos 18 N o disponho de registros que indiquem quanto tempo a editora permaneceu em funcionamento e em que ano a mesma foi extinta 84 demais livros did ticos foram impressos por gr ficas independentes que ofereciam as melhores condi es e pre os de mercado Segundo a filha da autora havia uma diferen a de valores com rela o ao tipo de papel utilizado em cada impress o TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Portanto a primeira edi o da Cartilha Ler a Jato foi impressa pela Gr fica Editora A Na o S A em Porto Alegre RS Esta foi a primeira de v rias outras obras did ticas produzidas e publicadas pela autora e sua editora Pelo fato de n o ter sido localizado nenhum exemplar da primeira edi o da Cartilha Ler a Jato e p
134. analysis from the production of Ler a Jato primer and the Literacy audio phonographic method in 15 hours written by the teacher Gilda de Freitas Tomatis at 1960 decade in Rio Grande do Sul The period of this study considered the 1967 year when it was edited the first primer sample of Ler a Jato until 1986 was the last date found during this research For the data analysis it was done a crossing of the documents with the oral sources Related to the oral sources it was considered the semi structured interview with the teacher Gilda de Freitas Tomatis daughter in Porto Alegre city in October of 2010 Related to the documents were considered photos books primers vinyl discos certificates medals a view from Researches Center and Educational Advising from Education and Culture Bureau of 1968 all them including a detailed evaluation about the Ler a Jato primer Some of these documents were donated by the teacher Gilda Tomatis daughter along with other documents acquired at tallow and websites About the theoretical methodological option this study was based on the epistemological model of evidentiary paradigm proposed by Ginzburg 2007 used as a research device to notice and to analyze the relevant elements in the documents This way these study results intend to contribute with the other searches in the Literacy History and Textbooks areas showing important aspect regarding the production and the textbooks circula
135. apa igual s demais obras No t pico Apresenta o est destacado A quase totalidade dos livros textos de Matem tica para o curso prim rio atualmente publicados apresentam orienta o moderna ou reformulada enquanto a maioria do magist rio n o se encontra preparada para usar tais livros dificultando a indica o da bibliografia para os alunos N o parece prov vel que a curto prazo todos os professores tenham oportunidade de frequentar cursos para se atualizarem nesse setor TOMATIS Gilda MATEMATICA 1970 p 88 Em rela o quest o dos cursos e das publica es referentes Matem tica Moderna Miorim 2005 afirma que a difus o das id ias a respeito essa tem tica aconteciam especialmente atrav s dos cursos organizados pelo Grupo de Estudos do Ensino da Matem tica GEEM com apoio do MEC e da Secretaria de Estado e da publica o dos primeiros livros did ticos de acordo com essa nova orienta o a partir da primeira metade da d cada de 60 MIORIN 2005 p 7 A professora Gilda ressaltou ainda que a Editora Tomatis havia recebido muitas solicita es por parte de diretores e professores no sentido de que materiais pedag gicos fossem produzidos para suprir essa lacuna bibliogr fica Segundo Gilda Tomatis n o parecia razo vel que numa poca de tantas transforma es tanto progresso em que todos visavam evoluir se apresentasse um Manual com orienta o estritamente tradicional
136. ar o material isto abrir o livro e o caderno nas p ginas indicadas TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d A professora ainda na introdu o dos LPs solicita que os alunos afastem os pensamentos negativos que evitem pensar que n o s o capazes de aprender que muito dif cil ou que est muito velho foi escola e n o aprendeu Ao contr rio a professora pede para que de forma positiva pensem conforme podemos constatar abaixo Voz da Professora Gilda Ao iniciar o curso afastem todos os pensamentos negativos N o sou capaz E muito dif cil Estou muito velho Estive na escola e n o aprendi nada Esses pensamentos impedem que a capacidade de aprender se manifeste Qualquer pessoa embora pouco inteligente tem capacidade de aprender a ler por esse m todo foram alfabetizados at excepcionais testados como incapazes de aprender a ler Somente os indiv duos que n o entendem a linguagem comum e n o se fazem entender que s o incapazes de aprender a ler Assim o resultado vai depender da pr disposi o de cada aluno Se voc s iniciarem o curso com atitude positiva Eu sou capaz Eu sou uma pessoa normal Eu j aprendi tantas coisas Isso n o t o dif cil Qualquer crian a aprende a ler Eu tamb m vou aprender Com essa pr disposi o Com essa atitude positiva E certo que ter o xito Sigam estas instru es e as que receberem em cada aula na certeza de que sa
137. ar se e por isso inadequadamente considerados excepcionais Ficou assim demonstrado que a defici ncia n o se encontrava no educando mas na orienta o dada ao ensino o exemplo destes professores de elite atinja setores mais amplos e de maior responsabilidade permitindo que as legi es de excepcionais das classes de recupera o das escolas brasileiras manifestem sua capacidade sigam sua trajet ria no campo da cultura e cedam seus lugares aqueles que aguardam ansiosamente oportunidade para desvendar o mundo das letras TOMATIS Gilda ESCREVENDO A JATO 1968 p 3 Assim a professora Gilda destaca que a defici ncia na aprendizagem da leitura e da escrita n o estaria no aluno e sim na orienta o dada a ele pelo professor ou seja na maneira pela qual os educadores vinham ensinando seus alunos A professora Gilda denominou os professores que se dispuseram a testar a cartilha Ler a Jato na ocasi o como professores de elite Evidenciando que os educadores que testaram e aplicaram as li es da cartilha Ler a Jato em sala de aula al m de terem revistos seus conceitos com rela o ao ensino aprendizagem da leitura e da escrita podem ter contribu do de forma significativa para que os alunos que haviam sido considerados excepcionais tivessem tido novas oportunidades de alfabetizarem se alcan ando assim o t o desejado sucesso na escola Em rela o aos exerc cios do livro de linguage
138. as s c e q A d cima s tima aula Favo fa fe fi fo fu a d cima oitavo aula Zebu za ze zi zo zu a d cima nona aula Chaleira e a X cara cha che chi cho chu xa xe xi xo xu na vig sima aula Linha nha nhe nhi nho nhu a vig sima primeira aula Olho Iha lhe Ihi lho Ihu e a vig sima segunda aula Revis o a autora novamente sugere que esta li o englobe o trabalho com palavras referentes aos encontros consonantais bl br cl cr dr flfr gl gr pr pltr vr Sobre o conte do gramatical e os textos a cartilha inicia com o estudo das vogais em seguida passa para o estudo das palavras divididas por li es As palavras chave trabalhadas em cada uma das li es aparecem duplicadas Uma escrita ao lado da imagem em negrito e a outra ao lado escrita separada em s labas Em termos de estrutura a cartilha mant m sempre a mesma apresenta o Cada li o retoma inicialmente a imagem a palavra e a fam lia sil bica correspondente li o trabalhada anteriormente Depois dividida por uma linha apresenta a li o atual com a imagem e as palavras chave a fam lia sil bica 96 correspondente li o estudada e as colunas com as palavras combinat rias A autora finaliza cada li o com algumas frases que comp em um pequeno texto Er 2 2 1 li lo lu lua la e SA bola bola S ba be bi bo bu ba ba be la bo a to bo ba bo bule boi lo ba be bi bo lo ba l bio bo bo bula aba
139. as divulga o ao p blico em geral e ou para alunos da universidade A presente autoriza o concedida a t tulo gratuito abrangendo o uso da imagem acima mencionada em atividades acad micas e sem fins lucrativos Por esta ser a express o da minha vontade declaro que autorizo o uso acima descrito sem que nada haja a ser reclamado a t tulo de direitos conexos minha imagem ou a qualquer outro assim assino a presente autoriza o Data Nome Respons vel Legal ANEXOS 221 ANEXO A CD M todo Audiofonogr fico Aprenda a ler em 15 horas Professora Gilda de Freitas Tomatis Colet nea especial de trechos selecionados e analisados na disserta o a partir dos 4 LPs produzidos pela professora Gilda de Freitas Tomatis Faixa 1 Vinheta de abertura da proposta de alfabetiza o Faixa 2 Introdu o do M todo Audiofonogr fico Faixa 3 Palavras de est mulo para o aprendizado da leitura e da escrita Faixa 4 1 Li o Vogais Faixa 5 Orienta es de c pia das letras no Caderno S rie Jato Faixa 6 Dicas de escrita e emiss o dos sons das letras Faixa 7 3 Li o Bola Faixa 8 M sica 1 Vamos Ler a Jato Lua Bola e Tatu Faixa 9 M sica 2 Fam lia sil bica da letra N Faixa 10 12 Li o Vivi e Lal Faixa 11 16 Li o Cabe a e do Quero quero Faixa 12 22 Li o Grupos Consonantais Faixa 13 Encerramento do M todo Audiofonogr fico MARA DENISE
140. as escolares de leitura e escrita In Revista do Centro de Educa o Edi o 2007 s p v 32 n 1 Dispon vel em http coralx ufsm br revce revce 2007 01 a1 htm Acessado em Agosto 201 1 HEYMANN Luciana Quillet Indiv duo mem ria e res duo hist rico uma reflex o sobre arquivos pessoais e o caso Filinto M ller In Revista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro CPDOC FGV 1997 v 10 n 19 p 44 66 JORNAL CORREIO BRASILIENSE Alfabetiza o ser feita em poucas horas Brasilia DF de 22 de fevereiro de 1968 JORNAL CORREIO BRASILIENSE Jato Brasilia DF de 23 de fevereiro de 1968a JORNAL CORREIO BRASILIENSE 10 Horas para aprender a ler Brasilia DF de 23 de fevereiro de 1968b JORNAL BRASILIENSE In http Avww correioweb com br Acessado em Novembro 2011 JORNAL CORREIO DO POVO Alfabetiza o de Adultos Porto Alegre RS de 06 de abril de 1968 JORNAL CORREIO DO POVO Pr dios Escolares e Alfabetiza o Porto Alegre RS de 12 de janeiro de 1969 JORNAL CORREIO DO POVO In http Awww correiodopovo com br Acessado em Novembro 2011 195 JORNAL DO BRASIL Alfabetiza o em 15 horas n o segredo de D Gilda Rio de Janeiro de 10 de maio de 1968 JORNAL DO BRASIL In http www jb com br Acessado em Novembro 201 1 JORNAL FOLHA DA TARDE Professores criam M todo Alfabetiza o de crian as e adultos em apenas doze horas Porto Alegre RS 27 de dezembro de 1966 JORNAL FOLHA DA TARDE
141. as regionais de cada estado brasileiro onde a Cartilha Ler a Jato e o seu m todo fon tico pudessem ser aplicados E ainda se prop em a conhecer os resultados de como esse processo poderia ocorrer na pr tica ou seja al m de produzir o material seu desejo era acompanhar avaliar e divulgar poss veis resultados No item que se refere ao Resumo da refer ncia ao som das diferentes letras do alfabeto a autora apresenta os fonemas e demonstra como deveriam ser ensinados aos alunos Listagem que tamb m se encontra na contracapa dos LPs Audiofonogr fico Aprenda a ler em 15 horas a a b enche a boca de ar faz bola com a boca c a o u abre a boca e assopra com a garganta c i e igualas igual ao s ch chia d puxa a garganta e e f assopra nos dentes de cima g a o u abra a boca e fecha a garganta h inicial n o soa i i j suspende a l ngua e empurra o ar ponta da l ngua no c u da boca m pelo nariz com a boca fechada n pelo nariz com a boca aberta 0 o p aperta os l bios q igualacantesdea o u r treme a ponta da l ngua s assopra na ponta da l ngua t for a na l ngua u u v ru do de avi o x igual ch chia z zune TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 34 132 O inusitado da proposta da professora tamb m reside nesse aspecto como orientar o uso dos fonemas para o ensino da leitura escrevendo s
142. asanta Pr Livro da Editora do Brasil S A e O Presente de Magdala Lisboa Facha Pr Livro da Livraria Agir Editora Interessante que mesmo sendo totalmente contr ria ao ensino da leitura e da escrita atrav s do m todo global Gilda Tomatis sugere justamente livros cuja orienta o o referido m todo Sarita e seus amiguinhos produzida por autoras ga chas As mais belas hist rias e O Presente ambas de autoras mineiras e maiores entusiastas do m todo s o cones do m todo global de contos e suas autoras as mais importantes criadoras e divulgadoras no Brasil desse m todo MACIEL 2001 PERES e C ZAR 2003 PERES E PORTO 2004 PERES 2006a 2006b 2006c 2008 Esses livros ou pr livros como eram chamados usam pequenas hist rias para o ensino da leitura Contudo talvez a perspectiva da professora Gilda fosse primeiro ensinar a ler da sua defesa do 129 m todo f nico e a produ o de seu material para ent o efetivamente ler da a sugest o dos pr livros do m todo global Assim com o t rmino da Cartilha Ler a Jato a professora Gilda Tomatis propunha que os alunos continuassem desenvolvendo suas habilidades lingu sticas incentivando os a ler e indicando algumas leituras com textos simples e f ceis para come ar De acordo com o Guia do Professor cada livro deveria ser lido em tr s ou cinco aulas entretanto era necess rio que as hist rias fossem relidas mais de
143. assado no pa s Dentre elas Gilda Tomatis destacou Pode se pensar em v rias causas a extens o territorial do Pa s a orienta o do ensino por t cnicos de gabinete nacionais ou estrangeiros que j assumiram a orienta o desse importante aspecto da educa o nacional baseados em conhecimentos te ricos alheios ao nosso idioma e s nossas necessidades Ou em sentido mais amplo a apresenta o de planos fabulosos de elementos nacionais ou estrangeiros que n o lograram xito por inadequa o ou por prop sitos frustrantes talvez pr estabelecidas sabotagem ao progresso da Na o Entre eles na atualidade situo a pr tica de alfabetizar sem adotar livro Isto pode dar certo com elementos excepcionais para mais que se alfabetizam apesar do professor apesar do m todo apesar da escola etc Entretanto a maioria dos elementos de uma popula o situa se na faixa da m dia e para esses tanto alunos como professores necess rio o uso de um roteiro de um livro TOMATIS Gilda CARTA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 115 Nota se que Gilda Tomatis retoma e refor a a import ncia de se adotar e utilizar o livro escolar tanto por parte dos alunos quanto pelos professores que necessitariam de um roteiro para alfabetizar Al m disso ela tamb m apresenta na carta a Cartilha Ler a Jato e o m todo fon tico de alfabetiza o e declara n o me anima o esp rito comercial a propaganda da cartilha L
144. atamente a pr tica Nas palavras da filha a professora Gilda Tomatis contestava a emiss o destes atestados por acreditar que nem todos aqueles que haviam recebido tal atestado realmente eram incapazes de aprender a ler a e escrever visto que ela j havia conseguido alfabetizar alguns destes alunos ditos incapazes TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 No per odo entre os anos de 1968 e 1976 a professora Gilda Tomatis trabalhou intensamente na produ o e divulga o da Cartilha Ler a Jato do M todo Audiofonogr fico de Alfabetiza o em 15 horas e dos demais materiais de alfabetiza o que foram produzidos por ela atrav s da Editora Tomatis Livros Did ticos Ap s este per odo a professora Gilda Tomatis devido a problemas de sa de e idade diminuiu seu ritmo de trabalho deixando de viajar pelas cidades e estados brasileiros fazendo palestras e concentrando seu trabalho na administra o da editora que se localizava em sua resid ncia 81 Figura 7 Foto da professora Gilda de Freitas Tomatis aos 70 anos em POA RS s d Fonte Acervo privado da pesquisadora Gilda de Freitas Tomatis faleceu em 21 de novembro de 1996 aos 79 anos em Porto Alegre RS cidade em que viveu durante grande parte da sua vida e onde construiu sua trajet ria pessoal e profissional Para Denzin 1984 p 32 as pessoas comuns universalizam atrav s de suas vidas e de suas a es a poca hist rica em que vive
145. ato para que assim pudessem fazer a c pia das mesmas no respectivo caderno sem precisar fazer as transcri es diretamente do quadro negro como ela menciona na cita o acima Al m disso no in cio das linhas do Caderno S rie Jato existem pontinhos nos quais os alunos deveriam se guiar para come ar o tra ado e a escrita das letras s labas palavras e frases e que j se encontravam no respectivo caderno e que fazem refer ncias s atividades trabalhadas nas li es da Cartilha Ler a Jato e do M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o Sobre o n mero de p ginas do livro a autora mencionou ainda ter levado em considera o a realidade econ mica dos pais na produ o tornando assim o material mais barato para facilitar a aquisi o dos mesmos Escreveu ela Considerando a realidade econ mica e a valoriza o dos pais ao material escolar foi necess rio limitar o n mero de p ginas a fim de que o pre o do Caderno se tornasse acess vel a maior n mero de alunos embora omitindo ricas sugest es de atividades TOMATIS Gilda CADERNO SERIE JATO s d p 57 45 No grupo de pesquisa HISALES diferentes estudos tem sido feitos PERES 2008c PERES amp BARUM 2008 2009 PORTO amp PERES 2009 PERES 2010a 2010b PERES amp DIETRICH amp BARUM 2011 sobre cadernos tem contribu do para abrir novas perspectivas de pesquisa e an lise no campo da hist ria da alfabetiza o e ainda a part
146. atrav s da qual a autora aproveita para estimular os alunos a criarem a partir do que foi explorado na li o sua pr pria hist ria por meio da elabora o de frases Na d cima sexta li o a professora Gilda trabalha com as li es da cabe a e do quero quero explorando as dificuldades ortogr ficas que envolvem e o qu Por m como se pode observar na descri o da li o abaixo aliado a estas 4 A 12 li o na integra est dispon vel na faixa 10 do CD que esta nos anexos deste estudo 4 A 16 li o na integra est dispon vel na faixa 11 do CD que esta nos anexos deste estudo 154 dificuldades a professora ainda insere o trabalho com as letras c e s Isso ao inv s de facilitar pode ser visto como mais um fator complicador para a aprendizagem do aluno Voz da Professora Gilda D cima sexta li o P gina dezessete Abram o livro na p gina dezessete e o caderno na p gina trinta e um Tr s e um Qual o desenho que est no in cio da p gina dezessete do livro Voz Masculina cabe a V P G Leiam o nome ao lado V M cabe a V P G Partida V M ca be a V P G Olhem para a primeira letra da palavra cabe a Ela come a com uma bolinha preta a cabecinha Assim a letra da cabe a tem uma cabecinha n o esque am Digam a palavra cabe a bem alto e devagar V M V P G Observem que nas s labas com a letra da cabe a s tem ou u
147. atro vezes ao longo de toda a cartilha E as imagens referentes s palavras mapa rato Vivi Lal sapo galo jarra cabe a quero quero favo zebu chaleira x cara linha e olho aparecem apenas uma vez Para Bittencourt 2008 p 203 ao refor ar o uso das imagens nos livros escolares pretendia se desenvolver a intelig ncia da crian a e sua capacidade de memoriza o A memoriza o era a t nica do processo de aprendizado e era esta a principal capacidade exigida dos alunos para o sucesso escolar BITTENCOURT 2008 p 203 Na entrevista a filha da professora destacou ainda que em rela o s ilustra es a m e havia optado por inserir as imagens em preto e branco pensando que crian as fossem gostar de colorir a cartilha no entanto nem todos gostaram do material justamente por n o ser colorido bonito e atraente referindo se provavelmente ao setor t cnico do CPOE TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 A professora Gilda explorava na cartilha imagens que envolvem diversas figuras relacionadas s palavras chave ou palavras tema como definiu o Parecer n 392 68 do CPOE utilizadas nas li es como por exemplo dez figuras de animais ou parte deles asa ema tatu pato rato sapo galo quero quero zebu este ltimo para denominar a imagem semelhante ao um boi ou touro um produto produzido por animais favo cinco objetos de uso cotidiano vela jarra chaleira x cara linha tr s ti
148. autor as orienta es encontram se reproduzidas na ntegra na Revista Brasileira de Estudos Pedag gicos n 20 de junho de 1947 F VERO 119 2008 p 3 As orienta es descritas pela professora Gilda de Freitas Tomatis tanto na se o da Cartilha Ler a Jato destinada ao Guia do Professor quanto no item Orienta o para o uso da cartilha bem como na introdu o do primeiro disco e final do quarto disco intitulado Aprenda a Ler em 15 horas assemelham se as contidas no Primeiro Guia de Leitura LER de 1947 Comparativamente sob alguns aspectos as cartilhas apresentam similitudes principalmente no que se refere ao trabalho com as vogais Ou seja as duas cartilhas apresentam quase as mesmas imagens e palavras para o caso das vogais h apenas uma substitui o entre as palavras elo no Primeiro Guia de Leitura LER por ema na Ler a Jato As demais palavras relacionadas apresenta o das vogais s o as mesmas em ambas como asa ilha ovo uva Figura 16 Reprodu o da 1 Li o do Primeiro Guia de Leitura LER 12 ed 1947 Fonte Acervo privado da pesquisadora Al m disso v rias palavras apresentadas em ambas as cartilhas s o as mesmas Cito algumas delas para exemplificar na li o da vela encontrada nos dois livros identifica se as seguintes palavras v v vi voa viu viva vivo viveu vela vila luva vota vala vale valeu uva ovo J a
149. autoras destacam ainda que os m todos denominados sint ticos prop em um distanciamento da situa o de uso e significado para a promo o de estrat gias de an lise do sistema de escrita FRADE amp MACIEL 2006b p 49 Braslavsky 1971 Bellenger 1979 Rizzo 1986 e Maciel 2010 relembram ainda que dentre os m todos sint ticos destacam se os processos alfab tico f nico e sil bico Quadro 4 M todos Sint ticos Sil bico Fon tico Alfab tico M todo Sint tico no Ressalto que posteriormente enfocarei o m todo fon tico visto que a disserta o busca analisar a Cartilha Ler a Jato e o m todo audiofonogr fico assim definido pela professora Gilda Tomatis cuja base o processo fon tico Contudo antes preciso considerar aspectos da hist ria dos m todos de 59 alfabetiza o O m todo alfab tico ou de soletra o considerado o m todo mais antigo empregado desde os tempos da Gr cia e Roma antigas at o fim da Idade M dia contribuiu para que seu uso persistisse tamb m em alguns pa ses durante o s culo XIX com maior ou menor dura o RIZZO 1986 p 5 Maciel 2010 ressalta que na utiliza o do m todo de soletra o era comum alunos e professores cantarolarem juntos be a b eme a m memorizando assim todo ao alfabeto e antes de chegar ao texto se fazia necess rio formar s labas e senten as As s labas inclusive eram apresentadas separadas por h
150. avras e na decifra o som por som a aten o da crian a ficaria inteiramente 61 voltada para esse processo dispensando pouca ou nenhuma aten o para a leitura RIZZO 1986 10 Al m disso pertinente ressaltar que de acordo com as considera es de Rizzo 1986 o m todo f nico passou por significativas transforma es no que se refere aos avan os obtidos no campo da Psicologia e da Lingu stica As mudan as visavam a dar mais prazer ao aluno na memoriza o dos sons das letras atrav s da apresenta o das letras com apoio de gravuras e desenhos que deveriam estar relacionadas letra e ao som inicial da palavra a ser pronunciada e o som era aprendido a partir do nome dos objetos ou das pessoas que se apresentavam sob a forma de desenho RIZZO 1986 p 11 Os m todos f nicos tamb m passaram a apresentar pequenas frases a partir da segunda ou terceira p gina das cartilhas RIZZO 1986 Essa configura o se encontra no material no m todo apresentado pela professora Gilda Tomatis na Cartilha Ler a Jato O m todo sil bico difere se dos anteriores alfab tico e f nico por ser a s laba a unidade fon tica estabelecida para ponto de partida do ensino da leitura conforme nos esclarece Rizzo 1986 p 14 A vantagem apresentada por exemplo por Rizzo 1986 e Maciel 2010 na aplica o do m todo sil bico a utiliza o de uma sequ ncia gradual das fam lias sil bicas e o fato de o m t
151. avura vela c Dizer a palavra b sica bem devagar para perceber a posi o da boca ao pronunciar a letra inicial da mesma v os dentes superiores ficam pr ximos do l bio inferior e se produz um som semelhante ao ru do do avi o Refer ncia para o som da letra inicial da palavra vela v barulho do avi o ou unicamente avi o d Leitura pelo aluno da palavra b sica vela das s labas formadas com a letra v e demais conte do da p gina e C pia da palavra b sica e das s labas com v f Ditado e exerc cios 6 nabo a Revis o b Leitura da palavra b sica nabo identificada atrav s da gravura c Dizer bem devagar a palavra b sica nabo observando ao mesmo tempo a posi o que d boca ao pronunciar o som da letra inicial da mesma n o som emitido pelo nariz com a boca aberta Refer ncia para o som da letra inicial da palavra nabo nariz com boca aberta d Leitura do conte do da p gina 221 e C pia da palavra b sica nabo e s labas formadas com a letra n f Ditado e exerc cios 7 pato a Revis o b Leitura da palavra b sica pato c Refer ncia para a letra inicial de pato p apertar os l bios Apertar os l bios e dizer a pa apertar os l bios e dizer e pe idem para pi po pu d Leitura da p gina e C pia da palavra b sica pato e das s labas formadas com a letra inicial p f Ditado e exerc cios 8 Revis o parcial Esta parte envolve
152. az es e os efeitos dessa materialidade principalmente no que diz respeito ao livro impresso o formato as disposi es da pagina o o modo de dividir o texto as conven es que regem a sua apresenta o tipogr fica CHARTIER R 1999 p 33 Assim o autor parte da quest o de que os autores n o escrevem livros escrevem textos que se tornam objetos escritos manuscritos gravados impressos e hoje informatizados CHARTIER R 1999 p 17 Nesse contexto o conceito de representa o tamb m difundido por Chartier R 2009 p 49 denominado por ele como algo que veio designar 39 praticamente por si mesmo a nova hist ria cultural A representa o como esquemas intelectuais incorporados que criam as figuras gra as s quais o presente pode adquirir sentido o outro tornar se intelig vel e o espa o ser decifrado CHARTIER R 1990 p 17 Dessa forma pode se compreender ainda a representa o um instrumento de um conhecimento mediado que faz ver um objeto ausente atrav s da sua substitui o por uma imagem capaz de o reconstituir em mem ria e de o figurar tal como ele CHARTIER R 1990 p 20 Essa discuss o importante medida que tento entender as representa es acerca da alfabetiza o em especial dos m todos de ensino da leitura e da escrita no momento em que a professora Gilda produziu e divulgou seu material Finalizo este cap tulo
153. b p 13 Lajolo e Zilberman 1999 p 121 complementam a ideia dos autores ao afirmarem que o livro did tico embora considerado o primo pobre de ascend ncia nobre uma poderosa fonte de conhecimento da hist ria de uma na o que por interm dio de sua trajet ria de publica es e leituras leva nos a compreender determinados rumos que seus governantes escolheram para a educa o Hallewell 1985 p XXIX salienta que 36 procurar conhecer uma na o por meio de sua produ o editorial mais ou menos o mesmo que julgar uma pessoa por sua caligrafia Ambas constituem partes muito pequenas da atividade total de um pa s ou de uma pessoa mas as duas podem ser muito reveladoras pois n s somos como nos expressamos Na verdade dif cil imaginar uma atividade que envolva tanto os aspectos da vida nacional quanto a publica o de livros Nesse contexto o autor revela que algumas das mudan as significativas que ocorreram em rela o ind stria editorial brasileira se efetivaram ainda no per odo referente ditadura militar quando no intuito de modernizar o pa s foram criadas v rias medidas para que a produ o editorial fosse menos dispendiosa HALLEWELL 1985 Para Batista 2009 p 58 esse conjunto de fatores de ordem econ mica e tecnol gica tamb m contribuiu para que o livro did tico passasse a ser visto como mercadoria em raz o dos seguintes aspectos sua produ
154. ca V M Lal V P G Pela primeira vez voc s v o ler uma historinha A hist ria de uma menina chamada Vivi que tem uma boneca chamada Lal Isto uma prova do progresso que voc s est o fazendo E j podem ter a certeza de que muito breve poder o ler qualquer livro Iniciem a leitura dessa historinha V M Vivi Lal Vivi nana Lal Vivi vai vila Lal n o vai vila Vivi d leite a Lal Lal boa e bonita Vivi vai ver vov Ela n o leva Lal V P G Agora voc s v o receber orienta o sobre o modo de fazer frases Isto dizer algo expressar o pensamento Formem uma frase com a palavra casa Voc s devem dizer qualquer coisa em que apare a a palavra casa Essa palavra pode estar no in cio no meio ou no fim da frase Digam a frase M A casa bonita V P G Outra M A casa nova P G Outra frase M Eu lavo a casa P G Formem frases com a palavra l pis M O l pis meu Este l pis tem ponta O l pis est na pasta P G Com a palavra caderno V M O caderno novo O caderno tem capa O caderno est na pasta V P G Voc s v o tentar escrever frases usando palavras com letras j conhecidas Tema Formar frases e reler a historinha de Vivi e Lal TOMATIS Gilda DISCO 3 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d lt lt lt lt lt lt lt Essa li o envolve o estudo de um pequeno texto uma hist ria
155. ca o Geral dos Vegetais In Revista do Ensino Secretaria de Educa o e Cultura Porto Alegre RS Ano VIII n 62 de agosto de 1959 p 58 TOMATIS Gilda de Freitas Programa Experimental de Ci ncias Naturais para o curso prim rio Ci ncias Naturais Ci ncias Naturais In Revista do Ensino Secretaria de Educa o e Cultura Porto Alegre RS Ano IX n 69 v 9 de junho de 1960 p 23 32 TOMATIS Gilda de Freitas Ci ncias Naturais Boletim Informativo N 1 In Revista do Ensino Porto Alegre RS Ano X n 74 de mar o de 1961 p 3 5 TOMATIS Gilda de Freitas CARVALHO Carolina Programa de Ci ncias Naturais In Revista do Ensino Secretaria de Educa o e Cultura Porto Alegre RS Ano XI n 86 v 11 de agosto de 1962 p 84 87 VIANA Dulcie Kanitz Vicente MANDRONI Helena MARQUES Orminda Isabel Primeiro Guia de Leitura LER 1 ed Departamento Nacional de Educa o Rio de Janeiro 1947 31p VIANA Dulcie Kanitz Vicente MANDRONI Helena MARQUES Orminda Isabel Primeiro Guia de Leitura LER 7 ed Departamento Nacional de Educa o Rio de Janeiro 1956 31p AP NDICE 205 AP NDICE A ARTIGOS PUBLICADOS EM REVISTAS E PERI DICOS Artigos catalogados por Peres 2008a na Revista Hist ria da Educa o CHARTIER Marie H BRARD Jean M todo sil bico e m todo global alguns esclarecimentos hist ricos n 10 2001 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Escolha de livros did ticos
156. cacionais CPOE da SEC RS a escolha do t tulo da obra Ler a Jato associado ideia da alfabetiza o em 15 horas teria sido apressada visto que segundo o parecer emitido pelo CPOE n o se tinha a preocupa o de estipular um prazo m nimo para alfabetizar e mesmo que se pretenda nica e exclusivamente o dom nio da mec nica da leitura o tempo limitado RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER N 392 05 09 1968 p 7 85 Na capa da cartilha sobre um fundo azul escuro com uma pequena faixa verde na parte inferior h uma ilustra o em dois tons de amarelo rosa branco preto de tr s crian as duas meninas e um menino no meio caminhando enfileirados com seus livros na m o numa escala de ordem crescente E frente delas h um cachorrinho As primeiras duas crian as da fileira est o caminhando uma atr s da outra com os livros rosa e verde abertos e lendo enquanto que a ltima crian a aparece erguendo o livro amarelo com o bra o esquerdo Acima das crian as h um avi o um pequeno jato em tom rosa com o contorno em preto liberando uma fuma a em forma de esfera sobre as crian as Ao lado do jato h um ret ngulo branco com a escrita da palavra Cartilha escrita em letra de imprensa em tom amarelo com o contorno em preto Acima dessa ilustra o encontra se escrito em letras grandes de 2 5cm o nome da cartilha Ler a Jato tamb m em tom amarelo e com o contor
157. cal ano e endere o da editora Os desenhos assim descritos na ltima folha do livro relativos ilustra o s o de Cec lia Tavares Teixeira E o material foi impresso na Gr fica Editora a Na o S A Todas as p ginas do Caderno S rie Jato s o numeradas no canto superior e se estendem at a pagina o cinquenta e cinco As ltimas cinco p ginas do Caderno destinam se Apresenta o do material Nele deveriam ser realizados os exerc cios de treino gr fico c pia e leitura instru dos pela professora de acordo com cada li o Nas p ginas do Caderno S rie Jato correspondentes aos n meros 49 52 53 54 55 constam fam lias sil bicas palavras diversas e nomes pr prios que n o foram exploradas pela autora nos LPs sendo considerados exerc cios adicionais H brard 2007 s p ao definir li o e exerc cio destaca a li o a ordem do saber que s se exprime quando perfeita O exerc cio ao contr rio esta autoriza o que a institui o d ao aluno de mostrar suas tentativas seus esfor os seus fracassos suas dificuldades Expor o momento da aprendizagem muito mais do que seu resultado isso o exerc cio Para o autor assim se constitui o gesto did tico mais fundamental o da corre o escrita e n o somente oral do exerc cio O caderno ent o o instrumento atrav s do qual o exerc cio a partir do s culo XIX conquista definitivamente a escola H BRARD 20
158. cartilhas escolares e os materiais impressos tem investido na realiza o de estudos articulados buscando relacionar al m dos aspectos da produ o circula o e difus o destes materiais pedag gicos os aspectos gr ficos editoriais dispostos nas obras A autora por exemplo na an lise gr fica do livro atenta para as quest es referentes estrutura organizacional das p ginas das li es do conte do e dos exerc cios das unidades lingu sticas da tipologia das letras dentre outros aspectos Ela faz ainda um alerta importante com rela o ao cuidado que se deve ter com as possibilidades e os limites desse tipo de an lise pois segundo a autora n o podemos estabelecer significado para tudo que vemos nos livros e fazer suposi es apenas por alguns ind cios FRADE 2010c p 171 Maciel 2003 p 242 tamb m afirma que as cartilhas possibilitam uma variedade de estudos a partir da sua materialidade formato volume ilustra es disposi es e exerc cios tipo de letra entre outros al m de fornecer concep es 38 de m todos de leitura e escrita que possibilitam relacionar o contexto de quem ensina e de quem aprende Os estudos de Roger Chartier 1990 1991 1996 1998 sobre o livro e a leitura t m trazido significativas contribui es para as pesquisas nesta rea principalmente no que se referem s quest es vinculadas ao sentido do texto e o suporte quando o autor evidencia que a forma ordena os sen
159. certificado os quais reproduzo as imagens a seguir 1 In meros contatos foram feitos com esta institui o atrav s de e mails e telefonemas como constam nos registros que foram arquivados no Di rio de Campo na tentativa de estabelecer contato para obter mais informa es a respeito deste curso de alfabetiza o realizado pelo Instituto de Educa o a na d cada de 70 por m em nenhum momento obtive qualquer tipo de retorno por parte da institui o contactada 77 PREFEITURA MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL MEDALHA MONUMENTO NACIONAL AD IMIGRANTE ado em vista o disoosto na C lesolu o n 1 86 2 Ri A AE a e P a c teleilo E Eee tei de Caxias da Sul confere a 4 e lisa E gt 97 a CMldalta do Dlonumento Clacional ao CAnigrante Conta e ndo o en ic os dedicados e pres pe E PE 7 TA PAS A ia fimosos amigos da C icia das Col nias Caxias do Sul SR 9 de Hoar o de 1968 Mirror Hermes 3 Webber Prefeito Murioipor Figura 4 Certificado Medalha do Movimento Nacional ao Imigrante Mar 1968 Fonte Acervo privado da pesquisadora Figura 5 Medalha do Monumento Nacional ao Imigrante Mar 1968 Fonte Acervo privado da pesquisadora Maria L cia Tomatis Entrevista 15 10 2010 ressaltou que o recebimento da medalha havia sido uma experi ncia marcante para a m e que poca ficou muito 78 feliz com a homenagem e com o reconhecimento do seu trabalho em prol
160. cidades inclusive em rela o pr tica da leitura O livro escolar pode ser aberto e lido relido em casa ser transportado diariamente para qualquer lugar podendo ainda receber anota es e rabiscos Isso o torna consum vel e utilizado por dois sujeitos leitores e usu rios permanentes o professor e aluno Nesse sentido Magalh es 2006 p 6 acredita que fazer a hist ria do manual escolar indagar da g nese natureza simboliza o e significa o mais profundas do saber e do conhecimento indagar da materialidade e da significa o do s livros s como texto enquanto ordem suporte e unidade do saber e do conhecimento indagar ainda do livro como discurso configura o forma estrutura especializa o autoria por fim indagar do saber como conhecimento e do conhecimento como in forma o MAGALH ES 2006 p 6 Assim o autor evidencia que o livro escolar o principal ordenador da cultura da mem ria e da ac o escolares por inscri o na cultura escrita MAGALH ES 2006 p 5 Para Choppin 2008b p 13 os livros escolares n o s o como os demais livros Para esse autor o manual escolar constitui assim um precioso indicador das rela es de for a que estabele am em um dado momento e em uma determinada sociedade os diversos atores do sistema educativo pois o grau de liberdade que gozam seus redatores e quem os utiliza pode variar consideravelmente CHOPPIN 2008
161. col als 1 INTERESSE DO ALUNO te ui PA DOS PAIS MATERIAL ANEXO ESSO ATO MPOE SE DE TR S DISCOS DEVIDAMENTE NUMERADOS o i GRAVADO NOS EST DIOS RTEC SOM de PEREIRA amp LIMA LTDA Port Alegre e Curitiba x 3 001 gt cnica e Art stica de WASSIL E y E GALERIA sir Edo os TOMS M aaen a u S C6 C Figura 23 Reprodu o da contracapa dos discos de vinil M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas s d Fonte Acervo privado da pesquisadora 137 Em rela o porcentagem de promo o atingida pela Cartilha Ler a Jato a autora escreve Escolas particulares Capital 99 Interior do Estado 89 Escolas Estaduais Capital 82 Interior do Estado 73 Escolas Municipais 72 Na contracapa dos discos ainda s o reproduzidos pareceres obviamente favor veis Cartilha Ler a Jato Assinados por professoras esses pareceres foram divididos em tr s grupos interesse dos alunos pareceres dos pais pareceres dos professores Em rela o ao interesse dos alunos os dados evidenciam o seguinte INTERESSE DOS ALUNOS Os alunos acharam a cartilha simplesmente maravilhosa Prof S ria Schoerder Escola Bar o do Rio Branco Victor Graeff Inicialmente os alunos mostraram se mais interessados pela apresenta o da li o nova Ap s dominarem o processo antecipavam se na leitura de outras li es Mostravam se entusiasma
162. ctivos vinte e cinco estados da poca Abaixo de duas linhas verticais na parte inferior h uma refer ncia Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos Analfabetos promovida pelo Minist rio da Educa o e Sa de com a coopera o com os Estados Territ rios e Distrito Federal Sobre a tiragem do Primeiro Guia de Leitura LER h uma inscri o no final do canto direito da p gina referente a 500 000 mil exemplares com destaque a inscri o distribui o gratuita pelo Departamento Nacional de Educa o do Rio de Janeiro Informa es encontradas na fotoc pia da 7 edi o do Primeiro Guia de Leitura LER 1956 p 31 revelam que entre os anos de 1947 a 1957 o Departamento Nacional de Educa o editou oito vezes esta cartilha distribuindo gratuitamente pelo pa s cerca de 3 950 000 exemplares deste material aos brasileiros num per odo correspondente a dez anos Assim mesmo contendo algumas diferen as as semelhan as entre os dois materiais se sobressaem revelando que possivelmente o material do MEC tenha 123 sido fonte inspiradora da professora Gilda para a elabora o de sua cartilha Ler a Jato Na pr xima se o apresento uma an lise do Guia do Professor que orienta a utiliza o da Cartilha Ler a Jato 5 1 2 O Guia do Professor da Cartilha Ler a Jato O Guia do Professor um material de apoio destinado aos professores encontrado nas p ginas finais da cartilha L
163. da Alfabetiza o e dos Livros Escolares constatei que at o momento n o havia nenhuma investiga o que fizesse refer ncia a pesquisas ou a estudos sobre a cartilha Ler a Jato e do M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas da professora Gilda de Freitas Tomatis o que torna este trabalho em quest o uma refer ncia para novas investiga es Na se o seguinte trato de forma mais espec fica de quest es que envolvem a discuss o sobre a pesquisa com livros escolares Considerei importante essa discuss o no contexto desta pesquisa uma vez que a Cartilha Ler a Jato tem centralidade na an lise proposta 1 5 A Pesquisa com Livros Escolares No cen rio internacional autores renomados como Escolano 2001 Choppin 2002 2004 2008b e Magalh es 2006 reconhecem que houve um significativo crescimento no volume de pesquisas acad micas que apresentam sob diferentes enfoques os livros escolares como principal tema de estudo Acerca da hist ria do livro em geral Belo 2002 p 17 reconhece que 31 A hist ria do livro um dos campos da pesquisa hist rica que mais se desenvolveu nas duas ltimas d cadas Sobretudo nas universidades europ ias e norte americanas e mais recentemente tamb m na Am rica Latina aumentou a investiga o lan aram se grandes empreendimentos de hist rias nacionais do livro constru ram bibliografias e bases de dados desenvolveram se projetos interdisc
164. da Educa o UFPel Pelotas RS v 3 n 6 1999 p 89 108 PERES Eliane Aprendendo formas de pensar de sentir e de agir A escola como oficina da vida discursos pedag gicos e pr ticas da escola p blica prim ria ga cha 1909 1959 2000 485f Tese Doutorado em Educa o Programa de p s gradua o em Educa o Universidade Federal Minas Gerais Belo Horizonte PERES Eliane Templo de Luz os cursos noturnos masculinos de Instru o prim ria da Biblioteca P blica Pelotense 1875 1925 Pelotas RS Seiva Publica es 2002 178p PERES Eliane O ensino da linguagem na escola p blica prim ria ga cha no per odo da renova o pedag gica 1930 1950 In PERES Eliane TAMBARA Elomar orgs Livros Escolares e ensino da leitura e da escrita no Brasil s culos XIX XX Pelotas RS Seiva Publica es FAPERGS 2008 p 75 98 198 PERES Eliane TAMBARA Elomar orgs Livros Escolares e ensino da leitura e da escrita no Brasil s culos XIX XX Pelotas RS Seiva Publica es FAPERGS 2003 138p PERES Eliane C ZAR Thais Moreira A divulga o e a ado o do m todo global de ensino da leitura no Rio Grande do Sul 1940 1970 In Anais do IX Encontro Sul Rio Grandense de Pesquisadores em Hist ria da Educa o Hist ria da Educa o Literatura e Mem ria Porto Alegre RS ASPHE jun 2008 p 173 185 PERES Eliane PORTO Gilceane Caetano A produ o e a circula o de cartilhas do M tod
165. da cades uma an lise para o estudo de disciplina escolar 1959 ORLANDO Evelyn de Almeida Os manuais de catecismo e a circula o de id ias tradi o e modernidade na pedagogia cat lica brasileira PIROLA Andr Luiz Bis Livros did ticos no s culo XIX fontes para a hist ria da educa o no Esp rito Santo ROCHA C lia A O livro did tico como fonte fundamental de pesquisa para a investiga o do discurso eug nicona educa o 1946 1970 SANTOS Vera Maria dos Os livros ausentes de geografia de Sergipe SILVA Jos Carlos de Ara jo ADORNO Soraya Mendes Rodrigues Os livros provocam revolu es A socializa o das obras sediciosas realizadas pelo professor R gio Francisco Moniz Barreto de Arag o durante a conjura o dos alfaiates Bahia 1798 SILVA Vivian Batista da Os manuais pedag gicos e seus pref cios como fontes para a hist ria da profiss o docente e do campo educacional Brasil e Portugal 1870 1970 TAMBARA Elomar Livros de leitura nas aulas de primeiras letras no Rio Grande do Sul no s culo XIX TEIXEIRA Giselle Baptista Os livros escolares na corte imperial e a atua o docente VI Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Em rela o a Alfabetiza o ASSUN O Maria da Penha dos Santos de Alfabetiza o na Hist ria da Educa o no Esp rito Santo BARROSO Cristina Almeida A difus o do m todo intuitivo
166. da como um fonema som que junto a outro fonema pode formar s labas e palavras Para o ensino dos sons h uma sequ ncia que deve ser respeitada segundo a escolha de sons mais f ceis para os mais complexos Na organiza o do ensino a nfase na rela o som letra o principal objetivo Rizzo 1986 p 8 destaca que em termos de vantagens esse m todo foi amplamente difundido em v rios pa ses por ser considerado um m todo econ mico em termos de materiais did ticos e de f cil aplica o Essa ltima usada como argumento pela professora Gilda Tomatis na divulga o da Cartilha Ler a Jato e do m todo fon tico articular identificada nos materiais produzidos pela autora como a Cartilha Ler a Jato e os discos intitulados M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas nos relatos da filha da autora obtidos na entrevista 15 10 2010 e na carta enviada pela professora ao Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli na d cada de 90 com o prop sito de convencer a todos pais professores secret rios de educa o do estado e o pr prio Ministro sobre a qualidade rapidez e efic cia inerente sua proposta de alfabetiza o baseada no m todo f nico e por ser aplic vel por qualquer pessoa mesmo que leiga na rea Em termos de dificuldade da aplica o do m todo f nico algumas autoras destacam a interfer ncia na forma o da habilidade em apreender a id ia contida nas pal
167. da de promover o ensino supletivo em todo o pa s Estava inaugurada no Brasil a alfabetiza o pelo r dio de cujo extraordin rio xito hoje tem noticia todos os interessados pelos problemas brasileiros da educa o popular MENEGALE 1960 p 3 Est m sica est dispon vel na faixa 9 do CD 144 Souza C 2006 destaca tamb m que os programas de radioeduca o eram muito utilizados pelas igrejas cat licas do pa s e nas comunidades rurais do nordeste brasileiro nesse per odo que abrangia a d cada de 1960 As t cnicas de som descritas por Souza C 2006 utilizadas pela radiocartilha se assemelham em alguns aspectos com os recursos sonoros utilizados pela professora Gilda Tomatis nos LPs Audiofonogr fico Aprenda a ler em 15 horas no qual tamb m s o utilizados recursos sons musicais com varia es de ritmo e altura sons fortes e r pidos Todo este contexto pode ter influenciado a professora Gilda de Freitas Tomatis a ponto de ter tido a ideia de reproduzir as li es contidas na cartilha Ler a Jato para os discos de vinil visto que a proposta deste material era justamente a de levar a alfabetiza o para todos os lugares inclusive aos lugares mais long nquos e distantes no territ rio brasileiro A filha da professora ao ser questionada sobre o material destacou que por ser completo e de f cil compreens o dispensaria a presen a do professor podendo ser substitu do pelos LPs Esse material
168. da em torno da produ o divulga o circula o e uso do livro did tico e nesse caso de um conjunto de materiais did ticos A caracteriza o deste saber segundo Ginzburg 2007 p 152 a capacidade de a partir de dados aparentemente negligenciados remontar a uma realidade complexa n o experiment vel diretamente Ap s recolher os mais variados tipos documentos como fotos certificados medalhas cartas ficha profissional da professora Gilda parecer datado de 1968 discos de vinil revistas jornais realizei a cataloga o dos mesmos e os organizei em tr s quadros em raz o de algumas especificidades Quadro 1 Lista de Documentos N Documentos Datas P gs Localiza o Revista Infantil Cacique cont m uma 1957 03 Arquivo privado hist ria infantil escrita pela professora Gilda da pesquisadora na sua edi o de N 56 Ano Ill Sob o t tulo Uma visita baleia gigante Documento Original Programa de Ci ncias Naturais para o curso Maio 08 Acervo do Grupo prim rio em car ter experimental intitulado 1959 de pesquisa Ci ncias Naturais Texto publicado pela HISALES autora na Revista de Ensino Ano VIII N 60 FaE UFPel Documento Original Texto sobre Estudos Naturais Classifica o Agosto 01 Acervo do Grupo Geral dos Vegetais publicado pela autora na 1959 de pesquisa Revista de Ensino Ano VII N 62 HISALES Documento Original FaE UFPel Progra
169. de alfabetiza o dialogando com perman ncias hist ricas e com modelos atuais de inova o n 14 2003 MACIEL Francisca Izabel Pereira As cartilhas e a hist ria da alfabetiza o no Brasil alguns apontamentos n 11 2002 MORTATTI Maria do Ros rio Longo M todo anal tico cartilhas e escritores did ticos ensino da leitura em S o Paulo 1890 1920 n 5 1999 OLIVEIRA C tia Regina G A de Jo o de Deus a cartilha maternal e o ensino da leitura em Portugal n 4 1998 PERES Eliane A produ o e o uso de livros de leitura no Rio Grande do Sul Queres ler e Quero ler n 6 1999 SEGURA Enrique Vera La escritura y la lectura en la morigeraci n de los corrigendos de la Ciudad de M xico en el siglo 19 n 16 2004 TRAVERSINI Clarice Salete Reflex es sobre o sucesso da alfabetiza o a escola e o contexto cultural de Po o das Antas RS n 09 2001 TRINDADE lole Maria Faviero A ado o da cartilha Maternal na instru o p blica ga cha n 12 2002 TRINDADE lole Maria Faviero O circuito cultural das cartilhas no primeiro governo republicano sul riograndense n 16 2004 Os artigos catalogados por Dietrich 2012 na Revista Hist ria da Educa o ANDR S Mar a del Mar del Pozo BLAS Ver nica Sierra Desde el paraiso sovietico cultura escrita educacion y propaganda en las redacciones escolares de los ni os espa oles evacuados a rusia du
170. de do Sul Nesse munic pio segundo reportagens da poca JORNAL FOLHA DA TARDE 02 04 1968 e CORREIO DO POVO 06 04 1968 a professora foi convidada a fazer uma explana o sobre sua proposta de ensino que defendia ser poss vel alfabetizar em quinze horas Os jornais destacam que um grande n mero de professores pessoas graduadas e um elevado n mero de normalistas participavam desses cursos O munic pio de Caxias do Sul em 1968 preocupado com os altos ndices de analfabetismo entre m es e crian as da popula o de poucos recursos financeiros resolveu atrav s do trabalho da professora Ad lia Ida Trentini diretora executiva da Comiss o Municipal de Amparo Inf ncia criar e oferecer um Curso de Alfabetiza o de Crian as e Adultos em 15 Horas Neste curso o m todo de alfabetiza o adotado foi o da professora Gilda de Freitas Tomatis com o objetivo de alfabetizar as pessoas em 76 pouco tempo de forma r pida e com um material acess vel CORREIO DO POVO 06 04 1968 Em Avar na grande S o Paulo o Instituto de Educa o Sedes Sapientiae tamb m ofereceu um Curso Especial de Alfabetiza o pelo M todo Audiofonogr fico para a Inf ncia de Avar atrav s das professoras Suely Zanluchi e Maria Ad lia Contrucci O curso estava previsto para ter in cio em maio de 1976 O curso foi realizado a partir dos quatro discos de vinil produzidos pela professora Gilda Tomatis JORNAL O AVAR 24 04 1
171. de ser compreendido como a 44 cole o de si ou seja aquele que busca guardar a melhor recorda o de si pr prio Os arquivos pessoais podem indicar o desejo da pessoa de ser reconhecido pela posteridade por uma identidade gloriosa digna de nota RIBEIRO 1998 p 35 Em raz o disso os estudos realizados a partir dos arquivos privados exigem um distanciamento por parte do pesquisador para perceber os sentidos que s o atribu dos pelos indiv duos que comp em seus arquivos buscando compreender aspectos nuances de uma trajet ria ou um determinado objeto de estudo e a partir de qual foram constitu dos Sobre essa quest o Heymann 1997 p 45 menciona que o trabalho com arquivos pessoais tem que levar em conta o car ter arbitr rio da configura o de cada um desses conjuntos dado a independ ncia e variedade das situa es em que s o gerados e acumulados os diversos documentos que os comp em al m das m ltiplas interfer ncias a que est o sujeitos Os arquivos pessoais costumam ser redefinidos constantemente medida que s o submetidos a processos de triagem organiza o ordena o classifica o e descarte nos diferentes momentos da vida em fun o de novos crit rios e inten es estabelecidas pelo indiv duo e que se alteram conforme suas necessidades e interesses em raz o de mudan as intemp ries novos projetos e posi es sociais que passam a ser ocupados no tempo presente HEY
172. decifra o e os mais conhecidos s o palavra o sentencia o de historietas ou global de contos Quadro 5 M todos Anal ticos Sentencia o Global de contos Palavra o M todo Anal tico Para Frade amp Maciel 2006b p 49 os m todos anal ticos operam com a ideia de que primeiro a palavra m todo de palavra o a frase m todo da sentencia o ou o texto m todo global de contos ou de historietas tem que ser compreendida reconhecida globalmente para depois ser analisada em componentes como letras e s labas Na palavra o Rizzo 1986 p 24 aponta que as palavras s o apresentadas em agrupamentos e os alunos aprendem a reconhec las pela visualiza o e pela configura o gr fica O m todo apresenta algumas desvantagens como por exemplo dificultar a aprendizagem de palavras novas aos alunos Na tentativa de superar a forma mon tona e cansativa de apresenta o e memoriza o de palavras alguns procedimentos foram criados com o passar do tempo segundo a autora para superar tais pontos como por exemplo a confec o de cart es para fixar palavras de um lado e gravura do outro exerc cios 63 cinest sicos para o ensino do movimento da escrita dos olhos e memoriza o da palavra completa RIZZO 1986 p 25 J o m todo de sentencia o enfatiza a forma o da habilidade da leitura mediante a compreens o A senten a a unidade da l ngua que prec
173. desenho e leiam o seu nome ai na frente Comecem pelo que est ai em cima V M asa V P G Abaixo V M ema V P G Depois 3 A 1 li o na integra est dispon vel na faixa 4 do CD que est nos anexos deste estudo 148 V M ilha V P G Abaixo de ilha V M ovo V P G Por ltimo V M uva V P G Repitam a leitura olhando primeiro para o desenho V M asa ema ilha ovo uva V P G Voc s v o dizer essas palavras partidas isto dizer a primeira parte fechar a boca e depois dizer a outra parte Comecem V M asa ema ilha ovo uva V P G Agora olhem para o primeiro desenho o da asa Na frente est palavra asa e mais na frente h uma letra Olhem para a primeira letra da palavra asa e comparem com a letra que est mais na frente Elas s o iguais Ent o voc s podem descobrir o nome desta letra Digam o primeiro peda o da palavra asa e j estar o dizendo o nome dessa letra Ent o vamos dizer o nome da letra que est na frente da palavra asa Comecem TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d As li es s o longas t m in cio com a introdu o das vogais consoantes s labas palavras sons orientando a grafia de cada letra com recursos de linguagem Na reportagem do Jornal do Brasil de 10 de maio de 1968 o jornalista escreve que os alunos se entusiasmam com a cartilha segundo as palavras da pr pria professora Gilda
174. dezembro de 1967 Romanelli 1991 destaca que no per odo da ditadura militar as campanhas instauradas pelo governo se utilizavam de algumas frases patri ticas e de forte impacto para convencer a popula o da import ncia das campanhas de alfabetiza o para o pa s estimulando os a aderirem a elas j que o crescimento econ mico do pa s estava atrelado ao fim do analfabetismo e a um povo instru do Dentro do esp rito dos slogans propostos pelo governo como Brasil grande ame o ou deixe o milagre econ mico etc planejava se fazer com que a educa o contribu sse de forma decisiva para o aumento da produ o brasileira ROMANELLI 1991 p 64 Para Benito 1997 p 28 apud FRADE 2010c p 175 a forma com que os livros did ticos s o organizados em termos de p gina composi o edi o encaderna o tipogr fica e ilustra es muitas vezes t o peculiar refletem a identidade do livro Segundo o autor desde o s culo XIX havia uma acentuada preocupa o com os aspectos f sicos e gr ficos dos livros escolares e um movimento importante que influenciou v rios aspectos relativos educa o incluindo os livros did ticos foi o movimento higienista BENITO 1997 p 28 apud FRADE 2010c p 175 Sobre este assunto Frade 2010c p 175 declara que em rela o aos livros escolares esse movimento estabeleceu algumas regras sobre a gramatura do papel a cor da folha a qualidade e o tamanho
175. do vinte e sete li es e tr s testes de leitura dispostos em trinta e uma p ginas Nas p ginas sete quinze e vinte e tr s do Primeiro Guia de Leitura LER encontra se o Teste Il e III referente leitura Nesses testes as autoras listam v rias letras s labas e palavras e uma hist ria Dom Urubu que deveriam ser lidas e estudadas pelos alunos Mais um aspecto que difere o Primeiro Guia de Leitura LER da Cartilha Ler a Jato que a ltima n o apresenta testes de leitura dessa natureza em seu material Nas p ginas vinte e vinte um referente s 172 e 18 li o do Primeiro Guia de Leitura LER as autoras prop em a leitura e o trabalho palavras que englobam os chamados encontros consonantais br dr fr gr pr tr vr blfl gl pl seguida de algumas palavras e frases J as sete ltimas li es do Primeiro Guia de Leitura LER s o totalmente direcionadas para a leitura de textos maiores que ocupam toda a p gina da cartilha e se apresentam sob os seguintes t tulos J sei Ler p 24 A sa de p 25 O trabalho p 26 A fam lia p 27 O cacho de uvas p 28 Nossa p tria p 29 O Brasil p 30 Como bom saber p 31 Atividades que novamente se diferem da proposta da Cartilha Ler a Jato a qual n o contempla esse tipo de atividade no seu material Na contracapa do primeiro Guia de leitura LER encontra se a bandeira do Brasil com a identifica o por escrito de seus respe
176. do f nico foi produzido em um momento hist rico em que havia uma hegemonia do m todo global no Rio Grande do Sul Ainda em rela o aos m todos de alfabetiza o em geral Chartier amp H brard 2001 p 143 destacam que 65 Todos estes m todos foram criados entre 1880 e 1930 e muitos outros elaborados depois levaram outra parte as discuss es entre os especialistas mas a guerra dos m todos da d cada de 1960 sem d vida assegurou por longo tempo a popularidade das suas designa es Esse breve panorama hist rico nos mostra o quanto o campo da Hist ria da Alfabetiza o em especial dos m todos do ensino da leitura e da escrita sempre esteve mediado por conflitos disputas e discuss es em torno dessa problem tica que h anos visa a definir quais os melhores e mais eficientes m todos de alfabetiza o Perceber e compreender algumas dessas disputas e conflitos colabora no entendimento de que a produ o da professora Gilda n o esteve parte dessa querela que historicamente envolveu os m todos e as propostas de alfabetiza o Na continuidade do trabalho e antes de apresentar e analisar especificamente os materiais de alfabetiza o com nfase na Cartilha Ler a Jato e no m todo audiofonogr fico apresento alguns aspectos biogr ficos de Gilda de Freitas Tomatis a fim de revelar quem foi e qual foi a trajet ria pessoal e profissional dessa professora e autora did tica 4 ASPECTOS BIOGR FIC
177. dores podem se localizar em qualquer parte do planeta Raz o pela qual esta plataforma online de negocia o e com rcio vem obtendo grande sucesso Informa es dispon veis no site www mercadolivre com br Quadro 3 Recortes de Jornais 53 Alfabetiza o Nesta reportagem a professora Gilda Tomatis escreve ao jornal para responder s interroga es do Sr Elio Lermen sobre o aumento progressivo do n mero de reprova es nas classes de alfabetiza o A professora apresenta dados parciais da pesquisa que estava realizando sobre o uso da Cartilha Ler a Jato A professora menciona os problemas na educa o especificamente da alfabetiza o alegando que as orienta es do CPOE seriam as causas das reprova es em massa nas escolas p blicas principalmente em raz o da aplica o do m todo global de contos considerado por ela uma sabotagem ao progresso Alfabetiza o ser feita em poucas 22 02 1968 Correio Reportagem Data Origem Localiza o Professores criam M todo 27 12 1966 Jornal Folha Arquivo privado Alfabetiza o de crian as e adultos da Tarde da em apenas doze horas Nesta Publica o da pesquisadora reportagem a professora Gilda Companhia Tomatis divulga fatos sobre sua Jornal stica forma o trajet ria profissional a de Caldas Cartilha Ler a Jato e o m todo que Junior em criou descrevendo inclusive como o Porto mesmo deveria ser u
178. dos com as descobertas na leitura independentes do professor Prof Idacy Martins Grupo Esc Gast o Le o Gua ba Houve muito interesse por parte dos alunos por ser a cartilha acess vel e de f cil assimila o da aprendizagem cujo aproveitamento foi sobejamente confirmado nas provas finais 100 de aprova o Prof Catarina P amoline Tramanda TOMATIS Gilda CONTRACAPA DOS DISCOS DE VINIL M TODO AUDIOFONOGR FICO APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Aparentemente as declara es evidenciam que o material despertava o interesse dos alunos por m os pareceres n o s o claros a que aspectos espec ficos da cartilha os alunos se identificaram H apenas breve destaque para a leitura no item dois que faz refer ncia ao Grupo Escolar de Gua ba Na continuidade os pareceres dos pais demostram PARECER DOS PAIS Os pais gostaram muito do processo que era uma novidade em que os alunos aprendiam sem decorar sendo capazes de ler palavras novas em qualquer livro Prof Reni Caron Grupo Escolar Felipe dos Santos Veran polis 138 Os Pais receberam com certa surpresa a r pida recupera o de seus filhos que estavam com 2 a 4 anos de escolaridade Prof Maria L Bend Grupo Escolar F tima Canoas Os Pais manifestaram se a favor da Cartilha Ler a Jato devido rapidez de alfabetiza o Prof Neiva Hichembick Grupo Escolar Dolores Gomes P Alegr
179. dos materiais complementares j que n o contou com o apoio ou aux lio financeiro de nenhuma institui o ou do pr prio governo federal para faz lo Essa quest o do financiamento do material tamb m se refletiu nos materiais que foram utilizados na produ o dos livros e cadernos complementares Cartilha As folhas internas da Cartilha Ler a Jato e dos Cadernos S rie Jato por exemplo da primeira para a segunda edi o deixaram de ser impressos em folhas de sulfite branca e passaram a ser impressas em papel jornal de modo a diminuir os custos da produ o O livro de exerc cios de linguagem de 1 e 2 ano Escrevendo a Jato apresentou um n mero reduzido de p ginas com atividades e isso seria em raz o de fatores financeiros assim como o livro de Matem tica de 1 ano que tamb m passou por modifica es quanto ao n mero de p ginas tipo de papel e impress o visto que a professora ainda queria considerar segundo ela mesma afirmava o poder aquisitivo e as condi es financeiras dos professores e dos pais dos alunos 184 Esse aspecto segundo a autora foi necess rio considerar no momento da publica o e comercializa o do material A inova o da sua proposta ficou por conta da grava o de quatro discos de vinil intitulado M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas nos quais foram reproduzidas as li es contidas na Cartilha Ler a Jato pois conforme a professor
180. e TOMATIS Gilda CONTRACAPA DOS DISCOS DE VINIL M TODO AUDIOFONOGR FICO APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Nas supostas declara es dos pais h um certo entusiasmo em rela o cartilha Os pais teriam se surpreendido com a rapidez com que se efetivava o processo de alfabetiza o dos filhos o interesse que o material despertava para outras leituras livros e jornais e pelo aprendizado da leitura e da escrita sem que tivesse sido preciso decorar J os pareceres dos professores s o reproduzidos nos seguintes termos PARECER DOS PROFESSORES Achei a cartilha de grande valor principalmente para as classes D Com uma cartilha assim poss vel acabar com essas ingratas classes D Prof Elo sa Prestes Grupo Escolar Parque Bras lia Cachoerinha Usei a cartilha orientada apenas pelas instru es do Guia contida na mesma Assim a minha opini o que a cartilha tima Esclare o que a maioria das crian as de n vel econ mico e cultural inferior Promo o de 100 Prof Adalgisa Neves Xavier Escola S Manoel Porto Alegre Gostei muito do processo Eu usei na falha do global Prof Eunice Scheinert Grupo Escolar Souza Lobo Porto Alegre Gostei da Cartilha pois uma maneira f cil para a alfabetiza o das crian as que residem no interior onde se torna mais dif cil por causa da l ngua alem A maioria das crian as chega escola sem compreender
181. e educacionais de Porto Alegre circulando por referindo se reportagem sobre o 89 anos D ficit Escolar Prim rio divulgada ininterruptam 55 pelo jornal dias antes Documento ente at original 1984 O jornal reiniciou sua publica o no ano de 1986 Alfabetiza o em 15 horas n o 10 05 1968 Jornal do Arquivo privado segredo de D Gilda A reportagem Brasil Foi da de traz a entrevista da professora Gilda fundado em pesquisadora Tomatis sobre a cartilha e o m todo 1891 por sua trajet ria profissional o sucesso Rodolfo editorial da Cartilha Ler a Jato Epif nio de ressaltando dados importantes sobre o Sousa n mero de cartilhas que editou e que Dantas O pretendia editar Comentou sobre os jornal era estados que adotaram seu material do publicado interesse do Minist rio da Educa o diariamente com rela o cartilha Documento na cidade do original Rio de Janeiro deixou de ser e impresso em setembro de 2010 para tornar se digital Escola de Alfabetiza o em novo 24 04 1976 O Avar Arquivo privado m todo A reportagem de divulga um Jornal de da curso de alfabetiza o que seria circula o no pesquisadora realizado a partir do M todo estado de Audiofonogr fico dispon vel em S o Paulo e quatro LPs O curso teria sido com sede em realizado e orientado pelas professoras Avar Suely Zanluchi e Maria Ad lia Contrucci naquele respect
182. e constitui ao logo do tempo Nesse caso essas atividades historicamente t m constitu do a cultura escolar especialmente a cultura da alfabetiza o Ditados c pias reprodu o de letras s labas e palavras s o tipicamente atividades relacionadas ao ensino da leitura e da escrita Para H brard 2001 p 125 a c pia por exemplo est no centro da alfabetiza o quando esta se prop e a ensinar n o somente a ler mas tamb m a escrever Nas atividades presentes nos LPs foi poss vel identificar as seguintes propostas ler o nome do desenho ler as s labas de cada letra Tema uma express o t pica do RS utilizada para denominar as Tarefas de casa 152 ler uma linha de cada li o formar frases ditado separar as s labas completar as palavras fazer c pia das palavras aprendidas em determinadas li es ler as li es reler a li o aprendida formar frases com pontos de interrogativas exclamativas e afirmativas Peres 2008 p 92 ao realizar uma pesquisa sobre Linguagem na Revista do Ensino do Rio Grande Sul abr 1958 p 6 localizou a discuss o acerca da c pia e do ditado A c pia poderia ser feita na escola desde que com estimulo til e agrad vel tamb m o ditado combatido por muitos como processo de aprendizagem mas aceito como meio de comprova o e exerc cios sistem ticos de vocabul rio PERES 20083 p 92 Peres 2008 p 92
183. e ensino Para exemplificar pode ser citado um caso comum que aparece em trabalhos escolares ao separar uma palavra por necessidade de mudan a de linha a separa o de s labas n o efetuada convenientemente Isto demonstra que as fases da aprendizagem relativas a este item program tico n o atenderam convenientemente a todas as suas reas Entre outras causas pode ser citada como a de maior relev ncia o fator tempo O hor rio escolar reduzido algumas escolas funcionam em 3 ou 4 turnos em escolas de mestre nico s o atendidos simultaneamente os v rios n veis do curso prim rio Nestas circunst ncias n o poss vel discordar de que trabalhos escolares realizados fora do hor rio escolar venham a se tornar necess rios Entretanto considere se que o per odo de atendimento direto ao educando ser restringido se dele subtrair o tempo empregado quer na escrita de temas no quadro pelo professor quer na c pia dos mesmos pelos alunos Est c pia apresentada frequentemente ocasiona erros de ortografia e supress o de palavras o que facilmente pode ser comprovado manuseando se cadernos escolares Se com a preocupa o de ganhar tempo os temas forem escritos sob ditado as defici ncias acima citadas apresentar se o mais acentuadas Outro aspecto a considerar que a fixa o ou integra o de novos conhecimentos perman ncia da aprendizagem ou mudan a no comportamento exige um t
184. e que mais uma vez a professora exp e sua preocupa o com a dificuldade e a falta de recursos financeiros por parte dos professores para a aquisi o de materiais did ticos e pedag gicos que pudessem auxili los na sua pr tica pedag gica Esse importante aspecto no circuito das comunica es proposto por Darnton 1995 o da conjuntura econ mica e social parece ter sido levada em conta pela professora Gilda a ponto de t la influenciado a replanejar as suas publica es tendo em vista uma forma de ofertar um material did tico de menor custo aos educadores para que assim tivessem acesso aos novos conceitos e tend ncias pedag gicas como por exemplo no caso em quest o os da Matem tica Moderna divulgados na poca em que ela produziu o material Diz ela Levando em considera o o aspecto econ mico de professores e alunos o planejamento inicial deste livro sofreu modifica es quanto ao n mero de p ginas bem como apresenta o tipo de papel colorido etc Sem perder de vista o objetivo espec fico de seu conte do na elabora o de Matem tica 1 ano esteve presente a rela o poder aquisitivo do aluno x pre o do exemplar realidade que a Autora levou em considera o a fim de suprir a defici ncia bibliogr fica em campo mais amplo TOMATIS Gilda MATEM TICA 1970 p 88 De acordo com Bittencourt 2008 p 190 o livro did tico independentemente da condi o do professor no decorrer d
185. e se atrevam a sair das trilhas aprendidas com coragem de explorar novos caminhos Pois a ci ncia construiu se pela ousadia dos que sonham e o conhecimento a aventura pelo desconhecido em busca da terra sonhada Rubem Alves Fragmento extra do do livro A alegria de ensinar de Rubens Alves 1994 RESUMO O trabalho apresenta a an lise da produ o da cartilha Ler a Jato e do M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas produzido pela professora Gilda de Freitas Tomatis na d cada de 1960 no Rio Grande do Sul A periodiza o deste estudo considerou o ano de 1967 ocasi o em que foi editado o primeiro exemplar da cartilha Ler a Jato at o ano de 1986 data da ltima edi o encontrada durante a realiza o da pesquisa Para a an lise dos dados fez se o cruzamento dos documentos com as fontes orais Em rela o s fontes orais considerou se a entrevista semiestruturada realizada com a filha da professora Gilda de Freitas Tomatis em Porto Alegre RS em outubro de 2010 Em rela o aos documentos foram considerados fotos livros cartilhas discos de vinil certificados medalhas um parecer emitido pelo Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais da Secretaria de Educa o e Cultura de 1968 contendo uma avalia o detalhada sobre a cartilha Ler a Jato Alguns desses documentos foram doados pela filha da professora Gilda Tomatis aliados a outros documentos que adquiri junto a seb
186. ef Figura 10 Reprodu o da 1 Li o da cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 Fonte Acervo privado da pesquisadora 94 Sobre as li es a Cartilha Ler a Jato composta por vinte e duas li es distribu das ao longo das vinte e cinco p ginas da cartilha Cada li o ocupa em m dia uma p gina exceto para as li es referentes 14 15 16 19 e 22 li o nas quais a autora divide a p gina em duas partes e trabalha com duas li es que ao mesmo tempo que se assemelham e se complementam Como o caso das li es que envolvem a grafia das letras g e j s c e gq ch e x que segundo o parecer do setor t cnico do CPOE a analogia aceit vel do ponto de visto fon tico e contra indicado na apresenta o da escrita porque conduziria a inseguran a ortogr fica principalmente da forma com que essa atividade apresentada na cartilha RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 9 Em rela o ao n mero de li es apresentadas na cartilha o Parecer N 392 68 1968 p 6 do CPOE destaca que o n mero de li es muito aqu m do estipulado na confec o de um pr livro tem um conglomerado de palavras sem unidade l gicas entre si que vai desde a p gina 8 at a p gina 27 da cartilha Ler a Jato al m disso o trabalho com dois sons b sicos na mesma p gina como a li o do gal
187. efones para contato As folhas internas que comp em o livro s o de papel sulfite h uma p gina de agradecimentos na qual a autora passa a listar o nome das colegas T cnicas em Educa o como Ada Vaz Cabeda Carolina Carvalho Dalva da Rosa Dupuy Lourdes Terezinha Comparsi Maria Josefa Pisacco Motta e Nancy Palmeiro Mariante pela colabora o em seu projeto que contava com algumas volunt rias que tamb m tinham o desejo de contribuir e participar de alguma forma da Campanha Nacional de Alfabetiza o do Governo Alguns dos nomes citados acima atuaram no CPOE entre os anos 40 at os anos 70 PERES 2000 A autora tamb m registrou na cartilha os agradecimentos a algumas institui es e rg os da imprensa como o jornal Folha da Tarde a R dio Gua ba e a TV Piratini que teriam divulgado os resultados positivos deste processo de alfabetiza o e assim teriam influenciado para que a publica o do material fosse antecipada bem como os dirigentes da Gr fica e Editora A Na o S A que tamb m contribu ram segundo ela para que a cartilha fosse impressa a tempo do in cio do ano letivo Verifica se que a pr pria cartilha traz ind cios GINZBURG 2007 de como teriam sido os primeiros passos da divulga o do material envolvendo assim o circuito das comunica es de Darnton 1995 uma vez que o material revela quais os meios e m dias utilizadas pela professora Gilda no processo de divulga o de seu material
188. egina Alves de SOUZA Rosa F tima de As faces dos livros de leitura PICAN O Deise Cristina de Lima Lecturas Selectas l ngua e civiliza o nos livros did ticos de Espanhol publicados nas d cadas de 40 e 50 no Brasil RAZZINI M rcia de Paula Greg rio Pr ticas de leitura e mem ria escolar SOUZA Maria Lindaci Gomes de PAIVA Marl cia Linguagens alternativas na constru o do saber charges e imagens nos livros did ticos III Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Em rela o a Alfabetiza o LABEGALINI Andr ia Cristina Fregate Baraldi Uma institui o modelar para a forma o de professores alfabetizadores os Institutos de Educa o do Estado de S o Paulo 1933 1975 MELLO M rcia Cristina de Oliveira MONARCHA Carlos Temas pertinentes alfabetiza o na Revista de Educa o 1933 1943 SILVA Sandra Batista de Ara jo GALV O Ana Maria de Oliveira Pentecostais e suas rela es com a escrita 1950 1970 VALDEMARIN Vera Teresa Os sentidos e as experi ncia professores alunos e m todos de ensino Em rela o a Livros Did ticos AURAS Gladys Mary Teive Manual de li es de cousas de Norman Calkins produzindo professores as para tecer a Rep blica em Santa Catarina BORNATTO Suzete de Paula Id as sem lugar nos livros de Portugu s 1940 1980 a cr tica ao normativismo feita por escritores exemplares FRAD
189. em tica Moderna come aram a surgir no cen rio brasileiro a partir de meados da d cada de 1960 em um momento de moderniza o do setor editorial brasileiro Essas mudan as dizem respeito s dimens es dos livros s caracter sticas de sua encaderna o qualidade de impress o incorpora o gradativa de uso de cores ao uso de recursos visuais e a uma melhor distribui o do espa o A editora o utiliza cores e outros recursos para destacar o in cio dos cap tulos as curiosidades as notas os lembretes amigos os resultados importantes inclui figuras em espa os que n o apresentam textos etc Esses novos recursos editoriais forneceriam elementos refor adores para a introdu o dos conte dos modernos e de novas abordagens MIORIM 2005 p 7 8 Para a professora Gilda Tomatis o ideal seria que todos tentassem se atualizar tendo em vista as dificuldades que os estudantes v m encontrando ap s o curso prim rio por desconhecerem totalmente a orienta o reformulada do ensino da Matem tica seu vocabul rio e sua significa o As ordens que acompanham cada exerc cio n o significam que desde o in cio do curso devam os alunos estar capacitados a decifr las Poder o entretanto ser teis a professores leigos bem com h outras pessoas que colaboram na obra educacional dispensando o Manual do Professor despesa que para muitos seria inacess vel TOMATIS Gilda MATEM TICA 1970 p 88 176 Nota s
190. em Porto Alegre RS J l 19 7 3 var aaa aeaeaei Dea STE 79 Foto da professora Gilda de Freitas Tomatis aos 70 anos em Porto Alegre RS casanigs iusa paras BE Danada ad arrati ee 81 Capa da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 85 Contracapa da Cartilha Ler a Jato 152 ed 1986 90 1 Li o da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 93 3 Li o da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 96 12 Li o da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 97 Carta enviada pela professora Gilda de Freitas Tomatis aos prefeitos municipais Nov 1968 108 Ficha de dados informativos destinada aos professores Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27 Figura 28 Figura 29 Figura 30 NOVPIDOS rapa Er is a SA tdo a ARA 109 Capa do Primeiro Guia de Leitura LER 1 ed 1947 117 1 Li o do Primeiro Guia de Leitura LER 1 ed 1947 119 Li o do Pato do Primeiro Guia de Leitura LER 1 ed 1947 121 Li o do Pato da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 121 Grafia das Letras Cartilha Ler a Jato 152 ed 1986 126 Caixa M todo Audiofonogr fico Alfabetiza
191. emerg ncia de um novo discurso na educa o p blica o da renova o pedag gica Esse discurso foi produzido e divulgado principalmente pelo Centro de Pesquisa e Orienta es Educacionais CPOE rg o vinculado Secretaria de Educa o do Estado e criado em 1943 e respons vel pela introdu o de pr ticas cient fico experimentais no ensino ga cho que estavam ancoradas na chamada ci ncia renovada Este estudo inclusive faz refer ncia tese de doutorado desenvolvida por Peres 2000 sobre a tem tica 52 Caderno S rie Jato 1 ano s d Arquivo privado da 12 edi o documento original pesquisadora Escrevendo a Jato 1 e 2 ano Exerc cios de 1968 Arquivo privado da Linguagem 1 edi o documento original pesquisadora Escrevendo a Jato 1 e 2 ano Exerc cios de 1975 Arquivo privado da Linguagem 2 edi o documento original pesquisadora Matem tica 1 ano 1970 Arquivo privado da 1 edi o documento original pesquisadora M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 s d Arquivo privado da horas um conjunto composto por quatro discos de pesquisadora vinil referente ao M todo Audiofonogr fico produzido pela professora Gilda Tomatis contendo todo o conte do referente Cartilha Ler a Jato e s atividades encontradas no Caderno S rie a Jato gravado nos Est dios Artec Som em Porto Alegre RS Alguns desses materiais citados no quadro acima foram adquir
192. endizagem da leitura e da escrita Uma das principais id ias ent o que sustentava esse conjunto de material era a de que em qualquer tempo ou espa o o aprendiz poderia efetivamente desenvolver sua aprendizagem e executar os exerc cios Ao se referir escrita H brard 2001 p 137 afirma que por meio do exerc cio passa a acontecer n o somente uma t cnica do corpo mas tamb m uma t cnica intelectual especifica feita do saber de fazer gr ficos O autor considera que fazer exerc cios aprender a apresentar preciso aprender a tomar essa express o em todos os sentidos Apresentar isto guiado por uma preocupa o constante de limpeza de boa manuten o de 161 eleg ncia ing nua ou afetada fazer do caderno o pequeno teatro do saber escolar HEBRARD 2001 p 137 Em rela o ao aspecto da composi o do Caderno S rie Jato a autora destacou neste t pico que na composi o do Caderno constam letras desenhos que dadas as circunst ncias n o apresentam a homogeneidade dos tipos gr ficos mas ser o guias permanentes para o aluno em melhores condi es do que as transcri es do quadro negro para o seu caderno TOMATIS Gilda CADERNO SERIE JATO s d p 57 Nesse sentido a professora Gilda acreditava que era mais vantajoso para o aluno ter um caderno que j viesse com o desenho e a grafia de letras s labas palavras e frases que vinham sendo trabalhadas na Cartilha Ler a J
193. endo que a primeira letra ser a letra da bola devem se preocupar em escutar a letra do fim Vamos come ar ba V M baaa V P G Vamos escrever uma frase A bola boa Comecem com a letra mai scula a da asa V M Aa boolaa booa V P G Depois voc s v o verificar se voc s acertaram As s labas est o na p gina sete do caderno As palavras est o na terceira fila da li o da bola A frase a primeira frase da li o da bola Tema Reler as li es da bola e da lua Fazer c pia do que se encontra nas p ginas sete e oito do caderno TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE B APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Nesta li o a autora faz uma homenagem ao Rei Pel tamb m um artif cio para auxiliar os alunos na memoriza o da consoante As atividades da Cartilha Ler a Jato eram trabalhadas de forma paralela com o Caderno S rie Jato Nesse sentido a professora ainda destacava que era fundamental que os alunos realizassem todos os exerc cios e temas para n o prejudicar a escrita TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE B APRENDA A LER EM 15 HORAS s d O tema a c pia a leitura e o ditado neste caso s o atividades exploradas em praticamente todas as li es da cartilha com o intuito de fixar as aprendizagens por meio do treino da repeti o e da memoriza o atividades que denotam segundo Chartier A M 2007 o quanto uma determinada concep o da cultura escolar s
194. er a Jato e abrange desde a p gina vinte sete at a p gina trinta e cinco Ele apresenta algumas subdivis es sob os seguintes t tulos Apresenta o Considera es Gerais Orienta o para o uso da cartilha Resumo da refer ncia do som das diferentes letras do alfabeto Ap ndice Educa o Moral e C vica e a Nova Constitui o do Brasil Segundo a filha da autora nos primeiros exemplares da Cartilha Ler a Jato sua m e havia solicitado gr fica que nas p ginas destinadas ao Guia do Professor as mesmas fossem pontilhadas para que pudessem ser destacadas pelos professores antes de entregar a cartilha aos alunos Por m essa solicita o acabou encarecendo o material e nas impress es seguintes a autora acabou dispensando a utiliza o desse recurso TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Em rela o a este aspecto o parecer do setor t cnico da SEC RS no item referente Apresenta o do Guia do Professor destaca que as folhas pontilhadas destac veis encontradas nas p ginas vinte e nove trinta e seis da cartilha permitiriam facilidade de manuseio RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 8 Nos par grafos iniciais do Guia do Professor mais precisamente na Apresenta o a autora aborda a quest o da alfabetiza o de crian as e adultos alegando que este teria sido sempre motivo de interesse n o s de educadores e
195. er a Jato como pode parecer mas somente o desejo de colaborar de demonstrar que f cil simples alfabetizar quando se toma o caminho adequado TOMATIS Gilda CARTA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 p 1 Nos estudos realizados pelas autoras Bastos Cunha e Mignot 2002 p 5 sobre o envio recebimentos e trocas de cartas elas destacam que Escrevem se e mandam se cartas pelos mais variados motivos conversar seduzir desabafar agradecer pedir segregar informar registrar vender comprar desculpar e desculpar se falar da vida enfim As cartas seguem um protocolo obedecem a um outro ritmo de tempo levam um tempo para chegar muitas vezes demoram para ser respondidas e n o raro demoram para retornar J Dauphin e Pouplan 2002 p 75 demostram a import ncia historiogr fica das cartas Segundo os autores na historiografia as cartas ocupam tradicionalmente o status de documento A qualidade do signat rio do destinat rio ou das pessoas citadas valoriza o conte do Os dizeres os mais simples os detalhes OS mais incongruentes tornam se signos ou ind cios a serem interpretados Como no campo liter rio as correspond ncias legitimadas pelo destaque que ocupam na sociedade desvelam a vida privada o que se esconde atr s da cena p blica o que n o acess vel no mist rio da obra ou na fulgur ncia do acontecimento Nesse sentido a carta enviada pela professora Gilda Tomatis ao Ministro da Educa
196. ereira da Silvamaria Teresinha Trilhando um percurso hist rico 1978 1990 a cartilha na escola prim ria de Vila Rica MT 216 GOMES Edna Maria Rangel de S MORAIS Maria Arisnete C mara de Adelle de Oliveira da carta do ABC aos livros de leitura de Felisberto de Carvalho HAMDAN Juliana Ces rio Os livros de Firmino Costa ler escrever e transformar a educa o KULESZA Wojciech Andrzej FERREIRA Joseane Abilio de Sousa BEZERRA Vanderlucia Mamedo Livro do aluno e do professor manuais t cnicos no ensino profissional LEITE Ju ara Luzia Humor intelectuais e educa o rela es entre o m todo confuso e os livros did ticos no Brasil do in cio do s culo XX MARTINS Maria do Carmo Cotidiano e conflito na escola analisando o livro de comunica es da E E Orosimbo Maia Campinas 1961 1967 MIMESSE Eliane Livros did ticos de hist ria o discurso pedag gico renovado em contraponto s pr ticas dos professores MONARCHA Carlos Pr ticas de escrita da hist ria da educa o o tema da escola nova nos manuais de ensino produzidos por brasileiros 1914 1969 NASCIMENTO Ester Fraga Vilas B as Carvalho do O manual da professora das escolas prim rias protestantes do hinterland brasileiro NETA Olivia Morais de Medeiros Cartografias espaciais em livros did ticos de hist ria OLIVEIRA Stella Sanches de O manual de did tica de franc s
197. eres Orientadora PPGE FaE UFPel Profa Dra Renata Braz Gon alves ICHI FURG Prof Dr Eduardo Arriada FaE UFPel AGRADECIMENTOS A conclus o deste estudo suscitou em mim muitos sentimentos que me fizeram rememorar in meras lembran as fatos e acontecimentos que marcaram a minha trajet ria acad mica em meio aos desafios e as conquistas Uma experi ncia marcante que me proporcionou um crescimento indescrit vel e que sozinha n o teria conseguido alcan ar Nesse sentido para algumas pessoas importantes que estiveram ao meu lado nesta caminhada contribuindo para a realiza o deste estudo a estas pessoas deixo registrado os meus mais sinceros agradecimentos Primeiramente agrade o a Deus e a minha fam lia principalmente aos meus pais Armindo Dietrich e Lia Neitzke Dietrich que sempre respeitaram e apoiaram as minhas decis es para que os meus sonhos se tornassem poss veis professora e Dra Eliane Peres uma pessoa essencial nessa trajet ria acad mica por sua fundamental orienta o nos ltimos seis anos e pelo incentivo permanente Cabe ressaltar o quanto tenho aprendido com sua generosidade e compet ncia profissional Maria L cia de Freitas Tomatis que enriqueceu esta produ o ao abrir as portas de sua casa e ter contribu do de forma mpar com a doa o de informa es e documentos importantes para a realiza o deste estudo Obrigada Maria L cia sem voc muito pouco poderia ter sido dito
198. es para que possam realizar os exerc cios copiando as palavras que foram aprendidas em cada li o Como forma de exemplificar como o trabalho com o m todo era proposto e desenvolvido pela professora Gilda Tomatis segue abaixo um trecho referente li o as vogais para ilustrar uma das atividades realizada pelos aprendizes no caderno S rie Jato V P G Agora voc s v o copiar essas letras S escrevam nos espa os marcados com um pontinho Vamos come ar pelo a da asa Peguem o l pis Ponham a ponta do l pis na linha acima do pontinho Fa am o l pis caminhar um pouquinho por cima dessa linha para tr s Des am para a linha do pontinho fa am uma pequena volta e subam fechando a rodinha Sem levantar o l pis des am pela linha que subiram e ao encostar na linha de baixo puxem uma perninha para frente Como est no modelo Vamos copiar o e da ema Entre as linhas do pontinho e a de cima no meio fa am um ponto Pouco a frente deste ponto fa am um ponto igual Agora liguem os pontinhos com o tra o do primeiro ponto ao do segundo Depois sigam para cima at encostar na linha de cima e des am pelo lado de traz encostando no primeiro ponto Quando chegarem a linha de baixo fa am uma pequena volta em dire o ao segundo ponto mas n o encostem cheguem bem perto Est escrito o e da ema estes pontos servem para indicar por onde se come a a escrever o e da ema Depois que voc s aprenderem isso n o v o precisar mais c
199. esente uma estrutura mais evolu da no processo de leitura correspondente a p 16 da cartilha frases correlacionadas pela significa o a revis o deficiente no sentido de medir as dificuldades at ent o trabalhadas Outros instrumentos de avalia o vivos e din micos que digam do rendimento da aprendizagem n o s o absolutamente empregados RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 6 7 Na nona aula retoma se a li o do Dedo da de di do du na d cima li o Mapa ma me mi mo mu na d cima primeira aula Rato ra re ri ro ru na d cima segunda aula Vivi e Lal nessa li o a autora divide a p gina em cinco partes por uma linha e explora um conjunto de sete frases relacionadas a menina Vivi e sua boneca Lal como por exemplo Vivi nana Lal Vivi vai vila Lal n o vai vila Vivi d leite a Lal Lal boa e bonita Vivi vai ver vov Ela n o leva Lal A d cima terceira aula segue com a aula do Sapo sa se si so su a d cima quarta aula Galo ga gue gui go gu para este caso a autora trabalha tanto com a letra g quanto com o gu Na d cima quinta aula Jarra j je jijo ju e ge gi nesta li o a autora trabalha com a letra j o d grafo r e com a letra g Na d cima sexta aula Cabe a e Quero quero a ce ci o u sa se si so su ca que qui co cu qua quo nesta li o a autora trabalha com as letr
200. etido a Cartilha Ler a Jato avalia o do setor t cnico do Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais da SEC RS em 1968 a autora recebeu um parecer desfavor vel da institui o Nesse parecer N 392 68 o setor t cnico da SEC RS explicitou que v rios aspectos do livro deveriam ser reformulados assim o mesmo n o estava recomendado para ser usado nas escolas prim rias do estado do RS Embora este parecer tenha sido desfavor vel Cartilha mesmo assim a professora decidiu public la divulgando e comercializando seu material Ela rebateu as cr ticas do setor educacional da SEC RS afirmando que o parecer emitido pelo CPOE era uma falha do trabalho de gabinete alheio realidade vivencia dos professores educacionais TOMATIS Gilda CONTRACAPA DOS DISCOS DE VINIL S D apresentando ainda dados e depoimentos favor veis a sua proposta de alfabetiza o de pais alunos e professores de diversas institui es e localidades do estado ga cho cujas avalia es da cartilha eram muito positivas Al m disso a professora demonstrava uma forte e declarada oposi o ao m todo global de contos adotado e difundido pelo CPOE na d cada de 1968 Ela acreditava que a ado o de m todos importados de outros pa ses teria contribu do para a cria o das classes de recupera o e dos altos ndices de reprova o repet ncia e evas o escolar quando eram aplicados de forma inadequada pelo professor que n
201. fabetiza o produzido por ela na poca No processo da pesquisa ainda em Porto Alegre visitei outras institui es em busca de dados como por exemplo o Col gio Estadual J lio de Castilhos no qual obtive a fotoc pia de sua ficha profissional referente ao ano em que lecionou na institui o Tamb m fui biblioteca da Faculdade de Educa o da Universidade Federal do Rio Grande do Sul onde encontrei al m da Cartilha Ler a Jato os demais livros que a autora havia publicado pela Editora Tomatis bem como dois textos publicados por ela na Revista do Ensino sobre Ci ncias Naturais na d cada de 1950 quando atuou como T cnica em Educa o Assim sendo considerei que havia reunido um bom material para dar in cio investiga o proposta Para Castillo G mez 2000 42 No dudo de la import ncia que tienen los dep sitos de la mem ria institucional o del poder habituales viveros del historiador pero tampoco de la utilidad que ofrecen las escrituras de la gente com n Com estas cabe la posibilidad de plantearmos otras maneras de vivir y narrar lo vivido Com ellas em fin devolvemos uma cierta visibilidad a los muchos protagonistas an nimos del acontecer colectivo CASTILLO G MEZ 2000 p 11 Sabemos que ao longo da vida as pessoas marcam o percurso de sua exist ncia guardando diferentes tipos de pap is documentos e objetos uma pr tica de arquivamento que ao se transformar em lbuns arquivos e c
202. ficar essa terceira vinheta n o executada por Banda Marcial al m disso possui ritmo mais lento diferente das outras duas As vinhetas aparecem em torno de vinte e sete vezes ao longo de toda a grava o dos quatro LPs geralmente no in cio e no final de cada li o As vinhetas s o muito curtas por isso de dif cil identifica o a autoria contudo poss vel perceber o forte apelo nacionalista de acordo com esse per odo da hist ria brasileira Essas m sicas eram comuns nas d cadas de 60 e 70 e de acordo com Caldas 2000 por exemplo a dupla de m sicos Dom e Ravel na d cada de 60 costumava participar de programas como a Jovem Guarda lideravam um discurso de exalta o s grandezas do governo e da revolu o cantando m sicas como Voc respons vel e Eu te amo meu Brasil Embora n o tenham sido compostas com essa finalidade como declarou Ravel em uma entrevista ao Censura com essas m sicas acabaram sendo utilizadas pelas campanhas do governo na poca pois se adequavam situa o que o pa s vivenciava RAVEL s d O m sico nesta mesma entrevista declarou o seguinte Nunca fiz m sica encomendada pra governo nenhum nem pra representante de governo nenhum RAVEL CENSURA COM s d A m sica Voc respons vel foi inclusive utilizada na Campanha do Mobral com o prop sito de exaltar a necessidade e as qualidades do movimento conclamando o povo a participar do mutir o da alf
203. ge e gi 15 jarra Refer ncia para o som da letra inicial j suspende a l ngua e empurra ar ou i com asa da jarra Relacionar a identidade de som desta letra com a de galo g antes de e e i ge gi je ji 16 cabe a Refer ncia para o som da letra inicial da palavra cabe a c abre a boca e assopra com a garganta A letra inicial da ltima s laba da palavra cabe a n o se d refer ncia especial porque soa como a de sapo s bem como em ce e ci Neste ltimo caso ce ci considerar o nome Ceci como palavra b sica Para fixar a identidade de som das letras s e levar o aluno a notar que a cedilha pode representar a parte inferior do s a parte que vira para tr s Esta semelhante de grafia far lembrar a identidade do som 222 17 quero quero O som da letra inicial de quero quero q n o apresenta dificuldade por ser igual ao de cabe a c Notar o fato de ser esta letra de quero quero q amiga insepar vel de u sendo que este fica mudo n o fala n o soa quando em sua frente aparecem e e i mas fala soa se seguido de a ou o O caso de u com trema deixar para desenvolver nas leituras intermedi rias 18 favo Posi o da boca para pronunciar a letra inicial da palavra favo f os dentes incisivos superiores ficam bem pr ximos do l bio inferior e se assopra nos dentes incisivos superiores Refer ncia para o som da letra inicial de favo f assoprar nos dentes de cima 19 zebu
204. gnifica por m que do ponto de vista pedag gico a crian a necessite primeiro se apropriar do c digo escrito para depois 99 escrever textos significativos pelo contr rio atualmente est claro que o processo de aquisi o da tecnologia da escrita alfabetiza o mais bem sucedido se trabalhado conjuntamente com o processo de desenvolvimento das capacidades de uso dessa l ngua letramento CARDOSO 2011 p 184 No Parecer N 392 68 p 4 do CPOE h um destaque para as palavras tala vala abala lota ente ira z nite drilo drupa gleba glifo trunca que s o apresentadas na Cartilha Ler a Jato e trabalhadas pela professora Gilda Tomatis mas consideradas pelo parecer do CPOE como estranhas ao vocabul rio e a experi ncia dos alunos Segundo esse documento ao serem levadas a exercitar todas as combina es de cada uma das vogais aliada ao uso isolado de formas verbais flexionadas em todas as p ginas da cartilha isso retardaria o desenvolvimento da compreens o do que se l RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 4 Para Cardoso 2011 p 92 a presen a de um vocabul rio conhecido dos alunos pode ser defendida como um elemento favor vel alfabetiza o no entanto isso se configura insuficiente para garantir a aprendizagem da leitura e da escrita necess rio ampliar os horizontes A profes
205. guarda de documentos e a possibilidade de acesso e uso de arquivos privados para a investiga o hist rica em especial de pessoas comuns com a possibilidade de dar uma certa visibilidade a protagonistas an nimos do acontecer coletivo CASTILLO G MEZ 2000 p 11 A localiza o dessas fontes orais e escritas a entrevista semiestruturada realizada com a filha da autora a localiza o de fotos livros cartilhas discos de vinil certificados medalhas o parecer t cnico da Cartilha Ler a Jato foi uma parte rdua e importante da pesquisa O aporte te rico metodol gico fundamentou se no modelo epistemol gico do paradigma indici rio proposto por Ginzburg 2007 utilizado como dispositivo de pesquisa para perceber e analisar os elementos relevantes contidos nos documentos al m de aspectos do modelo referente ao circuito das comunica es de Darnton 1995 que auxiliou principalmente na compreens o dos mecanismos utilizados pela professora Gilda para produzir divulgar e difundir sua proposta singular de alfabetiza o por boa parte do estado ga cho e fora dele Utilizando a ideia do circuito da comunica o foi poss vel perceber o uso de cartas de 180 entrevistas a diferentes jornais e de pequenas pesquisas feitas pela professora junto a pais e professores para divulgar seu material de alfabetiza o Outra estrat gia percebida nesse processo foi a venda direta a pais e professores especi
206. guinte O que acontece que o vov Galileu tinha fazenda est ncia e era entre Uruguai e Brasil porque naquele tempo n o tinha a fronteira assim t o certa e n o tinha escola Ela come ou a estudar com nove anos e com dezessete ela se formou no normal A vov ensinava e 68 ela j sabia ler mas era no meio do campo n o tinha escola Ela n o tinha idade para lecionar mas j estava pronta TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Segundo Arag o e Santos 2009 o ensino dom stico era uma pr tica comum de ensino e instru o das pessoas abastadas no Brasil do s culo XIX Essa forma de ensino acabou perdurando por mais tempo no pa s mesmo com a institui o de escolas p blicas e privadas j que em alguns locais a instala o de escolas era considerada cara e invi vel As autoras esclarecem ainda que a educa o dom stica ocorria na casa do aprendiz na esfera privada onde os conte dos as habilidades e o tempo eram determinados pela Casa Essa modalidade de educa o tinha como agentes os professores particulares os preceptores os parentes ou agregados e ainda padres que ministravam aulas dom sticas ARAGAO E SANTOS 2009 p 374 Faria Filho 2000 afirma que essa pr tica de ensino foi utilizada durante muito tempo no Brasil mesmo com a institui o da escola formal O autor descreve que o ensino era individualizado e que era o m todo por excel ncia da instru o dom stica
207. has e a hist ria da alfabetiza o no Brasil alguns apontamentos Hist ria da Educa o 2002 p 147 168 MACIEL Francisca Izabel Pereira Hist ria da alfabetiza o perspectivas de an lise In FONSECA Thais N via de Lima e FONSECA Cynthia Greice Veiga 196 Hist ria e Historiografia da Educa o no Brasil Belo Horizonte Aut ntica 2008 p 227 252 MACIEL Francisca Isabel Pereira Alfabetiza o e m todos de ou m todos de alfabetiza o In Guia da Alfabetiza o Escrita e Leitura como tornar o ensino significativo N 2 CEALE S o Paulo Editora Segmento 2010 p 46 60 MAGALH ES Justino O Manual Escolar no Quadro da Hist ria Cultural para uma historiografia do manual escolar em Portugal S sifo Revista de Ci ncias da Educa o n 1 set dez 2006 p 5 14 MARTINS Ari Escritores do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS Ed da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto estadual do livro 1978 640p MARROU Henri lr n e A hist ria faz se com documentos In MARROU Henri Ir n e Do conhecimento hist rico 4 ed Lisboa Editorial Aster S o Paulo Martins Fontes 1975 p 61 129 MENEGALE Heli Apresenta o In COSTA Ribas BRAZ Maria CAMARINHA Jos RADIOCARTILHA Sistema Radioeducativo Nacional SIRENA Minist rio da Educa o e Cultura Rio de Janeiro 1960 p 3 MERCADO LIVRE In http Awww mercadolivre com br Acessado Setembro 2010 MIGNOT Ana Chry
208. i o de uma cartilha Ler a jato da sua autora DEMONSTRA O A profess ra Gilda far d monstra o de seu processo que vunsidera genuinamente brasileiro e de grande simpli cidade atrav s de palestras para profess res da r de es colar do DF em vista do xi to alcan ado em quase todos o faz com quecrian as e os Estados da Federa o E a pin no RioGrande do Sul Guanabara e Cear T aca A porcentagem de promo o segundo disse reportagem tem sido sempre de 90 por cento sendo que profess res j alfabetizaram tr s turmas em um ano letivo e outros promoveram alunos do 1 o ao 3 0 ano ADULTOS O processo de alfabetiza o r pida de ac rdo com infor ma es da autora tem tido grande repercuss o tamb m na aprendizagem de adultos que apresentam os mesmos resultados obtidos com as cri an as e s vezes at melhores AUTORA A senhora Gilda de Freitas Tomatis profess ra prim ria t cnica em educa o e profess ra de Ci ncias F si cas e Biol gicas no Col gio Estadual J lio de Castilhos de P rto Alegre 230 ANEXO D Jornal Folha da Tarde 27 12 1966 FOLHA DA TARDE 27 DE DEZEMBRO DE 1966 A profess ra Gilda Freitas To matis eriou um m todo de al a betiza o para adultos e crian as bem dotadas e at pouco abaixo da faixa de normalidade em ape nas doze horas Em entrevista Folha da Tar de a profess ra Gilda Tomatis
209. i Munakata 1997 Maria Auxiliadora Gadelha da Cruz 2000 Mauricio Demori 2000 Stella Maris Scatena Franco Vilardaga 2001 Arlete Gasparellho 2002 Eduardo Antonio Bonzatto 2004 Renilson Rosa Ribeiro 2004 Dagmar Maria Gomes da Silva 2004 Carina Caldas 2005 Julio Maria Neres 2005 Rosimeri da Silva Pereira 2005 e Maria Aparecida Leopoldino Tursi Toledo 2005 Outro aspecto relevante abordado pela autora foi a dificuldade em obter dados precisos sobre o levantamento das pesquisadas realizadas sobre o livro did tico visto que algumas investiga es embora utilizassem o livro did tico como 19 fonte estas fontes muitas vezes n o s o evidenciadas nos t tulos destas obras MOREIRA 2011 p 3 No entanto ao iniciar este estudo procurei conhecer o campo da Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares fazendo um levantamento dos estudos publicados nessa rea especialmente entre o per odo de 2000 a 2011 em livros revistas peri dicos e eventos importantes na rea dispon veis inclusive em seus respectivos sites online O mapeamento das pesquisas permitiu identificar que houve um consider vel crescimento na rea nos ltimos anos ap s a divulga o dos estudos de Soares amp Maciel 2001 Nesse sentido o estudo aqui realizado pretende contribuir com esse campo em franca expans o e est inserido na rea de conflu ncia dos estudos de Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares Para
210. i lo lu Ler as s labas na Cartilha Agora o aluno dever estar apto a ler todas as palavras com a letra l Leitura desta p gina da Cartilha pelo aluno em colunas verticais C pia da palavra lua e das s labas com a letra I A fim de preparar o ditado o professor pronunciar s labas com a vogal prolongada para que o aluno perceba a letra que est no fim Ex laaaaa a leeeee e liiiii i looooo 0 luuuuu u Ditado de s labas e palavras com a letra I Durante a alfabetiza o o professor deve habituar o aluno a pronunciar a palavra antes de escrev la a fim de observar a posi o que da boca e assim identificar a consoante Sempre que o aluno estiver escrevendo dever acompanhar com a articula o o movimento da m o Durante a leitura o professor chamar a aten o do aluno para prolongar a vogal da 1 s laba at que o olho possa ver a letra seguinte e dar o jeito da boca Exemplo laaa ta TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 29 Embora bastante longas a op o em reproduzir as orienta es de todas as li es tem como objetivo principal demonstrar a preocupa o da professora em ensinar passo a passo os professores a usarem o m todo Segundo ela as orienta es seguidas rigorosamente eram as raz es do sucesso no ensino da leitura e da escrita s crian as e aos adultos As min cias das orienta es revelam tamb m aquilo que j conhecido na aplica o do m todo fo
211. ia Cristina de Oliveira A contribui o do pensamento de Emilia Ferreiro para a hist ria da alfabetiza o no Brasil 212 Em rela o a Livros Did ticos ANDRADE Leila Ang lica Oliveira Moraes de Para forma o do bom Sergipano Um estudo do livro did tico Meu Sergipe de Elias Montalv o 1916 BATISTA Antonio Augusto Gomes Um g nero de manual escolar os pale grafos ou livros de leitura manuscrita COELHO Maricilde Oliveira O livro did tico no Par da 1 Republica CORREIA Ant nio Carlos Luz SILVA Vivian Batista da Uma hist ria de leituras para professores em Portugal e no Brasil 1930 1971 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Izabel Pereira O Estado Novo nas cartilhas de alfabetiza o GALV O Ana Maria de Oliveira CASTANHO Marta Regina da Costa O ensino da leitura escrita e gram tica na instru o prim ria em Pernambuco 1827 1889 GASPARELLO Arlete Medeiros A pedagogia da na o nos livros did ticos de Hist ria do Brasil do Col gio Pedro II 1838 1920 GIR O Laura Maria Batista da Mota O significado do tacto pedag gico nos manuais de Pedagogia e de Did ctica Antologia de textos do magist rio prim rio MATTOS Selma Rinaldi de Estado Na o e Etnia na constru o do Estado Imperial atrav s do Comp ndio de Hist ria do Brasil de Jos In cio de Abreu e Lima OLIVEIRA C tia R
212. ial que viesse ao encontro das necessidades e expectativas dos educadores segundo ela carentes de recursos financeiros e de refer ncias e bibliografias sobre o tema Nesse sentido ela dedicou um espa o para falar sobre a Matem tica Moderna no livro e na qual salientou que o professor que deseja integrar se na Matem tica Moderna necessita em primeiro lugar precisar o que esse termo significa Para muitos Matem tica Moderna uma Matem tica que surgiu na atualidade Isto falso Ela n o sofreu altera o em sua ess ncia Verdadeiro ser considerar Matem tica Reformulada o que significa reformula o na orienta o do ensino na interpreta o dos fatos matem ticos O ensino tradicional buscava a memoriza o o ensino moderno baseia se na interpreta o na significa o dos fatos matem ticos das opera es Leva o aluno a compreender o porqu daquilo que faz Isto n o quer dizer que as crian as n o precisem mais dar resposta autom tica aos fatos fundamentais das opera es Entretanto se elas compreenderem esses fatos atrav s de exerc cios variados na fase de treinamento atingir o a automatiza o com mais facilidade Inicialmente a crian a deve ter oportunidade de usar material concreto para compreender as situa es matem ticas numa grande diversidade de exerc cios Progressivamente deve o professor ir proporcionando a transi o do concreto para o abstrato a fim de liberar o aluno do material man
213. ica de constru o de si mesmo e de resist ncia ARTI RES 1998 p 3 Portanto arquivar guardar tamb m construir uma imagem de si Para Mignot e Cunha 2006 p 41 guardar consiste em proteger um bem da corros o temporal para melhor partilhar preservar e tornar vivo o que pela passagem do tempo deveria ser consumido esquecido destru do tornado como lixo E ainda de acordo com Souza E 2006 p 2 as hist rias de vida podem ser narradas a partir de uma diversidade de fontes e procedimentos de coleta de 67 dados que podem incluir tanto os documentos pessoais quanto as entrevistas biogr ficas orais ou escritas Assim a partir destes documentos cuidadosamente guardados aliados s lembran as e recorda es da filha da professora uma hist ria p de ser contatada Gilda Carvalho de Freitas nasceu em Uruguaiana em 05 de agosto de 1917 filha dos estancieiros Galileu de Freitas e Dorila Carvalho de Freitas tinha mais tr s irm s e tr s irm os m m f Figura 2 Foto de Gilda Carvalho de Freitas aos 15 anos em Uruguaiana RS s d Fonte Acervo particular da pesquisadora Gilda Carvalho de Freitas foi alfabetizada pela m e D Dorila Carvalho de Freitas na inf ncia por volta dos nove anos de idade no ambiente dom stico uma vez que na regi o onde residiam poca n o havia escolas por perto TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Maria L cia destacou ainda o se
214. idos em sites virtuais como por exemplo a primeira edi o do Caderno S rie Jato s d juntamente com a primeira edi o do livro de exerc cios de linguagem 1 e 2 ano Escrevendo a Jato datado de 1968 no site do Mercado Livre O material foi adquirido em setembro de 2010 e ambos os livros vieram da cidade de Ol mpia em S o Paulo Em maio de 2011 adquiri novamente pelo mesmo site Mercado Livre a Revista Infantil Cacique na qual consta um texto da autora direcionado ao p blico infantil no ano de 1957 desta vez o material foi remetido de Porto Alegre RS A primeira edi o do Primeiro Guia de Leitura LER produzido pela MES no ano de 1947 por sua vez foi localizado e veio da cidade de Salvador na Bahia embora o livro contenha tanto na capa quanto na sua parte interna v rios carimbos datados de 19 de maio de 1947 fazendo refer ncia Prefeitura Municipal de Ubuiata BA Os demais materiais como j mencionei foram doados pela filha da professora Gilda Tomatis especialmente para realiza o dessa pesquisa Em rela o aos recortes de jornais tamb m optei em organiz los em um quadro para facilitar a identifica o de cada documento 14 Considerado o maior com rcio eletr nico da Am rica Latina por este site poss vel anunciar pesquisar pre os e efetuar a compra e venda de qualquer produto Tanto a compra quanto a venda destes produtos s o realizadas entre pessoas f sicas Compradores e vende
215. ientes retardados ou excepcionais a autora alegava que qualquer pessoa mesmo as com algum tipo de limita o tamb m poderiam ser alfabetizadas mesmo que para isso necessitassem de um pouco mais de tempo como trinta horas em vez de quinze conforme ela defendia para os ditos alunos normais Em raz o disso a professora Gilda foi homenageada pela Federa o Nacional das APAEs Associa o de Pais e Amigos dos Excepcionais em Porto A Federa o Nacional das Apaes uma organiza o social sem fins lucrativos reconhecida como de utilidade p blica federal e certificada como beneficente de assist ncia social de car ter cultural assistencial e educacional que congrega como filiadas atualmente mais de duas mil Apaes e outras entidades cong neres que comp em a Rede Apae tendo como miss o institucional promover e articular a es de defesa dos direitos das pessoas com defici ncia e representar o Movimento perante os organismos nacionais e internacionais para a melhoria da qualidade dos servi os prestados pelas Apaes na perspectiva da inclus o social de seus usu rios Dispon vel em http www apaebrasil org br artigo phtml a 2 Acessado em Novembro 2010 19 Alegre RS por colaborar com o VI Congresso da Federa o Nacional das APAE realizado na capital ga cha em meados de 1973 no qual foi inclu da a discuss o de proposta de alfabetiza o para os excepcionais aco
216. il o estado do conhecimento que entre o per odo de 1961 a 2001 havia um n mero muito reduzido de pesquisas hist ricas sobre esse tema Soares amp Maciel 2001 demonstraram que dentre um total de setecentos e noventa e nove teses e disserta es produzidas nesse per odo apenas seis trabalhos focavam diretamente a perspectiva hist rica da alfabetiza o a saber Dietzsch 1979 Magnani 1997 Carvalho 1998 Am ncio 2000 Maciel 2001 e Trindade 2001 Moreira 2011 p 3 tamb m realizou um levantamento por m com o foco especificamente direcionado para livro did tico que abrangeu o per odo de 1950 ao ano de 2010 no Brasil cujos dados evidenciaram que dentre um total de sessenta e cinco trabalhos localizados no banco de dados da Capes cinquenta e seis correspondiam a disserta es de mestrado e nove a teses de doutorado Segundo a autora nove dos trabalhos apresentados relacionavam se a d cada de 1980 e vinte e tr s trabalhos a d cada de 1990 e trinta e tr s referem se primeira d cada do s culo XXI MOREIRA 2011 p 3 Moreira 2011 destacou ainda dentre as teses e disserta es sobre livros did ticos dezoito autores que se destacaram com estudos de cunho hist rico Entretanto Moreira 2011 p 3 apresenta apenas dezessete autores quais sejam Luis Resnik 1992 Circe Bittencourt 1993 D cio Gatti Jr 1998 Maria das Gra as Bandeira 1996 Ciro Fl vio de Castro Bandeira Melo 1997 Kazum
217. inquenta e dois volumes analisados setenta e oito artigos tratavam de quest es direcionados Hist ria da Alfabetiza o e cinquenta e oito sobre os Livros Escolares A Revista Brasileira de Educa o a Revista Educa o amp Sociedade e a Revista de Hist ria da Educa o destacaram se por apresentarem um n mero maior de publica es sobre a Hist ria da Alfabetiza o e menos publica es sobre Livros Escolares enquanto a Revista Brasileira de Hist ria da Educa o a Revista Em Aberto e o Caderno CEDES apresentaram o oposto um n mero maior de publica es sobre Livros Escolares e um n mero reduzido de publica es com o foco na Hist ria da Alfabetiza o 1 4 Alguns estudos sobre a Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares publicados em congressos e eventos cient ficos Quanto aos congressos detive me apenas ao Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o CBHE em raz o da sua import ncia junto Sociedade Brasileira de Hist ria da Educa o criada em 28 de setembro de 1999 durante a Informa es dispon veis no site http Awww sbhe org br Acessado em Agosto 2011 28 22 Reuni o Anual da ANPEd Um evento que visa a integrar diversos profissionais e pesquisadores da rea e estimular estudos interdisciplinares promovendo interc mbios com cong neres nacionais e internacionais e especialistas de reas afins O mapeamento foi realizando junto aos seis congressos promovidos entre o
218. io da Educa o havia aprovado a realiza o de testes com seu m todo de alfabetiza o A forma com que a professora Gilda obteve esta informa o sobre a realiza o de testes com seu m todo de alfabetiza o n o foi revelada pelo jornal A mesma reportagem destaca ainda que no plano estadual a aceita o governamental foi muito menos estimulante pois o pr prio Secret rio de Educa o do Rio Grande do Sul n o se interessou por ele JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 Desse modo as fontes revelam que a luta de representa es CHARTIER R 1990 era constante ora o m todo era defendido e aceito ora era refutado ou pouco valorizado Outro fato que revela as disputas nas quais a professora esteve envolvida em defesa de seu m todo e do material por ela produzido apareceu em uma reportagem do Jornal do Brasil a seguir Durante um semin rio para orientadores realizado aqui em Porto Alegre no ano passado disse dona Gilda pedi audi ncia ao Secret rio e solicitei autoriza o para ter um encontro com os professores no semin rio ofertar lhes uma cartilha e explanar o m todo Isso me foi negado e o Secret rio de Educa o disse que era professor de Matem tica e que n o tinha tempo a perder com alfabetiza o TOMATIS Gilda JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 Meses depois em setembro do respectivo ano a autora recebeu novamente um convite para ir a Bras lia desta vez a pedido do Deputado Brito Velho e d
219. iplinares organizaram se col quios nasceram revistas e p ginas na Internet criaram se centro de pesquisas em hist ria do livro O livro escolar tamb m ganhou destaque nessa produ o mais geral O livro escolar pode segundo Choppin 2004 ser analisado sob duas perspectivas a de documento hist rico no qual o pesquisador pode analisar aspectos relacionados ao conte do e a de objeto f sico pautado na an lise de aspectos vinculados fabrica o produ o distribui o e uso do livro escolar Sobre a primeira perspectiva o autor destaca que a hist ria que o pesquisador escreve n o na verdade a dos livros did ticos a hist ria de um tema de uma no o de um personagem de uma disciplina ou de como a literatura escolar foi apresentada por meio de uma m dia particular al m disso frequente que os livros did ticos constituam apenas uma das fontes s quais o historiador recorre CHOPPIN 2004 p 554 Em rela o segunda perspectiva Choppin 2004 p 554 ressalta que o historiador dirige sua aten o diretamente para os livros did ticos recolocando os no ambiente em que foram concebidos produzidos distribu dos utilizados e recebidos independentemente arriscar amos a dizer dos conte dos dos quais eles s o portadores Tendo como base estas duas perspectivas de an lise do livro escolar descritas por Choppin 2004 este estudo buscou direcionar a an lise da
220. ipulativo substituindo o por s mbolos e sinais TOMATIS Gilda MATEM TICA 1970 p 89 Das p ginas oitenta e nove a p gina cem a autora apresenta de forma resumida alguns conte dos matem ticos descrevendo o que s o e de que forma deveriam ser abordados e trabalhos pelos professores em sala de aula Esses conte dos s o apresentados sob os seguintes t tulos S mbolo N mero Numeral Sistema de Numera o Numerais Ordinais Numerais Romanos Conjunto S mbolo do Conjunto Conjunto Unit rio Conjunto Vazio Conjuntos Iguais Conjuntos Equivalentes ou Equipolentes Conjunto Universo Subconjunto Correspond ncia Biun voca Opera es Aritm ticas Propriedades da Adi o Subtra o Multiplica o Divis o Senten a Matem tica Forma Operacional Problema termos 178 que foram inclu dos no vocabul rio matem tico pelo Movimento da Matem tica Moderna Para finalizar saliento que foi poss vel apresentar comentar e analisar aspectos do conjunto dos materiais n o s produzidos como editados por Gilda de Freitas Tomatis que no intuito de contribuir com a grande campanha de erradica o do analfabetismo e assim colaborar na grande obra de desenvolvimento da na o brasileira disponibilizou uma cartilha cuja base era o m todo fon tico e todos os sat lites poss veis e considerados importantes na sua perspectiva caderno de atividades S rie Jato livro de exerc cios de linguagem
221. ir o vitoriosos na luta contra o analfabetismo Assim em pouco tempo poder o muito felizes exclamar Como f cil aprender a ler TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Ela declara que todos os indiv duos eram capazes de aprender e segundo ela tendo disposi o para querer aprender os resultados surgiriam pois somente os indiv duos que n o entendiam a linguagem comum e que n o eram capazes de se fazer entender que n o aprenderiam a ler Essa forma de incentivo aos alunos era aconselh vel e fazia parte inclusive das orienta es sobre a Campanha de Educa o de Adultos Instru es dessa natureza aos professores de ensino supletivo encontram se por exemplo A introdu o do M todo Audiofonogr fico est dispon vel na faixa 2 do CD As palavras de apoio utilizadas pela professora Gilda para motivar o aprendizado da leitura e da escrita dos alunos est o dispon veis na faixa 3 do CD 147 dispon veis na Revista Brasileira de Estudos Pedag gicos de 1947 e evidenciavam a preocupa o na poca em desmistificar o discurso de que os adultos eram incapazes de aprender em raz o da idade ou por serem cabe as duras pretendendo assim acabar com o sentimento de inferioridade que adolescentes e adultos tinham por ser analfabetos REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAG GICOS 1947 p 74 75 Essa era uma forma de incentivo aos alunos adultos para que continuassem aprendendo e consegui
222. ir de sua materialidade suporte e aspectos gr ficos entender melhor o cotidiano escolar e o ensino da leitura e da escrita 162 Em virtude da quest o econ mica a professora justifica que o material continha apenas exerc cios b sicos referentes s li es trabalhadas na cartilha e complementa afirmando que cabe ao professor ampliar os exerc cios em seu trabalho di rio com os alunos Assim afirmou Por esse motivo ele cont m apenas os exerc cios b sicos correspondentes dos fonemas introduzidos em cada li o Cabe ao professor dar lhes amplitude e variedade continuando posteriormente com Escrevendo a Jato TOMATIS Gilda CADERNO S RIE JATO s d p 57 Em rela o s letras script utilizadas no Caderno S rie Jato a autora justifica No Script foram introduzidas modifica es porque a experi ncia demonstrou que com essas altera es o per odo exigido para a passagem escrita cursiva fica bastante reduzido no m ximo a uma semana al m de melhorar a legibilidade Esta conclus o fruto de experi ncias alicer adas no m todo cientifico elemento b sico que deve nortear todas as atividades dos indiv duos e principalmente as que se referem ao setor educacional a fim de evitar fracassos tantas vezes constatados na rea da orienta o com preju zos incalcul veis para o educando TOMATIS Gilda CADERNO SERIE JATO s d p 57 Al m de justificar a ado o da letra script em seu
223. ir dificuldade por parte do aluno o professor deve orient lo para que olhe a gravura e recorde a posi o que deve dar boca e resolva essa dificuldade Escrita da palavra bola e das s labas com a letra b Ditado de s labas e palavras com b e I Exerc cios diversos Exemplos Completar palavras b Sire olai s DU aguas Escrever palavras que se iniciem por b e l Formar frases A fim de prevenir confus es com letras semelhantes d p q interessante fazer a seguinte associa o a haste da letra b representa a perna de um menino com a bola na frente em cima do p pronta para o chute 4 tatu Identificar a gravura e ler seu nome tatu Pronunciar a palavra tatu bem devagar e alto observando a posi o que d boca empurra a l ngua contra os dentes faz for a com a l ngua Refer ncia para o som da letra inicial de tatu for a na l ngua For a na l ngua e dizer a ta for a na l ngua e dizer e te idem para ti to tu Ler as s labas no livro Leitura pelo aluno das palavras desta p gina em colunas verticais e posteriormente das frases Ditado incluindo palavras com t b e I Exerc cios variados 5 vela A partir desta li o ser dada a orienta o para o desenvolvimento da aula cada vez mais resumidamente Entretanto o professor deve seguir a mesma t cnica apresentada apara as aulas anteriores a Revis o b Leitura da palavra b sica identificada atrav s da gr
224. isa expressar uma id ia de forma completa segundo Rizzo 1986 No entanto para Braslavsky 1985 as atividades precisam partir do interesse natural das crian as e essa express o oral pode ser explorada em sala de aula transformada em frases simples para que as crian as possam analis las e ilustr las Essas frases e express es podem voltar a ser exploradas pelas crian as para que a partir delas possam encontrar novas palavras e estabelecer novas combina es Rizzo 1986 p 31 destaca que quando a sentencia o realmente bem empregada ela desenvolve praticamente todos os h bitos e atitudes necess rias a uma leitura inteligente e completa al m de desenvolver a atitude de interesse e prazer na leitura Mortatti 2006 comenta que em raz o da autonomia did tica proposta pela Reforma de Sampaio D ria em S o Paulo em meados da d cada de 1920 e de quest es pol ticas os professores come aram a apresentar resist ncia quanto utiliza o do m todo anal tico Passaram a buscar por novas propostas e solu es que viesse a dar um fim aos problemas relacionados ao ensino da leitura e da escrita A autora lembra que os defensores do m todo anal tico continuavam a ressaltar sua efic cia por m passaram a conciliar os dois tipos de m todo sint tico e anal tico simultaneamente e nas d cadas seguintes come aram a utilizar os m todos mistos ou ecl ticos ou seja come aram a fazer uma jun o entre
225. ita segundo a finaliza o da pesquisa neste momento indica a possibilidade de continuidade futura como desenvolver novas pesquisas com vistas por exemplo aos seguintes aspectos 1 an lise de outras obras audiofonogr ficas vinculadas alfabetiza o produzidas pela gravadora Artec Som de Porto Alegre RS 2 estudo sobre as gr ficas e editoras A Na o e Santa Cec lia de Porto Alegre as quais realizavam servi os terceirizados de impress o de livros para as demais editoras na d cada de 1960 no RS 3 estudo sobre as ilustradoras de livros de alfabetiza o vinculadas ao CPOE entre as d cadas de 1940 e 1970 185 Esses s o apenas alguns exemplos de continuidade dos estudos que estariam ainda inseridos no campo que pesquisei durante o curso de mestrado a hist ria da alfabetiza o e dos livros escolares REFER NCIAS ALCAZAR GARRIDO Joan Del As fontes orais na pesquisa hist rica uma contribui o ao debate Revista Brasileira de Hist ria S o Paulo ANPUH ED Marco Zero Vol 13 n 25 26 set 1992 ago 1998 p 33 54 ALVES Ant nio Maur cio Medeiros A Matem tica Escolar 1943 1995 uma interpreta o a partir dos livros did ticos In X EGEM Encontro Ga cho de Educa o Matem tica Ijui Caderno de Resumos 2009 p 1 12 ALVES Ant nio Maur cio Medeiros A presen a do Movimento da Matem tica Moderna MMM na produ o de autoras ga chas para o ensino prim rio 1960 1980
226. itora de frases parecida com as da cartilha e leitora de letras e s labas A crian a imita os modelos da cartilha n o escreve o que sabe sobre a linguagem mas o que ficou marcado pelos treinamentos a que se submeteu nesta fase A partir deste contexto percebe se que as sele es dos textos foram elaboradas aleatoriamente para preencher as necessidades de ensino dos fonemas grafemas sequenciados e para focar a fixa o do conte do espec fico voltado para o trabalho com as consoantes v e BRAGGIO 1992 p 13 98 Nas demais li es apresentadas na Cartilha Ler a Jato encontram se outros textos curtos que tamb m trabalham com praticamente a mesma estrutura de frases como Eu leio Lia l A bola boa A bola bela Bilu leva a boa Vov v a uva Vov viu o ovo Frases que tamb m chamaram a aten o do setor t cnico a ponto de constar no Parecer N 392 68 que estudos cient ficos j haviam comprovado que experi ncias relativas percep o e a mem ria dificultariam na percep o em raz o da apresenta o deliberamente repetitiva do elemento lingu stico bem como da dificuldade de fixa o RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 5 Rizzo 1986 p 13 salienta que os m todos fon ticos apresentavam pequenas frases a partir da 2 ou 3 folha para que os alunos desenvolvam gradativamente habilidades de leitura m
227. ivo ano no Instituto de Educa o Sedes Sapentiae Documento original As informa es referentes aos jornais foram extra das dos seus respectivos sites exceto o jornal O Avar que embora tivesse v rias p ginas online n o dispunha de um t pico espec fico acerca da sua cria o As reportagens de jornais impressos datados do ano de 1966 at 1976 ser o tratadas e utilizadas como fonte de pesquisa com o intuito de contextualizar um momento importante da trajet ria da professora Gilda Tomatis que revelam o processo de concep o cria o produ o distribui o e circula o da cartilha e do m todo audiofonogr fico de alfabetiza o Nesse sentido Peres 2002 p 29 destaca que preciso considerar que o documento seja escrito ou oral n o uma produ o natural Ao abrir um jornal ou outro material qualquer necess rio perceber alguns elementos que auxiliam na compreens o 56 do discurso ali veiculado Primeiro o contexto social em que ele foi produzido depois observar quem escreveu de onde lugar social e para quem escreveu seus suas interlocutores as ou leitor a pretendido a e igualmente que id ias opini es e discursos s o proferidos e recha ados Nessa perspectiva Frade amp Maciel 2006b consideram importante estabelecer o cruzamento entre as diferentes fontes encontradas para qualificar a investiga o visando contextualizar o momento hist rico no qu
228. ivro h algumas considera es em rela o maneira com que as atividades deveriam ser trabalhadas pelos professores junto aos seus alunos CONSIDERA ES ordem em que s o apresentados os exerc cios pode ser alterada a crit rio do professor sendo f cil sua localiza o em face da numera o continuada O ndice apresenta os assuntos reunidos mas n o conveniente que todos os exerc cios de um mesmo item do conte do program tico sejam dados em sequ ncia Experi ncias t m demonstrado que o exerc cio intermitente mais eficaz na perman ncia de determinado comportamento do que o exerc cio continuado Os exerc cios realizados com falhas ou defici ncias n o devem simplesmente ser assinalados nos cadernos dos alunos Estes devem receber orienta o para se capacitarem a refaz los corretamente Quando se verificar que um n mero apreci vel de aluno n o realiza de modo conveniente algum exerc cio este deve ser considerado como uma defici ncia do ensino e servir indiretamente para avalia o do trabalho docente Cumpre investigar se h necessidade de repetir todas as fases da aprendizagem dessas informa es ou talvez dar maior objetividade ou usar linguagem mais acess vel TOMATIS Gilda ESCREVENDO A JATO 1968 p 30 Estas orienta es tamb m evidenciam que os exerc cios propostos n o eram restritos e que deveriam ser ampliados pelos professores de acordo com o andament
229. izado inicialmente por Peres 2008a nos artigos publicados pela Revista Hist ria da Educa o ampliei a busca por artigos relacionados n o s com o foco na Hist ria da Alfabetiza o mas tamb m nos Livros Escolares Dessa forma fez se necess rio revisitar os n meros j analisados pela autora no sentido de verificar artigos relacionados a livros escolares tamb m Ampliando o mapeamento dos artigos publicados na Revista Hist ria da Educa o em seus trinta e cinco volumes que abarca o per odo de 1997 a 2011 verifiquei que entre o per odo de 2005 a 2011 houve um significativo aumento de publica es em rela o a artigos sobre hist ria da alfabetiza o tendo sido publicados quatorze artigos a mais nesse peri dico O levantamento inicial realizado por Peres 2008a na Revista de Hist ria da Educa o me suscitou o interesse em continuar realizando esse mapeamento junto s principais revistas e peri dicos online de circula o no pa s Cabe ressaltar que essa escolha tamb m se efetivou em raz o da import ncia dessas publica es junto aos pesquisadores da rea por trazerem tona discuss es atualizadas sobre a tem tica com aprofundamento e rigor cientifico por integrar pesquisadores nacionais e estrangeiros nesses debates e por contribu rem para not vel crescimento de pesquisas no campo da Hist ria da Educa o Em virtude disso optei por ampliar o per odo de mapeamento destes trabalhos que foram publicado
230. l S o Paulo V rtice 1988 p 14 43 REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAG GICOS Instru es aos professores de ensino supletivo V 11 n 29 jul ago 1947 p 71 88 REVISTA BRASILEIRA DE EDUCA O In http www anped org br rbe rbe rbe htm Acessado em Agosto 2011 REVISTA BRASILEIRA DE HIST RIA DA EDUCA O In http sbhe org br novo rbhe RBHE pdf Acessado em Setembro 2011 REVISTA EDUCA O amp SOCIEDADE In http www cedes unicamp br rev exemplares htm Acessado em Agosto 2011 REVISTA EM ABERTO In http emaberto inep gov br index php emaberto issue archive Acessado em Agosto 2011 REVISTA HIST RIA DA EDUCA O In hitp fae ufpel edu br asphe revista Acessado em Agosto 2011 RIBEIRO Renato Janine Ribeiro Mem rias de si ou In Revista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro CPDOC FGV 1998 v 11 n 21 p 35 42 RIO GRANDE DO SUL Secretaria de Educa o e Cultura do Estado Parecer N 392 68 do Centro de Pesquisas e Orienta o Educacional Porto Alegre RS 05 de setembro de 1968 RIZZO Gilda Menezes Estudo comparativo dos m todos de ensino da leitura e da escrita Rio de Janeiro Papelaria Am rica 1986 50p ROMANELLI Ota za de Oliveira Hist ria da Educa o no Brasil 1930 1973 14 ed Petr polis RJ Vozes 1991 267p 201 SANTOS Ademir Valdir dos NICARETA Samara Elisana O livro did tico na escola prim ria 1915 1969 uma perspectiva hist rica quanto ao
231. l Cristina Alves da Silva amp MACIEL Francisca Isabel Pereira orgs Hist ria da Alfabetiza o produ o difus o e circula o de livros MG RS MT S c XIX e XX Belo Horizonte CEALE FAPEMIG CNPq UFMG FaE 2006 p 223 253 CARDODO Cancionila Janzkovski Cartilha Ada e Edu produ o difus o 1977 1985 Cuiab EdUFMT 2011 218p CARDODO Cancionila Janzkovski Cartilha Ada e Edu de produ o regional circula o nacional 1977 1985 33 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG 2010 p 1 18 189 Dispon vel em http Iwww anped org br 33encontro internas ver trabalhos gt10 Acessado em Novembro 2010 CARVALHO Marlene Alfabetizar e letrar um di logo entre a teoria e a pr tica Petr polis RJ Vozes 2005 142p CASTILLO G MEZ Ant nio Um archipi lago desconocido Archivos y escrituras de la gente com n ARCHIVAMOS Revista Trimestral de la Asociaci n de Archiveros de Castilla y Leon n 38 4 trimestre 2000 p 6 11 CATANI Denice Barbara VICENTINI Paula Perin Lugares sociais e inser o profissional o magist rio como modo de vida nas autobiografias de professores In ABRAH O Maria Helena Menna Barreto org A aventura auto biogr fica teoria e empiria Porto Alegre RS EDIPUCRS 2004 p 267 291 CENSURAMUSICAL COM Dom amp Ravel traidores ou injusti ados S d p 1 8 In http Avww censuramusical com inc
232. lares da cartilha Assim o nico dado poss vel que revela uma prov vel tiragem da primeira edi o o da reportagem do jornal Ainda de acordo com a reportagem do Jornal do Brasil acima mencionada a cartilha nessa poca j circulava fora do estado ga cho sendo distribu da por todo o pa s como por exemplo nos estados da Guanabara de S o Paulo e do Cear Nessa mesma reportagem do Jornal do Brasil h um destaque frase da professora Gilda Tomatis na qual ela revela algumas pistas GINZBRUG 2007 sobre quem revendda as cartilhas fora do estado do RS bem como de que forma eram vendidas especialmente para algumas escolas particulares Tendo assim dito ao Jornal do Brasil Tenho revendedores fora do Estado de modo que n o sei quem compra as cartilhas As vendidas s o avulsas s vezes em grupos de 20 ou 30 por isso acho que algumas escolas particulares devem estar adotando a Ler a Jato TOMATIS Gilda JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 Para Batista 1999 p 529 530 o livro did tico geralmente produzido em grandes tiragens e em encaderna es na maior parte das vezes de pouca qualidade deteriora se rapidamente e boa parte de sua circula o se realiza fora do espa o das grandes livrarias e bibliotecas Maria L cia afirmou ainda que m e recebia muitos pedidos de encomenda e de compra por cartas e por telefone da Cartilha Ler a Jato e dos demais livros sobre alfabetiza o produzidos por
233. las filhas de caridade de S o Vicente de Paulo 1866 PEREIRA Helo sa Helena Daldin Leituras para mo as peri dicos escolares para a juventude cat lica PERES Eliane DIETRICH Mara Denise Neitzke BARUM Sylvia Tavares Lindo Express es e frases de incentivo s crian as feitas por professoras alfabetizadoras em cadernos escolares anos de 1940 2000 PINHEIRO Gilciane Ottoni BECALLI Fernanda Zanetti Uma an lise de concep es de alfabetiza o no Esp rito Santo no per odo de 1940 a 2000 por meio de cadernos escolares QUEIROZ Zuleide Fernandes de Liga de combate ao analfabetismo no Brasil a contribui o de Barbalha para a educa o brasileira REIS Joseni Pereira Meira GALV O Ana Maria de Oliveira As pr ticas de leitura de um sujeito proveniente dos meios populares em Caetit Bahia S culos XIX e XX RIBEIRO Viviane COSTA Cristiane Silva M todos de Alfabetiza o das Escolas Paroquiais Presbiterianas Minas Gerias 1954 1976 ROZANTE Ellen Lucas A educa o dos sentidos no ensino prim ria nos anos iniciais da rep blica brasileira no conte do da revista Eschola P blica 1893 1897 SALIM Maria Alayde Alcantara Leitura e Escola uma rela o de possibilidades e interdi es SANTANA Maria P S Castelo Branco A li o do ABC as pr ticas das professoras rurais no Piau nas d cadas de 1940 a 1970 SANTOS Vera Maria dos
234. laudia Lemos MOURA Mayra Patr cia Letramento no Brasil alguns resultados do indicador nacional de analfabetismo funcional n 81 2002 SOARES Magda FAVAR O Maria Jos Linguagem e escola uma perspectiva social n 26 s d SOARES Magda Novas pr ticas de leitura e escrita letramento na cibercultura n 81 2002 207 Em rela o a Livros Did ticos BELMIRO Celia Abicalil A imagem e suas formas de visualidade nos livros did ticos de portugu s n 72 2000 FRACALANZA Hil rio Ci ncia e livros did ticos de biologia n 22 s d GLEYSE Jacques SOARES Carmem L cia Os manuais escolares franceses de educa o f sica de higiene e de moral seriam sexistas 1880 2004 n 102 2008 GOULART Ilsa do Carmo Vieira O livro nas mem rias de leitura n 115 2011 WARDE Mirian Jorge A industrializa o das editoras e dos livros did ticos nos Estados Unidos do s culo XIX ao come o do s culo XX n 114 2011 Caderno CEDES ALVES Neila Guimar es A sa de na sala de aula uma an lise nos livros did ticos CORR A Rosa Lydia Teixeira O livro escolar como fonte de pesquisa em Hist ria da Educa o 2000 n 52 GOI Vera L cia Fichas de consulta em substitui o ao livro did tico 1983 n 10 KARNAL Leandro A festa o ndio e o livro reflex es para o quinto centen rio 1993 n 30 OLIVEIRA C tia Regin
235. lema do ensino da leitura no ltimo quartel do s culo XIX Portugal Brasil e o debate sobre o par decad ncia atraso MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio O carteiro e o educador pr ticas pol ticas na escrita epistolar TREVISAN Thabatha Aline O ensino da leitura e escrita segundo Ant nio d vila pr ticas escolares 1940 VIDAL Diana Gon alves Mapas de freq ncia a escolas de primeiras letras fontes para uma hist ria da escolariza o e do trabalho docente em S o Paulo na primeira metade do s culo XIX Em rela o a Livros Did ticos CARPENTIER Claude Tradu o Dislane Zerbinatti Moraes Manuais e programas escolares franceses de hist ria e de geografia identidades globaliza o e constru o europ ia 1995 2002 EDREIRA Marco Antonio Branco Monteiro Lobato e seus leitores livros para ensinar ler para aprender GENOVESE Giovane A id ia de Europa no per odo fascista an lise de um livro de hist ria da pedagogia GOMES Maria Laura M Hist ria da matem tica e positivismo nos livros did ticos de Aar o Reis GOUV A Maria Cristina Soares de O exerc cio disciplinado do olhar livros leituras e pr ticas de forma o docente no Instituto de Educa o do Distrito Federal 1932 1937 HEBRARD Jean Tradu o de Laura Hansen e Maria Rita Toledo Os livros escolares da Bibliot que Bleue arca smo ou modernidade MORAIS Christianni Cardoso
236. lenara P Hist rias e mem rias da professora e autora de livros did ticos Nelly Cunha 1920 1999 2008 150f Disserta o Mestrado em Educa o Programa de p s gradua o em Educa o Universidade Federal Pelotas Pelotas RS FARIA FILHO Luciano Mendes de et al Perspectiva Hist rica do Ensino da Escrita In Cadernos da TV Escola Portugu s Vol 1 Bras lia DF MEC Secretaria de Educa o a Dist ncia 1999 p 13 16 FARIA FILHO Luciano Mendes Instru o elementar no s culo XIX In LOPES Eliane Marta Teixeira FARIA FILHO Luciano Mendes VEIGA Cynthia Greive Org 500 anos de Educa o no Brasil Belo Horizonte Aut ntica 2000 p 35 53 192 FAVERO Osmar Mem ria das campanhas e movimentos de educa o de jovens e adultos 1947 1966 2008 1 18 Dispon vel em http forumeja org br df files leiamais apresenta pdf Acessado em Mar o 2011 FEDERA O NACIONAL DAS APAES In http www apaebrasil org br artigo phtml a 2 Acessado em Novembro 2010 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Alfabetiza o Hoje onde est o os m todos Educa o Revista Presen a Pedag gica v 9 n 50 mar abr 2003 p 18 29 Dispon vel em http www presencapedagogica com br capa6 artigos 50 pdf Acessado em Janeiro 2011 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Isabel Pereira orgs Hist ria da Alfabetiza o produ o difus o e circula o de livros MG RS MT S c XIX e XX
237. lha que preconizava a alfabetiza o em 15 horas e que alcan ou grande xito n o s no Rio Grande do Sul como em diversos Estados brasileiros Documento original 10 Horas para aprender a ler A reportagem dedicou um espa o maior 23 02 1968b a autora no Caderno 2 do jornal trazendo uma foto da professora Gilda com a Cartilha Ler a Jato A professora propaga o m todo fon tico a alfabetiza o com os adultos e divulga os altos ndices de aprova o atingidos poca com o material em v rios estados brasileiros dentre eles Rio Grande do Sul Guanabara e o Cear Documento original Alfabetiza o de Adultos A 06 04 1968 Correio do Arquivo privado reportagem informa que a professora Povo Jornal da Ad lia Ida Trentini diretora executiva pertencente pesquisadora da Comiss o Municipal de Amparo Rede Record Inf ncia tomou a iniciativa de criar um com Curso de Alfabetiza o de Crian as e circula o no Adultos e convidou a professora Gilda estado do de Freitas Tomatis para fazer uma RS fundado explana o sobre o M todo de em outubro Alfabetiza o em 15 horas na de 1895 por Faculdade Cat lica Domus Caldas Documento original J nior Foi o jornal de mais Pr dios Escolares e 12 01 1969 longa Alfabetiza o Texto escrito pela publica o professora ao jornalista Alberto Andr em Porto em no qual ela aborda os problemas Alegr
238. ludes entrevistas RAVEL pdf Acessado em Setembro 2011 CENTRO DE ALFABETIZA O LEITURA E ESCRITA In http www ceale fae ufmg br pesquisa php Acessado em Mar o 2011 CHARTIER Anne Marie H BRARD Jean M todo Sil bico e M todo Global alguns esclarecimentos hist ricos Hist ria da Educa o Pelotas RS ASPHE UFPeL v 5 n 10 outubro 2001 p 142 154 CHARTIER Anne Marie Exerc cios escritos e cadernos de alunos reflex es sobre pr ticas de longa dura o In CHARTIER Anne Marie Pr ticas de leitura e escrita Hist ria e Atualidade Belo Horizonte Aut ntica CEALE Cole o Linguagem e Educa o 2007 p 21 65 CHARTIER Roger A Hist ria cultural entre pr ticas e representa es Lisboa Difel Bertrand Brasil 1990 244p CHARTIER Roger O Mundo como Representa o Revista das Revistas Estudos Avan ados 1991 p 173 191 CHARTIER Roger In BURGUIERE A org Dicion rios de Ci ncias Hist ricas Rio de Janeiro Imago 1993 CHARTIER Roger Do livro leitura In CHARTIER Roger Org Pr ticas de leitura Iniciativa de Alain Paire trad Cristiane Nascimento introd Alcir P cora 22 ed S o Paulo Esta o Liberdade 1996 p 77 106 CHARTIER Roger A aventura do livro do leitor ao navegador S o Paulo Unesp 1998 160p CHARTIER Roger A ordem dos livros leitores autores e bibliotecas na Europa entre os s culos XIV e XVIII Bras lia Editora Universidade de Bras lia
239. m Por m Ferrarotti 1988 complementa alegando que n o se trata somente de valorizar o individual por compreender nele o social mas demonstrar as dimens es das perspectivas individuais nas quais as condicionantes sociais do grupo social pr ximo restrito ou prim rio formam espa os sociais concretos e ativos de media o entre social e o individual FERRAROTTI 1988 p 31 O autor afirma ainda que poss vel ler uma sociedade atrav s de uma biografia FERRAROTTI 1988 p 27 Embora aqui n o se trate exatamente de uma biografia apresentar aspectos biogr ficos da vida da professora Gilda Tomatis colabora para entender a sua proposta de alfabetiza o de normalista professora de Ci ncias Naturais com alguma experi ncia de mbito mais dom stico voltada 82 ao ensino dos chamados poca de excepcionais autora de uma proposta diferenciada de alfabetiza o nos anos 1960 A trajet ria docente da professora e autora Gilda Tomatis evidencia alguns princ pios de sua forma o e suas concep es em rela o alfabetiza o e aos m todos de ensino No cap tulo a seguir apresento a Cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas e os demais materiais complementares de alfabetiza o tamb m produzidos e publicados pela professora Gilda de Freitas Tomatis atrav s da Editora Tomatis Livros Did ticos Este cap tulo traz ainda um estudo comparati
240. m ncio 2005 intitulado Ensino de leitura e escrita no Mato Grosso aspectos de uma trajet ria s culos XVIII e XIX e Schwartz e Falc o 2005 M todos para ensinar a ler e escrever no Esp rito Santo no processo inicial da institucionaliza o da educa o prim ria p blica PERES 20 2008a p 114 Ao dar continuidade ao mapeamento dos trabalhos publicados no GT10 de Alfabetiza o Leitura e Escrita e ao incluir o GTO2 de Hist ria da Educa o da ANPEdM entre os anos de 2005 e 2011 foi poss vel identificar a publica o de mais dez trabalhos de cunho hist rico nesses dois GTs como os de Silva 2006 intitulado Saberes em viagem nos manuais pedag gicos constru es da escola em Portugal e no Brasil 1870 1970 Frade amp Maciel 2006a Hist ria da Alfabetiza o contribui es para o estudo das fontes Neves 2007 O M todo Lancasteriano e o ensino da ordem e da disciplina para os soldados do imp rio brasileiro Ferreira Cabral Tavares e Albuquerque 2007 Livros de alfabetiza o como as mudan as aparecem Frade 2008 Cultura escrita no final do s culo XIX e in cio do s culo XX em Minas Gerais suportes instrumentos e textos de alunos e professores Belmiro 2008 Um estudo das rela es entre imagens e textos verbais em cartilhas de alfabetiza o Campos 2009 As pr ticas de alfabetiza o no Esp rito Santo na d cada de 1950 Porto e Peres
241. m todos eram numerados No total o livro apresenta cento e quatorze exerc cios todos diversificados que envolvem a es como por exemplo completar frases separar s labas formar palavras escrever copiar desenhar ler e desenhar assinalar a palavra que o desenho representa sublinhar responder assinalar colocar a pontua o colocar palavras em ordem Os exerc cios s o curtos entre quatro e seis tipos de exerc cios s o apresentados por p gina 168 11 Completa o sapo OS GNADO 08 oreco O pato 08 eaan amalas sucos avola as a bola as susana o dedo os o tatu 08 soam 12 Completa as palavras abaixo com as letras ss Depois copia essas palavras DOE rc an DAR ipa T E ro DA CAD made sinais no DUE cdr a pis Eis sucfpe as pa QUO E E reo 13 Escreve o nome de 4 brinquedos ANO arara TD BORN se A AT Sa nai eia E E ba o EAR AE SD SR 14 Completa estas frases com nomes de coisa E SAO RENTE gostosa ENLOS ion barato Onde t O narr MEDA azul 15 Escreve palavras que digam o contr rio Bonito assaciemaaso EDOS ae mas ums doce Eea ave BUKO Ea eael o aa 16 Escreve seis nomes de animal CRS RS A RR E o ATER RA ER NERO RS DD aaao aa Tapa rata E a ed do O Or esse ae sa es ui Figura 27 Reprodu o da p gina 6 do livro Escrevendo a Jato 1 e 2 ano 1 ed 1968 Fonte Acervo privado da pesquisadora Segundo Am
242. m base no chamado M todo Laubach parte do ABC do a e i O u e apresenta algumas historinhas para adultos quase uma transposi o de conte dos e modos de trabalhar t picos da escola prim ria para crian as S o curiosas as orienta es do Minist rio da Educa o para os professores aplicarem o primeiro livro de leitura denominado Ler FAVERO 2008 p 3 O Primeiro Guia de Leitura LER de pequeno formato mede 13 x 18 5cm O material impresso em papel sulfite e em apenas duas cores preto e branco No 118 entanto cada espa o das p ginas e do Primeiro Guia de Leitura LER s o bem aproveitados Sobre este aspecto cabe salientar O manual est sujeito s limita es t cnicas de sua poca e participa de um sistema econ mico cujas regras e usos tanto no n vel de produ o como do consumo influem necessariamente na sua concep o quanto na sua realiza o material CHOPPIN 2002 p 14 No Primeiro Guia de Leitura LER as autoras exploram imagens em preto e branco igualmente como feito na Cartilha Ler a Jato as quais se relacionam com as palavras chave do livro Entre os desenhos sete figuras referem se a animais ou parte deles asa sapo pato rato jacar gato zebra H ainda sete objetos de uso cotidiano vela lata chave leque faca mala x cara dois tipos de alimentos ovo uva uma parte do corpo humano cabe a dois brinquedos bola dado um lugar ilha
243. m e se difundem entre a sociedade Assim o autor destaca que os livros impressos passam aproximadamente pelo mesmo ciclo de vida Este pode ser descrito como um circuito de comunica o que vai do autor ao editor se n o o livreiro que assume esse papel ao impressor ao distribuidor ao vendedor e chega ao leitor O leitor encerra o circuito porque ele influencia o autor tanto antes quanto depois do ato de composi o DARNTON 1995 p 112 A hist ria deve se ocupar por cada fase desse processo em todas as suas varia es no tempo e no espa o e nas suas rela es com outros sistemas econ mico social pol tico e cultural no meio circundante DARNTON 1995 p 112 O autor constituiu um modelo representativo do ciclo de vida dos livros impressos possiblitando assim a an lise de diferentes segmentos que comp e o chamado circuito das comunica es reproduzido abaixo 33 Editor Impressores Fornecedores Compositores Papel Tip grafos Tinta Armazenadores Tipografia Leitores Trabalho Compradores Influ ncia Conjuntura San es Encadernador Emprestadores intelectual e Clubes publicidade Bibliotecas econ mica pol ticas e social e legais Transportadores Agentes Livreiros Contrabandistas Atacadistas Entreposto Varejistas Carregadores etc Caixeiros viajantes Encadernadores etc Figura 1 Circuito das Comunica es de Robert Darnton 1995 p 113
244. m para retomar s labas e palavras j ensinadas refor ando a memoriza o das mesmas al m disso trabalha com ditado leitura e c pia das palavras aprendidas durante cada li o Fazendo sempre uma solicita o aos aprendizes durante a grava o Voz da Professora Gilda N o esque am de acompanhar com a boca o que a m o vai escrevendo Escrevam o que escutarem a da asa Voz Masculina a da asa V P G e da ema V P G Abram o caderno e verifiquem se escreveram certo S o as mesmas letras que est o na p gina tr s do caderno Se algu m n o acertar alguma dessas letras deve fazer mais algumas linhas de c pia no caderno ou no bloco TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Como afirmei todas as li es seguem a mesma estrutura a professora Gilda Tomatis d as instru es e a voz masculina responde conforme as atividades v o sendo propostas Na terceira li o a professora retoma a li o da lua e em seguida apresenta a li o referente bola ou seja introduz a consoante b Voz da Professora Gilda Terceira li o P gina cinco Abram o livro Ler a Jato na p gina cinco e o caderno na p gina sete Daqui para adiante voc s v o notar que tudo mais f cil porque j conhecem o m todo a ordem a seguir em cada li o Na p gina cinco o que est em cima j conhecido de voc s Leiam Voz Masculina lua la le li lo lu V P G Abaixo d
245. ma Experimental de Ci ncias Naturais Junho 10 Acervo do Grupo para o curso prim rio intitulado Ci ncias 1960 de pesquisa Naturais Texto publicado pela autora na HISALES Revista de Ensino Ano IX N 69 Vol 9 FaE UFPel Documento Original Texto sobre Ci ncias Naturais publicado pela Mar o 04 Acervo do Grupo autora na Revista de Ensino Ano X N 74 1961 de pesquisa Boletim Informativo N 1 Comunicados do HISALES CPOE Documento Original FaE UFPel 49 Programa de Ci ncias Naturais publicado pela autora na Revista de Ensino Ano XI N 86 Vol 11 Documento Original Agosto 1962 04 Acervo do Grupo de pesquisa HISALES FaE UFPel Ficha Profissional da professora Gilda de Freitas Tomatis Documento a que tive acesso no setor de recursos humanos do Col gio Estadual J lio de Castilhos em Porto Alegre RS quando estive na institui o em meados outubro de 2010 Documento Fotocopiado 27 04 1965 a 14 04 1976 02 Arquivo privado da pesquisadora Medalha Monumento Nacional ao Imigrante uma condecora o concedida pelo Prefeito Hermes J Webber professora por ter a partir de seu m todo de alfabetiza o contribu do com a campanha de erradica o do analfabetismo na regi o Medalha Original 29 03 1968 Arquivo privado da pesquisadora Certificado referente ao Pr mio Medalha Monumento Nacional ao Imigrante concedida pelo Prefeito Hermes J Webber p
246. magist rio ressalvado o disposto no artigo 154 Artigo 154 O abuso do direito individual ou pol tico com o prop sito de subvers o do regime democr tico ou de corrup o importar a suspens o daqueles direitos de dois a dez anos a qual ser declarada pelo Supremo Tribunal Federal mediante representa o do Procurador geral da Republica sem preju zo da a o c vel ou penal que couber assegurado ao paciente ampla defesa 30 E assegurado a qualquer pessoa o direito de representa o e de peti o aos poderes p blicos em defesa de direitos ou contra abusos de autoridade E dever de todo brasileiro conhecer as leis que regem seu Pa s e participar da vida nacional A Constitui o um documento que deve ser lido e meditado por todos a fim de conscientizarem os direitos e deveres que o Estado lhes assegura Para evidenciar essas afirma es foram transcritos fragmentos de 3artigos da Constitui o relacionados com a educa o com o magist rio Atrav s dos mesmos poder o os professores tomar conhecimento de direitos e deveres que a Carta Magna lhes assegura Liberdade para o exerc cio do magist rio adotando normas que julgue mais adequadas ao progresso de seus alunos dentro dos objetivos do curso Proibi o de usar a 133 atividade did tica para fins de corrup o e subvers o Direitos de levar ao conhecimento das autoridades competentes infra es quanto ao cerceamento da liberdade que lhes a
247. material alega que fez essa op o para evitar preju zos para o educando tomando como base experi ncias desenvolvidas setor educacional e as bases cient ficas referindo se talvez aos debates existentes no Rio Grande do Sul sobre as vantagens do uso das letras script PERES 2003 No Caderno S rie Jato a professora Gilda Tomatis exp e novamente alguns dos resultados obtidos com a pesquisa realizada junto aos professores no estado do RS em 1968 No entanto a porcentagem que ela apresenta neste Caderno S rie Jato sobre a Cartilha Ler a Jato diferem das que constam na contracapa dos discos de vinil alegando que o levantamento realizado naquele momento ainda n o havia atingido a sua fase final Os dados que se encontram no Caderno S rie Jato s o descritos a seguir 163 PORCENTAGEM DE PROMO O Nas Escolas Estaduais 73 Nas Escolas Municipais 73 Nas Escolas Particulares 95 Nas Escolas de Porto Alegre 85 Pareceres Favor veis Pais de alunos 99 9 Professores 96 Interesse e atitude dos alunos 97 A professora Gilda Tomatis tamb m destaca Esta Cartilha Ler a Jato apesar do elevado ndice de promo o que vem obtendo n o mereceu ser inclu da pelos rg os t cnicos entre os livros que est o sendo distribu dos gratuitamente aos escolares atrav s do Minist rio de Educa o e Cultura TOMATIS Gilda CADERNO SERIE JATO s d p 58 Nes
248. mente mas atrav s dos tra os intelig veis para n s na medida em que estes tra os subsistiram em que n s os encontramos e em que somos capazes de os interpretar Nessa perspectiva o documento para o autor 47 toda a fonte de informa o de que o esp rito do historiador sabe tirar qualquer coisa para o conhecimento do passado humano encarado sob o ngulo da pergunta que lhe foi feita E evidente que se torna imposs vel dizer onde come a e onde acaba o documento pouco a pouco a no o dilata se e acaba por abarcar textos monumentos observa es de toda a ordem MARROU 1975 p 69 A partir das problematiza es feitas em torno dos documentos Marrou 1975 p 114 destaca ainda a rela o que o historiador deve ter para com os documentos afirmando que nenhum documento por si mesmo prova de maneira indiscut vel a exist ncia de um facto A an lise cr tica s leva a determinar a credibilidade que parece merecer o seu testemunho Por isso o entendimento nesta pesquisa de que nenhum documento mais importante do que outro n o h uma hierarquia nas fontes utilizadas Todos eles revelam algum aspecto do fen meno em estudo Alia se a essa discuss o o modelo epistemol gico do paradigma indici rio proposto por Ginzburg 2007 utilizado como dispositivo de pesquisa para perceber e analisar os elementos relevantes contidos nos documentos para responder as quest es dessa pesquisa a partir dos
249. mento social e pol tico vivenciado pelo pa s foi prop cio cria o de campanhas e propostas de alfabetiza o que viessem ao encontro do interesse nacionalista do governo e que de alguma forma pudessem contribuir para resolver aquilo que era considerado uma chaga nacional o analfabetismo Isso deveria ser feito se poss vel de forma r pida barata e eficiente e ainda ser de grande aux lio para o desenvolvimento e o progresso da na o 182 Nesse sentido a possibilidade da alfabetiza o em quinze horas era muito bem vista por alguns setores da sociedade N o foi em v o que a professora Gilda viajou algumas vezes Bras lia a fim de divulgar sua proposta de alfabetiza o Contudo essa proposta enfrentou fortes resist ncias no Rio Grande do Sul como procurei mostrar em raz o de ser um momento em que havia uma hegemonia do m todo global de contos em especial a esfera oficial atrav s do trabalho do CPOE PERES 2000 As fontes indicaram que a tiragem da Cartilha Ler a Jato pode ter superado a marca de quarenta mil exemplares vendidos Essa tiragem pode ter contribu do para chamar a aten o dos deputados dos t cnicos das campanhas de alfabetiza o da Comiss o de Educa o do Minist rio da Educa o e do Conselho Federal de Cultura de Bras lia que acabaram convidado a algumas vezes para ir at Bras lia para apresentar e explanar sobre o seu material de alfabetiza o No entanto ap s ter subm
250. n tico ou seja de que ao aplicar tal m todo o professor dirige a aten o da crian a para a dimens o sonora da l ngua isto para o fato de que palavras al m de terem um ou mais significados s o formadas por sons denominados fonemas CARVALHO 2005 p 24 Segundo a autora fonemas s o unidades m nimas de sons da fala representados na escrita pelas letras do alfabeto CARVALHO 2005 p 24 O uso do recurso dos LPs que ser o apresentados adiante possivelmente explicado pela import ncia que tal dimens o a sonora tem no ensino da leitura pelo m todo fon tico A professora Gilda Tomatis no final das orienta es para o uso da cartilha destaca duas notas importantes 131 1 As refer ncias para as consoantes poder o ser modificadas de acordo com as diferentes regi es tendo o professor o cuidado de n o introduzir novas refer ncias que coincidiram com outras j usadas Exemplo para uma aluna da Guanabara radicada em Porto Alegre foi introduzida uma nica modifica o o som do r inicial tremer a ponta da l ngua passou a ser tremer a garganta 2 A Autora ter interesse em conhecer os resultados sobre emprego deste processo de alfabetiza o Rua Jer nimo Coelho 44 apart 801 Porto Alegre RGS TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 34 Isso denota que a professora Gilda sabia da import ncia de se considerar as diferen as da l ngua de acordo com as diferen
251. ncontra se escrito em caixa alta a palavra AUDIOFONOGR FICO e abaixo dela a frase APRENDA A LER EM 15 HORAS como se pode visualizar a seguir ias Sam a roet AUDIOFONOGRAFICO APRENDA A LER EM 15 HORAS AUDIOFONOGRAFICO AUDIOFONOGR FICO APRENDA A LER EM 15 HORAS Figura 22 Reprodu o das capas dos discos de vinil M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas s d Fonte Acervo privado da pesquisadora 136 N o disponho de dados sobre a tiragem deste material apenas a declara o da filha da autora que contou que em raz o de ele ter tido um alto custo financeiro na poca foram produzidos apenas uma s vez TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Na contracapa ocupando todo o espa o do verso encontram se descritos em azul e divididos em duas colunas os dados da pesquisa realizada no Rio Grande do Sul em 1968 nas classes que adotaram a Cartilha Ler a Jato Todos os quatro discos cont m as mesmas informa es nas contracapas A pesquisa apresenta entre outros dados relativos percentagem de promo o de alunos que teriam usado o material alguns itens relacionados ao interesse dos alunos pareceres de alguns pais e professores em diversas cidades e institui es p blicas municipais e estaduais e privadas do Estado do RS Dados da pesquisa realizada no RGS em 1968 nas classes que adotaram a cartilha Ler a Jato PERCENTAGEM DE PROMO O Es
252. nda metade do s culo XIX em Pernambuco BASTOS Maria Helena C mara Um manual e suas diferentes apropria es V No es de Hist ria da Educa oN de Theibaldo Miranda Santos 1945 BENCOSTTA Marcus Levy Albino D Jo o Nery e os ndios botocudos fragmentos de uma cartilha no in cio do s culo XX BORGES Aline Danielle Batista SANTOS llzani Valeira dos A Livraria Pedro Quaresma e o mercado de livros infantis a constitui o de um novo p blico leitor CASSIANO C lia Cristina de Figueiredo As pol ticas p blicas para o livro did tico no Brasil e a entrada dos grupos editoriais na forma o dos professores da rede p blica de ensino brasileira no in cio do s culo XXI CAVALCANTE Maria Juraci Maia O ensino de hist ria da educa o da tradi o dos manuais aos recortes tem ticos temporais e espaciais sob novos protagonismos CORSETTI Berenice Discursos do poder pol tica educacional e os livros did ticos de leitura no Rio Grande do Sul 1930 1945 CORREA Carlos Humberto Alves SILVA Lilian Lopes Martin da Cartas de ABC e cartilhas escolares alfabetiza o nas escolas amazonenses 1850 1900 COSTA Ver nica Albano Viana Cartilhas escolares iconografia e discurso nacionalista do estado novo FARIAS Maricilda do Nascimento GON ALVES Marcos Roberto Representa es dos negros nos materiais did ticos em Mato Grosso 1889 A 1930 FIN Patr cia P
253. nia MOREIRA Carlos Ot vio SANTOS Maria Paulo dos O esquecimento de um livro tentativa de reconstitui o de uma tradi o intelectual no campo educacional n 3 1996 DIAS Rosane Evangelista ABREU Rozana Gomes Discursos do mundo do trabalho nos livros did ticos do ensino m dio n 32 2006 HOFF Sandino Fundamentos filos ficos dos livros did ticos elaborados por Ratke no s culo XVII n 25 2004 MACEDO Maria do Socorro Alencar Nunes MORTIMES Eduardo Fleury GREEN Judith A constitui o das intera es em sala de aula e o uso do livro did tico an lise de uma pr tica de letramento no 1 ciclo n 25 2004 OLIVEIRA Teresinha Silva de Olhares que fazem a diferen a o ndio em livros did ticos e outros artefatos culturais n 22 2003 210 SILVA Vivian Batista da Saberes em viagem nos manuais pedag gicos constru es da escola em Portugal e no Brasil 1870 1970 n 35 2007 Revista Brasileira de Hist ria da Educa o Em rela o a Alfabetiza o ABREU Sandra Elaine Aires de O ensino da escrita da leitura do c lculo e da doutrina religiosa nas escolas de primeiras letras da prov ncia de Goi s no s culo XIX CASTILLO GOMEZ Antonio Historia de la cultura escrita ideas para el debate LOPES Eliane Marta Teixeira Destino das letras hist ria educa o e escrita epistolar MENEZES Roni Cleber Dias de O prob
254. no preto As cores presentes na capa da cartilha possivelmente remetam s cores da bandeira brasileira exceto o tom rosa Figura 8 Reprodu o da capa da Cartilha Ler a Jato 15 ed 1986 Fonte Acervo privado da pesquisadora 86 Batista 2009 p 58 reconhece que ao longo dos anos de 1960 e 1970 ocorreram acentuadas modifica es na produ o dos manuais escolares nacionais Alguns sinais mais vis veis das transforma es foram as mudan as ocorridas em rela o ao formato f sico de seus suportes que de 21 x 14cm passou a 27 x 21cm e o aspecto visual das capas que de austeras e r gidas passaram a oferecer um visual mais direcionado ao p blico escolar com encaderna es feitas a partir de processos mec nicos a qualidade do papel se elevou assim como a qualidade das impress es que acabaram incorporando novos padr es de cores ilustra es e imagens BATISTA 2009 p 58 O cr dito da ilustra o da cartilha concedido no verso da folha de rosto Lourdes Terezinha Comparsi embora a filha da professora Maria L cia Tomatis tenha afirmado de forma contundente em sua entrevista que os desenhos da capa teriam sido feitos na verdade por sua m e Gilda de Freitas Tomatis A capa foi ela professora Gilda quem desenhou Bem carinha de Mobral Algo a ver com o Brasil Ela gostava de todos os detalhes perfeitos Mas ela que desenhou os tr s bonequinhos com o livro na m o e um cachorrinho e e
255. no ap ndice deste estudo J no Caderno CEDES uma revista de car ter tem tico editada desde a d cada de 1980 e dirigida aos profissionais e pesquisadores da rea educacional com o prop sito de abordar quest es atuais e significativas vem mantendo m dia de tr s a seis novos t tulos por ano Foram analisados os oitenta e tr s exemplares do Caderno Cedes entre 1980 a 2011 para realizar este levantamento No caderno em rela o Hist ria da Alfabetiza o localizei apenas um texto referente Cartilha de alfabetiza o e cultura escolar um pacto secular 2000 n 52 de Maria do Ros rio Longo Mortatti enquanto que sobre livros escolares localizei uma edi o com cinco artigos dedicada a edi o intitulada Cotidiano do livro escolar 1987 n 18 coordenada pela Nilda Alves Al m disso ao longo das demais edi es foram encontradas mais tr s publica es isoladamente sobre livros did ticos Os t tulos destas publica es est o dispon veis no Ap ndice deste trabalho A Revista Em Aberto um peri dico monotem tico vinculado ao INEP Foi criada em 1981 e tem por objetivo estimular e promover a discuss o de quest es atuais e relevantes da educa o brasileira trazendo opini es divergentes ou confrontos de pontos de vista Publica artigos e bibliografias seletivas largamente utilizada como material did tico nos cursos de gradua o e de p s gradua o Compreende um total de quarenta e nove exem
256. no na tentativa de acabar com o analfabetismo Documento Fotocopiado 27 04 1990 14 Arquivo privado da pesquisadora Ficha Informativa para coleta de dados elaborada pela professora Gilda para que as professoras pudessem emitir seus pareceres por escrito sobre a efic cia da Cartilha Ler a Jato e do M todo de Alfabetiza o em 15 horas Documento Original s d 01 Arquivo privado da pesquisadora Tr s fotos da professora Gilda de Freitas Tomatis com idades diferentes uma aos 15 anos quando ainda residia em Uruguaiana e duas aos 70 anos de idade segundo informa es fornecidas pela filha Maria L cia Tomatis s d Arquivo privado da pesquisadora Entrevista Transcri o realizada com a filha da professora Gilda Maria L cia de Freitas Tomatis 15 10 2010 27 Arquivo privado da pesquisadora Destaco que dentre os documentos localizados as publica es da autora na Revista Infantil Cacique na edi o de novembro de 1957 e as cinco publica es encontradas nas edi es correspondentes ao per odo de 1959 e 1962 na Revista de 51 Ensino com o foco na rea de Ci ncias Naturais ser o consideradas neste estudo apenas a t tulo de demonstrar o que a autora produziu antes da publica o da Cartilha Ler a Jato enquanto atuava como T cnica em Educa o junto ao Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais CPOE at o per odo de 1966
257. nomes pr prios ou in cio de frases Para sua fixa o poderia se empregar uma cole o de cart es com o nome do aluno e seus familiares de in cio Os cart es iriam aumentando progressivamente com o nome de colegas professor diretor etc Sendo utilizado inclusive no lar ou na escola sob a forma de jogo para adivinhar o nome que apresenta cada cart o TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 Carvalho 2005 p 24 destaca que essa uma atividade comum utilizada por alguns m todos que adiam o ensino dos nomes das letras at que o aprendiz tenha dominado as rela es letras fonemas rela es grafof nicas Para a autora o objetivo desse adiamento evitar que o aluno focalize o nome da letra quando deveria concentra se no respectivo som Alguns lan am m o de elementos l dicos jogos dramatiza es teatro de fantoches can es desenhos etc para tornar atraente a memoriza o de sons e letras CARVALHO 2005 p 25 A acentua o gr fica tamb m era vista pela professora como uma quest o que deveria ser explorada de forma relacionada com a acentua o t nica na medida em que fossem surgindo os respectivos sinais TOMATIS Gilda 128 CARTILHA LER A JATO 1986 p 28 A autora sugere que de acordo com a capacidade do aluno as li es podiam ser desenvolvidas e repetidas at quatro vezes em cada aula Compreende se assim que a finalidade do m todo era levar a crian a
258. nquenta e sete trabalhos foram inscritos cinco trabalhos foram encontrados sobre alfabetiza o e em rela o a livros escolares vinte trabalhos foram catalogados O V CBHE aconteceu em Aracaju em Sergipe em 2008 tendo com tema central O Ensino e a Pesquisa em Hist ria da Educa o O evento teve um consider vel aumento na publica o de trabalhos diante dos tr s ltimos congressos Foram publicados setecentos e oitenta e tr s trabalhos sendo que destes dezenove trabalhos vinculavam se rea da alfabetiza o e trinta eram vinculados aos livros escolares O VI CBHE ocorreu em Vit ria no Esp rito Santo na Universidade Federal do Esp rito Santo UFES em 2011 tendo como tema a Inven o Tradi o e Escritas 29 da Hist ria da Educa o no Brasil O congresso contou a participa o de oitocentos e setenta e seis trabalhos inscritos Destes vinte e cinco estudos eram voltados para a tem tica da alfabetiza o e cinquenta e um eram voltados para os livros escolares Cabe salientar que embora n o tenha sido poss vel inventariar toda a produ o sobre a Hist ria da Alfabetiza o e os Livros Escolares acredito que se faz necess rio citar alguns eventos considerados importantes na rea e que a cada edi o tamb m trazem novas abordagens e estudos atualizados sobre a tem tica em quest o como o caso do Congresso de Hist ria da Leitura e do Livro no Brasil realizado em Campinas SP Este evento tem op
259. nte o processo de constitui o do ensino escolar brasileiro no decorrer do s culo XIX e primeiros anos do s culo XX O livro abrange tr s importantes tem ticas o papel do Estado na constitui o de uma literatura escolar nacional a emerg ncia da hist ria como disciplina escolar constitutiva da na o e as utiliza es do livro escolar Uma obra considerada por Choppin 2008a p 12 fundadora em pesquisas realizadas sobre o manual escolar no Brasil Na se o seguinte apresento os estudos sobre Hist ria da Alfabetiza o e Livros Escolares publicadas nas principais revistas e peri dicos do pa s 1 3 Algumas produ es publicadas em revistas e peri dicos acad micos Peres 2008a p 113 analisou cento e trinta e cinco artigos que haviam sido publicados nos dezesseis n meros editados pela Revista Hist ria da Educa o entre o per odo de 1997 a 2004 A autora identificou na ocasi o dez textos dos cento e trinta e cinco artigos que se inseriam no campo da Hist ria da Alfabetiza o PERES 2008a p 113 Al m disso os dez artigos identificados abordavam quest es referentes a m todos de ensino da leitura e da escrita e materiais 25 pedag gicos bem como a produ o e circula o de cartilhas escolares PERES 2008a p 113 Estes artigos identificados por Peres PERES 2008a encontram se listados no ap ndice deste estudo No sentido de complementar e atualizar esse mapeamento real
260. o e da jarra cabe a e quero quero chaleira e x cara Isso segundo o parecer evid ncia um ac mulo de dificuldades apresentadas de uma s vez bem como a combina o da consoante r com o d grafo rr RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 7 A cartilha utiliza sempre o mesmo tipo de letra ao longo de todo o material que a letra scrip Em termos de sequ ncia a cartilha apresenta se dividida em li es As li es est o distribu das em aulas assim denominadas pela autora A primeira aula trata do estudo das vogais asa ema ilha ovo uva a segunda aula a li o da Lua la le li lo lu e assim por diante A terceira aula Bola ba be bi bo bu a quarta aula Tatu ta te ti to tu a quinta aula Vela va ve vi vo vu a sexta aula Nabo na ne ni no nu a s tima aula Pato pa pe pi po pu Na oitava aula a autora sugere uma atividade de revis o de forma a retomar todas as li es e palavras estudadas at o momento Em rela o atividade de revis o das li es proposta pela autora o parecer do CPOE faz a seguinte observa o Revis o correspondente a p 12 da cartilha pura de elementos leitura de palavras e s labas isoladas destitu das de unidade de 95 sentido de interrela o entre si Medida de dificuldade que n o foi at o momento estudada palavras com s labas terminadas em P Embora repr
261. o xito alcan ado em quase todos os Estados da Federa o principalmente no Rio Grande do Sul Gaanabara e Cear A porcentagem de promo o segundo disse reportagem tem sido de 90 por cento sendo que profess res j alfa betizaram tr s turmas em um ano letivo e outros promo veram alunos do lo ao 30 ano ADULTOS O processo de alfabetiza o r pida de ac rdo com infor ma es da autora tem tido grande repercuss o tamb m na aprendizagem de adultos que apresentam os mesmos resultados obtidos com as crian as e s v zes at melhores AUTORA senhora Gilda de Freitas Tomatis profess ra prim ria t cnica em educa o e profess ra de Ci ncias F sicas e Biol gicas no Col gio Estadual J lia de Castilhos de P rto Alegre ANEXO C Jornal Correio Brasiliense 23 02 1968b A autora do m todo N vo processo de alfabetiza adultos normais aprendam a ler num espa o de 10 a 15 ho ras enquanto excepcionais at os considerados incapazes de aprender a ler podem fa z lo em c rca de 30 horas segundo declarou ao CORREIO BRAZILIENSE a profess ra Gilda de Freitas Tomatis au tora do m todo e que se acha i em Bras lia para uma demos tra o O processo e fonetico articu lar relacionando se com a palavra b sica que introduz os fonemas e foi lan ado em mar o de 1967 em P rto Alegre com aceita o pela maioria das escolas prim rias origi nando a ed
262. o Segundo Bastos 2006 p 1 a Revista Cacique foi publicada no Estado do Rio Grande do Sul sob a responsabilidade do CPOE RS no per odo de 1954 a 1963 Segundo a autora na d cada de 1950 a Secretaria de Educa o e Cultura do Rio Grande do Sul atrav s do CPOE utilizou amplamente a imprensa especializada a Revista do Ensino e a Cacique para expressar e concretizar a sua a o pol tico pedag gica buscando atingir p blicos distintos o aluno infanto juvenil e o magist rio prim rio da rede escolar rio grandense mas com a mesma inten o divulgar o pensamento educacional oficial BASTOS 2006 p 1 O texto publicado na Revista Cacique de autoria de Gilda de Freitas Tomatis era voltado para o p blico infantil sob o titulo Uma visita baleia gigante e foi o nico texto liter rio encontrado durante a realiza o da pesquisa Os textos e programas de ensino publicados pela professora Gilda na Revista do Ensino eram espec ficos da disciplina de Ci ncias Naturais e voltados estritamente para os professores do ensino prim rio Os textos localizados foram os seguintes Ci ncias Naturais Programa de Ci ncias Naturais para o curso prim rio em car ter experimental REVISTA DE ENSINO Mai 1959 n 60 Estudos Naturais Ci ncias Naturais classifica o geral dos vegetais REVISTA DE ENSINO Ago 1959 n 62 Programa Experimental de Ci ncias Naturais para o curso prim rio Ci ncias Naturais REVI
263. o Global de Contos de ensino da leitura no Rio Grande do Sul d cadas de 40 70 In LEAHY DIOS Cyana Org Espa os e tempos de educa o Rio de Janeiro Brasa C L Edi es 2004 p 26 40 PERES Eliane A institucionaliza o da modernidade pedag gica no Rio Grande do Sul a cria o do Centro de Pesquisa e Orienta o Educacionais CPOE 1948 In XAVIER Maria do Carmo org Manifesto dos pioneiros da educa o um legado educacional em debate Rio de Janeiro Editora FGV 2004 p 301 313 PERES Eliane Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa Cartilhas Escolares em Pelotas RS organiza o do trabalho fontes e quest es de investiga o In FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Izabel Pereira orgs Hist ria da alfabetiza o produ o difus o e circula o de livros MG RS MT S c XIX e XX Belo Horizonte CNPq Fapemig CEALE 2006a p 117 148 PERES Eliane A produ o e a circula o de cartilhas escolares no Rio Grande do Sul alguns dados de pesquisa In FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Izabel Pereira orgs Hist ria da alfabetiza o produ o difus o e circula o de livros MG RS MT S c XIX e XX Belo Horizonte CNPq Fapemig CEALE 2006b p 145 170 PERES Eliane Aspectos da produ o did tica da professora Cecy Cordeiro Thofehrn In FRADE Isabel Cristina Alves da Silva MACIEL Francisca Izabel Pereira orgs Hist ria da alfabetiza o
264. o abaixo na bibliografia o autor descreve o material como Cartilha de Ler a Jato novo m todo de alfabetizar P Alegre Ed Tomatis 1967 Escrevendo a Jato ibid 1968 MARTINS 1978 p 587 Segundo os relatos de Maria L cia Entrevista 15 10 2010 a cria o do m todo fon tico articular de alfabetiza o assim denominado pela pr pria autora teria surgido de forma espont nea primeiro pela vontade que a m e tinha em alfabetiz la ela a pr pria filha e segundo por necessidade pois precisou alfabetizar o filho de uma amiga de Uruguaiana que esteve hospedado em sua casa em Porto Alegre RS As aulas de ensino da leitura e da escrita ministradas em casa pela professora para alfabetizar a sua filha e o filho de sua amiga teriam ocorrido por volta do ano de 1964 quando sua filha tinha cinco anos de idade Ao ser questionada sobre como foi a experi ncia de ter sido alfabetizada pela m e Maria L cia Tomatis mencionou N o me lembro em quantas horas aprendi a ler Foi muito bom e trang ilo Eu queria muito ler por mim mesma os gibis que ganhava TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 As lembran as e as recorda es da filha evidenciam o quanto a narrativa um componente essencial para o historiador medida que a partir das mem rias pode se re construir aspectos do passado Para Thompson 1992 p 44 n o h d vida de que a hist ria oral uma hist ria constru da em torno de pe
265. o das aprendizagens de suas turmas A autora destaca o cuidado que o educador deveria ter com as deficiencias ou falhas dos alunos com a escrita ou seja com os erros cometidos Ela alerta que essas falhas n o deveriam ser apenas mostrados aos alunos mas que eles deveriam ser orientados para que fossem corrigidos e refeitos A contracapa do livro de exerc cios Linguagem Escrevendo a Jato tamb m a mesma da Cartilha Ler a Jato e do Caderno S rie Jato Completando o material de alfabetiza o havia ainda o livro de Matem tica cujos aspectos destaco na subse o seguinte 5 3 3 Matem tica 1 ano O livro de Matem tica 1 ano igualmente apresenta as mesmas dimens es dos demais materiais produzidos pela professora Gilda por m com uma 172 ilustra o diferenciada A ilustra o da capa em tons de verde amarelo azul branco laranja rosa e preto Na parte superior da capa encontra se escrito o nome do livro em negrito Matem tica 1 ano e logo a abaixo aparece uma menina loira de olhos azuis de vestido e sand lias cor de rosa segurando com o bra o estendido quatro bal es coloridos com c lculos matem ticos encostada numa rvore sobre a grama verde repleta de flores com uma borboleta amarela Embora a ilustra o seja diferente dos demais materiais o livro e as cores continuam nos remetendo ao per odo nacionalista vivenciado pelo pa s Essa primeira edi o do liv
266. o das produ es acad micas entre teses disserta es e estudos pertinentes tem tica realizados na rea da hist ria da alfabetiza o e dos livros escolares que foram inclusive publicados em livros e nas revistas e peri dicos mais conceituados na rea Este cap tulo tem o objetivo de contextualizar a produ o e o campo no qual este estudo se insere No segundo cap tulo explicito os fundamentos te rico metodol gicos que foram empregados na constru o desta pesquisa descrevendo ainda os caminhos que percorri para a busca e localiza o das fontes em que embasei este estudo bem como apresenta tr s quadros com a listagem dos documentos que comp em o corpus desta pesquisa No terceiro cap tulo apresento algumas considera es sobre os m todos de alfabetiza o compondo um breve panorama hist rico da tem tica deste estudo O objetivo compreender e situar o trabalho realizado pela professora Gilda de Freitas Tomatis com a cria o da Cartilha Ler a Jato e do seu m todo fon tico de alfabetiza o em 15 horas No quarto cap tulo apresento alguns aspectos biogr ficos sobre a professora e autora Gilda de Freitas Tomatis E no quinto cap tulo apresento a Cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas e os materiais complementares de alfabetiza o que foram produzidos e publicados pela professora Gilda de Freitas Tomatis atrav s Editora Tomatis Livros Did
267. o dominava e compreendia claramente o m todo 183 O parecer contr rio Cartilha Ler a Jato revelou o quanto havia neste campo e neste contexto uma luta de representa o CHARTIER 1990 em torno da defini o do melhor m todo de alfabetiza o e dos melhores materiais A professora Gilda esteve no centro desse debate e dessas disputas sem esmorecer na defesa das suas ideias Tais conflitos geraram verdadeiras lutas pol ticas e ideol gicas entre a professora Gilda o Centro de Pesquisas e Orienta o Educacionais da SEC RS e os demais sujeitos envolvidos no campo da alfabetiza o como por exemplo os membros da Comiss o de Educa o em Bras lia que possivelmente teriam recomendado o uso da Cartilha Ler a Jato e sua compra e distribui o gratuita por todo o territ rio brasileiro atrav s do Minist rio da Educa o junto ao MOBRAL Na perspectiva da professora isso poderia ter acontecido se o livro n o tivesse recebido parecer desfavor vel da SEC RS em 1968 ou se ela tivesse enviado a tempo Comiss o de Educa o daquele respectivo ano os dados estat sticos solicitados pela mesma sobre os resultados obtidos com os alunos na aplica o do m todo fon tico de alfabetiza o proposto atrav s da Cartilha Ler a Jato Todos estes fatores acabaram contribuindo para que Gilda Tomatis assumisse todos os custos financeiros da produ o e da divulga o da Cartilha Ler a Jato e
268. o filho de sua amiga em 1964 visto que a fam lia do menino 80 n o queria que ele fosse submetido aos testes da SEC RS para n o correr o risco de receber o atestado e de ser rotulado como incapaz de aprender a ler TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Mais uma vez me defrontei com os limites da pesquisa na medida em que n o consegui outras evid ncias que comprovassem ou contradissessem essas declara es feitas pela filha da professora Gilda Tomatis sobre os atestados que eram emitidos pela Secretaria de Educa o e Cultura do Rio Grande do Sul entre as d cadas de 50 e 60 Identifiquei apenas no estudo realizado por Peres 2004 p 304 que o CPOE realizava pesquisas e testagens nas escolas com crian as e jovens entre as d cadas de 40 e 70 com o intuito de promover criar e incentivar ensino de bases cient fico experimentais visto que este centro defendia as pr ticas e os discursos que estavam articulados pedagogia experimental ancorados nos princ pios da Escola Renovada e da psicologia Assim o CPOE que era uma institui o vinculada a SEC RS realizava testes de intelig ncia n o verbal para crian as e jovens dos cursos pr prim rios prim rios ginasiais e normais e pesquisas sobre o n vel mental dos escolares rio grandenses entre outros PERES 2004 p 304 Possivelmente essa testagem a qual se referia Maria L cia existia nessa poca embora nesse momento n o possa precisar qual era ex
269. o material adicional da caixa quatro discos long play a Cartilha Ler a Jato Caderno S rie Jato e como oferta l pis bloco e borracha LP a abreviatura do termo em ingl s de Long Play tamb m conhecido por Twelve inches ou 12 polegadas em portugu s O disco possue 31 cm de di metro que era tocado a 33 1 3 rota o por minuto Sua capacidade normal era de cerca de 20 minutos por lado O formato LP era utilizado usualmente para a comercializa o de lbuns completos uma m dia desenvolvida no in cio da d cada de 1950 espec ficamente para a reprodu o musical Informa es dispon veis em http pt wikipedia org wiki Disco de vinil Acessado em Nov 2011 De acordo com Napolitano 2010 p 262 entre o per odo de 1951 e 1990 o Brasil vivia a Era do LP e foi considerado um dos maiores mercados fonogr ficos do mundo 134 m todo audiofonogr fico ALFABETIZA O EM 15 HORAS CONTEUDO 4 DISCOS LONG PLAY CARTILHA LE A JATO CADERNO S RIE JATO OFERTA LAPIS BLOCO E BORRACHA EDIT RA TOMATIS GILDA DE FREITAS TOMATIS Telef 24 98 28 P rto Alegre R G do Sul nser 21 108 c G C 92 874 239 GRAVADO NOs est dios ARTEC SOM de PEREIRA amp LIMA LTDA P Alegre e Curitiba GALERA 20SAMO CONJUNTO 1008 PORTO ALEGRE RGS C C 92935 221 00 Tiemen fquolia o OSNI C LIMA Supersh e Monogam ARTUR 4 M PEREIRA EN EE Figur
270. o s culo XIX transformou se em uma ferramenta de trabalho indispens vel na sala de aula O que segundo a autora determinou que nos anos seguintes o aperfei oamento t cnico na fabrica o do livro e a possibilidade de ser consumido por um n mero cada vez maior de alunos aliada continuidade de uma prec ria forma o do corpo docente fizeram do livro did tico um dos s mbolos da cultura escolar um deposit rio privilegiado do saber e a ser ensinado BITTENCOURT 2008 p 190 No sum rio do livro de Matem tica est o elencados ainda alguns objetivos a serem alcan ados com a publica o da obra como por exemplo Suprir a defici ncia de bibliografia atualizada dentro de m dico valor aquisitivo Dar oportunidade aos professores de conhecer a atual nomenclatura da Matem tica familiarizar se com novos termos integr los em seu 177 vocabul rio para posteriormente us los com seguran a em suas aulas Demonstrar aos professores que a Matem tica Moderna n o um estudo complicado inacess vel como muitos a conceituam e outros a apresentam em amb guas explana es Levar uma mensagem de solidariedade aos abnegados professores que mais afastados se encontram dos centros urbanos e al m de priva es diversas t m maiores dificuldades em acompanhar o progresso cultural TOMATIS Gilda MATEMATICA 1970 p 89 Aqui se percebe o empenho e uma preocupa o da professora em produzir um mater
271. obre eles A professora fez um sobre esfor o nesse sentido e ler as orienta es e ouvir os LPs fazem refletir acerca das possibilidades e impossibilidades de professores e professoras e do pr prio aluno no caso da autoinstru o em efetivamente compreender e reproduzir fonemas isolados Segundo Carvalho 2005 p 25 alguns professores se utilizavam de elementos l dicos para tornar atraente a memoriza o de sons e letras por parte dos alunos Nesse sobre esfor o que a professora Gilda fez ela tamb m procurou utilizar recursos expressivos de voz som m sica e desenho para despertar o interesse dos seus alunos CARVALHO 2005 No final do Guia do Professor Gilda Tomatis apresenta o Ap ndice Educa o Moral de C vica no qual ela faz uma men o Constitui o e Carta Magna destacando que a lei fundamental de uma na o Em seguida descreve o que uma constitui o e apresenta logo abaixo alguns aspectos da nova Constitui o do Brasil datada de 17 de outubro de 1969 referente ao Titulo Il Da Declara o de Diretos em que destaca Artigo 176 A educa o inspirada nos princ pios da unidade nacional e nos ideias de liberdade e solidariedade humana direito de todos e de ver do Estado e ser dada no lar e na escola 3 A legisla o do ensino adotar os seguintes princ pios e normas VII a liberdade de comunica o de conhecimento no exerc cio do
272. odo n o exigir orienta es para o professor e por revelar timos resultados na alfabetiza o de adultos Contudo as mesmas autoras apontam como desvantagem o excesso de memoriza o e treinamento de palavras escrita reduzida de palavras que s vezes apresentam se sem sentido alheias ao vocabul rio infantil o que n o estimularia a leitura mas apenas a decifra o Frade 2007 p 24 afirma que No desenvolvimento do m todo geralmente escolhida uma ordem de apresenta o feita segundo princ pios calcados na id ia do mais f cil para o mais dif cil ou seja das s labas simples para as complexas Em v rias cartilhas dos m todos sil bicos geralmente s o apresentadas palavras chave utilizadas apenas para apresentar as s labas que s o destacadas das palavras e estudadas sistematicamente em fam lias sil bicas No final dos anos de 1920 surge no Brasil uma discuss o acerca de novas propostas para uma renova o educacional especialmente no campo da 62 alfabetiza o pois os m todos que vinham sendo utilizados at ent o come aram a ser considerados ultrapassados Maciel 2010 p 54 demonstra que neste momento h uma mudan a no paradigma da aprendizagem da leitura e da escrita e os m todos anal ticos passaram a ser considerados inova es pedag gicas Os m todos anal ticos s o os que partem do todo para as partes e procuram romper radicalmente com o princ pio da
273. ola prim ria modelar no estado do Mato Grosso nos grupos escolares O livro Estudos de Hist ria da Alfabetiza o e da Leitura na Escola organizado por Cleonara Schwartz Eliane Peres e Isabel Cristina Alves da Silva Frade e editado em 2010 pela EDUFES apresenta novos estudos e pesquisas com o intuito de colaborar com a produ o de conhecimento na rea e a constitui o do campo da Hist ria da Alfabetiza o no Brasil atrav s dos estudos produzidos e vinculados ao projeto interinstitucional das Cartilhas Escolares que foi ampliado a partir da ades o de pesquisadores de mais tr s estados brasileiros ES RJ e AM Foram reunidos nessa obra textos que indicam resultados de estudos de pesquisadores dos seis estados sobre a hist ria da alfabetiza o diferentes m todos de ensino leitura na escola atrav s de textos circula o de concep es de linguagem estudos sobre autores e editoras cartilhas de alfabetiza o bem como a produ o e a circula o de livros did ticos que compreendem o per odo que abrange o s culo XIX e XX Ao todo s o dez artigos de autoria de Cancionila Janzkovski Cardoso Carlos Humberto Alves Corr a Cec lia M A Goulart Cl udia Maria Mendes Gontijo Cleonara Maria Schwartz Eleonora Cretton Ab lio Eliane Peres Fernanda Cristina Campos da Rocha Francisca Izabel Pereira Maciel Helenara Facin Isabel Cristina Alves da Silva Frade Jana na Soares Martins Lapuente L zara Nanci de Barro
274. ole es al m de preservarem a mem ria tamb m denotam as escolhas feitas os caminhos e os desvios percorridos ao longo de uma trajet ria Assim ao guardar determinados documentos pessoais e profissionais a professora Gilda Tomatis se prop s segundo Arti res 1998 a arquivar a pr pria vida para que atrav s de sua trajet ria docente viesse a ter a sua mem ria preservada sua experi ncia em rela o alfabetiza o imortalizada atrav s dos materiais did ticos produzidos por ela na d cada de 1960 Nesse sentido Gomes 1998 destaca que a descoberta dos arquivos privados pelos historiadores em geral est por conseguinte associada a uma significativa transforma o do campo historiogr fico onde emergem novos objetos e fontes para a pesquisa a qual por sua vez tem que renovar sua pr tica incorporando novas metodologias o que n o se faz sem uma profunda renova o te rica marcada pelo abandono de ortodoxias e pela aceita o da pluralidade de escolhas Isto por uma situa o de marcante e clara diversidade de abordagens no fazer hist ria GOMES 1998 p 122 Ao ocupar esse lugar de destaque na historiografia brasileira e estrangeira os arquivos pessoais representam um conjunto de documentos que v o sendo acumulados por pessoas comuns e que est o relacionados com as atividades pessoais e profissionais Sendo assim comungo com a ideia de Bellotto 1991 p 14 de que o documen
275. olitta o Arenciceamenta Gildo de Frailes Tomotis DE Profeitz Murici al Figura 13 Reprodu o da carta enviada pela professora Gilda aos prefeitos municipais Nov 1968 Fonte Acervo privado da pesquisadora Figura 14 Reprodu o da Ficha de dados informativos destinada aos professores Nov 1968 Fonte Acervo privado da pesquisadora 110 De forma semelhante os documentos carta e ficha tamb m teriam sido enviados por Gilda de Freitas Tomatis aos demais prefeitos professores e secretarias de educa o do estado e de outras regi es para que todos pudessem colaborar com o levantamento estat stico que a Comiss o de Educa o junto aos deputados havia lhe incumbido Na carta inclusive consta o endere o da autora e seus respectivos contatos para que pudessem ap s serem preenchidas reenviadas para a professora Gilda Questionada sobre as fichas Maria L cia Tomatis lembrou que a m e tinha uma pasta cheia delas mas que em raz o da mudan a a filha acabou se desfazendo de muitas coisas dentre elas esses documentos TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 A ficha fazia men o aos seguintes dados identifica o do munic pio funcion rio respons vel pelo Departamento de Educa o nome da escola munic pio localidade professor sua titula o se tinha classe de crian as em idade escolar se tinha classe de adolescentes e adultos qual era a matr cula atual tamb m se fazia necess rio
276. olocar estes pontos pois eles servem apenas de auxilio inicial Agora fa am o i da ilha Ele escrito de cima para baixo Fa am um risquinho de cima para baixo Puxem a perninha para a direita O u da uva Come a tamb m em cima Escrevam essa letra Voc s j est o orientados sobre o modo de escrever essas letras Sigam essa orienta o para facilitar a aprendizagem Agora copiem essas letras N o esque am de acompanhar o movimento da m o com o movimento dos l bios Assim enquanto voc s escrevem o a da asa v o dizendo a da asa e forma lenta e pausada Enquanto escrevem o e da ema v o dizendo e da ema de forma lenta e pausada E assim todas as letras e tudo que escreverem Isso importante para tamb m para aprenderem a Escrever a Jato Escrevam tantas linhas quantas forem necess rias para se tornarem capazes de escrever todas essas letras sem olhar para o modelo TOMATIS Gilda DISCO 1 FACE A APRENDA A LER EM 15 HORAS s d As orienta es ocorrem de acordo com o que j est proposto em cada li o tendo sempre como refer ncia o conte do que est na Cartilha Ler a Jato No entanto durante a grava o poss vel identificar que a professora em As orienta es sobre a c pia das letras no caderno S rie a Jato est o dispon vel na faixa 5 do CD 150 determinadas li es solicita que os aprendizes cantarolem com ela para fixarem algumas s labas Prop e ainda jogos de linguage
277. olvem as outras li es encontram se descritas na integra no final deste estudo no ap ndice 1 Vogais Identificar as gravuras asa ema ilha ovo uva Ler as palavras identificadas pelas gravuras v rias vezes at que possam ser enunciadas sem aux lio das mesmas Ler essas palavras partidas separando as s labas Comparar a letra da 1 s labas com a letra que est mais adiante Leituras das vogais iniciais relacionando as com as vogais de origem a da asa e da ema i da ilha o do ovo u da uva Repetir Cantarolar as vogais em escala crescente Colorir os desenhos desta p gina Esta atividade deve ser realizada nas demais li es Escrita pelo professor no caderno do aluno das 5 vogais para que ele as 130 copie se n o adotar o Caderno S rie Jato O professor n o deve insistir nesta li o quanto s palavras pois sua finalidade a aprendizagem das vogais o que ser fixado nas aulas posteriores pela repeti o 2 lua Identificar a gravura lua Leitura pelo aluno da palavra lua identificada pela gravura Dizer essa palavra bem devagar v rias vezes a fim de observar a posi o da boca levanta a ponta da l ngua e coloca a no c u da boca Refer ncia para o som da leitura inicial da lua 1 levantar a ponta a l ngua e apert la no c u da boca Apertar a ponta da l ngua no c u da boca e dizer a la Apertar a ponta da l ngua no c u da boca e dizer e le Idem para l
278. om a escrita n o precisaria se preocupar em aprender previamente o alfabeto e as letras antes de iniciar as li es propriamente ditas Era entretanto imprescind vel que primeiro ouvisse a grava o com muita aten o para que pudesse se localizar nas li es e preparar o material S depois quando ouvisse novamente os discos seguiria todos os passos e executaria as ordens solicitadas para ent o efetivar a sua aprendizagem Ressaltava ainda que n o se preocupem em aprender o ABC o nome das letras as letras ser o conhecidas pelo jeito que se d na boca para pronunci las pelo som e pela articula o Se voc s escreverem sem acompanhar com a boca o que est o escrevendo somente estar o desenhando letras mas n o estar o aprendendo a escrever sempre que escreverem v o dizendo junto o que est o escrevendo Releiam muitas vezes a mesma li o Considerando que as aulas s o dirigidas para alunos analfabetos que pela primeira vez v o Est vinheta de abertura est dispon vel na faixa 1 do CD 146 entrar em contato com a leitura sem a presen a do professor a leitura ser lenta e com a acentua o exagerada do som de cada letra Conforme forem progredindo na aprendizagem aumentar a rapidez na leitura e consequentemente desaparecer essa acentua o exagerada dada ao som de cada letra Em cada aula ou am a transmiss o primeiro somente para tomar conhecimento da mesma e prepar
279. or ter a partir de seu m todo de alfabetiza o contribu do com a campanha de erradica o do analfabetismo na regi o Documento Original 29 03 1968 01 Arquivo privado da pesquisadora Parecer N 392 68 do Centro de Pesquisas e Orienta o Educacional e de Execu o Especializada da Secretaria de Educa o e Cultura do Estado SEC RS referente aprecia o da obra did tica Cartilha Ler a Jato solicitada pela professora Gilda Tomatis a institui o Documento Original 05 09 1968 11 Arquivo privado da pesquisadora Carta datilografada e enviada pela professora Gilda Tomatis ao prefeito municipal de POA RS solicitando a colabora o da institui o junto ao Departamento de Educa o para auxili la na realiza o de um estudo estat stico mais amplo para comprovar a efic cia do m todo de alfabetiza o criado por ela com base numa ficha tamb m criada por ela Documento Fotocopiado 19 09 1968 01 Arquivo privado da pesquisadora Folha fotocopiada com os dados de uma pesquisa realizada em 1968 no RGS nas classes que segundo a professora Gilda haviam adotado a cartilha Ler a Jato e o M todo de Alfabetiza o em 15 horas Informa es id nticas a estas que se encontram na folha tamb m foram encontradas reproduzidas e propagadas pela autora nas contracapas dos quatro discos de vinil que comp em o M todo Audiofonogr fico de Alfabetiza o em 15 horas
280. or ter uma fotoc pia da 13 edi o que n o se encontra em bom estado optei por analisar neste estudo a cartilha que corresponde a 15 edi o ou seja a edi o datada de 1986 que obtive por meio de doa o da filha da autora Essa edi o da Cartilha Ler a Jato foi impressa pela Gr fica e Editora Santa Cec lia Em rela o ao tamanho ela mede 23 4cm x 15 7cm e possui trinta e cinco p ginas dessas vinte e cinco referem se s li es propriamente ditas e nas dez p ginas restantes encontram se as orienta es referentes sua utiliza o dirigidas especificamente aos professores sob a nomenclatura de Guia do Professor Na carta enviada pela autora ao ent o Ministro da Educa o na d cada de 90 a professora menciona que a escolha do nome da cartilha foi em decorr ncia do seu trabalho com o m todo fon tico articular criado e assim denominado por ela aliada ao reconhecimento dos pais que ao verem seus filhos alfabetizados teriam comentado com ela Ele aprendeu a Jato Os coment rios dos pais teriam influenciado a autora no momento da escolha do nome da Cartilha Ler a Jato Nesse sentido pode se afirmar que a escolha do nome da cartilha tamb m traz a representa o CHARTIER R 1990 de que atrav s dela o indiv duo poderia aprender a ler e a escrever de forma muito r pida e f cil De acordo com os crit rios de avalia o do Parecer n 392 68 emitido pelo Centro de Pesquisas e Orienta o Edu
281. ora usando diferentes cartilhas TOMATIS Gilda CARTA AO MINISTRO CHIARELLI 27 04 1990 O m todo global de contos teria sido segundo suas declara es ao Jornal Folha da Tarde de 27 de dezembro de 1968 respons vel pela origem da cria o das classes D classes de recupera o pois levava os alunos a se alfabetizarem na m dia de dois anos Isso acarretava frustra es nos alunos e provocava o abandono da escola ap s atingirem 14 anos de escolaridade Al m de terem sido reprovados in meras vezes esses alunos em quest o n o haviam sido alfabetizados e por isso eram estigmatizados ou mesmo considerados deficientes excepcionais e incapazes JORNAL FOLHA DA TARDE 27 12 1968 Em rela o a isso a professora Gilda Tomatis afirmou em entrevista ao Jornal do Brasil em 10 de maio de 1968 Muitas crian as t m dificuldade em leitura at grandes j alunos de gin sio tudo porque o m todo de contos n o pode dar resultado A crian a parte da frase para a palavra da palavra para a s laba Quando chega aos fonemas se a professora n o h bil o aluno perde se completamente e leva para toda a vida esse problema de aprendizado TOMATIS Gilda 10 05 1968 Como j foi exposto a professora deixava claro em v rias reportagens a sua posi o em rela o ao m todo global de contos e s campanhas de alfabetiza o promovidas naquele per odo que adotavam m todos de alfabetiza o importados de outros
282. ordenadora geral a professora Isabel Cristina Alves da Silva Frade UFMG e tem como coordenadoras estaduais a saber Minas Gerais Francisca Izabel Pereira Maciel UFMG Rio Grande do Sul Eliane Peres UFPel Mato Grosso Cancionila Janzkovski Cardoso e lL zara Nanci de Barros Am ncio UFMT Rondon polis Rio de Janeiro Cec lia Maria Aldigueri Goulart UFF Esp rito Santo Cl udia Maria Gontijo e Cleonara Maria Schwartz UFES e Amazonas Carlos Humberto Alves Corr a UFAM Dispon vel no site http Ayww ceale fae ufmg br pesquisa php catld 1 13 amp txtld 100 Acessado em mar o 2011 3 Em 2006 fui agraciada com o Pr mio Jovem Pesquisador no XV Congresso de Inicia o Cientifica da UFPel Com o trabalho intitulado A Cartilha Ler a Jato e o M todo Audiofonogr fico de Alfabetiza o em 15 horas uma proposta da professora Gilda de 14 PIBIC CNPg participar de eventos publicar trabalhos e um cap tulo no livro Alfabetiza o Letramento e Leitura territ rios formativos este publicado em conjunto com a orientadora Participei do grupo de pesquisa at o final da gradua o e posteriormente realizei o curso de Especializa o em Educa o no n cleo de Alfabetiza o e Letramento na mesma institui o sempre sob a orienta o da professora Eliane Peres Nesse per odo realizei outros estudos relacionados ao projeto de Implanta o do Ensino Fundamental de nove anos em munic pios da Regi
283. ortunizado a amplia o da tem tica no que tange aos aspectos voltados para o ensino da leitura da escrita e dos livros escolares ao incluir um grupo de trabalho espec fico sobre os livros did ticos a saber O livro did tico na hist ria brasileira O Congresso de Leitura do Brasil COLE tamb m um espa o de troca e discuss es entre os pesquisadores e que desde sua 12 edi o passou a publicar suas produ es em cd rom e no site O Congresso Luso Brasileiro em Hist ria da Educa o que tem sido organizado em parceria com entre o grupo de trabalho da ANPEd Hist ria da Educa o do Brasil com a se o de Hist ria da Educa o da Sociedade de Ci ncias da Educa o de Portugal com encontros bianuais e que v m sendo realizados nos seguintes pa ses e estados Lisboa 1996 S o Paulo 1998 Coimbra 2000 Porto Alegre 2002 vora 2004 Uberl ndia 2006 Porto Portugal 2008 e Maranh o 2010 E o Congresso Iberoamericano de Hist ria da Educa o Latinoamericano um evento de renomada organiza o nacional no que tange aos aspectos sobre a Hist ria da Educa o com encontros realizados desde 1992 em pa ses como Col mbia 1992 Brasil 1994 Venezuela 1996 Chile 1998 Costa Rica 2001 M xico 2003 Equador 2005 Argentina 2006 e Brasil 2009 A partir desse mapeamento foi poss vel perceber que os estudos sobre livros escolares t m nos ltimos trinta anos despertado o interesse
284. os da ltima folha do livro s o de Cec lia Tavares Teixeira O material foi impresso na Gr fica Editora a Na o S A Figura 26 Reprodu o da capa do livro Escrevendo a Jato 1 e 2 Ano 1 ed 1968 Fonte Acervo privado da pesquisadora O livro de exerc cios de linguagem possui trinta e uma p ginas sendo que as atividades s o apresentadas a partir da p gina quatro e seguem at a p gina vinte e sete O livro Escrevendo a Jato 1 e 2 ano se difere no Caderno S rie a Jato no que se referem s atividades que ambas prop em No Caderno S rie Jato o aluno deve realizar exerc cios de c pia ou seja encher linhas das letras s labas palavras e frases que j constam no caderno enquanto que no livro Escrevendo a 167 Jato o aluno resolve os exerc cios de linguagem propostos pela professora como separar as s labas completar formar frases entre outros A primeira p gina do livro Escrevendo a Jato destinada aos professores sob o t tulo Aos professores prim rios a autora os homenageia e agradece em seu nome e em nome dos pais de alunos por terem se disposto a testar a Cartilha Ler a Jato Em um dos trechos ela menciona Comprovando ent o sua efici ncia reformulando conceitos permitiram que milhares de crian as e adultos abandonassem as classes de primeiro ano ou de recupera o que h v rios anos vinham frequentando sem lograrem alfabetiz
285. os discos Na vig sima segunda aula a professora trabalha com os grupos consonantais da seguinte forma Voz da Professora Gilda Vig sima segunda li o P gina vinte e tr s Abram cartilha na p gina vinte e tr s Isto aqui uma revis o Voc s j aprenderam que a e io u s o vogais Todas as outras letras s o chamadas consoantes Nesta li o voc s v o ler palavras novas em que aparecem duas consoantes juntas N o haver dificuldade porque j sabem o jeito da boca para ler todas as letras Leiam primeira linha da p gina vinte e tr s Voz Masculina ba be bi bo bu V P G A segunda linha Bola com a boca e l ngua levantada V M bla ble bli blo blu V P G As palavras V M blaque blefa blindo bloco blusa V P G Quarta linha Letra da bola V M ba be bi bo bu 2 A 22 li o na integra est dispon vel na faixa 12 do CD 156 P G Quinta linha Bola com a boca e tremer a l ngua M bra bre bri bro bru P G A seguinte M bravo brejo briga brota bruxa P G Na linha seguinte est o duas palavras com a letra da cabe a Leiam M caco cuca P G Seguem palavras com a letra da cabe a e a da l ngua ssopra com a garganta e com a l ngua levantada M cla cle cli clo clu P G P G Seguem tr s frases Leiam M Estou muito contente J sei ler Hoje dia de festa TOMATIS Gilda DISCO 4 FACE B APRENDA A LER EM 15
286. os e sites virtuais O presente estudo no que concerne op o te rico metodol gica baseou se no modelo epistemol gico do paradigma indici rio proposto por Ginzburg 2007 utilizado como dispositivo de pesquisa para perceber e analisar os elementos relevantes contidos nos documentos Assim os resultados deste estudo pretendem contribuir com as demais pesquisas na rea da Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares revelando aspectos importantes da produ o e a circula o dos materiais did ticos que foram produzidos pela professora Gilda de Freitas Tomatis atrav s de sua Editora Tomatis Livros Did ticos com base no circuito das comunica es proposto por Darnton 1995 Al m disso este trabalho ainda apresenta um estudo comparativo entre a cartilha Ler a Jato e o Primeiro Guia de Leitura LER do MEC material de circula o no Brasil desde o final da d cada de 1940 A an lise destas duas cartilhas evidenciaram semelhan as entre ambas especialmente no que se refere aos aspectos gr ficos como por exemplo disposi o e a semelhan a entre algumas imagens organiza o das p ginas das li es e o uso de algumas palavras chave dentre outros aspectos Palavras chave Hist ria da Alfabetiza o Livros Escolares Cartilha Ler a Jato M todo Audiofonogr fico de alfabetiza o em 15 horas Gilda de Freitas Tomatis Primeiro Guia de Leitura LER ABSTRACT This study presents the
287. osa ritmo e velocidade nos anos 1920 Em rela o a Livros Did ticos CORR A Rosa Lydia Teixeira Escolas de imigrantes italianos Livro did ctico e patriotismo GERBARA Ademir Mensagens presidenciais e livros did ticos no Brasil KLEIN L gia Regina O manual did tico contexto hist rico de emerg ncia e implica es na organiza o da escola moderna MATTOS Selma Rinaldi de O programa nacional do livro did tico e a forma o de professores para o ensino fundamental e m dio REMEDIOS Maria Jos Lago dos Ana de Castro Os rio e a constru o da grande alian a entre os povos dois manuais da escritora portugueza adaptados no Brasil SILVA Vivian Batista da Manuais que ensinam professores a ensinar a constru o de saberes pedag gicos em livros did ticos usados por normalistas 1930 1970 TONINI Ivaine Maria Cenas tnicas nos livros did ticos de Geografia TRINDADE lole Faviero A ado o da Cartilha Maternal na instru o publica Ga cha II Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Em rela o a Alfabetiza o BARBOSA Raquel Lazzari Leite Pr ticas de leitura constru o do sentido IN CIO Marcilaine Soares O ensino escolar da leitura e da escrita em Minas Gerais 1800 1850 MACHADO D bora de Le o OLIVEIRA Valeska Fortes de Mem ria e saberes de professoras alfabetizadoras do ensino Fundamental MELLO M rc
288. ou seja atividade proposta na Cartilha Ler a Jato ele s usasse a letra script que era inclusive o mesmo tipo de letra usado no Caderno S rie Jato Nos estudos realizados por Peres 20083 p 86 acerca das orienta es do CPOE h a constata o de que a institui o especialmente a partir dos anos 50 havia instaurado um novo e controverso debate sobre as vantagens do uso da letra script em detrimento da letra cursiva elencando na poca inclusive nove itens que repercutiam as vantagens desse tipo de escrita PERES 2008 p 87 Na defini o do CPOE segundo a autora o script a letra de imprensa simplificada com as letras a e g modificadas Nesse sentido seria vantajoso em rela o letra cursiva 25 Um caderno no qual o aluno deveria realizar exerc cios de c pia para repetir treinar e memorizar o que aprendeu em cada li o Material tamb m criado e produzido pela autora para complementar o processo de alfabetiza o Este material ser abordado mais a frete numa se o destinada ao Caderno S rie a Jato 126 pois possibilitaria uma aprendizagem mais f cil simples e em muito menos tempo PERES 2008 p 87 Esses aspectos foram observados pela professora Gilda Tomatis ao produzir seu material de alfabetiza o uma vez que ela tamb m pretendia especialmente com o uso da Cartilha Ler a Jato tornar a aprendizagem dos alunos r pida f cil e eficiente Em termos de escrit
289. per odo de 2000 e 2011 e dentre eles destaco O CBHE foi realizado em 2000 no Rio de Janeiro pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ sob o tema Educa o no Brasil Hist ria e Historiografia Neste evento foram publicados duzentos e trinta e um trabalhos dos quais apenas quatro relacionam se a hist ria da alfabetiza o e oito trabalhos aos estudos sobre livros did ticos Assim como no levantamento feito junto s revistas e peri dicos no item anterior todos os artigos catalogados nos seis encontros do CBHE encontram se dispon veis no ap ndice deste estudo O Il CBHE foi realizado em 2002 em Natal RN com o tema Hist ria e Mem ria da Educa o Brasileira O evento recebeu a inscri o de quatrocentos e vinte e oito trabalhos sendo que destes quatro relacionavam se alfabetiza o enquanto que e treze trabalhos vinculavam se a livros escolares J o Ill CBHE foi realizado em 2004 na Pontif cia Universidade Cat lica PUC em Curitiba no Paran tendo como tema central A Educa o Escolar em Perspectiva Hist rica Este ano o evento contou com a participa o de quatrocentos e dezoito trabalhos dez a menos que no na edi o anterior Em rela o alfabetiza o quatro trabalhos foram encontrados e dezesseis sobre livros escolares O IV CBHE foi realizado em 2006 na Universidade Cat lica de Goi s intitulando se A Educa o e seus sujeitos na Hist ria Neste evento quatrocentos e ci
290. pin 2002 p 22 tamb m se refere aos livros did ticos como instrumentos descart veis afirmando que um manual n o um livro que lemos mas um instrumento que usamos Assim o autor evidencia a complexidade que envolve a an lise dos livros escolares principalmente no que diz respeito s fun es m ltiplas e com o passar do tempo s o mais e mais numerosas junto aos diversos destinat rios alunos professores fam lias cujas expectativas variam segundo os momentos professor preparando sozinho o seu curso professor lecionando etc CHOPPIN 2002 p 22 O autor indica ainda que o manual o produto de uma poca e que a sua produ o n o puro ato pedag gico constitui um compromisso entre preocupa es e imperativos de natureza diversa did tica e pedag gica certamente mas tamb m t cnica financeira est tica comercial CHOPPIN 2002 p 21 35 Escolano 2001 p 13 percebe os manuais escolares como fontes para uma nova historiografia ao destacar que Los manuales escolares m s all de su dimensi n instrumental como fuentes de La nueva historiografia son asimismo uma construcc on cultural y pedag gica codificada conforme a determinadas reglas textuales y did ticas y asociada a pr cticas educativas espec ficas as como a los contextos de uso em que se generan y aplican Munakata 1999 p 578 defende a ideia de que o livro did tico possui certas especifi
291. plares entre o per odo de 1981 a 2011 nos quais identifiquei vinte e tr s textos dentre eles sete artigos s o direcionados para a alfabetiza o e dezesseis sobre livros did ticos que se encontram listados no ap ndice deste estudo Na Revista Brasileira de Educa o vinculada ANPED com publica o 8 Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o 27 quadrimestral dentre um conjunto de quarenta e seis volumes publicados entre o per odo de 1995 a 2011 trinta e cinco artigos foram identificados sobre a tem tica Destes vinte e oito artigos eram relacionados alfabetiza o e sete relacionados a livros did ticos tamb m dispon veis no ap ndice deste estudo A Revista Brasileira de Hist ria da Educa o tem sido um canal de divulga o da produ o nacional e internacional na rea de hist ria da educa o A Revista at o ano de 2006 realizava publica es semestrais a partir de 2007 passou a ter uma produ o quadrimestral Foram analisados vinte e tr s volumes desta revista publicados entre o per odo de 2001 e 2010 e identificados dezenove artigos sobre a tem tica sete artigos relacionados alfabetiza o e doze artigos sobre livros did ticos dispon veis no ap ndice deste estudo Ao inventariar as seis revistas citadas no intuito de verificar o que j havia sido publicado sobre a Hist ria da Alfabetiza o e Livros Escolares evidenciou se que de um total de trezentos e c
292. pois aprendiam a ler rapidamente j na primeira li o Dona Gilda afirma que o aluno se entusiasma muito pois j na primeira li o pode ler tr s p ginas da sua cartilha Esse estimulo dado pelo pr prio m todo a outra chave do xito da cartilha Ler a Jato pois a crian a ou o adulto que est aprendendo a ler pode notar desde o come o o seu progresso e estimulado com a promessa de passar para o segundo livro para as historinhas ou para o melhor emprego a possibilidade de ganhar mais quando adulto TOMATIS Gilda JORNAL DO BRASIL 10 05 1968 As li es nos LPs seguem a mesma ordem descrita na cartilha Elas t m in cio com as das vogais que est o relacionadas aos respectivos desenhos os quais deveriam ser observados e repetidos tr s vezes pelos alunos Os aprendizes tamb m eram estimulados pela professora a dizerem as palavras silabando as ou seja dizendo a primeira parte da palavra fechando a boca e depois dizendo a segunda parte da palavra da seguinte forma a sa e ma i lha o vo u va A professora solicita sempre que os alunos olhem primeiro para o desenho e depois tentem dizer a palavra representada por ele Em seguida devem repetir em voz alta a letra do desenho que acabou de ser dita A professora solicita ainda que 149 comparem as letras relacionando as aos desenhos Na sequ ncia os aprendizes s o orientados a abrir o Caderno S rie Jato nas p ginas correspondentes s li
293. pos de alimentos ovo uva nabo tr s de partes do corpo humano dedo cabe a olho dois brinquedos bola boneca um nome pr prio 93 Vivi um de material escolar mapa um lugar ilha um sat lite natural da terra lua Os desenhos utilizados pela professora Gilda Tomatis s o objetos de uso cotidiano brinquedos pessoas alimentos entre outros Considerando as ilustra es pode se dizer que a cartilha parece se destinar mais as crian as do que aos adultos uma vez que em geral nas cartilhas as personagens e a es retratadas nas ilustra es s o relacionadas ao mundo infantil a come ar pela capa na qual os alunos s o representados por figuras de crian as BERTOLETTI 2006 p 28 De acordo com Batista 1999 p 529 o livro did tico voltado para o mercado escolar especifico destinado a um p blico em geral infantil estando praticamente em todos os n veis de escolariza o de um indiv duo Na p gina tr s da cartilha a autora apresenta a primeira li o referente ao ensino das vogais Esta p gina aparece dividida em cinco partes Em cada uma dessas cinco divis es visualiza se inicialmente a imagens em preto e branco da palavra chave ao lado encontra se a escrita da palavra que a imagem representa e as respectivas vogais escritas duas vezes uma em letra de imprensa e outra em it lica E asa a a x ne F ps i e Se ilha i i i n E ovo o e 7e u u ASS uva u EF R
294. produ o difus o e circula o de livros MG RS MT S c XIX e XX Belo Horizonte CNPq Fapemig CEALE 2006c p 171 190 PERES Eliane Autoras de obras did ticas e livros para o ensino da leitura produzidos no Rio Grande do Sul contribui es hist ria da alfabetiza o 1950 1970 Revista Educa o Unisinos v 12 n 2 maio agosto 2008a p 111 121 PERES Eliane Produ o de cartilhas escolares no Rio Grande do Sul entre as d cadas de 1950 e 1970 contribui es hist ria da alfabetiza o e das pr ticas escolares In XIV ENDIPE Encontro Nacional de Did tica e Pr tica de Ensino Anais do XIV ENDIPE Porto Alegre RS EDIPUCRS 2008b v 1 p 1 12 199 PERES Eliane Marcas da inf ncia em cadernos escolares de crian as em processo de alfabetiza o In Mignot Ana Chrystina Venancio Org N o me esque a num canto qualquer 1 ed Rio de Janeiro Laborat rio Educa o e Imagem 2008c v 1 p 1 12 PERES Eliane BARUM Sylvia O Ditado Escolar sob o enfoque hist rico um estudo a partir de cadernos de crian as em processo de alfabetiza o 1943 2007 In 14 Encontro da Associa o Sul Rio Grandense de Pesquisadores em Hist ria da Educa o 2008 Pelotas RS Anais da 14 ASPHE 2008 p 1 8 PERES Eliane Ensino Fundamental de nove anos e a quest o da alfabetiza o Um estudo em oito munic pios da regi o sul do Rio Grande do Sul In 17 COLE Congresso de Leitura do Brasil 20
295. quando a autora passou a receber in meros convites de pessoas p blicas como deputados secret rios de educa o e a Comiss o Nacional de Educa o de Bras lia diretoras de programas da Comiss o Municipal de Amparo a Inf ncia de Caxias do Sul no RS diretores de escolas e professores dentre outros Al m disso a professora foi convidada para explanar sua proposta em associa es escolas universidades e institui es pelo Estado do Rio Grande do Sul e em outras regi es brasileiras como Santa Catarina Paran Guanabara atual estado do Rio de Janeiro Cear Minas Gerais S o Paulo Bras lia entre outros JORNAL CORREIO BRASILIENSE 22 02 1968 e 23 02 1968b FOLHA DA TARDE 02 04 1968 CORREIO DO POVO 06 04 1968 O AVAR 24 04 1976 Maria L cia Tomatis Entrevista 15 10 2010 confirma o que dizem as reportagens dos jornais mencionadas no par grafo anterior e destaca que ela inclusive viajou com a m e por praticamente todas as cidades do Estado ga cho de carro com porta malas repleto de cartilhas livros e LPs Al m disso ela ainda destacou que a m e participava de programas de r dio e TV e jornais das localidades que a convidavam para apresentar divulgar seu m todo de alfabetiza o e comercializar a Cartilha Ler a Jato e os demais materiais de alfabetiza o TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Alguns cursos de alfabetiza o foram promovidos por munic pios como o de Caxias do Sul no Rio Gran
296. quente discrimina o auditiva mais acurada Aspectos pouco conscientizados pelo professor prim rio em seu trabalho RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCA O E CULTURA DO ESTADO PARECER CPOE N 392 68 p 7 N o interessa aqui definir se os pareceres correspondiam ou n o s pr ticas das escolas mas perceber em que medida foram uma estrat gia de divulga o do trabalho da professora Gilda Al m disso se considerarmos esses pareceres eles podem ser indicadores da circula o da Cartilha Ler a Jato A partir dos pareceres organizei o quadro que segue Quadro 6 Listagem das escolas e dos locais de circula o da Cartilha Ler a Jato atrav s dos pareceres divulgados nos LPs Escolas Professoras Cidades RS Escola Bar o do Rio Branco S ria Schoroeder Victor Graeff Escola Municipal Professora Luiza Sueli Oliveira Jaguar o Quadros Escola P Branca de Neve Vera Maggente Porto Alegre Escola S o Manoel Adalgisa Neves Porto Alegre Xavier Escola Santa In s Isnelda Bohn Mato Leit o Ven ncio Aires Grupo Escolar da Cidade Maria H Ferreira S o Luiz Gonzaga Grupo Escolar Dolores Gomes Neiva Hichembick Porto Alegre Grupo Escolar Venezuela Dulce Fonseca Porto Alegre Grupo Escolar F tima Maria L Bend Canoas 140 Grupo Escolar Felipe dos Santos Reni Caron Veran polis Grupo Escolar Gast o Le o Idacy Martins Gua ba Grupo Escolar Gomercindo dos Reis
297. ra a diversidade dos estudos apresentados no campo da Hist ria da Educa o Para Soares M 2006 os atuais problemas enfrentados pelos educadores em rela o alfabetiza o s ser o compreendidos medida que olharmos para o passado para a forma com que o processo de alfabetiza o foi se constituindo com o passar dos anos Desse modo tornar se poss vel entender o presente buscando delinear solu es para projetar o futuro nesta rea Soares M 1989 demonstrou inclusive que entre os anos de 1954 a 1986 a tem tica envolvendo estudos sobre m todos de alfabetiza o estiveram em grande evid ncia A autora ressaltou que a quest o do m todo objeto de estudos e pesquisas em todas as d cadas mas que sua presen a de forma mais significativa ocorreu na d cada de 50 e 60 SOARES M 2003 p 86 Na d cada de 50 o tema m todo abarcou um ter o do que vinha sendo produzido no pa s enquanto que na d cada de 60 a produ o desses estudos chegou a abarcar um quarto da produ o SOARES M 2008 p 86 Nas d cadas posteriores de 70 e 80 Soares M 2003 revela que houve um decl nio em rela o a essa produ o o que permitiu que outras tem ticas ganhassem nfase como as voltadas para o estudo das propostas did ticas No que tange aos estudos referentes Hist ria da Alfabetiza o Soares amp Maciel 2001 identificaram atrav s do seu estudo intitulado Alfabetiza o no Bras
298. ra professora de excepcionais e os atendia em seus domic lios atrav s de aulas particulares No Col gio Estadual J lio de Castilhos considerado um importante estabelecimento de ensino p blico da capital ga cha lecionou por aproximadamente onze anos e s se afastou requerendo sua segunda aposentadoria em 14 de abril de 1976 por motivos de sa de que segundo a filha revelou na entrevista TOMATIS Maria L cia 15 10 2010 tratava se de problemas card acos cong nitos 12 eea TS PATA parru eTo ore ns mal 566 3 uy Emis Figura 3 Ficha profissional da professora Gilda de Freitas Tomatis 1965 1976 Fonte Col gio Estadual J lio de Castilhos em Porto Alegre RS 13 Em rela o ao material de alfabetiza o que produziu os dados revelam que em mar o de 1967 foi lan ada a primeira edi o da Cartilha Ler a Jato segundo as informa es contidas no Jornal Correio Brasiliense de 22 de fevereiro de 1968 Nesse mesmo ano em 1967 tamb m foi criada a Editora Tomatis Livros Did ticos segundo Martins 1978 p 587 Essas obras eram impressas por gr ficas terceirizadas contratadas pela autora na poca segundo as informa es disponibilizadas pela filha Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Ari Martins 1978 em sua obra Escritores do Rio Grande do Sul cita a professora Gilda de Freitas Tomatis a cidade onde nasceu a profiss o na capital e a denomina de Autora Did tica log
299. radi o e Escritas da Hist ria da Educa o no Brasil Vit ria ES Maio 2011 p 1 14 MORTATTI Maria do Ros rio Longo Os sentidos da alfabetiza o S o Paulo 1876 1994 S o Paulo Ed da UNESP 2000 372p MORTATTI Maria do Ros rio Longo Hist ria dos m todos de alfabetiza o no Brasil 2006 p 1 16 Dispon vel em http portal mec gov br seb arquivo pdf Enfund alf mortattinisttextalfbbr pdf Acessado em Outubro 2010 MUNAKATA Kazumi Livro did tico produ o e leituras In ABREU M rcia org Leitura hist ria e hist ria da leitura Campinas SP Mercado de Letras ALB FAPESP 1999 p 577 595 NAPOLITANO Marcos Fontes Audiovisuais a hist ria depois do papel In PINSKY Carla Bassanezi org Fontes Hist ricas 2 Ed 2 reimpress o S o Paulo Contexto 2010 p 235 289 NEVES F tima Maria O M todo Lancasteriano e o ensino da ordem e da disciplina para os soldados do imp rio brasileiro In 30 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG 2007 p 1 17 Dispon vel em http Avww anped org br reunioes 30ra trabalhos GT02 3119 Int pdf Acessado em Agosto 2011 NORA Pierre Entre mem ria e hist ria a problem tica dos lugares Projeto Hist ria 10 Departamento de Hist ria PUC S o Paulo Editora da PUC 1993 p 7 28 PERES Eliane Produ o e uso de livros de leitura no Rio Grande do Sul Queres Ler e Quero Ler Hist ria
300. rante la guerra civil Espa ola n 28 2009 AVANZINI Alessandra El sentido y el papel que desempe a el alafabeto en comenio n 28 2009 BASTOS Maria Helena C mara A Educa o Elementar e o M todo Lancaster no Correio Braziliense 1816 n 17 2005 BICA Alessandro Carvalho CORSETTI Berenice O prel dio das campanhas de alfabetiza o na era Vargas a Cruzada Nacional de Educa o n 33 2011 CAVALCANTE Maria Juraci Maia Estado absoluto e ensino das primeiras letras as escolas r gias 1772 1794 na tese de urea Ad o 1997 n 25 2008 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Suportes instrumentos e textos de alunos e professores em Minas Gerais indica es sobre usos da cultura escrita nas escolas no final do s culo XIX e in cio do s culo XX n 29 2009 LEMOS Daniel Cavalcanti de Albuquerque Manifesto dos professores p blicos de instruc o prim ria da corte 1871 n 34 2011 MART NEZ Rosal a Men ndez La escritura de los examenes escolares e ideas de modernidad 1884 1912 n 23 2007 PEREIRA B rbara Cortella Um estudo sobre a leitura analytica 1909 de Theodoro de Moraes 1877 1956 de Pereira n 27 2009 SCHUELER Alessandra Frota Martinez de O M todo Bacadaf leitura escrita e l ngua nacional em escolas p blicas prim rias da Corte imperial 1870 1880 n 18 2005 206 SILVA Nilce da A Hist ria da
301. reinamento mais ou menos longo em situa es diversas subordinando se ao fator tempo TOMATIS Gilda ESCREVENDO A JATO 1968 p 29 Esses argumentos envolvem situa es escolares diversas contudo o aspecto relacionado ao tempo se destaca e chama a aten o visto que a professora preocupou se em elaborar um material de apoio para atividades escolares mas tamb m extaescolares al m de prever a possibilidade da alfabetiza o em 15 horas A professora deixou evidente que pretendia ampliar e reeditar esse livro incorporando novas sugest es e atividades apresentadas pelos professores ap s um per odo de experi ncias Assim como a Cartilha Ler a Jato os livros complementares de alfabetiza o tamb m eram vendidos para as livrarias e a todos 170 que se interessavam individualmente Essa forma de comercializa o da obra al m de ter sido confirmado pela filha da autora tamb m foi poss vel identificar em um A dos exemplares localizados na pesquisa datado de 1968 referente primeira edi o mais especificamente na folha de rosto no canto superior direito um 46 carimbo da Livraria Mundial de Pelotas RS Esse aspecto revela formas e lugares de comercializa o da obra Um aspecto que merece destaque a imagem referente ao ndice do livro Escrevendo a Jato organizada por assunto e se justifica em fun o da preocupa o evidente da professora com a aprendizagem dos aluno
302. ressados e ainda tinha revendedores em outros estados para vender seu material e assim disseminar sua proposta de ensino Teve seu trabalho com a alfabetiza o reconhecido em 1968 pelo prefeito municipal de Caxias do Sul ao ser agraciada com a Medalha do Monumento Nacional da Imigrante Como ltima e talvez a mais importante de todas as estrat gias utilizada pela autora para obter legitimidade e aceita o do seu m todo de alfabetiza o a professora Gilda escreveu e enviou uma carta endere ada em 27 de abril de 1990 ao ent o Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli no intuito de apresentar e mais uma vez divulgar a Cartilha Ler a Jato e o m todo fon tico articular de alfabetiza o em quinze horas na expectativa de ter seu material e sua obra reconhecidos para a alfabetiza o de crian as jovens e adultos e na luta contra o 181 analfabetismo Segundo foi poss vel apreender a professora tamb m trabalhava em prol da alfabetiza o dos excepcionais e ensinava os em casa em aulas particulares tendo sido possivelmente essa experi ncia no contexto dom stico das aulas particulares a principal raz o de produ o de seu material Tudo teria tido origem em 1964 quando a professora Gilda se viu frente a um desafio alfabetizar sua filha de seis anos Maria L cia Tomatis e o filho de uma amiga de Uruguaiana que estava apresentando dificuldades no seu processo de alfabetiza o Assim depois dessas
303. rg Alfabetiza o no Brasil uma hist ria de sua hist ria S o Paulo Cultura Acad mica Mar lia Oficina Universit ria 201 1a p 177 199 FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Arnaldo de Oliveira Barreto um autor entre livros para alfabetizar e para desenvolvimento da leitura In VI Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Inven o Tradi o e Escritas da Hist ria da Educa o no Brasil Vit ria ES Maio 2011b p 1 20 FREITAS Gilda Carvalho de Fotografia aos 15 Anos Uruguaiana RS s d 13 5cmx8cm em papel preto e branco FELGUEIRAS Margarida Materialidade da cultura escolar A import ncia da museologia na conserva o comunica o da heran a educativa Pr Posi es v 16 n 1 46 jan abr 2005 p 87 102 FERRARO Alceu Ravanello Hist ria qualitativa da alfabetiza o no Brasil In RIBEIRO Vera Masag o org Letramento no Brasil reflex es a partir do INAF 2001 2 ed S o Paulo Global 2004 p 195 207 FERRAROTTI Franco Sobre o m todo biogr fico In NOVOA Ant nio FINGER Mathias orgs O M todo auto biogr fico e a forma o Lisboa Minist rio da Sa de Departamento de Recursos Humanos da Sa de Centro de Forma o e Aperfei oamento Profissional 1988 p 17 34 FERREIRA Andr a Tereza Brito CABRAL Ana Catarina dos Santos Pereira TAVARES Ana Cl udia Ribeiro ALBUQUERQUE Eliana Borges Correia de Livros de alfabetiza o como as mudan as aparecem
304. rita cursiva Ex o i deve ser iniciado com um tra o vertical de cima para baixo o e a iniciam se com uma linha curva de cima para baixo e da esquerda para a direita Um cuidado especial deve ser dispensado curvatura final das letras para n o exager la ou along la muito para a direita ocasionando maior gasto de papel e menor rapidez na escrita A introdu o de novos fonemas deve ser paralela revis o daqueles j introduzidos Assim nas primeiras li es aprendizagem ser mais lenta aumentando a rapidez progressivamente medida que o aluno vai se tornando menos dependente do mestre Assim para adultos que tenham a condi o b sica desejo de se alfabetizarem ap s a aprendizagem do m todo mais ou menos pela quinta li o pode se unicamente orientar quando palavra b sica e eles seguir o sozinhos Na fase inicial do curso ainda mais importante o atendimento individual dos alunos O professor precisa usar de todos os recursos a fim de que se torne acess vel s diferen as individuais dos mesmos At agosto e mesmo em inicio de setembro pode ser tentada a alfabetiza o dos alunos que n o v m acompanhando a turma com probabilidade de xito TOMATIS Gilda CADERNO SERIE JATO s d p 58 Neste roteiro a professora Gilda faz v rias recomenda es aos professores no intuito de que garantissem o sucesso da alfabetiza o Ela orienta os educadores a n o se limitarem apenas ao uso das atividades rest
305. ritas na Cartilha Ler a Jato pelo contr rio sugere que os professores ampliem os exerc cios propostos aos alunos voltem aten o para o tra ado das letras e da escrita que concedam atendimentos individuais aos alunos na fase inicial do processo de alfabetiza o e 165 que se utilizem de todos os recursos necess rios para este processo se torne acess vel e atraente a cada aluno A contracapa do Caderno S rie Jato id ntica a da Cartilha Ler a Jato mesmo sendo de edi es diferentes As orienta es da professora Gilda Tomatis seguem todas praticamente em dire o ao trabalho com as letras e com a aprendizagem das s labas Esse material denota entre outras coisas a aten o que a autora dava ao ensino simult neo da leitura e da escrita mas acima de tudo revela a perspectiva de escrita a mesma deveria ser ensinada com eleg ncia legibilidade clareza e destreza Trata se de uma vis o mais formal da escrita cuja base principal a c pia Na subse o a seguir apresento do conjunto de materiais para alfabetiza o produzidos por Gilda Tomatis de Freitas o Livro de Exerc cios de Linguagem 1 e 2 ano Escrevendo a Jato 5 3 2 Escrevendo a Jato 1 e 2 Ano O livro de exerc cios de linguagem 1 e 2 ano Escrevendo a Jato teve sua primeira edi o em 1968 e tamb m possui as mesmas dimens es da Cartilha Ler a Jato e do Caderno S rie Jato Em rela o
306. ro datada de 1970 a capa e a ilustra o s o de Synthia Kun E o livro tamb m editado pela Editora Tomatis Matem tica f ano e C gt li W Im ii li Du Ut NN w LNN Figura 29 Reprodu o da capa do livro de Matem tica 1 ano 1 ed 1970 Fonte Acervo privado da pesquisadora As p ginas internas do livro s o de papel jornal Na primeira p gina do livro encontra se escrito um pouco acima do centro do nome do livro em letra script e em preto Matem tica 1 ano logo acima no topo do desenho de uma escada a palavra Reformulada abaixo na outra extremidade esquerda a palavra Tradicional Dessa forma a professora Gilda Tomatis poderia estar querendo 173 demonstrar o avan o da matem tica nesse per odo Em seguida aparece o nome completo da professora dados de sua forma o e profiss o o nome da ilustradora o ano da edi o Ao p da p gina h o nome da editora em caixa alta e negrito local ano e endere o da editora por m sem apresentar os dados da impress o As atividades t m in cio na p gina quatro e s o apresentadas at a p gina oitenta e oito As atividades propostas no livro exploram no es de posi o tamanho lateralidade quantidade conjuntos sinais igual e diferente no o de maior menor leitura de senten as par e impar compor e decompor horas no o de valores adi o e subtra o dezena e unidade c lculos com duas parcela
307. rtinente por ser um termo de denomina o mais amplo e por ser aceito entre os historiadores para se referir a qualquer tipo de documento seja ele oral escrito ou iconogr fico Cardoso amp Am ncio 2006 p 227 tamb m fazem men o import ncia de se pensar e construir a hist ria da alfabetiza o no Brasil a partir do cruzamento de diferentes fontes dentre elas considerando a fonte oral Para as autoras este recuso proporcionaria a possibilidade de tecer um grande e multifacetado tecido composto de imagens palavras e significados CARDOSO amp AM NCIO 2006 p 227 A perspectiva de documento aqui adotada a de que documento n o qualquer coisa que fica por conta do passado um produto da sociedade que o fabricou segundo as rela es de for as que a detinham o poder LE GOFF 1990 p 545 Nesse sentido Le Goff faz uma observa o importante sobre a preserva o de determinados documentos destacando o comprometimento necess rio por parte do historiador na medida em que se utilizar deles para recompor uma dada hist ria No entanto preciso estar comprometido com a cr tica ao documento pois de acordo com o autor s a an lise do documento enquanto monumento permite mem ria coletiva recuper lo e ao historiador us lo cientificamente isto com pleno conhecimento de causa LE GOFF 1990 p 545 Marrou 1975 p 61 destaca que n o podemos alcan ar o passado direta
308. rvados como objeto rel quia expressam a tentativa de legar uma dada imagem que tinha de si mesma do trabalho que desenvolvia da import ncia que desempenhou em movimentos de renova o educacional e democratiza o do pa s Nessa perspectiva Arti res 1998 p 7 registra que a pr tica do arquivamento do eu n o ocorre de forma ocasional mas atrav s da necessidade que o ser humano tem de ser visto e percebido pelos outros e ao mesmo tempo ter o controle sob a pr pria vida com a possibilidade de recordar o passado ao ter nas m os algum fragmento palp vel que lhe permita tirar li es preparar se para o futuro preservando a mem ria evitando o esquecimento mas sobretudo para existir no cotidiano Dessa forma para existir estar inserido e fazer parte de uma sociedade faz se necess rio ter documentos como carteira de identidade carteira de trabalho comprovante de renda e de pagamento dentre outros para que se possa n o s usufruir dos direitos sociais como tamb m existir perante ela respondendo assim a uma injun o social ARTIERES 1998 Arti res 1998 tamb m destaca que sempre h uma intencionalidade por parte de quem guarda e do que se guarda ao longo da vida nos arquivos pessoais e que pode ser definida como uma inten o autobiogr fica que sobrevive ao tempo e a morte Ribeiro 1998 p 35 compartilha dessa concep o ao definir que a guarda desses documentos ou objetos sobre si mesmo po
309. s UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PROGRAMA DE POS GRADUA O EM EDUCA O FACULDADE DE EDUCA O GRUPO DE PEQUISA HISALES HIST RIA DA ALFABETIZA O LEITURA ESCRITA E DOS LIVROS ESCOLARES AUTORIZA O PROJETO DE PESQUISA Cartilhas Escolares ide rios pr ticas pedag gicas e editoriais constru o de repert rios anal ticos e de conhecimento sobre a Hist ria da Alfabetiza o e das Cartilhas UFMG UFMT UFPel RS Coordenadora do Grupo Hisales Prof Dr Eliane Peres autorizo o uso de minha Eu entrevista e a divulga o de meu nome para fins de pesquisa podendo divulg lo em eventos cient ficos artigos trabalhos e outras publica es acad micas sem fins lucrativos Local e data Entrevistadora Assinatura 225 AP NDICE F Autoriza o de Uso da Imagem Nog EDE A o e ES 4 z N PPGE hisales Nacionalidade sisene e EN E ou isisa diodos fuads NGS NA ans di ssa sia Data de Nascimento s assis sssesssssresseeeeaao AUTORIZO o uso da imagem da Professora Gilda de Freitas Tomatis na pesquisa sobre Cartilhas Escolares ide rios pr ticas pedag gicas e editoriais constru o de repert rios anal ticos e de conhecimento sobre a Hist ria da Alfabetiza o e das Cartilhas UFMG UFMT UFPel Coordenado pela Professora Dra Eliane Peres da Universidade Federal de Pelotas com sede na Rua Alberto Rosa n 154 Pelota RS sejam essas imagens destinad
310. s n meros ordinais dentre outros Os exerc cios como completa copia pinta assinala vamos contar marca liga indica l escreve efetua coloca descobre resolve continua inventa observa decomp em representa arma e efetua entre outros exerc cios evidenciam a variedades de atividades que s o trabalhadas no livro O livro composto de cem p ginas e apresenta um total de duzentos e cinquenta e sete exerc cios Completa L da tinha Ny Um rebentou Ficaram bal es Mam e comprou O O O QO Gastou dois Ficaram ovos Copia 0 1 2 3 4 6 6 7 Coloca em ordem stes n meros come ando pelo menor que ol 7 3 2 5 1 4 PS As E SA as Oo so E a Completa a s rie tirando um AN ESSA 0 PRP ESA Figura 30 Reprodu o da p gina 23 do livro de Matem tica 1 ano 1 ed 1970 Fonte Acervo privado da pesquisadora 174 A partir da p gina oitenta e oito a autora passa a apresentar o livro expondo os objetivos pretendidos com a referida publica o Ela fez algumas considera es sobre a Matem tica Moderna na p gina oitenta e nove alegando inclusive que o livro j atendia essa nova reformula o do ensino da Matem tica O livro termina com duas p ginas reservadas ao ndice e no verso da contracapa interna h o Ap ndice novamente informa es referentes Educa o Moral e C vica Constitui o Carta Magna semelhante Cartilha Ler a Jato A contrac
311. s Am ncio Lilian Lopes Martin da Silva Luciana Domingos de Oliveira e S lvia Cunha Gomes que abordam temas relacionados a autores de livros e m todos de alfabetiza o produ o e circula o de cartilhas que circularam no Brasil e que se tornaram significativos para cada estado 24 A obra Cartilha Ada e Edu a produ o difus o e circula o 1977 1985 produzida por Cancionila Janzkovski Cardoso e publicada em 2011 pela EdUFMT apresenta os resultados da pesquisa realizada pela autora em seu p s doutorado com o intuito de contribuir para a constitui o sistematiza o e socializa o de uma hist ria do livro mato grossense mediante a localiza o de diferentes fontes documentais revelando as complexas e dif ceis rela es e os m ltiplos agentes envolvidos na produ o e difus o desta obra did tica percorrendo assim o trajeto do circuito da comunica o de Darnton 1990 Nessa obra a autora ainda demonstra que a produ o da cartilha Ada e Edu esteve ancorada em uma pol tica p blica mais ampla evidenciando os estreitos v nculos existentes entre a produ o did tica e os projetos pol ticos num dado contexto e momento hist rico O Livro Did tico e Saber Escolar 1810 1910 publicada por Circe Bittencourt em 2008 pela editora Aut ntica apresenta os resultados de sua tese de doutorado Nesse trabalho a autora aborda quest es importantes referentes hist ria do livro did tico media
312. s Renato Concep es de natureza e sensibilidade ambiental nos livros did ticos de ensino de ci ncias naturais difundidos no Brasil no per odo de 1930 a 19671 CARVALHO Marta Maria Chagas de Estrat gias editoriais e territorializa o do campo da pedagogia um livro de Sampaio D ria sob a pena do editor da biblioteca de educa o CASTELLANOS Samuel Luiz Vel zquez A representatividade do livro da leitura e do leitor na imprensa maranhense do s culo XIX COELHO Maricilde Oliveira Um livro proveitoso para a mocidade estudiosa do Bel m do Par no come o do s culo XX Alma e cora o DUR ES Sarah Jane Alves Impressos destinados forma o docente textos e manuais de pedagogia utilizados nas escolas normais brasileiras 1886 1914 FILGUEIRAS Juliana Miranda O processo de avalia o de livros did ticos de geografia da Caldeme a an lise do professor James Braga Vieira da Fonseca FILHO Francisco de Oliveira Livros did ticos e a trajet ria hist rica da matem tica do col gio FONTINELES Claudia Cristina da Silva Trapolinagens in contidas nos livros did ticos FRADE Isabel Cristina Alves da Silva Arnaldo de Oliveira Barreto um autor entre livros para alfabetizar e para desenvolvimento da leitura GARCIA Ronaldo Aur lio Gimenes A sa de do esp rito um manual de orienta o m dica para pais e professores Rio de Janeiro 1930 1940 GASPARELLO Arle
313. s como falhos TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Nesse sentido ter tido acesso ao Parecer original N 392 68 emitido pelo CPOE da SEC RS em setembro de 1968 contendo a avalia o detalhada sobre a cartilha Ler a Jato e que foi t o cuidadosamente guardado tanto pela professora quanto pela sua filha permitiu hoje perceber com mais exatid o o 103 contexto cultural e educacional al m dos conflitos que envolviam a publica o de livros did ticos naquela poca Ginzburg 1989 p 177 destaca Se as fontes silenciam e ou distorcem sistematicamente a realidade social das classes subalternas um documento que seja realmente excepcional e portanto n o estatisticamente frequente pode ser mais revelador do que mil documentos estereotipados Neste caso a localiza o do Parecer N 392 68 emitido pelo CPOE para esta pesquisa foi bastante reveladora medida que este documento permitiu compreender alguns embates que vinham ocorrendo entre a autora da Cartilha Ler a Jato que defendia o m todo fon tico articular de alfabetiza o em 15 horas com a Secretaria de Educa o e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul no final da d cada de 1960 que por sua vez se demonstrava favor vel a aplica o do m todo global de contos A professora Gilda era contra o uso do m todo global de contos pois considerava que a implanta o de m todos de alfabetiza o importados inadequados ao idioma brasileiro pois
314. s e os usos da cultura escrita em testamentos e invent rios S o Jo o Del Rei 1750 1850 MORAIS Jacqueline de F tima dos Santos SILVA Natasha Hermida Pereira Castro da PEREIRA Milena Gomes Coutinho Hist ria da alfabetiza o pistas para uma cartografia escolar MOREIRA Aleana Jota Primeiras letras conforme a lei determina ou a vontade dos pais 1720 1830 SCHUELER Alessandra Frota Martinez de Pr ticas de escrita e sociabilidades intelectuais professores autores na corte imperial 1860 1890 SILVA Sandra Batista de Ara jo GALV O Ana Maria de Oliveira Materiais de leitura e escrita e formas de ler e escrever de pentecostais em seus processos de inser o e participa o na cultura escrita Pernambuco 1950 1970 SOUZA Maria Jos Francisco de Modos de inser o e participa o na cultura escrita igreja cat lica e forma o de leitores no meio rural TEIXEIRA Mariana Marques CURY Cl udia Engler Os professores de primeiras letras na prov ncia da Parahyba do Norte 1822 1864 que hist ria essa TRINCH O Gl ucia Maria Costa Al m de ler escrever e contar desenhar Em rela o a Livros Did ticos ALBUQUERQUE Maria Adailza Martins de Autores e livros did ticos de geografia publicados no nordeste brasileiro s culo XIX ARANTES Adlene Silva Uma an lise das imagens e representa es dos negros em livros escolares de leitura da segu
315. s em rela o Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares considerando o per odo da funda o das revistas at os dias atuais Al m disso os descritores de busca para esses trabalhos foram os mesmos termos utilizados na busca dos estudos publica es em livros como cartilha m todos de ensino alfabetiza o leitura escrita manual livro did tico Esse mapeamento foi realizado a partir exemplares que se encontram dispon veis nos sites das respectivas revistas e peri dicos que ser o citados neste estudo Dentre as revistas e peri dicos pesquisados destaco os seguintes A Revista Educa o amp Sociedade editada desde 1978 tem uma 7 Dispon veis no Ap ndice deste estudo 26 publica o quadrimestral e um n mero especial tem tico tem sido organizado a cada ano desde 1995 transformando a Revista em uma publica o trimestral A Revista agora indexada internacionalmente recebe contribui es de autores de diversos pa ses Nesse interc mbio encontramos uma diversidade de temas discutidos por especialistas e que tamb m v m apresentando renovado interesse para as v rias linhas de pesquisa acad mica Num contexto de cento e dezesseis exemplares analisados publicados entre o per odo de 1978 a 2011 foram identificados ao total vinte e seis textos Destes vinte e um artigos com foco na alfabetiza o e em rela o aos livros did ticos apenas cinco artigos foram encontrados que se encontram listados
316. s nesses quesitos conforme mostra a reprodu o abaixo NDICE A o 46 47 53 62 71 75 92 99 Composi o 28 43 78 88 93 98 103 107 112 114 Completar frases 1 10 Completar palavras 3 9 12 44 102 Ditado 27 36 55 79 81 90 Formar frases 21 26 33 37 69 Formar palavras 4 6 20 34 39 40 59 87 110 Interpreta o 7 18 50 61 74 83 95 105 Letra mai scula 8 23 60 Nomes de animal 16 35 45 Nomes de coisa 13 14 19 68 72 97 Nomes de pessoa 2 25 30 41 49 51 Ordena o de palavras 66 76 106 Palavras de mesmo sentido 58 65 70 77 84 111 Palavras de sentido contr rio 15 54 94 100 104 Pontua o 63 91 101 Profiss o 32 42 57 108 Qualidade 24 29 31 38 80 89 96 Separa o de s labas 2 17 48 56 67 113 Vocabul rio 11 22 52 64 73 82 85 86 109 31 Figura 28 Reprodu o do ndice do livro Escrevendo a Jato 1 e 2 ano 1 ed 1968 p 31 Fonte Acervo privado da pesquisadora 46 Entretanto mesmo tendo entrado em contato com os respons veis pela livraria na tentativa de obter mais informa es sobre esse processo que envolvia a compra e venda destes livros n o obtive sucesso pois os respons veis pela livraria alegaram n o ter registros sobre este material em seus arquivos dado o per odo de tempo em quest o 171 No item final de encerramento do l
317. s palavras lava e leva se diferem no primeiro guia de leitura apenas por ter apenas a ltima letra da palavras 120 substitu da por o em lavo e levo Neste caso a uma grande quantidade de palavras apresentadas na li o da Cartilha Ler a Jato que se identifica muito com as palavras utilizadas no Primeiro Guia de Leitura LER No Primeiro Guia de Leitura LER as letras s o maiores h mais divis es feitas entre as p ginas com linhas verticais e horizontais e h uma mescla entre palavras e frases escritas com a letra script e cursiva As palavras apresentadas isoladamente ou em meio s frases aparecem separadas por s labas Ao final da cada p gina as autoras apresentam um pequeno texto escrito com letras script ap s um tra o horizontal enceram a p gina com uma frase escrita com letra cursiva aspectos que se diferem da Cartilha Ler a Jato Em termos de estrutura organizacional as cartilhas tamb m se assemelham bastante Entre uma li o e outra do Primeiro Guia de Leitura LER as li es anteriores s o retomadas na parte inicial de cada nova p gina Na parte superior da p gina encontram se inicialmente as imagens em preto e branco ao lado a escrita da palavra relacionada imagem e ao lado aparece novamente a escrita da palavra separada por s laba e s vezes abaixo ou ao lado a respectiva fam lia sil bica trabalhada nas li es 121 i vela va ve vi vo vu amp nabo na ne
318. seu idioma Espero um 2 livro Promo o 89 Prof Isnelda Bohn E Santa In s Mato Leit o Ven ncio Aires TOMATIS Gilda CONTRACAPA DOS DISCOS DE VINIL M TODO AUDIOFONOGR FICO APRENDA A LER EM 15 HORAS s d De acordo com o reproduzido como palavras de professoras n o poderia haver melhor m todo e material de alfabetiza o do que a cartilha Ler a Jato O material era considerado adequado para suprir todas as dificuldades dos alunos de forma r pida pr tica e eficiente podendo em alguns casos atingir inclusive 100 de aprova o em suas turmas 139 Sobre este aspecto Bittencourt 2008 p 184 ressalta que o professor era visto pelos autores como respons vel pelo sucesso da obra poss vel considerar tamb m que no caso dos pareceres reproduzidos as supostas declara es favor veis dos professores poderia ter um efeito positivo acerca do material As opini es favor veis que a autora afirmou ter recebido tamb m foram divulgadas no intuito de contrapor o parecer desfavor vel que recebeu do setor t cnico do CPOE em rela o sua cartilha Sobre os resultados atingidos com a Cartilha Ler a Jato o setor t cnico da SEC RS em seu parecer destacou em rela o aos resultados que a professora Gilda declara atingidos na alfabetiza o e que merecem todo o nosso cr dito devem sem d vida ser atribu dos a ao detalhado enfoque da produ o oral b a uma conse
319. sora Gilda Tomatis denominou seu m todo de alfabetiza o como m todo fon tico articular que parte de uma palavra b sica para introduzir fonemas apoiada na posi o assumida pelos rg os fonadores ao emitirem o som Em rela o a este t pico o Parecer N 392 68 do CPOE definiu 2 Segundo o Dicion rio Michaelis 1998 z nite significa fig o ponto mais elevado que se pode atingir auge fast gio 2 Segundo o Dicion rio Michaelis 1998 drilo significa sm gr dr los Ornit Ponta inferior da maxila das aves Entom G nero Drilus de besouros que apresentam a not vel particularidade de as f meas nunca adquirirem a forma adulta conservando sempre o aspecto de larva s o insetos destruidores de caramujos que n o ocorrem nas Am ricas Segundo o Dicion rio Michaelis 1998 drupa significa sf lat druppa Bot Fruto indeiscente como a cereja a ameixa coco o p ssego etc Consiste em um epicarpo fino como uma pele um mesocarpo comumente polposo e suculento e um endocarpo lenhoso duro o caro o o qual em geral cont m uma s semente Segundo o Dicion rio Michaelis 1998 gleba significa terreno de cultura qualquer por o de terra Segundo o Dicion rio Michaelis 1998 glifo significa elem comp gr glifo uma figura que d um tipo de caracter stica particular a um s mbolo espec fico que indica a id ia de impress o marca glifografia Segundo o Dicion rio Michaelis 1998 trunca significa
320. sos para o ensino da escrita no Brasil no s culo XIX n 44 2010 209 FRANCO Creso Ciclos e letramento na fase inicial do ensino fundamental n 25 2004 GALV O Ana Maria Processos de inser o de analfabetos e semi alfabetizados no mundo da cultura escrita n 16 2001 GOULART Cec lia Letramento e polifonia um estudo de aspectos discursivos do processo de alfabetiza o n 18 2001 GOULART Cec lia KRAMER Sonia Alfabetiza o leitura escrita 25 anos da ANPEd e 100 anos de Drummond n 21 2002 GOULART Cec lia Letramento e modos de ser letrado discutindo a base te rico metodol gica de um estudo n 33 2006 KALMAN Judith El estudio de la comunidad como un espacio para leer y escribir n 26 2004 KRAMER Sonia Leitura e escrita de professores da pr tica de pesquisa pr tica de forma o n 7 1998 MAGALHAES Justino Pereira Linhas de investiga o em Hist ria da Alfabetiza o em Portugal um dom nio do conhecimento em renova o n 2 1996 MORAIS Christianni Cardoso Ler e escrever habilidades de escravos e forros Comarca do Rio das Mortes Minas Gerais 1731 1850 n 36 2007 MOYSES Sarita Maria Affonso Literatura e hist ria imagens de leitura e de leitores no Brasil no s culo XIX n 0 1995 MORTATTI Maria do Ros rio Longo Alfabetiza o no Brasil conjecturas sobre as rela es entre pol
321. spondia a 33 da popula o adulta FREITAS amp BICCAS 2009 p 249 Neste caso os ind cios GINZBRUG 2007 demostram que talvez a Cartilha Ler a Jato e a proposta de alfabetiza o da professora que tamb m era denominado pela autora como material autoinstrucional poderiam servir aos interesses da campanha visto que era um material nico que podia ser utilizado tanto na alfabetiza o de crian as jovens e adultos Al m disso segundo a professora o material era de baixo custo e alfabetizava de forma r pida ou seja entre dez e trinta horas conforme o interesse e a disposi o de cada aluno Nesse sentido pode se dizer que proposta de alfabetiza o da professora Gilda ia ao encontro das expectativas e dos interesses dos dirigentes da campanha de alfabetiza o No entanto na pr tica a ado o dessa proposta em n vel nacional de divulga o da campanha acabou n o se efetivando A reportagem do Jornal do Brasil datada de 10 de maio de 1968 revelou o seguinte 112 O Conselho Federal de Cultura entretanto entusiasmou se com a cartilha assim como os t cnicos da Campanha de Alfabetiza o N o houve qualquer iniciativa pr tica para uma experi ncia concreta Tamb m o Conselho Nacional de Educa o conhece o processo de alfabetiza o e seus membros julgaram no muito apropriado para a campanha de alfabetiza o No entanto em rela o ao m todo de alfabetiza o Gilda Tomatis declarou na
322. sse jato com o nome Ler a Jato tinha id ia de que ele ficasse dando voltas Tudo isso ela desenhou O que a Lourdes Comparsi fez foi dar um jeito para que o desenho fosse aproveitado Para que a gr fica pudesse utilizar na impress o TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Percebe se aqui uma clara contradi o entre o que revelam os documentos e o que a filha da autora da cartilha Ler a Jato destaca em seu relato oral De acordo com Catani e Vicentini 2004 p 271 Quando os sujeitos se voltam para o passado eles n o s sofrem influencia do distanciamento temporal que em todo o processo memorial stico apagando determinadas experi ncias e intensificando outras mas tamb m operam uma sele o ao escolher os fatos considerados dignos de serem divulgados e ao privilegiar determinados aspectos em detrimento de outros em busca de dar um sentido ao relato da pr pria vivencia Nesse sentido a filha da professora Gilda busca demonstrar em seu relato o quanto a m e se empenhava para que tudo transcorresse da forma com que ela desejava para o obter xitos na produ o da sua cartilha Ler a Jato 87 Fica evidente ainda que por meio de alguns aspectos gr ficos a professora Gilda Tomatis buscava vincular o seu material de alfabetiza o s propostas e s campanhas educacionais da poca como no caso o Movimento Brasileiro de Alfabetiza o Mobral criado pela Lei n 5 379 de 15 de
323. ssegurada no art 176 TOMATIS Gilda CARTILHA LER A JATO 1986 p 35 Em rela o a esse tipo de texto Tambara 2003 p 109 destaca que visavam primordialmente a forma o do cidad o ressaltando seus direitos e seus deveres procurando estabelecer uma comunica o caracterizada com uma mensagem de moral e civismo Em seu material Gilda Tomatis tamb m privilegiou esse tipo de abordagem Na pr xima se o apresento o M todo Audiofonografico de Alfabetiza o em 15 horas exposto nos quatro discos de vinil intitulados M todo Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 horas 5 2 M todo Audiofonografico a produ o dos 4 LPs M todo Audiofonogr fico Alfabetiza o em 15 horas Assim se intitula o material fonogr fico gravado pela professora Gilda de Freitas Tomatis nos estudos da Artec Som em Porto Alegre RS por volta da d cada de 1970 Os quatro discos de vinil vinham acondicionados em uma caixa acartonada de aproximadamente 32 5cm x 32 5cm e de 2 5cm de espessura Eles reproduzem as li es contidas na Cartilha Ler a Jato Apenas a tampa da caixa apresenta uma ilustra o nas cores verde amarelo branco e preto No centro da tampa h o contorno em preto da imagem do mapa do Brasil e sobre o fundo branco no centro do mapa est escrito em caixa alta e em preto a frase ALFABETIZA O EM 15 HORAS Abaixo do mapa esquerda h um pequeno quadro com informa es sobre
324. ssem alcan ar xito na alfabetiza o Nos LPs produzidos pela professora Gilda ap s esse processo inicial de apresenta o da proposta de alfabetiza o do material e de palavras de incentivo aos alunos ela solicita que eles peguem o caderno olhem a numera o no final da p gina de um a cem Al m disso solicita que repitam os n meros com ela e que depois copiem no bloco para irem se familiarizando com os n meros Ela tamb m pede que os alunos olhem para a cartilha manuseiem na olhem para os desenhos da capa folhem o material e depois o abram na p gina tr s para iniciarem a primeira li o Assim passo a passo as aulas v o sendo desenvolvidas e a voz da professora Gilda Tomatis vai se intercalando com a voz masculina que responde aos questionamentos assumindo a figura do aluno Como exemplo transcrevo a seguir um trecho referente primeira li o do primeiro LP Audiofonogr fico Aprenda a Ler em 15 Horas Voz da Professora Gilda Primeira li o P gina tr s Abram o livro na p gina tr s A est o cinco desenhos Vamos dizer o nome desses desenhos Voz Masculina asa ema ilha ovo uva V P G Novamente V M asa ema ilha ovo uva V P G Vamos repetir V M asa ema ilha ovo uva V P G Agora olhem ai nessa p gina na frente de cada desenho h uma palavra escrita Essa palavra o nome do desenho que est ao lado Ent o voc s j podem come ar a Ler a Jato Olhem para o
325. ssoas Stephanou e Bastos 2005 p 420 tamb m salientam que a mem ria uma esp cie de caleidosc pio composto por viv ncias espa os e lugares tempos pessoas sentimentos percep es sensa es objetos sons e sil ncios aromas e sabores 74 texturas formas Movemos tudo isso incessantemente e a cada movimento do caleidosc pio a imagem diversa n o se repete h infinitas combina es assim como a cada presente ressignificamos nossa vida Esse ressignificar consiste em nossos atos de lembrar e esquecer pois isso a Mem ria os atos de lembrar e esquecer a partir das evoca es do presente A mem ria pode ser hist rica mas n o hist rica por si s E vest gio Apesar de indom vel esfor a se em assegurar perman ncias manifesta es sobreviventes de um passado a capacidade de viver o j inexistente A mem ria ent o tamb m o lugar das perman ncias Cardoso amp Am ncio 2006 p 224 ressaltando que umas das principais vantagens que envolvem os estudos a partir da hist ria oral complementam o seguinte a possibilidade de ouvir a vers o de pessoas comuns mas que participaram e vivenciaram a hist ria Sendo assim estas s o capazes de revelar acontecimentos mais sistematizados n o contemplados em outros registros possibilitando novas vers es da hist ria ganhando voz assim m ltiplos e diferentes narradores No entanto Pollak 1992 p 4 alerta que A mem ria
326. st nas p ginas trinta e um trinta e dois trinta e tr s e trinta e quatro Esta aula apresenta v rias dificuldades portanto voc s devem reler v rias vezes a li o da cabe a e a do quero quero TOMATIS Gilda DISCO 3 FACE B APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Da mesma forma a autora ainda integrou as li es correspondentes li o do gato e da jarra mesma forma de apresentar e explorar estes sons tais como as letras do g e j chaleira e x cara ch e x linha e olho nh e lh Essa atividade foi motivo de observa o no Parecer N 392 68 emitido pelo setor t cnico do CPOE que se posicionou contr rio natureza da atividade considerando que o excesso e o ac mulo de dificuldades apresentadas pudessem dificultar e prejudicar o processo de aprendizagem dos alunos As atividades mencionadas nos LPs deveriam ser acompanhadas no Caderno S rie Jato e caberia ao aluno quando solicitado recorrer ao caderno e realizar as atividades de c pia e preenchimento das letras s labas palavras ou frases nas linhas correspondentes previamente preparadas no material Al m disso a professora tamb m apresentou na cartilha quest es relacionadas pontua o e a sinais gr ficos de acentua o til acento agudo e circunflexo Reservou ainda dois momentos na grava o dos LPs para retomar as li es por meio de revis es Estas revis es correspondem oitava e vig sima segunda aula n
327. stado ga cho Segundo a autora o CPOE tinha um papel marcante nos rumos do ensino prim rio sul riograndense uma vez que esta institui o Orientou decidiu fiscalizou controlou pesquisou determinou projetos e pr ticas pedag gicas para escola prim ria entre as d cadas de 40 e in cio de 70 As imposi es pedag gicas mais marcantes do CPOE estavam relacionadas ao curr culo escolar aos livros e s leituras organiza o das classes e elabora o das provas finais PERES 2006 p 127 113 A autora destaca que os livros que eram autorizados e adquiridos pela chancela do CPOE obtinham maior legitimidade PERES 2006a p 128 Gilda de Freitas Tomatis n o desistiu de seu projeto e de seus ideais de alfabetiza o e enquanto p de continuou divulgando suas concep es sobre alfabetiza o e o material did tico considerado por ela genuinamente brasileiro Na carta enviada ao Ministro da Educa o Carlos Alberto Chiarelli na d cada de 90 a autora Gilda Tomatis destacou Apesar do aspecto diminuto um folheto a cartilha Ler a Jato permite alfabetizar em 15 horas em aula individual e em torno de 2 meses turmas normais de adultos tanto novos como repetentes com escolaridade de dois ou mais anos Essa cartilha teve influ ncia decisiva em dois aspectos do ensino Terminou com o M todo de Contos origem das classes de recupera o Diminuiu o n mero de reprova o nos 1 anos emb
328. stina Ven ncio Uma vida entre pap is In MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio BASTOS Maria Helena C mara CUNHA Maria Teresa Santos Orgs Ref gios do Eu educa o hist ria escritura autobiogr fica Florian polis SC Mulheres 2000 240p MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio Ba de mem rias bastidores de hist rias o legado pioneiro de Armanda Alvaro Alberto Bragan a Paulista SP EDUSF 2002 356p MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio CUNHA Maria Teresa Santos Raz es para guardar a escrita ordin ria em arquivos de professores as In Revista Educa o em Quest o Natal RN v 25 n 11 p 40 61 jan abr 2006 Dispon vel em www revistaeduquestao educ ufrn br revista25 htm Acessado em Agosto 2011 MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio org Cadernos vista escola mem ria e cultura escrita Rio de Janeiro EAUERJ 2008 270p MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio Armanda Alberto Ana Chrystina Ven ncio Mignot Recife Funda o Joaquim Nabuco Editora Massangana 2010 164 p il Cole o Educadores MIORIM Maria ngela Livros did ticos de Matem tica do per odo de implanta o do Movimento da Matem tica Moderna no Brasil In V Congresso Ibero Americano de Educa o Matem tica Porto Portugal 2005 p 1 10 197 MOREIRA K nia Hilda Livros did ticos como fonte para a hist ria da educa o um mapeamento da produ o acad mica In VI Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Inven o T
329. sua escolha sua utiliza o pelos professores sua import ncia e sua apropria o no processo de escolariza o e est mulo linguagem verbal e escrita entre outros aspectos No livro organizado por Peres e Tambara intitulado Livros Escolares e ensino da leitura e da escrita no Brasil s culos XIX e XX publicado em 2003 pela Seiva Editora e FAPERGS os autores apresentam um conjunto de cap tulos que abordam quest es referentes aos livros did ticos especialmente sobre as cartilhas de alfabetiza o e s pr ticas escolares de leitura e escrita e alguns estudos pontuais sobre Cartilhas de alfabetiza o e nacionalismo Modelos caligr ficos concorrentes as prescri es para a escrita na escola prim ria paulista o ensino da linguagem na escola p blica prim ria ga cha no per odo da renova o 22 pedag gica Ler escrever e contar a hist ria da alfabetiza o em Minas Gerais Cartilhas de ensino de leitura e escola prim ria em mato Grosso no in cio do s culo XX Textos de leitura nas escolas de ensino elementar no s culo XIX no Brasil Enfim os resultados iniciais do projeto interinstitucional encontram se seis textos de autoria de Francisca Izabel Pereira Maciel Francisca Izabel Pereira Maciel amp Isabel Cristina Alves da Silva Frade L zara Nanci de Barros Am ncio Eliane Peres Elomar Tambara Diana Gon alves Vidal e Isabel de Lourdes Esteves Na obra Louren o
330. ta horas e para adulios at ses senta anos de idade Disse que neste caso dif cil conseguir os culos E o n mero de aulas ne cess rio para alfabetizar um a dulto o mesmo do que para crian as D Gilda Tomatis utiliza uma cartilha do Minist rio de Educa o e Culiura com algumas mo difica es J elaborou entretan to uma cartilha intitulada Ler a Jato que pretende edi tar H dois problemas por m um o financeiro outro de or dem t cnica pois por sua natu reza a cartilha n o se adapta a t das as normas preconizadas pe los setores educacionais do Esta do APPEN Os gt LE Ny C X v s w q MARA DENISE NEITZKE DIETRICH Orienta o Prof Dr Eliane Peres cr 4 xz J hisales Faculdade de PPGE HIST RIA DA ALFABETIZA O LEITURA Educa o ESCRITA E DOS LIVROS ESCOLARES NIVERS a e i FaE UFPel
331. te trecho selecionado do Caderno S rie Jato a professora Gilda Tomatis talvez referia se ao fato de ter recebido o parecer desfavor vel do setor t cnico do SEC RS Possivelmente entendia que se a mesma tivesse sido aprovada pelo CPOE a cartilha poderia ter sido inclu da na compra e distribui o s escolas pelo governo federal atrav s do MEC Esse fato revela mais uma vez que o campo da alfabetiza o tamb m permeado por conflitos e disputas e que nele est o em constante a o lutas de representa es CHARTIER 1990 especialmente no sentido da imposi o de um grupo profissional t cnicas educacionais autoras editoras etc a outro especialmente pais e professores de um m todo ou de um material sempre considerado no caso dessas lutas como melhor que outro No t pico de Apresenta o exposto no Caderno S rie Jato 1 ano a professora Gilda Tomatis finaliza apresentando um roteiro orientando o professor na forma com que deveria proceder no momento da transi o da letra script cursiva quando percebesse que seus alunos estivessem alfabetizados visto que a professora se preocupava com a caligrafia dos alunos Acreditava que se o aprendiz tivesse uma caligrafia ileg vel como a mistura de sinais gr ficos esta poderia ser uma defici ncia que acarretaria dificuldades quando chegasse ao curso secund rio TOMATIS Gilda CADERNO S RIE JATO s d p 58 Nesse sentido pode se refle
332. tecismos protestantes no Brasil cat lico NETA Ol via Morais de Medeiros Ensinamentos de Clio o livro did tico de hist ria e a historiografia brasileira PANIZZOLO Claudia O ensino da leitura pelo m todo anal tico ide rio pr ticas pedag gicas e disputas RAZZINI M rcia de Paula Greg rio Produ o de livros did ticos e expans o escolar em S o Paulo 1880 1930 RODRIGUES Andr Coura Livros escolares e reforma do ensino considera es acerca da produ o did tica em Minas Gerais na Reforma Jo o Pinheiro 1906 1915 SILVA Jos Carlos de Ara jo A nova escola para aprender a ler escrever e contar Os apontamentos sobre a educa o de um menino nobre livros para uso no ensino das primeiras letras nas escolas setecentistas TEIXEIRA Giselle Baptista Entre livros de doutrina christ e hist ria as contribui es do C nego Pinheiro na educa o do s culo XIX TOLEDO Maria Rita de Almeida Modelo cat lico de leitura e forma o de professores na cole o atualidades pedag gicas 1940 1970 VALDEMARIN Vera Teresa Manuais did ticos para uso de professores mudan as e perman ncias nas prescri es para a pr tica pedag gica Os autores que tratam do s culo XIX s o os seguintes Nascimento Neta Teixeira Magnere Panizzolo Razzini Morais Lopis Gusm o Carvalho e Luciano V Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa
333. ter o cuidado conforme nos alerta Bosi 1994 p 55 de que na maior parte das vezes lembrar n o reviver mas repensar com imagens e id ias de hoje as experi ncias do passado Dessa forma Bosi 1994 compara a fun o do pesquisador a de um arque logo que pretende reconstituir a partir de fragmentos pequenos um vaso antigo preciso mais que cuidado e aten o com esses cacos preciso compreender o sentido que o vaso tinha para o povo a quem pertenceu A que fun o servia na vida daquelas pessoas Temos que penetrar nas no es que as orientavam fazer um reconhecimento de 46 suas necessidades ouvir o que j n o aud vel Ent o recomporemos o vaso e conheceremos se foi dom stico ritual floral BOSI 1994 p 414 De acordo com Queiroz 1988 p 18 a narrativa oral uma vez transcrita se transforma num documento semelhante a qualquer outro texto escrito Alc zar i Garrido 1992 1993 p 34 tamb m afirmam que se trata de incorporar as fontes orais como uma fonte documental a mais Assim as fontes orais e escritas se complementaram nesta pesquisa Ent o a partir dessa concep o transcrevi cuidadosamente a entrevista e a reencaminhei para a entrevistada para que pudesse ser lida revisada e autorizada para s depois ser utilizada e incorporada a esta pesquisa como mais uma fonte de estudo A utiliza o do termo fonte utilizada neste trabalho se faz pe
334. termo esteve vinculado diretamente produ o de livros did ticos cartilhas pr livros Em termos hist ricos Braslavsky 1971 Bellenger 1979 e Rizzo 1986 destacam que os m todos de alfabetiza o se dividem em dois grupos m todos sint ticos e m todos anal ticos O m todo sint tico leva o aluno a combinar elementos isolados da l ngua sons letras s labas em todos maiores tendo como base o processo de s ntese enquanto que os m todos anal ticos s o aqueles que levam o aluno a destacar as unidades lingu sticas maiores palavras ou frases os elementos menores e t m como base o processo mental de an lise RIZZO 1986 p 1 58 Os m todos sint ticos seguem uma tend ncia que parte de um fragmento para o todo Com esse prop sito a crian a aprende inicialmente a ler cada letra com o objetivo de condensar as diferentes letras que resultar o numa leitura nica Segundo Braslavski 1971 e Bellenger 1979 os m todos sint ticos de alfabetiza o existem h mais de dois mil anos e os primeiros sinais do aparecimento desse m todo podem ser identificados j na Gr cia antiga pois a utilidade das letras e seu conhecimento precoce atendiam a uma necessidade durante a Antiguidade as letras serviam para marcar as notas m sicas BELLENGER 1979 p 53 De acordo com Frade amp Maciel 2006b os m todos sint ticos estabelecem uma correspond ncia fonogr fica entre a letra o fonema e a s laba As
335. ticas p blicas e seus sujeitos privados n 44 2010 RIBEIRO Vera Maria Masag o Alfabetismo e atitudes pesquisa junto a jovens e adultos paulistanos n 9 1998 SOARES Magda Becker L ngua escrita sociedade e cultura rela es dimens es e perspectivas n 0 1995 SOUZA Solange Jobim GAMBA JR Nilton Novos suportes antigos temores tecnologia e confronto de gera es nas pr ticas de leitura e escrita n 21 2002 SOARES Magda Letramento e alfabetiza o as muitas facetas n 25 2004 SANTOS Wildson Luiz Pereira dos Educa o cient fica na perspectiva de letramento como pr tica social fun es princ pios e desafios n 36 2007 TEIXEIRA Roberta Ara jo Espa os recursos escolares e habilidades de leitura de estudantes da rede p blica municipal do Rio de Janeiro estudo explorat rio n 41 2009 THIES V nia Grim PERES Eliane Quando a escrita ressignifica a vida di rios de um agricultor uma pr tica de escrita masculina n 41 2009 VIDAL Dianna Gon alves GVIRTZ Silvina O ensino da escrita e a conforma o da modernidade escolar Brasil e Argentina 1880 1940 n 8 1998 Em rela o a Livros Did ticos BATISTA Ant nio Gomes GALV O Ana Maria de Oliveira KLINKE Karina Livros escolares de leitura uma morfologia 1886 1956 n 20 2002 BRAND O Zaia Waleska Ana HENRIQUES Vera Maria XAVIER Lib
336. tidos permitindo entender os procedimentos de produ o de textos de um lado e os de produ o de livros do outro CHARTIER R 1996 p 95 O autor ainda destaca que manuscritos ou impressos os livros s o objetos cujas formas comandam se n o a imposi o de um sentido ao texto que carregam ao menos os usos de que podem ser investidos e as apropria es s quais s o suscet veis As obras os discursos s existem quando se tornam realidades f sicas inscritas sobre as p ginas de um livro transmitidas por uma voz que l ou narra declamadas num palco de teatro CHARTIER R 1999 p 8 Para o autor importante analisar n o s a disposi o como tamb m a forma com que o texto se divide como se organiza em termos de tipografia ilustra es dentre outros aspectos que seriam na verdade os efeitos maiores sobre as pr prias significa es atribu das s obras CHARTIER R 2001 p 97 A materialidade do texto disp e formas que d o a ler a ouvir ou a ver e que comp em a constru o de sua significa o como dispositivos de sua inscri o ou de sua comunica o CHARTIER R 2002 p 256 Roger Chartier 1999 p 33 define a hist ria do livro como sendo uma hist ria sem leitor e sem autor j que acredita que o processo reside na fabrica o do livro e nas marcas editoriais deixadas nos pr prios objetos Por isso o autor considera importante compreender as r
337. tilizado Alegre RS no Documento original per odo de SG TT RES mis Caxias vai alfabetizar em 15 horas 02 04 1968 e foi dirigido A reportagem informa que em raz o da em seu auge preocupa o com o alto ndice de pelo novelista analfabetismo no munic pio de Caxias e jornalista do Sul a Comiss o Municipal de S rgio Amparo Inf ncia havia decidido Jockymann desenvolver um curso de alfabetiza o e a professora Gilda Tomatis teria sido convidada para fazer uma explana o sobre seu m todo de alfabetiza o divulgando a hora e o local em que a palestra aconteceria Documento original Com a palavra o Leitor 27 12 1968 brasileiro Documento original Arquivo privado 54 horas A reportagem divulga a Brasiliense da presen a da professora Gilda Tomatis Jornal pesquisadora em Bras lia para apresentar aos fundado em professores da rede estadual de abril de 1960 ensino o m todo fon tico articular por Assis criado por ela para alfabetizar crian as Chateaubrian e adultos Documento original d com sede ES HB NS em Jato A reportagem trata sobre a 23 02 1968a Brasilia DF demonstra o pr tica que a professora realizou no dia anterior na Escola Parque em Bras lia sobre a Cartilha Ler a Jato O jornal informa ainda que a professora esteve em Bras lia a convite do Secret rio da Educa o Senhor Iv Luiz para divulga o da sua carti
338. tion which were done by the teacher Gilda de Freitas Tomatis through her Tomatis Textbooks Publisher based on the communications circuit proposed by Darnton 1995 Furthermore this study still presents a comparative analysis between the Ler a Jato primer and the Primeiro Guia de Leitura LER from MEC material used in Brazil since the late 1940s The analysis from these primers displayed similarities between both of them specially related to graphic aspects for example distribution and similarities between some images page organization lessons and the use of some key words among other things Key words Literacy History textbooks Ler a Jato primer literacy audio phonographic method in 15 hours Gilda de Freitas Tomatis First Reading Guide LER Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 LISTA DE FIGURAS Circuito das Comunica es de Robert Darnton 1995 33 Foto de Gilda Carvalho de Freitas aos 15 anos em Uruigualana RS sine dessas aaaea Danado Rea dada unida 67 Ficha profissional da professora Gilda de Freitas Tomatis 1965 OO sarada E DIO andres a nat ra ea 72 Certificado Medalha do Monumento Nacional ao Imigrante Dia OD Sade O o e SUA DA A 77 Medalha do Monumento Nacional ao Imigrante Mar 1968 77 Certificado VI Congresso da Federa o das APAEs
339. tir acerca daquilo que Bastos e Stephanou 2008 p 4 afirmaram em seu trabalho sobre caligrafia Segundo as autoras o erro 164 ou rasura denotam inc ria inaplica o e expressam inaptid o para o futuro de ser um bom aluno Assim a professora Gilda procura prezar uma boa letra correta leg vel limpa sem rasuras ou misturas de caracteres Nessa perspectiva a professora Gilda Tomatis dirigia esse roteiro aos educadores nomeado como Normativas NORMATIVAS Os exerc cios apresentados devem ser ampliados e variados a crit rio do professor conforme as condi es da classe Ao realizar os exerc cios escritos ao mesmo tempo que escreve o aluno ir acompanhar o movimento da m o com a articula o correspondente Exemplo para a s laba l ao iniciar a escrita o aluno aperta a ponta da l ngua no c u da boca e enquanto vai escrevendo o a at termin lo Realizar exerc cios preparat rios no quadro negro com esse objetivo Se n o for atendido este importante aspecto exerc cios de c pia ficar o reduzidos a simples desenhos de letras tendo como consequ ncia o fato comum principalmente nas classes de recupera o em que pelo ac mulo de repeti o os alunos apresentam boa caligrafia mas n o sabem ler nem fazer ditado O tra ado inicial das letras deve merecer aten o cuidadosa do professor a fim de n o exigir modifica es ou provocar deforma es por ocasi o da passagem para a esc
340. to e sua implanta o nas escolas do Estado e do pa s representava para ela um ato de sabotagem a para com o progresso da Na o O termo nefasto utilizado por ela em v rias de suas declara es imprensa o que permite inferir que havia uma luta pol tica e ideol gica sendo travada no campo da alfabetiza o e que a professora Gilda Tomatis envolveu se nesse debate e nessa disputa caracterizada por Chartier R 1990 como luta de representa o Segundo o autor essa luta de representa o um processo de domina o simb lica por meio de um aparelho ou aparato onde o que est em jogo a ordena o logo a hierarquiza o da pr pria estrutura social CHARTIER R 1990 p 23 Nesse sentido a produ o do material de alfabetiza o da professora Gilda foi permeada por uma complexa rede de rela es formada em torno da pr pria autora dos m todos de alfabetiza o da Secretaria de Educa o e Cultura do RS e das Campanhas de Alfabetiza o ou seja do contexto social pol tico cultural e educacional da poca As representa es de acordo com Chartier R 1990 p 17 s o vari veis e se apresentam de acordo com as disposi es dos grupos ou classes sociais aspiram universalidade mas s o sempre determinadas pelos interesses dos grupos que as forjam Ainda segundo o autor o poder e domina o est o sempre presentes e ligados e as representa es n o s
341. to qualquer elemento gr fico iconogr fico pl stico ou f nico pelo qual o homem se expressa J em rela o conceitua o de arquivos privados a autora ressalta que a conceitua o de arquivos pessoais est embutida na pr pria defini o geral de arquivos privados quando se afirma trata se de pap is produzidos recebidos por entidades ou pessoas f sicas de direito privado S o pap is ligados vida familiar civil profissional 43 e produ o pol tica e ou intelectual cient fica art stica de estadistas pol ticos artistas liter rios cineastas etc Enfim os pap is de qualquer cidad o que apresentem interesse para a pesquisa hist rica trazendo dados sobre a vida cotidiana social religiosa econ mica cultural do tempo em que viveu ou sobre sua pr pria personalidade e comportamento BELLOTTO 2007 p 207 Dessa forma chamo aten o para os documentos que foram guardados pela professora e por sua filha para real ar as possibilidades de estudo destes materiais que por muito tempo foram considerados pela historiografia como documentos banais Esses documentos localizados com a filha da professora Gilda contribuem para a hist ria da alfabetiza o e dos livros escolares na medida em que revelam fatos e acontecimentos relevantes sobre a hist ria e a trajet ria de uma educadora ga cha e dos livros did ticos produzidos por ela Para Mignot 2006 p 47 esses documentos prese
342. tos acumulados Os arquivos passam a ser organizados sobre uma nova perspectiva de avalia o e interesses Essa realidade foi vivida pela filha da professora Gilda Tomatis que se viu diante de um dilema sobre o que fazer com todos os guardados de sua m e A filha inclusive declarou em sua entrevista eu n o podia guardar tudo s se dispusesse de um apartamento s para isso Ningu m pode conservar tudo TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 Dessa forma esses guardados acabaram passando por uma nova triagem e classifica o condizente com a pr tica do arquivamento Contudo documentos foram guardados e mantidos pela filha da professora at serem disponibilizados para a realiza o deste estudo e atualmente se encontram sob a minha guarda e responsabilidade No processo da pesquisa com a localiza o da filha da professora Gilda realizei uma entrevista para saber mais sobre a professora e autora Gilda de Freitas Tomatis Partindo disso ela relembrou e compartilhou comigo alguns momentos importantes da forma o e trajet ria docente da m e A op o pela entrevista semiestruturada ocorreu justamente em fun o da possibilidade de elaborar um roteiro flex vel com quest es abertas que me permitissem explorar outras informa es e elementos importantes revelados pela entrevistada ao acessar mem rias sobre a m e Nesse sentido pertinente ressaltar que ao trabalhar com o relato oral importante
343. tte Medeiros Professores autores produ o did tica e ensino de hist ria HAI Alessandra Arce Caminhos para aprender a constru o das id ias pedag gicas no Brasil na forma o de professores uma apresenta o do livro de ouro da antiga Escola Normal da cidade de S o Carlos 1911 1945 JUNIOR Arnaldo Pinto Livros did ticos de hist ria e a educa o moderna dos sentidos uma an lise das obras do professor Joaquim Silva KINOSHITA Carolina Toshie Manuais escolares de higiene como fonte para hist ria da educa o LANCILLOTTI Samira Saad Pulch rio Manuais de Psicologia instrumentos de trabalho utilizados na forma o dos professores paulistas 1920 1945 LIMA Geraldo Gon alves de O manual Pequena Hist ria da Educa o 1936 das Madres Peeters e Cooman no ensino da hist ria da educa o brasileiro LORENZ Karl Michael Os livros de hist ria da educa o norte americanos adotados no Brasil nos s culos XIX e XX origem e abordagens LUCIANO Fabia Lili Implica es da produ o did tica de Ab lio C sar Borges para a escola prim ria brasileira do s culo XIX MACIEL Francisca Izabel Pereira ROCHA K tia Gard nia Henrique Campelo da Hil rio Ribeiro e sua produ o did tica de livros de leitura MORAES Jos Damiro Leituras que recomendamos o que todos devem ler livros did ticos utilizados nas escolas anarquistas MO
344. tualidades pedag gicas 1933 1977 um espa o de mem ria da forma o docente ROCHA Heloisa Helena Pimenta N o devemos adotar indiferentemente qualquer livros de leitura um estudo sobre os processos de sele o para a escola prim ria paulista ROCHA K tia Gard nia Henrique Campelo da MACIEL Francisca Izabel Pereira As identidades nacionais veiculadas no livro atrav s do Brasil an lise de aspectos textuais e iconogr ficos ROCHA Rita C ssia Escola normal de Campinas e os manuais de boas maneiras S Mariana Calluzzi de Manuais pedag gicos e biblioteca escolar analise inicial do acervo Joaquim Nabuco em Santo Andr SP SANTOS Maria Cristina Ferreira dos SELLES Sandra Escovedo A disciplina escolar hist ria natural os livros did ticos e professores autores na d cada de 1930 Waldemiro Potsch e o comp ndio de hist ria natural SILVA Ana Lucia Calbaiser da ROTHEN Jos Carlos A ANPAE e a constru o de pol ticas educacionais uma leitura dos editoriais da RBPAE SILVA Bruno Adriano Rodrigues da O manifesto dos pioneiros 1932 e O livro dos CIEPS 1986 reformadores e inscientes SILVA Circe Mary Silva da Livros did ticos de matem tica na academia real militar do Brasil oitocentista SILVA Maria Ediney Ferreira da Os conte dos escolares na Hist ria da Educa o Brasileira o caso da regi o nordeste enquanto cont udo escolar nos
345. uindo H brard 2001 p 127 que o caderno se esmera em imitar o livro Figura 24 Reprodu o da capa do Caderno S rie Jato 1 Ano 1 ed s d Fonte Acervo privado da pesquisadora Entre os exemplares de que disponho referentes primeira edi o do Caderno S rie Jato n o constam o ano em que foram publicados identifiquei apenas algumas diferen as vis veis quanto ao material impresso Um dos Cadernos S rie Jato apresenta folhas internas em papel sulfite branco com melhor acabamento enquanto que o outro Caderno foi impresso em papel jornal De acordo com a filha devido aos custos a professora Gilda Tomatis optou pela substitui o do papel sulfite pelo papel jornal na impress o das tiragens posteriores do Caderno TOMATIS Maria L cia Entrevista 15 10 2010 O Caderno S rie Jato era utilizado em paralelo s atividades propostas pela Cartilha Ler a Jato e pelos discos Aprenda a Ler em 15 horas como j foi mencionado Na primeira folha interna do Caderno S rie Jato denominada de p gina de rosto encontra se escrito em caixa alta e negrito a palavra CADERNO 159 logo abaixo do nome h um tra o preto e a seguinte frase PARA USO PARALELO A CARTILHA LER A JATO Centralizado na p gina aparece o nome completo da professora dados sua forma o e profiss o e n mero da edi o sem data E ao p da p gina o nome da editora em caixa alta e negrito lo
346. uma vez para atingissem os objetivos desejados Cabia aos pais a responsabilidade de adquirir novos livrinhos de hist ria ou revistas infantis Aspectos que a autora reafirmou como destaca a reportagem do Jornal do Brasil de 10 de maio de 1968 a seguir o aluno se entusiasma muito pois j na primeira li o pode ler tr s p ginas da sua cartilha Esse est mulo dado pelo pr prio m todo a outra chave do xito da cartilha Ler a Jato pois a crian a ou o adulto que est aprendendo a ler pode notar desde o come o o seu progresso e estimulado com a promessa de passar para o segundo livro para as historinhas ou para o melhor emprego a possibilidade de ganhar mais quando adulto No subt tulo do Guia do Professor nas Orienta es para o uso da cartilha a autora em uma nota de rodap esclarece que estas orienta es seguem minuciosamente os procedimentos que s o apresentados por ela nos Discos de Alfabetiza o material que foi produzido por ela provavelmente na d cada de 1970 para auxiliar no processo de alfabetiza o e reproduzido na ntegra todas as li es da Cartilha Ler a Jato Nas orienta es para o uso da Cartilha Ler a Jato a autora descreve passo a passo em detalhes os procedimentos que envolvem o trabalho com as vinte e quatro li es Exponho a seguir alguns destes passos referentes ao ensino das vogais e da li o da lua Os demais passos que env
347. uma revis o das dificuldades j vencidas com o objetivo de avaliar a aprendizagem da escrita e da leitura 9 dedo a Leitura da palavra b sica b Posi o da boca para o som da letra inicial da letra da palavra dedo puxa a garganta semelhante ao que se faz por ocasi o do solu o c Refer ncia para o som da letra d puxar a garganta Puxar a garganta e dizer a da puxar a garganta e dizer e de idem para di do du Nota Para evitar confus es entre a grafia da letra d e de outras semelhantes b q p fazer o aluno notar que a letra puxar a garganta um a com haste que representa uma cordinha para lembrar que se deve puxar a garganta 10 mapa Refer ncia para o som da letra inicial de mapa m nariz com a boca fechada muge 11 rato Refer ncia para o som da letra inicial da palavra rato r treme a ponta da l ngua Entre vogais a l ngua treme suavemente 12 Vivi Revis o e sugest o de novos exerc cios incluindo as dificuldades j vencidas 13 sapo Refer ncia para o som da letra inicial da palavra sapo s assopra na ponta da l ngua Quanto ao valor do s no meio de vogais n o insistir nesta li o Ap s a li o que inclui a letra z zebu relacionar o som desta letra com o de s no meio de vogais 14 galo Refer ncia para a letra inicial 9 abre a boca e fecha a garganta Relacionar com o galo abre o bico e canta Notar a diferen a N o incluir aqui as s labas
348. vo entre a Cartilha Ler a Jato e o Primeiro Guia de Leitura LER produzido pelo Minist rio da Educa o e Sa de em 1947 Nele est o as principais contribui es que esta investiga o pretende dar ao campo da Hist ria da Alfabetiza o e dos Livros Escolares 5 A CARTILHA LER A JATO E O METODO AUDIOFONOGRAFICO DE ALFABETIZA O 5 1 Cartilha Ler a Jato Ler a Jato Cartilha para crian as e adultos Alfabetiza o em 15 horas Assim apresentada a cartilha criada pela professora Gilda de Freitas Tomatis editada pela primeira vez em mar o de 1967 Em rela o denomina o cartilha Peres e Facin 2010 p 154 retomam alguns termos usados para denominar esse tipo de livro escolar como por exemplo carta cartinha cartilha silab rio abeced rio livro para o ensino da leitura livro de leitura pr livro livro de alfabetiza o livro did tico Esse suporte de ensino aprendizagem da leitura e da escrita teve ao longo do tempo sempre o mesmo objetivo qual seja inserir crian as jovens e adultos no universo da cultura escrita mesmo tendo sofrido altera es ao longo desse processo J para Cagliari 1999 p 22 o nome cartinha ou cartilha tem a ver com carta no sentido de esquema mapa de orienta o A Cartilha Ler a Jato era considerada pela professora Gilda um material de orienta o para o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita de professores e
349. w sbhe org br novo index php arq arq cbhes amp titulo VY 20CBHE amp ext Acessado em Setembro 2011 CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O VI 2011 Vit ria ES Anais do Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Inven o Tradi o e Escritas da Hist ria da Educa o no Brasil Vit ria ES UFES SBHE 2011 CD Rom DARNTON Robert O beijo de Lamourette M dia cultura e revolu o S o Paulo Companhia das Letras 1995 330p DAUPHIN C cile e POUBLAN Dani le Maneiras de escrever maneiras de viver Cartas familiares no s culo XIX In BASTOS Maria Helena Camara CUNHA Maria Teresa Santos MIGNOT Ana Chrystina Ven ncio orgs Destinos das letras hist ria educa o e escrita epistolar Passo Fundo RS UPF 2002 p 75 87 DE CERTEAU Michel de A opera o historiogr fica In DE CERTEAU Michel de A escrita da hist ria 2 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2002 p 65 122 DENZIM N K Interpretando as vidas das pessoas comuns Sartre Heidegger e Faulkner Dados Revista de Ci ncias Sociais Rio de Janeiro v 27 n 1 1984 p 29 43 DICION RIO MICHAELIS Moderno Dicion rio de L ngua Portuguesa 1 ed S o Paulo Editora Melhoramentos 1998 2260p ESCOLANO August n Benito Sobre l construcci n hist rica de la manual stica en Espan En Revista Educac on y Pedagogia Medellin Facultad de Educac on V XIII N 29 30 Enero Septiembre 2001 p 13 24 FACIN He
350. z voc s ainda necessitem recorrer a ela Pela leitura um mundo novo se abrir para voc s Continuem os estudos Auxiliem outras pessoas a 43 Segundo o Dicion rio Michaelis 1998 glut o significa adj sm lat gluttone que ou o que come muito e com voracidade 4 O encerramento do M todo Audiofonogr fico est dispon vel na integra faixa 13 do CD 157 se alfabetizarem estar o assim contribuindo para o desenvolvimento cada vez maior de nossa p tria o Brasil Confiem em voc s e em sua intelig ncia n o fiquem a pensar que as coisas boas da vida est o reservadas aos outros Cada um progride de acordo com os esfor os que fizer na dire o de um objetivo de um ideal Se desejarem verdadeiramente atingir o que sonharem para sua comunidade para sua fam lia ou para voc s mesmos ter o sucesso porque todos voc s possuem grande valor conforme demonstram ao concluir este curso Desejo lhes felicidade Ao finalizar apresento lhes uma m xima que espero n o seja esquecida a fim de que se transforme na varinha m gica do sucesso das vit rias das conquistas Querer poder Querer poder Querer poder TOMATIS Gilda DISCO 4 FACE B APRENDA A LER EM 15 HORAS s d Esse discurso ufanista e motivador revela a cren a da professora pelo seu material e m todo Al m disso suas palavras finais evidenciam que a autora realmente se envolveu e se engajou na campanha pelo fim do analfabetismo no Brasil Acreditava na

Mara Denise Neitzke Dietrich_Dissertacao - Guaiaca

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