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Rio de Janeiro, Agosto de 2013

1. O art 79 A acrescido pelo projeto Lei n 9 394 de 1996 preceitua que os cursos de capacita o para professores dever o contar com a participa o de entidades do movimento afro brasileiro das universidades e de outras institui es de pesquisa pertinentes mat ria Verifica se que a Lei n 9 394 de 1996 n o disciplina e nem tampouco faz men o em nenhum de seus artigos a cursos de capacita o para professores O art 79 A portanto estaria a romper a unidade de conte do da citada lei e consegiientemente estaria contrariando norma de interesse p blico da Lei Complementar n 95 de 26 de fevereiro 238 de 1998 segundo a qual a lei n o conter mat ria estranha a seu objeto art 7 inciso ID Estas Senhor Presidente as raz es que me levaram a vetar os dispositivos acima mencionados do projeto em causa as quais ora submeto elevada aprecia o dos Senhores Membros do Congresso Nacional Bras lia 9 de janeiro de 2003 http www planalto gov br ccivil 03 Leis Mensagem Veto 2003 Mv07 03 htm veto RESOLU O N 1 DE 17 DE JUNHO DE 2004 CNE CP Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es tnicos Raciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana O Presidente do Conselho Nacional de Educa o tendo em vista o disposto no art 9 2 al nea c da Lei n 9 131 publicada em 25 de novembro de 1995 e com fundame
2. Contudo a despeito do esfor o passado mais de um m s do f rum dessa aula a tutora postou a mensagem de fechamento na qual destacava que o objetivo da tarefa n o havia sido alcan ado pela maioria dos alunos Ela ent o postou uma s ntese do que deveria ter sido apreendido com os conte dos trabalhados e a resolu o da quest o problema A mensagem da tutora do polo de Salvador nos d uma vis o da aprendizagem dos conte dos sobre a penetra o do islamismo nas sociedades centro africanas Nas discuss es deste t pico a turma demonstrou ter compreendido bem as formas de expans o do Isl O problema foi n o ter havido uma manifesta o mais ampla da compreens o da import ncia em se articular as passagens da 157 mensagem de Abu Bakr sua tropa com a repercuss o que tiveram suas palavras na rela o que os mu ulmanos estabeleceram com as sociedades do continente africano Assim sendo muitos alunos restringiram o seu texto de contribui o exposi o da hist ria da expans o isl mica no mundo desde Maom alguns inclusive com defini es sobre o Isl Outros conduziram a sua abordagem de forma a dar uma vis o ampla sobre o islamismo mas poucos retornaram ao serem solicitados para que analisassem a quest o de acordo com o que havia sido proposto para discuss o F rum de debates tutora a dist ncia Polo Salvador Bahia 06 01 2011 Em 03 10 2010 o professor Leonardo Pereira postou a seguin
3. 103 2 2 3 O CCEAD e o ambiente AulaNet Como se tratava de um curso a dist ncia todo o conte do do curso de licenciatura em hist ria foi adaptado para o ambiente virtual de ensino aprendizagem AulaNet por um conjunto de profissionais que constitui a equipe de design did tico da Coordena o Central de Educa o a Dist ncia CCEAD da PUC Rio Cabe equipe a cria o da interface roteiriza o e implementa o do conte do no ambiente Web ROQUE amp CASTRO 2010 3 trabalho que na linguagem pr pria desses profissionais chamado de design did tico e tamb m conhecido por design instrucional projeto did tico ou planejamento O AulaNet foi configurado para o curso com os seguintes recursos o plano de aula onde estavam dispon veis os conte dos o contato com docente que permitia a intera o direta tutor cursista a lista de discuss o que viabilizava o envio de mensagens para toda a turma incluindo o tutor o f rum de debates ambiente virtual separado por disciplina que permitia as discuss es sobre os conte dos trabalhados nas aulas a documenta o ambiente em que eram alocados textos extras e alguma legisla o ou ainda documentos hist ricos dos quais porventura o cursista deveria tomar conhecimento para apreender com mais propriedade o tema estudado e a bibliografia e webliografia que indicava livros textos e sites para pesquisa CAMPOS ROQUE amp FIOROTI 2008 Na entrevista a mim co
4. 11 3 espelhou na grade curricular do curso presencial da universidade Os cursistas tiveram que cumprir uma s rie de disciplinas obrigat rias divididas conforme o modelo quadripartido tradicional que oferece sequencialmente hist ria antiga medieval moderna e contempor nea mescladas com as disciplinas de hist ria do Brasil col nia imp rio e rep blica de hist ria da Am rica e as disciplinas te ricas e metodol gicas denominadas tutorias nessa experi ncia de curso O curso de hist ria do Brasil estava dividido em oito disciplinas que somavam 16 cr ditos J o curso de hist ria geral somava 42 cr ditos mais que o dobro HS A grade curricular do curso com as disciplinas e seus respectivos professores est no ap ndice dessa tese 100 das disciplinas de Brasil Foi um total de 57 disciplinas distribu das entre as obrigat rias que por sua vez estavam divididas em obrigat rias b sicas do curso e obrigat rias da habilita o as pedag gicas e as religiosas A grade do curso de licenciatura em hist ria ofereceu duas disciplinas optativas mas que na verdade todos os alunos tiveram que cursar o Semin rio Especial Hist ria da frica e o Semin rio Especial Hist ria Regional Para esta ltima os professores autores selecionados eram dos estados de origem dos cursos com pesquisa acad mica sobre a hist ria desses estados Os alunos apesar de j trabalharem como professores fizeram est gio supe
5. o da popula o negra que significava a penetra o dos ativistas nas estruturas do poder A primeira experi ncia de institucionaliza o apesar de n o partir de uma demanda direta do movimento negro ocorreu com a cria o do Conselho de Participa o e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de S o Paulo em 1983 no governo de Franco Montoro vinculado ao PMDB Outras experi ncias se espalharam pelo pa s Na cidade de S o Paulo foi criado em 1986 o Conselho Municipal do Negro posteriormente transformado em Coordenadoria Especial do Negro durante o governo Luiza Erundina Em 1988 no mbito nacional surgia a Funda o Cultural Palmares entidade vinculada ao Minist rio da Cultura No Rio de Janeiro Abdias Nascimento torna se secret rio de governo na Secretaria Extraordin ria de Defesa da Popula o Negra Sedepron fundada em 1 de abril de 1991 no governo de Leonel Brizola Na cidade de Belo Horizonte a primeira experi ncia do movimento negro no governo se deu com a Secretaria Municipal para Assuntos da Comunidade Negra Smacon no ano de 1998 ALBERTI amp PEREIRA 2007a 473 482 cronologia As a es de f lego seriam feitas no interior das organiza es negras algumas j com fei es de organiza es n o governamentais as ONGs que se Ver tamb m Alberti amp Pereira 2007b Ver o depoimento de Ivair Alves dos Santos dirigente do Conselho entre os anos de 1983 1987 Cf Alberti amp Pe
6. o e pesquisa Para Tardif esse modelo tem dois problemas principais a l gica disciplinar na qual os cursos s o inseridos seguindo o modelo monodisciplinar e com pouco ou nenhum investimento no aprender fazer e conhecer fazendo o outro problema se d na maneira como esses cursos tratam os estudantes vistos como 39 esp ritos virgens sem uma hist ria de vida constitu da de cren as concep es e representa es anteriores forma o TARDIF 2010 271 272 Em 1961 foi aprovada a primeira Lei de Diretrizes e Bases LDB da Educa o Nacional que tramitava desde 1947 Mas desde 1946 com a Lei Org nica do Ensino Normal essa profissionaliza o havia se dividido em dois ciclos o primeiro com quatro anos destinado a formar regentes para a escola prim ria e o segundo com tr s anos era oferecido somente nas Escolas Normais e nos Institutos de Educa o e preparava os professores para atuar como formadores das Escolas Normais SAVIANI 2005 18 No mbito das licenciaturas se constatam os esfor os para garantir na letra da lei a exig ncia de profissionais com forma o superior para lecionar No entanto os legisladores estabeleceram nas disposi es transit rias da LDB de 1961 que se poderia contratar bachar is ou mesmo pessoas sem curso superior mediante apresenta o de certificados expedidos pelas Faculdades de Filosofia Ci ncias e Letras para atuar no ensino secund rio cas
7. org Por uma hist ria pol tica Rio de Janeiro editora UFRJ FGV 286 TANURI Leonor Maria 2000 Hist ria da forma o de Professores Revista Brasileira de Educa o n 14 Campinas SP v 14 Mai jun jul ago 2000 p 61 88 dispon vel www anped org br rbe RBDEI4 06 LEONOR MARIA TANURLpdf acesso 23 12 2012 TARDIF Maurice 2010 Saberes docentes e forma o profissional 10 Edi o Petr polis RJ Vozes TORRES R M 1998 Melhorar a qualidade da educa o b sica As estrat gias do Banco Mundial In TOMMASI L WARDE M J HADDAD S org O Banco Mundial e as pol ticas educacionais 2 ed S o Paulo Cortez 1998 TRIUNFO Vera 1999 Construindo pr ticas educativas a experi ncia dos APNs no Rio Grande do Sul In Educa o Popular Afro Brasileira LIMA Ivan Costa ROM O Jeruse amp SILVEIRA Sonia orgs Florian polis N cleo de Estudos Negros n 5 p 103 116 S rie Pensamento Negro em Educa o UNESCO DAKAR 2001 Educa o para todos o compromisso de Dakar Bras lia UNESCO CONSED A o Educativa 2 Edi o Dispon vel em http unesdoc unesco org images 0012 001275 127509porb pdf acesso em 16 07 2013 VIEIRA Alboni Dudeque Pianovski amp GOMIDE Angela Galizzi Vieira 2008 Hist ria da forma o de professores no Brasil o primado das influ ncias externas In Congresso Brasileiro de Hist ria da Educa o Aracaju Congresso Brasileiro de Hist ria da Edu
8. turmas CEB CEC de Crato turmas CEE e CEF Fortaleza turma CEA Itapipoca turmas CEG e CEH Jaguaribe turmas CEE e CEI e por fim o polo de Tiangu turmas CEB e CED No estado da Bahia se formaram 14 turmas que funcionaram nos polos de Salvador turmas BAA BAB e BAG Feira de Santana turmas BAC e BAD Jequi turmas BAC e BAE Juazeiro turma BAH Barreiras turma BAJ Teixeira de Freitas turma BAF e Guanambi turmas BAF BAH BAI e BAJ Cada polo contava com pelo menos um tutor presencial mas aconteceu de um tutor assumir mais de um polo e tamb m de haver polos que ficaram sem tutor durante um intervalo por falha na organiza o do estado ou atraso das bolsas As turmas tiveram v rios tutores a dist ncia cada um respons vel por uma disciplina oferecida no semestre Os tutores seguiam acompanhando os alunos nas turmas no decorrer do curso pois assumiam no ano subsequente outras disciplinas geralmente aquelas com as quais tinham afinidade acad mica com exce o para a disciplina hist ria da frica cujos tutores em sua maioria desconheciam os conte dos trabalhados pelo fato de n o terem tido essa disciplina nas suas forma es iniciais Uma cursista que j conhecia a modalidade de ensino pois j havia feito alguns cursos online de curta dura o afirmou no question rio dessa pesquisa que gentilmente preencheu que no geral necess rio ter disponibilidade e boa vontade
9. F rum de debate tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 23 11 2010 O retorno dessa informa o ao cursista pode comunicar que a ideia central de toda aula 11 se resumia s raz es do com rcio que aproximou africanos e colonos portugueses na Am rica O que certamente simplificador Os professores autores tomam o exemplo do consumo do tabaco para explicar a dinamiza o do com rcio Atl ntico a partir do s culo XVII salientando o interesse que o produto alcan ou nas regi es de cultura ioruba Nessa aula inclusive h uma tabela informando todos os produtos que eram trocados por escravizados PEREIRA amp SANTOS 2010 7 Outra mensagem tem o mesmo tom reducionista Com a presen a dos mu ulmanos o com rcio ganhou maior impulso principalmente o com rcio de escravos considerado por estes uma mercadoria A presen a dos europeus aumenta esse com rcio e estabelece uma nova rota agora mar tima o oceano Atl ntico Da frica vinham os escravos e para a l ia o tabaco F rum de debate tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 17 11 2010 A pr tica acima n o se assemelha ao modo de responder aos cursistas dessa outra tutora 176 Sua an lise est joia A partir do texto da aula podemos refletir sobre o mito do tal isolamento entre as sociedades africanas a falta de com rcio e de produ o de produtos F rum de debates tutora a dist ncia Polo S o Lu s Maranh o 16 01 2011 Na mensage
10. Seguindo o argumento dos autores era preciso que os cursistas compreendessem que um conhecimento reduzido e deturpado da hist ria da frica produzia esse tipo de olhar para a frica na sociedade brasileira O equ voco da m sica est em tomar o continente africano pelo Egito antigo Para os professores autores a letra da m sica revela dois vieses da hist ria do continente africano o eurocentrismo e o afrocentrismo A primeira perspectiva atribui valor positivo somente s forma es pol tico sociais africanas semelhantes ou pr ximas dos modelos pol ticos europeus Assim o Egito Antigo admirado por seus 150 feitos grandiosos governos fortes e centralizados representado pelo poder imponente do fara muito parecido com as forma es em voga na Europa do imperialismo As outras sociedades que n o se encaixam dentro dessa camisa de for a conceitual s o consideradas menores atrasadas portanto n o pass veis de ser admiradas O vi s afroc ntrico ancorado na ideia de ra a biol gica busca a exist ncia de uma suposta identidade inata entre todos os africanos que se estenderia do Egito antigo aos negros escravizados da Am rica PEREIRA e SANTOS 2010 aula 3 desconsiderando uma popula o afro brasileira com origem em diversas culturas africanas com origem na regi o centro ocidental As quest es apresentadas pelos professores autores n o apareciam nas mensagens dos cursistas O debate enveredou para a his
11. afro brasileiro escolas cultura sociedade exclus o Social 2 Remanescentes de quilombos a Comunidade quilombola do Caco e Fabiano hist ria cultura e contribui o para o desenvolvimento cultural e econ mico do munic pio de Pinda Bahia RESUMO O presente trabalho de pesquisa traz a hist ria da forma o do Quilombo Caco e Fabiano situado no munic pio de Pind i Bahia Sua forma o est ligada sua identidade negra S o ex escravos que compraram um peda o de terra logo ap s a aboli o da escravatura no Brasil e que desejam ser reconhecidos como quilombo baseado em pressupostos hist ricos do senso comum quando far se um estudo sobre a chegada dos negros ao Brasil sua vida como escravos e a forma o do quilombo no centro sul da Bahia Traz uma entrevista com um filho do comprador das terras baseados em lembran as e dados reais Palavras chave quilombo identidade Hist rica identidade Pessoal b Remanescentes quilombolas a comunidade patioba Sergipe Resumo Objetivou se fazer um estudo sobre a realidade das comunidades quilombolas no estado de Sergipe com particular destaque para a Comunidade Patioba no munic pio de Japaratuba ressaltando os seus aspectos hist ricos 250 geogr fico pol tico econ mico e social buscando situ la no contexto mais geral da discuss o sobre a quest o quilombola no nosso estado Para tanto foram realizadas pesquisas no IBGE INCRA IHGS
12. o CNE aprovou em junho de 2004 a Resolu o 1 2004 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs para a Educa o das Rela es tnico Raciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana que a partir daquele momento deveriam ser consideradas por todas as institui es de ensino nos diferentes n veis de problem ticas pois tende a essencializar categorias complexas Podemos falar de uma cultura negra africana ind gena Do mesmo modo existe uma hist ria africana ind gena no singular No Brasil s o faladas cerca de 150 l nguas ind genas o que torna essa perspectiva de ensino da cultura ind gena do ndio brasileiro um contrassenso Portanto acredito que do modo como o texto da lei saiu deixa margem para fixar uma imagem da frica e dos grupos contemplados como nicos imut veis no tempo e espa o sociais Assim neste trabalho procuro usar esses termos no plural denotando diversidade identidades e culturas m ltiplas salvo nos documentos pr prios da Lei em que procuro respeitar a maneira como foi grafado Sobre a apropria o de novos paradigmas no contexto p s a aprova o da Lei ver MATTOS 2003 3 Ao participar do Grupo de Trabalho do Minist rio da Educa o que elaborou as Orienta es e A es para a Educa o das Rela es Etnicorraciais no ano de 2004 e como professora e uma das coordenadoras do curso de extens o frica e africanidades brasileiras ofereci
13. o Desenvolver projetos para crian as e adolescentes onde a educa o e a cultura sejam enfocadas como forma de resist ncia organiza o e resgate da negritude JESUS 1997 A organiza o assumia a quest o da educa o como crucial para reverter a conjuntura desfavor vel vivida pelos negros no Brasil Mudando um pouco a 6 O primeiro Programa de A o do MNU foi aprovado no III Congresso Nacional da entidade realizado em abril de 1982 na cidade de Belo Horizonte Minas Gerais O documento apresenta uma an lise da conjuntura pol tico social brasileira luz das rela es raciais apresentando e reivindicando a es com vistas a combater o racismo e a discrimina o em diferentes inst ncias da sociedade brasileira Cf Cardoso 2002 55 57 58 perspectiva pensada por Guerreiro Ramos Abdias do Nascimento e as outras lideran as do TEN o MNU passa a demandar diretamente do Estado brasileiro o acesso educa o de qualidade para os negros especialmente a partir da d cada de 1990 O documento que resultou do semin rio As elei es que queremos ocorrido em 1990 na cidade de S o Paulo confirma essa perspectiva do MNU A entidade divulgou as seguintes reivindica es pertinentes educa o o Reformula o do curr culo escolar hist ria do negro no Brasil o Revis o da bibliografia do tema com elimina o dos conte dos discriminat rios dos livros Sensibilizar educadores com cursos e even
14. o da Inform tica na escola e a forma como tem contribu do com a melhoria do quadro de ensino e aprendizagem a partir do ano de 2006 Ressaltar se ainda que o campo de estudo delimitado indicado n o a nica fonte de pesquisa investigada j que o atraso observado nas escolas relacionados ao ensino com o computador se estende a um contingente de outras unidades de ensino segundo depoimentos de funcion rios dessas unidades Ou seja em escolas de outros munic pios do mesmo Estado ainda existe tamb m esses mesmos problemas A influ ncia da Inform tica na educa o foi analisada em todo o contexto educacional desde a forma de atua o na escola sua contribui o no desenvolvimento do ensino e os diversos desafios enfrentados pelos professores e gestores no confronto de mudan as provocadas pelos novos recursos tecnol gicos empregados no curr culo escolar Analisou se ainda na pesquisa que originou este trabalho os argumentos de diversos profissionais da educa o acerca dos conceitos absorvidos sobre as novas habilidades a serem desenvolvidas pelos mesmos e tamb m pelos alunos para descobrir possibilidades de se criar novos conhecimentos a partir da interatividade ofertada pelas m dias educacionais As dificuldades dos professores diante dos produtos tecnol gicos tamb m foram observadas para se conhecer os desafios delineados por esses recursos que vieram marcar uma nova era da Hist ria da Educa o mudando radicalmente a
15. popula o negra e sim a toda sociedade brasileira que deve ser constitu da de cidad os conscientes de que vivem num pa s multicultural e pluri tnico afirmativa que claramente busca substituir uma forma o social fundada no am lgama das tr s ra as fundadoras da na o Para o ensino de hist rias e culturas afro brasileiras e africanas o documento orienta que a educa o deve reconhecer e valorizar a identidade hist ria e cultura dos afro brasileiros assim como as ra zes africanas da na o brasileira ao lado das ind genas europeias e asi ticas O Art 3 destaca que atrav s de pesquisas sobre os processos educativos orientados por valores vis es de mundo e conhecimentos afro brasileiros e da mesma maneira dos povos ind genas os sistemas de ensino contribuir o para ampliar e fortalecer as bases te ricas da educa o brasileira Sobre a educa o das rela es etnicorraciais determina que conte dos e atividades curriculares concernentes tem tica devem ser inclu dos nos cursos das institui es de ensino superior e O Parecer 003 2004 que orientou o voto dos relatores Foi o texto do Parecer 003 2004 CNE que orientou o voto dos conselheiros que aprovaram as novas diretrizes O Parecer um relat rio argumentativo que 117 apresenta as raz es de se institu rem diretrizes curriculares nacionais destinadas exclusivamente regulamenta o da ent o Lei 10 639 03 e conforme const
16. 1 pp 171 209 MEC CNE DCNs Etnicorraciais 2004 Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs para a Educa o das Rela es Etnico Raciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana Bras lia DF MEC CNE DCNs 2002 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o de Professores da Educa o B sica em n vel superior curso de licenciatura de gradua o plena Bras lia DF MEC CNE DCNs 2001 Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs dos cursos de Filosofia Hist ria Geografia Servi o Social Comunica o Social Ci ncias Sociais Letras Biblioteconomia Arquivologia e Museologia Bras lia DF 281 MIRANDA Cl udia 2013 Frantz Fanon na forma o de professores teorias e outras pr ticas para os curr culos a partir da lei n 10639 2003 In Rela es raciais no cotidiano escolar Di logos com a lei 10 639 03 SOUZA MARIA ELENA Org 2 ed Rio de Janeiro Rovelle MIRANDA Cl udia 2009 Colabora o intercultural e divis o de poder perspectivas de descoloniza o entre professoras e estudantes de escola p blica In A diferen a que desafia a escola a pr tica pedag gica e a perspectiva intercultural Marcelo Andrade org Rio de Janeiro Quartet 2009 MISKULIN R G S 1999 Concep es te rico metodol gicas sobre a utiliza o de computadores no processo ensino aprendizagem da geometria Tese Doutorado em Educa o Matem tica Faculdade de Educa o Universi
17. 1 2 As reivindica es e a es no campo da educa o encampadas pelos movimentos negros no decorrer do s culo XX ssa pecas ad A o aa ga 47 1 21 Educar para a eleva o moral do negro e promo o da Segunda Da 40 6 62 0 MORO eRP OA ER RR RR ARA ERRO RA RES GERE RE RR OE RR PRO PRN ER PO CPR PR 49 1 2 2 A educa o a quest o racial e a responsabiliza o do Estado brasileiro 56 1 2 3 As pol ticas p blicas a educa o e a atua o dos movimentos negros 66 1 3 A Lei aprovada para ingl s ver Um balan o das a es implementadas institucionaliza o da D r usa Enseada ra EEE e a 71 2 CONTEXTO DE SURGIMENTO ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CURSO DE LICENCIATURA EM HIST RIA essesesesesesesesosssssssssssesescececeerererererses 79 2 1 As pol ticas p blicas de forma o inicial em massa Pr Licenciatura e Universidade Aberta do Brasil rea 82 2 2 A experi ncia do Pr Licenciatura II no cons rcio PUC UERJ 89 X2 LA AM plGInENta o saias as oiee n Sa NES RU Safe Dn 89 2 2 2 A estrutura e funcionamento do curso snseerescenscacenrancorraccensaacasna da 91 2 2 3 O CCEAD e o ambiente AulaNei ssa sis asa ds ga 104 2 3 Os significados do projeto e os limites do empreendimento 107 3 FORMA O EM HIST RIA E A LEI INTERFACES ENTRE AS ORIENTA ES NORMATIVAS E OS SABERES E PRATICAS DOCENTES 115
18. Cear 27 10 2010 O retorno insuficiente dos cursistas na resposta das quest es problemas e mesmo a aus ncia dos mesmos nos f runs de debates fez com alguns tutores reiterassem a todo o momento os dados que deveriam estar presentes na resposta da tarefa do f rum em discuss o A an lise das mensagens do f rum da aula 11 revela assim como revelaram os f runs das aulas anteriores como se deu a intera o dos textos pedagogizados elaborados pelos professores autores dispon veis nos Cadernos de Texto do Semin rio Especial Hist ria da frica para cursistas e tutores a dist ncia e os saberes ensinados ou seja os temas as abordagens e as nfases dadas nos f runs de debates O ensino nessa experi ncia de forma o passa por v rias etapas e influenciado por esses diferentes sujeitos Em um universo de 29 tutores n o poder amos supor que houvesse o mesmo entendimento e investimento Assim ocorrem diversas interpreta es e tamb m diversos investimentos na media o com os cursistas Alguns participaram cotidianamente priorizando responder a um cursista de cada vez e insistindo no retorno do mesmo 175 Outros postaram respostas coletivas com orienta es gerais ou mesmo interpreta es simpl rias das aulas textos como se pode ver na postagem abaixo o com rcio atl ntico vai se constituindo assim em torno de dois produtos os escravos e o tabaco Esse o ponto fundamental da aula como voc bem destacou
19. Forma es pol ticas centro africanas Congo Ndongo e Matamba Unidade II As din micas do mundo atl ntico Aula 9 O encontro de civiliza es portugueses e africanos Aula 10 Da escravid o ao com rcio de escravos Aula 11 As redes comerciais e o Mundo Atl ntico em forma o Aula 12 O tr fico transatl ntico Unidade IV Africanos e seus descendentes nas Am ricas Aula 13 Da experi ncia da escraviza o Travessia da Kalunga Aula 14 Identidades reconfiguradas na es e grupos de proced ncia Aula 15 As culturas afrodescendentes Aula 16 De volta frica os retornados 14l Foi inclu do no texto tamb m o povo Luba 135 A bibliografia principal do curso inclu a tr s livros Dois deles escritos pelo historiador Alberto da Costa e Silva que foi embaixador do Brasil na Europa Portugal Am rica Col mbia e Paraguai e frica Nig ria e Benin O livro A enxada e a lan a a frica antes dos portugueses teve sua primeira publica o em 1992 e A manilha e o libambo a frica e a escravid o de 1500 a 1700 no ano de 2002 com reedi o em 2011 Essas s o duas obras seminais na historiografia sobre a frica e cumpriram nesse projeto de ensino o papel de munir os professores autores de dados e eventos necess rios escrita S o leituras comumente lembradas pelas pessoas que iniciam seus estudos sobre o continente africano Os livros t m o formato intencion
20. Maranh o 12 11 2010 177 Acreditavam que eram a vanguarda da Civiliza o N o raro o discurso assumia uma conota o religiosa que respaldava legitimava a expans o territorial alegavam por exemplo ser Vanguarda da Cristandade Assim os fuzis e baionetas vinham simbolicamente amparados pela Cruz F rum de debates tutor a dist ncia Jaguaribe Cear 09 11 2010 As no es sobre o sistema capitalista que o tutor escreve na sua mensagem s o pr prias do capitalismo industrial No entanto os conte dos da aula 11 s v o at o s culo XVII o que invalida a an lise do professor e constitui anacronismo Alberti 2012 62 discute as Diretrizes e sugere materiais did ticos concernentes ao ensino das rela es etnicorraciais nas aulas de hist ria O texto que se destina aos professores de hist ria da educa o b sica aponta entre outras quest es para o cuidado que deve ter o professor na abordagem de qualquer conte do Um dos princ pios reiterados o de compreender as pessoas no passado ou seja o professor deve estar convicto de que as formas como as pessoas agiam e pensavam no passado faziam sentido de acordo com suas ideias sobre o mundo as quais nem sempre ou quase nunca s o as mesmas de hoje A d cima segunda aula cuidou do tema do tr fico transatl ntico Seus objetivos eram analisar de forma ampla as din micas que caracterizaram o tr fico transatl ntico e debater as implica
21. Movimentos negros educa o e a es afirmativas Bras lia DF UNB Tese de doutorado em Sociologia Instituto de Ci ncias Sociais Departamento de Sociologia Universidade de Bras lia 553p 285 SAVIANI Demerval 2009 Forma o de professores aspectos hist ricos e te ricos do problema no contexto brasileiro Revista Brasileira de Educa o v 14 n 40 jan abr 2009 http www scielo br pdf rbedu v 1 4n40 v 14n40a12 pdf SAVIANI Demerval 2007a O Plano de Desenvolvimento da Educa o an lise do projeto do MEC Revista Educa o e Sociedade Campinas vol 28 n 100 Especial p 1231 1255 out 2007 Dispon vel em http www cedes unicamp br acesso em 13 01 2012 SAVIANI Demerval 2007b Educa o do senso comum consci ncia filos fica 17 edi o revista Campinas SP Autores associados http www scribd com doc 7298667 Demerval Saviani Do Senso Comum Cons Ciencia Filosofica acesso em 03 08 2013 SAVIANI Demerval 2005 Hist ria da Forma o docente no Brasil tr s momentos decisivos Educa o UFSM v 30 p 11 26 2005 Dispon vel em http cascavel ufsm br revistas 0js 2 2 2 index php reveducacao article view 3735 2139 SAVIANI Demerval 1998 A nova lei da educa o trajet rias limites e perspectivas 4 Edi o Campinas SP Autores Associados SCHAUN Angela 2001 Educomunica o o Il Aiy e a visibilidade do negro na M dia In Anais do XXIV Congresso da INT
22. a partir daquela experi ncia de forma o como deveria ser o in cio do ensino de hist ria da frica naquela universidade O curso resultou dos encontros do grupo e das outras experi ncias vividas pelos docentes O Interse o Africana atualmente um grupo de pesquisa certificado pelo CNPq e seus l deres s o o professor Leonardo Pereira e a professora Ivana Stolze Lima O grupo se coloca na esfera da hist ria cultural e tem como objetivo maior refletir o papel dos africanos e seus descendentes no mundo Atl ntico com aten o para a din mica dos fluxos culturais vividos no contexto da di spora O grupo ao todo tem sete pesquisadores e 17 estudantes distribu dos em duas linhas de pesquisa a linha Identidades e alteridades cuja proposta investigar as experi ncias ocasionadas pelos contatos entre os diferentes grupos culturais lingu sticos e tnicos envolvidos na forma o do mundo atl ntico e a linha Intelectuais e pol tica interessada em refletir sobre a atua o de intelectuais ligados tem tica africana focalizando a elabora o de projetos pol ticos suas formas de divulga o e execu o bem como suas rela es com os diferentes segmentos sociais Leonardo Pereira come ou ministrando a disciplina hist ria da frica I no curso presencial em 2009 No Interse o Africana e depois j trabalhando com a disciplina Hist ria da frica o professor esteve em contato com conte dos t
23. acesso 16 07 2013 81 qualidade escolas com padr es de aproveitamento alt ssimos que caracterizam uma exce o n o a regra Os dados apresentados acima revelam parte dos problemas da educa o b sica do pa s Como foi dito em diferentes momentos dessa tese ao longo do s culo XX legisladores e gestores p blicos realizaram diferentes reformas algumas complementares e outras totalmente antag nicas institu ram pol ticas e executaram programas para resolver quest es que envolvem a qualidade da educa o no pa s Em todas elas a forma o do professor era colocada como uma vari vel importante preciso situar o lugar da forma o inicial e continuada no que se concebe por educa o b sica no Brasil A o essa que envolve considerar n o somente a parte estrutural dos cursos de forma o no que tange s condi es materiais a inclu dos a qualidade e a quantidade de salas aparelhos e objetos de uso pedag gico e os recursos humanos mas tamb m o que Gauthier 2006 14 definiu como os saberes subjacentes ao ato de ensinar isto o conjunto dos conhecimentos compet ncias e habilidades que servem de alicerce pr tica concreta do magist rio e s o aprendidos e apreendidos no processo de desenvolvimento profissional desse trabalhador Nesse cap tulo o objetivo refletir o curso de licenciatura em hist ria oferecido pelo cons rcio PUC Rio UERJ nessas duas perspectivas Discorro primeiramente s
24. aluna Polo Guanambi Bahia 29 03 2012 Na avalia o dos professores tutores guardadas as singularidades dessa modalidade de forma o e considerando a na sua totalidade os alunos os surpreenderam e superaram as expectativas como mostram alguns dos depoimentos nas entrevistas realizadas e nos question rios respondidos Muitos professores come aram a notar a educa o a metodologia e principalmente o ensino de hist ria de forma diferente do habitual Digo da estrutura positivista que estudamos nos livros did ticos de hist ria e da forma como os alunos a tomam disciplina como chata e cansativa Conseguiram romper com os paradigmas tradicionais da hist ria Question rio por e mail tutor presencial polo Tiangu Cear 02 10 2012 Eles sentiram muita diferen a do que de fato hist ria que a gente passa Que n o essa hist ria do livro decorada Aprenderam a dar a vis o do conquistador do conquistado ent o ampliaram a forma de trabalhar Melhorou Come aram a trabalhar com documentos que d para levar para a sala de aula imagens Entrevista tutora a dist ncia polo Aracati Cear 18 09 2012 Eu acho que eles aprenderam a lidar melhor com a inform tica e com essa cobran a de leituras de gradua o mesmo porque tinha uma quantidade de leituras Ent o eu acho que na maioria dos casos o que me fica assim apesar de o curso j est distante Eu acho que foi um ganho para eles Eu
25. amp Silva constataram que na perspectiva do TEN educa o e cultura estavam imbricadas pois apenas a escolariza o n o provocaria a emancipa o do cidad o negro Se reportando a Guerreiro Ramos afirmam que na an lise do soci logo os negros desenvolveram um profundo sentimento de inferioridade cujas ra zes est o na cultura brasileira Para libert los desse sentimento n o basta simplesmente escolariz los seria preciso produzir uma radical revis o dos mapas culturais que as elites e por consequ ncia os curr culos escolares elaboraram sobre o povo brasileiro GON ALVES amp SILVA 2000 149 Ser da perspectiva apresentada acima que o TEN ir organizar seus espet culos e estabelecer a sua milit ncia cuja meta era a chamada Segunda Aboli o 2 Nos ensaios teatrais e apresenta es p blicas do grupo a experi ncia dram tica do teatro funcionava como uma psicoterapia de grupo em que os negros deveriam se libertar dos recalques e neuroses e os brancos das atitudes racistas Idem 53 1 2 2 A educa o a quest o racial e a responsabiliza o do Estado brasileiro No final dos anos 1970 organiza es dos movimentos negros v o incorporando aos poucos outras ideias e pr ticas pol ticas ocorrendo inclusive uma radicaliza o da luta Desse modo o modelo de mobiliza o pol tica negra por meio da integra o nacional cairia em desuso Boa parte da nova gera o de ativistas e daqu
26. do Negro CEDENPA no Par ALBERTI amp PEREIRA 2007a 33 74 A Lei 10 639 uma conquista Ela foi muito boa para n s porque j t nhamos iniciado esse processo de criar um espa o dentro das secretarias de educa o tanto do munic pio de Bel m como do estado do Par Ent o quando veio a lei ela veio refor ar o nosso trabalho Ela trata de uma coisa burocr tica digamos regulamentar curricular que important ssima mas ela n o abre espa o para essa coisa porque s conhecendo a hist ria voc n o elimina o racismo do seu dia a dia Se no ambiente escolar a merendeira d o mingau por ltimo para a crian a negra e d duas vezes para a branca o professor que o outro xinga a crian a e ele n o interfere Isso doloroso na nossa experi ncia de vida A gente sabe que aqui pelo menos aqui no Par muito duro Ningu m aceita que racista mas o racismo forte aqui Todo mundo que vem de fora sente Principalmente os negros ALBERTI amp PEREIRA 2007a 433 Pois bem no Legislativo houve essas iniciativas E no mbito das IES poss vel afirmar que a Lei 10 639 foi uma grande surpresa naquele janeiro de 2003 N o pois em alguns departamentos centros e cursos j havia uma longa discuss o nessa rea Destaco que n o se trata daqueles casos que ocorrem nas gradua es e p s gradua es existentes nos pa s em que eventualmente aparecia um aluno com um tema de pesquisa que ab
27. entidades mantenedoras e coordena es pedag gicas atendidas as indica es recomenda es e diretrizes explicitadas no Parecer CNE CP 003 2004 1 Os sistemas de ensino e as entidades mantenedoras incentivar o e criar o condi es materiais e financeiras assim como prover o as escolas professores e alunos de material bibliogr fico e de outros materiais did ticos necess rios para a educa o tratada no caput deste artigo 2 As coordena es pedag gicas promover o o aprofundamento de estudos para que os professores concebam e desenvolvam unidades de estudos projetos e programas abrangendo os diferentes componentes curriculares 3 O ensino sistem tico de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana na Educa o B sica nos termos da Lei 10639 2003 refere se em especial aos componentes curriculares de Educa o Art stica Literatura e Hist ria do Brasil 4 Os sistemas de ensino incentivar o pesquisas sobre processos educativos orientados por valores vis es de mundo conhecimentos afro brasileiros ao lado de 240 pesquisas de mesma natureza junto aos povos ind genas com o objetivo de amplia o e fortalecimento de bases te ricas para a educa o brasileira Art 4 Os sistemas e os estabelecimentos de ensino poder o estabelecer canais de comunica o com grupos do Movimento Negro grupos culturais negros institui es formadoras de professores n cleos de estudos e pesquisas
28. foram chamados de tribos PEREIRA amp SANTOS 2011 aula 7 p 1 Como podemos observar n o h na ora o a inten o de naturalizar nem de promover o uso do termo tribo Apenas na quinta aula h o uso do 1 Uma discuss o sobre o imagin rio sobre a frica e os africanos elaborado pelos pr prios africanos ap s as independ ncias est em OLIVA 2007 84 86 MUNANGA 1993 109 MBEMBE 2001 181 183 195 termo tribo como comumente concebido Em uma frase que aborda o triunfo do isl l sooi 1 sobre os povos berberes foi escrita a palavra tribo ao inv s de povo No decorrer de todas as aulas os voc bulos povos e sociedades foram usados alternadamente para se remeter s popula es africanas no per odo estudado J os professores cursistas usaram bastante a palavra tribo se considerarmos o n mero de alunos O voc bulo apareceu somando as grafias no singular e no plural 360 vezes em um universo de 5 866 registros de cursistas Esses n meros revelam que a no o aparece em cerca de 6 das postagens dos alunos Considerando que no in cio do curso uma aula discutiu os problemas que envolvem esse termo penso que apareceu muito E n o foi para trazer alguma contribui o que ajudasse a promover a reflex o em torno dos livros did ticos e das representa es associadas ao primitivo coladas ao continente A palavra foi usada na maioria das vezes na acep o criticada nos textos da disciplina inclusive c
29. gera es e gera es de professores e alunos pois estes discursos ideol gicos est o impregnados nas narrativas dos professores impressos nos materiais did ticos tanto escrito quanto visual Ainda hoje os livros did ticos trabalham com essa concep o vejamos por exemplo as pinturas de Johann Moritz Rugendas e Jean Baptiste Debret O discurso n o avan ou na educa o b sica e a pr tica dos professores alunos estava presa a um discurso voltado para valoriza o do branco em detrimento as experi ncias dos grupos minorit rios negros e ndios Question rio tutor presencial Polo Tiangu Cear 02 10 2012 Percep o an loga teve a tutora do polo de Aracaju ao relatar que era um total desconhecimento sobre a disciplina mantinham uma vis o euroc ntrica e tradicional Question rio Professora Andr a Queiroz tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 02 07 2013 Por tradicional entendo que a professora quis dizer que a no o do senso comum que temos do continente e dos povos que nele vivem Outras duas professoras tutoras a dist ncia levantaram quest es an logas relacionadas aos conhecimentos pr vios dos cursistas Para a tutora a dist ncia do polo de Aracati os cursistas apresentavam uma vis o generalizante do continente advindas do que divulgam por a De livros de m dia Ela tamb m destacou que a religi o parece ser um campo de forma o de conhecimento para esses professores alunos
30. inclusive dos pr prios ativistas que alegavam n o ter havido crit rio para selecionar os professores SANTOS 1987 69 71 Mais duas IES fundaram espa os de ensino e pesquisa com o olhar para a frica o Centro de Estudos Africanos vinculado Universidade de S o Paulo em amp Um relato dessa experi ncia tamb m est em BOAVENTURA 2003 64 1968 e o Centro de Estudos Afro Asi ticos CEAA que surgiu em 1973 no interior da Universidade Candido Mendes na poca faculdade no Rio de Janeiro Segundo Jos Maria Nunes Pereira a origem do CEAA est no ano de 1961 quando Candido Mendes que na poca era chefe da Assessoria T cnica Internacional do governo J nio Quadros fundou o Instituto Brasileiro de Estudos Afro Asi ticos com a finalidade de produzir pol ticas para o Itamaraty no mbito das rela es Brasil frica deixando um pouco de lado a rela o Brasil Portugal marcada pelo apoio ao colonialismo Havia um grupo de intelectuais ligados a Candido Mendes interessado na tem tica como Maria Yedda Linhares Jorge Amado San Tiago Dantas Afonso Arinos e Jos Hon rio Rodrigues Em 1964 o Instituto acabou mas Candido Mendes retomou o projeto no ano de 1972 ap s se reencontrar com Jos Maria Nunes Pereira que se matriculara como ouvinte na disciplina Sociologia Pol tica Africana que Candido Mendes ministrava na PUC Rio Posteriormente Pereira assumiu a referida disciplina e a dire o do CEAA
31. las no uso da internet ensinando as a usar o correio eletr nico fazer download das tarefas e textos postar mensagens etc Por meio dessa experi ncia de curso de licenciatura em hist ria temos uma ideia de como se encontra a realidade de trabalho e desenvolvimento profissional dos professores no pa s 114 3 FORMA O EM HIST RIA E A LEI INTERFACES ENTRE AS ORIENTA ES NORMATIVAS E OS SABERES E PR TICAS DOCENTES Trabalhar remete a aprender trabalhar ou seja a dominar progressivamente os saberes necess rios realiza o do trabalho Maurice Tardif 2010 p 57 A aprova o da Lei 10 639 posteriormente transformada em Lei 11 645 caracteriza da perspectiva dos intelectuais dos movimentos negros e de tantos outros educadores a culmin ncia de um projeto gestado h d cadas cujo objetivo era intervir nas representa es sobre o continente africano e sobre as culturas afro brasileiras e africanas no Brasil incutidas no nosso processo de escolariza o e assim contribuir para vencer o racismo e a discrimina o racial em nossa sociedade Um ano ap s a aprova o da Lei 10 639 foram institu das novas diretrizes curriculares estritamente para orientar a aplica o da Lei nos diferentes n veis e modalidades de ensino E os esfor os na institucionaliza o da Lei continuaram nos anos seguintes com a aprova o de novos documentos normativos para balizar a educa o das rela es etnicorraciais e do ensi
32. momento que me ofereceram que a disciplina hist ria da frica do s culo XVI ao s culo XIX A partir do momento que eu aceitei Eu aceitei isso pedindo um tempo para a gente oferecer a disciplina E n s fizemos ent o um grupo de estudos que a gente chamou de Interse o Africana que visava justamente criar preparar a todos n s para oferecer essa disciplina Com muito di logo com o pessoal da UFF especialmente o professor Marcelo Bittencourt n s acabamos por constituir esse campo de leitura em comum campo de reflex o em comum que permitiu que n s vi ssemos a oferecer com certa organicidade um curso de hist ria da frica I e frica II Entrevista de Leonardo Pereira 10 09 2012 Segundo Leonardo Pereira eram encontros nos quais os professores podiam discutir os temas concernentes hist ria da Africa atualizar os debates em torno do 138 O professor Maur cio Parada tamb m da rea de hist ria contempor nea da universidade assumiu a disciplina Africa II e Leonardo Pereira a disciplina Africa I A professora Ivana Stolze refletia os temas ligados aos processos da di spora Africa no contexto do tr fico atl ntico 130 estado da arte desse campo de estudos e estreitar rela es com estudantes da p s gradua o e pesquisadores externos com pesquisas no mbito da hist ria da frica ou reas afins Nos encontros do Interse o Africana os professores puderam constituir o que eles entendiam
33. nos rg os federais de representa o nacional como o CNE e a SECAD e nas universidades p blicas para tornar a Lei fact vel e colocar em pr tica uma perspectiva 125 Dispon vel em http portal mec gov br cne arquivos pdf res0 12004 pdf consulta em 23 03 2012 126 Dispon vel http portal mec gov br dmdocuments cnecp 003 pdf consulta em 24 03 2012 116 de ensino capaz de em m dio e longo prazos desfazer as constru es sociais que sustentam o mito da democracia racial e A Resolu o 001 2004 que instituiu as Diretrizes O texto da Resolu o n 1 que aprovou as novas diretrizes em 2004 curto contando com cerca de nove artigos O Art 1 informa que a legisla o deve ser cumprida pelas institui es de ensino nos diversos n veis e modalidades da educa o brasileira destacando aquelas que atuam na forma o inicial e continuada de professores O subitem desse artigo determina que o cumprimento das novas diretrizes passaria a ser um dos crit rios considerados na avalia o das condi es de funcionamento de todas as institui es de ensino Resolu o n 1 CNE MEC 2004 Ambicioso o documento das DNCs para a educa o das rela es etnicorraciais prop e a revis o de documentos normativos e de planejamento dos estabelecimentos de ensino de todos os n veis de ensino do pa s e esclarece que a Lei foi uma decis o pol tica com forte repercuss o pedag gica e sua relev ncia n o se restringe apenas
34. o 15 de novembro acho que tem a ver com a quest o e o 20 de novembro Dia da Consci ncia negra Essas quest es s o pertinentes F rum de debates aluno Polo Guanambi Bahia 04 09 2010 Nas aulas de outubro e novembro os professores alunos entraram em contato com uma historiografia que discutia as ag ncias de grupos africanos no neg cio do tr fico discuss o essa coerente com a proposta te rica da disciplina Com essas abordagens os professores autores provocaram uma reviravolta nos conhecimentos sobre a escravid o e o impacto da chegada dos europeus no continente no contexto das 227 navega es iniciadas no s culo XV Para alguns era dif cil operar com outra chave interpretativa Diante de um com rcio t o amplo como foi abordado por que o continente africano foi denominado pelos europeus atrasado e subdesenvolvido Foi a heterogeneidade dos povos que permitiu uma explora o de outros povos Rivalidades entre os diferentes povos da frica Ou outros aspectos F rum de debates aluno Polo Jaguaribe Cear 06 11 2010 As considera es apontadas por uma aluna do Polo de Aracati nos ajudam a compreender um pouco o impacto dessas novas abordagens sobre a hist ria da Africa e a hist ria da escravid o atl ntica e ao mesmo tempo revela os limites da aprendizagem A rela o de submiss o africana quando se trata do encontro entre europeus e africanos t o forte que na maior parte das vezes fica
35. o Social Ci ncias Sociais Letras Biblioteconomia Arquivologia e Museologia institu das pelo Conselho Nacional de Educa o Resolu o CNE CES No 492 de 04 de abril de 2001 dispon vel em http portal mec gov br cne arquivos pdf CES0492 pdf e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o de Professores da Educa o B sica em n vel superior curso de licenciatura de gradua o plena aprovadas na Resolu o CNE CP N 1 de 18 de Fevereiro de 2002 dispon vel em http portal mec gov br seesp arquivos pdf resl 2 pdf 32 A primeira tentativa do Estado portugu s de administrar o ensino ocorreu com a Reforma dos Estudos Menores aprovadas no mbito das Reformas Pombalinas colocadas em pr tica durante o governo de D Jos I sob a lideran a de Sebasti o Jos de Carvalho Melo mais conhecido como Marqu s de Pombal ent o Secret rio de Estado dos Neg cios do Reino de Portugal O objetivo do sistema de aulas r gias criado para substituir o ensino dos jesu tas expulsos em 1759 era tornar poss vel uma educa o leiga cient fica e propagadora do saber controlada pelo Estado Cabia aos professores pessoas que no geral exerciam outras ocupa es o ensino de leitura de escrita e do c lculo al m de incutir as obriga es religiosas e civis A reforma estabelecia a obrigatoriedade de concurso para selecionar professores dentro das institui es religiosas VIEIRA amp GOMIDE 2008 3837 3838 Era
36. o da historicidade dos conceitos dos saberes e das pr ticas FONSECA 2007 151 Mas antes de entrar na discuss o dos saberes considero pertinente refletir sobre as posturas que muitos professores cursistas tiveram frente s demandas do curso identificadas no f rum de debates da disciplina hist ria da frica O conhecimento dessas a es pode ajudar a considerar o alcance da forma o de professores no mbito da educa o a dist ncia 186 4 2 Modos de interagir no f rum de debates hist ria da frica oportuno relembrar que a din mica de aprendizagem do f rum de debates da disciplina hist ria da frica consistia na participa o do cursista postando um texto que contemplasse o que denomino de quest o problema que era proposta no final de algumas aulas Metodologia que por sinal foi comum a todas as outras disciplinas do curso de licenciatura hist ria Um dos componentes da avalia o era essa participa o online No final do semestre o sistema gerava um relat rio de cada aluno que informava quantas vezes o mesmo havia entrado no f rum da disciplina no qual estava inscrito Al m dessa quantifica o cabia ao tutor avaliar a qualidade das participa es no f rum considerando al m das respostas dos cursistas s quest es problema tamb m a intera o desses com os outros colegas de turma e com o seu pr prio tutor Ou seja para ser bem avaliado o cursista deveria participar constantemente do f
37. para realizar todas as etapas solicitadas pelos professores virtuais Segundo ela no come o foi um pouco dif cil conciliar pois era muita coisa ao mesmo tempo muitas 113 k A E P x A coordena o criou uma identifica o das turmas que combinava as duas primeiras letras do nome do estado e a sequ ncia do alfabeto conforme pode ser observado acima 98 disciplinas e a maior dificuldade foi a falta de um professor presencial para tirar as d vidas Question rio por e mail Polo Teixeira de Freitas Bahia 03 2012 O relat rio de monitoramento dos programas Pr Licenciatura e Universidade Aberta do Brasil elaborado pelo Tribunal de Contas da Uni o chegou conclus o de que a baixa oferta de tutores presenciais a inadequa o do hor rio de atendimento do tutor ao cursista nos polos e as dificuldades na intera o com os tutores a dist ncia foi um problema comum maioria dos cursistas atendidos por essa modalidade de ensino entre os anos de 2006 e 2008 pelo menos J na avalia o dos tutores a dist ncia foi mais complicado lidar com a falta de estrutura das IES o atraso das bolsas e o treinamento insuficiente para o ensino na modalidade a dist ncia J os tutores presenciais apontaram o acesso internet a estrutura nos polos e a falta de microcomputadores para trabalhar como os principais problemas BRASIL TCU 2009 67 A qualidade do servi o de internet oferecido nos polos foi um problema apo
38. posteriormente passando a representar o governo no GTI ALBERTI amp PEREIRA 2007a 25 26 68 Consequ ncia desta a o foi que o governo criou tamb m em 1995 o Grupo de Trabalho para Elimina o da Discrimina o no Emprego e na Ocupa o GTEDEO A II Confer ncia Mundial das Na es Unidas contra o Racismo a Discrimina o Racial a Xenofobia e Intoler ncias Correlatas ocorrida em Durban na frica do Sul em 2001 foi o principal estopim desse conjunto de mudan as A MI CMR fez com que o Brasil e outros pa ses da Am rica Latina ratificassem acordos internacionais de combate ao racismo institucional criando e implementando medidas concretas de redu o das desigualdades Os militantes negros passaram a lan ar m o inclusive do aparato jur dico internacional ao qual o Estado brasileiro est submetido para denunciar as situa es de n o cumprimento das leis das quais somos signat rios O avan o pol tico dos movimentos negros expresso no trabalho de mobiliza o e organiza o para a II CMR em 2001 n o pode ser totalmente compreendido sem observarmos o protagonismo conquistado pelos ativistas negros e negras ao longo da d cada anterior Houve o ac mulo de experi ncia com a participa o nos f runs e nas outras confer ncias internacionais das Na es Unidas V rias organiza es do movimento negro com destaque para as organiza es de mulheres negras estiveram no chamado ciclo de confer ncias
39. rias dos africanos que retornaram ao continente compreender a experi ncia do retorno e as conectividades culturais com o Brasil nos locais nos quais esses retornados se estabeleceram As cinco ltimas aulas n o tiveram quest o para debate no f rum da disciplina Os autores priorizaram os conte dos restritos hist ria da frica O problema que os conte dos dessas cinco aulas seguintes tratam da hist ria e das culturas negras no contexto da di spora atl ntica Esses s o temas muito caros nossa constitui o hist rico social citados nas diretrizes e orienta es aprovadas pelo MEC para instituir a Lei que n o foram debatidos nessa disciplina e tampouco em nenhuma outra Indagada se teria alguma considera o a fazer sobre essa experi ncia de forma o a tutora a dist ncia do Polo de Aracaju que trabalhou com outras disciplinas ponderou que esperava que a disciplina dialogasse mais Porque eu acho que n o adianta a uma opini o pessoal voc fazer essa Lei e colocar esse conte do e colocar isso de forma isolada Ent o vai ficar mais uma mat ria que eles v o aprender Se n o tiver uma conex o A sensa o que eu tive que deveria ter essa ponte na hora entendeu Porque depois pode at falar em Brasil mas na hora que est falando na hist ria da frica voc j tem que estar fazendo para ter sentido Eu acho que n o adianta ficar enchendo de conte do de enlouquecer
40. s sobre a organiza o da Universidade do Rio de Janeiro atual UFRJ em 1931 aprova a expedi o da chamada licen a cultural o equivalente ao bacharelado de hoje para quem terminasse todo o curso de Filosofia Ci ncias e Letras ou uma das subse es do mesmo J o grau de licenciado com direito ao exerc cio do magist rio era destinado a quem obtivesse tamb m forma o pedag gica conclu da no Instituto de Educa o da universidade CASTRO 1974 631 632 Sobre a organiza o do ensino secund rio especialmente na Primeira Rep blica ver Bittencourt 1990 32 Francisco Campos foi advogado professor e pol tico conservador respons vel por uma profunda reforma educacional no estado de Minas Gerais na d cada de 1920 Francisco Campos esteve diretamente envolvido no Movimento de 1930 e era bem quisto pelos conservadores da Igreja Cat lica por isso seu nome foi indicado para assumir o Minist rio da Educa o e Sa de P blica em novembro de 1930 Sua gest o durou at setembro de 1932 quando foi substitu do pelo tamb m mineiro Washington Pires que posteriormente foi sucedido por Gustavo Capanema tamb m oriundo de Minas Gerais O ministro Capanema foi ent o o realizador das principais reformas educacionais do per odo algumas delas iniciadas por Campos pois teve uma longa gest o de 1934 at 1945 Cf http cpdoc fgv br producao dossies AEraVargas 1 anos30 37 IntelectuaisEstado MinisterioEducacao 33 Discurso d
41. stica foram pessoas respeitadas intelectuais e historiadores do Cear que integraram v rias entidades culturais existentes nesta terra de 256 Domingos Olimpio Jos de Alencar e Raquel de Queiroz O Museu Dom Jos n o apenas um espa o de observa o mas tamb m de di logo durante as visitas h incentivos questionamentos e desafios cria o do conhecimento Espera se que o esfor o conjunto de seus fundadores sirva de incentivo s novas gera es e que a Universidade Vale do Acara consiga abrir se num imenso leque de extens o e cultura Palavras chave trajet ria educacional Universidade Vale do Acara Fundadores Sobral 257 4 RESUMO DAS AULAS TEXTO QUE N O TIVERAM F RUM DE DEBATES Aula 2 Resumo Ainda no bojo do perigo da hist ria nica os autores teceram cr ticas nesta aula texto chamada perspectiva euroc ntrica dos estudos africanos que for aram categorias externas s forma es s cio pol ticas do continente por exemplo as no es de reino imp rio e na o Pereira e Santos tomam por referencial as informa es sobre livros did ticos produzidos no Brasil a partir dos anos 1980 para o ensino m dio e fundamental analisados por Anderson Oliva em O Ensino da hist ria africana a presen a da frica nos manuais escolares brasileiros e portugueses de 2006 Os professores formadores destacaram que esses olhares acabaram por refor ar os estere tipos de um contine
42. 1990 Digress o a f bula das tr s ra as ou o problema do racismo brasileira In Relativizando uma introdu o antropologia social Rio de Janeiro Rocco DEMO Pedro 2010 Coisas velhas em coisas novas novas velhas tecnologias Revista Ci ncia da Informa o Bras lia DF v 39 n 1 p 108 121 jan abr DEMO Pedro 2002 A nova LDB ran os e avan os 13 ed Campinas SP Papirus DOMINGUES Petr nio 2005 A insurg ncia de bano hist ria da Frente Negra Brasileira Tese de Doutorado Faculdade de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas da Universidade de S o Paulo S o Paulo 341p DOMINGUES Petr nio 2007 Movimento Negro Brasileiro alguns apontamentos hist ricos no 23 Vol 12 Revista Tempo RJ Programa de P s Gradua o em Hist ria UFF Julho 2007 p 100 122 DOMINGUES Petr nio 2008 Um templo de luz Frente Negra Brasileira 1931 1937 e a quest o da educa o Revista Brasileira de Educa o v 13 p 517 534 FERRARA M rian 1986 A Imprensa Negra Paulista 1915 1969 S o Paulo Edusp FERREIRA Andrea de Assis 2010 Desenvolvimento profissional de professores de hist ria estudo de caso de um grupo colaborativo mediado pelas tecnologias de informa o e comunica o aplicadas educa o faculdade de educa o da universidade federal de minas 278 gerais Programa de P s Gradua o em Educa o UFMG Belo Horizonte http www bibliotecadigital ufmg br
43. 2011 ressignificou de negros intelectuais por se tratar de indiv duos de origem ou ascend ncia negra que ao participarem como ativistas nesses movimentos ou sofrerem indiretamente a sua influ ncia ouvindo o seu clamor por igualdade racial tornaram se ciosos de novos ou outros m todos de pesquisas indaga es categorias anal ticas e conhecimentos para estudar pesquisar e compreender as rela es raciais brasileiras assim como por apresentar propostas para promover a igualdade racial no Brasil com o objetivo de eliminar o racismo da sociedade brasileira especialmente em algumas reas que eles consideravam estrat gicas como a educa o SANTOS 2011 5 2 No cen rio imediato ap s a aprova o da Lei que instituiu o ensino da hist ria e culturas afro brasileiras e africanas nas escolas foi significativo o aumento dos Neabs nas universidades brasileiras decorrente das demandas de forma o concernentes ao tema da Lei e tamb m do aumento gradativo dos estudantes negros e ind genas ap s a aprova o das pol ticas de a o afirmativa para a entrada nas universidades 82 Nesse sentido a categoria intelectual militante apresentada no in cio desse trabalho se aproxima muito do termo negro intelectual proposto por Santos 83 A abertura de Neabs nas IES p blicas recebeu financiamento p blico via MEC sob a ger ncia da Secretaria de Educa o Continuada Diversidade e Inclus o atrav s do programa UNIAFRO lan ad
44. Biblioteca Central UFS cart rio de Japaratuba e entrevistas com moradores da referida comunidade Constatou se que a preserva o dos tra os culturais propiciou o fortalecimento dos v nculos com o espa o em que habitam e entre eles mesmos possibilitando a perman ncia de uma identidade hist rica tnica e cultural relacionadas ao artesanato e pequena produ o de subsist ncia Constatou se tamb m que a comunidade vem enfrentando os obst culos comuns a outras comunidades em termos de desenvolvimento social e reconhecimento oficial da territorialidade que ora ocupam Palavras chave quilombolas comunidades rurais resist ncia c Quilombola remanescente de Tijua u Uma resist ncia negra em solo bonfinense Bahia RESUMO O presente trabalho monogr fico teve como objetivo principal conhecer o processo de defesa da cultura e hist ria dos moradores da comunidade remanescente de quilombo denominada Tijua u distrito pertencente cidade de Senhor do Bonfim Estado da Bahia Participaram da investiga o cerca de trinta moradores da comunidade de ambos os sexos na faixa et ria acima de 15 anos e grau de instru o variado Nossa metodologia se baseou em observa es semanais durante dois meses e posterior aplica o de question rio Os resultados indicam que atrav s da tradi o oral que s o passadas as tradi es culturais dos mais velhos para os mais novos e que os mais idosos s o os respons veis
45. Ci ncias Letras e Estudos Sociais que podiam ser conclu das em dois anos e meio As disciplinas de Hist ria Geografia Organiza o Social e Pol tica do Brasil e Educa o Moral e C vica eram as habilita es da Licenciatura em Estudos Sociais CASTRO 1974 640 A Lei n 5 692 de 1971 estabeleceu os termos 1 e 2 graus para substituir as no es de ensino prim rio e m dio At 1971 havia o curso prim rio o conhecido grupo escolar de quatro anos e um ensino m dio vertical secund rio em que se cursava o gin sio com quatro anos e depois o colegial com tr s Antes a Lei n 5 540 68 tratou da reforma no ensino superior SAVIANI 2005 18 19 Os formuladores das pol ticas educacionais do per odo institu ram as licenciaturas curtas a fim de suprir a car ncia dos profissionais do ensino j que via de regra o que ocorria era a improvisa o de professores em detrimento dos padr es de ensino A esta conclus o chegou o conselheiro Newton Sucupira relator do parecer Sobre exame de sufici ncia e forma o do professor polivalente para ciclo ginasial O documento orientava para formar em curto prazo com o m nimo de habilita o e no menor tempo poss vel professores para o ensino m dio ginasial e colegial al m de determinar o retorno urgente dos exames de sufici ncia para suprir a falta de licenciados j que desde 1961 eles n o eram expedidos Para garantir o sucesso dos pretenden
46. Constam do PDE programas conhecidos como o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educa o o IDEB e o Provinha Brasil Direcionado forma o de professores est o o UAB e o Programa Institucional de Bolsas de Inicia o Doc ncia PIBID que fomenta a atua o de rec m graduados doc ncia na escola p blica atrav s de bolsa de estudos O UAB deve atender s demandas por forma o de professores possibilitando a oferta de cursos de forma o inicial e forma o continuada com a expans o de tais cursos para o interior do pa s na modalidade a dist ncia Al m disso o sistema deve formar dirigentes gestores p blicos para atuar na educa o nas tr s esferas do Estado brasileiro de compet ncia da UAB ainda propiciar o ensino nas diferentes reas de conhecimento ampliando assim o acesso educa o superior p blica difundir e desmistificar a pr tica de educa o a dist ncia desenvolvendo compet ncias para lidar com metodologias inovadoras atrav s das tecnologias de informa o e comunica o e por fim contribuir para reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior pelas diferentes regi es geogr ficas do pa s Carvalho e Pimenta 2010 118 119 avaliam que a inaugura o da UAB em 2006 representou uma profunda mudan a no EAD no pa s por duas raz es Primeiro porque se concebia um pacote um curso com a mesma grade curricular e material pedag gico poderia ser aplicado em todas as universidades
47. Esse profissional precisa estabelecer uma sintonia um v nculo com seus alunos condi o relevante no processo de aprendizagem e de perseveran a de muitos nessa modalidade de ensino Segundo Rumble 2003 72 h alta correla o entre demora na corre o de trabalhos e abandono dos cursos por exemplo Essa constata o revela o papel crucial do tutor para o sucesso dessa modalidade de forma o 188 Pude constatar tamb m respostas id nticas postadas por cursistas de turmas diferentes mas do mesmo Polo Municipal de Apoio Presencial Essa pr tica tamb m foi citada na entrevista de uma tutora a dist ncia que trabalhou com turmas do Sergipe Segundo ela nos polos as pessoas se encontravam tinha algum colega que n o havia feito a tarefa a eles dividiam a tarefa Isso aconteceu que mas isso acontece tamb m no presencial Entrevista tutora a dist ncia Polo Aracaju 13 09 2012 Os cursistas se encontravam quinzenalmente nos Polos e tamb m podiam usar o espa o a qualquer hora para estudar pesquisar e responder as tarefas no laborat rio de inform tica Para os cursistas que n o tinham computador o que deveria ser feito no decorrer dos dias acabava acumulando e era feito somente no Polo Municipal de Apoio Presencial Aqueles que tinham uma carga hor ria de trabalho muito grande tamb m n o tinham tempo dispon vel de fazer as leituras e responder as tarefas O momento para estudar os conte dos acumulados ac
48. Ferreira 2013 288 f Tese doutorado Centro de Pesquisa e Documenta o de Hist ria Contempor nea do Brasil Programa de P s Gradua o em Hist ria Pol tica e Bens Culturais Orientadora Verena Alberti Inclui bibliografia 1 Professores de hist ria Forma o 2 Hist ria Estudo e ensino 3 Ensino a dist ncia 4 Rela es tnicas 4 Rela es raciais Alberti Verena Il Centro de Pesquisa e Documenta o de Hist ria Contempor nea do Brasil Programa de P s Gradua o em Hist ria Pol tica e Bens Culturais Ill T tulo CDD 907 s professoras e professores que contrariando adversidades ainda acreditam que o trabalho docente pode fazer diferen a as Agradecimentos Depois de alguns anos e muito trabalho eis que me encontro no final de mais um desafio da minha carreira a conclus o do doutorado N o tarefa simples expressar em palavras o quanto estou feliz e agradecida a todos e todas as pessoas que estiveram atentas me auxiliando a caminhar N o foi uma jornada f cil Precisei dispor de muita resili ncia para conciliar diferentes papeis e v nculos Por vezes me vi sem energias e quase c tica de que seria poss vel terminar mas eis me aqui Inicio os agradecimentos pela minha orientadora Verena Alberti que com muito profissionalismo e serenidade me apoiou nos momentos mais cr ticos dessa trajet ria e foi uma parceira cotidiana na aventura de elaborar essa tese
49. Khabbylia tribo que designa um grupo de pessoas ligadas genealogicamente a um ancestral comum e que vivem num territ rio delimitado desempenhou e por vezes desempenha um papel que n o pode ficar esquecido por sil ncio na hist ria de in meros pa ses norte africanos 196 organizados e grandes cidades Outros viviam em sociedades tribais do tipo patriarcal sobrevivendo da agricultura e pecu ria E havia ainda as tribos de coletores ca adores F rum de debates aluna Polo Jaguaribe Cear 08 10 2010 poss vel que a cursista estivesse se remetendo s sociedades de linhagens mas escreveu sociedades tribais O que sugere que a mesma n o compreendeu e nem incorporou o conceito trabalhado nas aulas 7 e 8 do curso A mensagem acima deveria responder a quest o problema da aula 9 que pedia para discutir os interesses dos soberanos do Congo e de Portugal nas cartas trocadas entre si no in cio do s culo XV Vale destacar que a mesma tarefa foi postada por cinco cursistas de polos diferentes todos sediados no estado do Cear Sobre a mesma tarefa da aula 9 outra mensagem cont m o sentido comum do voc bulo tribo No s culo XV os portugueses chegam ao continente africano levados pelos interesses comerciais Estabelecendo rela es no litoral com os africanos pois os portugueses n o adentravam o litoral Contando tamb m com as guerras entre as tribos eles oficializam um com rcio escravista entre os
50. Nas d cadas de 1970 e 1980 eram oferecidos cursos de extens o que agregavam intelectuais ativistas das organiza es negras e estudantes da UERJ da UFF e da PUC interessados em conte dos que n o eram abordados em seus cursos O CEAA se destacava pela rica biblioteca que em parte era constitu da pelo pr prio acervo do professor Jos Maria destinada aos interessados em aprofundar seus estudos sobre o continente africano e a hist ria dos afro brasileiros configurando como grande refer ncia Diversos ativistas destacam o desempenho do Afro Asi ticos na forma o hist rico pol tica que tiveram naquelas d cadas O depoimento de Yedo Ferreira 2003 nos oferece a dimens o do papel que teve o CEAA no seu conhecimento sobre o que acontecia na Africa 6 Em depoimento ao CPDOC FGV Jos Maria Nunes Pereira informou que se formou em ci ncias sociais pela UFF em 1972 De origem portuguesa nasceu em S o Lu s do Maranh o em 1937 mas ainda crian a foi completar seus estudos em Portugal L teve contato com estudantes das col nias portuguesas em frica que tamb m tinham ido estudar Segundo o mesmo esse conv vio forjou sua identidade pol tica e orientou seus interesses pelo continente africano ao longo de sua trajet ria Seu trabalho de mestrado tratou da constitui o do CEAA e seu doutoramento da pol tica externa do governo de Angola entre os anos de 1975 e 1994 Ambos foram realizados na USP ALBERTI amp PEREIRA 2007c d
51. a maioria dos pesquisadores branca destaca as agruras por que passaram Abdias do Nascimento Guerreiro Ramos dison Carneiro e Cl vis Moura Guerreiro Ramos e Abdias do Nascimento por exemplo s foram professores universit rios no exterior Merece destaque o fato de que ap s seu regresso Abdias do Nascimento n o ter sido acolhido por nenhuma universidade p blica enquanto a maioria dos acad micos brancos exilados conseguiu retomar seus postos anteriores ou foram relocados em outros CARVALHO 2006 100 No decorrer dos anos 1990 esse cen rio passa por transforma es significativas Diferentes estudos confirmam os esfor os empreendidos pelos intelectuais que estudam as desigualdades raciais agora somados aos esfor os de alguns gestores p blicos que em lugares estrat gicos come aram a demonstrar os efeitos do racismo na sociedade brasileira especialmente com a produ o de dados alarmantes sobre como o racismo afeta a realidade social Os estudos do IPEA seguindo os achados de Hasenbalg 1979 indicavam que o discurso de uma conviv ncia harmoniosa diluidora dos conflitos mascaram um estado de coisas porque a popula o dos que se autodeclaram pretos e pardos quando comparada com aqueles que se dizem brancos estampa os piores ndices de desenvolvimento E os dados na educa o n o deixavam esconder a seguinte constata o a ra a na sua vertente racista ou seja O 231 racismo est na escola e de v
52. a participa o das redes das escolas p blicas e privadas de exposi o avalia o e divulga o dos xitos e dificuldades do ensino e aprendizagens de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana e da Educa o das Rela es tnico Raciais 1 Os resultados obtidos com as atividades mencionadas no caput deste artigo ser o comunicados de forma detalhada ao Minist rio da Educa o Secretaria Especial de Promo o da Igualdade Racial ao Conselho Nacional de Educa o e aos respectivos Conselhos Estaduais e Municipais de Educa o para que encaminhem provid ncias que forem requeridas Art 9 Esta resolu o entra em vigor na data de sua publica o revogadas as disposi es em contr rio 241 Roberto Cl udio Frota Bezerra Presidente do Conselho Nacional de Educa o 242 2 TABELA DAS DISCIPLINAS GEOGRAFIA HUMANA ESPA O E SOCIEDADE Ivaldo Gon alves de Lima doutor Professor Assistente Departamento de Geografia da PUC ANTROPOLOGIA CULTURAL Profa Adriana de Resende Barreto Vianna doutora Professora Adjunta do Programa de P s Gradua o em Antropologia Social Museu Nacional UFRJ Profa Paula Mendes Lacerda mestre IMS UERJ EDUCA O E SOCIEDADE Marcelo Andrade doutor Professor Assistente do Departamento de Educa o da PUC Rio Luis Fernandes de Oliveira doutorando PUC Rio Professor Assistente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro EST G
53. a trajet ria da profissionaliza o dos professores no pa s A pesquisa discutiu como a trajet ria da profissionaliza o dos professores em geral e do professor de hist ria em particular foi marcada por condicionamentos socioculturais e a es de gestores p blicos que n o contribu ram para uma profissionaliza o plena desses trabalhadores e trabalhadoras Essas a es abriram brechas em diversos momentos da hist ria da educa o brasileira para que pessoas de outro campo profissional ou pessoas sem profiss o pudessem exercer o trabalho docente nos estabelecimentos de ensino p blico e privado do pa s o que aponta para a ideia deturpada de que o trabalho do docente da educa o b sica f cil ou que qualquer outro profissional possa exerc lo Essas concep es atreladas s reformas que precarizaram o trabalho docente sobretudo a partir dos anos 1970 contribuem para a exist ncia ainda de milhares de professores leigos no pa s pois n o h uma problematiza o efetiva na sociedade civil sobre a qualidade do trabalho docente Esse estudo tamb m mostrou que a admiss o das pol ticas de curr culo que tornam obrigat rio considerar a diferen a etnicorracial na educa o brasileira suscitou a es do Estado que regulamentou pareceres e orienta es e vem destinando recursos para formar professores e gestores em educa o nos temas propugnados pela Lei Institui es de ensino e entidades da sociedade civil t m s
54. acho que longe do que deveria ser mas eu acho que foi v lido Eles evolu ram em aspectos b sicos o contato com a inform tica 109 com a rede com a leitura de textos acad micos que eles n o tinham Com a escrita em ter que realizar resenha trabalhos de textos acad micos Eu acho que eles evolu ram Muito diferente do que se exige de uma gradua o presencial nas grandes universidades brasileiras Por exemplo se eles estivessem fazendo esse curso na PUC ou UERJ seria muito diferente Teriam muito mais dificuldade porque era um n vel realmente de cobran a que n o se compara Pegar uma prova de um aluno da UERJ Claro que existem exce es em cada turma tinha duas ou tr s pessoas que se destacavam Entrevista tutora a dist ncia polo Aracaju Sergipe 13 09 2012 A reputa o de duas institui es situadas na regi o Sudeste especialmente o que representava a institui o PUC em geral apontada pelos cursistas como a coordenadora e mantenedora do projeto apesar de todos saberem que se tratava de um programa financiado pelo Minist rio da Educa o investiu seriedade ao projeto e senso de responsabilidade nos cursistas Primeiro eles tinham consci ncia do desafio da forma o e da forma como o curso fora estruturado pois desde o in cio tinha ficando evidente pelos coordenadores da PUC UERJ a certifica o para quem estuda para quem demonstra xitos nos estudos Essa concep o inicial e sua perp
55. adamente nas cidades litor neas com destino Am rica sendo que apenas 10 7 completaram a travessia Tais n meros n o consideram quantos morreram no trajeto entre o interior do continente e as cidades costeiras Escravizadores e escravizados eram filhos do mesmo ch o Geralmente os Estados militarizados eram escravizadores J os vendedores intermedi rios e as elites urbanas renegociavam os escravos com os traficantes europeus e americanos em troca de armas de fogo e cavalos retroalimentando a escraviza o dos conterr neos Os forasteiros europeus e colonos americanos s o part cipes no neg cio lucrativo como consumidores e comerciantes desse produto em potencial O pioneirismo portugu s na implanta o da monocultura escravista ser seguido por ingleses holandeses e franceses costurando assim o mundo atl ntico Em geral o escravizado era o suposto inimigo o de fora o outro Dois exemplos dos milhares de prisioneiros de guerra surgidos em decorr ncia das rivalidades das cidades estados formadas ap s o desmantelamento do Imp rio Songai quase todos foram consumidos pelo tr fico e as disputas internas no reino do Congo que sob orienta o do estado portugu s ampliou conflitos e potencializou rivalidades din sticas aumentando o n mero de perseguidos e por conseguinte o envio de escravizados para a Am rica Tal migra o for ada levou destrui o de aldeias Cidades estado e diversos reinos Jolof
56. alunos do curso assim como os professores identificavam informalmente a PUC Rio como a respons vel pela forma o Vale destacar que muitos professores da PUC Rio tamb m lecionam na Faculdade de Forma o de Professores Neste trabalho quando for citado o curso de licenciatura apesar de se fazer refer ncia PUC deve ficar entendido que a UERJ FFP tamb m participou do empreendimento 14 Quais disciplinas s o oferecidas Como o tema aparece no curr culo Do mesmo modo que tamb m precisam descobrir como os futuros professores e no caso desse estudo espec fico os professores em exerc cio da profiss o lidam efetivamente com os conte dos preconizados pela Lei Como ocorrem a produ o e a mobiliza o dos saberes sobre esse tema Qual o n vel de comprometimento com o mesmo J havia sensibiliza o ou a forma o foi a respons vel pelo seu surgimento 3 Categorias de an lise e suporte conceitual Por se tratar de estudo que aborda a rela o entre educa o e as quest es etnicorraciais logo no in cio da pesquisa me apareceram demandas conceituais de que procurei dar conta no percurso do trabalho Saliento que fiz algumas escolhas quanto s categorias e no es usadas em minha an lise que passarei a apresentar a partir daqui Neste trabalho o termo negro serviu para identificar um indiv duo ou grupo de pessoas que se v e ao mesmo tempo nomeado e ou reconhecido representado como o descendente dos africanos no Bra
57. alunos no que tange aos conte dos trabalhados na disciplina Hist ria da frica Ou melhor na intera o com os professores alunos voc p de identificar e teria como qualificar os saberes pr vios dos professores alunos Saberes estes provenientes de suas hist rias de vida pessoal e ou adquiridos no exerc cio da pr tica profissional e mesmo fora do espa o de atua o docente 3 2 Os professores cursistas citaram livros ou autores que j conheciam antes de cursar a disciplina 4 Sobre os saberes apreendidos no decorrer da forma o 4 1 Como foi a rela o entre voc tutor a dist ncia os professor alunos e o conte do da disciplina Hist ria da frica elaborado pelos professores formadores 4 2 Os saberes da experi ncia influenciaram na discuss o dos conte dos da disciplina Hist ria da frica Se sim de que forma 4 3 Algum professor aluno relatou a voc alguma atividade pr tica e ou aplica o dos conhecimentos adquiridos com a disciplina Hist ria da frica Se sim voc poderia contar o que ele relatou 4 4 Algum professor aluno relatou ter feito algum curso de forma o continuada ou atualiza o profissional que versasse sobre o tema da Hist ria da frica ou sobre a educa o das rela es etnicorraciais antes ou durante o curso Se sim que curso ou modalidade 5 Considera es finais Por favor utilize o espa o abaixo para relatar aspectos da sua experi ncia nessa forma o em Hist ria
58. as culturas ind genas e afro brasileiras e de outros grupos participantes do nosso 12 processo civilizat rio nacional J no Art 242 1 que o ensino de Hist ria do Brasil levar em conta as contribui es das diferentes culturas e etnias para a forma o do povo brasileiro BRASIL 1988 Para Guerra 2012 fica evidente que a aprova o dos dois artigos na Constitui o com esta reda o reflete em que bases se assentam as representa es que a sociedade brasileira tem das nossas rela es raciais fundadas no ide rio da democracia racial no qual nossas rela es em geral s o harm nicas e os conflitos dilu dos O texto da Subcomiss o dos negros popula es ind genas pessoas deficientes e minorias apresentado durante o processo Constituinte tinha a seguinte reda o Art 4 A educa o dar nfase igualdade dos sexos luta contra o racismo e todas as formas de discrimina o afirmando as caracter sticas multiculturais e pluri tnicas do povo brasileiro Art 5 O ensino de hist ria das popula es negras no Brasil ser obrigat rio em todos os n veis da educa o brasileira na forma que a lei dispuser No entanto ele foi recusado por todos os partidos pol ticos denotando uma derrota para os Movimentos Negros organizados atuantes na Constituinte O texto sofreu in meras cr ticas sendo uma delas proferida pelo deputado Geraldo Campos que considerou a obrigatorie
59. atentos podem cometer equ vocos Mais cuidado F rum de debates Polo Jequi Bahia 14 08 2010 Mensagens como essa devem ter deixado alguns cursistas mais atentos mas n o surtiram efeito em todos Veja se por exemplo parte da mensagem de uma cursista que respondia quest o problema da aula 7 sobre o tema das forma es pol ticas da frica Ocidental e os impactos e limites da expans o isl mica A outra ideia a que cheguei da leitura da imagem foi uma viagem de peregrina o que Mussa fez a Meca levando cem camelos carregados de ouro para serem distribu dos no Egito sendo t o grande a oferta de ouro que a moeda ficou desvalorizava criando um mito de que a frica era um pa s rico pois at os seus escravos tinha ouro nas vestimentas F rum de debates aluna polo Jequi Bahia 10 10 2010 Em uma turma do Polo de Fortaleza a tutora advertiu uma cursista em rela o ao mesmo reducionismo 200 Al m disso voc tamb m nos disse que Os bens manufaturados da Europa tinham pouca representatividade no abastecimento das necessidades do povo daquela na o Qual na o Estamos falando do com rcio no CONTINENTE africano N o podemos perder de vista que a frica um continente ok F rum de debates tutora Polo Fortaleza Cear 02 11 2010 2 E poss vel que o mesmo estere tipo apresentado aqui seja facilmente identificado em outros grupos de professores e de outras profiss e
60. buscamos refletir sobre cren as e valores comportamentos e atitudes muitas vezes impregnados de racismo e preconceito para desconstruir estere tipos discrimina o e preconceito contra o afro descendente na perspectiva de contribuir com os movimentos de afirma o da identidade negra no Brasil para que haja a conviv ncia inter racial e possamos viver de fato a verdadeira democracia social Palavras chave S o Gon alo dos Campos afrodescendentes preconceito e racismo democracia 253 b A quest o do preconceito e da discrimina o do negro an lise de composi es musicais populares brasileiras no contexto p s lei 9 459 97 Bahia RESUMO Essa pesquisa visa investigar e analisar a des continuidade do preconceito e da discrimina o contra os negros no contexto p s lei 9 459 97 como objeto de an lise elegemos o g nero m sica especificamente a popular brasileira No cap tulo I expomos um pouco da hist ria do preconceito e da discrimina o contra os negros manifestos na sociedade brasileira desde o Brasil Col nia e ainda constatados na contemporaneidade O segundo cap tulo foi organizado a fim de sinalizar estere tipos transnomina es ou tropos endere ados aos negros buscando analisar o estado da quest o No cap tulo II focalizamos a possibilidade de perceber o teor de an lise e criticidade presente na m sica uma vez que as composi es populares brasileiras t m se tornado tradutoras dos dil
61. ca frda tunas idas bis Duplas Slap dada 206 4 4 2 Cinema e meios de comunica o c ii reeeerereererecareranaa 213 4 5 As pr ticas da sala de aula e a Lei no f rum de debates 221 5 CONSIDERA ES FINAIS raees na iniaiaiai 230 APEN DICE ide e O a 235 FONTES iseccsoissessscsiorcssosesrssscoviess soesosss coses zsveoosr o so co evisdio es csiso o s s 273 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ss s essesessescssescssescsssscesescsssscessse 275 INTRODU O 1 O Tema Em 9 de janeiro de 2003 o ent o presidente da Rep blica Luiz In cio Lula da Silva e o ministro da Educa o Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque sancionaram a Lei n 10 639 que juridicamente alterava a Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 denominada Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDBEN A partir daquele momento todos os estabelecimentos de ensino do pa s p blicos e particulares estariam obrigados a ministrar o estudo da Hist ria e a Cultura Afro Brasileira No texto da nova lei os conte dos a serem ensinados seriam a hist ria da frica e dos africanos a luta dos negros no Brasil a cultura negra brasileira e o negro na forma o da sociedade nacional todos com o objetivo segundo a legisla o de resgatar a contribui o do povo negro nas reas social econ mica e pol tica pertinentes hist ria do Brasil especialmente nos conte dos program ticos das disciplin
62. celas Ed p Racial que entre uma s rie de reivindica es propunha pol ticas afirmativas no 68 No terceiro cap tulo ao tratar da institui o das DCNSs para a educa o das rela es raciais destaco a atua o dos quadros dos movimentos sociais negros na institui o dessa pol tica p blica em especial Para compreender o processo de constru o desse evento com suas idas e vindas caracterizadas pelo posicionamento contr rio dos l deres de algumas organiza es negras as fragilidades frente ao direcionamento intencional das centrais sindicais e partidos pol ticos ver os depoimentos na se o Marcha Zumbi dos Palmares e GTT em ALBERTI amp PEREIRA 2007a 337 352 7 Na rea da educa o o Programa de Supera o do Racismo e da Desigualdade Racial 1995 continha as seguintes proposi es Recupera o fortalecimento e amplia o da escola p blica garantia de boa qualidade Implementa o da Conven o Sobre Elimina o da Discrimina o Racial no Ensino Monitoramento dos livros did ticos manuais escolares e programas educativos controlados pela Uni o Desenvolvimento de programas permanentes de treinamento de professores e educadores que os habilitem a tratar adequadamente da diversidade racial identificar as pr ticas discriminat rias presentes na escola e o impacto destas na evas o e repet ncia das crian as negras Desenvolvimento de programa educacional de emerg ncia para a elimina o
63. com a finalidade segundo consta na p gina da institui o de contribuir para o processo de produ o e amplia o de conhecimentos sobre as sociedades africanas e para o di logo entre institui es e pesquisadores que tenham como foco de trabalho a frica notadamente nas regi es do oeste e do norte do continente al m dos pa ses de l ngua oficial portuguesa Dispon vel em http www casadasafricas org br quem somos Acesso 05 08 2013 190 Contudo os cursistas optaram por recorrer tamb m s outras p ginas da internet em especial blogs tem ticos p ginas de busca e a p gina da enciclop dia online Wikip dia que disponibiliza gratuitamente uma infinidade de dados elaborados por colaboradores an nimos A pr tica de copiar trechos inteiros de um texto lido foi comum Apesar da populariza o da Wikip dia no mundo todo alguns segmentos por exemplo as institui es de ensino superior t m reservas s informa es divulgadas por esse meio de informa o pois se trata de um ve culo de m dia aberta no qual qualquer pessoa pode colaborar O que poderia colocar em xeque a falibilidade das informa es Por isso muitos professores e pesquisadores n o recomendam a Wikip dia Annsa 160 como refer ncia A internet de fato se revelou o modo mais f cil de ter acesso ao conhecimento para muitas pessoas incluindo os professores Contudo professores e historiadores n o podem tomar as leituras feitas nesses e
64. como os N cleos de Estudos Afro Brasileiros com a finalidade de buscar subs dios e trocar experi ncias para planos institucionais planos pedag gicos e projetos de ensino Art 5 Os sistemas de ensino tomar o provid ncias no sentido de garantir o direito de alunos afrodescendentes de frequentarem estabelecimentos de ensino de qualidade que contenham instala es e equipamentos s lidos e atualizados em cursos ministrados por professores competentes no dom nio de conte dos de ensino e comprometidos com a educa o de negros e n o negros sendo capazes de corrigir posturas atitudes palavras que impliquem desrespeito e discrimina o Art 6 Os rg os colegiados dos estabelecimentos de ensino em suas finalidades responsabilidades e tarefas incluir o o previsto o exame e encaminhamento de solu o para situa es de discrimina o buscando se criar situa es educativas para o reconhecimento valoriza o e respeito da diversidade nico Os casos que caracterizem racismo ser o tratados como crimes imprescrit veis e inafian veis conforme prev o Art 5 XLII da Constitui o Federal de 1988 Art 7 Os sistemas de ensino orientar o e supervisionar o a elabora o e edi o de livros e outros materiais did ticos em atendimento ao disposto no Parecer CNE CP 003 2004 Art 8 Os sistemas de ensino promover o ampla divulga o do Parecer CNE CP 003 2004 e dessa Resolu o em atividades peri dicas com
65. concurso de hist ria da frica Logo Yna Santos que cursou hist ria bacharelado e licenciatura entre 1999 e 2004 uma das poucas professoras de hist ria de sua gera o que teve hist ria da frica na sua forma o inicial Sua rea de interesse na p s gradua o foi a escravid o atl ntica mas ela tamb m fez alguns cursos de extens o e atualiza o em hist ria da frica e da di spora africana inclusive fora do pa s E assim como Leonardo a professora j havia lecionado a disciplina hist ria da frica anteriormente entre 2007 e 2008 ela trabalhou com as disciplinas Hist ria da frica Colonial e Independente e Hist ria da frica Pr P x a P 140 Colonial em uma universidade particular do Rio de Janeiro Acredito que a atitude de dividir a escrita da disciplina ajudou o professor a resolver as dificuldades impostas pela sua forma o incipiente em uma rea de estudos que se revelava complexa E ao mesmo tempo lhe permitia continuar contribuindo especialmente com o seu saber fazer j que tinha acumulado alguma experi ncia de sala de aula ministrando a disciplina na gradua o presencial da universidade Al m disso trouxe da forma o adquirida na Unicamp um olhar atento para as quest es tematizadas pela Lei como explica no trecho reproduzido adiante Nesse sentido o tempo de profissionaliza o e trabalho empenhado para elaborar e lecionar a disciplina no curso presencial lhe conferiu saberes
66. consequentemente o papel pol tico pedag gico do professor no processo de constitui o de uma educa o de qualidade que se almeja Infelizmente nem todos os projetos foram contemplados o que explica a necessidade que as organiza es dos movimentos negros sentiram de aprovar uma lei que tratasse especificamente do ensino da hist ria africana e afro brasileira nas escolas de todo o pa s 1 2 As reivindica es e a es no campo da educa o encampadas pelos movimentos negros no decorrer do s culo XX Na introdu o dessa tese se explicitam em linhas gerais os problemas que a implanta o da Lei 11 645 08 antes 10 639 03 envolve Para muitos profissionais n o haveria necessidade de tal imposi o por parte do Estado brasileiro uma vez que na estrutura ideol gica da nossa democracia ou forma o social j estariam contemplados elementos tidos como origin rios das culturas negras e ind genas Por conta desse tipo de pensamento e de outros podemos inferir que fundamentalmente a legisla o que em 2003 aprovava o ensino de hist ria e culturas da frica e dos afro brasileiros nos curr culos das escolas p blicas e privadas no Brasil e que mais tarde incluiu tamb m a tem tica ind gena com a Lei 11 645 08 n o resultou de reivindica es gestadas no interior das institui es de educa o do pa s seja do mbito federal municipal ou estadual Mas n o seria correto afirmar que nenhum professor de hist ria e
67. cursista do polo de Teixeira de Freitas conforme seu depoimento escrito no question rio preenchido para essa pesquisa Comecei a lecionar no dia 8 de mar o de 1991 Na poca possu a apenas o magist rio fiz o concurso do estado e consegui a vaga de magist rio No ano de 1998 consegui fazer faculdade de pedagogia pela Universidade Estadual da Bahia UNEB 96 N o sendo o suficiente ingressei no curso de Hist ria a dist ncia pela PUC Rio Hoje leciono a disciplina de Hist ria no ensino fundamental e no m dio Question rio por e mail aluna Polo Teixeira de Freitas Bahia 03 2012 e A estrutura nos estados Esse projeto de licenciatura a dist ncia necessitou de uma estrutura local para que algumas etapas da forma o de car ter presencial fossem garantidas Os Polos Municipais de Apoio Presencial eram a extens o do curso de licenciatura nos estados a base Equipados com biblioteca laborat rios de inform tica salas de reuni es e alguns at com audit rio estavam reservados para os encontros presenciais e para todas as atividades de estudos demandadas pelos cursistas Nos polos aconteceram as aulas inaugurais as capacita es para o uso da internet e da metodologia do ambiente de aprendizagem adotado pelo curso O aluno podia ir ao polo caso precisasse usar a internet realizar reuni es de grupo estudos dirigidos com ou sem acompanhamento do tutor e usar a biblioteca Nesses espa os tamb m ocorreram as
68. cursos de licenciatura destinados a formar profissionais para atuar da Educa o Infantil ao Ensino M dio No que tange forma o determinam que a pr tica n o se restrinja s disciplinas pedag gicas e se torne uma realidade desde o in cio do curso permeando toda a forma o do professor para al m do est gio supervisionado Os cursos de licenciatura n o podem prescindir de uma forma o que possibilite a es de observa o reflex o viv ncia e resolu o de situa es problemas concernentes ao universo de trabalho do professor Quanto ao est gio supervisionado o futuro professor deve inici lo ap s a integraliza o da metade do curso em escola de educa o b sica sendo avaliado por equipe conjunta composta por professores da escola formadora e da escola do campo de est gio MEC CNE DCNs educa o b sica 2002 Uma an lise da trajet ria da profissionaliza o do professor da escola b sica no geral e do professor de hist ria em particular conclui que o exerc cio da profiss o n o recebeu a aten o merecida do Estado brasileiro A constitui o das Escolas Normais no s culo XIX foi incipiente abrindo espa o para a atua o de profissionais leigos que projetavam o magist rio como uma segunda profiss o ou desempenhavam a atividade porque circunstancialmente n o havia outra coloca o profissional O surgimento do Col gio Pedro Il em 1937 inaugura o ensino secund rio no pa s Pode se identificar o p
69. da pesquisa ocorreu em novembro de 2011 Assim foi dif cil retomar o v nculo estabelecer contato envolv los at porque entre n s se instalava uma significativa dist ncia f sica Fiz in meras tentativas por e mail e telefone muitos disseram que responderiam mas o retorno foi abaixo das minhas expectativas Al m da dist ncia de tempo penso que outros fatores podem ter contribu do para esse resultado O primeiro est relacionado com o v nculo Os cursistas que prontamente me responderam foram aqueles com as quais estabeleci uma rela o mais pr xima no decorrer da elabora o das suas monografias Outro se relaciona com o envolvimento dos pr prios cursistas com o tema da pesquisa pois percebi que aqueles professores alunos que produziram os melhores trabalhos fizeram todas as etapas da pesquisa e tiveram avalia es mais positivas tamb m se interessaram mais em participar Outro ainda se relaciona com o formato que a elabora o os trabalhos de conclus o de curso tiveram Eles foram feitos em grupo como disse anteriormente e isso revela que na verdade um cursista ficou respons vel de fato pelo trabalho Era ele que fazia mais contatos com o professor orientador postando perguntas os resultados dos trabalhos e acatando as sugest es feitas Assim se oficialmente eu orientava 61 pessoas na verdade esse grupo ca a para 22 pois eram esses vinte e dois que mais interagiam Desses vinte 5 Orientei dois trabalhos de concl
70. da Educa o Nacional de 1996 que 43 para muitos representou uma guinada neoconservadora da educa o no Brasil pois venceram os interesses da iniciativa privada em detrimento daqueles que prezam a educa o p blica gratuita e de qualidade Os cr ticos da LDBEN destacam por exemplo a falta dos temas da remunera o dos professores do formato e da qualidade das licenciaturas fragilizadas pelas legisla es anteriores e da garantia do ensino p blico como dever do Estado em todas as esferas Portanto s essas tr s reivindica es denotam que as expectativas da sociedade civil eram bem maiores do que o que foi efetivamente aprovado Para o estudo em tela faz sentido apresentar dois documentos que institu ram as mais recentes Diretrizes Curriculares Nacionais destinadas s licenciaturas e aos diversos cursos de bacharelado pertencentes rea das ci ncias humanas e suas tecnologias Essa tarefa contribui para encerrar por ora o tema da trajet ria da forma o de professores em hist ria no pa s As mais recentes Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs dos cursos de Filosofia Hist ria Geografia Servi o Social Comunica o Social Ci ncias Sociais Letras Biblioteconomia Arquivologia e Museologia foram institu das pelo Conselho Nacional de Educa o em abril de 2001 As conselheiras Eunice Ribeiro Durham Silke Weber e Vilma de Mendon a Figueiredo respondem como relatoras do documento que por sua vez
71. da gradua o em hist ria atendia a diferentes interesses Parece me que o primeiro e mais importante deles tinha a ver com o aumento salarial j que o piso do professor graduado maior e sua carga hor ria menor Especialmente para quem estava em vias de se aposentar a oportunidade do curso foi muito bem vinda A busca por uma especializa o tamb m apareceu como um dos motivos j que do grupo que tinha curso superior completo a maioria era graduada em pedagogia o que na realidade de trabalho vivida por essas pessoas significava muitas vezes lecionar v rias disciplinas diferentes ou seja ser um professor polivalente tornando o trabalho ainda mais extenuante por ter que elaborar diferentes planos de aula e lidar com conte dos diversos Segundo a tutora presencial do polo de Teixeira de Freitas BA em question rio respondido para essa pesquisa as professoras almejavam ter seguran a dentro da institui o e saber que teriam sua carga hor ria completa de hist ria Para a professora Andr a Queiroz tutora a dist ncia do Polo de Aracaju tamb m de acordo com o question rio que preencheu para essa pesquisa a licenciatura em hist ria significava que al m da melhoria salarial os professores com o diploma poderiam se dedicar apenas a esta disciplina muitos lecionavam outras disciplinas al m de hist ria alguns davam aula de matem tica e ci ncias Esses interesses se revelam no percurso profissional da
72. da legisla o O campo de conhecimento hist ria da frica est em pleno processo de constitui o situa o que contribui inclusive para o aumento de abordagens conflitantes Essa realidade e a an lise das postagens dos cursistas sobre esses temas revelam a necessidade de investimentos na forma o inicial mas tamb m continuada frente for a subjetiva de no es e conceitos relacionados hist ria da frica e dos africanos e por consequ ncia aos afro brasileiros presentes nos escritos dos cursistas A disciplina oportunizou um debate atualizado e pertinente com a discuss o historiogr fica que se tem sobre a hist ria da frica hoje mas n o conseguiu desmantelar alguns conhecimentos e representa es que alimentam o saber hist rico escolar 229 CONSIDERA ES FINAIS Essa pesquisa se ambientou no tema da forma o de professores de hist ria sob a perspectiva dos saberes docentes concernentes institucionaliza o da Lei 10 639 03 que em 2008 foi abarcada pela Lei 11 645 Considerando que j existe uma gama de estudos sobre os saberes que os professores mobilizam para exercer o seu trabalho a pesquisa investigou como esses saberes se apresentam no trabalho docente sob a tica da educa o para as rela es etnicorraciais e ensino da hist ria e culturas afro brasileiras e africanas Por se tratar de um estudo sobre a forma o inicial com professores que j exerciam a profiss o foi importante considerar
73. de luta dessas organiza es independente da quantidade de salas de aula que cada entidade tinha sob a sua responsabilidade uma como o caso da Steve Biko em Salvador ou mais de 50 como computava o PVNC no Rio de Janeiro no final dos anos 1990 A essa reivindica o estavam agregadas outras a es como o fim das taxas para fazer as provas do vestibular a implanta o de cotas acompanhadas de condi es de perman ncia nos cursos a concess o de bolsas nas institui es privadas e mesmo uma institui es particulares desde o seu surgimento sendo esta a principal raz o da sa da de Frei Davi do PVNC Termo que reporta aos grupos sociais da sociedade brasileira que enfrentam situa es de explora o e subalternidade pelo vi s econ mico combinado ou n o s condi es de discrimina o que negam a identidade e a cultura e ao corte dos direitos de cidadania fundamentais como a moradia sa de educa o lazer participa o pol tica etc Cf Nascimento 2012 45 61 revis o profunda na forma de acesso ao ensino superior que punha em xeque tanto o formato das avalia es como os conte dos program ticos cobrados Na grade curricular dos cursos do PVNC s o oferecidas por professores volunt rios todas as disciplinas que constam nos exames de acesso s universidades al m da disciplina Cultura e Cidadania que deve abordar os temas que angustiam a sociedade com prioridade para a quest o das rela es etni
74. de massa As postagens sobre a Copa do Mundo d o uma no o do lugar que t m os meios de comunica o na transmiss o de informa es muitas delas tomadas como conhecimento Os cursistas escreveram sobre a fun o dos meios de comunica o de levarem para dentro de suas casas novas informa es sobre o continente que desmistificaram alguns estere tipos quase todos disseminados pelos pr prios meios de comunica o A Copa do Mundo desmistificou a ideia de que a frica um continente extremamente pobre como n s costumamos ouvir na m dia foi muito importante a divulga o da v rias hist rias desse continente para que as pessoas entendam que a frica um continente culturalmente rico e que sofre tamb m modifica es e se moderniza como todos os outros pa ses no mundo com um diferencial importante l onde come ou a humanidade F rum de debates aluna Polo Aracaju Sergipe 25 08 2010 17 Reflex o parecida pontuou Said 1990 em Orientalismo 217 A aluna faz uso do substantivo continente para se referir Africa no entanto quase no final da mensagem lembra que a Africa se moderniza como todos os outros pa ses o que traz tona suas representa es Outra cursista contribuiu no f rum com a seguinte mensagem interessante perceber que antes da Copa do Mundo o continente africano era visto por muitos brasileiros como um continente pobre de onde tinham vindo para o Brasil pessoas pa
75. de outras reas de conhecimento que a lei abarca participou das a es que contribu ram para a sua aprova o A tese de Amauri Pereira 2006 sobre a constitui o de uma cultura de consci ncia negra nas escolas do estado do Rio de Janeiro nos mostra que professores e gestores h algum tempo por vezes solit rios noutras em pequenos grupos v m 47 realizando atividades nas escolas em que trabalham abordando o tema da hist ria e das culturas dos afro brasileiros e dos africanos geralmente no m s de novembro por conta do dia da Consci ncia Negra institu do como data oficial no nosso calend rio escolar De todo modo a Lei n o era uma unanimidade Como podemos constatar no item anterior deste cap tulo nem a LDBEN de 1996 nem as DCNs dos cursos de Filosofia Hist ria Geografia Servi o Social Comunica o Social Ci ncias Sociais Letras Biblioteconomia Arquivologia e Museologia institu das em 2001 abordaram diretamente o tema do ensino de hist ria e culturas dos afro brasileiros e da frica Assim necess rio compreender que grupo ou grupos demandaram a institucionaliza o da lei Se ela n o partiu necessariamente da escola das universidades ou das associa es docentes qual ou quais grupos da sociedade civil a reivindicavam O artigo Movimento negro e educa o de autoria dos professores Luiz Alberto Oliveira Gon alves e Petronilha Beatriz Gon alves Silva publicado em 2000 na Revista B
76. deuses dos seus antepassados isso indicava 163 a sua pratica pag F rum de debates aluna Polo Salvador 11 10 2010 Alguns tutores reelaboraram a quest o para melhorar a compreens o dos seus alunos Quais foram os limites e as interse es poss veis da islamiza o do Mali F rum de debates tutora a dist ncia Polo Crato e Jaguaribe Cear 26 09 2010 A an lise desse tema nas postagens da turma BAA do polo de Salvador revela que entre as 22 cursistas que postaram respostas quest o apenas duas acertaram Uma foi a postagem reproduzida acima No f rum em geral poucos cursistas postaram mensagens que demostram uma tentativa de responder a quest o problema apresentada na aula Por muitas vezes os tutores postaram mensagens como as reproduzidas abaixo situa o que revela dificuldade dos cursistas de interpretar a tarefa e de promover uma intera o produtiva com o tutor a dist ncia Ol Leitura superficial do texto Poderia ser mais bem explorado Veja as participa es acima O tutor cita os nomes de cursistas que postaram respostas mais coerentes Sugiro o envio de um complemento OK F rum de debates tutor a dist ncia Teixeira de Freitas Bahia 16 10 2010 Os cursistas entenderam limites da islamiza o como o decl nio do imp rio depois da peregrina o do mansa Musa Meca Os gastos do governante e a cobi a dos outros povos contribu ram para o fim
77. dif cil de assimilar essa vis o de uma frica capaz de realizar transa es comerciais independentes O problema que a Europa por onde andou espalhando seu imperialismo quis submeter as na es por ela colonizadas s suas ordens deixando uma imagem inalter vel de sua superioridade Ao apresentar se com essa autonomia comercial a frica quebra padr es estabelecidos de sua inferioridade F rum de debates aluna Polo Aracati Cear 19 10 2010 O f rum da disciplina hist ria da frica se revelou um espa o privilegiado para compreendermos como a Lei est sendo sentida na ponta portanto pelo docente que est na sala de aula da educa o b sica Puderam ser identificados nas mensagens os saberes e pr ticas que s o acionados para abordar a tem tica as ocasi es nas quais os conte dos concernentes educa o das rela es etnicorraciais e ao ensino da hist ria e 228 culturas afro brasileiras e africanas s o mobilizados e os limites quanto implementa o da legisla o Entre as mensagens analisadas alguns temas ocorreram com repeti o no f rum e por serem recorrentes eles podem nos revelar as similaridades de concep es e valores docentes assim como nos d o oportunidade de refletir sobre sa das aos problemas que perpassam o trabalho docente e a forma o em educar para as rela es etnicorraciais e ensinar hist ria dos afro brasileiros e africanos no contexto de institucionaliza o
78. diferentes espa os de enuncia o Alguns desses espa os s o os meios de comunica o e os livros em geral e did ticos em particular Se esses estere tipos est o nos livros did ticos principalmente eles s o tomados como sendo discursos aceit veis e coerentes pela maioria da popula o e assumem status de conhecimento Os professores n o t m forma o em hist ria mas ensinam hist ria Os seus suportes s o principalmente os livros did ticos como o s o tamb m para os outros milh es de professores brasileiros mesmo com forma o inicial diante da centralidade dada a esses manuais no trabalho docente e nas pol ticas p blicas de melhora do ensino do pa s MUNAKATA 1997 TORRES 1998 4 4 1 Livros did ticos O livro did tico um manual usado em aulas e cursos de modo escolar e sistem tico Em pa ses como o Brasil esses instrumentos alcan aram muita import ncia frente situa o educacional o que faz com que determinem conte dos e condicionem estrat gias de ensino LAJOLO 1996 Ficou evidente nos registros do f rum e nas respostas ao question rio a import ncia que t m os livros did ticos como reposit rio dos saberes a serem ensinados De modo difuso os professores levantaram o problema de que nem todos os livros did ticos abordam a hist ria da frica e quando abordam alguns t m qualidade duvidosa Os professores reclamaram tamb m da perspectiva euroc ntrica dos livros did ticos identif
79. do programa se apresentava da seguinte maneira financiamento avalia o e monitoramento sob a responsabilidade da Secretaria de Educa o B sica com transfer ncia no segundo semestre de 2007 para a Secretaria de Educa o a Dist ncia Execu o atribu da s Institui es de Ensino Superior TES que organizadas em cons rcio e firmando parceria com os munic pios viabilizariam e fariam funcionar todas as etapas das licenciaturas As IES deveriam participar ao MEC semestralmente a realidade dos cursos com os nomes e n meros de matriculados as evas es aprova es e repet ncias assim como disponibilizar uma avalia o dos tutores e do curso pelos alunos BRASIL TCU 2009 O Pr Licenciatura n o lan ou mais edital e sua estrutura foi incorporada paulatinamente pelo sistema Universidade Aberta do Brasil UAB medida que este se institucionalizava a partir de 2006 84 e O sistema UAB O Universidade Aberta do Brasil um sistema integrado de IES p blicas est sob a tutela da Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior e surgiu oficialmente com o Decreto n 5 800 de 8 de julho de 2006 Mas o sistema come ou a se delinear um ano antes a partir de discuss es lideradas por representantes do MEC da Associa o Nacional dos Dirigentes das Institui es Federais de Ensino Superior Andifes e de algumas empresas estatais que comp em o F rum das Estatais O Sistema UAB assegura o foment
80. dspace bitstream 1843 FAEC 8M4N4P 1 tese andreia assis ferreira pdf FERREIRA Maria Cl udia C 2008 Lendo e decodificando os ditos especialistas a quest o racial e a imprensa negra paulistana nas tr s primeiras d cadas do s culo xx In Di logos e Aproxima es Semin rio de Pesquisa de P s Gradua o em Hist ria da UFRJ 2008 Rio de Janeiro 1 Di logos e Aproxima es Semin rio de Pesquisa de P s Gradua o em Hist ria da UFRJ mimeo FERREIRA Maria Cl udia C 2005 Representa es Sociais e Pr ticas Pol ticas do Movimento Negro Paulistano as trajet rias de Correia Leite e Veiga dos Santos 1928 1937 Disserta o de Mestrado Programa de P s Gradua o em Hist ria Rio de Janeiro UERJ FERREIRA Marieta de Moraes 2013 A hist ria como of cio a constitui o de um campo disciplinar Rio de Janeiro Ed FGV FLORES lio Chaves 2006 Etnicidade e ensino de Hist ria a matriz cultural africana Tempo Revista do Departamento de Hist ria da UFF v 11 p 75 92 FONSECA Selva Guimar es 2007 A constitui o de saberes pedag gicos na forma o inicial do professor para o ensino de hist ria na educa o b sica In Ensino de Hist ria sujeitos saberes e pr ticas Monteiro Ana M Gaparello Arlette M amp Magalh es Marcelo de S Orgs Rio de Janeiro MauadX Faper FONSECA Selva Guimar es 2001 A forma o do professor de Hist ria no Brasil novas diretrizes velhos proble
81. durante o F rum Mundial de Educa o ocorrido em Dakar Senegal quando foi assinado o Marco de A o de Dakar Tanto nas proposi es de 1990 quanto nas de 2000 o trabalho do professor colocado em posi o crucial para o alcance da qualidade do ensino p blico O documento de Dakar estabeleceu que os pa ses se comprometessem com metas e estrat gias sendo uma delas elevar o status o moral e o profissionalismo dos professores colocando os no lugar de atores essenciais defensores e catalizadores da mudan a devendo por isso ser respeitados e adequadamente remunerados O documento propugna ainda oferecer forma o de professores permanente aberta e a dist ncia promover a participa o dos docentes nas esferas locais e nacionais nas decis es que envolvem a educa o criar a es bem definidas e imaginativas para atrair e reter os bons professores conscientes do seu papel em uma economia emergente baseada no conhecimento e conduzida pela tecnologia e capazes de usar as novas TICs para atingir os objetivos da Educa o para Todos UNESCO DAKAR 2000 24 25 O texto de Dakar tem um anexo composto de metas a serem cumpridas pelos pa ses americanos com vistas a melhorar a qualidade da educa o b sica as quais incluem os docentes preciso de acordo com o documento recuperar o valor social e profissional dos docentes como atores insubstitu veis dos processos educativos de qualidade mediante estabelecimento de
82. e ao mesmo tempo difuso porque subjetivo do racismo na defasagem idade s rie das crian as e adolescentes negros em idade escolar n o tiveram vez nos escritos dos professores CANDAU 2003 CUNHA Jr 2008 Uma discuss o sobre a implanta o da Lei que caberia na disciplina Hist ria e Pol tica da educa o b sica n o foi identificada apesar de constar como objetivo do curso identificar e analisar os principais problemas e desafios da educa o b sica e sua rela o com as pol ticas educacionais e as pr ticas escolares desenvolvidas ao longo do tempo com aten o especial para o conte do e o sentido pol tico das principais reformas educacionais implementadas a partir dos anos 1990 Caderno de Textos BONAMINO amp ALVES 2011 Portanto da perspectiva dessa disciplina as duas Leis que suscitaram um conjunto de a es desde 2004 quando foram aprovadas as DCNs para a educa o das rela es etnicorraciais ainda n o est o no patamar de pol ticas educacionais A an lise dos programas ementas e conte dos das disciplinas do curso de licenciatura em hist ria a dist ncia permite concluir que a Lei est sendo cumprida principalmente no que tange ao ensino de hist rias e culturas africanas pois os estudos afro brasileiros ficaram sub representados no curr culo do curso de licenciatura a dist ncia se considerarmos que essa rea de conhecimento n o sin nimo de estudos sobre a escravid o poss v
83. em 25 06 2013 11 at 2012 j havia feito a defesa de 19 disserta es de mestrado e 14 teses de doutorado Outra iniciativa ocorre no Centro Federal de Educa o Tecnol gica do Estado do Rio de Janeiro que desde 2012 oferece o curso de Mestrado Acad mico em Rela es Etnicorraciais pelo seu Programa de P s Gradua o em Rela es Etnicorraciais 87 Cf http www posafro ufba br apresentacao php acesso em 03 06 2013 88 Cf http dippg cefet rj br index php option com content amp view article amp id amp Itemid 11 acesso em 05 03 2013 78 2 CONTEXTO DE SURGIMENTO ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CURSO DE LICENCIATURA EM HIST RIA A preocupa o com o fato de que a educa o atendesse os padr es de reestrutura o produtiva vivenciados por sociedades capitalistas em desenvolvimento como a brasileira fez com que nas ltimas d cadas reformas e constantes avalia es nos sistemas de ensino fossem colocadas em pr tica quase sempre orientadas por organismos internacionais A Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional aprovada em 1996 e o Plano Nacional de Educa o exerc cio 2001 2011 t m forte influ ncia do texto da Declara o Mundial de Educa o Para Todos aprovada durante a Confer ncia Mundial sobre Educa o para Todos ocorrida na cidade de Jomtien Tail ndia em 1990 No ano 2000 novos acordos foram estabelecidos e antigos compromissos reiterados pelo governo brasileiro
84. em direitos humanos educa o especial do campo escolar ind gena quilombola e educa o para as rela es etnicorraciais Sobre os di logos com a esfera partid ria e com o Poder Executivo ver os depoimentos de Edson Cardoso 2006 e Ivair Alves dos Santos 2004 e 2005 em ALBERTI amp PEREIRA 20074 70 inguieta es e insatisfa es reverberavam no governo culminando nestas a es que passaram a figurar como responsabilidade do Estado brasileiro em sua inst ncia maior 1 3 A Lei aprovada para ingl s ver Um balan o das a es implementadas institucionaliza o da Lei A aprova o da Lei 10 639 03 teve um impacto na sociedade brasileira pois por ser uma lei federal que alterava a maior lei educacional vigente a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Brasileira de 1996 passaria a incidir sobre todos os alunos brasileiros e sobre todas as institui es de ensino p blicas ou particulares laicas ou confessionais independente da identidade racial origem social ou pertencimento religioso da pessoa apropriado afirmar que essa legisla o causou grande surpresa em todos os cidad os brasileiros N o Como esse cap tulo vem apontando essa era uma discuss o intr nseca ao cotidiano pol tico dos ativistas dos movimentos sociais negros Do mesmo modo j ocorriam a es isoladas de professores e gestores educacionais que por iniciativa pr pria sensibilizados por alguma forma o ou e
85. em uma escola p blica me surpreendi com timos docentes Eram professores que declaram atuar na rede p blica e particular e n o fazer distin o entre os alunos Destaco que o corpo docente se destacava frente aos problemas de estrutura f sica da escola e de baixa remunera o docente Tanto que naquele ano de 1987 a rede estadual entrou em uma greve extensa que combinada aos problemas de sa de que passei me fizeram desistir de estudar No ano seguinte voltei para a escola particular na condi o de bolsista e conclu o ensino m dio Qualifiquei me para atuar em um laborat rio de an lises cl nicas mas nunca exerci profiss o Para a minha fam lia e de tantas outras o curso t cnico significava o passaporte r pido para o emprego Entretanto esses jovens n o foram avisados que o pa s j vinha numa crise resultado do projeto econ mico da dizer que mesmo os colegas de turma que nunca t nhamos visto eram ass duos e que naquele dia haviam faltado 24 ditadura militar Os cursos t cnicos colocavam milhares de jovens aptos para o mercado de trabalho mas n o havia empregos suficientes O problema continuaria no decorrer dos anos 1990 se agravando com a sucess o de planos econ micos que lan avam moedas novas e n o controlavam a infla o Uma resposta para ao problema de coloca o no mercado de trabalho enfrentado principalmente pelos jovens foi o movimento de Pr Vestibulares para Negros e Carentes PVNC fund
86. es deste com rcio no continente africano A d cima terceira aula com o t tulo Da experi ncia da escraviza o travessia da Kalunga teve o prop sito de proporcionar aos cursistas refletir sobre a experi ncia da escraviza o dos africanos que foram vendidos no com rcio transatl ntico compreenderem como o tr fico pode ter sido vivido por aqueles que foram por ele vitimados al m de perceber a escraviza o e a travessia do Atl ntico como o ponto de in cio de um processo de reconfigura o das identidades que marcou a experi ncia dos africanos da di spora Na d cima quarta aula Identidades reconfiguradas na es e grupos de proced ncia o prop sito foi analisar algumas das identidades constru das pelos africanos que vieram para o Brasil a partir dos conceitos de na es africanas e grupos de proced ncia e igualmente analisar os processos de reconfigura o identit ria desses africanos e seus descendentes Com o t tulo de As culturas afrodescendentes a d cima quinta aula 178 oportunizou aos cursistas analisar algumas das express es das culturas afrodescendentes no contexto do sistema escravista brasileiro Para que assim eles entendessem que as mesmas ajudaram a formar identidades pr prias ao mundo dos escravizados j que tais pr ticas culturais guardavam importantes elementos de luta contra o dom nio senhorial A ltima aula texto intitulada De volta frica os retornados se prop s analisar as trajet
87. estrutura de planejamento do curr culo escolar Palavras chave educa o inform tica mudan as pedag gicas b O estudo da Universidade Estadual Vale do Acara UVA da funda o autarquia Cear RESUMO O presente trabalho teve como escopo despertar na sociedade o interesse de conhecer a origem da Universidade Vale do Acara UVA e de sua trajet ria educacional cultural e pol tica desde a funda o autarquia O objetivo refletir a cria o do Ensino Superior de Sobral um pouco de sua hist ria seus acontecimentos produ es que serviram de base para que esse ensino se tornasse uma realidade naquele meio Acreditando nesta determina o esses fundadores e colaboradores que conhecedores da Hist ria da Educa o sonhavam com a possibilidade de constru rem esta relevante casa de ensino superior que apesar das dificuldades foi poss vel esta realiza o Influenciados sobre os mais diversos campos do saber eles lutaram para mostrar o dinamismo apost lico atrav s do esfor o empreendido por eles em prol da forma o educacional A preocupa o com a instru o do povo da regi o sempre foi uma t nica na cultura sobralense em termos de letras ci ncias e artes Neste estudo privilegiou se o referencial te rico de autores como ARA JO 1974 MARTINS 1941 FROTA 1925 e FREIRE 1967 que asseguram a criatividade e determina o desses colaboradores que sendo detentores de vasta cultura human
88. forros e pessoas livres de uma mesma origem africana constituindo um espa o de articula o de identidades mais amplas entre os negros brasileiros Nas irmandades do Rio de Janeiro criadas em torno do culto a Nossa Senhora do Ros rio Santo Elesb o e Santa Efig nia as contribui es dos membros serviam tamb m para comprar a alforria de algum irm o Ato que dentre outros aumentava os la os de solidariedade entre os s cios Por ocasi o das datas em homenagens aos santos ocorriam muitas festividades que estavam impregnadas de elementos das culturas africanas revelados nos rituais e dan as dessas associa es preservados por algumas at o presente Outro exemplo s o as Congadas ou Reinados do Congo que revelam uma tentativa desses escravizados em manter uma rela o pr xima com sua regi o de origem al m de no ritual de escolha do rei se definir o papel da lideran a nos grupos Congadas e irmandades mesmo pr ximas ao catolicismo guardam pr ticas simb licas e identit rias africanas Exemplo de folguedos negros fora do mbito do catolicismo e tolerado pelos senhores 264 foi o jongo um tipo de pr tica musical e dan ante com origem na frica Central difundida pelos escravizados nas regi es Sul e Sudeste Compreendidos como simples batuques de negros as rodas de jongos oportunizavam momentos de cr tica ao sistema escravista na figura do senhor e feitor conferindo aos praticantes mais um elemento de identi
89. humanidade N o s falar do continente in meras vezes considerado pa s pela musicalidade e culin ria porque no Brasil isso vem sendo feito h mais de 500 anos Abra o fraterno e sucesso aluna Turma BAE Jequi Bahia 14 08 2010 221 Na mesma mensagem a cursista tamb m fez men o ao artigo Lei fica no papel e escola p blica n o ensina Hist ria da frica publicado na revista Carta Maior em 22 11 2006 O texto se reportava s conclus es na poca em fase de finaliza o de uma pesquisa feita pela Ong A o Educativa nas capitais S o Paulo Belo Horizonte e Salvador em parceria com o Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia Ceafro UFBA o Centro de Estudos das Rela es de Trabalho e Desigualdades Ceert e o Movimento Interforuns de Educa o Infantil do Brasil Mieib Na ocasi o a rep rter soube entre outras limita es que os professores j formados n o vinham tendo acesso aos conte dos tematizados pela Lei nem nas escolas nem nas faculdades 14 Na mesma turma um cursista considerou importante partilhar com os colegas uma preocupa o encontrada no livro Experi ncias tnico culturais para a forma o de professores de Nilma Lino Gomes e Petronilha Beatriz Gon alves Belo Horizonte editora Aut ntica 2002 O aluno destacou a passagem em que as autoras problematizam que mais do que criar novos m todos e t cnicas para se trabalhar preciso antes que o
90. informa es que ele pensa que o c none Dei dei muitos Brasis N o tinha Ent o quer dizer fica A isso o que eu falo A gente estuda o movimento negro dos EUA mas n o o movimento negro do Brasil A gente fala dos movimentos dos direitos civis na d cada 60 l mas n o fala da interfer ncia do movimento negro americano no movimento negro brasileiro A vai continuar a pergunta do aluno pra que eu estou aprendendo isso Por que enquanto eles n o virem essa rela o direta com o dia a dia deles eles v o continuar a ver a hist ria uma coisa sem sentido Entrevista tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 13 09 2012 180 Neste cap tulo foi poss vel verificar como a Lei foi inserida nessa experi ncia de ensino e os saberes docentes mobilizados para o empreendimento de formar professores no contexto p s aprova o da legisla o Diferentes saberes docentes foram mobilizados no processo de constru o da disciplina de escolha dos conhecimentos cient ficos e da sua transposi o em conte dos pedagogizados e na pr tica dos professores tutores que estavam na media o entre os conte dos das aulas texto e os cursistas O conhecimento dessa experi ncia buscou mostrar como se organizam os saberes concernentes a uma determinada rea de ensino os acertos e desencontros que envolvem essa a o e o modo como os formadores lidam com esses conhecimentos que especialmente no caso da hist ria
91. ligados ao Il Aiy s o exemplos de a es encampadas pelas organiza es com subven es do Estado ou n o SILVA 1997 144 2 Em depoimento concedido Alberti amp Pereira 2007a 202 205 a jornalista Mundinha Ara jo uma das fundadoras do Centro de Cultura Negra CCN organiza o negra sediada em S o Lu s Maranh o surgida em 1979 diz que uma das principais a es do grupo foi oportunizar a informa o sobre a hist ria e culturas negras Ela se lembra de como acontecia Semana do Negro O evento ocorreu pela primeira vez em maio de 1980 com a realiza o palestras nas escolas e associa es de moradores da periferia da cidade e projeta o de filmes encena o de pe as e apresenta o de confer ncias com professores universit rios e intelectuais Mundinha diz que pesquisava nos arquivos sobre as leis e eventos relacionados hist ria dos negros do estado para poder tratar nas escolas e com os grupos de professores Uma pr tica pedag gica da militante era tamb m mostrar imagens nas escolas e comunidades de crian as negras do Maranh o e de pa ses africanos em situa es cotidianas muito semelhantes Mundinha Ara jo 2004 Estrat gia que revela uma das caracter sticas da constru o de identidades do ativismo negro que existiu a partir dos anos 1980 O depoimento do engenheiro Magno Cruz 2004 tamb m dado Alberti amp Pereira 2007a 205 206 revela com mais detalhes as dificuldades iniciais para
92. mica f sica matem tica biologia psicologia 12 Participei das reuni es ocorridas em Belo Horizonte colaborando para as Orienta es e A es voltadas ao ensino m dio 130 Respons vel pela educa o infantil ficou a professora Patr cia Maria de Souza Santana na poca mestre em educa o pela UFMG graduada em hist ria professora da rede municipal de Belo Horizonte e coordenadora do N cleo de Rela es Etnicorraciais e G nero dessa rede de ensino Com o ensino m dio ficou a soci loga Ana L cia Silva e Souza que na poca cursava doutorado em lingu stica aplicada na Unicamp e trabalhava na Ong A o Educativa al m de ser associada ABPN A coordena o do GT da Educa o de Jovens e Adultos esteve sob a responsabilidade de Rosane de Almeida Pires mestre em teoria da literatura pela UFMG pertencente ao Centro de Refer ncia da Cultura Negra de Belo Horizonte professora do EJA da Rede Municipal de Belo Horizonte e dona da Sob uma livraria especializada no segmento etnicorracial A educa o quilombola foi coordenada por Georgina Helena Lima Nunes doutora em educa o pela UFRGS com estudo sobre educa o em comunidades rurais e coordenadora do grupo de pesquisa em educa o e rela es raciais do curso de p s gradua o em educa o da Universidade Federal de Pelotas A Licenciatura ficou com a professora Rosana Batista Monteiro que era mestre em educa o pela Unicamp e professora da Universidade Presbiteria
93. mito de origem de funda o do Imp rio Mali portanto de uma fonte oral mostra que o Isl se tornou a religi o oficial do imp rio mas isso n o significa dizer que ela suplantou os outros sistemas de cren as daqueles povos o que novamente sustenta a perspectiva da ag ncia desses povos no contato com outras sociedades nesse caso os isl micos do norte O fato de o mito narrar que o soberano recorreu a um ferreiro m gico componente da religi o aut ctone para se curar de uma doen a leva a crer que poca da funda o do imp rio Mali as elites ainda n o haviam se convertido j que o isl alcan ou primeiramente os grupos de mercadores dessas sociedades No entanto pouqu ssimos alunos compreenderam dessa maneira talvez pela superficialidade com que o tema foi abordado como reclamou o cursista Podemos perceber que nessas sociedades houve tamb m limites para a propaga o do Isl Foram adotadas estrat gias para diminuir a possibilidades de rebeli o dos grupos subjugados O Mansa permitia aos povos dominados viver de acordo com seus costumes contanto que essas sociedades pagassem seus impostos devidos J no Imp rio Songai o imperador Soni Ali tinha uma postura controversa no que tange aos assuntos religiosos Essa atitude foi evidenciada quando ele se recusou a obedecer aos Ulam s Por ele n o ter abandonado as cren as tradicionais do seu povo e recorrendo sempre que necess rio aos cultos cerim nias e
94. muito confiamos E porque quando as semelhantes pessoas assim n s como os outros Pr ncipes e Reis crist os enviamos uns aos outros costume levarem as nossas cartas pelas quais s o queridos em todo o que da nossa parte lhe mandamos falar Muito vos rogamos que o oi ais e lhe deis inteira f e cren a em todo o que de nossa parte vos disser e falar assim como far eis se por n s vos fosse dito e falado a Carta do Rei do Congo D Afonso ao Rei D Manuel de Portugal 1515 Muito alto e poderoso senhor Porquanto quer amos mandar alguma nossa fazenda a esses reinos como j temos escrito em outra a vossa alteza para nos provermos de algumas coisas rogamos a Manuel Vaz vosso criado que ora c veio que quisesse tomar cargo de nossas coisas porquanto homem que sempre achamos muito fiel de algumas coisas que lhe mandamos e nossa gente toda estar bem com ele e ele nos ter muito bem servido Ele nos disse que o n o havia de fazer sem vossa alteza lho mandar pelo qual pedimos vossa alteza que lhe mande que tome cargo de nossa coisas e nos sirva nisto porquanto n o temos homem nesses reinos de quem confiemos a nossa fazenda sen o deste E nos tornamos ora enviar a D Francisco e D Pedro Afonso nossos sobrinhos para pedir esta e as outras merc s que a vossa alteza enviamos pedir os quais encomendamos a vossa alteza como parentes que s o Conforme a disposi o
95. negra rural apareceu como a principal motiva o para escolha do tema dos trabalhos monogr ficos de final de curso das cursistas Das seis professoras que me responderam o question rio de pesquisa dessa tese cinco residem no estado da Bahia Tr s delas declararam ter comunidades remanescentes de quilombos nos munic pios que residem ou trabalham inclusive com alunos dessas comunidades frequentando o espa o escolar As monografias tratariam ent o de uma realidade nossa como declarou a professora do polo de Juazeiro j que segundo a mesma temos quilombolas em sala de aula vendendo acaraj abar e milho assado pelas ruas Muitos eventos acontecem na cidade onde mostram a dan a a cultura o artesanato etc Question rio cursista polo Juazeiro 17 04 2012 Para outra cursista havia o entendimento de que o estudo aprofundaria o conhecimento da mistura cultural e religiosa baiana e brasileira e com isso ela estaria mais habilitada para poder melhor levar esses conhecimentos que est o presentes na cultura e ausentes da sala de aula por n o serem devidamente valorizados Question rio cursista polo Salvador 20 04 2012 Mesma preocupa o ressaltou outra professora de Salvador cujo grupo tratou da recep o e impacto das cotas raciais no curso de medicina da UFBA ao afirmar que seu grupo escolheu esse tema por entender que ainda temos que caminhar nesta tem tica Afim de que todos possam viver de forma
96. os malungus eram desfeitos pois os grupos eram separados Aula 14 Resumo havia uma diversidade de grupos tnicos africanos na condi o de escravizados e os senhores e homens dos rg os p blicos se utilizavam disso para compor grupos mais heterog neos poss veis com o intuito de dificultar as redes de sociabilidade e consequentemente a ocorr ncia de rebeli es Estudos pioneiros sobre essa diversidade de povos foram realizados pelos m dicos Nina Rodrigues e Arthur Ramos que agruparam os africanos segundo suas supostas origens identificadas pelo segundo nome que recebiam Eram as chamadas na es mina ganguela cabinda congo mo ambique angola etc Estudos recentes como o de Mariza Soares constataram que as na es africanas representavam na verdade os portos de embarque para a Am rica Diante dessa constata o novos estudos trabalham com o conceito de grupos de proced ncia para caracterizar as grandes regi es do continente das quais sa ram os africanos que seriam escravizados Para o caso brasileiro a maioria dos escravizados se enquadra em dois grandes grupos lingu stico culturais os iorubas situados na costa da frica Ocidental e os bantus na frica Central e Centro Ocidental A identidade desses grupos se forjou na experi ncia da escravid o na Am rca como se pode constatar nos estudos sobre forma o de fam lias cria o das redes de compadrio e at sobre a articula o de
97. outros ve culos de divulga o do conhecimento como verdades infal veis A pr tica de confrontar as informa es indispens vel e faz parte do of cio Os cursistas recorriam internet em busca de informa es que alimentassem o f rum de debates dinamizassem a participa o Os livros did ticos tamb m foram muito citados pelos cursistas no f rum de debates da disciplina Os manuais de ensino foram alvo de cr ticas de cursistas e tutores assunto tratado em um t pico mais frente desse cap tulo Mas ainda que criticados alguns livros foram utilizados Os cursistas postaram trechos inteiros de livros did ticos sem qualquer questionamento ou an lise Era apenas mais uma informa o a contribuir com o f rum Novamente essa pr tica revela que poucos cursistas tiveram o cuidado de elaborar uma tarefa autoral e por outro lado apesar das cr ticas aos manuais did ticos eles ainda constituem um dos principais recursos de informa o para professores Cerca de um quarto dos cursistas conseguiu participar do f rum de modo pleno Isso quer dizer que a maioria apesar de frequentar o f rum regularmente n o conseguiu responder as quest es problema do f rum de debates com propriedade ou seja n o alcan aram os objetivos propostos no in cio de cada aula Nas situa es apresentadas anteriormente particularmente nos casos em que os cursistas postavam simples resumos das aulas ou respostas generalistas constatei que a
98. para resolver determinada limita o atrav s do investimento pessoal e principalmente cobrando dos gestores p blicos a es no mbito das pol ticas p blicas que objetivem oportunizar forma o de qualidade melhores condi es de trabalho e remunera o importantes vari veis satisfa o profissional e principalmente melhoria do ensino no pa s 234 AP NDICES 1 LEGISLA O Lei no 10 639 de 9 de janeiro 2003 Altera a Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional para incluir no curr culo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da tem tica Hist ria e Cultura Afro Brasileira e d outras provid ncias O presidente da Rep blica fa o saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Art 1 A Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 passa a vigorar acrescida dos seguintes arts 26 A 79 A e 79 B Art 26 A Nos estabelecimentos de ensino fundamental e m dio oficiais e particulares torna se obrigat rio o ensino sobre Hist ria e Cultura Afro Brasileira 1 O conte do program tico a que se refere o caput deste artigo incluir o estudo da Hist ria da Africa e dos Africanos a luta dos negros no Brasil a cultura negra brasileira e o negro na forma o da sociedade nacional resgatando a contribui o do povo negro nas reas social econ mica e pol tica pertinentes Hist ria do Brasil 2
99. pelo Congo facilmente se explica O Congo como outros estados africanos tamb m tinha acesso a produtos novos para sua elite consumir e na carta o rei est pedindo ao soberano portugu s que diga ao Manuel Vaz provavelmente um portugu s para tomar cargo de tarefas burocr ticas O reino do Congo contava com a exist ncia de uma vasta nobreza burocr tica aula 8 mas mesmo com o intenso contato estabelecido com Portugal ele continuou organizado sobre uma l gica pr pria n o sujeita a todos os interesses europeus F rum de debates tutora a dist ncia turma CEC Polo Aracati Cear 26 10 2012 A d cima aula cujo t tulo era Da escravid o ao com rcio de escravos n o teve f rum de debates Com seu estudo os cursistas tiveram oportunidade de analisar e conhecer diferentes tipos de escravid o praticadas em algumas sociedades da Africa subsaariana assim como compreender as mudan as por que essa institui o passou Eus a 158 primeiro com a presen a mu ulmana e depois com a europeia Intitulada As redes comerciais e o Mundo Atl ntico a d cima primeira aula encerrou o f rum da disciplina hist ria da Africa Essa aula apresentou as diferentes redes comerciais estabelecidas entre europeus e africanos nas quais acabou por se desenvolver o com rcio transatl ntico de africanos escravizados E analisou as din micas comerciais estabelecidas entre esses dois grandes grupos com o prop sito de
100. pode constatar nos trechos dos depoimentos contidos nas entrevistas e question rios respondidos No Pr Licenciatura praticamente fiz outra gradua o de hist ria T o fascinantes foram os textos e a estrutura o do curso Imaginem tive o prazer de ler e conhecer pessoalmente o prof Ilmar de Mattos Question rio por e mail Francisco Gleison tutor presencial polo Tiangu Cear 02 10 2012 O que me deu a seguran a de entrar nessa proposta quando me chamaram para participar foi o fato de no caso do curso a dist ncia da PUC ele fosse coordenado pelo Ilmar professor no qual eu confiava cegamente dentro da qualidade do que ele estava propondo Eu tinha certeza de que um curso que o Ilmar coordenasse teria a qualidade para eu poder participar dele sem nenhum problema Entrevista professor autor Leonardo Pereira Rio de Janeiro 10 09 2012 123 Uma reflex o sobre gest o da forma o de professores em EaD est em CERNY 2009 112 Um professor tutor a dist ncia que trabalhou durante todo o projeto com diversas disciplinas e em diferentes polos disse que foi necess rio fazer um deslocamento no sentido de se desfazer das formas tradicionais de conceber a aprendizagem para poder lecionar no ensino a dist ncia No in cio tive um grande ceticismo se funcionaria ou n o O ceticismo melhorou mas mesmo assim porque na PUC teve um diferencial O desafio era transformar a quest o que se apresentava em uma bo
101. pois alguns conhecem mais a fundo esse terreno das religi es porque s o adeptos Por conta 204 dessas caracter sticas a professora afirmou que as dificuldades dessa disciplina que ela incentivava a ficar muito na discuss o geral Ent o ficavam falando da Iemanj da religi o afro da capoeira Era muito vamos passar pelo que todo muito diz sobre a frica que a gente tem que valorizar que maravilhoso Entrevista Tutora a dist ncia Polo Aracati Cear 18 09 2012 J a tutora do polo Aracaju Sergipe destacou que o debate sempre caminhava para a pol tica para as rela es raciais contempor neas com os cursistas relatando experi ncias pessoais para exemplificar Entrevista 13 09 2012 A percep o do desconhecimento por parte dos tutores foi unanimidade e por isso todos relataram que a disciplina foi muito bem recebida pelos cursistas pois os mesmos tinham no o da lacuna em suas forma es e conhecimento da exist ncia da legisla o como dito anteriormente Tardif 2010 232 afirma que os saberes dos professores est o enraizados em sua hist ria de vida e em sua experi ncia do of cio de professor O grupo de cursistas que fez o curso de licenciatura apresenta se de modo muito singular Era um grupo de professores com muito tempo de exerc cio do of cio com forma o ainda no antigo curso normal Por serem professores h muito tempo alguns inclusive com muitos anos lecionando hist
102. por exemplo Dizemos visitei os EUA e n o fui Am rica do Norte assim como viajamos ao Jap o China e n o sia Trata se no caso da frica da pr tica de recorrer a um conceito de parte no caso pa s para designar o todo continente o que tem obscurecido o olhar para o diverso o plural e o singular africano ou seja para as diferen as no continente Nas primeiras aulas os alunos postaram mensagens concordando com essa constata o pois no relato da escritora Chimamanda Adichie esse assunto foi abordado Algumas postagens foram escritas no sentido da transcrita a seguir abordando o absurdo de as pessoas se referirem frica como sendo um pa s ou um 299 continente homog neo ou como local onde Tarzan viveu F rum de debates Polo Teixeira de Freitas Bahia 08 08 2010 Outras lembravam a superficialidade pela qual era abordada a hist ria da frica na sala de aula por conta do despreparo pois existem professores que ainda tratam a frica como um pa s F rum de debates aluna Feira de Santana Bahia 13 08 2010 Logo abaixo os dois registros de uma cursista do polo de Jequi se por um lado revelam o esfor o em elaborar uma an lise condizente ao que havia lido na primeira aula e assistido do depoimento de Adichie por outro evidenciam estere tipos que pululam 1 Durante muito tempo temos visto falar da frica por m muito pouco conhecemos sobre a mes
103. povos como os fulas soninqu s e hau s Ap s cerca de cem anos essa dinastia foi conquista pelos marroquinos pondo fim ao imp rio Songai nose a gt Al h in Ei o q In Latin Stock Ag ncia Akg Images N mero stock202 C digo akg565625 Quest o problema A tarefa dessa aula consistia em primeiro observar a imagem que representava a chegada de uma caravana mu ulmana na cidade de Jenn no s culo XIII Depois relacionar os pontos vistos na aula com 160 aqueles estudados na aula 5 e fazer um levantamento das mudan as socioculturais oportunizadas pelo islamismo no imp rio do Mali Assim como a partir do mito de origem desse imp rio apontar os poss veis limites dessa islamiza o Essa quest o suscitou muitas d vidas entre os cursistas e mesmo nos tutores pois faltavam conhecer a hist ria da expans o do isl no Mali com propriedade A segunda parte que pedia uma reflex o sobre os limites da islamiza o gerou d vidas entre alguns tutores como por exemplo esta do Polo Tiangu Preciso de sua ajuda para trabalhar esse f rum Sinceramente n o consegui estabelecer lendo a aula texto a rela o existente entre o mito de origem do Imp rio Mali e os limites da islamiza o nessa sociedade Poderia me dar alguma orienta o F rum de debates tutora dist ncia Polo Tiangu Cear 19 10 2010 Em 28 09 2010 a tutora a dist ncia de uma turma de
104. professor Tempo Revista do Departamento de Hist ria da UFF v 11 p 59 74 Dispon vel em http www scielo br pdf tem v 1 In21 v1 1n21a05 pdf MAMIGONIAN Beatriz GRINBERG Keila 2007 Apresenta o Para ingl s ver Revisitando a Lei de 1831 Dossi Estudos Afro Asi ticos Rio de Janeiro Centro de Estudos Afro Asi ticos Universidade C ndido Mendes 2007 p 87 90 MARTINS Maria do Carmo 2000 A Hist ria prescrita e disciplinada nos curr culos escolares quem legitima esses saberes Campinas Tese de Doutorado Faculdade de Educa o da UNICAMP Campinas MATTOS Hebe 2007 Das cores do sil ncio racializa o mem ria do cativeiro e cidadania no Brasil Comunica o apresentada no V Col quio do Conselho Europeu de Investiga es Sociais sobre a Am rica Latina CEISAL Universidade Livre de Bruxelas Bruxelas 11 a 14 de 2007 mimeo MATTOS Hebe 2004 Marcas da Escravid o Biografia Racializa o e Mem ria do Cativeiro na Hist ria do Brasil Tese de Professor titular em Hist ria do Brasil Departamento de Hist ria Universidade Federal Fluminense Niter i MATTOS Hebe 2003 O ensino de Hist ria e a luta contra a discrimina o racial no Brasil In ABREU Martha e SOIHET Raquel Orgs Ensino de Hist ria Conceitos tem ticas e metodologia Rio de Janeiro Casa da Palavra 2003 p 127 137 MBENBE Achile 2001 As formas africanas de auto inscri o In Estudos Afro Asi ticos ano 23 n
105. professores n o conheciam nada do continente africano e dos povos que nele habitam Ou seria mais pertinente afirmar que se sabia alguma coisa sobre o continente e seus habitantes e que no decorrer do curso esse saber se revelou um n o saber por se constatar o quanto se tratava de um saber estereotipado delimitado e redundante E tamb m por se constatar o quanto esses saberes revelavam representa es negativas e as implica es que essa atitude tinha no trabalho que 182 desempenham A contribui o de Saviani 2007b 1 77 nesse contexto oportuna porque nos ajudar a compreender como o curso de hist ria da frica se tornou um momento de reflex o sobre a pr pria pr tica e de questionamento do que se julgava saber e tamb m das raz es que levaram ao n o saber Nesse sentido houve por parte desses professores uma problematiza o das forma es que vinham fazendo e mesmo das condi es para exercer o of cio de professor Portanto algo que eu n o sei n o problema mas quando eu ignoro alguma coisa que eu preciso saber eis me ent o diante de um problema Da mesma forma um obst culo que necess rio transpor uma dificuldade que precisa ser superada uma d vida que n o pode deixar de ser dissipada s o situa es que se configuram como verdadeiramente problem ticas SAVIANI 2007b 17 No cap tulo anterior o esfor o realizado foi o de explicar a dimens o dos saberes docentes na constitui o do cu
106. qualquer aluno e professor de ter que ficar dando tudo aquilo ent o voc vai e inclui mais uma coisa e vai ter que ficar detalhando o reino do Mali o reino de Songai o reino do Congo ent o eu acho que tem que criar um conte do que tenha rela o direta 179 com a hist ria do Brasil se n o a gente fica numa loucura de ficar conhecendo a hist ria do mundo Entrevista tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 13 09 2012 Conforme informa Guerra 2012 170 171 a maioria dos concursos ocorridos nas IES p blicas entre 2001 e 2011 selecionou professores para a rea de conhecimento hist ria da frica Algumas institui es exigiram forma o em hist ria da frica e escravid o e apenas tr s sa ram dessa orienta o A Universidade Federal de Goi s que fez concurso em 2009 para did tica e pr tica de ensino de hist ria e hist ria da frica a Federal do Maranh o que em 2008 selecionou professor para a rea estudos afro americanos e a Federal de Sergipe que abriu concurso no mesmo ano para ensinar hist ria da frica e da cultura afro brasileira A compreens o da Lei nas institui es de ensino superior priorizar a forma o em hist ria da frica em detrimento das outras reas de conhecimento que a legisla o preconiza como pontuado pela tutora a dist ncia que na entrevista ainda considerou Mas repensar isso implica em repensar as forma es n Porque o professor sai do curso de forma o com as
107. que s reproduziriam o modelo Isso aconteceu com o primeiro curso do sistema o curso de Administra o realizado com financiamento do Banco do novo documento Parece que a estrat gia do governo a partir de 2007 era esconder o PNE colocando em destaque o PDE como destacou Saviani 2007 Constam ainda como a es do PDE os seguintes programas Transporte escolar Gosto de ler Brasil Alfabetizado Luz para todos Educa o Superior duplicar vagas em dez anos Acesso facilitado FIES e PROUND Biblioteca na escola Educa o profissional Pr inf ncia educa o infantil e pr escola Salas multifuncionais educa o especial P s doutorado no Brasil Censo pela Internet Educacenso Sa de nas escolas Olhar Brasil Mais Educa o ampliar o per odo na escola Educa o Especial acompanhamento e monitoramento do acesso e perman ncia na escola das pessoas com defici ncias Professor equivalente Guia de tecnologias Cole o educadores biblioteca b sica para o professor Dinheiro na escola com foco nas escolas p blicas rurais as urbanas s recebem verba extra caso cumpram as metas Concurso para as IFES Acessibilidade na educa o superior Cidades polo relacionado s escolas profissionais Inclus o digital Inserido no Plano de Desenvolvimento da Educa o est o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educa o que todos os munic pios da federa o e o Distrito Federal assinaram Cada munic pio en
108. rias maneiras O racismo afeta as rela es interpessoais pois distorce as autopercep es interrompe ou des potencializa trajet rias profissionais acad micas e atua diretamente de modo negativo no desempenho escolar de milh es de crian as e jovens As pol ticas de a o afirmativa aprovadas no limiar do s culo XXI como as cotas e a Lei 10 639 03 entendidas sobretudo como pol ticas de reconhecimento v m ao encontro dessas reivindica es hist ricas e objetivam reverter esse quadro No que tange ao espa o dos cursos de hist ria a pesquisa revelou que essa nova rea de ensino que v m se constituindo a partir da aprova o da Lei evidencia a dimens o social do saber docente Os saberes docentes s o plurais partem de diferentes reas e est o marcados por diversos interesses Podemos identificar desde a aprova o da Lei a constitui o de uma rea de pesquisa e ensino destinada majoritariamente hist ria da frica em detrimento dos outros temas preconizados pela Lei revelando interesses jogos de for a e posicionamentos pol ticos Pesquisas t m sido publicadas concursos realizados e muitos livros sobre o tema adentram o mercado editorial Todavia a mim me parece que o caminho que toma a institucionaliza o da Lei na educa o superior revela a escolha de n o tocar a fundo no tema das rela es raciais brasileiras Todo esse processo iniciado em 2003 ainda n o suscitou uma mudan a dentro do curr cul
109. rum postando as suas respostas refazendo as caso n o alcan asse os objetivos da aula e comentando os registros dos colegas de turma para que assim houvesse uma dinamiza o do f rum com a circula o de ideias impress es sobre os textos o que consequentemente tamb m promoveria a aprendizagem Ao longo da forma o os cursistas tiveram que responder seis quest es problemas Apurei as participa es dos 765 cursistas no f rum da disciplina hist ria da frica e contabilizei 5 866 mensagens postadas Esse quantitativo d uma m dia de 7 6 mensagens por alunos Portanto se consider ssemos esse n mero de modo objetivo sem fazer uma an lise mais pormenorizada da forma o chegar amos conclus o que as mensagens postadas pelos cursistas no ambiente de aprendizagem AulaNet se restringiam responder as tarefas e que as mesmas estavam todas corretas por isso o n mero quase correspondente entre mensagens e alunos Mas n o foi o que aconteceu pois uma an lise qualitativa do f rum mostrou os modos de interagir e a propriedade das intera es desses cursistas revelando algumas caracter sticas desse grupo de professores leigos no aprender por meio da forma o a dist ncia Foi poss vel identificar algumas estrat gias de participar do f rum da disciplina entre os professores cursistas Foi comum interagir no f rum de debates postando breves resumos da aula texto Alguns postaram bons resumos mas ainda que 187 f
110. script sci_arttext amp pid S0100 1574198700040001 3 amp lng pt amp nrm iso gt Acesso em 07 dez 2011 SANTOS Joel amp BARBOSA Wilson 1994 Atr s do muro da noite Din micas das culturas afro brasileiras Bras lia Minist rio da Cultura Funda o Cultural Palmares SANTOS Jos Ant nio dos 2005 Imprensa negra a voz e a vez da ra a na hist ria dos trabalhadores brasileiros In XXIII Simp sio Nacional de Hist ria ANPUH 2005 Londrina PR Anais do XXIII Simp sio Nacional de Hist ria ANPUH SANTOS Marcio Andr dos 2009 Pol tica negra e democracia no Brasil contempor neo reflex es sobre os movimentos negros in Caminhos convergentes Estado e sociedade na supera o das desigualdades raciais no Brasil PAULA Marilene de amp HERINGER Rosana orgs Rio de Janeiro Funda o Heinrich Boll ActionAid SANTOS Marcio Andr dos 2005 A persist ncia pol tica dos movimentos negros brasileiros processo de mobiliza o III Confer ncia Mundial das Na es Unidas Contra o Racismo Disserta o de Mestrado Departamento de Ci ncias Sociais Universidade do Estado do Rio de Janeiro SANTOS Sales Augusto dos 2011 A metamorfose de militantes negros em negros intelectuais Revista Mosaico Edi o n 5 ano II PPGHPBC CPDOC FGV dispon vel em http cpdoc fgv br mosaico q artigo metamorfose de militantes negros em negros intelectuaist ednl acesso 05 08 2013 SANTOS Sales Augusto dos 2007
111. subestime a licenciatura Essa postura constitui num problema porque o que se percebe que esse aluno passa a investir pouco na profissionaliza o como professor n o chegando por m a abandon la de modo que a qualidade dessa forma o acaba n o sendo boa j que o investimento pessoal menor e o institucional tamb m Para a professora Margarida Dias de Oliveira 2003 essa problem tica apresenta alguns desafios postos forma o do profissional de hist ria uma vez que gt 24 E as apesar de terem ocorrido mudan as ap s as reformas curriculares ainda identificamos hierarquias nas forma es Ela reitera a ideia na sua ess ncia correta da forma o de um profissional de Hist ria nem s professor nem s pesquisador na realidade vivida em nosso pa s favoreceu colocar em segundo plano a discuss o relativa forma o do professor A concretude de desvaloriza o desse profissional inclusive social aliada s muitas hierarquias constru das pela academia ajudou a encobrir em um manto de vergonha as sempre necess rias e urgentes quest es da forma o do professor embora fosse e continue sendo a sala de aula o maior mercado de trabalho para os profissionais de Hist ria OLIVEIRA 2003 204 As mais recentes legisla es voltadas para os cursos de licenciatura s o as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Filosofia Hist ria Geografia Servi o Social Comunica
112. tecnicos divulgacao ce nso2010 revisao 04022011 pdf BRASIL MEC 2009 O Plano Nacional de Implementa o das DCNs para Educa o das Rela es Etnicorraciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro brasileira e Africana Bras lia DF PDF BRASIL MEC 2007 O Plano de Desenvolvimento da Educa o raz es princ pios e programas Minist rio da Educa o Bras lia DF http portal mec gov br arquivos livro BRASIL MEC 2005 Programa de Forma o Inicial para Professores em Exerc cio no 276 Ensino Fundamental e no Ensino M dio Pr Licenciatura ANEXO II Bras lia 2005 Dispon vel em http portal mec gov br seb arquivos pdf pro licenciatura pdf acesso em 02 02 2012 BRASIL MEC SECAD 2006 Orienta es e A es para a Educa o das Rela es Etnicorraciais Bras lia DF Impresso BRASIL MEC SEED 2007 Referenciais de Qualidade para Educa o Superior a Dist ncia Bras lia 2007 http portal mec gov br seed arquivos pdf referenciaisead pdf acesso em 02 02 2012 BRASIL TCU Tribunal de Contas da Uni o Seprog 2009 Relat rio de monitoramento de auditoria de natureza operacional em a es de forma o de professores Ministro Valmir Campelo dispon vel em http portal2 tcu gov br portal page portal TCU comunidades programas governo areas atua cao educacao formacao 20de 20professores 20monitoramento 201 20promoex pdf acesso em 12 03 2013 CAMARANO Ana Am lia e ABRAMLOVAY Ricardo 199
113. ter de movimento social tais organiza es mudaram ao longo da z Es 2 61 d cada a fei o de algumas universidades do pa s Os alunos que eram aprovados tamb m acabavam por se destacar nos seus cursos universit rios uma vez que j se posicionavam na sala de aula de modo diferenciado al m de levarem demandas amp Ver em Nascimento 2012 e no depoimento de Frei Davi 2004 em Alberti amp Pereira 2007a 417 420 cr ticas s formas de acesso universidade validade dos conte dos cobrados no exame e ao modo como os gestores p blicos concebem a educa o p blica no Brasil bem como as propostas encaminhadas s autoridades competentes e difundidas nos f runs para discutir o acesso educa o superior a partir de 2001 Nascimento 2012 62 inquieta es e interesses por reas de estudos que antes ou n o eram tratadas ou eram subalternizadas Na cidade de Salvador al m do Instituto Steve Biko ocorreram outras iniciativas no campo da educa o encampadas pelas organiza es negras Essas institui es dirigem projetos de educa o com escolas destinadas s crian as negras e defendem a elabora o de materiais pedag gicos com conte do de ensino diferenciado Os Cadernos de Educa o do bloco afro Il Aiy o trabalho pedag gico na Banda Er a exist ncia da Escola M e Hilda no bairro da Liberdade e os diversos cursos de forma o cujo tema a identidade etnicorracial dos negros
114. um pouco depois em mar o de 2007 No total foram 1 003 professores alunos matriculados Nenhum professor entrou em contato direto com a PUC Rio para fazer a inscri o Os exames de acesso foram realizados nos estados dos pretendentes sob a responsabilidade de institui es locais de gest o da educa o Segundo informa es do Departamento de Hist ria da PUC no estado da Bahia o Instituto An sio Teixeira IAT cuidou do vestibular assim como da an lise dos documentos necess rios matr cula dos alunos e de proporcionar toda a estrutura f sica do curso ao longo dos anos de forma o No Cear as inscri es foram administradas pela Uni o Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa o UNDIME que contatou as secretarias municipais de Educa o e fez as inscri es dos alunos No Maranh o e Sergipe as secretarias estaduais de Educa o responderam pelas inscri es e estruturas locais Todos os documentos dos candidatos foram remetidos ao Departamento de Hist ria que viabilizou a matr cula dos cursistas na institui o 2 2 2 A estrutura e o funcionamento do curso A licenciatura em hist ria modalidade a dist ncia existiu no Departamento de Hist ria entre 2006 e 20111 Na PUC Rio o curso de licenciatura em hist ria esteve sob a coordena o do professor Lu s Reznik na poca diretor do Departamento de Hist ria Al m do coordenador geral a equipe se compunha de uma coordena o acad mica sob a respo
115. 0 No ensejo a tutora de S o Lu s 5 Referencio me pelo Caderno de Textos da disciplina Hist ria da frica que assim como todas as outras se tornou uma publica o Utilizei para an lise nessa tese ainda o documento em PDF disponibilizado pela coordena o do curso 152 O depoimento da escritora pode ser encontrado em muitos blogs e redes sociais Foi tamb m em 2010 que tive acesso ao TED de Chimamanda atrav s dos meus licenciandos de hist ria no Col gio de Aplica o da UFRJ onde trabalhei como professora substituta Eles me pediram orienta o para desenvolver uma atividade pedag gica a partir das quest es postas por Adichie Depois na 1 Jornada Acad mica do Col gio de Aplica o a reflex o de Adichie foi retomada na apresenta o A Perspectiva e Ensino de Hist ria no CAp combatendo o perigo de uma hist ria nica das professoras M nica Lima e Alessandra Carvalho A palestra da escritora computava quase quatro milh es e meio de visualiza es em 15 07 2013 147 postou tamb m adorei o v deo e os alunos da MAD est o participando e comentando mesmo F rum de debates Polo S o Lu s Maranh o tutora a dist ncia 17 08 2010 Na segunda aula intitulada O olhar euroc ntrico o ensino da hist ria da frica os professores autores buscaram proporcionar aos cursistas identificar e problematizar a perspectiva euroc ntrica que marcou a produ o hist rica sobre a frica com destaque para
116. 3 1 As As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es Etnicorraciais e o Ensino de Hist ria e Culturas Afro brasileira e Africana e as suas C PIENTA ES asas tune api ie das abas seara Dado Ds cr diga DR AS US SS RA 116 3 2 O lugar da Lei no curso de licenciatura em hist ria a dist ncia 125 3 2 1 O curr culo de hist ria da frica concep o e elabora o eeme 128 3 2 2 A materialidade da disciplina hist ria da frica eme 138 3 2 3 A disciplina na perspectiva dos tutores presenciais e a dist ncia 140 3 3 Os saberes ensinados no Semin rio Especial Hist ria da frica 144 4 OS SABERES DOCENTES NA DISCIPLINA HIST RIA DA FRICA LIMITES E POSSIBILIDADES NO ESTAR TORNAR SE PROFESSOR DE HISTORIA sacras asi ni apo E das capa CEU Ena apa do lada S a NO SOS alas E ada s a 182 4 1 Os saberes docentes no formar se para o ensino de hist ria e culturas afro Drasileira Sinn aa cer E siua Toa Iad ceqelna dad MAS au ERA ECN RACER pac E a CR IRD TAS a a a 184 4 2 Modos de interagir no f rum de debates hist ria da Africa 187 4 3 Os saberes a ensinar e os estere tipos sobre a Africa e os africanos 192 4 4 Espa os de enuncia o de conhecimentos e estere tipos sobre a Africa e os africanos A A A Dae 202 44 1 Livros AI GLCOS a usiseieuquassiias mustedytasgpeadmdas dao asa Riaai
117. 4 docentes n o dispor de tempo para entrar na internet para estar nos polos apesar de quererem Como se tratava de uma iniciativa pioneira muitas tentativas e erros ocorreram assim como acertos Uma solu o foi organizar treinamentos nos polos explicando detalhadamente o uso do ambiente de ensino aprendizagem ou seja familiarizando os alunos com a modalidade de ensino e o design did tico pr prio do AulaNet Posteriormente todos os professores cursistas receberam um CD explicando passo a passo como lidar com a educa o a dist ncia ou seja um tutorial espec fico 121 A Em decorr ncia dessas sobre o curso de licenciatura que eles estavam iniciando a es tutores presenciais e a dist ncia que responderam o question rio e colaboraram na entrevista atestam que aos poucos os cursistas foram desenvolvendo habilidades para lidar com essa modalidade de ensino Muitos passaram a ver esse instrumento novo como um desafio que era necess rio vencer essas dificuldades como escreveu uma tutora no question rio elaborado para essa pesquisa Tutora presencial Polo Teixeira de Freira Bahia 16 09 2012 A professora Andr a Queiroz avalia no question rio que respondeu para essa pesquisa que por volta do terceiro per odo os alunos cursistas j estavam inteirados e criaram uma rotina de estudos Tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 02 07 2013 Os relatos nos question rios e nas entrevistas que real
118. 42 Os artigos publicados nos jornais negros seguem a mesma linha das a es encampadas pelas organiza es negras incentivando que as pessoas procurassem se instrumentalizar seja matriculando os filhos na escola seja procurando um curso de alfabetiza o no caso dos adultos Como observam Gon alves amp Silva 2000 140 saber ler e escrever visto como condi o para a ascens o social ou seja para encontrar uma situa o econ mica est vel e ainda para ler e interpretar leis e assim poder fazer valer seus direitos Por exemplo em 6 de outubro de 1907 o jornal O Propugnador informava sobre aulas oferecidas no curso diurno e noturno da Irmandade Nossa Senhora do Ros rio J o jornal campineiro Getulino em 1924 publicou artigo do professor Norberto de Souza Pinto intitulado desanalfabetiza o no qual destacava a urg ncia de pol ticas p blicas e a import ncia do dom nio das letras GON ALVES amp SILVA 2000 142 Norberto de Souza Pinto 1895 1968 professor da educa o b sica e jornalista em Campinas e S o Paulo pioneiro na educa o de crian as tidas como anormais Cf Pettirossi amp Lombardi 1997 52 Em 1929 O Progresso noticiou o fechamento de uma escola na cidade de S o Paulo que funcionou durante 10 anos atendendo os patr cios negros de ambos os sexos Era a Sociedade Beneficente Amigos da P tria que datava de 13 de maio de 1908 Posteriormente o mesmo jorna
119. 45 1968 In Educa o Popular Afro Brasileira LIMA Ivan Costa ROM O Jeruse amp SILVEIRA Sonia orgs Florian polis N cleo de Estudos Negros n 5 p 13 31 S rie Pensamento Negro em Educa o MUNAKATA Kazumi 2007 O livro did tico e o professor entre a ortodoxia e a apropria o In MONTEIRO Ana Maria F C GASPARELLO Arlette Medeiros amp MAGALH ES Marcelo de Souza Org Ensino de Hist ria sujeitos saberes e pr ticas Rio de Janeiro Mauad X FAPERJ 2007 p 137 147 MUNAKATA Kazumi 1997 Produzindo livros did ticos e paradid ticos Tese de Doutorado Programa de Estudos P s Graduados em Educa o Hist ria e Filosofia da Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo 282 MUNANGA Kabengele 1993 frica trinta anos de processo de independ ncia In Revista da USP n 18 Fev Ago pp 102 111 NASCIMENTO Alexandre do 2012 Do direito universidade universaliza o de direitos O movimento dos cursos pr vestibulares populares e as pol ticas de a o afirmativa Rio de Janeiro Ed Litteris FAPERJ 2012 NASCIMENTO Alexandre do s d Os Cursos Pr Vestibulares Populares Acesso em 05 05 2013 Dispon vel em http www alexandrenascimento net textos 1 texto mpsel pdf NASCIMENTO Thiago 2012 As licenciaturas curtas no Brasil Revista HISTEDBR On line Campinas n 45 p 340 346 mar2012 Dispon vel em http www histedbr fae unicamp br revista edicoes 45 d
120. 5 08 2010 Esse professor apresentou a discuss o para os alunos atrav s de quest es que poder o ajud los no trabalho cotidiano com um tema ainda dif cil de ser abordado na sala de aula Os professores precisam se munir de estrat gias pr ticas que lhes instrumentalizem para lidar com o ensino da escravid o A possibilidade de trabalhar com o sentido desses termos em uma hist ria de longa dura o podem ajudar a descontruir as associa es entre negro e escravo Uma cursista salientou a nfase dada escravid o nos curr culos de hist ria concordou com a associa o entre escravo negro e escravo africano e informou para o grupo a entrada de um voc bulo novo para designar a experi ncia da escravid o na Am rica Ele informava que no curso Africanidades e Educa o promovido pela SEC Secretaria Estadual da Educa o os professores utilizam o termo escravizado em lugar de escravo redirecionar o olhar entender que o africano foi escravizado dentro de um contexto hist rico F rum de debates aluna Polo Barreiras Bahia 26 08 2010 Alberti 2011 atenta para as dificuldades que um professor poder ter ao sis 176 tratar na sala de aula dos chamados temas sens veis e controversos Os cursos de 175 Uma defesa do uso do voc bulo escravizado em substitui o ao termo escravo argumenta que escravo d ideia de um estado perene enquanto que escravizado sugere que a condi o
121. 8 secund rias desde os anos 1930 mas os profissionais n o eram licenciados CASTRO 1974 635 636 Demerval Saviani problematiza que ao serem implantados tanto os cursos normais como os de licenciatura e pedagogia centraram a forma o no aspecto profissional garantido por um curr culo composto por um conjunto de disciplinas a serem frequentadas pelos alunos dispensada a exig ncia de escolas laborat rio Essa situa o especialmente no n vel superior expressou se numa solu o dualista os cursos de licenciatura resultaram fortemente marcados pelos conte dos culturais cognitivos relegando o aspecto pedag gico did tico a um ap ndice de menor import ncia representado pelo curso de did tica encarado como uma mera exig ncia formal para a obten o do registro profissional de professor SAVIANI 2009 147 A maioria dos cursos de forma o de professores seguia at meados dos anos 2000 o modelo de forma o apresentado acima por Saviani E esta n o uma caracter stica dos cursos de forma o s do Brasil Escrevendo sobre a Am rica do Norte Tardif 2010 270 afirma que no geral as licenciaturas seguem o modelo aplicacionista Nessa concep o de forma o os estudantes t m primeiramente as disciplinas e s depois que frequentam o est gio para aplicarem os conhecimentos adquiridos nas disciplinas te ricas Percebe se de modo claro uma separa o entre pr tica forma
122. 8 xodo rural envelhecimento e masculiniza o panorama dos ltimos cinquenta anos Revista Brasileira de Estudos Populacionais v 15 n 2 jul dez pp 45 65 CANDAU Vera Maria coord 2003 Somos todOs iguais Escola discrimina o e educa o em direitos humanos Rio de janeiro DP amp A CAMPOS Gilda H B ROQUE Gianna O B amp FIOROTI Cil ia 2008 Forma o de Professores a dist ncia Estudo de caso do Programa Pr Licenciatura em Hist ria In WIE Workshop sobre Inform tica na Escola XXVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Computa o 2008 Bel m do Par SBC CARDOSO Marcos Ant nio 2002 O movimento negro em Belo Horizonte 1978 1998 Belo Horizonte Mazza Edi es CARVALHO Ana Beatriz G amp PIMENTA S nia de Almeida 2010 Pol ticas p blicas de forma o de professores da educa o b sica dist ncia o contexto do Pr Licenciatura Pr xis Educacional v 6 p 101 123 CARVALHO Jos Jorge 2006 O Confinamento Racial do Mundo Acad mico Brasileiro Revista USP v 68 p 88 103 CASTRO Am lia Domingues de 1974 A licenciatura no Brasil Quest es Pedag gicas Revista de Hist ria da USP no 100 4 trimestre pp 627 652 SP Dispon vel em http revhistoria usp br images stories revistas 100v2 a09v100n2 pdf acesso em 30 05 2013 CAVALLEIRO E Org 2001 Racismo e anti racismo na educa o repensando nossa escola 2 ed S o Paulo Summus C
123. 8 formados no Maranh o 174 no Cear 228 e na Bahia o n mero chegou a 295 concluintes resultando portanto na soma de 765 professores que deixaram de ser leigos no ensino de hist ria Desse grupo que chegou ao final aproximadamente 86 eram mulheres na 111 1 cursistas faixa et ria no ano de conclus o do curso entre os 40 e 50 anos Dos 6 que fizeram as disciplinas tutoria V e monografia comigo apenas seis eram do sexo masculino Desses sessenta e um professores vinte e oito informaram a idade no cadastro online do curso e com isso pude constatar que 17 estavam na altura dos quarenta e poucos anos Cabe um destaque para a idade dos tr s professores mais velhos um professor com 62 anos e duas professoras com 58 anos e prestes a se aposentar Quanto ao grau de escolaridade tratava se da primeira gradua o de uma maioria de mulheres que tinha habilita o para lecionar somente nas s ries iniciais da educa o b sica pois se formaram no curso de magist rio ou seja suas forma es advinham das chamadas Escolas Normais Considerando a idade m dia dessas professoras poss vel inferir que as mesmas fizeram o curso do magist rio nas d cadas de 1970 ou 1980 portanto no contexto das reformas educacionais que buscaram acelerar a profissionaliza o dos professores como meio de cobrir a demanda pelos mesmos como abordado no cap tulo anterior dessa tese Entre os graduados a maioria era formada em pedagogia mas tinha p
124. AVALLEIRO E 2000 Do sil ncio do lar ao sil ncio escolar racismo preconceito e discrimina o na educa o infantil S o Paulo Contexto 277 CERNY Roseli Zen 2009 Gest o Pedag gica na educa o dist ncia an lise de uma experi ncia na perspectiva da gestora 257 f Tese Doutorado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo CHERVEL Andr 1990 Hist ria das disciplinas escolares reflex es sobre um campo de pesquisa In Teoria e Educa o Rio Grande do Sul 2 p 177 229 CONCEI O Juvenal de Carvalho 2012 A ideia de frica obst culo para o ensino de hist ria africana no Brasil Projeto Hist ria S o Paulo n 44 pp 343 353 jun 2 COSTA Warley da 2013 A escrita escolar da hist ria da frica e dos afro brasileiros entre leis e resolu es In Ensino de hist ria e culturas afro brasileiras e ind genas PEREIRA Amilcar amp MONTEIRO Ana Maria org Rio de Janeiro Pallas CUNHA Ol via M 2000 Depois da festa Movimentos Negros e Pol tica de Identidade no Brasil In Cultura e Pol tica nos movimentos sociais latino americanos novas leituras ALVAREZ Sonia DAGNINO Evelina ESCOBAR Arturo org s Belo Horizonte Ed UFMG CUNHA Jr Henrique 2008 Me chamaram de macaco e eu nunca mais fui escola In Educa o e Afrodescend ncia no Brasil GOMES Ana Beatriz e CUNHA Jr Henrique org Fortaleza Edi es UFC Da MATTA Roberto
125. Africa a tarefa de escrever para uma disciplina que contava com uma produ o acad mica incipiente nas universidades e no mercado editorial brasileiro pelo menos revela menos inc modo Mas tinha uma diferen a b sica entre os dois que ineg vel Em hist ria da frica ainda hoje cada vez menos mas ainda hoje nos nossos cursos regulares presenciais n s j temos que enfrentar a dificuldade que a escassez da bibliografia em portugu s da hist ria da frica N o d para trabalhar certos temas certas quest es certas bibliografias em outras l nguas numa sala de aula de gradua o O que muitas vezes mesmo num curso regular mesmo no nosso curso aqui me obrigou nos 1483 O professor escreveu junto com o professor Maur cio Parada o curso de Hist ria Contempor nea II e NI 144 Fala da disciplina hist ria contempor nea que lecionava no presencial e da qual havia escrito as aulas texto para o curso a dist ncia em parceria com o professor Maur cio Parada 137 obriga no curso de hist ria da frica a usar manuais Por mais que sejam manuais de tima qualidade s o manuais M bokolo que a gente usa mas que n o s o textos que estamos acostumados a usar em hist ria do Brasil contempor nea Ent o no caso de hist ria da frica essa sensa o fica um pouco amenizada porque a gente j tinha essa perda tamb m no curso presencial A dificuldade de acesso historiografia j existia mesmo no ca
126. Aracaju recorre aos professores formadores pois estava com dificuldade para compreender a quest o do f rum Gostaria de uma ajuda para esse f rum A influ ncia mu ulmana est expressa apenas na arquitetura nas roupas e nas universidades de Tombuctu e Jenn E os limites do mito de origem Seria a cura de Sundiata e a sua rela o com o ferreiro H algum nome gen rico para aqueles povos que faziam parte do Imp rio do Mali S o os malis F rum de debates tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 28 09 10 2010 161 Ela voltaria ao f rum mais duas vezes na semana seguinte com d vidas relacionadas aula A minha d vida refere se parte final da quest o do f rum Acho que n o consegui me expressar bem A minha d vida est no mito de origem qual a rela o dele pelo que est escrito na aula com os limites da islamiza o Quando li isso me passou pela cabe a a cura milagrosa de Sundiata que teve o aux lio de um ferreiro um sacerdote entre eles ou seja uma outra perspectiva religiosa E por a 2 Desculpe mas sou eu de novo A quest o quais s o os elementos que est o presentes no mito de origem do Imp rio do Mali que nos permitem discutir os limites da islamiza o Acho que agora consegui formular mais claramente a minha d vida F rum de debates tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 04 10 2010 Percebe se na segunda mensagem que a professora
127. C Rio TUTORIA HI Profa M rcia Almeida Gon alves Professora dos Departamentos de Hist ria da UERJ e da PUC RJ Profa Rebeca Gontijo doutora UFF Bolsista Prodoc da CAPES no PPGH Departamento de Hist ria da UFF TUTORIA IV Profa Eun cia Barros Barcelos Fernandes Helenice Aparecida Bastos Rocha doutora Professora Adjunta do Departamento de Ci ncias Humanas da FFP UERJ TUTORIA V Prof Luis Reznik coordenador Tutores orientadores Maria Cl udia Cardoso Ferreira Daniel Pereira Daniela Calainho Felipe Charbel Fernando Penna Heloisa Gesteira Kaori Kodama Luciana Gandelman Maria Gabriela Carvalho Rebeca Gontijo Renata Schittino Rui Aniceto Silvana Jeha Syrlea Marques 247 3 TITULO E RESUMO DOS TRABALHOS DE CONCLUS O DE CURSO POR MIM ORIENTADOS 1 Educa o e rela es etnicorraciais a A implanta o do ensino da hist ria da cultura afro brasileira no munic pio de Pereiro Cear Trabalho sem resumo b Hist ria e Cultura Afro brasileira Um caminho para o combate a discrimina o racial na escola o caso da Escola Joaquim de Holanda Campelo Cear RESUMO A pesquisa apresentada e intitulada por Hist ria e Cultura Afro Brasileira um caminho para o combate a discrimina o racial na escola o caso da Escola Joaquim de Holanda Campelo justifica se pela import ncia e necessidade da implanta o e aplica o da Lei n 10 639 2003 nessa escola bem como pressu
128. ERCOM Campo Grande MS Intercom SCHUCH J NIOR V F VIEIRA Henrique C CASTRO Aline Eggres de 2010 O uso de question rio via E mail em pesquisas acad micas sob a tica dos respondentes In XII SEMEAD S o Paulo Anais do XIII SEMEAD 2010 Dispon vel em http www ead fea usp br semead 1 3semead resultado trabalhosPDF 612 pdf consultado em 21 06 2012 SILVA Alberto da Costa 2011 A manilha e o libambo a frica e a escravid o de 1500 a 1700 2 edi o Rio de Janeiro Nova Fronteira SILVA Alberto da Costa 1992 A enxada e a lan a a frica antes dos portugueses Rio de Janeiro Nova Fronteira S o Paulo EDUSP SILVA Jr H dio 2000 Do racismo legal ao princ pio da a o afirmativa a lei como obst culo e como instrumento dos direitos e interesses do povo negro Antonio S rgio Alfredo Guimar es e Lynn Huntley orgs Tirando a M scara ensaios sobre o racismo no Brasil S o Paulo Paz e Terra p 359 387 SILVA JR H dio 1998 Anti racismo Colet nea de leis brasileiras Federais Estaduais e Municipais S o Paulo SP Ed Oliveira Mendes Ltda SILVA Paula Cristina da 1997 Educa o pluricultural e anti racista em Salvador algumas experi ncias nos anos 80 e 90 In Educa o e os afro brasileiros trajet rias identidades e alternativas Programa A Cor da Bahia cole o Novos Toques editora da UFBa SIRINELLI Jean Fran ois 1996 Os intelectuais In REMOND Ren
129. Essas mensagens nos d o mostras de como ocorre a intera o do conhecimento hist rico nas pr ticas docentes pr prias da forma o a dist ncia j que no interm dio entre o aluno e seu docente aquele que escreveu a aula texto est o tutor que tamb m professor e logo atua com os seus saberes provocando uma reinterpreta o dos conte dos luz da sua forma o A postura desse tutor diante dessa aula texto revela que na educa o a dist ncia o tutor n o somente um facilitador da aprendizagem Ele o coadjuvante na rela o de aprendizagem que se instaura entre o texto escrito pelo professor autor e a compreens o do mesmo atribu da ao cursista 170 N o devemos esquecer que o tutor antes de tudo um professor que luz de sua forma o pertencimento social e vis o de mundo ir dar um car ter singular s suas aulas virtuais Nesse sentido nenhuma sala de aula virtual igual a outra pois como argumenta Mattos 2007 10 a leitura sempre apropria o inven o e produ o de significados O recurso did tico das cartas na composi o da quest o problema oportunizou aos cursistas trabalharem com correspond ncias Ao comparar os dois documentos identificando os interesses dos sujeitos citados eles puderam experimentar um poss vel usos de fontes dessa natureza no trabalho desenvolvido em sala de aula Ao fechar o f rum dessa aula o tutor citado acima teceu considera es que revelam pa
130. Esse estudo antes de tudo um reflexo das minhas posi es e deslocamentos enquanto professora de hist ria desde 2001 com predom nio na educa o b sica da rede municipal do Rio de Janeiro Desse lugar e dessa escrita afluem os meus pertencimentos identit rios e as minhas escolhas pol ticas e te ricas Essas conting ncias sociais e escolhas pessoais refletem a minha trajet ria at aqui Nasci na Baixada Fluminense regi o metropolitana do Rio de Janeiro Morei at os 24 anos num bairro da periferia da cidade de Nova Igua u Sou filha de migrantes mineiros negros origin rios da Zona da Mata 16 Fui para a escola formal em 1979 com sete anos completos e j sabia ler escrever e fazer as opera es matem ticas simples Fui alfabetizada por uma professora leiga em uma escolinha de quintal no meu pr prio bairro Fiz o primeiro e o segundo ano do antigo curso prim rio em uma escola particular Em 1981 por raz es econ micas fomos eu e minha irm mais nova para o grupo escolar ou seja a escola municipal no bairro em que mor vamos No ano seguinte voltamos para a escola particular novamente agora na condi o de bolsistas No ensino fundamental a minha nica experi ncia com escola p blica foi na antiga terceira s rie hoje quarto ano E ela n o foi boa Havia uma distin o no bairro entre as crian as que podiam frequentar a escola particular e aquelas para quem a escola p blica de p ssima qualidade era a nic
131. FNB com sede em S o Paulo e posterior ramifica o para diversos estados e munic pios do pa s A FNB que durou de 1931 at 1937 criou um setor espec fico para o tema da educa o Era o Departamento de Instru o tamb m conhecido como Departamento de Cultura ou Intelectual Na perspectiva de Domingues os dirigentes frentenegrinos distinguiam instru o de educa o A primeira acep o estava relacionada a alfabetizar se j a segunda remetia combina o dos conte dos escolares com a forma o cultural e moral a principal arma na cruzada contra o preconceito de cor DOMINGUES 2005 103 Em 1932 a entidade criou o curso noturno de alfabetiza o de adultos Em 1933 anunciou a cria o do Liceu Palmares por m n o h documentos que comprovem a sua instala o J os cursos ginasial e comercial da FNB come aram a funcionar em junho de 1933 seguidos do curso prim rio em 1934 que ofereceu turmas matutinas e depois vespertinas Havia tamb m um curso livre chamado Curso de Ativistas que fundaram as primeiras organiza es do movimento negro brasileiro e articulando a cultura pol tica participaram como divulgadores e mediadores culturais no espa o da cidade com a finalidade pol tica de conscientiza o e transforma o social Para tal atuaram como jornalistas oradores literatos e articulistas Ver Ferreira 2005 Cunha 2000 e Rom o 2005 Essa defini o acep o foi trabalhada n
132. FUNDA O GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTA O DE HIST RIA CONTEMPOR NEA DO BRASIL CPDOC PROGRAMA DE P S GRADUA O EM HIST RIA POL TICA E BENS CULTURAIS DOUTORADO EM HIST RIA POL TICA E BENS CULTURAIS A FORMA O PARA AS RELA ES ETNICORRACIAIS E A PROFISSIONALIZA O EM HIST RIA SABERES E PR TICAS DOCENTES NO CONTEXTO DA EDUCA O A DIST NCIA MARIA CL UDIA CARDOSO FERREIRA ORIENTADORA PROF DR VERENA ALBERTI Rio de Janeiro Agosto de 2013 FUNDA O VA GETULIO VARGAS MARIA CL UDIA CARDOSO FERREIRA A FORMA O PARA AS RELA ES ETNICORRACIAIS E A PROFISSIONALIZA O EM HIST RIA SABERES E PR TICAS NO CONTEXTO DA EDUCA O A DISTANCIA Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Hist ria Pol tica e Bens Culturais do Centro de Pesquisa e Documenta o de Hist ria Contempor nea do Brasil para obten o do grau de Doutor em Hist ria Pol tica e Bens Culturais Data da defesa 27 08 2013 Aprovada em ASSINATURA DOS MEMBROS DA BANCA DA DEFESA DE TESE J IA YA L l Verena Alberti Orientador a A BP e Le 6 Als Angela Maria de Castro Gom s Amilcar Arayjo Pereira Ficha catalogr fica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen FGV Ferreira Maria Cl udia Cardoso A forma o para as rela es etnicorraciais e a profissionaliza o em hist ria saberes e pr ticas docentes no contexto da educa o a dist ncia Maria Cl udia Cardoso
133. IO SUPERVISIONADO I II Profa Helenice Aparecida Bastos Rocha doutora em educa o Professora do Departamento de Ci ncias Humanas da UERJ Prof Marcelo de Souza Magalh es doutor hist ria Professor do Departamento de Ci ncias Humanas da UERJ TICA CRIST Profa Eva Aparecida Rezende de Moraes doutora PUC Rio Professora do Setor de Cultura Religiosa do Departamento de Teologia PUC Rio Profa Rosemary Fernandes da Costa doutora PUC Rio Professora do Setor de Cultura Religiosa do Departamento de Teologia PUC Rio TICA PROFISSIONAL doutora em teologia Profa Eva Aparecida Rezende de Moraes Professora do Setor de Cultura Religiosa do Departamento de Teologia PUC Rio Profa Rosemary Fernandes da Costa doutora em teologia Professora do Setor de Cultura Religiosa do Departamento de Teologia PUC Rio EVOLU O DO PENSAMENTO ECON MICO Profa Maria Gabriela Carneiro de Carvalho mestre Professora Auxiliar do Departamento de Hist ria da PUC Rio HISTORIA ANTIGA II HI Ana Paula Lopes Pereira mestre em hist ria Professora Assistente FFP UERJ HISTORIA CONTEMPORANEA I 243 Profa Alix Pinheiro Seixas de Oliveira mestre em hist ria Professora Assistente FFP UERJ HIST RIA CONTEMPOR NEA ILIII Prof Maur cio Barreto Alvarez Parada doutor UFRJ Professor agregado do Departamento de Hist ria da PUC Rio Prof Leonardo Affonso de Miranda Pereira dou
134. Jovens e Adultos O PNBE existe desde 1997 e est vinculado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o FNDE MEC 212 4 4 2 Cinema e meios de comunica o As conversas no f rum comprovaram em grande parte o que diferentes estudos t m apontado sobre a import ncia e a centralidade dos meios de comunica o nas sociedades contempor neas Esses ve culos formam informam e criam interesses No f rum da disciplina os cursistas postaram sugest es de filmes ficcionais document rios e anima es infantis Os cursistas trataram tamb m de reportagens a que haviam assistido na televis o Uma cursista no sentido do que vinha sendo discutido no primeiro f rum de debates refletiu sobre os interesses subjacentes s produ es da televis o brasileira Os programas de TV no geral est o interessados na audi ncia no lucro N o h preocupa o em transmitir valores em desconstruir preconceitos em formar a vis o cr tica do cidad o Eles sabem para quem vender o seu produto quem o p blico que assiste Principalmente a TV aberta que s falta chamar quem assiste de ignorante O preconceito e a discrimina o est o presentes em nossa sociedade cabe uma an lise cr tica de tudo que nos chega F rum de debates aluna Polo Salvador Bahia 29 08 2010 N o foi uma unanimidade criticar as m dias Os professores alunos declararam nos textos postados que precisava haver mais investimento em produ es au
135. L HIST RIA REGIONAL do Cear Prof Francisco R gis Lopes Ramos doutor PUC SP Professor adjunto do Departamento de Hist ria da Universidade Federal do Cear Prof Ant nio Luiz Mac do e Silva Filho doutor PUC SP Profa K nia Sousa Rios doutora UFC Professora adjunta do Departamento de Hist ria da Universidade Federal do Cear SEMINARIO ESPECIAL HIST RIA REGIONAL do Sergipe Profa Sheyla Farias Silva doutoranda UFBA Professora Assistente do Departamento de Hist ria da Universidade de Pernambuco SEMINARIO ESPECIAL HIST RIA REGIONAL Maranh o Prof Heitor Ferreira de Carvalho mestre UFMA Professor de Hist ria da Rede P blica de Ensino do Maranh o Prof Rosenverck Estrela Santos mestre UFMA Professor de Hist ria da Rede P blica de Ensino TEORIA DA HIST RIA I Profa Jana na de Oliveira doutora PUC Rio Prof Valdei de Ara jo Lopes doutor PUC Rio Professor Adjunto no Departamento de Hist ria da Universidade Federal de Ouro Preto TEORIA DA HIST RIA II Prof Felipe Charbel Teixeira doutor PUC Rio Professor Adjunto do Instituto de Hist ria da UFRJ 246 TEORIA POL TICA POL TICA I Sydenham Louren o Neto doutorado IUPERJ Professor Adjunto do Departamento de Ci ncias Humanas da FFP UERJ TUTORIA HI Profa Eun cia Barros Barcelos Fernandes doutora UFF Professora Adjunta do Departamento de Hist ria da PU
136. M dio respectivamente Vale destacar que os n meros acima n o especificam os cursos o que sugere haver distor es por exemplo profissionais formados em hist ria que atuam tamb m como professores de filosofia e sociologia e pedagogos lecionando geografia hist ria matem tica etc Como essa pr tica muito comum constata se que faltariam muito mais professores caso fosse proibido lecionar fora da rea de forma o Os documentos produzidos pelos governos geralmente s contam quantos alunos est o sem professor deixando de lado as distor es ou seja quantos alunos est o com um professor na sala de aula que n o tem a forma o espec fica para ministrar determinada disciplina Segundo relat rio realizado pelo Conselho Nacional de Educa o em conjunto com a C mara de Educa o B sica em 2007 faltavam 245 mil professores no Ensino M dio especialmente para as disciplinas de matem tica f sica qu mica e biologia BRASIL CNE CEB 2007 As estat sticas contudo n o revelam dados negativos quando o que est em pauta a oferta de matr culas na educa o b sica que tem deixado de ser um problema para a sociedade brasileira ao longo das ltimas d cadas Estat sticas do INEP informam que em 2010 havia quase 52 milh es de matriculados Estes n meros compreendem matr culas realizadas na creche na educa o infantil no ensino fundamental de nove anos no ensino m dio magist rio forma o geral e profis
137. NB 4 Voz da Ra a intitulado Burrice um militante reclamava que as aulas eram ministradas em salinhas acanhadas com bancos toscos e mesas de caix o A Voz da Ra a 26 03 1937 apud GON ALVES amp SILVA 2000 143 Apesar de funcionar dentro de uma institui o gerida por e direcionada aos negros os servi os oferecidos pela entidade se estendiam aos nacionais brancos europeus e at japoneses conforme atestou surpreso Oswald de Andrade em discurso no Teatro Municipal de S o Paulo na comemora o do 90 anivers rio de nascimento do poeta Castro Alves em 1937 A Voz da Ra a 03 1937 apud DOMINGUES 2005 105 Os jornais da chamada imprensa negra um segmento composto por jornalistas negros que escreviam estritamente para os negros uma vez que o cotidiano do negro n o aparecia em outros jornais seguem como fonte importante para a hist ria dos negros no decorrer s culo XX Estudos sobre o associativismo as reivindica es o cotidiano e o lazer de popula es negras foram realizados tendo como base algumas dezenas de jornais negros ainda preservados Os jornais negros como ve culos de informa o tamb m tinham uma perspectiva de instru o de forma o cultural Por seu interm dio se tinha acesso hist ria de personagens negras eminentes e eventos da hist ria do Brasil e do mundo assim como aos temas em voga como mesti agem forma o nacional na o etc Em outro trabalho chego con
138. OKOLO Elikia frica negra Hist ria e civiliza es Salvador S o Paulo EDUFBA Casa das fricas 2009 Tomo I e II 138 A aprendizagem do curso foi concebida na din mica processual onde no final de aulas textos pr estabelecidas havia uma quest o problema uma tarefa que deveria ser respondida pelo cursista no ambiente de aprendizagem virtual o f rum de debates da aula Esse recurso interpelava os cursistas a contribuir com suas reflex es acompanhar as discuss es dos colegas de turma e intervir caso achassem conveniente Desse modo o f rum de debates da disciplina se constituiu como a sala de aula virtual do curso de licenciatura em hist ria Todas as intera es dos cursistas no f rum de debates deveriam ser avaliadas pelos professores tutores da disciplina Das 16 aulas seis tiveram quest o problema para responder e todas elas partiam de um documento relacionado ao conte do estudado Os f runs duraram cerca de um m s por isso nem todas as aulas tiveram tarefa al m de ficar muito cansativo e corrido Algumas quest es problema obrigavam que os cursistas relacionassem mais de uma aula mas os mesmos tiveram dificuldade para elaborar respostas coerentes com as quest es apresentadas pelos professores autores pois a maioria atendia parte da quest o nunca toda ela Esses problemas ser o analisados em outro momento dessa tese As tr s aulas iniciais que enfatizaram a abordagem te rica e discuss o his
139. Os conte dos referentes Hist ria e Cultura Afro Brasileira ser o ministrados no mbito de todo o curr culo escolar em especial nas reas de Educa o Art stica e de Literatura e Hist ria Brasileiras 3 VETADO Art 79 A VETADO Art 79 B O calend rio escolar incluir o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consci ncia Negra Art 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publica o Bras lia 9 de janeiro de 2003 182 da Independ ncia e 115 da Rep blica 235 LUIZ IN CIO LULA DA SILVA Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque Lei no 11 645 de 10 de mar o de 2008 Altera a Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 modificada pela Lei n 10 639 de 9 de janeiro de 2003 que estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional para incluir no curr culo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da tem tica Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Ind gena O presidente da Rep blica fa o saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Art 1 O art 26 A da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 passa a vigorar com a seguinte reda o Art 26 A Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino m dio p blicos e privados torna se obrigat rio o estudo da hist ria e cultura afro brasileira e ind gena 1 O conte do program tico a que se refere este artigo incluir diversos aspectos da hist ria e da cultura que caracter
140. Prim rio e de Ensino Secund rio SAVIANI 2009 143 De acordo com Leonor Tanuri TANURI 2000 64 Primitivo Moacyr em A instru o e o imp rio subs dios para a hist ria da educa o no Brasil 1823 1853 informa que na primeira escola brasileira de forma o de professores s havia habilita o para a instru o prim ria tanto para os que desejassem seguir o of cio quanto para os que j lecionavam pelo m todo do ensino m tuo mas n o tinha adquirido a instru o necess ria Saviani 2005 13 destaca que no curr culo da escola n o havia qualquer disciplina voltada para a forma o did tico pedag gica o diretor figurava como o nico professor No que determinava a Lei Provincial ato n 10 de 4 de abril de 1835 os conte dos ensinados se limitavam a conhecimentos de leitura e escrita s quatro opera es fra es decimais e propor es a no es de geometria Metodologia de ensino tamb m conhecida como M todo Monitorial M todo Ingl s de Ensino ou M todo de Lancaster que consistia na organiza o de pequenos grupos de estudantes que eram ensinados pelos colegas mais adiantados conforme o que havia sido aprendido com o professor momentos antes Josef Lancaster o quaker ingl s que criou a metodologia aplicou a pela primeira vez em uma escola para filhos da classe trabalhadora em 1798 Estes aprendiam li es orais baseadas na memoriza o e repeti o com os monitores que tamb m eram resp
141. Primeiro a arrecada o era entregue ao Ouvidor que repassava s Juntas Reais de Fazenda nas Capitanias que por sua vez faziam o c mputo pagavam os mestres a cada tr s meses e enviavam uma presta o de contas uma vez por ano Junta de Administra o e Arrecada o do Subs dio Liter rio A arrecada o era intermitente havia sonega o e desinteresse dos produtores da Am rica Portuguesa at porque a maior parte dos valores era enviada metr pole MORAIS OLIVEIRA amp SANTOS 2012 33 Em 1827 j ap s a independ ncia se instituiu uma lei obrigando a aplica o de exames aos que desejassem lecionar O exame consistia numa apresenta o p blica na qual se avaliava o dom nio do m todo de ensino m tuo ao qual o docente se candidatava TANURI 2000 62 Saviani 2009 144 v nessa atitude do governo uma primeira preocupa o em avaliar o preparo did tico do professor ainda que sem qualquer custo ao er rio p blico j que a lei estabelecia que os investimentos na forma o deviam ser pagos pelos pr prios professores At aquele momento n o havia uma escola de forma o no pa s Por conseguinte o surgimento em 1835 da primeira Escola Normal da Prov ncia do Rio de Janeiro na atual cidade de Niter i ent o capital da prov ncia vinha ao encontro das mudan as ocorridas no Ocidente ap s a Revolu o Francesa quando come ava a se pensar em educa o popular e surgiam as Escolas Normais de Ensino
142. RJ desde o in cio do mestrado em 2003 Em 2006 organizamos no LEDDES o curso de extens o fricas e africanidades brasileiras teoria e pr tica na sala de aula forma o cujo objetivo era proporcionar aos professores regentes e licenciandos de hist ria o contato com a tem tica mas sobretudo a oportunidade de pensar como transpor esses conte dos para a sala de aula 2 Tive aulas com a professora Ivone Maggie da Universidade Federal do Rio de Janeiro Elielma Ayres na poca docente na PUC RJ hoje na UERJ e com o professor de hist ria e hoje deputado federal Chico Alencar 2 No trabalho de M rcia Guerra 2012 o professor Silvio de Almeida Carvalho Filho relata as dificuldades por que passou ao optar por lecionar hist ria da frica 26 Como j informado comecei a lecionar hist ria antes de formada no PVNC e depois de conclu do o curso em 2001 passei a atuar preponderantemente como professora da Secretaria Municipal de Educa o da cidade do Rio de Janeiro Constato que temos poucas oportunidades de forma o pois a maioria dos cursos ocorre fora do hor rio de trabalho e o incentivo para faz los adv m do pr prio educador que acaba tendo que dispor do seu restrito tempo livre para se atualizar ou ent o abrir m o de um contrato de trabalho para poder estudar Na institui o p blica em que leciono desconhe o experi ncias de forma o aperfei oamento atualiza o profissional ou especializa o de pro
143. TORES A DIST NCIA Polos Bacabal Maranh o Aracaju Sergipe e Aracati Cear QUESTION RIOS POR E MAIL e SEIS PROFESSORAS CURSISTAS Polos Guanambi Salvador Teixeira de Freitas e Juazeiro Bahia Bacabal Maranh o e QUATRO PROFESSORES TUTORES PRESENCIAIS Polos Salvador e Guanambi Bahia Tiangu Cear e UMA PROFESSORA TUTORA A DIST NCIA Polo Aracaju Sergipe DOCUMENTOS DO CURSO e AVA do f rum de debates do Semin rio Especial Hist ria da frica e Programa do Curso e ementas das disciplinas e Ficha de inscri o dos cursistas e 5 Cadernos de textos das disciplinas impressos e PDF conforme os autores abaixo ALMEIDA Gelsom 2011 Hist ria do Brasil V Cadernos de textos impresso Rio de Janeiro Ed PUC Rio UERJ Bras lia MEC ANDRADE Marcelo amp OLIVEIRA Lu s Fernandes 2011 Educa o Sociedade impresso Rio de Janeiro Ed PUC Rio UERJ Bras lia MEC BONAMINO Alicia amp ALVES F tima 2011 Hist ria e Pol tica da Educa o B sica Caderno de Textos Impresso Rio de Janeiro Ed PUC Rio UERJ Bras lia MEC LAIDLER Christiane Vieira 2010 Hist ria da Am rica V Cadernos de Textos PDF PEREIRA Leonardo Afonso Miranda amp SANTOS Yna Lopes 2010 Semin rio Especial Hist ria da Africa Caderno de textos PDF LEGISLA O e Lei 10 639 03 e Lei 11 645 08 e Parecer 003 10 03 2004 CNE que aprova Diretrizes Curriculares Nacionais pa
144. Tratarei da palestra quando abordar o tema das aulas do curso 141 Question rio Prof Sergio Barreto tutor presencial Polo Salvador Bahia 01 09 2012 Vale pontuar que dentre os tutores presenciais o n mero de p s graduados era menor Conforme dados disponibilizados pela coordena o do curso cinco professores tutores presenciais j havia conclu do o mestrado doze tinha especializa o e apenas um era graduado Na ficha elaborada para aos tutores presenciais havia uma quest o sobre a forma o dos mesmos e a partir dela apurei as informa es a seguir O tutor presencial do polo de Guanambi na poca com 48 anos tinha licenciatura curta em Estudos Sociais e licenciatura plena em hist ria O tutor do polo de Salvador com 52 anos era licenciado em hist ria com p s gradua o latu senso em metodologia e did tica A tutora do polo de Teixeira de Freitas na poca com 48 anos era graduada em hist ria e especialista em hist ria regional e por fim o tutor do polo de Tiangu Cear com 34 anos que havia conclu do mestrado em hist ria pela Universidade Federal do Cear Na mesma linha se posicionou a professora Andrea Queiroz que acompanhava os cursistas do polo de Aracaju Seu relato sobre aspectos de sua experi ncia como tutora da disciplina hist ria da frica remete ao que postula Tardif 2010 57 ao afirmar que trabalhar remete a aprender trabalhar ou seja a dominar 2 he 148 progressivamente os saber
145. Universidade ep has Prefeitura e e IES 2 IES 3 EN J p Polo 7 Polo D Eai Fonte http www uab ufscar br menu uab ufscar imagens parceria uab image preview A imagem A representa a totalidade do Sistema UAB atrav s da parceria MEC TES e estados prefeituras J a imagem B mostra as possibilidades de articula es na rela o polo JES j que um mesmo polo pode agregar diferentes cursos oferecidos por IES diversas seja individualmente ou por cons rcio Cabe aos polos municipais cuidar da infraestrutura laborat rios bibliotecas recursos tecnol gicos dos recursos humanos tutores presenciais e da equipe t cnico administrativa para o funcionamento do polo assim como demonstrar sustentabilidade financeira e dota o or ament ria do munic pio ligado ao polo listar os cursos superiores pretendidos para a unidade al m de providenciar demais recursos 87 eventuais que sejam necess rios As TES que podem se apresentar individualmente ou em cons rcio se responsabilizam ent o pelos professores tutores a dist ncia coordenadores estrutura pedag gica e produ o de material did tico al m da administra o geral do empreendimento assim como devem apresentar uma contrapartida institucional podendo ser financeira ou de recursos humanos CAPES UASB 2006 Em abril de 2007 a SEED MEC publicou o resultado do edital UABI com 291 polos aprovados distribu dos pelos 26 estados da federa
146. Verena muito obrigada pelas leituras atentas palavras de incentivo e por n o me permitir desistir Agrade o aos professores titulares e suplentes que comp e a Banca Examinadora desta tese por aceitarem vivenciar comigo esse ritual de profissionaliza o Aos professores ngela de Castro Gomes Helena Bomeny e Amilcar Pereira que estiveram na banca de qualifica o muito obrigada pois o interesse pelo tema e as orienta es valiosas por ocasi o da qualifica o que procurei incorporar no trabalho fizeram toda diferen a Igualmente sou grata professora Cl udia Miranda bem como aos professores Renato Nogueira Jr e Am rico Freire Agrade o muit ssimo aos professores cursistas coordenadores e tutores a dist ncia e presenciais envolvidos no curso de licenciatura em hist ria na modalidade a dist ncia da PUC Rio UERJ que com generosidade e prontid o colaboraram com a pesquisa Sou especialmente grata aos professores Leonardo Pereira e Luis Reznik no apoio pesquisa bem como ao secret rio do curso Cl udio Santiago profissional que desde o in cio foi muito sol cito sempre colaborando com o empreendimento Durante o ano de 2012 fiz parte da equipe que elabora os Cadernos Pedag gicos da disciplina hist ria da Rede Municipal de Ensino da cidade do Rio de Janeiro sob consultoria acad mica do professor Ilmar Mattos Quero agradec lo pelos encontros de aprendizado sobre o tema do ensino de hist ria com destaque para as suas r
147. a o atrav s dos essencialismos sobre o continente e os africanos Ele d como exemplo os romances escritos sobre os genoc dios na Africa que foram 171 Kaly se reporta a Bourdieu 1989 no trabalho O Poder Simb lico que afirma que o poder simb lico se funda nos sistemas simb licos como a linguagem seja liter ria cinematogr fica ou jornal stica KALY 2013 163 216 rapidamente traduzidos no Brasil enquanto as obras escritas pelos africanos que revelam outros pontos de vista sobre os mesmos eventos n o conseguem entrar no nosso mercado editorial Seguindo o racioc nio do professor Kaly a domina o se d preferencialmente pelo privil gio de poder narrar dizer o que a frica ou seja defini la Portanto sob tal perspectiva Ruanda n o um fato de pretos africanos selvagens KALY 2013 164 pois tratar da frica e dos africanos sob esses prismas atende aos po xo ER ea 72 interesses de se manter uma estrutura um padr o das rela es raciais no Brasil O destaque da ind stria do audiovisual p de ser comprovado tamb m pela aten o que a Copa do Mundo teve na conversa dos cursistas Contei 84 mensagens sobre a Copa do Mundo de 2010 que aconteceu na frica do Sul Quando a disciplina hist ria da frica se iniciou os jogos tinham terminado recentemente e a mem ria dos cursistas estava povoada de informa es sobre a frica e os africanos a que os mesmos tiveram acesso nos meios de comunica o
148. a abolicionista que particularmente a partir de 1850 usaram essa legisla o para questionar a condi o de escravizado de muitos trabalhadores Sobre o assunto ver MAMIGONIAN amp GRINBERG 2007 87 90 71 os programas das disciplinas de geografia hist ria comunica o e express o estudos sociais e educa o art stica contemplem a hist ria afro brasileira nos tr s n veis de ensino Nessa mesma linha a Lei Org nica do munic pio de Belo Horizonte orientava para o ensino de hist ria da frica e da cultura afro brasileira nas escolas p blicas de sua compet ncia desde 1990 A C mara Municipal de Porto Alegre estabeleceu a partir de 1991 que os profissionais que atuavam na disciplina de hist ria deveriam ensinar o papel da Ra a Negra na forma o sociocultural brasileira com a ressalva de que esse ensino n o se detivesse apenas na abordagem sobre a escravid o discutindo tamb m a cultura e a organiza o social dos negros no decorrer da hist ria brasileira assim como as suas condi es sociais no s culo XX Para que o efetivo cumprimento da legisla o se propugnava formar continuadamente os docentes munir as bibliotecas municipais com literatura pertinente e promover amplo debate com a comunidade escolar a fim de superar o preconceito Nessa mesma conjuntura em 1994 os munic pios de Bel m e Aracaju aprovaram as suas legisla es A lei de Bel m quase uma c pia do documento aprovado em Porto Alegre J
149. a cujo t tulo era Um continente sem hist ria Esse primeiro texto buscou levantar concep es e estere tipos cristalizados sobre o continente para depois iniciar os cursistas nas discuss es sobre a constitui o da hist ria da frica como um campo do ensino de hist ria z Resumo A primeira coisa que os autores fazem relacionar a presen a da disciplina com a aprova o da Lei 10 639 03 resultado de um esfor o segundo os professores autores das aulas para acabar com o sil ncio desconhecimento existente sobre a frica nos curr culos de hist ria no Brasil Apenas o texto da lei disponibilizado na pasta de documenta o do f rum da disciplina e n o h men o s diretrizes ou s orienta es Os autores destacam que as representa es sobre o continente africano situam se entre os s culos XIX e XX e adv m do contexto do imperialismo em que uma s rie de discursos cient ficos inclusive serviu para explic lo e justificar a sua explora o Da decorre a maioria dos estere tipos quase todos negativos replicados e consolidados pelas diferentes m dias A hist ria que surgia como rea disciplinar estabelecia seus m todos e seu corpo de fontes acabou por refutar uma poss vel hist ria das sociedades africanas subsaarianas porque as mesmas n o apresentavam os elementos do progresso pr prios das sociedades europeias e n o dominavam os c digos escritos de linguagem Fixaram se represe
150. a hist ria letras e pedagogia Em 1961 ocorreu a cria o do Departamento de Hist ria que com a reestrutura o da universidade em 1968 ficou subordinado ao Centro de Ci ncias Sociais O Departamento forma bachar is e licenciados em hist ria A p s gradua o funciona desde 1979 primeiramente com o curso de especializa o em hist ria social e em 1983 com a especializa o em hist ria da arte e da arquitetura O curso de mestrado em hist ria surgiu em 1987 e o de doutorado em 1998 103 O Departamento de Hist ria contava em 2012 com 18 professores no quadro principal e 19 no quadro complementar Do quadro principal um professor livre docente e outro tem o t tulo de not rio saber Todos os demais professores s o doutores J no quadro complementar dez docentes t m o t tulo de doutorado sete s o mestres e dois t m gradua o 2 2 1 A implementa o Em novembro de 2006 o Departamento de Hist ria da PUC Rio iniciava 05 f z s PA rat E o a sua primeira e at a presente data nica experi ncia de ensino de gradua o 176 milh es representando 65 dos recursos destinados rubrica Capacita o e Forma o Inicial e Continuada a Dist ncia O TCU recomenda que por se tratar de recursos acima de 100 milh es a UAB deveria constar como uma a o espec fica separada das demais iniciativas dessa natureza com vistas a dar transpar ncia ao or amento pois da forma como o programa
151. a a o religiosa com a presen a do culto aos mortos e natureza Aula 8 Resumo Os reinos de Luba Congo e Ndongo se formaram de povos com origem banta todos conhecedores do manuseio do ferro respons vel por dinamizar a economia Por essa raz o os grupos que no interior daquelas sociedades que dominavam essa tecnologia desempenhavam papeis pol ticos e religiosos de destaque N o era comum que o rei fosse um ferreiro a quem era atribu do poderes m gicos No s culo XIII aldeias organizadas por linhagens com produ es especializadas eram lideradas por um rei ferreiro divinizado caso do povo Luba e do reino do Congo Da jun o de povos que habitavam as margens opostas do rio Congo surgiu um reino por volta de 1200 Ele era liderado pelo manicongo o soberano que representava as 12 candas as linhagens reais que dominavam a metalurgia do ferro e consequentemente ocupavam os espa os de dire o em rod zio O poder cariapemba era administrado 259 pelo manicongo com ajuda de conselheiros e governadores mas partilhado com os gangas feiticeiros conhecedores da metalurgia do ferro A economia girava em torno da metalurgia agricultura artesanato e com rcio com outros povos O reino de Ndongo surgiu no s culo XVI e ficou conhecido pelo protagonismo da N Zinga soberana respons vel por resistir alian a do reino do Congo e Portugal para derrotar o seu povo no s culo XVII As descri es dos portugues
152. a as crian as Eu perguntei a ela se ela se achava bruxa E se as pessoas quando olhava para ela se assustavam Pois aquelas bonecas eram o nosso retrato fiel Ent o ela me deu a chance de trabalhar muitas quest es promover algumas discuss es e diversas reflex es Question rio cursista polo Salvador Bahia 26 03 2012 223 Uma cursista do Polo de Salvador levou para o f rum de debates a experi ncia de sua escola em que os professores de geografia e hist ria desenvolveram um projeto interdisciplinar Na escola onde trabalho decidimos as disciplinas Hist ria e Geografia construiu um projeto interdisciplinar sobre o continente africano Uma das atividades foi a divis o de cada pa s africano sorteado pelos alunos da turma o aluno deveria apresentar alguns aspectos hist ricos e geogr ficos do pa s pelo qual ficou respons vel HIST RIA ECONOMIA POL TICA LINGUA CULTURA PAISAGENS Os alunos apresentaram uma pesquisa rica atrav s de trabalho escrito e com v deos e slides Assim os alunos visualizaram a riqueza do continente e n o somente o que era visto na m dia devido Copa do Mundo Vale ressaltar que as reportagens no momento Copa do Mundo estavam mais centradas na frica do Sul F rum de debates aluna Polo Salvador Bahia 19 09 2010 Esse debate foi prof cuo no f rum do Polo de Salvador A professora apresenta detalhes do projeto desenvolvido na escola em que trabalha e sugere um trabalho que po
153. a do curso No f rum da d cima primeira aula a tutora do polo de Aracaju perguntou sua cursista como a din mica das rela es comerciais dos africanos foi alterada com a chegada dos europeus j que a mesma tratou na resposta da quest o problema das caracter sticas do com rcio desenvolvido pelas sociedades africanas mas n o conseguiu 174 identificar o impacto do com rcio atl ntico iniciado com os europeus F rum de debates Polo Aracaju Sergipe 01 11 2010 Atitude similar teve a tutora do Maranh o que escreveu diversas mensagens para os cursistas que n o conseguiam chegar a uma resposta coerente Quais mudan as ocorreram nas rotas comerciais a partir do s culo XVI Procure ampliar um pouco mais sua an lise sobre a quest o do F rum Que mudan as a chegada dos europeus provocou nas rotas comerciais no continente africano Seu texto n o est muito claro Procure reler a aula 11 e a proposta deste F rum De que maneira as rela es comerciais dos africanos foram alteradas com a chegada dos europeus F rum de debates tutora a dist ncia Polo Barra do Corda Maranh o 14 11 2010 07 12 2012 Podemos observar orienta o semelhante na mensagem identificada em uma turma do polo de Aracati Bom texto Contudo voc ainda n o encarou a pergunta como as rela es comerciais na Africa foram alteradas com a chegada dos europeus F rum de debates tutora a dist ncia Polo Aracati
154. a legisla o do munic pio de Aracaju parece uma jun o do texto baiano com o texto aprovado em Porto Alegre No munic pio de S o Paulo a iniciativa de usar a lei como mais um mecanismo de combate ao racismo ocorreu em 1996 com a Lei n 11 973 derivada do Projeto de Lei n 325 de 1993 apresentado pelo vereador petista Arselino Tatto O 1 Artigo indica que as escolas dever o incluir em seus curr culos estudos contra a discrimina o racial com regulamenta o da disciplina respons vel pelo conte do e respectiva carga hor ria Os outros dois artigos tratam dos recursos e do prazo para a implementa o No Distrito Federal Cristovam Buarque na poca o governador do Distrito Federal aprovou a Lei 1 187 96 um documento com uma parte semelhante legisla o dos munic pios j mencionados e outra com proposi es muito ambiciosas pois implantava o estudo da ra a negra nas escolas de 1 e 2 Graus mas com as seguintes orienta es deveria ser precedido de revis o do curr culo qualifica o dos professores interc mbio com institui es nacionais e internacionais voltadas ao tema al m de dialogar com as institui es da sociedade civil envolvidas com a defesa da cultura e contribui o afro brasileira SILVA JR 1998 106 296 O pr prio texto da Constitui o de 1988 j determinava no Art 215 1 que trata da cultura que cabia ao Estado brasileiro proteger dentre outras atribui es
155. a minha pesquisa de mestrado a partir das no es de intelectuais propostas por Sirinelli 1996 e Gramsci s d A Frente Negra Brasileira talvez seja a principal organiza o do movimento negro que existiu no s culo XX caso levemos em considera o o n mero de filiados e a amplitude territorial que a entidade alcan ou H estimativas de que a entidade tinha 8 mil s cios somente nas cidades de S o Paulo e Santos Mau s 2001 Um antigo ativista informou o n mero de 20 mil s cios no Brasil QUILOMBHOJE 1998 J outro estudo afirmou que a Frente Negra Brasileira teve cerca de 70 mil filiados em todo o pa s MOURA 2004 De S o Paulo capital houve a ramifica o para o interior do estado e para outras cidades do pa s No jornal A Voz da Ra a que respondia pela organiza o h registro de FNB nas cidades de Jundia Sorocaba Coroado Biriguy Amparo Campinas Santos S o Carlos Rinc o Brotas Capivari Itu Tiet Itapetininga Mococa Ipaussu Porto Feliz todas situadas no estado de S o Paulo Em Minas Gerais Passos Santana Manhumirim Manhuassu Carangola Guaxup Carmo do Rio Claro Cabo Verde S o Jo o Del Rei S o Sebasti o do Para so S o Jos do Rio Pardo Muzambinho no Esp rito Santo Veado Alegre Cachoeiro do Itapemirim e Vit ria Bahia Salvador Rio Grande do Sul Pelotas e Rio de Janeiro Distrito Federal Na sede da organiza o havia escola de alfabetiza o e forma o profissional depart
156. a no documento se amparou em uma consulta via question rio encaminhado a algumas lideran as dos movimentos negros aos conselheiros municipais e estaduais de Educa o aos professores que trabalhavam com a educa o das rela es etnicorraciais e aos pais de alunos do pa s Em linhas gerais o Parecer destaca que as novas diretrizes s o uma pol tica curricular de combate ao racismo e s discrimina es que respondem s demandas por pol ticas de repara es reconhecimento e valoriza o das hist rias culturas e identidades vinculadas s popula es afrodescendentes no Brasil Segundo o documento essas pol ticas passam por melhorar a qualidade das escolas o acesso e a perman ncia e a valoriza o do patrim nio hist rico cultural afro brasileiro bem como por um conjunto de pol ticas de reconhecimento e valoriza o da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos da assun o de uma identidade dos afro brasileiros dos processos hist ricos de resist ncia negra no passado e no presente e das quest es subjetivas que envolvem ser negro na sociedade brasileira MEC CNE DCNSs Etnicorraciais 2004 p 3 4 No documento as palavras identidade e cultura est o grafadas no singular mas nesse texto entendo como coerente graf las no plural a fim de deixar esclarecida a impossibilidade epist mica e emp rica de conceber a exist ncia de uma nica cultura negra como n o existe uma nica
157. a nossa habilidade de apreender a substantividade do objeto aprendido Paulo Freire 1996 p 69 Aprendemos desde que nascemos e salvo algumas situa es particulares aprendemos por toda a vida Para os seres humanos n o existe a possibilidade de n o aprender Mesmo o que porventura afirmamos n o saber foi algo aprendido O n o saber tamb m um saber Desinformado para alguns descompromissado para outros pode ser um saber desqualificado fora de hora inapropriado devido a um novo contexto social pol tico cultural ou segundo a vis o de um grupo mas ainda assim um saber Podemos saber o que j deveria ter deixado de ser sabido Poder amos saber mais com mais consist ncia mais propriedade mas ainda assim sabemos Um conhecimento desqualificado dito inapropriado e fora de hora em uma poca certamente um dia teve um lugar uma validade Na an lise do f rum da disciplina hist ria da frica essa constata o foi patente Em geral os professores envolvidos na forma o relataram n o saber hist ria da frica por conta da forma o que n o tiveram seja na escola b sica caso dos professores cursistas seja na gradua o situa o dos professores tutores Mas no decorrer do f rum me deparei com escritos nos quais os professores atestavam que as leituras que eles estavam fazendo ali eram completamente contr rias a tudo que eles sabiam at aquele momento sobre frica poss vel ent o afirmar que esses
158. a o conjunto no caso dos question rios enviados por e mail acontece o contr rio O entrevistado tem um controle do que lhe inquirido o que pode torn lo motivado ou n o Ele faz uma interpreta o global que produz um fio condutor dando uma linha s respostas BONINI 2000 9 Ele pode responder mais de uma vez n o gostar do que escreveu reavaliar e desistir Pode come ar a responder deixar para concluir em outro dia e esquecer se de fazer assim como pode perder o question rio que lhe foi enviado no universo de comunica es recebidas via e mail Portanto todos esses fatores atuaram na elabora o da pesquisa Se o uso da internet diminuiu os custos da investiga o ou melhor este era o meu nico recurso por outro lado me oportunizaram poucas an lises devido ao n mero reduzido de question rios respondidos Postas essas limita es era necess rio pensar sa das E elas apareceram no decorrer do pr prio processo de investiga o na intera o com a minha orientadora na an lise do material emp rico e incorpora o dos referenciais te ricos Assim passou a se descortinar um caminho que foi trabalhar com a no o de saberes com o intuito de demonstrar que concep es vis es de mundo perspectivas de ensino tem se constitu do 22 na educa o das rela es etnicorraciais na esfera da forma o de professores em hist ria ap s a aprova o da Lei atrav s deste estudo de caso 6 Do meu lugar de fala
159. a op o muito viva na minha mem ria a constata o de que na escola p blica a maioria dos alunos era de pretos e pardos No in cio dos anos 1980 j ramos quatro irm os e apesar de minha fam lia n o arcar com as mensalidades pois est vamos os quatro em uma escola particular na 17 E 3 E qual todos os alunos n o pagavam para estudar havia gastos com o material did tico Na d cada 1950 as migra es dentro da pr pria regi o Sudeste somaram quase quatro milh es de indiv duos n mero abaixo apenas do de emigrantes do Nordeste Nos anos 1960 esse quantitativo superou o Nordeste pois seis milh es de pessoas migraram dentro da regi o Sudeste Mudan as t cnicas no campo substitui o de lavouras por pastagens implanta o de madeireiras e fim de muitas col nias de fazendas reflexo da nova legisla o trabalhista do per odo militar al m da expans o das grandes cidades expulsaram as pessoas do campo para as cidades CAMARANO amp ABRAMOVAY 1998 17 Todos os alunos eram bolsistas Lembro me de pelo menos duas vezes ao ano a escola receber a visita de pessoas que iam fazer a chamada para saber quem efetivamente frequentava ramos orientados para 23 os uniformes eventos etc comum na mem ria coletiva dos amigos do bairro onde mor vamos a lembran a da reutiliza o dos livros did ticos repassados aos irm os e vizinhos e da reciclagem dos uniformes As saias de tergal eram desmanchadas virada
160. a oportunidade de ensino O diferencial dessa experi ncia que o curso foi coordenado pelo professor Ilmar E ao longo dos quatro anos de dura o a experi ncia s foi melhorando Havia reuni es de avalia o semestrais que reuniam mais de 200 professores l na PUC Agora sei que os problemas no curso a dist ncia existem E como eles s o resolvidos Ser que da mesma maneira que eram resolvidos na experi ncia da PUC Entrevista professor tutor a dist ncia Polo Bacabal Maranh o 04 10 2012 Na forma o presencial se aposta muito na rela o professor aluno para o efetivo xito da aprendizagem j que a intera o ocorre preferencialmente na sala de aula No ensino a dist ncia uma satisfat ria rela o professor aluno tamb m imprescind vel mas s o necess rios diversos outros canais de intera o e comunica o preciso que os gestores tenham clareza da necessidade de proporcionar um v nculo efetivo entre o curso e o aluno para que o mesmo acredite no projeto apesar da dist ncia f sica No caso desse curso de licenciatura em hist ria a coordena o central esteve com todos os cursistas em seus estados participando das aulas inaugurais nas capitais que no caso do estado do Cear ocorreram nos polos de Fortaleza Crato e Tiangu A coordena o tamb m criou outros mecanismos de aproxima o como uma linha telef nica gratuita fundamental que todos os profissionais envolvidos no planejamen
161. a para a imagem Africa primitiva presente nas nossas constru es estereotipadas Em resposta pondera o acima outra cursista entrou no debate O que chamou a minha aten o no coment rio a vida simples como algo a ser superado ou suprido da hist ria dos africanos Se observarmos o desenvolvimento industrial da regi o sudeste do Brasil S o Paulo Rio de Janeiro n o podemos generalizar que todo Brasil tem esse perfil e nem tampouco podemos considerar que porque alguns ndios do Amazonas ou moradores de pequenas vilas t m uma vida primitiva simples que todos brasileiros agem da mesma forma Acredito que precisamos efetivamente conhecer as diferen as locais sociais econ micas pol ticas F rum de debates aluna Polo Jequi Bahia 22 08 215 O argumento atenta para a diversidade ao levantar a preocupa o com a defesa de uma hist ria dos povos e sociedades a partir de um par metro novamente euroc ntrico porque v desenvolvimento progresso e sucesso em sociedades organizadas conforme os padr es do Ocidente urbanas industrializadas etc N o s o produ es escritas e audiovisuais que apresentem o que h de desenvolvimento na frica que levar o mudan a da concep o que se tem do continente e seus povos e consequentemente contribuir o para transformar a rela o que t m os brasileiros e os afro brasileiros em particular com o continente Esses olhares para a frica e os africanos d
162. a sua opini o sobre essa modalidade de ensino Ela se modificou no decorrer do curso Se sim por qu d e Reflita se voc identificou alguma dificuldade para compreender a metodologia do curso a dist ncia Caso sua resposta seja afirmativa relate a sua experi ncia Avalie a estrutura montada pelas institui es do mbito federal parceria MEC PUC UERJ e estadual municipal secretarias de educa o respons veis por financiar implantar e coordenar o curso de licenciatura em hist ria no seu estado munic pio 3 Sobre os conhecimentos pr vios e a forma o em torno da Lei 11 645 2008 a b c d e 2 h Por que voc escolheu fazer o seu trabalho de fim de curso em torno do tema hist ria e cultura africana e afro brasileira Em quais ambientes voc teve acesso ao tema hist ria e cultura africana e afro brasileira antes de iniciar o curso de hist ria Voc teria como relatar uma experi ncia vivida em sala de aula ou outro ambiente de trabalho no qual alguma problem tica relacionada ao tema da Lei 11645 08 tenha ocorrido Como voc atuou diante da quest o Voc pode relatar mais de uma experi ncia Ela pode ser bem sucedida ou n o O que tem sido feito em termos de forma o pedag gica nesta tem tica na sua rede de ensino Voc conhece o texto das leis 10 639 03 e 11 645 08 Se sim como Voc j ouviu falar das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es Et
163. abava se dando apenas nesses encontros quinzenais quando se tinha a oportunidade de ler discutir com os colegas receber orienta o do tutor presencial mas tamb m trocar as tarefas entre si que depois eram postadas nas suas respectivas turmas Situa es de intera o cotidianas nessa experi ncia de forma o todavia tamb m comuns no ensino presencial como pontuou a professora Andr a Queiroz de um modo geral os que enfrentavam problemas na aprendizagem seja na Bahia ou em outros Estados lecionei em todos n o diferia muito das quest es dos meus alunos do ensino presencial tamb m sou professora do Curso de Hist ria de outra Universidade particular Eram trabalhadores que enfrentavam extenuantes jornadas para se dedicarem na empreitada de estudar novamente Question rio por e mail tutora a dist ncia Polo Aracaju 02 07 2013 As tarefas quest es problemas direcionadas aos cursistas no final das aulas demandavam que os mesmos relacionassem leituras e documentos que comparassem experi ncias hist ricas que chegassem s conclus es a partir de reflex es que tamb m precisavam ser coletivas ou seja era necess rio participar do f rum para elaborar e 189 reelaborar o que se tornaria a sua resposta Dessa maneira se promoveria a aprendizagem de todos Em postagem direcionada a uma turma do Polo de Imperatriz a tutora a dist ncia revela que muitas vezes os cursistas tiveram dificuldades de compreender os tex
164. abordagens do conhecimento com que pares dialogou e as interpreta es que fez das leis e das normas que afetam o seu of cio Consegui acessar os curr culos Lattes de 26 professores tutores que trabalharam diretamente com o Semin rio Especial Hist ria da frica oferecido a todos os alunos do curso a dist ncia de licenciatura em hist ria no segundo semestre de 2010 Mais da metade dos tutores a dist ncia tinha algum tipo de v nculo com as institui es que coordenaram o curso No grupo havia cinco professores com gradua o dois cursando o mestrado e 12 j eram mestres ou pela UERJ ou pela PUC Tr s tinham doutorado e quatro estavam cursando Pelo menos dois ter os do grupo tinha experi ncia com o ensino de hist ria sendo que a metade lecionava hist ria na educa o b sica a maioria nas redes p blicas de ensino Al m dessa expertise com a doc ncia deve se destacar o fato de a maioria possuir p s gradua o ou estar cursando a o que conferia qualidade e credibilidade ao projeto No entanto constatei que desse grupo apenas quatro professoras desenvolviam a poca ou j havia conclu do estudos na rea de hist ria da frica Duas inclusive cursaram a especializa o Hist ria da frica do Negro no Brasil oferecida pela Universidade Candido Mendes Mas isso n o deve ser considerado um problema Nos cursos oferecidos na modalidade a dist ncia o professor tutor contratado para ministrar diversas discipl
165. acionais para a Educa o das Rela es tnico Raciais foi consensual que para a efic cia da educa o nessas fases era imprescind vel que o raio de atua o da Lei se ampliasse para os cursos de forma o superior j que ser o os graduandos do presente os futuros profissionais da educa o Parte significativa das pesquisas que articulam educa o e rela es etnicorraciais investiga as imbrica es que se d o no mbito do ensino ou seja o que acontece nas salas de aula na rela o professor aluno aluno aluno os estere tipos nos materiais did ticos Ou o que ocorre na gest o quando analisam os efeitos do racismo institucional e dos investimentos desiguais que resultam em desvantagens sociais pol ticas e econ micas para negros e ind genas Contudo as pesquisas tamb m precisam se debru ar sobre o tema da forma o inicial de professores investigando como os cursos de hist ria t m se organizado para cumprir as determina es da Lei n 11 645 08 Ministrei as disciplinas Tutoria V no segundo semestre de 2009 e Monografia no decorrer do ano de 2010 Apesar de o curso de licenciatura em hist ria ter sido organizado em parceira com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro atrav s de cons rcio firmado com a Faculdade de Forma o de Professores situada no munic pio de S o Gon alo toda a sede do curso estava na PUC Rio assim como os recursos humanos e materiais para o funcionamento do mesmo de modo que os
166. ade inventividade ra a negra 193 desperta em n s professores e estudantes de hist ria questionamentos d vidas incertezas e tamb m nos faz refletir sobre o que levamos para a sala de aula sobre o que realmente sabemos sobre o assunto e como nos portamos diante destes assuntos sem utilizar conceitos e ou preconceitos na elabora o e no momento da aula F rum de debates aluna Polo Salvador 17 08 2010 No f rum de debates da primeira aula os cursistas citaram in meras imagens quase todas negativas atribu das frica o que era cab vel j que o tema da aula suscitava lembrar se das pr prias representa es e inclusive se implicar nesse processo como declarou a escritora nigeriana E de fato os cursistas fizeram isso Algumas cursistas retomam as imagens da frica pobre faminta doente com seres humanos conformados com sua situa o ou quando o destaque positivo dado por sua bela fauna F rum de debates aluna Polo Jequi Bahia 07 08 2010 e sa dam a disciplina iniciada pois Quando passamos a estudar a frica a fundo podemos descobrir que ela n o mostra apenas pobreza fome sofrimento e dor mas que tamb m tem muitas coisas boas como seus campos e florestas rios a valoriza o cultural de nossas origens africanas F rum de debates aluna Polo Jequi Bahia 12 08 2010 A contribui o de outra aluna orienta se na defesa total dos povos do continente atribuindo s mazela
167. ade Ver http buscatextual cnpg br buscatextual visualizacv do id P409408 consulta 17 06 2013 121 professores do Centro Oeste e Norte Florian polis da regi o Sul e na capital mineira 129 ocorreram os encontros do Sudeste A segunda fase do projeto aconteceu em Bras lia e visava integrar as produ es Para as reuni es de Bras lia foram tiradas representantes por n vel modalidade de ensino com a seguinte divis o educa o infantil ensino fundamental ensino m dio educa o de jovens e adultos EJA licenciaturas e 30 educa o quilombola A esse grupo cuja totalidade era de professoras negras se 131 juntou a equipe t cnica do MEC SECAD O resultado desses encontros est na publica o Orienta es e A es para a Educa o das Rela es Etnicorraciais um documento de 261 p ginas que a meu ver nos d uma ideia dos saberes curriculares e pr ticas pedag gicas que estudiosos e educadores que h algumas d cadas vinham se dedicando tem tica da educa o das rela es etnicorraciais esperavam ver implementados nas institui es escolares brasileiras a partir da nova Lei Interessa nesse trabalho focar nas orienta es escritas por esses especialistas no que diz respeito s licenciaturas Destaco as preocupa es com a forma o inicial no curr culo comum referentes aos cursos de pedagogia e s licenciaturas em hist ria geografia filosofia letras qu
168. ado por educadores ativistas e religiosos cat licos na Baixada Fluminense em 1993 uma das respostas ao debate instaurado na sociedade brasileira por ocasi o do centen rio da aboli o da escravid o em 1988 E Ingressei como aluna no PVNC da cidade de Nil polis em 1994 Comecei o curso de hist ria em 1996 retornando em 1997 para ministrar aulas de literatura brasileira e posteriormente de hist ria Tamb m participei da coordena o do cursinho e fiz parte da coordena o do PVNC at o ano de 2002 Foi no pr vestibular que a forma o em hist ria come ou a se desenhar como um caminho profissional pois passei a perceber minha afinidade com essa rea de conhecimento e com a doc ncia Era evidente minha habilidade para memorizar fazer an lises e desenvolver argumentos al m do meu interesse por quest es sociais agu ado ainda mais pelo trabalho que os professores desenvolviam no cursinho Tive a oportunidade de por dois anos estudar com professores negros e brancos todos comprometidos e conscientes dos problemas decorrentes do racismo vigente na sociedade e da maneira como tais problemas afetam negros e brancos nas suas rela es Geralmente o professor tradicional que s enxergava a sua disciplina e n o fazia uma leitura social e pol tica da realidade n o procurava o movimento para se voluntariar e quando o fazia tinha dificuldade para se adequar proposta pedag gica do projeto Nas aulas de Cultura e Cidadania do cur
169. ais como potencial criminoso na vis o do direito Ironicamente o Brasil havia sido escolhido por parecer um para so racial bem distinto do que acontecia nos Estados Unidos da Am rica e na frica do Sul As tr s principais pesquisas do Projeto Unesco foram realizadas por Thales de Azevedo que estudou a ascens o social dos negros na cidade de Salvador por Costa Pinto que se deteve nas organiza es negras do Rio de Janeiro a partir dos documentos produzidos pelo Primeiro Congresso Brasileiro do Negro realizado pelo Teatro Experimental do Negro e por Florestan Fernandes que se dedicou a compreender o cotidiano da popula o negra na cidade de S o Paulo FERREIRA 2005 23 16 relev ncia uma vez que a mesma define lugares para sujeitos e grupos com apar ncias f sicas raciais distintas promovendo a hierarquiza o a exclus o e o racismo Isso nos leva a afirmar que no mbito das rela es sociais inserem se as rela es raciais nessa perspectiva anal tica que a categoria ra a se insere e foi usada sem aspas nesta pesquisa Apesar de os cursos de gradua o que formam professores durar em m dia quatro ou cinco anos partilho da concep o de que o processo de forma o ou o desenvolvimento profissional do professor ocorre antes mesmo de ele adentrar os muros da institui o habilitada para form lo 5 O uso apenas da palavra forma o n o traduz a natureza do trabalho dos educadores aqui investigados porque desc
170. al de manual porque possibilitam um texto simples claro e direto como afirmou o pr prio autor no pref cio do primeiro livro Silva 1992 1 Esse formato n o inviabiliza a interpreta o dos processos hist ricos a pesquisa de fontes e o cotejamento de pontos de vista como pontuou o historiador Jo o Jos Reis na apresenta o de A manilha e o libambo SILVA 2011 A terceira obra de refer ncia para a escrita das aulas texto foi o livro do historiador americano John Thornton A frica e os africanos na forma o do mundo atl ntico 1400 1800 A publica o data de 1992 mas teve a sua primeira tradu o para o p blico brasileiro em 2003 O estudo inaugura um marcador importante na historiografia sobre a frica e a dispers o atl ntica decorrente do escravismo ao focar no protagonismo dos africanos Analisando primeiramente a intera o entre frica e Europa o historiador buscou mostrar o lugar de sujeito do africano no neg cio da escravid o por exemplo Ao tratar da presen a dos africanos e seus descendentes na Am rica evidenciou as reformula es as reinterpreta es das culturas de origem no Novo Mundo ou seja alguns exemplos das identidades poss veis assumidas pelos africanos e seus descendentes no contexto diasp rico Basicamente foram as perspectivas de Thornton que orientaram a abordagem historiogr fica adotada na disciplina Esses tr s livros compunham a biblioteca dos Polos Municipais Pensar um pro
171. al e pluri tnica do Brasil buscando rela es tnico sociais positivas rumo constru o de na o democr tica 1 A Educa o das Rela es tnico Raciais tem por objetivo a divulga o e produ o de conhecimentos bem como de atitudes posturas e valores que eduquem cidad os quanto pluralidade etnicorracial tornando os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam a todos respeito aos direitos legais e valoriza o de identidade na busca da consolida o da democracia brasileira 2 O Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valoriza o da identidade hist ria e cultura dos afro brasileiros bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valoriza o das ra zes africanas da na o brasileira ao lado das ind genas europeias asi ticas 3 Caber aos conselhos de Educa o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios desenvolver as Diretrizes Curriculares Nacionais institu das por esta Resolu o dentro do regime de colabora o e da autonomia de entes federativos e seus respectivos sistemas Art 3 A Educa o das Rela es tnico Raciais e o estudo de Hist ria e Cultura Afro brasileira e Hist ria e Cultura Africana ser desenvolvida por meio de conte dos compet ncias atitudes e valores a serem estabelecidos pelas Institui es de ensino e seus professores com o apoio e supervis o dos sistemas de ensino
172. almente quando comparamos ensino a dist ncia e presencial para a realidade de ensino vivida por muitos desses profissionais significou uma mudan a significativa Um aumento salarial garantido foi a principal raz o para cursar a licenciatura mas a oportunidade de potencializar o trabalho na sala de aula consta como uma forte raz o Uma das coisas que aprendi na licenciatura foi desenvolver no aluno seu senso cr tico e sua import ncia como agente hist rico Question rio por e mail aluna Polo Salvador Bahia 20 04 2012 A primeira raz o foi a import ncia de obter saberes necess rios desenvolver habilidades e compet ncias no ensino pois repensando no meu antes e o depois notei que deixei a desejar no meu ensino de hist ria por conta da falta de habilidades espec ficas Certamente sinto me mais segura hoje e capaz de discutir as quest es sobre hist ria principalmente saber criticar e compreender os contextos em que foram produzidos os livros did ticos entre outros assuntos Question rio por e mail aluna Polo Guanambi Bahia 29 03 2012 No aspecto profissional a mesma cursista relata com o fim do curso ter um maior embasamento te rico e pr tico na hora da produ o monogr fica e condi es de ensinar hist ria com maior qualidade Possuir capacidade de entender a constru o da 108 hist ria ao longo dos tempos e dos homens no seu contexto de conviv ncias Question rio por e mail
173. amb m n o podem constatar que elas s o ideol gicas e descart las radicalmente As m dias e tecnologias est o em todos os espa os da sociedade e tamb m nas escolas com alunos digitais lidando com uma maioria de professores anal gicos A forma o oportunizou o debate em torno da utiliza o dos livros did ticos e os professores revelaram o que todos n s j sabemos esses manuais alcan aram uma centralidade na constitui o do trabalho docente Seu uso sistem tico revela um lado da moeda que aponta para a forma o deficit ria do professor e extenuantes cargas hor rias de trabalho Assim antes de condenar o professor que fica preso ao livro did tico que n o sabe trabalhar sem um livro preciso refletir os condicionantes que o levam a tomar esse procedimento e igualmente o lugar social do professor na sociedade brasileira Quem vem primeiro o professor ou o livro did tico A an lise da intera o entre cursistas e tutores revelou embates de um campo que est em pleno processo de constitui o situa o que contribui para a ocorr ncia de 233 muitos conhecimentos que se contradizem Essa intera o tamb m revelou o processo de constitui o dos saberes ou seja que o saber n o uma coisa que flutua no espa o TARDIF 2010 11 O estudo tamb m revelou que os conte dos relacionados educa o das rela es etnicorraciais al m de ficarem em segundo plano no ensino de hist ria foram com
174. amente no saber hist rico escolar e assim pontuar a import ncia da boa profissionaliza o e a responsabilidade dos professores na efetiva o da Lei 30 2 A TRAJET RIA DE FORMA O DO PROFESSOR DE HIST RIA E O CONTEXTO DE INSTITUCIONALIZA O DA LEI 11 645 08 DEMANDAS DI LOGOS E CONQUISTAS DE DENTRO E DE FORA DO CAMPO DO ENSINO Abordo primeiramente neste cap tulo a trajet ria da profissionaliza o do professor de hist ria no Brasil com a finalidade de mostrar o lugar de institucionaliza o da profiss o bem como as matrizes conceituais e ideol gicas que a orientaram Portanto procuro tratar da profiss o de professor no geral mas sempre destacando o caso do professor de hist ria objeto desse estudo O objetivo aqui n o discutir o ensino a escolariza o no pa s e muito menos fazer uma an lise profunda das pol ticas educacionais ao logo dos s culos e sim compreender o lugar dessa forma o em nosso pa s Num segundo momento pretendo mostrar as demandas que a rea de forma o dos profissionais da hist ria passou a gerir no contexto de aprova o da Lei que instituiu a obrigatoriedade do ensino de hist ria e culturas da frica dos afro brasileiros nos estabelecimentos de ensino p blico e particular do Brasil Com a aprova o da Lei em 2003 universidades escolas e gestores nas secretarias municipais e estaduais de educa o assim como os pr prios rg os federais respons veis por insti
175. amento de Hist ria da PUC Rio HIST RIA MODERNA II M Berenice Cavalcante doutora USP Professora Associada do Departamento de Hist ria da PUC Rio INTRODU O FILOSOFIA Nelma Medeiros doutora UFRJ Professora Adjunta do Departamento de Ci ncias Humanas da UERJ INTRODU O HIST RIA II Marcelo Gantus Jasmin doutor TUPERJ Professor Assistente do Departamento de Hist ria da PUC Rio LABORAT RIO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE HIST RIA LEAH Profa Helenice Aparecida Bastos Rocha Prof Marcelo de Souza Magalh es O CRISTIANISMO Prof The philo Ant nio da Rocha Mattos mestre PUC Rio 245 Professor Adjunto do Departamento de Teologia da PUC Rio O HOMEM E O FEN MENO RELIGIOSO L cia Pedrosa de P dua doutora Professora Adjunta do Departamento de Teologia da PUC Rio PROCESSO DE CONSTRU O DO CONHECIMENTO ESCOLAR Prof Maria Apparecida Campos Mamede Neves doutora PUC Rio Professora Em rita do Departamento de Educa o da PUC Rio SEMIN RIO ESPECIAL HIST RIA DA FRICA Leonardo Affonso de Mirada Pereira doutor UNICAMP Professor Associado do Departamento de Hist ria da PUC Rio Yna Lopes dos Santos doutoranda USP SEMINARIO ESPECIAL HIST RIA REGIONAL da Bahia Prof Alfredo Eurico Rodrigues Matta p s doutor Universidade do Porto Professor adjunto da Universidade do Estado da Bahia SEMINARIO ESPECIA
176. amento jur dico e tratamento m dico odontol gico al m de grupos musical teatral e esportivo A entidade tamb m tinha hino e bandeira e chegou a organizar uma mil cia desarmada para defender seus ideais na poca da Revolu o Constitucionalista de 1932 Em 1936 o presidente da FNB inscreveu a como partido pol tico no Tribunal Eleitoral de S o Paulo iniciativa que n o alcan ou xito pois logo foi institu da a ditadura do Estado Novo e todas as organiza es pol tico sociais foram colocadas na ilegalidade FERREIRA 2005 94 48 Especificamente sobre a escolariza o de negros em S o Paulo ver Domingues 2008 50 Forma o Social ministrado pelas lideran as ou por convidados s vezes ilustres com temas ligados hist ria educa o moral e c vica e conhecimentos gerais Oliveira 2010 90 citando a tese de Regina Pahim Pinto O Movimento negro em S o Paulo luta e identidade de 1994 destaca que no Curso de Forma o Social que ocorreu de modo intermitente se introduziu tamb m uma hist ria do negro brasileiro para combater a hist ria oficial Em 1934 e depois em 1937 a Secretaria de Educa o e Sa de do estado de S o Paulo designou professoras p blicas todas negras para a escola da FNB assim como passou a fiscalizar em 1937 as atividades educacionais oferecidas pela institui o DOMINGUES 2005 106 Entretanto apesar desse apoio governamental num artigo publicado no rg o oficial da F
177. anc s dividindo o curr culo em hist ria antiga medieval moderna e contempor nea desfilando uma sucess o de disciplinas com claro vi s euroc ntrico N o estudei Hist ria da frica na gradua o At se oferecia eventualmente um curso de frica contempor nea ministrado pelo professor Silvio de Almeida Carvalho Filho por m no matutino Em hist ria do Brasil o cen rio n o foi diferente Para ter acesso a uma historiografia que atualizava o tema do trabalho dos africanos e seus descendentes no per odo do Segundo Reinado tive que fazer uma disciplina eletiva no hor rio matutino oferecida pela professora Marilene Rosa que posteriormente se tornou minha orientadora da monografia de final de curso Assim no decorrer do curso e depois no mestrado busquei na medida do poss vel as brechas que pudessem me possibilitar conhecer e desenvolver estudos sobre os temas de meu interesse pessoal pol tico e social Tratei na minha monografia de gradua o e disserta o de mestrado da hist ria das organiza es e personagens do movimento negro brasileiro com atua o nos anos 1920 e 1930 Fui estagi ria por dois anos do Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos Proafro um programa de extens o ligado ao Centro de Ci ncias Sociais da UERJ e coordenado na poca pelos professores Marilene Rosa e Silvio de Almeida Carvalho Filho e pesquisadora externa ao Laborat rio de Estudos das Diferen as e Desigualdades Sociais LEDDES UE
178. ando ao trabalho futuro na sala de aula L pelo quinto ou sexto per odo que apareceram na grade as disciplinas da licenciatura que eram cursadas em outro andar na Faculdade de Educa o Lembro me bem que nos sent amos como peixes fora d gua naquele espa o que come amos a frequentar com estudantes de diversos outros cursos Com o tempo fomos nos familiarizando com o espa o Nos tr s ltimos semestres dever amos fazer o est gio de Pr tica de Ensino em Hist ria no Col gio de Aplica o da universidade 37 Lei no 4 024 de 20 de dezembro de 1961 que instituiu as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional dispon vel em http www histedbr fae unicamp br navegando fontes escritas 6 Nacional Desenvolvimento ldb 20lei 20n0o 204 024 20de 2020 20de 20dezembro 20de 201961 htm acesso em 29 05 2013 40 no seu lugar foi colocada uma habilita o espec fica profissionalizante com forma o de 2 Grau Para lecionar nas ltimas s ries do 1 Grau ou seja os quatro anos finais do ensino fundamental atual e lecionar no 2 Grau o que corresponde hoje ao ensino m dio estabeleceu se a obrigatoriedade de habilita o em cursos de licenciatura curta ou plena com tr s e quatro anos de dura o respectivamente Entre 1965 e 1966 por regulamenta o do Parecer 81 de 1965 do Conselho Federal de Educa o surgiam as primeiras licenciaturas para a forma o exclusiva de professores do ensino secund rio nas reas de
179. ante uma pesquisa ao ODEERE na UESB para ter mais subs dios te ricos nessa discuss o bem como analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais 2004 e outros te ricos para amparo desta Trata se de uma pesquisa Qualitativo descritiva por dar condi o de analisar os dados coletados e apresentar os mesmos posteriormente Ap s tal estudo fatos constatam que essa sempre foi uma sociedade forjada na constru o de um escravismo criminoso realizada sem uma ampla revis o de direitos e necessidades da popula o negra Mas uma realidade que pode ser mudada e essa mudan a j pode ser vista mesmo que em passos lentos em muitos pontos do territ rio nacional Palavras chaves educa o quilombola exclus o leis ODEERE 248 d Imagens do negro no livro did tico de hist ria Bahia RESUMO A diversidade tnica est presente na escola um espa o de n o neutralidade onde convivem contradi es e conflitos Desta forma a pesquisa possui como foco de an lise a imagem do indiv duo negro que veiculada nos livros did ticos mais utilizados em sala de aula e a pr tica escolar diante da quest o da discrimina o e dos estere tipos em rela o a esta etnia Com este foco foram analisados dez livros de Hist ria do 4 e 5 ano do ensino fundamental em duas escolas p blicas de Jequi Bahia e tamb m foi realizada uma pesquisa bibliogr fica e utilizadas contribui es de te ricos e pesquisadores que discutem a
180. ar decis es coletivas partilhar as pr ticas que deram certo e tamb m as que n o deram e sobretudo aproximar os docentes que por conta da estrutura de ensino que tem a educa o a dist ncia acabam trabalhando muito s s A outra dimens o da avalia o voltada diretamente para os cursistas estava dividida em quatro procedimentos de aferi o da aprendizagem dois a dist ncia e dois presenciais Do seu pr prio local de resid ncia ou do seu Polo Municipal o cursista deveria elaborar as tarefas propostas ao longo do curso post las nas datas estabelecidas e participar do f rum de debates da disciplina que cursava Essas a es eram computadas pelo pr prio sistema AulaNet que emitia relat rios de participa o para os tutores A qualifica o da participa o era atribu da pelo tutor da disciplina A avalia o presencial consistia na frequ ncia quinzenal aos encontros que ocorriam nos polos assim como de qualquer atividade extra relacionada ao curso proposta pela coordena o central ou pelos gestores locais secretarias municipais ou estaduais de Educa o Essas atividades eram controladas pelos tutores locais que faziam a avalia o a qual enviavam para a coordena o central O mesmo procedimento era adotado para as provas toda disciplina contava com pelo menos uma avalia o presencial realizada no polo sob a supervis o do tutor com o objetivo de auferir os conhecimentos apreendidos 118 At Ver ap ndice 4
181. arcava o que est sendo tratado aqui Refiro me ao trabalho de ensino pesquisa e extens o na verdade mais extens o ocorrido nas TES na esfera de atua o dos diferentes N cleos de Estudos Afro Brasileiros Neabs Mais acima se mostrou o hist rico do Ceao e do CEAA duas iniciativas presentes em institui es do ensino superior anteriores aprova o da Lei e que tinham car ter de Neab Outra iniciativa anterior aprova o da Lei o Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro Americanos PROAFRO criado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ em 1993 com o objetivo de promover cursos palestras e eventos de extens o para a comunidade acad mica e externa universidade 81 A p gina do Proafro est dispon vel em http www neab proafro uerj br acesso em 24 06 2013 75 Para esses espa os de produ o dos saberes acad micos diversos ativistas dos movimentos negros e jovens estudantes negros acorreram em busca de forma o Mais tarde seriam muitos desses sujeitos agentes na proposi o de pol ticas p blicas no mbito educacional no contexto de institucionaliza o das pol ticas p blicas afirmativas ap s o evento de Durban Essas experi ncias no mbito das institui es de ensino superior nos ltimos trinta anos combinado ao car ter que tomou o ativismo dos movimentos sociais negros a partir de meados dos anos 1990 ensejou a consolida o de intelectuais que Santos
182. ardo mesti o ou mulato poderia ser um cidad o desde que ele n o tivesse nascido escravo ou seja n o fosse um liberto ou forro classificado na categoria de cor preta o que contribuiu para que no s culo XIX as identidades raciais se constru ssem no sil ncio Cf LIMA 2003 cap 2 15 elementos hist rico sociais funcionam como um elo sendo eles o passado de escravid o as pr ticas culturais e os cones etnicorraciais constru dos e ou valorizados na di spora africana Assim esses elementos podem unir numa perspectiva transnacional grupos formados por clivagens regionais de g nero e classe social Um jovem negro do litoral urbano brasileiro sabe que h muita diferen a entre a vida que ele leva e aquela vivida por outro em uma fam lia de uma comunidade negra rural da regi o Centro Oeste por exemplo No entanto ele tamb m sabe que caracter sticas raciais como cor da pele textura dos cabelos al m do passado escravista os aproximam tornando os negros para si e para os outros em determinados contextos O mundo social multifacetado e diversos s o os v nculos e inter rela es que se transmutam nos tempos e lugares sociais nos quais interagem grupos e indiv duos O termo mais adequado ent o seria tratar das identidades no plural As identidades s o constru das em locais hist ricos espec ficos e emergem em um jogo de poder tamb m espec fico Trata se como diz Stuart Hall de um conceito estrat gico e posi
183. as incluindo o curso normal superior Fica a regra geral de que as IES devem se responsabilizar por todo o processo de reformula o dos curr culos programas e conte dos luz do que preconiza o Parecer n 3 e a Resolu o n 1 que instituiu as diretrizes atentando para o princ pio de elaborar uma pedagogia antirracista e anti discriminat ria bem como posicionar se formalmente contra toda e qualquer forma de discrimina o As IES tamb m precisam fomentar e proporcionar forma o inicial e continuada dos profissionais da educa o no tema da Lei que numa perspectiva temporal provoquem mudan as que possibilitem a esses profissionais ser capazes de em seu fazer pedag gico construir novas rela es etnicorraciais reconhecer e alterar atitudes racistas em qualquer ve culo did tico pedag gico lidar positivamente com a diversidade etnicorracial Orienta es e A es MEC SECAD 2006 122 124 A segunda parte das Orienta es e A es dedica se a problematizar o lugar da profissionaliza o do professor em torno desse debate apontando de in cio a dificuldade que muitos professores formadores t m de vincular a tem tica etnicorracial aos conte dos ministrados em suas disciplinas ea pouca produ o acad mica sobre a forma o inicial de professores e as rela es etnicorraciais como constatado no levantamento feito nos s tios do INEP CAPES e Diret rio dos Grupos de Pesquisa do CNPQ no ano de 2005 Dad
184. as de literatura hist ria e educa o art stica Em 2008 o tema da educa o e das rela es etnicorraciais voltaria LDBEN O texto da Lei 10 639 03 passou por altera es resultando na Lei 11 645 08 que confere nova reda o ao Art 26 A da LDBEN determinando al m do estudo da hist ria e cultura afro brasileira a inclus o da hist ria e cultura ind gena Os legisladores estabelecem os conte dos program ticos m nimos para que Lei possa se efetivar O conte do program tico a que se refere este artigo incluir diversos aspectos da hist ria e da cultura que caracterizam a forma o da popula o brasileira a partir desses dois grupos tnicos tais como o estudo da hist ria da frica e dos africanos a luta dos negros e dos povos ind genas no Brasil a cultura negra e ind gena brasileira e o negro e o ndio na forma o da sociedade nacional resgatando as suas contribui es nas reas social econ mica e pol tica pertinentes hist ria do Brasil 2 Texto da Lei 10 639 03 dispon vel em http www planalto gov br ccivil_03 Leis 2003 L10 639 htm 2 Lei 11 645 08 dispon vel em http www planalto gov br ccivil_03 _Ato2007 2010 2008 Lei L11645 htm Da maneira que o texto da lei foi escrito de pronto levanta quest es bem 10 Ainda em 2003 como parte dos desdobramentos ocorridos logo ap s a aprova o da legisla o gestores p blicos especialistas e professores das v rias inst ncia
185. atuar no 2 Grau especialmente na habilita o magist rio Idem A quest o que a educa o nas d cadas de 1970 e 1980 se orientou por uma concep o pautada no modelo de racionalidade t cnica no qual se perseguia o m ximo de resultados com o m nimo de gastos No que tange forma o de professores o esfor o foi empreendido para transformar o professor no sujeito bom em reproduzir de modo simplificado o que era produzido nas universidades sem questionar a produ o j que segundo essa vis o a escola n o se configurava como espa o de produ o de conhecimento e de saberes Uma s ntese dessa quest o est em MONTEIRO 2007 19 20 Nos anos 1980 com o intuito de dirimir os problemas surgiu um projeto que teve dura o limitada e resultados mal avaliados O Centro de Forma o e Aperfei oamento do Magist rio CEFAM sob a tutela do Minist rio da Educa o vinha com a finalidade de promover a forma o iniciada integral e continuada para professores do pr escolar e prim rio mediante remunera o de um sal rio m nimo Paralelo a isso se verificou um amplo movimento dos gestores p blicos voltados reformula o dos cursos de pedagogia e licenciatura cujo princ pio era forjar nos profissionais da educa o uma identidade docente SILVA 2003 apud SAVIANI 2005 21 A redemocratiza o trouxe mudan a e na educa o ela se consolidou com a institui o da nova Lei de Diretrizes e Bases
186. aulas da disciplina Completam o conjunto de documentos desse cap tulo os question rios e entrevistas respondidos pelos cursistas e tutores a dist ncia com informa es gentilmente dadas que intencionavam saber seus conhecimentos pr vios sobre a Lei e suas opini es sobre a abordagem da mesma no curso 4 1 Os saberes docentes no formar se para o ensino de hist ria e culturas afro brasileiras Os discentes nesse curso de licenciatura a dist ncia eram um grupo constitu do na quase totalidade de mulheres donas de casa formadas professoras em n vel m dio e com algumas d cadas no of cio da profiss o atuando em escolas p blicas do ensino fundamental e m dio dos seus estados e munic pios Esses pertencimentos ir o dar uma marca uma identidade para essa experi ncia de forma o de modo que importante que eles sejam considerados Miranda 2009 prop e reflex o instigante ao situar o lugar de subalternidade conferido s mulheres na sociedade traduzido por exemplo nas rela es que se d o na escola p blica entre professoras n o leitoras oriundas de setores m dios e empobrecidos e seus alunos tamb m subalternizados Constato que nessa experi ncia de profissionaliza o devemos considerar al m dessa peculiaridade as dificuldades que professores e professores t m de escrever Questionadas sobre como foi conciliar trabalho e estudo as professoras disseram ter tido dificuldades que foi preciso fazer sacrif cios e
187. ava em 2010 O n mero de professores com forma o espec fica em hist ria da frica era e ainda muito pequeno Em 2010 est vamos com sete anos de vig ncia da lei mas s a partir daquele ano os concursos p blicos aumentaram expressivamente Na PUC Rio n o foi diferente Os conhecimentos sobre hist ria da frica estavam sendo constru dos no desempenho das atividades profissionais ou seja foi lecionando hist ria da frica que os professores aprenderam a lecionar disciplina e a dominar progressivamente os saberes necess rios conte dos debates historiogr ficos metodologia fontes etc realiza o do trabalho que lhes foi imputado Essa experi ncia p e em evid ncia a face de mediador de orientador do conhecimento constituinte da pr tica da profiss o de professor Guerra 2012 171 173 analisou o curr culo dos professores que atuavam com a disciplina hist ria da frica nas IES p blicas brasileiras em 2012 A pesquisadora apurou que dos 62 professores a maioria se constitui de historiadores 143 formados no Brasil mas apenas 21 t m forma o mestrado e doutorado na rea Al m desses 22 professores s o especializados em estudos afro brasileiros os temas correlatos o que significa na maioria dos casos serem estudiosos da escravid o J os 19 restantes t m estudos nas mais variadas reas A pesquisa de Guerra tamb m demostrou o acr scimo gradativo de concursos para a cadeira de hist
188. avam em programas de ensino pois a maioria dos bachar is associados ao IHGB se tornaram professores do Col gio Pedro II ABUD 2007 108 0 O programa de ensino de hist ria do Col gio Pedro II que seguia a sequ ncia cronol gica e a divis o entre hist ria do Brasil e hist ria geral serviu de orienta o oficial para os gin sios p blicos que se distribu am pelo pa s e posteriormente para os cursos superiores de hist ria que surgiram ABUD 2007 110 A partir da d cada de 1870 reiniciou se o debate da instru o popular e o projeto das escolas de forma o de professores para atuar na educa o p blica foi 30 Ver tamb m Bittencourt 2003 35 retomado Em 1883 j havia 22 escolas no pa s Nesse contexto ocorre a amplia o do curr culo de forma o fixam se maiores exig ncias entrada e assiste se aprova o das mulheres para lecionar Para Tanuri a feminiliza o da educa o no Brasil tamb m contribuiu para a baixa remunera o e desprest gio social dos profissionais de ensino No final do s culo XIX a entrada das mulheres nessa ocupa o reflete diversos fatores entre eles a associa o por semelhan a que via no trabalho da professora uma continuidade do trabalho da m e os parcos sal rios dos professores passando a desinteressar aos homens e a atrair mulheres que desejavam entrar no mercado mas eram preteridas nas outras ocupa es al m de ser uma alternativa ao casamento ou emprego d
189. ca o CBHE 2008 Dispon vel em http www pucpr br eventos educere educere2008 anais pdf 93 159 pdf Acesso 12 03 2012 VILLELA Helo sa 2000 O mestre escola e a professora In LOPES Eliane FARIA FILHO Luciano VEIGA Cynthia 500 anos de educa o no Brasil Belo Horizonte Aut ntica 287
190. cacionais desenvolver olhar cr tico aos materiais pedag gicos e trabalhar com a oralidade corporeidade e arte marcas da cultura de raiz africana ao lado da leitura e escrita Perspectiva que novamente pode levar ao entendimento de que existe uma nica cultura africana mesmo que no item destinado aos conte dos espec ficos para o ensino da hist ria da frica os relatores orientam que se ensinem as rela es entre as culturas e as hist rias dos povos do continente africano e os da di spora MEC CNE DCNSs Etnicorraciais 2004 13 Ap s esses princ pios o documento reitera que a legisla o s ser cumprida caso haja mudan as tanto nas pessoas quanto nas institui es todas dispostas a seguir uma s rie de determina es O Parecer segue ent o com sugest es de conte dos program ticos para o curr culo m nimo das institui es de ensino informam sobre as datas significativas que devem ser inseridas no calend rio escolar apresentam alguns conte dos e pr ticas pedag gicas voltadas para ensinar uma hist ria positiva do continente africano etc MEC CNE DCNs Etnicorraciais 2004 p 11 14 Para que todas essas determina es aconte am a contento os conselheiros sugerem a es que os estabelecimentos de ensino de diferentes mbitos devem providenciar No que diz respeito ao ensino superior h a proposta de se criar uma esp cie de rede nacional composta por institui es de ensino superior Neabs centr
191. cas de Promo o da Igualdade Racial Seppir lan aram o Plano Nacional de Implementa o das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educa o das Rela es Etnicorraciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro brasileira e Africana a o que completa o esfor o dos rg os federais na institucionaliza o da Lei O documento foca em compet ncias e responsabilidades deixando mais delimitado e claro o lugar das diversas inst ncias que comp em o sistema de ensino brasileiro dos rg os da sociedade civil que fiscalizam e refletem a educa o no pa s e das institui es de ensino conforme os n veis e modalidades que se apresentam 133 Fundado em 1995 o Penesb destaca se na forma o continuada presencial e a dist ncia com foco nos docentes da educa o b sica oportunizando cursos de extens o e especializa o Ver http www uff br penesb acesso em 15 07 2013 124 Merece destaque a parte introdut ria do Plano que tra a um percurso das a es destinadas educa o das rela es etnicorraciais colocadas em pr tica pelo governo brasileiro desde a aprova o da primeira Lei em 2003 e enfatiza o car ter indutor e fiscalizador do MEC para o efetivo cumprimento da Lei Constam como principais a es que o governo federal prop e assumir na vig ncia do Plano tornar as DCNs das Rela es Etnicorraciais e Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana conhecidas pelos gestores profissionais
192. cas de ensino alinhadas com aquelas que priorizam as comemora es e s vezes focam mais na culmin ncia do que no processo de aprendizagem como tamb m conhecimentos acerca da educa o para as rela es etnicorraciais e ensino de hist ria e cultura afro brasileiras mais afinados com a perspectiva da Lei Na mesma cidade ao pedir que as professoras relatassem uma experi ncia de aplicabilidade da Lei tive as seguintes respostas Desde 2009 trabalhamos com as quest es abordadas pelas leis citadas atrav s de materiais did ticos como livros e reportagens realizamos discuss es em sala de aula e no final do ano realizamos algum evento cultural com apresenta es art sticas artesanatos comidas t picas e apresenta o de trabalhos de pesquisa dos alunos Em geral os resultados s o positivos embora quando se trata de quest es religiosas percebemos que alguns alunos ainda tem muita resist ncia em rela o cultura afro brasileira Question rio cursista polo Salvador Bahia 20 04 2012 Na unidade escolar onde atuo como coordenadora sentamos para elaborar a es acerca da lei Uma professora que militante do MNU trouxe um projeto excelente A casa das bonecas Nesta casa todas as bonecas s o negras A partir da iria desenvolvendo as a es O objetivo maior era que as crian as vissem sua beleza representada ali se identificassem etc Outra professora me disse que aquelas bonecas eram de bruxarias e assustari
193. centes n o t m condi es de avaliar um bom livro e n o t m tempo de preparar as suas aulas uma vez que trabalham em diversas escolas Somam se a isso as pol ticas p blicas que consideram mais barato investir nos livros did ticos do que na forma o do professor ou em garantir lhes condi es mais plenas de exerc cio da profiss o LAJOLO 1996 9 Uma cursista do Polo de Salvador abordou essa quest o O ensino da hist ria africana se faz urgentemente necess rio no contexto sociopol tico que vivemos sim mas que n o estamos devidamente preparados evidente e gritante A lei que promulgou o ensino obrigat rio da hist ria africana n o levou em considera o o fato not rio de que nosso sistema educacional prec rio e euroc ntrico Os livros did ticos est o obsoletos e desatualizados e n o foi investido em prepara o para os educadores o resultado uma clara defasagem entre o que se produz no mundo acad mico sobre a frica e o que passado na base pelos profissionais dos ensinos fundamental e m dio F rum de debates aluna Polo Salvador 23 08 2010 Estudiosos do alcance que tomou o livro did tico nas escolas brasileiras defendem que o trabalho do professor n o se restringe e ele n o pode deixar que se restrinja atividade de mero guia dos alunos no percurso orientado pelo livro did tico O professor n o pode ser um ref m do livro did tico Bons livros podem ser subutilizados nas m os de um pr
194. cima na quarta aula A busca do ponto de vista africano m todos e fontes os objetivos eram expor aos cursistas reflex es te ricas que apontam para as possibilidades de uma hist ria da frica do ponto de vista dos pr prios africanos destacando o lugar dos relatos orais principais fontes de informa o sobre a hist ria do continente 193 As cinco aulas seguintes que ser o apresentadas a seguir causaram muitas surpresas aos cursistas Pensar a frica a partir da ag ncia dos pr prios africanos revelava se como totalmente impens vel at aquele momento frente s representa es de continente v tima constru das at ali O que se constatou nas mensagens analisadas dessas aulas foi que a tr ade fome doen a guerra continuava a construir as concep es sobre o continente africano revelando a for a das representa es comumente veiculadas nas diferentes m dias e nos manuais de ensino com os quais esses professores lidavam A quinta aula tinha como t tulo Islamismo e o com rcio transaariano e buscou analisar a entrada do Isl no continente africano e compreender alguns aspectos do processo de assimila o da nova religi o pelas sociedades convertidas 155 rt Ver resumo no ap ndice 155 Resumo Nesta aula texto os autores explicam as origens do islamismo e relacionam sua expans o obriga o que todo mu ulmano tem de converter as pessoas pelo com rcio ou guerra santa a jihad Informa a import ncia da dom
195. cional isto n o assinala aquele n cleo est vel do eu que passa do in cio ao fim sem qualquer mudan a por todas as vicissitudes da Hist ria HALL 2000 108 109 Sob essas bases me apropriei dessas categorias no estudo que aqui apresento Reporto me aos escritos de Guimar es 2002 para usar nessa pesquisa a categoria ra a Desde os estudos da Unesco a categoria ra a vem perdendo a sua relev ncia biol gica na classifica o de grupos humanos No entanto nas rela es sociais a concep o de ra a ainda um marcador diacr tico importante para compreender sociedades hier rquicas reguladas nas desigualdades como a brasileira Nessa perspectiva ra a neste trabalho significa uma constru o social que se erige numa realidade em que as pessoas se diferenciam a partir de caracteres fenot picos logo f sicos como cor da pele textura do cabelo tra os faciais que n o t m correspond ncia alguma com o gen tipo como j provou a biologia gen tica Portanto em sociedades racializadas como o Brasil a categoria social ra a tem 12 Os estudos publicados pela United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Unesco na d cada de 1950 mudaram os rumos das pesquisas relativas s rela es raciais no Brasil j que at ent o a maioria delas ou tinha abordado o negro pela via da cultura ex tica e folclorizada ou como degenerado f sico e mental visto pelo saber m dico ou no m
196. cional porque buscavam explicar e creditar as causas daquela situa o social rela o com o grupo branco pois nas rela es raciais brasileiras o branco tamb m contribu a com seus complexos e sentimentos de superioridade Caberia aos integrantes do TEN alcan ar tamb m os brancos convencendo os de sua responsabilidade na produ o e reprodu o do chamado problema do negro no Brasil convoc los a partilhar do esfor o de mudan a dos padr es de relacionamento inter tnico e de supera o da ideologia racista cristalizada entre eles MULLER 1999 19 20 Portanto como declarou Sebasti o Rodrigues Alves um dos fundadores do TEN no jornal Di rio Trabalhista em janeiro de 1946 era necess rio educar o branco para receber o negro em seu conv vio social livre do med ocre preconceito e educar o negro para participar em todos os setores da vida sem o preju zo do complexo de inferioridade que uma heran a da senzala e do preconceito apud MACEDO 2005 137 Interessante notar que esse o pensamento que norteia uma s rie de a es do movimento negro e de educadores envolvidos com a educa o das rela es etnicorraciais atualmente isto o entendimento de que se trata de uma perspectiva relacional que prejudica tanto um lado como o outro Se a hist ria distorcida dos africanos e afro brasileiros provoca baixa autoestima sentimento de inferioridade nos estudantes negros do pa s a superexposi o
197. clus o que os intelectuais militantes do movimento negro nas E Sobre o assunto ver Bastide 1973 Ferrara 1986 Santos 2005 51 d cadas de 1920 e 1930 constru ram novas representa es sociais do cen rio racial brasileiro combinando suas pr prias convic es com as ideias dos chamados especialistas que se dedicaram ao tema Era comum encontrar na imprensa negra excertos de livros e artigos de Silvio Romero do Conde de Afonso Celso e de Rocha Pombo por exemplo reapropriados como argumento para engrandecer a participa o dos negros na hist ria do Brasil Os intelectuais do movimento negro paulista usavam a imprensa negra para divulgar representa es positivas sobre os negros contrariando o que comumente sa a publicado nos livros e artigos de jornais pelos intelectuais de renome FERREIRA 2008 Em geral os ativistas da poca creditavam as desigualdades existentes entre negros e brancos recente aboli o da escravid o Assim a educa o seria a solu o que equipararia os negros aos brancos promoveria a ascens o social e a consequente integra o sociedade brasileira Desse modo a instru o era uma obriga o das fam lias negras A publica o do jornal pelotense Alvorada de 1936 espelha essa quest o Num editorial contundente o articulista reitera a import ncia de se saber ler escrever e contar e aconselha os leitores a abrirem m o do lazer em favor da instru o GON ALVES amp SILVA 2000 1
198. com a licenciatura em hist ria Atendendo ao que conclamava a Resolu o FNDE n 34 2005 o Departamento decidiu concorrer ao edital oferecendo um curso de licenciatura a dist ncia em coopera o com o Departamento de Ci ncias Humanas da Faculdade de Forma o de Professores FFP da UERJ situada no munic pio de S o Gon alo e com suporte t cnico da Coordena o Central de Educa o a Dist ncia CCEAD PUC Rio Uma s rie de reuni es e contatos virtuais foram realizados pela coordena o da PUC e os gestores do MEC com o intuito de compreender o funcionamento do Programa Pr Licenciatura II estabelecer rela o com as secretarias estaduais e municipais de Educa o e se apropriar daquela nova modalidade de ensino considerada por muitos um desafio O curso da PUC Rio foi a primeira experi ncia de ensino a dist ncia colocada em pr tica em atendimento ao Pr Licenciatura II ainda em 2006 pois para todas as outras propostas aprovadas o vestibular estava marcado para in cio de 2008 Por isso o curso da PUC Rio acabou servindo como um experimento de gest o dos modos de ensinar e de interagir diante de uma modalidade de ensino ainda nova para os docentes coordena o e fomentadores da pol tica Cl udio Santiago secret rio do curso e funcion rio do Departamento de Hist ria da PUC informou em entrevista a mim concedida em 8 de mar o de 2012 que no in cio a gest o foi trabalhosa Houve problema na remunera o dos
199. como essa perspectiva aparece nos livros did ticos de hist ria Como dito anteriormente essa aula n o teve tarefa seu resumo encontra se no ap ndice dessa tese Com o t tulo de O afrocentrismo e a inven o da frica a terceira aula continuava problematizando a ideia de uma frica nica mas agora estranhando o projeto da hist ria da frica do ponto de vista dos intelectuais africanos gestado pela historiografia afroc ntrica Resumo O afrocentrismo se constituiu como uma corrente de pensamento sistematizada no s culo XX por intelectuais quase todos formados em universidades europeias ou nascidos no ambiente da di spora que perseguiam uma identidade africana capaz de romper com o pensamento racista que justificara o dom nio colonial Voltada especialmente para as sociedades estabelecidas abaixo do Saara se buscava produzir uma hist ria da frica da perspectiva dos pr prios africanos Para o fil sofo ganense Kwame Appiah esse pensamento tem uma historicidade e suas origens est o no s culo XIX E apesar das boas inten es pol ticas ele continha contradi es pois ao buscar uma unidade entre os africanos acabou passando por cima das culturas diversas existentes no continente acreditando que apenas a cor da pele identidade biol gica poderia amalgamar aqueles povos Portanto tanto a an lise euroc ntrica quanto a afroc ntrica n o foram capazes de compreender a hist ria do continente Quest o
200. comum refere a import ncia do resgate das culturas afro em nosso pa s Somos n s que precisamos resgatar para que a mem ria das maiorias n o se perca E o que o autor compreende por africanismo F rum de debates Tutor a dist ncia S o Lu s Maranh o 08 09 2010 154 Esse primeiro conjunto de tr s aulas d ideia da proposta curricular do curso pensado pelos professores Leonardo Pereira e Yna dos Santos Apesar das dificuldades relatadas de conseguir bibliografia em portugu s na poca os autores buscaram construir um curso que contemplasse os conte dos referentes ao per odo mas tamb m assegurasse discuss es historiogr ficas O objetivo era fazer com que os cursistas acompanhassem o caminho de constru o dos saberes relacionados a esse campo de ensino com destaque para as escolhas te ricas e as metodologias usadas nas pesquisas sobre a hist ria da frica ou seja uma hist ria que explicita o di logo constante entre diferentes disciplinas como a arqueologia a antropologia e a lingu stica Uma hist ria feita por meio da palavra escrita e da palavra falada F rum hist ria da frica mensagem dos autores 19 08 2010 Por outro lado essas tr s primeiras leituras tamb m deveriam preparar os cursistas para as pr ximas aulas que lhes apresentariam uma frica plural e n o um continente pa s como vinham sendo informados e formados ao longo dos anos de trabalho Seguindo o prop sito apresentado a
201. comum que bachar is em direito ou teologia al m de m dicos e engenheiros exercessem a profiss o de professor caso n o encontrassem outra forma de sobreviv ncia como uma maneira de complementar a renda ou como miss o religiosa uma esp cie de sacerd cio GLEZER 1990 11 Ainda de acordo com a legisla o de 1759 seria de responsabilidade das C maras Municipais o pagamento desses profissionais que por sua vez deveriam manter com recursos pr prios toda a estrutura da escola No entanto na Am rica Portuguesa os proventos demoravam a chegar obrigando os professores a cobrar pelo ensino O Marqu s de Pombal ainda tentou salvar esse projeto de educa o p blica centralizando o pagamento dos mestres e instituindo um imposto para isso o subs dio liter rio em 1772 25 Conjunto de reformas pol ticas econ micas administrativas educacionais e eclesi sticas que visavam desenvolver o Imp rio Portugu s atrav s da moderniza o da administra o p blica e da amplia o dos lucros provenientes da explora o colonial 26 O imposto valia para todo o dom nio portugu s e incidia sobre as carnes frescas o vinho todo tipo de aguardente e o vinagre Cabia s C maras Municipais arrecad lo para custear os sal rios dos mestres e outros profissionais envolvidos na reforma da educa o No entanto n o era a C mara que remunerava os professores o que demonstra o esfor o em centralizar o poder incluindo a educa o
202. constitui o de um grupo de estudos para o curso presencial e o estabelecimento de uma parceria para elaborar o caderno de textos da disciplina hist ria da frica do curso a dist ncia revelam as estrat gias de que se valem os docentes para compor um conjunto de saberes acad micos a serem ensinados No cotidiano de ensino e aprendizagem da disciplina hist ria da frica foi poss vel constatar que alguns temas ocorreram com recorr ncia e por serem recursivos eles nos revelam as similaridades que envolvem os saberes docentes O principal objetivo da disciplina era desconstruir concep es e imagens estereotipadas sobre a frica e os africanos mas algumas delas como as no es de frica v tima frica conquistada e frica primitiva permaneceram nos escritos dos cursistas no decorrer de todo o curso de hist ria da frica constata o que revela a for a dessas representa es na constitui o dos conhecimentos que os mesmos elaboram sobre a frica e os africanos e que s o mobilizados no saber ensinado e est o presentes na cultura escolar O cinema e os meios de comunica o foram citados como os principais espa os de enuncia o de conhecimentos sobre o tema e antes de condenar esses ve culos considero que os cursos de licenciatura precisam formar os professores para ensinar com o aux lio das m dias Os professores n o podem tomar as informa es veiculadas nesses espa os como uma verdade nica e inabal vel mas t
203. continentes F rum de debates aluna Polo Bacabal Maranh o 24 09 2010 As interven es destinadas a responder s quest es problema espec ficas do f rum de debates davam pouca margem para que os cursistas expressassem concep es e no es do senso comum Como j foi dito anteriormente os cursistas tiveram dificuldade para formular suas respostas e frente a isso postaram mais resumos dos textos e menos suas considera es e conclus es Contudo nas ocasi es em que o f rum de debates foi influenciado por temas em voga na sociedade apareceram mais as concep es e no es estereotipadas Os cursistas se sentiam livres para postar suas impress es as conversas se estendiam e suas mensagens sa am do controle normativo do curso pois aquelas conversas n o eram para responder a tarefa A tens o entre o que a pessoa efetivamente pensava e compreendia e o que se ensinava e orientava nos conte dos e na abordagem do curso se amainava O conte do dessas conversas nos d mostras do alcance da forma o Bomeny 1981 ao analisar os conte dos ideol gicos na disciplina Educa o Moral e C vica a partir do imagin rio dos alunos do ensino fundamental que estudavam por meio de tele aulas da TV Educativa do Maranh o constatou que as constru es discursivas e imag ticas sobre a identidade nacional brasileira orientavam para a conviv ncia pac fica e igualit ria entre as tr s ra as originais formadoras da na o Viv a
204. corraciais Temas como racismo discrimina o preconceito g nero cultura ideologia pol ticas p blicas democracia direitos e movimentos sociais s o algumas das sugest es para o conte do da disciplina que consta na Carta de Princ pios do PVNC PVNC Carta de Princ pios 1999 apud NASCIMENTO 2012 97 Sua finalidade desenvolver o senso cr tico o posicionamento pol tico e restaurar a autoestima dos estudantes na maioria pretos e pardos que ao longo da escolariza o sofreram um processo de desqualifica o do grupo racial ao qual pertencem seja pelo desconhecimento da sua pr pria hist ria seja por um tratamento subalterno e desigual que lhes afetou a estima Como os cursos do PVNC n o vedam a participa o de alunos brancos ou n o negros costuma ocorrer um novo processo educativo desses estudantes que no geral passam a compreender as quest es do racismo e as singularidades de ser negro no Brasil Algo parecido com a pedagogia do branco proposta por Guerreiro Ramos durante as atividades realizadas pelo Teatro Experimental do Negro como mencionado anteriormente Na Educafro existe a disciplina Cidadania e Consci ncia Negra com a mesma finalidade Ambas as organiza es v m discutindo e problematizando desde os anos 1990 o tema da educa o e o negro no Brasil seja no acesso aos cursos superiores seja na abordagem dos conte dos das disciplinas de Cultura e Cidadania e Cidadania e Consci ncia Negra Com car
205. correu entre dezembro de 2004 e junho de 2005 com uma s rie de encontros que envolveram cerca de 150 pessoas cuja finalidade era correlacionar as DCNs para a educa o das rela es etnicorraciais s diferentes esferas de ensino produzindo um material capaz de exemplificar e apresentar experi ncias aos professores gestores e Orienta es e A es para a Educa o das Rela es Etnicorraciais Foi a Coordenadoria geral de Diversidade e Inclus o Educacional subordinada SECAD MEC e sob a responsabilidade da professora Eliane Cavalleiro que assumiu o projeto Primeiro ocorreram os encontros regionais A cidade de Salvador sediou as reuni es do Nordeste Bras lia os encontros com 128 A pedagoga Eliane Cavalleiro esteve frente da Coordenadoria geral de Diversidade e Inclus o Educacional entre 2004 e 2006 Sua trajet ria come ou na Ong de mulheres negras Geled s em 2001 Cavalleiro foi professora da Universidade de Bras lia entre 2006 e 2009 e presidente da Associa o Brasileira de Pesquisadores Negros ABPN Concluiu seu doutorado na USP mas foi seu estudo de mestrado Do sil ncio do lar ao sil ncio escolar racismo preconceito e discrimina o na educa o infantil que trouxe contribui es significativas ao campo da educa o e rela es raciais ao comprovar os impactos do racismo e da discrimina o nesse n vel de ensino e o papel crucial de professores e pais no sil ncio que perpetua essa realid
206. criar algum substrato para discutir a o afirmativa ALBERTI amp PEREIRA 2007a 355 Outra maneira que os ativistas dos movimentos negros encontraram para constranger e chamar a aten o do Estado brasileiro para o tema foi denunci lo internacionalmente Em 1992 H dio Silva Jr da ONG Centro de Estudos das Rela es de Trabalho e Desigualdades CEERT em parceria com a Central nica dos Trabalhadores CUT denunciou o Estado brasileiro que desde 1968 era signat rio da Conven o n 111 da Organiza o Internacional do Trabalho OIT na qual se firmou o compromisso de formular e implementar pol ticas de promo o de igualdade de oportunidades e de tratamento no mercado de trabalho mas nada vinha sendo feito adolescentes negros de baixa renda para o acesso e conclus o do primeiro e segundo graus atuais ensinos fundamental e m dio respectivamente Desenvolvimento de a es afirmativas para acesso dos negros aos cursos profissionalizantes universidade e s reas de tecnologia de ponta Executiva Nacional Marcha Zumbi dos Palmares 1996 apud SANTOS 2007 p 166 7l Ivair Alves dos Santos foi um dos fundadores do Conselho de Participa o e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de S o Paulo no governo de Franco Montoro entre 1983 e 1987 Depois trabalhou em outros rg os parecidos indo em 1995 trabalhar em Bras lia na Secretaria de Justi a e Cidadania subordinada ao Minist rio da Justi a e
207. cultura europeia asi tica africana ind gena etc Abreu amp Mattos 2008 destacam o qu o importantes podem ser as Diretrizes ao servirem como um instrumento legal para introduzir uma reflex o das nossas rela es raciais na escola No entanto em um di logo voltado especialmente aos profissionais de hist ria atentam para as armadilhas interpreta o essencializante das no es de cultura e identidade presentes nos Par metros Curriculares Nacionais e nas novas Diretrizes O uso do singular em algumas passagens do documento abriu brechas para a interpreta o de que n o houve e n o h diversidade nem processos de troca cultural e hibridiza o no mbito das matrizes culturais negras e ind genas o que gerou muitas 118 cr ticas pois d a entender que se est tratando de culturas r gidas prontas e imut veis 1 Uma parte do Parecer buscou destacar e avigorar que a educa o das rela es etnicorraciais imp e aprendizagens trocas de conhecimentos e quebra de desconfian as destacando que esse deve ser um trabalho dos diferentes sujeitos envolvidos com educa o na nossa sociedade pois o racismo e a discrimina o n o nascem na escola sendo que esse espa o vem se constituindo como local privilegiado para observar e combat los ou seja educar para as rela es etnicorraciais S o citadas as pedagogias de combate ao racismo e discrimina o como procedimentos de ensino a ser ministrados por pro
208. d o e ressaltam se um pouco mais da cultura sem o senso comum da capoeira comidas t picas etc Contudo ainda forte a vis o euroc ntrica nas falas especialmente nos conte dos factuais F rum de debates aluna Polo Feira de Santana Jequi Bahia 19 09 2010 Infelizmente essa discuss o sobre os livros did ticos levantada pelo tutor a dist ncia que suscitou uma reflex o sobre os conte dos dos mesmos inclusive com o cursista se mobilizando para analisar os livros dispon veis na sua escola s aconteceu na turma do polo em tela Ainda que o professor Francisco Gleison de Medeiros tenha tido atitude aproximada quando relatou ter buscado v rios materiais como filmes e contos africanos para articular com os conte dos textuais da disciplina Ele afirmou que muitos dos materiais de literatura e dos contos estavam na pr pria escola dos cursistas referem se aos livros distribu dos pelo PNDL e que ficam perdidos nas prateleiras das bibliotecas sem uso nem pelo professor e alunos Eles fizeram um levantamento destes materiais analisaram e socializaram as interpreta es em sala de aula Question rio tutor presencial polo Tiangu Cear 02 10 2012 167 Nesse caso o professor quis dizer PNBE O Programa Nacional Biblioteca da Escola distribui livros para alunos e professores incluindo os paradid ticos para as escolas p blicas da educa o infantil ao ensino m dio passando pelos cursos de Educa o de
209. da frica s o t o antigos e t o novos frente a um campo de conhecimento que somente h bem pouco tempo vem se organizando e consolidando no ensino e pesquisa hist ricos A mensagem abaixo postada pela professora tutora dos polos do Maranh o termina esse cap tulo Essa tutora a dist ncia manteve durante toda a disciplina a pr tica de postar suas reflex es de buscar uma aproxima o com os cursistas atrav s do lugar de professor do qual todos ali partilhavam No ltimo f rum de debates ao responder a uma cursista suas palavras acabam por revelar uma s ntese do que parece ter sido essa experi ncia de profissionaliza o do ponto de vista daqueles que estavam no papel de formadores Sempre me chama aten o como a cada aula do nosso curso um ou mais mitos sobre a hist ria que se conta da frica cai por terra Me sinto sempre muito ignorante ou uma historiadora pouco atenta quando vejo que aceitava esses mitos e os reproduzia Mas verdade seja dita nunca tive a oportunidade de fazer muito menos lecionar um curso sobre a hist ria da frica ent o o conhecimento nesse caso um desbravamento F rum de debates Tutor a dist ncia Polos Bacabal e S o Lu s Maranh o 026 10 2010 181 4 OS SABERES DOCENTES NA DISCIPLINA HIST RIA DA FRICA LIMITES E POSSIBILIDADES NO ESTAR TORNAR SE PROFESSOR DE HIST RIA A nossa capacidade de aprender de que decorre a de ensinar sugere ou mais do que isso implica
210. da Africa que n o apareceram nas perguntas anteriores Seria timo se voc pudesse tamb m partilhar reflex es suas a respeito 269 II Consentimento cursistas TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO CURSISTAS O Sr Sra convidado a a participar da pesquisa sobre a tem tica A forma o de professores de Hist ria com vistas aplicabilidade da Lei n 11 645 08 Que tem como objetivos Investigar o campo de forma o de licenciatura em Hist ria a dist ncia concernente Lei n 11 645 08 Elucidar a trajet ria de forma o de professores do ensino b sico Destacar a import ncia da aplica o regulamenta o da Lei n 11 645 08 nos curr culos de forma o forma o continuada dos professores de Hist ria do pa s Este um estudo baseado em dados colhidos atrav s de question rios enviados por e mail as respostas ser o tratadas de forma an nima e confidencial isto em nenhum momento ser divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necess rio exemplificar determinada situa o a privacidade ser assegurada uma vez que seu nome ser substitu do por nomes fict cios Os dados coletados ser o utilizados apenas NESTA pesquisa e os resultados divulgados em eventos e ou revistas cient ficas Sua participa o volunt ria isto a qualquer momento o Sr Sra pode recusar se a responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar o seu conse
211. da ONU na Confer ncia das Na es Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento mais conhecida como ECO 92 realizada no Rio de Janeiro em 1992 na Confer ncia Mundial sobre Direitos Humanos que aconteceu em Viena no ano de 1993 e na IV Confer ncia Mundial das Mulheres ocorrida em Beijing no ano de 1995 SANTOS 2005 cap II Combinado a isso houve uma maturidade pol tica e institucional forjada seja nos partidos pol ticos seja nas organiza es religiosas seja principalmente nas pr prias entidades negras Assim espa os de interlocu o nacionais e internacionais se abriam para desenvolver reflex es e formula es pr prias supera o de desigualdades raciais no Brasil Pode se afirmar que pelo menos o combate s desigualdades educacionais balizadas por pesquisas produzidas pelo Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada IPEA entraram 7 Para um hist rico amplo das diversas pol ticas de a o afirmativas criadas pelo Estado brasileiro ver MOEHLECKE 2002 73 As pesquisas de Ricardo Henriques se tornaram muito importantes no per odo porque primeiro eram informa es produzidas pelo Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada um rg o do governo segundo porque elas destacavam um padr o de reprodu o das desigualdades que n o mudava A economia havia crescido a realidade do pa s mudara mas permanecia o mesmo padr o de desigualdades raciais a mesma dist ncia entre negros e brancos no decor
212. da educa o e rg os de fomento ao ensino considerar a aplica o dessas DCNs como crit rio para a renova o aprova o e reconhecimento de cursos superiores investigar a implementa o da Lei e das DCNs com quest es no Censo Escolar e nas avalia es regulares como a Prova Brasil ENEN e ENAD tornar p blicos os achados sobre evas o aprova o e distor o idade s rie atrav s dos recortes de g nero pertencimento etnicorracial e perfil socioecon mico fazer campanhas nacionais de divulga o da Lei e combate ao preconceito racismo e discrimina o trabalhar em colabora o com estados e munic pios na forma o continuada de professores e produ o de material did tico instituir comiss o t cnica capaz de elaborar acompanhar analisar e avaliar as pol ticas p blicas espec ficas sobre o tema da Lei Brasil MEC 2009 3 2 O lugar da Lei no curso de licenciatura em hist ria a dist ncia Analisei os programas e ementas das disciplinas do curso com o objetivo de encontrar os temas e conte dos aludidos nos documentos que institu ram as DCNs para a Educa o das rela es etnicorraciais e o ensino da hist ria e culturas afro brasileiras e africanas Feito esse primeiro levantamento a segunda etapa foi analisar as aulas textos das disciplinas que tinham feito alus o aos conte dos e temas da Lei Entre as obrigat rias da rea da educa o analisei as ementas das disciplinas Educa o e Sociedade Hist ria e P
213. da hist ria e cultura europeias acaba por provocar uma autoestima exagerada entre os alunos brancos Em ambos os casos verificam se autopercep es distorcidas provocando um maior afastamento entre os grupos sendo essa distor o no caso dos estudantes negros fator que n o devemos desconsiderar nos processo de abandono da escola distor o s rie idade e baixa forma o acad mica quando comparados aos estudantes brancos CAVALLEIRO 2000 CAVALLEIRO 2001 CUNHA 2008 Na educa o o TEN organizou o curso de alfabetiza o para adultos e as aulas de inicia o cultural ministradas na antiga sede da Uni o Nacional dos Estudantes UNE no Flamengo entre os anos de 1944 e 1946 Al m disso publicava o jornal Quilombo e encenava espet culos teatrais alguns deles com objetivos pedag gicos 54 bvios Com a mobiliza o para organizar a Conven o Nacional do Negro Brasileiro em duas plen rias em 1945 e 1946 o TEN ampliou o seu raio de a o passando a ser conhecido em cidades al m da regi o Sudeste O objetivo maior do encontro era a conquista da cidadania dos negros junto ao Estado brasileiro tendo como motiva o todo o movimento que ocorria para a Assembleia Nacional Constituinte de 1946 Para materializar essa conquista foi lan ado o Manifesto Na o Brasileira com uma s rie de reivindica es assinado por cerca de 500 pessoas GON ALVES amp SILVA 2000 148 Entre as propostas do Manifesto destacam s
214. dade Situa o inversa viveram os grupos que praticavam as express es afro brasileiras de car ter mais antag nico como a capoeira e o candombl Aula 16 Resumo pesquisas demonstram que desde o s culo XVIII uma parcela pequena mas significativa de africanos retornou As raz es para isso se relacionam com diferentes motiva es e fatores a valoriza o da identidade africana presente em todo o per odo da escraviza o que permitiu ter vontade de retornar o modelo escravista brasileiro que dava brechas para a alforria e a poupan a logo compra da passagem de retorno as revoltas escravas e a press o inglesa pelo fim do tr fico na primeira metade do s culo XIX para a elite pol tica o retorno dos africanos poderia minorar a suposta influ ncia negativa dos negros na sociedade brasileira Duas experi ncias de retorno s o mais conhecidas os agud s e os tabons O retorno dos africanos agud s come ou no s culo XVIII A experi ncia da escravid o no Brasil lhes forjou outros padr es culturais que os diferenciavam dos que ficaram A presen a brasileira pode ser comprovada pela influ ncia ocidental na religi o na arquitetura nos h bitos alimentares e na cultura popular O grupo tabom se fixou em Acra Gana na primeira metade do s culo XIX e se relaciona com a expuls o dos hau s envolvidos nas revoltas do per odo Ligados s elites da cidade os tabons ajudaram no dese
215. dade Estadual de Campinas Campinas MOEHLECKE Sabrina 2002 A o Afirmativa hist ria e debates no Brasil Cadernos de Pesquisa n 117 novembro 2002 Cadernos de Pesquisa n 117 p 197 217 novembro 2002 http www scielo br pdf cp n117 15559 pdf MONTEIRO Ana Maria 2007 Professores de Hist ria entre saberes e pr ticas Rio de Janeiro Mauad X MONTEIRO Ana Maria GASPARELLO Arlette e MAGALH ES Marcelo org 2007 Ensino de Hist ria sujeitos saberes e pr ticas Rio de Janeiro Mauad X FAPERJ MONTEIRO Ana Maria 2001 Professores entre saberes e pr ticas Educa o amp Sociedade Campinas v XXV n XII p 121 142 2001 http www scielo br pdf es v22n74 a08v2274 pdf MORAIS Christianni C OLIVEIRA Michelly da S SANTOS Patriciane X M 2012 Carnes verdes e aguardentes arrecada o do subs dio liter rio e investimento em educa o na Capitania de Minas Gerais 1772 1777 Revista e Hum Belo Horizonte vol 5 no 2 pp 136 152 Dispon vel em www unibh br revistas e hum acesso em 27 05 2013 MOURA Cl vis 2004 Formas de resist ncia do negro escravizado e do afrodescendente In MUNANGA Kabengele org O negro na sociedade brasileira resist ncia participa o e contribui o v l Bras lia Minist rio da Cultura Funda o Cultural Palmares e CNPq MULLER Ricardo Gaspar 1999 Teatro Pol tica e Educa o a experi ncia hist rica do Teatro Experimental do Negro 19
216. dade africana o que leva ao problema de uma poss vel naturaliza o dessa identidade Do pouco que li do livro do 154 h fil sofo Kwame Appiah indicado na bibliografia observei que este aponta para os perigos dessa naturaliza o chamando 154 A obra em quest o Na casa de meu pai A frica na filosofia da cultura publicada no Brasil em 1997 pela editora Contraponto 152 aten o para o cuidado de se historicizar a ideia a fim de se evitar uma interpreta o err nea da realidade uma vez que pode diluir as caracter sticas pr prias de cada povo Como s o escassas as fontes de pesquisa nos polos os alunos n o t m acesso a algumas dessas obras e nem tempo para fazer leituras mais profundas Por isso temo que o debate fique muito superficial F rum de debates tutora a dist ncia Salvador Bahia 11 09 2010 A preocupa o dessa ltima professora envolve o problema da escassa literatura sobre o tema a falta de tempo dos alunos para fazer as leituras e ao que parece uma avalia o das suas reais condi es para acompanhar a discuss o do f rum De fato um cursista com uma jornada de 40 horas semanais de trabalho em qual hor rio ir fazer suas leituras Nessa experi ncia constitu da de uma maioria de mulheres que tamb m eram donas de casa essa realidade se revelou muito mais complexa Mas a quest o da professora aponta para outro problema que o dos conhecimentos que ela tinha sobre a di
217. dade uma medida discriminat ria por n o poder ser destacada as demais ra as que tamb m formaram a na o brasileira GUERRA 2012 52 Apesar da aprova o dessas leis importante ponderar que o cen rio era de dificuldades pois a meu ver as a es do Legislativo constitu am antes um artif cio de responder contemplar s reivindica es hist ricas dos movimentos sociais negros do que uma quest o que deveria efetivamente interessar e envolver a todos Um esfor o dos ativistas e intelectuais negros era sensibilizar a sociedade e o Estado como mostrou H dio Silva Jr em 2000 num dos artigos publicados em 13 colet nea de ensaios sobre o racismo no Brasil H dio Silva Jr tra a um hist rico do assunto ra a na legisla o do Brasil desde a Constitui o de 1824 para em seguida destacar a inutilidade de uma documenta o que repudia o racismo e todas as formas de discrimina o mas que na pr tica operava no sil ncio O objetivo do trabalho era sensibilizar para uma postura mais ativa e pol tica n o suficiente que o Estado se abstenha de praticar a discrimina o em suas leis Vale dizer incumbe ao Estado esfor ar se para favorecer a cria o de condi es que permitam a todos de beneficiar se da igualdade de oportunidade e eliminar qualquer fonte de discrimina o direta ou indireta A isto d se o nome de a o positiva compreendida como o comportamento ativo do Estado em contrap
218. de Vagas na UFBA e se houver interesse um subs dio Secretaria Estadual da Educa o SEC e Universidade Federal da Bahia UFBA Palavras chave pol ticas p blicas e sociais a es afirmativas conflito racial reserva de vagas para negros educa o Superior Universidade Federal da Bahia 4 Trabalhos de fora do campo da Lei a A hist ria da educa o digital no munic pio de Umba ba Se a partir do ano de 2006 Sergipe RESUMO A escola representa uma institui o que se constr i como um espa o cultural e cognitivo onde o processo de aprendizagem coletiva e individual possa se desenvolver Na rela o com a comunica o a escola deve repensar as novas significa es trazidas pelas m dias com rela o s diferentes formas de aprender e construir sentido sobre o mundo e a realidade que o cerca Este um 255 objetivo importante a ser adotado pela escola com rela o s m dias e aos meios de comunica o em geral na sua a o enquanto institui o que se prop e espa o de aprendizagem e de forma o Foi nesse sentido que desenvolvemos um estudo de an lise do processo de desenvoltura da escola diante desses desafios que vem sendo impostos pelas m dias s sociedades do s culo XXI Portanto queremos apresentar nesse trabalho o quadro de dados e informa es coletadas na pesquisa feita em torno das escolas p blicas do munic pio de Umba ba Se com o objetivo de conhecer o processo de inser
219. de licenciatura em Hist ria a dist ncia pelo cons rcio PUC Rio e FFP UERJ Em particular compreender o desempenho desses professores alunos na disciplina Hist ria da frica oferecida no segundo semestre de 2010 na qual voc atuou como professor tutor a dist ncia Para minha pesquisa de doutorado a sua experi ncia como professor tutor muito importante porque traduz aspectos do desenvolvimento profissional dos cursistas da outra ponta do ponto de vista do formador Utilizo a metodologia da pesquisa qualitativa com perguntas estruturadas conforme os objetivos da investiga o que estou realizando Portanto fique vontade e utilize o espa o que for necess rio para responder as quest es pois n o h limite de linhas para as respostas Agrade o muit ssimo a sua colabora o e esclare o que a n o ser que voc expresse desejo contr rio o seu nome n o ser exibido em qualquer parte da tese e de outros textos que no futuro decorram da pesquisa Voc ser identificado pelo polo e pelo estado para o qual lecionou Antes de passar s perguntas sobre os professores alunos gostaria de solicitar alguns dados pessoais que far o parte da sua identifica o na minha pesquisa 177 E DAN VE e Forma o aqui sin nimo de desenvolvimento profissional portanto de uma perspectiva processual em constru o 267 Dados Pessoais Forma o poca em que lecionou no curso R Idade atual Sexo C
220. de ser desenvolvido com o recurso dos conte dos televisivos Os professores tomariam as reportagens sobre a Copa do Mundo n o como conhecimento stricto sensu mas como um discurso uma fala sobre o tema que passaria ent o a ser trabalhado na escola a partir das bases do saber escolar Outra cursista do mesmo polo no entanto citou uma experi ncia distante da perspectiva descrita acima desde o semestre passado estamos estudando sobre a forma o do povo brasileiro baseado em tr s ra as distintas branca negra e ind gena essa mistura que gera a nossa diversidade cultural Ela tamb m respons vel por nossa singularidade F rum de debates aluna Polo Salvador Bahia 12 08 2010 N o plaus vel afirmar somente com essas informa es registradas no f rum de debates que a abordagem do trabalho desenvolvido na escola da professora vai de encontro s 224 orienta es da Lei mas poss vel inferir pelas informa es que ela d que a atividade possa acabar refor ando estere tipos sobre os africanos e afro brasileiros como contribui es na musicalidade e culin ria que t m a ver com o mito das tr s ra as DA MATTA 1990 No Polo de Barreiras uma cursista partilhou com os colegas e o tutor a dist ncia que na escola em que trabalhava a ltima unidade era dedicada ao estudo da frica N o ficou claro mas acho que ela se referia ao ltimo bimestre Possivelmente ocorreria algum projeto interd
221. des negras de modo organizado passaram a reivindicar e demandar do Estado pol ticas p blicas espec ficas para a popula o negra como as pol ticas de a o afirmativa nas universidades e no mercado de trabalho poss vel afirmar que de certo modo as lideran as das organiza es negras compreenderam que o que elas entendiam como educa o deveria ser assumido pelo Estado brasileiro como responsabilidade dos gestores os quais em algumas situa es eram os pr prios ativistas que no decorrer dos anos 1990 vinham respondendo por cargos no Executivo nos mbitos municipal estadual e federal 67 Informa o dispon vel na p gina do CEAA em http www ucam edu br index php centro de estudos afro asiaticos acesso em 03 06 2013 A tradi o do CEAA pode ser comprovada com esse curso de especializa o que desde 1995 vem formando especialistas no tema Professores dos v rios n veis de ensino assim como lideran as negras com gradua o sa ram com o t tulo de especialistas nesses quase 20 anos 66 Gomes 2012 738 reitera a assertiva acima ao afirmar que o movimento foi constatando que as pol ticas p blicas de educa o de car ter universal ao serem implantadas n o atendiam a grande massa da popula o negra oportuno salientar que as pol ticas p blicas focadas n o s o massivas logo tamb m n o t m a finalidade de atender a toda popula o que se declara negra neste pa s Uma corrente de esp
222. diovisuais que contribu ssem com o trabalho do professor Um cursista citou uma produ o da televis o p blica Uma discuss o recente sobre as formula es ideol gicas representa es constru es imag ticas e discursivas sobre a frica e os africanos pode ser encontrada em OLIVA 2007 Uma an lise sobre a constru o de lugares sociais destinados aos negros brasileiros a partir de uma hist ria das telenovelas est em ARA JO 2000 Uma reflex o sobre a tentativa de excluir os negros da sociedade brasileira em fun o da maneira como esse grupo social aparece representado nas constru es discursivas frases feitas e nas constru es imag ticas da m dia escrita brasileira jornais e revistas pode ser encontrada em PEREIRA amp GOMES 2001 213 Para tentar reverter essa imagem a TV Brasil apresentou em setembro de 2009 nas sextas feiras a partir das 22 horas a s rie produzida pela Baboon Filmes vencedora de concorr ncia p blica A ideia inicial foi percorrer o maior n mero de pa ses para mostrar toda a diversidade do continente Programas e ou s ries como essas que devem estar disposi o de n s professores e nas escolas para um trabalho mais voltado aos olhares de identidade do continente africano que ainda s o vistos com olhares discriminat rios Pena que programas como esses n o s o bem divulgados e mostrados em emissoras de pouca audi ncia F rum de debates aluno Polo Jequi Ba
223. do Imp rio Mali evento que no entendimento dos cursistas limitou a expans o da religi o isl mica 164 Mas ele n o contava com um outro limite no sentido da defesa do seu imp rio sendo que o que provocou sua ascens o tamb m provocou a sua decad ncia j que o ex rcito insuficiente para defender esse imp rio pr spero causou graves problemas para os seus sucessores os quais n o conseguiram impedir que o imp rio fosse invadido tivesse suas cidades saqueadas e por isso essa sua limita o tivesse acabado com as fronteiras existentes e portanto feito com que o imp rio Mali fosse subjugado e anexado ao imp rio de Songai F rum de debates aluna polo Guanambi Bahia 10 10 2010 Nesse sentido o islamismo n o teve limites tanto que suas viagens permitiam que conquistassem novos horizontes fazendo com que aumentasse cada vez mais seus dom nios embora seu primeiro imperador como isl mico tenha respeitado as diversidades culturais desde que todos pagassem seus impostos para que o mesmo adquirisse muitos bens materiais como propriedades sustentadas pelo trabalho escravo F rum de debates aluna Polo Guanambi Bahia 25 09 2010 Outro aluno quase alcan ou o objetivo da tarefa ao postar o seguinte coment rio N o h d vida que a limita o do isl na frica Subsaariana se deve a pr pria dist ncia do centro do islamismo no Oriente M dio a travessia do deserto e a pr pria jun o das cre
224. do Laborat rio de Estudo das Diferen as e Desigualdades Sociais LEDDES ligado ao Departamento de Hist ria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2008 pude constatar esse entendimento distorcido da Lei Dispon vel em http portal mec gov br cne arquivos pdf res012004 pdf 11 forma o e modalidades de ensino inclu das as institui es que desenvolvem programas de forma o inicial e continuada de professores Um extenso argumento da necessidade das novas Diretrizes incluindo a rela o que teve a aprova o da Lei 10 639 03 com as reivindica es hist ricas dos movimentos negros e com as produ es acad micas sobre as rela es raciais e a educa o foi exposto no documento do Parecer 03 2004 publicado em 19 de maio de 2004 de autoria dos conselheiros Petronilha Beatriz Gon alves e Silva relatora Carlos Roberto Jamil Cury Francisca Novantino Pinto de ngelo e Mar lia Ancona Lopez A professora Petronilha respons vel pela elabora o dessas DCNs leciona na Universidade Federal de S o Carlos UFSCar e uma militante hist rica do movimento negro Seu nome foi indicado pelo pr prio movimento negro para o Conselho Nacional de Educa o na gest o 2002 2006 per odo em que participou tamb m da relatoria do Parecer que instituiu as novas DCNs do curso de pedagogia Pois bem essa discuss o tornou se p blica para a sociedade brasileira como um todo a partir de 2003 com a aprova o da Lei No en
225. do analfabetismo Concess o de bolsas remuneradas para 67 mercado de trabalho e na educa o com a es voltadas aos cursos profissionalizantes ensino superior e tecnologia de ponta PEREIRA 2010 26 GOMES 2012 739 Resultado imediato da Marcha que foi aprovado por decreto no mesmo dia do evento o Grupo de Trabalho Interministerial subordinado ao Minist rio da Justi a com a finalidade de desenvolver pol ticas para a valoriza o da popula o negra Desse Grupo participaram l deres dos movimentos negros de diversas localidades do pa s que passaram a colocar as reivindica es em pauta para ver como elas poderiam ser transformadas em pol ticas p blicas universais ou focadas Essas eram quest es que os ativistas vinham discutindo em suas organiza es ou nos governos estaduais em que j tinham trabalhado desde pelo menos o final dos anos 1980 Como afirma Carlos Alberto Medeiros em entrevista realizada em 2004 Essa ideia de a o afirmativa veio surgindo eu n o posso dizer exatamente quando mas eu digo que nos anos 1980 a gente j falava disso e foi amadurecendo ALBERTI amp PEREIRA 2007a 352 Ou ainda Ivair Alves dos Santos em entrevista de 2005 O GTI como disse foi praticamente uma reprodu o em larga escala do que a gente fez era abrir espa o etc e tal Mas na verdade o que nos norteava era criar bases para que as pessoas entendessem que racismo era uma coisa de pol tica p blica e
226. do tr fico foi aumentando passou a ter o sentido do come o de um futuro duro e incerto e a certeza de nunca mais retornar Conscientes disso muitos escravizados iniciaram o processo de reconfigura o de suas identidades ainda na travessia criando la os de solidariedade Surgiam os malungus os companheiros de travessia A documenta o informa que nessas viagens ocorriam muitas mortes decorrentes de doen as alojamentos insalubres alimenta o insuficiente etc que por vezes davam em motins Entre os s culos XVIII e XIX os preju zos causados pelas mortes mais de 20 morria fez com que alguns traficantes adotassem medidas de higiene alimenta o e introdu o de cuidados m dicos m nimos Z O desembarque em algum porto da Am rica significava o come o de um novo ritual E 262 apresentado o caso do Valongo o maior mercado de escravos da Am rica que recebeu cerca de 1 milh o de pessoas Esse processo consistia em passagem pela alf ndega para taxar os impostos inspe o m dica com ida para a quarentena caso apresentasse doen as s rias nova inspe o destinada venda com melhoras na apresenta o f sica distribui o de roupas alimenta o batismo e ensino de algumas palavras em portugu s e por fim an ncio nos jornais posterior escolha dos clientes e in cio da nova vida Na maioria das vezes os la os que restara das fam lias que embarcaram juntas na frica e aqueles constru dos com
227. dos anos 1980 como panfletos atas e relat rios Nossas considera es finais s o que o mito de democracia racial imp s aos negros e seus descendentes a falsa impress o de que eram culpados pelo seu baixo n vel social cultural e econ mico assim como incutiu nos um projeto de branqueamento que culminou na autonega o Neste contexto as organiza es dos movimentos negros incluindo o CCN surgiram como instrumento de luta e conscientiza o para a supera o das contradi es em decorr ncia da escraviza o e racismo vigente posterior a aboli o Palavras chave Preconceito Racial Centro de Cultura Negra Projetos Resist ncia Mudan as na sociedade 254 d A Religi o como Instrumento de Resist ncia Cultural A Preserva o cultural atrav s da Religi o Representada pela Irmandade da Boa Morte Bahia RESUMO O presente trabalho monogr fico apresenta a Irmandade da Boa Morte em Cachoeira Bahia como uma das formas da resist ncia negra atrav s da religi o que conseguiu preservar muitos aspectos da cultura africana Esse trabalho foi realizado a partir de pesquisa bibliogr fica em livros peri dicos e na Internet e verificou que a Irmandade da Boa Morte pouco conhecida na Bahia sendo mais prestigiada por estudantes historiadores antrop logos e turistas precisando ainda do reconhecimento da popula o cachoeirense e baiana como sendo parte importante de nossa hist ria Tamb m foi constatado pela pesqui
228. dos conte dos do programa da disciplina entre a quarta e a oitava aula privilegiou se a hist ria das forma es sociais da Africa Ocidental e Centro ocidental destacando os contatos desses povos com as sociedades de cultura isl mica preferencialmente As refer ncias Europa at ali ocorreram somente nas 168 primeiras aulas com a finalidade apresentar problematizar e contextualizar o saber acad mico e o saber escolar da historiografia sobre essa rea de ensino J a partir da aula 9 os cursistas passaram ent o estudar a hist ria desses povos considerando tamb m o contato com os europeus Segundo os professores autores o objetivo da carta do rei portugu s manter di logo com o soberano do Congo por isso ele envia um intermedi rio uma esp cie de embaixador para apresentar os interesses e medi los junto ao estado africano Por sua vez a carta que o manicongo envia ao rei revela o interesse do mesmo em estabelecer rela es comerciais com Portugal por interm dio de uma pessoa de Portugal em quem o rei africano passara a confiar Ao que parece o rei do Congo tamb m quer preparar pessoas da realeza para o governo segundo os moldes portugueses talvez por conta da convers o ao cristianismo e desse modo confia dois sobrinhos que passariam a morar em Portugal As fontes teriam pois como objetivo o estreitamento de la os as estrat gias pol ticas de reinos co irm os sendo os dois cat licos com parcerias comerc
229. e Apoio Presencial mas nem todos aderiram ao programa ou declararam interesse e depois declinaram Por isso aconteceram situa es de cursistas que moravam a 500 km de dist ncia do seu polo tendo que estar no local pelo menos duas vezes ao m s 99 No in cio houve de fato uma coopera o por parte das prefeituras municipais mas depois do primeiro ano eles os professores cursistas ficaram quase que abandonados por estas institui es Alguns grupos ficaram sem transporte e para chegar at o polo na cidade de Tiangu Cear era uma dificuldade Lembro me de Maria Luzia que sempre me falava acabei de chegar da minha localidade em cima de um caminh o de verdura Outros fretavam por conta pr pria t xis e micro nibus E as secretarias de Educa o tamb m come aram a dificultar a libera o dos professores cursistas para os encontros presenciais tendo em vista que coincidia com os planejamentos pedag gicos Fizemos reuni es com os secret rios para amenizar a situa o mas n o ajudou muito Depois os cursistas resolveram enfrentar o sistema de imposi o e vinham para o polo e faltavam ao planejamento Para legitimar a aus ncia deles eu entregava uma declara o detalhando o encontro e as atividades desenvolvidas pelos professores Question rio por e mail Tutor presencial polo Tiangu Cear 02 10 2012 As disciplinas Em termos gerais o curso de licenciatura modalidade a dist ncia se 3
230. e as que foram apresentadas na Constituinte pelo senador Hamilton Nogueira filiado Uni o Democr tica Nacional UDN o Explicitar na Constitui o a origem tnica do povo brasileiro com a presen a das tr s ra as o Tornar o preconceito de cor e ra a crime de lesa p tria o Penalizar criminalmente as empresas p blicas e privadas que praticassem o preconceito racial o Ensino gratuito e enquanto n o fosse gratuito admiss o dos brasileiros negros como bolsistas pagos pelo Estado em todos os estabelecimentos particulares e oficiais de ensino secund rio e superior inclusive os militares o Isentar de impostos os indiv duos negros e brancos interessados em abrir pequenos neg cios NASCIMENTO 1982 111 112 As reivindica es do Manifesto foram recha adas por muitos membros da Assembleia Nacional Constituinte Alguns representantes do Partido Comunista do Brasil PCB alegavam que a lei restringiria o conceito amplo de democracia DOMINGUES 2007 111 Segundo Abdias do Nascimento no livro Genoc dio do negro brasileiro processo de um racismo mascarado outros membros da Assembleia afirmavam que faltavam no texto exemplos concretos de discrimina o racial no Brasil ou que os ativistas do TEN estavam praticando racismo ao inverso posi o esta 55 da Uni o Nacional dos Estudantes que ap s esse epis dio retirou seu apoio ao TEN apud GON ALVES amp SILVA 2000 148 Gon alves
231. e estivessem na NASA Nem a faculdade p blica do estado era vista como mais importante do que a PUC Essa vis o tamb m deve se s novelas pois muitas loca es s o feitas na PUC como o filme Tropa de Elite em que as cenas do professor universit rio foram feitas na PUC Entrevista 08 03 2012 Certamente um fator que ajuda na manuten o dessas representa es s o os milhares de quil metros que separam as sedes das institui es proponentes dos polos e cidades de resid ncia dos cursistas A forma o a dist ncia contribui para atenuar as tens es do dia a dia j que o aluno n o v acontecer o cotidiano dos problemas da gest o do curso Outro fator identificado para a efic cia do curso foi o envolvimento direto do corpo de professores efetivos das duas institui es no projeto escrevendo as aulas e participando dos eventos nos estados A coordena o do curso a dist ncia n o ficou sob a responsabilidade de um rg o perif rico da institui o Ela estava dentro do Departamento de Hist ria inclusive o coordenador do Departamento poca era o coordenador geral do curso a dist ncia Nessa experi ncia de licenciatura a dist ncia a realiza o de encontros semestrais tamb m ajudou a aproximar os grupos Mas essa n o parece ser a regra tanto que uma das condi es que a Secretaria de Ensino a Dist ncia do MEC estabelece para autorizar um curso a comprova o de que o projeto envolver o quadro acad mico efeti
232. e organizado para incluir nas diferentes esferas de ensino esses temas e abordagens que constam como reas de estudo e reivindica o dos intelectuais e ativistas dos movimentos negros brasileiros desde pelo menos os anos 1980 230 Os negros intelectuais brasileiros tiveram que construir ou oportunizar os seus pr prios espa os de produ o de saberes nas ocasi es em que isso era poss vel Foi nas pr prias institui es dos movimentos negros revelia do imagin rio de democracia racial que movia o restante da sociedade que as lideran as negras realizavam cursos palestras organizavam a es pol ticas e eventos culturais Nesses momentos as produ es de intelectuais brasileiros e estrangeiros eram lidas discutidas ou ouvidas cantadas e declamadas contribuindo para a produ o de saberes sobre a hist ria dos grupos negros que n o eram encontrados nos bancos universit rios do pa s Em algumas IES foram organizados n cleos criados e dirigidos sobretudo por professores brancos que realizaram semin rios confer ncias e cursos de extens o caso do Centro de Estudos Afro Asi ticos no Rio de Janeiro e do Centro de Estudos Afro Orientais na Bahia que se tornaram ilhas da produ o de estudos cujo interesse era a hist ria da Africa e a hist ria e culturas dos negros no Brasil e na di spora Carvalho 2006 em trabalho sobre a segrega o racial vivida nas IES brasileiras mormente nas p s gradua es em que
233. ecialistas em pol ticas p blicas defende a es que fa am o recorte de ra a e g nero nas pol ticas universalistas caso queiramos ver o resultado efetivo das mesmas e al m disso que essas pol ticas universalistas sejam combinadas s pol ticas focadas como as cotas por exemplo Cabe sublinhar o papel que as lideran as negras exerceram nesse processo das pol ticas p blicas convencendo gestores pol ticos diversos sobre a import ncia de se combater as desigualdades raciais a partir dos aparatos estatais e institucionais inclusive auxiliando os governos na condi o de t cnicos formuladores e executores de pol ticas p blicas ou mesmo formulando e executando as pr prias pol ticas e Nessa perspectiva o ano de 1995 emblem tico segundo muitos ativistas pois simboliza o in cio de muita coisa No ano em que se completavam tr s s culos do fim do Quilombo dos Palmares os movimentos negros lideraram a Marcha Nacional Zumbi dos Palmares contra o Racismo pela Cidadania e pela Vida em Bras lia no dia 20 de novembro data da prov vel morte do ltimo l der do quilombo Ao lado do ano de 1988 a data de 1995 se torna importante e simb lica porque as organiza es negras que conseguiram agregar mais de dez mil pessoas na capital federal tamb m conseguiram entregar ao ent o presidente da Rep blica Fernando Henrique Cardoso um documento denominado Programa de Supera o do Racismo e da Desigualdade tnico 4 70 nd sea
234. edagogia precisam formar os futuros professores a educar para as rela es raciais Essa rea de conhecimento precisa ter um lugar na forma o dos professores incluindo os de hist ria como orientam as DCNs Os professores s vezes tomam parte de um epis dio na sala de aula ou escola e n o sabem como proceder pois n o est o munidos de saberes saber fazer que possam torn los capacitados para intervir de modo assertivo O professor de hist ria tem que estar atento para os efeitos que uma abordagem mal feita sobre o per odo escravista pode surtir nas subjetividades de todos os alunos de uma sala Alberti 2013 35 39 esclarece que parece contraproducente bombardear os alunos com imagens do escravo v tima comuns nos quadros de Jean Baptiste Debret muito presentes em livros did ticos filmes e revistas D para tratar do mesmo per odo da escraviza o de outra perspectiva privilegiando circunst ncias hist ricas que dialoguem com outras fontes e representem outras imagens desses sujeitos A discuss o tamb m esteve no Polo de Guanambi e a mensagem de um cursista aponta para a pr tica de incluir na din mica da escola a comemora o de efem rides que na cultura escolar est o associadas hist ria dos negros o 13 de maio e mais recentemente o 20 de novembro que vem aos poucos aparecendo no calend rio escolar Pr sempre trabalhei a quest o escravagista As datas comemorativas como o 13 de maio dia da liberta o
235. eendimento No futuro esses locais viriam a potencializar o crescente com rcio de escravos No final do s culo XV ocorreram os primeiros contatos entre os representantes da Coroa portuguesa e os l deres do reino do Congo que se localizava em uma regi o de f cil comunica o com o interior do continente e no centro de v rias rotas comerciais Interessados nesse neg cio os representantes de Portugal estabeleceram nas primeiras d cadas acordos diplom ticos com os dirigentes do Congo Mas essa estrat gia n o se sustentou nos per odos subsequentes e muito menos as algumas ofensivas militares pelo menos at o s culo XVIII quando o reino teve seu fim Quest o problema Cabia aos alunos analisar uma documenta o da poca da expans o mar tima portuguesa que desmistificava as representa es cristalizadas sobre o papel dos portugueses no continente africano ap s o s culo XV Os alunos deveriam apontar os interesses em jogo na troca de correspond ncia entre os dois soberanos al m da posi o que as duas soberanias tomam nos trechos dos documentos transcritos Carta do Rei de Portugal D Manuel ao Rei do Congo D Afonso aproximadamente 1509 167 Muito poderoso e excelente rei do Manicongo N s Dom Emanuel pela gra a de Deus Rei de Portugal vos enviamos muito saudar como aquele que muito amamos e prezamos N s enviamos a v s Sim o da Silva fidalgo da nossa casa pessoa de que
236. eflex es sobre a aula como o texto do professor Sou grata professora Margarida Dias de Oliveira UFRN que sem me conhecer prontamente enviou via Correios o arquivo digital de sua tese Agrade o tamb m ao amigo e professor de portugu s Jobson Lopes pelas corre es 4 Por fim mas n o menos importante quero agradecer aos familiares e amigos Algumas dessas pessoas mesmo sem fazer ideia das quest es e dilemas que envolveram o meu cotidiano de estudante nesses ltimos anos ao ter que escrever sobre relav ncia do tema delimita o do objeto e recorte te rico por exemplo estiveram o tempo todo acreditando nesse projeto seja oferecendo todo o apoio log stico seja propondo uma conversa fiada uma ida ao samba ou um final de semana na praia Agrade o e espero retribuir gratuidade das minhas amigas e irm s Andreia Elis ngela Elisabete e rica da minha querida m e Judith dos meus maravilhosos sogros Sandra e Joel Bem como agrade o a aten o do meu irm o Alexandre e do meu cunhado Aleksandro Obrigada sobretudo pelas muitas vezes que voc s assumiram o cuidar dos meninos para que eu pudesse dar conta de alguma obriga o sempre para ontem Agrade o tamb m aos amigos de longe e de perto de longa caminhada e os mais recentes alguns conquistados nas escolas por onde andei que de diferentes modos e em diferentes momentos tamb m contribu ram para esse projeto de forma o Em especial Jocelene Sandro Jobson J
237. egros Programa lan ado pelo MEC em 2004 com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino na educa o b sica atrav s da forma o inicial de professores leigos e ou incentivar as licenciaturas entre jovens 13 redes p blicas de ensino mas n o tinham a habilita o para faz lo condi o conhecida por professor leigo Entre agosto de 2009 e dezembro de 2010 trabalhei como professora tutora de 55 alunos desse curso de licenciatura em hist ria orientando os em suas monografias de final de curso cujas abordagens estavam em torno das rela es raciais na escola comunidades quilombolas ou leis antirracistas Ou seja todos em algum ponto tocavam no tema da Lei Um ano depois este curso se tornou o meu tema de pesquisa no doutorado Resolvi trabalhar com uma tem tica que estava mais pr xima da minha viv ncia profissional inconformada que estava com as viv ncias de ensino ocorridas nas escolas em que havia lecionado nos ltimos anos Optei por investigar a forma o de professores em hist ria no contexto de aprova o das novas pol ticas de curr culo voltadas para o tema das rela es etnicorraciais na escola e por consequ ncia o ensino de hist ria da frica atrav s de um estudo de caso o curso da PUC Rio A Lei trata da obrigatoriedade do ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira na educa o b sica ensinos fundamental e m dio No entanto no decorrer da formula o das Diretrizes Curriculares N
238. eira s rie trabalhava com alfabetiza o Hoje tenho a oportunidade de ver alguns desses antigos alunos formados em direito administra o e outros Somente no ano de 1982 quando ingressei na rede estadual que comecei a trabalhar a disciplina hist ria no ensino fundamental menor 1 a 4 s rie A partir do ano 2000 fui designada para trabalhar a disciplina hist ria de 5 a 8 s rie na escola em que atuo Question rio por e mail Polo Bacabal Maranh o 17 03 2012 2 112 sz s E dido Essa professora j era licenciada em filosofia quando come ou o curso de licenciatura em hist ria Ela n o informou quando fez a sua primeira licenciatura mas bastante revelador a constata o de que essa profissional lecionou hist ria por 28 anos na rede municipal e estadual sem a forma o pertinente 95 Entre os 61 cursistas que orientei seis j eram graduados e cinco alunas tinham p s gradua o todo o restante declarou como ltima forma o o segundo grau completo que atualmente denominamos ensino m dio Das seis professoras que responderam o meu question rio quatro eram formadas em pedagogia uma em filosofia e uma tinha a habilita o do magist rio n vel ensino m dio No grupo das pedagogas duas tinha p s gradua o Pude constatar com base nos question rios respondidos pelos cursistas e entrevistas e question rios respondidos pelos professores tutores presenciais e a dist ncia que a oportunidade
239. el verificar tamb m que a abordagem com vistas a formar os professores na perspectiva das pedagogias de combate ao racismo e discrimina o educa o para as rela es etnicorraciais n o se apresentou de modo consistente 127 3 2 1 O curr culo de hist ria da frica concep o e elabora o Monteiro 2007 190 191 reportando se a artigo de Lee Shulman informa que os professores t m em mente tr s categorias de conhecimento de conte dos o conhecimento da mat ria ensinada o conhecimento dos conte dos pedagogizados e o conhecimento curricular O saber docente n o envolve apenas o dom nio de fatos e conceitos de determinada rea de conhecimento ou disciplina preciso compreender a mat ria que vai ser ensinada para se poder criar formas para o seu ensino tornando a compreens vel Nesse sentido preciso ter saberes para pedagogizar o conte do ensinado ou seja representar e formular o conte do de forma a torn lo compreens vel para os outros al m de conhecer o curr culo da rea de conhecimento ou disciplina em que se atua Nessa vertente est inclu do o conhecimento dos fatores que influenciam na escolha de um determinado programa ou conte do por exemplo No caso das reas de ensino da educa o para as rela es etnicorraciais e da hist ria e culturas afro brasileiras e africanas a insufici ncia de saberes sobre os conte dos acad micos sobre os conte dos pedagogizados e sobre o cu
240. eles Di rio Trabalhista 08 05 1946 A marcha para a Segunda Aboli o citado por MACEDO 2005 141 As ideias de Guerreiro Ramos sobre a Pedagogia do branco foram publicadas em v rios n meros do Jornal Quilombo do Teatro Experimental do Negro e tamb m podem ser encontradas em BARIANI Jr 2008 56 que vinham das d cadas anteriores se orientaria ou reorientaria no contexto de transforma o mundial decorrente dos movimentos pelos direitos civis nos Estados Unidos da Am rica da luta contra o apartheid na frica do Sul e dos processos de descoloniza o nos outros pa ses do continente africano alimentados pelo ide rio do pan africanismo e do afrocentrismo Os ativistas alinhados s ideologias de esquerda e imbu dos desses novos discursos e pr ticas lideraram a maioria das organiza es sociais e pol ticas negras surgidas no Brasil a partir dos anos 1980 GUIMAR ES 2002 99 DOMINGUES 2007 112 Esses militantes passaram a atribuir ao Estado brasileiro a responsabilidade pelas desigualdades raciais e a defasagem educacional experimentada pela popula o negra se comparada branca Iniciativas de educa o comunit ria ligadas aos blocos afros afox s terreiros de culto afro e escolas de samba s o largamente utilizadas Do mesmo modo criaram se rg os vinculados aos governos municipais direcionados s quest es etnicorraciais Em algumas localidades foram fundadas secretarias de prote o e promo
241. elga dirigido por Michel Ocelot lan ado em 1998 Inspirado em um conto africano cuja ambienta o est nas culturas da frica Ocidental o filme retrata as aventura de um min sculo menino com generosidade e intelig ncia acima do comum que se disp e salvar sua aldeia das maldades da feiticeira Karab Ver http fr wikipedia org wiki Kirikou et la Sorci C3 A8re 214 para a discuss o em sala de aula F rum de debates aluna Polo Jequi Bahia 11 08 2010 Outra professora entrou no debate e destacou a import ncia do filme principalmente a concep o de que os her is s o constru dos no seio materno e nas rela es cotidianas vivenciadas na comunidade em que vivem F rum de debates aluna Polo Jequi 12 08 2010 Essa contribui o foi rebatida por outra colega que declarou ter assistido anima o com suas turmas do sexto ano gostado mas Fica a cr tica de uma vis o ainda europeizada da frica pois mostra os habitantes levando uma vida muito simples como se na frica n o houvesse grandes cidades diferentes modos de se vestir e principalmente diferentes culturas Mas j um bom in cio valoriza o da cultura e da sabedoria dos povos africanos F rum de debates aluna Polo Jequi Bahia 13 08 2010 Acredito que a professora queria ter dito vis o euroc ntrica da Africa pois o cen rio criado pela anima o de uma aldeia africana o que de certo modo remeteri
242. em ticos abordagens te ricas e metodol gicas e bibliografia especializada e teve que fazer escolhas Foi tra ado um caminho escolhida uma abordagem ou seja o curr culo do curso Contudo quando a coordena o do curso o indicou para ser o professor autor da disciplina na modalidade a dist ncia Leonardo Pereira voltou a se deparar com os limites impostos forma o pois agora a tarefa era escrever uma s rie de aulas que seriam usadas por outros professores os tutores e os cursistas Segundo o professor 13 Sobre o grupo ver http dgp cnpq br buscaoperacional detalhegrupo jsp grupo 01117053CKTNW3 consulta em 18 03 2013 131 a falta absoluta de tempo para assumir a tarefa mas tamb m por achar que em determinados conte dos uma coisa o debate na sala de aula mas escrever um livro um manual que seja um manual na rea Ent o juntando a minha falta de tempo com a minha vontade de dar mais subst ncia para alguns temas que eu chamei a Yna que de fora do departamento para fazer uma parceria Ela j oferecia a disciplina de hist ria da frica em v rios cursos de forma o por a e ent o junto com ela a gente deu forma para o curso hist ria da frica I Entrevista de Leonardo Pereira 10 09 2012 Dividir a escrita das aulas com a professora Yna dos Santos foi a solu o encontrada pelo professor A professora tem forma o inicial em hist ria na USP que em 1997 fez seu primeiro
243. emandam v rias frentes de trabalho e no ensino de hist ria est intrinsicamente ligado maneira que ensinamos hist ria O professor ainda age repassando conhecimentos pedagogizados muitos at usam o termo simplificados para os seus alunos Esse modo de ensinar pode suscitar a ideia de que as sociedades s o fixas n o ocorrem mudan as Os professores de hist ria precisam atuar mais como mediadores propor situa es para que seus alunos consigam escolher caminhos e elaborar suas conclus es ALBERTI 2012 62 63 O ensino de hist ria pode e deve contribuir para que os estudantes compreendam que uma realidade constru da por diversos condicionantes e que as concep es as verdades que afirmamos sobre ela tamb m Por outro lado importante considerar o contexto da anima o Kiriku O filme faz um recorte uma determinada sociedade africana as comunidades tradicionais do Senegal logo ele n o toda a frica O problema que uma quantidade razo vel de produ es como essas voltadas para as crian as n o chegam ao Brasil Ficamos s com Kiriku Kaly 2013 cita uma s rie de filmes rodados e romances escritos por europeus e americanos ambientados em algum pa s africano O professor questiona o investimento que fazem a ind stria editorial e cinematogr fica nesse mercado Para ele RD 292 171 p E casos de viol ncia simb lica articulada por intelectuais e artistas que reproduzem os processos de domin
244. emas nacionais e ve culos de utopias sociais Para tanto nos embasamos em Santos 2004 que desenvolve a constru o do conceito de racismo em Bento 2006 que nos d suporte para debatermos sobre estere tipos e estrat gias que conduziram os negros margem da sociedade em Guimar es 2004 que ressalta a relev ncia dos movimentos de resist ncia que fomentaram significativas discuss es nos mais diferentes setores da sociedade brasileira dentre tantos outros que discutem o assunto em pauta nessa pesquisa Assim buscamos desenvolver um trabalho que respalde novas discuss es suscite mais inquieta es e aquiete questionamentos que j se encontram conjecturados em a es efetivas Palavras chave racismo negro legisla o m sica popular brasileira c O Centro de Cultura Negra do Maranh o e a luta contra a discrimina o racial na d cada de 1980 Maranh o RESUMO O presente trabalho trata do percurso hist rico do Centro de Cultura Negra uma institui o do movimento Negro brasileiro no estado do Maranh o Foi objeto de nossa an lise a constitui o e trajet ria do grupo na d cada de 1980 no combate discrimina o racial Para isso foi necess rio uma breve exposi o da hist ria do negro no Brasil enfatizando as condi es de vida e formas de resist ncia Como metodologia optamos por contar com depoimentos dos militantes hist ricos dos CCN al m de analisar uma gama de documentos produzidos no decorrer
245. ente aquelas que vinham se formulando desde 1995 com a Marcha Zumbi dos Palmares e com a maior entrada desses quadros dos movimentos sociais negros nas institui es p blicas do Poder Executivo Boa parte dos militantes tamb m era filiada ao Partido dos Trabalhadores e tinha atua o org nica no mesmo Essas 74 Santos 2005 123 124 identifica os movimentos negros de base filiativa como aqueles movimentos inspirados nas lutas antirracistas ocorridas a partir dos anos 1960 que surgiram no Brasil com o ide rio fundamental de atuar politicamente no mbito de todo territ rio nacional visando a transforma o profunda da sociedade brasileira principalmente no que tange as rela es raciais como por exemplo o MNU e os APNs Essa din mica aparece tamb m no trabalho de Pereira 2010 cap 4 76 A SEPPIR uma secretaria especial com status de minist rio responde presid ncia mas se subordina ao Minist rio da Justi a Cabe aos gestores da SEPPIR ajudar a formular demandar monitorar e avaliar as pol ticas p blicas executadas pelos outros minist rios A ent o Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o Diversidade SECAD na atualidade Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o Diversidade e Inclus o SECADT cuida em articula o com os sistemas de ensino da implementa o de pol ticas educacionais nas reas de alfabetiza o e educa o de jovens e adultos educa o ambiental educa o
246. erente Na grade curricular da disciplina Educa o e Sociedade encontrei an lises e reflex es comuns tamb m nos textos da literatura especializada que versa sobre as rela es raciais e a educa o As quatro aulas da 134 Uma discuss o prof cua sobre a influ ncia m tua dos movimentos pol ticos e culturais negros norte americanos e brasileiros est em Pereira 2010 em particular no cap tulo tr s intitulado Circula o de referenciais Brasil Africa e Estados Unidos 126 terceira unidade do curso de Educa o e Sociedade dedicada a tornar compreens veis aos cursistas os conceitos de diferen a desigualdade e multiculturalismo por exemplo Orientando se pelas formula es te ricas de Vera Candau Renato Ortiz e Stuart Hall os professores autores das aulas contextualizaram o surgimento do multiculturalismo e procuraram mostrar a pertin ncia dessa no o nas sociedades contempor neas por conta da realidade de globaliza o Eles afirmam que paradoxalmente nas sociedades globalizadas ocorre um processo de destaque das diferen as em especial a diferen a cultural cabendo ent o um projeto pol tico de transform la em qualidade positiva atrav s da implementa o de pol ticas de reconhecimento e redistribui o Caderno de textos ANDRADE amp OLIVEIRA 2011 Contudo temas mais espec ficos pr prios dos estudos das rela es raciais na escola que ajudassem a aprofundar por exemplo o papel preponderante
247. es necess rios realiza o do trabalho Lecionar essa disciplina foi muito importante para a minha pr tica docente uma vez que essa experi ncia tornou se para mim uma forma o continuada pois a hist ria da frica n o pertencia ao meu curr culo de gradua o Tive que me aprofundar posteriormente no bojo das transforma es curriculares Question rio tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 02 07 2013 148 m Grifos do autor 142 A mesma compreens o teve o professor Benedito Gomes Terminei por aprofundar os meus conhecimentos acerca da hist ria da frica uma vez que na condi o de professor somos impelidos a galgar novos horizontes Foi o que eu fiz Ao deparar com a disciplina frica me senti desafiado a realizar estudos mais aprofundados me apossando de aspectos da hist ria africana que ignorava complemente Quando graduei n o era f cil encontrar produ es acerca da frica O que mais me chamou a aten o no material produzido pelos professores da PUC foi a hist ria da frica produzida por historiadores do pr prio continente africano N o me lembro de ter visto isto na minha gradua o Question rio Prof Benedito Gomes tutor presencial Polo Guanambi Bahia 01 09 2012 Se a disciplina fosse oferecida no modelo de curso presencial prov vel que o curr culo dos professores fosse semelhante pelas condi es nas quais o campo de ensino em hist ria da frica se apresent
248. es sobre aquela sociedade enfatizam grandes edifica es de pedra suntuosas embarca es um com rcio variado e os rituais de poder do reino Aula 10 Resumo A escravid o existiu em diferentes pocas e sociedades humanas sendo na maioria das vezes subproduto das guerras que tornavam geralmente o outro _ O estrangeiro de perto ou de longe _ escravo A escravid o nas sociedades da frica subsaariana esteve relacionada concep o de fam lia extensa e s dificuldades do meio f sico que impunha mais m o de obra Assim a presen a de escravos em geral mulheres as respons veis pela produ o de alimentos e reprodu o do grupo significava mais poder para a comunidade A predomin ncia dessa concep o de escravid o fez com que n o se atribu sse valor de mercadoria aos escravos e ainda que seus senhores os considerassem inferiores eram comuns que com o tempo os mesmos ou seus descendentes fossem absorvidos pelo grupo Por isso alguns estudiosos preferem usar o conceito de escravid o dom stica para o caso da frica Subsaariana O car ter mercantil da escravid o s passou a vigorar com presen a dos comerciantes rabes e depois dos europeus que passaram a oferecer s elites africanas de algumas sociedades seus produtos em troca da m o de obra abundante A convers o ao isl de muitos reinos e chefias africanos al m de possibilitar novas redes de com rcio tamb m significou a incorpora o de novos cost
249. escolhas que passaram pelo envolvimento dos familiares e a aprova o ou n o dos mesmos O aumento da renda foi o principal fator que levou essas professoras a fazerem o curso de hist ria a dist ncia Outras motiva es foram citadas de modo secund rio pelas professoras Algumas de ordem profissional como melhorar o desempenho na sala de aula compreender o que ensinavam ou diminuir a carga hor ria semanal Outras eram motiva es mais pessoais ou revelavam afinidade pela disciplina o que pode ser identificado nas respostas como sempre fui apaixonada por hist ria sempre gostei foi a realiza o de um sonho para conhecer minha pr pria hist ria Esses pertencimentos sociais interesses e perspectivas individuais ir o dar uma cor um 184 tom para essa profissionaliza o em servi o que a fez muito diferente de um curso de licenciatura em hist ria presencial mas tamb m dos cursos de licenciatura a dist ncia voltados para um p blico jovem como foi o Pr licenciatura 1 por exemplo Nessa l gica os saberes docentes devem ser considerados a partir desses registros que tamb m influenciaram no decorrer da forma o o trabalho dessas professoras cursistas pois como argumenta Tardif 2010 11 O saber n o uma coisa que flutua no espa o o saber dos professores o saber deles e est relacionado com a pessoa e a identidade deles com a sua experi ncia de vida e com sua h
250. escritos postagens de alunos e professores no ambiente de aprendizagem virtual e outros dados foram produzidos por mim sendo eles as entrevistas e question rios direcionados aos docentes e cursistas Inicialmente o estudo se destinava apenas aos professores leigos com os quais eu havia trabalhado entre agosto de 2009 e dezembro de 2010 orientando os em suas monografias Objetivava compreender suas trajet rias docentes e seus conhecimentos sobre a Lei atrav s da an lise de depoimentos que deveriam ser respondidos por e mail de suas monografias e das intera es dos mesmos no ambiente virtual de aprendizagem AVA do curso No entanto tive o retorno de apenas 6 question rios Com o problema de contar com poucos question rios aliado s novas inquieta es surgidas ap s o aprofundamento das leituras da produ o acad mica sobre o tema da Lei e sobre os saberes docentes passei a considerar na pesquisa as 19 experi ncias dos outros sujeitos envolvidos na forma o em tela ou seja ampliar a no o de saberes docentes para compreender os saberes mobilizados para lidar com os conte dos preconizados pela Lei n o s olhando o ponto de vista dos cursistas mas tamb m dos docentes que assumiram os papeis de formadores Assim foi preciso produzir outras fontes Question rios foram enviados por e mail aos professores tutores presenciais dos polos e entrevistas foram realizadas no Rio de Janeiro com os professores tutores a dist
251. esso internet e da pr pria disponibilidade dela pois quando conseguiam a internet nos seus munic pios era lenta e isso causava desest mulos Question rio respondido por Francisco Gleison Monteiro Tutor presencial Polo Tiangu Cear 02 10 2012 E apesar de a maior quantidade de evas es ter ocorrido sob o argumento de n o conseguirem se adaptar modalidade de ensino o n mero expressivo de diplomados atesta que houve sucesso da maioria neste quesito medida que o curso avan ava no tempo aqueles que perseveraram foram os que conseguiram romper a barreira inicial da forma o a dist ncia ou seja operar com as TICs e se conscientizar de que nessa modalidade de ensino boa parte do sucesso do empreendimento depende sobretudo da capacidade de gerir o seu tempo j que n o existe uma rotina r gida preestabelecida que determine a presen a em um dado lugar por um n mero xis de horas Em outras palavras o desempenho satisfat rio do aprendizado exige nessa modalidade de educa o uma autogest o do tempo realista e di ria A ger ncia do Ambiente Virtual de Aprendizagem realizada pela CCEAD teve papel significativo nesse processo todo j que um dos ajustes resultou no monitoramento da pr tica pedag gica do AulaNet junto coordena o geral e acad mica do curso A experi ncia do curso de licenciatura era avaliada a cada seis meses pela CCEAD cuja equipe de profissionais apresentou em congressos e semin
252. estica o do camelo utilizado como meio de transporte na travessia do deserto do Saara possibilitando as trocas comerciais sal cobre ouro marfim couro escravos artigos de luxo etc entre as sociedades da frica do norte e aquelas estabelecidas nas regi es da frica centro ocidental banhadas pelos rios N ger G mbia e Senegal e a consequente convers o de muitos desses povos Atribuem as diferen as surgidas a partir do s culo X entre as dinastias Fatimidas Almor vidas Almoadas Marinidas e o islamismo do Oriente populariza o da religi o na frica subsaariana porque essas dinastias passaram a defender uma flexibiliza o da ortodoxia religiosa ou seja um islamismo local permeado pelas pr ticas religiosas locais Para mostrar a assimila o das sociedades africanas tradicionais ao islamismo tomam como exemplo o povo soningu que passou pela unifica o de suas cidades e comunidades menores em Estado no s culo IV e cujo l der pol tico militar e religioso recebia o t tulo de Gana ou Caia Manga Tratava se de sociedade de economia diversificada na qual a principal riqueza eram as minas de ouro cujo monop lio cabia ao Gana O min rio atraiu o interesse dos mercadores rabes resultou na convers o por submiss o do reino no s culo XII e no posterior decl nio do mesmo por volta do ano 1204 Quest o problema A tarefa desta aula era identificar as orienta es contidas no texto abaixo atrib
253. et 2000 no 15 P 134 158 GRAMSCI Ant nio s d Os intelectuais e a organiza o da cultura trad Carlos Nelson Coutinho S o Paulo C rculo do Livro GUERRA Marcia 2012 Hist ria da frica uma disciplina em constru o 245 f Tese Doutorado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo GUIMAR ES Antonio S rgio 2002 Classes ra a e democracia S o Paulo Editora 34 GUIMAR ES Antonio S rgio 1995 Racismo e anti racismo no Brasil S o Paulo Ed 34 HALL Stuart 2000 Quem precisa de identidade In SILVA Tom s Tadeu Org Identidade e diferen a a perspectiva dos estudos culturais Petr polis Vozes HARKOT DE LA TAILLE Elizabeth amp SANTOS Adriano Rodrigues 2012 Sobre escravos e escravizados percursos discursivos da conquista da liberdade In III Simp sio Nacional e I Simp sio Internacional Discurso Identidade e Sociedade 2012 Campinas Dilemas e desafios na contemporaneidade Anais do II Simp sio Nacional e I Simp sio Internacional Discurso Identidade e Cultura Campinas UNICAMP 2012 v 1 HASENBALG Carlos 1979 Discrimina o e desigualdades raciais no Brasil Rio de Janeiro Graal HENRIQUES Ricardo 2001 Desigualdade racial no Brasil evolu o das condi es de vida na d cada de 90 Bras lia Ipea Texto para discuss o n 807 Dispon vel em http www ets org br biblioteca Desigualdade racial no Brasil pdf JESUS Ilma F t
254. etua o at o final do curso foi fundamental pois eles come aram a disciplinar os hor rios de estudos do trabalho e da fam lia Creio que a forma o virou rapidamente um grande projeto de vida para eles logo todos sonhavam em concluir o curso e colar grau na PUC conhecer o Rio de Janeiro Question rio por e mail Francisco Gleison Monteiro Tutor presencial Polo de Tiangu Cear 02 10 2012 eu acho que eles valorizavam essa forma o muitos j tinham gradua o Foram fazer a gradua o em historia porque davam aula de hist ria n o tinham Mas tinha professores 110 formados em filosofia em biologia risos pedagogia mais at Eles valorizaram essa forma o mas mais que a forma o a forma o na PUC e na UERJ Isso era motivo de muito orgulho para eles Eu cheguei a dar um curso presencial em Salvador e assim o orgulho pra eles Estive na formatura o orgulho para eles de ter um diploma da PUC e da UERJ era o m ximo Acho que maior que a gradua o em si era a gradua o na PUC e na UERJ acho que se fosse uma universidade de l que n o fosse um projeto com uma federal mas uma particular pequena eu acho que n o teria tanto valor Essa valoriza o dessas universidades tem a ver com o Sudeste Entrevista Tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 13 09 2012 A constata o da tutora a dist ncia corrobora a opini o do secret rio do curso pois segundo ele a PUC era como s
255. evidenciar os pap is ativos que as pr prias sociedades africanas tiveram nesse com rcio abordagem que insere novos elementos na hist ria do contato entre africanos e europeus 158 PE Ver resumo no ap ndice 172 Aula 11 Resumo quando no s culo XVI foram estabelecidas rela es comerciais entre os europeus e diversos povos africanos tais rela es pautaram se na vasta experi ncia comercial existente tanto entre os europeus como tamb m entre os povos africanos A hist ria do com rcio africano inicia se com as trocas internas conectando diversos povos e regi es da frica muito antes da chegada dos europeus quele continente possuidor tamb m de manufaturas de tecidos e metais ferro a o capazes de suprir as demandas internas O que inviabiliza a ideia de que os africanos n o tinham tecnologia suficiente e necessitavam das manufaturas europeias Tal com rcio e tal espa o de trocas culturais tornaram se transcontinentais com a chegada dos povos islamizados ao continente africano V rias foram as mudan as introduzidas pelo islamismo nas sociedades africanas Destacamos a transforma o do escravizado em mercadoria e a amplia o do com rcio sobretudo pelo interesse das elites nos produtos de fora do continente Ser dentro dessa complexa din mica de trocas que se estabelecer o as rela es comerciais horizontais entre algumas chefias e reinos africanos e os comerciantes europeus Primeiramente o ouro
256. experienciais porque mobilizados na pr tica 14 Informa es consultadas no curr culo lattes de Yna Lopes dos Santos dispon vel em http buscatextual cnpg br buscatextual visualizacv do id K4704398P6 acesso em 29 07 2013 132 cotidiana TARDIF 2010 p 58 que concorreram para dirimir as incertezas e fragilidades na atividade de professor autor de um curso a dist ncia Eu era muito marcado pela pr pria experi ncia do debate intelectual da Unicamp na qual a partir da influ ncia principalmente do Robert Slenes o cuidado a aten o para com isso se tornava muito evidente Eu me lembro do Robert Slenes na banca do Sidney Chalhoub Ele era o orientador e na banca ele vira para o Sidney e fala Ah o seu trabalho muito bom legal Mas tem uma quest o Voc tem um trabalho sobre escravid o que timo mas seus escravos podiam ser noruegueses Porque n o tem aqui algo que importante notar que a bagagem cultural que essas pessoas trazem A hist ria dessas pessoas O que compartilhavam antes de chegar aqui e serem escravos Esse tipo de reflex o se torna muito importante para aqueles que como eu estavam na p s gradua o da Unicamp naquela poca A aten o para essas quest es se torna muito marcante Mesmo que a gente n o soubesse tanto desde a gradua o e depois na p s fazia curso sobre a hist ria africana hist ria dos afrodescendentes com o pr prio Robert Slenes que tinha todo inte
257. fessores de hist ria com libera o de ponto ap s a aprova o da Lei 10 639 03 e 11 645 08 Com exce o para a jornada de forma o continuada Multiculturalismo e Educa o oportunizada pela Ong Novam rica aos professores dos col gios municipais com aos as quais a institui o desenvolvia um trabalho de forma o em servi o Era um grupo de no m ximo 50 docentes em um encontro que durou um final de semana inteiro Os professores foram formados para trabalhar com a tem tica da diferen a etnicorracial e desafiados a elaborar conte dos pedag gicos com foco na interdisciplinaridade Depois disso a nica experi ncia de forma o continuada ocorreu no in cio de 2012 com uma mesa redonda composta por dois professores universit rios especialistas somente em hist ria da frica que nos apresentaram um panorama da historiografia sobre o continente Uma fala de cerca de tr s horas com um dos palestrantes escolhido na hora para uma maioria de professores que at aquele momento n o havia tido contato com aqueles temas e autores O problema que j s o quase 10 anos de institui o da Lei no entanto ainda faltam a es voltadas forma o atualiza o do profissional da educa o seja ele professor coordenador gestor ou dirigente As pr ticas ainda se resumem as iniciativas individuais e comprometimentos pessoais no trato da quest o A lacuna na forma o docente em exerc cio e ou a ocorr ncia de cursos de licenc
258. fessores qualificados sens veis e capazes de direcionar positivamente as rela es entre pessoas de diferentes pertencimentos etnicorraciais O documento enfatiza que para isso necess rio n o s preparar bem os professores nas suas reas espec ficas de atua o mas form los para compreender a import ncia das quest es relacionadas s diversidades etnicorraciais lidando positivamente com elas e sobretudo criando estrat gias pedag gicas que ajudem a reeducar para as rela es etnicorraciais na escola Idem p 6 7 As pedagogias de combate ao racismo formam para a diversidade e celebram a diferen a A diferen a interpretada no documento enquanto o que comum e n o posta como sin nimo de desigualdade Conforme apurou Oliveira 2010 as refer ncias te ricas presentes na legisla o que instituiu a Lei prop em novos par metros epistemol gicos historiogr ficos e pedag gicos para a interpreta o da realidade etnicorracial brasileiras o que implica que os professores devem reconstruir seus conhecimentos hist ricos e pedag gicos adquiridos na forma o inicial ou no decorrer da pr tica pedag gica e tamb m advindos de suas forma es cotidianas e familiares O Parecer orienta se por princ pios de car ter geral especificando que o ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana seja o meio privilegiado para a educa o das rela es etnicorraciais com o objetivo de reconhecer e va
259. foi o produto de maior interesse dos portugueses que logo viram no uso da m o de obra escrava uma forma de aumentar a lucratividade dos seus neg cios nas terras conquistadas J os produtos europeus representavam distin o e prest gio para as elites africanas Ocorre uma demanda significativa por armas e tecidos Da conflu ncia desses interesses surgia a maior mudan a na din mica comercial africana a entrada no com rcio transoce nico a o de impacto sem precedentes nas sociedades africanas j que transformou o africano escravizado na sua principal mercadoria No s culo XVII os colonos nascidos na Am rica portuguesa entram no neg cio e muitos comercializam diretamente com as chefias africanas O crescente interesse do tabaco entre os iorubas constituiu um exemplo dessa din mica Africa Am rica Quest o problema os cursistas deveriam discutir as afirma es feitas por Devisse e Shuihi transcritas abaixo no que diz respeito s rela es comerciais dos africanos e apontar como tal din mica foi alterada com a chegada dos europeus 173 A pesca a cabotagem e as atividades desenvolvidas ao longo das costas descritas pelos primeiros navegadores europeus n o deixam margem para d vida a esse respeito uma certa parte do mar tanto a leste quanto a oeste era dominada pelos africanos verdade por m que o mar n o ocupava lugar de destaque na economia ou na organiza o pol tica dos poderes africa
260. forma o em hist ria para esses professores leigos Conquistar o reconhecimento profissional por ter uma forma o menos generalista e sal rio compat vel com o trabalho desempenhado aparece como o principal sentido da forma o Todas as seis respondentes que corresponderam ao chamado dessa pesquisa disseram que esse desenvolvimento trouxe benef cios econ micos profissionais e pessoais apesar de todas usarem os voc bulos dificuldade dif cil e sacrif cio para qualificar os anos de realiza o do curso Uma respondente relata ter priorizado sempre o curso e d como exemplo a ocasi o de interna o da filha de sete anos quando mesmo estando ali para acompanh la n o deixou de levar os m dulos do curso para estudar no hospital Question rio por e mail Polo de Salvador Bahia 20 04 2012 Outras duas cursistas abordam a dificuldade de 12 Resultados do monitoramento e da avalia o da CCEAD aplicados ao curso de licenciatura em hist ria podem ser encontrados em Roque Campos Zaviani amp Fonseca 2011 107 conciliar o estudo o trabalho e a vida de dona de casa Outra relatou ter tido in meros conflitos no casamento culminando em separa o As cursistas disseram que com o curso passaram a lecionar de outra maneira a estranhar os textos que antes liam com naturalidade e a considerar outras falas e outros lugares nas narrativas que faziam E o que consideramos um aproveitamento regular princip
261. gra no Brasil que teria suas ra zes sua originalidade na Mama frica e deveria ser compartilhada por todos os negros Segundo Pinho 2004 34 153 A can o de 1987 ano em que o grupo vendeu 100 mil discos 149 Os blocos afros criam uma frica m tica que funciona como referencial para a constru o da narrativa de uma identidade tnica resultando na cria o de uma frica espec fica e especificante dos africanismos das tradi es ditas africanas e da inven o daquilo que se considera afro Ao se apoderarem simbolicamente da Mama frica e criar seus significados os blocos afros criam tradi es e produzem novos conceitos de ser e sentir negro conferindo orgulho e um sentido de autenticidade para quem assim se define A postagem dos formadores aos tutores sobre a quest o problema dessa terceira aula centrou se na abordagem te rica dos estudos africanos somente insistindo ser importante que os alunos notem a liga o direta que a m sica estabelece entre o Egito antigo e o pelourinho negro de Salvador Sob tal concep o a cultura eg pcia estaria j no Brasil com os negros faltaria apenas despert la N o por acaso os turbantes aos quais a m sica faz refer ncias s o descritos como a forma primeira dos cabelos tran ados na inven o de uma tradi o que afirma o Egito como base de origem das culturas negras da Am rica f rum de debates Leonardo Pereira 28 08 2010
262. grama para ensinar hist ria no ensino a dist ncia foi um desafio que Leonardo Pereira pontuou em sua entrevista Sua fala revela a impossibilidade de transpor literalmente as pr ticas docentes do ensino presencial para o ensino a dist ncia o que de in cio causou um ceticismo quanto validade dessa modalidade de ensino 142 Foram comprados 42 exemplares de cada obra conforme listagem disponibilizada pela coordena o do curso 136 O primeiro problema para mim era a leitura n Eu n o podia esperar a carga de leitura dada no curso presencial o que me causava certo problema Porque eu tinha um certo inc modo com isso de a gente se aproximar muito de um manualz o em vez da reflex o do debate que a gente faz Esse um problema que apareceu no curso de hist ria contempor nea e claro continuou no caso da hist ria da frica Entrevista de Leonardo Pereira 10 09 2012 Analisar os mecanismos que determinada sociedade utiliza para construir o que se denomina hist ria talvez seja o principal of cio do historiador da atualidade Aprendemos a fazer an lises a estranhar constru es prontas e estabelecidas e a inserir outras vozes em narrativas ditas verdadeiras Como p r em pr tica esse conjunto de saberes nessa nova modalidade de ensino Esses saberes se revelavam inadequados Talvez deva ter sido pelo menos inicialmente a dificuldade do professor para se filiar ao projeto Por outro lado com hist ria da
263. havia entendido a quest o mas estava insegura com a resposta Ent o ela a reformulou Interessante notar que no exerc cio de formular a quest o para os professores autores a tutora acabou alcan ando o entendimento do problema proposto na tarefa Esse exemplo revela a import ncia do professor formador na pronta aten o s d vidas dos tutores para que n o haja interrup es na cadeia de aprendizagem que ocorre na educa o a dist ncia bem como que a aprendizagem requer investimento leitura atenta e exerc cios de abstra o Mas ser que nessa modalidade de educa o as condi es de aprendizagem s o favor veis ideais A postagem de um cursista revela certa inquieta o com a forma o ao escrever no f rum da aula sete que o f rum prop e que se pense sobre os limites da islamiza o do povo Mali Confesso que a aula n o oferece elementos para 162 um aprofundamento sobre a quest o F rum de debates aluno Feira de Santana Bahia 11 10 2010 Paradoxalmente apesar de os professores alunos apresentarem dificuldades para responder as quest es problema que constitu am as tarefas do Semin rio Especial Hist ria da Africa poucos registraram no f rum de debates que estavam insatisfeitos com o modelo da forma o O objetivo dos professores autores conforme escrito pelos pr prios no f rum de debates era mostrar o alcance do islamismo nas sociedades da chamada frica Negra O exemplo do
264. hia 06 08 2010 Filmes ficcionais e n o ficcionais tamb m foram citados no f rum da disciplina por exemplo as produ es O Sol voltar a brilhar O jardineiro fiel e Amistad No polo de Jequi uma cursista citou o filme Kiriku e a feiticeira exemplificando o como recurso de audiovisual Esse filme de anima o foi destacado de modo positivo pelos professores dessa turma e alguns informaram conhec lo e j o terem usado nas escolas em que trabalhavam Contudo uma aluna pontuou que o filme somava mas n o foi feito por um africano afirma o que parece revelar j um di logo com as duas primeiras aulas da disciplina que criticavam o eurocentrismo e tratavam da busca de um ponto de vista africano No texto da aula seguinte aula texto 3 que serviu para fomentar o segundo f rum de debates os professores tutores apresentaram reflex es sobre o essencialismo que caracterizou essa busca do ponto de vista africano ao abordar o tema do afrocentrismo Outra declarou J trabalhei com Kiriku e a feiticeira com minhas turmas e acho que vale a pena trazer esse novo olhar acerca da ancestralidade africana 9 O cursista se referia s rie Nova frica da TV Brasil que teve 32 epis dios de 30 minutos cada sobre 17 pa ses africanos Sobre a s rie consultar http www baboon com br main trabalhos view 1 acesso 08 08 2010 170 Kiriku e a Feiticeira um filme de anima o de produ o franco b
265. ia e Culturas Afro brasileira e Africana e as suas Orienta es Em junho de 2004 o Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educa o CNE atrav s da Resolu o n 11 instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs para a Educa o das Rela es tnico Raciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana Essas diretrizes se fundamentavam no texto do Parecer n 3 do CNE de mar o do mesmo ano elaborado pelos conselheiros Petronilha Beatriz Gon alves e Silva relatora Carlos Roberto Jamil Cury Francisca Novantino Pinto de ngelo e Mar lia Ancona Lopez Posteriormente em 2006 a Secretaria da Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade SECAD subordinada ao Minist rio da Educa o publicou com o objetivo de ajudar a instituir essa pol tica educacional as Orienta es e A es para a Educa o das Rela es Etnicorraciais uma colet nea de textos que sugerem abordagens para cada n vel ou modalidade de ensino atrav s do relato de experi ncias e sugest o de a es pedag gicas Esses tr s documentos revelam o esfor o normativo do Estado brasileiro em instituir essa pol tica educacional inserida no conjunto das pol ticas de repara o e reconhecimento da popula o negra colocadas em pr tica no limiar deste s culo A an lise dos diferentes documentos que se seguiram Lei revela os esfor os feitos pelos intelectuais dos movimentos negros muitos deles agora atuando
266. ia e da constru o de documentos a es que deram base para no final elaborarem seus projetos de pesquisa 9 As tutorias foram disciplinas muito trabalhosas segundo os cursistas e se considerarmos as agruras por que passa a maioria dos jovens estudantes de gradua o quando tem que elaborar seus trabalhos de conclus o de curso prov vel que tenham sido muito dif ceis porque se tratava de pessoas com uma realidade acad mica e 116 Essas informa es est o baseadas nas ementas e objetivos gerais das disciplinas Tutoria I II III IV e V dispon veis no caderno de disciplinas do curso 101 disponibilidade de tempo muito menor do que a do tradicional estudante de gradua o Mas essas disciplinas foram estruturantes no sentido de que foram as tutorias que forjaram os professores pesquisadores os professores historiadores que nasceram dessa experi ncia de ensino a dist ncia e As monografias Ap s as tutorias os cursistas tiveram ent o que iniciar a escrita das suas monografias que em sua maioria foram escritas em grupo Apenas quatro alunos decidiram fazer o trabalho individualmente Como dito anteriormente orientei vinte e dois trabalhos dentre os quais apenas dois n o versaram sobre a tem tica da educa o e rela es etnicorraciais ou hist ria afro brasileira Vale destacar que nenhum grupo optou por abordar algum conte do relacionado hist ria da frica A presen a pr xima cotidiana da popula o
267. iais trocas etc Para essas aulas os autores se ancoraram nas an lises de John Thorthon sobre as rela es travadas entre europeus e africanos a partir da expans o mar tima europeia A an lise do f rum revelou que alguns tutores e cursistas n o concordaram com as quest es postas pelos autores da aula e buscaram mobilizar seus saberes acad micos para pensar de outra perspectiva Essa atitude parece revelar que com esses conte dos dava para se sentir mais vontade para opinar sugerir uma literatura e abordagem Em geral os tutores n o buscaram contrariar os escritos com os quais trabalharam O que no meu entendimento refor a o desconhecimento dos tutores sobre os temas trabalhados O tutor situava o lugar de fala dos autores da aula texto tributando a eles as interpreta es e escolhas te ricas abordadas nas aulas e n o foi uma pr tica questionar o escrito Mas no caso do tutor do Polo de S o Lu s os conte dos ensinados na aula 9 lhe fizeram ter uma pr tica de questionamento durante todo o f rum de debates Contr rio interpreta o dos autores da aula quanto exist ncia de horizontalidade na rela o que se estabeleceu entre os governantes do Congo e Portugal no in cio do s culo XVI o professor postou mensagens coletivas e destinadas a alguns 169 cursistas Ele ressaltou aos cursistas que seguiam a interpreta o dos autores da aula que H uma outra forma de olhar sobre o di logo Um di log
268. iaturas com curr culos que n o foram atualizados em decorr ncia da Lei contribuem para dissemina o dos estere tipos das preconcep es negativas e por conseguinte do racismo embutidos no imagin rio desses educadores e disseminados nas escolas 2 A Novam rica atua no estado do Rio de Janeiro desde 1991 e seu foco educa o em direitos humanos com aten o aos professores das escolas p blicas e educadores populares Ver http www novamerica org br home asp 27 7 A relev ncia do tema A aprova o da Lei 10 639 03 suscitou discuss es e pol micas inclusive no mbito do ensino de hist ria ABREU amp MATTOS 2008 Um fator que impede a sua institucionaliza o de modo maci o nas escolas de todo pa s diz respeito s concep es que t m professores e gestores da educa o acerca das nossas rela es etnicorraciais pois muitos silenciam ao tema seja por n o dispor de forma o para lidar com as situa es cotidianas de discrimina o e preconceito ou porque usam o discurso da igualdade para unificar culturalmente todos os alunos e a n o lidam com a diferen a na escola CAV ALLEIRO 2000 CUNHA 2008 OLIVEIRA 2010 O padr o das rela es raciais presente na cultura escolar brasileira um reflexo da nossa sociedade ainda marcada pela ideologia da democracia racial que formulou uma f bula transmutada em mito de que as hierarquiza es raciais da sociedade brasileira formam um todo integrado
269. icada por eles na quantidade de temas destinados hist ria da Europa e na organiza o dos conte dos que colocam os cap tulos sobre a Africa para o final Nos livros did ticos em todos os n veis a hist ria antiga moderna e contempor nea os pa ses da Europa s o o todo o que se refere frica m nimo s s o citados quando retratam o trabalho escravo e ou muita mis ria At pouco tempo o mundo era euroc ntrico mas isso passado O mundo est conhecendo o outo lado contado por um povo que tem 206 vis o real do continente do pa s por eles habitado F rum de debates aluna Polo S o Lu s Maranh o 11 09 2010 Interessante notar que ao abordar a Europa a cursista escreveu primeiro pa ses o que deixa esclarecido que ela compreende o continente na sua diversidade J no caso do continente africano ela n o utilizou a palavra pa ses e ainda reiterou a sua concep o nas duas ltimas frases Gimeno Sacrist n no artigo Materiales y textos contradicciones de la democracia cultural apud MUNAKATA 2007 137 afirma Por tr s do texto livros materiais suportes v rios h toda uma sele o cultural que apresenta o conhecimento oficial colaborando de forma decisiva na cria o do saber que se considera leg timo e verdadeiro considerando os c nones do que verdade e do que moralmente aceit vel Reafirmam uma tradi o projetam uma determinada imagem da s
270. igualmente respeitosa em seus direitos e deveres Question rio cursista polo Salvador 26 03 2012 A problem tica da identidade tnica e ou racial articulada ao processo de titula o das terras como quilombolas produziu oito trabalhos monogr ficos Em seguida veio o 117 F P ES A pesquisa de um grupo de cursistas do polo de Guanambi Bahia serviu como documento inicial para que a comunidade negra de Montevidinha situada no oeste do estado come asse o processo de reconhecimento de posse coletiva da terra junto ao Incra 102 tema da educa o das rela es etnicorraciais com uma maioria de pesquisas que abordou experi ncias de aplicabilidade da Lei nas escolas Mais cinco trabalhos ainda abordaram a Su s aa 118 tem tica afro brasileira e dois outros n o discutiram e As avalia es O que estou considerando como avalia o aqui tem duas dimens es Trata se do processo de verifica o de aprendizagem dos cursistas e tamb m dos procedimentos criados pela coordena o do curso para acompanhar e monitorar o projeto ao longo da sua execu o Comecemos pela segunda Uma iniciativa citada pela coordena o e tutores presenciais nas entrevistas que com eles conduzi consistiu nas reuni es semestrais de avalia o que a coordena o do curso realizou Esses encontros que chegavam a reunir cerca de 200 professores envolvidos no projeto serviam para esclarecer d vidas refazer combinados tom
271. ima 1997 O pensamento do Movimento Negro Unificado In O pensamento negro em educa o no Brasil express es do movimento negro SILVA Petronilha Beatriz Gon alves e amp BARBOSA Lucia Maria de A org S o Carlos SP Ed da UFSCar KALY Alain P 2013 O ensino de hist ria da frica no Brasil o in cio de um processo de reconcilia o psicol gica de uma na o In Ensino de hist ria e culturas afro brasileiras e ind genas PEREIRA Amilcar amp MONTEIRO Ana Maria org Rio de Janeiro Pallas KI ZERBO Joseph 2010 Hist ria geral da frica I Metodologia e pr hist ria da Africa editado por Joseph Ki Zerbo 2 ed rev Bras lia UNESCO http unesdoc unesco org images 0019 001902 190249POR pdf consulta em 05 08 2013 LAJOLO Marisa 1996 Livro did tico um quase manual de usu rio Em Aberto Bras lia Ano 16 n 69 jan mar 280 LAKATOS Eva Maria amp MARCONI Marina de Andrade 2005 Fundamentos de metodologia cient fica 6 edi o S o Paulo Atlas LIMA Ivana Stolze 2003 Cores marcas e falas sentidos da mesti agem no Imp rio do Brasil Rio de Janeiro Arquivo Nacional MACEDO M rcio 2005 Abdias do Nascimento A Trajet ria de um Negro Revoltado 1914 1968 Disserta o de mestrado em Sociologia FFLCH USP S o Paulo MAGALH ES Marcelo de S 2006 Apontamentos para pensar o ensino de Hist ria hoje reformas curriculares Ensino M dio e forma o do
272. ina o das a es do movimento negro baiano em parceria com o Ceao foi o primeiro curso de Introdu o aos estudos da hist ria e das culturas africanas no Brasil destinado a professores do ensino fundamental e m dio iniciado em 1982 Posteriormente em 1985 surgia a disciplina Introdu o aos estudos africanos inclu da com as devidas adapta es na parte de diversidade do curr culo da 8 s rie atualmente 9 ano das escolas baianas Em 1986 a Secretaria de Educa o do estado em conv nio com o Ceao passou a oferecer o curso em duas modalidades especializa o para professores e extens o destinada aos educadores comunit rios ativistas do movimento negro e de associa es de bairros e estudantes O objetivo era prepar los para ministrar a disciplina Introdu o aos estudos africanos nas escolas As dificuldades encontradas foram muitas desde escassez de material did tico na poca havia raras publica es em portugu s atitudes preconceituosas e reativas de muitos cursistas provocando o embate entre os educadores advindos do movimento negro e os outros professores especialmente os brancos al m da resist ncia dos gestores das escolas diretores e vice diretores que diziam contemplar o tema a partir dos eventos folcl ricos que aconteciam nas escolas SANTOS 1987 Como resultado a disciplina Introdu o aos estudos africanos s ocorreu em sete escolas e mesmo assim com muitas cr ticas
273. inas por isso n o necess rio que ele seja especialista na tem tica que ir trabalhar Ele precisa saber lidar com as ferramentas das TICs e ter experi ncia com o ensino da rea de conhecimento em si Por exemplo seria muito complicado contratar um profissional com forma o em geografia ou filosofia para atuar como tutor em um 146 Entre os tutores presenciais o n mero de p s graduados era menor Conforme dados disponibilizados pela coordena o do curso cinco professores tutores presenciais j havia conclu do o mestrado doze tinha especializa o e apenas um era graduado 140 curso a dist ncia de hist ria N o foi o que aconteceu nessa experi ncia pois todos os tutores tinham forma o em hist ria incluindo p s gradua o Mas ainda assim apesar da s lida forma o dos tutores a dist ncia reconhecida e admirada pelos cursistas os depoimentos dos pr prios tutores e a an lise do f rum da disciplina revelou que a aprendizagem desses conte dos teve limites impostos pela forma o dos pr prios docentes e pelo modelo de ensino no qual se inseriu a forma o Dizendo de outro modo apesar da ampla experi ncia e do timo curr culo dos professores que trabalharam como tutores na disciplina hist ria da frica do ponto de vista dos conhecimentos espec ficos sobre o tema com aos quais eles trabalharam podemos afirmar que eles estavam no mesmo patamar dos seus alunos Nenhum desses professores havia tido qualque
274. ino constituem o conjunto de conhecimentos compet ncias habilidades e pr ticas de que os professores lan am m o nas suas atividades di rias de doc ncia Os saberes pr prios da profiss o de professor n o s o apenas os cient ficos eruditos e codificados adquiridos no decorrer da forma o inicial e ou continuada S o estes e tamb m os saberes relacionados sua vis o de mundo e a seus valores constituintes do seu lugar de pertencimento seja ele social de g nero etnia ra a etc assim como os conhecimentos t cnicos saberes da a o as habilidades de natureza artesanal adquiridas em suas experi ncias de trabalho TARDIF 2010 9 10 Para a professora Ana Maria Monteiro o campo de estudos sobre a forma o de professores em hist ria carece de an lises que busquem relacionar o saber escolar conhecimento com configura o cognitiva pr pria que apesar de se relacionar com o conhecimento acad mico diferente deste porque se constr i no espa o da escola nas v rias possibilidades de media o que h entre professores alunos e outros sujeitos da escola e na influ ncia que o ambiente sociocultural do professor e dos outros sujeitos da escola tem no espa o escolar com o saber docente que se revela pela a o docente ou seja o modo como o professor age para ensinar sua rela o com os saberes que domina Este outro saber envolve a pr tica docente e se constr i na configura o de uma identidade i
275. ino de hist ria da frica pois entre mar o e julho de 2009 ele trabalhou com o tema em uma universidade particular 5 1 em S o Paulo O ensino de hist ria da Africa era recente tamb m na forma o presencial da PUC Rio pois come ou a acontecer regularmente no primeiro semestre de 2009 como disciplina eletiva obrigat ria do curso de hist ria da universidade Leonardo Pereira relatou em sua entrevista Assim que eu entrei o professor Luiz Reznik que antes era o chefe do departamento me procurou dizendo isso Olha estamos aqui na PUC temos a decis o de investir na rea de hist ria da frica A hist ria da frica n o uma disciplina obrigat ria do curr culo mas n s temos na nossa grade duas disciplinas que hist ria da frica I que vai at o s culo XIX e hist ria da frica II que trata de imperialismo descoloniza o essas coisas assim E precisamos de professores para oferecer essa disciplina E ele me procurou sabendo que eu j tinha oferecido essa disciplina uma vez Sabendo para saber se eu tinha interesse para investir na rea Procurou a mim ao Mauricio Parada que trabalha mais com s culo XX e a Ivana Stolze que trabalha com o tema de africanos no Brasil e cultura africana no Brasil Nesse momento n s tr s juntos aceitamos o desafio No meu caso com um pouco de responsabilidade porque eu sabia que eu estava longe de ser um professor de hist ria da frica eu tinha muita c
276. io mundial F rum de debates aluna Polos Feira de Santana Jequi Bahia 29 08 2010 O que podemos ver que os livros principalmente nas s ries iniciais enfatizam em boa parte dos seus conte dos a ideia da condi o de escravos como nica identidade dos africanos 209 desconsiderando a identidade e luta de liberdade que o povo tem associando sempre Africa a condi o de submiss o aos outros povos F rum de debate aluna Jequi Bahia 12 08 2010 A cursista da primeira mensagem reconhece os problemas do livro did tico mas prop e uma atividade que pode ser feita em sala de aula Ela sugere que por meio das imagens associadas ao povo africano em situa o de pobreza e escravid o o professor leve o tema de discuss o para a sala de aula a partir do uso da linguagem historiogr fica e reflexiva O professor transformaria ent o uma situa o negativa em positiva ao dar outro uso para um livro did tico classificado como ruim Penso que n o poss vel fazer isso todos os dias e com todos os livros que usamos na escola Penso tamb m que n o podemos ser ing nuos a ponto de acreditar que todos os alunos ir o compreender a atividade elaborada do mesmo jeito logo alguns continuar o compreendendo as imagens do livro ruim do mesmo modo Os alunos n o manipulam os livros apenas na escola e em contato com o professor portanto os livros precisam ser mais bem elaborados No f rum de debates das t
277. isciplinar que envolvia toda a escola com culmin ncia das atividades j que ela afirma na mesma postagem tratar se de uma pr tica que j vem sendo exercida h alguns anos porque entendemos que precisamos fazer esse resgate desmistificar uma hist ria que foi constru da do ponto de vista unifocal relegada ao segundo plano comum entre n s educadores come armos a contar a hist ria a partir da escraviza o dos africanos Passamos a ideia de que a frica passou a existir a partir do momento em que o europeu chegou F rum de debates aluna Polo Barreiras Bahia 18 08 2010 O tutor a dist ncia dessa turma motivado pela ltima frase da mensagem acima levou para o f rum de debates um questionamento e prop s uma abordagem para a sala de aula em nossa nica hist ria da frica o AFRICANO sin nimo de ESCRAVO O que um grande equ voco Mas como problematizar isso em sala de aula Elaborar uma sequ ncia de aulas com o tema escravid o uma sugest o O escravo na Gr cia Antiga por exemplo normalmente era o estrangeiro No Brasil o escravo tamb m j foi o ndio Hoje em dia qual a defini o de trabalho escravo 225 Ou seja h diversos significados para o termo escravo no decorrer da Hist ria Abrindo essa janela em nossas aulas talvez possamos quebrar um pouco essa vis o Qual a opini o de voc s F rum de debates tutor a dist ncia Polo Barreiras Bahia 2
278. iscuss o necess ria forma o do profissional de Hist ria Tese Doutorado em Hist ria Universidade Federal de Pernambuco Universidade Federal da Para ba Recife 291p PAIM Elison Ant nio 2007 Do formar ao fazer se professor In Ensino de Hist ria sujeitos saberes e pr ticas Monteiro Ana M Gaparello Arlette M e Magalh es Marcelo de S Org Rio de Janeiro MauadX Faper 283 PEREIRA Amauri Mendes 2008 Trajet ria e Perspectivas do Movimento Negro Brasileiro 2 ed Belo Horizonte Nandyala PEREIRA Amauri Mendes 2006 Para al m do racismo e do anti racismo a produ o de uma Cultura de Consci ncia Negra na sociedade brasileira Tese Doutorado em Ci ncias Sociais Universidade do Estado do Rio de Janeiro 309 p PEREIRA Amilcar Ara jo 2010 O Mundo Negro a constitui o do movimento negro contempor neo no Brasil 1970 1995 Niter i RJ UFF Tese Doutorado em Hist ria Instituto de Ci ncias Humanas e Filosofia Departamento de Hist ria Universidade Federal Fluminense 268p PEREIRA Edimilson de Almeida amp GOMES N bia Pereira de M 2001 Ardis da imagem exclus o tnica e viol ncia nos discursos da cultura brasileira 1 ed Belo Horizonte Mazza Edi es e Editora da PUC Minas PERIN Rosemary Rufina dos Santos 2007 Cadernos de Educa o do Projeto de Extens o Pedag gica do Il Aiy um precursor das Diretrizes Curriculares da Lei 10639 03 Disserta o aprese
279. ispon vel em http bibliotecadigital fgv br ojs index php reh issue view 186 9 Cf se o Contato com antigos militantes e rede de rela es ALBERTI amp PEREIRA 2007a 89 104 9 Yedo Ferreira trabalhou na empresa de Correios e Tel grafos tendo sua milit ncia se iniciado no Partido Comunista do qual se afastou ap s 1964 devido s persegui es pol ticas Em 1971 iniciou mas n o concluiu o curso de matem tica da UFRJ onde conheceu outros jovens estudantes negros Cf ALBERTI amp PEREIRA 2007a 35 65 Eu estava na universidade com esse pessoal todo em 1973 74 e soubemos que o Z Maria queria fazer uma reuni o Ele falou olha est o aqui os livros Tanto assim que sou considerado por ele como um dos fundadores do Centro Porque a fui saber de algumas coisas que n o sabia principalmente sobre frica ALBERTI amp PEREIRA 2007a 138 139 Desde 1978 o CEAA publica a revista Estudos Afro Asi ticos e em 1995 come ou o curso de especializa o lato sensu em Hist ria da frica e do Negro no Brasil que atualmente tamb m existe no formato EaD 1 2 3 As pol ticas p blicas a educa o e a atua o dos movimentos negros Na passagem do s culo XX para o XXI as iniciativas acabaram culminando em demandas mais espec ficas que refletiam o lugar da quest o racial na pol tica p blica brasileira sobretudo no mbito educacional GOMES 2011 142 As diferentes entida
280. ist ria profissional com as suas rela es com os alunos em sala de aula e com os outros atores escolares na escola etc Por isso necess rio estud lo relacionando o com esses elementos constitutivos do trabalho docente z Para Tardif 2010 o saber dos professores um saber forjado por condicionantes sociais e individuais O saber dos professores social pelo fato de ele partilhar esse conhecimento com uma categoria profissional os professores que trabalham em determinados lugares com outros professores e receberam forma es mais ou menos comuns geridas por institui es de ensino e normatizadas por pol ticas programas e reformas educacionais sob a responsabilidade de rg os p blicos observados e algumas vezes influenciados como o caso das leis 10 639 03 e 11 645 08 por associa es cient ficas e organiza es da sociedade civil Esse saber tamb m social porque ele s tem sentido e s existe na rela o social pois os professores ensinam pessoas os alunos Na rela o com os sujeitos alunos ocorre um jogo sutil de conhecimentos de reconhecimentos e de pap is rec procos modificados por expectativas e perspectivas negociadas TARDIF 2010 13 As pr prias reas de conhecimento que refletem sobre os saberes s o sociais j que o que determina que um saber seja um saber saberes a serem ensinados e saber ensinar n o imut vel As transforma es v m com o tempo e as mudan as sociais tamb m
281. izam a forma o da popula o brasileira a partir desses dois grupos tnicos tais como o estudo da hist ria da frica e dos africanos a luta dos negros e dos povos ind genas no Brasil a cultura negra e ind gena brasileira e o negro e o ndio na forma o da sociedade nacional resgatando as suas contribui es nas reas social econ mica e pol tica pertinentes hist ria do Brasil 2 Os conte dos referentes hist ria e cultura afro brasileira e dos povos ind genas brasileiros ser o ministrados no mbito de todo o curr culo escolar em especial nas reas de educa o art stica e de literatura e hist ria brasileiras NR Art 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publica o Bras lia 10 de mar o de 2008 187 da Independ ncia e 120 da Rep blica 236 MENSAGEM do Veto n 7 de 9 de Janeiro de 2003 Lei 10 639 03 Senhor Presidente do Senado Federal Comunico a Vossa Excel ncia que nos termos do 1 do art 66 da Constitui o Federal decidi vetar parcialmente por contrariedade ao interesse p blico o Projeto de Lei n 17 de 2002 n 259 99 na C mara dos Deputados que Altera a Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional para incluir no curr culo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da tem tica Hist ria e Cultura Afro Brasileira e d outras provid ncias Ouvido o Minist rio da Educa o manifest
282. izei apontam para o fato de a experi ncia ter resultado em dois processos de aprendizagem os professores cursistas se tornaram formalmente professores de hist ria e alfabetizados em TICs E lidar com as ferramentas da inform tica avan ou muito Eu acho que nesse sentido o curso evoluiu de uma maneira muito boa e para eles foi fundamental Eles de fato se alfabetizaram nessa linguagem da inform tica eles sa ram alfabetizados nisso Eu acho que eles aprenderam a lidar melhor com a inform tica Question rio respondido pela tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 13 09 2012 121 gt ai E PE Informa es apuradas na entrevista concedida por Cl udio Santiago secret rio do curso de licenciatura em hist ria modalidade a dist ncia 105 Muitos professores cursistas grande maioria n o tinham contato algum com o uso do computador e internet Somente tinham acesso a essas ferramentas nas pr prias escolas e nas secretarias municipais de Educa o Apenas uns 30 tinham computador em casa interligado internet A primeira quest o a ser feita foi um treinamento literalmente sobre o uso destas ferramentas Alguns at se identificaram logo com a din mica do AulaNet mas outros se mantiveram com dificuldades nas t cnicas at o final do curso As principais dificuldades eram no momento de envio das tarefas pois n o memorizavam as formas de anexa o dos arquivos Atrelado a isso estava o problema do ac
283. l gicos o manejo de diferentes fontes e o di logo com as outras reas do conhecimento o que implica uma forma o inter e transdisciplinar imposs vel na estrutura de curr culo vigente na legisla o de 1961 No subt pico estrutura o dos cursos o parecer determina s institui es que oferecerem a licenciatura em hist ria que se orientem pelas DCNs da forma o inicial de professores da educa o b sica em cursos de n vel superior as quais na poca ainda n o tinham sido aprovadas J o par grafo que trata dos conte dos curriculares estabelece que dever o ser inclu dos os conte dos para a educa o b sica as did ticas pr prias de cada conte do e as pesquisas que as embasam Em julho de 2010 o CNE definiu novas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educa o B sica por m estas n o foram objeto de an lise desse estudo uma vez que o curso em tela n o se orientou por esse documento Dispon vel em http portal mec gov br index php option com content amp id 12992 diretrizes para a educacao basica 45 MEC CNE DCNs hist ria 2001 9 Ou seja as mudan as que interfiram no ensino da educa o b sica devem incidir diretamente na forma o do profissional de hist ria ainda que as relatoras do documento de 2001 tenham priorizado legislar para regulamentar o trabalho do historiador em detrimento do professor de hist ria FONSECA 2001 As DCNs educa o b sica abarcam os
284. l identific los separados Esteve muito presente no f rum apesar de ser criticado no curso o uso do termo tribo para se remeter s popula es africanas do passado e tamb m a no o de frica pa s Optei por discutir aqui como essas duas constru es mentais apareceram no f rum de debates e A frica primitiva A palavra tribo s foi escrita tr s vezes nas aulas do curso de hist ria da frica e em duas delas para explicar o porqu do seu n o uso Na segunda aula dialogando com Oliva 2003 que aborda as representa es e imprecis es sobre a frica nos livros did ticos os professores autores explicam aos cursistas que para simplificar o entendimento muitos livros did ticos adaptam as categorias e no es usadas para denominar institui es das sociedades europeias para definir as organiza es pol tico sociais do continente africano procedimento que muitas vezes distorce a l gica pr pria s sociedades africanas e ainda incute a ideia de atraso pois compara Europa e frica Nesse exerc cio de transposi o de conceitos as forma es sociais africanas que n o t m correspond ncia nas categorias das sociedades europeias acabam sendo generalizadas como tribais no o imbu da da ideia do primitivismo e do atraso PEREIRA E SANTOS 2011 Aula 2 p 5 Na s tima aula o termo tribo aparece na ora o parte significativa das sociedades africanas era formada por pequenos grupos que durante muito tempo
285. l no ano de 1930 citou o Clube 13 de Maio dos Homens Pretos que oferecia cursos para os filhos dos associados bem como cuidava da alfabetiza o daqueles que trabalhavam durante o dia GON ALVES amp SILVA 2000 142 Os estudiosos do tema da educa o dos negros autores sugerem que educa o e cultura apareciam quase como sin nimos nos artigos publicados nos jornais da imprensa negra da poca As atividades em bibliotecas confer ncias dramatiza es e concertos musicais funcionavam como instrumentos de forma o Nas confer ncias e festas c vicas da comunidade negra como 013 de Maio o 28 de Setembro L ou mesmo a data de nascimento ou morte de algum abolicionista falavam os oradores ligados comunidade ou n o Esses eventos funcionavam como mais um espa o de forma o j que n o era necess rio ser alfabetizado para entender o que estava sendo dito FERREIRA 2008 Entre 1930 e 1950 segundo Gon alves amp Silva 2000 ocorreu alguma mudan a entre as lideran as das organiza es negras na maneira de compreender os problemas de escolariza o e forma o profissional pois apesar de ainda atribu rem ao pr prio grupo a maior parte da responsabilidade por mudar a situa o de vulnerabilidade social no campo da educa o o Estado brasileiro come ava a ser implicado no processo Apesar de j haver institu do a educa o p blica obrigat ria e gratuita com o surgimento do Minist rio da Educa
286. lareza disso mas eu achava que era importante criar esse espa o para a hist ria da frica no departamento de hist ria no qual eu estava inserido Entrevista de Leonardo Pereira 10 09 2012 137 136 Conforme informa es apuradas na entrevista 137 No final do ano de 2012 houve concurso para a disciplina de hist ria da frica na PUC Rio com a aprova o de uma professora com forma o espec fica em hist ria da frica Informa o dispon vel no site do Departamento de Hist ria da PUC Rio http www his puc rio br consulta em 08 07 2013 129 O processo de forma o de um professor n o acontece somente nos ambientes tradicionais institu dos formalmente assim como n o tem um tempo para terminar O professor est em estado de aprendizagem constante No trabalho que exercemos esse um imperativo O processo de constitui o da disciplina hist ria da frica ainda para o curso presencial da PUC Rio revela que o curr culo da disciplina come ou ser elaborado no segundo semestre de 2008 quando os tr s professores citados no depoimento acima tiveram a iniciativa de fundar o Interse o Africana um grupo de estudos com formato de laborat rio respons vel por gestar as disciplinas frica I s culo XVI ao XIX e frica II s culo XX que seriam oferecidas no ano de 20098 Segundo Pereira sobrou para mim uma disciplina que eu hoje eu tenho a clareza que eu n o tinha a menor condi o de oferecer no
287. lavra tribo para designar os grupos sociais africanos na linguagem dos meios de comunica o e no saber escolar assim como o seu uso disseminado no imagin rio social brasileiro revelam o reduzido alcance que as contribui es das ci ncias sociais e humanas j deram sobre o assunto O pesquisador taxativo ao afirmar que insistir nessa forma de se referir s sociedades da frica n o encontra mais uma aceit vel justificativa Sua recorr ncia sinaliza para uma continuidade das ideias divulgadas pelas teorias que defendiam a suposta inferioridade dos povos africanos perante os europeus j que tribo aparece na literatura colonialista com o significado oposto ao de civiliza o Idem e Africa pa s continente Outra concep o do nosso senso comum que apareceu no f rum da disciplina foi a de se referir ao continente africano como um pa s Nossas imagens sobre o continente se referenciam em um todo nico uma paisagem uma popula o uma hist ria comum no Brasil algu m que j foi ou v fazer alguma viagem a um pa s africano diga que viajou para a frica ou que vai frica O nico pa s que fica fora desse todo africano o Egito e isso porque durante muito tempo ele foi representado 198 fora da unidade de sentido frica Mas n o agimos do mesmo modo quando nos referimos a uma viagem Europa sia ou Am ricas Costumamos dizer fui a Portugal ou fiz uma viagem por alguns pa ses europeus
288. lguns tutores 1600 debate em torno da validade e credibilidade da Wikip dia pode ser encontrado em DEMO 2010 191 chamavam a aten o dos cursistas para que voltassem ao f rum e contribu ssem de modo coerente respondendo com propriedade a quest o problema proposta no final da aula estudada Passado um tempo os cursistas retornavam ao f rum de debates com suas novas contribui es algumas reelaboradas outras no entanto se resumiam a trechos de textos lidos em outras fontes sobre o conte do da aula em destaque Ocorreram tamb m alguns casos de anacronismo em que os professores alunos faziam julgamentos a partir de compara es com situa es do presente ou tentavam analisar os acontecimentos com termos e no es extr nsecos poca Esses casos de anacronismo foram comuns por exemplo no f rum de debates da aula 7 que abordou a presen a mu ulmana no continente africano em que alguns cursistas e mesmo tutores reduziram o debate quest o religiosa Houve compara o com o tema do terrorismo e julgamentos sobre as a es dos mu ulmanos no continente assim como compara es entre o cristianismo e o islamismo Nesses casos os tutores a dist ncia tinham que de tempos em tempos retomar as quest es do f rum Como uma sala de aula eles colocavam os alunos na dire o para que a aula n o se desvirtuasse do seu sentido original 4 3 Os saberes a ensinar e os estere tipos sobre a Africa e os africanos A pri
289. lho Federal de Educa o o conselheiro Edson Machado de Souza justificava a exist ncia das licenciaturas curtas com o argumento de que era necess rio responder s necessidades de m o de obra qualificada naquelas habilita es para as quais o ensino universit rio demasiado e o 2a 39 20 m secund rio muito pouco Os chamados cursos t cnicos tem sua gesta o nesse contexto As mudan as citadas trouxeram muitos problemas educa o b sica brasileira no que tange qualidade da forma o docente Conforme relat rio produzido pelo Centro Nacional de Aperfei oamento de Pessoal para Forma o Profissional CENAFOR em 1986 havia pouco di logo entre as disciplinas as pessoas que j lecionavam usavam o subterf gio de pular as outras s ries cursando apenas o ltimo ano do magist rio faltavam escolas prim rias para a pr tica do est gio o formato dos cursos de forma o de professores n o absorvia interessados de todos dos setores da sociedade brasileira especialmente os oriundos das classes populares pois n o havia oferta dessa profissionaliza o no hor rio noturno e nos cursos diurnos os cursos n o O conselheiro Edson Machado de Sousa proferiu em 08 05 1974 a confer ncia intitulada Os cursos de Curta dura o no ensino superior O CENAFOR foi uma funda o vinculada ao Minist rio da Educa o e Cultura com sede na cidade de S o Paulo e atua o em todo territ rio nacional c
290. licos como uma sa da para resolver o hist rico d ficit de professores no pa s Caberia aos gestores da Secretaria de Educa o a Dist ncia SEED criada em maio de 1996 desenhar as a es em conjunto com a Secretaria de Educa o B sica SEB e colabora o das secretarias de Educa o Especial SEESP e Educa o Superior SESu As IES p blicas foram conclamadas a entrar no empreendimento assim como num primeiro momento as organiza es de ensino superior beneficentes e confessionais caso da Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro PUC Rio Quatro pol ticas de forma o na poca espec ficas para professores foram gestadas no MEC a Rede Nacional de Forma o Continuada de Professores da Educa o B sica o Pr Letramento o Pr Licenciatura e a Universidade Aberta do Brasil Para esse estudo necess rio compreender essas duas ltimas Esses quatro empreendimentos significaram assumidamente a entrada da educa o p blica de ensino superior no contexto das tecnologias de informa o e comunica o TIC definidas por Miskulin 1999 47 como um conjunto de tecnologias que envolvem a aquisi o o armazenamento o processamento e a distribui o da informa o por meios eletr nicos e digitais como r dio televis o telefone e computadores entre outros As TIC espec ficas do mbito da educa o tamb m s o conhecidas pelo termo TICE sigla que significa tecnologias de informa
291. lorizar a identidade as culturas e as hist rias dos afro brasileiros como mecanismo que lhes garanta seus direitos de cidad os n o em detrimento das culturas ind genas europeias e 127 Ainda sobre as poss veis interpreta es essencialistas da Lei ver Alberti 2013 Uma reflex o dos sentidos do voc bulo negro contido nos documentos da Lei e uma problematiza o sobre os saberes hist ricos mobilizados para ensinar a hist ria da frica e dos afro brasileiros presentes nas Diretrizes ver Costa 2013 119 asi ticas e sim no mesmo patamar que elas O documento ressalta ainda que os conte dos propostos na Lei n o se restringem popula o negra j que todos devem ser educados no seio de uma sociedade multicultural e pluri tnica com vistas a construir uma na o democr tica MEC CNE DCNSs Etnicorraciais 2004 8 Em seguida o documento ainda discorre sobre o princ pio da Consci ncia Pol tica e Hist rica da Diversidade em que s o elencadas as no es b sicas da educa o para os direitos humanos e a promo o de uma sociedade antirracista Especificamente sobre o trabalho dos professores orienta que os profissionais que n o se sentem familiarizados com os conte dos concernentes nova Lei devem buscar informa es e subs dios No t pico A es Educativas de Combate ao Racismo e Discrimina es orienta entre outras coisas que cabe aos professores coordenadores pedag gicos e orientadores edu
292. m acima d para identificar a preocupa o em relacionar o conte do ensinado com os objetivos gerais do curso que perpassaram toda a forma o O aluno ent o tem a oportunidade de compreender a tarefa no contexto da aula e da disciplina Vale considerar tamb m na intera o tutor cursistas o envolvimento desses ltimos no processo de ensino aprendizagem pois se o cursista n o interage respondendo as tarefas propostas ou postando suas d vidas por mais que o tutor se esforce para promover a aprendizagem dos conte dos esse trabalho ser insuficiente j que n o h o investimento do outro lado da rela o oportuno retomar o principal objetivo do curso que era problematizar a ideia de uma nica identidade africana que come ou a se construir no final do XIX e esteve em voga durante todo o s culo XX mobilizando euroc ntricos e afroc ntricos nativos e estrangeiros Essas constru es sobre a frica e os africanos foram discutidas nas tr s primeiras aulas mas elas parecem voltar com for a nas duas postagens abaixo Leiam as contribui es entre voc s Em seguida observem que apesar da escravid o existir antes dos portugueses chegarem ao continente africano os mesmos chegaram com a novidade do consumo em massa do que j havia plantado na frica o consumo de gente enquanto coisa Onde o capitalismo finca ra zes para acumula o de Capital Boa pesquisa F rum de debates tutor a dist ncia Polo S o Lu s
293. m em creches e escolas de educa o infantil com oficinas visando eleva o da autoestima das crian as negras Em 1987 a Secretaria Estadual de Educa o do Rio Grande do Sul espelhando se nesse projeto dos APNSs passou a investir numa atividade similar denominada Negro e Educa o Em 1991 criou se a Comiss o de Educadores Negros APNSs que realizou v rios encontros de forma o sendo o mais significativo em 1995 por conta das celebra es em torno dos 300 anos de morte de Zumbi dos Palmares TRIUNFO 1999 105 No Rio de Janeiro Baixada Fluminense se organizava em 1993 no anexo da igreja matriz da cidade de S o Jo o de Meriti a primeira turma de interessados em passar para o vestibular O Pr Vestibular para Negros e Carentes PVNC caracteriza se por ser uma rede formada para facilitar a entrada na educa o superior de jovens pobres no geral e negros em particular inicialmente da Baixada Fluminense Primeiramente a iniciativa agregou leigos e religiosos da Igreja Cat lica em sua maioria APNSs Professores que atuavam nas redes p blica e particular da regi o metropolitana do estado do Rio de Janeiro e de ativistas experientes de outros movimentos sociais e grupos sindicais que viram nos cursinhos um modo de ressignificar suas milit ncias Mas medida que os estudantes eram aprovados tamb m existiam aqueles que retornavam para participar seja como coordenadores de n cleo seja como professores 7 Os APNSs s
294. m mais destaque para a Cooperativa Steve Biko fundada em Salvador em 1992 e a ONG Educa o para Afrodescendentes e Carentes Educafro criada em 1997 por Frei Davi em S o Paulo ap s dissid ncia com o grupo do PVNC Segundo Nascimento essas a es se definem por iniciativas educacionais de entidades diversas de trabalhadores em educa o e de grupos comunit rios destinados a uma parcela da popula o que colocada em situa o de desvantagem pela situa o de pobreza que lhe imposta NASCIMENTO s d Vale destacar que apesar do boom dos cursinhos ter ocorrido a partir dos anos 1990 j existiam experi ncias de cursos pr vestibulares voltados s camadas populares da sociedade brasileira nas d cadas anteriores Em 1975 o Centro de Estudos Brasil frica Ceba havia organizado um curso pr vestibular para negros na cidade de S o Gon alo RJ Antes ainda em 1986 surgia o projeto de vestibular Universidade para Trabalhadores de iniciativa da Associa o dos Servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro Assufrj hoje Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ Sintufrj NASCIMENTO 2012 68 69 A diferen a que as experi ncias iniciadas nos anos 1990 alcan am expressividade potencializada pelo contexto de reivindica o e de possibilidade das pol ticas p blicas de educa o que se desenhavam na segunda metade dos anos 1990 O acesso educa o superior de qualidade se tornou a bandeira
295. m resposta s leis parecidas aprovadas nos seus estados e munic pios realizavam atividades quase sempre nas datas comemorativas que tivessem a ver com o tema da hist ria da frica e da trajet ria dos negros brasileiros O advogado H dio Silva Jr publicou em 1998 uma colet nea de leis antirracistas j aprovadas nas esferas municipal estadual e federal Constata se que em alguns estados e munic pios brasileiros j vinham sendo aprovadas e implementadas desde o final dos anos 1980 leis que inclu am no curr culo da escola b sica conte dos que tratassem da hist ria e cultura afro brasileira e da hist ria da frica o caso do estado da Bahia que no texto da sua Constitui o promulgada em 1989 determina que 78 Acredita se que a express o para ingl s ver tem rela o com a Lei assinada em 7 de novembro de 1831 conhecida como Lei Feij que suspendia o tr fico internacional de pessoas escravizadas para o Brasil Diz se que essa legisla o foi aprovada por press o inglesa mas que na pr tica n o valera de nada pois continuavam a entrar africanos escravizados no Brasil Estudos mais recentes apontam para uma relativiza o da ideia de que a lei n o foi implementada pois mostram que a Lei Feij teve um certo alcance contribuindo sim para a diminui o de entrada de africanos escravizados para o aumento de den ncias de contrabando de m o de obra e para a a o de advogados e r bulas ativistas da caus
296. ma Nas aulas ensinamos que os africanos s o pessoas sofridas discriminadas etc Por m sabemos que a ideia que fazemos desse continente africano e de suas diferentes culturas permanece no nosso imagin rio ainda como uma na o escravista S atrav s do estudo e da pesquisa desse continente podemos conhecer a outra face desse pa s 164 O fragmento do depoimento de Adichie ainda fico um pouco irritada quando se referem frica como um pa s O exemplo mais recente foi meu maravilhoso voo de Lagos dois dias atr s n o fosse um an ncio de um voo da Virgin sobre um trabalho de caridade na ndia frica e outros pa ses risos TED Chimamanda Adichie O perigo da hist ria nica 2009 199 A escritora Chimamanda coloca muito bem essa situa o e nos leva a ter outro olhar desvinculado das apar ncias e de conceitos pr determinados constru dos atrav s de conhecimentos torpes F rum de debates aluna Jequi Bahia 12 08 2010 grifos meus 2 E verdade colega os livros did ticos tamb m passam essa ideia retratando a Africa sempre como um pa s a margem dos demais pa ses E o seu povo como fracassado F rum de debates aluna polo Jequi Bahia 12 08 2010 O professor tutor interveio no f rum para esclarecer essa no o de senso comum dif cil de sair das enuncia es sobre a frica frica n o pa s um continente Por isto venho lembrando que mesmo os olhares mais
297. ma disciplina entrava no curr culo do ensino superior n o por demandas de dentro do campo cient fico acad mico das universidades e sim de fora por press o de um movimento social GUERRA 2012 Por esse e outros fatores as coordena es dos cursos de licenciatura e ou bacharelado em hist ria come aram a viabilizar a entrada dos conte dos concernentes hist ria da frica com status de disciplina no curr culo 2 Delimita o do objeto O estudo desenvolvido aqui se prop e examinar as nuances da forma o para a educa o das rela es etnicorraciais com destaque para a forma o em hist ria da frica obrigat rias ap s a aprova o das Leis no campo da licenciatura em hist ria A experi ncia investigada foi o primeiro e por enquanto nico curso de licenciatura em hist ria a dist ncia oferecido regularmente entre os anos de 2006 e 2010 pela Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro em cons rcio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro em atendimento ao edital do Programa Pr Licenciatura IL do Minist rio da Educa o MEC O curso se destinou a um grupo de professores oriundos dos estados do Cear Maranh o Bahia e Sergipe que lecionavam hist ria nas 7 As institui es s o o Centro de Estudos Afro Orientais da UFBa e o Centro de Estudos Afro Asi ticos da UCAM No primeiro cap tulo abordo a hist ria desses dois centros e de seus pap is na forma o dos intelectuais dos movimentos n
298. mas In Anais da 24 reuni o da ANPED Caxambu GT Forma o Docente 2001 FREIRE Paulo 1996 Pedagogia da Autonomia 33 edi o S o Paulo Paz e Terra Cole o Leitura GAUTHIER Clermont et al 2006 Por uma teoria da pedagogia Iju Editora Uniju GLEZER Raquel 1990 Apresenta o do livro P tria Civiliza o e Trabalho o ensino de Hist ria nas escolas paulistas de BITTENCOURT Circe Edi es Loyola S o Paulo GOHN Maria da Gl ria M 2002 Teorias dos Movimentos Sociais 3 edi o S o Paulo Edi es Loyola v 1 383p GOMES Nilma Lino 2012 Movimento negro e educa o ressignificando e politizando a ra a Educa o amp Sociedade v 33 p 127 144 Consultado em 01 06 2013 dispon vel em http www scielo br scielo php pid S0101 73302012000300005 amp script sci arttext GOMES Nilma Lino 2011 O movimento negro no Brasil aus ncias emerg ncias e a produ o de saberes Pol tica amp Sociedade Online v 10 p 133 154 Consultado em 01 06 2013 dispon vel em http www periodicos ufsc br index php politica article view 2175 7984 2011v10n18p133 17537 279 GOMES Nilma Lino amp SILVA Petronilha Beatriz G org 2002 Experi ncias tnico culturais para a forma o de professores Belo Horizonte Aut ntica GON ALVES Luiz Alberto Oliveira amp SILVA Petronilha Beatriz Gon alves 2000 Movimento negro e educa o Revista Brasileira de Educa o S
299. mbo procuramos utilizar dados das entrevistas orais da observa o direta e das pesquisas bibliogr ficas que pudessem sustentar nossa principal hip tese Assim atrav s das mem rias dos mais velhos principal popula o de estudo possibilitou se no conjunto das interpreta es dos dados investigados relacionando a origem geneal gica dos moradores de Montevidinha com ex escravos revelando nos seus resultados uma intr nseca rela o entre teoria e pr tica H de se ressaltar que o resultado desta pesquisa reuniu elementos essenciais para que o munic pio de Santa Maria da Vit ria Bahia venha a ter a primeira comunidade de remanescentes quilombolas reconhecida oficialmente pela Funda o Cultural Palmares Palavras chave Montevidinha descendentes ex escravos moradores 3 Outros temas a Preconceito racial contra o afrodescendente uma pr tica injusta Bahia Resumo A presente monografia visa demonstrar como se deu o processo de ocupa o e povoamento do Munic pio de S o Gon alo dos Campos no contexto da coloniza o portuguesa das terras do Rec ncavo Baiano no s culo XVI E a partir da identificar e analisar poss veis situa es de discrimina o social do afrodescendente nas primeiras d cadas do s culo XX Analisando as concep es de historiadores contempor neos que estudam a quest o da africanidade bem como dados coletados por meio de pesquisa aplicada a segmentos sociais da sociedade s ogon alense
300. meira aula do curso de hist ria da frica tratou dos problemas que envolvem a constru o de uma hist ria do continente africano e por consequ ncia dos africanos a partir de um nico olhar euroc ntrico ao longo dos s culos XIX e XX O primeiro texto do curso afirma que a frica se apresenta como um continente multifacetado e complexo marcado por uma diversidade de civiliza es e culturas que afasta em muito a hist ria africana das imagens habitualmente utilizadas para definir o continente PEREIRA amp SANTOS 2011 6 A aula 2 se ancorou nos achados do historiador Anderson Oliva 2007 que investigou as representa es sobre a frica e os africanos no imagin rio do Ocidente a partir das experi ncias de Portugal e do Brasil Os cursistas foram instigados a olhar 16l A tese de OLIVA 2007 mapeou e analisou a forma como alguns manuais escolares do ensino fundamental 6 ao 9 ano publicados em Portugal e no Brasil entre 1990 e 2005 abordaram a hist ria da frica e como os africanos foram representados Para o historiador as ideias sobre a Africa e os 192 de modo mais atento para os seus pr prios materiais de ensino utilizados para lecionar hist ria A leitura da aula e as reflex es a trajet ria de suas pr ticas docentes levaram constata o de que textos imag ticos audiovisuais e escritos produzidos pelo cinema e meios de comunica o em geral contribu ram sobremaneira para constru o dos es
301. mentos de Hist ria da UERJ e da PUC Rio HIST RIA DO BRASIL III VII TUTORIA I Profa Margarida de Souza Neves doutora Universidade de Madri 244 Professora Associada do Departamento de Hist ria da PUC Rio HISTORIA DO BRASIL IV VII Prof Lu s Reznik doutor TUPERJ Professor Assistente do Departamento de Hist ria da PUC Rio e Professor Adjunto do Departamento de Ci ncias Humanas da FFP UERJ HIST RIA DO BRASIL V Gelsom Rozentino de Almeida doutor UFF Professor Adjunto do Departamento de Ci ncias Humanas e do Programa de P s Gradua o em Hist ria Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro HISTORIA E POL TICA DA EDUCA O B SICA Profa Alicia Bonamino doutora PUC Rio Professora do Departamento de Educa o da PUC Rio Profa F tima Alves doutora PUC Rio Professora do Departamento de Educa o da PUC Rio HIST RIA MEDIEVAL I Daniela Buono Calainho doutora UFF Professora Adjunta do Departamento de Ci ncias Humanas da FFP UERJ HIST RIA MEDIEVAL II Fl via Maria Schlee Eyler doutora PUC Professora Assistente do Departamento de Hist ria da PUC Rio HIST RIA MEDIEVAL HI Miriam Lourdes Impellizieri Luna Ferreira da Silva doutoranda USP Professora Assistente de Hist ria Antiga e Medieval UERJ HIST RIA MODERNA I Antonio Edmilson Martins Rodrigues livre docente UERJ Professor Assistente do Depart
302. mos uma perfeita democracia racial No entanto quando a pesquisadora prop s aos alunos que contassem uma hist ria que tivesse tr s personagens principais um branco um negro e um ndio hierarquiza es conflitos e negocia es apareceram nas narrativas Por meio de textos imaginados foi poss vel ver o que de fato os alunos compreendiam e percebiam do cotidiano das rela es raciais brasileiras j que os estudantes n o colocaram os personagens nos mesmos lugares sociais Situa o aproximada pode ser identificada no f rum hist ria da frica 219 Uma cursista tratou do entendimento comum no Brasil de associar a pessoa negra ao atraso cultural registrando no f rum da disciplina que a Copa do Mundo mostrou um outro lado da frica uma nova vers o do que muitas pessoas infelizmente pensam que a frica um continente sem cultura onde s tem negros F rum de debates aluno Polo Aracati Cear 21 08 2010 Outra aluna registrou no f rum de debates uma avalia o pessoal do evento e constatou que atrav s das apresenta es na Copa eles se mostraram super dedicados e inteligentes F rum de debates aluna Polo Imperatriz Maranh o 19 08 2010 Essas adjetiva es revelam seus pr prios preconceitos o que tamb m pode ser evidenciado na mensagem que dizia que foi muito interessante que o continente africano tenha sediado a Copa de 2010 pois ali muitos puderam ver e sentir na pele todo o sofrimento da
303. mplica subjetividade e apropria es A 18 articula o desses dois saberes constitui os saberes que ensinam MONTEIRO 2007 14 Seguindo esta an lise poss vel afirmar por exemplo que no processo de desenvolvimento profissional o jeito de agir de um profissional da educa o influencia os outros profissionais de diferentes maneiras podendo ser seguido ou descartado O modo de lidar com uma situa o nova na escola ou sala de aula em particular pode e ser incorporado na pr tica daquele docente e mesmo de outros que tomem conhecimento da situa o caso o ambiente profissional oportunize situa es de troca e aprendizagens e trabalhe com a perspectiva do desenvolvimento profissional como explanado anteriormente A forma o docente ocorre ent o nas situa es consideradas mais tradicionais do exerc cio da profiss o mas tamb m nas rela es cotidianas da escola e em tantos outros espa os sociais nos quais atuamos e interagimos como fam lia grupo pol tico ou religioso por exemplo Essas influ ncias gradativamente transformam se em conhecimento e em habilidades refletindo no discurso nos saberes e nas pr ticas profissionais BARRETO 2006 4 Fontes Esse estudo contou com fontes de diferentes naturezas que foram estrategicamente relacionadas com a finalidade de validar os argumentos aqui desenvolvidos Um grupo de dados j existia como os documentos do curso a legisla o que instituiu a Lei e os registros
304. n as tradicionais desses povos F rum de debates aluno Juazeiro 08 10 2010 165 Assim como essa outra a gente deve saber que mesmo com a introdu o da f isl mica as cren as tradicionais ainda eram preservadas Por exemplo o Imperador de Songai n o abandonou as cren as tradicionais e recorria sempre que necess rio aos cultos cerim nias e deuses dos antigos antepassados songai Os africanos isl micos foram se adaptando constru ram reputa o entre as popula es locais como curandeiros e santos Os s bios isl micos algumas vezes tornavam se mestres da literatura rabe expressando suas habilidades na manipula o dos poderes sobrenaturais Por exemplo os l deres isl micos usavam junto ao Alcor o amuletos ou por es de ervas mistas para limpar as t buas onde estavam escritas as regras isl micas A popula o local trazia tais amuletos e por es como prote es contra doen as e azares F rum de debates aluno Juazeiro Bahia 08 10 2010 A oitava aula As forma es pol ticas centro africanas foi escrita com o objetivo de promover o conhecimento do povo Luba e dos reinos do Congo e Ndongo situados na Africa centro ocidental al m da organiza o pol tica dessas sociedades e ias 157 sua rela o com o manuseio do ferro A nona aula escrita pelos professores autores intitulada O encontro de civiliza es portugueses e africanos objetivou instrumentalizar o
305. na Mackenzie Respons veis pelo ensino fundamental ficaram as professoras Rosa Margarida de Carvalho Rocha formada em pedagogia e Azoilda Loretto da Trindade pedagoga e psic loga com doutorado em comunica o pela UFRJ Rosa Margarida atuava como assessora especial para a valoriza o da cultura afro brasileira no curr culo escolar da Secretaria de Estado da Educa o de Minas Gerais e Azoilda estava como professora na Universidade Est cio de S e supervisora pedag gica na rede municipal de educa o do Rio de Janeiro MEC SECAD Orienta es e A es 2006 ci Uma pesquisa no Curr culo Lattes do quadro t cnico da SECAD que coordenou a elabora o e publica o das Orienta es ajudou a situar os v nculos pol ticos acad micos e a forma o dessas profissionais Compunha a equipe a jornalista e mestranda em hist ria Ana Fl via Magalh es Pinto a professora Denise Botelho doutoranda em educa o na UNB a professora de hist ria Edileuza Penha de Souza cursando mestrado em educa o na Universidade do Estado da Bahia a bacharel em direito Maria Carolina da Costa Braga e doutora em sociologia Maria L cia de Santana Boa parte das profissionais da equipe vinha de atua o em organiza es dos movimentos negros com destaque para as Ongs negras assim como tinham experi ncia com a doc ncia incluindo as universidades Ver http lattes cnpg br acesso em 25 07 2013 122 sociologia ci ncias sociais artes e correlacionad
306. ncedida o secret rio do curso avalia que de in cio foi uma tarefa um tanto quanto dif cil trabalhar com os professores cursistas nessa modalidade de ensino Diferentes fatores contribu ram para isso Muitos professores eram totalmente leigos na lida com as tecnologias da informa o e comunica o necessitando da ajuda de terceiros geralmente dos filhos para acessar e mails interagir nos f runs salvar e imprimir textos documentos orienta es Destaco que a jornada de trabalho exaustiva que muitas vezes chegava s 44 horas contribui sobremaneira para essa falta de atualiza o profissional N o tenho d vidas de que essa proletariza o do professor uma maneira de prejudicar a sua forma o que se caracteriza por ser um processo cont nuo de aquisi o de novos saberes e de partilha dos pr prios saberes com os de colegas de profiss o Portanto essa era uma dificuldade manifestada pelos 11 O AulaNet um software institucional desenvolvido pelo Laborat rio de Engenharia de Software LES do Departamento de Inform tica da PUC Rio CAMPOS ROQUE amp FIOROTI 2008 12 A CCEAD foi criada em fevereiro de 1999 e em 2001 se tornou subordinada reitoria da universidade O trabalho desenvolvido pela coordena o j se destaca no cen rio da educa o a dist ncia conquistando inclusive alguns pr mios Ver http web ccead puc rio br SISTEMA site pg jsp uid A2C36A1 A FC06 48F7 BCD9 C5 AOCD2DD893acesso 18 03 2012 10
307. ncia com a coordena o central do curso e com o professor autor do Semin rio Especial Hist ria da frica Alguns desses depoentes autorizaram a divulga o de seus nomes no trabalho Outro grupo de documentos analisados foram os programas das disciplinas do curso os cadernos de textos das disciplinas Semin rio Especial Hist ria da frica e Educa o e Sociedade e os registros escritos dos cursistas tutores a dist ncia e formadores postados no ambiente AulaNet no curso do Semin rio Especial Hist ria da frica gentilmente cedidos pela coordena o do curso a dist ncia da PUC Rio Assim como os dados dos cursistas matriculados e formados sobre os livros comprados para a forma o e sobre o cotidiano do curso no ambiente AulaNet Constituiu um conjunto de documentos significativos para esse estudo as leis diretrizes pareceres e orienta es produzidas pelos rg os do governo federal que apesar de extr nsecos ao curso estiveram diretamente relacionados a ele porque foram os geradores de toda essa realidade que se apresenta Trata se dos textos que propugnam Lei a Lei 10 639 03 e a Lei 11 645 08 o Parecer 003 2004 que instituiu as DCNs para a educa o das rela es etnicorraciais e o ensino da hist ria e cultura afro brasileira e africana as Orienta es e A es para a educa o das rela es etnicorraciais publicadas pelo MEC em 2006 e Plano Nacional de Implementa o das Diretrizes Curriculares Nacionais para Ed
308. ndamental para a forma o do povo Pretende se portanto proporcionar momentos de descoberta de nossa identidade e minimizar qualquer forma de racismo e discriminar fortalecendo a Identidade Negra Palavras chave racismo identidade negra cultura diversidade hist ria 251 e A identidade do jovem negro na comunidade de Concei o dos Caetanos Tururu nos dias atuais Bahia RESUMO O presente trabalho traz a proposta de realizar um estudo da comunidade remanescente quilombola de Concei o dos Caetanos localizada no munic pio de Tururu Ce Apontar algumas quest es e reflex es no que se refere identidade do jovem negro que reside na referida localidade sua territorialidade suas caracter sticas hist rico culturais suas lutas pelo reconhecimento oficial como tamb m o processo de auto reconhecimento e identidade quilombola Realizado atrav s de entrevistas com moradores da comunidade e um intenso di logo com autores que j desenvolveram estudos relacionados com a historiografia quilombola desde Palmares a exist ncia e a participa o do negro na Hist ria do Cear e finalizando na comunidade de Concei o dos Caetanos Atrav s dos resultados da pesquisa chegou se a conclus o que a reflex o cr tica sobre a etnicidade brasileira deve ter in cio na sala de aula e essencial para o ensino da Hist ria no Brasil e constru o de uma sociedade onde as diferen as se completem e n o se distanciem Palav
309. nicorraciais e Ensino de Hist ria e Cultura Africana e Afro brasileira Se sim como Voc percebe mudan as nas iniciativas dos professores de hist ria do seu munic pio ap s a institui o das leis 10 649 2003 e 11 645 2008 Quais seriam em sua opini o as a es necess rias para a aplica o da Lei no ensino de hist ria 4 Sobre percep o da aplica o da lei enquanto conte do de forma o do curso de licenciatura em hist ria a b c d e Em quais aspectos voc acha que as orienta es que a Lei preconiza podem se aplicar no ensino de hist ria Em algum momento ou disciplina s do curso houve o desenvolvimento de conte dos diretamente relacionados ou que se aproximaram da tem tica institu da pela Lei Se sim relate Houve algum professor formador espec fico que se destacou na abordagem da Lei Quantos Em quais disciplinas Por qu Que bibliografia voc conhece que est diretamente relacionada tem tica da Lei Voc teve contato com ela antes durante ou depois do curso de licenciatura em hist ria O que mudou na sua pr tica profissional em rela o a essa tem tica depois do curso de licenciatura Voc j teve oportunidade de aplicar os conhecimentos ap s o curso de licenciatura Poderia relatar alguma experi ncia 272 I FONTES ENTREVISTAS e SECRET RIO DO CURSO A DIST NCIA CL UDIO SANTIAGO e PROFESSOR AUTOR LEONARDO DE MIRANDA PEREIRA e TR S PROFESSORES TU
310. nistrado pelo Departamento de Hist ria da PUC Rio assim como rela es e os esfor os empreendidos ao seu efetivo funcionamento tanto no mbito federal quanto dos munic pios e estados em que ocorriam os encontros presenciais Num segundo momento identifico os papeis dos diferentes sujeitos envolvidos no empreendimento como os professores alunos ou professores cursistas os professores tutores presenciais e a dist ncia os professores autores e formadores da disciplina de hist ria da frica e a coordena o geral ligada ao departamento de hist ria No terceiro cap tulo ancorada pelas reflex es sobre saberes e pr ticas docentes propostas pelos professores Maurice Tardif e Ana Maria Monteiro fa o uma an lise espec fica do cotidiano da disciplina hist ria da frica a partir da an lise dos saberes docentes na constitui o do curr culo e conte dos do curso e na media o do f rum da disciplina a partir do lugar de enuncia o dos professores autores e professores tutores Por fim no ltimo cap tulo analiso a dimens o dos saberes e pr ticas docentes com vistas a problematizar o alcance dos saberes ensinados nessa experi ncia de forma o a partir dos registros dos cursistas preferencialmente Do mesmo modo 29 apresento alguns dos temas e problemas relacionados implementa o do ensino de hist ria e culturas afro brasileira e africana com a inten o de revelar como essas tem ticas v m comparecendo cotidian
311. no de hist rias e culturas afro brasileiras e africanas A constitui o da hist ria da frica como rea disciplinar nesses ltimos dez anos nos cursos de hist ria das universidades brasileiras um ind cio dessa institucionaliza o da Lei T m ocorrido concursos de professores para ministrar disciplinas pr prias desse campo de forma o assim como t m sido constitu dos grupos de pesquisadores e surgido temas de pesquisa inclusive com programas de p s gradua o sendo abertos estritamente para estudos dessa rea de ensino Portanto a exist ncia de uma disciplina intitulada hist ria da frica no curso de licenciatura vem ao encontro de todo esse processo Nesse cap tulo interessa examinar como a Lei foi efetivamente aplicada a partir da an lise dos saberes docentes no caso do curso aqui investigado Mas primeiro 115 abordo como as licenciaturas s o tratadas nos documentos federais que institu ram essa pol tica de educa o para depois tratar das disciplinas e conte dos que abordaram os temas da Lei nessa experi ncia de profissionaliza o docente especialmente do processo de constru o da disciplina hist ria da frica Nessa segunda parte procuro evidenciar os saberes mobilizados no trabalho de constituir e de exercer o ensino de hist ria da Africa no curso de licenciatura em hist ria 3 1 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es Etnicorraciais e o Ensino de Hist r
312. nos A frica vivia dentro de si mesma todos os centros de decis o econ mica pol tica cultural religiosa situavam se a longa dist ncia das costas DEVISSE J amp SHUHIL A frica nas rela es intercontinentais In NIANE org Hist ria Geral da frica Vol IV A frica do s culo XII ao s culo XVI S o Paulo tica UNESCO 1985 p 678 Esse f rum de debates seguiu a rotina dos anteriores Em geral os cursistas postaram resumos da aula texto ou responderam parte da tarefa da aula Os professores tutores assim como nos outros f runs usaram diferentes modos de instigar seus cursistas motivando os para o debate atitudes que revelam a mobiliza o de saberes distintos para promover a aprendizagem Quase todos esses saberes eram trazidos da pr tica do ensino presencial centrada na figura do professor Poucos foram os casos de professores que postaram imagens pequenos textos links etc capazes tamb m de fomentar o debate e ajudar na elabora o das tarefas Uma pr tica comum de alguns tutores nesse e nos f runs anteriores foi postar mensagens curtas e simples apenas informando se o cursista respondia a contento Outros devolviam aos cursistas perguntas que pudessem orientar e facilitar a compreens o da aula e desse modo ajud los a elaborar melhor o texto da tarefa Poucos tutores postaram quest es mais reflexivas que consideravam a pr pria trajet ria docente ap s o contato com a bibliografi
313. nsabilidade dos professores Ilmar Rohloff de Mattos e Maria Elisa M der e uma coordena o de tutores composta dos professores M rcia de Almeida Gon alves Marcelo de Souza Magalh es Rebeca Gontijo e Helenice Aparecida Bastos Rocha que respondia por 60 professores tutores a dist ncia A 106 O Instituto An sio Teixeira o rg o da Secretaria Estadual de Educa o da Bahia respons vel pela concep o e execu o da forma o dos recursos humanos da rede p blica de ensino como professores gestores escolares coordenadores pedag gicos bibliotec rios nutricionistas merendeiras t cnicos em inform tica e demais profissionais da educa o Ver http www iat educacao ba gov br 17 A UNDIME uma entidade nacional sem fins lucrativos que congrega os dirigentes municipais de educa o Ela existe desde 1986 com sede em Bras lia A institui o indica membro para o CNE e participa dos processos de discuss o formula o e implementa o de pol ticas nacionais de educa o Fonte http undime org br institucional o que e a undime acesso em 9 3 2012 108 ua O curso se estendeu at 2011 porque no primeiro semestre desse ano os cursistas reprovados em no m ximo duas disciplinas puderam curs las novamente O curso encerrou suas atividades no segundo semestre de 2011 91 secretaria geral do curso estava sob a responsabilidade de Cl udio Santiago e uma bolsista de p s gradua o que prestava asses
314. nsequ ncia da hist ria europeia PEREIRA amp SANTOS 2010 aula 1 O texto da primeira aula tamb m inclui um mapa f sico do continente e imagens de divulga o dos filmes Tarzan e Hotel Ruanda Quest o problema discutir as rela es poss veis entre o depoimento da escritora nigeriana Chimamanda Adichie O perigo da hist ria nica e os problemas envolvendo a hist ria da Africa apresentados na primeira aula texto Esta primeira aula mobilizou cursistas e professores tutores de modo muito parecido No geral eles ficaram sensibilizados emocionados e se identificaram bastante com o depoimento que recebeu os adjetivos de extraordin rio comovente bacana interessante enriquecedor excelente riqu ssimo valoroso entre outros Eles tamb m fizeram correla es com suas pr prias pr ticas profissionais e vida cotidiana reconhecendo que em diferentes momentos nos valemos da hist ria nica e emitimos ju zos tomamos posi o etc Alguns professores tutores retornaram aos formadores dando not cias do impacto da primeira aula A tutora a dist ncia de Bacabal registrou no f rum de debates da disciplina que gostaria de parabenizar a equipe pela tima aula inaugural associada a esse bel ssimo depoimento Acho que causou um forte impacto nos alunos e em mim igualmente F rum de debates tutora a dist ncia Polo Bacabal Maranh o 17 08 201
315. nsino fundamental 26 21 dos docentes lecionavam sem a forma o espec fica Esse conjunto era constitu do ou por professores que fizeram o chamado curso Normal ou apenas o ensino m dio ou ainda por aqueles que tinham uma faculdade mas n o eram licenciados Cerca de cento e oitenta mil profissionais atuam nas s ries do ensino fundamental do 1 ao 9 ano sem a forma o exigida J no ensino m dio havia 54 mil docentes sem a qualifica o pertinente o que equivalia a 14 74 dos professores atuantes no pa s Essa percentagem aumenta caso olhemos apenas para o Nordeste onde 44 07 dos professores n o tinham licenciatura em 2003 Havia um n mero expressivo 67 228 de professores apenas com n vel m dio do magist rio o antigo curso normal e cerca de 500 somente com o ensino fundamental lecionando as disciplinas do Fundamental II J em relat rio de 2009 o MEC informou que no mbito nacional 78 5 dos professores do 2 Ciclo do Ensino Fundamental e 91 3 dos que atuavam no Ensino M dio tinham curso superior Por m se novamente considerarmos 3 Uma cr tica a esses documentos com destaque para o papel que os mesmos atribuem ao trabalho do professor no sucesso fracasso do sistema de ensino dos pa ses signat rios pode ser vista em Rabelo Mendes amp Gimenez 2009 80 apenas os dados das regi es Norte e Nordeste os n meros caem para 61 1 e 59 2 no 2 Ciclo do Ensino Fundamental e 91 8 e 81 2 no Ensino
316. nsino fundamental e de ensino m dio p blicos e privados do pa s H uma produ o significativa de estudos que relacionam educa o e rela es etnicorraciais por m s o escassos os trabalhos voltados para a forma o inicial e ou continuada de professores Quais disciplinas s o oferecidas Como o tema aparece no curr culo Como os licenciandos e professores lidam com a obrigatoriedade da Lei Como ocorrem a produ o e a mobiliza o dos saberes assim como as pr ticas sobre esse tema E qual o n vel de comprometimento com o mesmo foram algumas das quest es que nortearam a pesquisa A resposta para essas quest es foram orientadas pelas contribui es de Maurice Tardif sobre os saberes docentes amparadas em metodologia de estudo de caso que utilizou entrevistas semiestruturadas question rios an lises das aulas texto produzidas pelos formadores do ambiente online da disciplina e dos documentos formais que organizaram o curso e institu ram a citada Lei A investiga o revelou um esfor o dos docentes formadores e dos professores cursistas em se munir de saberes e pr ticas concernentes aos temas da Lei por outro lado alguns fatores impuseram limites profissionaliza o como a modalidade a dist ncia o desconhecimento sobre o tema e a disponibilidade de tempo dos professores cursistas Palavras chave Forma o de professores professores leigos licenciatura em hist ria professores de hist ria saberes docen
317. nta es de que estes povos estavam imersos na imobilidade sem transforma es e desenvolvimentos para ser conhecidos ou seja um continente sem hist ria O que havia era uma hist ria da presen a europeia no continente sob a tica dos europeus Na segunda metade do s culo XX com os processos de contesta o 5 A TED Technology Entertainment Design uma ONG americana que atua desde 1984 com o objetivo de divulgar ideias atrav s de confer ncias que duram em m dia 18 minutos Seus convidados geralmente pesquisadores escritores e personalidades s o estimulados a desenvolver ideias que toquem as pessoas no mundo e as fa am refletir sobre os seus posicionamentos Chimamanda Ngozi Adichie foi palestrante em 2009 Sobre o TED ver http www ted com A confer ncia de Chimamanda Adichie est dispon vel no pr prio site do TED http www ted com talks lang pt chimamanda adichie the danger of a single story html 146 do dom nio colonial intelectuais de origem africana tomam para si o protagonismo de escrever a hist ria da frica sob a perspectiva dos africanos apesar de terem tido forma o europeia Joseph Ki Zerbo historiador e pol tico natural de Burkina Faso foi respons vel por uma s rie de trabalhos como a Hist ria da frica Negra de 1972 na qual prop s uma releitura da hist ria da frica descolada do dom nio europeu logo uma hist ria da frica que n o fosse concebida como simples co
318. nta o no Parecer CNE CP 3 2004 de 10 de mar o de 2004 homologado pelo Ministro da Educa o em 19 de maio de 2004 e que a este se integra resolve Art 1 A presente Resolu o institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es tnico Raciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana a serem observadas pelas Institui es de ensino que atuam nos n veis e modalidades da Educa o Brasileira e em especial por Institui es que desenvolvem programas de forma o inicial e continuada de professores 1 As Institui es de Ensino Superior incluir o nos conte dos de disciplinas e atividades curriculares dos cursos que ministram a Educa o das Rela es tnico Raciais bem como o tratamento de quest es e tem ticas que dizem respeito aos afrodescendentes nos termos explicitados no Parecer CNE CP 3 2004 2 O cumprimento das referidas Diretrizes Curriculares por parte das institui es de ensino ser considerado na avalia o das condi es de funcionamento do estabelecimento Art 2 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es tnicos Raciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro brasileiras e Africanas constituem se de orienta es princ pios e fundamentos para o planejamento execu o e avalia o da Educa o e tem por meta promover a educa o de cidad os atuantes e conscientes no 239 seio da sociedade multicultur
319. ntada ao Curso de Mestrado da Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educa o Campus I Salvador Ba PETTIROSSI Adriana amp LOMBARDI Jos Claudinei 1997 Levantamento e cataloga o das fontes para o estudo hist rico da educa o brasileira existentes na regi o de Campinas prof Norberto Souza Pinto um estudo hist rico biogr fico Anais do IV Semin rio Nacional de Estudos e Pesquisas Hist ria Sociedade e Educa o no Brasil Faculdade de Educa o Unicamp Campinas SP 14 19 12 1997 http www histedbr fae unicamp br acer histedbr seminario seminario4 trabalhos htm acesso em 29 02 2012 PINHO Patr cia de Santana 2004 Reinven es da frica na Bahia S o Paulo Annablume QUILOMBHONJE org 1998 Frente Negra Brasileira depoimentos Entrevista e textos M rcio Barbosa S o Paulo Quilombhoje Fundo Nacional da Cultura RABELO J J MENDES SEGUNDO Maria das Dores JIMENEZ M S V Educa o para todos e reprodu o do capital Trabalho Necess rio v ANO 7 p 1 24 2009 http www uff br trabalhonecessario images TN09 20JIMENEZ 20S 20et 20al pdf acesso em 16 07 2013 RICCI Cl udia Sapag 2003 A Forma o do professor e o ensino de Hist ria espa os e dimens es de pr ticas educativas Belo Horizonte 1980 2003 Programa de P s Gradua o em Hist ria Social USP S o Paulo ROM O Jeruse 2005 Educa o instru o e alfabetiza o no Teatro E
320. ntado pela coordena o central do curso identificado pelos cursistas e tamb m pelos tutores presenciais e a dist ncia assim como sinalizado no relat rio de monitoramento do Tribunal de Contas da Uni o A quest o da qualidade da internet era uma unanimidade em termos de dificuldade Em geral o servi o ou era discado ou era com sinal de r dio Os alunos n o conseguiam se comunicar ou quando conseguiam a conex o era muito lenta Os dados do TCU confirmam as informa es fornecidas por cursistas e tutores envolvidos no curso em destaque Por exemplo no ltimo ano houve uma reformula o no estado da Bahia que prejudicou os cursistas A Secretaria Estadual de Educa o deixou de assistir os professores nas idas ao polo de Salvador e eles tiveram que arcar com as despesas de transporte e hospedagem nas ocasi es dos encontros presenciais 4 E al m disso os gestores do Instituto An sio Teixeira decidiram transferir esses encontros de s bado para as sextas feiras o que passou a interferir na reg ncia das aulas j que muitos desses profissionais cumpriam carga hor ria de 40 horas semanais nas escolas Situa o an loga foi vivida pelos cursistas do polo de Tiangu no estado do Cear O professor tutor Francisco Gleison em question rio respondido para essa pesquisa relatou o que aconteceu 114 Os gestores das secretarias municipais e estaduais de Educa o foram incentivados pelo MEC a abrir pelo menos um Polo Municipal d
321. nte subdesenvolvido e vitimado cristalizando a interpreta o de que as forma es sociais africanas em qualquer momento da hist ria eram imperfeitas e atrasadas j que o modelo comparativo mesmo nos momentos que buscou denunciar a explora o era a Europa Era desse modo que tamb m se olhava para a institui o escravid o no continente Creditava se pura e simplesmente a o europeia desconsiderando a escraviza o anterior e o papel das lideran as locais implementa o e manuten o do tr fico Atl ntico ou seja novamente a frica v tima Perspectiva que John Thorthon em frica e os africanos na forma o do mundo atl ntico 2004 procura descontruir ao analisar a hist ria do continente africano entre os s culos XVII e XVIII Ele comprova a nfima diferen a do ponto de vista da for a militar do avan o tecnol gico e da capacidade econ mica entre os dois continentes Nesse per odo os africanos foram sujeitos no desenvolvimento comercial interno e externo atuando portanto na media o com europeus Aula 4 Resumo Para a maioria dos povos das savanas africanas a oralidade a primeira forma de reprodu o do conhecimento muito diferente do ponto de vista ocidental centrado no documento escrito Assim a mem ria deve ser considerada a principal fonte para a hist ria desses povos Trata se de uma mem ria que d menos import ncia 258 cronologia ou seja as data
322. ntes no contexto da educa o a dist ncia Eixo central da pesquisa A educa o para as rela es etnicorraciais a forma o inicial em Hist ria no exerc cio da atividade primeira e ou segunda licenciatura e o ensino a dist ncia Prezado professor prezada professora O question rio abaixo visa compreender a sua trajet ria no curso de licenciatura em Hist ria a partir de uma perspectiva que a educa o das rela es etnicorraciais Utilizo a metodologia da pesquisa qualitativa com perguntas estruturadas conforme os objetivos da investiga o que estou realizando Portanto fique vontade e utilize o espa o que for necess rio para responder as quest es N o h limite de linhas para as respostas 1 Sobre a forma o acad mica realidade de forma o e ou forma o continuada dos professores a Relate um pouco sobre como e quando voc come ou a lecionar b E quando e como come ou a ensinar hist ria 2 Sobre as representa es relativas forma o superior e neste caso espec fico ao ensino a dist ncia a Quais foram as raz es que levaram voc a se matricular e a participar do curso de licenciatura em hist ria b O que significou para voc a conclus o do curso de hist ria sob os aspectos profissionais econ micos sociais e pessoais c Como voc combinava a rotina acad mica do curso a profissional e os compromissos pessoais 271 O que voc sabia de ensino a dist ncia e qual
323. ntimento Esta pesquisa consistir em responder as perguntas a serem realizadas sob a forma de question rio V S n o ter nenhum custo ou quaisquer compensa es financeiras N o haver riscos de qualquer natureza relacionada a sua participa o O benef cio relacionado sua participa o ser de aumentar o conhecimento cient fico para a rea de Ensino de Hist ria V S receber uma c pia deste termo onde consta o telefone e mail e o endere o da pesquisadora respons vel podendo tirar as d vidas sobre o projeto e de sua participa o agora ou a qualquer momento Desde j agrade o Maria Cl udia Cardoso Ferreira pesquisadora Verena Alberti orientadora Mariacardoso2 yahoo com br verena albertiOfgv br Rio de Janeiro 25 de mar o de 2012 Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento Sujeito da Pesquisa assinatura 270 HI Question rio por e mail cursistas FUNDA O GET LIO VARGAS RJ CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTA O DE HIST RIA CONTEMPOR NEA DO BRASIL CPDOC PROGRAMA DE P S GRADUA O EM HIST RIA POL TICA E BENS CULTURAIS PPHPBC ORIENTADORA Profa Dra Verena Alberti ORIENTANDA Profa Ms Maria Cl udia Cardoso Ferreira Tese de doutorado A forma o para as rela es etnicorraciais e a profissionaliza o em hist ria saberes e pr ticas doce
324. nvolvimento comercial sanit rio e melhoraram a qualidade de vida dos moradores com cultivo de novos vegetais ensino de t cnicas de irriga o carpintaria arquitetura ourivesaria alfaiataria etc 265 Africas distintas existiram no continente e foram re constru das na di spora As hist rias dos retornados nos mostram que mesmo para os que viveram essa experi ncia foi necess rio reinventar identidades costumes e tradi es 266 5 QUESTION RIO E ROTEIRO DE ENTREVISTA D Question rio por e mail e roteiro de entrevista tutores presenciais e a dist ncia FUNDA O GET LIO VARGAS RJ CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTA O DE HIST RIA CONTEMPOR NEA DO BRASIL CPDOC PROGRAMA DE P S GRADUA O EM HIST RIA POL TICA E BENS CULTURAIS PPHPBC ORIENTADORA Profa Dra Verena Alberti ORIENTANDA Profa Ms Maria Cl udia Cardoso Ferreira Tese de doutorado A educa o das rela es etnicorraciais e a forma o do professor em hist ria saberes e pr ticas no contexto da educa o a dist ncia Eixo central da pesquisa A educa o para as rela es etnicorraciais a forma o inicial em Hist ria no exerc cio da atividade primeira e ou segunda licenciatura e o ensino a dist ncia Prezado professor prezada professora Tutor a dist ncia As quest es a seguir objetivam apreender o seu olhar sobre a forma o profissional dos professores leigos que em 2006 iniciaram o curso
325. o No m ximo percebe se um cuidado maior com as palavras utilizadas tentando mostrar uma frica mais diversificada mais rica mais complexa Tamb m encontrei um n mero maior de p ginas dedicadas ao continente Num dos livros Hist ria das cavernas ao terceiro mil nio Moderna 2006 h um cap tulo relativamente extenso intitulado O mundo que os Europeus encontraram Pelo visto as autoras Patr cia e Myriam alargaram as informa es sobre o continente e reduziram o foco na quest o da escravid o J no que se refere aos conceitos organiza o de exposi o de conte dos n o foge do eurocentrismo Imp rios Reinos Acredito que essa dificuldade n o ser vencida facilmente uma vez que encontrar a l gica interna das organiza es africanas e falar delas com outras entes e categorias conceituais uma tarefa complexa e que est apenas come ando Sauda es Refer ncia BRAICK Patr cia Ramos MOTA Myriam Becho Hist ria Das Cavernas ao terceiro mil nio 7 ano 2 ed S o Paulo Moderna 2006 F rum de debates aluno Polo Feira de Santana Bahia 29 08 2010 Informa es dispon veis em http portal mec gov br index php Itemid 668id 1239loption com contentview article 211 Nessa linha uma cursista considerou como o colega apontou percebe se uma leve mudan a na abordagem sobre a frica nos livros did ticos Diminuiu um pouco o foco na quest o da escravi
326. o Congo e Oy Existem duas correntes historiogr ficas antag nicas sobre as consequ ncias do tr fico 261 de escravos no continente africano Fage e Thornton n o relacionam o tr fico de africanos com neocolonialismo pois destacam a ag ncia dos africanos entre os s culos XVI e XVII numa din mica comercial pr pria na qual o trafico era mais um dos neg cios J para Paul Lovejoy o tr fico foi fator importante se quisermos compreender o atual desenvolvimento do continente pois ele alterou padr es de comportamento e de configura o s cio pol tica ao dizimar e expulsar a sua gente Aula 13 Resumo estudos recentes sobre a escravid o t m se esfor ado para compreender as experi ncias de quem vivenciou o processo de escraviza o que pode ser compreendido como um longo rito de passagem marcado pela viol ncia e mudan a do estatuto da pessoa escravizada Esse rito envolvia a captura empreendida geralmente por povos rivais a venda aos mercadores que levavam a carga humana para as cidades o aguardo em barrac es pr ximos s feitorias para a compra efetuadas tanto por traficantes europeus como por brasileiros o embarque e por fim a travessia do Atl ntico que poderia durar de vinte e cinco dias a tr s meses A viagem para a Am rica era o momento mais temido Nas primeiras d cadas no imagin rio de muitos povos ela significava morte f sica mesmo depois quando a experi ncia
327. o com as regi es Nordeste e Sudeste abarcando 60 do total Nesse primeiro edital os estados mais contemplados foram o Rio Grande do Sul com 32 Minas Gerais com 27 e Rio de Janeiro com 26 Um polo pode receber mais de uma universidade como demonstra a figura B Em 20 de maio de 2008 a SEED e a CAPES tornaram p blico por meio do Di rio Oficial da Uni o o resultado do seu segundo processo seletivo Nesse processo houve a aprova o de 271 polos O estado de Minas Gerais lidera o n mero de polos seguido por Rio Grande do Sul Bahia e Par Esses dois editais mais a absor o da estrutura do Pr Licenciatura consolidaram o sistema UAB como respons vel no mbito federal pelo ensino a dist ncia ofertado pelas IES p blicas em todo o pa s O ensino a dist ncia se consolida no pa s Se antes ele era visto com ressalva por muitos professores universit rios e pela sociedade brasileira em geral hoje ele se apresenta como uma realidade poss vel sendo assumido pelas inst ncias estatais As tecnologias de informa o e comunica o reduzem as fronteiras e aproximam realidades Essas experi ncias podem ser muito teis aos projetos de forma o profissional em massa colocados como desafio aos gestores p blicos preocupados em inserir o sistema de ensino do pa s em melhores posi es nas avalia es aos quais comumente submetido Contudo n o se trata apenas de garantir a forma o preciso que ela tenha qualidade e um cur
328. o o relato da escritora foi compreendido como um chamamento para a leitura para a pesquisa para a constru o de uma postura cr tica diante de tudo o que nos colocam frente F rum de debates aluna Polo Jequi Bahia 18 08 2010 O texto e a aula provocou uma reflex o que africanos s o constru es mentais de longa dura o difundidas em diferentes suportes de comunica o como por exemplo as revistas jornais livros etc O pesquisador esquadrinhou os conjuntos de representa es sobre a frica e os africanos que povoam o imagin rio ocidental h pelo menos dois mil anos com mais especificidade para aquelas presentes nos universos mentais de brasileiros e portugueses a partir da an lise das revistas semanais Veja 1991 2006 e Vis o 1993 2006 Foram identificadas as no es negativas de o outro o estranho o desprovido de civiliza o e desenvolvimento de seres com formas animalescas demon acas e com pr ticas antropof gicas associados diretos com a escravid o de primitivos selvagens inferiores e tribais de terra do apartheid e de conflitos mis ria fome epidemias e desorganiza o E tamb m os esfor os empreendidos por intelectuais africanos e afro americanos para rebater essas imagens constru das com outras representa es terra da superioridade ber o da humanidade do conhecimento tese da anterioridade africana da unid
329. o que continua euroc ntrico com algumas pinceladas de diversidade Contudo considero que esse estudo tamb m serve para exemplificar o esfor o que tem sido feito pelos professores que atuam no ensino superior para fazer valer a lei Apesar de nesse curso de licenciatura os conte dos concernentes Lei se concentrarem na disciplina hist ria da frica foi poss vel constatar que pelo menos nessa disciplina os conhecimentos hist ricos buscaram desconstruir representa es cristalizadas sobre o continente principalmente aquelas presentes na literatura nos manuais did ticos e nos meios de comunica o Sem os manique smos como chave interpretativa foi poss vel escrever uma narrativa que descartou as ideias de frica v tima e explorada produzidas nas hist rias da frica nas quais at ent o quase todos os envolvidos no curso haviam se formado e informado O caminho anal tico escolhido pelos professores autores possibilitou a materializa o de um curso de hist ria da frica que atende s orienta es que institui a Lei sem necessariamente cair na armadilha dos essencialismos que produzem uma hist ria de africanos bonzinhos por natureza e corrompidos pelos agentes de fora 232 No processo de constru o da disciplina hist ria da frica para ser ministrada no curso presencial e posteriormente no curso a dist ncia podemos ver como os professores se organizaram para se formar e elaborar o curr culo do curso A
330. o das a es a fim de viabilizar o empreendimento e cabe ao Minist rio da Educa o por interm dio da CAPES financiar e executar o programa O sistema UAB cumpre as demandas do Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE no que tange expans o da educa o superior com o intuito de melhorar a educa o b sica atrav s da forma o massiva de professores O Plano de Desenvolvimento da Educa o foi lan ado pelo governo federal em 24 de abril de 2007 e se constitui de um documento composto de 30 a es metas assumidas pelo MEC comprometendo todas as esferas do ensino p blico numa pol tica educacional nica que se propunha enfrentar as estruturas de desigualdade sociais e regionais do pa s BRASIL MEC 2007 Para Saviani 2007a 1239 o PDE sintetiza e reorienta os objetivos e metas previstos no Plano Nacional da Educa o proposto para a sociedade civil em 2001 O chamado F rum das Estatais foi criado em 21 de setembro de 2004 com a finalidade de potencializar a es em educa o no Brasil articulando sociedade civil trabalhadores empres rios e organismos internacionais O grupo constitu do pelas seguintes institui es Banco da Amaz nia S A BASA Banco do Brasil S A Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social Caixa Econ mica Federal CEF Companhia de Gera o T rmica de Energia El trica CGTEE Companhia Hidro El trica do S o Francisco Chesf Cobra Tecnologia S A Cobra Empre
331. o de hist ria e cultura africanas e afro brasileiras como determinava a Lei 10 639 03 pela oportunidade que tive de participar como professora orientadora de temas que tratavam dessa rea de pesquisa no curso de hist ria a dist ncia que se transformou no estudo de caso analisado nessa tese 12 superior IES para atender obrigatoriedade da Lei Antes de 2003 o ensino da hist ria do continente africano nas universidades tinha alcan ado algum interesse nos anos 1960 e depois caiu no ostracismo sendo relegado a institui es que se tornaram ilhas do conhecimento sobre o continente por mais de 40 anos sendo refer ncia at os dias atuais como mostra o recente trabalho de M rcia Guerra intitulado Hist ria da frica uma disciplina em constru o defendido em 2012 GUERRA 2012 Ativistas das organiza es dos movimentos negros e intelectuais negros em sua maioria que trabalham nas IES em rg os de gest o do governo federal e nas inst ncias do Legislativo federal foram os principais sujeitos no processo que tornou obrigat rio do ensino de conte dos sobre hist ria e cultura dos africanos e afro brasileiros na educa o b sica e por consequ ncia na educa o superior No ensino superior os professores constataram a inexist ncia de profissional preparado para lecionar os conte dos e a necessidade de criar uma nova rea de conhecimento pelo menos no que tange hist ria da frica Era a primeira vez em que u
332. o e comunica o aplicadas educa o FERREIRA 2010 48 http www abed org br revistacientifica Revista PDF Doc 2012 artigo 04 v112012 pdf acesso em 14 03 2013 2 A SEED foi extinta em maio de 2011 e suas a es passaram para o mbito da Secretaria de Regula o e Supervis o da Educa o Superior SERES bem como as compet ncias das SESu e da SETEC tamb m extintas Cf Decretos 7 480 de 16 05 2011 revogado e 7 690 de 02 03 2012 em vigor http www planalto gov br cc vil 03 Ato2011 2014 2011 Decreto D7480 htm http www planalto gov br cc vil 03 Ato2011 2014 2012 Decreto D7690 htmiart5 acesso em 12 06 2013 A Rede Nacional de Forma o Continuada de Professores Rede foi criada em 2004 e destina se aos professores da educa o b sica das escolas p blicas Trata se de um sistema composto por universidades para a oferta de programas de forma o continuada e produ o de materiais did tico pedag gicos impressos e multim dia bem como softwares para a gest o escolar O Pr Letramento um programa criado em 2005 que apoia a a o pedag gica reas de linguagem e matem tica dos professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental e funciona em parceria com a Rede os estados e os munic pios BRASIL TCU 2009 10 CERNY 2009 44 83 e O Pr Licenciatura Programa de Forma o Inicial para Professores dos Ensinos Fundamental e M dio Pr Licenciatura constituiu se n
333. o e Sa de P blica ainda faltava muito para melhorar a realidade da educa o da popula o brasileira no geral e dos negros em particular E a quest o da escolariza o dos negros continuava sendo uma preocupa o dos ativistas Os ativistas da segunda metade da d cada de 1940 em especial as lideran as do Teatro Experimental do Negro TEN fundado em 1944 tamb m tinham 5 Data de 28 de setembro de 1871 a Lei n 2 040 1871 oficialmente Lei Rio Branco mais conhecida como Lei do Ventre Livre por declarar livres os filhos das escravizadas nascidos a partir daquela data A crian a ficaria com a m e at os oito anos de idade Depois disso o senhor de sua m e poderia decidir entre contar com o trabalho compuls rio do ing nuo at a sua maioridade que na poca se alcan ava aos 21 anos ou entreg lo ao Estado em troca de uma indeniza o de 600 mil r is por t lo sustentado at os 8 anos No dia 13 de maio de 1888 foi assinada a Lei urea que aboliu definitivamente a escravid o no Brasil Cf http www jurisway org br v2 bancolegis1 asp idmodelo 682 acesso em 07 06 2012 53 consci ncia de que a baixa escolariza o era um problema nacional que afetava sobremaneira os segmentos sociais mais empobrecidos sendo mais cr tica entre os negros Mas ocorre uma t nue mudan a de an lise ao procurarem estabelecer uma perspectiva relacional ao ambiente de desigualdade social vivido pelos negros no Brasil Rela
334. o faltasse professor habilitado LDB Lei no 4 024 1961 A partir de 1962 licenciatura e bacharelado se tornaram cursos paralelos o que permitiu a cria o de cursos de um ou outro grau separadamente A ditadura civil militar institu da no pa s a partir de 1964 trouxe mudan as impactantes que afetaram as diferentes esferas da educa o extensivas aos cursos de forma o de professores Reformas foram aprovadas extinguindo as Escolas Normais e Sobre essa mesma quest o ver o texto do professor Carlos Fico do Instituto de Hist ria da Universidade Federal do Rio de Janeiro A carreira do professor de hist ria publicado no seu blog Brasil Recente em 06 06 2011 http www brasilrecente com 2011 07 carreira do professor de historia html Fico aborda o tema da forma o em hist ria afirmando que os cursos d o privil gio forma o do pesquisador ainda que ao final a maior oferta de trabalho esteja nas salas do ensino fundamental Ele aponta inclusive o estere tipo que h no meio em que a pesquisa vista como atividade nobre e carreira bem sucedida associada ao ensino universit rio A minha experi ncia foi semelhante Quando cursei hist ria na Universidade do Estado do Rio de Janeiro primeiro fiz uma s rie de disciplinas que n o faziam qualquer alus o forma o do professor de hist ria A maioria dos professores nem sabia como funcionava a licenciatura e nem procuravam relacionar o que estavam ensin
335. o ministro Francisco Campos ao assumir a pasta da Educa o e Sa de P blica em 1930 citado por Castro 1974 629 A Universidade j vinha funcionando desde 1920 resultado da jun o da Escola Polit cnica da Faculdade de Medicina e de duas faculdades livres de Direito FERREIRA 2013 19 37 Apesar de orientar que os cursos de licenciatura ficassem sob a estrutura da Universidade do Rio de Janeiro a partir de 1931 a primeira institui o universit ria que incluiu os cursos de licenciatura foi a Universidade de S o Paulo USP fundada em 1934 j com a sua Faculdade de Filosofia Ci ncias e Letras O Instituto Caetano de Campos foi incorporado USP com o t tulo de Instituto de Educa o Ser o formato dessas duas institui es de ensino que regulamentar os cursos de forma o de professores ou seja as licenciaturas de todo o pa s O curso de pedagogia passou a ser respons vel por formar os professores das Escolas Normais que por sua vez formavam os professores do ensino prim rio al m de disponibilizar cursos aos outros profissionais das escolas como diretores coordenadores secret rios escolares inspetores de alunos etc Os demais cursos de licenciatura em Filosofia Ci ncias e Letras tinham dura o de quatro anos sendo o ltimo formado pelas disciplinas pedag gicas destinadas queles que lecionariam na escola secund ria SAVIANI 2009 146 Portanto a partir desse momento formalmen
336. o no ano de 2005 Sobre o alcance do programa UNIAFRO seus objetivos e resultados ver o relat rio dispon vel em http gestao2010 mec gov br o que foi feito program 157 php acesso em 25 06 2013 76 Na p gina da rede nacional de Neabs criada pela Associa o Brasileira de Pesquisadores Negros ABPN consta a informa o de que os Neabs s o rg os que v m atuando no campo do ensino pesquisa e extens o voltados para a promo o da igualdade no contexto de amplia o do n mero de acad micos e acad micas de origem africana oriundos do Movimento Negro e que se qualificaram nas d cadas de 1980 e 1990 ABPN Neabs apresenta o Em 2012 existiam 82 Neabs quase todos com suas fun es iniciadas ap s 2003 e vinculados s universidades p blicas e particulares em todo o pa s conforme dados da ABPN Segundo a ABPN os Neabs devem atuar em conson ncia com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es Etnicorraciais e o Ensino de Hist ria da frica e da Cultura Afro Brasileira aprovadas em 2004 pelo Conselho Nacional de Educa o No raio de alcance da forma o de professores cabe aos Neabs produzir e avaliar materiais did tico pedag gicos relacionados com as rela es etnicorraciais fomentar e consolidar experi ncias de forma o de professores com vistas supera o de pr ticas de racismo e de discrimina o mapear e divulgar experi ncias exitosas de professores e ge
337. o que luz de uma outra interpreta o possibilita ver o outro lado F rum de debates tutor a dist ncia Polo S o Lu s Maranh o 20 10 2010 Um m s depois reagindo mensagem de uma aluna que dizia ver no documento uma sauda o toda calorosa entre Portugal e Congo o professor tutor argumenta que os cursistas deveriam relativizar a ideia de horizontalidade pois tem outras vertentes sobre esses acontecimentos Estranhe o que est escrito F rum de debates tutor a dist ncia Polo S o Lu s Maranh o 20 10 2010 E pergunta Ser que uma carta diplom tica que feita formalmente entre chefes de Estado iria expor uma sauda o e um conte do hostil entre duas na es Ser que este documento mesmo sendo valioso para elucidar caminhos para a escrita da Hist ria da frica neste contexto n o carece de mais elementos que comprovem a hip tese do autor E como o autor responde a esta hip tese F rum de debates Tutor a dist ncia Polo S o Lu s Maranh o 02 11 2010 O tutor sugere no decorrer dessas mensagens as leituras que os cursistas deveriam fazer para ter um contraponto vers o apresentada pelos professores autores S o citados os trabalhos Ancestrais uma introdu o Hist ria da frica Atl ntica de Mary Del Priore e Renato Pinto Ven ncio e Escravid o Negra pr colonial de M rio Maestri sendo esse ltimo autor citado v rias vezes pelo professor tutor
338. oana Janete B rbara Geraldino Dininho Cl cea Carla Renato Amilcar Joanice Fernanda Renata C lia Andr ia e Chico Aos professores Marilene Rosa Nogueira da Silva Silvio de Almeida Carvalho Filho F tima Chaves e Amauri Pereira destino um especial muito obrigado pelos caminhos que j percorremos aten o amizade e torcida entusiasmada da tese Ao meu querido companheiro M rcio Andr e aos meus adorados filhos Malik e Kayod esse que se anunciou junto com a aprova o no doutorado meus sinceros agradecimentos M rcio tenha certeza que parte da minha resili ncia vem do seu apoio otimismo e amor Meninos a tal da tese acabou Mam e est de volta A minha fam lia os meus tr s amores Resumo Esta pesquisa analisa a experi ncia de forma o em hist ria na modalidade a dist ncia de professores leigos da educa o b sica dos estados do Cear Bahia Maranh o e Sergipe contemplados pelo Programa Pr Licenciatura II financiado pelo Minist rio da Educa o gra as ao cons rcio firmado entre a Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2006 e 2010 O objeto do estudo foi a aplicabilidade da Lei n 11 645 08 antes Lei n 10 639 03 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional n 9 394 96 ao instituir a obrigatoriedade do estudo da hist ria e cultura afro brasileira e ind gena em todos os estabelecimentos de e
339. obre as rela es empreendidas para o efetivo funcionamento do curso ou seja o contexto que o gerou e apresento as atribui es da PUC Rio e dos munic pios e estados envolvidos no programa Pr Licenciatura No segundo momento procuro situar e qualificar a partir dos question rios dos respondentes das entrevistas e dos documentos gerados pelo curso o lugar dos diferentes sujeitos que participaram dessa experi ncia de forma o tra ando an lises cr ticas s possibilidades de aprendizagem pr prias do ensino a dist ncia 2 1 As pol ticas p blicas de forma o inicial em massa Pr Licenciatura e Universidade Aberta do Brasil O consentimento para o funcionamento da forma o superior inicial e continuada na modalidade de educa o a dist ncia consta no texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional de 1996 Antes essa vertente de ensino se voltou para l A legisla o que regulamenta a EaD no Brasil o Decreto 5 622 2005 Uma an lise sobre a legisla o que regula a EAD pode ser encontrada em Salvucci Lisboa amp Mendes 2012 82 as pessoas que buscavam concluir a educa o b sica caso dos telecursos ou a forma o continuada em cursos de aperfei oamento e atualiza o profissional sendo muito disseminado nas institui es de ensino privadas Posteriormente com o Plano Nacional de Educa o em 2001 essa modalidade de ensino passou a ser proposta com entusiasmo pelos gestores p b
340. oc01_45 pdf acesso em 30 05 2013 NASCIMENTO Abdias 1982 org O negro revoltado Rio de Janeiro Nova Fronteira OLIVA Anderson Ribeiro 2009 A frica n o est em n s a hist ria africana no imagin rio de estudantes do rec ncavo baiano Fronteiras Dourados MS v 11 n 20 p 73 91 jul dez OLIVA Anderson Ribeiro 2007 Li es sobre a frica di logos entre as representa es dos africanos no imagin rio Ocidental e o ensino da Hist ria da frica no Mundo Atl ntico 1990 2005 Tese Doutorado em Hist ria Social Instituto de Ci ncias Humanas Universidade de Bras lia Bras lia 404 p OLIVA Anderson Ribeiro 2006 A hist ria africana nos cursos de forma o de professores Panorama perspectivas e experi ncias Estudos Afro Asi ticos Rio de Janeiro Ano 28 n 1 2 3 Jan Dez 2006 pp 187 220 OLIVA Anderson Ribeiro 2003 A Hist ria da frica nos bancos escolares Representa es e imprecis es na literatura did tica Estudos Afro Asi ticos Rio de Janeiro Ano 25 no 3 set dez pp 421 462 OLIVEIRA Luiz Fernandes de 2010 Hist rias da frica e dos africanos na escola As perspectivas para a forma o dos professores de Hist ria quando a diferen a se torna obrigatoriedade curricular 2010 Tese Doutorado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2010 252 p OLIVEIRA Margarida Maria Dias de 2003 O direito ao passado Uma d
341. ociedade o que a atividade pol tica leg tima a harmonia social as vers es criadas sobre as atividades humanas as desigualdades entre sexos ra as e culturas classes sociais isto definem simbolicamente a representa o do mundo e da sociedade predisp em a ver pensar sentir e atuar de certas formas e n o de outras o que o conhecimento importante porque s o ao mesmo tempo objetos culturais sociais e est ticos Por tr s da sua aparente assepsia n o existe a neutralidade mas a oculta o de conflitos intelectuais sociais morais Munakata 2007 137 138 adverte para a dimens o estruturante que alcan aram os livros did ticos na constitui o da educa o escolar Para o pesquisador examinar a centralidade dos livros did ticos n o significa apenas elucidar os seus conte dos mas tamb m as a es que possibilitam a sua produ o difus o circula o escolha e aquisi o E parte da resolu o desse problema envolve discutir a forma o 207 dos professores e as condi es que os mesmos t m para exercer a doc ncia Como afirma Lajolo 1996 14 expropria o das condi es de trabalho no mbito do magist rio correspondeu um aumento gigantesco nas esferas da produ o da venda ou distribui o e do consumo de livros e manuais did ticos pelo Pa s Portanto a baixa qualifica o e a remunera o insuficiente contribuem para que se adotem livros de qualidade duvidosa j que os do
342. ofessor mal formado assim como um livro que levanta d vidas quanto sua qualidade pode se tornar um instrumento de cr tica do professor no trabalho com o seus alunos MUNAKATA 2007 LAJOLO 1996 O cerne est na boa 208 forma o inicial e na consci ncia de que exercer a profiss o de professor requer o estudo cont nuo como respondeu uma cursista ao ser questionada a fazer um balan o da forma o Certamente sinto me mais segura hoje e capaz de discutir quest es sobre hist ria principalmente saber criticar e compreender os contextos em que foram produzidos os livros did ticos entre outros assuntos question rio por e mail aluna Polo Guanambi Bahia 29 03 2012 Confirmando o que refletiam nas primeiras aulas texto do curso os professores alunos se animaram para apontar diferentes problemas nos livros did ticos com os quais trabalhavam ou j tinham trabalhado Verificamos na maioria das cole es de livros de Hist ria correspondentes ao Ensino Fundamental I a excessiva quantidade de imagens associadas ao povo africano em situa o de pobreza e escravid o e a presen a de textos bastante resumidos para a abordagem destes conte dos Cabe ao professor utilizar as imagens desse material como tema de discuss o para a sala de aula a partir do uso da linguagem historiogr fica e reflexiva permitindo aos alunos valorizar os conhecimentos vinculados ao legado africano e a import ncia de sua cultura no cen r
343. ol tica da Educa o B sica Nas disciplinas do curr culo de hist ria verifiquei os programas e ementas de todas as disciplinas de Hist ria do Brasil Hist ria da Am rica e Hist ria Contempor nea e constatei que as disciplinas continuaram seguindo o curr culo tradicional como provavelmente o fazem todos os outros cursos de hist ria do pa s O voc bulo negro s aparece nos textos de hist ria para se referir s pessoas que no per odo escravista exerciam o trabalho compuls rio E por mais que haja uma preocupa o com o trato do tema com a incorpora o de novas 125 fontes e renova o das abordagens o simples fato de essas pessoas s ter cor ra a no passado escravista alimenta muitas representa es entre os professores e estudantes N o houve uma revis o radical da historiografia buscando integrar ou incorporar ao curr culo novos temas e abordagens conforme preconizavam os conselheiros do CNE e as especialistas que elaboraram as Orienta es Por exemplo na aula 12 da disciplina Hist ria do Brasil V o professor autor aborda aspectos da hist ria recente do pa s a partir das caracter sticas dos movimentos sociais brasileiros mas n o h qualquer refer ncia aos temas relacionados hist ria dos movimentos sociais negros brasileiros no s culo XX Caderno de Textos ALMEIDA 2011 Na disciplina hist ria da Am rica V foi dedicada uma aula espec fica para o processo que iniciou a luta pelos Direitos Civis n
344. oli o da escravatura que utilizaram e utilizam uma mir ade de estrat gias seja no campo da atua o pol tica seja no campo da atua o cultural voltadas para o combate ao racismo e discrimina o racial contra o negro no decorrer da hist ria SANTOS amp BARBOSA 1994 89 92 Por conta da diversidade de formatos e das variedades de a es das organiza es negras mais coerente se remeter a esse movimento social no plural Uma das caracter sticas das v rias organiza es dos movimentos negros brasileiros fazer assun o da ra a como estrat gia de identidade Para Guimar es 1995 43 as caracter sticas do racismo e das rela es raciais brasileiras fazem com que no Brasil aqueles que se definem como negros e atuam na luta antirracista precisassem fazer assun o de sua ra a Quando os indiv duos afetados pelo racismo percebem que s o as caracter sticas fenot picas portanto biol gicas que fazem com que os mesmos sejam preteridos nesta sociedade fortemente racializada existe a possibilidade de enfrentarem o racismo coletivamente por via da constru o de uma identidade racializada Da necess rio usar esse mesmo repert rio para desconstruir a vis o negativa ou seja racializar de modo positivo Essa tem sido a estrat gia dos movimentos sociais negros nas ltimas quatro d cadas Na constru o de uma identidade racializada para si e para os outros buscam agregar um projeto comum obstinado em enfren
345. om stico para as jovens pobres criadas em institui es de caridade por exemplo TANURI 2000 65 66 Por todo o s culo XIX continuaria a influ ncia europeia sobretudo francesa na forma o dos professores Cen rio que n o se modificaria muito durante a Primeira Rep blica ainda que muitos gestores p blicos influenciados pela filosofia positivista passassem tamb m a se orientar pelo modelo educacional norte americano No conjunto de a es de vanguarda da Reforma Caetano de Campos implantada no estado de S o Paulo estava a contrata o de professoras diretoras americanas que vieram ensinar o m todo Pestalozzi na escola normal modelo TANURI 2000 69 Contudo um olhar panor mico para a situa o da profiss o no restante do pa s leva conclus o de que faltavam profissionais e predominava a baixa qualifica o Durante quase toda a primeira metade do s culo XX prevaleceu o padr o de forma o de professores das Escolas Normais de forma o prim ria com destaque para o trabalho desenvolvido na Escola Normal do Distrito Federal e de S o Paulo base para os primeiros Institutos de Educa o No curso da Escola Normal de S o Paulo surgia a disciplina de exerc cios pr ticos de ensino al m da Escola Modelo que funcionava em um pr dio anexo Ela atendia somente aos alunos do prim rio e era o laborat rio dos futuros professores Com esse formato a Escola Normal de S o Paulo passou a receber observadores e e
346. om os cursistas reproduzindo no f rum de debates a frase posta na aula mas fora do seu contexto Ao que parece muitos cursistas nem estranharam a palavra tribo em seus textos ou nos textos recortados de p ginas da internet e livros did ticos que postavam no ambiente de aprendizagem AulaNet Nas mensagens a palavra poderia ser substitu da por povos sociedades comunidades o que n o ocorreu Aconteceu de o mesmo aluno usar em uma postagem tribo e em outra o termo sociedade ambos com o mesmo significado assim como casos em que tribo denotava a ideia do continente como terra primitiva J a maioria dos professores tutores a dist ncia trataram de sociedade e povos mas tamb m foram encontrados alguns textos de tutores ainda usando tribo em um sentido que conota o atraso e o primitivo Em outubro passado dois meses de curso parte da resposta de uma cursista afirmava que quando os portugueses iniciaram a explora o do litoral africano os povos da Africa j apresentarem tr s tipos diferentes de organiza o social Alguns grupos tinham Estados 163 Na Introdu o Geral do Projeto Unesco Hist ria Geral da frica contida no tomo I Joseph Ki Zerbo 2010 56 explica que por conta das conota es pejorativas e das diversas ideias falsas o termo tribo foi quase que banido da obra tendo validade apenas para designar a organiza o social de povos rabes e berberes pois em suas l nguas o termo
347. om vistas a qualificar a aprendizagem Por exemplo os alunos tinham que cumprir horas de atividades complementares e era responsabilidade do tutor presencial analisar os comprovantes de participa o guard los e envi los para a coordena o central no final do semestre para valid los O professor tutor a dist ncia era quem mediava a aprendizagem da disciplina no decorrer do semestre Em m dia os cursistas tiveram seis disciplinas por semestre logo seis tutores respons veis por mediar a rela o aluno e texto cobrar e corrigir as tarefas virtuais criticar a participa o incentivar interven es com mais consist ncia te rica e qualidade acad mica Era quem tinha o contato direto com o 93 aluno representando para muitos deles o papel tradicional do professor com os quais estamos acostumados na educa o presencial e Os cursistas A PUC Rio fez a matr cula de 1 003 alunos Destes 656 estavam diplomados em fevereiro de 2012 e outros 109 aguardavam diploma porque havia algum tipo de pend ncia para a emiss o do mesmo A maioria do grupo terminou a licenciatura no prazo final de 2010 com a cerim nia de formatura que aconteceu no Rio de Janeiro e contou com a presen a mais de 300 formandos No decorrer de 2011 um n mero pequeno foi matriculado para refazer algumas disciplinas Do grupo que foi at o final apenas duas alunas n o conclu ram o curso uma foi jubilada e outra desistiu No estado de Sergipe foram 6
348. ons veis por cuidar da limpeza e organiza o da escola e principalmente da manuten o da ordem Com essa metodologia aumentava o n mero de instru dos e diminu a o trabalho do professor Cf Gloss rio do Grupo de Estudos e Pesquisas Hist ria Sociedade e Educa o no Brasil Faculdade de Educa o UNICAMP Acesso em 04 04 2012 http www histedbr fae unicamp br navegando glossario verb c metodo mutuo2 htm e em http www histedbr fae unicamp br navegando glossario verb c metodo lancaster htm Acesso em 27 05 2013 8 A primeira Escola Normal francesa foi proposta pela Conven o em 1794 com sede em Paris e inaugurada um ano depois Distinguia se a Escola Normal Superior voltada para formar professores de n vel secund rio da Escola Normal ou Escola Normal Prim ria destinada queles que lecionariam no ensino prim rio SAVIANI 2005 12 MOACYR Primitivo 1936 A instru o e o imp rio subs dios para a hist ria da educa o no Brasil 1823 1853 S o Paulo Editora Nacional v 1 34 elementos da geografia princ pios da moral crist e da religi o e a no es da gram tica nacional VILLELA 2000 Contudo essa e outras experi ncias n o lograram xito duradouro escolas normais abriram fecharam abriram novamente durante quase todo o Imp rio com certa estabiliza o a partir de 1870 TANURI 2000 64 Os inspetores gerais da Instru o P blica preferiam lan ar m o de exames ou concurso
349. onsidera que a forma o tem car ter processual ocorrendo em diferentes momentos e lugares de atua o do professor Por isso trabalhei com a ideia de desenvolvimento profissional pois a acep o guarda em si o sentido de continuidade Assim quando a palavra forma o aparecer no decorrer do texto da tese ela sempre ser sin nimo de desenvolvimento profissional denotando processo concordando pois com Francisco Imbern n 1994 que em La formaci n y el desarrollo profesional del profesorado hacia una nueva cultura profesional afirma o conceito de desenvolvimento profissional pressup e portanto que o professor possa evoluir continuamente incorporando e aprendendo os fundamentos de uma cultura profissional que significa saber por que se faz o que se faz e quando e por que ser necess rio faz lo de um modo distinto apud FERREIRA 2010 16 Analisei as trajet rias e os saberes mobilizados no decorrer do curso de licenciatura em hist ria da PUC Rio Por trajet ria entendo ancorada em Bourdieu 1996b 292 que s o as coloca es e deslocamentos dos professores objeto desta 3 Paim 2007 158 dialogando com diferentes escritos de Walter Benjamim e Edward Thompson apresenta cr tica contundente aos cursos de forma o de professores orientados pela perspectiva da forma o do professor que numa analogia com a linha de produ o de uma f brica iniciam com o aluno mat ria prima e resultam no prod
350. or etnia Preto E Pardof Ind gena Amarelo Branco N o desejo responder E Gostaria de ser identificado por seu nome correto na tese Sim E N o E Se sim qual seu nome completo 1 Sobre a forma o acad mica realidade de forma o dos professores cursistas 1 1 Estou interessada em conhecer um pouco a realidade dos professores cursistas antes de eles se matricularem no curso de hist ria Eles partilharam algumas dessas informa es com voc Se sim voc poderia contar um pouco a respeito 1 2 Como voc avalia a trajet ria de forma o desses professores cursistas no decorrer do curso de hist ria 2 Sobre as representa es relativas forma o superior e neste caso espec fico ao ensino a dist ncia entre os professores cursistas 2 1 Foi poss vel saber o que significava para os professores cursistas a obten o de um diploma de curso superior em Hist ria Se sim voc poderia falar um pouco sobre isso 2 2 Como os professores cursistas se adaptaram metodologia do ensino a dist ncia 268 2 3 Avalie a estrutura montada pelas institui es do mbito federal parceria MEC PUC UERJ e estadual municipal secretarias de Educa o respons veis por financiar implantar e coordenar o curso de licenciatura em Hist ria 3 Sobre os conhecimentos pr vios e a forma o em torno da Lei 11 645 2008 3 1 Como voc qualifica avalia os saberes da experi ncia dos professores
351. os tr s da Bahia e um do Cear Em rela o aos tutores a dist ncia meu projeto inicial era entrevistar todos pois estavam no Rio de Janeiro mas v rios empecilhos inviabilizaram os encontros Do grupo de 29 professores que lecionaram hist ria da frica consegui entrevistar tr s Passei para a segunda estrat gia que era conseguir mais alguma contribui o atrav s de question rio enviado por e mail e tive o retorno de uma professora Destaco que os professores tutores a dist ncia trabalharam ao longo dos anos com diversas disciplinas e em diferentes turmas e estados o que lhes possibilitou ter um olhar mais amplo sobre essa experi ncia de ensino a dist ncia Como professora da disciplina tutoria V e orientadora dos trabalhos de final de curso tamb m lidei com professores alunos dos quatro estados O crit rio para a arruma o das turmas de monografia era a afinidade acad mica da tutora com os temas que seriam pesquisados Eu fui a respons vel pela orienta o da maioria dos grupos que escolheram pesquisar hist ria das popula es negras locais e as pol ticas p blicas de reconhecimento como a implementa o da Lei 10 639 03 as cotas nas universidades e a hist ria das reivindica es das comunidades negras rurais Cabia ao professor tutor presencial dar toda assist ncia ao aluno no polo orientando o nas tarefas auxiliando o no uso da internet na consulta ao acervo da biblioteca etc al m de monitorar suas tarefas c
352. os Estados Unidos da Am rica destacando os problemas enfrentados pela popula o negra americana ap s a aboli o com a restri o em alguns estados do pleno gozo dos direitos pol ticos voto e aos direitos civis regime de segrega o o lugar da educa o como impulsora na forma o de uma intelectualidade que se transformou em lideran a e o papel das entidades e personalidades que formaram o Movimento pelos Direitos Civis nos EUA no entanto a aula termina sem concluir a hist ria desse movimento nos EUA e n o faz qualquer alus o circula o de referenciais entre os movimentos negros norte americanos e brasileiros Caderno de Textos LAIDLER 2010 di O curr culo de hist ria do curso aqui analisado seguiu o padr o que geralmente se encontra na maioria dos cursos de hist ria do pa s e que se traduz nos conte dos a serem ensinados nas escolas e abordados na quase totalidade dos livros did ticos da educa o b sica H lio Flores 2007 66 69 defende a necessidade de repensar o curr culo ainda euroc ntrico e constitu do sob a tradi o francesa fundada na cronologia que divide a forma o em hist ria nas pocas antiga medieval moderna e contempor nea A implementa o da Lei esbarra com a resist ncia em mexer no curr culo pois obriga retirar alguns conte dos para que outros encontrem lugar Nas disciplinas pedag gicas obrigat rias da habilita o em licenciatura constatei uma situa o um pouco dif
353. os de pesquisa escolas comunidade e movimentos sociais todos concatenados visando forma o de professores para a diversidade etnicorracial 120 O documento orienta ainda que o curr culo dos cursos de forma o docente deve introduzir discuss es transversais assim como disciplinas que tratem das rela es sociais e raciais no Brasil de conceitos e de suas bases te ricas tais como racismo discrimina es intoler ncia preconceito estere tipo ra a etnia cultura classe social diversidade diferen a multiculturalismo MEC CNE DCNs Etnicorraciais 2004 14 Por fim que o tema quest o racial seja parte integrante da matriz curricular de todos os cursos de forma o de professores e que os conte dos relacionados a essa problem tica sejam cobrados nos programas dos concursos p blicos de admiss o de professores em todo o territ rio nacional Diversas articula es se realizaram e medidas foram tomadas a partir da homologa o do Parecer que instituiu as novas DCNSs Intelectuais militantes das organiza es negras que j lidavam com o tema professores e pesquisadores negros e n o negros de diferentes n veis e modalidades de ensino que atuavam na educa o das rela es etnicorraciais alguns deles na poca trabalhando no pr prio MEC participaram de grupos de trabalho semin rios e mesas redondas somando esfor os para fortalecer e institucionalizar as novas diretrizes Uma iniciativa o
354. os do INEP informavam a exist ncia de 834 teses e disserta es sobre o tema educa o entre 1990 e 1998 Dessas 60 tratavam da forma o de professores e apenas uma relacionava forma o inicial e quest es etnicorraciais Apesar de ter aumentado muito o interesse por temas como negro e educa o ra a e educa o como foi verificado em busca no diret rio de teses do CNPq esses trabalhos tamb m n o se dedicaram especificamente forma o inicial dos docentes Orienta es e A es MEC SECAD 2006 125 127 A terceira e ltima parte das Orienta es e A es referentes s licenciaturas assinala que as novas diretrizes n o devem influenciar apenas a matriz curricular dos cursos Nesse sentido destacam a necessidade de mudan a no projeto pedag gico institucional e nos projetos pedag gicos dos cursos com a participa o da comunidade acad mica e administrativa para orientar por exemplo o posicionamento da institui o 132 O documento dialoga basicamente com as dificuldades dos docentes que trabalham nos cursos de forma o de professores citados nos estudos de Regina Pahim Pinto A quest o racial e a forma o de professores publicado em 2002 e Maria Nazar Mota Lima Por que e como formar professores as para a inclus o da hist ria e cultura afro brasileira no curr culo de 2005 123 frente a uma situa o de racismo O documento tamb m ressalta o papel que o ensino a dist ncia pode desem
355. osi o atitude negativa passiva limitada mera inten o de n o discriminar SILVA JR 2000 380 Em 2006 Oliveira Silveira destacava a dimens o do avan o que teve a aprova o da Lei 10 639 03 ao coroar uma trajet ria antiga de reivindica o dos movimentos negros Contudo ele n o se furta de pontuar a exist ncia de certa resist ncia inicial implementa o da Lei apesar de j haver boas experi ncias de governo Para ele era uma coisa irrevers vel Ela a Lei precisa acontecer mesmo lei e n o s o movimento negro mas tamb m seus aliados est o trabalhando para que aconte a ALBERTI amp PEREIRA 2007a 437 438 O depoimento de Nilma Bentes 2006 tamb m emblem tico Oliveira Silveira foi professor de l ngua portuguesa na rede estadual do Rio Grande do Sul Integrou o Conselho Nacional da Igualdade Racial vinculado Seppir entre 2004 e 2006 O ativista participou da funda o de v rias organiza es negras no seu estado dentre elas o grupo Palmares datado de 1971 entidade de onde surgiu a ideia de instituir o dia 20 de novembro data da prov vel morte de Zumbi o ltimo l der do Quilombo dos Palmares como o dia da Consci ncia Negra em detrimento do dia 13 de maio em que se comemora a aboli o da escravid o Ver ALBERTI amp PEREIRA 2007a 33 Oliveira faleceu em 2009 Formada em agronomia Raimunda Nilma Melo Bentes ajudou a fundar o Centro de Estudos e Defesa
356. ossem bons n o significava responder a tarefa do f rum Outros cursistas recortavam da aula texto algumas frases montavam um pequeno texto e postavam como resposta Outros cursistas usavam algumas frases do pr prio texto da quest o problema do f rum de debates da aula para responder a tarefa ou seja tratavam de escrever diferente a mesma coisa de transformar o que era uma pergunta em resposta Alguns elaboravam respostas gen ricas com elementos do senso comum e assim acreditavam estar contribuindo com o f rum de debates Provocada a tecer considera es sobre aprendizagem nessa experi ncia de forma o a tutora de um Polo do estado do Cear que trabalhou com diversas disciplinas ponderou que no Cear a participa o ficou maior nos f runs porque eles j me conheciam tamb m e ent o j chegavam com mais intimidade no segundo semestre A falavam mais respondiam mais as perguntas porque a gente come a a provocar quando as respostas s o muito simples n T respondendo para ganhar meu ponto de f rum mas n o chegou nem perto da reflex o que a gente queria e a gente joga um pouquinho mais A eles retornavam para tentar desenvolver mais ent o tem um crescimento neste sentido Entrevista tutora a dist ncia Polo Aracati 18 09 2012 A reflex o da tutora informa o jeito de aprender dos cursistas do seu Polo e uma quest o de suma import ncia que a atua o do tutor no processo de aprendizagem
357. ou se pelo veto aos seguintes dispositivos 3 do art 26 A acrescido pelo projeto Lei n 9 394 de 1996 PARE ZOO o ola Oca ain Seo das gn 3 As disciplinas Hist ria do Brasil e Educa o Art stica no ensino m dio dever o dedicar pelo menos dez por cento de seu conte do program tico anual ou semestral tem tica referida nesta Lei Raz es do veto Estabelece o par grafo sob exame que as disciplinas Hist ria do Brasil e Educa o Art stica no ensino m dio dever o dedicar pelo menos dez por cento de seu conte do program tico anual ou semestral tem tica Hist ria e Cultura Afro Brasileira A Constitui o de 1988 ao dispor sobre a Educa o imp s claramente legisla o infraconstitucional o respeito s peculiaridades regionais e locais Essa vontade do constituinte foi muito bem concretizada no caput do art 26 da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que preceitua Os curr culos do ensino fundamental e m dio devem ter uma base nacional comum a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar por uma parte diversificada exigida pelas caracter sticas regionais e locais da sociedade da cultura da economia e da clientela 237 Parece evidente que o 3 do novo art 26 A da Lei n 9 394 de 1996 percorre caminho contr rio daquele tra ado pela Constitui o e seguido pelo caput do art 26 transcrito pois ao descer ao detalhamento de ob
358. p 5 20 jan jun ALBERTI Verena 2013 Algumas estrat gias para o ensino de hist ria e cultura afro brasileira In Ensino de hist ria e culturas afro brasileiras e ind genas org Rio de Janeiro Pallas ALBERTI Verena 2012 Proposta de material did tico para a hist ria das rela es tnico raciais Revista Hist ria Hoje Dossi Ensino da Hist ria da Africa e da Cultura Afro brasileira Vol 1 n 1 pp 61 88 ALBERTI Verena 2011 Las entrevistas de historia oral como fuente hist rica en El sal n de clases Palabras y Silencios Vol 6 N m 1 Diciembre 2011 Pp 33 41 cc Asociaci n Internacional de Historia Oral ALBERTI Verena amp PEREIRA Am lcar Ara jo org 2007a Hist rias do movimento negro no Brasil depoimentos ao CPDOC Rio de Janeiro Pallas CPDOC FGV ALBERTI Verena amp PEREIRA Am lcar Ara jo 2007b Articula es entre movimento negro e Estado In GOMES Angela de Castro Gomes coord Direitos e cidadania mem ria pol tica e cultura Rio de Janeiro Editora FGV ALBERTI Verena amp PEREIRA Am lcar Ara jo 2007c Entrevista com Jos Maria Nunes Pereira Estudos Hist ricos Rio de Janeiro v 39 p 121 156 http bibliotecadigital fgv br ojs index php reh issue view 186 ALVES Iulo amp ALVES Tain 2011 O perigo da hist ria nica di logos com Chimamanda Adichie In I Ciclo de Eventos Lingu sticos Liter rios e Culturais Universidade Estadual do Sudoes
359. para cada polo somando 18 professores tutores presenciais e os tutores a dist ncia que formavam uma equipe composta de aproximadamente 60 professores que ministraram diversas disciplinas no decorrer do projeto O curso contou com 29 tutores a dist ncia para o Semin rio Especial Hist ria da frica Esse grupo se constitu a de 19 mulheres e 10 homens J o grupo dos tutores presenciais era formado por 13 mulheres e 5 homens Entre os tutores presenciais e a dist ncia que atenderam minha pesquisa havia 4 homens e 4 mulheres Levados a responder acerca da cor da sua pele conforme as categorias censit rias baseadas na perten a de cor ra a do Instituto Brasileiro de 10 Alguns tutores atuaram em dois polos 110 O IBGE opera com as categorias de cor ra a branca parda preta amarela e ind gena e parte do princ pio da auto declara o controladas por essas cinco categorias Ver http www ibge gov br home estatistica populacao condicaodevida indicadoresminimos conceitos shtm acesso em 12 08 2013 92 Geografia e Estat stica IBGE 5 professores tutores declararam ter cor branca e 3 parda Tive acesso aos contatos nome e mail e telefone de todos os professores tutores presenciais e dos professores tutores a dist ncia que trabalharam com a disciplina Hist ria da frica abordagem privilegiada nessa investiga o Fiz contato por e mail com os tutores presenciais e quatro retornaram os question rios respondid
360. pela manuten o dessas tradi es Os resultados permitem tamb m concluir que apesar do reconhecimento como comunidade quilombola j ter mais de 10 anos os projetos sociais sob responsabilidade das diferentes inst ncias de governo ainda n o foram todos implantados e realizados Entretanto a auto estima dos quilombolas aumentou e os fez sentir orgulho de suas ra zes e de seu povo Palavras Chaves comunidade quilombola tradi es culturais Quilombo d Comunidades remanescentes de quilombolas o passado dos afrodescendentes brasileiros e suas conex es como o munic pio de aurora Cear RESUMO Nas paginas deste trabalho poss vel encontrar parte das contribui es dos negros na constru o da hist ria da cultura e da mem ria do povo brasileiro considerado a relev ncia do tema tamb m abordado pelo munic pio A tem tica da pesquisa foi escolhida considerando os aspectos relativos no tempo e no espa o da diversidade cultural afro brasileiro Foi usada uma metodologia de pesquisa liter ria procurando repertoriar o passado africano e o presente e suas conex es com o futuro do pa s Ao longo de pesquisas varias obras liter rias foram examinadas e pesquisas de reconhecimento e discuss es sobre eventuais contribui es dos negros colaboradores para a hist ria tamb m do munic pio Ao longo dos cap tulos as necessidades e discuss es bibliogr ficas eram relatadas demonstrando o quanto o continente africano foi ou fu
361. penhar na institucionaliza o da lei sugerindo o uso dessa modalidade de ensino na forma o das disciplinas espec ficas que abordem o estudo das rela es etnicorraciais e do ensino da hist ria e cultura afro brasileiras e africanas Nessa mesma parte tr s experi ncias s o ilustradas objetivando servir de inspira o s IES apesar de n o haver informa es sobre gest o das IES ou dos cursos em nenhuma das a es S o a p s gradua o lato sensu do Programa de Educa o sobre o Negro na Sociedade Brasileira Penesb ligado Faculdade de Educa o da Universidade Federal Fluminense os cursos de forma o continuada na modalidade extens o organizados pelo N cleo de Estudos e Pesquisas Sobre Rela es Raciais e Educa o Nepre da UFMT e os v rios cursos com destaque para a especializa o Educa o e Diversidade e o Projeto Escola Plural a diversidade est na sala de aula que combinava a forma o em servi o e o acompanhamento em sala de aula todos gestados pelo Centro de Estudos Afro Orientais da UFBA atrav s do Programa de educa o e profissionaliza o para a igualdade racial e g nero Orienta es e A es IMEC SECAD 2006 132 134 e O Plano Nacional de Implementa o das DCNs para Educa o das Rela es Etnicorraciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro brasileira e Africana Com um hiato de cinco anos em maio de 2009 o Minist rio da Educa o e a Secretaria Especial de Pol ti
362. pol ticas ajustadas de qualifica o melhora das 79 condi es de trabalho e remunera o e incentivos para a sua constante supera o UNESCO DAKAR 2000 33 A profiss o de professor apesar de guardar certa nostalgia de uma poca urea vem sofrendo baixas devido combina o de diferentes vari veis negativas Os baixos sal rios que obrigam o profissional a atuar com uma carga hor ria extensa os problemas de viol ncia direta e simb lica sofridos em algumas institui es o baixo prest gio social decorrente das representa es negativas sobre a profiss o e principalmente os ainda insuficientes investimentos p blicos destinados educa o t m provocado pouca procura pelos cursos de licenciatura e pedagogia ou uma significativa evas o dos mesmos Esses problemas acabam repercutindo na sala de aula espa o no qual os professores deveriam estar Quando eles n o est o comum que a situa o seja resolvida de duas maneiras ou as aulas s o canceladas at que chegue outro professor ou se contrata m o de obra sem forma o suficiente ou adequada A primeira medida n o agrada popula o e exp e os gestores o que de imediato afasta os eleitores J a segunda tem servido como paliativo em muitas situa es seja na escola p blica seja na privada Dados colhidos em 2003 divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira INEP informam que nas s ries finais do e
363. posto para discuss o a cerca do racismo presente em nossa sociedade fazendo um questionamento sobre como os professores trabalham essa tem tica em sala de aula para a constru o de uma educa o antirracista A metodologia utilizada foi baseada em duas partes a primeira refere se a um estudo bibliogr fico e a segunda est direcionada pesquisa de campo onde foram aplicados question rios aos diversos segmentos educacionais com o intuito de compar los a bibliografia levantada para que cheg ssemos a uma conclus o coerente sobre a problem tica em estudo Constatamos a import ncia da escola e seus agentes na constru o de uma sociedade igualit ria e sem preconceito racial Palavras chave afrodescendentes escola forma o de professores livro did tico Lei n 10 639 2003 c Estudo sobre a perspectiva Educacional do Negro p s Aboli o na Bahia Bahia RESUMO O escopo deste trabalho traz tona questionamentos sobre a forma que se desenvolveu a educa o do negro p s aboli o no Brasil Se prop em apresentar os fatores identificados que levaram a exclus o dos escravos rec m libertos do sistema educacional brasileiro e conseq ente o desdobramento deste fato na educa o do negro na contemporaneidade na educa o brasileira assim como os h bitos da hist ria do racismo da sociedade processo de nega o do negro Seja pela inviabilidade seja pela indiferen a Para uma melhor compreens o do tema fez se import
364. pr tica educacional De acordo com essa perspectiva o profissional da sala de aula seria aquele que tem compet ncia t cnica de passar para os alunos de modo simples e did tico as an lises e descobertas dos professores universit rios esses sim os leg timos pesquisadores os divulgadores cient ficos os produtores de conhecimento Pude identificar um esfor o para desconstruir esse entendimento reducionista do trabalho do professor evidenciado nas quest es problema colocadas no f rum de debates da disciplina nas discuss es historiogr ficas presentes nas aulas texto que contrapuseram an lises e expuseram diferentes fontes de pesquisa e autores Esse enfoque deu a oportunidade de os professores cursistas constru rem alguns trajetos e novas abordagens acerca das hist rias da frica o que para aqueles que de fato investiram na forma o oportunizou o desmanche dos saberes constitu dos e a constru o de outros O curso de hist ria da Africa foi inaugurado com a confer ncia da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie intitulada O perigo da hist ria nica proferida 14 Os prazos para o funcionamento dos f runs n o foram muito r gidos Alguns professores tutores a dist ncia cumpriram e outros estenderam as discuss es um pouco mais 145 para a Technology Entertainment Design TED Os cursistas deveriam assistir ao v deo que tem cerca de 18 minutos e ler o texto da primeira aul
365. preendidos menos como uma rea de conhecimento e mais como um conjunto de no es do senso comum que permeiam o nosso dia a dia Por fim considero que esse estudo pontuou que pol ticas p blicas de forma o inicial para a profissionaliza o e continuada para a atualiza o de professores s o imperativas Essa experi ncia de desenvolvimento profissional voltada para uma maioria de mulheres com muitos anos de doc ncia revelou limita es devido ao formato do curso s quest es pessoais e s restri es profissionais mas ainda assim ela significou um largo passo frente para centenas de profissionais que alcan aram ganho econ mico melhores condi es de trabalho reconhecimento social e realiza o pessoal Como declarou uma professora cursista do polo de Salvador os docentes precisam estudar enquanto lecionam Porque desta forma eles conhecem refletem aplicam e mudam suas concep es A profiss o de professor assim como tantas outras se encontra em constante transmuta o porque tem como espa o de atua o a sociedade que din mica por princ pio Essa realidade exige uma atitude reflexiva constante capaz de discernir as a es apropriadas produtoras de transforma es positivas daquelas que se traduzem em dificuldades incompreens o e atraso Pressup e tamb m que a pessoa envolvida na a o de educar se reconhe a enquanto sujeito que n o det m todo o conhecimento buscando portanto condi es
366. problema A tarefa era relacionar a letra da m sica Fara divindade do Egito do grupo afro baiano Olodum com as quest es apresentadas na aula texto destacando tanto o sentido pol tico da m sica quanto os problemas contidos nesse tipo de representa o 148 Fara divindade do Egito Luciano Gomes dos Santos Eu falei Fara eeee fara Eu clamo Olodum Pelourinho eeee fara pir mide da paz e do Egito Despertai vos para cultura Eg pcia no Brasil Em vez de cabelos tran ados Veremos turbantes de Tutacamon E nas cabe as Enchei se de liberdade O povo negro pede igualdade Deixando de lado as separa es Que Mara Mara Maravilha Egito Egito Leonardo Pereira e Yna Santos apresentam uma an lise da essencializa o da Africa a partir da difus o de uma poss vel identidade africana comum aos brasileiros negros que estaria no antigo Egito presente na letra da m sica do grupo afro baiano Olodum Os autores n o informaram na aula texto que can es como essa e outras criadas pelos grupos afro baianos tamb m est o inseridas no contexto hist rico de estrutura o dos movimentos sociais negros no Brasil que tiveram atua o expressiva a partir dos anos 1980 e para os quais a representa o da frica continente p tria m e foi um importante am lgama identit rio Vivia se a afirma o pol tica de uma identidade negra a partir de uma interpreta o de cultura ne
367. professores O MEC tentou um jeito de pagar os professores mas n o deu certo a tentou outro O formato e a forma como o curso se apresenta no ambiente virtual mudou algumas vezes at se encontrar a melhor maneira O curso de hist ria n o funcionou no ambiente virtual do sistema UAB j que esse come ava a se institucionalizar e sim no ambiente de aprendizagem virtual da pr pria PUC Rio Para se matricular no curso o professor leigo deveria ser aprovado no vestibular elaborado especificamente para o grupo e comprovar por meio de declara o oficial que estava lecionando a disciplina hist ria em institui o p blica municipal e ou estadual estando em sala de aula h pelo menos um ano Em agosto de 2006 ap s a prova que constou de um exame de reda o e conhecimentos gerais que ocorreu no dia 8 3 2012 Outras informa es foram encontradas na p gina institucional da universidade e do Departamento de Hist ria 105 Na p gina da Coordena o Central de Ensino a Dist ncia da PUC Rio est o dispon veis informa es sobre v rios cursos de especializa o atualiza o profissional e extens o al m de disciplinas das gradua es presenciais que s o oferecidas na modalidade semipresencial No entanto nenhum outro curso oferecido integralmente a dist ncia como foi o caso do curso de hist ria 90 iniciaram as turmas dos estados da Bahia Maranh o e Sergipe J as atividades no estado do Cear se iniciaram
368. provas semestrais e as apresenta es das monografias de final de curso Os Polos Municipais de Apoio Presencial listados na tabela abaixo tiveram sua estrutura log stica mantida pelo munic pio em que se localizavam e os recursos humanos e materiais gerenciados pelas IES Atualmente todos os polos do programa Pr Licenciatura foram incorporados pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil Polos SERGIPE CEAR BAHIA MARANH O Aracaju Crato Itabuna S o Lu s Itapipoca Guanambi Barra do Corda Tiangu Salvador Bacabal Jaguaribe Juazeiro Imperatriz Aracati Teixeira de Freitas Fortaleza Feira de Santana 97 Barreiras Como demonstra a tabela os estados da Bahia e do Cear concentraram o maior n mero de polos As turmas estavam alocadas nos Polos Municipais de Apoio Presencial situados nos munic pios que por sua vez se ligavam a uma coordena o nos estados em constante contato com a coordena o geral do curso na PUC Rio O estado que teve menos turmas foi o do Sergipe com apenas um polo na capital Aracaju composto por tr s turmas SEA SEB e SEC Em seguida vinha o estado do Maranh o com quatro polos e dez turmas com a seguinte disposi o Bacabal turmas MAA e MAB Barra do Corda turmas MAC e MAD Imperatriz turmas MAE e MAF e S o Lu s turmas MAB MAD MAF e MAG No estado do Cear se formaram seis polos com o total de 11 turmas assim dispostas polo de Aracati
369. que no nosso caso deu certo Da MATTA 1990 70 Nesse sentido os curr culos dos cursos de hist ria precisam considerar a educa o para as rela es etnicorraciais e o ensino da hist ria e cultura afro brasileira com profundidade e pertin ncia oportunizando a apreens o de saberes que formem e sensibilizem professores a fim de deixar de interpretar a sociedade brasileira sob a perspectiva da democracia racial Muniz Sodr 2012 185 em Reinventando a educa o diversidade descoloniza o e redes apud MIRANDA 2013 sugere educar sob o paradigma do sens vel pois a for a motriz da diversidade cultural est na sensibiliza o das consci ncias frente emerg ncia do Outro Os profissionais de hist ria precisam ter consci ncia de que para al m da a o de criar uma nova disciplina ou inserir novos conte dos toda essa movimenta o busca contribuir para que uma hist ria dos sujeitos negros chegue s institui es de ensino do pa s e com ela o racismo o preconceito e a discrimina o racial deixem de ser uma realidade prevalente nas escolas brasileiras afetando as rela es entre as estudantes Essa conscientiza o n o deve partir da iniciativa e boa vontade de professores mobilizados por seus pertencimentos raciais ou sensibilizados por quest es pessoais PEREIRA 2006 necess rio que cursos de licenciatura considerem nas suas forma es a necessidade de preparar docentes com saberes pertinentes para
370. que os mesmos compreendam que o racismo um problema de todos e envolve toda a Miranda 2013 aponta que as investiga es sobre o racismo e as pr ticas cotidianas na escola t m aumentado no GT 21 Educa o e Rela es etnicorraciais e educa o da Associa o Nacional de p s gradua o e pesquisa em Educa o ANPED 28 sociedade ALBERTI 2013 28 e que as rela es raciais da sociedade brasileira n o blindam a escola pelo contr rio s o parte constituinte da nossa cultura escolar CANDAU 2003 8 Apresenta o No primeiro cap tulo tra o o percurso da profissionaliza o em hist ria no Brasil com a finalidade de mostrar o lugar da institucionaliza o da profiss o de professor de hist ria no Brasil e sua rela o pr xima com as outras forma es de professores Ainda nessa perspectiva a da hist ria da forma o de professores em hist ria objetivei mostrar as demandas que a rea passou a gerir no contexto de aprova o da Lei a partir de 2003 E com a finalidade de explicar o contexto que possibilitou a aprova o da referida legisla o foi preciso historicizar a demanda por ensino de hist ria da frica e da hist ria dos negros no Brasil reivindicada no decorrer do s culo XX No segundo cap tulo reflito o contexto das pol ticas p blicas de educa o que oportunizou o curso e a estrutura pedag gica do mesmo Descrevo a estrutura do curso de licenciatura em hist ria a dist ncia admi
371. quele povo F rum de debates aluna Polo Bacabal Maranh o 16 08 2010 Novamente vinha tona as imagens comuns sobre o continente e seus povos criticadas pelos cursistas e ao mesmo tempo presentes nas suas pr prias representa es apesar de os mesmos n o se verem muitas vezes reproduzindo isso As representa es da frica continente pa s apareceram nas postagens dos cursistas e em algumas ocasi es os tutores chamaram a aten o dessa constru o O tutor do polo de Bacabal aproveitou uma reportagem sobre a Copa assistida na televis o para levar aos seus cursistas uma reflex o sobre o reducionismo que envolve as essencializa es das identidades A refer ncia Copa na frica do Sul uma excelente hora de pensarmos em constru o de identidades A segunda fase da Copa tinha apenas um pa s africano e os rep rteres brasileiros insistiam em arrancar de seus entrevistados africanos a ideia de que todos torceriam pelo sobrevivente por ser africano At que um se cansou e perguntou se o Brasil for eliminado voc s torcer o pela Argentina Genial F rum de debates tutor Polo Bacabal Maranh o 17 09 2010 220 4 5 As pr ticas da sala de aula e a Lei no f rum de debates Em geral os cursistas s se referiam Lei 10 639 03 no f rum da disciplina hist ria da frica apesar de a Lei 11 645 estar valendo desde 2008 Todos aprovavam a nova legisla o mas transpareceram diversas inq
372. r culo adequado forma o de professores e s pr ticas Rad 102 pedag gicas intr nsecas a ele 10 Essas atribui es dos Polos est no edital 1 da UAB mas houve alguns ajustes uma vez que apesar de mais de 70 munic pios aderirem chamada p blica poucos conseguiram cumprir com as in meras reponsabilidades postas pelo conv nio Para que o programa n o se inviabilizasse antes mesmo de come ar o MEC interveio estabelecendo que pelo menos no in cio equipamentos bibliotecas e bolsas seriam custeados e fornecidos pela Uni o CARVALHO amp PIMENTA 2010 119 1 Edital UAB 2 dispon vel em http www uab capes gov br images stories do wnloads editais editaluab2 pdf consulta em 30 01 2012 102 Em agosto de 2008 o Tribunal de Contas da Uni o fez o monitoramento das a es voltadas forma o inicial e continuada de professores durante o exerc cio de 2006 2008 O resultado foi o 2 Relat rio de Monitoramento de Auditoria de Natureza Operacional em A es de Forma o de Professores publicado em maio de 2009 O TCU salienta que o sistema UAB geriu at 2008 a cifra de R 88 2 2 A experi ncia do Pr Licenciatura II no cons rcio PUC UERJ O curso de hist ria da PUC Rio come ou a funcionar em 1941 ap s a publica o do Decreto n 6 409 de 30 10 1940 que autorizava s faculdades cat licas de direito e filosofia fazer funcionar o bacharelado em direito e os cursos de filosofia ci ncias sociais geografi
373. r disciplina sobre a hist ria do continente africano e provavelmente nenhum aprofundamento sobre educa o das rela es etnicorraciais E essa situa o se revela na intera o com os cursistas e tamb m apontada pelos tutores em seus depoimentos Eu n o tive hist ria da frica aqui na UERJ Quando comecei a lecionar no curso a dist ncia tinha um ano de formada estava no in cio do mestrado Ent o lia estudava procurava imagens para ilustrar Tamb m aprendia para depois trabalhar com eles Entrevista Tutora a dist ncia Polo Aracati Cear Indagada sobre como trabalhou com os recursos did ticos postos pelos professores autores nas aulas texto essa mesma professora evocou a sensa o que o v deo da escritora Chimamanda Adichie causou entre todos Essa professora tamb m leciona no ensino fundamental e declarou ter usado o material da disciplina hist ria da Africa na escola dei uma adaptada e trabalhei com os meus alunos Percep o an loga teve o professor tutor presencial S rgio Barreto do Polo de Salvador nossa forma o geral e espec fica carece de mais conte do de hist ria da Africa Aluno e professor se debru aram para realizar os mesmos estudos 147 Ela uma escritora natural da Nig ria com v rios livros publicados e tr s deles premiados que tratam de quest es de g nero tnicas e de identidades todos relacionados ao seu lugar de origem ALVES amp ALVES 2011
374. ra a Educa o das Rela es Etnicorraciais e para o Ensino de 273 Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana dispon vel em http portal mec gov br cne arquivos pdf 003 pdf Resolu o n 1 de 17 06 2004 que institui as Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o das Rela es Etnicorraciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro Brasileira e Africana Dispon vel em http portal mec gov br cne arquivos pdf res0 12004 pdf Decreto n 5 800 8 6 2006 regulamenta a Universidade Aberta do Brasil dispon vel em http www uab capes gov br images stories downloads editais editaluab2 pdf Plano Nacional de Implementa o das DCNs para Educa o das Rela es Etnicorraciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro brasileira e Africana Orienta es e A es para a Educa o das Rela es Etnicorraciais Relat rio TCU 274 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ABUD K tia 2007 Hist ria nossa de cada dia saber escolar e saber acad mico na sala de aula In Ensino de Hist ria sujeitos saberes e pr ticas Monteiro Ana M Gaparello Arlette M e Magalh es Marcelo de S Org Rio de Janeiro MauadX Faperj ABREU Martha amp MATTOS Hebe Maria 2008 Em torno das Diretrizes curriculares nacionais para a educa o das rela es etnicorraciais e para o ensino de hist ria e cultura afro brasileira e africana uma conversa com historiadores Estudos Hist ricos Rio de Janeiro v 21 n 41
375. ra e da forma o do mundo atl ntico Programa do Semin rio Especial Hist ria da frica PUC UERJ MEC O foco na hist ria das sociedades africanas centro ocidentais entre o s culo XVI e at o in cio do s culo XIX portanto antes do imperialismo buscava contrapor s no es sobre a frica e os africanos constru das no imagin rio do Ocidente a partir do final do s culo XIX Objetivava fazer com que os cursistas compreendessem que o conhecimento sobre o continente africano difundido nos meios de comunica o de massa livros e mesmo no ensino de hist ria n o corresponde e nem d conta da complexidade das hist rias e culturas vividas no continente no decorrer do tempo Essas representa es da frica s o pr prias do per odo do imperialismo e refletem as quest es da poca 134 Para alcan ar esse intento o programa do curso apresentou a seguinte escolha de conte dos e temas PROGRAMA Unidade I Os desafios da Hist ria da frica Aula 1 Um continente sem hist ria Aula 2 A perspectiva euroc ntrica Aula 3 Identidade africana e afrocentrismo Aula 4 A busca do ponto de vista africano m todos e fontes Unidade II As sociedades africanas costumes e transforma es Aula 5 Islamismo e com rcio transaariano Aula 6 A forma o das sociedades subsaarianas culturas e civiliza es Aula 7 Forma es pol ticas na frica Ocidental Mali e Songhai Aula 8
376. ra local pouco valorizando as demais especialmente a africana Nas escolas s o reproduzidas as desigualdades sociais e evidenciadas a continuidade da desigualdade racial expressas em diferentes oportunidades de acesso perman ncia e sucesso escolar Al m do atraso em rela o Lei Federal em Ibipitanga h outra defasagem ainda mais constrangedora relacionada Constitui o do Estado da Bahia de 1989 Esta prev a aplica o de estudos africanos na rede p blica que compreendessem os ensinos fundamental m dio e superior A Lei Estadual indica a cria o de uma disciplina j a Lei Federal 10 639 2003 estabelece a obrigatoriedade desta tem tica em especial nas reas da literatura artes e hist ria A Lei vai dar elementos que possibilitar o colocar em foco o que est escondido conte dos escolares que s o omitidos N o h como se pensar em mudan as sociais e exerc cio da cidadania com a persist ncia dos ndices de analfabetismo desemprego e pobreza De posse de um conjunto de diretrizes e eixos que nortear o as a es da vontade pol tica e do compromisso de atores sociais pode se dar um grande passo na supera o das mazelas educacionais em nosso estado 249 O projeto busca apresentar na rea tem tica ensino de hist ria e cultura afro brasileira seus objetivos a es e motiva o que gerou esta pesquisa desenvolvendo discuss o te rica a respeito da implanta o da Lei 10 639 de 2003 e seus impacto
377. ra os cursistas a sua perspectiva dos objetivos da aula 9 Nesse documento foi poss vel analisar um documento hist rico que p s em relevo as rela es comerciais e cordiais entre o rei de Portugal e do Congo Trabalhamos com as diversas hip teses que contextualizam a carta e que de acordo com o autor se relacionavam a uma certa horizontalidade nas rela es entre europeus e africanos F rum de debates tutor a dist ncia Polo S o Lu s Maranh o 02 12 2010 Vale destacar que a atitude desse professor em explicar a pertin ncia da atividade proposta pelos professores autores e tamb m os usos que n s historiadores podemos fazer de um documento desse tipo foi uma exce o no f rum da disciplina hist ria da frica Boa parte dos tutores manteve a pr tica de fechar o f rum de debates da aula com uma s ntese do que foi discutido por m n o encontrei outro tutor que se disp s explicar o uso do documento as possibilidades de us lo Ou seja esses saberes ficam subentendidos n o s o explicitados nem esgotados Para ilustrar apresento a mensagem da professora tutora abaixo que caracteriza o padr o das mensagens de fechamento dos f runs de debates 171 O Congo foi um reino com grande atividade mercantil ver aula 8 com localiza o estrat gica por ser passagem de v rias rotas comerciais e ter f cil comunica o com regi es do interior que Portugal ainda n o tivera acesso aula 9 O interesse portugu s
378. ra serem escravizadas no passado e que essas pessoas ajudaram a formar nossa identidade cultural assim como brancos e ndios Penso que o mundo ficou perplexo diante da capacidade criatividade compet ncia e alegria evidenciadas pelos povos africanos na Copa do Mundo Realmente a frica mostrou o que para o mundo F rum de debates aluna Polo Aracaju Sergipe 05 08 2010 Durante os dias da Copa muitas emissoras aproveitaram o momento para mostrar costumes tradi es lugares e principalmente o povo africano e o seu modus vivendi Foi realmente um grande aprendizado e principalmente para tirar as vendas dos meus olhos ou melhor para conhecer outras hist rias como bem disse Chimamanda Adichie F rum de debates aluna Polo Salvador Bahia 23 08 2010 Os cursistas tamb m deixaram transparecer nas linhas escritas sobre a Copa do Mundo na Africa do Sul os estere tipos e reducionismos sobre o continente Apesar de aparentemente n o querer escrever sobre a inferioridade dos africanos uma cursista postou exatamente isso 173 Essa mesma mensagem foi postada por mais duas alunas Uma aluna da mesma turma e outra de outra turma mas do mesmo polo 218 Para mim a frica era um continente muito pobre por m nunca associei sua popula o como sendo incapazes E depois da Copa do Mundo a frica mostrou que um continente rico e vislumbrante e que seu povo t o inteligente quanto os outros de outros
379. ras chave identidade cotidiano escolar remanescentes de quilombos cidadania f As transforma es ocorridas no per odo de 1985 a 1995 na comunidade quilombola de Piratininga em Bacabal Maranh o RESUMO O presente trabalho tem como principal objetivo investigar as principais transforma es ocorridas na comunidade Quilombola Piratininga durante o per odo de 1985 a 1995 bem como a sua preserva o como fator de soberania cultural e hist rica dos negros n o somente no Estado do Maranh o assim como em todo territ rio Nacional Como metodologia adotada para a concretiza o desta monografia foi realizado um amplo estudo bibliogr fico al m da aplica o de question rio para os moradores mais antigos da comunidade remanescente de quilombo de Piratininga A relev ncia de um trabalho desta natureza vista como uma forma de ressaltar a import ncia das ra zes hist ricas dos negros e sua luta ao longo dos anos principalmente na esfera social em que muitos tiveram que recorrer a Quilombos para se libertar de seus opressores O Maranh o destaca se at hoje por possuir a maior quantidade de Quilombos num total de 642 comunidades em reas rurais da ent o a import ncia de se investigar essa particularidade em nosso Estado Palavras chave quilombo negro cultura preserva o Comunidade g Helv cia comunidade de remanescentes quilombolas Bahia RESUMO O presente trabalho monogr fico visa apresentar a Com
380. rasileira de Educa o nos oferece um panorama da escolariza o dos negros no Brasil a partir de uma perspectiva inovadora pontuar as reivindica es e ou as iniciativas elencadas e colocadas em pr tica pelas organiza es negras que chamaram para si a tarefa de educa o e escolariza o do pr prio grupo Para os pesquisadores o Estado brasileiro ao n o admitir a educa o como uma pol tica universal acabou por perpetrar o quadro de desigualdades ainda presente no limiar do s culo XXI ainda que algumas organiza es negras tivessem tomado para si a tarefa da instru o nas d cadas anteriores GON ALVES amp SILVA 2000 134 Portanto o trabalho desses dois professores nos oferece uma chave interpretativa Outras produ es mais recentes sustentam o ponto de que a aprova o das duas leis que alteraram a LDBEN de 1996 resultou de um processo longo com idas e vindas quase todo gestado no interior das pr prias organiza es do movimento negro por quadros desse mesmo movimento ou sensibilizados por ele que passaram a atuar nos espa os p blicos institucionais com destaque para o Executivo e o Legislativo especialmente no decorrer dos anos 1990 e no limiar do s culo XXI GOMES 2012 GOMES 2011 PEREIRA 2008 DOMINGUES 2007 SANTOS 2007 48 Por movimento social negro ou simplesmente movimento negro nomeiam se as experi ncias coletivas constitu das por entidades organiza es e associa es ap s a ab
381. realizar as palestras Segundo o militante n o era f cil tratar de temas pouco conhecidos pelos pr prios ativistas ainda que os mesmos considerassem importantes Al m do mais Os Cadernos de Educa o do Il Aiy s o produzidos desde 1995 e resultam do Primeiro Encontro de Educa o do Projeto de Extens o Pedag gica do Il Aiy ocorrido no mesmo ano A publica o busca transformar o tema do carnaval do bloco em conte dos de ensino para as escolas primeiramente para a Escola M e Hilda e depois para outras institui es que passaram a se interessar Sobre os Cadernos de Educa o do Il Aiy ver SCHAUN 2001 PERIN 2007 63 chegar s escolas envolvia encontrar uma dire o mais sens vel sendo as diretoras negras que mais compreendiam a necessidade da abordagem A partir de 1985 as a es educativas do CCN se tornaram mais sistem ticas E apesar de haver algumas den ncias na Secretaria de Educa o o trabalho ficou mais rotineiro com o reconhecimento na cidade de S o Lu s e convite inclusive de escolas particulares da regi o No mbito da educa o superior merece destaque o trabalho pioneiro do Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia Ceao UFBa fundado em 1959 com o objetivo de possibilitar ensino pesquisa e extens o e o interc mbio sobre as culturas africanas e asi ticas Com o passar dos anos o Ceao notabilizou se pelos estudos afro brasileiros Consequ ncia da comb
382. reira 2007a 215 219 Sobre as primeiras impress es da rela o movimento negro Estado p s d cada de 1980 ver tamb m Santos 2009 Alberti amp Pereira 2007b 57 multiplicaram substantivamente a partir dos anos 1990 S o os casos dos encontros de forma o para trabalhar com a tem tica da hist ria afro brasileira e das oficinas de combate ao racismo na escola quase todos elaborados por intelectuais militantes pouco assimilados pelas universidades ou institui es de ensino superior Na d cada de 1980 entidade de destaque foi o Movimento Negro Unificado Contra a Discrimina o Racial hoje MNU fundado em S o Paulo em 1978 O MNU uma entidade de car ter nacional que se espalhou rapidamente alcan ando quase todas as capitais do pa s No seu manifesto apresentado sociedade brasileira em 4 de novembro de 1978 a entidade lan ou o dia da Consci ncia Negra data que j vinha sendo lembrada no meio pol tico negro desde 1971 sob influ ncia do poeta e professor Oliveira Silveira ativista do Rio Grande do Sul o quarto ponto do primeiro Programa de A o do MNU que trata mais detalhadamente do tema da educa o o Desenvolver projetos aut nomos de alfabetiza o tendo como base a quest o racial o Elaborar um curr culo afro brasileiro para as escolas alternativas e como subs dios para as formais Estimular a produ o de material did tico antirracista para os cursos de magist rio e pedagogia
383. reis africanos com as guerras entre as tribos fortalecida A tribo que perdia a batalha era vendida aos portugueses o que tamb m sustentava seu com rcio escravista No final do s culo XVI chegam regi o as invas es mul umanas e a difus o do cristianismo ent o Portugal refor a seu poder no apoio ao reino de Ndongo Alicer ado nos interesses comerciais F rum de debates aluna Polo Itapipoca Cear 28 10 2010 Outra cursista quase no final do semestre letivo compartilhava no f rum de debates a ideia de que antes da chegada dos europeus na frica os povos dessa regi o j tinham uma autonomia comercial e praticavam entre si 197 o com rcio desde g neros prim rios manufaturados industrializados e at escravos os quais eram capturados por tribos rivais e estes eram vendidos para todo o Mediterr neo F rum de debates aluna Polo Crato Cear 23 11 2010 O termo n o sair f cil do vocabul rio desses docentes poder ser encontrado provavelmente nos textos de suas aulas e nas suas explica es de aula expositivas que venham a abordar por exemplo as organiza es sociais africanas ou o tema da escravid o no continente Talvez os professores autores e os professores tutores a dist ncia devessem ter dado mais aten o para o uso dessa no o no curso argumentando com mais propriedade para as implica es do seu uso no ensino de hist ria da frica Para Oliva 2006 o uso da pa
384. rents knowledges and also the practices about that themes works The question of the level teachers compromise with this theme guided this research The answer for all that issues was guided by contributions of Maurice Tardif about the knowledge of professors based on case study metodology This metodology use interviews forms analyses of papers for de classes made by teachers the online atmosphere of the class and the oficial documents that organized the class and instituted that law The investigation revealed the teachers effort for knowlodge and practices about the themes of the law On the other hand some elements put limit on the profissionalization as exemple the study by distance format the ignorance about the theme and the disponibility of the teacher apprentices Key words Teacher training degree in history teaching knowledge Laws 10 639 03 11 645 08 racial and ethnic relations distance education SUM RIO INTRODU O us a aa RR 10 1 1 A TRAJET RIA DE FORMA O DO PROFESSOR DE HIST RIA E O CONTEXTO DE INSTITUCIONALIZA O DA LEI 11 645 08 DEMANDAS DI LOGOS E CONQUISTAS DE DENTRO E DE FORA DO CAMPO DO ENSINO su setisra dosados dunadardadadoag edi dudora do a anin sado sado iad ud uda da bla a nad iron os S sesso r osse Ssss Seison 31 1 1 A hist ria da forma o de professores para a escola b sica e a forma o do profissional de BiStON A estadia fas eua fer int ni nad ne De Ria da e aE A nu 32
385. rer do s culo XX HENRIQUES 2001 69 na agenda pol tica e no compromisso do Estado brasileiro a partir de 2001 GOMES 2011 143 Cabe observar que diferen as de capital pol tico se fazem notar significativamente no conjunto dos movimentos negros Do ponto de vista pol tico organiza es n o governamentais negras ONGs destacaram se bem mais do que as chamadas entidades filiativo nacionais no processo de Durban e na pr pria HI CRM Para Santos 2005 124 as ONGs negras tiveram maior destaque porque haviam acumulado experi ncia institucional na esfera p blica inclusive acessando vias de financiamentos p blicos e de funda es internacionais facilitando a mobilidade e o di logo com lideran as pol ticas e institui es O modelo organizativo das entidades filiativo nacionais ancorado no ide rio socialista t pico dos movimentos negros dos anos 1970 e 1980 mais voltado a uma perspectiva de confronto com o Estado do que 2T necessariamente de parceria se enfraquecia 3 Uma resposta a todo o cen rio apresentado neste t pico foi a aprova o da 2 Lei 10 639 03 em janeiro de 2003 Nesse contexto tamb m criada a Secretaria Especial de Pol ticas de Promo o da Igualdade Racial Seppir tamb m em 2003 e a Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade Secad em 2009 O novo presidente e seus assessores estavam cientes das reivindica es dos ativistas negros especialm
386. resse pela tem tica Entrevista de Leonardo Pereira 10 09 2012 Ainda que reconhecesse as especificidades do ensino a dist ncia que requer outros modos de viver a doc ncia o professor assumiu o desafio E de fato a experi ncia do ensino a distancia acabou se mostrando uma experi ncia muito dif cil por um lado A gente vai achar que vai escrever uma aula para o ensino a dist ncia n o vai outra linguagem outra forma de chegar S o outros desafios que voc tem que enfrentar E mais E um processo que 133 tem perdas mas tem enormes possibilidades tamb m que eu aprendi participando concretamente dessa experi ncia Entrevista de Leonardo Pereira 10 09 2012 O Semin rio Especial Hist ria da Africa ficou com uma carga hor ria de 60 horas que computava quatro cr ditos na soma final da licenciatura O texto dos objetivos ementa e programa do curso revela um recorte temporal entre os s culos XVI e in cio do XIX A ementa do curso propunha refletir os problemas e possibilidades relacionados constru o de uma identidade africana a partir do s culo XIX An lise da din mica dos processos sociais culturais e pol ticos pr prios ao continente africano entre os s culos XVI e XIX com especial nfase na regi o centro ocidental Rela es entre tais movimentos espec ficos e a configura o mais ampla da hist ria da Europa e das Am ricas no mesmo per odo em especial no contexto da di spo
387. resultou de discuss es realizadas na Secretaria de Ensino Superior SEsu por cada rea de forma o Em fevereiro do ano seguinte o Conselho Nacional de Educa o aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o de Professores da Educa o B sica em n vel superior curso de licenciatura de gradua o plena S o esses dois documentos que regulam os cursos de bacharelado e licenciatura em hist ria no pa s atualmente As IES podem oferecer os cursos separados ou juntos Essas novas Diretrizes Curriculares Nacionais que irei distinguir aqui por DCNs hist ria e DCNs educa o b sica substitu ram o chamado curr culo m nimo colocado em pr tica na vig ncia da LDB de 1961 e mais efetivamente ap s os Para uma cr tica ao processo que envolveu a aprova o da Lei 9 394 96 de dezembro de 1996 ver Saviani 1998 e Demo 2002 Resolu o CNE CES No 492 de 04 de abril de 2001 dispon vel em http portal mec gov br cne arquivos pdf CES0492 pdf Resolu o CNE CP N 1 de 18 de Fevereiro de 2002 dispon vel em http portal mec gov br seesp arquivos pdf resl 2 pdf 44 acontecimentos pol ticos de 1964 Como j foi dito essas reformas dos anos 1960 desvirtuaram os sentidos da forma o superior e resultaram segundo as relatoras das DCNs hist ria na baixa profissionaliza o do historiador e na pouca demanda de pesquisa dos professores e por consequ ncia dos alunos MEC CNE DCNSs his
388. revoltas Por exemplo o padr o das moradias e o formato das novas fam lias extensas como as africanas mostram a presen a de tra os da cultura bantu entre os escravizados do Sudeste 263 Redes de solidariedade e diferencia o se formaram durante a vig ncia do escravismo revelando que substratos de uma pretensa identidade africana eram relidos na experi ncia do cativeiro Na religi o podemos observar como isso ocorreu Os autores citam o caso do candombl pois no terreiro irm os s o todos os iniciados por um mesmo pai ou m e de santo Outro elemento a vincula o do terreiro a um grupo africano espec fico o que tamb m diferencia as identidades africanas no Brasil Outro exemplo s o as Irmandades Negras redes de escravizados e ou forros formadas na maioria das vezes conforme o grupo de proced ncia Foi poss vel encontrar evid ncias de irmandades formadas por angolas que n o aceitavam minas ou ent o n o permitiam que os nascidos nas Am ricas pudessem ocupar cargos de destaque Mais uma prova da exist ncia de muitas fricas n o importando de que lado do Atl ntico Aula 15 Resumo a publica o de Viagem Pitoresca ao Brasil de Johann Moritz Rugendas em 1834 um documento privilegiado para compreender as culturas afrodescendentes no contexto escravista As irmandades negras s o apontadas como a primeira evid ncia de express o dessas culturas no Brasil Elas agregavam escravizados
389. ria eles j lidavam com alguns saberes conhecimentos a ensinar e conhecimentos sobre como ensinar impl citos ao ensino de hist ria Desse modo a forma o para o ensino de hist ria vinha ocorrendo somente no cotidiano desses docentes com as trocas de experi ncias de ensino pesquisas e leituras feitas para preparar uma aula uma sequ ncia did tica etc Nesses espa os de forma o no qual circulam os saberes da experi ncia conhecimentos t citos iam sendo incorporados por esses professores leigos em hist ria Por conta de uma forma o que at ent o n o existia formalmente esses professores no desempenho de suas atividades docentes se valiam de um conjunto de no es e procedimentos portanto saberes que no decorrer do curso os mesmo passaram a ver como inadequados pouco pertinentes e incoerentes ao ensino de hist ria dos africanos e dos afro brasileiros Em certa medida o que pode ser percebido no f rum da disciplina hist ria da frica tamb m uma tens o uma disputa entre dois conhecimentos no mbito dos saberes hist ricos ensinados o que sabiam sobre o tema at aquele momento e o que passavam saber no andamento da disciplina Essa situa o complexa por se tratar de rea de conhecimento e campo disciplinar em acelerada constru o logo com disputas sobre o que e como ensinar 205 Constru es estereotipadas negativas e positivas sobre a frica e os africanos podem ser facilmente identificadas em
390. ria da frica nas IES p blicas brasileiras a partir da vig ncia da Lei Entre 2001 e 2011 foram 49 sele es com sua concentra o nos anos de 2009 e 2010 com oito e 15 aprova es respectivamente Um c lculo feito a partir da tabela disponibilizada pela pesquisadora nos anexos de sua tese permite constatar que 41 das contrata es ocorreram entre os anos de 2010 e 2011 GUERRA 2012 3 3 Os saberes ensinados no Semin rio Especial Hist ria da Africa O f rum da disciplina hist ria da frica vigeu entre os meses de agosto e dezembro de 2010 com a reapresenta o no primeiro trimestre de 2011 para os reprovados O cotidiano de ensino e aprendizagem vivido nas 29 salas de aula desse ambiente virtual resultou em um documento do software Excel que computou 8 763 mensagens de texto trocadas entre os participantes Esse material me foi gentilmente cedido assim como os outros documentos S o as conversas dos 765 cursistas 29 professores tutores a dist ncia e dois professores formadores que no caso dessa disciplina foram os mesmos que elaboraram as aulas texto As intera es s ocorreram entre cursistas matriculados em uma mesma turma e seu respectivo professor tutor a dist ncia J o professor tutor interagia tamb m com os outros tutores a dist ncia e com os professores formadores Aconteceu de um tutor a dist ncia ter duas turmas em polos diferentes mas que no f rum da disciplina hist ria da frica formaram apenas
391. riado pelo Decreto Lei 616 de 09 de junho de 1969 Sua finalidade era formar e aperfei oar docentes para o ensino profissionalizante no mbito do 2 Grau o que inclu a o magist rio assim como prestar assist ncia t cnica para a melhoria e a expans o dos rg os p blicos de forma o e aperfei oamento de pessoal O CENAFOR foi extinto pelo Decreto Lei no 93 613 de 21 de novembro de 1986 Dispon vel em http legis senado gov br legislacao ListaPublicacoes action id 210973 consulta 29 05 2013 42 se preocupavam em sanar as dificuldades daqueles futuros professores que vinham do ensino supletivo CENAFOR 1986 26 apud SAVIANT 2005 20 As a es descritas at aqui continuaram refor ando a dist ncia entre uma forma o centrada nos conte dos culturais cognitivos espec ficos de cada disciplina em detrimento dos conhecimentos pedag gico did ticos ligados ao curso de pedagogia Al m disso essas a es culminaram em uma forma o fragmentada que visava o dom nio de conte dos considerados importantes segundo o entendimento dos gestores p blicos Os profissionais formados em Estudos Sociais nos anos 1970 e 1980 deveriam ser reprodutores de informa es e detentores da expertise em manejar a pr tica Para complicar na profissionaliza o via ensino superior o cen rio n o era dos melhores O relat rio do CENAFOR 1986 citado acima constatou a inadequa o dos cursos universit rios que formam professores para
392. rigar no ensino m dio a dedica o de dez por cento de seu conte do program tico tem tica mencionada o referido par grafo n o atende ao interesse p blico consubstanciado na exig ncia de se observar na fixa o dos curr culos m nimos de base nacional os valores sociais e culturais das diversas regi es e localidades de nosso pa s A Constitui o em seu art 211 caput ainda firmou como de interesse p blico a participa o dos Estados e dos Munic pios na elabora o dos curr culos m nimos nacionais preceito esse que foi concretizado no art 9 inciso IV da Lei n 9 394 de 1996 que diz caber Uni o estabelecer em colabora o com os Estados o Distrito Federal e os Munic pios compet ncias e diretrizes para a educa o infantil o ensino fundamental e o ensino m dio que nortear o os curr culos e seus conte dos m nimos de modo a assegurar forma o b sica comum Esse interesse p blico tamb m foi contrariado pelo citado 3 j que ele simplesmente afasta essa necess ria colabora o dos Estados e dos Munic pios no que diz respeito tem tica Hist ria e Cultura Afro Brasileira Art 79 A acrescido pelo projeto Lei n 9 394 de 1996 Art 79 A Os cursos de capacita o para professores dever o contar com a participa o de entidades do movimento afro brasileiro das universidades e de outras institui es de pesquisa pertinentes mat ria Raz es do veto
393. rios sobre o ensino a dist ncia e tecnologias da informa o dados resultantes 106 dessas avalia es que por sua vez serviram para melhorar as TICs dispon veis nesse projeto de ensino e Iniciativas de desenvolvimento profissional geridas por v rias institui es precisam estar conectadas no sentido de haver o m nimo de interfer ncias na comunica o para que as fragilidades da estrutura concebida n o afetem os cursistas No caso espec fico desse curso o fato de ser o primeiro desse porte realizado pela PUC e pela UERJ em parceria com o MEC e as secretarias de Educa o dos estados de origem dos professores certamente contribuiu para o aparecimento de falhas Foi um curso de dura o longa e al m disso com institui es que estavam muito distantes fisicamente Apesar de as Tecnologias de Informa o e Comunica o Educativas TICEs aproximarem as pessoas e os rg os que elas representam n o podemos desconsiderar a vari vel espa o nessa rela o As TICEs ainda precisam ser mais desenvolvidas faltam investimentos na estrutura material para essa modalidade de ensino e os recursos humanos muitas vezes n o alcan am o desenvolvimento t cnico ou ent o n o fazem o investimento necess rio para viabilizar esse tipo de ensino 2 3 Os significados do projeto e os limites do empreendimento Um dos objetivos do question rio enviado aos cursistas era compreender o que significou a forma o superior em particular a
394. rmou que ficou sabendo em alguns poucos eventos culturais realizados na escola em que trabalho por representantes do Movimento pela Consci ncia Negra e em alguns livros internet e revistas Question rio por e mail aluna Polo Salvador Bahia 20 04 2012 Outra aluna revelou que na sua escola houve um tempo que o tema entrou como disciplina Duraram dois anos e depois tiraram Question rio por e mail aluna polo Juazeiro Bahia 17 04 2012 Provavelmente a professora se referia disciplina Introdu o aos estudos africanos que existiu na rede estadual de educa o do estado nos anos de 1985 e 1986 como citado no primeiro cap tulo Uma iniciativa de governo tamb m foi apontada por outra cursista como o seu primeiro contato com a tem tica A SECULT e a Secretaria de educa o municipal aqui em Salvador promoveram alguns encontros com estudiosos desta rea Question rio por e mail aluna Polo Salvador Bahia 26 03 2012 Duas alunas que fizeram trabalhos de final de curso sobre as comunidades negras rurais citaram o conv vio anterior com essas comunidades como fonte de conhecimentos museus cidades hist ricas a pr pria cidade onde ficam os quilombolas question rio por e mail aluna Polo Teixeira de Freitas Bahia 28 03 2012 os ambientes nos quais tive acesso ao tema da hist ria e cultura africana e afro brasileira foram a biblioteca municipal livros did ticos e visitas aos povoados Ques
395. rofessor graduado em biologia filosofia etc lecionando hist ria O depoimento da cursista no question rio respondido para essa 11 Um cursista se matriculou na disciplina monografia mas s entregou a primeira tarefa Todos os outros professores matriculados cumpriram todas as etapas mas tr s grupos ficaram reprovados e tiveram a oportunidade de refazer a disciplina no semestre seguinte 94 pesquisa revela um percurso que podemos supor n o incomum para muitos dos professores do curso aqui analisado Comecei a lecionar no ano de 1987 para turmas de 1 4 s rie do Ensino Fundamental e com o passar do tempo atuei nas turmas seguintes e at no Ensino M dio Regular e Magist rio No percurso docente ministrei v rias disciplinas como L ngua Portuguesa Matem tica Educa o Moral e C vica Educa o para o Lar Ci ncias Did tica Reda o Metodologia da L ngua Portuguesa Educa o Religiosa Geografia e mais recentemente Hist ria Question rio por e mail Polo Guanambi Bahia 29 03 2012 Mas as condi es para o exerc cio do magist rio no pa s revelam se ainda mais complexas se considerarmos que o relato a seguir tamb m decorrente de question rio preenchido para esta pesquisa traduz a trajet ria de professoras que come aram a lecionar sem ao menos ter um curso de forma o de professores Iniciei minha carreira na rede municipal de ensino Como na poca s havia estudado at a terc
396. rograma de ensino de hist ria do Col gio Pedro II que abastecia o seu quadro de professores com os pesquisadores do Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro at hoje na educa o b sica e na forma o superior No decorrer do s culo XX in meras reformas educacionais foram colocadas em pr tica com destaque para as a es encampadas nos anos 1930 respons veis por criar as primeiras universidades do pa s e com elas as Faculdades de Filosofia Ci ncias e Letras que abrigaram os cursos de licenciatura Apesar desses esfor os poucos formados dedicavam se ao ensino secund rio Os gestores buscavam sanar o problema da falta de professores com medidas de baixo custo como a concess o de licen as para lecionar comuns desde o s culo XIX A partir da segunda metade dos anos 1960 h um retrocesso no campo da 46 qualidade dos cursos de licenciatura pois os gestores p blicos buscaram resolver a demanda por professores que a amplia o de estudantes no ensino secund rio produziu autorizando cursos de licenciaturas curtas al m de liberar os exames que certificavam professores leigos A consequ ncia dessa pol tica de forma o de professores a toque de caixa e de outras a es foi o comprometimento da qualidade da educa o b sica A nova LDBEN de 1996 e as Diretrizes Curriculares Nacionais aprovadas no limiar dos anos 2000 tomaram para si a responsabilidade de redirecionar e reorientar os cursos de licenciatura no pa s e
397. rr culo e conte dos do curso e na media o do f rum da disciplina a partir do lugar de enuncia o dos professores autores e professores tutores do curso Nesse cap tulo analiso a dimens o dos saberes e pr ticas docentes enunciados preferencialmente pelos professores cursistas no per odo de ocorr ncia do f rum da disciplina hist ria da frica com vistas a problematizar o alcance dos saberes ensinados nessa experi ncia de forma o Outra iniciativa ser a de apresentar e analisar alguns dos temas e problemas citados pelos professores em rela o implementa o do ensino de hist ria e culturas afro brasileiras e africanas nos seus ambientes de trabalho para desse modo revelar como essas tem ticas v m comparecendo cotidianamente no saber hist rico escolar 2 Durante a forma o docente seja inicial ou continuada poss vel identificar no es e formula es dos professores concebidas tanto fora do espa o escolar como no mbito do mesmo A forma o do professor ocorre mesmo quando este n o est exercendo a profiss o pois as experi ncias se transformam em concep es forjam novos conhecimentos ou modificam os j existentes nos transformando e afetando o nosso modo de lecionar MONTEIRO 2007 183 O principal conjunto de documentos que sustenta essa an lise s o os registros escritos que constituem as mensagens postadas por cursistas no exerc cio de responder e interagir s quest es problema das
398. rr culo faz com que os professores acabem por n o abord los seja na forma o superior seja na educa o b sica Tem se ent o um c rculo vicioso Nessa parte do trabalho busco apresentar essas quest es que envolvem a constitui o dos saberes docentes sob a premissa de que o saber dos professores n o um conjunto de conte dos cognitivos definidos de uma vez por todas mas um processo em constru o ao longo de uma carreira profissional TARDIF 2010 14 A disciplina hist ria da frica foi oferecida no ltimo per odo do curso de licenciatura portanto no segundo semestre de 2010 Ela foi escrita pelos professores Leonardo Affonso de Miranda Pereira professor assistente do quadro efetivo da PUC Rio e pela professora Yna Lopes dos Santos na poca cursando doutorado na USP e sem v nculo empregat cio com a UERJ ou com a PUC Rio Para a realiza o desse trabalho tive oportunidade de gravar uma entrevista com o professor Leonardo Pereira Por outro lado n o tive a mesma sorte com a professora Yna Santos que n o respondeu s minhas investidas para tentar entrevist la 135 O artigo em quest o Those who understand knowledge growth in teaching publicado em Washington 1984 128 Pereira fez toda a sua profissionaliza o na Unicamp com estudos iniciais em antropologia mestrado e doutorado em hist ria e p s doutorado em teoria liter ria N o seria a primeira experi ncia do professor com o ens
399. rvisionado e mesmo se tratando de um curso de licenciatura elaboraram monografias a maioria em grupo As monografias foram escritas no decorrer do ltimo ano do curso ou seja em 2010 mas antes da disciplina monografia os professores alunos passaram por um conjunto de cinco disciplinas pr ticas distribu das pelo decorrer do curso denominadas tutorias Elas tinham a inten o de iniciar os alunos nos m todos e t cnicas de trabalho pr prios do of cio do historiador e portanto funcionam como um laborat rio de hist ria As disciplinas de tutoria I e II visaram oportuniz los a ler e interpretar textos de diferentes naturezas para que assim compreendessem o conceito de documento hist rico e atrav s da qualifica o do fazer do historiador trabalhando com as no es de lugar de fala e interlocutores passassem a operar com os conceitos de tempo espa o e agentes sociais em hist ria Poder identificar e elaborar diferentes textos como resenhas resumos e fichamentos constituiu se como tarefa a ser alcan ada no final pelos cursistas As tr s tutorias seguintes tiveram um car ter mais pr tico de laborat rio de hist ria mesmo Os cursistas aprenderam a decompor um texto de hist ria identificando particularidades como argumento o di logo com outros pares e a historicidade e por fim tiveram que aplicar os conhecimentos adquiridos a partir da formula o de uma quest o a ser investigada da escolha de bibliograf
400. s ao avesso e refeitas Mas o que considero relevante destacar aqui quem foram as minhas professoras no curso prim rio Todas as minhas professoras do 1 segmento do ensino fundamental eram negras Guardo boas lembran as do trabalho desenvolvido pela Dona Marli que me acompanhou no 1 e 2 ano do fundamental e da professora Mar lia com quem fiz a 4 S rie hoje 5 ano A nica experi ncia ruim foi na 3 s rie hoje 4 ano no grupo escolar onde tamb m quem lecionava era uma professora negra curioso porque n o consigo lembrar o nome dela A escola tinha diversos problemas estruturais e de conserva o como as condi es do mobili rio bem como o material pedag gico fraco inconsistente e insuficiente Al m do desinteresse estampado no rosto da professora que provavelmente se sentia desmotivada para trabalhar no ambiente em que se encontrava Contudo acredito que a experi ncia vivida nas outras s ries com professoras competentes e comprometidas tenha me servido para projetar representa es positivas tanto do lugar social da profiss o de professor a quanto para a origem racial dessas educadoras com as quais me identificava J as representa es negativas sobre a escola p blica continuariam Parte delas foram desfeitas com a minha curta passagem pelo curso de Forma o de Professores de uma escola estadual Apesar das minhas resist ncias iniciais j que n o queria ser professora e muito menos estudar
401. s classes sociais pa ses Isso quer dizer que n o se trata de no es distorcidas e inadequadas ditas pelos professores desse curso em quest o e sim de no es que ocupam os cen rios mentais que transp em os limites nacionais Esse repert rio de conhecimentos e ideias sobre a frica transnacional Serve nos de exemplo o pr prio epis dio da escritora nigeriana ao ouvir no an ncio de um voo da companhia a rea Virgin Atlantic Airways a informa o de que o mesmo se destinava ndia frica e outros pa ses Essa constata o faz retomar a reflex o de Saviani apresentada no in cio desse cap tulo Devemos problematizar a for a dessas constru es mentais mesmo quando se est lidando com pessoas em um ambiente de forma o acad mica no qual um dos objetivos desconstruir verdades obsoletas sobre a Africa e os africanos Os estudos de Concei o 2012 e Oliva 2009 revelam que mesmo no estado da Bahia com uma popula o majoritariamente negra os estere tipos negativos sobre a frica t m alta incid ncia Ao trabalharem com crian as e adolescentes do ensino fundamental e m dio os pesquisadores constataram os mesmos estere tipos sobre o continente citados por Chimamanda Adichie confirmados e repelidos pelos professores cursistas dessa experi ncia de curso e retomados por muitos deles no desenrolar da disciplina Os estudos dos pesquisadores foram feitos com estudantes logo a escola e os sujeitos q
402. s o constru es sociais O saber do professor do mesmo modo tem o distintivo do indiv duo porque tem a ver com a pessoa que esse profissional ou seja seu jeito particular de ser com 185 sua trajet ria pessoal e profissional e tem a ver tamb m com as rela es que ele trava com seus alunos e outros profissionais na escola e nos outros espa os em que porventura atue Portanto o saber dos professores depende por um lado das condi es concretas nas quais o trabalho dele se realiza e por outro da personalidade e da experi ncia profissional dos pr prios professores TARDIF 2010 15 Assim A forma o como todos reconhecemos se d ao longo da hist ria de vida dos sujeitos nos diversos tempos e espa os e sobretudo na a o na experi ncia do trabalho docente Na a o educacional os saberes do professor s o mobilizados reconstru dos e assumem diferentes significados Isto requer sensibilidade postura cr tica reflex o permanente sobre as nossas a es sobre o cotidiano escolar no sentido de revis o de recria o de saberes e pr ticas Cultivar uma postura reflexiva em rela o aos saberes evita que cultivemos atitudes e preconceitos que desvalorizam a experi ncia de grupos sociais tnicos ou religiosos Possibilita o desenvolvimento de atitudes de toler ncia e respeito diversidade e de cr tica aos conhecimentos e pr ticas produzidos e acumulados historicamente Favorece a compreens
403. s cursistas para identificar e desmitificar os anacronismos comuns hist ria do contato entre europeus e africanos entre os s culos XV e XIX Os cursistas teriam instrumentos para estranhar a ideia de que europeus colonizaram civilizaram o continente africano desde os primeiros 157 Ani Ver resumo no ap ndice 166 contatos e para situar os pap is que tiveram muitos sujeitos hist ricos nos contatos entre Africa e Europa com destaque para as rela es comerciais Resumo O que motivou os europeus a entrar em contato direto com os grupos africanos foram os interesses econ micos Os portugueses ainda no s culo XV queriam se livrar do interm dio dos comerciantes mu ulmanos que faziam chegar Europa produtos africanos e asi ticos Da as navega es mar timas pela costa da frica que aventavam a possibilidade de acesso direto ao com rcio do ouro e aos produtos comercializados no oceano ndico As principais dificuldades das expedi es exploradoras portuguesas foram a resist ncia de alguns Estados africanos fortes e coesos com seus grupos militares armados al m das doen as desconhecidas A sa da foi o estabelecimento de postos comerciais e militares na costa do continente mediante autoriza o das chefias locais Essas fortifica es feitorias serviam para interceptar o com rcio de ouro controlado pelos mercadores mu ulmanos e afugentar mercadores das outras na es europeias interessadas no proeminente empr
404. s e fatos que genealogia porque registra sentimentos e pertencimentos como afirmou Amadou Hamp t B Os relatos orais s o portanto fontes leg timas Podendo se cotejadas ou n o com os relatos dos viajantes europeus de africanos islamizados e achados decorrentes de pesquisas arqueol gicas Aula 6 Resumo Ainda que diversas as sociedades abarcadas dentro da categoria frica Negra guardam semelhan as socioculturais nas l nguas faladas formas de lidar com o divino e de conceber rela es de parentesco Estudos constatam que essas sociedades t m origem nica em processos migrat rios ocorridos h mais de tr s mil anos chamado de Expans o Bantu em alus o ao tronco lingu stico original desses povos Eles formaram sociedades de pequeno porte sobretudo devido s condi es clim ticas Ao Norte do continente ocuparam a regi o da atual Rep blica Democr tica do Congo e frica Oriental e ao Sul a regi o da Bacia do rio Congo chegando ao sul do continente Estas sociedades se organizaram pelo sistema de linhagem caracterizado pela forma o de fam lias extensas que reivindicavam um ancestral comum Nesse tipo de organiza o social cabem aos velhos os pap is de chefes guardi es da mem ria responsabilidade na inicia o dos jovens e manuten o dos rituais religiosos A experi ncia religiosa se d na vida cotidiana que totalmente ritualizada j que esses povos concebem toda a a o humana como um
405. s educacionais que trabalhavam com a tem tica ligados ou n o aos movimentos sociais negros constataram a necessidade de diagn sticos orienta es formula es e pareceres dos rg os competentes e principalmente que era urgente criar estrat gias de forma o inicial e continuada dos futuros docentes e daqueles j em exerc cio da profiss o que n o tinham tido aproxima o acad mica com os conte dos nos moldes como estavam propostos no documento Assim aumentou significativamente a oferta de cursos de extens o de aperfei oamento profissional e de especializa es voltados para o tema Houve inclusive uma euforia inicial por essas forma es pois muitos acreditaram que a Lei 10 639 03 criara uma nova disciplina no curr culo da educa o b sica e que os professores formados nessa nova rea de ensino seriam selecionados para ministr la Para muitos professores a institui o da Lei significava mais uma frente de trabalho que se abria com contrata o garantida j que pouqu ssimas pessoas tinham forma o nos novos conte dos postulados ao ensino da hist ria da frica Sim somente hist ria da frica pois a nova Lei acabou ficando conhecida como a lei do ensino de hist ria da frica deixando de lado os outros conte dos t o fundamentais quanto Para resolver os entendimentos equivocados e orientar e estabelecer crit rios para gestores e professores exercerem a legisla o o Conselho Nacional de Educa
406. s educadores e educadoras reconhe am a diferen a enquanto tal compreendam na luz da hist ria e das rela es sociais culturais e pol ticas da sociedade brasileira F rum de debates aluno Polo Jequi Bahia 06 08 2010 Orienta o tamb m presente no texto de relatoria que serviu de base para instituir as DCNs para a educa o das rela es etnicorraciais e para o ensino da hist ria e cultura afro brasileira e africana O Parecer 003 2004 discutido no cap tulo 3 desta tese chama a aten o no t pico Educa o das rela es etnicorraciais para o tom que devem passar a ter as forma es de professores Orienta se que pedagogias de combate ao racismo e a discrimina es devem ser elaboradas para ressignificar as rela es raciais brasileiras Parecer 003 2004 238 239 CNE MEC Essa reflex o registrada pelo cursista aponta para um di logo da disciplina Semin rio Especial Hist ria da frica com a disciplina Educa o e Sociedade em que as quatro aulas da terceira unidade versaram sobre a diferen a a educa o intercultural e o multiculturalismo na educa o conceitos que fundamentam os argumentos das professoras Petronilha Gon alves e Nilma Gomes 174 Dispon vel em http www cartamaior com br templates materialmprimir cfm materia id 12889 acesso 05 06 2013 222 Por conseguinte as informa es das professoras cursistas que me responderam o question rio por e mail tamb m revelam tanto pr ti
407. s existentes aos europeus pois n o interessava ao europeu dominador conhecer essa diversidade F rum de debates aluna Polo Jequi Bahia 13 08 2010 Os trechos selecionados sobre o f rum de debates da primeira aula mostram que em geral os cursistas escreveram mensagens de solidariedade aos povos africanos de desapre o s ideias pejorativas sobre o continente e seus povos identificando na Europa o in cio de todo esse projeto de explorar e em concomit ncia denegar a frica Posteriormente nas aulas 9 e 11 que abordaram o tema do contato entre europeus e africanos ao longo do s culo XV e o tema da escravid o no continente a maioria dos cursistas ficou muito surpresa ao se deparar com uma historiografia que prop e outro 194 entendimento desses processos e coloca as chefias africanas agenciando as rela es de com rcio com a Europa e a Am rica incluindo o tr fico de pessoas para a escraviza o Contudo ao longo do curso foram identificadas postagens que comprovam que os estere tipos aludidos por Adichie e discutidos nas primeiras aulas foram abalados mas n o sa ram do imagin rio social de alguns professores As representa es de frica v tima frica conquistada e frica primitiva permaneceram nos textos de guia 162 muitos cursistas at os ltimos dias de aula Em algumas postagens esses ju zos sobre passado e o presente africano apareciam todos juntos em outras foi poss ve
408. s na constru o de uma educa o multicultural e pluri tnica Assim como a metodologia que vem sendo implementada na coleta de dados os espa os nos quais esta pesquisa vem sendo desenvolvida e os objetivos almejados para a mesma as considera es iniciais sobre os dados j identificados e proje es de resultados finais do projeto de monografia em desenvolvimento Como diz Maria do Pilar de A Vieira 1989 p 65 A doc ncia envolve uma proposta pedag gica e um modo de conceber a produ o do conhecimento hist ricos intimamente ligados A rela o professor aluno expressa sempre uma concep o de hist ria mesmo quando professores e alunos n o se d o conta disso Embora o passado enquanto tal n o se modifique a constru o do conhecimento se modifica de acordo com o modo pelo qual o historiador se v no presente pensa o social e se insere nele enquanto sujeito social e enquanto pesquisador Sempre que se escolhem frases e temas e transmitem id ias e conceitos os historiadores ou escritores est o elegendo o que consideram significativo no momento hist rico e cultural que vive E assim fornecem dados para a an lise de sua sociedade O conte do de uma pesquisa integra a estrutura intelectual dos grupos sociais A quantidade ou qualidade de id ias colocadas em um texto podem ser aceitas por uma sociedade ou por ela negadas quando entra em confronto com conceitos ou normas culturalmente admitidos Palavras chave
409. s que selecionavam sem muito rigor professores protegidos que soubessem ler fazer as quatro opera es e declamar de cor algumas ora es Ou obt los pelo sistema de professor adjunto institu do em 1854 que consistia numa forma o puramente pr tica O aprendiz de professor acompanhava o trabalho de um regente de turma o professor titular por um determinado tempo e depois disso teria a habilita o podendo ser selecionado pelo governo e ou pelas escolas particulares do pa s N o havia necessidade de apresentar um diploma de forma o SAVIANI 2009 145 O cen rio apresentado acima contribuiu para o surgimento em 1838 ap s decreto do regente Pedro Ara jo Lima de 2 de dezembro de 1837 da primeira escola p blica de forma o secund ria seguindo o modelo das escolas europeias de orienta o cl ssica e humanista O Col gio Pedro II vinha suprir a demanda pela forma o dos futuros intelectuais e dirigentes do pa s e tinha estreita rela o com o Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro IHGB fundado no mesmo ano As duas institui es imperiais colaboravam para os projetos de consolida o do Estado Nacional Brasileiro e para o estabelecimento de uma identidade para o pa s pois se os intelectuais do IHGB estabeleciam os paradigmas para a constru o da hist ria brasileira al m de difundirem uma concep o de Estado que se constru a naquele momento era no Col gio que essas concep es se transform
410. sa Brasileira de Correios e Tel grafos Correios Centrais El tricas Brasileiras S A Eletrobr s Centrais El tricas do Norte do Brasil S A Eletronorte Centrais El tricas S A Eletrosul Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu ria Embrapa Financiadora de Estudos e Projetos Finep Furnas Centrais El tricas S A Empresa Brasileira de Infra Estrutura Aeroportu ria Infraero Instituto Nacional de Metrologia Normaliza o e Qualidade Industrial Inmetro Usina Hidrel trica de Itaipu Itaipu Binacional Nuclebr s Equipamentos Pesados S A Nuclep Petr leo Brasileiro S A Petrobras e Servi o Federal de Processamento de Dados Serpro Al m de participar da implanta o e consolida o do Sistema UAB o F rum tamb m participa dos programas Brasil Alfabetizado e Escola Aberta Ver http mecsrv70 mec gov br webuab forum php acessado em 30 01 2012 gt Dispon vel em http portal mec gov br arquivos livro acesso 30 01 2012 Em 9 de janeiro de 2001 portanto ainda na gest o Fernando Henrique Cardoso o Congresso Nacional aprovou o Plano Nacional da Educa o PNE O PNE teria a dura o de 10 anos e nele encontramos um conjunto de orienta es cuja finalidade garantir as metas da educa o no decorrer dos 10 anos seguintes Todos os programas contidos no PDE constam no PNE no entanto nem todas as metas que o PNE estabeleceu em 2001 haviam sido cumpridas em 2007 Algumas at mesmo foram exclu das do 85
411. sa que para a Irmandade continuar existindo necessita de um projeto voltado para o desenvolvimento cultural sem estar atrelado ao turismo A Irmandade da Boa Morte merece ser valorizada por sua import ncia hist rica tanto pela comunidade acad mica como pela sociedade cachoeirense baiana e brasileira Palavras chave Resist ncia preserva o cultura reconhecimento e Cotas raciais na Universidade Federal da Bahia no curso de medicina o sistema de cotas X conflito racial Bahia RESUMO Esta monografia resulta de um estudo do processo de implanta o e implementa o das pol ticas de a es afirmativas para negros na modalidade de sistema de reserva de vagas como pol tica institucional na Universidade Federal da Bahia UFBA na tica da pol tica p blica O ponto de partida foi caracterizar o grupo mapeando os cotistas e todos os outros para tentar compreender como estes estudantes cotistas se relacionam com os demais e vice versa e se na exist ncia de conflitos raciais poss vel conviver harmonicamente com o grupo a ponto de concluir o curso Do ponto de vista metodol gico o estudo enquadrou se no campo da investiga o qualitativa atrav s da abordagem de question rios aplicados no mbito da Faculdade de Medicina da Bahia e no Hospital Couto Maia no per odo de mar o a julho de 2010 Esta investiga o significa um contributo s pol ticas sociais de a es afirmativas reflex o acerca do Sistema de Reserva
412. sciplina ensinada Como ela n o teve forma o em hist ria da frica e provavelmente tamb m n o teve em rela es raciais conhecia pouco os textos relativos ao assunto Ao atentar para uma poss vel leitura rasa dos alunos tamb m revela as suas pr prias limita es com o tema No formato desse curso a dist ncia o tutor dispunha do recurso do tempo ao seu favor j que as intera es n o eram simult neas O tutor podia aprofundar as leituras sobre o tema abordado no f rum assim como recorrer aos autores das aulas e depois retornar ao f rum para responder ao cursista em d vida ou postar uma orienta o coletiva Mas me parece que a professora tutora evidenciava o embate entre dois modelos de pr tica docente O professor tradicional que domina o assunto para usar um termo pr prio dos professores e o professor mediador do conhecimento que acompanha orienta ajuda a construir a reflex o No ensino a dist ncia o estudante deve conquistar a autonomia desde o in cio pois cabe a ele construir a sua rotina identificar os seus limites e estabelecer as suas metas O professor o coadjuvante desse processo 153 Em resposta professora tutora do polo de Salvador o professor Leonardo Pereira esclareceu a rela o direta que havia entre a quest o proposta no f rum de debate da aula 3 e as reflex es de Appiah mostrando como constru es de uma identidade africana homog nea e indiferenciada refor am o senso com
413. se configurava era imposs vel para a sociedade saber o quanto gasto na UAB BRASIL TCU 2009 50 O relat rio avaliou a Rede Nacional de Forma o Continuada de Professores da Educa o B sica o Pr Letramento o Pr Licenciatura e a Universidade Aberta do Brasil e em linhas gerais aponta para a falta de transpar ncia e controle das a es nos quatro programas Sobre a UAB Pr Licenciatura o TCU identificou ociosidade de vagas e a ocorr ncia de microrregi es com o mesmo quantitativo populacional mas com n mero diferenciado de polos defici ncias nos polos que pecavam no acesso Internet e na estrutura dos laborat rios e bibliotecas prejudicando o apoio presencial aos alunos al m de falhas operacionais e de controle no sistema de tutoria por exemplo o atraso das bolsas a baixa qualifica o dos tutores e o descompasso na disponibilidade de hor rio para atender os alunos http portal2 tcu gov br portal page portal TCU comunidades programas governo areas atuacao educaca o formacao 20de 20professores 20monitoramento 201 20promoex pdf acesso 16 07 2013 103 Cf Cronologia do Departamento de Hist ria da PUC Rio dispon vel em http www his puc rio br acesso em 26 03 2012 104 As informa es sobre o in cio do curso de licenciatura em hist ria contidas aqui foram concedidas por Cl udio Santiago secret rio do curso e funcion rio do Departamento de Hist ria da PUC em entrevista 89 totalmente a dist ncia
414. sensa o que se acaba fazendo o que antes foi realizado em rela o ao branco Como se para 151 que o africano fosse valorizado ele precise ser melhor e n o igual Desculpem qualquer confus o Quero mesmo refletir com voc s F rum de debates tutora a dist ncia polos Bacabal S o Lu s Maranh o 09 09 2010 A maneira pela qual as discuss es se colocavam no f rum da disciplina levou duas professoras tutoras a recorrerem aos formadores solicitando orienta o de como reencaminhar a discuss o Tamb m fiquei preocupada com este ponto Quando observamos de que forma a Hist ria dos negros no Brasil foi constru da a partir dos autores que defenderam as a es afirmativas por exemplo e de como a di spora africana no decorrer de todo o s culo XX apontou a defesa da ideia da identidade africana e at pan africana O que pode ser apontado como uma diversidade de defesas neste sentido No entanto considero o afrocentrismo uma discuss o frente de algumas conquistas que ainda n o foram postas em pr tica como a lei 10 639 e que ainda precisa se relacionar com a identidade de uma boa parte dos brasileiros com a frica a es afirmativas cotas a lei a diversidade cultural o papel do movimento negro F rum de debates tutora a dist ncia Crato Cear 15 09 2010 Estou preocupada com o encaminhamento deste t pico porque acho que a discuss o deveria enveredar pela quest o da identi
415. ses saberes podem ser questionados a qualquer momento Um saber contestado e contest vel a partir de outro saber ou seja por algum outro conhecimento que seja capaz de explicar sob as bases da racionalidade um modo de agir e conceber TARDIF 2010 202 Os professores cursistas durante a ocorr ncia da disciplina hist ria da frica revelaram em suas postagens no es sobre a hist ria da frica e dos africanos Eles revelaram tamb m no es de escravid o e sobre o per odo no qual vigorou a escravid o no Brasil A an lise dos registros escritos desses professores cursistas no f rum da disciplina hist ria da frica evidencia que conviveram no decorrer do curso os conhecimentos advindos da forma o que faziam e os conhecimentos com os quais esses professores vinham lidando no seu cotidiano de ensino h algum tempo Indagadas sobre os poss veis meios de acesso aos conte dos da Lei antes mesmo de iniciarem a disciplina hist ria da Africa quase todas as cursistas que 202 responderam ao question rio que propus citaram os livros Foram tamb m citados outros meios como revistas internet e institui es p blicas e da sociedade civil Uma cursista escreveu que soube da Lei em revistas livros espec ficos DVDs jornais impressos e s vezes em discuss es entre colegas na escola Question rio por e mail aluna Polo Guanambi Bahia 29 03 2012 Outra cursista do mesmo estado mas de polo diferente info
416. sil Aqui caracter sticas fenot picas e a mem ria da escravid o se combinam para classificar os chamados negros Se examinarmos a trajet ria do termo negro percebemos que ele vem ganhando conota es diferentes ao longo do s culo XX No s culo XIX categorias de cor como negro e preto deixavam uma marca no pertencimento dos sujeitos que por determina es legais num Estado de cidadania limitada n o podiam dissimular sua origem social ou seja eram descendentes diretos de escravos MATTOS 2004 Gradativamente e de modo intencional o voc bulo negro foi ganhando conota o positiva e a partir dos anos 1980 passou a ser usado com orgulho sem controv rsias pelos ativistas do movimento negro DOMINGUES 2007 115 Portanto importante destacar aqui o papel que os movimentos sociais negros especialmente a partir da d cada de 1970 tiveram na conforma o de uma nova identidade negra brasileira ao colocar nas ruas a est tica Black os blocos afro as campanhas de combate ao racismo etc N o acredito que haja um conjunto de valores cren as pr ticas e representa es capazes de caracterizar uma nica identidade e cultura negras Portanto passando ao largo das perspectivas essencializadas penso sobretudo que alguns Aqueles que eram identificados como n o brancos tinham sua cidadania atrelada escravid o j que a partir da Constitui o de 1824 o sujeito que se auto identificava ou era classificado como p
417. sinho tive acesso hist ria das lutas populares do Brasil dos grupos negros de mulheres da quest o da terra e dos sem teto Lideran as dos movimentos sociais pesquisadores e professores universit rios iam falar 8 As reformas educacionais institu das durante o per odo da ditadura civil militar atendiam aos interesses nacionais e internacionais de forma o em larga escala para o mercado de trabalho S o a es desse contexto o Decreto no 547 69 que autorizava os cursos de curta dura o para o mercado de trabalho e a Lei no 5692 71 que promoveu a atualiza o e expans o do ensino fundamental e colegial atrav s da profissionaliza o r pida via privatiza o do ensino RICCI 2003 47 48 1 Sobre como os ativistas do movimento negro viam as comemora es em torno do centen rio da aboli o e as organiza es negras surgidas deste contexto ver Pereira 2010 227 229 25 de suas pesquisas e de temas pouco debatidos nos bancos escolares da Baixada Fluminense Estou certa que esses pertencimentos e coloca es me fizeram optar pela carreira da hist ria em especial o trabalho desenvolvido pelos professores do cursinho todos volunt rios alguns ainda estudantes Destaco o trabalho brilhante dos professores que lecionavam hist ria biologia matem tica e f sica Contudo na faculdade me deparei com uma realidade bem diferente da encontrada no curr culo do pr vestibular O curso bem tradicional seguia modelo fr
418. sionalizante na educa o especial classes especiais e classes comuns e na educa o de jovens e adultos BRASIL MEC INEP 2010 No que tange ao ensino fundamental e m dio j se pode falar em universaliza o do ensino No entanto a quest o da qualidade ainda uma dificuldade A qualidade da educa o oferecida pela maioria das institui es de ensino no pa s constantemente questionada especialmente quando v m tona os resultados de desempenho acad mico dos alunos O que percebemos a forma o de ilhas de O Minist rio da Educa o promove a cada dois anos desde 1990 o Sistema de Avalia o da Educa o B sica Saeb para saber como anda o desempenho dos alunos priorizando os fatores que porventura possam interferir na efic cia e efici ncia da aprendizagem Atualmente essa pol tica de avalia o da educa o b sica se divide em duas vertentes Avalia o Nacional da Educa o B sica Aneb e Avalia o Nacional do Rendimento Escolar Anresc conhecida como Prova Brasil A Aneb manteve o objetivo do Saeb que possibilitar uma avalia o amostral da rede p blica e privada com foco na gest o da educa o J a Prova Brasil apresenta os dados por escola se tornando um instrumento de avalia o segundo o pr prio Minist rio que auxilia os gestores p blicos educadores pesquisadores e sociedade em geral que passa a conhecer o desempenho do seu munic pio http provabrasil inep gov br historico
419. so do presencial Eu sofri menos com essa ideia de que a constru o do debate estava prejudicada porque era dif cil dif cil ainda no curso de gradua o acompanhar esse debate Entrevista de Leonardo Pereira 10 09 2012 3 2 2 A materialidade da disciplina hist ria da frica O Semin rio Especial Hist ria da frica se materializou em um conjunto de 16 aulas texto em formato de apostilas impressas enviadas aos Polos Municipais de Apoio Presencial e em formato digital dispon veis no AulaNet Segundo Rumble 2003 72 o uso de material impresso ainda dominante no ensino a dist ncia pois os gestores alegam baixo custo facilidade de produ o distribui o utiliza o e acesso aos estudantes Nessa experi ncia de curso o material escrito foi importante pois muitos cursistas como abordado no segundo cap tulo n o tinham acesso cotidiano internet ou tinham dificuldades para estudar estritamente via computador As aulas tinham em m dia 10 p ginas em que predominava o texto escrito pois se os professores autores se apropriaram de mapas fotografias e pinturas como constatado na an lise do material seu uso na maioria das aulas texto foi apenas ilustrativo ajudando a compor a narrativa No final de cada aula vinha o item Para saber mais no qual os autores sugeriam uma bibliografia complementar ou um filme por exemplo Os professores priorizaram sugerir textos e filmes que estavam dispon veis na internet 145 M B
420. so foi mansa Musa conhecido por sua peregrina o Meca em 1356 Sua atitude por um lado aproximou o imp rio no mundo rabe isl mico o que produziu parte dos documentos escritos que se t m sobre este imp rio por outro contribuiu para despertar o interesse dos povos vizinhos provocando o seu 156 PT Ver resumo no ap ndice dessa tese 159 completo dom nio pelo povo songai no s culo XV A hist ria do povo songai remonta a 1 500 anos atr s quando por volta do ano 1000 a elite songai se converteu ao islamismo Os songai passaram a participar do com rcio transaariano rivalizando com as caravanas do imp rio Mali que submeteu os songai por 12 anos 1325 1337 O imp rio alcan ou seu apogeu com a ascens o de Soni Ali governante que detinha um ex rcito com forte cavalaria e h beis canoeiros e controlou pontos estrat gicos do rio N ger conquistando as cidades de Jenn e Tombuctu e diversos povos vizinhos O islamismo contribuiu sobremaneira para dinamizar o com rcio songai no entanto a nova religi o tamb m fortaleceu um grupo de sacerdotes os ulem s que defendiam o estabelecimento de um Estado isl mico em songai Soni Ali que segundo a tradi o oral n o deixara suas pr ticas religiosas tradicionais sendo referido por muitos como um rei feiticeiro exilou os ulem s que s retornariam ap s a morte do soberano em 1492 Por imediato surgiu uma dinastia mu ulmana que submeteu diversos outros
421. soria coordena o geral O corpo docente ou seja o grupo de professores autores que escreveram as disciplinas do curso se constituiu basicamente de professores da PUC e da FFP UERJ com uma e outra participa o de professores ligados s consorciadas muitos deles cursando mestrado e doutorado Da Coordena o dos Tutores citada acima somente M rcia de Almeida Gon alves poca n o integrava o corpo de professores da PUC Rio Marcelo de Souza Magalh es e Helenice Aparecida Bastos Rocha pertenciam ao quadro da UERJ e Rebeca Gontijo UFRRJ Do grupo de professores autores 28 professores lecionam na PUC Rio e 14 na UERJ Do total de professores sete tinham mestrado na poca dois eram doutorandos e todo o restante se constitu a de doutores e Os professores docentes formadores e tutores Para o curso acontecer al m das coordena es citadas funcionava outra estrutura mais operacional Come ava com o professor autor ou docente em geral um por disciplina Foram os professores que escreveram as disciplinas do curso disponibilizadas na plataforma online Todos os coordenadores tamb m foram autores Na sequ ncia estava o professor formador em m dia tr s por disciplina com a responsabilidade de auxiliar os tutores presencias e a dist ncia na compreens o dos textos e de mediar a rela o com coordena o geral Por fim no contato direto com os cursistas estavam os tutores presenciais e a dist ncia Havia um tutor
422. stadafaeeba files 2011 05 numero19 pdf acesso em 22 11 2012 BOMENY Helena Maria B 1981 Para so tropical a ideologia do civismo na TVE do Maranh o Rio de Janeiro Achiam BONINI Adair 2000 Entrevista por e mail pragm tica de um g nero des conhecido ou problemas comunicativos na varia o do g nero Revista de Letras Fortaleza Fortaleza CE v 22 n 1 2 p 5 13 2000 BOURDIEU Pierre 1996 a A ilus o biogr fica In Usos amp abusos da hist ria oral AMADO Jana na amp FERREIRA Marieta coords Rio de Janeiro Editora da FGV BOURDIEU Pierre 1996b As regras da arte g nese e estrutura do campo liter rio trad Maria L cia Machado S o Paulo Companhia das Letras BRASIL 1988 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 constituicao constituicao htm BRASIL CNE CEB 2007 Escassez de professores no Ensino M dio propostas estruturais e emergenciais Relat rio produzido pela Comiss o Especial institu da para estudar medidas que visem a superar o d ficit no Ensino M dio Conselho Nacional de Educa o C mara da Educa o B sica 2007 http portal mec gov br cne arquivos pdf escassez 1 pdf acesso em 23 02 2012 BRASIL MEC INEP 2010 Resumo t cnico do Censo escolar 2010 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira Bras lia DF http download inep gov br educacao basica censo escolar resumos
423. stagi rios de todo o pa s al m de enviar grupos de professores paulistas na condi o de reformadores para os estados do Mato Grosso Esp rito Santo Santa Catarina Sergipe Alagoas e Cear durante a Primeira Rep blica SAVIANI 2005 15 36 At meados de 1930 a literatura sobre o assunto n o separa o que seria a forma o para a Escola Normal daquela voltada para atuar na Escola Secund ria os gin sios conforme o modelo de classifica o franc s Inclusive havia muitas cr ticas s escolas normais como salienta Tanuri 2000 72 pois as mesmas misturavam um ensino de humanidades e ci ncias quantitativamente mais significativo com um ex guo curr culo profissional A profiss o de licenciado em Filosofia Ci ncias e Letras para atuar no magist rio secund rio e superior come ou a constar nas leis brasileiras a partir de 1931 com a cria o das primeiras universidades aprovadas pela reforma do ministro Francisco Campos ent o respons vel pelo Minist rio da Educa o e Sa de P blica criado em novembro de 1930 Uma universidade deveria ter pelo menos tr s das seguintes reas do ensino superior Faculdade de Direito Medicina Escola de Engenharia e Faculdade de Educa o Ci ncias e Letras Essa ltima rea n o existia at ent o como forma o superior e vinha sanar um problema que o pr prio ministro identificara queremos ter professores sem cuidar de form los A legisla o que disp
424. stores da educa o b sica e superior fomentar a articula o de diferentes entidades de ensino com a sociedade civil organizada incluindo os movimentos sociais visando forma o de professores para a diversidade etnicorracial contribuir com pesquisas sobre a hist ria da frica e das culturas africanas que possam se traduzir em conte dos e procedimentos de ensino assim como apoiar a divulga o de bibliografia objetivando a forma o de professores e alunos para o combate discrimina o e ao racismo ABPN Rede Neabs apresenta o Para terminar destaco o surgimento de dois Programas de P s Gradua o cuja estrutura curricular est toda voltada para formar especialistas em estudos etnicorraciais estudos africanos educa o das rela es etnicorraciais etc entendendo que h uma demanda por especialistas que se intensificou ap s a introdu o dos temas afro brasileiros e africanos nos curr culos escolares Um exemplo dessa iniciativa o Programa Multidisciplinar de P s Gradua o em Estudos tnicos e Africanos de 2005 vinculado ao Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia que Dispon vel em http www abpn org br neabs index php title P C3 Algina principal acesso em 25 06 2013 35 Dispon vel em http www abpn org br neabs index php title P C3 A lgina principal acesso em 20 03 2012 Dispon vel em http www abpn org br neabs index php title P C3 Algina principal acesso
425. t o ficou respons vel por elaborar um Plano de A es Articuladas PAR no qual deve especificar as a es que ser o realizadas De modo geral no campo da forma o de professores o PAR deve apresentar a es para promover a primeira licenciatura direcionada aos professores que atuam na educa o b sica e n o possuem qualquer forma o superior a segunda licenciatura voltada aos educadores em exerc cio que est o fora de sua rea de forma o espec fica e a forma o pedag gica para profissionais bachar is com exerc cio na doc ncia por m sem a forma o pedag gica Decreto n 5 800 8 6 2006 dispon vel em http www uab capes gov br acesso em 30 01 2012 86 Brasil concebido pela Universidade Federal de Santa Catarina e aplicado em todo o territ rio nacional pelas universidades parceiras Segundo porque com a UAB as IES perdiam parte do controle da estrutura da EAD nos munic pios Toda a estrutura material e de recursos humanos passava para a responsabilidade dos munic pios incluindo bibliotecas e laborat rios cabendo s IES se certificarem da exist ncia de condi es para o funcionamento do curso e providenciar o material pedag gico espec fico da forma o al m de ofertar as disciplinas e fazer a certifica o O sistema UAB apresenta uma estrutura que pode ser compreendida pela representa o abaixo Imagem A Imagem B Polo A f MEC IES 1 d Polo 72 Polo Estado E B j
426. t ria 2001 7 Para Magalh es 2006 63 a aprova o do texto das DCNs educa o b sica revela o esfor o dos conselheiros em construir uma identidade para a profiss o de professor em oposi o s forma es orientadas pelo modelo aplicacionista do g E g j 44 conhecimento que regia as licenciaturas at aquele momento O documento das DCNs hist ria dedica cinco p ginas forma o do profissional de hist ria nas quais primeiramente se apresenta um panorama geral da profiss o englobando as mudan as ocorridas nos ltimos 25 anos do s culo XX Para as relatoras quest es epistemol gicas e te ricas ocorridas na Fran a e nos EUA principalmente tornaram o campo mais complexo com a inser o de novos valores e novos sujeitos em cena obrigando a disciplina a rever seus paradigmas e pressupostos te ricos e a aprender a lidar com novos objetos e ou quest es antes submersas Os movimentos pelos direitos civis nos EUA os movimentos feministas assim como as independ ncias ocorridas na frica e na sia implicaram na revis o ou pelo menos no questionamento dos saberes acad micos que predominavam nos cursos de hist ria e outros As conselheiras tamb m destacam as outras poss veis reas de atua o abertas ao profissional de hist ria longe das tradicionais destina es voltadas ao ensino na educa o b sica e ao ensino e pesquisa na universidade Completa o quadro a import ncia de lidar com novos suportes tecno
427. t ria dos blocos afro na Bahia e a despeito da cr tica feita perspectiva afroc ntrica houve at muitas sauda es nossa suposta heran a eg pcia e a uma ess ncia africana brasileira A preocupa o com a difus o da ideia de superioridade dos negros em detrimento dos brancos aparece na fala de alguns professores tutores O receio do racismo s avessas decorrente da supervaloriza o da cultura negra e essencializa o da mesma tamb m A mensagem reproduzida abaixo revela ao mesmo tempo as preocupa es da professora tutora com os encaminhamentos que o f rum estava tomando mas tamb m com seus pr prios limites para refletir sobre quest o t o complexa Respondendo mensagem de uma cursista ela escreve Gostei muito da sua contribui o mas tenho ainda algum receio em rela o a que forma a igualdade aqui evocada Acho que muitas vezes movimentos sociais e culturais chamam a aten o para neglig ncias e injusti as hist ricas a partir de um discurso que clama superioridade N o estou dizendo que o caso da m sica em quest o o que realmente acho que n o mas a nossa discuss o me fez pensar nesse ponto s vezes acho que para chamar a aten o para algo como a import ncia do povo africano ou da contribui o do negro no Brasil existem tend ncias que exaltam a ra a como algo extraordin rio quando na verdade essa uma discuss o delicada N o sei se estou sendo clara mas tenho a
428. tanto ela era pauta antiga dos movimentos sociais negros que passaram a demandar do Legislativo a prova o de legisla o espec fica obrigando a entrada da tem tica nos curr culos de ensino desde os anos 1980 inclusive no processo Constituinte A educa o historicamente tem sido vista como um tema caro pelos ativistas e intelectuais dos movimentos sociais negros Uma an lise pormenorizada das organiza es negras surgidas no decorrer do s culo XX se constata que quase todas t m a educa o como uma rea de atua o preponderante GON ALVES amp SILVA 2000 a educa o sempre vista pelo seu vi s transformador seja no combate ao racismo seja como mecanismo de ascens o social Portanto a aprova o da Lei 10 639 em 2003 acrescida da Lei 11 645 08 resultado direto da a o dos movimentos sociais negros e historicamente era a primeira vez que a demanda dos movimentos sociais incidia verticalmente sobre os curr culos em todo o pa s A partir da aprova o dos documentos citados acima a disciplina hist ria da Africa tem entrado gradativamente nos curr culos das institui es de ensino Dispon vel em http portal mec gov br cne arquivos pdf 003 pdf A quest o do estudo e ensino da hist ria e cultura ind gena tem igual relev ncia se projetamos um Brasil diverso multicultural e igualit rio No entanto neste trabalho se tratou somente de cuidar da forma o de professores concernente ao ensin
429. tar o racismo e as desigualdades raciais 1 2 1 Educar para a eleva o moral do negro e promo o da Segunda Aboli o Para a primeira gera o de ativistas dos movimentos negros brasileiros havia o entendimento que os problemas de desigualdade social e racismo por quais passava a popula o negra seriam sanados por meio da instru o O pa s adentrava ao ordenamento capitalista e incorporava padr es sociais da vida urbana e burguesa e pouco havia sido feito para que os negros acompanhassem essas transforma es Os 4 Por movimentos sociais se entende de acordo com Gohn 2002 251 que s o os grupos formados por sujeitos que vivenciam conflitos lit gios e disputas e constroem um repert rio de reivindica es que se traduz em uma identidade coletiva capaz de uni los pela solidariedade em um movimento que luta por direitos por meio de a es sociopol ticas constru das no campo coletivo no mbito da sociedade civil em espa os n o institucionalizados 49 i g Soa 46 F gt intelectuais militantes do movimento negro tomaram para si essa tarefa nas primeiras d cadas do s culo XX pois a instru o abriria as portas para o emprego um mecanismo que promoveria a eleva o moral do elemento negro Diversas entidades negras organizaram escolas de forma o de car ter beneficente a maioria subvencionada pelos pr prios associados algumas pelo Estado Um exemplo foi a Frente Negra Brasileira
430. te a forma o de professores para atuar na escola secund ria passaria a ser de compet ncia estrita das TES Com a vig ncia do estado de exce o durante o Estado Novo as universidades sofreram modifica es inclusive nos cursos de licenciatura Foi abolido o termo licen a cultural e para quem fizesse os tr s anos do curso passou a ser conferido o diploma de bacharel Aqueles que completassem mais um ano com as disciplinas did ticas oferecidas na Faculdade de Educa o recebiam o diploma de licenciado Em 1947 existiam 19 Faculdades de Filosofia Ci ncias e Letras autorizadas pelo governo federal em todo o Brasil Os licenciandos deveriam obrigatoriamente completar a forma o com a pr tica de ensino nos gin sios de aplica o das pr prias faculdades que contudo eram insuficientes comprometendo a qualidade dos cursos S havia licenciatura para os profissionais das reas de filosofia ci ncias letras e educa o n o abrangendo as disciplinas t cnicas ou art sticas As disciplinas de educa o f sica desenho e m sica canto orfe nico eram ministradas nas escolas 35 O decreto n 19 852 de 11 de abril de 1931 conferiu uma estrutura Universidade do Rio de Janeiro que em 1937 passou a se chamar Universidade do Brasil e atualmente a Universidade Federal do Rio de Janeiro S em 1937 come ou a funcionar a Faculdade Nacional de Filosofia Ci ncias e Letras e a Faculdade Nacional de Educa o 3
431. te da Bahia Dispon vel em http bocc unisinos br pag alves alves o perigo da historia unica pdf Acesso em 08 06 2013 ARA JO Joel Zito 2000 A Nega o do Brasil O negro na telenovela brasileira S o Paulo SENAC 2000 BARIANI Jr Edison 2008 Guerreiro Ramos e a Reden o Sociol gica capitalismo e sociologia no Brasil Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Sociologia da Faculdade de Ci ncias e Letras da Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho Campus Araraquara SP 329 p BARRETO Raquel et al 2006 As tecnologias no contexto da forma o de professores ANPED GT Educa o e Comunica o Dispon vel em http www anped org br reunioes 28 textos gt16 gt1680int doc gt Acesso 07 03 2012 275 BASTIDE Roger 1973 A Imprensa Negra no estado de S o Paulo Estudos Afro Brasileiros S o Paulo Editora Perspectiva BITTENCOURT Circe 1990 P tria Civiliza o e Trabalho o ensino de Hist ria nas escolas paulistas 1917 1939 S o Paulo Loyola BITTENCOURT Circe Maria Fernandes 2003 Hist ria do Brasil identidade nacional e ensino de Hist ria do Brasil In KARNAL Leandro Org Hist ria na sala de aula S o Paulo Contexto p 185 204 BOAVENTURA Edivaldo Machado 2003 Estudos africanos na escola baiana relato de uma experi ncia Revista da FAEEBA Educa o e Contemporaneidade Salvador v 12 n 19 p 41 51 jan jun http www uneb br revi
432. te mensagem aos professores tutores a dist ncia Caros o trecho explica por um lado a for a dos ex rcitos isl micos que baseados na religiosidade tinham uma coes o e fidelidade poucas vezes vistas em ex rcitos atuais Tais palavras traziam tamb m no entanto o senso de civiliza o regras e normas morais que deveriam ser cumpridas Era essa civiliza o e moral que se queria espalhar nem que fosse pela for a Mais do que simples conquista militar como na era do Imperialismo tratava se de fazer expandir uma civiliza o uma cultura F rum Hist ria da frica Leonardo Pereira 07 10 2010 O texto ajudaria os tutores a avaliar a participa o dos cursistas no f rum de debates Essa mensagem revela o quanto o curso funcionou como uma oportunidade de aprendizagem para todos os envolvidos pois em muitos momentos se percebe que cursistas e tutores estavam no mesmo patamar Alguns tutores a dist ncia n o se constrangiam ao revelar o n o saber em mostrar que tamb m estavam aprendendo 158 Na sequ ncia da presen a do Isl no continente veio a sexta aula cujo t tulo A forma o das sociedades subsaarianas culturas e civiliza es teve como objetivos principais construir um quadro sociocultural das sociedades africanas estabelecidas ao sul do Saara e problematizar as abordagens que viram estas sociedades de modo uniforme 156 Forma es pol ticas na frica Ocidental Mali e Songai foi o t
433. tem tica deste trabalho Diante dos dados obtidos foi observado que h discrimina es em rela o aos indiv duos negros e estere tipos que s o legitimados pelo ambiente escolar A pesquisa buscou ent o articular estes dados com o referencial te rico que trabalha com as categorias de poder domina o reprodu o e resist ncia que ocorrem na sociedade mais ampla e s o produzidas e reproduzidas no cotidiano escolar Palavras Chave etnia preconceito livro did tico e O Ensino de Hist ria e a Cultura Afro brasileira no munic pio de Ibipitanga Bahia RESUMO A cidade de Ibipitanga munic pio baiano onde muitos habitantes s o afros descendentes Mas o cidad o negro ibipitanguense n o v sua hist ria contada e valorizada nas salas de aula Apesar da tentativa de corre o do atraso hist rico com a institui o em fevereiro de 2007 de um grupo de trabalho para construir a proposta de implementa o da Lei Federal 10 639 2003 que determina o ensino obrigat rio da Hist ria e Cultura Afro brasileira e Africana nas escolas Todo o trabalho vem sendo feito em sincronia com as Secretarias Estaduais da Cultura e de promo o de Igualdade e no Munic pio de Ibipitanga Com a Coordena o de Cultura Local na tentativa de corrigir um erro at hoje prolongado com a exclus o social Entende se a urg ncia de se admitir que haja no Brasil um imagin rio tnico racial que privilegia as ra zes europ ias em detrimento da cultu
434. tere tipos citados E que todavia os livros did ticos que deveriam ser refer ncia por traduzirem o conhecimento cient fico em conhecimento escolar tamb m est o povoados de imprecis es no es inadequadas e abordagens discut veis sobre os conte dos estudados A exposi o da escritora nigeriana Chimamanda Adichie usada como aula inaugural sensibilizou professores levando os a revisar suas posturas e a refletir sobre suas pr ticas em sala de aula O depoimento da escritora centra se nas recorrentes representa es sobre o continente africano e os povos que nele habitam especialmente aquelas veiculadas pelos diferentes meios de comunica o social Ela questiona um conhecimento sobre o continente que leve em conta somente essas informa es Mas Chimamanda tem uma postura que surpreende os professores cursistas ela se implica no problema que apresenta Seu relato mostra como a escritora tamb m se viu fazendo Julgamentos preconcebidos de pessoas e lugares ou seja qualquer um pode atribuir um ju zo estereotipado sobre pessoas sociedades situa es se o ambiente sociocultural no qual ele se insere se constitui desvalorizando a diferen a e o diferente vendo o outro como um estranho Isso para os cursistas foi muito marcante pois a escritora n o se colocou no lugar de v tima comumente infligido aos africanos apesar de n o deixar de apontar as opress es internas e externas vividas pelas popula es africanas Desse mod
435. tes Leis 10 639 03 11 645 08 rela es etnicorraciais educa o a dist ncia Abstract The present work researched the experience of graduation in History by distance teaching modality The secular teachers acting in basic education chosen for Pro Licenciatura II Program and working in Bahia Maranh o Sergipe e Cear were the subject of this research The Pro Licenciatura II Program was funded by Ministry of Education through a partneship between Pontif cia Rio de Janeiro University and State University of Rio de Janeiro by 2006 until 2010 The subject of this estudy was the applicability of the Law 11 645 08 that it was 10 639 03 This Law changed the Directives and Educations Bases Law 9 394 03 by introducing the compulsory study of afro Brazilian and indigenous history and culture establishments in all elementary and middle schools public and private of the country There are interesting studies which relates educations and ethinic racial relations However there are few studies about initial or continued education of teachers Focusing the superior education institutes as a place that needs to be investigated and understand how the History Courses has been organized to follow the law are challenges Which disciplines are ofered How are ethno racial relations theme in the curriculum of the courses How undergraduates and professsors work with the obligatoriness of that law How the prodution and mobilizations of dife
436. tes a uma habilita o de professor o conselheiro prop s a cria o de cursos de um a dois semestres e mesmo cursos de ver o administrados pelas Faculdades de Filosofia Ci ncias e Letras aos interessados em realizar os exames O documento ainda cita o fato de a maioria dos licenciados formados nas Faculdades de Filosofia Ci ncias e Letras do pa s n o irem para as salas de aula da escola b sica preferindo o ensino superior a pesquisa ou se dedicando a outras ocupa es mais vantajosas Interessante 38 O documento foi citado por Nascimento 2012 343 346 41 notar que o conselheiro Newton Sucupira em momento nenhum relaciona o problema da falta de professores baixa remunera o desses profissionais Em 1968 um grupo de trabalho institu do pelo presidente Arthur da Costa e Silva estabeleceu que se desse tratamento especial aos professores n o titulados e se providenciasse o aproveitamento dos graduados de curso superior nas disciplinas de forma o profissional com status de professores conforme apurado por Demerval Saviani 1997 34 no artigo A nova lei da educa o LDB trajet rias limites e perspectivas apud RICCI 2003 48 Era a legaliza o do professor leigo uma pr tica comum apesar dos esfor os pontuais desde o s culo XIX na profissionaliza o do professor Castro 1974 644 destaca que em confer ncia proferida durante o VII Semin rio de Assuntos Universit rios promovido pelo Conse
437. tion rio por e mail aluna Polo Bacabal Maranh o 17 03 2012 Mas apenas uma professora declarou conhecer com mais propriedade os conte dos de hist ria da frica Quando abordadas sobre os conte dos preconizados pela Lei essas professoras fizeram refer ncia maior ao tema das rela es racial e hist ria da escravid o e p s aboli o Como a cursista do polo de Bacabal Maranh o que declarou ter conhecimentos por visitar povoados e conversar com os mais antigos Question rio cursista polo Bacabal Maranh o 17 03 2012 Constata se que essas professoras cursistas tinham na poca que a disciplina se iniciou pouco aprofundamento sobre o que estabelece a legisla o apesar de a mesma acumular sete anos de aprova o Questionando os professores tutores se eles tinham como identificar e qualificar os saberes pr vios dos professores alunos sobre os conte dos da Lei apurei que para esses formadores os conhecimentos que os cursistas 203 tinham eram sobretudo estereotipados e advinham do senso comum Segundo o professor Francisco Gleison Monteiro do polo de Tiangu Cear Primeiro eles nunca tinham ouvido falar sobre a Lei 11 645 2008 Seus saberes portanto eram limitados digo voltados para uma interpreta o dos negros como coisas bem aquela concep o euroc ntrica Portanto os saberes da experi ncia dos professores alunos est o impregnados por esta forma de ver a hist ria que marcou e marca
438. to da a o tenham em mente que acessar os conte dos e oportunizar condi es para que o 124 Informa o obtida por e mail com Cl udio Santiago secret rio do curso 113 cursistas enviem os trabalhos com rapidez condi o necess ria para o adequado encaminhamento do projeto Do mesmo modo preciso que o projeto em toda a sua vig ncia inspire confian a e represente substantiva mudan a na vida dos sujeitos diretamente afetados pela pol tica RUMBLE 2003 72 Constatou se que essa pol tica de forma o em servi o atingiu um conjunto de professores ou melhor professoras com uma longa por m prec ria trajet ria de trabalho por conta de uma forma o inexistente ou inadequada s atividades intelectuais e laborativas que as mesmas desempenhavam algumas h d cadas Iniciar o curso de licenciatura significou para essas profissionais tamb m um aumento da j exaustiva jornada Essas mulheres deixaram de frequentar os eventos de fam lia os grupos de sociabilidade para irem aos polos municipais realizar alguma atividade presencial como provas assistir a palestras ter orienta o dos tutores etc Nesse tipo de investimento longo o apoio dos familiares muito importante porque significa a aprova o do projeto dar suporte cuidando da log stica da casa al m de compreender as constantes aus ncias Em muitas ocasi es foram os filhos dessas professoras alguns deles tamb m na universidade que come aram a auxili
439. tor UNICAMP Professor Assistente do Departamento de Hist ria da PUC Rio HIST RIA CONTEMPOR NEA IV Prof Maur cio Barreto Alvarez Parada doutor UFRJ Professor agregado do Departamento de Hist ria da PUC Rio HIST RIA DA AM RICA I Prof Marco Antonio Villela Pamplona doutor Universidade de Columbia NYC EUA Professor do Departamento de Hist ria da PUC Rio HIST RIA DA AM RICA II IV Profa Maria Elisa Noronha de S M der doutora UFF Professora Assistente do Departamento de Hist ria da PUC Rio HIST RIA DA AM RICA III V Profa Christiane Vieira Laidler doutora IUPERJ Professora Adjunta de Hist ria Moderna e Contempor nea da UERJ Chefe do Setor de Pesquisa em Direito da Funda o Casa de Rui Barbosa HIST RIA DA AM RICA VI Prof Marco Antonio Villela Pamplona doutor Professor Associado do Departamento de Hist ria da PUC Rio Profa Maria Elisa Noronha de S M der doutora Professora Assistente do Departamento de Hist ria da PUC Rio HIST RIA DO BRASIL I Prof Ilmar Rohloff de Mattos doutor USP Professor Adjunto do Departamento de Hist ria da PUC Rio Roberta Martinelli e Barbosa mestre UFF Professora Auxiliar do Departamento de Hist ria da PUC Rio HISTORIA DO BRASIL II VI Prof Ilmar Rohloff de Mattos Professor Adjunto do Departamento de Hist ria da PUC Rio Profa M rcia de Almeida Gon alves doutora USP Professora dos Departa
440. toriogr fica do curso e as oito seguintes que trataram especificamente da hist ria que ocorreu no continente africano at o in cio da di spora atl ntica foram privilegiadas com quest es problemas para serem respondidas A hist ria da presen a dos africanos e seus descendentes no per odo colonial brasileiro abordada nas cinco ltimas aulas n o tiveram tarefa e essa op o certamente comprometeu a apreens o desses conte dos finais t o caros hist ria das rela es raciais no Brasil O f rum da disciplina se constituiu em um espa o importante para mensurar a aprendizagem dos cursistas j que pelas postagens era poss vel saber quem estava compreendendo ou n o Do mesmo modo que essa aus ncia frustrou e limitou uma proposta de an lise mais profunda dos saberes dos docentes sobre esses temas que s o abordados no pr ximo cap tulo dessa tese 139 3 2 3 A disciplina hist ria da frica na perspectiva dos tutores presenciais e a dist ncia Os docentes s o sujeitos de suas a es Na constitui o de uma disciplina a ser ensinada e no trabalho que realizam cotidianamente diversas influ ncias atuam sobre a constitui o de seus saberes Segundo Tardif 2010 56 o trabalho modifica a identidade do trabalhador pois trabalhar n o somente fazer alguma coisa mas fazer alguma coisa de si mesmo consigo mesmo A an lise da atividade docente desses professores nos revela as escolhas feitas filia es te ricas e
441. tos Incluir a hist ria africana nos curr culos e Difus o no calend rio oficial das datas significativas o Garantia de bolsas de estudos para a popula o carente Eliminar o conte do discriminat rio dos livros JESUS 1997 Ao ler as a es propostas acima se constata que era um trabalho de que os ativistas n o dariam conta pois n o se tratava de abrir um curso de forma o de professores algumas turmas de alfabetiza o ou cursos profissionalizantes e muito menos de produzir documentos alternativos para serem distribu dos popula o negra O que o MNU propunha era mexer na estrutura curricular das escolas brasileiras p blicas e particulares quando reivindicava a inclus o de um conte do que contemplasse a hist ria do negro no Brasil a hist ria dos africanos a inclus o de datas significativas para a hist ria dos negros e a revis o do material did tico que vinha sendo produzido at ent o 59 Nesse mesmo contexto em 1983 leigos e religiosos ligados Igreja Cat lica fundaram em S o Paulo os Agentes Pastorais Negros APNSs grupo que al m de a es contra o racismo no interior da pr pria Igreja decidiu atuar nas quest es relacionadas educa o das rela es etnicorraciais Os APNSs se espalharam por v rios estados e especificamente no mbito da educa o denunciaram livros did ticos e de catequese de conte dos depreciativos e estereotipados em rela o s pessoas negras e atuara
442. tos concordo contigo esta aula muito dif cil S o muitos detalhes apresentados num espa o curto E a quest o do f rum exige uma leitura muita cuidadosa da aula A melhor estrat gia fichar a aula para poder digeri la bem N o sei como voc fez mas o resultado est muito bom Espero que seus colegas leiam a sua resposta e se sintam mais confiantes para trilhar seus caminhos F rum de debates tutora a dist ncia Polo Imperatriz Maranh o 07 10 2010 Foi poss vel constatar tamb m que a internet se revelou um espa o de pesquisa recorrente para os cursistas Saber manipular as ferramentas da internet para ter acesso ao conhecimento acad mico se constituiu como condi o fundamental para o sucesso da forma o como foi abordado no segundo cap tulo Os professores autores disponibilizaram no final das aulas texto uma bibliografia complementar e quase todos os textos podiam ser encontrados na internet Uma p gina muito sugerida pelos professores tutores foi a www casadasafricas org br mantida pela organiza o Casa das fricas Instituto Cultural de Forma o e de Estudos sobre Sociedades Africanas sediada em S o Paulo Na p gina da institui o est o disponibilizados todos os livros da Hist ria Geral da frica por exemplo Assim como alguns textos sobre o continente africano publicados em peri dicos nacionais e estrangeiros Da 19 Trata se de institui o sem fins lucrativos que funciona desde 2003
443. tucionaliz la passaram a realizar a es como por exemplo cursos de forma o inicial e continuada publica es de pareceres e orienta es aprova o de verbas para a produ o de material did tico concurso para a cadeira de hist ria da frica nas universidades p blicas etc Antes disso por m e com a finalidade de explicar o contexto que possibilitou a aprova o da referida legisla o procuro mostrar que o tema da hist ria da frica e da hist ria dos negros no Brasil passou a se constituir no decorrer do s culo XX como fundamental no discurso e nas a es dos ativistas dos movimentos negros brasileiros que apoiados por uma ou outra institui o buscaram formar e informar a sociedade brasileira dos conte dos que n o chegavam aos bancos escolares ou quando chegavam n o estavam de acordo com o que os intelectuais dos movimentos negros concebiam como a hist ria que deveria ser ensinada 31 1 1 A hist ria da forma o de professores para a escola b sica e a forma o do profissional de hist ria No Brasil a profissionaliza o em hist ria est dispon vel em duas modalidades o bacharelado e a licenciatura Por conta das representa es negativas relacionadas profiss o de professor e pelo formato que essas duas forma es foram adquirindo na sua trajet ria de institucionaliza o nas institui es de ensino superior TES muito comum que o estudante de hist ria prefira o bacharelado e
444. tulo da s tima aula que focou nos aspectos s cio pol ticos daquelas sociedades entre os s culos XII e XVI com o intuito de compreender suas complexidades e redes de rela o com outros povos Resumo Em geral a organiza o pol tico social na regi o subsaariana era de sociedades de pequeno porte ainda que os casos dos imp rios Mali e Songai destoem dessas forma es assemelhando se aos reinos e imp rios europeus A hist ria do imp rio Mali tem origem em dois povos os malinqu e os soninqu que segundo o mito de origem foram unificados pela figura heroica de Sundiata Ainda segundo essa narrativa Sundiata era o filho aleijado do soberano malinqu que na juventude recorreu aos poderes de um ferreiro m gico alcan ou sua cura formou o imp rio e se tornou o primeiro mansa Diversos fatores contribu ram para o apogeu do imp rio como a localiza o pr xima aos rios de terras f rteis o dom nio de ricas minas de ouro uma ampla rede com rcio que ligava o imp rio ao Saara e ao norte da frica Europa e ao Oriente um ex rcito de 10 mil cavaleiros e arqueiros que portavam indument rias e cavalos oriundos do norte da frica e da Europa e uma estrat gia de governo capaz de diminuiu as tens es pois tolerava os valores costumes e pr ticas dos povos subjugados inclusive adotando durante os Julgamentos as cren as das pessoas A elite governante do imp rio Mali era isl mica Seu soberano mais famo
445. u do ao califa Abu Bakr sucessor de Maom e explicar como tais palavras acabaram tendo repercuss o na rela o que os mu ulmanos estabeleceram com as sociedades do continente africano Sede justos sede valentes morrei antes de render vos sede piedosos n o mateis nem velhos nem mulheres nem crian as n o destruas rvores frut feras cereais ou gado Mantende vossa palavra mesmo aos vossos inimigos n o molesteis as pessoas religiosas que vivem retiradas do mundo mas compeli o resto do mundo a se tornar mu ulmano ou nos pagar tributo Se eles recusarem estes termos matai os citado por Will Durant em A idade da f s d 156 Os professores tutores buscaram diferentes estrat gias de ensinar orientando discuss es e suscitando reflex es que deveriam contribuir na elabora o da resposta da quest o problema dessa aula Vejamos como as quest es que a tutora do Polo de Aracaju pontua ajudaram a organizar a resposta Meus queridos Prestem bastante aten o nas palavras do Califa como uma fonte importante para iniciarmos as nossas discuss es deste F rum e assim analisarmos alguns pontos centrais 1 Como se processou a penetra o do Isl no continente africano 2 Como os povos africanos se posicionaram diante esta nova cultura 3 Como isto afetou as rela es s cio pol ticas e econ micas entre isl micos e n o isl micos Tutora a dist ncia Polo Aracaju Sergipe 09 09 2010
446. uca o das Rela es Etnicorraciais e para o Ensino de Hist ria e Cultura Afro brasileira e Africana aprovado pela Uni o em 2009 Outro conjunto de documentos s o o Relat rio de Monitoramento dos Programas Pr Licenciatura e Universidade Aberta do Brasil 2009 elaborado pelo Tribunal de Contas da Uni o e dados gerais sobre os programas Pr Licenciatura fase II e Universidade Aberta do Brasil dispon veis na p gina online do Minist rio da Educa o O AulaNet uma ambiente de aprendizagem virtual AVA 20 5 Estabelecendo uma metodologia para a pesquisa Quando em 2011 esta pesquisa come ou a ser gestada objetivava tratar da trajet ria de forma o de cinquenta e oito cursistas que escolheram abordar em suas monografias o tema das rela es etnicorraciais e da hist ria afro brasileira Ministrei as disciplinas tutoria V e monografia e foram 22 grupos de trabalho distribu dos pelos quatro estados em m dia com cerca de 3 cursistas cada Interessava me um estudo que conjugasse suas trajet rias profissionais e os temas de pesquisa buscando raz es que explicassem as escolhas dos temas das monografias Contudo no decorrer da pesquisa fui encontrando alguns desafios uns desanimadores e outros instigantes que contribu ram para dar outro formato investiga o Um desafio foi o contato com meus ex orientandos O intervalo era de cerca de um ano pois as monografias foram entregues em dezembro de 2010 e o in cio
447. ue trabalham na escola t m um lugar na constru o dessas ideias sobre a Africa 201 4 4 Espa os de enuncia o de conhecimentos e estere tipos sobre a Africa e os africanos As mensagens postadas na se o anterior revelam al m da inadequa o do voc bulo tribo e do reducionismo da no o de frica igual a pa s outros estere tipos e no es criticados no decorrer do curso Algumas institui es e espa os de enuncia o de conhecimentos sobre a frica os africanos e a di spora s o respons veis por abastecer o saber escolar Na tradi o intelectual ocidental a natureza do saber exige racionalidade O saber compreendido como racional ajuizado argumentativo Para definir o saber dos professores Tardif ancora se principalmente na dimens o argumentativa do saber que consiste em tentar validar por meio de argumentos e opera es discursivas l gicas ret ricas dial ticas emp ricas etc e lingu sticas uma proposi o ou uma a o Nesse sentido saber significa al m de evocar uma senten a que seja verdadeira para si e para o outro tamb m ser capaz de explicar por que raz es o que se aju za tem validade TARDIF 2010 196 Mas o trabalho do professor estaria inviabilizado se ele tivesse que explicar cotidianamente as raz es do que diz e do que faz Portanto h saberes comuns e impl citos constituintes s reas do conhecimento incluindo as ci ncias sociais e humanas E es
448. uieta es quanto institucionaliza o da mesma que para muitos andava a passos lentos Os docentes declararam preocupa o com a qualidade do trabalho que vinha sendo feito na sala de aula Eles refletiram no f rum de debates sobre o que de fato passaria a ser ensinado Discutiam o que seria uma abordagem considerada adequada a partir da aprova o da Lei e por conseguinte das reformula es nos conte dos a serem ensinados que j vinham acontecendo e a necessidade de produ o de novos materiais did ticos Pude constatar que nos polos do estado da Bahia o Semin rio Especial Hist ria da frica rendeu mais assunto mas n o podemos deixar de considerar que esse estado tinha o maior n mero de polos Todavia vale destacar que conforme o Censo de 2009 a Bahia constava como o estado brasileiro com o maior n mero relativo de pessoas que se declararam pretas e pardas com 16 8 e 59 8 respectivamente Mensagem da cursista de Jequi transcrita a seguir centra se na forma o do professor e no final levanta uma quest o sobre como as tem ticas privilegiadas pela nova Lei tradicionalmente eram abordadas na sala de aula O fato que a maioria dos professores n o teve acesso a um conte do aprofundado sobre a frica nas escolas e faculdades fato que dificulta a aplica o da tem tica Precisamos de uma forma o de qualidade em todos os n veis que traga a percep o de frica enquanto ber o civilizat rio da
449. um e naturalizam uma vis o do continente tamb m no afrocentrismo F rum de debates professor autor 13 09 2010 Para a reflex o da professora do polo do Cear o professor autor declarou que n o devemos desconsiderar a import ncia pol tica da perspectiva afrocentrista pois permite que se veja de forma positiva a heran a negra pr pria a boa parte da popula o das Am ricas mas ainda assim preciso que os alunos do curso compreendam os processos sociais que marcaram o continente africano em suas especificidades A o que pode ser obscurecida pelo afrocentrismo que nesse caso n o se diferenciaria em nada do eurocentrismo ocorrendo apenas a invers o dos sinais pois o continente continuaria a ser olhado como um todo nico A professora ent o retorna ao f rum para agradecer as pondera es do professor autor reconhecendo o lugar da narrativa produzida pelos intelectuais ligados aos movimentos sociais negros na constru o dessa hist ria e na sua forma o A tutora responde Obrigada Leonardo Talvez eu ainda leve em conta a hist ria contada pelos movimentos negros como parte do que fazemos hoje F rum de debates Tutora a dist ncia Polos Crato e Jaguaribe Cear 25 09 2010 A ideia principal da professora tutora do polo do Cear aparece na mensagem de outro tutor que respondendo as mensagens de duas cursistas posta a seguinte reflex o O importante nas quest es que voc s enfatizaram em
450. um programa do Minist rio da Educa o cujo objetivo era ofertar cursos de licenciatura na modalidade a dist ncia para munic pios com maior car ncia de professores ou com um grande n mero de professores leigos O Pr Licenciatura esteve sob a responsabilidade das Secretarias de Educa o B sica SEB e de Educa o a Dist ncia SEED com apoio e participa o das Secretarias de Educa o Especial SEESP e Educa o Superior SESu O programa teve duas fases O Pr Licenciatura I foi institu do pela chamada p blica SEED MEC n 01 2004 com in cio no mesmo ano e aten o voltada aos egressos do ensino m dio sensibilizados para exercer a profiss o de professor nas reas de pedagogia matem tica f sica qu mica e biologia J o Pr licenciatura Fase II foi institu do pela Resolu o FNDE n 34 2005 com in cio em 2006 direcionado aos professores leigos Em n meros absolutos o programa disponibilizou 29 585 vagas com 18 cursos para a fase I e 28 para a fase II Do programa voltado para os alunos egressos do ensino m dio iniciado em 2005 participaram oito cons rcios compostos por 39 universidades BRASIL TCU 2009 91 J no que diz respeito ao Pr Licenciatura fase II n o foi encontrado qualquer documento que disponibilizasse dados sobre a quantidade de IES contempladas Foi atendendo chamada p blica fase II que o Departamento de Hist ria da PUC Rio em cons rcio com a UERJ FFP concorreu A estrutura b sica
451. uma turma ou seja apenas uma sala de aula Essa jun o ocorreu nas turmas MAB polos de Bacabal e S o Lu s MAF polos de Imperatriz e S o Lu s CEE polos Crato e Jaguaribe CEB polos de Aracati e Tiangu BAH polos de Juazeiro e Guanambi e BAC Feira de Santa e Jequi Neste item apresento os resumos das aulas que tiveram tarefa as aulas mpares discutidas pelos cursistas no f rum de debates e que suscitaram d vidas entre os tutores Na sequ ncia de cada resumo fa o uma an lise das discuss es e das d vidas 144 que emergiram entre os professores envolvidos na tarefa de ensinar hist ria da Africa Elaborei resumos das outras aulas texto as aulas pares que est o no anexo dessa tese Sequ ncia das aulas texto com tarefa e per odo de dura o de cada f rum 149 Aula 1 Aula 3 Aula 5 Aula 7 Aula 9 Aula 11 04 08 a 18 08 01 09 15 09 29 09 13 10 29 08 12 09 26 09 10 10 24 10 07 11 A an lise geral dos objetivos da disciplina revela o intento de que os cursistas desenvolvessem habilidades e compet ncias de professores pesquisadores Identifica se o esfor o em transpor a perspectiva tradicional que reduzia reduz o trabalho do professor da educa o b sica didatiza o dos saberes acad micos Para Monteiro 2001 121 ainda uma heran a do paradigma da racionalidade t cnica que perseguindo a efic cia passou a exercer o controle cient fico da
452. umes e pr ticas Por meio de Jihads milhares de pessoas foram escravizadas com o argumento de que este era um est gio anterior convers o Caso a convers o fosse positiva a liberdade estava garantida se n o o cativeiro O com rcio comandado pelos mu ulmanos se tornou intercontinental e cerca de 11 milh es de pessoas foram comercializadas sendo que um ter o morreu nos trajetos que deram no sul da Europa nas planta es do norte da frica e at nas sociedades indianas e chinesas O com rcio de escravizados empreendido pelos grupos africanos com os europeus revela se tratar primeiramente de um neg cio que beneficiava ambos al m de atestar a 260 soberania dos estados africanos nas diversas rela es comerciais estabelecidas com os estados europeus Todavia a instala o do sistema colonial nas Am ricas intensificou de modo extraordin rio a compra e venda de africanos escravizados Em 350 anos se comercializou a mesma quantidade de pessoas que o com rcio transaariano operou em mil anos Insistir no car ter mercantil desse neg cio nos possibilita identificar as pluralidades e diferen as existentes entre as sociedades africanas do per odo j que s o se escravizava os membros do pr prio grupo Constata o que revela a inexist ncia de uma nica Africa Aula 12 Resumo o tr fico transatl ntico deixou profundas marcas nas sociedades africanas cerca de 12 5 milh es de pessoas embarcaram for
453. unidade Remanescente Quilombola de Helv cia um lugar pouco conhecido no cen rio Nacional apesar de sua rica contribui o hist rica e cultural Busca se tra ar uma retrospectiva hist rica acerca dos negros em sua maior amplitude desde a sua chegada ao Brasil na condi o de escravos e sua rela o com os brancos no contexto do per odo colonial perpassando pelo processo de constru o de seu papel identit rio que se inicia com o surgimento dos Quilombos movimento que marca a transi o da escravid o para a liberdade Atrav s de uma pesquisa aprofundada acerca da comunidade de Helv cia localizada no extremo sul da Bahia foi poss vel verificar que os grupos negros lutam pela preserva o de sua 252 cultura e de suas ra zes em que pese a aus ncia de pol ticas p blicas para tal viabiliza o Palavras chave quilombos Helv cia remanescentes h A comunidade Montevidinha no contexto de reconhecimento como quilombola no Oeste Baiano 1970 2010 Bahia RESUMO A presente pesquisa investigou as raz es que podem categorizar Montevidinha comunidade localizada no Oeste Baiano mais precisamente no munic pio de Santa Maria da Vit ria como uma Comunidade Quilombola Tendo em vista que crit rios como ancestralidade rela es de parentesco e de compadrio a constata o de pr ticas culturais pertencentes cultura afro brasileira eram fundamentais para categorizar Montevidinha como uma comunidade remanescente de quilo
454. urgiram de uma dissid ncia do Grupo de Uni o e Consci ncia Negra Grucon fundado em Petr polis Rio de Janeiro em 1981 por religiosos e leigos cat licos com o objetivo de trabalhar a quest o racial Ver o depoimento de Frei Davi em 2004 em Alberti amp Pereira 2007a 170 Em muitos n cleos a cobran a maior de contrapartida se dava sobre os alunos que estudavam nas IES privadas Durante diversas reuni es do PVNC se debateu muito sobre a contrapartida dos estudantes porque sem o retorno dos mesmos o movimento poderia deixar de existir Ao mesmo tempo uma atua o for ada n o conferiria s a es a qualidade e intensidade pol tica de que as mesmas necessitavam para alcan ar seus objetivos Da a consci ncia de que as aulas de cultura e cidadania e a participa o nos espa os coletivos do movimento como assembleias gerais deveriam ser capazes de cumprir o papel de formadores da milit ncia Na ONG Educafro fundada em 1997 a partir de uma dissid ncia do PVNC a contrapartida cobrada e estimulada Geralmente o aluno e tamb m o ex aluno devem participar das a es da organiza o como manifesta es reuni es dos n cleos etc Essa condi o primordial para conseguir uma bolsa de estudos Vale destacar que a Educafro vem atuando na busca por bolsas nas 60 O PVNC inaugurou o que os estudiosos do tema denominam Movimento dos Pr Vestibulares Populares Outras organiza es est o dentro dessa categoria co
455. urmas Feira de Santana e Jequi o tema do livro did tico de hist ria rendeu muitas mensagens O tutor atentava para as mudan as gradativas que vinham ocorrendo e tamb m para o fato de que a escola n o poderia ser culpada por tudo pois outros fatores ajudam a formar tal vis o como os filmes americanos que assistimos os livros infantis os desenhos animados e toda uma gama de elementos que forma uma imagem distorcida do Continente F rum de debates tutor Bahia 17 08 2010 Um cursista motivado por essas reflex es teve a iniciativa de analisar os livros que chegaram sua escola para o Programa Nacional do Livro Did tico PNLD 2011 Ele postou a seguinte resposta ao tutor e colegas 165 Grifos do professor 16 O PNLD uma pol tica p blica do MEC que disponibiliza gratuitamente livros did ticos para todos os segmentos da educa o b sica com o objetivo de subsidiar o trabalho docente A cada tr s anos os professores recebem nas escolas o Guia dos Livros Did ticos que consiste em uma listagem dos livros aprovados pelo MEC seguidos de resenhas feitas por especialistas em cada rea do ensino com vistas a orientar a escolha do docente Desde 2006 s s o disponibilizados pelo MEC os livros aprovados pelos 210 especialistas Atendendo ao apelo peguei de prop sito alguns livros que vieram para an lise e escolha PNLD 2011 S o como se sabe livros para o Ensino Fundamental 6 ao 9 an
456. us o de curso que destoavam das tem ticas contempladas na Lei Ver ap ndices 21 e dois ent o seis professoras responderam o question rio enviado Outros tr s cursistas disseram que iam responder mas n o entraram em contato Fatores relacionados com o acesso internet e o uso cotidiano desse ambiente de comunica o e intera o dessas pessoas al m do formato inovador de se obter respostas sobre uma dada realidade e as singularidades pr prias desse tipo de investiga o passaram tamb m a explicar as raz es da baixa ades o dos poss veis respondentes Desse modo o que de in cio se definia como baixo interesse pelo tema revelado pelo retorno de apenas sete question rios caracterizava o pr prio universo das entrevistas por e mail Perguntava me como eles poderiam estar desinteressados se eles se debru aram sobre esses temas por pelo menos um ano e meio Ao buscar explica es descobri que as investiga es que usam o recurso do e mail para obter os seus dados t m em m dia 25 de devolu o LAKATOS amp MARCONI 2005 Aspectos como a idade dos respondentes os jovens respondem mais a esse tipo de pesquisa a maneira como o documento redigido e o tamanho do question rio influenciam diretamente na ades o ou n o das pessoas SCHUCH J NIOR VIEIRA amp CASTRO 2010 Al m disso se nas entrevistas presenciais o entrevistador vai gradativamente fazendo as quest es para o respondente que desse modo n o visualiz
457. uto final professor formado Para o autor as licenciaturas ganhariam substantivamente se optassem pelo caminho do fazer se professor que compreende considerar na forma o as experi ncias do antes e do durante a mem ria a hist ria aberta o fazer se sujeito de um processo de forma o que ocorre ao longo da vida 17 an lise no espa o social em que estavam inseridos Interessa me compreender com mais apuro nessas trajet rias a rela o com o tema da Lei Uma trajet ria n o se caracteriza por ser um caminho uma estrada um percurso orientado um deslocamento unidirecional com seu in cio meio e fim BOURDIEU 1996a 183 Uma carreira ou uma vida n o pode ser compreendida apenas levando em conta o sujeito que a protagoniza pois o campo ou melhor os contextos que constituem o espa o social interferem nela completamente Busquei nesta pesquisa construir uma abordagem capaz de explicitar as condi es que tornaram plaus veis ou n o as a es e os sil ncios o poss vel e os limites vividos pelos professores cursistas professores autores e os professores tutores durante os anos dessa forma o para desse ponto de vista construir uma an lise coerente porque contextualizada BOURDIEU 1996b 244 A no o de desenvolvimento profissional tem rela o estreita com a no o de saberes cujo embasamento neste trabalho ocorre da apropria o das reflex es de Maurice Tardif 2010 Os saberes no contexto do ens
458. vivida seria ao menos virtualmente find vel pois o indiv duo estaria nessa condi o que n o compreendida como definitiva Essa interpreta o pode engendrar o poder de realiza o do querer e denuncia o processo de viol ncia subjacente perda da identidade trazendo tona um conte do de car ter hist rico e social atinente luta pelo poder de pessoas sobre pessoas al m de marcar a arbitrariedade e o abuso da for a dos opressores HARKOT DE LA TAILLE amp SANTOS 2012 176 No artigo Alberti 2011 37 se ancora no documento Ensino da Hist ria Emotiva e Controversa TEACH 2007 emitido pela Associa o Hist rica Brit nica que define a no o como aquele conte do a ser ensinado em que h a percep o de injusti a cometida contra um indiv duo ou grupo por parte de outros indiv duos ou grupos no passado Esta situa o se repete quando se constatam disparidades entre o que se ensina na escola ou aparece nos textos oficiais dito na hist ria familiar e ou comunit ria e aparece em outras hist rias Toda essa problem tica tem forte repercuss o no ambiente da sala de aula S o exemplos de temas sens veis e controversos a religi o na Irlanda do Norte o racismo o holocausto a escravid o e o com rcio transatl ntico de africanos durante a escravid o O documento da TEACH encontra se na ntegra em http www history org uk resources secondary resource 780 html 226 licenciatura e p
459. vo da institui o E mesmo com essa orienta o no monitoramento do bi nio 2006 2008 realizado pelo 111 TCU se constatou pelo menos em rela o ao sistema UAB a oposi o entre o ensino a dist ncia e o ensino presencial Na poca foi destacado que faltava regulamentar as atribui es e o funcionamento do sistema O fato de o trabalho ser pago via bolsa e n o poder computar como carga hor ria na institui o nem como atividade acad mica aparece como problema que influencia a participa o e aceita o do ensino a dist ncia nas institui es p blicas A participa o dos professores tutores em geral extraquadros da institui o tamb m contribui prejudicando a intera o j que s o profissionais que em regra at ent o n o se conheciam e nem conheciam a institui o onde passam a trabalhar temporariamente e a disputar espa o com os efetivos BRASIL TCU 2009 59 Cabe destaque para o significado que teve o envolvimento do professor Ilmar Mattos no projeto Com v rios livros publicados e consolidada trajet ria profissional nos diferentes n veis de ensino o referido professor esteve na coordena o acad mica do curso foi um dos docentes autores e conferencista da aula inaugural no estado da Bahia Professores autores e tutores a dist ncia que admitiram desconfiar da validade do ensino a dist ncia confessaram ter aceitado participar da iniciativa porque o professor Ilmar Mattos estava no projeto como se
460. xperimental do Negro In ROM O Jeruse amp SECAD MEC orgs Hist ria da Educa o do Negro e outras hist rias Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade ROQUE Gianna O B CAMPOS Gilda H B ZAVIANI C lio amp FONSECA Marcus V A 2011 Qualidade em EAD o que pensam os cursistas In 17 Workshop de 284 Inform tica na Escola Aracaju Anais do XXII Simp sio Brasileiro de Inform tica na Educa o p 1553 1562 ROQUE Gianna O amp CASTRO Simone B 2010 Design Did tico na forma o continuada em servi o de professores http moodle ccead puc rio br pesquisa wp content uploads 2010 07 Artigo03 pdf acesso 12 03 2012 RUMBLE Greville 2003 4 gest o dos sistemas de ensino a dist ncia Tradu o de Mar lia Fonseca Bras lia UNB UNESCO 2003 SAID Edward 1990 Orientalismo O Oriente como inven o do Ocidente S o Paulo SP Companhia das Letras SALVUCCI Mara LISBOA Marcos amp MENDES Nelson 2012 Educa o a Dist ncia no Brasil fundamentos legais e implementa o Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Dist ncia vol 11 ABED S o Paulo SANTOS Arany Santana Neves 1987 Inclus o da disciplina introdu o aos estudos africanos no curr culo oficial da rede estadual de 1 e 2 grau da Bahia Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 63 nov 1987 Dispon vel em lt http educa fcc org br scielo php

Rio de Janeiro, Agosto de 2013

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