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volume completo - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e

1. Tabela 1 VINHAIS 2010 144 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Vale mencionar mesmo tomando como base o Curso de Lingu s tica Geral que outros autores que reconhecem a l ngua como sistema de signos s o citados num longo estudo empreendido por Coseriu 1980 p 15 66 como Locke Arist teles Bo rcio e os gram ticos de Port Royal Men o especial cabe a Gabelenz para o qual Coseriu dedicou um cap tulo inteiro COSERIU 1980 p 213 265 mostrando passagens empare lhadas com as existentes do Curso de Lingu stica Geral as quais de monstram familiaridade de Saussure com as ideias do linguista alem o Isto posto trataremos das ideias saussurianas no que concerne ao legado deixado em diversas escolas Come amos por Hjelmslev 1975 2 Olegado hjelmsleviano Hjelmslev 1975 tomou muito a s rio o aforismo saussuriano de que a l ngua forma e n o subst ncia Claro que junto no o de forma vem a de valor que supera o princ pio do atomismo do indiv duo e da subst ncia pr prios do s culo em que predominou o historicismo e o po sitivismo Assim o todo maior que soma das partes e o que vigora a rela o em fun o da qual um ente ganha seu status Hjelmslev acabou por construir um modelo hipot tico dedutivo que consuma a mais alta express o do formalismo estruturalista a glossem tica Para o linguista dinamarqu s a l ngua constitui se de uma rede de f
2. Eu quero lhe usar Eu salguei a Santa Ceia Ai como eu t bandida Fala s rio Nin gu m merece Isso n o te pertence mais a treva Mexe com quem t quieto Chupa essa manga Vem c eu te conhe o A grana eu tenho s me falta me o gramur constru do por elementos ri camente semiotizados reposicionando o sentido para al m da palavra e sim em rela es marcadas pela a o de elementos vindos da esfera social e de todas as interfer ncias que isso causa na l ngua e em seu movimento Usufruindo naturalmente de seu poder e alcance a m dia televisa apodera se de seus aparelhos estruturais e lan a produtos lingu sticos moda lingu stica certos usos express es jarg es etc revestidos de in Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 61 tencionalidade Seus deslocamentos de sentido devem passar a ser e estar na moda isto os usu rios s o capturados pela sedu o das novas for mas lingu sticas Assim a for a do uso pode pressionar quanto aceita o de uma nova forma de linguagem podendo tamb m provocar certas varia es e ou mudan as lingu sticas ocasionadas pelas fendas dos cata clismos causados pela frequ ncia e for a do uso 5 Humor cultura e hist ria O estudo sistem tico do humor tem seu in cio na Antiguidade Tem se a t tulo de exemplo o segundo livro de Arist teles Po tica de
3. Fona o Audi o Figura 2 Curso de Lingu stica Geral p 20 O genebrino explica o esquema desta intera o A a parte externa constante de vibra o de sons que migram da boca do falante ao ouvinte um dos aspectos B uma parte ps quica e a outra de car ter n o ps quico incluindo a segunda n o excluem os fatos fisiol gicos dos quais os r g os s o a sede e os fatos f sicos externos ao indiv duo C no circuito de postulado ativo o que sai do centro de asso cia o de uma das pessoas ao ouvido da outra e passivo tudo o que vai do ouvido desta ao seu centro de associa o J citamos o conhecido aforismo saussuriano segundo o qual sig nificante e significado s o ambos de natureza ps quica Por m uma ques t o se avulta existe um fen meno inteiramente ps quico que o concei to Na intera o h um car ter psicof sico a emiss o sonora e a ativida de sobre o outro no concernente ao conceitual O significante no eixo 154 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 sintagm tico ganha uma dimens o psicof sica reiteramos No plano pa radigm tico podemos falar talvez do significante como entidade ps quica Saussure explica da seguinte maneira Esta an lise n o pretende ser completa poder se iam distinguir ainda a sensa o ac stica pura a identifica o desta sensa o com a imagem ac stica latente a imagem muscular da fona
4. Like a Ro ling Stone respectivamente dos Beatles e de Bob Dylan She s Leaving Home foi lan ada no lbum Sgt Pepper s Lo nely Hearts Club Band em 1967 A ideia da letra surgiu de Paul McCartney ap s ler uma not cia de jornal veiculada ao Daily Mail em 17 de fevereiro de 1967 O notici rio trazia a mensagem que Melanie Coe garota de 17 anos fugiu de sua casa em Londres deixando seus pais Na letra de McCartney h a refer ncia de que os pais se lamentavam princi palmente por n o saberem o motivo da fuga de sua filha j que a mesma tinha tudo em casa Por esse tudo se tratar de coisas materiais n o era o bastante para a adolescente Temendo uma surra da m e por estar gr vida Melanie fugiu de sua confort vel casa para ter sua liberdade e as provas de amor que n o sentia dos pais HALL 2008 4 She We gave her most of our lives Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 75 Is leaving Sacrified most of our lives Home Percebe se que a garota vivia sob a gide da tradi o familiar con servadora mas tendo liberdade e por viver presa s coisas materiais que seus pais lhe ofereciam quis fugir para ter uma nova vida encontrar no vos horizontes e novos ares Assim She s leaving home pode representar em terras brasilei ras em concomit ncia com a m sica de Belchior a dificuldade que os brasileiros tinham de meter o p na estrad
5. cidade At 1892 Manoel Nunes foi o nico propriet rio do lugar Com o falecimento de sua esposa Josefa Teixeira da Silva neste mesmo ano iniciou se a partilha de bens entre filhos e genros As terras foram divididas e incrementou se a partir da o desenvolvimento da localidade No come o do s culo XX Cra bas passou a ter caracter sticas de um povoado O crescimento socioecon mico do povoado determinou a sua autonomia administrativa Dessa forma pela Lei n 2 471 de 28 de agosto de 1962 obteve a sua emancipa o po l tica Antes dessa data o munic pio era conhecido por Cra ba dos Nunes uma refer ncia fam lia de pioneiros que se instalou no lugar O deputado estadual Jos Pereira L cio foi o autor do projeto aprovado na Assembleia Legislativa e sancionado pelo ent o governador Luiz Cavalcante A instala o oficial do mu nic pio ocorreu em 23 de setembro de 1962 At a realiza o das elei es muni cipais Ant nio Barbosa foi nomeado prefeito interinamente Em 1963 Manoel Pedro da Silva foi eleito prefeito mas perdeu o mandato em 1965 quando a ci dade voltou a ser distrito de Arapiraca Somente ap s um plebiscito realizado em 1982 o ent o governador Theobaldo Barbosa devolveu a autonomia pol tico administrativa a Cra bas Fonte www wikialagoas al org br index php Cra C3 ADbastEtimologia No caso desse elemento espec fico simples ocorreu uma mudan a por substitui o sistem tica
6. em crise quando algo que se sup e como fixo coerente e est vel deslocado pela experi ncia da d vida e da incerteza isso fica ainda mais evidente O movimento Diretas J apresentado como a maior mobiliza o popular j ocorrida no Brasil o grande exemplo de busca e de constru o de uma identidade O regime militar rebaixava os civis e al m de afirmar que o povo era ilegal dizia que a sociedade n o tinha capacidade nem discernimento para uma escolha dessa natureza Na se o Carta ao Leitor da revista Veja encontramos alguns trechos que asseveram a import ncia a amplitude e a credibilidade do movimento ao refor ar a ideia da constru o de uma identidade do homem brasileiro 13 1 Amostra 815 1 O com cio em favor das elei es diretas no Rio de Janeiro cravou na sema na passada mais um marco na evolu o dessa campanha sem precedentes 2 Hoje o desejo de escolher o pr ximo presidente da Rep blica a maior una nimidade popular j registrada na Hist ria do Brasil 3 Nunca tantos quiseram a mesma coisa no mesmo tempo 4 Um desejo de mudan a que provavelmente in dito nos anais da pol tica brasileira Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 91 13 2 Amostra 816 1 O Congresso Nacional tem diante de si nesta quarta feira uma das decis es mais importantes de sua hist ria 2 O governo n o est numa disputa com a oposi o e si
7. um problema de discurso de duplo ou m ltiplos sentidos 7 A programa o de entretenimento A influ ncia dos meios de comunica o n o se limita ao jornalis mo A ind stria cultural despeja sobre o p blico incessantemente c di gos e s mbolos que contribuem para a forma o de vis es de mundo S o representa es da sociedade das rela es entre os g neros as clas ses e as na es transmitidas atrav s do cinema dos seriados de televi s o dos magazines das hist rias em quadrinhos ou ainda da publicida de comercial que vende a pr pria ideia do consumo Da flagra se uma teia complexa de rela es entre os produtores e veiculadores Os consu midores passam a representar as produ es dos meios midi ticos neste caso o ideol gico O que interessa de momento por m o lado mais instant neo da influ ncia da programa o de entretenimento em vez da forma o de uma hegemonia ideol gica em longo prazo seu entrela amento com a atualidade contribuindo para a inclus o de certos temas na agenda p bli ca e beneficiando determinados enquadramentos Trata se de um fen meno cada vez mais percept vel em diversas partes do mundo No Brasil o caso especial pois longa no pa s a tradi o de uma estreita liga o entre o entretenimento e o factual Apesar das tele novelas se fixarem como o principal produto da ind stria cultural do pa s os programas humor sticos somatizam de forma
8. 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 3 SUM RIO Editorlal ssessiassisasia a a a Sa a AS AS AUS SUS RAS 5 Diferen as l xico sem nticas do portugu s do Brasil e de Portugal Cybele Regina Melo dos Santos ii irreereerrererreenarenaaranena 7 Ensino da oralidade no ensino fundamental abordagens presentes do li vro did tico B rbara Ol mpia Ramos de Melo e Luna Karoline Sousa ROCHA cscisrs sarau isto edi nti ais noaee i dana AEE ORE Ho aa danada R Eea Road 13 Estudo de documento oitocentista edi o semidiplom tica e analise lin gu stica Am rico Almiro do O Filho e Expedito Elo sio Ximenes 33 Humor e linguagem nas telas da m dia da conversa o ressignifica o lingu stica na programa o de entretenimento da televis o brasileira Everaldo dos Santos Almeida ocos 52 M sica em dis curso uma an lise do eixo vertical Matheus Seiji Ba zaglia Kuroda e M nica Maia dos Santos oseese 69 Na l ngua na hist ria e na mem ria o movimento das Diretas J Rodrigo Maia Theodoro dos Santos ieereerererererenarenos 83 O t pico sob a perspectiva da gram tica tradicional Luiz Augusto Vieira de Carvalho castas das iirertes serves ines Hadid dad dad a e EKE a 99 Onom stica e mudan a lingu stica um estudo sobre a din mica topon mica da microrregi o de Arapiraca Pedro Ant nio Gomes de Melo 116 Saussure seu legado e sua influ ncia na lingu sti
9. BLAJ Ilana Orgs Hist ria amp Utopias Textos apresentados no XVII Simp sio Nacional de Hist ria S o Paulo ANPUH 1996 p 355 365 VERNEY Lu s Ant nio Verdadeiro m todo de estudar cartas sobre re t rica e po tica Lisboa Presen a 1991 ZILBERMAN Regina Forma o do leitor na hist ria da leitura In PE REIRA Vera Wannmacher et al Orgs Aprendizado da leitura ci n cias e literatura no fio da hist ria Porto Alegre EDIPUCRS 2002 168 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014
10. Devem se enaltecer de forma su cinta dois importantes conceitos nas condi es de produ o a lingua gem e as rela es intertextuais ou interdiscursivas que se baseiam em uma rela o constitutiva entre o ato linguageiro e a exterioridade Os mecanismos de qualquer forma o social t m regras de proje o que estabelecem a rela o entre situa es concretas e as representa es posi es dessas situa es no interior do discurso s o as formas imagin rias O lugar assim compreendido enquanto espa o de representa es sociais constituti vo das significa es Tecnicamente o que chamamos de for as do discurso ORLANDI 2011 p 18 Da mesma forma interferindo na rela o de sentido h as interlo cu es textuais ou discursivas Todo discurso aponta para outro discurso por isso n o se trata de um nico enunciado mas sim de um continuum Para Maingueneau e Charaudeau 1996 p 63 a intertextualidade reme te tanto para a propriedade constitutiva de qualquer texto como para o conjunto de rela es expl citas que um texto estabelece com outros tex tos A interlocu o entre vozes n o se d apenas de forma proposital muito pelo contr rio todo discurso constitu do pela interdiscursividade pois as vozes n o s o in ditas ou ad micas Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 71 Para isto costuma se utilizar o termo intertexto para designar um
11. Mail Online Kensington 17 maio 2008 Se o Femail Dispon vel em lt http www dailymail co uk femail article 567024 Shes leaving home The woman inspired Beatles classic quit Spanish house built illegally html gt Acesso em 10 10 2011 LOPES I G O canto do assum preto uma an lise est tica Recife Fa culdade Frassinetti do Recife FAFIRE 2006 Dispon vel em lt http ladjanebandeira org cultura pernambuco pub a2006n05 pdf gt Acesso em 14 08 2011 MAINGUENEAU D An lise de textos de comunica o S o Paulo Cortez 2004 Novas tend ncias em an lise do discurso 3 ed Campinas UNICAMP S o Paulo Pontes 1997 McCARTNEY Paul Blackbird Singing o canto do p ssaro preto Trad M rcio Borges S o Paulo Gera o 2001 OLIVEIRA DOS ANJOS Francisco Fl vio The Beatles ensaio sobre a tica do amor Natal Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2007 Dispon vel em lt http ftp ufrn br pub biblioteca ext bdtd FranciscoFOA pdf gt Acesso em 12 10 2011 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 81 ORLANDI E Discurso amp leitura S o Paulo Cortez Campinas UNI CAMP 1993 A linguagem e seu funcionamento as formas do discurso 4 ed Campinas Pontes 1996 An lise de discurso princ pios e procedimentos Campinas Fontes 2001 82 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 NA
12. Nas primeiras ocorre troca de um top nimo por outro nas segundas ocorrem altera es no mesmo top nimo no decorrer dos tempos E ainda para classifica o taxion mica das motiva es topon micas adotamos o mo delo te rico apresentado por Dick 1990 no qual a citada pesquisadora apresenta uma categoriza o para os top nimos contemplando 27 vinte e sete taxes 11 onze relacionadas com o ambiente f sico taxionomias de natureza f sica e 16 dezesseis relacionadas com os aspectos s cio hist rico culturais que envolvem o homem taxionomias de natureza an tropocultural Acreditamos que essa investiga o constituir num resgate lin guocultural dessa microrregi o do Estado podendo refletir fatos e ocor r ncias de diferentes momentos da vida desta sociedade em virtude dos top nimos adquirem valores que transcendem o pr prio ato de nomear Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 117 2 Situando a pesquisa Nesta se o buscaremos apresentar algumas caracter sticas do es tado de Alagoas enfatizando a mesorregi o do Agreste Alagoano e a mi crorregi o de Arapiraca com a finalidade de situarmos o universo do grupo social do qual a pesquisa est inserida 2 1 Microrregi o de Arapiraca Agreste do latim ager relativo ao campo agricultor designa uma rea na Regi o Nordeste do Brasil de transi o entre a Zona da Mata e o Sert o que se estende por uma
13. O nome atual uma homenagem a um santo de muita devo o no interior H um fato contudo pouco conhecido Tomou esta denomina o quando da sua eleva o a munic pio por iniciativa dos l deres locais que desejavam mani festar a gratid o da comunidade ao governador Sebasti o Marinho Muniz Fal c o que apoiou integralmente o movimento de emancipa o O desmembra mento do povoado do munic pio de Igreja Nova Em 31 de maio de 1960 ocor reu a emancipa o pol tica atrav s da Lei 2 229 e em homenagem ao santo e ao governador da poca Sebasti o Muniz Falc o foi dado ao povoado de Salo m o nome de S o Sebasti o Fonte www wikialagoas al org br index php S C3 A3o SebastiWC3 A3o Caso de mudan a por substitui o sistem tica Salom gt S o Se basti o No que diz respeito estrutura morfossint tica houve uma mu dan a de um elemento espec fico simples para um composto O top nimo atual tem dupla motiva o isto sua origem na de vo o dos habitantes pelo seu santo padroeiro S o Sebasti o e uma forma de homenagear o ilustre Sebasti o Falc o governador da poca Atestando assim como fatores condicionantes nesta mudan a to pon mica podemos apontar que identificamos a correla o de dois fato res extralingu sticos condicionadores na escolha do hagiotop nimo que designa esta cidade alagoana o aspecto religioso representado pela devo o ao santo e o tra o pol tico refle
14. Tese doutorado Universidade Federal da Bahia Instituto de Letras Salva dor AZEREDO Jos Carlos de Gram tica Houaiss da l ngua portuguesa S o Paulo Publifolha 2011 BECHARA Evanildo Gram tica escolar da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Nova Fronteira 2010 BOTELHO Jos Mario A ordem dos termos em portugu s e a topicali za o Revista Philologus Ano 10 n 47 Rio de Janeiro CiFEFIL 2010 p 20 32 Dispon vel em lt http www filologia org br revista 47 03 pdf gt CARVALHO Jos Augusto Conhecimento pr tico Dispon vel em Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 113 lt http conhecimentopratico uol com br linguaportuguesa gramatica ortografia 2 1 artigo158412 1 asp gt Acesso em 20 04 2014 CUNHA Ant nio S rgio Estrutura t pico coment rio A tradi o gra matical e o ensino de reda o SOLETRAS S o Gon alo UERJ n 20 2010 Dispon vel em lt http www filologia org br soletras 20 05 pdf gt CUNHA Celso CINTRA Lindley Nova gram tica do portugu s con tempor neo Rio de Janeiro Nova Fronteira 2008 KENEDY E T picos e sujeitos no PB uma abordagem experimental Revista da ANPOLL v 31 p 69 88 2011 Dispon vel em lt http www professores uff br eduardo artigos arquivos anpoll 2011 pdf gt LAMBRECHT Knud Information Structure and Sentence Form Cam bridge Cambridge University Press 1994 LI C
15. UFMG 1998 SAID ALI Manuel Gram tica hist rica da l ngua portuguesa S o Pau lo Melhoramentos 1966 SAPIR Edward A linguagem S o Paulo Perspectiva 1980 SAUSSURE Ferdinand de Curso de lingu stica geral S o Paulo Cul trix 1977 Escritos de lingu stica geral Organizados por Simon Bouquet S o Paulo Cultrix 2012 TOGEBY Knud Structure inmanente de la langue fran aise Paris La rousse 1965 VINHAIS Emin ia Aparecida Saussure uma teoria e dois destinos Re vista Eutomia Ano II v 2 Dezembro de 2010 Dispon vel em lt http www revistaeutomia com br volumes Ano3 Volume linguistica artigos linguistica_eminea_aparecida_vinhais pdf gt Acesso em 31 05 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 159 2014 160 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 LS Cy i O DES po a Circulo Haminense de Csluudos Hilol qicos eLinqu licos A O TEXTO E A PESQUISA LINGUISTICA FILOLOGICA E LITER RIA Jos Pereira da Silva UERJ pereira Ofilologia org br Antonio Carlos Santana de Souza e sudo de Maria Leda Pinto Orgs Produ o de texto oral texto oral e escrito estudos e pesquisas e escrito da p s gradua o Curitiba Appris 2014 http www editoraappris com br interessant ssima a rela o entre texto e pesquisa nas atividades do profissional de letras seja como docente explorando os tex
16. com boas lembran as exceto em She s leaving home cuja protagonista se encontra em processo de busca da felicidade Ent o Belchior acredita que o passado uma velha roupa que mesmo sendo colorida n o serve mais A felicidade a liberdade a ex press o e o livre arb trio s o coisas que pertencem a um passado que n o tem volta coibida pela ditadura Por m acredita se em um rejuvenescimento que n o significa a volta do passado bom mas a cria o de um novo futuro pois aquela rou pa j n o nos serve mais Os tempos mudam e a mente humana deve acompanhar as novas tend ncias Um mundo estagnado n o permite a chegada de inova es de evolu es sejam elas humanas tecnol gicas sociais ou cient ficas A Velha Roupa Colorida uma met fora criada por Belchior que critica as pessoas submissas na luta social e os movimentos conser vadores e de tend ncia pol tica de extrema direita N o basta recordar o passado feliz necess rio ir luta Ao analisar as condi es de produ o considerando o contexto ditadura militar o compositor cearense utilizou de recursos intertextu ais poemas e can es que forneciam interpreta es similares j dito ou conhecimento pr vio para fazer com que sua can o carregasse uma significa o poliss mica e de alta fundamenta o N o se prega na can o o esquecimento da hist ria passado mas sim da pol tica conservadora Por
17. crorregi o de Arapiraca desde o seu surgimento at os dias atuais Cumpre ressaltarmos que neste artigo compreendemos a mudan a topon mica como um tipo particular de mudan a lingu stica em n vel do l xico Dessa maneira buscaremos fornecer respostas s quest es li gadas aos fatores influenciadores e ou condicionadores internos e exter nos e seu encaixamento no processo de mudan a topon mica detectando os principais tipos e suas causas em di logo com a teoria da varia o e mudan a lingu stica laboviana Na proposta te rica de Weinreich Labov e Herzog apud FARA CO 2006 a mudan a lingu stica vista como uma consequ ncia inevi t vel da din mica interna das l nguas naturais Apesar de nem sempre ser percebida como produto social e cultural por seus falantes a l ngua se evidencia por ser din mica vari vel complexa e inst vel De certa for ma reflete as mudan as pelas quais a comunidade passa e est em de corr ncia disso sempre em processo de constru o submetendo se con tinuadamente s altera es e influ ncias de outras l nguas Em n vel onom stico lexical segundo Dauzat 1971 h dois ti pos gerais de mudan a topon mica as substitui es troca de um top nimo por outro e as transforma es altera es ocorridas no mesmo to p nimo Entre as primeiras est o as espont neas naturais fruto do uso popular que se d o por elimina o do nome antigo por outro ou
18. dia brasileira desenvolveu nos seus mais diversos suportes especialmente no final do s culo passado todo um trabalho de vigil ncia e de corre o de nossas manifesta es lingu s ticas instituindo modos disciplinares de se proceder linguisticamente H a um claro objetivo de homogeneizar o portugu s brasileiro tendo como referencial um modelo de l ngua escrita que est contido nas gra m ticas normativas de l ngua portuguesa interditando se assim uma de nossas maiores riquezas culturais a diversidade lingu stica de nosso pa s Serve como exemplifica o para este caso programas televisivos publi ca es em jornais etc Por m precavido mencionar tamb m que essas tentativas de homogeneizar a linguagem n o podem ser vistas apenas como forma feudal de linguagem No entanto l cito referenciar que em rela o l ngua demarcar sua geografia estrutural inconsequentemen te abandonar reflex es da dimens o da linguagem O sentido n o se constitui meramente como tradu o de dados da realidade mas principalmente no poder do qual queremos nos apoderar Portanto por mais que aparentemente o discurso seja bem pouca coisa est se o tempo todo lutando pelo direito de produzir sentidos Assim na realidade os sentidos s o criados a partir de v rios agentes transformado res por meio de um imenso repert rio de informa es e de formas de comunica o Portanto o sentido nas express es como
19. em termos do qual n o s pensamos mas tamb m agimos fundamentalmen te metaf rico por natureza Lakoff amp Johnson postulam o exemplo de uma estrutura o do pensamento metaf rico pelo conceito discuss o e pela met fora con ceptual discuss o guerra Os autores afirmam que na maioria das ve zes fazemos atribui es em nosso pensamento em que discuss o guerra pois ganhamos ou perdemos uma discuss o vemos a pessoa com quem discutimos como um advers rio atacamos as posi es deles e defendemos as nossas ganhamos e perdemos terreno ou se Ja muitas das coisas que fazemos em uma discuss o s o parcialmente estruturadas pelo conceito de guerra op cit p 47 Nessa perspectiva o uso dessas express es a seguir est coerente com a ideia de met fora Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 87 conceptual em que discuss o guerra 1 jogou todo seu peso jogar todo o peso usar toda for a influ ncia esfor ar se muito 2 na derrubada da emenda derrubar tirar a emenda do Congresso Nacional 3 cada qual lutando em defesa de suas posi es pol ticas lutando despendendo esfor os defesa prote o 4 quer cortar a cabe a do ministro cortar a cabe a eliminar refere se guilhotina na poca em que os culpados por crimes tinham suas cabe as realmente cortadas 5 o ponto de partida para uma neg
20. entrevista roda de hist rias exposi o oral coment rio debate e reconto 22 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Para a organiza o desta pesquisa foi necess rio o esclarecimento do que recomenda o Manual do Professor de cada livro analisado em seguida a descri o das atividades propostas visando ao ensino aprendi zagem da oralidade e por conseguinte foi verificado se estas est o com prometidas com o aprendizado efetivo dos usos da modalidade oral pelos discentes 4 An lise das atividades propostas nos livros did ticos de l ngua por tuguesa Almejando a realiza o da an lise em quest o foi feito um levan tamento das atividades propostas pelos livros did ticos j apresentados dos quais foram selecionadas aquelas que est o voltadas ao trabalho com a oralidade Visando a uma melhor compreens o a an lise est dividida em tr s subitens O primeiro corresponde ao livro Educa o de Jovens e Adultos Cole o Tempo de Aprender o segundo ao livro Para Viver Juntos portugu s 8 ano ensino fundamental e o terceiro ao livro Pro jeto Radix portugu s 8 ano 4 1 LD1 Educa o de jovens e adultos Primeiramente torna se importante dizer que os autores do LD1 no Manual do Professor esperam que o professor enquanto mediador do processo de ensino aprendizagem utilize este livro como prop e o PNLD EJA 2011 como um dos caminhos para atingir os obje
21. es para o interior do sistema da o nome de sist mica Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 149 atribu do proposta do linguista brit nico Ademais Jakobson postulou no feixe de fun es uma fun o predominante no interior do texto o que dif cil de ser detectado Prova disto que no seu livro Lingu stica e Comunica o s d ao analisar a propaganda 1 like Ike Ike hipocor sti co de Eisenhauer ent o candidato presid ncia da rep blica nos EUA identificou a fun o conativa Para alguns seria mais bvia a fun o po tica a proje o do eixo das equival ncias no eixo das simultaneidades a mais lingu stica das fun es pois o centro a mensagem Da merecer mais aten o de Lopes s d que conjugando Jakobson e Peirce conside ra a fun o po tica como interpretante do contexto por oposi o fun o metalingu stica confinada ao c digo a langue Muito consequentes pelo menos no mbito da fun o textual fo ram os estudos de Danes e Mathesius o que n o significa que Jakobson n o tenha apresentado proposta digna de ser considerada como esta abaixo extra da de Bechara 2002 no que diz respeito s fun es verbais Tomando em considera o os atos de fala relacionados com as fun es verbais distingue Jakobson a o ato de fala em si mesmo F b o conte do do ato de fala isto o comunicado C c o acontecimento isto
22. lia P Souza e Silva e D cio Rocha S o Paulo Cortez 2001 MELO NETO Jo o Cabral de Tecendo a manh Poesias Completas 1940 1965 2 ed Rio de Janeiro Jos Olympio 1975 p 19 MENDON A M rcia An lise lingu stica no ensino m dio um novo olhar um novo objeto In BUNZEN Cl cio MENDON A M rcia Orgs Portugu s no ensino m dio e forma o do professor S o Paulo Par bola 2006 M DOLO Marcelo As categorias de foco inclus o quantidade intensidade e a gramaticaliza o dos pares conjuncionais correlativos In SOUZA Antonio Carlos Santana de PINTO Maria Leda Orgs Produ o de texto oral e escrito estudos e pesquisas da p s gradua o Curitiba Appris 2014 p 71 90 PINTO Maria Leda LACERDA L ia Teixeira O encantador de pala vras a motiva o sonora na poesia de Manoel de Barros discurso e forma o de leitores In SOUZA Antonio Carlos Santana de PINTO Maria Leda Orgs Produ o de texto oral e escrito estudos e pesquisas da p s gradua o Curitiba Appris 2014 p 293 308 SOUZA Antonio Carlos Santana de PINTO Maria Leda Orgs Pro du o de texto oral e escrito estudos e pesquisas da p s gradua o Cu Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 167 ritiba Appris 2014 SOUZA Maria Cec lia Cortez Christiano de Joaquim Nabuco a trajet ria de um leitor In MONTEIRO John Manuel
23. lias Bernardino e Virgem juntaram se aos primeiros moradores do lugarejo que tomou forma de povoado Um interc mbio maior entre o povoado e as cidades vizinhas proporcionado pela abertura de novas estradas contribuiu decisivamente para que Coit do Noia passasse a ocupar lugar de destaque na regi o Tal fato determinou a sua eleva o categoria de munic pio aut nomo atrav s da Lei n 2 616 datada de 21 de agosto de 1963 Desmembrado de Li moeiro de Anadia teve sua instala o oficial em 24 de setembro de 1963 Fonte http www wikialagoas al org br index php Coit do NoiatEtimologia Mais um caso de mudan a por substitui o sistem tica Coit gt Coit do Noia No que diz respeito estrutura morfossint tica houve uma mudan a de um elemento espec fico simples para um composto Como fator condicionante destacamos a quest o da emancipa o pol tico administrativa que imp s a mudan a do nome Coit do Noia pe lo acr scimo do antropotop nimo No l xico topon mico essa rela o lingu stico e extralingu stico fica evidente quando registramos os antropotop nimos sejam prenomes ou apelidos de fam lia explicando sua origem evolu o e varia o em Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 129 fun o de local poca e costumes homenageando figuras consideradas de destaque das localidades nomeadas Podemos afirmar que estas marcas extralingu st
24. mas tamb m o destinat rio O discurso entendido como um acontecimento lingu stico que envolve o falante o ouvinte tempo espa o f sico espa o social etc A constru o dos sentidos um fen meno extremamente abran gente e n o deve ser divorciada de elementos lingu sticos e paralingu sti cos Para tanto deve se apresentar o ambiente de forma sistem tica em bora o enfoque aqui apresentado estacione no lingu stico Concebendo a l ngua como um fen meno evolutivo e que sua pr pria estrutura sistem tica acomoda as varia es de ordem sintagm ti ca e paradigm tica o presente trabalho por meio do humor e da lingua gem prop e contribuir para a an lise de como os sentidos lingu sticos s o constru dos e constitu dos a partir de pr ticas rotineiras assim como seus reflexos na comunica o dial gica Assim adv m desta observa o v rias problem ticas e possibilidades inerentes ao processamento das muta es de natureza sem ntica Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 55 2 Linguagem intera o e significa o A significa o um aspecto fundamental da palavra separada a palavra n o mais que um som uma realidade f sica produzida a partir de um processo fisiol gico Assim a linguagem humor stica cria e recria significados a partir da postura social de um povo Isso resulta em atos de fala transidiom ticos constitu dos por entre fronteiras f si
25. ncia em Bras lia e 11 oferecendo um adiamento de tudo para daqui a quatro 12 anos No iio o o RO E OS DO el Este recorte funciona como um lead pois situa o leitor no assunto que ser abordado naquela data dia em que o Congresso Nacional deci dir sobre as elei es diretas para presidente O n mero de linhas o mesmo do primeiro par grafo do documento anterior doze o que re al a a forte organiza o do texto da revista quanto estrutura impor tante para o ve culo que o leitor reconhe a no texto um estilo pr prio e compre n o s a revista como tamb m sua opini o e suas peculiarida des No primeiro par grafo percebe se a tematiza o feita pelo redator que atrai o leitor com a proximidade de uma decis o t o esperada e t o pleiteada pela popula o nos ltimos meses Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 83 O t pico frasal evidencia se entre as linhas 1 e 4 A fun o de or ganizar e delimitar a tematiza o do par grafo em quest o vai clarifican do se na medida em que continuamos a an lise o documento tornar se fluente e de f cil entendimento A sele o lexical acompanha os elementos da estrutura textual lead e t pico frasal e delimita e organiza as inten es e opini es conti das no documento Se a tematiza o ocorre a partir da decis o do Con gresso Nacional sobre as elei es diretas a sele o lexical vem parale la
26. ngua conhecer sua es trutura e relacion la com a significa o maior a funcionalidade Idem p 278 Cabe escola ensinar como deve ser utilizada a l ngua em situa es formais tanto da l ngua falada quanto da escrita Mas isto n o a exime de ensinar como funciona o idioma em todos os seus n veis visto que nessa enorme varia o que ela praticada na comunica o di ria Pelo contr rio a partir do conhecimento de sua funcionalidade na pro du o de textos orais e escritos que se deve aprender a l ngua A explora o do sil ncio e do ritmo da frase na constru o dos sentidos extremamente importante no texto oral Do mesmo modo a sua marca o pela pontua o no texto escrito precisa ser cuidada com muito carinho porque ela fundamental na produ o de significados de um texto a partir dela que podemos marcar melhor a expressividade as ironias as interrup es de pensamento os sobressaltos as admira es as explica es Idem p 279 A l ngua escrita n o natural como a l ngua oral Por isto caber ao professor explicar as normas que dever o ser aprendidas pelo aluno e usadas na escrita de textos tais como pontua o es crita correta das palavras mai sculas segmenta o de palavras frases e par grafos adequa o dos tempos verbais uso adequado do discurso conforme a situa o comunicativa Idem p 280 281 Citando a portuguesa Ol via Figueiredo
27. o etc N o levemos em conta sen o os elementos julgados essenciais mas nossa figura permite distinguir sem difi culdade as partes f sicas ondas sonoras das fisiol gicas fona o e audi o e ps quicas imagens verbais e conceitos De fato fundamental observar que a imagem verbal n o se confunde com o pr prio som e que ps quica do mesmo modo que o conceito que lhe est associado SAUSSURE 1977 p 20 Mais adiante em fun o do esquema apresenta uma proposta em que fundamenta essa rela o emissora e receptiva Pelo funcionamento das faculdades receptiva e coordenativa nos indiv duos falantes que se formam as marcas que chegam a ser sensivelmente as mesmas em todos De que maneira se deve representar esse produto social pa ra que a l ngua apare a perfeitamente desembara ada do restante Se pud s semos abarcar a totalidade das imagens verbais armazenadas em todos os in div duos atingir amos o liame social que constitui a l ngua Trata se de um te souro depositado pela pr tica da fala em todos os indiv duos pertencentes mesma comunidade um sistema gramatical que existe virtualmente em cada c rebro ou mais exatamente nos c rebros dum conjunto de indiv duos pois a l ngua n o est completa em nenhum e s na massa ela existe de modo com pleto SAUSSURE 1977 p 21 Uma vez tendo exposto o esquema comunicativo ainda que rudi mentar para evitar talvez aspectos cognitivos ligados a
28. rio da enuncia o tendo em vista a import ncia que o dom nio da palavra p blica tem no exerc cio da cidadania BRASIL 2001 p 67 Portanto fica mais uma vez comprovada a import ncia do ensino da oralidade nos seus diferentes n veis de uso e n o somente ensinar g neros textuais desvinculados das realidades dos alunos uma vez que por meio desta formalidade apreendida eles se sintam capazes de exercer o papel de cidad os que lhes cabe Aliado Proposta Curricular da EJA e aos PCN o Programa Na cional do Livro Did tico PNLD uma iniciativa do MEC que tem por objetivo dar suporte ao trabalho pedag gico dos professores distribuindo cole es de livros did ticos gratuitamente aos alunos do ensino funda mental e da educa o especial De maneira geral como afirma Rojo 2003 p 39 o PNLD pro porcionou um novo padr o de qualidade para o livro escolar gra as aos debates ocorridos durante o processo avaliativo dos livros did ticos Em contrapartida a autora tamb m registra que o PNLD ainda necessita pas sar por reformula es Admitindo o car ter estruturador da pr tica pedag gica Rojo 20 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 2003 assevera que o livro did tico tende a deixar de ser um material de suporte ao ensino aprendizagem e passa a ser um determinante no modo como devem ser ministrados os conte dos e consequentemente na me todologia de ensi
29. 35 essas senten as levantam uma quest o interessante j que Elas t m sempre o sujeito ou o que seria sujeito na ordem direta posposto Como o t pico est na posi o inicial da ora o ele se confunde com um sujeito e a ordem da frase d apar n cia perfeita de uma ordem de SVO 16 a Essa janela venta muito PONTES 1987 p 90 grifo nosso 16 b Venta muito por essa janela 17 a Esse r dio estragou o ponteiro Op cit grifo nosso 17 b O ponteiro do meu r dio estragou Nessa perspectiva em 16 a o sintagma nominal t pico essa ja nela reinterpretado como sujeito da ora o por sua posi o na senten a e aparente rela o com o verbo Contudo essa senten a poderia ser explicada como uma deriva o de 16 b Nessa perspectiva essa jane la um locativo e n o o sujeito da ora o Al m disso o verbo ventar n o tem sujeito j que um verbo que indica fen meno meteorol gico como ensinado na gram tica tradicional O mesmo ocorre em 17 a mas nesse caso o verbo tem sujeito como se pode observar em 17 b no qual o sujeito do verbo estragou o ponteiro e esse r dio funci ona como adjunto adnominal e n o como sujeito Portanto apesar da apar ncia os sintagmas nominais que est o frente do verbo n o corres Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 105 pondem a sujeitos gramaticais mas
30. Arapiraca foi elevada cate goria de comarca Fonte www wikialagoas al org br index php Arapiraca FICHA TOPON MICA LEXICOGR FICA DE CAMPO GRANDE Top nimo Campo Grande Taxionomia Dimensiotop nimo Etimologia composto latino campus i significa plan cie terreno plano grandis e significa grande de grandes propor es Estrutura Morfol gica elemento espec fico composto morfema lexical camp morfema classificat rio vogal tem tica o morfema lexical grand morfema classificat rio vogal tem tica e Informa es Enciclop dicas um munic pio ainda jovem surgido no in cio da d cada de 60 que teve o nome escolhido pelos que lutavam por sua cria o Consta que o top nimo uma refer ncia plan cie onde est situado repleta de campos de grandes propor es ideal para a pecu ria e a agricultura O munic pio de Campo Grande tem o seu surgimento assinalado por volta de 1800 quando os primeiros colonizadores por l chegaram A cria o de gado e de ovelhas garantida por boas pastagens da plan cie fez com que fossem se aglomerando algumas casas e pequenos s tios A constru o da estrada de ferro foi um fator que contribuiu para impulsionar o desenvolvimento do n cleo po pulacional Em 1939 com a chegada dos trabalhadores para as obras da ferrovia e a implanta o do acampamento cresceu o movimento comercial do lugar As fam lias Leandro Mandus e Pinheiro foram l deres e pioneira
31. C rculo Lingu stico de Praga O C rculo Lingu stico de Praga divergia das propostas de Saussu re em alguns pontos Em primeiro lugar por admitir uma pancronia ape nas porque o sistema guarda res duos do passado Ora se o falante tem consci ncia disto trata se de uma consci ncia sincr nica da diacronia Esta s se estabelece de fato quando existem incurs es especializadas de estudiosos Saussure a prop sito quando trata da pancronia admite a possibilidade de esta existir por m adverte que os resultados ser o sem 148 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 pre parciais Devemos insistir no fato de que o sistema tal como o enten demos din mico e mesmo sendo assim pode se ter consci ncia da di namicidade Pode se por exemplo verificar identidade parcial entre o verbo vir pleno e o verbo vir como auxiliar em exemplos como Jo o vem a escola e Jo o vem vindo uma vez que permanece o sema relacionado direcionalidade do movimento Dir se o mesmo com rela o a arca s mos ou fen menos sujeitos ao rendimento funcional com fez Martinet 1973 ao estudar a diferen a entre exemplos como p te e patte em que as duas vogais t nicas tendem a desaparecer por franco rendimento Feliz a li o de Coseriu 1979a que diz claramente ser a l ngua funcional sincronicamente embora constitu da diacronicamente Um outro fator critic vel a no o de teleologia nos sistemas que
32. Eudes Hlol gicos e Linmqu licos Fac s mile Transcri o Linha s Lagoa da Gij ca 18 19 Lagoa de Jo o deBarros 45 Rio Aracaty Mirim 34 Barra d Almofalla 35 4 Considera es finais O texto n o existe sem o estudioso que lhe der sentido seja fil logo arque logo pale grafo linguista soci logo historiador etc Nesse sentido o texto possui uma import ncia imensa para se fazer v rios estu dos No documento em an lise buscamos fazer um estudo filol gico e lingu stico das diversas manifesta es encontradas no texto A busca de interpretar a l ngua conhecendo e compreendendo o passado o trabalho do fil logo que se encanta com determinadas for mas de dizer da l ngua e com os vest gios s cio hist ricos e culturais de uma determinada comunidade de um estado ou de uma na o deixados pelos registros Atrav s da edi o do texto buscamos mostrar a import ncia da cr tica textual na edi o e preserva o dos manuscritos Os aspectos lin gu sticos codicol gicos paleogr ficos e os aspectos socioculturais aqui analisados t m a inten o de mostrar a relev ncia de extrair todas as in forma es que o texto disponibiliza Sendo assim poss vel voltarmos no tempo atrav s dos escritos e vivermos aquilo que n o se pode mais viver no est gio de desenvolvimento atual da nossa sociedade poss vel compreendermos muitas das manifesta es realizadas pe
33. N THOMPSON S A Subject and topic a new typology of lan guage In LI C N Org Subject and topic New York Academic Press Inc 1976 MELO Luciana de Topicaliza o e cultura de oralidade 2012 Tese doutorado Programa de P s Gradua o em Lingu stica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro MORAIS Elaine Belford Topicaliza o de objetos e deslocamento de Sujeitos na fala carioca um estudo sociolingu stico 2006 Disserta o mestrado em lingu stica UFRJ Faculdade de letras Rio de Janeiro ORSINL M T As constru es de t pico no portugu s do Brasil uma an lise sint tico discursiva e pros dica 2003 Tese Doutorado em L ngua Portuguesa Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Rio de Janeiro PAULA Mayara Nicolau de As constru es de deslocamento esquer da de sujeito no PB um estudo em tempo real de curta dura o 2012 Disserta o mestrado Departamento de Letras Vern culas Faculdade de Letras Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro PERINI M rio A Gram tica descritiva do portugu s S o Paulo tica 2000 PONTES Eunice O t pico no portugu s do Brasil Campinas Pontes 1987 TERSARIOL Alpheu Biblioteca da l ngua portuguesa S o Paulo Irra 114 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 dia o 1964 VASCO S L Constru es de t pico na fala popular 2006
34. Neste caso o enunciador exerce um papel espec fico e fundamental na constru o do sentido uti lizando a linguagem de uma forma pessoal criando ou transgredindo c digos gen ricos e dando in cio ao processo porque a enuncia o que ao se desenvolver esfor a se para constituir progressivamente o seu pr prio dispositivo de fala Desse modo a cenografia ao mesmo tempo a fonte do discurso e aquilo que ele engendra MAINGUENEAU 2001 p 87 apud BRAND O 2014 p 220 H textos em que o g nero mais determinante que em outros marcando muito fortemente o seu estilo e inibindo a criatividade do au tor como o caso de cartas comerciais requerimentos lista telef nica textos cartoriais e adminis trativos s o f rmulas e esquemas composicionais pr estabelecidos sobre os quais h forte controle sendo portanto pouco ou nada sujeitos a varia es es til sticas BRAND O 2014 p 222 Em compensa o h g neros textuais em que o estilo individual pode ser mais livre e ricamente explorado Assim certos tipos de an n cios publicit rios letras de m sica textos liter rios constituem g neros que incitam inova o provocam rupturas em rela o ao esperado reve lando se inusitados em rela o ao g nero original Idem ibidem MI Como j natural tudo que fazemos pode ser timo mas pode ser melhorado sempre Por isto a revis o e as reformula es dos textos s o i
35. Normalmente esse elemento se preposicionado na ordem direta despreposicionado quando passa a ocupar a posi o de t pico Como se pode evidenciar nos exemplos 01 Meu cabelo desta vez eu n o gostei nem um pouco topicaliza o do objeto indireto PONTES 1987 p 18 grifo nosso 02 Lago tamb m acho __ bonito topicaliza o do objeto direto OR SINI 2003 grifo nosso 03 A roupa a escola faz __ topicaliza o do objeto direto MO RAIS 2006 p 18 grifo nosso 04 Isso a eu n o tenho d vida topicaliza o do complemento nominal PONTES 1987 p 19 grifo nosso 05 Esse neg cio o prazo acaba __ topicaliza o do adjunto adnomi nal Op cit grifo nosso Em 01 o elemento t pico meu cabelo foi topicalizado de sua posi o original a constru o deriva de Eu n o gostei nem um pouco do meu cabelo desta vez Pode se notar ent o que em 01 houve um des locamento do objeto indireto periferia esquerda da senten a deixando o seu lugar de origem vazio O mesmo ocorre em 02 03 04 e 05 mas com o elemento t pico desempenhando outras fun es na senten a Al m disso como apontado anteriormente o elemento se preposicionado na ordem direta ao ser deslocado frente da senten a perde a preposi o como se pode notar pelos exemplos Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 101 2 2 Deslocamento esquerda x No desl
36. Tese Doutorado em L ngua Portuguesa Universidade Federal do Rio de Ja neiro UFRJ Rio de Janeiro ORSINI M nica Tavares Portugu s do Brasil l ngua de t pico e de sujeito Diadorim Revista de Estudos Lingu sticos e Liter rios Rio de Janeiro UFRJ Programa de P s Gradua o em Letras Vern culas n 2 p 83 98 2007 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 115 ONOM STICA E MUDAN A LINGU STICA UM ESTUDO SOBRE A DIN MICA TOPON MICA DA MICRORREGI O DE ARAPIRACA Pedro Ant nio Gomes de Melo UFAL petrus2007 O ibest com br RESUMO O presente artigo objetivou uma investiga o sobre a din mica topon mica nos nomes identificadores dos munic pios da microrregi o de Arapiraca localizada na mesorregi o do Agreste Alagoano procurando compreender o processo de mudan a lingu stica em particular a mudan a topon mica no l xico onom stico topon mico municipal de Alagoas sob luz das pesquisas onom sticas em di logo com sociolin gu stica laboviana Ap s as an lises dos dados ficou demonstrado que a estrutura morfossint tica formada por elementos espec ficos compostos e o timo latino s o os mecanismos lexicais mais produtivos na constitui o das bases dos top nimos E ain da a mudan a por substitui o sistem tica se revelou a mais produtiva no processo de mudan a lingu stica sendo os tra os sociais da emancipa o pol tico administrativa d
37. a de uma semiologia presen a que segundo o autor cor responde a uma perspectiva radical e um requisito metodol gico radical Bouquet depois nos mostra formula es pouco claras sobre a rela o en tre psicologia e lingu stica Conseguiria esta adentrar aquela ou vice versa Os fen menos da l ngua caso fossem acatados na psicologia bas tariam por si s s conforme cita o na p gina 170 Psic logos e at fil sofos considerariam a l ngua como nomenclatura existe a determina o rec proca dos valores da l ngua pela sua pr pria coexist ncia cita o colhida por Bouquet p gina 171 Na p gina 172 Bouquet remete em ci ta o a um estudo do fen meno s cio hist rico que atrai que atrai ime diatamente o turbilh o de signos na coluna vertical O in cio de uma compreens o por parte dos psic logos s pode vir de um estudo das transforma es fon ticas Nos termos em que a semiologia foi posta demasiadamente am bivalente ou obscura oriunda de passagens esparsas que requerem s nte 156 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 se trabalho para linguistas fil sofos e fil logos At hoje est por ser gestada justamente por n o saber se que carro chefe considerar Em al guns trechos chegamos mesmo a pensar que a lingu stica o E a semi tica discursiva greimasiana nasceu sem o carro chefe e com pragm tica mal assumida como a debreagem e a embr
38. a que comanda os signos e que seria a facul dade lingu stica por excel ncia E somos assim conduzidos a mesma conclu s o de antes SAUSSURE 1977 p 18 Saussure n o se prolonga todavia em pormenores sobre a faculda de de linguagem N o procede como Chomsky com sua teoria dos prin c pios e par metros que a marca registrada de sua teoria n o obstante os diversos percursos e percal os pelos quais ela passou O objetivo de Saussure era estabelecer um objeto para a lingu stica e n o convinha que se detivesse em detalhes de natureza cognitiva Mesmo porque existe muita controv rsia sobre a natureza da linguagem e de sua rela o com a mente humana KENEDY 2013 que leva a controv rsias entre modula rismo e conexionismo No entanto Saussure adota um ponto de vista semiol gico para caracterizar a linguagem sem recorrer a hip teses cognitivas Ao lado do referido ponto de vista ap e um enfoque de cunho dial tico o qual ex tra mos de Lopes 1997 p 122 140 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Ciclo Heminemede Eliados PFilolegicose Linguitieo ant tese s ntese langue parole linguagem Figura 1 A nosso ver h uma dist ncia muito grande entre Saussure e Chomsky conv m ressaltar Al m de ter estabelecido hip teses sobre o funcionamento da mente no que concerne linguagem humana Choms ky lan ou ideias abstratas sobre a l ngua de for
39. a tabela ilustra tiva apresentada em Llorach 1981 p 34 Seg n intervengon en e decurso p en el sistemo Funciones Relaci n Correloci n decurso sistamo determinaci n selecci n especificaci n constante y varisble tantes Conexi n E 5 2 3 E o g interdependencio solidaridad complementaridad dos constantes q neos Reciprocidad constelaci n dos variables combinaci n autonomia m an a Fustlvos homo Seg n lo naturolazo da sus funtivos Tabela 2 O signo constitui um tipo de funtivo Coseriu 1979c interpreta a referida fun o do seguinte modo uma rela o de covaria o entre for ma da express o e forma do conte do de modo que s existem signos di ferentes se houver mudan a simult nea nas duas formas Exemplificamos com o italiano tomando como exemplo as formas masculinas do artigo PE Plano da Express o gt PC Plano do Conte do Lo diante de palavras como scolaro e zero L diante de palavra come adas com vogal gt artigo definido masculino singular Il nos demais ambientes Existe uma varia o no plano da express o que n o corresponde todavia a uma varia o no plano do conte do Trata se portanto do mesmo signo ou em termos gramaticais do mesmo morfema Exempli ficando em portugu s com as duas desin ncias do imperfeito do indica tivo va e vam pronunciada como um ditongo ou monotongo ambas a
40. as senten as de t pico s o utili zadas fora do mbito liter rio s o consideradas como desvio da norma padr o e ou da estrutura o sint tica correta da l ngua portuguesa As sim quando tais constru es s o citadas nos comp ndios da gram tica tradicional s o retratadas como recursos comunicativos que s o utiliza dos quando o falante deseja real ar determinado elemento de seu discur so ou situadas em se es de estil stica como figuras de estilo Abordaremos a seguir o ponto de vista da gram tica tradicional em rela o s constru es de t pico No entanto cabe ressaltar que as es trat gias de t pico coment rio analisadas neste estudo s o denominadas de figuras de estilo invers o pleonasmo anacoluto e hip lage pela gram tica tradicional N o obstante essa denomina o pode mudar de gram tico para gram tico e a correla o com uma das estrat gias de t pico tamb m pode variar tanto no conceito como na nomenclatura dada a elas Para esse estudo consultamos obras de quatro gram ticos Tersa riol 1964 Cunha 2008 Azeredo 2011 e Bechara 2010 3 1 Invers o Bechara 2010 p 469 define invers o como qualquer ordem fra sal que saia do esquema SVO Tais invers es sint ticas s o chamadas pe la gram tica tradicional de hip rbato e an strofe Segundo Tersariol 1964 o hip rbato consiste na invers o da ordem das palavras ou mes mo das ora es j a an strofe consiste na
41. buscaria por ser prec rio um equil brio A no o referida um a priori acerbamente criticada por Coseriu 1979a pois trata se de uma neover s o do sistema como entidade viva contra o que se insurge o mestre de T bingen No entanto muitos estudos praguenses foram de grande valia entre os quais o de Trubetzkoy sobre Fonologia no que concerne natu reza distintiva do fonema e s fun es delimitativas e culminativas fono logicamente constitu das Isto sem falar nos estudos jakobsonianos sobre diacronia eslava Acrescentemos que o C rculo Lingu stico de Praga era um c rculo heterog neo que congregava estruturalistas dos mais diversos matizes como Martinet Tesni re e funcionalistas como B hler e Jakobson em bora este ltimo oscilasse entre o estruturalismo e o funcionalismo S o conhecidas as fun es da linguagem postuladas pelos mesmos embora diferentes quanto ao n mero e abordagem S o respectivamente con forme os conhecidos fatores sobre os quais n o comentaremos a Biihler Fatores contexto emissor receptor Fun es respectivas re ferencial expressiva conativa b Jakobson Fatores contexto emissor receptor canal c digo mensagem Fun es respectivas referencial expressiva conativa f tica metalingu stica po tica As fun es remetem a fatores extralingu sticos e nisto diferem daquelas estabelecidas por Halliday a ideacional interpessoal a textual que partem de fun
42. cit exemplifica o anacolu to com a seguinte ora o 13 Eu parece me que tudo vai bem Op cit p 485 grifo nosso Em 13 o elemento frente da senten a eu n o tem v nculo sint tico com o restante da ora o al m disso fica dif cil explic lo co mo algum tipo de deslocamento sint tico por essa falta de v nculo sin t tico entre o anacoluto e o restante da ora o que os gram ticos o con ceituam como quebra da estrutura gramatical r Consoante Cunha 2008 p 644 o anacoluto a mudan a de Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 111 constru o sint tica no meio do enunciado geralmente depois de uma pausa sens vel Contudo o autor assume uma postula o menos prescri tiva do que Bechara 2010 ao reconhecer que o anacoluto um fen meno muito comum sobretudo na modalidade oral da l ngua Eis outros exemplos de anacoluto 14 Umas carabinas que guardava atr s do guarda roupa a gente brin cava com elas de t o imprest veis AZEREDO 2011 p 645 grifo nosso 15 Bom Bom Bom Eu parece me que n o ofendi ningu m CUNHA 2008 p 645 grifo nosso 16 Eu n o me importa a desonra do mundo TERSARIOI 1964 p 239 grifo nosso 17 Tua m e n o h idade nem desgra a que lhe amolgue a ndole ran corosa Op cit p 240 grifo nosso Entretanto 14 assim como 17 deveria ser enquadrado na perspectiva da gra
43. comum um passado que n o permite que eles possam dar asas ao seu futuro e que possam ter liberdade por estarem presos ao que j pas sou No texto as falas de assum preto e do corvo s o alternadas como se os p ssaros se equivalessem isto pelos discursos indiretos li vres o canto de sofrimento do primeiro concretizado pelo segundo en quanto a fala do corvo dita pelo assum preto 14 Trecho da m sica Assum preto de Luiz Gonzaga 78 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Uma vez explicitada as rela es intertextuais percebe se que to das as m sicas t m um tema em comum a lembran a do passado apego ou desapego e a busca pela liberdade Neste caso as rela es intertextuais fornecem subs dios importan tes na constru o do texto uma vez que s o alicerces que fundamentam e criam o clima angustiante da can o Elas fornecem o material que com p e a tessitura textual uma vez que todo texto formado por significa dos que como linhas se entrela am e formam um todo plurissignificati vo n tido que Belchior ao analisar seu panorama hist rico social comp s essa m sica com o objetivo de criticar a ditadura e todos os mo vimentos de extrema direita Assim para construir o texto ele utilizou e abusou das intertextualidades al m de usar uma linguagem poliss mica 5 Considera es finais De acordo com Baccega 2007 p 21 na sociedade v
44. da maioria dos g neros orais apresentados A nica atividade em que o livro teve o cuidado de apresentar os procedimentos necess rios para a constru o do g nero solicitado foi sobre o semin rio No LD2 as atividades propostas se apresentaram de forma orga nizada Entretanto avaliou se que os g neros orais abordados no decorrer do livro ainda foram poucos diante da relev ncia do ensino desta moda lidade de uso da l ngua para o desenvolvimento da capacidade discursiva dos alunos Conforme prop s o Manual do Professor as demais atividades puderam mostrar o cuidado no tratamento dado s varia es lingu sticas relacionando as ao grau de formalidade do uso da l ngua adequado s si tua es propostas s rela es entre a oralidade e a escrita bem como na observa o da entona o das pausas e das demais marcas da oralidade percept veis nas pr ticas de escuta dos textos orais Dentre os livros did ticos analisados o LD3 foi o que apresentou atividades mais pertinentes ao ensino aprendizagem da oralidade inclu sive na quantidade de g neros orais trabalhados Evidenciou em v rios momentos a import ncia de apontar a fala relacionada escrita de con siderar o conhecimento que o aluno j traz consigo para a sala de aula de desenvolver o poder de argumenta o dos alunos durante as atividades de fazer com que estes identifiquem o papel dos seus interlocutores e re conhe am que eles devem ser respeitados e q
45. dicado com dia C cero e suas discuss es sobre o humor fez impor tantes contribui es sobre o humor para o vocabul rio romano Ainda na Antiguidade rir ou imitar os gestos e as maneiras de ou tras pessoas eram interpretados como atos indignos indecentes Al m disso o riso e o humor eram constantemente associados s classes mais baixas Mas apesar do humor e do riso terem esses tra os como aponta seu estudo cultural muitos intelectuais revelavam um ascendente conhe cimento do g nero s mulheres era permitido assistirem s com dias gregas apesar de movimentos contr rios a essa permiss o pois em ge ral o lugar delas era na ambi ncia dom stica e n o nos espa os p blicos V se com isso que o humor entre as mulheres era algo visivelmente di f cil de se encontrar na Idade M dia A no o que se tem sobre o humor relativamente nova Seu re gistro data de 1682 na Inglaterra Antes disso ele tinha o significado de disposi o mental ou temperamento Conceituando humor Roodenburg acrescenta Empregamos a palavra em seu estado mais gen rico e neutro de modo a cobrir uma ampla variedade de estilos de apotegmas troca de palavras dos trotes aos trocadilhos da farsa sandice Em outras palavras entendemos o humor como qualquer mensagem expressa por atos palavras escritos ima gens ou m sica cuja inten o a de provocar o riso ou um sorriso ROO DENBURS 2000 p 13 Tal conceit
46. diferen as apresentadas s o consideradas como um estilo pr prio dos usu rios das duas na es da l ngua portuguesa apresentando a cultura presente nos dois pa ses E como definido por S lvio Elia 2001 l ngua de cultura aquela que utilizada pelas pessoas cultas de um pa s sobrepondo se s mais variadas diversidades sociais regionais e locais de um pa s fazendo com que a norma padr o prevale a Atualmente linguistas preocupados com a quest o das diferen as marcantes da l ngua portuguesa utilizada nos dois pa ses incluem al m dos outros aspectos da l ngua o l xico e a sem ntica O l xico traz efei tos de simplifica o e modernidade ao portugu s falado no Brasil en quanto o portugu s falado em Portugal se mant m mais padronizado e 10 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 sem grandes influ ncias externas Como exemplo podemos citar a pala vra bola Brasil e esf rico Portugal As diferen as sem nticas su gerem distin es nos falares da mesma l ngua nos dois pa ses sendo mais fortemente acentuadas na linguagem oral do que na escrita Como exemplo podemos citar a palavra rapariga que se refere no Brasil prostituta e em Portugal de uso comum ao se referir a uma jovem Nos dois pa ses s o encontradas diversas variedades regionais da l ngua padr o diferenciando se principalmente em rela o localiza o territorial
47. e Os conceitos e informa es b sicas s o suficientemente claros para o seu aluno e A unidade em an lise mobiliza e desenvolve diversas capacidades e com pet ncias envolvidas na profici ncia oral e A unidade em an lise acrescentem aqui outros aspectos que o grupo considera essenciais no tratamento did tico dado linguagem oral BRASIL 2010b p 43 Logo observa se que o Guia d ao livro did tico a incumb ncia de apresentar tanto atividades de uso da oralidade quanto das reflex es sobre as suas particularidades Segundo Rojo 2003 a falta dessas ativi dades de uso e reflex o da l ngua oral se constitui num dos pontos mais criticados quando se trata do Guia PNLD Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 21 3 Metodologia Em virtude dos fins almejados esta pesquisa se caracteriza como bibliogr fica com car ter descritivo e anal tico Desse modo a an lise de como os livros did ticos propuseram as atividades voltadas para a orali dade partiram dos seguintes questionamentos e Que g neros da oralidade s o retratados nos livros did ticos de l ngua portuguesa e De que forma estes g neros s o apresentados pelos autores e Como s o propostas as atividades de produ o textual oral Para a sele o dos livros foram escolhidos os livros did ticos de l ngua portuguesa do 8 ano do ensino fundamental e da educa o de jo vens e adultos Estes livros foram s
48. e da cren a tradicionalmente cat lica determinando as mudan as topon micas Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 133 Esses tra os sociais condicionaram mudan as sistem ticas e esta belecidos por lei normalmente sem consulta pr via popula o dos mu nic pios nomeados e a ela impostos pelas autoridades interessadas Essa caracter stica bastante comum na topon mia Esses tra os sociais ficam expressos em homenagens a figuras re presentativas que det m o poder geralmente integrantes da classe domi nante enquanto fonte motivacional recorrente na topon mia municipal de Alagoas ao longo da hist ria exercendo desta maneira uma forte in flu ncia na vida e na identidade da popula o de cada munic pio desta microrregi o Quanto estrutura morfossint tica os top nimos analisados apre sentaram os tr s tipos de formas a saber 3 tr s elementos espec ficos simples Cra bas Taquarana e Arapiraca 5 cinco elementos espec fi cos compostos Feira Grande Campo Grande S o Sebasti o Limoeiro de Anadia e Lagoa da Canoa e 2 dois elementos compostos h bridos Girau do Ponciano e Coit do Noia De acordo com os dados aqui anali sados podemos afirmar que a estrutura formada por elementos espec fi cos compostos se revelou a mais produtiva lexicalmente Quanto etimologia podemos destacar que o timo latino se re velou o mais produtivo na constitui o das b
49. espa o da oralidade na sala de aula S o Paulo Martins Fontes 1997 ROJO R Org 4 pr tica de linguagem em sala de aula praticando os PCN s S o Paulo EDUC Campinas Mercado de Letras 2000 BATISTA A A G Orgs Livro did tico de l ngua portugue sa letramento e cultura escrita Campinas Mercado de Letras 2003 SILVA C de O SILVA E G de O MARCHETTI G N EJA 8 ano 2 ed S o Paulo IBEP 2009 v 3 TERRA E CAVALLETE F T Projeto Radix portugu s 8 ano S o Paulo Scipione 2009 32 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 ESTUDO DE DOCUMENTO OITOCENTISTA EDI O SEMIDIPLOM TICA E ANALISE LINGU STICA Am rico Almiro do Filho UECE americofilho6 O hotmail com Expedito Elo sio Ximenes UECE eloi sio22 O hotmail com RESUMO Este trabalho apresenta o estudo de um manuscrito datado do s culo XIX da en t o vila do Acara Cear O documento trata da situa o da seca na comunidade Di ante dos fatos os vereadores observam que a alternativa mais cab vel para resolver a situa o pedir ajuda s autoridades competentes Ent o eles enviam um of cio ao presidente da prov ncia Pedro Le o Veloso com o objetivo de conseguirem melhores condi es de abastecimento de gua j que a comunidade sofria com a escassez devi do seca Fizemos a edi o semidiplom tica e analisamos os aspectos paleogr ficos codicol gico
50. existe uma monumental e exasperada vontade de trocar 86 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Com o intuito de familiarizar o leitor com o documento com a tematiza o e com a pr pria opini o da revista o redator utiliza palavras e express es adequadas ao contexto pol tico e aos objetivos que pretende alcan ar Dessa forma justifica se a presen a constante do item lexical diretas e de outros termos de cunho pol tico a item lexical diretas 1 restabelecimento imediato das diretas 2 Em Bras lia pedindo as diretas 3 clamar nas ruas pelas elei es diretas para j 4 a vontade popular quer as diretas b itens lexicais de cunho pol tico Congresso Nacional Votar Presidente Rep blica Governo Plen rio Decre tando medidas de emerg ncia Debate Posi es pol ticas Vontade popular Manifestou Manifesta o Popula o Candidatos Ministro Posi o do Go verno constitucionais Opini o p blica Al m dessa marca tem tica com a repeti o de itens lexicais que expressam a opini o da revista no documento 816 s o utilizadas algu mas express es metaf ricas vinculadas discuss o ou embate entre povo e governo George Lakoff e Mark Johnson 2002 45 refletem so bre essa quest o e afirmam A met fora est infiltrada na vida cotidiana n o somente na linguagem mas tamb m no pensamento e na a o Nosso sistema conceptual ordin rio
51. fato de ter a maior feira entre as que se realizavam nos povoados e vilas das imedia es A primeira denomina o do lugar Mocambo evoca a saga dos escravos nos quilombos que foram a princi pal e mais bem organizada forma de resist ncia escravid o no Brasil Os qui lombos eram aldeias ou comunidades de escravos que conseguiam escapar do cativeiro desumano e tentavam reconstituir sua original vida tribal livre As co munidades quilombolas eram chamadas de mocambos onde a popula o vivia num regime comunal Embora o mais famoso quilombo tenha sido o de Palma res eles existiram em diversas partes Na verdade enquanto durou a escravid o houve resist ncia atrav s de quilombos Infelizmente n o existem registros acerca desse ajuntamento de escravos um poss vel quilombo ou simplesmente um mocambo formado a partir de fugas das fazendas da rea do S o Francisco Segundo os anais Francisco Jos Gon alves procedente de Lagoa de Cima munic pio de Traipu fixou resid ncia na regi o em data que n o se pode preci sar Ele considerado o pioneiro da coloniza o daquele territ rio A povoa o iniciou se com a chegada de outras fam lias atra das pela fertilidade do solo Em 30 de novembro de 1938 o povoado foi elevado categoria de vila pelo Decreto lei n 2 435 com o nome de Mucambo integrando o munic pio de S o Br s A vila prosperou ainda mais com a constru o do trecho ferrovi rio ligan do Palmeira dos nd
52. gado vaccum ecavallos que ahi sobre viver o Sa estes os dep sitos d guas mais importantes deste lugar Deus Guarde a Vossa Excelencia Ilustr ssimo Excelent ssimo Senhor Senador Pedro Lia Vellozo Ministro Doutor Prezidente da Provincia Francisco Teofilo Ferreira Pereira Miguel Lourenco dos Santos Antonio Prisco Ribeiro Antoinio Theixeira Pinto Manuel Pinto da Silveira 3 1 Coment rios paleogr ficos e codicol gicos Faremos alguns coment rios de aspectos paleogr ficos do docu mento referentes escrita e suas formas gr ficas e dos aspectos codico l gicos no que se refere ao estado do c dice estrutura o do texto s dimens es do manuscrito etc Come aremos com as informa es paleo gr ficas O documento apresenta 2 f lios sendo que o f liol escrito no 8 De acordo com o contexto do manuscrito convenhamos interpretar a palavra como rever por es sa estar incompreens vel semanticamente 42 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 reto e no verso e o f lio 2 apenas no reto Apresenta escrita com tra ado regular no corpo do texto sem nenhum tipo de rasura mostrando assim o grau de instru o e habilidade do escriba O f lio Ir dividido em dois par grafos com escrita inclinada para a direita de maneira uniforme e com o texto escrito de forma justificada alinhado direita O f lio 1v dividido em dois par grafos e apresenta grafia pro
53. hil ria e apraz vel todo o percurso semanal de fatos que envolvem a sociedade Essa soma tiza o consubstanciada por muito humor intelig ncia e criatividade Esse car ter sint pico transforma os fatos atrav s de uma linguagem re criada em algo alegre embora originalmente n o o seja 8 A l ngua como espetaculariza o midi tica televisiva Os meios audiovisuais de comunica o experimentam na socieda de contempor nea uma expans o e aperfei oamento de seus ve culos mundiais de divulga o da informa o atrav s da implanta o dos sat li tes artificiais A televis o como exemplar desse ve culo de comunica o apresenta maior vincula o com a cultura oral atingindo por conseguin x te rapidamente os p blicos e incorporando as contemporaneidade E 64 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 exatamente a partir dessas e de outras caracter sticas que se procura deli near a potencialidade desses ve culos Os ve culos de comunica o t m finalidades espec ficas e bem di recionadas Atrav s de sua estrutura mercadol gica negociam se e ven dem se produtos e servi os podendo ser de natureza bastante variada Para tanto precisam indubitavelmente conhecer o p blico alvo isto para quem certo produto ou servi o ser ofertado que pode ser uma dieta nova no mercado uma roupa ou acess rio da moda um trecho tur stico um autom vel casas ou apartam
54. invers o da ordem natural das palavras correlativas Azeredo 2011 p 489 acredita que as invers es sint ticas an s trofe e hip rbato podem dar ao elemento deslocado mais nfase e relevo chamando a aten o do ouvinte para o termo deslocado como nos exem plos abaixo 01 A Davi venceu Alexandre TERSARIOI 1964 p 240 grifo nosso 02 A dor abrandar que me devora AZEREDO 2010 p 488 gri fo nosso Em 02 se colocarmos os elementos da ora o na ordem SVO Abrandar a dor que me devora observaremos que o objeto direto a Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 107 dor foi deslocado esquerda da senten a deixando vazio o seu espa o original j em 01 se colocarmos os elementos da ora o na ordem SVO Alexandre venceu a Davi observaremos que o elemento desloca do esquerda da senten a que deixou vazio o seu espa o original tem a fun o de objeto direto preposicionado Azeredo 2011 pontua que com o deslocamento do objeto direto em 01 o emissor p e em foco o sofri mento do sujeito po tico por sua posi o privilegiada na ora o Dentro dessa perspectiva Sendo a ordem direta um padr o sint tico a ordem inversa como afastamento da norma pode adquirir valor estil stico E realmente se lan a m o da ordem inversa para enfatizar esse ou aquele termo oracional Posto no rosto da ora o um termo sobre o qual queremos chamar a a
55. j se encon tram em sua obra Tamb m as no es de linearidade do significante j se encontram em sua obra bem como a compara o da intera o lingu stica com a intera o econ mica no mbito pecuni rio Gabelentz tal como Saussure identifica a l ngua como sistema complexo de cujos recursos os falantes fazem uso inconscientemente COSERIU 1980 p 254 257 Na verdade Saussure retoma uma longa tradi o que bem se assentou nos estoicos que reconheciam tr s facetas semainon semainomenon e pragma respectivamente e aproximativamente nome significado e obje to Evocam Saussure ao estabelecer uma diferen a entre o l gos e o n o l gos ou sejam o que est na linguagem e o que est fora dela Plat o discorre amplamente sobre o arbitr rio do signo no Cr tilo Arist teles tamb m especulou sobre o signo reconhecendo sua express o e seu con te do Na longa trajet ria de estudo sobre o signo n o podemos esquecer John Locke que falou explicitamente de um ramo da filosofia chamado semi tica Voltemos a Gabelentz N o vamos nos prolongar no car ter pre cursor das investiga es lingu sticas do estudioso que foi injustamente esquecido mas foi resgatado e aquilatado e devidamente por Saussure que soube tirar de suas postula es as devidas consequ ncias Lamenta mos apenas que Saussure n o o tenha mencionado em sua obra o que n o implica de forma alguma m f do autor da M moire Teria sido um erro de e
56. jan jul 2012 SOUSA A M de Desbravando a Amaz nia Ocidental Brasileira estu do topon mico de acidentes humanos e f sicos acreanos 2007 Tese de doutorado Universidade Federal do Cear UFC Fortaleza TAVARES Marineide Cassuci ISQUERDO Aparecida Negri A ques t o da estrutura morfol gica dos top nimos um estudo na topon mia sul mato grossense Signum Estudos Lingu sticos Londrina n 9 2 p 273 288 dez 2006 Dispon vel em lt http www uel br revistas uel index php signum article viewFile 3956 3160 gt WEINREICH Uriel LABOV William HERZOG Marvin I Funda mentos emp ricos para uma teoria de mudan a lingu stica Trad Mar cos Bagno revis o t cnica Carlos Faraco posf cio Maria da Concei o A de Paiva e Maria Eug nia Lamoglia Duarte S o Paulo Par bola 2006 136 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 SAUSSURE SEU LEGADO E SUA INFLU NCIA NA LINGU STICA MODERNA Paulo Mos nio Teixeira Duarte UFC saulus conversus gmail com RESUMO Este trabalho se destina a avaliar a contribui o de Saussure 1977 mormente no que diz respeito no o de l ngua e de signo Consideramos n o apenas o Curso mas obras como a de Lopes 1997 e de Bouquet 2012 Hemos por bem mostrar contribu tos precedentes como de Gabelenz COSERIU 1980 para depois avaliarmos a contri bui o do genebrino na glossem tica de Hjelmslev 1975 e d
57. lexicais acompanham o tema deba te luta e apontam uma s rie de palavras refor adoras do entendimento sobre a luta a ser travada no dia da vota o da emenda quando o futuro pol tico do pa s ser decidido Debate 2 lado 2 oposi o 3 e 5 outro 3 lutando 3 defesa 3 posi es 4 pol ticas 4 disputa 5 vontade 6 manifestou 7 maci a 7 clamar 8 j 8 diretas 9 tir las 11 De um lado de outro posi es debate luta defesa disputa vontade diretas j Tais itens lexicais correspondem quele momento carregado de ansiedade que tomava conta do sentimento de uma popula o que foi s ruas reivindicar seu direto ao voto O documento revela nesse par grafo um sentimento de combate convergindo para a dicoto mia popula o governo que se enfrentar o no dia da vota o da emenda O terceiro par grafo traz A popula o nas ruas diz que quer ver na cadeia os candidatos que o atual sistema oferece Quer cortar a cabe a do ministro respons vel pela economia Quer que o presidente da Rep blica v embora Em suma o que existe uma monumental e exasperada vontade de trocar j quem est mandando a na insist ncia em continuar mais um pouco que est a fraqueza fundamental da posi o do governo A proposta conciliat ria de realizar elei es diretas em 1988 acrescida de diversas outras 10 mudan as constitucionais poderia ter sido apen
58. massa Decidiu se ent o analisar o texto humor stico da programa o de entretenimento da Rede Globo de Televis o por atingir um grande e amplo p blico por envolver e englobando as principais varia es lingu sticas ligadas aos estratos so ciais diastr ticas e geogr ficas diat picas sobretudo A hilaridade e sua hist ria cultural quase sempre refletem as per cep es culturais mais profundas e simb licas de um povo O humor um poderoso instrumento que serve para refletir sobre tem ticas que cir 52 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 cundam o atitudinal o cultural a organiza o social dos povos A partir dessas perspectivas o humor satiriza atrav s de sua linguagem descom promissada desassociada e desvinculada dos rigores e molduras sociais estreitando as rela es sociais e suas varia es diastr ticas tornando se um elemento subversivo rompedor apaziguador mediatizando fatos in digestos A partir dessas reflex es a pesquisa pretende cristalizar as oscila es sem ntico pragm ticas seus resultados para descobrir de que for ma a l ngua homologa as altera es e mudan as que se apresentam uma vez que ela um fen meno irrefre vel e expansivo na sociedade Assim necess rio catalogar as transforma es que h na l ngua como elemento representativo da realidade Algumas condi es s o observadas para que se processe e se in terpret
59. n o o visualizarmos como um momento como uma simples gota no rio da comunica o verbal cujo incessante movimento o mesmo da vida social e da hist ria BAKHTIN apud PEREIRA 2000 p 67 3 Da recep o e difus o lingu stica Quando se quer privilegiar o ato comunicativo importante que se busque explicar o processo que vai da produ o consuma o do sen Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 57 tido e que se veja a mensagem como um ponto de passagem que suporta a circula o social das significa es N o obstante o objetivo desta comunica o privilegiar nessa circularidade o percurso da recep o situa o por si s bastante delicada e complexa A an lise nesse vi s requer a percep o na inst ncia dis cursiva dos efeitos de sentido poss veis n o um s efeito nem tampouco qualquer efeito Para tanto fazer ventilar os novos sentidos lingu sticos tarefa fundamental do programa Casseta amp Planeta e Zorra Total da Rede Globo de Televis o fazendo com que o p blico passe a conhe cer e receber ou aceitar a nova arquitetura sem ntica apresentada em sua tela Embora teoricamente esse consumidor telespectador n o esteja presente n o manifeste rea es n o dialogue n o expresse pontos de vista a inst ncia da produ o pressup e de in cio uma situa o contin gente dos sujeitos e uma rela o rec proca Assim conseg
60. ngua da cultura da poca de sua forma o enfim do homem denominador Assim ele vai deixando de ser apenas um instrumento de marca o ou de identifica o de lugares para se transformar em um fundo de mem ria de natureza documental t o valiosa e significativa como os textos escritos DICK 1996 p 337 O signo topon mico se caracteriza como o elemento lingu stico comum que revestido de fun o onom stica integra um processo relaci onante de motiva o no qual se torna poss vel deduzir muitas vezes co nex es h beis entre o nome predominante dito e a rea por ele designada Funcionalmente representa uma dupla marca lingu stica exercendo n o apenas um papel s gnico no universo do discurso mas tamb m funcio nando como suporte de identifica o sendo s mbolos ideol gicos ou do imagin rio popular que nos apontam dire es caminhos f sicos ou posi es situacionais O top nimo o signo lingu stico na fun o designativa de um es pa o geogr fico e ou humano Nessa fun o segundo Dick 1980 p 290 ele representa uma proje o aproximativa do real tornando clara a natureza sem ntica de seu significado assim adquirindo um significa do que resume toda a hist ria das rela es econ micas pol ticas sociais materiais e espirituais dos homens que vivem ou viveram no meio deno minado CAMPS IGLESIAS amp NORONA VIL s d p 11 12 Sendo assim os top nimos s o s
61. novas formas lingu sticas Tudo isso tem como alvo obviamente o telespectador consumidor nele que tudo se materializa nele que tudo se justifica para o consumidor humor stico que o card pio lin gu stico preparado 2 O dialogismo bakhtiniano assegura que no seio social que se constitui a base das significa es pois o processo da intera o social en tre os indiv duos respons vel pela arquitetura da ideologia Desta for ma para o autor dissociar signo de ideologia tarefa inelut vel uma vez que a ideologia se sedimenta na vida social por ser a grande encarregada de criar signos sendo eles os signos s mbolos ideol gicos por exce l ncia por serem representantes em potencial da engenharia ideol gica E a partir da exterioridade de um signo como cor som movimento que a realidade material desse signo se torna propensa a ser estudada ob jetivamente Ou seja um signo um fen meno do mundo exterior BAKHTIN 2004 Entretanto os signos s surgem na intera o entre uma consci ncia individual e outra Para Bakhtin citado por Pereira o indiv duo social passa a sofrer as interven es do seu conv vio com os integrantes da pr pria sociedade em est inserido Ao referenciar homem e sociedade fundamental lan ar olhares sobre o estado de arte da l ngua Para tanto diz Bakhtin portanto imposs vel compreendermos como se constr i um enunciado qualquer se
62. o estudo de todas as informa es de um texto realizado por v rias outras ci ncias complementares como a diplom tica a paleografia a codicologia etc No caso iremos nos concentrar somente nessas tr s A defini o de filologia n o simples pois para entend la importante sabermos informa es de outras reas do conhecimento como a geografia a hist ria a lingu stica a paleografia a diplom tica a codi cologia Sendo assim podemos entender por filologia uma ci ncia inter disciplinar que mant m nexos com outras ci ncias auxiliares Portanto tem se uma concep o globalizante j que como afirma Ximenes 2013 p 183 a compreens o ampla de um texto seja qual for o seu suporte e o tempo de sua produ o envolve conhecimentos lingu sticos liter rios hist ricos geogr ficos e socioculturais da sociedade que produziu tais textos Sendo assim a defini o de filologia consideravelmente am pla N o f cil dizer qual o campo ou objeto de estudo da filologia ou seja s o muitas discord ncias ocorridas sobre o tema Vejamos como Bassetto 2001 p 20 a define o conceito de filologia n o un voco divergem muitos autores ao defini la ao determinar os limites de seu campo de atua o e at seu objeto de estudo De acordo com a cita o anterior percebemos que h uma falta de delimita o quanto ao objeto de estudo e a tarefa do fil logo Por m tamb m vemos que h fil log
63. porque se confinam em um sin tagma como os morfemas nominais de g nero e n mero Aproveitamos o ensejo para acrescentar aqui que no bojo da beleza plat nica que repre senta um modelo hjelmsleviano t o abstrato quanto o pensamento pode alcan ar a no o de extenso e intenso vale para os cenemas a entona o extensa porque permeia toda a frase e o acento usado para dar nfase a um segmento da frase de natureza intensa Essas no es de tensividade a nosso ver foram inspiradas em Ferdinand de Saussure quando o linguista su o estuda a estrutura sil bi ca em exaustivo estudo sobre plos o explos o e implos o Hjelmslev tomado de insight viu a possibilidade de estender o conceito de tens o ao mbito de toda a sua glossem tica E qui o conceito de tensividade tenha inspirado a semi tica greimasiana Por ser muito abstrata e carregada de uma nomenclatura esot rica a glossem tica n o teve a merecida difus o E n o esque amos que foi escrita em dinamarqu s Poucos autores se aventuraram a aplic la em suas l nguas como Llorach 1981 e Togeby 1965 entretanto parece nos que a incurs o na fonologia ainda um desafio talvez porque a re nega o da subst ncia seja um grande problema no estudo do que Hjelmslev chama de cenem tica Coseriu 1979b critica acerbamente o Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 147 geometrismo das postula es do mestre dinamarqu
64. re conhecimento do lugar da oralidade Por esta raz o a pesquisa em face proveio da necessidade de se analisar o modo como os livros did ticos de l ngua portuguesa do 8 ano da educa o b sica t m abordado o ensino da modalidade oral de uso da linguagem especialmente no que diz res peito s atividades propostas de discuss o e produ o de textos orais Para tanto foram analisados tr s livros did ticos sendo um da educa o de jovens e adultos e dois do ensino fundamental regular que foram utilizados no ano de 2012 em algumas das escolas do munic pio de Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 13 Teresina A pesquisa objetivou descrever a maneira como s o propostas as atividades do livro did tico voltadas para o ensino aprendizagem da oralidade e analisar se estas est o em conformidade com o que reco mendam os materiais de apoio oferecidos s escolas e aos professores pa ra subsidiar teoricamente suas propostas pedag gicas Dentre os autores estudados podem ser apontados Antunes 2003 F vero 2003 Marcuschi 1997 e 2003 Marote amp Teodoro 2002 Preti 1999 Ramos 1997 e Rojo 2000 e 2003 al m de do cumentos como a Proposta Curricular da EJA os Par metros Curricu lares Nacionais PCN 2011 e o Guia do Livro Did tico PNLD e PNLD EJA 2010 que constam tamb m como materiais de apoio pes quisa Para melhor compreens o da pesquisa foram discut
65. se o Um Olhar Para a L ngua apesar de estar voltada a pri ori ao trabalho com a varia o dos usos da l ngua tamb m visa relacio nar os usos da oralidade com os usos da escrita Tal afirma o pode ser comprovada em uma das quest es da atividade proposta baseada na can o acima como 1 Leia os versos a seguir Ai quando eu vim da minha terra despedi da parent ia a O que significa a palavra parent ia b Consulte o dicion rio e verifique se a palavra parent ia est registrada c De que maneira essa palavra aparece no dicion rio Transcreva a com o significado mais adequado can o d Qual deve ser o motivo de a palavra ser escrita de formas diferentes na can o e no dicion rio e Quais outras palavras presentes na can o s o registradas de maneira se melhantes a esp ia e bat ia f Por qual motivo as palavras esp ia parent ia e bat ia foram escri tas dessa maneira SILVA 2009 p 15 Nessa atividade percept vel a preocupa o do autor em fazer com que os alunos entendam que a maneira que as palavras s o escritas tem uma rela o muito forte com a maneira que elas s o faladas em ou tros lugares por outras pessoas em outras situa es sociocomunicativas dentre outros aspectos e que essa diversidade est sendo vista como ob jeto de ensino n o como erro Em conformidade a essa preocupa o do autor do LD1 situa se
66. signos nem nas sig nifica es Eles consistem na solu o particular de uma certa rela o geral entre os signos e as significa es SAUSSURE 2002 p 30 31 Assim como n o h significa o fora do signo a assim tamb m n o h signo fora da significa o SAUSSURE 2002 p 67 Assim n o apenas n o ha ver termos positivos mas diferen as mas em segundo lugar essas diferen as resul tam de uma combina o da forma e do sentido percebi do SAUSSURE 2002 p 62 No Curso de Lingu stica Geral o autor est abordando a dificuldade em se distinguir valor de signifi cado e para tal tamb m recorre ao que o valor lingu stico Nos Escritos de Lingu stica Geral per cebe se a forma tratada por aqui lo que entendemos por significan te tentando mostrar que signo em sua totalidade n o a mesma coisa que significa es Consideramos que no Curso de Lingu stica Ge ral a tentativa de separar signifi ca o do signo em sua totalidade e em seu valor foi mais frut fera e mais clara do que nos excertos que localizamos nos Escritos de Lin gu stica Geral Saussure prop e no Curso de Lin gu stica Geral que se considere a rela o do significante com o sig nificado propondo a verticalizada Nos Escritos de Lingu stica Geral prop e apenas uma combina o entre forma entendemos forma como significante e sentido en tendemos sentido como significa do
67. t pico referente que representado pelo sintagma pronominal 2 3 Anacoluto O anacoluto chamado de duplo sujeito por Li amp Thompson 1976 nomenclatura impr pria na opini o de Pontes 1987 que cor roborados por Chafe Op cit os consideram as verdadeiras constru es de t pico j que de fato s o as constru es de t pico mais t picas nas l nguas com proemin ncia do t pico S o chamadas pela gram tica tradi cional de anacoluto e por Perini 2000 de t pico discursivo entre ou tras classifica es No anacoluto um sintagma nominal localizado no in cio da sen ten a anuncia o tema do discurso e em seguida segue se um coment rio sobre ele Mas diferente da topicaliza o e do deslocamento es querda n o h v nculo sint tico entre o t pico e a senten a coment rio nesse tipo de constru o ou seja n o se pode dizer que o t pico adveio de algum tipo de movimento sint tico da senten a coment rio Al m dis so como destaca Pontes 1987 o coment rio composto por uma sen ten a completa com sujeito e predicado Sendo assim a rela o entre t pico e coment rio deve ser estabelecida semanticamente como pontua Cunha 2010 p 55 Um tipo de senten a em que a rela o entre t pico e coment rio n o pode ser estabelecida no n vel sint tico e sim no sem ntico discursivo Senten as de duplo sujeito n o podem ser explicadas como deriva es de sen
68. te ricas Contudo essas constru es ganharam reconhecimento pela comunidade lingu stica a partir do artigo pioneiro de Li amp Thompson 1976 que propuseram uma nova tipologia de l nguas dividindo as em l nguas de sujeito e l nguas de t pico No portugu s brasileiro as constru es de t pico ganharam rele vo no trabalho not vel de Eunice Pontes 1987 sobre O T pico no Por tugu s do Brasil que entre outras coisas verificou que a ocorr ncia das constru es de t pico no portugu s do Brasil abundante tanto na mo dalidade oral quanto na modalidade escrita da l ngua Nesse sentido se gundo Pontes 1987 conforme a tipologia de Li amp Thompson 1976 o portugu s brasileiro deveria ser enquadrado nas l nguas em que os dois tipos de constru es coexistem contrariando Li amp Thompson 1976 que enquadravam o portugu s brasileiro nas l nguas com proemin ncia de su Jeito Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 99 Dessa maneira Pontes 1987 evidenciou a legitimidade de tais constru es no portugu s brasileiro No entanto essas senten as n o re ceberam esse status pela gram tica tradicional que as classifica como fi guras de estilo e portanto postula que fora do mbito liter rio devem ser evitadas em virtude disso que este estudo acredita que a gram tica tradicional exer a uma influ ncia no uso das constru es de t pico e na perpetua o do prec
69. uma proposi o por meio de uma senten a coment rio 01 Dessa cerveja eu n o bebo PONTES 1987 p 12 grifo nosso 02 A Rosa eu falei com ela ontem Op cit grifo nosso 03 Essa bolsa aberta a eu podia te roubar Op cit p 15 grifo nosso 04 Bate muito sol nesta janela Op cit p 36 grifo nosso Como observado acima as constru es de t pico se apresentam no enunciado lingu stico com formas e fun es discursivas diferentes No entanto a nomenclatura dada a elas depender do autor e da perspec 100 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 tiva te rica adotada Este trabalho tomar como objeto de estudo as estra t gias de t pico rotuladas por Pontes 1987 Vasco 2006 e Orsini 2003 de topicaliza o deslocamento esquerda anacoluto e falso SVO T pico sujeito exemplificadas respectivamente acima Assim ser o analisados esses quatro tipos de estrat gias de t pi co tanto com a perspectiva de Pontes 1987 como tamb m de outros au tores 2 1 Topicaliza o Na topicaliza o o t pico possui v nculo sint tico com a senten a coment rio Assim a topicaliza o ocorre quando um elemento da senten a como um objeto direto objeto indireto complemento nominal ou adjunto nominal al ado periferia esquerda da senten a deixando seu espa o original vazio na senten a coment rio Al m disso de acordo com Cunha 2010 p 4
70. vai com o tempo apresentar um conjunto de caracter sticas n o encontr veis no portugu s de Portugal da mesma maneira que o portugu s em diversas outras regi es do mundo ter tam b m caracter sticas espec ficas em virtude das condi es novas em que a l ngua passa a funcionar Considerando a l ngua escrita existe uma maior proximidade entre o portugu s do Brasil bem como o de outras regi es do mundo com o portugu s de Portugal j que a l ngua escrita est mais sujeita normatiza o apresentada nas gram ticas normativas e dicion rios Na l ngua oral o processo de incorpora o de caracter sticas especi ficas se faz de modo mais r pido Com o seu enorme territ rio mais de oito milh es e meio de quil metros quadrados e a sua popula o de 120 milh es de habitantes o Brasil n o est em propor o com Portugal 92 000 km e 9 milh es de habitantes Essa mas sa de lus fonos brasileiros contribui de uma forma decisiva na altura do s cu lo XX em que vivemos para fazer do portugu s uma l ngua de import ncia in ternacional TESSYER 2001 p 93 Notamos que tanto em Portugal como no Brasil os dialetos entre seus diversos estados e regi es contribuem para a utiliza o de palavras diferenciadas e espec ficas para cada local apresentando diferen as lexi cais e sem nticas Contudo este estilo pr prio de se expressar n o faz com que seja considerada como uma outra l ngua ou outras l
71. vida ao discurso populista e demo cr tico Seu forte brado e suas m sicas onipotentes representaram o so frimento de um povo submisso a dor da opress o e a luta social pelos di reitos humanos Velha Roupa Colorida foi um dos grandes hinos interpretados por Elis Regina e composto por Belchior Criado em 1976 anos ap s o Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 73 pice da ditadura militar a m sica se colocou em oposi o ao autorita rismo s pol ticas conservadoras repress o e ao despotismo Ela considerada como um dos gritos de guerra da batalha social e represen ta a impossibilidade do brasileiro de ser livre e de exigir seus direitos em tempos de escurid o No ano de composi o o mundo come ava a ver com seus pr prios olhos a devasta o que veio acompanhada com o dom nio e a so breposi o dos pensamentos conservadores em rela o s ideias demo cr ticas Grande parte da Am rica Latina estava submetida pol tica de extrema direita vivendo sob o regime de ditaduras de cunho militar que utilizavam t cnicas quase desumanas para conter a popula o Frente ao exposto Velha Roupa Colorida surgiu como uma voz de manifesto a um universo antiquado Para tal Belchior n o poupou de usar seu vasto repert rio de conhecimento e deu vida a uma can o que mensura e estabelece conex o com os principais nomes ou s mbolos da m sica que lutaram
72. wikialagoas al org br index php Limoeiro de AnadiafEtimologia 5 Considera es finais Neste artigo procuramos conhecer melhor o processo de trans forma o pelo qual passou a estrutura sociopol tica do munic pio desde sua cria o aos dias de hoje observando as mudan as identificadas que ficaram registradas nos nomes que foram conferidos s cidades que cons tituem a microrregi o de Arapiraca demonstrando assim que uma socie dade n o desvinculada da realidade em n vel local No fen meno lingu stico de mudan a topon mica podemos desta car que dos 10 dez top nimos municipais aqui analisados 6 seis to p nimos apresentaram mudan a em sua constitui o por substitui o sis tem tica e 4 quatro se mantiveram sem altera es Sinalizando que houve uma tend ncia mudan a uma vez que 60 do total do l xico es tudado foi transformado ao longo do tempo importante enfatizar que n o registramos caso de mudan as por substitui o espont nea nem por transforma es ou altera es no pr prio top nimo Sendo assim o mecanismo de substitui o sistem tica se revelou o mais produtivo nesse processo de mudan a lingu stica no l xi co onom stico topon mico municipal alagoano Como fatores condicionantes motivadores din mica da mudan a destacamos a quest o da emancipa o pol tico administrativa das lo calidades e presen a marcante da Igreja revelando a presen a da f
73. 05 de Spina 1977 que a define como o registro escrito de um determinado acontecimento de natureza jur dica e que possui uma forma espec fica para que lhe seja dado valor de prova isto o docu mento possuir uma forma determinada que lhe d autenticidade Outra ci ncia auxiliar da filologia a paleografia que originada do grego palaios antigo e graphien escrita Segundo Spina 1977 ao p da letra temos a ci ncia que estuda a escrita antiga Vejamos como Cambraia 2005 define a paleografia de uma for ma bastante b sica estudo das escritas antigas Podemos acrescentar na sua defini o que essa ci ncia tem como objeto de estudo os escritos antigos O pale grafo o respons vel de identificar compreender e tra duzir a escrita para uma forma atualizada Apesar de a paleografia ser uma ci ncia que estuda a escrita antiga podemos alegar que ela tamb m est intimamente relacionada com a atualidade no que diz respeito s t cnicas de informatiza o higieniza o restaura o e preserva o de escritos em geral Para Acioli 2003 a paleografia vai al m de decifrar a escrita an tiga e ler o documento mas tamb m analis lo A paleografia assim antes de tudo um instrumento de an lise do do cumento hist rico N o cabe ao pale grafo somente ler textos a ele compete igualmente dat los estabelecer sua origem e proced ncia e critic los quanto sua autenticidade levando em co
74. 14 33 ce blogspot com Ap s a edi o semidiplom tica fizemos um estudo paleogr fico e codicol gico isto observamos as v rias ocorr ncias da escrita e a descri o do suporte Em seguida analisamos os aspectos lingu sticos do manuscrito como o uso de consoantes germinadas palavras escritas juntas pontua o abreviaturas paragrafa o letras sobrepostas uso de mai sculas e min sculas e varia o grafem tica dentre outras al m de destacarmos algumas lexias que revelam importantes caracter sticas acerca da socie dade colonial especialmente no que respeita sua administra o e cultu ra j que l xico e cultura est o intimamente ligados Tamb m ressalta mos informa es concernentes configura o estrutural do documento ou aspectos diplom ticos seguindo a proposta de Belloto 2002 Por fim resgatamos os aspectos sociais hist ricos e culturais que caracteri zam a sociedade cearense oitocentista O estudo da escrita antiga nos possibilita muitas informa es re levantes referentes tanto aos usos do l xico quanto ao seu significado ou seja as formas de nomear pessoas animais e coisas em geral sendo que as palavras v o adquirindo novas significa es ao longo do tempo A cultura muda influenciando na mudan a sem ntica das palavras com is so podemos ressaltar que parte do l xico ora se perdeu dadas as mu dan as da sociedade ora permaneceu com sentidos diferentes mas preci s
75. 2 sugere atividades que devem particu larizar os usos formais do discurso oral que s o Contar hist rias inventando as ou reproduzindo as relatar acontecimen tos debater discutir acerca dos temas mais variados argumentar concordan do e refutando emitir opini es justificar ou defender op es tomadas criti car pontos de vista de outros colher e dar informa es fazer e dar entrevistas dar depoimentos apresentar resumos expor programa es dar avisos fazer convites apresentar pessoas etc A proposta de Ramos 1997 para o trabalho com a oralidade colocar o texto falado como um caminho para se chegar ao texto escrito Para tanto sugere que haja uma reflex o sobre o que ser posto como ob jeto de estudo de forma que n o se apresente uma mecanicidade voltada apenas a transmitir conte do 16 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Em conformidade F vero 2003 p 83 assevera que a aplica o de atividades de observa o que envolve a organiza o de textos falados e escritos permite que os alunos cheguem percep o de como efetiva mente se realizam se constroem e se formulam esses textos A partir dessas atividades o professor pode identificar se os alunos apresentam dificuldades quanto organiza o do texto e em seguida estabelecer o que esse aluno precisa aprender para construir um texto adequado pas sando este a ser o seu objeto de ensino Med
76. 2005 p 109 Silvane 164 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Aparecida de Freitas lembra que o aluno precisa produzir e reproduzir os seus pr prios textos coment los e reescrev los Assim a sua compet ncia gramatical vai se adquirindo na pr tica da escrita leitura e na reflex o sobre o funcionamento da l ngua aquando da produ o recep o de textos sejam eles orais e escritos FI GUEIREDO apud FREITAS 2014 p 284 Todo e qualquer texto oral ou escrito produzido constitu do de elementos da l ngua e jamais ser totalmente criado pelo enunciador como ilusoriamente parece Na verdade todas as palavras articuladas e cada s laba pronunciada ou escrita j fazem parte do sistema lingu stico apreendido e utilizado na produ o e compreens o do texto Por isto refletindo sobre os valores temporais e aspectuais utili zados nas sequ ncias textuais e a import ncia de sua sele o na signifi ca o textual a professora Silvane se abona com Ana Cristina Mac rio Lopes 2005 p 154 para lembrar que a rela o aspectual e temporal que permite a representa o dos eventos que se sucedem no eixo crono l gico e configuram a hist ria contada s o recursos lingu sticos gramati cais evidenciando que importante uma real articula o entre pr tica de leitura e de escrita centradas no texto e reflex o sobre a l ngua FREITAS 2014 p 289 Defen
77. 9 p 483 grifo nosso 108 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 08 O lobo o ca ador o viu Op cit grifo nosso Em 03 05 e 08 como se pode observar pela ordem direta das ora es Queria rvore filho e livro perfeitos O tempo cria as pala vras e o tempo mata as palavras O ca ador viu o lobo o objeto direto al ado periferia esquerda da senten a mas deixa em seu lugar um pronome obl quo tono j em 04 06 e 07 como se pode verificar pela ordem direta das frases N o dava import ncia nenhuma aos meus escritores A independ ncia para chorar resta a mim N o devo ao po bre o objeto indireto al ado periferia esquerda da senten a deixan do em seu lugar contudo um pronome obl quo t nico Azeredo 2011 p 489 declara que no uso escrito em geral e no liter rio em especial o pleonasmo tem geralmente a fun o de retomar mediante um pronome um sintagma nominal que serve de t pico fra se Em seguida o autor cita os seguintes exemplos 09 a alma essa voou Op cit grifo nosso 10 Tuas palavras antigas deixai as todas deixe as Op cit grifo nosso Diante disso Azeredo 2011 mostra se mais cauteloso e menos prescritivo do que os outros gram ticos No entanto n o d para saber se o t pico ao qual o autor se refere o assunto tema da conversa o ou a constru o t pico coment r
78. 96 KOTSCHO R Explode um novo Brasil Di rio da campanha das Dire tas S o Paulo Brasiliense 1984 LAGE Nilson Ideologia e t cnica da not cia Rio de Janeiro Vozes 1982 96 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Ij IS Ji f C reudo Huminenso de Cdudes Hilol gicos e Linqulicos Teoria e t cnica do texto jornal stico Rio de Janeiro Elsevier 2005 Estrutura da not cia 6 ed S o Paulo tica 2006 LAKOFF George JOHNSON Mark Met foras da vida cotidiana S o Paulo Mercado das Letras Educ 2002 Manual da reda o Folha de S Paulo S o Paulo Publifolha 2006 Manual geral da reda o Folha de S o Paulo S o Paulo 1984 NASCIMENTO Jarbas Vargas Bases te rico metodol gicas da histori ografia lingu stica S o Paulo PUC SP 2002 Mimeografado Org A historiografia lingu stica rumos poss veis S o Paulo Pulsar Terras do Sonhar 2005 NEVES Maria Helena de Moura Gram tica de usos do portugu s S o Paulo UNESP 2000 OLIVEIRA Dante LEONELI Domingos Diretas J 15 meses que abalaram a ditadura Rio de Janeiro Record 2004 PINTO Edith Pimentel Hist ria da l ngua portuguesa VI S culo XX S o Paulo tica 1988 RABA A Carlos Alberto BARBOSA Gustavo Guimar es Dicion rio de comunica o 2 ed rev e atual Rio de Janeiro Elsevier 2001 RODRIGUES Alberto Tosi Estudantes na pol tica em tempos de mob
79. Delagrave 1926 DAUZAT Albert Le noms de lieux Paris Payot 1971 DICK M V de P do A A motiva o topon mica princ pios te ricos e modelos taxeon micos 1980 Tese Doutorado Universidade de S o Paulo USP S o Paulo DICK M V de P do A A motiva o topon mica e a realidade brasilei ra S o Paulo Arquivo do Estado 1990 Atlas topon mico um estudo de caso Acta Semiotica et Linguis Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 135 tica vol 6 p 27 44 1996 S o Paulo SBPL DORION Henri Les relations entre la toponymie et les autres sciences sociales 450 ans de noms de lieux fran aise en Amerique du Nord Qu bec Les Publications du Qu bec 1984 p 103 108 CAMPS IGLESIAS Alina NORONA VIL Mar a Teresa Aproxima ci n al estudio de la toponimia cubana La Habana Academia de Cien cias de Cuba Instituto de Literatura y Lingu stica s d MELO P A G de A forma o neol gica em textos jornal sticos escri tos em l ngua portuguesa contempor nea no estado de Alagoas na ltima d cada do s culo XX Littera online Maranh o UFMA n 2 v I p 101 122 2010 Dispon vel em lt http www periodicoseletronicos ufma br index php littera article view 301 229 gt Uma interface linguocultural um estudo onom stico em top ni mos da microrregi o alagoana do Sert o do S o Francisco Memento UNINCOR Minas Gerais v 3 n 1
80. L NGUA NA HIST RIA E NA MEM RIA O MOVIMENTO DAS DIRETAS J Rodrigo Maia Theodoro dos Santos USP rodrigomts O globo com CONTINUA O DO N MERO ANTERIOR 11 Carta ao Leitor de 25 de abril de 1984 A data do documento 816 nos traz um clima de ainda mais ansie dade da oposi o e do povo brasileiro A vota o da Emenda Dante de Oliveira aconteceria na noite do mesmo dia em que foi publicado o do cumento 816 Era um momento de instabilidade mas de certeza da vit ria conforme foi relatado no documento anterior Alguns deputados go vernistas j declaravam apoio s Diretas J e alegavam n o ter argu mentos para ser contra a vontade popular A esperan a era plena e abso luta A vit ria j estava certa Era s contar os minutos Tomemos o pri meiro par grafo do documento 816 O texto ser dividido por linhas para embasar as an lises que seguir o O Congresso Nacional tem diante de si nesta quarta feira Uma das decis es mais importantes de sua hist ria ao votar a emenda constitucional que restabelece as elei es diretas para a sucess o do presidente Jo o Figueiredo A decis o do Congresso mas a responsabilidade do governo Essencialmente ele e somente ele quem se recusa ao restabelecimento imediato das diretas e nesta hora de decis o jogou todo o seu peso na derrubada da emenda pressionando seu partido a n o comparecer ao 10 plen rio decretando medidas de emerg
81. ODOLO 2014 p 76 A correla o sem d vida de grande import ncia na ret rica que Lu s Ant nio Verney 1991 definiu como a arte de persuadir Al m dessa importante li o ainda pode ser destacada a rela o demonstrada relativamente a elementos hoje estudados profundamente pela an lise do discurso lembrando que os interlocutores autor e leitor n o podem jamais se ignorar durante o di logo sendo absolutamente ne cess rio que sejam observadas a constitui o do locutor e do interlocu tor a sele o e elabora o de um t pico conversacional e as rotinas da conversa o porque o texto o resultado dessas negocia es M DOLO 2014 p 78 Parece at que Marcelo M dolo est se lembrando do belo poema de Jo o Cabral de Melo Neto 1975 p 19 que ensina Um galo sozi nho n o tece uma manh ele precisar sempre de outros galos HI Pelo espa o que me coube como prefaciador n o pude apontar tantas importantes li es apresentadas por Helena Nagamine Brand o no cap tulo que t o bem desenvolve Ainda na mesma linha de racioc nio em que o texto tanto escrito quanto oral visto como o tecido de mensagens expl citas ou n o entre locutores ao modo dos galos de Jo o Cabral ensina a professora Helena Quando se recebe um panfleto deve se ser capaz de determinar se ele pertence ao tipo de discurso religioso pol tico publicit rio ou seja em qual cena engl
82. Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 M SICA EM DIS CURSO UMA AN LISE DO EIXO VERTICAL Matheus Seiji Bazaglia Kuroda USC mathseiji O hotmail com M nica Maia dos Santos USC RESUMO O presente artigo tem por objetivo analisar a mobiliza o e a constru o dos sen tidos na m sica Velha Roupa Colorida de Belchior considerando seu funcionamen to discursivo Dessa maneira o trabalho parte da necessidade de entender a m sica como um produto social carregado de significa o e expressividade que se molda de acordo com as mudan as pol ticas e contextuais Para tal voltaremos o nosso olhar para uma an lise sobre as condi es de produ o e dando nfase nas rela es intertex tuais a fim de encontrar um dito pelo n o dito Palavras chave An lise do discurso Intertextualidade M sica 1 Introdu o Buscaremos analisar neste trabalho sobre a gide da an lise do discurso francesa a m sica Velha Roupa Colorida composta por Bel chior e interpretada por Elis Regina no lbum Alucina o POLY GRAM 1976 Como foco utilizaremos uma an lise aprofundada sobre a cons tru o do significado do texto por meio das intertextualidades conside rando as condi es de produ o Al m disso vale ressaltar a m sica co mo uma voz social de grande alcance que estabelece uma rela o entre emissor destinat rio e mensagem visando uma intera o en
83. REVISTA PHILOLOGUS ISSN 1413 6457 Circulo Fluminense h ANNL Estudos Fiologicos Vinguisicos ANN NNERSIIIS Rio de Janeiro Ano 20 N 59 Maio Agosto 2014 R454 Revista Philologus C rculo Fluminense de Estudos Filol gicos e Lingu sticos Ano 20 N 59 maio ago 2014 Rio de Janeiro CiFEFIL 168 p Quadrimestral ISSN 1413 6457 1 Filologia Peri dicos 2 Lingu stica Peri dicos I C rculo Fluminense de Estudos Filol gicos e Lingu sticos CDU 801 05 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 EXPEDIENTE A Revista Philologus um peri dico quadrimestral do C rculo Fluminense de Estudos Filo l gicos e Lingu sticos CiFEFiL que se destina a veicular a transmiss o e a produ o de conhecimentos e reflex es cient ficas desta entidade nas reas de filologia e de lingu stica por ela abrangidas Os artigos assinados s o de responsabilidade exclusiva de seus autores Editora C rculo Fluminense de Estudos Filol gicos e Lingu sticos CiFEFIL Boulevard Vinte e Oito de Setembro 397 603 20 551 030 Rio de Janeiro RJ pereiraOfilologia org br 21 2569 0276 e http www filologia org br revista Diretor Presidente Prof Dr Jos Pereira da Silva Vice Diretor Presidente Prof Dr Jos Mario Botelho Primeira Secret ria Profa Dra Regina C li Alves da Silva Segund
84. Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 As vari veis sociais ao surgirem produzem um efeito sistem tico sobre o comportamento lingu stico idade sexo classe casta pa s de origem gera o regi o escolaridade pressuposi es cognitivo cultu rais bilinguismo etc Assim concebe se a l ngua n o como algo acabado pronto mas algo que como produto da vida social est em constante transforma o em constante devir sob press o do cotidiano e acompanhando as trans forma es da sociedade de que fruto Considerando se os atos de fala ligados s condi es de comunica o e estas ligadas s estruturas soci ais na fala que se d o as mudan as da l ngua e elas n o s o individu ais mas sociais e refletem os valores sociais a luta entre valores sociais contradit rios N o se tem um fato lingu stico sen o na rela o entre indiv duos socialmente organizados A linguagem em sentido amplo entendida como rela o como uma rela o dial gica entre enunciados O dialo gismo est presente em todas as manifesta es da linguagem seja no discurso interior no mon logo na comunica o cotidiana ou em qual quer outra N o se deve desconsiderar o fluxo cont nuo da comunica o soci al pois atua sobre a linguagem por outro lado cada ato de fala um elo na cadeia dessa comunica o Assim todo discurso participa n o apenas o autor que o produz
85. Rio de Janeiro Presen a 1980 ECO Umberto As formas do conte do S o Paulo Perspectiva 1974 Tratado geral de semi tica S o Paulo Perspectiva 1980 FONTAINE Jacqueline O c rculo lingu stico de Praga S o Paulo Cul trix 1978 GLEASON Jr H A Introdu o lingu stica descritiva Lisboa Ca louste Gulbenkian s d HALLIDAY M A K Introduction to a functional grammar Baltimore Edward Norton 1985 158 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 HJELMSLEV Louis T Proleg menos a uma teoria da linguagem S o Paulo Perspectiva 1975 JAKOBSON R Lingu stica e comunica o S o Paulo Cultrix s d KENEDY Eduardo Curso b sico de lingu stica gerativa S o Paulo Contexto 2013 LIMA Carlos Henrique da Rocha Gram tica normativa da l ngua por tuguesa Rio de Janeiro Jos Olympio 1985 LLORACH Em lio Allarcos Gram tica estructural Madrid Gredos 1981 LOPES Edward Fundamentos da lingu stica contempor nea S o Pau lo Cultrix s d LOPES Edward A identidade e a diferen a ra zes hist ricas das teorias estruturais da narrativa S o Paulo Universidade de S o Paulo 1997 LYONS John Introdu o lingu stica te rica S o Paulo Cia Ed Na cional 1979 MARTINET Andr Elementos de lingu stica geral Lisboa S da Cos ta 1973 ROCHA Luiz Carlos de Assis Estruturas morfol gicas do portugu s Belo Horizonte
86. a de ser livre de poder sair de casa sem se preocupar com seus atos isso se deve repress o dos militares Ainda nesse contexto foi citada a m sica Like a Rolling Stone traduzida pelo portugu s como uma perdida ou uma pedra que rola cuja letra fala de um passado onipotente com regalias e luxo mas que foi desconstru do Trata se da hist ria de uma mulher que perdeu tudo e agora se encontra sozinha na estrada She s leaving home e Like a Rolling Stone dialogam entre si pois ambas contam hist rias sobre meninas que est o na rua deixando de lado os padr es sociais Vale ressaltar outra passagem importante na m sica de Belchior que se deve refer ncia ao movimento e ao discurso hippie 5 Nunca mais voc saiu rua em grupo reunido O dedo em V cabelo ao vento amor e flor quero cartaz A cultura hippie em um tempo de cinzas na hist ria da na o bra sileira representou metaforicamente uma mistura de cores a roupa co lorida isto trouxe tona o esp rito revolucion rio da popula o para exigir seus direitos como cidad o A loucura e a insanidade viraram mei os de se alcan ar a liberdade 6 Como Poe poeta louco americano Eu pergunto ao passarinho Black bird o que se faz No primeiro e segundo verso da quarta estrofe h uma refer ncia intertextual entre os textos Blackbird e O Corvo que dialogam entre si e com a m sica de Belchior p
87. a A m dia funciona como uma esp cie de usina geradora de mem rias O apagamento ou a cristaliza o vai depender do aparelho ideol gi co para o qual a m dia est a servi o Nota se que a m dia imprime aos seus destinat rios como se fossem alunos a sua interpreta o objetiva do real Desse modo no mesmo processo enquanto cria a ilus o da lite ralidade dos sentidos apaga a possibilidade de esses sentidos serem ou tros O que era uma das possibilidades de significa o foi re significado como o sentido nico e verdadeiro Essa didatiza o do mundo constitui em processo de domestica o dos sentidos num panopticon ou seja vigil ncia de nossas pr ticas significantes Sobre isso Gregolin traduz Foucault dizendo 60 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Ja vigil ncia aparece como algo que deve ser cont nua ininterrupta e que acima de tudo precisa ser vista pelos indiv duos que a ela est o expostos co mo perp tua permanente do mesmo modo preciso que ela n o tenha limi tes que esteja presente em toda a extens o do espa o A vigil ncia pois um olhar invis vel que deve impregnar quem vigiado de tal modo que este ad quira de si mesmo a vis o de quem o olha O poder sobre os corpos desta forma atinge pice da submiss o pois o corpo n o distingue entre si mesmo e o olho do poder FOUCAULT apud GREGOLIN 2003 p 100 Entre outras formas a m
88. a o das pausas aspectos importantes na constru o do sentido do texto Constata se portanto que o livro prop e atividades que discutem a escolha da linguagem adequada situa o discursiva exigida pelas produ es e que se preocupam em fazer com que os alunos percebam as marcas da oralidade nas atividades de escuta 4 3 LD3 Projeto Radix portugu s 8 ano Segundo o Manual do Professor do LD3 a oralidade deve ser tra balhada na escola porque o tempo todo se produzem textos desta modali dade Recomenda que as atividades voltadas para o ensino da l ngua oral Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 27 devem ter como objetivo fazer com que os alunos percebam que seu uso varia em detrimento da situa o comunicacional concreta podendo ser mais ou menos formal gra as ao contexto e ao interlocutor a quem se destina a mensagem Terra 2009 tamb m afirma que as atividades propostas no LD3 ambicionam primeiramente desenvolver as capacidades que os pr prios alunos j demonstram ter e potencializ las de maneira que aprendam por meio das atividades de escuta a forma e o momento adequados de falar e de ouvir em respeito ao seu interlocutor e em segundo lugar vi sam ao trabalho das situa es mais estruturadas de usos da fala no intuito de lhes dar capacidades de participar ativamente no conv vio social a que pertencem como sugere Antunes 2003 Dentre as atividades volt
89. a dores da c mara do Acara a 14 mm da margem inferior 3 2 Coment rios lingu sticos 3 2 1 Consoantes geminadas Observamos algumas ocorr ncias caracter sticas do per odo pseu doetimol gico que come a no s c XVI e se estende at o s c XX quando foi publicado a Ortografia Nacional de Gon alves Viana em 1904 O sistema ortogr fico pseudoetimol gico era confuso pois al m das varia es fon ticas muitas palavras ganharam uma grafia semelhante ao grego ou ao latim No caso dos exemplos abaixo temos grafias latini zantes como o uso do nn ll ff etc que foram muito influenciadas pela tradi o ortogr fica latina Fac s mile Transcri o Linha s cds deles 26 ELE ella 19 ldem nam d Almofalla 35 eers seccas 16 44 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Choo Huminense de Eudes Hilol gicos e Linmqu licos soccoros 8 Meecerr seccara 10 EEE v s o Coral Ler cavallos 51 Lara erere offerecerem 14 Errado ter construcco s 15 16 3 3 Aus ncia de fronteira entre palavras As palavras escritas juntas s o frequentemente encontradas em documentos manuscritos do Brasil colonial e imperial O material utili zado para escrever se espalhava sobre o papel dessa maneira a tinta aci dentalmente juntava as palavras Outro fator condicionante escrita junta a agilidade do escrib
90. a 2 ed Bras lia MEC SEF 2001 Proposta curricular para a educa o de jovens e adultos se gundo segmento do ensino fundamental 5 a 8 s rie introdu o Bras lia MEC SEF 2002 v 2 Guia de livros did ticos PNLD 2011 EJA Bras lia MEC SECAD 2010a Guia de livros did ticos PNLD 2011 l ngua portuguesa Bras lia MEC SEF 2010b F VERO Leonor Lopes ANDRADE Maria L cia da Cunha V de Oli veira AQUINO Zilda Gaspar Oliveira de Oralidade e escrita perspec tiva para o ensino de l ngua materna 4 ed S o Paulo Cortez 2003 MARCUSCHI L A Concep es de l ngua falada nos manuais de por tugu s de 1 e 2 graus uma vis o cr tica Trabalhos de lingu stica apli cada Campinas n 30 p 39 79 1997 Da fala para a escrita atividades de retextualiza o 6 ed S o Paulo Cortez 2003 MAROTE G TEODORO J Did tica da l ngua portuguesa 11 ed 3 reimpr S o Paulo tica 2002 MASAG O Vera Maria Coord Proposta curricular para educa o de jovens e adultos 1 segmento S o Paulo A o Educativa Bras lia MEC 2001 PENTEADO Ana Elisa de Arruda et al Para viver juntos portugu s 8 ano ensino fundamental 1 ed rev S o Paulo SM 2009 PRETI Dino Org Estudos de l ngua falada varia es e confrontos 2 ed S o Paulo Humanitas 1999 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 31 RAMOS J O
91. a Secret ria Profa Me Anne Caroline de Morais Santos Diretor de Publica es Prof Dr Am s Co lho da Silva Vice Diretor de Publica es Prof Dr Eduardo Tuffani Monteiro Equipe de Apoio Editorial Constitu da pelos Diretores e Secret rios do C rculo Fluminense de Estudos Filol gicos e Lingu sticos CiFEFIL Esta Equipe a respons vel pelo recebimento e avalia o dos tra balhos encaminhados para publica o nesta Revista Redator Chefe Jos Pereira da Silva Conselho Editorial Adriano de Souza Dias Afr nio da Silva Garcia lvaro Alfredo Bragan a J nior Am s Co lho da Silva Ant nio Elias Lima Freitas Ant nio S rgio Cavalcante da Cunha Claudio Cezar Henriques Darcilia Marindir Pinto Sim es Delia Cambeiro Pra a Eduardo Tuffani Monteiro Jos Mario Botelho Jos Pereira da Silva Maria L cia Mexias Simon Nataniel dos Santos Gomes Regina C li Alves da Silva Vito C sar de Oliveira Manzolillo Diagrama o editora o e edi o Jos Pereira da Silva Editora o eletr nica Silvia Avelar Silva Projeto de capa Emmanoel Macedo Tavares Distribui o A Revista Philologus tem sua distribui o endere ada a institui es de ensino centros r g os e institutos de estudos e pesquisa e a quaisquer outras entidades ou pessoas interessa das em seu recebimento mediante pedido e pagamento das taxas postais correspondentes REVISTA PHILOLOGUS VIRTUAL www filologia org br revista Revista Philologus Ano 20 N
92. a ao redigir o texto pois na medida em que escre via com rapidez muitas vezes n o retirava a m o do papel Fac s mile Transcri o Linha aVossaExecel ncia 53 acalamidade 26 ecavallar 51 3 4 Abreviaturas Em rela o s abreviaturas Spina 1977 p 44 49 classifica as em sigla representando a palavra com a letra inicial s ncope caracteriza Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 45 Choo Huminense de Coludes Hlol gicos e Linmqu licos da como a supress o de letras no meio da palavra com letra s sobrepos ta s e a ap cope que supress o de elementos ao final da palavra Den tre os tipos de abreviaturas mencionados encontramos apenas abreviatu ras por s ncope e sigla no manuscrito em an lise Abreviatura Fac s mile Transcri o Linha Sigla Pa Pereira 56 S ncope A VossaExcel ncia 46 S ncope o Santos 57 S ncope LM Silveira 60 S ncope sea Francisco 56 S ncope que Louren o 57 S ncope Es Ferreira 56 S ncope p 7 a Ilustr ssimo 54 S ncope RE Excelent ssimo 54 S ncope Senhor 54 3 5 Acentua o gr fica Em todo per odo colonial e imperial os copistas registravam o documento de maneiras diversas pois ainda n o havia nenhum tipo de norma referente escrita na l ngua portuguesa Desse modo a acentua o gr fica presente nos documentos bastante vari v
93. a apresenta alguns problemas porque os professores creem que os alunos j trazem algumas 14 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 habilidades orais e que estas n o precisam ser aprofundadas Antunes 2003 p 24 ratifica esse fato ao dizer que relacionado s atividades com a oralidade poss vel constatar uma quase omiss o da fala como objeto de explora o no trabalho escolar es sa omiss o pode ter como explica o a cren a ing nua de que os usos orais da l ngua est o t o ligados vida de todos n s que nem precisam ser mat ria de sala de aula N o se trata claro de impor que o papel da escola seja o de en sinar a falar mas relevante que nesse ambiente al m de os professo res valorizarem a linguagem nos discursos dos alunos estes possam ter conhecimento da diversidade de usos poss veis no tocante fala e que a partir disso possam refletir sobre o uso da l ngua Por ser vista como o lugar do caos do descuido quando menci onada no ambiente escolar a l ngua oral est sempre sendo comparada l ngua escrita em posi o submissa Como afirma Antunes 2003 p 24 o que existe uma equivocada vis o da fala como o lugar privilegiado para a viola o das regras da gram tica tudo o que erro na l ngua acontece na fala e tudo permitido O que tamb m se observa nas escolas que as poucas horas dedi cadas ao ensino de
94. a de las um trabalho ingente pois n o temos condi es de dizer com certeza que todas as l nguas cuja hist ria e descri o foram devidamente alcan Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 137 adas em sua totalidade Por outro lado extremamente dif cil procurar as for as que atuam de modo perene e universal em todas as l nguas bem como embasar as leis gerais atinentes aos fen menos particulares hist ria das mesmas Tarefa mais simples e que Saussure perseguiu ao longo dos seus cursos delimitar e definir o objeto da lingu stica como estudo da l ngua com base em sistema de signos Isto posto inferimos a partir do Curso de Lingu stica Geral ca racter sticas de l ngua sobejamente difundidas a a l ngua sendo distinta da fala um objeto que pode ser estu dado em separado b a l ngua difere da linguagem por ser um sistema de signos nos quais o essencial a conjun o do significante e do significa do sendo o primeiro uma imagem ac stica e o segundo um conceito c a despeito da diferen a entre l ngua e fala ambas s o concretas pois os signos lingu sticos s o associa es confirmadas pelo consentimento coletivo A l ngua faz parte do organismo social sendo pois exterior ao indiv duo que por si s n o tem poder para cri la nem exercer modifica o sobre ela N o tem exist ncia sen o como decorr ncia de um contra to interindividual Ne
95. a dependente de a do morfema lexical ponci morfema de rivacional ano Informa es Enciclop dicas Um dos primeiros propriet rios do lugar chamava se Ponciano Para facilitar sua atividade de ca ador construiu um gi rau pequena arma o de madeira onde ficavam os animais abatidos Da o to p nimo Girau do Ponciano O povoamento se deve a um ca ador de nome Pon ciano que acompanhado de dois companheiros instalou um girau para suas ca adas aproveitando a ca a abundante Assim se fundou a primeira propriedade Anos depois dona Cidade Rodrigues e seus filhos Manoel e Ant nio implanta ram nova propriedade Trouxeram muito movimento para a regi o dada a ferti lidade de suas terras Foi r pido o progresso de Belo Horizonte primeiro nome do lugarejo Em divis es territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937 figura no munic pio de Traipu o distrito de Belo Horizonte Pelo Decreto lei estadual n 2909 de 30 de dezembro de 1943 o distrito de Be lo Horizonte passou a denominar se Ponciano Elevado categoria de munic pio com a denomina o Girau do Ponciano pela Lei estadual n 2101 de 15 de julho de 1958 desmembrado de Traipu Sede no atual distrito de Girau Poncia no ex Ponciano constitu do do distrito sede Instalado em 1 de janeiro de 1959 Fonte www wikialagoas al org br index php Girau do Ponciano Detectamos tr s momentos na mudan a topon mica no primei
96. a e a pecu ria Parte da a coloniza o do territ rio Algum tempo depois outras fam lias tamb m come aram a se instalar na localidade Com a cria o do munic pio de Arapiraca Lagoa da Canoa passou a integr lo na condi o de povoado mas com grande import ncia no contexto econ mico social e pol tico As fazendas de caf trouxeram emprego e renda Al m disso servia como ponto de apoio na estrada que ligava Arapiraca a Traipu e Girau do Ponciano A sua evolu o crescente culminou na eleva o categoria de munic pio aut nomo em 28 de agosto de 1962 atrav s da Lei n 2 472 Desmembrado de Arapiraca o novo munic pio foi instalado oficialmente em 25 de janeiro de 1963 Logo ap s a emancipa o Jos Barbosa Ramos foi nomeado interinamente prefeito para o per odo de 1962 a 1963 O primeiro prefeito eleito do munic pio foi Ant nio Francisco dos Santos que governou de 1963 a 1969 Fonte www wikialagoas al org br index php lagoa da canoafEtimologia FICHA TOPON MICA LEXICOGR FICA DE LIMOEIRO DE ANADIA Top nimo Limoeiro de Anadia Taxionomia Fitotop nimo Etimologia composto de origem latina limon onis planta da fam lia das rut ceas anna dies Estrutura Morfol gica elemento espec fico composto de morfema lexical lim morfema classificat rio vogal tem tica o morfema derivacional eiro forma dependente de morfema lexical an morfema classificat rio vogal tem t
97. a nem dos portugueses nem dos brasileiros mas de ambos uns conservam melhor certas coisas ou tros mais ciosamente guardaram outras E o tesouro cultural comum Temos de mant lo defend lo e enriquec lo MELO 1975 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BAGNO Marcos Portugu s ou brasileiro Um convite pesquisa 4 ed S o Paulo Par bola 2004 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 11 COUTO Hildo Hon rio do O que portugu s brasileiro 4 ed S o Paulo Brasiliense 1988 ELIA S lvio A l ngua portuguesa no mundo S o Paulo tica 2001 ILARI Rodolfo Introdu o ao estudo do l xico brincando com as pala vras 2 ed S o Paulo Contexto 2003 LOPES Victor L ngua Vidas em portugu s Document rio Dura o 105 min 2004 MELO Gladstone Chaves de A l ngua do Brasil 3 ed Rio de Janeiro Get lio Vargas 1975 TEYSSIER Paul Hist ria da l ngua portuguesa Trad Celso Cunha S o Paulo Martins Fontes 2001 VILLAR Mauro de Sales Dicion rio contrastivo luso brasileiro 1 ed Rio de Janeiro Guanabara 1989 12 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 ENSINO DA ORALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL ABORDAGENS PRESENTES DO LIVRO DID TICO B rbara Ol mpia Ramos de Melo UESPI barbaraolimpiam O yahoo com br Luna Karoline Sousa Rocha UESPD lunakarolline O hotmail com RESUMO Este art
98. a no rodap de seu livro s constru es de t pico citando Perini 2000 3 3 Hip lage CC r De acordo com Azeredo 2011 p 494 a hip lage a associa o de um termo determinante a um termo que n o logicamente o seu de terminado correspondente Essa figura de estilo consiste na transfer n cia de caracter stica de um ser ao outro ou de uma coisa a outra Segundo o autor Seu efeito de sentido apoia se na impertin ncia sem ntica provocada pela associa o inadequada dos termos no fio da sintaxe Esse expediente desloca a aten o do leitor para o objeto que o enunciador considera de maior import n cia para o seu discurso o termo determinado il gico deixando o termo de terminado l gico em um plano secund rio Op cit J para Carvalho 2010 A hip lage um processo ps quico como a sinestesia que a correspon d ncia entre sentidos ou sensa es diferentes A hip lage no entanto mais complexa que a correspond ncia sinest sica de sensa es e n o raro diz res peito sintaxe e n o apenas sem ntica por hip lage que dizemos que o sapato n o entra no p na verdade o p que n o entra no sapato Tamb m por hip lage a mo a que engordou diz que determinado vestido n o cabe mais nela na verdade ela que n o cabe mais no vestido Nesse sentido Carvalho 2010 postula os seguintes exemplos 11 Meu carro furou o pneu CARVALHO 2010 grifo n
99. adas ao ensino aprendizagem da oralida de do LD3 no cap tulo 2 pode se observar o trabalho com o g nero en trevista O autor pede que os alunos pensem numa pessoa que tenha uma hist ria interessante para contar e que a entrevistem gravem ou anotem sua hist ria e levem para compartilhar com os demais Dentre as sugest es apresentadas no LD3 para observa o das etapas de realiza o da entrevista e que se relacionam com a oralidade algumas chamam aten o e Em dia previamente marcado leve o material coletado para apresen t lo oralmente turma Prepare sua fala Depois conte a hist ria ou fa a os ouvir a grava o original e Ap s a audi o das hist rias fa am uma roda de discuss es e No momento da discuss o devem ser respeitadas as regras da fala p blica Assim cada participante deve manifestar o desejo de falar ser objetivo respeitar o tempo de fala seu e dos colegas ouvir os demais partici pantes permitir a conclus o do pensamento entre outras TERRA 2009 p 30 Nessa atividade percebe se claramente que o objetivo n o apenas fazer com que os alunos aprendam a fazer uma entrevista sejam capazes de criar perguntas sobre determinados assuntos para determina das pessoas mas sim que eles conhe am como se organiza este g nero e que saibam adequar sua linguagem modalidade de fala p blica Observa se que a preocupa o com a adequa o do grau de for malid
100. ade da fala para essa atividade faz se pertinente visto que o objeti vo maior o ensino aprendizagem do falar em p blico Anteriormente tinha se a ideia de que apenas a escrita devia apresentar se formalmente e 28 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 que a fala era sempre mais informal Todavia hoje essa consci ncia foi modificada e como Ramos 1997 p 11 afirma Problemas decorrentes do estilo necessitar o de pr tica oral e pr tica es crita para serem minimizados o que inclui a audi o discuss o repeti o transcri o e tradu o de textos do estilo cuidado assim como a leitura de textos de diferentes estilos E importante ressaltar que na classe das diferen as de estilo est o inclu das tanto formas que aparecem na fala de pessoas cul tas quer em situa o de monitoramento quer em situa es espont neas como tamb m formas que n o aparecem na fala das pessoas cultas As diretrizes propostas pelos PCN mostram que s o necess rias propostas de situa es did ticas nas quais essas atividades fa am sentido de fato pois descabido treinar um n vel mais formal da fala conside rando o como mais apropriado para todas as situa es A aprendizagem de procedimentos apropriados de fala e escuta em contextos p blicos dificilmente ocorre se as escolas n o tomarem para si a tarefa de promo v las Portanto constata se que o ensino aprendizagem dos
101. aluno possa compreender de fato os g neros da oralidade a Proposta Curricular lembra que Ensinar l ngua oral n o significa trabalhar a capacidade de falar em geral Significa desenvolver o dom nio dos g neros que apoiam a aprendizagem da l ngua portuguesa e das outras reas semin rios relatos de experi ncias en trevistas debates etc e tamb m os g neros da vida p blica no sentido mais amplo do termo debates teatro palestras entrevistas etc BRASIL 2002 p 37 Dessa forma para a Proposta Curricular da EJA o ensino da ora lidade se revela t o importante quanto para o ensino fundamental regular visto que os alunos podem cada dia mais aprimorar seus conhecimentos lingu sticos e assim participar ativamente no contexto social em que vi vem No que diz respeito s reflex es acerca do lugar da oralidade no ensino de l ngua para alunos do ensino regular a posi o do MEC a par tir dos Par metros Curriculares Nacionais bastante clara Cabe escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realiza o de apresenta es p blicas realiza o de entrevistas debates se min rios apresenta es teatrais etc Trata se de propor situa es did ticas nas quais essas atividades fa am sentido de fato pois descabido treinar um n vel mais formal da fala tomado como mais apropriado para todas as situa es A aprendizagem de procedimentos apropriados de fala e escuta em contex
102. amos compreender como a civiliza o se constituiu at atingir o seu es t gio atual de desenvolvimento Portanto devemos investigar a l ngua que na maioria das vezes revela a cultura de um povo j que atrav s da l ngua que identificamos a identidade de determinada comunidade A escrita presente nas p ginas dos manuscritos est adormecida necessitando de algu m para dar lhe vida isto os documentos antigos preservam para nossa gera o a mem ria de acontecimentos passados Portanto necess rio estud los entend los traz los a p blico ex traindo deles todas as informa es poss veis Para tanto cremos na rele v ncia deste estudo pois preciso fazermos essa an lise para compreen dermos tanto a sociedade cearense do s culo XIX quanto as diversas manifesta es da l ngua sobretudo do l xico atrav s de seus usos 2 A escrita Para Higounet 2003 a escrita muito mais que uma ferramenta ela possibilita a realiza o constante do pensamento humano Para tanto 34 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 podemos afirmar que em diversas sociedades foram produzidos muitos registros o que de suma import ncia para a hist ria de tal comunidade j que a escrita o fato social que est na base de nossa civiliza o Segundo Acioli 1994 a escrita n o se limita num registro es crito mas a um meio de conduzir o conhecimento N o soment
103. ar assustar e chocar Depois de relatar a import ncia da vota o e mostrar que a luta ser entre popula o e governo o documento traz em seu desfecho a press o total em cima dos governantes e a op o pela f ria da popula o em ter seu objetivo alcan ado Verificaremos a seguir se a sele o lexical est condizente ao que est citado acima Cadeia 1 cortar 2 cabe a 3 embora 4 exasperada 5 vontade 5 trocar 5 j 5 mandando 6 insist ncia 6 fraqueza 7 mudan as 10 poderia 10 tarde 13 n o 13 nada 14 A tematiza o expressa por meio da sele o lexical refor a a ideia do embate que se realizaria no mesmo dia da publica o do docu mento Mais do que na semana anterior o sentimento da na o era de pu ra ansiedade A busca por uma identidade era vis vel De acordo com es sa proximidade com o leitor a produ o jornal stica procura uma interlo cu o objetiva e de f cil entendimento Quanto menor o uso de v rgulas retic ncias e exclama es melhor para a clareza do texto uma quest o de simplicidade por m com formalidade No caso entretanto o que ocorre que o governo n o est numa disputa com a oposi o e sim com a pr pria vontade popular E mais que isso tem deixado evidente que quer as diretas porque n o gosta do governo nem das pessoas que est o nele ou em volta dele e deseja votar para poder tir las de onde est o Em suma o que
104. ar sobre a codicologia Essa ci ncia al m de auxiliar da filologia tamb m caminha junto com a paleografia e a diplom tica e tem o c dice por objeto de estudo Cam braia 2005 arrola v rios aspectos a serem observados para uma an lise codicol gica como veremos abaixo A codicologia consiste basicamente no estudo da t cnica do livro manuscrito CAMBRAIA 2005 p 26 Em outras palavras o estudo do c dice de um modo geral isto a descri o de 1 Cota cidade em que se encontra o c dice 2 Data o expl cita transcrever informando f lio e linha em que consta 3 Lugar de origem 4 Folha de rosto 5 Colof o transcri o 6 Suporte material papiro pergaminho ou papel 7 Composi o n mero de f lios n mero e estrutura dos cadernos formato dimens o dos f lios 8 Organiza o da p gina dimens o da mancha n mero de colunas n mero de linhas etc 9 Particularidades Miniaturas iluminuras marcas especiais carimbos assinaturas pessoais 10 Encaderna o tipo ori ginal ou n o original dimens o material natureza e cor da cobertura decora o texto na capa nervos no lombo 11 Conte do identifica o dos textos do c dice por f lio s informando autor e obra 12 Descri es pr vias bibliografia Cf CAMBRAIA 2005 p 28 J Spina 1977 p 22 ressalta que a codicologia atinente ex clusivamente ao conhecimento do material empregado na produ o do ma
105. ara conquistar a p tria Assim tenta se explicar melhor o papel do humor a cr tica direta e irrestrita Nessa perspectiva o humor reveste se de gra a e capaz de fazer surgir defini es sobre sua nature za e intencionalidade que podem ir desde sua extra o da deformidade e da desgra a at a satiriza o de pequenos fatos da vida social sem gerar constrangimentos ou vergonha 6 Humor riso e o campo reflex es da antropologia O humor divertido e s rio ao mesmo tempo uma qualidade vi tal da condi o humana Ele tamb m fornece pistas para o que realmen te importante na sociedade e na cultura O humor quase sempre reflete as percep es culturais mais profundas e nos oferece um instrumento pode roso para a compreens o dos modos de pensar e sentir moldados pela cultura Desta forma pretende se fornecer evid ncias das fun es e dos significados do humor abrangendo comunidades e estudos etnogr ficos O humor um tema enganoso e de dif cil explora o em termos multiculturais e temporais A an lise antropol gica e hist rica do humor pressup e a consci ncia de que a realidade constitu da de fatores soci ais e culturais Essa perspectiva um dos pontos de converg ncia da an tropologia e da hist ria cultural O primeiro problema encontrado tanto Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 63 por antrop logos quanto por historiadores um problema de linguagem
106. artilhavam um conhecimento pr vio anterior ao discurso Nesse sentido levando em considera o a pers pectiva de Lambrecht 1996 ainda que o referente o almo o n o esta va presente no contexto do discurso ou seja aceso na mente dos inter locutores e nem tenha ocorrido previamente no momento da fala sua compreens o poss vel em virtude de esse referente estar alocado na mente dos interlocutores Dessa maneira ele pode ser compreendido de vido ao contexto situacional e s infer ncias feitas pelo destinat rio Assim como 13 n o h v nculo sint tico entre os sintagmas no minais doce em 14 e O Flamengo em 15 e a senten a coment rio que lhes s o correspondentes A rela o que h entre esses constituintes puramente sem ntica e sua interpreta o se faz poss vel pelo conheci mento pr vio compartilhado entre falante e ouvinte no momento do dis curso Enfim entendemos que o anacoluto muito comum na l ngua fa lada assim como atestam os trabalhos de Vasco 2006 Pontes 1987 e muitos outros autores Contudo Pontes 1987 p 40 pontua que o anaco luto tamb m utilizado na modalidade escrita formal mas sob uma for ma diferente A norma gramatical contraria o uso do que os gram ticos chamam de anacoluto e ent o o escritor que internalizou estas normas conserta as frases que teimam em irromper de acordo com a estrutura de t pico E fre a quenteme
107. as localidades e presen a marcante da Igreja Cat lica os fatores condicionantes s mudan as topon micas detectadas Palavras chave Mudan a lingu stica Onom stica Top nimo 1 Considera es iniciais L ngua e sociedade se encontram sempre em processo de constru o logo quaisquer signos lingu sticos assim como os nomes de lugares top nimos est o sujeitos manuten o varia o e mudan a ao longo do tempo Sob esse olhar propomos refletir sobre a mudan a lexical nos de signativos municipais da microrregi o de Arapiraca localizada na mesor regi o do Agreste Alagoano procurando compreender os processos de constitui o e mudan a topon mica do l xico onom stico topon mico municipal alagoano por meio de um recorte de um grupo social em Ala goas A topon mia corresponde a um corpus lexical vivo e funcional que se atualiza continuamente no l xico ao ser utilizado pelos falantes em todas as situa es da fala tornando se pass vel de mudan as Da os estudos toponom sticos viabilizam a compreens o de tra os lingu sticos e do homem denominador e consequentemente permite a percep o de vest gios das contribui es relativas aos aspectos do meio f sico e socio 116 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 cultural em que os top nimos foram gerados e suas transforma es ao longo do tempo No dizer de Souza 2007 Considerando se o nome pr pr
108. as uns 11 poucos meses atr s o ponto de partida para uma 12 negocia o construtiva Apresentada agora ela vem muito 13 tarde num momento em que a opini o p blica n o quer 14 ouvir mais falar na continua o de nada que esteja ligado 15 ao governo DoOoJANtU rw m Se voltarmos a aten o ao primeiro par grafo lembramos que o Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 85 documento em seu in cio traz a import ncia da vota o para o futuro do pa s e essa decis o est nas m os do governo Neste terceiro par grafo o redator escreve em um tom amea ador que a popula o n o quer mais ouvir falar do atual governo Por mais que a situa o esteja com o gover no seria bom ele fazer valer a vontade do povo para n o haver nenhum tipo de retalia o tumulto ou revolu o social Aparece mais uma vez o tom autorit rio da Veja que procura pressionar a opini o p blica a ser en rgica indiretamente em caso de derrota da emenda constitucional Dante de Oliveira O t pico frasal est entre as linhas 1 e 3 No entanto dessa vez ele menos organizado e delimitador As frases s o fortes e comandadas pela presen a do verbo querer na terceira pessoa do singular do presente do indicativo Quer O povo quer isso quer aquilo Em suma a popu la o quer tirar o governo militar e escolher o pr ximo presidente pelo voto direto O objetivo do terceiro par grafo pression
109. ases lexicais dos top nimos aqui analisados cumpre ressaltarmos que levando em considera o que um top nimo recebe influ ncias internas e externas que podem ser nicas ou combinadas apesar da exist ncia dos povos ind genas na microrregi o em foco encontramos um n mero relativamente baixo de designati vos de origem ind gena apenas 3 tr s top nimos de timo tupi Cra bas Taquarana e Arapiraca e 1 um h brido com base tupi Coit do Noia o que nos surpreendeu pois esper vamos encontrar um ndice maior nessa categoria Quanto refer ncia onom stica compreendendo que no ato de nomear lugares esse nome pode ser dado por diversas motiva es topo n micas detectamos entre elas motivos pol ticos religiosos relativos vegeta o dimens o dos acidentes geogr ficos Todavia os resultados obtidos por meio da pesquisa mostraram a predomin ncia dos nomes de natureza f sica assim ao escolher um nome o homem procurou retratar o que tinha de mais valioso no local Na regi o do agreste alagoano o es tudo demonstrou a valoriza o dessa motiva o topon mica em especial as esp cies vegeta es nativas da microrregi o de Arapiraca o que consi deramos uma tend ncia geral da topon mia brasileira 134 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 relevante percebermos que n o importa qual o motivo na poca da nomea o mas a partir dela verificou se que o nome d
110. asileiro implic ncias e rela es lin gu stico hist rico culturais dos falantes em decorr ncia da concep o sociol gica da linguagem a partir dos bord es veiculados pela programa o de entretenimento Es tudo cultural e semi tico do humor na televis o capaz de influenciar a configura o da l ngua portuguesa a partir da ressemantiza o da linguagem tendo os bord es co mo instrumento de uso Rela o dial gica entre a linguagem humor stica e o sujeito na re constru o dos sentidos lingu sticos a partir da intera o verbal por meio da qual surgem novas formas de dizer e de significar fazendo com que o resultado seja mais que uma palavra Palavras chave Sociedade Intera o Verbal Polifonia 1 Introdu o Com a evolu o e sofistica o dos meios de linguagem o homem passou a conviver com uma nova dimens o do que seria interagir social mente tanto por meio dos mecanismos dial gicos quanto por seus apare lhos de divulga o e difus o de mensagens Assim a p s modernidade precisou reinventar os conceitos de comunica o atrav s de uma lingua gem representativa e simb lica de seu tempo agregando concomitante mente evolu o temporal espacial Por estes expedientes a trajet ria do presente estudo mapear como se d o os procedimentos humor sticos sua hist ria cultural e social que apregoam as metamorfoses lingu sticas as transforma es de senti dos que seduzem a credibilidade da grande
111. brasileira na s tira po tica de Oswald de Andrade 2003 Tese de dou toramento Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo ALTMAN Cristina A pesquisa lingu stica no Brasil 1988 S o Paulo Humanitas 1998 AZEVEDO Fernando A cultura brasileira S o Paulo Cia Ed Nacio nal 1944 BAHIA Juarez Jornal hist ria e t cnica hist ria da imprensa brasileira S o Paulo tica 1990 BRITO M rio da Silva Hist ria do Modernismo brasileiro Anteceden tes da Semana de Arte Moderna Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1971 CALHOUN Criag Org Social Theory and the Politics of Identity Oxford Blackwell 1994 CASCAIS Fernando Dicion rio de jornalismo as palavras dos media Lisboa Verbo 2001 CASTELLS Manuel O poder da identidade S o Paulo Paz e Terra 1999 CHAVES DE MELO Gladstone Origem forma o e aspectos da cultu ra brasileira Lisboa Centro do Livro Brasileiro 1974 CONTI M rio S rgio Not cias do Planalto A imprensa e Fernando Collor S o Paulo Companhia das Letras 1999 A l ngua do Brasil Rio de Janeiro Padr o 1981 COSERIU Eug nio Sincronia diacronia hist ria Rio de Janeiro Pre sen a 1979 COSTA Hip lito Jos da Correio Braziliense ou Armaz m Liter rio S o Paulo Imprensa Oficial do Estado Bras lia Correio Braziliense 2001 CUNHA Celso L ngua portuguesa e realidade brasileira Rio de Janei ro Tempo Brasileir
112. ca moderna Paulo Mos nio Teixeira Duarte inin nunaa E a 137 RESENHA O texto e a pesquisa lingu stica filol gica e liter ria Jos Pereira da SVO es iram A A E iO ARENT 161 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 EDITORIAL O CiFEFIL tem o prazer de apresentar lhe o n mero 59 da Revista Philologus com nove artigos e uma resenha dos seguintes autores Am rico Almiro do Filho B rbara Ol mpia Ramos de Melo Cybele Regina Melo dos Santos Everaldo dos Santos Almeida Expedito Elo sio Xime nes Jos Pereira da Silva Luiz Augusto Vieira de Carvalho Luna Karo line Sousa Rocha Matheus Seiji Bazaglia Kuroda M nica Maia dos Santos Paulo Mos nio Teixeira Duarte Pedro Ant nio Gomes de Melo e Rodrigo Maia Theodoro dos Santos No primeiro artigo Cybele aborda uma an lise das diferen as l xico sem nticas entre a l ngua portuguesa do Brasil e a l ngua portuguesa de Portugal No segundo B rbara e Luna discutem atividades em tr s livros did ticos para levantar os g neros orais apresentar como as atividades que desenvolvem a oralidade e analisar a coer ncia com a Proposta Cur ricular da EJA dos PCN e do Guia PNLD Am rico e Expedito apresentam no terceiro artigo o estudo de um manuscrito datado do s culo XIX da ent o vila do Acara Cear do qual fizeram a edi o semidiplom tica e analisaram os aspectos paleo gr ficos codicol gicos lingu
113. capazes de abra ar efi cazmente os efeitos pretendidos atrav s da difus o sistem tica que as mensagens do sistema de controle ideol gico s o propagadas Dentre as formas de difus o utiliza das pela propaganda ideol gica a oral a mais importante a partir da difus o que surge a possibilidade de produzir uma impress o de unani midade t o persuasiva quanto o pr prio argumento do orador Para isso o Casseta amp Planeta n o veicula risos somente mas transporta em sua linguagem bras es da cultura brasileira Ou seja o dis curso do programa desenhado encimando tra os da hist ria da cultura e dos costumes brasileiros Por isso que se cria uma estreita aproxima o com sua linguagem pois ela a soma das art rias da cultura brasileira A propaganda ideol gica permite disseminar de forma persua siva para toda a sociedade as ideias de determinado grupo Depois de emitidas atrav s dos diversos meios de comunica o elas passam a ser retransmitidas direta ou indiretamente no seio das diversas institui es sociais Dessa forma veicular jarg es lingu sticos em suas edi es tele visivas semanais propagandear todo o sistema ideol gico do programa que consequentemente age sobre o sistema ideol gico do grande p bli co Apesar de ter rela es com outros sistemas organizados de lingua gem aqui aportar se sobre o vi s lingu stico 4 O panopticon lingu stico didatiza o da m di
114. cas e digitais nas pr ticas discursivas LOPES 2013 A filosofia da linguagem se fundamenta na proposi o que repre senta estado de coisa uma vez que a no o de linguagem anteriormente hermetizada ora s regras de um determinado c digo ora enclausurada em constru es de valor de verdade cambia se inclinando se para os jo gos de linguagem No processo dial gico a significa o n o prioridade de um sen timento pessoal psicol gico ou algo mental Caso isso fosse verdade a comunica o seria impedida uma vez que o ato de significar levaria cada um a entender o que bem entendesse Por isso falar em linguagem con siderar o sujeito e sua participa o social Sendo assim o significado constru do a partir do envolvimento do saber do conhecimento sobre o objeto ao qual algu m se refere Essa troca de significados nasce das po si es e rela es sociais com o outro atrav s da linguagem A corrente interacionista que guia esta discuss o n o deixa de revelar afinidades com a concep o de linguagem sustentada pelo dialo gismo bakhtiniano segundo o qual o discurso possui um car ter funda mentalmente interacional e com a pragm tica dos atos de linguagem lingu stica da enuncia o Implica dizer que as transforma es das re la es s o constitu das em espec fico momento hist rico a partir dos aparelhos ideol gicos de Estado P CHEUX 2009 Para o processo de constitui o do sujeito
115. co Tal diferencia o se fazia necess ria pois alguns documentos eram adulterados isto as pessoas tentavam us los de m f para obter vantagens a si pr prias da a grande impor t ncia da autenticidade A diplom tica surgiu atrav s do senso cr tico do homem do s culo XVII que investigava a falsidade versus veracidade dos diplomas Nas palavras da especialista podemos afirmar que foram portanto os estu dos de ordem filol gica hist rica e teol gica dos s culos XVI e XVII que levaram o documento diploma a ser submetido a determinado tipo de cr tica surgindo da a diplom tica BELLOTTO 2002 p 47 A diplom tica tamb m pode ser definida segundo Cambraia 2005 como o estudo de documentos em especial os jur dicos Deve se entender aqui por documento em um sentido estrito toda not cia es crita de algum acontecimento Tratando ainda da acep o de documento podemos acrescentar o que afirma Terrero 2004 p 194 que os documentos s o escritos que t m car ter hist rico e jur dico ao mesmo tempo e est o escritos com as formas que para ambos os fins s o convenientes Outra concep o de diplom tica que vai ao encontro de Cam 3 Son escritos que tienem car cter hist rico y jur dico al mismo tiempo y est n redactados com las formas que para ambos fines son convenientes 38 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 braia 20
116. de coletiva de produ o de sentidos lingu sticos seus resultados e funcio namento das rejnegocia es lingu sticas e suas atividades regularizado ras de significa o atrav s de mecanismos modernos de comunica o de 66 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 massa Viu se o humor explorando os jogos de linguagem convidando a a quebrar as formas ortodoxas da comunica o constituindo assim um novo modo de dizer e representar as coisas de forma inovadora e criativa utilizando para tanto o cen rio da hilaridade para a constru o de um espa o indiscutivelmente prazeroso e l dico Essa uma a o silenciosa e imaterial e como tal muito frequentemente o falante desconhece o poder residente na l ngua Percebeu se que o objeto lingu stico n o individualizado em si Ele faz parte de uma propriedade intr nseca independentemente de uma conceptualiza o lingu stica e cultural uma vez que os prop sitos lin gu sticos fazem parte do mundo que envolve os usu rios da l ngua e suas inten es dial gicas todas representativas da imensid o do cen rio ideo l gico e lingu stico do falante Por fim analisou se que o emprego da l ngua se efetiva em forma de enunciados e discursos sejam eles orais ou escritos constru dos por quaisquer integrantes desse ou daquele campo de atividade humana Es ses diferentes enunciados marcam fatores espec ficos presentes em um referi
117. de Cra bas dos Nunes gt Cra bas Antes a cidade recebeu o primeiro nome de forma espont nea e posteriormente por imposi o de autoridades aprova o pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo ent o governador Luiz Cavalcante houve a redu o sintagm tica Podemos dizer que houve uma substitui o de um antropo top nimo Cra bas dos Nunes para um fitotop nimo Cra bas Como fator condicionante destacamos a quest o extralingu stica da emancipa o pol tico administrativa do povoado 124 TOPON MICA LEXICOGR FICA DE FEIRA GRANDE Top nimo Feira Grande Taxionomia Dimensiotop nimo Etimologia composto latino feria arum dia de festa grandis e signi fica grande de grandes propor es Estrutura Morfol gica elemento espec fico composto morfema lexical feir morfema classificat rio vogal tem tica a morfema lexical grand morfema classificat rio vogal tem tica e Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Informa es Enciclop dicas Situado em posi o estrat gica para o co m rcio pois fica pr ximo estrada que liga Penedo capital sua feira semanal crescia a cada ano passando a ser conhecida assim quando era vila e depois munic pio em 1954 Antes no in cio de sua forma o era conhecida por Mo cambo devido ao ajuntamento de escravos fugidos da regi o sanfranciscana A cidade deve portanto o seu top nimo ao
118. de uma pr tica escolar que se op e ao rigor hier rquico no estudo da comunica o de senvolvido pelo estruturalismo A an lise do discurso nada mais do que uma disciplina que in vestiga os discursos sendo visto como um produto s cio hist rico que se desenrola na rela o da linguagem com a sua historicidade A an lise do discurso como seu pr prio nome indica n o trata da l ngua n o trata da gram tica embora todas essas coisas lhe interessem Ela trata do discurso E a palavra discurso etimologicamente tem em si a ideia de curso de percurso de correr por de movimento O discurso assim a palavra em movimento pr tica de linguagem como estudo do discurso observa se o ho mem falando ORLANDI 2001 p 15 Em linhas gerais a an lise do discurso prop e um exerc cio de re flex o sobre os textos como discursos materializados de forma a com preender as forma es ideol gicas que est o presentes no mesmo afinal o discurso est intimamente atrelado ao momento social A significa o e a linguagem s o os pontos chaves que deram ori gem an lise do discurso O alvo dessa rea de estudo como se de es perar o discurso a palavra em movimento pr tica da linguagem Sendo a linguagem uma media o necess ria entre o homem e a realida de natural e social ela trabalha com a l ngua no mundo e n o um siste ma abstrato considerando a produ o de sentidos Prega se ainda a ide
119. dendo que preciso se preocupar com os usos efetivos da linguagem seu funcionamento e a produ o de significados dos textos a professora Silvane implicitamente concorda com Regina Zilberman quando escreveu que a leitura proposta pela escola s se justifica se exi bir um resultado que est al m dela ZILBERMAN 2002 p 21 22 apud PINTO amp LACERDA p 294 lembrando ainda que Em depoimentos de escritores sobre suas leituras de inf ncia verifica se que sua atitude perante os livros n o coincide com as expectativas da escola e vice versa a escola n o lhes oferece o modelo desejado de aproxima o aos textos liter rios Idem ibidem p 295 IV Citando Maria Cec lia Cortez Christiano de Souza 1993 p 356 que trata da trajet ria de um escritor ilustre Maria Leda Pinto e L ia Teixeira Lacerda destacam que uma poss vel forma de an lise das re presenta es hist ricas sobre a leitura pode ter como base relatos de aprendizagem autobiografias onde aquele que se tornou escritor recons tr i sua trajet ria de aprendiz de leitor SOUZA apud PINTO amp LA Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 165 CERDA 2014 p 304 Nessas autobiografias seus autores colocam em cena as diferen tes maneiras de ler de tratar o texto escrito de instalar a rela o entre o leitor e o texto de tal modo que podem retratar tanto a experi ncia sin gular de so
120. di o j que Gabelentz tem not ria semelhan a com Saussure Isto nos parece um desafio de natureza filol gica N o olvidemos que os cursos de Saussure s o tr s um deles editado por Bouquet e Engler 2012 e Godel apud LOPES 1997 por m n o nos estenderemos na compara o das edi es Fica para outro momento O genebrino consciente das rela es que a lingu stica mant m com as outras ci ncias nomeadamente a etnografia e a pr hist ria Per cebemos no entanto uma certa simpatia do estudioso para com a psico logia j que a base psicol gica se encontra nas manifesta es materiais e mec nicas a exemplo da troca de sons Saussure d como certo de que a l ngua n o se confunde com a linguagem Todavia a tem como certo de que ela uma parte essencial desta mesmo linguagem Afinal um produto social da faculdade de lin guagem e um aparato de conven es imprescind veis incorporadas pela sociedade para facultar a manifesta o desta faculdade nos indiv duos neste ponto que o Mestre difere de outros autores Citemos por exemplo Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 139 Bloomfield 1933 Este linguista americano julga a l ngua como resulta do de comportamento aprendido fiel que s diretrizes do behaviorismo radical A l ngua simplesmente mero comportamento e n o existe fa culdade de linguagem inata Mesmo um mentalista como Sapir 1980 re jeita base
121. dimens o que se acrescentaria posteriormente a uma estrutura lingu stica j constitu da mas algo que condiciona radicalmente a organiza o da l ngua FOUCAULT 1969 As forma es ideol gicas por sua vez podem incluir v rias for ma es discursivas restringindo o que e o como dizer de um sujeito enunciador Ao passar de uma forma o para outra as palavras t m a flexibilidade de alterar o sentido pois se encontram em contextos dife rentes cujas regras ou forma es discursivas s o distintas Charaudeau e Maingueneau 1997 afirmam que o entendimento de forma o discursiva parte do princ pio de que para uma sociedade uma localiza o um momento definido s parte do dizer acess vel que esse diz vel forma um sistema e delimita uma identidade Logo o conceito de forma o discursiva insepar vel do concei to de interdiscurso pois segundo P cheux 1981 um discurso sozinho n o tem identidade pr pria necessita se de outras vozes para construir um local no qual se convergem ideias e objetos que constituem por fim 72 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 uma forma o discursiva 4 An lise do corpus Ent o antes de iniciar uma an lise discursiva consideramos v li do apontar a situa o em que a m sica Velha Roupa Colorida foi pro duzida A d cada de 1970 foi palco de grandes manifesta es pol tico so ciais frent
122. direito ao voto direto sem o uso da viol ncia leva nos a uma reflex o sobre o homem brasileiro antes e depois do movimento Diretas J Inicia se a an lise do documento 817 com a identifica o do t pi co frasal e a an lise da tematiza o apresentada Entre janeiro e abril deste ano um dos per odos mais importantes da mo derna hist ria pol tica brasileira emergiu vista de todos um novo Brasil Al m de buscar a import ncia das Diretas J o t pico frasal remete nos busca de uma identidade verificada pelo uso da express o um novo Brasil No desenvolvimento do lead isso fica ainda mais evi dente Em defesa de uma ideia e levados por um formid vel desejo de mudan a milh es de cidad os foram s ruas pedir por elei es diretas para presidente da Rep blica Em centenas de com cios por todo o pa s souberam manifestar sua reivindica o em perfeita ordem sem que se registrasse sequer um inci dente de gravidade O texto faz um elogio expl cito ao movimento social que sem vi ol ncia e incidentes graves marcou uma poca Foi uma campanha maior que qualquer outra jamais feita no pa s e em termos de qualidade tornou se not vel por ter sua base de argumentos n o em histeria ou viol ncia A revista procurou estar ao lado do povo no texto com escolhas lexicais que remetem um sentido altamente positivo ao povo popula gt o exemplar expressado pro
123. do campo n o apenas por seu conte do pelo estilo da linguagem e seus recursos ou pelas composi es fraseol gicas e gramaticais mas acima de tudo por sua composi o estrutural Esses constituintes da lin guagem fazem da l ngua e de sua utiliza o um dos mais espetaculares fen menos da linguagem a comunica o REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BARTHES Roland O rumor da l ngua Trad M rio Laranjeira 2 ed S o Paulo Martins Fontes 2004 GREGOLIN Maria do R et al Org Discurso e m dia a cultura do espet culo S o Carlos Claraluz 2003 LOPES Luiz Paulo da Moita Org O portugu s no s culo XXT cen rio geopol tico e sociolingu stico S o Paulo Par bola 2013 P CHEUX M Sem ntica e discurso uma cr tica afirma o do bvio Eni Puccinelli Orlandi et al 4 ed Campinas Unicamp 2009 PEREIRA Maria E M O estudo da linguagem pela psicologia uma aproxima o entre Skinner e Bakhtin Revista Brasileira de Terapia Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 67 Comportamental e Cognitiva vol 9 n 2 p 337 347 2007 Dispon vel em lt http www usp br rbtcc index php RBTCC article view 203 gt RAMOS Roberto Org M dia textos amp contextos Porto Alegre EDI PUCRS 2001 ROODENDURG Herman BREMMER Jan Orgs Uma hist ria cul tural do humor Trad Cynthia Azevedo e Paulo Soares Rio de Janeiro Record 2000 68 Revista
124. dores um terreno comum a todos Por isso e por conhecer o cen rio so ciocultural no qual est presente a televis o prepara seu card pio ao gos 58 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 to do cliente audi ncia telespectador Desta forma sofisticar o humor algo vital uma vez que sua presen a faz parte da constru o cultural e social do povo brasileiro De forma criativa e hil ria o exemplo a seguir todo oriundo do mundo fonogr fico evidencia tanto os fatores lingu sti cos quanto os culturais Segundo Ramos 200 p 106 Para Ver n o universo de possibi lidades discursivas determinado pela cultura tanto no que se refere discursividade quanto na interven o de outras mat rias significantes O trabalho com a linguagem efetivamente uma expedi o e uma aventura expedi o porque vai investigar o aspecto intencional aventura porque a interpreta o constru da sempre imprevis vel apesar de inten cional Nessa perspectiva a reflex o aqui articulada uma tentativa de privilegiar a din mica da intera o como um processo que se realiza en tre dois parceiros no m nimo Com esse pressuposto b sico busca se ul trapassar o sistema normativo em vigor no grupo social e reconhecer a atividade real da linguagem em intera o na sua dimens o social e cultu ral As palavras de Barthes proferidas em sua Aula Inaugural do Co l gio de Fran a podem s
125. dos propriamente sociol gicos DORION 1984 p 103 Pelo supracitado podemos afirmar que a topon mia constitui um fio condutor de grande utilidade multidisciplinar comprovando que a na tureza pluralista dos designativos de lugares podem dialogar teoricamen te com v rias correntes te ricas Neste estudo buscaremos um di logo entre a onom stica e a sociolingu stica quantitativa 3 1 O signo topon mico Sabemos que o nome pr prio um fato da l ngua que n o apenas identifica mas tamb m significa por meio da investiga o da motiva o dos signos em fun o topon mica poss vel recuperar diversos aspectos da realidade de um grupo social O signo topon mico um signo lingu stico motivado pelas carac ter sticas f sicas do ambiente ou pelas impress es cren as e sentimentos do denominador no ato de nomear lugares geralmente usado como forma 120 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 de marco referencial de identidade Assim sendo os signos topon micos adquirem valores que transcendem o pr prio ato de nomear Uma vez que o l xico presente na l ngua de um dado grupo reflete o seu modo de ver a realidade e a forma como seus membros organizam o mundo que os rodeia MELO 2012 p 54 Carvalhinhos 2009 p 83 nos alerta a observarmos que esse sig no n o o lugar em si mas uma de suas representa es carregando em sua estrutura s mica elementos da l
126. e s classes sociais Essas variedades lingu sticas regionais s o compreendidas entre si contudo muitas vezes o n vel de compreens o de uma palavra ou termo se torna mais complexo dificultando a comuni ca o Finalizando o estudo realizado mostra que a l ngua portuguesa nica nos dois pa ses e que as diferen as no campo l xico e no campo sem ntico est o presentes mas n o chegam a ser um obst culo na comu nica o e n o provocam um distanciamento gritante entre as duas na es impedindo as de manterem uma comunica o intelig vel e compreens vel Entretanto em alguns textos principalmente os mais informais de vem ser lidos com uma aten o redobrada sendo necess rio s vezes a consulta a um bom dicion rio para auxiliar o entendimento mais preciso do que realmente os interlocutores est o querendo dizer ou de aspectos diferenciados na linguagem dos dois pa ses Assim como Gladstone Chaves de Melo 1975 diz no pref cio da 3 edi o de seu livro A L ngua do Brasil a l ngua como uma unidade viva das sociedades do mundo est em constante mudan a sendo que palavras s o esquecidas outras permanecem outras s o inseridas tor nando constante essa evolu o natural e permanente Andei l por todo o pa s cidades e aldeias litoral e interior meios urba nos e campo Descobri muito brasileirismo e inteirei me ainda mais da s lida unidade lingu stica luso brasileira Hoje o idiom
127. e Nova Andradina MS constru o da maturidade bacharelado e mestrado acad mico e profis sional de Campo Grande de Marlon Leal Rodrigues Espero que todos os leitores e consulentes deste livro sintam o mesmo prazer que eu tive ao ler os excelentes trabalhos que o integram tratando com seguran a e simplicidade sobre a produ o de texto 166 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BRAND O Helena Nagamine Estilo e g nero nos estudos do discurso In SOUZA Antonio Carlos Santana de PINTO Maria Leda Orgs Produ o de texto oral e escrito estudos e pesquisas da p s gradua o Curitiba Appris 2014 p 211 232 FIGUEIREDO Ol via Did ctica do portugu s l ngua materna dos pro gramas de ensino s teorias das teorias s pr ticas Porto ASA 2005 FREITAS Silvane Aparecida de Reflex o sobre a linguagem ou aula de gram tica In SOUZA Antonio Carlos Santana de PINTO Maria Leda Orgs Produ o de texto oral e escrito estudos e pesquisas da p s gradua o Curitiba Appris 2014 p 271 292 LOPES Ana Cristina Mac rio O conhecimento sobre a l ngua algu mas reflex es In DION SIO Maria de Lourdes CASTRO Rui Vieira de Orgs O Portugu s nas escolas ensaios sobre a l ngua e a literatura no ensino secund rio Lisboa Almedina 2005 MAINGUENEAU Dominique An lise de textos de comunica o Trad Cec
128. e Oceania a l ngua oficial de Portugal Ilhas da Madeira e Arquip lago de A ores Brasil Angola Guin Bissau Cabo Verde Rep blica Democr tica de S o Tom e Pr ncipe e Mo am bique sendo pensada falada e escrita todos os dias por milh es e mi lh es de pessoas Contudo o portugu s n o utilizado de maneira uni forme em todos estes pa ses devido ao contato com as l nguas nativas que j existiam neles ou por sofrerem influ ncias de outras l nguas seja por invas es ou imigra es como o caso do Brasil que possui uma he ran a das l nguas ind genas a influ ncia das l nguas africanas e de outras europeias que foram trazidas pelos imigrantes Pode se perceber que existem diferen as no portugu s de Portugal e no portugu s do Brasil e que muitas palavras de uso cotidiano em um pa s s o desconhecidas ou raramente utilizadas em outro Exemplo pe gas meias de homem usual em Portugal e esquentador Portugal e aquecedor Brasil Outras palavras nem possuem a mesma significa o nos dois pa ses tendo significados distintos como no caso de mo o que em Portugal significa empregado e no Brasil significa jovem O estudo dessa diferencia o realizado no campo l xico sem n tico ou seja apresentando as diferen as no sentido do vocabul rio e do significado de algumas palavras ou ideias que possam interferir no pro cesso de comunica o entre os dois pa ses E a quest o a ser trabalhada c
129. e a uma realidade brasileira altamente conservadora e autorit ria Naquela poca a popula o brasileira vivia sob a gide da ditadura militar momento no qual a liberdade de express o al m dos direitos humanos e constitucionais foi praticamente extinta Pol ticos jornalistas ou qualquer tipo de pessoa que se opusessem aos ideais ditatoriais eram firmemente punidos torturados ou penitencia dos podendo chegar at mesmo ao ex lio Para tal a censura se encarre gava de peneirar todo conte do a ser exibido pelas m dias e produzido pela ind stria cultural com a finalidade de conter um poss vel levante da popula o Frente a in meras coer es e proibi es de conte dos art sticos que tangem dramaturgia e literatura entre outras o recurso mais uti lizado como manifesta o pol tica e ideol gica foi a m sica pois seu ca r ter poliss mico e o seu jogo entre expl cito e impl cito enganava a elite militar passando pois pelo crivo da censura Belchior e Elis Regina foram dois dos grandes nomes na luta con tra a ditadura Com composi es amb guas o compositor cearense criou in meras m sicas de car ter revolucion rio cuja fun o era criticar o movimento de desconstru o social e humana que o Brasil v via na po ca Devido ao seu engajamento social Elis Regina interpretou as principais can es antiditadura Dona de uma voz potente e de um can tarolar gingado ela representou e deu
130. e da proposta aumenta em casos como estes Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 151 a corrigir corre o correto erigir ere o ereto b suprimir supress o supressivo reprimir repress o repressivo deprimir depress o depressivo c reter reten o conter conten o deter deten o A supress o sil bica nos casos supra vem mas seguida de altera o no radical a n o ser que apresentemos processos deselegantes co mo er e o repr ess o Em c ainda ter amos que postular a trocar de e por eN Em alguns exemplos h forte altera o de sentido como erigirlere o em que verbo e nome s o diversos semanticamente A prop sito existem al m de problemas fonol gicos patentes di verg ncias de sentido ao lado de converg ncias entre verbos e derivados a por posi o apor apos i o repor reposi o Todavia b supor suposi o propor proposi o depor deposi o A lista b destoa semanticamente da lista a Al m disto verifi quem se os resultados na cadeia de significantes repos i o depos i o O problema piora com os chamados derivados regressivos identi fic veis precariamente com um crit rio sem ntico correspond ncia entre nomes de a o e verbos correspondentes Qual vem primeiro troca e tro car N o sabemos Said Ali 1966 julga que a quest o diacr nica mas cremos que s em parte como deduzimos de 152 Revista Philo
131. e o fato lingu stico a re interpreta o da realidade mediatizada feita pelos aparelhos midi ticos televisivos deve ser assimilada por um p blico heterog neo Fatores subjetivos favorecem o uso lingu stico proposto Isto o cimento ideol gico que alicer a a vis o de mundo de cada indiv duo par ticipa dessa constru o fatores de ordem cultural agem como ncoras na capta o e inapel vel efic cia acerca das formas lingu sticas As caracte r sticas sociais do povo brasileiro mostram que a hist ria cultural do hu mor algo presente e forte em suas ra zes As piadas as s tiras a par dia o expressivo senso de humor s o constituintes marcantes da cultura brasileira e como tal s o c lulas utilizadas pelos mecanismos midi ti cos sobretudo os televisivos para fincarem um sistema de fideliza o tanto de plateia audi ncia como de mecanismos mediadores da lingua gem Desta forma o humor tem papel prec puo e vital no cen rio televi sivo por se relacionar com a hist ria cultural do povo brasileiro sua f cil sedu o seu apelo positivamente afetivo e espirituoso a deflagra o do riso enfim seu poder de aproximar e unir pessoas A hilaridade e sua hist ria cultural quase sempre refletem as per cep es culturais mais profundas e simb licas de um povo O humor um poderoso instrumento que serve para refletir sobre tem ticas que cir cundam o atitudinal o cultural a organiza o social dos pov
132. e ser adequada fala p blica Com re la o ao tempo definam e monitorem quanto tempo cada integrante ter para falar por exemplo 5 minutos Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 25 e Conforme o contexto voc s perceber o as possibilidades de uso de uma linguagem mais formal ou mais solta espont nea SILVA 2009 p 48 Verifica se que nesta atividade est o destacadas as caracter sti cas composicionais do g nero apresentando suporte te rico para que os alunos aprendam como fazer suas apresenta es e evidenciando o cui dado com o planejamento pr vio da fala a postura adequada fala p bli ca e o monitoramento da express o corporal Este cuidado mencionado na atividade tamb m visto na Proposta Curricular da EJA como um dos conte dos conceituais e procedimentais recomendados para a pr tica de produ o dos textos orais 4 2 LD2 Para Viver Juntos portugu s 8 ano ensino funda mental De acordo com o Manual do Professor do LD2 o objetivo princi pal almejado com o uso do livro dar condi es para que os alunos cons tituam as suas compet ncias discursiva textual e estil stica E mais ori enta que sejam tomados como objetos de ensino os conhecimentos que os alunos necessitam para utilizar nas mais diversas situa es sociocomu nicativas das inst ncias p blicas de uso da linguagem seja na leitura na escuta ou na produ o de textos orais e escrit
133. e um lugar o torna nico o individualiza o coloca no mapa o nome n o s representa um significado hist rico mas representa aspectos lingu sticos cultura hist ria cren a os ideais daqueles que o habitam Finalizamos destacando que o estudo do l xico topon mico con siste em uma rea e indaga o lingu stica muito ampla tornando este trabalho limitado na forma como aborda o assunto proposto longe do ideal mas que traduz o esfor o do pesquisador com os problemas atinen tes topon mia alagoana deixando para outro momento perspectivas ou tras de investiga o com maior aprofundamento de an lises dos fen me nos toponom sticos Logo ficam em aberto possibilidades para inquiri es comple mentares tendo em vista que sempre poss vel a realiza o de an lises mais exaustivas dos fen menos lingu sticos REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BRASIL Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE Dispon vel em lt http www ibge gov br gt Acesso em 31 04 2014 CARVALHINHOS P J Interface onom stica literatura a topon mia o espa o e o resgate de mem ria na obra de mem rias da rua do ouvidor de Joaquim Manuel de Macedo Cadernos do CNLF Rio de Janeiro CIFE FIL v 12 n 10 p 83 99 2009 Dispon vel em lt http www filologia org br xiicnlf 10 09 pdf gt DAUZAT Albert Le noms de lieux Origeneet volution Paris Librairie
134. e um meio de fixar a palavra ou uma esp cie de linguagem visual permanente ela a explica o do progresso do esp rito humano pois contribuiu para acumular e transmitir experi ncias que antes de sua exist n cia se limitavam tradi o legend ria ACIOLI 1994 p 18 Desde o surgimento da escrita no ocidente encontramos v rios per odos e varia es em sua evolu o conforme indica Acioli 2003 No per odo greco latino encontramos as escritas capital capital quadrada ou elegante capital r stica capital cursiva uncial e semiuncial e as escritas nacionais No per odo romano encontramos a escrita caro l ngia No per odo g tico temos a g tica semig tica ou redonda min s cula g tica e g tica cursiva J no per odo human stico temos a human s tica ou processada que por sua vez uma ramifica o da g tica cursiva Todos esses tipos de escrita tiveram sua origem a partir do alfabeto gre co latino Dentre os v rios tipos de escritas mencionados iremos nos deter um pouco na human stica que foi usada a partir do s culo XVI pelos re nascentistas e se caracteriza por ser de f cil leitura possuindo um tra ado com formas arredondadas uma escrita min scula apesar de possuir le tras capitais mai sculas no in cio de par grafo ou de textos ACIOLI 2003 Ainda segundo a autora podemos ressaltar que a human stica apresenta vantagens sobre as demais escritas gra as clareza que lhe p
135. eagem colocadas no n vel dis cursivo o que n o nos convence Sem falar de modalidades como al ti ca epist mica veredict ria que s o pragm ticas queiramos ou n o A prop sito vale ressaltar que na lingu stica funcional sist mica Halliday 1985 reconhece a pragm tica como fun o incorporada no sis tema Vale o mesmo para a fun es ideacional ou representativa e inter pessoal ligada s trocas Dif cil deixar a pragm tica de lado face a um exemplo como o dos C nticos dos C nticos em que a amada tem peitos grandes como a torre dos L bano e dentes brancos alinhados como ovelhinhas Belo e re ceptivo para um pastor que deseja mulheres fortes e prontas para o pasto reio Mas belo em nossa cultura A semi tica precisa de ancorar se na cultura dos povos acreditamos Eco 1980 p 136 prop e uma teoria da produ o s gnica que envolveria a o processo de MANIPULA O do continuum expressivo b o processo de CORRELA O da express o formada por um conte do c o processo de CONEX O entre estes sinos e eventos reais coisas ou estados do mundo Advoga pela conjun o dos tr s princ pios e uma vez colocado o problema da forma o do continuum expressivo nasce o da sua rela o com o conte do e com o mundo 6 Considera es finais Terminamos nosso trabalho sem falarmos de Coseriu que precisa de um artigo especial que o coloque no devido lugar de proa de estudio so que rejeito
136. eculiar Vejamos algumas caracter sticas da escrita human stica Tamb m chama human stica redonda rotunda ou human stica nova ro mana Estas denomina es v m determinadas por sua forma redonda frente a apar ncia angular da g tica Se trata de uma escrita clara bela e elegante de acordo com os gostos est ticos do renascimento pouca decora o muita linearidade e medida MARCOS 2005 p 20 A escrita human stica tamb m foi considerada estil stica usada por doutores geralmente em textos cl ssicos jur dicos etc A referida es 2 Tambi n llamada humanista redonda rotunda o humanista nueva romana Estas denominaciones vienen determinadas por su forma redonda frente a la apariencia angular de la g tica Se trata de una escritura clara bella y elegante acorde com l s gustos est ticos del Renascimiento poca decoraci n mucha linealidad y medida Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 35 crita surgiu no final do s culo XIV consolidando se no mundo lus fono a partir do s culo XVI prevalecendo ao longo dos s culos seguintes ra z o pela qual os documentos brasileiros s o exarados na escrita humanis ta como o que analisamos aqui datado do s culo XIX 2 1 A filologia e as ci ncias auxiliares Por esse trabalho ser de cunho filol gico importante apresentar alguns conceitos de filologia e consequentemente de suas ci ncias auxi liares pois
137. eguramente consubstanciar o encerramento desta ideia N o vemos o poder que reside na l ngua porque esquecemos que toda a l ngua uma classifica o e que toda a classifica o opressiva Mas a l ngua como desempenho de toda a linguagem n o nem reacion ria nem progressista ela simplesmente fascista pois o fascismo n o impedir de dizer obrigar a dizer Na l ngua portanto servid o e poder se confun dem inelutavelmente Essa liberdade um luxo que toda a sociedade de veria proporcionar a seus cidad os tantas linguagens quantos desejos houver proposta ut pica pelo fato de que nenhuma sociedade est ainda pronta a ad mitir que h v rios desejos Que uma l ngua qualquer que seja n o reprima outra BARTHES 2004 p 12 O controle ideol gico compreende todas as formas utilizadas pa ra que determinados indiv duos e grupos n o tenham condi es de per ceber sua realidade e assim fiquem impedidos de formar sua pr pria opini o Os indiv duos e grupos s podem adquirir consci ncia de suas reais condi es de vida por duas vias a observa o direta do meio em que vivem ou atrav s das informa es obtidas de outros pessoalmente ou pelos meios de comunica o Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 59 Portanto ter um pr conhecimento dos fatores de contextualiza o culturais ter a chance de criar estratagemas
138. el Percebemos nos dados coletados que algumas palavras n o receberam acento e outras receberam acento inapropriadamente Vejamos alguns exemplos Tipo de ocorr ncia Fac s mile Transcri o Linha Aus ncia de acento Atanga distancia 18 46 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFiL maio ago 2014 Choo Huminense de Eudes Hlol gicos e Linmqu licos Acentua o inapropriada 3 6 Outras ocorr ncias lingu sticas Por falta de regulamenta o na escrita os escribas grafavam de maneira variada pois certamente sentiam d vidas a respeito da forma das palavras e as escreviam da maneira que melhor lhes conviesse ou na ma neira que conheciam Tipo de ocorr ncia Fac s mile Transcri o Linha am gt o i gt e 3 7 Poligrafia Vale ressaltar que bastante vis vel a presen a da poligrafia no documento analisado O escriba registra uma mesma palavra de duas maneiras ao longo do texto Vejamos alguns exemplos Fac s mile Linha Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 47 Transcri o dois 8 Choo Huminense de Eudes Hlol gicos e Linmqu licos 3 8 Unidades de medida Encontramos no texto algumas informa es referentes a medidas que eram bastante utilizadas para fazer refer ncia a grandes e pequenas di
139. elecionados primeiramente por faze rem parte das sugest es apresentadas no Guia PNLD mais atual corres pondente a cada n vel de ensino e em seguida por serem os materiais adotados no ano de 2012 para o trabalho pedag gico em algumas das es colas visitadas Em virtude disso foram visitadas nove escolas entre a rede p blica municipal e estadual em busca de dois livros da EJA e dois do ensino fundamental Como em todas as escolas visitadas os livros utilizados na EJA eram os mesmos estabeleceram se para as an lises um livro da EJA e dois do ensino fundamental respectivamente a saber Educa o de Jo vens e Adultos Cole o Tempo de Aprender de C cero de Oliveira Sil va Elizabeth Gavioli de Oliveira Silva e Greta Nascimento Marchetti LD1 Para Viver Juntos portugu s 8 ano ensino fundamental de Ana Elisa Arruda Penteado et al LD2 e Projeto Radix portugu s 8 ano Cole o Projeto Radix de Ernani Terra e Floriana Toscano Ca vallete LD3 Com o intuito de alcan ar o objetivo desta pesquisa os livros fo ram analisados verificando primeiramente os g neros textuais presen tes tanto nas discuss es dos textos quanto nas propostas de produ o em cada um deles Em seguida foram selecionados os g neros textuais da oralidade que seguem abaixo e LD1 can o teatro causo cordel e semin rio e LD2 texto dram tico causos cantigas anedotas e semin rio e LD3 discuss o
140. elevantes as poss veis diferen as do l xico e da sem ntica da l ngua portuguesa pode vir a chocar quando por exemplo estiver folheando uma revista de moda intima feminina e encontrar a palavra cueca ao lado de uma modelo trajando uma pe a que ele conhece como calci nha ou se ao ler em um jornal no caderno de empregos a oferta de va gas para mulher a dias onde no Brasil conhecida como diarista S o quest es que n o podem ser esquecidas nem tampouco podem pas sar despercebidas quando se trata de buscar o diferencial na l ngua s diferen as no portugu s do Brasil e do portugu s de Portugal come aram a ser levantadas j na segunda metade do s culo XIX quan do alguns autores como Jos de Alencar trouxeram figuras dos ndios com os falares e costumes das pessoas que aqui viviam como no roman ce O Guarani No s culo XX com o movimento modernista essa ideia de constru o de uma identidade pr pria tamb m aparece na literatura como nos escritos de M rio de Andrade em especial em Macuna ma Podemos considerar que embora apresentando diferen as signifi cativas nos aspectos lexicais e sem nticos a l ngua portuguesa n o pode ser caracterizada pelo menos n o no momento atual de nossa hist ria lingu stica como uma segunda l ngua derivada da l ngua portuguesa n o sendo plaus vel separ la da l ngua de Portugal n o sendo portanto considerada uma l ngua brasileira As
141. ento Assim Por meio desse agenciamento do tempo nessa escrita da hist ria realizada pela m dia apagam se as determina es da opera o historiogr fica produzida de um certo lugar por sujeitos por discursos Cria se a apar ncia de uma his t ria que se faz por si mesma sem sujeito sem determina o das ideologias no cruzamento entre uma atualidade e dom nios de mem rias que n o perten cem a ningu m No interior dessa imensa opera o de dessubjetiva o da hist ria negociam se identidades por meio da fus o entre ideias do passado e sua restaura o na atualidade GREGOLIN 2003 p 15 Nesse contexto que a m dia articula o discurso a sociedade e a mem ria 9 Conclus o A an lise aqui apresentada n o teve o prop sito de mapear uma defini o concreta da natureza universal da linguagem e sua aplicabilida de nas diversas movimenta es lingu sticas da enuncia o e da intera o verbal uma vez que a linguagem se ressemantiza a partir de cada nova realidade no tempo e no espa o Tentou se sim descrever como a l n gua de certa forma comunga e autoriza por sua pr pria estrutura inelu tavelmente evolutiva os novos usos que seus pr prios falantes organi zam Da mesma forma a for a da frequ ncia dos atos de fala redimensi ona a l ngua cada vez que ela posta em funcionamento atrav s de seus sentidos e significa es Desvelou se a intera o verbal como ambi ncia de uma ativida
142. entos ou simplesmente a linguagem No caso dos programas de entretenimento humor sticos n o seria adequa do negociar dieta rem dios eletrodom sticos eletr nicos etc A lingua gem humor stica aqui analisada e representada por jarg es combina o de elementos modificadores da estrutura m rfica das palavras justaposi o aglutina o slogans etc formam o arcabou o utilizado pelo pro grama Casseta amp Planeta Urgente fazendo da l ngua muito mais que a mediadora de fatos Sob essa perspectiva ela a linguagem transforma da em um instrumento capaz de fidelizar o cliente telespectador sedu zindo o atrav s de jogos lingu sticos e da hilaridade Partindo dessas elucubra es e dos objetos de estudos de S rio Possenti e de Roberto Baronas segundo Gregolin 2003 p 14 nos quais esses pesquisadores analisam os debates sobre a l ngua portugue sa na imprensa brasileira intencionar se entender a aplicabilidade da l ngua portuguesa no programa Casseta amp Planeta Urgente tornando a objeto mercadol gico de consumo Esse consumo pode se dizer que invis vel considerando n o se tratar de um objeto f sico palp vel mas que tem relevantes implic ncias sobre as pr ticas sociais rotineiras Fal sas quest es an lises sem qualquer base cient fica fazem que o enunciar sobre a l ngua se transforme na materializa o de ideologias e de precon ceitos A an lise desses enunciados sobre a l n
143. existem ent o para o f sico para o fisiologista n o para o linguista e nem para o sujeito falante Assim como n o h sig nifica o fora do signo a assim tamb m n o h signo fora da signifi ca o 2 Se ao contr rio a l ngua for considerada ao longo de um per odo En t o n o existe mais signo nem significa o mas apenas figuras vocais o dom nio da fon tica 1 A figura vocal em si mesma nada significa 2 A diferen a ou identidade da figura vocal em si mesma nada signi fica NADA 3 A ideia em si mesma n o significa nada 4 A diferen a ou a identidade da ideia em si mesma n o significa NADA 5 A unido do que tem uma significa o para a l ngua a a diferen a ou a identidade da ideia SEGUNDO OS SIGNOS b a diferen a ou a identidade dos signos conforme a ideia as duas coisas estando al m disso indissoluvelmente unidas A l ngua consiste ent o na correla o de duas series de fatos 1 Consistindo cada um em oposi es negativas ou em diferen as e n o em termos que ofere am uma negatividade em si mesmos 2 existindo cada um em sua pr pria negatividade desde que a cada instante uma DIFEREN A da primeira ordem venha se incorporar a uma di feren a da segunda e reciprocamente Uma das consequ ncias desse fato que s se pode considerar uma unidade lingu stica qualquer na perspectiva por poca fazendo intervir ex plicitamente ou implicitamente
144. familiar na re gi o Desde a d cada de 1990 a cultura do fumo vem diminuindo sua produ o As causas do decl nio est o no pre o internacional do fumo negro e nos altos custos de produ o A microrregi o de Arapiraca constitu da por 10 munic pios a saber 1 Arapiraca 2 Campo Grande 3 Coit do Noia 4 Cra bas 5 Feira Grande 6 Girau do Ponciano 7 Lagoa da Canoa 8 Limo eiro de Anadia 9 S o Sebasti o e 10 Taquarana 3 A topon mia e a mudan a lingu stica A topon mia como ci ncia surgiu no s culo XIX e se ocupa do estudo do signo topon mico seus significados sua forma o sua varia o e mudan a como tamb m sua import ncia para a l ngua e cultura so cial dos povos Trata se de uma disciplina din mica e de car ter amplo n o s por n o limitar a sua investiga o aos aspectos lingu sticos e categori za o dos nomes de lugar mas ainda por se voltar para a investiga o das motiva es que impulsionaram o denominador no ato da nomea o Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 119 Analisando o campo dos estudos topon micos Tavares amp Isquer do 2006 nos explicam que Na dimens o lingu stica o estudo dos top nimos nomes de lugares pode ser realizado sob diferentes perspectivas an lise de estratos lingu sticos evidenciados pelos designativos classifica o taxion mica dos nomes e an li se de taxes pred
145. feitas por terceiros O f lio 1v composto por 20 linhas n o apresenta manchas nem borr es que atrapalhem a leitura do texto Quanto dimens o do f lio verificamos que possui 141 mm de largura e 213 mm de altura O texto est situado com o espa amento de 29 mm ao lado direito e 04 mm ao lado esquerdo Quanto altura constatamos que o texto est localizado a 65 mm da margem superior e 13 mm da margem inferior Reto a face da folha que fica direita quando o livro est aberto a primeira face da folha a fa ce da frente Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 43 Choo Huminense de Eudes Hlol gicos e Linmqu licos O f lio 2r possui a dimens o de 143 mm de largura e 214 mm de altura constitu do de 13 linhas e apresenta uma mancha na ltima linha da margem inferior Percebemos que no f lio 2r o texto apresenta varia es quanto estrutura Primeiramente h um texto de 5 linhas com es pa amento 32mm da margem esquerda 04mm da margem direita e 63 mm da margem superior logo abaixo encontramos a sauda o Deus Guarde aVossa Excel ncia localizada a 72 mm da margem esquerda e 15 mm da margem direita Com o espa o de 10 mm abaixo da sauda o h o destinat rio da carta presidente da prov ncia Pedro Le o Veloso Esta informa o est situada a 10 mm da margem esquerda e 51 mm da margem direita do f lio Por fim encontramos as assinaturas dos vere
146. forma es Enciclop dicas As terras onde hoje se situa Arapiraca per tenciam a Marinho Falc o que as vendeu ao Capit o Amaro da Silva Valente de Macedo No ano de 1848 o Capit o Amaro Valente enviou o genro Manoel Andr Correia dos Santos juntamente com a fam lia quela localidade em vir tude de uma s ria contenda entre Manoel Andr e o cunhado Jos Ferreira de Macedo Ap s longos dias de trabalhos e perigos o pioneiro alcan ou uma pla n cie onde resolveu parar Fez acampamento embaixo de uma frondosa arapira ca e a permaneceu v rios dias sombra da rvore levantou uma cabana de madeira coberta com cascas de angico onde passou os primeiros dias enquanto constru a a primeira casa numa dist ncia de aproximadamente cem metros que 130 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 serviu de habita o para sua fam lia Desde esta poca Arapiraca conservou seu nome Em seus prim rdios como distrito Arapiraca esteve sob a jurisdi o su cessivamente de Penedo Porto Real do Col gio S o Br s e Limoeiro de Ana dia Como munic pio independente constituiu se de territ rio desmembrado de Palmeira dos ndios Porto Real do Col gio S o Br s Traipu e Limoeiro de Anadia Pelo Decreto n 1 071 de 24 de outubro de 1924 passou a pertencer comarca de Palmeira dos ndios Em 1931 passou jurisdi o da comarca de Anadia Em 17 de setembro de 1949 finalmente
147. g neros da oralidade que possibilitam o desenvolvimento de compet ncias lingu s ticas e dos conte dos atitudinais cada vez mais necess rio no cotidiano escolar 5 Considera es finais A partir das teorias que fundamentaram as an lises percebe se que a sistematiza o do ensino da oralidade poss vel gra as aos mode los e as sequ ncias did ticas pautadas no uso dos g neros textuais orais como objeto de ensino Al m destas os documentos oficiais como a Proposta Curricular da EJA e os PCN oferecem ao professor orienta es para realizar esse ensino de forma que consiga desenvolver efetiva mente a aprendizagem destes g neros orais por parte dos alunos No LD1 p de se observar que as recomenda es do Manual do Professor e da Proposta Curricular da EJA relacionadas s atividades que promovam a intera o entre os alunos e o educador considerando as experi ncias que os alunos trazem para a sala de aula foram respeitadas Notou se o tratamento dado ao ensino das varia es de uso da l ngua mostrando aos alunos que tipo de linguagem utilizar em diferentes situa es comunicativas se formal ou informal Entretanto necess rio refor ar que o LD1 apesar de todo avan Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 29 o pedag gico apresentado em rela o ao ensino da oralidade n o cui dou em proporcionar uma aprendizagem eficiente dos aspectos composi cionais
148. genebrino reconhece um ponto essencial nas teses do linguista americanos a l ngua uma conven o e a natureza do signo con vencional indiferente A quest o do aparelho vocal se revela pois se cund ria no problema da linguagem SAUSSURE 1977 p 18 Sobre a l ngua e o arbitr rio do signo o mesmo Whitney admitiu que a l ngua uma institui o pura Sendo assim o linguista america no pousa a l ngua na sua correta dire o Mas pondera Saussure em tom de cr tica a Whitney imbu do ainda de certa ideologia historicista Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 141 Mas ele n o foi at o fim e n o viu que tal car ter arbitr rio separa radi calmente a l ngua de todas as outras institui es Isso se v bem pela maneira por que a l ngua evolui nada mais complexo situada simultaneamente na massa social e no tempo ningu m lhe pode alterar nada e de outro lado a ar bitrariedade de seus signos implica teoricamente a liberdade de estabelecer n o importa que rela o entre a mat ria f nica e as ideias Disso resulta que esses dois elementos unidos nos signos guardam sua vida pr pria numa pro por o desconhecida em qualquer outra parte e que a l ngua se altera ou me lhor evolui sob a influ ncia de todos os agentes que possam atingir quer os sons quer os significados Essa evolu o fatal n o h exemplo de uma l n gua que lhe resista Ao f
149. gua mostra que o discurso n o serve apenas para comunicar mas que ele a um s tempo um ob jeto simb lico e pol tico Simb lico no sentido de que ele uma etiqueta que representa um determinado objeto cuja ordena o categoriza o in terpreta o preexiste significa o e pol tico no sentido de que uma luta pelo poder Ao falar sobre a l ngua esses textos produzem o controle sobre o uso das formas lingu sticas vigiando os atos ideol gicos e dial gicos impondo posturas verbais espec ficas S o dispositivos de vigil n cia que pretendem disciplinar o uso da l ngua legislando em nome de in tencionalidades como forma de capta o de usu rios de novas formas Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 65 lingu sticas como marcas de identidade de um programa laboratorizado para grandes p blicos E a batalha pela degusta o dos novos slogans lingu sticos A m dia uma produtora dos acontecimentos discursivos do pre sente A quest o central que se coloca como se constr i essa hist ria espetacularizada numa sociedade imersa nas novas tecnologias formada por saberes vol teis ef meros Acompanhando as an lises deduzimos que uma das respostas a esta quest o pode ser encontrada na forma como manejada a temporali dade O acontecimento como uma hist ria ao vivo de que estamos imersos numa temporalidade da qual se suspendeu o contingente distan ciam
150. h interven o funda mental de dois fatores o outro social e a linguagem Nessa concep o fica marcada a exist ncia de uma rela o de interdepend ncia entre sujei to sociedade e linguagem uma vez que o sujeito se constitui na rela o com o outro e que essa rela o constru da mediada essencialmente pela linguagem Assim desde o come o atrav s dos sons dos contatos f sicos do olhar etc as malhas de trocas se incorporam em um complexo processo crescente iniciando sobremaneira os fen menos de natureza sensorial como alimenta o conforto higiene sa de afeto etc Nesse contexto a l ngua e seus desdobramentos vai se constituir para a crian a como sendo o pr prio lugar das trocas A intera o far com que as rela 56 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 es com seu grupo se desenvolvam e se tornem mais semiotizadas A experi ncia de mundo que envolve os homens na vida em soci edade constitui uma cadeia de atos e fatos que s na pele de nossos dis cursos ganha sentido Assim o indiv duo vai sendo constru do pela hist ria herdeiro sem escolha de cren as conhecimentos e costumes comuns aos membros do grupo classe comunidade etc Neste sens vel momento o texto humor stico e seus tent culos lingu sticos se oportunizam como uma nova possibilidade de uso tendo a estrutura ideol gica papel relevante quanto ao afastamento ou aceita o das
151. i liza o e crise S o Paulo em Perspectiva Revista da Funda o SEADE vol 7 n 1 jan mar 1993 A massa na pra a mobiliza o e conflito na campanha das Di retas J Comunica o amp Pol tica Rio de Janeiro vol 1 n 3 1995 Diretas J O grito preso na garganta S o Paulo Funda o Perseu Abramo 2003 SAUSSURE Ferdinand de Curso de lingu stica geral 24 ed S o Pau lo Cultrix 2002 SILVA NETO Serafim da Introdu o ao estudo da l ngua portuguesa no Brasil Rio de Janeiro Instituto Nacional do Livro 1950 Hist ria da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Presen a 1957 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 97 Cap tulos da hist ria da l ngua portuguesa no Brasil Rio de Ja neiro Nova Presen a 1986 SODR Nelson Wernek A hist ria da imprensa no Brasil Rio de Janei ro Civiliza o Brasileira 1966 S ntese de hist ria da cultura brasileira S o Paulo Difel 1983 TEYSSIER Paul Hist ria da l ngua portuguesa Lisboa S da Costa 1982 WHITE Hyden Tr picos do discurso Ensaios sobre a cr tica da cultura Trad Al pio Correia de Franca Neto 2 ed S o Paulo EDUSP 2001 98 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 O T PICO SOB A PERSPECTIVA DA GRAM TICA TRADICIONAL Luiz Augusto Vieira de Carvalho UERJ FFP professorluizvieira O outlook com RESUMO Este a
152. ia de que todo texto tem um sentido camu flado que para ser desvendado necess rio ir al m da an lise do c digo percebendo a rela o que o enunciado tem com o seu contexto Ent o o 70 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 sentido visto como algo mut vel e de reconstru o no qual o leitor pode fazer leituras de um mesmo texto atribuindo novos sentidos 3 Conceitos discursivos O discurso um produto social ent o a historicidade intr nseca ao discurso e ao seu funcionamento O que define que o texto disse em rela o ao que ele sugere dizer o contexto ou situa o de comunica o al m da intera o entre os sujeitos imagin rios Parafrascando Maingueneau 1997 p 24 condi es de produ o um termo utilizado como variante de contexto rela o entre texto com a exterioridade momento hist rico uma leitura centr fuga inse par vel e indispens vel do conceito de discurso j que este se baseia nos princ pios ideol gicos culturais e hist ricos nos processos de constru o e recep o das vozes Ou seja aproxima se da no o de circunst ncia na qual o discurso produzido Para a escola francesa de an lise do discurso a express o vincu lada com hip tese de que condi es de produ o s o invariantes sem n tico ret ricas est veis que determinam um conjunto de discursos produ zidos em determinada poca hist rica
153. iante o que foi exposto at aqui sobre o papel da oralidade no ensino de l ngua pode se constatar que de fato ser importante mostrar aos alunos a grandiosidade do processo que envolve os usos efetivos da l ngua valorizando os diferentes n veis de fala ensin los a adequar se s mais diversas situa es sociocomunicativas que lhes forem impostas e mostrar tamb m que n o h uma solv ncia entre oralidade e escrita e sim que uma pode ser influenciada pela outra Em se tratando da educa o de jovens e adultos EJA sabe se que uma modalidade de ensino diferente do ensino regular quanto es trutura metodologia de ensino e ao p blico alvo A grande maioria dos alunos que recorre ao programa maior de 14 anos e n o completou os quatro anos de escolaridade no ensino regular al m de homens e mulhe res que est o em busca de melhorar de vida adquirindo conhecimento O professor de jovens e adultos deve estar apto a trabalhar com cada uma dessas realidades necessita tamb m conhecer bem os seus ob jetos de ensino e frequentemente atualizar suas metodologias Para tan to o MEC criou a Proposta Curricular da EJA objetivando oferecer ori enta es para elabora o de programas educacionais para jovens e adul tos o provimento de materiais did ticos e a forma o dos professores Com rela o l ngua portuguesa e modalidade oral do seu uso a Proposta numa vis o mais ampla faz saber que o ambie
154. ica a morfema lexical di morfema classificat rio vogal tem tica a Informa es Enciclop dicas A tradi o atribui o nome aos muitos limo eiros cultivados pelos primeiros colonizadores naquela rea do Agreste Inici Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 almente Ant nio Rodrigues da Silva dono de uma fazenda de gado foi o pri meiro propriet rio da regi o Segundo a tradi o popular havia um frondoso limoeiro naquele lugar onde costumavam descansar os ca adores que explora vam as matas Afirma se principalmente que foi encontrado um p de lim o ao lado da capela erguida em 1798 por Ant nio Rodrigues A referida capela esta va sob a dupla invoca o de Santa Cruz e de Nossa Senhora da Concei o do Limoeiro por causa do p de lim o Assim em torno da capela e do limoeiro desenvolveu se o povoado que em raz o de haver pertencido ao munic pio de Anadia ficou conhecido como Limoeiro de Anadia Em 31 de maio de 1882 Limoeiro foi elevado condi o de Vila independente pela Lei n 866 Des membrada de Anadia teve a sua instala o oficial em 8 de janeiro de 1883 Fez parte da comarca das Alagoas Marechal Deodoro at 1883 quando passou a de Penedo ent o criada juntamente com Anadia Em 1938 passou a integrar comarca de Anadia criada nessa poca Finalmente foi elevada categoria de comarca pela Lei n 1 674 de 11 de novembro de 1952 Fonte www
155. icas s o relevantes para a denomina o do lugar ou sua mudan a mostrando que a l ngua um mecanismo muito importante na divulga o de aspectos sociocultu rais de uma determinada regi o Observando que o ambiente f sico e o sociocultural se complementam 4 2 Top nimos municipais alagoanos da microrregi o de Arapi raca que n o apresentaram mudan a lingu stica No l xico onom stico topon mico municipal alagoano em rela o varia o e mudan a dos top nimos da microrregi o de Arapiraca de tectamos que n o registramos mudan as topon micas sejam por substi tui o ou transforma o nos seguintes designativos 1 Arapiraca 2 Campo Grande 3 Lagoa da Canoa 4 Limoeiro de Anadia e 5 S o Br s Esses top nimos se mant m na refer ncia onom stica sem altera es formais e sem nticas desde a inicia o dos povoamentos at sua emancipa o TOPON MICA LEXICOGR FICA DE ARAPIRACA Top nimo Arapiraca Taxionomia Fitotop nimo Etimologia O termo de origem tupi arapi raka ara quer dizer periquito ou arara de acordo com outros pira pode ser traduzido como pousa e aca significa ramo de rvore Trata se de uma esp cie de angico branco da fam lia das mimos ceas muito comum no agreste e no sert o e que o povo sua ma neira denomina de Arapiraca Estrutura Morfol gica elemento espec fico simples morfema lexical arapirac morfema classificat rio vogal tem tica a In
156. idas a princ pio as abordagens te ricas sobre os g neros textuais o ensino da orali dade as recomenda es da Proposta Curricular da EJA e dos PCN e a escolha do livro did tico que fundamentaram as an lises depois foram apresentados os procedimentos utilizados e os materiais selecionados pa ra compor o corpus em seguida foram feitas as an lises das atividades relacionadas com a oralidade correspondentes a cada um dos livros e por fim foram divulgados os resultados das an lises 2 Pressupostos te ricos ensino da oralidade as diretrizes curricula res e a escolha do livro did tico Verifica se que o preconceito com a oralidade dando privil gio escrita ainda percept vel nas escolas Muitas vezes nem mesmo os li vros did ticos de l ngua portuguesa instigam o professor a trabalhar tal modalidade em sala de aula e quando o fazem no geral a aten o volta da para oralidade est quase sempre relacionada apenas com a interpreta o textual Hoje n o se discute mais sobre a import ncia do trabalho com a oralidade em sala de aula Diversos autores como Marcuschi 2003 p 22 reconhecem a relev ncia do desenvolvimento de compet ncias orais na escola ao afirmar que na sociedade atual tanto a oralidade quanto a escrita s o imprescind veis Trata se pois de n o confundir seus pap is e seus contextos de uso e de n o discriminar seus usu rios Apesar disso o trabalho com a oralidade aind
157. ignos lingu sticos semelhantes aos demais nomes pr prios pertencentes ao mesmo sistema mas n o t m as mesmas caracter sticas ou seja n o possuem como outros uma natu reza arbitr ria ou convencional O top nimo motivado e n o arbitr rio isso por m n o significa que h uma rela o natural entre o nome e lu gar por ele nomeado Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 121 CLT OTA F 7 p Cireute Heminenme de Cdudes Pilolegiccse Lingublicos 3 2 A mudan a lingu stica no l xico onom stico topon mico O l xico onom stico topon mico pode ser compreendido como um indicador cultural ele retrata o modo como a l ngua representa a vi s o de mundo de um povo evidencia a inter rela o que se estabelece en tre l ngua cultura e sociedade Logo sua din mica renova o e ou am plia o lexical est condicionada a fatores externos e internos l ngua uma l ngua est sempre recebendo for a centr fuga e for a centr peta em sentidos opostos n o excludentes mas complementares MELO 2010 p 118 A partir das pesquisas toponom sticas poss vel observar o pas sado recuperar formas antigas e estudar o presente acompanhando o movimento lingu stico do signo topon mico Portanto analisaremos os top nimos enquanto vultos hist ricos a partir das mudan as lingu sti cas relevantes sucess o dos nomes atribu dos a cada munic pio da mi
158. igo discute atividades em tr s livros did ticos Objetiva levantar os g ne ros orais apresentar como as atividades desenvolvem a oralidade e analisar a coer n cia com a Proposta Curricular da EJA os PCN e o Guia PNLD Como aporte te rico utiliza Antunes 2003 F vero 2003 Marcuschi 1997 e 2003 Marote amp Teodoro 2002 Preti 1999 Ramos 1997 e Rojo 2000 e 2003 O resultado aponta que os li vros did ticos apesar de j terem avan ado em reconhecer a import ncia da oralida de para o ensino da l ngua ainda apresentam algumas falhas principalmente no to cante sele o e abordagem pedag gica dos g neros orais Palavras chave Oralidade G neros textuais Ensino da l ngua portuguesa 1 Introdu o Sabe se que por muito tempo o ensino de l ngua portuguesa nas escolas contemplou indiscriminadamente o trabalho com a escrita dan do uma quase inexistente import ncia modalidade oral de uso da l n gua Acreditava se que n o era dever da escola ensinar o aluno a falar e sim da fam lia No entanto observou se que nas ltimas d cadas com o surgimento e avan os dos estudos lingu sticos essa realidade vem sendo transformada e j se reconhece a relev ncia do ensino da oralidade A pr tica docente do ensino de l ngua oral nas escolas feita por meio do apoio que os livros did ticos oferecem aos professores e apesar dos avan os em muitos destes livros ainda n o poss vel constatar o
159. ijar do tipo SN SN N o cremos que o falante sinta o pronome como actante Examinemos exemplos como estes a Jo o n o mora se esconde b Miriam prometeu amar o marido para sempre c A gua fervendo de t o quente quase evaporou toda d Vende se casas e Falam mal de professores nos col gios f Jos vai Universidade g Leo vem de Bras lia No primeiro caso o foco contraste entre verbos o que impede a entrada de actantes No segundo e no terceiro as formas nominais impe dem a entrada do sujeito No quarto e no quinto houve redu o de val n cia por ser importante apenas a informa o verbal n o os agentes se manticamente humanos Esta interven o funcional demove irreversi Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 153 velmente os agentes Entra em jogo a fun o textual da linguagem vin culada informa o no sentido funcionalista do termo cf HALLIDAY 1985 Nos dois ltimos fatores frequenciais implicam n o reconhecer se na val ncia abstrata respectivamente os pap is de origem e de meta pois nas situa es comunicativas estes costumam ser impl citos Como vemos fatores puramente estruturais n o s o suficientes no reconhecimento das fun es e dos pap is no sentido funcionalista destes termos 5 Easemiologia E conhecido o esquema de comunica o apresentado por Saussure no Curso de Lingu stica Geral Audi o Fona o
160. im de certo tempo podem se sempre comprovar des locamentos sens veis SAUSSURE 1977 p 90 A l ngua focada em Saussure nos desdobramentos de seu m todo como sistema de signos em que o importante a rela o entre signi ficante e significado Saussure rejeita assim rejeita a l ngua como mera nomenclatura A l ngua focada em Saussure nos desdobramentos de seu m todo como sistema de signos em que o importante a rela o en tre significante e significado Saussure rejeita assim rejeita a l ngua co mo mera nomenclatura Descarta o que Eco 1974 chamada de metaf si ca do referente assim expressa com veem ncia comumente falamos numa coisa chamada Alpha Centauri mas sem ja mais t la experimentado Com algum estranho aparelho um astr nomo pas sou alguma vez por essa experi ncia Mas n s n o conhecemos esse astr no mo Conhecemos apenas uma unidade cultural que nos foi comunicada atrav s de palavras desenhos ou de outros meios Em defesa ou pela destrui o des D 66 sas unidades culturais como de outras tais como liberdade transubstanci a o ou mundo livre estamos dispostos at mesmo a enfrentar a morte Quando a morte chega e s depois ela o nico referente o nico evento n o semiotiz vel um semi tico morto n o mais comunica teorias semi ticas Mas at um instante atr s ela usada quando muito como unidade cultural ECO 1974 p 15 A
161. interm dio da intera o entre todas as obras citadas na can o conclui se que a m sica Velha Roupa Colorida prega a ideia de que a sociedade necessita em tempos de ditadura militar se redescobrir se reinventar virar a p gina rejuvenescer acabar com a repress o pois todo passado mesmo que recente uma roupa velha e colorida que n o serve mais Segundo o compositor essa seria a nica maneira de se re alcan ar a liberdade e a felicidade infinita Logo exige se o fim da ditadura para que a mudan a venha Ve lha Roupa Colorida de forma sucinta um discurso sobre a liberdade 80 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS AZEVEDO Karla Forlin An lise The Raven O Corvo de Allan Poe WebArtigos com c 2009 Dispon vel em lt http www webartigos com articles 21356 1 Analise The Raven O Corvo de Allan Poe paginal html gt Acesso em 13 08 2011 BACCEGA M A Palavra e discurso hist ria e literatura S o Paulo Cortez 2007 CHARAUDEAU P MAINGUENEAU D Dicion rio de an lise do discurso S o Paulo Contexto 2004 CHARAUDEAU P Linguagem e discurso modos de organiza o S o Paulo Contexto 2008 FOUCAULT M Arqueologia do saber 6 ed Rio de Janeiro Forense 2000 HALL Z D She s leaving home again The woman who inspired a Beatles classic has had to quit the Spanish house she built illegally Daily
162. io de lugar como fato de uma l ngua como um signo lingu stico que identifica e guarda uma significa o precisa de aspectos f sicos ou antropoculturais o estudo toponom stico servir como recupera o de fatos f sico geogr ficos e ou s cio hist rico culturais em par te ou em sua totalidade por que passaram os povos que habitaram tempor ria ou definitivamente a regi o pesquisada SOUZA 2007 p 36 Assim o acervo lexical de uma dada sociedade reflete o seu modo de ver a realidade e a forma como seus membros organizam o mundo que os rodeia Logo quando se nomeia lugares de forma primitiva e ou quando se muda estas denomina es ao longo do tempo diferentes fato res podem motivar na escolha e ou na mudan a do top nimo tanto de ordem f sico ambiental quanto na ordem antropocultural O percurso metodol gico utilizado se constituiu das seguintes etapas ap s levantamento dos top nimos da referida microrregi o alago ana junto ao banco de dados do IBGE investigamos a origem a forma o e as mudan as lingu sticas ocorridas ao passar do tempo nestes de signativos de munic pios em Alagoas com o escopo de desvendar o que levou a denomina o e por conseguinte a mudan a na refer ncia ono masiol gica No que diz respeito tipologia da mudan a topon mica utiliza mos a categoriza o apresentada por Dauzat 1926 Conforme esse au tor h dois tipos de mudan as as substitui es e as transforma es
163. io objeto de estudo deste trabalho Al m dis so interessante a fun o do pleonasmo na vis o do autor ao que parece esse conceito pode ser equiparado fun o do pronome c pia na cons tru o de deslocamento esquerda No entanto surpreendentemente Bechara 2010 falando sobre o reconhecimento do objeto direto na senten a cita o termo topicaliza o sem relacion lo a alguma figura de estilo ou coisa do g nero Observe a declara o de Bechara Op cit p 32 mediante 08 reconhece se o objeto direto mediante a transposi o topicaliza o do objeto direto pa ra a esquerda do verbo o que permite sem ser obrigat ria a presen a dos pronomes pessoais a as o os junto ao verbo repetindo o objeto di reto transposto Apesar de Bechara Op cit usar o termo citado pela lingu stica topicaliza o o mesmo autor n o utilizou a mesma nomen clatura em 7 em que chamou de pleonasmo do objeto indireto Ao que tudo indica Bechara 2010 concebe como topicaliza o somente os casos de objeto direto deslocado N o cita portanto casos de topicaliza o com outras fun es sint ticas ou outras estrat gias de t pico em sua gram tica N o obstante em rela o aos gram ticos analisados neste es Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 109 tudo foi o nico que citou o termo topicaliza o apesar de Azeredo 2011 fazer uma pequena refer nci
164. ios a Porto Real do Col gio em virtude do grande n mero de oper rios chegados para trabalhar na obra Oficialmente o nome Mucambo foi substitu do por Feira Grande pelo Decreto lei n 2 902 de ano de 1943 A sua emancipa o pol tica se deu em 5 de abril de 1954 pela Lei n 1 785 Des membrado de S o Br s o munic pio foi instalado pelo ent o governador Arnon de Mello em 25 de abril de 1954 Fonte www wikialagoas al org br index php Feira GrandetEtimologia Aqui tamb m temos o mecanismo de substitui o sistem tica Mucambo gt Feira Grande Em termos toponom stico houve uma troca de um ecotop nimo para um dimensiotop nimo Interessante perceber mos que ambos os top nimos se enquadram nas taxionomias de natureza f sica Quanto estrutura morfossint tica houve a mudan a de um ele mento espec fico simples para elemento espec fico composto Como fator condicionante destacamos a quest o da emancipa o pol tico administrativa que imp s a mudan a do nome Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 125 FICHA TOPON MICA LEXICOGR FICA DE GIRAU DO PORCIANO Top nimo Girau do Ponciano Taxionomia Antropotop nimo Etimologia composto de origem latina gyrus derivado de giro significa tipo de armadilha para ca a de animais do classe indeclin vel de greg poncio Estrutura Morfol gica elemento composto h brido morfema lexical gi rau form
165. l ngua falada tratam principalmente dos g neros considerados informais como uma conversa ao telefone S o pouqu ssi mas as oportunidades de abordar g neros que prescindem de registros mais formais o que ratifica o seu desprest gio Marcuschi 1997 p 41 esclarece que um dos aspectos importan tes no estudo da fala a varia o ao afirmar Ser de grande valia pois mostrar que a l ngua falada variada e que a no o de um dialeto uniforme n o apenas no portugu s mas em qualquer l ngua uma no o te rica e n o tem um equivalente emp rico Assim entre muitas outras coisas a abordagem da fala permite entrar em quest es geral mente evitadas no estudo da l ngua tais como as de varia o e mudan a dois pontos de extrema relev ncia raramente vistas Partindo desse pressuposto n o se trata de saber falar certo ou er rado e sim de saber os registros de fala ou de escrita adequados s situa es contextuais no ato comunicativo Conforme o pensamento de Maro te amp Teodoro 2002 pode se afirmar que o professor deve utilizar tais manifesta es lingu sticas durante o ensino e n o desconsider las im pondo ao aluno um uso padr o da l ngua Portanto considerando que o objeto do uso da linguagem seja a Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 15 oralidade n o basta apenas saber falar preciso que se possa conhecer e dominar os g neros orais dos
166. las civiliza es remotas Concluindo esse estudo podemos afirmar que o fil logo linguista ama o ato de editar e extrair manifesta es da cultura das civiliza es impl citas e expl citas deixadas pelas pessoas atrav s dos escritos O que conduziu esse trabalho foi tentativa de mostrar o estudo mais global do texto atrav s das v rias ci ncias que o tem como objeto de estudo em especial a paleografia a codicologia e a filologia que nos auxiliaram a Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 49 extrair as realiza es s cio hist ricas pol ticas e culturais presentes em todo documento que s o representa es vividas por uma comunidade em determinado tempo passado REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ACIOLI V L C A escrita no Brasil col nia um guia para leitura de documentos manuscritos Recife Editora Universit ria 2003 ANDRADE Elias Alves de Aspectos paleogr ficos em manuscritos dos s culos XVIII e XIX Dispon vel em lt http dlev fflch usp br sites dlev fflch usp br files Andrade O pdf gt Acesso em 01 10 2013 BELLOTO Helo sa L Como fazer an lise diplom tica e an lise tipol gica de documento de arquivo S o Paulo Arquivo do Estado e Imprensa Oficial do Estado de S o Paulo 2002 CAMBRAIA C N Introdu o cr tica textual S o Paulo Martins Fontes 2005 HIGOUNET Charles Hist ria concisa da escrita Trad Marcos Marci onilo S o Paul
167. lid o do leitor face ao texto quanto a experi ncia da leitura como uma rela o de troca e de conv vio Idem ibidem p 304 305 V Concluindo agrade o pelo prazer que os organizadores deste vo lume me concederam de poder fazer uma pr leitura de sua produ o as sim como ao professor Nataniel que entrou em contato comigo a respei to dessa possibilidade Al m dos quatro cap tulos aqui citados foram inclu dos ainda neste interessante volume os seguintes cap tulos que vale a pena serem lidos Varia o aquisi o e representa o mental da gram tica de Ma ria Cec lia Mollica Cynthia Patusco Gomes da Silva Samara Moura e Tha s Lofeudo A tabatinga revisitada a manuten o de um l xico de origem africana em Minas Gerais MG Brasil de Margarida Maria Taddoni Petter L ngua adicional crioliza o e descrioliza o de An tonio Carlos Santana de Souza As ora es interrogativas nas l nguas ind genas brasileiras de Nataniel dos Santos Gomes Revendo a an lise de um valor Leite et alii 1991 de Migu l Eugenio Almeida As pectos sem ntico lexicais do vocabul rio de curandeiros radicados na fronteira de Aral Moreira MS um estudo sociolingu stico de Elza Sabina da Silva Bueno e Jefferson Machado Barbosa O ensino de in gl s nas escolas p blicas em Mato Grosso do Sul de Adriana L cia de Escobar Chaves de Barros e Curso de letras d
168. limitadas e n o podem ser descartadas Para isto lembra a professora Silvane Aparecida de Freitas A reflex o gramatical deve ocorrer no mbito de estrat gias orientadas para a resolu o de problemas lingu sticos manifestados em interven es orais na interpreta o ou no aperfei oamento de textos antecipados pelo pro fessor a partir de debates de leitura de obras e de textos produzidos pelos alu Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 163 nos FREITAS 2014 p 274 Na escola para se conseguir um conhecimento assistem tico da estrutura lingu stica cada vez melhor a leitura deve estar integrada es crita atrav s da pr tica da an lise lingu stica Idem ibidem Em seu trabalho sobre An lise lingu stica no ensino m dio M rcia Mendon a 2006 p 204 a apresenta como uma alternativa complementar s pr ticas de leitura e produ o de texto dado que possibilita a reflex o consciente sobre fen menos gramaticais e textual discursivos que perpassam os usos lingu sticos seja no momento de ler escu tar de produzir textos ou de refletir sobre esses mesmos usos da l ngua FREITAS 2014 p 275 E a professora Silvane conclui pouco adiante comentando que A an lise lingu stica inclui tanto o trabalho sobre as quest es tradicio nais de gram tica quanto quest es amplas a prop sito do texto Idem ibidem levando o estudante a refletir sobre a l
169. logus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 gt j I 2 5 Ciclo Hlumenenio de Eudes Hlol gicose Lnequ icos a cansar gt cansa o mas descansar gt descanso b mata gt desmatar gt desmate Est claro que o nome o derivado Mas por analogia e n o por crit rios diretos de adi o de prefixos e de sufixos Na lexicaliza o estrutural j referida de fato a redu o sil bica com posterior acr scimo de morfema um processo esdr xulo em portu gu s Poder amos sim colocar na lexicaliza o estrutural o que as gram ticas estruturais chamam de morfema subtrativo A exemplo de an o an capit o capit maulm O morfema a subtra o do que a gram ti ca tradicional chama de semivogal Sendo esses casos de natureza margi nal melhor seria coloc los parte com reais exemplos de lexicaliza o estrutural A vogal complexa pois o que existe na verdade uma vogal e n o um ditongo conforme explicita Saussure na estrutura sil bica se simplifica numa vogal mais simples Melhor ignorar exemplos de lexi caliza o estrutural como diacronia na sincronia porque aquela se pre sentifica nesta Vale o mesmo para alguns casos de derivados regressi vos Em sintaxe fatores discursivo pragm ticos interv m na transitivi dade como o pronome obl quo tono em exemplos como Beijo lhe as m os cf LIMA 1985 Lhe classificado por Lima como objeto indire to mas a val ncia de be
170. los de uma maneira efetiva como arquivos da sabedoria correta do passado RIGUI 1967 De acordo com os conceitos acima percebemos que a filologia tem o papel de estudar registros escritos produzidos pelas civiliza es antigas Como afirma Ximenes 2013 a tarefa da filologia o estudo dos textos atrav s da sua transcri o edi o e publica o para se conser var o material e a hist ria da humanidade Esse procedimento de con serva o do material relevante pois a hist ria do homem est sendo publicada e o que se torna mais necess rio a sua preserva o Sendo assim podemos ressaltar segundo Spina 1977 que a filo logia tem por intuito explicar e restituir o texto a sua autenticidade Ape sar da filologia apresentar v rias defini es o que podemos afirmar com veracidade que ela n o subsiste sem o texto escrito Da filologia surgiu a lingu stica definida por Lyons 1987 como ci ncia da linguagem ou alternativamente como estudo cient fico da linguagem Cambraia 2005 p 31 corrobora que essa defini o afir mando que a ci ncia que estuda cientificamente a linguagem e que tem uma rela o essencial com a cr tica textual pois os textos t m como pilar a l ngua Entendemos por cr tica textual como afirma Cambraia 2005 p 13 a restitui o da forma genuina dos textos Portanto para restituir um texto necess rio que ele passe por um processo de edi o O a
171. lunos a observarem os aspectos su prassegmentais da oralidade ao pedir que os identifiquem dentro do cau so que est sendo interpretado Ap s esse momento sugere a compara o entre o causo escrito e o causo falado Ainda dentro da proposta de trabalho do LD2 sobre a tradi o oral de conta o de causos sugere ao professor que leia os causos em voz alta e pe a a alguns dos alunos que contem os causos lidos e que os demais fiquem atentos para ouvir e avaliar a conta o segundo alguns crit rios A proposta bastante pertinente uma vez que o livro explica detalha damente aos alunos o momento de prepara o e apresenta o O principal momento de trabalho com a oralidade nesta atividade est centrado nos crit rios de avalia o que a autora sugere aos alunos Cada grupo observar um crit rio entona o express es faciais e gestos usados pelo contador se o causo falado correspondeu ao causo escrito se houve uso de sotaques ou vocabul rio t pico dos personagens de acordo com o ambiente da narrativa se pareceu ter havido prepara o antes da apresenta o ensaios e se houve intera o entre o contador e os alunos Dessa forma tamb m se podem observar duas outras implica es pedag gicas nas quais segundo Antunes 2003 deve estar pautado o ensino da oralidade que s o uma oralidade voltada para os diferentes ti pos e g neros dos discursos orais e uma oralidade voltada para reconhe cer o papel da enton
172. m tica tradicional como exemplo de objeto direto e objeto indireto pleon stico respectivamente j que em 14 por exem plo o termo deslocado esquerda da senten a faz o papel sint tico de objeto direto do verbo guardava como se pode observar pela ordem di reta da senten a guardava umas carabinas atr s do guarda roupa dei xando em seu lugar original um pronome pessoal j 15 e 16 s o mais parecidos com 13 de Bechara 2010 Ao que parece esse tipo de ana coluto em que o pronome pessoal eu n o faz parte da estrutura sint ti ca muito comum Pontes 1987 assim como outros autores j certifi caram tal postula o em seus trabalhos Cabe ressaltar ainda que Azeredo 2011 ao citar 14 menciona Perini 2000 e a sua defini o de t pico discursivo na nota de rodap de seu livro assumindo ent o uma atitude menos prescritiva do que a do Bechara 2010 No entanto Azeredo Op cit n o cita outras estrat gias de t pico e n o menciona a frequ ncia do uso do anacoluto como fez Cunha 2008 4 Considera es finais Diante do exposto acima not vel que embora os gram ticos fa am alguma men o ao t pico como descrito pela comunidade lingu sti ca e n o como simplesmente uma figura de estilo tais autores n o men cionam em suas obras as diferentes estrat gias de t pico e consequente 112 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014
173. m com a pr pria von tade popular 3 Raras vezes ela foi t o clara ou se manifestou de forma t o maci a quanto ao clamar nas ruas pelas elei es diretas para j 4 O que existe uma monumental e exasperada vontade de trocar j quem est mandando 13 3 Amostra 817 Entre janeiro e abril deste ano um dos per odos mais importantes da mo derna hist ria pol tica brasileira emergiu vista de todos um novo Brasil Em defesa de uma ideia e levados por um formid vel desejo de mudan a milh es de cidad os foram s ruas pedir elei es diretas para presidente da Rep blica Foi uma campanha maior que qualquer outra jamais feita no pa s E esta a marca do novo Brasil um pa s que amadureceu A campanha pelas diretas deixa evidente que a popula o brasileira em 1984 se tornou muito mais madura do que era A popula o mudou o Brasil mudou A utiliza o da l ngua como pr tica social nos traz portanto um entendimento da rela o existente entre homem l ngua e identidade por meio da l ngua que o homem re lata suas experi ncias e consegue se comunicar Os itens lexicais utiliza dos a organiza o tem tica a ordena o dos par grafos as rela es gramaticais e todos os pontos colocados nessa an lise comprovam que a l ngua se faz presente n o somente como um meio de comunica o mas tamb m como pr tica social conforme prop e a historiografia lingu sti ca Nos documentos anali
174. ma a conceb la como sis tema formal e formalizado Uma ideia cara ao autor a de recursividade que subjaz no o de compet ncia ligada ao falante e ouvinte ideal que conhece muito bem sua l ngua n o sofre lapsos de mem ria e capaz de construir extensas frases desde que sejam gramaticais N o importa a ex tens o das frases nem dos sintagmas pois estamos diante de um constru to que o falante e ouvinte ideal O ideal que as entidades frasais obe de am a regras que as tornam gramaticais Sua ininteligibilidade para o leitor se deve a fatores reais como problemas de mem ria e de pelo ta manho das unidades sint ticas dificultar as rela es l gicas bom termos em mente que Saussure teve marcada forma o so ciol gica oriunda de Br al 1992 embora n o tivesse absorvido as dire trizes sociol gicas no plano da descri o lingu stica Para Saussure a l ngua fundada em alicerces sociol gicos mas isto n o implica que a sociologia deva servir de base para a descri o tal como fez Br al na descri o diacr nica das mudan as de sentido As ideias saussurianas derivam de uma longa tradi o Whitney muito admirado pelo mestre de Genebra j tinha reconhecido o papel so cial da l ngua seu papel instrumental No entanto Saussure o critica por considerar a l ngua uma institui o social semelhante s outras em todos os pontos e por ter exagerado a escolha humana nos rg os vocais Po r m o
175. ma breve apresenta o do livro Produ o de Texto Oral e Escrito organizado pelos Professores Ant nio Carlos Santana de Souza e Maria Leda Pinto comentando alguns de seus cap tu los e relacionando os demais para conhecimento dos interessados Concluindo este n mero 59 da Revista Philologus o CiFEFIL so licita a sua cr tica a esta publica o ajudando nos a produzir um peri di co cada vez mais qualificado e importante para a intera o entre os pro fissionais de lingu stica e letras e especialmente os que atuam direta mente com a filologia em seu sentido mais restrito Rio de Janeiro agosto de 2014 6 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 DIFEREN AS L XICO SEM NTICAS DO PORTUGU S DO BRASIL E DE PORTUGAL Cybele Regina Melo dos Santos UNINOVE cyreOig com br RESUMO Este artigo aborda uma an lise das diferen as l xico sem nticas entre a l ngua portuguesa do Brasil e a l ngua portuguesa de Portugal A proposta foi a de verificar que apesar das diferen as que est o presentes na l ngua portuguesa escrita utilizada nos dois pa ses o processo de comunica o compreens vel respeitando se os aspec tos hist ricos e os processos de forma o que permitiram a diferencia o da lingua gem nos dois pa ses Palavras chave L ngua portuguesa L xico Sem ntica A l ngua portuguesa est presente em v rios pa ses nos continen tes da Am rica frica sia
176. mais informais aos mais formais a fim de que os interlocutores possam compreender os enunciados produzidos du rante a intera o Essa consci ncia sobre o grau de formalidade e informalidade das modalidades em quest o se faz necess ria como explica Ramos 1997 p 9 ao declarar que n o menor o n mero de falantes que assumem que a escrita s se presta veicula o de textos formais e que a fala de modo geral e irrestrito sempre mais coloquial que a escrita Assim compreende se primeiramente que o professor necessita se desprender do preconceito j estabelecido entre oralidade e escrita pa ra que n o o repasse aos seus alunos preciso que o ensino da oralidade permita ao aluno um contato com a l ngua padr o uma vez que o concei to de norma culta est atrelado concep o de formalidade no ensino de l ngua Preti 1999 trata da quest o da norma quando a considera como um produto que resulta do uso da l ngua por determinados grupos soci ais e que esta se modifica a cada situa o em que estes usu rios se en contrem adequando a s suas inten es comunicativas Com isso depreende se que para que o objetivo de ensinar a norma culta na oralidade seja que o aluno aprenda a falar como pessoa culta extremamente necess rio que ele possa ter acesso a esse tipo de linguagem e al m disso que haja possibilidade de uso tanto na escola quanto no seu meio social Antunes 2003 p 111 11
177. mativo s o de origem lusa distanciando se ainda mais da variedade brasileira do portugu s Em consequ ncia nossas gram ticas tradicionais de modo geral n o seguem uma norma brasileira Op cit p 25 Dessa maneira devido ao fato de a gram tica tradicional privile giar a escrita em detrimento da oralidade em seus comp ndios e utilizar em sua maioria textos bases de origem lusa ao se deparar com constru es que advenham da modalidade oral da l ngua tem dificuldades de reconhec las e aceit las como estruturas leg timas da l ngua portugue sa uma vez que s o estruturas diferentes comparadas quelas considera das padr o Dessa forma essa limita o por parte da gram tica tradicio nal se refletir na estrutura sint tica Nesse panorama gram ticos insistem em n o reconhecer as sen ten as de t pico como constru es leg timas da l ngua portuguesa mes mo com o grande arsenal de trabalhos de v rios linguistas mostrando a enorme ocorr ncia de tais constru es na modalidade oral da l ngua e 106 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 at na escrita Esse reconhecimento n o acontece porque as constru es de t pico se diferenciam da ordem padr o can nica SVO adotada pelas gram ticas e consequentemente pela maioria dos professores de l ngua portuguesa como a nica forma correta de se estruturar a senten a na l n gua portuguesa Dessa maneira quando
178. mente refor ando os argumentos Diante 1 decis es 2 importantes 2 votar 3 restabelece 3 diretas 4 e 7 sucess o 4 decis o 5 e 8 responsabilidade 5 essencialmente 6 restabelecimento 7 imediato 7 peso 8 pressionando 9 comparecer 9 decretando 10 emerg ncia 10 oferecendo 11 adiamento 11 Com esses itens lexicais a tematiza o bem delimitada Se o tema do par grafo organizado pelo t pico frasal a decis o do Con gresso Nacional a sele o lexical aparece tamb m nessa linha Deci s o direta importante sucess o responsabilidade imediato pressionan do Uma linha para refor ar a ideia de uma tomada de decis o conscien te seguida S o palavras que sublinham a inten o da revista em levan tar a import ncia da vota o da emenda Dante de Oliveira para o futuro do pa s importante observar no segundo par grafo a forma como o texto segue a determina o do lead a presen a do t pico frasal definido e a sele o lexical que refor a a ideia desenvolvida A quest o seria certamente de outra natureza se envolvesse apenas um debate entre o governo de um lado e a oposi o de outro cada qual lutando em defesa de suas posi es pol ticas No caso entretanto o que ocorre que o governo n o est numa disputa com a oposi o e sim com a pr pria vontade popular Raras vezes ela foi t o clara ou se manifestou de forma t o maci a
179. mente suas fun es discursivas Nesse sentido podemos perceber que de forma geral esses autores acreditam que o elemento que se encontra na periferia esquerda da senten a diferenciando se da organiza o sint tica usual SVO tem um papel na senten a chamar a aten o do ouvinte para o termo deslocado Portanto as constru es de t pico coment rio ainda n o s o reco nhecidas pela gram tica tradicional e consequentemente isso se reflete nos professores de l ngua portuguesa que ao se depararem com essas constru es nos textos orais ou escritos produzidos por seus alunos cor rigem nos porque n o conhecem as fun es discursivas que essas cons tru es desempenham no discurso Dessa forma entendemos que a n o aceita o dessas senten as pelos professores de l ngua portuguesa decorre da falta de conhecimento das diversas fun es comunicativas que essas constru es podem de sempenhar no discurso Dessa maneira acreditamos que outras pesquisas que focalizas sem as fun es discursivas dessas senten as n o s enriqueceriam os es tudos que j existem na comunidade lingu stica sobre o tema mas tam b m e principalmente auxiliariam professores de portugu s no reconhe cimento dessas fun es diminuindo o preconceito que as cerca REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ARA JO Edivalda Alves As constru es de t pico do portugu s nos s culos XVIII e XIX uma abordagem sint tico discursiva 2006
180. ngresso Nacional tem A decis o quem se recusa A quest o seria Raras as vezes que ela vontade popular foi t o clara A popula o nas ruas diz A proposta conciliat ria poderia ter sido JON BU 12 Carta ao Leitor de 02 de maio de 1984 x A data do documento n mero 817 refere se primeira semana ap s a derrota da emenda Dante de Oliveira no Congresso Nacional A palavra indigna o talvez fosse pequena em seu significado para defi nir o estado de choque em que a sociedade se encontrava A busca de pe la democracia e pela identidade por meio do sufr gio universal foi des Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 89 cartada pelos governistas Na vota o foram 298 votos a favor 65 con tra 3 absten es e 113 deputados ausentes Faltaram apenas 22 votos pa ra a aprova o A estrat gia do governo militar identificada pelas aus n cias ficou evidente A maior mobiliza o popular da hist ria brasileira foi derrotada A se o Carta ao Leitor nessa data acompanhou o sen timento de tristeza da na o e opinou de forma clara objetiva e sem vio l ncia sobre o que acontecera na semana anterior O que mais nos desperta a aten o nesse documento o papel da identidade principalmente no que concerne mudan a de comportamen to e ao amadurecimento da sociedade A forma como a revista Veja qua lificou a popula o que reivindicou seu
181. nguas den tro do mesmo pa s pois a raiz e a base estrutural permanecem as mes mas estando consolidadas pelos diversos usu rios da l ngua principal mente na forma escrita Esse o caso de Portugal e do Brasil em que ca da pa s apresenta um estilo pr prio e diferenciado em aspectos do l xico e da sem ntica mas possuem sua estrutura e base preservada No Brasil temos um processo de uso diferenciado de algumas pa lavras e termos que de acordo com Melo 1975 p 146 faz a constitui o do l xico do Brasil um elemento de estilo e n o de outra l ngua e ainda afirma que O vocabul rio nomes e verbos constituem num idi oma o que se chama nomenclatura ao passo que o que tra a a fisionomia de uma l ngua a estrutura No aspecto da fala e dos textos escritos de maneira informal a No Brasil j ultrapassamos os duzentos milh es de habitantes enquanto Portugal mant m uma popula o de pouco mais de nove milh es Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 9 2 presen a de palavras com sentido diferente muito maior e marcante acarretando em certos casos alguns problemas na interpreta o e at na compreens o correta e imediata do que se quer realmente expressar tor nando a comunica o menos compreens vel De fato alguns textos ao serem lidos por um leitor mais desper cebido aquele que n o tenha tido nenhuma esp cie de contato com dados r
182. nico conjunto de textos o conjunto de fragmentos convergidos em um corpus j que intertextualidade o sistema de regras impl citas que vem acompanhado com o intertexto Assim vale ressaltar a import ncia do intradiscurso tendo a linguagem como fator capital e do interdiscur so que a rela o cont nua de um discurso com outros processos discur sivos Todo discurso tem um funcionamento pr prio pode se dizer que existe uma regra padr o no processo de cria o do mesmo paradigma ou tipologia Ao analisar as marcas e as propriedades poss vel encontrar nas vozes uma forma o ideol gica Vale ressaltar que contexto ou condi es de produ o vem acompanhado se n o de forma indissoci vel com uma ideia concep o ou ideologia Assim para os conjuntos de enunciados que seguem um mesmo sistema de regras historicamente determinadas Foucault 1969 denomina como forma es discursivas Para P cheux esse termo ca racterizado pela rela o entre as classes sociais por meio das intera es entre as forma es ideol gicas posi es pol ticas e ideol gicas que podem estabelecer v nculo de avers o alian a ou autoridade a pr pria no o de comunica o lingu stica que deslocada o fa to de que um enunciado sup e um enunciador um destinat rio uma rela o com outras enuncia es reais ou virtuais que esteja atravessado pelo impl cito etc tudo isto n o uma
183. no adotada pelo professor Trazendo para a realidade da educa o de jovens e adultos o Guia PNLD EJA 2011 destaca que O fundamental que o livro did tico n o seja considerado a nica refe r ncia para organizar as situa es de ensino e aprendizagem mas sim um re curso a mais que pode ser utilizado em momentos espec ficos e para fins de terminados Preconiza se assim que o livro atue como uma das refer ncias poss veis estimulando o educador para a busca de outras fontes e experi n cias coerentes com as concep es pedag gicas que postula contribuindo na organiza o das pr ticas educativas BRASIL 20104 p 20 Com isso o PNLD EJA demonstra basear se no princ pio de que os livros did ticos devem servir de aux lio aos professores que visam os meios da sua pr tica pedag gica e n o apenas como uma via de m o ni ca Para o tratamento dado oralidade o Guia PNLD 2011 sugere que a escola e os professores no momento da escolha do livro verifi quem se e As atividades favorecem o uso da linguagem oral na intera o em sala de aula como mecanismo de ensino aprendizagem e As atividades exploram as diferen as e semelhan as que se estabelecem entre a linguagem oral e a escrita e entre as diversas variantes registros dialetos que nelas se apresentam e As atividades propiciam o desenvolvimento das capacidades envolvidas nos usos da linguagem oral pr prios das situa es formais e ou p blicas
184. nsidera o o aspecto gr fico dos mesmos ACIOLI 2003 p 05 H concep es simples e mais completas de paleografia Apresen tamos por fim uma defini o mais abrangente e atual a disciplina que estuda a hist ria da escrita e em particular da escrita a m o em suas diferentes fases as t cnicas empregadas para escrever nas di versas pocas o processo de produ o dos testemunhos escritos e enfim os produtos mesmos de tal processo particularmente em seu aspecto gr fico que se trate de livros inscri es documentos ou escritos de natureza individual e privada contas apontamentos cartas etc S NCHEZ GONZ LEZ 2004 p 21 A paleografia se consolidou como ci ncia no s culo XVII pr xi 4 la disciplina que estudia la historia de la escritura y en particular de la escritura a mano en sus diferentes fases las t cnicas empleadas para escribir en las diversas poca el proceso de produc ci n de los testimonios escritos e en fin los productos mismos de tal proceso particularmente en su aspecto gr fico ya se trate de libros inscripciones documentos o escritos de naturaleza individual y privada cuentas apuntes catas etc Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 39 CH OTA F p Cireutoe Heminenme de Cdudes Pilolegiccse Lingublicos mo diplom tica da a explica o de ambas caminharem juntas Das ci ncias descritas ainda nos resta fal
185. nte disfar a as sob a forma de quanto a isso voltando a tal as sunto etc Finalizamos esta se o com um coment rio de Pontes 1987 so bre essas senten as com a qual este estudo n o s concorda mas tam 104 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 b m se baseia que explicita de forma bastante contundente a an lise que deve ser adotada para perfeita compreens o dessas senten as A an lise dessas constru es t picas nos coloca inevitavelmente no n vel do discurso A interpreta o sem ntica do t pico depende do contexto do dis curso ou do contexto pragm tico For osamente sente se a necessidade de ul trapassar os limites de uma an lise estreitamente sint tica Op cit p 40 2 4 Falso SVO Esse tipo de senten a t pico coment rio muito interessante pois ela apresenta um sintagma nominal no in cio da senten a seguido de um verbo e de outro sintagma nominal aparentando uma constru o SVO Na maioria das vezes o primeiro sintagma nominal concorda com o ver bo contribuindo para rean lise dessa senten a como SVO j que apre senta o que seria um sujeito verbo e objeto direto No entanto consiste em uma senten a t pico coment rio em que o t pico o primeiro sintag ma nominal da senten a corresponde a um locativo ou um adjunto da senten a coment rio deslocado frente da senten a geralmente sem preposi o Para Pontes 1987 p
186. nte escolar deve propiciar situa es comunicativas que possibilitem aos educandos a amplia o dos seus recursos lingu sticos MASAG O 2001 p 51 Is to significa que responsabilidade da escola ensinar os alunos a organi zar e adequar seus discursos s situa es comunicativas em que se en contram tanto no n vel mais formal da linguagem quanto no mais infor mal Para que este ensino seja eficiente Masag o 2001 p 53 declara E necess rio criar oportunidades de ouvir e falar reelaborar argumentos a Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 17 partir de novas informa es construir conceitos incorporar novas palavras e significados compreender e avaliar o que ouvimos Nessas ocasi es o profes sor deve chamar a aten o dos alunos para os diferentes modos de falar e os efeitos que podem provocar sobre os que recebem a mensagem Nessa perspectiva deve se considerar que nas turmas de educa o de jovens e adultos h muita variedade lingu stica g rias express es absorvidas da m dia e que estas diversidades antes vistas com preconcei to devem ser tomadas como objeto de ensino dando possibilidade ao aluno de aprender os diferentes modos de falar Sobre a sele o dos conte dos recomenda se que todos os alunos possam praticar o uso oral da l ngua por meio da escuta e da produ o dos seus discursos que ser o constitu dos nos g neros A fim de que o
187. ntecipa o e reconstru o de mensagens entre emissor e receptor Saussure apresenta o esbo o de sua semiologia Pode se ent o conceber urna ci ncia que estude a vida dos signos no seio da vida social ela constituiria uma parte da psicologia social e por conseguin te da psicologia geral cnam la emos de semiologia 1 do grego semeion signo Ela nos ensinar em que consistem os signos que leis os regem Como tal ci ncia n o existe ainda n o se pode dizer o que ser ela tem direi to por m exist ncia seu lugar est determinado de antem o A lingu stica n o sen o uma parte dessa ci ncia geral as leis que a semiologia descobrir ser o aplic veis lingu stica e est se achar destarte vinculada a um dom nio bem definido no conjunto dos fatos humanos SAUSSURE 1977 p 24 Esta semiologia segundo o Curso de Lingu stica Geral n o des caracterizaria a lingu stica uma vez que quando se percebe que o signo deve ser estudado socialmente ret m se apenas os caracteres da l ngua que a vinculam s outras institui es as que Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 155 dependem mais ou menos de nossa vontade desse modo deixa se de atingir a meta negligenciando se as caracter sticas que pertencem somente aos siste mas semiol gicos em geral e l ngua em particular O signo escapa sempre em certa medida a vontade individual ou social estando nis
188. nuscrito Scriptoria e das condi es materiais em que esse trabalho se verificou Os referidos textos brasileiros foram escritos em livros manuscritos que s o os c dices A filologia e as ci ncias auxiliares possibilitam o estudo dos tex tos em sua integralidade Com base nesses estudos podemos compreen der que os manuscritos do per odo colonial e imperial relatam a vida so cial pol tica e econ mica da sociedade brasileira e por conseguinte a cearense da poca Sendo assim tais relatos mostram a cultura cearense a identidade de quem os escreveu e o ambiente em que est o inseridos 5 Segundo Spina 1997 p 22 O C dice antepassado do livro impresso derivado do Latim codex cis ou caudex cis tronco de arvore da madeira se faziam tabuinhas tabulae que cobertas de cera podiam receber a escrita 40 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Dessa forma a cultura do povo se manifesta no mbito social pol tico e econ mico A l ngua reflete os aspectos sociais econ micos e hist ricos de uma determinada sociedade e a cultura expressa os valores as cren as e os h bitos partilhados por indiv duos de um mesmo grupo Portanto as manifesta es da l ngua refletem a identidade cultural de uma determi nada sociedade Em seguida apresentamos a edi o semidiplom tica do manuscri to e a an lise de todas as manifesta es que observamos 3 Manuscri
189. o Par bola 2003 LYONS John Linguagem e lingu stica uma introdu o Rio de Janeiro LTC 1987 MARCOS Jos Juan Fuentes paleogr ficas latinas Capitalis elegans capitalis rustica uncialis insulares min scula carolina min scula ghoti ca textura quadrata humanista antiqua Manual de usuario 2005 MELO G C de Origem forma o e aspectos da cultura brasileira Lisboa Centro do Livro Brasileiro 1974 MELO G C de Inicia o filologia portuguesa Rio de Janeiro Aca d mica 1971 RIGHI Gaetano Hist ria de la filolog a cl sica Barcelona Labor 1967 SPINA Segismundo Introdu o ed tica cr tica textual S o Paulo Cultrix Universidade de S o Paulo 1977 TERRERO Anjel Riesco Introducci n a la paleografia y la diplom tica general Madrid S ntesis 2004 50 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 XIMENES Expedito Elo sio Edi o diplom tico interpretativa e estudo filol gico lingu stico de carta de sesmaria Monografia de especializa o PUC Minas Belo Horizonte 2011 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 51 HUMOR E LINGUAGEM NAS TELAS DA M DIA DA CONVERSA O RESSIGNIFICA O LINGU STICA NA PROGRAMA O DE ENTRETENIMENTO DA TELEVIS O BRASILEIRA Everaldo dos Santos Almeida Faculdade Pit goras everawdo O gmail com RESUMO An lise do discurso humor stico televisivo br
190. o pensamento de Marcuschi 1997 p 41 42 ao declarar que gt gt gt 66 gt gt 6 No es como norma padr o dialeto variante sotaque regis tro estilo g ria podem tornar se centrais no ensino de l ngua e ajudar a formar a consci ncia de que a l ngua n o homog nea nem monol tica Isto facilmente comprov vel caso queira mostrar algumas varia es relativas aos 24 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 falares regionais sobre os quais j se disp e de conhecimentos razo veis tanto do l xico como das pros dias e de fatos morfossint ticos J se conhece razo avelmente bem a quest o da varia o sociolingu stica sob seus diversos aspec tos Como afirma a Proposta Curricular da EJA quanto mais diversificadas forem as experi ncias sociais e culturais vivencia das mais vontade os alunos da EJA se sentir o para atuar em contextos dife rentes ajustando seu modo de falar maior ou menor formalidade exigida pe lo contexto BRASIL 2002 p 13 Essa perspectiva faz jus ao que recomenda a proposta uma vez que o que se pretende alcan ar com essa atividade exatamente fazer com que os alunos reflitam sobre a linguagem a partir do seu uso Em outra atividade do LD1 no cap tulo 02 s o apresentados tex tos que tratam das culturas ind gena e angolana e a atividade proposta no que tange o
191. o 1968 DINES Alberto O papel do jornal uma releitura S o Paulo Summus Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 95 1986 FARACO Carlos Alberto Lingu stica hist rica S o Paulo tica 2005 FAUSTO Boris Hist ria do Brasil 11 ed S o Paulo Edusp 2003 FICO Carlos O regime militar no Brasil 1964 1985 S o Paulo Sarai va 1999 GIDDENS Anthony The Consequences of Modernity Cambridge Poli ty Press 1990 HALL Stuart A identidade cultural na P s Modernidade 10 ed Rio de Janeiro DP amp A 2005 HOUAISS Ant nio O portugu s do Brasil Rio de Janeiro Unibrade 1988 JAKOBSON Romam Lingu stica e comunica o S o Paulo Cultrix 2005 KHUN Thomas S A estrutura das revolu es cient ficas S o Paulo Perspectiva 2003 KOERNER Konrad Toward a Historiography of Linguistics Selected essays Amsterdam John Benjamins 1978 Progress in Linguistic Historiography Amsterdam John Ben jamin 1980 Practicing Linguistic Historiography Selected essays Amster dam amp Philadelphia John Benjamins 1989 Professing Linguistic Historiography Amsterdam Philadelphia John Benjamin 1995 O problema da metalinguagem em historiografia lingu stica Trad Cristina Altman D E L T A vol 12 n 1 p 95 124 1996 Quest es que persistem em historiografia lingu sticas Trad Cristina Altman Revista da ANPOLL n 2 p 45 70 19
192. o C rculo Lingu stico de Praga FONTAINE 1978 Deixamos para o final a sua gesta o ambivalente de uma semiologia hoje denominada de semi tica semiologia ora vinculada a uma psicologia geral a uma sociologia e depois a uma enigm tica ci ncia fronteiri a entre as ci n cias humanas e a uma ci ncia da natureza Foram avalia es sum rias que podemos mais adiante desenvolver mais amplamente Ficamos a dever uma incurs o em Cose riu cujo g nio de s ntese e de autonomia permitiu as bases de uma lingu stica de texto e de um sistema din mico cujo eixo a liberdade conceito extra do de Kant e o pos sibilismo A inser o do mestre de T bingen neste nosso texto empobreceria nosso trabalho e a valiosa contribui o do saudoso e erudito e genial Coseriu que serviu de base para a excelente gram tica de Bechara 2002 Palavras chave Signo Semiologia L ngua Fala Glossem tica 1 Introdu o Saussure 1977 p 13 delimita como tarefa da lingu stica a delinear a descri o e a hist ria de todas as l nguas que puder abranger b buscar as for as que est o em jogo de modo permanente e universal em todas as l nguas e ao mesmo tempo deduzir as leis gerais s quais se podem referir todos os fen menos pecu liares da hist ria c delimitar se e definir se a si pr pria Como vemos o escopo estabelecido pelo mestre de Genebra re quer demasiado f lego Descrever todas as l nguas e tra ar a hist ri
193. o de passagem obrigat rio pela estrat gica posi o de proximidade com a estrada que ligava o Sert o capital al can ou o progresso rapidamente Em 1938 foi elevada condi o de vila ainda pertencendo a Limoeiro de Anadia A autonomia administrativa por m s veio em agosto de 1962 atrav s da Lei 2 465 que tamb m alterou o nome da cidade de Cana Brava dos Paes para Taquarana por sugest o de D R mulo de Farias arcebispo de Macei Fonte www wikialagoas al org br index php Taquarana Como podemos observar na ficha lexicogr fica topon mica o fito top nimo Taguarana do timo tupi significando cana brava substitui o antigo antropotop nimo Cana Brava dos Paes mas com o mesmo signi ficado retirando apenas o nome pr prio individual Paes A influ ncia da religi o no territ rio alagoano marcante sobre tudo a Cat lica Apost lica Romana Da fica evidente neste caso de mudan a topon mica como fator condicionante materializa o do dis curso religioso na l ngua por meio do bispo Dom R mulo de Farias que sugeriu o atual top nimo Quanto estrutura morfossint tica temos a passagem de um ele mento espec fico composto para um elemento espec fico simples 128 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 FICHA TOPON MICA LEXICOGR FICA DE COIT DO N IA Top nimo Coit do Noia Taxionomia Antropotop nimo Etimologia Compo
194. o direto BOTELHO 2010 p 14 grifo nosso 09 Esse problema de puxar pela crian a eu acho que isso n o funci ona muito deslocamento esquerda do sujeito PAULA 2012 p 11 grifo nosso 10 Os vizinhos qualquer coisa eles comunicam gente deslocamento esquerda do sujeito Op cit grifo nosso 11 A pessoa muitas vezes a pessoa n o quer nada Deslocamento esquerda do sujeito Op cit grifo nosso 12 Mas ela a mangueira mais pra broco deslocamento esquerda do sujeito Op cit grifo nosso Em 05 06 07 09 o elemento t pico foi deslocado de sua posi o original no entanto deixando em seu lugar um pronome lembrete correferente ao t pico Al m disso esse pronome lembrete cor referente ao t pico exerce a mesma fun o sint tica que o elemento t pi co desempenharia se estivesse na ordem direta J em 08 o t pico re 102 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 tomado por um pronome demonstrativo anaf rico Em 10 o t pico re tomado por um sintagma nominal id ntico a ele Muito interessante 11 em que um sintagma pronominal exercendo a fun o de t pico re tomado por um sintagma nominal N o obstante a esse ltimo exemplo Lambrecht 1996 vai rotular de deslocamento direita ou constru o an tit pico Para o autor o t pico lexical posicionado na final da senten a contendo a informa o sobre o
195. o e dos objetivos estabelecidos considere os pap is assumidos pelos participantes ajustando o texto variedade lingu stica adequada saiba utilizar e valorizar o repert rio lingu stico de sua comunidade na produ o de textos monitore seu desempenho oral levando em conta a inten o comunicativa e a rea o dos interlocutores e reformulando o planejamento pr vio quando ne cess rio considere poss veis efeitos de sentido produzidos pela utiliza o de elementos n o verbais BRASIL 2001 p 51 Os PCN apontam ainda os g neros que podem servir de base para o estudo do texto oral tanto no processo da escuta quanto na produ o Conforme Rojo 2000 p 35 os PCN agrupam os g neros textuais em fun o de sua circula o social em g neros liter rios de imprensa pu blicit rios e de divulga o cient fica percebidos como g neros voltados efetivamente para a participa o social Para a escuta os PCN sugerem o trabalho com o cordel causos texto dram tico can o coment rio radiof nico debate depoimento exposi o semin rio palestra e propaganda Para a produ o os g neros sugeridos s o os mesmos para escuta acrescentando se a not cia e exclu indo o cordel os causos o coment rio radiof nico e a propaganda Sabe se que o texto oral diferentemente do escrito tem seu plane jamento medida que ocorre seu processo de produ o N o h como evitar que seu interlocutor perceba uma pa
196. obante necess rio se colocar para interpret lo em nome de qu o referido folheto interpela o leitor em fun o de qual finalidade ele foi organi zado BRAND O 2014 p 219 220 Sem essa percep o globalizante situando se o discurso no con texto em que produzido e transmitido o texto pode tomar um sentido n o correspondente inten o do enunciador Da se conclui que o texto n o completamente produzido pelo enunciador Este apenas o primei ro galo que inicia di logo porque o restante do texto constru do pela leitura do destinat rio leitor ou enunciat rio ajudado pelo contexto Ciente do sentido etimol gico e ainda atual da palavra texto Brand o nos lembra que a sua tessitura n o imposta pelo tipo ou pelo 162 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 g nero de discurso mas institu da constru da pelo pr prio discurso Idem p 220 Ou seja exemplificando com o discurso publicit rio em vez de seguir as normas que instituem o g nero de discurso publicit rio um an ncio pode apresentar uma cenografia variante ao simular uma conversa ntima numa linguagem coloquial entre a locutora que fala sobre sua vida suas realiza es e a leitora Idem ibidem Segundo Dominique Maingueneau citado por Helena Nagamine Brand o o texto realmente constru do pelo quadro c nico em que o leitor transformado em coautor do texto
197. ocamento esquerda assim como na topicaliza o h v nculo sint tico entre o t pico e a senten a coment rio Essa estrat gia de constru o de t pico ocorre quando um elemento da ora o al ado periferia esquerda da senten a mas diferente da topicaliza o que deixa seu espa o original vazio na senten a coment rio no deslocamento es querda esse espa o preenchido geralmente por um pronome c pia tamb m chamado de pronome lembrete correferente ao t pico Botelho 2010 p 57 ainda complementa que essa retomada do termo topicaliza do por um termo na senten a coment rio pode se dar tamb m por sin tagmas nominais id nticos ou outras formas d iticas e anaf ricas Assim conclui o autor No deslocamento esquerda portanto h um movimento de um termo da ora o coment rio para a posi o de t pico que gerado da mesma forma que nas l nguas de t pico O termo da ora o coment rio que sofre o deslo camento para a posi o de t pico pode exercer nela diferentes fun es sint ti cas Op cit p 58 Essa declara o pode ser elucidada com os exemplos abaixo 06 A Rosa eu falei com ela ontem deslocamento esquerda do objeto indireto PONTES 1987 p 14 grifo nosso 07 O fio mais velho tem seis Ele vai faz seis ano deslocamento es querda do sujeito MELO 2012 p 81 grifo nosso 08 O cara a gente viu ele na pracinha deslocamento esquerda do objet
198. ocia o ponto de partida in cio a o que inicia e desencadeia outras na sequ ncia Identifica se tamb m marcas da realidade atual importante re tomar a quest o da data em que foi veiculado esse texto jornal stico um momento de ansiedade e engajamento na luta pelas diretas A popu la o paulista acabara de lotar a Pra a da S com mais de um milh o de pessoas Al m de suscitar a quest o da insatisfa o popular perante o re gime militar h a quest o da ansiedade da popula o presente no texto como marca de uma realidade atual 11 1 Insatisfa o popular 1 o governo n o est numa disputa com a oposi o e sim coma vontadelpopu lar 2 a popula o tem deixado evidente que quer as diretas porque n o gosta do governo nem das pessoas que est o nele ou ao redor dele e deseja votar para pode tir las de onde est o 3 o que existe uma monumental e exasperada vontade de trocar j quem es t mandando 4 a opini o p blica n o quer mais ouvir falar na continua o de nada que este ja ligado ao governo 11 2 Ansiedade em rela o vota o da emenda 1 O Congresso Nacional tem diante de si nesta quarta feira uma das decis es mais importantes se sua hist ria ao votar a emenda 2 Essencialmente ele quem se recusa ao restabelecimento imediato das di 88 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 retas 3 Raras vezes ela a vontade
199. ois ambos falam de um sofrimento por um 11 Trecho da m sica She s leaving home dos Beatles Tradu o Ela n s demos a ela o principal de nossas vidas Est saindo sacrificamos o principal de nossas vidas de casa 76 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 amor perdido morte Blackbird single lan ado no lbum The Beatles conhecido como White lbum em 1968 foi um dos grandes sucessos do grupo Es tudiosos afirmam que a composi o da m sica teve como mote os confli tos raciais nos Estados Unidos e o sofrimento das mulheres negras prin cipalmente para ingressar na sociedade Em Blackbird Paul McCar tney criou uma letra para encorajar as mulheres pedindo lhes que tives sem esperan a e f OLIVEIRA DOS ANJOS 2007 7 Blackbird singing in the dead of night Take these broken wings and learn to fly All your life You were only waiting for the moment to arise O p ssaro negro virou uma simbologia para a mulher negra que devia se erguer e continuar a lutar pelos seus direitos desprendendo se de seu passado opressor em busca de um futuro com mais liberdade Em O Corvo The Raven de Edgar Allan Poe o eu po tico uma pessoa que est sofrendo a perda da amada Lenore Assim em uma noi te um corvo aparece para o jovem sofredor Em desespero ele tenta bus car explica es nesse corvo mas recebe apenas como resposta para todas as suas pergunta
200. ominantes discuss o da motiva o sem ntica dos nomes es tudo diacr nico referente s mudan as de nomes an lise da estrutura morfo l gica dos top nimos TAVARES amp ISQUERDO 2006 p 3 Em virtude da amplitude dos estudos topon micos a topon mia se constitui em uma ci ncia de cruzamentos ou seja interliga v rias reas do conhecimento propiciando diferentes perspectivas de an lises Nas palavras de Dorion 1984 A topon mia do mesmo modo que outras ci ncias humanas se situa em uma dupla dimens o a do espa o denominada tamb m fun o topon mica e a do tempo a mem ria topon mica Em consequ ncia a topon mia tem uma rela o essencial com a geografia os nomes de lugar constituem o voca bul rio pr prio dessa ci ncia e com a hist ria entendendo que os nomes s o testemunho atrav s do tempo de uma forma determinada de rela o entre o homem e o lugar Por outro lado o nome de lugar um signo lingu stico e como tal interessa a semiologia Assim mesmo a express o da percep o de um comportamento pelo que implica a psicologia sobretudo a psicologia social Finalmente a an lise morfol gica ou sem ntica do nome tanto em sua origem como em sua evolu o posterior s o objeto de estudo da lingu stica e da psicolingu stica enquanto que a an lise sint tica ou sin ptica de grandes contingentes de nomes fica para o campo da sociolingu stica e pode desembo car nos estu
201. omo fator primordial foi a de verificar se as diferen as l xico sem nti Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 7 cas da l ngua portuguesa nos textos escritos do Brasil e de Portugal inter ferem no entendimento da comunica o entre as duas na es O objetivo foi apresentado em dois aspectos sendo que no mbi to geral puderam ser estudadas as diferen as do vocabul rio e do sentido das palavras utilizadas pelos falantes da l ngua portuguesa no portugu s de Portugal e no portugu s do Brasil E no mbito espec fico o estudo foi direcionado a pesquisar uma vis o hist rica do portugu s no mundo incluindo as diferen as lingu sticas estudando aspectos gerais do portu gu s do Brasil e por fim analisando termos do vocabul rio portugu s e do brasileiro para detectar diferen as de sentido em textos do idioma A l ngua portuguesa de Portugal faz parte da hist ria de nosso pa s da qual somos filial A l ngua sendo transplantada para uma terra dis tante e estando em contato com l nguas de outros povos t o diferentes ind genas e africanas e at de outras na es europeias franc s italia no espanhol e germ nicas e americanas integra novas palavras e senti dos proporcionando novas formas de uso dessa l ngua n o no sentido de se afastar da l ngua m e mas no sentido de ampliar e se aproximar ao m ximo da realidade social econ mica e cultural do Brasil e prop
202. onceito em rela o a elas j que na escola se aprende que a ordem can nica SVO sujeito gt verbo gt objeto a correta e os ou tros tipos de constru es que se distanciam da ordem padr o s o mar ginalizados sendo ent o considerados errados Dessa forma o objetivo deste estudo analisar comparar e con frontar o ponto de vista dessas correntes em rela o ao t pico Para isso explicitaremos o que os autores da comunidade lingu stica t m descrito sobre o t pico e suas diferentes estrat gias e em seguida consultaremos obras de quatro gram ticos Tersariol 1964 Cunha 2008 Azeredo 2011 e Bechara 2010 Sabemos que diversos autores v m abordando a perspectiva da gram tica tradicional em rela o ao t pico em seus estu dos Contudo este trabalho apresenta uma an lise mais profunda e deta lhada de como o t pico concebido pelo ensino formal Essa an lise relevante porque a partir dela poderemos vislumbrar qual o status atual do t pico na gram tica tradicional se a tend ncia para uma legitima o dessas constru es ou se ainda s o concebidas apenas como figuras de estilo que fora do mbito liter rio devem ser evitadas 2 Tipos de constru es de t pico Em primeiro lugar este estudo entende t pico segundo o conceito de Orsini amp Vasco 2007 p 1 o sintagma nominal anterior externo senten a normalmente j ativado no contexto discursivo sobre o qual se faz
203. onomia baseada na agricul tura de subsist ncia milho feij o inhame batata doce como tamb m na agricultura de mercado fumo algod o mandioca e na pecu ria bo vino de corte e de leite ovinocultura Nesta mesorregi o s o encontra dos minerais como amianto argila calc rio e ferro Possui solo essenci almente pedregoso rios intermitentes tempor rios e vegeta o rala de 118 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 tamanho pequeno mirt ceas combret ceas leguminosas e cact ceas Tecnicamente o agreste junto ao sert o comp e o ecossistema denomi nado caatinga 2 2 A microrregi o de Arapiraca Arapiraca um termo de origem tupi ara quer dizer periquito ou arara pira pode ser traduzido como pousa e aca significa ramo de rvo re Trata se de uma esp cie de angico branco da fam lia das mimos ceas leguminosas muito comum no agreste e no sert o A microrregi o de Arapiraca est localizada na mesorregi o do Agreste Alagoano no estado de Alagoas a sua economia est baseada principalmente na planta o de fumo Na regi o fumageira existem mais de 30 mil estabelecimentos agr colas dos quais cerca de 10 mil s o ocupados por fam lias de peque nos produtores rurais Essa produ o consorciada entre as culturas co merciais mais rent veis e as lavouras de subsist ncia o que explicaria a exist ncia dessa rea de predom nio da pequena produ o
204. orcio nando um estilo diferenciado e pr prio no uso da l ngua portuguesa O emprego da l ngua portuguesa em Portugal e no Brasil apresen ta diversos aspectos que fazem com que as dist ncias lexicais e sem nti cas se tornem mais evidentes Percebemos que a l ngua portuguesa utilizada em textos escritos no padr o normativo nos dois pa ses n o apresenta diferen as estrondo sas portanto n o chega a causar problemas danosos e irrepar veis de in terpreta o e compreens o n o atrapalhando bloqueando nem mesmo distanciando a comunica o existente entre eles O acr scimo de termos estrangeiros a nossa l ngua como nas adapta es que foram feitas na l ngua por causa das diversas diferen as do meio f sico dos animais das plantas dos h bitos e dos costumes per tinentes nossa terra diferente do que ocorre em Portugal Este fator foi de fundamental import ncia para desenvolver estruturar e at causar certo distanciamento no uso da l ngua dando origem a um estilo e uma maneira pr pria de se expressar O portugu s a l ngua oficial e nacional do Brasil usada nos atos oficiais nas leis nas escolas na imprensa escrita e falada na literatura e pelos falantes em suas conversas di rias formais e informais convivendo 8 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 com outras l nguas de imigrantes e ind genas mesmo em menor propor o O portugu s do Brasil
205. os O LD2 traz no final de seis das nove unidades uma se o voltada para a oralidade Na unidade 02 o LD2 aborda os causos A atividade prop e a leitura de dois causos Saudades do Rio Grande e A Chega da do Trem no Campo e durante a interpreta o destes o g nero apresentado gradativamente possibilitando ao aluno compreender as ca racter sticas do g nero o que se comprova com o trecho abaixo extra do do LD2 2 Causos s o narrativas curtas tradicionais contadas em rodas de conversa Tratam geralmente de uma hist ria que o narrador presenciou viveu ou ouviu falar a Que elemento do texto lido indica sua origem na tradi o oral b Os causos s o geralmente baseados em elementos da realidade e do cotidiano da regi o em que se originam De que maneira essa caracter sti ca aparece no texto lido 4 Ao contar um causo o contador procura convencer o ouvinte de que a his t ria teria realmente acontecido apresentando elementos que atestem sua veracidade Como isso se manifesta nesse causo 26 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 5 Os contadores de causos procuram detalhar as circunst ncias em que o fa to aconteceu Identifique nos textos lidos trechos que descrevem o modo de falar e os gestos das personagens que s poderiam ser apreendidos por quem estivesse face a face com as personagens PENTEADO 2009 p 76 17 A autora do LD2 induz os a
206. os A partir dessas perspectivas o humor satiriza atrav s de sua linguagem descom promissada desassociada e desvinculada dos rigores e molduras sociais estreitando as rela es sociais e suas varia es diastr ticas tornando se um elemento subversivo rompedor apaziguador mediatizando fatos in Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 53 digestos Da seu poder interpretativo sobre fatos funciona como cons trutor de sentidos e ideias associados ao novo card pio lingu stico que com certa brevidade passar a ser aplicado pelo grande p blico n o im portando para os novos usos lingu sticos a voz do cientificismo grama tical embora t o proeminente nas esferas cultas da sociedade Ponderando a m dia como fator social n o exacerba o constatar sua presen a e participa o na constru o dos sentidos e significados uma vez que as informa es veiculadas por ela s o a somatiza o dos fa tos que circundam os seios sociais Desta forma a pesquisa se presta a observar a penetra o e participa o da linguagem humor stica na socie dade e sua tentativa de homogeneizar segundo sua intencionalidade pa dr es lingu sticos laboratorializados A partir dessas reflex es a pesquisa objetiva cristalizar as oscila es sem ntico pragm ticas seus resultados de que forma a l ngua como sistema acolhe ou homologa as tentativas e ou mudan as que se apresen tam uma vez q
207. os que atribuem um papel bem definido filologia de acordo com a afirma o de Melo 1975 que a defende como uma ci ncia bem caracterizada com m todos e objeto estabelecidos Cabe dizer que ela uma ci ncia perfeitamente caracterizada com seu objeto formal nitidamente estabelecido com seus m todos pr prios seguros e apurados com suas conclus es definitivas O objeto da filologia a forma de l ngua atestada por documentos escritos MELO 1975 p 22 complexa a defini o do termo e o estabelecimento de seu obje 36 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 to No entanto o que podemos dizer com seguran a que a filologia n o existiria sem a l ngua escrita o que fica evidente pelo fato de seu objeto de estudo ser o texto manuscrito ou impresso privado ou p blico produ zido em qualquer poca hist rica Vejamos outros conceitos de especialista no assunto Dubois 1992 define a filologia como uma ci ncia hist rica que estuda as civili za es passadas atrav s dos manuscritos que por elas foram deixados atrav s deles podemos entender e explicar as sociedades antigas Obser vamos defini o semelhante em Houaiss 2001 que a conceitua como o estudo de uma sociedade ou civiliza o antiga atrav s de manuscritos e textos por ela produzidos Podemos acrescentar que a filologia tem um interesse em conservar textos em descrev los fidedignamente e por fim reproduzi
208. osso 12 O tanque vazou o leo todo Op cit grifo nosso Levando em considera o a perspectiva de Azeredo 2011 em 11 a impertin ncia sem ntica se estabelece pelo fato de o carro n o poder ser logicamente o agente da a o do verbo furar Nesse sentido isso tamb m ocorreria em 12 j que n o se pode atribuir ao tanque a a o estabelecida por esse enunciado lingu stico Quanto inten o co 15 Jos Augusto Carvalho Doutor em Letras pela USP e leciona no Curso de Mestrado em Lingu s tica da Universidade Federal do Esp rito Santo Ainda que o autor n o seja um gram tico ele se en contra referido nesta se o em virtude de ter classificado as constru es Meu carro furou o pneu e O tanque vazou o leo todo classificadas por Pontes 1987 como constru es de t pico deno minada Falso SVO como exemplos de uma figura de linguagem como comumente fazem os gra m ticos 110 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 municativa do falante Azeredo 2011 postula que ao colocar tal termo no in cio da ora o ele desvia a aten o do receptor para o objeto que ele considera de maior import ncia Sendo assim compreende se por essa postula o que se tais proposi es estivessem na ordem direta O pneu do meu carro furou Vazou o leo do tanque todo a nfase n o reca ria nos elementos deslocados esquerda em 11 e 12 Ape
209. p sitos manteve comporta mento sereno e civilizado Essa mesma popula o que de maneira t o exemplar havia expressado seus prop sitos manteve o mesmo comportamento sereno e civilizado dos l timos quatro meses 90 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 No texto 817 a revista busca acima de tudo distanciar se do re gime militar e aproximar se do povo Este por sua vez viu se desespe rado angustiado e decepcionado mas maduro No Brasil o in cio da d cada de 1980 ficar marcado na hist ria como um per odo fundamental para a constru o da identidade social e pol tica da na o 13 Em busca de uma identidade A busca de uma identidade do homem brasileiro por meio da l n gua aparece de forma latente no per odo do movimento Diretas J A sociedade se organizou e reivindicou mudan as J O enunciado que se tornou o slogan da campanha comprova essa ideia Eu quero votar para Presidente O sentimento era de mudan a de alternativa isto de uma nova fase e de uma nova perspectiva para a vida da popula o Escolher o l der de sua p tria traria ao povo sua identidade sua voz O direito ao voto era primordial para que a popula o pudesse escolher seu maior re presentante Era o momento de o povo ser o ator principal do pa s Se retomarmos Kobena Mercer 1990 p 43 a identidade so mente se torna uma quest o quando est
210. pela liberdade e pelos direitos democr ticos Assim sendo uma vez explicados os conceitos de condi o de produ o e funcionamento da linguagem pode se afirmar que a letra de Velha Roupa Colorida uma can o que fornece subs dios plaus veis para um estudo discursivo Ao fazer uma an lise do eixo sintagm tico por exemplo percebe se que a m sica tem uma sonoridade cadenciada n o tendo pices ou declives Talvez essa cad ncia r tmica de forma proposital ou n o de monstra a passividade e a const ncia de uma realidade dura que perdura e reprime os seus protagonistas como se a m sica estivesse contando a hist ria de um povo que vive sob a press o de um regime que os controla e faz com que todos os dias fossem iguais como um d j vu sem mu dan as sem esperan as e sem expectativas 1 No presente a mente o corpo diferente 2 Haven never haven never haven No primeiro verso da terceira estrofe 1 h asson ncias configu radas pela repeti o dos fonemas nasais m e n Segundo a estil stica do som tal recurso lingu stico sugere uma melancolia ou algo que perdura Na m sica talvez essas asson ncias representassem a monotonia tristeza e a incapacidade do brasileiro de mudar essa realidade que imp e pa dr es 74 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 A mesma repeti o de fonemas nasais acontece no trecho 2 do sexto verso da
211. pelo menos quatro termos Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 143 3 PPRA 3 JL 7 Cixeutoe Heminenme de Cdudes PilolegiccseLingublicos 1 o signo em quest o 2 urna outro signo diferente 3 uma parte que ser sempre muito mais pequena do que se pensa do que est contido 4 uma parte igualmente muito pequena SAUSSURE 2002 p 67 68 A prop sito dos Escritos de Lingu stica Geral vale a pena defen der a tese de que eles instigam uma longa investiga o de tal maneira que podemos construir dois Saussures diferentes guisa de exempli fica o extra mos de Vinhais 2010 um fragmento da tabela de compa ra o entre o Curso de Lingu stica Geral e os Escritos Curso de Lingu sti Escritos de Lingu stica Geral AN LISE COMPARATIVA ca Geral Trata da dificuldade em distinguir valor de significado e da confus o que estes conceitos geram O valor determi nado pelo concurso do que existe fora Fazendo parte de um sistema h n o apenas a significa o mas tamb m um valor e s o coi sas diferentes O significado tem uma rela o vertica lizada com o signi ficante aparece co mo contraparte da imagem auditiva Nunca demais repetir que os valores dos quais se com p e primordialmente um sis tema de l ngua um sistema morfol gico um sistema de sinais n o consistem nem nas formas nem nos sentidos nem nos
212. popular foi t o clara ou se manifestou de forma t o maci a quanto ao clamar nas ruas pelas elei es diretas para j 4 A popula o nas ruas diz que quer ver na cadeia os candidatos quer cor tar a cabe a do ministro quer que o presidente da Rep blica v embora Conforme identificado na amostra anterior a limita o do c digo postulada por Nilson Lage 2006 requer a diminui o do n mero de pa lavras contidas em enunciados de textos jornal sticos no intuito de au mentar a comunicabilidade e facilitar a produ o e o entendimento da mensagem Seguem os exemplos 1 Em Bras lia pedindo as diretas 31 toques com espa o 2 A decis o do Congresso mas a responsabilidade do governo 61 toques com espa o 3 Quer cortar a cabe a do ministro respons vel pela economia 58 toques com espa o 4 Quer que o presidente da Rep blica v embora 44 toques com espa o Na presente amostra ocorre a op o por frases escritas na terceira pessoa do singular Segundo N Lage 2006 p 24 Eu a primeira pessoa verbal passa a n o fazer sentido Nem cabe diri gir se ao consumidor da informa o como v s voc s ou senhores Tais formas de tratamento na segunda pessoa ou na terceira pessoa substituindo a segunda como ocorre na maior parte do Brasil pressup e outro tipo de rela o com o p blico O uso da refer ncia em terceira pessoa real obrigat rio C O Co
213. por mudan a de l ngua e as sistem ticas aceitas ou impostas fruto da impo si o de autoridades ou de sugest o acatada pelas autoridades 122 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 importante destacarmos que s podemos considerar sistem tica uma mudan a topon mica quando h alguma fonte hist rica que indique a interven o do poder p blico como seu fator condicionante quando is so n o ocorre consideramos a mudan a topon mica como espont nea J no segundo grupo entre as transforma es o referido autor discrimina ainda as ocorridas no interior de uma mesma l ngua por mu dan a e ou acidente fon tico altera o paron mica ou altera o mera mente gr fica das decorrentes da passagem do top nimo de um idioma para outro Com base em tais pressupostos pretendemos investigar a mudan a lexical dos top nimos nos quais se estabelecem uma conex o socio lingu stica entre a cidade e o nome atribu do a ela em que as partes for mam um todo representativo buscando relacion los aos atos onom sti cos especialmente aqueles ligados microtopon mia municipal alagoana 4 An lise e resultados As an lises dos dados seguiram as seguintes etapas i Quantifi ca o dos nomes e das taxionomias analisando a maior ou menor fre qu ncia de classes ou itens lexicais e ii O estudo dos nomes a partir de um enfoque a Puramente lingu stico estudo dos aspectos e
214. porcional e uniforme Estruturalmente o texto se encontra justificado alinhado esquerda da folha possuindo algumas manchas da escrita do verso da p gina No f lio 2r encontramos somente um par grafo seguido das rubricas dos ve readores que encaminharam o of cio ao presidente da prov ncia Pedro Le o Veloso Notamos que o documento inteiro possui uma estrutura regular no tra ado das letras Sendo assim conclu mos que a grafia do manuscrito de f cil leitura min scula e inclinada direita De acordo com as carac ter sticas citadas acima podemos garantir que a escrita presente no do cumento a human stica Em refer ncia s observa es codicol gicas observamos que o manuscrito est bem conservado No f liolr h apenas uma pequena mancha ao lado direito do texto no meio da p gina Quanto dimens o do f lio verificamos que o f lio Ir possui 144 mm de largura e 216 mm de altura com um total de 23 linhas sendo que o texto est situado com o espa amento de 33 mm do lado esquerdo do f lio e 04 mm ao lado di reito A 08mm da margem superior do folio h um enunciado seguido da apresenta o Illustr simo Excelent ssimo Senhor com um espa o de 32 mm do texto e com 12 mm de espa o da margem inferior Observamos na margem esquerda superior uma anota o com tinta vermelha A u des 1 seco e logo a baixo a data 12 9 87 e na margem superior di reita a anota o N 4349 ambas
215. quanto ao clamar nas ruas pelas elei es diretas para j E mais que isso tem deixado evidente que quer as diretas porque 10 n o gosta do governo nem das pessoas que est o nele ou 11 em volta dele e deseja votar para poder tir las de onde 12 est o No io o REA No RO E OS DO el Em rela o continuidade do desenvolvimento do texto com refe r ncia ao primeiro par grafo o lead desenvolvido a partir da polariza o da discuss o entre governo e popula o H uma costura muito clara logo no in cio do segundo par grafo quando o redator escreve A quest o 84 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 seria O uso da palavra quest o justamente a refer ncia sobre o que foi apresentado anteriormente Entre as linhas 1 e 4 verifica se o t pico frasal que expressa a tematiza o do segundo par grafo ao alertar que o desenvolvimento do documento se dar em torno n o do simples debate entre governo e opo si o O t pico frasal agu a curiosidade do leitor em saber ent o em torno de quem e contra quem ser o debate O objetivo segundo par gra fo desse documento incutir no leitor a ideia de que a luta ser entre ele enquanto parte da popula o e o governo A revista recupera tamb m a ideia de que a maioria da popula o quer a elei o direta para presidente pois foi s ruas manifestando se de forma maci a e contundente Observa se que as escolhas
216. quarta estrofe cuja tradu o seria algo parecido como nunca tido O texto sugere uma voz EU que conversa com um TU imagi n rio que se recorda do seu passado livre sem ditadura e sem opress o Em uma an lise do eixo das coisas pensadas percebe se que Bel chior comp s uma can o repleta de intertextualidade e jogo de palavras s o citados m sicas e poemas que refor am uma mesma ideia a necessi dade de desapegar se do passado e valorizar a liberdade Podemos ver claramente por meio da leitura da m sica di logos entre v rios textos She s Leaving Home e Blackbird dos Beatles Like a Rolling Stone de Bob Dylan The Raven O Corvo de Edgar Allan Poe Assum preto de Luiz Gonzaga textos esses que criticam o modo de pensar conservador ora de forma psicol gica ora de forma so cial ou pol tica Ao mencionar trechos das m sicas dos Beatles Belchior vincula seu discurso com as ideias radicais dos garotos de Liverpool assim como eram chamados O grupo brit nico tinha um engajamento expl cito pos su a uma postura antirracista e preocupada em quest es de cunho social Suas posi es eram demonstradas claramente em suas composi es 3 Nunca mais meu pai falou She s leaving home E meteu o p na estrada Like a Rolling Stone Nos dois primeiros versos da segunda estrofe existe uma intertex tualidade que menciona as m sicas She s leaving home e
217. ralidade est voltada ao ensino do g nero semin rio Ap s a leitura e interpreta o dos textos mencionados o LD1 solicita aos alunos que pesquisem sobre uma ou outra cultura e em grupos exponham os resultados em forma de semin rio A atividade se inicia com a apresenta o de uma das defini es sobre o semin rio qual seu objetivo e em seguida elenca seis pontos importantes para que o aluno aprenda a produzi lo a saber e Em primeiro lugar necess rio estudar o tema porque as pessoas s con seguem falar de forma clara a respeito daquilo que compreenderam e A produ o da s ntese uma das estrat gias para que possamos organizar o pensamento e as informa es j que pesquisamos em v rias fontes li vros sites revistas jornais etc e Se necess rio podemos contar com um suporte escrito para auxiliar na apresenta o como o cartaz que voc s elaboraram Por m deve ser ape nas um aux lio poder o at l lo mas dever o fazer coment rios e an li ses complementares Tamb m poder o apresentar imagens relacionadas aos assuntos expostos e O semin rio pode ser uma apresenta o individual ou em grupo Se for realizado em grupo importante definir quem faz o qu e ao mesmo tempo ter uma vis o do todo Por isso definam as fun es de cada um dos integrantes de forma que todos falem e Ensaiem as falas de forma que possam controlar o tempo e monitorar a express o corporal A postura dev
218. rios dis cursos se esbarram se cruzam se anulam e se complementam dessa di n mica surgem novos discursos os quais ajudam a alterar o significado dos outros Logo conclui se que Belchior se transformou em enunciador e construiu um discurso que refrata e modifica as vozes sociais que ele recebeu como sujeito comunicante Isto reciclou e reelaborou os dis cursos Da mesma forma quando Velha Roupa Colorida discurso tex to chegar aos ouvidos do receptor ele ir ler e interpretar o discurso atrav s da sua vis o de mundo constituindo outros di logos intertextuais e estabelecendo links atuando como coautor uma vez que os textos s o obras inacabadas sempre em constru o com novos significados a cada leitura Ainda que os textos n o tenham sido criados no mesmo contexto hist rico existe uma aproxima o real entre eles Embora tenham enun ciadores e palcos diferentes eles pertencem a uma forma o discursiva ideol gica parecida poemas ou can es contra o conservadorismo ora na pol tica e nos movimentos sociais como em Blackbird e She s le aving home ora na mente humana como em The Raven Like a Rooling Stone e o Assum preto Os textos trabalham em pares She leving home e Like a Roo Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 79 ling Stone Corvo e Assum preto e falam que o passado uma roupa colorida
219. ro momento do corotop nimo Belo Horizonte gt antropotop nimo Poncia no por substitui o sistem tica Na segunda proposta de mudan a Pon ciano gt Girau do Ponciano mais uma vez por substitui o sistem tica ou seja por imposi o de autoridades licenciada pelo poder p blico Quanto etimologia temos um caso de elemento composto h bri do formado por base greco latina Como fator condicionante destacamos a quest o da emancipa o pol tico administrativa que imp s a mudan a do nome Girau do Ponci ano 126 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 FICHA TOPON MICA LEXICOGR FICA DE S O SEBASTI O Top nimo S o Sebasti o Taxionomia hagiotop nimo Etimologia composto latino sanus a um significa s o puro f ampliada de sebast s augusto magn fico vener vel Do latim sebastianus Estrutura Morfol gica elemento espec fico composto morfemas lexi cais s o forma procl tica apocopada de santo morfemas lexicais Sebasti morfema derivacional sufixal o Informa es Enciclop dicas Antes o povoado era conhecido como Sa lom em refer ncia fon tica a dois produtos trazidos em abund ncia pelos tro peiros que por ali passavam sal e mel Era um ponto intermedi rio onde faziam parada mercadores que transitavam pela regi o cansados das longas viagens Surgiram por isso pequenas e modestas hospedarias para abrigar esses viajan tes
220. rtigo apresenta um breve estudo sobre o t pico em l ngua portuguesa sob a perspectiva da gram tica tradicional e da lingu stica O objetivo deste estudo anali sar e comparar o ponto de vista dessas correntes em rela o ao t pico Para isso ex plicitaremos o que os autores da comunidade lingu stica t m descrito sobre o t pico e suas diferentes estrat gias e em seguida consultaremos obras de quatro gram ticos Tersariol 1964 Cunha 2008 Azeredo 2011 e Bechara 2010 Nossa base te rica foi organizada a partir dos estudos de Pontes 1987 refer ncia nos estudos lingu sti cos no Brasil sobre as senten as de t pico assim como em outros autores O estudo constatou que embora tenha havido um certo avan o em rela o ao reconhecimento dessas constru es pela gram tica tradicional as constru es de t pico ainda n o s o reconhecidas como constru es leg timas do portugu s brasileiro sendo enquadradas como figuras de estilo como invers o pleonasmo anacoluto ou hip lage Palavras chave Constru o de t pico Comunidade lingu stica Gram tica tradicional Figuras de estilo 1 Introdu o As constru es de t pico coment rio v m sendo um assunto mui to abordado por diversos autores como Ara jo 2006 Botelho 2010 Cunha 2010 Kennedy 2011 Lambrecht 1994 Li amp Thompson 1976 Perini 2000 Pontes 1987 Orsini 2003 Vasco 2006 entre outros sob diversas perspectivas e correntes
221. s Afirma que suas bases nominalistas impedem uma verifica o emp rica do modelo Acoima a glossem tica de plat nica indiferente ao uso S o longas suas cr ticas a Hjelmslev e cremos n o valer a pena cit las aqui Coseriu n o esconde sua simpatia pela fon tica como coadjuvante nos estudos fono l gicos no que est plenamente de acordo com Trubetskoy e Martinet cf COSERIU 1979b p 130 173 Cremos que h decerto uma prolifera o terminol gica um tanto ex tica na glossem tica mas particularmente n o podemos deixar de re conhecer seus m ritos Falta denodo por parte de muitos autores para ve rificar as implica es dela numa an lise lingu stica o que se torna teme r rio por causa do forte esteio formalista Todavia as tentativas de lin guistas do porte de Llorach 1981 mostram a possibilidade de aplica o da glossem tica no seio da gram tica A glossem tica tem a vantagem de associar categorialmente seg mento o fonema e suprassegmentos a entona o ou sintonema como chamado no jarg o hjelmsleviano S o respectivamente constituintes e expoentes E tentador e desafiante examinar o estudo glossem tico numa ca tegoria como a de modo em que n o raro h disparidade entre forma e sentido como em a Jo o lamenta que o pai esteja doente fato realidade no sub juntivo b Embora esteja chovendo irei dar aula idem c Confio que as coisas deem certo neste mundo conturbado idem 3 O
222. s formas formam em conjunto um signo de imperfeito S o a mesma uni dade no plano do conte do Conforme diria em termos modernos Glea son s d s o forma em distribui o complementar ou morfes que no conjunto perfilam o morfema de imperfeito do indicativo Parece nos no 146 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 entanto que Hjelmslev nunca usou o termo morfe O modelo hjelmsleviano muito herm tico Por causa disto nun ca foi devidamente difundido embora parte dos seus desdobramentos te nham ocorrido na semi tica greimasiana Em primeiro lugar parte de uma isomorfia dos planos da express o e do conte do Em termos sim ples as categorias b sicas que o plano cenem tico fonol gico apresenta tamb m se fazem presentes no plano plerem tico relativo ao l xico e a gram tica Em ambos os planos existem as seguintes no es a constituintes x expoentes no plano cenem tico os cenemas e os prosodemas no plano plerem tico os pleremas ra zes e afixos e os morfemas de g nero e n mero b centralidade x marginalidade por exemplo vogais e consoan tes no plano cenem tico ra zes e derivativos no plano plere m tico Hjelmslev parece separar l xico de gram tica No l xico existem as ra zes e os afixos derivativos na gram tica os morfemas que podem ser extensos no caso os morfemas verbais vez que se estendem por toda a frase e a caracterizam e os intensos
223. s lingu sticos e as manifesta es sociopol tico culturais presentes no texto Palavras chave Manuscrito Edi o semidiplom tica An lise 1 Introdu o Os manuscritos antigos guardam registros de acontecimentos ocorridos em determinada sociedade Nesse sentido eles preservam a hist ria de diversas civiliza es ao longo dos tempos importante res saltar o papel da escrita nesse processo de conserva o da hist ria uma vez que ela emerge como algo resistente capaz de preservar diversos eventos dentre os quais podemos citar os aspectos s cio hist rico culturais que s o de grande relev ncia para que as gera es vindouras possam entender como se constituiu a sociedade at seu est gio de de senvolvimento atual O objetivo mais amplo dessa pesquisa analisar um documento do s culo XIX que se encontra fac similado no site Portal da Hist ria do Cear dispon vel no endere o eletr nico http portal ceara pro br O teor do manuscrito o relato da seca em Acara Cear Fizemos uma edi o semidiplom tica que se caracteriza pelo grau de interven o m nimo do pesquisador sendo que a nica interven o o desenvolvimento das abreviaturas e algumas notas explicativas que facilitam a leitura do documento Para a edi o do manuscrito baseamo nos nas normas de edi o do grupo PRAETECE dispon veis no blog www praetece Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 20
224. s do com rcio na quele povoado Comerciantes de v rias regi es foram atra dos por essa pequena feira e grande foi o progresso da localidade O movimento pela emancipa o pol tica come ou a dar passos largos Enfim o munic pio foi criado desmem brando se de S o Br s pela Lei n 2 230 de 31 de maio de 1960 e instalado em 14 de agosto de 1960 Fonte www wikialagoas al org br index php Campo GrandefEtimologia Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 131 132 LEXICOGR FICA DE LAGOA DA CANOA Top nimo Lagoa daCanoa Taxionomia Ergotop nimo Etimologia composto latino lacus us significa lago fonte canaua canoa Estrutura Morfol gica elemento espec fico composto morfema lexical lago morfema classificat rio vocal tem tica a forma dependente de a da morfema lexical cano morfema classificat rio vocal tem tica a Informa es Enciclop dicas Distrito de Arapiraca antes de sua promo o a munic pio o lugar foi se desenvolvendo a partir de uma lagoa que atendia agricultura e pesca praticadas por seus primeiros habitantes Como estes cos tumavam pescar de canoa na lagoa o local passou a ser chamado de Lagoa da Canoa Em pocas remotas existia apenas a pequena lagoa na rea onde foi edi ficada a cidade Em 1842 dois casais cujos nomes n o constam nos anais chegaram regi o constru ram casas e implementaram a agricultur
225. s inatas para a linguagem e consequentemente para a l ngua As emiss es vocais pelo aparelho fonador de fato s o complexas por m este aparelho nada mais do que adapta o de rg os de diferentes sis temas que se conjugaram para poderem exercer o interc mbio social Saussure n o deixa muito clara sua posi o quanto defini o de linguagem N o se det m prolongadamente sobre a estrutura da mente humana como faz Chomsky por m n o nega os vieses biol gicos ineren tes faculdade de linguagem como podemos depreender do trecho abai xo Broca descobriu que a faculdade de falar se localiza na terceira circunvo lu o frontal esquerda tamb m nisso se apoiaram alguns para atribuir lin guagem um car ter natural Mas sabe se que essa localiza o foi comprovada por tudo quanta se relaciona com a linguagem inclusive a escrita e essas veri fica es unidas s observa es feitas sobre as diversas formas de afasia por les o desses centros de localiza o parecem indicar 1 que as perturba es diversas da linguagem oral est o encadeadas de muitos modos s da lingua gem escrita 2 que em todos os casos de afasia ou de agrafia e atingida me nos a faculdade de proferir estes ou aqueles sons ou de tra ar estes ou aqueles signos que a de evocar por um instrumento seja qual for os signos duma lin guagem regular Tudo isso nos leva a crer que acima desses diversos rg os existe uma faculdade mais geral
226. s o nunca mais 8 Leave my loneliness unbroken quit the bust above my door Take thy beak from out my heart and take thy form from off my door Quoth the raven Nevermore O corvo uma ave considerada de mau agouro vista como uma figura das trevas e ao repetir monotonamente nunca mais constr i se um tom melanc lico e decisivo para o jovem que percebe que o seu pas sado nunca mais voltar que nunca mais ter a amada de volta e precisa se desapegar desse passado que tanto o assombra Belchior ao vincular o poema de Edgar Allan Poe em sua m sica faz uma cr tica de forma impl cita s pessoas que viviam de forma su Jeitada Em O Corvo quem se sujeita est morto isto quem n o se 12 Trecho da m sica Blackbird dos Beatles Tradu o Melro cantando na calada da noite Pegue essas asas quebradas e aprenda a voar Durante sua vida toda Voc s estava esperando este momento para decolar 13 Trecho do poema The Raven O Corvo de Edgar Allan Poe Tradu o Minha solid o me reste Tira te de meus umbrais Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais Disse o corvo Nunca mais Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 77 CH OTA E 7 Circulo Huminenso de Cdudes Hilol gicos e Linqu licos reinventa e n o coloca uma voz ativa uma pessoa de pouca valia Na sociedade brasileira muitos acabaram aceitando a condi o de s
227. sados observamos o contexto a historici dade dos fatos a busca de uma identidade do homem brasileiro a forma como os enunciados do documento foram constru dos a ordena o dos par grafos a sele o lexical os dados gramaticais e pragm ticos a rela o do produtor com o leitor atual e o respaldo hist rico na credibilidade da informa o Tendo em vista o car ter jornal stico e essencialmente social dos documentos analisados pudemos inserir os fatos no tempo e por conseguinte na hist ria em uma conjuntura determinada que foi re 92 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Choo Huminense de Eudes Hlol gicos e Linmqu licos levante para a amplia o dos sentidos e para a verifica o dos processos de consolida o da mem ria Vale ressaltar por fim que os documentos selecionados nessa pesquisa se constitu ram como um dos meios que o homem brasileiro te ve para registrar os fatos e as informa es de forma a perpetu las na hist ria e propiciar a constru o da mem ria e de uma identidade lingu s tica nacional ANEXOS Anexo 1 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 93 Choo Huminente do Eudes Hlol gicos e Linmqu licos Anexo 2 Anexo 3 94 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ALMEIDA Marly de Souza Metalinguagem e identidade lingu stica
228. sar de Carvalho 2010 citar 11 e 12 como exemplos de hip lage o autor sinaliza que tais constru es sint ticas j foram referen ciadas em trabalhos lingu sticos sobre topicaliza o 3 4 Anacoluto Segundo Bechara 2010 o anacoluto a quebra da estrutura o gramatical da ora o Para explicitar sua postula o o autor cita esta de fini o de anacoluto Resulta esta anomalia em geral do fato de n o poder a linguagem acom panhar o pensamento em que as ideias se sucedem r pidas e tumultu rias E a precipita o de come ar a dizer alguma cousa sem calcular que pelo rumo es colhido n o se chega diretamente a se concluir o pensamento Em meio do caminho d se pelo descuido faz se pausa e n o convindo tornar atr s pro cura se sa da em outra dire o ALI apud BECHARA 2010 p 484 Bechara 2010 p 485 postula ainda que o anacoluto fora de certas situa es especiais de grande efeito expressivo evitado no estilo formal no entanto n o especifica quais seriam essas situa es J em outra passagem o autor mais categ rico O anacoluto fora de certas situa es especiais evitado pelas pessoas que timbram em falar e es crever corretamente a l ngua assumindo ent o uma atitude prescritiva em rela o ao uso do anacoluto no estilo formal tanto na fala como na escrita e o desconhecimento das fun es comunicativas que o anacoluto pode desempenhar no discurso Bechara op
229. sim a t picos Al m disso Pontes 1987 salienta que tais constru es n o podem ser transformadas na voz passiva como as constru es SVO 18 O ponteiro foi estragado pelo r dio 19 Muito vento batido nessa janela Apesar de tais constru es poderem ser explicadas por algum tipo de v nculo sint tico entre o t pico e a senten a coment rio Pontes 1987 ressalta que n o h uma equival ncia de sentido entre 16 a e 16 b nem entre 17 a e 17 a sendo a inten o comunicativa do falan te que determina a escolha entre uma delas A autora salienta ainda que o falante ao utilizar 16 a e 17 a o faz porque deseja p r em relevo o elemento que est na posi o de t pico na senten a 3 O ponto de vista da gramatical tradicional sobre as senten as t pi co coment rio Vasco 2006 ao analisar o t pico na vis o da gram tica tradicio nal apresenta a seguinte postula o Como se sabe essas gram ticas exibem em seu conte do regras que n o se depreenderam da l ngua portuguesa falada e muito menos da escrita n o liter ria mas foram sistematizadas a partir da utiliza o que da l ngua escrita fizeram auto res cl ssicos em grande parte atuantes em pocas anteriores ao s culo XX Outra quest o relacionada elabora o dos comp ndios gramaticais normativos refere se variedade neles descrita De modo geral os textos base para depreens o e estabe lecimento das regras de car ter nor
230. so o seu car ter essencial por m o que menos aparece primeira vista SAUSSURE 1977 p 25 No entanto Saussure titubeia no que se refere ao mister da semio logia N o nos mostra em nenhum momento o formato desta psicologia geral Segundo Naville apud LOPES 1997 o carro chefe seria a socio logia F de Saussure insiste sobre a import ncia de uma ci ncia amplamente ge ral a que chama semiologia e cujo objeto seriam as leis da cria o e da trans forma o dos signos e de seus sentidos A semiologia uma parte essencial da sociologia Como o mais importante dos sistemas de signos a linguagem convencional humana a ci ncia semiol gica mais avan ada a lingu stica ci ncia das leis da vida ela linguagem NAVILLE apud LOPES 1997 p 70 Como se n o bastasse tanta hesita o citamos ainda para esclare cimento de quem nos l o excerto abaixo na senda de Wunderli apud LOPES 1997 Discutimos para saber se a lingu stica pertenceria a ordem das ci ncias naturais ou das ci ncias hist ricas Ela n o pertence a nenhuma das duas mas a um compartimento das ci ncias que se n o existe ainda deveria existir com o nome de semiologia quer dizer ci ncia dos signos ou estudo do que acon tece assim que o homem tenta significar seu pensamento por meio de uma conven o necess ria WUNDERLI apud LOPES 1997 p 70 Bouquet 2012 p 159 cita as aulas de Saussure em que este de fende a presen
231. ssim o referente constru do pelo sentido e podemos entender seres m ticos como unic rnio e P gaso fen menos religiosos como res surrei o e reencarna o entidades hist ricas como Napole o C sar entre outros Saussure est por ser devidamente compreendido vez que existem obras que precisam ser merecidamente consideradas como os Escritos de Lingu stica Geral editados por Simon Bouquet SAUSSURE 2002 e as de Godel apud LOPES 1997 isto sem considerar obras interpretati vas como Identidade e a Diferen a de Lopes 1997 e Introdu o Lei tura de Saussure tamb m de Bouquet 2004 H que considerar se co mo ponto de partida o princ pio da negatividade de natureza profunda mente dial tica conforme extra do da passagem abaixo 142 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 24 Signos e negatividade Existe na l ngua 1 Se for considerada em um momento dado n o apenas signos mas tamb m significa es n o separ veis dos signos visto que estes n o mereceri am mais seu nome sem a significa o Em compensa o o que n o existe s o a as significa es as ideias as categorias gramaticais fora dos signos elas existem talvez exteriormente ao dom nio lingu stico e uma quest o muito duvidosa a ser examinada em todo caso por outros que n o o linguista b as figuras vocais que servem de signos n o existem mais na l ngua instant nea Elas
232. st ncias De medidas foram encontrados dois casos a medida em bra as e em l guas Segundo as pessoas mais experientes com a agricul tura a bra a equivale ao tamanho de onze palmas da m o e a l gua equivale a seis quil metros Essas unidades de medidas eram usadas por pessoas para medir a quantidade de espa o em a udes cercados e outras reas A l gua era e ainda utilizada para medir dist ncias entre luga res como por exemplo A dist ncia de Fortaleza a Acara Cear de quarenta l guas equivalente a 240 quil metros Fac s mile Transcri o Linha bra as de cumprimento 27 nove leguas 35 3 9 Topon mia A topon mia o estudo das denomina es do locais e acidentes geogr ficos Os top nimos s o os resultados dessa denomina o e podem ser considerados produtos culturais pois evidenciam a realidade material e espiritual do ser humano O estudo dos top nimos permite verificar a organiza o de uma regi o pois as condi es ambientais e sociais se re fletem na l ngua principalmente no l xico e consequentemente na to pon mia No manuscrito em estudo percebemos que os top nimos est o diretamente ligados a regi es pr ximas cidade de Acara como por exemplo o rio Aracatimirim a barra d Almofala Lagoa da Jijoca e a Lagoa de Jo o de Barros 48 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Choo Huminense de
233. ste particular percebemos influ ncia de Diirkheim que insistia na exist ncia do fato social como entidade coercitiva sobre o indiv duo Como bem diz Coseriu 1980 a esse respeito ao falar das simila ridades e diferen as entre as posturas de Georg von der Gabelenz e Diirkheim e Saussure As ideias de Gabelentz n o se mant m verdade sem modifica es em Saussure Muitas vezes o que em Gabelentz era apenas intui o ou noutras vezes mera observa o marginal converte se em Saussure em tese explicita mente formulada em parte de um sistema Com seu esp rito geom trico Saus sure transforma em antinomia o que em Gabelentz era apenas distin o meto dol gica e em princ pio o que em Gabelentz n o era muitas vezes sen o constata o Al m disso ele combina as distin es de Gabelentz com teses de outros autores Assim por exemplo a teoria saussuriana da l ngua e da fala uma combina o da distin o puramente fenomenol gica de Gabelentz e das teses de Diirkheim sobre o fato social por outro lado essa mesma teoria rela ciona se tamb m com Madvig e atrav s Madvig com Hegel Entretanto o n cleo do que Saussure deve a Gabelentz permanece perfeitamente identific vel COSERIU 1980 p 257 258 138 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Gabelentz foi de fato um inovador e um precursor de proa As no es de l ngua e fala sincronia e diacronia solidariedade
234. sticos e as manifesta es sociopol tico culturais presentes Everaldo analisa o discurso humor stico da televis o brasileira no quarto artigo identificando implic ncias e rela es lingu stico hist rico culturais dos falantes em decorr ncia da concep o sociol gica da lin guagem a partir dos bord es veiculados pela programa o de entreteni mento O quinto artigo de Matheus e M nica que analisam a mobiliza o e a constru o dos sentidos na m sica Velha Roupa Colorida de Belchior considerando seu funcionamento discursivo No sexto continuamos a publica o do artigo de Rodrigo cuja primeira parte foi publicada no n mero anterior desta Revista corres pondente ao primeiro quadrimestre de 2014 Luiz Augusto apresenta no artigo de n mero sete um breve estu do sobre o t pico em l ngua portuguesa sob a perspectiva da gram tica Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 5 tradicional e da lingu stica analisando e comparando o ponto de vista dessas correntes em rela o ao t pico No pen ltimo artigo Pedro Ant nio investiga sobre a din mica topon mica nos nomes identificadores dos munic pios da microrregi o de Arapiraca procurando compreender o processo de mudan a lingu stica No ltimo Paulo Mos nio avalia a contribui o de Saussure a respeito da no o de l ngua e de signo considerando o Curso mais re centes Na resenha Jos faz u
235. sto de origem ind gena tupi kuiet cortado ao meio cuia feita de coco Estrutura Morfol gica elemento composto h brido morfema lexical Coi te nome atem tico forma dependente de o do morfema lexical noi morfema classificat rio vogal tem tica a Informa es Enciclop dicas Os pioneiros do lugar pertenciam fam lia Noia e l havia pequenas rvores que d o o fruto chamado coit o qual aberto ao meio usado como cuia para beber gua medir farinha ou outros cereais O povo colhia os frutos na propriedade dos Noias popularizando assim a locali dade com tal denomina o A coloniza o das terras do atual munic pio de Coi t do Noia associa se hist ria de Limoeiro de Anadia e Arapiraca A fam lia Noia pioneira daquela regi o era propriet ria das primeiras quatro casas que l existiam pelos idos de 1880 conforme depoimento do mais antigo morador da cidade Manoel J da Costa oriundo de Limoeiro de Anadia fixou se naquela rea pouco tempo depois dedicando se agricultura e atividade pastoril O local se ligava a Limoeiro de Anadia e a Arapiraca por diversas veredas peque nas Em raz o da enorme quantidade daquelas rvores o n cleo que come ava a se formar recebeu o nome de Coit Com o passar do tempo e a chegada de fam lias procedentes de outros munic pios a comunidade foi aumentando Des se modo Manoel Marques de Pernambuco Manoel Cazuza de Arapiraca bem como as fam
236. sturas idealistas a identida de entre ser e pensamento No entanto apesar da aparente complementa ridade entre A e B indagamo nos se o exposto em B n o se refere manifesta o do fonema no eixo sintagm tico em virtude da afirma o coisa secund ria que a l ngua coloca em funcionamento H a nosso fa vor todo um longo cap tulo sobre a estrutura fon mica na cadeia falada Seria porque Saussure s consideraria sintagm tica a s laba Seria o fo nema entidade ideal na langue sem a presen a de tra os distintivos A pesquisar O signo enquanto entidade sincr nica encontra algumas poss veis obje es na descri o lingu stica O problema j avulta em Morfolo gia Todos conhecem os famosos casos de rela es paradigm ticas em que embora haja motiva o significante n o h motiva o significativa A exemplo de conduzir condu o condutor receber recep o receptor Se considerarmos as rela es paradigm ticas via significante dar nos emos conta de que existem entidades m rficas por exemplo con duzir con du o cont du tor re ceber re cep o re cep tori Falta tamb m uma condi o para a exist ncia do signo o significado Rocha 1998 em sua obra sobre morfologia prop e uma alternativa a lexicaliza o estrutural que consiste na subtra o de s labas do verbo pa ra gerar nomes e adjetivos condu zir o gt condu o receb er o gt recep o A complexidad
237. superior esquerda 7 Anota o feita por terceiros situada na margem superior direita Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 41 lago pode medir tres mil bra as de cumprimento e seiscentas de largura e pertence aos herdeiros do Donato Joz de Souza No Relatorio do Engenheiro Leopoldo Chrimes poder Vossa Excelencia rever minhas informa o Alem deste grande deposito temos outro que julgamos su perior o pequeno Rio Aracaty Mirim distante desta Villa nove leguas que fazia barra d Almofalla Tendo as ventanias dos tres annos de secca abstruido completamente a sua f s pelas grandes quantidades d areias formado uma cordilheira de morros movedi os que na p de dar esgoto as aguas dos invernos posterio res a secca as aguas assim prezas fazem hoje uma repreza de cinco l guas suas margens presta se a immensos sitios entre tanto que se acha incultas por falta de pessoal que se oc cup da agricultura pois entretidos com a grande quan dade de peixe que existe neste lago n o cuida de outra vida Ha mais outros dous banhados de menor import ncia Lagoa de Jo o de Barros Alagadisso da Palmeira na Fazen da Patos do Coronel Joz Frederico d Andrade na dista cia uma l gua do Rio Aracaty Mirim de que ja nos re ferimos que na seccara d durante a secca e que muito Fl 2r servir o para planta es de canas e seriais e para refrige rio de muito
238. tanto o ato de fala quanto o comunicado A d os participantes neste acontecimento P Desta rela o se extraem quatro conceitos fundamentais a um acontecimento comunicado AC b o pr prio acontecimento do falar AF c os participantes no acontecimento comunicado PC d os participantes no acontecimento da fala PF BECHARA 2002 p 210 211 Muito h que dizer sobre o C rculo Lingu stico de Praga mas cremos que nos limites de um artigo j nos pronunciamos o suficiente 150 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 4 Lingu stica fonologia e gram tica Ilustra o da proposta saussu riana bom lembrarmos que no Curso de Lingu stica Geral h duas de fini es de fonema a entidade opositiva relativa e negativa b entidade que pertence l ngua pois o som por si mesmo coi sa secund ria que a l ngua coloca em funcionamento O item B parece n o descarta o item A pois a mat ria pode ser participante da forma desde que constitua elemento distintivo dentro de la como bem disse algures Coseriu a l ngua uma forma numa subst n cia O linguista talo romeno se opunha tenazmente ao Formalismo da glossem tica de Hjelmslev que reduziu o fonema a uma entidade muito abstrata que ele chamou de cenema do grego ken s entidade vazia Para Coseriu 1979b a glossem tica tem um forte vi s plat nico vez que nela se vislumbra aquilo que caro s po
239. ten o do nosso ouvinte quebra se a norma sint tica e consegue se o efeito estil stico desejado BECHARA 2010 p 583 Assim fica evidente a rela o entre a posi o prim ria na senten a e a nfase de acordo com esses gram ticos Portanto no que diz res peito invers o segundo a gram tica tradicional al m de outros fatores est ligada ao relevo que o falante deseja dar a esse elemento 3 2 Pleonasmo Segundo Cunha 2008 o pleonasmo um recurso de nfase e se caracteriza pela repeti o de um termo da ora o para reiterar uma ideia De acordo com Bechara 2010 a repeti o de algum elemento j ex presso no discurso para fins de clareza ou nfase O pleonasmo abordado pela gram tica tradicional que interessa a esse estudo o objeto direto pleon stico e o objeto indireto pleon stico De acordo com Cunha 2008 p 156 o objeto direto ou indireto pleon stico ocorre para dar maior re levo ao objeto para isso costume coloc lo no in cio da frase e depois repeti lo com a forma pronominal 03 rvore filho e livro queria os perfeitos CUNHA 2010 p 157 gri fo nosso 04 Aos meus escritores n o lhes dava import ncia nenhuma Op cit p 159 grifo nosso 05 Palavras cria as o tempo e o tempo as mata Op cit p 157 grifo nosso 06 A mim resta me a independ ncia para chorar TERSARIOL 1964 p 240 grifo nosso 07 Ao pobre n o lhe devo BECHARA 200
240. ten as sujeito predicado pelo deslocamento para a esquerda de um elemento da estrutura frasal deixando em seu lugar ou n o um pronome c pia Em 13 14 e 15 se podem evidenciar as postula es acima 13 Eo almo o eu volto mais cedo PONTES 1987 p 97 grifo nosso 14 Doce eu gosto de gelatina gosto de pudim ORSINI 2003 grifo nosso 15 O Flamengo eu odeio futebol BOTELHO 2010 p 53 grifo nosso Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 103 Em 13 como se pode notar o elemento t pico n o sofreu ne nhum tipo de deslocamento ou topicaliza o n o exercendo portanto fun o sint tica na senten a coment rio uma vez que se pode verificar a senten a coment rio completa com sujeito e predicado Para entender essa senten a preciso ent o recorrer ao n vel do discurso PONTES 1987 A autora explica que em 13 a patroa estava dando instru es sua empregada quando disse Tina pode botar a roupa na m quina E o almo o eu volto mais cedo Sem o contexto algu m poderia entender que a patroa voltaria mais cedo para almo ar no entanto o contexto re vela que a patroa disse empregada que ela poderia colocar a roupa na m quina mas que em rela o ao almo o ela voltaria mais cedo do traba lho para prepar lo PONTES 1987 p 98 Esse enunciado 13 foi intelig vel aos interlocutores porque as duas participantes do discurso j comp
241. tido na homenagem ao governador em exerc cio na poca Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 127 FICHA TOPON MICA LEXICOGR FICA DE TAQUARANA Top nimo Taquarana Taxionomia Fitotop nimo Etimologia O termo de origem tupi ta kwara designa uma planta cha mada pelos ndios de cana brava oca por dentro Trata se de um bambu da fa m lia das gram neas Segundo Tibiri 1985 de tacu rana planta que se pare ce com a taquara falsa taquara bambu Estrutura Morfol gica elemento espec fico simples morfema lexical ta quaran morfema classificat rio vogal tem tica a Informa es Enciclop dicas O munic pio de Taquarana teve seu territ rio desmembrado de Limoeiro de Anadia no dia 24 de agosto de 1962 marcado por uma hist ria que come ou ainda em meados do s culo XVIII partindo de uma fazenda de gado denominada de Cana Brava pertencente fam lia Correia Paes Ao instalar a fazenda Canabrava com a cria o de gado e diversificadas lavouras em 1750 atra dos pelas belezas naturais do lugar e pela abund ncia de gua a fam lia Correias Paes proveniente do estado de Pernambuco deu origem ao atual munic pio de Taquarana que at sua emancipa o era conheci do por Canabrava dos Paes Como na maioria dos munic pios alagoanos o po voado se expandiu a partir de 1821 com a constru o da matriz de Santa Cruz num local j afastado da fazenda Pont
242. timol gicos e morfossint ticos e b Lingu stico hist rico e variacionista rela o en tre a origem do nome e a hist ria local e suas sucessivas mudan as ao longo do tempo Os top nimos ser o apresentados em fichas lexicogr fico topon micas Essas se revelam necess rias para a interpreta o dos designati vos pois v rios campos conceituais da ficha fornecer o informa es re levantes sobre cada um dos nomes dos munic pios estudados 4 1 A mudan a lingu stica no l xico topon mico municipal ala goano da microrregi o de Arapiraca TOPON MICA LEXICOGR FICA DE CRA BAS Top nimo Cra bas Taxionomia Fitotop nimo Etimologia O termo de origem tupi Carahyba ou karauat designa a r vore do ramo das bignoni ceas muito comum na regi o planta bromeli cea Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 123 Estrutura Morfol gica elemento espec fico simples morfema lexical craib morfema classificat rio vogal tem tica a morfema flexional aditivo s Informa es Enciclop dicas Em 1865 Manoel Nunes da Silva Santos chegou regi o onde est hoje o munic pio de Cra bas sendo um dos seus pri meiros habitantes Apesar de ser uma rea pobre estabeleceu se ali mesmo ad quirindo uma grande extens o de terras pertencentes a Felipe Nogueira de Lima composta basicamente de matas e rvores principalmente a craibeira que acaba ria dando nome
243. tivos de sua atividade pedag gica Todavia recomendam que sejam acrescentadas outras atividades caso necess rio que partam do interesse e das necessi dades apresentadas pelos alunos Aconselham ainda que os professores desenvolvam a compet ncia discursiva dos alunos a fim de que estes possam dominar as variedades lingu sticas da modalidade oral conhecer o uso da fala em situa es p blicas discutir o texto oralmente reconhecer as diferen as entre os usos formal e informal da l ngua oral saber utiliz las quando o contexto situ acional exigir e que tamb m sejam capazes de produzir seus discursos adequando os situa o comunicativa No cap tulo 01 do LD1 o autor apresenta uma can o visando ao trabalho com as variedades lingu sticas mas que tamb m contempla o cuidado com a oralidade Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 23 Texto can o Cuitelinho Cheguei na beira do porto Ai quando eu vim da minha terra A tua saudade corta Onde as onda se espaia Despedi da parent ia Como a o de nav ia As gar a d meia volta Eu entrei no Mato Grosso O cora o fica aflito E senta na beira da praia Dei em terras paraguaia Bate uma a outra faia E o cuitelinho n o gosta L tinha revolu o E os ioenche d agua Que o bot o de rosa caia ai ai Enfrentei fortes bat ia ai ai Que at a vista se atrap ia ai Fonte SILVA 2009 p 12 Dom nio P blico A
244. to edi o semidiplom tica lt A udes 1 seco 12 9 87 N 4349 1 gt Fl lr Pa o da Camara Municipal da vila do Acarah em Sess o ordinaria 22 de Agosto de 1881 Ilustr ssimo Excelent ssimo Senhor Esta Camara em resposta ao officio circular de Vossa Excel ncia sob numero 2007 de 3 corrente cumpre lhe informar o seguinte Que existem nesta Villa dois A udes feitos em soccorros publicos os quaes na tendo havido a inda inverno que os enchesse supp e esta Camara na seccara e isto em conse quencia das poucas guas recebidas no inverno do anno pas sado e que outros de maior intencidade as fara chegar ao pon to proporcional ao atingimento das guas a ser sangra d ros na sa de offerecerem vantagem sina para agua da por serem os corregos que procurar o para suas constru ccoes muito seccas Apar porem destes dous pequenos reservatorios d gua temos a oito legoas de distancia no termo a Grande Lag a da Gijoca que pelos grandes morros que tem entre ella e o mar form o um A ude natural que nunca secou e du rante a calamidade da secca em suas margens se abriga ra mais de duas mil pessoas que passar o sem necessi taremdos socorros publicos por terem os proprietarios della franqueado aos Emigrantes para fazerem planta es de seriaes que produzindo prodigiosamente chegou para alimenta o delles e venderem durante acalamidade este Fl 1v 6 Anota o feita por terceiros situada na margem
245. tos p blicos dificilmente ocorrer se a escola n o tomar para si a tarefa de pro mov la BRASIL 2001 p 25 fato que se a oralidade for abordada de forma superficial con siderando apenas que os alunos ao chegarem escola j sabem falar esse ensino n o ser relevante N o adianta aceitar o aluno como ele sem lhe oferecer os instrumentos de que necessita para lidar com situa 18 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 es em que n o ser aceito se utilizar as formas de express o peculiares de seu meio social Para que tais instrumentos sejam oferecidos pela es cola e pelos professores imprescind vel um planejamento com ativida des sistematizadas de escuta e produ o de textos orais Segundo os PCN no processo de escuta dos textos orais almeja se que o aluno seja capaz de reconhecer a import ncia dos elementos suprassegmentais gestos express es faciais ampliar seus conhecimen tos discursivos gramaticais e sem nticos implicados na compreens o do texto usar a escrita como aux lio durante o registro do que foi compre endido e desenvolver a capacidade de identificar as inten es comunica tivas do enunciador de forma que concorde ou n o com as ideias presen tes no discurso No tocante produ o dos textos orais os PCN revelam objetivar que o aluno planeje a fala p blica usando a linguagem escrita em fun o das exig ncias da situa
246. tos de ou tros ou ensinando a produzir e interpretar com seguran a seja como pes quisador produzindo ou restaurando conhecimento j fixado Apesar das importantes reflex es trazidas pelos autores deste vo lume n o poderei ater me com profundidade em an lises abrangentes que remetam o leitor a todos os cap tulos ricamente apresentados aqui Por isto ser o feitas refer ncias espec ficas aos cap tulos produzidos por Marcelo M dolo Helena Nagamine Brand o Silvane Aparecida de Frei tas Maria Leda Pinto e L ia Teixeira Lacerda sem qualquer sombra de menosprezo pelos demais trabalhos I Quando Marcelo M dolo 2014 reflete sobre a correla o de monstrando que ela proporciona vigor a um racioc nio estabelecendo coes o entre senten as e sintagmas fazendo men o especial aos tex tos apolog ticos e enf ticos apresenta uma li o clara sobre a impor t ncia da correla o na estrutura de um texto lembrando que ela con corre para que se destaquem as opini es expressas a defesa de posi es 16 Uma vers o deste texto escrita em 2013 saiu como pref cio do livro Produ o de Texto Oral e Escrito Estudos e Pesquisas da P s Gradua o organizado pelos professores Antonio Carlos San tana de Souza e Maria Leda Pinto Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 161 a busca de apoio muito mais do que por informarem com objetividade os acontecimentos M
247. tre sujeitos e fatos Ent o consideramos v lido analisar como a can o coloca no seu eixo expressivo os problemas sociopol ticos da poca meados de 1960 e 1970 ditadura militar bem como a postura democr tica do autor Visando uma an lise hol stica julgamos necess rio o estudo de tr s inst ncias 1 uma an lise horizontal do eixo das coisas ditas com preendendo a textualidade e a constru o sintagm tica ii uma an lise vertical do eixo das coisas pensadas abordando as rela es intertextuais e interdiscursivas 111 uma an lise das condi es de produ o e circula o dos sentidos Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 69 Ao estudar a m sica como um produto social provocar reflex es sobre a fun o da arte a m sica em espec fico como um recurso de ex press o que pode atingir um n mero significativo de sujeitos al m de possibilitar uma leitura poliss mica e rica em significados 2 An lise do discurso A an lise do discurso sendo uma rea da lingu stica e da comuni ca o surge como um movimento intelectual que reflete sobre a escritu ra a lingu stica o marxismo e a psican lise Parafraseando Orlandi 2001 pode se dizer que a an lise do discurso gira em torno de uma mesma quest o Como este texto significa Maingueneau 1997 denomina a an lise do discurso de linha francesa como encontro de uma conjuntura intelectual e
248. u no es de sistemas exteriores ao indiv duo que prop s um sistema cuja base o homem no seio de um sistema possibilista que reuniu em feliz s ntese Arist teles e Humboldt para falar de saberes compet ncia lingu stica do falar em geral sem esquecer o indiv duo Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 157 Noutra obra 1979b conjuga propostas saussurianas com as de B hler sobre a o e ato lingu stico Para outro momento discutiremos o arbitr rio absoluto ou relati vo em Saussure e cotej lo com a iconicidade cara ao funcionalismo ex tra do de Peirce A extens o e a natureza do assunto dispersariam nosso trabalho REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BECHARA Evanildo Moderna gram tica portuguesa Rio de Janeiro Lucerna 2002 BLOOMFIELD L Language New York Henry Holt Company 1933 BOUQUET Simon Introdu o leitura de Saussure S o Paulo Cul trix 2004 BR AL Michel Ensaio de sem ntica S o Paulo PUC SP 1992 COSERIU Eugenio Sincronia diacronia e hist ria o problema da mu dan a lingu stica Rio de Janeiro Presen a S o Paulo Universidade de S o Paulo 1979a Teoria da linguagem e lingu stica geral Trad Agostinho Dias Carneiro Rio de Janeiro Presen a S o Paulo Universidade de S o Pau lo 1979b Li es de lingu stica geral Rio de Janeiro Ao Livro T cnico 1979c Tradi o e novidade na ci ncia de linguagem
249. ua o faz com que se fa a uma r pida considera o desde a Antiguidade at a contemporaneidade sobre o humor assim co mo o humor era encarado atrav s de sua trajet ria hist rica e cultural fa zendo com que se pergunte como ele era transmitido por quem para quem onde e quando 62 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 Antrop logos e historiadores liter rios t m contribu do de forma significativa para o estudo cultural do humor Comprovou se nestes estu dos que Roodenburg acreditava que At os dias de hoje referindo se atualidade a aten o acad mica dada ao humor em geral se concentrava em obras de literatura ou nos contos popu lares Exemplos t picos s o os estudos do humor em obras de Shakespeare ou nos livros de humor do in cio do per odo moderno ROODENBURS 2000 p 16 Mas apesar do avan o desses estudos sobre o humor ainda de acordo com as ideias de Roodenburg s raras vezes estes estudos situam com clareza os textos dentro do grupo ou da cultura em que devem ter transitado ROODENBURS 2000 p 16 Embora o humor deva provocar o riso nem todo riso fruto do humor O riso pode ser amea ador Por outro lado o humor e o riso tam b m podem ser muito libertadores Sabe se que uma pitada inesperada de humor capaz de desfazer um clima tenso num instante Os limites do humor s o definidos por sua fun o na ret rica a hilaridade serve p
250. ubservi ncia por medo enquanto outros se mostraram ativos em lutar pela igualdade social O nunca mais a resposta do corvo quando Bel chior questiona a sua liberdade e seus direitos Este termo repetido no poema do escritor americano em uma rela o intertextual com a m sica Velha Roupa Colorida cria um sentido o passado e as ideias conser vadores devem ficar para tr s precisa pois rejuvenescer procurar ou tros caminhos 9 Como Poe poeta louco americano Eu pergunto ao passarinho Black bird o que se faz Black bird me responde Tudo j ficou atr s Assum preto me responde o passado nuca mais Assum preto de Luiz Gonzaga tamb m est presente como rela o intertextual A descri o inicial da m sica conforme afirma Lopes 2006 da beleza do Sert o Mas ao descrever a cena logo apresen tado o assum preto um p ssaro que foi cegado e portanto n o podia ver essa beleza Luiz Gonzaga afirma na letra que o canto do p ssaro tornou se mais bonito ap s ser cegado porque possui um canto de dor Sem po der ver o p ssaro tamb m n o podia voar Ao privar lhe da vis o priva ram no tamb m da liberdade 10 Assum Preto o meu cantar E t o triste como o teu Tamb m roubaro o meu amor Que era a luz ai dos ios meus O eu po tico na m sica compara se ao p ssaro porque ele se sente cego ap s ter sido privado do amor que lhe foi roubado Os dois t m em
251. ue a l ngua um fen meno irrefre vel e expansivo na so ciedade agindo como arcabou o sociointeracional patrim nio coletivo e consensual Assim necess rio catalogar as transforma es que h na l ngua como elemento representativo da realidade A mobilidade de sentidos intercambializada pelas esferas humo r sticas est onipresente na cultura brasileira e se torna uma estrutura de fideliza o ao programa que veicula a l ngua como produto midi tico uma vez que a sua linguagem tamb m seu objeto mercadol gico Abordar a linguagem em seu car ter din mico vivo de pr tica social privilegia seu estudo em sua estreita forma de a o do homem so bre o mundo e n o o estudo da l ngua como um sistema de normas se gundo o qual certas composi es s o poss veis de um ponto de vista formal apenas Preocupa se com os atos de fala com a linguagem prati cada com a linguagem realizada que ganha contornos nessa realiza o dependendo da situa o imediata e da mais geral em que ocorre Preocu pa se com a linguagem que se dirige a algu m que suscitada por algo que tem uma finalidade que ocorre numa situa o social concreta cons tituindo assim a l ngua pelo fen meno social da intera o verbal reali zada atrav s da enuncia o ou das enuncia es 10 A express o intera o verbal usada no sentido amplo n o se referindo portanto apenas s in tera es em face a face 54
252. ue os alunos tamb m sejam capazes de identificar as marcas conversacionais nos textos escritos Tendo em vista que cada vez mais o livro did tico tem abordado pr ticas de uso da l ngua voltadas para a oralidade e admitindo o conti nuum existente entre esta e a escrita observou se que apesar dos esfor os dos autores analisados com o tratamento dado oralidade o que foi proposto ainda n o suficiente para desenvolver nos alunos as aptid es necess rias a fim de que possam se posicionar oralmente nas diferentes situa es comunicativas que lhes poder o ser impostas Todavia vale ressaltar que as lacunas deixadas pelos livros did ticos podem ser preenchidas a partir do momento em que o professor as observa e consegue criar procedimentos alternativos no desenvolvimento das atividades orais na sua pr tica pedag gica Para que isto seja poss vel imprescind vel uma melhor capacita o do professor e que mais discuss es como as levantadas nesta pesquisa sejam desenvolvidas para 30 Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 que se repense o ensino da oralidade e que este possa vir a apresentar fu turamente resultados ainda mais satisfat rios REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ANTUNES M I Aula de portugu s encontro e intera o S o Paulo Par bola 2003 BRASIL MEC Par metros curriculares nacionais terceiro e quarto ci clos do ensino fundamental l ngua portugues
253. ue projetar pa ra eles um estatuto social definido com capacidade de apreens o dos acontecimentos e compet ncias de compreender as informa es apresen tadas e de interpret las O discurso endere ado a algu m portanto aquele a quem o dis curso se destina seja jovem ou adulto participa do mundo Como jovem tem anseios de entrar para um grupo espec fico no caso uma linguagem homog nea e tamb m se acha envolvido com quest es afetivas pesso ais culturais entre outras da realidade cotidiana como adulto convive com essa mesma realidade junto aos outros membros ou desdobramentos da sociedade sejam eles profissionais acad micos esportivos etc 2 O sujeito da enuncia o n o apenas fonte do seu dizer ele ambivalente e paradoxal pois ao mesmo tempo locutor e interlocutor por conhecer o mundo a sua volta que ele consegue circunstancialmen te investir se de locutor tomando a palavra e pondo em jogo uma s rie de mecanismos sem jamais pretender ser a fonte de seu dizer A inst n cia da recep o participando do jogo de linguagem tem a liberdade de escolher o caminho mais adequado dentro dos temas tratados A enuncia o apresenta uma esp cie de jogo em que tanto os su jeitos do fazer locutor interlocutor como os sujeitos do dizer enuncia dor destinat rio se encontram na cumplicidade criada pela partilha de certos valores culturais assim que a televis o partilha com os telespec ta
254. un es sendo estas compreendidas no sentido matem tico do termo Conforme estabelece Llorach 1981 Es funci n toda dependencia establecida entre una clase y su elemento una cadena y su parte o un paradigma y su miembro o entre los elementos partes o miembros entre s Por ejemplo hay funci n entre una frase y los grupos f nicos que la forman hay funci n entre el paradigma casual y el acu sativo o entre los grupos f nicos entre s o entre el acusativo y el ablativo Los t rminos de una funci n ser n sus funtivos esto es objetos que tienen funci n con otros objetos Como puede haber funci n entre funciones stas pueden ser tambi n funtivos Los funtivos que no son a su vez funciones se llamar n magnitudes como en los ejemplos anteriores los per odos las fra ses las palabras las s labas el acusativo o el ablativo LLORACH 1981 p 32 Existem tr s tipos de rela o entre funtivos a A implica B e B implica A duas constantes b A implica B mas B n o implica A uma constante e uma vari vel Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 145 LS Cy i O ES po JS a Circulo Huminense de sliedes Hilol gicos eLinqu licos c nem A implica B nem B implica A duas vari veis Estas rela es funtivas podem dar se no paradigma e no sintagma recebendo denomina es distintas conforme apare am no primeiro ou no segundo Dada a complexidade do quadro apresentamos
255. usa uma hesita o uma cor re o Dessa forma s poss vel ajustar o que se diz no instante em que o discurso est sendo produzido Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 19 Consequentemente levar o aluno a planejar previamente textos orais equivale a fornecer lhe mecanismos que o auxilie de acordo com a fun o interacional em que se encontra e das particularidades do g nero em uso Para tanto os PCN sugerem que o aluno participe ativamente de situa es comunicativas que considerem as especificidades de cada g ne ro utilizado em sala e que sejam feitas as an lises dessas atividades reali zadas por eles possibilitando ao professor avaliar os pontos positivos e as dificuldades encontradas no processo da enuncia o de maneira que ajude o aluno melhorar sua efici ncia Depreende se que os PCN se constituem numa proposta de orien ta o curricular para a educa o no Brasil e anseiam que a partir das su gest es por eles apresentadas as escolas os incorporem nos seus projetos pedag gicos adequando os s suas realidades No tocante ao ensino da l ngua oral o documento estabelece que a escola deva priorizar para os alunos o ensino de g neros orais p blicos o que se comprova com a seguinte cita o Ensinar l ngua oral deve significar para a escola possibilitar acesso a usos da linguagem mais formalizados e convencionais que exijam controle mais consciente e volunt
256. utor apresenta v rios tipos de edi o para os manuscritos dos quais adotamos aqui a edi o semidiplom tica que se caracteriza como uma edi o com um grau m dio de media o isto o editor faz poucas interfer ncias no texto editado como o desenvolvimento dos sinais abreviativos e inser o Revista Philologus Ano 20 N 59 Rio de Janeiro CiFEFIL maio ago 2014 37 ou supress o de elementos dentre outros As ci ncias auxiliares da filologia exercem a fun o de contribuir para um estudo mais amplo do manuscrito Para isso temos a diplom ti ca ci ncia que se ocupa em estudar a estrutura formal do diploma Ve jamos a defini o seguinte Ocupa se da estrutura formal dos atos escritos de origem governamental e ou notarial Trata portanto dos documentos que emanados das autoridades supremas delegadas ou legitimadoras como o caso dos not rios s o sub metidos para efeito de validade sistematiza o imposta pelo Direito BELLOTO 2002 p 13 O efeito de validade sempre question vel pois como os diplo mas poderiam ser falsificados a diplom tica tinha o papel de fazer uma reprodu o fiel e conservadora do documento original isto fazendo a diferencia o de documento original versus documento falso Portanto ainda segundo Belloto 2002 o documento diplom tico o registro le gitimado do ato administrativo ou jur dico consequ ncia por sua vez do fato administrativo ou jur di
257. vasta rea dos estados brasileiros da Bahia Sergipe Alagoas Pernambuco Para ba e Rio Grande do Norte A rea ocupada pelo Agreste se situa numa estreita faixa paralela costa Possui como caracter sticas principais solos profundos com relevo ex tremamente vari vel associados a solos rasos solos relativamente f r teis vegeta o vari vel com predomin ncia de vegeta o caducif lia dec dua O territ rio do Agreste Alagoano possui uma rea de 5 271 km que corresponde a aproximadamente 19 da rea do Estado de Alagoas que de 27 793 343 km segundo dados do IBGE Est localizada na rea central do estado de Alagoas Por estar entre o sert o e a mata atl n tica apresenta caracter sticas das duas regi es e formada por tr s mi crorregi es microrregi o de Palmeira dos ndios microrregi o de Arapi raca e microrregi o de Traipu IBGE 2014 A mesorregi o do Agreste Alagoano tem uma economia baseada no com rcio e na agricultura desenvolve cria o de caprinos e bovinos Nos ltimos anos vem recebendo investimentos de pequenas represas para conter a gua que cai da chuva ajudando assim no consumo e nas planta es familiares Os principais produtos agr colas desta mesorregi o s o o feij o e a mandioca A identidade territorial est caracterizada por sua hist ria pela mesma regi o fisiogr fica pela estrutura fundi ria semelhante com pre domin ncia da pequena propriedade pela ec

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