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1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE LETRAS VERN CULAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM LINGU STICA AS FUN ES COGNITIVO DISCURSIVAS DAS AN FORAS ENCAPSULADORAS JAMMARA OLIVEIRA VASCONCELOS DE S Fortaleza 2007 JAMMARA OLIVEIRA VASCONCELOS DE S AS FUN ES COGNITIVO DISCURSIVAS DAS AN FORAS ENCAPSULADORAS Disserta o submetida Coordena o do Programa de P s Gradua o em Ling stica da Universidade Federal do Cear como requisito para obten o do grau de Mestre em Ling stica Orientadora Profa Dra M nica Magalh es Cavalcante Fortaleza 2007 AGRADECIMENTOS A Deus pela for a concedida nesta grande jornada Aos meus pais que sempre est o do meu lado na dif cil jornada da vida Aos meus filhos Artur e Henrique pela coragem com a qual enfrentaram os momentos de ren ncia da m e e pelos sorrisos carinhosos que sempre me enchem de alegria Ao meu esposo pelo grande apoio minha irm Fl via que com sua calma e compet ncia sempre me estimula Aos amigos pelas palavras de incentivo Aos Mestres que me ajudaram com suas cr ticas e sugest es e me indicaram caminhos A FUNCAP pelo apoio financeiro minha querida orientadora M nica pelas coloca es pela aten o e paci ncia com que sempre me recebeu tornando se parceira e amiga neste desafio Richard Rorty O mundo n o fala apenas n s falamos Desde que fomos progra
2. Eu n o sei o que os rios t m de homem do mar sei que se sente o mesmo e exigente chamar Eu j nasci descendo a serra que se diz do Jacarar entre caraibeiras de que s ser por ouvir contar pois tamb m como gente n o consigo me lembrar 40 dessas primeiras l guas de meu caminhar C MELO NETO Jo o Cabral de 2000 Morte e Vida Severina e outros poemas 4 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira p 11 Como afirma Pinheiro 2005 atrav s das formula es metadiscursivas o produtor do texto estabelece a articula o entre os t picos atuando de forma interacional e textual simultaneamente fato que observamos tamb m entre as an foras encapsuladoras analisadas em nossa pesquisa pois atrav s delas o produtor do texto chama a aten o do leitor para o caminho argumentativo que ele deve seguir como podemos observar em 28 pelo emprego do termo a express o 28 Barth denomina a ora o de t nica b sica pois trata se do meio de comunica o entre o homem e seu Deus E por isso que o autor recomenda que al m de outras janelas abertas para o mundo e para a igreja imprescind vel que a janela em dire o ao c u esteja constantemente aberta para que possamos receber a luz vinda do alto num movimento ininterrupto correspondente a express o orai sem cessar transformando a vida em ora o e a ora o em vida que trabalho que servi o feito com amor A
3. o da sua impot ncia Outro ponto comum entre as duas ideologias a atra o que exercem sobre a juventude Os oper rios do terror s o todos jovens com raras exce es Hasib Mir Hussain morador da suburbana Leeds tinha apenas 18 anos quando saiu em miss o com uma mochila bomba nas costas na manh do ltimo dia 7 Havia se tornado religioso aos 16 Jovem como os mais radicais anarquistas modernos que na mesma poca se batiam contra a pol cia nas redondezas de Edimburgo onde se reuniam os governantes dos pa ses mais ricos do planeta Di rio do Nordeste 17 07 2005 Cartas ao leitor 65 Com base nesta constata o diremos falta de um termo que melhor explicite esta id ia que toda express o referencial argumentativa pois colabora com a orienta o argumentativa de um discurso mas que somente algumas revelam claramente por meio de recursos lexicais a avalia o pretendida Assim empregar um encapsulamento do tipo esse assunto n o o mesmo que usar essa diverg ncia por exemplo porque neste ltimo o ponto de vista da voz que ele representa est evidentemente contido na pr pria an fora encapsuladora Categoriza o metaenuciativa de um ato de enuncia o Koch 2004 afirma que as express es nominais admitem introduzir no texto referentes denominados por Apoth loz 1995 de objetos clandestinos por comportarem se metaenunciativamente sem provocar uma recategoriza o do cont
4. outra Veja se o exemplo 38 38 A mina de carv o de Tavershall incendiava h anos E quando o vento soprava de l o que acontecia com frequ ncia a casa ficava cheia de fedor que exalava dessa combust o sulfurosa dos excrementos da terra Apoth loz 2003 pg 137 A express o lexical dessa combust o utilizada no exemplo 38 considerada por Apoth loz e Chanet 2003 como portadora de um substantivo predicador neste caso representado pelo substantivo combust o n o sendo um derivado morfol gico do verbo incendiar Mesmo assim o fen meno do encapsulamento permanece aqui de modo que nominaliza o e encapsulamento n o s o equivalentes Concordamos com o autor quanto ao fato de n o se poder atrelar o encapsulamento a um caso morfol gico de nominaliza o Ainda com base nos resultados de sua pesquisa composta de corpus com exemplos escritos Apoth loz e Chanet 2003 constatam que os SN s utilizados nas nomea es manifestam uma n tida tend ncia para uma determina o demonstrativa ressaltando que quase sempre se pode substituir uma nomea o definida por uma demonstrativa mas o inverso n o verdadeiro Consideramos tal constata o importante por m insuficiente por priorizar somente a inter substitui o das formas de determinante Todavia como algumas observa es dos autores concernem aos fatores por vezes pragm ticos que motivam o uso de definidos e demonstrativos achamos
5. Cap tulo I A linguagem e a referencia o Este cap tulo tem como objetivo apresentar as concep es de linguagem e texto que adotaremos no decorrer de nossa pesquisa seguindo com uma breve discuss o dos aspectos metadiscursivos envolvidos nas rela es entre o texto e seus interlocutores Em seguida discorremos sobre a proposta te rica da referencia o teoria que respalda a presente pesquisa e por fim defendemos a intencionalidade e a argumenta o como caracter sticas intr nsecas linguagem e a qualquer fen meno referencial 1 1 Algumas no es sobre linguagem e texto Desde a Antigiiidade que a investiga o acerca da rela o entre as palavras e o que elas designam alvo de estudos primeiramente na Filosofia e depois na Ling stica Ambas buscam cada uma ao seu modo e com m todos pr prios identificar como acontece tal rela o Ara jo 2004 considera a virada ling stica que postula a linguagem como pano de fundo obrigat rio para o pensamento filos fico contempor neo como o marco do pensamento ocidental acerca do problema da linguagem provocando transforma es importantes na ling stica e na filosofia da linguagem pois somente a partir do final do s culo XVIII a linguagem deixou de ser considerada como simples instrumento que permite ao pensamento representar as coisas e passou a ser uma estrutura articulada independente de um sujeito ou de uma vontade individual e subjetiva que n o es
6. durante a intera o ressaltando que eles n o se encontram prontos nem na linguagem que n o se confunde com um simples c digo transmissor de mensagens nem tampouco no locutor que n o se restringe a um representante da realidade atrav s da linguagem Marcuschi e Koch 1998 afirmam tamb m que a textualiza o do mundo por meio da linguagem n o est em um mero processo de elabora o de informa es mas constitui se em um processo de re constru o do pr prio real Neste processo interativo os objetos de discurso segundo os autores n o se confundem com a realidade extralingiiistica mas s o constitu dos no decorrer do processo de intera o no qual a realidade re construida mantida e alterada n o somente pela maneira como nomeamos o mundo mas pela forma como sociocognitivamente interagimos com ele Para Koch 2005 a referencia o constitui se em uma atividade discursiva na qual o sujeito durante o processo de intera o verbal opera sobre o material ling stico podendo 22 fazer escolhas significativas para representar estados de coisas ver a prop sito disso Apoth loz e Reichler B guelin 1995 A autora defende que as formas de referencia o assim como os processos de remiss o textual se realizam atrav s das escolhas do sujeito tendo em vista seu objetivo comunicativo Desta forma a autora ressalta que a interpreta o de uma express o referencial anaf rica seja ela nominal ou prono
7. es o metadiscurso envolve toda a estrutura composicional e ret rica do texto permitindo lhe atrav s dos tra os discursivos utilizados pelo elaborador revelar seu ponto de vista suas cren as e seus prop sitos Portanto conceberemos a metadiscursividade como a capacidade de um texto atuar como ve culo divulgador dos prop sitos comunicativos de seu produtor servindo de instrumento condutor de argumentatividade Acreditamos ent o que diante de todos estes aspectos o escritor do texto se volta para seu pr prio texto e se utiliza dos recursos ling sticos dispon veis para direcionar seu discurso de forma a proporcionar ao seu interlocutor uma id ia clara e precisa da linha argumentativa que pretende seguir como no exemplo 1 no qual o autor utiliza o termo o problema para introduzir prospectivamente seu ponto de vista alertando o leitor para sua opini o sobre a discrimina o de emigrantes latinos no exterior Z 1 Gonzaga uma cidade perdida no Interior de Minas Gerais Tem menos de 6 000 habitantes mas possui 4 599 eleitores A renda m dia mensal de 240 reais e l n o existe leito hospitalar Foi nessa cidade que nasceu Jean Charles Menezes o brasileiro de 27 anos morto dentro de um vag o de metr de Londres com oito tiros dizem que imobilizado e de bru os Um dia como tantos outros brasileiros sem esperan a ele resolveu enfrentar a vida e escolheu Londres Fez se eletricista ralou regularizou se
8. o argumentativa em alguns casos de recategoriza o 77 Novo Gillette MACH 3 Turbo A Gillette apresenta uma inova o que vai virar o mundo do barbear de cabe a para baixo Com o novo Gillette MACH3Turbo voc tem um barbear mais confort vel em qualquer dire o mesmo no sentido contr rio ao crescimento dos p los As inovadoras l minas os microtensores mais flex veis e a fita lubrificante refor ada garantem que voc possa escanhoar sem irritar a pele Tudo para um barbear mais suave Algu m contra Barbear confort vel mesmo quando os p los s o do contra Suavidade em todos os sentidos Veja maio 2005 Matos 2005 p 103 No exemplo 77 a utiliza o da express o axiol gica uma inova o que vai virar o mundo do barbear de cabe a para baixo no g nero an ncio oferece ao interlocutor uma avalia o bastante positiva do referente tencionando convenc lo da import ncia do novo produto Em rela o observa o dos casos de an fora encapsuladora analisados defendemos que a natureza argumentativa destas an foras caracter stica inerente elas podendo ser expressa de forma mais avaliativa ou n o Como ocorr ncia de termos encapsuladores que expressam explicitamente o ponto de vista do produtor do texto podemos citar o termo essa 13 nova postura da administra o p blica em 78 que al m de ser avaliativo tamb m recategoriza a seq ncia anterior 78 O Brasil parece te
9. INTRODUCAO Esta pesquisa tem por objetivo estudar o fen meno da referencia o especificamente o mecanismo das an foras encapsuladoras Percebemos que existe ainda uma importante lacuna nos estudos sobre encapsulamentos relacionada descri o das fun es que elas exercem em variados textos pois os trabalhos existentes n o tinham por prop sito um aprofundamento da quest o ou se detiveram somente em alguns aspectos do fen meno em estudo Dentre os trabalhos que destacamos como indispens veis para a adequada compreens o deste importante recurso coesivo podemos citar os seguintes a defini o de r tulo e sua natureza sem ntica de Francis 2003 a descri o da forma o estrutural dos sintagmas encapsuladores de Apoth loz 2003 ou ainda a natureza argumentativa deste mecanismo textualizador de Conte 2003 Koch 2004 Carvalho 2005 e Cavalcante 2006 Com esta constata o ressaltamos desde j a relev ncia de nossa pesquisa dentro do quadro classificat rio dos processos referenciais pois pouco tem sido sistematizado quanto s fun es cognitivo discursivas desempenhadas pelos encapsulamentos durante a constru o da argumentatividade textual O que foi desenvolvido at ent o neste aspecto trata apenas de como funcionam as express es referenciais de forma geral reduzindo o encapsulamento anaf rico a uma fun o referencial que colabora para a argumenta o de um texto Defendemos aqui que
10. as quais discutiremos individualmente em seguida Fun o remissiva prospectiva Verificamos que o movimento de prospec o al m de respons vel por dirigir a aten o do leitor para as sequ ncias seguintes no texto atua como importante mecanismo de organiza o textual ajudando a manter a coes o do texto como na express o seguintes instru es em 99 que al m de orientar o leitor para o que vem adiante no texto atua de forma coesiva na din mica textual 99 PROPOSTA 1 Escreva um par grafo narrativo obedecendo s seguintes instru es Protagonista um menino de rua Antagonista um seguran a Fato a expuls o do menino Cen rio uma bonita loja de brinquedos em um shopping center Tempo ontem tarde Causa porqu caracteriza o livre TERRA Ernani NICOLA Jos de 2006 Portugu s de olho no mundo do trabalho 1 edi o S o Paulo Scipione p 111 Fun o remissiva retrospectiva 2 Neste caso diferentemente da fun o anterior o movimento realizado o de retrospec o direcionando a aten o do leitor para o que j foi apresentado anteriormente no 89 texto Observamos que atrav s do movimento de retrospec o o produtor do texto pode estabelecer as liga es entre os t picos do texto como atrav s da utiliza o da express o dessas pequenas grandes id ias em 100 que al m de remeter a todo o texto anterior de forma retrospectiva resume
11. e certeiro chofre que d in cio ao desabamento sist mico o mundo equivocado que nos oprime ou que est em franco desacordo com nossas convic es povoa o ide rio que nos pr ximo h muito tempo Folha on line 15 07 05 artigo de opini o v Introdu o de informa es novas As an foras encapsuladoras atrav s de sua lexicaliza o podem introduzir informa es dilu das no co texto e ao mesmo tempo promover referentes no decorrer do discurso condensando desta forma duas fun es t picas das express es referenciais apontadas por Koch 2004 fun o de introdu o de informa es novas e a fun o de ativa o reativa o de referentes na mem ria Partindo desta constata o decidimos atribuir aos encapsulamentos apenas a fun o de ativa o de referentes novos por acreditarmos que estas an foras como mostraremos no decorrer deste trabalho servem como estrat gia empregada na ativa o de novos objetos do discurso tornando se assim recurso indispens vel para a condu o da linha argumentativa do texto e para sua conseqiiente progress o o que podemos verificar claramente pelo movimento de prospec o realizado pela express o o convite em 72 chamando a aten o do leitor para uma interessante proposta de viagem 72 Ol S vi seu e mail agora sexta de manh Vc j deve est trabalhando n Eu vou trabalhar em casa hj provas e trabalhos aulas pra p
12. in coh rence Amsterdam Rodopi 1997 p 159 86 CHANET C Definido e demonstrativo nas nomea es In Cavalcante M Rodrigues B Ciulla A orgs Referencia o S o Paulo Contexto Cole o Cl ssicos da Ling stica 2003 p 131 176 ARA JO In s Lacerda Do signo ao discurso introdu o filosofia da linguagem S o Paulo Par bola Editorial 2004 ASSIS Machado de Contos 18 ed S o Paulo tica 1994 p 89 BAKHTIN M Marxismo e filosofia da linguagem S o Paulo Hucitec 1979 BEAUGRANDE R DRESSLER W Introduction to Textlinguistics London Longman 1981 BRAND O H H N Introdu o an lise do discurso S o Paulo Editora da UNICAMP 2002 CARVALHO Maria Ang lica Freire de O funcionamento textual discursivo dos r tulos em artigos de opini o 183 f Tese Doutorado em Ling stica Campinas Universidade Estadual de Campinas Unicamp 2005 CAVALCANTE M nica M Express es referenciais uma proposta classificat ria In CAVALCANTE M nica M BRITO Mariza A P orgs G neros Textuais e Referencia o Fortaleza Protexto UFC 2004 CD Rom Subtipos de nomea o In CAVALCANTE M nica M BRITO Mariza A P orgs G neros Textuais e Referencia o Fortaleza Protexto UFC 2004 CD Rom Demonstrativos uma condi o de sali ncia In CAVALCANTE M nica M BRITO Mariza A P orgs G neros Textuais e Referencia o Forta
13. loz e Chanet 2003 e por Koch 2001 como condicionadores do uso do definido s o de ordem estrutural Resumimos abaixo os fatores apresentados por Cavalcante 2001 v Presen a de um adjunto adnominal ou de um complemento nominal no SN rotulador como no exemplo 47 47 A C mara Municipal de Fortaleza pode estar um passo frente na an lise e discuss o de projetos que tenham a mulher como tema Desde o final do ano passado foi criada no Legislativo Municipal a Comiss o da Mulher da Juventude e da Crian a A iniciativa do Legislativo Municipal pioneira j que o Legislativo Federal e Estadual n o disp em de uma comiss o permanente espec fica para a mulher Editorial Jornal O Povo Cavalcante 2001 p 12 2 No exemplo 47 o complemento nominal do sintagma nominal a iniciativa representado pela express o do Legislativo Municipal v Substantivo derivado morfologicamente de nominaliza es como se observa no exemplo 48 48 Terceiro apresentarei os meus resultados oriundos de um trabalho ainda em andamento que focaliza a varia o tomando em considera o as regras dos diferentes g neros de texto A apresenta o segue com os aspectos tipol gicos que abrangem quest es de n vel universal artigo cient fico Cavalcante 2001 p 10 O termo a apresenta o no exemplo 48 foi derivado morfologicamente do verbo apresentar Y Nomes metaling sticos propr
14. na nossa acep o pode acontecer tamb m entre as an foras encapsuladoras fato que nos leva a reconhecer que em muitos casos analisados neste trabalho um referente pode sofrer significativas altera es em consequ ncia de uma nova categoriza o ou seja uma recategoriza o de um referente que embora n o tivesse se explicitado ainda j estava sendo desenhado na por o discursiva que a an fora encapsuladora resume Acreditamos que pelo fato de as an foras encapsuladoras terem natureza inerentemente argumentativa estas express es referenciais ao servirem de ve culo condutor da linha argumentativa defendida pelo produtor do texto poder o tamb m manifestar uma recategoriza o de referentes dilu dos no texto como podemos verificar atrav s do emprego das express es o problema em 113 e a tese em 114 que recategorizam as informa es apresentadas 113 No Brasil se l em em m dia 1 8 livro por ano Enquanto isso na Fran a se l em 7 0 livros por ano Nos Estados Unidos o n vel de leitura de 5 1 livros ano Os brasileiros precisam e devem ler mais O problema que as pessoas n o compram livro por duas raz es b sicas ou n o t m dinheiro para comprar ou n o gostam de ler tempo de mudar e h muita gente preocupada com isso Se n o leio n o me informo se n o me informo n o posso saber se n o sei n o posso decidir bem Leitura de jornal e de livros uma arma contra a ign
15. sitos comunicativos do produtor do texto destacamos um que denominamos nesta pesquisa por an fora encapsuladora caracterizado pela capacidade de referir se a uma por o textual anterior ou posterior do discurso representando uma ferramenta importante para a constru o argumentativa do texto Diante das leituras que compuseram nosso levantamento te rico do tema reconhecemos duas realidades distintas em rela o s pesquisas que investigaram este mecanismo coesivo A primeira dizia respeito quantidade de trabalhos que se preocuparam com uma an lise funcional das an foras encapsuladoras pois pouco tem sido investigado neste sentido A segunda revela dentre as pesquisas que analisaram funcionalmente este fen meno uma abordagem superficial deste recurso sem apresenta o de crit rios que amparassem as constata es apresentadas Destacamos dentre estes trabalhos as contribui es de Koch 2004 2006 e Carvalho 2005 por se preocuparem com a an lise funcional deste recurso coesivo contudo divergimos de Koch 2004 2006 por primeiramente reduzir o encapsulamento uma fun o das express es referenciais e depois por apresentar algumas fun es sem estabelecer crit rios que as norteassem J em Carvalho 2005 observamos que a autora termina por repetir a classifica o de Francis 2003 ao privilegiar o aspecto sem ntico lexical dividindo os r tulos em de conte do e metadiscursivos Entretanto ressaltamos que a a
16. uma mudan a de n vel e uma condensa o da informa o anterior A autora define a nominaliza o como uma express o anaf rica representada em sua forma ling stica por um substantivo predicativo Segundo Koch 2003 tal caracter stica justificaria o fato de alguns autores preferirem identificar esse processo como nomea o ou denomina o Koch 2003 considera o encapsulamento como uma fun o particular das nominaliza es respons vel pelo empacotamento da informa o suporte presente nos segmentos precedentes do texto sintetizando a sob a forma de um substantivo predicativo A autora remete o leitor aos estudos de Schwarz 2000 que define estes casos como an foras complexas as quais nomeiam n o um referente espec fico mas referentes textuais abstratos como estado fato atividade quest o etc J Cavalcante 2001 em um artigo cuja preocupa o relacionar certos subtipos de express es nomeadoras a diferentes fun es discursivas que elas desempenham em g neros textuais escritos concorda com Conte 2003 ao definir a nomea o como a opera o que 33 consiste em encapsular por es textuais de extens o variada considerando a assim como Conte 2003 e Francis 2003 como um importante recurso de organiza o das informa es no discurso Nesse artigo Cavalcante 2001 designa o encapsulamento como um processo de nomea o e aponta alguns recursos ling sticos pelos quais as diferentes for
17. 6 Fun o metaenunciativa Em estudos sobre o aspecto sem ntico lexical do processo de rotula o Francis 2003 reconheceu como metalingiifstica a caracter stica que o encapsulamento anaf rico possui ao referir se pr pria linguagem Esta caracter stica metalingiifstica permite estes termos rotularem uma extens o discursiva como um tipo particular de linguagem Salientamos aqui o fato de reconhecermos como metaenunciativa a denomina o mais apropriada para esta fun o atribu da s an foras encapsuladoras pelo motivo de elas se referirem como j mencionado ao conjunto de rela es estabelecidas entre o texto e o co texto ressaltando a intera o entre seus interlocutores Exemplificamos esta caracter stica das an foras encapsuladoras analisadas em nossos dados com 109 em que o termo encapsulador dessas quest es caracteriza se pela auto reflexividade que representa em rela o segii ncia textual que encapsula 94 109 A pesquisa se desenvolve atrav s de um enfoque te rico hist rico da pontua o de uma an lise da plurifuncionalidade dos sinais do ponto de vista discursivo de uma abordagem das rela es aproxima o e distanciamento entre oral e escrito da avalia o da norma e dos crit rios para descri o e explica o dos sinais de pontua o na perspectiva gramatical e na perspectiva discursiva O corpus para o estudo pr tico dessas quest es se constituiu a partir de informant
18. Entendemos que seria mais apropriado afirmar que essa caracter stica funcional na verdade metaenunciativa 47 3 2 Alguns crit rios de usos para a caracteriza o dos encapsulamentos Em um artigo que aborda os tra os orientadores na escolha dos sintagmas nominais definidos ou os sintagmas nominais demonstrativos Apoth loz e Chanet 2003 descrevem os efeitos de sentido de alguns dos determinantes sugerindo como tr s os instrumentos ling sticos da nomea o I Pelo fato de as nomea es n o fazerem uso necessariamente de uma express o lexical um pronome demonstrativo pode executar a opera o destinada nomea o evitando repeti es como se v no exemplo 36 36 Salvo cataclisma natural ou provocado o homem terminar inevitavelmente por controlar sua pr pria evolu o N o nos enganemos se ele adquirir esta capacidade far uso dela obrigatoriamente Para o melhor e para o pior Isto provavelmente ainda est longe mas necess rio refletir desde j Le Monde 1994 Apoth loz 2003 pg 134 Para os autores o pronome demonstrativo isto utilizado no exemplo 36 substitui adequadamente a sequ ncia textual anterior desfazendo a obrigatoriedade da utiliza o de uma express o lexical Aceitando tal caracter stica o autor admite portanto que haja encapsulamento mesmo quando ele n o se realiza por sintagmas nominais rotuladores Seguiremos o mesmo posicionamento admitindo
19. Partindo desta defini o a autora pautando se pela classifica o de Koch 2004 para as express es referenciais subdivide a fun o de glosa em tr s tipos glosa por defini o por corre o e por especifica o Vejamos como a autora diferencia cada um deles a Glosa por defini o este tipo segundo a autora serve para explicar a natureza do objeto em foco no discurso atrav s de uma express o nominal ou de uma par frase definidora podendo ser manifestada diferentemente do que postula Koch 2004 n o somente pelos hiper nimos mas por outras express es nominais como j mencionado anteriormente A autora constata tamb m que a glosa recategorizadora atua como uma importante estrat gia de constitui o dos mais variados g neros podendo ainda expressar avalia o ou n o raz o por que a considera importante estrat gia metaformulativa Apontaremos um exemplo da autora 81 no qual a express o recategorizadora o tema composta por um nome geral ilustra bem esta fun o Observando a amostra analisada em nossa pesquisa admitimos que esta fun o tamb m se aplique s an foras encapsuladoras como podemos observar em 82 no qual o termo encapsulador um fant stico desafio utilizado para glosar prospectivamente a sequ ncia textual seguinte atrav s da defini o 81 O futuro est aqui Come o de ano sempre uma boa poca para pensar no futuro No entanto o futuro
20. an foras diretas como j foi brevemente mencionado aquelas que d o continuidade aos referentes do cotexto podendo tal retomada acontecer de forma total ou parcial s o ambas correferenciais As an foras correferenciais segundo a autora ainda podem subdividir se quanto ao significado em dois grupos recategorizadoras e n o recategorizadoras Apresentaremos abaixo o exemplo 6 identificado pela autora como um tipo de an fora total correferencial que se encaixa no grupo das an foras correferenciais recategorizadoras 2i 6 Dividimo la em dois grupos de defini es num deles listamos as defini es de cunho metaf sico e psicol gico noutro algumas de car ter mais ling stico em que se consideram os seguintes fatores nfase escolha caracter sticas individuais Revista de Letras 1996 Cavalcante 2003 p 10 Note se que a estrutura ling stica representada por um nome gen rico neste caso o termo fatores respons vel por uma esp cie de classifica o dos itens elencados A express o os seguintes fatores retoma cataforicamente os referentes mencionados em seguida a refer ncia direta e total J no exemplo 7 a autora apresenta um caso de an fora direta correferencial com retomada parcial do referente no qual o termo dois inv lidos retomado em partes de modo que um deles passa a significar um amigo e o outro o mais velho o maldito 7 Dois inv lid
21. analisando o c ncer do Governador M rio Covas Segundo eles o paciente n o corre risco de vida Marcuschi 1998 Cavalcante 2003 p 15 28 J no caso do exemplo 9 acontece segundo a autora uma recategoriza o do termo a equipe m dica para os m dicos transforma o que se d implicitamente 10 Qualquer que seja a chuva desses campos devemos esperar pelos estios e ao chegar os ser es e os fi is enganos amar os sonhos que restarem frios Por m se n o surgir o que sonhamos e os ninhos imortais forem vazios h de haver pelo menos por ali os p ssaros que n s idealizamos Feliz de quem com c nticos se esconde e julga t los em seus pr prios bicos e ao bico alheio em c nticos responde E vendo em torno as mais terr veis cenas possa mirar se as asas depenadas e contentar se com as secretas penas poema Jorge de Lima Cavalcante 2003 p 16 Em 10 identificado pela autora como um caso de an fora indireta com recategoriza o lexical a express o p ssaros que n s idealizamos autoriza a categoriza o de an foras indiretas como seus pr prios bicos e ao bico alheio Como afirma Koch 2003 As an foras indiretas caracterizam se assim pelo fato de n o existir no cotexto um antecedente expl cito mas um elemento de rela o algumas vezes portador de uma estrutura complexa considerado decisivo para a interpreta o ou seja trata se de formas nominais que se enco
22. ao Leitor Cavalcante 2001 p 2 Cavalcante 2001 adverte assim como Apoth loz e Chanet 2003 para o caso das nomea es manifestadas por SN s que v rias alternativas ainda s o poss veis dependendo do item lexical selecionado pelo falante podendo segundo a autora consistir de um nome morfologicamente derivado de um verbo da proposi o que forneceu as informa es suporte como alegar a alega o afirmar essa afirma o recomendar 34 tal recomenda o etc ou uma forma supletiva falta de um correspondente na l ngua como em o sono o medo este encargo etc v um nome que evidencie o valor ilocut rio ou perlocut rio da enuncia o como em o aviso essa explica o este coment rio etc v um nome que transforme processos espec ficos em processos gen ricos como em essa tarefa a an lise esta distin o etc v um nome que exprima ju zo de valor como em essa desculpa este preconceito esse erro de interpreta o etc A autora baseada em estudo anterior cf Cavalcante 2001 a e b afirma que as nomea es realizadas por pronomes diferentemente das que se materializam por sintagmas nominais permitem ao falante despender pouco esfor o cognitivo uma vez que n o precisar escolher o nome que designe mais apropriadamente suas inten es comunicativas Assim segundo Cavalcante quando em intera es de processamento on line como em 21 abaixo a autora acredita ser mais c m
23. as fun es que comp em este crit rio 5 2 1 Fun o remissiva A remiss o considerada uma das caracter sticas inerentes s an foras encapsuladoras Estudos como os de Cavalcante 2006 atribuem esta caracter stica n o somente s an foras encapsuladoras mas a todos os tipos de an foras Em nosso trabalho partiremos dos postulados de Francis 2003 acerca do car ter remissivo dos r tulos para 88 atribuir s an foras encapsuladoras de um modo geral a fun o remissiva como podemos verificar atrav s da utiliza o do termo encapsulador esta nova edi o em 98 que remete a toda a edi o da obra 98 Esta nova edi o de Vida Secas teve como base a 2 edi o do romance publicado pela J Ol mpio com as ltimas corre es feitas por Graciliano Ramos Os originais est o no Fundo Graciliano Ramos arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de S o Paulo Este projeto de reedi o da obra Graciliano Ramos supervisionado por Wander Melo Miranda professor titular da Teoria da Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais RAMOS Graciliano Vidas Secas 2006 99 ed Rio de Janeiro Record Ainda partindo das contribui es de Francis 2003 consideramos que a remiss o possa acontecer atrav s dos movimentos de prospec o retrospec o e retroprospec o constata o que nos fez subdividir a fun o remissiva em prospectiva retrospectiva e retroprospectiva
24. como ve culo colaborador para a manuten o da argumentatividade textual tra o inerente aos encapsulamentos Uma das constata es de nossa pesquisa que essa fun o tamb m aparece nas an foras encapsuladoras conforme discutiremos na pr xima se o deste trabalho Especifica o por meio da segii ncia hiper nimo hip nimo Koch 2004 denomina de an fora especificadora os casos em que ocorre um refinamento da categoriza o frequentemente introduzida segundo a autora por artigo indefinido Para Koch este caso de an fora pode fornecer de forma condensada novas informa es acerca do objeto de discurso como em 61 61 Uma cat strofe amea a uma das ltimas col nias de gorilas da frica Uma epidemia de Ebola j matou mais de 300 desses grandes macacos no santu rio de Lossi no noroeste do Congo Trata se de uma perda devastadora pois representa o desaparecimento de um quarto da popula o de gorilas da reserva Koch 2004 p 74 Este caso nos parece muito pr ximo do anterior 60 porque tamb m parece cumprir uma esp cie de fun o informativa A diferen a entre eles reside num aspecto sem ntico pois no exemplo 61 especifica se uma generaliza o feita antes No caso das an foras encapsuladoras n o identificamos esta fun o nas amostras que comp em nosso corpus o que n o significa que n o possam desempenhar esta fun o em outros contextos de uso n o 62 presentes em noss
25. das outras fun es que temos apontado nesta pesquisa 84 v Quanto ao funcionamento organizacional dos r tulos nos textos Abertura de t picos Prospectivo Encaminhamento Encapsulamento Inicia o do par grafo Retrospectivo e as Sequencia o In cio do per odo Retrospectivo prospectivo Retomada e ou sequencia o O quadro acima ilustrando o comportamento dos r tulos no texto foi analisado por Carvalho 2005 com base nos seguintes crit rios a recategorizar referentes b avaliar proposi es c abrir t picos compactar e retomar d operar argumentativamente no texto De acordo com os resultados da pesquisa da autora o movimento de retrospec o tem destaque em rela o progress o das id ias no texto representando 74 dos casos analisados Merece coment rio tamb m o fato de os r tulos de conte do terem representado 83 dos casos caracterizando se pela atitude reflexiva do produtor do texto e constituindo se segundo a autora como r tulos cognitivo discursivos Em rela o aos crit rios acima estabelecidos criticamos o fato de n o terem sido analisadas caracter sticas intr nsecas an fora encapsuladora pois reconhecemos que este recurso coesivo carrega fun es discursivas inerentes a todos os casos al m de outras que aparecem apenas em situa es espec ficas A autora conclui enfatizando que o fen meno ling stico da rotula o importante recur
26. de nega o da encarna o de Cristo pelos gn sticos e combatidas por Jo o nas suas Ep stolas muitas outras coisas poderiam ser negadas como Jesus como Filho de Deus a verdadeira salva o por interm dio de Cristo e do seu sacrif cio na cruz Ainda nessa primeira Ep stola vemos que Jo o se contrap e ao pensamento gn stico no que diz respeito a salva o ilumina o superior Jo o afirma para aqueles que rejeitaram a luz superior gn stica que a nica certeza de vida eterna salva o por interm dio de Cristo I Jo 5 11 13 Outro ponto importante que Jo o toca na primeira ep stola sobre a vida crist Ele mostra que o crente n o pode viver no pecado tem que ter um amor verdadeiro uns pelos outros e tem que permanecer em Cristo Permanecer em Cristo quer dizer obedi ncia N o para ser salvo pelas obras mas porque j est salvo pela f em Cristo Are03 resenha de artigo Protexto No exemplo 22 verifica se que o autor utiliza o termo o convite como encapsulador da sequ ncia seguinte realizando atrav s desta an fora o movimento de mudan a do t pico discursivo Observamos que al m de o termo o convite ser respons vel pela liga o entre os t picos ele prepara o leitor para a proposta de viagem que o enunciador far ao destinat rio J no exemplo 23 nota se que o movimento de mudan a do t pico feito de forma mais expl cita e mais avaliativa exprimindo o ponto de vista d
27. disso um grau mais baixo de novidade para o destinat rio Esta observa o importante para n s porque aponta para um fator de ordem funcional com a fun o de resumir atrav s de um nome gen rico Reconhecemos que das considera es apresentadas pela autora fica a id ia de que poss vel falar em condicionamentos puramente formais da escolha do definido Acreditamos no entanto que tamb m a sele o de um definido seja motivada pragmaticamente N o nos ocuparemos contudo dessa an lise pois ela foge ao escopo da presente pesquisa 3 3 O car ter argumentativo dos encapsulamentos Considerado importante recurso coesivo durante a elabora o do texto escrito o encapsulamento anaf rico para Conte 2003 tem como a caracter stica principal o aspecto argumentativo especialmente quando o texto tem como seqii ncia dominante ver Adam 1998 a argumentativa Para fornecer uma an lise da caracter stica argumentativa dos encapsulamentos Conte 2003 ressalta como importantes dentre outros os estudos de Wanda d Addio 1998 1990 nos quais o encapsulamento anaf rico considerado primariamente como uma categoriza o dos conte dos do cotexto precedente Tal categoriza o para a autora ocorre por meio de nomes neutros mas tamb m se d na avalia o dos estados de coisa por meio de nomes avaliativos que podem fazer parte de sintagmas nominais com um adjetivo avaliativo como 55 modificador os quais a auto
28. do telefone Se o telefone estiver ligado os avisos carregador conectado e carregando aparecem O indicador de carga da bateria ou barra indicadora aparece no visor e come a a oscilar Se a bateria estiver completamente descarregada as barras do visor podem levar alguns minutos para aparecer no visor Quando a barra indicadora para de oscilar a bateria estar carregada Desconecte o carregador da tomada e do telefone Importante n o deixe a bateria ligada a um carregador por mais de 72 horas pois a carga excessiva pode encurtar sua vida til Manual do usu rio de telefone celular Nokia 2002 68 v Atualiza o de conhecimentos por meio de glosas realizadas pelo uso de um hiper nimo De acordo com a an lise de nossa amostra e com o que foi postulado por Koch 2004 acerca das fun es cognitivo discursivas para as express es referenciais observamos que em alguns casos as an foras encapsuladoras s o utilizadas para glosar um termo visando orientar a compreens o do interlocutor o que podemos verificar em 71 no qual o autor utiliza a express o encapsuladora a quimera com a fun o de introduzir toda a sequ ncia posterior demonstrando prospectivamente uma avalia o da sequ ncia que iniciar o que ilustra o caso das an foras que cumprem a fun o de glosa por defini o cf Matos 2005 Z 71 A quimera de que necess rio e poss vel derrubar a golpes violentos de prefer ncia em um s
29. entanto o posicionamento de que as an foras encapsuladoras podem ser ou n o avaliativas Diremos que todas cumprem fun o argumentativa e avaliativa mas que somente em algumas ocorr ncias o produtor deixa marcas expl citas do ponto de vista que assume no seu texto como podemos constatar no exemplo 78 apresentado anteriormente por m em casos como 80 observamos que o autor utiliza o termo encapsulador representado neste exemplo pela express o uma d vida para conduzir a linha argumentativa do seu texto sem revelar explicitamente seu ponto de vista ou seja sem faz lo incidir sobre a pr pria an fora encapsuladora 80 Como cidad revolta me saber de esquemas de lavagem de dinheiro e de sonega o at porque essa imagem dificulta a defesa dos cidad os em geral Mas uma d vida permanece por que ser que na investiga o de particulares h essa devassa de privacidade esse cerceamento abrupto de defesa e essas pris es liminares enquanto no 74 caso de politicos corruptos que roubaram o dinheiro de milhares de brasileiros e que at j assumiram sua infra o o que se v um show de palha ada nacional Di rio do Nordeste 17 07 2005 artigo de opini o 3 4 fun o de glosa Em sua proposta de classifica o Matos 2005 define a fun o de glosa como respons vel por recategorizar um referente com o objetivo de explicitar ou elucidar a natureza ou categoria na qual ele est inserido
30. es corretivas do tipo ou melhor quer dizer e outras ou atrav s de certos coment rios metaling sticos como no exemplo 83 no qual a autora analisa a utiliza o da express o recategorizadora velhas constru es como corretora para a categoriza o do termo pal cios em m rmore branco estabelecida anteriormente 83 Pal cios em m rmore branco gritava se Eu via somente velhas constru es enfileiradas umas ap s as outras formando treli as por assim dizer Gasparin idem v1 p 147 Mondada e Dubois 1995 p 33 Diferentemente das constata es de Matos 2005 observamos que tal fun o n o aparece nos casos de an fora encapsuladora analisados por m admitimos que esta fun o pode aparecer em outros casos n o analisados neste trabalho c glosa por especifica o Neste caso a glosa segundo Matos 2005 serve para recategorizar os referentes de forma espec fica partindo de um sentido geral para um particular renomeando o que Koch 2004 chama de an fora especificadora termo utilizado por Koch 2004 para designar os casos em que se faz um refinamento da categoriza o atrav s da seqii ncia hiper nimo hip nimo de modo a trazer informa es novas de forma reduzida ao objeto de discurso Veja se o exemplo 84 84 Cientistas da Universidade de Massachusetts seqiienciaram o genoma de um microorganismo que pode sobreviver em condi es dez vezes mais salgadas do
31. fun o ativadora de referentes novos a metaenunciativa a recategorizadora a de avalia o expl cita a de organiza o enumerativa e a fun o de glosa por defini o Mostramos que as fun es atribu das s an foras encapsuladoras estudadas podem atuar de maneira concomitante durante o processo de elabora o textual e constatamos ainda que as an foras encapsuladoras atendem por vezes a prop sitos enunciativos particulares dos interlocutores o que pode desencadear o aparecimento de outras fun es assim como suscitar a reformula o dos crit rios aqui apontados 103 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ADAM J M Linguistique textuelle des genres de discours aux textes Paris Nathan Cap 3 Tradu o in dita de Adair Bonini mimeo 1998 APOTH LOZ Denis REICHLER B GUELIN M J Construction de la r f rence et strategies de designation In BERRENDONNER A REICHLER B GUELIN M J eds Du sintagme nominal aux objects de discours Neuchatsh Universit de Neuchatsh 1995 p 227 271 Tradu o n o publicada M nica Magalh es Cavalcante Papel e funcionamento da an fora na din mica textual In Referencia o M nica Magalh es Cavalcante Bernadete Biasi Rodrigues Alena Ciulla org S o Paulo Contexto 2003 p 53 84 Cole o Cl ssicos da Lingiifstica CHANET C D fini et d monstratif dans les nominalisations In MULDER W de RYCK L T VETTERS C eds Relation anaphoriques et
32. fun o n o avaliativa 3 fun o de glosa a qual se subdivide em a glosa por defini o b glosa por corre o c glosa por especifica o 4 fun o est tico conotativa Matos 2005 ressalta que sob o aspecto estrutural as fun es apontadas podem manifestar se atrav s de instrumentos ling sticos do tipo par frase nomes gerais nomes metalingiifsticos nomes especificadores hip nimos nomes que expressam rela o meton mica express es nominais dentre outros A autora defende ainda que a escolha das manifesta es sem ntico formais das recategoriza es n o aleat ria pois tal sele o segundo ela atende aos prop sitos enunciativos do enunciador Contudo Matos 2005 alerta para o fato de que sobre os aspectos formais relacionados a estas fun es pesquisas mais completas devem ser desenvolvidas Com base na manifesta o das fun es descritas em sua pesquisa Matos 2005 chama a aten o para a necessidade de observa o do contexto no qual cada recategoriza o se insere e defende a multifuncionalidade da an fora correferencial recategorizadora Argumenta a autora que somente as fun es avaliativa e n o avaliativa s o mutuamente excludentes pois cada express o recategorizadora ter a fun o avaliativa ou n o avaliativa podendo estas ltimas co existirem com as demais auxiliando na constru o dos sentidos do enunciado Tal constata o tamb m se aplica s an fora
33. geralmente n o possuam os verbos cognatos comuns aos nomes ilocucion rios De acordo com a autora no grupo dos r tulos com nomes de atividades linguageiras incluem se tamb m os nomes que se referem aos resultados de padr es discursivos e de opera es estil sticas como adivinha o imagem imagina o ironia met fora e paradoxo assim como nomes utilizados para fazerem evoluir a atividade verbal Um exemplo disso est em 33 na express o essa descri o 33 Foster o organizador da Fife based disse Tantos carros esportivos maravilhosos s o considerados apenas como pe as de exposi o em museus hoje em dia de modo que uma grande honra para a Esc cia ter se tornado um dos primeiros locais em que essas m quinas incr veis ser o usadas Essa descri o foi levemente exagerada McLaren estar dirigindo o seu Jaguar Lightweight tipo E John Coombes agora baseado em M naco estar dirigindo um Jaguar tipo D The Times Francis 2003 p 207 R tulos de nomes de processo mental Nesse grupo segundo Francis 2003 est o os nomes que se referem a estados e processos cognitivos e a seus resultados incluindo se as nominaliza es de verbos de processo mental do tipo que s o usados para projetar id ias como pensar e acreditar Para a autora quando os nomes de processo mental s o usados como nomes nucleares em r tulos seus referentes j foram expressos verbalmente Francis 2003 ressalta ain
34. informacional pois o metadiscurso carrega base informacional ligada ao universo da atividade enunciativa que os originou constata o que identificamos tamb m em nosso corpus atrav s do emprego de express es como tr s fun es maiores no exemplo 26 que introduz de forma metadiscursiva as tr s principais atribui es dos sinais de pontua o que ser o expostas na sequ ncia seguinte 26 O estudo te rico e a an lise dos dados conduziram formula o de uma proposta pedag gica em que os sinais de pontua o s o tratados como integrantes da formula o textual associados leitura e compreens o destacando se tr s fun es maiores a segmenta o sint tica a discrimina o sem ntica e o desdobramento enunciativo estil stico Ara 02 resenha de artigo Protexto Dentro desses universos discursivos as formula es metadiscursivas estabelecem a liga o entre os segmentos textuais promovendo a amarra o entre segmentos t picos dispon veis na superf cie do texto em contextos de seqiiencia o retomada e mudan a dos t picos contribuindo assim para a progress o tem tica do texto o que se encontra na express o dessas primeiras l guas em 27 resumindo de forma retrospectiva e atuando ainda como mecanismo de retomada de t pico ap s o relato do percurso sofrido do sertanejo 27 C Sempre pensara em ir A caminho do mar Para os bichos e rios Nascer j caminhar
35. modos de ensino Eles est o cada vez mais aparelhados para fornecer aos estudantes a oportunidade de desenvolvimento a iniciativa a motiva o a habilidade na solu o de problemas e outras Z qualidades pessoais O mais importante desta abordagem a transfer ncia para os pr prios estudantes da responsabilidade pela administra o de seu aprendizado e da aplica o do seu conhecimento Esta cita o n o do relat rio Plowden mas da revis o de 1995 do Technical and Vocational Education Iniciative The Times Francis 2003 p 211 Observamos que a classifica o atribu da por Francis 2003 ao mecanismo coesivo da rotula o reflete uma investiga o baseada na natureza sem ntico lexical deste processo tend ncia esta que na nossa concep o n o d conta da multiplicidade de fun es deste recurso por m admitimos que os estudos pioneiros da autora sugeriram a necessidade de considerarmos durante a an lise das amostras que comp em o corpus de nossa pesquisa a possibilidade de as an foras encapsuladoras assim como os r tulos desempenharem o movimento prospectivo e retrospectivo das informa es distribu das ao longo do texto Outro aspecto que se faz necess rio reconhecer como um ponto que serviu de reflex o durante nossas an lises est na caracter stica de algumas destas express es se referirem ao pr prio ato discursivo por esta raz o que a autora os denominou como nomes metalingii sticos
36. n o promete s coisas bacanas E para quem gosta do tema uma boa dica para saborear a fic o enquanto ela n o vira realidade No come o do m s vai estrear um novo filme do g nero A Linha do Tempo baseado no best seller hom nimo de Michael Crichton o mesmo de Parque dos Dinossauros Revista Galileu 2004 Matos 2005 p 110 6 2 A a Segundo Matos 2005 estrat gias metaformulativas s o utilizadas para reformular passagens do discurso visando oferecer maior clareza ao interlocutor 75 82 Terminada a tarefa de desvendar o universo das compet ncias Roberta e Paola se uniram aos outros jornalistas e artistas gr ficos da revista para um fant stico desafio conhecer a realidade das escolas rurais e de seus professores Como ser que eles v em as altera es que est o sacudindo a vida de educadores e alunos Seu dia a dia permite que se sintam integrados s novas propostas Ou o isolamento grande Algumas dessas respostas voc ver em nossas p ginas no m s que vem Revista Nova Escola set 2000 JoCaL01 b glosa por corre o este tipo de glosa ocorre quando o falante recategoriza com o objetivo de negar reformular ou corrigir uma denomina o anterior indicando outra como a mais conveniente e assinalando explicitamente a inadequa o da primeira Para a autora estas glosas aparecem atrav s de express es nominais ou de par frases podendo vir ap s a indica o de express
37. o recurso do encapsulamento anaf rico pode assumir diferentes fun es no desenvolvimento argumentativo do texto escrito Mostramos que essas fun es n o t m o mesmo grau de import ncia para a pr pria defini o do fen meno algumas s o inerentes s an foras encapsuladoras j outras aparecem somente em casos espec ficos de uso deste recurso coesivo Durante a an lise de nossa amostra verificamos que dentre as fun es identificadas por Koch 2004 para as express es nominais referenciais tamb m est o presentes nas an foras encapsuladoras as seguintes fun es ativa o reativa o na mem ria organiza o macroestrutural atualiza o de conhecimentos por meio de glosas realizadas pelo uso de um hiper nimo introdu o de informa es novas orienta o argumentativa e categoriza o metaenunciativa de um ato de enuncia o A caracteriza o dessas fun es foi de crucial import ncia para nossa pesquisa porque foi a partir dela que re definimos as fun es dos encapsulamentos Para uma adequada compreens o do recurso coesivo das an foras encapsuladoras iniciaremos com os fundamentos te ricos norteadores de nossa pesquisa no qual destacamos 11 a importante contribui o dos trabalhos de Mondada e Dubois 2003 para a referencia o redirecionando os estudos dos processos referenciais A abordagem da referencia o defende que os sujeitos constroem atrav s de pr ticas discursivas e cognitivas
38. o t pica respons vel pelos movimentos textuais de continuidade progress o e retomada do t pico controlando o fluxo de informa es no discurso Partindo desta afirma o constatamos que as an foras encapsuladoras podem tamb m contribuir para a articula o t pica dentro do texto atuando como uma ferramenta importante no re direcionamento das informa es necess rio deixar claro que nesta pesquisa n o pretendemos proporcionar uma an lise criteriosa dos segmentos t picos de cada amostra analisada ou ainda de suas interliga es pois reconhecemos que para tal an lise precisar amos de uma pesquisa mais ampla do assunto Contudo apresentaremos a seguir as fun es que comp em este crit rio 5 1 1 Fun o de organiza o macroestrutural Reconhecemos o fato de as an foras encapsuladoras apresentarem a fun o de organiza o macroestrutural presente nas express es referenciais em geral constata o que se evidencia atrav s da utiliza o deste tipo de an fora como sinalizador argumentativo contribuindo como mecanismo de liga o entre os t picos e subt picos ou ainda para a manuten o deles proporcionando a continuidade das informa es As an foras 86 encapsuladoras atuam assim de forma textual discursiva pois al m de se apresentarem como mecanismo coesivo tend ncia natural entre estas an fora ancoram tamb m novos segmentos textuais em informa es anteriores como podemos identifi
39. presidente FHC s o a manifesta o mais evidente A quest o tem obviamente a ver com o que o sistema quer do Brasil Quanto mais o presidente reafirma que f cil governar o Brasil tanto menos se concede possibilidade de que sobrevenha alguma mudan a A come ar pela possibilidade real de uma vit ria da oposi o N o h uma s das reformas propostas pelo governo que acene para os benef cios concretos na o Caros Amigos Outubro 00 Carvalho 2005 p 141 Partindo de uma abordagem sociocognitiva da linguagem na qual se concebe que o sujeito controla de forma enunciativa e pragm tica o seu discurso Carvalho 2005 insere os r tulos no processo da enuncia o como objetos de discurso por meio dos quais segundo ela o produtor do texto revela sua atividade discursiva Desta forma a autora prop e uma divis o dos r tulos em duas dimens es uma delas em que se faz refer ncia ao conte do do enunciado que encapsulam portanto relativo ao dictum e a outra ao modo como o que se diz dito isto relativo ao modus Os r tulos segundo a autora agrupam se da seguinte forma 1 Relativos ao conte do recaem sobre o dictum rotulam um conte do expresso em segmentos textuais anteriores ou posteriores nomeando os rotulando os em geral por 79 meio de termos gen ricos ou nomes deverbais no caso das nominaliza es S o geralmente n o avaliativos Nesta classifica o verifica se
40. processos referenciais ressaltaremos as que envolvem diretamente o escopo de nossa pesquisa o mecanismo do encapsulamento anaf rico visando tra ar um breve panorama das contribui es de cada uma delas apontando a cada ponto lacunas relativas ao funcionamento do mecanismo ora em estudo Iniciaremos pelos estudos de Francis 2003 pelo fato de ter sido quem primeiro se preocupou em definir o processo de rotula o um termo que a autora emprega para designar an foras encapsuladoras por sintagmas nominais Por sua vez Conte 2003 denomina o fen meno como encapsulamento anaf rico termo que julgamos mais apropriado para a defini o de que partimos porque acreditamos que tal nomenclatura remete caracter stica encapsuladora do fen meno e ao mesmo tempo contempla o fato de se tratar de uma an fora Este trabalho composto de cinco cap tulos al m desta introdu o e das conclus es Salientamos desde j o fato de apresentarmos os procedimentos metodol gicos no in cio da descri o da amostra aqui na Introdu o pela concis o com que ela se apresenta j que n o havendo an lise estat stica h menos passos metodol gicos a serem descritos No primeiro cap tulo apresentamos as no es de linguagem e texto luz de uma concep o s cio interacional na qual defendemos a id ia de linguagem n o como um produto acabado mas como uma atividade constitutiva na qual o espa o de realiza o e constru o a in
41. que a gua do mar Os dados gen ticos dever o esclarecer como esse organismo Halobacterium vive em ambientes extremos como minas de sal ou lagos salgados A id ia dos pesquisadores utilizar essas informa es para o desenvolvimento de produtos biotecnol gicos como planta de arroz que possam crescer em solos salinos Koch 2002 Matos 2005 p 110 76 Atrav s da express o esse organismo Halobacterium no exemplo 84 verifica se que ocorre uma especifica o da introdu o referencial anterior um microorganismo que pode sobreviver em condi es dez vezes mais salgadas do que a gua do mar ilustrando claramente este caso de glosa Contudo diferentemente dos exemplos de an foras recategorizadoras analisadas em Matos 2005 os casos de an foras encapsuladoras analisados nesta pesquisa n o apresentam a fun o de glosa por especifica o 4 A fun o est tico conotativa Matos 2005 destaca que este tipo de fun o encontrada mais frequentemente em textos liter rios Neste caso para a autora a recategoriza o assume um papel crucial recriando os referentes a partir de um mundo ficcional constituindo uma rede de rela es inferenciais complexas e amb guas respons veis por dar coer ncia ao texto A autora recorre aos estudos de Jaguaribe 2005 para constatar que a refer ncia liter ria extremamente inst vel e multiforme e muitas vezes processa se em n vel cognitivo discur
42. que os encapsulamentos ou as an foras encapsuladoras como estamos denominando aqui abrangeriam portanto os SN s resumitivos que rotulam e os pronomes tamb m sumarizadores II Em casos em que a express o nomeadora est impl cita a nomea o o sujeito zero da proposi o gerundiva Vejamos no exemplo 37 37 Mais mil duzentos e quarenta e nove cubanos foram interceptados pelos guardas costeiros americanos na costa da Fl rida levando a mais de 12 mil o n mero de refugiados presos Radio 1994 Apoth loz 2003 p 136 No exemplo 37 a express o nominal est impl cita no emprego do verbo no ger ndio levando tornando se o sujeito zero da proposi o que equivaleria a um pronome demonstrativo isso impl cito Trata se portanto a nosso ver do mesmo caso anterior o que muda apenas a forma de manifesta o que passa a ser uma forma zero 48 HI Quando a express o lexical e comporta o substantivo predicador ela n o obrigatoriamente um derivado morfol gico do verbo empregado na proposi o que forneceu as informa es suporte pois nem sempre existem na l ngua tais formas como o caso nas express es foi preso a pris o iriam fechar o fechamento foi publicado a publica o Com isso Apoth loz 2003 pretende mostrar que nem sempre o nome encapsulador prov m necessariamente de um processo morfol gico de nominaliza o uma coisa n o est necessariamente atrelada
43. s o instaladas perpendicularmente extremidade de um mastro Koch 2004 p 75 Este tipo de an fora representa uma importante estrat gia na elabora o de g neros did ticos e de divulga o cient fica como bem observa Koch 2004 por auxiliar na defini o ou introdu o de um vocabul rio t cnico de forma pr tica N o encontramos em nossa amostra nenhuma ocorr ncia de an fora encapsuladora exercendo tal fun o mas n o descartamos a possibilidade de ela se dar em outros usos Todas essas possibilidades de fun o pioneiramente definidas por Koch precisam ser testadas em um corpus mais amplo e mais diversificado de g neros A autora prop e fun es aplic veis a express es nominais em geral algumas parecem ser mais pr prias s vezes de um tipo de an fora do que de outro Certas fun es se evidenciaram entre as an foras 63 encapsuladoras e foram confirmadas por nossos dados outras como esta por m precisam ainda ser investigadas por pesquisas posteriores y Introdu o de informa es novas Koch 2004 define a operacionalidade desta fun o por meio da rela o de p ra sinon mia e pela introdu o de novas informa es do referente No primeiro caso a autora postula que a an fora nominal introduzida pelo demonstrativo prende o referente denomina o que representa um sin nimo presente no cotexto carregando neste caso informa es antes desconhecidas acerca do objeto de disc
44. s onde todos eram ladr es A noite cada habitante saia com a gazuza e a lanterna e ia arrombar a casa de um vizinho Voltava de madrugada carregado e encontrava a sua casa roubada E assim viviam em paz e sem preju zo pois um roubava o outro e este um terceiro e assim por diante at que se chegava ao ltimo que roubava o primeiro O com rcio naquele pa s s era praticado como trapa a tanto por quem vendia como por que comprava O governo era uma associa o de delingiientes vivendo custa dos s ditos e os s ditos por sua vez s se preocupavam em fraudar o governo Assim a vida prosseguia sem trope os e n o havia ricos nem pobres Ora n o se sabe como ocorre que no pa s apareceu um homem honesto noite em vez de sair com o saco e a lanterna ficava em casa fumando e lendo romances Vinham ladr es viam a luz acesa e n o subiam Essa situa o durou algum tempo depois foi preciso faz lo compreender que se quisesse viver sem fazer nada n o era essa uma boa raz o para n o deixar os outros fazerem Cada noite que ele passava em casa era uma fam lia que n o comia no dia seguinte Diante desses argumentos o homem honesto n o tinha o que objetar Tamb m come ou a sair de noite para voltar de madrugada mas n o ia roubar Era honesto n o havia nada a fazer Andava at a ponte e ficava vendo a gua passar embaixo Voltava para casa e a encontrava roubada CALVINO talo In Um general na
45. se neste caso aos objetivos tencionados pelo enunciador durante a express o verbal De modo mais abrangente a intencionalidade determina os meios pelos quais os autores planejam seus textos a fim de obterem sucesso com rela o a suas inten es comunicativas Para Koch e Travaglia 1999 a argumentatividade um tra o peculiar subjacente intencionalidade enquanto aspecto de cunho cognitivo do uso ling stico Afirmamos ent o que ao selecionar um sintagma nominal para constituir uma express o encapsuladora o enunciador est mantendo um posicionamento com rela o ao discurso O modo de articular e ordenar os sintagmas e express es referenciais denuncia o pensamento de seu idealizador sendo que todo este processo de escolhas determina o rumo que o discurso seguir em sua progress o Desta forma que a argumenta o num plano pragm tico faz se presente em todos os discursos Como defende Koch 1999 o ato de argumentar isto de orientar o discurso no sentido de determinadas conclus es constitui o ato lingii stico fundamental pois a todo e qualquer discurso subjaz uma ideologia na acep o mais ampla do termo Koch 1999 p 19 Neste aspecto concordamos com Brand o 2002 ao afirmar que o sentido de uma palavra express o ou proposi o n o existe por si s de maneira pr via e sim atrav s da posi o ideol gica assumida pelo locutor no processo s cio hist rico que acompanha a
46. seguintes prospectivo um fato absolutamente novo na hist ria da humanidade no exemplo 87 retrospectivo a experi ncia no exemplo 88 e retrospectivo e prospectivo simultaneamente o termo a quest o no exemplo 89 87 Efeitos do pensamento nico Somos contempor neos de um fato absolutamente novo na hist ria da humanidade a era imag tica Somos a primeira gera o televisiva da hist ria Nossos bisav s tatarav s e metralhav s n o conheceram isso A minha av jamais poderia imaginar que sentada no sof da casa dela pudesse assistir a um evento do outro lado do planeta em tempo real Caros Amigos janeiro 01 Carvalho 2005 p 88 88 Os austr acos conseguiram transportar um f ton part cula at mica de propor es pentelhesimais O talzinho foi batizado de Capit o kirk em honra do explorador espacial que tanto se utiliza da teleporta o no seriado Jornada nas Estrelas mas ainda estamos a anos luz de realizar a experi ncia com um ser vivo De qualquer forma a coisa como a clonagem daquela ovelha Dolly come ou n o p ra mais Caros Amigos setembro 99 Carvalho 2005 p 143 89 Todos sentimos no ar do pa s um certo pesar como se s nos restassem agora as ilus es perdidas No entanto n o o que dizem os jornais a TV a grande imprensa oficial que manda no Brasil e que obviamente reflete o otimismo governista e de que os sorrisos do
47. sua pesquisa que o encadeamento de referentes pode atuar tamb m no processo de retomada t pica pois segundo o autor ao utilizar um referente associado a uma segii ncia t pica suspensa o produtor do texto orienta seu interlocutor para a retomada desse t pico Esta tend ncia que constatamos tamb m durante a an lise das an foras encapsuladoras selecionadas pode ser claramente verificada atrav s da express o a novena em 97 que atua como reativadora da segii ncia anterior contribuindo para a manuten o da linha argumentativa que o produtor do texto pretende seguir 97 Inf 1 bem aos paroquianos mas engra ado eu estava hoje porque a E T fazendo a no Morro do Ouro ela est fazendo uma Doc 1 pode continuar voz de terceiro Inf 1 ela est fazendo a a novena do Natal n que agora a prepara o que o advento Pinheiro 2005 p 56 conversa o espont nea 5 2 Organiza o argumentativa ineg vel a contribui o das an foras encapsuladoras como mecanismo de organiza o argumentativa durante o processo de elabora o do texto escrito pois al m de constituir um indispens vel mecanismo de coes o textual estabelecendo as adequadas liga es entre os segmentos textuais podem tamb m manifestar se como um forte aliado na condu o da linha argumentativa que o produtor do texto pretende seguir Neste sentido apontamos abaixo com base nas amostras analisadas
48. tabelas de dissimilaridades Figuras dendrogramas e mapas Ara 04 resumo de artigo Protexto 102 sua representante legal tendo conhecido em vida o falecido e suposto pai que n o tomou conhecimento de nenhum relacionamento amoroso havido entre o suposto pai e a representante legal da parte autora nem por ouvir dizer que n o sabe informar quantos bens im veis o fenecido deixou que o investigado teve dois filhos origin rios de seu casamento que quando da uni o com a mulher de origem o falecido residiu nas imedia es da casa da testemunha que quando o investigado faleceu encontrava se no estado civil de vi vo que desconhece inteiramente qualquer relacionamento amoroso havido pelo promovido fora do casamento origin rio Dada a palavra nobre Defensora P blica em prol da parte promovida s suas perguntas respondeu que conhecia o de cujus desde o ano p p de 1995 at o ano de seu falecimento Em seguida dada a palavra ao Defensora P blica em prol da parte autora nada requereu Por fim dada a palavra nobre Representante do Minist rio P blico nada requereu E como nada mais foi dito ou perguntado mandou a MM Juiz encerrar o presente depoimento que lido e achado conforme vai devidamente assinado JuTD08 termo de depoimento Protexto 5 2 2 Fun o coesiva Considerada por Conte 2003 uma caracter stica insepar vel aos encapsulamentos o car ter coesivo deste fen meno tem sido evidenciado durante
49. texto Este tipo de an fora denominado por Carvalho 2005 de r tulos parafr sticos s o para Koch 2006 fatos de polifonia como no caso do termo esse caminho em 58 58 ao considerar a situa o de depend ncia na an lise de desenvolvimento da Am rica Latina o que se pretende ressaltar que o modo de integra o das economias nacionais 60 no mercado mundial sup e formas definidas e distintas de inter rela o dos grupos sociais de cada pa s entre si e com os grupos externos Um amontoado de generalidades sem qualquer sentido ou realidade Dif cil encontrar algo mais vazio Por esse caminho o autor chega conclus o que aparenta ser apenas idiota para dizer o m nimo o caminho do desenvolvimento a depend ncia ou a subordina o s na es imperiais em processo que ganhou a designa o de globaliza o palavra mais moderna para enganar mentecaptos Caros Amigos Agosto 00 Carvalho 2005 p 141 Organiza o macroestrutural Sobre a contribui o das formas remissivas nominais para a organiza o macrotextual Koch 2004 concorda com Francis 2003 ao afirmar que elas funcionam como sinalizadores argumentativos podendo indicar que a sequ ncia textual anterior foi fechada ou ainda que o autor pretende direcionar sua argumenta o para um est gio seguinte Neste caso os encapsulamentos colaboram segundo a autora para os processos de retroa o e progress o textual to
50. toda a an lise de nossas amostras fato que nos permite enfatizar a natureza intrinsecamente coesiva destas an foras tornando se uma ferramenta indispens vel durante a elabora o do texto escrito por serem respons veis pela costura do texto ligando os segmentos do discurso o que podemos ver se observarmos os termos neste caso em 103 e outro aspecto em 104 que funcionam como mecanismos coesivos ligando as sequ ncias textuais 103 O estudo que desenvolvemos uma exposi o sucinta da democracia e da liberdade temas centrais na obra de ROUSSEAU se articulados imediatamente pol tica e a um modelo de educa o libert ria Mesmo integrando a Escola do Direito Natural Moderno ROUSSEAU demonstra que o surgimento da propriedade produtor da desigualdade Neste caso tem se a necessidade de um pacto de associa o que limitando o estado de guerra possibilite a passagem do Estado de natureza ao Estado civil Todavia a nica possibilidade de recuperar a felicidade e a liberdade naturais criar mecanismos democr ticos no interior da sociedade que preparando pela educa o resguarde a bondade natural do homem Ara 11 resumo de artigo Protexto 104 N o existem crit rios ling sticos objetivos para distinguir claramente idiomas de dialetos e estes de falares regionais O prest gio pol tico das partes envolvidas sem d vida um dos fatores considerados N o estou com essas observa es def
51. uma classifica o sem ntico lexical dos r tulos agrupando os em quatro classes nomes ilocucion rios nomes de atividades linguageiras nomes de processo mental e nomes de texto Mesmo admitindo o pioneirismo da pesquisa de Francis 2003 alertamos para o fato de que uma classifica o baseada principalmente no crit rio sem ntico lexical n o pode levar a explica es suficientes e satisfat rias sobre o papel discursivo do mecanismo de rotula o levando em considera o a multifuncionalidade deste importante recurso coesivo 43 R tulos Prospectivos Para Francis 2003 s o chamados r tulos prospectivos os sintagmas nominais que dirigem a aten o do leitor para a passagem seguinte do texto preparando o para o que esperar da a autora atribuir ao r tulo prospectivo uma natureza preditiva Como podemos verificar no exemplo 30 apresentado pela autora para ilustrar este tipo de r tulo 30 Eu sei que aproximadamente 12 por cento da popula o canhota Por que ent o deve existir uma predomin ncia t o grande de jogadores de golfe destros que eu me informei se entende tamb m aos tacos Em resposta a esta indaga o um colega meu Jogador de golfe apresentou duas raz es A primeira foi que os iniciantes normalmente come am com tacos que foram herdados de outras pessoas que s o em geral destras A segunda foi que por motivos t cnicos pessoas canhotas tornam se bons jogadores de golfe com a m o dire
52. 2004 about the cognitive discoursive functions from the lexical referential expressions which were the parameter for our proposal of functions of anaphoric encapsulation and organization of criteria that involved these functions Our corpus has 70 varied genre texts from these 50 texts belong to the database of Study Group Protexto UFC the others were selected considering just the occurrence of the cohesive resources studied With the analysis of these samples we checked functional traits of anaphoric encapsulation may be multifunctional according to discoursive proposals of their interlocutors 240 words SUM RIO INTROQU O a ee Ne E PE A A a o 10 Capitulo I A linguagem e a referenciaGad ccscccccsccssccssscssscecsssscscsssccsssseessecsseseee L7 1 1 Algumas no es sobre linguagem e texto 17 1 2 O metadiscurso na linguas 2 1s 5caesdeceeacssevencsassncdegets Gonteedunracdesndzedennnoesatedeboners 18 iS ACT TCTCNCIA O ss dorsais SU TS O A a a N 20 1 4 A intencionalidade e a argumenta o na linguagem 23 Capitulo II A referencia o e as estrat gias de articula o t pica 000 0 25 2 1 A introdu o referencial e os tipos de an fora 25 2 2 A defini o de encapsulamento auasass ssunaga ia dai pa casada lead 29 2 3 As an foras encapsuladoras como uma estrat gia de organiza o t pica 35 2 3 1 As an foras encapsuladoras como marcadores na mudan a d
53. 76 A m dia internacional adora explicar que as guerras na frica s o conseqii ncia de diferen as tnicas particularmente entre os grupos hutus e tutsis majorit rios na regi o Aparentemente os n meros s o assustadores Basta lembrar a guerra entre os grupos hutus e tutsis de Ruanda e Burundi que matou pelo menos 1 milh o de seres humanos entre abril de 1994 e maio de 1997 al m de deixar centenas de milhares em miser veis campos de refugiados expostos a todo tipo de peste e desnutri o Essa explica o tnica til confort vel e racista til porque esconde aqueles que lucram com a guerra incluindo os que vendem armas em troca de diamantes ouro e outras riquezas Caros Amigos jul 00 p 34 A maioria dessas fun es propostas por Koch 2004 foi retomada por Matos 2005 que analisou as fun es cognitivo discursivas presentes nas an foras correferenciais recategorizadoras Investigaremos se o quadro de fun es apontados pela autora apresenta se tamb m nos dados que comp em nosso corpus 4 3 As fun es cognitivo discursivas das recategoriza es Em uma pesquisa que objetiva investigar o car ter funcional das recategoriza es existentes nos processos de referencia o Matos 2005 investigou as fun es cognitivo discursivas das an foras correferenciais propondo a seguinte classifica o das fun es argumentativas deste tipo de an fora 71 1 fun o avaliativa 2
54. Koch 2004 apresentam se com outra nomenclatura na classifica o de Matos 2005 para as an foras correferenciais que s o a fun o avaliativa e a fun o de glosa por defini o por corre o e por especifica o De acordo com o que j ilustramos anteriormente dentre as fun es identificadas por Matos 2005 para as an foras correferenciais constatamos com base nas an lises de nossas amostras que a fun o est tico conotativa n o se aplica ao recurso coesivo das an foras encapsuladoras 4 4 O processo de rotula o em textos jornal sticos opinativos Em uma pesquisa que utilizou como corpus textos jornal sticos opinativos visando abordar o processo de rotula o discursiva em textos opinativos luz de uma perspectiva sociocognitiva e textual interativa Carvalho 2005 reconhece os encapsulamentos como r tulos resultantes de opera es de nominaliza es que podem funcionar atrav s de nomes deverbais ou n o J no caso das nominaliza es a autora as identifica como express es compostas por um lexema n cleo resultante de uma transforma o verbo nominal Vejamos um dos exemplos de nominaliza o analisado pela autora iniciando por artigo definido 86 Malvadeza caiu e o PT Jos Arbex Jr Certo Malvadeza caiu mas isso n o suficiente para autorizar qualquer euforia democr tica Primeiro porque Malvadeza n o caiu como resultado direto de qualquer movimento organizado de massas ma
55. Protexto UFC e os demais foram selecionados considerando apenas a ocorr ncia do recurso coesivo estudado Com a an lise dos dados verificamos tra os funcionais das an foras encapsuladoras que vieram a compor nossa classifica o e nos levaram a constatar que estas an foras podem ser multifuncionais atendendo aos prop sitos discursivos de seus interlocutores 223 palavras ABSTRACT This dissertation has as a goal the analysis of discoursive functions from anaphoric encapsulation This work restricts on the analysis of these anaphoras achieved by composed nuclei from nominal group sometimes called rotulation We adopted the theoretical perspective that the researched phenomenon is situated in the referencing discoursive activity conceived as a re construction of the reality came from the interaction between the speakers in an intersubjective way We propose a classification of the possible functions took on by anaphoric encapsulation in different discoursive contexts For such end we approached initially the classifying proposal by Cavalcante 2003 about referential expressions in which are inserted the anaphoric encapsulation From this classification we adopted the perspective by Francis 1986 1994 about rotulation denominated in this work as anaphoric encapsulation we still discuss the works of Carvalho 2005 and Koch 2006 that are based on the studies of the author It bears emphasis that based on the suggestion of Koch
56. Universidade Federal do Cear 2005 KOCH I G V Desvendando os segredos do texto S o Paulo Cortez 2002 Introdu o Ling stica Textual S o Paulo Martins Fontes 2004 Referencia o e orienta o argumentativa In KOCH I G V MORATO Edwiges Maria BENTES A C Org Referencia o e discurso S o Paulo Contexto 2005 p 33 52 Rotula o uma estrat gia textual de constru o do sentido Unicamp 2006 MARCHUSCHI L A Processos de referencia o na produ o discursiva DELTA 14 n especial 1998 mimeo MAINGUENEAU Dominique 2002 An lise de textos de comunica o trad de Cec lia P de Souza e Silva e D cio Rocha S o Paulo Cortez 2002 MARCUSCHL L A An fora indireta o barco textual e suas ncoras In KOCH I G V MORATO Edwiges Maria BENTES A C Org Referencia o e discurso S o Paulo Contexto 2005 p 53 101 105 KOCH I G V Estrat gias de referencia o e progress o referencial na l ngua falada In ABAURRE M Bernadete RODRIGUES A C S orgs Gram tica do Portugu s Falado v VIII Campinas S o Paulo Editora da Unicamp 2002 p 31 56 MATOS J G As fun es discursivas das recategoriza es Disserta o Mestrado em Ling stica Fortaleza Universidade Federal do Cear UFC 2005 MELO NETO Jo o Cabral de Morte e Vida Severina e outros poemas 4 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 2000 MILNER J C Refl
57. a como um recurso coesivo e como princ pio organizador tornando se um poderoso meio de manipula o do leitor que recorre a complexos processos de infer ncia Salientamos por m que n o basta reiterar a fun o primordialmente argumentativa dos encapsulamentos pois isso seria apenas reafirmar que toda an fora encapsuladora contribui para o desenvolvimento argumentativo dos discursos Acreditamos que este recurso referencial al m de comportar em si mesmo a fun o argumentativa pode apresentar outras fun es e ainda tornar se multifuncional atendendo aos prop sitos discursivos do enunciador 56 CAP TULO IV AS FUN ES COGNITIVO DISCURSIVAS DAS EXPRESS ES NOMINAIS REFERENCIAIS Neste cap tulo apresentaremos os trabalhos que se preocuparam com as fun es discursivas das express es referenciais Dentre eles destacamos quatro estudos recentes sobre o tema a pesquisa de Matos 2005 que se prop e investigar as fun es das recategoriza es existentes nos processos de an fora direta correferencial e dois trabalhos de Koch 2004 2006 o primeiro sobre o car ter funcional das express es nominais referenciais e o segundo sobre a rotula o como estrat gia textual de constru o do sentido Por fim destacamos a pesquisa de Carvalho 2005 que investiga o funcionamento textual discursivo dos r tulos em textos opinativos Embora Koch 2004 e Matos 2005 n o tenham se detido em uma investiga o espec fic
58. a das fun es cognitivo discursivas dos encapsulamentos discutiremos estes trabalhos ao longo deste cap tulo por investigarem as fun es discursivas das express es referenciais em geral e analisaremos dentre as fun es atribu das por Koch 2004 para as express es referenciais quais as que aparecem nas an foras encapsuladoras 4 1 Algumas fun es cognitivo discursivas das express es referenciais Koch 2004 defende que as express es nominais referenciais desempenham uma s rie de fun es cognitivo discursivas importantes na constru o textual do sentido A autora trata da funcionalidade n o apenas das an foras encapsuladoras mas das express es nominais em geral mas seu trabalho suscita investiga es mais espec ficas sobre a funcionalidade de tipos particulares de express es referenciais A autora aponta as seguintes fun es para as express es referenciais nominais Y Ativa o reativa o na mem ria Koch 2004 postula que as express es nominais podem funcionar como formas de remiss o a elementos antes apontados no texto ou sugeridos atrav s do co texto precedente Desta forma estas express es possibilitariam segundo a autora a sua re ativa o na mem ria do interlocutor isto sua aloca o ou focaliza o na mem ria operacional Representariam al m disso uma recategoriza o ou refocaliza o dos referentes no discurso 57 Para a autora quando este processo operacionali
59. a do enunciador fornecendo ao interlocutor sinais ling sticos sobre a linha argumentativa a ser defendida pelo enunciador 35 2 3 As an foras encapsuladoras como uma estrat gia de organiza o t pica Partindo do pressuposto de que as an foras encapsuladoras atrav s dos movimentos de recuo ou avan o das informa es podem funcionar como importante recurso durante a liga o entre os t picos pelo fato destas an foras servirem como express es que resumem segmentos do texto podendo ainda estabelecer em alguns casos uma retomada de sequ ncias textuais anteriormente mencionadas Partindo destas constata es discutiremos as contribui es de Pinheiro 2005 em uma pesquisa que visa analisar e descrever como se manifestam os mecanismos respons veis pela organiza o dos temas no texto Nesta pesquisa o autor entende a topicidade como uma estrat gia de organiza o textual atrav s da qual se torna poss vel analisar a constru o dos sentidos das sequ ncias textuais levando em conta a formula o e interliga o dos segmentos t picos dentro de uma abordagem textual interativa Durante sua an lise o autor alerta para a necessidade de se considerar o cotexto de uso para uma adequada interpreta o dos tipos de rela es que aparecem durante a articula o entre os t picos discursivos revelando as dire es interpretativas que o enunciador pretende dar ao discurso percurso este que acreditamos poder ser revel
60. a organiza o macroestrutural do texto J como raz o para a escolha do segundo crit rio est o fato de defendermos no decorrer desta pesquisa a natureza intrinsecamente argumentativa das an foras encapsuladoras reconhecendo que esta caracter stica norteia a escolha dos termos que constituem tais an foras As fun es que comp em o crit rio de desenvolvimento t pico foram discriminadas em fun o de organiza o macroestrutural a fun o de progress o tem tica e fun o de retomada t pica Quanto ao crit rio de organiza o argumentativa conclu mos que ele abrange as seguintes fun es remissivas prospectiva retrospectiva e retroprospectiva a fun o coesiva a de organiza o enumerativa a resumitiva a fun o de ativa o de referentes novos a fun o metaenunciativa a de orienta o argumentativa a de avalia o expl cita a recategorizadora e a fun o de glosa por defini o Neste caso necess rio admitir que algumas fun es atribu das neste trabalho s ocorr ncias de an foras encapsuladoras estudadas s o inerentes a este fen meno coesivo j outras atendem a contextos espec ficos de uso as quais denominamos de eventuais No primeiro grupo apontamos as fun es resumitiva remissiva de organiza o macroestrutural 102 e a de orienta o argumentativa J no segundo grupo compondo as fun es eventuais est o as fun es de retomada t pica progress o tem tica a
61. acrotextual fazendo a liga o entre os segmentos prepara o leitor para o que aparecer revelando a import ncia que o enunciador atribui a estas informa es 105 Na cristologia de Pedro vemos a sua nfase do senhorio de Cristo A expia o pelo precioso sangue de Cristo derramado na cruz do Calv rio pela morte de Cristo e o seu efeito expiat rio que estamos salvos e livres do pecado Para Pedro a igreja agora o verdadeiro Israel de Deus Sobre a vida crist em Pedro existe duas nfases A primeira ser firme no sofrimento confiando pacientemente em Deus A segunda o bom comportamento que o crente deve ter no mundo Aqui n o ser salvo pelas obras conforme o legalismo judaico mas uma conduta justa e baseada no amor Are03 resenha de artigo Protexto 5 2 4 Fun o resumitiva Podemos considerar a fun o resumitiva como comum a todas as an foras encapsuladoras pelo fato deste recurso possibilitar a refer ncia a segmentos textuais que podem apresentar extens o e complexidade variada chegando tamb m a introduzir um novo referente no discurso sob a base de uma informa o velha como no caso da express o essas a es em 106 que resume toda a sequ ncia textual anterior servindo de t pico para o segmento seguinte 92 106 Cada Distrito cada Rotary Club deve engajar se nos projetos dedicados aos recursos h dricos tem tica que considera o presidente de RI englobante no grupo da
62. ado tamb m pelas an foras encapsuladoras escopo de nossa pesquisa Para Pinheiro 2005 os mecanismos de articula o t pica descritos funcionalmente em uma perspectiva textual interativa do processo de elabora o textual se dividem em cinco categorias que depender o dos instrumentos lingiifsticos utilizados pelo enunciador sendo eles marcadores discursivos formas referenciais formula es metadiscursivas perguntas e par frases Dentre tais mecanismos apontados pelo autor durante sua an lise do processo de organiza o t pica abordaremos somente os marcadores discursivos as formas referenciais e as formula es metadiscursivas por envolverem as an foras encapsuladoras 2 3 1 As an foras encapsuladoras como marcadores na mudan a de t pico Segundo Pinheiro 2005 quando ocorre uma mudan a de t pico os marcadores discursivos t m a fun o de ligar dois quadros t picos que podem ou n o funcionar no mesmo plano de hierarquia na organiza o t pica do texto revelando assim o percurso argumentativo que o locutor pretende assumir no decorrer do seu discurso ou sinalizando para a entrada de um novo t pico no discurso Apesar de o autor apontar como representante 36 mais recorrente na amostra que comp e seu corpus o marcador agora aparecem tamb m 99 66 segundo ele casos que apresentam os marcadores mas bom ainda depois e j Pinheiro 2005 n o desenv
63. ado apenas um segmento como respons vel pela reflex o acerca das quest es que se seguir o 107 Bobagem quixotesca O Parlamento aprovou na semana passada o projeto de lei n 3 987 00 do deputado tila Lira PSDB PI que obriga escolas p blicas e privadas de ensino m dio a oferecer o espanhol como disciplina optativa no hor rio regular de aulas Se o presidente Luiz In cio Lula da Silva n o vetar a proposta ela se converter em lei Nada indica que v faz lo uma vez que o ainda ministro da Educa o Tarso Genro PT RS um dos mais entusiasmados apoiadores da iniciativa Se se tratasse apenas de oferecer aos jovens a oportunidade de aprender direito o idioma de nossos vizinhos eu mesmo assinaria embaixo da medida O problema que ela se inscreve num quadro legislativo e de realidade que a precede e que ela acaba por perturbar Atualmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o LDB estipula para o ciclo m dio o ensino em car ter obrigat rio de uma l ngua estrangeira moderna a ser definida pela comunidade escolar Prev tamb m a inclus o de um segundo idioma estrangeiro em car ter optativo dentro das disponibilidades da institui o art 36 III da lei n 9 394 96 A pegadinha est no fato de que o projeto fala abertamente no espanhol e se cala em rela o ao ingl s As escolas sem grandes disponibilidades que devem ser a maioria provavelmente passar o a escolher a l ngua de Cervantes n
64. alta alguns crit rios de uso para a caracteriza o de tais express es marcadas pela definitude formal motivo que segundo ela justificaria a presen a de artigos definidos e ou de elementos indiciais demonstrativos ou circunstanciais na estrutura ling stica destas express es Para Cavalcante 2001 o definido sempre permut vel com o demonstrativo nos sintagmas nomeadores o que nos parece uma generaliza o perigosa de vez que dependendo do contexto nem sempre as duas formas s o intercambi veis Para a autora o problema central na an lise destes sintagmas est em descobrir quando se emprega o definido que corresponderia a nomeadores anaf ricos e quando se utilizam os demonstrativos ou adv rbios que formariam o que ela classificou como d iticos discursivos cf Cavalcante 2000 A autora tem mostrado que as nomea es com definido cumprem procedimento anaf rico ao passo que as nomea es com demonstrativo desempenham procedimento d itico N o se confunda aqui an fora como procedimento anaf rico nem d ixis com procedimento d itico Seguindo as reformula es dos estudos da pr pria autora ver Cavalcante 2003 dir amos que todos os encapsulamentos ou nomea es s o na realidade an foras Elas s s o simultaneamente d iticas quando comportam um elemento d itico como demonstrativo adv rbio e alguns adjetivos d iticos 53 Cavalcante 2001 ainda salienta que os fatores identificados por Apoth
65. an fora encapsuladora condensa outros tr s termos o primeiro o segundo e o terceiro que funcionam de maneira prospectiva em rela o as segii ncias as quais se referem dando continuidade informa o contida na express o tr s m todos Com base nestas constata es ineg vel afirmar que tanto a multifuncionalidade das an foras encapsuladoras quanto seu condicionamento s inten es dos interlocutores envolvidos na din mica do discurso aparecem em destaque no decorrer da an lise de nossas amostras argumentos que desenvolveremos melhor nas conclus es deste trabalho 100 Conclus es O presente trabalho teve como objetivo investigar as poss veis fun es que as an foras encapsuladoras com n cleos formados por sintagmas nominais r tulos desempenham no discurso Para esta investiga o utilizamos como teoria de base os pressupostos que norteiam a proposta te rica da referencia o que defende a refer ncia como atividade que implica interpreta es intersubjetivas sobre os objetos do discurso Este processo de negocia es de sentidos proporciona fregiiente flexibilidade s formas de apresenta es dos objetos envolvidos no discurso fazendo com que estes mecanismos sejam influenciados pelos contextos s cio culturais assim como pelas concep es dos sujeitos envolvidos no ato comunicativo Dentre os mecanismos coesivos que durante o processo de elabora o textual atendem aos prop
66. anticorpos agora em desenvolvimento uma tentativa de contornar este problema humaniza o dos anticorpos do rato usando uma t cnica desenvolvida por The Times Francis 2003 p 195 2 Para Francis o r tulo retrospectivo este problema precedido por sua lexicaliza o levando o leitor a interpretar a rejei o aos anticorpos do rato como um problema Atrav s da utiliza o do r tulo retrospectivo o leitor seria influenciado diretamente a interpretar uma extens o do texto de determinada forma Para a autora a por o anterior do texto encapsulada pelo r tulo n o necessita ser indicada com precis o Note se que exceto pelo tra o remissivo de apontar para tr s os prospectivos t m as mesmas caracter sticas mencionadas acima dos retrospectivos Ressaltamos ainda como ponto importante dos estudos de Francis 2003 o fato de o crit rio sem ntico lexical utilizado pela autora para a caracteriza o dos r tulos ter orientado a diferencia o deles dentro dos r tulos metaling sticos em quatro grupos nomes ilocucion rios nomes de atividades linguageiras nomes de processo mental e nomes de texto os quais diferenciaremos abaixo R tulos Metaling sticos Segundo Francis 2003 dentro do processo de rotula o torna se poss vel isolar um conjunto de nomes que tenham um tra o importante em comum s o os metaling sticos assim denominados por rotularem uma extens o discursiva com
67. as por feij o carne seca caf a car A respeito dessa pesquisa Josu de Castro afirmaria que a experi ncia desses seres estiolados com defici ncia f sica e mental n o se devia ao suposto mal da miscigena o mas sim ao est mago vazio que produzia um mesti o d bil raqu tico e an mico Assim ao estudar n o famintos esquel ticos mas gente alquebrada por uma alimenta o insuficiente que impede um desenvolvimento pleno esclarecia se pela primeira vez e j muito tardiamente que sofr amos de um mal de fome e n o de ra a Caros Amigos Janeiro 02 Carvalho 2005 p 136 Neste exemplo enfatizamos que a an fora encapsuladora dessa pesquisa al m de servir como conector textual direciona o argumento do autor para a nova segii ncia a ser introduzida endossando a import ncia deste mecanismo coesivo para a condu o da linha argumentativa do texto Y Algumas observa es sobre os resultados da pesquisa de Carvalho 2005 Ap s uma an lise do fen meno da rotula o no corpus selecionado para a pesquisa a autora refor a a tese de que os r tulos constituem estrat gias discursivas divulgadoras de sentidos geralmente de valor axiol gico utilizados para orientar de modo satisfat rio o projeto de dizer dos produtores de textos e distribui os r tulos do seguinte modo a a partir do seu funcionamento retrospectivo prospectivo retrospectivo e prospectivo b do seu teor ava
68. autora revelando o pouco envolvimento com os fatos expostos sendo assim intencional o uso da express o em destaque J os r tulos metadiscursivos que a autora trata especificamente como metaenunciativos acrescentam de acordo com Koch 2006 uma qualifica o ao ato de enuncia o realizado pelos interlocutores podendo acontecer de quatro formas v Categorizando o como um ato ilocucion rio do tipo promessa ordem conselho etc como no exemplo 55 55 O presidente afirmou em recente entrevista que n o um neoliberal mas que defende um Estado Moderno A explica o n o convenceu os presentes Koch 2006 p 9 v Categorizando o como resultado de um determinado tipo de opera o cognitivo discursiva como em 56 56 Dixit MC Solaar Foi gra as heran a do jazz que o homem macaco se tornou o homem s bio O preceito que faz comungar uma gera o de rappers em busca de boas vibra es come a a ficar ultrapassado Lib ration 1994 Apoth loz 2003 p 160 y Fornecendo lhe uma denomina o metalingii stica como no termo a frase em 57 57 Obriga papai noel quando eu ileg eu ileg abri o presente A frase iniciada em discurso direto e imediatamente entra em discurso indireto sem nenhuma marca artigo cient fico Cavalcante 2001 p 10 v Anunciando uma atitude metaenunciativa do produtor em rela o a uma denomina o anteriormente presente no
69. bermos a l ngua como c digo ou seja como simples instrumento de comunica o e o sujeito como pr determinado pelo sistema o texto ser apenas um produto da codifica o de um emissor a ser decodificado pelo leitor ouvinte a este ltimo sendo suficiente para uma adequada decodifica o apenas o conhecimento do c digo J se entendermos a l ngua dentro de uma perspectiva interacionista os sujeitos ser o construtores sociais e o texto tornar se 4 o pr prio lugar de intera o na constru o do sentido Dentre as concep es acima descritas admitiremos em nosso trabalho o texto como uma atividade interativa complexa de elabora o de sentidos encarando o leitor ouvinte assim como o autor como sujeitos ativos no decorrer do processo comunicativo Partindo de uma concep o interativa da linguagem discutiremos alguns aspectos metadiscursivos envolvidos na elabora o do texto assim como a rela o entre o texto e seus interlocutores pois acreditamos que ao escrever o produtor do texto seleciona os termos que compor o seu texto de acordo com os prop sitos comunicativos que pretende atingir raz o pela qual enxergamos no produto desta comunica o um conjunto de marcas metadiscursivas que refletir o esta intencionalidade por parte do escritor fato que justifica nosso interesse pelo assunto 1 2 O metadiscurso na linguagem Admitindo a linguagem nesta concep o interativa de elabora o dos sentidos r
70. biblioteca S o Paulo companhia das letras 2001 J dentre as fun es que atendem a contextos espec ficos de uso envolvidos no universo discursivo as quais decidimos denominar de fun es eventuais por aparecerem condicionadas aos prop sitos enunciativos do produtor do texto podemos apontar a de retomada t pica a de progress o tem tica a fun o ativadora de referentes novos a metaenunciativa a recategorizadora a de avalia o expl cita a de organiza o enumerativa e a fun o de glosa por defini o que ilustraremos em seguida 99 117 Terminada a tarefa de desvendar o universo das compet ncias Roberta e Paola se uniram aos outros jornalistas e artistas gr ficos da revista para um fant stico desafio conhecer a realidade das escolas rurais e de seus professores Como ser que eles v em as altera es que est o sacudindo a vida de educadores e alunos Seu dia a dia permite que se sintam integrados s novas propostas Ou o isolamento grande Algumas dessas respostas voc ver em nossas p ginas no m s que vem Revista Nova Escola set 2000 JoCaL01 No exemplo 117 verificamos que a an fora encapsuladora um fant stico desafio al m de referir se de forma prospectiva a seqii ncia posterior desempenha as fun es de glosa por defini o a de avalia o expl cita e a recategorizadora pois define e promove o conhecimento da realidade escolar das zonas rurais brasileiras a um fant sti
71. ca 02 resumos de artigo Alguns destes textos examinados foram obtidos do banco de dados do grupo de estudos Protexto da Universidade Federal do Cear UFC do qual fazemos parte Os demais textos foram por n s coletados mas n o de forma aleat ria selecionamos os textos baseando nos no crit rio de ocorr ncia do fen meno do encapsulamento por se tratar do escopo desta pesquisa 14 Procedimentos Dois procedimentos fizeram se necess rios para que pud ssemos realizar esta pesquisa Primeiramente realizamos uma pesquisa bibliogr fica sobre o tema para que cheg ssemos ao conhecimento necess rio do conceito de encapsulamento sua caracteriza o a estrutura o lexical do fen meno as fun es discursivas das express es encapsuladoras objeto do estudo desta pesquisa e sua organiza o classificat ria Iniciamos com a etapa de busca sobre o que j se publicou dos processos de refer ncia anaf rica Em seguida selecionamos os estudos ligados diretamente ao tema desta pesquisa visando a uma an lise criteriosa dos tra os que caracterizam o encapsulamento anaf rico A segunda etapa de nosso trabalho constou da sele o qualitativa dos casos de encapsulamento anaf rico em variados g neros escritos Ap s estas etapas partimos para a observa o e an lise cuidadosa dos casos de encapsulamento encontrados nos g neros escritos selecionados do nosso banco de dados Esta an lise consistiu na identifica o de tra os
72. car no caso da utiliza o da express o esta hist ria em 95 que al m de remeter a todo o ap logo machadiano narrado anteriormente estabelece a ponte coesiva entre a narrativa e a conclus o pessoal do professor de melancolia 95 Parece que a agulha n o disse nada mas um alfinete de cabe a grande e n o menor experi ncia murmurou pobre agulha Anda aprende tola Cansas te em abrir caminho para ela e ela que vai gozar da vida enquanto a ficas na caixinha de costura Faze como eu que n o abro caminho para ningu m Onde me espetam fico Contei esta hist ria a um professor de melancolia que me disse abanando a cabe a Tamb m eu tenho servido de agulha a muita linha ordin ria ASSIS Machado de Contos 18 ed S o Paulo tica 1994 p 89 5 1 2 Fun o de progress o tem tica As an foras encapsuladoras podem atuar como importante mecanismo de garantia da progress o textual como mostram os movimentos de recuo e de adiantamento das informa es que comp em o universo discursivo Desta forma o produtor do texto pode assegurar a segiiencia o textual estabelecendo as rela es necess rias para a condu o de seu texto o que se reflete diretamente na progress o tem tica das segii ncias textuais como podemos observar atrav s do emprego da express o esse ato em 96 que atua de forma retrospectiva em rela o s atitudes diplom ticas americanas com o objetivo de estabele
73. caracter sticos de cada tipo de fun o para em seguida reagrupar os casos em poss veis conjuntos de fun es Conclu da esta etapa partimos para um reconhecimento das fun es das an foras estudadas que apareceram nos casos analisados chegando a uma identifica o dos crit rios envolvidos nestes casos e organizando os de acordo com os aspectos mais caracter sticos presente em cada um deles Proposi o de crit rios classificat rios Ressaltamos aqui que muitos estudiosos ao investigarem o mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras se detiveram em outras abordagens do fen meno Dentre os trabalhos que se ocuparam do assunto resumiremos os crit rios estabelecidos por cada um esclarecendo desde j que uma cr tica mais fundamentada se encontra no decorrer deste trabalho Dentre os trabalhos mencionados iniciaremos ressaltando o crit rio sem ntico lexical nos estudos de Francis 2003 cuja classifica o discrimina inicialmente os r tulos em dois grupos os r tulos prospectivos e os retrospectivos acrescendo em seguida o terceiro grupo os r tulos retrospectivos e prospectivos ao mesmo tempo sobre os pressupostos de Francis 2003 ver item 3 1 deste trabalho 15 J em Apoth loz 2003 verifica se uma preocupa o com os crit rios estruturais que envolvem este mecanismo O autor investiga os efeitos de sentidos de alguns dos determinantes nos sintagmas nominais identificando tr s instrumentos
74. cer a progress o para a segii ncia textual seguinte 96 O leitor de hoje nem compreender porque tanta severidade com uma atitude t o inocente Afinal todo mundo tem agora embaixadas at microestados de alguns milhares de habitantes N o foi sempre assim por m Faz um s culo eram raras as embaixadas Quase apan gio de pot ncias importantes Na capital americana n o passavam de sete quase 200 em nossos dias e havia uma s latino americana a do vizinho M xico No Rio n o havia nenhuma A fim de elevar a embaixada uma lega o n o bastava querer Era preciso que o outro pa s tamb m quisesse Por isso mesmo a decis o tinha carga pol tica indicava a vontade de al ar a rela o m tua a patamar mais elevado Com esse ato os americanos mostravam considerar o Brasil o parceiro de maior relevo na Am rica do Sul Para n s rec m sa dos das convuls es do in cio da Rep blica Canudos Revolta da Armada Revolu o Federalista era a consagra o irrefut vel de atingimento de status que conferia maior influ ncia sobre os assuntos mundiais Di rio do Nordeste 23 07 2005 Cartas ao leitor 87 5 1 3 Fun o de retomada t pica Partindo da constata o de que a natureza resumitiva do grupo anaf rico estudado pode contribuir para o processo de retomada de uma informa o dilu da nos segmentos textuais anteriores concordamos com Pinheiro 2005 ao defender com base na an lise dos casos que comp em
75. co desafio revelando tamb m de forma expl cita o ponto de vista do produtor do texto 118 H tr s m todos pelos quais pode um homem chegar a ser primeiro ministro O primeiro saber com prud ncia como servir se de uma pessoa de uma filha ou de uma irm o segundo com trair ou solapar os predecessores e o terceiro como clamar com zelo furioso contra corrup o na corte Mais um pr ncipe discreto prefere nomear os que se valem do ltimo desses m todos pois os tais fan ticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservientes vontade e s paix es do amo Tendo disposi o todos os cargos conservam se no poder esses ministros subordinando a maioria do senado ou grande conselho e afinal por via de um expediente chamado anistia cuja natureza lhe expliquei garantem se contra futuras presta es de conta e retiram se da vida p blica carregados com os despojos da na o Jonathan Swift Viagens de Gulliver Abril Cultural 1979 P 234 5 J em 118 verificamos atrav s do emprego do termo encapsulador tr s m todos a ocorr ncia das fun es de organiza o enumerativa e metaenunciativa pois defendemos que esta an fora al m de auxiliar na enumera o e organiza o das seqii ncias textuais que comp em a informa o utilizada de forma auto reflexiva caracterizando assim a metaenuncia o Ainda sobre a an lise da express o tr s m todos no exemplo 118 verificamos que a
76. constitui um tra o peculiar a elas o fato de introduzirem uma express o referencial nova no discurso a qual quase sempre porta informa es novas exceto quando se manifestam por nomes gerais do tipo coisa assunto neg cio etc 64 Orienta o argumentativa A orienta o argumentativa pode ocorrer segundo Koch 2004 pela utiliza o ou n o de express es metaf ricas representando um importante mecanismo de divulga o do ponto de vista do locutor dentro do texto Koch 2006 Tal recurso considerado frequente pela autora em g neros opinativos como no exemplo 66 extra do de nossos dados 66 Grave erro de pol tica internacional megalomania conden vel mero luxo injustific vel Sosseguem n o a candidatura brasileira ao Conselho de Seguran a como poderia parecer que foi assim fulminada pelo Jornal do Brasil Na poca ali s ningu m sonhava com ONU ou Conselho de Seguran a O objeto da ira do jornal era bem mais prosaico Na v spera mais de cem anos atr s Brasil e Estados Unidos tinham elevado a embaixadas suas miss es diplom ticas em Washington e no Rio de Janeiro Foi no long nquo 13 de janeiro de 1905 O leitor de hoje nem compreender porque tanta severidade com ato t o inocente Afinal todo mundo tem agora embaixadas at microestados de alguns milhares de habitantes N o foi sempre assim por m Faz um s culo eram raras as embaixadas Quase apan
77. da que alguns desses r tulos se referem a aspectos dos estados cognitivos alcan ados como resultados do processamento de pensamentos e experi ncias outros podem se referir tanto ao resultado quanto ao processo Isso ocorre no exemplo 34 no qual o termo essa vis o resume um ponto de vista 46 34 Em uma nota de imprensa em Londres durante a reuni o de inaugura o das autoridades dos bancos Henning Christophersen vice presidente da Comiss o Europ ia disse O EBRD n o deve ser uma institui o pol tica mas pura e simplesmente um banco Essa vis o contrastou com a de Jaques Attali presidente do Banco Europeu o qual considera que o papel do banco pol tico e econ mico The Times Francis 2003 p 209 R tulos de nomes de textos Segundo Francis 2003 os sintagmas nominais desse grupo referem se estrutura formal do texto Nos r tulos deste grupo n o existe interpreta o envolvida eles somente rotulam extens es do cotexto precedente Os nomes nucleares deste tipo s o inseridos no modo sint tico da metalinguagem em oposi o ao sem ntico incluindo sintagmas nominais pergunta senten a palavras p gina par grafo passagem que se referem s estruturas formais sem ser considerados unidades sint ticas No exemplo 35 observa se o uso do termo cita o como representante de um nome nuclear de texto 35 Os projetos tamb m est o introduzindo mudan as nos
78. damos por defendermos nesta pesquisa que mesmo uma aparente neutralidade de express es deste tipo tenha uma natureza funcional v Casos em que o objeto identificado pelo anaf rico uma enuncia o compreendida por um de seus atributos em particular por seu valor de a o como no exemplo 46 abaixo 52 46 Dixit MC Solaar Foi gra as heran a do jazz que o homem macaco se tornou o homem s bio O preceito que faz comungar uma gera o de rappers em busca de boas vibra es come a a ficar ultrapassado Lib ration 1994 Apoth loz e Chanet 2003 p 160 O termo anaf rico o preceito no exemplo 46 compreende os atributos da sequ ncia de a o anterior Este caso se aproxima dos r tulos meta enunciativos pois classifica um modo de dizer pergunta afirma o norma preceito ou ainda nomes metalingii sticos conforme classificou Francis 2003 Salientamos a import ncia de conhecermos os fatores descritos acima pois em nossa pesquisa nos deteremos nos encapsulamentos formados por sintagmas nominais por m alertamos para o fato de que uma descri o que privilegie a oposi o formal entre definidos e demonstrativos como fazem os autores relega a segundo plano o car ter funcional deste mecanismo coesivo Cavalcante 2001 rev os crit rios acima descritos em um artigo cujo interesse analisar essas express es nomeadoras Assim como Apoth loz e Chanet 2003 a autora ress
79. de nossas an lises que estas an foras possuem caracter sticas e fun es que as identificam como um grupo anaf rico aut nomo dentro do quadro de express es referenciais Entendemos no entanto que a inten o da autora era chamar a aten o para a fun o de resumir proposi es o que como mostraremos intr nseco a qualquer encapsulamento De acordo com o exame de nossos dados as seguintes fun es classificadas por Koch 2004 para as express es referenciais n o se apresentam entre as an foras encapsuladoras especifica o por meio de hiper nimo hip nimo constru o de par frase definicionais e did ticas Entretanto como dissemos n o podemos afirmar taxativamente que elas n o possam se dar em outra amostra e deixamos esse veio de an lise para estudos futuros Verificamos por outro lado que as an foras encapsuladoras desempenham algumas outras fun es pr prias de algumas express es referenciais em geral que s o ativa o reativa o na mem ria organiza o macroestrutural atualiza o de conhecimentos por meio de glosas atrav s do uso de hiper nimo introdu o de informa es novas orienta o argumentativa e categoriza o metaenunciativa de um ato de enuncia o as quais discutiremos em seguida v Ativa o reativa o na mem ria Partindo da afirma o de Koch 2004 de que algumas express es nominais possibilitam a reativa o na mem ria do interlocutor de referentes ant
80. dir sob o mesmo teto mas se encontravam com muita fregii ncia que na poca o promovido era casado tendo dois filhos dessa uni o e que a representante legal da parte autora era solteira que a representante legal da parte autora logo ficou gr vida JuTDO6 termo de depoimento Protexto Partindo destas constata es entenderemos nesta pesquisa o mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras como pertencente ao grupo das an foras indiretas por remeterem a referentes do cotexto sem retom los pressuposto este que desenvolveremos melhor no cap tulo II desta pesquisa Prosseguiremos ent o na pr xima se o discorrendo acerca da intencionalidade e da argumenta o como caracter sticas intr nsecas linguagem aspectos que influenciar o diretamente nas escolhas lexicais do enunciador 23 1 4 A intencionalidade e a argumenta o na linguagem Nas variadas defini es do encapsulamento anaf rico como mecanismo coesivo podemos identificar como algo consensual a participa o direta do enunciador atrav s de suas escolhas lexicais Acrescentemos ainda que essas op es lexicais s o sempre associadas a uma intencionalidade do enunciador A intencionalidade considerada um importante recurso para a intera o verbal incluindo se como j postulado por Beaugrande e Dressler 1981 entre os fatores indispens veis para a textualidade no processo de elabora o de um texto coeso e coerente relacionando
81. e do da predica o mas a avalia o de um ato de enuncia o Isto comprovaria a dinamicidade dos objetos de discurso durante o processo de intera o verbal no qual os referentes s o constru dos e reconstru dos como no exemplo 68 68 O que falta um promoter ter a iniciativa de trazer a gente para fazer uma turn decente no Brasil A bronca n o de nenhum popstar ou dinossauro do rock que ainda n o pisou no pa s mas do mineiro Max Cavalera ex vocalista do Sepultura e atual l der do Soulfly Folha de S Paulo Mar o 2001 Koch 2004 p 78 Observa se que as informa es difusas do exemplo 68 O que falta um promoter ter a iniciativa de trazer a gente para fazer uma turn decente no Brasil erigem se em um referente categorizado pelo termo axiol gico a bronca que comporta uma avalia o feita pelo escritor Por entendermos que as an foras encapsuladoras podem apresentar uma fun o baseada no universo discursivo criado pelos interlocutores atribu mos a denomina o de fun o metaenunciativa aos casos que ilustram esta caracter stica 66 4 2 As fun es cognitivo discursivas das express es nominais referenciais presentes nas an foras encapsuladoras Nesta se o tencionamos analisar dentre as fun es apontadas por Koch 2004 para as express es referenciais quais as que tamb m est o presentes no mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras Verificamos no decorrer
82. e pressup e a mesma vis o de linguagem e de sujeito que assumimos e que caracterizamos anteriormente A quest o da refer ncia cl ssica dentro da Ling stica divide se em p los distintos uma delas investe em uma concep o especular do saber e do discurso na qual as coisas do mundo j pr existem linguagem e a fun o dos sujeitos apenas nome las por interm dio da l ngua cf Milner 2003 Tal posi o refutada por Mondada e Dubois 2003 por acreditarem que ao inv s de pressupor uma estabilidade a priori das entidades no mundo e na l ngua poss vel segundo as autoras reconsiderar a quest o partindo da instabilidade constitutiva das categorias ling sticas e cognitivas assim como dos seus processos de estabiliza o Essa abordagem redireciona a aten o para outro p lo retirando a do problema da refer ncia como valor de verdade e levando a para o modo como as atividades humanas cognitivas e ling sticas estruturam a realidade d o sentido ao mundo Mondada e Dubois 2003 Esse processo denominado pelas autoras de referencia o proveniente de pr ticas simb licas e n o de uma ontologia que fixa os seres num quadro permanente Os textos s o produzidos e interpretados por pr ticas sociais e n o por um sujeito tamb m ideal intencional 21 isolado As concep es individuais e p blicas s o negociadas modificadas e corrigidas intersubjetivamente Para a referencia o o acesso ao mu
83. e t pico 35 2 3 2 As formas referenciais e a articula o t pica eee eeeeeceeeeeesseeeeeteeeenaeeeenes 37 2 3 3 O emprego de formula es metadiscurssivas como express o encapsuladora j3 cdssssicavecrseriavejeanadidsadeusaassebelet acevo datatia mashes 39 Cap tulo III Os crit rios de caracteriza o das an foras encapsuladoras 41 3 1 Qrert no semanhco leXical sas stele veto canoas ad oan E lene 41 3 2 Alguns crit rios de usos para a caracteriza o dos encapsulamentos 47 3 3 O car ter argumentativo dos encapsulamentos 0 ceeeeeeeeeeeeeeeeceeeeeeeteeeenaeeees 54 Cap tulo IV As fun es cognitivo discursivas das express es nominais referenciais cs denied iai ade DO 4 1 As fun es cognitivo discursivas das express es referenciais 56 4 2 As fun es cognitivo discursivas das express es nominais referenciais presentes nas an foras encapsuladoras eecceceeccecescceceeeeeceeeeeeeseceeneeeenaeeeaes 66 4 3 As fun es cognitivo discursivas das recategoriza es scceeeeeeeeeseeeesteeeennees 70 4 4 O processo de rotula o em textos jornal sticos opinativos 17 Cap tulo V Por uma organiza o dos crit rios que envolvem as fun es das an foras encapsuladoras sscceessecsssscssssccsssacesssscccssscccssacees 85 5 1 Desenvolvimento TOPICO as osu ga oa ias spa lobbed Dean ag fea
84. ealidade constru da mantida e alterada n o somente pela forma como nomeamos o mundo mas acima de tudo pela forma como sociocognitivamente interagimos com ele Koch 2002 Cavalcante 2003 em seu artigo que busca apresentar um quadro classificat rio dos processos referenciais e suas formas coesivas considera express es referenciais todas as formas de designa o de referentes as quais se diferenciam pelo modo como se apresentam ao co enunciador cf Maingueneau 2002 A autora divide as express es referenciais em dois grandes grupos os que introduzem novos referentes no universo do discurso cf Lyons 1977 sem promoverem nenhum tipo de continuidade referencial os que realizam a continuidade referencial de objetos presentes no universo discursivo ou porque foram explicitamente evocados ou porque s o dali infer veis Cavalcante 2003 p 2 Admitindo as an foras encapsuladoras como um dos tipos de express o referencial reconhecemos como classifica o mais apropriada para estas express es a proposta apontada por Cavalcante 2003 na qual a autora insere no primeiro grupo as introdu es referenciais 26 puras pois no caso de tais express es ocorre apenas a introdu o de referentes quando a express o referencial instituir um objeto no discurso sem que outro elemento do contexto discursivo ou da situa o imediata de comunica o o tenha evocado Exemplificaremos com 4 em que a ex
85. econhecemos que os tra os discursivos existentes no texto podem atuar de forma decisiva para a comunica o dos prop sitos do seu produtor no decorrer do processo de elabora o textual permitindo ao texto extrapolar sua estrutura puramente gramatical e atender aos objetivos sociocomunicativos de seus interlocutores 2 oo n E 5 p 3 Concep o que defende os interlocutores como construtores dos sentidos atribu dos aos termos da l ngua 19 Admitimos o metadiscurso como express o das intera es entre escritor e leitor abrangendo as rela es ou conex es que possam ser estabelecidas entre os elementos utilizados para desenvolver os argumentos expostos pelo enunciador De acordo com Grabe e Kaplan 1996 Hyland 2005 Rottava 2006 em trabalhos que investigam o metadiscurso na din mica do texto para atingir seus prop sitos ao escrever o produtor do texto deve levar em conta seu interlocutor pois ele influenciar o texto nos seguintes aspectos a quantos e quem s o os leitores b qual o grau de familiaridade c qual o status dos participantes d qual o alcance do conhecimento pr vio compartilhado e qual o conhecimento compartilhado do t pico Desta forma partimos da concep o de que o escritor escolhe os elementos ling sticos que compor o seu texto tencionando guiar seu s leitor es orientando seu destinat rio quanto s interpreta es a que deseja que ele chegue Dentro desta rede de inter rela
86. endendo que 91 as pessoas deixem de aprender o castelhano ou se satisfa am com o portunhol S afirmo que a prioridade do espanhol no meu entender mais baixa que a do ingl s e de outras duas ou tr s l nguas europ ias que valendo me de um crit rio que combina legado liter rio e dificuldade de compreens o parecem me mais fundamentais Outro aspecto a considerar o dos lobbies interessados Estamos falando da contrata o de um ex rcito de v rias dezenas de milhares de professores A disputa pelo material did tico a ser adotado tamb m tende a ser uma briga de foice Sintomaticamente editoras espanholas v m nos ltimos anos conquistando espa o crescente no mercado editorial brasileiro Longe de mim sugerir que deputados tenham recebido mensal es dos espanh is mas n o creio que os mais altos interesses do Brasil tenham sido observados na vota o desse dispositivo Folha on line 14 07 2005 artigo de opini o 5 2 3 Fun o de organiza o enumerativa Atrav s desta fun o as an foras encapsuladoras podem enumerar e redistribuir aspectos importantes na acep o do enunciador para uma adequada compreens o de seu texto tornando se um mecanismo coesivo valioso nas estrat gias de introdu o mudan a ou desvio dos segmentos t picos assim como de liga o entre eles o que podemos observar claramente atrav s da express o duas nfases em 105 que al m de contribuir para a organiza o m
87. eriormente apresentados no texto verificamos que as an foras encapsuladoras estudadas em nossa pesquisa tamb m podem desempenhar este importante papel contribuindo de forma decisiva para a progress o textual reativando informa es dilu das no contexto o que podemos observar no exemplo 69 no qual o enunciador utiliza o termo esta mensagem para ativar na mente do co enunciador um conhecimento sobre o que se toma por mensagem tentando a um s tempo imprimir um tom humor stico e disfar ar a seriedade do texto porque sabe que ningu m compreender o conte do como sendo o de uma carta do leitor pois h evid ncias de que se trata do g nero an ncio 67 69 Mo a da Sociedade Paulista Empres rio europeu deseja conhecer para fins de amizade e breve compromisso mo a de elevada ndole moral culta de ineg vel beleza f sica e com convic o interior e sensibilidade que o fa a acreditar que ainda existem mulheres de bons princ pios car ter ntegro rom ntico que cr em na exist ncia e encontro do verdadeiro amor Caracter sticas pessoais europeu 38 anos livre 1 77m 75Kg situa o financeira e social definida tima apresenta o Caracter sticas pretendidas 26 34 anos livre exigente em rela o ao que quer da vida entretanto simples meiga voltada prioritariamente ao lar de boa fam lia companheira e amiga Pede se foto de corpo inteiro e carta de pr prio punho que ser o devol
88. es de I II III graus de professores e de escritores totalizando 56 grava es 224 reda es e 40 question rios respondidos Ara 02 resenha de artigo Protexto 5 2 7 Fun o de orienta o argumentativa Como j mencionado neste trabalho concordamos com Conte 2003 ao destacar o encapsulamento anaf rico como um recurso coesivo ligado n o somente aos conte dos do texto mas tamb m revela o do ponto de vista do produtor dele servindo como mecanismo de categoriza o ou em alguns casos at de recategoriza o de referentes do texto quando o n cleo do sintagma nominal anaf rico representado por um nome axiol gico Ao sinalizar para as opini es expressas pelo enunciador as an foras encapsuladoras podem oferecem ao leitor do texto uma avalia o dos fatos e eventos descritos como podemos verificar no exemplo 110 110 Um Arriscado Esporte Nacional Os leigos sempre se medicaram por conta pr pria j que de m dico e louco todos temos um pouco mas esse problema jamais adquiriu contornos t o preocupantes como atualmente Qualquer farm cia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doen as de fazer inveja pr pria industria de material b lico nacional Cerca de 40 das vendas realizadas pelas farm cias nas metr poles brasileiras destinam se a pessoas que se automedicam A ind stria farmac utica de menor porte e import ncia retira 80 de seu faturamento da venda livre de s
89. eus produtos isto das vedas realizadas sem receita m dica Diante desse quadro m dico tem o dever de alertar a popula o para os perigos ocultos em cada rem dio sem que necessariamente fa a junto com essa advert ncias uma sugest o para que os entusiastas da auto medica o passem a gastar mais em consultas m dicas Veja 18 dez 1985 artigo de opini o Neste caso segmentos textuais aparecem representados pelos sintagmas nominais encapsuladores um arriscado esporte nacional e esse problema em 110 que aparecem em pontos nodais no texto funcionando como recursos de interpreta o intratextual encapsulando por es textuais que atuam em rela o ao segmento textual ao qual se referem de forma prospectiva no caso da primeira e como retroprospectiva no caso da segunda 95 5 2 8 Fun o de avalia o expl cita Para Cavalcante 2006 deve ser feita a distin o entre as fun es argumentativa e de avalia o expl cita pois segundo a autora somente as express es explicitamente avaliativas acrescem um dado atributo e ou revelam um ponto de vista do enunciador A autora chama a aten o para o fato de que qualquer recurso ling stico argumentativo pode exprimir uma avalia o por m prefere tratar como r tulos avaliativos apenas os que contiverem na pr pria express o o ju zo de valor pretendido o que pode incidir no pr prio nome nuclear e ou nos modificadores No exemplo 111 podem
90. ex es sobre a refer ncia e a correfer ncia Tradu o M nica Magalh es Cavalcante In CAVALCANTE M M RODRIGUES B B CIULLA A org Referencia o S o Paulo Contexto 2003 p 85 130 MONDADA L DUBOIS D Constru o dos objetos de discurso e categoriza o Uma abordagem dos processos de referencia o In RODRIGUES B CIULLA A orgs Referencia o S o Paulo Contexto Cole o Cl ssicos da Ling stica 2003 MUSSELER Jochen amp RICKHEIT Gert Inferenz und referenzprozessen bei der textverarbeitung In FELIX KANNGIESER S W RICKHEIT G eds Sprache und Wissen Studien zur kogitiven linguistik Opladen Westdeutscher Verlag 1990 PINHEIRO Clemilton L Estrat gias textuais interativas a articula o t pica Macei EDUFAL 2005 RAMOS Graciliano Vidas Secas 99 ed Rio de Janeiro Record 2006 ROTTAVA L cia Recursos metadiscursivos na escrita de aprendizes de portugu s como l ngua estrangeira Revista Entrelinhas 2006 Ano In 1 jan jun SCHWARZ Monika Indirekte Anaphern in texten T bingen Gunther Narr 1992 SILVA Francisca M dos S Express es referenciais avaliativas em artigos de opini o uma an lise dos r tulos Fortaleza Projeto de Mestrado Universidade Federal Cear 2002 TAVARES D P F Processos de recategoriza o uma proposta classificat ria Disserta o Mestrado em Ling stica Universidade Federal do Cear UFC Fo
91. exto mas deve ser constru do ou reconstru do pelo ouvinte leitor como no exemplo 17 17 A Verdade profunda anomalia do nosso sistema de televis o representa o peso do poder pol tico Este fato provocou uma excessiva fragmenta o da rede privada sobretudo no Centro Sul Jornal Corriere della Sera Conte 2003 p 178 Tal caracter stica constatada no exemplo 17 al m de refor ar a justificativa de Lyons para a diferencia o entre os exemplos mencionados pela autora e os casos cl ssicos de an fora ilustra bem a segunda caracter stica na qual Conte 2003 atribui ao antecedente a condi o de n o ser precisamente identificado No exemplo 17 quando o escritor utiliza express es do tipo profunda anomalia do nosso sistema de televis o e o peso do poder pol tico ele apenas resume uma declara o sem se referir pontualmente a nenhum objeto de discurso Assim como Conte 2003 e Francis 2003 Koch 2003 trata o encapsulamento como uma importante estrat gia de progress o referencial concordando com Apoth loz 2003 quanto necessidade de distinguir a opera o de nominaliza o do lexema a ser utilizado como termo nuclear durante o processo Koch 2003 chama aten o assim como Apoth loz 2003 para a capacidade de a nominaliza o enquanto opera o atribuir o estatuto de referente a um conjunto de informa es que anteriormente n o possu am tal status representando ao mesmo tempo
92. fome e da sa de por consider los estreitamente relacionados A grande assertiva que gua polu da uma constante amea a sa de de milh es de seres humanos espalhados em todo o mundo O presidente de RI tem a plena consci ncia de que a institui o em si incapaz de materializar plenamente as metas acima elencadas contudo com a ampla parceria de rotarianos do mundo inteiro governantes e sociedade civil organizada tais objetivos ser o atingidos A filosofia de rotary criar uma consci ncia cidad n o somente nas pessoas como tamb m nos governantes do mundo a t o propalada responsabilidade social Todas essas a es empreendidas pelo Rotary Internacional est o alicer adas no atual lema que engloba comprovadamente tudo o que feito e proposto por essa organiza o ou seja Rotary uma ponte de servi os para o mundo Di rio do Nordeste 31 07 2005 cartas ao leitor Observamos que o grau de generalidade das express es que carregam esta fun o bastante vari vel tornando se dif cil em alguns casos identificar exatamente em que segmento textual termina o estatuto de nome geral e onde come a a especificidade de um determinado tema encapsulado Sobre essa propriedade generalizadora de certas an foras encapsuladoras podemos apontar o t tulo bobagem quixotesca no exemplo 107 que apresentado no texto de forma prospectiva se refere a todo o texto sem permitir que seja destac
93. gii stica d Adotando uma postura reflexiva quanto a uma enuncia o anterior pr pria ou alheia metaenunciativos Subdividem se em dois grupos os recategorizadores e os de segunda m o parafr sticos No exemplo 91 a autora aponta o termo um outro evento como um r tulo recategorizador do evento anterior numa posi o metaenunciativa em rela o seqii ncia anterior 91 Somos contempor neos de um fato absolutamente novo na hist ria da humanidade a era imag tica Somos a primeira gera o televisiva da hist ria Nossos bisav s tatarav s e metralhav s n o conheceram isso A minha av jamais poderia imaginar que sentada no sof da casa dela pudesse assistir a um evento do outro lado do 80 planeta em tempo real Somos tamb m contempor neos de um outro evento que n o novidade mas raridade mudan a de poca Ou seja n o estamos vivendo apenas uma poca de mudan as vivemos uma mudan a de poca A ltima vez que isso ocorreu no Ocidente foi na passagem do per odo medieval para o per odo moderno nos s culos 15 e 16 Agora passamos do per odo moderno para o per odo denominado p s moderno Caros Amigos Setembro 00 Carvalho 2005 p 88 Carvalho 2005 em uma cr tica classifica o puramente sem ntico lexical de Francis 2003 para o fen meno da rotula o prop e uma modifica o para a categoria dos r tulos metaling sticos desta auto
94. gio de pot ncias importantes Na capital americana n o passavam de sete quase 200 em nossos dias e havia uma s latino americana a do vizinho M xico No Rio n o havia nenhuma A fim de elevar a embaixada uma lega o n o bastava querer Era preciso que o outro pa s tamb m quisesse Di rio do Nordeste 23 07 2005 cartas ao leitor No exemplo 66 vemos que o emprego da an fora encapsuladora ato t o inocente direciona a aten o do leitor para o ponto de vista defendido pelo autor mantendo a linha argumentativa que ele pretende desenvolver no texto Todavia acreditamos que certas express es encapsuladoras podem contribuir para a orienta o argumentativa do texto sem revelar explicitamente uma avalia o como atrav s da utiliza o da express o outro ponto comum em 67 que diferente de 66 auxilia na condu o argumentativa do texto sem manifestar claramente o ponto de vista do enunciador 67 A fa anha de Bin Laden poderia ter sido maior poderia ter derrubado a um s tempo al m das Torres G meas e do Pent gono a Est tua da Liberdade a Casa Branca a torre Eiffel e o Big Ben que jamais passaria perto de obter o que em sua mente desvairada imaginam os ide logos do terrorismo apocal ptico O terror sempre a resultante da luta de quem de sa da n o pode vencer Quanto mais direcionado a alvos civis a gente comum que trafega pelas ruas e que vai ao trabalho maior a tradu
95. iamente ditos constatados no exemplo 49 49 Obriga papai noel quando eu ileg eu ileg abri o presente A frase iniciada em discurso direto e imediatamente entra em discurso indireto sem nenhuma marca artigo cient fico Cavalcante 2001 p 10 No exemplo 49 observa se o sintagma nominal a frase rotulando por meio de uma express o que se refere ao pr prio c digo a senten a anterior 54 v Hiper nimos representados por nomes altamente gen ricos principalmente quando n o seguidos de expans o e quando em posi o de sujeito como se v no exemplo 50 50 Apenas 9 est o nas ind strias onde em geral as coloca es s o de melhor qualidade Entre os homens o porcentual na ind stria de 27 Com rela o aos rendimentos a situa o n o melhor Jornal O Povo Cavalcante 2001 p 10 J no exemplo 50 a express o a situa o representa para o enunciado um gen rico por natureza ocupando a posi o de sujeito da senten a qual pertence Dir amos que este caso de nomes gerais como situa o neg cio caso se aproxima do uso de pronomes demonstrativos neutros para encapsular proposi es Cavalcante 2001 conclui esta parte de seu artigo apresentando dois aspectos que parecem comuns aos fatores estruturais mencionados um maior grau de genericidade do nome rotulador que lhe confere um poder mais sumarizador do que avaliativo e como consegii ncia
96. idades linguageiras nomes de processo mental e nomes de texto Na segunda se o do cap tulo tratamos dos crit rios de uso dos encapsulamentos apontados por Apoth loz 2003 e analisados por Cavalcante 2001 Estas pesquisas refletem sobre os efeitos de sentido de alguns dos determinantes nos sintagmas nominais Finalizamos o cap tulo com as observa es de Conte 2003 sobre o aspecto argumentativo dos encapsulamentos 3 1 O crit rio sem ntico lexical Denominados por Francis 2003 de r tulos os sintagmas nominais encapsuladores s o caracterizados pela autora principalmente por exigirem realiza o lexical em seu cotexto Em um artigo cujo objetivo identificar descrever e ilustrar os tipos de sintagmas nominais encapsuladores a autora utiliza se da an lise do corpus composto de uma s rie de edi es completas do The Times para tra ar um panorama caracter stico do processo de rotula o e propor uma classifica o para os r tulos V em se abaixo as demais caracter sticas mencionadas por Francis em seu artigo consideradas importantes para a identifica o do processo de rotula o Y o r tulo tem um car ter metadiscursivo e encapsulador que o faz funcionar como uma macroproposi o 42 Y constitui se de um sintagma nominal de car ter inespec fico pois n o se refere a um grupo nominal espec fico mas a informa es difusas do cotexto portanto n o possui um referente pontual v apresentado co
97. ido observados na vota o desse dispositivo Folha on line 14 07 2005 artigo de opini o Acreditamos que este reconhecimento acerca da contribui o dos encapsulamentos para a organiza o micro e macroestrutural do texto tenha levado a autora em estudo posterior Koch 2006 a atribuir aos r tulos a fun o de organiza o textual 61 Atualiza o de conhecimentos por meio de glosas realizadas pelo uso de um hiper nimo Para Koch 2004 o uso de um hiper nimo com fun o anaf rica pode funcionar como uma forma de atualizar os conhecimentos do interlocutor ou seja de glosar um termo desconhecido por ele como no exemplo 60 de Apoth loz e Reichler B guelin 2003 destacado por Koch 2004 em que se ilustra um caso de hiper nimo corrigido 60 O arg nio um elemento encontrado em diminuta propor o na atmosfera terrestre Este g s nobre incolor e inodoro utilizado no enchimento de l mpadas el tricas Apoth loz amp Reichler B guelin 1995 Koch 2004 p 74 Segundo a autora mesmo que o interlocutor n o tenha o conhecimento lexical do termo no caso do exemplo o arg nio o pr prio discurso poder levar o leitor constru o desse conhecimento atrav s do que se predica sobre o referente Esta constata o embora seja exemplificada com uma an fora direta correferencial de grande relev ncia para nossa pesquisa porque aponta para o emprego deste mecanismo anaf rico
98. inte apresentaremos se es destinadas discuss o da classifica o dos processos referenciais proposta por Cavalcante 2003 seguindo com a defini o de encapsulamento anaf rico com a qual trabalharemos e finalizaremos o cap tulo com uma se o que discute a utiliza o das an foras encapsuladoras como uma estrat gia de articula o t pica 25 CAP TULO Il A REFERENCIA O E AS ESTRAT GIAS DE ARTICULA O T PICA Este cap tulo apresenta se dividido em tr s se es a primeira se o resenha a proposta classificat ria de Cavalcante 2003 para as express es referenciais dividindo as em dois grupos o das introdu es referenciais puras e o das express es anaf ricas neste ltimo se inserem as an foras encapsuladoras objeto de estudo desta pesquisa Na segunda parte mostramos como o mecanismo das an foras encapsuladoras recebe denomina es variadas entre os autores que investigaram este fen meno Discutimos a defini o de encapsulamento com a qual trabalhamos no decorrer desta pesquisa e encerramos o presente cap tulo com alguns coment rios acerca das contribui es das an foras estudadas como mecanismo de articula o t pica A op o por analisar o desenvolvimento t pico se deve ao fato de constatarmos que tais an foras muito podem contribuir para a manuten o e retomada dos t picos discursivos 2 1 A introdu o referencial e os tipos de an fora Partindo da perspectiva de que a r
99. is Os tr s ltimos prop em ainda classifica es para algumas formas referenciais apresentando em alguns casos um quadro amplo das express es envolvidas nos processos referenciais J em Carvalho 2005 observa se uma preocupa o com a natureza funcional dos grupos nominais rotuladores em textos opinativos fato que por si s justifica o nosso interesse por tal pesquisa Existem ainda estudos que objetivaram investigar tipos espec ficos de processos referenciais dentre eles podemos citar os trabalhos sobre an fora indireta de Apoth loz e Reichler B guelin 1995 os estudos sobre recategoriza o de Apoth loz e Reichler B guelin 1995 de Tavares 2003 de Matos 2005 os trabalhos sobre o uso dos definidos e demonstrativos nas nomea es de Apoth loz e Chanet 2003 e as pesquisas que definem os encapsulamentos de Francis 2003 e de Conte 2003 No que tange s fun es cognitivo discursivas destas express es nominais rotuladoras devemos destacar os estudos de Koch Tend ncia que defende a incorpora o de aspectos sociais dentro dos processos cognitivos admitindo que estes acontecem na sociedade e n o somente nos indiv duos 12 2004 cuja orienta o influenciou a descri o do funcionamento textual discursivo dos r tulos em artigos de opini o a tese de Carvalho 2005 e o artigo sobre as fun es das an foras encapuladoras de Cavalcante 2006 Dentre as pesquisas mencionadas acerca dos
100. isa estamos propondo que se analisem separadamente os casos em que h manifesta es formais evidentes do valor axiol gico que se quis imprimir express o encapsuladora como no exemplo acima v No processo de elabora o do par grafo a escolha pelo demonstrativo aparece como um meio de tornar perceptivamente saliente uma express o como podemos observar no exemplo 43 43 Com rela o futura rainha Margot Mesmo sendo cat lica sua m e Catarina de M dicis planeja casa l com Henrique de Navarro protestante e futuro rei Henrique IV primog nito dos Bourbons Essas bodas s o celebradas contra a vontade de Margarida a 18 de agosto de 1572 Longe de ser um fator de reconcilia o este casamento vai ser uma das causas da trag dia de S o Bartolomeu Lib ration 1994 Apoth loz e Chanet 2003 p 150 Os termos essas bodas e este casamento utilizados no exemplo 43 enfatizam as express es usadas dentro do discurso Para n s o fato de tais express es abrirem novos t picos s enfatiza a id ia de que o demonstrativo apenas refor a o condicionamento 51 discursivo do uso Cremos portanto que esta caracter stica de sali ncia discursiva seja pr pria de todos os encapsulamentos que fazem uso do demonstrativo Ao investigar o contexto de uso dos definidos no processo de nomea o Apoth loz e Chanet 2003 apresentam os seguintes fatores que favorecem a utiliza o do definido v A pre
101. ita The Times Francis 2003 p 192 Segundo a autora a utiliza o do termo duas raz es no exemplo acima autoriza o leitor a predizer a informa o que seguir reconhecendo a como uma explica o para a passagem a preponder ncia de jogadores de golfe destros caracterizando assim o grupo nominal duas raz es como um r tulo prospectivo pois anuncia e resume as duas raz es que ser o apresentadas em seguida R tulos Retrospectivos Francis 2003 denomina de retrospectivos os grupos nominais que servem para encapsular ou empacotar uma extens o do cotexto anterior A autora utiliza como crit rio para a identifica o de um grupo nominal anaforicamente coesivo o fato de o r tulo retrospectivo n o possuir nenhum grupo nominal particular a que ele se refira ou seja o r tulo retrospectivo n o uma repeti o ou um sin nimo de nenhum elemento precedente Em vez disso segundo Francis ele apresentado como equivalente ora o ou ora es que substitui nomeando a s pela primeira vez e indicando ao leitor como tal parte do discurso deve ser interpretada fornecendo o esquema de refer ncia dentro do qual o argumento subsequente desenvolvido como no exemplo 31 31 o sistema de imunidade dos pacientes reconheceu os anticorpos do rato e os rejeitou Isto significa que eles n o permanecem no sistema por tempo suficiente para se tornarem completamente eficazes 44 A segunda gera o de
102. iva a todo o segmento textual que vir al m de antecipar o ponto de vista do articulista 112 Solu o nota 10 Para estimular os professores a cidade de Sobral no Cear est oferecendo um b nus condicionado ao desempenho dos alunos daquelas id ias que deveriam se disseminar por todo o pa s e rapidamente para melhorar o n vel de cidadania via melhoria da educa o Al m do est mulo em dinheiro h todo um programa da capacita o de supervis o e de produ o de materiais did ticos N o portanto apenas um truque mas parte de um projeto O professor passa a ser s cio do sucesso dos alunos Os melhores profissionais s o recompensados e os med ocres ou desmotivados punidos mais um incentivo para o esfor o atingindo a vis o tenebrosa de que todos no servi o p blico independentemente 96 do que fa am merecem o mesmo rendimento Sobral mostra que esse tipo de est mulo funciona tanto que na cidade 92 das crian as da primeira s rie do ensino fundamental j sabem ler e escrever muito mais do que a cidade de S o Paulo muito mais rica do que Sobral e onde o problema do absente smo dos professores n o p ra de crescer O povo 17 07 2005 artigo de opini o 5 2 9 Fun o recategorizadora Admitimos que um mesmo referente poder ser renomeado ou requalificado de forma diferente por mais de uma vez no decorrer do processo comunicativo Tal processo de continuidade referencial
103. lassifica o mesmo que superficial nos interessa diretamente pelo fato de considerar o crit rio multifuncional do fen meno em quest o aspecto que tamb m norteia nossa an lise acerca do fen meno Partindo destas constata es e da an lise da amostra que comp e nosso corpus dividimos o quadro de fun es que constatamos durante nossas an lises em dois crit rios que na nossa concep o nortearam as fun es manifestadas nas an foras encapsuladoras encontradas O primeiro deles o desenvolvimento t pico por defendermos que estas an foras podem desempenhar papel importante nos movimentos de sequencia o e progress o entre os t picos das seqii ncias textuais O segundo crit rio o de organiza o argumentativa pelo fato de acreditarmos que determinadas fun es contribuem diretamente para a organiza o dos segmentos textuais necess rio ressaltar que ap s a apresenta o inicial feita at aqui prosseguiremos com algumas discuss es nos cap tulos seguintes sobre os pressupostos te ricos que serviram de base para esta pesquisa assim como sobre os crit rios utilizados para a descri o do 16 mecanismo das an foras encapsuladoras Esta distribui o fora assim organizada por tencionarmos oferecer ao leitor um panorama das teorias que nortearam este trabalho para assim podermos finalizar com o quadro funcional das an foras encapsuladoras ao qual chegamos ap s a an lise de nossas amostras 17
104. leza Protexto UFC 2004 CD Rom 104 An foras encapsuladoras tra os peculiares aos r tulos In Encontro Nacional da ANPOLL 21 2004 S o Paulo USP 2006 CONTE Maria Elisabeth Anaphoric encapsulation In RODRIGUES B CIULLA A orgs Referencia o S o Paulo Contexto Cole o Cl ssicos da Lingii stica 2003 CUNHA LIMA M L Do cognitivismo ao sociocognitivismo In BENTES A C MUSSALIM F Introdu o Lingii stica fundamentos epistemol gicos filos ficos e modelos de an lise S o Paulo Cortez vl 3 2004 p 251 300 FIORIN Jos Luiz SAVIOLI Francisco Plat o Li es de texto Leitura e reda o 3 ed S o Paulo Atica 1998 FRANCIS Gill Labelling discourse na aspect of nominal group lexical cohesion In Coulthard M ed Advances in written text Analysis In RODRIGUES B CIULLA A orgs Referencia o S o Paulo Contexto Cole o Cl ssicos da Lingii stica 2003 GRABE W KAPLAN R Theory and Practice in Writing Harlow Longman 1996 HYLAND K Genre and Second Language Writing Ann Harbor University of Michigan Press 2004 Metadiscourse London Continuum 2005 TSE P Metadiscourse in academic Writing a reappraisal In Applied Linguistics v 25 n 2 2004 p 156 177 JAGUARIBE V M F A recategoriza o no texto liter rio as negocia es discursivas em poemas Projeto de Pesquisa Doutorado em Lingiiistica Fortaleza
105. liativo e n o avaliativo na sumariza o das proposi es textuais c do seu posicionamento no texto inicial medial e final Neste ponto observamos que a autora utilizou tr s crit rios distintos para o agrupamento dos r tulos em a constatamos o car ter remissivo deste recurso identificado em nossas an lises atrav s da fun o remissiva em b temos outro aspecto o avaliativo inerente a este recurso coesivo em c temos o diferencial da pesquisa da autora a posi o do r tulo no desenvolvimento do t pico que n o contemplamos em nossas investiga es pelo fato de enfatizarmos o aspecto funcional das an foras encapsuladoras e n o apenas sua localiza o no decorrer no texto Para uma melhor compreens o dos resultados da pesquisa de Carvalho 2005 apresentaremos dois quadros distintos O primeiro apresenta a posi o dentro do texto na qual 83 foi verificado o aparecimento do r tulo e o segundo mostra o comportamento organizacional dos r tulos nos textos estudados Y Quanto posi o dos r tulos no texto de par grafo Inicial de per odos entre per odos em Medial ee iniciando per odos no interior do per odo ar de par grafo promo o de id ias ina de per odos no interior do par grafo desfecho de id ias Observamos que neste quadro de distribui o da posi o dos r tulos nos resultados da pesquisa de Carvalho 2005 a autora revelou apenas a posi
106. ling sticos da nomea o que se encontram descritos no item 3 2 desta pesquisa Em Conte 2003 o crit rio argumentativo dos encapsulamentos considerado o aspecto principal na caracteriza o do fen meno posicionamento com o qual concordamos inteiramente j que ela inerente ao fen meno estudado Considerando o processo de rotula o como estrat gia discursiva balizadora do projeto de dizer do autor Carvalho 2005 prop e uma divis o dos r tulos em duas dimens es uma que se faz refer ncia ao conte do do enunciado encapsulado portanto relativa ao dictum e a outra ao modo como o que se diz dito isto relativo ao modus Carvalho 2005 estabelece crit rios funcionais para esta classifica o apontando as seguintes caracter sticas como marcantes a este mecanismo a recategoriza o de referentes a avalia o de proposi es a possibilidade de abertura e retomada de t picos e o fato de operarem argumentativamente dentro do texto Os crit rios descritos assim como os de Koch 2006 mencionados a seguir tamb m nos chamam aten o pela preocupa o funcional que nos interessa nesta pesquisa Em um artigo recente acerca do fen meno da rotula o Koch 2006 classifica de forma provis ria os r tulos em dois grandes grupos os que nomeiam e categorizam o conte do de proposi es anteriores ou posteriores e os que atuam de forma metadiscursiva em rela o s segii ncias do discurso Tal c
107. mados com uma linguagem o mundo pode levar nos a aderir a cren as Mas n o poderia fornecer uma linguagem para que n s fal ssemos Apenas outros seres humanos podem faz lo RESUMO Esta disserta o tem como escopo a an lise das fun es discursivas das an foras encapsuladoras e se restringe s que se realizam por meio de sintagmas nominais tamb m chamadas de r tulos Adotamos a perspectiva te rica de que o fen meno pesquisado situa se na atividade discursiva de referencia o concebida como uma re constru o do real advinda da intera o entre os falantes de forma intersubjetiva Propomos uma classifica o das poss veis fun es assumidas pelas an foras encapsuladoras em diferentes contextos discursivos Para tal fim abordamos inicialmente a proposta classificat ria de Cavalcante 2003 dos processos referenciais entre os quais est o inseridas as an foras encapsuladoras Partindo dessa classifica o retomamos os pressupostos de Francis 1986 1994 acerca da rotula o e discutimos os trabalhos de Carvalho 2005 e Koch 2006 que tamb m se baseiam nos estudos da autora Tomamos como base classificat ria a sugest o de Koch 2004 sobre as fun es cognitivo discursivas das express es nominais referenciais e propusemos uma reorganiza o dos crit rios que envolvem tais fun es Nosso corpus consta de 70 textos de g neros variados destes 50 textos pertencem ao banco de dados do grupo de estudos
108. mas de nomea es podem se manifestar v por pronomes substantivos demonstrativos como no exemplo indicado por Cavalcante 18 Cardoso 1994 1995 e 1996 a partir da an lise de produ es orais defende que ao contr rio do que prega a tradi o o demonstrativo n o tem por fun o apontar para objetos ou fatos envolvidos na situa o imediata de comunica o Mais que isso os demonstrativos introduzem pressuposi es no discurso cuja interpreta o condicionada ao conhecimento partilhado dos falantes artigo cient fico Cavalcante 2001 p 1 Atrav s da utiliza o do pronome demonstrativo isso o escritor resume toda a proposi o anterior Y por sintagmas nominais introduzidos por artigo definido como em 19 O trabalho focaliza as dimens es contextual e causal dos verbos predicadores Benefactivos quer em sua acep o b sica quer em suas incurs es metaf ricas resumo acad mico Cavalcante 2001 p 2 A express o o trabalho composta pelo sintagma nominal trabalho introduzida pelo artigo definido o encapsula a segii ncia posterior Y por sintagmas nominais assinalados por demonstrativos adv rbios ou outras formas indiciais equivalentes como na seguinte ocorr ncia 20 Nos ltimos seis anos 454 empresas industriais nacionais e estrangeiras se instalaram no estado Essa revoada propiciou investimentos de US 5 4 bilh es CLO2 Carta
109. mas express es nominais definidas Duas observa es cabem aqui primeiro preciso separar o fen meno do tipo de fun o que ele desempenha que neste caso a resumitiva segundo deve ficar claro que tal fun o n o espec fica apenas das express es nominais muito menos das definidas exclusivamente Para a autora a interpreta o dos encapsulamentos obrigaria o interlocutor a exercitar estrat gias cognitivas cf Musseler e Rickheit 1990 e ainda exigiria a interpreta o de informa es adicionais A autora acrescenta que os encapsulamentos al m de rotularem informa es do cotexto que as precede seriam respons veis pela elabora o de um tema que direcionaria as informa es contidas nas segii ncias seguintes Discordamos da autora em dois pontos primeiramente pelo fato de n o se definir acerca da nomenclatura desta fun o misturando uma das caracter sticas do mecanismo que a sumariza o com o pr prio fen meno do encapsulamento A autora tamb m sugere que os encapsulamentos podem assumir outras fun es por m n o desenvolve satisfatoriamente este aspecto restringindo se a mencionar como poss veis fun es dos encapsulamentos a rotula o e o estabelecimento de um novo referente Acreditamos que resumir e inaugurar um novo referente s o caracter sticas peculiares aos encapsulamentos Em pesquisa posterior Koch 2006 atribui aos r tulos uma multifuncionalidade e neste aspecto como j enfati
110. minal n o se encontra somente na constata o de sua forma ling stica no texto seu antecedente ou em um objeto do mundo mas nas informa es ativadas na mem ria discursiva cf Apoth loz 2003 Pressupostos como este se apresentam indispens veis para a compreens o de estrat gias textuais como por exemplo os casos de an fora indireta nos quais a rela o entre referentes pode se dar num plano puramente cognitivo discursivo possibilitando a utiliza o de um contexto relevante para a interpreta o adequada do anaf rico Em casos como o das an foras dada aos sujeitos a possibilidade de estabelecer rela es de continuidade referencial com ou sem retomada de referentes cotextuais No caso das an foras indiretas representadas pelo emprego do termo dessa uni o no exemplo 2 observa se que a ativa o da informa o contida no cotexto acontece atrav s da interpreta o de pistas textuais que s o deixadas ao longo do trecho representadas pelos termos 39 66 39 66 33 66 39 66 relacionamento solteira casado gr vida nascer filhos 2 sendo que representante legal da parte autora a conhece h aproximadamente uns dois anos antes mesmo da autora vir a nascer que sabe do relacionamento havido entre a representante legal da parte autora e o promovido o qual durou mais ou menos um ano que a representante legal da parte autora e o promovido n o chegaram a resi
111. mo equivalente ora o ou ora es que ele substitui ao mesmo tempo que as nomeia pela primeira vez Y tem qualidade anaf rica e ou cataf rica v um elemento de coes o lexical ou seja um dispositivo ret rico de coes o textual que liga trechos do texto Y n o constitui uma repeti o lexical tem car ter informativo S pode ser considerado um sinalizador textual ou operador argumentativo Y contribui para a organiza o textual introduzindo mudan as de t pico ou altera es dentro de um t pico ao mesmo tempo que preserva uma continuidade colocando informa es novas dentro de uma estrutura dada Iustraremos abaixo com o exemplo 29 apontado pela autora no qual termos como esta ironia podem referir se a resultados de padr es discursivos e de opera es estil sticas utilizados como recurso para fazer evoluir a atividade verbal 29 Assim como o grande rei da Babil nia Nabucodonosor foi obrigado a ouvir Daniel o profeta do povo oprimido de Israel Saddam o tirano de Bagd foi for ado a ouvir o porta voz dos curdos um povo que ele despreza As for as do ocidente n o devem desperdi ar esta ironia The Times Francis 2003 p 207 Francis 2003 separa os r tulos em dois grupos prospectivos aqueles que exercem fun es cataf ricas precedendo sua lexicaliza o e retrospectivos aqueles que t m fun o anaf rica seguindo sua lexicaliza o Ao longo do artigo a autora prop e
112. nas ndia Sri Lanka e Turquia Assim a quest o urgente colocada na pr tica da pr pria atividade da ONU o funcionamento do TPI Outra coisa que sua inexist ncia n o pode servir de garantia de impunidade aos criminosos Caros Amigos Maio 01 Carvalho 2005 p 131 No exemplo comentado por Carvalho 2005 o sintagma nominal encapsulador essa quest o al m de resumir o segmento textual anterior orienta a introdu o do t pico discursivo que seguir neste caso a express o a quest o urgente Ainda sobre a utiliza o da rotula o como estrat gia cognitivo discursiva na din mica textual Carvalho 2005 ressalta este mecanismo como recurso organizador e conector do projeto de sentido do seu autor o que demonstra atrav s das escolhas lexicais o ponto de vista defendido pelo autor como em 94 82 94 Esse trabalho al m de inspirar in meras pesquisas semelhantes em v rios Estados brasileiros nas d cadas de 30 e 40 evidenciou pela primeira vez as condi es de fome cr nica de grandes popula es do Nordeste a ucareiro Das fam lias analisadas por exemplo constatou se que apenas 19 por cento consumiam leite e apenas 16 por cento comiam frutas mesmo assim em quantidades insignificantes que s foram computadas em respeito ao rigor cient fico A quase totalidade das fam lias recenseadas sobrevivia base de uma alimenta o extremamente desequilibrada constitu da apen
113. nco Sudameris J completamente ladeada e pr dios de porte foi a recente inaugura o do metro que lhe conferiu novo charme Com todos esses antecedentes ela hoje apesar das contradi es a avenida mais moderna mais din mica mais nervosa da cidade eleita pelos pr prios moradores como mais fiel retrato de S o Paulo Folha de S o Paulo 20 11 91 70 75 Aos 97 anos Eug nio Gudin disse o seguinte J quase alcancei os 100 anos e estou indo embora mas vou com muita pena de meus patr cios enquanto os homens n o melhorarem o Brasil n o vai melhorar Esta baderna que estamos vendo fruto exclusivo da incapacidade de nossos homens Temos que nos conscientizar de que n o podemos trocar homens ordin rios por outros tamb m ordin rios JoEd 03 Editorial Protexto y Categoriza o metaenunciativa de um ato de enuncia o Reconhecemos em nossa pesquisa a fun o metaenunciativa como aquela que de acordo com Koch 2004 nomeia o pr prio ato de fala Atrav s de express es que apresentam esta fun o observamos que o discurso condicionado pelo grau de formalidade escolhido pelo escritor para seu texto ou ainda pelo poder que pretende dar ao texto exigindo do leitor um conhecimento cultural e metalingiiistico como podemos observar atrav s da an fora essa explica o em 76 que se reporta ao h bito de atribu rem raz es falsas s quest es b licas que envolvem os africanos
114. ndo se d por meio de opera es cognitivas e lingiiisticas resultando da intera o dos indiv duos entre si e com o mundo o que revela uma vis o din mica de categoriza o que considera n o s o sujeito f sico mas tamb m um sujeito s cio cognitivo construtor do mundo paralelamente realiza o das suas atividades sociais o que o torna relativamente est vel pelas categorias manifestadas ao longo do discurso Ao propor a substitui o da no o de refer ncia pela de referencia o Mondada e Dubois 2003 transformam tamb m a no o de referente em objeto de discurso No interior dessas opera es de referencia o os interlocutores elaboram objetos de discurso i e entidades que n o s o concebidas como express es referenciais em rela o especular com objetos do mundo ou com sua representa o cognitiva mas entidades que s o interativamente e discursivamente produzidas pelos participantes no fio de sua enuncia o Os objetos de discurso s o pois entidades constitu das nas e pelas formula es discursivas dos participantes no e pelo discurso que s o postos delimitados desenvolvidos e transformados objetos de discurso que n o preexistem a ele e que n o t m uma estrutura fixa mas que ao contr rio emergem e se elaboram progressivamente na din mica discursiva Mondada e Dubois 2003 Nessa mesma concep o Marcuschi 2005 defende que os processos de referencia o s o constitu dos
115. ntando duas caracter sticas para essa diferencia o I Os referentes dos sintagmas nominais anaf ricos n o s o indiv duos mas referentes identificados por Lyons 1977 como entidades de uma ordem superior como estados de coisa eventos situa es processos ou fatos proposi es atos de enuncia o V se isso no exemplo 16 16 Mas aqueles que sonharam reformar programas eram na verdade ing nuos e agora eles temem que a corrup o associada com os programas de reforma da R ssia leve a um retrocesso pol tico em favor de nacionalistas ou comunistas que alegam ter as m os limpas O risco existe em qualquer lugar tamb m Na Venezuela o governo de Carlos Andr s P res introduziu um pacote de reforma econ mica neoliberal em 1989 cortando subs dios e tentando trazer alguma sanidade s finan as p blicas Revista Newsweek Conte 2003 p 181 A caracter stica observada nos exemplos 14 15 16 e 17 como diferenciadora dos casos padr o de an fora pode ser constatada pelo fato de o n cleo dos termos esta situa o o assunto o risco e este fato n o se tratar de indiv duos mas de entidades de ordem superior de acordo com Lyons 1977 3 Bess 2 as Conte 2003 n o chama a aten o para o fato de os encapsuladores anaf ricos poderem realizar opera es de remiss o cataf rica 32 II O antecedente para Conte n o claramente delimitado pelo t
116. ntram em depend ncia interpretativa de determinadas express es da estrutura textual em desenvolvimento o que permite que seus referentes sejam ativados por meio de processos cognitivos inferenciais possibilitando assim a mobiliza o de conhecimentos dos mais diversos tipos armazenados na mem ria dos interlocutores Koch 2003 p 107 Classificado por Cavalcante 2003 como um tipo de an fora meio direta meio indireta e designados como r tulos quando realizados por sintagma nominal o mecanismo coesivo do encapsulamento ilustrado abaixo pelo sintagma nominal o assunto que resume a sequ ncia textual anterior Vejamos no exemplo 11 11 Um dos pontos de discuss o no governo do PT diz respeito extens o da jornada de trabalho Por sugest o da CUT estuda se a hip tese de apresentar um projeto de lei 29 reduzindo a carga semanal de trabalho das atuais 44 horas para 40 A id ia inspirada no modelo europeu principalmente o franc s e tem um objetivo principal se as pessoas trabalharem menos mais gente pode ser contratada Um estudo sobre o assunto realizado pelo soci logo Jos Pastore mostra que a estrat gia pode n o funcionar Veja 2003 Cavalcante 2003 p 17 Consideramos necess ria a compreens o das diferencia es feitas acima sobre o fen meno das introdu es referenciais assim como sobre os casos de an fora apresentados por julgarmos indispens vel entender a inser o d
117. o 100 Para estimular os professores a cidade de Sobral no Cear est oferecendo um b nus condicionado ao desempenho dos alunos daquelas iniciativas que deveriam se disseminar por todo o pa s e rapidamente para melhorar o n vel de cidadania via melhoria da educa o Al m do est mulo em dinheiro h todo um programa da capacita o de supervis o e de produ o de materiais did ticos N o portanto apenas um truque mas parte de um projeto O professor passa a ser s cio do sucesso dos alunos Os melhores profissionais s o recompensados e os med ocres ou desmotivados punidos mais um incentivo para o esfor o atingindo a vis o tenebrosa de que todos no servi o p blico independentemente do que fa am merecem o mesmo rendimento Sobral mostra que esse tipo de est mulo funciona tanto que na cidade 92 das crian as da primeira s rie do ensino fundamental j sabem ler e escrever muito mais do que a cidade de S o Paulo muito mais rica do que Sobral e onde o problema do absente smo dos professores n o p ra de crescer N o recompensar quem se esfor a e n o punir os incompetentes a chave para entender a desmotiva o cr nica do servi o p blico a jun o dessas pequenas grandes id ias espalhadas por muito munic pios que vai mexer de fato nos indicadores sociais brasileiros O povo 17 07 2005 artigo de opini o Fun o remissiva retroprospectiva Ainda tomando como
118. o deles dentro do desenvolvimento do t pico discursivo n o considerando a nosso ver a possibilidade de mais de uma localiza o para cada caso Quanto a posi o de in cio de par grafo a autora observou que n o muito freqiiente a utiliza o de r tulos prospectivos nesta posi o Nesta localiza o a autora destacou os casos de r tulos avaliativos introduzidos por pronomes indefinidos J na posi o medial destacam se segundo a autora os casos de r tulos retrospectivos iniciando per odos dentro do par grafo encabe ando informa es ja apresentadas anteriormente ao leitor Na posi o de final de par grafo existe possibilidade segundo Carvalho 2005 de um r tulo concluir as id ias do per odo assim como de apontar o t pico do per odo seguinte estabelecendo o movimento de retrospec o e prospec o ao mesmo tempo Ainda nesta localiza o a autora apresenta como muito frequentes os casos de r tulos avaliativos resumindo e atribuindo ju zo de valor ao que foi enunciado A import ncia da an lise da autora e que d valor sua pesquisa ter relacionado certos tra os dos r tulos com o desenvolvimento do t pico discursivo Como n o nosso objetivo fazer uma an lise criteriosa dos segmentos t picos o quadro classificat rio desta autora n o ser contemplado em nossos crit rios Reconhecemos todavia a relev ncia de tal an lise e sugerimos que ela seja ampliada de modo a considerar v rias
119. o encapsulamento no quadro de classifica o das an foras necess rio deixar claro que assim como Cavalcante 2003 consideraremos o encapsulamento como um tipo de an fora indireta pelo fato desta express o referencial n o retomar os referentes de forma direta no decorrer do discurso Admitimos por m que a an fora encapsuladora tamb m tem semelhan as com as an foras diretas pois em determinados casos as primeiras recategorizam referentes do discurso constata o esta que nos levou a atribuir s an foras encapsuladoras a fun o recategorizadora como podemos verificar atrav s da express o a id ia em 11 que al m de encapsular a segii ncia anterior recategoriza a proposta do partido como uma id ia 2 2 A defini o de encapsulamento O processo de encapsulamento assume denomina es variadas nos estudos sobre o tema A primeira defini o do fen meno como r tulo surgiu com Francis 2003 referindo se aos casos em que o encapsulamento se manifestava por sintagma nominal Apoth loz 2003 tratou do encapsulamento de maneira mais ampla contemplando tanto os que se realizavam por SN quanto os que formalizavam por pronomes O autor descreveu como nomea o ou nominaliza o esta opera o discursiva que consiste em referir se a um processo ou estado que foi anteriormente expresso por uma proposi o Vejamos um dos exemplos selecionados pelo autor 12 O Dicion rio da Academia pela p
120. o escritor 37 atrav s da utiliza o da express o outro ponto importante que abrir a exposi o das exig ncias que a primeira ep stola de Jo o faz para quem pretende viver em Cristo Partindo destas constata es defendemos tamb m que ao utilizar uma express o encapsuladora para introduzir um novo t pico no texto o enunciador tenciona n o somente ligar t picos mas pretende tamb m redirecionar a aten o do leitor para a nova segii ncia que se seguir endossando assim a import ncia das an foras como agentes condutores da linha argumentativa do texto 2 3 2 As formas referenciais e a articula o t pica Concordando com a teoria de base desta pesquisa que defende a referencia o como atividade discursiva divergindo da concep o tradicional que a trata como uma simples possibilidade de a linguagem referir se ao mundo Pinheiro 2005 parte desta no o de refer ncia para dividir as pesquisas que separam as express es referenciais em dois tipos O primeiro grupo que busca apenas descrever os elos coesivos que envolvem a elabora o textual e um outro que investiga os processos de introdu o e manuten o de referentes abordando as express es referenciais pelo seu caracter multifuncional Considerando este aspecto dos estudos que envolvem as express es referenciais o autor destaca as pesquisas de Koch 2002 acerca deste tema ressaltando a classifica o de Cavalcante 2002 para as forma
121. o lugar da de Shakespeare como o idioma moderno obrigat rio de modo a satisfazer a lei gastando menos Folha on line 14 07 2005 artigo de opini o 93 5 2 5 Fun o de ativa o de referentes novos Ao admitir as an foras estudadas como um grupo de express es nominais ancoradas no universo discursivo podemos dizer que atrav s da fun o de ativa o de referentes novos as an foras encapsuladoras servem como recurso empregado para a ativa o das informa es necess rias para a adequada condu o da linha argumentativa empregada no texto e conseq ente progress o desta atrav s da utiliza o das an foras encapsuladoras ancoradas nas seqii ncias textuais que comp em o texto o que podemos constatar claramente com o emprego da express o v rios t picos em 108 no qual o autor da resenha a utiliza de forma prospectiva ativando os conhecimentos do leitor acerca dos t picos para a composi o de um texto 108 O Texto que ora pretendemos resenhar do te logo americano George Eldon Ladd no seu livro Teologia do Novo Testamento Vamos falar especificamente das Ep stolas Gerais que s o ep stolas important ssimas para se ter uma vis o da B blia e dos seus ensinamentos doutrinas com maior clareza e abrang ncia O assunto est dividido em v rios t picos Hebreus Tiago I Pedro II Pedro e Judas As Ep stolas Joaninas Are03 resenha de artigo Protexto 5 2
122. o mecanismo de mudan a segiiencia o e articula o t pica como vemos no emprego da an fora o presente depoimento em 25 funcionando como instrumento de encadeamento t pico 25 Por fim dada a palavra nobre representante do Minist rio P blico a testemunha respondeu que a autora pessoa portadora de excelente conduta e respons vel que a autora goza do boa sa de f sica e mental para assumir o munus a que se prop e que a tutelanda goza de boa sa de e muito bem cuidada que al m da tutelanda moram com a requerente os dois irm os um filha solteira e um outro filho com a sua esposa que a casa grande E como nada mais foi dito ou perguntado mandou a MM Ju za encerrar o presente depoimento que lido e achado conforme vai devidamente assinado JudDO7 termo de depoimento Protexto Casos como o exemplo 25 endossa o argumento de que o enunciador pode utilizar as an foras encapsuladoras como um mecanismo de articula o t pica direcionando o percurso argumentativo que pretende dar ao texto 39 2 3 3 O emprego de formula es metadiscursivas como express es encapsuladoras Para Pinheiro 2005 o metadiscurso destaca se pela propriedade da auto reflexividade do enunciado em unir o que dito com o ato de dizer referenciando no texto o ato enunciativo do qual se origina Segundo ele os enunciados provenientes desses discursos possuem propriedades diferentes dos enunciados portadores de conte do
123. o termo de modo freqiiente num sentido diferente de modo acess vel equivalente a infidelidade ou pecado A partir de Santo Agostinho at o s culo XIX a tradi o cat lica da mesma opini o que outrem na condena o do emprego de uma enuncia o conscientemente falsa i em desacordo com o pr prio pensamento Santo Tom s de acordo com alguns int rpretes referia se exclusivamente inten o expl cita e n o impl cita H Gr cio e S Pufendorf a partir do s culo XVII tornam p blico nova concep o de mentira cuja aprova o foi aceita nos meios cat licos mas as exclus es n o foram admitidas pelos c lebres Kant e Fichte Falsil quio mentira afirmam estes dois o falsil quio injusto viola o direito alheio verdade Di rio do Nordeste 17 07 2005 artigo de opini o Encapsulamento sumariza o e rotula o Segundo Koch 2004 o encapsulamento funciona como uma fun o particular das nominaliza es que sumarizam as informa es suporte contidas nas seqii ncias precedentes do texto As express es nominais encapsuladoras se transformariam em objetos de discurso Aqui a autora remete aos estudos de Schwarz 2000 para enquadrar os encapsulamentos nos casos de an foras complexas pelo fato de os encapsulamentos n o nomearem um referente espec fico mas referentes inespec ficos Note se que a autora inclui o pr prio fen meno de 58 encapsulamento como uma fun o de algu
124. o um tipo particular de linguagem Para a autora s o usados pelo escritor para forjar relacionamentos localizados inteiramente dentro do pr prio discurso instruindo o leitor a interpretar o status ling stico de uma proposi o de modo particular distribuindo se como j mencionado em R tulos de nomes ilocucion rios Francis 2003 define os como nominaliza es de processos verbais normalmente atos de fala compostos tipicamente por verbos ilocucion rios cognatos Como no exemplo 32 32 Assim que sa mos da consulta minha esposa disse Potter ficou maluco e eles n o sabem o que fazer Eu n o queria acreditar que ela tivesse raz o S aceitei essa explica o quando minha esposa confidenciou suas suspeitas a um amigo psicanalista que exclamou Isso uma coisa terr vel de se dizer sobre o terapeuta de seu filho Esse n vel de nega o convenceu me de que era verdade 45 The Times Francis 2003 p 205 Para a autora os termos explica o e n vel de nega o no exemplo 32 s o os nomes ilocucion rios que representam o modo como o escritor escolhe interpretar o ato de fala presente na segii ncia R tulos de nomes de atividades linguageiras S o representados segundo Francis 2003 por nomes nucleares que se referem a variados tipos de atividade linguageira ou aos resultados destas A autora esclarece que chegam a assemelhar se aos nomes ilocucion rios embora
125. odo para o escritor pelo alto grau de genericidade empregar apenas uma pr forma resumidora como em 21 aquela posi o subumana do condenado que prefere omitir se sobre a injusti a da pena que lhe foi imposta por temor de que a simples discuss o possa agrav la ainda mais Quando se transporta isso para o mbito de uma na o Jornal O Povo 4 9 00 Cavalcante 2001 p 3 Cavalcante 2001 salienta pelo exame dos dados analisados no artigo mencionado que dependendo do g nero e dos prop sitos comunicativos do falante as nomea es s o empregadas muitas vezes apenas para encapsular informa es A autora chama aten o para a necessidade de pesquisas mais aprofundadas acerca do processo de encapsulamento no desenvolvimento discursivo lacuna esta que a presente pesquisa pretende suprir Optamos por denominar este fen meno de an fora encapsuladora porque o crit rio que elegemos como ponto de partida foi o da retomada de referentes do discurso o que d ao fen meno o car ter de anaf rico O fato de encapsular a segunda maior caracter stica aquela que permite como afirma Conte 2003 orientar a condu o argumentativa do texto Entenderemos nesta pesquisa a an fora encapsuladora como um recurso coesivo capaz de referir se a uma por o textual anterior ou posterior do discurso representando uma ferramenta importante para a constru o argumentativa do texto podendo sinalizar para um ponto de vist
126. olve em sua pesquisa muitas considera es sobre o funcionamento das an foras encapsuladoras como um dos mecanismos de mudan a t pica limitando sua an lise apenas aos marcadores discursivos De acordo com nossos dados o movimento textual da topicidade pode ser realizado tamb m por estas an foras fato que podemos identificar claramente nos exemplos 22 e 23 22 Ol S vi seu e mail agora sexta de manh Vc j deve est trabalhando n Eu vou trabalhar em casa hj provas e trabalhos aulas pra preparar Quanto a repetir a conversa adoraria at pensei nisso ontem eu te liguei mas estava na secret ria nem fui pra net ontem fui ler lamentei sua aus ncia Refa o o convite quem sabe qualquer hora dessas voc n o aparece por aqui pr conhecer os encantos muitos encantos do Cear EEm11 e mail pessoal Protexto 23 Um dos assuntos da primeira ep stola de Jo o endere ado aos falsos profetas Estes falsos profetas proclamavam uma ilumina o especial pelo Esp rito que lhes oferecia a verdadeira gn sis theou Com este pensamento Jo o via como um orgulho espiritual e arrog ncia que os levaram a desprezar os outros crist os que n o tinham esta ilumina o superior Vemos tamb m aqui um grande erro teol gico combatido nessa epistola I foi a encarna o de Cristo que era negada pelos gn sticos c ticos Podemos ver que com esta vis o
127. or ncia contra o alheamento e a manipula o de nossa vontade pelos outros Quem n o sabe ou gosta de ler e s ouve r dio e v televis o presa f cil pois quase segue sempre o que ouve e v ou o que querem que ele ou a ou veja Di rio do Nordeste 23 07 2005 cartas ao leitor 114 Antes que me tomem por um desmancha prazeres devo esclarecer que fiz a minha parte Duas d cadas atr s iniciei me nos rudimentos do esperanto mas estou esperando at hoje algu m dirigir se a mim nesse idioma N o diria que foi uma completa perda de tempo porque aprender uma nova l ngua mesmo que inteiramente in til para a vida pr tica sempre uma aquisi o intelectual Ali s defendo a tese de que a cada cinco anos pelo menos todo mundo deve aprender um novo idioma Folha on line 14 07 2005 artigo de opini o 97 5 2 10 Fun o de glosa por defini o Inicialmente apresentada por Koch 2004 como uma fun o das express es referenciais desempenhadas exclusivamente por meio de hiper nimos esta fun o fora denominada pela autora de atualiza o de conhecimento por meio de glosa J Matos 2005 atrav s de uma pesquisa sobre o mecanismo das recategoriza es ampliou esta afirma o acrescentando que a fun o de glosa por defini o poderia realizar se tamb m atrav s de nomes gerais nomes metaling sticos nomes especificadores hip nimos dentre outras formas nominais Admitimos que as an foras encaps
128. os bem velhinhos esquecidos numa sela do asilo Sem nada ver o amigo remorde se no seu canto O mais velho acaba morrendo N o dorme antegozando a manh O outro maldito lhe roubara todo esse tempo o circo m gico do cachorro da menina do enterro de rico Cochila um instante dia Senta se na cama com dores espicha o pesco o no beco muros em ru na um monte de lixo Cavalcante 2003 p 4 Pertencentes ao outro grupo encontram se segundo Cavalcante 2003 as an foras indiretas que operam sem retomar referentes apenas fazem algum tipo de remiss o ao cotexto Neste ltimo grupo a autora engloba as an foras indiretas que se subdividem em an fora indireta com categoriza o de um novo referente an fora indireta com recategoriza o lexical impl cita an fora indireta com recategoriza o lexical e os encapsulamentos Tal classifica o nos chama especialmente a aten o por envolver o grupo ao qual pertence o mecanismo coesivo estudado nesta pesquisa os encapsulamentos As demais subdivis es n o ser o aqui abordadas Apresentaremos abaixo os exemplos apontados por Cavalcante 2003 8 H dois anos nacionalizei me brasileiro por op o e pelo amor que tenho por este pa s Veja 2003 Cavalcante 2003 p 14 No exemplo 8 a autora atribui ao termo este pa s a classifica o de an fora indireta tendo como ncora o adjetivo brasileiro 9 A equipe m dica continua
129. os dados Constru o de par frases definicionais e did ticas As par frases realizadas por express es nominais para Koch 2004 podem funcionar como elaboradoras de defini es denominadas definicionais e did ticas por proporcionarem tamb m a amplia o do l xico na mem ria do interlocutor No caso das an foras definicionais o termo t cnico definiendum antecipadamente introduzido e o definiens representado pela express o anaf rica podendo vir acompanhada segundo a 66 autora por express es como um tipo de uma esp cie de como no exemplo 62 62 Entre os conjuntos musicais populares do Nordeste brasileiro encontram se ainda as bandas de p faros bastante curioso ouvir esta esp cie de flautim militar que produz sons agudos e estridentes Koch 2004 p 75 J nas an foras did ticas a ordem de aparecimento dos termos apresenta se de forma inversa dos casos de an foras definicionais Segundo Koch 2004 primeiramente na sequ ncia introdutora apresenta se o definiens representado no exemplo 63 pela express o 6 Z 0 99 aparelhos que indicam a dire o dos ventos de superf cie e posteriormente aparece o definiendum representado pelo termo as birutas 63 Para orientar as manobras dos avi es os aer dromos s o dotados de aparelhos que indicam a dire o dos ventos de superf cie As birutas que t m a forma de sacola c nica
130. os identificar como avaliativa a express o nessa comunh o macabra por divulgar o ponto de vista do autor 111 O jovem Souvarine afogou e esmagou colegas seus destruiu m quinas mas nem de longe arranhou o alvo que desejava atingir Pelo menos p de sair da cena e buscar outras paragens para dinamitar e sabotar Assim como nossas intr pidas v timas volunt rias de surra policial e devastadoras de lojas de fast food na Esc cia j est o prontas para outra co a J os garotos de Leeds n o podem fazer o mesmo E a est cristalina uma fundamental diferen a no ethos do terror suicida N o basta ser agente da destrui o necess rio sofr la antes e mais fortemente que todos os outros que desavisados ir o pelos ares nessa comunh o macabra Folha on line 17 07 2005 artigo de opini o Para Cavalcante 2006 muitas vezes os t tulos desempenham a fun o de rotula o avaliativa por divulgarem um ponto de vista que vai ser sustentado durante todo o texto definindo segundo a autora o t pico discursivo maior e orientando a centraliza o das diversas informa es presentes no texto podendo inclusive antecipar a tese a ser defendida sumarizando a avalia o que ser desenvolvida Isso ocorre com relativa frequ ncia em textos de natureza opinativa como editoriais e artigos de opini o e tamb m em reportagens Isso ocorre em 112 no qual o t tulo solu o nota 10 refere se de forma prospect
131. permite a pessoa humana desenvolver sua capacidade f sica e intelectual conviver de modo positivo com outras pessoas e realizar se integralmente como pessoa Por isso o trabalho deve ser como um direito de todo ser humano Mas o trabalho ao mesmo tempo o modo pelo qual cada pessoa expressa a solidariedade devida s demais pessoas o meio atrav s do qual cada um d sua retribui o por tudo o que recebe dos demais Visto desse ngulo o trabalho um dever de toda pessoa humana Todas as atividades que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas aumentando o bem estar material proporcionando satisfa o est tica favorecendo o equil brio psicol gico e propiciando a paz espiritual s o dignas e teis Assim todos os trabalhadores s o iguais merecedores de respeito sejam qual for o trabalho que executem pois todos contribuem para que as outras pessoas tenham atendidas suas necessidades b sicas e possam viver melhor DALLARI Dalmo de Abreu In Viver em sociedade S o Paulo Moderna 1985 74 Era fim de mundo no final da Ladeira da Consola o L residiam ao imigrantes rec m enriquecidos Martinelli Crespi Matarazzo Riskallah Von Bullow Ap s isso a pelos anos 50 e 60 o acelerado processo de urbaniza o da cidade varreu dali os 24 casar es como o que ocupava o n 46 da avenida No seu lugar surgiram pr dios alguns deles enquadrados entre os mais modernos do mundo como o Citibank e o Ba
132. ponto de partida os estudos de Francis 2003 acerca do car ter remissivo dos r tulos autores como Carvalho 2005 em pesquisa j discutida neste trabalho atribuem a alguns r tulos a remiss o para frente e para tr s ao mesmo tempo movimento que verificamos tamb m em v rios casos das an foras encapsuladoras analisadas e que denominamos de movimento de retroprospec o Este movimento podemos identificar claramente atrav s dos termos desta tese no exemplo 101 e o presente depoimento em 102 que agem de forma retroprospectiva em rela o ao conte do informacional remetendo a todo um trecho do texto tornando se imposs vel atribu lo a uma passagem espec fica 101 O objetivo desta tese propor uma classifica o interna para as l nguas Maipure Arawak do grupo continental G C Am rica do Sul Atrav s da pesquisa de campo e bibliogr fica foram coletados dados de 36 l nguas sendo 23 delas extintas A an lise dos dados foi executada De acordo com o M todo Hist rico Comparativo Cl ssico das Normaliza es Fon ticas e do crit rio adotado por Payne no seu trabalho A Classification of Maipuran Arawakan Languages Based on Shsred Lexical Retentions publicado em 1991 As classifica es foram obtidas por meio do m todo estat stico 90 cl ssico da an lise de conglomerados Cluster Analysis e do proporcionamento de m nimos quadrados least squares scaling tabelas de similaridades
133. press o um homem destacada pela pr pria autora constitui uma forma n o anaf rica pela sua fun o de n o continuidade referencial 4 Se um homem bate na mesa e grita est impondo controle Se uma mulher faz o mesmo est perdendo o controle Piadas da Internet Cavalcante 2003 p 3 Diferindo das introdu es referenciais puras e enquadrando se no segundo grupo da proposta classificat ria de Cavalcante 2003 encontram se as express es anaf ricas que s o consideradas pela autora como um recurso referencial que remete a qualquer ncora do cotexto Tais express es estabelecem rela es de continuidade e retomada entre uma ncora e outro elemento cotextual n o sendo obrigat rio proporcionar sempre retomada total ou parcial de um mesmo referente Observe se o exemplo 5 5 A nova mania o pi o Na verdade o brinquedo n o tem nada de novo mas voltou a entrar na moda por causa do desenho animado japon s Beyblade Jornal O Povo 2002 Cavalcante 2003 p 6 No exemplo 5 a express o referencial o brinquedo retoma o termo o pi o introduzido na seqii ncia anterior caracterizando se neste caso como uma express o anaf rica Ainda tratando se das an foras conv m ressaltar com base na proposta de Cavalcante 2003 que elas se dividem em dois grupos o das que se apresentam de forma direta e o das que se realizam de forma indireta S o consideradas pertencentes ao grupo das
134. procedente resenhar essa proposta Seguem ent o do ponto de vista do codificador mais do que do decodificador os fatores que segundo Apoth loz e Chanet 2003 favorecem o uso do demonstrativo Em textos escritos infantis Apoth loz e Chanet 2003 justificam a prefer ncia pelo uso do demonstrativo neutro ao inv s do uso de sintagmas nomeadores de processos Veja se o exemplo 39 49 39 Se fosse proibido fumar isso nos estimularia ainda mais a fumar pois para n s isto uma grande descoberta a id ia de que n o se deve Para alguns o cigarro ajuda muito para outros isso seria roer as unhas beber etc Apoth loz e Chanet 2003 p 143 Os autores atribuem a utiliza o repetitiva do pronome neutro isso no exemplo 39 aos problemas de acesso ao l xico comuns em escritos infantis Isso corrobora a hip tese de Cavalcante 2001 de que o esfor o cognitivo empregado na escolha desses pronomes neutros menor do que o que se emprega na sele o de uma express o nominal plena v H tend ncia para a escolha do demonstrativo toda vez que o substantivo predicador escolhido operar uma recategoriza o metaf rica do processo ou comportar se com uma conota o axiol gica evidente Note se que a motiva o neste caso pragm tica e aponta para a fun o discursiva do encapsulamento em quest o Vejamos o exemplo 40 40 Enquanto a economia vai bem as coletividades se comportam fre
135. produ o ou a reprodu o lingii stica Ao concordarmos com tal concep o constatamos que as an foras encapsuladoras revestem se em muitos casos de alto valor argumentativo podendo o falante escritor 24 elaborar suas express es referenciais com base na sua inten o comunicativa a partir de seus Julgamentos e avalia es sobre um determinado objeto discursivo como se evidencia em 3 3 Prezada Professora Nossa editora costuma fazer uma an lise criteriosa de todo material recebido para eventualmente apresentar sugest es importantes de altera es Esse enorme cuidado com as publica es revela que n o tomamos decis es apressadas ou sob press o Isso significa que se voc tem pressa abrimos m o da colet nea e desejamos que a outra editora tenha sucesso com a obra e mail pessoal Cavalcante 2006 p 3 No exemplo acima na express o esse enorme cuidado com as publica es percebe se claramente que a sele o lexical do sintagma adjetival enorme fornece alto poder argumentativo ao termo revelando neste caso a inten o do redator Desta forma faz se necess rio admitirmos que as an foras encapsuladoras podem apresentar outras fun es discursivas al m de poderem reapresentar objetos de discurso Podemos afirmar que os encapsulamentos como um tipo de express o referencial podem exercer m ltiplas fun es no discurso como mostraremos nos cap tulos IV e V No cap tulo segu
136. psulamento anaf rico como dissemos tratado por Francis 2003 como uma estrat gia de rotula o sempre que se tratar de sintagmas nominais plenos e denominado por Apoth loz de nomea o Vejamos como cada um define tal recurso Francis 2003 se fundamenta nos estudos de Winter 1982 1992 para definir r tulo como um elemento nominal n o espec fico cujo significado no discurso necessita ser precisamente decifrado A autora indica como principal caracter stica para esse recurso coesivo o fato de exigir realiza o lexical em seu cotexto como no exemplo abaixo 13 O New York Post que vem liderando o mercado dos tabl ides acrescentou dois detalhes picantes a esta hist ria vazia Foi noticiado por esse jornal que o alegado ataque aconteceu em uma escada que vai da casa dos Kennedy at a praia De maneira ainda mais sensacionalista o Post afirma que na sexta feira Ted Kennedy seminu saltitava pela propriedade com uma segunda mulher enquanto o alegado ataque ocorria Esta alega o foi na melhor das hip teses duvidosa e na pior das hip teses uma mentira deslavada The Times Francis 2003 p 193 Para Francis 2003 o fato de existirem modificadores lexicais ou qualificadores adicionais como o termo picantes no exemplo 13 dentro do grupo nominal dois detalhes picantes exige a lexicaliza o na substitui o da ora o acrescentou dois detalhes picantes pelo r tulo esta alega o des
137. qiientemente como novos ricos queimam seus recursos at o ltimo tost o e at bem mais Esta imprevid ncia tem dois efeitos negativos maiores Courrier Neuch telois 1993 Apoth loz e Chanet 2003 p 145 Observa se em 40 que o substantivo predicador imprevid ncia comporta uma avalia o evidente por parte do produtor do texto exprimindo um ju zo de valor surgindo da a tend ncia segundo Apoth loz e Chanet 2003 para a utiliza o do demonstrativo A descri o dos aspectos formais s se faz relevante nesta pesquisa na medida em que estiver associada a uma motiva o funcional discursiva como neste caso v Observa se igual tend ncia para a utiliza o do demonstrativo quando o substantivo escolhido colocado a dist ncia por aspas de conota o auton mica isto quando o locutor retira das palavras sua evid ncia de adequa o a mesma tend ncia existe para as aspas de denomina o reportada como podemos ver no exemplo 41 41 A grande Casa a Com dia Francesa dever modificar seus h bitos A sala Richelieu fechar para obras at o m s de dezembro os espet culos se dar o no Mogador e na pera C mica Simultaneamente a esta deslocaliza o a trupe ser renovada aumentada Le Monde 1994 Apoth loz e Chanet 2003 p 146 Para os autores ao usar as aspas de conota o auton mica no sintagma deslocaliza o o autor do texto retirou das palavras utili
138. que a autora identifica este grupo de r tulo como de conte do por abrigar express es rotuladoras compostas de nome gerais e de nominaliza es morfol gicas Carvalho 2005 se concentra assim em uma an lise baseada apenas no car ter sem ntico lexical destas express es o que n o nos parece dar conta do car ter multifuncional deste recurso coesivo Carvalho 2005 aponta como amostra de r tulo de conte do o exemplo 90 no qual o termo esse orgulho funciona como r tulo retrospectivo tamb m identificado pela autora como uma nominaliza o 90 V O CEGO Em certo momento de sua hist ria o Brasil se orgulhou de ser um povo mesti o aberto a novas experi ncias Hoje n o temos mais esse orgulho Caros Amigos mar o 99 Carvalho 2005 p 221 2 Metadiscursivos relativos ao modus rotulam n o o conte do de um segmento textual antecedente ou subsequente mas um ato de enuncia o na constru o ativa o de um novo referente Acreditamos que este grupo corresponda s an foras encapsuladoras que reconhecemos exercerem em nossa pesquisa a fun o metaenunciativa por se referirem ao pr prio discurso Apontaremos abaixo os casos que na concep o de Carvalho 2005 pertencem a este grupo a Designando o como um tipo de ato ilocucion rio b Nomeando o como resultado de determinado tipo de atividade cognitivo discursiva realizada pelo seu enunciador c Aplicando lhe uma denomina o metalin
139. r ingressado definitivamente numa era nova em que os discurso dos governantes sobrep e a o de governar Ou seja vai se tornando comum a pr tica de substituir o enfrentamento dos problemas pela solu o de d los por resolvidos ou de aceit los como conting ncia normal e irrefut vel A an lise de alguns acontecimentos aparentemente isolados termina por revelar essa nova postura da administra o p blica Jornal O Povo set 00 2 A fun o n o avaliativa Segundo Matos 2005 esta fun o se caracteriza por n o apresentar ju zos de valor na segii ncia recategorizadora Neste caso esta an fora desempenha uma fun o referenciadora de forma atributiva sem acrescentar segundo a autora avalia es ao objeto reativado como no exemplo 79 79 Est o abertas as inscri es para o curso de Reda o para o Vestibular de Direito Medicina e Enfermagem UVA UFC O curso ser ministrado pelo professor Vicente Martins mestre em educa o e docente do curso de Letras com larga experi ncia no ensino de reda o para o vestibular Durante o curso o ministrante vai utilizar o m todo processual de escrita que consiste na elabora o de textos em partes Jornal da UVA 2005 Matos 2005 p 107 Para a autora o termo recategorizado o ministrante estaria isento de qualquer ju zo de valor por parte do escritor da por que ela tratou o caso como fun o n o avaliativa N o assumiremos aqui no
140. ra passando a denomin los de metadiscursivos pois segundo Carvalho o que se identifica como metadiscursivo envolve o que de natureza meta ou seja englobando a enuncia o e a realidade sociocultural da a necessidade de uma abordagem sociocognitiva para o fen meno da rotula o Ratificamos neste ponto a cr tica da autora abordagem de Francis 2003 por entendermos como indispens vel uma an lise de natureza sociocognitiva mas observamos que Carvalho 2005 termina por repetir a classifica o de Francis 2003 por ela criticada al m de continuar privilegiando um aspecto sem ntico lexical ainda que o relacionando ao pragm tico discursivo N o condenamos o apelo ao car ter formal mas defendemos que ele deva ser sempre atrelado ao aspecto funcional Carvalho 2005 reconhece e nisso concordamos inteiramente com a autora a multifuncionalidade dos r tulos ressaltando que tal postura exige identificar o funcionamento deste mecanismo coesivo como instru o para a constru o de sentidos dentro do universo textual A autora admite a possibilidade de emprego deste recurso para encadear proposi es revelando pontos de vista do autor durante o processo de constru o da argumentatividade Neste processo interativo a rotula o apresenta se como uma importante estrat gia cognitivo discursiva que segundo a autora al m de revelar o projeto de dizer do autor carrega uma avalia o para o segmento ao qual se refere re
141. ra denomina termos axiol gicos Vejamos um exemplo de Conte 2003 onde um nome axiol gico constitui um encapsulamento 51 de ontem a not cia de que um superpetroleiro afundou ao largo da costa b ltica derramando a carga inteira no mar Hoje se pergunta esta en sima cat strofe ecol gica poderia ser evitada Conte 2003 p 181 z Para Conte 2003 em encapsulamentos cujo nome encapsulador um nome axiol gico como no exemplo 51 o determinante demonstrativo quase inevit vel j que existe um tipo de afinidade entre demonstrativos e termos avaliativos axiol gicos Esses termos axiol gicos para a autora fazem com que o texto ofere a uma avalia o dos fatos e eventos descritos Esta basicamente a mesma conclus o a que tamb m chegaram Apoth loz e Chanet 2003 Veja se o exemplo 52 52 Irado com a multid o que protestava contra ele a apenas sete semanas da elei o geral o presidente romeno Ion Iliescu saltou furioso de sua limusine e agrediu um jornalista da oposi o Este incr vel epis dio que provocou fortes rea es ocorreu no ltimo s bado Conte 2003 p 186 Segundo a autora as mudan as de apresenta o de detalhes para a generaliza o e a descri o de fatos ou eventos como no exemplo 52 s o pontos cruciais neste caso revelando o ponto de vista do produtor do texto Para ela o encapsulamento anaf rico opera trangiiilamente com esses pontos pois funcion
142. re 02 resenha Protexto Mesmo reconhecendo a necessidade de pesquisas mais aprofundadas que investiguem a utiliza o das express es referenciais como estrat gias de articula o t pica torna se ineg vel a contribui o das an foras encapsuladoras como mecanismo de mudan a seguencia o e articula o t pica fato que conforme as constata es acima mencionadas mostrou se evidente durante a an lise de nossas amostras Prosseguiremos nossas discuss es apontando como escopo do cap tulo seguinte uma caracteriza o do mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras tencionando discutir os crit rios j utilizados por outros autores para a descri o deste recurso coesivo 41 CAP TULO III OS CRIT RIOS DE CARACTERIZA O DAS AN FORAS ENCAPSULADORAS Visando tra ar um panorama dos estudos sobre o processo coesivo das an foras encapsuladoras no decorrer do discurso mostraremos neste cap tulo como autores que tamb m investigaram este fen meno caracterizaram tal mecanismo analisando os crit rios utilizados por cada um deles Iniciaremos pelo crit rio sem ntico lexical da proposta de Francis 2003 que sugere a divis o dos r tulo em dois grandes grupos os r tulos prospectivos que remetem para a frente e os retrospectivos que empacotam uma extens o anterior do discurso Ainda dentro de uma abordagem sem ntico lexical a autora agrupa os r tulos em quatro classes nomes ilocucion rios nomes de ativ
143. reapresenta o de um mesmo referente discursivo processo que admitimos tratar se das an foras diretas e a conferi o de estatuto de referente a um conjunto de informa es difundidas no cotexto anterior que associamos s an foras encapsuladoras conforme o pr prio autor o admite Quando o produtor do texto faz uso de uma an fora encapsuladora com o objetivo de sumarizar toda uma segii ncia textual ele pode atrav s dela revelar uma avalia o pessoal como no caso de 24 em que o produtor refor a o potencial avaliativo da an fora encapsuladora essa nova postura da administra o p blica focalizando a como um resumo dos argumentos anteriormente apresentados 24 O Brasil parece ter ingressado definitivamente numa era nova em que os discurso dos governantes sobrep e a o de governar Ou seja vai se tornando comum a pr tica de substituir o enfrentamento dos problemas pela solu o de d los por resolvidos ou de aceit los como conting ncia normal e irrefut vel A an lise de alguns acontecimentos aparentemente isolados termina por revelar essa nova postura da administra o p blica Jornal O Povo set 00 artigo de opini o De acordo com nossos dados h tamb m casos em que tais an foras n o aparecem pontualmente identificadas dentro do texto ou seja o conjunto de informa es que dizem respeito a estas express es referenciais encontra se difundido em todo o universo discursivo e pode atuar com
144. reparar Quanto a repetir a conversa adoraria at pensei nisso ontem eu te liguei mas estava na secret ria nem fui pra net ontem fui ler lamentei sua aus ncia 69 Refa o o convite quem sabe qualquer hora dessas voc n o aparece por aqui pr conhecer os encantos muitos encantos do Cear EEm11 e mail pessoal Protexto y Orienta o argumentativa Defendemos que a natureza argumentativa destas an foras ineg vel e que atrav s delas o enunciador pode nortear o percurso argumentativo que pretende dar ao texto podendo oferecer ao leitor uma avalia o dos fatos e eventos comentados Tais pressupostos tamb m endossados pela an lise de nossos dados nos levaram a atribuir s an foras encapsuladoras as seguintes fun es a de orienta o argumentativa e a fun o de avalia o expl cita Atrav s da an lise dos termos encapsuladores desse ngulo em 73 e esses antecedentes em 74 podemos observar que utilizando estas an foras o produtor do texto pode apenas ajudar a conduzir a linha argumentativa do texto servindo de ponte para a explicita o de uma tese como em 74 ou pode atrav s das an foras encapsuladoras apresentar o ponto de vista do enunciador de forma mais aparentemente neutra como em 74 ou de modo mais expl cito como atrav s da express o esta baderna em 75 73 O Direito ao Trabalho em Condi es Justas O trabalho
145. rimeira vez publicado em edi o de bolso de A a Z estando o segundo volume previsto para 1996 e o terceiro para 1999 Esta publica o coincide com um anivers rio porque foi em 24 de agosto de 1964 que uma delega o da Academia francesa remeteu ao rei os dois volumes da primeira edi o de seu Dicion rio Le Monde des d bats junho 94 Apoth loz 2003 p 133 Apoth loz 2003 utilizando se do exemplo acima mencionado chama aten o para o 2 equ voco de chamar o encapsulamento de nominaliza o pois o termo utilizado 30 indistintamente para referir se ao lexema empregado para nominalizar um verbo e para marcar a opera o propriamente dita de sumariza o O autor defende que a informa o recuperada pela nomea o considerada como informa o suporte da proposi o O autor ressalta tamb m como principal particularidade das nomea es o fato de fornecerem um estatuto de referente ou de objeto de discurso s informa es suporte que antes n o tinham esse estatuto discursivo o que podemos observar no exemplo 13 no qual o escritor atrav s do emprego da express o esta publica o faz com que ela funcione como informa o suporte da proposi o promovendo a ao estatuto de referente ou de objeto de discurso como nomeia Apoth loz 2003 Como vemos o fen meno em estudo apresenta uma grande diverg ncia terminol gica Este mecanismo coesivo designado por Conte 2003 de enca
146. rnando se recurso indispens vel para a introdu o mudan a ou desvio de t pico assim como para a liga o entre t picos e subt picos como podemos constatar em 59 no qual a an fora encapsuladora outro aspecto serve de mecanismo de mudan a de t pico no texto e atrav s do movimento de prospec o ajuda a estabelecer a progress o textual 59 N o existem crit rios ling sticos objetivos para distinguir claramente idiomas de dialetos e estes de falares regionais O prest gio pol tico das partes envolvidas sem d vida um dos fatores considerados N o estou com essas observa es defendendo que as pessoas deixem de aprender o castelhano ou se satisfa am com o portunhol S afirmo que a prioridade do espanhol no meu entender mais baixa que a do ingl s e de outras duas ou tr s l nguas europ ias que valendo me de um crit rio que combina legado liter rio e dificuldade de compreens o parecem me mais fundamentais Outro aspecto a considerar o dos lobbies interessados Estamos falando da contrata o de um ex rcito de v rias dezenas de milhares de professores A disputa pelo material did tico a ser adotado tamb m tende a ser uma briga de foice Sintomaticamente editoras espanholas v m nos ltimos anos conquistando espa o crescente no mercado editorial brasileiro Longe de mim sugerir que deputados tenham recebido mensal es dos espanh is mas n o creio que os mais altos interesses do Brasil tenham s
147. rs casadas sanada 5 1 1 Fun o de organiza o macroestrutural 0 0 0 eeeeececeseceeenececeteeeeseeeeseeeenaeeeenes 5 1 2 Fun o de progress o tem ticas insistia sia sao loge sarados foge 5 1 3 Fun o de retomada t pica us pas a GER qd Lane dae 5 2 Ortcaniza o argumentat Vaeni ja Rade eee aie 3 2 1 PUN AOTCHISSIVA a E ca eee i oe 5 2 2 FUN O COSSIVA oers ereraa a e EEEE EEA A R Ei 5 2 3 Fun o de organiza o enumerativa sseseesseesseesseesereseretsseessressersseessseeessees 5 2 4 Fun o res mitiva Sieci E A R E a a ai k 5 2 5 Fun o de ativa o de referentes NOVOS sssssseesssssssssseessettsseessresseesseeesseeessees 3 2 0 Fun o m ta NUCA VA A a a a aaia 5 2 7 Fun o de orietna o argumentativa esesssesseeseeesesresstssrssressetsssressersrerreesresese 5 2 8 Fun o avalia o explicativa sseessesseseseeessseessressersseressessseessresseesseeesseeessets 5 2 9 F ncao ECA CP ORZA O dr a ash a a a 5 2 10 Fun o glosa por defini o esseessessseesseeessseessressrrsseresseessseessresseesseeesseesssees 5 3 As fun es inerentes e eventuais que envolvem as an foras encapsuladoras E Conclus es eccscdsascsavccesccccdcadesecesesccscdvacesacceesscsedsasededesecssscdvasesateseecesedcadeteteseescscdvacesaccdecsceeste Refer ncias Bibliogr ficas c ceiccossssesssesssscosserosesecseessenscessseseossnosssedoseesseeonsussseusseseessocessesss 10
148. rtaleza 2003 TERRA Ernani NICOLA Jos de Portugu s de olho no mundo do trabalho 1 edi o S o Paulo Scipione 2006
149. s muito mais como resultado de disputa de interesses entre as gangues no poder embora a opini o p blica tenha sido importante dado o fato de que em tese haver elei es em 2002 Segundo porque Malvadeza continua mandando naquilo que ele considera a sua capitania heredit ria mesmo se sai enfraquecido de Bras lia Terceiro porque o Planalto continua sob a ocupa o de um governo autorit rio apoiado pelo capital financeiro internacional associado a oligarquias regionais e respaldado por um aparelho de intelig ncia e repress o que nada deve em m todo e voca o quele que existia poca da ditadura Mas bvio a queda de ACM assinala que algo mudou na conjuntura um sintoma da crise na c pula do governo que nesse caso espec fico composta de muitos ingredientes explosivos dos esc ndalos de corrup o ao desgaste provocado pelo apag o O problema avaliar a profundidade e a extens o da crise Caros Amigos Dezembro 01 Carvalho 2005 p 77 Uma constata o que salta aos olhos que a autora se baseia em primeiro lugar no car ter sem ntico lexical do processo e no car ter remissivo afirmando que a sele o de um 78 termo para constituir uma express o nominal de fundamental import ncia para o direcionamento argumentativo do texto Isso refor a a import ncia dos movimentos de remiss o textual para a progress o textual como se v pelos exemplos
150. s encapsuladoras que s o multifuncionais e sempre argumentativas Resumiremos em seguida o que a autora prop e para cada uma das fun es apontadas para os casos de an fora recategorizadora 12 1 A fun o avaliativa Para Matos 2005 a fun o avaliativa ocorre quando h uma denomina o axiol gica ou seja um ju zo de valor formulado na recategoriza o atribuindo assim um sentido valorativo express o representado pelo emprego de express es ou par frases nominais que demonstram uma determinada opini o ou posicionamento sobre o objeto referido Segundo a autora esse tipo anaf rico equivale ao que Apoth loz e Reichler B guelin 1995 denominam como argumenta o No caso dos encapsulamentos verificamos que contribuem diretamente para o desenvolvimento argumentativo mas que nem todos s o explicitamente avaliativos Matos 2005 defende que a argumenta o n o est presente apenas em um tipo de recategoriza o mas em todas posicionamento que tamb m sustentamos aqui com rela o s an foras encapsuladoras Desta forma a autora concorda com Koch 1999 sobre a natureza ideol gica em maior ou menor grau dos discursos Matos 2005 defende ainda que a fun o argumentativa est dilu da em todas as outras ainda que dependa dos contextos As outras fun es estariam sujeitas na verdade aos prop sitos argumentativos Apontaremos um exemplo selecionado por Matos 2005 para ilustrar a fun
151. s possibilidades de uso deste mecanismo coesivo t o multifacetado por m alertamos para o fato de que o emprego destas an foras assim como sua multifuncionalidade estar o condicionados aos prop sitos discursivos de seus interlocutores Tentaremos apontar nesta se o as fun es cognitivo discursivas inerentes s an foras encapsuladoras nominais ou seja aos r tulos e as eventuais que s o condicionadas pelas inten es de seus interlocutores 98 No primeiro grupo est o as fun es resumitiva remissiva de organiza o macroestrutural e a de orienta o argumentativa que ilustramos atrav s do exemplo 116 no qual as an foras encapsuladoras em destaque apresentam se em sua multifuncionalidade Inicialmente podemos observar o emprego da express o a ovelha negra no t tulo em que verificamos as fun es resumitiva por resumir prospectivamente todo o conte do textual que se seguir ilustrando tamb m a fun o remissiva prospectiva e ainda a fun o de orienta o argumentativa por adiantar o ponto de vista do produtor do texto sobre a narrativa No caso das an foras encapsuladoras essa situa o e esses argumentos verificamos a ocorr ncia da fun o retrospectiva por estas express es remeterem ao conte do proposicional expresso anteriormente resumindo o al m de ilustrarem claramente sua contribui o para a liga o entre os segmentos textuais 116 A OVELHA NEGRA Havia um pa
152. s referenciais que a autora divide em formas referenciais livres e formas lexicais atribuindo lhes a fun o de articuladores t picos Assim tentamos alertar para o fato de que j podemos observar um grande avan o dentro do quadro de estudos destas express es pois trabalhos recentes acerca das express es referenciais consideram nas como mecanismos indispens veis constru o da argumenta o textual Citamos dentre eles Carvalho 2005 Matos 2005 e Koch 2006 que discutiremos nas pr ximas se es desta pesquisa O autor enfatiza ainda os tr s tipos de processos de referencia o que podem aparecer tamb m como articuladores t picos s o eles o encadeamento de referentes vinculados a um contexto central que consiste na inter rela o que estes referentes mant m entre si durante a elabora o do texto caracteriza o que atribu mos s an foras indiretas a reitera o de um S o as express es referenciais chamadas de pr formas que podem ser manifestadas por pronomes pessoais demonstrativos possessivos indefinidos interrogativos relativos numerais cardinais ordinais multiplicativos e fracion rios adv rbios pronominais express es adverbiais e formas verbais remissivas gt Consideradas por Cavalcante 2002 como grupos nominais definidos que fornecem instru es de conex o e de sentido por fazer refer ncia a algo no mundo extralingii stico 38 mesmo referente que consiste na
153. sen a na express o nominal que comporta o substantivo predicador de um complemento nominal designando um actante do processo identificado por este substantivo Veja se o exemplo 44 44 Os s rvios da B snia anunciaram ontem que eles iriam fechar a nica estrada que permite h quatro meses os civis de entrar em Sarajevo Segundo o porta voz das Na es Unidas Claire Grimes o fechamento da estrada dever sobrevir a partir de hoje L Express 1994 Apoth loz e Chanet 2003 p 155 No exemplo 44 o determinante eqiiivale a um complemento nominal satisfazendo a seguinte configura o determinante definido substantivo predicativo complemento nominal representado pela express o o fechamento da estrada O condicionamento apontado pelos autores parece ser puramente formal neste caso v Quando o lexema escolhido como substantivo predicador um derivado morfol gico do verbo que aparece na proposi o nomeada como se verifica no exemplo 45 45 A pol cia local de Schwytz prendeu um suposto falsificador de dinheiro A pris o aconteceu em colabora o com a Interpol Le Matin 1994 Apoth loz e Chanet 2003 p 158 O autor explica o uso do definido na express o a pris o pela raz o de o termo utilizado ser um derivado morfol gico do verbo prender que aparece na segii ncia anterior Haveria aqui segundo o autor uma motiva o morfol gica n o funcional argumento do qual discor
154. sivo desencadeando transforma es sem nticas que n o se explicitam no modo de designa o como acontece com rela o a certas repeti es na progress o do discurso Vejamos o exemplo 85 85 A MULHER Havia uma hora em que n o existia nada nem sol nem terra nem lua N o havia nem espa o nem dimens es havia E surgiu com a cria o do homem a mulher que se doou em amor e que se tornou a sublime inspira o da vida Poema de Ary de Albuquerque 2002 Matos 2005 p 126 Para Matos nos versos do exemplo 85 a fun o est tico conotativa da recategoriza o se estabelece pela par frase a mulher que se doou em amor e que se tornou a sublime inspira o da vida A autora ressalta que as fun es das an foras recategorizadoras classificadas por ela devem ser analisadas sob o ponto de vista da intencionalidade do produtor do texto nos v rios contextos de ocorr ncia concluindo que as fun es apontadas n o se excluem mas podem coexistir em v rios contextos Como j dissemos para os casos de encapsulamento esta caracter stica multifuncional tamb m se apresenta 11 Ainda sobre o quadro de classifica o funcional das an foras correferenciais apontado por Matos 2005 observamos que a fun o est tico conotativa n o aparece no quadro de classifica o das fun es cognitivo discursivas das express es referenciais apontado por Koch 2004 J algumas fun es identificadas por
155. so para conduzir e revelar o ponto de vista do autor proporcionando uma orienta o argumentativa ao texto Atrav s deste recurso Carvalho 2005 defende que o processo de rotula o funciona como estrat gia discursiva balizadora do projeto de dizer do autor e por esta raz o pode servir como agente organizador do discurso revelando se como instrumento ling stico respons vel por sumarizar recategorizar conduzir e avaliar 85 CAP TULO V POR UMA REORGANIZA O DOS CRIT RIOS QUE ENVOLVEM AS FUN ES DAS ANAFORAS ENCAPSULADORAS Nesta se o tencionamos mostrar de acordo com os casos que analisamos em nossos dados uma reorganiza o dos crit rios que envolvem o mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras Enfatizamos que partindo do pressuposto de que o universo discursivo criado e alterado de acordo com as necessidades de seus interlocutores a proposta de crit rios que tentamos apontar neste trabalho pode sofrer mudan as justificadas pelos objetivos comunicativos do ato de comunica o que as envolver Dentro desta proposta elencamos dois crit rios como respons veis pelo emprego das an foras durante a elabora o textual o desenvolvimento t pico e o de organiza o argumentativa que abrigam cada um um quadro de fun es que descreveremos em seguida 5 1 Desenvolvimento t pico Percebemos atrav s de pesquisas como a de Pinheiro 2005 j discutida no cap tulo II deste trabalho que a articula
156. social e culturalmente situadas vers es p blicas do mundo cf Mondada e Dubois 2003 Segundo as autoras nessa teoria as categorias e os objetos de discurso atrav s dos quais os sujeitos compreendem o mundo n o s o nem preexistentes nem dados mas s o elaborados no curso de suas atividades transformando se a partir dos contextos de uso Desta forma as categorias e objetos de discurso s o marcados por uma instabilidade constitutiva que pode ser constatada atrav s de opera es cognitivas ancoradas nas pr ticas sociais nas atividades verbais e n o verbais isto nas negocia es dentro da intera o entre os interlocutores Essa proposta da referencia o como atividade discursiva encaixa se perfeitamente nas tend ncias atuais da Ling stica de Texto defendidas por autores brasileiros como Koch e Marcuschi 1998 que t m dado import ncia particular s quest es de ordem sociocognitiva Dentro desse enfoque sociocognitivo dos fen menos que envolvem o texto podemos apontar por envolverem o objeto desta pesquisa trabalhos como os de Koch e Marchuschi 1998 Marchuschi 2005 Koch 2003 e Cavalcante 2003 que prop em explicitar as caracter sticas funcionais dos diferentes tipos de express es referenciais Estes trabalhos visam investigar o papel de tais express es na orienta o da argumentatividade textual al m de buscarem explicitar as caracter sticas funcionais dos diferentes tipos de express es referencia
157. sua identidade Que futuro estaria reservado para uma na o assim Caros Amigos Agosto 02 Carvalho 2005 p 109 Carvalho 2005 reconhece ainda o fen meno da rotula o e nisso concordamos com a autora como um dos mecanismos de garantia da progress o textual pois segundo ela o movimento de retrospec o pode revelar se como uma ferramenta para o acr scimo de novas informa es estabelecendo os elos textuais e garantindo a continuidade do t pico 93 O general escapou E agora Jos Arbex Jr Claro a comunidade das na es n o est dotada de mecanismos jur dicos internacionais capazes de aplicar os princ pios contidos na Declara o dos Direitos da ONU Isso n o significa que esses princ pios n o sejam v lidos mas que ao contr rio urgente a cria o de mecanismos que possam lhes dar for a Essa quest o j vem se colocando na pr tica Apenas na d cada de 90 o Conselho de Seguran a da ONU constituiu dois tribunais especiais um para a antiga Iugosl via 1993 outro para Ruanda 1994 Em 17 de julho de 1998 uma confer ncia da ONU aprovou em Roma o estatuto do Tribunal Penal Internacional TPD O documento recebeu 120 votos favor veis sete contr rios e 21 absten es O tribunal se instalar em Haia na Holanda nos pr ximos anos quando pelo menos sessenta pa ses aderirem ao tratado internacional Washington votou contra assim como os governos de Israel China Filipi
158. tacado pela autora no exemplo do The Times Conte 2003 a exemplo de Francis mas utilizando se de outra terminologia a de encapsulamento anaf rico define o fen meno como um recurso coesivo pelo qual um sintagma nominal funciona como uma par frase resumidora para uma por o precedente do texto Segundo a autora atrav s do encapsulamento anaf rico um novo referente discursivo 31 criado sob a base de uma informa o velha Tal segmento do texto considerado novo pode apresentar extens o e complexidade variada indo de uma senten a a por es maiores do texto como se v respectivamente nos exemplos 14 e 15 14 Hoje todos os melhores espa os produtivos est o ainda na m o da velha estrutura do estado Levar tempo para mudar esta situa o Jornal Corriere della Sera Conte 2003 p 178 15 E Kohl v sua miss o agora como sendo a de ancorar profundamente a Alemanha numa Europa unida Ele quer que a Alemanha a Fran a e v rios outros mudem rapidamente para uma nica moeda corrente e quer um Parlamento Europeu fortalecido O assunto contudo n o estimula exatamente as taxas na Bav ria ou em North Rhine Westphalia que dir na antiga Alemanha Oriental Revista Newsweek Conte 2003 p 179 Conte 2003 ressalta atrav s dos exemplos 14 e 15 a diferen a entre os encapsulamentos do tipo esta situa o e o assunto e os exemplos padr o de an fora apo
159. tar mais submetida simples nomea o ou designa o Para a autora sem linguagem n o h acesso realidade e n o h pensamento pois o pensamento sempre em torno de algo que se constitui em linguagem tamb m atrav s da linguagem que segundo a autora podemos n o somente expressar id ias e conceitos mas nos relacionar com a realidade A concep o de linguagem acima apresentada influenciar tamb m a concep o de texto aqui apresentada a de que a linguagem um fen meno hist rico e cultural que funciona segundo um conjunto de regularidades socialmente elaboradas que se cruzam e podem permitir mudan as nos fatos sem que isso possa ser identificado como desvio ou quebra de uma regra Desta forma consideramos a linguagem como uma atividade constitutiva do pensamento cujo espa o de realiza o e constru o a intera o verbal e n o como um 18 produto acabado mas como algo que se estabelece essencialmente atrav s da pr tica ling stica empreendida pelos sujeitos nos processos interlocutivos atualizados nas diferentes esferas de atividade humana que integram Bakhtin 1979 Se entendermos a l ngua como representa o do pensamento e o sujeito como senhor absoluto de suas a es e de seu dizer o texto representar um produto l gico do pensamento do autor Como afirma Koch 2004 o conceito de texto depender diretamente das concep es de l ngua e de sujeito que admitimos Por m se conce
160. tera o verbal O texto apresenta um conjunto de marcas discursivas que orientam o leitor no percurso argumentativo assumido pelo seu produtor Conclu mos este cap tulo com uma se o na qual defendemos que em car ter amplo a intencionalidade e a argumenta o est o presentes em todos os discursos Partindo da perspectiva de que a realidade constru da mantida e alterada n o somente pela forma como nomeamos o mundo mas acima de tudo pela forma como sociocognitivamente interagimos com ele Koch 2002 o cap tulo II trata da introdu o referencial e dos tipos de an fora Admitimos com base na proposta classificat ria de Cavalcante 2003 para os processos referenciais e suas formas coesivas as an foras encapsuladoras como pertencentes ao grupo das an foras indiretas Explicitamos a defini o de encapsulamento que adotaremos em nossa pesquisa e finalizamos esta parte com as contribui es das an foras encapsuladoras para a articula o t pica do texto 13 O cap tulo III apresenta um panorama caracter stico dos estudos acerca do processo coesivo dos encapsulamentos no decorrer do discurso mostrando como autores que tamb m estudaram o fen meno caracterizaram esse mecanismo e analisando os crit rios utilizados por cada um deles No cap tulo IV abordaremos as classifica es das fun es cognitivo discursivas das express es referenciais em Koch 2004 e dentro desta classifica o apontamos quais as f
161. uladoras tamb m podem desempenhar esta fun o recategorizando as sequ ncias as quais encapsulam fato que constatamos ocorrer nos exemplos de glosa por especifica o podendo ou n o apresentar um avalia o como podemos verificar em 115 no qual o termo toda essa digress o resume retrospectivamente a seqii ncia anterior definindo a e expressando uma avalia o 115 Ateiem fogo aos quatro cantos das cidades ceifem os povos arrasem tudo e quando nada mais sobrar deste mundo podre talvez surja dele um melhor era a s ntese da ideologia de Souvarine Toda essa digress o era para sugerir aos leitores que a ideologia da destrui o o niilismo radical n o um privil gio do terrorismo apocal ptico isl mico que deu mais uma demonstra o de seu poder e tamb m do limite de seu poder no ltimo dia 7 de julho em Londres Folha on line 15 07 05 artigo de opini o 5 3 As fun es inerentes e as fun es eventuais das an foras encapsuladoras Como j defendido nos itens anteriores desta pesquisa o processo de encapsulamento anaf rico caracteriza se pela sua natureza multifuncional estabelecendo rela es coesivas e atuando como um mecanismo indispens vel durante a elabora o do texto escrito servindo de orientador do projeto de dizer do enunciador durante a condu o argumentativa do texto A partir do que foi constatado esclarecemos desde j que n o pretendemos esgotar aqui todas a
162. un es das express es referenciais presentes tamb m nas an foras encapsuladoras Discutimos estudos recentes que tratam de uma investiga o funcional de fen menos coesivos que integram o quadro de express es referenciais em autores como Matos 2005 que investigou o aspecto funcional das recategoriza es Carvalho 2005 que analisou o funcionamento textual discursivo dos r tulos em artigos de opini o e Koch 2006 que sugere uma classifica o para o processo de rotula o J no cap tulo V propomos um quadro de fun es para as an foras encapsuladoras dividido em dois crit rios maiores o de desenvolvimento t pico e o de organiza o argumentativa que abrigam cada um de acordo com as amostras analisadas suas fun es Y Descri o metodol gica Caracteriza o da amostra O banco de dados que serve de corpus para a an lise do mecanismo coesivo dos encapsulamentos composto de 70 exemplares de g neros textuais da modalidade escrita sendo que sua grande maioria comp e se de textos em linguagem formal pelo fato de ter sido nesta modalidade que foi constatada maior ocorr ncia do fen meno estudado Tal amostra se encontra distribu da da seguinte forma 22 artigos de opini o 07 resenhas 09 termos de depoimento 04 editoriais 07 an ncios comerciais 02 cartas comerciais 09 cartas ao leitor 03 e mails pessoais 03 textos narrativos liter rios 01 conversa o espont nea 01 texto de instru o did ti
163. urso como no exemplo 64 64 A pol mica parecia n o ter fim Pelo jeito aquele bate boca entraria pela noite adentro sem perspectiva de solu o Koch 2004 p 76 J nos casos de introdu o de novas caracteriza es do referente a autora aponta como freqiiente a apresenta o de informa es novas sobre o referente atrav s da an fora nominal definida ou indefinida com a inten o de discrimin lo de uma forma espec fica como em 65 65 O prefeito especialmente exigente para liberar novos empreendimentos imobili rios principalmente quando est o localizados na franja da cidade ou em reas rurais O crescimento urbano tem de ser em dire o ao centro ocupando os vazios urbanos e aproveitando a infra estrutura n o na rea rural que deve ser preservada repete o urbanista que entrou no PT em 1981 como militante dos movimentos populares por moradia Caros amigos n 78 2003 Koch 2004 p 76 Acreditamos que esta fun o de introdu o de informa es novas se assemelhe de atualiza o de conhecimentos por meio de glosas e ainda se aproxime tamb m da de especifica o por meio da segii ncia hiper nimo hip nimo As tr s coincidem quanto estrat gia textual do locutor de preocupar se com a atualiza o dos conhecimentos do interlocutor Em vista disso sugerimos que estas fun es possam condensar se em uma s No que tange s an foras encapsuladoras nominais podemos afirmar que
164. us documentos e ia vivendo O problema de Jean Charles que ele n o era caucasiano Era um brasileiro de ra as misturadas como quase todos n s Por estar em Londres a cidade que estava sendo alvo 20 de atentados terroristas Jean Charles foi perseguido por homens a paisana que eram policiais Entrou no metr e morreu do jeito que todos j sabem Di rio do Nordeste 31 07 2005 cartas ao leitor Por isso ao defendermos no decorrer desta pesquisa que o mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras investigado neste trabalho cumpre fundamentalmente uma fun o metadiscursiva pois o enunciador se concentra na pr pria linguagem para produzir certos efeitos de sentido Encetaremos agora uma discuss o dos pressupostos b sicos sobre a referencia o e de como ela aborda a rela o entre a l ngua e as entidades do mundo para chegarmos a uma vis o mais criteriosa do mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras 1 3 A referencia o Para entendermos adequadamente o processo de encapsulamento anaf rico faz se necess rio compreender primeiramente a proposta sobre a referencia o e como ela explica a rela o entre l ngua e realidade Ap s explicarmos brevemente como a refer ncia vista sob diferentes quadros n s nos deteremos nos estudos de Mondada e Dubois 2003 sobre a referencia o por acreditarmos que a vis o das autoras a mais coerente para embasar a pesquisa que estamos desenvolvendo uma vez qu
165. utora deixa uma importante contribui o ao propor uma classifica o dos r tulos de acordo com o desenvolvimento t pico dos textos 101 Partimos do quadro de fun es apontados por Koch 2004 para as express es referenciais em geral para propor nosso quadro de fun es para as an foras encapsuladoras identificando os crit rios nelas ressaltados Um dos pressupostos defendidos no decorrer desta pesquisa e endossado pelas ocorr ncias analisadas a natureza argumentativa das an foras encapsuladoras fato que nos faz admitir a intencionalidade como um aspecto marcante durante a escolha dos sintagmas nucleares na composi o lingiifstica deste recurso coesivo interferindo diretamente na condu o e manuten o da linha argumentativa do texto Isto faz com que tais an foras representem importante ferramenta nas m os do produtor do texto revelando ou n o o seu ponto de vista Ap s a an lise destas amostras chegamos a um quadro de fun es que apareceram diante do corpus analisado e constatamos que dois crit rios norteavam estas fun es o de desenvolvimento t pico e o de organiza o argumentativa cada um deles agrupando um quadro de fun es O primeiro crit rio destacou se no decorrer de nossas an lises por reconhecermos o mecanismo coesivo das an foras encapsuladoras como uma importante estrat gia de mudan a sequencia o e articula o t pica contribuindo diretamente para a progress o tem tica e para
166. velando se uma das estrat gias ling stico discursivas empregadas no processo de constru o de textos resultante de um exerc cio sociocognitivo com a linguagem Em tal mecanismo coesivo durante o processo de forma o da express o rotuladora fatores como a utiliza o ou n o de determinantes e a escolha do sintagma n cleo demonstram o percurso argumentativo que o autor pretende defender como no exemplo 92 no qual Carvalho 2005 analisa o termo esse orgulho como uma nominaliza o resultante do encapsulamento sem a ocorr ncia de uma sumariza o de proposi es Neste caso discordamos da autora por considerarmos a express o em destaque como um encapsulamento 81 92 V o cego C sar Benjamin Em certo momento de sua hist ria o Brasil se orgulhou de ser um povo mesti o aberto a novas experi ncias Hoje n o temos mais esse orgulho Muitos motivos somaram ao longo de nossa hist ria para tornar especialmente dif cil a tarefa de decifrar mesmo imperfeitamente o enigma brasileiro J independentes continuamos a ser um animal muito estranho no zool gico das na es sociedade recente filha da modernidade concebida desde o in cio para servir ao mercado mundial alicer ada em um escravismo prolongado e tardio nica monarquia em um continente republicano assentada sobre uma extensa base territorial situada nos tr picos com um povo em processo de forma o sem um passado profundo em que pudesse ancorar
167. vidas em sigilo Se voc existe pode confiar e escrever sem receios Esta mensagem absolutamente s ria Caixa postal xx xxx xxx CEP xx xxx xxx S o Paulo O Estado de S o Paulo 2000 an ncios y Organiza o macroestrutural Constatamos que as an foras encapsuladoras al m de poderem proporcionar o avan o ou recuo de informa es na din mica textual atrav s dos movimentos de prospec o e retrospec o podem ainda remeter para frente e para tr s ao mesmo tempo movimento denominado em nossa pesquisa de remiss o retroprospectiva Constatamos que as an foras encapsuladoras atuam como recurso indispens vel na organiza o da macroestrutura textual podendo orientar o leitor para as informa es importantes no texto Veja se por exemplo a express o esse procedimento utilizada em 70 que resume retrospectivamente as orienta es anteriores e ainda alerta para a necessidade do respeito a elas A express o organiza todo um peda o de informa o descrito anteriormente e define essa macroestrutura como um procedimento 70 CARREGAR A BATERIA Com o telefone desligado carregue a bateria por 8 horas antes do seu primeiro uso Use o telefone at que a bateria esteja completamente descarregada Repita esse procedimento mais duas vezes perfazendo um total de tr s ciclos de carga Conecte o carregador a uma tomada de corrente alternada Com o telefone desligado conecte o cabo do carregador base
168. zadas sua evid ncia isso justifica 50 o uso do pronome demonstrativo esta para refor ar a dist ncia pretendida pelo autor Mais uma vez notamos que a motiva o para o emprego do demonstrativo de base funcional discursiva Neste caso a nfase recai sobre um aspecto polif nico o demonstrativo do encapsulamento e as aspas servem para evidenciar que o enunciador se distancia de seu dizer para refletir sobre ele promovendo altera es de significado e de refer ncia v Conduzem a uma determina o demonstrativa as express es nas quais o substantivo predicador qualificado por meio de uma express o n o determinativa adjetivo ou complemento nominal Observe se o exemplo 42 42 Prenderam no de manh bem cedo Mais surpresos que ele de fato ficaram os pr prios autores desta pris o brutal e sem motivo declarado ao encontr lo calmo e d cil naquela altura dos acontecimentos La caravane des f redj s Apoth loz e Chanet 2003 pg 146 z No caso do exemplo 42 o pronome demonstrativo desta estreitamente solid rio com o valor n o determinativo do material lexical que qualifica o substantivo Se examinarmos por um outro vi s veremos que a express o n o determinativa na verdade um modificador de uso axiol gico pois exprime um ju zo de valor A motiva o portanto de uso do demonstrativo mais uma vez pragm tica e tem car ter expressamente avaliativo Nesta pesqu
169. zado por uma express o nominal estas express es al m de encapsularem e rotularem as informa es suporte possuem ainda fun o predicativa Koch 2004 trata esses casos como formas h bridas por acumularem tanto a informa o dada como a informa o nova opera o denominada por Schwarz 2000 como tematiza o rem tica Muitas vezes as express es referenciais cumprem ao mesmo tempo as duas fun es de refer ncia e de predica o o que ocorre em todos os casos de avalia o expl cita conforme constatamos em nossos dados J em estudo recente acerca do processo de rotula o Koch 2006 defende que atrav s da sumariza o encapsulamento ocorre uma categoriza o de um segmento textual servindo como base para novas predica es do referente textual os r tulos cumpririam assim uma fun o cognitiva Neste caso podemos apontar o exemplo 53 no qual o t tulo deslavada mentira atua como um tipo claro de encapsulamento pois condensa de forma prospectiva todo o texto al m de funcionar como instrumento de ativa o de tudo o que conhecemos sobre mentira Salientamos que muitas vezes as express es referenciais cumprem ao mesmo tempo as duas fun es de refer ncia e de predica o o que ocorre em todos os casos de avalia o expl cita 53 Deslavada mentira Numerosas passagens hist ricas condenam a mentira apesar de a chamada lorota ser usada somente por alguns seres vivos Teologicamente
170. zamos no decorrer deste trabalho concordamos com a autora por m consideramos superficial em seu trabalho o fato de ela atribuir somente tr s fun es discursivas aos r tulos a fun o cognitiva a fun o de organiza o textual e a fun o de orienta o argumentativa Ainda neste artigo Koch 2006 divide os r tulos de forma provis ria segundo a autora em dois grandes grupos os que nomeiam categorizam o conte do de proposi es anteriores ou posteriores e os que atuam de forma metadiscursiva em rela o s sequ ncias do discurso Para Koch 2006 os r tulos de conte do encapsulam de forma neutra Questionamos no entanto tal neutralidade pois defendemos que mesmo sem carregar valor axiol gico o r tulo ao qual nos referimos ao longo desta pesquisa como encapsulamento pode ser utilizado para manter um ponto de vista neutro ou seja de n o envolvimento por parte do escritor o que j em si um tipo de posicionamento A autora aponta como exemplo o caso seguinte 54 O tratamento do diabetes passa por uma grande transforma o Da al ada da endocrinologia a doen a ser de agora em diante considerada tamb m uma especialidade 59 da cardiologia Essa amplia o decorrente da estreita rela o entre o diabetes e os dist rbios cardiovasculares Veja 2004 Koch 2006 p 8 A utiliza o do termo essa amplia o em 54 objetiva manter a linha argumentativa do escritor segundo a

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