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História em Movimento: Caminhos, Culturas e Fronteiras

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1. Usu rios 2006 Usu rios 2007 Ativos Com acesso Ativos Com acesso Janeiro 12 035 681 14 034 406 Fevereiro 13 240 648 21 227 222 14 068 257 22 096 645 Mar o 14 106 651 16 257 348 Abril 13 431 424 15 867 826 Maio 13 246 186 21 227 222 17 932 872 27 533 119 Junho 13 397 404 Julho 13 392 663 Agosto 13 641 174 21 241 295 Setembro 13 639 042 Outubro 13 312 588 Novembro 14 448 077 22 096 645 Dezembro 14 419 335 Fonte IBOPE NetRatings Ao analisarmos esta tabela podemos notar o crescente n mero de pessoas que est o cada vez mais utilizando a Internet Ao vermos que no m s de maio do ano de 2006 se tinha no Brasil cerca de 21 milh es de pessoas com acesso a Internet em suas resid ncias e que exatamente um ano ap s o n mero foi para 27 milh es podemos dizer que esses n meros impressionam e muito Mas ao analisar esses n meros n o se deve pensar que o Bra sil est bem frente do que os demais pa ses no quesito de acesso a Internet pois essas pessoas que acessam a Internet de suas casas s o em grande maioria das classes A e B ou seja as classes inferio 255 res ainda n o t m acesso em suas casas se tem s o ainda um n me ro muito baixo Essa uma preocupa o que se deve ter essa uma classe conhecida como os exclu dos digitais Esse grupo gerado com o avan o do progresso da tecnologia digital n o deixa de ser como uma classe inferior gerada pelo capitalis mo pois essas pessoas que atualmente
2. nesse momento a correla o entre o direito e a l ngua que ser objeto de estudo mais aprofundado no cap tulo posterior O m nimo que se pode dizer dessa rela o que ambos est o incrustados no conscien te coletivo como normas sociais o que per si j configura um ponto important ssimo de estudos Al m da rela o sistem tica citada a norma legal se vale por completo da norma da linguagem escrita pois por meio dos signos agrupados que temos a exposi o do pensamento social sobre os te mas que merecem a aten o do mundo jur dico E a norma jur dica ao ser impressa nos C digos e Leis sem adentrar no m rito do car ter filos fico desse assunto a concretiza o da norma ling stica aplica da ao direito Sem a utiliza o da linguagem escrita seria imposs vel pensar o direito como ele nos dias de hoje Pode se sem hesitar dizer que a l ngua em sua modalidade escrita uma das grandes raz es de exis t ncia do direito e do modo como esse est intrinsecamente ligado 422 Sociedade pode se afirmar qe a linguagem verbal a ess ncia do ordenamento social que hoje se concebe O DIREITO E A CI NCIA DA LINGUAGEM A AN LISE DO DISCURSO JUR DICO A linguagem conforme visto um fato social e determinante das rela es intersubjetivas assim como o o direito Al m disso re ne elementos que a tornam objeto de estudo de uma ci ncia sendo esses conforme Diniz 2006 p 17 um
3. 330 acep o puramente hist rica Estes autores ainda advertem que a his t ria do tempo presente antes de tudo a Hist ria por ess ncia Pesquisando os sujeitos sociais nos acampamentos e assentamentos no tempo presente Borges ressalta que Analisar estes sujeitos sociais perpassa o interesse acad mico e desemboca na reflex o do sentido de sua exist ncia e do pr prio pesquisador ao se posicionar diante deles na tentativa de aproximar se de mundos de escassez de vio l ncia mas tamb m de conformismo e resist ncia que sob a vis o aparente denotam somente o sofrimento mas por outro olhar podem tornar se reveladores de expressivas li es de vida e de alegrias caso o olhar n o se limite s imagens da estrada 2004 p 41 Discutindo sobre se poss vel fazer este tipo de hist ria Rioux 1999 destaca que esta hist ria nasceu mais pela impaci ncia social do que por um imperativismo historiogr fico pelo menos na Fran a Enfatiza tamb m que esta foi superando aos poucos com os seus bons artes os as cr ticas direcionadas a sua falta de rec o No que se refere ao termo artes o Ladurie 1984 ressaltando o relevante di logo da hist ria com outras disciplinas diz categoricamente que a Hist ria no seu entender considerada um artesanato sendo que no contexto franc s faz parte das tradi es Interpretando a hist ria como similar ao artesanato torna se poss vel pensar na quest o de que assim c
4. A implanta o teve in cio e alguns anos mais tarde o professor Hon rio de Souza Carneiro auxiliado pelos demais professores e con tando com a participa o dos alunos tomou a frente elaborando um projeto de extens o para redimensionar e oficializar o N cleo de Docu menta o Hist rica junto UFMS Semelhante ao que acontece com outros rg os de defesa do patrim nio hist rico e de preserva o da mem ria no pa s o reconheci mento do N cleo por parte da comunidade acad mica sobretudo os 228 dirigentes da UFMS ainda uma quest o n o resolvida Isto se reflete inclusive na falta de espa o f sico adequado Entre idas e vindas despejos e aloca es improvisadas desde 1995 o N cleo funciona em espa o improvisado hoje ainda mais dimi nuto e impr prio em vista do crescimento do acervo Atualmente tem se a promessa de duas salas em novo pr dio Se tal promessa se realizar as perspectivas de trabalho no N cleo s o animadoras pois permitir a continua o do desenvolvimento de projetos de organiza o conserva o e pesquisa com mais estrutura bem como o aperfei oamento no atendimento ao p blico O N CLEO COMO SUPORTE DO CURSO DE HIST RIA O curso de Hist ria surge em 1970 junto com o Centro Universi t rio de Tr s Lagoas da ent o Universidade Estadual do Mato Grosso Atingido pelo sucateamento da Universidade P blica brasileira ap s 37 anos o curso conta com um reduzido quadro de p
5. FONSECA Jo o Severiano Viagem ao redor do Brasil 1875 1878 Rio de Janeiro Typ de Pinheiro 1880 81 2 v GUIMAR ES Gil Entrevista concedida a Saulo Alvaro de Mello HALBWACHS Maurice A Mem ria Coletiva S o Paulo Revista dos Tribu nais 1990 LE GOFF Jacques Hist ria e Mem ria Campinas SP UNICAMP 1992 MELLO Saulo Alvaro de Nicola Scaffa um Coronel na Freguesia de Lad rio 1908 1952 Monografia Departamento de Hist ria do CPAQ UFMS Aquidauana 2005 POLLAK Michael Mem ria Esquecimento Sil ncio Revista Estudos His t ricos Rio de Janeiro v 2 n 3 1989 p 3 15 QUEIROZ Paulo Roberto Cim Temores e Esperan as o antigo Sul de Mato Grosso e o Estado Nacional Brasileiro In MARIN J rri Roberto VAS CONCELOS Cl udio Alves de Hist ria Regi o e Identidades Campo Gran de UFMS 2003 REYNALDO Ney lared Com rcio e Navega o no Rio Paraguai 1870 1940 Cuiab UFMT 2004 27 A MISS O FRANCISCANA NO ANTIGO MATO GROSSO A PERSEGUI O DOS FRADES EM PARANAIBA Fernanda Am lia Leal Borges Duarte INTRODU O Neste texto discutiremos sobre a Miss o Franciscana no Mato Grosso em 1940 os motivos que trouxeram os frades ao Brasil e as persegui es do governo brasileiro A Miss o Franciscana no Mato Grosso foi realizada nestas terras desde o s culo XVIII pelos trabalhos mission rios na Am rica espanhola No s culo XIX o Mato Grosso sendo territ rio do Am rica p
6. Viotti mostra como se deu a revis o e derrubada do mito segundo o qual o Brasil seria um pa s sem conflitos raciais Se em um primeiro momento a id ia geral tanto na popula o quanto nas produ es acad micas era da presen a da t o aclamada democracia racial com total aus ncia de qualquer discrimina o racial institucionalizada ou n o com a revis o deste mito revis o esta ela borada por diversos autores como S rgio Buarque de Holanda Fernando 261 Henrique Cardoso a pr pria Viotti entre outros uma nova e riqu ssima gama de possibilidades de estudos sobre o problema do racismo no Brasil desde a chegada dos Portugueses at os problemas contempo r neos foi aberta A partir do momento em quem se desestrutura um mito desta grandeza n o somente os pesquisadores em geral mas a sociedade como um todo verdadeiramente agraciada Abrem se perspectivas n o somente de pesquisas mas tamb m na busca de solu es para os problemas da sociedade contempor nea Todo este car ter saud vel da revis o hist rica confrontado a partir do surgimento do auto intitulado revisionismo hist rico do Holocausto O chamado revisionismo do holocausto tem seu surgimento ap s o fim da 2 Guerra Mundial mais especificamente ap s o Tribunal de Nuremberg local do julgamento de oficiais do governo Nacional Socialista criminosos de guerra Esse revisionismo tem como princi pal fundador Paul Rass
7. complexo de conhecimentos certos ordenados e conexos entre si Segundo Weedwood 2005 p 9 d se o nome de ling stica ao estudo cient fico da linguagem As l nguas ou linguagens s o constitu das por sistemas simb li cos cujo emprego regido por regramentos adequados Esses s mbo los da linguagem s o entre outros as letras e as palavras bem como os sinais gr ficos e acentos A disciplina que se ocupa desses sinais e s mbolos denomina se semi tica e o uso desses sinais semiose como destaca Diniz 2006 p 165 Portanto al m de ser uma ci ncia em si a ling stica est inserta numa ci ncia ainda mais abrangente qual seja a semi tica As an lises de semiose tradicionalmente desenvolvem se com base num tr duo representado pelo sinal em si pelo objeto denotado e por determinadas pessoas Os sinais desenvolvem sempre tr s tipos de rela o que podem ser entre si entre o sinal e seu objeto e entre o sinal e as pessoas Esses tr s tipos de rela o nos mostram as tr s dimen s es da semi tica sendo elas a sint tica a sem ntica e a pragm tica Em sua dimens o pragm tica a semi tica busca a rela o do signo com os personagens envolvidos em sua utiliza o Os estudos pragm ticos analisam a linguagem com base nos conceitos de socieda de e comunica o muitas vezes descartados pela ling stica saussureana ao subtrair aqueles que falam A pragm tica trata do uso da linguagem pelos in
8. enviadas por Burton para o misterioso caro Z um trecho onde o escritor relata a agressividade de soldados negros Um outro perigo iminente vem do soldado conhecido pelo quepe t nica e cal as azul escuros com frisos vermelhos Quase sempre um negro Os uruguaios e argentinos livra ram se dos irreprim veis obrigando os a lutarem em suas guer ras civis e o Brasil est sendo concitado por filantropos a adotar semelhante sistema de extirpa o Aproximando se de um quartel mesmo de dia voc tem de parar e pedir licen a para continuar andando sen o o antrop ide investir estupi damente de baioneta em punho como um touro danado Em toda a qualquer ocasi o ele se delicia em atirar num homem branco ou esfaque lo especialmente se estrangeiro a quem chama de animal gringo No Brasil voc h de lembrar se n o existe tal voc bulo l ramos simplesmente forasteiros Baseado neste trecho de uma das cartas do enviado ingl s ao sul do continente americano este trabalho busca hip teses para a cons tru o do racismo dentro dos ex rcitos nacionais durante o per odo em que se desenvolve o conflito militar dando uma maior nfase ao ex rci to brasileiro A pesquisa vai desde o alistamento militar no Imp rio at o final da Guerra com a chegada do ex rcito brasileiro a Assun o e como os ex rcitos platinos viam a constante presen a do negro dentro da corpora o militar brasileira O MOMENTO
9. o puxada pela demanda e controlada pelo fluxo Sob o ponto de vista do conte do do trabalho este modificado para formas mais horizontais e gerenciais Antunes 1999 Gounet 1999 Assim o esgotamento do padr o de acumula o taylorista fordista envolvido na crise da d cada 70 e o processo de reestrutura o produtiva mant m rela es importantes para a composi o do elemen to de totalidade da resposta do capital com vistas recupera o do seu ciclo reprodutivo e recomposi o dos patamares de acumula o na tentativa de superar sua crise estrutural Contudo como alerta Antunes ibid tal resposta n o passou do tratamento da superf cie da crise em sua dimens o fenom nica ou seja somente no que concerne ao padr o de acumula o mas sem tocar na ess ncia do modo de produ o capitalista O que ocorreu foi que a partir da concorr ncia intercapitalista e consequente desenvolvimento tecnol gico para o au mento da produtividade houve um revolucionamento da base t cnica do processo produtivo A partir da microeletr nica associada 217 informatiza o do processo produtivo entre outros avan os houve a substitui o de uma tecnologia r gida por uma tecnologia flex vel A par tir deste fundamento da concorr ncia intercaptalista que o taylorismo fordismo foi perdendo espa o para o toyotismo ou pela chamada acu mula o flex vel Portanto essa modifica o decorrente por um lado d
10. o e precariza o do trabalho contempor neo seja atrav s do aumento exponencial do desemprego e subemprego no mundo conclu mos reafirmando o chamado de Marx e Engels op cit contido no Manifesto do Partido Comunista Prolet rios do mun do inteiro uni vos NOTAS 1 Professor Adjunto do Departamento de Educa o CPTL UFMS hajimenozakiGDuol com br 221 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ALMENDRA Carlos Cesar Globaliza o e imperialismo In COGGIOLA Osvaldo org Revista Estudos n 1 jun p 133 165 S o Paulo Humanitas FFLCH USP 1998 ANDERSON Perry Balan o do neoliberalismo In SADER Emir GENTILI Pablo org P s neoliberalismo As pol ticas sociais e o estado democr tico S o Paulo Paz e Terra 1995 ANTUNES Ricardo L Adeus ao trabalho ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho 3 ed S o Paulo Cortez 1995 Os sentidos do trabalho ensaio sobre a afirma o e a nega o do trabalho S o Paulo Boitempo Editorial 1999 ARA JO Rita de C sia Barbosa de Crises econ micas e desenvolvimento do capitalismo In COGGIOLA Osvaldo org Revista Estudos n 1 jun p 51 66 S o Paulo Humanitas FFLCH USP 1998 BEINSTEIN Jorge Capitalismo senil a grande crise da economia global Rio de Janeiro Record 2001 BIHR Alain Da grande noite alternativa o movimento oper rio europeu em crise 2 ed S o Paulo Boitempo 1998 BRAGA Ruy Luta de class
11. realiza o de diversos eventos que ocorriam quase que semanalmente no per odo de 1996 a 1999 Tais eventos eram realizados devido uma certa correria por parte de algumas pessoas que estavam ligadas a este movimento em torno da M sica Punk gra as a esta correria foi poss vel a realiza o de alguns shows de maiores express o ocorreram com as ban das de proje o nacional Garotos Podres Blind Pigs C lera E com a banda Belga Intestinal Disease 293 Estes shows contavam com um p blico garantido que variava de 100 a 600 pessoas um p blico relativamente grande se for levado em considera o o tamanho da cidade forma agressiva das m sicas e a falta de divulga o da por parte dos ve culos de comunica o em mas sa Pouco se era dito sobre os shows de Punk Rock realizados em Ilha Solteira Um raro exemplo o Jornal Correio da Ilha do dia 04 de Junho de 1997 onde aparece uma pequena nota e uma foto na coluna bola da vez a respeito do show dos Garotos Podres realizado na cidade Ap s 1994 Ilha Solteira passou por um grande salto na produ o da M sica Punk seja de Punk Rock Hardcore ou Grind Core com o surgimento de diversas bandas como The Unabombers Lost Business Street Fear e Melvin Jones S q SERO S 14 00 HS THE FIRSTATION DIRETO DE BRAS LIA DF SPARK S Campo Grande MS LOST BUSINESS ILHA SOLTEIRA SP SECOND FASE Campo Grande MS JUVENTUDE ANARQUISTA Andradina
12. trabalham para o bem Qualquer demanda qualquer solu o de dificul dades qualquer procura de realiza o de anseios e fantasias tudo filtrado pelo c digo do bem Se a a o ben fica resultante da interfer n cia das entidades espirituais for capaz de produzir preju zos a tercei ros ela n o pode ser posta em movimento O bem s pode levar ao bem e nada justifica a produ o do mal NOTAS 1 Trabalho realizado como parte da pesquisa elaborada sob orienta o da Prof Luciana Ap de Souza Mendes 2 Acad mica do 4 ano do curso de Hist ria pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul UFMS CPTL Presidente da Cruzada Federativa Esp rita do Estado de Mato Grosso do Sul Dirigente do Centro de Umbanda Tenda de Iemanj Entrevista realiza da no dia 06 05 2007 Entidade das religi es afro brasileiras considerada o dem nio pelas religi es crist s 5 nome dado as divindades ind genas adoradas nas religi es afro manifesta o de esp ritos que incorporam nos m diuns da Umbanda Apresentam semelhan a m tica com os escravos brasileiros 7 Nome gen rico das divindades ioruba intermediarias entre Olorum o deus supremo dos ioruba e os homens 8 Dirigente da Federa o Cruzada de Umbanda S o Cosme e S o Dami o Entrevista realizada no dia 06 05 2007 403 Dirigente do Centro de Umbanda Nossa Senhora Aparecida Entrevista realizada no dia 06 05 2007 1 Divindade da var ola e das
13. trecho da carta de Pero Vaz de Caminha 5 Referimos nos aos jesu tas que mais tarde vieram a contribuir na coloniza o como resultado da necessidade do ponto de vista europeu de catequizar o ndio No entanto ser que a presen a de representantes de Deus nos navios na poca das descobertas n o significava certo interesse em se conseguir juntamente com os reis certos benef cios sabendo se do poss vel decl nio do poder da igreja na Europa N o significava ajudar para ser ajudado 6 Segundo o dicion rio do manual pr tico do estudante M rito Escolar vadio aquele que n o tem ocupa o 7 Retirado da m sica ndios de Renato Russo In Dois EMI 1986 Remasterizado em digital REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS CORVISIER Andr Hist ria Moderna S o Paulo Difel 1976 GIUCCI Guilermo Sem f lei ou rei Brasil 1500 1532 Rio de Janeiro Rocco 1998 MESGRAVIS Laima A Sociedade Brasileira e a Historiografia Colonial FREITAS Marcos Cezar de org Historiografia Brasileira em Perspectiva S o Paulo Editora Contexto USF 1998 NOVAIS Fernando A Condi es de Privacidade na col nia NOVAIS Fernando A amp SOUZA Laura de Mello e orgs Hist ria da Vida Privada no Brasil S o Paulo Companhia das letras 1997 O Brasil nos Quadros do Antigo Sistema Colonial MOTA Carlos Guilherme org Brasil em Perspectiva S o Paulo Difel 1984 PRADO JR Caio Forma o do Brasil Conte
14. DASILVA Patr cia Garcia Representa o do Brasil no Festival Nacional de MPB de Ilha Solteira 1997 a 2004 35 p Monografia Licenciatura em His t ria Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Tr s Lagoas MS 298 PARTE VII QUEST O AGR RIA OLHARES NA HIST RIA E NA GEOGRAFIA OS CAMPONESES E A QUEST O AGRARIA BRASILEIRA BREVES CONSIDERA ES Maria Celma Borges INTRODU O Para uma an lise das lutas camponesas na hist ria da quest o agr ria brasileira preciso retomar a hist ria das rela es de trabalho no campo e os sujeitos nela inseridos principalmente no que se refere aos pap is desempenhados por esses homens e mulheres ao escre verem suas hist rias por entre veredas rios e matas pelos seus p s percorridos por entre engenhos fazendas campos por suas m os trabalhadas Sem perder de vista o mundo da sociedade e economia que circundava ou margeava a vida e trabalho imputando lhes a viol n cia a expropria o a expuls o por m sem que se conseguisse de um todo retirar lhes os sonhos ou podar lhes os espa os de luta de sobreviv ncia de acomoda o e de resist ncia S o estas quest es que buscaremos apresentar neste texto visando apreender as pr ticas estabelecidas na luta pela terra de trabalho 301 OS CAMPONESES NA HIST RIA E NA HISTORIOGRAFIA Faz se necess rio ent o repensar a forma de coloniza o do Brasil principiando por Prado J nior 1975 po
15. Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes Fabiano Coelho Giani Vendramel de Oliveira Jos Miguel Garnica J nior Maria Celma Borges Regivan Ant nio de Saul Renan Gon alves Bressan ORGANIZADORES e semina derhs i o ANA uras e prp Asias UFMS CAMPUS DE TR S LAGOAS EDITORA UFMS Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes Fabiano Coelho Giani Vendramel de Oliveira Jos Miguel Garnica J nior Maria Celma Borges Regivan Ant nio de Saul Renan Gon alves Bressan ORGANIZADORES X SEMANA DE HIST RIA 2007 Hist ria em movimento caminhos culturas e fronteiras ANAIS 24 a 28 de setembro de 2007 Campus de Tr s Lagoas UFMS Unidade UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL Reitor Manoel Catarino Paes Per Vice Reitor Amaury de Souza Obra aprovada pelo CONSELHO EDITORIAL DA UFMS Resolu o 11 07 CONSELHO EDITORIAL C lia Maria da Silva de Oliveira Presidente Ant nio Lino Rodrigues de S C cero Antonio de Oliveira Tredezini lcia Esnarriaga de Arruda Giancarlo Lastoria Jackeline Maria Zani Pinto da Silva Oliveira J ferson Meneguin Ortega Jorge Eremites de Oliveira Jos Francisco Ferrari Jos Luiz Fornasieri Jussara Peixoto Ennes Lucia Regina Vianna Oliveira Maria Ad lia Menegazzo Marize Terezinha L P Peres M nica Carvalho Magalh es Kassar Silvana de Abreu Tito Carlos Machado de Oliveira Dados Internacionais de Cataloga o na publica o CIP Co
16. Por ocasi o do recebimento dos sal rios por parte dos funcion rios do Arsenal estes saldavam suas d vidas e recebiam como brinde uma bebida ou uma lata de doce pela pontualidade no pagamento Este ato tinha grande significa o pois conferia ao Coronel uma imagem de austeridade e simpatia No entanto demonstrava tamb m a submiss o dos oper rios em rela o ao armaz m pois o mesmo se constitu a quase que no nico recurso para a aquisi o de g neros aliment cios utens lios ferramentas tecidos e outros O pr prio Coronel inspecionava seus neg cios recebendo pes soalmente clientes amigos e fornecedores Trabalhar para ele repre sentava prest gio e seguran a As exig ncias para com seus emprega dos eram compensadas com a pontualidade e justi a no pagamento dos sal rios Costumava dizer o que do funcion rio sagrado Pode se caracterizar a rela o dos oper rios do Arsenal e dos funcio n rios com Nicola Scaffa como uma subalterniza o Entre os funcion rios de confian a que cuidavam cotidianamen te das atividades cont beis e financeiras da casa comercial estavam Henrique Feij e Fel cio Scaffa O primeiro era Guarda Livros que traba lhou a vida toda para o Coronel chegando a ser procurador em todos os seus neg cios da Essa Procura o foi lhe outorgada em 2 de junho de 1935 e registrada no Livro de Notas n mero 14 p 17 do Cart rio de Registro Civil e Tabelionato da Cidade de Lad rio
17. e quase t o distorcido quanto ele Virou ofen sa xingamento essas coisas que s o muito comuns no filho do vizinho Se voc assiste muita televis o alienado Se n o assiste tamb m Se algu m insiste em se vestir diferente um alienado idem se usar terno e gravata A lista intermin vel CODO 2004 p 88 196 Para Codo essa generaliza o ampla geral e irrestrita da pala vra ou melhor do conceito de aliena o que o senso comum promo veu denuncia pelo menos dois fen menos em primeiro lugar uma preocupa o tamb m generalizada com o problema e n o menos im portante a falta de compreens o do assunto E necess rio entender que o processo de aliena o atinge todos os espa os que a mercado ria atingiu mas n o da mesma forma como indica o senso comum E preciso repor o boi diante do carro Embora o processo de aliena o sempre implique uma altera o da consci ncia isto n o nos permite dizer que a aliena o seja apenas um produto da consci ncia humana como Hegel pregou Pois a aliena o um fato real e concreto como Marx j havia sugerido Nesta perspectiva Codo atrav s de um exem plo elucida esta teoria Imagine dois trabalhadores o primeiro sequer sabe que est alienado acha natural que n o participe dos lucros e ou da mordomia do patr o espera a morte para viver feliz no c u justifica sua morte por ela mesma o segundo um militante sindical membro de um partido
18. es de higieniza o e ordenamento da cidade era a de manter os ambientes arejados e iluminados A inten o era a de construir um novo tipo de moradia para um novo tipo de morador As casas de taipa por exemplo n o poderiam ser mais reformadas e as fachadas de zinco ou t bua deveriam ser trocada s por tijolos Os mais atingi dos consequentemente seriam os mais pobres cujas ca sas n o poderiam seguir as especifica es dos C digos de Posturas Mais um resultado do drama do progresso Drama do progresso que permaneceria pelas d cadas seguin tes De passagem pelo sul de Mato Grosso em 1939 Rezende Rubim um entusiasta do Estado Novo e do programa de coloniza o varguista Marcha para Oeste teceu o seguinte coment rio sobre a cidade Campo Grande j e uma cidade importante n cleo de con verg ncia de diversos munic pios pr ximos A cidade bem tra ada em ruas largas sendo algumas cal adas em Mac Adam Possui um jardim muito gracioso e resid ncias de primeira ordem Nada fica a dever s cidades paulistas do ciclo do caf Sendo Campo Grande a sede da Regi o Militar e l estando localizados alguns milheiros de solda dos o elemento de farda avulta dentro da popula o civil Alocaliza o em Campo Grande da Regi o Militar trou xe grandes benef cios ao lugar Derrama se assim men salmente uma soma respeit vel de dinheiro no com rcio local a cidade j possui elemento
19. hist rico memor vel inscrevendo se j na hist ria quando nem se quer se sabe se ele ter lugar ou se vir a ter alguma import ncia 1984 p 47 Partindo para a an lise do contexto dos acampados no Madre Cristina cabe enfatizar que por menores que sejam os acontecimen tos dentre as a es e representa es dos sujeitos estes s o vividos e analisados como j sendo hist ricos independente ou n o de terem alguma relev ncia no futuro Assim cabe destacar que os sujeitos sociais acampados tamb m fazem parte do contexto hist rico mes mo sem s vezes serem notados e ouvidos Os seus barracos explicitam todo o caos social brasileiro na atualidade N o s inerente concentra o fundi ria que assola o pa s desde os prim rdios de sua coloniza o mas tamb m por conflitos e contradi es provenien tes do meio urbano onde os trabalhadores rurais v timas diretas da explora o e expropria o foram obrigados a partir para as cidades em busca de trabalho Faz se significativo pontuar o que Nora discute ainda a respeito do acontecimento hist rico No seu entender diante da historiografia tradicional o acontecimento s era hist rico porque os historiadores decidiam que ele deveria ser hist rico Eram os historiadores que fazi am ascender este ou aquele acontecimento dignidade hist rica 1984 p 48 e toda a Hist ria decidia em conceber tal import ncia a determi nado acontecimento No acontec
20. o consciente com sua pr pria vida o sujeito 197 alienado n o se d conta nem de sua particularidade tornando se o que a literatura sociol gica moderna convencionou chamar massa MELLO 2000 CONSIDERA ES FINAIS Considerando que sob as rela es de produ o alienada a mai oria dos homens tem sua vida restrita ao cotidiano que se encontra alienado O homem expande a rela o espont nea que mant m com sua atividade ou seja o mundo concreto que o rodeia e o permeia para o conjunto de suas rela es e essa passa a dirigir sua rela o com o g nero humano e com sua pr pria singularidade Nesse sentido nas condi es concretas da sociedade contempor nea a maioria dos ho mens n o desfruta de uma rela o consciente com seu pertencimento humanidade isto o homem n o se percebe como produto e produ tor da hist ria Se a aliena o se d atrav s do processo real e concre to da explora o ela no entanto s se concretiza atrav s da aceita o da explora o de um homem por outro como sendo uma coisa natural imut vel ou como um processo que vai al m de sua vonta de Logo atrav s da consci ncia alienada pelas rela es e inter rela es do homem em seu cotidiano concreto que a aliena o se con cretiza no espa o Consequentemente a aliena o concreta gera a aliena o da consci ncia que por sua vez viabiliza a explora o e a coisifica o do homem NOTAS
21. o do trabalho mais valia A crescente acumula o se faz s custas de eleva es na composi o org nica do capital criando uma queda tendencial da taxa de lucro ou seja a propor o do capital constante m quinas bens de equipamen tos mat rias primas tende a crescer em rela o ao capital vari vel for a de trabalho Esta despropor o faz com que os capitalistas pro curem cada vez mais aumentar a extra o da mais valia ou ainda procurando ganhar nas quantidades vendidas o que perderiam por uni dade gerando uma superprodu o e consequentemente a crise Portanto a crise para Marx inerente ao capital e proveniente das mercadorias criadas na esfera da produ o e que n o conseguem se realizar na circula o Ou seja dialeticamente no interior do capi tal residem substratos que cont m elementos para sua pr pria nega o ou fal ncia Essa contradi o vai se desenvolvendo em uma ten 212 d ncia para o colapso que n o um dia final mas que vai se realizan do diante de nossos olhos atrav s de crises peri dicas cada vez mais profundas do capitalismo Coggiola 1998 p 78 grifo do autor em it lico no original Mas ainda que determinado o car ter transit rio do modo de produ o capitalista a burguesia tem agido para gerir tais crises e assim dar sobrevida ao capital O processo de acumula o e concen tra o de capital por um lado e a expropria o de muitos por
22. s teorias do curr culo Belo Horizonte Aut ntica 2004 68 DE HARRY AMORIM A ZECA DO PT BREVE ANALISE DOS GOVERNOS ESTADUAIS DE MATO GROSSO DO SUL Wagner Cordeiro Chagas INTRODU O Criado pela Lei Complementar n 31 de 11 de outubro de 1977 atrav s do desmembramento da rea do Estado de Mato Grosso sancionado pelo ent o Presidente da Rep blica Ernesto Geisel Mato Grosso do Sul um Estado com base assentada na agropecu ria e com uma sociedade de tra os tradicionalistas O presente trabalho busca fazer uma breve an lise das gest es p blicas do Estado desde sua instala o em 1979 at o final da ltima gest o governamental em 2007 Apresenta se assim os diversos con textos pol ticos do jovem Mato Grosso do Sul as manobras que leva ram em menos de 2 anos de sua implanta o 5 personagens a exer cerem a fun o de governador as primeiras elei es diretas realizadas em 1982 a polariza o de dois grupos apoiados pelas oligarquias agr rias no comando do governo estadual e a elei o do primeiro pol tico de esquerda para governador em 1998 69 GOVERNO HARRY AMORIM COSTA ARENA 01 01 1979 12 06 1979 O primeiro governador do Estado de Mato Grosso do Sul foi Harry Amorim Costa nomeado pelo ent o Presidente da Rep blica Ernesto Geisel e empossado em 1 de janeiro de 1979 De acordo com BITTAR 1997 a falta de consenso entre os l deres da ARENA partido gover nista l
23. 126 o cultivo de alguns produtos dos quais se desenvolveram perfeitamente no territ rio luso americano gra as ao clima tropical Isso nos referindo a benef cios m dio e longo prazo Quanto aos benef cios a curto prazo e mais interessantes aos portugueses havia o pau brasil De in cio o principal objetivo dos euro peus era encontrar metais preciosos devido ao instant neo benef cio ou recompensa Como n o foram encontrados de in cio n o surgiu o interesse de se fixar nas col nias Ou seja queriam que a empresa lhes proporcionassem lucros sem que se fizesse investimentos assim come a a pr tica explorat ria Neste sentido acrescenta Prado Jr que A princ pio naturalmente ningu m cogitara de outra coisa que produ tos espont neos extrativos 1973 p 25 Assim o pau brasil um produto perfeito para as inten es dos portugueses que visavam lucros instant neos do qual acabou se tor nando poss vel com a pr tica extrativa do produto e aparentemente o nico tipo de lucro em que a empresa pode lhe oferecer sem os inves timentos necess rios Por m logo se percebeu que investindo os lucros poderiam ser maiores Da mesma maneira que em nossos dias o ac mulo de capital sin nimo de aquisi o de benef cios tanto econ micos quanto pol tico sociais a lucratividade proporcionada pela empresa significava poder nas metr poles europ ias caracterizando alguns colonos como sendo da burguesi
24. 32 pre feitos contra 18 do PMDB O saldo dessa gest o foi a conclus o de obras herdadas da administra o anterior e a constru o e pavimenta o asf ltica nos trechos Miranda Corumb e Campo Grande Tr s Lagoas No dia 15 de maio de 1986 Wilson deixa o cargo nas m os do vice Ramez Tebet para concorrer ao Senado nas elei es daquele ano GOVERNO RAMEZ TEBET PMDB 15 05 1986 15 03 1987 Na ocasi o da desincompatibiliza o de Wilson Martins o vice governador Ramez Tebet assume a fun o de governador no dia 15 de maio de 1986 Entre as medidas tomadas por sua breve gest o uma das mais importantes relaciona se rea de seguran a p blica com a cria o pelo ent o Secret rio de Seguran a P blica Francisco Leal de Queiroz do Grupo de Opera es de Fronteira GOF Esse grupo nasceu atrav s da Resolu o n 119 87 tendo o coronel Adib Massad como seu primeiro comandante Sua import ncia se deve ao fato de ser um rg o pioneiro no Brasil envolvido com o policiamento preven tivo em toda rea de fronteira seca com o Paraguai Ao final de 1986 realizaram se elei es para o Governo Sena do Deputados Federais e Estaduais Marcelo Miranda foi eleito gover nador contando com o apoio decisivo do Plano Cruzado que permitiu ao PMDB em todo pa s vencer as elei es de 1986 de forma arrasado ra PEDROSSIAN 2006 p 210 72 SEGUNDO GOVERNO MARCELO MIRANDA SOARES PMDB 15 03 1987 15
25. Por isto con sidera a exist ncia da rela o entre o vivido o aprendido durante a vida e o que transmitido enfocando a forma como pode ser estudada a mem ria seja individual coletiva ou nacional Utilizamos destas contribui es te ricas sobre a mem ria para pensar v rias quest es como o papel das lideran as dos sindicatos e agentes que integram esta luta seus discursos instaurados na mem ria que est sendo contada e como podem alterar a imagem dos fatos Assim Toda organiza o pol tica por exemplo sindicato partido etc veicula seu pr prio passado e a imagem que ela forjou para si mesma Ela n o pode mudar de dire o e de imagem brutalmente a n o ser sob risco de tens es dif ceis de domi nar de cis es e mesmo de seu desaparecimento se os ade rentes n o puderem mais se reconhecer na nova imagem nas novas interpreta es de seu passado individual e no de sua organiza o POLLAK 1989 p 10 grifo nosso Mesmo que Pollak compreenda esta id ia aplicada para um todo o que achamos demasiado ainda assim partimos do pressuposto de que a maioria das institui es ou agentes mediadores da luta buscam ser vistos como lideran as de movimentos e esta veicula o acaba por ocorrer ao se tentar passar determinada imagem de for a lideran a e progresso ALGUMAS CONSIDERA ES Pontuamos que saber compreender os fatos as mem rias e re presenta es e ainda reconstitu las a partir de hist
26. SP Barrac o Comunit rio Local ao Jardim Aeroporto Pr ximo ao Central Ve culos 5 R 5 ox Pim do bi mr ap Miiat ayaa a CS ita Esn vaia E ear Figura 01 Cartaz do Festival realizado em 2006 Domingo Hardcore com a participa o de bandas de diversos locais incluindo a banda de ilha Solteira Lost Business FANZINES Os Fanzines s o uma esp cie de imprensa alternativa produzida pela contracultura a origem da palavra vem do ingl s Fan f e zine uma abrevia o da palavra magazine revista que significaria ent o revista do f 294 Segundo Bastos 2005 p g 406 407 o primeiro fanzine surgiu na Inglaterra em 1976 quando um jovem punk de Londres escreveu num dia seguinte a um show do Sex Pistols uma resenha de oito p ginas descrevendo o que ocorrera nesta oportunidade o fanzine ga nhou o nome de Sniffin Glue Cheirando Cola onde ele tirou 200 foto c pias e distribui A partir desde momento estes passaram a exercer segundo SOUZA papel de destaque na constru o dessa nova identidade eles contribu ram de maneira decisiva para ampliar o debate e a reflex o entre os militantes e simpatizantes da causa e tamb m foram respons veis pelos questionamentos mais in cisivos sobre o valor e a import ncia de certos s mbolos para o movimento apud Bastos 2005 p 322 Os fanzines contam com uma linguagem direta e objetiva a fim de facilita
27. Somos poucos po r m somos fortes Vamos fazer um Brasil de presente e n o um Brasil de futuro que s sonha e esquece seus filhos de hoje Gueto zine 1994 p 09 grifo meu Hoje em dia os fanzines perderam muito espa o diante do avan o de alguns meios de comunica es contempor neos como internet que fornece ao seu usu rio uma facilidade indiscut vel ao aceso da informa o a ponto de provocarem mudan as na socieda de como o desaparecimento de antigos h bitos como o da distribui o de fanzines Esta ficando restrita praticamente ao movimento punk sobre isso pode ler que 296 o car ter amplamente globalizado das culturas juvenis na atualidade as quais est o se tornando cada vez mais h bri das e heterog neas atrav s de processos de informa o e influencia o m tuas os quais as diversas tribos e movimen tos juvenis de v rios lugares do mundo fomentam ou aca bam por se inserir seja atrav s de interc mbios informativos e culturais estabelecidos pelos pr prios jovens seja atrav s da veicula o de not cias propagada pela m dia BASTOS 2004 p 368 CONCLUS O Espero que este trabalho tenha contribu do para que se tenha um melhor entendimento sobre algumas quest es que fazem parte deste cotidiano da juventude no p s guerra pois Pensamos que uma mudan a verdadeira da sociedade s ser poss vel atrav s de uma cr tica radical a sociedade atu al nos meios acad micos ou n
28. Um fen meno como este do negacionismo chega a nos assus tar e leva nos a refletir sobre algumas quest es como a fun o tica e social do historiador Antes de querer nos lan ar sobre discuss es acerca de m todos e correntes historiogr ficas mesmo que muitos destes debates sejam extremamente v lidos temos que ficar atentos a uma fun o verdadeiramente social que exerce o historiador O discurso e sobretudo a pr tica anti semita e racista est o presentes na socieda de contempor nea seja em pequenos grupos ou n o de diversas ma neiras e isto se deve muito a tra os de gera es anteriores ou mesmo da reformula o de velhos preconceitos pelas gera es atuais S o como feridas que n o cicatrizam 270 Combater toda e qualquer forma de preconceito uma quest o tica ao Historiador profissional e cidad o N o queremos dizer que qualquer nova abordagem lan ada sobre o fato Holocausto esteja agin do como arma e muni o do anti semitismo Deixar fechado um assun to seja ele qual for t o mal fico quanto a nega o de fatos comprovadamente verdadeiros afinal de contas fun o da Hist ria disciplina n o apenas narrar os fatos mas tamb m problematiz los A constante reinterpreta o da hist ria conforme apresenta Schaff um processo legitimador e ben fico Somente com novas e elucidadas opini es que podemos frear uma amea a como o negacionismo O esclarecimento e o pr prio debate u
29. V M L orgs Discurso alteridades e g nero S o Carlos SP Pedro amp Jo o Editores 2006 p 13 34 HALL S A identidade cultural na p s modernidade Tradu o de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro Rio de Janeiro DP amp A 2004 HALL S Quem precisa da identidade In SILVA T T org Identidade e diferen a a perspectiva dos Estudos Culturais Tradu o e organiza o de Tomaz T da Silva 6 ed Petr polis RJ Vozes 2006 p 103 138 MOITA LOPES L P Identidades fragmentadas a constru o discursiva da ra a g nero e sexualidade em sala de aula Campinas SP Mercado de Letras 2002 NIETZSCHE F O anticristo 2002 Tradu o de Andr D spore Cancian Dispon vel em http www dominiopublico gov br download texto ph000245 paf Acesso 15 jul 2007 169 ORLANDI E P A linguagem e o seu funcionamento as formas do discur so 2 ed Campinas SP Pontes 1987 P CHEUX M A an lise de discurso tr s pocas 1983 In GADET F amp HAK T orgs Por uma an lise autom tica do discurso Uma introdu o obra de Michel P cheux Campinas SP Ed Unicamp 1990 P CHEUX M A prop sito da an lise autom tica do discurso atualiza o e perspectivas 1975 In GADET F amp HAK T orgs Por uma an lise auto m tica do discurso Uma introdu o obra de Michel P cheux Campinas SP Ed Unicamp 1990 SILVA T T A produ o social da identidade e da difer
30. Vitor Recrutamento militar no Rio de Janeiro durante a Guer ra do Paraguai In Nova hist ria militar brasileira Rio de Janeiro Editora FGV 2004 MENDES Fabio Faria Encargos privil gios e direitos o recrutamento mili tar no Brasil nos s culos XVIII e XIX In Nova hist ria militar brasileira Rio de Janeiro Editora FGV 2004 NOVAIS Fernando A Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial 1777 1808 5 ed S o Paulo Hucitec 1989 SALLES Ricardo Negros Guerreiros Revista Nossa Hist ria Ano 02 n 13 novembro de 2004 pp 28 32 Guerra do Paraguai escravid o e cidadania na forma o do ex rcito Rio de Janeiro Paz e Terra 1990 TAUNAY Alfredo d Escragnolle A retirada da Laguna S o Paulo Editora Martin Claret 2003 TORAL Andr Amaral de A participa o de negros escravos na guerra do Paraguai S o Paulo Estudos Avan ados Vol 09 n 24 1995 http www scielo br scielo php pid S01083 40141995000200015 amp script sci arttext acesso em 20 05 2007 TRIGGER Bruce G Hist ria do pensamento arqueol gico Trad Ordep Trindade Serra S o Paulo Odysseus 2004 145 PARTE IV A ARTE A CULTURA E FIC O INTERRELA ES NA HIST RIA 147 A IMIGRA O O CASO DE ABDELMALEK SAYAD E N LIDA PI ON Waldson Luciano Corr a Diniz As imbrica es entre arte e ci ncia s o h muito tempo conhe cidas e propaladas principalmente a proximidade entre Literatura
31. cada de 1950 seus templos enchiam se de migrantes n o comprometidos com suas igrejas de origem MENDON A 1997 p 150 PENTECOSTALISMO CONCEP ES E PR TICAS O fundamentalismo evang lico pode ser entendido como uma matriz teol gica ampla que compreende os segmentos evang licos onde se localiza o pentecostalismo Assim sendo ao olhar para a trajet ria hist rica desse movimento alguns pesquisadores observam a tend n cia de oposi o aos ecum nicos Para Almeida trata se de uma religi 96 osidade que envolve a literalidade de exegese b blica o impulso salvacionista o emocionalismo como evid ncia da convers o e do x tase religioso a conduta puritana a expectativa escatol gica e mais restritamente a glossolalia 2004 p 37 A partir dessas caracter sticas hist ricas e mission rias o pentecostalismo fundamentalista carrega em seu bojo a tend ncia de que quando ocorre a convers o a estas igrejas tornam se indispens veis transforma es na vida do novo crist o tais como reforma moral pol tica cotidiana e fidelidade Estas propostas fazem parte das pr ti cas mission rias das igrejas pentecostais tanto em rela o aos n o ndios quanto aos ndios Outra disposi o presente nesse movimento pode ser entendida nas falas dos pastores que ensinam uma postura reacion ria e autorit ria que reflete na vida cotidiana V se pois que os l deres dessas aglomera es eclesi sticas em sua maioria adot
32. conquistado pela ideologia do fatal desenvolvimento do progresso cient fico no dom nio e no controle das for as naturais GRAMSCI 1986 116 O que Eco chama de as linhas de tend ncia do mundo real para Gramsci a ideologia do progresso cient fico 4A respeito ver ensaio escrito por mim e por Edgar C zar Nolasco intitulado Defini es para uma fic o cient fica brasileira uma an lise do g nero cyberpunk incluso no livro Discurso alteridades e g nero 2006 Curiosamente apesar de Eco n o ignorar essa conclus o ao afirmar que n o devemos somente pensar a ci ncia em conjeturas concernentes as ci ncias f sicas mas tamb m s ci ncias humanas como a sociologia ou a hist ria ou a ling stica ECO 1989 169 ele ainda assim descarta a ucronia como fic o cient fica Talvez neste momento Lodi Ribeiro v tima da armadilha da ideologia do progresso cient fico Ver nota 2 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BRADBURY Ray Um som de trov o In Os frutos dourados do sol Rio de Janeiro Francisco Alves 1979 DICK Philip K O homem do castelo alto S o Paulo Aleph 2006 ECO Umberto Os mundos da fic o cient fica In Sobre os espelhos e outros ensaios Rio de Janeiro Nova Fronteira 1989 181 FIKER Raul Fic o cient fica fic o ci ncia ou uma pica da poca Porto Alegre L amp PM 1985 GINWAY M Elizabeth Fic o cient fica brasileira mi
33. dos fazendeiros em encontrar uma reserva de m o de obra a qual pu dessem exercer um controle efetivo Tal preocupa o se fundamentava na experi ncia com os escravos o que lhes tornava cientes da neces sidade de formas eficazes de controle Para esses fazendeiros a per cep o de que a escravid o estava condenada conforme os autores foi o primeiro impulso para que viessem a introduzir a m o de obra livre com prefer ncia para os trabalhadores estrangeiros Os autores discor 308 rem sobre as in meras revoltas e greves que permearam as rela es entre fazendeiros e trabalhadores estrangeiros no decurso desse s cu lo enunciando as formas de luta desenhadas pelos colonos face forma como se estabeleciam as rela es de trabalho no Brasil do XIX Em decorr ncia dos conflitos entre pobres livres e senhores de engenho colonos e fazendeiros etc resultantes da insist ncia dos camponeses em permanecer com as suas ro as de subsist ncia in crustadas no cora o dos engenhos ou das fazendas dentre outros fatores como a exist ncia da brecha camponesa aberta pelos escra vos as rela es de trabalho e vida tamb m iam se transformando haja vista a percep o de sua presen a inc moda nas margens do proces so produtivo por vezes em seu interior por parte dos que detinham a posse da terra e o seu dom nio Schwarz afirma que o favor explicava e explicitava as rela es de depend ncia existentes na vida dos pob
34. e demonstra clara mente essa confian a O segundo o Sr Fel cio Scaffa a quem era confiada movimenta o da conta banc ria no Banco do Brasil possuin do plenos poderes para o exerc cio de tal finalidade A fim de produzir legalidade na movimenta o financeira foi lhe utorgada procura o para essa finalidade registrada no Livro de Notas n mero 14 folhas 15 16 e 22 23 de 22 e 27 de junho de 1935 23 Possuir plenos poderes para agir e falar em nome do Coronel Scaffa e administrar seus neg cios comerciais significava aos outorga dos total obedi ncia Quando as portas da Casa Comercial eram fe chadas no final da tarde Scaffa se trancava em seu escrit rio e resi d ncia anexos LEALDADE e conferia toda a movimenta o di ria Caso houvesse um erro no dia seguinte chamava duramente a aten o dos respons veis numa atitude de arrog ncia e austeridade A Lealdade na d cada de 40 tornou se a maior Casa Comercial da regi o vendendo uma grande variedade de produtos Conforme De monstrativo da Mesa de Rendas Estaduais de Corumb datado de 4 de maio de 1940 referente ao Pagamento do Imposto de Estat stica podemos constatar a diversidade de produtos a disposi o em seu es tabelecimento comercial o que fazia da LEALDADE um grande em p rio de produtos nacionais e importados Pelo valor dos impostos por ela recolhidos pode se constatar o grande volume de transa es comerciais realizadas Exemp
35. eram encaradas como uma abomina o Tenta se extrair dos indiv duos os devaneios as obsess es ou as pequenas manias Conforme o autor surge toda uma gentalha diferente estes correm apertados por fendas sociais perseguidos pelas leis sendo encaminhados para pris es ou cl ni cas Independente das caracter sticas de seus atos todos s o enca rados como fora do comum ou seja todas as formas de prazer ane xos passavam a se dar pelas perturba es do instinto E em todos os lugares onde houvesse possibilidades destes desvios se manifesta rem foram instalados dispositivos de vigil ncia para for ar confiss es e impor discursos corretivos 362 Exclus o dessas milhares de sexualidades aberrantes N o especifica o distribui o regional de cada uma delas Trata se atrav s de sua dissemina o de seme las no real e de incorpor las ao individuo FOUCAULT 2006 p 51 do que podemos refletir que os mecanismos existentes funcionavam como dupla incita o de prazer e poder Ou seja prazer em exercer um poder que questi ona e fiscaliza e prazer em escapar a este poder fugir lhe engan lo ou travest lo FOUCAULT 2006 p 54 No entanto se as sexuali dades clandestinas persistirem em atuar para que todos vejam o autor nos lembra Se for mesmo preciso dar lugar s sexualidades ileg timas que v o incomodar noutro lugar que incomodem l onde pos sam ser reinscritas sen o nos circuitos da produ o
36. faz da possess o dos m diuns pelos Exus um elemento necess rio do ritual Mas como nessa Macumba Exu identificado como o Diabo era o senhor da magia Umbanda tam b m herda essa concep o demon aca Enquanto os Orix s s o os chefes das falanges dos bons esp ritos que descem nos corpos dos mortais os Exus com os Omoluns s o os chefes dos maus esp ri tos que trazem aos homens a desgra a e a doen a Isso n o tudo estes se compreendem cercados n o somente por esp ritos mas ainda por fluidos esses fluidos podem ser bons ou nefastos Essa realidade somente n o encontrada no centro regido por dona Sil via onde n o h a incorpora o de tais entidades assim como o Tranca Rua o seu Sete Encruzilhadas as famosas Pombas Gira entre outros A m e sempre com as crian a quando tem crian a quando trabalho de crian a as m e sempre t o com crian a misturado com adulto pode um adulto daquele receb um sofred no momento e atrapalh muitas veiz o desenvolvimento o desenrolamento do seio de trabalho entendeu O seio de trabalho o seguinte muitas viez o m dium recebe um sofred e machuca uma crian a n o por quer mais a machucadora fica informa o oral Segundo Serra 2001 a umbanda n o precisa de origens m ticas ou invent las literariamente Desta forma mais d cil ao sopro do esp rito e respira o dos corpos e talvez por isso apresente mai ores dificuldades a sua com
37. ge nas e invasores Fernandes aponta que estes conflitos conduziriam expropria o territorial a escravid o e a destribaliza o Outro desta que feito pelo autor demonstra que a escravid o aconteceu em tr s p los que variavam conforme os interesses dos colonizadores o an seio de submeter o ind gena passou a ser o elemento central da ideolo gia dominante do mundo colonial lusitano Deste modo a distin o entre estes tr s p los dava se da seguinte forma Primeiro o colono o agente efetivo da coloniza o para ele submeter os ind genas equivalia a reduzi los ao mais comple to e objeto estado de sujei o Tomar lhes as terras fossem aliados ou inimigos convert los escravid o para depois trata los literalmente como seres sub humanos e negoci los Utilizar as tribos aliadas como instrumentos de conquista e de controle dos territ rios ocupados Terceiro os jesu 93 tas cujas atividades contrariavam com frequ ncia os inte resses dos colonos e mesmo as conveni ncias da Coroa mas concorriam igualmente para atingir o fim essencial que consistia em destruir as bases de autonomia das sociedades tribais e reduzir as povoa es nativas domina o do bran co 1989 p 83 Vasconcelos faz apontamentos sobre as consequ ncias e ob jetivos da catequese mission ria no s culo XIX na prov ncia do Mato Grosso como por exemplo a desapropria o de
38. m nos locais de lazer O que pode ter contribu do para um aumentou deste sentimento com o 289 mundo se agarrando na produ o da contracultura como uma forma de poder manifestar seus problemas com tal sociedade Sobre isso pode ser ler que Os jovens n o s o apenas relativamente abertos para os valores eles t m certa necessidade de certa identifica o com os ideais de uma liga o a esses ideais a fim de superar sua agita o e satisfaze la Eles t m necessidade de for a e est o prontos a obt la nas imagens nos s mbolos nos mo delos ou nos dolos para quais se voltam ou para quais s o dirigidos Na maior parte das sociedades industriais apenas num grau limite que os adolescentes podem realizar traduzir em atos seu desejo de uma vida sexual completa de poder social de critica etc Impedidos pela idade pela educa o inacabada pela falta de maturidade social de critica e de inde pend ncia econ mica de alcan ar uma satisfa o inteira e real eles tendem a procurar sua seguran a e seu equil brio na identifica o a ideais Rosenmayr apud Neto 2001 p 38 Outro fator pelo qual pode justificar est produ o da contracultura em Ilha Solteira que no munic pio sempre houve um n cleo jovem muito grande Pois na juventude onde se criatividade est tona e h uma necessidade de construir uma identidade em meio inten sa complexidade e fragmenta o do meio urbano que se reflete no p
39. mos anteriormente ou seja que para o campesinato o gado tem fun o de garantir a reprodu o do grupo familiar porque para ele acumula o tem sentido de melhoria das condi es de vida situa o esperada por qualquer grupo social caso contr rio seria idealismo Cumpre ainda destacar que um certo aumento da riqueza entre os camponeses n o deve ser confundido com acumula o capitalis ta Decorre disso a id ia de que uma economia defensiva n o novi dade no modo de vida campon s na verdade para resistir preciso defender se Portanto reserva defesa no sentido de garantir a repro du o do assentado enquanto campon s que em ltima inst ncia significa n o perder a terra e se necess rio ao grupo familiar adquirir novas terras A cria o tem como fun o garantir a reprodu o do grupo fami liar e n o propiciar a acumula o capitalista apropria o do sobretrabalho de outrem tamb m uma esp cie de poupan a para os dias menos afortunados pois ela permite uma certa garantia de consumo e renda monet ria Ela teria por essa perspectiva um papel complementar lavoura tanto no sentido do consumo direto como de renda monet ria para a fam lia derivando desta l gica a n o classifica o ou melhor a n o separa o agricultores e criadores Na verdade a grande maioria entrevistada tem ou gostaria de ter uma cria ozinha para o gasto ao mesmo tempo em que se consideram agriculto
40. n cia que nossa mem ria n o tabula rasa e que nos senti mos capazes por nossas pr prias for as de perceber como num espelho turvo alguns tra os e contornos talvez ilus ri os que nos devolveriam a imagem do passado HALBWACHS 1990 p 28 O Trem Naval de Mato Grosso e a Casa Banc ria Nicola Scaffa partes da mem ria da cidade de Lad rio permaneceram bastante tem po no sil ncio que junto com os esquecimentos revelam os mecanis mos de sua manipula o Trazer para o presente seus contornos dar lhe inteligibilidade pois o imobilismo a ant tese da hist ria A respeito das lutas travadas pelo pertencimento e domina o da me m ria escreve Jacques Le Goff a mem ria coletiva foi posta em jogo de forma importante na luta das for as sociais pelo poder Tornarem se senhores da mem ria e do esquecimento uma das grandes preocupa es das classes dos grupos dos indiv duos que dominaram e dominam as sociedades hist ricas Os esquecimentos e os sil ncios s o reveladores desses mecanismos de manipula o da mem ria coletiva LE GOFF 1992 p 426 Contra esses esquecimentos devem se levantar as mem rias subterr neas das culturas dominadas considerando que a mem ria da Cidade de Lad rio esta intimamente ligada transfer ncia do Trem 17 Naval de Mato Grosso e a funda o da Casa Banc ria Nicola Scafa 1935 que juntas v o contribuir para transformar a povoa o daquela l
41. o levando essa discuss o adiante para que estes ideais n o se percam para at mes mo surgir desta base outras id ias que possam ser produzi das dando frutos para a sociedade assentados na autonomia e coopera o m tua Mendes 2006 p 10 11 Contudo gostaria de ter possibilitado uma nova vis o sobre a produ o da contracultura em Ilha Solteira e que as quest es levan tadas neste trabalho tenham sido de f cil compreens o pois toda teoria provis ria acidental depende de um estado de desenvolvimento da pesquisa que aceita seus limites seu inacabado sua parcialidade formulando conceitos que clari ficam os dados mas que em seguida s o revistos reformulados substitu dos a partir de um novo material traba lhado MACHADO apud NETO 2001 p 11 Por fim devida aus ncia de algumas fontes elas acabaram por dar um car ter de inacabado ao trabalho pois estas s o pe as fundamentais no gigantesco quebra cabe as que veio a se formar sobre a contracultura em Ilha Solteira entre os anos de 1994 e 2006 NOTAS 1 Graduando do 3 Ano de Hist ria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus Tr s Lagoas 2 Extra do da m sica Rock de Sub rbio da banda Garotos Podres In Garotos Podres Rock de Sub rbio Rio de Janeiro Ao Vivo faixa 05 2001 3 Sobre esta informa o sobre o a divis o no sistema de n veis pode se ler melhor em Ilha Solteira A cidade e a usina Fasc culos da Hist
42. o como um componente estrutural do capital a sua atual estrat gia de internacionaliza o da economia como forma para tentar gerir suas cri ses e a reestrutura o produtiva e com as mudan as no mundo do trabalho como media es utilizadas pelo capital neste processo Des ta forma o texto se dividir em tr s partes a a estrutura da crise b a assim chamada globaliza o enquanto atual fase de internacionaliza o da economia c o neoliberalismo e a reestrutura o produtiva como tentativa de ger ncia da crise Para tal este estudo seguir a tradi o da abordagem materia lista hist rico dial tica reconhecendo a vig ncia das formula es de Karl Marx e seus colaboradores para a an lise cr tica dos mecanismos contempor neos de recomposi o do capital e para os apontamentos de supera o da sociedade capitalista CRISE DE SUPERPRODU O COMO COMPONENTE ESTRUTURAL DO CAPITAL Segundo Rita de C ssia Barbosa de Ara jo In Coggiola 1998 a etimologia da palavra crise vem da linguagem m dica Nesta perspec tiva significaria a altera o que sobrev m no curso de uma doen a ou ainda acidente repentino que sobrev m numa pessoa em estado de aparente boa sa de ou agravamento brusco de um estado cr nico p 51 N o obstante no campo da economia pol tica teria um signifi cado pr ximo ao ponto de transi o entre uma poca de prosperidade e outra de depress o ou vice versa ibid p
43. o de Geertz exposta no principiar desse cap tulo pertinente para a compreens o do crescimento desse fen meno religioso o mundo n o funciona apenas com cren as mas difi cilmente consegue funcionar sem elas CONSIDERA ES FINAIS A proposta desse estudo concentrou se no sentido de apontar ques t es em torno do encontro entre a etnia Terena e o pentecostalismo A partir de um corpuste rico e metodol gico tentou se problematizar o tema Nessa perspectiva investigadora a primeira etapa foi observar alguns as pectos hist ricos sobre a catequese mission ria momento em que ocor reram os primeiros contatos do evangelho com os grupos tnicos A segunda parte destacou a historiografia do pentecostalismo processo que auxiliou no entendimento desse movimento J a terceira parte referiu se as pr ticas e concep es do pentecostalismo em que 102 pode se perceber que a nfase religiosa calcada em preceitos e pr ticas mission rias as quais se centralizam na convers o como refor ma moral pol tica e do cotidiano procedimento mission rio presente no trato com o ndio e o n o ndio A quarta e ltima parte dessa caminhada buscou o di logo com bibliografia e uma refer ncia as fontes orais Desta forma pode se des tacar que a rela o dos Terena com o pentecostalismo complexa envolvendo v rios aspectos que n o podem ser desconsiderados como a perspectiva de exist ncia de perda cultural J que pen
44. o de obra para a realiza o do futuro trabalho com o estabelecimento da col nia Por m do ponto de vista de Giucci Vera Cruz n o o destino da esquadra e os expedicion rios a v em como uma regi o de repouso 1993 p 37 O INVESTIMENTO E CONSOLIDA O DA EMPRESA Quando nos referimos ao termo empresa estamos tratando de um local ou um neg cio em que se consegue obter de algum modo certo tipo de benef cio Levando em considera o o grande benef cio que as terras da Am rica Portuguesa deram aos lusitanos primeira mente com a extra o do pau brasil depois com o tr fico negreiro e por fim a extra o de materiais preciosos torna se poss vel remeter o ter mo empresa ao nosso territ rio Teoricamente para que um empreendimento possa render bons lucros necess rio primeiramente se pensar uma empresa Tir la do papel dar vida ao objetivo Logo depois necess rio fazer investimen tos e em consequ ncia de tais investimentos estrutur la para dar lhe funcionamento 124 O primeiro investimento para iniciar a constru o da empresa Brasil o povoamento Pode se considerar que o transporte de pes soas primeiro com um t mido in cio de povoamento com degredados segundo com as navega es destinadas ao territ rio O povoamento se d pelo fato de se precisar construir a empresa sobre bases fortes Assim Prado Jr acrescenta Para os fins mercantis que se tinham em v
45. o psicossocial etc AMARANTE 2003a De modo a assistir aqueles que permanecem h longo tempo internados e que s o v timas da iatrogenia das estruturas asilares s o institu das moradias substitutivas como as resid ncias terap uticas com equipe de sa de para apoio e assist ncia Na tentativa de inser o social e como iniciativas de aglutina o foram estabelecidas coo perativas de trabalho protegido Espa os de produ o art stica e cultu ral foram idealizados juntamente com os usu rios destes servi os em oficinas de arte Pessoas que enfrentam epis dios agudos de sofrimen to psiqui trico como quadros delirantes man acos ou paran ides bem como intoxica o por uso de subst ncias poderiam ser atendidas em enfermarias psiqui tricas instaladas em hospitais gerais Para a psiquiatria democr tica italiana vale ressaltar cada uma destas medidas ou outras conforme a necessidade concreta de aten o psicossocial n o pode ser efetivada em momentos e locais dife rentes na forma de programas ou a es isoladas Sinaliza se assim a import ncia de uma interven o planejada de uma pol tica de conjun to n o restrita somente a um ou outro aspecto da vida social e comu nit ria Infelizmente h poucos equipamentos desta natureza pr ximos de nossa realidade e mesmo que se diga que existam muito mais do que a por exemplo vinte anos atr s ainda s o muito menos do que o necess rio O dado de
46. o social os recrutados eram obtidos junto aos elementos desqualificados como tais defi nidos pela ordem e pelo pensamento dominantes vigentes da popula o desocupados vagabundos e malandros A grande maioria destes alistados era formada por escravos en viados por senhores de terras substitutos volunt rios trabalhadores livres negros mesti os ou desempregados de qualquer cor principal mente negros Uma representativa parcela de alistados negros ainda era vista como escravos rebeldes e problem ticos pelos seus senhores e acabavam sendo vendidos por altas quantias Coroa brasileira para serem incorporados for a militar e caso voltando com vida da Guerra merecedores e recebedores de suas liberdades civis Este trabalho prop e uma hip tese para se entender o racismo dentro das tropas militares que se aliaram para lutar contra o Paraguai Brasil Argentina e Uruguai e dentro do pr prio Paraguai A partir de Sir Richard Burton que relata muito do que foi a Guerra do Paraguai e 142 baseados em um trecho de uma de suas cartas podemos ent o com preender que o racismo nas tropas militares sul americanas ultrapassava os limites nacionais Desde os termos extirpados e irreprim veis usado por Burton e o tratamento descrito por ele dos soldados negros de Uruguai e Argentina at a afirmativa de Andr Toral que em seu artigo acaba por reescrever as palavras do presidente guarani A frase dita pelo presi
47. os portugueses n o contavam com a novidade que surge mais tarde com a ocupa o das Antilhas por v rios pa ses europeus as ilhas passaram a ser exploradas pelo cultivo de tabaco a anileira e principalmente o a car O sucesso do a car nas Antilhas foi t o grande que passaram a se chamar as Ilhas do A car Logo j se pode prever o problema aos portugueses a queda da produ o de cana de a car em territ rio luso americano devido o surgimento da concorrente Antilhas Logo ap s o auge do a car anti lhano e a queda do produto americano os portugueses descobrem no interior da empresa o que queriam encontrar desde o in cio metais preciosos Descobrem se minas de ouro e a exist ncia de metais como o ferro criando um novo tipo de atividade dentro da empresa Aempresa adquire outro car ter de produtividade Por volta de 1670 a produ o de cana de a car come a a declinar em virtude do desenvolvimento das planta es das Antilhas Pouco depois encontravam se no Brasil minas de ouro cuja explora o cresceu rapidamente nos primeiros anos do s culo XVIII CORVISIER 1976 p 63 As minas de ouro passam a partir desse momento a ocupar o lugar do modo de produ o a m dio prazo no pensamento portugu s que volta a se beneficiar da empresa como no in cio quando da extra o do pau brasil Ainda vale lembrar que a produ o de cana de a car teve um decl nio e n o seu fim pois as produ es continua
48. pelo menos nos do lucro O rendez vous e a casa de sa de ser o tais lugares de toler ncia a prostituta o cliente o rufi o o psiquiatra e sua hist rica as palavras os gestos ent o autorizados em surdina trocam se nesses lugares a pre o alto 2006 p 10 Como podemos observar desde o in cio desta discuss o a con fiss o foi o instrumento mais utilizado pelo poder para se produzir a verdade O desvio se dava com a nega o da sexualidade legitima pro duzida no per odo os comportamentos ileg timos eram corrigidos es tes se persistissem em atuar a luz do dia eram encaminhados a luga res de toler ncia autorizados Ao menos nestes recintos serviriam para algo ou seja para o lucro Voltemo nos ao homossexualismo que o colaborador central desta pesquisa Entre os v rios perversos do per odo o autor destaca os indiv duos de orienta o homossexual o ato de conceber rela es com indiv duos do mesmo sexo era conhecido como sadomia At a Idade M dia este comportamento era punido de forma jur dica de acordo com as leis da poca No s culo XIX o sujeito homossexual torna se uma personagem nada do que ele a fa a escapa a sua sexualidade ou seja o indiv duo um car ter uma forma de vida uma anatomia indiscreta ou at mesmo uma fisiologia misteriosa Se antes quem pra ticava tais comportamentos era punido juridicamente por isso nos s culos seguintes o sujeito se torna uma esp c
49. pode se deduzir qual seria o trabalho principal dos mission rios franciscanos Em primeira linha deveriam auxiliar o clero que j trabalhava ai isto na aceita o de par quias portanto na cura das almas regular entre ca t licos E verdade existiam ainda algumas tribos de ndios 30 na regi o que tamb m deveriam ser conduzidas a verda deira f Contudo o grande trabalho mission rio seria a pasto ra o do interior do sert o 1988 p 43 Ao chegarem em solo brasileiro se hospedaram na cidade de S o Paulo Mais tarde os Freis foram distribu dos em diversos conven tos Frei Euc rio Schmitt ficou no convento de Pari Frei Wolfran Passmann no convento S o Francisco em S o Paulo Frei Antonino Schwenger primeiro ficou em Rio Preto e depois se mudou para Guaratinguet Frei Francisco Brugger retornou ao Rio de Janeiro no convento de Ipanema Nos conventos tinham dois objetivos aprender a l ngua portu guesa e se prepararem para o trabalho no Mato Grosso Para cumprir estes objetivos praticavam atividades como o sacramento de batis mo os matrim nios as rezas ouvindo ainda confiss es e dando au las de catecismo Quando os objetivos j estavam cumpridos no que diz respeito ao conhecimento da l ngua foram para Mato Grosso dar in cio a miss o Em Outubro de 1938 se inicia a Ere o do Comissariado no Mato Grosso sendo nomeado frei Euc rio Schmitt para primeiro comiss rio Com a ere o do comissariad
50. rias de vida saber contar com os sentimentos pessoais com o n o dito e com 351 fatores objetivos e subjetivos que fazem parte da hist ria de vida dos sujeitos quest es que podem ser apreendidas por exemplo nos rela tos orais Por isto buscamos apresentar nestas p ginas alguns dos principais fundamentos que nos ajudaram a compreender quest es que consideramos importantes para os estudos sobre a luta pela terra Procuramos dentre a diversidade de objetos e campos de pes quisas da hist ria realizar uma reflex o sobre os conceitos que podem servir para a an lise da luta pela terra no Munic pio de Tr s Lagoas buscando a partir de fundamentos como estes aqui apresentados com preender os sujeitos do Assentamento Pontal do Faia na diversidade de suas pr ticas e de representa es NOTAS 1 Acad mico do 4 ano do curso de Hist ria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Tr s Lagoas Bolsista de Inicia o Cien t fica CNPq 2 Ver BURKE Peter A escola dos Annales 1929 1989 S o Paulo Editora Unesp 1997 3 Uma interessante abordagem discutida nas edi es de Jacques Le Goff e Pierre Nora A Nova Hist ria Novos problemas S o Paulo Editora F Alves 1998 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA Rosemeire A de Identidade Distin o e Territorializa o O processo de Re cria o camponesa no Mato Grosso do Sul 2003 391 f Tese Doutorado em Geografia na Faculdade de Ci ncias e te
51. s do mundo depositada no Morro do Urucum e explorada pela Companhia Vale do Rio Doce 12 Na ind stria de transforma o destaca se a produ o de cimento REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BITTAR Marisa Estado Educa o e Transi o Democr tica em Mato Grosso do Sul Campo Grande MS Ed UFMS 1998 C NDIDO Ant nio A estrutura da escola In PEREIRA Luiz FORACCHI Marialice M Educa o e Sociedade S o Paulo Nacional 1977 p 107 128 CHERVEL Andr Hist ria das disciplinas escolares reflex es sobre um campo de pesquisa Teoria e Educa o N 2 1990 GEERTZ Clifford A interpreta o das culturas Rio de Janeiro Guanabara 1989 FRAGO Antonio Vi ao Culturas Escolares texto mimeo 2000 GOODSON I A constru o social do curr culo Lisboa Educa 1997 ITANI Alice Festas e calend rios S o Paulo Editora da UNESP 2008 JULIA Dominique A cultura escolar como objeto hist rico Revista Brasi leira de Hist ria da Educa o V 1 jan jun 2001 p 9 48 MANFROI Jos A miss o salesiana e a educa o em Corumb 1899 1996 Campo Grande 1997 Disserta o de Mestrado UFMS 212p NOSELLA Paolo amp BUFFA Ester Schola Mater A antiga Escola Normal de S o Carlos EDUFS Car 1996 POPKEWITZ T Knowledge power and curriculum revisiting a trsement Theory and research in social education In press New York 1997 SILVA Tomaz Tadeu da Documentos de identidade uma introdu o
52. tico rei Ibid p 17 Com o advento dos processos de divis o territorial e social do trabalho criando as classes sociais e suas rela es entre si os aglome rados urbanos tornam se cidades e segundo Sp sito 1988 p 22 embora as cidades terem sua explica o urbana no social e no pol tico as primeiras cidades tiveram sua localiza o determinada pelas condi es naturais como a primeira cidade na regi o da antiga Mesopot mia que limita se entre o rio Tigres e Eufrates Agora voltaremos nossa aten o para discuss o do espa o urbano que se criou a partir da natureza e foi transformado pelo ho mem no curso de gera es Neste contexto observamos que o espa o se transforma por meio do trabalho do homem e evidente que este trabalho tem valor agrega valor de modo a transformar e selecio nar o espa o Carlos 1992 p 51 aponta que o espa o em meio sua modifi ca o apresentar um sentido de propriedade privada da terra o espa o urbano aparece como movimento historicamente determinado num processo social O modo de produ o do espa o cont m um modo de apropria o que hoje est associada propriedade privada da terra 409 Pensando no espa o como propriedade privada da terra veremos claramente uma sele o deste espa o onde quem tem melhores con di es financeiras ter o melhor espa o em contra partida aqueles que n o tem poder aquisitivo ficar as margens desse esp
53. tista de alguns pol ticos sem escr pulos criando destarte s rios emba ra os administra o do Estado Ressaltou o autor ainda que s o fato de permanecer em Campo Grande a sede da Regi o Militar faz com que os habitantes de l se julguem com direitos que as outras partes do Estado no seu enten der n o possuem A for a federal influi em tal estado de coisas maneira de a o catal tica ou a o de presen a pois nem sempre o elemento militar participa diretamente para a situa o do esp rito de regionalismo dominante no lugar Segundo consta no final da d cada de 1930 a cidade de Cam po Grande gerava mais renda do que as demais cidades do Estado Em 1937 por exemplo a receita arrecadada foi de 1 192 406 ao mesmo tempo em que a de Cuiab capital do Estado atingia a cifra de 682 726 No ano seguinte enquanto a arrecada o de Campo Grande cresceu 387 478 em rela o a 1937 a renda da capital caiu para 585 529 3 A tentativa de veicular uma imagem positiva de Campo Grande como centro urbano econ mica pol tica e culturalmente din mico moderno e civilizado aparece de forma n tida no lbum de Campo Grande Editada em 1939 durante as comemora es dos 40 anos de emancipa o do munic pio pode se afirmar que em linhas gerais essa obra seguia crit rios e inten es semelhantes aos do lbum Gr fico de Mato Grosso Por m ao contr rio de seu cong nere publicado em 1914 uma
54. 03 1991 Ao assumir novamente o governo agora atrav s do sufr gio po pular Marcelo Miranda deixa o cargo de senador para seu suplente Ant nio Mendes Canale De acordo com CAMPESTRINI 2002 nes sa gest o criou se a Pol cia Florestal com objetivo de defender prin cipalmente o Pantanal Outro ato marcante desse governo refere se a promulga o da nova Constitui o Estadual no dia 5 de abril de 1989 No entanto o governo enfrentava diversas greves do funcionalis mo p blico como a dos professores que chegaram a invadir a Governadoria em 1990 Desgastado o PMDB n o lan ou candidatura pr pria ao Gover no nas elei es de 1990 mas indicou Celina Jallad filha de Wilson Martins como candidata a vice governadora na chapa de Gandi Jamil PDT O candidato vitorioso por m foi Pedro Pedrossian PTB ao vencer Gandi Jamil PDT e Manoel Bronze PT SEGUNDO GOVERNO PEDRO PEDROSSIAN PTB 15 03 1991 01 01 1995 Ao tomar posse Pedro Pedrossian d in cio a um recorde em sua carreira pol tica Inicia seu segundo mandato tendo em vista que j fora governador do ent o Mato Grosso uno entre 1966 a 1971 Seu governo manteve o estilo de implementa o de grandes obras Em Campo Grande constr i o Parque das Na es Ind genas o Hospital Rosa Pedrossian o Pal cio Popular da Cultura entre outros Na rea educacional um dos mais importantes atos foi a implanta o da Uni versidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEM
55. 800 00 reais Quer dizer se ela n o der leite ou ela morrer o preju zo pouco Ah agora se voc pega uma vaca de R 1 000 00 reais n o vende o leite ou perde ela voc perde um ano de servi o Ent o eles n o pensam nisso querem empurrar esse gado leiteiro Vaca de quatro ou cinco litros de leite j est bom pra n s cria o habituada aqui n o vai gastar com ra o cocheira FREITAS S Analisando o depoimento do Sr Freitas muitas quest es emer gem dentre elas a discord ncia na comunica o com o t cnico do Estado refletido no descontentamento com a imposi o do projeto de financiamento para aquisi o de gado leiteiro bacia leiteira n o tem cabimento uma bomba que n s estamos entrando dentro e tem que aceitar o projeto porque o rapaz que fez o projeto t cnico do IDATERRA n o aceita mudar evidente o choque entre o projeto racional o da viabilidade econ mica de gabinete e o projeto de vida acumulado pela experi ncia Logo a experi ncia camponesa ensina que junto com a lavoura o certo voc ter tamb m o gado umas vaquinhas de leite na concep o de gado como complemento pois 320 caso contr rio ou seja o gado como op o econ mica o que se tem o risco j que se voc pega uma vaca de R 1 000 00 reais n o vende o leite ou perde ela voc perde um ano de servi o Ent o eles n o pensam nisso querem empurrar esse gado leiteiro Este desencontro do sabe
56. E SUAS DIFEREN AS No mbito ritual stico cada centro preserva a sua singularidade manifestando de diferentes formas o modo a realizar seus trabalhos Seu Sebasti o refere se ao seu trabalho tanto no centro umbandista como na federa o como uma forma de demonstrar sua gratid o quanto sua gra a obtida Vindo de uma fam lia pernambucana de tradi o ca t lica quando crian a este afirma ter sofrido de uma doen a paranormal sofrendo ataques de possess o Quando eu tinha uns seis ou sete anos eu tinha um pobrema que acontecia comigo que eu ca a s que n o sofria dor n o sofria nada eu ca a rolando no ch o dando risada criticando meio mundo Tudo o que acontecia de frente eu criticava informa o oral Fora desenganado segundo o informante por tr s juntas m di cas em Salvador BA tendo recebido a cura atrav s de um m dico que tamb m praticava a medicina medi nica 399 S esp rita porque tive necessidade de s E devo muita gra tid o ao espiritismo uma religi o que eu gosto devo muita obriga o a ela porque se eu hoje tenho vida eu tenho sa de eu agrade o ao espiritismo informa o oral A quest o da caridade um ponto comum entre os centros em Tr s Lagoas Todos os dirigentes indagados defenderam a Umbanda como uma religi o voltada ao trabalho caridoso seja no desfazer de um trabalho ou na realiza o de uma gra a Dona Am lia relata a gente n o tem lucro nen
57. Econ micos e Filos ficos de 1844 A Ideologia Alem Mis ria da Filosofia Trabalho Assalariado e Capital Entretanto foi na B lgi ca no Congresso da Liga dos Comunistas em 1847 que Marx e Engels receberam a incumb ncia de redigir o Manifesto do Partido Comunista pronto em janeiro de 1848 o qual se tornou uma obra de grande exten s o junto aos oper rios e que j continha os elementos originais da teoria marxiana engelsiana da crise do sistema capitalista No mani festo encontramos dois aspectos da crise que caracterizam tal pensa mento a periodicidade e o seu car ter de agravamento as crises se tornariam mais intensas e longas Tudo que s lido e est vel se volatiza Marx amp Engels 1988 p 69 nos traz a clara id ia do revolucionamento da burguesia ao antigo modo de produ o o feudalis mo com suas rela es fixas e cristalizadas das cren as e opini es Da mesma forma a moderna sociedade burguesa que fez surgir como que por encanto possantes meios de produ o e de troca asse melha se ao feiticeiro que j n o pode controlar as pot ncias infer nais por ele postas em movimento p 71 ou ainda as rela es bur guesas tornaram se estreitas demais para conter a riqueza por elas mesmas criada p 72 Marx 1980 1985a b c apropriou se da teoria do valor trabalho para concluir que o objetivo da acumula o aumentar valor ao capital inicialmente aplicado por meio da explora
58. Grosso do Sul omiss o do rg o indigenista oficial Funda o Naci onal do ndio Funai soma se a indiferen a acad mica por parte de pesquisadores da Hist ria Ind gena e da Antropologia A presente co munica o tem portanto o objetivo de apresentar brevemente os pro cessos de territorializa o ocorridos na hist ria dos Atikum Kamba e Kinikinau que em pleno in cio de s culo XXI ainda lutam por uma visi bilidade que lhes garanta respeito a direitos que tem sido sistematica mente negados Os Atikum t m seu territ rio tradicional a Serra do Um em Pernambuco local que uma parte do grupo abandonou em meados da d cada de 1980 fugindo da seca e da extrema viol ncia na regi o encravada no chamado Pol gono da Maconha JOS DA SILVA In SALOMON SILVA ROCHA 2005 Os Kinikinau vivem principalmen te emterras da Reserva Ind gena Kadiw u na aldeia S o Jo o desde o in cio dos anos 1940 Dados como extintos por antrop logos e indigenistas ao longo do s culo XX tal como os Ofai buscam hoje retomar parte de seu vasto territ rio tradicional localizado entre os atu ais munic pios sul mato grossenses de Miranda e Corumb JOS DA SILVA SOUZA 2008 J os Kamba de acordo com a tradi o oral do 82 grupo teriam chegado a Corumb a partir de 1945 e se estabelecido desde ent o na periferia daquela cidade PENTEADO 1980 Nos ltimos anos foi produzido um consider vel n m
59. Grosso do Sul a dimi nui o das opera es de custeio e aumento das opera es de investi mento caracterizou se como uma das tend ncias em andamento situa o atribu da naquele momento a uma quest o central a situa o de risco que o custeio de lavouras representava tanto no sentido das intemp ries como de garantia de pre o o que em ltima inst ncia aumentava a possi bilidade de inadimpl ncia neste tipo de financiamento Logo a opera o investimento para compra de gado era a preferida aos olhos do Estado aqui representado pelos rg os de assist ncia t cnica respons veis pela elabora o dos projetos para financiamento Situa o que parece n o ter mudado como tem revelado a presente pesquisa realizada para esta tese 3Assentado no projeto S o Luis Dez 2001 Grifo da autora SAssentado no projeto S o Tom Out 2001 326 8Assentado no projeto S o Luis Dez 2001 YAssentado no projeto S o Luis Dez 2001 8Par frase de Woortmann 1990 que no entanto utiliza para se referir a campesinidade Sem terra FETAGRI Acampamento Fazenda Cisalpina Ago 2002 20Assentada no projeto Mercedina Dez 2001 21 A respeito desta quest o vale a nota para n s in dita da situa o vivida no assentamento S o Luis em que um acampamento do MST ficou insta lado dentro da rea do assentamento e quando chegamos para realizar a pesquisa ainda tivemos a oportunidade de conversar com ac
60. Imperialismo fase superior do capitalismo Lenin 1986 descreveu o Imperialismo enquanto fase do capitalismo contempor neo estruturado em torno da hegemonia do capital financeiro que havia deixado para tr s em um passado distante as velhas formas de livre concorr ncia entre os industriais comercian 213 tes e banqueiros para dar lugar ao capital monopolista Para Carlos Cesar Almendra 1998 se tomarmos como eixo as caracter sticas do Imperialismo como fase superior do capitalismo prevista por Lenin n o injusto afirmar que a globaliza o o imperialismo do final de s culo Seriam elas a concentra o da produ o e do capital que cria os monop lios cujo papel decisivo na vida econ mica b fus o do capi tal banc rio e do capital industrial formando o capital financeiro c o surgimento a partir do capital financeiro de uma oligarquia financeira d diferentemente de exporta o de mercadorias a exporta o de capi tais assumindo import ncia particular e forma o de uni es internaci onais de capitalistas que partilham o mundo entre si e partilha territorial do globo entre as maiores pot ncias capitalistas Aconclus o de Almendra ibid de que aquilo que os guardi es do capital designam como globaliza o na verdade o imperialismo do final de s culo Nos dizeres de Jorge Beinstein 2001 parafrasean do Dangeville trata se de uma fase do capitalismo que se pode deno minar senil po
61. Jos da Silva teeeeeeeeeerererrererarenaaaeacanananananaaaeaeeeeeaeererereera 81 Estudo da proposta pentecostal frente a etnia Terena em Brasil ndia MS Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes 92 PARTE II DA COL NIA PORTUGUESA GUERRA COM O PARAGUAI O mito da coloniza o na constru o da hist ria do Brasil Vivian Maria de Oliveira reter enearereeenaaaae rosana nenareraaenea 109 Brasil col nia A descoberta e constru o da empresa a servi o da metr pole Luso europ ia Renan Gon alves Bressan ir ireerrecareaarrenaranarrenarannnanao 122 A guerra do Paraguai Racismo na Forma o dos ex rcitos platinos Bruno Mendes Tulux ii rrrereseaaanaaaaaenacanaeasaanaananaaaanaa 133 PARTE IV A ARTE A CULTURA E AFIC O INTERRELA ES NA HIST RIA A imigra o o caso de Abdelmalek Sayad e N lida Pi on Valdson Luciano Corr a Diniz terrena tenaeeseenenareraeanas 149 Sobre a identidade da cultura transgressora Jefferson Barbosa de Souza V nia Maria Lescano Guerra eeeeeeeeererererereerenaaaenaeenenanananaaanenes 159 A guerra que o Paraguai venceu uma hist ria alternativa do maior conflito sul americano Rodolfo Rorato Londero ttateaeeeeeeeeeererereerereraranananenenanananananenta 171 PARTE V MUNDOS DO TRABALHO E DO CAPITAL O conceito de aliena o no modo de produ o capitalista Wagner Barbosa dos Santos ii rrereraerrenaeranaranaeanas Trab
62. Lad rio era formado em parte pelas tropas que voltavam de Assun o para Corumb e outra por paraguaios e imigrantes Parte dessa popula o vai trabalhar no Arsenal e fixar resid ncia em Lad rio conferindo ao povoado contornos de vila com intensa atividade social e econ mica Dessa forma as obras civis para constru o do novo Arsenal de Marinha no porto de Lad rio atraiu para a regi o centenas de trabalhadores dando in cio ao primeiro arruamento e constru o de moradias O Ministro da Marinha em 1881 designou o Chefe de Esqua dra Francisco Cordeiro da Silva Torres Bar o de Iguatemi para fazer um relato minucioso do Arsenal A 4 de julho do mesmo ano o Bar o apresentou extenso relato ao ministro documento este aqui transcri to parcialmente Este estabelecimento situado no Lad rio quatro milhas e meia abaixo da cidade de Corumb ocupa um terreno com 23 120 metros quadrados entre o Rio Paraguai c rrego Malheiros e povoa o do Lad rio Dentro dessa rea est o os seguin tes pr dios O quartel das companhias de Imperiais Marinhei ros e Aprendizes art fices O dep sito de p lvora edif cio t rreo de alvenaria de pedra com 13m de comprimento 6m de largura 5 6 de altura e as paredes de 0 60m de grossura coberto de telhas francesas e o pavimento atijolado constru do por empreitada em 1874 por 15 189 331 Enfermarias e far m cias tendo custado 20 700 708 Inspe o Secreta
63. P rsio Alguns aspectos das teorias osbre as crises econ mi cas o s culo XIX In COGGIOLA Osvaldo org Revista Estudos n 1 jun p 15 36 S o Paulo Humanitas FFLCH USP 1998 SINGER Paul Globaliza o e desemprego diagn stico e alternativas 4 ed S o Paulo Contexto 2000 223 PARTE VI AS FONTES E OS LUGARES DA MEM RIA NA PRODU O DA HIST RIA 225 N CLEO DE DOCUMENTA O HIST RICA HONORIO DE SOUZA CARNEIRO CONSTRU O DO GUIA DO ACERVO Vitor Wagner Neto de Oliveira O trabalho de constitui o de um arquivo hist rico ou centro de documenta o algo desafiador em nossa sociedade em vista do des caso para com o patrim nio hist rico e cultural mesmo no meio univer sit rio que deveria em princ pio ser fomentador de projetos de preser va o da hist ria e da mem ria Por ter o entendimento desta import n cia gostaria de relatar a seguir o caminho percorrido para a constru o do N cleo de Documenta o Hist rica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Tr s lagoas projeto implementado pelos professores e alunos do curso de Licenciatura em Hist ria Apresenta rei tamb m parte do primeiro Guia do Acervo do N cleo resultado dos trabalhos de organiza o e cataloga o das fontes 227 HIST RIA DO N CLEO DE DOCUMENTA O O N cleo de Documenta o Hist rica Hon rio de Souza Carnei ro um espa o de pesquisa e de gera o de projetos
64. POL TICO E ECON MICO NA AM RICA DO SUL E A GUERRA Anteriormente acreditada como se fosse motivada apenas pela livre navega o na bacia do rio da Prata e hoje sabida que muito mais influenciada pelo lit gio de terras fronteiri as e pela influ ncia pol tica na 136 regi o platina a iminente indisposi o entre as rep blicas de Argenti na Uruguai Paraguai e o imp rio brasileiro acaba por se transformar em uma guerra quando a invas o paraguaia no territ rio uruguaio com o intuito de restabelecer politicamente o governo local deixa clara a inten o de domina o pol tica e estrat gica do governo guarani Tor na se mais clara a pretens o pol tica paraguaia quando observamos um trecho de Maldita Guerra onde Francisco Doratioto afirma No dia 30 de agosto Assun o protestou contra qualquer ocu pa o do territ rio uruguaio por for a de mar e terra do Imp rio a qual seria atentat ria do equil brio dos Estados do Prata de interesse paraguaio e afirmou n o assumir a responsabilidade pelas consequ ncias de qualquer ato brasileiro Constru das ent o as motiva es pol ticas para se justificar o embate b lico o que n o o objetivo deste trabalho explic las pas sam as mil cias nacionais a se digladiarem por todo o territ rio sul americano banhado pela bacia do rio da Prata As emancipa es pol ti cas dos pa ses envolvidos no conflito acontecem no s culo XIX e todas as ex col nias de Esp
65. Sendo que a produ o cultural dos anarco punks como a de outros movimen tos contra culturais se constr i numa rela o de conflito com a industria cultural e al m disso em nega o consciente cultura de massas BASTOS 2004 p 371 No Brasil o Punk Rock tem uma boa aceita o de parte da juventude devida falta de representa o que a MPB e a crescen te onda das discotecas tinham sobre uma boa parte do p blico Al m disto o Punk com seu car ter an rquico v m a encaixar como uma luva perante a realidade enfrentada pelo brasileiro no final da d cada de 1970 devida a falta de liberdade reflexo do governo militar e de seu Al 5 Sobre o Surgimento do Punk no Brasil Clemente vocalista da banda Inocentes diz no document rio Botinada a origem do Punk no Brasil que Nos estamos aqui para revolucionar a m sica popu lar brasileira pintar de negro a asa Branca atrasar o trem das onze pisar nas flores de Geraldo Vandr e fazer a Am lia uma mulher qualquer 2006 O Punk Rock chega a Ilha Solteira e se manifesta com for a a partir de 1994 quando come am a serem realizados os primeiros e pequenos shows na maioria das vezes com bandas locais rec m formadas estes ocorriam em diversos lugares como por exemplo Restaurantes Bares e Escolas E com o passar do tempo Ilha Soltei ra vem a ganhar certa proje o dentro do cen rio Punk Rock do inte rior paulista no final d d cada de 90 devido
66. Seu Sebasti o pela quest o da mat ria e as coisas relacionadas a ela n o se desligarem durante os trabalhos Separa o o seguinte que o mensageiro masculino n o s o o feminino entendeu E a o seguinte no momento de trabalho se d a separa o porque h muitas coisas l fora fazendo parte da mat ria que n o pode ta junto Esse o respeito do trabalho N o por isso ou por aquilo unicamente o respeito do trabalho Uma outra singularidade que pode ser notada se refere partici pa o das crian as Em ambos os centros de seu Sebasti o e de Dona Am lia devido o cruzamento com a Quimbanda h a incorpora o de entidades consideradas de linha negra como o caso dos Exus e das Pombas Giras exus femininos Exu o homem da rua As Pombas Giras exus femininos se apresentam como meretrizes ou seja mulheres da rua Exus e Pombas Giras frequentam principalmente as encruzilha das onde podem abrir e fechar caminhos a se re nem tamb m as almas penadas Serra 2001 229 Por essas entidades ter uma liga o com o mal na Tenda de lemanj n o permitida a participa o das crian as Enquanto que no centro de S o Cosme e Dami o n o h essa separa o As crian as podem acompanhar todo o trabalho de Umbanda como de 401 Quimbanda De acordo com Bastide 1971 enquanto na Umbanda a possess o por Exu rara o espiritismo de Candombl continuando a Macumba
67. Tr s Lagoas ou pela administra o central em Campo Grande mas referentes a unidade de Tr s Lagoas pela coordena o do curso de Hist ria pelo movimento estudantil do curso de Hist ria pelo Diret rio Central dos Estudantes pelo Diret rio Setorial dos Estyudantes e pelo movimento sindical docente De fluxo cont nuo compreende o per odo de 1992 a 2006 ARQUIVO DA PALAVRA O acervo do Arquivo da Palavra constitu do por documenta o oral e audiovisual e procede de projetos de hist ria oral inerentes ao curso de Hist ria da UFMS CPTL e de alunos e demais pesquisadores que trabalham com esta metodologia S o 223 fitas cassetes compre endendo conte dos em torno da quest o agr ria MST acampamento assentamento atividade cafeeira no Mato Grosso do Sul origens de Tr s Lagoas barrageiros ferrovi rios ribeirinhos religi es e religiosi dades As entrevistas foram gravadas no per odo de 1984 a 2007 UMA HIST RIA EM CONSTRU O A mem ria da sociedade exposta nos museus e guar dada nos arquivos geralmente uma mem ria escrita gravada em documentos quase sempre oficiais em jornais que defendem inte resses de seus financiadores e que portanto registram os feitos e o ponto de vista dos vencedores das elites Para atingirmos a hist ria dos vencidos devemos ler estas fontes nas entrelinhas enxergar aquilo que elas omitem aquilo que tentam esconder Outra op o quando poss vel buscar na narrati
68. agora sim definitivamente transfigurado no diabo aquele que tudo pode inclusive fazer o mal Com essa divis o crist de tarefas tudo aquilo que os Caboclos Preto Velhos e outros guias do chamado pante o da direita se recusam a fazer por raz es morais Exu faz sem pestanejar Assim enquanto o demonizado Exu faz contraponto com os santificados Orix s e esp ritos guias a Quimbanda funciona como uma esp cie de nega o tica da Umbanda ambas resultantes de um mesmo proces so hist rico de cristianiza o da religi o africana Como quem esconde o diabo a Umbanda escondeu Exu na Quimbanda pelo menos durante seu primeiro meio s culo de exist ncia para assim longe da curiosi dade p blica poder com ele livremente operar 397 Para Costa 1984 o complexo semi tico umbandista pode ser tratado como uma cole o de enuncia es c lculos reflex es me m rias e cr ticas que perpetuam e re produzem tradi es e identida des populares boa parte delas recalcadas reprimidas Esta aborda gem em hip tese alguma deprecia o seu valor e sentido de sacralidade Apenas n o compat vel com pr concep es do sagrado De acordo com Neves 1991 os primeiros europeus que tiveram contato na frica com o culto do Orix Exu dos lorub s atribu ram a essa divindade uma dupla identidade a do deus f lico greco romano Pr apo e a do diabo dos judeus e crist os A primeira por causa dos altares represent
69. ao indiv duo refletindo em sua vis o de mundo e de cren a A partir dessa proposta torna se pertinente a busca pelo entendimento dos s mbolos dos Terena antes e depois do contato com o pentecostalismo Nesta caminhada te rica a pesquisa dos historiadores Moura e Zorzato 2004 ao tratar do processo de apropria o do Protestantismo Norte americano pelos Terena atrav s da Uniedas fazem uma s rie de sugest o de temas a serem estudados Dentre eles destaca se a import ncia de um estudo sobre a necessidade de pesquisas que reve lem as pr ticas cotidianas dos convertidos n o envolvidos nas estrutu ras de poder das igrejas evang licas terenizadas p 336 100 O estudo de Moura e Zorzato deteve se nos Terena convertidos que faziam parte da lideran a evang lica A proposta de pesquisa em quest o a da compreens o das perman ncias e mudan as simb li cas ocasionadas pela influ ncia pentecostal no cotidiano dos ndios Terena que n o est o envolvidos na estrutura do poder eclesi stico a saber nos poderes eclesi sticos dos pastores dos presb teros dos di conos e dos obreiros todos com liga o direta na lideran a das igrejas e respectivamente com grau de import ncia e fun o Segundo Moura e Zorzato um dos fatores que leva os Terena a apropria o da identidade de crist o o beneficio que o passaporte de crist o na Rep blica pode possibilitar a abertura para formula o de estra t gias de o
70. as fontes no tempo presente Mas o que ser tempo presente Ou o que presen te para essa hist ria Estas s o indaga es provocativas que no trans correr do texto por meio de alguns autores e da pr pria experi ncia como historiador do tempo presente ser o discutidas Quando se prop e fazer a hist ria do tempo presente ou ouve se algum historiador comentando sobre este tipo de hist ria logo vem a indaga o mas do que se trata esse tipo de hist ria Descrevendo sobre esta quest o Jean Pierre Rioux elenca que a hist ria do pre sente 329 n o se trata nem do per odo ltimo de um recorte do passado para o uso escolar e universit rio nem de um con ceito de substitui o por tempos de crise da temporalidade nas nossas sociedades inv lidas pelo ef mero nem mesmo de um paradigma regulado no caos das ci ncias sociais Uma hist ria dita do presente participa de fato mais ou menos de todos estes voc bulos 1999 p 39 Trabalhando com a hist ria do tempo presente Borges 2004 salienta que nos debates acad micos o que mais assinala esta hist ria a dificuldade de an lise em vista das influ ncias exercidas sobre o sujeito pesquisador no tempo presente Contudo observa a autora que preciso enfatizar aos cr ticos que n o s o s os trabalhos com o tempo presente que demonstram este envolvimento Na leitura do texto de Chauveau e T tart percebe se que h algumas particularidades na labuta
71. assim como nos Estados Unidos a fabrica o dos computadores era uma exclusivida de militar No site museu do computador destacado que Em 1972 foi constru do na USP o Patinho Feio o primeiro computador nacional seguido em 1974 do projeto G 10 na USP e na PUC do Rio de Janeiro incentivado pela Marinha de 249 Guerra que necessitava de equipamentos para seu progra ma de nacionaliza o O interesse de v rios segmentos da sociedade brasileira notadamente os militares e os meios cient ficos buscando atingir melhor independ ncia tecnol gica para a inform tica brasileira levou cria o em 1972 da Capre Comiss o de Coordena o das Atividades de Processamento Eletr nico com o objetivo de propor uma pol tica governamental de desenvolvimento do setor Em 1974 foi criada a primeira empresa brasileira de fabrica o de computadores a Cobra Computadores Brasileiros S A uma estatal que recebeu a miss o de transformar o G 10 em um produto nacional SORJ e GUEDES 2008 p 19 Com o tempo o Brasil se desenvolvia e o setor de inform tica crescia com os investimentos feitos pelo governo para obter maiores resultados Um exemplo disso se deu em 1979 quando ocorreu uma interven o do governo criando uma reserva de mercado para o desen volvimento de microcomputadores para as empresas mas estas medi das de flexibiliza o como foram chamadas procuraram atender s reclama es oriundas de diversos
72. com posi es de conflitos a sociedade foi buscando meios de aprimorar o sistema tornando o mais representativo e justo voltado busca da verdade prov vel Nesse desenvolvimento a imparcialidade como ca r ter das decis es concernentes s rela es sociais entre os sujei tos foi a busca primaz consubstanciando se na institui o da figura do rbitro mediador de conflitos lapidando o hoje consagrado tr duo Autor x R u x Juiz Os rbitros primitivos baseavam se precipuamente nos costu mes e em sua convic o pessoal para emitir seus ju zos de valor posto n o haver naquele momento hist rico a figura do legislador plenamen te insculpida no ordenamento social Com a afirma o do Estado dian te do indiv duo e a supremacia da vontade deste sobre a vontade dita social come am a surgir regras de conduta a serem seguidas pelos cidad os Essas mesmas regras cominam sua n o observ ncia penalidades A imposi o do Estado sobre o homem foi explicitamente consagrada pelo Direito Romano especialmente de seus prim rdios at o s culo Il a C sendo desse per odo a Lei das XII T buas Hodiernamente tem o Estado um papel bem definido 417 Como institui o s cio jur dica organizada para servir co munidade nacional tem o Estado a finalidade de promover a concretiza o dos ideais nacionais de paz de seguran a e de prosperidade Sendo a pr pria na o politicamente organizada representa o Est
73. continuum entre normal anormal da ordem psiqui trica moderna a responsabilidade pela manuten o da mentalidade manicomial e o adiamento da mudan a estrutural ne cess ria Outros anti psiquiatras passam a apontar que s o as fam lias as culpadas neste processo O problema que tamb m n o se indica uma dire o para supe rar tudo isso que passa a se contrapor trocar os azulejos e o encana mento uma nova l gica qualquer proposta de reforma psiqui trica nada disso mudaria a condi o de sofrimento ps quico das pessoas j que ela seria parte da pr pria exist ncia humana nesta sociedade A anti psiquiatria contribui por sua vez em desnudar a viol ncia e os limites epistemol gicos da psiquiatria cl ssica Os ingleses David Cooper e Ronald Laing e o americano Thomas Szasz costumam ser lembrados como representantes fundamentais desta linha de pensamento COOPER 1967 LAING 1983 SZASZ 1984 Situando historicamente a anti psiquiatria uma esp cie de re a o forte introdu o na d cada de 1950 dos psicof rmacos na assist ncia psiqui trica O grande salto hist rico que foi dado do asilo da Idade Cl ssica e Idade M dia aos reformismos da d cada de 1950 n o desproposital Com exce o da iniciativa de desacorrentar os asilados de Philippe Pinel na segunda metade do s culo XIX e do trata mento psicanal tico de Sigmund Freud no in cio do s culo XX pouca mudan a se observa no tratamento p
74. contr rio Os argumentos presentes nesse discurso passam longe do rigor e seriedade acad mica s o elementos panflet rios extremistas a nega o da mem ria Neste ponto fica praticamente imposs vel n o lembrar de um dos mais famosos cr ticos e combatentes ao negacionismo Pierre Vidal Naquet que define os negadores do Holocausto como Assassinos da Mem ria justamente na motiva o e nos argumentos dos negadores do Holocausto que encontramos os melhores e maiores argumentos para a an lise cr tica desta pr tica O judeu nestes tratado constantemen te como um ser conspirat rio elemento ativo de uma organiza o se creta No negacionismo o Holocausto apresentado como uma das maiores das in meras formas do juda smo internacional lan ar suas garras contra o mundo controlando as finan as os meios de comuni ca o a m dia e consequentemente a civiliza o mundial Todo esse processo de bombardeamento mem ria das v timas e sobreviventes dos horrores da 2 Guerra mais exclusivamente do Holocausto utiliza se de argumentos novos e velhos Os velhos s o os 267 mesmos perpetuados pelos nazistas e outros tantos movimentos auto rit rios do s culo XX que beberam o anti semitismo de diversas fontes Os novos fatores usados como terreno f rtil para produ o de discurso e literatura anti semita tem como base as cr ticas ao Estado de Israel e ao Sionismo entre outros O que se v
75. da educa o muita coisa mudou tamb m com o melhor acesso a computadores onde a Internet tem a capacidade de criar grandes oportunidades para a educa o n o s como ferramenta educativa e de aprendizagem mas tamb m como ve culo facilitador da comunica o ajudando os alunos em pesquisas fazendo com que as aulas se tornem um pouco menos cansativas Encontrar recursos educativos e not cias atuais obter documentos fotos e imagens impor tantes e pesquisar temas muito diversos das condi es clim ticas a estat sticas da popula o Juntamente com o progresso vem s tecnologias e a tecnologia abordada foi a evolu o dos computadores Com os computadores foi pretendido passar neste texto a evolu o que o computador teve de monstrando desde o primeiro computador at chegarmos nos dias atu ais e como evolu mos at chegarmos ao hoje poss vel dizer que com tamanha evolu o em um curto per odo de tempo num futuro bem pr ximo estaremos diante de outras novidades tecnol gicas Mas todas novas tecnologias quando aparecem surgem aliados a problemas No caso do computador juntamente com a Internet se encontra o problema da exclus o digital O problema da exclus o digi tal vem acompanhado por outros tipos de problemas de ordem econ mica social cultural interesses pol ticos entre outros Deve ficar claro 257 que esse movimento de estender acesso inform tica e Internet re presenta um caminho no q
76. de Mato Grosso era formado pelo conjunto arsenal canhoneiras Cia de Imperiais Marinheiros cabia lhe ainda a conclus o da constru o das barca as autorizadas uma vez que at aquela data apenas duas haviam sido constru das Como chefe dessa For a Naval Leverger ficou respons vel pela constru o e moderniza o das barca as que substituiriam as embarca es usadas desde as mon es As embarca es usadas nas mon es eram feitas de troncos escavados que serviam ao transporte de homens e cargas O Professor Ney lared Reynaldo na obra Com rcio e Navega o no Rio Paraguai 1870 1940 faz um relato enriquecedor sobre as mon es cuiabanas discri 18 minando os tipos e tamanhos das embarca es usadas nessas expe di es e trazendo ainda indica es bibliogr ficas valiosas para o enten dimento desse fen meno A id ia de transformar o Rio Paraguai numa importante via de acesso Bacia do Prata destacada pelo historiador quando diz que Ap s a independ ncia pol tica do pa s o governo imperial passou a considerar a navega o internacional como alternativa para tirar a pro v ncia de Mato Grosso do semi isolamento REYNALDO 2004 p 60 Empenhado nessa tarefa Jo o Augusto Leverger levantou os ali cerces do Arsenal de Marinha de Mato Grosso substituindo os antigos existentes em Cuiab Por m as dificuldades enfrentadas durante a constru o do Arsenal em virtude da dif cil situa o finance
77. de a car foi praticamente o nico produto a ser produzido e comercializado no exte rior por m quase tr s s culos mais tarde a economia nacional j apre sentava uma gama maior de produtos a serem comercializados caf algod o tabaco e a pr pria cana de a car havendo tamb m a preocu pa o em abastecer o mercado interno e de se criar uma condi o me nos dependente frente instabilidade dos mercados internacionais e mesmo de se obter uma alternativa para a substitui o aos produtos importados que atingiam altos valores quando chegavam ao Brasil 133 A diversifica o da produ o a tentativa inicial de se criar um mercado interno que fosse capaz de abastecer o Imp rio com produtos b sicos e o fim do exclusivo colonial que abriria novas possibilidades de comercializa o com outros pa ses por m n o foram suficientes para estimular a economia brasileira a adotar um outro sistema de in vestimento para o capital obtido durante todo este processo e nem t o f cil seria se desvencilhar do passado senhoril herdado dos colonizado res portugueses O s culo XIX foi marcado pela cria o de in meras leis para desacelerar o tr fico negreiro mesmo estas sendo influencia das por pot ncias internacionais j estavam em processo de industria liza o o com rcio de m o de obra ainda n o havia sido abolido O Imp rio ainda assim mantinha sua economia baseada na explora o da m o de obra escrava Paralel
78. de suas vidas 349 Consider vel parte das pesquisas que busca compreender es tes movimentos sociais como os trabalhos sobre a quest o agr ria encontra nos estudos sobre identidade e mem ria os elementos para a an lise e discuss o de seus principais questionamentos Compre endemos nesta investiga o que ao buscarmos entender e apreen der as representa es constru das por estes sujeitos os elementos emergentes da mem ria acabam por fazer parte destas representa es Acontecimentos de sua vida de seu cotidiano ou mesmo de lembran as de fatos passados e que agora emergem por suas falas e sentimentos s o mem rias que podem constituir se como repre senta es Pollak 1989 contribui significativamente para trabalharmos a pesquisa no que diz respeito reflex o sobre a mem ria Discute o papel da mem ria coletiva ou individual nos diferentes momentos e formas como ela produzida Monumentos m sicas tradi es e costumes s o produzidos por diferentes sujeitos e grupos sociais sendo que a trajet ria de suas vidas os trabalhos realizados ou mesmo as lutas travadas se tornam fontes produtoras da mem ria uma mem ria estruturada com suas hierarquias e classifica es uma mem ria tamb m que ao definir o que comum a um grupo e o que o diferencia dos outros fundamenta e refor a os sentimentos de pertencimento e as fronteiras s cio culturais p 03 Este pertencimento acaba por fazer parte do co
79. de trabalho no Brasil entretanto sempre margem da economia de exporta o e com o passar dos tempos passou a existir uma po pula o de trabalhadores rurais e fam lias que constitu am uma classe camponesa 2001 p 123 Ressalta ainda que os pequenos propriet rios rurais livres encontram se margem dos estudos brasileiros e quando pensados carregam constantemente o peso dos r tulos Re for ando a necessidade de compreens o dos camponeses esse autor acentua historicamente no Brasil a produ o de roceiros e escra vos ou com maior exatid o a agricultura de subsist ncia e a de exporta o estavam intimamente ligadas numa rela o complexa multidimensional e em muta o hist rica Eram de fato duas faces da mesma moeda 2001 p 125 Esse estudo ilustrativo para retomar a hist ria dos campone ses na tentativa de apreend los como sujeitos de suas hist rias a construir tamb m a hist ria da agricultura brasileira sendo portadores de desejos sonhos esperan as expressos em pr ticas e representa es as quais n o se encerravam no universo da casa grande e da senzala ou no bin mio senhores e escravos Prado J nior ao referir se ao homem pobre livre afirmou A popula o livre mas pobre n o encontrava lugar algum naquele sistema que se reduzia ao bin mio senhor e escra vo Quem n o fosse escravo e n o pudesse ser senhor era um elemento desajustado que n o
80. demos que eles n o apresentam os estados da alma estados de percep es porque n o compartilham dos mesmos valores dos con quistadores portanto s o desprovidos at do sentido da interpreta o subjetiva em rela o ao que desconheciam Viu um deles umas contas de ros rio brancas acenou que lhes dessem folgou muito e com elas e lan ou as ao pesco o E depois 118 tornou as contas a quem lhes deram par grafo 22 Tamb m andavam entre mo as nuas como eles e suas vergonhas t o nuas e com tanta inoc ncia descobertas que isso n o havia vergonha alguma pa r grafo 56 Mostraram lhes um galinha quase tiveram medo dela par grafo 20 Em outro trecho de Caminha verificamos as rela es de poder ser manifestando como dizendo que daria ouro por aquilo Isso tom vamos nos assim por assim o desejamos Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar isso n o o quer amos n s enten der porque n o haver amos de dar par grafo 23 Neste trecho Cami nha deixa bastante clara a assimetria e o discurso deliberativo que pretende dar aos significados Isso se verifica tamb m na interrup o e nos coment rios a respeito do modo de vida do outro Os outros dois que o Capit o teve nas naus a que deu ou que j desse nunca mais aqui apareceu de modo que tiro ser gente bestial de pouco saber e por isso t o esquiva Por m e com tudo isso andam muito bem curados e mui
81. determinada constru o social foi trazida at o presente influenciando as nossas pr ticas e concep es de ensino SILVA 2004 em Documentos de Identidade uma introdu o s teorias do curr culo prioriza uma an lise geneal gica para identificar como o curr culo vem sendo definido pois o curr culo sempre o resultado de uma sele o p 15 e essa sele o o resul tado de um processo que reflete os interesses particulares das clas ses e grupos dominantes Assim n o podemos deixar de investigar quais conhecimen tos valores e habilidades eram considerados como verdadeiros e leg timos numa determinada poca N o se pode promover o estudo da realidade regional desvinculado da interpreta o de car ter geral mais abrangente A singularidade da hist ria local ou regional n o pode pre tender substituir a perspectiva da totalidade da qual parte Este o dilema de quem ao mesmo tempo precisa definir os contornos ge rais da floresta mas tamb m para n o torn la abstrata e gen rica precisa conhecer a especificidade de suas rvores BUFFA e NOSELLA 1996 p 19 Historiar uma institui o educativa carece n o perder de vista sua especificidade mas ao mesmo tempo compreender sua totali dade Pretendemos atrav s desta pesquisa que tem como pers pectiva de estudo a cultura escolar entender como as rela es de poder se manifestam no interior das institui es educacionai
82. devido ao fato os freis serem alem es A persegui o era mais inten sa no sul do estado de Mato Grosso onde os frades eram presos vigiados e proibidos de viajarem para as prega es crist s tamb m n o podiam se reunir para tratar dos assuntos religiosos Um exem plo disto est no fato de que o comiss rio Euc rio Schmitt chama a aten o dos seus padres sobre como deveriam se comportar em sociedade em primeiro lugar deviam estar cientes e compreender que as autoridades naquela situa o deviam estar vigilan tes e tamb m o direito e o dever de ter o controle dos estrangeiros mesmo depois de algumas experi ncias o controle dos eclesi sticos e religiosos Em segundo lugar n o se tratava de saber o que se podia fazer e o que n o mas sim o que conv m e o que n o conv m por exemplo n o era proibido ouvir radio mas n o convinha n o era proibido tirar fotografias mas n o era muito conveniente andar com o aparelho na m o ou mostr lo aos outros Por fim quanto ao comportamento segundo as autoridades militares ningu m era proibido de pensar o que quisesse mas ningu m que ent o vivia na Brasil tinha o direito de externa a sua opini o quando contrario ao ponto de vista do povo e do governo Padres e religiosos de modo algum deveria falar de pol tica nem contra nem a favor nenhuma palavral KNOB 1988 p 79 Estas eram as condi es que os Frades Franciscanos deviam obedecer para que os seus trab
83. do internamento BASAGLIA 2005 p 24 Basaglia atentava se para a mudan a psicol gica e social do paciente ao adentrar os muros do Manic mio conforme ressalta O novato no momentoque ingressa no complexo sistema de interna o deve deixar atr s de si os v nculos que n o pode mais manter os projetos que j n o poder realizar enfim a vida que n o pode viver pois o pr prio hospital o impede de continuar a buscar o seu lugar de projetar se no futuro inibindo a conquista da pr pria subjetividade Trancado no espa o estreito da sua individualidade perdida e oprimida pelos limites impostos pela doen a o doente mental impe lido pelo poder institucionalizante do asilo a objetificar se nas pr prias regras que determinam num processo de dimi 371 nui o e de restri o de si mesmo que originalmente superposto doen a nem sempre revers vel BASAGLIA 2005 p 25 Serrano ressalta que para Basaglia a psiquiatria democr tica daria uma assist ncia intensiva pessoa em sofrimento ficando com ela o tempo todo dizendo que preciso um envolvimento com o paci ente saindo com ele acompanhando o na constru o de uma vida digna 1985 p 81 Foi dessa preocupa o que nasceu a consci ncia da necessidade de novas alternativas surgindo assim a Psiquiatria Pre ventiva e do Movimento das Comunidades Terap uticas que tem como principal proposta integrar seus semelhantes no seio psicol gico
84. e so cial SANTOS 1994 p 46 A luta antimanicomial um movimento de car ter popular com mais de meio s culo de exist ncia em v rios pa ses Antes conhecido pelo nome de Movimento da antipsiquiatria De acordo com Bueno com a Ditadura Militar os movimentos populares desapareceram sendo re tomado somente em 1986 com uma pequena reuni o de profissionais da sa de mental revoltados com o que assistiam dentro dos hospitais psiqui tricos 2001 p 184 Assim Paulo Amarante BASAGLIA 2005 assinala que o movi mento deixou claro a sociedade que n o bastava humanizar os hosp ci os melhorar o ambiente manicomial ou ampliar o n mero de profissio nais dessas institui es mas sim a proposta era de trazer o louco de volta ao conv vio social O movimento se caracterizou por um conjunto de iniciativas pol ticas socias culturais administrativas e jur dicas BASAGLIA 2005 p 25 Desta forma o primeiro projeto de Lei da Reforma Psiqui trica no Brasil foi realizado pelo Movimento da Luta antimanicomial com apresenta o na C mara Federal pelo deputado federal do PT Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais Paulo Delgado em 1989 3657 89 cuja justificativa fazia men o expl cita referida lei italiana 180 Bueno 2001 relata que tudo levava a crer que o projeto seria aprovado num piscar de olhos mas n o foi menciona que este foi embargado no senado por interfer ncias dos filiados a FBH Feder
85. e sul mato grossenses o seguinte A Gran Rep blica del Paraguay merecia de fato essa desig na o Numa tonalidade vinho ros destacava se como a na o de maior extens o territorial da Am rica do Sul E isto mesmo sem levar em conta el Protetorado del Mato Grueso sob controle pol tico e econ mico guarany Esse vasto territ rio se estendia em vermelho claro do norte de la Gran Rep blica at a margem sul do Amazonas Apesar de rebatizado em castellano o portugu s ainda era o idioma mais falado na regi o a despeito dos esfor os e incentivos das autoridades paraguayas LODI RIBEIRO 2006 175 176 Esta proximidade das l nguas portuguesa e espanhola tamb m observada no Brasil atual principalmente nos munic pios fronteiri os do Centro Oeste Entretanto um dos grandes estranhamentos a pre sen a de gadgets c meras hologr ficas m quinas acionadas por co mando de voz etc t picos dos futuros imaginados pela fic o cient fi ca apesar do ano dieg tico ser 1993 ver LODI RIBEIRO 2006 169 o mesmo ano de publica o do conto Ou seja Lodi Ribeiro aproveita esses objetos clich s da fic o cient fica para real ar que o presente 178 alternativo de A tica da trai o mais avan ado tecnologicamente que o presente do leitor Um dos gadgets do conto o holovisor tem poral invento do professor Albuquerque que proporciona a visualiza o de eventos hist ricos pret rito
86. econ mico Ironica mente Madruga realiza se no genro homem detest vel mas de boas maneiras e competent ssimo administrador Perdido em seus sonhos rico mas sem a plenitude de seus ide ais materializado em seus descendentes Madruga s reencontrou se consigo mesmo atrav s da neta Breta a menina que inicialmente ele renegou por n o ser fruto de uma rela o leg tima de sua falecida filha Esperan a Ela constituiu se em uma esp cie de historiadora No ro mance ela que analisa a fam lia e que insere as tr s gera es na problem tica social econ mica e cultural do Brasil quem define o papel do imigrante e de seus descendentes no pa s dominado pelo que hoje chamamos de responsabilidade social Rompeu com o comodismo das no es do av que ora poderia ser estrangeiro ora imigrante no pa s de acordo com suas conveni ncias observando de longe todas as maze las do pa s com descren a nos homens e nas institui es Dessa ma neira situou o problema do imigrante n o s do ponto de vista das rela es na o versus na o como tamb m do ponto de vista das rela es entre classes sociais onde inegavelmente elas tamb m se inseriam Ao final do texto Breta concluiu que somente um livro sobre a hist ria da fam lia revelararia a a si mesma com seus traumas e culpas com suas esperan as e mis rias Somente um livro de hist ria que refle tisse sobre todo o percurso e os sonhos de um casal de imigrantes sit
87. ela discutidos o trabalhador rural no per curso de toda a sua hist ria serviu t o somente como um ap ndice do capital Desse modo para Wanderley n o importa a an lise de suas lutas mas a sua percep o e conceitua o enquanto trabalhador para o capital 311 7 Conforme Ferlini 1988 p 209 o conjunto das rela es da sociedade colonial foi retratado em duas categorias fundamentais senhores e escravos todavia esta caracteriza o escondia extensa gama de grupos intermedi rios que compunham o universo social do Nordeste a ucareiro mercadores ro ceiros artes os oficiais de a car lavradores de ro a e desocupados 8 DOCUMENTOS INTERESSANTES Para a Hist ria e Costumes de S o Paulo Of cios do General Martim Lopes Lobo de Saldanha Governador da Capitania 1782 1786 vol 84 Departamento do Arquivo do Estado de S o Paulo S o Paulo 1961 p 51 Estes temores foram constantemente expressos nos Congressos Agr colas ocorridos em Recife e Rio de Janeiro no ano de 1878 momento em que foram travados intensos debates sobre qual o trabalhador prefer vel para substituir a m o de obra escrava Ressalta se nesses Congressos a resist ncia em re la o aos asi ticos tendo os congressistas em sua maioria optado pelos imigrantes europeus em detrimento dos trabalhadores pobres libertos e naci onais Acerca destes Congressos consultar Eisenberg 1989 REFER NCIAS AZEVEDO C M M de On
88. em um conjunto de outros Pretende se a seguir enunciar alguns destes projetos e destacar algumas destas diferen as Longe de esgotar to das as propostas de psiquiatrias reformadas o quadro que se seguir indica algumas daquelas cuja influ ncia est presente nas pautas do MNLA e de forma mais direta ou indireta expl cita ou impl cita influen ciam as pol ticas contempor neas de sa de mental no Brasil Finalmente desde uma perspectiva marxista pretende se que este percurso autorize a reconstitui o de uma totalidade hist rica na riqueza de suas contradi es e media es constitutivas As transfor ma es ocorridas no seio da reforma psiqui trica brasileira assim n o ocorreram e n o ocorrer o parte de um determinado processo hist rico e social o que remete ao fato de que a aten o sa de mental fortemente dependente de recursos psicossociais de cuidado Desde j vale assinalar que tais recursos v m sendo historicamente sabota dos em fun o de uma pol tica de sa de pautada hegemonicamente por uma medicina privatista e organicista A express o psiquiatrias reformadas n o cabe somente forma que internacionalmente adquiriram os processos de reforma psiqui tri ca na It lia Inglaterra Fran a e Estados Unidos para citar alguns de seus not rios locais de origem As propostas operativas e conceituais de tais projetos adotados pela reforma psiqui trica brasileira em distin tos n veis e
89. empregado e n o se governa Ent o tendo a terra a gente planta uma mandioca um feij o um batata e est tranquilo Eu quero saber de comer beber e ficar sossegado com a fam lia em casa ALMEIDA Para falarmos sobre o sentido da terra vamos analisar uma rela o b sica e t pica da condi o camponesa j estudada por Wooritmann 321 1990 a quest o da comida e da terra O que nos interessa mais diretamente neste estudo desvendar a articula o das representa es sociais formadoras de uma ordem moral especificamente a cam ponesa Quando utilizamos a concep o de uma ordem moral em contraponto a uma ordem econ mica temos em vista da mesma forma que Woortmann que n o se trata de um arqu tipo mas de constru es sociais sujeitas a ambig idades e desconstru es j que se tra ta de pessoas de carne e osso pressuposto fundamental para que possamos nos desviar dos idealismos anuladores do sujeito Portanto s o pr ticas e valores que emergem de rela es sociais isto s o parte de uma ordem social e n o de caracter sticas psicol gicas indi viduais historicamente constitu da 1990 p 69 A comida o elemento central na produ o camponesa dota da de uma esp cie de linguagem simb lica a sua exist ncia tem primeiramente uma rela o direta com a autoridade do pai respons vel pela manuten o da fam lia da que meu pai nunca falou pra mim assim olha meu filho v
90. enviadas como artigo est o agrupadas por afi nidades tem ticas os eixos constitu dos s o 1 Do Passado ao Presente Hist rias Culturas e Mem rias do Sul de Mato Grosso ao Mato Grosso do Sul 2 Hist ria Ind gena em Mato Grosso do Sul 3 Da Col nia Portuguesa Guerra com o Paraguai 4 AArte a Cultura e a Fic o interrela es na Hist ria 5 Os Mundos do Trabalho e do Capital 6 As Fontes e os Lugares da Mem ria na Produ o da Hist ria 7 Quest o Agr ria Olhares na Hist ria e na Geografia 8 Entre o G nero e a Sa de Mental considera es de Pesquisa 9 Da Religiosidade s Fronteiras do Crime e da Justi a Em todos esses trabalhos o pesquisador recolheu organizou vest gios e informa es que estavam dispersas Enfrentando os desa fios da pesquisa os dados foram interpretados tornando se compre ens veis No conjunto dos artigos existe uma pluralidade de leituras te ricas e metodol gicas Utilizando se do escrito do oral e do visual como fontes e interdisciplinaridade podemos perceber o alargamento das fronteiras na constru o da Hist ria que vem ocorrendo nas lti mas d cadas O evento ainda proporciona amplos debates nas confer ncias mesas redondas mini cursos e exposi es somando se ainda o es pa o para as comunica es e para a apresenta o de pain is Desta camos aqui o lan amento do Guia do N cleo de Documenta o Hist rica Prof Hon rio de Souza Carneiro do CPT
91. es e o agir pol tico destes sujeitos Fatores que se encontram emaranhados na busca de se compreender as representa es da terra para os sujeitos hoje assentados e as contribui es e perspec tivas que os aspectos culturais e pol ticos representados por exem plo na figura do sindicato tem na luta e na conquista da terra Pensar esta pesquisa com as contribui es do campo das representa es estar a par das inquieta es sonhos e alegrias que emanam na vida ap s a conquista do lote tamb m buscar compreender as in meras dificuldades que brotam nesse cotidiano nas rela es entre estes homens e mulheres e o sindicato como tamb m entre os pr prios sujeitos necess rio pensar sobre a ambiguidade e a imagem do poder ali existente sobre a fala que por vezes busca representar ou chamar para si o movimento leg tima ou n o Tudo isto nos remete a compreender a vida e a luta na forma o do assentamento Pontal do Faia ressaltando que n o pode mos utilizar somente das representa es dos agentes mediadores para o estudo pois somente sua utiliza o n o explica todas as pr ticas e a es do grupo dos sujeitos ou das lideran as envolvi das As representa es por vezes constru das na fala dos sujeitos nem sempre s o ou foram as mesmas realizadas na pr tica ou na a o do grupo deixando transparecer quando da an lise a quest o do imagin rio da mem ria e das identidades apreendidos no decor rer
92. espa o foi primordialmente dado e atrav s da ocupa o do ho mem este espa o assumiu a forma de territ rio como aponta Raffestin 1993 o espa o e o territ rio n o s o equivalentes necess rio enten der que o espa o anterior ao territ rio O territ rio se forma a partir do espa o o resultado de uma a o conduzida por um ator sintagm tico ator que realiza um programa em qualquer n vel Ibid p 143 Nesta compreens o entendemos que no espa o existem v rios territ rios que s o criados por seus respectivos atores sintagm ticos assim compreendemos que a criminalidade tamb m possui seus terri t rios sendo tanto quanto forem seus atores Com isso podemos ter o territ rio do furto do tr fico de drogas do homic dio etc Cada territ rio por meio de seus agentes vai sugerir seus pr pri os sistemas s micos que podem ser caracterizados como c digos de posturas a es e condutas adotadas pelos agentes territorializantes para se identificar e delimitar seu espa o dentro de seu territ rio Neste contexto Silva 2002 no estudo dos territ rios da prostitui o na cidade do Rio de Janeiro atribui aos c digos de postura das profissionais do sexo as vestimentas extravagantes suas posturas seu jeito de andar 411 Roncayolo 1986 citado por Silva 2002 p 22 diz que a exis t ncia do territ rio depende de uma superf cie espa o de uma forma de atua o poder e de um limite f
93. graus de aplica o n o se deu em um contexto isento de um conjunto de contradi es Desta forma parece que cabe tamb m vers o brasileira de reforma psiqui trica o reconhecimento de uma di versidade de projetos em seu interior H reformas psiqui tricas que foram idealizadas como sendo somente uma humaniza o do asilamento se que poss vel asilar de maneira humanizada S o as reformas restritas ao aspecto f sico no m ximo organizativo do hospital psiqui trico tentando que com isso ele se afaste da qualidade de manic mio cl ssico pintura nova quadros na parede colch es novos quartos individuais Mas ainda mant m a chamada camisa de for a qu mica a reafirma o da neces sidade da tutela sobre o louco a equipe t cnica que atua pontualmen te a restri o do contato com amigos e familiares os fundamentos de base estruturais da cultura manicomial Talvez esta maneira de se fazer reforma psiqui trica que n o por acaso nos muito pr xima a que mais descaradamente nos mostra o car ter de uma reforma no sentido lato da palavra tentar modificar tudo o que est ao alcance para nada transformar Sabe se que a necessidade de investimento de recursos de toda ordem pol ti cos culturais econ micos que se precisa dispor para transformar as coisas para form las algo que supere qualitativamente o que s o por isso trans forma o pode ser alto Sabemos tamb m que s
94. ind genas no Brasil Campinas Editora da UNICAMP 2004 vol II NEVES Lucilia de Almeida Mem ria hist ria e sujeitos substratos da iden tidade In Hist ria Oral S o Paulo v 3 n 3 p 109 116 jun 2000 RODRIGUES Luis Jorge A b blia e os conquistadores aspectos do uso ideol gico da B blia no s culo XVI por ocasi o da invas o da Am rica In Estudos B blicos projetos b blicos de evangeliza o Petr polis Vozes 1991 VASCONCELOS Cl udio Alves A quest o ind gena na prov ncia de Mato Grosso conflitos tramas e continuidade Campo Grande Editora UFMS 1999 WRIGHT Robin M org Transformando os deuses Os m ltiplos senti dos da convers o entre os povos ind genas na Brasil Campinas Editora da UNICAMP 1999 vol l org Transformando os deuses Igrejas evang licas pentecostais e neopentecostais entre os povos ind genas no Brasil Cam pinas Editora da UNICAMP 2004 vol II 105 PARTE III DA COL NIA PORTUGUESA GUERRA COMO PARAGUAI O MITO DA COLONIZA O NA CONSTRU O DA HISTORIA DO BRASIL Vivian Maria de Oliveira INTRODU O Esse artigo resultado de parte de uma pesquisa monogr fica que usa compreender atrav s das rela es iniciais que se estabelece ram no processo de forma o da sociedade brasileira sua composi o tnica atual miscigena o Para isso voltaremos nossos olhares para as rela es de contato confronto que se deram e
95. indagar como se posiciona o historiador diante deste fato Como pensar na pr pria escrita do tex to uma vez que os sujeitos sociais est o vivos e provavelmente po dem ter acesso ao produto final de sua pesquisa Ao investigar a m stica mediante as pr ticas e representa es dos sujeitos acampa dos torna se complexo remeter a escrita de algo que poderia causar contendas com os indiv duos e at mesmo criar barreiras interferindo em futuras pesquisas Como lidar com estas quest es Literalmente passa a ser um tanto quanto complexo responder estas indaga es 336 por m algo que o historiador n o pode perder de vista o compromis so e a tica com sua labuta bem como respeitar os sujeitos sociais que est o sendo estudados Neste sentido ser que conceb vel dizer que o historiador se evidencia imparcial em seu trabalho V rios autores contestam que este fato praticamente imposs vel ao passo que o pesquisador j perde sua imparcialidade no momento em que escolhe seu tema De acordo com as an lises de Japiassu o m ximo a que o historiador pode chegar a objetiva o ou seja uma objetividade aproximada ou um esfor o de conhecer a realidade naquilo que ela e n o aquilo que gostar amos que ela fosse 1976 p 43 Referindo se a isto des taca que nenhuma ci ncia humana pode ter a pretens o se ser uma determina o epistemol gica pr dada supra hist rica e in vari vel Al m dos co
96. jeca se recupera sai do estado de letargia e se transforma num gran de fazendeiro pois diferente do jeca tatu original o desterrado ele se tornara propriet rio Entretanto o que prevaleceu no imagin rio da popula o foi a imagem do jeca tatu opilado NAXARA 1998 p 31 utilizada como sin nimo da nega o do trabalho e explicativo do parasitismo dos camponeses Assim poss vel afirmar que a desqualifica o do homem pobre livre remonta s origens da hist ria do Brasil j que No per odo colonial ela consistiu base de legitima o e justifi cativa da perman ncia da escravid o uma vez que o escra vo foi escolhido e eleito como o elemento de trabalho por excel ncia permanecendo a popula o livre despossu da marginalizada na sociedade que aqui se criou e desenvolveu ao longo de tr s s culos NAXARA 1998 p 45 Caberia utilizarmos aspas em escolhido e eleito para se pen sar o escravo na medida em que podem sugerir o inverso das quest es presentes na hist ria das rela es de trabalho e vida no Brasil desde a Col nia O ato de desqualificar o homem pobre livre como m o de obra para o trabalho nos engenhos e fazendas n o quis dizer a qualifica o do escravo mas a justifica o do tr fico negreiro e do controle que se desejava impor notadamente pela viol ncia evidenciada dentre outras formas de a o no controle LARA 1988 Como sugere Azevedo 1987 se a hist r
97. lbum tamb m dava destaque para algumas tradi es que n o morrem enfatizando a fre qu ncia nas estradas velhas do sul de Mato Grosso dos carros de boi mineiros dos quais nem mesmo os caminh es da marca Internacional conseguiam tirar a realeza Nesse sentido sugeria se que progresso e tradi o constitu am faces da mesma moeda a partir da qual configurava se a identidade regional o passado e o futuro que deveriam irmanar todos os mato grossenses filhos da terra ou n o De todo modo em decorr ncia das transforma es econ micas e urbanas a pr pria vida social e cultural da cidade se vitalizava Para aten der s expectativas lazer e cultura que uma cidade moderna deveria pos 48 suir foram surgindo em Campo Grande pra as sorveterias bares como o Para Todos o Parque Balne rio com regras estabelecidas para os hor ri os de banhos de piscina para homens e mulheres o R dio Clube local de encontro e de bailes frequentados pelas elites campo grandenses al m dos cines teatro como o Santa Helena e em especial o Alhambra criado em 1937 e definido como pal cio encantado das mil maravilhas do som e da luz De acordo com o Album de Campo Grande A n o ser S o Paulo Rio e outras capitais dos estados ne nhuma cidade do interior tem uma casa de espet culos no g nero t o luxuosa e grandiosa Rara a noite em que o Cine Teatro Alhambra nas suas duplas sess es n o se enche da fina fl
98. liberdade uma hist ria das ltimas d cadas da escravid o na corte S o Paulo Companhia das Letras 1990 CHAUVEAU Agnes e TETARD Phillipe Orgs Quest es para a hist ria do tempo presente BAURU Edusc 1999 MARTINS Jos de Souza Reforma agr rio o imposs vel di logo In Revista Estudos Avan ados da Universidade de S o Paulo Janeiro Abril 2000 268 278 POLLAK Michel Mem ria esquecimento sil ncio In Estudos hist ri cos Vol 2 n 03 Rio de janeiro 1989 p 03 15 VIEIRA Maria do Pilar de A PEIXOTO Maria do Ros rio C KBOURY Yara Maria Aun A pesquisa em Hist ria 4 Edi o S o Paulo Editora tica 2005 353 PARTE VIII ENTRE O G NERO E ASA DE MENTAL CONSIDERA ES DE PESQUISA 355 TRAVESTIS PROFISSIONAIS DO SEXO SOB A PERSPECTIVA DA HIST RIA DA SEXUALIDADE E DO ESTUDO DE GENERO Mariana Quadros Gimenez Este texto ser uma an lise de como se concebeu os estudos de g nero percorrendo de forma breve a hist ria das mulheres Pros seguiremos nossa reflex o caminhando pela hist ria da sexualidade em algumas sociedades momento em que destacaremos os s culos XVIII XIX e como o poder atuou para a manuten o da sexualidade humana Finalizaremos de forma a legitimar a aspira o deste traba lho como estudo de g nero definido como parte integrante das rela es sociais que estabelece o poder masculino e a submiss o femini na SCOTT 1990 be
99. livros com o pseud nimo de S E Castan Funda ainda a Editora Revi s o Ltda destinada a lan ar e distribuir seu livro al m de uma s rie de outros livros com forte teor racista e anti semita muito deles tamb m de autores negacionistas Tal livro defende a tese de que os verdadeiros culpados pela guerra foram os Judeus Dessa forma a partir do momento que se coloca o 263 judeu como causador da guerra toda a a o do governo Nacional Soci alista inclusive a persegui o aos judeus configurar se ia portanto como uma leg tima rea o Ellwanger apresenta como prova de tal argumento uma suposta declara o de guerra dos Judeus aos Alem es Tal prova por m trata se de um recorte da mat ria A Jud ia declara guerra Alemanha publicada no jornal ingl s Daily Express famoso por seu car ter sensa cionalista O texto apresenta as rea es de judeus norte americanos e ingleses frente s persegui es anti semitas ocorridas na Alemanha Como forma de pressionar o governo Alem o ou mesmo chamar a aten o da opini o p blica dos pa ses em quest o chega se a propor um boicote aos produtos Alem es Por m a forma como foi usada a expres s o declara guerra passa longe de uma real declara o de guerra do ponto de vista b lico e pol tico dos judeus ao povo e ao governo Alem o A express o declara guerra trata se de um artif cio usado constan temente na m dia em geral princip
100. manuais reali zados pelos funcion rios est o inclu dos no processo auto mec nico das f bricas afunilando ainda mais os p los sociais Nessa perspec tiva trabalhadores aderem a meios de sobreviv ncia dos mais varia dos poss veis para manter suas necessidades Neste contexto ca racterizado por alguns autores como toyotismo ou p s fordismo as rela es de trabalho se acentuam cada vez mais restringindo aquelas pessoas que permaneceram em seus empregos se atualizaram no processo de produ o e aquelas que procuram atualiza o com as caracter sticas exigidas pelo mercado de trabalho Por tal motivo a press o sofrida pelo trabalhador influencia engendrando uma consci ncia de que ele n o capaz de se adaptar a esse contexto pois na maior parte de sua vida o nico quesito de relev ncia no processo 204 seletivo das vagas para obten o do emprego era a sua for a de trabalho que ele tinha como nica mercadoria para ser vendida agora emmeioa esse contexto tecnol gico avan ado se v a merc dele ou mesmo as margens da produ o que outrora era seu nico meio de vida Analisando os avan os tecnol gicos na realidade de Ribeir o Preto Maria Silva salienta que Dados recentes apontam para um grande crescimento na pro du o de a car e lcool De acordo com a UNICA Uni o da Agroind stria Canavieira de S o Paulo a regi o de Ribeir o Preto a maior produtora de cana do pa s a colheita devera passar
101. mercadorias e ainda pelos impostos pagos a grandeza da LEALDADE que fornecia ainda g neros aliment cios a v rias cidades do Estado como Cuiab C ceres e Pocon Segundo depoimento do Sr Gil Guimar es que trabalhou na Lealdade de 1939 a 1941 o Coronel Nicola Scaffa ficava irritado com o desperd cio e dava import ncia a cada gr o Nicola Sscaffa era exigente queria tudo certo tudo limpo e n o gostava de nada fora do lugar Quando via os funcion ri os derramarem no ch o gr os de arroz milho feij o a car ficava zangado n o queria nada no ch o Dizia em tom alto Hoje tem um gr o amanh t m outro daqui a um m s tem um quilo e um quilo faz falta preju zo Vendia ainda tecido por metro e quando cortava uma fazenda o corte tinha que estar reto e exato para n o lesar o fregu s e nem dar preju zo loja Ele mesmo ensinava seus empregados a cor tarem tecidos e embrulhar as mercadorias vendidas o depo ente trabalhou na LEALDADE de 1939 a 1941 como balco nista saindo para trabalhar no Arsenal de Marinha de Lad rio como a maioria de seus funcion rios de confian a Depoi mento de Gil Guimar es concedido em sua resid ncia dia 25 de dezembro de 2004 Grande parte da popula o ladarense dependia do Arsenal de Marinha e os comandantes militares do Coronel para permanece rem em seus cargos serem removidos ou ganharem uma promo o Assim os oper rios com recei
102. na USP Onde esteve presente n o s os prifissionais da rea de sa de mental bem como os usu rios e pessoas ligadas ao movimento Neste encontro foram discutidas as diretrizes que a Reforma psiqui trica tomaria bem como suas pr ticas no cotidiano Os grupos foram divididos por temas eram formados e dirigidos pelos pr prios pacientes da rea mental dando assim autonomia para aqueles que antes eram visto apenas como pobres coitados doidinhos que n o sabem de nada As decis es s o tomadas com o consenti mento dos usu rios do Sistema de Sa de Mental O car ter do Movi mento se mostra acolhedor pois o que os participantes militantes que rem apenas respeito s diferen as pois para eles n s n o somos iguais mas sim nicos em nossa constitui o f sica biol gica emoci onal e psicol gica N o somos fabricados em s rie diz Adriano Cury partipante do movimentos 374 Um dos principais assuntos discutidos no decorrer do encontro se dava em torno da Ind stria da Loucura assim chamada de forma pejorativa aos donos de grande Ind strias farmac uticas que ficam a todo momento criando doen as Interessante notar que os participan tes do Movimento s o pessoas que lutam pelos seus ideais sabem de seus direitos e deveres sabem que s o passivos de terem uma crise a qualquer momento mas sabem tamb m que existe formas tantas de conter um surto est o conscientes de sua condi o como diss
103. na Umbanda e sa do Candombl Pra come a eu n o gosto de mat nada No Candombl a matan a muito alta muito grande E matan a de galinha matan a de bode matan a de muitas coisas E existe e precisa daquele lado do trabalho deles informa o oral De acordo com Mario S 2004 esta maior intera o com o cristianismo deve se busca do status por parte dos negros libertos e ex escravos j que estes corriam o risco de serem inseridos em um mesmo status social Ent o caberia a estes configurar o seu discurso de acordo com o oficial buscando apagar o passado negro na constru 395 o da na o brasileira Mesmo com essa separa o discursiva n o era de interesse destes abrir m o do mercado de bens simb licos proporcionado pela Macumba Se por um lado seria poss vel a esses umbandistas formar um discurso que os apartava da identifica o com as praticas negras por outro n o seria o de abrir m o do mercado de bens simb licos proporcionados pela pratica da Macumba caminho de cren a solu es de problemas e de melhoria na inser o social praticas j h muito arraigadas na cultura brasileira M rio S 2004 55 Em outras palavras seria poss vel que essa apropria o do uni verso cultural brasileiro fosse realizado atrav s de um discurso que exercesse o conceito pejorativo de Macumba mas n o seria poss vel excluir a import ncia que a Macumba possu a no imagin rio
104. no exerc cio de seu oficio n o possui tantas liberdades como o jornalista antes de tudo ele tem um compromisso com a cientificidade da Hist ria Indo ao en contro desta quest o De Certeau 1984 comenta que em primeiro lugar h regras modelos e controles que interv m no trabalho hist rico e que lhe d o uma carapa a cient fica Em rela o segunda dificuldade apontada como j foi discuti do neste texto a nova historiografia contribui para pensar e abrir um leque de fontes para os historiadores pesquisarem Agora o que est em voga n o s o apenas os documentos escritos oficiais mas tam b m o uso das fontes orais e da mem ria que s o de grande valor para os historiadores do tempo presente Quando Le Goff pontua a terceira problem tica de que o histo riador do tempo presente ignora tudo o que aconteceu faz se neces s rio considerar uma interroga o Como ele ignora tudo se suas in daga es v m do tempo presente N o preciso historicizar o que ocorreu antes Os acontecimentos n o v m atrav s de um conheci mento hist rico Exortando os historiadores do tempo presente De Certeau 1984 ressalta que nesta hist ria n o se deve fazer esquecer um elemento que n o diz respeito ao objeto estudado mas na pers pectiva em que se constr i o estudo ou seja uma historiciza o da pr pria Hist ria Ap s analisar o texto de Nora 1984 quando este elucida que a hist ria do tempo presente fere cabe
105. nunca ter necessitado de mobilizar um contingente militar t o numeroso que fosse obrigado a alistar e incorporar tantos novos 141 membros em suas Armas Atrav s do relato de Burton not vel que o contingente de cativos desses dois pa ses de origens espanhola tenha sido razoavelmente destru do combatendo pelas liberdades civis locais O Paraguai tamb m incorpora o escravo africano s suas tropas logo ap s o come o da Guerra e mais tarde todos os homens livres com idade entre 07 e 60 anos seriam recrutados para defender a p tria O Paraguai liberta seus escravos antes do Brasil e antes tamb m do in cio da Guerra a escravid o acaba no Paraguai quando a partir de 1843 todos os cativos homens nascidos seriam libertos depois de 25 anos de trabalho compuls rio para as mulheres essa lei se aplicava at os 24 anos de idade Tanto incorporou seus pr prios escravos como tamb m o ex rcito de Lopez acolheu soldados brasileiros negros desertores do Ex rcito Brasileiro junto sua tropa devido grande falta de for a militar masculina para combater do lado guarani antes mesmo da Guerra tomar definitivamente rumos que decretariam a derrota do lado paraguaio O alistamento militar no Brasil pr Guerra do Paraguai acaba por ser o grande incorporador da massa de homens in teis ou problem ticos do Brasil servir nas fileiras do Ex rcito era algo que vinha acompa nhado do estigma de degrada
106. o de acumula o flex vel no interior da economia internacionalizada e pol tica neoliberal conviveu com um aumento cres cente do desemprego como epifen meno marcante da crise Se consi derarmos os pa ses do G7 percebemos o movimento de crise e de recomposi o do capital na segunda metade do s culo XX manifesta do na forma do desemprego Em 1959 os pa ses do G7 possu am 7 5 milh es de desempregados enquanto em 1970 depois da implanta o do padr o fordista de acumula o este n mero caiu para 7 2 milh es Logo em 1975 ap s a crise do modelo fordista o total de desemprega dos j havia passado para 13 3 milh es de pessoas atingindo ao pata mar de 21 9 milh es no ano de 1993 ainda que vivendo sob o padr o de acumula o flex vel como mecanismo regulador da crise Pochmann 1999 Para uma popula o economicamente ativa PEA estimada em 1999 pela Organiza o Internacional do Trabalho OIT em 3 bilh es de pessoas havia cerca de 1 bilh o de pessoas em situa o de desem prego ou subemprego Neste mesmo ano o Brasil representou 5 61 do total do desemprego aberto no mundo Pochmann 2001 Viviane Forrester op cit retrata o que denomina ser o horror econ mico questionando o constrangimento ao qual submetido o trabalhador do final do s culo em busca de um emprego Desse modo continuamos com rotinas bem estranhas N o se sabe se c mico ou sinistro por ocasi o de uma perp 219 tua i
107. o e coloco o feij o Aqui no s tio s o quatro alqueires de ro a para tr s fam lias t m n s e mais dois filhos casados Nessa terra eu tenho quatro ho mens para trabalhar mas meu terreno muito pequeno estamos esperando se os outros dois meninos pegam um lote fizeram cadastro pelo correio para maneirar mais Agora mesmo estamos todos parados porque plantamos limpamos a ro a e depois n o arrumamos servi o fora Ent o estamos parados SILVA Por conseguinte o assentado se sente dono pelo trabalho realiza do na terra independente da condi o jur dica Portanto na express o agora eu sinto que sou dono daqui n o sou mandado por ningu m h o encontro da fam lia do trabalho e daterra da o orgulho em falar que s tio porque sin nimo da terra de trabalho Neste relato para se referir ao trabalho da fam lia o termo lote d lugar a s tio aqui no s tio s o quatro alqueires de ro a para tr s fam lias Na luta conquista se o lote pelo trabalho constr i se o s tio tamb m o aumento da fam lia e a ociosidade de bra os que indica a necessidade de pegar outro lote certo que nem todos os assentados concebem o s tio como terra de trabalho sentindo se donos independentes da condi o jur dica e alguns insistem na necessidade de ter a propriedade jur dica da terra inclusive com interesses especulativos reproduzindo a aspira o co mum presente no sistema capitalista qu
108. o surgimento de v rios munic pios ao longo de seu tra ado e o aumento gradativo da import ncia de Campo Grande tendo como impactos mais vis veis de todo esse processo de transforma es a sua consolida o em uma rea de atra o de inves timentos e de contingentes populacionais provenientes das mais diver sas regi es do Brasil bem como dos paises vizinhos Hoje capital do Estado de Mato Grosso do Sul com cerca de 800 mil habitantes as origens da cidade de Campo Grande remetem ao ano de 1872 quando vindo de Minas Gerais Jos Ant nio Pereira e sua comitiva acamparam em terras da regi o central do planalto da Serra de Maracaju mais precisamente na conflu ncia dos atuais c rregos Prosa e Segredo Nascido como pouso de boiadeiros o Arraial de Santo Antonio de Campo Grande fundado em 1872 cresceu rapidamente Em 1889 a Lei Estadual n 792 transformou o lugarejo no Distrito de Paz de Campo Grande pertencente Comarca de Nioaque Emancipando de Nioaque em 26 de agosto de 1899 foi elevado categoria de cidade pela Lei 772 de 16 de julho de 1918 Contando cerca de 2 000 habitantes e aproximadamente 200 casas no in cio do s culo XX em 1912 o novo munic pio j somava 5 000 almas Em 1920 essa popula o subiu para 21 000 habitan tes saltando para 40 000 habitantes em 1933 e para 49 629 sete anos mais tarde Entre 1920 e 1940 a popula o da zona urbana cresceu de 6 000 para 24 479 hab
109. oposi es e tens es em que as identidades culturais e pol ticas s o constru das por um processo de alteridade em que as categorias de consenso e fus o n o t m lugar 2006 p 16 Ou seja de uma forma ou de outra o poder permeia as rela es entre interlocutores situados no fio discursivo produzindo eus a partir de outros A estrat gia midi tica na constru o do outro o PCC define lhe como institui o de poder e de saber haja vista que a regra que lhe autoriza identificar grupos minorit rios um contrato social pr estabe lecido no momento da escritura do texto jornal stico CHARAUDEAU 2006 p 76 uma vez que n o se escreve para si mas para o outro 161 A quest o da identidade para a maioria dos autores passa pela inst ncia do sujeito Hall 2004 por sua vez afirma que as identidades n o est o mais estabilizadas visto que a concep o de sujeito que prepondera hoje difere por exemplo de um sujeito do Iluminismo e da Sociologia Lida se hoje com uma concep o de sujeito p s moderno ou seja um sujeito no processo de fazer Assim o que h s o posi es de sujeito mobilidades deslizes falha na unicidade equivoco de objetiva o da subjetividade Seu argumento o de que na modernidade tardia as socieda des s o caracterizadas pela diferen a elas s o atravessadas por diferentes divis es e antagonismos sociais que produzem uma varie dade de diferentes di
110. os historiadores tratam das evid ncias de acordo com o seu inte resse de acordo com o que procuram Essas fontes s o interrogadas pelos historiadores repetidamente n o s em busca de novas evid ncias como tamb m num di logo no qual prop e novas ques t es THOMPSON 1981 p 37 Al m disso o autor aponta que a fonte n o dir por si mesma o que o historiador procura mas responder o de acordo com a metodologia em que ser o tratadas as fazendo mais no mbito de metodologia que dateoria A evid ncia hist rica existe em sua forma prim ria n o para revelar seu pr prio significado mas para ser interrogada por mentes treinadas numa disciplina de desconfian a atenta THOMPSON 1981 p 38 Aqui Thompson se refere ao peso ideol gico que as fontes po dem carregar j que os fatos por si s n o se apresentam em sua neutralidade Seguindo tais preceitos Thompson aponta que a Hist ria poder ser contada tal como realmente aconteceu mas nunca poder ser plenamente conhecida por mais claro que seja a fonte que o pesquisa dor optar por usar em suas pesquisas j que o material coletado pode apresentar lacunas Por outro lado Ginzburg 1999 assinala que a constitui o epistemol gica da hist ria fundamenta se em um paradigma indici rio ou semi tico este em que por meio de sinais ou ind cios as evid nci as hist ricas se faz poss vel a rejconstru o de trocas e das trans for
111. partici pa efetivamente do contexto vivido Uma das maiores preocupa es do ser humano no mundo con tempor neo est relacionada ao modo de trabalho e suas compet nci as espera se um emprego de qualidade para manter uma vida se n o est vel pelo menos digna com alimentos necess rios para que um ser humano possa nutrir suas necessidades biol gicas e uma poss vel ascens o no meio social Nessa perspectiva me predisponho a carac 202 terizar o trabalho como unidade vital na luta entre o processo de aqui si o dos meios necess rios Uma rela o que o homem obrigado a manter com a natureza para que possa sobreviver O trabalho como atividade produtora de bens de uso mant m uma rela o essencial neste processo pois por meio deste temos a possibilidade de manter nossas necessidades Sobre a import ncia do trabalho MARX afirma que Como criador de valores de uso como trabalho til o tra balho por isso uma condi o de exist ncia do homem inde pendentemente de todas as formas de sociedade eterna necessidade natural de media o do metabolismo entre ho mem e natureza e portanto vida humana MARX apud ANTUNES 2004 p 15 Mantendo essa rela o essencial com os meios de produ o o ser humano desenvolve sua caracter stica b sica que se resume em manter sua pr pria exist ncia pois o trabalho uma forma de manter seus meios necess rios de sobreviv ncia Existem variados modelos de vida decor
112. podia se entrosar normal mente no organismo econ mico e social do pa s Isto que j 306 vinha dos tempos remotos da col nia resultava em contingen tes relativamente grandes de indiv duos mais ou menos deso cupados de vida incerta e aleat ria e que davam nos casos extremos nestes estados patol gicos da vida social a vadia gem criminosa e a prostitui o 1972 p 198 S o termos como vadiagem criminosa e prostitui o que con tribuem para a interpreta o que se apresenta no tempo presente sobre o campesinato Elementos desajustados entrementes no ajuste dos interesses das Prov ncias como no exemplo relacionado abaixo da Prov ncia Paulista da qual fazia parte Mato Grosso eram encaminha dos para a derrubada das matas adentrando os sert es na abertura de novos caminhos para a civiliza o como se pode constatar da corres pond ncia do Capit o General D Luiz Antonio de Souza no ano de 1775 enviada aos Officiaes da Justi a e Milicia da Prov ncia de S o Paulo intitulada P 2n o se prenderem os criminosos e devedores q forem povoar o cam da Parahyba nova Todos aquelles moradores cazados e Solteyros q andarem refugiados por conta de crimes e dividas em qualquer das Villas desta Capitania e quizerem hir morar no caminho da Parahyba nova e se encorporarem ao Cap Joz Correy Leme Marzagam para se facilitar aquelle Caminho Os Oficiaes da Justi a e Milicia nam os prenderam
113. por um de suas for mas pela assimila o ou pela exclus o ocorre um processo de impos sibilidade cultural No discurso de agrega o segrega o o que prevalece ainda sob a tica de Limbertini o n o reconhecimento das diferen as como algo natural Sendo assim o discurso da agrega o segrega o prop e a manuten o das diferen as sem contudo qualquer contato qual quer mistura deste ponto os grupos que comp em tanto uma forma quanto a outra se mant m sobre forte instabilidade e perda de valores A leitura da Carta de Caminha j nos aponta a neutraliza o de in meras diferen as nas rela es branco ndio indicando um processo de assimila o no qual o ndio integrado e n o se manifesta nem favor vel nem contr rio ao processo Essa nossa discuss o se explicita de forma clara nesse trecho que Caminha fala do que considerava ser dos ndios o desejo de ser assimilados par grafo 120 117 E segundo que a mim e todos pareceu esta gente n o lhes fala outra coisa para ser todo crist o sen o entender nos por onde nos pareceu a todos que nenhuma idolatria nem adora o t m E bem creio que se vossa alteza mandar que entre eles mais devagar ande que todos ser o tornados ao desejo de Vossa Alteza par grafo 121 Considerando os ensinamentos de Limbertini 1998 tr s dimens es devem ser consideradas quando buscamos a constru o da imagem do ind gena A dimens o s
114. primeiros contatos no entan to apenas as tribos pertencentes ao estoque ling stico tupi foram des critas de forma relativamente extensa e precisa Para o autor a raz o deste fato simples os tupis entraram em contato com os portugue ses em quase todas as regi es que estes tentaram ocupar e explorar colonialmente idem p 74 Em outras palavras foram os Tupis os primeiros por habitarem o litoral a estabelecer a rela o de contato confronto com os viajan tes Ainda na an lise de Holanda percebemos que os ndios foram ao mesmo tempo a principal fonte de resist ncia organizada aos des gnos dos colonizadores e o melhor ponto de apoio com que eles contaram idem p 75 113 Sobre a quest o que diz respeito ao comportamento dos abor genes mediante a presen a do novo ainda hoje existem muitas contro v rsias Alguns te ricos principalmente aqueles que elaboram os livros did ticos do ensino b sico e fundamental continuam a insistir na lenda do bom selvagem onde os ind genas teriam sido meros expectadores da ocupa o e domina o europ ia n o servindo de empecilho algum aos mesmos No entanto se analisarmos bem os fatos que Holanda nos apre senta a quest o n o ser verifica A id ia se espalhou pelo seguinte pensamento os abor gines estariam em um n cleo civilizat rio inferior ao dos europeus Para Holanda Nos limites de suas possibilidades foram inimigos duros e terr veis q
115. problema tecnol gico ou social Para tentar responder essa pergunta preciso analisar uma s rie de fatores como consequ ncias sociais econ micas e culturais da distribui o desigual no acesso a computadores e Internet importan te ressaltar que a inform tica em si traz muitos benef cios para toda uma sociedade onde neste texto tamb m ser mostrado alguns pon tos importantes que fazem do computador um item importante nos nos sos dias atuais 256 Podemos afirmar que a Internet est a favorecer uma nova econo mia pelo fato de surgirem novas profiss es e novas empresas como fornecedores de servi os de Internet difus o de conte dos relacionados com neg cios e bens de consumo servi os on line como por exemplo servi os financeiros bancos on line e tamb m est a transformar de uma maneira radical os diferentes setores econ micos por exemplo as ag ncias de viagem e turismo os seguros a venda direta a edi o ele tr nica a imprensa on line criando novos mercados reduzindo custos e melhorando o servi o ao cliente A Internet est em especial a criar novas oportunidades para as pequenas e m dias empresas permitindo lhes ascender aos mercados internacionais Assim de maneira pr tica e gra as Internet podemos realizar de forma m s c moda atividades t o diversas como fazer transa es a es leil es reservar bilhetes de avi o consultas ao banco compras on line etc Na rea
116. que produziu mas o pagamento pelo tempo de trabalho SINGER 1983 Mas uma pergunta feita a quem pertence o produto do trabalho N o ao oper rio ao capitalista O produto do trabalho um bem que ser eventualmente trocado por di nheiro em algum estabelecimento comercial ou que se o pro duto for por exemplo uma maquina poder vir a ser utilizado na ind stria O oper rio est submetido ao capitalista desde que ele precisa trabalhar para ganhar um m nimo que lhe per mita subsistir E como o que ele produz se incorpora a quem o escraviza o objeto que o trabalho do oper rio produz repre senta a pervers o e escravid o diante do objeto diante de um poder independente do oper rio O oper rio portanto se aliena em tal sistema de relacionamentos DORIA 1983 p 33 189 Segundo Doria Marcuse afirma que se a aliena o do trabalho aliena as rela es humanas podemos concluir que a aliena o do tra balho isto da atividade humana vital o elemento determinante do processo geral de aliena o que toma a vida do homem nesta preceptiva que se deve entender o modo de produ o ou seja como uma infra estrutura que n o se atem somente ao modo de como as pessoas devem produzir mas tamb m o que devem pensar ou crer o que v o amar ou odiar ditando o certo e o errado ele quem diz quem e o que somos Ele abrange a superestrutura e a infra estrutura de uma sociedade Teoria que vem se
117. revolucion rio luta por eliminar a explora o do homem pelo homem Os dois trabalham na mesma se o na mesma f brica Qual dos dois alienado Voc poder ter respondido o primeiro n o Pois teria errado os dois est o igualmente alienados a diferen a que o segun do luta contra a aliena o sabe a causa dos seus males e como super la Mesmo assim os dois sofrem do mesmo mal est o alheios do produto do seu trabalho seus gestos s o alugados para o dono da fabrica como uma mercadoria qual quer Em outras palavras se na luta contra a aliena o bastas sem as armas da palavra h muito tempo os pedagogos teriam nos trazido a felicidade Obvio que n o podemos substituir o poder da consci ncia em transformar o mundo mas d o a imputar lhe o papel de exclusivo agente de mudan a adminis trar um rem dio que pode matar o doente 2004 p 88 89 Em s ntese Codo segue uma linha marxista que afirma n o se dever confundir a aliena o um processo econ mico com a consci n cia fragmentada que ela produz Mas vimos que o ser consciente dos homens a sua vida real pois quando o homem capaz de estabele cer uma rela o consciente com sua exist ncia sua atividade se torna cada vez mais livre Sobre a aliena o essa rela o do homem com sua vida tende a se tornar uma realidade alienada e sua possibilidade de realizar a ess ncia humana tende a se converter em nega o dessa ess ncia Em realiza
118. ria poss vel aproxim la de alguns g neros liter rios segundo Linda Hutcheon ao considerar a hist ria como um verdadeira romance Veyne est indicando as con ven es que os dois g neros t m em comum a sele o a organiza o a diegese a anedota o ritmo temporal e a elabora o da trama HUTCHEON 1991 148 Tomemos como exemplo a Revolu o Fran cesa ensinada nos manuais de hist ria do ensino m dio os fatos sele cionados a Queda da Bastilha a decapita o do rei Lu s XVI o Terror etc s o organizados para consolidarem uma trama que evolui num ritmo temporal marcado por datas Entretanto as fraquezas dessa con cep o positivista e diacr nica da hist ria s o alvos de muitas cr ticas contempor neas inclusive das formuladas por Braulio Tavares no pref cio de Outros Brasis Talvez o principal defeito de muitos dos livros de Hist ria que lemos livros de Hist ria que se pretendem s rios e cient ficos seja passar para n s leitores a sensa o de que a Hist ria segue um rumo retil neo no qual cada passo conduz necessa riamente ao passo seguinte como se o entrechoque de for as sociais n o tivesse outro destino ou outro resultado poss vel sen o o que efetivamente aconteceu TAVARES 2006 11 Mais adiante como alternativa ao modelo diacr nico Tavares prop e uma hist ria sincr nica Os Brasis sugeridos neste livro s o outros mas s o tamb m este onde vivemos porque mes
119. ria moradias do inspetor ajudante m dicos e diretores das oficinas Foi constru do por empreitada de julho de 1875 a junho de 1877 e importou em 100 000 000 Hist rico da Base Fluvial de Lad rio 1972 p 13 4 Analisando o relat rio na ntegra percebemos a dimens o das obras realizadas e o volume dos investimentos que foram respons veis pelo incremento do com rcio e aumento da oferta de empregos Em virtude da import ncia atingida pela povoa o de Lad rio devido ao movimento de oper rios e tropas o povoado foi elevado catego ria de Freguesia de Corumb pela Lei n mero 134 de 16 de mar o de 1896 Aconstru o de embarca es destinadas ao Trem Naval de Mato Grosso e reparos nos navios mercantes e da Flotilha utilizava o traba lho de centenas de oper rios consumidores em potencial Aproveitan do se desse movimento o comerciante Raphael Scaffa tornou se for 20 necedor de g neros para os navios da Flotilha de Mato Grosso na poca chamada Trem Naval de Mato Grosso Essa nomenclatura refere se designa o do conjunto composto pelo arsenal canhoneiras oficinas Cia de Imperiais Marinheiros A fim de ter algu m que o auxiliasse nos neg cios em 1908 outorgou a seu filho o Capit o Nicola Scaffa procura o para que este desse continuidade ao fornecimento de g neros ao Arsenal A referida procura o consta dos registros do Livro de Notas n mero 4 p ginas 5 e 6 de 12 de dezembro de 190
120. ria da Ener gia no estado de S o Paulo onde se pode ver at as plantas das casas Sobre os festivais Nacionais de Musica Popular de Ilha Solteira pode se ler melhor na monografia de Patr cia Garcia da Silva Representa o do Brasil no Festival Nacional de MPB de Ilha Solteira 1997 a 2004 297 5 A etimologia da palavra Anarquismo vem do grego anarchos que quer dizer sem governo ou seja uma ideologia que tem como pressuposto a id ia de inexist ncia de qualquer tipo de governo ou poder Isso pode ser ruim para muitos mas bom no ponto de vista dos anarquistas Mendes 2006 p 12 Sex Pistols banda formada em Londres Inglaterra 1975 sendo esta uma das mais conhecidas bandas Punk Rock de todos os tempos FONTES CESP Ilha Solteira A cidade e a usina Fasc culos da Hist ria da Energia El trica em S o Paulo S o Paulo 1988 93 p GUETO ZINE Ilha Solteira n 1 1994 Document rio Botinada a origem do Punk no Brasil S o Paulo ST2 v deo 2006 110 min REFER NCIAS BIBLIOGRAFICAS BASTOS Yuriallis Fernandes Partid rios do anarquismo militantes da contracultura um estudo sobre a influ ncia do anarquismo na produ o cultural anarco punk 2004 149 f Monografia Bacharelado em Ci ncias Sociais Universidade Federal da Para ba Dispon vel em CAOS Revista Eletr nica de Ci ncias Sociais n 9 set 2005 p 284 433 lt hitp www cchla ufpb caos gt Acesso em 20 set 2006
121. rias hist ricas das popula es Atikum Kamba e Kinikinau dentro e fora das atuais terras sul mato grossenses Por essa raz o este e outros grupos ind genas t m adotado a express o resistentes em di versos documentos oficiais que tem divulgado nos ltimos anos atra v s dos encontros promovidos por organiza es governamentais e n o governamentais ind genas e n o ind genas Segundo Giovani Jos da Silva e Jos Luiz de Souza Os Kinikinau assim como membros de outras sociedades in d genas do Brasil de hoje n o desejam ser chamados de ressurgidos pois entendem que a conota o seja pejorati va e pouco explicativa da situa o hist rica a que foram sub metidos Preferem por essa raz o a express o resisten tes JOSE DASILVA SOUZA 2003 155 De acordo com algumas lideran as a palavra resistente ex pressaria a id ia de que estas popula es estiveram presentes ainda que ocultas e enfrentaram o processo de coloniza o Historicamente h uma id ia de continuidade por tr s da express o resistente estra tegicamente utilizada pelos grupos na afirma o de suas respectivas identidades tnicas As sobreviv ncias dos Atikum Kamba e Kinikinau em meio ao desaparecimento de mais de oitenta etnias somente na primeira metade do s culo XX Cf RIBEIRO 1970 demonstram a for a do que aqui chamado de lugares do n o esquecimento Os Atikum os Kamba os Kinikinau e
122. rios mas de companheiros participantes e amigos 7 Entrevista realizada em 11 10 2005 no Encontro da Luta Antimanicomial na Cidade de S o Paulo Adriano paciente do Instituto Basaglia em S o Paulo e militante do movimento REFER NCIAS FONTES ORAIS ENTREVISTA Austreg silo Carrano Bueno S o Paulo Instituto de Psicolo gia da USP 12 10 2005 ENTREVISTA Adriano Cury S o Paulo Instituto de Psicologia da USP 11 10 2005 377 Il FONTES SONORAS SEIXAS Raul ROBERTO Claudio Maluco Beleza Editora Warner Chappell Brasil Raul Seixas S o Paulo SP 1978 IIl BIBLIOGR FICAS ASSIS Machado O alienista 2 Edi o S o Paulo Editora Scipione 1997 BASAGLIA Franco Escritos selecionados em sa de mental e reforma psiqui trica Franco Basaglia organiza o Paulo Amarante tradu o Joana Ang lica d Avila Melo Rio de Janeiro Garamond 2005 BUENO Austreg silo Carrano O canto dos Malditos Rio de Janeiro Rocco 2001 FOUCAULT Michel Hist ria da Loucura na Idade Cl ssica S o Paulo Editora Perspectiva 2002 ROTERDA Erasmo Elogio da Loucura S o Paulo Editora Martin Claret 2002 SANTOS Nelson Garcia Do Hosp cio a Comunidade Pol ticas P blicas de Sa de Mental Ilha de Santa Catarina Cole o Teses 1994 SERRANO Alan ndio O que Psiquiatria Alternativa 4 Edi o S o Pau lo Editora Brasiliense 1985 VASCONCELOS Eduardo Mour o et alii Reinventando
123. ruptura com a cultura pol tica latino americana de explora o WRIGHT 2004 p 14 Um outro ponto inerente s miss es pentecostais a tentativa de estabelecer membros cada vez mais pautados na fidelidade pela igreja isso porque por mais que o movimento pentecostal possa ser bem sucedido e eficaz em catarse espont nea WRIGHT 2004 p 14 15 em muitos momentos acontece o tr nsito religioso em vista da busca de desejos passageiros Essa perspectiva de suma relev ncia em rela o aos Terena pois esses n o t m resid ncias fixas na usina de lcool Debrasa ficando longe de seus familiares e de suas igrejas fato que contribui para o processo de tr nsito religioso desses sujeitos Outro aspecto sobre o pentecostalismo o xtase e a glossolalia Estudos antropol gicos e de hist ria da religi o destacam que o xtase encontrado na maioria das religi es do mundo e ocorre das mais variadas maneiras Segundo Mendon a este fen meno religioso pode ser assinalado da seguinte forma O xtase pode ser definitivamente um estado de consci ncia alterado com maior ou menor intensidade e que se caracte riza pela passagem que o indiv duo sofre de uma realidade para outra Na maior parte das vezes o xtase procurado pelos indiv duos especialmente nas pr ticas religiosas em que valorizado como canal privilegiado de comunica o com o sagrado 1997 p 150 Pode se entender ent o que o xtase um estado d
124. se deram devido posi o contr ria da pol tica dos coron is que provocou o esvaziamento da cidade Muitos cidad os paranaibenses foram para a cidade de Tr s Lagoas onde come ava a constru o da estrada de ferro Noroeste do Brasil 32 Com a constru o desta ferrovia a cidade de Tr s Lagoas ofere cia mais seguran a e melhor estabilidade de vida econ mica Na d ca da de 1940 a Ordem Franciscana chega em Parana ba com a miss o de colaborar com o desenvolvimento religioso Os Frades Franciscanos destacaram se no campo religioso cons truindo a nova Igreja Matriz Nossa Senhora Sant Ana mas tinham como principal tarefa catequizar os povos Sertanejos crian as jovens e ido sos No campo social pretendiam desenvolver a educa o na regi o Esta fun o coube s Irm s Franciscanas Bernadinas As atividades pastorais dos Frades franciscanos eram divididas em tarefas mas sempre objetivando a catequese Segundo relatam os Frades o povo n o conhece nada das coisas sobrenaturais conhece e aprecia s os dos bens terrenos As atividades eram feitas na cidade e no campo Na cidade o trabalho era com as aulas de catequese para as crian as e adolescentes aulas de ensino religioso no Col gio S o Francisco e com a reforma da Igreja Matriz que antes se chamava Nossa Senhora do Ros rio e que mais tarde passa a ser denominada Sant Ana Esta Igreja atraiu mais os fi is para as missas e as responsabilidade
125. se lavradores da cana livre essa possibilidade tornava se mais palp vel se lavradores da cana cativa ou arrendat rios as dificuldades apresentavam se mais eminen tes Nesse sentido Terra e escravid o entravam assim nesse proces so de reabilita o de enobrecimento 1988 p 211 No mundo do a car no nordeste ressalta a autora a hierarquia entre senhores propriet rios e arrendat rios demonstrava o fracionamento da classe dominante e o tensionamento entre colonos brancos e senhores de escravos Dentre as categorias de lavradores da cana sendo eles livres obrigados e arrendat rios os ltimos eram o grupo mais inst vel e inseguro do processo produtivo conforme os cro nistas coloniais FERLINI 1988 302 Dentre as diversas categorias de sujeitos que compunham o universo colonial destaca se inicialmente a utiliza o da m o de obra ind gena e logo em seguida a negra a expor o mosaico de viol ncias nas rela es de trabalho e de vida estabelecido desde a Col nia As rela es sociais e econ micas na col nia portuguesa e no Imp rio mantinham sob seus patamares a explora o da for a de trabalho es crava e dos homens pobres livres Por outro lado como observado deparavam se tamb m com os conflitos geradores da forma como elas eram impostas A monocultura de produtos como a cana de a car o caf etc destinados para o mercado europeu a escravid o e o latif ndio carac terizaram para a hist
126. segundo Almeida um dos fatores de expans o do movi mento fundamentalista pentecostal foi a rea o s propostas liberais presentes em v rios setores das Igrejas tradicionais Assim em 1910 os participantes do Congresso Ecum nico ocorrido na cidade de Edim burgo decidiram pela n o evangeliza o dos pa ses cat licos Em contrapartida as igrejas pautadas nos ensinamentos pentecostais tamb m realizam um congresso no Panam em 1916 onde fica deliberada a intensifica o do proselitismo mundial que atin gia tamb m as na es cat licas ALMEIDA 2004 p 35 36 nessa conjuntura que o campo mission rio brasileiro organizado a partir dessas duas tradi es que orientam o segmento ecum nico evang li co fundamentalista protestante e pentecostalista Nesse sentido segundo Mendon a as igrejas pentecostais tive ram seu in cio no Brasil entre 1910 e 1911 logo ap s seu surgimento nos Estados Unidos e uma das precursoras foi a Assembl ia de Deus cujo come o se deu em Bel m do Par em 1911 cresceu muito nos primeiros anos no norte e nor deste do Brasil rea de pouca densidade protestante Mais tarde j depois dos anos 50 expande se muito pelo sul do pa s especialmente no sudeste por causa da intensa emigra o nordestina nessa dire o 1997 p 149 Esse contexto possibilitou o crescimento dessas institui es e seu avan o entre os frequentadores das Igrejas protestantes tradicio nais At a d
127. setores industriais que protestavam contra o atraso tecnol gico brasileiro e contra os altos pre os provoca dos pela reserva procuravam tamb m atender aos interesses dos pa ses desenvolvidos que chegaram a estabelecer san es comerciais tempor rias contra o Brasil em virtude da falta de abertura do mercado nacional para concorr ncia comercial do exterior E assim essas medidas de prote o criadas pelo governo brasileiro atrasaram um pouco o desenvolvimento dos computadores e das empresas que necessitavam dessa tecnologia j que equipa mentos como programas para os computadores eram de direito de outros pa ses como os Estados Unidos e assim aos poucos com press o por parte de empres rios brasileiros empresas estrangei ras come avam a se instalar no pa s e a os programas de prote o foram perdendo a for a A Internet como os computadores surgiu primeiramente no mbi to militar A id ia inicial era desenvolver uma rede de computadores liga dos entre si que fossem imunes a bombardeios em um poss vel ataque inimigo Podemos dizer que a Internet est dividida em quatro fases A primeira vers o surgiu em 1962 no auge da guerra fria ent o queriam criar algo diferente algo que n o tivesse um centro principal para que o resto da rede continuasse conectado caso houvesse algum ataque 250 Com a guerra fria no auge e a possibilidade sempre presente de um conflito nuclear em escala global havia nos EUA a preocup
128. sob a forma de presente pois o ofertante adquire em rela o ao benefici ado uma esp cie de direito t cito a presta o equivalente Nesta discuss o acerca da solidariedade que se expressa por meio da comida n o poder amos deixar sem registro em nossa pesqui sa as a es dos assentados que participam da coleta de alimentos para os acampamentos como nos foi narrado por Dona Oliveira No seu relato a solidariedade extrapola a vizinhan a e se consolida a par tir de um sentido de classe de reconhecimento do destino comum portanto a sociabilidade do campon s embora voltada para a comuni dade n o encerra as possibilidades de alian as outras N s ajudamos o pessoal acampado sempre que passa um pessoal aqui n s ajudamos com arroz com feij o leo com tudo E importante ajudar porque eu sei o que meu marido pas 323 sou sem conseguir trabalhar e a gente fica feliz porque hoje a gente pode ajudar tem caixa de leo tem saco de arroz caixa de sab o fardo de a car ent o gra as a Deus agora a gente n o compra mais nada de quilinho e pode ajudar Ainda acerca das contribui es de Candido o autor que des venda a import ncia de determinados alimentos na dieta destes gru pos porque segundo o que ele afirma estes alimentos s o fundamen tais pela possibilidade de serem obtidos e manipulados em casa o que de certa forma diminui a depend ncia externa Situa o n o muito dife rente da que encontr
129. sobre as pr ticas s o condi es indispen s veis para a mudan a Ressalvados os limites de um projeto desen volvido junto a uma equipe singular entende se que poderia ser produzi da a disposi o para elencar alternativas e ent o se enfrentar o desa fio de viabilizar transforma es Partiu se da hip tese de que problematizar pr ticas e concep es vigentes um instrumento impor tante ainda que n o suficiente Pensando em determinado contexto em que se conjectura estrat gias para o aumento do poder de trocas como se tem pensado na reabilita o psicossocial necess rio ques tionar a qualidade de trocas possibilitadas em tal contexto mais um contexto reformado e ou reformador Em que medida tais trocas possi bilitam que se avance na supera o de desigualdades e na produ o de liberdade Como elas afetam as transforma es estruturais neces s rias e suas disjuntivas hist ricas Desde o in cio observou se que a equipe de sa de vivenciou com muita ansiedade e expectativas exacerbadas a organiza o da oficina em sa de mental Solicita conhecimento t cnico sobre os trans tornos mentais sobre psicopatologia Refere se bastante frequentemen te ao que chamam de depress o sempre ex gena ao uso abusivo de lcool e de drogas il citas e l citas como os benzodiazep nicos vio 387 l ncia intrafamiliar sexual f sica neglig ncia decorrente de proble mas mentais Aponta que a rela o
130. terras o trabalho es cravo e a dispers o familiar ind gena A catequese mission ria tema b sico da ret rica dos presi dentes da prov ncia do Mato Grosso foi difundida veemente mente como o modelo que viria solucionar os grandes proble mas causados pelos ind genas na regi o Como saldo geral o que mais se constatou foi a persegui o armada e a repress o a todos os grupos ind genas que resistiram civi liza o 1999 p 101 Os fragmentos acima nos proporcionam entender como a catequese foi em muitos momentos um argumento usado pelos governantes e l deres religiosos para justificar a explora o ind gena A partir dessas constata es pode se observar que o discurso dos missi on rios em geral era uma modalidade do discurso de explora o e em muitos momentos um dos principais objetivos era o lucro que o sistema escravista pudesse oferecer Muitos te ricos te logos fil sofos juris tas canonistas etc fizeram uma op o pelos mission rios e procu ram fundamentos b blicos para justificar a escravid o ind gena RODRIGUES 1991 p 17 Esse um dos contextos que permeava os primeiros contatos entre a evangeliza o cat lica e os nativos a imposi o do credo e da cruz por parte dos mission rios e as multifacetadas formas de resist n cias a essa nova religi o a qual os ndios estavam sendo for ados a se submeter PENTECOSTALISMO BREVE HISTORIOGRAFIA Da mesma forma que a cat
131. tica deve fazer parte de qualquer processo de traba lho concreto Como se indicou anteriormente no coletivo tais concep es podem ser repensadas Por m sua supera o exige mudan as de fundo transforma es certamente mais estruturais Neste campo o MNLA no interior do qual os trabalhadores em sa de constituem sujeitos hist ricos fundamentais expressa sua vita 386 lidade e a import ncia de seu ac mulo hist rico 1 na qualidade de movimento social lembra que sa de inclusive aquela expressa pelo sofrimento ps quico e condi es de vida s o esferas da vida inter rela cionadas desde sua origem 2 atrav s do movimento de usu rios e familiares informa que fam lia n o cabe somente entregar a pessoa em sofrimento ps quico tutela do hospital e aguardar pacientemente que seu familiar volte curado para casa sen o ser tamb m sujeito do tratamento 3 indica que a oucura elemento de provoca o perma nente busca de estabilidade social e permite questionar a realidade institu da 4 denuncia que o hospital psiqui trico se mant m tamb m para a realiza o do lucro de seus propriet rios e da ind stria farma c utica etc Inquieta es que dos anos 1980 at hoje mant m a con di o de denunciar uma realidade ainda atual Para a realiza o de uma oficina de forma o em sa de mental entendendo oficina como espa o de transforma o partiu se do prin c pio que viv ncia e reflex o
132. tinha o h bito de aliar o ouvir ao ver SOUZA 1986 a curiosidade em torno das terras distantes foi se proliferando na Europa Provavelmente devido ao fato de ser uma terra distante cheia de mist rios onde se acreditava ser habitada por monstros os riscos que o mar apresentava s navega es ainda se desenvolvendo e 123 principalmente ao fato de o com rcio com as ndias estar responden do s expectativas dos europeus as terras de al m mar acabaram sendo deixadas de lado A partir do momento em que foi surgindo na Europa uma curiosidade em torno do desconhecido e a necessidade de um ref gio ou descoberta de outras rotas comerciais as terras americanas foram lembradas e inclu das nos interesses mercantilistas dos europeus Com a chegada dos navios portugueses a costa litor nea da Am rica Portuguesa os tripulantes tentando uma comunica o e acor dos interesseiros escondem o principal motivo de estarem ali a ob ten o de informa es e riquezas conforme Giucci 19993 Fundamentando se nesse objetivo mercantilista a princ pio com as ndias no decorrer de suas viagens com o litoral africano e por fim com as terras que mais tarde viriam a ser denominadas brasileiras os portugueses conseguiram alcan ar muitas de suas inten es Desse ponto de vista o car ter de empresa destinado a fazer refer ncia essas terras ap s os portugueses terem conseguido informa es so bre riqueza e m
133. trabalhadores da constru o da Usina Hidrel trica de Ilha Solteira SP O segundo grupo composto por documentos produzidos pela Companhia Energ tica do Estado de S o Paulo Administra o Especial de Ilha Solteira reproduzidos da Biblioteca Municipal de Ilha Solteira As datas limites s o de 22 06 1963 a 25 01 1974 Hon rio de Souza Carneiro constitu do por documentos referen tes ao processo de coloniza o do atual munic pio de Santa F do Sul assim como Companhia de Agricultura Imigra o e Coloniza o CAIC S o fontes acumuladas pelo patrono do N cleo durante a sua pesquisa de mestrado na d cada de 1980 e posterior quando atuou como coorde nador do N cleo As datas limites s o de 1914 a 1997 Prefeitura Municipal de Tr s Lagoas constitu do de documen ta o produzida pelas secretarias de Finan as Administra o e Plane jamento e Procuradoria Jur dica da Prefeitura compreende plantas de casas populares guia de informa o de Imposto sobre Transmiss o de Bens e Im veis listagem de entrega de carn s de Imposto Territorial Urbano aviso de lan amento cobran as de d bitos solicita es e fo lha de pagamento As datas limites s o de 1983 a 1992 Arquivo fotogr fico com o objetivo de preservar a mem ria visu al da cidade e das pessoas o N cleo de Documenta o buscou cole tar fotografias junto popula o local moradores comuns e ou que ocuparam cargos p blicos Desse trabalh
134. uma mistura explo siva de velhos e novos preconceitos onde os argumentos cr ticos ao sionismo s o bastante parecidos ou mesmo id nticos ao anti semitismo praticado antes mesmo da exist ncia do Estado de Israel Tanto nas obras de Ellwanger quanto de tantos outros negacionistas os autores investem na nega o da presen a do car ter anti semita em suas obras que contudo continua expl cito Ellwanger afirma que o seu inimigo o sionismo o imperialismo judaico n o a ra a ou religi o Encontramos este anti semitismo chamado de anti sionismo em diversos momentos Um deles refere se ao que chamam de Ind s tria do Holocausto ou Ind stria do Holoconto Essa ind stria seria mais uma das formas do compl judeu de domina o mundial praticar suas a es A partir da condena o dos nazistas pelos crimes de guer ras temos o Holocausto como a maior express o destes o governo alem o foi obrigado a pagar uma s rie de indeniza es e pens es para Pa ses entidades organiza es e fam lias muitas dessas vital cias em forma de pens es Segundo os negacionistas esta pr tica tem ainda escravizado o povo Alem o e para eles se o Holocausto tivesse realmente aconteci do n o haveria o porqu da exist ncia de tantos sobreviventes para os negacionistas a m xima da fraude Cria se uma guerra subjuga uma na o funda se um mito da grandeza do Holocausto e ainda lu cram em cima desta d
135. 02 p 56 Mais tarde foi pedida a deporta o de Frei Pedro Assim Frei Pedro Holz deixa Parana ba no dia 28 de Setembro de 1943 sob pro te o do delegado especial e quatro homens de captura para o sul do Mato Grosso As Irm s Franciscanas Bernadinas resolveram abando nar Parana ba por causa das persegui es e pela falta de recursos financeiros para manter o Col gio Os freis e Bispo D Vicente B M Priante lutaram em defesa do Frei e das Irm s por m n o tiveram sucesso Em fevereiro de 1944 frei Pedro voltou a ser vig rio de Parana ba e permaneceu como vig rio at 1963 quando voltou para Alemanha para tratar da sa de A par quia de Parana ba foi entregue aos Padres Agostinianos BREVES CONSIDERA ES Este foi um breve hist rico da Miss o Franciscana no Mato Grosso e das persegui es na cidade de Parana ba na d cada de 1940 Em continuidade a pesquisa tem como objetivo analisar a in flu ncia da Ordem Franciscana na cidade de Parana ba MS principal mente em rela o pol tica durante a Era Vargas O trabalho a ser desenvolvido se buscar na consulta de livros documentos jornais e fotografias da poca Tamb m trabalharemos com fontes orais com a busca das fontes e das leituras feitas de obras sobre o assunto ser poss vel fazermos uma reflex o sobre a influ ncia da Ordem Franciscana em Parana ba e as rela es pol ti cas na Era Vargas NOTAS 1 Graduanda do segundo ano do curso de his
136. 1 BOURDIEU Pierre A identidade e a representa o elementos para uma reflex o cr tica sobre a id ia de regi o In BOURDIEU Pierre O poder simb lico Lisboa Difel 1989 p 107 132 BORGES Maria Celma De pobres da Terra ao Movimento Sem Terra pr ticas e representa es camponesas do Movimento Sem Terra no Pontal do Paranapanema SP 2004 Tese Doutorado em Hist ria Faculdades de Letras e Ci ncias Humanas Universidade Estadual Paulista Assis CHAUVEAU Agn s T TART Philippe Quest es para a hist ria do pre sente Bauru EDUSC 1999 p 07 38 DE CERTEAU Michel de A opera o hist rica In LE GOFF J amp NORA P Orgs Hist ria novos problemas 2 ed Rio de Janeiro Francisco Alves 1979 FRANK Robert Quest es para as fontes do presente In CHAUVEAU Agn s TETART Fhilippe Quest es para a hist ria do presente Bauru EDUSC 1999 JAPIASSU Hilton O mito da neutralidade cient fica Rio de Janeiro Imago 1976 NORA Pierre O acontecimento e o historiador do presente In LE GOFF Jacques et alii A Nova Hist ria Lisboa Edi es 70 1984 RIOUX Jean Pierre Pode se fazer uma hist ria do presente In CHAUVEAU Agn s TETART Fhilippe Quest es para a hist ria do pre sente Bauru EDUSC 1999 339 REPRESENTA ES E A MEM RIA CONTRIBUI ES TE RICAS PARA O ESTUDO DA QUESTAO AGRARIA Andrey Minin Martin Ser que h em vozes a que presta mos
137. 1 170 grifos do autor Na verdade o fingimento enquanto met fora da defini o de lin guagem o nico meio que possu mos para acessar e descrever a realidade pois a realidade uma totalidade inexprim vel Sendo assim plasmar significa selecionar extrair da totalidade um particular exprim vel Da todo discurso hist rico jornal stico jur dico etc ser um dis curso ficcional No caso da hist ria Paul Ricoeur afirma que o discurso ou refer ncia hist rica constru do atrav s de vest gios do real passa do mas acrescenta que essa refer ncia por meio de vest gios retira algo da refer ncia metaf rica comum a todas as obras po ticas na medida em que o passado s pode ser reconstru do pela imagina o RICOEUR 1994 125 A imagina o justamente o car ter sele tivo da hist ria pois sendo o passado uma totalidade incompreens vel constitu da por fatos isolados necess rio a sele o e a jun o dos diversos fatos para formarmos uma vis o particular e compreens vel do passado Express es como reescrever a hist ria s o met foras valio 172 sas para compreendermos esse car ter ficcional seletivo do discurso hist rico pois para cada sele o e jun o dos fatos constru mos um novo passado As manipula es do passado praticadas pelo nazismo e pelo stalinismo s o exemplos perversos mas patentes da afirma o anterior Destacado o car ter ficcional da hist
138. 1 O presente artigo foi baseado no trabalho de conclus o de curso TCC exigido pelo curso de licenciatura plena em Hist ria pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Campus de Tr s Lagoas UFMS CPTL 2Professor do curso de Hist ria de Tr s Lagoas Universidade Federal do Mato Grosso do Sul UFMS CPTL 198 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS CODO Wanderley O que aliena o S o Paulo Brasiliense 2004 DORIA Francisco Antonio Marcuse vida e obra 3 ed S o Paulo Paz e Terra 1983 LEFEBVRE Henri O marxismo Henri Lefebvre tradu o de J Guinburg 5 ed S o Paulo DIFEL 1979 L WY Michael Ideologia In Ideologia e Ci ncia Social 15 Ed S o Paulo Cortez 2002 p 11 32 MARX Karl O trabalho alienado In Manuscritos Econ mico Filos ficos Tradu o Alex Martins S o Paulo Martins Cloret 2002 p 110 122 MARX K ENGELS F A ideologia alem l feurbach S o Paulo HUCITEC 1989 MARX K ENGELS F Manifesto do Partido Comunista 6 ed S o Paulo Global editora 1982 MELLO Suely Amaral Linguagem Consci ncia e Aliena o o bvio como obst culo ao desenvolvimento da consci ncia cr tica Marilia Unesp Marilia Publica es 2000 VEYNE Paul Os conceitos em Hist ria In Teoria da Hist ria SILVA Maria Beatriz Nizza da org S o Paulo editora Cultrix p 120 134 SANTOS Milton Sociedade e Espa o A Forma o Social como teoria e como m todo Bole
139. 20 S o Paulo Annablume 1998 PETRONE M T S Aspectos da rede fundi ria em S o Paulo no s culo XIX o problema das posses Anais da Semana de Estudos de Hist ria Agr ria Unesp Assis 1982 PRADO J NIOR C Forma o do Brasil Contempor neo S o Paulo Brasiliense 19783 SCHWARTZ S Escravos roceiros e rebeldes Bauru SP EDUSC 2001 SCHWARZ R As id ias fora do lugar Estudos CEBRAP S o Paulo Edi es CEBRAP n 03 1973 STOLCKE V e HALL M A introdu o do trabalho livre nas fazendas de caf de S o Paulo Revista Brasileira de Hist ria v 3 n 6 Set 1983 WANDERLEY M de N B O campon s um trabalhador para o capital Cad Dif Tecnol Bras lia v 2 Jan Abr 1985 313 A TERRA E A COMIDA COMO ELEMENTOS CENTRAIS DA SOCIABILIDADE CAMPONESA Rosemeire Aparecida de Almeida O S TIO EM OPOSI O AO LOTE ANEGA O DA RACIONALIDADE ESTATAL o campon s a um s tempo um agente econ mico e o cabe a de uma fam lia Sua propriedade tanto uma unidade econ mica como um lar WOLF 1970 p 28 grifo do autor Como parte das diferencia es que cercam as a es dos t cni cos do Estado no tocante organiza o dos assentamentos a oposi o lote s tio com certeza uma reveladora manifesta o das dis tintas concep es em rela o a terra Assim como Woortmann 1990 acreditamos que o significado do termo s tio est intrinsecamente liga do a um
140. 2000 p 23 comple ta se pela utiliza o de diversos recursos extraling sticos e contextuais tais como os gestos a postura e as express es faciais recursos es ses que esclarecem ou complementam o sentido da comunica o A linguagem escrita desdobramento ou talvez consequ ncia da linguagem oral ao contr rio desta exige permanente esfor o de elabora o justamente por seu contato direto como leitor que se ser ve apenas do texto para inferir suas conclus es A presen a do interlocutor torna a l ngua falada mais alusiva enquanto a l ngua escrita mais precisa ou deveria s lo Como foi mencionado o fato social aquele que exterior ao indiv duo atua sobre ele como fator coercitivo Tamb m se mencionou que a l ngua e o direito s o fatos sociais e explicou se o porqu de o direito ser visto como tal Mas quais s o as raz es de a l ngua ser entendida como um fato social e que consequ ncia adv m dessa intelec o O fato social conforme analisado tem por caracter sticas primazes a exterioridade ao indiv duo e a coercitividade sobre este A linguagem re ne ambos os requisitos consolidados pela sociologia durkheimiana Na li o de Alvarez 2002 p 203 a exterioridade da l ngua pode ria ser analisada com base no fato de que quando um indiv duo fala num determinado idioma ele experimenta esse idioma como algo externo a ele uma realidade exterior com regras que devem ser aprendidas e se gu
141. 51 Sob o ponto de vista da discuss o hist rica para P rsio Santiago ibid justamente no s culo XIX a partir das dr sticas altera es no sistema capitalista cau sadas pela Revolu o Industrial que devemos recorrer s an lises a respeito do conceito de crise do sistema capitalista apesar de ela tor nar se objeto de estudo da economia pol tica apenas a partir da crise de 1929 Os autores convergem em afirmar que de 1816 a 1929 a 210 humanidade presenciou 14 crises o que originou o conceito de Ciclos Econ micos Para efeito de uma classifica o das crises com que historica mente os v rios modos de produ o tiveram que se defrontar Ara jo op cit destaca tr s tipos a as crises das sociedades pr capitalis tas essencialmente agr rias que se caracterizavam por um car ter acidental da natureza ou social epidemias guerras Eram portanto essencialmente crises de subprodu o b As crises mistas da 22me tade do s c XVIII e s c XIX da manufatura europ ia que se iniciavam na conjuntura agr cola subprodu o passando para a manufatura Este tipo espec fico de crise foi estudado por Marx e Engels Neste contex to a autora ibid destaca que a crise de 1848 palco das elabora es te ricas destes autores foi provavelmente a ltima do g nero c As crises modernas ou de superprodu o genu nas do sistema capitalis ta e objeto da presente an lise Apesar do marco das an lises ma
142. 8 compreendendo portanto o per odo de luta do sindicato contra a privatiza o da ferrovia Sindicato dos Trabalhadores em Educa o de Tr s Lagoas a rela o estabelecida entre o N cleo de Documenta o e o Sindicato para organiza o e disponibiliza o do acervo no pr prio Sindicato amplia a possibilidade de trabalho dos graduandos em hist ria bem como estimula o N cleo de Documenta o a desenvolver trabalhos arquiv sticos com outras entidades Isso ontribui ainda para a solu o do problema da falta de espa o f sico para alojamento de fontes hist ri cas nas depend ncias do N cleo Este grupo cont m documentos pro duzidos pelo Sindicato al m da Confedera o Nacional dos Trabalha dores em Educa o a Federa o Estadual dos Trabalhadores em Edu ca o do Estado do Mato Grosso do Sul a Secretaria Estadual de Educa o do Mato Grosso do Sul e a Secretaria Municipal de Educa o de Tr s Lagoas As datas limites s o de 1950 a 2006 Partido dos Trabalhadores existente na cidade de Tr s Lagoas desde ao menos 1982 o acervo do PT guardado no N cleo remete a filiados circulares internas atas de reuni es do diret rio municipal campanhas eleitorais resultados eleitorais e finan as As datas limites s o de 1986 a 2002 233 MEM RIA UNIVERSIT RIA Universidade Federal de Mato Grosso do Sul este grupo cons titu do por documentos acumulados pela administra o da UFMS uni dade de
143. 8 do Cart rio de Tabelionato e Registro Civil de Lad rio O Capit o Nicola Scaffa passou ent o a fornecer os suprimentos necess rios ao funcionamento do Arsenal e tamb m a seus funcion ri os civis e militares come ando assim a sua trajet ria de comerciante seguindo os passos do pai A mem ria da hist ria de Lad rio e a do Coronel Nicola Scaffa como podemos perceber est o intimamente li gadas constru o do Arsenal de Marinha de Lad rio A origem de sua riqueza come ou com um modesto armaz m situado Rua Tamandar n mero 53 no munic pio de Lad rio constru do inicialmente de pau a pique No in cio de 1930 a antiga constru o foi derrubada e em seu lugar ergueu se majestosa sede de sua Casa Comercial A Lealdade e anexo a Casa Banc ria Nicola Scaffa Esse im vel foi adquirido por Scaffa da Sra Am lia Ramires de Azevedo conforme escritura registrada em 11 de mar o de 1911 no Livro de Notas n mero 5 folhas 37 a 38 do Cart rio de Tabelionato e Registro Civil de Lad rio O nome Lealdade foi dado pelo Coronel como um reflexo pessoal pois julgava ser um comerciante honesto cobrando pre os justos e juros que considerava compat veis com a situa o de seus clientes o que obviamente n o afasta o desejo de enriquecimento forjado a custa de uma massa de oper rios que dependiam quase que exclusivamente dos cr ditos concedidos pelo coronel A partir do com rcio com o Arsenal de Marinha e s
144. 9 1 GRESSLER Lori Alice SWENSSON Lauro Joppert Aspectos hist ri cos do povoamento e da coloniza o do Estado de Mato Grosso do Sul UFMS P 105 12 POSSAS L dia Maria Vianna Ferrovia Fontes de Mem ria Arquivos Fer rovi rios uma Reflex o Cr tica e A o Preservativa VI Semin rio Nacio nal de Preserva o e Revitaliza o Ferrovi ria 17 a 20 de julho de 2002 Rio de Janeiro s p HOBSBAWM Eric J A Era das Revolu es 1789 1848 Paz e Terra 8 ed Rio de Janeiro p 61 ARRUDA Gilmar A Ferrovia Noroeste do Brasil O ltimo trem para o Sert o Caderno de Estudos Urbanos N mero 3 ma o de 1995 Campo Grande MS p 5 9 15 OLIVEIRA Ben cia Couto de O Estado Novo e a nacionaliza o das fronteiras A ocupa o estrat gica do Sul de Mato Grosso Revista Fron teiras v 6 n 12 2002 p 9 22 16 Durante a guerra com o Paraguai ficou conhecida como campo grande a encruzilhada do Nioaque na regi o central do planalto da Serra de Maracaju onde hoje se localiza o distrito de Indubrasil informa o obtida em OLIVEI RA NETO Antonio Firmino de Ruas e Cal adas de Campo Grande MS Uma Contribui o ao Estudo dos Espa os P blicos Urbanos SP USP disserta o de mestrado 1997 p 18 50 Campo Grande 100 Anos de Constru o Campo Grande Matriz Editora 1999 p 274 18 lbum Gr fico de Mato Grosso EEUU do Brasil Corumb Hamburgo Ayala amp Simon Editores 1914 p 412
145. Carpanez da Folha Online pontua que Ap s a populariza o da Internet durante sua primeira d cada de uso comercial no Brasil o pa s encara o desafio de expandir o uso dessa tecnologia restrita a 17 5 da popula o Apesar de esse n mero ainda ser baixo a ferramenta oferecida co mercialmente a partir de maio de 1995 j conhecida por gran de parte dos brasileiros N o h como ignorar a abrevia o do termo world wide web a palavra e mail e o s mbolo OD eles tamb m fazem parte do cotidiano dos exclu dos digitais pois est o presentes em embalagens de produtos e s o citados na televis o CARPANEZ 2005 Folha Online O n mero ainda considerado baixo pois poss vel atingir cada vez mais pessoas Para que um contingente cada vez maior possa utili zar a Internet s o disponibilizados alguns facilitadores para tal acesso como por exemplo a Internet atrav s de pre os mais baixos que empre sas do ramo est o cada vez mais disponibilizando pode ser uma sa da para que essa exclus o digital n o aumente j que na sociedade atual em que vivemos o uso do computador juntamente com a Internet uma ferramenta em que todos tem o direito de aprender a utilizar De acordo com pesquisas efetuadas em 2005 os brasileiros bateram recorde no tempo de navega o residencial m dia mensal de 16 horas e 54 minutos por pessoa O valor fez com que o pa s ultrapas sasse as outras 11 na es monitoradas pelo
146. Cristina particularmente no que se refere imagem que os sujeitos sociais pretendem passar para o pesquisa dor Quando se est diante dos indiv duos percebe se que muitas ve zes a imagem retratada um tanto quanto diferente da apreendida em sua realidade Sobre esta quest o poss vel citar as rela es de con v vio no interior do acampamento Ao fazer as pesquisas de campo notou se que os acampados principalmente por parte das lideran as tentam aparentar uma imagem branda referente s rela es de convi v ncia entre os sujeitos contudo nas v rias idas e vindas ao entrar e ao sair dos barracos ou at mesmo nas conversas de roda e ao p de um fog o de lenha foi percept vel que h conflitos e tens es entre os acampados No que toca a quest o metodol gica Nora 1984 salienta que a hist ria do tempo presente possui uma inunda o de informa es n o selecionadas Isto se apresenta como uma problem tica para o historia dor que necessita muito vagarosamente selecionar e registrar o que lhe ser prof cuo em sua pesquisa Este fato da inunda o de informa o resultante e assegurado pelas a es da imprensa de comunica o Trabalhar com a hist ria do tempo presente se dimensiona como uma tarefa rdua e exige muitos cuidados por parte do historiador Na tentativa de objetiva o de uma an lise a objetividade e subjetividade s o interfaces do mesmo processo BORGES 2004 p 37 No que tang
147. ERA O DA VIOL NCIA A viol ncia tem diversas formas de atua o e utilizam v rias fer ramentas para se fixar perante a sociedade como por exemplo atrav s do medo pois onde h medo h amea a e onde tem amea a temos a viol ncia e nas palavras de Moraes 1985 p 17 18 dif cil abordar o tema da viol ncia 406 Pois que sua realidade percorre desde as viol ncias ver melhas sangrentas at as viol ncias brancas como o empregado de linha de montagem que nas grandes ind stri as na verdade o prisioneiro de um campo de concentra o habilmente disfar ado necess rio entender que a viol ncia por ser t o abrangente e eficaz em sua atua o a principal arma utilizada pelo processo capi talista de dom nio e controle da sociedade isto porque todo espa o tem predomin ncia pol tica como poderemos tomar como exemplo ain da no pensamento de Moraes 1985 em um n cleo familiar toda a fam lia tem aqueles que produzem renda material e aqueles que se encontram em situa o artificial como os estudantes e tem tamb m os considerados improdutivos como os muito idosos e as crian as Esta rela o nos d uma divis o pol tica pois aqueles que contribuem materialmente para o sustento da casa se ditam os l deres Com base neste exemplo ao observar os grandes centros urba nos podemos ver esta divis o pol tica como as favelas e bairros po bres de periferias regi es habitadas pelas cn
148. I MOVIMENTOS NO MUNDO DO TRABALHO Hajime Takeuchi Nozaki Muitos s o os estudos que t m dedicado aten o reestrutura o produtiva globaliza o da economia e ao neoliberalismo como fen menos relacionados com as modifica es do trabalho na passagem dos s culos XX para o XXI seja em seu aspecto de desemprego estru tural Forrester 1997 Pochmann 1999 2001 Singer 2000 de frag menta es no interior do processo produtivo e conseq entes altera es na classe trabalhadora Antunes 1995 Katz Braga amp Coggiola 1995 Bihr 1998 bem como mudan as no pr prio conte do do traba lho Antunes 1999 Gounet 1999 Contudo um esfor o precedente discutir a pr pria reestrutura o produtiva a globaliza o da economia e o neoliberalismo como epifen menos da crise estrutural do capital ou seja em certa monta como estrat gias particulares do capital para tentar obter sobrevida Parte se portanto da formula o te rica de que o capital est fadado a crises c clicas que se aprofundam mas que possuem em cada mo mento hist rico uma materialidade diferenciada 209 Trata se pois para a extens o deste texto de a partir do reco nhecimento das crises do capital buscar o seu fundamento te rico procurando estabelecer conex es com as tentativas de ger ncias des sas crises e os desafios colocados no mundo do trabalho Assim o objetivo do presente artigo apresentar a crise de superprodu
149. I se desenvolve a economia agroindustrial com a planta o 128 da cana de a car Da surge a necessidade do aumento da m o de obra escrava Paralelo ao surgimento da m o de obra escrava a atua o dos chamados vadios na col nia surge desde o inicio O vadio segundo Souza um indiv duo que n o est incluso nas regras do sistema de obten o de lucro imediato assim seria extremante dif cil achar uma defini o para esses indiv duos Contudo Souza refletindo sobre Antonil diz O vadio aqui o individuo n o ser vindo na estrutura de produ o colonial e que pode de um momento para outro ser aproveitado por ela 2004 p 92 O vadio passa assim a fazer parte da m o de obra livre na col nia sendo utilizado eventualmente pela empresa Um outro termo utili zado para fazer refer ncia aos vadios a m o de obra desqualificada Esses vadios eram em ess ncia mulatos mesti os caboclos etc Com a empresa em funcionamento e quase totalmente estruturada do ponto de vista portugu s mais uma vez os metropolitanos encon traram uma forma de juntar o til ao agrad vel passaram a utilizar a m o de obra ociosa desqualificada para o t rmino da constru o es trutural que j se desenvolvera consideravelmente Surgindo a necessi dade de certas fun es em uma sociedade os vadios confirmando a id ia de Antonil passam a ser utilizados para povoar lugares distantes fronteiras e
150. IAS Thalita da Silva Gon alves Lays Matias Mazot Mas afinal qual o tra o comum que permite cha mar de fonte para o conhecimento hist rico coi sas t o d spares como uma est tua grega do s culo V A c uma m scara maia uma carta do mar ques de pombal um concerto de Mozart uma pe l cula cinematogr fica um artigo de jornal sobre os perigos do desmatamento uma entrevista gra vada de um trabalhador em greve uma fotografia e uma telenovela A resposta est no interesse no historiador em o inquirir o que essas coisas revelam sobre as sociedades s quais elas per tencem e na cria o de uma narrativa explicativa sobre o resultado de suas an lises Por essa ra z o denominamos de hist ria uma s rie de acon tecimentos e de historiografia a narra o desses acontecimentos PINSKY 2005 p 10 INTRODU O O movimento da Escola dos Annales propiciou a amplia o da no o de fonte bem como a evolu o da pesquisa hist rica Para tan to nota se que foi preciso mudan as metodol gicas significativas e um certo aprofundamento te rico uma vez que se p de observar que tudo era pass vel de se tornar fato hist rico ilustrando a dinamicidade da hist ria ao entrar em contato com outras disciplinas 236 Este artigo busca demonstrar brevemente como os historiadores trabalham com as fontes assim como explicitar quais s o os meios que eles utilizam para abordar o uso das mesmas al m de propiciar uma a
151. IDERA ES FINAIS Pretendemos com este trabalho estudar as metodologias em pregadas nas fontes hist ricas bem como apresentar algumas dificul dades encontradas pelos historiadores ao se tratar com a fonte Perce bemos que ap s a introdu o de novas abordagens m todos e objetos com o movimento dos Annales houve uma expans o na concep o de fonte e em seu modo de tratamento Nem todos os historiadores adotaram as inova es propostas pela Nova Hist ria com todo ardor pelo contr rio vemos muitos pesquisado res receosos quanto ao emprego de novas metodologias Como exemplo disso temos as fontes orais j que este tipo de documento n o teve muita credibilidade no in cio pois muitos historiadores desconfiavam da seguran a das fontes orais na reconstru o do passado A fragilidade impl cita das fontes orais considerado universal irrepar vel por isso para as sociedades sem registros escritos o alcance convencional do discernimento desanimador PRINS 1993 p 163 A hist ria baseada exclusivamente em fontes n o documenta das as fontes orais n o teve pelo olhar da historiografia tradicio nal a mesma credibilidade dos documentos escritos pois segundo 243 alguns historiadores esta podia apresentar uma hist ria imprecisa e menos satisfat ria Apesar disso vemos constantemente a ades o de muitos histo riadores s fontes orais possibilitando a compreens o dos fatos por meio do po
152. Ibope NetRatings fican do frente da Fran a 15 horas e 40 minutos Jap o 15 horas e 35 minutos Estados Unidos 14 horas e 46 minutos e Espanha 14 horas e 41 minutos De acordo com uma pesquisa realizada pelo PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios com 32 1 milh es de usu rios de Internet o que corresponde a 21 da popula o brasileira o Brasil o quarto pa s da Am rica Latina em penetra o da rede Os dados s o do CGI Comit Gestor da Internet com base em um ranking elaborado a partir de dados do ITU International Telecommunication Union de 2005 Para se ter uma pequena no o desse enorme campo que o computador e a Internet est atingindo nesta d cada o fato de que em dezembro de 1999 o Brasil tinha cerca de 7 milh es de pesso as que usavam computador e Internet 254 O IBOPE Net ratings acompanha o n mero de usu rios domici liares de Internet no Brasil Segundo esta pesquisa em dezembro de 2005 existiam 18 9 milh es de usu rios com acesso em suas resid n cias sendo que 12 2 milh es haviam efetivamente acessado a Internet em dezembro de 2005 A tabela a seguir apresenta o acompanhamento destes dados Para uma melhor compreens o desses dados a tabela abaixo representar algumas informa es A tabela foi feita a partir de uma pesquisa realizada pelo IBOPE Net onde acompanha o n mero de usu rios domiciliares de Internet no Brasil Pesquisa que foi realiza da em dezembro de 2005
153. L que foi organizado pelo Prof Vitor Wagner Neto de Oliveira junto aos alunos Esta publica o oferece o conte do do acervo para todos aqueles que pesquisam a historia regional Portanto a X Semana de Hist ria e a publica o dos Anais s o uma oportunidade de aprofundamento do di logo entre pesquisadores e demais membros da sociedade Sabemos que as experi ncias acumu ladas na academia s t m sentido quando levadas al m das suas fron teiras proporcionando uma reflex o cr tica e troca de viv ncias sendo assim poss vel favorecer mudan as efetivas na sociedade 6 As pesquisas j conclu das ou em andamento que est o sendo apresentadas procuram compor o conhecimento hist rico analisando o passado relido pelo olhar do presente pois como afirmava Benedetto Croce nos seus escritos sobre a teoria da Hist ria toda verdade hist rica contempor nea Esperamos que as an lises aqui propostas possam contribuir de forma mesmo que modesta para um maior conhecimento da soci edade atual que mergulhada numa ordem mundial globalizada vivendo sob o signo da precariedade do provis rio do descart vel e do desam paro busca na aventura do saber novos caminhos e respostas para suas inquieta es Neste volume dos Anais est a s ntese dos nossos esfor os pois acreditamos no pensamento criador e critico como pos sibilidade de um devir melhor Agradecemos aos pareceristas pelo empenho e seriedade na avalia o d
154. LIENA O NO MODO DE PRODU AO CAPITALISTA Wagner Barbosa dos Santos O TRABALHO ALIENADO NO MODO DE PRODU O CAPITALISTA E O VALOR DA MERCADORIA HUMANA H um fator comum entre todos os diferentes modos de produ o um fator que os une e os diferencia este fator o trabalho presen te no modo de produ o escravista asi tico feudal socialista capita lista etc O trabalho se fez presente durante toda a hist ria do desen volvimento humano da sociedade gent lica capitalista industrial Pode se dizer que este o ponto que os une ao mesmo tempo em que a rela o do homem com o fruto do seu trabalho distingue os uns dos outros importante ressaltar que quando se fala de modo de produ o deve se entender a forma pela qual se d a explora o da for a de trabalho e que todo novo modo de produ o sobrep em se sobre o velho mas ainda traz consigo caracter sticas do mesmo Os modos de produ o concretizam se por meio de uma base historicamente determinada A especificidade de cada um deles depen der de sua localiza o no espa o sendo o homem o agente transfor mador do espa o com o qual se confronta O modo de produ o historicamente e espacialmente determinado num movimento em con junto da produ o da circula o da distribui o e do consumo Toda via quando se aborda esse conceito produ o n o se refere simples mente de rela es sociais que tomam uma forma material mas t
155. Nora 1984 um dos precursores da hist ria do tempo presente ressalta que sua inten o era a de insistir na novidade do acontecimento e no seu car ter incontorn vel e que no momento de sua insist ncia a historiografia contempor nea ou seja a nova hist ria da escola dos Annales pretendia minimizar o acontecimento consi derando o como uma bolha na superf cie da Hist ria Segundo Nora o caminho parecia o inverso ao se confrontar com os acontecimentos mesmo que por vezes parecesse se tratar de falsos acontecimentos Elucidando este fato explicita que Diante de quase tudo o que em un ssono fazem os jornais tem se a impress o de que todo este res duo artificial da actualidade n o faz mais do que marcarem alguma coisa uma hist ria que avan a ao passo pesado e lento das legi es romanas 1984 p 46 Na compreens o de Nora parece que n o existe o pseudo acontecimento O que mudou foi o pr prio acontecimento em rela o hist ria tradicional devido as transforma es ocorridas pelos meios de comunica o da massa Em tempos pret ritos havia os atores do 333 acontecimento revelados nos serm es religiosos nos viajantes e nos agentes oficiais do poder nesta perspectiva que o autor reflete sobre a mudan a da pr pria percep o hist rica a tal ponto que nada poderia separar o presente da Hist ria Aludindo a isto Nora elenca que hoje em dia o mais pequeno acontecimento vivido com sendo j
156. O SUL Port o 14 Est dio Moren o Campus da UFMS Fone 67 3345 7200 Campo Grande MS e mail editoraDeditora ufms br Editora associada ISBN 987 85 7613 112 0 Dep sito Legal na Biblioteca Nacional Impresso no Brasil APRESENTA O A X Semana de Hist ria realizada de 24 a 28 de setembro de 2007 aborda a tem tica Hist ria em Movimento Caminhos Culturas e Fronteiras e tem como objetivo proporcionar a aproxima o entre pes quisadores de Hist ria e outras reas das Ci ncias Humanas Al m disso se prop e a realizar um debate amplo com a participa o n o s da comunidade acad mica como tamb m de alunos e professores da rede de ensino fundamental m dio e demais interessados A semana organizada pelo curso de Hist ria do CPTL UFMS coordenada pela professora Maria Celma Borges que com compet n cia tem mantido sempre o entusiasmo mesmo durante a travessia das dificuldades O projeto desde o seu in cio foi coletivo envolvendo em suas atividades alunos professores e outros colaboradores tanto do CPTL como da comunidade n o universit ria Essa atividade represen ta os esfor os que o curso de Hist ria vem realizando nos ltimos anos tendo por objetivo fortalecer o ensino a pesquisa e a extens o ofere cendo assim uma educa o p blica de qualidade Portanto a X Sema na de Hist ria e a publica o dos Anais representam concretamente os resultados dessa jornada As comunica es
157. RNO ZECA DO PT 01 01 1999 01 01 2003 O Governo de Jos Orc rio Miranda dos Santos o Zeca do PT simbolizou o rompimento de um cen rio pol tico hegemonizado por partidos apoiados pelas oligarquias agr rias que dominou o Estado desde sua instala o em 1979 Pela primeira vez na hist ria de Mato Grosso do Sul um pol tico de esquerda assumia o car go de governador Em termos de representatividade parlamentar o PT contava na C mara dos Deputados com Eur dio Ben Hur Ferreira e Jo o Ba tista dos Santos popular Jo o Grand o Na Assembl ia Legislativa por m o PT contava de in cio com um nico parlamentar o deputa do Laerte Tetila 74 Devido a uma pequena bancada estadual Zeca priorizou a constru o de uma produtiva rela o com o legislativo a fim de pos sibilitar a governabilidade Frutos disso foi a cria o do FIS Fundo de Investimento Social no qual se incluem diversos programas como Bolsa Escola e Seguran a Alimentar Aprovou se o FUNDERSUL Fundo de Desenvolvimento Rodovi rio de Mato Gros so do Sul al m de outros projetos como Banco do Povo e o Or a mento Participativo Contudo uma das grandes realiza es de seu governo est relacionada quest o agr ria com o programa de as sentamento rural na Fazenda Itamarati no munic pio de Ponta Por considerado a maior iniciativa de reforma agr ria do Brasil Nas elei es de 2002 Jos Orc rio concorreu e conquistou a reelei o e
158. Revista Folha da Serra Campo Grande 1933 2 BGE Evolu o Demogr fica dos Munic pios de Mato Grosso do Sul Se gundo os Censos Demogr ficos Realizados e a Contagem Sem refer n cia de editor 1996 21Dados obtidos em Ct IBGE Evolu o Demogr fica dos Munic pios de Mato Grosso do Sul ARRUDA Gilmar A Ferrovia Noroeste do Brasil o ltimo trem para o sert o Cadernos de Estudos Urbanos Campo Grande Conselho Regional de Construtores de Im veis n 3 1995 p 32 22 Os trilhos da Noroeste chegam a Campo Grande Jornal O Estado de Mato Grosso Campo Grande 01 06 1914 p 1 2GARDIN Op Cit 37 38 p 22MACHADO Paulo Coelho Arlindo de Andrade Primeiro Juiz de Direito de Campo Grande Campo Grande Tribunal de Justi a 1988 p 47 25ARRUDA ngelo Marcos Vieira de A casa em Campo Grande Mato Gros so do Sul 1950 2000 parte 1 Revista Arquitextos n 36 maio de 2008 s p 2 ARRUDA Gilmar Op Cit p 43 27 Idem ibidem 2BRUBIM Rezende Reservas de Brasilidade SP Cia Editora Nacional 1939 pp 126 127 2Fsse aumento do contingente militar come aria a ocorrer com a chegada e a fixa o definitiva na cidade em 8 de mar o de 1914 do 5 Regimento de Artilharia Montada vindo de Aquidauana Em 1922 instalou se a Circunscri o Militar que se transformaria na 98 Regi o Militar qual a partir de 1932 ficou subordinado o 2 Regimento de Avia o Campo Grande 100 An
159. Rio de Janeiro Francisco Alves 1979 DUBY Georges A Hist ria Continua Rio de Janeiro Jorge Zahar 1993 GINZBURG Carlo Sinais ra zes de um paradigma indici rio In Mitos emblemas sinais S o Paulo Companhia das Letras 1999 p 143 179 PINSKY Carla B org Fontes Hist ricas S o Paulo Contexto 2005 PRINS G Hist ria oral In BURKE Peter org A escrita da Hist ria novas perspectivas S o Paulo UNESP 1992 SHARPE Jim A hist ria vista de baixo In BURKE Peter org A escrita da Hist ria novas perspectivas S o Paulo UNESP 1992 THOMPSON E P A mis ria da teoria ou um planet rio de erros Rio de Janeiro Zahar 1981 245 NOVAS TECNOLOGIAS HIST RIA DO COMPUTADOR E INTERNET Alan da Silva Junqueira Este texto tem como objetivo iniciar uma discuss o sobre o pro gresso na sociedade atual mais especificamente na evolu o do com putador e da Internet e como essas tecnologias est o em crescente progresso influenciando no nosso dia a dia Neste cap tulo ser anali sada a hist ria do computador desde seu in cio nos anos 1940 at chegar no n vel que se encontra atualmente Desde a mais remota antiguidade o ser humano vem buscando e desenvolvendo meios e m quinas para realizar c lculos do mais sim ples ao mais complexo com o m nimo de tempo e o m ximo de efici n cia Do primitivo c lculo feito atrav s de contas e conchas at os rea lizados hoje pelos su
160. S com sede em Dourados Para as elei es de outubro de 1994 foram lan ados o senador Levy Dias PPR candidato governista o senador Wilson Martins PMDB Pedro Teruel PT e Rita de C ssia PRONA Contudo o pleito sagrou vitorioso Wilson Maritns da coliga o Frente Popular ao derrotar o pedrossianista Levy Dias 73 SEGUNDO GOVERNO WILSON BARBOSA MARTINS PMDB 01 01 1995 01 01 1999 Wilson Martins retorna ao Parque dos Poderes cumprindo seu segundo mandato de governador No contexto da pol tica neoliberal do Governo Fernando Henrique Cardoso aprova se na Assembl ia Legislativa o Programa Estadual de Desestatiza o o qual levou privatiza o da ENERSUL Empresa Energ tica de Mato Grosso do Sul Segundo BITTAR 1997 cogitou se uma mudan a do nome do Estado proposta pelos deputados estaduais Waldir Neves Roberto Orro e Eder Brambilla todos do PSDB Sugeriu se ent o Estado do Pantanal por m sem respaldo da popula o e do poder legislativo os parlamentares recuaram da proposta Para as elei es de 1998 concorreram os candidatos Ricardo Bacha PSDB apoiado pelo governo estadual Pedro Pedrossian PTB Zeca do PT e Heitor PRONA Esse pleito representou uma nova circunst ncia pol tica no estado j que no primeiro turno o deputado estadual Zeca do PT ultrapassou o cacique pol tico Pedro Pedrossian e em segundo turno sagrou se eleito ao vencer Ricardo Bacha GOVE
161. SILVA 2006 p 76 que permeiam o processo de escrita do texto jornal stico E trabalhamos justamente sobre a ilus o referencial que consiste em penar que a linguagem re presenta com fidelidade o mundo e o outro P CHEUX 1983 No que tange propriamente ao estudo das identidades Moita Lopes 2002 embora fale pelo vi s de um estudo etnogr fico da sala de aula e da Ling stica Aplicada contribui para o debate posto que concebe a identidade como uma quest o cultural pela qual perpassam a globaliza o e as novas tecnologias que colocam o homem diante de m ltiplas identidades Constituem a identidade segundo ele fato res como classe social g nero sexualidade idade Do ponto de vista de Grigolleto 2006 as identidades s o cons tru es sociais e culturais opostas concep o subjetiva e individual haja vista que elas se determinam exclusivamente na alteridade Para a autora o mundo p s moderno um mundo de mudan as constantes em que as certezas s o abaladas a todo momento pela desconstru o de verdades e de discursos provocando identidades fragmentadas ou seja modos fixos de representa o deixam de existir A posi o da autora de que a identidade pode ser analisada por tr s opera es constru das no discurso Tratam se da l gica agon stica da subjetividade inventada e do inajustamento da identidade A primeira l gica e para n s a que melhor se enquadra neste estudo concerne ao sistema de
162. SSO DO SUL LAD RIO E O TREM NAVAL DE MATO GROSSO HISTORIA E MEMORIA 1873 1935 Saulo Alvaro de Mello O projeto pombalino executado pelos luso brasileiros no senti do de avan ar ruma s terras castelhanas resultou na amplia o da col nia portuguesa em cerca de mais dois ter os do territ rio brasileiro Os caminhos fluviais como o Rio Paraguai o Rio S o Louren o e o Rio Cuiab percorridos pelo bandeirante Pascoal Moreira Cabral permiti ram o acesso ao estrat gico lugar onde se assentou Cuiab e possibi litou a ocupa o e o povoamento r pido de Mato Grosso BRAZIL 1999 p 120 Acoloniza o portuguesa envolvendo ocupa o povoamento e seguran a dos espa os lindeiros de Mato Grosso redundou no surgimento de algumas cidades coloniais como Diamantino Vila Bela Cuiab C ceres Corumb Lad rio Miranda entre outras Foram cida des que nasceram para atender ao plano geoestrat gico da pol tica portuguesa sob as estritas Instru es da Coroa metropolitana 15 Lad rio fundada para dar suporte agr cola a Pra a Militar de Nossa Senhora da Concei o de Albuquerque Corumb permane ceu como Retiro de Pescadores enquanto a referida pra a se trans formou num importante entreposto comercial fluvial a partir da segun da metade do s culo XIX Para dar luz a compreens o deste profundo esquecimento institucional e da mem ria basilar as li es de Jacques Le Goff de como cada poca fabrica m
163. Teresa tem como mantenedor a Miss o Salesiana de Mato Grosso que a partir de 1972 por contar com espa o ocioso no pr dio estabelece conv nio com o Estado de Mato Grosso e o pr dio passa a abrigar tamb m a Escola Estadual de 1 e 2 Graus Santa Teresa Foi firmado o Conv nio que entre si celebram o Governo do Estado de MT atrav s de sua Secretaria de Educa o e Cultura e a Miss o Salesiana de Mato Grosso para que se use em benef cio da educa o e cultura as depend ncias do Col gio Salesiano Santa Teresa da cidade de Corumb O presente conv nio estar em vigor a partir de 1 de fevereiro de 1972 O Col gio Salesiano Santa Teresa da cidade de Corumb em conseq ncia do ajuste do Conv nio ser denominado Col gio Estadual Santa Teresa Ass Joaquim A Vianna Secret rio de Educa o e Cultura MT Arquivo do Col gio Santa Teresa Corumb Atransforma o em Escola Estadual teve um significado social muito grande pois em 1971 apenas 356 alunos podiam pagar a matr cula e as mensalidades do Santa Teresa MANFROI 1997 p 76 Por outro lado a Escola Estadual absorveu os alunos matriculados no Gru 57 po Escolar do C rculo Oper rio 793 alunos os do Grupo Escolar da A o Social Salesiana 393 alunos e os do Gin sio Industrial Domin gos S vio 287 alunos significativo dizer que no in cio do ano letivo em 1972 havia 82 turmas totalizando 2908 alunos matriculados Nos anos segui
164. UB p 20 Segundo Barros 2004 esta flexibilidade metodol gica em nos sos trabalhos se modifica juntamente com novas abordagens e enfoques que surgem no decorrer da pesquisa decorrente de novos problemas e objetivos Abordagens segundo o autor que vem a se dar em vista das fontes e do modo de tratamento face a estas Desta forma Barros demonstra que os crit rios envolvidos para estas subdivis es est o re lacionados com o di logo entre a metodologia e teoria 341 Trabalhar com a trajet ria de vida e de luta destes sujeitos impli ca compreender as representa es e os s mbolos constru dos nas pr ticas cotidianas que nos remetem a uma discuss o sobre o estudo do tempo presente Segundo Chauveau e T tard a partir da nova hist ria herdeira dos Annales a realiza o de estudos partindo de novas quest es abordagens e m todos possibilitou novas pesquisas sob a tica do tempo presente sobre o imediato ou a chamada hist ria pr xima Para isto os estudos do pol tico constitu ram parte fundamental para que se pudesse realizar estes novos trabalhos com o olhar para novos temas e problem ticas sendo que o retorno do pol tico desempenhou pois cientificamente e intelectualmente um papel essencial na afirma o da hist ria do tempo presente 1999 p 15 Desde sua cria o a hist ria do tempo presente se abre numa diversidade de an lises metodol gicas e epistemol gicas Entendemos a utiliza o
165. XIX destacou E J Hobsbawm 41 Nenhuma outra inova o da revolu o industrial incendiou tanto a imagina o quanto a ferrovia como testemunha o fato de ter sido o nico produto da industrializa o do s culo XIX totalmente absorvido pela imag stica da poesia erudita e popular Mal tinha as ferrovias provado ser tecnicamente vi veis e lucrativas na Inglaterra por volta de 1825 1830 e planos para a sua constru o j eram feitos na maioria dos pa ses do mundo ocidental embora sua execu o fosse geralmente retardada Indubitavelmente a raz o que nenhuma outra inven o revelava para o leigo de forma t o cabal o poder e a velocidade da nova era Velocidade de at 60 milhas 96 quil metros por hora por exemplo eram perfeitamente pratic veis na d cada de 1830 e n o foram substancialmente melhoradas pelas posteriores ferrovias a vapor A estrada de Ferro arrastando sua enorme serpente emplumada de fuma a velocidade do vento atrav s de pa ses e continentes com suas obras de engenharia esta es e pontes formando um conjunto de constru es que fazia a pir mides do Egito e os aquedutos romanos e at mesmo a Grande Muralha da China empalidecerem de provincianismo era o pr prio s mbolo do triunfo do homem pela tecnologia Frente ao exposto a referida amplia o do ramal ferrovi rio da NOB pode ser associada id ia de modernidade que paulatinamen te tomava conta do cotidiano
166. a o Brasileira dos Hospitais sob press o econ mica dos donos de hosp cios 372 Seguiram se doze anos de debate e a es do Movimento antimanicomial para a aprova o do Projeto de Lei de Reforma Psiqui tri ca no Brasil A lei n 10 216 que foi aprovada no dia 10 de abril de 2001 que estabelece os direitos dos pacientes e regula as interna es psiqui tricas BUENO 2001 Priorizando os trabalhos substitutivos que s o Interna o apenas em casos de crise do paciente e em hospitais gerais Desta forma existem apenas dois casos em toda a psiquiatria nos quais o paciente precisa ser internado que quando ele est colo cando em risco sua vida ou a de terceiros Acompanhado por uma esquipe multiprofissional e com a possibilidde de visitas abertas de familiares e amigos diariamente O paciente ainda ter o direito de recusar ser tratado por determinado profissional desde que esteja fora de crise desta forma ficar internado somente o per o do que a crise durar Hospitais dia e Noite Naps N cleo de Aten o Psicossocial Caps Centro de Aten o Psicossocial Nos hospitais dia noite e o Caps os paciente s o levados durante o dia e saem no fim da tarde L dentro eles s o acompanhados tamb m por uma equipe multidisciplinar Os familiares s o convi dados a participar do tratamento e da socializa o dos pacientes e atividades festivas palestras sobre sa de mental Centros de conviv ncia
167. a N o fazemos sa de da fam lia Quando que vamos adotar uma aborda gem familiar entendendo que s vezes n o poss vel curar a pes soa e sim assumir as limita es procurando se aliviar o sofrimento Discute se a import ncia de atuar primeiramente com as situa es de maior risco e ao mesmo tempo trabalhar pela amplia o das possibi lidades de aten o sa de mental por meio de a es intermedi rias Neste processo foi poss vel refletir a respeito da necessidade de provimento de forma o permanente para os trabalhadores da sa de e interven es correlatas como as supervis es t cnicas No contexto da r pida expans o da Sa de da Fam lia nos munic pios observa se tr s estrat gias principais utilizadas na aten o sa de mental 1 a mon tagem de equipes de sa de mental que assessoram equipes de Sa de da Fam lia matriciamento refer ncia 2 o apoio de equipes dos CAPS aquelas atuantes no Sa de da Fam lia pontualmente ou em programas conjuntos ou 3 a disponibiliza o de profissionais de outros servi os especializados ambulat rios de sa de mental unidades especializadas etc que se tornam refer ncia para aqueles atuantes nas equipes de Sa de da Fam lia As estrat gias de forma o de trabalhadores vinculados a equi pes da aten o b sica s o destacadas por diversos autores e s o ex pressamente recomendadas em documentos recentes da Organiza o Mundial da Sa de en
168. a ou n o fazendo parte de uma minoria privilegia garan tindo lhes benef cios com a pr tica comercial praticada em favor da corte e dos pr prios burgueses toda a atividade econ mica colonial se orientar segundo os interesses da burguesia comercial da Europa como resul tado econ mico coordenado pelos novos Estados modernos as col nias se constituem em instrumento de poder das res pectivas metr poles NOVAIS 1984 p 49 A ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EMPRESA Com uma breve an lise na carta de Caminha e no texto de Prado Jr 1993 para a constru o da empresa sobre bases s lidas para que se conserve durante muito tempo houve desde a chegada dos portugueses uma averigua o com os antigos donos ndios 127 do qual foram feitas pesquisas sobre as riquezas do territ rio so bre as pr ticas exercidas por pelos ndios procurando saber como se mantinham vivos al m de saber sobre seus costumes e por fim informa es de como obter meios de empregar mais tarde na em presa esses indiv duos Toda essa absor o de informa es e pr ticas ficou sob respon sabilidade dos degredados Conforme Caminha visava se primeiro obter informa es sobre as propriedades e riquezas de terras segundo se ria a aprendizagem dos usos e costumes dos tupiniquins terceiro dis seminar a palavra de Deus pois a instru o absorvida pela conver s o apud GIUCCI 1998 p 34 Ap s protegida a empr
169. a es materiais e s mbolos f licos do Orix Vodum a segunda em raz o de suas atribui es espec ficas no pante o dos Orix s e Voduns e suas qualifica es morais narradas pela mitologia que o mostra como um orix que contraria as regras mais gerais de condutas aceitas socialmente conquanto n o sejam conhecidos mitos de Exu que o identifiquem com o diabo Atribui es e car ter que os rec m chegados crist os n o podi am conceber enxergar sem o vi s etnoc ntrico e muito menos aceitar Em outras palavras Exu tem um car ter suscet vel violento irasc vel astucioso grosseiro vaidoso indecente de modo que os primeiros mission rios espantados com tal conjunto assimilaram no ao Diabo e fizeram dele o s mbolo de tudo o que maldade perversidade abje o e dio em oposi o bondade pureza eleva o e amor de Deus As divindades da Umbanda compreendem sete linhas divididas em legi es e falanges Linha o conjunto de rituais praticados pela Umbanda Falange ou legi o o conjunto de seres espirituais que tra balham numa mesma linha As linhas populares da Umbanda s o Li nha de Oxal de Iemanj de Oxossi do Oriente de Xang ou Chang de Ogun e Africana Neves 1991 afirma que as entidades de Umbanda caracteri zam se pela tend ncia ao bem e pureza Os Preto Velhos por exem plo praticam a caridade e consolam os aflitos Em vida eram escravos que adquiriram grande sabedoria d
170. a o em montar um sistema log stico auxiliado por computadores que concen trasse toda a informa o estrat gica mas que n o fosse vulner vel a um nico ataque nuclear A solu o encontrada foi distribuir os recur sos de computa o por todo o pa s mantendo os interligados na forma de uma grande rede mas de tal modo que a destrui o de alguns n o impedisse o funcionamento do restante Uma rede de computadores em que nenhum isoladamente fosse vital para todo o sistema O objeti vo da rede era permitir s universidades e empresas clientes do governo geralmente envolvidas em projetos militares o compartilhamento dos ent o car ssimos recursos de computa o distribui o de arquivos de dados e programas Utilizavam tamb m a rede para a transmiss o ins tant nea de mensagens de um computador a outro dando origem ao hoje essencial correio eletr nico e mail At ent o apenas algumas centenas de computadores hosts estavam conectados As informa es transmitidas eram de car ter secreto de informa es que somente militares tinham acesso mas a partir da d cada de 1970 a Internet foi crescendo dentro dos institutos de pesquisa e univer sidades No livro A Internet de Maria Ercilia a autora pontua que Quando surgiu o primeiro programa de correio eletr nico para a rede que j usava o sinal os cientistas e estudantes come aram a us la mais para se comunicar trocar informa es e fofocas do que
171. a quem nos d suporte para tratarmos da quest o do ndio no contexto da apropria o implicidade O nativo integrado como s dito ao dom nio da coroa lusitana ingressando em uma re la o de desigualdade e de depend ncia 1983 p 148 A domina o e posse do nativo ocorre da mesma forma que a posse daterra deste ponto de vista percebemos que o car ter humano do ind gena n o considerado e nem mesmo reconhecido Chau que nos esclarece a quest o da inferioridade e superioridade entre os portu gueses e abor gines A inferioridade dos ndios pode ser compreendida imediata mente por uma pessoa do s culo XVI pelo simples fato d que a palavra na o que exprime at meados do s culo XIX em agrupamento de gente com descend ncia comum mas que n o possui estatuto civil os ndios dizem os navegantes e os colonizadores s o gente sem f sem lei e sem rei 2001 p 65 Na an lise deste trecho de Chau percebemos que devido ao emoldurado cultural que passou a permear a vida do ndio brasileiro de um momento para o outro a subordina o passou a ser algo natural mente engendrado ao poder dos conquistadores A autora ainda nos explicita outra quest o importante para que possamos compreender o contexto de denomina o ao qual o ndio foi integrado a teoria do direito natural subjetivo segundo essa teoria a liberdade que caracte riza o sujeito vontade para escolher entre al
172. a de quando estavam doentes preciso sair s ruas entrar nas casas e penetrar nos guetos para conhecer os h bitos iden tificar os v cios e mapear aqueles que por suas vidas desre gradas por suas ancestralidades por suas constitucionalidades venham a ser suspeitos Na perspectiva da psiquiatria preventiva o planejamento ordenado com vistas a prevenir a ocorr ncia da doen a mental que seria inevit vel e que qualquer um de n s poderia naturalmente desenvolver teria como consequ ncia a necessidade de desospitaliza o da assist ncia psiqui trica e portanto mostraria em si a obsolesc ncia do hospital psiqui tri co Aid ia de psiquiatria preventiva de Caplan 1980 foi adotada como parte do conjunto das medidas de assist ncia aos pobres da d cada de 1960 por John F Kennedy presidente dos Estados Unidos da Am rica A desospitaliza o permitiria simultaneamente 1 um esquadrinhamento do social de modo a possibilitar a identifica o da popula o de risco e 2 a redu o dos custos da interna o psiqui trica A id ia que as condutas patol gicas possam ser evitadas por uma interven o preventiva Introduz se o conceito de desvio um com portamento que foge queira ou n o o indiv duo de uma norma 384 estabelecida socialmente A crise psiqui trica produzida no enten dimento da psiquiatria preventiva por um ac mulo de infort nios que incidem sob o indiv duo Como n o se poderi
173. a inter prete da hist ria de seu pr prio cl Somos tr s irm s uma em cada casa Noura a irm mais velha o tipo que se inclina ela sempre se inclinou e agora lamenta Saida a irm ca ula o contr rio disso tudo o tipo que manda tudo pelos ares que se op e s por se opor n o isso que a far vencer Ent o com esses dois exemplos eu posso ver no que d serve de li o Essa experi ncia vale muito Acho que se consegui fazer o que estou fazendo continuar meus estudos morar em Pa ris antes de mais nada porque sou segunda filha A primeira antes de mim teve que enfrentar os problemas agora ela casou tem cinco filhos Mas isso outra hist ria Tem coi sa que reconhe o em meu pai ele um homem inteligente principalmente se levarmos em conta sua idade est com cinquenta e oito anos e o que ele pensa muito religioso ele reza aprendeu o Alcor o e faz quest o de ir at a Meca ele quer levar at minha m e A gente precisa reconhecer isso ele n o nos perturbou muito a mim principalmente nem quanto aos estudos nem quanto ao trabalhos Tamb m s o apresentados outros imigrantes na obra de Sayad como o solit rio Sr X que em 1985 na poca em que foram coligidos os depoimentos estava com 51 anos de idade A hist ria de X muito 152 elucidativa e sua condi o e postura est ica ocultam sua dor pela separa o da fam lia Sua condi o diametralmente
174. a o Soja 1993 p 101 tamb m pensou a quest o do espa o e da organiza o espacial e disse o espa o em si pode ser primordial mente dado mas a organiza o e o sentido do espa o s o produtos da transla o da transforma o e das experi ncias sociais Assim o espa o no sentido de espa o social determinado por sua transforma o a partir do trabalho do homem de suas modifica es Segundo Santos 1992 o espa o n o apenas uma condi o da evolu o social ou ainda uma configura o da paisa gem Mas sem d vida um fator da evolu o social O espa o deve ser considerado como uma inst ncia da sociedade assim como uma inst ncia econ mica e uma inst ncia cultural ideol gica isso quer dizer que a ess ncia do espa o social N o pode ser apenas forma do pelas coisas por objetos geogr ficos naturais e artificiais cujo conjunto nos d a natureza O espa o tudo isso mais a sociedade cada fra o da natureza abriga uma fra o da sociedade atual Ibid p 01 Para Corr a 1993 p 9 o espa o urbano tamb m mut vel devido din mica social que por sua vez disp e de uma mutabilidade complexa Com toda sua din mica o espa o urbano condicionado pelo espa o das cidades torna se tamb m cen rio dos conflitos soci ais que afinal de contas visam o direito a cidade cidadania plena e igual para todos Cabe lembrar que toda esta din mica espacial r
175. a a per tencer a rela o do n o trabalhador com o trabalhador o produto do trabalho e o pr prio trabalho inserem todo o cotidiano humano A alie na o se universaliza medida que o objeto visto apenas como mer cadoria e como tal determinando por seu valor de troca que responde em geral a necessidades desnecess rias criadas pelo pr prio modo de produ o MELLO 2000 Esse esvaziamento que tem seu ponto essencial no processo de trabalho atinge o ser como um todo e con sequentemente seu cotidiano Todos os homens partilham da esfera das atividades cotidianas uma vez que ao nascer o homem encontra um mundo j forjado por objetos usos costumes valores linguagens etc acumulados pelas gera es que o antecederam e viver neste mundo implica apropriar se dessas objetiva es de maneira espont nea integrando se a socieda de Nesse processo o homem desenvolve suas potencialidades huma nas necessidades aspira es e valores que constituem o sistema de referencia b sica para seu ser social A vida cotidiana exige do homem um conjunto volumoso de atitudes e atividades necess rias sobreviv ncia Este con junto volumoso de atitudes e atividades imprescind veis para a reprodu o da vida di ria vai configurando o pensamento cotidiano cujo n cleo conserva o reflexo daquelas proprie dades que s o imediatamente necess rias ao uso humano dos objetos e satisfa o das necessidades imediatas do s
176. a concor r ncia intercapitalista e por outro da pr pria estrat gia de controle das lutas sociais emergidas do mundo do trabalho foi a pr pria resposta do capital sua crise estrutural Como no processo fordista o toyotismo enquanto modelo de organiza o do trabalho teve que esperar as con di es concretas ou seja a crise dos anos 70 para encontrar um terreno f rtil e se generalizar enquanto novo padr o de acumula o As modifica es da planta toyotista por outro lado incidiram diretamente na organiza o do trabalho portanto caracterizam a pri meira mudan a no mundo do trabalho a mudan a na base t cnica A flexibilidade do modelo produtivo exigiu a flexibilidade tamb m do traba lhador Na pr tica a Toyota mantinha um n mero m nimo de oper rios entre 25 e 30 Antunes op cit que trabalhava em horas extras caso houvesse necessidade de aumentar a produ o tendo como ou tros recursos a contrata o tempor ria e s por ltimo a admiss o de m o de obra suplementar O que se observa neste caso a maximiza o da mais valia absoluta Por outro lado a flexibiliza o combinada intensifica o do trabalho diminui o de empregados diminui o do tempo morto e ao aumento da rela o homem m quina denota a face da maximiza o tamb m da mais valia relativa Outro aspecto mais caracter stico desta dimens o da mais valia est na explora o da intelig ncia e imagina o do tr
177. a cotidiana se d de forma espont nea por isso sua utiliza o na esfera do cotidiano n o implica necessariamente que o sujeito que o faz est alienado Cabe ressaltar no entanto que ao adentrar em espa os n o cotidianos ela exerce uma influ ncia negativa pois automaticamente enquadra este campo dentro de sua l gica cotidiana simplista dificul tando assim a compreens o do que est sendo discutido principal mente dos conceitos cient ficos reflexivos que transcendem o cotidia no O senso comum torna se assim um empecilho uma barreira onde essa expans o de uma atitude pr pria do cotidiano para o n o cotidia no inerente ao processo de aliena o que leva o homem a n o perce ber as atividades n o cotidianas cientificas reflexivas como atitudes complexas distintas das atividades cotidianas emp ricas O que acaba permitindo ao senso comum naturalizar todas as rela es humanas com a qual se depara por ser permeado pela l gica cotidiana Mello 2000 afirma que na sociedade contempor nea a alie na o realiza se como uma forma de apropria o espont nea e natu ral isto n o consciente n o intencional que o homem aceita uma vez que sempre foi assim Ao perceber a forma de apresenta o das rela es sociais como naturais e n o como produto da atividade hist rica do homem essas rela es se perdem do controle consciente do homem e desta forma o homem s pode a elas se submeter Do me
178. a diferen a sexual situada na heterossexualidade criando uma apar ncia de divis o natural do sexo Em outras palavras essa divis o age no interior do discurso nos transmi tindo ou voc se comporta como hetero ou ir sofrer as consequ nci as Podemos refletir que a raz o da dualidade em rela o ao sexo pos sa se dar em vista das necessidades econ micas para isto o poder cria dispositivos de naturaliza o do sexo como sendo masculino ou femini no visando impedir desta forma qualquer outro tipo de sexualidade Foucault em Hist ria da Sexualidade 2006 vem colaborar nos apontando que o poder esteve presente no desenrolar da sexuali dade desde o s culo XVIII XIX Todavia o autor nos chama a aten o para o fato de que as rela es de poder n o eram verticais ou seja n o era um sistema de domina o exercido por um elemento ou um grupo sobre a outro classe dominante subjugando os dominados mas as rela es de poder estavam e est o em toda parte quer seja nas rela es familiares quer seja nas rela es Estado e o povo Desta forma o poder cria canais e formas discretas de discursos que consegue che gar as mais int mas condutas dos agentes hist ricos Sobre o discur so Foucault observa preciso admitir um jogo complexo e inst vel em que o discur so pode ser ao mesmo tempo instrumento e efeito de poder e tamb m obst culo escora ponto de resist ncia e ponto de partida de uma estr
179. a evitar as predisposi es individuais para o desencadeamento da crise psiqui trica a id ia que se atue nos fatores que podem produzi la Evidentemente uma pol tica de sa de mais geral que adota prin c pios preventivistas outro determinante desta dire o exerc cios f sicos regulares para prevenir a hipertens o comida com pouco a car para prevenir os diabetes ter alguma cren a para prevenir a depres s o e assim por diante O ide rio preventivista na sa de p blica justifi ca a necessidade de se estabelecer a es de preven o da obesidade de conscientiza o sobre os danos relacionados ao uso do tabaco de alerta a respeito das DST e um longo etc tera No caso do cuidado da pessoa em sofrimento ps quico este processo acarretou maior ambulatoriza o e a reafirma o das pr ti cas hospitalares de modo que a limita o do sofrimento ps quico ao seu car ter de doen a o converte em um problema de sa de p blica Justamente por isso este processo nada mais do que uma outra reforma e neste sentido tamb m n o evidencia e age sobre o conjunto de condi es de vida que produzem o sofrimento ps quico Atualmente tem sido posto em quest o se n o estaria ocorrendo uma inampsiza o dos Centros de Aten o Psicossocial CAPS Assim ao inv s de con sistirem em locais para a reabilita o psico social e amplia o da auto nomia poss vel de pessoas em sofrimento ps quico os CAPS podem est
180. a f nix a educa o escolar como espa o de afirma o da identidade tnica Kinikinau em Mato Grosso do Sul Sociedade e Cultura Goi nia v 06 n 02 p 149 156 2008 MANGOLIM O Povos ind genas em Mato Grosso do Sul viveremos por mais 500 anos Campo Grande CIMI MS 1993 119 p NORA P Entre mem ria e hist ria a problem tica dos lugares Projeto Hist ria S o Paulo n 10 p 07 28 1998 OLIVEIRA J E de A hist ria ind gena em Mato Grosso do Sul Brasil dile mas e perspectivas Territ rios e Fronteiras Cuiab UFMT v 2 n 2 p 115 124 jul dez 2001 PAULA R W G de Relat rio ling stico complementar da pesquisa Kamba Bras lia Funai 1979 77 f Mimeografado PENTEADO Y M B A condi o urbana estudo de dois casos de inser o do ndio na vida citadina 1980 118 f Disserta o Mestrado em Antropolo gia Universidade de Bras lia UnB Bras lia 1980 PENTEADO Y M B Relat rio de pesquisa realizada entre os ndios Kamba na cidade de Corumb MS Campo Grande Funai 1979 26 f 16 anexos Mimeografado RIBEIRO 1970 Os ndios e a civiliza o a integra o das popula es ind genas no Brasil moderno Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1970 495 p 91 92 UM ESTUDO DA PROPOSTA PENTECOSTAL FRENTE A ETNIA TERENA EM BRASIL NDIA MS Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes O mundo n o funciona apenas com cren as Mas dificilmente c
181. a media o quase universal percebemos tomando como refer ncia Stolcke e Hall que se estava t o forte e enraizado na cultura dos fazendeiros e dos letrados poderia n o estar e historicamente isso foi demonstrado presente para os imigrantes e para os camponeses nacionais livres pois do contr rio o pr prio problema de substitui o da m o de obra escrava pela livre e o temor em rela o a essa possibilidade t o forte mente apresentado pelos fazendeiros do caf no decurso do s culo XIX inexistiriam na medida em que devido aos favores esses trabalha dores substituiriam tranquilamente a m o de obra escrava bastando para tanto a preserva o do jogo de interesses BREVES CONSIDERA ES Como salientado em todo o texto em concomit ncia ao latif n dio existia a economia de subsist ncia sustentada pelo trabalho dos escravos agregados lavradores roceiros e meeiros que viviam no inte rior das Prov ncias ou volta das grandes propriedades Dessa manei ra os poderes dos grandes propriet rios e da Coroa no per odo coloni al n o conseguiam anular as pequenas posses realizadas no interior das regi es brasileiras Expulsos expropriados tendo quase sempre as suas ro as e planta es queimadas os pobres da terra serviram de in cio como observa Petrone 1982 aqueles que abririam caminhos para o povoa mento e no decorrer do s culo XX como m o de obra para a derrubada das rvores e f
182. a ordem moral camponesa Desta forma o uso das palavras lote e s tio no assentamento revela valores sociais distintos Se para o Estado o benefici rio identificado pelo n mero do lote da a cobran a constante em rela o a necessidade de exposi o do n mero entra da para o assentado o s tio tem um nome na maioria das vezes repre sentativo da sua hist ria familiar de luta comum ouvirmos no assen tamento explica es acerca do hist rico referente escolha do nome aqui s tio Nossa Senhora Aparecida porque meu marido fez a pro messa caso ele pegasse um pedacinho de terra para trabalhar ele colocava o nome de Nossa Senhora Aparecida e ele p s porque ele enfrentou uma guerra OLIVEIRA j outros nomes dispensam expli ca o Aqui s tio sonho da fam lia ALVES 314 Assim enquanto o Estado insiste no termo lote como forma de explicitar o seu papel como propriet rio jur dico da rea mensagem compreendida pelos assentados como se percebe no relato de SIL VAS por enquanto lote a gente fala lote porque ainda do Estado ainda n o temos a escritura os quais constroem o termo s tio legiti mado n o pela condi o jur dica da terra mas pelo trabalho na terras Agora eu sinto que sou dono daqui n o sou mandado por ningu m ningu m manda em mim aqui no modo de eu pensar Agente colhe prepara a terra e planta Aqui eu trabalho com algod o e feij o tiro o algod
183. a pol tica unificada e percebendo que os interesses das mulheres n o eram auto evidentes como se imaginava e sim uma quest o de discuss o O estudo de g nero ampliou o foco da hist ria das mulheres podendo ser concebido agora n o mais nas rela es de desigualdade entre homem mulher isso porque esta hierar quia j presumida mas tamb m nas rela es entre ho mem homem e rela es mulher mulher Ou seja agora pode mos analisar de que forma o g nero sendo uma constru o social do masculino e do feminino SAFFIOTI 2004 perce bido no mbito social indagando que processos s o estes e como as diferen as de ra a etnia classe ou sexualidade influ nciam ao lado do g nero nas experi ncias sociais hist ricas dos indiv duos Considerando o g nero como constru o muitas estudiosas do assunto afirmam que a sexualidade biol gica de um indiv duo trans formada de acordo com a atividade humana ou seja de acordo com transforma es sociais ou necessidades desencadeadas por algum motivo particular Heleieth Saffioti 2004 destaca em seu trabalho que a elabora o social do sexo deve mesmo ser ressaltada por m n o devemos gerar uma dualidade de significados entre sexo e g nero sen do o primeiro situado na biologia natureza e o segundo na sociedade cultura A postura assumida pela autora nos leva a considerar que sexo e g nero s o uma unidade destacando que n o existe uma sexualida de biol gica ind
184. a realizada em 12 10 2005 com Austreg silo Carrano Bueno escri tor ator dramaturgo e um dos membros mais antigos do Movimento da Luta antimanicomial Membro do Conselho Nacional de Reforma Psiqui trica do Conselho Nacional de Sa de como representante nacional dos Usu rios Autor do livro Canto dos Malditos que deu origem ao filme O bicho de sete cabe as que colaborou imensamente na divulga o do movimento e da luta antimanicomial tanto a n vel nacional como internacional Serrano relata que Nise da Silveira nasceu em Macei Alagoas Formou se em Medicina em 1926 Transferiu se para o Rio de Janeiro onde assumiu por concurso a fun o de m dica psiquiatra do Servi o de Assist ncia a Psicopa tas e Profilaxia em 1933 No Centro Psiqui trico Nacional mais tarde rebatizado de Centro Psiqui trico Pedro Il se recusou a aplicar as agressivas terapias psiqui tricas que estavam em uso Criou o Servi o de Terap utica Ocupacional em 1946 Seguia as teses do psicanalista Carl Gustav Jung do qual se tornou grande divulgadora 1995 p 76 5 Entrevista realizada no dia 11 10 2005 no Encontro da Luta Antimanicomial em S o Paulo De acordo com Vasconcelos express es como paciente e doen a mental acentuam a passividade e a segrega o e podem sr substitu dos por usu rio e sofrimento ps quico transtornno mental VASCONCELOS P 240 Entretanto as pessoas neste movimento n o se chamam umas as outras de usu
185. a vida narrativas de recupera o e conviv ncia com o transtorno mental Rio de Janeiro EncantArte 2005 378 HIST RIA E PERCURSO DA ATEN O SA DE MENTAL QUEST ES PSICOSSOCIAIS Marcelo Dalla Vecchia De modo a estabelecer um caminho para constituir a hist ria e percurso da aten o sa de mental tarefa para a qual se prop e o presente trabalho considera se imprescind vel iniciar pela demarca o do papel fundamental desempenhado pelo Movimento Nacional da Luta Antimanicomial MNLA A este movimento deve se creditar as peculia ridades da pol tica de aten o sa de mental no Brasil tanto pelos seus m ritos quanto pelas contradi es que podem ser identificadas em perspectiva dentre elas 1 a forma o em seu interior de quadros gestores das pol ticas de aten o sa de mental 2 o acolhimento das demandas dos familiares dos portadores de transtornos mentais assistidos por tais pol ticas enquanto bandeiras de luta 3 sua influ n cia na pol tica sanit ria brasileira em seu conjunto etc MAIA amp FERNANDES 2002 L CHMANN amp RODRIGUES 2007 379 importante indicar tamb m que a chamada reforma psiqui trica reivindicada pelo movimento n o propriamente a reforma psiqui trica H no interior das psiquiatrias reformadas ROTELLI LEONARDIS amp MAURI 2001 uma diversidade de projetos de reforma psiqui trica divergentes em uma s rie de aspectos e convergentes
186. abalhador dos seus dotes organizativos da capacidade de coopera o para o traba lho em equipe Neste ltimo quesito os C rculos de Controle de Quali dade CCQs eram uma estrat gia de constitui o de grupos de traba lhadores para que discutissem seu desempenho com vistas melhoria da produtividade Torna se pois necess ria a forma o de um traba lhador de novo tipo porquanto que a segmenta o e a repeti o das tarefas do taylorismo fordismo deram lugar a opera es gerenciais das m quinas modificando a individualiza o do trabalho para o trabalho em equipe integrado e cognitivo 218 Desta forma o novo trabalhador necessitou tornar se polivalente para operar diferentes m quinas e trabalhar em equipe resolvendo pro blemas resultantes destas ltimas Contudo a polival ncia apesar de demandar um novo tipo de qualifica o n o foi um pretexto para o aumento de sal rio De outro modo o toyotismo logrou vit ria tamb m sobre os sindicatos organizados atrav s de um vi s de classe tornan do os de cunho colaboracionista Antunes op cit Gounet op cit DESAFIOS PARAA CLASSE TRABALHADORA NA FRONTEIRA DO S CULO XXI Ainda no que concerne s mudan as do trabalho partimos da indica o de Antunes op cit de que o aumento da produtividade atra v s do crescente incremento tecnol gico implica necessariamente explora o pobreza desemprego destrui o do meio ambiente e da natureza O padr
187. adas de 1960 e 19705 costumeiramente emerge a explica o de que a aboli o e con sequentemente para a forma o do mercado de trabalho a imigra o s poderiam ter se dado por meio da supera o das rela es pr capitalistas e do fortalecimento das rela es capitalistas em sua ple nitude derivando na constitui o do mercado de trabalho livre por meio do assalariamento Para tanto aos senhores de engenho e fazendeiros do caf interessava n o os trabalhadores nacionais camponeses li vres e forros mas os imigrantes de prefer ncia europeus Essa leitura pressup e que o acirramento das contradi es en tre o capital e trabalho principalmente a partir do final do s culo XIX levaria ao mesmo tempo tanto supera o da car ncia de m o de obra advinda do fim da escravid o quanto possibilidade de fazer emer gir nas primeiras d cadas do s culo XX o trabalhador potencializado para as transforma es revolucion rias o operariado Da a interpreta o da incapacidade dos camponeses em adentrarem nova ordem e nela resistir bem como posteriormente a constru o da figura do jeca tatu como s ntese de brasilidade NAXARA 1998 p 20 erigida por Monteiro Lobato em 1914 e reformulada por 304 esse escritor em 1918 com o surgimento do jeca tatuzinho tendo a sua hist ria difundida pelo laborat rio de C ndido Fontoura Na segunda imagem produzida por Lobato destaca Naxara que o
188. adativo e violento proces so de confinamento em pequenas por es de terras exce o dos Kadiw u que possuem o usufruto de mais de meio milh o de hectares no munic pio de Porto Murtinho JOS DA SILVA 2004 os demais grupos lutam para reaver terras tradicionais usurpadas h tempos H ainda aqueles que sequer possuem o usufruto de terras como o caso dos Kinikinau Kamba e Atikum JOS DA SILVA 2006a 2006b 81 Contudo quando se fala em popula es ind genas presentes na atualidade em terras sul mato grossenses imediatamente s o feitas refer ncias a apenas cinco etnias Guarani subgrupos Kaiow e Nandeva Guat Kadiw u Ofai e Terena Um perturbador sil ncio se faz em rela o a outros tr s grupos Atikum oriundos de Pernambuco Kamba migrantes da Bol via e Kinikinau confundidos com os Terena durante a maior parte do s culo XX como se de fato n o existissem O texto do soci logo Paulo Eduardo Cabral de ampla circula o em escolas p blicas de Mato Grosso do Sul por exemplo indica esse n o reconhecimento S o cinco os povos oficialmente reconhecidos Guat Kadw u Kadiw ul Terena Guarani Kaiow Guarani Kaiow e Guarani Nandeva e Ofai os que ainda n o obtiveram reconhecimento oficial s o os Kamba Kinikinau e Atikum CABRAL 2002 33 Cr se que esse sil ncio se deve sobretudo ao fato de essas popula es ind genas n o possu rem terras reconhecidas em Mato
189. ades colocar se no ponto de articula o entre l ngua hist ria e sujeito em que eles s o manejados por interlocutores situados em espa os sociais diferentes que lhes conferem diferentes modalidades de enuncia o do discurso Ap s esbo ar nossa filia o te rica e as pretens es deste tra balho resta dizer que a organiza o deste empreendimento contar ent o com uma reflex o te rica acerca do conceito de identidade e enfim traremos a an lise do nosso corpus de pesquisa que se refere s a es pol ticas do PCC na capital paulista A POL TICA DA IDENTIDADE Estudos que dizem respeito s quest es identit rias ainda es t o em curso e o que se nota de comum nessas pesquisas a consci ncia de uma pluralidade identit ria Falar de identidades portanto vai requerer que se fale em identidades em inst ncias lugares de sentido que se deslocam no pr prio devir do discurso Como trataremos da constru o de identidades pela m dia e n o simplesmente de uma auto afirma o de identidades n o se torna opor tuno citar teorias de cunho psicanal tico como as que visam a analisar a identifica o como um processo que demanda inconsci ncia e ilu 160 s o do pr prio sujeito No entanto trataremos das identidades como constru es ideol gicas e de poder pois elas s o geradas no mbito de uma institui o de not cia a m dia Desse modo as identidades s o tamb m constru es ling sticas
190. ado o rg o normativo e disciplinador dos elementos sociais MALUF 2008 p 317 grifo nosso A promo o da paz e da seguran a n o nada mais do que a efetiva o da id ia do controle social E uma das formas mais impor tantes e eficientes de se controlar a sociedade cerce la pelas nor mas do Direito Segundo Cintra Grinover amp Dinamarco 2008 p 19 a tarefa da ordem jur dica exatamente a de harmonizar as rela es sociais intersubjetivas a fim de ensejar a m xima realiza o dos valo res humanos com o m nimo de sacrif cio e desgaste Isso significa visualizar o preso como tamb m pertencente sociedade tendo direito de acesso a todas as garantias inscritas na Constitui o Federal Al m do pr prio desenvolvimento em paralelo dos conceitos de Sociedade e Direito podemos corroborar a intr nseca rela o entre o jus e o societas por meio do estudo da defini o do fato social Em todas as sociedades grupos determinados de fen menos distinguem se dos demais por caracter sticas pr prias quais sejam segundo Durkheim 2008 p 33 maneiras de agir de pensar e de sentir exteriores ao indiv duo e dotadas de um poder coercivo em virtude do qual se lhe imp e A essas maneiras peculiares de agir d se o nome de fato social Um fato social reconhecido pelo poder de coer o externa que exerce sobre o indiv duo e a presen a desse poder se percebe pela exist ncia de san o determinada
191. ado um indiv duo no ato de se confessar Examinai portanto diligentemente todas as faculdades de vossa alma a mem ria o entendimento a vontade Examinai tamb m com exatid o todos vossos sentidos Examinai ain da todos os vossos pensamentos todas vossas palavras e todas as vossas a es Examinai mesmo at os vossos sonhos para saber se acordados n o lhes ter eis dado o vosso consentimento Enfim n o creiais que nessa mat ria t o melindrosa e t o perigosa exista qualquer coisa de pe queno e de leve 2006 p 25 26 Podemos observar uma instiga o por parte da institui o reli giosa para que seus fi is falassem de todos os seus desejos pensa mentos ou imagina es voluptuosas por m sempre com muita de c ncia e pudor Esta explos o de discursos sobre o sexo no mbito religioso tinha efeitos em rela o aos indiv duos de dom nio e de re torno a Deus Os sistemas de confiss o foram se aperfei oando ao lado da sociedade ocidental O poder discurso por volta do s culo XVIII foi apoiado por outros mecanismos fazendo nascer uma incita o pol tica econ mica e t cnica a falar do sexo Ao lado do surgimento da 361 popula o destacam se problemas como o econ mico e pol tico popula o riqueza popula o m o de obra e popula o em equil brio entre seu crescimento pr prio As autoridades percebem que v o ter que lidar n o mais com um n mero pequeno de pessoas mas sim
192. adoeceu a paz indolente o compromisso covarde toda a virtuosa sujidade do moderno Sim e N o 162 O homem essa contradi o natural Sim e N o simultanea mente Uma identidade indeterminada na qual se disseminam posi es diversificadas Embora possa parecer contr ria a todo o arsenal te rico anterior a vis o foucaultiana concebe o poder como gerador de individualidades as quais relacionamos a identidades Da parte de Foucault 1979 p 92 o indiv duo n o o objeto sobre o qual o poder se exerce O indiv duo em suas caracter sticas fixado a si mesmo o produto de uma rela o de poder que se apodera dos corpos multiplicidade movimentos desejos for as Em Ditos e escritos volu me IV Foucault fala nos mais sucintamente sobre a rela o entre o poder e a produ o de individualidades Gostaria de sugerir aqui a possibilidade de analisar outra es p cie de transforma o relativa a estas rela es de poder Tal transforma o seja talvez menos conhecida Mas creio que ela n o de menor import ncia sobretudo para as soci edades modernas Aparentemente tal evolu o oposta evolu o na dire o de um Estado centralizado Penso de fato no desenvolvimento das t cnicas de poder voltadas para os indiv duos e destinadas a dirigi los de modo cont nuo e permanente Se o Estado a forma pol tica de um poder cen tralizado e centralizador denominemos pastorado pastorat o poder individu
193. ador Jacques Le Goff lembrou que A hist ria deve esclarecer a mem ria e ajud la a retificar seus erros LE GOFF 1992 p 29 Retificar os erros da mem ria hist rica e coletiva sobre a Lad rio e o Trem Naval de Mato Grosso perseguir os fatos como meio de elucidar os ju zos emitidos sobre eles Na persegui o deste objetivo s o importantes os ensinamentos de Fran ois Dosse de que o historiador tem o dever de 16 mem ria e seu compromisso com a verdade contra aqueles que querem manipular a hist ria DOSSE 2003 A mem ria tem propriedade de conservar a informa o as quais o historiador se baseia para atualizar as impress es do passado Nas condi es descritas pretende se desvelar o significado desse trabalho para a vida social e material de Lad rio Ultrapassar a fronteira entre o diz vel e o n o diz vel revelar as zonas submersas dos sil ncios para assim construir uma hist ria em torno dessas altera es e as contri bui es da transfer ncia do Trem Naval de Mato Grosso para Lad rio e a funda o da Casa Banc ria Nicola Scaffa Desnudar o esquecimento sobre essa importante fase da Hist ria de Lad rio trazendo a luz seu passado contribuir para preservar essa mem ria envolta no manto do sil ncio dando vida aos seus con tornos e imagens como afirma Maurice Halbwachs se as imagens se fundem t o intimamente com as lem bran as e se elas parecem emprestar a estas sua subst
194. ai na casa do vizinho buscar uma colher de a car uma colher de p de caf nunca aconteceu isso Logo co mida mais que comida como alimento na verdade sua representa o social est diretamente ligada ao papel do pai na fam lia e por tanto hierarquia Por outro lado comida fartura quando se tem para comer e para oferecer aos amigos assim pela comida que necessariamente passam os la os de solidariedade como podemos apreender no relato que se segue Eu fui criado na ro a desde crian a trabalhei muito na ro a com meu pai a gente tinha fartura Gra as a Deus meu pai nunca falou pra mim assim olha meu filho vai na casa do vizinho buscar uma colher de a car uma colher de p de caf nunca aconteceu isso A tuia era cheia de arroz feij o paiozada de milho mangueir o de porco galinhada no terrei ro a gente foi criado na fartura Chegava uma pessoa em casa e dizia seu B d pro senhor vender um frango Meu pai pegava dois tr s e dizia Pode levar pra voc comer isso a n o custa nada MARTINS A comida fonte de vida a terra a m e que a fornece por meio do trabalho neste sentido comida trabalho e terra s o categorias centrais do discurso campon s e expressam uma rela o moral entre os homens e deles com a natureza WOORTMANN 1990 p 37 322 tamb m a terra como fonte de comida enquanto produ o e consumo que tem marcado a separa o e
195. al e de mem ria regional 282 4 Como poss vel perceber por um lado os poss veis ele mentos da reprodu o operada na produ o da mem ria dos movi mentos sociais no sentido da reifica o da hist ria e da cria o de novos s mbolos e mitos que legitimem suas hist rias j que por outro lado s o estas as pr ticas que cristalizaram as mem rias oficiais no sentido da imposi o de representa es her icas constru das de cima para baixo e que s o alvos da cr tica desses grupos que disputam a mem ria 5 Quais s o estes intrumentos culturais e simb licos opera dos pelos movimentos populares para produzir essa mem ria a contrapelo Muitas s o as perguntas a serem feitas s experi ncias passa das e contempor neas no processo de produ o e reavalia o de seus arquivos no entanto limito me a apresentar apenas uma introdu o do assunto no intuito de colocar em debate uma discuss o que me pare ce ainda obscura mas bastante promissora A pesquisa com as fontes do lajes revelaram que o trabalho do intelectual pode reverberar de forma a sacudir lutas antes adormecidas e ainda criar novas demandas e nesse sentido pretendo continuar a trilhar junto com os movimentos sociais na busca n o apenas por sua compreens o mas tamb m por caminhos que levariam ao contrapoder e contrahegemonia impregnadas nas disputas pela mem ria e pela afirma o desses grupos como sujeitos hist rico
196. al seja a propriedade capita lista da terra Situa o que gera incompreens o e estranheza entre os assentados como se pode depreender da narrativa do Sr Almeida Tem gente como eu que pega a terra e d gra as a Deus n o vende n o troca para morar com a fam lia sossegado mas tem um outro que d ela a troco de nada Ent o eu fico me perguntando como uma pessoa que trabalhou de b ia fria pode vender a terra 315 Cumpre tamb m acrescentar que o ato de assentar algu m n o significa transform lo da noite para o dia em campon s Assim sen do a partir deste pressuposto de entendimento que situamos os as sentados especuladores ou seja aqueles que foram assentados mas n o possuem habitus de classe camponesa Neste momento cabe observar que nosso trabalho n o tem como objetivo pensar a condi o de b ia fria experimentada num passado re cente por muitos assentados no sentido de responder se eles s o me nos camponeses ou pior se tem mais propens o venda do lote No entanto ela nos faz refletir no sentido de que contraditoriamente ter experimentado a nega o do ser campon s por meio da proletariza o muitas vezes como os relatos atestam tem sido a for a a heran a que alimenta a luta pela perman ncia no lote Essa mesma complexidade bem como a recusa em adotar uma leitura linear aparece nos escritos de D Aquino 1996 quando analisa as diferen as existentes entre os as sentados de Prom
197. alavras seu comportamento ser classificado como desviante Gilberto Velho vem colaborar nesta discuss o ao apontar que O desviante dentro da minha perspectiva um indiv duo que n o esta fora de sua cultura mas que faz uma leitura divergen te Ele poder estar sozinho um desviante secreto ou fazer 365 parte de uma minoria organizada Ele n o ser sempre um desviante Existem reas do comportamento em que agir como qualquer cidad o normal Mas em outras reas divergir com seu comportamento dos valores dominantes 1981 p 27 28 As travestis profissionais do sexo divergem no que diz respeito a sua constru o de g nero e por isso s o exclu das principalmente do meio de trabalho formal Isso n o quer dizer que estes sujeitos vivam a parte ou em outro mundo da sociedade j que est o presentes nas din micas sociais por m em alguns momentos s o privadas de esta rem exercendo alguns de seus direitos Conforme Butler 20083 sendo o g nero uma constru o ou seja a capta o de elementos inscritos nas superf cies dos corpos e absor vidos pelos indiv duos n o podemos considerar os g neros como ver dadeiros nem falsos mas somente produzidos por uma verdade de um discurso sobre uma identidade neutra e est vel Desta forma a travesti nos revela uma constru o em que se d a elabora o do g nero sub vertendo o modelo expressivo de g nero a heterossexualidade quer no desejo sexual o
198. alentada obra de quinhentas e duas p ginas em tamanho 30 x 40 cm e pesando 4 5 kg por isso mesmo considerada de dif cil manuseio o lbum de Campo Grande parecia pretender para si a praticidade de um guia geral da cidade breve e sucinto de modo a ser apreciado e lido no decorrer de uma viagem 46 Nem por isso essa publica o era menos pobre em imagens fotogr ficas as quais estavam dispostas de maneira geral nos se guintes eixos tem ticos b sicos paisagens naturais remetendo s reas do entorno da cidade constru es com destaques para a edifica o de novos pr dios casas pontes atividades econ micas ressaltando a pecu ria a agricultura o com rcio e a ind stria local vias de comunica o e meios de transportes evidenciando a moder niza o das ruas a presen a do transporte individual e coletivo vida social e cultural com nfase para cenas de fam lia bailes clubes cinemas escolas ambientes de trabalho esportes piqueniques etc personalidades enfocando indiv duos dos mais diversos segmentos sociais mas com especial rever ncia s autoridades civis e militares empres rios e personagens ligados aos segmentos sociais emergen tes como funcion rios p blicos e profissionais liberais advogados m dicos engenheiros entre outros Os progressos materiais da cidade apareciam assinalados nas imagens relativas s atividades econ micas e nas referentes s vias de comunica o e meios de tra
199. alho uma quest o a ser repensada Juliano Alves da Silva ereta tera rea nanarerenenanaaaeeaeaneaaeas A crise do capital na fronteira do s culo XXI Hajime Takeuchi Nozaki rir ereraenarenenaaaaenaaeaaanarenanaa PARTE VI AS FONTES E OS LUGARES DA MEM RIA NA PRODU O DA HIST RIA N cleo de Documenta o Hist rica Vitor Wagner Neto de Oliveira re ereereienerraaranaas A utiliza o das fontes na pesquisa hist rica problemas e metodologias Thalita da Silva Gon alves Lays Matias MazZOll ua ines pes isi css rraeiinepesusine aieiaiei dintai mr a dona Novas tecnologias uma hist ria do computador e Internet Alan da Silva Junqueira ir rreereeareneraenarenarrenaraanerananaa A nega o da hist ria o caso da Editora Revis o Odilon Cadeira Neto iieereeenareeaaaanenanaaeanananenaaaaenanos Entre fazer a hist ria e produzir a mem ria Mariana Esteves de Oliveira rrereerereaaarennarerenarenanaa Fanzines e Punk rock O uso da contracultura como grito de uma juventude amorda ada em Ilha Solteira SP 1994 2006 Tiago de Jesus Vieira ese rrererentaenearenearanenensantenasannananena PARTE VII QUEST O AGRARIA OLHARES NA HIST RIA E NA GEOGRAFIA Os camponeses e a quest o agr ria brasileira breves considera es Maria Celma Borges ir rreerterertenaranaare E AAE EERE REAR A terra e a comida como elementos centrais da sociabilidade camponesa Rosemeire Aparec
200. alhos religiosos tivessem continuida de e para n o serem perseguidos e acusados de nazistas Segundo Knob 1988 p 76 em Parana ba a persegui o foi mais r gida e gra ve As acusa es atingiam o vig rio de Parana ba frei Pedro Holz o seu coadjutor Frei Bruno Kebler o vig rio de Aparecida do Taboado Frei Antonino Schwenger e o irm o Frei Valfuido Stahle Eram acusa dos de serem espi es do governo alem o 34 Para que as acusa es fossem investigadas estes padres fo ram presos no dia 26 de mar o de 1942 no chamado cativeiro Tr s lagoense durante seis semanas permanecendo no quartel de Tr s Lagoas No livro de cr nicas os freis relatam No domingo 22 de mar o de 1942 fomos acordados s 5 horas da madrugada por soldados e intimados a ir dele gacia Policial desse lugar As 2 horas da tarde houve uma busca na nossa casa paroquial prendendo se o r dio das Irm s franciscanas e uns livros Depois de uns dias durante os quais foram ouvidas as testemunhas no dia 26 de mar o Fomos levados ao quartel de Tr s Lago as Alihospedamo nos no hospital militar Fomos tratados muito bem A nossa estada na pris o levou seis semanas e n s fomos postos em liberdade no dia 3 de maio sendo que n o se pode apurar nada contra n s Foi provada a nossa inoc ncia Boatos correram por ai a vontade Frei Antonino de Aparecida do Taboado aviador alem o Frei valfrido oficial do exercito alem o Frei Pe
201. alizador 1994 p 136 O Estado e sua liga o com o poder permitem controlar os sujei tos da na o em que o pastorado surge como uma forma de poder massificante e individualizador O poder pastoral sup e aten o indivi dual a cada membro do rebanho p 139 O discurso pastoral do Esta do justamente aquele que se ouve quando o discurso da m dia vem expor a desmoraliza o a inviabilidade a transgress o operada pela criminalidade ao p blico Serve portanto como li o pedagogia para os indiv duos que n o se arriscam no crime e serve de puni o e corre o para aqueles que a esse grupo pertencem NO JOGO DAS IDENTIDADES Com o objetivo de analisar a proje o identit ria do PCC constru da pela m dia eletr nica brasileira trazemos baila alguns re cortes provenientes do jornal Folha de S o Paulo de maio de 2006 Entendemos o recorte tal qual Orlandi 1987 p 139 como uma op o metodol gica importante pois permite reunir e relacionar enunciados como uma pe a de linguagem situa o de sua enuncia o 163 Relacionar linguagem e situa o embora se trate de uma de termina o metodol gica para a AD para o estudo da identidade extremamente positivo visto que ela n o uma constru o somente social e cultural mas ling stica SILVA 2006 p 76 Portanto no momento das an lises recorrer se materialidade ling stica para fundamentar a inst ncia discursiva com a fi
202. almente em jornais Como exemplo vale lembrar as in meras declara es de guerra do governo Brasileiro aos altos juros e a infla o durante as seguidas crises econ micas nacionais Por m a forma apresentada por Ellwanger n o leva em considera o ne nhuma destas implica es de suma import ncia Retira se todo o contex to em que a mat ria foi escrita o momento pol tico e econ mico al m de n o mencionar que j estava em pr tica parte da pol tica anti semita do governo Nacional Socialista como o boicote aos estabelecimentos co merciais judaicos e banimento destes do servi o publico e civil Al m de tudo tal declara o data de mar o de 1933 ano em que Hitler assumiu o cargo de chanceler na Alemanha anos antes do in cio da 2 Guerra Mundial O que se v no argumento de Ellwanger uma total distor o desta mat ria Uma simples manchete proveniente de um tabl ide transforma se numa aut ntica declara o de Guerra Atos expl citos de racismo e preconceito como a Noite dos Cris tais em que milhares de Alem es comandados e incitados por oficiais nazistas saem s ruas para depredar e incendiar estabelecimentos co merciais de propriedade de judeus e sinagogas s o tratados pelo autor como manifesta es leg timas de indigna o e rea o a uma latente escraviza o do povo alem o pela maquiav lica comunidade judaica 264 Para Ellwanger o que provocava a revolta no povo alem o
203. am b m de seus aspectos imateriais como os dados pol ticos e ideol gi cos SANTOS 1977 No modo de produ o capitalista que rege nossa sociedade o trabalho um bem e como todo bem tem um valor oscilante e flex vel entendendo como valor o pre o por determinado produto em compara o a outro Paul Singer ao citar a teoria do valor utilidade menciona sobre os ganhos de escala t o comum no capitalismo industrial em que o custo decrescente isto quanto mais a ind stria produz menor seu custo de produ o sendo que o nico custo real o trabalho humano pois dele em geral que extra do todo o custo da produ o Entretanto este ganho n o pode ser visto como coletivo e nesta dire o Marx atenta para o fato de que o ganho em escala beneficia apenas os donos das f bricas pois o trabalhador tamb m um bem no modo de produ o capitalista uma mercadoria Assim 186 quanto mais bens produz mais barato torna se seu pr prio valor Lem brando que valor o pre o de cada produto em rela o aos outros SINGER 1988 23 Temos aqui dois pontos de vista antag nicos em princ pio pois de um lado o modo de produ o em escala maximiza os ganhos dos capitalistas em contrapartida minimiza o valor do proletariado H por um lado o enriquecimento do possuidor dos meios de produ o que n o participa da produ o e um empobrecimento do pre o do trabalha dor que produz a rique
204. am uma postura infle x vel no tocante vida cotidiana de seu eclesiano onde fundamental a obedi ncia aos preceitos expostos dominicalmente nos p lpitos des sas igrejas Pode se entender ent o que os conte dos das homilias em sua maioria n o buscam discuss es politizadas que visem an lises das disparidades sociais mas nos parece um constante discurso de manuten o e domina o Segundo Wright isso acontece porque os pastores destacam a reforma radical do cotidiano e da conviv ncia que acompanha a convers o afastados dos bastidores pol ticos p blicos e midiatizados como estrat gia para os favelados defrontarem se com a pobreza superarem o alco olismo e o v cio de drogas apartando se de comportamentos anti sociais fortalecendo os la os familiares e reforma das rela es de g neros fortalecendo a autoconsci ncia e n o em ltimo lugar a identidade para defrontar se com o racismo cotidiano 2004 p 14 De uma maneira geral pode se observar com raras exce es que essas homilias s o pautadas por sistemas morais que prop em novas virtudes em que os direitos n o s o discutidos Em rela o sociedade ind gena esses conte dos das miss es pentecostais tam b m est o presentes o que em muitos momentos n o traz nenhum 97 beneficio para as etnias isso porque diminui a busca por melhores condi es e direitos e n o desenvolvem afinal o potencial revolucion rio no sentido de uma
205. amadas classes m dias e outras habitadas pelos ricos ou muito ricos os quais det m o poder e o controle pol tico destes centros Esta divis o pol tica n o se deu desde os prim rdios dos agrupamentos humanos mas sim desde quando surge a terr vel f rmula Homem Produ o Dinheiro Ibid 1985 p 22 onde monstruosidades invers o de valores e diversos outros fatores que geram e alimentam a viol ncia de modo a dilacerar e despeda ar as condi es humanas Com isto fica f cil visualizar a penetra o da viol ncia no meio social que se d de modo t cnico e instrumental utilizador e incentiva do por uma elite capitalista onde sua inten o a manipula o social visando o lucro e o enriquecimento pr prio segregando o espa o e excluindo as massas A QUEST O DA CRIMINALIDADE necess rio primeiro entender o que crime que definido no Brasil pelo Decreto Lei n 3 914 de dezembro de 1941 ao qual se trata da Lei de Introdu o ao C digo Penal onde no artigo 1 diz considera se crime a infra o penal a que a lei comina pena de reclus o ou de 407 deten o quer isoladamente quer alternativamente ou cumulativamen te coma pena de multa BRASIL 2004 Sendo assim podemos dizer que crime toda a o humana contr ria a lei vigente no pa s que resul te no aprisionamento ou na deten o com sem ou junto com uma multa imputada ao agente da conduta A criminalidade o tipo de vi
206. amente situa o brasileira o cen rio europeu passava por mudan as e desde o s culo XVIII o Iluminismo e a Revolu o Industrial na Fran a principalmente e na Inglaterra majoritariamente desempenharam um papel de transforma es de mentalidades e toda essa conjuntura acabara por transferir se n o apenas para o Brasil como para todo o Novo Mundo onde a influ ncia econ mica e pol tica de Inglaterra e Fran a se faziam not veis e ineg veis Essas mudan as de mentalidades acabaram por influenciar a independ ncia pol ti ca das col nias americanas e a refor ar a id ia de evolu o e progres so o que acabou por criar um sentimento de nacionalismo em toda a Europa Avariedade cultural e a heran a de um passado cl ssico que influenciou todo o pensamento ocidental terminaram por determinar uma disputa acirrada entre as culturas europ ias ocidentais para re solver qual seria a mais evolu da ou mais progressista cultura at o presente momentos Essa disputa para saber quem seria mais evolu do acabou por incentivar um sentimento nacionalista desencadeando um desprezo pelas na es n o europ ias sendo que estas seriam menos evolu das e mais atrasadas em compara o com as culturas da Europa capitalis ta Esta maneira de pensar influencia ent o toda uma gera o de pen sadores e pessoas cultas e influentes principalmente na Inglaterra e na Fran a que mantinham naquele per odo um estreito relacionamento com a corte
207. amos uma vez que o milho por exemplo aparece como produto b sico em qualquer casa no assentamento onde apro veitado como alimento pela fam lia e tamb m para o trato dos animais sendo que considerada uma vergonha adquiri lo por meio da compra No sentido de destacar a import ncia do milho em virtude da variedade de seu emprego Candido 1982 p 53 destaca Verde come se na espiga assado ou cozido em pamonhas em mingaus em bolos puros curau ou confeccionados com outros ingredientes Seco come se como pipoca quirela e canjica moido fornece os dois tipos de fub grosso e mimoso base de quase toda culin ria de forno entre os caipiras inclusive v rios biscoitos o bol o bolinhos broas numa ubiquidade s inferior do trigo pilado fornece a farinha e o beiju n o esquecendo o seu papel na alimenta o dos animais Podemos dizer ent o que a comida e nela a no o de fartura cumpre mais que sua finalidade aliment cia ela desempenha um pa pel de sociabilidade j que atrav s dos alimentos que o campon s expressa seus la os de identidade Assim numa linguagem simb li ca ele oferece os produtos de sua ro a a sua riqueza como forma de estabelecer v nculos com aqueles a quem considera Logo terra e alimento est o de tal forma imbricados que falar de um remete neces sariamente ao outro bem como s formas de sociabilidade e solidari edade oriundas desta articula o como poss vel perc
208. ampados que estavam de passagem no local visto que o acampamento j tinha sido transferido para a fazenda Tejin Vejamos o depoimento do acampado BE ZERRA Todo o pessoal aqui do assentamento que lutou para conseguir terra ajudou a gente tanto do MST como da FETAGRI s aqueles que compraram lote que n o gostavam de apoiar 22Assentada no projeto S o Jo o Dez 2001 2No sentido de permitir o aprofundamento do assunto indicamos outras fon tes que o discutem como D Aquino 1996 p 17 que em pesquisa realizada no assentamento Promiss o SP aponta a fartura como parte de um conjunto de elementos definidores da sociabilidade do homem do campo 2Assentado no projeto S o Tom Out 2001 2Como forma de cumprir o combinado retornei algum tempo depois ao lote do Sr Santos fui recebida por ele e por sua esposa de quem ganhei os frutos da terra outrora prometidos mandioca ab bora jaca 26Assentada no projeto S o Jo o Dez 2001 REFER NCIAS ALMEIDA Rosemeire A A Re cria o do campesinato identidade e dis tin o S o Paulo Unesp 2006 BOURDIEU Pierre Quest es de sociologia Tradu o de Jeni Vastsman Rio de Janeiro Marco Zero 1983a O Poder Simb lico Tradu o de Fernando Tomaz 3 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2000 CANDIDO Antonio Os Parceiros do Rio Bonito estudo sobre o caipira paulista e a transforma o dos seus meios de vida 6 ed S o Paulo Duas Cidade
209. anha e Portugal tentavam de alguma maneira se livrarem do v nculo com as suas antigas metr poles Todos os envolvi dos na Guerra passaram pela explora o comercial de suas metr po les e com a emancipa o pol tica o endividamento acabara por se tornar inevit vel tamb m neste per odo que a Inglaterra consolidava se como a maior e mais importante pot ncia econ mica mundial com os processos de evolu o do capitalismo e enriquecendo rapidamente desde dois s culos antes chegando a ser a maior comerciante mar ti ma naquele momento e extremamente interessada com a independ n cia dos pa ses platinos incluindo o Brasil Dado o momento do conflito o imp rio brasileiro ainda era o nico envolvido na Guerra que mantinha o sistema de servid o for ada como fonte de m o de obra Argentina Uruguai e Paraguai j haviam criados mecanismos para abolir a escravid o ou ao menos estavam em processo de liberta o total de seus cativos O Brasil passava tam b m por um processo semelhante de aboli o da escravid o por m a expans o da lavoura e do com rcio cafeeiros na regi o pr xima costa e a expans o das charqueadas no sul do imp rio acabavam por prorro gar este processo e fazer o governo do Brasil romper temporariamente 137 suas rela es pol ticas com a Inglaterra principal interessada no fim da escravid o brasileira A FORMA O DE FRENTES MILITARES NO BRASIL E O SURGIMENTO DO RACISMO Nunca o Im
210. ano de Santa Teresa localizado em Corumb MS Uma institui o tradici onal confessional um dos mais antigos da cidade e do estado com atividades educacionais desde 1899 foi e ainda considerado um dos mais importantes col gios da cidade principalmente por ter formado parcela da elite local e regional contando com grande pres t gio e reconhecimento da sociedade corumbaense e sul matogrossense O Col gio Salesiano de Santa Teresa foi fundado em 04 de abril de 1899 e dirigido pelos Salesianos cujo fundador da Congrega o S o Jo o Bosco Nesses mais de 100 anos de hist ria tem passado por diversas mudan as tendo como objetivo princi pal a educa o e a forma o da juventude Toma se como ponto de refer ncia neste trabalho o final da d cada de 1970 e os anos de 1980 D cadas marcadas por aconteci mentos significativos tanto em mbito nacional como regional coinci 55 dem com o processo de organiza o social ocasionado pela abertura pol tica com vistas democratiza o Neste contexto de passagem de um momento pol tico autorit rio para outro democr tico fazer um invent rio das pr ticas escola res constitui campo de trabalho interessante pois permite compreen der as modifica es que ocorreram no espa o escolar no que diz res peito s festas escolares e cultura c vica Buscamos investigar a constru o da mem ria hist rica produ zida junto e para as institui es e
211. apazes era 24 anos e das mo as 23 anos com uma popula o infantil entre zero e 10 anos bastante numerosa CESP 1988 p 30 Outra quest o que levanto tamb m remete ao contexto da edifica o da cidade quest o essa que aumenta as particularidades quando se compara Ilha Solteira em rela o s demais cidades da regi o principalmente no que se diz respeito aos padr es culturais da sociedade local Desde o inicio sempre contou com alguns espa os para apresenta es culturais um exemplo disto s o os festivais naci onais de MPB de Ilha Solteira que ocorrem no munic pio desde a d cada de 1970 Isto fica explicito em um livro produzido pela CESP referente hist ria do munic pio o mesmo faz quest o de expor que a vida social e cultural sempre foi um par metro para a todos os demais munic pios da regi o como se pode observar neste trecho A popula o de Ilha Solteira tornou se desta maneira o par metro para a regi o O poder aquisitivo dos barrageiros influenciou a cultura regional que passou inclusive a cultivar novos h bitos de conv vio social tais como bailes apresenta o dos artistas mais populares da poca e o consumo de produtos at ent o pouco usuais na regi o 1988 p 31 E neste trecho que fala sobre a realiza o de shows com artis tas de renome na m dia Ap s a constru o dos clubes gra as iniciativa e do dina mismo dos moradores de Ilha Solteira a vida social f
212. ar se convertendo em muitos munic pios em tapa buracos para a aus ncia de ambulat rios psiqui tricos AMARANTE 2003b com base na reflex o sobre as pr ticas de cuidado s pessoas em condi o de sofrimento ps quico que se entende ser poss vel cogitar quaisquer avan os no sentido da supera o da mentalidade manicomial t o presente ainda no cotidiano da aten o sa de mental e reafirmada quando as pr ticas se assentam numa no o preventivista Realizou se por ocasi o do desenvolvimento de pesquisa de mestrado uma pesqui sa a o participante junto a uma equipe de sa de da fam lia Em sua etapa inicial buscou se identificar por meio de estrat gias qualitativas pr ticas e significa es da aten o sa de mental produzidas por uma equipe de Sa de da Fam lia DALLA VECCHIA 2006 385 A Pol tica Nacional de Aten o B sica que tem a Sa de da Fam lia como componente principal pensada seja como estrat gia de aten o prim ria sa de seja como programa fundamenta se sobremanei ra por princ pios do preventivismo Existem muitos autores que desenvol vem essa no o e explicam sua origem mas n o se pretende destacar esta quest o neste momento Parece mais importante fazer um relato sobre como se desenvolveu a pesquisa na medida em que por interm dio da an lise do processo grupal foi poss vel questionar juntamente equipe as pr ticas em sa de mental realizadas no traba
213. ardecismo baixo espiritismo ora como Candombl degradado pela falta de capacidade em ser fiel a uma fantasiada pureza africana Desta maneira a sua especificidade ignorada 393 Alguns estudiosos como o caso de Clovis Moura 1992 afir mam que a Umbanda surge a partir do decl nio da Macumba ou seja com a desagrega o desta a Umbanda absorveu grande parte do con tingente negro que dela se afastara Para Roger Bastide 1971 o esp rito de Umbanda n o somente ret m os elementos essenciais da Ma cumba ou do Candombl mas ainda conserva da religi o africana os sistemas de correspond ncias m sticas entre as cores os dias as for as da natureza as plantas e os animais A Umbanda se torna a forma africana da magia branca Bastide tamb m enfatiza que o sucesso da Umbanda no in cio de seu desenvolvimento s vem a comprovar que ela correspondia nova mentalidade do negro mais evolu do em ascens o social que compreendia que a Macumba o rebaixava aos olhares dos brancos mas que entretanto n o queria abandonar completamente a tradi o africana Umbanda segundo Bastide uma valoriza o da Macumba atrav s do espiritismo Dessa forma a Umbanda dividiu se em subseitas sendo algumas mais pr ximas da Macumba pelo espa o deixado aos instrumentos de musica africana e dan a outras mais pr ximas do espiritismo outras enfim tendendo para a magia ou astrologia De acordo com Ordep Serra 2001 a
214. arise Nogueira Ramos 2001 p 173 174 O aumento da flexibilidade das rela es sociais de produ o interna e externas s organiza es produtivas respons vel por desatar esses la os de solidariedade e de seguridade do taylorismo fordismo A flexibilidade interna funcional automa o da produ o baseia se na polival ncia no dife rencial de responsabilidades carreiras e sal rios de uma mesma categoria bem como no uso por parte dos emprega dores de estrat gias tamb m diferenciadas de coopta o e est mulo participa o dos trabalhadores na produ o A fle xibilidade externa voltada a facilitar os ajustes da oferta da for a de trabalho perif rica permite a desregulamenta o das rela es trabalhistas que pode vir acompanhada de uma precariza o baseada nos contratos tempor rios de tempo parcial e na subcontrata o A conjuga o desses tipos de flexibilidade fomenta a individualiza o do trabalho n o s em termos t cnicos mas tamb m em termos sociais na medida em que coloca o conjunto de trabalhadores em situa o de vulnerabilidade e de inseguran a quanto conquista e ma nuten o do emprego Desta forma tendo em vista toda investida do capital para a ger ncia de sua crise estrutural lan ando m o de suas mais variadas estrat gias para a explora o da classe trabalhadora seja em sua dimens o de maximiza o da mais valia absoluta e da relativa por meio da flexibiliza
215. as e vindas de suas via gens pela rodovia De Certeau contribui tamb m para a observa o de que n o poss vel separar o campo social do pensamento j que o pensamento n o existe sem o campo social Para ele a pr tica hist rica est rela 332 cionada estrutura da sociedade e a situa o social pode proporcio nar um grande peso no pr prio discurso do historiador Nesta l gica ao propor analisar os sujeitos sociais acampados o conhecimento do lu gar social acampamento sem perder de vista toda a conjuntura fez se de extrema signific ncia para compreender as pr ticas e representa es dos sujeitos sem terra Ao discutir os conceitos de regi o e representa o Pierre Bourdieu destaca que as representa es partem da realidade dos su jeitos e aquilo que n o real atrav s dos enunciados performativos acaba se tornando real Este mesmo autor salienta que n o poss vel e n o cabe a separa o do objetivo e do subjetivo nos estudos sobre representa es Neste sentido torna se complexo separar a pr tica de sua representa o tendo em vista tamb m que a luta pela terra se configura num espa o objetivo e subjetivo Ao pensar algumas considera es sobre a hist ria do tempo presente n o se pode deixar de refletir sobre a proximidade dos acon tecimentos e o historiador Ao ser questionado pela Magazine Litt raire sobre o que um acontecimento hist rico e como se constitui esse acontecimento
216. as primas retiradas da natureza e utilizadas pelas m os humanas As rela es de trabalho se fazem da uma quest o ampla e complexa A partir do momento em que se foi concebido os dom nios da propriedade privada os meios de produ o se consignariam ficando cada vez mais restritos a uma porcentagem de pessoas que deteriam esses meios em posse de um capital para uma aplica o dos bens investimentos que assim possivelmente geraria uma renda gradativamente crescente e uma pro v vel ascens o social Na sociedade em vig ncia o trabalho exerce uma fun o primor dial na aquisi o de bens de consumo n o exercido coletivamente como dantes mas individualmente como manda o sistema organizador dos meios de produ o que est relacionado aos nossos meios de sobreviv ncia Essa necessidade faz com que trabalhadores se sub metam a explora o de sua m o de obra a baixo do estimado Os tra balhadores a merc deste processo mant m se em regime de trabalho que na maior parte de suas vidas n o lhes oferecer o condi es de uma efetiva realiza o de outras tarefas Em decorr ncia disso prov vel que n o tenham tempo o suficiente para se dedicar problem tica envolvente nos aspectos que levam a classe em que este trabalhador encontra se inserido a essa maneira de vida permanecendo assim como expectadores das quest es sociais deixando que seus interesses se jam delegados a outras pessoas que na maioria das vezes n o
217. assumir compreendemos que esta n o se constr i somente nos acampamentos ou em diferentes formas de ocupa o j que assume e ganha novos elementos no cotidiano do assentamento na dura luta depois da terra conquistada A representa o seja de um objeto ou de indiv duos tamb m assume aqui o car ter de resist ncia para na terra permanecer O car ter da esperan a de que amanh ser melhor de que Deus vai ajudar evidencia que aterra move o cora o e a vontade de n o desistir daquilo que j se encontra inerente ao campon s a terra de trabalho Almeida discute a partir de referenciais como Bourdieu 1982 1989 as diferentes formas que os s mbolos e representa es assu mem no processo de luta pela terra Salienta a autora o poder e a for a que o acampamento possui no processo de conquista dos diferentes movimentos de luta pela terra Por esta perspectiva que dizemos que a representa o da terra o sentido que o movimento social MST confere a terra na fase das ocupa es e do acampamento o sentido da terra como vida que emana da identidade camponesa de seus participantes significado distinto da l gica da organiza o social em que a terra passa a significar mercadoria viabilida de econ mica reflexo de interesses estranhos ao outro nes te caso ao campesinato 2008 p 189 H tamb m o fato segundo a autora de os s mbolos por vezes no assentamento ou ainda nos acampamentos serem representad
218. at gia oposta O discurso veicula e produz poder refor a o mas tamb m o mina exp e debilita e permite barr lo Da mesma forma o sil ncio e o segredo d o guarita ao poder fixam suas interdi es mas tamb m afrouxam seus la os e d o margem a toler ncias mais ou menos obscuras 2006 p 111 112 360 Observamos que o discurso um instrumento do poder e que este pode tamb m se tornar obst culo criando pontos de resist ncia Assim podemos refletir que o homossexualismo um discurso de resist ncia naturaliza o da divis o do sexo onde s o determina dos que existam apenas dois tipos de sexualidade masculino e femi nino Por m se o poder est em todas as esferas sociais o pr prio universo homossexual est cercado de poder Portanto h outros cen tros de poder discurso que constroem e estruturam diversos n cleos sociais As rela es de poder n o s o encontradas apenas em gru pos dominantes onde estes d o as cartas mas uma realidade que evidente nos grupos minorit rios aqui evidenciados como o grupo social das travestis Foucault nos destaca que a din mica do poder no mbito da sexualidade se utilizou principalmente do discurso para vigiar s m ni mas manifesta es do sexo A confiss o foi a matriz geral da produ o do discurso verdadeiro sobre o sexo A princ pio permaneceu ligada a Igreja Cat lica presa pr tica da penit ncia O autor nos d um exem plo de como era abord
219. aten o um eco de vozes agora silenciadas Walter Benjamin Este trabalho tem como objetivo apresentar alguns conceitos centrais como as representa es e a mem ria a partir de te ricos os quais possam contribuir para o estudo das pr ticas e representa es da luta pela terra no Assentamento Pontal do Faia no munic pio de Tr s Lagoas Observamos que a discuss o propriamente dita do As sentamento n o ser aqui realizada j que nos centraremos na refle x o te rica de alguns conceitos centrais para os estudos sobre a ques t o agr ria A fundamenta o te rica nos possibilita debater o referido tema n o por si somente mas a partir de sua rela o com a problem tica e com as fontes tendo em vista o fato de que o di logo se constr i na pr tica da pesquisa devido as diferentes interpreta es e possibilida des do objeto estudado Assim a teoria da hist ria o arcabou o pelo qual os historiadores se fundamentam para a elabora o e constru o te rica de seu objeto de pesquisa buscando debater com o auxilio dos conceitos que fundamentam a pesquisa as problem ticas geradas pelos 340 sujeitos em seus diversos espa os sociais Assim esta opera o his t rica CERTEAU 1998 permite ao pesquisador compreender anti gos e novos problemas que se constroem nestes espa os j que a teoria tamb m proporciona novas perspectivas de abordagens para melhor compreender os acontecimentos do presente ao
220. aulista de Geografia S o Paulo n 58 set 1981 Agricultura Camponesa no Brasil 4 ed S o Paulo Contexto 2001 OLIVEIRA Bernadete A C Castro Tempo de Travessia Tempo de Recria o profecia e trajet ria camponesa 1998 Tese Doutorado Faculdade de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas Universidade de S o Paulo S o Paulo PORTELLI Alessandro O Que Faz a Hist ria Oral Diferente Tradu o Maira T J Ribeiro 1997 Mimeografado QUEIROZ Maria Isaura Bairros Rurais Paulistas S o Paulo Duas Cida des 1973 WOLF Eric R Sociedades Camponesas Tradu o de Oswaldo C C da Silva Rio de Janeiro Zahar 1970 WOORTMANN Ellen F O S tio Campon s Anu rio Antropol gico n 81 Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1988 Herdeiros Parentes e Compadres S o Paulo Hucitec 1995 WOORTMANN Klaas Com Parente N o se Neguceia o campesinato como ordem moral Anu rio Antropol gico n 87 Rio de Janeiro Tempo Brasi leiro 1990 328 O HISTORIADOR E O TEMPO PRESENTE CONSIDERA ES DE PESQUISA Fabiano Coelho Um vibrato do inacabado que anima repentinamente todo um passado um presente pouco a pouco aliviado de seu autismo uma inteligibilidade per seguida fora de alamedas percorri das um pouco isto a hist ria do presente RIOUX 1999 p 50 Como pensar em fazer uma hist ria do tempo presente Ser que esta hist ria digna de cientificidade Como trabalhar
221. bates acerca do status do imigrante na sociedade contempor nea A ironia disso tudo est na aus ncia de uma discuss o do papel do imigrante na constitui o de uma identidade sul matogrossense na literatura regional o que nos obriga por analogia a trabalhar com autores bastante distantes de nossa realidade local embora conforme foi explanado a obra de Pi on 156 descortine in meras perspectivas de pesquisa para diversos casos como por exemplo a problem tica imigra o boliviana para o Brasil meu atual objeto de pesquisa Destaque se tamb m que o estudo da fic o tal qual o estudo biogr fico lan a in meras pistas que podem ser percorridas pelo histo riador no intuito de captar com sutileza as concep es mais caras ao imigrante sua idiossincrasia que transparecem a duras penas ap s dias de trabalho de entrevista Arrisco a dizer que a boa fic o ocidental capaz de orientar roteiros de entrevistas e sugerir imagens ao histori ador capazes de ensejar uma rememora o nica ao entrevistado que poucas vezes poderia ser obtida de maneira simples e direta sem uma reflex o interdisciplinar dessa natureza NOTAS 1 Professor do Campus do Pantanal da Universidade Federal de mato Gros so do Sul 2 SAYAD Abdelmalek A imigra o Trad Cristina Murachco S o Paulo Edusp 1998 3PINON N lida A rep blica dos sonhos S o Paulo Rio de Janeiro Record 1997 4 COLI Jorge O que arte Brasiliense S o Pau
222. ca CONSIDERA ES FINAIS V rias teoriza es nos ajudaram a realizar esta leitura produtiva de A tica da trai o principalmente a perspectiva p s modernista acenada por Hutcheon Ao insistir na qualidade ficcional da hist ria o p s modernismo permite um exerc cio verdadeiramente interdisciplinar Da nos valermos de teorias liter rias para discutir hist ria 180 A fic o cient fica atrav s da ucronia tamb m se mostrou um inte ressante campo de estudo para os historiadores Mesmo as narrativas futu ristas n o exploradas neste artigo admitem an lises hist ricas reveladoras pois como percebe David Wilson a maioria das atividades humanas afinal profundamente influenciada por nossas esperan as e expectativas acerca do futuro WILSON 2002 35 Mas isto outra hist ria NOTAS 1 Mestrando em Letras UFMS CPTL rodolfolonderoDbol com br 2Para os leitores n o familiarizados com a defini o semiol gica texto tudo aquilo pass vel de significa o um romance um filme uma constru o arquitet nica um objeto artesanal ou industrial etc Da tal concep o de texto abarcar n o apenas documentos hist ricos mas tamb m objetos arqueol gicos Esta defini o de Eco compar vel leitura do g nero feita por Antonio Gramsci nos livros de J lio Verne a imagina o n o inteiramente arbi tr ria e por isso tem o poder de excitar a fantasia do leitor j
223. ca social que afeta todas as classes sociais e por sua vez deveria ser levada a s rio por todos independente das condi es financeiras que alguns tem a mais para enfrentar este problema Quanto ao poder p blico fica aqui um apelo para que trate esta quest o como uma quest o social decorrente das pol ticas p blicas que se engendraram na sociedade NOTAS 1 Este artigo resulta da monografia apresentada na gradua o em geogra fia pela UFMS Campus de Tr s Lagoas sobre a espacializa o da criminalidade na cidade de Tr s Lagoas 2 Graduado em Geografia pela CPTL UFMS mestrando em Geografia pela CPAQ UFMS Orientador Sergio Ricardo de Oliveira Martins professor ad junto da UFMS CPAQ BIBLIOGRAFIA BOONEN Petronella M Viol ncia na da Cidade In Pode ser diferente Caderno sobre viol ncia e discrimina o Bras lia 2000 413 BRASIL Constitui o Federativa do Brasil C digo Penal C digo de Pro cesso Penal Org Luiz Fl vio Gomes 6 ed S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2004 BRASIL Constitui o Federativa do Brasil C digo Penal C digo de Pro cesso Penal Org Luiz Fl vio Gomes 6 ed S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2004 CARLOS A F A A cidade S o Paulo Contexto 1992 CORR A Roberto Lobato Regi o e Organiza o Espacial 3 ed S o Paulo Atica 1990 O espa o urbano 2 ed S o Paulo tica 1993 Espa o um conceit
224. cabou por n o ocorrer Assim a disputa ao Governo do Estado foi polarizada entre o ex prefeito de Campo Grande Andr Puccinelli PMDB e o senador Delc dio do Amaral PT Com ampla coliga o partid ria Andr vence em primeiro turno ocasionando a volta do PMDB ao exe cutivo estadual CONSIDERA ES FINAIS Realizada essa breve abordagem das gest es p blicas de Mato Grosso do Sul pretende se assim levar a um melhor conhecimento das principais caracter sticas de cada governante que esteve a frente do poder executivo estadual Entretanto outras pesquisas podem e devem ser realizadas em rela o a essa tem tica j que as pesquisas sobre as atua es dos governadores sul matogrossenses ainda s o de pouca express o En tre uma diversidade de temas pode se analisar por exemplo a rela o dos governadores com o Congresso Nacional Governo Federal e As sembl ia Legislativa investigar os apoios e as oposi es pol ticas pro jetos de interesses do Estado entre outras quest es referentes s rela es institucionais NOTAS 1 acad mico do 3 ano do Curso de Hist ria UFGD wc chagas bol com br REFER NCIAS Jornal Folha do Povo Campo Grande 11 de outubro de 1999 O Progresso Dourados 03 de janeiro de 2003 Di rio MS Dourados 1 de junho de 2006 Correio do Estado Campo Grande 02 de outubro de 2006 Decretos n 1 n 2 n 3 de 1 de janeiro de 1979 In Constitui o do Estado de Mato Gross
225. cas leiteiras ou na compra do gado branco Podemos dizer que os relatos t m revelado outra fun o para a cria o a de reprodu o camponesa O que de comer a gente tem que plantar n o vou dizer pra neg cio porque para neg cio meio complicado O que est melhorando o que est defendendo uma cria o Na hora que se apura vende uma novilha uma vaquinha um boizinho ent o o dinheiro na hora n o vai vender tudo Assim a gente se defende melhor porque a lavoura est um neg cio muito complicado s d pra gente grande que tem maquin rio e produz bastante ALMEIDA 318 Acreditamos que a frase o que est defendendo uma cria o d a dimens o desta distin o ou melhor do papel que a cria o possui para o campesinato Cumpre lembrar que essa fun o j foi estudada e definida por Heredia 1979 p 139 Vejamos nas pala vras da autora Em termos do uso da terra o gado est subordinado ao ro a do Entretanto a exist ncia de gado uma fonte de reserva de consider vel import ncia representando uma forma de garantir reprodu o de novos ciclos agr colas atrav s da possibilidade de acesso a novas terras Embora a autora considere que o gado funciona como mecanis mo de reserva como estrat gia para melhoria das condi es de exis t ncia da unidade familiar constituindo se em tese como instrumento de acumula o essa realidade n o contradit ria com aquilo que fala
226. cessos como uma al quimia atrav s da qual grupos de poder de classe tnicos de g ne ro organizados ou n o lutam pela inclus o exclus o transforma o dos conhecimentos produzidos na sociedade at a sua incorpora o aos conte dos das disciplinas Segundo GOODSON 1997 a disci plina escolar constru da social e politicamente e os atores envolvi dos empregam uma gama de recursos ideol gicos e materiais para levarem a cabo as suas miss es individuais e coletivas A festa tamb m resultado de confrontos e negocia es entre as classes O universo escolar bastante festivo Podemos afirmar que o Estado define os acontecimentos que devem ser fixados na mem ria da na o Seleciona fatos que devem ser comemorados Institucionaliza os feriados Separa o relevante e o irrelevante Preci sa se considerar que os rituais que a escola produz em seu cotidiano consolidam o contexto s cio cultural que ela se insere Desta forma para o estudo do saber escolar preciso melhor conhecer e investigar o cotidiano das institui es educativas Essa investiga o deve passar pela pesquisa hist rica do cotidiano escolar e ir al m dele para entender de que modo o fazer escolar em cada momento hist rico est permeado dos problemas sociais econ mi cos e culturais desvelando assim a especificidade dessa interfer n cia no processo educativo importante destacar nesta breve exposi 66 o que a pesquisa sobre a
227. cima dos ancestrais camponeses de Madruga Estabelece se no texto assim uma das din micas ou p los da narrativa pelo qual se verifica todo o contexto no qual se desenvolve a hist ria dos imigrantes e seus percal os Narrativa essa exemplar e paradigm tica para analisar outras situa es semelhantes Enquanto Madruga enriquecia e ingressava na alta roda carioca Eul lia recolhia se intimidade de seu catolicismo m stico incrustada em sua casa lamentando junto a um velho amigo tamb m galego Ven ncio a perda de identidade de Madruga adorador do lucro esp cie de Jo o Rom o espanhol completamente cego s demandas familiares e especialmen te aos sentimentos da esposa preocupada em manter viva em seu cora o a mem ria de seu pai e de seu local de origem 150 De alguma forma as pretens es anal ticas de Eul lia se realiza ram pela n o concretiza o dos planos de Madruga para os filhos Ne nhum deles se conforma a seus planos Escolheram os c njuges livre mente ou procriaram sem possu los Essa atitude foi considerada pelo velho patriarca uma desgra a para sua descend ncia Tamb m os ho mens no qual ele depositava grandes esperan as frustraram no Al guns querem segui lo nos neg cios mas um Tobias o abomina devido sua cobi a e a dureza de seu esp rito Restou ao velho Madruga muito mais o genro o aproveitador Lu s Filho de fam lia decadente que se casara com sua filha Ant nia por puro interesse
228. cnologia da Universidade Estadual Paulista UNESP Presidente Prudente BARROS Jos D Assun o O Campo da Hist ria especialidades e abordagens Petr polis vozes 2004 BORGES Maria Celma De pobres da terra ao Movimento Sem Terra pr ticas e representa es camponesas no Pontal do Paranapanema 2004 Tese Doutorado em Hist ria Universidade Estadual Paulista Assis Elabora o de projetos considera es para a inicia o a pesquisa In BORGES Maria C e ALVES Walter A Orgs Anais da Semana de Hist ria 2005 o ensino e a pesquisa na constru o da Hist ria Campo Grande MS Editora UFMS 2006 352 BOURDIEU Pierre O Poder Simb lico Trad De Fernando Tomaz Lis boa Difel 1989 BURKE Peter A escrita da hist ria S o Paulo Editora Unesp 1992 CAPELATO Maria Helena R e DUTRA Eliana Regina F Representa o Pol tica O reconhecimento de um conceito na historiografia brasileira In Representa o contribui o a um debate transdisciplinar CAR DOSO Ciro F e MALEBRA Jurandir S o Paulo Papirus 2000 CASTRO Hebe Hist ria Social In Dom nios da Hist ria ensaio de teoria e metodologia CARDOSO Ciro F e VAINFAS Ronaldo Orgs 12 Ed Rio de Janeiro Campus 1997 CERTEAU Michel de A opera o hist rica In LE GOFF Jacques NORA Pierre Orgs Hist ria Novos Problemas Trad Theo Santiago Rio de Janeiro Editora Francisco Alves 1998 CHALOUB Sidney Vis es da
229. com preender a representa o da terra para alguns destes assentados as sociadas por exemplo a antigas lembran as valores e pessoas que est o conservadas em suas mem rias e trazem para o seu presente sentimentos bons como a paz alegria e esperan a Neste trabalho o estudo das representa es abre possibilida des de se pensar o campo do pol tico com o olhar para as novas formas e significa es na constru o e an lise dos fatos em que a realidade e as significa es imagin rias aparecem como dimens es insepar veis do fazer e do ser social 2000 p 232 Para Lefort 1991 348 Arepresenta o do poder a figura o do seu lugar n o s engendram o espa o social mas lhes instituem sua forma e sua cena Isso significa reconhecer no poder um estatuto simb lico para al m das condi es e moralidades do seu exerc cio bem como de suas fun es apud CAPELATO E DUTRA p 234 Muitos destes autores aqui discutidos reafirmam como Chartier que as representa es est o colocadas num campo de concorr n cia e de competi es cujos desafios se enunciam em termos de poder e domina o apud CAPETALO 2000 p 236 Desta forma Capelato e Dutra compreendem que a partir da an lise realizada por Chartier a cultura se coloca em di logo com a pol tica 2000 p 236 quest o esta que abre novas possibilidades de trabalhar a pes quisa e realizar um interessante di logo entre os costumes tradi
230. com a maior veracidade poss vel aquilo que o homem em sociedade almeja para a busca da paz social NOTAS 2 Trabalho desenvolvido a partir de estudos sobre a linguagem jur dica no mbito do curso de Bacharelado em Direito do Campus de Tr s Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no ano de 2006 425 2 Acad mico do curso de P s Gradua o em Letras Mestrado do Campus de Tr s Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 3 Onde est a sociedade est o Direito onde est o Direito est a sociedade REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ALVAREZ Marcos C sar Sociedade norma e poder algumas reflex es no campo da sociologia In BAGNO Marcos Org Ling stica da Norma S o Paulo Edi es Loyola 2002 p 201 216 CINTRA A C A GRINOVER A P DINAMARCO C R Teoria geral do pro cesso 19 ed S o Paulo Malheiros 2003 DAMI O Regina Toledo HENRIQUES Antonio Curso de portugu s jur di co 8 ed S o Paulo Atlas 2000 DINIZ Maria Helena Comp ndio de introdu o ci ncia do direito 18 ed S o Paulo Saraiva 2006 DURKHEIM mile As regras do m todo sociol gico Tradu o de Pietro Nassetti S o Paulo Martin Claret 2003 Cole o a obra prima de cada autor 63 EHRLICH Eugen Fundamentos da sociologia do direito Tradu o de Ren Ernani Geriz Bras lia Editora Universidade de Bras lia 1986 Cadernos da UnB IHERING Rudolf von A luta pelo direit
231. com uma popula o com seus fen menos espec ficos natalidade esperan a de vida fecundidade sa de p blica etc Neste momento h uma dispers o de sexualidades o poder discur so encontra se n o apenas nas institui es religiosas mas desta ca se tamb m na organiza o familiar e de controle m dico peda g gico e judici rio Estes sempre abordando o sexo atrav s do sis tema confiss o e por meio dela chegam s sexualidades perif ricas pais e filhos educador e aluno m dico e doente psiquiatra e os perversos Tomemos os perversos para a pr xima an lise em que Foucault nos acrescenta Atrav s de tais discursos multiplicaram se as condena es judici rias das pervers es menores anexou se irre gularidade sexual doen a mental da inf ncia a velhice foi definida uma norma do desenvolvimento sexual e cuidadosa mente caracterizados todos os desvios poss veis organiza ram se controles pedag gicos e tratamento m dicos em tor no das m nimas fantasias os moralistas e tamb m e sobretu do os m dicos trouxeram a baila todo o vocabul rio enf tico da abomina ol 2006 p 43 No s culo XIX como podemos notar no trecho acima houve uma dispers o de sexualidades e um destaque s m ltiplas perver s es A natureza em que muitas vezes se apoiavam mostrava se como uma esp cie de direito portanto todas as rela es de sexuali dade que se encontravam contra a natureza
232. como elemento de supera o dos conflitos sociais permitindo que o Estado Novo falasse pelos outros ou seja pelo conjunto dos brasileiros de quem precisava interpretar corretamente seu pensamento e para quem precisava encaminhar diretrizes pol ticas que todos supostamente desejam e aprovam Foi nesse contexto que Vargas lan ou o lema da campanha O verdadeiro sentido da brasilidade a marcha para o oeste Retomando Alcir Lenharo a Marcha para Oeste representou um projeto para fazer frente crise econ mica e pol tica na qual o Brasil estava envolvido devido aos efeitos do crack da bolsa de valores de Nova York em 1929 os quais percorreram toda a d cada de 1930 per odo conhecido como a Grande Depress o Contribuindo para tornar mais complexo e inst vel o cen rio internacional tal conjuntura fez com que crescesse perigosamente o descr dito quanto possibilida de de pol ticas de orienta o democr tico liberal em resolver quest es como o desemprego e a falta de moradia No plano nacional a crise que se abateu sobre a produ o do caf foi acompanhada pelo xodo rural provocando uma press o populacional sobre as grandes cidades do pa s as quais da perspecti 39 va das autoridades publicas n o apresentariam condi es de subsis t ncia para os novos contingentes chegados do campo Uma das consequ ncias do r pido crescimento populacional dos centros urbanos do pa s foi o acumulo de pe
233. cultural brasileiro A Macumba era literalmente uma institui o que atuava em um ramo de neg cios que tendo por ferramenta o poder espiritual se propunha a alterar o status vigente A hist ria da Macumba a hist ria em suas ra zes de um Bra sil negro e exclu do tamb m a hist ria de um Brasil que vai se tornan do mesti o esse um mundo de exclus es mas tamb m de ressignifica es apropria es e combina es N o se pode negar a carnavaliza o realizada nos terreiros Camargo 1961 chama a aten o sobre essa quest o colocando a como forma de compensa o da vida cotidiana 1961 124 5 No entanto a pr tica da Umbanda ou Macumba extrapola esse mo mento de invers o Mais que isso ela na produ o citada espa o de sobreviv ncia e para tal important ssimo que se acompanhe as transforma es da nossa din mica cultural Nessa an lise os antigos feiticeiros negros deveriam resistir morte branca e fazer do mundo da magia e feiti aria o seu espa o de resist ncia e reconhe cimento sem abrir m o das transforma es que ocorriam em nosso universo cultural A Macumba ainda express o de uso comum em nosso repertorio cultural Os trabalhos de campo realizados nos ltimos cinquenta anos revelam isso De Roger Bastide 1985 passando por Camargo 1961 chegando at Negr o 1996 as provas s o contundentes Aqueles que como Ortiz viram 396 A morte branca do feitice
234. cupa o de espa os a partir das regras externas 2004 p 308 A pesquisa tamb m vem sendo desenvolvida em uma perspecti va de investiga o respaldada nos estudos que se centralizam na etnog nese como uma tend ncia de recuperar o sujeito hist rico que atua conforme a sua interpreta o de mundo Durante um per odo con sider vel para a historiografia ind gena brasileira o ndio foi visto como v tima que assistiu passivamente a sua destrui o ou numa vertente mais militante como um guerreiro que lutou contra a invas o europ ia MONTEIRO 1996 p 15 De comum acordo com as id ias defendidas por Moura e Zorzato necess rio levantar indaga es em torno da rela o de trabalho e da proposta pentecostal frente s interpreta es dos Terena Na busca desta an lise hist rica ser pertinente a compreens o de elementos que possam conduzir a um entendimento dessa rela o e tamb m da interfer ncia da empresa Debrasa nas igrejas Para essa compreens o as fontes orais tornam se relevantes na medida em que possibilitam por meio da hist ria e da mem ria entender as diversas express es e pr ticas religiosas evidenciadas em quest es como a convers o ao pentecostalismo como reforma moral pol tica e reforma do cotidiano Segundo Neves Cada pessoa componente especifico de um amalgama mai or que a coletividade Portanto cada depoente fornece in forma es e vers es sobre si pr prio e sobre o mundo n
235. d ncias assistidas entre outros O Brasil no ano de 1978 foi favorecido pelas id ias antimanicomiais de Basaglia na passagem deste pelo pa s Suas experi ncias servi ram de insentivo para a ado o da a lei 180 em nosso pa s lei que ja havia sido aprovada na It lia em 13 de maio de 1978 que determinava a extin o dos manic mios e a substitui o do modelo psiqui trico por outras modalidades de cuidado e assist ncia A Lei Basaglia como ficou conhecida ainda hoje a nica no g nero em todo o mundo BASAGLIA 2005 Para Basaglia os hospitais psiqui tricos n o curam ningu m s o dep sitos de pessoas rejeitadas apud SERRANO 1985 p 80 Basaglia ressalta que A partir do momento que transp e os muros do internamento o doente entra numa nova dimens o de vazio emocional resultado da doen a que Burton denomina institutional neurosis e que eu chamaria simplesmente de institucionaliza o ou seja v se introduzido num lugar que criado originalmente para torn lo inofensivo e ao mesmo tempo trat lo na pr tica surge como um espa o paradoxal mente constru do para o aniquilamento completo de sua indi vidualidade como lugar de sua total objetifica o Se a do en a mental em sua pr pria origem a perda da individua lidade e da liberdade no manic mio o doente n o encontra outra coisa sen o o espa o onde se ver definitivamente perdido transformado em objeto pela doen a e pelo ritmo
236. d o n o tenha perpetrado um sistema em que a coa o f sica tenha sido uma pr tica constante n o somente em rela o aos escravos mas tamb m frente estes homens e mulheres pobres Entretanto se havia a viol ncia a resist ncia tamb m se fazia presente Motta discorrendo sobre os conflitos de terra envolvendo possei ros e grandes propriet rios no espa o rural fluminense do s culo XIX ressalta a exist ncia dos homens pobres livres que fugindo leitura tradicional da casa grande e senzala e no s culo XIX das fazendas de caf no cerne desses espa os por meio de suas pr ticas tentavam se distanciar ocupando pequenas posses no interior do territ rio Ob serva ainda que diferentemente da leitura de Franco 1997 de que esses homens n o tinham raz o de ser esses homens e mulheres tinham raz o de ser e lutavam por esse direito Os conflitos de terra expressavam uma sociedade complexa que n o era formada apenas pelo bin mio senhor escravo ou grande fazendeiro pequeno arrendat rio Havia um grande conjunto de homens livres que longe de n o terem raz o de ser constitu am personagens reais e diferentes entre si cujo sonho era representado pela possibilidade de deter uma par cela de terra lutavam pela posse de terras que acreditavam lhes pertencer MOTTA 1998 p 45 Stolcke e Hall 1983 abordando as rela es de trabalho nas fazendas paulistas de meados do s culo XIX destacam a preocupa o
237. da B blia e a proximidade das profecias b blicas 1997 p 155 5 Segundo o te logo Antonio Gouv a de Mendon a o movimento ecum nico pode ser entendido como uma inten o de unificar as diversas for as reli giosas em sua maioria religi es crist s 1997 p 55 103 Ronaldo Almeida 2004 aponta que a glossolalia uma fala ext tica em l nguas ou inintelig veis ou aparentemente ecoando l nguas existentes mas desconhecida do falante tamb m conhecida como l ngua do esp rito santo Os termos xtase religioso e a glossolalia ser o discutidos em detalhes no decorrer desse artigo 7 Homilia a prega o do sacerdote baseado nos textos da b blia assim sendo nesse momento que s o ensinados os preceitos morais e pol ti cos para os participantes das igrejas 8 Uma das formas de se entender o tr nsito religioso o processo pelo qual a pessoa n o se fixa em apenas uma igreja ocorrendo a troca cons tante de comunidade religiosa As pesquisas antropol gicas e sociol gicas desses movimentos de con vers o identificam a exist ncia de analogias entre a sacraliza o da econo mia e prosperidade Assim religi o de resultado possui discursos pauta dos na prosperidade dos frequentadores com o objetivo de estar com os templos constantemente lotados 10 Cosmovis o pode ser entendido neste caso como os ind genas enca ram as propostas pentecostais frente aos seus ensinamentos anteriores tendo como foco a rel
238. da crise do capital no final do s culo XX o qual ser central para compreendermos as mudan as no mundo do trabalho processadas nesta poca e no in cio do s culo XXI A forma pol tica neoliberal trata se neste contexto de um retor no da defesa das leis naturais do mercado apoiada no liberalismo cl s sico Os defensores da tese neocl ssica ou neoliberal entre eles Friedrich Hayek e Milton Friedman arrogavam a necessidade do Esta do m nimo fim da estabilidade e dos gastos corte das despesas previdenci rias e dos gastos com as pol ticas sociais Frigotto 1996 A crise da d cada de 70 foi segundo Perry Anderson 1995 o solo 215 necess rio para que as teses neoliberais ganhassem eco concreto no sistema pol tico internacional Os responsabilizados pela crise do capital na vis o dos neoliberais foram al m do outro modelo de Estado capitalista em vi gor o Estado de Bem Estar Social os pr prios trabalhadores sobretu do aqueles organizados nos sindicatos Assim sendo o grande comba te pol tico do neoliberalismo manteve se na recupera o da economia inflacion ria fundamentalmente a partir do corte dos gastos p blicos do desmonte do setor produtivo estatal de privatiza es e do ataque aos direitos e s organiza es trabalhistas tais como os sindicatos ibid Portanto o neoliberalismo caracterizou se pelo ataque franco aos direitos conquistados pelos trabalhadores e ao Estado intervencionista assist
239. da definitivamente como um meio de co munica o de massa cujo potencial est mexendo com os fundamentos de tudo nesse setor do r dio televis o da m dia impressa ao cinema PANTOJA 2000 p 08 Podemos notar que com o desenvolvimento da Internet agora voltado mais para a rea comercial e tamb m caracterizada como um meio de comunica o a economia de todo o mundo passa a enxergar nela um local para investimentos e aplica es de capital pois uma rea de expans o quase que ilimitada No Brasil a hist ria da Internet come ou bem mais tarde s em 1991 com a RNP Rede Nacional de Pesquisa uma opera o acad mica subordinada ao MCT Minist rio de Ci ncia e Tecnologia At hoje a RNP o backbone principal e envolve institui es e cen tros de pesquisa FAPESP FAPEPJ FAPEMIG etc universidades laborat rios etc Em 1994 no dia 20 de dezembro que a EMBRATEL lan a o servi o experimental a fim de conhecer melhor a Internet Somente em 1995 que foi poss vel pela iniciativa do Minist rio das Telecomunica es e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia a abertura ao setor privado da Internet para explora o comercial da popula o bra sileira A RNP fica respons vel pela infra estrutura b sica de 253 interconex o e informa o em n vel nacional tendo controle do backbone Hoje est cada vez mais dif cil ignorarmos essa tecnologia que a cada dia est mais presente em nossas vidas Juliana
240. da negra medo branco o negro no imagin rio das elites s culo XIX Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 CARDOSO C F Escravo ou campon s O protocampesinato negro nas Am ricas Petr polis RJ Vozes 1987 EISENBERG P Homens esquecidos Escravos e Trabalhadores Livres no Brasil S culo XVIII e XIX Campinas Editora da Unicamp 1989 FERLINI V L A Terra trabalho e poder S o Paulo Brasiliense 1988 FRANCO M S de C Homens Livres na Ordem Escravocrata 4 ed S o Paulo Editora Unesp 1997 GORENDESR J O Escravismo Colonial 3 ed S o Paulo tica 1980 GUIMAR ES A P Quatro S culos de Latif ndio Rio de Janeiro Paz e Terra 1977 GIUCCI G Sem F Lei ou Rei Brasil 1500 1532 Rio de Janeiro Rocco 1998 LARA S H Campos da Viol ncia Rio de Janeiro Paz e Terra 1988 LINHARES M Y e SILVA F C T Hist ria da Agricultura Brasileira comba tes e controv rsias S o Paulo Brasiliense 1981 MARTINS V Nem Senhores nem Escravos os pequenos agricultores em Campinas na primeira metade do s culo XIX 1995 Disserta o Mestrado em Hist ria Universidade Federal do Paran Curitiba 312 MOTTA M M M Nas fronteiras do poder conflito e direito a terra no Brasil do s culo XIX Rio de Janeiro V cio de Leitura Arquivo P blico do Estado do Rio de Janeiro 1998 NAXARA M R C Estrangeiro em sua pr pria terra representa es do brasileiro 1870 19
241. dade de componentes eletr nicos tudo isso devido a Segunda Guerra Mundial nessa regi o que atualmente podemos encontrar grandes empresas como a HP a Intel e at mesmo a NASA est localizada nesta regi o Com o final da guerra essas empresas se desenvolveram para criar eletr nicos destinados a empresas e a popula o em geral No Brasil aconteceu em duas etapas a fase de desenvolvimento de computadores A primeira de 1958 at 1975 caracterizada pela importa o de tecnologia de pa ses de capitalismo avan ado principal mente dos Estados Unidos O processamento eletr nico de dados era realizado basicamente em computadores de grande porte localizados em grandes empresas e universidades bem como em rg os governa mentais e ag ncias de servi os N o havia fabricantes nacionais embora j na d cada de 1970 o volume de vendas tinha justificado a instala o das primeiras montadoras multinacionais no Brasil Lentamente por m come ou a desenvolver se uma compet ncia tecnol gica nacional a partir do tra balho de algumas universidades como a Universidade de S o Paulo a Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro e a Universidade Es tadual de Campinas O processamento eletr nico de dados era realiza do basicamente em computadores de grande porte localizados em grandes empresas e universidades bem como em rg os governamen tais e ag ncias de servi os Como tamb m n o poderia de ser no Brasil
242. das que fossem Os escritos que eu come ava a explorar aquela massa de cartas not cias 240 pe as de processos invent rios est o entre os documentos menos suspeitos mais neutros e factuais Raramente s o polu dos pela fantasia de seu redator por sua paix o ou sua vontade de convencer S o ferramentas das quais t m a sobriedade e a franqueza DUBY 1998 p 34 5 Nessa perspectiva podemos concluir que os documentos t m o objetivo de esclarecer o que se passou em certa poca mas a compre ens o das fontes n o pode ser feita levianamente sem que os docu mentos sejam estudados e entendidos a fim de que a hist ria n o acabe sendo distorcida e como consequ ncia fragmentada Duby aponta a dificuldade em se tratar com as fontes que n o possu am a credibilidade hist rica ou seja apresentavam se em sua escassez deixando lacunas entre as mesmas mas que aos poucos com a habilidade dos m todos utilizados por este autor as lacunas foram vagarosamente preenchidas mal d para reconstituir genealogias e fortunas Escassos sinais de vida Mas de repente ao aproximar se do ano mil ela se manifesta Nesses escritos revelam se comporta mentos e rela es sociais a respeito dos quais as frias f r mulas de outrora nada mostravam e isto durante mais de um s culo Mais adiante a fonte vai se esgotando lentamente A partir de 1120 os arquivistas tornam se menos cuidadosos escasseiam os docu
243. de visto que j se aproximava o fim da Guerra faz com que os indisciplinados mulatos cidad os livres pobres e principalmente escravos negros nunca acos tumados liberdade e sempre dominados pela for a da chibata e dos castigos f sicos acabassem por n o respeitar a hierarquia e a patente de seus superiores brancos representantes da elite rural e aristocr ti ca brasileira A diversidade das tropas oriundas de diferentes regi es cultu rais do Brasil e com disponibilidade diferente de material de combate e mesmo a diferen a no comando de cada frente de batalha acabaram por criar um ambiente prop cio desordem Um fator de relev ncia para se criar a desordem nas corpora es militares era a penosa situa o quais se encontravam as tropas desde falta de uniformes e armamen 140 tos at a falta de alimentos a regi o insalubre e muitas vezes des conhecida que em diversos momentos ocasionava mais baixas que o pr prio conflito b lico Todos estes fatores aliados maci a presen a de negros es cravos ou n o acabaram por gerar um estigma de que o Ex rcito Bra sileiro era formado por indisciplinados e justificada pela presen a do escravo e do homem livre n o branco Aforma como era feito o alista mento as recompensas para os alistados e a necessidade de se criar um ex rcito numeroso capaz de combater e atender aos anseios das classes dominantes acabava por transformar a institui o militar i
244. de 72 2 milh es de toneladas em 2001 para 80 1 em 2002 enquanto a produ o de a car passar de 4 1 milh es de toneladas em 2001 para 5 3 milh es de toneladas em 2002 Estima se que somente na regi o de Ribeir o Preto existem mais de quinhentas colhedeiras de cana sendo que cada uma tem capacidade de colher setecentas toneladas por dia o que corresponde substitui o de cem homens por m quina Desse modo o equivalente a cinquenta mil trabalha dores seria o saldo total das demiss es provocadas por es sas m quinas ANTUNES 2004 SILVA 2004 p 31 Percebe se ai uma desvantagem dos trabalhadores em meio s m quinas pois elas trabalham 24 horas di rias subvertendo os limites impostos pela natureza humana Esse tipo de t cnica produtiva desabriga uma leva de funcion rios para empregar uma quantidade menor Como ressalta Maria Silva em Ribeir o Preto foram empregados doze funcio n rios para cada cem demiss es todos esses tipos de novos servi os s o exercidos em fun o das m quinas que abrigam um quadro reduzi do de funcion rios especializados Uma realidade que est em todo o processo de produ o desde as ind strias nos grandes centros at na produ o no campo como presenciamos no par grafo acima esse modelo de trabalho p s fordista que diminui a massa trabalhadora com os avan os da era digi tal em detrimento dos meios de trabalho para a classe oper ria gerando assim um n mero crescente de de
245. de produ o de mem ria os movimentos sociais podem revelar que lutam tamb m no campo pol ti co intelectual da produ o do saber hist rico que n o s o apenas ato res da cena pol tica mas ainda autores que a escrevem ou que pelo menos apontam as diretrizes para essa escrita a influeciam claro que do mesmo modo como poss vel perceber a heterogeneidade e pluralidade dos homens e mulheres que comp em essas experi ncias de lutas tamb m prov vel que os n veis de percep o e reflex o acer ca da import ncia que se d a este campo de atua o dentro dos gru pos tamb m poder se revelar diversa o que reitera a relev ncia de pesquisa sobre o tema na medida em que os espa os das diferen as dentro do conjunto das experi ncias muito caro ao pesquisador Em segundo lugar ao empreender uma vis o panor mica das trajet rias dos novos movimentos sociais emergentes no p s 1964 podemos visualisar seus percursos seus crescimentos e refluxos e ao encontrar nesses percursos o grande movimento de retra o a par tir dos anos 1990 deparamo nos tamb m com a consequente crise na gest o dos arquivos e centros de documenta o organicamente liga dos a eles Contudo hoje j poss vel notar os esbo os dos novos caminhos tomados por esses grupos e seus lugares de mem ria e a entrada do s culo XXI parece estar marcada por esse processo pos s vel que tanto o momento pol tico latinoamericano at
246. deliberar sobre um fato presente ou pret rito ou sobre um fato futuro Analisan do essas tr s formas de postar se o audit rio diante dum discurso chega se aos tr s g neros discursivos j discutidos por Arist teles laudat rio judici rio e pol tico Sempre que o ouvinte ap s lido ouvido o discurso manifesta se gostou ou n o do texto concordando ou discordando mas sem a ne cess ria exterioriza o de seu ju zo de valor est se diante do g nero discursivo laudat rio Esse g nero pode exercer alguma influ ncia so bre o pensamento do ouvinte mas este n o necessita emitir um voto a favor ou contra o que leu ou ouviu circunscrevendo seus valores ao rec ndito de sua consci ncia Pode o g nero laudat rio louvar enaltecer exaltar ou vituperar escarnecer censurar ou injuriar Trata o g nero do tempo presente sendo o objeto de seu discurso o belo ou o feio Tringali 1988 p 53 observa a predomin ncia no discurso laudat rio do obje tivo ret rico de agradar incluindo nesse g nero a publicidade Quando se pronuncia um discurso com o objetivo de um julga mento formal est se diante dum texto do g nero judici rio caracteri zado pela acusa o e defesa tendo como valores o justo e o injusto O 424 audit rio condena ou absolve Volta se esse g nero ao fato passado pois n o pode ser algu m condenado por algo que ainda n o ocorreu ou que est ocorrendo no momento em que se exterioriza o texto A
247. dente paraguaio Francisco Solano L pez depois de receber na barriga o golpe de lan a do cabo de ordens do coronel Joca Tavares seu xar Francisco Lacerda matem a esos diablos de macacos mostra que o precon ceito racial uma disson ncia frente rela o entre senhores escravos que n o era calcada na diferen a da superioridade evolutiva europ ia era um coro de nico tom no sul do continente americano na d cada de 1860 A proposta em quest o seria de levantar alguns motivos que incen tivaram a manuten o da avers o ao combatente n o branco mesmo en volvidos numa guerra os paraguaios os brasileiros os argentinos os uru guaios e os ingleses mostram se em parte preconceituosos em rela o aos combatentes n o brancos que lutaram nessa guerra A proposta de trabalhar o recrutamento serve aqui como uma premissa para se compre ender a quantidade de escravos ex escravos e descendentes de escra vos principalmente no ex rcito brasileiro e a justificativa desse preconcei to racial que fruto de um pensamento calcado em valores ideol gicos de superioridade cultural e biol gica al m de valorizar o sentimento naciona lista contra aqueles que n o podem ser considerados herdeiros das p tri as em quest o NOTAS 1 Acad mico do 4 ano de Hist ria UFMS Campo Grande brunotuluxG yahoo com br sob orienta o do Professor Cesar Campiani Maximiano 2NOVAIS Fernando A Portugal e Brasil na crise do ant
248. des Nossa tarefa tem sido de realizar gest es para que continuemos cumprindo a miss o junto s organiza es dos trabalhadores por meio de projetos em parcerias CPV 2007 5 A entidade trabalha atualmente no enfoque da reorganiza o e da rearticula o da mem ria das experi ncias com que contribu ra nos anos 1970 e 1980 atrav s de um plano bienal 2006 2007 que visa alimentar o movimento social com o registro de suas a es presentes e passadas visando a transforma o social Esse o of cio do CPV e constitui sua contribui o fundamental CPV 2007 Nesse sentido a entidade ainda produz reflex es em que poss vel compreender esses objetivos quando ressalta que O CPV aos poucos vai se reestruturando sobre novas bases Para o ano de 2006 e 2007 o desafio pensar uma entidade de documenta o para os novos tempos e que sirva a um conjun to de projetos pol ticos que luta pela organiza o dos trabalha dores em movimentos independentes de governos partidos pol ticos entidades religiosas aut nomos em rela o s estru turas do Estado democr ticos nos estatutos e nas pr ticas e que busque permanentemente a constru o de uma consci n cia e uma sociedade igualit ria socialista Nosso p blico alvo s o os movimentos sociais combativos classistas na defesa das conquistas interesses imediatos e hist ricos dos trabalha dores representados pelas suas organiza es populares movimentos organizad
249. devia se mui to aos resultados da 1 Guerra Mundial Isto n o nenhuma novidade para qualquer pessoa interessada no fen meno nacional socialista Ale m o Um dos maiores motivos de ascens o do nazismo e sua aceitabilidade popular foram justamente os preconceitos e as feridas que ainda estavam abertas no povo alem o muitas delas provenientes do Tratado de Versalhes onde segundo os nazistas o Imp rio Germ nico tinha sido covardemente roubado e humilhado Tal argumento bastante usado por Ellwanger e adiciona ainda o que ele chama de espolia o p s 2 Guerra causada pelo Holoconto A situa o prec ria em que se encontrava a Alemanha p s 1 Guerra era causada em grande parte pelo que Ellwanger e diversas outras categorias de anti semitas chama de juda smo internacional o velho preconceito anti semita que cria o mito de domina o mundial dos judeus domina o essa que se daria via conspira o pol tica eco n mica e cultural Al m da pr pria suposta domina o judaica conta va muito o fato dos judeus n o se misturarem aos Alem es Segundo Ellwanger o que se via na Alemanha pr nazista era a maioria absurda da popula o alem subjugada por uma min scula parcela de judeus praticamente uma ordem escravocrata Al m de con trolar a m dia e os bancos alem es e europeus afinal de contas o problema eram os judeus como um todo n o apenas os alem es esses judeus n o eram verdadeirament
250. diadores envol vidos na conquista da terra N o somente as representa es constru das na luta de hoje mas na trajet ria de suas vidas nas conquistas passa das que ajudam a desenhar o simbolismo que esta terra tem em suas vidas ou seja a vontade de viver representada na luta pela terra Procurando compreender estas quest es e outras que surgem no caminhar da pesquisa buscamos trabalhar a partir das contribui es da hist ria social Segundo Castro a hist ria social em sentido restrito surgiria como abordagem que buscava formular problemas his t ricos espec ficos quanto ao comportamento e as rela es entre os diversos grupos sociais 1997 p 48 N o somente a partir desta abor dagem mas compreendendo que as quest es que se mostram cen trais para a an lise do objeto de pesquisa podem e encontram na his t ria social com tamb m na hist ria cultural m ltiplas significa es Compreendemos conforme Burke que a partir das diversas abor dagens e temas surgidos com a nova hist ria a maioria dos estudos passou a compreender que a realidade social ou culturalmente cons titu da 1992 p 11 Esta formula o parece elucidar os prop sitos que norteiam esta pesquisa e muitos trabalhos referentes quest o agr ria ou seja o de buscar dentre sua diversidade entender as rela es sociais e culturais estabelecidas entre os sujeitos e os agentes media dores a partir da compreens o das pessoas co
251. do Bloch mesmo o mais claro complacente dos docu mentos n o fala sen o quando se sabe interrog lo A consci ncia do fato hist rico n o um fato positivo mas o produto de uma constru o ativa de sua parte para transformar a fonte em documentos e em seguida constituir esses documentos esses fatos hist ricos em pro blema BLOCH 2001 p 19 Sobre este ponto Duby aponta em sua experi ncia de pesquisa que a verdade perseguida pelo historiador nas fontes apresenta se de forma err nea segundo os pr prios documentos formando uma barreira entre o pesquisador e o pr prio material utilizado ou seja os documen tos oficiais por vezes apresentam um peso ideol gico de seu redator que faz transparecer no trabalho do historiador dificultando por sua vez a compreens o dos fatos Com a Nova Hist ria tornou se poss vel indagar um testemunho a fim de contestar os documentos oficiais de acordo com as novas metodologias utilizadas para se trabalhar as fontes ampliando o hori zonte de como ensinar e aprender hist ria E ali s mal havia eu empreendido o trabalho e j avaliava a dist ncia existente entre a verdade perseguida pelo historia dor sempre esquiva e aquilo que lhe oferecem as testemu nhas que ele consegue interrogar Dei me conta de que entre esta verdade e mim se interpunha uma tela formada pelas pr prias fontes as quais extra a minha informa o por mais l mpidas e atentamente filtra
252. do Brasil 134 Em meados do s culo XIX com a iminente consolida o dos estados nacionais na Am rica do Sul e a ascendente economia mun dial capitalista a luta pela defini o das fronteiras nacionais estimula ent o uma disputa b lica regional pela posse de territ rios litigiosos O conflito sul americano seria ent o conhecido como a Guerra da Tr plice Alian a contra o Paraguai a Guerra Grande ou simplesmente Guerra do Paraguai Ocorrido na regi o meridional da Am rica do Sul na d ca da de 1860 mais precisamente entre 1864 e 1870 este evento passa ent o a contar de um lado com a Rep blica do Paraguai liderada pelo Marechal Solano Lopes e de outro lado tr s pa ses aliados a se saber as rep blicas da Argentina e do Uruguai e o Imp rio brasileiro A Guerra do Paraguai ou apenas a Guerra como a chamaremos de agora em diante foi fundamental para a defini o das fronteiras na cionais dos rec m criados Estados Nacionais da Am rica do Sul A economia mundial que estava sob a ger ncia do capital Ingl s determi nava as rela es comerciais e pol ticas de Brasil Argentina Uruguai e Paraguai que aspiravam suas liberdades pol ticas e econ micas frente s suas antigas metr poles Portugal e Espanha Como grande financiadoras n o confundir com incentivadora a Inglaterra sendo o maior representante do capitalismo neste per odo envia al m de capital in formantes e rep rteres para tra arem os caminhos e pos
253. do historiador do tempo presente Elucidando este fato estes autores comentam Jamais um medievalista ou um modernista poder viver o que descreve Ele deve recompor uma realidade que lhe escapa fisicamente N o sen o no presente por revela o de sua rela o no presente que ele pode re conhecer ou imaginar aquilo que fala investindo o de uma presen a f sica real 1999 p 31 Chauveau e T tart explicitam que a hist ria do tempo presente proporciona uma nova rela o entre pesquisador e seu campo de inves tiga o em que permanecer a rela o f sica entre o historiador e o seu tema Esta proximidade do pesquisador com o seu objeto de estu do e com os acontecimentos se transformam em argumenta o cr ti cas por parte daqueles que n o enxergam com bons olhos a hist ria do tempo presente Perante esta problem tica faz se necess rio que o historiador reflita sobre sua presen a f sica em meio ao objeto que est estudan do Estar entre os acampados representou uma experi ncia nica e insubstitu vel para a pesquisa na medida em que este contato auxiliou na compreens o das pr ticas e representa es dos sujeitos em meio luta pela terra embora no entendimento de Chauveau e T tart os histo riadores do tempo presente necessitam abstrair se ao m ximo das poss veis interfer ncias ideol gicas e das subjetividades analisando e procurando apreender de forma respons vel seu objeto al m de uma
254. do portador de transtornos mentais com a fam lia se situa em dois extremos ou a fam lia ignora o problema e trata como frescura vagabundagem ou os doentes mentais se apro veitam da condi o para obter aten o especial da fam lia Percebe uma sobrecarga da fam lia porque ela n o sabe como lidar tem falta de paci ncia e fica agressiva com a pessoa apontando que s vezes a fam lia adoece junto Muitos profissionais da equipe tamb m pautam sua pr pria sa de mental sentem que levam os problemas pra casa e t m necessidade de falar sobre seus dilemas Ao mesmo tempo os agentes comunit rios sentem se sobrecarregados em ouvir e conver sar sensibilizando se com as necessidades das pessoas sentindo por m que n o contam com a forma o necess ria para acolher as demandas de cuidado ao sofrimento ps quico das pessoas visitadas em suas pr prias casas Este processo conduziu reflex o junto equipe de estrat gias que envolvam uma efetiva abordagem da fam lia a partir de avalia o e interven o planejadas tentando compreender como esse grupo social adoece e vive seu adoecer Na medida em que se discutiu sobre a forte depend ncia das condi es mais gerais de vida em rela o aos cuida dos em sa de mental o que n o diferente em outros setores obser vou se que esta ansiedade se reduziu e foi poss vel a compreens o do sentido pessoal e dos significados das pr ticas que vinham sendo adotadas Aponta se qu
255. doen as em geral BIBLIOGRAFIA BASTIDE Roger As religi es africanas no Brasil 2 vol Editora da Universidade de S o Paulo S o Paulo 1971 BASTIDE Roger As religi es africanas no Brasil 1 vol Editora da Universidade de S o Paulo S o Paulo 1971 CAMARGO Candido Proc pio Ferreira de Kardecismo e Umbanda Uma interpreta o sociol gica Ed Pioneira S o Paulo 1961 COSTA Neusa Meirelles O misticismo na experi ncia religiosa do Can dombl In Religiosidade e Misticismo no Brasil Edi es Paulinas S o Paulo 1984 p 95 120 MOURA Clovis Hist ria do Negro Brasileiro Global Editora S o Paulo 1992 MOURA Clovis Brasil as ra zes do protesto negro S o Paulo global Editora 1983 NEVES M rcia Cristina Do Vodu a Macumba Tr ade 1991 S jr Mario Teixeira de A Inven o da alva na o umbandista Disser ta o de Mestrado Dourados 2004 SERRA Ordep No caminho da Aruanda A Umbanda Candanga revisitada Afro Asia centro de estudos Afro Orientais FFCH 2001 Copene 215 256 FONTES M e Am lia M e de santo da Federa o cruzada de Umbanda S o Cosme e S o Dami o M e Silvia M e de santo do Centro de Umbanda Nossa Senhora Aparecida Sebasti o Mariano Alves Presidente da Cruzada Federativa Esp rita do Estado de Mato Grosso do Sul Ata do XI Encontro do Interior do Estado de S o Paulo Agentes de Pastoral Negros 14 15 de outubro de 1989 And
256. dos entre 1999 e 2000 sob a orienta o de Joana A Fernandes Silva OS KAMBA Os Kamba ou Kamba Chiquitano autodenomina o do gru po figuram na rela o das sociedades ind genas que vivem hoje no Estado de Mato Grosso do Sul MANGOLIM 1993 embora existam pouqu ssimos estudos recentes que se refiram especificamente a eles JOS DA SILVA 2006 2005 Desqualificados regionalmente como ndios sem terra bolivianos campesinos ou ainda bugres o que chama a aten o que se discute muito at hoje se eles s o ind ge nas de fato Em 1980 a antrop loga Yara Maria Brum Penteado defendeu a disserta o de mestrado intitulada A condi o urbana estudo de dois casos de inser o do ndio na vida citadina na Universidade de Bras lia UnB sob a orienta o dos antrop logos J lio Cezar Melattie Roberto Cardoso de Oliveira No texto da disserta o a autora refere se al m dos Terena aos Kamba Chiquitano denominados Kamba ou Camba Entretanto a particular e complexa trajet ria hist rica dos primeiros Kamba que chegaram a Corumb e de seus atuais descendentes tanto do lado brasileiro quanto do lado boliviano ainda desconhecida e merece estudos de maior profundidade A pesquisa de Yara M B Penteado sobre os Kamba desenvol veu se no final da d cada de 1970 e a princ pio foi solicitada pela Funda o Nacional do ndio Funai resultado do Il Encontro da Pasto ral Indigenista de Ma
257. dro capi t o da Marinha etc Disseram que nos t nhamos uma radio emissora para a Alemanha um subterr neo que abrigava uma companhia inteira um esconderijo com metralhado ras etc que n s t nhamos tomado cerveja festejando o afundamento de navios brasileiros 1942 p 40 Ap s a entrada do Brasil na Guerra aumentaram as acusa es sobre Frei Pedro Segundo Knob foi publicado um artigo na revista Mensageiros de N Sra Menina tendo por autoria o Bispo de Maura com o t tulo Frades espi es em que eram acusados frei Pedro Holz Frei Antonino Schwenger e Frei Otaviano Hirt de serem espi es alem es Com a publica o deste artigo aumentou a vigi l ncia sobre Frei Pedro Em 1943 tiveram inicio outras acusa es e at amea as de morte tanto para os padres quanto para as Irm s Franciscanas Bernadinas que coordenavam o Col gio S o Francisco sendo Frei Pedro o mais amea ado No mesmo ano Frei Pedro foi acusado de ter exce dido no castigo a uma aluna do Col gio S o Francisco O castigo se deu por que um grupo de meninas falava e escrevia no quadro negro palavras obscenas As irm s corrigiram as meninas mas n o adiantou Ent o recorreram a Frei Pedro que castigou a lider do grupo com a autoriza o dos pais 35 A acusa o de ter excedido no castigo fez com que o Frei res pondesse a um processo criminal sendo condenado a pagar um con to de R is por excesso de castigo escolar CAMPESTRINI 20
258. e aborda esta quest o da seguinte maneira Se a hist ria no sentido de historia rerum gestarum nunca est definitivamente acabada se est subordinada a cons tantes reinterpreta es da resulta apenas ser ela um pro 266 cesso e n o uma imagem definitivamente acabada n o uma verdade absoluta Desde o momento em que se toma o conhe cimento hist rico como processo e supera o das verdades hist ricas como verdades aditivas cumulativas compre ende se o porqu da constante reinterpreta o da hist ria da variabilidade que longe de negar a objetividade da verda de hist rica pelo contr rio a confirma De acordo com Schaff o processo hist rico uma constate reinterpreta o aonde n o h uma verdade absoluta Essa posi o por m n o quer dizer que n o exista uma verdade pelo contr rio ela afirma a exist ncia de uma verdade em constante constru o e trans forma o Esse processo de reinterpreta o e reconstru o algo que o historiador tende a buscar pois s com essa constante que conse gue se chegar mais pr ximo de um ideal de perfei o A partir do momento em que se tem contato com as teses de nega o do Holocausto fica f cil distanciar o negacionismo do proces so citado por Schaff A quest o presente no discurso perpetuado pelos negadores do Holocausto n o de simples supera o de verdades hist ricas at porque superar n o implica negar muito pelo
259. e pesquisa espec fica ao analisar as fontes orais dialogando com outros tipos de fontes almejou se compreender as diversas rela es entre os sem terra no acampamento Madre Cristina bem como as pr ticas e representa es da m stica e suas rela es na luta pela terra NOTAS 1 Este artigo foi produzido em 2007 no transcorrer da discipl na de Teo rias Filos ficas da Hist ria ministrada pela Prof Dra Maria Celma Borges qual agrade o todo empenho e dedica o na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul campus Tr s Lagoas O trabalho tam b m faz parte da pesquisa de Inicia o Cientifica PIBIC CNPq no per o do de agosto de 2006 a julho de 2007 sob orienta o da Prof Dr Maria Celma Borges 338 2 Acad mico da 4 s rie do curso de Hist ria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus Tr s Lagoas Contato cabiceiras Ogmail com 3 Para melhor compreens o ver BOURDIEU Pierre A identidade e a repre senta o elementos para uma reflex o cr tica sobre a id ia de regi o In BOURDIEU Pierre O poder simb lico Lisboa Difel 1989 p 107 132 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ARIES Philippe DE CERTEAU Michel LE GOFF Jacques LADURIE Emmanuel Le Roy VEYNE Paul Mesa redonda A Hist ria uma paix o nova In LE GOFF Jacques et alii A Nova Hist ria Lisboa Edi es 70 1984 BLOCH Marc Apologia da hist ria ou O of cio do historiador Rio de Janeiro Jorge Zahar 200
260. e 1 a conversa utilizada como instrumento no cuidado saber ouvir dar uma aten o especial atender com calma e paci ncia e n o s algo cansativo e secund rio s orienta es quanto ao uso da medica o e coleta de informa es 2 importante colocar se no lugar da pessoa empatia para que seja poss vel compreender como ocorre o processo sa de doen a particular 3 a terapia medicamentosa isolada pode ser insuficiente ou at atrapalhar as estra t gia de cuidado pessoa em sofrimento ps quico e com isso realizam um esfor o para organizar atividades em grupo indicando a insufici ncia das consultas r pidas s para buscar rem dio em ambulat rios A equipe de Sa de da Fam lia passa a questionar sua pr pria forma o ao afirmar sobre a centralidade da rela o com a comunida de e neste sentido para se adquirir confian a necess rio tratar o 388 portador de transtorno mental como qualquer outra pessoa Verificam que as doen as possuem invariavelmente algum determinante psicossocial Um dos membros da equipe se manifesta a este respeito da seguinte maneira at quando tem bichinho porque a pessoa se tornou vulner vel pro bichinho crescer entendeu Eu acredito piamente nisso Boto minha m o meu corpo e minha alma no fogo Eu ia falar s a m o mas achei que era pouco Passam a identificar a necessida de de elabora o de projetos terap uticos cujo foco seja a fam li
261. e suas regras desvalorizando fun es que hierarquicamente est o abai xo dos grandes postos dentro de qualquer institui o O elemento de tra o da sociedade o trabalho mas de certa forma a sociedade ret m seu potencial transformador que seria uma rela o natural com os meios de produ o por parte da classe oper ria como outrora disse Marx a sociedade entra nessa rela o de trabalho como um elemento que a desnatura MARX apud FIGUEIRA 1997 Dessa maneira o trabalho n o pode ser exercido em modelos que subjuga o indiv duo a viver para apenas uma atividade sem que possa ter conhecimentos de v rias outras no decorrer de sua vida Em virtude desses acontecimentos explora o de m o de obra ca pacidade inferior de aquisi o de bens de consumo pela classe ope r ria e outras quest es que aqui n o foram levantadas restringem o ser social cada vez mais ao trabalho Questionando estes aspectos Antunes nos da que Sem o trabalho a vida cotidiana n o se reproduziria Mas por outro lado quando a vida humana se resume exclusivamente ao trabalho ela se converte num esfor o penoso aprisionan do os indiv duos e uniteralizando os Se por um lado neces sitamos do trabalho humano e de seu potencial emancipador devemos recusar o trabalho que explora aliena e infelicita o ser social ANTUNES 2004 No contexto tecnol gico em vigor a classe oper ria est per dendo espa o em meio s m quinas pois os servi os
262. e vida de luta e sonhos existente em toda busca pela terra para o trabalho e para a vida familiar Assim as representa es fundamen tam as pr ticas vividas no campo material e simb lico das lutas cam ponesas BORGES 2004 p 35 S mbolos estes que fazem com que os sujeitos construam socialmente seus valores desejos e mesmo conflitos Desta forma trabalhar com o campo das representa es para a compreens o das lutas e da vida destes sujeitos nos remete a buscar outros elementos que tamb m se fundem em sua formula o possibili tando o fazer se da pesquisa Elementos como a mem ria e o simbo lismo acabam por fazer parte do campo de compreens o da pesquisa E para este debate encontramos na sociologia de Bourdieu formas de compreender o campo simb lico seu poder e espa o de representa o Segundo o autor o poder simb lico poder subordinado uma forma transformada quer dizer irreconhec vel transfigurada e legitima da da outras formas de poder 1989 p 15 Segundo Bourdieu as ci ncias sociais est o sempre na busca de compreender os problemas de cada sujeito cada sociedade em um dado momento Problemas sociais leg timos p blicos ou n o e que por vezes s o necessidades que deveriam ser garantidas e dis cutidas pelo Estado Lutar pelo que seu por direito encarado como delinqu ncia ou subvers o S o por exemplo lutas contra a mis ria pobreza e a educa o em que su
263. e Bueno ser um ser humano isso Ter de aprender a conviver com seus v rios eus 2005 Eduardo Vasconcelos fala sobre o estrangeiro que exis te em n s segundo ele todos n s humanos somos marcados de alguma forma pela presen a viva e s vezes disruptiva deste estrangeiro dentro de n s como quando esperenciamos pesadelos ang stias ansie dade depress o euforia ou alguns dos diversos sintomas cor porais de origem psicol gica VANCONCELOS 2005 p 16 Como observa Bueno uma sociedade manicomial n o apenas aquela que ainda aceita ter em suas cidades as Institui es com muros paredes de concreto uma sociedade manicomial aquela que aceita o preconceito o racismo a discrimina o em suas mentes Uma sociedade manicomial n o aceita viver e conviver com as dife ren as que natural do ser humano ela ainda quer gerar pessoas em s rie como se fossem todos rob s na sociedade manicomial os muros n o est o apenas fora est dentro da mente e se mostra pelo comportamento BUENO 2005 O discurso da loucura que antes fora silenciado considerado sem sentido hoje est presente na constante luta antimanicomial como ressalta Foucault ela objeto de discursos ela mesma sustenta discursos so bre si mesma denunciada ela se defende reivindica para si mesmao estar mais pr xima da felicidade e da verdade que a raz o de estar mais pr xima da raz o que a pr pria raz o FOUCAULT 2002
264. e His t ria ou Literatura e Sociologia Antropologia Nesse ultimo caso h uma situa o interessante que gostaria de apresentar e debater nesse artigo as obras do soci logo Abdelmalek Sayad intitulada A Imigra o e a da escritora brasileira N lida Pi on A Rep blica dos So nhos Os dois trabalhos lidos em momentos e com objetivos distintos fornecem algumas indica es pertinentes compreens o da proble m tica ou do fen meno da imigra o no contexto dos s culos XX e XXI no Ocidente que gostaria de discutir A tentativa desse texto evidenciar tal como j afirmou Jorge Coli o papel premonit rio antecipador da Arte Literatura em especial que prop e prev e indica solu es encaminhamentos para problemas que a ci ncia muitas vezes demora para solucionar ou sequer encontra consenso quanto s categorias mais simples de an lise para o fen me no em quest o Essa constata o levou a apresentar aqui algumas similitudes do racioc nio dos dois intelectuais em quest o demonstran do a intui o refinada da escritora descendente de espanh is da Gal cia e a acurada pesquisa de Sayad baseada em extensa e apurada biblio grafia e em entrevistas criteriosas que o tornam atualmente refer ncia para a compreens o do tema imigra o no mundo inteiro 149 A Rep blica dos Sonhos romance de 1984 descreve da trajet ria de um casal de espanh is da Gal cia emigrados para o Brasil que aqui constroem uma ext
265. e MS p 5 9 CARVALHO Jos Murilo de Os Bestializados Rio de Janeiro a Republica que n o foi 3ed S o Paulo Companhia das letras 1987 p 18 19 GALETTI Lylia da Silva Guedes Nos Confins da Civiliza o Sert o Fron teira e Identidade nas Representa es sobre o Mato Grosso Tese de Doutorado SP USP 2 000 GRESSLER Lori Alice SWENSSON Lauro Joppert Aspectos hist ricos do povoamento e da coloniza o do Estado de Mato Grosso do Sul UFMS P 105 52 GUILLEN Isabel Cristina Martins O Imagin rio do Sert o Lutas e Resis t ncia ao Dom nio da Companhia Mate Laranjeira Mato Grosso 1890 1945 Disserta o de Mestrado UNICAMP 1991 p 72 98 HOBSBAWM Eric J A Era das Revolu es 1789 1848 Paz e Terra 8 ed Rio de Janeiro p 61 LENHARO Alcir Sacraliza o da Pol tica Campinas Papirus Editora da Unicamp 1986 p g 15 MACHADO Paulo Coelho Arlindo de Andrade Primeiro Juiz de Direito de Campo Grande Campo Grande Tribunal de Justi a 1988 p 47 MAGNOLI Dem trio O Corpo da P tria Imagina o geogr fica e pol tica externa no Brasil 1808 1912 S o Paulo Ed UNESP 1997 OLIVEIRA NETO Antonio Firmino de Ruas e Cal adas de Campo Grande MS Uma Contribui o ao Estudo dos Espa os P blicos Urbanos SP USP disserta o de mestrado 1997 p 18 OLIVEIRA Ben cia Couto de O Estado Novo e a nacionaliza o das fron teiras A ocupa o estrat gica do Sul de Ma
266. e alem es pois viviam isolados em comunidades casando se s entre eles e empregando e benefici ando se mutuamente de maneira excludente ao povo alem o o real necessitado Coloca se ent o o judeu ou juda smo internacional como um ser alien gena dentro de uma sociedade Dessa maneira consegui am praticar todas suas a es de domina o e manipula o mundial em que o mito do Holocausto seria uma dentre tantas outras O livro de Ellwanger apresenta se como considerado um dos mais completos livros revisionista do mundo ao lado de cl ssicos de autores como Robert Faurisson Paul Rassinier Ernst Z ndel David Irving entre outros Muitos destes inclusive s o distribu dos pela Edi tora Revis o Al m de Holocausto Judeu ou Alem o Ellwanger autor de outros livros com o mesmo teor negacionista como SOS para 265 Alemanha uma esp cie de continua o do primeiro livro A implos o da mentira do s culo e Acabou o G s o fim de um mito apresenta o do Relat rio Leuchter Essas e outras opini es expressas por Ellwanger provocaram rea es de indigna o em diversos setores da sociedade desde meios acad micos at setores civis e judiciais dentre eles organiza es ju daicas como a Federa o Israelita do Rio Grande do Sul e outras com o MJDH Movimento de Justi a e Direitos Humanos o Movimento Ne gro e o MOPAR Movimento Popular Anti Racismo que agre
267. e consci n cia considerado ideal para minimizar as barreiras que dificultam a co munh o com o sagrado ou seja um estado de ruptura com a realidade que promove um intenso estado emocional como tremores voz embargada choro e at o estado de total inconsci ncia Em muitos momentos o xtase acompanhado pela glossolalia um instrumento de profecias e revela es Para Ronaldo Almeida em termos rituais a glossolalia uma comunica o com o pr prio Deus em l nguas angelicais provocada pela possess o pelo Esp rito Santo em que o sentido das palavras perma nece um mist rio para os membros das igrejas Para que este momen 98 to lit rgico n o fique unilateral comum acontecer a interpreta o des se idioma estranho Ent o um membro faz a revela o dos ditos do sagrado e geralmente conferido ao possuidor dessa caracter stica grande prest gio na comunidade eclesi stica 2004 p 40 Essas caracter sticas est o presentes no movimento pentecostal tanto no trato com o ndio como o n o ndio Contudo Robim Wright aponta que o cristianismo n o tomado pelas culturas ind genas de maneira simplesmente an loga s estrutura preexistente da cosmologia tradicional mas muito mais como algo paralelo s rup turas hist ricas e dilemas estruturais no interior dessas cosmovis es 2004 p 13 Isso porque os ind genas tentam compreender a nova religi o fazendo conex es significativas com suas cren as e p
268. e cooperativas Elas funcionam em parques pra as centros culturais e centros da cidadania onde pode ser comercializados produtos fabricados pelos pr prios pacientes como terapias ocupacionais Atendimento psiqui trico e psicol gico em postos de sa de Muitos problemas dos pacientes podem ser resolvidos nos pr pri os postos de sa de localizados perto da regi o em que vivem Uma ou duas consultas evitariam em caso simples uma interna o que t o dispendiosa para a fam lia Lares abrigados casas terap uticas Pelo fato de se ter muitos pacientes que s o abandonados por seus familiares os lares abrigados e casas terap uticas s o uma necessidade 373 O MOVIMENTO DA LUTA ANTIMANICOMIAL Enquanto voc se esfor a pra ser um sujeito normal E fazer tudo igual Eu do meu lado aprendendo a ser louco Um maluco total na loucura real Controlando a minha maluquez Misturada com minha lucidez vou ficar Ficar com certeza Maluco Beleza E esse caminho que eu mesmo escolhi t o f cil seguir Por n o ter onde ir Controlando a minha maluquez Misturada com minha lucidez Vou ficar Ficar com certeza Maluco Beleza Raul Seixas Como j foi mencionado o MNLA Movimento da Luta antimanicomial tem apenas duas d cadas de sua forte organiza o Ele conta com profissionais de v rias reas das ci ncias humanas Anualmente realizado o Encontro da Luta Antimanicomial que no ano de 2005 foi na cidade de S o Paulo
269. e do imagin rio coletivo das pessoas no sul de Mato Grosso Apesar de todas as contradi es e conflitos so ciais que gerou tanto pelas novas formas de domina o exclus o quanto pela repress o que proporcionou o apito do trem trazia a re confortante sensa o para as pessoas por mais distantes que esti vessem de estarem ligado ao mundo de serem civilizadas de serem contempor nea Deste modo a conclus o e amplia o da estrada de ferro fo ram implementos significativos consolida o do projeto colonizador do Estado Novo em Mato Grosso uma vez que ela teve por objetivo desbravar a sua por o sul e abrir novas possibilidades de contatos e comunica es com outros Estados bem como com as rep blicas vizinhas e ainda proporcionar um maior controle da regi o Tais be nef cios propagados por Vargas vinculavam se a quest es de estrat gia pol tico econ micas bem como a de ocupa o e de nacionaliza o das fronteiras Dessa forma a NOB foi um dos meios que possi bilitaram entrela ar as fronteiras pol ticas s fronteiras econ micas s 42 De fato a constru o da Ferrovia Noroeste do Brasil pode ser destacada como fator decisivo da consolida o econ mica e demogr fica do sul de Mato Grosso Articulando essa regi o com S o Paulo a NOB impulsionou fortemente o fluxo migrat rio permitindo a implanta o de um importante p lo agro pecu rio e de industrializa o de seus derivados assim como
270. e pesquisadores e professores que enxergam ind genas como os Atikum por exemplo como menos ndios ou aculturados porque estes n o apresentam determinado grau de contrastividade em rela o aos n o ndios Antrop logos e historiadores precisam de novas palavras para explicar novas realidades ligadas aos fen menos que t m marcado a contemporaneidade tais como a resis t ncia de identidades tnicas Por isso ao inv s de se falar em lugares de mem ria como sugere Nora preferiu se falar em lugares do n o esquecimento Estes seriam os lugares ocupados hoje pelas popula es ind genas Atikum Kamba e Kinikinau Lugares n o apenas f sicos mas tamb m e principalmente lugares simb licos constru dos ao lon go dos tempos dentro e fora do atual Estado de Mato Grosso do Sul REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BARRETTO F H T Tapebas tapebanos e pernas de pau de Caucaia Cear da etnog nese como processo social e luta simb lica S rie Antro pol gica Bras lia n 165 1994 BASTOS R J de M Parecer DGPC n 043 79 sobre os relat rios da pes quisa Kamba Bras lia Funai 1979 3 f Mimeografado CABRAL P E Educa o escolar ind gena em Mato Grosso do Sul algu mas reflex es Campo Grande SED MS 2002 110 p CARDOSO DE OLIVEIRA R Do ndio ao bugre o processo de assimila o dos Ter na 2 ed Rio de Janeiro Francisco Alves 1976 149 p GR NEWALD R de A Re
271. e realiza o desta hist ria escrita no calor dos aconteci mentos como ressaltam Chauveau e T tard por meio da premissa de que o pesquisador necessita realizar uma an lise profunda de seu objeto de pesquisa e que a partir desta se fa a valer uma interessante discus s o com as teorias da hist ria e fontes que possam vir a ajudar a elucidar a pesquisa para n o deixar o trabalho vazio e sem fundamenta o O trabalho de Martins 2000 contribui para entendermos as mu dan as e rela es entre a sociedade o estado e os movimentos sociais presentes no cen rio brasileiro de ontem e hoje contribuindo para com preender v rias quest es como o significado do trabalho para a classe camponesa o sentido da liberdade em sua rela o com a terra de poder produzir ser dono de seu pr prio tempo e dos frutos semeados E mes mo que estas rela es de trabalho estejam dentro das rela es de mer cado predomina como se p de perceber nas falas dos sujeitos entrevis tados na pesquisa a vis o voltada para as necessidades familiares para sua vida e para os la os familiares e comunit rios A concep o apresen tada por Martins destaca ainda mais a profunda rela o do assentado com aterra a representa o da mesma para sua vida Assim o tema acima elucidado pode demonstrar uma possibilida de para a pesquisa pensar a representa o da luta para estes diferentes 342 sujeitos assentados e suas rela es com os agentes me
272. e ser dissociado das teorias semioling isticas O con ceito de representa o aparece n o s ligado a fun o semi tica mas diretamente vinculado aos temas da percep o da imagina o da simboliza o 2000 p 228 Neste aspecto as marcas de uma vida em busca da terra s o compreendidas na express o do simb lico no traduzir em palavras s mbolos e representa es constru dos durante a trajet ria de vida ou mesmo em seu presente social Para isto segundo as autoras O imagin rio social entra em cena e integra este campo de representa es em que tem sua exist ncia afirmada pelo s mbolo e sua express o garantida pela evoca o de uma imagem seja ela acio nada por palavras por figuras de linguagens ou por objetos p 229 Assim O s mbolo um signo implicado numa rela o de representa o e a representa o a imagem mental medida tornada poss vel pelo uso dos signos A rela o simb lica entre o signo e o que d a conhecer portanto uma rela o de representa o em que o signo toma o lugar da coisa repre sentada o que s pode se efetuar como recurso do imagin rio CAPELATO E DUTRA 2000 p 228 Partindo desta observa o podemos compreender as variadas formas como estes s mbolos est o emaranhados na vida dos assenta dos A mudan a dos nomes de lote 01 lote 14 para S tio Santa In s Ch cara Pedacinho do C u por exemplo nos remete a
273. e seu car ter neovanguardista do papel atribu do pelos intelec tuais org nicos dentro dessas experi ncias Nesse sentido uma pes quisa que pretende compreender os meandros da produ o da mem ria dos movimentos populares n o dever abandonar as linhas te ri cas concernente ao objeto tal como a Hist ria Social e Pol tica mas necessita ainda trazer para dentro dessas esferas de an lise discus s es antes limitadas Hist ria Cultural ao campo da mem ria e dos arquivos Nesse vi s novas perguntas podem ser feitas a estas experi n cias Entre elas 1 Em que medida e condi es os acervos e centros de docu menta o s o instrumentos de lutas de articula o ou de rearticula o dos movimentos populares nos dois momentos destacados emerg n cia p s 64 e novas experi ncias da ltima d cada 2 Quais s o os pap is e as percep es dos diferentes sujeitos que comp em os movimentos populares diante das a es e das refle x es sobre as pr ticas de mem ria desses grupos desde a sua produ o passando pela sua organiza o acomoda o e utiliza o 3 Como a mem ria dos movimentos populares disputam com as mem rias ditas oficiais na constru o do saber hist rico tanto regi onal quanto nacional levando em conta que em geral essa mem ria oficial omite as contradi es estruturais e a exist ncia das lutas ao impor as suas vers es da hist ria para as popula es no campo educa cion
274. e tinha se tornado o rock n roll que com seus solos quase que infinitos n o agradavam uma boa parte do publi co como o pr prio Bivar O problema era que sem o expansor de consci ncia o pro duto qu mico LSD essa m sica era chat rrima A paci ncia chegava ao seu limite A pr xima coisa teria que ter exatamen te o oposto dessa abund ncia oca A pr xima coisa teria que ser o retorno ao b sico A pr xima coisa teria que ser o punk E foi apud Neto 2001 p 52 Este novo g nero visava uma volta ao rock dos anos 50 como complementa Bastos Desta forma uma outra vers o mais antiga considera o surgimento do movimento punk no ano de 1965 nos Estados Unidos da Am rica onde mais precisamente em Nova lorque surgem as bandas Velvet Underground e The Stoogs que juntamente com outras de menor repercuss o dariam inicio a um pequeno movimento underground de bandas de rock influ enciadas pelo existencialismo e pela corrente art stica conhe cida como minimal a qual propunha aos artistas das varias especialidades trabalhar o m nimo a sua arte numa tentativa da mesma 2004 p 296 Mas no entanto o Punk Rock s difundido pela m dia e se torna um fen meno mundial a partir do final da d cada de 1970 na Inglaterra quando incorporam a ideologia anarquista o que difunde a id ia do Fa a Voc Mesmo onde as pessoas passam a criar seu estilo suas m sicas e passam a difundir um ideal libert rio
275. eber na fala do Sr Santos Mo a no caso eu chegamos agora no assentamento ainda n o tenho nada para oferecer essa terra ainda n o est produzindo mas a pr xima vez que a senhora vier aqui vai levar muita coisa Vamos fazer assim para n o ficar feio des ta vez a senhora leva uma galinha mas da pr xima vez a senhora vai levar muita coisa 324 Em contrapartida o medo da vida da cidade aparece na maioria das vezes relacionado com o medo de passar fome porque o campo o lugar que s passa fome se for vagabundo Acostumados a plantar para comer seu estranhamento com a cidade o estranhamento do pobre ou melhor da boca do pobre aquela que precisa comer todos os dias da que n o vou dormir mais pensando se amanh vai estar cho vendo e se vai ter dia de servi o para trabalhar e poder comprar comida para dentro de casa Gra as a Deus estou contente perto do que j passei traba lhando de b ia fria safa de madrugada deixando meus filhos sozinhos e chegava a noite Hoje trabalho por conta pr pria trabalho contente n o vou dormir mais pensando se amanh vai estar chovendo e se vai ter dia de servi o para trabalhar e poder comprar comida para dentro de casa Agora tenho minha casinha para morar n o moro no que dos outros tenho cr dito o que o mais importante depois da sa de da gente Agente n o enricou mas a gente tem como sobreviver n o vou dizer que f cil que
276. ecess rio dis cutirmos outra distin o presente na fala dos assentados o uso do termo cria o no lugar de pecu ria A presen a do gado nos assentamentos e em muitos casos a diminui o da lavoura comercial algo crescente e irrevers vel apesar de entendermos que essa estrat gia se inscreve na l gica da busca de equil brio da unidade de produ o camponesa agindo muitas vezes como mecanismo de defesa reserva vale a pena aprofundarmos a compreen s o acerca dos diferentes significados que essa atividade econ mica possui de acordo com os agentes neste caso assentados e t cnicos do Estado Assim por parte dos assentados entrevistados constante o uso do termo cria o para se referir aquisi o de gado leiteiro situa o inversa quando a quest o o preenchimento do PDA pelos t cnicos porque utiliza se pecu ria leiteira Para compreens o dessas diferencia es necess rio lembrar que nos ltimos anos tem aumentado o dis curso em torno da necessidade de uma racionalidade econ mica aplica da produ o familiar muitas vezes escondida no slogan da viabiliza o da Reforma Agr ria em que a pecu ria tem aparecido como a possibi lidade de aumento da renda familiar por parte dos assentados logo o termo tem sido empregado como possibilidade de acumula o Mas n o este necessariamente o conte do que orienta os assentados quando fazem op o pelo financiamento para aquisi o de va
277. edicando portanto suas mandin gas feiti os extin o do sofrimento alheio Por m existem Preto Velhos quimbandeiros que praticam na maioria das vezes a magia 398 negra A Umbanda est sempre em oposi o ao chamado baixo espiri tismo da Macumba e da Quimbanda Entretanto ela aceita a teoria do continuum kardecista pela qual os esp ritos para evoluir devem prati car a caridade e cumprir as obriga es atrav s dos m diuns Exu deve ent o receber os sacrif cios votivos que devem ser pro piciados sempre que algum orix recebe oferenda pois o sacrif cio o nico mecanismo atrav s do qual os humanos se dirigem aos orix s e o sacrif cio significa a reafirma o dos la os de lealdade solidariedade e retribui o entre os habitantes do Aie os habitantes do Orum Sem pre que um orix interpelado Exu tamb m o pois a interpela o de todos se faz atrav s dele preciso que ele receba oferenda sem a qual a comunica o n o se realiza Por isso costume dizer que Exu n o trabalha sem pagamento o que acabou por imputar lhe quando o ideal crist o do trabalho desinteressado da caridade se interp s entre os santos cat licos e os orix s a imagem de mercen rio interesseiro e venal Partindo disso que se pode obter uma maior compreens o quanto ao cruzamento muitas vezes da Umbanda com outra religi o na realidade tr s lagoense em sua maioria com a Quimbanda OS CENTROS TR S LAGOENSES
278. eflete as pr ticas espaciais que segundo Corr a 1995 s o um conjunto de a es espa cialmente localizadas que impactam diretamente sobre o espa o alte rando o no todo ou em parte preservando o em suas formas e intera es espaciais Desta forma as pr ticas espaciais resultam de um lado da consci ncia que o homem tem da diferencia o espacial de outro lado resultam dos diversos projetos tamb m derivados de cada tipo da so ciedade que s o engendrados para viabilizar a exist ncia e a reprodu o de uma atividade ou empresa 410 As pr ticas espaciais s o a es que contribuem para garantir os diversos projetos S o meios objetivos que objetivam a gest o do territ rio isto a administra o e o controle da organiza o espacial em sua exist ncia e reprodu o Atrav s desta forma de pensar o espa o concordamos com Corr a 1997 quando ele diz que o espa o urbano fragmentado articulado reflexo e condicionante social tamb m o lugar onde os diferentes grupos sociais vivem e se reproduzem Envolvendo de um lado o cotidi ano e o futuro e de outro cren as valores mitos utopias e conflitos gerados no bojo da sociedade Outros momentos s o considerados como compreens o do es pa o urbano tal qual a natureza simb lica do espa o urbano como palco de lutas sociais que ocorrem nos cen rios das cidades AS FRONTEIRAS DO CRIME Tendo em vista toda nossa argumenta o te rica entendemos que o
279. egado do conhecimento humano e passa a viver sua vida restrita s possibilidades do cotidiano medida que a grande maioria dos homens s se objetiva com base na esfera da vida cotidiana cuja caracter stica fundamental a atitude espont nea naturalizante que reduz tudo a uma consci ncia emp rica distanciada do desenvolvimento da ci ncia e da arte ou seja restrita apenas ao aspecto pr tico utilit rio tendo como refer ncia para suas decis es apenas a pr pria vida que permeada pelo senso co mum por cren as e mitos sendo assim a tend ncia que se constata com isso a da n o distin o por parte destes homens das diferentes esferas da atividade humana o que os impedem de ir al m de uma compreens o superficial do mundo que os rodeia pois todas as esfe ras que comp e este mundo s o explicadas a partir do senso comum impedindo assim o surgimento de uma consci ncia critica capaz de romper com a aliena o MELLO 2000 Isso corre como um reflexo do processo de trabalho que unilateraliza a atividade humana e com ela a consci ncia tamb m se unilateraliza E esta perda de si faz com que homem perca sua individualidade sua capacidade de supera o cons ciente da generalidade O que nos leva ao fato de que a obviedade gerada pelo senso comum essencial para a vida cotidiana pois sem ela o cotidiano n o existira Todavia quando ela adentra nas atividades que transcendem a esfera do cotidiano que exigem para
280. eiculo de informa o Trata se de um jogo entre perguntas e respostas diretas que se constitui num efeito de manual acerca do PCC Em segundo lugar marcas ling sticas determinam as identidades poss veis do PCC desde a sua funda o por meio de um grupo de presos passando pela sua dissemina o para outros pres dios e por extens o para fora deles abrangendo criminosos presos e libertos bem como para a 164 sua afirma o enquanto empreendimento de financiamento em que associados ou bandidos pagam mensalidade organiza o Nesse caso a homogeneiza o sem ntica em torno do PCC se deve coloca o do locutor da mat ria que por sua vez fala do lugar da puni o e da corre o que possui em seu aparato informa es obtidas por meio do exame FOUCAULT 2005b p 157 uma pr tica discursiva que re ne saberes a fim de classificar o sujeito encarcerado por meio da vigil ncia do controle o que vem resultar uma esp cie de boletim sobre o indiv duo Por outro lado cooperativa do crime associados mensalida des que variam de 50 a 500 reais tamb m produzem seus efeitos de sentido na materialidade do recorte A imagem que se sobressai com essas enuncia es a de que o PCC possui uma identidade transgressora como vimos anteriormente e ao mesmo tempo uma iden tidade empresarial A nfase do quadro est na desenvoltura financeira do grupo pois dinheiro poder de
281. elacionadas ao c lculo Com o crescimento dos computadores para c lculos cient ficos n o demorou muito para surgir os computadores de uso pessoal De acordo com Pierre L vy os precursores deste novo tipo de instrumento para uso pessoal foram os americanos Na metade da d cada de setenta uma pitoresca comunida de de jovens californianos margem do sistema inventou o computador pessoal Os membros mais ativos deste grupo tinham o projeto mais ou menos definido de instituir novas bases para a inform tica e ao mesmo tempo revolucionar a sociedade De uma certa forma este objetivo foi atingido L VY 2004 p 43 Com esta afirma o podemos fazer a seguinte pergunta Por que os Estados Unidos foram os precursores tanto do computador ci ent fico como tamb m do computador pessoal Para que esta pergunta seja respondida devemos analisar em que contexto os norte america 248 nos estavam vivenciando O surgimento do grande computador fazedor de c lculos ocorreu devido necessidade de encontrar um mecanismo capaz de traduzir os c digos dos inimigos na Segunda Guerra Mundial como tamb m de transmitir dados o mais r pido poss vel da base que comandava seus soldados at os campos de batalha J o computador pessoal foi desenvolvido em uma rea riqu ssima em tecnologia conhe cida como Vale do Sil cio No Vale do Sil cio por volta dos anos setenta poucos lugares do mundo detinham uma abund ncia em rela o a vari e
282. elhos de puni o optamos por aquela outra a fim de lidar com uma identidade que tamb m resiste por isso subverte as determina es da lei criadas pelo pr prio homem Por tanto n o limitamos seu alcance dentro de uma pol tica emancipat ria mas privilegiamos o modo como se comporta diante de press es sociais mostrando sua voz e para que veio em defesa de sua pol tica vida nos termos de Giddens 2002 2 Professor licenciado em Letras e mestrando pela UFMS campus de Tr s Lagoas MS e bolsista com o apoio da CAPES Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior jeffoucault dOyahoo com br 3 Professora Doutora que atua no ensino da gradua o e da p s gradua o da UFMS campus de Tr s Lagoas MS vguerrai Qterra com br Identidade sf 1 Qualidade de id ntico 2 Os caracteres pr prios e exclu sivos duma pessoa nome idade estado profiss o sexo etc FERREIRA 1993 p 291 5 Foucault nesse texto de Omnes et singulatim fala a partir de suas hip teses acerca do poder pag o e do poder crist o nas escrituras antigas Na cultura grega os deuses eram divindades que assim como na cultura crist n o se ausentavam sobre os homens Os deuses gregos possu am qualidades t picas dos mortais e o poder de Deus era equivalente ao do pastor que no cristianismo cuida do rebanho como um todo e se encarrega 168 de buscar qualquer ovelha em particular que tenha se desgarrado Assim
283. em ao encontro da teoria do trabalho como mercadoria de Paul Singer Esta consci ncia deformada da realidade em que o trabalho um fim em si mesmo poss vel devido ao mecanismo opressor que a ideologia pois por meio dela que se torna vi vel o produto do traba lho n o pertencer ao trabalhador e sim a outro homem distinto dele mais poderoso e independente A ideologia um mecanismo modera 187 dor da sociedade ela quem mant m a ordem vigente Segundo Marx ideologia o ocultamento da problem tica social o que de certa forma vem ao encontro segundo L wy do pensamento de Karl Mannhein que v a ideologia como legitima o da ordem Entretanto L nin ao se referir ideologia prega uma doutrina de classes em que h ideologia burguesa e prolet ria por crer que ne cess rio haver uma ideologia pr pria ao prolet rio o que contraria o pensamento de Marx que para quem s h uma ideologia a da classe dominante Temos aqui dois pensadores ambos materialistas mas com vis es diferentes enquanto Marx v a ideologia como uma forma de ocultamento L nin a v como maneira de se pensar Michael L wy entretanto concorda com a posi o de Marx e diz que o que L nin e outros pensadores definiram como ideologia na realidade uma vis o de mundo Marx e L nin influenciaram fortemente o conceito do que ideo logia em nossa sociedade pois emana deles os dois pontos de vista antagonicamente opo
284. en a In SILVA Tomaz Tadeu da org Identidade e diferen a a perspectiva dos Estudos Cultu rais Tradu o e organiza o de Tomaz Tadeu da Silva 6 ed Petr polis RJ Vozes 2006 p 73 102 170 A GUERRA QUE O PARAGUAI VENCEU UMA HIST RIA ALTERNATIVA DO MAIOR CONFLITO SUL AMERICANO Rodolfo Rorato Londero Imagine um Brasil de propor es territoriais bem menores onde pr ticas elitistas como a concentra o de riquezas e terras cederam lugar para uma verdadeira democracia econ mica pol tica e agr ria Imposs vel N o para Gerson Lodi Ribeiro que descreve em A tica da trai o 1993 um Brasil derrotado na Guerra do Paraguai 1864 1870 e paradoxalmente mais desenvolvido que o nosso Brasil Enquanto subg nero da fic o cient fica a ucronia ou hist rias alternativas vale se de mudan as dos fatos hist ricos para apresen tar um presente diferente do atual Certamente esse subg nero um espa o privilegiado para refletirmos sobre as po ticas do p s moder nismo principalmente aquela denominada por Linda Hutcheon como metafic o historiogr fica Portanto partindo da premissa p s mo dernista que considera a hist ria como um texto ou construto discursivo o objetivo deste artigo analisar A tica da trai o inclu sive seu modo cr tico de rediscutir o maior conflito militar sul america no Considerado um cl ssico moderno da fic o cient fica brasileira o con
285. encialista Na interpreta o te rica dos neoliberais foram os gastos salari ais e sociais que impediram os lucros das empresas e portanto a acumula o capitalista Assim sendo propuseram como forma alter nativa crise um Estado m nimo em sua obriga o econ mica mas que para Pablo Gentili In Silva amp Gentili 1996 tratar se ia concomitantemente de um Estado m ximo na pol tica o que tornaria a educa o um campo fecundo de manifesta o das teses neoliberais Receitaram por outro lado uma incans vel busca por parte dos gover nos da estabilidade monet ria atrav s da disciplina or ament ria e de reformas fiscais que reduzissem os impostos sobre os rendimentos mais altos e incentivassem a produ o Sob o ponto de vista do traba lho defenderam a n o interven o do Estado para corroborar com a chamada taxa natural de desemprego criadora do ex rcito de reserva importante aspecto para a preval ncia do capital sobre o trabalho Anderson op cit Nessa conjuntura n o se demorou a aceitar que uma certa dose de desemprego podia constituir um bom est mulo com petitivo s meritocr ticas economias na era da globaliza o Gentili In Frigotto op cit p 88 O neoliberalismo por sua vez contou com a reestrutura o pro dutiva como solo concreto para sua efetiva o como avalia Antunes 1999 p 58 grifo do autor A vig ncia do neoliberalismo ou de pol ticas sob sua influ n cia p
286. ensa fam lia de acordo com seus moldes patri arcais ancestrais A fam lia liderada por Madruga e Eul lia instaura se no pa s em algum momento da Rep blica Velha e sua hist ria transcor re at o fim da ditadura militar brasileira S o desenvolvidas muitas discuss es t picas do fen meno imigra o no texto Assim Madruga o Galego duro impass vel que n o pretendia voltar pobre a humilha o para uma Espanha que o estigmatizava por ser justamente um galego o imigrante que queria vencer fazer a Am rica e de fato a faz enriqueceu mas s custas de m todos pouco louv veis que n o agradavam sua esposa mas que lhe granjearam o t o sonhado respei to mesmo que ele n o possa influir politicamente nos destinos da Na o O que o consolava contudo o fato de que seus filhos seriam cidad os brasileiros e acalentariam os sonhos paternos poderiam ser cidad os por inteiro em um pa s que mantinha com eles rela es de amor e dio devido ao estatuto flu do de imigrante que os protegia e limitava concomitantemente Eul lia a esposa de Madruga por seu turno n o pretendia emi grar para a Am rica Preferia permanecer na Gal cia onde seu pai pos su a situa o econ mica remediada e prest gio reconhecido pela co munidade local Na verdade ela se rendeu ao pa s dos sonhos do jovem Madruga e emigrou para ceder a um homem ambicioso que desejava afrontar seu pai representante da nobreza dissidente que se punha a
287. ensar os acontecimentos e a pr pria Hist ria uma constante e extremamente salutar tanto para a hist ria enquan to mem ria quanto disciplina e instrumento de constru o de uma verdade hist rica Durante anos a historiografia teve como norma padr o a Hist ria dita Positivista ou rankeana uma hist ria pautada em grandes acon tecimentos feitos e l deres Da urg ncia e necessidade de se fazer a hist ria por outro meio e outras finalidades houve o surgimento da Es cola dos Annales conhecida tamb m como Nova Hist ria que propu nha o estudo da hist ria de baixo para cima em contraposi o pr ti ca Positivista que pautava seus estudos de cima para baixo A Nova Hist ria defendia a escrita de uma hist ria que tratasse da grande massa ao inv s dos lideres das mudan as ocorridas na vida das pessoas ao inv s das vit rias e derrotas dos grandes comandantes e seus ex rcitos de soldados sem nome Essas cr ticas a historiografia tradicional e a busca de uma mudan a por m s o anteriores ao pr prio surgimento dessa Nova Hist ria 260 De qualquer modo o que se viu foi uma verdadeira revolu o historiogr fica Com a ascens o dessa nova pr tica forma de se fazer Hist ria a disciplina perde seu car ter r gido e de certo modo frio Ap s essa abertura de campo e abordagens esse desenvolvimento foi e cont nuo Muitas outras gera es de historiadores dedicaram se a pensar e refor
288. ensorial a dimens o racional e a dimens o pat mica idem p 24 Sobre a dimens o sensorial Limbertini pontua que a constru o da imagem se d por meio das manifesta es dos sen tidos Trouxeram lhes venho numa ta a mal a puseram a boca n o gostaram nada nem quiseram mais par grafo 21 Temos outro exemplo das dimens es sensoriais no se guinte trecho Ambos traziam os bei os de baixo furados e metidos nele seus ossos brancos ali encaixado de tal sorte que n o os molesta nem os estorva no falar no comer ou no beber par grafo 17 Quando as dimens es racionais podem perceb las na an lise de Limbertini que aquela em que s o organizados e hierarquizados os valores Neste caso o contato entre culturas pertencentes a tempos hist ricos distintos sup e uma intitula o classificat ria entre civiliza dos e selvagens O capit o quando eles vieram estava sentado em uma cadei ra bem vestido com um colar de ouro mui grande no pesco o Entraram mas n o fizeram sinal de cortesia par grafo 19 Eles n o lavram nem criam Nem comem sen o inhame que aqui h muito desse semente e frutos que a terra e as rvores de si lan am par grafo 107 Em rela o a dimens o pat mica a autora se refere a senti mento com ambi o vergonha medo f No relato da carta a respeito da manifesta o dessas dimens es na identidade dos ndios enten
289. entalmente o passado hist ri co LE GOFF 1992 e entender seu atraso como fruto de um d bil aparato estatal local QUEIROZ 2008 p 20 montado em Mato Grosso pela coroa Esse passado hist rico envolveu a cidade de Lad rio num manto de esquecimento Ainda para Jacques Le Goff h duas hist rias a da mem ria e a dos historiadores A primeira deformada e anacr nica a segunda deve esclarecer e retificar os erros da mem ria Para retificar a mem ria preciso entend la como um jogo de poder que aceita ma nipula o consciente ou inconsciente portanto a hist ria n o deve us la para manipular fatos mas na sua explica o LE GOFF 1992 Ape sar do emudecimento da historiografia sobre o espa o urbano denomi nado Lad rio este simples Retiro de Pescadores passou condi o de Freguesia 1896 Sub Munic pio 1948 e munic pio 1953 Parte das transforma es verificadas nesta mancha urbana esta ligada funda o do Arsenal de Marinha de Lad rio em 1873 que atraiu para a regi o centenas de oper rios Os investimentos necess rios s instala es das obras civis atra ram tamb m comerciantes promoveu o arruamento e constru o de moradias transformando Lad rio em uma Florescent ssima povoa o Para dar conta da problem tica que elegemos como objeto e dar lhe historicidade procura se aproximar da verdade hist rica ten tando desmontar mitos forjados em torno dela O histori
290. entos construtores se reorganizam Ainda na an lise da Chau compreendemos que deste modo as ideologias e representa es que necessariamente acompanham e comp em o movimento hist rico da coloniza o alimentam se das re presenta es produzidas pelo mito exatamente por isso que sob novas roupagens o mito pode repetir se indefinidamente na constitui o do processo hist rico do Brasil atrav s deste prisma que buscaremos construir uma interpre ta o que nos leve a compreender a forma o ideol gica do povo brasi leiro enquanto pertencentes na o Brasil Buscaremos portanto na an lise do passado hist rico a interpreta o da condi o hist rico cul tural atual do pa s Para isso tomaremos como base te rica os ensinamentos da nova hist ria com o intuito de desenharmos um passado hist rico con tra p lo Daremos enfoque nessa perspectiva interpretativa aos recortes das mentalidades da hist ria social da nova hist ria cultural e da hist ria vista de baixo al m de buscarmos o di logo com outras ci ncias com a sociologia e a antropologia para delinearmos nossa pesquisa E em a partir da que buscaremos embasamento te rico para compreender o processo da constru o da hist ria do Brasil que mitifica 110 e do papel glorioso a um componente do processo os portugueses e apaga a participa o de outros os ndios e os negros Em outras palavras a dimens o individua
291. entro de Umbanda de S o Cosme e S o Dami o regido pela M e Am lia pode ser constatada a forte influ ncia Cat lica Os trabalhos sempre se iniciam com ora es conhecidas dentre o universo religioso cat lico Pai Nosso Credo e Ave Maria No local existem muitas ima gens de Santos cat licos alem de conter uma imagem de Padre C cero Neste centro a sua linha de trabalho consiste em um cruzamento entre Umbanda e Quimbanda Essa diferencia o entre uma linha e outra muitas vezes d se no campo das entidades Dona Am lia ao ser questionada quanto a essa diferencia o se manifesta afirmando que o seu centro n o per tence ao lado negro j que n o trabalha com sacrif cios de animais al m de n o permitir a realiza o de trabalhos a fim de prejudicar ou tras pessoas Em todas as visitas que foram realizadas sendo estas registradas ou n o pode se constatar uma certa avers o quanto aos cultos de Macumba e ou de Candombl o que j n o ocorreu ao se referir a cultos crist os A esse respeito em entrevista com o seu Se basti o este relata Pra voc v eu desenvolvi em templo de Candombl conhe o tudo de Candombl s que eu n o sigui porque ela tem coisas bem bem mais dif ceis pra quem num gosta muitas veiz de faz o que fazem no Candombl eu desenvolvi no Can dombl aprendi tudo no Candombl logo que eu sa do Can dombl a primeira coisa que eu fiz foi ir pra um terrero de Umbanda e vir
292. ependente do contexto social portanto n o pode haver uma reflex o da sexualidade sendo uma situada na anatomia e a outra situada em um determinado meio social Podemos perceber a recusa da autora pela classifica o biol gica a repulsa pela certeza de que a anatomia o destino Judith Butler 2003 ao discutir algumas quest es sobre g nero em sua obra Problemas de G nero faz algumas observa es a partir de Simone Beauvoir Ap s a reflex o de Butler podemos perceber que Beauvoir n o sustenta tal determinismo j destacado acima Ao escre ver que a gente n o nasce mulher mas se torna mulher BUTLER 2008 p 162 a autora a princ pio vem sugerir que a categoria das mu lheres um universo vari vel cujas caracter sticas s o absorvidas den 359 tro de uma din mica social e um campo cultural Ou seja Beauvoir vem colaborar sugerindo que os indiv duos n o nascem com um g nero todavia este sempre adquirido interpretado ou constru do no meio social A autora nos diz que os indiv duos nascem com um sexo pois n o h ser humano que n o seja sexuado e que o sexo imutavelmente um fato que n o poderia ser mudado contudo sabemos que com o avan o da medicina hoje sim o sexo no que diz respeito anatomia pode ser mudado Ao longo do tempo os sujeitos foram cercados por um conjunto de poderes que produziram efeitos de realidades para certas pr ticas fa zendo com que a coletividade considerasse
293. equese teve suas estrat gias e obje tivos para a evangeliza o dos ind genas o pentecostalismo tamb m possui caracter sticas especificas no tocante a proclama o da boa 94 nova partir desta constata o torna se necess rio alguns aponta mentos sobre a hist ria dessa corrente religiosa Pesquisadores da sociologia e da hist ria da religi o inserem o pentecostalismo na corrente do fundamentalismo religioso Para Ronaldo de Almeida o fundamentalismo um movimento religioso cujo princ pio motor de expans o converter as pessoas a um conjunto de id ias e comportamentos que as levar salva o 2004 p 33 Segundo o autor a maioria dos evang licos no Brasil est ligada doutrin ria e institucionalmente ao segmento fundamentalista que rea liza trabalhos mission rios extremamente ativos na evangeliza o da popula o tanto rural quanto urbana Outra forma de atua o mission ria nas sociedades em que existe pouca presen a do cristianismo evan g lico como nos grupos tnicos ind genas nessa dire o que essa pesquisa se concentra ou seja contribuir para o entendimento da ex pans o das miss es pentecostais entre os Terena de Brasil ndia O movimento protestante em quest o surgiu nos Estados Uni dos e entre seus objetivos encontrava se a incorpora o do reavivalismo infabilidade das escrituras e a realiza o eminente das profecias Ao estudar os pentecostais e os neopentec
294. ero de tra balhos acad micos a respeito de popula es ind genas que habitam o atual Mato Grosso do Sul Esse fato se deveu sobretudo expans o e implanta o de programas de p s gradua o nas universidades da regi o Centro Oeste Dessa forma estudos a respeito dos Guarani Kaiow e Nandeva Guat Kadiw u Ofai e Terena ganharam espa o acad mico gra as dinamiza o da rea de pesquisa em Hist ria Ind gena pois como afirma o historiador Jorge Eremites de Oliveira em Mato Grosso do Sul assim como em outros Estados brasileiros nunca os povos ind genas estiveram t o presentes no campo dos histo riadores quanto nos dias de hoje OLIVEIRA 2001 124 Apesar dis so ainda s o poucos os trabalhos que versam sobre os Atikum os Kinikinau e os Kamba ou mesmo que a eles fazem refer ncias OS EXCLU DOS DA HIST RIA IND GENA EM MS ATIKUM KAMBA E KINIKINAU OS ATIKUM Segundo o antrop logo Rodrigo de A Gr newald 1993 os Atikum fazem parte de um conjunto de grupos ind genas nordestinos que me nosprezados pela etnologia cl ssica por serem considerados menos importantes ou aculturados s come aram a ganhar visibilidade a partir da segunda metade dos anos 1980 Estes grupos eram vistos ainda como restos ou res duos de uma etnia ancestral recebendo por isso o r tulo de remanescentes ind genas Foi somente a partir do in cio da d cada de 1990 que os antrop logo
295. erra quanto dos argeli nos que as vissem indo ao cinema Era um esc ndalo poss vel que se possa rejeitar o quadro comparativo que aqui apresento como esp rio devido s grandes diferen as existentes entre os universos culturais galego e o argelino mu ulmano na Fran a Pos so ceder a algumas cr ticas argumentando que a situa o descrita por Sayad realmente mais complexa devido condi o de imigrante de seus depoentes e tamb m devido quest o colonial uma vez que a Fran a ocupou aquele pa s at 1962 verdade que as rela es s o muito mais tensas no entanto a fic o de Pi on aponta para a situa o de estranhamento e ambig idade que envolve o casal estrangeiro Ma druga Eul lia e que atinge tamb m a fam lia de B Ahmed visto que seus filhos vivem na condi o ins lita de imigrantes franceses embora tenham nascido na Fran a Quanto discuss o sobre identidade cultural interessante ve rificar que um problema pertinente aos dois universos B Anmed la menta o fato de seus tr s ltimos filhos n o seguirem as normas de casamento ancestral assim como Madruga n o admite que depois de sua morte ningu m ir coligir as hist rias de sua fam lia e perpetu las na mem ria Embora a identidade galega n o seja t o evidente no romance como o problema entre as comunidades emigradas na Fran a Ma druga se comprazia em marcar sua ancestralidade Parece me que os galegos funcionam co
296. ert es do inte rior do pa s e sua definitiva integra o espacial ao restante da na o Como mencionado na ret rica dos ide logos da Marcha para Oeste tornava se necess rio desarticular o latif ndio na regi o sul de Mato Grosso uma vez que este era tido como fator que emperrava o desenvolvimento da agricultura ao mesmo tempo em que impedia a extens o ao campo das conquistas sociais j alcan adas nas cida des Nessa medida a ocupa o deveria ser ancorada na pequena pro priedade e no corporativismo agr cola a exemplo do que ocorreria na Col nia Agr cola Nacional de Dourados CAND criada em 1943 para qual se dirigiram migrantes de in meras partes do pa s Com efeito atra dos pelos baixos pre os das terras pelo incre mento da agricultura e das atividades comerciais a ela vinculadas migrantes paulistas catarinenses nordestinos paranaenses e sobre tudo ga chos promoveriam uma lenta modifica o estrutural no es tado de Mato Grosso em geral e na regi o sul em particular Al m de contribu rem para a forma o do contingente populacional e de introdu zirem na regi o novos elementos culturais e sociais cosmovis es h bitos e costumes bem como novas rela es normas de conduta e de integra o com o meio esses novos agentes pressionaram reformula es na esfera pol tica que se refletiam na maior presen a do poder federal na regi o Tais medidas representavam simultaneamente a
297. es N o somente fazer falar esses imensos setores adormeci dos da documenta o e dar a voz a um sil ncio ou sua efetividade a um poss vel E transformar alguma coisa que possua seu estatuto e seu papel numa outra coisa que funci one de forma diferente CERTEAU 1979 p 32 Em rela o aos dados contidos nas fontes esses n o podem ser simplesmente aceitos eles t m que ser constru dos para que seu destino tenha um reemprego coerente indagando os e problematizando 237 os corretamente por isso a necessidade de se empregar t cnicas transformadoras para a constru o das fontes Um dos m todos usados o da pesquisa em arquivo principal mente para os jovens que est o dando in cio a uma pesquisa Este m todo auxilia o aluno na tomada de decis es e no entendimento do processo de constru o do saber hist rico A pesquisa em arquivo auxilia no conhecimento dos m todos de pesquisa e tamb m nas formas de se trabalhar com arquivos nos meios de se mexer com documento e por fim como entend los Em hist ria tudo come a com o gesto de selecionar reunir e dessa forma transformar em documentos determinados objetos distribu dos de ou tra forma Essa reparti o cultural o primeiro trabalho CERTEAU 1979 p 30 Ainda segundo Certeau 1979 o grande objetivo de um historiador trabalhar sobre um material as fontes para que ele acabe se transformando em hist ria Para um historiad
298. es reestrutura o produtiva e hegemonia In KATZ Claudio BRAGA Ruy COGGIOLA Osvaldo org Novas tecnologias cr tica da atual reestrutura o produtiva S o Paulo Xam 1995 CHESNAIS Fran ois A mundializa o do capital S o Paulo Xam 1996 Um programa de ruptura com o neoliberalismo In HELLER Agnes et al A crise dos paradigmas em ci ncias sociais e os desafios para o s culo XXI Rio de Janeiro Contraponto 1999 COGGIOLA Osvaldo Introdu o teoria econ mica marxista S o Paulo Jinkings 1998 FORRESTER Viviane O horror econ mico S o Paulo UNESP 1997 FRIGOTTO Gaud ncio Educa o e crise do capitalismo real S o Paulo Cortez 1996 GENTILI Pablo Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In SILVA Tomas Tadeu da GENTILI Pablo Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia Confedera o Nacional dos Trabalhadores em Educa o 1996 Educar para o desemprego a desintegra o da promessa integradora In FRIGOTTO Gaud ncio org Educa o e crise do trabalho perspectivas de final de s culo Petr polis Vozes 1998 222 GOUNET Thomas Fordismo e toyotismo na civiliza o do autom vel S o Paulo Boitempo Editorial 1999 HUNT E K SHERMAN Howard J Hist ria do Pensamento Econ mico 19 ed Petr polis Vozes 2000 KATZ Claudio BRAGA Ruy COGGIOLA Osvaldo org Novas tecnologias cr tica da atua
299. es Bressan Nela at agora n o pudemos saber que haja ouro nem prata coisa algu ma de metal ou de ferro As guas s o muito infindas E em tal maneira graciosa que queren do a aproveitar dar se nela tudo por bem das guas que tem Carta de Pero Vaz de Caminha INTRODU O Em fins da Idade M dia pa ses europeus buscando se sobres sair uns sob os outros frente ao novo sistema que vinha se consolidan do na Europa passam a procurar novos meios de comercializar com as ndias Com uma nova rota mar tima descoberta pela It lia Rota do Cabo a rota tradicionalmente utilizada pelos portugueses via Mar Vermelho passa a ter um concorrente realiza o do com rcio do qual abastecia a Europa com especiarias do continente asi tico Segundo o historiador Sanjay Subrahmanyam Apud DOR 2002 p 316 a abertura de uma nova rota para se alcan ar s ndias vista como um problema para os portugueses pelo fato de se acreditar que apenas uma das duas rotas deveria abastecer a Europa Contudo as duas rotas puderam existir paralelamente no decorrer do s culo 122 A partir deste momento diversos pa ses europeus passaram de um quase unicamente com rcio terrestre a aprimorar sua mesquinha navega o costeira e de cabotagem PRADO JR 1973 p 21 e parti ram de seus pa ses procurando novos caminhos para se chegar as ndias via Oceano Atl ntico Quando utilizamos a express o pa ses
300. es de car ter estrat gico e ideol gico Estrat gico porque desde o in cio da Re p blica as ferrovias enquanto empresas foram significativas no jogo pol tico fazendo parte de compromissos e alian as olig rquicas Por outro lado diante da polariza o ideol gica e do aumento da demanda de segmentos sociais urbanos divergentes as quais desembocaram nos movimentos tenentistas da d cada de 1920 e nos chamados movi mentos revolucion rios da d cada de 1930 tais empresas assumiriam car ter pol tico estrat gico vinculado id ia de Seguran a Nacional Explicitamente num pa s marcado pela grande diversidade social e que apesar das enormes dimens es geogr ficas ainda apresentava defici ncias de vias de comunica o as ferrovias assumiram o car ter estrat gico de levar a presen a f sica do Estado s regi es mais remo tas do interior Ideol gico na medida em que consolidada institucionalmente a partir da segunda metade do s culo XIX no bojo do movimento de id i as que fomentava a cren a de que a t cnica materializada nas m qui nas pudesse construir um novo mundo e defendida tamb m como uma das exig ncias primordiais frente Revolu o T cnica e Cient fica a ferrovia agora transmutada em monumento m vel era portadora de uma s lida dimens o cultural entranhada nas rela es sociais que cons truiu A respeito do efeito m gico da ferrovia no imagin rio popular durante o s culo
301. es efeminas Neste caso podemos destacar a proibi o de indiv duos passi vos nas rela es por m para existir um ativo precisa se de um passi vo Ou seja o que estava em jogo era a preserva o da masculinida de da domina o em todos os aspectos desde o ato sexual at as suas rela es cotidianas Mas os homens para afirmar sua masculi nidade precisavam subjugar outros indiv duos quer fosse um homem ou uma mulher Os pap is sexuais que se desenvolveram na Gr cia se asseme lham s atitudes desempenhadas pelos sujeitos na Roma Antiga Ap s o surgimento da Igreja Cat lica as rela es de afetividade entre os ho mens principalmente os efeminados foram rejeitadas David e Rodrigues nos oferecem uma s ntese de como se desenrolou a sexualidade mas culina ap s este per odo 364 A r gida defini o do masculino ganhou contornos mais n tidos no mundo mercantil e competitivo do s culo XVIII Nesse per odo quando tudo o que muitos jovens tinham a oferecer era a for a f sica a imagem de macho do homem heterossexual acabou definindo a cultura do homem normal o inverso foi o novo estere tipo de homem anormal Garotos sens veis e fr geis eram considerados homens pela metade pois faltava a eles a virilidade e a firmeza dos machos dominadores A partir da as transgress es ao modelo viril homem ativo mu lher passiva 1999 p 122 Ap s esta r pida an lise da sexualidade masculina por a
302. esa contra intrusos e consolidado o funcionamento da empresa pelos degredados o est gio col nia j estava virando sin nimo de lucro e trabalho escravo Primeiramente ao se escravizar os antigos donos da empresa os novos donos ao que tudo indica estavam sem nenhum tipo de problema quanto ao uso instant neo da terra visto que al m de se conseguir a empresa e m o de obra sem algum tipo de esfor o os lucros eram imediatos e consider veis Os Portugueses conseguiram aproveitar ou juntar o til ao agra d vel por diversas vezes a expuls o de degredados de Portugal para a ent o col nia foi uma sa da para se livrar deste tipo de gente da metr pole e assegurar seus interesses e a empresa sob seu dom nio Mais tarde com a agroind stria j sendo desenvolvida houve a neces sidade de importar negros escravos da frica assim caracterizando o tr fico negreiro visando aumentar o grau de lucratividade da empresa colonial Col nia da poca mercantilista seu objetivo m ximo era de dar lucros metr pole e nela propulsionar a acumula o de capital atrav s do exclusivo de com rcio e do trafico negrei ro constituindo se em retaguarda econ mica da metr pole e lhe garantindo a autonomia SOUZA 2004 p 88 Destacando a fun o e import ncia do degredado na empresa n o se pode esquecer de que al m desses indiv duos houve certo n mero de servos de Deus estabelecidos na col nia Em meados do s culo XV
303. escolas num mesmo pr dio uma estadual e gratuita e outra particular O conv nio inicialmente firmado com o Estado de Mato Grosso e posteriormente devido a divis o do Estado com o Mato Grosso do Sul foi mantido at 1987 quando a institui o educacional voltou a ser particular apenas com ced ncia de professores por parte do Estado de Mato Grosso do Sul Ent o os alunos pagavam uma taxa simb lica para ajudar na ma nuten o da escola At 1996 o governo continuou cedendo somente professores Depois de 1996 o Col gio passou a ser novamente estri tamente particular A partir da assinatura do conv nio gradativamente as classes do Col gio Salesiano de Santa Teresa foram se extinguindo sendo que o ltimo ano das duas escolas no mesmo pr dio foi em 1976 Isso signi fica dizer que o conv nio s foi cumprido plenamente a partir do ano de 1977 e ficou em vigor nos moldes como fora assinado inicialmente at 1987 Vale apontar que a partir de 1988 um outro conv nio foi assi nado e mantido at 1996 sendo que este novo per odo n o foi eleito como objeto nesse estudo Durante a vig ncia do conv nio ou seja a partir de 1972 o Estado de Mato Grosso pagava todas as despesas cabendo aos salesianos a ced ncia do pr dio com todo material que dispunha e a Miss o Salesiana receberia matr cula dos alunos da escola p blica Era uma esp cie de permuta o Estado cedia grande parte dos funcion rios e os professo res
304. eslavada mentira Seria portanto mais uma ex press o do profissionalismo e capacidade do juda smo em mentir distorcer a realidade e explorar a humanidade Um dos argumentos mais usados pelos negacionistas para pro var a exist ncia deste fen meno o livro de Norman G Finkelstein A ind stria do Holocausto Reflex es sobre a explora o do sofri mento dos judeus filho de judeus sobreviventes do Holocausto Nes 268 te Finkelstein apresenta o que seria esta ind stria e como ela seria uma das maiores fomentadoras do anti semitismo na atualidade S o posi es e opini es bastantes pol micas e controversas mas em momento algum o autor chega ao ponto de duvidar da exist ncia de c maras de g s e do aniquilamento de grande parte dos judeus euro peus Os negacionistas fazem uma releitura e adapta o desta obra deixando de lado as opini es do pr prio autor sobre o tema e tamb m acerca da nega o do Holocausto genoc dio este que os pais de Finkelstein escaparam por pouco A afirma o dos negacionistas basicamente a seguinte Oras se um Judeu est falando isto por que n s estar amos mentindo O que se v al m da alegada Ind stria do Holocausto uma tomada de diversos outros elementos e causas ao negacionismo As cr ticas s a es de governantes do Estado de Israel pas sam rapidamente oposi o veemente a exist ncia e o car ter do mesmo Assim sendo flui da ma
305. eso sinalizador e na velocidade das modas a necessidade de equacionar os desejos estimulados pelos crescentes apelos de consumo e as possibilidades de realiz los a necessidade de situar se frente enxurrada de infor ma es veiculadas pelos meios de comunica o a necessi dade de encontrar espa os de viv ncia num meio urbano modernizado mais ainda pobre e segregacionista adverso aos jovens com baixo poder aquisitivo com as dificulda des de articular perspectivas de futuro para sie para a soci edade Buscando lidar com estas quest es alguns grupos jovens v o construir um estilo pr prio com espa os espec fi cos de divers o e atua o elegendo e criando seus pr prios bens culturais sua m sica sua roupa buscando escapar da mediocridade do t dio da massifica o e da pr pria ind stria cultural Abramo apud Neto 2001 p 39 Sobre a exist ncia deste n cleo de jovem t o numeroso no mu nic pio pode ser explicado por dois motivos fundamentais Pela implan ta o da UNESP Universidade Estadual Paulista em 1976 onde a cidade em pouco tempo ganhou status de cidade universit ria E pelo fato de que desde a constru o do n cleo urbano de Ilha Solteira sem 290 pre ouve um grande n mero de jovens at por que os trabalhadores da CESP eram em sua maioria jovens Na poca da constru o da usina os habitantes de Ilha Solteira caracterizavam se como uma popula o jovem cuja a idade m dia dos r
306. estando um car ter de certo e indiscut vel de j acontecido e bvio aos fatos cotidianos MELLO 2000 p 50 Todavia a ci ncia a arte a filosofia a pol tica e o pr prio entendi mento do conceito de aliena o s o as objetiva es mais complexas da sociedade as objetiva es para si e n o participam do rol das necessi dades imediatas Para a sobreviv ncia humana para a constitui o des sas objetiva es n o cotidianas necess ria uma atitude volunt ria baseada na utiliza o intencional da consci ncia e do conhecimento Essa atitude representa a autoconsci ncia da humanidade contudo o que determina o car ter consciente ou alienado das obje es n o sua estrutura ou seu funcionamento mas seu motivo e a rela o que o ho mem estabelece com elas por isso n o se pode ver objetiva es n o cotidianas como sin nimo de objetiva es conscientes e as objetiva es cotidianas como sin nimo de objetiva es alienadas Sendo assim a vida cotidiana n o deve ser entendida como si n nimo de aliena o e tampouco suas caracter sticas s o um fator determinantes da aliena o Suas peculiaridades s o elementos 194 ontol gicos pr prios do cotidiano O problema surge quando as objetiva es cotidianas se concretizam de maneira absoluta sem dei xar ao sujeito uma margem de distanciamento que lhe permita a refle x o de sua situa o Quando isso acontece o homem se distancia do l
307. este texto pretendo esbo ar algumas das quest es relativas ao estudo dos movimentos populares dos anos 1970 e 1980 por meio de uma an lise do percurso historiogr fico sobre o objeto e tamb m formular novas perguntas a esse tema que por mais difundido que es teja no campo da Hist ria aponta faces ainda obscuras ao historiador com novas possibilidades de questionamento sobretudo no que tange a produ o da mem ria documental dessas experi ncias t o ricas e contradit rias que em seu bojo revelaram os homens e mulheres co muns como sujeitos da Hist ria Hoje as discuss es acad micas acerca dos chamados novos movimentos sociais n o s o mais uma lacuna na produ o cient fica das ci ncias humanas e sociais O conflito a disputa a contradi o os sucessos e fracassos as a es de homens e mulheres sujeitos comuns nas perspectivas da Hist ria Social Pol tica e Cultural abar rotam dossi s de renomadas revistas cient ficas desde que no p s 1964 os novos personagens entraram em cena Homens e mulheres antes calados pelo elitismo pol tico acad mico soltam o verbo e reve lam como resignificaram os conceitos de pol tica e a o social a partir das suas experi ncias de lutas por demandas as mais diversas poss veis 273 Nesse processo a historiografia da resist ncia p s 1964 ga nhou vultosa contribui o das Ci ncias Sociais sobretudo da Socio logia da Ci ncia Pol tica e da A
308. etivamente essa correla o t o intr nseca entre esses dois fen menos humanos Em que poca de nosso desenvolvimento hist rico deu se a jun o dessas id ias Para que sejam sanados esses questionamentos e colocada com precis o a quest o em voga devem se buscar na Sociologia al guns conceitos basilares para tal opera o Segundo Ehrlich 1986 p 27 o ponto de partida de qualquer an lise que busque desvendar os meandros das ci ncias sociais evidentemente o pr prio conceito de sociedade que corresponde ao conjunto das organiza es ou associa es humanas inter relacionadas podendo ser de tipos t o diversifica dos quanto o Estado Nacional o povo a comunidade entre outras in meras Entre os diversos tipos de agrupamentos humanos que visam a constituir uma sociedade por assim dizer devem ser estudados com destaque inicial e ser encarados como associa o origin ria aqueles advindos dos la os gen ticos quais sejam a parentela estirpe gens cl a fam lia e a pr pria comunidade dom stica Essa associabilidade dos homens torna se a arma pela sua sobreviv ncia Por advento dessa associa o humana e por sua finalidade eliminam se gradativamente num processo darwiniano os membros com maior instinto ego stico e solapador fortalecendo a exist ncia daqueles com capacidade de se associarem Oriundos das jun es entre agrupamentos origin rios advieram atribo e o povo formas secund rias de organ
309. europeus nos referimos pa ses melhor localizados geograficamente ou seja litor neos prop cios s pr ticas ultramarinas como Fran a Inglaterra Holanda e sobretudo Portugal e Espanha Devido ao nosso objeto de estudo estar focalizado em terras portuguesas trataremos da chegada e da forma o dos interesses e da atua o de Portugal frente ao maior terreno exportador de riquezas j descoberto a Am rica A RE DESCOBERTA DO BRASIL Partindo da concep o de que a hist ria n o est tica no tem po ela sempre muda tentaremos redescobrir o Brasil Contudo ele ainda com certeza ser redescoberto in meras vezes H tempos atr s em vista do peso da historiografia positivista acreditava se que o Brasil tinha sido descoberto no ano de 1500 por Pedro lvares Cabral E ago ra com uma Nova abordagem da hist ria o pa s deixou de ter sido descoberto e passou a ser povoado De achado passou a ser ocupado Acompanhando a linha de racioc nio de Souza 1986 os euro peus j tinham conhecimento das terras americanas bem antes de 1500 o que acaba assim excluindo a possibilidade do territ rio brasileiro ter sido descoberto em 22 de Abril 1500 Em tempos da Idade M dia fazia parte do imagin rio europeu a exist ncia de terras estranhas onde residiam monstros em forma de homens e ainda monstros que habitavam os mares Com esses temo res imbricados na cultura medieval europ ia em que se
310. eus servidores e ainda com o vantajoso neg cio de compra e venda de im veis Nicola Scaffa em pouco tempo tornou se um homem rico e poderoso Com a morte do pai assumiu definitivamente os neg cios da fam lia tornando se seu principal herdeiro 21 Apesar de ser dono de milhares de hectares sua atividade prin cipal era o com rcio e uma Casa Banc ria que funcionava anexa ao seu estabelecimento que recebeu o nome de Casa Banc ria Nicola Scaffa Essa Sec o Banc ria destinava se a emprestar dinheiro prin cipalmente aos funcion rios civis e militares do Arsenal de Marinha de Lad rio Empr stimos e hipotecas eram suas atividades principais Possuir uma sec o Banc ria dentro do pr prio estabelecimento co mercial era comum nas grandes Casas Comerciais e A LEALDADE n o constitu a exce o A Casa Comercial foi eleita como intermedi ria dos grandes bancos Ap s a Guerra com o Paraguai o com rcio na Regi o Platina se intensificou com a introdu o dos mecanismos do sistema capitalista Dentre esses mecanismos esta a concess o de cr dito o que lhe con feria status de representante banc rio Era comum a casa comercial possuir uma sec o banc ria A primeira ag ncia banc ria da regi o foi uma filial do Banco do Brasil fundada em Corumb em 1916 A Casa Comercial e a Sec o Banc ria conferiram ao Comerci ante dos Portos grande poder concentrado em suas m os o monop lio do com rcio direto c
311. evou o presidente a nomear em 1978 um t cnico o qual n o tinha experi ncia em cargos pol ticos e que na poca presidia o Depar tamento Nacional de Obras e Saneamento DNOS Esse governo caracterizou se por dar in cio a um processo de implanta o de um novo Estado da Federa o brasileira Entre algu mas leis sancionadas por essa breve gest o encontram se os Decre tos 1 2 e 3 os quais institufram respectivamente a bandeira o bras o de armas e o hino de Mato Grosso Sul Entretanto as press es pol ticas em torno de Harry Amorim considerado um alien gena pelas elites pol ticas estaduais deixaram no pouco mais de cinco meses no cargo sendo exonerado no dia 12 de junho de 1979 Promulgada a Constitui o Estadual no dia 13 de junho a As sembl ia Legislativa registrou em sua primeira ata a exonera o de Harry Amorim pelo Ministro Chefe do Gabinete Civil da Presid ncia da Rep blica Golbery do Couto e Silva Nessa ocasi o estando o Estado sem governador e na aus n cia do vice governador o ent o presidente do legislativo deputado esta dual Londres Machado ARENA assumiu interinamente o cargo de governador entre os dias 13 de junho de 1979 a 29 de junho do mesmo ano ap s a nomea o do ent o prefeito de Campo Grande Marcelo Miranda para ocupar a vaga GOVERNO MARCELO MIRANDA SOARES ARENA PDS 30 06 1979 29 10 1980 No per odo da interinidade do deputado Londres Machado frente a
312. fazer parte da guarda defesa pres dios lavouras pol cia obras p blicas mil cias e outros fins V rias eram as alternativas para a utiliza o da m o de obra desqualificada constitui o dos corpos que se aven turaram pelo sert o em entradas a guarda defesa e manu ten o dos pres dios o trabalho nas obras p blicas e na lavoura de subsist ncia a forma o de corpos de guarda e pol cia privada a composi o de corpos de mil cia e de ou tros recrutados esporadicamente para outros fins diversos a abertura e povoamento de novas reas as fronteiras SOUZA 2004 p 108 Dessa forma a estrutura da empresa estaria ao gosto dos portu gueses N o que eles pr prios se preocupariam com o seu bem estar na col nia e nem com a organiza o social dos trabalhadores mas com a produtividade e efici ncia da empresa fazendo a responder as suas expectativas 129 Atribu a o desinteresse por qualquer plantio ou obra mais permanente como pomares jardins estradas pontes a um sentimento um plano de imperman ncia no Brasil sempre sonhando com a volta Portugal MESGRAVIS 1998 p 42 A empresa desenvolve se da maneira que esperavam extra o instant nea para lucros imediatos e desenvolvimento da agricultura para lucros a m dio prazo lucros de todas as maneiras O investimento foi um sucesso A empresa dava lucros e prest gio social frente outros pa ses e outras pessoas por v rios anos Por m
313. gime de ndio e faccionalismo os Atikum da Serra do Um 1993 238 f Disserta o Mestrado em Antropologia Social Museu Nacional Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Rio de Janeiro 1998 90 JOS DA SILVA G A constru o f sica social e simb lica da Reserva Ind gena Kadiw u 1899 1984 mem ria identidade e hist ria 2004 144 f Disserta o Mestrado em Hist ria Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS Dourados 2004 Identidade etnicidade globaliza o e popula es ind ge nas em fronteiras a presen a Kamba em Corumb 1945 1987 Hist ria Revista Goi nia v 10 n 02 p 255 272 2006 jul dez 2005 Lugares do n o esquecimento as presen as Atikum Kamba e Kinikinau em Mato Grosso do Sul s culo XXI In ENCONTRO DE HIST RIA DE MATO GROSSO DO SUL 8 2006 Dourados Caderno de Resu mos Dourados UFGD 2006a Ressurgidos emergentes resistentes reflex es sobre as presen as ind genas Atikum Kamba e Kinikinau em Mato Grosso do Sul In SEMANA DE HIST RIA 2006 A QUEST O IND GENA PARA AL M DA HIST RIA DOS VENCIDOS 2006 Tr s Lagoas Caderno de Resumos Tr s Lagoas UFMS CPTL 2006b Terra seca vista os Atikum em Mato Grosso do Sul In SALOMON M SILVA J F ROCHA L M Orgs Processos de territorializa o entre a Hist ria e a Antropologia Goi nia UCG 2005 309 p p 55 80 SOUZA J L de O despertar d
314. gimento desses circuitos no final da d cada de 50 eles foram aprimo 247 rando se at chegar ao est gio de adapta o aos computa dores Os custo de produ o de um computador come avam a cair atingindo uma faixa de mercado que abrangia empre sas de m dio porte centros de pesquisa e universidades menores PANTOJA 2000 p 34 Da em diante a ind stria de computadores come ou a crescer de uma forma espantosa n o ficando apenas nos Estados Unidos e sim se espalhando pelo mundo todo No Brasil o primeiro computador chegou no final dos anos 50 como podemos notar no livro de Vera Dantas e S nia Aguiar Mem rias do computador Em 1957 chegava o primeiro computador ao Brasil O com prador o governo do Estado de S o Paulo era s orgulho a engenhoca um poderoso Univac 120 fazia 12 mil somas ou subtra es por minuto e calculava todo o consumo de gua da capital Para tanto utilizava cerca de 4 5 mil v lvulas num aparato que ocupava uma andar inteiro do pr dio onde foi instalado DANTAS e AGUIAR 2004 p 32 Com isso podemos notar que o surgimento dos computadores estava facilitando cada vez mais as tarefas do homem em rela o aos grandes c lculos que era preciso ser feito para determinar algo com grande precis o Mesmo sendo um computador r stico para n s que n o somos seus contempor neos em sua poca foi um grande avan o tecnol gico o que ajudou e muito para o desenvolvimento de tarefas r
315. gundo Marcuse ao encontro do pensa mento de Heidgger e sua teoria do Daisens que formada por dois elementos Da adv rbio de lugar a l por a e Seins ser Dasein portanto n o quer dizer simplesmente exist ncia quer dizer o ser que est presente que se v presente num determinado lugar no mun do o Dasein se sente localizado sem muita raz o num conjunto de coisas e rela es cujo sentido ltimo ele n o percebe Marcuse ao analisar o cotidiano de Heidegger come a a interrogar uma s rie de h bitos e costumes de nossa vida Mas n o se trata ainda de descobrirmos nossa rela o frente a eles e nossa justificativa para assim nos comportarmos Por que voc age assim voc se veste assim voc quer isso voc faz aquilo etc Porque todo mundo diz que bom porque a gente sempre fez assim porque desse modo que se faz e n o de um outro qual quer Nossas justificativas se ap iam sempre num sujeito indefinido o todo mundo o a gente o se H um anonima to que n o se deixa desvelar por tr s deste sujeito indefinido O que significa em nossos modos de a o cotidianos somos regidos por um se impessoal e a n s externo que exerce um controle autorit rio e definitivo sobre nossas vidas e cuja substancia n o conseguimos descobrir porque este n o id ntico a nenhum dos Daisens que comigo compartilham o mund
316. hist ria como uma sucess o de fatos conclusivos 177 A tica da trai o narra a fuga do cientista brasileiro Albuquerque para terras paraguaias ap s descobrir os interesses obscuros dos mili tares brasileiros pelo seu invento uma m quina imperfeita capaz de vislumbrar o passado Emblematicamente o conto inicia numa das fron teiras Brasil Paraguai que nessa hist ria alternativa o rio Paranapanema Esta fronteira f sica nos remete s fronteiras metaf ri cas pois o conto situa se entre a hist ria e a fic o entre o passado e o presente Logo nas primeiras p ginas Lodi Ribeiro acentua os estranhamentos que sua hist ria alternativa causa nos leitores A Esp rito Santo levava pouca carga em sua viagem para noro este Algumas dezenas de toneladas em sacas de caf paulista de alta qualidade bastante apreciado pelos cidad os da Rep blica Guarany Muito pouco em compara o aos cereais e ele trodom sticos de proced ncia paraguaya Isso para n o men cionar as micropastillas de sil cio de pen ltima gera o j libe radas pelo Despacho de la Ciencia e avidamente importadas pelas ind strias montadoras de supermicros instaladas em S o Paulo e no sul de Minas Gerais LODI RIBEIRO 2006 163 Entretanto mesmo desempenhando o papel de importador de tecnologia o Brasil de A tica da trai o a quinta maior economia do mundo Outro estranhamento mais curioso para os leitores mato grossenses
317. hum lucrativo nenhum assim n o tem lucro nenhum de l de dentro n os m dium n o paga nada Ta at precisando de arrum o terrero mais eu mesma se Deus quis co pagamentinho n v arrum informante oral Partindo desse principio pode ser constatado que em todos os centros visitados os seus dirigentes alegaram que o centro de Umbanda voltado caridade n o podendo assim receber donativos de seus frequentadores De acordo com seu Sebasti o por esse motivo seu centro cruzado com a Quimbanda Conforme o informante para efetu ar a manuten o em seu centro inclusive no que se refere ao aparato legal como o caso da licen a retirada na prefeitura Desta forma pratica se em dia diferente ao da Umbanda o ritual da Quimbanda Seu Sebasti o afirma que as pr prias entidades da Umbanda n o aceitam o recebimento pelos trabalhos realizados ou desfeitos Diferentemente da Quimbanda que ao efetuar seus trabalhos n o se importa e muitas vezes exige donativos em troca do cumprimento do mesmo No Centro de Umbanda Nossa Senhora Aparecida Dona Silvia tamb m assegura a id ia de caridade por m o que pode ser constata do que a realidade de seu centro se difere muito dos demais Este n o cruzado assim pratica se Umbanda pura de acordo com a infor mante Al m de ser o centro mais antigo da cidade sendo sua funda o datada em 1960 fundado pelo pai da informante nota se a sua diferencia o p
318. ia da quest o agr ria brasileira for vista exclusivamente pelo prisma da contradi o capital e trabalho apresenta se como negadora das potencialidades hist ricas sendo entendida n o pelas pr ticas sociais mas t o somente pelas determina es econ micas transformando os sujeitos basicamente em ap ndices quase desnecess rios para o capital Nesse sentido o cam po de possibilidades da hist ria encerra se em interpreta es e concei tos preconcebidos os quais determinam por onde e por quais vias a hist ria e os homens devem caminhar Busca se eliminar desse modo as pr ticas e representa es dos camponeses principalmente daqueles que compunham a classe 305 menos abastada ou em condi es miser veis no decurso da hist ria em favor de teorias explicativas a partir de modelos economicistas dissociados da an lise das evid ncias e pr ticas desses agentes pois semeados num terreno inf rtil a tais representa es Diante disso vemos ser preciso refletir como se expressam as lutas dos camponeses analisando as suas formas de resist ncia en tendidas como derivadas das rela es amb guas carregadas de enfrentamentos e de acomodamentos desenhados por entre as mar gens e os centros da hist ria brasileira ao fazer vir tona as mazelas sociais vivenciadas por esses sujeitos Schwartz ao pesquisar os escravos roceiros e rebeldes em fins do per odo colonial afirma que a escravid o foi a forma predominante
319. icou fa mosa na regi o Muitos Artistas populares da poca que difi cilmente se deslocavam para pequenas cidades do interior apresentaram se nos clubes da cidade Elis Regina Chico Buarque Gilberto Gil Tom Jobim Toquinho e Vinicius de Moraes s o alguns dos mais ilustres os shows ocorriam em m dia de dois em dois meses CESP 1988 p 33 No entanto o fato da realiza o dos festivais nacionais da dita M sica Popular Brasileira e nem a presen a de artistas de renome nacional desde a d cada de 1970 fazia jus ao titulo que o munic pio veio a adotar na d cada de 1990 Ilha Solteira a capital da cultura 291 Pois essas apresenta es que ocorriam na cidade nem de longe representavam os anseios de boa parte da juventude Que considera vam a m sica muito chata e que n o condiziam com a realidade deles e que constatava que Ilha Solteira na d cada de 1990 poderia at al mejar ser a capital da cultura mais estava distante de ser capital da diversidade cultural Diante da aus ncia de eventos que satisfizessem a aquela par te da juventude esta assimilou o principio Punk do Fa a Voc Mes mo Do It Yourself como uma boa sa da para este problema Come ando em primeiro momento a realizar shows de Punk Rock na cida de com bandas de fora e mais adiante passando a produzir sua m si ca e sua imprensa PUNK ROCK O Punk Rock surge nos EUA como uma contracultura forma comercial e capitalista em qu
320. ida de Almeida a reerereneaneererenaas 314 O historiador e o tempo presente considera es de pesquisa Fabiano C elhg aega raae A aa aE AE aaa LA despedi AIRE Rene ease 329 Representa es e a mem ria contribui es te ricas para o estudo da quest o agr ria Andrey Minin Mattin s sesssessesesssesernerirserrnnsrrserrnnerennerrnnrnnnerennerrnnennnerennene 340 PARTE VIII ENTRE O G NERO E A SAUDE MENTAL CONSIDERA ES DE PESQUISA Travestis profissionais do sexo sob a perspectiva do estudo de g nero Mariana Quadros Gimenez erreenerarenaaeaeaaaaananananenaaareanos 357 A reforma psiqui trica considera es sobre o movimento da luta antimanicomial V nia Aparecida de Jesus Queiroz rreereerrearaarrnaa 369 Hist ria e percurso da aten o sa de mental quest es psicossociais Marcelo Dalla Vecchia antera nanarasaeanananaraaanaa 379 PARTE IX DA RELIGIOSIDADE AS FRONTEIRAS DO CRIME E DA JUSTI A Ritos entidades praticantes A umbanda social Aline Alves Bertuci ititerreeaeeeerrerereeaaanaeaneeerrereeeeeaaaaeananeerereera 393 Os processos urbanos e as fronteiras do crime Ricardo Lopes Batista nr iirseernneseareaeoerenanenenaacannacanniranenta 405 Sociedade l ngua e direito fragmentos de teoria Daniel de Mello Massimino erre eaarersananaaareraaanaa 415 PARTE DO PASSADO AO PRESENTE HIST RIAS CULTURAS E MEM RIAS DO SUL DE MATO GROSSO AO MATO GRO
321. ida e apostilada deste e chegando at os atuais negadores do Holocausto Tanto Rassinier quanto outros negacionistas em um primeiro momento come am a relativizar o n mero de mortos nos campos de concentra o Nazista para ap s isto negar a exist ncia das c maras de g s e de qualquer programa sistem tico de assassinato de judeus e outros grupos indesej veis No que diz respeito nega o da exist ncia das c maras de g s o maior argumento usado pelos negacionistas o chamado Relat rio Leuchter Escrito por Fred A Leuchter Jr um suposto engenheiro norte americano especialista em C maras de G s tal relat rio afirma que n o haveria ind cios de gaseamento nos campos de concentra o no caso Auschwitz Birkenau e Majdanek A validade desse relat rio bastante question vel e suas alega es qu micas s o constantemente refutadas Com isto nega se a morte de milh es de judeus e caracteriza se portanto o que chamamos aqui de Negacionismo ou seja a nega o do Holocausto A chegada do negacionismo no Brasil data do ano de 1987 Em um per odo de crescente mobiliza o pelas elei es diretas e pelo fim da ditadura militar surge ent o o mais famoso livro negacionista brasi leiro Holocausto Judeu ou Alem o Nos bastidores da mentira do s culo de autoria de Siegfried Ellwanger brasileiro descendente de Alem es Para fugir da persegui o dos sionistas Eliwanger assina seus
322. idas O car ter coercitivo ainda segundo Alvarez transfigura se na imposi o da objetividade da linguagem sobre o indiv duo observada por 421 exemplo quando uma crian a educada num ambiente de classe m dia persuadida a seguir os padr es de um idioma sofrendo repres lias ao transgredir as normas propugnadas pela chamada linguagem culta Saussure apud MONTEIRO 2000 p 14 j definia no in cio do s culo XX a linguagem como sendo um fait sociale O reconhecimento da l ngua como fato social corrobora a rela o intr nseca existente entre l ngua e sociedade expressa na li o de Monteiro 2000 p 13 em sua obra anal tica do legado de Labov l ngua e sociedade s o duas realida des que se inter relacionam de tal modo que imposs vel conceber se a exist ncia de uma sem a outra Ainda na bela li o do ling ista dinamar qu s Louis Hjelmslev apud PIETROFORTE LOPES 2008 p 117 O desenvolvimento da linguagem est t o inextrincavelmente ligado ao da personalidade de cada indiv duo da terra natal da na o da humanidade da pr pria vida que poss vel indagar se se ela n o passa de um simples reflexo ou se ela n o tudo isso a pr pria fonte do desenvol vimento dessas coisas Da defini o da linguagem como fato social adv m que ela tam b m gera normas sociais de modo que h entre os indiv duos a exis t ncia de uma norma ling stica e a das normas jur dicas Crassa
323. ie que possui um hermafroditismo de alma FOUCAULT 2006 363 No entanto Foucault em sua obra analisa a sexualidade no mbito da sociedade burguesa que se desenvolve nos s culos XVIII XIX Todavia sabemos que na mesma propor o em que se desenvol veu a burguesia a classe detentora do capital desenvolve se o proletariado a classe dos oper rios E ao lado da emerg ncia destes dois universos havia outras classes como por exemplo o campon s Desta forma n o negamos outras din micas de sexualidade em ou tros grupos sociais Conforme David e Rodrigues 1999 para algumas sociedades antigas tomemos o exemplo de Esparta e Atenas a primeira encara va o homossexualismo entre os homens positivamente afirmando que a rela o afetiva entre os homens estava ligada bravura militar pois os guerreiros apaixonados lutariam com mais entusiasmo para defen der seus companheiros a segunda via na rela o homossexual entre um adulto e um adolescente um ritual de passagem intelectual ou de aprendizagem De acordo com os autores a exist ncia do homossexualismo nas sociedades gregas era encarado com estatuto de privil gio algumas vezes mais valorizado que o contato com mulhe res claro que de acordo com cada per odo e em certos mbitos soci ais Todavia existiam restri es para poder preservar a masculinidade do indiv duo um cidad o adulto n o poderia ser passivo com rela o a outros homens e nem praticar atitud
324. igi o materna Esta pesquisa faz parte do livro Transformando os deuses Igrejas evang licas pentecostais e neopentecostais entre os povos ind genas no Brasil Campinas Editora da UNICAMP 2004 vol II REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ALMEIDA Ronaldo de Tradu es do fundamentalismo evang lico In WRIGHT R org Transformando os deuses Igrejas evang licas pentecostais e neopentecostais entre os povos ind genas no Brasil Cam pinas Editora da UNICAMP 2004 vol II BOURDIEU Pierre O poder simb lico Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1998 FERNANDES Florestan A poca colonial antecedentes In hist ria geral da civiliza o brasileira 8 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1989 GEERTZ Clifford A interpreta o das culturas S o Paulo Cultura Ltda 1989 Nova luz sobre a Antropologia Rio de Janeiro Jorge Zahar 2001 MENDON A Antonio Gouv a Protestantes Pentecostais amp Ecum nicos O campo religioso e seus personagens S o Bernardo do Campo Editora da UMESP 1997 104 MONTEIRO John Manuel Negros da Terra ndios e bandeirantes nas ori gens de S o Paulo S o Paulo Companhia das Letras 1994 MOURA Noemia dos Santos Pereira amp ZORZATO Osvaldo O processo de apropria o do Protestantismo Norte Americano pelos Terena Atrav s da Uniedas In WRIGHT R org Transformando os deuses Igrejas evan g licas pentecostais e neopentecostais entre os povos
325. igo sistema colonial 1777 1808 5 ed S o Paulo HUCITEC 1989 pp 104 3 Ibid pp 104 4 Ibid pp 95 96 5 TRIGGER Bruce G Hist ria do pensamento arqueol gico S o Paulo Odysseus 2004 pp 144 146 143 8 DORATIOTO Francisco Fernando Monteoliva Maldita Guerra S o Paulo Companhia das Letras 2002 pp 85 96 Ibid pp 85 96 sIbid pp 87 93 BURTON Sir Richard Cartas dos campos de batalha do Paraguai Trad Jos L vio Dantas Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1997 pp 121 10 DORATIOTO 2002 pp 37 59 31 Ibid pp 59 TORAL Andr Amaral de A participa o de negros escravos na guerra do Paraguai S o Paulo Estudos Avan ados Vol 09 n 24 1995 Acesso em 20 05 2007 5 SALLES Ricardo Guerra do Paraguai escravid o e cidadania na forma o do ex rcito Rio de Janeiro Paz e Terra 1990 pp 39 44 64 Ibid pp 56 59 DORATIOTO Francisco Fernando Monteoliva O Conflito com o Paraguai A grande guerra do Brasil S o Paulo Editora tica S A 1996 pp 47 48 86TAUNAY Alfredo d Escragnolle A retirada da Laguna S o Paulo Editora Martin Claret 2003 pp 46 53 SALLES 1990 pp 59 63 10 8lbid pp 63 70 119 DORATIOTO 1996 pp 50 20 SALLES Ricardo Negros Guerreiros Revista Nossa Hist ria Ano 02 n 13 novembro de 2004 pp 29 SALLES 1990 pp 77 111 22 Ibid pp 127 136 2MENDES Fabio Faria Encargos privil gios e direitos o recrutament
326. il Um pouco mais tarde vir o nome do lugar e com esse nome se nomeia a primeira riqueza mercantil pau do brasil pau Brasil Foi achado o Brasil idem p 60 Percebemos portanto ao analisarmos Chau que a mentalidade de Caminha era empregada pela literatura medieval que narrava com plexas hist rias de viagens do per odo carol rgico Mas a final qual era a id ia que os exploradores do s culo XVI tinham a respeito do mundo Segundo Souza ela se desenvolva da seguinte forma Acreditava se na exist ncia do Equador dos tr picos e dos cinco zonas clim ticas tr s continentes tr s mares doze ventos Durante s culos o oceano ndico constitui se em horizonte mental corporificador do exotismo 1986 p 24 Nessa verdade po demos concluir que conhecido com Indico o Atl ntico passou a ocupar papel anal gico no imagin rio quatrocentrista Holanda quem nos mostra o deslocamento do mito do Para so Terrestre para o uni verso Atl ntico Ac mulo de lendas deslocando as no espa o redefinindo as o imagin rio europeu englobou tamb m o arquip la go das ilhas Brasil 1989 p 79 No relato da Terceira Viagem de Colombo em 1501 afirma haver localizado o Para so Terrestre descrevendo o tal como vislumbrado ao longe descri o ali s que repete as descri es imagin rias elabora das durante a Idade M dia nas quais o Para so est protegido por uma muralha de montanhas e rios bravios Cartas e di ri
327. ilhos tanto os nativos como os adotivos nos diver sos labores humanos elaborava por outro lado sutilmente um obje tivo impl cito o de edificar um quadro indentit rio que colocava os habi tantes do sul de Mato Grosso em particular os campo grandenses como elementos plenamente incorporados nacionalidade por m como brasileiros distintos 49 NOTAS 1 Mestrando em Hist ria UFGD e bolsista da FUNDECT 2 Orientador e professor titular do DHI CPAQ UFMS 3 MAGNOLI Dem trio O Corpo da P tria Imagina o geogr fica e pol tica externa no Brasil 1808 1912 S o Paulo Ed UNESP 1997 4 No limiar do ano de 1938 In VARGAS Get lio A Nova Pol tica do Brasil RJ Livraria Jos Olynpio Ed 1938 volume V p 124 SLENHARO Alcir Sacraliza o da Pol tica Campinas Papirus Editora da Unicamp 1986 p g 15 6 GUILLEN Isabel Cristina Martins O Imagin rio do Sert o Lutas e Resis t ncia ao Dom nio da Companhia Mate Laranjeira Mato Grosso 1890 1945 Disserta o de Mestrado UNICAMP 1991 p 72 98 7 LENHARO Alcir Sacraliza o da Pol tica Campinas Papirus Editora da Unicamp 1986 p g 53 8LENHARO Alcir Sacraliza o da Pol tica Campinas Papirus Editora da Unicamp 1986 p g 19 53 CARVALHO Jos Murilo de Os Bestializados Rio de Janeiro a Republica que n o foi 3ed S o Paulo Companhia das letras 1987 p 18 19 10 BENEVIDES Cezar e LEONZO Nanci Idem ibidem p g 5
328. ilitam melhor compreens o do objeto de estudo As possibilidades de investiga o cient fica s o grandes e precisa mos estar alerta s obscuridades seguindo os rastros empoeirados dos velhos e esquecidos pap is sem deixar contudo de observar as poss veis armadilhas que as intemp ries e o uso incorreto dos regis tros oficiais possam armar para a recupera o da hist ria 63 CHERVEL 1990 sustenta a id ia de que a an lise de docu mentos espec ficos da escola pode ajudar a escrever uma hist ria ainda n o escrita Desta forma a utiliza o de procedimentos que partem do particular pode colaborar para a compreens o de uma rea lidade mais complexa e para an lises mais amplas A tarefa a que propomos realizar a de problematizar esse processo de constru o das festas escolares e da organiza o das manifesta es c vicas nas institui es escolares em Mato Grosso do Sul Neste contexto poss vel analisar os conflitos que permeiam a sociedade em determi nados momentos hist ricos e a partir dessa an lise aprofundar a pesquisa Foi poss vel identificar no calend rio oficial da escola muitos eventos e comemora es que o Col gio organizava ou participava Os desfiles c vicos militares em especial o de 7 sete de setembro Independ ncia do Brasil e 21 vinte e um de setembro Anivers rio de Corumb No calend rio oficial da cidade e do Col gio o 7 de setembro era o desfile mais significativo e
329. im 2008 p 108 convalida a mutabilidade do consciente coletivo ao dizer que No mesmo meio cada indiv duo conforme seu temperamento adapta se sua maneira a que prefere a qualquer outra Ou seja os indiv duos mesmo sendo levados pela id ia da exterioridade do fato social a agir conforme o entendimento da maioria podem adaptar se s situa es de modo a melhor atender a seus interesses Assim quando v rios membros da sociedade alteram sua con cep o do consciente coletivo numa mesma dire o oposta a esse tem se a transfigura o desse consciente voltada adequa o das rela es inter subjetivas Se como nas palavras de lhering 2008 p 32 tudo o que existe deve ceder ao novo pois tudo o que nasce um dia perecer assim o com os fatos sociais com o consciente coletivo e com o pr prio Direito O desenvolvimento em paralelo do bin mio Direito e Sociedade durante a evolu o do homem mostra a impossibilidade de se conceber um afastado do outro O Direito a pr pria express o da sociedade Essa se reflete limpidamente nas normas do ordenamento jur dico positivo por serem estas nada mais do que a exterioriza o da consci ncia coletiva e a qualquer mudan a nos rumos do pensamento social transformam se tamb m as leis num movimento coordenado e harm nico IHERING 2009 Pode se inferir por meio das afirma es de Ehrlich 1986 que o ser hu mano sofre uma compuls o natural de se agrupa
330. imento do tipo moderno esta rela o se concretiza ao contr rio J n o o historiador ou o jornalista que direciona ao acontecimento hist rico Em se tratando da hist ria do tempo presen te Nora declara que o acontecimento quem faz o historiador 1984 p 48 Vale lembrar que o acontecimento pelo acontecimento n o sig nifica nada para o historiador no sentido de que imprescind vel historiciz lo 334 Problematizando a respeito de que tudo acontecimento Nora enf tico ao dizer que n o nesta perspectiva que pensa e que os historiadores devem se interessar por muitas outras coisas Seu pensamento gira em torno do fato de que no prisma da hist ria do tempo presente o acontecimento sem d vida algo privilegia do podendo ser uma via de acesso real a este tipo de hist ria Contudo o autor suscita que a explica o do tempo presente n o pode estar desenraizada do passado Observa ainda que o acon tecimento essa novidade inintelig vel deve ser clarificado pelo his toriador que lhe tem de fornecer uma explica o provis ria e plau s vel e esta explica o s pode enraizar se no passado 1984 p 48 Torna se significativo enfatizar quando Nora assinala que ape sar de muitos indiv duos atribu rem ao historiador uma posi o de poder fornecer os segredos de nosso tempo preciso ter consci ncia de que ele incapaz de fazer tal feito At algumas d cadas atr s muitos historiad
331. indicados ou concursados eram remunerados pelo Estado Assim a escolha dos anos de 1972 a 1987 deve se ao fato de que no final da d cada de 1970 o Estado de Mato Grosso do Sul foi criado e implantado Portanto o novo Estado foi criado pelo Governo de Ernesto Geisel 1974 1979 em outubro de 1977 tendo como data 59 da sua instala o oficial o dia primeiro de janeiro de 1979 com a posse do primeiro governador do Estado indicado pelo presidente da Rep blica Ao Estado de Mato Grosso do Sul emerso de um contex to pol tico autorit rio havia sido reservado o papel de Estado modelo isto um Estado onde seriam aplicadas novas t cnicas de adminis tra o p blica Isto significa dizer que o novo Estado foi criado para atender ao projeto geopol tico do regime contemplar os interesses da classe do minante local e para refor ar em termos imediatos o governo da dita dura militar Bittar 1998 p 34 Tendo como par metro a pol tica do governo central o Estado de Mato Grosso do Sul tentou implementar a proposta de construir uma pol tica educacional para uma sociedade que pretendia tornar se democr tica O campo de pesquisa escolhido o munic pio de Corumb no Estado de Mato Grosso do Sul tendo em vista que consta dos munic pios de porte m dio possui a maior rea do Estado o segundo em arrecada o do ICMS o 3 em popula o conta com as escolas mais antigas da cidade e do Estado dentre ela
332. inier Rassinier antigo militante da extrema esquerda francesa era durante a 2 Guerra Mundial membro da Se o Francesa da Internaci onal Socialista SFIO e redator de um jornal clandestino La IV Republique Devido s suas atua es foi preso em 1944 pela Gestapo e enviado para o campo de Buchenwald depois para o campo de Dora Nordhaussen Livre ap s o fim da guerra retornou Fran a e come ou uma peregrina o por diversas organiza es pol ticas extremistas tanto de esquerda quanto de direita Afastou se gradativamente das tend ncias esquerdistas para se aliar a figur es da extrema direita francesa e foi assumindo cada vez mais um car ter anti semita antes mascarado como anti sionismo ou anti imperialismo O ano de 1951 marca a expuls o de Rassinier da SFIO ap s a publica o de A mentira de Ulisses Neste Rassinier defende a tese de que a 2 Guerra Mundial havia sido provocada por um compl judeu internacional de domina o mundial Tal teoria remete facilmente aos moldes de teoria da conspira o largamente perpetuados pelo livro Os Protocolos dos S bios de Si o uma esp cie de b blia do anti 262 semitismo que influenciou uma gama variada de anti semitas desde o governo Czarista que foi ali s quem encomendou esta fraude at Adolf Hitler passando por brasileiros como Gustavo Barroso chefe de mil cia da A o Integralista Brasileira respons vel por uma vers o traduz
333. inta da ocupa o guarany ao Brasil que conhecemos Aquele Paraguay jamais se recuperou nem como na o nem como povo LODI RIBEIRO 2006 187 A primeira hip tese formulada por Albuquerque para justificar as falhas do invento a seguinte Alguns de nossos pesquisadores levan taram a possibilidade da holoproje o representar uma pel cula de ciencia fict cia com enredo de hist ria alternativa LODI RIBEIRO 2006 182 Como podemos deduzir ciencia fict cia uma varia o de ciencia ficci n inventada pelo autor para denominar a fic o cient fica em seu universo alternativo At aqui A tica da trai o assemelha se a O homem do castelo alto pois como vimos anteriormente Dick tamb m se vale da metafic o para indicar o car ter ficcional da hist ria Contu do o interesse de Lodi Ribeiro n o tanto embaralhar as fronteiras 179 entre hist ria e fic o como faz Dick pois Albuquerque afirma mais adiante que o estranho passado revelado pelo rastreador n o se trata de ciencia fict cia LODI RIBEIRO 2006 184 Logo a personagem formula uma nova hip tese Uma id ia eu tenho Aparentemente por mais estranha que julguemos essa realidade alternativa ao que pare ce ela tem uma probabilidade de ocorr ncia muito maior do que a de nossa pr pria realidade Estupidamente maior eu diria LODI RIBEI RO 2006 183 grifo nosso Ou seja nossa realidade miser vel mais prov vel que a
334. io Essa uma das caracter sticas do modelo de emprego que atualmente vem crescendo no Brasil s o os empregos tempor rios que consomem a maior parte dos trabalhadores em pocas de preci s o e depois do sufoco pelo qual a ind stria passou rescinde o contra to deixando mais uma vez o trabalhador a procura de um novo emprego Dessa maneia necess rio repensar as quest es concernentes ao processo de desvaloriza o da for a de trabalho frente a este con texto tecnol gico que se avan a estigando a mobiliza o de um pen samento cr tico a respeito das pol ticas existentes para o desenvolvi mento da popula o e uma efetiva participa o dos sujeitos envolvidos na problem tica em quest o NOTAS 1 Este texto origina se de um trabalho inicial de pesquisa junto ao progra ma de inicia o cient fica CNPQ orientado pelo Professor Dr Vitor Vagner Neto de Oliveira 2 Juliano Alves da Silva acad mico do 2 ano do curso de Hist ria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 3 A respeito da classifica o de instinto no que concerne ao trabalhador n o esta relacionado ao instinto nato de trabalho e sim como caracteriza Freud que estabelece uma rela o do instinto humano com a press o ao acontecimento Em determinadas ocasi es pessoa se portar de acordo com o estimulo recebido REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ANTUNES Ricardo Adeus ao Trabalho Ensaios Sobre as Metamorfoses e a Centralidade do Mu
335. io do texto foi compreender em quais circunst ncias o Brasil foi descoberto e quais os fatores que con tribu ram para com que a empresa que viria ser conhecida como Brasil chegasse a obter lucro ainda que destinado Europa ao exterior Para finalizar todo o sentimento de perda de algo que um dia chegou a ser nosso se expressa nas seguintes palavras Quem me dera ao menos uma vez ter de volta todo o ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade se al gu m levasse embora at o que eu n o tinha NOTAS 1 Este trabalho resultado da disciplina de Hist ria do Brasil ministrado pela Prof Dr Maria Celma Borges durante o ano de 2007 2 Acad mico do 2 ano do curso de Hist ria UFMS CPTL bolsista volunt rio Inicia o Cient fica PIBIC UFMS sob orienta o da Prof Dr Norma Marinovic Doro 131 3 Acumulando lendas deslocando as no espa o refundindo as o imagin rio europeu englobou tamb m o arquip lago das ilhas Brasil poss vel transforma o sofrida pela ilha de S o Brand o De 1351 a 1508 teria conhecido m ltiplas varia es Brazi Bracir Brasil Brasill Brazil Brazile Brazille Bracil Bra il Bra ill Berssill Braxil Braxili Braxill Braxylli Bresilge SOUZA 1986 p 28 4 E mandou com eles para l ficar um mancebo degredado criado de D Jo o Telo a que chamam Afonso Ribeiro para l andar com eles e saber de seu viver e maneiras
336. ira pela qual passava o Tesouro do Estado de Mato Grosso em face deca d ncia da minera o ensejou discuss es visando sua transfer ncia para Corumb ou Lad rio O crescimento econ mico dessa regi o devido ao franqueamento da navega o no rio Paraguai em 1856 favorecia a transfer ncia projeto este interrompido pelas beliger ncias com o Paraguai na Guer ra da Tr plice Alian a Ap s o conflito numa tentativa de desenvolver a regi o devastada pela guerra o Governo Imperial nacionalizou as guas do Rio Paraguai transformando o e principalmente o porto de Corumb num corredor de importa es e exporta es Nessas con di es favor veisa id ia da transfer ncia do Arsenal de Marinha de Cuiab para o porto de Lad rio efetivou se por meio do Aviso de 7 de janeiro de 1873 do Ministro dos Neg cios da Marinha Joaquim Delfino Ribeiro da Luz Em 1876 tr s anos ap s a transfer ncia e constru o do novo Arsenal Jo o Severiano da Fonseca descrevia a situa o de Lad rio observando que O Lad rio converteu se tamb m numa florescent ssima povoa o com cerca de tr s mil almas v rias ruas e boa casaria FONSECA 1880 p 299 Percebe se que a constru o do Arsenal atraiu para Lad rio centenas de pessoas em busca de opor tunidades de emprego e moradia num momento em que a regi o pas sava por dificuldades advindas da Guerra com o Paraguai Esse enor 19 me contingente que se dirigiu para
337. iro negro 1991 em parte se enga naram Digo em parte por dois motivos O primeiro porque certamente existe um numero de terreiros que atrav s da din mica cultural passou pelo embranquecimento Mas cer tamente n o s o eles majorit rios E em segundo porque essa din mica permite trocas entre matrizes diferenciadas n o representando isso uma perda de identidade dos gru pos envolvidos nessas aquisi es M rio S 2004 61 OS RITOS E SUAS SIGNIFICA ES A experi ncia religiosa em si impenetr vel por ser nica pes soal um modo de o indiv duo se transcender alcan ando o Deus o Divino Este sentir inenarr vel Costa 1984 95 De acordo com Cos ta 1984 ao examinar a variedade dos procedimentos semi ticos na Umbanda prestando aten o ao seu cunho de performance verificou se que a sua linguagem dirige se totalidade do ser humano atingin do o pr representacionalmente e significando o a partir do seu pr prio corpo e em todos os sentidos Muito rente esfera pulsional verificou se que a linguagem umbandista produz sentido sensorial significativamente e por isso s o necess rias para descrever polissemias e met foras da profundidade no caso dos Exus n o apenas mas literalmente viscerais Esse territ rio que a Umbanda chamou de Quimbanda para de marcar fronteiras que a ela interessava defender para manter sua ima gem de religi o do bem passou a ser o dom nio de Exu
338. iros ameixeiras li moeiros e outras rvores frut feras Tem a Mateira modemos maquinismos de descascar caf com produ o di ria de 40 sacos de beneficiamento de arroz limpando 25 sacos e de cana moendo 8 carros por dia da mesma planta o Este ano 1939 calcula se a safra do caf da Mateira em 2 500 sacos de 60 quilos cada um Essa din mica econ mica refletia se segundo pretendia atestar o lbum na moderniza o do equipamento urbano de Campo Grande materializada na amplia o de ruas e avenidas como a 13 de Maio a Bar o do Rio Branco e a Avenida Mato Grosso ao longo das quais podiam ser vistas modernas casas recentemente constru das na expans o da pr pria rea urbana expressa na oferta de venda de lotes em bairros como a Vila Planalto cuja aquisi o era apontada como o melhor emprego de capital e o bairro Amamba sentinela avan ada de Campo Grande onde estavam localizados os projetos de constru o da Igreja Nossa Senhora do Perp tuo Socorro e da resid ncia dos padres redentoristas bem como na implanta o de novos meios de comunica o e transportes a exemplo da instala o da primeira linha telef nica da presen a do auto nibus que circulava em alguns bair ros de quatro em quatro horas durante o dia e parte da noite dos caminh es que passavam a trafegar as rodovias da pr pria ferrovia e at mesmo do avi o N o obstante esses tra os do progresso o
339. is onde quem n o assi milar tais normas ser classificado como desviante diante da socie dade e padecer por meio de san es que os afastar o do conv vio e dos direitos comuns a todos os seres humanos Para esta reflex o faz se necess rio uma retomada da sexuali dade como esta se desenvolveu e quais din micas sofreram em algu mas culturas h alguns s culos atr s como j foi proposto at o mo mento Para esta discuss o usamos como alicerce Michel Foucault que faz uma an lise de como foram tratadas as sexualidades na soci edade burguesa do s culo XVIII XIX e Edmar Henrique D David e Jane de F tima s Rodrigues no artigo que escreveram em conjunto ao nos descrever como o homossexualismo se desenvolveu desde a Antigui dade at os dias atuais No que diz respeito discuss o te rica utiliza mos como refer ncia bibliogr fica Joan Scott Seu artigo nos oferece uma discuss o de como se concebeu a hist ria das mulheres e quais problem ticas que envolveram este campo de estudo seguindo com abordagens sobre os estudos de g nero Heleieth B Saffioti e Judith Butler nos faz refletir sobre o determinismo das condutas sexuais fincadas na anatomia biol gica e como a constru o de g nero quebra tal determinismo Foucault ao lado desta discuss o nos mostra como o poder e o discurso agem para estabelecer sexualidades ditas como normais Finalizamos esta reflex o com a an lise do conceito de com portamen
340. iscut vel Por isso a vida coti diana tomada pelo sujeito que tem sua vida restrita a ela como se fosse a esfera do verdadeiro o padr o para a vida Restrito esfera do pensar e agir cotidianos s necessidades marcadas pelo particularismo o homem alienado toma a vida cotidiana como se fosse possibilidade m xima para exist ncia huma na e as formas do pensamento cotidiano como sendo as ni cas formas de pensamento existentes e por isso modelo para todas as atividades humanas MELLO 2000 p 67 O senso comum v a si mesmo como nica forma de explica o para as quest es levantadas pela exist ncia humana Logo ele se ampara de uma l gica e raz o pr pria criando assim sua verdade E neste processo ele abre m o de conceitos que n o domina mas que reconhece por usa sonoridade o aspecto sonoro parece provocar natu ralmente um e a penas um correspondente sem ntico como se o con ceito resultasse de uma associa o linear mec nica autom tica que j traz um sentido associado e que n o passa nem pela experi ncia humana nem pela experi ncia pessoal de quem o aborda MELLO 2000 p 77 Nem no contexto mais amplo nem pela situa o e mo mento espec ficos n o movimenta o pensamento ouve se e j se sabe e quando algu m se prop e a explicar ele ser tomado como infantil uma vez o que diz j bvio O voc bulo aliena o tem sido t o usado quanto o voc bulo democracia
341. ispostos a compreenderem esse processo de resist ncia que apesar de bastante estudado man t m se como um objeto a ser desvendado pelos intelectuais interes sados em uma hist ria a contrapelo 275 Apesar da import ncia desses acervos e centros de documenta o em cujas experi ncias os intelectuais se debru am pouco se dis cute sobre os processos de produ o dessa documenta o que mui tas vezes se revela rica diversa e densa No caso do lajes por exem plo a pesquisa foi feita em um acervo remanescente na poca desor ganizado e em avan ado estado de perecimento Toda a documenta o do instituto e dos movimentos populares ligados a ele estava aloja da em um galp o de 180 m que outrora servira para o beneficiamento de arroz de uma cooperativa criada pela entidade e desativado desde 1996 Apesar de desorganizado o acervo revelava uma riqueza inesti m vel tanto pela grande quantidade de documentos quanto pela sua diversidade tipol gica e de suportes Para realizar a pesquisa foi necess rio um recorte profundo na escolha e utiliza o dessas fontes em que privilegiei os documentos escritos na maioria impressos produzidos pela pr pria entidade e cuja finalidade imediata apontava para reflex o e rela o das atividades cotidi anas do instituto somando mais de 800 p ginas de documentos estuda dos As an lises das milhares de fotos slides filmes manuscritos cor respond ncias e peri dicos foram neg
342. iss o SP pois segundo a autora n o poss vel afir mar que fam lias assentadas que passaram pela vida urbana e assimila ram as formas racionais de organiza o e controle da vida oferecem menos resist ncia divis o entre vida p blica e privada e ao controle do tempo que a cooperativa exige Para D Aquino 1996 p 06 a pesquisa mostrou o contr rio ou seja muitos assalariados que moravam nas cidades manifestam grande resist ncia ao rel gio ponto e referem se terra pr pria como meio de comandar a sua vida Para esses assentados a terra simboliza a realiza o do sonho da fartura e autonomia Autores como Woortmann 1983 acreditam que atualmente a categoria s tio encontra se em oposi o propriedade n o apenas no sentido de se ter ou n o a propriedade jur dica da terra j que muitos s tios t m mas principalmente como contradi o uma vez que a pro priedade teria seu significado diferencial ligado acumula o do capital enquanto o s tio reprodu o da vida Neste sentido as reflex es que transcrevemos em seguida parecem nos dar a medida da defini o do s tio essa terra sonho da gente de poder plantar colher ter as cria ozinhas e fazer fartura pelo menos pra gente se manter Eu penso que a terra o mundo uma riqueza voc poder plantar num pedacinho e saber que seu que ali ningu m vai ti tirar Voc pode plantar colher sem ter ningu m pra falar 316 algu
343. ista a ocupa o n o se podia fazer como nas simples feitorias com um reduzido pessoal incumbido apenas do neg cio sua administra o e defesa armada era preciso ampliar estas bases criar um novo povoamento capaz de abastecer e manter as feitorias que se fundassem e organizar a pro du o dos g neros que interessassem ao seu com rcio A id ia de povoar surge da e s da 1993 p 24 O objetivo de se povoar o territ rio n o era limitado apenas em assegurar o territ rio nas m os dos portugueses mas tamb m criar meios para que a empresa pudesse funcionar a escraviza o dos ndi os foi uma das primeiras pr ticas realizadas pelos portugueses pois os enviados da metr pole n o vinham para a empresa trabalhar eles seriam os respons veis em fazer os outros trabalharem A respeito dessa quest o Mesgravis afirma que Gandavo insiste muito na imagem do Brasil como lugar onde os pobres de Portugal pode r o enriquecer e ascender socialmente com a explora o do trabalho ind gena 1998 p 41 A solu o encontrada pelos portugueses visando a garantia da posse das terras foi a pr tica da coloniza o ou povoamento Em fins do s culo XIV o territ rio europeu vive um conturbado per odo devido a Peste Negra doen a causada pelas ruins condi es de vida encarada pelos povos europeus a Guerra dos 100 anos entre Ingleses e Franceses e ainda pelas revoltas populares causadas em contraposi o ao aume
344. itantes praticamente igualando popula o rural Na medida em que Campo Grande configurava se como um novo cen rio urbano havia no imagin rio de suas elites o perigo da inva s o circula o e mistura dos antigos habitantes da cidade com a nova leva de migrantes gregos italianos japoneses portugueses e brasileiros de toda casta que acompanhariam a chegada do progres 43 so trazido pelos trilhos de ferro ou seja estranhos que devido s suas origens poderiam significar um verdadeiro flagelo para a sociedade e a tranquilidade p blica Desde o in cio do s culo XX as elites locais passaram a elaborar mecanismos voltados para o ordenamento e o controle do espa o da cidade e sua popula o Paralelamente no anseio de incorporar Campo Grande ao mun do moderno suas elites procuraram remodelar a cidade introduzindo na tradicional paisagem de povoado de uma rua s elementos urba n sticos convencionalmente chamados na poca de opera es de embelezamento e saneamento os quais utilizados pelas maiores ci dades do mundo formulavam outras rela es no espa o urbano pela cria o de uma nova simbologia Em 1909 chegou cidade o engenheiro Nilo Javari Bar m com o intuito de elaborar uma planta de Campo Grande seguindo os inte resses da ferrovia um dos s mbolos maiores da modernidade po ca De acordo com o seu projeto as ruas foram tra adas em dire o aos pon
345. iza o social Atribo e o povo assumiam diversas fun es antes n o contempladas pelas agremia es origin rias O car ter econ mico surgia e tamb m os caracteres religiosos militares e jur dicos ainda que esse ltimo de forma embrion ria Da evolu o da tribo e do povo e de sua especiali za o cada vez maior surge a figura do Estado que mais adiante ser estudada Mas qual seria o papel do direito nessa evolu o da socieda de humana Onde podem ser encontrados os tra os marcantes da ci ncia jur dica nesse pequeno apanhado hist rico Do que se conhece hoje como Direito n o havia qualquer vest gio no seio dos agrupamentos pr hist ricos O caos dava a t nica das rela es intersubjetivas sendo o nico direito conhecido aquele exerci do no interior das parentelas reinando sobre a terra a lei do mais forte Aquele que conseguisse extinguir seu opositor teria feito sua lei e se ria saciada sua sede de justi a O Estado como organiza o da for a a servi o do direito DUGUIT apud MALUF 1999 p 317 ainda n o existia Os homens chegavam sua lei por meio da for a numa a o conhecida como autotutela Se n o fosse pela for a poderiam ceder mutuamente em seus interesses efetivando a autocomposi o Por muitos s culos perduraram as id ias de subsun o dos interesses de uns pela for a de outros Ocorreu no entanto que por interm dio do desenvolvimento hist rico do pensamento sobre as
346. jeitos do mundo social constro em sua pr pria representa o expondo posi es e mesmo precon ceitos e conflitos 344 Bourdieu 1989 trabalha com a id ia de luta das representa es buscando compreender as representa es como manifesta es capazes de modificar outras manifesta es sociais ou como diz as representa es mentais p 113 Na compreens o da imagem ou mesmo do sentido que constru da por aqueles que lutam pela terra as representa es do que vem a ser o acampamento a luta pela terra acabam assumindo diferentes significa es para os diversos sujeitos de um mesmo acampamento como pudemos compreender nas entre vistas realizadas no assentamento Pontal do Faia nas conversas a beira das portas ou debaixo das mangueiras Pensar o significado do acampamento na luta pela terra com preender os diferentes espa os onde se formam os s mbolos e repre senta es espa os de unifica o e mobiliza o do grupo em busca de seus ideais Para Bourdieu sem d vida no trabalho de mobiliza o e mais precisa mente no trabalho de unifica o e de universaliza o que se gera uma grande parte das representa es que os gru pos d o de si pr prios e da sua unidade as quais eles condensam para as exig ncias da luta em id ias for a ou em sinais de reagrupamento 1989 p 75 Nesta perspectiva de estudo sobre o simb lico Bourdieu traba lha o conceito de regi o compreende
347. l que nos apresentada por Vainfas retirada do processo hist rico gr fico tradicional em contra partida existe a constru o da historia total que qualifica os participantes do projeto entre vencedores e vencidos portanto nestas vertentes historiogr ficas aqui previamente apresentadas que vamos apoiar a constru o desse trabalho A nossa pesquisa baseia se na utiliza o de fontes bibliogr ficas em revistas espec ficas da rea de hist ria na an lise de documentos hist ricos da poca al m do estudo de autores contempor neos que trabalham o tema com novos olhares Daremos espa o tamb m para a interdisciplinaridade atrav s do uso da ling stica na an lise do discur so de Caminha da introdu o da sociologia e da antropologia na cons tru o da identidade tnica do Brasil Dadas s caracter sticas das linhas que pretendemos seguir importante ressaltar que a presente pesquisa busca realizar a constru o de uma hist ria voltada a novos caminhos para a investiga o his t rica de documentos bibliografias e fontes muitas vezes estereotipa das pela tica Europa centrista que durantes muito tempo caracterizou o estudo da hist ria do Brasil PRIMEIRO CONTATO CONFRONTO A DOMINA O PORTUGUESA Para construirmos uma an lise a respeito das rela es que se estabeleceram entre os primeiros brancos que chegaram nova terra e os amer ndios que nela habitavam iremos primeiramente re to
348. l reestrutura o produtiva S o Paulo Xam 1995 KUENZER Ac cia Zeneida Pedagogia da f brica as rela es de produ o e a educa o do trabalhador S o Paulo Cortez Autores Associados 1986 LENIN Vlad mir Ilitch O imperialismo fase superior do capitalismo ensaio popular In V I Lenine obras escolhidas 3 ed vol 1 S o Paulo Alfa omega 1986 p 575 671 MARX Karl Teorias da mais valia hist ria cr tica do pensamento econ mi co livro 4 de O capital Volume 2 S o Paulo Difel 1980 O capital cr tica da economia pol tica Livro 1 v 1 2 ed S o Paulo Nova Cultural 1985a O capital cr tica da economia pol tica Livro 1 v 2 2 ed S o Paulo Nova Cultural 1985b O capital cr tica da economia pol tica Livro 3 v 4 2 ed S o Paulo Nova Cultural 1985c ENGELS Friedrich Manifesto do partido comunista In Cl ssi cos do Pensamento Pol tico Petr polis Rio de Janeiro 1988 M SZ ROS Istv n Beyond capital towards a theory of transition Londres Merlin Press 1995 POCHMANN Marcio O trabalho sob fogo cruzado exclus o desemprego e precariza o no final do s culo S o Paulo Contexto 1999 O emprego na globaliza o a nova divis o internacional do trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu S o Paulo Boitempo Edito rial 2001 RAMOS Marise Nogueira A pedagogia das compet ncias autonomia ou adapta o S o Paulo Cortez 2001 SANTIAGO
349. la se negligente no que se remete aos benef cios que deveria oferecer a classe trabalhadora ou mesmo remunera o equivalente a seus esfor os pois a necessidade de perpetuar a explora o pelo sistema capi talista est vigente no processo de produ o e n o est no habito deste sistema colocar o trabalhador como a frente benefici ria A medi a o com rela o natureza por parte do ser humano deve se dar de maneira natural que possibilite o ser social a interven o no mundo em que vive em preced ncia de suas a es para que possa definitivamente ser classificado como agente transformador de seu tempo At que a filosofia existente que torna os seres humanos num objeto intermedi rio da produ o para obten o de lucros seja finalmente desacreditada e abandonada a classe oper ria ser sempre prejudicada em detri mento das quest es que envolvem um modelo complexo de pensamen to a respeito da situa o do trabalhador no Brasil e suas atividades relacionadas aquisi o de bens de consumo Portanto a situa o do trabalhador no Brasil est cada vez mais complexa em detrimento de seu potencial transformador suas con 206 quistas de direitos est o dia a dia se deteriorando n o se fala mais em servi o efetivo e sim em um modelo de trabalho que emprega atrav s de contratos com tempos estipulados sem dar espa o para o trabalhador seguir carreira ou mesmo ter uma qualidade de vida confiante em seu sal r
350. lgu mas sociedades podemos observar a presen a de rela es entre ho mens em que cada cultura se justificava de acordo com os elemen tos culturais sociais existentes na poca conforme a entrada e sa da de tais elementos o homossexualismo era encarado de forma diferen te A nica coisa que encontramos em comum que as condutas sexuais eram classificadas pela n o passividade do sujeito Homens passivos ou efeminados eram considerados submissos e fracos pois transgrediam as caracter sticas do verdadeiro macho DAVID e RODRIGUES 1999 p 122 Aqui podemos evidenciar uma determina o biol gica por m percebemos que a interpreta o do masculino influenciada de acordo com a atividade humana Ou seja o g nero foi constru do de acordo com as din micas culturais e sociais em uma dada sociedade Refleti mos tamb m que a elabora o destas sexualidades dominantes onde h pap is definidos do que ser masculino e feminino foi forjada por um universo de poder cujo instrumento principal era o discurso Ap s esta an lise consideremos que o problema principal que se reflete ao homossexualismo em especial nas travestis a quebra de regras impostas ao individuo do sexo masculino quando este de sonra todo um grupo e uma sociedade que se desenvolveu sob bases de uma sexualidade dual e da domina o masculina Portanto o indiv duo estar tendo uma conduta avessa dos patr es estabelecidos em outras p
351. lha informatica ulti24U18722 shtml Acesso em 26 abril 2007 DANTAS Vera AGUIAR Sonia Mem rias do Computador 25 anos de Inform tica no Brasil S o Paulo IDG Computerworld do Brasil 2005 ERCILIA Maria A Internet S o Paulo Publifolha 2001 258 GOMES Elisabeth Exclus o digital Um problema tecnol gico ou social Rio de Janeiro Trabalho e Sociedade ano 2 n especial Dezem bro 2002 Dispon vel em hitp www iets org br article php3 id article 587 Acesso em 09 maio 2007 L VY Pierre As tecnologias da Intelig ncia O futuro do pensamento na era da Inform tica S o Paulo Editora 34 2004 PANTOJA S nia Evolu o da internet no Brasil e no mundo S o Paulo 2000 Dispon vel em lt ftp mct gov br Temas info Pesquisas EvolInter pdf gt Acesso em 28 abril 2007 SORJ Bernardo GUEDES Lu s Eduardo Exclus o digital problemas sociais evid ncias emp ricas e pol ticas p blicas Rio de Janeiro 2003 Dispon vel em lt http www centroedelstein org br pdf exclusaodigital problemasconceituais pdf gt Acesso em 12 maio 2007 259 A NEGA O DA HIST RIA O CASO DA EDITORA REVIS O Odilon Caldeira Neto A pr tica historiogr fica uma constante reinterpreta o de fa tores e acontecimentos quebra de paradigmas e a constru o de um saber cada vez mais pautado em an lises minuciosas de objetos fontes ou mesmo das produ es historiogr ficas anteriores O ato de reescrever se e rep
352. lhador livre negro era visto muitas vezes como um escravo qualquer e por este motivo mesmo com a liberdade conquistada acabava alistando se nas for as militares que lutariam no Paraguai em troca de alguma expectativa de trabalho no futuro Este sentimento de superioridade vindo das elites rurais era baseado no cotidiano das grandes propriedades onde quem trabalhava era o escravo e o cidad o branco descendente de europeus mesmo se n o tivera participando das classes mais abastadas configurava se da mesma maneira como um aristocrata vendo no trabalho bra al uma forma de macular suas origens Situa o semelhante o mesti o ou mulato tamb m passava j que independente de sua posi o cativa ou liberta era tido com desprezo pois compartilhava junto com os escra vos libertos do trabalho bra al para assegurar seu sustento al m de seu passado ser marcado por origens africanas inferiores fruto dos iminentes estudos antropol gicos da Europa do s culo XIX Depois de alistados e j incorporados s tropas militares do im p rio v rias foram as cr ticas dos oficiais brasileiros sobre a atitude e a indisciplina da parte do contingente militar que era formado pelos ex escravos ou trabalhadores livres negros como o pr prio Caxias o faz quando assume a tropa brasileira e quando pr ximo do fim da Guerra e j tomada Assun o dos dom nios guaranis O presente momento de vit ria sobre o ex rcito paraguaio e a iminente liberda
353. lho cotidiano Em outras palavras como produto da reflex o sobre pr ticas refe rendadas por pressupostos preventivistas foi poss vel problematizar a gest o dos servi os e o processo de trabalho da equipe no que se relaci ona com a produ o de cuidado sa de mental Contudo a forma o e a consci ncia preventivistas a partir da qual os trabalhadores balizam a aten o sa de mental no seu cotidiano n o podem ser remetidas t o somente quest o do despreparo sen o vistas como reflexo de diversificadas inst ncias sociais formadoras e informadoras de determi nadas concep es do processo sa de doen a Por n o se tratar de movimento un voco ao se compreender a possibilidade de transforma o de si e das condi es hist rico sociais por meio da atividade coleti va entende se que concep es como s profissionais especializados podem cuidar da sa de mental nenhuma fam lia tem condi es de cuidar de algu m nesse estado ou o tratamento com a medica o mais que suficiente podem ser repensadas refletidas e reendere adas Por m as pr ticas que sustentam tais concep es passam por media es operadas por outras inst ncias por exemplo determinada pol tica de sa de o modo de produ o capitalista como base econ mi ca da nossa sociedade e fatores hist ricos e sociais associados constitui o da for a de trabalho em sa de Ou seja possibilitar uma reflex o sobre a pr
354. lificando essas taxas no m s de maio de 1940 consta recolhimento aos cofres estaduais no valor 895 000 Oitocentos e Noventa e Cinco Mil R is em Impostos conforme Guia 1182 de aquisi o de estampilhas da Mesa de Rendas Estaduais de Corumb Consultando o Demonstrativo da D vida do Estado referente ao Imposto Territorial do Munic pio de Corumb exerc cio de 1907 a 1930 n o encontramos men o Fam lia Scaffa embora esta fosse a maior propriet ria de terras da Freguesia de Lad rio Muitas dessas proprie dades foram incorporadas ao patrim nio da fam lia gra as a hipotecas n o resgatadas feitas Casa Banc ria Nicola Scaffa Tamb m n o encontramos nenhuma cita o da fam lia Scaffa nas Certid es expedidas em 13 de fevereiro de 1931 pelo Promotor de Justi a da Comarca de Corumb Carlos Hugueney Filho Essas cita es de cobran a judicial referiam se s d vidas de Imposto Territorial enviadas para o Cart rio do Primeiro Of cio da Cidade de Corumb Nicola Scaffa era o maior contribuinte do Imposto de Ind stria e Profiss o da Freguesia de Lad rio referente Lealdade e um dos maiores do Munic pio de Corumb Somente no ano de 1934 recolheu 24 como pagamento do referido imposto quantia de 1 650 000 Um conto e Seiscentos e Cinquenta Mil R is de acordo com Relat rio da Mesa de Rendas Estaduais de Corumb do mesmo ano Dessa forma podemos perceber pelo volume de entradas e sa das de
355. ligenciadas ou minimamente pro teladas para pesquisas posteriores Isso mostrava o qu o provis ria e incipiente havia sido essa primeira empreitada de pesquisa com o objeto estudado e ainda apontava para duas outras dire es A primeira e mais imediata assinalava a import ncia de uma recupera o e um adequado alojamento dessa documenta o em ambiente apropriado para evitar o perececimento e possibilitar a sua utiliza o s futuras pesquisas que se seguiriam Tudo isso foi realizado ainda em 2006 com o projeto ela borado na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul campus de Tr s Lagoas a 40 Km de Andradina SP junto com os alunos da Gradua o em Hist ria acompanhado pelos pr prios integrantes dos movimentos e em parceria com a Funda o Get lio Vargas Os subs dios da Funda o possibilitaram efetuar sob a forma de mutir es a separa o a limpeza a primeira cataloga o e o acondicionamento das fontes no N cleo de Hist ria Jos Hon rio Carneiro dentro da Universidade Apesar de muito trabalho pela frente a preocupa o com a conserva o dessa mem ria constitui uma etapa bem sucedida tanto para os movimentos populares quanto para os intelectuais envolvidos no processo 276 No entanto uma segunda dire o apontada pelo conjunto acu mulado dessas experi ncias registradas revela um novo objeto a ser descortinado Trata se de promover uma reflex o sobre a pr pria produ o instr
356. lo s d 5 AZEVEDO AO corti o S o Paulo Ed Sol s d 8 SAYAD A A imigra o Trad Cristina Murachco S o Paulo Edusp 1998 p 189 7 Idem p 117 8 Idem p 118 Idem p 118 10 Idem p 119 PI ON N A rep blica dos sonhos S o Paulo Rio de Janeiro Record 1997 p 237 Idem p 217 13 FREYRE G Casa grande e senzala 34ed S o Paulo Record 1998 Passim 157 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS AZEVEDO A O Corti o S o Paulo Ed Sol s d COLI Jorge O que arte Brasiliense S o Paulo s d FREYRE Gilberto Casa grande e senzala 34ed S o Paulo Record 1998 PINON N lida A rep blica dos sonhos S o Paulo Rio de Janeiro Record 1997 SAYAD Abdelmalek A imigra o Trad Cristina Murachco S o Paulo Edusp 1998 158 SOBRE A IDENTIDADE DA CULTURA TRANSGRESSORA Jefferson Barbosa de Souza V nia Maria Lescano Guerra PROPOSI ES O discurso como manifesta o ideol gica e social e tamb m como modo de inser o dos indiv duos em particularidades culturais diversas o ponto privilegiado de articula o entre as representa es sociais e a pol tica de negocia o de sentidos na constru o de iden tidades O discurso a manifesta o material do poder do qual se quer apoderar FOUCAULT 2005a p 10 Essa luta pelo poder faz supor a exist ncia de confrontos em torno da pol tica das representa es que definem as identidades dos grupos organizados Sob o a
357. luta investimento garantido em ar mas em muni o e em cursos preparat rios para seus componentes Desse modo o deslocamento entre identidades pontua o car ter variacional e indeterminado da identidade Pode se dizer at que a pos tura do locutor ao referir se ao PCC como ele j se pauta na diferen a que se atribui quele que respons vel pelo enunciado e aquele sobre o qual trata o referido recorte A identidade portanto como todas as pr ticas de significa o ela est sujeita ao jogo da diff rance HALL 2006 p 106 Ainda sobre o mesmo objeto mas em outro recorte verifica se que a identidade atribu da ao PCC n o est de fato estabilizada O trabalho com a linguagem permite o equ voco e a entrada da falha na composi o das identidades b O que faz governa a popula o carcer ria por meio de um conjunto de regras estabelecidas em estatuto Ora a quest o que paira a de que o PCC n o obedece s leis impostas pelo Estado de direito mas s suas pr prias Por isso o locutor da mat ria vai dizer que o PCC uma institui o que governa a popula o carcer ria por meio de conjunto de regras o estatuto As imagens que se constroem sobre o PCC s o contradit rias e diferentes umas das outras embora necessitem estar ligadas Assim o grupo organizado constru do nesse recorte como 165 pol tico e jur dico j que se institui como lideran a q
358. lva doutoranda do Programa de P s Gradua o em Antropologia da Universidade Federal Fluminense UFF OS KINIKINAU Dados como extintos a partir da segunda metade do s culo XX os Kinikinau iniciaram uma intensa mobiliza o sociopol tica no final dos anos 1990 ainda em curso reivindicando uma etnicidade pr pria e distinta dos ind genas Terena com quem foram confundidos durante muito tempo Um dos sinais diacr ticos utilizados pelo grupo para se auto afirmar Koinukunoen autodenomina o a produ o de cer mi ca nitidamente inspirada na conhecida cer mica Kadiw u Os Kinikinau vivem distribu dos em algumas aldeias Terena dos munic pios sul mato grossenses de Aquidauana Miranda Nioaque dentre outros e con centram se nos dias de hoje sobretudo em terras da aldeia S o Jo o distante cerca de 70 quil metros da cidade de Bonito uma das cinco aldeias que comp em a Reserva Ind gena Kadiw u A trajet ria hist rica dos Kinikinau merece estudos mais aprofundados e ainda est por ser desvelada Preliminarmente a pes quisa em textos produzidos por cronistas viajantes e exploradores do per odo colonial luso brasileiro permite inferir que quatro foram os subgrupos Guan a atravessarem o rio Paraguai passando para suas 86 margens orientais Exoaladi Terena Layana e Kinikinau Destes ape nas os primeiros n o apresentam at o momento remanescentes no atual territ rio sul mato grossense Esses grupos te
359. m ria oficial no caso a mem ria nacional Num primeiro momento essa abordagem faz da empatia com os grupos dominados estudados uma regra metodol gica e reabi lita a periferia e a marginalidade 1989 p 02 Apesar de apontar aqui a hist ria oral como uma alternativa de reabilita o para o que Pollak chama de batalhas da mem ria pos s vel conferir s fontes produzidas no bojo desse movimentos como interlocutoras ou portadoras das vozes desses sujeitos nos processos em que emergem os conflitos as contradi es e as competi es entre as mem rias concorrentes Assim ao compreender o campo da mem ria como um espa o das lutas sociais pol ticas e culturais travadas pelos sujeitos e pelos grupos em disputa a preocupa o com o processo de sua produ o 277 torna se um objeto repleto de novas possibilidades aos historiadores e cientistas sociais que se debru am sobre o tema Outrossim n o se trata mais de apenas compreender contar e analisar as hist rias des ses grupos mas de procurar perceber como e por qu os sujeitos re gistraram acumularam e significaram a gama dessa mem ria docu mental utilizada pelos intelectuais em suas pesquisas Na tentativa de abrir caminhos para pesquisas nessa dire o Janice Gon alves assinala que No dia a dia das entidades a produ o de registros documen tais consequ ncia direta do exerc cio de sua atividade e frequentemente busca cumprir objetiv
360. m a Internet um privil gio de institui es de ensino e rg os governamentais e permitiu se a comercializa o do acesso Surgiu a figura do provedor comercial de acesso que paga por uma conex o de alta velocidade ao backbone e revende este acesso a empresas particulares e indiv duos em conex es de menor velocidade GOMES 2002 p 02 252 Deste modo o conjunto de provedores paga os custos do backbone e estes s o financiados por seus usu rios Esta estrutura se mostrou muito eficiente capaz de cobrir integralmente os custos dos backbones agora existentes na maioria dos pa ses e ao mesmo tempo oferecer acesso a custos razo veis sociedade em geral A razoabilidade destes custos fica bem vis vel nos n meros da Internet Estima se em 32 1 milh es o n mero de pessoas que tem acesso Internet atualmente no Brasil E este n mero vem crescendo Ent o deste modo aos poucos s o removidos todos os obst culos ao crescimento e globaliza o da Internet De acordo com o texto Evolu o da Internet no Brasil e no Mundo podemos notar que os n meros s o espantosos j que em um curto per odo essa nova tecnologia est mudando a economia do mundo A Internet j neste in cio do ano 2 000 surge como o mais vigoroso motor da economia mundial O desenvolvimento ace lerado desta rede mundial est engolindo a economia tradicio nal fazendo surgir uma nova antecipando o futuro A Internet passou a ser encara
361. m como pelo processo de socializa o dos tra os de masculinidade e feminilidade nos homens e mulheres baseados nas diferen as biol gicas dos sexos BENERIA E ROLD N 1987 R OS 1993 Pretende se esclarecer que a abordagem feita sobre o estudo voltado para mulheres se constitui como um alicerce para a compreen s o da categoria g nero sem mais pretens es 357 Segundo Joan Scott 1992 a emerg ncia do campo de es tudo voltado para os sujeitos do sexo feminino acompanhou as pol ticas feministas carregadas de ideologias sendo que grande parte das abordagens considerava as mulheres como uma cate goria social fixa pois falavam da mulher e n o analisavam as mu lheres ou seja consideravam que todos indiv duos eram biologica mente do sexo feminino que se moviam dentro de contextos e pap is diferentes cuja experi ncia mudava por m a ess ncia como mulher n o se alterava desconsiderando se desta forma a pluralidade da categoria Joan Scott faz um breve hist rico dos caminhos percorridos pela hist ria das mulheres at o inovador estudo de g nero Finalmente assim prossegue a trajet ria o desvio para g nero na d cada de 80 foi um rompimento definitivo com a pol tica e propiciou este campo conseguir o seu pr prio es pa o pois o termo g nero um termo aparentemente neutro desprovido de prop sito ideol gico imediato A emerg ncia da hist ria das mulheres como um campo de estudo envolve nesta in
362. m continuidade Enquanto isso no Mato Grosso frei Euc rio Schmitt precisava de mais mission rios para atender s par quias oferecidas Assim com o envio dos religiosos para o Brasil foi poss vel que alguns Frades fossem para Mato Grosso atender Miss o Acentua Knob 1988 que em Setembro de 1939 o governo alem o pro be a sa da dos religiosos da Alemanha AMISS O FRANCISCANA EM PARANA BA A cidade de Parana ba est localizada no estado de Mato Gros so do Sul antigo sul de Mato Grosso Esta regi o era habitada pelos ndios caiap s que foram dizimados pelos mon oeiros e bandeirantes Acentua Campestrini 2002 p 20 que no s culo XVIII a regi o foi des bravada e povoada pela fam lia mineira Garcia Leal tendo como mem bros Jos Joaquim Jo o Janu rio seguida por outras fam lias e tendo frente o sertanejo pioneiro Jos Garcia Leal que fundou na rea uma fazenda de cria o de gado Neste per odo a freguesia de Parana ba teve um maior desenvol vimento com a constru o da estrada Piquiri que ligava Cuiab a S o Paulo A Guerra do Paraguai proporcionou um aumento populacional em Santana do Parana ba pois numerosos moradores de Vacarias que estavam fugindo da invas o das cidades do sul da prov ncia se instala ram nessa cidade Santana do Parana ba foi elevada categoria de munic pio em 1857 No s culo XX a regi o envolveu se em sucessivos conflitos e desordens Esses acontecimentos
363. m segundo turno disputado com a deputada federal Marisa Serrano PSDB elegeu se tamb m Delc dio do Amaral primeiro se nador petista do Estado A n vel nacional o Partido dos Trabalhado res conquistou pela primeira vez a Presid ncia da Rep blica com Luiz In cio Lula da Silva SEGUNDO GOVERNO ZECA DO PT 01 01 2003 01 01 2007 A import ncia dos programas estaduais para a promo o da inclus o social e o combate a pobreza foram citados pelo governador Zeca durante a cerim nia de posse na Assembl ia Legislativa na ma nh da ltima quarta feira ZECA destaca os programas sociais Jor nal O Progresso Dourados p 08 3 jan 2003 O segundo mandato consecutivo de Zeca do PT tem como nfa se como destacaram a mat ria do jornal O Progresso a manuten o e amplia o do n mero de beneficiados pelos programas sociais Em termos pol ticos o legislativo estadual que j possu a como princi pal aliado de Zeca o deputado Londres Machado PL passa ater uma ampla base governista cuja maior bancada era do Partido Democr tico Trabalhista PDT No que se relaciona ao PT este fora representado por Pedro Teruel Pedro Kemp e Semy Ferraz Na C mara Federal a bancada petista estava composta por Vander Loubet Ant nio Carlos Biffie Jo o Grand o e no Senado por Delc dio do Amaral 75 Nas elei es de 2006 havia uma possibilidade de Jos Orc rio renunciar ao cargo para concorrer ao Senado fato que a
364. ma es culturais de uma determinada sociedade ou seja para ele deve se dar import ncia aquilo que prematuramente aparece de forma irrelevante sem perder de vista a id ia de totalidade de um processo hist rico Neste contexto abordaremos a quest o que envolve a utiliza o de documentos oficiais por meio do historiador Marc Bloch j que em sua obra A apologia da historia ou of cio do historiador percebemos os primeiros sinais da tentativa de transformar a historiografia tradicional a hist ria exclusivamente pol tica e militar por meio da escola dos Annales propiciando uma nova abordagem hist rica 239 Bloch e Febvre tornam se editores da revista dos Annales publica o essa que daria origem a todo um movimento de renova o na historiografia francesa e que est na base do que hoje chamamos de Nova Hist ria combatiam uma hist ria narrativa e do acontecimento exaltavam uma historiografia do problema a import ncia de uma produ o voltada a todas atividades humanas e n o s dimens o pol tica e por fim a necess ria colabora o interdisciplinar BLOCH apud SCHWARCZ 2001 p 10 Bloch critica a utiliza o dos documentos oficiais esses que deixam a impress o de que essas fontes expressam a verdade por si s Para tanto o autor trata de reflex es sobre o m todo objeto e documenta o hist rica defendendo a hist ria total e inaugurando a no o de hist ria problema Segun
365. ma es que as pessoas tinham acesso sobre Movimento Punk Punk Rock Anarquismo e Fanzines nem sempre condiziam com a realidade e acabavam por deixar as pessoas cada vez mais confusas 286 Diante destas confus es das pessoas procuro escrever de ma neira mais simples para tentar desfazer estas d vidas correndo o risco de ser demasiadamente did tico mas um risco que considero neces s rio correr para facilitar a assimila o do que esta sendo exposto Neste artigo antes de mais nada considero muito importante explicar o que seria esta produ o da contracultura que em Ilha Soltei ra SP se manifesta sobre tudo atrav s de 02 elementos Punk Rock e Fanzines Elementos estes em que mais adiante farei uma aborda gem em separado deles Os motivos que levaram e levam a esta produ o da contracultura se fazem sobre tudo atrav s de uma id ia romper com os padr es de usos e costumes impostos pela ind stria cultural da sociedade capitalista Sobre a contracultura pode se ler que O termo contracultura foi inventado pela imprensa norte ame ricana nos anos 60 para designar um conjunto de manifesta es culturais novas que floresceram n o s nos Estados Unidos como em v rios outros pa ses especialmente na Eu ropa e embora com menor intensidade e repercuss o na Am rica Latina Na verdade um termo adequado porque uma das caracter sticas b sicas do fen meno o fato de se opor de diferentes maneira
366. ma arma pode rosa e que ao inv s de castigar educa e engrandece NOTAS Aluno do Programa de Especializa o em Hist ria Social da Universidade Estadual de Londrina Paran Marco Ant nio Neves Soares Orientador odif984Ogmail com 2 BURKE Peter A escrita da Hist ria 3 MILMAN Luis Negacionismo G nese e desenvolvimento do exterm nio conceitual In Neonazismo Negacionismo e Extremismo Pol tico Porto Alegre Ed Universidade UFRGS CORAG 2000 4 O termo negacionista equivalente a revisionista do holocausto por m para diferenciar a pr tica de revis o da hist ria como a apresentada no caso de Viotti da Costa dos negadores do holocausto usamos neste traba lho de tal express o Tal m todo utilizado por grande parte dos historiado res que tratam deste tema justamente para n o causar confus o e n o correr o risco de dar um rigor acad mico a obras que passam longe de tal 5 Al m de livros com teor negacionista de autores brasileiros como o pr prio S E Castan SOS para Alemanha Acabou o g s o fim de um mito etc e S rgio Oliveira O livro branco sobre a conspira o mundial Cris tianismo em xeque etc a Revis o Editora publica outros livros racistas anti semitas como O judeu internacional Henry Ford Mein Kampf Adolf Hitler e Hist ria Secreta do Brasil Gustavo Barroso O cat logo da edito ra est dispon vel no site lt hitp
367. ma coisa contra Essa terra sonho da gente de poder plantar colher ter as cria ozinhas e fazer fartura pelo me nos pra gente se manter Esse o nosso desejo n o ficar rico mas poder se manter j t bom demais SILVA A articula o de diferentes espa os o mato a capoeira o ch o de ro a e ou a malhada o pasto a casa de farinha a casa e o quintal revelam o s tio para Wooritmann 1983 p 201 como um sistema multifuncional de partes que possui como finalidade minimizar os gas tos monet rios com a produ o mantendo internos ao mesmo o mai or n mero poss vel dos supostos dessa produ o Entretanto a or ganiza o atual dos lotes n o permite pensarmos na constru o do s tio a partir destes pressupostos sist micos integrados e interliga dos Por exemplo o mato fundamental no s tio campon s de outrora como fonte de madeira estaca e a lenha bem como reserva futura para a terra de trabalho tornou se restrito no assentamento Na ver dade ele sin nimo de rea de reserva legal que muitas vezes em fun o do tamanho diminuto dos lotes acaba sendo equivocadamen te explorada pelos assentados Outra mudan a o ch o de ro a que ao inv s de estar associado ao descanso ao pouso necess rio quando ent o se transformava em capoeira acaba sendo corrigido com adubo qu mico ou virando pasto situa o na qual a terra de tra balho d lugar pastagem Portanto nesta lti
368. ma op o a consequ ncia como j havia alertado Woortmann 1983 a ro a ir para fora do s tio ou seja no caso do assentamento ela acaba sendo praticada em reas arrendadas ou no pequeno espa o da casa quintal A pr pria no o de s tio acaba se redefinindo logo que outrora era o ch o de ro a e era a lavoura que definia o s tio No entanto as mudan as no lote s tio v o muito al m da in trodu o das pastagens pois elas nos contam tamb m sobre o de senvolvimento de atividades geradoras de renda fora do lote situa o que guarda estreita rela o com a ociosidade de bra os que a troca da lavoura pela pastagem gera e que tem na crise da agricultu ra brasileira seu cerne explicativo Portanto os apontamentos de Woortmann n o devem ser tomados no comparativo principalmente porque ela trata de uma realidade semi rido nordestino cujas con di es edafo clim ticas hist ricas econ micas e culturais s o bastante diversas 317 Por outro lado indagamos se essa redefini o do s tio com a expans o da pecu ria nos assentamentos com declarado incentivo do Estado por meio dos projetos de financiamento da linha investimen to em detrimento da linha custeio do PRONAF pode nos indicar uma tend ncia descaracteriza o do lote s tio campon s principalmente no sentido da terra de trabalho e do seu universo de sociabilidade cor respondente Para refletirmos sobre essa indaga o n
369. mar o contexto no qual se deu o processo de ocupa o do Brasil Com o intuito de compor um cen rio mais amplo ao tema coloniza o que muitas vezes se apresenta a n s como uma simples coin cid ncia que culmina no Brasil Nas palavras de Bosi esclarecemos isso da seguinte forma a coloniza o se d com um projeto totalizante 1998 p 13 A partir desse trecho de Bosi podemos construir todo um desen rolar hist rico que nos leva a pensar no sentido de domina o domi 111 nar talvez seja a palavra que move a engrenagem do mundo A partir dos primeiros contatos confrontos o poder que estabelecer as rela es humanas que se dar o posteriormente entre os que chegaram e os que l j estavam Nesse sentido Bosi nos esclarecer que o confronto de culturas distintas era apenas consequ ncia da chegado do novo que de modo algum poderia ter se dado de forma suave e buc lica como nos foi apresen tada por Caminha em sua narrativa a qual analisaremos mais frente importante tamb m levarmos em conta em nossa interpreta o a quest o da descoberta Para Chaui o Brasil n o estava ali a espera de algu m para acha lo ele se d como uma inven o ou constitui o para que com ele sejam explicados ou interpretados acontecimentos e situa es novas feitas pelos homens 2001 p 57 Portanto segundo a autora os achamentos do s culo XV s o inven es hist ricas e cons tru es culturai
370. meios de produ o que muitas vezes n o lhes d o condi es de manter uma vida saud vel e uma efetiva realiza o do lazer pois as atividades laborativas consomem a maior parte do tempo deixando assim os indi v duos aprisionados ao trabalho 200 Uma outra quest o a ser pensada no que tange a realidade na produ o dos bens de consumo no mundo contempor neo um mode lo de trabalho que toma frente ap s a participa o tr gica do Jap o na Il guerra mundial que determina o funcionamento das ind strias a partir das instala es de m quinas mais eficientes em detrimento do quadro de funcion rios para produ o b lica encomendada pelos USA frente guerra da Cor ia A partir desse momento tornam se mais acentuadas as rela es de trabalho a favor da produ o voltada para o capital es sas rela es s o caracterizadas como rela es toyotistas Nesse novo modelo de trabalho o oper rio torna se uma pe a multifuncional para garantir sua perman ncia na empresa concorrendo assim com a nova tecnologia de produ o As reflex es realizadas sobre as condi es dos trabalhadores inseridos no modelo de produ o capitalista atravessam s culos Pelo que se percebe a sociedade perenemente revitaliza esse status quo Inexoravelmente mant m o c rculo de produ o explorando a m o de obra do proletariado fazendo com que a massa trabalhadora permane a com uma vis o unilateral deixando uma nica heran a a
371. menta o e desmantelamento de conquistas sociais e de mocr ticas aplicadas desde a d cada de 80 a partir dos governos de Thatcher e Reagan Assim apesar de considerar o movimento c clico do capital importante ressaltar a conjuntura de rela es internacionais e internas que formou um sistema modelando a vida social n o s no plano econ mico Nesta nova fase a mundializa o do capital domina todo o planeta e os dirigentes pol ticos industriais e financeiros dos pa ses do G7 apre sentam se como portadores de uma miss o hist rica de progresso soci al Na presente fase a acumula o dada pelas novas formas de centra liza o de capitais financeiros a produ o cria a riqueza a partir da combina o social de formas de trabalho abstrato mais valia absoluta e relativa exigindo diferentes qualifica es humanas contudo a esfera financeira que comanda a reparti o e a destina o social desta riqueza Ou seja a liberaliza o e a desregulamenta o do neoliberalismo com binadas s novas tecnologias de comunica o aumentaram a capacida de intr nseca do capital produtivo de se comprometer e descomprometer propens o mobilidade NEOLIBERALISMO REESTRUTURA O PRODUTIVA E MUDAN AS NO MUNDO DO TRABALHO Tendo em vista o elemento da conjuntura do movimento c clico do capital anteriormente aludido poss vel apontar o neoliberalismo e a reestrutura o produtiva como formas de ger ncia
372. mente pode ser muito til no de senvolver de pesquisas em locais que a nica maneira de coletar dados por meio de um gravador Por isso conclu mos que esse trabalho em defesa das fontes j que qualquer que sejam as fontes hist ricas essas s o a forma mais eficaz para que um historiador s andamento s pes quisas estabelecendo uma fun o de comunica o com o passado esse representado pelos documentos em sua diversidade e o presente a exemplo do uso da hist ria oral ilustrado por meio do pr prio historia dor e suas indaga es pertinentes pesquisa 244 NOTAS 1 Trabalho apresentado como requisito parcial da disciplina Teorias Filos ficas da Hist ria ministrada pela Profa Dra Maria Celma Borges para o curso de Hist ria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul campus de Tr s Lagoas 2 Acad mica do 2 ano de Hist ria 3 Acad mica do 3 ano de Hist ria 4 Grifo nosso 5 Ler BURKE Peter org A escrita da Hist ria novas perspectivas S o Paulo Editora UNESP 1992 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BLOCH Marc Apologia da Hist ria ou o Of cio do Historiador Rio de Ja neiro Jorge Zahar 2001 BURKE Peter Abertura a nova hist ria seu passado e seu futuro In BURKE Peter org A escrita da Hist ria novas perspectivas S o Paulo UNESP 1992 CERTEAU Michel de A opera o historiogr fica In Hist ria novos proble mas LE GOFF J amp NORA P Orgs 2 ed
373. mentos No final do s culo XII come am a aumentar em n mero mas novamente se ressecam o Esta do o direito p blico os aparelhos de justi a foram reconstru dos formaram se equipes de especialistas e es tes profissionais como seus antecessores da alta Idade M dia trabalham com formul rios tratar o de alongar o quanto podem os atos que redigem pois s o pagos por linha e esses atos s o mais cuidadosamente conservados assim que a escrita ganha amplitude mas ao mesmo tempo se errijece a subst ncia que pode ser til ao historiador diminui e acaba por reduzir se como no s culo X ao que vem a ser inscrito nos espa os vazios dos formul rios DUBY 1993 p 24 5 Foram as caracter sticas da documenta o tais como Duby encontrava nos documentos que propuseram os limites dos mesmos Ao mesmo tempo eu reconhecia qual espa o melhor se prestaria observa o aquele no qual as fontes se mostrariam particularmente densas Era um territ rio bastante restrito DUBY 1998 p 25 O trabalho dos historiadores bem como a import ncia desses para a constru o da hist ria nunca poder se limitar pelas dificuldades 241 que as fontes podem apresentar por isso o trabalho do historiador baseado em pesquisas densas em que o resultado final apresenta se na compreens o de como se passou a hist ria em certa poca ou ocasi o Segundo Certeau 1979 um historiador deve estar atento para descobrir a heteroge
374. metafic o historiogr fica a hist ria passa a ser um texto um construto discursivo ao qual a fic o recorre t o facilmente como a outros textos da literatura HUTCHEON 1991 185 Um exemplo a hist ria do nazismo enquanto texto utilizada em O homem do caste lo alto 1962 de Philip K Dick ucronia que retrata a vit ria do Eixo na Segunda Guerra Mundial e a divis o dos Estados Unidos entre Alema nha e Jap o Atrav s da metafic o essa po tica p s modernista tam b m se mostra consciente da condi o ficcional da hist ria Para retornarmos ao exemplo anterior no cen rio alternativo de Dick h um romance de fic o cient fica que retrata a vit ria dos Aliados na Segun da Guerra Mundial Ou seja al m da refer ncia ao g nero do romance a fic o cient fica a metafic o em O homem do castelo alto revela o car ter ficcional da pr pria hist ria Os poucos exemplos retirados do romance de Dick atestam a proximidade entre metafic o historiogr fica e ucronia No ensaio Os mundos da fic o cient fica 1985 Umberto Eco pontua quatro tipos de literatura fant stica alotopia utopia ucronia e metacronia mas indica a metacronia como definidora da fic o cient fica pois o mundo poss vel descrito pelo g nero representa uma fase futura do mundo real presente e por mais que seja estruturalmente diverso do mundo real o mundo poss vel poss vel e veross mil exatamente
375. mia mili tantes de diversas organiza es Em um primeiro momento a t tica utilizada para barrar tal negacionismo foi um boicote ao mesmo pois se temia que a abertura de um processo acabasse por trazer publicidade ao negacionismo Entretanto ficou constatado que esta pr tica n o era muito v lida pois n o trazia resultados substanciais Ap s certo tempo esta disputa pas sou aos tribunais ga chos a editora situa se em Porto Alegre RS onde uma verdadeira batalha foi travada Ellwanger conseguiu uma s rie de liminares e h beas corpus at que em determinado momento a quest o chegou at o Supremo Tribunal Federal onde Ellwanger foi condenado pelo crime de racismo em ultima inst ncia com denega o do pedido de h beas corpus n 82 424 Longe de querer negar a import ncia da condena o de Ellwanger tanto do ponto de vista hist rico quanto do ponto de vista jur dico j que essa condena o abre um precedente para que a pr tica de anti semitismo seja encarada como racismo e n o como opini o pol tica ou religiosa mascarada necess rio observar algumas caracter sti cas deste falso revisionismo A tentativa de transformar a verdade e mentira e a capacidade de muta o de novos e velhos preconceitos que juntos tomam forma de literatura autorit ria e preconceituosa O conceito e a exist ncia de verdade algo em constante dis cuss o no campo historiogr fico Adam Schaff em Hist ria e Verdad
376. mina Partido do Crime Esse tipo de enuncia o n o produzida pelo pr prio grupo gera outros efeitos de sentido pois pode representar uma n o comunh o de significado entre o locutor da mat ria e o PCC O ato de autodenominar se configura no plano discursivo a coloca o de duas frentes a da mesmidade entre os integrantes do PCC e a outridade que se refere ao grupo SILVA 2006 p 79 A linguagem est sujeita falha e ao equ voco da transpar ncia dos sentidos P CHEUX 1975 ORLANDI 1987 A materializa o dos itens lexicais estatuto e mandamentos conferem ao discurso uma tens o pois gera efeitos de sentido que definem o PCC como uma identidade de direito e ao mesmo tempo uma entidade religiosa em que a fidelidade um compromisso dos servos com seu senhor As leis da organiza o s o equivalentes s leis 166 divinas definindo o bom cidad o crist o e jur dico O discurso da m dia ao observar o grupo dessa forma liga o quelas organiza es terroris tas pautadas numa guerra religiosa aqui o PCC luta para preservar seu status moral e n o por uma quest o social e pol tica Esses deslizes de sentido que asseguram a constitui o pro cessual das identidades visto que o sentido intervalar Ele n o est nem no dom nio do locutor tampouco no do interlocutor mas no espa o deixado por ambos no processo discursivo ORLANDI 1987 p 160 O recorte seguinte diz respeito a alguns do
377. mo s mbolo de poder econ mico e influ ncia pol tica Tirar o Trem Naval de Mato Grosso e a Casa Banc ria Nicola Scaffa do esquecimento da mem ria projet los na hist ria de Lad rio legando ao presente conhec los Essa a tarefa do historiador presentificar fatos passados torn los intelig veis impulsionar novas descobertas e acima de tudo retificar os mitos criados em torno desses fen menos econ micos sociais NOTA Mestrando UFGD sauloamelloDyahoo com br 26 BIBLIOGRAFIA ALVES Gilberto Luiz CORREA Lucia Salsa CORREA Valmir Batista Casario do Porto de Corumb Campo Grande Funda o de Cultura de MS Bras lia Gr fica do Senado 1985 Mato Grosso do Sul O universal e o singular A trajet ria do Grande Comerciante dos Portos de Corumb 1857 1929 A prop sito das determina es econ mico sociais do Casario do Porto Campo Grande UNIDERP 2008 ASSAD Juli o Jorge et Ali Hist rico da Base Fluvial de Lad rio Lad rio s e 1972 mimeografado BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria do Patrim nio Hist rico e Art s tico Nacional Funda o Nacional Pr Mem ria Bras lia 1981 CART RIO de Tabelionato e Registro Civil de Lad rio Livros de Notas n meros 4 5 e 14 Lad rio DOSSE Fan ois A Hist ria em migalhas Dos Annales Nova Hist ria Bauru SP EDUSC 2008 FLORENCE Hercules Viagem fluvial do Ti te ao Amazonas de 1825 a 1829 S o Paulo Cultrix 1977
378. mo quando as fun es de onda de probabilidade da Hist ria colapsam em benef cio des ta ou daquela alternativa as condi es que tinham tornado poss vel a alternativa oposta continuam latentes n o s o zeradas por um passe de m gica TAVARES 2006 11 Em outras palavras para nos valermos de um exemplo a escra vid o mesmo que findada em 1888 ainda determina v rias caracter s ticas do presente brasileiro Apesar das duras cr ticas ao modelo diacr nico Fredric Jameson observa nele uma ferramenta til para a 173 perspectiva sincr nica da hist ria principalmente ao partir da interpre ta o geneal gica de Nietzsche a genealogia n o uma narrativa hist rica mas tem a fun o essencial de renovar nossa percep o do sistema sincr nico como em um raio X com suas perspectivas diacr nicas servindo para tornar percept vel a articula o no presente dos elementos funcionais de um dado sistema JAMESON 1992 139 grifo do autor Desta afirma o de Jameson compreendemos que a organiza o linear dos fatos hist ricos deve ser entendida como um prot tipo cuja finalidade justamente devido sua condi o inacabada a desmontagem a partir do presente Um dos estudiosos que melhor empreende uma vis o sincr nica da hist ria Raymond Williams Atrav s dos conceitos de dominante residual e emergente propostos em Marxismo e literatura 1977 Williams torna complexa assim a no o de hegemo
379. mo um enclave dentro da pr pria Espanha da certa dificuldade em observar dentro do romance uma vis o ufanista 154 daquela que outrora fora o reino mais rico do mundo sob Felipe II J o caso dos argelinos imigrados exemplar seu apego s tradi es religi o especialmente culin ria l ngua rabe devido ao processo de espolia o de que foram vitimas durante o per odo colonial A cultura argelina apresenta se aparentemente monol tica pela boca dos depo entes de Sayad enquanto a cultura espanhola que evola da obra de Pi on insinua se como uma unidade inexistente O longo processo contradit rio de imigra o produziu entre os argelinos um apego muito forte ao passado em desejo n tido de retorno que produziu por sua vez uma Arg lia ideal uma p tria f rtil generosa que aguarda seus filhos fitando os da moldura de algum quadro na sala Al m disso o Islamismo conferiu unidade ao norte da frica e ao Orien te M dio culturalmente pode se dizer que o elemento mais forte res pons vel pelo lan que marca a trajet ria das popula es emigradas que lhe imprimem um sentimento de identidade como o povo escolhido para crescer multiplicar se e divulgar o Isl pelo mundo Assim resistir modernidade do Ocidente perda de valores significa permanecer coerente com suas origens que possuem modelo pronto e acabado para orientar a exist ncia do homem temente a Deus Disso decorre a rigidez dos padr es familiares a
380. mparo de conceitos advindos da amizade entre An lise do Discurso francesa e alguns conceitos dos Estudos Culturais propomo nos estudar sub repticiamente o processo de constitui o da identidade do PCC Primeiro Comando da Capital na m dia eletr ni ca brasileira Nossa inten o consiste em observar como as t cnicas de atribui o de sentidos e os recursos do aparelho disciplinar est o associados ao discurso da m dia 159 Decorrido exatamente um ano ap s os ataques que fizeram a cidade decretar um toque de recolher e projetaram o jogo de for as entre o grupo e equipes de seguran a paulista observamos na m dia a institui o de pr ticas discursivas associadas a pr ticas jur dicas penais e pol ticas que atribuem ao PCC determinadas identidades Nossa hip tese de trabalho baseia se na id ia de que a atribui o de identida des por meio do discurso decorrente do funcionamento da observa o da puni o e da corre o em uma sociedade disciplinar Esses mecanismos materializam se no discurso da m dia pois nela ecoam os discursos do Estado da justi a do direito em outras palavras um discurso necessariamente pastoral de individualiza o e de dispers o do sujeito transgressor O discurso o meio pelo qual a l ngua entra em funcionamento com a hist ria haja vista que suas marcas formais s o destitu das de sentido o qual somente adv m de sua conflu ncia com a hist ria Por tanto falar de identid
381. mpe rial em uma unidade desorganizada e heterog nea A cultura da domi na o e submiss o heran a das senzalas e da servid o compuls ria mantida no ex rcito imperial pelos seus comandantes e mesmo ap s a cria o das for as militares profissionais que combateram na Guerra assim como o tratamento recebido do ex rcito brasileiro pelos ex rci tos de L pez e pelo informante ingl s perante todos os soldados ne gros que ele encontra sejam eles argentinos ou uruguaios prova de que ao contr rio do que diz Burton eles ainda estavam presentes nas for as militares daqueles pa ses CONCLUS O ineg vel a presen a substancial de escravos negros livres mulatos livres e mesti os nas corpora es militares que serviram no Ex rcito Imperial Brasileiro durante a Guerra contra o Paraguai e de combatentes n o brancos em menores escalas nos pa ses aliados e at mesmo no Ex rcito Paraguaio no mesmo per odo Todo o passa do colonial dos pa ses que foram palco da Guerra foi consolidado atra v s do trabalho escravo sendo ele executado ora por ndios de etnias locais ora por negros de origens africanas Como o pr prio Sir Burton cita em trecho transcrito de uma de suas cartas a Argentina e o Uruguai livraram se dos irreprim veis em suas guerras civis palavras do intelectual ingl s e o Brasil apesar de viver v rios conflitos regionais sempre resolveu seus problemas atrav s do apa rato militar local sem
382. mpor neo S o Paulo Brasiliense 1978 TSE TUNG Mao Sobre a Pr tica e Sobre a Contradi o S o Paulo Ex press o Popular 1999 SOUZA Laura de Mello e Desclassificados do Ouro A pobreza mineira no s culo XVIII 4 ed Rio de Janeiro Graal Editores 2004 O Diabo e a Terra de Santa Cruz S o Paulo Companhia das Letras 1986 132 A GUERRA DO PARAGUAI RACISMO NA FORMA O DOS EXERCITOS PLATINOS Bruno Mendes Tulux Vivenciando um per odo de enfraquecimento de um sistema eco n mico e social e inserido em uma conjuntura mundial que se baseava nas independ ncias pol ticas nacionais o Imp rio Brasileiro da segun da metade do s culo XIX ainda assim apresentava muitos resqu cios do Brasil colonial dos s culos XVI e XVII O sistema econ mico brasileiro heran a portuguesa completamente dependente da demanda e das oportunidades mercadol gicas europ ias era totalmente calcado na explora o de um produto principal que gozava de uma boa aceita o no mercado internacional e na explora o do trabalho compuls rio este ltimo abastecido durante s culos pela frica que tamb m foi frag mentada e explorada comercialmente pela Europa Embora a economia se apresentasse relativamente transformada frente ao passado colonial o Imp rio brasileiro dependia da explora o da m o de obra obtida atrav s do tr fico de escravos africanos A produ o agr cola tamb m se diversificou anteriormente a cana
383. mular a pr tica historiogr fica Dessa maneira outras es colas foram criadas como a Escola de Frankfurt a Nova Hist ria Cul tural considerada tamb m uma gera o da pr pria Escola dos Annales os Neo Marxistas entre outros O que pode se observar em todos esses casos o constante desenvolvimento da disciplina aliada s novas metodologias e novas indaga es O aux lio interdisciplinar configura se como um importante instrumento que pode e deve ser utilizado pelo historiador para des cobrir novos caminhos e tra ar novos trajetos Dessa forma a constan te reinterpreta o de acontecimentos e m todos historiogr ficos cada vez mais crescente No que tange aos fatos em si independentemente de contraposi es de m todos e correntes historiogr ficas temos o chamado Revisionismo Hist rico O pr prio nome Revisionismo Hist rico j nos deixa a par de sua funcionalidade a pr tica pr tica esta usual diga se de passa gem de repensar a hist ria olhar sobre uma outra tica certo aconteci mento abordar outros aspectos passando da faceta pol tica de um acontecimento para a faceta cultural ou religiosa do mesmo e vice versa fazendo assim com que cheguemos a novas conclus es ou mesmo instigantes indaga es Exemplo desta pr tica de revis o da hist ria apresentado por Emilia Viotti da Costa em O mito da democracia racial in Da monar quia rep blica momentos decisivos
384. mundi ais das mais variadas correntes pol ticas Esse car ter abrangente do negacionismo algo bastante preocupante De um lado h as organiza es neonazistas e neofascistas de Partidos Pol ticos vale lembrar da crescente aceita o dos partidos xen fobos e radicais da extrema direi ta na Europa como no caso da ustria It lia Fran a entre outros a gangues presentes em est dios de Futebol ou em shows de rock como o caso dos Hooligans e Skinheads Neo Nazistas e do outro lado organiza es de extrema esquerda solid rias causa Palestina onde muitos militantes acabam flertando muitas vezes mesmo sem saber com aquilo eles consideram seus maiores e piores inimigos N o queremos dizer por m que toda e qualquer cr tica s a es do Estado de Israel s o impregnadas de anti semitismo disfar ado pelo contr rio Muitas dessas cr ticas s o de Israelenses preocupados com algumas dessas a es e contr rios ao atual governo considerado de extrema direita pelos seus advers rios presente no pa s No caso do Brasil ainda n o h ind cios claros de rela o entre Partidos Pol ticos legais e o negacionismo No entanto observa se uma crescente divulga o dos livros da Revis o Editora em diversos sites neonazistas e de outros movimentos de extrema direita ou de inspira o nazi fascista Apesar de proibida as atividades da editora ela con tinua a vender seus livros normalmente via internet
385. muns do pr prio sujei to e de suas experi ncias no processo de conquista da terra e para nela permanecer Desta forma conforme Borges 2004 compreendem se estas pr ticas enquanto experi ncias que se constroem durante a vida e representa es por exemplo enquanto s mbolos de luta de interpreta o e significa o destes valores constru dos nesse processo Segundo Jovchelovitch Representa es s o constru es sempre ligadas a um lugar a partir do qual sujeitos representam estando portanto inti mamente determinadas por identidades interesses e lugares sociais Nessa medida elas representam uma forma particu lar de constru o do objeto e est o constantemente em rela o com outras representa es que representam outros su jeitos e outros lugares sociais apud BORGES 2004 p 33 343 As considera es de Borges foram reveladoras para compre ender as pr ticas e representa es dos sujeitos que lutam pela terra Seu trabalho contribuiu para demonstrar o fazer se da pesquisa a par tir do olhar do sujeito que nas pr ticas de suas lutas representam suas hist rias Para a autora n o se separa a pr tica de sua repre senta o E a representa o inexiste sem o fazer se dos sujeitos da a compreens o das representa es sociais fundamentadas nas a es individuais e no meio em que se vive tal como se concebe este meio 2004 p 98 Compreendemos as pr ticas dos sujeitos como seu modo s
386. n lise acerca dos m todos e as t cnicas empregadas nas fontes es sas que s o muito variadas Al m disso o presente trabalho pretende demonstrar o ponto de vista dos fil sofos sobre as fontes visando uma breve abordagem te rica e metodol gica acerca de todo o assunto FONTES HIST RICAS A variedade de fontes enorme e as suas possibilidades de pes quisas s o amplas revelando se como parte essencial no desenvolvi mento de um projeto uma vez que sem a investiga o das fontes fica invi vel para um historiador conduzir seu trabalho Para tanto as fontes s o documentos que falam para o historiador quais s o os meios a se rem seguidos para um melhor desenvolvimento de uma pesquisa desde que o pesquisador saiba utiliz las ou seja indag las corretamente S o v rios os tipos de fontes que podem ser usados para o de senvolvimento de uma pesquisa tais como fontes documentais ar queol gicas impressas orais biogr ficas e audiovisuais dependendo do conte do do que ser pesquisado Mas a problem tica que envolve a quest o das fontes refere se ao seu tratamento assim como a necessidade de se empregar as t c nicas para o uso das mesmas Para responder a algumas indaga es como essas utilizaremos como aporte te rico de nosso estudo Certeau 1979 j que ele aponta a necessidade em criar uma linguagem simplificada para facilitar a compreens o da Hist ria sempre claro por meio da utiliza o das font
387. n o acontecer mais Em levantamento preliminar foi poss vel identificar no calend rio oficial da escola muitos eventos e comemora es que o Col gio organizava ou participava Nos eventos que n o eram religiosos o crit rio para participar ou representar a escola ou classe dependia do desempenho do aluno Isso significa dizer que o curr culo e as pr ticas escolares valorizavam os bons resultados poss vel afirmar que era reproduzido na escola o funcionamento de uma f brica moldava se o aluno da mesma forma que se molda o a o BOBBIT apud SILVA 2004 O Col gio possu a uma disciplina rigorosa e os alunos apresenta vam um intenso respeito aos professores As datas c vicas eram todas comemoradas pela comunidade escolar e as festas que a institui o realizava como bailes festas juninas e desfiles contavam com a partici pa o dos familiares dos alunos O modelo de educa o era o tradicio nal hor rios e calend rios bem definidos assuntos ensinados de forma isolada e pontual espa o f sico inspirando ordem e monotonia aulas baseadas na exposi o e repeti o o professor era o transmissor e os alunos eram vistos como um papel em branco que precisava ser preen chido era a educa o banc ria t o criticada por Paulo Freire importante destacar que a escola um espa o que imp e padr es de bom comportamento e de bons costumes entre os quais a ordem e a disciplina s o requisitos fundamentais As i
388. n o tem acesso a computa dores um grupo exclu do da sociedade Mesmo com programas cria dos pelo governo para obter mais f cil acesso a rede de computadores somente alguns s o privilegiados com tal benef cio A grande conquista do mil nio foi o surgimento da Rede Mundial de Computadores A Internet nasceu da soma de pequenas conquistas tecnol gicas feitas por cientistas extraordin rios Uma das mais vitais para o funcionamento da rede a capacidade de um nico computador dividir sua aten o com diversos usu rios no mesmo instante num processo conhecido como tempo compartilhado Enfim a inform tica evolui cada vez mais rapidamente e as veloci dades de processamento dobram em per odos cada vez mais curtos Para se ter uma no o disso basta observar que entre os modelos de computa dor mais antigos os espa amentos entre uma novidade e outra eram de dezenas de anos sendo que hoje n o chega a durar nem um m s Com isso n o s o todos que tem a facilidade de obter benef ci os com as novas tecnologias e acabam por ficar a margem ou exclu dos de um novo contexto que criado a partir do momento que a tecnologia em si n o passa a ser um luxo e sim uma utilidade tanto na vida pessoal como na vida profissional Essa discuss o se inicia com uma pergunta a Exclus o digital criada nesses ltimos anos devido ao grande crescimento da rea onde milhares de pessoas em todo o mun do a utilizam e outras n o seria um
389. nalidade de garantir visibi lidade da s identidade s em sua constitui o Embora a identidade na p s modernidade seja fragmentada inst vel e vari vel MOITA LOPES 2002 GRIGOLLETO 2006 HALL 2004 2006 SILVA 2006 concentramo nos tamb m na id ia de que ela tamb m seja uma cons tru o do poder SILVA 2006 FOUCAULT 2005b 1994 1979 GUER RA amp SOUZA 2006 Nosso objeto de an lise vide Anexo pertence Folha de S o Paulo de maio de 2006 e especificamente est contido na mat ria intitulada Terror em S o Paulo Trata se de uma sinopse com a finalidade de apresentar uma radiografia do PCC pontuando os eixos fortes do grupo e ao mesmo tempo delineando a identida de da organiza o Nesse objeto daqui em diante enunciado observamos dois planos discursivos paralelos um intitulado COOPERATIVA DO CRI ME e o outro ESTATUTO Naquele primeiro quadro observemos o seguinte recorte a O que o PCC e como ele age Quando surgiu 1993 Quem criou um grupo de presos do Anexo da Casa de Cust dia e Tratamento de Taubat Quem faz parte dele crimino sos presos e libertos Especialistas afirmam que a fac o conta hoje com 6000 associados bandidos que pagam organiza o mensalidades que variam de 50 a 500 reais grifos nossos Nesse recorte vemos como constru da a identidade do PCC em primeiro lugar pela modalidade enunciativa adotada pelo v
390. ndador e sociedade autorit ria S o Paulo Funda o Perseu Abramo 2001 120 DIAS Malheiros C Hist ria da coloniza o Portuguesa do Brasil Porto Litografia Nacional 1921 GARCIA Jos Manuel Viagens do Descobrimento Lisboa Presen a 1983 HOLANDA S rgio Buarque A poca colonial In hist ria geral da civiliza o brasileira 8 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1989 Ra zes do Brasil Rio de Janeiro Jos Olympio 17 ed 1984 HANDELMANN H Hist ria do Brasil 2 ed S o Paulo Melhoramentos 1931 LIMBERTINI Rita de C ssia Ap Pacheco Discurso ind gena acultura o e polifonia S o Paulo 1998 Disserta o de Mestrado em semi tica e ling stica geral Faculdade de filosofia letras e ci ncias humanas Uni versidade de S o Paulo NOVAIS Fernando A condi o de privacidade na Col nia In Hist ria da vida privada no Brasil S o Paulo Cia das Letras 1997 V 1 Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial 1777 1808 2 ed S o Paulo HU Citec 1983 PRADO J F Primeiros Povoados do Brasil 1500 1530 4 ed S o Paulo Cia das Letras 1996 SHARPE Jim A hist ria vista de baixo In A escrita da hist ria 2 ed S o Paulo Unesp 1992 SOUZA Lara de Mello O diabo e a Terra de Santa Cruz S o Paulo Cia das Letras 1986 121 BRASIL COL NIA A DESCOBERTA E CONSTRU O DA EMPRESA A SERVI O DA METROPOLE LUSO EUROPEIA Renan Gon alv
391. ndo a realidade de cada regi o como uma representa o Para o autor este estudo se torna objeto n o somente de ge grafos e economistas mas tamb m de soci lo gos historiadores etn logos etc Isto se d principalmente pela exis t ncia segundo o autor de uma pol tica de regionaliza o A ser com preendido com espa o de movimentos e lutas sociais o conceito de regi o se torna foco de m ltiplos olhares tem ticas e questionamentos Para os historiadores na sua necessidade de retomada de fatos do passado para compreens o do presente destes campos simb licos salienta Bourdieu que A verdade que a sua rela o com o objeto determina ainda ami de a sua vis o do objeto Primeiro porque as tomadas de posi o sobre o passado radicam frequentemente em tomadas de posi o latentes sobre o presente ou mais exatamente contra os advers rios in telectuais do presente p 78 Para Bourdieu o que faz a regi o n o o espa o mas sim o tempo a hist ria 1989 p 115 neste tempo que s o constru das suas pr ticas e representa es as suas lutas e esperan as Considera o autor o trabalho da representa o como a constru o da vis o de mun do e se realiza para imporem a sua vis o de mundo ou a vis o da sua pr pria posi o neste mundo a vis o de sua identidade social p 139 Partindo desta constru o e reflex o sobre as possibilidades que o campo das representa es pode
392. ndo do Trabalho 6 edi o Campinas Cortez 1999 ANTUNES Ricardo org A dial tica do Trabalho Escritos de Marx e Engels 1 edi o S o Paulo Express o Popular 2006 ANTUNES Ricardo SILVA Maria A Soares org O Avesso do Trabalho 1 edi o S o Paulo Express o Popular 2004 207 ENGELS F A Origem da Fam lia da Propriedade Privada e do Estado Trad Leandro Konder 8 edi o Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1982 FIGUEIRA Pedro de Alc ntara Ensaios de Historia O Marxismo Luz da Hist ria Campo Grande MS Editora UFMS 1997 MARX Karl Trabalho Assalariado e Capital amp Sal rio Pre o e Lucro 1818 1883 1 edi o S o Paulo Express o Popular 2006 OLVEIRA Eurenice de Toyotismo no Brasil Desencantamento da F brica Envolvimento e Resist ncia 1 edi o S o Paulo Express o Popular 2004 PAOLI Maria C lia Pinheiro Machado Desenvolvimento e Marginalidade Um Estudo de Caso S o Paulo Livraria Pioneiro 1974 SIQUEIRA Deis E POTENGY Gisela F CAPRELLIN Paola org Rela es de Trabalho e Rela es de Poder Editora UNB 1997 VASSAPOLO Luciano O trabalho At pico e a Precariedade 1 edi o S o Paulo Express o Popular 2006 VIEIRA Maria do Pilar de Ara jo PEIXOTO Maria do Ros rio da Cunha KHOURY Yara Maria Aun org A Pesquisa em Historia 2 edi o S o Paulo tica 1998 208 A CRISE DO CAPITAL NA FRONTEIRA DO SECULO XX
393. neidade ou a discord ncia das fontes a fim de explor las estabelecendo um di logo entre elas Para isso um dos pontos importantes que tem de ser usado no desenvolver do trabalho com as fontes a an lise dos documentos procurando sempre manter uma liga o de um documento com outro desenvolvendo assim um contato com o historiador e suas pesquisas e estabelecendo um di lo go com as fontes hist ricas Um m todo que preciso ser adotado pelo historiador com o tratamento das fontes envolve o desenvolvimento de uma cr tica interna e externa sobre as mesmas Com isso o pesquisador desenvolve o interesse de conhecer os documentos estudando os originais com cuidado para avaliar a hist ria contida nos mesmos Dessa forma um historiador tem que fazer trabalhos minucio sos quando seu estudo se baseia na reconstru o de documentos muito antigos uma vez que a apreens o dos documentos n o f cil O trabalho ter que ser extremamente minucioso para que n o aconte a uma hist ria que foi reconstru da sem aten o para com as fontes ou seja ter o cuidado de n o fragmentar a an lise hist rica Pois tudo tem uma hist ria como escreveu certa ocasi o o cientista J B S Haldane ou seja tudo tem um passado que pode em princ pio ser reconstru do e relacionado ao restante de sua hist ria partindo de inda ga es do presente O trabalho do historiador baseado no estudo de fatos que ocor reram no passado pr
394. neira mais desagrad vel poss vel calmamente de uma simples oposi o a um dio extremado dio este destinado n o apenas a pol ticos e l deres de Estado mas a toda a popula o judaica seja ela residente em Israel ou n o O apoio a causa Palestina outro fator deste processo nes te ponto justamente que o negacionismo tem arregimentado in meros simpatizantes muito deles militantes da esquerda O negacionismo consegue com isto flertar e participar das mais variadas esferas pol ti cas de um extremo ao outro O sionismo ent o tratado como um movimento racista e imperialista da a cr tica deste ser um ponto simp tico s doutri nas esquerdistas Chega se inclusive ao ponto de comparar o Na zismo ao Sionismo O anti sionismo est cada vez mais ligado nega o do Holocausto Express o clara disto a figura de Mahmoud Ahmadinejad Presidente do Ir Ahmadinejad tido como uma das mais importantes express es dos pa ses rabes no que diz respeito aos conflitos no Oriente M dio Ahmadinejad j afirmou diversas vezes sua insatisfa o ao terri t rio israelense chegando ao ponto de sugerir que fizessem sumir Isra 269 el do mapa Tal express o por sinal foi proferida na abertura de um congresso internacional de nega o do Holocausto intitulado Congresso Mundial contra o sionismo ocorrido na capital Iraniana Neste houve a presen a dos mais famosos negacionistas
395. nessa discuss o devida singularidade do assunto Pois nesta fase da vida em que os seres humanos fazem de certa forma os primeiros contatos individuais com os universos culturais Onde o sujeito ainda tem um n cleo ou ess ncia interior que o eu real mais este forma do e modificado num dialogo continuo com os mundos culturais exte riores e as identidades que esses mundos oferecem Hall 2005 p 11 Buscando essa modifica o do eu o punk com seu visual coloca s mbolos para decifra o e reconhecimento Algumas pessoas cientes do que esses s mbolos significam aproximam se ou distanciam se identificam se ou se diferenciam Neto 2001 p 29 Sendo assim vou expor algumas quest es que podem ter contribu do para a cria o desta identidade de contracultura em Ilha Solteira A come ar pela quest o de que a edifica o de todas as casas da cidade ter sido executada pela CESP Companhia Energ tica do Estado de S o Paulo devido a Usina Hidrel trica de Ilha Solteira pois seus trabalhadores necessitavam de um local para morar uma vez que se tratava de uma obra de longo prazo A edifica o das casas foi feita em um sistema de divis o por n veis Isto pode ter contribu do para o sentimento de indigna o dos jovens locais pois em sua maioria eram de fam lias humildes filhos de funcion rios da CESP e presenciaram esta divis o por n veis n o so mente no sistema de habita o mais tamb
396. nhum interesse em reivindicar pagamentos ocorriam tamb m doa es de funcion rios p blicos e de particulares No entanto acreditava se que a guerra teria curta dura o e o prolongamento do conflito come a a pro vocar inquietudes na popula o s O alistamento militar volunt rio acabou tornando se obrigat rio e a id ia de se combater numa regi o insalubre deixava muito a dese 138 jar quanto ao que seria de fato uma contribui o ao ex rcito configu rando a contribui o Coroa desde uma razo vel doa o em dinheiro como indica o de algum outro volunt rio da p tria passando ainda s doa es de escravos para combaterem no lugar de seus senhores O aliciamento de volunt rios para servirem p tria contribu a ainda com a promessa de soldos para trabalhadores livres sem empregos Portanto o ex rcito imperial brasileiro contava em sua forma o com os antigos membros da Guarda Nacional e os novos alistados junto Coroa E estes novos alistados formavam um grupo muito hete rog neo contando em sua forma o desde escravos e trabalhadores livres at uma parcela de homens brancos livres e de origem aristocr tica que entravam para ocuparem cargos secund rios dos comandos militares al m de contar ainda com a contribui o militar de grupos ind genas locais durante os combates Durante o desenvolvimento da obra Guerra do Paraguai escravi d o e cidadania ma forma o do ex rcito Rica
397. nia consolidada pelas ca racter sticas dominantes enfrentando a com o conjunto de elementos residuais que persistem do passado ou os emergentes que se originam do presente anunciando a apari o de novas configura es SARLO 2005 92 Tais conceitos nos ajudam a compreender os movimentos da ucronia e da metacronia outro subg nero da fic o cient fica pois eles embaralham os aspectos consensuais do presente transforman do por exemplo o residual em dominante como acontece em A tica da trai o ao descrever o Paraguai como uma pot ncia mundial ou o emergente em dominante como ocorre em 1984 1949 ao pro por nas entrelinhas uma expans o mundial da ditadura stalinista METAFIC O HISTORIOGR FICA E UCRONIA Como vimos no t pico anterior os fatos hist ricos s o recortes do passado Mas como se apresentam os fatos Certamente atrav s de textos Esta resposta a chave para entendermos a metafic o historiogr fica segundo Hutcheon este tipo de fic o p s modernista sugere que houve mat rias brutas personagens e acontecimen tos hist ricos mas que hoje s as conhecemos como textos HUTCHEON 1991 188 grifo da autora Esta a principal diferen a entre a metafic o historiogr fica e o romance hist rico pois o ltimo acredita ingenuamente que lida com as mat rias brutas da hist ria 174 Um pouco antes da afirma o anterior Hutcheon afirma que para a
398. nicas para com os brasileiros possu ram maior facilidade de adapta o em uma terra que n o os estigmati zaria facilmente como imigrantes devido sua complei o f sica ou caracter sticas culturais Esse um ponto interessante a considerar no processo comparativo pois at mesmo a l ngua no caso o espanhol permitir menos dificuldades de comunica o se formos considerar a diferen a abissal entre a l ngua rabe e a francesa H de se considerar tamb m a imagina o brasileira acerca dos europeus o mito da superioridade dosa povos ib ricos ainda evi dente por certo conspirou para uma melhor adaptabilidade da fam lia de Madruga na Am rica do Sul al m de favorecer sua aceita o no contexto local Por fim a posi o pol tica de fam lia conservadora de classe m dia trouxe aos estrangeiros do romance uma acomoda o confort vel no cen rio carioca sem marc los como pessoas perigosas ou imigran tes prontos a brandir suas diferen as em pra a p blica tal qual se observou recentemente nos confrontos xenof bicos na Europa As an lises preliminares aqui desenvolvidas apreciam melhor a contribui o da Literatura ao estudo de problem ticas identit rias es pecialmente em regi es de fronteira como o Mato Grosso do Sul Estado com contato direto com a Bol via e o Paraguai Atrav s dela podemos elucidar representa es complexas a partir do local privile giado da fic o onde se confrontam refinados de
399. no Vol 7 Uberl ndia 1999 p 105 146 FOUCAULT Michel Hist ria da sexualidade vol a vontade de saber S o Paulo Graal 2006 R OS Rebeca G nero salud y desarrollo um enfoque em construcci n In G MEZ Elza G G nero mujer y salud em l s Am ricas Washington D C Organizaci n Panamericana de la Salud 1993 OPS Publicaci n Cient fica n 541 p 3 18 1993 SAFFIOTI Heleieth B G nero patriarcado viol ncia S o Paulo Fun da o Perseu Abramo 2004 SCOTT Joan G nero uma categoria til de an lise hist rica Educa o e realidade 1990 16 5 2 SCOTT Joan Hist ria das mulheres In BURKE Peter A escrita da his t ria S o Paulo Unesp 1992 VELHO Gilberto O estudo do comportamento desviante a contribui o da Antropologia Social In VELHO Gilberto Org Desvio e diverg ncia uma critica da patologia social 4 ed Rio de Janeiro Zahar Editores 1981 p 11 28 368 A REFORMA PSIQUI TRICA CONSIDERA ES SOBRE O MOVIMENTO DA LUTA ANTIMANICOMIAL V nia Aparecida de Jesus Queiroz Rotularam me de R20 e pergunta ram se quando olho a multid o vejo um semelhante Olho a multid o e vejo que todos t m flores na cabe a s que meus semelhantes tem uma flor a mais e diferente A flor do Del rio A Reforma psqui trica teve um nicio bastante conturbado como toda mudan a o na Hist ria Surge com extrema necessidade de mudar o tratamento psqui trico q
400. nsportes Nas primeiras al m do re gistro das in meras casas comerciais a exemplo da Casa Mansour definida como o maior e mais bem sortido estabelecimento comerci al de Mato Grosso o lbum tamb m destacava enquanto marca da moderniza o econ mica do munic pio a maquinaria utilizada em in d strias como a F brica Mandetta de bebidas a Panificadora Espe ran a nica em Mato Grosso a possuir os afamados fomos cont nu os Pensotti em oficinas como a da Tipografia O Progressista onde o pr prio lbum fora impresso Paralelamente a obra dava grande destaque s a es da numerosa e hoje unida classe dos fazendeiros da parte meridional do Estado sublinhado a incorpora o por parte dos pecuaristas de novas ra as e de t cnicas modernas de cria o observando al m disso a prosperidade da lavoura de caf produto introduzido no munic pio em 1911 pelo imigrante s rio Antonio Abdo propriet rio da fazenda Mateira definida como a maior organiza o agr cola do Estado Conforme vinha anotado no lbum O cafezal vinga e aumenta de muitos milhares de p s acres cidos todos as anos Em 1930 contava a Mateira com 140 000 p s de caf fora planta es de cana e mandioca 47 excelentes pastos e cria o de gado bovino e su no e ga lin ceo Digno de nota juntamente com o cafezal o canavial que ocupa uma rea de 10 hectares fora o bel ssimo pomar de laranjeiras abacate
401. nstitui es esco lares s o fontes fundamentais para a apreens o de uma cultura Nes se sentido importante entender que as representa es s o pr ticas culturais que se traduzem no pensar e no fazer o cotidiano escolar Podemos ent o afirmar que medida que os atores educacionais pen sam e fazem a realidade escolar eles se apropriam dos modelos cultu rais que os circundam reinterpretando os e utilizando os Isso possibilita o olhar hist rico no universo escolar atrav s das festas sendo poss vel revisitar o passado e construir interpreta es e 65 explica es Uma pesquisa desta natureza visa constru o de novas formas interpretativas que valorizem os agentes envolvidos no processo educativo investigando o que ocorre no interior da esco la gerando um conhecimento mais aprofundado destes espa os so ciais destinados ao ensino aprendizagem Assim podemos afirmar que a festa est sempre em processo de mudan a sendo transforma da a cada momento pelos grupos sociais e pela produ o de novos significados simb licos ITANI 2003 Festejar tamb m significa pr ti cas coletivas de resist ncia s imposi es dos governantes das eli tes dominantes de cada poca necess rio citar POPKEWITZ 1997 como um te rico impor tante por suas pesquisas sobre a complexidade dos processos atra v s dos quais os saberes da sociedade se transformam em saberes escolares POPKEWITZ descreve esses pro
402. ntar da vida de suas conquistas da luta pela qual passaram at chegar quele momento sendo que estes momentos acabam por ser relembrados nem sempre como os fatos ocorreram mas sim a partir de como aqueles sujeitos o vivenciaram Isto acaba por ser uma forma do sujeito buscar construir uma imagem de seu passado em sua vida presente ou como salienta Pollak como instrumento de reconstru o da identidade no qual atrav s desse trabalho de reconstru o de si mesmo o indiv duo tende a definir seu lugar social e suas rela es como os outros 1989 p 13 Segundo o autor a mem ria entra em disputa e os objetos de pesquisa s o escolhidos de pre fer ncia onde existe conflito e competi o entre mem rias concor rentes p 04 350 Para Pollak estas mem rias subterr neas que podem dar lugar ao sil ncio podem tamb m representar disputas domina es e mes mo demonstrar qual situa o social o sujeito vive ou viveu evidenciando seus medos e receios A fronteira entre o diz vel e o indiz vel o confess vel e o inconfess vel separam em nossos exemplos uma mem ria coletiva subterr nea da sociedade civil dominada ou de gru pos espec ficos de uma mem ria coletiva organizada que resume a imagem que uma sociedade majorit ria ou o estado desejavam passar e impor 1989p 08 Para o autor h sempre uma liga o entre o presente e como as mem rias passadas s o lembradas ou reinterpretadas
403. nte dos buscados na teoria do conheci mento a demarca o real de qualquer ci ncia humana s pode ser levada a efeito no interior da sociedade em que ela praticada p 25 Bourdieu descreve quest es parecidas como as enfatizadas por Japiassu principalmente no que diz respeito constru o cient fica e criticando ainda aqueles que defendem a utopia cientificista da neutra lidade Assim diz O sonho positivista de uma perfeita inoc ncia epistemol gica oculta na verdade que a diferen a n o entre a ci ncia que realiza uma constru o e aquela que n o o faz mas entre aquela o faz sem o saber que aquela que sabendo se esfor a para conhecer e dominar o mais completamente o poss vel seus atos inevit veis de constru o e os efeitos que eles produzem tamb m inevitavelmente BOURDIEU 1997 p 694 apud BORGES 2004 p 45 Voltando ao que foi discutido anteriormente ou seja que a hist ria do tempo presente pode ferir Nora explicita que quando se trabalha com carne viva ela reage e sangra 1984 p 53 Reafirmando essas considera es ainda comenta que a hist ria do tempo presente quase inevitavelmente uma Hist ria cruel que fere que faz sangrar porque rema quase fatalmente contra a corrente da imagem que uma sociedade tem necessidade de construir acerca de si mesma para so breviver p 53 337 Sobre isto poss vel pensar na quest o no MST da m stica e do pr prio acampamento Madre
404. ntegrados 1965 1980 a quarta gera o conhecida como circuitos de larga escala 1980 1990 e a quinta gera o conhecida como circuitos de grande larga escala 1990 at os dias atuais Na primeira gera o de computadores este era basicamente ligado ao meio militar utilizado principalmente pela marinha americana para c lculos de batalhas c lculo de dist ncia Uma curiosidade sobre os computadores que detinham a tecnologia de v lvulas que o barulho do computador em funcionamento segundo relatos da poca se asse melhava a varias pessoas tricotando dentro de uma sala A segunda Grande Guerra estava no seu auge e a demanda por computadores cada vez mais r pidos vinha crescendo O novo modelo utilizava v lvulas eletr nicas e os n meros eram manipulados na forma decimal Apesar da alta velocidade para a poca era extremamente dif cil mudar as instru es contidas dentro do computador j que a programa o era feita por meio de v lvulas e fios que eram trocados de posi o de acordo com o que se desejava Quando surgiu a terceira gera o de computadores no fim dos anos 60 o custo para o desenvol vimento do computador estava caindo como podemos observar na cita o abaixo A terceira gera o inicia se com a introdu o do circuitos integrados transistores resistores diodos e outras varia es de componentes eletr nicos miniaturizados e montados sobre um nico chip aos computadores Ap s o sur
405. ntes se gundo dados do arquivo do Col gio a clientela aumentou gradativamente e o ensino passou a ser mais tecnicista e menos humanista respon dendo s tend ncias do momento hist rico brasileiro Um pr dio de tr s andares com 36 trinta e seis salas de au las incluindo salas de diretoria coordenadoria geral sala de pastoral sala de supervis o sala de orienta o educacional tesouraria e sala de reuni es A estas salas somavam se outras sete no pr dio do ensi no pr escolar Uma particularidade o Col gio Santa Teresa passou a ser esta dual no 2 e 3 andares O primeiro andar continuou particular perten cendo somente Miss o Salesiana de Mato Grosso ficando assim 10 dez salas de aulas para os filhos de fam lias de influ ncias da cidade com dire o coordena o e matr culas especiais isso para satisfazer a elite local que ficou descontente com o conv nio e os Salesianos acataram a solicita o Pr dio do Col gio Salesiano de Santa Teresa em Corumb MS em funcionamento a partir da d cada de 1970 Acervo do Col gio 58 Afinal a elite corumbaense achava se no direito de reivindicar ou exigir prioridade na matr cula de seus filhos pois fora a respons vel por criar condi es junto s autoridades eclesi sticas para a instala o do Col gio Salesiano As vagas para a Escola Estadual eram disputad ssimas e a se para o dentro do ambiente escolar eram vis veis duas
406. ntidade iniciou um trabalho de conscientiza o sociopol tica popular na periferia da cidade com a organiza o de movimentos populares bastante interligados entre si pelo que chamou de educa o popular libertadora Nesse processo a entidade criou um ambiente pol tico fervilhante nos espa os comunit rios que cresceu com a organiza o e a aglutina o de uma diversidade de lutas e com um cotidiano din mico de enfrentamentos e de intensa sociabilidade por meio de um conjunto de a es e de experi ncias ricas e contradit rias Experi nci as que alimentaram o crescimento do papel pol tico da periferia e esta beleceram novas formas de atua o como o Partido dos Trabalhado res e os Conselhos Municipais 274 Inspirados pela ret rica da Liberta o dos intelectuais da ala progressista da Igreja Cat lica esses sujeitos constitu fram se como agentes sociais e pol ticos que participaram ativamente do processo de redemocratiza o do pa s por meio de um tr nsito intenso e din mico pelos campos pol tico social e religioso Nesses campos tam b m encontraram os seus limites e as suas frustra es sobretudo ao final dos anos 1980 e in cio da d cada de 1990 quando entraram em um decl nio t o intenso quanto foi sua emerg ncia Na pesquisa apre sentei essas experi ncias academia contei suas hist rias trajet rias e contradi es e esbocei algumas considera es e an lises so bre um processo que se re
407. nto da jornada de trabalho ocasionada pelos senhores feudais demonstrando o decl nio do feudalismo afim de man ter sua lucratividade Esses tr s fatores tiveram uma enorme contribui o para a queda do contingente populacional da Europa o que acabou resultando em uma enorme dificuldade para os portugueses em executar a pr tica de povoamento isto pelo fato de n o contar com excedentes populacionais dispon veis em Portugal para mand los para a Am rica Portuguesa 125 afim de colonizar o territ rio Contudo Portugal apesar de n o contar com uma grande popula o conseguiu executar o plano de povoamento Sobre esta quest o Novais 1997 numa perspectiva braudeliana afirma A coloniza o moderna n o foi um fen meno essencial mente demogr fico mas por certo tinha uma dimens o demogr fica muito importante N o foi essencialmente demogr fico no sentido de que por press es demogr ficas mas tem dimens o demogr fica no sentido de que envolve amplos deslocamentos populacionais p 18 19 Para complementar esses deslocamentos populacionais e consoli dar a empresa se destinavam essas terras todos os tipos de pessoas principalmente degredados ou seja pessoas consideradas pelos portu gueses da mais baixa ndole na metr pole mendigos prostitutas conde nados do qual tinham que cumprir sua pena no Brasil A figura do degreda do para a prote o e consolida o da empresa foi extremamente im
408. nto de vista do sujeito ou seja utilizando se da an lise da mem ria coletiva e ou individual Paul Thompson segundo Prins um dos que defende a import ncia e a confian a que as fontes orais podem trazer para hist ria A oposi o evid ncia oral muito mais fundamentada no sentido do que no princ pio A gera o mais velha dos histori adores que ocupam as c tedras e d tem as r deas instinti vamente apreensiva em rela o ao advento de um novo m to do Isso implica que eles n o mais comandem todas as t cni cas de suas profiss o Da os coment rios depreciativos so bre os jovens que percorrem as ruas com gravadores e fitas PRINS apud THOMPSON 1978 p 63 Acredita se que haja uma raz o mais profunda para a renega o das fontes orais pois numa sociedade alfabetizada inconscientemen te comum que desprezemos a palavra falada j que muito aprecia da a escrita havendo o orgulho de se escrever e por isso o respeito pela palavra escrita Entretanto cabe pensar no n mero de analfabetos e de sociedades em que a escrita n o t o valorizada quanto a palavra falada justificando a tradi o dos mais velhos em contar lendas e his t rias para os mais novos transmitindo um conhecimento por meio da fala valorizando a palavra falada Dessa forma as fontes orais mesmo que com toda a descrebilidade encarada no in cio de seu emprego evidenciam se como um meio de informa o que sabendo usar correta
409. ntre ndios e portugue ses com o intuito de verificarmos as diferen as que levam a situa o de confronto cultural religioso mental e comportamental que se refle tem na estrutura social altamente hierarquizada e exclusora do Brasil contempor neo nesse sentido que analisaremos os documentos de viajantes do s culo XVI com destaque a Carta de Pero Vaz de Caminha para atrav s dela buscarmos os relatos em voc bulos e coloca es verbais que implicitamente revelam a explora o e a submiss o as quais os ndios e posteriormente os negros foram v timas 109 OMITO DA COLONIZA O Quando pensamos em coloniza o do Brasil logo nos v m mente os portugueses corajosos e valorosos que fundaram nossa civi liza o e nos deram o Carter que carregamos at hoje nesse sentido que buscaremos no mito da constitui o da identidade hist rica do povo brasileiro suas representatividades desigualdade e desconstru es e exclus es Atrav s da an lise de Chaui 2001 apresentaremos o mito tam b m na acep o psicanal tica com impulso a repeti o de algo imagi n rio que cria um bloqueio percep o da realidade e culmina com a impossibilidade de lidar com a mesma nesse sentido definiremos o processo de funda o ou a coloniza o do Brasil como um mito O mito da coloniza o que oferece uma interpreta o inicial da represen ta o da realidade e em cada momento da constru o hist rica esses elem
410. ntre camponeses e ca pitalistas pois os primeiros precisam dela para reproduzir se como camponeses os segundos para explorar o trabalho alheio para es pecula o e acumula o Distin o que n o passa desapercebida por Dona Silva A gente que n o tem terra e ganha terra muito importante porque a gente deixa de comprar muita coisa Sei l para o fazendeiro a terra s pra pausa Ele tendo a terra ele n o liga se ela est produzindo porque ele tem do que viver Ele tendo a terra ela pode estar largada ou cheia de gado para ele tanto faz E a gente aqui n o a gente aproveita tudo o que pedacinho porque para a gente a terra muito importante Ao falarmos sobre a import ncia da comida torna se necess rio fazer refer ncia ao estudo de Ant nio Candido realizado em meados do s culo XX a respeito dos problemas que afligiam o caipira em S o Paulo Neste sentido as condi es de vida e o problema da sobreviv n cia da sociedade caipira receberam uma aten o especial com desta que para o papel da sociabilidade e da solidariedade neste processo Ao analisar os meios de vida do caipira paulista Candido 1982 eviden cia a obten o dos alimentos como fator din mico na sociabilidade do grupo sua aquisi o era a finalidade primeira da exist ncia desta soci edade Nas palavras de Candido 1982 p 143 Mais importante e interessante a oferta de alimentos entre vizinhos na realidade um sistema amplo de troca
411. ntropologia Todos queriam reescrever o mundo social dando voz aos grupos que agora se revelam sujeitos da hist ria na perspectiva renovada e heterodoxa de uma luta de clas ses embricada ao g nero etnia aos aspectos cultural social pol tico e at ecol gico Na disserta o intitulada O grito aben oado da periferia traje t rias e contradi es do lajes e dos movimentos populares na Andradina dos anos 1980 defendida em 2006 no Programa de Mestrado em Hist ria da UEM estudei as trajet rias de uma entidade eclesi s tica progressista o lajes que a partir de meados dos anos 1970 abrigou e organizou diversos grupos populares que se constituiram como movimentos sociais tais como Movimentos de Mulheres de Bairros pela Sa de de Negro entre outros na cidade de Andradina interior de S o Paulo De forma resumida poss vel conceber a emerg ncia do lajes e desses movimentos populares como um processo de resist ncia em face repress o pol tica social e econ mica dos anos de chumbo ao mesmo tempo em que eles tamb m resultam das pr prias experi n cias das lutas cotidianas que t m suas origens nos tempos mais re motos em um contexto regional matizado pela problem tica da expro pria o dos pequenos agricultores quando da forma o das pastagens na regi o de Andradina p lo pecu rio e conhecida nacionalmente como terra do rei do gado Assim a partir de meados dos anos 1970 a e
412. o Loyola 1996 SINGER Paul S o Paulo o povo em movimento Petr polis Vozes 1982 SILVA Helenice Rodrigues da Rememora o comemora o as utili za es sociais da mem ria Rev Bras Hist 2002 vol 22 no 44 p 425 438 THOMPSON E P A mis ria da teoria Rio de Janeiro Zahar 1981 As peculiaridades dos ingleses e outros artigos Campinas Edito ra da Unicamp 2001 Costumes em comum estudos sobre cultura popular tradicional tradu o de Rosaura Eichemberg S o Paulo Companhia das Letras 1998 285 FANZINES E PUNK ROCK O USO DA CONTRACULTURA COMO GRITO DE UMA JUVENTUDE AMORDA ADA EM ILHA SOLTEIRA SP 1994 2006 Tiago de Jesus Vieira Em meio a fuma a das chamin s ecoam gritos de uma gera o gritos que s o porta vozes de uma juventude amorda ada Quero ver em cada garagem da periferia pulsar o ritmo da revolta queremos subverter a ordem burguesa que existe na m sica e na arte Fa am da m sica uma forma de fazer cair por terra a sua morda a queremos subverter a ordem burguesa que existe na m sica e na arte Garotos Podres INTRODU O Nesse artigo pretendo explanar algumas curiosidades e confu s es que sempre surgiam em di logos com as pessoas sobre o meu objeto de pesquisa A produ o da contracultura em Ilha Solteira SP atrav s do punk rock e dos fanzines isto ocorria devido falta de informa o E tamb m pelo fato de que muitas das infor
413. o Tradu o de Pietro Nassetti S o Paulo Martin Claret 2003 Cole o Obra Prima de cada autor 47 MALUF Sahid Teoria geral do estado 25 ed atualizada S o Paulo Sarai va 1999 MONTEIRO Jos Lemos Para compreender Labov Petr polis Vozes 2000 MONTESQUIEU Do esp rito das leis Tradu o de Fernando Henrique Cardoso e Le ncio Martins Rodrigues S o Paulo Difus o Europ ia do Livro 1962 Cl ssicos Garnier PIETROFORTE Antonio V S LOPES Iv Carlos Sem ntica Lexical in FIORIN Jos Luiz Org Introdu o ling stica Il princ pios de an lise 2 ed S o Paulo Contexto 2003 p 111 136 REALE Miguel Filosofia do direito 20 ed S o Paulo Saraiva 2002 TRINGALI Dante Introdu o ret rica a ret rica como cr tica liter ria S o Paulo Duas Cidades 1988 WEEDWOOD Barbara Hist ria concisa da ling stica Tradu o de Mar cos Bagno 4 ed S o Paulo Par bola Editorial 2005 426 UFMS UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CAMPUS DE TR S LAGOAS UNIDADE CURSO DE HISTORIA APOIO VI l ENCONTRO ESTADUAL DE ESTUDANTES DE HISTORIA DE MATO GROSSO DO SUL A Hist ria retoma sua Hist ria PREAE UFMS PR REITORIA DE EXTENS O CULTURA E ASSUNTOS ESTUDANTIS 85 73 9 885 763 1120
414. o frei Euc rio Schmitt manteve contatos com seus superiores que se encontravam na Alemanha quan do tratavam dos assuntos mais importantes da miss o mato grossense Como in cio da Segunda Guerra Mundial em1939 os contatos torna ram se imposs veis Ent o coube ao Frei Euc rio Schmitt tomar deci s es sozinho sobre os assuntos da miss o Antes de a Segunda Guerra Mundial come ar a Ordem Franciscana da Prov ncia da Turingia iniciou o envio de mission rios para o exterior em vista da situa o pol tica da Alemanha Na poca as rela es entre estado e Igreja pioravam dia a dia Tornava se cada vez mais evidente que o nacionalsocialismo queria aniquilar a Igreja Nos processos de divisas e de moralidade transpar ncia a inten o na zista de fazer calar e at acabar com as Ordens Religio sas O que estava nos planos do governo n o se sabia mas se devia estar preparado para tudo At se devia con tar com o pior a saber que todos os religiosos no III Reich seriam aniquilados numa esp cie de Noite de S o 31 Bartolomeu ou num campo de concentra o Igualmente era de temer que se tornaria imposs vel para os religiosos viajar para o exterior porque o Ill Reich sabia muito bem que os religiosos emigrados eram os maiores opositores de Nazismo KNOB 1988 p 58 O objetivo da Ordem Franciscana da prov ncia da Turingia en quanto houvesse tempo era enviar religiosos para o exterior para que as miss es tivesse
415. o militar no Brasil nos s culos XVIII e XIX In Nova hist ria militar brasileira Rio de Janeiro Editora FGV 2004 pp 131 2 SALLES 1990 pp 134 136 3 Ibid pp 124 128 2 TORAL 1995 27 SALLES 1990 pp 10 11 28 TORAL 1995 2 GOMES Marcelo Morais Palestra ministrada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul nos dias 26 e 27 de Abril de 2007 sobre a tese de doutoramento de Marcelo Morais Gomes em Hist ria Social pela Univer 144 sidade de S o Paulo e intitulada O Asilo dos Volunt rios da P tria Campo Grande 2007 3 SALLES 1990 pp 62 31 IZECKSOHN Vitor Recrutamento militar no Rio de Janeiro durante a Guerra do Paraguai In Nova hist ria militar brasileira Rio de Janeiro Editora FGV 2004 pp 179 183 32 TORAL 1995 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BURTON Sir Richard Cartas dos campos de batalha do Paraguai Trad Jos L vio Dantas Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1997 DORATIOTO Francisco Fernando Monteoliva O Conflito com o Paraguai A grande guerra do Brasil S o Paulo Editora Atica S A 1996 Maldita Guerra S o Paulo Companhia das Letras 2002 GOMES Marcelo Morais Palestra ministrada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul nos dias 26 e 27 de Abril de 2007 sobre a tese de doutoramento de Marcelo Morais Gomes em Hist ria Social pela Univer sidade de S o Paulo e intitulada O Asilo dos Volunt rios da P tria Campo Grande 2007 IZECKSOHN
416. o o medo enfeara lhe o rosto As vezes um filete de baba umedecia lhe a boca Em tom pau sado encareceu o m dico a despesa de visitas N o deveri am v lo no estado em que mergulhara ap s abandonar o h bito do sonho e da ansiedade no qual esteve ajudado nos ltimos anos Tamb m a condi o da mulher imigrante explorada nos dois textos no romance A estrangeira Eul lia na obra de Sayad a m e de Zahoua sua informante mais eloquente Eul lia veio para o Brasil na condi o de esposa de Madruga aqui compreendia a nova terra pela boca dos homens e de seus empregados Raramente abandonava o circuito casa igreja para procurar uma realidade que ex tica Era muito mais simples observar a realidade de sua janela ou perceb la pelos 153 livros que debatia muitas vezes com Ven ncio A cria o dos filhos absorvia a de tal forma que envelheceu dentro de sua casa com a men te profundamente voltada para Sobreira sua cidade natal Sayad demonstra que a m e de Zahoua que ele infelizmente n o citou o nome viveu situa es similar que no contexto da cultura mu ulmana por muito tempo impediu a de desfrutar de liberdade e de pequenos prazeres Tem uma hist ria que minha m e conta elas iam ao cinema e se escondiam tinha os policiais franceses elas tinham muito medo se esconderam para que n o as pegassem Argelinos no cinema Precisavam se esconder tanto dos policiais ti nham medo tanto deles durante a gu
417. o qual vive ou viveu A hist ria Oral em decorr ncia a arte do 101 indiv duo mas de um indiv duo socialmente integrado Desta forma os relatos e testemunhos possuem um amalgama mai or o da identidade hist rica 2000 p 113 Por esta perspectiva ser o utilizadas entrevistas para que pos sam ser discutidas as rela es dos sujeitos hist ricos a partir de seu lugar de trabalho de sua conviv ncia social e de sua cren a O processo sele o dos entrevistados ser por meio da considera o do perfil dos Terena distinguindo os por idade e sexo acreditando desta forma poder avaliar os sujeitos de forma diferenciada no mbito eclesi stico e familiar Outros sujeitos entrevistados s o os pastores os funcion rios da empresa e os participantes das igrejas que fazem parte da etnia em quest o Todos esses passar o pelo mesmo crit rio de sele o menci onado acima Outras fontes que ser o utilizadas s o os documentos produzidos pelas Igrejas pentecostais tais como atas de reuni es pro jeto mission rio entre os ind genas e relat rios das miss es Os apontamentos acima refor am as palavras do pesquisador Robin Wright ao observar o seguinte aspecto o impacto da convers o ind gena ao pentecostalismo um fen meno extremamente complexo e historicamente situado e que n o permite an lises apressadas e su perficiais sobre as consequ ncias das novas igrejas 2004 p 12 Nes sa mesma dire o a observa
418. o Escolar do C rculo Oper rio 1954 Gin sio Industrial Domingos S vio 1963 e A o Social Salesianas 1966 De um lado estudavam os ricos e do outro em n mero maior os pobres 56 Percebe se que o envolvimento dos salesianos com a juventude mais pobre e desamparada no complexo educacional do Col gio Santa Teresa teve como quest o fundamental o atendimento do fator social que nos primeiros 50 cinquenta anos ficou descaracterizado Se por um lado o Col gio salesiano deveria continuar particular pago e res pondendo aos interesses da elite corumbaense por outro lado era ne cess rio atender as crian as e jovens mais necessitados motivo este que levou Dom Bosco a criar a Congrega o Salesiana Desta forma a cria o do Grupo Escolar do C rculo Oper rio Dom Bosco do Gin sio Industrial Domingos S vio e do Grupo Escolar da A o Social Salesiana foi o mecanismo encontrado para satisfazer as duas realidades soci ais evitando o conflito A educa o era vista ent o como um fator de transforma o e de conforma o social Era necess rio que a escola inculcasse nor mas princ pios e valores nos educandos a fim de ampar los proteg los disciplinando os e ajustando os ao mundo do trabalho Um dos aspectos interessantes do ensino confessional a preocupa o com a disciplina e a forma o moral bastante presente na concep o de edu ca o dos salesianos O Col gio Salesiano de Santa
419. o basta apenas humanizar os asilos e hospitais psiqui tricos tornando os lugares mais terap uticos e sem abusos mas sim tem de ser tocado nas exig ncias da sociedade vigente onde d o origem aos mandatos de silenciar e segregar a diferen a colocada pelo sofrimento ps quico 2005 p 188 Desta forma n o basta mudar o espa o f sico e os servi os se n o transformarmos as id ias as teorias ordenamentos cient ficos profissionais e jur dicos que sustentam a velha ordem psiqui trica exi ge uma transforma o na cultura Sendo assim Vasconcelos ressalta que a luta contra segrega o no campo da sa de mental n o pode ser feita de forma isolada pois ela est associada v rios outras formas de de domina o e ex clus o econ mica social tnica e de g nero como de degrada o ambiental assim o movimento se coloca junto com v rios outros movi mentos sociais que lutam pela conquista da cidadania e por uma soci edade mais justa solid ria participativa e sustent vel 2005 p 189 376 NOTAS 1 Graduada em Hist ria UFMS 2 Assinala Bueno que esta poesia foi composta pelo usu rio do Caps que deitou em cima da mesa onde este estava fazendo uma palestra Para Carrano todos os movimentos t m um s mbolo que os identifica a Flor De L rio uma singela homenagem ao Carl o do CAPS de Campinas como ficou conheci do por n o ter suportado a conviv ncia com mundo se suicidando p 165 3 Entrevist
420. o chave da geografia In CASTRO GOMES CORREA org Geografia Conceitos e Temas Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1995 p 15 48 Trajet rias Geogr ficas Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1997 CLAVAL Paul Espa o e poder Rio de Janeiro Zahar 1978 MORAES R gis de O que viol ncia Urbana S o Paulo Abril Cultural Brasilense 1985 RAFFESTIN Claude Por uma geografia do poder S o Paulo tica 1993 SANTOS Milton Espa o e M todo 3 ed S o Paulo Nobel 1992 SCHILLING Fl via amp KOERNER Andrei As Viol ncias In Pode ser dife rente Caderno sobre viol ncia e discrimina o Bras lia 2000 SOJA Edward W Geografias p s modernas a reafirma o do espa o na teoria social Tradu o da 2 ed Inglesa Vera Ribeiro Rio de Janeiro Zahar 1998 SP SITO M E B Capitalismo e Urbaniza o S o Paulo Contexto 1988 414 SOCIEDADE L NGUA E DIREITO FRAGMENTOS DE TEORIA Daniel de Mello Massimino 415 L NGUA E SOCIEDADE Sanciona o brocardo latino ubi societas ibi jus ubi jus ibi societas CINTRA GRINOVER DINAMARCO 2008 p 19 Convali dando tal pensamento a classifica o das ci ncias elaborada por Augusto Comte apud DINIZ 1997 p 23 coloca a ci ncia jur dica como ci ncia concreta oriunda da Sociologia tamb m chamada de f sica social sendo essa a mais complexa de todas as ci ncias cnamadas abstratas De onde vem entretanto ef
421. o concurso de projetos Mem ria do trabalho promovido pela Funda o Get lio Vargas e Mi nist rio do Trabalho e Emprego com patroc nio da Petrobr s Os recursos aprovados nesse projeto n o s o elevados todavia isso oxigena as a es de um rg o que sempre precisou lutar para conseguir minimamente material de consumo tendo que contar por vezes com recursos doados pelos pr prios professores e com a boa disposi o dos estudantes de hist ria em sua maioria volunt rios Na esteira desse projeto maior aprovou se junto s pr reitorias da UFMS para 2006 e 2007 projetos que visam qualificar as atividades acad micas de organiza o do acervo a partir de grupos de trabalho com volunt rios e bolsistas de extens o e de inicia o cient fica proje tos de extens o Mem ria e hist ria de ferrovi rios e barrageiros da regi o do Alto Paran Educa o e sindicalismo organiza o do ar quivo do Sindicato dos Trabalhadores em Educa o de Tr s Lagoas e projeto de pesquisa Organiza o do N cleo de Documenta o Hist ri ca para estudo da mem ria e hist ria dos ferrovi rios e barrageiros na regi o do Alto Paran Desta trajet ria resultou o Guia do Acervo uma ferramenta sim ples de pesquisa mas que sinaliza para uma hist ria constru da com qualidade mesmo em meio adversidade O objetivo do Guia servir aos pesquisadores em hist ria e reas afins bem como aos demais interessad
422. o de bordo impres sionam segundo Chau porque descrevem o mundo como novo e outro mas o sentido desses termos deverso do que esperar amos De fato ele n o novo porque jamais foi visto nem e outro porque inteiramente diverso da Europa Ele novo porque e o re torno perfei o da origem primavera do mundo ou nova o do mundo oposta velhice outonal ou a decad ncia do velho mundo outro porque origin rio anterior a queda do homem Donde a descri o da gente nova como inocente e simples pronta para evangelizar 2001 p 62 115 Ara jo quem nos mostra outra quest o pertinente carta de Caminha a superioridade do conquistador europeu mediante o abor gine e a sua fun o garantida pela sua superioridade de doutrinadores Enquanto a natureza localizou o g nico inventivo das ra as brancas nesta extremidade continental que a Europa concentrou os mais vastos dep sitos de mat ria prima nas Am ricas Africas e Asias tropicais Oceanias Equatoriais Estas imensas extens es de povos incultos deveriam ser deixados virgens abandonados ignor ncia ou incapa cidade 1976 p 89 Dominar possuir expandir esses eram os objetivos dos navega dores do s culo XVI Segundo Souza A expans o era tudo e segundo a superf cie do mundo limitado o grande objetivo da humanidade devia ser tomar tantos peda os do mundo quantos fossem poss veis 1986 p 85 Garci
423. o de perder o emprego e o cr di to da Casa Banc ria Nicola Scaffa e do seu Armaz m sempre o obedeciam ao seu pedido de voto pr tica bastante conhecida como Voto de Cabresto A Casa Banc ria Nicola Scaffa n o representava apenas um pr s pero com rcio de secos e molhados mas tamb m servia como base pol tica No dia de elei es Nicola Scaffa tinha direito a uma escolta de Fuzileiros Navais para proteg lo Ficavam na sot ia da LEALDADE para guardar seu patrim nio e sua integridade mas tamb m para per suadirem desafetos e garantir o resultado das elei es que deveriam ser favor veis aos candidatos do governo reproduzindo assim a pr tica coronel stica da qual Nicola Scaffa era representante em Lad rio 25 As Casas Comerciais dos Portos ganharam proje o ap s a Guerra com o Paraguai A Casa Banc ria Nicola Scaffa herdou dessas casas comerciais os mecanismos de acumula o de riquezas capita lizando recursos para exercer o monop lio comercial comprando dire tamente do produtor revendendo os a pre os maiores Esses estabele cimentos foram importantes no desenvolvimento de cidades como Corumb C ceres Cuiab e tardiamente Lad rio A Casa Banc ria Nicola Scaffa constituiu se no maior armaz m da Freguesia e importante fonte de cr dito aos oper rios do Arsenal de Marinha de Lad rio que n o tinham acesso a empr stimos nos bancos de Corumb Dessa forma materializou se na mem ria ladarense co
424. o do Sul de 1979 http Awww ms gov br consultado em julho de 2007 76 http Awww dof ms gov br hist2805 htm consultado em julho de 2007 BITTAR Marisa Mato Grosso do Sul do estado sonhado ao estado constru do In A pr tica pol tica da classe dirigente sul mato grossense 1977 1997 1997 538f Tese doutorado em hist ria social faculdade de filosofia letras e ci ncias humanas USP S o Paulo CAMPESTRINI Hildebrando GUIMAR ES Acyr V Hist ria de Mato Grosso do Sul 5 ed Campo Grande Instituto Hist rico e Geogr fico de Mato Gros so do Sul 2002 287p PEDROSSIAN Pedro O pescador de sonhos mem rias Campo Grande Instituto Hist rico e Geogr fico de Mato Grosso do Sul 2006 275p 77 PARTE II A HIST RIA IND GENA EM MATO GROSSO DO SUL CAMINHOS CULTURAS E FRONTEIRAS OLHARES NA HIST RIA INDIGENA EM MATO GROSSO DO SUL Giovani Jos da Silva INTRODU O Mato Grosso do Sul localizado na regi o Centro Sul do Brasil um dos Estados da Federa o com maior n mero de popula o ind ge na nos dias atuais tamb m um dos Estados em que h intensos e cont nuos conflitos entre fazendeiros e ind genas situa o que se ar rasta pelo menos desde o s culo XIX Compreender a realidade das diversas sociedades ind genas presentes no antigo sul do Mato Gros so n o tarefa das mais simples haja vista que historicamente es tas popula es estiveram submetidas a um gr
425. o e mis ria nesses dois mundos apresentam tamb m suas resist ncias que negando a l gi ca do capital e a do desenraizamento ante a elas se confrontam dan do novos rumos hist ria do campo brasileiro e s suas vidas ao buscarem na luta pela terra e para nela permanecer um porto onde possam desembarcar sem que signifique a travessia pois mais que o desejo da travessia sonham com o retorno a terra e a perman ncia nesta terra tendo como utopia a impulsionar lhes a busca da raiz NOTAS 1 Este texto resultado de parte do Cap tulo de nossa tese intitulada De pobres da terra ao Movimento Sem Terra pr ticas e representa es campone sas no Pontal do Paranapanema SP defendida em 2004 na Unesp Assis 2 Profa Adjunto do curso de Hist ria CPTL UFMS Sobre a brecha camponesa consultar Cardoso 1987 Quanto a essa quest o consultar MARTINS V 1995 5 Como um cl ssico da historiografia brasileira na linhagem do determinismo econ mico destaca se a obra de Gorender 1980 em que o prevalece a leitura do escravo visto como mercadoria coisa 8 Para a percep o dessa postura preciso consultar o texto de Wanderley 1985 Nesse texto a autora delineou a produ o historiogr fica sobre o trabalhador rural chamando a aten o para a leitura de te ricos como Prado J nior Palmeira Martins dentre outros Na acep o dessa pesquisadora bem como de alguns autores por
426. o executivo estadual negocia es foram realizadas em torno do nome do ent o senador Pedro Pedrossian ARENA MS Por m as disputas 70 internas na ARENA n o levaram a um consenso em torno do nome do senador O nome de consenso foi Marcelo Miranda Contudo as manobras pol ticas fizeram com que Marcelo gover nasse por um curto per odo Marcelo Miranda governou pouco mais de um ano n o porque houvesse discord ncia da oposi o quanto aos seus atos administrativos mas porque o Pal cio do Planalto assim o decidira BITTAR 1997 p 379 Sendo assim no final de outubro de 1980 deu se a destitui o do Governo Marcelo Miranda Uma das explica es para esse ato fun damenta se na id ia de que em todo o pa s aquele momento crescia a oposi o ao regime militar e Pedro Pedrossian se elevado condi o de governador seria o nome mais capaz de vencer a oposi o nas futuras elei es de 1982 Novamente devido vac ncia no cargo de governador este volta a ser ocupado pelo deputado Londres Machado entre os dias 30 de outubro a 06 de novembro de 1980 GOVERNO PEDRO PEDROSSIAN PDS 06 11 1980 15 03 1983 O Governo Pedrossian encerra o per odo de governantes nome ados pelo Presidente da Rep blica Segundo BITTAR 1997 seu go verno caracterizou se pelo estilo centralizador e autorit rio marcado por arrochos salariais e arbitrariedades contra os servidores p blicos em particular os professores Em term
427. o fazendo se a an lise do se poss vel constatar em quanto essa submiss o ao se nos aliena de nossa nature za DORIA 1988 p 76 Dentro desta perspectiva importante pensar nas mudan as geradas pelos Modos de Produ o e como o desenvolvimento da pro priedade privada possibilitou estas mudan as no cotidiano humano pois se ramos todos iguais esta igualdade foi sendo aos poucos apa gada da mente das pessoas atrav s das rela es impostas pelo coti 190 diano frente s classes que se auto afirmam como diferentes por direi to e reorganizam n o s a sociedade mas o pensamento humano pois o ser humano aceita esta diferen a como natural algo conquista do em algum momento da hist ria momento este escuso e confuso mas real em suas mentes que muito remotamente um homem conce ber por si mesmo que outro homem diante dele s superior a ele porque se permite esta diferen a O homem ao alienar o cotidiano de suas rela es se alienou de si mesmo O mais surpreendente em Heidegger Doria 1983 o fato de que o ser humano ao se submeter ao se impessoal e desconhecido nivela sua exist ncia seu Dasein ao senso comum ao costume mediano a sabedoria vulgar e assim reduzindo as diversidades de cada um de n s aos valores m dios e s possibilidades m dias o se torna p blico to dos os fatos que entram no seu dom nio Ou seja o senso comum aquilo que todo mundo j conhece ins
428. o poder do Estado um poder que ao mesmo tempo em que visa o todo produz individualidades diferen as REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS CHARAUDEAU P Discurso das m dias Tradu o de ngela S M Corr a S o Paulo Contexto 2006 FERREIRA A B H Minidicion rio da l ngua portuguesa 3 ed S o Paulo Nova Fronteira 1998 FOUCAULT M A ordem do discurso Tradu o de Laura F A Sampaio 12 ed S o Paulo Loyola 2005a FOUCAULT M Vigiar e punir hist ria da viol ncia nas pris es Tradu o de Raquel Ramalhete Petr polis RJ Vozes 2005b FOUCAULT M Microf sica do poder Tradu o de Roberto Machado Rio de Janeiro Graal 1979 Dispon vel em http Awww unb br fe tef filoesco foucault microfisica pdf Acesso 12 jul 2007 FOUCAULT M Omnes et singulatim vers une critique de la raison politique In DEFERT D amp EWALD F Orgs Dits et crits 1954 1988 vol IV Paris Gallimard 1994 p 134 161 GIDDENS A Modernidade e identidade Tradu o de Tradu o de Pl nio Dentzien Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 GRIGOLLETO M Leituras sobre a identidade conting ncia negatividade e inven o In MAGALH ES GRIGOLLETO M amp CORACINI M J orgs Pr ticas identit rias l ngua e discurso S o Carlos SP Claraluz 2006 p 15 26 GUERRA V M L amp SOUZA J B Identidade e representa o cultural do pre so em Esta o Carandiru In NOLASCO E C amp GUERRA
429. o resultou a maior parte do acervo iconogr fico acrescido de outras fontes a partir de doa es conseguidas no projeto Contribua para a preserva o da mem ria de Tr s Lagoas em 2006 S o aproximadamente 623 fotos compreen dendo o per odo da segunda d cada do s culo XX a 2004 MOVIMENTOS SOCIAIS Instituto Administrativo Jesus Bom Pastor os documentos refe rentes a este grupo foram produzidos e acumulados pela entidade eclesi 232 stica IAJES organizadora dos movimentos sociais da regi o de Andradina SP a partir dos anos 1970 S o manuscritos livros editados documentos datilografados digitados impressos mimiografados jornais revistas correspond ncias fotografias slides filmes e fitas de udio que registram a atua o do Instituto no contexto da denominada Nova Es querda e da Teologia da Liberta o As datas limites s o de 1965 a 1996 Comiss o Pastoral da Terra semelhante em suas a es ao grupo anterior o acervo da CPT doado ao N cleo constitu do de cole es de resenhas da imprensa jornais relat rios cartilhas campa nhas projetos quest o agr ria luta pela terra atingidos por barragens Tr s Lagoas MS Brasil ndia MS Castilho SP e Andradina SP As da tas limites s o de 1977 a 2000 Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferrovi rias de Bauru e Mato Grosso do Sul cont m documentos arquivados pela dire o sindical de Tr s Lagoas durante o per odo de 1989 a 199
430. o situar se no seu universo religioso os umbandistas fazem ainda outro recorte que parece ainda mais problem tico a oposi o Umbanda X Quimbanda linha branca linha do bem versus linha negra linha do mal A distin o entre cen tros de linha branca e linha negra ou seja a hip tese de que h de um lado tendas dedicadas a pr tica do bem e de outro terreiros onde s se pratica o mal corresponde ainda ao desejo de estabelecer um exato paralelo entre o nosso e o outro mundo que os filhos de f assim chamados pelo autor concebe divididos em regi es opostas habita das respectivamente pelas almas iluminadas e pelos esp ritos rudes Complementa Este um ponto decisivo para a compreens o do modelo religioso umbandista A oposi o Umbanda X Quimbanda pode ser considerada uma sua estrutura m tica fundamental Ela informa o seu grande mito cosmol gico constitu do por in meras variantes esquemas da hierarquia dos esp ritos distri bu dos pelas diversas regi es do astral inferior e do superior e ordenados tanto num plano como no outro sem sete linhas 394 subdivididas cada qual em sete falanges Os pontos risca dos constituem enunciados gr ficos do mesmo grande mito Serra 1988 225 Cada terreiro tem sua pr pria maneira de ver agir e reagir e de certa forma um produto nico pois atingido diferencialmente por um conjunto de influ ncias religiosas Ao participar de um trabalho no C
431. ocalidade de um simples retiro de pescadores numa florescent ssima povoa o O Imp rio Brasileiro sempre teve id ia de transformar o Rio Paraguai em eficiente meio natural de transporte porque ele era se gundo as palavras de Jo o Severiano da Fonseca a melhor e mais f cil entrada da Prov ncia de Mato Grosso FONSECA 1880 p 120 Com o objetivo de assegurar o transporte no Rio Paraguai o Presidente da Prov ncia de Mato Grosso Jos Saturnino da Costa Pereira 1825 1828 criou em Cuiab s margens do rio hom nimo o Arsenal de Marinha de Cuiab a fim de garantir a seguran a da navega o O Presidente da Prov ncia cumpria assim determina es da Secretaria de Guerra que atrav s das Portarias de 14 de abril e 7 de junho incumbia lhe de cons truir seis barca as canhoneiras A esse respeito Hercules Florence desenhista da expedi o de Grigory Ivanovitch Langsdorff C nsul geral da R ssia no Brasil regis trou em suas mem rias de viagem Vi em Cuiab lan arem gua um barco de quilha do tamanho de uma lancha de nau de guerra FLORENCE 1977 p 100 Estava se referindo a uma das seis canhoneiras acima mencionadas O Imp rio Brasileiro preocupado com a seguran a da navega o no Rio Paraguai encarregou Jo o Augusto Leverger Capit o de Fragata da Marinha Brasileira de comandar a primeira For a Naval de Mato Grosso e tamb m o Trem Naval de Mato Grosso em 6 de maio de 1848 O Trem Naval
432. ol ncia veiculada pelos meios de comunica o e que na maioria das vezes mostram crimes cometidos pelas camadas mais pobres da sociedade e contra as elites dominan tes nos dando a impress o que os pobres s o os bandidos o os ricos s o os mocinhos Vemos tamb m que os bra os do Estado pol cia e institui es judici rias est o presentes na sociedade de forma insufi ciente discriminadora e truculenta O estudo da criminalidade de extrema import ncia para a soci edade pois se trata de e um fen meno de g nero comum onde toda a sociedade apresenta se como o maior ator desta a o participando tanto como agente passivo sofrendo a a o quanto como agente ativo executando na Vejamos uma passagem de Boonen 2000 p 33 O crime pode ser um ato isolado mas ao infringir a lei esse ato torna se p blico e assim objeto de uma a o penal p bli ca Atrav s deste ato toda uma sociedade foi ofendida com suas regras e normas e dessa forma tal ato deve ser punido Essa sociedade ofendida passa a exigir dos rg os da Jus ti a normas e formas punitivas para reprimir o agressor No tocante aos ge grafos a criminalidade tem sua import ncia pela identifica o das condicionantes sociais que a desencadeiam bem como a espacializa o das crescentes taxas criminais na sociedade Neste contexto necess rio entender os processos sociais que s o v rios por m nosso alvo de pesquisa ser o proce
433. om o produtor e a concess o de cr dito Para Gilberto Luiz Alves a casa comercial dos portos exerceu um dom nio eco n mico inconteste em Mato Grosso funcionando como banco foi o nico estabelecimento de cr dito ao alcance do produtor independente das elevadas taxas de juros que impunha Da ter o Grande Comerciante dos Portos carreado em seu favor o grosso da riqueza da regi o ALVES 1985 p 69 A casa Banc ria Nicola Scaffa fundada em 1935 na Freguesia de Lad rio reproduzia os mesmos mecanismos de acumula o de capitais realizado pelo Grande Comerciante dos Portos Para o Professor Saulo Alvaro de Mello o poder pol tico e econ mico do Coronel Nicola Scaffa pode assemelh lo ao dos comerciantes dos portos MELLO 2005 A Casa Banc ria Nicola Scaffa quando realizava empr sti mos exigia como garantia de pagamento a escritura do im vel do tomador e caso este n o saldasse a d vida no tempo combinado tomava lhe o im vel que era vendido para saldar os seus d bitos e 22 tir los da inadimpl ncia Dessa forma o Coronel auferia lucros ain da maiores A inadimpl ncia era praticamente zero pois os devedo res temiam dev lo devido aos mecanismos pouco convencionais de cobran a MELLO 2005 A LEALDADE fornecia g neros a cr dito aos funcion rios civis e militares do Arsenal de Marinha no sistema de caderneta Uma ficava com o cliente e outra com o Coronel na pessoa do seu Guarda Livros
434. omo o artes o necessita de instrumentos de trabalho de tempo e de muito cuidado para a edifica o de suas pe as o historiador semelhantemente precisa destes elementos para construir a hist ria Refletindo sobre algumas quest es te ricas De Certeau 1984 pontua que a escrita o produto da hist ria e seus efeitos de sedu o ou de autoridade n o s o estranhos ao pr prio papel da Hist ria Este autor tamb m considera a Hist ria como uma arte de tratar restos e uma arte de encena o afirmando que estas duas caracter sticas est o estreitamente ligadas Aludindo ao fato da Hist ria ser uma arte de tratar restos torna se bem interessante a posi o do historiador face a isto pois ele faz dos restos ou dos vest gios sua mat ria prima O historiador transforma restos em Hist ria Segundo Nora 1984 a transforma o da sociedade em sua permanente inquieta o de interrogar o presente e pelo esbatimento 331 do sujeito hist rico propiciam dizer que a hist ria do tempo presente est em pleno desenvolvimento Nesta mesma perspectiva Rioux 1999 salienta que a pr pria sociedade e seu tempo que impulsionam o historiador do tempo presente a n o desistir diante das cr ticas dos historiadores mais ortodoxos Indo ao encontro destes autores Chaveau e T tart defendem a id ia de que o valor cient fico da hist ria do tempo presente incon test vel e que esta vertente da hist
435. onfere vida pr pria e lhe permite responder s de 54 mandas e limita es que lhe s o impostas pelo meio C NDIDO 1977 p 108 Essa constitui o tecida pela rede de significados GEERTZ 1989 p 15 que se encarrega de criar os elos que ligam passado e presente institu do e instituinte e que se estabelece as bases de um processo de constru o e reconstru o permanente Desta forma buscamos no mbito interno da unidade escolar os elementos impostos pelo sistema as bases hist ricas e materiais que foram se consolidando ao longo do tempo ou seja as bases constitu das Sobre elas se assenta a din mica da reconstru o permanente exercida pelos processos administrativos e pedag gicos da institui o Essa organiza o interna baseia se num contexto s cio pol ti co cultural que exerce sobre ela dois tipos de influ ncias As influ nci as abrangentes e difusas s o representadas de um lado pelas teorias e tend ncias educacionais contempor neas e de outro pelas determi na es da estrutura econ mica social e pol tica de cada momento hist rico E as influ ncias espec ficas e concretas exercidas de forma direta pelas pol ticas p blicas de educa o e normas de organiza o do sistema de ensino e pela realidade s cio econ mica e cultural da popula o atendida O objeto de an lise neste artigo s o as pr ticas educativas atrav s das festas escolares e da cultura c vica no Col gio Salesi
436. onsegue funcionar sem elas GEERTZ A FUN O IDEOL GICA DA CATEQUESE Muitos te ricos que se propuseram a estudar o per odo colonial e imperial no Brasil apontaram algumas quest es e objetivos referen tes catequese mission ria O historiador Jonh Manuel Monteiro 1994 em sua obra Negros da Terra ndios e bandeirantes nas origens de S o Paulo ao abordar este tema prop e que os jesu tas elaboraram suas estrat gias na necessidade de sujei o do ndio ao jugo da escravid o e os obrigarem a acolher se bandeira de cristo Ainda segundo Monteiro os jesu tas concentravam seus estra tagemas em tr s reas de a o a convers o dos principais a doutri na o dos jovens e a elimina o dos paj s 1994 p 47 Todavia a resist ncia ind gena foi o principal obst culo ao xito do projeto missi on rio Seguindo essa linha de pensamento poss vel encontrar outros textos que comungam da mesma tend ncia No texto de Florestan Fernandes poss vel encontrar outros as pectos da escravid o dos silv colas Para ele este processo inicia se com a substitui o do escambo pela agricultura ao substituir o escambo pela agricultura os portugueses alteraram completamente seus cen tros de interesse no conv vio com os ind genas Passamos ent o do per odo de tens es encobertas para a era dos conflitos sociais com os ndios 1989 p 82 Essa era uma das realidades conflitos inevit veis entre ind
437. onsoante s modalidades de enuncia o O movimento na delimita o das identidades tamb m resultante de um complexo sistema de t cnicas de poder que se instalam no discur so da m dia e permitem lhe construir quantas identidades forem neces 167 s rias Tanto a individualiza o e a dispers o das identidades produzi das pelo discurso da m dia resultam de um trabalho de linguagem em que as modalidades e os itens lexicais sofrem deslocamentos de sen tido O discurso da m dia por excel ncia uma dispers o de modalida des e o efeito obtido por esse deslocamento traz a configura o de diferentes imagens do PCC transgressor pol tico jur dico sujeito de deveres religioso Disso surgem as quest es Identidade eis o fim Basta uma an lise das modalidades enunciativas e do l xico para chegar a uma constru o das identidades E onde se insere a pol tica vida dos gru pos minorit rios nessa pol tica das identidades Se as identidades s o pluriformes por que prevalecem determinados estere tipos por que eles se cristalizam facilmente Tratar se de um discurso pastoral ou pedag gico ideologicamente assentado no inconsciente social NOTAS 1 Mesmo correndo o risco de incorrer numa classifica o do grupo organi zado do PCC como cultura transgressora pontuamos que a designa o n o de toda simplificadora Ao inv s de design la infratora como um sujeito j determinado e visto pelos apar
438. oposta do de poente B Ahmed evidencia o estranhamento que confronta e orienta a vida do imigrante pelos sub rbios ao encarar e ser encarado por uma hist ria que n o sua Ele contudo n o se rende ao entrevistador e afirma que Em meu servi o tenho a sorte de ter minha vassoura como nica colega de trabalho somos dois insepar veis minha vassoura e eu Nos conhecemos bem agora conversamos minha vassoura testemunha de tudo o que acontece comi go de tudo o que eu fa o de tudo que penso E outro eu gosto de estar s gosto de trabalhar s com Deus s Por isso acabei gostando deste trabalho Um lixo no meio do lixo isso que somos N o falo com ningu m ningu m fala comigo de vez em quando bom dia boa noite oi Por falta de encontrar um companheiro a quem se possa contar tudo melhor ficar consigo mesmo Este o nico rem dio O Sr X possui muitos aspectos que o aproximam de Ven ncio o amigo pobre do casal Madruga e Eul lia do romance de N lida Pi on O mesmo estoicismo a mesma tentativa de fugir da realidade para n o enfrentar uma vis o dolorosa est presente no personagem que tal qual o Sr X apresentava problemas de sa de f sica e mental sen o vejamos Mal se ouvia a voz de Ven ncio nos primeiros dias De pija ma debaixo do len ol ele esfor ava se em preservar se gredos de sua ang stia sem reparti la com outras testemu nhas O corpo desleixad
439. or conseguir entender e transformar todo seu material em hist ria muito importante ter o conhecimento do que ele vai se referir Dessa forma relevante que um historiador saiba as maneiras de conhecer o que vai pesquisar o objetivo das fontes e pro porcionar diferentes maneiras de se abordar o assunto O interesse cientifico desse trabalho a pesquisaf prende se rela o que estabelecem com as totalidades apresentadas ou supostas uma coer ncia no espa o uma perman ncia do tempo e aos corretivos que permitem que lhe sejam feito A pesquisa d a si objeto que tem a forma de sua pr tica fornecem lhe o meio de fazer aparecer as diferen as relati vas s continuidades ou as unidades de onde parte a an lise CERTEAU 1979 p 35 6 Al m de Certeau Thompson 1981 trata da rela o ou vis o dos fil sofos com a hist ria uma vez que em sua obra A mis ria da teoria ou um planet rio de erros o autor estabelece uma cr tica aos fil sofos apontando que eles possuem a no o te rica acerca da hist ria mas falham na no o sobre as fontes hist ricas as quais Thompson abor da como evid ncias hist ricas Os fil sofos tratam das fontes como algo interessante que fora registrado ou algo que foi produzido por outro n o dado Dessa forma 238 Thompson segue exemplificando que tais dados sobreviveram sobre alguma inten o em transform los em evid ncias hist ricas mas que
440. or de Campo Grande A par do mais refinado bom gosto e da comodidade que oferece o amplo sal o com as suas muitas centenas de cadeiras as fitas que s o passadas no ECRAN s o das mais afamadas marcas do mundo e maior retumb ncia em aplausos na atualidade A Metro Goldwyn Mayer a Paramount Films a RKO Radio Pictures a Wamer Bros First a Columbia Pictures etc nomes c lebres em produ o todas as semanas exibem no Alhambra os filmes de maior notoriedade Os aparelhos tanto de som Westem Electric como o de gradua o de luzes multicolores Traynon este o nico usado na Am rica do Sul s o a ltima palavra nas t cnicas cinematogr ficas Contudo o lbum advertia que diferente das grandes cidades do pa s Campo Grande n o era s a urbes que impressiona o forastei ro pela harmonia retil nea de suas ruas eleg ncia de seus pr dios febricidade de seu com rcio e operosidade crescente de seus habitan tes tinha tamb m a graciosidade sempre primaveril dos seus arrabal des povoados de po ticas ch caras e convidativos s tios que s o re manso de gozo para luta diurna citadina Surgido num momento de transi o em que Mato Grosso deixa va de ser representado pelo estigma da barb rie para se incorporar nacionalidade como reserva de brasilidade o lbum de Campo Gran de produzido com o objetivo explicito de ser verdadeiro o espelho das atividades de seus f
441. or de assun o Hermano Arias de Saavedra visando catequizar os povos ind genas atrav s da f Com a descoberta do ouro em Cuiab houve uma presen a reli giosa da ordem franciscana no Mato Grosso Em 1725 se iniciaram as Mon es e os frades franciscanos d o princ pio s suas miss es de aldeamento e de difus o do cristianismo ORDEM FRANCISCANA NO MATO GROSSO SECULO XIX No s culo XIX o trabalho mission rio est voltado para a catequese ind gena Segundo Frei Modesto Rezende de Taubat na obra Os mis sion rios Capuchinhos no Brasil Quando se escreve a historia da catequese ind gena no Mato Grosso a luz de documentos seguros e imparciais certo mais de uma pagina se h reservar a mem ria dos benem ri tos filhos de S o Francisco de Assis da ordem dos Capuchinhos que foram no s culo XIX os verdadeiros pio neiros da civiliza o entre as tribos Silv colas de nossa terra 1929 p 166 Conforme os mission rios os trabalhos eram realizados com o esp rito vivaz de empreendimentos e de grandes civilizadores 29 Onde estavam sempre havia uma obra voltada para a educa o seja ela religiosa pedag gica ou assist ncia como por exemplo na organiza o de uma enfermaria entre outras obras necess rias para o desenvolvimento do centro catequ tico nas regi es As miss es foram desenvolvidas nas regi es norte e sul do Mato Grosso A primeira se deu em Cuiab se encontrava um gran de flu
442. ordenadoria de Biblioteca Central UFMS Campo Grande MS Brasil S47ta Semana de Hist ria 2007 10 2007 Tr s Lagoas MS Anais X Semana de Hist ria 2007 hist ria em movimento cami nhos culturas e fronteiras 24 a 28 de setembro de 2007 Campus de Tr s Lagoas UFMS Unidade Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes et al organizadores Campo Grande MS Ed UFMS 2007 426 p 21 cm ISBN 978 85 7613 112 0 1 Hist ria Pesquisa Congressos Fernandes Dennis Rodrigo Damasceno Il T tulo CDD 22 907 Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes Fabiano Coelho Giani Vendramel de Oliveira Jos Miguel Garnica J nior Maria Celma Borges Regivan Ant nio de Saul Renan Gon alves Bressan ORGANIZADORES X SEMANA DE HIST RIA 2007 Hist ria em movimento caminhos culturas e fronteiras ANAIS 24 a 28 de setembro de 2007 Campus de Tr s Lagoas UFMS Unidade Campo Grande MS 2007 Projeto Gr fico Editora o Eletr nica Impress o e Acabamento Editora UFMS Revis o A revis o ling stica e ortogr fica de responsabilidade dos autores Imagem da Capa Mapa Geogr fico de Am rica Meridional Juan de la Cruz Cano y Olmedilla 1775 MA Apud COSTA Maria de F tima Hist ria de um pa s inexistente Pantanal entre os s culos XVI e XVIII S o Paulo Esta o Liberdade Kosmos 1999 Direitos exclusivos para esta edi o UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO D
443. ores pensavam que sabiam o que falavam no sentido de suas palavras serem nicas e verdadeiras Na atua lidade cabe dizer que o relativismo e a hist ria problema fizeram com que os historiadores revissem suas afirma es e se tornas sem mais modestos Caminhando neste prisma Nora explicita que se a Hist ria cient fica essa Ci ncia enquanto tal totalmente problem tica 1984 p 51 Discutindo sobre a hist ria do tempo presente Le Goff 1984 relata tr s grandes dificuldades que o historiador est propenso a encontrar A primeira refere se complexidade dos historiadores ganharem prest gio em um campo onde j existem pessoas de va lor como jornalistas e soci logos A segunda se d acerca do trata mento metodol gico o tratamento do documento indagando como proceder no tempo presente onde alguns arquivos ainda s o ina cess veis e por outro lado percebendo que existe uma enorme massa de documentos de outra natureza em particular da m dia A terceira grande dificuldade est no fato de que os historiadores de tempos mais remotos estudam em fun o do saber dos aconteci mentos ocorridos desde ent o enquanto o historiador do presente ignora tudo 335 Analisando estas dificuldades elucidadas por Le Goff n o se pode negar o trabalho dos jornalistas e dos soci logos em meio ao tempo presente no entanto a labuta do historiador tem outra dimens o de an lise que a desses profissionais O historiador
444. oriografia inspirada em Prado Jr dentre outros autores o trip a sustentar o desenvolvimento da Col nia e posterior mente do Imp rio alternando se apenas os produtos cultivados Entre tanto preciso salientar que a interpreta o da hist ria centrada no trip visto como explicativo do todo econ mico e social encerra a possibilidade de an lise do campesinato no espa o da economia se nhorial e de produ o para o mercado externo e pouco sobra para se repensar as pr ticas sociais como conflituosas trazendo em seu bojo as lutas dos escravos roceiros posseiros colonos etc presentes numa ordem que se desejava apresentar se como homog nea n o conseguia por m suplantar as diversas formas de resist ncias enun ciadas no seu interior em pr ticas que n o se limitavam ao que os fatores econ micos por si s determinavam Um exemplo disto pode ser entendido a partir da agricultura de subsist ncia fonte importante para o abastecimento interno e meio de vida das popula es pobres por meio do plantio de ro as de milho mandioca feij o ab bora produtos oriundos da brecha camponesa e do cultivo de pequenas posses pelos camponeses livres Esta pr ti ca comum ao longo de nossa hist ria evidencia a fragilidade da inter preta o centrada no trip Azevedo ainda que trate da problem tica do negro no imagin rio das elites do s culo XIX preocupadas em moldar o mercado de m o de obra livre
445. orma o de pastagens contribuindo para a legitima o das reas do grileiro Podemos observar nesse processo o interesse na derrubada das matas e a extra o de madeiras por parte das coloni zadoras e dos grileiros haja vista a import ncia da madeira como fonte de energia a alimentar as locomotivas f bricas etc nas d cadas inici ais do s culo XX Retomando as considera es de Naxara acerca de Monteiro Lobato principalmente as concernentes figura do jeca tatu percebe mos que a vis o do intelectual e fazendeiro Monteiro Lobato reafirma a interpreta o que predomina ainda hoje acerca do campon s visto como sin nimo do atraso versus o progresso Entrementes neste princ pio 310 de s culo XXI a dist ncia que separa o homem do campo do da cidade bastante t nue O MST entre outros movimentos sociais ao propici ar a organiza o de ocupa es acampamentos e consequentemente esperan a para o refugo da mis ria vivida por um n mero expressivo de trabalhadores urbanos e rurais desde as suas primeiras experi ncias de luta no Rio Grande do Sul em 1979 mas aceleradas principalmen te na d cada de 1990 por quase todo o territ rio brasileiro veio encur tar essa dist ncia acenando para a inter rela o campo cidade Por entre as avenidas das grandes capitais e no interior dos rg os p bli cos os sem terra pelas marchas manifesta es ocupa es de ban cos etc ao demonstrarem a expropria
446. ortuguesa tinha em seu interior miss es nas regi es de Cuiab C ceres e Corumb Em Cuiab dava se a euforia do ouro Nas regi es de C ceres Corumb e no sul do Mato Grosso objetivavam civilizar os povos ind genas do baixo Paraguai No s culo XX mais precisamente na d cada de 1940 h no Mato Grosso uma nova miss o com o objetivo de trazer para o conhecimento do cristianismo para o povo sertanejo Conforme Knob 1988 nesse per odo a Ordem Franciscana que veio da prov ncia de Turingia Alema nha estava fugindo das persegui es nazistas e n o queria que fosse dizimada por isso veio ao Brasil para a Miss o no Mato Grosso No 28 Brasil encontraram dificuldades neste per odo acusados e persegui dos pelo governo brasileiro Neste artigo trabalharemos especificamente com a cidade de Parana ba onde as acusa es e persegui es foram mais graves OS FRANCISCANOS NO S CULO XVIII EM MATO GROSSO Inicialmente a presen a Franciscana no s culo XVIII dava se no Paraguai Na poca os trabalhos mission rios da Am rica espa nhola eram coordenados pela Ordem Franciscana Durante o per odo colonial os mission rios franciscanos trabalharam em terras mato grossenses na regi o sul objetivando aldear os ndios e convert los ao cristianismo Mais tarde as miss es franciscanas foram passa das para os mission rios Jesu tas Segundo Frei Pedro Knob esta troca de ordens religiosas foi imposta pelo governad
447. os na figura de um grupo de l deres a fim de represent los como sujei tos Por isto fato comum no acampamento os visitantes serem rece bidos por uma comiss o ou por uma pessoa especifica designada au torizada e que por isso tem o poder de falar em nome do grupo 2008 p 190 Isto representa uma das formas com que o poder simb lico pode se manifestar na luta pela terra Explicita ainda Almeida 346 H tamb m a possibilidade deste poder simb lico esp cie de simbiose entre quem exerce e aqueles que lhes s o submetidos ser utilizado de forma personalista Desse modo todo o recurso e portanto o poder social acumulado coletivamente passa a ser projetado individualmente na fi gura do l der 2008 p 192 Bourdieu tamb m chama a aten o para o sentido de um re presentante estar frente quando na verdade deveria estar ao lado de um grupo e por ele falar e o representar em outras inst ncias sociais O porta voz dotado de pleno poder de falar e de agir em nome do grupo e em primeiro lugar sobre o grupo pela magia de ordem o substituto do grupo que somente por esta preocupa o existe personifica o de uma pessoa fict cia de uma fic o social ele faz sair do estado de indiv duos separados os que ele pretende representar per mitindo lhes agir e falar atrav s dele como um s homem Em contrapartida ele recebe o direito de se assumir pelo grupo de falar e de agir como se fosse o grupo fei
448. os artigos PREAE por novamente ter contribu do para que fosse poss vel a publica o destes Anais Tamb m a todos aque les que das mais variadas formas se empenharam neste projeto nossa gratid o Giani Vendramel de Oliveira Jos Miguel Garnica Junior Norma Marinovic Doro Regivan Antonio de Saul Primavera de 2007 SUM RIO APRESENTA O eretas 5 PARTEI DO PASSADO AO PRESENTE HIST RIAS CULTURAS E MEM RIAS DO SUL DE MATO GROSSO AO MATO GROSSO DO SUL Lad rio e o trem naval de Mato Grosso hist ria e mem ria 1837 1935 Saulo Alvaro de Mello tateaeereeererererereerereranaeaenenanananananaeanaearers 15 A miss o Franciscana no antigo Mato Grosso a persegui o dos frades em Parana ba Fernanda Am lia Leal Borges Duarte reiterar 28 Rumo brasilidade Mato Grosso e a Marcha para o Oeste 1937 1945 Carlos Alexandre Barros Trubiliano Carlos Martins JuniOF rissin toirnit ass ssossos saias PoscicULsDEsPIsISSaS 38 As festas escolares e a cultura c vica em Mato Grosso do Sul 1972 1987 Celeida de Souza Silva eeeeeeeeterrerrerereaaaneneanananananananeneeeeaeaererero 54 De Harry Amorin a Zeca do PT breve an lise dos governos estaduais de Mato Grosso do Sul Wagner Cordeiro Chagas reerrerreneraenareneraenaraaniranaeaa 69 PARTEI A HIST RIA IND GENA EM MATO GROSSO DO SUL Caminhos culturas e fronteiras olhares na Hist ria ind gena em Mato Grosso do Sul Giovani
449. os bastante imediatos Faz se a reuni o e elabora se a ata com o intuito de registrar o que foi discutido e decidido e tamb m para dar fundamento s atividades que concretizar o as decis es gerando provavel mente outros tantos documentos cartas comunicados circu lares resolu es etc Elabora se um manifesto e recolhem se assinaturas para um abaixo assinado procura se com isso intervir em situa es concretas do tempo presente embora isso n o impe a que haja no momento mesmo em que a a o se faz uma perspectiva hist rica mais ampla e uma vontade de mem ria uma inten o de perpetu a o da iniciativa E se os documentos assim produzidos s o guardados arquivados certamente o s o antes de tudo por necessidade da entidade ligadas tanto s suas diretrizes do cumentos program ticos quanto a quest es outras aparente mente menores e certamente apenas indiretamente vincula das aos fins da entidade mas decisivas para a consecu o de seus objetivos documentos vinculados a finan as pessoal materiais de consuno bens patrimoniais etc Portanto como uma primeira resposta quela indaga o seria a preserva o dos arquivos vinculados aos movimentos sociais de inte resse apenas para pesquisadores poder amos responder n o se a exist ncia de arquivos decorre da pr pria exist ncia das entidades ligadas aos movimentos sociais sua adequada produ o organiza o e di
450. os de Constru o Op Cit pp 390 a 398 RUBIM Rezende Op Cit pp 125 126 Sildem p 126 lbum de Campo Grande Campo Grande Tipografia O Progressista 1939 p 95 3Um estudo pormenorizado do lbum Gr fico de Mato Grosso pode ser encontrado em ZORZATO Osvaldo Concilia o e Identidade Considera es sobre a Historiografia de Mato Grosso 1904 1983 SP USP tese de doutorado 1998 Em especial o capitulo lbum Gr fico de Mato Grosso pp 38 60 51 3 lbum de Campo Grande Campo Grande Tipografia O Progressista 1939 p 71 3 lbum de Campo Grande Campo Grande Tipografia O Progressista 1939 p 71 idem p 30 31 Idem p 94 e 117 idem pp 46 101 58 59 idem p 139 Idem p 46 Idem p 138 dem p 110 Idem P 76 4 Idem p 17 Para uma an lise das representa es de Mato Grosso atrav s do estig ma da barb rie ver GALETTI Lylia da Silva Guedes Nos Confins da Civili za o Sert o Fronteira e Identidade nas Representa es sobre o Mato Grosso Tese de Doutorado SP USP 2 000 Cf lbum de Campo Grande p 30 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ARRUDA ngelo Marcos Vieira de A casa em Campo Grande Mato Grosso do Sul 1950 2000 parte 1 Revista Arquitextos n 36 maio de 2008 s p ARRUDA Gilmar A Ferrovia Noroeste do Brasil O ltimo trem para o Sert o Caderno de Estudos Urbanos N mero 3 ma o de 1995 Campo Grand
451. os e asilos manicomiais e consequentemente a exclus o do conv vio social das pessoas com transtornos mentais passou a ser fortemente questionado no pa s a partir da d cada de 70 Entre um per odo de quase meio s culo da escrita d O Alienista e a vinda da Terapia Ocupacional com Nise da Silveira por volta de 1945 as tentativas de um novo modelo psiqui tri co no Brasil n o tiveram grande repercuss o devido a grande verdade existente de que os mancic mios era a nica forma de tratamento para os transtornos mentais Assim por volta de 1960 come ou o movimento internacional cha mado de Antipsiquiatria ou psiquiatria alternativa ou democr tica Na It lia este movimento foi organizado por Franco Basaglia 2005 psiquiatra italiano que fundou o Movimento da Psiquiatria Democr tica e liderou as mais importantes experi ncias de supera o do modelo asilar manicomial em Gorizia e Trieste Ele foi o primeiro a colocar em pr tica a extin o dos manic mios criando uma nova rede de servi os e estrat gias para lidar com as pessoas em sofrimento mental e cuidar delas O car ter revolucion rio dessa nova forma de cuidado segundo Basaglia 2005 estava expresso n o apenas pelos novos servi os que 370 substitufam os manic mios mas pelos mais variados dispositivos de car ter social e cultural que inclu am cooperativas de trabalho ateli s de arte centros de cultura e lazer oficinas de gera o de renda resi
452. os e pelas lutas cotidianas Nos propo mos a tra ar linhas mestras estrat gicas para visualizar um futuro imediato e de m dio prazo para o CPV Trata se de um plano com passos gerais que no decorrer de pelo menos um ano dever o estabelecer um planejamento duradouro e com v rias alternativas de trabalho No plano interno a preserva o e a difus o do acervo hist rico em todas as suas formas impressas e audiovisuais Em quaisquer propostas de reestrutura o e reativa o do CPV fundamental considerar que o acervo precisa ser salvo recuperado reorganizado e recondicionado para ser poss vel a sua conserva o multipli ca o e difus o CPV 2007 s p Experi ncias como essa e outras evidenciam o novo momento vivido pela cnamada nova esquerda momento em que apesar de 281 n o se negar como novidade j prop e olhar se no passado Ou seja a nova esquerda j teria constitu do um corpo de mem ria significa tivo devendo ela ser repensada organizada sistematizada instrumentalizada e vale dizer n o apenas pelos c rculos acad mi cos mas sobretudo pelas novas experi ncias que emergem valendo se de uma legitima o que outrora n o existia a da mem ria dos novos movimentos sociais Acompanhar esses processos a partir de algumas experi nci as contempor neas poder reacender alguns debates acerca desse objeto como a quest o da institucionaliza o dos movimentos soci ais d
453. os em hist ria social pol tica e econ mica da regi o do Alto Paran Para tanto relaciona as fontes de pesquisa dispon veis sob a guarda do N cleo e das condi es de acesso a esse material O acervo documental referenciado no Guia constitu do entre outros de arquivos textuais cole es peri dicos arquivos sonoros e iconogr ficos divididos em linhas de acervo LINHAS DE ACERVO As linhas de acervo existentes no N cleo de Documenta o His t rica Hon rio de Souza Carneiro foram se constituindo ao longo dos 230 trabalhos desenvolvidos n o se tratando de uma defini o priori No momento em que se deu a reorganiza o do acervo documental houve a preocupa o em agrupar os diversos arquivos e cole es existentes em Linhas de Acervo o que permite otimizar os trabalhos do N cleo tanto em termos de tratamento documental como no sentido de novas aquisi es e amplia es do mesmo As linhas de acervo existentes no N cleo s o Hist ria local e regional Movimentos sociais Mem ria universit ria e Arquivo da Pala vra Os grupos documentais que constituem cada uma delas s o os seguintes HIST RIA LOCAL E REGIONAL Imprensa constitu do pela cole o de peri dicos doados por particulares e empresas conta com 36 t tulos Em sua maioria s o jornais locais e regionais O t tulo mais completo em termos de quanti dade e periodicidade o Jornal do Povo de Tr s Lagoas com datas limi
454. os pol ticos a chegada de Pedrossian ao executivo desencadeou uma dissid ncia de fortes no mes do Partido Democr tico Social PDS ex ARENA de Mato Gros so do Sul Entre os nomes o do ex governador de Mato Grosso uno Jos Fragelli de Marcelo Miranda e Jo o Leite Schimidt esses dois ltimos antigos correligion rios da tend ncia de Pedrossian Dessa dissid ncia surgiu o Partido Popular PP que futuramente se fundiria com o PMDB Em termos administrativos o governo caracterizou se por uma s rie de obras p blicas Foram lan ados diversos projetos em boa parte abortados ou n o conclu dos como o Apor Guair Por Rodo via da Soja Pan Norte Pr Cidade Rodovia da Integra o Panel o e Parque dos Poderes CAMPESTRINI 2002 p 256 71 GOVERNO WILSON BARBOSA MARTINS PMDB 15 03 1983 15 05 1986 Realizadas as elei es de 1982 saiu vitorioso o candidato do PMDB Wilson Barbosa Martins ao derrotar o candidato pedrossianista e ex prefeito de Dourados Jos Elias Moreira PDS O primeiro gover nador eleito da hist ria de Mato Grosso do Sul representou em termos pol ticos o fim da hegemonia de Pedro Pedrossian no Estado e na capital j que a Prefeitura de Campo Grande passou a ser administra da por L dio Martins Coelho indicado por Wilson Contudo o PDS dispunha de forte representatividade Al m de controlar a presid ncia da Assembl ia Legislativa o partido conseguiu eleger em 1982
455. ostais o te logo e historiador Antonio Gouv a Mendon a aponta que O movimento fundamentalista consolida se entre 1910 e 1915 com a publica o sucessiva de doze brochuras com o t tulo de The Fundamentals A Testimony of the Trutb enfatizavam cinco doutrinas principais a divina inspira o da B blia o nascimento virginal de Cristo o sacrif cio expiat rio de Cris to pelos nossos pecados a ressurrei o de cristo e a imin ncia de sua volta Embora alguns dos autores da cole o fossem moderados em suas posi es logo o fundamentalismo veio a ser um estado de esp rito assim como um credo 1997 p 155 O fragmento acima possibilita o entendimento dos fundamentos de composi o e praticas teol gicas do pentecostalismo Nesta mes ma dire o Almeida exp e alguns escopos deste movimento que era difundir na sociedade norte americana seus valores e sua vis o de mundo em rea o amea a da cultura liberal que atingia as igrejas e o pa s em seu sistema de ensino e na classe pol tica principalmente nas quest es de ordem moral e de pol tica externa Esses religiosos lutaram contra o ensino 95 de teorias opostas aos princ pios b blicos que deveriam ser compreendidos a partir de uma exegese literal da B blia uma rea o vis o cientifica e secular do mundo O criacionismo por exemplo deveria ser ensinado nas escolas em substitui o s hip teses do evolucionismo biol gico 2004 p 36 Ainda
456. ou resist ncia oposta por tal fato a qualquer iniciativa individual que tenda a viol lo O dom nio da Sociologia o dom nio desses fatos Esses por sua vez podem provir das mais variadas fontes como a religiosidade os costumes e a moral dos lugares as profiss es Para o desenvolvi mento do presente estudo todavia a l ngua e o direito configuram se como os fatos sociais de maior relev ncia sendo seu inter relaciona mento a t nica da an lise aqui pretendida Analisando se ent o o Di reito sob sua tica s cio f tica da leitura supra depreende se que duas s o as caracter sticas b sicas de um fato social a exterioridade e a coercitividade 418 A exterioridade prescreve modos de pensar e agir independentes das vontades individuais provenientes do pensamento coletivo sobre determinado fato O direito a l ngua e a religi o subsistem independen temente da vontade individual dos seres humanos sendo seus regramentos insculpidos diariamente nas mentes individuais impondo ordenamentos que se n o seguidos ocasionam a perpetra o de uma san o punitiva ou repressiva F cil raciocinar sobre os fatos sociais quando analisamos san es coercitivas impostas e g pelo Direito Penal Se algum sujeito mata outrem sabido que sofrer uma puni o A an lise dos fatos sociais segundo os costumes torna se no entanto mais trabalhosa embora n o seja imposs vel de ser realizada Se num determinado lo cal
457. outro levaria a produ o capitalista ao colapso caso tend ncias contr rias n o atuassem constantemente Por outro lado Marx 1985c atentou que se tratava de leis mais aproximativas tanto mais desenvolvido fos se o modo capitalista de produ o porquanto este tivesse retirado res tos de situa es econ micas anteriores Enunciou tamb m uma s rie de causas que contrabalan ariam com a lei principal denominadas causas contrariantes as quais poderiam ser compreendidas como fun damentos de recomposi o ou ger ncia da crise do capital Seriam elas a eleva o do grau de explora o do trabalho b compress o ou redu o do sal rio abaixo do seu valor c barateamento dos elementos do capital constante d superpopula o relativa e aumento do capital por a es e f com rcio exterior No presente texto enfatiza se o aprofundamento do com rcio ex terior como uma das causas contrariantes relacionadas expans o do mercado externo estrat gia relacionada internacionaliza o da econo mia Para tal toma se como base as formula es de Lenin cotejando as com autores contempor neos tais como Carlos Almendra Fran ois Chesnais Giovanni Arrighi Istv n M sz ros e Jorge Beinstein para ca racterizar a assim chamada globaliza o enquanto fase do capitalismo monopolista em sua forma de internacionaliza o da economia INTERNACIONALIZA O DA ECONOMIA E GLOBALIZA O Lenin a partir de sua obra O
458. ovos movimentos sociais In Novos Estudos CEBRAP v 2 n 4 p 11 23 abril de 1984 GOHN Maria da Gl ria Teoria dos movimentos sociais paradigmas cl s sicos e contempor neos S o Paulo Loyola 1997 GON ALVES Janice Hist ria e mem ria dos movimentos sociais em torno da preserva o de seus registros In ANAIS do Il Semin rio Interna cional de Educa o Intercultural G nero e Movimentos Sociais UFSC Florian polis dezembro de 2008 HALBWACHS Maurice A Mem ria Coletiva S o Paulo V rtice 1990 HOBSBAWM Eric A hist ria de baixo para cima In Sobre Hist ria S o Paulo Cia das Letras 1998 NORA Pierre Entre mem ria e hist ria a problem tica dos lugares In Projeto hist ria S o Paulo Pontif cia Universiade Cat lica 19983 p 7 27 OLIVEIRA Mariana Esteves O grito aben oado da periferia trajet rias e contradi es do lajes e dos movimentos populares na Andradina dos anos 1980 Maring 2006 Disserta o Mestrado em Hist ria Departamento de Hist ria Universidade Estadual de Maring POLLAK Michael Mem ria Esquecimento e Sil ncio Revista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro Vol 2 n 3 1989 Pp 03 15 SADER der Quando novos personagens entraram em cena experi nci as e lutas dos trabalhadores da grande S o Paulo 1970 1980 Rio de Janeiro Paz e Terra 1988 284 SCHERER WARREN Ilse Redes de movimentos sociais S o Paul
459. p 15 Roterd fazendo refer ncia loucura a coloca como a autentici dade e originalidade do ser humano Dando lugar loucura deixa que ela mesma se defina Em mim n o pode haver fingimento ou dissimula o e o meu rosto jamais reflete sentimento que me n o esteja no cora o 375 Enfim por toda parte sou t o parecida a mim mesma que ningu m poderia ocultar me nem os que querem passar por s bios e por tais desejam ser tidos ROTERDA 2002 p 8 Vasconcelos 2005 ressalta que os grupos de usu rios e famili ares participam das inst ncias e conselhos de sa de sa de mental e outras pol ticas sociais podendo desenvolver projetos de pesquisa pla nejamento e avalia o de servi os p 241 Desta forma valoriza se o ponto de vista os testemunhos e a voz dos que viveram ou vivem con cretamente no plano pessoal os problemas mentais O Movimento tem incentivado o desenvolvimento de inciativas individuais e coletivas cotidianas ou mais permannetes de car ter social cultural e art stica para mudar as atititudes discriminat rias em rela o ao louco nas rela es cotidianas na comunidade local na m dia e na sociedade mais ampla comenta Vasconcelos 2005 p 241 A Internet tamb m tem tido um papel importante neste cam po principalmene pela facilidade de den ncias e de circula o de id ias O Movimento tem v rios m ltiplos objetivos e ideais mas dentre os mais importantes lembra Vasconcelos que n
460. p rio passara por uma guerra ou conflito de tama nha propor o e magnitude sempre os conflitos internos foram resol vidos atrav s da interven o da Guarda Nacional que era formado por um pequeno contingente militar profissional ou por mil cias locais que temporariamente se reuniam para extirpar o conflito e que acaba vam por representar o interesse das elites locais Na verdade ne nhum evento militar em territ rio brasileiro havia tido a necessidade de se mobilizar uma quantidade t o representativa de corpos militares e envi los a territ rios internacionais por tempo indeterminado Inicial mente o Imp rio assume sua posi o na Guerra apenas contando com a Guarda Nacional e com tropas da prov ncia sul rio grandense que j se encontravam em territ rio uruguaio para evitar que o ex rci to lopizta acabasse interferindo no cen rio pol tico que acabara de se instalar no Uruguai Por m a invas o paraguaia frente ao territ rio localizado no sul da prov ncia de Mato Grosso e a conjuntura apresentada no Uruguai acabam por for ar o Imp rio a criar mecanismos de alistamento militar com o objetivo de conter e combater os invasores criado ent o o corpo de Volunt rios da P tria em que cidad os do Imp rio alistavam se para combater junto s frentes militares da Argentina e do Uruguai contra o Paraguai Esse alistamento no in cio da guerra estava embe bido de entusiasmo e patriotismo e muitos se alistavam sem ne
461. pa o e o poder tendo em vista que todo o espa o influenciado por um tipo de poder e este poder sup e por tanto uma organiza o particular do espa o CLAVAL 1978 p 23 e a partir da poder espacializar esta criminalidade mape la ao qual este mapeamento possa vir a contribuir para eventuais solu es deste problema Atrav s deste trabalho buscaremos na an lise da organiza o do espa o urbano identificar os fatores que contribuem para o cometimento de crimes e a prefer ncias destes em determinados locais do espa o tra ando suas fronteiras Assim poderemos fazer uma interpreta o cr tico qualitativa identificando os locais mais vi olentos buscando esta identifica o n o apenas pela quantidade de vezes que os crimes se repetem mas por sua natureza violenta e seu raio de impacto Nesta perspectiva importante termos um estreitamento dos conhecimentos referentes ao espa o geogr fico abordando principal mente o espa o urbano e os agentes espaciais Pois a criminalidade que nos propomos analisar tem como palco de atua o a cidade ou seja o espa o urbano constru do e idealizado pelo trabalho social Assim como o espa o em quest o foi constru do pelas rela es hu manas de luta e conquistas os problemas que nele ocorrem tamb m foram criados pelo ser social e acreditamos que medida que o ho mem pode criar problemas pr prios ele tamb m pode criar solu es inteligentes A PROLIF
462. para compartilhar recursos dos computadores como era sua finalidade inicial A Internet come ava a tomar vida pr pria que nada tinha a ver com a concep o original de seus criadores e que um dia transformaria no que hoje um meio de comunica o e entretenimento ERCILIA 2001 p 17 A Internet nasceu praticamente sem querer Foi desenvolvida nos tempos remotos da Guerra Fria com o nome de ArphaNet para manter a comunica o das bases militares dos Estados Unidos mesmo que o Pent gono fosse riscado do mapa por um ataque nuclear Quando a amea a da Guerra Fria passou ArphaNet tornou se t o in til que os militares j n o a consideravam t o importante para mant la sob a sua guarda Foi assim permitido o acesso aos cientis tas que mais tarde cederam a rede para as universidades as quais sucessivamente passaram na para as universidades de outros pa ses 251 permitindo que pesquisadores dom sticos a acessassem at que mais de 5 milh es de pessoas j estavam conectadas com a rede e para cada nascimento mais 4 se conectavam com a imensa teia da comu nica o mundial A esta altura a Internet era predominantemente acad mica embora continuasse a ser utilizada pelas ag ncias governamentais civis e militares Milhares de computadores j estavam conectados Internet tornando dispon vel uma massa inimagin vel de dados e infor ma es Cada especialista em cada campo cient fico e tecnol gico estava aces
463. passado dos homens e mulheres assentados sujeitos desta hist ria Trabalhar com os sujeitos com a trajet ria de uma vida cercada de sonhos lutas e realiza es pode proporcionar uma vasta teia de representa es para a pesquisa cuja complexidade do real apresenta uma diversidade de quest es para a investiga o fazendo com que o pesquisador pensando assim a hist ria se depare com o desconheci do e inesperado Este trabalho vai sendo constru do a partir do objeto de pesquisa que nos remete muito mais a perguntar do que a respon der VIEIRA et ali 2005 Desta forma nossas escolhas metodol gicas v o se modificando ao longo da pesquisa devido s novas necessidades de compreender o objeto e a busca constante de sua problematiza o Encontramos em determinados momentos nos detalhes tra os que deixam transparecer as formas e sentimentos dos sujeitos os quais a partir destes detalhes po dem nos dizer muito sobre aquilo que procuramos CHALOUB 1990 As express es individuais est o muitas vezes emaranhadas no coletivo de uma dada sociedade o que segundo Chaloub tamb m cont m tra os da pr pria cultura de cada sujeito e de sua vis o dos acontecimentos Aqui tudo come a com a premissa de que a expres s o individual ocorre dentro de um idioma geral de que aprendemos a classificar as sensa es e a entender as coisas pensando dentro de uma estrutura fornecida por nossa cultura DARTON 1989 Apud CHALO
464. pe sar de o nome levar a crer que somente textos jur dicos encaixam se nesse perfil grandes textos liter rios como Grande Sert o Veredas de Guimar es Rosa e Os Irm os Karamazov de Dostoievski tamb m podem ser enquadrados como tal J no g nero pol tico o foco do orador o aconselhamento ou desaconselhamento sobre um fato ou a o sempre a serem pratica dos no futuro O discurso pol tico deliberativo podendo ser exemplificado pelas decis es tomadas nas c maras de representantes do povo Esse discurso tem como valores o til contraposto ao nocivo diligenciando pelo bem comum Em ess ncia todos os textos poderiam ser classificados no g nero pol tico porque todo discurso leva em considera o o bem co mum de uma forma ou de outra Os valores dos discursos laudat rio e judici rio consubstanciam se tamb m em valores pol ticos O que real mente diferencia o discurso pol tico sua proje o futur stica CONCLUS O O direito e a l ngua est o indelevelmente ligados no seu aspecto social Aquele n o pode prescindir desta podendo se dizer que o direi to somente existe porque existe a linguagem Essas rela es n o se limitam no entanto ao plano sociol gico O direito prescinde de v rios aspectos da linguagem para poder operar se de forma clara e precisa As dimens es da semi tica s o essenciais ci ncia jur dica pois per mitem que o jurista encadeie seus pensamentos de forma a exprimir
465. pela imigra o faz considera es relevantes para se pensar a leitura dos conceitos definidos a priori sobrepondo se s pr ticas e representa es dos sujeitos 303 Raramente entrevistas a n o ser quando tem uma perspecti va explicitamente antropol gica as rela es humanas e soci ais ficam obscurecidas pela vis o das rela es de produ o determinadas por aquele esquema implac vel de desenvolvi mento das for as produtivas Ao final tudo o que nos resta reconhecer uma racionalidade imanente hist ria ou a t o mencionada l gica do capital e a partir dos resultados tidos por inevit veis frutos desta mesma l gica procurar expli car porque se formularam determinadas pol ticas porque se constru ram determinadas institui es porque determinados agentes se marginalizaram em vidas miser veis enquanto outros ascenderam social e politicamente 1987 p 28 Essa autora tece cr ticas vis o da hist ria centrada na explica o do fim da escravid o pelo prisma exclusivo das racionalidades eco n micas anteriores pr pria an lise e pr ticas dos sujeitos como por exemplo a leitura de que o mundo do trabalho no s culo XIX somente se alterou devido percep o dos senhores de engenho e fazendeiros do caf de que o sistema escravocrata estava chegando ao fim Nesse sentido a perman ncia da escravid o apresentava se como irracional Na historiografia brasileira predominante nas d c
466. per computadores muito tempo se passou mas o princ pio continua o mesmo facilitar para o homem o desenvolvimento de c lculos e atualmente facilitar as tarefas di rias O primeiro instrumento criado para o c lculo foi o baco inventa do na China no segundo mil nio antes da era crist Mas foi somente no s culo XVII que surgiram as primeiras calculadoras mec nicas Em 1642 o cientista e fil sofo franc s Blaise Pascal desenvolveu aos 18 anos de idade uma m quina de somar e subtrair constitu da por deter minado n mero de rodas dentadas que ao se rodar dez dentes na coluna de unidades avan ava um dente na coluna de dezenas e assim sucessivamente 246 Os primeiros computadores surgiram por volta da d cada de 40 com uma parceria entre uma empresa americana IBM com a marinha norte americana Esse computador foi dado o nome de Mark I Mark era totalmente eletromec nico ele tinha cerca de 17 metros de compri mento por 2 metros e meio de altura e uma massa de cerca de 5 tone ladas Mark I continha nada menos que 750 000 partes unidas por apro ximadamente 80 km de fios Ele foi o primeiro computador totalmente autom tico a ser usado para fins b licos A fase de evolu o dos computadores est dividida em cinco fases primeira gera o que do per odo de 1940 55 conhecida como tecnologia de v lvulas a segunda gera o com a utiliza o do tran sistor 1955 1965 a terceira gera o dos circuitos i
467. por tante para os interesses dos portugueses e para a prote o da empresa Como j foi dito no inicio deste texto nos fins da Idade M dia os pa ses europeus sa ram de suas moradas e enfrentaram o mar Como o chamado territ rio dos portugueses ainda n o tinha sido ocupado para patentear a empresa por Portugal v rias navega es de outros pa ses concorrentes come aram a desembarcar no litoral da Am rica Portu guesa Conforme o racioc nio de Giucci 1993 segundo o qual os por tugueses ancoravam na Am rica apenas para repousar que teorica mente seriam os donos por ter achado a empresa n o demonstraram interesse pela terra corriam o risco de perd la para navegantes de outros pa ses apesar de o interesse dos navegantes da poca ser ex clusivamente o de achar o caminho para as ndias o que n o exclu a o tal risco Qual risco para evitar o risco de perder essas possess es que entra em a o o degredado a fim de proteger a empresa dos intru sos e ajudar a constru la sobre bases s lidas Em princ pio teremos uma empresa perfeita o territ rio contin ha em seu interior a mat ria prima pau brasil a m o de obra dispon vel tanto para a extra o e transporte da madeira quanto para a realiza o da agricultura que com suas condi es clim ticas favor veis foi muito desenvolvida a fim de servir como complementa o da agricultura europ ia que desfrutava de um clima temperado do qual impossibilitava
468. porque as transforma es a que foi submetido nada mais fazem do que completar as linhas de tend ncia do mundo real ECO 1989 168 Seduzido pela err nea alcunha do g nero literatura de antecipa o Eco ignora os outros tipos de literatura fant stica pontuados para definir a fic o cient fica Segundo Raul Fiker se escolhemos um nome como literatura de antecipa o que um dos muitos nomes alternativos propostos para a fic o cient fica estamos definindo o g nero como relativo apenas ao futuro e limitando o a um tipo espec fico de FC quando um sem n mero de hist rias do g nero se passam no passado ou no presente apresentando por exemplo passa dos ou presentes alternativos FIKER 1985 11 Ou seja a alotopia a utopia a ucronia e a metacronia s o na verdade subg neros da fic o cient fica apesar da predomin ncia da alegoria nas diversas obras do g nero Portanto nenhum dos quatros 175 tipos citados por Eco definem exclusivamente a fic o cient fica Es clarecido isto vejamos como Eco define a ucronia A utopia pode transformar se em ucronia onde o contrafactual assume a seguinte forma que teria acontecido se o que realmente aconteceu tivesse acontecido de modo diferente por exemplo se J lio C sar n o tivesse sido assassinado nos idos de mar o Temos timos exemplos de historiografia ucr nica usada para melhor entender os acontecimentos que produ
469. preens o a partir de esquemas r gidos Mant m la os de inclus o entre o sagrado e o mundano s vezes na forma de transpar ncia mais do que transcend ncia ou iman ncia Promove como que uma sacraliza o do social e humano brasileiro e uma re inven o constante que ofendem a nostalgia de metaf sica e a paix o pelo est tico N o apresenta dogmas nem codifica es As suas doutrinas s o suficientemente s rias para n o se levarem muito a s rio Apesar de conservar do candombl o pante o de deuses lorub s o rito dan ado o transe de incorpora o dos orix s e antepassados e certa pr tica sacrificial remanescente a Umbanda reproduziu pouco 402 das concep es africanas preservadas no Candombl A Umbanda ado tou n o sem contradi es e incompletudes certa no o moral de con trole da atividade religiosa voltada para a pr tica da virtude crist da caridade concep o estranha ao Candombl O culto umbandista foi organizado em torno dessa pr tica como se d no kardecismo com a constitui o de um pante o brasileiro subordinado aos Orix s formado de esp ritos que ajudam os humanos a resolverem seus problemas que s o os Caboclos Preto Velhos e outras categorias de mortais desencarnados Na Umbanda a pr pria id ia de religi o implica essa no o de trabalho m gico pois sem a atua o direta dos esp ritos na vida dos devotos a religi o n o se completa Mas todas essas entidades s
470. quanto pol ticas indispens veis para a supera o do modelo manicomial de tratamento psiqui trico Independente do modelo para que n o se tenha que reinventar a roda necess rio avaliar e reendere ar se necess rio for as pr ticas e a forma o em sa de mental no sentido do que o Movimento da Luta Antimanicomial consignou j h vinte anos Por uma sociedade sem manic mios 389 NOTA Mestre em Sa de Coletiva Faculdade de Medicina de Botucatu Unesp e Professor da rea de Psicologia Social da UFMS Campus de Parana ba mdvecchiadyahoo com br BIBLIOGRAFIA AMARANTE P Coord Loucos pela vida a trajet ria da reforma psiqui tri ca no Brasil 2 ed Rio de Janeiro Fiocruz 2003a AMARANTE P A cl nica e a Reforma Psiqui trica In SCLIAR M Org Archivos de sa de mental e aten o psicossocial Rio de Janeiro NAU 2003b p 45 65 BASAGLIA F A institui o negada 2 ed Rio de Janeiro Graal 1991 CAPLAN G Princ pios de Psiquiatria Preventiva Rio de Janeiro Zahar 1980 COOPER D Psiquiatria e antipsiquiatria S o Paulo Perspectiva 1967 DALLA VECCHIA M A sa de mental no Programa de Sa de da Fam lia estudo sobre pr ticas e significa es de uma equipe 2006 106p Dis serta o Mestrado em Sa de Coletiva Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho Botucatu FOUCAULT M Hist ria da loucura na idade cl s
471. que acabo de expor Fundado em 1973 para produ o e abrigo de acervos e materiais dos e para os movimentos populares da cidade de S o Paulo alastrou se como difusor da rica diversidade documental nas redes de movimentos sociais que se formavam nos anos 1980 poca de grande expans o dessas experi ncias Um breve relato dessa experi ncia encontra se no item Hist ria presente no projeto de sua reanima o Entre 1976 a 1989 o CPV percorreu um ciclo de ascens o e decl nio concomitante com os movimentos populares e sindi cais Nesse per odo o CPV deu a sua contribui o com o seu trabalho de ent o sua infraestrutura e por vezes seu dinheiro e seu nome na cria o e organiza o das oposi es sindicais na cidade e no campo que redundou na cria o da CUT e deixou a sua marca no fortalecimento das organiza es classistas no embate com as posi es pol ticas moderadas O refluxo dos movimentos sociais na d cada de 90 a ascen o do neoliberalismo a dificuldade de readequa o do papel da 280 entidade s mudan as da conjuntura ao lado das dificuldades de financiamento de seu trabalho levaram o CPV a diminui o significativa das atividades reduzindo o seu or amento e seu pessoal A ponto de n o existir nenhum funcion rio contratado e sobrevivendo gra as ao trabalho de um corpo de volunt rios Hoje o CPV funciona em regime de plant o e o atendimento realizado na medida das possibilida
472. que envolve preferencialmente os estudantes e professores do Curso de Hist ria do campus da UFMS em Tr s Lagoas e tem por finalidade a preserva o de fontes originais para pesquisa e a manuten o de uma bibliote ca setorial com mais de mil exemplares entre livros e revistas especializadas em sua maior parte doada por professores aposenta dos do Curso de Hist ria O acervo do N cleo de Documenta o Hist rica vem sendo cons titu do especialmente por documenta o hist rica proveniente de doa es de empresas estatais de movimentos sociais e de particulares Em 24 anos de exist ncia o N cleo acumulou uma diversidade expres siva de fontes para a hist ria local e regional em diferentes suportes tais como documenta o escrita sonora audiovisual iconogr fica e hemeroteca O N cleo tem suas ra zes em meados da d cada de 1980 quan do os docentes do Curso de Hist ria decidiram pela implanta o do Setor de Documenta o Hist rica no Centro Universit rio de Tr s La goas Como parte desta preocupa o criou se o N cleo de Estudos de Tr s Lagoas e Regi o que teve como objetivo espec fico coletar preservar arranjar e utilizar os acervos documentais O ponto de partida foi trabalhar com documenta o oral e recolher o maior n mero de fon tes e documentos poss veis visando a forma o de um acervo neces s rio para a disciplina Hist ria Regional bem como servir pesquisa e extens o
473. que permanecem em funcionamento em torno de cinquenta hospitais psiqui tricos recebendo pessoas em sofrimen to ps quico para interna o no estado de S o Paulo por exemplo alarmante Al m disso projetos de reforma psiqui trica adotados como pol ticas sociais de conjunto que tenham se mantido no decorrer do 383 tempo s o uma minoria A regra efetivamente s o as experi ncias bem sucedidas limitadas a um ou outro aspecto Assim conduzidas mesmo que inspiradas por um movimento de radical transforma o do cuidado pessoa em sofrimento ps quico como a psiquiatria democr tica italiana tais transforma es apresentam o mesmo vi s das psi quiatrias reformadas N o se detalhou por m um dos projetos de reforma psiqui trica que aconteceu no meio desta trajet ria quase concomitantemente anti psiquiatria o projeto da psiquiatria preventiva que ainda se encon tra fortemente presente em diversos aspectos na pol tica brasileira de aten o sa de mental Conforme Amarante 2003 p 37 A partir de uma certa redu o dos conceitos entre doen a mental e dist rbio emocional a crise instaura se a cren a de que todas as doen as mentais podem ser prevenidas des de que detectadas precocemente e que ent o se a doen a mental significa dist rbio desvio marginalidade pode se pre venir e erradicar os males da sociedade Considerando que os doentes somente procuravam o servi o de s
474. r na ess ncia a desconsidera o do outro no processo dial gico Na verdade ao ignorar o outro como sujeito portador de um projeto pr prio o que se produz a sua redu o e a imposi o dos interesses do eu No sentido do necess rio reconhe cimento de pontos de vista diferentes e portanto do papel que o outro representa para o conhecimento de nossa pr pria pr tica Jovchelovitch 1998 p 74 escreve O outro n o est simplesmente l esperando para ser reco nhecido pelo sujeito do saber Ao contr rio o outro est l ele pr prio enquanto eu com projetos que lhes s o pr prios desejos que lhe s o pr prios perspectivas que lhe s o pr prias Ele n o redut vel ao que o eu pensa ou sabe sobre ele mas precisamente outro irredut vel na sua alteridade N o basta portanto admitir a realidade do outro necess rio reconhec la como a realidade de um sujeito leg timo O SENTIDO DA TERRA SIN NIMO DE FARTURA E AUTONOMIA Aterra uma m e da onde a gente tira de tudo pra viver A terra muito boa Aqui quando a gente n o tem nada a gente sai a pela ro a uma mandioca a gente traz tem uma ab bora maxixe a gente sai pelo meio da ro a e qualquer coisa acha de fartura SANTOS 9 A terra pra gente vida o que cria tudo para n s cria a fam lia uma cria o tudo Aterra a melhor coisa ela o sossego da gente porque se n o tem a terra tem que trabalhar de
475. r ticas WRIGHT 1999 p 189 PENTECOSTALISMO FUNDAMENTA O TE RICA E METODOLOGIA Tendo em vista as considera es hist ricas e conceptuais apon tadas anteriormente em rela o ao movimento pentecostal torna se pertinente a busca de um corpus te rico para a compreens o do con texto da expans o dessa tend ncia religiosa entre a etnia Terena na cidade de Brasil ndia MS Desta forma ser poss vel entender as perman ncias e mudan as de valores s cio culturais e pol ticos exis tentes entre os Terena frente proposta pentecostal Nessa dire o o antrop logo Clifford Geertz em seu livro A in terpreta o das Culturas ao discorrer a prop sito da religi o como sis tema cultural elenca algumas observa es relevantes Dentre elas destaca que a religi o um sistema de s mbolos que atua para a ess ncia do pensamento humano 1989 p 109 A partir desta afirma o sabe se que a religi o composta de s mbolos com seus significa dos e que para o autor os significados s podem ser armazenados atrav s de s mbolos p 144 Os Terena possuem seus s mbolos mitos sagrados e suas in terpreta es e esses aspectos s o presentes tamb m no pentecostalismo A compreens o desse processo de conv vio de tradi es religiosa importante isso porque Geertz aponta que os s mbo 99 los sagrados funcionam para sintetizar o ethos de um povo que ex presso no tom no car ter na qualidade da
476. r a assimila o do conte do por parte do leitor Nos fanzines tamb m era poss vel encontrar diversas ilustra es como imagens e desenhos Sobre esta quest o da utiliza o desses recursos poss vel deduzir que os jovens lan avam m o desse recurso baseados na id ia de que Num mundo onde a principal forma de comunica o a ima gem e onde as identidades sociais s o representadas pelo que se consome marcar posi o atrav s da constru o aleg rica da pr pria imagem foi a sa da encontrada pelos as jovens para tornarem vis veis suas quest es para o mundo e elabora las para si mesmos Neto 2001 p g 39 Em Ilha Solteira os fanzines passam a ser produzidos a partir de 1994 por pessoas que estavam engajadas na produ o da contracultura em torno do Punk Rock Em um trecho do fazine Gueto zine escrito por Fausto ele faz a seguinte pergunta Ser que a ditadura acabou Ao observar o texto pode se notar que havia um grande descontentamento por parte do autor em rela o situa o vivida pelos jovens na d cada de 1990 principalmente com a pol tica e seus donos dos palanques onde o texto procura despertar o sen timento de luta nos jovens 1968 o ano que n o acabou Voc leu timo livro descul pe minha falta de informa o pois n o sei o nome do au tor Mas ouve um tempo um pouquinho pior desculpe o ironismo 1964 o ano do governo brutal de jo o goulart O ano em que policiais e gove
477. r em sociedade raz o pela qual denominado ens sociale DAMI O HENRIQUES 2000 p 17 A busca de nossa esp cie pela sobreviv ncia na forma da associabilidade est indiscutivelmente ligada busca pela comunica o de seus sentimentos vontades gostos e a es como forma de aprimoramento do relacionamento social e constru o de perspectivas sobre o mundo em que vive A l ngua no entendimento de Monteiro 2000 p 16 n o simplesmente um meio de transmiss o de informa es entre os indiv duos tamb m um relevante meio para o estabele cimento de relacionamentos inter pessoais No in cio os sons guturais e os fonemas desconexos al m da comunica o n o verbal serviam ao entendimento imediato de fatos simples e corriqueiros mas n o atendiam necessidade crescente de 420 express o do pensamento consciente dos primeiros seres humanos O pensamento n o tinha como se exteriorizar e criar novas realidades f ticas naquela sociedade Num desenvolvimento natural na jun o dos fonemas e sons guturais esparsos surgiu entre os povos a linguagem oral caracteriza da pela espontaneidade sendo viva e concreta Por meio da linguagem oral puderam ser transmitidos os primeiros conhecimentos tamb m chamados m ticos e folcl ricos A transmiss o dos conhecimentos atra v s das gera es a principal marca deixada em nossa sociedade pela linguagem oral A l ngua falada para Dami o amp Henriques
478. r ser a sua obra uma refer ncia para se pensar a produ o historiogr fica dos meados do s culo XX Para esse autor diferente das col nias inglesas da Am rica do Norte onde desde o in cio da coloniza o predominou a m o de obra europ ia no Brasil e na Am rica espanhola n o se chegou nem a ensaiar o trabalhador branco Isso porque afora outras quest es nem na Espanha nem em Portugal havia como no caso da Inglaterra bra os dispon veis e dispostos a migrar a qualquer pre o Por outro lado Ferlini discute a import ncia da utiliza o da mas sa branca livre no contexto de expans o da economia a ucareira e na defesa do solo brasileiro j no in cio da coloniza o Partindo da an li se do Engenho Sergipe do Conde em Pernambuco na primeira meta de do s culo XVII assinala essa autora que A explora o sistem tica requeria esse substrato branco que no dizer de Florestan Fernandes constitu a verdadeira argamassa para militar usada como uma ar ete na defesa das povoa es FERLINI 1988 p 210 Afirma Ferlini que se transferir para a Col nia implicava para os degredados uma possibilidade de qualifica o econ mica e social A requalifica o teoricamente era poss vel na Col nia em vista das riquezas que conseguissem retirar da explora o da terra o que pode ria ser realizado pelos lavradores da cana dependendo da modalidade em que se encontravam no nordeste a ucareiro
479. radina 404 OS PROCESSOS SOCIAIS DO ESPA O URBANO E AS FRONTEIRAS DO CRIME Ricardo Lopes Batista INTRODU O Em meio a tantas teorias e metodologias aplicadas quanto ao estudo do espa o urbano e da quest o da viol ncia adotamos uma metodologia diferente onde associamos a viol ncia urbana aos proces sos espaciais desencadeados no momento da ocupa o urbana e que se estende ao longo do tempo que causam na sociedade din micas vari veis que separam ainda mais as classes sociais e selecionam o espa o de forma brutal Esta forma de estudar o espa o nos fornece dados importantes quanto aos fatores de concentra o da criminalidade em determinados locais e nos possibilitam repensar formas de comba ter este problema que agride toda a sociedade Atrav s dos estudos feitos buscaremos tratar da viol ncia mas n o de modo geral abrangente pois esta tem uma gama de diversida de Segundo Schilling e Koerner 2000 p 13 a viol ncia manisfesta se de diversas formas envolvendo pessoas agressores e v timas de idade sexo classe social ra a religi o e nacionalidades tamb m di versas Ao qual seria imposs vel com os dados que temos demonstrar toda sua variedade 405 Este trabalho limita se em abordar dentre os tipos de viol ncia a criminalidade de modo a promover uma discuss o sobre as bibliografi as correspondentes ao assunto com a realidade social em que vive mos Buscamos analisar o es
480. ram Ou seja a empresa aprimora suas atividades al m da agricultura e extra o de pau brasil soma se a extra o dos t o cobi ados metais preciosos A empresa colonial em todo per odo teve a caracter stica expor tadora de sua produ o Al m da produ o para exportar outro car ter 130 a escravid o e as grandes extens es de terras Contudo em toda a hist ria da col nia h uma classe camponesa que se dedicava aos produtos destinados a permanecer no interior da col nia para o seu pr prio consumo com a atividade de subsist ncia ALGUMAS CONSIDERA ES Normalmente partimos da premissa de que uma empresa tem sucesso apenas se tiver uma boa administra o grandes investi mentos e bons funcion rios Vimos que a empresa mais tarde de nominada Brasil pode n o ter tido boa administra o grandes in vestimentos e bons funcion rios mas possuiu depois de algumas situa es embara osas passadas pelos portugueses um grande interesse o que um fator necess rio e de extrema import ncia para a inaugura o e consolida o de um empreendimento O nosso objetivo no decorrer do texto n o foi defender o pen samento de determinado autor contrapondo o a tese de outro os quais por ventura possam vir a ser contradit rios Pois nas palavras de Ts Tung 1999 p 41 O contradit rio no seio de cada fen meno a causa fundamental do respectivo desenvolvimento O que objetivamos desde o in c
481. rasil impediu a prosperi dade do Paraguai e possivelmente sua pr pria prosperidade conside rando os prov veis benef cios das rela es travadas com um Paraguai fortalecido Mas no universo ficcional de Lodi Ribeiro o Paraguai venceu a guerra e portanto o quadro acima se concretizou apesar das perdas territoriais brasileiras Segundo Ginway a hist ria explora como as for as da elite de um Brasil diminu do poderiam ter sido for adas a conside rar reformas para forjar uma democracia econ mica e pol tica ao inv s de concentrar riqueza e poder nas m os de poucos GINWAY 2005 208 Um exemplo de reforma sugerido por Lodi Ribeiro o seguinte A Rep blica Guarany aceitara em seu territ rio ampliado ap s a vit ria na guerra todos os negros que para l desejaram imigrar ap s a aboli o da escravatura que impusera ao inimi go derrotado Uma vez no pa s adotivo os ex escravos rece beram t tulos de propriedade em terras agricult veis Junto com as terras vieram os direitos e deveres inerentes ao status da cidadania paraguaya LODI RIBEIRO 2006 207 As palavras acima destoam do que realmente aconteceu os escravos brasileiros que lutaram na Guerra do Paraguai receberam so mente a alforria Este pequeno exemplo suficiente para compreender mos as palavras anteriores de Hutcheon pois o passado alternativo proposto por Lodi Ribeiro nos exige um novo olhar para o presente e portanto nos impede de conceber a
482. rdo Salles chama aten o para a not vel presen a de escravos de origem africana disponibilizados pela lavoura cafeeira paulista pela lavoura canavieira nordestina e pelas charqueadas do sul do Brasil que posteriormente foram incorporados s tropas imperiais Muitos escravos foram envia dos para formar o corpo de Volunt rios da P tria no lugar de seus se nhores ou mesmo para criar uma esp cie de prest gio entre os cida d os brasileiros mais abastados perante a sociedade local 8 No entanto muitos escravos negros foram desapropriados de seus senhores e incorporados ao ex rcito brasileiro devido impopula ridade da guerra e a recusa dos cidad os brasileiros de se alistarem Observa se que o governo recorreu aos escravos pois n o havia com batentes brancos livres suficientes para suprir as necessidades do campo de batalha Neste contexto o governo imperial teve grande despesa pagando as indeniza es aos propriet rios desses escravos Entre tanto entre os anos de 1866 e 1867 o Conselho de Estado descartou a possibilidade de liberta o dos escravos em massa para atender s necessidades da guerra pois isso causaria grandes preju zos aos co fres p blicos determinando a liberta o dos cativos de forma controla da 139 Salles ainda cita que mesmo sendo um trabalhador livre o negro na sociedade brasileira ainda era visto como uma figura atrasada e de n vel inferior ao trabalhador livre branco O traba
483. re os Terena os Atikum passaram por fazendas nos Estados de Minas Gerais S o Paulo e Paran onde alguns teriam sido escravizados Vivem sobretu do da agricultura e do trabalho em fazendas e s o chamados pejorati vamente por ind genas Terena e n o ndios de terra seca Muitos desconfiam inclusive que por causa da apar ncia f sica os Atikum n o sejam sequer ind genas O fato de serem chamados de terra seca revela que de algu ma forma s o diferenciados dos outros ndios especialmente dos Terena com quem convivem h algum tempo numa rela o intersociet ria nem sempre pac fica Utilizam como elemento de adscri o por excel ncia o ritual do Tor uma tradi o que no pas sado tomaram de empr stimo dos Tux Trata se portanto de um grupo tnico que elegeu categorias de pertencimento e exclus o de seus membros com base em rela es espec ficas V em se como ndios e se fazem ser vistos pelos outros assim em uma verdadeira luta pelo reconhecimento de uma identidade que tem tudo pela apa r ncia f sica para ser negada como legitimamente ind gena pele es cura cabelos encaracolados etc H at o momento um nico trabalho acad mico sobre os Atikum em Mato Grosso do Sul elaborado por Giovani Jos da Silva quando o mesmo realizou na Universidade Federal de Mato Grosso 84 UFMT o curso de Especializa o P s Gradua o Lato Sensu em Antropologia Teoria e M to
484. realidade pr spera imaginada por Lodi Ribeiro A palavra estupidamente da cita o anterior sugere uma reinterpreta o ir nica de uma conhecida li o A hist ria feita pela estupidez dos homens Outra famosa li o observa se na seguinte afirma o de Albuquerque a respeito do passado visualizado no rastreador Ali s l eles denominam esse conflito Guerra do Paraguay LODI RIBEIRO 2006 190 Como a hist ria escrita pelos vencedores no universo alternativo de Lodi Ribeiro o maior conflito militar sul americano deno minado Guerra da Tr plice Alian a enquanto na atualidade denomina do Guerra do Paraguai Ou seja segundo a l gica da hist ria redigida pelos dominantes os culpados pela guerra s o sempre os perdedores Mas onde identificamos a reflex o metaficcional de A tica da trai o Certamente nas seguintes palavras Temos que aceitar os fatos hist ricos e parar de nos esconder atr s das desculpas do tipo como ser amos melhores e mais felizes se houv ssemos ganho a guer ra LODI RIBEIRO 2006 175 Ao criticar o pr prio mecanismo narra tivo que adota Lodi Ribeiro nos conduz ao paradoxo da dial tica pois tamb m s o invi veis escapismos do tipo como ser amos melhores e mais felizes se houv ssemos perdido a guerra Portanto nas entreli nhas o autor sugere que A tica da trai o seja lido como reflex o dos fatos hist ricos e n o como propaganda ut pi
485. rente do potencial aquisitivo e v rias formas de trabalho desde o servi o mais simples exemplo coleta de lixo faxina e outras fun es que exigem mais esfor os f sicos e aquelas que al m de certo grau de dificuldade por exigir conhecimentos te rico e pr tico exigem um n vel de percep o mais elevado exemplo medicina jur dico etc todas as formas de trabalho desde o simples ao mais complexo s o cruciais a engrenagem do sistema O trabalho for a motriz da sociedade pois est encarregado da manuten o dos meios necess rios para que uma sociedade possa dirigir se ao crescimento populacional e manter se est vel Essa insis t ncia em mostrar as v rias formas de trabalho humano e suas relev n cias nos leva a atentar nos a um fato de extrema import ncia que est relacionada na forma de realiza o do trabalho como se concede o processo de explora o da m o de obra e a forma o das classes por parte das condi es materiais Da mesma maneira que o trabalho extremamente importante para se obter uma vida de qualidade este n o pode se tornar objeto cruel de media o nas aspira es do seres humanos pois a obten o dos meios de sobreviv ncia para aquelas pessoas cuja renda inferior a obten o das necessidades b sicas de vestu rio alimenta o lazer educa o moradia meios de locomo o etc se torna 203 penosa tendo que se submeter a explora o do sistema que imp
486. res Por outro lado o 319 estranhamento em rela o ao termo pecu ria n o se trata de uma irracionalidade mas d se pelo fato de que a atividade pecu ria liga se id ia da grande propriedade enquanto a cria o um componente b sico da reprodu o camponesa esp cie de bin mio ro a cria o WOORTMANN 1983 Geralmente a ro a est sendo uma bomba mas voc tem que plantar nem que for pra sua despesa para voc n o ter que comprar Tendo o arroz o feij o e o milho j est bom Agora o certo voc ter tamb m o gado umas vaquinhas de leite Eu tenho umas cria ozinhas a eu tiro leite pra mim beber mas n o compensa vender s se voc morar perto da cidade a voc vai vender na rua neste caso compensa porque voc vende a R 0 50 centavos mas tirar o leite para vender a R 0 18 centavos para o latic nio n o paga nem o sal pras vacas Ent o veja o projeto aqui no assentamento vai ser bacia leitei ra para agricultura n o sai financiamento n o s um pouquinho pra despesa Ent o esse neg cio de bacia leiteira n o tem cabimento uma bomba que n s estamos entrando dentro e tem que aceitar o projeto porque o rapaz que fez o projeto t cnico do IDATERRA n o aceita mudar A gente falou de pegar outro gado n o precisa ser uma vaca que d dez litros de leite porque sen o a gente vai pagar de R 800 00 a R 1 000 00 reais nela Agora se pegar uma vaquinha comum voc paga de R 500 00 a R
487. res livres no Segundo Reina do Para o autor esses homens pobres no Imp rio n o eram Nem propriet rios nem prolet rios seu acesso vida social e seus bens depende materialmente do favor indireto ou direto de um grande Rea firma ainda que sob mil formas e nomes o favor atravessou e atingiu no conjunto a exist ncia nacional ressalvada sempre a rela o produtiva de base esta assegurada pela for a 1973 p 153 Stolcke e Hall em texto j relacionado contrap em se tese do favor defendida por Schwarz vista por ele como fundamento para a compreens o das rela es sociais que se estabeleceram entre os po bres livres e senhores do engenho e do caf no Imp rio Para esses autores Desde o in cio as rela es entre fazendeiros e trabalhadores livres eram carregadas de fortes tens es em geral bastante expl citas Mesmo que os fazendeiros tivessem desejado es tabelecer rela es paternalistas de depend ncia pessoal e este ponto permanece obscuro v rios elementos dificulta ram o uso de tais esquemas para obscurecer a explora o e desencorajar a resist ncia Al m das fazendas de S o Paulo serem grandes a for a de trabalho era nova e estrangeira impossibilitando pois aos fazendeiros muitas san es tradici onais religiosas e outras frequentemente utilizadas pelas classes dirigentes rurais 1983 p 115 309 A respeito da tese de Schwarz de que o favor a noss
488. revisao grupodirlip org catalogo htm gt acesso em novembro de 2006 8 SCHAFF Adam Hist ria e verdade 5 ed S o Paulo Martins Fontes 1991 p 227 271 7 VIDAL NAQUET Pierre Os assassinos da mem ria O Revisionismo na Hist ria Campinas Papirus 1998 Este livro j n o mais editado pela Editora conforme a mesma nos comunicou No entanto existe uma vers o da obra dispon vel na l ngua Francesa e Inglesa no site Ressources documentaires sur le g nocide nazi et sa n gation dispon vel em http www anti rev org acesso em mar o de 2007 FINKELSEIN Norman G A ind stria do Holocausto reflex es sobre a explora o do sofrimento dos judeus 3 ed Rio de Janeiro Record 2001 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS FINKELSEIN Norman G A ind stria do Holocausto reflex es sobre a explora o do sofrimento dos judeus 3 ed Rio de Janeiro Record 2001 MILMAN Luis Negacionismo G nese e desenvolvimento do exterm nio conceitual In Neonazismo Negacionismo e Extremismo Pol tico Porto Alegre Ed Universidade UFRGS CORAG 2000 SCHAFF Adam Hist ria e verdade 5 ed S o Paulo Martins Fontes 1991 p 227 VIDAL NAQUET Pierre Os assassinos da mem ria O Revisionismo na Hist ria Campinas Papirus 1998 272 ENTRE FAZER A HIST RIA E PRODUZIR A MEM RIA A PRODU O DA MEM RIA ESCRITA DOS MOVIMENTOS POPULARES E SUAS POSSIBILIDADES DE PESQUISA Mariana Esteves de Oliveira N
489. rgelinos na Fran a do per odo citado Os galegos do romance por seu turno apresenta uma fluidez de valores muito grandes Freire j havia afirmado que para os portu gueses parece que seu longo contato com a frica e a Am rica sua conviv ncia com os rabes possibilitou lhes maior instrumental para lidar com a diferen a e menos resist ncia para aceitar mudan as Segundo o soci logo pernambucano a posi o peninsular portuguesa fazia os muito mais africanos do que europeus pouco pr dispostos regularidade const ncia e mais aptos aventura ao calor dos tr picos e s descobertas Com base nas proposi es freyreanas poss vel considerar que elas tenham alguma aplicabilidade para o caso espanhol em especial do galego que ora se discute De fato os galegos como Madruga pos sufam no romance esp rito aventureiro conquistador e n o demonstra vam nenhum apego p tria terra local quanto se defrontavam com a possibilidade do novo do inesperado que prometia a riqueza m tica em 155 algum lugar do futuro Como os galegos n o formavam uma rede uma comunidade externa poss vel afirmar que seu modelo de imigra o foge regra e que seu desejo de cultuar uma p tria muito mais inter no familiar do que qualquer outro povo rabe imigrado Emigrando individualmente em uma viagem muito mais longa que a dos argelinos para a Fran a que cruzam o Mediterr neo os gale gos sem grandes diferen as t
490. ria da m si ca reflexo de uma condi o hist rica onde n o era incentivado o estu do de tal tem tica pois a m sica n o sendo erudita ou folcl rica sem pre foi vista com certo desprezo tanto pela universidade quanto pelos rg os financiadores 2000 p 205 Diante disto tive certa dificuldade em encontrar trabalhos acerca da Hist ria da M sica Sobre o Punk Rock estarei tran ando um breve relato hist rico sobre o g nero desde seu surgimento nos EUA na d cada de 1960 sua explos o na d cada de 1970 na Inglaterra e logo ap s seu surgimento no Brasil at chegar em Ilha Solteira A partir dai explana rei brevemente sobre os shows Punk Rock realizados no munic pio na d cada de 1990 Outro ve culo utilizado como forma de difus o da contracultura em Ilha Solteira eram os FANZINES que funcionavam como uma im prensa alternativa do grupo Estes fanzines abordavam diversos assun tos de forma bem simples que contavam com um car ter an rquico que facilmente confundido com desordem baderna e etc Sobre esta quest o salienta WOODCOCK o fato de que Poucas doutrinas ou movimentos foram t o mal entendidos pela opini o p blica e poucos deram tantos motivos para confus o pela pr pria variedade de formas de abordagem e a o apud MENDES 2006 p 12 Ou seja anarquia Em termos hist ricos Anarquia e Anarquista foram termos usados durante a Revolu o Francesa com um sentido de cr tica negati
491. ria tamb m possui uma fun o social Nesta mesma perspectiva cabe indagar como n o pode o his toriador escrever sobre a hist ria do tempo presente na medida em que ele um sujeito social que vive este tempo Antes de ser um historiador acentuam os autores que o indiv duo um ser social e vive no seu tempo Bloch 2001 ao redigir sobre o oficio do historiador defendendo que a hist ria uma ci ncia do homem no tempo nos ilustra bem atrav s de seu texto que al m de ser historiador ele era um homem que vivia no seu tempo e que se preocupava com as quest es do pre sente e do lugar social onde estava inserido Neste sentido torna se significativo pensar na quest o do tra balho do historiador face ao seu lugar social De Certeau 1979 ao discutir sobre a opera o hist rica nos proporciona refletir que toda pesquisa deve ser pensada a partir de um lugar social Por este olhar a produ o hist rica para ser articulada a um lugar social e conse quentemente o contexto social poder oferecer subs dios para a es crita hist rica Cabe ressaltar neste caso que cada lugar social pos sui a sua particularidade Ao adentrar no acampamento Madre Cristina percebeu se que aquele lugar social dotado de particularidades onde os sujeitos soci ais em meio as suas pr ticas e representa es estabelecem rela es muito din micas que escapam do olhar daqueles que apenas o reconhecem por ouvir falar ou atrav s das id
492. riam atravessado o rio Paraguai em ondas sucessivas a partir da segunda metade do s cu lo XVIII instalando se na regi o banhada pelo rio Miranda entre os paralelos 19 e 21 de Latitude Sul onde foram encontrados por n o ndios no s culo XIX Os Exoaladi de acordo com Cardoso de Oliveira 1976 teriam desaparecido por ocasi o da Guerra do Paraguai ocorrida na segunda metade do s culo XIX 1864 1870 Os Terena comp em o grupo de maior express o dentre os remanescentes dos antigos Guan na atua lidade os Layana vivem dispersos em aldeias Terena dos munic pios de Aquidauana e Miranda os Kinikinau como j visto al m de viverem em algumas aldeias Terena da regi o do Pantanal de Mato Grosso do Sul concentram se na Reserva Ind gena Kadiw u Contudo os Kinikinau teriam ficado ocultos em meio ao grupo majorit rio Terena e entre o final do s culo XIX e o in cio do s culo XX foram pouco mencionados em documentos escritos Tornou se natural referir se a eles como um subgrupo Terena especialmente ap s a destrui o do ltimo aldeamento reconhecidamente pertencente ao grupo localizado pr ximo regi o do rio Miranda em 1910 De acordo com o antrop logo Roberto Cardoso de Oliveira Dentre as in meras tribos ou subtribos a desaparecerem ain da no presente s culo XX podemos apontar os Kinikin u Guan e os Ofai Xavante Os primeiros mantinham ainda uma aldeia junto ao rio Agaxi de onde se di
493. rincipalmente quanto a estrutura f sica sendo esta de qualidade superior em vista dos demais centros A dirigente justifica este fato devido ao grande apoio de seus frequentadores que s o des de pessoas comuns at grandes nomes da cidade como o caso de alguns pol ticos Para a constru o do pr dio no per odo a prefeitura doou grande parte do material 400 Desde os primeiros prefeitos todos s o amigos da casa Todos eles Os mais antigos Jo o Figueiras depois veio Michel Thom depois veio o seu Lopes ent o essas pessoas s o todos amigos da gente quase todas as pessoas da prefeitura Miguel Tabox foi um grande amigo da gente hoje a Simone atual prefeita uma pessoa que como se diz quase que fui professora dela n risos Ent o um centro assim simples porque a doutrina dele ser simples informa o oral Essa simplicidade a qual Dona Silvia se refere condiz a estrutu ra de seu centro que apesar de seu estado ser conservado e bem estruturado em rela o aos demais n o deixa de conter uma grande simplicidade Justifica este fato alegando que caso tivesse um aspec to mais sofisticado acabaria por inibir a participa o de pessoas me nos favorecidas economicamente nos trabalhos No que diz respeito aos cultos a diferencia o mais latente Tanto no centro de Dona Silvia como no de Seu Sebasti o as mulhe res ficam separadas dos homens Esse fato justificado de acordo com
494. rnantes massacravam toda uma 295 popula o inocente que simplesmente lutava por um pa s justo e democr tico Nesta n o houve apenas um her i mais sim v rios centenas de her is na qual ramos n s estudantes que num tal dia 26 06 saiu as ruas por este pa s vendo que seus melhores companheiros estavam sendo grotescamente assassinados pelos policiais da po ca este momento de revolta explodiu pressionando a que da de um presidente Tudo isso aconteceu no governo militar surge ent o a d cada de 80 o quase fim do milita rismo mas e a Numa certa poca os professores pediam justamente por um sal rio mais digno mas um tal governa dor militar Paulo Maluf o Turco soltou a tropa de choque sobre os professores e disse que eles n o recebiam male que eram mal casados Logo depois o governo Montoro que viveu tentando cobrir os gastos excessivos de seus antecessores em seguida Qu rcia e Fleury E o ato imoral contra os professores e contra o povo se repete E a mo ada E hoje Ser que s um processo de impeachment basta Voc s sabiam que hoje 32 milh es de pessoas pas sam fome no Pa s Brasil consequentemente suas crian as n o estudar o e ser o futuros marginais pois a fome e a falta de ensino gera a viol ncia e a morte N s simples estudantes somos as maquinas mort feras do nosso pa s ser que vamos parar agora Vamos ser simples agentes passivos da Hist ria Acorda Mo ada
495. rofessores efeti vos que t m como desafio primar pela qualidade do ensino e da pes quisa numa institui o p blica perif rica A implanta o do N cleo de Documenta o Hist rica propiciou o desenvolvimento de diversos projetos de pesquisa que t m contribu do para a forma o dos graduandos em hist ria e minimizado as per das na forma o do profissional em hist ria na realidade da UFMS Os principais projetos das d cadas de 1980 e 1990 que al m da pesquisa propriamente dita geraram acervos documentais que est o deposita dos no N cleo s o os seguintes Forma o urbana de Tr s Lagoas Funda o cultural do Bols o Relatos e Mem rias em Tr s lagoas Produ o de audio visual sobre os primitivos habitantes do Mato Gros so do Sul a partir dos Ofay Xavante Resgate s cio cultural de um grupo ind gena em extin o o caso dos Ofay de Brasil ndia MS N cleo de Documenta o Hist rica para Tr s Lagoas e regi o como subsidio ao ensino de 1 e 2 graus em hist ra e Mato Grosso do Sul consequ ncias da cria o do novo estado A partir de 2004 os projetos de pesquisa e extens o desenvolvi dos no N cleo passaram a centrar maior aten o aos mundos do traba 229 lho Seguindo essa din mica em agosto de 2006 apresenta se o pro jeto Hist ria e mem ria de ferrovi rios e barrageiros da regi o do Alto Paran para concorrer em mbito nacional n
496. ronteira Os territ rios se formam no espa o onde existem rela es de poder Estas rela es s o limita das espacialmente tanto no sentido da domina o quanto da resis t ncia do dominado Assim todo territ rio implica a exist ncia de fron teira mesmo que esta n o seja demarcada e exista apenas como uma referencia rarefeita ou imagin ria O limite essencial para a exist ncia do territ rio assim com o espa o e o poder O territ rio pode ser definido como um espa o delimitado por e a partir de rela es de poder SILVA 2002 p 23 A criminalidade tamb m dotada de rela es de poder que criam em todo o espa o urbano verdadeiros territ rios do crime cujas suas territorialidades s o representadas pelo medo deixando marcas territoriais na sociedade e dando ao espa o urbano uma outra forma de controle indagada por muitos como um segundo poder ou poder paralelo nas an lises espaciais que identificamos os locais de atua o desta territorialidade do crime onde atrav s do estudo dos processos urbano encontramos espa os suscet veis as a es criminais onde sua segrega o espacial j deixou este espa o vulner vel s domina es da criminalidade A esta afirma o podemos citar como exemplo as favelas brasileiras cuja segrega o espacial por meio da exclus o condenou milhares de cidad os a conviverem diretamente com os prin cipais agentes do crime dos quais se apropriaram des
497. ropiciou condi es em grande medida favor veis adap 216 ta o diferenciada de elementos do toyotismo no Ocidente Sendo o processo de reestrutura o produtiva do capital a base material do projeto ideol gico neoliberal a estrutura sob a qual se erige o ide rio e a pragm tica neoliberal n o foi dif cil perceber que desde fins dos anos 70 e in cio dos 80 o mundo capitalista ocidental come ou a desenvolver t cnicas similares ao toyotismo A reestrutura o produtiva caracterizada em ess ncia pela passagem do padr o de acumula o taylorista fordista para o toyotista ou da acumula o flex vel considerando se as mudan as do trabalho provenientes desta passagem O modelo taylorista fordista predomi nante at os anos 1970 caracterizava se pela produ o em massa com controle do tempo e movimento do trabalhador segmenta o das fun es desenvolvidas pelo oper rio separa o entre articuladores in telectuais e executores do trabalho e pela organiza o vertical nas uni dades fabris ou seja com a exist ncia da figura do supervisor Antunes 1995 Kuenzer 1986 J modelo toyotista ou da acumula o flex vel uma resposta para a fal ncia ou limite do modelo taylorista fordista no acompanhamento das novas tecnologias de produ o Neste modelo a planta da f brica horizontal operando com uma f brica matriz e outras sat lites aumentando os sub contratos e flexibiliza o do tra balho A produ
498. rquanto as crises iniciais de superprodu o vigorosas de um capitalismo juvenil que logo se recuperavam para entrar em uma outra crise hoje d o lugar a crises produzidas em um organismo velho corro do por muitas d cadas de parasitismo financeiro exacerbado Neste ponto Istv n M sz ros 1995 completa que as crises contempor ne as t m vivido precipita es mais frequentes e cont nuas em rela o a outros momentos hist ricos em que elas se sucediam em intervalos maiores seguidos de uma recupera o expansionista J Fran ois Chesnais 1999 pondera que a mundializa o do capital como prefere e n o globaliza o financeira algo mais do que simplesmente uma fase nova no processo de internacionaliza o da economia Existe pois uma nova configura o do capitalismo mun dial e mecanismos que comandam seu desempenho e sua regula o Em seu livro A mundializa o do capital Chesnais 1996 aponta que inicialmente tal conceito trata se de um termo mais rigoroso que o termo ingl s globaliza o Considera este autor ibid que a mundializa o do capital resultado de dois movimentos conjuntos a a mais longa fase de acumula o ininterrupta do capital que o capitalis mo conheceu desde 1914 Imperialismo do per odo entre 1800 1913 e Fordismo ou idade de ouro come ando ap s a 2 Guerra Mundial e 214 terminando entre 74 79 b as pol ticas de liberaliza o privatiza o desregula
499. rremov vel e crescente pen ria de empregos impor a cada um dos milh es de desempregados e isso a cada dia til de cada semana de cada m s de cada ano a procura efetiva e permanente desse trabalho que n o existe Obrig lo a passar horas durante dias semanas meses e s ve zes anos se oferecendo todo dia toda semana todo m s todo ano em v o barrado previamente pelas estat sticas Pois afinal ser recusado cada dia til de cada semana de cada m s e s vezes de cada ano ser que isso constitui ria um emprego um of cio uma profiss o Seria isso uma coloca o um job ou mesmo uma aprendizagem Seria um destino plaus vel Uma ocupa o razo vel Uma forma real mente recomend vel de emprego de tempo p 14 grifos da autora Todas essas recusas essas rejei es em cadeia n o seria sobretudo uma encena o destinada a persuadir esses solicitantes de sua pr pria nulidade Para inculcar no p blico a imagem de seu fracasso e propagar a id ia falsa da responsabilidade culpada e castigada daqueles que pagam pelo erro geral ou pela decis o de alguns pela cegueira de todos inclusive a deles Para exibir o espet culo de um mea culpa ao qual ali s eles aderem Vencidos p 15 grifos da autora Para Paul Singer op cit contudo n o se trata apenas do fen meno do desemprego mas da precariza o do trabalho visto que os novos postos de trabalho os quais surgem da
500. rupo residindo tamb m em terras dos Terena nas aldeias Bananal e Lim o Verde Aquidauana Cachoeirinha e Lalima Miranda e gua Branca e Brej o Nioaque dentre outras Atualmente h duas pesquisadoras elaborando teses de Doutorado a respeito dos Kinikinau ambas na Universidade Esta dual de Campinas Unicamp lara Quelho de Castro Ci ncias Soci ais e Ilda de Sousa Ling stica Al m destes trabalhos em anda mento h a disserta o de Mestrado em Letras Universidade Fede ral de Mato Grosso do Sul UFMS Tr s Lagoas intitulada A l ngua Kinikinau estudo do vocabul rio e conceitos gramaticais de autoria de Val ria Guimar es de Carvalho Couto orientada por Dercir Pedro de Oliveira RESSURGIDOS EMERGENTES RESISTENTES POR UMA NOVA NOMENCLATURA A id ia de se tratar grupos ind genas tais como os Atikum os Kamba ou os Kinikinau como ressurgidos ou emergentes desagrada os pr prios ndios Segundo muitos deles estas express es masca ram a dura realidade a que foram submetidos ao longo do tempo ten tando sobreviver a toda sorte de dificuldades As express es ressurgi dos e ou emergentes d o a id ia de que determinadas popula es teriam desaparecido e no final do s culo XX e in cio do s culo XXI estariam ressurgindo ou emergindo em um processo de gera o espont nea Nada mais falso quando se verifica por exemplo as tra 88 jet
501. rxianas engelsianas a respei to das crises econ micas as primeiras tentativas de explica o de tais fen menos foram provenientes da escola liberal cl ssica inglesa deno minada por Marx de economia burguesa durante a Revolu o Industrial da primeira metade do s culo XIX Na verdade as tentativas de explica o das crises econ micas aos olhos dos economistas burgueses n o passavam de remendos explicativos do seu foco principal a inves tiga o da origem e maximiza o da riqueza ou lucro no processo de industrializa o ou seja ap s a fase formativa mercantilista in cio his t rico do modo de produ o capitalista Tratava se em outros termos da formula o te rica e da base superestrutural da ent o classe bur guesa que assumia posto de classe dominante mundial sobretudo devido a mudan as na posi o comercial da Inglaterra que demandaram defe sas da liberdade de com rcio na esfera dom stica para al m da inter nacional em detrimento da posi o das restri es e regulamenta es internas defendidas pelos mercantilistas Era por outro lado a disputa entre burguesia industrial e os propriet rios de terra representados estes ltimos pelos fisiocratas Hunt amp Sherman 2000 Sob o ponto de vista dos estudos acerca da economia pol tica Marx apesar de ter uma forma o inicial no campo da filosofia foi se 211 apropriando dos conceitos econ micos a partir de trabalhos como Ma nuscritos
502. s LODI RIBEIRO 2006 172 Entretanto o rastreador n o funciona perfeitamente pois o Brasil apre sentado no holovisor temporal diverge do Brasil de Albuquerque Um pa s com dimens es de continente e mesmo assim fraco E pobre Muito pobre Habitado por um povo faminto e igno rante Um pa s cruel cujo sistema econ mico era o capitalis mo sob uma forma em muitos aspectos ainda mais selvagem do que a praticada pelo Imp rio Brit nico em meados do s cu lo passado Um Brasil cujas riquezas estavam concentradas em pouqu ssimas m os numa situa o sem paralelo em qual quer pa s atual do nosso mundo LODI RIBEIRO 2006 176 Ao inv s de apresentar o passado do Brasil que perdeu a Guerra do Paraguai o holovisor temporal reproduz imagens do pa s que ven ceu a guerra ou seja do nosso Brasil Ocorre ent o uma invers o do estranhamento esclarecedora pois enquanto a personagem reage es tupefata o leitor identifica um Brasil que infelizmente n o lhe causa espanto O mesmo acontece no trecho abaixo quando Albuquerque explica a situa o do Paraguai visualizada no holovisor temporal Arrasado um eufemismo pueril que n o descreve em abso luto a situa o paraguaya do p s guerra Despopulado Meu Deus Como eu poderia descrever tudo que vi sem que me tomassem por louco Um Paraguay despojado de vastas por es de seu territ rio e ocupado militarmente de maneira cruel inteiramente dist
503. s cultura vigente e oficializadas pelas principais institui es das sociedades do ocidente Contracultura a cultura marginal fundada pela juventude independente do reconhecimento oficial Pode se entender contracultura a palavra de duas maneiras a como um fen meno hist rico concreto e particular cuja origem pode ser localizada nos anos 60 e b Como uma postura ou at uma posi o em face da cultura convencional de cr tica radical No primeiro sentido a contracultura n o s foi no segundo foi e certamente ser MACIEL apud BASTOS 2004 p 370 not ria a participa o da juventude neste processo de produ o da contracultura por isso reservo um espa o deste trabalho para se estabelecer uma discuss o sobre a JUVENTUDE sua vis o de mundo seus desejos e seu cotidiano em Ilha Solteira onde levanto algumas hip teses que podem ter colaborado para o surgimento deste movimento de fomento da produ o contra cultural no munic pio Logo ap s aponto os ve culos utilizados para a difus o da contracultura come ando pela M SICA no caso o Punk Rock pois considero necess rio destacar a for a de alcance da m sica esta que Toda gente sabe verso e m sica s o as express es de arte mais 287 pr ximas do analfabeto Conjugados assumem um poder de comunica o que fura a sensibilidade mais dura Machado apud Moraes 2000 p 204 E pouco se tem produzido nesse sentido da hist
504. s mandamentos do PCC materializados pela m dia a fim de corroborar uma identidade jur dica do transgressor d Seus membros devem lealdade ao partido acima de tudo se esquecerem de contribuir com a fac o se r o condenados morte sem perd o O fragmento apresenta comen t rios acerca das leis que regem a corpora o do PCC e a identidade do grupo constru da nas formas materiais de devem lealdade e se esquecerem ser o condenados morte que acentuam o car ter sacro das leis do grupo A modalidade enunciativa adotada pelo discur so midi tico contribui para esse efeito de sentido pois devem est no presente afirmativo se esquecerem introduzida por uma part cula se condicional que vai implantar uma condi o e se essa condi o n o for cumprida a profecia entra em vigor ser o condenados com verbo no futuro do presente Portanto a identidade do PCC fluida e inconstante o que faz supor dentro do pr prio grupo uma organiza o hier rquica que cria as leis e as executa bem como as julga conforme seu parecer Constitui se aqui portanto uma identidade que deve pre servar seus deveres IDENTIDADE EIS O FIM A identidade apenas o come o Come o da visibilidade das t cnicas e dos discursos que costuram o discurso midi tico Al m dis so os deslizes de sentido possibilitam que as identidades estejam em movimento deslocando se c
505. s mo modo que o homem s n o se perde de seu objetivo medida que esse objeto se configure ao homem como cria o sua como objeto hist rico e social tamb m as rela es sociais precisam ser submeti das ao controle consciente do homem para que n o se percam para o homem como elementos naturais espont neos e eternos Al m da naturaliza o das rela es sociais a sociedade aliena da imp e tamb m uma ruptura entre o homem singular e o ser coletivo a despersonaliza o dos homens promovida pela produ o mercantil faz com que a sociedade assemelhe se cada vez mais com uma cari catura da possibilidade de vida comunit ria do g nero humano medi 192 da que a rela o do homem com as objetiva es passa a ser mediada pelo valor de troca as rela es tendem a ser mesquinhas os compor tamentos tendem ao estere tipo e o isolamento do homem com rela o aos outros se apresenta como sua verdadeira exist ncia Como afirma Marx 1989 ao dizer que a propriedade privada tornou se t o natural que um objeto s nosso quando o temos quando existe para n s como capital ou quando e diretamente comido bebido vestido habitado em s ntese utilizado de alguma forma Assim todos os senti dos f sicos e intelectuais foram substitu dos pela simples aliena o de todos eles pelo sentido do ter E essa aliena o n o se restringe ao trabalhador mas abarca tamb m o n o trabalhador a quem o produto do trabalho pass
506. s en quanto espa o em que se estabelecem as rela es sociais e si multaneamente transmite saberes e conhecimento preciso en tender como se d no interior da institui o a conex o entre saber 61 identidade e poder SILVA 2004 Portanto a cultura escolar aqui entendida como Um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar e um conjunto de pr ticas que permitem a transmiss o desses conhecimentos e a incorpora o desses comportamentos normas e pr ticas coordenadas a finalidades que podem variar segundo s pocas JULIA 2001 p 10 como um conjunto de teorias id ias princ pios normas pau tas rituais in rcias h bitos e pr ticas formas de fazer e pensar mentalidades e comportamentos sedimentadas ao longo do tempo na forma de tradi es regularidades e regras do jogo compartilhadas por seus atores no seio das institui es educativas Tradi es regularidades e regras do jogo que se transmitem de gera o em gera o e que proporcio nam estrat gias para integrar se nas institui es para inte grar se e levar a cabo sobretudo nas aulas nas tarefas cotidianas VINAO FRAGO 2000 interessante perceber que a cultura escolar envolve o conjun to do fazer escolar aquele que determina o que ensinar o que incul car Os fins a atingir mais especificamente o que transmitir conside rando o contexto sociocultural que a escola se insere A e
507. s o Col gio Salesiano de Santa Teresa O munic pio de Corumb est localizado na plan cie do pantanal na fronteira com a Bol via e o Paraguai fundado em 21 de setembro de 1778 como parte da consolida o do dom nio luso na regi o Conta com uma popula o aproximada de 95 701 noventa e cinco mil sete centos e um habitantes Possui uma rea de 64 964 9 km com uma densidade demogr fica de 1 47hab km A economia do munic pio baseia se no extrativismo mineral nas exporta es minerais no turismo na pecu ria no com rcio fron teiri o e na ind stria de transforma o Na rea educacional segundo dados divulgados pela Secre taria de Estado de Planejamento e de Ci ncia e Tecnologia SEPLANCT 2000 Corumb possui 58 cinquenta e oito escolas incluindo Educa o Infantil Ensino Fundamental e Ensino M dio Do total de escolas 21 s o da rede estadual 46 da rede munici 60 pal e 33 da particular Isso revela que a maioria das escolas mantida pelo munic pio Acreditamos que para se compreender melhor a hist ria das festas escolares e o culto c vico nas institui es escolares em Corumb MS preciso que se fa a a rela o entre o objeto a ser estudado com o contexto hist rico em que se estabeleceu levando se em conta as a es dos homens nesse processo bem como suas influ ncias at os nossos dias A respeito disso GOODSON 1997 p 10 diz que preciso compreender como uma
508. s sendo assim o Brasil foi institu do como col nia de Portugal e inventando como terra aben oada por Deus idem p 58 Souza 1986 trata em sua obra a quest o do Carter explorat rio que o Brasil passa a possuir com a chegada do branco Durante quase meio s culo fomos entreposto comercial Feitorias as quais nada mais eram do que a manifesta o da administra o portuguesa com a finali dade de garantir a posse da terra Utilizaremos Novais para refor ar as id ias apontadas por Souza idem e verificarmos que a hist ria do Bra sil nos tr s primeiros s culos est intimamente ligada expans o co mercial europ ia da poca moderna 1983 p 47 A partir da podemos estabelecer uma conex o com os proble mas e mecanismos que permearam a pol tica imperialista lusitana o que nos leva a perceber que a col nia foi importante para a manuten o do equil brio europeu Nas palavras Novais a col nia acaba por assumir a fun o hist rica de mantenedora de est mulos metr pole idem p 53 Na an lise do trecho de Chaui a quest o nos fica clara Sua origem col nia de explora o hist rica determinada pela doa o pelo arredamento ou pela compra de terras da coroa que n o de disponibilizando de recursos para enfrentar sozinha a tarefa colonizado ra deixou a nas m os dos particulares que embora sob o comando 112 legal do monarca e sob o monop lio econ mico da metr pole dirigiam
509. s veis panora mas que se desenhavam no sul do continente americano atrav s da evolu o da Guerra SIR RICHARD FRANCIS BURTON Entre os informantes ingleses temos sir Richard Francis Burton homem de rara erudi o que percorre o sul do continente americano palco da guerra e escreve a um an nimo e enigm tico correspondente o qual denominado caro Z onde ele sempre se reporta no come o de suas narrativas e descri es Sir Burton escreve e descreve tudo sua volta por onde passa Burton faz anota es e recorre sua pr pria mem ria e mem ria de habitantes do local para dar credibilidade a seus escritos importante frisar que o interlocutor ingl s nunca esteve na guerra propriamente dita sempre visitando locais por onde a batalha j havia passado 135 Sir Burton estando ciente de todas as discuss es sobre as teorias antropol gicas a respeito da evolu o humana j que a Europa era palco de discursos e debates sobre a teoria darwiniana certamente traria consi go algumas teorias e id ias para descrever o que se passava na guerra platina Contextualizado no per odo hist rico da Guerra e baseado nos escritos de sir Burton sobre o comportamento de alguns membros do apa rato militar uruguaio transcrito da carta enumerada como a de n mero tr s escrita em 14 de agosto de 1868 e intitulada como Montevid u Os da terra e os estrangeiros da colet nea Cartas dos campos de batalha do Paraguai
510. s vel via correio eletr nico bem como os dados resultantes de suas pesquisas Nos dias de hoje n o mais um luxo ou simples quest o de op o uma pessoa utilizar e dominar o manuseio e servi os dispon veis na Internet pois considerada o maior sistema de comunica o de senvolvido pelo homem Ao longo da hist ria a Internet foi mudando sua concep o original saiu de sua utilidade militar e secreta e passou a ser utilizada por todas as comunidades do mundo sendo hoje um dos meios de comunica o mais utilizados como tamb m uma importante ferramenta para pesquisas ob viamente com devidas ressalvas mas n o se pode negar que com o uso do computador juntamente com a Internet as informa es em geral fica ram mais acess veis assim que surge a Internet comercial Os computadores tornavam se cada vez mais baratos e pro liferavam nas universidades e rg os governamentais Consequentemente os custos de manuten o e amplia o do backbone da NSFNET tornava se cada vez maior devido ao crescimento acelerado da demanda por canais de dados que pudessem dar vaz o ao tr fego da Internet a ponto de p r em risco sua viabilidade Por outro lado crescia a press o das empresas e indiv duos n o ligados a universidades pelo direito ao acesso Internet Estudantes habituados a utilizar a Internet perdiam este recurso valioso ao se formarem Veio ent o a solu o comercial Removeram se as restri es que tornava
511. s Festas Escolares e a Cultura C vica no Col gio Salesiano de Santa Teresa em Corumb MS est em anda mento al m dos aspectos abordados outros merecem ser explora dos Esse trabalho apresenta apenas uma discuss o inicial sobre a tem tica em quest o Considero que para compreender a hist ria das festas escola res e o culto c vico na institui o escolar em Corumb MS preciso estabelecer rela es entre o objeto a ser estudado e o contexto hist rico da poca levando em conta as a es dos homens nesse proces so bem como suas influ ncias at os dias atuais NOTAS 1 Doutoranda em Educa o pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Docente do Curso de Hist ria da Universidade Cat lica Dom Bosco UCDB celeidamsQuol com br 2 Pr dio demolido por ocasi o da constru o do atual Col gio Salesiano de Santa Teresa No dia 14 de mar o de 1960 foi lan ada a pedra funda mental do atual Col gio Santa Teresa A frente do trabalho o Pe Miguel Alagna 3 Neste artigo ora ser utilizado o termo Col gio Salesiano de Santa Teresa Escola Estadual Santa Teresa ou a palavra col gio para referir ao objeto de pesquisa 4 Quando da funda o do Col gio Salesiano de Santa Teresa 1899 os primeiros alunos a se matricularem n o eram pobres e nem abandona dos e sim filhos de fam lias de influ ncia na cidade de Corumb 5 Foi instalado em 02 03 1954 aos alunos do sexo feminino para criar crist men
512. s Ltda 1982 D AQUINO Teresinha A Casa os S tios e as Agrovilas uma po tica do 327 tempo e do espa o no assentamento de trabalhadores rurais das Terras de Promiss o SP S o Paulo 22 24 de maio de 1996 Mimeografado D INCAO Maria C A Experi ncia dos Assentamentos contribui o ao debate pol tico da reforma agr ria Lua Nova S o Paulo n 23 p 83 106 1991 A Proletariza o N o Tem Cartas Marcadas a terra no horizonte dos b ias frias Ensaios e Debates S o Paulo p 16 23 set dez 1992 ESTERCI Neide et al Assentamentos rurais um convite ao debate In Ensaios e Debates S o Paulo p 04 15 set dez 1992 GARCIA Jr Afr nio R Terra de Trabalho trabalho familiar de pequenos produtores 1975 Disserta o Mestrado em Antropologia Social Univer sidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro HEREDIA Beatriz M A de A Morada da Vida trabalho familiar de pequenos produtores do Nordeste do Brasil Rio de Janeiro Paz e Terra 1979 S rie Estudos sobre o Nordeste v 07 JOVCHELOVITCH Sandra Re des cobrindo o Outro In ARRUDA ngela org Representando a Alteridade Petr polis RJ Vozes 1998 p 69 82 MARTINS Jos de Souza O Documento da Terra Prometida In Reforma Agr ria Boletim da ABRA Ano X mar o abril n 02 Campinas 1980 Expropria o e Viol ncia 2 ed S o Paulo Hucitec 1991 OLIVEIRA Ariovaldo U Agricultura e Ind stria no Brasil Boletim P
513. s ativos conscientes e autores de transforma es propugnadas desde o s culo IXX Talvez mergulhar nos meandros da mem ria produzida por eles seja um des ses caminhos NOTAS Mestre em Hist ria Pol tica e Movimentos Sociais pelo PPH da UEM e professora dos departamentos de Hist ria das FIRB e da UFMS 2 Instituto Administrativo Jesus Bom Pastor 3 Sobre a no o de campo utilizada por mim ler BOURDIEU 2000 Sobre isso consultar POLLAK 1989 5 Trecho retirado do site http Anww cpvsp org br 283 poss vel ainda elencar uma gama delas tal como o projeto Mem ria amp Caminhada realizado na Universidade Cat lica de Bras lia para a re cupera o da mem ria das Comunidades Eclesiais de Base http www ucb br memoriaecaminhada os projetos do Centro de Documenta o Heloy Ferreira da Silva Cedefes que visam promover o suporte documental das experi ncias em educa o popular hitp www cedefes org br new index php conteudo informacoes linhasacao REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BOURDIEU Pierre O poder simb lico 3 edi o Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2000 CENTRO de Documenta o e Pesquisa Vergueiro http Anww cpvsp org br Acesso em 15 03 2007 DOIMO Ana Maria A vez e a voz do popular nos movimentos sociais e participa o pol tica no Brasil p s 70 Rio de Janeiro Relume Dumar ANPOCS 1995 EVERS Tilman Identidade a face oculta dos n
514. s bastantes para es perar do futuro uma situa o invej vel As cercanias com todas as fazendas e a localiza o de algumas col nias de japoneses tem concorrido para melhorar o padr o de vida dos habitantes at h bem pouco tempo dependentes do produto paulista A regi o campo grandense ali s como toda essa parte do sul do Estado cosmopolita Quase todo o contingente humano nascido em outras plagas Para tanto concorre a facilidade de acesso por interm dio de S o Paulo Al m disso as fronteiras pr ximas prin cipalmente a do Paraguai contribuem muito para que o sul do Estado seja como uma regi o onde o elemento de fora esteja sempre em maioria Das observa es de Rezende Rubim emerge um dado novo para a compreens o do desenvolvimento de Campo Grande a presen a do 45 grande contingente militar em raz o da localiza o na cidade da 9 Regi o Militar Se do ponto de vista econ mico esse dado podia ser considerado positivo da perspectiva pol tica por m embora a presen a dos militares fosse valorizada pelas elites locais como elemento de garantia da ordem e seguran a aos que quisessem investir e se fixar na cidade o mesmo poderia apresentar se como desvantajoso uma vez que segundo Rubim nem todos os chefes militares tem sabido guar dar a posi o a cavaleiro das rixas pol ticas locais abrindo espa o para que as for as federais concorressem para amparar o esp rito separa
515. s cr ticos do paradigma da acultura o passaram a realizar pesquisas e estudos sobre popula es ind genas nordestinas tornando os mais conhecidos e foco de diversos debates acad micos cf dentre outros BARRETTO F 1994 Os Atikum da Serra do Um em Pernambuco e uma parte deles hoje em Mato Grosso do Sul encontram se entre tais popula es Aterra ind gena Atikum localiza se no sert o pernambucano atu al munic pio de Carnaubeira da Penha Os membros da Comunidade 83 Ind gena de Atikum Um autodenominam se caboclos da Serra do Um em refer ncia a uma ancestralidade comum Os Atikum hoje s o falan tes apenas da L ngua Portuguesa e dados coletados por Gr newald apon tam para a imprecis o de se situar o idioma dos Um numa classifica o ling stica correta Quanto hist ria do grupo pode se afirmar que a partir da passagem do s culo XVII para o XVIII a regi o geogr fica ocu pada atualmente pelos Atikum foi palco de in meros conflitos entre indi os e n o ndios provocados pela frente de expans o pastoril Em Mato Grosso do Sul os Atikum concentram se no munic pio de Nioaque em terras da Reserva Ind gena Terena aldeias gua Bran ca Brej o Cabeceira e Taboquinha Ali vivem pouco menos de cem indiv duos Atikum liderados por Aliano Jos Vicente um dos primeiros ind genas dessa etnia a chegar a Mato Grosso do Sul em meados dos anos 1980 Antes por m de se estabelecerem ent
516. s inova es tecnol gicas e da divis o internacional do trabalho n o oferecem os antigos contra tos coletivos que o modelo fordista oferecia Com efeito no tocante s mudan as operadas junto aos trabalhadores o que ocorreu a partir das v rias tentativas do capital gerir sua crise seja sob o ponto de vista da reestrutura o produtiva ou do neoliberalismo foi o que Antunes 1995 denominou de complexifica o fragmenta o e heterogeniza o da classe oper ria tradicional Existe a desproletariza o do trabalho ou seja a diminui o do trabalho assalariado cl ssico do setor industrial e a expans o do trabalho no setor de servi os No que diz respeito constitui o heterog nea destaca se a incorpora o do trabalho femi nino e estrangeiro em setores secund rios Observa se tamb m uma fragmenta o do trabalho em dois n cleos um central e outro perif ri co como salientado no modelo toyotista Por outro lado diminui se o grupo de trabalhadores empregados em tempo integral com maior es tabilidade e ganhos de seguridade social Braga 1995 Ocorre a subproletariza o ou seja a expans o do trabalho parcial tempor rio informal sub contratado terceirizado ou seja flex vel e prec rio A 220 flexibiliza o das rela es sociais demandada das mudan as acima aludidas trouxe a quebra das rela es de estabilidade do trabalhador constru das pela antiga organiza o do trabalho como destacou M
517. s religiosas O trabalho no campo exigia mais tempo com meses de viagens pelo sert o pregando o cristianismo para um povo que pressupunham ser ignorantes da vida espiritual Nas viagens os frades faziam prega es catequese batizados casamentos entre outros trabalhos religi osos Com a presen a da Ordem Franciscana em Parana ba os Fra des fundaram um Col gio na cidade em 1941 O Col gio S o Francis co era coordenado pelas Irm s Franciscanas Bernadinas de nacionali dade norte americana as quais tamb m exerciam o trabalho de enfer meiras da casa paroquial Por m com as agita es da Segunda Guerra Mundial o Col gio S o Francisco foi fechado em 1944 por dificuldades financeiras e por influ ncias das pol ticas governamentais do Brasil A partir de 1940 os padres e as irm s passaram a ser perseguidos pelo governo brasilei ro Ap s a guerra os frades Franciscanos puderam trabalhar com mais tranquilidade em Parana ba ampliando as obras sociais como o Col gio Educand rio Santa Clara e o Col gio Patronato S o Jos obras realizadas na d cada de 1950 33 A PERSEGUI O Como j salientado na d cada de 1940 o Brasil vivenciava o clima da Segunda Guerra mundial Os Frades franciscanos que es tavam no Mato Grosso passaram a ser perseguidos pelo governo brasileiro Eram in meras acusa es envolvendo espionagens e propa ganda nazista no territ rio brasileiro O motivo das persegui es era
518. sar essas rela es por essa tica diminuir tanto os Terena como o pentecostalismo Nessa perspectiva Geeriz aponta que essas rela es culturais se constituem como um polvo a entrela ar os seus ten t culos mantendo todavia a sua especificidade em cada parte onde os ndios e n o ndios est o imbricados e buscam significados para compreender a vida NOTAS Este texto parte da pesquisa de inicia o cientifica volunt ria PIBIC CNPq e do trabalho de conclus o de curso intitulada O pentecostalismo entre os Terena na cidade de Brasil ndia MS Um estudo de suas pr ticas s cio culturais desenvolvida entre o per odo de agosto de 2006 a julho de 2007 sob a orienta o do Professor Dr Vitor Wagner Neto de Oliveira 2 Acad mico da 4 s rie do Curso de hist ria campus de Tr s Lagoas UFMS 3 Ronaldo de Almeida define o conceito de miss o como uma atividade religiosa por excel ncia respons vel pela inser o de um conjunto de cren as em outro universo cultural unidade m nima a partir da qual a evangeliza o formulada 2004 p 34 4 Para o te logo Antonio Gouv a de Mendon a os conceitos reavivalismo infabilidade da escrituras e realiza o eminente das escrituras s o comumente usados no movimento pentecostal como uma tentativa de reviver o pentecostes relatado nos textos b blicos principalmente nos es critos dos evangelhos onde tamb m temos o destaque para a interpreta o literal
519. scola faz e transmite cultura por meio de seus conte dos culturais Ao que tudo indica o grande desafio do pesquisador consiste em fugir daquilo que tido como norma para buscar entender como os agentes se apropri am da cultura e como a representam As contradi es presentes na sociedade perpassam a escola Saberes da sociedade transformam se em saberes escolares Neste sentido n o podemos analisar a organiza o das festas escolares e do culto c vico no interior das institui es escolares como um pro cesso natural e inocente desinteressado e imparcial uma vez que concebido para ter efeito sobre as pessoas produzindo processo de sele o de inclus o exclus o e de legitima o de certos grupos sociais e id ias GOODSON 1997 p 10 Vale lembrar que o calend rio escolar bastante festivo E a festa um fato social hist rico e pol tico constitui o momento e o espa o da celebra o da brincadeira dos jogos da m sica e da dan a O olhar hist rico no universo escolar atrav s das festas pos 62 sibilita revisitar o passado construir interpreta es explica es e entender a escola por dentro Nestes termos investigamos a constru o da mem ria hist ri ca produzida junto e para as institui es escolares atrav s das pr ti cas educacionais das festas comemorativas de eventos ou de home nagens aos her is nacionais e regionais realizadas no per odo de 1972a 1987 Par
520. scolares atrav s das pr ticas edu cacionais das festas comemorativas de eventos ou de homenagens aos her is nacionais e regionais realizadas no per odo de 1972 a 1987 em Mato Grosso do Sul em especial no Col gio Salesiano de Santa Teresa poss vel dividir a hist ria do Col gio Salesiano de Santa Tere sa em Corumb em duas fases distintas antes do conv nio com o Estado 1899 1971 e depois do conv nio 1972 1987 Na primeira fase foi uma escola que privilegiou a elite de Corumb Um pequeno n mero de pessoas de baixa renda conseguiam bolsas meia bolsas ou um benfeitor que possibilitasse o ingresso naquele ambiente esco lar Historicamente o Santa Teresa formou por gera es a elite a classe dirigente de Corumb pol ticos administradores professo res profissionais liberais empres rios e outros Vale dizer que inicialmente o Col gio era destinado educa o dos meninos bem nascidos E ainda na primeira fase a partir de 1953 o Padre Miguel Alagna cria v rias obras educacionais e assistenciais anexas ao Santa Teresa como uma forma de atender os meninos e meninas filhos de fam lias de baixa renda aproximan do do princ pio b sico da educa o salesiana atender a juventude mais pobre e desamparada princ pio orientador de toda obra educativa salesiana nem sempre seguido com fidelidade pelos se guidores de Dom Bosco Assim em conv nio com o Estado de Mato Grosso surgiram Grup
521. sempregados Uma das quest es a que se remete Karl Marx referente for a de trabalho a qual acabei de mencionar Os trabalhadores ao qual foram referidos par grafos atr s destitu dos de seus postos por conseguinte dos avan os tecnol gicos n o poder o comercializar a nica mercadoria que lhes pertencem for a de trabalho 205 Thomas Hobbes j dizia que O valor de um homem como para todas as outras coisas o seu pre o isto o que se paga pelo uso de sua for a Marx 1818 1883 Acompanhando o pensamento de um dos economistas mais antigos e dos mais originais fil sofos da Inglaterra se percebe a deteriora o dos postos de trabalho referente ao nosso contexto atual Se sua nica forma de ganhar a vida seria vendendo sua for a de trabalho como permanecer o economicamente ativos frente invas o das m quinas em seu espa o de trabalho CONSIDERA ES FINAIS Da mesma forma que o trabalho est institu do como uma ne cessidade b sica para a manuten o da sociedade o trabalhador est caracterizado como pe a fundamental na media o deste processo mas em decorr ncia dos v rios atos pertencentes ao capital o trabalha dor perde sua caracter stica fundamental de media o do processo de transforma o da natureza e justamente ai que suscita o aspecto contradit rio A produ o capitalista necessita da m o de obra que o oper rio possui e est disposto a oferecer lhe mas o sistema reve
522. senhorialmente seus dom nio e dividiram a autoridade administrativa com o estamento burocr tico 2001 p 90 91 Novais 1983 nos mostra ainda um elemento importante que permeia at hoje a estrutura da sociedade brasileira o uso da viol ncia Segundo o autor o uso da viol ncia e da domina o na conquista mui tas vezes realizado a segundo plano e apago da constru o da hist ria do Brasil Por m a verdade que a viol ncia sempre esteve presente nas for as expedicion rias realizadas por aventureiros que buscam ri quezas inestim veis traficantes degredados homens que nada tinham a perder e eram guiados pela ambi o a partir da que o autor define a viol ncia como sendo o instrumento necess rio preponderante do colonizador para vencer a resist ncia dos locais idem p 88 portanto nesse contexto que devemos buscar a an lise dos primeiros contatos confronto que se deram com a chegada de um novo elemento a uma conjuntura j estabelecida e consolidada anteriormen te pela sociedade ind gena Segundo Souza a id ia do ouro e das riquezas vincularam se com id ia de choque cultural que levava ao ris co da morte 1986 p 78 A aventura dos primeiros contatos se d dessa maneira com um confronto j que a rela o envolve medo da morte do desconhecido e ao mesmo tempo a chance de enriquecer Segundo Holanda 1989 v rios grupos tribais etnicamente dis tintos habitavam o Brasil no per odo dos
523. seus des cendentes a preocupa o da conquista de um emprego digno e uma almejada cidadania atrav s da venda de sua for a de trabalho para ob ten o de um meio de subsist ncia ou mesmo para uma condi o de vida melhor Assim faz se uso do pensamento de v rios autores para melhor explanar a situa o dos trabalhadores em um universo dominado pelo capital em que as necessidades de vigora o do sistema ultrapassam os limites das condi es f sicas suportadas por um ser humano AIMPORT NCIA DA TRANSFORMA O DA NATUREZA POR INTERM DIO DAS M OS HUMANAS Desde os tempos mais remotos da forma o das sociedades onde se encontravam as formas de organiza o tribal as civiliza es mantinham se atentas as necessidades de obter um meio ao qual pu dessem sobreviver e manter seus descendentes vivos no contexto de comunidades de aldeias Nas sociedades antigas o trabalho caracteri zou se como uma a o importante na rela o de sobreviv ncia do ser 201 humano no meio em que vive As atividades exercidas pelas comunida des eram comunit rias e os bens de consumo obtidos pela tribo tinham como consequ ncia a propriedade de toda a popula o de modo que n o se conhecia a propriedade privada Essa rela o de trabalho exercida por todos os membros da tribo mantinha a sobreviv ncia e auto sufici ncia dos indiv duos aumentando assim suas perspectivas de vida e alargando seu potencial transformador com rela o as mat ri
524. sica 7 ed S o Paulo Perspectiva 2004 LAING R D A pol tica da fam lia S o Paulo Martins Fontes 1983 L CHMANN L H H RODRIGUES J O movimento antimanicomial no Brasil Ci ncia amp Sa de Coletiva Rio de Janeiro v 12 n 2 2007 p 399 407 MAIA R C M FERNANDES A B O movimento antimanicomial como agente discursivo na esfera p blica pol tica Revista Brasileira de Ci ncias Soci ais S o Paulo v 17 n 48 2002 p 157 171 ROTELLI F LEONARDIS O MAURI D Desinstitucionaliza o 2 ed S o Paulo Hucitec 2001 SZASZ T A fabrica o da loucura Um estudo comparado entre a Inquisi o e o Movimento de Sa de Mental Rio de Janeiro Guanabara 1984 390 PARTE IX DA RELIGIOSIDADE S FRONTEIRAS DO CRIME E DA JUSTI A RITOS ENTIDADES PRATICANTES A UMBANDA SOCIAL Aline Alves Bertuci Umbanaa resgate da cultura negra para construir uma verdadeira historia a partir do negro O catoli cismo foi imposto ao negro com a Umbanda o negro tenta resgatar sua cultura resgatar as ra zes negras no Brasil Porque todas as pessoas devem ser aceitas em outras religi es Aceitar a individualidade das pessoas Ata de Agentes de Pas toral de Negros DA MACUMBA UMBANDA A Umbanda por muitas vezes fora compreendida como cole o de resqu cios e perda de tradi es de outros cultos ora era vista como catolicismo popular e degenerado ora como forma involu da de k
525. siqui trico asilar Os anti psiquia tras bebendo da fonte do existencial humanismo passam a questio nar o aparato m dico psiqui trico a partir da id ia de que a experi ncia da crise da ang stia da solid o dilemas existenciais por excel ncia n o podem ser embotados pelo uso da medica o A originalidade da cr tica consiste em atingir justamente os alicerces da psiquiatria ques tionando a forma de exerc cio de seu poder sobre a loucura representa da naquele momento hist rico pela novidade da introdu o da medi ca o psicotr pica no tratamento psiqui trico O outro movimento de reforma d as bases mais importantes para o que se mant m como uma das principais refer ncias do MNLA em seus fundamentos conceituais e ideol gicos a j mencionada psi quiatria democr tica italiana Dentre suas premissas indica se a ne 382 cessidade de priorizar que as estrat gias de cuidado pessoa em so frimento ps quico se d em prioritariamente no territ rio Desta forma focaliza se no ordenamento de pol ticas p blicas e pol ticas sociais que viabilizem o cuidado comunit rio da pessoa em sofrimento ps qui co uma vez que o hospital psiqui trico local de repress o e de perpe tua o do sofrimento perde sua raz o de ser Da nfase ao territ rio segue a necessidade de se instituir novas estruturas desospitalizadas os centros de conviv ncia os centros de aten o psicossocial os n cleos de aten
526. spersaram expul sos de suas terras por um civilizado que as teria comprado do Estado do Mato Grosso seus remanescentes s o encontra dos hoje em algumas aldeias Terena CARDOSO DE OLIVEI RA 1976 27 Durante muito tempo foi negada aos Koinukunoen pelo pr prio rg o indigenista primeiramente o Servi o de Prote o aos ndios SPI e depois a Funai a possibilidade de se identificarem como Kinikinau pois eram obrigados pelos chefes de posto a se registrarem como Terena Dessa forma identificar se como Terena representou durante muito tempo uma das estrat gias utilizadas pelo grupo Kinikinau para sobre viver a toda sorte de persegui es a que foi submetido Hoje a vontade 87 de diferen a se revela na fabrica o de cer mica pelas mulheres den tre outras pr ticas culturais Os Kinikinau n o desejam ser Kadiw u por habitarem terras destes ndios e muito menos Terena de quem est o pr ximos cultural e ling isticamente oriundos do mesmo grande grupo Guan no passado Os Kinikinau vivem sobretudo da atividade agr cola e das ativi dades artesanais Os mais velhos falam correntemente uma l ngua filiada fam lia ling stica Aruak assim como os Terena e a maioria se comunica em L ngua Portuguesa A autodenomina o do grupo Koinukunoen que em seu idioma quer dizer ndio guerreiro em contraposi o a uma identidade Terena impingida a eles atrav s dos tempos H not cias de membros desse g
527. sponibiliza o no limite sua pre serva o de interesse antes de tudo das mesmas entida des de modo que possam realizar suas a es com maior efici ncia 2008 p 02 Grifo meu Ao problematizar essa quest o a autora possibilita aos histori adores e cientistas sociais algumas perguntas poss veis para o que poder amos considerar como uma meta reflex o ou meta pesquisa pois ela abre esse campo de investiga o com a supera o da id ia de pesquisa com fontes criando a id ia de pesquisa sobre as fontes 278 Apesar de bastantes incentivadoras para aqueles que preten dem compreender os como e por qu s os movimentos sociais pro duzem e acumulam uma diversidade consider vel de documenta o as palavras de Janice Gon alves podem ainda ser acrescentadas com outros pontos chaves para essa problem tica elementos que s o pos s veis de se constatar nas pr prias fontes do lajes Em primeiro lugar os movimentos sociais discutem sobre a do cumenta o sua import ncia seus processos de produ o Delibe ram acerca de suas poss veis utiliza es e ainda sobre o que deve ou n o ficar disposi o tanto dos sujeitos que participam das lutas quan to dos intelectuais que dela se utilizam para as pesquisas Os movi mentos sociais objetivam a produ o de suas mem rias ainda que embu dos de toda a subjetividade que lhes caracteriza Ao tornar consciente o processo
528. ssentada no projeto S o Jo o Dez 2001 Assentado no projeto S o Tom Out 2001 5 Assentada no projeto Mercedina Dez 2001 Os apontamentos de Bombardi 2001 p 195 196 a respeito da constru o do s tio em oposi o ao lote corroboram nesta dire o vejamos o que diz a autora O lote palavra utilizada pelo Estado para definir as pequenas propri edades do N cleo Agr rio Capivari passou a deixar de ser lote e tornar se s tio medida que as fam lias foram chegando cultivando o e chamando o de s tio numa perspectiva de que esse processo se deu a partir da transfor ma o que nele fizeram atrav s do trabalho da fam lia ou seja trabalho de formar um s tio o trabalho da transforma o do territ rio 7 Assentado no projeto S o Luis Dez 2001 8 Assentado no projeto S o Lu s Dez 2001 Assentada no projeto S o Tom Out 2001 10 Situa o que lamentavelmente podemos presenciar no assentamento S o Tom interessante lembrar que parte significativa da estabilidade do Plano Real no governo FHC se deveu chamada ncora verde que basicamente restringiu o controle da infla o cesta b sica Sabendo se que os campo neses s o os principais produtores de alimentos pode se ter uma no o de quanto foram afetados por esta situa o de controle de pre o Em pesquisa que realizamos em 1998 a respeito do funcionamento do hoje extinto PROCERA nos assentamentos do Mato
529. sso de urbaniza o e seus agentes sociais em especial a segrega o espacial que tem grande influ ncia para a exclus o de milhares de pessoas contribuindo para o aumento de crimes em todo o pa s UMA BREVE DISCUSS O ESPACIAL Antes de analisarmos o espa o urbano que o foco de nossa pesquisa faremos uma breve introdu o sobre o aparecimento das cidades onde as primeiras cidades deram se atrav s do dom nio da 408 agricultura e da cria o de animais que fixou o homem a terra e gerou uma mudan a sexual apontando a import ncia do papel da mulher que ficasse respons vel pelo trabalho dom stico A princ pio o que existiam eram apenas aglomerados urbanos e aldeias fixadas nas margens dos rios Segundo Sp sito 1988 aglomerados urbanos n o s o cidades pois para se tornarem cidades s o necess rias algumas condicionantes como a divis o do trabalho onde naquela poca o homem ficou encar regado da ca a e da defesa do territ rio e a mulher ficara ent o encar regada dos servi os dom sticos como a planta o cuidar dos filhos alimenta o e cria o de animais Outra condicionante foi sociedade de classes ou a divis o social o homem destaca se atrav s da for a os melhores ca adores e os homens mais fortes se dedicavam ex clusivamente a prote o da aldeia tornando a pacata e atribuindo aos ca adores o poder na aldeia Assim criam rela es entre os alde es e os ca adores chefes ou o pol
530. ssoas sem ocupa es fixas ou mal remuneradas Eram ladr es prostitutas lavadeiras ca poeiras costureiras dan arinas malandros desertores do ex rcito ciganos ambulantes trapeiros criados serventes de reparti es p blicas engraxates carroceiros floristas bicheiros jogadores recepta dores e pivetes entre tantos outros Classificados pelas autoridades p blicas como indesej veis tais pessoas pertencentes s chamadas classes perigosas eram as que mais compareciam nas estat sticas criminais da poca especialmente nas referentes s contraven es do tipo desordem vadiagem embriaguez e jogo Transformados no ant poda do escopo do novo homem idealizado pelo Estado Novo tornava se necess ria a demarca o dos limites que os separavam do trabalhador ordeiro forte e saud vel ou seja o cidad o trabalhador s mbolo do crescimento e do progresso econ mico da na o Anote se ainda em rela o ao impacto do r pido crescimento populacional sobre as condi es de vida o agravamento quantitativo e qualitativo de muitos problemas de habita o e abastecimento de gua de saneamento e de higiene que a exemplo do ocorrido no inicio do s culo XX poderiam agravar os surtos de epidemias Diante dessa gama de problemas iniciou se por parte do Esta do uma pol tica de coloniza o centralizada e nacionalista marcada pela conquista e ocupa o dos espa os vazios ou s
531. ste Em mensagem radiof nica transmitida para todo o territ rio nacional o chefe de gover no conclamava os brasileiros a rumarem para Oeste em busca das oportunidades de descoberta de um novo Brasil que anteriormente ex plorado pelos bandeirantes encontrava se agora esquecido Para ele 38 O verdadeiro sentido de brasilidade a Marcha para Oeste No s culo XVIII de l jorrou a caudal de ouro que transbordou na Europa e fez da Am rica o continente das cobi as e tenta tivas aventurosas E l teremos de ir buscar os vales f rteis e vastos o produto das culturas variadas e fartas das estra das de terra o metal com que forjara os instrumentos da nossa defesa e de nosso progresso industrial Da perspectiva do governo Vargas um dos caminhos para o pro gresso nacional estaria na efetiva ocupa o e integra o territorial racial moral cultural e pol tica das v rias regi es do interior do pa s bem como na explora o de suas riquezas Nas palavras de Alcir Lenharo A constru o da Marcha atina para a imagem da na o em movimento procura de si mesma de sua integra o e aca bamento O movimento de conquista de expans o visa estimular a sensa o de participa o de todos na pol tica na qual por sinal os canais institucionais de participa o coleti va se encontram vedados Atrav s de uma s rie de representa es geradas no bojo da cam panha surgiu uma imagem homog nea da na o e do Estado
532. stelo alto LEITURAS DE A TICA DA TRAI O As leituras que realizaremos do conto de Lodi Ribeiro partem da seguinte constata o de Hutcheon A fic o p s moderna sugere que reescrever ou reapresentar o passado na fic o e na hist ria em ambos os casos revel lo ao presente impedi lo de ser conclusivo e teleol gico HUTCHEON 1991 147 Ou seja ao redesenhar o passa do sob uma nova perspectiva a fic o p s modernista de Lodi Ribeiro 176 evita conclus es precipitadas a respeito da atual condi o brasileira Percebemos isto j nas primeiras p ginas do conto nas palavras do narrador protagonista que justifica a derrota do Imp rio brasileiro na Guerra do Paraguai ou melhor da Tr plice Alian a Sempre julguei que se fosse de fato necess rio atribuir algu ma responsabilidade que n o a n s mesmos pelos malogros militares do Imp rio esta deveria recair sobre o capitalismo brit nico Pois como atualmente de conhecimento p blico a Guerra da Tr plice Alian a foi incentivada pelos ingleses e financiada por capital brit nico Embora o neguem eles se sentiram temerosos da concorr ncia potencial representada por um Paraguay militarmente forte politicamente voluntario so economicamente independente industrializado e come ando a ensaiar um sistema econ mico que j se prenunciava socialista em sua ess ncia LODI RIBEIRO 2006 162 163 Seduzido pelo capitalismo brit nico o B
533. stos predominantes em nosso cotidiano L nin ao dizer que o prolet rio precisava de uma ideologia pr pria retira do termo ideologia todo o teor pejorativo colocado por Marx que a v como uma mentira que oculta a verdade O conceito de L nin sobre a ideolo gia rapidamente aceito por muitos pensadores que viam tamb m a necessidade das classes oprimidas ter sua pr pria identidade Entre tanto houve a banaliza o do conceito de ideologia e tudo passou a ser classificado como ideologia existe ainda uma vulgariza o do con ceito a tal ponto que ele perdeu seu real sentindo que o de m quina opressora e manipuladora que normaliza a explora o do homem pelo homem o alienando O modo de produ o capitalista impulsionado por esta for a enganadora que viabiliza a explora o pois atrav s da ideologia que o capitalista convence o trabalhador que o que ele produz n o lhe per tence levando o aliena o ela que permite a aceita o da desi gualdade social provocada pelo capitalismo que com seu desenvolvi mento tende a aumentar cada vez mais a desigualdade e as crises sociais como desemprego barb rie guerras e sofrimento humano como havia previsto Rosa Luxemburg Segundo Singer Luxemburg aborda 188 um importante ponto de vista com rela o ao modo de produ o capi talista e sua rela o com o trabalho apontando para o fato de que o trabalho n o apenas mercadoria mas tamb m recurso produ
534. sua compre ens o uma atitude dirigida pela consci ncia a obviedade assume um aspecto negativo pois acaba obscurecendo a compreens o destas esferas Ao se dirigir a essas adjetiva es n o cotidianas com uma atitude de j conhecido de obvio generalizando uma atitude de natura lidade que pr pria e adequada esfera cotidiana o sujeito n o conse gue se apropriar de algo que s pode ser apropriado de forma intencio nal natural e espont nea O senso comum torna se assim um empecilho uma barreira quando adentra na espera cientifica reflexiva Essa expans o de uma 195 atitude pr pria do cotidiano para o n o cotidiano pr pria do processo de aliena o que leva o homem a n o perceber a especificidade das duas esferas da atividade humana ou seja a n o perceber as ativida des n o cotidianas cientificas reflexivas como atitudes complexas distintas das atividades cotidianas emp ricas Isso acontece porque uma das caracter sticas do processo de aliena o a n o percep o pelo sujeito do condicionamento social a que se encontra submetido o que faz com que ele assuma a vida cotidiana qual se encontra restrito como se fosse a nica esfera da vida e da atividade humana O proces so de apropria o natural e espont nea que se realiza na esfera do cotidiano e que se efetiva sem que se tenha neces sariamente consci ncia dele empresta a essa esfera um ca r ter de algo correto e at ind
535. sua vida seu estilo e dispo si es morais e est ticas p 103 Outro te rico que aponta quest es importantes sobre o s mbolo Pierre Bourdieu 1989 especialmente na obra O poder simb lico em que destaca as fun es e estruturas dos sistemas simb licos Segundo o autor os s mbolos s o instrumentos por excel ncia da integra o so cial enquanto instrumentos de conhecimento e de comunica o eles tornam poss vel o consensus acerca do sentido do mundo social p 9 A partir desses apontamentos percebe se ent o que os s mbo los em muitos momentos trazem sentido concord ncia e estrutura para o universo em que o sujeito est inserido Sobre esse aspecto Bourdieu aponta que Os conhecimentos simb licos como instrumentos de conheci mento e de comunica o s podem exercer um poder estruturante porque s o estruturados O poder simb lico um poder de constru o da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnoseol gica ou sentido imediato do mundo que quer dizer uma concep o homog nea do tempo do espa o do n mero da causa que torna poss vel a concord ncia entre as intelig ncias p 9 Ainda segundo este autor o poder simb lico o que tem o poder de constituir o dado pela enuncia o de fazer ver e fazer crer de confirmar ou de transformar a vis o do mundo e deste modo a a o sobre o mundo p14 Nessa perspectiva pode se entender que o poder do s mbolo est diretamente ligado
536. t minha Segunda or dem por ser assim conveniente ao Real Servi o S Paulo a 7 de Julho de 1775 Com a rubrica de S Ex 2 Abrir e povoar se tornavam instrumentos precisos para qualifi car no dizer de Guiucci 1993 aqueles que estavam margem do sistema de produ o do mercado externo Enquanto fun o til para as Capitanias interessava a exist ncia desses sujeitos costumeiramente camponeses pobres que ao viverem pelas margens dos campos e vilas revelavam nas pela situa o de mis ria por eles vivida assim como por se tornarem presen a inc moda e constante em seu interior inclusive como ressaltam os trechos relacionados por contribu rem para que emergissem as novas povoa es Retomando as considera es de Prado Jr 1972 n o se pode negar como assinala Schwartz 2001 que a escravid o tenha sido o baluarte das rela es de trabalho e de vida da Col nia e de grande parte do per odo que cobre o Imp rio Contudo a an lise das rela es de trabalho centrada na dicotomia senhores e escravos pode sugerir a 307 inexist ncia da diversidade de sujeitos que compunham os diferentes grupos nesses per odos As cercas dos engenhos e fazendas afora a de outros espa os p blicos e privados n o cercavam os sonhos e os desejos de emanci pa o e de liberdade dos camponeses que compunham o cen rio de trabalho e vida no campo brasileiro N o queremos dizer com isso que a viol ncia da escravi
537. t ria UFMS CPTL 2 Refer ncia extra da da p gina 36 do livro Tombo da Igreja Matriz Sant Ana de Parana ba 36 FONTES Documenta o do Museu e Arquivo hist rico de Parana ba Livro Tombo da Igreja Matriz Sant Ana de Parana ba REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS CAMPESTRINI Hildebrando Santana do Parana ba de 1700 a 2002 2 ed Campo Grande MS IHGMS 2002 FLAMARION Ciro e VAIFAS Ronaldo org Dom nios da Hist ria Ensaios de Teorias e Metodologias 12 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1997 KNOB Frei Pedro A Miss o Franciscana do Mato Grosso Campo Gran de MS Editora Loyola 1988 REZENDE Frei Modesto Os mission rios Capuchinhos no Brasil S o Paulo 1929 ROLIM Francisco Cartoxo Religi es e Classes Populares Petr polis RJ Editora Vozes 1980 TOTA Antonio Pedro O Estado Novo 3 ed S o Paulo Editora Brasiliense 1991 37 RUMO BRASILIDADE MATO GROSSO E A MARCHA PARA O OESTE 1937 1945 Carlos Alexandre Barros Trubiliano Carlos Martins Junior As ltimas d cadas do s culo XIX e as primeiras do s c XX foram marcadas por esfor os por parte do Estado brasileiro em definir bem como nacionalizar as suas fronteiras integrando regi es lim trofes como Mato Grosso ao corpo da p tria Em trinta e um de dezembro de 1937 durante a sauda o de fim de ano ao povo brasileiro o presidente Get lio Vargas anunciou o pro grama de coloniza o denominado Marcha para Oe
538. tantos outros grupos ind genas da contemporaneidade tais como os Kaxix MG e os Tupinamb BA desejam n o esquecer o que s o e nem mesmo o que foram CONSIDERA ES FINAIS O historiador franc s Pierre Nora afirma que Os lugares de mem ria nascem e vivem do sentimento que n o h mem ria espont nea que preciso criar arquivos que preciso manter anivers rios organizar celebra es pronunciar elogios f nebres notariar atas porque essas opera es n o s o naturais por isso a defesa pelas minorias de uma mem ria refugiada sobre focos privilegia dos e enciumadamente guardados nada mais faz do que levar incandesc ncia a verdade de todos os lugares de mem ria NORA 1993 13 89 Sobreviver a todo o custo foi o que fizeram ind genas das etnias Atikum Kamba e Kinikinau dentre outras tantas hoje mais de duzen tas distribu das pelo Brasil Essa sobreviv ncia significou tamb m or ganizar celebra es mesmo quando estavam sob persegui o ou proibi dos de revelar quem realmente eram Entretanto os la os de pertencimento ao grupo tnico e as pr ticas culturais preservadas per mitiram n o apenas a sobreviv ncia f sica mas sobretudo sociocultural Os indiv duos pertencentes a estas sociedades n o desejaram esquecer quem eram foram e hoje lutam contra o preconceito e a discrimina o Este preconceito n o apenas daqueles que n o passaram por bancos escolares mas tamb m d
539. tas localidades formando seus territ rios sendo uma forte oposi o as territorialidades estatais CONCLUS O A an lise da viol ncia urbana vista e correlacionada com os estu dos sobre o espa o urbano uma nova forma de entendermos os fato res que estruturam a viol ncia na sociedade onde podemos n o ape nas visualizar os locais de ocorr ncia dos crimes mais tamb m enten dermos porque certos tipos de crimes concentram se nestes locais 412 Atrav s da discrimina o dos agentes sociais e dos proces sos urbanos que estruturaram uma determinada rea poderemos entender sua estrutura forma fun o e seu processo Associando estes dados a natureza dos mais variados crimes que acontecem nesta regi o podemos identificar as condicionantes sociais que de sencadeiam a criminalidade urbana Por m deixemos bem claro aqui que as condicionantes que nos referimos tratam se apenas dos as pectos espaciais onde ainda n o s o o bastante para explicar a viol ncia urbana de modo geral Assim temos a consci ncia que a an lise da estrutura urba na e dos processos espaciais sem d vida uma maneira de lutar mos contra este c ncer que agride toda a popula o contaminando e dilacerando todos os rg os vitais da sociedade Repensar o es pa o reduzir os efeitos negativos da urbaniza o criando assim uma sociedade de classes mais justa pode sim reduzir este problema A quest o da viol ncia urbana uma problem ti
540. te e instruir nas letras e nas artes a clientela pobre e desampa rada Arquivo do Col gio Santa Teresa Corumb 8 O Grupo Escolar da A o Social Salesiana foi criado para atender os alunos carentes do sexo masculino atrav s do Decreto n 61 de 10 06 1966 7 Arquivo do Col gio Santa Teresa Corumb apud Manfroi 1997 p 76 8 Nos anos de 1975 e 1976 foram dadas Autoriza es pelo governo do Estado de Mato Grosso para o funcionamento de v rios cursos profissionalizantes na Escola Estadual Santa Teresa a saber Habilita o em T cnico de Contabilidade Habilita o em Auxiliar de Enferma gem Habilita o em Auxiliar de Eletricidade Habilita o em T cnico de Administra o de Empresas Habilita o em T cnico de Secretariado dentre outros 67 O Estado de Mato Grosso do Sul foi criado atrav s da Lei Complementar n 31 de 11 de outubro de 1977 apresenta uma rea territorial de 358 159 Km o que o classifica como a sexta unidade da federa o em rea 10 No per odo de 1979 a 1982 o Estado de Mato Grosso do Sul teve tr s governadores indicados pelo governo central Harry Amorim Costa Marcelo Miranda Soares Pedro Pedrossian A partir de 1983 assumiram o governo do Estado de Mato Grosso do Sul como governadores eleitos Wilson Bar bosa Martins 1983 1986 1995 1998 Marcelo Miranda Soares 1987 1991 Pedro Pedrossian 1991 1995 11 Possui a segunda maior reserva de ferro e quinta reserva de mangan
541. tegrantes do meio social e por isso mesmo os temas que podem ser analisados sob a tica da pragm tica s o amplos e vari ados A an lise pragm tica concentra se no uso evidenciando quem emprega para quem o faz e para qu Em outras palavras os efeitos 423 interacionais que o uso da linguagem produz entre os membros de uma comunidade ling stica s o o foco do estudo da pragm tica Nesse enfoque a argumenta o e a ret rica assumem pap is de destaque visando recep o e compreens o do que emitido Ademais tamb m a ideo logia na vis o de Diniz 2006 p 168 pode ser tida como uma dimen s o pragm tica da linguagem por encontrar se presente no discurso natural e por constituir um sistema de evoca es contextuais surgidas no uso pragm tico do discurso cient fico A pragm tica toma por base a intersubjetividade comunicativa tendo por dire o a an lise do princ pio interativo ao ocupar se do ato de falar enquanto uma rela o entre emis sor e receptor mediada por signos ling sticos organizados em textos Esses dados conduzem a um outro igualmente relevante os textos ou discursos podem ser classificados em g neros que levam em considera o em especial o papel do audit rio ouvinte e sua rea o ap s a leitura do texto O audit rio pode adotar duas posi es apreciar o discurso gostando ou desgostando ou deliberar so bre o que o discurso prop e Esse audit rio pode tamb m
542. ter sticas das primeiras rela es civilizat rias que se deram no Brasil O resultado dessas se mostra na contemporaneidade atrav s de uma sociedade que al m de prati car permite e conivente ao aparthaid social que coloca lado a lado formas de vida contradit rias em um mesmo territ rio nacional que se considera soberano e em constante progresso As bases de nossa m e p tria n o permitem a n s vivermos em uma sociedade igualit ria que atrav s de influ ncia do capitalismo se torna cada vez mais exclusora o que podemos realizar com tudo um trabalho de formiguinha em que dentro de n s tenhamos viva a consci ncia de que somos uma na o e que deve parte de n s e somente de n s vontade da mudan a NOTAS Trabalho realizado como parte da pesquisa monogr fica em desen volvimento sob a orienta o da Professora Luciana Aparecida de Sou za Mendes 2 Acad mica do 42 ano do curso de hist ria Campus de Tr s Lagoas UFMS REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ARA JO Leonardo A carta de Pero Vaz de Caminha S o Paulo Melhora mentos 1976 BOSI Alfredo Dial tica da coloniza o 3 ed S o Paulo Cia das Letras 1988 CADAMOSTO Alvise Viagem de Luiz de Cadamosto e Pedro Sintra 1507 Lisboa Academia Portuguesa de Hist ria 1988 CASTRO Silvio A carta de Pero Vaz de Caminha O descobrimento do Brasil Porto Alegre L amp PM Editores 1987 CHAUI Marilena Brasil mito fu
543. ternativas contr rias 116 poss veis sendo assim a escolha significa que a vontade uma capa cidade e seu exerc cio depende da racionalidade do sujeito Por m A inferioridade objetiva dos nativos na hierarquia natural dos seres justifi ca que subjetivamente escolhem a servid o volunt ria e sejam legal e legitimamente escravos naturais 2001 p 66 Mas como justificar a escravid o em meio a mentalidade e a situ a o de para so criada elo imagin rio europeu a respeito do novo mundo Para entendermos esta situa o devemos considerar a presen a da f com elemento justificat rio para aquilo que os homens n o podiam expli car sendo assim Chau nos mostra que a escravid o dos ndios e dos negros nos ensina que Deus e o diabo desputam a terra do sol N o poderia ser diferente pois a serpente habitava o para so 2001 p 69 Com base nos ensinamentos Limbertini 1998 classificaremos as rela es impl citas presentes na carta de Caminha no processo de constru o da imagem do ndio em dois tipos a rela o de assimila o exclus o e a de agrega o segrega o Segundo o autor em seu discurso de assimila o exclus o Caminha faz t bua rasa das diferen as e d uma dimens o estreita entre os dois discursos que se complementam assimilando e excluindo Na medida em que os dois se fundamentam sobre os mesmos preconceitos tomando o outro com uma amea a e tentando garantir sua integridade
544. terpreta o uma evolu o do feminismo para as mulheres e da para g nero ou seja da pol tica para a hist ria especializada e da para a an lise 1992 p 64 65 Conforme a autora a categoria g nero surge na d cada 1980 inicialmente aplicada para analisar as diferen as entre os sexos se estendendo para discuss es das diferen as dentro da diferen a As sim a emerg ncia da diversidade dentro de um grupo em que este j era concebido como distinto em rela o domina o masculina trouxe tona olhares cr ticos para os estudiosos das mulheres O surgimento da categoria g nero rompe definitivamente com a pol tica e desafia os estudos voltados para a hegemonia de mulheres heterossexuais de classe m dia branca fazendo com que haja uma fragmenta o da id ia universal da categoria mulheres Os estudiosos come am a levar em considera o em seus trabalhos ra a etnia classe sexualidade e orienta o sexual como fator significativo para suas reflex es A dife ren a cada vez mais vis vel e veemente entre as mulheres trouxe para a superf cie diferen as s rias no interior do movimento das mulheres so bre quest es que variavam desde a Palestina at a Pornografia SCOTT 1992 Percebeu se conforme esta autora que as diferen as eram tan 358 tas entre os sujeitos do sexo feminino que no pr prio movimento femi nista havia incompatibilidades de opini es colocando em xeque a pos sibilidade de um
545. tes de 18 07 1971 a 24 06 2006 Rede Ferrovi ria Federal S A Noroeste do Brasil constitu do principalmente de documentos descartados pela administra o da ferrovia ap s a privatiza o em 1996 Um primeiro grupo de documen tos chegou ao N cleo de Documenta o em 2004 quando da coorde na o do professor Jos Carlos Ziliani como forma de salvaguardar o acervo que estava prestes a ser jogado no lixo pela administra o da Novo Oeste Em 2006 quando da aquisi o da concess o ferrovi ria pela Am rica Latina Log stica chegou outro grupo documental com posto por fichas funcionais de antigos trabalhadores O acervo da Noro este se divide em tr s grupos Administra o Recursos humanos e Transporte e diversos subgrupos que compreendem documentos im pressos datilografados e manuscritos A data inicial marcada pelas fichas funcionais preenchidas em 1935 com registro de admiss o ini ciado em 1921 e a data final de documenta o produzida pela con cession ria Novo Oeste em 1998 Barrageiros constitu do de dois grupos sendo o primeiro o jornal O barrageiro produzido inicialmente pela Administra o da Vila 231 Piloto n cleo de moradia dos trabalhadores na constru o da Usina Hidrel trica de Jupi em Tr s Lagoas MS Posteriormente pas sou a ser produzido pela Se o de Comunica es Assessoria aos Servi os Comunit rios da Administra o de Ilha Solteira n cleo de moradia dos
546. tim Paulista de Geografia S o Paulo AGB n 54 jun 1997 SINGER Paul Dos Pre os ao Valor In Aprender Economia S o Paulo Brasiliense 1983 p 11 39 A teoria da Acumula o de Capital de Rosa Luxemburg In LOEIRO Isabel M VIGEVANI Tullo Rosa Luxemburg A recusa da aliena o S o Paulo Unesp 1991 p 79 88 199 TRABALHO UMA QUEST O A SER REPENSADA Juliano Alves da Silva Delicio me em pensar o que seria de todas essas t cnicas do capital just in time kanban kasein andon TPS com os trabalhadores de bra os cruzadosou fazendo tai chi chuan no melhor estilo oriental cla ro Operador multifuncional OLVEIRA 2004 p 5 INTRODU O Levantando uma problem tica que nortear o desenvolvimento deste texto busca se compreender a import ncia do trabalho na socie dade mediante a necessidade de sobreviv ncia do ser humano neces sidade esta que muitas vezes obriga os sujeitos sociais a se adequa rem ao sistema de produ o vigente que h tempos vem suscitando novas e abrangentes problem ticas com rela o s contradi es sofri das pelos trabalhadores em decorr ncia do processo de produ o de bens de consumo O trabalho essencial para a exist ncia do ser humano sem ele n o seria poss vel uma inser o do sujeito na sociedade em meio a uma classe detentora dos meios de produ o mas por outro lado pre senciamos trabalhadores instintivamente se adequando aos
547. timos do pressuposto de que o Estado atrav s dos progra mas de ensino veiculava a mem ria hist rica desej vel Investiga mos quais instrumentos educacionais foram usados pelo Estado para legitimar a tradi o nacional e regional no interior das institui es escolares que atividades foram inclu das exclu das no programa de ensino no per odo compreendido entre os anos de 1972 e 1987 como os sujeitos da escola reagiam normatiza o dos eventos c vicos o que mudou no ordenamento escolar e o que se manteve como se configuram os programas de ensino que saberes s o transmitidos quem os determina como a escola contribui para a constru o da mem ria c vica Estes e outros questionamentos instigantes diante de uma institui o educativa merecem nossa aten o N o podemos nos basear somente nos textos oficiais para investigar como se davam e quais as finalidades das festas escolares e do culto c vico nas institui es escolares Na tentativa de encontrar respostas a essas quest es utilizaremos documentos oficiais de cretos cadernos e trabalhos de alunos artigos de imprensa depoi mentos fotografias registros de eventos c vicos e comemorativos materiais testemunhos da cultura escolar No decorrer desta pesquisa as entrevistas ser o necess rias para fornecer informa es n o dispon veis nos documentos ou mes mo para confirmar outras ineg vel que enriquecem a pesquisa medida que possib
548. tintivamente s o os fatos que nin gu m discute porque todo mundo j conhece O senso comum obscu rece tudo e faz passar o que foi deste modo dissimulado por uma coisa perfeitamente conhecida e acess vel a todos DORIA 1983 p 77 Ele perfeitamente racional e l gico e assim sendo dentro de seu campo tudo explic vel Da a import ncia da supera o do bvio pois ele que impede o surgimento de uma consci ncia cr tica capaz de desvendar o v u que cobre as verdades do cotidiano em que estamos inseridos e a explora o que por vezes ocultada Todavia antes de adentrar neste denso campo de estudo necess rio entender primeiro como se constitui o cotidiano e como se d a explora o contida nele para a partir da entender como o senso comum cega a verdade ao elucidar tudo sobre a mesma raz o e l gica simplista A OBVIEDADE GERADA PELO SENSO COMUM COMO OBST CULO A COMPREENS O DO CONCEITO DE ALIENA O A obviedade gerada pelo senso comum por um lado a carac ter stica ontol gica da vida cotidiana e deve ser vista como uma atitude natural e espont nea n o est nela a causa da aliena o nem se pode entender a obviedade como sin nimo ou consequ ncia da aliena 191 o ao contr rio a obviedade uma atitude imprescind vel a vida coti diana fazendo parte da vida de todo homem j que ele precisa apropri ar se dela para viver em sociedade Essa apropria o da obviedade na vid
549. tivo re curso este que n o totalmente utilizado pela economia de mercado ou seja ela cria uma m o de obra excedente que n o absorvida pelo capitalismo devido falta de uma demanda de consumo e quem con sumiria a produ o criada pela for a de trabalho ociosa a quest o que nos colocada Temos ent o um modelo econ mico que gera dentro de si a de sigualdade esta sendo parte importante de seu funcionamento al m de que uma reserva de m o de obra inutilizada cria uma demanda que proporciona maior liberdade ao capitalista de escolher quanto vale o servi o do trabalhador o que se assemelha a um mercado oligops nico em que o comprador da mercadoria estipula quanto ela vale e quais os requisitos para a aceita o desta mercadoria e como a for a de traba lho uma mercadoria no modo de produ o capitalista ela tamb m est exposta nova l gica do capital Sendo o trabalho o maior produtor de riqueza ao se tornar merca doria de compra e venda esta riqueza se fixou apenas nas m os de uma minoria detentora dos meios de produ o A riqueza produzida coletiva mente apropriada privadamente em troca de um sal rio o que eviden cia a aliena o do trabalho visto que ele passa a ser um fim em si mesmo Isso poss vel por meio da aliena o do trabalhador pois este n o se v no objeto que produz e sim em seu trabalho o trabalho torna se objeto final O trabalhador n o espera receber o produto
550. to Grosso Revista Fronteiras v 6 n 12 2002 p 9 22 POSSAS L dia Maria Vianna Ferrovia Fontes de Mem ria Arquivos Ferro vi rios uma Reflex o Cr tica e A o Preservativa VI Semin rio Nacional de Preserva o e Revitaliza o Ferrovi ria 17 a 20 de julho de 2002 Rio de Janeiro s p RUBIM Rezende Reservas de Brasilidade SP Cia Editora Nacional 1939 pp 126 127 VARGAS Get lio A Nova Pol tica do Brasil RJ Livraria Jos Olynpio Ed 1938 volume V p 124 ZORZATO Osvaldo Concilia o e Identidade Considera es sobre a Historiografia de Mato Grosso 1904 1983 SP USP tese de doutorado 1998 Em especial o capitulo Album Gr fico de Mato Grosso pp 38 60 53 AS FESTAS ESCOLARES E A CULTURA C VICA EM MATO GROSSO DO SUL 1972 1987 Celeida de Souza Silva Col gio Salesiano de Santa Teresa em Corumb MS 2 Pr dio d cada de 1930 ao final da d cada de 1960 Acervo do Col gio Sabemos que uma escola n o um somat rio de salas de aula onde os professores s o individualmente respons veis pela pr tica pe dag gica ali desenvolvida Ela constitui uma entidade sociocultural for mada por grupos que vivenciam c digos e sistemas de a o num pro cesso que faz dela ao mesmo tempo produto e instrumento cultural A escola constitui um organismo social vivo e din mico Al m da estrutura burocr tica que a comp e possui uma constitui o cultural e simb lica que lhe c
551. to Grosso ocorrido em agosto de 1978 na cidade de Aquidauana A pr pria autora revelou surpresa com o pedido do r g o indigenista uma vez que os ndios em quest o n o eram aldeados nem eram sequer brasileiros PENTEADO 1980 53 Na poca em que os pesquisou Yara Penteado concluiu que os Kamba eram de origem boliviana viviam em condi o de extrema mis ria se auto identificavam e eram identificados como ind genas Ainda de acordo com a antrop loga 85 essa condi o lhes proporcionava uma vis vel discrimi na o por parte de seus vizinhos embora tamb m fossem bolivianos em sua maioria demonstrada entre outras formas pelo vocativo de conota o pejorativa Bugres PENTEADO 1980 54 Justamente para dirimir d vidas quanto indianidade dos Kamba alguns trabalhos t cnicos foram produzidos pela Funda o Nacional do ndio a respeito desta sociedade ind gena no final dos anos 1970 BAS TOS 1979 PAULA 1979 PENTEADO 1979 O processo de regulari za o de uma terra ind gena Kamba por m encontra se paralisado pela Funai desde 1987 apesar de os pareceres terem apontado a legi timidade da reivindica o dos Kamba Al m dos trabalhos de Yara Pen teado dois pesquisadores realizam atualmente trabalhos acad micos sobre os Kamba Giovani Jos da Silva doutorando do Programa de P s Gradua o em Hist ria da Universidade Federal de Goi s UFG e Ruth Henrique da Si
552. to de Lodi Ribeiro apareceu inicialmente nas p ginas da extinta vers o brasileira da Isaac Asimov Magazine e mais tarde na colet nea Outros Brasis 2006 171 Para melhor empreender a tarefa que nos propomos este artigo dividido em tr s t picos al m das considera es finais em Hist ria e fic o discutiremos a proximidade entre esses dois discursos apa rentemente distintos em Metafic o historiogr fica e ucronia indica remos as hist rias alternativas como exemplos excepcionais de fic o p s modernista e em Leituras de A tica da trai o analisaremos o objeto de estudo em quest o HIST RIA E FIC O A dificuldade em aproximar hist ria e fic o deve se ao significa do de falsidade que amplamente atribu do ao segundo termo Entre tanto a fic o n o se limita defini o de falsidade como afirma Reis Referindo se ao quase mundo imagin rio que a escrita confi gura Ricoeur conduz nos a um fundamental aspecto constitutivo do texto liter rio a sua condi o ficcional que pode ser relacionada mesmo do ponto de vista etimol gico com o conceito de fingimento Se em latim fingere significa plasmar formar ent o o fingimento art stico que origina tex tos liter rios ficcionais designa uma modela o est tico ver bale n o implica necessariamente uma outra acep o em que o fingimento pode ser entendido a acep o depreciativa de hipocrisia ou falsidade REIS 200
553. to desviante disponibilizado por Gilberto Velho em que este nos aponta como e porque as minorias s o consideradas desviantes As ci ncias humanas trazem tona um novo olhar para a sexu alidade humana As novas abordagens sobre o homossexualismo per mitem refletirmos que os padr es sexuais sofrem mudan as de acordo com as sociedades culturas assumindo diversos significados no de correr da hist ria Portanto vemos que a homossexualidade n o pode ser entendida pela perspectiva do desvio j que assumi tal r tulo diante da heterossexualidade fincada na sociedade como norma a ser segui da As sexualidades humanas devem ser analisadas como algo din mi co que possui conflitos e contradi es que se modificam durante a hist ria de acordo com as sociedades e suas culturas 367 NOTAS 1 Trabalho realizado como parte da pesquisa de inicia o cient fica volunt ria CnPq sob orienta o da Prof Dr Maria Celma Borges 2 Acad mica do 4 ano do curso de Hist ria pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul UFMS CPTL REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS BENERIA L ROLD N M The crossroad of class and gender Chicago e Londres The University of Chicago Press 1987 BUTLER Judith Problemas de g nero Rio de Janeiro Civiliza o Brasi leira 2008 DAVID Edmar Henrique D RODRIGUES Jane de F tima S Homossexu alidade o labirinto de uma categoria In SOUSA Vera L cia Puga de Coordenadora Caderno femini
554. to ho mem 1989 p 158 No decorrer da pesquisa buscamos compreender estas repre senta es que surgem em meio ao movimento ou s o escolhidas pelo grupo oriundas por exemplo dos sindicatos Por m compreendemos que muitas vezes esta lideran a n o representa necessariamente os desejos do cotidiano daquele grupo pelo qual ela fala Desta forma preferimos compreender que a voz das lideran as n o assume o todo do movimento e assim buscamos nos pr prios sujeitos assentados no Pontal do Faia a compreens o de sua luta sua vida e os seus s mbolos constru dos nesse processo A partir das contribui es de Capelato e Dutra 2000 lan are mos alguns pontos que consideramos fundamentais no referido traba lho para a compreens o das diferentes formas em que podemos traba lhar o conceito das representa es na tentativa de elucidar os diversos campos que este conceito pode abranger As autoras buscam realizar uma breve an lise sobre o conceito de representa o na historiografia brasileira principalmente sobre o campo da hist ria pol tica chamando a aten o para a inova o de alguns trabalhos com os novos objetos e novas fontes 347 Segundo Capelato e Dutra o conceito de representa o est intimamente relacionado s linguagens s mbolos e imagin rios pre sentes e constru dos por toda a vida dos sujeitos centrais no universo da pesquisa O conceito de representa o em seu sentido instrumental n o pod
555. to tempos E naquilo me parece ainda mais que s o como aves ou alim rias monteses s quais faz o ar melhor pena e melhor cabelo par grafo 67 clara para n s a desqualifica o do modo de vida do outro comparando os ndios a animais e atribuindo seus m ritos de sa de ao acaso a grandeza da natureza Na sua narrativa Caminha usa estra t gias discursivas e faz da l ngua um escudo bastante resistente e implicitante Caminha chega a fazer cr ticas claras aos ndios quanto ao modo de vida e aos costumes por m o que de fato assustador A submiss o do outro e o uso do poder tende a ficar impl cito por meio de recursos de linguagem A carta de Caminha registra n o somente caracter sticas f sicas sociais econ micas e religiosas mas estabelece desde o principio uma rela o de assimetria entre uns e outros de superioridade que se confirma na submiss o e que faz jus a situa o de desigualdade e depend ncia existente no Brasil contempor neo a qual Chau denomi na de depend ncia consentida e tolerada 2001 p 73 A qual todo nos vemos explicita na constitui o pol tica econ mica e cultural da socie dade em que vivemos 119 CONSIDERA ES FINAIS Percebemos claramente com essa breve an lise dos documen tos do s culo XVI n o s a mentalidade que permeava a realidade dos viajantes mas tamb m suas atitudes em rela o ao outro Ainferiorizar o e as animaliza es s o carac
556. tos cardeais e ortogonais entre si ficando as quadras em formato de xadrez O objetivo era colocar a cidade no universo da vida civilizada que contivesse elementos da racionalidade urban stica materializada na constru o de ruas largas e de uma ampla avenida central ajardinada pressupondo o sentido do fluxo intenso bem como na edifica o de uma pra a central que se apresentaria como n cleo da vida em sociedade Com base nesses pressupostos urban sticos o C digo de Pos turas de 1921 teve como principal preocupa o o arruamento a deli mita o dos terrenos e o tipo das constru es do centro da cidade Caberia a Arlindo de Andrade Gomes como Intendente da cidade a partir de 1921 n o somente o papel de decor la conforme Paulo Coelho Machado foi ele quem arborizou as ruas e cuidou das pra as e jardins e tamb m de seu arruamento mas de reform la seguin do o novo c digo uma vez que as constru es de taipa na rea urba na central foram demolidas cumprindo as condi es de salubridade e de higiene impostas pelo C digo de Posturas de 1921 que obrigava a demoli o de im veis de taipa e sua substitui o por outro de alvena ria de tijolos 44 Como observou Gilmar Arruda a urbaniza o ou melhor o arruamento como foi chamado em Campo Grande significava delimitar espa os de circula o e moradia entre os habitantes Ainda para esse autor a l gica que presidiria as diversas regulamenta
557. tos culturais e nacio nalidade no pa s do futuro S o Paulo Devir 2005 GRAMSCI Antonio Literatura e vida nacional S o Paulo Civiliza o Brasi leira 1986 HUTCHEON Linda Po tica do p s modernismo hist ria teoria fic o Rio de Janeiro Imago 1991 JAMESON Fredric O inconsciente pol tico a narrativa como ato social mente simb lico S o Paulo tica 1992 LODI RIBEIRO Gerson A tica da trai o In Outros Brasis S o Paulo Unic rnio Azul 2006 NOLASCO Edgar C zar LONDERO Rodolfo Rorato Defini es para uma fic o cient fica brasileira uma an lise do g nero cyberpunk In NOLASCO Edgar C zar GUERRA V nia Maria Lescano orgs Discurso alteridades e g nero S o Carlos Pedro amp Jo o Editores 2006 ORWELL George 1984 S o Paulo Companhia Editora Nacional 2004 REIS Carlos O conhecimento da literatura introdu o aos estudos lite r rios Coimbra Almedina 2001 RICOUER Paul Tempo e narrativa vol 1 Campinas Papirus 1994 SARLO Beatriz Paisagens imagin rias intelectuais arte e meios de co munica o S o Paulo EDUSP 2005 TAVARES Braulio Pref cio In LODI RIBEIRO Gerson Outros Brasis S o Paulo Unic rnio Azul 2006 WILLIAMS Raymond Marxismo e literatura Rio de Janeiro Jorge Zahar 1979 WILSON David A A hist ria do futuro Rio de Janeiro Ediouro 2002 182 PARTE V MUNDOS DO TRABALHO E DO CAPITAL O CONCEITO DE A
558. trocamos os azulejos da cozinha por que estavam quebrados e o encanamento do banheiro porque estava vazando do jeito que estava n o dava pra ficar Nesse ponto sim mesmo uma reforma restrita ao espa o asilar cumpre um papel impor tante assinalar que algo precisa ser modificado Por outro lado no caso da reforma psiqui trica historicamente esta qualidade de mu dan a s contribuiu no adiamento de projetos de questionamento da cultura manicomial em seu conjunto no cerne da transforma o que se faz necess ria Franco Basaglia um dos mais eminentes fundadores da psiquiatria democr tica italiana dizia que a liberdade terap utica BASAGLIA 1991 Do ponto de vista hist rico o encarceramento no asilo vinha cum prir uma fun o bastante definida afastar e limpar do espa o p blico toda natureza de perturba o promovida por delinquentes mendigos ladr es loucos de toda esp cie perturbadores da ordem N o havia no asilo da Idade Cl ssica e da Idade M dia na Europa uma distin o entre o asilamento que ocorria para que o sujeito se submetesse quilo que modernamente foi institu do como o tratamento psiqui trico e os asilados sociais FOUCAULT 2004 H outros dois movimentos de reforma psiqui trica que passam a influenciar de forma definitiva o entendimento sobre a sa de mental Um deles a anti psiquiatria que como o nome j diz atribui cl nica 381 que institui uma nosografia a partir do
559. u em sua representa o f sica E como todos n s sabe mos uma pessoa independente do seu g nero n o se resume ape nas em seu desejo sexual ou em sua apar ncia existe uma individua lidade e subjetividades que comp e os sujeitos O desejo sexual n o pode ser pensado como modalidade fixa e acabada isso porque n o segue uma ordem natural e sim passa por metamorfoses culturais e sociais no decorrer da Hist ria Pensando desta forma n o podemos considerar a heterossexualidade como nico padr o sexual a ser seguido o homossexualismo vem justamente ques tionar tais regras e almeja uma democracia nas pr ticas sexuais Nos remetendo ao colaborador deste trabalho as travestis pro fissionais do sexo no munic pio de Tr s Lagoas estes vem sendo ana lisados sob a perspectiva de como a orienta o sexual dos indiv duos interfere em suas rela es sociais considerando de extrema import n cia para este trabalho a an lise de como a representa o f sica des tes sujeitos sendo estes biologicamente do sexo masculino e que buscam modelarem seus corpos a procura de um feminino afeta o meio social vivido por eles Em princ pio a pesquisa tem como hip te se que a pr pria escolha de seu of cio profissionais do sexo seja uma 366 consequ ncia da representa o de seus corpos perante a sociedade Portanto confrontando com o modelo hegem nico de cidad o que his toricamente foi transmitido aos sujeitos socia
560. ual reemerg ncia 279 das esquerdas quanto a acentuada produ o intelectual em torno des se objeto de pesquisa dois processos que de forma alguma podem ser desatrelados estejam a contribuir para um impulso da rearticula o seja desses movimentos populares seja dos seus centros documen tais que carregam consigo mas de forma din mica tantas mem rias e hist rias Em se tratando do lajes no processo de pesquisa foi poss vel sentir o despertar desses grupos que se puseram em rearticula o em algumas reuni es realizadas em 2006 ap s dez anos de sil ncio no acender de antigas preocupa es e nas novas discuss es e reflex es em que tive a felicidade de participar como convidada Mas ainda mais evidente foi a repercuss o em torno da quest o da documenta o Despertos pelo remexer da mem ria os membros remanescentes da entidade repensaram suas posturas face situa o prec ria do acer vo e criaram oportunidades e possibilidades dos processos que levari am recupera o e reorganiza o desses documentos contribuindo de forma sistem tica na consecu o do projeto que logrou a forma o do fundo documental no N cleo de Hist ria Jos Hon rio Carneiro Processos bastante semelhantes podem ser apontados aqui como exemplo O caso do Centro Pastoral Vergueiro CPV hoje deno minado Centro de Documenta o e Pesquisa Vergueiro constitui se como um dos mais representativos do problema
561. ual n o h retorno e que provavelmente mu dar a longo prazo Daqui em diante acreditamos que ser mais f cil para grupos de cidad os com interesses espec ficos se organizarem para agir de for ma a ter o maior impacto poss vel Ainda h muito para ser feito para que grande parte da sociedade exclu da do processo digital conhe a todos os recursos dispon veis Ainda h muito que se fazer mas princi palmente tem que haver vontade pol tica para tal NOTAS Acad mico do 4 ano do Curso de Hist ria CPTL UFMS alanjunqueiraGDyahoo com br 2 rede de computadores criada pelos militares norte americanos em 1969 que deu origem Internet 3 estrutura principal n de rede de telecomunica es No Brasil por exem plo a Embratel funciona como backbone para liga o de nossa rede Internet com outros pa ses 4 Coluna dorsal de uma rede backbone representa a via principal de infor ma es transferidas por uma rede neste caso a Internet Informa es retiradas do dicion rio do internauta http www felipex com br dic inter b htm 5 Dados retirados da Folha Online Mais informa es em http www folha com br Termo utilizado para representar um grupo ou pessoa que n o tem condi es a ter acesso ao computador e a Internet REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS CARPANEZ Juliana Brasil lidera tempo de uso da internet residencial S o Paulo 22 de julho 2005 Dispon vel em www folha uol com br fo
562. uaria todas as a es aparentemente il gicas e ou desconexas Abdelmalek Sayad ao realizar entrevistas com dezenas de fam lias de argelinos imigrados conduz seu texto a conclus es muito se melhantes as que foram desenvolvidas pela escritora brasileira Seus 151 depoentes manifestam o mesmo mal estar a mesma descren a vivem o mesmo choque de gera es vivido pelos personagens da fic o Guardadas as devidas propor es talvez seja poss vel comparar a situ a o dos galegos do romance com a dos argelinos mu ulmanos entre vistados pelo soci logo a fim de perceber as similitudes da problem ti ca elencada Sayad apresenta um depoente patriarca de uma fam lia exten sa 0 Sr B Ahmed que viveu os mesmos dramas de Madruga O velho argelino confessou ao intelectual que incessantemente contrariado sentia se desvalorizado aos olhos de seus filhos mesmo por sua pr pria condi o de imigrante N o encontra a considera o que tem direi to de esperar principalmente por parte de sua fam lia tem certeza de ter sido tra do objetivamente por sua situa o presente Contou tam b m que sua filha francesa sua maior preocupa o porque quer estu dar e n o se conforma a seus planos uma vez que j possu a poca vinte anos de idade e deveria estar casada Seu nome Zahoua e ela concentra em si toda a problem tica vivida pelo imigrante e seus des cendentes Entrevistada por Sayad ela uma esp cie de Bret
563. ue Carrano chama de Holocausto da Psiquiatria Brasileira p 172 Segundo Paulo Amarante BASAGLIA 2005 pensar em Reforma Psqui trica lembrar d O Alienista de Ma chado de Assis escrito por volta de 1881 1882 Amarante considera que esta obra foi a precursora do Movimento contra o sistema psqui trico em nosso Pa s 369 Machado de Assis conta como foi o processo de abertura da casa de loucos na cidade Itagua do Estado do Rio de Janeiro por um m dico rec m chegado da Europa Sim o Bacamarte interessante notar nesta obra como Machado de Assis apreende o processo de cons titui o da psiquiatria a id ia de meter os loucos na mesma casa vivendo em comum pareceu em si mesma um sintoma de dem ncia e n o faltou quem o insinuasse a pr pria mulher do m dico ASSIS 1997 p 2 a id ia de se internar todos os loucos em um nico espa o pois s a seria poss vel pesquisar e identificar todos os tipos de loucu ra o principal nesta minha obra da Casa Verde estudar profundamen te a loucura os seus diversos graus classificar lhe os casos descobrir enfim a causa do fen meno e o rem dio universal ASSIS 1997 p 3 diz Sim o Bacamarte protagonista da hist ria Com esse exemplo Amarante BASAGLIA 2005 mostra que se fosse considerado as hist rias de micro lutas a obra o alienista foi um grande incentivo para o MNLA Movimento Nacional da Luta Antimanicomial Assim a interna o em hosp ci
564. ue governa que arrebanha suas ovelhas ao mesmo tempo em que segue as normas de conduta definidas pela equipe Nesse caso a mobilidade entre as proje es identit rias feitas pela m dia sobre o PCC desloca as imagens transgressora e empresa rial para a inst ncia da luta onde se concentra a resist ncia Passam a coabitar no discurso da m dia representa es do PCC que o ligam pol tica e ao direito e permite por sua vez que na falha do discurso possamos ouvir a voz pastoral do Estado como entidade que requer o controle da massa carcer ria que esta obede a s leis do Estado que cumpra com aquilo que o Estado prometeu lhe A lei segundo Foucault 2005b p 229 dirige se principalmente para as classes mais numero sas e menos esclarecidas e n o a sociedade na totalidade que julga seus membros pelo contr rio uma categoria social que sanciona e outra que est fadada desordem O pr ximo recorte refere se ao segundo quadro do enunciado sob an lise Nesse recorte observamos mais uma vez o deslocamento a que a identidade do PCC est sujeita como resultado de um processo de deslocamento de sentidos observados na materialidade discursiva c O estatuto do PCC que se autodenomina Partido do Crime composto de dezesseis mandamentos Aqui o discurso da m dia constr i nova mente uma identidade ao PCC coligada pol tica visto que traz por meio do discurso indireto a pr pria fala do PCC que se autodeno
565. ue lutaram ardorosamente pelas ter ras pela seguran a e pela liberdade que lhes eram arrebatados con juntamente 1989 p 76 Esse processo portanto tem dois lados N s temos vivido ao lado que exalta os feitos portugueses Se houve hero smo e coragem entre os europeus a coisa n o deve ter coragem n o movimentaram a engranagem da hist ria e perderam se com a destrui o do mundo em que viviam e ganharam na m o dos portugueses a hist ria convenien te exalta o do orgulho portugu s DO IMAGIN RIO REALIDADE ATRAV S DA CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA Quando voltamos nossos olhares para o per odo das primeiras aventuras mar timas da poca Moderna n o podemos deixar de tra ar a mentalidade dos homens que constru ram tal processo Segundo Holanda 1984 a vis o do para so era a m xima representa o do desconhecido um lugar aben oado onde reinava primavera eterna e juventude eterna e onde homens e animais conviviam em paz idem p 59 Chaui 2001 nos mostra que essas ilhas onde habitava o para so terrestre de acordo com as tradi es fen cias e irlandesas encontram se a oeste do mundo desconhecido Os Fen cios as de signaram com o nome Braaz e os monges irlandeses a chamavam de Hy Brazil 114 Entre 1325 e 1482 os mapas incluem a oeste da Irlanda e ao Sul dos A ores a Insulla de Brazil esta teria afortunado e bem aventurada que Caminha descreve ao comunincar El Rei o achamento do Bras
566. ujeito O modo de apropria o t pica dessa esfera a natu ralidade e a espontaneidade dada a forma como essa apropri a o se d Por isso uma vez que a apreens o da realidade 193 n o se identifica com a apreens o da apar ncia do objeto mas exige a percep o dos elementos essenciais que o de terminam o pensamento cotidiano por suas pr prias carac ter sticas n o permite dimensionar a riqueza dos elementos essenciais que determinam o objeto que s podem ser apre endidos a partir de uma atitude intencional do sujeito Desta foram a imagem do objeto produzida pelo pensamento cotidi ano sempre em maior ou menor medida uma representa o ca tica da realidade MELLO 2000 p 49 O conjunto heterog nico e volumoso de atividades que precisam ser repetidamente reproduzidas para a realiza o da vida cotidiana tor na impratic vel a reflex o sobre o conte do de verdade de cada uma das formas de atividade ai presentes A reflex o inviabilizaria a produ o e a reprodu o da vida na esfera cotidiana pois a reflex o exige homogeneiza o exige que o sujeito se detenha sobre as decis es a tomar e as respostas exigidas pela vida cotidiana s o imediatas nu merosas e heterog neas Esses automatismos s o necess rios para a realiza o daquelas tarefas mais elementares que se repetem em sua vida di ria e que engendram num sentido mais amplo a redu o da vida na sociedade Essa naturalidade vai empr
567. um costume imp e a todos que andem de sapatos aquele que anda descal o ser objeto de esc rnio e rep dio da sociedade Esse um fato social pois o consciente coletivo determina uma regra externa ao indiv duo e comina uma repreens o quele que n o a cumpre Os regramentos impostos pelos fatos sociais denominam se normas A exterioriza o do Direito como conjunto das condi es exis tenciais da sociedade e a efetiva o do Direito como ordenador das rela es sociais d o se pela norma A norma aqui posta como sin ni mo de lei a jun o dos signos ling sticos que traz ao mundo a raz o humana MONTESQUIEU 1962 p 34 Sendo a norma a exterioriza o do pensamento coletivo essa deve ser t o adequada ao povo do qual emana e para o qual foi feita que n o devem as normas de uma na o a n o ser por obra do acaso convir a outras Ibidem p 34 Por outro lado ao mesmo tempo em que as leis s o adequadas ao povo que as escreve servindo exterioriza o do processo volitivo coletivo conceituado por Montesquieu como raz o humana indubitavelmente essas leis se chocam em algum momento contra as vontades de entes difusos do meio social Nas li es do ilustre professor Miguel Reale 2002 p 562 toda regra de direito representa um momento de equil brio atingido como composi o das tens es que em dada situa o hist rica e social se 419 verificam entre um complexo de fatos e de valores Durkhe
568. umentaliza o e os destinos dessas documenta es produ zidas e acumuladas no processo hist rico em quest o Ora se o estu dos acerca dos movimentos populares e dessa nova esquerda devem levar em considera o todas as experi ncias de lutas que revelem es ses sujeitos como personagens da cena pol tica do p s 1964 ser ainda preciso empreender um esfor o para a compreens o dos modos diversos pelos quais esses sujeitos est o em luta Vale ent o indagar que se no contexto dessas lutas a dispu ta pela mem ria ou contra a mem ria oficial configura um espa o dial tico de confrontos por identidades legitima o e afirma o n o dever amos mergulhar nele de forma a entender seus meandros cami nhos e problemas Nesse sentido seria preciso partir de uma perspectiva construtivista apontada por Michel Pollak que n o se limitaria mais emlidar com os fatos sociais como coisas mas de analisar como os fatos sociais se tornam coisas como e por quem eles s o solidificados e dotados de dura o e estabilidade Aplicada mem ria coletiva essa abordagem ir se interessar portanto pelos processos e atores que interv m no trabalho de consti tui o e de formaliza o das mem rias Ao privilegiar a analise dos exclu dos dos marginalizados e das minorias a hist ria oral ressaltou a import ncia de mem rias subterr neas que como parte integrante das culturas minorit rias e dominadas se op em Me
569. va dos homens mulheres e crian as as suas hist rias as suas vis es de mundo as suas experi ncias o que eles consideram importante os monumentos que eles erigiram na mem ria Ao se investir na preserva o desta mem ria objetiva se possibilitar aos estudantes de hist ria bem como a sociedade n o 234 acad mica uma re significa o do passado uma re interpreta o da hist ria vivida para fazer uma hist ria viva uma hist ria transforma o O N cleo de Documenta o Hist rica Hon rio de Souza Carneiro quer ser esta refer ncia para o estudo da hist ria da Regi o Para tanto o arquivo deve ser din mico e propositivo em termos de projetos de pesquisa e de extens o que aproxime acad micos e comu nidade externa Este o caminho que possibilitar o reconhecimento do N cleo como Institui o importante para a hist ria e a mem ria regi onal permitindo a continuidade do crescimento quantitativo e qualitati vo do acervo documental NOTAS 1 Professor do curso de Hist ria da UFMS CPTL BIBLIOGRAFIA BORGES Maria Celma OLIVEIRA Vitor Wagner Neto de Orgs Cultura trabalho e mem ria faces da pesquisa em Mato Grosso do Sul Campo Grande UFMS 2006 OLIVEIRA Vitor Wagner Neto de et all Orgs Guia do acervo do N cleo de Documenta o Hist rica Hon rio de Souza Carneiro Campo Grande UFMS 2007 235 A UTILIZA O DAS FONTES NA PESQUISA HISTORICA PROBLEMAS E METODOLOG
570. va e at de insulto por elementos de v rios parti dos para difamar seus oponentes geralmente de esquerda WOODCOCK 2002 Logo a conota o negativa da palavra continua at hoje sendo usada neste sentido na linguagem popular Mendes 2006 p 12 13 ILHA SOLTEIRA SP JUVENTUDE EM FOCO Como cita Bastos p 291 nenhum movimento surge como pronto e acabado pois existem quest es que v o favorecendo para o surgimento de um movimento O que se pretende nesta parte do traba lho refletir sobre os poss veis fatos e quest es que contribu ram para 288 o fomento da produ o da contracultura no munic pio de Ilha Solteira enfocando principalmente para as quest es relativas juventude pois a passagem da inf ncia para a adolesc ncia tamb m a passagem de uma sociabilidade rede rela es objetivas e subjetivas restrita fam lia escola e ao bairro para uma sociabilidade ampliada a partir da circula o por ou tros espa os da cidade sobretudo o centro urbano Aliado a isto est a busca de quem sou eu a o jovem depara se com v rias possibilidades de ser desde homem mu lher engravatados at rebeldes urbanos aqueles que vestem de uma forma diferente que est o fora dos pa dr es sendo que estes exercem uma influ ncia maior na juventude devido representa o de ruptura que carre gam Neto 2001 p 28 Por isso considero necess ria a inser o do assunto juventude
571. velou t o rico e dial tico quanto os pr prios resultados dela Assim a hist ria dos lajes e dos movimentos populares que or ganizou somou se a outras tantas experi ncias que analisadas luz das Hist ria Pol tica Renovada e Hist ria Social Marxista Vista de Bai xo pra Cima formam um amplo conjunto da historiografia renovada e diga se thompsoniana a respeito da chamada nova esquerda e que por isso tem como objeto dileto os novos movimentos sociais Mas vale dizer que para que esse processo culminasse no grande n mero de teses e disserta es que se constata os pesqui sadores se valeram da amplia o bastante consider vel do universo das fontes documentais do campo historiogr fico que muitas ve zes fora produzida no bojo dessas experi ncias Em outras pala vras de uma forma geral a partir dos pr prios acervos e centros de documenta o dos movimentos sociais partidos pol ticos sindi catos associa es e igrejas que o pesquisador encontra as fontes em que se torna poss vel ouvir as vozes desses sujeitos comuns homens e mulheres nas suas lutas cotidianas e que nas fontes ditas oficiais constituem se como uma lacuna ou um sil ncio sinto m tico S o portanto os documentos produzidos no seio das pr prias experi ncias e as pr prias vozes dos sujeitos no caso das pesquisas em hist ria oral que constituem as principais fontes de historiadores e cientistas sociais d
572. vento em que todos os nossos alunos e professores desfilavam independente de fazer parte do Col gio Santa Teresa p blico ou privado O que diferenciava uma clientela da outra era o uniforme durante o evento No anivers rio da cidade as escolas desfilavam somente com uma representa o de alunos Com a mudan a de regime e a abertu ra pol tica houve invers o na organiza o dos desfiles O de 7 de setembro que antes contava com a participa o de maior n mero de alunos e professores passou a ter somente uma representa o E o anivers rio da cidade ganhou import ncia tornando se um evento de maior express o no mbito local As festas religiosas P scoa Nos sa Senhora Auxiliadora 24 de maio S o Jo o Bosco agosto Sapol ndia festa junina s o as festas tradicionais salesianas S o festas que ainda permanecem no calend rio de eventos e comemora es No ordenamento escolar todos os dias antes do in cio das au las os alunos ficavam reunidos no p tio da escola para o momento c vico Isso significava cantar o Hino Nacional enquanto as bandeiras do Brasil do Estado e do Munic pio eram hasteadas Ap s a execu 64 o do hino ocorriam as ora es os avisos e depois os alunos eram liberados para dirigirem se a sala enfileirados acompanhados pelo professor Os jogos abertos tamb m faziam parte do calend rio escolar A comunidade era muito participativa Muita gente ainda reclama pelo fato de
573. vis es e antagonismos sociais que produzem uma variedade de diferentes posi es de sujeito isto identidades 2004 p 17 Hall 2006 p 109 orienta nos para o fato de que porque as identidades s o constru das dentro do discurso que precisamos compreend las como produzidas em lugares hist ricos e institucionais espec ficos estar atentos para as forma es e pr ticas discursivas nas quais se constroem Isso porque as identidades s o constru das no fulcro da diferen a Toda identidade tem necessidade daquilo que lhe falta mesmo que esse outro que lhe falta seja um outro silencia do e inarticulado 2006 p 110 A posi o dos Estudos Culturais conta tamb m com as contribui es de Silva 2006 para o debate acerca da identidade e da diferen a ele acredita na impossibilidade de tratar da identidade sem tocar na diferen a pois a identidade somente se cons titui na rela o da mesmidade com a outridade p 79 Dessa forma as identidades nunca est o acabadas de completo mas est o no pro cesso em transforma o constante Em suas reflex es filos ficas Nietzsche 2002 p 4 pensa o homem moderno como um tipo de homem descrente e incerto Quem mais a felicidade descobriu O homem moderno Eu n o conhe o nem a sa da nem a entrada sou tudo aquilo que n o sabe nem sair nem entrar assim suspira o homem moderno Esse o tipo de modernidade que nos
574. voc n o depende mais do fiado mentira Quando a gente colhe a lavoura s pagar as con tas mas assim mesmo eu agrade o a Deus porque pelo me nos pra pagar as contas a gente est fazendo A gente tem um gadinho que a gente n o precisou vender para poder comer nem beber e nem vestir A gente planta arroz e feij o a gente tem as galinhas para poder ter um ovo e o frango para o gasto cria uns porquinhos e tem o leitinho que entrega no latic nio e d para comprar um g s pagar a energia e vai indo assim OLIVEIRA O depoimento de Dona Oliveira revela essencialmente que o en contro do homem com a terra o resgate de sua pr pria humanidade da sua condi o de vida e neste sentido que ela explica e justifica sua felicidade dizendo A gente n o enricou mas a gente tem como sobreviver o que parece t o simples e realmente porque estamos operando numa l gica que n o a da acumula o Estar contente na terra ter o poder de garantir a comida da fam lia o direito sagrado subsist ncia situa o propiciada pelo controle do tempo de trabalho hoje trabalho por conta pr pria e por meio dele da vida que renasce como as plantas que nesta terra eles sabem cultivar 325 NOTAS 1 Profa Dra do Curso de Geografia UFMS CPTL raalmGceul ufms br 2 A ordem moral camponesa fundamenta se segundo Woortmann K 1990 p 12 n o no valor trabalho mas no trabalho enquanto um valor tico 3 A
575. ximo ou distante tendo a grande preocupa o com os mesmos As dificuldades encontradas pelos historiadores s o com as maneiras de se identificar as fontes hist ricas as metodologias pois tudo tem um passado por isso o receio parte de como identificar este passado sem no entanto fundamentar se somente nos docu mentos oficiais A hist ria deveria ser baseada em documentos Uma das gran des contribui es de Ranke foi sua exposi o das limita es 242 das fontes narrativas vamos cham las de cr nicas e sua nfase na necessidade de basear a hist ria escrita em regis tros oficiais emanados do governo e preservados em arqui vos Os registros oficiais em geral expressam o ponto de vista oficial Para reconstruir as atitudes dos hereges e dos rebeldes tais registros necessitam ser suplementados por outros tipos de fontes SHARPE 1992 p 13 Dessa forma podemos perceber o car ter de subjetividade da hist ria sendo que o trabalho do historiador fundamenta se em apre sentar aos leitores n o os fatos como realmente aconteceram na hist ria Por mais que lutemos contra o preconceito nos dias atuais n o se pode deixar de olhar o ponto de vista de uma poca pois o olhar que eles tinham na sua poca n o pode ser esquecido ou seja devemos partir de indaga es do presente mas com um olhar no passado mes mo que este olhar n o seja id ntico aos olhares dos personagens da hist ria verdadeira CONS
576. xo da minera o no Brasil a segunda ocorreu na regi o do baixo Paraguai com objetivos de catequizar as numerosas tribos ind genas da regi o As miss es realizadas em Albuquerque e Corumb e as miss es na Guerra do Paraguai principalmente na retirada da Laguna eram coordenadas pelo Frei Mariano de Barganha NO MATO GROSSO S CULO XX Assinala Knob 1988 p 30 que em 1902 o Bispo de Cuiab D Carlos Luiz d Amour fez uma viagem para Roma e l o Bispo convidou os Padres da Terceira Ordem Regular para trabalharem no Brasil no Mato Grosso Segundo este autor no s culo XX os mission rios franceses da TOR encontraram no Mato Grosso uma vida religiosa sumaria E verdade que muitos frequentavam as igrejas mas n o faziam uso dos sacramen tos Muitos diziam se livres pensadores 1988 p 43 Com essa miss o trabalharam nas regi es de Cuiab C ceres e Corumb fazendo obras escolares como col gios na rea da sa de hospitais Na passagem da d cada de 1930 para 1940 vieram novos frades Franciscanos alem es para o Brasil com miss es no estado de Mato Grosso A vinda da Ordem para o Brasil foi por moti vos pol ticos j que a Alemanha vivenciava a persegui o Nazista Igreja Cat lica e aos religiosos tamb m pelo grande n mero de fra des com voca es mission rias A Ordem Franciscana de Turingia j tinha o conhecimento da situa o religiosa no Mato Grosso Sobre esta quest o Knob diz que
577. za com a valoriza o do mundo das coisas aumenta em propor o direta a desvaloriza o do mundo dos homens MARX 2002 111 Em outras palavras seu trabalho torna se mais barato N o se deve esquecer que o trabalho uma mercadoria e que toda mercadoria tem um pre o e ele el stico portanto est direta mente ligado com o custo de produ o Segundo Paul Singer o custo de produ o a soma de m o de obra mais mat ria prima e maquin rio sendo os dois ltimos reduz veis do primeiro Assim quanto mais o industrial produz maior seu lucro e menor o custo com m o de obra O trabalho a maior fonte de riqueza capitalista por meio dele e por ele que a sociedade se desenvolve entretanto o fruto deste traba lho que enriquece tamb m causa grandes desigualdades sociais Segundo Marx no modo de produ o capitalista a produ o coletiva apropriada privadamente pelo detentor dos meios de produ o Desta forma os trabalhadores atrav s de sua for a de trabalho produzem a mercadoria mas ela n o lhe pertence e sim ao dono da f brica que em troca do fruto do trabalho do prolet rio lhe d um tributo em forma de sal rio Isso poss vel por meio da aliena o do trabalhador j que este n o se v no objeto que produz mas em seu pr prio trabalho o trabalho torna se objeto final do trabalho O trabalhador n o espera re ceber o que produziu mas o pagamento pelo tempo de trabalho o que v
578. ziram a hist ria atual ECO 1989 168 Mais adiante Eco afirma porque ucronia n o fic o cient fica E mais temos bons exemplos de fic o cient fica ucr nica nos quais n o s em virtude de determinada descoberta cien t fica pode se revisitar o passado mas onde poss vel modi ficar as linhas de for a com todos os paradoxos que disso resultam Mas eu diria que quando a science fictiontorna se history fiction e me lembro de um romance cujo protagonista projetado no passado transformava se em Leornado da Vinci o que interessa fic o cient fica n o tanto a hist ria modificada quanto a mec nica da sua modifica o ou seja a possibilidade cosmol gica da viagem em retrocesso o pro blema cient fico de como projetar a hist ria poss vel partindo de linhas de tend ncia do mundo atual ECO 1989 169 Primeiramente a fic o cient fica n o precisa tornar se fic o hist rica quando aborda o passado pois a hist ria uma ci ncia logo abarcada pela fic o cientifica Mas verdade que muitas obras do g nero sobre o passado interessam se fundamentalmente pela mec nica da viagem no tempo como Um som de trov o 1953 de Ray Bradbury ou o pr prio A tica da trai o ainda que esta n o seja a quest o principal do conto entretanto existem outras obras que igno ram tal quest o ao apresentarem o passado alternativo como passado atual como a j citada O homem do ca

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