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O hipertexto em tradução

1. em refer ncia a um livro vitoriano Enquire within upon everything que ele desenvolveu em 1980 como programador contratado pelo Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear Centre Europ an pour la R cherche Nucleaire CERN em Genebra Su a Em parte devido tamb m ao fato de Berners Lee ter feito o impens vel quando mais de uma d cada depois finalizou a cria o das ferramentas que definiram a estrutura b sica da Web ele as revelou com o consentimento do CERN sem impedimentos Enquanto outros ganharam milh es com esta inven o o programador de fala tranglila partiu para a funda o do World Wide Web Consortium W3C no Massachusetts Institute of Technology MIT que ele ainda dirige para promover globalmente os padr es e o desenvolvimento da Web Berners Lee est finalmente obtendo sua recompensa Em julho ele foi sagrado cavaleiro pela Rainha Elizabeth II e no m s anterior recebeu o Pr mio de Tecnologia Millennium condecora o finlandesa de um milh o de euros ofertada por feitos tecnol gicos not veis que diretamente promovem a qualidade de vida das pessoas baseados em valores humanos que encorajam o desenvolvimento econ mico sustent vel 1 Entrevista concedida a Mark Frauenfelder Dispon vel em lt http www technologyreview com Infotech 13784 gt 42 Agora nos novos escrit rios do Centro Ray e Maria Stata MIT projetado por Frank Gehry Berners Lee o ingl s de 49 anos est ocupa
2. um fato de leitura enquanto o hipertexto do qual falamos um construto inform tico de conex es e textos sendo que estes ltimos correspondem a arquivos ou partes de arquivos que podem ser afixados na tela do computador em janelas de dimens es vari veis Existem numerosos softwares de hipertexto Entre os pioneiros podemos apontar Hypercard Hyperties KMS Intermedia e Notecards Desde o surgimento da Web fala se sobretudo da gest o do texto em hipertexto da potente 1 Apud Genette 1982 p 8 60 linguagem de nota o que o SGML Standardized Generalized Markup Language e de seus derivados o HTML HyperText Markup Language ou mais recentemente o XML Extensible Markup Language Quanto gest o de ambientes multim dia utilizam se entre outros o Toolbook e o Director ou na Web o Java V rias taxonomias das linguagens de hipertexto foram apresentadas especialmente por Conklin e Halasz Historicamente o termo hipertexto foi criado em 1965 por Ted Nelson que com ele designava uma nova maneira de escrever ao computador na qual cada unidade textual poderia conduzir a um acesso n o sequencial O texto assim criado reproduziria a estrutura n o linear do pensamento em oposi o ao formato linear do livro do cinema ou da fala Nelson devia parte dessas id ias ao artigo prof tico de Vannevar Bush que desde 1945 visava a um gigantesco sistema de armazenamento do conhecimento humano por meio
3. A l gica tende a se tornar enormemente complexa e seria positivo sem d vida que ela fosse usada com maior assertividade As m quinas de an lise mais elevada v m sendo utilizadas como solucionadoras de equa es Est o come ando a surgir id ias sobre transformadores equacionais que rearranjar o as rela es expressas por uma equa o de acordo com a l gica estrita e um tanto avan ada O progresso 20 inibido pela maneira extremamente rudimentar utilizada pelos matem ticos ao expressar essas rela es Eles empregam um simbolismo que cresceu como o Topsy e tem pouca consist ncia um fato estranho neste campo t o l gico Um novo simbolismo provavelmente posicional deve ao que tudo indica preceder a redu o das transforma es matem ticas a processos mecanizados Ent o em torno da l gica estrita do matem tico encontra se a aplica o da l gica nas tarefas do dia a dia Poderemos algum dia extrair argumentos de uma m quina com a mesma seguran a com que incorporamos agora vendas em uma caixa registradora Mas a m quina da l gica mesmo a do modelo aerodin mico n o se comportar como uma caixa registradora Tanto esfor o feito simplesmente para a manipula o e o registro das id ias At ent o parece que estamos piores do que antes j que podemos estender os registros enormemente afinal mesmo o atual volume de registros dif cil de ser consultado Esse um problema muito maior do qu
4. Assim a ci ncia pode completar as maneiras com que o homem produz armazena e consulta o registro da ra a Isso pode ser atingido para delinear mais espetacularmente ferramentas do futuro o que prefer vel a coloc las pr ximas dos m todos e elementos agora conhecidos e submeter se ao desenvolvimento r pido como foi feito aqui As dificuldades t cnicas de todas as esp cies foram certamente ignoradas mas s o tamb m ignorados os meios ainda desconhecidos que podem qualquer dia acelerar o progresso t cnico t o violentamente quanto o advento de tubos termi nicos A fim de que a imagem n o se torne um lugar comum por raz o da inser o de testes padr o atuais pode ser melhor mencionar uma possibilidade e n o professar 29 para meramente sugerir pois a profecia baseada na extens o do que conhecido possui ess ncia quando a profecia fundada no desconhecido somente uma suposi o Todas as etapas de cria o ou coleta de material de registros acontecem a partir de um desses sentidos t til quando tocamos as teclas oral quando falamos ou escutamos visual quando lemos N o poss vel que algum dia a trajet ria em quest o possa ser estabelecida mais diretamente Sabemos que quando o olho v toda a informa o consequente transmitida ao c rebro por meio das vibra es el tricas que ocorrem no canal do nervo ptico Essa uma analogia exata com as vibra es el tricas que ocorrem
5. Pode parecer contrasenso publicar em papel artigos importantes que circulam h tanto tempo em meio virtual Mais do que isso textos que tratam de inform tica e hipertexto No entanto pareceu nos necess rio oferecer ao estudante de Letras ou de Comunica o Social se n o apenas a eles tamb m ao pesquisador desses temas t o multidisciplinares tradu es de textos que consideramos seminais para os estudos do hipertexto comum que se leiam artigos em portugu s em que Vannevar Bush Ted Nelson ou Juanals s o citados Pesquisadores de norte a sul do pa s mencionam a paternidade da id ia de hipertexto e a atribuem a Bush Mais adiante n o deixam de passar por Nelson quando o assunto a paternidade do termo hipertexto No entanto desconfiamos de que se trate de cita es de cita es apuds n o mencionados fios puxados ao infinito de artigos originais que quase ningu m leu Ou porque n o tenha tido tempo ou porque n o tenha encontrado disposi o ou porque ficou mais f cil citar da cita o de outrem ou porque n o se l o texto na l ngua original ingl s e franc s nestes casos A partir dessa constata o ou dessa desconfian a decidimos prop r um desafio turma de Oficina de Textos Edi o da Faculdade de Letras da UFMG no primeiro semestre de 2007 pesquisar traduzir editar revisar e publicar textos de autores seminais dos estudos de hipertexto nos Cadernos Viva Voz O desafio
6. Afinal como rep rter seus padr es de neglig ncia deveriam ser de prefer ncia delicados mas esse homem teve acesso absoluto a um grande n mero de informa es e eu acredito que ele foi extremamente como devemos dizer malicioso no uso dessas informa es e na forma como as transmitiu Por exemplo ele de um jeito muito engra ado fala sobre n s como se f ssemos amadores e descuidados e diz que cientistas de computador n o teriam concordado conosco Ent o de acordo com Wolf n s n o ramos cientistas de computador certo Ele fala de Roger Gregory meu bom amigo a quem ele chamou de falso e com quem foi muito mais sujo que comigo ele fala que Roger n o um pesquisador de elite nem um cientista da computa o Entretanto alguns par grafos depois ele menciona que Roger tinha desenvolvido um novo esquema de endere amento para a rede com base em aritm tica transfinita Agora eu n o sei o que o sr Wolf entende por cientista de computa o mas no meu mundo algu m que inventa um esquema de endere amento com base em aritm tica transfinita n o est colecionando selos Esta a ci ncia da computa o ou era aquela semana e isso coisa s ria Por pesquisador de elite eu suponho que ele tenha querido dizer pesquisador aben oado algo semelhante a ter PhD ou trabalhar na Xerox PARC ou ter licen a para beijar os p s desse e daquele Mas n s sozinhos est vamos fazendo um importante e corajo
7. es digitalizadas Al m disso redefine a materialidade das obras porque desata a liga o imediatamente vis vel que une o texto e o objeto que o cont m e d ao leitor e n o mais ao autor ou ao editor o poder sobre a composi o a divis o e a pr pria apar ncia das unidades textuais que ele quer ler Assim todo o sistema de percep o e de manipula o dos textos que se encontra em desordem Enfim lendo sobre a tela o leitor contempor neo reencontra alguma coisa do leitor da antiguidade mas e a diferen a grande ele l um rolo que se desenrola em geral verticalmente e que se encontra equipado com todos os localizadores pr prios do livro desde os primeiros s culos da era crist pagina o ndice tabelas etc O cruzamento de duas l gicas que determinaram os usos dos suportes precedentes da escrita o volumen e depois o codex define ent o de fato uma liga o ao texto completamente original Gra as a essas mudan as o texto eletr nico transformou os sonhos na realidade sempre inacabada de conhecimento que o procedeu Como a biblioteca de Alexandria ele promete a disponibilidade universal de todos os textos jamais escritos de todos os livros jamais publicados Como a pr tica de lugares comuns da Renascen a ele pede a colabora o do leitor que pode a partir de agora escrever ele mesmo no livro e portanto dentro da biblioteca sem muros da escrita eletr nica Como no projeto i
8. mento Cient fico Em um artigo intitulado As We May Think publicado em julho de 1945 na revista The Atlantic Monthly Bush propunha uma solu o ao crescente problema do armazenamento da informa o cient fica uma m quina o Memex Memory Extender permitiria armazenar consultar anotar e vincular informa es por meio de um sistema de telas transl cidas e de microfilmes instalados sobre uma estante e ativados por uma s rie de bot es e alavancas precisamente essa associa o entre diferentes fontes de informa es de maneira quase instant nea que confere ao Memex uma estrutura hipertextual A realiza o do ambicioso projeto de Vannevar Bush n o foi poss vel a tecnologia da poca era extremamente limitada para permitir isso Mas a id ia do Memex provavelmente influenciou seus sucessores j que desde meados dos anos 1970 esse que se conhece hoje sob o nome de hipertexto foi experimentado principalmente em manuais de instru o dire t rios cat logos de produtos e mais recentemente na edi o e na publica o de textos liter rios sobretudo a partir do fim dos anos 1980 que se desenvolve a tecnologia do hipertexto um software chamado Hypercard desenvolvido por Bill Atkinson que era ent o comercializado com os novos computadores Apple permitia ao usu rio criar e ler textos em camadas sobrepostas O software havia sido criado para computadores stand alone ou seja computadores independe
9. 34 14 LEBRAVE Jean Louis Introduction Genesis n 5 Paris Jean Michel Place Archivos 1994 p 7 58 Em suma a tecnologia do hipertexto cujas origens remontam aos anos 1940 experimentada hoje n o somente para os textos liter rios mas tamb m para textos de qualquer outra natureza que podem ser consultados proveitosamente no meio inform tico O hipertexto transforma as no es de autor e de leitor e coloca em quest o o conceito de texto Certas cr ticas v em na reflex o contempor nea sobre o hipertexto um movimento de continuidade das teorias liter rias existentes entre as quais o estruturalismo e o p s estruturalismo Como resume efetivamente Jean Louis Lebrave o hipertexto oferece outro modelo intelectual outra concep o de textualidade que contribuir para modificar consideravelmente a maneira de abordar o estudo do texto no campo dos estudos liter rios e tamb m mais extensamente modificar a rela o do leitor com o objeto texto todos os tipos de textos entrela ados Texto original MARCOTTE Sophie L Hypertexte Dispon vel em lt http www arts uottawa ca astrolabe articles art0003 htm gt Tradu o Nathalia Campos Rafael Figueiredo Revis o da tradu o Vivianne Ferreira Nelson S Fortes Cristina Souza Dutra Nathalia Campos Rafael Figueiredo Revis o final Elizabete Ferreira da Silva M rcia Cristina Lima de Ara jo M rcia Viana Soares e Maria Cristina do
10. Amaral Rezende 15 http www uottawa ca academic arts astrolabe aticles art0003 htm 59 Variedades do hipertexto Christian Vandendorpe Em inform tica a no o de hipertexto designa uma maneira de ligar diretamente informa es variadas de ordem textual ou n o situadas ou n o em um mesmo arquivo ou em uma mesma p gina atrav s de conex es subjacentes Devido a uma interface que abre largo espa o para elementos visuais e intuitivos como a cor e os cones o usu rio de um hipertexto pode localizar os campos de um documento no qual est o inseridas informa es suplementares e acess las direta mente com um simples clique no mouse A teoria liter ria tamb m utiliza o termo hipertexto por m em outro sentido Assim para Gerard Genette 1982 p 14 hipertexto designa todo texto derivado de um texto anterior por transforma o simples ou por transforma o indireta Nesse sentido Ulisses de James Joyce seria um hipertexto da Odiss ia de Homero De fato a no o de hipertexto hoje corrente tal qual nos vem da inform tica e da utiliza o da web seria mais pr xima no o de intertexto proposta primeiramente por Julia Kristeva Essa no o redefinida por Michael Riffaterre como sendo a percep o pelo leitor de rela es entre determinada obra e outras que a precederam ou a seguiram Mas ainda assim n o existe coincid ncia visto que o intertexto nesse sentido
11. Fortes Nath lia Campos Helo sa e Cristina Souza Revis o final Eliana da Mata Reis Helda de Paula F Oliveira e Isabela Alkimim Lomasso 70 O livro e a tela Acesso ao conhecimento da p gina do livro p gina tela Genevi ve Vidal entrevista Brigitte Juanals Doutora em Ci ncias da Informa o e da Comunica o Brigitte Juanals est vinculada ao ensino e pesquisa na UFR Comunica o da Universidade Paris III Sorbonne Nouvelle pesquisadora associada aos laborat rios CRIS SERIES Centre de Recherche sur l Information Sp cialis e Section de Recherche sur les Industries Electroniques du Savoir dirigido por Jacques Perriault da Universidade Paris X Nanterre e CHRIME Centre d histoire et des r cits de l information et des m dias r seaux en Europe dirigido por Michael Palmer da Universidade Paris III Sorbonne Nouvelle autora do Dictionnaire de l Internet et du multim dia bilingue fran ais anglais Pocket Havas Poche 2000 co autor James Benenson ENST Na rea de edi o Brigitte Juanals especializou se na escrita de obras destinadas ao p blico adulto em dois dom nios as tecnologias da informa o e a ling stica elabora o de thesaurus dicion rios gram ticas e m todos de idiomas segundo a problem tica em torno do acesso informa o em diferentes suportes e dispositivos de comunica o do conhecimento Captain doc Voc poderia apresentar sua pesquisa a respeito
12. Mas novamente eu tomei uma grande meta como uma unidade simples e ent o entreguei a outros que a tomaram como uma unidade simples e fizeram dela uma meta maior Portanto adiaram seu tratamento como uma situa o bem definida CR Bem certamente o sistema Xanadu tem passado por altos e baixos e alguns at diriam uma hist ria tr gica TN Bem eu concordaria com o tr gico mas n o com os altos e baixos Agora n s estamos tendo uma discuss o sobre qual a melhor maneira de colocar o sistema na rede porque ele continua funcionando melhor que em 1992 e at onde eu sei ele pode ser conclu do CR H um artigo publicado recentemente na revista Wired que adotou um ponto de vista muito cr tico em rela o ao Projeto Xanadu Eu sei porque recebi um e mail seu em que voc dizia que achava o artigo quase difamat rio TN Quase n o definitivamente 38 CR Ok definitivamente difamat rio Voc se importaria de comentar esse artigo da Wired a que muitos dos nossos ouvintes provavelmente t m acesso TN Claro Bem isso uma quest o de ponto de vista e integridade pessoal As pessoas enxergam o mundo de maneiras diferentes e o rep rter cujo nome Gary Wolf deixa seus preconceitos muito claros no artigo Mas eles n o eram de nenhuma forma claros quando ele acrescentou t o encantadoramente seu ponto de vista sobre minha confid ncia Agora claro eu tenho geralmente adotado o ponto de vista de que a post
13. No futuro a Web Sem ntica ser de fato um grande espa o para o desenvolvimento da Intelig ncia Artificial Mas por agora estamos elaborando algo um tanto mec nico apesar de estarmos utilizando bits e pe as dos mecanismos desenvolvidos pela comunidade da Intelig ncia Artificial ao longo dos anos TR Essa tarefa parece algo imenso e imposs vel Como essa tecnologia trabalha B L A tecnologia da Web Sem ntica opera em dois est gios com este problema O mais banal o formato de dado comum Voc pode pegar uma base de dados um calend rio uma agenda um extrato banc rio ou uma previs o do tempo basicamente dados brutos e fazer com que a m quina os escreva na linguagem b sica da Web Sem ntica em vez de em algum formato particular ou formato espec fico de certo aplicativo Isso resolve o problema sint tico Entretanto ainda o problema sem ntico n o se resolve Para tal primeiramente a Web Sem ntica d nomes aos conceitos b sicos envolvidos nos dados data e hora um evento um tal o de cheques uma transa o temperatura press o e lugar Tudo isso definido apenas para sinalizar aquilo que eles significam no sistema que produz os dados por exemplo Dados de transfer ncia que obtive em um extrato banc rio e assim por diante Este conjunto de conceitos chamado de ontologia Assim onde h conex es entre ontologias como por exemplo quando a data e a hora de uma fotografia s
14. Por ltimo a leitura ser incentivada por diversos m todos interativos que produzem sobre a p gina efeitos que podem estimular a curiosidade e o interesse do leitor A realiza o de um hiperlivro ou de um hipermanual exige da parte do autor escolhas estrat gicas constantes A distribui o dos elementos de informa o coloca um problema central pelo fato de que cada unidade textual prim ria deve permitir a caracteriza o por um t tulo medida que significativo para o usu rio o t tulo permitir n o s encontrar facilmente os elementos de informa o procurados como tamb m guardar um vest gio das p ginas percorridas quando da sa da do hipertexto Dessa maneira o leitor poder verdadeiramente exercer um controle sobre o texto em vez de ser controlado por ele ou navegar s apalpadelas 3 Esse texto foi extra do do livro Du papyrus I hypertexte Essai sur les mutations du texte et de la lecture Montr al Bor al et Paris La D couverte 1999 69 Bibliografia GENETTE G Palimpsestes Paris Seuil 1982 LAURETTE P Lettres et techne Montr al Balzac 1993 MINSKY M The society of mind New York Simon and Schuster 1985 Vers o CD ROM 1996 Texto original VANDENDORPE Christian Variet s de Vhypertexte Dispon vel em lt http www arts uottawa ca astrolabe articles art0005 htm gt Tradu o Viviane Ferreira Revis o da tradu o Viviane Ferreira Rafael Figueiredo Nelson S
15. Recordemos que ap s a inven o do codex e do 12 Cf Daniel Schneidermann Les folies d Internet Paris 2000 en particulier le chapitre 11 consacr la documentation sur I Holocauste tr s largement n gationniste telle que la rep rent diff rents moteurs de recherche p 145 156 13 Pierre LeLoarer Les substituts du livre livres et encres lectroniques in Les Savoirs d rout s p 111 128 14 Aqui feita uma compara o que sinaliza a disparidade entre a ordem do papel impresso e a do texto digital O autor utiliza de fato a forma tinta eletr nica do mesmo jeito que m quinas eletr nicas para se referir impressora N T 88 desaparecimento do rolo o livro entendido como uma simples divis o dos discursos correspondia muitas vezes materialidade textual de um antigo rolo Por outro lado a revolu o eletr nica que parece o come o universal pode tamb m aprofundar e n o reduzir as desigualdades O risco de que haja um novo iletrismo definido n o mais pela incapacidade de ler e escrever mas pela impossibilidade de acesso s formas de transmiss o da escrita que n o s o de gra a longe disso grande A correspond ncia eletr nica entre o autor e seus leitores trocas que resultam na co autoria de um livro que n o se fecha nunca mas continua atrav s de seus coment rios e interven es torna poss vel uma rela o que os pr prios limites da edi o im
16. acionada por bot es pouco tempo necess rio para trazer o cart o correto a uso um segundo suficiente para a opera o toda ser realizada Todo o registro no cart o pode ser feito por pontos magn ticos em uma folha de a o em vez de pontos a serem observados opticamente seguindo o esquema pelo qual Poulsen h muito tempo magnetizou a fala Esse m todo tem a vantagem de ser simples e de f cil apagamento Pode se contudo por meio de fotografia tentar projetar o registro dist ncia em um formul rio ampliado de forma semelhante ao processo comumente utilizado em aparelhos de televis o 23 melhor considerarmos a sele o r pida para este formul rio e deixarmos a proje o dist ncia para outras finalidades Ser capaz de acionar uma folha entre milh es por meio de um operador em um segundo ou dois com a possibilidade de adicionar notas a ela til de diversas maneiras Isso pode ser inclusive usado nas bibliotecas mas aqui j outra hist ria Seja qual for a velocidade desejada diversas combina es interessantes s o poss veis Pode se por exemplo falar em um microfone da mesma maneira como se faz com a m quina de escrever acionada por voz e assim realizar sele es Isso com certeza superaria o trabalho do velho conhecido arquivista 6 O problema central da sele o entretanto vai al m de um simples retardo na ado o de mecanismos pelas bibliotecas ou de falta de desenvolvim
17. fazer crescer tendo por derivado auctoritas autoridade de um discurso aquele que est autorizado a propor uma vis o particular do seu mundo sobre o plano do conte do e da estrutura o desse conte do dentro da vis o organizadora do discurso A tecnologia din mica hiperm dia permite realmente ao leitor assumir uma parte da autoridade organizadora verdade que o autor n o disp e mais da autoridade suprema total sobre o plano da estrutura o do discurso j que imposs vel antecipar todas as combina es de escolhas poss veis do leitor No entanto essa forma de liberdade vigiada promove a evolu o de uma abordagem centralizadora versus uma abordagem descentralizadora A navega o pelas conex es sem nticas n o vai for osamente no sentido de uma autonomiza o do leitor na medida em que esse tipo de conex o foi prevista pela inst ncia conceitual Em contrapartida as possibilidades de navega o ligadas ao hipertexto total tornam o corpus 74 acess vel em todos os pontos segundo uma multiplicidade de crit rios quer no interior de um texto pelas conex es internas quer no exterior pelas conex es externas dos sites armazenados nos servidores em rede que afastam os limites da intertextualidade quase ao extremo estado de dissolu o dos textos Essas especificidades t cnicas e de acesso via interfaces programadas franqueiam ao leitor uma organiza o predefinida tornando acess vel uma infi
18. o ou m quina e falar diretamente ao dispositivo de grava o Ele o far indiretamente falando a um esten grafo ou a um cilindro de cera mas os elementos ser o todos mostrados se ele desejar ter sua conversa diretamente datilografada Tudo o que ele precisa fazer tirar vantagem de mecanismos existentes e alterar sua linguagem Recentemente foi apresentada uma m quina chamada Voder Uma garota pressionou as teclas e emitiu se uma fala reconhec vel Nenhuma corda vocal humana participou do procedimento em qualquer momento As teclas combinaram simplesmente algumas vibra es produzidas eletricamente e passaram para um alto falante Nos Laborat rios Bell tamb m se inventou uma m quina chamada Vocoder O alto falante substitu do por um microfone que capta o som Algo falado 15 e as teclas correspondentes se movem Esse pode ser um elemento do sistema postulado O outro elemento encontrado no esten grafo um tanto incomum encontrado geralmente em reuni es Uma menina digita suas teclas languidamente Disso surge uma tira datilografada que grava em uma l ngua foneticamente simplificada o que o falante tenha dito Mais tarde essa tira redatilografada na l ngua comum porque seu registro s compreens vel para quem o domina Combinar esses dois elementos permitir que o Vocoder funcione com o esten grafo resulta em uma m quina que datilografa quando se fala Nossas l nguas atuais n o est o adapt
19. quinas de perfurar cart es em que as opera es separadas s o delegadas geralmente a uma s rie de m quinas e os cart es transferidos de uma pessoa a outra Essas s ries s o muito teis mas como os c lculos s o complexos ambas s o apenas embrion rias A calculadora el trica r pida apareceu logo depois que os f sicos acharam importante contar raios c smicos Para 17 essas finalidades os f sicos constru ram o tubo termi nico capaz de contar impulsos el tricos na taxa de cem mil por segundo As avan adas m quinas aritm ticas do futuro ser o el tricas e superar o em cem vezes ou mais as de hoje Al m disso ser o muito mais vers teis do que as m quinas atuais de modo que possam ser adaptadas para uma grande variedade de opera es Ser o controladas por um cart o ou por uma fita selecionar o seus pr prios dados e os manipular o de acordo com as instru es nelas introduzidas executar o c lculos aritm ticos complexos em velocidades muito elevadas e registrar o resultados a ponto de estarem dispon veis para a distribui o ou para uma futura manipula o Tais m quinas ter o enorme capacidade de armazenamento Uma delas receber instru es e dados a partir de uma sala cheia de garotas munidas de um simples cart o perfurado e entregar folhas de resultados computados num intervalo de poucos minutos Haver sempre algo para computar enquanto houver milh es de pessoas fazendo tarefas compl
20. a ind stria focada na implementa o destes padr es Conjuntos de ferramentas da HP e da IBM integrando aplicativos da Adobe solu es de gerenciamento de conte do inteligente da Profium e da Brandsoft e mecanismos de busca da Network Inference todos est o trabalhando para a cria o da Web Sem ntica em v rias escalas Estas e outras tecnologias est o sendo adotadas por comunidades que por sua vez revolucionam como estes grupos se comunicam e colaboram Isso o que ocorre com as ci ncias da vida sobre as quais falamos anteriormente No Reino Unido o Diret rio do Ambiente da Web Sem ntica SWED Semantic Web Environmental Directory um prot tipo de um novo tipo de subdivis o de ambiente das organiza es e dos projetos Mais que centralizar o armazenamento o gerenciamento e a propriedade da organiza o o SWED simplesmente colhe dados e os utiliza para criar um diret rio Em uma perspectiva social h um aplicativo apelidado de Fatcats da FoafCorp um projeto da Web Sem ntica que estende o formato FOAF s entidades corporativas que lhe permite escolher uma companhia e lhe mostra quem est no plantel dela expondo um gr fico de pessoas conectadas Quando voc clicar em uma das pessoas ele lhe mostrar todos os plant is de que ela faz parte Voc pode come ar explorando as esferas de influ ncia na cultura corporativa americana empolgante quando voc descobre que uma dessas pessoas tem um arquivo FOAF e v
21. e mais ou menos inadequados Por cinquenta anos os pap is impregnados foram usados para se tornarem escuros em qualquer ponto onde fossem tocados por corrente el trica por causa da mudan a qu mica ent o produzida em um componente de iodo inclu do no papel Eles vinham sendo usados para fazer registros a partir de uma agulha que se move atrav s deles e deixa uma trilha Se o potencial el trico da agulha variar em movimento a linha se torna clara ou escura de acordo com o potencial Esse esquema atualmente utilizado para o fac s mile A agulha desenha uma s rie de linhas espa adas uma ap s a outra no papel Enquanto ela se move seu potencial muda 12 de acordo com a corrente vari vel recebida pelos fios de uma esta o remota onde esses comandos s o gerados por uma fotoc lula que vai escaneando uma imagem A todo momento a intensidade da linha desenhada fica de acordo com a intensidade de preto dos pontos da imagem que est sendo escaneada pela fotoc lula Ent o quando a imagem est inteiramente escaneada uma r plica dela foi desenhada pelo dispositivo receptor A imagem pode ser t o vista linha por linha pela fotoc lula quanto se tirasse uma fotografia da imagem Uma c mera constitu da por todo esse aparato com seus recursos adicionais que podem ser dispensados caso se queira e se deseje fazer a imagem dist ncia Isso lento e a imagem pobre em detalhes Agora isso oferece outro processo par
22. e conclus es de milhares de outros pesquisadores conclus es que quando surgem n o nos d o tempo de compreender muito menos de lembrar Contudo a especializa o se torna cada vez mais necess ria para o progresso e o esfor o de construir uma ponte entre disciplinas evidente Nossos m todos profissionais de transmiss o e revis o de resultados de pesquisa s o antigos e agora totalmente inadequados para sua finalidade Se o tempo agregado gasto em escrita e leitura de trabalhos escolares cient ficos pudesse ser avaliado a rela o entre essas quantidades de tempo poderia ser surpreendente Aqueles que tentam conscientemente manter se atualizados com a leitura cont nua mesmo em campos restritos podem calcular quanto esfor o por m s foi gasto Uma gera o deixou de conhecer o conceito de Mendel sobre as leis da gen tica porque a publica o n o chegou ao pouco p blico que era capaz de alcan ar Esse tipo de cat strofe sempre se repete entre n s enquanto as realiza es verdadeiramente significativas s o perdidas na massa do inconsciente A dificuldade n o parece estar no fato de publicarmos pouco em rela o extens o e variedade dos interesses atuais mas ao fato de as publica es estarem muito al m de nossa capacidade atual para fazer uso efetivo desses registros O ac mulo de experi ncia humana cresce assustadoramente e os meios que usamos para abrir caminho no labirinto dos itens mais importa
23. efetua Cada percurso de leitura d lugar a um novo texto e resulta por consegi ncia em novas interpreta es Assim o hipertexto constru do ao mesmo tempo de acordo com a l gica do autor e do leitor Cada unidade textual pode ser inclu da em v rios itiner rios de leitura e o seu significado depender do caminho percorrido para se chegar at ela O texto n o por conseguinte mais uma simples sequ ncia de p ginas impressas em que as informa es s o apresentadas numa ordem a priori imut vel e cujo formato sugere que as linhas sejam lidas umas ap s as outras do primeiro ao ltimo par grafo Alguns estudiosos do hipertexto como George P Landow e Ilana Snyder t m insistido no fato de que essa mudan a em rela o s no es de autor leitor e texto insere se na mesma linha de pensamento dos trabalhos estrutura listas e p s estruturalistas como os de Roland Barthes Michel Foucault e Jacques Derrida A no o de texto como rede que se situa no pr prio fundamento da teoria do hipertexto aproxima se em certos aspectos da corrente de pensamento estruturalista na qual a id ia de interdepend ncia e de trocas coloca se como premissa absoluta Os estruturalistas percebem de fato o pensamento como um sistema de trocas uma rede em que n o h um n cleo central mas v rios conjuntos que interagem uns com os outros A id ia de rede em que se baseia o hipertexto refletiria principalmente a no o q
24. existe daqui para frente uma multiplicidade Cabe ao leitor tra ar ele mesmo aquele com o qual se identifica resultado da navega o e da agrega o de dados de fontes muito diversas sempre singular pontual e local j que a tecnologia interativa n o pode de maneira alguma substituir sua atividade intelectual e a interatividade virtual bem distinta da intera o mental Genevi ve Jacquinot e do sentido que o leitor d ao seu esfor o de pesquisa C d Como ficam as media es cl ssicas na internet acesso aos documentos s informa es s leituras e aos estudos desses conte dos Como fica principalmente o papel do documentalista BJ Nas redes as caracter sticas t cnicas de acesso informa o est o livres das limita es espa o temporais e se 76 combinam com a utiliza o obrigat ria de um programa o navegador como interface de visualiza o e acesso aos dados na tela Elas suprimiram todo o objeto e impuseram via tela do computador os espa os virtuais Essa intensa desmaterializa o foi refor ada pela utiliza o de um mesmo navegador por todos e pelo confronto com a imensid o e a heterogeneidade da informa o reticulada apresentada de maneira homog nea e unificada Todos os recursos qualquer que seja a sua origem todos os produtores de informa o independentemente de seu estatuto beneficiam nos espa os virtuais reticulares as condi es de acesso e de visualiz
25. humana tomando o encargo do armazenamento mem ria externa e realizando uma parte das tarefas de pesquisa de filtragem ou de classifica o de dados mas deixa ao pesquisador quest es subjetivas e contextuais relativas s suas finalidades s suas escolhas e constru o de sentido Dentro desses ambientes o leitor usu rio conserva o papel de leitor adquirindo uma margem de manobra tradicionalmente reservada ao editor dentro do livro ele se v acima de tudo em confronto com as dif ceis escolhas de suas fontes ainda que pr sele es propostas s vezes para ajud lo Ele pode modificar e personalizar as modalidades de edi o e visualiza o de dados personalizar 78 as interfaces dos softwares nos planos da sua configura o e do seu conte do e constituir documentos tem ticos pessoais dossi s pessoais de dados e cadernos de assinatura dos internautas Essas evolu es na escolha de fontes de informa o de percursos de navega o hipertextuais singulares e de meios de acesso consulta e conserva o de dados caminham para a autonomiza o crescente dos leitores e para a personaliza o das pr ticas de leitura No espa o informacional global e aberto da Internet imensos grupos de informa es dispersas se apresentam de forma fragmentada muito heterog nea nos planos da forma da qualidade da classifica o e do acesso inst veis em v rios n veis pouco estruturados e em permanente renova
26. mais cr tico e um comportamento aut nomo em fun o de seus objetivos de pesquisa Nos ambientes internos aos dispositivos hiperm dias em rede o leitor levado a reconstruir o sentido a partir do 75 conte do colocado disposi o ou potencialmente dispon vel se n o quiser se perder em um excesso de comunica o que traz o perigo da implos o do sentido e do reino dos simulacros Jean Baudrillard Deve se propor uma grande quantidade de dados e de funcionalidades como os recursos de navega o e manipula o do conte do que constituem as muitas incita es a o sobre esse conte do para a interfer ncia no seu sentido As interfaces veiculam uma mensagem cujo enunciado transforma a posi o e o papel do leitor que uma vez assim interpelado converte se em leitor engajado numa rela o n o com o enunciador mas com o software que cria a ilus o de dirigir se a ele de maneira particular Essa interven o ativa do leitor modifica o seu papel ele n o mais o leitor de um livro cujo discurso para ser lido compreendido e assimilado mas ao qual resta basicamente o exterior pelo menos no momento em que inicia a leitura Ele se acha situado no centro de um texto e de um di logo a ser constru do entre ele mesmo e os dados de sua escolha em que solicitado a engajar se conforme um processo de reconstru o do sentido que ele deve desvelar N o h mais um nico percurso em dire o ao conhecimento
27. membros no exame cr tico dos discursos trocados A comunica o dist ncia livre e imediata que as redes autorizam pode conter uma ou outra dessas virtualidades Ela pode conduzir perda de toda refer ncia comum separa o das identidades exacerba o dos particularismos ou pode impor a hegemonia de um modelo cultural nico e a destrui o mutiladora das diversidades Por m ela pode tamb m trazer uma nova modalidade de constitui o e de transmiss o dos conhecimentos que n o ser o mais apenas registros de ci ncias j estabelecidas mas igualmente maneira das correspond ncias ou dos peri dicos da antiga Rep blica das Letras uma constru o coletiva do conhecimento atrav s de trocas de informa es de habilidades e de sabedorias Se na recente navega o enciclop dica embarcasse cada um em seus navios ela daria assim total realidade espera universal que ainda acompanha os esfor os feitos para incluir 17 Sur la technique des lieux communs la Renaissance cf Francis Goyet Le sublime du lieu commun l invention rh torique la Renaissance Paris 1996 Ann Blair The Theater of Nature Jean Bodin and Renaissance Science Princeton 1997 Ann Moss Printed Commonplace Books and the Structuring of Renaissance Thought Oxford 1996 18 Immanuel Kant Beantwortung der Frage Was ist Aufkl rung R ponse la question Qu est ce que les Lumi res in Qu est ce que les Lumi res ed Je
28. mundo f sico Pode se at mesmo tentar compreender o jogo de p quer inteiramente por meio do uso da matem tica de probabilidade O baco com suas contas penduradas em fios paralelos conduziu os rabes numera o posicional e ao conceito de zero muitos s culos antes do resto do mundo Foi uma ferramenta til t o til que ainda existe O caminho longo entre o baco e a calculadora moderna Um longo passo tamb m precisar ser dado at alcan armos a m quina aritm tica do futuro Mas mesmo esta nova m quina n o levar o cientista aonde ele precisa ir O aux lio de laboriosa e detalhada manipula o de matem tica avan ada deve ser devidamente assegurado se seus usu rios estiverem dispostos a abrir a mente para algo al m de repetitivas transforma es detalhadas de acordo com regras preestabelecidas Um matem tico n o um homem que consegue prontamente manipular somas geralmente ele n o consegue Ele tampouco algu m que pode realizar as transforma es das equa es por meio de c lculos Ele antes de tudo algu m habilitado ao uso em plano elevado da l gica simb lica e especialmente um homem que possui julgamento intuitivo na escolha do processo manipulativo que vai empregar O matem tico deve controlar tudo por meio de seu mecanismo t o seguramente quanto controla a propuls o de seu carro por meio do intrincado mecanismo instalado sob o 19 cap Somente ent o a matem tica va
29. numa pesquisa encontra outro item pertinente e tenta agrupar os dois Assim ele vai construindo uma trilha de muitos itens Ocasionalmente introduz um coment rio pr prio ou conectando o no atalho principal ou juntando o por um atalho lateral para um item particular Quando fica evidente que as propriedades el sticas de materiais dispon veis est o associadas ao uso no arco ele insere uma trilha secund ria que o leva pelos textos base sobre elasticidade e notas a respeito de materiais Ele introduz uma p gina de sua autoria por extenso Assim constr i um atalho de seu interesse atrav s de labirintos de materiais dispon veis E seus atalhos n o se desvanecem Alguns anos mais tarde uma conversa com um amigo aborda a estranha maneira como as pessoas resistem a inova es at mesmo aquelas de vital interesse Ele d o exemplo de que os europeus ressentidos ainda n o conseguiram adotar o arco turco De fato ele tem uma trilha a esse respeito Uma tecla traz o livro c digo O toque em algumas teclas projeta o in cio da trilha Um marcador percorre os itens parando nos que est o mais relacionados e desprezando os que s o secund rios Trata se de uma trilha interessante e pertinente ao tema Assim aciona o gravador fotografa a trilha e passa a ao amigo para a inser o em seu pr prio Memex para ser ligado trilha mais geral 8 Os novos tipos de enciclop dias aparecer o j completamente com amontoados de trilhas
30. o A l gica da rede a l gica de fluxo Os dados se apresentam em forma modular e parcial suportes documentos e dados s o em seguida dissociados consider vel a amplitude das mudan as operadas na sele o na organiza o na apresenta o e no acesso a um corpus de informa es transformado pela l gica de fluxo ao qual est exposto bem como pelos meios ent o postos disposi o para acess lo As classes tem ticas topol gicas cronol gicas pelos tipos de documentos etc justapostas ou combinadas permitem um reajuste permanente calculado em tempo real em fun o das necessidades do leitor A escolha de um ou v rios modos de classifica o fica a cargo do pr prio leitor em fun o de um objeto de pesquisa que ele deve definir previamente A multiplicidade a flexibilidade e a diversidade de escolhas de estrutura o adapt veis aos dados bem como os modos de organiza o e de classifica o s o caracter sticos dos dispositivos hiperm dia O espa o transformou se consequentemente em mut vel e semanticamente estruturado os reajustes din micos combin veis e variados sobrep em se As vantagens das bases de dados hiperm dia em termos de modos de armazenamento de organiza o e de acesso ao corpus em rela o s vers es impressas s o ineg veis multiplicidade de pontos de acesso no corpus 79 automatiza o das conex es utiliza o de filtros sem nticos cruzamento de crit rios
31. o que abre e fecha o obturador pode passar por dentro da manga do fot grafo e ser facilmente alcan ado por 11 seus dedos Um clique r pido e o retrato tirado Em um par de vidros comuns est um quadrado de linhas finas perto do alto de uma lente que afastado da vis o comum e quando um objeto aparece naquele quadrado ele est alinhado sua imagem Enquanto o cientista do futuro se move em seu laborat rio ou campo cada vez que olha algo digno de registro aciona o obturador sem nem um clique aud vel Isso tudo fant stico A nica coisa fant stica a id ia de fazer tantas imagens quantas forem poss veis Haver fotografia seca J existe isso de duas maneiras Quando Brady fez suas imagens da Guerra Civil a chapa precisava estar molhada durante a exposi o agora precisa ser assim durante o desenvolvimento No futuro talvez n o precise mais ser molhada Houve por muito tempo filmes impregnados com as tinturas diazo que formam uma imagem sem desenvolvimento de modo que j estejam l assim que a c mera for operada Uma exposi o ao g s de am nia destr i a tintura n o exposta e a imagem pode ent o ser removida na luz e ser examinada O processo agora lento mas algu m pode aceler lo e n o h nenhuma dificuldade como as que agora mant m os pesquisadores ocupados Isso vai ser vantajoso quando se puder fotografar e ver imediatamente a imagem Processos em uso atualmente s o igualmente lentos
32. op es de busca avan ada e utiliza o de operadores booleanos para conduzir as pesquisas que abarquem diversos crit rios que sejam instant neas e que possibilitem precis o dos resultados Notemos que todas essas caracter sticas se encontram tanto em um arquivo hipertexto desconectado quanto em arquivos hipertextuais de dados em rede A ordem enciclop dica imaginada por Diderot que se assenta sobre o encadeamento de conhecimentos pela transversalidade da organiza o global e que era ent o muito dif cil de p r em pr tica e sobretudo manter no suporte do livro plenamente realizada nos ambientes hiperm dia A possibilidade de automatiza o das conex es calculadas gerenciadas pelo software torna poss vel o acesso a todos os pontos das imensas bases de dados sempre em detrimento de um ambiente sem ntico que o leitor teria a tarefa de reconstituir Al m disso as t cnicas adotadas foram reservadas aos usos e aos p blicos profissionais e sua disposi o em obras destinadas ao grande p blico faz surgir problemas potenciais ligados a uma utiliza o adaptada e eficaz C d Pode se falar numa cultura digital e numa cultura de rede como se pode falar de uma cultura do texto e do livro a fim de apreender os desafios dessa nova rela o com a hiperm dia BJ Prefiro a esse respeito empregar o termo cultura de acesso informa o digital O espa o de comunica o criado pelo livro um disp
33. para dentro dos pr prios slots N o dessa forma Escrever da maneira como porque cada palavra geralmente tem algum tipo de significado Encontrar esses significados e fazer com que eles sejam mais teis para mim a grande quest o A publica o vai ser a extens o da literatura dentro do dom nio da interatividade multidimensional de muitos encadeamentos das formas imediatas Ent o o Xanadu tem sido basicamente o nome que eu dei para um desenvolvimento mas indispens vel para o abastecimento e a apresenta o de material em duas rela es b sicas a que chamaremos de link uma conex o imut vel entre objetos ou partes que s o diferentes e a transclus o uma conex o sustentada entre partes que s o as mesmas CR Parece que o sistema Xanadu h v rios anos vem resolvendo muitos problemas pertinentes que apenas hoje est o come ando a aparecer na World Wide Web Mas ainda assim a www conseguiu ser at agora o paradigma de hipertexto dominante Atualmente quando voc fala de hipertexto a vasta maioria das pessoas nos Estados Unidos pensa em Netscape ou Mosaic e essa a no o de hipertexto Agora que a www t o dominante o que o 8 Slots s o os locais da placa m e de um computador onde se colocam placas e acess rios N T Liga o de um documento com outro N T 36 Xanadu tem que mudar para se encaixar na nova realidade do mundo www TN Essa uma boa pergunta Eu conti
34. para seu bem Ainda na aplica o da ci ncia para as necessidades e desejos do homem isso parece ser um est gio particularmente desafortunado no qual se pode terminar o processo ou perder a esperan a no porvir Texto original BUSH Vannevar As we may think The Atlantic Monthly julho 1945 31 Tradu o Ana Paula Santos Deborah vila e Juliana Gon alves Revis o da tradu o Deborah vila Felipe Martins Juliana Gon alves e Ana Elisa Ribeiro Revis o final Eliane Estev o Elmary Aquino Juliana Souza e Ma sa Rodrigues 32 Oralidade e hipertexto uma entrevista com Ted Nelson Jim Whitehead No in cio de junho passado recebemos um e mail pungente de Ted Nelson repassado por um amigo a respeito de um artigo publicado na revista Wired Nossa c pia da Wired continua sem ser lida na crescente pilha ler alguma hora embora n s tenhamos reparado no artigo sobre o Xanadu projeto de hipertexto de Nelson O e mail nos deixou vacilantes A edi o de junho da revista Wired cont m um artigo extremamente ofensivo e difamat rio intitulado A maldi o de Xanadu escrito por Gary Wolf que pretende ser o obitu rio do projeto Xanadu O artigo uma afronta aos ex alunos e veteranos do Projeto Xanadu uns cing enta ao longo desses anos que tenta fazer nosso esfor o parecer imposs vel e est pido Um r pido hist rico ajudar a colocar essa mensagem em perspectiva A maioria dos cole
35. que voc pode ler mas n o pode manipular O aspecto chave que estes dados existem mas os computadores n o sabem o que eles s o e como eles se relacionam Voc n o pode criar programas para us los No entanto quando houver uma Web de dados sem nticos globais interessantes poder o ser combinados dados conhecidos com desconhecidos Nossas vidas ser o enriquecidas por esses dados aos quais ainda n o tivemos acesso e estaremos aptos a criar programas que de fato auxiliem pois eles ser o capazes de entender os dados que l est o muito mais que apenas apresent los a n s na tela do monitor TR Como a Web Sem ntica entende os dados B L Suponha que voc esteja navegando pela Web e que encontre o an ncio de um semin rio ao qual voc decida ir 44 Agora h todo o tipo de informa o nesta p gina que acess vel a voc mas o seu computador n o sabe o que isso significa Assim sendo voc deve abrir um novo item no calend rio e colar a informa o l A partir da pegue sua agenda e adicione novos itens para as pessoas envolvidas no semin rio E ent o se voc desejou tudo por completo encontre a latitude e a longitude do semin rio e programe isto em seu Sistema de Posicionamento Global GPS para que possa encontr lo muito trabalhoso fazer tudo isso manualmente O que voc gostaria de fazer apenas dizer ao computador Estou indo a este semin rio Se houvesse uma vers o Web Se
36. seria um lugar para conte do da Web para dispositivos m veis Mas haveria somente uma URL ou endere o eletr nico para alguma coisa Segregar conte do dentro de um cercado mobi um modo errado de faz lo N s temos muitos padr es no W3C para proporcionar a um website um desempenho otimizado ainda que voc esteja olhando para ele em um telefone celular ou em uma tela enorme Mas obviamente se voc coloca mobi no final do nome do dom nio ent o voc est dizendo Este um lugar especial para coisas que voc pode ver no seu telefone celular TR E sobre outros dom nios priorit rios biz info etc que t m sido propostos para substituir a fragmenta o do nome no dom nio com B L Adicionar novos dom nios no n vel de dom nios priorit rios n o ajudar com isto As pessoas se lembram do segmento entre www e com De modo que se existir um info ou um biz depois dele isso seria algo que apenas as confundiria Isso significa que elas teriam de se 50 lembrar do todo e n o somente da marca entre o www e o ponto Tamb m claro voc teria um sistema de quotas de registro para transa es financeiras Pequenas companhias ou indiv duos que t m um dom nio poderiam sentir que a fim de se evitar confus o teriam que continuar comprando outros dom nios Apenas o aluguel anual para uma fam lia adicionar mais um bocado sua c
37. transforma o da rela o com o texto dedicado a explorar o impacto da Internet sobre a leitura a escrita e a difus o do conhecimento Co organizado pela Biblioteca P blica de Informa o BPI do Centro Pompidou pelo Instituto Jean Nicod pela Associa o EURO EDU e por GiantChair de outubro de 2001 a mar o de 2002 Texto original VIDAL Genevi ve L crit et l cran Acc s aux savoirs de la page du livre l page cran lt http www captaindoc com interviews interviews08 html gt Tradu o Viviane Ferreira Nathalia Campos Revis o da tradu o Rafael Figueiredo Nelson S Fortes Nath lia Campos Helo sa e Cristina Souza Revis o final Maria Geralda Neves Marta Rocha Costa e Doraci Dalva de Souza 81 Leitores e leituras na era da textualidade eletr nica Roger Chartier Fala se da desapari o do livro eu creio que imposs vel Jorge Luis Borges Em 1968 em um ensaio que se tornou c lebre Roland Barthes associou a onipot ncia do leitor morte do autor Destronado de seu antigo poder supremo por meio da linguagem ou para ser mais exato por meio das diversas escritas que prov em de in meras culturas e que entram umas com as outras em di logo par dia e contesta o o autor cedeu sua preemin ncia ao leitor aquele que re ne em um mesmo campo todos os tra os em que se constitui a escrita A leitura foi ent o compreendida como o local em que o sentid
38. 1 93 papel decisivo Certamente a revolu o eletr nica surge significando o seu fim A comunica o dist ncia dos textos eletr nicos torna pens vel sen o poss vel a universal disponibilidade do patrim nio escrito ao mesmo tempo em que n o coloca mais a biblioteca como local de conserva o e de comunica o desse patrim nio Todo leitor seja qual for o local de sua leitura poderia receber n o importa quais os textos que constituem essa biblioteca sem muros e mesmo sem localiza o onde estariam idealmente presentes em uma forma digital todos os livros da humanidade O sonho fascina mas ele n o deve ser extraviado Antes de tudo preciso lembrar fortemente que a convers o eletr nica de todos os textos cuja exist ncia precede a inform tica n o deve de jeito nenhum significar o afastamento o esquecimento ou pior a destrui o dos manuscritos ou dos impressos que desde muito antes n s mantemos Mais do que nunca talvez uma das tarefas essenciais das bibliotecas a de coletar proteger contar e tornar acess veis os objetos escritos do passado Se as obras que elas nos transmitem n o se comunicassem mais e se nem mesmo fossem conservadas de forma n o eletr nica seria grande o risco de se perder a inteligibilidade de uma cultura textual identificada pelos objetos que a transmitem A biblioteca do futuro dever ser ent o este local onde ser o mantidos os conhecimentos e a viv ncia d
39. 181 95 possui e possuir ainda mais no futuro pela defini o conceitual e a realidade social do espa o p blico onde se trocam as informa es e onde se constroem os conhecimentos Em um futuro que j o nosso presente esses efeitos ser o os que coletivamente seremos capazes de fazer Por bem ou por mal Essa hoje nossa responsabilidade em comum Texto original CHARTIER Roger Lecteurs et lectures l ge de la textualit letronique Dispon vel em lt http www text e org conf index cfm ConfText ID 5 gt Tradu o Valentina Vandeveld Revis o da tradu o Ang lica Campos Eder L cio Juliana Barbosa e Valentina Vandeveld Revis o final rika Vieira Patr cia Namitala e Val ria Miranda 26 Geoffrey Nunberg The Place of Books in the Age of Electronic Reproduction Representations 42 1993 p 13 37 96 v VV Vv v viva voz
40. Organizadoras Ana Elisa Ribeiro Carla Viana Coscarelli O hipertexto em tradu o Belo Horizonte FALE UFMG 2007 Diretor da Faculdade de Letras Jacyntho Jos Lins Brand o Vice Diretor Wander Emediato de Souza Comiss o editorial Eliana Louren o de Lima Reis Elisa Amorim Vieira Lucia Castello Branco Maria C ndida Trindade Costa de Seabra S nia Queiroz Capa e projeto gr fico Gl ria Campos Mang Ilustra o e Design Gr fico Prepara o Alunos da oficina de Edi o FALE Formata o Michel Gannam Ang lica Campos Anderson Freitas Revis o de provas Alunos do curso de especializa o em revis o de textos do IEC PUC Minas Endere o para correspond ncia FALE UFMG Setor de Publica es Av Ant nio Carlos 6627 sala 3025 31270 901 Belo Horizonte MG Telefax 31 3499 6007 e mail vivavozufmg yahoo com br Sum rio Apresenta o 5 Ana Elisa Ribeiro Carla Viana Coscarelli Como pensamos 7 Vannevar Bush Oralidade e hipertexto uma entrevista com Ted Nelson 33 Jim Whitehead Sir Tim Berners Lee 42 Mark Frauenfelder O hipertexto 53 Sophie Marcotte Variedades do hipertexto 60 Christian Vandendorpe O livro e a tela Acesso ao conhecimento da p gina do livro p gina tela 71 Genevi ve Vidal entrevista Brigitte Juanals Leitores e leituras na era da textualidade eletr nica 82 Roger Chartier Apresenta o Ana Elisa Ribeiro Carla Viana Coscarelli
41. a o uniformes num embaralhamento desconcertante de suas especificidades A desmaterializa o dos dados digitais provocou o desaparecimento nas redes do objeto livro objeto simb lico de conserva o do conhecimento e da cultura letrada e de todos os elementos de identifica o que lhe estavam associados compreens vel Essa etapa decisiva em dire o desmaterializa o e abstra o muito desestabilizante pois ela coloca em quest o as pr ticas de encena o e de visualiza o do escrito s de acesso informa o e s de difus o ligadas cultura do livro instauradas ao longo modernidade do s culo XV ao XVII Os editores se confrontam com a necessidade de encontrar nos espa os virtuais novas formas de express o para reconstruir sua identidade sua imagem e a especificidade do tipo de texto difundido A interface gr fica constitui o novo espa o onde eles devem imprimir sua marca e afirmar sua singularidade em rela o aos milhares de outros espa os dispon veis Esse espa o virtual envolvendo a desmaterializa o de dados hiperm dia hipertexto multim dia intera o e universal N o existe nas atividades de consulta e leitura no dispositivo que o livro mais contato entre as inst ncias de produ o e recep o do que no dispositivo hiperm dia Em compensa o o modo interpelativo das interfaces visuais postas em cena por interm dio das interfaces programadas permite n
42. a a produ o de fotografia seca a partir do qual a imagem finalizada assim que obtida S mesmo um homem corajoso poderia dizer que todos esses processos seriam sempre lentos e pouco detalhados O equipamento de televis o atualmente transmite dezesseis imagens razoavelmente boas por segundo e isso envolve apenas duas diferen as essenciais em rela o ao processo descrito anteriormente Primeiramente o registro feito por um feixe m vel de el trons e n o por uma agulha m vel isso porque o feixe de el trons pode deslizar pela imagem mais rapidamente A outra diferen a envolve apenas o uso de uma tela onde os el trons aparecem momentaneamente em vez de um suporte como papel quimicamente tratado ou um filme onde a imagem fica permanentemente gravada A velocidade necess ria na televis o para obter imagens em movimento mais do que em outros objetos Usar um filme quimicamente tratado em vez de uma tela empregar esse aparato para transmitir apenas uma imagem em vez de uma sucess o delas e uma c mera r pida para obter fotografias secas O filme tratado deve ser muito mais r pido em a o do que esses exemplos e ele provavelmente pode ser Mais s ria a obje o segundo a 13 qual este esquema envolve p r o filme dentro de uma c mara de v cuo j que o feixe de el trons s opera normalmente em ambiente rarefeito Essa dificuldade pode ser evitada ao permitir que o feixe de el trons opere de um lado do supo
43. a cultura escrita na forma que foi e ainda hoje majorit ria As bibliotecas dever o ser igualmente um instrumento no qual os novos leitores poder o encontrar suas vis es dentro do mundo digital que apaga as diferen as entre os g neros e os usos dos textos e que estabelece uma equival ncia generalizada entre sua autoridade Ao escutar as necessidades ou as afli es dos leitores a biblioteca tamb m representa o papel essencial na aprendizagem do uso dos instrumentos e das t cnicas capaz de assegurar aos leitores menos experientes o controle das novas formas da escrita A presen a da Internet em todas as escolas n o faz 94 desaparecer as dificuldades cognitivas do processo de entrada no mundo da escrita pois a comunica o eletr nica dos textos n o transmite por si mesma o conhecimento necess rio sua compreens o e sua utiliza o Muito pelo contr rio o leitor navegador virtual corre um grande risco de se perder nos arquip lagos textuais sem farol nem porto A biblioteca pode ser um ou outro Enfim uma terceira ambi o para as bibliotecas de amanh significaria reconstituir em torno do livro uma sociabilidade que n s perdemos A longa hist ria da leitura ensina que essa se transformou ao longo dos s culos em uma pr tica silenciosa e solit ria rompendo intensamente com as divis es em torno da escrita pavimentaram as exist ncias familiares as rela es amig veis a uni o de conhecimentos o
44. ada no papel A linha principal de leitura seria ent o constitu da pela vers o final do texto apoiada nos estratos das vers es anteriores que o leitor poderia tamb m visualizar 65 paralelamente As diferentes p ginas do texto seriam acessadas por contig idade ou por sele o em um ndice Por ltimo coment rios notas e ilustra es seriam acess veis por conexidade ou por rela es associativas Devido riqueza e diversidade das conex es assim propostas ao leitor esse tipo ideal de realiza o de hipertexto ser chamado de estratificado ou tabular O sucesso de um instrumento desse tipo depende evidentemente da coer ncia e da utilidade do estrato b sico Se o sucesso de certa forma f cil de determinar no caso de uma edi o cr tica n o ser do mesmo modo para outros documentos Em um manual que visa a um p blico diversificado seria conveniente estabelecer os diversos estratos de informa es que ele deveria conter O estrato b sico conter pois o tra o principal do texto constitu do de informa es m nimas e um n vel de dificuldade m dio A cada p gina de acordo com a necessidade hiperpalavras permitiriam abrir uma ou duas janelas complementares uma janela leiga para usu rios que n o sabem o bastante para compreender o prop sito principal e uma janela expert destinada aos que j possuem conhecimentos b sicos e que querem saber mais Trabalhando sobre um dispos
45. adas para esse tipo de mecaniza o verdade estranho que os inventores n o tenham se debru ado sobre a id ia de produzir um dispositivo que melhor responda transmiss o e grava o da fala A mecaniza o pode dar um refor o especialmente no campo cient fico e ent o o jarg o cient fico tornar se ia ainda menos intelig vel ao leigo Pode se agora imaginar um investigador do futuro em seu laborat rio Suas m os est o livres e ele n o est parado Enquanto se move continuamente e observa ele fotografa e comenta Tudo sincronizado para os dois registros No trabalho de campo pode ser conectado pelo r dio ao seu gravador Enquanto pondera sobre suas notas faz novamente coment rios registrados Sua produ o datilografada assim como as fotografias pode estar em miniatura de modo que a possa examinar depois Entretanto muita coisa precisa acontecer entre a coleta de dados e as observa es a extra o do material registrado e a inser o dele no corpo geral do trabalho Para o pensador maduro n o h substituto mec nico Mas pensamento criativo e pensamento repetitivo s o muito diferentes Para o ltimo h e pode haver poderosos mecanismos de ajuda Adicionar uma coluna de imagens uma id ia repetitiva e h muito relegada m quina Na verdade a m quina 16 muitas vezes controlada por um teclado e uma s rie de enters faz a leitura de imagens e aciona as teclas correspondentes mas i
46. administrar redes textuais para todos os tipos de textos O seu projeto batizado Xanadu e apresentado pela primeira vez duas d cadas mais tarde visava a criar um banco de dados no qual http landow stg brown edu cv landow ov html 2 George P Landow What s a Critic to Do Critical Theory in the Age of Hypertext In George P Landow d Hyper Text Theory Baltimore amp London The Johns Hopkins University Press 1994 p 1 Landow toma por empr stimo o termo lexia de Roland Barthes ver S Z Paris ditions du Seuil 1970 3 http www education monash edu au vate idiom isbio htm 4 SNYDER Ilana Hypertext The Electronic Labyrinth New York New York University Press 1996 p 18 5 LAUFER Roger SCAVETTA Domenico Texte hypertexte hyperm dia Paris Presses Universitaires de France coll Que sais je n 2629 1992 p 3 Tamb m chamados de hyperlink s o liga es ou conex es feitas entre n cleos de informa o em um ipertexto N T 3 a http jefferson village virginia edu elab hflO155 html 7 BOLTER J D Writing Space The Computer Hypertext and the History of Writing Hillsdale New Jersey Laurence Erlbaum Associates 1991 p 23 53 todos os textos existentes poderiam ser acrescentados e interligados No entanto a paternidade do conceito de hipertexto frequentemente atribu da ao matem tico Vannevar Bush ent o diretor do Departamento de Pesquisa e Desenvolvi
47. afios como o c ncer a Aids e a descoberta de drogas para novos virus requerem a troca de imensas quantidades de dados de muitos campos que se sobrep em a gen tica a rea de estudo das proteinas a epidemiologia e assim por diante Uma parte destes dados p blica outra parte muito pr pria das ind strias farmac uticas e uma terceira parte muito particular do paciente O desafio da Web Sem ntica para obter interoperacionalidade entre esses campos grande mas possui um potencial enorme em rela o aos benef cios TR Mas esta quest o n o somente a da troca de dados entre uma multiplicidade de reas B L N o H tamb m desafios em torno da manuten o da privacidade e da propriedade intelectual quando se faz uso efetivo da informa o Por exemplo quando se procura por uma nova droga algu m pode querer associar os dados epidemiol gicos com fatores externos como clima viagens e 47 dados demogr ficos a fim de descobrir como uma doen a transmitida e que tipos de pessoas est o predispostas a ela Ent o algu m pode relacion la a um tra o gen tico espec fico e come ar a indagar que prote nas est o associadas a ela e o que elas permitem ou bloqueiam na biologia da c lula humana Subsequentemente algu m pode querer associar os elementos qu micos envolvidos naquelas rea es metab licas aos sintomas de doen as e tamb m possibilitar a utiliza o destes elementos como uma droga H muit
48. an Mondot Saint Etienne 1991 p 71 86 91 a multiplicidade de coisas e de palavras na ordem dos discursos Mas com essa inten o o livro eletr nico deve se definir contra as pr ticas atuais que frequentemente se contentam em colocar na web textos brutos que n o tenham sido pensados em rela o forma recente de suas transmiss es e nem sujeitados a algum trabalho de corre o ou de edi o Argumentando a favor da utiliza o das novas t cnicas postas a servi o da publica o de conhecimentos que p em em vista as facilidades eletr nicas e que incitam a dar formas mais rigorosas tanto aos discursos quanto s trocas entre os indiv duos as incertezas e os conflitos da civiliza o ou da desciviliza o epistolar das conven es ling sticas e das rela es entre o p blico e o privado redefinem os usos do correio eletr nico e ilustram esta exig ncia As bibliotecas da era digital O novo suporte da escrita n o significa o fim do livro ou a morte do leitor Muito pelo contr rio talvez Mas ele imp e uma redistribui o dos pap is na economia da escrita da concorr ncia ou a complementaridade entre os diversos suportes de discursos e uma nova rela o tanto f sica quanto intelectual e est tica com o mundo dos textos Ser que o texto eletr nico em todas as suas formas poder construir o que nem o alfabeto p de apesar de sua virtude democr tica atribu da por Vico e nem os trabalhos i
49. associativas preexistentes prontas para serem deixadas no Memex e serem ent o ampliadas O advogado tem em seu poder as opini es e as decis es associadas de toda a sua experi ncia da experi ncia 28 dos amigos e de autoridades O advogado de patente possui milh es delas emitidas em pend ncia com trilhas familiares a cada ponto de interesse do seu cliente O m dico confuso devido s rea es do paciente alcan a o caminho estabelecido estudando um caso similar e relaciona o rapidamente com casos an logos com notas explicativas de cl ssicos da anatomia e da histologia pertinentes O qu mico trabalhando com a s ntese de um composto org nico possui toda a literatura referente qu mica ao seu alcance no laborat rio com as trilhas que seguem as analogias dos compostos e subtrilhas para o seu comportamento f sico e qu mico O historiador munido de um abrangente registro cronol gico de um povo faz um paralelo com um caminho seletivo que p ra apenas em itens de destaque e ent o ele pode seguir em qualquer atalho contempor neo que o conduz a toda a civiliza o de determinada poca H uma nova profiss o de projetistas de trilhas aqueles que encontram prazer na tarefa de estabelecer trilhas teis atrav s da enorme massa de registro comum A heran a do mestre torna se n o apenas uma adi o de informa es dos arquivos universais mas para os seus disc pulos ser o alicerce em que eles se erguer o
50. cerne entretanto sele o que por associa o mais que indexar pode ser mecanizada N o se deve esperar de qualquer forma alcan ar a mesma velocidade e flexibilidade com as quais a mente segue um caminho associativo mas deve ser decisivamente poss vel superar a mente quanto perman ncia e clareza das informa es armazenadas Considere se um futuro equipamento para uso individual que um arquivo ou uma biblioteca mecanizada privada Ele precisa de um nome e escolhendo um aleatoriamente chegamos a Memex um dispositivo dentro do qual um indiv duo armazena todos os seus livros registros e comunica es que por ser mecanizado pode ser consultado com alta velocidade e flexibilidade um grande suplemento particular para a mem ria do usu rio Ele consiste em uma mesa e ao mesmo tempo em que presumivelmente pode ser operado dist ncia originalmente o m vel onde funciona No alto ficam telas transl cidas inclinadas nas quais o material pode ser projetado de forma conveniente leitura H um teclado e conjuntos de bot es e alavancas a n o ser por isso ele parece uma mesa comum De um lado fica o material armazenado A quest o do volume de informa o resolvida com um moderno microfilme Somente pequena parte do interior do Memex dedicada ao armazenamento o restante se dedica ao seu mecanismo de funcionamento Mas mesmo se o usu rio inserisse 5000 p ginas de material por dia ele l
51. da escrita A primeira fundada em cima do medo da perda ou da falta ela que comanda todos os gestos que apontam para a prote o do patrim nio escrito da humanidade a busca de textos antigos a c pia dos livros mais preciosos a impress o de manuscritos a edifica o de grandes bibliotecas e a compila o dessas bibliotecas sem muros que s o as enciclop dias as cole es de textos ou de cat logos Contra as desapari es ainda poss veis ela se ocupa em coletar fixar e preservar Por m a tentativa jamais terminada amea ada por um outro perigo o excesso A multiplica o da produ o manuscrita seguida da impressa foi logo percebida como um perigo terr vel uma vez que a prolifera o pode se transformar em caos e a abund ncia obst culo ao conhecimento Para control los s o necess rios instrumentos capazes de separar classificar e hierarquizar Essas ordenan as foram tentadas por diversos agentes os pr prios autores julgam seus pares e seus antecessores capazes de censurar e supervisionar o que as editoras publicam ou deixam de publicar as institui es que consagram ou excluem e as bibliotecas que conservam ou ignoram Face a esta dupla ansiedade entre perda e excesso a biblioteca de amanh ou de hoje pode representar um 22 Roger Chartier Biblioth ques sans murs in Roger Chartier Culture crite et soci t l ordre des livres XIVe XVIIIe si cles Paris 1997 p 107 13
52. do acesso ao conhecimento em hipertextos Brigitte Juanals Ao longo de toda essa pesquisa fazendo um levantamento a respeito das mudan as no acesso informa o examinei o acesso ao livro e s redes digitais interconectadas colocando me no lugar do leitor usu rio desses dispositivos Escolhi focalizar minha an lise mais especificamente nas condi es de recep o oferecidas a Thesaurus uma esp cie de dicion rio de vocabul rio uniformizado com base em termos gen ricos e espec ficos de uma rea do conhecimento N T 71 esses leitores usu rios em seu confronto com dispositivos tecnol gicos sofisticados os espa os virtuais e as interfaces hiperm dia da leitura escritura Isso n o significa entretanto que eu tenha omitido os grandes desequil brios geoecon micos dos pa ses no acesso s redes interconectadas Por que escolher tal tema Porque a conserva o e o acesso ao conhecimento s o quest es fundamentais da sociedade dita da comunica o e da informa o tal como n s a conhecemos at o momento atual fruto de uma longa evolu o desde os prim rdios da escrita No s culo das luzes o projeto social da enciclop dia de Diderot e D Alembert j tornava largamente acess veis todos os conhecimentos do mundo Sonho e utopia ao mesmo tempo a dificuldade e a imensid o crescentes da tarefa j eram detectadas e expostas com lucidez por Diderot que observou que medida que os s cul
53. do qual cada um poderia interconectar e acessar todos os documentos que pudessem lhe interessar Mesmo antes do surgimento do computador pessoal Nelson procurou realizar o sonho de Bush por meio de um sistema inform tico que batizou de Xanadu nome do pal cio do imperador mongol KuBla Khan que Coleridge utiliza em um de seus poemas para representar a figura simb lica do precioso acervo da mem ria humana Presumia se que o Xanadu de Nelson levaria a um amplo sistema de livraria universal que Christopher Keep comparou a um McDonald s da informa o em que os clientes iriam a franquias consultar o banco de documentos docuverso nele efetuando pequenos pagamentos para cada n cleo de informa o acessado Apesar das suas conota es mercadol gicas o modelo de Nelson exerceu profunda influ ncia sobre a evolu o do hipertexto e pode se considerar que a Web a sua realiza o mais bem acabada Pode se aprender mais sobre o assunto consultando o Website que o consagrou 2 lt http www xanadu com au xanadu gt 61 O hipertexto permite a manipula o de dados de qualquer esp cie e n o somente da linguagem como imagens sons e sequ ncias de v deo ou anima es Ele permite tamb m modular a intera o do leitor com o documento prevendo nos objetos apresentados na tela diversos tipos de rea es combinadas aos movimentos efetuados pelo leitor com o mouse O autor do programa pode estabelecer por exemplo
54. do supervisionando centenas de projetos no W3C Ele tamb m est engajado pessoalmente no desenvolvimento de sua segunda grande id ia a Semantic Web Web Sem ntica Esta id ia adiciona etiquetas de defini o informa o das p ginas da Web e as conecta de modo que os computadores descubram dados de modo mais eficiente e formem novas associa es entre peda os de informa o criando na realidade uma base de dados distribu da globalmente Embora seja parte da inten o original de Berners Lee para a sua inven o a Web Sem ntica que est h 15 anos em constru o j revelou uma parcela de ceticismo Mas Berners Lee acredita que em breve ela ganhar aceita o permitindo aos computadores extrair significado de informa o dispersa assim como hoje a Internet conecta documentos individuais de forma simples A Web Sem ntica ligada a outras especifica es e ferramentas que est o sendo desenvolvidas no W3C incluindo padr es de acessibilidade para pessoas deficientes e softwares para dispositivos m veis parte da grande vis o de Berners Lee de uma s Web de significado acerca de tudo e para todos Mas a Web que tecemos entrela ada Apesar do entusiasmo pelo futuro Berners Lee se preocupa com mudan as que se mal concebidas organiza o e governan a da Web possam vir a comprometer a sua funcionalidade inerente e a sua universalidade O pai da World Wide Web partilhou suas inquieta es e
55. e a simples extra o de dados para a pesquisa cient fica e envolve todo o processo pelo qual o homem evolui a partir do conhecimento que adquire A base do uso a sele o e nesse ponto estamos certamente paralisados Pode haver milhares de bons pensamentos acrescidos da descri o das experi ncias nas quais eles s o baseados encaixados como paredes de pedra arquitetonicamente harmoniosas Mas se um intelectual capaz pesquisando eficazmente de trabalhar com apenas um registro por semana suas s nteses n o s o capazes de acompanhar a cena atual A sele o neste sentido amplo uma ferramenta de pedra nas m os de um marceneiro Em sentido estrito e em outras reas algo j tem sido feito mecanicamente em termos de sele o O supervisor de pessoal de uma f brica coloca uma pilha de cart es de cerca de mil empregados em uma m quina seletiva ajusta um c digo de acordo com uma conven o preestabelecida e produz em pouco tempo uma lista de todos os empregados que vivem em Trenton e sabem 21 espanhol Mesmo tais dispositivos s o muito lentos quando necess rio por exemplo combinar um conjunto de impress es digitais com outro entre cinco milh es de dados de um arquivo Dispositivos de sele o deste tipo logo ser o capazes de rever dados em velocidade maior do que a atual capacidade de algumas centenas por minuto Pelo uso das fotoc lulas e do microfilme eles examinar o dados em velocidade de mil por s
56. e v o se multiplicar fixando solidificando e fechando assim os textos publicados eletronicamente Existe a uma evolu o previs vel que definir o livro e outros textos digitalizados em oposi o com a comunica o eletr nica livre e espont nea que autoriza qualquer um a colocar em circula o na web suas reflex es ou cria es A divis o assim estabelecida oferece o risco de uma hegemonia econ mica e cultural imposta pelas mais influentes empresas multim dia e pelos chefes de mercado de computadores Mas ela pode tamb m conduzir posi o de domina o reconstitui o da textualidade eletr nica e da ordem dos discursos permitindo ao mesmo tempo diferenciar os textos colocados espontaneamente em circula o na rede daqueles que foram submetidos s exig ncias de avalia o cient fica e de trabalho editorial Pode ainda tornar percept veis o status e a origem dos discursos e ainda lhes atribuir uma autoridade mais ou menos forte seguindo a modalidade de sua publica o Essa uma condi o fundamental para que possam ser contidos os 11 Jean Cl ment Le e book est il le futur du livre in Les Savoirs d rout s Experts documents supports r gles valeurs et r seaux num riques Lyon 2000 p 129 141 87 efeitos desmoralizadores da informa o encontrados devido aos motores de busca 1 Um outro fato pode desordenar o digital Ele resulta da possibilidade colocada no l p
57. egundo e imprimir o c pias do que for selecionado Este processo seletivo rudimentar entretanto examina um a um os itens de um grande grupo e escolhe aqueles que t m caracter sticas especificas H outra forma de sele o bem ilustrada pela central autom tica de telefonia Algu m disca um n mero e a m quina seleciona e conecta apenas uma entre milh es de esta es poss veis N o mistura todas elas Considera somente a classe dada por um primeiro d gito depois somente uma subclasse dessa indicada pelo segundo d gito e assim por diante at chegar r pida e quase infalivelmente esta o selecionada Esse processo requer alguns segundos embora possa ser acelerado se for economicamente necess rio Ele seria mais r pido se substitu ssemos o tubo termi nico pelo mec nico de modo que a sele o completa ocorreria em um cent simo de segundo Ningu m se disporia a gastar o dinheiro necess rio para fazer esta mudan a no sistema telef nico mas a id ia b sica aplic vel em qualquer lugar Pegue um problema comum de grandes lojas de departamento A todo momento em que ocorre uma venda h uma s rie de opera es a serem feitas O invent rio precisa ser revisado o vendedor necessita registrar sua venda o balan o geral precisa de uma entrada e o mais importante o cliente precisa ser cobrado Uma central de grava o foi desenvolvida para que tudo isso seja feito eficientemente O vendedor apresenta o car
58. em posi es adjacentes Na tecla de cada item h um n mero de espa os em branco e um ponteiro colocado para indicar um deles em cada item O usu rio digita uma nica tecla e os itens s o agrupados Em cada espa o aparece a palavra chave De forma invis vel mas tamb m no espa o do c digo inserido um conjunto de pontos para a fotoc lula e em cada item esses pontos posicionados designam o n mero de ndice de outro item Depois disso a qualquer momento quando um desses itens est vis vel o outro pode ser imediatamente acionado apenas digitando uma tecla abaixo do c digo correspondente Al m disso quando grande n mero de itens juntado para formar uma trilha eles podem ser revistos r pida ou lentamente pela manipula o de um marcador como aqueles usados para mudar as p ginas de um livro como se os elementos de pontos distantes tivessem sido aglomerados e reagrupados para formar um novo livro mais do que isso porque todo item pode ser conectado a in meras trilhas O propriet rio do Memex vamos dizer est interessado na origem e nas propriedades do arco e flecha Especificamente ele est estudando por que o curto arco 27 turco era aparentemente superior ao arco longo ingl s no combate s cruzadas Ele tem dezenas de livros e artigos possivelmente pertinentes no seu Memex Primeiro examina uma enciclop dia encontra um artigo interessante mas incompleto e deixa o projetado Em seguida
59. encial a dr stica redu o das aquisi es de monografias pelas bibliotecas universit rias cujo or amento devorado pelas assinaturas de peri dicos que alcan am um valor consider vel entre U 10 000 e U 15 000 por ano Por isso h relut ncia das editoras universit rias diante da publica o de obras julgadas muito especializadas teses de doutorado monografias livros de erudi o etc Na Fran a e em toda a Europa uma prud ncia similar que limita os t tulos publicados e suas tiragens resulta acima de tudo da diminui o permanente dos grandes consumidores que n o s o somente os universit rios e da queda do volume de compras A morte do leitor e a desapari o da leitura s o entendidas como consequ ncia inevit vel de uma civiliza o da tela do triunfo das imagens e da comunica o eletr nica este ltimo diagn stico que eu gostaria de discutir neste ensaio As telas do nosso s culo s o de fato de um novo g nero Diferentemente das telas do cinema ou da televis o elas trazem textos n o apenas textos decerto mas tamb m textos A antiga oposi o entre de um lado o livro a escrita a leitura e de outro a tela e a imagem substitu da por uma situa o recente que prop e um novo suporte cultura escrita e uma nova forma de livro Da o v nculo paradoxal estabelecido entre a onipresen a da escrita em nossas sociedades e a tem tica obsessiva do desaparecimento do liv
60. ens do c dice com as possibilidades abertas pelo computador principalmente pela considera o de uma nova dimens o do texto que a da profundidade Sobrepondo diversas camadas de texto a um mesmo assunto ou de acordo com outra met fora dispondo como sat lites em torno de um n cleo central diversos documentos complementares cujos usos sejam bem definidos um hipertexto estratificado oferece de fato v rios livros em um s A t tulo de exemplo o usu rio de tal hipertexto poderia navegar na janela principal na qual faria girar as p ginas com a possibilidade de abrir paralelamente uma ou v rias janelas secund rias que ofereceriam um discurso mais te rico ou pelo contr rio mais vulgarizado Existem muitos dom nios nos quais desej vel a possibilidade de jogar com uma estrutura desse tipo a duplo ou triplo estrato que oferece um discurso b sico e de janelas concorrentes acess veis de acordo com a demanda o caso por excel ncia das situa es de auto aprendizagem quando o autodidata se encontra frente a uma massa de conceitos interligados os quais podem n o lhe ser de todo conhecidos tamb m o caso do manual t cnico em que o usu rio pode a qualquer momento consultar informa es complementares sobre um elemento espec fico Esses quatro modos de navega o poderiam ser utilizados conjuntamente na edi o eletr nica de determinada obra abrindo novas perspectivas edi o cr tica pratic
61. entado ou o hypertext propriamente dito no qual o leitor pode n o somente escolher o percurso que deseja seguir como tamb m acrescentar um texto e ou igualmente criar novas conex es Notemos que quando se encontram junto do texto registros de udio fotografias e v deo anima es alguns preferem designar o hipertexto pelo termo hiperm dia Seja em hipertexto ou em hiperm dia acionando um ink atrav s de um ponteiro esse link pode ser constitu do de uma por o de texto ou de uma ilustra o por exemplo o leitor transportado para uma outra tela ou uma janela que cont m informa o ligada que precede Para ilustrar o fen meno de maneira mais concreta pode se imaginar que algu m recortasse um livro em v rias fra es de papel para constituir blocos de texto ou unidades que em seguida seriam reorganizadas de forma a criar novas rela es l gicas entre as diferentes partes do texto No ambiente eletr nico trata se de programar as conex es para indicar uma rela o espec fica entre duas unidades textuais Esse processo n o tem limites isso significa que pode repetir se indefinidamente Com efeito os nicos limites do hipertexto 55 s o os limites impostos pelo pr prio computador pela tecnologia H duas maneiras de construir um hipertexto Ele pode ser desenvolvido a partir de documentos que j existam na forma impressa trata se ent o de transformar o texto ou antes de re
62. ento de dispositivos para tal finalidade Nossa incompet ncia em alcan ar os registros causada em grande parte pela artificialidade dos sistemas de indexa o Quando dados de qualquer tipo s o armazenados eles s o arquivados alfabeticamente ou numericamente e a informa o encontrada quando por meio de c pias feitas de subclasse a subclasse Isso pode ser feito em apenas um lugar a menos que as c pias sejam usadas o indiv duo tem que estabelecer regras sobre onde localiz las e as regras s o exaustivas Tendo encontrado um item al m disso tem se que emergir do sistema e entrar em um novo trajeto A mente humana n o trabalha dessa maneira Ela opera por associa o Com um item a seu alcance move para o seguinte que sugerido por uma associa o de pensamentos de acordo com alguma pista da rede intricada composta pelas c lulas do c rebro H outras caracter sticas naturalmente pistas que n o s o com frequ ncia seguidas s o propensas a enfraquecer os itens n o s o permanentes a mem ria transit ria A velocidade da a o o emaranhado 24 das pistas o detalhe de imagens mentais assustador como tudo o mais na natureza O homem n o pode esperar reproduzir inteiramente este processo mental de forma artificial mas deve aprender por meio dele Em menores mbitos pode at aprimor lo para seus registros terem relativa perman ncia A primeira id ia a ser extra da dessa analogia con
63. eridade vai gostar do que eu fiz ent o eu tenho confiado nos jornalistas como um tipo de embaixadores da posteridade o que tem sido um erro em geral mas ah o sr Wolf n o deixou seus preconceitos evidentes quando nos vimos Parece que as tr s coisas de que ele mais desgostou at onde eu posso dizer s o idealismo desorganiza o e atrevimento as tr s coisas que ele encontrou em profus o no sistema Xanadu Eu sempre detestei certas coisas nas pessoas bem eu tenho observado que certas pessoas s o muito superficiais convencionais pomposas e convencidas Ent o cada um de n s alcan a o sucesso gra as ao outro Mas como eu digo foi preciso que ele atacasse primeiro com esse artigo extremamente vulgar e asqueroso Ele me enviou um e mail recentemente dizendo que eu parecia ter feito vista grossa para todos os relatos positivos o que interessante porque nas mais ou menos oito vezes que eu li o artigo n o encontrei uma fala positiva que n o fosse imediatamente atacada com sarcasmo ou uma indireta O que eu aponto como realmente calunioso nesse artigo claro que n o tem nada a ver bem tem alguma coisa a ver com isso claro mas n o diretamente a quest o do ponto de vista ou do jeito detest vel do rep rter A difama o resultado das falas maldosas e mentirosas que est o sendo divulgadas de forma maliciosa ou irrespons vel 13 No original ahem Interjei o com sentido ir nico N T 39
64. evaria centenas de anos para encher o reposit rio por completo ent o ele pode ficar livre para armazenar o material A maior 25 parte dos conte dos do Memex guardada em microfilme pronto para inser o Livros de todos os tipos imagens peri dicos jornais s o desta maneira obtidos e guardados Correspond ncias de neg cios seguem o mesmo caminho E h espa o para entradas diretas No alto do Memex h uma placa transparente Nela s o colocados rascunhos fotografias memorandos todo tipo de material Ent o acionando se uma alavanca o documento fotografado sobre o pr ximo espa o em branco em uma se o do filme do Memex sendo empregada fotografia seca Existe claro uma maneira de consultar os registros a partir do esquema usual de indexa o Se o usu rio deseja consultar determinado livro digita o c digo correspondente no teclado e a folha de rosto do livro aparece prontamente projetada em uma das posi es de visualiza o Os c digos mais frequentemente usados s o mnem nicos de tal forma que raramente o usu rio necessita consultar seu livro de c digos mas quando isso necess rio o simples toque de uma tecla o projeta para ser usado Al m disso ele possui alavancas suplementares Empurrando uma dessas alavancas para a direita o usu rio navega pelo livro sendo cada p gina virada projetada em velocidade que permite seu reconhecimento Curvando uma destas alavancas para a direita ele acio
65. exas 4 O processamento t pico do pensamento n o est exclusivamente ligado a quest es matem ticas e estat sticas Na verdade todas as vezes que combinamos e armazenamos fatos atrav s de esquemas l gicos o aspecto criativo do pensamento se ocupa apenas com a sele o dos dados e o processo a ser empregado a manipula o depois disso de natureza repetitiva e portanto fun o pass vel de ser relegada m quina Muito pouco tem sido feito nessa dire o al m dos limites da aritm tica sobretudo por raz es econ micas As necessidades comerciais e o imenso mercado em espera refor aram o advento da produ o em massa de m quinas aritm ticas enquanto os m todos de produ o j estavam suficientemente avan ados A mesma situa o n o ocorria com as m quinas de an lise avan ada para elas n o existia e nem existe 18 mercado grande os usu rios de m todos avan ados de manipula o de dados comp em uma parte muito pequena da popula o Existem contudo m quinas para resolver equa es diferenciais e consequentemente funcionais e integrais Existem muitas m quinas especiais como o sintetizador de harm nicas que prev as ondas sonoras Existir o muitas outras que certamente aparecer o primeiro nas m os dos cientistas e em pequenas quantidades Se a argumenta o cient fica se limitasse aos processos l gico aritm ticos n o conseguir amos avan ar em nosso entendimento a respeito do
66. foi aceito Depois da pesquisa sobre autores e textos sem vers es em portugu s formamos grupos de trabalho distribu mos textos delegamos tarefas impusemos prazos e explicitamos limites bem ao modo de uma editora Os grupos leram reclamaram aceleraram freiaram lamentaram as dificuldades da tradu o por vezes a aridez do texto original os aspectos culturais da express o ou da palavra na l ngua de chegada o estilo do autor menos ou mais leve Na fase de edi o e revis o foi preciso acalmar os nimos dos tradutores autores s voltas com o ci me da cria a tradu o Abrandar as canetas dos revisores s dicos Contornar e superar conflitos em grupo frustra es indisposi es Quando havia sinergia ao contr rio refletir sobre amores surgidos da boa rela o profissional Nosso trabalho foi o de coordenar supervisionar administrar conflitos ouvir sobre descobertas frustra es novos sabores novos saberes E tamb m organizar o tempo retrabalhar cronogramas impor fluxogramas A miss o n o era apenas a de dar uma oficina de textos Quisemos prop r a confec o de um produto dando tamb m visibilidade ao processo com todos os percal os que ele pode ter N o apenas ensinar regras gramaticais nota es profissionais de revis o discutir micro ou macroestrutura textual Quisemos tamb m oferecer a experi ncia da produ o editorial do trabalho em equipe da forma o de quase especializa es dent
67. gas credita a Vannevar Bush a primeira descri o do hipertexto como capacidade em seu artigo intitulado Como pensamos publicado em 1945 O sistema por ele descrito a que chamou Memex era baseado em microfilme Em 1960 Ted Nelson inventou um hipertexto com base no computador para um projeto semestral que ele desenvolveu enquanto estudava em Harvard Desde ent o foi progressivamente consumido devido sua vis o global de hipertexto a que chamou de sistema Xanadu Ele cunhou o termo hipertexto e apresentou um documento em zippered lists um algoritimo chave desse sistema na confer ncia nacional da Association for Computing Machinery em 1965 1 Optei por utilizar a mesma tradu o do t tulo do texto de Bush proposta neste volume N T 2 Uma zippered list um tipo de lista de discuss o em que cada grupo ligado a outra lista de discuss o N T 3 A sede da Association for Computing Machinery fica em Nova York N T 33 Dado o dram tico crescimento da World Wide Web que continua devendo ao sistema Xanadu em muitas caracter sticas chave voc deveria pensar que dispensado a Nelson o mesmo respeito que dispensado a outros cientistas e engenheiros cujos trabalhos entraram fortemente em nossas vidas Contudo devido s altas expectativas colocadas no Projeto Xanadu combinadas a uma s rie de reveses violentos o Xanadu continua lutando para alcan ar o mercado d cadas depois de s
68. gico a p gina fez portanto intervir no campo como o espa o f sico organizado e 2 Literacy um conceito que se refere a mais do que a alfabetiza o entendida como aprendizado do c digo escrito Trata se de saber tamb m como se apropriar dos usos variados da escrita e da leitura praticando os de fato No Brasil os estudos do letramento como conhecido aqui t m como expoentes as professoras ngela Kleiman Magda Soares e Leda Tfouni N T 73 segmentado e o espa o de abstra o torna se ele tamb m fragment vel em campos o espa o f sico da p gina do objeto livro e o espa o sem ntico representados s o indissoci veis e t m estreita inter rela o Adquirida ao longo de s culos a espacialidade da escrita na p gina do livro progressivamente constitu da como sistema semi tico abstrato A mudan a de suporte necessitou de uma redefini o das rela es entre pensamento e espa o e a interface utilizada representa esse novo espa o semi tico a construir O objeto livro desapareceu e a espacialidade da p gina sobre o suporte do livro se acha transposta em interface gr fica sobre o espa o da tela do computador Essa mudan a decisiva coloca o leitor face a ou dentro dos ambientes virtuais que s o os novos espa os de leitura escritura C d Pode se falar do estatuto de autor em rela o ao leitor internauta BJ O autor do latim auctor incitador ou conselheiro palavra derivada do verbo augere
69. i se tornar efetivamente pr tica para usar o conhecimento que vem surgindo sobre os tomos em solu es pr ticas de problemas complexos de qu mica metalurgia e biologia Por essa raz o ainda v o surgir mais m quinas para ajudar os cientistas a lidarem com matem tica avan ada Algumas delas ser o suficientemente ex ticas a ponto de surpreender o mais exigente especialista nos artefatos modernos da civiliza o 5 O cientista entretanto n o a nica pessoa que manipula dados e examina o mundo ao seu redor por meio de processos l gicos embora preserve s vezes esta apar ncia rejeitando pessoas que parecem l gicas da mesma forma que um l der trabalhador brit nico elevado realeza Sempre que processos l gicos do pensamento s o empregados isto sempre que o pensamento por um momento funciona por meio de esquemas h uma oportunidade para a m quina A l gica formal pode ser usada como instrumento interessante nas m os do professor em sua tentativa de tocar a alma dos alunos J poss vel construir uma m quina que manipule premissas de acordo com a l gica formal simplesmente pelo uso inteligente de circuitos de retransmiss o Ao inserir um conjunto de premissas em tal dispositivo e girar a manivela ele prontamente gerar como resultado conclus o ap s conclus o tudo de acordo com a lei l gica e com t o poucos deslizes quanto seria esperado de uma m quina de somar operada com teclado
70. ia do saber tamb m concebe o texto em termos de conex es e de redes Foucault um dos precursores do que se poderia chamar estruturalismo cultural considera com efeito que a fronteira do livro jamais ser claramente determinada Na perspectiva foucaultiana o livro n o simplesmente um objeto que se tem nas m os essa unidade relativa Por ltimo uma rede para Foucault est em condi es de vincular um vasto leque de observa es de interpre ta es de categorias de regras e de taxonomias contradit rias Essa reflex o retornaria tamb m defini o do hipertexto como rede imperceptivelmente soldada pelo d bito das frases o discurso vazado da narra o a grande naturalidade da linguagem corrente O significante maior ser recortado em uma sequ ncia de pequenos fragmentos cont guos que se chamar aqui lexias j que essas s o unidades de leitura A lexia compreender s vezes poucas palavras s vezes algumas frases isso ser quest o de conveni ncia ser suficiente que ela seja o melhor espa o poss vel onde se possa observar os sentidos p 20 13 Foucault escreve Al m do t tulo das primeiras linhas e do ponto final da sua configura o interna e da forma que lhe d autonomia ele o livro tomado num sistema de alus es a outros livros outros textos outras frases ele n numa rede Arqueologia do saber Paris Gallimard 1969 p
71. ior todas as formas de intelig ncia sejam do som ou da vis o foram reduzidas forma de v rias correntes em um circuito el trico a fim de que possam ser transmitidas Dentro do corpo humano ocorre o mesmo tipo de processo Deveremos sempre transformar em movimentos mec nicos a fim de que passem de um fen meno el trico a outro um pensamento sugestivo mas uma previs o que pode perder o contato com a realidade imediata Presumivelmente o esp rito do homem deve se elevar se ele puder rever seu passado sombrio e analisar mais completa e objetivamente seus atuais problemas Ele construiu uma civiliza o t o complexa que precisa mecanizar mais inteiramente seus registros se for continuar sua experi ncia para a conclus o l gica e n o meramente ficar preso id ia de ultrapassar seus limites de mem ria Suas incurs es podem ser mais agrad veis se ele tiver o privil gio de esquecer uma s rie de coisas que ele n o precisa ter m o imediatamente com a garantia de que possa encontr las novamente caso se tornem importantes As aplica es da ci ncia constru ram um ambiente bem suprido para o homem e o ensinaram a viver saudavelmente nele Permitiram que ele pudesse jogar pessoas umas contra as outras utilizando armas cru is Podem ainda permitir que abranja grande volume de registros e evolua a partir da sabedoria experimentada pela humanidade Ele pode morrer em conflito antes que aprenda a manejar o registro
72. is e papel eletr nico de desprender a transmiss o dos textos eletr nicos do computador PC laptop ou e book Gra as ao processo de esclarecimento dos pesquisadores do MIT Massachussets Institute of Technology n o importa qual objeto incluindo o livro tal como n s o conhecemos ainda com suas folhas e suas p ginas seria poss vel transformar o suporte de um livro ou de uma biblioteca eletr nica desde que ele seja provido de um microprocessador ou que possa ser baixado pela Internet e que suas p ginas recebam tinta eletr nica fazendo aparecer sucessivas vezes em uma mesma superf cie diferentes textos Pela primeira vez o texto eletr nico poderia se emancipar dos limites das telas e romperia este la o estabelecido em benef cio de alguns entre o com rcio das impressoras e a edi o on line Mesmo sem se projetar nesse futuro ainda hipot tico e pensando o livro eletr nico em seu formato e suporte atuais uma quest o permanece a da capacidade desse novo livro de encontrar ou produzir leitores De um lado a longa hist ria da leitura mostra que as mudan as na ordem das pr ticas s o sempre mais lentas do que as revolu es das t cnicas e continuam em deslocamento se comparadas quelas As novas maneiras de ler n o decolaram imediatamente a partir da inven o da impress o Do mesmo modo as categorias intelectuais que associamos ao mundo dos textos permanecer o receosas face aos novos formatos do livro
73. itivo capaz de jogar com a profundidade e n o mais apenas sobre a superf cie da trama discursiva o editor de um hipertexto tabular deve dispensar cuidados quanto ao estabelecimento dos diferentes estratos e divis o das informa es entre o n vel b sico e os estratos complementares Essas escolhas v o variar segundo o tipo de texto e o p blico alvo De acordo com o caso os n veis de informa es ser o divididos em fun o de um eixo concreto abstrato de uma segmenta o entre narrativa e documenta o ou entre texto erudito dados experimentais e obras de refer ncia ou ainda entre texto did tico exemplos exerc cios etc Em regra geral n o parece desej vel conceber mais de dois estratos complementares no n vel b sico Uma 66 multiplica o deles geraria uma prolifera o de refer ncias e a leitura se tornaria rapidamente um quebra cabe a N o se deve perder de vista que em uma economia textual preocupada com o leitor o importante fornecer a ele marcadores que lhe permitam controlar o seu trabalho de leitura especialmente atrav s da navega o com o mouse sobre a superf cie da tela prevendo com precis o o resultado da sua a o A presen a de um estrato leigo ou expert unido a uma palavra ou determinada p gina dever por conseguinte ser sempre denotada pelos mesmos m todos icone ou atributo de cor O leitor leigo que clicasse em um cone esperando encontrar uma explica o adaptada a
74. llsdale N J 1991 George P Landow Hypertext The Convergence of Contemporary Critical Theory and Technology Baltimore et Londres 1992 r dition Hypertext 2 0 Being a Revised Amplified Edition of Hypertext the Convergence of Contemporary Critical Theory and Technology Baltimore et Londres 1997 Ilana Snyder Hypertext The Electronic Labyrinth Melbourne et New York 1996 Nicholas C Burbules Rhetorics of the Web Hyperreading and Critical Literacy in Page to Screen p 102 122 et Antonio R de las Heras Navegar por la informaci n Madrid 1991 p 81 164 86 Propriedades do texto propriedade sobre o texto Da uma reflex o igualmente necess ria sobre as categorias intelectuais e os dispositivos t cnicos que permitir o perceber e designar certos textos eletr nicos como livros quer dizer como unidades textuais dotadas de identidade pr pria Essa reorganiza o do mundo da escrita em sua forma digital uma precondi o para que possam ser organizados os acessos em linhas de rede pagas de um lado e protegido o direito moral e econ mico do autor de outro Tal reconhecimento fundado sobre a alian a conflituosa por m necess ria entre editores e autores conduzir sem d vida profunda transforma o do mundo digital tal qual n s o conhecemos Os sistemas de seguran a destinados a proteger certas obras livros nicos ou bases de dados apresentam mais efici ncia com o e book e certament
75. luminista o texto eletr nico desenha um espa o p blico ideal onde como pensava Kant pode e deve desdobrar se livremente sem restri es ou exclus es o uso p blico da raz o essa que se transforma em conhecimento 15 Pierre LeLoarer Les substituts du livre livres et encres lectroniques in Les Savoirs d rout s p 111 128 16 Luciano Canfora La Biblioteca scomparsa Palerme 1986 tr fr La v ritable histoire de la biblioth que d Alexandrie Paris 1988 et Christian Jacob Lire pour crire navigations alexandrines in Le Pouvoir des biblioth ques la m moire des livres en Occident ed Marc Baratin et Christian Jacob Paris 1996 p 47 83 90 pela unidade da leitura p blica essa que autoriza cada cidad o em sua qualidade de conhecedor a fazer publicamente por escrito suas observa es sobre os defeitos da antiga institui o Como na era do papel impresso mas de uma maneira ainda mais forte a era do texto eletr nico atravessada por tens es principalmente entre futuros diferentes a multiplica o de comunidades separadas distin es cimentadas devido aos usos espec ficos das recentes t cnicas a apreens o em rela o ao controle das mais poderosas empresas de multim dia sobre a constru o das bases de dados digitais e de produ o ou circula o de informa o e a constitui o de um p blico universal definido pela possibilidade de participa o de cada um de seus
76. m ntica da p gina ela teria uma informa o rotulada que diria ao computador Isto um evento que responderia dia e hora em que ele ocorrer E ele automaticamente adicionaria a viagem e as pessoas sua agenda al m de programar seu GPS para lhe dar a dire o Ele apresentaria as rela es entre o evento e as v rias pessoas que o presidir o E essas pessoas teriam p ginas particulares na Web Sem ntica contendo informa es sobre como voc poderia contat las Sua agenda poderia ent o ser expandida de um reposit rio fechado de dados privados a uma vis o sobre os dados de pessoas relacionadas no mundo TR Desta forma o que a Web Sem ntica faria seria simplesmente automatizar muitas coisas que um assistente humano n o poderia fazer B L N o Um assistente humano utiliza uma forma de intelig ncia que n s n o estamos simulando aqui Ele ter a capacidade de repentinamente pensar as correla es por meio de todo o espectro de suas experi ncias Eu indiquei voc para Tiawicha porque eles t m o festival das flores l este fim de semana eu acho e bem talvez voc goste disso um processo da mente humana Isso mais que lhe fornecer um programa capaz de realizar todas as coisas para as quais o seu Sistema de Gest o de Informa o MIS poderia desenvolver mas voc n o tem tempo de faz lo No entanto isto seria ainda um programa bem como a World 45 Wide Web apenas um documento
77. m falando sobre privacidade direitos autorais confidencialidade termos comerciais e sobre as mais variadas partes do sistema de normas legais As pessoas n o deveriam pensar que a ICANN 51 dirige tudo que acontece na Internet A ICANN apenas opera com um papel muito espec fico TR Voc acredita que a World Wide Web ter sido a sua mais importante contribui o B L Meu papel teve necessariamente de mudar de um projetista solit rio passando por agitador da comunidade para arquiteto chefe e facilitador de consenso no W3C Mas suspeito que a Web ser a minha contribui o mais importante embora ela tenha requerido estar no lugar certo e na hora certa O engano por m pensar que ela est finalizada A Web Sem ntica apenas a aplica o do projeto de um tipo de web para os dados e este processo levar muitas d cadas mais antes de sermos capazes de dizer que n s realmente implementamos a id ia da Web por completo se que podemos faz lo TR Al m da Web Sem ntica voc tem mais alguns sonhos ou desejos para o futuro da Web B L Ah muitos e muitos Eu sempre desejei que a Web fosse mais criativa um meio flex vel com sistemas de anota o e grupos de editores e por a vai Estou empolgado com os novos dispositivos port teis que podemos utilizar para a Web com tecnologia baseada na fala e muitas coisas mais Uma vez que voc come a com a id ia b sica da Web muito se torna poss vel Texto
78. ma dessas maneiras de provar a validade de uma an lise encontra se profundamente modificada de forma que o autor possa desenvolver sua argumenta o seguindo uma l gica que n o mais necessariamente linear e dedutiva mas aberta clara e relacional e que o leitor possa ele mesmo consultar os documentos arquivos imagens palavras m sicas que s o os objetos ou os instrumentos da pesquisa Nesse sentido a revolu o das modalidades de produ o e de transmiss o dos textos tamb m uma mudan a epistemol gica fundamental Uma vez estabelecida a domina o do codex os autores incorporaram a l gica de sua materialidade nas obras por exemplo dividindo aquilo que anteriormente era a mat ria textual de v rios rolos em livros partes ou cap tulos de um 4 D F McKenzie Bibliography and the Sociology of Texts The Panizzi Lectures 1985 Londres 1986 p 4 tr fr La bibliographie et la sociologie des textes Paris 1991 p 30 5 Anthony Grafton Les origines tragiques de I rudition Une histoire de la note en bas de page Paris 1998 6 Michel de Certeau Histoire et psychanalyse entre science et fiction Paris 1987 p 79 7 Pour les nouvelles possibilit s argumentatives offertes par le texte lectronique cf David Kolb Socrates in the Labyrinth in Hyper Text Theory ed George P Landow Baltimore et Londres 1994 p 323 344 et Jane Yellowlees Douglas Will the Most Reflexive Relativist Please S
79. melhor que o processador de texto Eu estou muito feliz agora pois estou planejando trocar o Word da Microsoft pelo HTML apenas porque n o h nenhuma raz o para n o faz 10 HTML uma linguagem utilizada para produzir p ginas na Web derivada da SGML N T 11 SGML uma metalinguagem por meio da qual se pode definir linguagens de marca o para documentos N T 12 FTP uma forma bastante r pida e vers til de transferir arquivos sendo uma das mais usadas na internet N T 37 lo Esse um bom formato perfeito e faz com que seja mais f cil navegar na internet CR Voc obviamente foi de certa forma um vision rio TN De certa forma Quando ela terminou CR Mesmo agora com a www suas id ias est o se tornando um tipo de realidade nova em forma e figura TN Ou parecendo mais reais para algumas pessoas CR Com base em suas experi ncias como voc encorajaria pessoas que estejam tendo id ias que parecem neste momento ser revolucion rias a empreend las TN O que eu recomendaria para um jovem vision rio hoje risos Seja direto aprenda a lidar com objetivos em curtos prazos e a n o delegar Eu confiei neles risos famosas ltimas palavras Essas s o pessoas que ainda amo e a quem respeito mas se eu tivesse sido capaz de manter tudo por perto e pausa n o tentado estender demais e for ado demais e gerenciado melhor metas de curto prazo as coisas teriam sido bem diferentes
80. mpressos ainda que universais segundo Condorcet quer dizer construir a partir da troca da escrita um espa o p blico de que qualquer um participe Como ent o situar o papel das bibliotecas dentro desta profunda mudan a da cultura escrita Apoiado 19 Ces diff rents possibles sont discut s dans Richard A Lanham The Electronic World Democracy Technology and the Arts Chigago 1993 Donald Tapscott The Digital Economy New York 1996 et Juan Luis Cebrian ed C mo cambiar n nuestras vidas los nuevos medios de comunicaci n Madrid 1998 20 Giambattista Vico La Scienza Nuova Introduzione e note di Paolo Rossi Milan 1994 tr fr La Science nouvelle 1725 Paris 1993 21 Condorcet Esquisse d un tableau historique des progr s de l esprit humain Paris 1988 92 sobre as possibilidades oferecidas pelas novas t cnicas nosso come o de s culo pode superar os obst culos da contradi o que assombra j h algum tempo a rela o do ocidente com o livro O sonho da biblioteca universal tem expressado o desejo exasperado de capturar por uma acumula o sem falha nem lacuna todos os textos jamais escritos todo o conhecimento Mas a decep o ainda tem acompanhado esta espera pela universalidade desde todas as cole es pois fossem elas tamb m ricas n o podiam dar mais que uma imagem parcial e mutilada dessa exaustiva necessidade Essa tens o deve ser inscrita dentro das longas atitudes em torno
81. na o livro examinado anteriormente saltando 10 p ginas de cada vez empurrando mais ainda ele navega saltando 100 p ginas por vez Empurrando para a esquerda ele possui o mesmo controle de tr s para frente Um bot o especial leva o usu rio imediatamente primeira p gina do ndice Qualquer livro existente em sua biblioteca pode ent o ser encontrado e consultado muito mais facilmente do que se estivesse em uma prateleira Como ele possui diversas posi es de proje o o usu rio pode deixar um item posicionado enquanto requisita outro Podem se adicionar notas e coment rios nas margens tirando proveito de um poss vel tipo de fotografia seca e ainda arranj los de tal forma que se organizem em estilo de 26 esquema como empregado hoje na telautografia vista em salas de espera de estradas de ferro assim como se o usu rio tivesse a p gina f sica diante dele 7 Tudo isso convencional exceto pela proje o futura dos mecanismos e dispositivos atuais Isso permite um passo adiante no entanto para a indexa o associativa cuja id ia b sica que qualquer item possa ser selecionado imediata e automaticamente por outro Esse o tra o essencial do Memex O processo de conectar dois itens o fator mais importante Quando o usu rio est construindo sua trilha ele a nomeia insere o nome no seu livro de c digos e o digita em seu teclado Antes dele est o os dois itens a serem juntados e projetados
82. nidade de possibilidades de escolhas de textos de percursos e de fontes de informa o Por outro lado as compet ncias desse tipo de leitor evolu ram esse n o mais um leitor que toma conhecimento e assimila uma parte das informa es apresentadas no seio de um conte do pr selecionado e organizado N o que o leitor tenha um papel passivo inerente a n s a indispens vel iniciativa interpretativa de leitor para contribuir com o funcionamento de um texto pois todo texto pressup e a coopera o do leitor como condi o de atualiza o UMBERTO ECO Lector in fabula O papel do leitor ou A coopera o interpretativa dentro dos textos narrativos Queremos dizer que os dispositivos do livro e do disco r gido limitam o campo de informa o ao corpus selecionado e validado por editores projetistas e autores da obra Al m disso os dados s o pr constru dos segundo um plano uma ordem um percurso determinado pelo editor e pelo autor e apresentado depois ao leitor Em um dispositivo hiperm dia em rede o leitor se confronta com um ambiente universal e de trocas reunindo nos espa os virtuais uma multiplicidade de fontes as mais heterog neas Ele deve ent o desenvolver um outro tipo de leitura para aprender a se situar fora da esfera cultural hist rica geogr fica social etc fora de todo conte do apreendido em sua particularidade e subjetividade incontorn veis de modo a adotar um olhar distanciado
83. nta pois deixaram suas atividades para a execu o de aparelhos estranhos e destrutivos e tiveram que projetar novos m todos para seus trabalhos imprevistos Fizeram sua parte nos inventos que tornaram poss vel o retorno do inimigo e trabalharam em esfor o combinado com os aliados Sentiram neles mesmos a excita o do empreendimento e fizeram parte de uma grande equipe Agora que a paz se aproxima algu m se pergunta onde eles encontrar o objetivos que valham a pena 1 Que benef cio dur vel o uso da ci ncia e de novos instrumentos trouxeram para a exist ncia humana Primeiramente aumentaram o controle do ambiente material Melhoraram o alimento a roupa e o abrigo aumentaram a seguran a e libertaram no em parte do cativeiro da exist ncia vazia Aumentaram lhe o conhecimento dos processos biol gicos de modo que tivessem uma liberdade progressiva da doen a e expectativa de vida aumentada Iluminam as intera es entre suas fun es fisiol gicas e psicol gicas prometendo sa de mental melhorada A ci ncia favoreceu a comunica o mais r pida entre indiv duos tamb m favoreceu o registro de id ias e permitiu ao homem manipular e descontextualizar esse registro de modo que o conhecimento evolu sse e resistisse atrav s n o apenas de gera es mas da vida de indiv duos A pesquisa avan ou muito mas evidente que hoje estamos exageradamente especializados O investigador desconcertado pelas descobertas
84. ntes de redes D 8 http www theatlantic com unbound flashbks computer bushf htm Em Hypertext 2 0 Baltimore Johns Hopkins University Press 1997 George P Landow d o exemplo dos manuais de utiliza o destinados a mec nicos das companhias de avia o americanas que podiam contar na sua vers o impressa mais de 25 000 p ginas s quais n o se podia praticamente introduzir altera es sem a reprodu o do livro na sua totalidade Nos anos 1980 esses guias foram transferidos para o suporte inform tico s o assim mais f ceis de consultar e a informa o pode ser atualizada regularmente 54 Na sequ ncia do advento do Hypercard desenvolveu se a rede World Wide Web mais conhecida por Internet Interconnected Network ou auto estrada da informa o que permite a v rios usu rios simultaneamente e em qualquer parte do mundo acessar textos ou hipertextos n o s para ler mas tamb m para intervir acrescentando por es de texto ou criando novas conex es entre as unidades textuais j existentes no sistema O hipertexto pode ser difundido tanto em CD ROM circuito fechado ou em rede circuito aberto quanto na Internet Como esclarece George P Landow essa tecnologia da informa o existe sob duas formas o read only hypertext que permite ao leitor escolher o seu percurso de leitura mas que n o o autoriza a acrescentar conex es ou por es de texto nem a alterar o texto que lhe apres
85. ntes do momento s o os mesmos usados na poca das caravelas Mas h sinais de mudan a medida que novos e poderosos recursos v o sendo postos em uso Fotoc lulas capazes de ver coisas em sentido f sico fotografia avan ada que pode registrar o que visto e mesmo o que n o tubos termi nicos capazes de controlar grandes pot ncias sob a orienta o de menos energia do que a usada por um mosquito para vibrar suas asas tubos de raios capazes de registrar uma ocorr ncia t o breve que em compara o com um microssegundo seja um longo tempo combina es da ocorr ncia da retransmiss o que realizar o sequ ncias envolvidas dos movimentos de forma mais segura do que operadores humanos e em menos tempo h muitos dispositivos autom ticos mec nicos que podem transformar os registros cient ficos Dois s culos atr s Leibniz inventou uma calculadora que possu a a maioria das caracter sticas essenciais dos teclados atuais mas essa tecnologia n o p de ser posta em uso A situa o econ mica era adversa o trabalho envolvido na constru o da calculadora antes da produ o em massa excedia o trabalho a ser conservado pelo seu uso at porque qualquer coisa era suficientemente duplicada pelo uso de l pis e papel Al m disso as m quinas estavam sujeitas a falhas das quais n o se poderia depender Naquele tempo e at muito depois complexidade e desconfian a eram sin nimos Babbage mesmo com os extraordin
86. num cabo do aparelho de televis o elas conduzem a imagem das fotoc lulas para o r dio transmissor Sabemos que se pudermos aproximar esse cabo dos instrumentos pr prios n o precisamos toc lo Podemos escolher vibra es por indu o el trica e assim descobrir e reproduzir a cena que est sendo transmitida como um fio de telefone pode ser ativado para sua mensagem Os impulsos que fluem nos nervos do bra o de um datil grafo transmitem aos seus dedos a informa o trazida que alcan a seu olho ou orelha a fim de que os dedos possam ser motivados a atingir as teclas apropriadas Essas correntes n o poderiam ser interceptadas seja na forma original como a informa o transmitida ao c rebro seja na surpreendente forma metam rfica como elas acontecem ent o m o Por via ssea introduzimos sons nos canais do nervo do surdo a fim de que ele possa ouvir Ser poss vel que possamos aprender a introduzi los sem o atual embara o da primeira transforma o de vibra es el tricas em mec nicas que o mecanismo humano prontamente reconverte em forma el trica Com um par de eletrodos no cr nio o encefal grafo agora produz tra os e linhas que sugerem alguma rela o com o fen meno el trico que vai ao c rebro Na verdade o 30 registro incompreens vel exceto pelo fato de indicar determinado mau funcionamento do mecanismo cerebral mas quem colocaria agora limites para a sugest o de algo No mundo exter
87. nuo atordoado com isso No come o eu achei que a www era uma brilhante simplifica o Era assim que eu entendia mas talvez eu estivesse enganado Ent o Tim Berners Lee veio e n s almo amos eu acho que era 1989 1990 alguma coisa assim em Sausalito e eu realmente gostei do cara Ele tinha feito essa coisa muito simples e isso soou muito trivial para mim risadas Ele realmente era um bom rapaz e esperei manter contato com ele embora eu seja um correspondente muito ruim A pr xima not cia que tive repentinamente foi que a coisa tinha se tornado popular E isso se transformou simplesmente numa extens o de protocolos de arquivos de transfer ncia em outras palavras isso significa que voc pode entrar anonimamente e pegar esse arquivo e essa uma maneira proposta de olhar para isso Isso chamado HTML voc tem que entender o tipo de formato HTML SGML em que voc tem todos esses pequenos knobs and boogers que s o os c digos de formata o isso absolutamente o contr rio da id ia do Xanadu de que voc tenha dados limpos descontaminados Entretanto funciona muito simples e voc sempre pode remover essas coisas ent o tudo bem Mas tudo isso um FTP 2 maquiado de modo que voc pode olhar para essas coisas sendo que os endere os de salto e os formatos est o escondidos e voc tem n veis de par grafos etc e isso basicamente do que as pessoas precisavam e francamente eu acho isso muito
88. o a ganhar Esse o motivo pelo qual muitas pessoas t m ficado bastante empolgadas com o trabalho nas ci ncias da vida utilizando aplica es da Web Sem ntica TR J existe alguma aplica o que demonstra como a Web Sem ntica pode formar tais conex es B L Se voc quiser brincar com a Web Sem ntica pode criar um arquivo amigo de um amigo friend of a friend file FOAF file Em um arquivo FOAF dados componentes de uma homepage pessoal formatados em um layout padronizado voc pode publicar coisas sobre sua organiza o seu material publicado lugares ou fotografias Bem como pode ter um indicador que diz Esta uma fotografia minha e outros dados sobre a fotografia como quem mais est nela Para criar um arquivo FOAF voc deve preencher um formul rio como aquele na p gina http www Idodds com foaf foaf a matic html Deste informativo gerado um arquivo de texto leg vel pela Web Sem ntica que voc pode adicionar ao seu website pessoal Existem websites sem nticos que extrair o os dados dele e lhe dar o coisas como uma lista de fotografias ligando voc a mais algu m Estou a tr s fotografias do Frank Sinatra porque fui fotografado com o Bill Clinton que foi fotografado com um dos Kennedy que foi fotografado com Frank Sinatra uma aplica o boba mas que de fato mostra o poder da reutiliza o da informa o 48 TR Voc pode descrever um exemplo mais s rio B L empolgante ver
89. o amplo m vel e inst vel agrupado onde o texto sobre o que quer que seja adquire sua significa o Morte do leitor transfigura o do livro No momento em que se constatou o nascimento do leitor foram realizados diagn sticos que por fim redigiram seu atestado de bito Eles se basearam em tr s aspectos principais O primeiro se manifesta grosseiramente com as transforma es das pr ticas de leitura De um lado dados estat sticos recolhidos em pesquisas sobre as pr ticas culturais asseguram se n o o recuo da porcentagem global de leitores pelo menos a diminui o da propor o dos leitores fortes em todas as faixas et rias e particularmente entre os adolescentes Por outro lado o que se constatou a partir das pol ticas editoriais refor ou que existe de fato a crise da leitura E se tal crise n o poupa nem mesmo a fic o ela 1 Roland Barthes La mort de I auteur 1968 in BARTHES Roland Le Bruissement de la langue Essais critiques IV Paris 1984 p 63 69 2 RENARD Herv et ROUET Fran ois L conomie du livre de la croissance la crise in L Edition fran aise depuis 1945 Paris Pascal Fouch 1998 p 640 737 Cf aussi Pierre Bourdieu Une 82 ainda mais presente nos campos de publica es das ci ncias humanas e sociais Dos dois lados do Atl ntico os efeitos s o compar veis sem que necessariamente as causas sejam as mesmas Nos Estados Unidos o fator ess
90. o e detec o s o resultados novos por m insuficientes da ci ncia moderna Hoje afirma doutor Bush os instrumentos est o em nossas m os e se bem desenvolvidos dar o ao homem acesso e comando heran a de sabedoria A perfei o desses instrumentos pac ficos deveria ser o primeiro objetivo de nossos cientistas quando eles saem do trabalho da guerra Como o famoso discurso de Emerson de 1837 em O estudioso americano este artigo feito por doutor Bush chama a aten o para um novo relacionamento entre o pensamento do homem e a soma do nosso conhecimento O Editor E Os cientistas enterrando a antiga competi o profissional em prol de uma causa comum compartilharam de forma grandiosa e aprenderam muito Tem sido agrad vel trabalhar em parcerias eficientes Agora para muitos parece estar pr ximo o fim O que os cientistas far o a seguir Para os bi logos e particularmente para os cientistas m dicos pode haver uma pequena indecis o j que a guerra 1 Originalmente o texto tem o t tulo As we may think A tradu o Como devemos pensar soa amb gua em portugu s Para evitar sentidos que consideramos inadequados preferimos a tradu o Como pensamos N T os impediu que deixassem os padr es antigos Muitos inclusive foram capazes de levar adiante suas pesquisas nos pr prios laborat rios mas seus objetivos continuam os mesmos Os f sicos perderam seus lugares de forma mais viole
91. o seu n vel seria rapidamente desmotivado se ao inv s de obter satisfa o ca sse em explica es destinadas a um expert Para ser eficaz a leitura deve se basear em conven es est veis a fim de permitir uma concentra o m xima do leitor sobre o conte do Assim como nas m dias impressas n o h d vida de que o hipertexto estratificado desenvolver tamb m as suas conven es e que essas se integrar o cultura dos leitores Apesar das dificuldades que apresenta certamente nessa dire o que se encontra o futuro mais promissor do hipertexto se esse ultrapassar a fase da utopia liberat ria para tornar se um instrumento de trabalho Al m disso esses diversos modos de organiza o do hipertexto podem levar a formas de navega o muito diferentes de acordo com o grau de opacidade ou tabularidade empregada para a apresenta o dos dados Um hipertexto liter rio ou l dico pode optar por uma navega o opaca e dar ao usu rio a possibilidade de produzir efeitos sobre a tela mas sem que ele saiba onde est nem aonde vai N o h ent o navega es claras todos os acontecimentos inform ticos podem desenrolar se num mesmo quadro aparente Essa forma de hipertexto opaco pode convir a uma narrativa experimental do tipo Afternoon de Michael Joyce ou a um jogo de aventura como Myst em que o jogador n o 67 tem nenhuma id ia da sua posi o em rela o ao conjunto dos enigmas a resolver Mas em ma
92. o tratadas com os mesmos conceitos de tempo das previs es meteorol gicas n s escrevemos regras lan ando m o destas conex es Isto permite que algu m procure no buscador da Web Sem ntica por fotos tiradas em dias ensolarados por exemplo Bit por bit link por link os dados se tornam conectados entrela ados O aspecto animador a reutiliza o gratuita de dados Uma pessoa coloca l dados para uma fun o e outra os utiliza de maneira distinta 46 TR Voc disse que a fase um da Web Sem ntica foi finalizada Voc pode explicar B L A Web Sem ntica trabalha por meio de defini o de novas linguagens para computadores com a finalidade de troca de informa o A fase um foi a obten o daquelas primeiras linguagens tanto a sintaxe quanto a sem ntica para que elas se tornassem padr es suportados pelos membros do W3C Porque a interoperacionalidade a chave voc n o pode chamar de aplicativo da Web Sem ntica algum programa se ele apenas se coloca l realizando coisas com o seu pr prio formato de dados sem estar apto a trocar dados com outros programas Agora h um novo fundamento Quem deseja fazer um novo aplicativo e publicar dados pode faz lo j que os programas das outras pessoas ser o capazes de ler os dados TR Que tipo de aplica es da Web Sem ntica as pessoas est o criando para a pr xima fase B L Coisas empolgantes est o acontecendo nas ci ncias da vida Os grandes des
93. oc passa da cultura corporativa para a cultura pessoal e disso para fotografias e ent o para informa es sobre o clima e ent o para reservas de v os e ent o para reservas de restaurantes e ent o para o entendimento de qual vinho acompanha uma dada refei o TR Voc frequentemente fala sobre a import ncia da universalidade da Web O que voc quer dizer com isso B L Uma das propriedades fundamentais da Web o fato de que ela apenas um espa o e um espa o consensual Ela 49 deveria ser independente do hardware que voc utiliza do software que voc usa ou do sistema operacional que est rodando da cultura na qual voc est ou mesmo se voc est escrevendo um documento maravilhoso e cuidadosamente editado ou se est rabiscando alguma coisa no verso de um rascunho E ela deveria ser independente da l ngua que voc est usando do tipo de caracteres ou mesmo se suas letras v o de cima para baixo da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda Al m disso as pessoas deveriam ser capazes de acessar informa es mesmo se elas n o t m habilidades No W3C n s chamamos este conceito de uma Web para algu m em qualquer lugar sobre qualquer coisa TR E h uma amea a a essa universalidade B L Houve uma proposta de criar um dom nio priorit rio top level chamado mobi Todos os websites que trabalhariam com telefones port teis seriam colocados nesta rea este
94. onta da Internet TR H uma luta ferrenha entre as Na es Unidas e a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers ICANN que controla como os dom nios e os nomes da Internet s o emitidos Qual a sua opini o B L Alguns pa ses est o preocupados com raz o com o fato de a ICANN operar sob um contrato com o Departamento de Com rcio dos Estados Unidos A Internet algo internacional e mesmo que ela seja cuidadosamente dirigida pela ICANN em prol dos maiores proveitos de todo o mundo h um forte sentimento em alguns pa ses de que o fato de a ICANN ter sido fundada pelo governo dos Estados Unidos significa que os americanos a controlam o que seria injusto O que sinto em rela o a isso que essa assimetria deveria ser cuidadosamente removida importante que ela seja vista como algo justo De qualquer forma o fato que a ICANN est posta l e est operando e ela n o deveria ser repentinamente descartada Criar algo que represente os acionistas de forma balanceada requer realmente muita experi ncia e constante reavalia o Talvez a ICANN devesse receber mais verbas das Na es Unidas mas n o penso que ela deva ser da noite para o dia uma organiza o ainda mais pr xima das Na es Unidas do que j Muita confus o nesta rea causada quando pessoas utilizam o termo governan a da Internet Elas passam a falar sobre nomes de dom nios que uma rea muito espec fica e ent o termina
95. organiz lo determinar quais unidades fazem sentido e onde inserir os links Pode se tamb m desenvolver o hipertexto em v rios atos ou seja criar um ambiente hipertextual ao escrever o texto pensar o texto desde o in cio do processo de escrita como uma rede e programar as conex es medida que progrida o trabalho de cria o Mas quer se desenvolva o hipertexto a partir de um texto j existente quer se escreva um novo antecipa se de uma forma ou de outra o percurso que o leitor est sujeito a seguir No dom nio liter rio a exist ncia dessa nova tecnologia representada pelo hipertexto acarreta uma mudan a na rela o entre os pap is do autor e do leitor al m de alterar consideravelmente a concep o tradicional do texto Com efeito enquanto o impresso exige imediatamente certa linearidade esta seria somente pelas limita es materiais levadas em conta na publica o de um livro a escrita hipertextual caracterizada pela sua n o sequenciali dade no hipertexto a escrita assim como a leitura efetua se por camadas sucessivas j que as informa es s o organizadas em sequ ncias n o lineares Visto que o 10 Michael Joyce que assinou uma das primeiras novelas hipertextuais intitulada Afternoon resume o processo de leitura colocado em quest o pelo hipertexto dessa forma N o se trata simplesmente de que o leitor possa determinar a ordem em que l mas de que as suas escolhas criam o
96. original FRAUENFELDER Mark Sir Tim Berners Lee Technology Review out 2004 Tradu o Rafael Cota Teixeira Talita Corr a de Souza e Viviane Gon alves Curto Revis o da tradu o Rafael Cota Teixeira Talita Corr a de Souza e Viviane Gon alves Curto Revis o final Alenir Maria da Silva Andrea Maggi Carla Gomes de Oliveira e Solange Maria do Carmo 52 O hipertexto Sophie Marcotte O hipertexto definido por George Landow como uma tecnologia da informa o que consiste em blocos de textos ou lexias e nas conex es eletr nicas que os ligam Como explica Ilana Snyder uma rede de conex es entre palavras id ias e fontes que n o tem n cleo central nem fim O hipertexto que existe apenas no estado virtual cont m um conjunto de dados reunidos no ambiente inform tico e pode ser lido de v rias maneiras Esses dados s o divididos em elementos ou n cleos de informa es que segundo Laufer e Scavetta s o marcados por rela es sem nticas que permitem passar de um ao outro quando o usu rio os aciona No ambiente hipertextual os links s o as unidades de informa o seu conte do de maneira geral concentrado em um s conceito em uma id ia em especial O termo hipertexto foi empregado pela primeira vez em 1965 por Theodor Nelson Trabalhando em mainframe computers computadores centrais Nelson descobriu que o computador tinha a capacidade de criar e de
97. ort ncia conferida a essa no o que ressalta uma forma de alfabetiza o e por conseguinte a incorpora o de uma aprendizagem de base fundamental para o acesso leitura escrita cultura e integra o social em geral C d Quais s o as origens desse questionamento em rela o s pr ticas da escritura leitura hiperm dia BJ O estudo comparativo segundo a perspectiva diacr nica entre os espa os da p gina do livro e da p gina tela como elementos essenciais do acesso informa o foi originalmente um questionamento a respeito dessas pr ticas de leitura escritura nos ambientes digitais A no o de espa o gr fico foi utilizada para nortear a an lise efetuada nos planos da p gina do livro e da interface gr fica das p ginas virtuais A intera o entre o pensamento e o espa o nos ambientes constru dos foi analisada ao modo da no o de espa o gr fico introduzida por Jack Goody e retomada por Roger Chartier Essa no o permitiu mensurar a amplitude das mudan as na representa o da informa o em espa os e suportes particulares sempre numa perspectiva comparativa da p gina do livro p gina tela A p gina do latim pagina 1160 1174 teve seu primeiro emprego na agricultura no sentido de folha de parreira Em sentido figurado esse termo significou em seguida coluna escrita e por meton mia folheto derivado do verbo latino pangere cravar na terra No sentido etimol
98. os avan am a massa de obras publicadas aumenta sem cessar e prev se o momento em que ser quase t o dif cil se instruir numa biblioteca quanto o seria no universo e quase t o r pido buscar uma verdade incontest vel na natureza quanto uma verdade perdida em uma multid o de volumes Gra as capacidade de armazenamento de imensas bases de dados digitalizados em interconex o a internet se apresenta hoje como um meio capaz de realizar esse sonho fant stico e enciclop dico no sentido de que re ne um conjunto de conhecimentos de uma democracia cognitiva por meio do acesso universal ao conhecimento Essas mudan as tecnol gicas t m necessariamente fortes repercuss es tanto econ micas e sociais quanto cient ficas ou cognitivas pois esses novos recursos condicionam pouco a pouco nosso acesso informa o e tornam se at mesmo essenciais sua difus o Frente ao fluxo cont nuo de mensagens cuja quantidade e rapidez de transmiss o paradoxalmente se transformam em defici ncias recep o pelo leitor ouvinte espectador os modos de acesso constituem a etapa ltima e crucial do dispositivo de media o cuja finalidade principal 72 a comunicativa assim que se desenvolve desde 1995 a cultura da informa o formada a partir do letramento no ingl s literacy em refer ncia capacidade de organizar e tirar o melhor proveito da informa o A tradu o literal do ingl s revela toda a imp
99. ositivo de media o do conhecimento bem familiar Seu uso t o intuitivo e autom tico seus modos de comunica o est o de tal forma onipresentes e inscritos em nosso passado cultural e educacional que eles se tornam por isso mesmo dif ceis de apreender e analisar Parece me que uma abordagem te rica em que se recorre ao conceito de dispositivo de comunica o pode permitir justamente destrin ar suas particularidades e consider lo sob o aspecto 80 de um ambiente estruturado que comporta caracter sticas t cnicas um suporte um canal de comunica o uma tecnologia al m de uma estrutura e de uma organiza o semi tica induzindo a uma rela o autor leitor e a usos singulares A dificuldade de apreender o funcionamento de um dispositivo leva em considera o a combina o de v rios componentes t cnico simb lico relacional que se interpenetram E essa an lise comparativa de dispositivos de media o de diferentes saberes constitu dos pelos ambientes constru dos no livro no disco r gido e na Internet permite destrin ar as especificidades de cada um em rela o aos outros O desafio nos ambientes hiperm dia reside em grande parte nas evolu es marcadamente associadas s etapas chaves do agrupamento da organiza o e do acesso ao conhecimento que forjam essa cultura de informa o em meio digital Col quio virtual Telas e redes O col quio virtual Telas e redes em dire o a uma
100. ovas 77 anima es visuais ou sonoras em rela o quelas da p gina do livro como a dimens o ou a cor dos caracteres a inser o de molduras de fotos acompanhadas de estrat gias de interatividade que permitem ao leitor exercer uma a o sobre o conte do paralelamente sua leitura Trata se principalmente da constru o de percursos de leitura singulares atrav s das conex es discursivas hipertextuais internas ou externas e tamb m mais acessoriamente por meio das notas eletr nicas da constitui o de documentos pessoais no curso da navega o e das a es de recupera o de fragmentos de textos a es de grava o de c pia cola de excertos modificando os No entanto nessas opera es permanentes de escolha de fontes de informa o de navega o de leitura de conserva o de documentos o leitor usu rio estabelece principalmente um di logo consigo mesmo e n o com as inst ncias de produ o ao utilizar as performances materiais e programadas da informa o combinadas tecnologia hipertextual e s suas capacidades de filtragem e sele o da informa o julgada pertinente Se existe uma forma de interc mbio entre duas inst ncias h principalmente uma conex o entre o leitor usu rio e os softwares que por interm dio das interfaces inform ticas auxiliam o leitor em suas atividades de pesquisa e de consulta de dados Essa forma de intelig ncia programada amplia a intelig ncia
101. pressa dificultam A perspectiva de uma rela o mais imediata na qual ocorra mais di logo entre a obra e sua leitura sedutora mas n o se pode esquecer que os leitores co autores potenciais dos livros eletr nicos ainda s o minoria A tela se mant m entre a obsessiva presen a da revolu o e a realidade das pr ticas de leitura que continuam massivamente ligadas aos objetos impressos e que exploram muito parcialmente as possibilidades oferecidas pela tecnologia Isso nos mostra que importante n o trocar um real j existente por um virtual A originalidade e talvez a inquieta o da atualidade tem para si que as diferentes revolu es da cultura escrita do passado tinham sido diferentes e teriam se espalhado simultaneamente A revolu o do texto eletr nico de fato ao mesmo tempo uma revolu o da t cnica de produ o e reprodu o dos textos uma revolu o do suporte da escrita e uma revolu o das pr ticas de leitura Tr s aspectos fundamentais transformaram profundamente nossa rela o com a cultura escrita Em primeiro lugar a representa o eletr nica da escrita modifica radicalmente a no o de contexto e deste modo o pr prio processo da constru o de sentido Ela substitui a contig idade f sica que aproxima os diferentes textos copiados ou impressos em um mesmo livro 89 ou em um mesmo peri dico distribu dos dentro de uma arquitetura l gica que comanda as bases de dados e as cole
102. que lido Digamos simplesmente que lidar com o hipertexto ler e escrever eletronicamente na ordem que lhe conv m seja em fun o das escolhas que lhe s o oferecidas pelo autor seja por sua pr pria descoberta sensorial da organiza o topogr fica do texto As suas escolhas e n o a representa o feita de antem o pelo autor de acordo com a topografia inicial constituem o estado presente do texto O leitor torna se reader as author citado em Notes Toward an Unwritten Non Linear Electronic Text Post Modern Culture v 2 n 1 1991 par grafos 14 15 A novela Afternoon pode ser encontrada no seguinte endere o http iberia vassar edu mijoyce begin html 11 Roger Laufer e Domenico Scavetta OP cit p 5 resumem assim a diferen a entre a estrutura do documento impresso e a do hipertexto Um texto uma estrutura linear mais ou menos hierarquizada os elementos textuais mais ou menos aut nomos ligados por rela es de ordem Um hipertexto uma estrutura de rede os elementos textuais s o n s ligados por rela es n o lineares e ligeiramente hierarquizadas 56 hipertexto n o tem in cio nem ordem predefinida nem fim o leitor que n o mais obrigado a seguir o percurso tradicional linear do impresso pode escolher o seu pr prio percurso de leitura Desse modo mant m uma rela o de intera o com o autor o leitor colabora com o autor produzindo um texto por meio das escolhas que
103. que determinada palavra mude de forma ou de cor quando o usu rio passar o mouse sobre ela Gra as a essas caracter sticas o hipertexto coloca a escrita em uma forma radicalmente nova de dialogismo eletr nico segundo a express o de Pierre Laurette O hipertexto mais ainda que o livro que pode variar sob in meros aspectos pode levar a resultados em que a apar ncia e a organiza o interna se modifiquem consideravelmente De fato a tecnologia inform tica capaz de dar ao texto digital formas inimagin veis Em um texto impresso os par grafos ou blocos de informa o s o dispostos segundo uma ordem sequencial que o leitor reconhece essencialmente por contig idade servindo se de elementos tabulares mais ou menos numerosos Em um hipertexto os diversos blocos de informa o podem constituir pequenas ilhas distintas e aut nomas acess veis ao leitor em uma mesma p gina ou em p ginas separadas De acordo com a natureza do documento e os leitores em vista o autor de um hipertexto poder favorecer um acesso por sele o associa o contig idade ou por estratifica o Esses diversos modos podem vir separadamente ou sob diversas combina es Sele o O caso mais simples de sele o aquele em que o leitor escolhe em uma lista ou por um enter no teclado o bloco de informa o que lhe interessa ler Os diversos blocos de informa o constituem unidades distintas entre as quais n o existe nenhuma
104. ra as pr ximas d cadas a coexist ncia n o necessariamente pac fica entre as duas formas de livro e os tr s modos de inscri o e de comunica o dos textos o manuscrito a publica o impressa e a textualidade eletr nica Essa uma hip tese sem d vida mais razo vel do que lamentar a perda irremedi vel da cultura escrita ou acreditar como os entusiasmados sem prud ncia anunciaram na entrada imediata em uma nova era da comunica o Essa prov vel coexist ncia nos convida a refletir sobre a recente forma de constru o dos discursos do conhecimento e as modalidades espec ficas de sua leitura que permitem a exist ncia do livro eletr nico Este n o pode e n o deve ser a simples substitui o de um suporte por outro gra as s obras que se mant m conservadas e escritas dentro da velha l gica do codex Se as formas exercem efeito sobre o sentido 84 como escreveu D F McKenzie os livros eletr nicos organizam de maneira in dita a rela o entre a demonstra o e as fontes e entre as modalidades da argumenta o e os crit rios da prova Escrever ou ler esta nova esp cie de livro sup e desprender se de h bitos e transformar as t cnicas que qualificam o discurso erudito cuja hist ria e cujos efeitos come aram a ser relatados e avaliados recentemente entre eles a cita o e a nota de p de p gina ou como Michel de Certeau chamou depois de Condillac a l ngua dos c lculos Cada u
105. registros desde a inven o do tipo m vel na forma de revistas jornais livros contratos propagandas correspond ncias obtendo um volume correspondente a um bilh o de livros poderia ser reunido e comprimido em uma camionete A mera compacta o claro n o o suficiente N o se precisa D o O D 14 apenas produzir e estocar um registro mas tamb m facilitar sua consulta e este aspecto tem sido tardiamente considerado A biblioteca moderna geralmente n o consultada a n o ser por uma minoria A compacta o importante no entanto quando reflete nos custos O material da Britannica microfilmada poderia custar muito barato e ser enviado para qualquer lugar por centavos Que custo teria imprimir um milh o de c pias Imprimir um jornal em tiragem alta custa fra o de centavo Toda a Britannica em redu o microfilmada poderia caber em entre oito e meio e onze partes Quando isso estiver dispon vel com os m todos de reprodu o fotogr fica do futuro grandes quantidades de c pias provavelmente v o se tornar partes m nimas do custo dos originais E a prepara o da matriz Este o pr ximo aspecto a ser tratado 3 Atualmente para fazer um registro usamos um l pis ou uma m quina de escrever Da em diante segue se o processo de leitura e corre o a complexa prepara o a impress o e a distribui o Considerando o primeiro est gio do processo o autor do futuro abandonar a escrita m
106. rela o essencial O leitor guiado por uma 62 necessidade de informa o muito precisa que se esgota logo que encontra tudo o que procurava Esse modelo t pico do cat logo cuja organiza o constru da sobre um princ pio de expans o em que cada palavra do ndice permite a conex o com uma descri o detalhada O dicion rio funciona igualmente segundo esse princ pio mas cada uma de suas entradas pode tamb m remeter a outras sin nimos ant nimos etc A sele o pode ainda efetuar se em uma lista de p ginas que o usu rio j tenha consultado no interior do documento ao longo de uma mesma se o de trabalho Ela pode ser feita em um ndice ou no interior de uma representa o arb rica na qual v rias conex es s o acess veis em diversos n veis de hierarquiza o Por fim o modo mais frequente de sele o oferecido por hiperpalavras denotadas por uma cor particular e sobre as quais o usu rio convidado a clicar para explorar o conte do oculto Aplicado a um texto de certa amplitude o princ pio da sele o tamb m caracter stico do hipertexto ficcional em que cada p gina tela comporta v rias conex es criando uma ponte com outras p ginas atualizando assim o ideal borgesiano dos caminhos que se bifurcam Do mesmo modo no dom nio do ensaio poderia se imaginar que cada bloco de texto seria seguido de certo n mero de cones em que cada um corresponderia a uma sequ ncia
107. rios recursos de seu tempo n o p de produzir sua grande m quina aritm tica A id ia foi bastante considerada mas os custos de constru o e manuten o eram muito altos Se a um fara fosse dado um prot tipo detalhado e expl cito de um autom vel e ele o tivesse compreendido bem ele teria investido os recursos de seu reino para produzir milhares de partes de um nico carro e teria quebrado na primeira viagem a Giza M quinas com partes intercambi veis agora podem ser constru das com grande economia e apesar de complexas s o fielmente executadas Testemunhamos a humilde m quina de escrever a c mera filmadora ou o autom vel Contatos el tricos foram cessados quando cuidadosamente compreendidos Anotar a chamada autom tica do telefone que tem centenas de milhares de contatos ainda confi vel Uma rede de metal em um recipiente de vidro fino em contato com um fio aquecido em suma o tubo termi nico do r dio produzido aos milhares colocado em pacotes conectado s tomadas e funciona Suas partes delicadas a posi o precisa e o alinhamento envolvidos em sua constru o ocupariam um artes o durante meses agora 10 produzido por trinta centavos O mundo chegou era dos dispositivos complexos baratos de grande confiabilidade e pode se esperar por algo mais 2 Para ser til ci ncia um registro deve ser dur vel armazenado e sobretudo consultado Hoje convencional fazer registros e
108. ro de um mesmo grupo do respeito ao trabalho alheio da disposi o para escutar da melhor forma de falar da an lise e da proposi o de solu es para eventuais problemas N o apenas a est tica mas a tica os prazos a percep o de que o projeto s termina quando o produto fica pronto e ele s fica pronto se todos caminharem juntos Fazer livros revistas e cadernos Viva Voz n o aqui encarado como um com rcio qualquer Se o fosse talvez prefer ssemos tratar do fabrico de tortas de ma ou da feitura de chap us Quisemos fazer livro com os processos disciplinas e afetos que isso significa Aqui est o alguns textos importantes para a compreens o do que seja e de como seja o hipertexto Desejamos boa leitura e bons estudos Como pensamos Vannevar Bush Como diretor do departamento de pesquisa e desenvolvimento cient fico o doutor Vannevar Bush tem coordenado as atividades de alguns dos seis mil cientistas americanos mais bem sucedidos na aplica o da ci ncia para a guerra Neste importante artigo ele oferece um incentivo para cientistas quando a luta termina Enfatiza que os homens da ci ncia deveriam se voltar para o grande objetivo de tornar mais acess vel o conhecimento Por anos inven es t m aumentado o poder f sico do homem assim como os poderes de sua mente Martelos de desengate que multiplicam a for a dos punhos microsc pios que aumentam o campo de vis o e motores de destrui
109. ro e da morte do leitor Essa contradi o implica olhar para tr s e medir os efeitos das revolu es precedentes que afetaram os suportes da cultura escrita r volution conservatrice dans l dition Actes de la Recherche en Sciences Sociales 126 127 1999 p 3 28 3 Robert Darnton The New Age of the Book The New York Review of Books 18 mars 1999 p 5 7 83 No s culo IV da era crist um novo formato de livro se imp e definitivamente no lugar daquele familiar aos leitores gregos e romanos O codex livro composto de folhas reunidas organizadas e encadernadas umas sobre as outras exclui os rolos at ent o portadores da cultura escrita de maneira progressiva mas inevit vel Com a nova materialidade do livro tornaram se comuns gestos antes imposs veis como escrever lendo folhear uma obra e situar uma passagem particular Os dispositivos pr prios do codex transformaram profundamente o uso dos textos A inven o das p ginas e sua numera o facilitando a busca a indexa o e a nova rela o estabelecida entre obra e objeto que o suporte da transmiss o tornaram poss vel uma rela o in dita entre o leitor e os livros Ser poss vel pensar que estamos s v speras de mudan a semelhante e que o livro eletr nico substituir ou est em vias de substituir o codex impresso tal como n s o conhecemos em suas diversas formas tais como o livro a revista e o jornal Talvez Mas o mais prov vel pa
110. rte e pressionando se o filme contra o outro lado onde o os el trons ficar o perpendiculares superf cie e n o fugir o para os lados Esses suportes em forma preliminar certamente podem ser constru dos e ter o grande desenvolvimento Assim como a fotografia a microfotografia tamb m tem um logo caminho pela frente O esquema b sico para reduzir o tamanho de uma imagem e examin la indiretamente em uma proje o oferece possibilidades t o boas que n o podem ser desprezadas A combina o entre proje o ptica e redu o fotogr fica j produz resultados na microfilmagem com finalidades acad micas e suas potencialidades s o altas Atualmente com o microfilme redu es at o fator 20 podem ser empregadas e j com clareza quando o material redimensionado para exame As limita es s o devidas granula o do filme qualidade do sistema ptico e efici ncia dos recursos de luz empregados Tudo isso rapidamente providenci vel Admitir uma raz o linear de 100 para usos futuros Considerar o filme com a mesma espessura do papel inclusive considerando que o filme de t ner ser empreg vel A partir dessas condi es haver um fator total de 10 000 entre o volume dos livros convencionais e sua r plica microfilmada A Enciclop dia Britannica poderia ser reduzida ao volume de uma caixa de f sforos Uma biblioteca de um milh o de volumes poderia caber em uma mesa de trabalho Tudo o que a humanidade produziu em
111. scritos e fotogr ficos seguidos pela impress o mas registramos tamb m em filmes discos de cera e em fitas magn ticas Mesmo se procedimentos totalmente novos de grava o n o aparecerem estes processos de grava o certamente ir o se modificar e prolongar Na fotografia o progresso n o vai parar material e lentes mais r pidos c meras autom ticas componentes refinados sens veis para permitir uma extens o da id ia da minic mera s o todos iminentes Projetar esta tend ncia para o futuro l gico se n o inevit vel O cameraman do futuro usa na testa um dispositivo pouco maior do que uma noz Tira retratos de tr s mil metros de enquadramento para serem projetados ou ampliados mais tarde depois disso envolve somente um fator de dez mil metros al m da pr tica atual A lente de foco universal acomodada dist ncia pelo olho independente simplesmente porque de comprimento focal curto H uma fotoc lula interna no dispositivo tal como temos agora pelo menos numa c mera que ajusta automaticamente a exposi o para uma escala larga de ilumina o No dispositivo h filme para cem exposi es e a mola para operar seu obturador e deslocar a pel cula afetada toda vez que o grampo introduzido O resultado produzido colorido Pode bem ser estereosc pico e gravado com dois pontos de vidro espa ados j que not veis melhorias na t cnica estereosc pica est o apenas em torno do ngulo O cord
112. sempre aparecem no papel de forma sequencial Havia sempre algo errado com isso porque eu estava tentando pegar esses pensamentos que tinham uma estrutura como podemos dizer uma estrutura espacial pr pria e coloc los de forma linear Ent o o leitor tinha que pegar essa estrutura linear e recompor a imagem do conte do completo do pensamento mais uma vez colocando o em sua estrutura n o sequencial Voc tinha duas coisas parecidas e agora eu estou reconstruindo isso porque n o sei como explicitar o que pensei quando era jovem voc tinha estas duas etapas adicionais desconstruir alguns pensamentos numa sequ ncia linear e ent o reconstru los Por que n o poderia superar tudo isso com uma estrutura n o segquencial de pensamento que voc apresenta diretamente Isso era a hip tese bem as hiperteses realmente do hipertexto poupar tanto o tempo do escritor quanto o do leitor al m de reduzir o esfor o de coloc los juntos e de entender o que estava sendo mostrado CR Qual foi sua inspira o para o sistema Xanadu TN Bem basicamente o Xanadu sempre coexistiu com todo o meu paradigma eu falei sobre isso ontem noite no Xerox PARC que era voc ser capaz de montar a linha do seu pr prio produto de cria o sendo capaz de enxergar as diferen as entre suas vers es e de dizer ai meu Deus se eu levar isso do come o at o meio e vamos tentar isso dessa maneira e vice versa em outra vers o q
113. seus sonhos no dia anterior ao seu v o para Helsinque onde recebeu o pr mio Millennium E Technology Review Por muitos anos voc tem desenvolvido algo que chama de Web Sem ntica mas as pessoas n o parecem t o empolgadas Por qu Tim Berners lee N o a primeira vez que tive este problema de troca de paradigma Anteriormente as pessoas 43 realmente n o entenderam por que a Web era interessante Elas a olharam em uma escala menor mas sob esta tica ela n o interessante O mesmo ocorre em rela o Web Sem ntica TR Como voc dribla isso B L Agora mesmo estamos iniciando uma a uma a coloca o de aplica es na Web Sem ntica e tamb m a conex o delas onde pare a til Mas o que empolgante o efeito na rede A perspectiva a de obtermos uma massa cr tica na qual tudo se inicie conectado em um inimagin vel e imenso todo Ent o o incentivo para incrementar mais a rede cresce exponencialmente assim como o valor do que j est l Inicialmente poucas pessoas vislumbraram a conex o de uma enorme massa de dados da Web Sem ntica Por isso tudo tem de ser feito por pessoas que est o convencidas que entendem qual o valor do esfor o de materializar a id ia TR Ent o explique por favor Por que valoroso todo este esfor o pioneiro B L O aspecto comum Web Sem ntica que existe muita informa o financeira clim tica coletiva em bases de dados planilhas e websites
114. so trabalho de vanguarda e o sr Wolf fez quest o de nos descartar ignorando qualquer indica o de que n o ramos um bando de amadores desorganizados Por exemplo ele n o menciona as contribui es de Eric Drexler para o time precisamente eu creio porque todo mundo concorda que Eric Drexler um cientista e isso obviamente n o se encaixaria em sua tese CR Voc tem alguma palavra final para a nossa audi ncia TN N o quero apenas agradecer os ouvintes de Orange County dizer que estou com voc s em esp rito e desejar boa sorte com seus t tulos 40 Texto original WHITEHEAD Jim Orality and hypertext An interview with Ted Nelson Cyberspace report 1996 Tradu o Pedro Henrique Trindade Kalil Auad Revis o da tradu o Pedro Henrique Trindade Kalil Auad Revis o final Arilma Peixoto Speller Edileusa Esteves Lima ris Silva Nascimento Juliana Augusta Pereira Tereza Caroline Rosa 41 Sir Tim Berners Lee Mark Frauenfelder Tim Berners Lee inventou a World Wide Web mas tinha algo maior em mente o tempo todo Ele conta Technology Review como os seus quinze anos de trabalho na Semantic Web est o finalmente sendo pagos Criar a World Wide Web n o tornou instantaneamente Tim Berners Lee rico e famoso Em parte devido ao fato de a Web ter nascido de tecnologias relativamente simples A inven o de Berners Lee foi baseada em um programa de recupera o de informa o chamado Enquire Questionar
115. sso evit vel As m quinas foram feitas para interpretar figuras datilografadas por fotoc lulas e comprimir as teclas correspondentes Essas s o combina es das fotoc lulas para explorar a natureza circuitos el tricos para classificar as varia es consequentes e circuitos de retransmiss o para interpretar o resultado da a o dos solen ides para acionar as teclas Toda essa complica o necess ria por causa da maneira desajeitada com que aprendemos a interpretar figuras Se n s as grav ssemos simplesmente pela configura o de um jogo de pontos em um cart o o mecanismo de leitura autom tica se tornaria comparativa mente simples No caso de os pontos terem orif cios temos a m quina de perfurar cart es h muito produzida por Hollerith para o censo e usada agora em todo tipo de neg cio Alguns tipos de empresas complexas dificilmente poderiam operar sem essas m quinas Adicionar somente uma das opera es Executar c lculos aritm ticos envolve tamb m subtrair multiplicar dividir e mais algum m todo para o armazenamento provis rio dos resultados da remo o do armazenamento para uma manipula o adicional e o registro de resultados finais impressos As m quinas para essas finalidades s o agora de dois tipos m quinas de teclado para fazer contas e opera es similares controladas manualmente para a inser o dos dados e controladas automaticamente de acordo com a sequ ncia das opera es e m
116. t o de identifica o do cliente seu pr prio cart o e o cart o do artigo vendido todos perfurados Quando puxa uma 22 alavanca os contatos s o feitos pelos furos a maquinaria faz as computa es necess rias bem como as entradas e o recibo apropriado impresso para que o vendedor passe ao cliente Mas provavelmente haver em torno de dez mil clientes negociando com a loja e antes de a opera o ser conclu da tem se que selecionar o cart o certo e inseri lo na central Ent o atrav s de sele o r pida pode se colocar apenas o cart o solicitado na posi o em um instante ou dois e recolh lo em seguida Tem se outra dificuldade entretanto Algu m deve ler um total no cart o de modo que a m quina possa adicion lo ao artigo correspondentemente computado Pode se conceber que os cart es sejam feitos da fotografia seca que eu descrevi Os totais existentes podem ent o ser lidos por fotoc lula e os novos totais incorporados por meio de um feixe de el trons Os cart es podem ser em miniatura de modo que ocupem pouco espa o Devem mover se rapidamente N o necessitam ser passados por muito tempo mas simplesmente colocados em posi o de forma que a fotoc lula e o registrador possam operar sobre eles Pontos posicionais podem incorporar os dados Pode ser feita uma m quina para ler esses dados ao final do m s e imprimir um simples recibo Utilizando a sele o tubo em que nenhuma pe a mec nica
117. t ria de documento de informa o a op o mais satisfat ria para o leitor a que lhe d uma vis o clara da distribui o da informa o e que lhe permite acessar diretamente cada um dos blocos tendo pleno controle da sua navega o A esse respeito o importante que mesmo certos jogos recentes como Ring d o ao jogador a possibilidade de escolher o epis dio que lhe interessa e apresentar a qualquer momento a percentagem do caminho percorrido em rela o ao que lhe falta percorrer para chegar ao fim de cada um dos epis dios Se existe um dom nio em que n o se pode deixar ao acaso o percurso efetuado pelo usu rio esse efetivamente o da aprendizagem Os programas de ensino e os manuais baseiam se precisamente no princ pio de que a aquisi o do conhecimento n o pode se realizar sempre numa ordem aleat ria guiada somente pelas associa es livres do assunto As primeiras realiza es em Ensino Auxilado pelo Computador EAC levaram esse princ pio ao extremo colocando o aluno em uma progress o sequencial micrograduada visto que o acesso a um exerc cio era condicionado pelo sucesso do precedente Esperava se que o aluno aceitasse progredir s cegas sem que soubesse quantas etapas ele teria a percorrer nem qual compet ncia real ele retiraria do percurso efetuado O hipertexto poderia certamente ser tamb m utilizado de maneira opaca e servir para controlar totalmente o percurso do usu rio permitindo lhe fa
118. tand Up Hypertext Argument and Relativism in Page to Screen Taking Literacy into the Electronic Era ed Ilana Snyder Londres et New York 1988 p 144 161 8 Pour un exemple des liens possibles entre d monstration historique et sources documentaires cf les deux formes imprim e et lectronique de l article de Robert Darnton Presidential Address An Early Information Society News and the Media in Eighteenth Century Paris The American Historical Review 105 2000 p 1 35 et AHR web page http www indiana edu ahr 9 Cf titre d exemples pour la physique th orique Josette F de la Vega La Communication scientifique l preuve de l Internet Villeurbanne 2000 en particulier pp 181 231 pour la philologie Jos Manuel Blecua Gloria Claver a Carlos Sanchez et Joan Torruella ed Filologia e Inform tica Nuevas tecnologias en los estudios filol gicos Bellaterra 1999 et Jean Emmanuel Tyvaert ed L Imparfait Philologie lectronique et assistance l interpr tation des textes Reims 2000 85 discurso nico contidos em uma s obra Da mesma forma as possibilidades ou imposi es do livro eletr nico convidam a organizar de outra maneira aquilo que o nosso livro distribui de modo necessariamente linear e sequencial O hipertexto e a hiperleitura que ele o livro eletr nico permite e produz transformaram as rela es poss veis entre as imagens os sons e os textos agora associados em circ
119. textual poss vel em fun o das rea es antecipadas por parte do leitor medida que o autor fosse capaz de prev las Ap s haver lido um segmento de um dado texto o leitor poderia selecionar a sequ ncia mais relevante contando com a sua configura o mental do momento Feito isso ele seria obrigado a envolver se ativamente em sua leitura fazendo escolhas situando se a cada se o lida mas com aten o explos o combinat ria Se um bloco de texto cont m tr s escolhas e cada uma delas comporta igualmente tr s teremos ao terceiro n vel nove sequ ncias poss veis em rela o ao texto de partida vinte e sete ao quarto e oitenta e 63 uma ao quinto Assim seria necess rio redigir cento e vinte e um textos para que uma sequ ncia de cinco par grafos fosse acess vel de modo perfeitamente livre e hipertextual Com efeito necess rio renunciar id ia de que as escolhas possam ser abertas a cada n vel pois a multiplica o delas colocaria o leitor numa ramifica o inexor vel for ando o autor a explorar rigorosamente todas as alternativas l gicas a cada ponto de sua argumenta o De resto a liberdade aparente dada assim ao leitor n o faz mais que refor ar a posi o soberana do autor que aparece como senhor de todos os sentidos poss veis Sele o e associa o O leitor escolhe o elemento que deseja consultar mas pode igualmente navegar entre os blocos de informa o dei
120. u os militantismos engajados Em um mundo onde a leitura se identifica com uma rela o pessoal ntima e privada com o livro as bibliotecas paradoxalmente elas foram as primeiras na poca medieval a exigir o sil ncio dos leitores devem multiplicar as ocasi es e as formas de discursar sobre o patrim nio escrito e sobre a cria o intelectual e est tica Dessa forma elas podem ajudar a construir um espa o p blico estendido escala da humanidade Como disse Walter Benjamim as t cnicas de reprodu o de textos ou imagens n o s o nem boas nem m s N o importa qual seja sua pertin ncia hist rica sem d vida discut vel este relat rio grifa com justi a a pluralidade dos usos que podem se apropriar de uma mesma t cnica N o existe um determinismo t cnico que registraria nos pr prios aparelhos uma significa o nica e obrigat ria Essa observa o n o sem import ncia a prop sito dos efeitos que a dissemina o dos discursos eletr nicos j 23 Emilia Ferreiro Leer y escribir en un mundo cambiante 26 Congreso de la Uni n Internacional de Editores Buenos Aires 2000 p 95 109 24 Robert C Berring Future Librarians in Future Libraries ed R Howard Bloch et Carla Hesse Berkeley Los Angeles et Londres 1995 p 94 115 25 Walter Benjamin L oeuvre d art l re de sa reproductivit technique 1936 in Walter Benjamin L homme le langage et la culture essais Paris 1971 p 137
121. ua concep o Mesmo que Nelson n o seja algu m que me a palavras a intensidade de seu e mail conseguiu nos deixar surpresos Desenterrando nossa Wired lemos o artigo ofensivo a que Ted se referia e tivemos que concordar Trata se de uma surra cuidadosamente planejada em Nelson e no Xanadu o artigo pode ser acessado pela internet no endere o http www wired com wired archive 3 06 xanadu html Sentindo que a miss o da KUCI era oferecer espa o para o desabafo de vozes marginalizadas procuramos Nelson e o convidamos a participar do Cyberspace Report Uma semana ap s termos recebido seu pungente e mail Ted Nelson era nosso convidado Seguem algumas partes da entrevista Cyberspace Report Que inspira o o levou a desenvolver o hipertexto Ted Nelson Bem quando crian a como muitas pessoas eu vivia envolvido com escrita leitura literatura e cinema de modo que quando jovem eu j tinha exaustivamente escrito reescrito e me apropriado de id ias e senten as tentando organiz las de forma coerente e l gica Estruturas de pensamento me impressionavam por representar uma tarefa especialmente complexa e intricada Ent o eu pensava que tinha que pegar pensamentos que n o eram necessariamente sequenciais e de alguma maneira coloc los em sequ ncia 4 KUCI uma r dio da Universidade da Calif rnia que apresenta entre outros o programa Cyberspace Report N T 34 porque impressos ou escritos m o eles
122. ual seria o resultado de cada uma dessas vers es Ent o por um lado voc quer como escritor ou construtor criativo as ferramentas que mais contribuir o para o entendimento das consequ ncias de suas pr prias decis es de projeto Por outro lado para um novo sistema de publica o do futuro e isso 5 Centro de Desenvolvimento de Pesquisa da empresa Xerox em Palo Alto Calif rnia N T 6 No original gee Essa interjei o muito corriqueira na l ngua inglesa e n o tem um significado exato em portugu s pode querer dizer ainda nossa N T 7 No original creative constructor of anything Refere se pessoa respons vel em diversos ramos pelo desenvolvimento de id ias criativas Muito presente na publicidade N T 35 parece ter se manifestado para mim em 1960 que poder amos ler e escrever em telas de computador interativas que tudo seria alimentado por uma vasta rede digital pelo mundo desde que public ssemos em um sistema desse tipo Quais seriam as estruturas de recompensa qual seria a estrutura do documento e qual seria a extens o mais adequada da literatura como n s a conhecemos Para mim a literatura o grande ideal aqui n o algumas no es de engenheiros de recupera o de informa o Os engenheiros parecem ter a no o de que voc pode pegar os documentos j escritos e mergulh los em algum tipo de cido t cnico e assim os fatos iriam cair at o fundo e rolar
123. ue Roland Barthes desenvolveu em S Z 2 Nele Barthes define o 12 BARTHES Roland S Z Paris ditions du Seuil 1970 O desafio do texto liter rio escreve Barthes p 10 fazer do leitor n o apenas um consumidor mas tamb m um produtor do texto Barthes insiste sobretudo no fato de que a leitura implica que se atue no texto afastando maneira de um pequeno sismo os blocos de significa o cuja leitura n o apreende mais que a superf cie 57 texto como um sistema sem fim nem centro o que se aproxima dos fundamentos da teoria hipertextual De certa maneira o conceito de hipertexto acharia se pr ximo tamb m da reflex o te rica de Jacques Derrida Primeiramente porque como observa George P Landow em Hypertext 2 0 Derrida utiliza em abund ncia nos seus textos sobretudo em La Diss mination os termos rede liga o conex o e tela que retomam os fundamentos do conceito de hipertexto Enquanto as reflex es de Barthes est o focadas principalmente na no o de n o linearidade Derrida insiste mais nas quest es da abertura do texto e da intertextualidade A sua concep o do texto a da desconstru o o texto um pouco como as lexias de Barthes seria constitu do por uma montagem de peda os de sentidos o que se aproxima da defini o de hipertexto como rede de unidades textuais Como Roland Barthes e Jacques Derrida Michel Foucault em As Palavras e as coisas e em A arqueolog
124. unst ncia n o linear a partir das conex es eletr nicas de maneira que as liga es realizadas entre os textos flu ssem para fora de seus contornos e em n mero virtualmente ilimitado Dentro desse mundo textual sem fronteiras a no o essencial esta da liga o entendida como a opera o que vincula as unidades textuais destrinchadas pela leitura A partir desse fato fundamentalmente a no o de livro que p e em quest o a textualidade eletr nica Na cultura impressa uma percep o imediata associa um tipo de objeto uma classe de texto e seus usos particulares Assim a ordem dos discursos estabelecida a partir da materialidade de seus suportes como a carta O jornal a revista o livro o arquivo etc Isso n o acontece por m no mundo num rico em que todos os textos sobre o que quer que sejam s o feitos para se ler em um mesmo suporte a tela do computador e em um mesmo formato geralmente definido pelo leitor Um continuum ent o criado e n o se diferenciam mais os diversos g neros ou repert rios textuais pois todos se tornaram semelhantes na apar ncia o que equivale tamb m perda de autoridade Por isso nos inquietamos com a possibilidade de se apagarem os antigos crit rios que permitem distinguir classificar e hierarquizar os discursos 10 Pour les d finitions de I hypertexte et de I hyperlecture cf J D Bolter Writing Space The Computer Hypertext and the History of Writing Hi
125. xando se guiar pelas associa es de id ias que emergem ao longo da sua navega o e as conex es que lhe s o propostas Esse modelo t pico da enciclop dia como a Brit nica ou do jornal Sele o associa o e contigiiidade Al m dos modos anteriores os blocos de informa o podem ser acessados de maneira sequencial como s o as p ginas de um livro Esse modelo conv m a um ensaio ou um artigo cient fico e ser utilizado particularmente nas adapta es para CD ROM de obras impressas Corresponde a uma transposi o simples do formato c dice ao formato eletr nico Por exemplo em um ensaio como o de Marvin Minsky The Society of Mind adaptado em hipertexto o leitor pode optar por selecionar um t tulo em uma lista de assuntos procurar uma palavra no ndice ou passar de um cap tulo a outro ou de uma p gina a outra O modo da contig idade interessante apenas se as diferentes p ginas de um documento exigem a leitura em uma ordem determinada como habitualmente o caso do livro 64 Sele o associa o contig idade e estratifica o Al m de serem acess veis pelos modos precedentes os elementos podem ser distribu dos em dois ou tr s n veis de hierarquiza o conforme o grau de complexidade o que permite atender s necessidades de diversas categorias de leitores ou satisfazer em um mesmo leitor diferentes necessidades de informa o Esse modelo de hipertexto combina ao m ximo as vantag
126. zer as conex es aceitas pela l gica do programa confortando assim as pr ticas tradicionais de EAC Essa eventualidade foi refor ada pela t nica que se coloca em certos meios a respeito da id ia de que a diferen a essencial entre o livro e o hipertexto residiria no lado explorat rio pois este ltimo exige a navega o Assim acredita se que o hipertexto deveria antes apropriar se de certas caracter sticas da tecnologia secular do livro para levar a um produto novo capaz de satisfazer as 68 necessidades de um leitor exigente que se serve desse instrumento para informa o ou aprendizagem nesse ltimo dom nio que as necessidades s o mais urgentes Como o manual impresso um hipermanual deve visar apresenta o que seja o mais racional poss vel em uma massa de informa es sobre um dom nio de conhecimentos Se agrupados ao mesmo tempo de maneira sequencial os dados devem ser acess veis por um ndice e por uma lista de assuntos bem como por rela es internas Como em qualquer documento impresso o leitor poder circular livremente e ao seu ritmo Mas para serem realmente eficazes as exposi es te ricas e as demonstra es do hipermanual tamb m dever o ser completadas por exerc cios Isso permitir que o usu rio por um lado se assegure de que efetivamente compreendeu o conte do de uma li o e por outro que desenvolveu certos automatismos pela pr tica repetida de uma rede de associa es

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