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Visualizar - Início - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

1. Participa o e controle social na formula o e implementa o da pol tica de desenvolvimento urbano consolida o do Conselho Nacional das Cidades e da utiliza o dos instrumentos estabelecidos pelo Estatuto da Cidade O Governo Federal deve criar incentivos facilitar a capta o de recursos criar fundo espec fico para que os munic pios elaborem revisem implementem e divulguem seus Planos Diretores Participativos PDP al m de capacitar e fortalecer as equipes t cnicas urbanas municipais priorizando a libera o de recursos Participa o da popula o local para aumentar a capacidade de execu o de obras de car ter individual nas reas de risco pass veis de perman ncia do morador Foram detectados v rios pontos de interse o entre as Confer ncias da Cidade e as Confer ncias de Pol tica Urbana Como o prop sito principal deste trabalho n o aprofundar a compara o e a intera o entre os dois eventos voltados para as quest es urbanas foram selecionados alguns aspectos desta rela o Os temas b sicos das Confer ncias da Cidade foram abordados e desenvolvidos de forma mais aprofundada nas Confer ncias de Pol tica Urbana A quest o da habita o em ambos os eventos voltada para o atendimento das demandas da popula o de baixa renda refor ou a import ncia de se definirem formas de financiamento al m da prioridade nas interven es estruturantes em vilas e favelas minimizando os imp
2. A cidade foi pensada a partir do modelo de c rculos conc ntricos em tr s zonas urbana suburbana e de s tios O tra ado funcional proposto tecnicamente na vis o dos idealizadores asseguraria uma ocupa o socioespacial da cidade que preservaria a rea central assegurando seu desenvolvimento do centro para a periferia Ocorre que a din mica da cidade sempre mais complexa do que a proje o dos planos e desde o in cio Belo Horizonte apresenta um desenvolvimento com deslocamentos ocupa o e uso distinto do previsto Gomes e Lima 1999 explicam que Kubitschek ampliou o projeto do governador Benedito Valadares de construir um cassino na regi o da Pampulha propondo a constru o do complexo com o intuito de dotar a cidade de uma nova frente de expans o mais qualificada criando um novo espa o tur stico para a cidade Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 57 80 planejamento e a gest o mesmo essencialmente diferentes n o precisam ser tratados como rivais ou com distin o de import ncia o ideal que possam ser atividades complementares na administra o das cidades SOUZA 2004 Nas d cadas de 1960 e 1970 foram institucionalizadas estruturas de planejamento por decreto como o Conselho Municipal de Planejamento e Desenvolvimento em 1967 e o Sistema Municipal de Planejamento em 1971 Essas medidas n o garantiram o equil brio entre obras e planejamento principalmente depois
3. Ao comentar sobre a Transfer ncia do Direito de Construir Mendon a 2008 faz cr ticas Trata se segundo a autora de um instrumento que se baseia no princ pio da separa o entre propriedade do terreno e o direito de nele construir Dessa forma esse instrumento deveria estar associado a outros mecanismos relacionados a esse princ pio como por exemplo a Concess o Onerosa de Potencial construtivo Esse instrumento foi rejeitado na C mara Municipal por ser considerado limitador do potencial construtivo e prejudicar o setor imobili rio Das 249 interpreta es e cr ticas feitas pela autora cabe destacar sua afirma o conclusiva sobre os instrumentos urban sticos na legisla o de Belo Horizonte De modo geral pode se dizer que o conjunto de instrumentos urban sticos institu dos na legisla o belo horizontina tem como principais consegii ncias abrir para o mercado imobili rio as possibilidades de novos investimentos e de flexibiliza o nos par metros de uso e ocupa o do solo De fato n o constituem refor o pol tica de habita o de interesse social MENDON A 2008 p 200 O contexto de realiza o da II Confer ncia e a mobiliza o social por ela gerada favoreceu uma revis o do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo mais audaciosa tendo sido contemplados novos instrumentos urban sticos na proposta de revis o das leis Cap tulo VI Mecanismos de Interven o Urbana Do Parc
4. O car ter integrado dos planos abrangendo a vis o f sico territorial social econ mica e administrativa se por um lado abria uma nova dimens o tentativa de organiza o do espa o urbano por outro desconhecia a centralidade crescente observada no pa s a partir de 1964 Esvaziado politicamente pelo autoritarismo vigente destitu do de diversas de suas fun es de peculiar interesse e enfraquecido financeiramente pela reforma tribut ria que o atrelava a uma condi o de depend ncia dos n veis estadual e federal o munic pio sofre as consequ ncias do anti federalismo que ele mesmo havia apoiado no per odo pr 64 MONTE M R 2008 p 51 Na interpreta o de Geraldo Magela Costa 2008 de 1964 at fins dos anos de 1970 as quest es urbanas tornaram se alvo de pol ticas governamentais por meio tanto da elabora o de planos locais integrados quanto pela provis o de condi es gerais de produ o e reprodu o coletivas estabelecidas nas pol ticas setoriais O autor analisa os fundamentos conceituais e pol tico institucionais do investimento em planos locais revelando seu car ter multidisciplinar mesmo estando os planos pretensamente calcados na ideia da integralidade De acordo com Costa 2008 prevaleceu uma abordagem compreensiva multidisciplinar das quest es urbanas tendo 38 A experi ncia brasileira de planos urbanos remonta ao final do s culo XIX Algumas cidades novas como Belo Horizonte na vi
5. A an lise dos referidos documentos permite que se avaliem as bases conceituais e o quadro de planejamento constru do nas duas ltimas d cadas do s culo XX e que influenciaram de algum modo o Plano Diretor e a Lei de Ocupa o e Uso do Solo aprovados em 1996 Al m disso mesmo tratando se de documentos marcados pelo vi s pol tico das administra es que os desenvolveram com base nos diagn sticos presentes nesses documentos e pelas orienta es de interven o constantes em suas proposi es de cidade pode se recompor parte do arranjo socioecon mico pol tico cultural e consequentemente urbano de Belo Horizonte na poca condicionantes da situa o recente da cidade O entendimento do contexto pol tico e de expans o da cidade na perspectiva do planejamento urbano deve considerar a posi o de Belo Horizonte como p lo da regi o metropolitana oficializada em 1973 poca em que vigorava no pa s o regime autorit rio No per odo de elabora o do plano de 1984 as condi es ainda eram limitadoras da autonomia pol tico administrativa dos munic pios Tal situa o foi abordada no Plano de A o nos seguintes termos A sociedade brasileira nos ltimos vinte anos foi v tima de um processo acentuado de centraliza o que quanto aos munic pios se manifestou num crescente esvaziamento pol tico administrativo e financeiro do poder local esvaziamento que se expressa hoje particularmente nas capitais dos estados pel
6. es de mundo Na conceitua o de Nogueira 2003 a sociedade civil o lugar de luta no qual se formam vontades coletivas onde s o constru dos os projetos globais de sociedade onde se evidencia a capacidade de dire o tico pol tica lugar das disputas de poder e de domina o NOGUEIRA 2003 p 224 1 O processo de democratiza o se deixou capturar por um antiestatismo neoliberal e tem prevalecido uma forte imposi o do mercado NOGUEIRA 2003 p 218 24 As quest es levantadas por Bobbio 1979 sobre as contradi es permanentes da democracia se apresentam como importantes elementos para o entendimento do cen rio pol tico recente O autor aborda como contradi es a amplia o da burocracia em processos democr ticos o tecnicismo da sociedade industrial em meio sociedade dos cidad os e o contraste entre democracia e sociedade de massas No entendimento de Bobbio 1979 o Estado cresce em dimens o em uma sociedade democr tica na qual se proclama a igualdade jur dica de todos As fun es do Estado s o ampliadas alargando se os limites da administra o p blica novas rela es se estabelecem entre os cidad os e os representantes da administra o p blica Paralelamente ocorre o aumento dos problemas que requerem solu es t cnicas Manifesta se segundo ele uma contradi o pois o protagonista da sociedade industrial o t cnico e o da sociedade democr tica o cidad o em uma tend
7. o Porque o setor empresarial preocupa muito com as regras de atua o dele E qual era o espa o O espa o que tratava mais de atua o das regras no mercado foi mais pol mico Ent o os espa os que determinavam os par metros construtivos coeficientes o Grupo 2 aquele ali foi o espa o mais pol mico mais dif cil O espa o que trabalhava usos n o s usos como licenciamentos foi um espa o pol mico onde se tentava acabar com o licenciamento ambiental para constru o de edif cios na malha urbana e criar o licenciamento urban stico Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial Nas plen rias finais o setor popular apresentou propostas de altera o nas defini es sobre ZEIS e AEIS tema que afeta diretamente os segmentos que constituem o setor Chama aten o tamb m na an lise do desempenho dos setores o fato de nas duas etapas GTs e plen rias finais o tema instrumentos urban sticos ter sido alvo de propostas majoritariamente dos setores empresarial e popular O comportamento do setor popular opinando mais sobre os instrumentos urban sticos pode estar associado ao fato de terem percebido a import ncia dos instrumentos para a l gica de funcionamento da cidade como tamb m pelo fato de terem aprendido a fazer negocia es no interior da Confer ncia Foi poss vel observar durante o evento em v rios momentos acontecerem interlocu es entre membros do setor popular e d
8. o Maricato 2001 afirma que no caso brasileiro em grande medida o processo de urbaniza o recria o atraso De acordo com a autora os problemas urbanos no Brasil t m ra zes firmes em cinco s culos de forma o da sociedade brasileira tendo ganhado contornos acentuados a partir da d cada de 1950 em fun o do industrialismo desenvolvimentista que provocou mudan as significativas no modo de vida dos consumidores alterando 35 consequentemente tra os de cultura valores e as formas de acesso e produ o das moradias urbanas O Brasil apresentou crescimento econ mico acelerado durante o per odo de 1940 a 1980 sem entretanto modificar significativamente a forte desigualdade social existente como j foi observado O impacto do decl nio econ mico nas d cadas de 1980 e 1990 sobre uma sociedade j desigual aprofundou a exclus o social MARICATO 2001 p 29 Os dados apontados por Rolnik 2007 refor am o peso da rela o entre industrializa o e urbaniza o ao apresentar tra os vis veis na realidade das cidades brasileiras da rela o contradit ria entre legalidade e ilegalidade ressaltando que se trata de fen meno generalizado n o uma caracter stica restrita aos ambientes metropolitanos No vasto e diverso universo de 5 564 municipalidades s o raras as cidades que n o t m uma parte significativa de sua popula o vivendo em assentamentos prec rios ROLNIK 2007 p 271 Em um dos movimen
9. o ao abandono e expuls o desta popula o dos espa os sociais REVISTA PENSAR BH ago 2000 p 5 Em Belo Horizonte como em todo o Brasil a exclus o social pode ser compreendida como exclus o s cio espacial Demonstrar o processo de exclus o de forma precisa til gest o da cidade significa trat lo no territ rio 123 Utiliza o a partir de 1998 do IQVU veio racionalizar a distribui o dos recursos por regionais Desde ent o al m de considerar o n mero de habitantes para o c lculo passou se a considerar tamb m a realidade s cio econ mica das regi es tornando mais justa e realista a realidade or ament ria VALADARES 2005 p 29 O mapa da exclus o social desenvolvido em Belo Horizonte trabalha com o IVS ndice de Vulnerabilidade Social e o IAS ndice de Assist ncia Social Dessa forma s o detectadas a vulnerabilidade e a qualidade da cobertura das pol ticas O IVS medido em n veis de agrega o e dimensiona a cidadania pelos elementos ambiental cultural econ mico jur dico e de seguran a da sobreviv ncia A vulnerabilidade social mensurada e demonstrada espacialmente favorece a invers o de prioridades importante recurso para a aplica o da Gest o Integrada As pol ticas sociais as interven es urbanas e a regulariza o fundi ria podem ser articuladas e a gest o p blica disp e de diagn stico permanente para direcionar as a es com vistas a atender os grupos
10. A expans o metropolitana em Belo Horizonte din mica e especificidades no Eixo Sul Belo Horizonte C Arte 2006 MINAS GERAIS Constitui o do Estado de Minas Gerais 21 de setembro de 1989 Dispon vel em lt http www almg gov br downloads ConstituicaoEstadual pdf gt Acesso em 15 abr 2008 325 MINAYO Cec lia de Souza Pesquisa social teoria m todo e criatividade 10 ed Petr polis Vozes 1998 MONTE M R Roberto Lu s de Belo Horizonte espa os e tempos em constru o Belo Horizonte CEDEPLAR 1994 MONTE M R Roberto Lu s de Urbaniza o extensiva e l gicas de povoamento um olhar ambiental In SANTOS Milton SOUZA Maria Ad lia de Souza SILVEIRA Maria Laura orgs Territ rio globaliza o e fragmenta o Editora Hucitec 1994 p 169 181 MONTE M R Roberto Lu s de A quest o urbana e o planejamento urbano regional no Brasil contempor neo In DINIZ Cl lio Campolina LEMOS Mauro Borges orgs Economia e Territ rio Belo Horizonte Editora UFMG 2005 p 429 446 MONTE M R Roberto Lu s de Melo Do urbanismo pol tica urbana notas sobre a experi ncia brasileira In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 31 65 MOREIRA V nia Maria Losada Os anos JK industrializa o e modelo olig rquico de desenvolvimento rural In FERREIRA Jorge DELGADO Luc lia
11. Argos 2007 p 353 377 FERNANDES Ed sio org Direito Urban stico Belo Horizonte Del Rey Editora 1998 p 203 231 FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia orgs A lei e a ilegalidade na produ o do espa o urbano Belo Horizonte Del Rey 2003 FERNANDES Ed sio Legaliza o de favelas em Belo Horizonte um novo cap tulo na hist ria In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia A lei e a ilegalidade na produ o do espa o urbano Belo Horizonte Del Rey 2003 p 173 212 FERNANDES Ed sio Direito e gest o na constru o da cidade democr tica no Brasil In BRANDAO Ant nio L B org As Cidades da Cidade Belo Horizonte Editora UFMG 2006a p 141 155 FERNANDES Ed sio A nova ordem jur dico urban stica no Brasil In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia Direito Urban stico estudos brasileiros e internacionais Belo Horizonte Del Rey 2006b p 3 23 FERNANDES Ed sio Reforma urbana e reforma jur dica no Brasil duas quest es para reflex o In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 123 135 FERREIRA Jo o Sette Whitaker MOTISUKI Daniela A efetividade da implementa o de Zonas Especiais de Interesse Social no quadro habitacional brasileiro uma avalia o inicial In BUENO Laura Machado de Mello CYMBALISTA Renato orgs Planos Diretores Municipais novos conceit
12. Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico Destacam se dois coment rios feitos por representantes do setor t cnico sobre o desempenho do setor popular O membro da APLENA J lio de Marco reconhece a dificuldade de intera o do setor t cnico com o setor popular A presidente do IAB refere se forma como o setor empresarial se envolveu com o setor popular durante a Confer ncia As caracter sticas diferentes dos setores a atua o independente de algumas lideran as nas articula es e negocia es e a pouca interlocu o dos delegados dos setores com os conselheiros do COMPUR foram aspectos que marcaram a presen a da sociedade civil na III Confer ncia Embora tenha sido satisfat rio o debate e as delibera es tenham sido resultado de negocia es interessantes constru das nas discuss es a grande falha da sociedade civil na II Confer ncia aconteceu devido incapacidade dos segmentos civis de se articularem para exigir do poder p blico a continuidade da transpar ncia e publiciza o do processo nos momentos de elabora o e tramita o do projeto de lei 5 3 2 Quest es debates e decis es O que passa pela Confer ncia e pelo COMPUR A fun o pedag gica dos Grupos de Trabalho Ao analisar as tr s Confer ncias fica evidenciada a import ncia nos processos de discuss o e delibera o da atua o dos Grupos de Trabalho Munidos de informa es importantes sobre a cidade os delegados normalment
13. es feitas na Lei n 8 616 03 cap tulo Engenhos de Publicidade na Propriedade Esclareceu que este assunto foi pautado considerando as diversas discuss es ocorridas no COMPUR e deixou claro que o novo Projeto de Lei encaminhado C mara foi bem mais restritivo do que o que foi discutido no Conselho Desta forma foi trazido para conhecimento do Conselho o projeto de lei que atualmente tramita na C mara Municipal Os temas associados s pol ticas urbanas s o via de regra apresentados aos conselheiros quase a t tulo de informes Deve se reconhecer no entanto que essa unilateralidade sempre foi de alguma forma quebrada por coment rios cr ticas debates e questionamentos da aus ncia do COMPUR nas defini es sobre pol ticas ou interven es urbanas Em alguns casos a exemplo dos engenhos de publicidade inclusive houve clara interfer ncia do Conselho no formato final das regulamenta es feitas na lei Diante de todas as abordagens expostas sobre as atribui es e o papel do COMPUR o controle exercido pelo Poder Executivo os n veis de di logo estabelecidos com os rg os de governo e a capacidade de interferir nas pol ticas p blicas cabe levantar a quest o sobre o grau de efic cia do Conselho ou dos debates desenvolvidos no seu interior para as tomadas de decis o no mbito do planejamento urbano e da gest o do Munic pio O desempenho do COMPUR apresentou varia es de acordo com os momentos de maior e menor arti
14. o e legitimidade o reconhecimento do COMPUR O tema delibera o sempre consta como ponto relevante no estudo dos Conselhos por se tratar de esferas p blicas compartilhadas pelo Estado e pela sociedade civil onde s o tomadas decis es sobre pol ticas p blicas Na pesquisa sobre o COMPUR uma das perguntas feitas foi se a fun o predominantemente consultiva do COMPUR o fragiliza como esfera de participa o Acredita se que a posi o consultiva favorece a exist ncia e aceita o do Conselho como inst ncia de planejamento participativo em fun o dele n o amea ar as fun es do Legislativo e ao mesmo tempo permitir ao Executivo situar se com mais mobilidade na condu o dos processos que nele tramitam O Regimento Interno do COMPUR determina que o Conselho se manifestar por meio de delibera o nas hip teses de casos omissos relativos ao Plano Diretor Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo em recursos relativos a processos administrativos decorrentes da aplica o dessas leis Sua atua o majoritariamente consultiva emitindo pareceres sobre assuntos submetidos sua considera o ou quando for necess ria sua aprecia o em alguma mat ria por for a das leis Os outros Conselhos que atuam no campo das pol ticas urbanas s o deliberativos A condi o predominantemente consultiva do COMPUR tem gerado questionamentos entre seus participantes e entre os pesquisadores que o investigam quest o relevante
15. o entre os resultados das Confer ncias da Cidade com os das Confer ncias Municipais da Cidade No estudo do planejamento urbano de Belo Horizonte proposto as interfer ncias do mercado imobili rio na produ o da cidade legal e real ser o tratadas devido presen a organizada desse setor nos processes decis rios que envolvem o poder p blico e nos debates com outros segmentos nas esferas p blicas institu das para tratar da revis o das leis e das pol ticas urbanas O recorte da pesquisa envolve o desenrolar do planejamento urbano em Belo Horizonte depois de 1996 quando foram aprovados o Plano Diretor e a Lei de Ocupa o e Uso do Solo por m as iniciativas anteriores principalmente a tentativa n o institucionalizada do Plano de 1992 denominado BH 2010 ser o abordadas para demonstrar as conex es e supera es continuidades e descontinuidades que interferiram nos processos recentes de planejamento participativo desenvolvidos na cidade Al m dos planos diretores formulados as leis aprovadas antes de 1996 que regularam o uso e a ocupa o do solo urbano tamb m ser o contempladas bem como as estruturas administrativas que sustentaram os governos de 1983 at 2005 3 1 A constru o de um novo marco legal para a cidade Uma das quest es levantadas na pesquisa a rela o entre as estruturas de planejamento adotadas em Belo Horizonte ao longo do desenvolvimento da cidade e a aplica o na d cada de 1990 da proposta
16. p blicas 4 1 O Conselho de Pol tica Urbana forma o composi o e atribui es A origem do Conselho de Pol tica Urbana antecede sua institucionaliza o pelo Plano Diretor O Conselho foi gestado no processo de elabora o do Plano quando foi criada segundo 138 Lefebvre 2004 mostra que o fen meno urbano se apresenta como realidade global ou total implicando o conjunto das pr ticas sociais que n o pode ser apreendido imediatamente Conv m segundo ele proceder por n veis e patamares avan ando em dire o ao global A an lise exige um percurso metodol gico dif cil 128 Mendon a 2008 uma Comiss o respons vel por deliberar sobre as minutas dos projetos de lei referentes ao Plano e Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo constitu da com a participa o da sociedade civil Em depoimento sobre o tema duas profissionais que atuaram na elabora o do Plano e tamb m como conselheiras no COMPUR explicam como foi iniciada a participa o da sociedade no planejamento urbano de Belo Horizonte No processo de elabora o do Plano Diretor houve uma decis o inicial de se primeiro fazer um diagn stico e depois se fazer a discuss o p blica Ent o houve inicialmente essa mobiliza o interna e a foi bastante grande essa mobiliza o dentro da Prefeitura de diversos rg os e foi feito um semin rio p blico Houve um grande semin rio a gente chamou de F rum da Cidade onde foi tirado um grupo q
17. 42 J em rela o segunda marcada pela especializa o funcional da cidade em zonas residenciais comerciais industriais etc uma das formas de segrega o encontrada diz respeito ao estabelecimento de diferentes categorias de por exemplo zonas residenciais ZR 1 ZR 2 ZR 3 e ZR 4 segundo crit rios de 6l No ano de 1993 o governo da Frente BH Popular implantou o Or amento Participativo no Munic pio 74 parcelamento e diferentes coeficientes de aproveitamento dos lotes o que conferia a cada uma destas uma valoriza o diferenciada em termos imobili rios e tamb m atrav s da distribui o desigual de vantagens e privil gios a diferentes reas urbanas TORRES 2003 p 13 As zonas de uso e ocupa o definidas pelo Decreto n 165 de 1933 limitadas subdivis o b sica em zonas central ou comercial residencial suburbana e rural mantiveram se em funcionamento pelo regulamento de obras at a aprova o da Lei n 2 662 em 1976 A Lei n 2 662 de 1976 primeira a legislar sobre o uso e a ocupa o do solo no Munic pio resultou do processo de planejamento que se instaurou no pa s a partir de 1964 engajada em uma proposta de pol tica urbana centralizada e tecnocr tica A estrutura espacial proposta em 1976 foi aprovada para vigorar temporariamente mas s foi alterada pela Lei n 4 034 de Uso e Ocupa o do Solo em 1985 seguindo ambas segundo Freitas 1996 a mesma l gica funcionalista tecnocr ti
18. A democracia do tipo liberal veio se fazendo dominante sustentada pelo modelo representativo emoldurada pela racionalidade normativa e pela ideia da organiza o de mecanismos institucionais eficientes sem o envolvimento direto dos cidad os nos processos decis rios A democracia participativa se faz nova em meio ao tipo dominante liberal quebra a l gica do privil gio decis rio disseminando se pr ticas de compartilhamento entre o Estado e a sociedade em espa os p blicos O debate torna se uma experi ncia nos encontros entre governantes e governados nas tomadas de decis es sobre os interesses p blicos Santos e Avritzer 2005 ao tratarem das concep es n o hegem nicas da democracia na segunda metade do s culo XX referem se a uma nova gram tica hist rica determinada s cio historicamente portanto constru da em novos arranjos que alteram tradi es estabelecidas incitando novas determina es normas e leis Pensar a democracia como ruptura positiva na trajet ria de uma sociedade implica abordar os elementos culturais dessa mesma sociedade SANTOS AVRITZER 2005 p 52 Pereira 2007 trabalha as teorias democr ticas em torno dos modelos liberal e participativo e explica Em contraponto ao modelo liberal representativo o modelo participativo se desenvolve com o intuito de promover uma vis o maximalista da democracia procurando levar a id ia de participa o para al m do voto eleitoral peri dico buscan
19. Constitui o de 1988 Nos anos 80 e 90 assiste se a um enfraquecimento do antigo planejamento urbano regulat rio isto do planejamento fortemente baseado em normas leis e a es criadas pelo Estado para regular e normatizar os diferentes usos dos espa os na cidade SOUZA RODRIGUES 2004 p 53 Em meio a esse novo ordenamento jur dico define se uma ampla concep o de direito cidade como espa o onde o usufruto coletivo da riqueza cultura bens e conhecimentos sejam garantidos a todos os habitantes OS RIO 2006 p 195 Um dos elementos dessa concep o de direito cidade o direito ao desenvolvimento e participa o no planejamento e gest o urbanos Fernandes 2006 acredita que o paradigma acolhido pela Constitui o de 1988 combina o princ pio da fun o socioambiental da propriedade e da cidade com diretrizes que associam as formas convencionais da democracia representativa com mecanismos de participa o direta dos cidad os nos processos decis rios relativos s quest es urbanas principalmente em n vel local Definiu se a renova o da ordem jur dica comprometida a partir de 1988 com a constru o de s o investidos de novos significados numa opera o que enxerga a cidade e busca transform la em ator econ mico VAINER 2000 Maria de Lourdes Dolabela Pereira trabalha o tema das negocia es e parcerias nos processos de gest o das cidades Conferir PEREIRA Maria de Lourdes
20. Desenvolvimento Urbano com destaque objetivo para a institucionaliza o do Conselho das Cidades e dos Planos Diretores como base do planejamento urbano participativo J nas duas seguintes os temas tratados em 2007 e 2009 demonstram a inten o de se fazer um balan o do processo tendo por base a presen a da sociedade na participa o e no controle avaliando limites e avan os Considerando o curto espa o de tempo entre a primeira e a ltima Confer ncia e a precoce preocupa o com as dificuldades e desafios observa se o qu o dif cil a quebra de modelos solidificados sustentados no formalismo t cnico refrat rio abertura para o di logo com a sociedade e a pr pria mudan a de valores e h bitos dos moradores das cidades no sentido de se apropriarem dos direitos conquistados pela sociedade de conceber e controlar o planejamento e as pol ticas urbanas 2 1 Defini es sobre descentraliza o e o exerc cio do poder local No mundo contempor neo a import ncia alcan ada pelas cidades a tend ncia municipaliza o e a descentraliza o a ela associada guardam peculiaridades e apresentam sintomas complexos demandando reflex es mais cuidadosas que ultrapassem os limites de interpreta es simplistas ou da ret rica em prol da desconcentra o eficiente Edison Nunes 1990 explica que a atual onda de descentraliza o decorre do processo de crise das institui es p blicas relacionada s propostas de reform
21. Eu acho que a primeira Confer ncia ela foi extremamente rica exatamente porque era uma primeira experi ncia Houve uma participa o intensa mas o que se percebeu foi que os momentos que antecederam a Confer ncia foram muito r pidos eles n o tiveram condi o de gerar uma discuss o mais aprofundada sobre a cidade que desembocasse em demandas mais claras de diversos setores para a Confer ncia Al m disso uma quest o que de certa maneira esvaziou um pouco a I Confer ncia foi que houve um acordo para que as quest es do zoneamento e de par metros urban sticos n o fossem discutidas especialmente a quest o do zoneamento alguns par metros foram discutidos Mas os par metros urban sticos ligados ao zoneamento eles n o entraram em discuss o Ent o n o podia mudar o zoneamento da cidade n o podia mudar o coeficiente de aproveitamento desses par metros das diversas zonas com o argumento correto de que o Plano Diretor era muito recente e n o dava pra 201 avaliar a pertin ncia ou n o desse zoneamento Isso acabou esvaziando um pouco o conte do da I Confer ncia Ela teve uma participa o muito grande mas as quest es que se discutiam elas na verdade n o tinham um grande peso eram um pouco umas firulas do Plano Diretor umas quest es mais de princ pios n o tinham uma interfer ncia sobre o que fundamental no Plano Diretor especialmente na Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso Solo Entrevista Manoel
22. O Plano Diretor de Belo Horizonte foi reformulado depois de realizada a I Confer ncia de Pol tica Urbana pela Lei n 8 137 de 2000 Em 2005 os resultados da II Confer ncia de Pol tica Urbana transformaram se no Projeto de Lei n 655 2005 n o aprovado pela C mara Municipal A atua o do Conselho e os processos que envolveram a realiza o das Confer ncias ser o tratados no quarto e quinto cap tulos desta pesquisa 3 4 Planejamento urbano e reformas administrativas Os governos municipais adquirem autonomia assumindo novas fun es pol ticas e administrativas mudan as de perfil de t cnicos e gestores v m se processando al m das possibilidades legais de desenvolvimento de a es casadas por meio de parcerias entre o poder p blico a iniciativa privada e entidades do terceiro setor PEREIRA 2007 p 346 A necessidade de reformar o Estado abrange a esfera municipal e no caso dessas inst ncias subnacionais as reorganiza es das estruturas administrativas t m se transformado em uma pr tica a cada altera o de governo Os casos mais corriqueiros s o as reformas administrativas propostas via de regra no in cio de cada administra o buscando adequar a m quina p blica s prioridades da nova administra o Nesses casos comum a forma o de equipes de transi o que esbo am as principais sugest es de reordenamento da legisla o e da estrutura administrativa consideradas necess rias para viabiliza
23. Pensar a cidade significa argumentar sobre ela interferir nas normas que a regem e nas interven es pr ticas que a determinam Por esse prisma interessante dar aqui evid ncia ao discurso do representante do setor popular em uma circunst ncia em que o COMPUR avaliava um recurso contra a decis o de indeferimento de aprova o de projeto arquitet nico no Bairro Buritis feito por uma construtora e que gerou um debate sobre o papel de arena p blica do Conselho O conselheiro Geraldo V tor AAPV MG argumentou que os conselhos s o inst ncias leg timas para realizarem acordos sendo inclusive desej vel que o Conselho a sociedade civil os agentes produtores da cidade e os fiscalizadores construam solu es pactuadas reduzindo os conflitos de interesses O comportamento dos setores civis no COMPUR pelos v rios recortes feitos dos argumentos defendidos e dos debates travados sugere existir uma vis o de que o Conselho um espa o de constru o de pactos permeados por debates e tens es portanto consensos ativos que passam pela explicita o dos conflitos Essa condi o p de ser percebida nos depoimentos isolados nos discursos transcritos das reuni es e no confronto de ideias ocorrido nos grupos de trabalho A manifesta o dialogada das diferen as favorece o aprendizado uma experi ncia pedag gica que contribui para a continuidade e a matura o do processo democr tico Entende se que a sociedade ganha p
24. UFMG n 6 p 212 241 2000 PEREIRA Maria de Lourdes Dolabela As pol ticas p blicas e os espa os h bridos de participa o e delibera o as possibilidades e os limites dos conselhos de pol tica urbana em Belo Horizonte Brasil In CONGRESSO LUSO AFRO BRASILEIRO DE CI NCIAS SOCIAIS 8 2004 Coimbra Anais Coimbra s n 16 18 de setembro de 2004 PEREIRA Maria de Lourdes Dolabela As novas pol ticas para as cidades compara es entre as experi ncias brasileiras e francesas Revista Teoria e Sociedade Belo Horizonte p 94 105 2005 N mero Especial Institui es h bridas e participa o no Brasil e na Fran a PEREIRA Maria de Lourdes Dolabela As pol ticas p blicas locais e os processos de hibrida o no Brasil e na Am rica Latina In DAGNINO Evelina TATAGIBA Luciana orgs Democracia Sociedade Civil e Participa o Chapec SC Argos 2007 p 331 350 PRADO Luiz Carlos Delone EARP F bio S O milagre brasileiro crescimento acelerado integra o internacional e concentra o de renda 1967 1973 In FERREIRA Jorge DELGADO Luc lia de Almeida Neves orgs O Brasil republicano o tempo da experi ncia democr tica Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 207 242 327 PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE Planejar BH Belo Horizonte Secretaria Municipal de Planejamento 2000 fev abr ago nov dez PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE Plano de
25. a C mara dificilmente ir criar uma grande pol mica em torno do mesmo entretanto acrescentou caso o projeto v para a C mara sem que tenha sido constru do um consenso m dio dificilmente ser aprovado por isso considerou prefer vel ganhar um tempo agora para n o correr o risco de se perder todo o processo As interven es feitas pelo vereador Caixeta e pelo representante do legislativo Mauricio Leite exemplificam a real intera o entre o COMPUR e a C mara Municipal mostram como se d a legitimidade do Conselho no Poder Legislativo Observa se como se estende na C mara e no Conselho a correla o de for as que interfere nas delibera es finais sobre quest es relativas ao funcionamento pontual e global da cidade Importante tamb m na abordagem da rela o entre o Legislativo e o COMPUR mostrar como encaminhamentos da C mara Municipal que afetam o desenvolvimento urbano provocam rea es do Conselho Um bom exemplo foi a aprova o do C digo de Posturas O Conselheiro Manoel Teixeira IAB manifestou n o ter conhecimento de que essa mat ria tenha sido levada s entidades do setor t cnico e que o IAB por exemplo n o foi convidado a se manifestar Solicitou ao representante da C mara Municipal que esclarecesse sobre o tr mite do Projeto de Lei na C mara e sobre prazos e oportunidades para discuss o e emendas antes do 2 turno O Conselheiro Maur cio Leite CMBH esclareceu que o assunto foi amplamente d
26. as importantes na formula o e aplica o das pol ticas p blicas ao avaliarmos a atua o do COMPUR e das Confer ncias observamos que h uma tend ncia de desempenho isolado dos Conselhos que atuam no mbito das pol ticas urbanas patrim nio meio ambiente saneamento habita o transporte A interlocu o entre esses Conselhos prec ria como tamb m t m sido as tentativas de alterar essa l gica de forma a imprimir um formato dialogado entre as esferas participativas e dessas com o poder p blico Nesse caso falta empenho por parte do Estado em favorecer a interse o entre os Conselhos mas tamb m contribui para a deflagra o desse quadro a fragmenta o das a es da sociedade civil e a falta de motiva o dos cidad os em fortalecer as a es coletivas voltadas para o enfrentamento articulado das quest es urbanas As lideran as populares participantes dos espa os p blicos investigados se manifestaram nas entrevistas nos resultados do Survey e nos debates registrados nas Confer ncias sobre a dif cil tarefa de mobilizar e conseguir o comprometimento da popula o com os problemas dos bairros das regi es e da cidade 6 2 Considera es Finais Ao longo da investiga o surgiram quest es e situa es de realidade relevantes na abordagem do objeto que n o estavam contemplados no desenho da pesquisa Embora n o tenha sido poss vel conferir lhes um tratamento espec fico com recorte e m todo adequados
27. colocar novos valores numa rela o reciprocamente educativa com a sociedade 304 demandas e proposi es apresentadas pela sociedade um tra o de cultura presente nas tr s esferas de governo e percebido mais diretamente no comportamento pol tico das administra es municipais Associado tend ncia de hipertrofia do Estado com destaque para a posi o centralista do Poder Executivo apresenta se tamb m como registro desse comportamento pol tico a incipiente experi ncia de participa o da sociedade civil nos processos de tomada de decis o dos governos Em Belo Horizonte peculiarmente pode ser considerado relevante como explica o da forte determin ncia do Estado o fato de as iniciativas democratizantes terem sido aplicadas a partir de um reposicionamento assumido pelas administra es comprometidas com projetos pol ticos democr tico populares Embora a sociedade civil tenha demonstrado na cidade um percurso de luta como foi brevemente exposto antes o comprometimento dos governos ap s 1993 com a aplica o de mecanismos democr cico participativos de gest o e de planejamento foram determinantes para a consolida o dos espa os p blicos compartilhados que decidem sobre legisla o or amento e pol ticas p blicas Ao assumirem as r deas do processo as administra es municipais estabeleceram o car ter pol tico e t cnico da gest o na sua totalidade englobando a formula o das leis das metodologias de inter
28. es em Favelas Vilas e Conjuntos Habitacionais de Interesse Social feito em parceria com o Centro de Estudos Urbanos da UFMG CEURB e que corresponde ao Plano Diretor para estas reas REVISTA PLANEJAR BH abr 2000 p 7 99 A participa o popular na gest o urbana um aspecto considerado em v rias partes do documento recebendo tratamento espec fico no t tulo Da Gest o Urbana nos artigos 76 e TT O processo de gest o urbana desenvolvido pelo Executivo e pela C mara Municipal com a colabora o dos mun cipes Para a implementa o de programas urban sticos de pol ticas setoriais devem ser criados mecanismos que permitam a participa o dos agentes envolvidos em todas as fases do processo desde a elabora o at a implanta o e a gest o dos projetos a serem aprovados O Plano Diretor cria o Conselho Municipal de Pol tica Urbana COMPUR e determina a realiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana que acabam sendo instrumentos formais de participa o compartilhada entre poder p blico e sociedade civil na aplica o e reformula o da legisla o urban stica 3 3 1 A elabora o do Plano Diretor aspectos da constru o de uma proposta participativa Negocia es na formula o do Plano Diretor Na falta de um plano institucionalizado a ordem urbana foi regida em Belo Horizonte pela Lei de n 4 034 85 JO At a aprova o das Leis n 7 165 e 7 166 de 1996 as interfer ncias no
29. foi usada como cr tica pela presidente do IAB em entrevista demonstrando ter havido uma adultera o da democracia participativa As observa es da entrevistada foram abordadas nesta tese na parte referente III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 291 antecederam ao Plano Diretor oficial de 1996 e tamb m as estruturas administrativas aprovadas e aplicadas respons veis pelo delineamento dos governos em cada uma das etapas de formula o dos planos An lises feitas por pesquisadores do tema depoimentos recolhidos dos informantes selecionados e o pr prio conte do analisado da Lei Org nica mostram como as bases democr ticas garantidas na Lei foram determinantes para a cria o de um sistema participativo de planejamento As articula es pol ticas em prol das conquistas constitucionais sobre a pol tica urbana ocorridas na C mara Municipal se transformaram em programa na disputa pelo governo municipal e em proposta de gest o a partir de 1993 Verificamos que antes mesmo de ser promulgada a Lei Org nica Municipal e elaboradas as leis urban sticas havia em Belo Horizonte uma pr tica de regulariza o do espa o urbano Esse percurso da regula o urbana foi trabalhado em v rias pesquisas sobre a cidade bem como os esfor os de elabora o de planos urban sticos registros de uma mem ria do planejamento que transformaram a capital mineira em experi ncia comumente citada nesse campo Essa mem
30. importantes por definirem a forma de participa o dos setores da sociedade civil no processo As diretrizes definidas para a III Confer ncia foram sucintas estipulando que a atualiza o do Plano Diretor e da legisla o urban stica deveria resultar de discuss o com a sociedade por meio da participa o dos diversos setores e categorias sociais com o prop sito de articular as diferentes vis es presentes na realidade urbana Nas diretrizes da II Confer ncia fica mais expl cito o comprometimento com os prop sitos do Movimento pela Reforma Urbana al m de tamb m ficarem mais claras as inten es de se avan ar em uma proposta democr tica de cidade Nas diretrizes estabelecidas pelo Regimento Interno da II Confer ncia esbo a se a inten o de serem valorizadas e resguardadas as decis es frutos de uma constru o coletiva O prop sito era incluir nas discuss es outras inst ncias de participa o sobre quest es urbanas existentes na cidade O evento propunha a cria o de uma Agenda Urbana para Belo Horizonte englobando iniciativas como a elabora o dos Planos Regionais a Confer ncia da Cidade e a Confer ncia Municipal de Habita o As diretrizes estabelecidas para cada Confer ncia expressam os diferentes momentos da cidade e como as concep es sobre a reforma urbana associadas s defini es da legisla o federal foram debatidas e tratadas na formula o das leis urban sticas do Munic pio A simplifi
31. manifesta es que s podem ser entendidas e avaliadas no fazer na pr tica do vivido que acontece nos espa os p blicos institucionalizados onde se estabelecem as interlocu es entre governo e sociedade civil A avalia o da capacidade de interven o da sociedade no desempenho dos governos e desses na participa o da sociedade bem como dos resultados dessa rela o torna se poss vel pela an lise de experi ncias concretas desenvolvidas localmente entendendo que tais 288 interpreta es devem se referenciar nos marcos legais e institucionais estabelecidos em mbito nacional Importante tamb m entender que existem conex es entre os n veis de governo e principalmente que as pr ticas municipais t m rela o direta com as especificidades socioculturais e pol ticas de cada cidade Por esse ngulo fica evidente a dificuldade de se aplicar generaliza es de resultados obtidos em pesquisas sobre esse tema dada a diversidade que envolve a realidade dos 5 564 munic pios existentes em fun o das peculiaridades de cada contexto O estudo do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e das Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana de Belo Horizonte voltou se para a capacidade desses espa os de alimentar o processo de planejamento em suas bases legais e de interferir na formula o de pol ticas urbanas cumprindo concomitantemente o papel de monitoramento e controle da legisla o e das pol ticas interferindo na pr
32. mara Municipal nas tomadas de decis o As posi es dos governos e a atua o das representa es do Poder Legislativo mostram como ocorre a interlocu o entre o Estado e a sociedade civil em espa os compartilhados de tomada de decis o Na rotina de trabalhos do COMPUR predominam os pareceres sobre a aplica o da legisla o municipal intercalados com discuss es sobre interven es urbanas e debates sobre o papel do Conselho 144 Ata da 65 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana COMPUR 24 10 2002 135 A atua o do Governo O controle t cnico e pol tico exercido pelo Poder Executivo no COMPUR demonstram a necessidade do governo de transformar a atua o do Conselho em um instrumento de gest o da cidade Fazer o Conselho funcionar sob supervis o direta dos rg os especializados da Prefeitura garante s equipes t cnicas o acompanhamento direto das demandas relativas aplica o da legisla o urbana Acredita se que outro aspecto desse comportamento do governo est associado n o supera o completa das formas tecnocr ticas de gest o e de planejamento urbano Historicamente existem tra os arraigados da preced ncia t cnica sobre as a es participativas nas pr ticas de gest o e na ado o de modelos de planejamento adotados pelas administra es p blicas em especial no mbito municipal Matos 2008 ao tratar desse tema avalia que as heran as do per odo tecnocr tico
33. mbito privado Garcia 2008 inspirando se em Gomes 2006 e Jovchelovith 2006 argumenta que a esfera p blica refere se ao debate em si e n o ao lugar onde ocorre o debate e que sempre est associada rela o p blico e privado A autora mostra que na abordagem do tema h uma distin o entre esfera p blica e espa o p blico A primeira referindo se a uma arena institucionalizada de discuss o e o segundo entendido como ambientes variados de negocia o entre atores que levar o decis es para as esferas p blicas No entanto existem abordagens te rico emp ricas que n o fazem distin es entre ambos Em Gramsci 1978 apud COUTINHO 2006 o conceito de pol tica aparece em duas acep es ampla e restrita Na ampla a pol tica identificada com liberdade como universalidade tudo pol tica ou seja todas as esferas do ser social s o atravessadas pela pol tica Na forma restrita prevalece o comportamento formal da pol tica historicamente transit rio Weber 1999 em Economia e Sociedade conceitua pol tica como a tentativa de participar do poder ou de influenciar na distribui o do poder envolvendo interesses conserva o e deslocamentos de poder A an lise weberiana parte da rela o entre domina o e legitimidade e um dos seus pontos pol micos ao entender o poder e a pol tica na perspectiva do Estado tom lo como uma empresa 26 sociedade civil se exp e mais claramente para compreens o Ao to
34. ncia Municipal da Cidade realizada em 13 11 2009 285 de alternativas metodol gicas importantes para a gest o e o planejamento das pol ticas setoriais e das interven es urbanas No geral os resultados das Confer ncias as das cidades e as de pol tica urbana funcionam mais como cumprimento de procedimentos formais atendendo s exig ncias do Conselho Nacional das Cidades e realizando a revis o da legisla o urban stica respectivamente As conclus es produzidas por meio da participa o social as recomenda es aos governos o detalhamento dos problemas da cidade se apresentam como rico material para o planejamento e gest o urbanos que poderia ser melhor utilizado Essa breve abordagem sobre as Confer ncias da Cidade realizadas no mbito municipal tem por objetivo demonstrar como as diretrizes nacionais de desenvolvimento urbano estabelecidas pelo Conselho Nacional das Cidades interferem na din mica de planejamento e gest o das cidades e como acontece em Belo Horizonte Os temas das Confer ncias da Cidade fazem parte do conte do das Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana Demonstradas as interse es entre as Confer ncias da Cidade e as Confer ncias de Pol tica Urbana devem ser contemplados tamb m os problemas enfrentados e as limita es que impedem avan os na constru o de uma pol tica nacional de desenvolvimento urbano passando pelas constru es locais desse projeto de cidades iniciado no ano de 2
35. nico de alguns participantes que parece se bastar ou seja existem avan os inquestion veis em termos de aprendizado na aplica o das experi ncias participativas no planejamento urbano via Conselho de Pol tica Urbana e realiza o das Confer ncias Mas an lises demonstram haver tamb m limita es e principalmente falhas nas formas de acompanhamento de aplica o de mecanismos de controle social pr ticas importantes para a consolida o dos direitos e para a matura o da participa o pol tica 5 1 O desafio da I Confer ncia 1999 uma revis o comedida das leis O desenvolvimento dos trabalhos A iniciativa de realizar a I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana partiu do COMPUR que atuou em todas as fases do evento por meio de uma Comiss o Executiva que tinha como fun o coordenar os trabalhos desenvolvidos pela Secretaria de Planejamento Como se tratava de uma experi ncia nova e a aprova o do Plano Diretor e da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo eram recentes optou se por uma revis o mais cautelosa voltada mais para avalia o e ajustes como consta dos Anais situa o comentada pelo conselheiro Manoel Teixeira Junior representante do setor t cnico Bom em rela o s Confer ncias dentro da l gica do Plano Diretor elas s o o momento que a sociedade discute as quest es mais macro e a o momento que o setor popular tem condi o de colocar de forma mais efetiva as suas demandas
36. o com os outros processos relevantes de planejamento e gest o urbana existentes no mbito municipal como por exemplo a elabora o dos planos regionais as confer ncias setoriais urbanas e a Confer ncia da Cidade Na reuni o do GT Papel do COMPUR foi sugerido que para a pr xima Confer ncia seja formado um f rum permanente para realizar um trabalho de conscientiza o dos diversos setores e acolher as v rias sugest es atrav s de seus rg os representativos sendo tamb m divulgados de forma mais ampla o Plano Diretor a Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo e a pr pria Confer ncia Nos anais da II Confer ncia de Pol tica Urbana foi feita alus o ao fato de as Confer ncias representarem parte de uma estrat gia de estrutura o de um sistema de monitoramento do desenvolvimento urbano garantido pela gest o democr tico participativa Consta no texto dos Anais A id ia que norteou a organiza o dessa ltima Confer ncia a de incorpor la de modo mais efetivo ao processo de planejamento da cidade at mesmo por sua import ncia como lugar de possibilidade de di logo entre os produtores do espa o urbano As inten es de profissionais do governo conselheiros delegados e cidad os comuns de fortalecimento pol tico desse espa o participativo foram dificultadas na pr tica pela dispers o das for as sociais que normalmente ocorre ao final das Confer ncias A comprova o de que o controle s
37. o extremamente interessante mas interessava muito a quem est no dia a dia da regula o Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico 153 gt Regimento Interno Artigo 5 4 Constituem o setor empresarial as entidades patronais da ind stria do com rcio e de servi os ligadas ao setor imobili rio 152 Na pesquisa desenvolvida por Garcia 2008 essa identifica o do setor empresarial com o COMPUR foi assim esbo ada Quanto ao setor empresarial seus representantes tamb m demonstram ativa participa o na defesa dos interesses espec ficos do segmento especialmente do mercado imobili rio Pode se dizer que tal setor o que tem interesses mais claros e bem definidos o que facilita a atua o de seus representantes Vale ressaltar que esse setor disp e de assessoramento t cnico de infra estrutura e pode disponibilizar pessoas para dedicar se amplamente fun o de represent lo Os representantes do setor empresarial frequentemente participam de grupos de trabalho e algumas vezes s o designados relatores GARCIA 2008 p 140 141 O que p de ser constatado da an lise das atas dos depoimentos recolhidos e da atua o desse setor nas Confer ncias em especial na III Confer ncia de Pol tica Urbana a capacidade de articula o a presen a qualificada e a desenvoltura de mobiliza o de seus membros munidos de informa es e de grande
38. por fim as r deas da delibera o s o assumidas pelos poderes Executivo e Legislativo que passam a agir isoladamente abrindo espa o de interlocu o separada com segmentos e grupos Verificamos na an lise das tr s Confer ncias uma tend ncia de perda de espa o do COMPUR na organiza o do evento O governo ampliou seu espa o de atua o ganhando capacidade de interferir na concep o no funcionamento e nos resultados Embora a posi o do governo sempre tenha sido determinante a presen a mais acentuada do Estado na III Confer ncia pode ser atribu da ao gerenciamento mais direto assumido pela Secretaria Municipal de Pol tica Urbana rg o que demonstrou um vi s t cnico de resultados mais expl cito Contribui tamb m para o afastamento do COMPUR de uma posi o mais direta na prepara o e avalia o do evento as transforma es ocorridas no Conselho ao longo da sua trajet ria perdendo a capacidade de reflex o e cr tica sobre o papel que desempenha no planejamento urbano O Estado e a sociedade civil nos espa os p blicos investigados 1 Ambiguidades aprendizado pol tico e controle na participa o democr tica O aprendizado pol tico representa um importante resultado da institucionaliza o do Conselho de Pol tica Urbana e das Confer ncias de Pol tica Urbana O exerc cio tico pol tico constru do a partir de pr ticas de negocia o entre atores oriundos de lugares e posi es diferentes contribui p
39. posicionamento dos sujeitos diante do mundo em parte explicado pelo interesse de reflex o proporcionado pela solid o e interioriza o da leitura e escrita O desenvolvimento de estudos e pesquisas para al m das pr ticas de interioriza o generalizadas como comportamento moderno imp e reclus o e disciplina O trabalho investigativo quase todo ele vivido numa rotina de dedica o em que nos misturamos ao tema na trama dos documentos envolvidos pelos discursos dos atores estimulados pelas interpreta es dos autores e provocados pelas nossas pr prias conclus es Independente das idiossincrasias das exig ncias de isolamento determinadas pelo esfor o de pesquisa s o as conex es com a realidade que garantem a reflex o e a escrita sobre ela Dessa forma preciso aqui reconhecer e agradecer queles que me sinalizaram os caminhos para a leitura da realidade de Belo Horizonte em seu percurso pela constru o da democracia Aos profissionais da C mara Municipal e da Prefeitura de Belo Horizonte meus agradecimentos por se fazerem abertos e pacientes ao me fornecerem dados documentos e informa es Aos conselheiros do COMPUR e aos delegados das Confer ncias de Pol tica Urbana a minha gratid o por aceitarem conversar sobre a experi ncia participativa de Belo Horizonte Quando relembraram epis dios relevantes e manifestaram opini es e cr ticas ajudaram a registrar interpreta es sobre o significado do Conselho de Pol
40. ria do planejamento consolidada nos esfor os das equipes de governo em elaborar planos diretores representa uma tend ncia no processo de desenvolvimento da cidade de investimento dos gestores no planejamento urbano caracter stica considerada importante para a compreens o do modelo participativo aplicado a partir de 1996 em Belo Horizonte Todo o conhecimento t cnico acumulado diagn sticos movimenta o da sociedade e estrutura o organizacional da administra o p blica representaram um somat rio de experi ncias que atuaram no sentido de favorecer a implanta o de uma proposta democr tica na cidade O estudo da documenta o dos anos de 1980 mostrou que as administra es de Belo Horizonte investiram na composi o de um corpo t cnico pr prio especializado que foi assumindo a fun o de organizar a administra o e o planejamento urbano do Munic pio As experi ncias da d cada de 1980 se mostraram fr geis no envolvimento da sociedade e se apresentaram presas ao modelo t cnico funcionalista mas mesmo com todas as limita es e a manuten o de f rmulas convencionais o capital t cnico acumulado p de ser aproveitado na formula o de um projeto democr tico para a cidade referendado pela sociedade que tamb m deu mostras de capacidade organizativa ao longo do processo Um exemplo de aproveitamento do conhecimento produzido interadministra es foi o uso do material trabalhado na elabora o do Plano BH 2010 na c
41. tica Urbana e sobre as Confer ncias para o planejamento urbano da cidade FIGUEIREDO Bet nia Gon alves A busca da solid o e a difus o da leitura L cus Revista de Hist ria Juiz de Fora Editora da UFJF v 3 n 1 p 61 73 1997 vi Incluo como conex es realidade n o s as rela es estabelecidas com os sujeitos ligados diretamente ao tema de pesquisa mas as pessoas que fazem parte da minha vida e participaram comigo do processo entendendo as minhas escolhas e a necessidade de um envolvimento intenso com o trabalho Destaco dentre essas pessoas com muito carinho o meu pai e a minha filha pela cumplicidade Por fim o meu agradecimento e reconhecimento sinceros Evelina pela postura profissional e empenho em me ajudar a superar as in meras dificuldades de organizar todo esse trabalho e por me proporcionar um aprendizado acad mico mpar que me servir de agora em diante como importante refer ncia vii RESUMO CORR A DA COSTA M rcia Helena Batista Participa o democr tica e planejamento urbano o Conselho de Pol tica Urbana e as Confer ncias de Pol tica Urbana em Belo Horizonte Campinas Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas UNICAMP 2011 337 f Tese Doutorado Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas UNICAMP 2011 O trabalho brevemente esbo ado tem por objetivo entender a cidade como um direito tomando a participa o no planejamento urbano como um exerc cio cap
42. tica de reestrutura o concebida para melhorar o desempenho vi rio da cidade foi apresentada e referendada no COMPUR Iustram o cotidiano do COMPUR os pedidos de mudan a de zoneamento as altera es de zoneamento revis es de classifica o de usos e a defini o de tabela de medidas Eis 191 x BoA bo z mitigadoras S o quest es que afetam a din mica da cidade como nos exemplos destacados Mat ria referente solicita o de an lise para mudan a de zoneamento de ZAR 2 para ZAP Bairro Floramar Requerente Evandro L cio de Faria Relator Paulo Ant nio Leite CMBH Ap s a leitura de seu parecer o relator informou que a BHTrans atrav s de relat rio t cnico manifestou sob o ponto de vista do sistema de transporte ser vi vel a altera o de zoneamento J para a Secretaria Municipal de Regula o Urbana SMRU uma poss vel mudan a de zoneamento deste local deve se estudar de forma global a regi o O relator em sua an lise concorda que as demandas de altera o de zoneamento 19 Ata da 42 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 20 09 2000 Grifos desta pesquisadora 1 Ata da 109 Reuni o Ordin ria do Conselho de Pol tica Urbana 27 07 2006 A ata na ntegra encontra se em anexo devido import ncia do conte do tratado na reuni o 2 As Medidas Mitigadoras est o associadas concep o de mitiga o de impactos ambientais termo geralmente utilizado nos Termos de
43. tulo III a necessidade da participa o popular Parte dessa nova ordem jur dica j havia sido contemplada na Lei Org nica e pela legisla o urban stica de Belo Horizonte O instrumento previsto no Cap tulo IV do Estatuto da Cidade ao estabelecer como diretriz a gest o democr tica da cidade refere se realiza o de confer ncias sobre assuntos de interesse urbano que j constava do Plano Diretor da cidade e j havia sido aplicado na I Confer ncia mostrando a precocidade da capital mineira no campo das inova es sobre planejamento participativo O presidente do Conselho Murilo Valadares SCOMURBE argumentou que o Estatuto da Cidade deve permear todos os Grupos Tem ticos da Confer ncia devendo ser um tema transversal todos os grupos discutindo adotando a mesma l gica para com o tema RLA 229 do Desenvolvimento Econ mico A metodologia adotada para a segunda revis o das Leis n 7 165 e n 7 166 de 1996 referentes ao Plano Diretor e Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo respectivamente 28 BRASIL Estatuto da Cidade Guia para implementa o pelos munic pios e cidad os 3 ed Bras lia Minist rio das Cidades 2005 p 45 Ata da 21 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 01 08 2001 211 tinha como par metro as orienta es advindas do Estatuto da Cidade e dos rg os federais respons veis por orientar sua aplica o com prop sitos de
44. z so Regimento Interno Artigo 5 1 Constituem o setor t cnico as universidades as entidades de profissionais liberais e as organiza es n o governamentais ligadas quest o urbana 145 tamb m em seu depoimento avalia a capacidade do setor t cnico de interferir no comportamento dos outros setores No que diz respeito regula o urbana o segmento popular sempre teve uma atua o muito fr gil Quem tinha uma atua o mais progressista identificada com o movimento popular era o IAB e eles percebiam isso e votavam junto com o IAB Entrevista Jupira Gomes de Mendon a A atua o dos arquitetos no COMPUR um fato que certamente interfere em suas caracter sticas n o s pela presen a do Instituto dos Arquitetos do Brasil desde a cria o do Conselho mas tamb m porque parte significativa dos conselheiros representantes do governo s o arquitetos O representante dessa entidade no COMPUR tece um coment rio que merece ser destacado O que o setor t cnico a representa o de engenheiros de arquitetos de soci logos de ge logos mas historicamente quem est presente nas discuss es da cidade sempre foram os arquitetos em menor peso os engenheiros mas historicamente sempre foram os arquitetos Ent o acaba que s o eles que discutem a cidade e isso a acaba gerando no segmento um pensamento mais consolidado sobre a cidade Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante
45. 112 Um dos impactos da globaliza o ocorre na hierarquia das cidades que passam a ter novo papel estrat gico no cen rio capitalista internacional Nesse quadro surgem entidades que interferem na din mica dos governos locais por meio de fontes de financiamento sistemas de informa o e consultoria associa es internacionais organiza o de redes TEIXEIRA 2002 112 Art 21 Das Compet ncias I Coordena a execu o de atividades administrativas e financeiras da Secretaria II Coordena as atividades de projetos de edifica es e emiss o de certificados de baixa e habite se HI Coordena a an lise e acompanha a execu o de projeto de parcelamento do solo e de infra estrutura IV Coordena a fiscaliza o de edifica es de com rcio ind stria presta o de servi os e demais atividades urbanas no que se refere s posturas municipais V Coordena a implanta o de programas de abastecimento popula o principalmente de baixa renda VI Coordena projetos de incentivo ind stria com rcio e presta o de servi o bem como coordena a execu o do licenciamento das atividades dos mesmos VII Controla a realiza o das obras p blicas no Munic pio LEI n 5 562 1989 As diretrizes constitucionais referentes ao cumprimento das fun es sociais da cidade foram refor adas pela nova formata o proposta para o rg o respons vel pelas interven es urbanas no Munic pio na reforma administrativa i
46. 218 diretor usual expressa uma agenda neoliberal comprometida com o planejamento estrat gico e com o desenvolvimento econ mico de car ter mais empresarial Nos discursos de abertura foram levantadas quest es que refor am essa interpreta o sobre o compromisso das autoridades com uma agenda urbana mais politizada em defesa de um projeto democr tico de sociedade Como iremos incluir a popula o pobre a popula o de vilas dessa cidade como iremos fazer um projeto de inclus o Penso que devemos construir a cidade junto com a popula o Ter um planejamento urbano em que a popula o participe que nos ajude a construir a cidade que a gente quer Os empres rios os t cnicos a popula o e as regionais participar o com seus problemas espec ficos Amanh entrar em vigor o Estatuto da Cidade que para Belo Horizonte n o desconhecido Belo Horizonte j elaborou seu Plano Diretor e dele constam v rios pontos desse Estatuto N s podemos divergir e chegar a uma proposta de consenso e com o apoio dos vereadores Ap s essa II Confer ncia de Pol tica Urbana a prefeitura de Belo Horizonte ter definido um novo caminho e saber para onde vamos crescer se vamos verticalizar se n o vamos verticalizar A atua o dos especialistas da administra o foi determinante em todos os momentos da II Confer ncia O suporte t cnico foi dado no ciclo de palestras no curso de capacita o dos delegados na formul
47. A o Municipal Diagn stico e Diretrizes Belo Horizonte s n 1984 PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 QUEIROZ Maria Isaura Pereira O pesquisador o problema da pesquisa a escolha de t cnicas algumas reflex es In LANG Alice Beatriz da Silva Gordo org Reflex es sobre a pesquisa sociol gica 2 ed S o Paulo CERU 1999 p 13 24 REIS F W Weber e a pol tica In Revista Teoria e Sociedade O Pensamento de Max Weber e suas interlocu es N mero Especial Belo Horizonte p 26 49 maio 2005 RICCI Rud Contradi es na implementa o das pol ticas de participa o Revista Espa o Acad mico n 36 maio 2004 Dispon vel em lt http www espacoacademico com br gt Acesso em 05 jun 2007 RODRIGUES Arlete Moys s Desenvolvimento ou reforma urbana concep es e contradi es In SIMP SIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA 3 1993 Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro s n 1983 p 107 115 RODRIGUES Arlete Moys s As novas articula es e formas de press o da sociedade civil na metr pole In SOUZA Maria Ad lia Aparecida et al orgs Metr pole e Globaliza o conhecendo a cidade de S o Paulo S o Paulo CEDESP 1999 p 130 139 RODRIGUES Arlete Moys s O espa o urbano e as estrat gias de planejamento e produ o da cidade In PEREIRA Elson Manoel org Planejamento urbano no Brasil conceitos di
48. Campinas 17 de Junho de 2011 iv Dedicat ria O sujeito da hist ria a cidade A ela v rios estudiosos despenderam esfor os com prop sitos de formular teorias e interferir nos processos amparados em pesquisas desenhadas em m ltiplos recortes da realidade urbana A esses pesquisadores que por meio de v rios olhares questionaram debateram e propuseram interpreta es sobre o fen meno urbano dedico esta pesquisa Em especial fa o aqui uma breve homenagem a uma pesquisadora que dedicou parte significativa de sua carreira a entender a din mica das cidades Maria de Lourdes Dollabela Pereira nos deixou um legado de trabalho e de dedica o acad mica Uma pesquisadora e intelectual que se n o fosse a interrup o abrupta de uma trajet ria exitosa estaria produzindo e provocando inquieta es nesse campo e me faria sentir honrada avaliando meu trabalho no momento da defesa p blica LEFEBVRE Henri A cidade do Capital Rio de Janeiro DP amp A 2001 Maria de Lourdes Dolabela Luciano Pereira foi Professora do Departamento de Sociologia e Antropologia FAFICH UFMG Doutora em Ci ncia Pol tica pela Universidade de S o Paulo P s doutorada na cole Nationale Des Ponts Et Chauss s U P XII Fran a e atuava na rea de sociologia urbana tendo coordenado o CEURB Centro de Estudos Urbanos da UFMG Agradecimentos Na sociedade moderna dentre as v rias transforma es ocorridas acontece um novo
49. Conselho destaque para as percep es dos conselheiros As atribui es do COMPUR e sua abrang ncia de atua o no mbito do planejamento e das pol ticas urbanas j foram mencionadas anteriormente bem como os limites impostos ao seu desempenho em fun o das for as que o constituem e de suas restri es deliberativas O contraste entre a possibilidade de uma atua o ampliada contribuindo nos processos de planejamento e de gest o urbana e a sua real rotina marcada por um rito de discuss es e pareceres sobre temas e demandas pontuais parte do conte do dos debates travados em seu interior A ideia recorrente em v rias discuss es volta se para o fato do Conselho poder atuar nas perspectivas micro e macro cuidando tamb m e principalmente da formula o de um projeto mais consistente e planejado de cidade Tomando por base as observa es feitas por conselheiros nas entrevistas realizadas as mudan as regimentais do COMPUR feitas em decorr ncia de altera es no ordenamento da pol tica urbana estabelecidas nas reformas administrativas e em consequ ncia disso a vincula o do Conselho estrutura de planejamento vigente em cada etapa de governo poss vel distinguir momentos diferentes em sua trajet ria 10 Jornal Estado de Minas em 06 05 2009 159 Em seu depoimento Fl via Mour o refere se a tr s momentos do Conselho um primeiro momento marcado por grande motiva o dos debates e de compromissos
50. Conselho por m verificou se existir uma rela o entre o varejo e o que seria o atacado ou seja s o reais as interfer ncias do COMPUR nas concep es e nos processos decis rios relativos s pol ticas urbanas O significado das demandas pontuais como express o dos marcos legais e das pol ticas p blicas definidas na rotina de funcionamento das cidades foi quest o levantada por Arlete Moys s Rodrigues Como estudiosa das cidades a pesquisadora alerta para a necessidade de se refletir sobre como as pol ticas p blicas de interven o urbana s fazem sentido se pensadas territorialmente na aplica o concreta das leis na provis o de servi os p blicos na integra o das pol ticas urbanas sociais e de regulariza o fundi ria As concep es e os discursos constru dos em torno das pol ticas urbanas resultam de disputas que se traduzem concretamente na sele o de prioridades e em a es de gest o na rotina dos munic pios Essa efetiva o das pol ticas no cotidiano das regi es bairros vilas favelas e no conjunto da cidade expressa os resultados das disputas pol ticas entre os diversos atores e representa a pr xis do fazer urbano Nas palavras da autora O debate sobre as pol ticas urbanas se consubstancia nas pol ticas pontuais as pol ticas urbanas n o se deslocam da vida cotidiana As interpreta es nessa perspectiva mostram que as pol ticas urbanas n o se limitam s propostas t cnicas concebidas
51. Discurso do Secret rio Municipal da Coordena o de Pol tica Urbana e Ambiental Murilo de Campo Valadares 219 opini o sobre a cidade est principalmente com a popula o cabendo aos monitores o papel de facilitadores do trabalho dos grupos Os cadernos de textos foram divididos nas partes considera es quest es conceitos b sicos informa es e legisla o relativa ao tema O que se percebe da ado o dessa ordem a op o por um recurso mais did tico em que o p blico teria acesso a informa es gerais do tema com destaque para os termos t cnicos espec ficos dele e legisla o pertinente acompanhado de quest es estimuladoras das reflex es necess rias ao processo de formula o de alternativas para a revis o da legisla o A metodologia utilizada favoreceu a qualidade dos debates e das resolu es mas ao mesmo tempo submeteu as discuss es ao direcionamento dado pelas equipes de governo O curso de capacita o foi oferecido aos delegados eleitos na etapa posterior s Pr Confer ncias que ocorreram sem restri o de participa o tendo sido preparadas 222 das 244 representa es escolhidas de cada setor popular t cnico e empresarial para a assembleia final O conte do trabalhado foi distribu do em quatro m dulos abordando respectivamente os seguintes temas a hist ria da evolu o urbana de Belo Horizonte a import ncia da participa o popular na hist ria recente da cidade e
52. Dolabela Negocia es e Parcerias o desafio da gest o urbana democr tico participativa Revista Teoria e Sociedade n 6 Belo Horizonte UFMG 2000 p 212 241 No Artigo 2 do Estatuto da Cidade consta a primeira diretriz relativa ao direito a cidades sustent veis como um dos direitos fundamentais da pessoa humana inclu do no conjunto dos direitos humanos direitos difusos O direito cidade um novo direito fundamental positivado Essa diretriz fundamenta a concep o de desenvolvimento urbano do documento que tornar as cidades brasileiras mais justas humanas democr ticas e sustent veis 45 cidades democr ticas Na compreens o do autor a ordem jur dica deve ser pensada na perspectiva das condi es sociopol ticas e institucionais de gest o das cidades O Plano Diretor foi transformado em instrumento fundamental do planejamento urbano pelo novo marco jur dico estabelecido nos artigos constitucionais relativos pol tica urbana regulamentados pelo Estatuto da Cidade A defini o do Plano Diretor como instrumento b sico do planejamento urbano n o constava das proposi es apresentadas pelo Movimento Nacional da Reforma Urbana e representou uma alternativa pol tica alinhavada no campo de for as que envolveram a aprova o da legisla o urban stica proposta para o pa s Ao mesmo tempo em que resguarda o car ter t cnico do planejamento e induz as administra es municipais constru o de bases l
53. Eli LOPES Jos S L PRADI Reginaldo orgs O Brasil no Rastro da Crise S o Paulo ANPOCS IPEA HUCITEC 1994 p 244 270 AZEVEDO S rgio de ANDRADE Luiz Aureliano G de A reforma do Estado e a quest o 318 federalista reflex es sobre a proposta Bresser Pereira In DINIZ Eli AZEVEDO S rgio de orgs Reforma do Estado e democracia no Brasil Bras lia Editora da UNB 1997 AZEVEDO S A pol tica recente da reforma tribut ria no Brasil realidades e mitos Teoria amp Sociedade UFMG Belo Horizonte v 4 p 247 273 1999 AZEVEDO S rgio Considera es sobre a experi ncia brasileira do Or amento Participativo potencialidades e constrangimentos In SEMIN RIO CIDADE DEMOCRACIA E JUSTI A SOCIAL os desafios para o exerc cio da cidadania pol tica nas sociedades modernas Trabalho apresentado Rio de Janeiro FASE Observat rio IPPUR UFRJ e Funda o Rosa Luxemburg 27 28 nov 2003 AZEVEDO Sergio FERNANDES Rodrigo Barroso orgs Or amento Participativo Construindo a Democracia Rio de Janeiro Revan 2005 BACZKO Bronislaw Imagina o Social In Enciclop dia Einaudi Lisboa Imprensa Nacional 1985 Casa da Moeda 296 332 BELO HORIZONTE Lei Org nica do Munic pio de Belo Horizonte 21 de mar o de 1990 Dispon vel em lt http www bhz5 pbh gov br legislacao nsf 42d34f6e3014477e 0325679100 41f8fa labf7fae53aeb5fd032567a100633dea OpenDocument gt Acesso em 15 de abr 2008 BELO
54. Evelina org Sociedade civil e espa os p blicos no Brasil S o Paulo Paz e Terra 2002 p 47 103 TATAGIBA Luciana Os desafios da articula o entre Sociedade Civil e Sociedade Pol tica sob o marco da democracia gerencial O caso do Projeto Rede Crian a em Vit ria ES In DAGNINO Evelina OLIVEIRA Alberto J PANFICHI Aldo Para uma outra leitura da 329 disputa pela constru o democr tica na Am rica Latina S o Paulo Paz e Terra 2006 p 137 178 TEIXEIRA Elenaldo O local e o global limites e desafios da participa o cidad S o Paulo Cortez 2002 TOPALOV Christian Os saberes sobre a cidade tempos de crise Espa o amp Debates Revista de Estudos Regionais e Urbanos Ano XI n 34 p 28 37 TORRES Fl vio Danilo Aspectos da dimens o ambiental no processo de consolida o do Plano Diretor de Belo Horizonte 1993 2000 atores e interesses 2003 187 f Disserta o Mestrado em Ci ncias Sociais Gest o de Cidades Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Belo Horizonte 2003 TRIGO Maria Helena Bueno BRIOSCHI Lucila R Intera o e comunica o no processo de pesquisa In LANG Alice Beatriz da Silva Gordo org Reflex es sobre a pesquisa sociol gica 2 ed S o Paulo CERU 1999 p 30 41 TURRA B rbara Miranda A concess o de direito real de uso como alternativa para a regulariza o fundi ria de favelas em Belo Horizonte In FERNANDES Ed sio ALFONSIN B
55. HORIZONTE Lei n 7165 27 de agosto de 1996 Dispon vel em lt http www bhz5 pbh gov br legislacao nsf 42d34f6e3014477e032567910041f8fa cd8446d81878 86040325679a0057652c70penDocument gt Acesso em 15 abr 2008 BELO HORIZONTE Lei n 7166 27 de agosto de 1996 Dispon vel em lt http www bhz5 pbh gov br legislacao nsf 42d34f6e3014477e03256791004118fa 8e722441831 434ca0325679a0057671870penDocument gt Acesso em 15 abr 2008 BENDASSOLLI Pedro P blico privado e o indiv duo no novo capitalismo Revista Tempo Social USP v 12 n 2 p 203 236 nov 2000 BOBBIO Norberto Qual socialismo debate sobre uma alternativa 2 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983 BOBBIO Norberto O Futuro da Democracia Rio de Janeiro Paz e Terra 1992 BOBBIO Norberto Liberalismo e Democracia 6 ed S o Paulo Brasiliense 1994 BORNHEIM Gerd Natureza do Estado moderno In NOVAES Adauto A crise do Estado Na o Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 207 227 BOSI Alfredo Dial tica da Coloniza o S o Paulo Companhia das Letras 1992 BOURDIEU Pierre O poder simb lico Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2001 319 BRAND O Ant nio L B org As Cidades da Cidade Belo Horizonte Editora UFMG 2006 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil 5 de outubro de 1988 Dispon vel em lt www presidencia gov br gt Acesso em 15 abr 2008 BRASIL Lei n 10 257 10 de julho de 2001 Dispon
56. II Confer ncia Posteriormente a n o efetiva o em lei dos resultados da II Confer ncia associado a outros fatores de ordem organizacional e interna contribu ram para o arrefecimento dos nimos que afetaram o desempenho do Conselho Em termos de organiza o as mudan as de vincula o do COMPUR estrutura de planejamento da Prefeitura influenciaram seu funcionamento Do momento em que foi oficializado em 1997 at 2001 o Conselho esteve vinculado Secretaria de Planejamento rg o que havia coordenado a elabora o do Plano Diretor e que lidava mais diretamente com o planejamento urbano No per odo entre 2001 e 2003 a vincula o se deu via Secretaria Municipal de Coordena o de Pol tica Urbana e Ambiental portanto uma estrutura voltada para 161 as quest es urbanas propriamente ditas Verifica se que o desenvolvimento do COMPUR acompanha as mudan as implantadas na estrutura administrativa da Prefeitura e obviamente segue tamb m as altera es de perfil dos gestores e das equipes de governo de cada mandato administrativo A coordena o da Secretaria de Pol tica Urbana sobre o COMPUR a partir de 2005 definiu contornos burocr ticos e t cnicos mais expl citos para os trabalhos do Conselho Tal fato foi comentado pelos conselheiros entrevistados Agora o COMPUR n o tem feito discuss es de outras pol ticas a n o ser quando tem alguma coisa que j vem apresentada pelo Executivo como nos casos dos Pla
57. III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana p 6 O material aprovado nas Plen rias de Encerramento foi organizado pela Secretaria de Pol tica Urbana transformado no Projeto de Lei n 820 09 aprovado e posteriormente transformado na Lei n 9959 10 N o resta d vida de que essa agilidade dada ao processo foi necess ria devido ao descr dito e insatisfa o gerados pela n o concretiza o dos resultados da II Confer ncia como demonstra a mat ria veiculada na imprensa com o t tulo Confer ncia come a com desafio de atualizar Plano Diretor revisado h quase 10 anos e de dar resposta a desafios como tr nsito crescimento dos bairros e expans o de favelas Os debates come am com um vazio de credibilidade j que todas as propostas formuladas pela ltima assembl ia 2001 2002 empacotadas num projeto de lei em 2005 foram engavetadas pelos vereadores da capital Mas a in rcia do Legislativo s 22 A participa o em tr s dos cinco m dulos do curso de capacita o constituiu condi o para a habilita o de delegados e suplentes para a participa o na Etapa de Delibera es da Confer ncia admitindo se a aus ncia justificada aprovada pela Comiss o Organizadora 258 refor a a necessidade de revisar os dois textos que orientam a ocupa o e o crescimento 290 da cidade A quebra da in rcia do Poder Legislativo e a capacidade de articula o pol tica do Poder Executivo em efetivar o processo de revis o
58. In s Pereira do Nascimento Representante Setor Popular Percebe se na exposi o feita pela entrevistada uma vis o estrat gica dos segmentos populares fato que explica a necessidade de se alternarem como representa es nas esferas decis rias sobre pol ticas p blicas com prop sitos de garantirem a es de governo focadas para o atendimento das diversas demandas do setor Os problemas que envolvem a participa o nas esferas p blicas compartilhadas entre governo e sociedade civil s o de ordens diversas No caso da atua o das organiza es representativas das classes populares por atuarem nos espa os p blicos muitas vezes tomando os 149 como meio de acesso ao poder p blico as entidades e lideran as tornam se mais vulner veis coopta o pol tico partid ria Esse aspecto da participa o popular embora n o seja objeto de an lise desta pesquisa por demandar uma investiga o apropriada foi abordado por conselheiros entrevistados e merece ser apresentado como uma das vari veis que hoje se apresenta relevante nos processos participativos O setor popular a j uma cr tica que eu tenho de forma geral na quest o da participa o popular importante bom quando voc vai igual agora 15 anos do Or amento Participativo e lan amento de uma nova rodada aquele Minascentro absolutamente lotado chegando um nibus atr s do outro para deixar gente e tudo importante ter esse setor particip
59. Lei ao Legislativo e esse Projeto de Lei era desconhecido por todo mundo que havia participado da Confer ncia Para o nosso espanto era um Projeto de Lei que incorporava v rias quest es n o discutidas na Confer ncia Ent o isso foi de um assombro porque eu acho que a pr tica habitual seria fechar um documento consolidado chamar uma audi ncia p blica pra que todos discutissem o produto consolidado da Confer ncia e a partir da encaminhar isso pro Legislativo N s entramos com um of cio na C mara pedindo para que fosse feito um Semin rio para 280 discutir a Lei de Uso do Solo N s entramos com este pedido para a vereadora Luzia Ferreira pedimos apoio da vereadora Neuzinha Santos do Vereador Leonardo Matos desse pessoal que trabalha na Comiss o de Pol tica Urbana e de Meio Ambiente Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico H muitas diferen as entre o texto aprovado na Confer ncia e aquele que foi enviado C mara como Projeto de Lei Algumas situa es foram justificadas como sendo a transposi o do que a Confer ncia decidiu como texto de lei ou seja a Confer ncia n o aprovou um texto de lei e sim uma determina o Ao ser escrito como lei adotou uma outra fei o Bem se o texto de lei ao final contemplou o que foi determinado isso outra coisa Outras determina es n o foram simplesmente consideradas no PL 829 09 que ainda apresenta quest es que n o foram nem sequer citadas na Confer
60. Plano paralelo ao incremento de setores tradicionais como o de bens intermedi rios prop e se a reestrutura o das bases econ micas do Munic pio pela implanta o de n cleos de alta tecnologia conjugados com a prepara o de recursos humanos especializados via cria o de um centro de potencializa o de recursos humanos Foi tamb m dada import ncia ind stria da constru o civil como geradora de emprego e renda defendendo um programa de reestrutura o das Leis de Uso e Ocupa o do Solo de 1976 e 1985 vistas como restritivas aos investimentos do setor imobili rio O documento aponta para a necessidade de um planejamento espacial e de controle ambiental de forma a favorecer a es do poder p blico que incrementassem a gera o de empregos A legisla o definidora do uso e da ocupa o do solo at ent o vigentes era vista como reprodutora do sistema radioc ntrico de vias com alguns centros intermedi rios e locais fatores vistos como desfavor veis ao desenvolvimento do Munic pio As iniciativas voltadas para o incremento do planejamento urbano concretizadas na formula o dos planos estiveram vinculadas s estruturas de governo oficializadas nas reformas administrativas Precedeu ao Plano Diretor de 1990 uma reforma administrativa implantada em 1989 A reforma criou e modificou compet ncias de Secretarias da administra o direta e criou a Empresa de Transporte e Tr nsito de Belo Horizonte Foi proposta a im
61. Representante Setor Empresarial Os movimentos sociais tamb m aprenderam a se estruturar a partir de uma rota mais definida algumas lideran as que v o crescendo que v o ficando mais escoladas enfim mais profissionalizadas s vezes Eu n o tenho nenhum elemento pra dizer que elas ao se profissionalizarem se descolaram de suas bases Pelo contr rio eu n o conhe o suficientemente bem pra dizer isso mas existem algumas lideran as que est o presentes h muito tempo a Eu n o sou uma estudiosa dos movimentos populares pra saber at que ponto h uma renova o ou n o Acho que existe um poss vel perigo a mas eu n o tenho muitos elementos pra dizer se isso est acontecendo ou n o Eu acho que tem f runs que as lideran as populares privilegiam e outros que n o Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Eu acho que n s precisamos pensar um pouco essa quest o do movimento social do movimento popular acoplado nos governos principalmente nos governos do meu partido preciso entender melhor esse tro o eu acho que h um processo de coopta o nem sempre deliberado n o deliberado mas ao encostar se no governo o movimento social se torna dependente do governo Entrevista Vereador Jos Tarc sio Caixeta Representante Legislativo 150 O que se pode interpretar das avalia es feitas pelos conselheiros sobre a participa o popular a exist ncia de lideran
62. a de concep o jur dica que envolve seu formato recente como base do planejamento e gest o das cidades afirmando Na minha opini o os urbanistas deveriam discutir menos os instrumentos jur dico urban sticos e a pr pria atividade de regula o urban stica em si para colocar mais nfase nas pol ticas urbanas e processos de controle social da gest o urbana FERNANDES 2008 p 131 O jurista e urbanista conclui reconhecendo que a renova o do instituto jur dico do plano diretor pode cumprir um importante papel de retirar a conquista do direito cidade da posi o discursiva dando lhe consist ncia no sentido do enfrentamento da quest o central que envolve a prerrogativa da fun o social da cidade o enfrentamento das quest es relativas aos direitos de propriedade imobili ria Feitas as considera es sobre os modelos estrat gico e participativo que interferem atualmente na din mica das cidades importante salientar como afirma Santos Junior 2008 que eles atravessam o processo de elabora o dos planos diretores O paradigma que o autor chama de cidade direito segundo ele est em constru o tanto no seu aspecto te rico como na sua pr xis sociopol tica refor ando o papel central do poder p blico no planejamento urbano A rivalidade desse paradigma com o modelo de cidade mercado demonstra qu o se encontram em disputa for as antag nicas e muitas vezes o discurso participativo pode ser utilizado em ambas
63. a Cidade est sendo debatida Frisou que interessante imaginar todos os espa os integrados em Belo Horizonte extrair do momento o que h de positivo discutir a Cidade A conselheira Maria Elisa Baptista PUC MG concordou que o m rito desse projeto que a Cidade est sendo debatida entretanto julga temer rio licitar a obra sem ter esgotado a discuss o e o processo de licenciamento Na opini o da conselheira o projeto proposto geraria mais possibilidade de degradar do que de qualificar a Pra a Ressaltou que n o se deve desqualificar os urbanistas que a discuss o deveria ser de princ pios e conceitos e n o partir de um projeto j pronto argumentando que por ser o dinheiro p blico a Cidade deveria ser consultada O presidente do Conselho alertou que a discuss o estaria sendo mais pol tica do que urban stica o que gera um desconforto Informou que muitos projetos s o doados Prefeitura e que a PBH n o poderia manter uma postura est tica O conselheiro Manoel Teixeira LAB MG concorda com alguns pontos da proposta mas ressalta que a Prefeitura ao ter aceitado o projeto pronto sem uma discuss o pr via demonstra uma atitude subserviente ao governo estadual o que no em seu entendimento n o poderia ocorrer pois a discuss o que deveria ter desencadeado todo o processo Grifos desta pesquisadora As discuss es em torno do projeto da Pra a da Liberdade exp em a insatisfa o de membros do COMPUR sobre encaminh
64. a em uma posi o relevante como cidade onde acontecem experi ncias de constru o democr tica As experi ncias democr ticas da cidade contam tamb m com o papel desempenhado por intelectuais ao atuarem em esferas de governo estabelecendo as media es entre sociedade civil 5 Em publica es da Administra o Municipal de Belo Horizonte aparece o termo Gest o Integrada associado ideia da articula o entre interven o urbana regulariza o fundi ria jur dico e defini o de pol ticas sociais A proposta de integra o seria viabilizada por meio da descentraliza o administrativa da intersetorialidade da territorialidade enriquecida pela participa o da sociedade na gest o l Dentre os estudos relacionados aos instrumentos e processos de planejamento de Belo Horizonte destacam se as an lises de Avritzer 2002 2003 sobre o Or amento Participativo as interpreta es sobre desenvolvimento urbano feitas por Monte M r 1981 1994 e por Costa e Mendon a 2008 Destacam se tamb m as publica es relativas ao direito urban stico coordenadas por Ed sio Fernandes 1998 2003 2006 54 e sociedade pol tica Profissionais especializados que levam para a pr tica administrativa as reflex es te ricas sobre a democracia e a poss vel interlocu o entre representa o e participa o na administra o da coisa p blica No estudo do planejamento participativo aplicado na cidade de Belo Horizonte verifica se
65. abarcam o conjunto da federa o 63 A distribui o do poder e a rela o entre as esferas de governo apresentam se como experi ncias recentes com varia es de casos no mbito local de como s o aplicadas as diretrizes constitucionais Pensar um sujeito territorial na sua dupla face de povo e governo pressup e pensar a organiza o desses dois elementos NUNES 1990 p 37 A rela o entre povo e governo mediada institucionalmente Na inst ncia municipal acredita se que a proximidade dos governos s demandas sociais fortalece a ideia da descentraliza o como meio de favorecer a institucionaliza o de mecanismos de participa o e de provis o de recursos e equipamentos Por outro lado na realidade dos munic pios evidenciam se mais explicitamente a manipula o das necessidades sociais as rela es de clientela e o tr fico de influ ncias em prol de interesses particularistas registros ainda marcantes de uma cultura pol tica n o superada A investiga o de experi ncias de gest o municipal d visibilidade para a forma como povo e governo usando express o de Nunes lidam com as novas institucionalidades evidenciando as dimens es da autonomia pol tica conquistada as dificuldades concretas enfrentadas na aplica o das leis e os procedimentos de gest o adotados 2 2 Por uma reforma do Estado condizente com a democracia participativa Os debates em torno do tamanho do Estado as condicionantes im
66. adotadas em Belo Horizonte Os destaques sobre o Conselho selecionados abaixo representam as poucas refer ncias feitas pelos participantes registradas nos Anais da Confer ncia Abertura conquista de espa o para a participa o popular conselhos municipais COMPUR Exist ncia dos conselhos de participa o popular ex COMPUR COMAM do Patrim nio e outros Abertura do COMPUR participa o popular 225 Exist ncia do COMPUR Conselho Municipal de Pol tica Urbana Ilustra tamb m a pouca resson ncia do COMPUR a afirma o de que h falta de instrumentos para ajustes locais da Lei de Uso e Ocupa o do Solo a curto prazo e refor a a avalia o apresentada anteriormente sobre a pouca resson ncia do Conselho ou o desconhecimento sobre suas atribui es entre os segmentos populares se for considerada sua fun o prevista em lei O entendimento sobre as leis Os coment rios sobre a legisla o urbana tanto federal como municipal demonstram que os participantes t m no o das novas orienta es sobre o planejamento urbano presentes no Estatuto da Cidade Com certeza as palestras proferidas na abertura do evento e o acesso ao material de suporte preparado pelo governo para as Pr Confer ncias foram determinantes para o conhecimento dos temas tratados na Confer ncia Em v rios pontos destacados pelos grupos de trabalho verifica se o entendimento dos participantes da fun o social da propried
67. amento Participativo levou cria o em 2006 do OP Digital Em entrevista Fl via Caldeira Mello comenta sobre essa iniciativa e aponta problemas pol ticos que marcaram a trajet ria do Or amento Participativo O OP Digital muito bacana porque ele pega uma parte da popula o que voc est cansado de chamar pra ir na assembleia e n o vai que interagem pelo computador N o tem a mesma fun o did tica mas n o tem a mesma fun o did tico pedag gica deles se conhecerem deles conhecerem as v rias regi es da pr pria regional Eu sou defensora do uso do OP mas muito cansativo recai na continuidade Por exemplo voc tem a mesma lideran a h 15 anos e ele que manda no bairro sabe Tem muitos desses 12 A Rede Brasileira de Or amento Participativo foi constitu da no dia 25 de outubro de 2007 durante o Semin rio Rede Brasileira de Or amento Participativo realizado na cidade de Belo Horizonte A convite da capital mineira 25 representantes de munic pios assinaram o Protocolo de Inten es e constitu ram a primeira organiza o brasileira que re ne experi ncias e conhecimentos sobre OP Nesse mesmo encontro houve debates relativos aos desafios dos processos de OP e reuni es de trabalho para a estrutura o da Rede Dispon vel em lt www pbh org br gt Acesso em 05 mar 2009 130 Fl via Caldeira Mello engenheira funcion ria da Prefeitura Municipal desde 94 quando atuou na URBEL Compa
68. anos o espa o fosse A ig repassado aos camel s e toreros quando tais opera es e uso afetarem o interesse p blico BELO HORIZONTE 2003 art 2 II GARCIA 2008 p 161 185 Ata da 24 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 10 04 2003 Grifos desta pesquisadora 186 Ata da 83 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 03 2004 180 O instrumento Opera o Urbana um recurso usado em a es de maior porte do poder p blico normalmente envolve negocia es complexas entre os poderes Executivo Legislativo e interesses da iniciativa privada Ao abordar o tema Garcia 2008 mostra que as opera es urbanas avaliadas pelo COMPUR antes de serem regulamentadas em lei pela C mara Municipal foram questionadas tecnicamente por no geral apresentarem indefini es sobre planos urban sticos E completa de forma conclusiva afirmando que as opera es urbanas em Belo Horizonte n o visam a promover transforma es urban sticas em algumas reas com o intuito de alcan ar melhorias sociais e ambientais nem tampouco realizar obras priorit rias e relevantes para a coletividade Voltam se em sua grande maioria para im veis espec ficos promovendo altera es pontuais e de interesse restrito desconsiderando inclusive a capacidade da infra estrutura dispon vel na implanta o de empreendimentos Poss veis problemas decorrentes dessa de
69. ao modelo de planos de desenvolvimento integrado uma Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 p 10 93 demonstra o da continuidade dos preceitos norteadores da planifica o urbana vigente no per odo do regime autorit rio Mendon a 1999 lembra que antes das mudan as de 1988 os planos de desenvolvimento integrado e os planos diretores eram elaborados como instrumento para a solicita o de recursos ao governo federal A autora destaca que os planos de a o dos governos municipais poderiam ou n o ser executados j que n o havia rela o entre eles e uma pol tica nacional de desenvolvimento urbano ou uma amarra o em um sistema de normas de direito urban stico As legisla es que regulavam as quest es referentes produ o uso e apropria o do territ rio urbano eram temas parte que n o tinham necessariamente vincula o com os planos municipais Essa caracter stica ainda permeia as primeiras legisla es elaboradas a partir de 1988 em especial as Leis Org nicas muitas das quais ainda definem uma receita de plano diretor exigindo diretrizes relativas a todos os aspectos da administra o municipal MENDON A 1999 p 76 Importante nas an lises sobre o planejamento urbano considerar a conjuntura pol tica de cada poca Em 1973 Belo Horizonte transformava se oficialmente em p lo da regi o metropolitana Nesse per odo vigorava no pa s o regime autor
70. ao serem cruzados com a an lise da documenta o sobre o evento e com as informa es colhidas por meio de entrevistas permitiram uma leitura da participa o democr tica em Belo Horizonte por ngulos diferentes Com o intuito de captar detalhes do funcionamento dos espa os p blicos pesquisados a observa o participante foi outro instrumento usado na investiga o Foram acompanhadas reuni es do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e as etapas da III Confer ncia A observa o dos cursos de capacita o e a participa o nos Grupos de Trabalho e nas plen rias deliberativas da III Confer ncia foram fundamentais para a compreens o de como funciona esse foro de revis o das leis de Belo Horizonte Mesmo n o tendo sido o recurso principal para o desenvolvimento das an lises a observa o in loco permitiu uma maior aproxima o por meio Na Tese s o apresentados dados referentes aplica o de Survey tendo como p blico os delegados representantes do setor popular na II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte MG realizada em Janeiro de 2009 19 de um olhar de perto importante instrumento qualitativo que favorece a inser o do sujeito investigador em meio aos demais sujeitos alvos da investiga o A op o metodol gica pelo entrela amento dos recursos de investiga o tem como inspira o a sociologia reflexiva proposta por Pierre Bourdieu 2001 O prop sito desse modelo invest
71. aprendizado pol tico proporcionado pelos encontros do Estado com a sociedade civil nas esferas p blicas institucionalizadas complexo A especificidade de cada contexto a capacidade de arregimentar as for as pol ticas dos atores envolvidos o n vel e o tempo de experi ncia alcan ados decorrentes dos contatos estabelecidos s o fatores determinantes que interferem no fazer democr tico Usando uma interpreta o de Bobbio 1992 as normas legais que instituem os espa os p blicos n o s o exatamente as regras do jogo s o na verdade regras preliminares que possibilitam o desenrolar do jogo As regras gerais institu das s o incapazes de aprisionar a realidade marcada por conting ncias portanto o aprendizado pol tico envolve saber posicionar e reposicionar debater as regras e refaz las apreender os processos e reinvent los A posi o do Conselho de Pol tica Urbana O COMPUR manteve se sombra do aparato t cnico montado pelo Poder Executivo na HI Confer ncia O Regimento previa a possibilidade dos setores representados no Conselho apresentarem propostas aos Grupos de Trabalho mas as representa es setoriais atuaram seguindo o formato proposto pelo governo 269 A pouca capacidade do Conselho de Pol tica Urbana de interferir na Confer ncia p de ser verificada tamb m pela forma como lideran as dos setores que n o participam do Conselho atuaram na mobiliza o e articula o dos seus pares Verificou se como
72. as orienta es da Prefeitura ou ent o defendem alguma coisa da categoria que representam Entrevista Maria Fernandes Caldas Representante Governo Grifos desta pesquisadora O COMPUR n o tem um car ter deliberativo muito forte muito mais consultivo que deliberativo ent o ele depende muito do desejo do poder p blico para continuar ou n o J outros eu acho que n o tem jeito de acabar por exemplo o Conselho do Meio Ambiente A pol tica ambiental federal exige que hoje tenha os Conselhos de Meio Ambiente O Conselho do Patrim nio eu tamb m duvido que acabe mas pode perder for a eu acho O Meio Ambiente eu acho mais dif cil porque tem uma legisla o ambiental muito mais forte O COMPUR eu acho que pode perder muito Entrevista Maria Cristina Fonseca Magalh es Representante Governo Grifos desta pesquisadora Eu acho na realidade o COMPUR um conselho talvez na minha tica seja o Conselho mais importante da cidade Eu sempre falo dentro do COMPUR j falei o seguinte acho que ele tinha que ser um pouco mais deliberativo ele tinha que ter autonomia at mais do que tem hoje ou que talvez tenha e n o exer a esse direito Ent o muitas coisas que poderiam ser definidas l dentro do COMPUR mesmo s o revertidas pra tornar a parecer em outros Conselhos Ent o n o acho que talvez houvesse essa necessidade Entrevista Jackson C mara Representante Setor Empresarial Grifos desta pesquisadora As i
73. as proposi es e situa es com prop sitos sustentados em bases ideol gicas diferentes Em um cen rio de conquistas legais e de estrutura o institucional em prol da cidade direito cabe em meio complexidade dos modelos em disputa dos apelos do mercado da diversidade que envolve a realidade das cidades brasileiras e tamb m da quantidade de munic pios legalmente institu dos no pa s considerar as experi ncias de planejamento urbano locais tomando as como objeto de investiga o Dessa forma torna se poss vel avaliar como as 48 cidades v m incorporando os novos par metros quais as reais indica es de avan os alcan ados pelas administra es municipais na efetiva o dos direitos constitucionais quais as obstru es na efetiva o desses direitos em que n vel de qualidade encontra se a participa o pol tica no planejamento urbano e por fim transformar tais estudos emp ricos em refer ncia de an lise para o entendimento da din mica nacional Reconhecendo avan os e limites das novas experi ncias de planejamento e gest o das cidades argumentamos que a ocupa o dos espa os p blicos de participa o tem produzido transforma es muitas vezes moleculares tanto no que se refere concep o e s pr ticas de planejamento como na pr pria cultura de participa o democr tica SANTOS JUNIOR 2008 p 136 O fator molecular mencionado por Santos Junior 2008 relativo ao processo lento que envo
74. as propostas aprovadas pelos delegados comparadas com os artigos do Projeto de Lei n 820 09 e a Lei n 9 959 10 A tese constitui se de cinco cap tulos nos quais os temas planejamento e pol ticas urbanas s o tratados no sentido de se captar converg ncias e tens es inerentes ao processo legal e decis rio sobre as interven es urbanas entendendo o Conselho e a realiza o das Confer ncias como espa os potenciais de a o pol tica e de matura o das experi ncias democr ticas No primeiro cap tulo intitulado Paradoxos da Democracia os desafios do processo de constru o democr tica na cidade o planejamento participativo tomado como objeto de investiga o e analisado a partir do marco te rico estabelecido para a fundamenta o da pesquisa No segundo cap tulo denominado Cidades planejamento urbano e gest o sob nova orienta o jur dico pol tica e institucional s o apresentadas as transforma es e os debates te ricos em torno das mudan as institucionais decorrentes da nova base legal estabelecida em 1988 Destacam se a descentraliza o pol tica os procedimentos e reflex es sobre a reforma do Estado os est mulos e as formas assumidas pela participa o pol tica Foram abordadas tamb m as novas institucionalidades relacionadas gest o e ao planejamento das cidades tais como a cria o do Minist rio das Cidades e do Conselho Nacional das Cidades inst ncias respons veis pela realiza o das Conf
75. as propostas de mudar alguns zoneamentos de algumas reas mudar coeficientes A que h um choque muito grande especialmente do setor empresarial a administra o p blica e os setores populares E houve at uma quest o importante nessa II Confer ncia o setor empresarial abandonou a Confer ncia e a as coisas foram aprovadas sem a participa o do setor empresarial j que ele esvaziou a legitimidade da Confer ncia Foi uma estrat gia do pr prio setor empresarial Nos prazos corretos tudo foi cumprido A a coisa passa para o mbito pol tico da C mara e a eu acho que o setor empresarial de certa forma ele joga porque ele abandonou a Confer ncia e passou a trabalhar pressionando a C mara para que seus interesses se fizessem valer Aquilo que ele n o foi capaz de ganhar na Confer ncia ele est tentando ganhar por fora A o pr prio setor empresarial deslegitima e paralisa a Confer ncia Foi enviado o projeto de lei para a C mara Acho que o poder p blico quem tinha que comandar esse processo o poder p blico assim como inst ncia de organiza o da Confer ncia reconvocar os representantes da Confer ncia fazer press o direta sobre a C mara para aprovar ou n o aprovar o projeto de lei Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante Setor T cnico Grifos desta pesquisadora O coment rio do representante do setor t cnico Manoel Teixeira Junior indica haver o entendimento de que a respo
76. as que marcam presen a nos f runs de participa o e obviamente ocorre em decorr ncia disso um aprendizado pol tico tanto quanto uma capacidade de tr nsito nas inst ncias de governo e com o Poder Legislativo Como menciona Helo sa Costa em seu depoimento pode haver um perigo nesse comportamento mas a desenvoltura adquirida por esses atores parte do jogo da participa o democr tica e demandaria um estudo parte que s pode trazer resultados pass veis de generaliza o a partir da compara o entre v rios estudos de casos necess rio reconhecer do estudo realizado sobre o funcionamento do COMPUR que o setor popular mesmo apresentando dificuldades mais acentuadas em lidar com o n vel predominantemente t cnico dos conte dos e discursos caracter sticos do Conselho tem demonstrado uma capacidade de mobiliza o e de cr tica Eles s o muito bem informados s o entendid ssimos por serem muito profissionais da gest o popular s vezes d o um bal conhecem tudo Muito mais do que voc imagina J teve no COMPUR a presidente da Associa o dos Toreros s pra voc ter uma ideia da multiplicidade E voc acha que eles t m pouca bagagem N o t m t m muita experi ncia em confer ncias Sabem fazer articula o sabem defender interesses Eles entram em massa naquilo que vai de encontro ao interesse deles Entrevista Helo sa Guimar es Vidigal Resende Representante Setor Empresarial Na ro
77. bases democr ticas estabelecidas pela Constitui o de 1988 e hoje sustentam parte do que se pode considerar como avan os nos processos de governan a local Implementados como inova o nos anos de 1990 ainda se apresentam como alternativas concretas de participa o Ao se consolidarem como espa os p blicos favorecem a participa o pol tica ao mesmo tempo em que enfrentam problemas sendo muitas vezes alvo da inger ncia e do controle pol tico exercidos pelo Poder Executivo servindo em algumas situa es como estampa para pseudo experi ncias de gest es democr ticas No estudo de Tatagiba 2002 a autora trata os Conselhos como encontros entre sociedade e Estado e embora tenha como foco o desempenho dos Conselhos Gestores de Pol ticas suas an lises servem de refer ncia para a interpreta o de como v m atuando outras modalidades de Conselhos tamb m surgidos no bojo do processo democr tico e igualmente marcados pelos problemas que afetam os Conselhos Gestores Os temas abordados pela pesquisadora envolvem a quest o da representatividade a capacidade deliberativa a centralidade do Estado na elabora o da pauta a partilha do poder e os problemas relacionados pluralidade de interesses intermediados e defendidos no funcionamento dos Conselhos Os enfoques propostos abarcam a realidade global dos conselhos e ser o considerados na an lise do COMPUR acrescidos de outros aspectos espec ficos de sua din mica de funciona
78. blicos destinados a interferir na legisla o e na formula o das pol ticas urbanas do Munic pio Na pesquisa foram contemplados os procedimentos legais considerados fatores pol ticos importantes que no conjunto interferiram no formato participativo representado pelo COMPUR e pelas Confer ncias de Pol tica Urbana destacando se o Cap tulo da Pol tica Urbana presente na Lei Org nica aprovada em 1990 e o pr prio processo democr tico que movimentou os poderes Legislativo e Executivo na formula o e aprova o dessa Lei a legisla o urbana que antecedeu a aprova o do Plano Diretor e a Lei de Ocupa o e Uso do Solo o trajeto hist rico de elabora o de planos urban sticos que 310 A generaliza o da ideia de que se consolidou um comportamento democr tico de gest o em Belo Horizonte est pautada na literatura produzida sobre o tema que envolve an lises sobre pr ticas pol ticas desenvolvidas na cidade Refor am a manifesta o ampliada dessa ideia os resultados do Survey compondo um universo relevante da popula o ao contemplar uma amostra das nove regi es administrativas os depoimentos dos entrevistados os registros documentais analisados e a pr pria continuidade de governos sustentados em coliga es pol ticas de esquerda iniciadas em 1993 pela Frente BH Popular fato que demonstra o referendo da popula o belo horizontina ao modelo de gest o adotado na cidade 31 A express o democracia referendativa
79. cidade e se referiam a um espa o fragmentado e reduzido ao valor econ mico O Poder Legislativo Municipal assemelhava se a um balc o de neg cios imobili rios com poder para aumentar o valor das terras mediante a apresenta o de projetos de lei Seus clientes eram evidentemente os propriet rios de lotes e terrenos e os demais interessados no mercado imobili rio Os direitos urbanos continuavam restritos a um pequeno grupo que se fazia representar muito bem na C mara Municipal GARCIA 2008 p 105 As mudan as nesse quadro come aram a acontecer a partir de 1993 quando o governo municipal se empenhou na elabora o do Plano Diretor vinculado a uma nova legisla o de uso e ocupa o do solo A tarefa foi conclu da em 1996 e com previs o de ser aplicada e revista por meio da participa o da sociedade A vincula o dos dois projetos de lei n o atendia apenas a prop sitos de car ter t cnico no sentido de favorecer a operacionaliza o do planejamento urbano De acordo com investiga o feita por Torres 2003 o fator determinante foi o entendimento de que o mercado trabalha inseguro quando diretrizes de planifica o n o s o detalhadas em lei de uso e ocupa o do solo Porque o setor empresarial o setor que mais prima por querer regra clara e ison mica pra todo mundo sen o a concorr ncia se estabelece de modo desleal O que acontecia era isso quem tinha canais transformava terrenos de coeficiente 1 pra
80. civil da seguinte forma I 10 representantes do Executivo II 1 da C mara Municipal HI 3 do setor t cnico IV 3 do setor popular V 3 do setor empresarial Na revis o do Plano Diretor realizada pela I Confer ncia n o foram feitas altera es na Lei n 7 165 96 no item relacionado gest o urbana tendo sido mantida a exist ncia do COMPUR respons vel pela convoca o quadrienal das Confer ncias A II Confer ncia prop s 252 uma mudan a radical por meio da cria o de um Sistema Municipal de Gest o Urbana Participativa articulado a um Sistema Metropolitano de Gest o Urbana Participativa 2 Artigo 77 A O Sistema de Gest o Participativa coordenado por um Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano constitu do pelas inst ncias setoriais de participa o de mbito municipal Artigo 80 Il monitorar a implementa o das normas contidas na Lei 7 166 96 sugerindo modifica es em seus dispositivos VI opinar sobre casos omissos na Lei 7 166 96 indicando solu es para eles VIII Analisar as propostas apresentadas pelas inst ncias regionais de participa o relativas legisla o urban stica X deliberar sobre licenciamento de edifica es atividades e parcelamentos sujeitos aos Estudos de Impacto de Vizinhan a EIV XI outras atribui es previstas na legisla o municipal Projeto de Lei n 655 2005 p 11 13 A proposta de cria o de u
81. coeficiente 2 pra coeficiente 3 e se dava bem ali E o outro que n o tinha canal ficava com nada Ent o isso agredia o mercado a atividade empresarial e n o era bom Ent o o primeiro passo foi convencer o mercado e perguntar Olha aqui voc faz isso Age fora da lei Alguns respondiam N o n o fa o A alert vamos Mas tem gente fazendo Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial Havia uma percep o da equipe t cnica e dos gestores dos escal es superiores do governo sobre a receptividade dos agentes do setor imobili rio consolida o de normas mais equilibradas para a ocupa o usos e interven es urbanas condi o determinante para o encaminhamento de negocia es e consensos na formula o e aprova o da nova legisla o urban stica do Munic pio 101 Ent o estavam acontecendo casos muito frequentes de mudan as de zoneamento na C mara para atender interesses muito individualizados e a o pr prio SINDUSCON estava buscando uma legisla o que criasse uma determinada norma mais est vel no mercado O mercado estava ficando inst vel porque a lei estava sendo alterada com uma const ncia muito grande ent o havia um interesse e uma disputa no pr prio SINDUSCON Com certeza ent o o pr prio empresariado estava requerendo uma legisla o que estabilizasse as regras do mercado embora houvesse dentro do SINDUSCON uma disputa Ent o tinha
82. com rcio popular as classifica es das vias p blicas as altera es de zoneamento a regulamenta o dos engenhos de publicidade e o caso da Pra a da Liberdade como um exemplo de projeto de recupera o f sica de espa os p blicos A situa o do com rcio popular permite uma an lise da trajet ria de um problema que resultou na aplica o do instrumento opera o urbana previsto no Plano Diretor A solu o dada para a quest o na regi o central foi a regulamenta o da Opera o Urbana do Conjunto Arquitet nico da Avenida Oiapoque envolvendo a Cervejaria Ant rtica o Shopping P tio Savassi e a aprecia o da proposta de Opera o Urbana Avenida Raja Gab glia e o Hipercentro o Processo 01 035 905 03 25 Interessado M rio Valadares Relator Gustavo Penna Apresenta o preliminar A arquiteta Val ria Braga assessora da SMRU iniciou sua apresenta o informando sobre o embasamento legal que sustenta uma proposta de Opera o Urbana explicitando os dispositivos contidos no Plano Diretor Comentou que esse instrumento de certa forma substitui o procedimento anterior de altera es de par metros urban sticos que eram feitas de forma casu stica O instrumento que busca aliar o interesse p blico ao interesse particular podendo solucionar problemas como tratamento urban stico de reas p blicas abertura de vias ou melhorias no sistema vi rio implanta o de programa habitacional de interesse soc
83. com o setor t cnico e a com os acad micos Houve v rias conversas fora da Confer ncia a pr pria Prefeitura n o querendo participar mas a gente chamou Teve conversa com o popular com o t cnico A proposta que foi aprovada dentro do grupo n o satisfazia o setor empresarial e tamb m o setor t cnico e nem o setor popular Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial O levantamento feito das apresenta es de propostas discutidas e aprovadas dos setores e do Poder Executivo nos GTs demonstrou terem predominado as interfer ncias do setor empresarial e do Poder Executivo embora seja importante considerar que todos os setores apresentaram propostas e que o setor t cnico tamb m interferiu significativamente O setor popular manifestou se mais sobre os temas instrumentos urban sticos e zoneamento e par metros urban sticos O setor t cnico se fez mais atuante nas discuss es sobre as ZEIs e reas de Diretrizes Especiais no parcelamento do solo e nas defini es sobre regulariza o de parcelamentos e edifica es bem como nos debates sobre localiza o e licenciamento de atividades Interessante observar que o setor popular n o se manifestou propositivamente nas defini es sobre as ZEIs talvez pelo detalhamento t cnico caracter stico do tema Fica evidenciada a interfer ncia mais direta do setor empresarial nos temas de interesse dos empreendimentos imobili rio e comercial 27
84. como a produ o no sentido amplo da cidade determinam a posi o dos grupos sociais e as formas de associativismo que interferem politicamente nas decis es relativas vida urbana 3 2 1 Momentos do planejamento urbano Novos Horizontes e os percursos at a BH de 2010 A constru o de planos urban sticos faz parte do desenvolvimento e da hist ria das administra es de Belo Horizonte A cidade nasceu moderna planejada pela Comiss o Construtora da Nova Capital em 1897 como j mencionado e posteriormente indica es feitas por uma Comiss o T cnica Consultiva da Cidade criada em 1934 serviram de par metro para decis es tomadas pelas administra es sobre a expans o racional da cidade na d cada de 1950 Costa 1994 em seu estudo sobre habita o e produ o do espa o em Belo Horizonte comenta sobre a ocupa o da cidade salientando que em 1902 cerca de 2000 pessoas j viviam em favelas no interior da zona urbana num contraste entre a cidade planejada e a cidade real J a zona suburbana devidamente separada da zona urbana pela Avenida 17 de Dezembro atual do Contorno apresentava padr es mais flex veis de urbaniza o e deveria servir como futura rea de expans o da cidade Entretanto dadas as diferen as de pre os de terrenos e a necessidade de compra de um lote para ter acesso cidade o processo de ocupa o dos espa os suburbanos e rural se deu de forma muito mais intensa permanecendo o espa o
85. como foi abordado no cap tulo anterior sobre o COMPUR As experi ncias participativas tendem a esbarrar em uma tradi o de predom nio da democracia representativa formal com dificuldades dos parlamentares em lidar e legitimar os foros participativos E do lado da sociedade civil tamb m existem dificuldades na consolida o desses espa os no que se refere apropria o e utiliza o deles como instrumento de penetra o no Estado com o fim de democratiz lo A presen a do Legislativo nos foros de participa o civil significa um passo importante no amadurecimento da rela o entre as inst ncias o que n o significa a dilui o ou o amortecimento dos conflitos Garcia 2008 adota conclus es de Avritzer para explicar a import ncia da presen a do Poder Legislativo nos espa os criados para consolidar a democracia participativa A representatividade do Poder Legislativo nos conselhos um assunto pol mico Ao entender que tais inst ncias de participa o fazem parte da estrutura do Executivo parece realmente estranha a presen a de representantes do Legislativo Pode se argumentar que o Poder Legislativo atuaria em outro momento j que representa um outro f rum de 25 Ata da 52 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 09 2001 236 Ata da 52 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 09 2001 215 debate No entanto Avritzer 2006 ressalta que o ideal seria
86. como o tema esteve presente em pauta Havia uma preocupa o em sistematizar os conte dos decorrentes das discuss es e em fazer encaminhamentos Percebe se nesse registro e em outros 7 o compromisso dos conselheiros em garantir o monitoramento do processo como previsto no Regimento Interno O Regimento Interno do evento foi aprovado na abertura oficial e dele consta uma particularidade dessa Confer ncia a defini o de delegados envolvendo todos os setores do Conselho de Pol tica Urbana o empresarial o popular e o t cnico incluindo representa es com 3 Os rg os municipais diretamente envolvidos foram Secretaria Municipal de Planejamento Administra es Regionais BHTRANS URBEL SUDECAP Secretaria de Limpeza Urbana Secretaria de Atividades Urbanas Secretaria Municipal de Cultura Secretaria Municipal de Ind stria e Com rcio e Secretaria Municipal de Meio Ambiente Consta em ata do COMPUR na 21 Reuni o Ordin ria de 1998 que no dia 19 10 98 aconteceu uma reuni o de mobiliza o interna da Prefeitura para a I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 214 Anais da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 2000 p 19 215 Cada passo dado no desenvolvimento da I Confer ncia foi registrado em ata inclusive as Pr Confer ncias Setoriais De acordo com os Anais a I Confer ncia de Pol tica Urbana de Belo Horizonte reuniu 700 setecentos representantes dos diversos setores da sociedade 202 direito de vo
87. concretas de dispers o f sico territorial das ag ncias governamentais que devido ao centralismo sempre estiveram localizadas fora do alcance da sociedade e das autoridades governamentais dos munic pios A descentraliza o favorece a aproxima o entre sociedade civil e Estado e por meio dela pode se alcan ar o aprimoramento das rela es intergovernamentais A boa qualidade da descentraliza o requer governos capacitados para a fun o de agentes interventores em suas realidades e n veis de organiza o da sociedade capazes de realizar o controle social sobre a a o do poder p blico A descentraliza o deve perseguir dois objetivos a democratiza o do Estado e a busca de maior justi a social LOBO 1990 p 8 Para que a descentraliza o possa romper com o padr o autorit rio do Estado preciso x que o mesmo abra suas portas participa o da popula o organizada criando mecanismos pol tico institucionais de articula o canais org nicos de comunica o constante aceitando as press es e o controle da advindos LOBO 1990 p 9 A descentraliza o com fortalecimento pol tico dos munic pios implica a redefini o do relacionamento entre as inst ncias federativas Existe uma simultaneidade de pertencimento das esferas fato que implica determina es m tuas A real democratiza o trazida pela municipaliza o na concep o de Nunes 1990 depende de decis es mais universais que
88. consideramos importante para o conjunto do trabalho a necessidade de serem apresentadas considera es sobre pontos que podem sinalizar temas ou subtematiza es em poss veis desdobramentos do estudo sobre o planejamento participativo e a consolida o dos direitos urbanos 310 Os intelectuais e a experi ncia participativa de Belo Horizonte Durante os levantamentos preliminares para a delimita o do objeto de pesquisa verificamos como a experi ncia de Belo Horizonte esteve associada aos prop sitos de se concretizar a fun o social da cidade Construiu se um projeto pol tico defendido no processo de redemocratiza o do pa s encabe ado pelo Movimento da Reforma Urbana disseminado entre intelectuais militantes que se encarregaram de traduzi lo na cria o do Minist rio das Cidades na institucionaliza o do Conselho Nacional das Cidades e em experi ncias democr tico participativas municipais A atua o de profissionais especializados e ideologicamente comprometidos com a constru o de um projeto democr tico de cidade em cargos de gest o e nas fun es t cnicas presentes nos rg os de governo uma caracter stica que consideramos relevante na implanta o do modelo participativo de planejamento urbano em Belo Horizonte Na abordagem sobre o planejamento participativo mostramos como na C mara Municipal na poca de elabora o e aprova o da Lei Org nica havia uma composi o pol tica que interferiu pa
89. coordenar tecnicamente o evento bem como elaborar e apresentar formalmente ao Legislativo o projeto de lei composto pelas decis es aprovadas para a revis o das leis Os rg os da Prefeitura coordenadores s o aqueles ao qual o Conselho de Pol tica Urbana est ligado sofrendo altera es de acordo com as Reformas Administrativas implementadas Os v nculos do COMPUR em ordem hist rica foram a Secretaria Municipal de Planejamento a Secretaria Municipal de Pol tica Urbana e Ambiental e por fim a Secretaria Municipal de Pol tica Urbana Na pesquisa de campo verificou se que os delegados identificam a realiza o das Confer ncias com a Secretaria Municipal de Pol tica Urbana Dos 47 entrevistados 46 deles afirmaram saber sobre a organiza o do evento e apenas um n o soube responder Dentre os rg os citados poss vel perceber a predomin ncia da Secretaria Municipal de Pol tica Urbana 43 5 seguida das demais secretarias do munic pio Sa de Educa o e Assist ncia Social 23 9 A URBEL e outros rg os obtiveram 8 7 das respostas cada um O Conselho Municipal de Pol tica Urbana foi citado por 6 3 dos 197 entrevistados e as regionais da Prefeitura de Belo Horizonte e a Administra o Municipal foram citadas por 4 3 cada uma Os dados mostram que as lideran as sociais compreendem a posi o da administra o municipal na realiza o do evento fato que favoreceria a atua o das org
90. da Confer ncia O conselheiro Geraldo V tor AAPV MG julgou importante o acompanhamento pelos conselheiros da implementa o dos resultados da Confer ncia Verifica se que havia uma grande preocupa o dos conselheiros com o acompanhamento do processo a ponto de ter sido sugerida a cria o de um F rum Ampliado da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana voltado para garantir as delibera es resultantes do evento A proposta do F rum provocou rea es no Conselho tendo sido visto como um poder paralelo em disputa com as esferas p blicas oficiais S ntese da discuss o O presidente do Conselho manifestou sua preocupa o com a cria o de um F rum Ampliado da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana a ser oportunamente convocado para se manifestar sobre o detalhamento das propostas oriundas dessa Confer ncia antes de o COMPUR se manifestar sobre seu conte do e forma O presidente questionou a decis o do COMPUR por considerar que estaria sendo criada uma inst ncia intermedi ria entre a Confer ncia e o COMPUR extrapolando o previsto em lei O conselheiro Jos Ab lio Belo Pereira esclareceu que a demanda dos delegados da Confer ncia no sentido de constatarem se as minutas dos projetos de lei e as recomenda es estariam coerentes com as propostas da Confer ncia antes de serem submetidas ao COMPUR Assim segundo o conselheiro e secret rio uma vez espelhado viria ao COMPUR para vota o final Encami
91. da mesa Estatuto da cidade os instrumentos democr ticos e a gest o democr tica 240 A requalifica o dos espa os urbanos foi tratada na II Confer ncia na exposi o de Leonardo Castriota ao explicar que nos anos de 1970 come ou um movimento no mundo inteiro de revaloriza o do que havia nas cidades Ent o em vez de pensar na cidade como uma t bula rasa vamos pensar no que existe nela enxergar o que existe e propor solu es menores mais compat veis com tecido urbano com o tecido social vamos intervir com mais cuidado com m o mais leve sobre a cidade vamos preservar essa cidade que existe e vamos requalific la Esse um modelo muito mais urbano muito mais civilizado de se tratar a cidade que come a a emergir nos anos 80 Ent o essa a primeira reflex o essa quest o de como que os espa os p blicos aparecem e s o tratados e s o requalificados ou s o destru dos CASTRIOTA 2002 p 86 87 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana etapa referente ao ciclo de palestras media o da mesa Espa o P blico e Cidadania feita por Leonardo Castriota arquiteto doutor em Filosofia professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais na poca presidente do IAB MG 217 como parte de uma rela o de tens o que envolve o reposicionamento de interesses dos grupos sociais e a quebra de posi es privilegiadas e patrimonialistas s vezes quando se
92. das inst ncias participativas No caso espec fico do COMPUR o estudo apontou para a necessidade de um melhor entendimento sobre as entidades e organiza es que comp em os setores Uma an lise com esse recorte ajudaria a entender os interesses em disputa os acordos estabelecidos os projetos de 314 cidade defendidos bem como o funcionamento dos fluxos de informa es das representa es para as bases representadas Finalmente dentre os pontos gerais destacados nesse esbo o de considera es finais resultantes da pesquisa feita sobre o planejamento participativo de Belo Horizonte lembramos a import ncia da quest o metropolitana e salientamos o significado da iniciativa recente de constru o do Plano de Desenvolvimento Integrado da Regi o Metropolitana tema tratado e n o aprofundado nas tr s Confer ncias Tomando uma frase do vereador Ant nio Carlos Pereira Carl o Se n o pensar a quest o metropolitana n o tem jeito 315 As medidas de revis o da legisla o urban stica de uma cidade n cleo de uma regi o metropolitana precisam acontecer em conson ncia com o planejamento de todo o conjunto devendo ser tratada tamb m de forma democr tica e participativa apresentando se como quest o fundamental para a abordagem sobre o planejamento urbano de Belo Horizonte Ao analisarmos o projeto democr tico de cidade concebido e aplicado em Belo Horizonte consideramos as disputas travadas no interior dele suas contrad
93. de Lei entre os poderes Executivo e Legislativo S ntese da Discuss o o conselheiro Manoel Teixeira AB MG afirmou que o momento n o adequado para avaliar a Confer ncia uma vez que os projetos resultantes desse processo foram retirados da C mara Municipal de Belo Horizonte O conselheiro Geraldo V tor AAPV MG afirmou que o processo de avalia o da Confer ncia deve ser permanente independente da tramita o dos projetos de lei O conselheiro J lio Riccio CDL ressaltou ser importante que o COMPUR esteja atento tramita o da mat ria na C mara Interessante observar no debate dos conselheiros a posi o madura e democr tica assumida pelo setor popular em prol da aplica o de um sistema de avalia o permanente dos resultados da Confer ncia Venceu na vota o a proposta mais formal para o encaminhamento dos resultados apresentada pelo setor empresarial de transferir para um grupo de trabalho a responsabilidade de cumprir a tarefa de avalia o do evento Os resultados da I Confer ncia foram avaliados pelo Conselho inclusive com poderes para interferir mais diretamente nas delibera es fato que tamb m gerou debate entre os conselheiros por significar a interfer ncia de uma esfera de participa o em outra com amea a 223 Ata da 41 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 15 08 2000 Grifos desta pesquisadora 2 Ata da 36 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal
94. de confronto que tem a ver com diverg ncias em termos de vis es t cnicas Ent o por exemplo o setor da rea de transporte digamos que um setor importante poderoso e muito participativo algumas vezes a l gica que preside este setor n o necessariamente a l gica que preside a habita o O saneamento ent o voc v embates e discuss es t cnicas em termos de ajustes mas eu acho que se houver uma quest o extremamente pol mica que externaliza esse debate do interior da administra o a administra o engloba Eu n o sei se h uma decis o pol tica nisso mas eu acho que quando um projeto do governo municipal importante e chega no COMPUR ele j foi exaustivamente discutido e consensuado e transformado pelas diferentes vis es t cnicas Ent o ele j chega l mais ou menos pronto Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Existem diverg ncias entre os membros do governo expostas e dialogadas no COMPUR fato indicativo da posi o do Conselho como espa o que favorece o encontro entre os rg os da administra o diretamente voltados para as pol ticas urbanas no Munic pio principalmente depois da Reforma Administrativa de 2005 que estabeleceu a jun o dessas estruturas no campo de atua o da Secretaria de Pol tica Urbana Essa reforma instituiu duas C maras Intersetoriais como mencionado no cap tulo anterior uma de pol ticas sociais e outra de pol ticas urban
95. de reserva fundi ria IH glebas localizadas em reas classificadas como ZPAM e no per metro de tombamento da Serra do Curral para cria o de reas verdes e espa os p blicos II Im veis tombados conforme legisla o em vigor Cap tulo VIII Outorga Onerosa do Direito de Construir e de Uso 250 Artigo 74 S Quando houver altera o de zoneamento ap s investimentos p blicos que criem condi es para maior adensamento o aumento do potencial construtivo resultante da altera o do zoneamento somente poder ser efetivado mediante outorga onerosa Cap tulo IX Das Opera es Urbanas Consorciadas Artigo 74 W Considera se Opera o Urbana Consorciada o conjunto de interven es e medidas coordenadas pelo Executivo com a participa o dos propriet rios moradores usu rios permanentes e investidores privados com o objetivo de alcan ar em uma rea transforma es urban sticas estruturais melhorias sociais e valoriza o ambiental Projeto de Lei n 655 2005 p 4 8 As inova es estimularam a resist ncia do setor imobili rio com repercuss es negativas no Poder Legislativo pois historicamente os empres rios demonstraram capacidade de tr nsito entre parlamentares em defesa dos interesses do mercado A incorpora o dos novos instrumentos urban sticos na revis o da lei interferiu na rejei o do Projeto de Lei n 655 2005 e consequentemente inibiu uma atua o mais incisiva do Executivo
96. de uma hist ria onde prevaleceu a centraliza o pol tica intercalada a iniciativas de descentraliza o administrativa voltadas mais para o cumprimento de formalidades ou em defesa da efici ncia sem um compromisso efetivo com a autonomia pol tica dos munic pios As bases decis rias tradicionalmente mantiveram se concentradas na esfera federal em arranjos pol tico institucionais centralizadores onde o controle do poder esteve associado ao uso e distribui o dos recursos H o reconhecimento de v rios analistas de que na hist ria pol tica brasileira os momentos de descentraliza o s o meros hiatos ARA JO 2000 p 153 Prevaleceu historicamente toda uma pr tica centralista e recentemente a defesa da descentraliza o mais se aplica como desconcentra o A desconcentra o entendida como transfer ncia de responsabilidades em termos das pol ticas p blicas e de desdobramentos administrativos das estruturas institucionais Diferente do significado de descentraliza o como proposta de autonomia decis ria dos munic pios com repasse e gera o de recursos capazes de garantir ao poder local o suprimento das pol ticas e a defini o de a es de governo condizentes com as peculiaridades locais A quest o da descentraliza o e da desconcentra o coloca em pauta a incongru ncia entre o discurso e a pr tica pois a transforma o dos munic pios em entes federativos em lei n o garante uma pr tica de govern
97. do Contorno foi quebrada desde o in cio pela forma como esse espa o foi ocupado e devido ao descontrole da expans o de sua periferia Ordem e desordem nascem portanto juntas ligando se num processo em que a prolifera o e o adensamento de cafuas e barrac es constituir se o no contraponto mais vis vel modernidade n o desejada por seus idealizadores GOMES LIMA 1999 p 122 Com o processo de industrializa o a cidade expandiu se na dire o dos bairros oper rios criou espa os residenciais e de lazer elitizados al m do centro comercial principal concebido em sua origem Com o crescimento surgiram subcentros comerciais ocorreu o adensamento de determinadas reas o que progressivamente ampliou os problemas habitacionais fato que gerou a segrega o do uso e ocupa o do espa o urbano e a intensifica o da ilegalidade As caracter sticas descritas mostram que o planejamento e a ideia de moderniza o n o garantiram a ordem imaginada para o crescimento e Belo Horizonte a capital mineira n o fugiu regra de desenvolver se apresentando os problemas urbanos fundamentais pr prios das metr poles brasileiras 51 Costa 1994 ao analisar o problema habitacional em Belo Horizonte mostra que os anos de 1970 e 1980 foram de produ o do espa o metropolitano Os anos seguintes no entanto foram marcados pelo redesenho dessa espacialidade devido defini o de novas centralidades verticaliza
98. dos Arquitetos do Brasil A representante do IAB MG Jurema Rugani solicitou do Conselho informa es sobre a proposta de projeto de interven o na Pra a da Liberdade Questionou qual seria o contexto do Projeto proposto no planejamento da Cidade e como o mesmo se inseriu nas prioridades das interven es urbanas O conselheiro Manoel Teixeira IAB MG manifestou se contr rio a este Projeto especialmente pela forma como ser apresentado a este Conselho pois o mesmo deveria ter seguido os tr mites normais Segundo o conselheiro causou lhe estranheza a aus ncia de representantes da BHtrans nas discuss es O presidente do Conselho Murilo Valadares SCOMURBE fez um pre mbulo em resposta s cr ticas do IAB ressaltando que a administra o construiu o Or amento Participativo criou os conselhos municipais vem realizando as confer ncias municipais O presidente lembrou que a Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana o palco das discuss es da cidade Informou que a proposta do Projeto da Pra a da Liberdade existe desde 1999 tendo sido encomendado pelo Governo do Estado de Minas Gerais Segundo o presidente do Conselho no final de 2001 o Governo de Estado solicitou que a PBH licitasse o projeto por considerar esta obra importante para a cidade Esclareceu que n o necess ria a aprova o no COMPUR a legisla o n o obriga por m necess ria a aprova o no COMAM por ser um projeto que causar impacto sendo necess ria a
99. e sociais Nas recomenda es ao Executivo presentes nos Anais da I e II Confer ncia os pontos destacados pelos delegados nas Confer ncias Setoriais e Regionais da II Confer ncia comparados com os resultados das Confer ncias da Cidade mostram que os moradores de Belo Horizonte atuantes nos eventos t m clareza da import ncia das a es integradas dos rg os da administra o municipal Isso torna os documentos finais desses eventos importantes indicadores das percep es da sociedade sobre os problemas da cidade e das defici ncias dos governos apresentando sinaliza es de como enfrent los Entretanto coment rios feitos pelos entrevistados e reclama es que persistem na III Confer ncia indicam n o ter havido uma utiliza o mais criteriosa das indica es dadas pela popula o por meio dos seus representantes oficiais nas esferas p blicas que debatem sobre a cidade 309 Soma se s limita es do uso dos resultados das Confer ncias o fato de que os rg os respons veis pelo planejamento urbano n o valorizam o Conselho Municipal de Pol tica Urbana como um parceiro e importante instrumento na constru o de uma macro pol tica que abarque a totalidade da cidade e delineie as pol ticas setorizadas e regionalizadas colocando as em di logo com as pol ticas sociais O tema aparece nos registros das atas e foi abordado nos depoimentos quest o exposta no quarto cap tulo da tese Considerando serem os Conselhos pe
100. elabora o do EIA RIMA Tamb m o Conselho do Patrim nio h que se manifestar por ser espa o tombado Quanto den ncia de que a 19 Na leitura das atas n o foi encontrada explica o para a cria o do espa o Pinga Fogo nas reuni es nem o momento de sua ado o Tendo por base o sentido da express o e os temas tratados nesse espa o pode se concluir que este foi institu do para dar liberdade de manifesta o aos conselheiros al m da pauta convencional definida pela Ger ncia Executiva 185 BHTrans estaria ausente do processo enfatizou que n o procede uma vez que o pr prio SICEPOT que doou o projeto ao governo estadual solicitou diretrizes BH Trans A arquiteta Jurema IAB MG declarou que o IAB reconhece que Belo Horizonte est inserida num processo democr tico e que o Or amento Participativo importante apesar de n o representar uma grande parcela do or amento municipal Informou que o IAB tem acompanhado a mat ria referente Pra a da Liberdade pela imprensa mas segundo a arquiteta n o houve discuss o do projeto em nenhuma inst ncia Questionou a data que ser realizada a licita o argumentando que se a mesma estiver prevista para abril n o haver tempo h bil para os debates relacionados ao processo de licenciamento O conselheiro Ant nio Carlos SCOMGER CS enfatizou que n o apropriado simplificar a discuss o de prioridades pois uma discuss o complexa o importante que
101. em pano velho breves considera es sobre os limites dos planos diretores In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia Direito Urban stico estudos brasileiros e internacionais Belo Horizonte Del Rey 2006 p 319 329 LEMOS Mauricio Borges Or amento Participativo de Belo Horizonte e o planejamento da cidade In AZEVEDO Sergio FERNANDES Rodrigo Barroso orgs Or amento Participativo Construindo a Democracia Rio de Janeiro Revan 2005 p 21 24 LOBO Thereza Descentraliza o conceitos princ pios pr tica governamental In A Pol tica Social em Tempo de Crise articula o institucional e descentraliza o v 3 Bras lia MPAS CEPAL 1990 p 483 534 324 LOGOS CONSULTORIA E PESQUISA Delegados da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte MG Belo Horizonte Logos Consultoria e Pesquisa 2009 Relat rio MARICATO Erm nia As Id ias Fora do Lugar e o Lugar Fora das Id ias Planejamento Urbano no Brasil In MARICATO Erm nia VAINER Carlos ARANTES Otilia A Cidade do Pensamento Unico Desmanchando consensos Petr polis Vozes 2000 p 121 192 MARICATO Erm nia Brasil cidades alternativas para a crise urbana Petr polis Vozes 2001 MARQUETTI Adalmir Experi ncias de Or amento Participativo no Brasil uma proposta de classifica o In DAGNINO Evelina TATAGIBA Luciana orgs Democracia sociedade civil e participa o Chapec Argos 2007 p 77 95 MARTINS S
102. em sua defesa Monitoramento do Plano Diretor desenvolvimento urbano e gest o democr tica No Projeto de Lei n 655 2005 foi feita altera o das Diretrizes de Monitoramento do Plano Diretor transformadas em Diretrizes de Monitoramento da Pol tica Urbana trazendo um novo significado para o teor da lei Cap tulo II Das Diretrizes de Monitoramento da Pol tica Urbana O artigo 83 da Lei 7 165 96 passa a vigorar acrescido do inciso III e par grafo nico com a seguinte reda o HI acompanhar sistematicamente a din mica de crescimento e a realidade socioecon mica e ambiental da cidade por meio de indicadores e informa es atualizadas para subsidiar o processo de planejamento e permitir avalia es peri dicas da efic cia da pol tica urbana no Munic pio Par grafo nico A Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana considerada a principal inst ncia do processo de avalia o previsto no caput Projeto de Lei n 655 2005 p 11 A mudan a para monitoramento da pol tica urbana tem um sentido mais abrangente ao ultrapassar o acompanhamento da lei referente ao Plano Diretor abarcando a legisla o 251 urban stica na sua totalidade voltando se em termos pr ticos para a aplica o dessa legisla o consubstanciada em pol ticas de interven o urbana A proposta de desenvolvimento econ mico tamb m foi incrementada com a incorpora o da ideia de sustentabilidade pela integra o do crescimento e
103. envolve dimensionamentos diferentes de acordo com os arranjos institucionais os procedimentos legais as estrat gias de mobiliza o e de organiza o social os mecanismos de articula o dos focos de interesse dos temas em debate e em disputa Com efeito considera se participa o pol tica desde comparecer a reuni es de partidos com cios grupos de difus o de informa es at o inscrever se em associa es culturais recreativas religiosas ou ainda realizar protestos marchas ocupa es de pr dios SANI 1986 COTTA 1979 apud TEIXEIRA 2002 p 25 Quem participa almeja afirmar se diante de algu m sobrepujar algu m resolver algum problema ou postular a posse de bens e direitos modificando sua distribui o Vale se para tanto de bens e recursos pol ticos t cnicos financeiros intelectuais pr prios ou dispon veis em alguns espa os comuns Quem participa procura projetar se como sujeito que porta valores interesses aspira es e direitos constr i assim uma identidade formula uma teoria para si e para um plano de a o NOGUEIRA 2005 p 129 130 67 A crise do Estado o desgaste e burocratiza o do sistema partid rio e das formas convencionais de participa o e de movimenta o social a intensifica o dos conflitos sociais a conscientiza o de v rios segmentos e a emerg ncia de novos temas na cena pol tica t m alterado as formas de participa o TEIXEIRA 2002 As formas recentes
104. exige mudan as de compreens o e de comportamento da sociedade e do Estado mudan a que se situa muito acima da abrang ncia e possibilidades desses instrumentos refere se a um novo entendimento da cidade como um direito Na an lise da nova legisla o verificou se tamb m um detalhe referente ao Cap tulo III que trata das diretrizes para monitoriza o do Plano Diretor No Projeto de Lei e na Lei n 9 959 10 o t tulo foi alterado para Diretrizes para Monitoramento da Pol tica Urbana como j havia sido proposto na revis o de 2002 No artigo 83 da Lei n 7 165 96 esse ponto trata da necessidade de estimular a elabora o de planos regionais e locais importante defini o de encaminhamento para o planejamento urbano principalmente no que se refere a favorecer a participa o democr tica no planejamento urbano Os diagn sticos e planos regionais favorecem a descentraliza o a territorialidade e funcionam como forte est mulo intersetorialidade importantes mecanismos para a efetiva o de formas de empoderamento da sociedade sobre as decis es pol ticas e para a transforma o do planejamento em um direito social Art 83 S o diretrizes para a monitoriza o do Plano Diretor I estimular a elabora o de planos regionais e locais com a participa o da popula o envolvida visando ao cumprimento das diretrizes previstas nesta Lei II estabelecer por decreto crit rios para a cria o de um ndice regionaliz
105. f sico territorial quest es relacionadas ao desenvolvimento econ mico uma detalhada abordagem sobre o quadro natural no que tange aos seus aspectos geol gicos geomorfol gicos h dricos e tamb m sobre aspectos relacionados cobertura vegetal urbana e a exist ncia no interior da malha urbana de reas verdes p blicas ou de interesse p blico de preserva o ou prote o TORRES 2003 Ent o por exemplo uma avalia o sobre a din mica imobili ria da cidade sobre o entendimento do movimento do mercado empresarial foi contratado de uma equipe da Universidade das Ci ncias Sociais do Centro de Estudos Urbanos CEURB foi contratado um estudo do pessoal do IGC sobre as condi es geot cnicas e geol gicas do Munic pio que fizeram uma esp cie de uma carta geot cnica e foi contratado do CEDEPLAR um estudo sobre a economia do Munic pio sobre as potencialidades econ micas do Munic pio O pessoal da Secret ria de Meio Ambiente fez todo o trabalho de retomar o que tinha sido feito no BH 2010 complementar a identifica o das reas verdes a URBEL identificou as poss veis reas que seriam as zonas especiais de interesse social Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico Trabalhos publicados e depoimentos de profissionais envolvidos no processo como o da pesquisadora Jupira Mendon a exp em o debate interno no mbito das equipes de governo Nas equipes havia posi es divergentes ao
106. fala em desenvolvimento econ mico a primeira id ia que vem uma id ia de calma de tranq ilidade de equil brio ou seja f cil falar em desenvolvimento Mas na verdade o desenvolvimento necessariamente um bom conceito de desenvolvimento tem que ser um conceito de tens o Tens o o tempo todo de importunar de desarranjar de mostrar as expectativas e as a es especulativas Ent o o tempo todo as a es do desenvolvimento t m que ser tamb m destrutivas vamos dizer assim Destrutiva destes pactos de domina o que tomam conta das cidades Portanto a cidade brasileira a cidade o urbano um espa o extremamente interessante para fazer esta desmontagem A inclus o dos temas Agenda 21 e Agenda Habitat era parte de uma estrat gia de situar um evento de car ter local s reflex es desenvolvidas nacional e internacionalmente Os palestrantes trataram das agendas conceitualmente tendo na proposta de sustentabilidade o ponto de converg ncia da quest o urbana e os desafios contempor neos postos aos gestores e moradores das cidades Um dos preceitos fundamentais do Estatuto da Cidade a ideia de sustentabilidade ao estabelecer uma vincula o necess ria entre planejamento urbano e redu o das desigualdades socioespaciais e prote o ambiental ARA JO 2008 p 176 A sele o dos temas dos palestrantes dos coordenadores das mesas e dos conte dos das palestras exp e clarament
107. fen meno urbano visto pelo vi s da cultura e da pol tica Os resultados das an lises retornam realidade interferindo no desempenho das iniciativas e nas reformula es de experi ncias Esse movimento entre teoria e empiria parte do desenvolvimento da democracia em processo marcado pelo aprendizado pol tico intra e inter sociedade civil e sociedade pol tica Os preceitos constitucionais e os aparatos institucionais em prol da ado o de planejamento e gest o participativos demonstram a ocorr ncia de formas de utiliza o do aparelho do Estado e um comportamento da sociedade civil diferentes das formas convencionais 39 at ent o aplicadas e manifestas na sociedade brasileira em especial no ambiente pol tico das cidades l cus da rela o mais pr xima entre as estruturas de governo e as organiza es civis 1 4 O planejamento urbano participativo como instrumento de democratiza o do acesso cidade A hist ria do planejamento urbano no Brasil na avalia o de Maricato 2000 marcada por um p ntano entre ret rica e pr tica devido a contradi es esbo adas nos textos e nos discursos onde divergem e convergem nos processos de gest o tanto os direitos universais e a normatividade cidad como formas de coopta o favoritismos discrimina o e desigualdade A autora usa a express o reinser es hist ricas subordinadas para se referir tend ncia de importa o de modelos tecnol gicos e
108. fins de planejamento A cidade foi dividida em unidades espaciais configurando se como subdivis es das reas de jurisdi o das Administra es Regionais definidas a partir de uma homogeneidade das caracter sticas de ocupa o guardando compatibilidade com os setores censit rios CALDAS MENDON A CARMO 2008 8 A Lei n 9 011 2005 alterou o t tulo para Secretarias de Administra o Regional Municipal 115 respectivas Secretarias respons veis no mbito global do Munic pio Embora tenha sido mantido o v nculo com as Secretarias de cada setor a autonomia das Regionais deveria ser resguardada pela necessidade de adequa o das pol ticas s especificidades regionais A inclus o de dois incisos pela Lei n 8 288 de 2001 a saber prestar suporte administrativo ao Conselho Tutelar e ao N cleo de Cidadania demonstra o comprometimento com a efetiva o de direitos conquistados pela sociedade A inova o maior dessa reforma administrativa no campo da descentraliza o pol tico administrativa foi a cria o dos Conselhos Consultivos Regionais de Participa o Popular como instrumento participativo da popula o nas a es governamentais regionalizadas A cria o dos Conselhos Regionais de Participa o Popular representa a transforma o da descentraliza o administrativa em uma tentativa de descentraliza o pol tica contando com a presen a direta da popula o dos bairros nos processos decis rios sobre
109. improvisa es generaliza es f ceis e inova es mais ou menos engenhosas BOBBIO 1979 p 38 O autor conceitua democracia como um termo de muitos significados prevalecendo o entendimento de democracia como o conjunto de regras que permite a mais ampla e mais segura participa o da maior parte dos cidad os Contemporaneamente esses m ltiplos significados convergem para uma ret rica universalizante que torna a democracia o regime por excel ncia a ser adotado pelos Estados Na es embora sua pr tica guarde as singularidades dos significados e aplica es dados a ela em cada experi ncia nacional regional e local Um dos paradoxos mais evidentes da democracia no contexto contempor neo a oposi o entre o fortalecimento do sentido universalista de bem comum e a tend ncia ao particularismo como express o de um individualismo exacerbado No capitalismo globalizado a onipresen a do mercado tem favorecido o particularismo em detrimento do universalismo Imp e se um modelo de liberalismo que preconiza o mercado e estabelece os contornos de um funcionamento subalterno do Estado Contudo a expans o de regimes democr ticos ao mesmo tempo tem estimulado o reposicionamento e a valoriza o da sociedade civil situa o que favorece a defesa e aplica o de experi ncias de democracia participativa A sociedade civil nesse novo arranjo o espa o onde ocorrem as media es do debate pol tico onde se constroem as concep
110. interesses particularizados e pela desvaloriza o de valores p blicos A realidade descrita pelo autor acontece concomitantemente explos o das possibilidades democr ticas marcada pela conquista de direitos est mulos participa o pol tica e amplia o dos acessos a bens materiais e simb licos informa o e express o nesse ambiente de contradi es que a participa o acontece marcada por motiva es diferentes e apresentando resultados e avan os tamb m diferenciados A regulamenta o das reas de Diretrizes Especiais afora as quest es espec ficas de cada caso tem se mostrado um procedimento legal e de planejamento complexo que envolve diferentes vis es e interesses Das 16 ADEs previstas em Lei foram regulamentadas apenas as da Pampulha e da Cidade Jardim No COMPUR chegou a ser apresentado um destaque pelo conselheiro Paulo Zuquim representante da C mara do Mercado Imobili rio na 28 reuni o extraordin ria em 2003 para Agilizar a regulamenta o das ADEs existentes Prever a 155 Ata da 78 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 16 10 2003 156 possibilidade de regulamenta o por Decreto proposta n o aprovada e que seria com certeza vetada pela C mara caso chegasse a se transformar em uma indica o de procedimento do Conselho No COMPUR o debate travado pelos moradores mostra a complexidade do tema A regulamenta o e viabiliza o dos instrumen
111. j antecipe a solu o de problemas Isso um facilitador na medida em que voc tem o conhecimento e na medida em que essa representa o traga a discuss o pra dentro da C mara Isso tem de ocorrer Entrevista Vereador Jos Tarc sio Caixeta Representante Legislativo A rela o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana com o Poder Legislativo interfere decisivamente no seu desempenho As mat rias referentes legisla o no sentido de sua aplica o e revis o s o pautadas pelo Executivo avaliadas no COMPUR e aprovadas pelo Legislativo Dessa forma o Conselho amortece parte dos embates que envolvem interesses de diferentes atores sociais Destacam se dentre esses atores aqueles que interferem mais diretamente na produ o e reprodu o do espa o urbano como os empreendedores ligados constru o civil ao com rcio e ind stria ou moradores quando s o diretamente afetados por enquadramentos legais como o caso da aprova o e regulamenta o das reas de Diretrizes Especiais A C mara Municipal tamb m tem no Conselho um suporte por ele se manifestar sobre os usos OS casos omissos das leis e recursos decorrentes de sua aplica o al m de apresentar detalhamentos sobre a ado o e aplica o de instrumentos de pol tica urbana 146 Garcia analisa em sua pesquisa a rela o da C mara Municipal com o COMPUR e faz as seguintes considera es de seu levantamento quantitativo e qualitativo 1
112. latino americanos tanto pelos contornos pol ticos institucionais dos Estados e respectivos governos fortemente marcados por vis es convencionais da democracia ou ainda autorit rias como pela pouca viv ncia pol tica de pr ticas participativas por parte da sociedade civil Soma se a essas limita es de car ter pol tico o quadro de profundas desigualdades presentes nas cidades marcadas por contrastes ostensivos entre legalidade e ilegalidade Particularmente na Am rica Latina em que pese o vigor argumentativo e operacional da nova sociedade civil com seus atores sociais pluralizados suas diferentes formas de 8 O dilema entre luta institucional e mobiliza o social no interior da sociedade civil quest o importante na an lise das experi ncias participativas DAGNINO 2002 TATAGIBA 2002 Carta Mundial pelo Direito Cidade F rum Social das Am ricas Quito Julho 2004 F rum Mundial Urbano Barcelona Setembro 2004 V F rum Social Mundial Porto Alegre Janeiro 2005 OS RIO 2006 p 199 32 agir coletivo e sua tem tica inovadora as rela es Estado sociedade continuam cortadas por graves disjun es ru dos e desagrega es Do mesmo modo a democracia pol tica persiste exibindo separa es problem ticas entre a representa o e a participa o tanto quanto se mant m distante da democracia social NOGUEIRA 2005 p 163 As pesquisas de Copello 2006 sobre o sistema urba
113. lei espec fica da qual al m da delimita o devem constar os instrumentos as interven es os par metros urban sticos e fiscais os usos a serem admitidos e os crit rios para o funcionamento de atividades as normas complementares necess rias e se for o caso o tempo de dura o 98 vilas e favelas feito por meio de programas de verticaliza o viabilizando o aumento da oferta de moradias de interesse social Os trabalhos de urbaniza o e regulariza o fundi ria desenvolvidos nas vilas e favelas de Belo Horizonte v m acontecendo via aplica o do chamado Plano Global Espec fico idealizado pela URBEL Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte que realiza diagn sticos dos casos e projeta as interven es Cabe salientar que a cidade de Belo Horizonte foi pioneira na defini o de pol ticas habitacionais e na aplica o de programas voltados para a regulariza o fundi ria de favelas quando criou em 1983 o PROFAVELA Programa Municipal de Regulariza o de Favelas reconhecendo a exist ncia de favelas pela cria o de zoneamento especial TURRA 2003 A fun o social da propriedade e da cidade estabelecida pela Constitui o foi contemplada no artigo 183 relativo posse do im vel urbano O par grafo 1 trata da concess o de uso regulamentada no Estatuto da Cidade pelo instrumento de regulariza o fundi ria Concess o de Direito Real de Uso A Lei Org nica de Belo Horizonte de 1990 determina e
114. meio de uma Comiss o seguiu a mesma l gica adotada para o acompanhamento da II Confer ncia Em ambos os casos a efic cia das Comiss es foi nula em termos do prop sito de funcionar como instrumento de controle social As experi ncias mostraram se fr geis na atua o das representa es eleitas no acompanhamento das atividades de elabora o do Projeto de Lei e na sua tramita o no Poder Legislativo Em ambos os casos as Comiss es criadas foram incapazes de gerar a mobiliza o dos pr prios delegados representantes dos setores nas Confer ncias menos ainda se mostraram potentes para mobilizar as representa es do COMPUR e outras organiza es da sociedade civil no processo de aprova o das revis es das leis As observa es do representante do setor t cnico ilustram e inoper ncia da Comiss o na III Confer ncia A Comiss o criada na Confer ncia teve uma participa o insignificante no meu entendimento Foi chamada uma primeira vez para ser informada que o Executivo n o tinha o texto final numa sexta feira mas que o mesmo seria encaminhado na outra semana C mara Essa Comiss o n o teve acesso ao texto antes do encaminhamento e assim nunca o revisou Ap s esse momento foi convocada para referendar o mapa de zoneamento que n o havia constado dos anais da Confer ncia Depois houve uma convoca o por parte de algumas entidades ou por representantes de algumas entidades 271 que faziam parte da Comiss o ma
115. meno participativo na avalia o de Paoli 1995 exige interpreta es cuidadosas pelo risco das avalia es otimistas sobre os avan os democr ticos conquistados camuflarem situa es de realidade que expressam conflitos e tens es motivadas por concep es e interesses divergentes Lavalle 2003 explica que um elenco de atores ganha import ncia na sociedade civil nos anos de 1990 motivando novas formas de associativismo Esse novo associativismo teria ganhado posi o privilegiada como manifesta o de a o coletiva vista por uma tend ncia de an lise das ci ncias sociais desse per odo como promissora ao estabelecer interlocu es com o Estado Hoje de acordo com Lavalle 2003 o debate te rico e os estudos emp ricos buscam entender o amadurecimento dessas formas de participa o em espa os publicamente institucionalizados onde ocorre a gest o social de pol ticas como o caso dos conselhos 122 As cr ticas de Lavalle 2003 s an lises sobre a posi o do novo associativismo voltam se para o privilegiamento dessa modalidade de a o coletiva em detrimento dos movimentos sociais e outras organiza es como as de car ter corporativo e os grupos de interesse Essa tend ncia identificou as formas convencionais de organiza o como parte do mundo institucional da pol tica visto como negativo oposto aos novos formatos associativos interpretados como desprovidos de interesses constitutivos de uma sociedad
116. mesmo tempo consensos foram estabelecidos sobre a 103 contrata o de novos estudos e decis es situa es que interferiram nas formula es de ordem estrutural do plano e da lei Como no relato feito por Mendon a sobre qual concep o de desenvolvimento econ mico nortearia a formula o do planejamento urbano de Belo Horizonte E a teve um fato curioso que foi seguinte o secret rio de planejamento era economista e naquele momento ele achava que desenvolvimento econ mico n o tinha nada a ver com Plano Diretor Foi muito dif cil convenc lo de que o Plano Diretor tinha um di logo com o desenvolvimento do Munic pio E l na frente quando a gente estava discutindo o uso do solo e que ele acabou se convencendo ent o o trabalho feito pelo CEDEPLAR veio depois Tanto que foi elaborado foi publicado um livro que a gente chamou de Estudos B sicos e o trabalho do CEDEPLAR foi o ltimo cap tulo Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico As equipes ao aproximarem as quest es urbanas aos prop sitos de desenvolvimento econ mico conseguiram estabelecer uma quebra de fronteiras tanto disciplinares pelo di logo entre especialidades como na formula o das diretrizes estabelecidas pelo Plano Concretamente alterou se o zoneamento optando se pelo est mulo e pela consolida o de novas centralidades e centros e o sistema vi rio foi repensado O Plano Diretor tratou de estabelecer um zoneament
117. monitoramento de todas as etapas procedimento transformado em regra por acontecer nas experi ncias posteriores o Conselho manteve se posicionado inclusive criticando os excessos do Executivo S ntese da apresenta o a conselheira M nica Bed SMPL lembrou que a din mica foi definida pelo Grupo de Trabalho Papel do COMPUR tendo o Conselho decidido que a avalia o seria feita por um pequeno grupo composto pelos atuais conselheiros pelos conselheiros poca da confer ncia e pelos coordenadores dos GTT s Os membros desse Grupo preencheram um roteiro da avalia o o qual foi devolvido Secretaria Executiva do COMPUR tendo a assessora dessa secretaria T nia Ferreira SMPL elaborado uma s ntese das avalia es Essa s ntese foi apresentada ao GT Papel do COMPUR resultando em considera es e propostas para a pr xima Confer ncia as quais seriam trazidas ao plen rio quando conclu das As cr ticas referiram se especialmente a baixa participa o do setor t cnico sugerindo se melhor divulga o da Confer ncia nesse setor exigiiidade do tempo dada a complexidade das mat rias discutidas na Confer ncia participa o do Poder Executivo julgada excessiva Grifos desta pesquisadora A avalia o da I Confer ncia foi motivo de pol mica entre os conselheiros em fun o de a tramita o pol tica de seus resultados ter gerado reavalia es no Conselho e obstru es nos encaminhamentos do Projeto
118. n o foram totalmente eliminadas mesmo com as mudan as de concep o e de comportamento desenvolvidas em prol do planejamento urbano participativo nos ltimos dois dec nios Em sua an lise comenta sobre as dificuldades que envolvem tomadas de decis o por meio de modelos democr ticos em fun o das implica es t cnicas dos temas relativos s quest es urbanas Normalmente a es nesse campo exigem discernimento entre proposi es que precisam ser restritivas das que favorecem decis es de car ter mais flex vel As equipes t cnicas mesmo atuando sob o manto da democracia podem conviver com dilemas antigos que perpassam a pr tica profissional desse segmento O mais recorrente diz respeito proximidade entre t cnica e tecnocracia A necessidade de conhecimento t cnico sofisticado na formula o de diagn sticos e an lises urbanas indiscut vel sobretudo nas reas de engenharia arquitetura geografia geologia cartografia economia demografia agronomia entre outras MATOS 2008 p 162 No caso do COMPUR o conte do dos pareceres e decis es eminentemente t cnico condi o que favorece o governo e suas representa es Os gestores tendem a buscar f rmulas administrativas mais eficazes com vistas a minimizar falhas que muitas vezes levam ao cerceamento da autonomia dos espa os p blicos institucionalizados Por esse prisma manter as r deas de um Conselho de Pol tica Urbana torna se parte das estrat g
119. na rotina do COMPUR a presen a do setor empresarial fez diferen a em argumentos e at na demonstra o de uma compreens o do conjunto da cidade Os representantes do setor consideram ter havido um aprendizado pol tico e enxergam no Conselho um espa o democr tico no trato do planejamento urbano mas tecem cr ticas ao car ter n o deliberativo e ao formato com representa o maior do Poder Executivo no COMPUR Eu acho que h um amadurecimento do setor da necessidade de se fazer representar da import ncia de estar presente na realidade n o s das decis es que s o tomadas mas aquela informa o que circula nessa inst ncia Ela importante para construir pra voc saber como agir o que est mudando na cidade Por que o COMPUR sinaliza de qualquer forma as coisas que est o por vir S o discutidas ali principalmente as quest es de obras o C digo de Obras passou por l a quest o das ADEs O que que pode e o que que n o pode em determinada rea Ent o voc v as quest es vi rias que s o discutidas A muitas vezes as quest es n o s o deliberativas mas s o consultadas e s o coisas de futuro As pessoas est o come ando a entender que o COPUR uma inst ncia important ssima estrat gica de cidadania mesmo uma evolu o de cidadania um exerc cio Entrevista Helo sa Guimar es Vidigal Resende Representante Setor Empresarial O respaldo dado ao COMPUR pelo setor empresarial const
120. ncia Algumas entidades como a APLENA o SINARQ e o IAB tentaram ampliar a discuss o na C mara entendendo ser aquele o espa o no qual ainda cabiam discuss es de modo a resgatar as determina es da Confer ncia Ali estavam os representantes da popula o e a eles entendemos cabia envolver a sociedade na discuss o Entrevista J lio de Marco Delegado Setor T cnico Somente um estudo minucioso dos documentos resultantes da III Confer ncia pode demonstrar o n vel de interfer ncia do Poder Executivo na revis o da legisla o urban stica de Belo Horizonte Na an lise feita nesta pesquisa p de ser verificado que de fato alguns pontos deliberados na Confer ncia n o foram amarrados no Projeto de Lei Constatou se que a postura do Poder Executivo foi de urg ncia e o Poder Legislativo n o criou nenhuma situa o de di logo com a sociedade Todas essas quest es apresentam se como sinais de perda na constru o dos mecanismos participativos caracter sticos do planejamento urbano de Belo Horizonte institu dos desde 1996 quando foram lan adas as bases jur dicas e institucionais para a atua o do Estado e da sociedade civil nas esferas p blicas representadas pelo Conselho Municipal de Pol tica Urbana e Confer ncias de Pol tica Urbana Os riscos de uma participa o limitada ao referendo existem no entanto a realiza o do evento representa a sua legitimidade Os avan os do processo de realiza o da II Conf
121. ncia As observa es da autora sobre as perdas para o processo democr tico s o pertinentes As observa es sobre os resultados da I Confer ncia mostram que n o basta a cria o de arenas p blicas t o importante quanto a realiza o desses eventos participativos a atua o dos atores sociais em todo o processo decis rio inclusive nos momentos em que as propostas aprovadas tramitam nos poderes Executivo e Legislativo 227 Ata da 39 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 21 06 2000 Grifos desta pesquisadora 210 A I Confer ncia n o fez propostas de altera o do sistema de participa o no planejamento urbano ou mesmo no formato institucional do Conselho de Pol tica Urbana diferente do que ocorreu nas Confer ncias posteriores Isso se explica em parte pela exist ncia recente do Conselho e pela orienta o que prevaleceu para a I Confer ncia de proceder de forma comedida atentando mais para os problemas decorrentes da aplica o das leis sem maiores pretens es propositivas 5 2 A organiza o da II Confer ncia 2002 a cidade que somos e a cidade que queremos Decis es sobre a metodologia de trabalho A II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana aconteceu sob influ ncia direta do Estatuto da Cidade a Lei n 10 257 aprovada em outubro de 2001 Em seu Cap tulo II consta a formula o dos Planos Diretores como instrumento de planejamento e desenvolvimento urbano e no Cap
122. ncias de Pol tica Urbana O desenho institucional do Conselho favorece uma maior concentra o de poder pelo Executivo As representa es da sociedade civil que inclui o Legislativo tendem a acatar as orienta es do governo na avalia o das demandas e formula o dos pareceres Consideramos determinante salientar que o COMPUR experimentou momentos diferentes em sua trajet ria com desempenhos e condicionamentos internos modificados ao longo da sua atua o Os diferentes momentos do Conselho demonstram ter ocorrido no in cio um vigor democr tico em debates que demonstravam haver preocupa o dos conselheiros em entender e definir as reais fun es do COMPUR no mbito das pol ticas urbanas situa es que exigiram do Executivo maior capacidade de negocia o Depois da II Confer ncia e da n o aprova o dos resultados dela enviados ao Legislativo em 2005 entendemos ter ocorrido uma inflex o no desempenho do Conselho Os temas espec ficos ganharam mais espa o na agenda as quest es urbanas maiores passaram a constar na pauta como informes do Poder Executivo os conselheiros passaram a questionar menos as fun es do COMPUR A partir desse momento passa a prevalecer um comportamento mais tecnocr tico coordenado pela Secretaria Municipal de Pol tica Urbana Ao avaliarmos a quest o da representatividade percebemos que a ela se relacionam a diversidade e a partilha do poder A representa o por rg os de governo na mesma
123. nica do Munic pio em 1990 abrem caminho para a formula o de nova legisla o urban stica para a cidade Dentre os componentes de car ter democr tico estimuladores da participa o da sociedade nos processos decis rios sobre a cidade presentes na Lei Org nica de Belo Horizonte destacam se 75 Art 2 Todo o poder do Munic pio emana do povo que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente nos termos da Constitui o da Rep blica e desta Lei Org nica 2 O exerc cio direto do poder pelo povo no Munic pio se d na forma desta Lei Org nica mediante I plebiscito II referendo MI iniciativa popular no processo legislativo IV participa o na administra o p blica V a o fiscalizadora sobre a administra o p blica 3 A participa o na administra o p blica e a fiscaliza o sobre esta se d o por meio de inst ncias populares com estatutos pr prios aprovados pela C mara Municipal Art 18 A a o administrativa do Poder Executivo ser organizada segundo os crit rios de descentraliza o regionaliza o e participa o popular Art 24 O Poder P blico garantir a participa o da sociedade civil na elabora o do plano diretor do plano plurianual das diretrizes or ament rias e do or amento anual Art 184 O pleno desenvolvimento das fun es sociais da cidade a garantia do bem estar de sua popula o e o cumprimento da fun
124. no espa o dos gabinetes de governo s o respostas s demandas e apelos dos moradores manifestas de formas variadas nos movimentos nas arenas p blicas com localiza o clara de lugar e de classe A an lise nessa dire o exp e mais claramente a rela o 176 Garcia 2008 utiliza a interpreta o de Fl via Brasil sobre a atua o no varejo do COMPUR Cf BRASIL Fl via de Paula Duque Participa o cidad e reconfigura es nas pol ticas urbanas nos anos 90 Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais v 6 n 2 nov 2004 p 35 51 177 Reflex es feitas por Arlete Moys s Rodrigues na banca de qualifica o quando argumentou sobre os estudos dos Conselhos que devem envolver para al m dos debates e pareceres sobre os marcos jur dicos o conte do dos debates sobre como a cidade viabilizada na gest o e no planejamento em processos participativos Qualifica o realizada em maio de 2009 tendo como professoras doutoras convidadas Arlete Moys s Rodrigues e Luciana Tatagiba 176 entre planejamento e gest o Muitas vezes as proje es de m dio e longo prazo que concebem a cidade em uma perspectiva mais ampliada s o suplantadas pela agilidade imposta pelas a es de gest o embora o ideal seja acontecer uma sintonia entre planejamento e gest o de modo a garantir que os processos mais imediatos n o se desconectem dos planos Em suas observa es sobre os problemas do planejamento urbano pouco voltado para uma a
125. normas constitucionais ainda sem a regula o dos artigos 182 e 183 ocorrida apenas em 2001 pela Lei n 10 257 O primeiro tema abordado por Raquel Rolnik estava na ordem do dia em sintonia com o cap tulo constitucional sobre pol tica urbana e com os princ pios da Reforma Urbana que o inspiraram sendo sintom tica a escolha da palestrante envolvida politicamente com a aplica o da nova ordem jur dica em prol de uma cidade mais justa e inclusiva A quest o tratada por Maur cio Borges volta se para a realidade de Belo Horizonte diante do novo quadro jur dico e pol tico nacional Ambos os temas e palestrantes estavam fortemente comprometidos com um novo projeto pol tico de cidade desenhado em n vel nacional 26 Identifica o atual de Raquel Rolnik Arquiteta e urbanista especializada em planejamento e gest o da terra urbana Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de S o Paulo e Relatora Especial da ONU para o Direito Moradia Adequada Entre outros foi Secret ria Nacional de Programas Urbanos do Minist rio das Cidades 2003 2007 203 Resolu es e encaminhamentos Na s ntese das resolu es exposta nos Anais os delegados demonstraram preocupa o com um planejamento urbano sustent vel que contemplasse a integra o das pol ticas urbanas com as pol ticas sociais setorizadas tendo sido citada recorrentemente a necessidade de aplica o de mecanismos participativos na defini o dessas
126. o das Areas de Diretrizes Especiais foi considerada medida necess ria no mbito das pol ticas 218 O Plano Global Espec fico constitu do de diagn sticos e propostas de interven es urbanas nas vilas favelas e conjuntos habitacionais de interesse social prec rios A principal fun o do PGE tra ar diretrizes para a es que promovam a eleva o do padr o urban stico e habitacional nestes assentamentos CALDAS MENDON A CARMO 2008 p 298 219 Consolida o do Plano Diretor do Munic pio de Belo Horizonte Lei n 7 165 de 27 08 1996 altera es introduzidas pela Lei n 8 137 200 p 19 2 Consolida o do Plano Diretor do Munic pio de Belo Horizonte Lei n 7 165 de 27 08 1996 altera es introduzidas pela Lei n 8 137 200 p 24 205 urbanas O procedimento sugerido ao governo municipal foi de promover a regulamenta o das ADES respeitando uma escala de prioridades O desenvolvimento econ mico foi contemplado como parte do esfor o de se alcan ar um desenvolvimento urbano global sem ser tomado como quest o privilegiada como prevalece na vis o convencional de desenvolvimento urbano que o associa diretamente ao desenvolvimento econ mico No documento foi enfatizada a participa o social nos processos decis rios e defendida a ideia do planejamento urbano integrar se s pol ticas sociais O entendimento de desenvolvimento urbano apresenta se nos resultados da I Confer ncia pr ximo da vis o ex
127. o SMAHAB no mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Atua como profissional da Prefeitura de Belo Horizonte desde 1984 Diretora de Planejamento da URBEL desde 2005 Data da entrevista 25 02 08 Maria Fernandes Caldas Arquiteta Urbanista Conselheira Vice Presidente do COMPUR pela Secretaria Municipal de Pol tica Urbana SMURBE no mandato 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Consultora T cnica Especializada da Secretaria de Pol ticas Urbanas Atua como profissional da Prefeitura de Belo Horizonte desde 2002 Data da entrevista 15 05 2009 Representa es da C mara Municipal no COMPUR Vereador Ant nio Carlos Ramos Pereira Formado em Matem tica e Administra o Presidente da BHTRANS no Governo do Prefeito Patrus Ananias Conselheiro titular pela C mara 332 Municipal de Belo Horizonte do mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 09 07 08 Vereador Jos Tarc sio Caixeta Engenheiro Civil Presidente da URBEL no Governo do Prefeito C lio de Castro Conselheiro suplente pela C mara Municipal de Belo Horizonte no mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 07 04 08 Representa es do Setor Popular no COMPUR M rcia In s Pereira do Nascimento Pedagoga Conselheira suplente pela Associa o de Moradores e Amigos do Bairro Pomp ia AMAP no mandato de 2005 2007 do Conselho
128. o Ent o eu acho que quando come a a mostrar no data show para quem popular fica mais f cil de assimilar aquilo que t cnico que est sendo falado E querendo ou n o o popular que vai o popular que tem o m nimo de instru o Eles discutem v de uma forma t cnica e para mim interessante que eu vou agregando com a minha luta junto pr pria Prefeitura Mas me fortalecer para eu discutir l na frente com a pr pria Prefeitura um empreendimento que eu preciso Do coletivo que preciso Porque querendo ou n o t m alguns representantes populares em todos os f runs que os 148 t cnicos da Prefeitura respeitam quando eles falam Porque sabe que s o pessoas que est o buscando um coletivo e que elas est o ali n o s para criticar mas para ajudar a construir alguma coisa Entrevista M rcia In s Pereira do Nascimento Representante Setor Popular A l der comunit ria tem forma o de n vel superior e experi ncia pol tica de atua o em outros espa os p blicos e movimentos o que a colocaria em condi es iguais com os outros participantes do Conselho Mas de fato o COMPUR lida muito diretamente com a regula o urbana tornando os temas e conte dos tratados nas reuni es excessivamente especializados dominados no geral por arquitetos engenheiros e outros profissionais formados nesse campo condi o que privilegia os membros de setor empresarial e t cnico Em sua fala a representante refere se aos a
129. o COMPUR mal aproveitado O COMPUR poderia ter esse papel de ser uma roda de negocia o ao longo dos anos at chegar na Confer ncia Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial Em rela o ao setor popular observou se que sobressaiu uma das lideran as do movimento pela moradia e que percebendo o significado pol tico da Confer ncia no decorrer do evento articulou os delegados do setor nas vota es exigindo uma melhor qualifica o e uma vaga dentro do COMPUR Foi inclusive essa lideran a popular que apresentou proposta de recomposi o do sistema de participa o social nas quest es urbanas do Munic pio aprovada na Confer ncia O representante popular no COMPUR que nele atua h mais tempo tamb m cumpriu importante papel durante a Confer ncia Por m percebia se um posicionamento muito mais como lideran a comunit ria circulando do que propriamente como uma representa o oficial dos populares no Conselho No caso do setor t cnico v rios representantes do setor interferiram e se posicionaram nos GTs e nas plen rias de encerramento o que parecia n o haver era uma articula o consistente entre eles ao longo da Confer ncia Conclu das as atividades da III Confer ncia os delegados decidiram criar uma Comiss o de Acompanhamento do Projeto de Lei na C mara Municipal composta de representa es dos setores A op o pelo acompanhamento dos resultados da III Confer ncia por
130. o Estatuto da Cidade que abre novas possibilidades para a rela o entre o Estado e a sociedade civil no trato das quest es urbanas Na avalia o de Dolabela Pereira 2007 o Estado deixa de possuir a posi o privilegiada de monopolizar as tomadas de decis es de maneira tutelar Sinaliza se a partir dos novos marcos legais o compartilhamento do poder ocorrendo uma transfer ncia de 135 O artigo Planejamento Urbano Precisa Amadurecer foi publicado no portal Uai dia 30 11 2008 s 09h44 atrav s do link lt http www uai com br U Al html sessao 2 2008 11 30 em noticia interna id sessao 2 amp id noticia 90197 em noticia interna shtml gt Acesso em 24 maio 2009 39 Dispon vel em lt http www uai com br U Al html sessao 2 2008 11 30 em noticia interna id sessao 2 amp id noticia 90197 em noticia interna shtml gt Acesso em 24 maio 2009 126 compet ncias devido ao deslocamento dos centros de decis o ao serem institu dos novos dispositivos administrativos legais e interinstitucionais As novas diretrizes jur dicas que regem a pol tica urbana em n vel federal e estabelecem par metros para o desenvolvimento urbano foram formuladas para se ajustar realidade das cidades O que se verifica em n vel nacional o dif cil ajustamento entre a formula o dos planos e dos instrumentos jur dicos e a aplica o de processos democr ticos de planejamento As diretrizes e formula es conceituais advindas da proposta
131. o Sistema de Gest o Urbana Participativa no es gerais sobre o Estatuto da Cidade o Plano Diretor e a Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte aplica o pr tica da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte pol ticas p blicas de meio ambiente e saneamento mobilidade transporte e tr nsito espa o p blico e patrim nio e habita o Um dos prop sitos do evento era criar condi es para a intera o entre os delegados dos setores Dessa forma a composi o das turmas seguiu essa l gica de distribui o das vagas agrupadas integrando os setores e consequentemente colocando em contato os representantes das nove regi es da cidade favorecendo o entrecruzamento de olhares na qualifica o que deveria repercutir na etapa final de tomada de decis o Ent o ali foi um marco muito interessante e naquele momento n s reunimos grupos para estudar o texto base que o COMPUR apresentou N s recebemos um treinamento para sermos delegados recebemos bastante informa es escritas E tamb m nunca esteve negado o acesso a informa es junto Prefeitura Isso preciso registrar e n s fomos atr s e eu n o sei se eles esperavam que nos qualific ssemos tanto Entrevista Raimundo Machado Filho Representante Setor Popular 5 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 96 246 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica U
132. o com a integra o das pol ticas com a descentraliza o e desconcentra o da rea central e com a necessidade de se formular um planejamento mais global abarcando pol ticas planos e programas com vistas sustentabilidade como consta dos textos de revis o das leis e das recomenda es ao Executivo presentes no documento 5 1 1 O processo da I Confer ncia dentro do Conselho de Pol tica Urbana A realiza o da I Confer ncia de Pol tica Urbana mobilizou o COMPUR O evento representava a primeira exposi o pol tica de peso e tamb m p blica do Conselho cumprindo determina es do Plano Diretor de efetuar democraticamente a revis o da legisla o Como foro participativo a I Confer ncia representava tamb m um teste de legitimidade do Conselho e da administra o municipal depois de institu do o Or amento Participativo em 1993 de aprovadas as Leis n 7 165 e n 7 166 em 1996 e criados Conselhos Municipais ligados s pol ticas urbanas Todo o processo da I Confer ncia passou pelo Conselho desde as articula es da Comiss o Executiva com os rg os de governo acionados para sustentar o evento at a avalia o final com vistas a estabelecer par metros para a continuidade da experi ncia Mesmo o governo 2 Consolida o do Plano Diretor do Munic pio de Belo Horizonte Lei n 7 165 de 27 08 1996 altera es introduzidas pela Lei n 8 137 200 p 76 83 207 tendo se sobressa do na organiza o e no
133. o debate pela nova organiza o do Sistema de Gest o Urbana Participativa destacando suas cr ticas posi o do setor popular Foi uma briga a defesa do Conselho da Cidade Onde j se viu uma pessoa do Movimento Popular lutar contra a cria o de um Conselho da Cidade Eu nunca vi isso apoiar a proposta do Governo Entrevista Cl udia Pires Interessante observar que com todo o debate a proposta do novo sistema n o foi contemplada no Projeto de Lei n 820 09 o que significa que a equipe t cnica da Secretaria de Pol tica Urbana fez uma triagem das propostas aprovadas na III Confer ncia e interferiu isoladamente no material enviado C mara Municipal No caso do Sistema de Gest o Urbana fica clara a op o do Poder Executivo por manter a estrutura j institucionalizada e legitimada do Conselho Municipal de Pol tica Urbana As interfer ncias do governo na formula o do documento final foram criticadas pela presidente do IAB Em seu depoimento a representante da institui o enfatiza o fato de terem sido feitas altera es na proposta original da Confer ncia critica o n o di logo do Poder Legislativo com a sociedade explica como foram feitas reivindica es para que a sociedade fosse mobilizada chega a referir se forma como a democracia participativa muitas vezes se transforma em uma democracia referendativa A Prefeitura logo ap s a entrega dos documentos da III Confer ncia apresenta um Projeto de
134. o e adensamento A capital mineira experimentou uma sucess o de planos desde a sua cria o at ser formulada a Lei Org nica em vigor e aprovada a legisla o urban stica representada conjuntamente pelo Plano Diretor e pela Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo de 1996 Em s ntese pode se constatar usando interpreta es de Mendon a 1999 a evid ncia de uma nova concep o presente na elabora o desse Plano Diretor imbu do da diretriz mestra presente no artigo 183 da Constitui o Federal de ordenar o pleno desenvolvimento das fun es sociais da cidade O Plano Diretor de Belo Horizonte e a proposta da nova Lei de Ocupa o e Uso do Solo que operacionaliza as diretrizes de organiza o territorial definidas no Plano apresentam diretrizes instrumentos e normas para viabilizar quatro estrat gias b sicas de modo a garantir a fun o social da cidade a gest o urbana flex vel e democr tica a descentraliza o das atividades a adequada ocupa o do solo urbano e a prote o ambiental e das refer ncias locais MENDON A 1999 p 77 Tomando como refer ncia o sistema de normas de direito urban stico verifica se uma amarra o interessante da legisla o de Belo Horizonte envolvendo a Lei Org nica do Munic pio e a legisla o urban stica em vigor ao incorporar as orienta es da Constitui o Federal sobre a ordem urbana antecipou se em termos jur dicos regulamenta o estabelecida a pa
135. o envolvidos evitando a fragmenta o da proposta e a apresenta o de diagn sticos setoriais rompendo assim com a l gica que havia sido adotada at ent o na elabora o dos planos para a cidade TORRES 2003 As avalia es feitas por Costa e Mendon a em entrevista exp em as diferen as internas no governo municipal as vis es e concep es que precisavam ser superadas em prol de um projeto pol tico comum de cidade Pessoas de fora entram numa administra o municipal que tem todo o conjunto de funcion rios que s o de carreira que participaram desse processo alguns mais associados ao processo pol tico que estava ocorrendo outros nem tanto Ent o at por estrat gia foi revisto o processo BH 2010 da gest o anterior que acabou n o sendo aprovado Foi feita uma divis o de trabalho que um pouco reflete as diferen as pol ticas de composi o do governo Patrus De um lado a Secretaria de Planejamento e de outro 105 A Secretaria de Planejamento ficou respons vel pela elabora o do Plano Diretor e a Secretaria Municipal de Atividades Urbanas ficou incumbida de formular a nova Lei de Ocupa o e Uso do Solo 102 lado o que hoje a Regula o Urbana E foi feito um certo acordo um fazia a Lei de Uso e Ocupa o do Solo que ficou na Regula o Urbana que depois ia ter de implement la e o planejamento urbano ficou com o Plano Diretor As discuss es eram juntas inclusive as leis elas s o coladinhas u
136. o fortalecimento do Conselho e das Confer ncias mas cederam a uma participa o de rotina As representa es dos segmentos populares mostraram se intimidadas pelo car ter t cnico do Conselho e tamb m em certa medida das Confer ncias aceitando a condu o do Poder Executivo e mantendo se dispersas O comportamento dos conselheiros e delegados populares tende a favorecer a es fragmentadas e negocia es particularizadas de cunho bairrista 307 Um dos aspectos a ser apontado como respons vel pela dificuldade dos setores de qualificar a participa o est relacionado n o ado o da pr tica de avalia o Da mesma forma que os procedimentos de gest o e de planejamento aplicados pelos governos precisam ser avaliados para que as administra es aprimorem seus mecanismos do lado da sociedade civil tamb m s o necess rias aplica es de f rmulas de avalia o do desempenho das representa es tanto por setor como pelo conjunto da atua o da sociedade civil nos espa os p blicos onde se faz presente 3 Problemas da gest o e do planejamento participativo O modelo de planejamento participativo aplicado em Belo Horizonte representa uma experi ncia exitosa de interlocu o entre o Estado e a sociedade na consolida o dos direitos urbanos No entanto experi ncias dessa natureza exp em mais explicitamente as contradi es da realidade por deflagrarem interesses divergentes conflitos e tens es que as formas conv
137. o futuro projeto de lei que com certeza resultar da Confer ncia O presidente do Conselho esclareceu que essa quest o foi amplamente discutida e o entendimento da maioria dos Conselheiros seria no sentido de que a C mara Municipal e o Poder Executivo n o participariam por uma raz o de ordem legal N o h como garantir que o que for votado na Confer ncia ser literalmente aceito tanto pela C mara quanto pelo Executivo o que entretanto n o impede que um funcion rio do Executivo ou Legislativo concorra a delegado pelo setor t cnico ou popular Assim o entendimento de que os poderes institu dos na cidade est o chamando a cidade para discutir est o conclamando os cidad os de Belo Horizonte a discutir A decis o do Conselho de Pol tica Urbana de restringir as decis es da II Confer ncia aos setores civis gerou rea o do representante da C mara Municipal como consta do trecho de ata selecionado acima Chama aten o o argumento do conselheiro por n o se referir defesa do processo democr tico em si mas por centrar se nas dificuldades operacionais de tramita o do projeto de lei resultante da Confer ncia em fun o do distanciamento dos vereadores da vota o das resolu es A resposta do presidente do Conselho refor a e justifica a decis o dos conselheiros de manter a Confer ncia voltada para a sociedade civil A rela o entre democracia representativa e democracia participativa tem se mostrado dif cil
138. o urbano Dentro da Confer ncia e o fato deles terem sidos incorporados na Plen ria e depois em lei foi uma conquista deste debate intersetorial Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico 302 Revis o aprovada do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Lei n 9959 2009 276 As ZEIS foram mantidas com o acr scimo de um par grafo nico afirmando que esse tipo de zoneamento ficaria sujeito a crit rios especiais de parcelamento ocupa o e uso do solo visando promo o da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e sua integra o malha urbana A cria o das reas Especiais de Interesse Social no Plano Diretor de Belo Horizonte significa um passo frente na garantia da fun o social da propriedade definindo em lei uma pol tica urbana inclusiva que avan a em rela o aplica o das ZEIS As ZEIS e AEIS t m sido consideradas o mais adequado instrumento urban stico a ser utilizado para viabilizar a regulariza o fundi ria e urban stica de diferentes tipos de n cleos e reas de ocupa o prec ria da popula o de baixa renda como tamb m para facilitar e incentivar a produ o de novas moradias FERREIRA MOTISUKI 2007 p 46 As AEIS marcaram uma perspectiva inovadora no sentido de reconhecer uma grande parcela da popula o urbana como cidad os e seus locais de moradia como parte da cidade Outro importante objetivo do instrumento a garan
139. os planos tendem a ser aplicados parcialmente ou voltarem se aos espa os formais da cidade excluindo parcelas da popula o historicamente sem acesso cidadania Feitas as cr ticas a autora afirma que o plano urbano deve ser a express o democr tica da sociedade considerando o processo de formula o participativa de um plano em grande medida mais importante do que o plano em si A constitui o e consolida o dessa esfera de participa o pol tica que auxiliar na implementa o de um sistema de planejamento e nas reorienta es do plano MARICATO 2000 p 180 A formula o eminentemente t cnica ou 47 legislativa n o possibilita a interlocu o do Estado com a sociedade nem garante que as a es coadunem com as necessidades concep es de mundo e interesses dos diversos atores grupos e segmentos que comp em a popula o alvo do planejamento A elabora o de planos urbanos implica exerc cios de constru o hegem nica e sua implementa o na constitui o de pactos sociais minimamente duradouros MARICATO 2000 p 173 A ideia do plano urban stico como sendo o instituto jur dico que viabiliza as pol ticas p blicas de inclus o socioespacial p s Constitui o de 1988 foi abordada por Fernandes 2008 que lembra a hist rica fun o de favorecimento desse instrumento aos interesses do mercado institucionalizando a ocupa o segregada das cidades O autor alerta no entanto para a mudan
140. ou a conjunto de empresas em cons rcio a realiza o de obras de urbaniza o ou de reurbaniza o de regi o do Munic pio inclusive parcelamento modifica o de parcelamento demoli o reconstru o implanta o de infraestrutura e incorpora o de conjuntos de edifica es para implementa o de diretrizes do Plano Diretor do Munic pio O Estudo de Impacto de Vizinhan a EIV se aplica aos casos em que o empreendimento gerar repercuss es preponderantemente urban sticas Importante estrat gia associada a esse instrumento foi garantir a participa o da sociedade e em especial da popula o afetada pelo empreendimento sujeito ao licenciamento urban stico podendo ser realizadas no decorrer do processo de elabora o do EIV audi ncias p blicas e outros instrumentos de gest o democr tica Em prol destes instrumentos muito bom Eu sei que eu tava trabalhando num grupo dos instrumentos e tinha grande parte do grupo l que era classe empresarial N s tivemos uma interlocu o sobre isso At em determinados momentos o pessoal tava brincando que o IAB tava virando mercado imobili rio Eu falei N o eu t trabalhando com duas l gicas aqui A primeira a l gica do t cnico e a segunda institucional A gente t aqui pra poder fazer um trabalho que seja bom para o mercado mas que a Prefeitura intervenha de forma pr ativa nas condicionantes que esse mercado vai utilizar pra poder produzir espa
141. p blica a esses planos ficando as interven es em vilas e favelas tratadas por meio de legisla o espec fica Art 32 A Os programas habitacionais referentes a assentamentos existentes devem ser implantados de acordo com as seguintes diretrizes I elaborar Plano Global Espec fico para cada assentamento considerando as particularidades de cada rea e abordando de forma integrada os aspectos f sico ambiental jur dico legal s cio econ mico e organizativo promovendo a integra o cidade II adequar as interven es dos diversos rg os e esferas de governo s diretrizes do Plano Global Espec fico ressalvadas aquelas para atendimento a situa es emergenciais de calamidade p blica ou de manuten o Art 41 O Executivo deve elaborar em at 12 doze meses ap s a promulga o desta Lei projeto de lei instituindo o Plano Estrat gico de Diretrizes de Interven o em Vilas Favelas e Conjuntos Habitacionais de Interesse Social com indicativos gerais de a es necess rias recupera o s cio urban stica jur dica dessas reas Par grafo nico O Plano Estrat gico ter como objetivo tra ar diretrizes gerais e prioridades para a interven o nas vilas favelas e conjuntos habitacionais de interesse social NR No documento resultante da I Confer ncia foram feitas recomenda es ao Executivo para cada item trabalhado Na recomenda o sobre desenvolvimento urbano a regulamenta
142. p blico e sociedade A realiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana foi entendida como parte das atribui es do Conselho de Pol tica Urbana O prop sito da an lise das Confer ncias foi relacionar seu potencial de mobiliza o social como f rum que discute a cidade com a efetividade dos resultados desses eventos para a revis o das leis e para o amadurecimento da participa o democr tica no planejamento urbano Os instrumentos metodol gicos utilizados na pesquisa contemplam o entrecruzamento de recursos quantitativos e qualitativos A preocupa o foi de n o apenas colher informa es mas produzir dados que pudessem caracterizar melhor os sujeitos envolvidos na rela o entre o Estado e as organiza es da sociedade civil os dois tipos de abordagem quantitativo e qualitativo se mostram complementares convergindo para o melhor conhecimento do problema A articula o das duas abordagens possibilita um aprofundamento cada vez maior das facetas do objeto de estudo O conhecimento qualitativo imprescind vel para que se realize em seguida o conhecimento quantitativo As t cnicas qualitativas desvendam os predicados de uma sociedade e de suas divis es internas QUEIROZ 1999 p 18 Existem estudos consagrados sobre experi ncias de Or amento Participativo no Brasil AVRITZER NAVARRO 2003 AVRITZER 2002 AZEVEDO 2003 CUNHA 2007 FARIA 2007 MARQUETTI 2007 17 A base qualitativa da pesquisa
143. pelos munic pios e cidad os 3 ed Bras lia Minist rio das Cidades 2005 p 267 Apesar da hist ria comprovada de falta de respeito durante d cadas em rela o aos Planos Diretores Municipais esse tema retorna em grande estilo no texto da Constitui o de 1988 que estabelece a obrigatoriedade de sua execu o em todas as cidades com mais de 20 000 habitantes estabelecendo seu prest gio e fortalecendo a id ia muito comum na imprensa de que nossas cidades s o um caos porque n o t m planejamento urbano o que n o verdade Especialmente nos anos de 1970 a produ o de planos municipais foi muito significativa MARICATO 2000 p 144 46 O mote remendo novo em pano velho foi usado por L cia Leit o 2006 em suas considera es sobre os limites dos planos diretores Leit o 2006 argumenta que as mudan as e ritmos da sociedade contempor nea n o se ajustam mais a regula es controles e ordenamentos herm ticos O planejamento das cidades hoje demandaria muito mais f rmulas voltadas para negocia es formas de orienta o e reorienta o adapta o aos novos ritmos Situa o que coloca os planos diretores em desajuste com o funcionamento e com as conjunturas recentes de acesso dos cidad os s decis es sobre as cidades Tr s pontos saltam vista quando se busca explica o dessa inefic cia num instrumento que se mostrou til e capaz de dar respostas adequadas em outras circunst ncias
144. pio Entrevista Raimundo Machado Filho Representante Setor Popular Grifos desta pesquisadora 162 Na ata da 5 Reuni o Ordin ria surge a proposta de cria o de um Grupo de Trabalho sobre o Papel do COMPUR e na 7 reuni o foi apresentado o resultado parcial dos trabalhos desse grupo composto de quatro propostas a cria o de uma consultoria jur dica que foi considerada essencial a necessidade de agilizar a realiza o da I Confer ncia de Pol tica Urbana a import ncia da an lise pr via das mat rias para se definir uma agilidade aos assuntos a serem avaliados e despachados e por fim a indica o de que as reuni es tem ticas deveriam ser realizadas em car ter extraordin rio Havia uma preocupa o com a qualifica o do Conselho para o desempenho de suas fun es D vidas foram apresentadas sobre as atribui es e sobre a forma de atua o do COMPUR o que pode ser constatado pelo apoio jur dico dado pela Procuradoria Geral do Munic pio exposta na 35 reuni o ocorrida no ano de 2000 Apresenta o Procuradora Dayse Maria de Andrade Alencar Procuradora Geral Adjunta do Munic pio de Belo Horizonte S ntese da Apresenta o atribui es do COMPUR no que diz respeito a recursos inciso VII do art 80 da Lei 7165 96 Deliberar em n vel de recurso nos processos administrativos de casos decorrentes desta Lei ou da de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo N o h o que delimitar o papel do COM
145. planejamento urbano passam a incidir sobre a recupera o econ mica das cidades tendo sido indicada a receita da revitaliza o dos espa os urbanos feita por meio de parcerias entre o poder p blico e a iniciativa privada 42 meio ao debate travado com uma outra vis o democr tico participativa de cidade Os dois modelos s o express es de projetos diferentes de cidade e de sociedade Ao analisar as experi ncias de aplica o de planos urbanos no Brasil Monte M r 2008 mostra que os planos foram adotados ainda no s culo XIX em algumas cidades brasileiras e ap s 1930 os planos voltaram se para o ordenamento das cidades industriais com vistas hierarquiza o dos espa os habitacionais com investimentos em zoneamentos e cintur es verdes centrados na t cnica e na est tica Prevalecia uma nega o da cidade pela n o aceita o das estruturas urbanas espont neas at ocorrer o que o autor chama de ruptura do pacto social populista MONTE M R 2008 p 45 na d cada de 1960 acompanhada da complexifica o dos problemas urbanos situa es que exigiram um reposicionamento pol tico do Estado frente ao planejamento urbano no Brasil Monte M r 2008 em sua exposi o sobre o planejamento urbano no regime autorit rio salienta que mesmo havendo o investimento na proposta de planos locais integrados o prop sito primeiro do Estado era garantir a efici ncia t cnica dos planos em prol do desenvolvimento nacional
146. ponto de vista geogr fico com os interesses do mercado imobili rio e com os pr prios digamos empreendedores Ent o ela passa meio ao largo Houve algumas tentativas do pessoal da Prefeitura de organizar cursos de capacita o dos conselheiros para participarem melhor das discuss es Enfim uma discuss o que n o de interesse direto do setor Elas s o muito t cnicas muito espec ficas com uma linguagem muito t cnica e muito localizada territorialmente nas reas que s o de interesse do mercado Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico Mas quando voc pega um representante popular que ligado ao movimento popular mesmo ele tem a maior dificuldade dentro daquelas discuss es Eu acho diferente Porque se voc pegar o Conselho de Habita o que a representa o do setor popular muito grande nessa divis o ela meio a meio mas dentro da sociedade civil o popular na luta contra a habita o muito grande No Conselho de Habita o eles t m uma participa o muito mais segura muito mais efetiva do que o setor empresarial por exemplo O assunto do Conselho de Habita o tem mais a ver com a demanda e a realidade deles do que o Conselho de Pol tica Urbana Porque uma discuss o muito te rica de legisla o voc entra com quest es urban sticas com uso e ocupa o do 147 solo que eles t m mais dificuldade Entrevista Maria Cristina Fonseca Magalh es Repr
147. pontuais sinalizam quest es e procedimentos para interven es e tomadas de decis es sobre pol ticas urbanas imediatas e de escopo mais ampliado Mesmo com as falhas j apontadas e analisadas sobre o planejamento urbano em Belo Horizonte reconhecidas inclusive por profissionais das administra es envolvidos diretamente nesse campo sabe se que existe uma pr tica de planejar integrada s interven es urbanas 18 Costa 2008 menciona como outro fator respons vel por esse pragmatismo os apelos impostos contemporaneamente s cidades de se tornarem espa os atrativos de investimentos o que ele chama de busca de inser o das localidades em uma economia globalizada e flex vel por meio de a es estrat gicas imediatas e do uso do marketing COSTA 2008 p 141 177 sustentadas na legisla o urban stica e o COMPUR representa pe a importante nessa composi o Na tentativa de demonstrar a rela o entre o varejo e o atacado ou seja entre as demandas pontuais de rotina e as defini es sobre as pol ticas urbanas foram retirados das atas temas e solicita es discutidos e avaliados nas reuni es ordin rias e extraordin rias que fundamentam a ideia de que o planejamento e as decis es sobre pol ticas urbanas passam pelo COMPUR Os temas de pauta considerados ilustrativos de como as quest es de rotina integram os conte dos das pol ticas p blicas voltadas para as interven es urbanas foram o
148. por setores aquela coisa de plano diretor compreensivo dos antigos PDLIs dividido em reas meio ambiente sa de etc Mas ao mesmo tempo ele j tentava trazer um pouco do debate que estava na cidade mesmo sendo um debate diferente do que estava no plano diretor a forma como eu vejo Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Em suma o processo de formula o do Plano apresenta compromissos concretos com uma nova legisla o ao contemplar em sua estrutura instrumentos urban sticos indicados pela nova Constitui o por m apresentava se preso aos preceitos tecnocr ticos Pode se concluir tamb m que a proposta mostrou se suscept vel inger ncia de interesses particularistas em sua formula o e tramita o pol tica Ao incorporar as inova es da poca para o planejamento das cidades o Plano BH 2010 gerou resist ncias principalmente nos investidores do mercado imobili rio embora mantivesse tra os dos modelos t cnicos convencionais dos planos diretores e fosse t mido na mobiliza o e no envolvimento direto da sociedade civil nos processos de planejamento urbano Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 37 95 3 3 Belo Horizonte aprova seu Plano Diretor Ap s a tentativa sem xito de aprova o do plano de 1992 Belo Horizonte oficializou seu plano diretor por meio da Lei n 7 165 de 1996 A iniciativa foi resultado do esfor o do Pod
149. prefeito C lio de Castro de se criar os Conselhos Populares com representa es de diversos setores Eu estava em Venda Nova acho que era muito fechado e faltava foco Quando voc chama a comunidade pra discutir o Conselho tem que ter uma base de orienta o clara Por exemplo vamos discutir o planejamento no Barreiro ou em Venda Nova pol tica urbana voc tem de ter uma base pra isso Se tivesse um plano diretor para aquela regi o com certeza voc tinha tentado rever a ocupa o no Barreiro por exemplo Era melhor pra cidade e pra regi o leste n o Ent o assim um Conselho sem uma macrovis o daquela regi o na rea econ mica social urbana ele estaria perdido e as pessoas iriam para l demandar coisas n o 116 Tudo o que as pessoas precisassem elas iriam remeter pra l t certo E remetiam para os outros espa os espa os que ela tinha de entrar na Prefeitura E os Conselhos perderam a fun o deles rapidinho Entrevista Geraldo Afonso Herzog Representante Governo As observa es do l der comunit rio sobre as resist ncias do Poder Legislativo aos Conselhos demonstram as dificuldades concretas de rela o entre a democracia participativa e a democracia representativa fator de enfraquecimento da iniciativa de descentraliza o pol tica Por outro lado a avalia o feita pelo profissional da administra o remete o problema do fracasso dos Conselhos para as defici ncias do planejamento ur
150. programa El Salvador Pa s de Proprietarios incide de un modo tal que la ya complicada expansi n metropolitana que tiene como eje articulador el crecimiento urbano del municipio de San Salvador sede da capital del pa s se vuelve una red explosiva que estar a inhibiendo las posibilidades de un mejor ordenamiento territorial ZELED N 2006 p 86 No Brasil a conquista do direito cidade foi resultado da luta empreendida pela Reforma Urbana desencadeada na d cada de 1980 Os princ pios defendidos pelo Movimento em defesa da Reforma Urbana transformaram se em conte do legal nos artigos 182 e 183 da Constitui o Federal de 1988 regulamentados pela Lei 10 257 de 2001 O cap tulo da pol tica urbana da Constitui o de 1988 e sua regulamenta o pelo Estatuto da Cidade representam um avan o significativo no campo do direito de cidadania aplicado ao funcionamento da cidade em fun o da nfase dada s quest es urbanas sob o prisma da fun o social da cidade No artigo 2 da Lei 10 257 consta a pol tica urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das fun es sociais da cidade e da propriedade urbana O artigo tem como diretriz chave a 33 garantia do direito a cidades sustent veis entendido como o direito terra urbana moradia ao saneamento ambiental infra estrutura urbana ao transporte e aos servi os p blicos ao trabalho e ao lazer para as presentes e futura
151. propor o num rica da sociedade computando como parte da sociedade civil os representantes do Poder Legislativo por si s j configura uma disparidade e uma condi o desfavor vel na partilha do poder entre os segmentos representados A presen a do governo se faz mais forte 298 quantitativamente e qualitativamente a pauta majoritariamente t cnica favorece o Poder Executivo no discurso e na argumenta o com maiores chances de obter referendo Ao se estabelecer a representa o de forma setorizada a sociedade civil foi arbitrariamente dividida em tr s grandes segmentos como se coubesse em formas preestabelecidas compactas e homog neas Cada setor identificado por um r tulo que acaba por interferir na forma como os diversos grupos movimentos organiza es institui es e cidad os que deles participam e os pr prios representantes eleitos se enxergam e se identificam Al m da diversidade intrassetores que interfere na representa o do bloco inteiro existe a diferen a pela despropor o pois a dimens o do setor popular se comparada aos outros setores de uma magnitude dif cil de avaliar nessas condi es a possibilidade de se alcan ar um bom n vel de representatividade A representatividade fica prejudicada tamb m nos outros dois setores pela composi o diversa deles agravada pela tend ncia de repeti o das institui es que tradicionalmente mant m assento no COMPUR Como constatamos que a comunica
152. que a BHTRANS preparasse material mais objetivo indicando o motivo de altera o de classifica o de cada via caso a caso A conselheira Fl via Mour o SMAU esclareceu que o adiamento da decis o sobre a quest o n o pode se estender devido sobretudo press o existente por parte da popula o para instala o de atividades O conselheiro Maurity Neves SMIC destacou que o COMPUR deveria ampliar essa discuss o a fim de elaborar uma nova concep o na defini o da localiza o de atividades 188 No Plano Diretor o sistema vi rio e de transporte enfatiza a desconcentra o com vistas fluidez do tr nsito Art 18 S o diretrizes do sistema vi rio I reformular a atual estrutura vi ria radioconc ntrica mediante interliga es transversais que integrem os elementos estruturais do Munic pio por meio da complementa o do sistema vi rio e das vias de liga o s reas de adensamento preferencial e aos p los de emprego HI reduzir o car ter da rea central de principal articuladora do sistema vi rio VII tornar obrigat rio o planejamento da integra o entre o transporte coletivo e o sistema vi rio Na Lei n 8 137 00 a revis o enfatizou cuidados com permeabiliza o e com a facilita o de acessos aos pedestres o art 18 da Lei n 7 165 de 1996 passa a ter nova reda o XIX implantar reas de travessia e de circula o de pedestres de modo a criar faixas de percurso conforme par metros de ace
153. que os arranjos participativos locais tivessem algum tipo de participa o de representantes dos Legislativos AVRITZER 2006 p 42 apud GARCIA 2008 p 133 A defesa de interesses e os mecanismos de press o usados pelos atores sociais ocorrem em ambas as inst ncias C mara Municipal e Conselho Por m as estrat gias usadas s o diferentes Em uma democracia amadurecida o ideal a aproxima o entre as din micas da democracia representativa e da democracia participativa inclusive com o fortalecimento dos partidos pol ticos e a atua o dos movimentos e associa es civis tanto na luta institucional como na mobiliza o social A presen a de parlamentares ou de representa es do Poder Legislativo nos espa os p blicos indica um importante avan o para o amadurecimento das experi ncias de democracia participativa A decis o de garantir o direito de voto nas assembleias finais das Confer ncias apenas aos delegados representantes da sociedade civil n o desqualifica a atua o do poder p blico em especial do Legislativo nesses espa os torna inclusive a presen a dos parlamentares menos carregada da necessidade de interferir partidariamente nos processos ou em defesa de setores em particular 5 2 1 Os investimentos na qualifica o dos delegados Os temas das palestras foram considerados transversais por tratarem de assuntos que subsidiariam os trabalhos de revis o das leis e por estarem sintonizados com os debates
154. que se fizeram determinantes tanto a presen a desses intelectuais engajados ao Movimento pela Reforma Urbana como a continuidade administrativa assumida pela sequ ncia de governos comprometidos com a proposta de gest o democr tico popular O aprofundamento do tema planejamento urbano as pr ticas que antecederam a aplica o do modelo participativo e detalhes sobre esse formato bem como aspectos relativos s administra es e s leis que estabeleceram as estruturas de governo necess rias ao planejamento ser o tratados a partir do terceiro cap tulo desta tese 1 5 1 Penetrando nos pontos tensos do equil brio as estrat gias de investiga o da realidade belo horizontina As quest es pol ticas revestem se de formas culturais GRAMSCI 1978 O poder est presente nos registros culturais expressos em valores nas formas de comportamento nas concep es de mundo nas conven es e institui es Nas pr ticas sociais tudo pol tica Ao estudar o funcionamento das esferas p blicas respons veis pelo planejamento urbano de Belo Horizonte assim como o Conselho Municipal de Pol tica Urbana e as Confer ncias de Pol tica Urbana buscou se entender como as pr ticas dos atores investem se dos tra os identit rios que os caracterizam e como esses sujeitos compartilham a ideia de que existe uma pr tica democr tica no planejamento e na gest o da cidade No campo do planejamento urbano toda uma experi ncia acumulada encontra
155. reflex es sobre o desempenho do COMPUR Teodomiro Diniz Camargos avalia as limita es do Conselho no mbito dos processos decis rios sobre o desenvolvimento urbano da cidade At hoje o Executivo tem se imposto perante o COMPUR O projeto de lei deveria passar pelo COMPUR e n o passou foi direto para a C mara A Prefeitura quer dizer o corpo t cnico da Prefeitura n o entende o COMPUR como espa o para o debate do conte do da lei Entende o COMPUR at hoje como o lugar de debate do omisso daquilo que n o est claro na lei Ent o um salpicado n o um Conselho consistente do ponto de vista de ser levado pra l todo o debate e depois ir para outra inst ncia A prepara o n o passa por l e continua sem passar Olha meu entendimento o de que o COMPUR precisava ser um espa o de arredondamento das quest es de pol ticas urbanas dentro da cidade E arredondar significa que a Prefeitura poderia utilizar aquele espa o para criar um debate uma amplitude de debate nas quest es de resolu o da Lei de Uso e Ocupa o do Solo e do Plano Diretor Porque uma inst ncia que tem a participa o da sociedade civil Se ela fizesse esse arredondamento ali facilitaria muito o caminho das Confer ncias da participa o mais ampla Agora na hora que as coisas passam por ali n o v o direto para a Confer ncia e direto pra C mara se perde a possibilidade desse 270 espa o ser eficiente e dar mais resultado Eu acho que
156. refor aram defini es da reforma anterior fundamentando se mais no aprimoramento t cnico das estruturas da administra o p blica No que tange s medidas administrativas em prol da Gest o Integrada voltada para a intersetorialidade na pr tica as articula es t m se mostrado dif ceis como ser 118 demonstrado pela an lise dos resultados das Confer ncias e pela fun o de converg ncia assumida pelo Conselho de Pol tica Urbana 3 5 A mobiliza o da sociedade aspectos do potencial de participa o pol tica A abordagem de Somarriba Valadares e Afonso 1984 sobre as lutas urbanas em Belo Horizonte resultado de pesquisa de campo e documental com enfoque dado ao urbano pelo vi s da acumula o capitalista relacionada produ o e ao consumo As autoras destacam a rela o existente entre crise urbana e insufici ncia cr nica de bens de consumo coletivos de responsabilidade do Estado fator respons vel por conflitos e formas diversas de movimenta o da sociedade Uma massa crescente de trabalhadores urbanos que vivem de sal rios baixos for ada a se instalar nas reas perif ricas dos centros industriais exclu da do mercado de bens de consumo individuais e coletivos Os resultados da pesquisa demonstraram que a car ncia de servi os motiva rea es na periferia cuja popula o passa a organizar se para reivindic los Essa organiza o de base local ocorre desde a funda o da capita
157. reuni o do Anel da Serra Confer ncia dizendo que houve falhas mas se trata de um processo novo a ser aperfei oado 225 Ata da 14 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 06 10 1999 226 Ata da 30 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 15 09 1999 209 Esclareceu que a Associa o que criticou a Confer ncia uma associa o ambientalista mas de orienta o elitista que inclui em seu n cleo por exemplo a associa o do Alto das Mangabeiras que contr ria circula o de nibus na regi o A conselheira Fl via Mour o SMAU reiterou a fala do conselheiro Jo o Luiz BHTRANS e afirmou que j existe uma representa o no Minist rio P blico contra a Confer ncia por causa das opini es externalizadas nos GTT s A conselheira afirmou que desde que o Projeto da Confer ncia foi para a C mara Municipal sabia se que haveria altera es pois estamos em uma democracia representativa Desta forma o caminho negociar com os vereadores Grifos desta pesquisadora A rela o entre democracia representativa e democracia participativa em Belo Horizonte foi tema central da pesquisa desenvolvida por Garcia 2008 que ao tratar das Confer ncias como parte desse processo avaliou as perdas pol ticas decorrentes das inger ncias do Executivo ao retirar de tramita o no Legislativo e alterar pontos do projeto original resultante da I Confer ncia Ela destaca
158. rotina da cidade relacionadas aplica o da lei avaliadas no COMPUR interferem nos procedimentos de governo A rotina do COMPUR sinaliza algumas estrat gias de gest o e afeta o planejamento das interven es desdobradas em programas e projetos Entendemos atrav s dessa contradit ria l gica que o Conselho n o acionado pelos rg os especializados de governo na formula o das pol ticas urbanas mas a operacionaliza o de suas pautas ajuda nas tomadas de decis o desses rg os sobre as interven es urbanas e funciona como term metro dos impactos das a es de governo na cidade 297 O COMPUR s n o participa diretamente e mais proximamente das concep es de pol ticas urbanas pela resist ncia do governo de coloc lo em di logo com os rg os especializados uma quest o recorrentemente abordada nas reuni es e apresentada pelos conselheiros como um entrave no desempenho t cnico e pol tico do Conselho Evidencia se mais uma vez a baixa capacidade das representa es de governo parlamento e segmentos da sociedade em transformar cr ticas em a o pol tica efetiva voltada para transformar o COMPUR em inst ncia legal e leg tima capaz de atuar diretamente na elabora o e nas decis es sobre as pol ticas urbanas inclusive avan ando na perspectiva de fazer acontecer a proposta de intersetorialidade apresentada pelas administra es e defendida pelas lideran as civis nos encontros proporcionados pelas Confer
159. se em contato e tens o com novas incurs es pela mudan a de paradigmas Pr ticas que colocam em di logo governantes e governados nas tomadas de decis o sobre leis pol ticas p blicas e nas defini es de estrat gias de controle social O planejamento urbano participativo em Belo Horizonte como ser exposto mais detalhadamente nos cap tulos finais deste trabalho tem uma base normativa consubstanciada na elabora o e revis o do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo No desenvolvimento 55 da pesquisa foram percorridos os caminhos para se chegar pr tica participativa de planejamento Essa historicidade foi resgatada na tentativa de por meio dela ser poss vel avaliar como a experi ncia democr tica foi constru da na cidade Momentos do planejamento e as reformas administrativas foram analisados em fun o de terem desenhado os contornos das administra es e determinado os mecanismos de tomadas de decis es A import ncia dada historicidade do processo permite detectar nele elementos de car ter permanente distinguindo e articulando os aos de car ter imediato Pretende se retomar a articula o entre essas duas ordens de movimento nas conclus es finais do trabalho depois de expostas situa es que expressam a rela o entre continuidades e descontinuidades na abordagem do objeto A valoriza o do processo hist rico foi determinante para o entendimento das transforma es em curso A an lise d
160. se for levado em conta o fato de que dentre esses Conselhos afins o COMPUR o Conselho de Pol tica Urbana do Munic pio portanto o que tem como foco o planejamento e as pol ticas urbanas no seu conjunto Nas entrevistas os conselheiros fazem observa es sobre o car ter n o deliberativo do Conselho Porque a C mara nem cogita isso a fun o deliberativa do COMPUR Ela acabou de vetar um artigo do C digo de Obras que a gente acabou de aprovar o C digo de Obras novo que falava assim Os casos omissos e as interpreta es ser o feitas pelo COMPUR Eles vetaram Entendeu uma disputa atrasada entre democracia representativa e democracia participativa Atrasada porque a C mara o Legislativo t m que se apropriar dos processos da democracia participativa Porque do cotidiano da cidade A toda hora tem uma coisa na lei que voc fala Eu posso interpretar assim ou 204 Os Conselhos que atuam diretamente nas pol ticas urbanas em Belo Horizonte s o o de Patrim nio Hist rico Meio Ambiente Habita o Saneamento e de Pol tica Urbana 191 assado O Conselho vai l dar a sua opini o ou vamos esperar quatro anos Eu acho o Conselho para que seja um Conselho importante e atuante tem que ter poder de delibera o Conselho que s aconselha que s sugere vazio do ponto de vista propositivo Os conselheiros at v o mas s o muito pouco pr ativos normalmente discutem com a Prefeitura aceitam
161. setores t cnico popular e empresarial PEREIRA 2004 p 7 A disparidade na composi o e na correla o de for as entre os setores e governo representados no COMPUR existe n o apenas no aspecto num rico da representa o a posi o do governo privilegiada na condu o dos trabalhos desenvolvidos pelos conselheiros Quando indagados sobre o tema nas entrevistas as interpreta es convergiram para uma vis o cr tica sobre a presen a do governo A cr tica voltou se para a pouca margem de negocia o decorrente do controle exercido pelo Executivo Uma coisa s Acho que ele deveria ser um pouco mais equilibrado na divis o dele porque hoje o Executivo tem a maioria do Conselho Ent o aquela historia voc tem um Conselho mas se o Executivo tiver um bloco Da representa o eu acho que isso deveria ser uma situa o a ser revista Se voc tem um partido que tem a maioria na C mara pode ser at que internamente ele tenha uma discuss o ali e tenha que convencer outras pessoas mas nunca bom voc ter maioria j fechada para alguma coisa Ent o eu acho que o Conselho n o deveria ter maioria de setor nenhum Que seja Executivo empresarial popular nada disso Eu acho que ali dentro as coisas deveriam acontecer exatamente na conversa mesmo e a gente tentar descobrir o que melhor Pode ser que a opera o fique mais dif cil porque talvez tivesse que ter mais reuni es mais situa es mas talvez fic
162. sua compet ncia a gest o das rela es com o Poder Legislativo e a coordena o das rela es internacionais do Munic pio Verifica se nessas novas compet ncias uma adequa o das fun es de governo aos contornos contempor neos de uma sociedade globalizada 2 A Secretaria Municipal de Planejamento Or amento e Informa o retoma fun es mais espec ficas do planejamento geral com vistas execu o das pol ticas p blicas De acordo com a lei da reforma administrativa deveria haver uma integra o entre os rg os e entidades da administra o Nas mudan as institu das em 2005 foi refor ada a necessidade de haver uma coordena o e motiva o dos novos canais de participa o popular A novidade aplicada por essa nova formata o do governo foi a cria o de estruturas adjuntas tamb m proposta para o planejamento geral Mudan as no planejamento urbano Os rg os e entidades criados para atuar no campo do planejamento urbano propriamente dito foram sofrendo altera es ao longo das reformas administrativas aplicadas desde 1983 Nas Leis n 5 562 1989 e n 6 352 1993 a Secretaria Municipal de Atividades Urbanas se estabeleceu com a finalidade de coordenar a execu o de projetos e programas voltados para o desenvolvimento e controle das atividades urbanas no Munic pio Nas compet ncias evidencia se uma tend ncia mais fortemente comprometida com as fun es de regula o e fiscaliza o de obras
163. subsidiar a discuss o O conselheiro Maur cio Leite CMBH pediu esclarecimentos sobre a atua o da PGM no COMPUR A conselheira M nica Bed SMPL esclareceu que a Procuradoria ir indicar uma pessoa para ser contratada pela Secretaria Municipal de Planejamento como assessora jur dica Por m enquanto isso n o acontece a refer ncia da PGM para o COMPUR fica sendo as assessoras Caroline e Mariah Quando a assessora estiver contratada esta deve estar mais presente inclusive participando das reuni es definindo agenda semanal com a Procuradora Adjunta e reuni es sistem ticas com a Secretaria Executiva A conselheira informou que a Secretaria Executiva fechou a proposta do curso para forma o das categorias que participam do COMPUR cuja primeira turma ser formada com os delegados da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Grifos desta pesquisadora O que se pretende com o destaque dado s percep es dos setores mostrar como os discursos expressam as posi es dos atores sobre o planejamento urbano de Belo Horizonte evidenciando a disposi o dos conselheiros de se envolverem com um debate mais amplo sobre a cidade Esse comportamento referenda uma das hip teses da pesquisa sobre a abertura dos membros do COMPUR para o compartilhamento e compreens o do sentido de coletividade que envolve o pensar a cidade no seu conjunto Embora os exemplos das percep es tenham sido recortados de uma reuni o realizada em 20
164. ticas Al m das informa es contidas nesse estudo os organizadores buscaram definir os par metros da proposta de revis o usando os resultados da II Confer ncia de Pol tica Urbana O presidente do COMPUR por meio de portaria instituiu uma Comiss o Organizadora da Confer ncia designando a Secretaria Municipal de Pol tica Urbana como respons vel pelo apoio operacional e administrativo do evento 255 Ao avaliar o funcionamento da III Confer ncia alguns pontos importantes podem ser destacados em rela o ao Regimento Interno e que servem de par metro para se entender as diferen as entre as Confer ncias realizadas em Belo Horizonte Nas experi ncias anteriores o Regimento Interno proposto pelo COMPUR foi submetido ao crivo dos participantes Na abertura da I Confer ncia ocorreu a aprova o do Regimento Na II Confer ncia ficou estabelecido que o regimento da etapa final seria aprovado pelos delegados eleitos O Regimento Interno da III Confer ncia foi aprovado pelo COMPUR e apresentado aos participantes como regulamento oficial do evento A op o por esse encaminhamento foi questionada pelos delegados no primeiro dia dos trabalhos dos grupos No Grupo de Trabalho Instrumentos de Pol tica Urbana foi poss vel acompanhar a inquieta o dos delegados principalmente do setor popular e as explica es dadas pelos t cnicos do governo e por representantes do COMPUR presentes As diretrizes formalizadas para cada evento s o
165. trazer para o COMPUR temas de car ter mais geral Ele s se legitima e ganha uma pertin ncia uma for a diante da sociedade se ele discutir quest es mais gerais se ele for realmente um Conselho de formula o de pol tica ou de participa o na formula o de pol ticas mais gerais Ent o ele deveria estar inserido no mbito desse planejamento da a o do Munic pio no mbito da pol tica urbana Se ele cair no mbito de quest es do varejo dessas pequenas quest es pontuais ele tende esvaziar e perder legitimidade perder import ncia Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante Setor T cnico Grifos desta pesquisadora Eu acho que o COMPUR ele tem influenciado pouco nas quest es de Governo mesmo ele tem interferido pouco nas diretrizes de governo Ele poderia e eu acho que at para poder fazer isso eu acho que falta um pouco mais do pr prio governo eu acho que a equipe de governo procurar mais o COMPUR Ent o eu n o sei tamb m se isso um desejo quer dizer se pra quem est administrando a cidade Muitas vezes os Conselhos eles mais atrapalham Ent o se o Conselho n o for aquele espa o que vai ratificar a decis o que eu estudei que eu planejei ent o ele est me atrapalhando Ent o prefer vel s levar aquilo que precisa Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo Grifos desta pesquisadora 172 A Linha Verde compreende a execu o de uma s rie de p
166. um grupo que estava apoiando a participa o na elabora o do Plano Diretor claro que buscando rendimento aos interesses deles e um outro grupo que estava completamente contra tudo que estava se fazendo n o queriam nem conversar E essa disputa resultou em duas chapas Naquele momento teve mudan a de diretoria no SINDUSCON e ganhou a chapa que estava buscando o dialogo com a Prefeitura Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico A equipe de governo foi dividida para cumprir a tarefa de confec o dos dois documentos Plano Diretor e Lei de Ocupa o e Uso do Solo Havia um esfor o no sentido de manter em interlocu o permanente os rg os da administra o respons veis pela inaugura o de um novo formato de planejamento urbano para Belo Horizonte Esse novo formato deveria contemplar na concep o e implanta o a ideia de invers o de prioridades a intersetorialidade de setores e rg os do governo com participa o da sociedade Foi criada uma Comiss o Municipal de Pol tica Urbana COMPUR iniciativa que antecedeu formaliza o do COMPUR como Conselho Municipal de Pol tica Urbana A Comiss o foi criada para a formula o do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo na poca composta por representantes do governo vinculados s quest es urbanas A comiss o tinha a fun o de coordenar o processo procurando eliminar ao m ximo as arestas entre os rg os da administra
167. urbana Essa sistem tica de trabalho sugere haver entendimento interno no Conselho acerca das dimens es diferenciadas das mat rias e da import ncia de se dedicar parte do tempo das reuni es para as pol ticas urbanas propriamente ditas Entende se desse comportamento que a compreens o dos setores civis e do governo em especial prende se ideia de pol ticas urbanas vistas como a es macro separadas das quest es pontuais De fato existe uma rotina do Conselho Municipal de Pol tica Urbana voltada para solicita es pulverizadas e de urg ncias pontuais avaliadas em conson ncia com a lei Mas na an lise da rotina do Conselho verificaram se tamb m manifesta es e argumenta es dos conselheiros preocupados em inserir e at mesmo articular as demandas pontuais com as caracter sticas regionais e proje es de car ter estrutural que abarcam o funcionamento da cidade Pode se concluir que na pr tica as min cias detalhes e especificidades avaliadas na agenda do Conselho interferem no planejamento e nas pol ticas urbanas Os pareceres e as recomenda es expostos nas atas demonstram que em v rias situa es os conselheiros preservaram as diretrizes legais nos encaminhamentos questionaram as imposi es do Poder Executivo e buscaram estabelecer algum tipo de sintonia entre o micro e o macro Para exemplificar o sistema aplicado de Apresenta o e debate de temas afetos a pol tica urbana foram retirados das atas as
168. urbano do Munic pio 3 2 3 O Plano Diretor BH 2010 prop sitos resultados e interpreta es O Plano Diretor BH 2010 foi desenvolvido no momento de instala o da Nova Rep blica em que se definiam os novos marcos institucionais do pa s na trilha de implanta o do regime democr tico e de promulga o da Constitui o de 1988 Na poca a Constitui o mineira j havia sido aprovada em 1990 e os primeiros resultados do diagn stico acompanhados das proposi es para formula o do Plano circularam na C mara no momento de elabora o da Lei Org nica do Munic pio O Projeto de Lei referente ao Plano Diretor BH 2010 enviado C mara pelo ent o prefeito Eduardo Brand o Azeredo n o foi aprovado pelo Legislativo Municipal O documento tornou se tecnicamente importante em fun o de ter estimulado um amplo levantamento sobre a cidade sendo posteriormente utilizado na elabora o do Plano Diretor de 1996 Todo o processo de confec o da proposta simboliza tamb m um recorte de como as novas bases institucionais relativas pol tica urbana em constru o no pa s eram digeridas concebidas e operacionalizadas nas esferas subnacionais Freitas 1996 explica que o Plano Diretor BH 2010 elaborado em 1990 tinha como refer ncia um horizonte de 20 anos foi desenvolvido a partir de um extenso diagn stico da 78 Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 89 7 A s ntese inicial foi exau
169. vel em lt www presidencia gov br gt Acesso em 15 abr 2008 BURGOS Raul Da democratiza o pol tica radicaliza o da democracia novas dimens es estrat gicas dos movimentos sociais In DAGNINO Evelina TATAGIBA Luciana orgs Democracia sociedade civil e participa o Chapec Argos 2007 p 127 166 CALDAS Maria Fernandes MENDON A Jupira Gomes CARMO L lio Nogueira do coords Estudos urbanos Belo Horizonte 2008 Transforma es recentes na estrutura urbana Belo Horizonte Prefeitura de Belo Horizonte 2008 CANCLINI N stor G Diferentes desiguais e desconectados Rio de janeiro Editora UFRJ 2005 CAPELATO Marica Helena R Multid es em cena propaganda pol tica no varguismo e no peronismo S o Paulo Papirus 1998 CARLOS Ana Fani Alessandri S o Paulo a anti cidade In SOUZA Maria Ad lia Aparecida et al orgs Metr pole e Globaliza o conhecendo a cidade de S o Paulo S o Paulo Editora CEDESP 1999 p 07 254 CHAUI Marilena Ra zes teol gicas do populismo no Brasil teocracia dos dominantes messianismo dos dominados In DAGNINO Evelina Anos 90 Pol tica e Sociedade no Brasil S o Paulo Brasiliense 2004 p 19 30 CHOAY Fran oise O reino do urbano e a morte da cidade In Projeto Hist ria S o Paulo n 18 p 67 89 maio 1999 COELHO Vera Schattan P FAVARETO Arilson Dilemas da participa o e desenvolvimento territorial In DAGNINO Evelina T
170. 000 SOUZA 2005 2 Duas refer ncias importantes de investimento em pesquisas abrangentes s o Projeto de pesquisa Sociedade Civil e Espa os P blicos no Brasil parte do projeto internacional Civil Society and Governance desenvolvido em 22 pa ses sob coordena o do Intitute of Development Studies IDS da Universidade de Sussex Inglaterra financiado pela Funda o Ford DAGNINO 2002 p 7 Outro projeto foi Observat rio das Metr poles originou se no projeto Avalia o da Conjuntura Social e do Desempenho das Pol ticas P blicas na Regi o Metropolitana do Rio de Janeiro cujo objetivo era analisar as transforma es do quadro de car ncias e desigualdades sociais na RMRJ ao longo da d cada de 80 com base nos dados desagregados das PNADs e foi financiado pelo Banco Mundial Prefeitura do Rio de Janeiro Hoje re ne 200 pesquisadores de 51 institui es dos campos universit rio programas de p s gradua o governamental funda es estaduais e prefeitura e n o governamental sob a coordena o conjunta do IPPUR Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da FASE Federa o de rg os para Assist ncia Social e Educacional As Institui es reunidas hoje no Observat rio das Metr poles v m trabalhando de maneira sistem tica sobre 15 metr poles e uma aglomera o urbana Rio de Janeiro S o Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Curitiba Goi nia R
171. 002 p 146 212 A TI Confer ncia teve in cio em outubro de 2001 e finalizou em agosto de 2002 ficando a organiza o geral e coordena o t cnica a cargo da Secretaria da Coordena o Municipal de Pol tica Urbana e Ambiental Ao COMPUR couberam as defini es estruturais relativas programa o e defini o de calend rio escolha dos temas estabelecimento dos crit rios de participa o dos delegados e a proposi o das minutas de regimento apreciadas e aprovadas pela plen ria de delegados A explica o dada por Jos Ab lio Pereira em reuni o do COMPUR sobre o formato da II Confer ncia demonstra o importante papel da Secretaria de Regula o Urbana na estrutura o do evento e na sua operacionaliza o Explicou que ao longo das discuss es produzidas pelo COMPUR e pela SMRU foram surgindo novas diretrizes como resguardar o car ter processual da Confer ncia de forma a garantir que as defini es sejam efetivamente frutos de uma constru o coletiva partilhada pelas categorias e setores envolvidos propiciar a manifesta o dos diversos olhares e interesses presentes na constru o da cidade envolver no processo da Confer ncia as inst ncias de participa o que discutem temas ligados quest o urbana e constituir o sistema de gest o participativa que s o os Conselhos Mencionou ser importante destacar que a Confer ncia parte integrante da constru o de uma agenda urbana de Belo Horizonte a
172. 003 A presidente do IAB apresenta suas observa es como participante do processo em n vel local e estadual Muito desmobilizados Na verdade os movimentos populares que embasam as Confer ncias Nacionais eles pouco participam muito pouco Ent o o vi s da participa o dos movimentos populares uma participa o de bairro Ent o a gente meio que retrocedeu nisso tamb m Em vez de discutir uma pol tica urbana dentro dos preceitos da Reforma Urbana n s discutimos uma pol tica de bairro Mais para cumprir tabela Ali s a Confer ncia Estadual revoltante Eu sou conselheira estadual de cidades Revoltante Por exemplo voc est vendo essa quest o de investimentos pra Copa do Mundo a Nenhum foi pautado no Conselho de Cidades Pelo contr rio o Conselho foi dissolvido este ano N o ocorreu nenhuma reuni o do Conselho Estadual de Cidades Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico Os problemas apontados pela conselheira mostram a fragilidade da sociedade civil em se fazer presente na esfera p blica representada pelo Conselho das Cidades nos n veis de governo A incapacidade se mostra tanto pela dificuldade de lidar com os interesses coletivos como pela desmobiliza o das representa es civis ao aceitarem a descontinuidade na atua o dos 286 Conselhos em um momento de peculiar import ncia deles para a cidade e para o estado de Minas Gerais Em linhas gerais estudar o planejamento partic
173. 01 chama aten o para a correla o entre mercado e gest o p blica urbana Segundo ela o mercado imobili rio controla os investimentos p blicos urbanos fator determinante de valoriza o da cidade legal como espa o regulado rent vel De acordo com interpreta o de Cota e Mol 2008 a efic cia da legisla o urban stica no controle do processo de re estrutura o do espa o urbano envolve um jogo onde atuam o empreendedor o poder p blico e o cidad o Mas afirmam A produ o do espa o urbano est associada diretamente a o do setor imobili rio A produ o imobili ria aparece estritamente relacionada com os par metros da legisla o urban stica COTA MOL 2008 p 236 Como o COMPUR lida diretamente com a aplica o da legisla o com sua revis o e portanto monitora em termos normativos o funcionamento da cidade torna se um espa o p blico onde o setor empresarial especialmente voltado para o mercado imobili rio encontra abrigo para a tramita o de seus interesses Como o COMPUR tinha de opinar em milh es de mudan as na legisla o urban stica mudan a na legisla o urban stica se refere cidade formal ent o todos os setores informais da cidade ficam meio margem disso porque eles n o est o regulados Ent o uma grande parte do tempo do COMPUR era consumida com pleitos de interessados em mudar o zoneamento da quadra tal do lote tal etc Isso gerava um parecer e era uma discuss
174. 02 considerado um bom momento do COMPUR a 168 Ata da 37 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 19 04 2000 Grifos desta pesquisadora 168 an lise das atas demonstrou a continuidade dos debates sobre o papel do Conselho no planejamento urbano 4 3 A constru o de um projeto de cidade a capacidade do COMPUR de interferir na formula o das pol ticas urbanas A men o no t tulo sobre a constru o de um projeto de cidade merece detalhamento e como parte dele torna se importante dado o enfoque da pesquisa responder em que n vel o COMPUR parte desse projeto As percep es dos conselheiros expostas anteriormente relacionadas ao planejamento urbano em discuss es sobre o papel do COMPUR demonstram as concep es diferentes dos atores que interferem na constru o de um projeto de cidade Entende se que existe um projeto democr tico de cidade esbo ado para Belo Horizonte na Lei Org nica de 1990 Tal projeto foi implementado no mbito da gest o a partir de 1993 e corporificado como diretriz de planejamento urbano pela aprova o do Plano Diretor e Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo em 1996 Tais diretrizes diferente do que ocorre comumente nas cidades brasileiras n o se transformaram em letra morta s o aplicadas e revisadas quadrienalmente cabendo ao Conselho Municipal de Pol tica Urbana essa fun o Portanto o COMPUR tanto resultado do projeto de cidade como em fu
175. 1 uma imprecis o conceitual explicitada na excessiva abrang ncia no que se refere aos problemas que se pretendem solucionar com o instrumento ii o desconhecimento ou a nega o da diversidade dos munic pios brasileiros evidenciada no car ter de obrigatoriedade do plano iii a minimiza o da import ncia das caracter sticas e v cios culturais presentes na gest o da coisa p blica brasileira LEIT O 2006 p 321 A arquiteta completa suas observa es alertando para a falta de h bito de se planejar as cidades no Brasil com a participa o da sociedade prevalecendo uma forte cultura imediatista na exposi o de interesses e nas tomadas de decis o situa es agravadas pela descontinuidade administrativa que caracteriza a gest o da coisa p blica associada ao autoritarismo ainda presente nos governos municipais que muitas vezes desconsidera os planos elaborados seja pela via exclusivamente t cnica ou mesmo quando metodologias participativas s o aplicadas Pondera es sobre planos diretores s o feitas tamb m por Maricato 2000 quando a autora chama aten o para o fato desse instrumento normalmente existir desvinculado da gest o urbana Como estudiosa do tema ela afirma se deparar com discursos plenos de boas inten es mas desvinculados da pr tica V nas justificativas e conte dos dos documentos seja em planos ou projetos de leis urban sticas a presen a do que chama de plano discurso Nessa perspectiva
176. 46 Em nota apresentada no texto da disserta o a pesquisadora mostra que foram objeto de an lise pr via pelo COMPUR as leis que instituem opera es urbanas exceto a Lei n 9 058 05 a que define regras para a regulariza o fundi ria as que regulamentam as ADEs a que promove revis o geral do Plano Diretor e da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo conforme propostas da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana e a que estabelece regras para regulariza o de parcelamentos do solo e edifica es Deve se salientar que as altera es da hierarquiza o do sistema vi rio conforme determina o legal tamb m s o objeto de pr via an lise do COMPUR No entanto tais altera es v o sendo analisadas paulatinamente pelo Conselho a partir de demandas para depois serem contempladas em conjunto em um projeto de lei GARCIA 2008 p 148 141 As leis origin rias de projetos de lei submetidos an lise pr via do COMPUR perfazem um total de dez duas aprovadas na 13 legislatura sete na 14 legislatura e uma na atual Todas essas leis enquadram se no tema Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo importante observar que s o leis de grande complexidade t cnica cujo conte do tem impactos significativos na cidade e permitem portanto infer ncias a respeito do processo de democratiza o do espa o e de poss veis transforma es na l gica da produ o desse espa o Deve se destacar que na 13 e na 14 l
177. 5 x P Planejamento urbano precisa amadurecer 35 esse o t tulo de um breve artigo veiculado no momento de lan amento da III Confer ncia de Pol tica Urbana de Belo Horizonte Nele Costa 2009 comenta a realiza o das Confer ncias anteriores e salienta a import ncia do planejamento como processo gerador de uma pr tica cont nua de base t cnica e participativa A cidade n o para a din mica da vida urbana exige das administra es p blicas a capacidade de dimensionar e articular procedimentos de planejamento e de gest o que conciliem o atendimento de demandas imediatas com a es planejadas previstas dentro de metas e prazos um processo complexo uma vez que combina medidas imediatas necess rias ao atendimento das urgentes car ncias socioespaciais com a busca constante da consolida o de um processo de planejamento que incorpore a pesquisa e a vis o de longo prazo orientadas pelas necess rias mudan as sociais e estruturais 9 Colocar em pr tica a es de gest o e de planejamento em uma perspectiva democr tica pressup e a articula o entre legisla o urbana planejamento e participa o social coordenados tecnicamente de forma a se renovarem e se influenciarem mutuamente tendo como base fundamentos conceituais que garantam a implanta o e sustenta o de um projeto de cidade Os fundamentos da gest o e do planejamento democr ticos forjados na luta pela Reforma Urbana t m como base jur dica
178. 8 O desafio segundo Reis 2005 lidar com a combina o entre a efici ncia voltada para fins da burocracia e os princ pios da democracia que tendem exatamente a problematizar esses fins Na pr tica existem fins m ltiplos por vezes antag nicos dif ceis de serem conciliados e administrados Portanto a participa o democr tica recoloca o desafio da rela o entre democracia e burocracia Os impactos da participa o na gest o p blica modificam a rela o entre governantes e governados diminuem o espa o de imposi o do decisionismo e do voluntarismo governamental introduzem novas formas de controle social estimulam a descentraliza o das decis es fomentam parcerias dentro e fora do Estado e interferem nas defini es sobre reformas administrativas NOGUEIRA 2005 Uma reforma administrativa compat vel com uma gest o participativa n o pode seguir os passos do reformismo neoliberal que prevaleceu na Am rica L tica ao longo das ltimas d cadas do s culo XX De agir muito mais no plano das culturas organizacionais e na forma o de recursos humanos do que no plano da conten o de despesas ou da redu o do aparato estatal mais construtiva do que destrutiva incorpora tecnologias sem desfazer de pessoas busca agilidade e leveza sem perder de vista o m rito e o sentido forma em vez de capacitar profissionais re ne t cnica e pol tica D mais import ncia em suma criatividade e
179. 999 uma revis o comedida das leis c sis 200 5 1 1 O processo da I Confer ncia dentro do Conselho de Pol tica Urbana 206 5 2 A organiza o da II Confer ncia 2002 a cidade que somos e a cidade que queremos 210 5 2 1 Os investimentos na qualifica o dos delegados ie ereeereeceeaa 215 5 2 2 A atua o dos Grupos de Trabalho nas Pr Confer ncias Tem ticas e Regionais 220 5 2 3 Resultados da II Confer ncia debates e encaminhamentos iiis 234 5 2 4 Propostas de revis o da legisla o urban stica e ereeerranaas 243 5 3 A realiza o da III Confer ncia 2009 organiza o e peculiaridades 254 5 3 1 A presen a do Executivo e a posi o dos setores na III Confer ncia 258 5 3 2 Quest es debates e decis es O que passa pela Confer ncia e pelo COMPUR 262 5 3 3 A produ o do consenso na III Confer ncia tens es acordos e encaminhamentos 272 5 4 A rela o entre as Confer ncias de Pol tica Urbana e as Confer ncias da Cidade 281 CAP TULO 6 CONCLUS ES E CONSIDERA ES FINAIS ccccereenenseeeeserseaess 287 OL OnCINSOSS ion a ar caga cai adm coma o cad AAT EEG nn da darei 287 62 Considera es A S o Tasso g dona AD a pes Sp a 309 REFERENCIAS uncris nani ndalo Raio io a aa malannns 317 ANEXOS ia as ua E
180. ATAGIBA Luciana orgs Democracia sociedade civil e participa o Chapec Argos 2007 p 97 126 COPELLO Maria Mercedes Maldonado El processo de construcci n del sistema urban stico colombiano entre reforma urbana y ordenamiento territorial In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia Direito Urban stico estudos brasileiros e internacionais Belo Horizonte Del Rey 2006 p 25 58 COSTA Geraldo Magela Pr tica e ensino em planejamento urbano no Brasil da velha compreensividade multidisciplinar abordagem transdisciplinar In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 66 78 320 COSTA Helo sa COSTA Geraldo Magela Repensando a an lise e a pr xis urbana algumas contribui es da teoria do espa o e do pensamento ambiental In DINIZ Cl lio Campolina LEMOS Mauro Borges orgs Economia e Territ rio Belo Horizonte UFMG 2005 p 365 382 COSTA Helo sa Soares de Moura Habita o e produ o do espa o em Belo Horizonte In MONTE MOR Roberto Lu s de Belo Horizonte espa os e tempos em constru o Belo Horizonte CEDEPLAR 1994 p 51 77 COSTA Helo sa Soares de Moura org Novas periferias metropolitanas A expans o metropolitana de Belo Horizonte din mica e especificidades no eixo sul Belo Horizonte Editora C Arte 2006 COTA Daniela Abritta MOL Nat lia Ag
181. Aldo A disputa pela constru o democr tica na Am rica Latina S o Paulo Paz e Terra 2006 p 13 91 DAGNINO Evelina org Sociedade Civil e Espa os P blicos no Brasil S o Paulo Paz e Terra 2002 p 9 45 DAGNINO Evelina TATAGIBA Luciana orgs Democracia Sociedade Civil e Participa o Chapec SC Argos 2007 321 DURHAN Eunice Movimentos sociais a constru o da cidadania Novos Estudos Cebrap S o Paulo n 10 p 24 30 out 1984 DUTRA Ol vio Estatuto da Cidade Guia para implementa o pelos munic pios e cidad os 3 ed Bras lia Minist rio das Cidades 2005 p 13 14 EPAMINONDAS Let cia Maria Resende Legisla o urban stica e estrutura o do espa o em Belo Horizonte um estudo do Bairro Buritis In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 248 268 FARIA Cl udia Feres Democratizando a rela o entre poder p blico municipal e a sociedade civil o Or amento Participativo em Belo Horizonte 1996 175 f Disserta o Mestrado em Ci ncia Pol tica FAFICH Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 1996 FARIA Cl udia Feres O processo decis rio do Or amento Participativo no Rio Grande do Sul da delibera o p blica representa o pol tica In DAGNINO Evelina TATAGIBA Luciana orgs Democracia sociedade civil e participa o Chapec
182. Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais e presidente do IAB MG ANA CLARA TORRES RIBEIRO Soci loga professora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento Urbano do Conselho Latinoamericano de Ci ncias Sociais JOS MOREIRA DA SILVA Soci logo mestre em Sociologia pesquisador da Escola de Governo da Funda o Jo o Pinheiro e coordenador de pesquisa e p s gradua o da UNI Centro Newton de Paiva
183. CAMP p 13 42 2000 GUIDUCCI Roberto A cidade dos cidad os S o Paulo Brasiliense 1980 HALL Peter Cidades do amanh uma hist ria intelectual do planejamento urbano no s culo XX 3 ed S o Paulo Perspectiva 2007 HAM Christopher HILL Michael The Policy Process in the Modern Capitalist State Harvester Wheatsheaf Hemel Hempstead 1993 HEGEL G W A Filosofia do Direito S o Paulo Victor Civita 1974 HELLER Agnes Uma crise global da civiliza o os desafios futuros In HELLER Agnes et al A crise dos paradigmas em Ci ncias Sociais e os desafios para o s culo XXI Rio de Janeiro Contraponto 1999 p 13 32 JACOBS Jane Morte e vida de grandes cidades 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2000 LAGO Luciana Corr a do A din mica espacial em curso nas metr poles brasileiras algumas quest es para discuss o In COSTA Helo sa Soares de Moura org Novas periferias metropolitanas A expans o metropolitana em Belo Horizonte din mica e especificidades no Eixo Sul Belo Horizonte C Arte 2006 LAVALLE Adri n Gurza Sem Pena nem gl ria o debate da sociedade civil nos anos 1990 Novos Estudos CEBRAP S o Paulo n 66 p 91 110 2003 LEFEBVRE Henri A cidade do capital Rio de janeiro DP amp A 2001 LEFEBVRE Henri A Revolu o Urbana Belo Horizonte Editora UFMG 2004 LEFEBVRE Henri O direito cidade 4 ed S o Paulo Editora Documentos 2006 LEIT O L cia Remendo novo
184. Diretor que tamb m foi feito dentro de um processo de participa o da sociedade Ent o a sociedade estava esquentada para participar O COMPUR veio logo depois Ent o ele veio assim na esteira da aprova o do Plano Diretor e num momento em que o Plano Diretor ainda era assim meio incerto ele trazia diversas inova es demandava diversos aperfei oamentos Ent o foi um momento muito rico E o COMPUR tinha uma necessidade de se afirmar institucionalmente afirmar o seu espa o dentro da administra o ent o foi um per odo muito importante Eu acho que a administra o da poca ela deu for a pro COMPUR Ele tinha uma representa o acho que muito significativa os setores da sociedade estavam representados especialmente o setor empresarial pelos seus melhores quadros E ele 160 conseguiu apesar do car ter n o deliberadamente e sim consultivo que o COMPUR tem ele conseguiu se legitimar como um espa o de discuss o e um espa o respeitado dentro da administra o e dentro do planejamento urbano da cidade Acho que foi muito significativo Inclusive teve muito a ver com essas figuras com a Neuzinha e as pessoas que estavam participando na poca pelo car ter inovador da experi ncia e pelos temas que vieram pauta na poca que tinham a ver com a regulamenta o de alguns dispositivos do Plano Diretor e depois com a prepara o da I Confer ncia de Pol tica Urbana que era meio uma experi ncia nova Entrevista Mano
185. E E E CR ain Gia E aa adaga 331 EE 5 Us GRU RRR E E ERA RD GR AR RAR NR ARDOR 331 ANEXO EE I EEIEIE A SE OA TEE EEE EAE EE AEE o sasi so so EN 335 13 INTRODU O A participa o no planejamento urbano parte de um processo mais amplo de constru o da democracia entendida e experimentada para al m das regras e procedimentos n o apenas como f rmula institucional normativa mas como um avan o na consolida o de direitos fundamentalmente o de participa o e delibera o pr ticas novas e dif ceis de serem incorporadas na din mica pol tica da vida social A dificuldade de efetiva o das novas pr ticas pol ticas participativas se explica pela predomin ncia de um modelo de democracia liberal amplamente adotado nas sociedades capitalistas e aplicado com perdas substanciais na realidade sociopol tica latino americana O fato se explica em grande medida devido vig ncia longa e por vezes intermitente de regimes autorit rios no continente al m da predomin ncia de uma cultura pol tica que historicamente excluiu parcelas significativas das sociedades dos processos decis rios O caso brasileiro emblem tico Afora os vinte e um anos representados pela Ditadura Militar instaurada pelo golpe de 1964 a hist ria pol tica da Rep blica foi marcada por formas de centralismo e de autoritarismo destacando se a presen a militar na sua proclama o a formaliza o do modelo liberal elitista protagonizado pela vig nc
186. Faculdades Metodistas Integradas Izabela Hendrix Professor Adjunto III da Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gera Data da entrevista 16 06 08 333 Representa es do Setor Empresarial no COMPUR Helo sa Guimar es Vidigal Resende Formada em Medicina Conselheira titular pela C mara de Dirigentes Logistas de Belo Horizonte no mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 19 05 08 Jackson C mara Conselheiro titular pelo Sindicato da Constru o Civil SINDUSCON no mandato 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 19 05 08 Delegada do Setor Popular na III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Edn ia Aparecida de Souza Operadora de Caixa Delegada pela AMCOSD na III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte Data da entrevista 15 08 09 Delegados do Setor T cnico na III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Cl udia Pires Arquiteta Urbanista Presidente do IAB MG Data da entrevista 21 09 2010 J lio de Marco Arquiteto Urbanista representante da APLENA Associa o dos Engenheiros da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Data da entrevista 12 11 2009 Delegado do Setor Empresarial na III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Teodomiro Diniz Camargos Presidente do SINDUSCON MG Data da entrevista 16 11 2009 Profissionais membros das equipes dos governos Fl via Caldei
187. Ferreira SMPL fez a leitura da carta da Associa o dos Moradores do Bairro solicitando altera es no zoneamento local para outros mais restritivos e de preserva o A SMPL com apoio da SMAU e BHTRANS fez um breve estudo sobre a quest o que foi apresentado pela Arquiteta demonstrando o acelerado processo de ocupa o da rea refor ado inclusive pelo atual zoneamento tendo como principal consequ ncia o aumento do fluxo de ve culos e a sobrecarga do sistema vi rio de acesso regi o O conselheiro Maur cio Leite CMBH apresentou o parecer do Grupo de Trabalho referente ao assunto propondo a cria o de uma ADE com par metros mais restritos que os atuais A conselheira Val ria Braga SMAU esclareceu que o Buritis recebeu o zoneamento atual ZAP porque estava previsto que o IQVU ndice de qualidade de vida urbana subsidiaria uma monitoriza o permanente das condi es da rea e isto que est ocorrendo no momento Alertou que se n o houver uma interven o do poder p blico as condi es de vida no bairro se deteriorar o rapidamente Defendeu ainda a cria o de uma ADE e n o a altera o do zoneamento pois assim haver o acompanhamento constante da situa o O conselheiro Teodomiro Diniz Camargos SINDUSCON diz que a ADE a melhor solu o para encaminhar a quest o e que o poder p blico dever buscar resolver os problemas de acesso pois a rea adequada para a ocupa o e est ainda parcialm
188. HMIDT Ben cio Viero A politiza o do espa o urbano no Brasil Revista Espa o amp Debates N cleo de Estudos Regionais e Urbanos NERU S o Paulo v 1 n 5 p 45 67 1982 SEMERARO Giovanni Gramsci e a sociedade civil Cultura e Educa o para a Democracia Petr polis Vozes 2001 SILVA Carla Almeida Os F runs Tem ticos da Sociedade Civil um estudo sobre o F rum Nacional de Reforma Urbana In DAGNINO Evelina org Sociedade Civil e Espa os P blicos no Brasil S o Paulo Paz e Terra 2002 p 143 185 SOMARRIBA Maria das Merc s DULCE Ot vio A democratiza o do poder local e seus dilemas a din mica atual da participa o popular em Belo Horizonte In DINIZ Eli AZEVEDO Sergio de orgs Reforma do Estado e Democracia no Brasil Bras lia Editora Universidade de Bras lia 1997 SOMARRIBA Maria das Merc s VALADARES Maria Gezica AFONSO Mariza Rezende Lutas Urbanas em Belo Horizonte Petr polis Vozes 1984 SOUZA Marcelo Lopes de RODRIGUES Glauco Bruce Planejamento urbano e ativismos sociais S o Paulo UNESP 2004 SOUZA Marcelo Lopes de Mudar a cidade uma introdu o cr tica ao planejamento e gest o urbanos 3 ed Rio de janeiro Bertrand Brasil 2008 SOUZA Marcelo Lopes de ABC do desenvolvimento urbano 2 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2005 TATAGIBA Luciana Os Conselhos Gestores e a Democratiza o das pol ticas p blicas no Brasil In DAGNINO
189. Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 10 07 08 Raimundo Machado Filho Formado em Gest o Publica e Direito Administrativo Conselheiro titular pela Associa o dos Moradores do Conjunto Santos Dumont AMCOSD no mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 07 04 08 Representa es do Setor T cnico no COMPUR Helo sa Soares de Moura Costa Arquiteta Urbanista Conselheira titular pela UFMG no mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Professora Associada do Departamento de Geografia e do Programa de P s gradua o em Geografia do Instituto de Geoci ncias da UFMG Data da entrevista 17 06 08 Jupira Gomes de Mendon a Arquiteta Urbanista Conselheira titular pela UFMG no mandato de 1997 1999 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Professora Adjunta da Escola de Arquitetura da UFMG Departamento de Urbanismo e N cleo de P s gradua o em Arquitetura e Urbanismo Pesquisadora do Observat rio das Metr poles Instituto de Mil nio CNPQ Data da entrevista 10 02 08 Manoel Teixeira Azevedo Junior Arquiteto Urbanista Conselheiro titular pelo IAB do mandato de 1997 1999 ao mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro 1974 e mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro 1979 Professor da
190. O aprendizado come ou nas negocia es entre as organiza es civis para defini o dos delegados Foi poss vel constatar nesse est gio a pronta capacidade de mobiliza o e de decis o dos empres rios a falta de coes o do setor t cnico e a amplia o da disputa pelas vagas entre os populares Parece ter sido nessa Confer ncia que o setor popular se deu conta da exist ncia do COMPUR entendendo melhor suas fun es e sua constitui o Foi tamb m nas etapas da Confer ncia que o setor popular apreendeu a dimens o t cnica e pol tica do evento e conseguiu perceber mais claramente que existem outros conselhos na cidade envolvidos com as quest es urbanas espa os onde o setor popular n o atua mais proximamente Esse entendimento das 23 Na escolha dos delegados a for a demonstrada pela chapa sustentada nas CONFOR A Comiss o de Fiscaliza o das Obras aprovadas pelo Or amento Participativo comprova a influ ncia das organiza es em torno dos OPs para outras esferas decis rias relativas ao desenvolvimento urbano 260 dimens es da pol tica urbana e do planejamento a ela associado parte do clima propiciado pela Confer ncia e pode se reverter p s Confer ncia em posturas pol ticas mais amadurecidas desse setor diante dos espa os de decis o e de consulta institu dos para o monitoramento das quest es urbanas de Belo Horizonte Os coment rios feitos pela l der comunit ria e tamb m pelo represen
191. Os delegados podiam referendar as propostas do Executivo alter las ou apresentar novas propostas devendo ser elaborada justificativa principalmente para as op es de altera o e substitui o 266 Os grupos com maior incid ncia de altera es foram os que trataram dos temas instrumentos de pol tica urbana zoneamento e par metros urban sticos Importante salientar que ocorreram pol micas e debates na abordagem de todos os temas Na discuss o sobre os instrumentos urban sticos a inclus o do Direito de Preemp o na revis o da lei chegou a ser questionada pelo setor empresarial que considerava sua inclus o desnecess ria pela exist ncia de outros instrumentos suficientes Dentre outras quest es importantes avaliadas foi sugerido que o COMPUR fosse consultado sobre a aprova o das Opera es Urbanas Consorciadas Houve debate sobre a aplica o do instrumento Parcelamento Edifica o e Utiliza o Compuls rios tendo sido significativa a defesa de sua aplica o em todas as reas da cidade Nas plen rias finais tamb m se observou a atua o diferenciada dos setores com destaque para os empres rios na apresenta o de propostas de altera o mantendo se a l gica das interven es ocorridas nos GTs no que se refere aos temas de interesse Os empres rios se manifestaram mais nas revis es da lei voltadas para os instrumentos de pol tica urbana par metros urban sticos e zoneamento parcelamento e regulariza
192. PUR a emiss o de parecer Atribui es do COMPUR no que diz respeito a casos omissos inciso VI do art 80 da Lei 7165 96 opinar sobre os casos omissos desta Lei e da de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo indicando solu es para ele Os casos omissos s o aqueles n o tratados pela Lei considerada aqui no seu conjunto para assessorar o COMPUR na aprecia o dos casos omissos torna se importante a orienta o de um t cnico S ntese da Discuss o a conselheira M nica Bed SMPL informou aos conselheiros que dever ser contratada uma consultoria jur dica para acompanhar os trabalhos do COMPUR At essa contrata o haver uma procuradora como refer ncia para o Conselho na Procuradoria Geral do Munic pio Grifos desta pesquisadora O Conselho levou um tempo para se situar em sua fun o burocr tico t cnica e concomitantemente voltou se para a defini o de estrat gias de fortalecimento de sua presen a frente sociedade e ao governo Nos trechos das atas expostos abaixo constam esclarecimentos feitos aos conselheiros pelo representante do Grupo de Trabalho sobre o Papel do COMPUR destacando se nesse esfor o de autoavalia o a interfer ncia da Secretaria Municipal de Regula o Urbana O conselheiro Jos Ab lio Belo SMRU fez pequena exposi o sobre o andamento dos grupos de trabalho do COMPUR detendo se no grupo denominado Papel do COMPUR 16l O Grupo de Trabalho criado em 1997 era composto d
193. R E o terceiro momento acho que depois da II Confer ncia Esse segundo momento culminou na aprova o das propostas essa depura o das propostas da Confer ncia que tamb m deu trabalho e depois entrou mais assim se que a gente pode falar que houve um decl nio que houve uma inflex o eu acho que foi depois da II Confer ncia Eu acho que teve um jogo mais pesado assim do Executivo com rela o ao COMPUR de conduzir mais o que estava passando pelo COMPUR Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo Ent o eu acho que teve uma atua o muito grande nas primeiras gest es muito em fun o de discutir a legisla o alter la ou modific la A as Confer ncias fizeram muito isso Uma I Confer ncia que fez uma discuss o da lei em si prop s altera es e o COMPUR se debru ou em cima daquilo durante muito tempo Depois em 2001 uma outra Confer ncia que foi muito discutida na cidade Ent o essa atua o foi muito forte Hoje eu acho que o Conselho est assim muito consensual vamos assim dizer N o sei se a palavra consensual Entrevista Maria Cristina Fonseca Magalh es Representante Governo Olha eu acho que o COMPUR teve um in cio muito significativo Primeiro que era uma experi ncia inovadora de participa o comunit ria e participa o no planejamento mais global da cidade e era um momento tamb m especial porque era um momento em que estava rec m aprovado o Plano
194. Refer ncia para elabora o dos Estudos de Impacto Ambiental MAZZINI Ana Luiza Dolabela de Dicion rio educativo de temos ambientais local de publica o editora ano 183 devem ser objeto de estudo que contemple uma avalia o global de cada regi o Enfatizou que n o se tem not cia de proposta de altera o de zoneamento pautada em estudos globais dessas reas Assim concluiu se que neste caso e em todos os casos de altera o de zoneamento a partir de agora antes de serem submetidos ao COMPUR passem por uma avalia o t cnica da SMRU em que se contemple de forma global a regi o objeto de altera o de zoneamento Grifos desta pesquisadora A arquiteta Maria Auxiliadora explicou que esse trabalho de revis o da classifica o de usos foi desenvolvido em atendimento a algumas diretrizes da II Confer ncia de Pol tica Urbana e tamb m a uma solicita o anterior do pr prio COMPUR Em seguida listou os pressupostos assumidos pelo grupo de trabalho para revis o dos crit rios de uso as altera es devem respeitar e refor ar a diretriz de flexibiliza o tendo em vista o desenvolvimento econ mico do Munic pio e a viabiliza o de novas centralidades a classifica o dos usos precisa ser aprimorada para que a aplica o do crit rio de localiza o atenda flexibiliza o preconizada no Plano Diretor Grifos desta pesquisadora A vice presidente Gina Rende colocou em aprecia o a propost
195. S 2003 p 14 Embora a proposta do Plano Diretor BH 2010 tenha sido objeto de muitas cr ticas n o se pode desprezar o papel que desempenhou na evolu o do planejamento municipal ao marcar o rein cio do investimento do poder p blico no planejamento urbano de Belo Horizonte processo que havia sido interrompido desde 1976 quando foi promulgada a primeira Lei de Uso e Ocupa o do Solo FREITAS 1996 3 2 4 Cruzando os Planos aspectos da an lise dos documentos Os documentos produzidos em 1984 e 1990 n o foram oficializados como planos diretores de Belo Horizonte Foram iniciativas das administra es no sentido de formular propostas de planejamento que n o se efetivaram em lei Representam pelos estudos desenvolvidos e organiza o t cnica de equipes profissionais tentativas de formaliza o do planejamento urbano que antecederam o Plano Diretor de 1996 A import ncia das propostas est no legado de um saber t cnico e pela demonstra o de como em Belo Horizonte existe uma pr tica hist rica de planejamento da cidade A ideia neste t pico de cruzar os planos analisar o que representam estes antecedentes do Plano Diretor de 1996 em termos da rela o e das diferen as entre os dois documentos A defesa de pactos entre Estado e segmentos da sociedade apresentada no Plano de 1984 reaparece como solidariedade no Plano de 1990 Chama aten o o fato de os dois documentos apresentarem propostas de estabelecimento de p
196. Setor Empresarial Grifos desta pesquisadora N s come amos ali na II Confer ncia e abandonamos a Confer ncia Depois o Executivo falou Ah mas voc s abandonaram tudo Mas eu falei A forma como ela feita uma perda de tempo Voc precisa colocar num lugar enorme com n o sei quantas pessoas numa mesa todos os representantes onde voc n o consegue nem falar que todo mundo j acha que os empres rios n o sei o qu E j grita ent o vira um circo e em um circo ningu m vai querer participar Ent o a forma como ela feita eu acho errado Entrevista Jackson C mara Representante Setor Empresarial Grifos desta pesquisadora Ao avaliar o epis dio uma representante do setor popular delegada presente nas tr s Confer ncias apresenta sua interpreta o da retirada do setor empresarial lamentando a incapacidade de negocia o entre os setores na poca da II Confer ncia e a perda de todo o trabalho desenvolvido Ela tem clareza da estrat gia usada pelos empres rios de atuar em prol de seus interesses especialmente na C mara Municipal E os empres rios estavam l e assim se sentiram prejudicados e se retiraram da Confer ncia Acho que eles acharam que a coisa tava muito fechada as propostas estavam muito fechadas e a eles se retiraram da Confer ncia foram fazer uma articula o na C mara Ent o todos os nove meses de Confer ncia e de discuss o que n s tivemos n o valeu de nad
197. Setor T cnico Mesmo o setor t cnico se caracterizando por uma atua o mais especializada intelectual e politicamente engajada como foi exposto esse segmento n o foge regra geral das outras representa es ao se mostrarem deficientes na capacidade de fortalecer e envolver as entidades associa es e movimentos representados nas atividades do Conselho O setor popular A forma como se define a representa o e o car ter mais t cnico dos temas tratados no Conselho t m desfavorecido flagrantemente a participa o do setor popular Primeiro pela despropor o num rica do setor que ao se fazer representar por entidades na mesma propor o dos outros setores jamais alcan a o volume e a diversidade desse segmento na sociedade Segundo pela limita o de conhecimento de seus representantes em rela o aos conte dos 152 f Eae Regimento Interno Artigo 5 3 Constituem o setor popular as organiza es de moradores as entidades religiosas e as entidades de movimentos reivindicativos setoriais espec ficos vinculados quest o urbana 146 especializados debatidos na rotina do COMPUR Isso explica a pouca resson ncia do COMPUR para essa camada da sociedade que tem valorizado a participa o em outros Conselhos como o Conselho Municipal do Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Habita o Verifica se inclusive o desconhecimento do chamado setor popular sobre a atua o do COMPUR como ficou
198. Teixeira Junior Representante Setor T cnico Grifos desta pesquisadora Na I Confer ncia foram quatro meses de trabalho que exigiram atua o direta da administra o municipal na prepara o do material com informa es administrativas e de legisla o que subsidiaria as discuss es e delibera es dos grupos de trabalho tem ticos Os rg os do governo envolvidos elaboraram documentos de refer ncia chamados relat rios guia discutidos nos grupos de trabalho da Confer ncia e avaliados pelo COMPUR transformados a partir da em relat rios s ntese apreciados posteriormente nas Pr Confer ncias Setoriais e na plen ria final da Confer ncia Relato do trabalho feito pela Secretaria Executiva do COMPUR de leitura e sistematiza o dos relat rios dos Grupos de Trabalho Tem ticos GTT s Esse trabalho incluiu a separa o das propostas de altera o do Plano Diretor e Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo L P O U S das sugest es que n o fazem mudan as substanciais e levantamento das recomenda es ao Poder Executivo Foi feito ainda o levantamento de propostas pol micas e conflitantes com os interesses colocados na cidade e das propostas que colidem com o esp rito do Plano Diretor e da L P O U S A Secretaria Executiva realizou reuni es com os coordenadores dos GTT s com a inten o de fechar uma proposta mais unificada para as pr confer ncias O trecho recortado da ata do COMPUR mostra
199. UEST O METROPOLITANA 336 Ana Clara Torres Ribeiro Jos Moreira da Silva S rgio Ferrara Identifica o C LIO DE CASTRO M dico Prefeito de Belo Horizonte MURILO DE CAMPOS VALADARES Engenheiro civil e secret rio municipal de Coordena o da Pol tica Urbana e Ambiental de Belo Horizonte S RGIO FERRARA Advogado cientista social vereador e membro da Comiss o Permanente de Pol tica Urbana e Meio Ambiente da C mara Municipal de Belo Horizonte JOS AB LIO PEREIRA Arquiteto professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universit rio Izabela Hendrix e secret rio municipal de Regula o Urbana de Belo Horizonte DEPUTADO NILM RIO MIRANDA Jornalista e deputado federal LUIZ C SAR QUEIROZ RIBEIRO Graduado em Administra o P blica doutor em Planejamento Urbano professor titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do Observat rio de Pol ticas Urbanas e Gest o Municipal ROBERTO MESSIAS FRANCO Ge grafo doutor em Geografia e representante da Uni o Mundial de Natureza da Am rica do Sul FL VIA BRASIL Arquiteta especialista em Urbanismo professora da Escola de Governo da Funda o Jo o Pinheiro e coordenadora do N cleo de Pesquisa do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Metodista Izabela Hendrix IRACEMA GENEROSO BHERING Arquiteta mestre em Urbanismo e chefe do Departamento de Teoria e Urbanismo da Escola
200. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CI NCIAS HUMANAS M RCIA HELENA BATISTA CORR A DA COSTA PARTICIPA O DEMOCR TICA E PLANEJAMENTO URBANO o Conselho de Pol tica Urbana e as Confer ncias de Pol tica Urbana em Belo Horizonte Tese apresentada Comiss o de P s gradua o do Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos para obten o do t tulo de Doutor em Ci ncias Sociais na rea de concentra o de Transforma es Sociais e Pol ticas P blicas nas Sociedades Contempor neas Orientadora Evelina Dagnino Campinas 2011 ii FICHA CATALOGR FICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO IFCH UNICAMP Bibliotec ria Cec lia Maria Jorge Nicolau CRB n 3387 Costa M rcia Helena Batista Corr a da Participa o democr tica e planejamento urbano o Conselho de Pol tica Urbana e as Confer ncias de Pol tica Urbana em Belo Horizonte M rcia Helena Batista Corr a da Costa Campinas SP s n 2011 Orientador Evelina Dagnino Tese doutorado Universidade Estadual de Campinas Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas 1 Democracia 2 Planejamento urbano 3 Espa os p blicos 4 Cidadania I Dagnino Evelina 1945 II Universidade Estadual de Campinas Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas HI T tulo T tulo em ingl s Democratic participation and urban planning the Council for Urban Policy and U
201. Uso e Ocupa o do Solo LUOS que tinha entre suas atribui es regulamentar a distribui o das fun es urbanas TORRES 2003 p 42 94 municipais e pelo empobrecimento da administra o local decorrentes de uma pol tica PE 3 z 95 tribut ria altamente centralizadora dos recursos nas m os da uni o Por sua vez o Plano BH 2010 ao ser elaborado no in cio dos anos de 1990 amparou se nas novas bases constitucionais democr ticas do pa s Cabia aos munic pios ocupar o lugar da autonomia pol tica determinada pela Constitui o Federal aplicar os instrumentos urban sticos novos e adotar pr ticas democr tico participativas de gest o An lises feitas por pesquisadores informa es recolhidas em depoimentos de estudiosos da problem tica urbana que atuam em Belo Horizonte e a pr pria avalia o do Plano BH 2010 mostram como a conjuntura pol tica fronteiri a da poca marcada pela recente supera o do regime autorit rio e incipiente defini o dos marcos legais e institucionais da democracia interferiram nas vis es e nos encaminhamentos sobre o planejamento urbano As observa es feitas por Helo sa Costa pesquisadora do tema e profissional enfronhada na realidade do planejamento urbano de Belo Horizonte corroboram essa ideia No governo Azeredo prop e se o plano diretor chamado BH 2010 um plano h brido pois a concep o geral dele era ainda uma concep o bastante tradicional marcada
202. a o da nova ordem jur dico urban stica promulgada em 1988 tem gerado a redefini o das bases institucionais dos governos especialmente os municipais e das organiza es sociais que lidam diretamente com demandas e interesses de grupos e setores urbanos O cap tulo constitucional da pol tica urbana e o Estatuto da Cidade transformaram o planejamento urbano no instrumento determinante de ordenamento das cidades ao tornarem o plano diretor na matriz do desenvolvimento urbano do munic pio SANTOS JUNIOR 2008 p 145 Ao mesmo tempo foi necess rio montar uma estrutura institucional adequada e articulada em cada esfera de governo respons vel por estabelecer as diretrizes e as orienta es necess rias aplica o do novo marco regulat rio proposto para o funcionamento democr tico das cidades A cria o do Minist rio das Cidades e do Conselho Nacional das Cidades em 2003 juntamente com a realiza o bienal das Confer ncias das Cidades representam iniciativas importantes no sentido da busca pela consolida o das bases institucionais e de constru o de novo comportamento pol tico na gest o e no planejamento das cidades De acordo com Santos Junior 2008 as referidas estruturas criadas t m contribu do para a formula o de diagn sticos em torno da gest o e produ o das cidades defendendo a a institucionaliza o da gest o democr tica b na municipaliza o da pol tica urbana c na regula o p blic
203. a o dos cadernos que subsidiaram as Pr Confer ncias Tem ticas e Regionais na compila o dos resultados e na transforma o deles em minuta de projeto de lei Os cadernos de textos foram preparados a partir de informa es e conte dos dispon veis nos rg os da administra o p blica e foram estruturados tendo por base os temas condi es ambientais crescimento urbano e inclus o distribui o de atividades e centros urbanos mobilidade transporte e tr nsito espa os p blicos e patrim nio cultural Nos Anais os cadernos s o apresentados como um guia de trabalho com o prop sito de estimular o debate e qualificar as discuss es O caderno um dos instrumentos da din mica das pr confer ncias tendo a finalidade de instigar e facilitar as discuss es em grupos Cada t pico cont m um pequeno texto seguido de quest es que servir o de refer ncia da discuss o al m da defini o de conceitos b sicos inseridos no tema e de informa es gerais importante esclarecer que o texto que abre cada t pico do caderno n o pretende ser uma refer ncia te rica acabada ou uma an lise especializada sobre o aspecto em discuss o tem por objetivo tecer algumas considera es colocar alguns pontos s vezes sem a conex o t cnica esperada e quest es para provocar o debate Afinal no contexto das pr confer ncias a palavra a 4 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 40
204. a o e atua no sentido de consolidar a participa o na gest o e no planejamento das cidades A defesa da participa o da sociedade na gest o das cidades tornou se tema transversal das Confer ncias da Cidade promovidas pelo Conselho Resolu es da I Confer ncia Nacional das Cidades outubro 2003 I Diretrizes da Pol tica Nacional de Desenvolvimento Urbano Estrutura Institucional Implementar a estrutura institucional p blica necess ria para efetiva o da pol tica urbana promovendo a participa o e a descentraliza o das decis es Participa o Social Promover a organiza o de um sistema de confer ncias conselhos em parcerias com usu rios setor produtivo organiza es sociais movimentos sociais e ONGs entidades profissionais acad micas e de pesquisa entidades sindicais operadores e concession rios de servi os p blicos e rg os governamentais para viabilizar a participa o social na defini o execu o acompanhamento e avalia o da pol tica urbana de forma continuada respeitando a autonomia e as especificidades dos movimentos e das entidades e combinando democracia representativa com democracia participativa A cria o de conselhos e a realiza o das confer ncias foram estimuladas nas esferas estadual e municipal Com o prop sito de construir uma pol tica nacional de desenvolvimento urbano a gest o participativa e a elabora o dos planos diretores participativos tornaram se diret
205. a Secretaria Municipal de Obras Civis Cria se portanto um rg o na administra o municipal respons vel pelas obras refor ando a dicotomia entre obras e planejamento A reestrutura o administrativa feita em 1989 aconteceu em um momento de supera o da fase de falta de autonomia dos munic pios e das capitais sedes das regi es metropolitanas O contexto foi marcado pelas diretrizes da Constitui o Federal e de elabora o da Lei Org nica Municipal de Belo Horizonte Essa reforma apresentava se como base institucional para a formula o do Plano Diretor da cidade apresentado ao Legislativo no ano de 1992 Na Lei n 5 562 de 1989 a finalidade da Secretaria de Planejamento era coordenar conjuntamente com as Administra es Regionais a Pol tica de Desenvolvimento do Munic pio estabelecendo planos programas informa es e projetos nas reas urban stica econ mico social or ament ria e de financiamentos Das compet ncias desse rg o fica estabelecida a fun o de coordenar as atividades de elabora o e de implementa o do Plano Diretor e do Plano de A o do Munic pio assim como da legisla o correspondente A Secretaria de Planejamento coordenaria tamb m juntamente com a Secretaria Municipal da Fazenda a elabora o do Or amento Anual e Plurianual de Investimentos e planejamento do sistema de informa es gerais do Munic pio Essa estrutura se manteve at a entrada em vigor da reforma administrativa def
206. a porque n o foi consenso n o foi costurado nem minimamente acertado Olha c cede um pouquinho pra ganhar ali e a gente construir uma coisa de consenso pra cidade ent o os empres rios se retiraram foram articular na C mara Os vereadores n o votaram n o votaram a lei e tudo que n s fizemos ficou perdido l nas gavetas da C mara de Vereadores Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular Grifos desta pesquisadora 236 Os empres rios chegaram a solicitar espa o no COMPUR para apresenta o das quest es que interfeririam no projeto de lei No momento em que o Conselho se preparava para fazer a vota o final dos resultados da II Confer ncia as representa es do setor em uma reuni o extraordin ria apresentaram um documento elaborado pelo Sindicato da Ind stria da Constru o Civil do qual constavam pondera es sobre as altera es da Lei de Parcelamento Ocupa o e 26 Uso do Solo aprovadas no evento O conselheiro Jackson C mara solicitou um adiamento da vota o das propostas justificando que o SINDUSCON e outras entidades representantes do setor empresarial estavam concluindo a an lise das mesmas e elaborando um documento com v rias simula es a ser conclu do em poucos dias acrescentou que esse documento seria encaminhado aos demais conselheiros e que seria significativo para subsidiar as decis es Justificou dizendo que v rias das propostas em an lise trazem restri e
207. a tomada de decis o participativa no mbito do planejamento urbano Objeto de investiga o desta pesquisa a estrutura participativa de planejamento urbano criada na capital mineira guarda um equil brio tenso entre os xitos alcan ados nesse campo e as dificuldades inerentes manuten o do projeto participativo frente aos apelos e for as que atuam na dire o do pragmatismo de resultados Ao longo da exposi o das caracter sticas do planejamento em Belo Horizonte um conjunto de fatores ser apresentado como inibidores dos avan os poss veis na experi ncia de gest o e de planejamento participativos adotados na cidade As contradi es perpassam as experi ncias porque a realidade se faz assim definida por m ltiplas determina es e no caso de Belo Horizonte envolve a grande contradi o entre ordem e desordem trabalhada por Topalov 1991 Segundo ele a cidade nasce moderna e planejada mas j portadora dos elementos que colocam em xeque a eficiente mensura o dos planos Ordem e desordem s o categorias constitutivas do processo de forma o da cidade de Belo Horizonte e da expans o urbana experimentada pela capital mineira em seus cento e quatorze anos de exist ncia uma cidade que j nasceu moderna planejada pela Comiss o Construtora da Nova Capital coordenada por Aar o Reis num projeto que concebia o desenvolvimento da cidade do centro para a periferia A ordem pensada para a zona urbana circunscrita pela Avenida
208. a Bacelar de Descentraliza o das pol ticas p blicas no Brasil um destaque para a descentraliza o das pol ticas de apoio Reforma Agr ria In SOUZA Aldemir do Vale MOUTINHO L cia Maria G es orgs Os desafios das pol ticas p blicas diante da crescente import ncia do poder local Recife Sapiento 2000 p 145 173 ARENDT Hannah A Condi o Humana Rio de Janeiro Forense Universit ria 1997 AVRITZER Leonardo Modelos de sociedade civil uma an lise da especificidade do caso brasileiro In AVRITZER Leonardo Coord Sociedade civil e democratiza o Belo Horizonte Del Rey 1994 AVRITZER Leonardo O Or amento Participativo as experi ncias de Porto Alegre e Belo Horizonte In DAGNINO Evelina org Sociedade civil e Espa os P blicos no Brasil S o Paulo Paz e Terra 2002 p 17 45 AVRITZER Leonardo O Or amento Participativo e a teoria democr tica um balan o cr tico In AVRITZER Leonardo NAVARRO Zander orgs A inova o democr tica no Brasil S o Paulo Cortez 2003 p 13 60 AVRITZER Leonardo Modelos de delibera o Democr tica uma an lise do Or amento Participativo no Brasil In SANTOS Boaventura AVRITZER Leonardo orgs Democratizar a Democracia Os Caminhos da Democracia Participativa 3 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2005 p 561 594 AZEVEDO S Planejamento Cidades e Democracia reflex es sobre o papel dos governos locais nos anos 90 In DINIZ
209. a Habitat e da Agenda 21 al m de conhecimentos mais espec ficos envolvendo terminologias e conceitos urban sticos 257 O curso preparat rio na III Confer ncia foi oferecido aos setores separadamente um para o setor t cnico e empresarial e outro para o popular organizados pela Secretaria de Pol tica Urbana Os cursos tornaram se espa os de forma o ou melhor de informa o breve Ao presenciar os trabalhos desenvolvidos nesses encontros foi poss vel verificar que funcionaram mais como lugar de exposi o de d vidas do que propriamente como possibilidade de aprendizado dos conte dos necess rios fundamenta o dos debates Os delegados usaram os encontros para fazerem articula es organizando listas de contatos marcando encontros e comentando sobre os resultados da II Confer ncia Na etapa seguinte as discuss es tem ticas desenvolvidas nos Grupos de Trabalho resultaram em documentos levados para a plen ria final Os conselheiros dos setores representados no COMPUR poderiam apresentar propostas aos Grupos de Trabalho desde que obedecessem aos prazos estipulados pelo Regimento Interno Nas Plen rias de Encerramento os delegados votariam os documentos tem ticos podendo I legitimar as propostas dos grupos de trabalho Il modificar as propostas que devem ser melhoradas II introduzir propostas substitutivas ou complementares s desenvolvidas a partir da conclus o dos Grupos de Trabalho Regimento Interno da
210. a ado o de um processo indireto de escolha dos prefeitos pela transfer ncia de servi os p blicos antes administrados diretamente pelas prefeituras para a compet ncia de empresas e outras inst ncias administrativas n o 82 municipais e pelo empobrecimento da administra o local decorrentes de uma pol tica Pi E e 68 tribut ria altamente centralizadora dos recursos nas m os da uni o Criadas por leis federais em 1973 as regi es metropolitanas foram concebidas no mbito de um projeto de desenvolvimento nacional devendo constituir se em unidades de planejamento MOURA 2008 No caso de Belo Horizonte foi criado o PLANBEL sem que tenha se efetivado a formula o de um planejamento integrado da regi o Essa defici ncia permaneceu uma vez que se verificou que as propostas de planos diretores analisadas n o contemplam de maneira consistente a articula o entre o planejamento da capital e o da regi o metropolitana 3 2 2 Novos Horizontes o Plano de A o de 1984 No Plano de A o de 1984 consta a afirma o de que naquele momento como parte das inten es do Plano definia se uma nova etapa do planejamento em Belo Horizonte tratada no documento como fase de revitaliza o do planejamento Esse prop sito foi demonstrado via Reforma Administrativa promovida em 1983 incumbida de criar as inst ncias respons veis pelo planejamento no Munic pio Propunha se a cria o da Secretaria Municipal de Planejame
211. a apoiadas nas avalia es e pareceres aprovados pelo COMPUR em fun o de passarem pelo Conselho demandas relativas aplica o e revis o da legisla o urban stica O aval da sociedade via Conselho representa para o Poder Executivo n o s o referendo atua o dos rg os especializados de governo como tamb m funciona no 312 Embora as fun es do COMPUR determinadas em lei e no regimento tenham sido tratadas no quarto cap tulo da tese consideramos importante destacar novamente que de acordo com o Regimento Interno o Conselho se manifestar atrav s de delibera o nas hip teses de casos omissos relativos Lei do Plano Diretor e da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo em recursos relativos a processos administrativos de casos decorrentes da aplica o dessas leis Sua atua o majoritariamente consultiva emitindo pareceres sobre assuntos submetidos sua considera o ou quando for necess ria sua aprecia o de alguma mat ria por for a das leis 295 sentido de amortecer tens es com os setores sociais que produzem consomem e ocupam a cidade no que se refere s pol ticas urbanas Acreditamos que o formato delineado e mantido para o Conselho apresenta se como o mais conveniente principalmente para o poder p blico por manter representa o que privilegia o Poder Executivo e sem autoridade deliberativa Fica expl cita a condi o imposta ao COMPUR ao tornar se a inst ncia respons vel por trat
212. a do Estado da ideia crescente de diminui o dos gastos p blicos associada defesa do Estado m nimo estando tamb m em conson ncia com processos de retomada e de fortalecimento da democracia Ao analisar o encontro dif cil entre poder local descentraliza o e democracia Nunes 1990 refere se ao n o lugar das unidades subnacionais no pensamento pol tico moderno tendo prevalecido a vis o do poder local como obst culo ao fortalecimento do Estado Na o No campo da teoria Levantamento feito pelo Minist rio das Cidades em 2006 mostrou que 64 dos munic pios pesquisados que deveriam cumprir a lei e elaborar planos diretores n o adotaram procedimentos participativos SANTOS JUNIOR 2008 p 142 61 pol tica a tend ncia foi de desconsidera o das importantes consequ ncias da necess ria territorializa o do poder pol tico Em termos pr ticos na avalia o de Nunes 1990 prevaleceu a despolitiza o dos poderes locais tendo os munic pios ocupado um lugar subordinado como n veis meramente administrativos Evidencia se uma conjun o de fatores no campo da descentraliza o pol tico administrativa aqueles comprometidos com a produtividade do Estado formatado em um modelo enxuto pr tico e administrativamente eficaz Por outra via ampliam se os apelos e as pr ticas democr ticas em defesa da municipaliza o e do fortalecimento pol tico das unidades subnacionais O caso brasileiro apresenta registros
213. a do solo urbano com base no princ pio da fun o social da propriedade imobili ria e d na invers o de prioridade no tocante pol tica de investimentos urbanos SANTOS JUNIOR 1995 apud SANTOS JUNIOR 2008 p 139 33 Foi criada em 2004 a Secretaria Nacional de Programas Urbanos vinculada ao Minist rio das Cidades que lan ou o Programa de Fortalecimento da Gest o Urbana para apoiar os munic pios na implementa o dos instrumentos do Estatuto da Cidade e na elabora o dos planos diretores A Resolu o n 15 do Conselho Nacional das Cidades definiu a realiza o de uma campanha nacional voltada para a formula o participativa dos planos diretores o plano diretor deveria expressar um pacto socioterritorial entre os diferentes interesses presentes nas cidades SANTOS JUNIOR 2008 p 141 38 Cymbalista 2007 explica que as resolu es emitidas pelo Conselho Nacional das Cidades estabelecem conte dos importantes confec o dos planos diretores tendo papel importante tamb m o Minist rio P blico como inst ncia garantidora das normas constitucionais inclusive aquelas que determinam o direito de participa o dos citadinos nos processos de planejamento urbano Embora reconhe a os avan os Cymbalista 2007 considera importante que se fa a uma reflex o cr tica sobre as conquistas alcan adas e aponta como um grande desafio a articula o da l gica de a o da reforma urbana com os atores as leis os p
214. a fala do presidente do COMPUR na 19 reuni o extraordin ria que justifica o ato do Executivo pautado nas dificuldades de rela o com o Legislativo e na garantia de ganhos para a cidade Encerra sua an lise afirmando Portanto houve uma vit ria da Confer ncia que teve boa parte das suas decis es consubstanciadas em uma lei no entanto n o se pode dizer o mesmo da democracia GARCIA 2008 p 150 Merece destaque a forma como foi aprovado o projeto de lei origin rio da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Ap s todo o esfor o democr tico empreendido pelo COMPUR na realiza o do evento chega se a um desfecho que parece contrariar todas as expectativas Os projetos de lei origin rios das delibera es dessa Confer ncia foram solenemente apresentados C mara Municipal pelo Poder Executivo como express o de uma nova fase do planejamento urbano No entanto em fevereiro de 2000 foram retirados de tramita o pelo Executivo O conte do de ambos acrescido de outras propostas deu origem a uma emenda que substituiu integralmente um outro projeto de lei que tramitava Tal emenda que originou a Lei n 8 137 00 promulgada em 21 de dezembro de 2000 nos instantes finais da 13 legislatura n o foi objeto de uma discuss o ampliada promovida pelo Legislativo GARCIA 2008 p 150 De fato ao analisar a Lei n 8 137 de 2000 constata se a incorpora o de grande parte das altera es propostas pela I Confer
215. a foi usado como par metro para as discuss es da primeira e segunda Confer ncia da Cidade de Belo Horizonte 283 A preocupa o com o alcance da fun o social da cidade focado nas interven es pela regulariza o fundi ria e nas garantias de investimento em habita o foi tema constante nas quatro Confer ncias da Cidade realizadas articulado com a preocupa o em avaliar e propor mecanismos de participa o setorizados nos processos de gest o urbana Incorpora o de pessoas que estejam em risco pessoal e ou social no universo de atendimento da pol tica nacional novo Amplia o das possibilidades de acesso informa o Garantia de monitoramento do poder p blico da aplica o dos recursos inclusive ap s contempla o dos benefici rios Discuss es sobre o uso do recurso de auto gest o como instrumento de produ o das moradias populares viabilizando a pr tica participativa e o comprometimento da comunidade estender para outras pol ticas setoriais Programa de Produ o de Moradia em Auto Gest o Estrat gias de atendimento demanda de reassentamento em novas unidades habitacionais e em unidades j constru das antecipa o e benef cio Integra o da pol tica urbana no territ rio pol tica fundi ria mobilidade e acessibilidade urbana habita o e saneamento e rela o entre os programas governamentais como PAC e Minha Casa Minha Vida e a pol tica de desenvolvimento urbano
216. a relativa Classifica o de Usos lembrando que a proposta resultado do trabalho de uma comiss o do COMPUR j havia sido pautada para aprecia o e que o conselheiro Jackson C mara havia pedido vistas Continua o da Discuss o O conselheiro Maur cio Leite comentou que a aprova o da tabela de usos uma forma de se flexibilizar Manifestou seu receio no sentido de que a PBH n o tenha condi es de manter uma fiscaliza o efetiva e de fazer a lei ser cumprida Argumentou que ao flexibilizar as reas tradicionalmente residenciais arrisca se deix las expostas instala o de uma gama muito grande de atividades Lembrou o projeto original do Plano Diretor que continha uma proposta de flexibiliza o sem listagem de atividades e que na poca houve um consenso de que seria mais prudente o retorno da listagem com a classifica o de atividades e o porte no sentido de preservar a cidade de permitir o aparelhamento de uma fiscaliza o inclusive preventiva e orientar os empreendedores para que trabalhem seus custos incorporando as medidas mitigadoras A vice presidente Gina Rende informou que a Prefeitura j est reformulando os procedimentos de licenciamento e de fiscaliza o estando prevista em todas as regionais a fiscaliza o preventiva al m da fiscaliza o rotineira A vice presidente Gina Rende passou para o ponto seguinte relativo proposta de altera o da Tabela de Medidas Mitigadoras A assess
217. a satisfa o caprichosa de impulsos moment neos etc GRAMSCI 1978 p 21 A passagem da satisfa o das necessidades ao comportamento tico pol tico envolve supera es e momentos cr ticos o entendimento de participar de uma concep o de mundo imposta a constru o de uma concep o pr pria e posteriormente a constru o compartilhada 2 O Grupo de Estudos sobre a Constru o Democr tica identifica sociedade civil recobrindo um amplo leque de experi ncias que v o desde as organiza es recreativas desportivas at as entidades filantr picas e assistenciais os diversos grupos de manifesta o cultural as organiza es empresariais as associa es de defesa dos direitos humanos de maneira geral incluindo as ONGs e os diferentes movimentos sociais Neste sentido a sociedade civil configura se como um amplo e diverso conjunto de experimenta es de organiza o pol tica que abriga diferentes objetivos e projetos GRUPO DE ESTUDOS SOBRE A CONSTRU O DEMOCR TICA 1998 1999 p 13 14 29 1 2 Democracia no lugar A transforma o da cidade em um direito A cidade na afirma o de Chouay 1999 desde sua origem apresenta se como o local onde ocorrem as trocas de bens de informa o e de afetos Representa mesmo com as transforma es impostas pela industrializa o a uni o indissoci vel do que os romanos chamavam de urbs como territ rio f sico e civitas express o da exist ncia de uma comunid
218. a sua aprova o na C mara Municipal Essa tend ncia p de 2 Jornal Estado de Minas 06 05 2009 21 Cr ticas expostas pela presidente do IAB MG no evento A Nova Lei de Uso e Ocupa o do Solo de Belo Horizonte que aconteceu no Audit rio da OAB MG em 09 de agosto de 2010 22 140 Reuni o Ordin ria do COMPUR realizada em 23 de abril de 2009 delibera sobre o Regimento Interno da HI Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Art 4 A SMURBE ser respons vel pelo apoio operacional e administrativo necess rio ao desenvolvimento dos trabalhos de organiza o da III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Par grafo nico Os trabalhos da Comiss o Organizadora da III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ser o assessorados pela Ger ncia Executiva do COMPUR GEXCO e pelo corpo t cnico da Ger ncia de Coordena o de Pol ticas de Planejamento Urbano GEPU 259 ser observada na an lise da documenta o nas observa es de campo e nas cr ticas expostas nos depoimentos dos representantes dos setores A formata o da III Confer ncia foi muito fechada o problema foi o formato Se a gente trouxe isto n s vamos discutir isto Voc n o pode discutir outra coisa Foi muito assim Se tivesse que se fazer uma proposta tinha que ser naquele assunto Acho que isso dirigiu muito Entrevista J lio de Marco Delegado Setor T cnico Eu estou falando isso porque os debates nem sempre s o aq
219. actos de remo es e reassentamentos 306 Resultados das Confer ncias Municipais da Cidade abordagem do tema habita o e regulariza o fundi ria 307 Resultados das Confer ncias Municipais da Cidade na abordagem do tema participa o e controle social 284 Os problemas de mobilidade transporte coletivo sistema vi rio e tr nsito s o destacados nos eventos evidenciando se a busca de alternativas para a redu o das tarifas aos usu rios e amplia o das possibilidades de participa o da popula o nas decis es sobre as interven es e servi os H um reconhecimento entre os participantes das Confer ncias de que em Belo Horizonte foi conquistado o direito de participa o da sociedade nas decis es sobre as quest es urbanas Em Belo Horizonte a participa o e o controle social na gest o dos servi os de transporte e tr nsito v m avan ando sistematicamente por meio das Comiss es Regionais de Transporte e Tr nsito e da Comiss o Municipal de Transporte e Tr nsito Al m disso em Belo Horizonte o Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Defici ncia se re ne mensalmente tendo uma coordenadoria que trata exclusivamente das quest es relativas a transporte Cria o do F rum da Mobilidade da rea central de BH com a participa o do poder p blico e entidades da sociedade civil Na rea ambiental convergem as preocupa es relativas educa o ambiental constatando se as limita es de a
220. actos para a constru o de uma cumplicidade n o se evidenciando em ambos o reconhecimento das diferen as dos conflitos de interesses e consequentemente dos projetos de cidade que envolve a pr tica do planejamento em especial o planejamento urbano Essa caracter stica pode ser atribu da ao momento pol tico de cada uma das propostas em um ambiente de transi o para a democracia Faltava na poca ou estava em est gio incipiente o entendimento da realidade como diversidade bem como a formula o clara de projetos pol ticos de sociedade e de cidade importantes elementos para o debate democr tico 92 Ambos os planos mencionam o compromisso com a participa o sem apresentarem com clareza os mecanismos de est mulo a serem aplicados predominando um car ter mais t cnico para o planejamento e a gest o No documento de 1984 defende se a moderniza o das estruturas da m quina p blica com vistas efici ncia O Projeto de Lei de 1988 resultado do Plano de A o elaborado em 1984 para os servi os p blicos prop e a descentraliza o e aperfei oamento da m quina administrativa atrav s de terceiriza o introdu o de inova es tecnol gicas e investimentos no corpo de pessoal FERREIRA 1999 p 98 Na proposta de 1990 demonstra se a disposi o de fazer do planejamento um catalizador do desenvolvimento econ mico Em ambos os documentos o alcance dos resultados previstos estava associado ao
221. ada parte da compreens o da democracia como comportamento portanto como manifesta o de tra os culturais atravessada pelas representa es e significa es constru das socialmente Dessa forma a democracia vista como pr tica social referenciada em valores apresentando se em grada es diferenciadas com avan os e recuos constru es e desconstru es compartilhadas estabelecida por meio de disputas enfim um exerc cio pol tico 1 1 O aprendizado pol tico na expans o da cultura democr tico participativa A racionalidade competitiva tem se mostrado como caracter stica de comportamento da sociedade As disputas individualizadas t m sacrificado enormemente a constru o da vontade coletiva e de princ pios compartilhados capazes de fortalecer o significado de p blico e consequentemente de bem comum Nogueira 2003 ao argumentar sobre como o conceito de 27 sociedade civil tem se difundido nesse contexto mostra que a realidade de um mundo interligado economicamente passa pela amplia o das redes de comunica o e de informa o Ao mesmo tempo em que se expande um novo individualismo ganha import ncia a atua o da sociedade civil e ocorre uma revaloriza o do p blico para al m das fun es e da atua o do Estado Talvez essa concomit ncia represente o paradoxo pol tico estrutural mais recente das democracias apresentando varia es de acordo com a solidez da sociedade civil em cada realidade
222. ade de cidad os que a habitam O sujeito da hist ria incontestavelmente a cidade LEFEBVRE 2001 49 O autor v a cidade como um sujeito coletivo que concentra o que faz uma sociedade A cidade um porto seguro para o viajante um ponto de conflu ncia um espa o protegido Essas caracter sticas est o associadas ao reverso pois a cidade tamb m o foco de difus o local de partida rea de lazer e de viol ncia Ou seja a cidade fluxo de informa o de com rcio e de rela es Tem papel social de juntar pessoas de diferentes interesses credos origens em torno de um elemento comum que viabiliza e estimula o desenvolvimento dessas rela es BARROS 2006 p 101 Segundo o ponto de vista deste artigo a cidade algo mais do que um amontoado de homens individuais e de conveni ncias sociais ruas edif cios luz el trica linhas de bonde telefones etc algo mais do que uma mera constela o de institui es e dispositivos administrativos tribunais hospitais escolas pol cia e funcion rios civis de v rios tipos Antes a cidade um estado de esp rito um corpo de costumes e tradi es e dos sentimentos e atitudes organizados inerentes a esses costumes e transmitidos por essa tradi o Em outras palavras a cidade n o meramente um mecanismo f sico e uma constru o artificial Est envolvida nos processos vitais das pessoas que a comp em um produto da natureza e particularmente da nat
223. ade estabelecida pela legisla o al m dos fundamentos que garantem a regulariza o da terra urbana e dos instrumentos de pol tica urbana presentes na Lei Federal Ruptura do conceito absoluto de direito de propriedade valorizando a fun o social num processo de mudan a de cultura Plano Diretor e o Estatuto da Cidade s o instrumentos positivos para o crescimento e inclus o da cidade Promulga o do Estatuto da Cidade enquanto instrumento para garantia da fun o social de propriedade Estatuto da Cidade como instrumento que favorece a regulariza o fundi ria Conquista de uma legisla o que busca a inclus o Estatuto da Cidade Lei de Parcelamento Uso e Ocupa o do Solo etc Consci ncia de que para ser cidad o pleno necess rio conquistar direitos j institu dos em lei e amplia o dos mesmos 21 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 22 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 226 IPTU progressivo previsto pelo Estatuto da Cidade Comparando os resultados das Pr Confer ncias Tem ticas e Regionais registrados nos Anais da II Confer ncia com dados produzidos pela pesquisa de campo verifica se o
224. ado PDP e os estudos que a subsidiaram foram utilizados como refer ncia para a elabora o do Plano BH 2010 O depoimento de uma das profissionais que atuou na equipe demonstra a tentativa de articula o entre as reas social e de estrutura o urbana 8 Trata se do governo do PMDB cujo prefeito S rgio Ferrara assume ap s o mandato finalizado de H lio Garcia 87 O primeiro Plano Diretor que eu participei foi o Plano Diretor do Desenvolvimento Integrado na d cada de 80 Apesar de a gente ter buscado uma articula o dentro da Prefeitura de todas as reas principalmente a social Mas n o deu muito jogo assim pra trabalhar junto N o avan ou muito a quest o da discuss o social e acabou ficando muito mais uma proposta de estrutura o urbana mais como uma grande lei de uso e ocupa o do solo uma defini o de reas de expans o potenciais de expans o E acabou que foi um plano que n o envolveu muita participa o e ficou pronto no final da administra o O que inviabilizou sua aprova o Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo A elabora o do Plano BH 2010 prosseguiu no governo do PSDB quando foi institu do o Conselho Consultivo do Plano Diretor composto por entidades representativas da comunidade A iniciativa nessa gest o envolveu mais rg os da administra o sem contudo conseguir estabelecer entre eles uma verdadeira integra o tendo sido
225. ado destinado a avaliar a qualidade de vida dos mun cipes Verificou se que o item n o foi detalhado na Lei n 9 959 10 O ideal seria a ado o do novo t tulo com o conte do da Lei n 77 165 96 Finalizando os destaques analisados na revis o das leis importante tratar do debate em torno da cria o de um Sistema de Gest o Urbana Participativa na III Confer ncia As discuss es aconteceram em torno de uma proposta defendida pelo setor t cnico pela cria o do Conselho da Cidade incorporando todas as estruturas setorializadas e fragmentadas que deliberam sobre as 305 Plano Diretor de Belo Horizonte Lei n 7165 de 1976 279 quest es urbanas no Munic pio Em outra proposta apresentada pelo setor popular foi defendida a altera o da estrutura dos Conselhos que lidam com as quest es urbanas adotando os par metros estabelecidos na II Confer ncia Nacional das Cidades A representa o nos Conselhos passaria a cumprir uma composi o de 40 do poder p blico e 60 da sociedade civil A proposta inclu a a cria o de um f rum interconselhos e uma secretaria executiva para articular as tem ticas habita o saneamento meio ambiente patrim nio hist rico e cultural pol ticas urbanas desenvolvimento econ mico O Sistema de Gest o Urbana Participativa teria um Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano gerido por um conselho gestor composto por representa es dos Conselhos A presidente do IAB comentou sobre
226. ado Na o In NOVAES Adauto org A crise do Estado Na o Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 326 NUNES Edison Poder local descentraliza o e democratiza o um encontro dif cil Revista de Sociologia e Pol tica S o Paulo v 10 n 3 p 32 39 jul set 1996 OLIVEIRA Francisco O Estado e o Urbano no Brasil Revista Espa o amp Debates n 6 p 36 54 1982 OS RIO Let cia Marques Direito Cidade como Direito Humano Coletivo In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia Direito Urban stico estudos brasileiros e internacionais Belo Horizonte Del Rey 2006 p 193 214 PAOLI Maria C lia Pinheiro Machado Movimentos Sociais e Democracia no Brasil S o Paulo Marco Zero 1995 PARK Robert Ezra A cidade sugest es para a investiga o do comportamento humano no meio urbano In VELHO Ot vio Guilherme org O fen meno urbano Rio de Janeiro Zahar 1967 p 29 72 PAULA Jo o Ant nio As cidades In BRAND O Carlos Ant nio Leite As cidades da cidade Belo Horizonte Editora UFMG 2006 p 35 53 PEREIRA Marcos Ab lio Gomes Modelos democr ticos participativos similitudes diferen as e desafios In DAGNINO Evelina TATAGIBA Luciana orgs Democracia Sociedade Civil e Participa o Chapec SC Argos 2007 PEREIRA Maria de Lourdes Dolabella Negocia es e Parcerias o desafio da gest o urbana democr tico participativa Revista Teoria e Sociedade Belo Horizonte
227. adurecimento da participa o democr tica no planejamento urbano Palavras chave Democracia planejamento urbano espa o p blico cidadania viii ABSTRACT CORR A DA COSTA M rcia Helena Batista Democratic Participation and Urban Planning the Council for Urban Policy and Urban Policy Conference in Belo Horizonte Campinas Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas UNICAMP 2011 337 f Tese Doutorado Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas UNICAMP 2011 The research briefly aims to understand the city as a right taking the participation in urban planning as an exercise able to solidify democratic decision making forums It seeks to analyze the impact of participatory planning on democracy and of democracy on planning The research focused on the political potential of spheres of participation taking the City Council for Urban Policy of Belo Horizonte and the City Urban Policy Conferences as a reference to understand urban planning as an instrument of participation and democratization of municipal management The study of the dynamic s participation in Belo Horizonte a city that is reference in the implementation of Participatory Budget in Brazil requires the evaluation of participatory planning in the city to show its suitability according Urban Reform In the analysis of the Municipal Council for Urban Policy we tried to understand the institutional set up its performance in the implementation and review of the
228. ais seria o detonador do processo de formata o do novo Plano Diretor Torres 2003 explica que tal procedimento n o significa que havia inten o de desenvolver um trabalho integrado A responsabilidade de elabora o do plano ficou a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e foi assumido por um pequeno grupo de t cnicos que utilizou estudos do PLAMBEL voltados para o Plano Diretor Metropolitano Assim como nas experi ncias anteriores relacionadas ao planejamento urbano no munic pio de Belo Horizonte tamb m esta proposta se v influenciada por uma abordagem racionalista de orienta o positivista calcada na dimens o f sico territorial dedicando a maior parte do seu corpo normatiza o de parcelamento uso e ocupa o do solo num n vel de detalhamento semelhante ao da Lei em vigor como vimos acima Outro ponto que denunciaria seu esp rito positivista seria a divis o do munic pio em Macro Unidades Diferenciadas de Planejamento conferindo lhes atribui es espec ficas para cada uma 16 ao todo indicando uma id ia de complementariedade funcional mas por outro lado demonstra os primeiros sinais de inten o de uma descentraliza o a partir da busca de uma auto sufici ncia de cada regi o TORRES 2003 p 45 O Plano de 1988 foi conclu do no final do governo S rgio Ferrara coordenado pelo ent o Secret rio Maurity Sieiro Neves Essa proposta representava o Plano de Desenvolvimento Integr
229. al as cidades funcionaram como sedes dos aparelhos ligados ao com rcio internacional suporte de uma economia agroexportadora e nelas se estabeleceram as estruturas burocr ticas necess rias administra o desse sistema Ao chamar aten o para o car ter dessa urbaniza o como centro do capital comercial o autor demonstra que o fen meno da urbaniza o na sociedade e na economia brasileira n o se deflagra apenas a partir da industrializa o como tendem a demonstrar estudos sobre a quest o Dessa forma Oliveira 1982 analisa a import ncia da passagem de um modelo de urbaniza o para outro A emerg ncia da urbaniza o decorrente da industrializa o representou o momento em que as cidades passaram a sediar n o s os aparelhos burocr ticos do Estado mas o novo aparelho produtivo representado pela ind stria condi o em que se amplia significativamente o ritmo da urbaniza o no pa s O autor explica que as cidades ao tornarem se com a industrializa o o centro do aparelho produtivo ganham mais pot ncia do que a pr pria industrializa o a industrializa o vai impor um padr o de urbaniza o que aparentemente em muitos graus em muitos pontos superior ao pr prio ritmo da industrializa o OLIVEIRA 1982 p 6 Industrializa o e urbaniza o est o associadas ideia de moderniza o traduzem concretamente a ado o de modelos de desenvolvimento Em sua abordagem cr tica a essa associa
230. al de valoriza o localiza o acesso infraestrutura e servi os urbanos Esse conjunto de fatores faz a produ o imobili ria relacionar se diretamente aos par metros da legisla o urban stica O empreendedor imobili rio direciona seu produto balizado nos limites da legisla o Em Belo Horizonte tem prevalecido a atua o de empresas do setor intervindo de acordo com as demandas de segmentos diferenciados de renda COTA MOL 2008 A cidade real consequ ncia da rela o que a legalidade urbana estabelece com o funcionamento concreto dos mercados imobili rios que atuam na cidade Entretanto ao definir formas permitidas e proibidas de produ o do espa o a legisla o define territ rios dentro e fora da lei CARLOS 1999 p 102 6 A ocupa o e uso do espa o urbano expressam uma forma de domina o a segrega o um mecanismo de domina o pol tica e de desigual apropria o dos recursos do espa o como produto do trabalho e como for a determinante da estrutura o intra urbana VILA A 1999 p 235 78 As formas de express o das contradi es na produ o e no consumo do solo urbano s o m ltiplas tanto quanto as formas de organiza o da sociedade civil Na avalia o de Rodrigues 1999 todas essas manifesta es precisam ser incorporadas ao cen rio da participa o cotidiana da cidade e reconhecidas como importante express o societ ria ou seja a ocupa o e os usos bem
231. amento maior da cidade devido ao mapeamento feito das condi es urbanas que interfere nas indica es de interven o relevantes para o conjunto Esse procedimento garante a integra o entre prop sitos t cnicos e o atendimento das demandas dos moradores evitando a transforma o do instrumento participativo em um procedimento pol tico sem planejamento A experi ncia do Or amento Participativo foi agregando reformula es metodol gicas altera es nas inst ncias decis rias e ajustamentos nos formatos de diagn stico Um instrumento de planejamento importante adotado no Munic pio e incorporado aos processos do OP foi o IQVU ndice de Qualidade de Vida Urbana 2 usado para balizar a distribui o dos recursos entre as regi es 131 Ao referir se ao planejamento para a vitalidade Jacobs afirma Os respons veis pelo planejamento que definem medidas precisam saber o que est o fazendo devem ter a respeito n o um conhecimento generalizado mas um conhecimento detalhado sobre os lugares espec ficos e nicos da cidade com os quais est o lidando JACOBS 2000 p 456 132 Maria In s Pedrosa Nahas respons vel pela cria o do instrumento assim descreve a import ncia do IQVU Na elabora o do mapa da exclus o social de Belo Horizonte partiu se do princ pio de que exclus o social o processo que impossibilita parte da popula o de partilhar dos bens e recursos oferecidos pela sociedade conduzindo priva
232. amentos feitos pela administra o sem o amadurecimento devido no Conselho ao mesmo tempo em que demonstra a import ncia dessa esfera como espa o dial gico de publiciza o das diferentes concep es de cidade expostas nos discursos e nas propostas de a es Esses momentos de confronto mais diretos entre setores civis e as representa es de governo desencadearam importantes mobiliza es internas no COMPUR no sentido de levar os conselheiros a uma reflex o sobre o papel do Conselho e principalmente sobre o planejamento urbano em Belo Horizonte Resgatando os conte dos das reuni es desse per odo verificou se que o debate sobre a Pra a da Liberdade feito na 56 Reuni o Ordin ria resultou em uma reuni o extraordin ria para a tomada de decis es sobre o tema inclusive sobre as medidas de prote o patrimonial necess rias Mas o resultado mais relevante do debate foi o est mulo dado ao aprofundamento das discuss es conceituais e pol ticas sobre o planejamento urbano na cidade discuss es feitas na 58 Reuni o Ordin ria e analisadas anteriormente neste cap tulo 1 Ata da 56 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 17 01 2002 Grifos desta pesquisadora 186 Nas atas a partir do ano de 2003 as demandas mais espec ficas s o tratadas separadamente das quest es consideradas mais amplas estabelecendo se um espa o de discuss o denominado Apresenta o e debate de temas afetos a pol tica
233. an lise desta Lei suas reformula es e aspetos de sua aplica o bem como as condi es de funcionamento do Conselho de Pol tica Urbana ser o tratados no decorrer do estudo nos cap tulos subsegiientes 48 A sua composi o de 16 membros efetivos e respectivos suplentes n o parit ria dividindo se em tr s segmentos principais quais sejam o Executivo com 8 representantes o Legislativo com 2 e a sociedade civil com 6 representantes esses distribu dos de 2 em 2 entre os setores t cnico popular e empresarial PEREIRA 2004 p 7 O COMPUR apenas deliberativo na hip tese prevista no inciso VII de seu regimento interno Inciso VII deliberar em n vel de recurso nos processos administrativos de casos decorrentes da aplica o da Lei do Plano Diretor ou da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo Nas hip teses previstas nos incisos III e IV as decis es do COMPUR apenas t m validade ap s avalia o da C mara Municipal sendo transformadas em Lei 53 concretamente os prop sitos da chamada Gest o Integrada 0 O Conselho representa um campo de for as pol ticas em que interesses diferenciados de setores e atores sociais orienta es t cnico administrativas e as articula es entre os poderes constitutivos do Estado se manifestam e interferem na din mica da cidade O Conselho Municipal de Pol tica Urbana foi criado para propor e atuar de forma ampla no mbito do planejamento e das pol ticas urbana
234. an stica e sociol gica que se centrava basicamente no reordenamento f sico do espa o urbano A preocupa o central era a extens o do tecido urbano e sua expans o detectando dois problemas o fato de 47 da popula o de Belo Horizonte viver em condi es suburbanas e a exist ncia de grande volume de lotes vagos capazes de abrigar 2 5 vezes a popula o da cidade O estudo mediu os n veis coletivos de vida objetivando revelar de forma quantitativa aspectos qualitativos dos diferentes bairros e mesmo n o tendo sido aprovado amp Avalia es sobre a dessintonia entre planejamento e obras foram expostas no Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 60 81 e aplicado o Plano Diretor proposto pela SAGMACS apresentou diretrizes importantes para o planejamento urbano que reaparecem nas iniciativas posteriores assumidas pelos governos municipais FREITAS 1996 p 50 Na sequ ncia de iniciativas voltadas para o planejamento de Belo Horizonte Novos Horizontes foi o t tulo do Semin rio Planejamento Hoje BH Novos Horizontes realizado em 1984 na poca de elabora o do Plano de A o que tinha como prop sito promover a moderniza o administrativa de Belo Horizonte Posteriormente o Plano BH 2010 foi uma iniciativa de diagnosticar e apresentar diretrizes mestras para o desenvolvimento urbano da capital no in cio dos anos de 1990 com vistas a definir os rumos da cidade para o s culo XXI
235. ancorou se no uso de fontes orais tendo sido realizadas vinte e quatro entrevistas no formato aberto englobando como informantes profissionais especializados dos governos das institui es de ensino superior al m de vereadores e lideran as tanto de organiza es civis populares como de entidades privadas ligadas economia local destacando se com rcio e constru o civil O crit rio definido para a escolha dos entrevistados foi a atua o deles como conselheiros no mandato de 2005 2007 devido ao fato de parte significativa dos representantes dessa fase possuir uma vis o mais ampla da atua o do Conselho por conhecerem o processo desde a sua institucionaliza o em 1997 Foram entrevistados todos os representantes que comp em o Conselho de Pol tica Urbana os conselheiros dos setores popular t cnico e empresarial incluindo representa es do Executivo e do Legislativo A realiza o da III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana em 2009 colocou em cena novos sujeitos tornando se importante para a investiga o a amplia o das entrevistas Em uma segunda etapa do levantamento oral foram selecionados como informantes os delegados dos setores popular t cnico e empresarial tendo sido escolhido um representante mais atuante de cada setor Com o intuito de aprofundar o entendimento do processo essas lideran as foram procuradas ap s a aprova o da Lei 9959 2010 para apresentarem suas impress es sobre os encaminhamento
236. ando mas na verdade s o as mesmas pessoas em tudo Quem participa aqui da Comiss o Regional do Transporte e Tr nsito participa dos conselhos participa do Conselho de Sa de do de moradia S o as mesmas pessoas que mais ou menos se profissionalizaram nisso Muitas vezes tem sal rios por tr s de vereadores de alguma coisa assim e no m nimo ganham status de estar participando dessas coisas todas subir como representa o N o sei se ruim tem muita gente s ria que eu admiro Senhoras de 80 anos que em vez de estar ali quietinhas na vida delas est o ali disputando para levar melhoria para a comunidade delas Em geral eles disputam melhorias para as comunidades deles Cada um tenta mexer na linha de nibus Mas uma coisa assim que meio profissionalizou As pessoas s o as mesmas em todo lugar E qual o reflexo disso Como ser realmente algo participativo Entrevista Jussara Bellavinha Representante Governo Existe esse mundo da participa o cidad A gente conhece at quando voc vai a qualquer reuni o da cidade ou em n vel de Estado at interessante Porque voc chega e j conversa Existe um mundinho especial participativo No setor empresarial logo quando eu entrei no come o eu n o conhecia Hoje eu vou e me sinto confort vel porque conhe o algumas lideran as do setor popular do setor da Prefeitura Voc acaba conhecendo porque s o os mesmos Entrevista Helo sa Guimar es Vidigal Resende
237. aniza es sociais no acompanhamento dos resultados aprovados As Confer ncias cumprem um papel importante de dar visibilidade ao COMPUR colocando o em contato mais pr ximo com a sociedade que por meio delas tem condi es de atuar nos processos de planejamento da cidade No pr prio Conselho h o entendimento desse significado das Confer ncias como demonstra a abordagem dessa quest o feita na 7 reuni o ordin ria abaixo transcrita Maur cio Leite CMI esclareceu que a Confer ncia deve atender a um duplo objetivo 1 sua realiza o um item previsto em lei 2 h a necessidade de o Conselho expor se sociedade estreitando rela es com o Poder Legislativo com o pr prio Poder Executivo e com a sociedade como um todo Nos depoimentos de um conselheiro e de uma delegada participantes da II Confer ncia ambos representantes do setor popular as duas lideran as refor am essa ideia do papel publicizador dessa esfera participativa Eu conheci melhor o COMPUR por ocasi o da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana em 2002 Essa Confer ncia durou nove meses e n s tivemos no setor popular uma a o espetacular Foi quando os setores da sociedade civil integrantes de todas as regionais e as associa es etc participaram apresentaram propostas Desde o inicio da administra o de Patrus Anan as quando ent o iniciou em Belo Horizonte um processo mais aberto de participa o popular or amento partic
238. aniza o e administra o de patrim nio imobili rio do Poder P blico Municipal e de reas classificadas como ZEIS 1 V atividades de coopera o em n vel t cnico e de execu o com a Administra o Direta do Executivo mantidos os demais objetivos legais e estatut rios 114 A Funda o Zoobot nica e a Funda o de Parques mantiveram se vinculadas at a separa o da Secretaria de Meio Ambiente pela lei de 2009 114 compet ncias importante porque exp e na Lei de Reestrutura o Organizacional da Prefeitura diretriz estabelecida no Plano Diretor e voltada para a elabora o de planos diretores regionais Ha A Secretaria de Pol tica Urbana ao encampar os rg os setoriais das pol ticas urbanas passou tamb m a dar suporte t cnico e administrativo aos Conselhos Municipais s de cada rea englobando habita o saneamento transporte e pol tica urbana A descentraliza o administrativa Devido dimens o e complexidade da gest o e do planejamento da capital foram institucionalizadas as administra es regionais A cidade foi dividida em nove regi es administrativas que sofreram altera es de finalidade e compet ncias medida que as reformas administrativas foram se oficializando Nas Leis n 5 562 1989 e n 6 352 1993 as administra es regionais aparecem como rg os descentralizados dentro da Secretaria Municipal de Governo com fun o essencialmente de executar os planos e programas da
239. ante a realiza o da 3 Confer ncia Nacional das Cidades Erm nia Maricato na poca secret ria executiva na gest o de Ol vio Dutra no Minist rio das Cidades ao comentar sobre as conquistas em torno do ide rio da Reforma Urbana afirma Essa reuni o de movimentos federa es de sindicatos associa es profissionais e acad micas e ONGs muitos dos quais participam do F rum de Reforma Urbana contabiliza muitas conquistas ao longo dos ltimos 20 anos alguns cap tulos na Constitui o Federal de 1988 o Estatuto da Cidade em 2000 a MP 2220 em 2001 a cria o do Minist rio das Cidades em 2003 as Confer ncias Nacionais das Cidades em 2003 2005 e 2007 um Programa Nacional de Regulariza o Fundi ria in dito em n vel federal em 2003 o Conselho Nacional das Cidades em 2004 a Lei Federal que institui o marco regulat rio do Saneamento Ambiental em 2005 a Lei Federal dos Cons rcios P blicos em 2005 a Lei Federal do Fundo Nacional de Habita o de Interesse Social em 2005 a institui o do Fundo Nacional da Habita o de Interesse Social em 2006 a Campanha Nacional do Plano Diretor Participativo um PL atualmente no Congresso que visa instituir um marco regulat rio da mobilidade urbana e o PAC da habita o e do saneamento em 2007 60 Uma an lise sem aprofundamento das Confer ncias realizadas aponta para o fato de as duas primeiras estarem voltadas para o lan amento e constru o de uma Pol tica Nacional de
240. aprendizado do replanejamento ou seja O entendimento de que a pr tica de planejamento representa um processo de reelabora o constante principalmente em modelos participativos 111 a constru o de uma nova pr tica gestion ria e consequentemente o desenvolvimento de uma cultura participativo democr tica que refor a a es institucionalizadas de Estado suplantando a es tempor rias de governo Os setores representados no Conselho e nas Confer ncias por sua vez aprendem politicamente por meio do debate no compartilhamento e nas negocia es desenvolvidas no mbito dessas esferas p blicas O setor empresarial embora utilize de outros meios diretos para atender suas demandas atua e d sustenta o aos espa os p blicos formalizados respons veis pela regula o urbana que interferem na din mica da cidade Os conselheiros e delegados do segmento empresarial entenderam o significado de se estabelecer interlocu es e negocia es com os outros setores e com o poder p blico Os representantes do setor t cnico demonstram capacidade de argumenta o e cr tica Ao participarem de maneira compartilhada nas duas esferas esses especialistas aprimoram sua leitura da cidade e ampliam sua capacidade argumentativa para debater com o Poder Executivo A presen a de um corpo de especialistas que dominam conte dos relacionados problem tica urbana qualifica a participa o pela eleva o do n vel do debate e por interferir no aprend
241. ar programas e empreendimentos habitacionais de interesse social Manteve se na III Confer ncia o debate em torno da defini o das reas de Diretrizes Especiais A quest o das ADEs envolve tens es em fun o de atingirem diretamente os moradores das reas selecionadas e principalmente porque geram inseguran a nos investidores do mercado imobili rio que veem na regulamenta o de um tratamento especial das reas uma amea a aos investimentos Na III Confer ncia o conflito se manifestou nas plen rias finais pela defesa do Executivo e dos delegados do setor t cnico em prol da amplia o das ADEs e em oposi o ao discurso da representa o empresarial Um dos delegados do setor afirmou que a amplia o das ADEs representa a banaliza o do recurso urban stico e uma sobreposi o enrigecedora ao zoneamento previsto para a cidade Contudo foram aprovadas ADEs na Lei n 9 959 10 dependentes de posterior regulamenta o fato que envolver com certeza outro debate incluindo a popula o atingida e segmentos do mercado imobili rio Art 78 A ADE Residencial Central Art 79 A ADE do Vale do Arrudas Art 84 A ADE da Savassi Art 85 A ADE Hospitalar Art 86 A ADE de Interesse Ambiental Art 87 A ADE de Venda Nova 4 Visando ao desenvolvimento socioecon mico ambiental e cultural da regi o a regulamenta o da ADE da Lagoinha Art 91 A A ADE do Primeiro de Maio Art 89 A Fica institu da a ADE d
242. ar de temas extremamente t cnicos justifica se o controle do Poder Executivo al m do fato de ao apresentar se como espa o de consulta manter as decis es no mbito dos rg os de governo n o amea ando inclusive as fun es do Poder Legislativo Importante avaliar tamb m a aceita o t cita desse formato pela sociedade A exist ncia do Conselho h quatorze anos sem altera o da sua estrutura depois de realizadas tr s Confer ncias de Pol tica Urbana deve se s vantagens auferidas pelos setores da sociedade representados no mbito dessa esfera p blica O fato de o setor empresarial ser um dos maiores demandantes de pareceres do COMPUR e poder por meio dele minimizar esfor os em tramita es complexas antes feitas na C mara Municipal interferem na perman ncia do Conselho Ao setor t cnico interessa fazer se presente em uma inst ncia onde entidades especializadas podem opinar sobre a cidade sem compromissos mais efetivos de alterar a ordem estabelecida As representa es populares ao participarem do Conselho aprendem sobre as quest es t cnicas e ao mesmo tempo atuam nele defendendo temas espec ficos de interesse do setor Dessa forma aceitam o formato institu do para a participa o da sociedade no planejamento urbano da cidade Todos esses ingredientes funcionam como uma pactua o entre os atores que atuam no sistema participativo organizado via Conselho e consequentemente nas Confer ncias O desenho insti
243. ara a constru o de uma vontade coletiva Esse fazer pedag gico que envolve a sociedade civil e o Estado n o acontece linearmente resulta de avan os e recuos e se estabelece por meio de conflitos de pactos tensos e disputados A posi o do Estado 303 determinante ao exercer tarefa educativa quando abre canais de interlocu o e institucionaliza 314 espa os de compartilhamento por meio da media o do Estado que os consensos s o costurados o Estado obt m e exige esse consenso mas tamb m educa esse consenso GRAMSCI 1978 p 230 No estudo da experi ncia de planejamento participativo de Belo Horizonte foi poss vel verificar a presen a do Estado pelo protagonismo pol tico do Poder Executivo portador de um saber t cnico especializado que lhe confere posi o de destaque no direcionamento decis rio e na aplica o das metodologias participativas elementos que comp em o quadro da experi ncia democr tica desenvolvida na cidade Os setores da sociedade civil ao atuarem nos espa os p blicos institu dos para interferir no planejamento urbano apreendem as contradi es do processo e demonstram os resultados do aprendizado pol tico quando apresentam seus pontos de vista propostas e cr ticas Na pesquisa foram expostas em abund ncia as cr ticas dos setores e tamb m de representa es do Estado sobre os excessos do Poder Executivo no controle desses espa os e na n o transforma o deles em e
244. as SCOMURBE lembrou que a Confer ncia prop s transformar o COMPUR em CONDUR que seria um Conselho de Desenvolvimento Urbano com compet ncia ampliada Em seguida o conselheiro Paulo Zuquim acrescentou que concorda com o coment rio da conselheira Jussara Bellavinha BH Trans no que diz respeito ao COMPUR voltar se mais para as quest es de pol tica urbana entretanto considera que a proposta de cria o do Conselho de Desenvolvimento Urbano n o foi suficientemente discutida durante a Confer ncia Concluiu dizendo que o COMPUR deveria tratar da consolida o e compatibiliza o das diversas pol ticas da cidade Grifos desta pesquisadora Aprecia o de parecer sobre a proposta do Plano Regional de Venda Nova apresentada pela Secretaria Municipal de Planejamento Relator Manoel Teixeira TAB MG S ntese do Parecer considera que o Plano Diretor Regional de Venda Nova cumpre plenamente os objetivos a que se prop s e as inten es para sua elabora o formuladas no Plano Diretor de Belo Horizonte O conselheiro Paulo Gaetani SME sugeriu que para os pr ximos planos regionais a discuss o do COMPUR acontecesse durante a elabora o do plano para que os conselheiros pudessem apresentar contribui es A suplente do presidente sugeriu que a observa o feita pelo conselheiro Paulo Gaetani SME fosse inclu da no parecer do relator Manoel Teixeira TAB MG caso este concordasse O conselheiro Manoel Teixeira IAB MG conc
245. as foram institu das para interferir no planejamento e nas pol ticas urbanas mas na pr tica ocorre uma penetra o limitada da participa o da sociedade nas concep es e encaminhamentos t cnicos do planejamento e das pol ticas Essas limita es do Conselho Municipal de Pol tica Urbana n o retiram dele o papel de garantir o funcionamento normativo da cidade devido ao cumprimento de sua fun o de avaliar demandas diversas relativas aplica o das leis e pela fun o que desempenha na revis o dessas leis Considera se relevante observar como mesmo 175 Ata da 37 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 19 04 2000 Grifos desta pesquisadora 175 n o interferindo diretamente nos processos de elabora o das pol ticas o Conselho sinaliza a dimens o dos problemas e evidencia os focos das interven es exatamente por cumprir uma rotina de lidar com demandas e quest es pontuais da cidade Nos coment rios e an lises feitos sobre o Conselho de Pol tica Urbana de Belo Horizonte sempre h refer ncia a uma agenda de atividades consumida por demandas pontuais tendentes a desviar o Conselho de sua fun o de participar mais ativa e propositivamente como inst ncia de controle das pol ticas urbanas Garcia 2008 trata das demandas pontuais processadas no COMPUR como uma atua o no varejo Avalia se nesta pesquisa sobre o planejamento participativo em Belo Horizonte uma atua o no varejo do
246. as integrando os rg os afins dessas reas na tentativa de estabelecer a intersetorialidade nas interven es p blicas No caso da C mara Intersetorial de Pol ticas Urbanas sabe se que reuni es acontecem sem que tenha de fato havido uma articula o dos rg os e das pol ticas Importante observar que o COMPUR tem funcionado como um espa o de debate e de articula o entre os rg os da Prefeitura ligados s pol ticas urbanas Talvez o COMPUR tenha alcan ado mais os prop sitos pensados para a C mara enriquecido pela participa o de representa es da sociedade civil e do Poder Legislativo Em seu depoimento Helo sa Costa faz observa es interessantes sobre esse papel desempenhado pelo Conselho 145 A Reforma Administrativa de 2002 foi analisada no item 3 4 do terceiro cap tulo desta tese 138 E esse um ponto talvez at me adiantando acho que talvez seja um dos maiores ganhos desses conselhos todos ou pelo menos do COMPUR eu diria de colocar de fato os diversos rg os da administra o para conversar Eu acho que o ganho maior a at do que pra fora claro que tem o ganho pra fora mas a eu acho que vai depender da participa o dos outros cinquenta por cento Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Entende se que mesmo tendo havido altera es da presen a do Poder Executivo em fun o de mudan as regimentais e de reformas administrativas que mod
247. as andem na velocidade que seria adequada para todo mundo para poder operar Ent o voc acaba sendo obrigado a tomar iniciativas e operar e assim s comunicar nas reuni es da C mara Intersetorial Voc tem o grupo gerencial das reas de risco que se re ne toda segunda feira em per odo de chuva Ent o tem esses outros bra os que sa ram l da C mara Interinstitucional Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo Ao avaliar as reformas administrativas institu das a partir de 1983 pode se concluir embora sem um aprofundamento do estudo das estruturas administrativas de Belo Horizonte que as Leis n 5 562 1989 e n 6 352 1993 apresentam similaridades em rela o ao planejamento geral e urbano do Munic pio voltadas mais diretamente para o monitoramento f sico das constru es civis e obras p blicas A grande mudan a conceitual e organizacional teria acontecido ap s a aprova o da Lei n 8 146 de 2000 quando foi incorporado na reestrutura o administrativa do Munic pio o princ pio constitucional da reforma urbana de garantir a fun o social da cidade Verifica se que embora o marco das mudan as de gest o em Belo Horizonte tenha acontecido a partir de 1993 em termos de estrutura o administrativa a reforma de 2000 foi fundamental como proposta de organiza o das quest es sociais e urbanas que passaram a ser tratadas como pol ticas p blicas As mudan as definidas pela Lei n 9 011 2005
248. as no campo do planejamento por conseguinte favorece a consolida o dos direitos urbanos que por sua vez 30 Quest o levantada por Tatagiba 2002 na pesquisa sobre Conselhos Gestores de Pol ticas P blicas no Brasil 289 impulsionam e institucionalizam experi ncias democr ticas Trata se de um movimento de fertiliza o rec proca A reelabora o da pergunta e consequentemente a sua resposta t m a ver com o entendimento dessa din mica e a constata o de que as condi es estabelecidas pelo novo marco legal favoreceram em alguma medida a quebra dos princ pios e f rmulas tecnocr ticos estimulando metodologias participativas que passaram a interferir no fazer do planejamento urbano O caso estudado de Belo Horizonte caracteriza bem esse quadro geral descrito A experi ncia democr tica desenvolvida na cidade politizou o processo de planejamento tendo sido determinante a posi o das administra es municipais comprometidas em aplicar e dar continuidade ao modelo participativo Entendemos que o modelo participativo de gest o desenvolvido desde sua implanta o em 1993 passou por transforma es e esteve todo o tempo marcado pela negocia o de um projeto de cidade no mbito dos governos democr tico populares negociado com setores da sociedade que o legitimaram por meio de acordos e pactos tensos Trata se de um exerc cio de interlocu o entre Estado e sociedade caracterizado pela tens o entre interesses e pr
249. as p blicas A realiza o das Confer ncias da Cidade tem como prop sito a constru o de uma Pol tica Nacional de Desenvolvimento Urbano para o pa s A 1 Confer ncia aconteceu no ano de 2003 e teve como tema Cidade para todos constru o de uma pol tica democr tica para as cidades No ano de 2005 o tema foi Reforma Urbana cidade para todos proposta de constru o de uma pol tica nacional de desenvolvimento urbano Nesse evento foi lan ada a campanha pelo Plano Diretor Participativo com o apoio do Conselho das Cidades A 3 Confer ncia Nacional das Cidades realizada no ano de 2007 discutiu o desenvolvimento urbano com participa o popular e justi a social refor ado pelo tema Avan ando na gest o democr tica das cidades Em 2009 a 4 Confer ncia das Cidades foi estimulada em torno da discuss o Cidades para Todos e Todas com Gest o Democr tica Participativa e Controle Social Nesse momento foram avaliados os Avan os Dificuldades e Desafios na Implementa o da Pol tica de Desenvolvimento Urbano O Conselho Nacional das Cidades por meio da Resolu o n 15 realizou a campanha nacional de sensibiliza o e mobiliza o em torno da ideia dos Planos Diretores resultarem de um pacto socioterritorial entre os diferentes interesses presentes na cidade Em maio de 2005 foi lan ada a campanha Plano Diretor participativo cidade de todos SANTOS JUNIOR 2008 gt Dur
250. as pol ticas sociais C mara Intersetorial de Pol ticas Sociais 117 Em depoimento a secret ria de meio ambiente analisa as dificuldades da C mara no seu car ter intersetorial e atribui suas defici ncias operacionais sua composi o ampliada e por lidar com a progressiva complexidade da realidade urbana que exige decis es e a es geis pontuais e eficientes Eu acho que a administra o vem evoluindo muito nesse trabalho de intersetorialidade tem buscado isso Mas a cada administra o eu acho que houve uma dificuldade maior pelo aumento da complexidade pelo aumento do n mero de a es Depois houve o aumento da potencializa o das regionais o objetivo de governo mesmo voc ter na ponta o atendimento do cidad o a partir disso voc levar o servi o l Que seriam as regionais que v o fazer a integra o dessa opera o ent o quer dizer o secret rio chamado secret rio regional da coordena o ele queria participar da C mara intersetorial Ent o vem ele e vem o secret rio de servi os urbanos ent o j s o dezoito Al m desses dezoito tem as dez pessoas que s o secret rios adjuntos digamos assim de pol ticas urbanas e mais o secret rio de pol ticas urbanas e mais a Maria Caldas que a assessora consultora Ent o acaba ficando um n mero muito grande porque bom que as coisas aconte am mas h uma dificuldade de reunir frequentemente voc tem a dificuldade que as cois
251. as tend ncias e a partir desse amplo conhecimento elaborar uma proposta da CIDADE QUE QUEREMOS definindo os encaminhamentos necess rios para efetiv la tais como altera es em lei execu o de grandes obras estruturantes e mudan as de a o governamental 2 A ampla programa o foi motivada pelos est mulos da poca pois a regulamenta o dos artigos constitucionais aconteceu em 2001 com a aprova o do Estatuto da Cidade e representava 231 uma conquista do Movimento e F rum da Reforma Urbana Dessa forma o evento foi bem mais completo em termos de estrutura e mobiliza o social do que o anterior fato demonstrado inclusive por sua dura o de quase onze meses de trabalho 20 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 44 21 A caracter stica fundamental que trazia era a afirma o do direito cidade a todos aqueles que nela vivem e suas teses principais eram 1 a necessidade de que as cidades cumprissem sua fun o social garantindo justi a social e condi es de vida dignas para todos no espa o urbano 2 a subordina o do direito propriedade s condi es de necessidade social admitindo entre outros instrumentos a penaliza o das grandes propriedades ociosas atrav s da cobran a de imposto progressivo e a regulariza o fundi ria e urbaniza o das reas urbanas ocupadas 3 a gest o democr tica e participativa da cidade SILVA 2
252. asse mais democr tico mas s vezes o consenso vem formado E quando o consenso vem formado voc s vezes est sentado ali mas n o adianta voc nem falar alguma coisa porque voc j vai falar no ar Entrevista Jackson C mara Representante Setor Empresarial Grifos desta pesquisadora O COMPUR parit rio no que se refere a ser oito do Poder Executivo e oito da sociedade civil sendo que dois s o do Legislativo que geralmente vota com os interesses do Executivo E outra coisa muitos daqueles que est o representando o setor empresarial CDL SINDUSCON tamb m acompanham quase que inexoravelmente aquilo que apresentado pelo Executivo o que vem dos t cnicos do Executivo e que na maioria das vezes imposs vel de voc conseguir um processo que n o seja do interesse do Executivo que seja negado apenas com a posi o da sociedade civil Entrevista Raimundo Machado Filho Representante Setor Popular A Prefeitura em geral e ao longo do tempo foi crescendo nem tanto a Prefeitura mas um n cleo dela voltado para as quest es urbanas Ele trabalha de uma forma muito coesa Eu diria s vezes exageradamente coesa N o a Prefeitura como um todo esse n cleo sim um pouco da ditadura do profissional do t cnico Eu diria que h uma baixa permeabilidade a Em geral nesses conselhos todos se o Executivo fecha posi o o Executivo ganha N o acho nada pecaminoso isso n o de jeito nenhum Acho que a paridade
253. az de solidificar espa os decis rios democr ticos Busca se analisar o impacto do planejamento participativo na democracia e dela no planejamento O recorte emp rico est focado no potencial pol tico das esferas de participa o tomando o Conselho Municipal de Pol tica Urbana e as Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana de Belo Horizonte como refer ncia de an lise para o entendimento do planejamento urbano como instrumento de participa o e de democratiza o da gest o municipal O estudo da din mica participativa em Belo Horizonte uma das cidades refer ncia na aplica o do Or amento Participativo no Brasil pressup e a avalia o do planejamento participativo aplicado na cidade e sua adequa o aos preceitos da Reforma Urbana Na an lise do Conselho Municipal de Pol tica Urbana buscou se entender o desenho institucional criado seu desempenho no processo de aplica o e revis o da legisla o urban stica do Munic pio sua capacidade de intervir na defini o e aplica o das pol ticas urbanas incluindo na abordagem sua legitimidade em rela o ao poder p blico e sociedade A realiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana foi entendida como parte das atribui es do Conselho de Pol tica Urbana O prop sito da an lise das Confer ncias foi relacionar seu potencial de mobiliza o social como f rum que discute a cidade com a efetividade dos resultados desses eventos para a revis o das leis e para o am
254. bano ao n o efetivar os planos regionais destacando a inefic cia das a es de gest o participativa quando n o amparadas pelos diagn sticos e pelas diretrizes desses planos No caso o Plano Diretor de Belo Horizonte prev a formula o dos planos diretores regionais importante instrumento de gest o descentralizada instrumentos t cnicos facilitadores da interlocu o entre Estado e sociedade Administra o Integrada A reforma administrativa aplicada em 2005 al m de aglutinar os rg os e as entidades em uma secretaria de governo demonstrando a inten o de integra o das pol ticas urbanas criou um espa o de discuss o dentro da Secretaria de Pol tica Urbana a C mara Intersetorial de 2 11 Pol ticas Urbanas Art 150 Fica criada a C mara Intersetorial de Pol ticas Urbanas rg o colegiado com a finalidade de discutir avaliar coordenar e deliberar sobre a implementa o das pol ticas urbanas e das a es delas decorrentes buscando a articula o a integra o e a intersetorialidade no seu planejamento e execu o em mbito municipal A experi ncia da C mara Intersetorial de Pol tica Urbana com prop sitos de amadurecer e democratizar as decis es t cnicas por meio de uma inst ncia permanente de discuss o e decis o n o apresentou os resultados esperados transformando se em um espa o operacionalmente dif cil de ser administrado 2 A Lei n 9 011 2005 cria a mesma estrutura para
255. base seu desenho institucional e seu funcionamento juntamente com as Confer ncias de Pol tica Urbana avaliadas em seu formato organiza o e resultados Buscou se no estudo das Confer ncias desenvolver uma an lise comparativa entre as tr s experi ncias relacionando as ao desenvolvimento e consolida o do Conselho As duas estruturas institu das pelo Plano Diretor em 1996 representam a iniciativa legal em prol da aplica o do planejamento e da gest o participativos em Belo Horizonte A defini o sobre o desenho institucional de foros de participa o determina o desempenho e a integra o entre os atores envolvidos nos processos de consulta e delibera o estabelecidos para cada esfera p blica de acordo com o papel definido para sua atua o sobre pol ticas p blicas Coelho e Favareto 2007 mostram que o desenho institucional associado ao grau de organiza o da sociedade civil e ao envolvimento das representa es estatais influencia a atua o dos atores e a capacidade de negocia o no interior das esferas participativas Os autores alertam para o fato de que um bom desenho institucional facilita a inclus o e o di logo mas reconhecem ser dif cil identificar o que seria um bom desenho institucional Al m do fato de que um bom desenho institucional embora importante n o garante a efetiva o de direitos conquistados e a consolida o de pr ticas democr ticas na formula o e aplica o de pol ticas
256. bjetivos da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte URBEL cuja constitui o inicial como Ferro de Belo Horizonte S A ocorreu mediante autoriza o contida na Lei n 898 de 30 de outubro de 1961 para circunscrev los em colabora o com a Secretaria Municipal de Pol ticas Urbanas s seguintes atividades I coordena o e execu o de projetos e obras de urbaniza o de vilas e favelas em colabora o com os rg os da Administra o Municipal II habita o popular em vilas e favelas 113 Esse procedimento representou uma defini o importante no mbito das pol ticas urbanas do Munic pio j que a URBEL tem por fun o desenvolver a es voltadas popula o de baixa renda A posi o da URBEL no escopo das pol ticas urbanas demonstra a necessidade de preparar a estrutura administrativa para lidar tecnicamente com a proposta de invers o de prioridades A reforma administrativa aprovada pela Lei n 9 011 de 2005 estabeleceu um novo escalonamento dos rg os da administra o direta em graus hier rquicos contemplando secretarias secretarias adjuntas e ger ncias No caso do planejamento urbano a Secretaria Municipal de Coordena o de Pol tica Urbana manteve a vincula o da pol tica ambiental sob responsabilidade da Secretaria Adjunta de Meio Ambiente at a promulga o da Lei n 9 718 de 2009 quando o meio ambiente retoma a posi o de secretaria independente As adjuntas que comp em a Secre
257. bra envolveu muita dificuldade no primeiro ano foram cometidos muitos dimensionando intra urbanamente suas manifesta es na popula o num dado momento e captando as diferen as dentro da cidade que possam orientar as tomadas de decis o REVISTA PLANEJAR BH Publica o da Secretaria Municipal de Planejamento PBH abr 2000 p 34 133 Revista Planejar BH Publica o da Secretaria Municipal de Planejamento PBH ago 2000 p 5 14 134 Maria Auxiliadora Gomes Coordenadora de Participa o Popular da Secretaria Municipal de Coordena o de Planejamento Or amento e Informa o da Prefeitura de Belo Horizonte Atua desde o governo Patrus Ananias tendo j ocupado v rios cargos como por exemplo de secret ria na rea social e nas administra es regionais 124 erros de avalia o E ent o foi constitu do um grupo gerencial de uma for a tarefa a parte que j existia na prefeitura da estrutura permanente por um grupo ger ncia composto de t cnicos que fosse dar conta dessa nova demanda dessa nova realidade a ser trabalhada Eram muitas obras definidas de um ano para o outro e tinham que ser todos tratados e cumpridos dentro de um prazo E o OP digital vem atender um pouco mais porque um segmento que n o tem mesma pratica associativa que mant m a mesma din mica E tamb m t m outros canais outras possibilidades Isso possibilitou que se criasse o espa o onde esse segmento tinha os dados da forma mais fre
258. c pio e isso vai viabilizar tal coisa Nunca houve uma press o para todo mundo votar nisso No COMPUR eu nunca tive de chegar e agir assim uma posi o da Prefeitura para o Executivo aprovar isso Entrevista Jussara Bellavinha Representante Governo Voc tem uma quest o muito espec fica de interesses da administra o A voc tem l gico uma discuss o anterior A gente tem uma regra entre n s n s somos representantes do Executivo mas n s n o somos obrigados a votar em quest es que n o 137 concordamos Mas se a gente n o concorda a gente tamb m n o atrapalha a discuss o pra se pontuar uma defini o de que essa uma proposta que a Prefeitura quer Ent o voc n o tem uma imposi o de que voc tem que votar junto com o Executivo mas se voc representa o Executivo voc n o vai ali fazer um discurso contra o Executivo Na maioria das vezes essa discuss o acontece entre os pr prios t cnicos da Prefeitura e a uma quest o que eu acho interessante de se ter esse espa o que a gente n o tem tido outro espa o t cnico fora Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo eles nunca fecham inteiramente h diverg ncias especialmente no in cio era muito mais pol mica do que hoje Hoje eu acho que pelo menos Ultimamente eu via a Prefeitura mais em bloco Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante Setor T cnico Eu acho que h um n vel
259. ca o de concep es e prop sitos de uma Confer ncia para a outra pode ser atribu da ao 286 Delibera o do COMPUR 01 2009 definida na 140 REUNI O ORDIN RIA realizada em 23 04 2009 256 momento de realiza o da II Confer ncia quando havia toda uma efervesc ncia recente em torno da luta pela reforma urbana e das conquistas decorrentes da aprova o do Estatuto da Cidade A HI Confer ncia foi concebida e realizada em tempo bem mais curto com direcionamentos t cnicos claros determinados pelo Poder Executivo seguida de agilidade na elabora o e aprova o do Projeto de Lei n o discutido com os setores envolvidos no processo e aprovado com rapidez no Legislativo Independente das diferen as de conjuntura o que pode ser constatado nessa ltima experi ncia a tend ncia ao pragmatismo A presidente do IAB em entrevista comentou a agilidade do processo e atribuiu parte da pressa necessidade de flexibilizar em um momento particular de investimentos imobili rios devido previs o de realiza o dos jogos da Copa do Mundo no Brasil Como eles tinham pressa em flexibilizar o uso no que diz respeito a hot is a tomar uma s rie de decis es que eu chamei na pr pria Confer ncia de cheques em branco que estavam sendo dados para a Secret ria Municipal de Pol tica Urbana eles n o podiam colocar isso muito s claras naquele momento Ent o eles resolveram fazer os seus acordos com o Legislativ
260. ca e permissiva em rela o aos interesses do setor imobili rio Caracterizando brevemente a Lei n 2 662 de 1976 baseava se no modelo radio conc ntrico adotando um zoneamento de car ter funcionalista e racional subdividindo o munic pio em zonas residenciais comerciais industrial setores especiais zonas de expans o urbana e zona de uso especial FREITAS 1996 p 56 A LUOS estabeleceu um r gido zoneamento de caracter sticas notadamente funcionalistas dividindo a cidade em zonas com um alto grau de homogeneidade onde cada uma teria uma fun o preponderante mas n o exclusiva em rela o ao uso e ocupa o zonas residenciais zonas comerciais zona industrial zona de expans o urbana setores especiais e zona rural Esta divis o do territ rio municipal n o levava em considera o as peculiaridades e caracter sticas espec ficas de diferentes regi es da cidade em termos urban sticos nem tampouco crit rios geot cnicos que indicariam restri es ocupa o de determinadas reas Isto resultou por um lado em um processo de descaracteriza o urbana de algumas reas e por outro no aparecimento de tantas outras em situa es de risco ambas com consegii ncias em rela o quest o ambiental TORRES 2003 p 42 Na rota da democratiza o do pa s a promulga o da Constitui o de 1988 e em seguida a elabora o da Constitui o do Estado de Minas Gerais e a aprova o da Lei Org
261. cas marcantes na d cada de 1990 e mantiveram se vinculados luta pol tica empreendida em Belo Horizonte pela gest o democr tico popular Foi poss vel comprovar esse comprometimento pelos relatos mas principalmente cruzando os com as informa es registradas nos Anais da I e II Confer ncia e nas atas do COMPUR Os depoimentos de Helo sa Costa e de Maria Auxiliadora Gomes s o ilustrativos do engajamento pol tico dos intelectuais atuantes nas administra es Na verdade as gest es municipais p s Constitui o de 1988 que s o as de 1989 a 1992 t m at o per odo Pr Constitui o de 88 que foi um momento de muita efervesc ncia Muitas das pessoas que est o at hoje nas diversas administra es em Belo Horizonte e no Brasil inteiro s o pessoas que vieram dessa milit ncia digamos urbana ambiental habitacional etc No per odo Pr Constitui o de 88 elas conclu am o Movimento Nacional pela Reforma Urbana que existe ainda de certa forma at hoje e nessa poca era um movimento que congregava tanto os movimentos sociais como os movimentos tradicionais Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico 312 A pr pria equipe o pr prio governo e o pr prio prefeito s o pessoas que t m uma milit ncia na rea dos direitos sociais na redemocratiza o pela vis o n o s da democracia mas da participa o Ent o houve nesse per odo um forte incremento uma retomada e tamb m a a
262. cas dos modelos convencionais A ideia entender as contradi es e tens es 137 Santos Junior 2008 cita a campanha pelo Plano Diretor participativo implementada pelo Conselho Nacional das Cidades e o levantamento dos resultados feito pelo Minist rio das Cidades O balan o feito em 2006 mostra que tinham sido realizadas cerca de 250 oficinas em quase 1600 munic pios reunindo uma m dia de 10 mil pessoas o que sugere um significativo avan o na dissemina o de uma nova concep o de planejamento urbano No entanto o autor pondera sobre a necessidade de cautela nas avalia es sobre a amplia o e concretiza o de novas pr ticas de planejamento participativo pois os dados da pesquisa mostram tamb m que apenas 24 dos processos 361 planos foram ou est o sendo participativos 64 dos munic pios n o incorporaram procedimentos participativos na opini o dos que participaram dos processos e 11 de situa es se mostraram sem identifica o clara dos participantes sobre o car ter participativo das experi ncias desenvolvidas 127 inerentes ao processo referentes complexidade do fen meno urbano salientada por Lefebvre e as peculiaridades que envolvem a rela o entre sociedade civil e sociedade pol tica no funcionamento do Conselho e das Confer ncias institu dos para democratizar as decis es sobre pol tica urbana no Munic pio Na pesquisa buscou se analisar o Conselho Municipal de Pol tica Urbana tendo por
263. central excessivamente vazio e consequentemente dispendioso aos cofres p blicos A habita o prec ria materializa se realmente como quest o no momento em que invade o espa o planejado da zona urbana numa clara invers o de sentido da ocupa o proposta ou seja partindo das reas lim trofes para ganhar o centro COSTA 1994 p 52 amp A Comiss o foi criada em 1934 na gest o do prefeito Jos Soares de Matos tendo como refer ncia experi ncias de cidades adiantadas especialmente as norte americanas tinha por objetivo orientar a execu o do plano da cidade A Comiss o foi dividida em cinco sub comiss es sendo uma delas a de arquitetura e de urbanismo GOMES LIMA 1999 p 123 79 J nos anos de 1930 a preocupa o das administra es era regularizar os novos bairros surgidos em decorr ncia da ocupa o em processo desde a cria o da capital com vistas a promover a articula o entre as duas cidades nascidas dessa expans o a planejada e a real A elabora o de um plano de expans o racional da cidade proposto pela Comiss o T cnica Consultiva coincidiu com o surgimento da Sociedade Mineira de Engenheiros e da Escola de Arquitetura colocando no cen rio do replanejamento da cidade um conjunto de novos profissionais especializados GOMES LIMA 1999 Posteriormente nos anos de 1940 e 1950 aconteceram interven es importantes na estrutura urbana devido abertura e prolongamento de avenidas i
264. cia assumida pelo Direito no enfretamento da problem tica urbana no Brasil As perspectivas de mudan a de paradigma no campo jur dico somente t m aplicabilidade se forem maturadas pr ticas democr ticas no Estado e na sociedade 36 Uma caracter stica estrutural do crescimento urbano no Brasil que ao longo das d cadas de crescimento das cidades a maioria da popula o somente tem tido acesso terra urbana e moradia atrav s de processos informais sendo que a taxa de crescimento da informalidade tende a ser muito superior taxa de crescimento da pobreza Como resultado 26 milh es dos brasileiros que vivem em reas urbanas n o t m gua em casa 14 milh es n o s o atendidos por sistema de coleta de lixo 83 milh es n o est o conectados a sistema de saneamento e 70 do esgoto coletado n o tratado mas jogado em estado bruto na natureza Mais de 50 milh es de brasileiros t m andado da casa para o trabalho por n o poderem arcar com os custos do transporte seja com o longo tempo de deslocamento at o trabalho e o risco de demiss o no caso de atraso O d ficit habitacional em reas urbanas foi recentemente estimado em 6 4 milh es de unidades no pa s sendo que o n mero de im veis vazios nessas reas foi calculado em cerca de 5 milh es de unidades Em suma o pa s est enfrentando uma profunda e crescente crise urbana FERNANDES 2006 p 124 As diretrizes apresentadas por um novo direito urban stico
265. cidade aliado do poder p blico de onde espera suporte para os empreendimentos O setor t cnico procura alcan ar os n s estruturais que envolvem o planejamento urbano e se mant m no lugar da ret rica especializada O setor popular tende a n o dissociar os problemas de ordem f sica dos problemas de ordem social em fun o das classes populares serem as principais usu rias das pol ticas sociais e demandantes de interven es urbanas que ultrapassam a cidade legal O popular o setor mais amplo e diverso por lidar mais proximamente com as os problemas e precariedades da vida urbana consegue entender melhor como funciona a cidade real e a import ncia da a o coletiva O governo mant m seu lugar de condutor do processo estabelecendo os limites e a forma como essas representa es e as decis es ser o traduzidas institucionalmente Na pr tica o projeto democr tico de cidade demarcado juridicamente se viabiliza por uma nova rela o entre o Estado e a sociedade na qual a performance dos governos representa importante vari vel condicionante do processo Parece tratar se de uma situa o paradoxal em que a democracia constru da os espa os de di logo com a sociedade s o institu dos a gest o e as formas de planejamento incorporam instrumentos novos mas as garantias de efetividade do novo arranjo pol tico passam pela capacidade de operacionaliza o e controle do Estado como se os canais estivessem abertos sociedade a
266. cio popular em rea privada para remanejamento de camel s Lembrou a experi ncia das Feiras Shopping j discutida no COMPUR onde al m do pressuposto da ren ncia fiscal o aluguel por m o mais caro da cidade superando inclusive o do BH Shopping Pediu garantias para evitar que no futuro o cidad o que tenha alugado um espa o nesse centro de com rcio popular fique merc dos propriet rios Maria de Lourdes Reis Gomes representante da Associa o dos Toreros de Belo Horizonte manifestou se preocupada com o fato de que os camel s e toreros n o terem sido chamados para a discuss o ressaltou que os m dulos destinados a abrigar esse tipo de com rcio t m que ser montados em locais centrais com grande fluxo de pedestres No caso do centro comercial proposto considera que para que d certo deve ser feito um projeto de mudan a para toda a rea que vista com muito preconceito pelo uso que teve at agora se isso n o acontecer n o haver movimento e os camel s e toreros voltar o para as ruas Grifos desta pesquisadora A conselheira MARIA DE LOURDES argumentou que apesar de favor vel ao shopping popular a discuss o deveria ser estendida para a categoria disse que para o comerciante poder participar do empreendimento necess rio pagar alugu is de R 300 00 a R 400 00 e que a categoria deseja um shopping realmente popular onde se pagaria no m ximo R 100 00 ao m s sugeriu que ap s um prazo de dez
267. cional nos n veis de governo delineando a formula o de uma pol tica nacional de desenvolvimento urbano para o pa s Os esfor os na dire o de se pensar e operacionalizar uma pol tica de desenvolvimento urbano que abarque as esferas de governo vieram transformar os planos diretores em instrumento fundamental e ao mesmo tempo o fomento participa o pol tica transforma se na garantia de a o compartilhada do Estado e da sociedade nos processos decis rios e no controle social Os estudos de cidades voltados para o tema do planejamento e da gest o que t m por objetivo avaliar em que medida ocorre o empoderamento da sociedade na defini o e no controle das pol ticas e como as novas interlocu es favorecem o aprendizado pol tico dos atores de governo e da sociedade precisam necessariamente avaliar as dimens es das novas institucionalidades Os elementos das mudan as institucionais selecionados como determinantes e abordados neste cap tulo incluem a descentraliza o pol tica as propostas de reforma do Estado e as novas diretrizes pela participa o democr tica O Estatuto da Cidade representa o grande marco das novas diretrizes para a gest o e o planejamento das cidades Ao comentar sobre a lei o ent o Ministro das Cidades Ol vio Dutra destacou em seu discurso os alguns pontos fundamentais As inova es contidas no estatuto situam se em tr s campos um conjunto de instrumentos de natureza urban stica voltado
268. cipantes dos setores o encontro de uma diversidade de atores sociais motivados por interesses as negocia es e os acordos pactuados Verificou se como o debate as conversas as negocia es ultrapassam os Grupos de Trabalho e o espa o decis rio das assembleias As argumenta es aconteciam nas pausas nos corredores na 56 hora do caf ou seja os contatos se espalhavam em todos os ambientes Durante e ap s a Confer ncia foi interessante completar as entrevistas coletando as opini es dos delegados mais atuantes sobre os interesses defendidos pelos setores o papel das equipes de governo os temas debatidos os acordos firmados as decis es tomadas e as propostas de acompanhamento dos resultados Tentou se na investiga o criar condi es para uma compreens o da realidade pelo casamento das t cnicas qualitativa e quantitativa fazendo com que o uso delas n o reproduzisse uma interpreta o em fragmentos O objetivo foi penetrar nos pontos tensos descortinar as situa es de contato entre os atores retirar dos arquivos os registros dos encontros dar vaz o aos discursos dos sujeitos e interpret los 57 CAP TULO 2 CIDADES PLANEJAMENTO URBANO E GEST O SOB NOVA ORIENTA O JUR DICO POL TICA E INSTITUCIONAL As transforma es da ordem jur dica ap s 1988 interferem diretamente nos processos de gest o das cidades As diretrizes em prol da concretiza o do direito cidade t m motivado o redesenho institu
269. cipantes no processo situa o reconhecida pelas representa es entrevistadas dos tr s setores Verificou se tamb m que os instrumentos urban sticos previstos pelo Estatuto da Cidade antes rejeitados pelo setor empresarial foram discutidos e incorporados ao documento tanto nas delibera es da Confer ncia como na lei que institui a revis o do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo O avan o na incorpora o dos instrumentos urban sticos pode ser atribu do ao fato de que se trata de um novo contexto Houve um amadurecimento dos atores sociais respons veis pela produ o da cidade Contribu ram para o amadurecimento a atua o do COMPUR ao longo dos anos a realiza o das Confer ncias da Cidade motivadas pelo Conselho Nacional das Cidades e o pr prio desenvolvimento urbano demandando o aprimoramento da regula o das interven es urbanas Os fatores apontados mesmo com todos os entraves provocaram novos olhares e compreens es sobre a totalidade da vida urbana 5 4 A rela o entre as Confer ncias de Pol tica Urbana e as Confer ncias da Cidade A realiza o das Confer ncias da Cidade o resultado do trabalho desenvolvido pelo Conselho Nacional das Cidades Ao se transformarem em momentos de mobiliza o da sociedade civil as Confer ncias funcionam como estrat gia para a constru o da pol tica nacional de desenvolvimento urbano pensada como uma rede envolvendo as esferas de governo e com prop sito
270. city urban legislation its ability to intervene in the definition and implementation of urban policies including its legitimacy with the government and society The Conference of Urban Policy is understood as part of the duties of the City Council for Urban Policy The purpose of the analysis of the Conferences was to relate their potential as a forum for social mobilization that discusses the city with the effectiveness of the results of these events on the revision of laws and on the maturing of democratic participation in urban planning Keywords Democracy urban planning public space citizenship IX SUM RIO INTRODU O asia nnn n i i 13 CAP TULO 1 PARADOXOS DA DEMOCRACIA OS DESAFIOS DO PROCESSO DE CONSTRU O DEMOCR TICA NA CIDADE ssssssssssssssstoescoecccccecececsesesesessssssssssssssssssssss 23 1 1 O aprendizado pol tico na expans o da cultura democr tico participativa 26 1 2 Democracia no lugar A transforma o da cidade em um direito 29 1 3 A aus ncia de direitos aspectos da realidade urbana brasileira 33 1 4 O planejamento urbano participativo como instrumento de democratiza o do acesso cidade MAREA DRE PR PORRA NR DSR E A RAR NOR AR EE PORRADA RR RR 39 1 5 A gest o e o planejamento urbano participativos em Belo Horizonte o equil brio tenso entre xitos e duiculdadeS satelite 48 1 5 1 Penetrando nos pontos tensos do equil brio as
271. civis com os governos municipais ocorrida nas esferas p blicas de consulta e delibera o criadas pelas administra es especialmente ap s 1993 destacando se a aplica o do Or amento Participativo Em an lises sobre o Or amento Participativo Avritzer 2003 mostra a import ncia das pr estruturas organizativas da sociedade civil onde s o desenvolvidas experi ncias de tomada de decis o para o xito das pol ticas participativas formalizadas pelo Estado O papel da tradi o associativa em uma sociedade tem peso na varia o de desempenho das experi ncias do OP interferindo na atua o do Estado como indutor de pr ticas deliberativas A experi ncia do Or amento Participativo em Belo Horizonte implantado em 1993 foi marcante para a matura o da gest o e do planejamento participativos na cidade O Or amento Participativo propicia a cria o de formas mais est veis de gest o democr tica Ele radicaliza a pr tica da democracia e provoca uma cobran a de transpar ncia das a es governamentais ANANIAS 2005 p 45 De fato h estabilidade democr tica na experi ncia gestion ria do OP no Munic pio verific vel pela continuidade no uso do instrumento e em sua reformula o ao longo da trajet ria de envolvimento das comunidades nas tomadas de decis es sobre aplica o de recursos embora ocorram problemas pela interfer ncia de interesses particularizados no processo A necessidade de amplia o do Or
272. clandestinos amea ando as reas verdes 260 Anais da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 2000 p 83 232 Fiscaliza o insuficiente dos novos bairros e das constru es em geral Falta de fiscaliza o educativa orientativa e punitiva para a Lei das ZEIS A falta de integra o das pol ticas p blicas apontada como um dos problemas do planejamento e da gest o podendo ser considerada como um dos n s do planejamento em Belo Horizonte e portanto elemento dificultador dos avan os na aplica o da Gest o Integrada Observa es sobre os fluxos de informa o A preocupa o demonstrada pelos participantes das Pr Confer ncias com as condi es de informa o sugere um bom n vel de compreens o das representa es civis sobre o significado da comunica o para a qualidade da participa o democr tica Informa o e conscientiza o deficientes das pessoas e empresariado al m de pouca publicidade por parte do poder p blico Insufici ncia de informa o da popula o em rela o legisla o urbana Exist ncia da cidade irregular devido desinforma o da popula o sobre a Lei e a falta de estrutura de fiscaliza o Falta de discuss o da prefeitura com a comunidade sobre a ZEIS 3 e outras quest es de interesse geral Pouca fraca divulga o e informa o sobre os organismos de participa o popular e das pol ticas urbanas da PBH Falta de informa es e debates pa
273. cnico 26 Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Documentos III Confer ncia de Pol tica Urbana 265 As atividades dos GT s foram observadas na participa o de campo e os documentos produzidos pelos delegados onde constavam as propostas e as justificativas foram analisados nesta pesquisa Constatou se que houve debate e foram estabelecidos pactos nos GT s Todos os setores foram atuantes e propositivos durante os trabalhos sobressaindo as interfer ncias do setor empresarial Na parte de usos de licenciamentos houve muita pol mica dentro do grupo Havia um grupo muito radical que era de acad micos e esse grupo perdeu muita coisa na assembleia final que n o conseguiu levar a cabo aquilo que eles aprovaram no grupo Porque gerou pol mica tamb m na assembleia final Tinha um tempo de pol mica interna n o foi t o f cil como o pessoal do patrim nio hist rico queria porque al m da pol mica interna aconteceram pol micas na assembleia final O grupo de par metros urban sticos nesse o pau quebrou foi muito dif cil Houve uma mobiliza o do setor popular do Buritis o setor empresarial estava em peso l porque era uma rea de interesse direto O debate interno foi muito dif cil e acabou se fazendo uma proposta de consenso ali s consenso n o uma proposta que n o satisfez o setor empresarial e a continuaram as negocia es de bastidores pra acertar na assembleia final Negocia o com o setor popular
274. cnol gica n o representa apenas o aumento da urbaniza o envolve o desenvolvimento socioespacial da cidade SOUZA 2005 5 A 1 Confer ncia Nacional das Cidades elege o Conselho Nacional das Cidades nos termos das Medidas Provis rias 2 220 2001 e 103 2001 O Conselho Nacional das Cidades uma vez instalado teve como fun o regulamentar as formas e os crit rios de elei o dos conselhos estaduais das cidades constituindo os conselhos nacional estaduais metropolitanos e municipais das cidades CONFER NCIA NACIONAL DAS CIDADES 1 2003 Bras lia Resolu es Bras lia Minist rio das Cidades 2003 59 um diagn stico em torno da produ o e gest o das cidades e propondo uma agenda centrada a na institucionaliza o da gest o democr tica das cidades b na municipaliza o da pol tica urbana c na regula o p blica do solo urbano com base no princ pio da fun o social da propriedade imobili ria e d na invers o de prioridade no tocante pol tica de investimentos urbanos SANTOS JUNIOR 1995 apud SANTOS JUNIOR 2007 p 296 Santos Junior 2007 considera a cria o do Minist rio das Cidades em 2003 uma resposta ao vazio institucional relativo aus ncia de uma pol tica nacional de desenvolvimento urbano Delineia se por meio dele um projeto de cidades sustent veis e democr ticas a es que representam o reconhecimento da quest o urbana como quest o nacional a ser enfrentada por macropol tic
275. com foco nas interven es em vilas e favelas descentraliza o e reforma administrativa integra o de pol ticas p blicas sociais e urbanas e por fim controle social relacionado informa o e a 27 As plen rias de abertura abriam oficialmente os trabalhos com uma apresenta o sobre o processo geral da Confer ncia e sobre a din mica das Pr Confer ncias Em seguida os participantes se dividiam em grupos de at quarenta pessoas para as discuss es que envolviam tamb m momentos de trabalho em subgrupos de oito pessoas Os grupos e subgrupos eram compostos da forma mais heterog nea poss vel de maneira a fomentar uma vis o mais integrada mesclando participantes das v rias Unidades de Planejamento UP que comp em a regi o no caso das Pr Confer ncias Regionais e das categorias no caso das Tem ticas A Prefeitura de Belo Horizonte PBH coordenou os trabalhos nos grupos e subgrupos atrav s de uma equipe de t cnicos treinados para essa fun o e subsidiou todas as discuss es com textos e mapas contendo as informa es dispon veis sobre os assuntos em pauta Os resultados dos trabalhos em grupo eram registrados em cartelas visando estimular a objetividade das discuss es e facilitar sua sistematiza o sendo posteriormente apresentados na plen ria de fechamento por relatores eleitos entre os participantes ANAIS DA II CONFER NCIA MUNICIPAL DE POL TICA URBANA 2002 p 22 222 medidas socioeducativa
276. com restri es de uso ou de par metros construtivos sendo o segundo grupo resultante majoritariamente de demandas dos moradores Na II Confer ncia o zoneamento e as reas de Diretrizes Especiais foram tratados nos v rios momentos do evento A interpreta o feita pelo arquiteto Leonardo Castriota situa a complexidade do tema e sua cr tica aponta para o car ter h brido do Plano Diretor de Belo Horizonte onde se situam na vis o dele normas avan adas com formula es convencionais para o parcelamento da cidade Por exemplo o Plano Diretor BH aprovou um Plano Diretor progressista que trabalha em duas dimens es uma macro e uma micro A macro toda funcionalista Ela divide a cidade de acordo com a capacidade da infra estrutura O plus est no micro com as ADEs regulando caso a caso a quest o ambiental a quest o cultural No entanto avan amos no macro mas n o no micro n o conseguimos regulamentar nenhuma ADE De fato passados 14 anos de aprova o das leis urban sticas de Belo Horizonte das reas de Diretrizes Especiais definidas em 1996 foram poucas as regulamentadas em lei Nas propostas da II Confer ncia constam orienta es de cria o de novas ADEs contemplando outras regi es al m das j estabelecidas pela Lei n 7 166 96 Definiram se diretrizes e reas para as ADEs de Interesse Ambiental e foi criada a ADE de Refer ncia Simb lica e Hist rica O Projeto de Lei n 655 n o incorporou a proposta e se re
277. con mico s quest es ambiental e social O texto fortalece o planejamento como processo subsidiado por um sistema de informa o contemplando tamb m a pr tica do controle social ao dar relev ncia necessidade de avalia es peri dicas O cap tulo ainda refor a o car ter democr tico do monitoramento proposto ao atribuir s Confer ncias de Pol tica Urbana a fun o de cumprir tal papel al m de fortalecer a Confer ncia como esfera p blica participativa Um dos grandes diferenciais do Plano Diretor de Belo Horizonte em conson ncia com as inova es pol ticas garantidas na Lei Org nica do Munic pio a viabiliza o da gest o democr tica por meio da cria o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e a realiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana para cada gest o administrativa No campo da gest o urbana a II Confer ncia prop s a transforma o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana em Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano COMDUR com as seguintes atribui es Artigo 83 A Fica criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano COMDUR com as seguintes atribui es V convocar pelo menos uma vez ao ano a Plen ria do Sistema de Gest o Urbana Participativa composta por todos os membros dos conselhos setoriais urbanos Artigo 83 B O COMDUR composto por 20 membros efetivos e respectivos suplentes com mandato de 2 anos dividido paritariamente entre Poder Executivo e sociedade
278. conceito de ZEIS Uma comiss o do F rum de Vilas e Favelas fez outras propostas de altera o na minuta de Projeto de Lei s o elas Artigo 27 prop s a seguinte reda o Fica proibida a obstru o das avenidas alamedas travessas ruas becos vielas passagens e demais espa os de uso comum existentes tais como pra as e reas de lazer ainda que n o derivados de parcelamento aprovado devidamente comprovado por laudo t cnico da URBEL 156 Lei n 7 166 96 Art 12 S o ZEISs as regi es nas quais h interesse p blico em ordenar a ocupa o por meio de urbaniza o e regulariza o fundi ria ou em implantar ou complementar programas habitacionais de interesse social e que se sujeitam a crit rios especiais de parcelamento ocupa o e uso do solo subdivindo se nas seguintes categorias I ZEISs 1 regi es ocupadas desordenadamente por popula o de baixa renda nas quais existe interesse p blico em promover programas habitacionais de urbaniza o e regulariza o fundi ria urban stica e jur dica visando promo o da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e a sua integra o malha urbana II ZEISs 2 regi es n o edificadas subutilizadas ou n o utilizadas nas quais h interesse p blico em promover programas habitacionais de produ o de moradias ou terrenos urbanizados de interesse social MI ZEISs 3 regi es edificadas em que o Executivo tenha implantado conjuntos habitacionais de inter
279. cula o interna e dele com as estruturas de governo afetado pelos contextos pol ticos como foi exposto anteriormente Cabe salientar da an lise feita de toda a trajet ria investigada que as aprecia es as recomenda es e os pareceres feitos pelo Conselho t m resson ncia nas decis es do Poder Executivo e nas aprova es do Poder Legislativo Chamou aten o e ajuda a responder sobre a quest o da efic cia a ado o do sistema de Grupos de Trabalho compostos pelos conselheiros respons veis por avaliar temas e apresentar respostas para quest es relevantes da pauta A forma o dos Grupos de Trabalho mostra o uso de um recurso que estimula a articula o entre os participantes e tecnicamente eficaz por demandar aprofundamento de estudos para a formula o de pareceres envolvendo de acordo com a complexidade o apoio de rg os especializados do governo A f rmula foi aplicada na abordagem de v rios temas como revis o de classifica o de usos a instala o das feiras shop 18 Ata da 114 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 21 12 2006 19 Ata da 122 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 23 08 2007 188 procedimentos de governo nas ZEIS indica es sobre o papel do COMPUR Os estudos aprofundados contemplaram as aprecia es das Opera es Urbanas ilustrativas da interse o entre o Conselho os poderes de Estado e segmentos da sociedade em
280. culturais historicamente determinantes para a defini o dos tipos de planejamento adotados e aplicados nas cidades brasileiras MARICATO 2000 p 135 A proposta modernista de contorno fortemente racionalista de origem francesa e voltada para o ordenamento funcional da cidade exerceu ampla influ ncia no planejamento urbano brasileiro seguida pela tend ncia pragm tica norte americana que trata a cidade como importante instrumento de expans o da economia capitalista A incorpora o de modelos acompanhados de padr es culturais a eles ajustados se fez de maneira diferenciada no territ rio nacional s ganhando formata o de pol tica urbana de governo no per odo do regime autorit rio nas d cadas de 1960 e 1970 De acordo com Monte M r 2008 a atua o do urbanismo esteve sempre associada ideia de que a industrializa o gerou uma desordem social e urbana a qual deveria ser imposta uma nova ordena o espacial 4 O tema foi desenvolvido por Roberto Lu s de Monte M r e Geraldo Magela Costa que abordam os aspetos pol ticos e t cnicos da ado o dos Planos de Desenvolvimento Locais Integrados durante a Ditadura Militar a serem considerados ao longo da exposi o sobre a trajet ria do planejamento urbano no Brasil COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 40 Em seu papel te rico e t cnico pr tico
281. cuss o da forma como ele foi apresentado ent o naquele dia 30 de dezembro de 2006 Temos que pelo menos dar uma satisfa o para aqueles delegados e delegadas para outras tantas pessoas da sociedade civil que se despertaram para essa quest o e falar o que foi feito ou o que n o foi feito porque n o foi feito e o que se pretende fazer Isso quest o democr tica isso atribuir aos conselhos a sua fun o de controle social Entrevista Raimundo Machado Filho Representante Setor Popular Grifos desta pesquisadora A posi o do setor popular no depoimento do conselheiro Raimundo Machado foi de reconhecimento da atua o do COMPUR acompanhada de den ncias sobre a conduta pouco democr tica do Poder Executivo na tramita o do Projeto de Lei Ao mesmo tempo o membro do Conselho cobra uma resposta a ser dada aos participantes da II Confer ncia sem mencionar qual seria o papel do Conselho e da sociedade em garantir que o documento de revis o das leis aprovado no evento fosse apreciado e transformado em lei pelo Poder Legislativo Os dados produzidos na pesquisa de campo evidenciam uma posi o de desconhecimento da sociedade civil sobre os resultados da II Confer ncia demonstrando que os delegados n o tiveram acesso ao documento final aprovado e nem ao Projeto de Lei Percebe se como as lideran as sociais foram muito atuantes no f rum representado pela Confer ncia e inoperantes no exerc cio do controle social D
282. da legisla o urban stica de Belo Horizonte realizando a III Confer ncia repercutiram no sentido de responder aos anseios dos segmentos mais diretamente envolvidos com a problem tica urbana na cidade Importante salientar no entanto que a iniciativa gerou controv rsias entre os setores representativos da sociedade no COMPUR e na Confer ncia sobre a forma como foi conduzido o processo 5 3 1 A presen a do Executivo e a posi o dos setores na III Confer ncia A realiza o da III Confer ncia obedeceu ao processo convencional do evento os setores da sociedade civil foram acionados os regulamentos publicizados as etapas organizadas e cumpridas dentro do cronograma previsto As propostas aprovadas de revis o das leis e o projeto n o passaram pelo COMPUR para serem submetidos avalia o dos setores participantes e a tramita o no Legislativo n o envolveu a comunidade A condu o da Confer ncia com resultados trabalhados no mbito da estrutura t cnica do governo municipal sem di logo com os participantes do evento e a tramita o do Projeto de Lei sem publiciza o e participa o da sociedade nos trabalhos do Poder Legislativo foram posturas do poder p blico criticadas abertamente pela presidente do IAB A Secretaria Municipal de Pol tica Urbana coordenou e conduziu todo o processo desde a defini o do formato da Confer ncia apresentada ao COMPUR at a elabora o do Projeto de Lei e as articula es para
283. dade no Munic pio de Belo Horizonte d Documento assinado pelo representante legal indicando pessoa que ir representar a entidade na assembleia 133 as institui es de ensino superior com presen a mais constante da Universidade Federal de Minas Gerais O setor popular em fun o da sua amplitude e diversidade foi o segmento com mais mudan as de representa o no Conselho Predominaram como membros desse setor no COMPUR as associa es de moradores e entidades ligadas ao artesanato e ao com rcio popular A atua o das associa es de moradores tem sido marcante na mobiliza o social e na luta institucional em Belo Horizonte o envolvimento das lideran as populares nessas formas de organiza o social foi detectado pela pesquisa de campo realizada com delegados do setor popular que atuaram na II Confer ncia de Pol tica Urbana Na pesquisa 54 3 dos entrevistados afirmaram ser representantes de associa es de moradores sendo que a maioria tem experi ncia de participa o em outros espa os de atua o pol tica As portarias que empossaram os conselheiros de cada gest o do COMPUR mostram que as mudan as na composi o do Conselho da parte representada pelo Executivo ocorreram em decorr ncia das reformas administrativas que alteraram a l gica da presen a dos rg os de governo inclusive da Ger ncia Executiva tendo sido modificados consequentemente os regimentos internos O recorte de ata destacado abaixo most
284. dam interesses divergentes Na verdade as negocia es e os artif cios de pactua o n o superam os conflitos fundamentais que envolvem segmentos t o diferentes A quest o de fundo representada pela l gica do modelo capitalista n o se altera s o grupos advindos de lugares sociais opostos que produzem consomem e ocupam de formas distintas a cidade portam valores e concebem cada um a seu modo a experi ncia da participa o A Confer ncia representa uma arena p blica que interfere no ambiente compartilhado por esses diferentes grupos portanto os esfor os de di logo as concess es das partes s o necess rias para que aconte am os resultados concretos de norteamento da cidade As estrat gias usadas pelos grupos as classes divergentes comp em o cen rio A mudan a de comportamento do setor empresarial na III Confer ncia parte desse processo e prevaleceu a op o por uma postura mais comedida e dialog vel legitimando a Confer ncia sem perder de vista o uso de outros recursos Ind cios demonstram que a flexibilidade demonstrada pelos empres rios envolveu tamb m conversa es separadas com o poder p blico Em depoimentos do setor t cnico surgiram coment rios sobre encontros do Poder Executivo com representa es do mercado imobili rio na fase de elabora o do Projeto de Lei De fato fica evidente a preocupa o do governo com a aceita o do empresariado sobre as decis es tomadas nas Confer ncias e posteriorme
285. de 2 Arendt 1997 mostra que o advento da modernidade provocou o nascimento da sociedade e do Estado e como resultado dessa transforma o ocorre a redefini o de sentido e de pr tica do que p blico e privado A emerg ncia da sociedade de massa segundo ela trouxe a universaliza o da ideia de liberdade e de igualdade tratada abstratamente na lei O resultado foi o estabelecimento de nova rela o entre privado e p blico sustentada em pressupostos individualistas deformando se o sentido de bem comum 25 capitalista se imp em no campo pol tico tamb m como proposta democr tica em contraposi o ao entendimento e aplica o da democracia como participa o pol tica voltada para o debate p blico sobre a es que envolvem interesses e afetam o bem comum Dada a for a dos discursos e dos projetos defendidos por essas tend ncias o confronto entre essas concep es penetra o Estado e a sociedade alcan ando as organiza es pol ticas convencionais e as novas esferas p blicas por vezes os modelos se misturam e geram aplica es de f rmulas h bridas Esse quadro recente das experi ncias pol ticas torna os estudos emp ricos mais dif ceis e desafiadores A proposta participativa de democracia tem se manifestado por meio dos espa os p blicos que representam experi ncias onde os membros da sociedade civil praticam sua capacidade de interferir nos processos de tomada de decis o influenciando na significa o
286. de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universit rio Izabela Hendrix JUPIRA GOMES DE MENDON A Arquiteta doutora em Urbanismo e professora da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais 337 NABIL BOUDUKI Arquiteto mestre em Estruturas Ambientais e Urbanas e vereador em S o Paulo LIANA PORTILHO Advogada especialista em An lise Urbana e professora assistente do Curso de Direito Urban stico da PUC Minas Virtual MAUR CIO BORGES Economista doutor em Economia professor titular do Departamento de Ci ncias Econ micas da Universidade Federal de Minas Gerais e Secret rio Municipal de Coordena o da Pol tica Social de Belo Horizonte ANT NIO CARLOS BRAND O Economista doutor em Economia professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas TEODORO LAMOUNIER Graduado em Sociologia e Administra o P blica e representante do Instituto Horizontes MANOEL TEIXEIRA DE AZEVEDO J NIOR Arquiteto mestre em Planejamento Urbano e Regional professor do Curso de Arquitetura da PUC Minas e da Escola de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universit rio Izabela Hendrix ELIANA COMIN Arquiteta economista doutora em Arquitetura e Urbanismo e professora do Grupo de Disciplina de Planejamento Urbano e Regional no Departamento de Projeto da Universidade de S o Paulo MARCOS T LIO DE MELO Engenheiro Civil e presidente do CREA MG LEONARDO CASTRIOTA Arquiteto doutor em Filosofia professor da Escola de
287. de preven o e corre o de suas distor es II conten o de excessiva concentra o urbana II indu o ocupa o do solo urbano edific vel ocioso ou subutilizado IV parcelamento do solo e adensamento condicionados adequada disponibilidade de infra estrutura e de equipamentos urbanos e comunit rios V urbaniza o regulariza o e titula o das reas ocupadas por popula o de baixa renda VI prote o preserva o e recupera o do meio ambiente e do patrim nio hist rico cultural art stico e arqueol gico VII garantia do acesso adequado do portador de defici ncia aos bens e servi os coletivos aos logradouros e edif cios p blicos bem como a edifica es destinadas ao uso industrial comercial e de servi os e ao residencial multifamiliar VIII amplia o das reas reservadas a pedestres As Leis de n 7 165 e 7 166 de 1996 que institu ram respectivamente o Plano Diretor Municipal e a Lei de Ocupa o e Uso do Solo e cujas bases foram estabelecidas na Lei Org nica de 1990 foram elaboradas em meio efervesc ncia pol tica e mergulhadas em debates e acordos democr ticos anteriores ao Estatuto da Cidade de 2001 e ao aparato institucional constru do por meio das a es do Minist rio das Cidades As leis foram concebidas e aprovadas em conjunto e resultaram de uma converg ncia de esfor os de car ter t cnico e pol tico em prol da participa o quando foram estabelecidas as bas
288. de Almeida Neves orgs O Brasil republicano O tempo da experi ncia democr tica da democratiza o de 1945 ao golpe civil militar de 1964 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 169 170 MOURA Rosa Trajet ria e perspectivas da gest o das metr poles In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 102 119 NEVES Magda Reestrutura o produtiva e estrat gias no mundo do trabalho as consegii ncias para os trabalhadores In NETO Ant nio Moreira de Carvalho CARVALHO Ricardo Augusto Alves de orgs Sindicalismo e negocia o coletiva nos anos 90 Belo Horizonte Minist rio do Trabalho 1998 NOGUEIRA Marco Aur lio As tr s id ias de sociedade civil o Estado e a politiza o In COUTINHO Carlos Nelson TEIXEIRA Andr a de Paula Ler Gramsci entender a realidade Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 215 233 NOGUEIRA Marco Aur lio Em defesa da pol tica 2 ed S o Paulo Editora Senac 2004 NOGUEIRA Marco Aur lio Os intelectuais a pol tica e a vida In MORAES Denis org Combates e utopias os intelectuais num mundo em crise Rio de Janeiro Editora Record 2004 p 357 372 NOGUEIRA Marco Aur lio Um Estado para a sociedade civil temas ticos e pol ticos da gest o democr tica 2 ed S o Paulo Cortez 2005 NOVAES Adauto Inven o e crise do Est
289. de Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Lei n 9959 2009 215 A quest o da outorga onerosa ela foi pactuada entre a gente Uma forma de fazer com que ela funcione de fato que o recurso v pro Fundo da Habita o que tenha essa destina o espec fica pra recuperar essas reas degradadas da cidade as vilas e favelas da cidade integrar essas vilas na cidade Ent o a gente tem uma fonte de recursos n Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular Eu acho que n s afinamos muitas posi es Quando n s aprovamos por exemplo a outorga onerosa como um conceito bom n s falamos assim Outorga tira da m o do propriet rio a metade do lote nesse momento p e na m o do poder p blico e d equil brio de pre o e isso bom pro setor habitacional popular e pra qualquer setor Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial A incorpora o dos instrumentos urban sticos lei ao estabelecer uma maior regula o da ocupa o e usos da cidade dando mais condi es aos governos de disciplinar o desenvolvimento urbano cria ao mesmo tempo impasses com os investidores do mercado imobili rio A ado o do novo instrumento concess o urban stica tamb m funciona como margem de manobra do Poder Executivo para lidar com os interesses dos investidores Art 74 O Fica o Executivo autorizado a delegar mediante licita o empresa isoladamente
290. de Pol tica Urbana 15 03 2000 208 de quebra de autonomia e do compromisso democr tico pactuado para a efetiva o de cada um dos foros a I Confer ncia de pol tica Urbana chegou a um n vel muito grande de detalhamento em suas resolu es sendo que nestes casos caberia aa COMPUR apenas discutir a forma de apresent las nas minutas de projeto de lei J em outros pontos as resolu es da Confer ncia vieram menos detalhadas deixando espa o para que o COMPUR aprofundasse a discuss o e completasse o conte do das altera es propostas O conselheiro Geraldo V tor AAPV MG demonstrou sua preocupa o em incorporar as altera es n o apresentadas na Confer ncia mas se considerou contemplado com a id ia de se explicitar este procedimento na mensagem C mara A conselheira Patr cia Garcia manifestou sua opini o de que n o v problemas no fato do Executivo fazer novas propostas que considera importantes desde que se respeite o que a Confer ncia deliberou A autoriza o para a interfer ncia do COMPUR aconteceu em fun o da necessidade de se contemplar no documento final elementos considerados importantes na reformula o das leis tendo sido acordado entre os conselheiros a autoriza o da medida com o compromisso de o Legislativo ser informado sobre as decis es internas do Conselho relacionadas quest o Dessa forma seria garantida a lisura do processo com o estabelecimento dos limites e das int
291. de Reforma Urbana n o se traduziram efetivamente para um conjunto significativo de cidades em mudan as de concep o e de pr ticas de planejamento e gest o em uma perspectiva participativo democr tica Em Belo Horizonte fatores j analisados em cap tulos anteriores propiciaram o desenvolvimento de uma experi ncia inovadora no campo da gest o e do planejamento participativos Destacam se das experi ncias desenvolvidas na cidade al m do Or amento Participativo a institucionaliza o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana COMPUR respons vel pela organiza o das Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana que atuam nesse mbito juntamente com os conselhos respons veis pelo patrim nio hist rico habita o meio ambiente e saneamento O Conselho de Pol tica Urbana e a realiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana representam a principal base emp rica desta pesquisa sobre o planejamento participativo em Belo Horizonte tendo como prop sito avaliar como o formato institucional dessas inst ncias de participa o tem contribu do para o que Costa 2009 destacou em seu artigo a matura o do planejamento urbano Na an lise dessas esferas p blicas pretende se entender as inova es proporcionadas pela participa o democr tica no planejamento sem perder de vista as dificuldades de consolida o dos modelos participativos considerando dentre as dificuldades a perman ncia de pr ticas caracter sti
292. de criada a Superintend ncia de Desenvolvimento da Capital respons vel pela execu o do plano de obras O mercado imobili rio exerceu determinante influ ncia no crescimento da cidade interferindo substancialmente no desempenho do poder p blico no que tange a procedimentos de gest o planejamento e aprova o das leis urban sticas Costa 1994 mostra que no in cio o acesso cidade se dava por meio dos leil es p blicos na tentativa de direcionar o adensamento a partir do centro A autora identifica dois grandes momentos do crescimento espacial ocorrido na cidade o primeiro entre os anos de 1950 e 1970 decorrente do processo de industrializa o e o segundo ap s 1970 resultado da atua o do capital imobili rio O setor imobili rio se especializa e atua na aus ncia de uma pol tica habitacional beneficiando se da expans o urbana na oferta e na defini o dos pre os dos im veis para a popula o de baixa renda Dessa forma o capital imobili rio se beneficia e condiciona a segrega o urbana atuando no atendimento das necessidades de todos os segmentos desde os mais elitizados dominando tamb m o m dio e o popular COSTA 1994 Em 1959 foi elaborado um diagn stico para subsidiar a elabora o de um Plano Diretor pela Sociedade para An lises Gr ficas e Mecanogr fica Aplicada aos Complexos Sociais SAGMACS O resultado foi um estudo multidisciplinar envolvendo aspectos de ordem demogr fica econ mica urb
293. de de participa o da popula o nas decis es da administra o municipal Mobiliza o e participa o popular em espa os legitimados na elabora o de diretrizes relativas cidade Parceria entre o movimento popular e governo municipal Iniciativas de participa o popular inclusive as parcerias com a iniciativa privada permitem um planejamento mais pr ximo das necessidades da popula o Participa o popular como pol tica de inclus o social Predisposi o da PBH e outros rg os p blicos para informar e buscar solu es com associa es e movimentos populares que est o buscando melhorias para seus bairros e cidade A participa o da popula o na redefini o da legisla o do uso e ocupa o do solo Percebe se como a participa o vista na perspectiva da gest o e da aplica o das leis pelo reconhecimento da exist ncia dos espa os legalmente institu dos O envolvimento da 28 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e Integra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 223 popula o no planejamento possibilitado pela atua o da sociedade na defini o de diretrizes para a cidade O uso das express es movimentos populares e associa es demonstra haver compreens o dos participantes sobre a exist ncia de uma pluralidade de formas de manifesta o da sociedade civil atuando
294. de imediato grupos de trabalho O vereador Jos Tarc sio Caixeta considerou que pelo ac mulo de discuss es feitas at ent o as decis es poderiam ser tomadas rapidamente e que a Procuradoria j poderia ir analisando e formatando o projeto de lei disse que as grandes discuss es ocorrem na C mara nos meses finais do ano e que se o projeto for constru do a v rias m os e representar o consenso ou pelo menos a m dia das opini es a C mara dificilmente ir criar uma grande pol mica em torno do mesmo entretanto acrescentou caso o projeto v para a C mara sem que tenha sido constru do um consenso m dio dificilmente ser aprovado por isso considerou prefer vel ganhar um tempo agora para n o correr o risco de se perder todo o processo 268 Geraldo Vitor de Abreu representante do setor popular pela Associa o dos Artes os e Produtores de Variedades do Estado de Minas Gerais gest o 2001 2003 2 Ata da 27 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 06 2003 70 Ata da 74 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 26 06 2003 71 Ata da 27 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 06 2003 Essa ata consta em anexo na ntegra em fun o de sua import ncia como documento referente ao debate travado sobre os resultados da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 772 Ata da 74 Reuni o Ordin ria do Conselho Munici
295. de participa o democr tica se constituem fundamentalmente em esferas p blicas espa os onde s o debatidos temas emitidas opini es estabelecidos consensos e negocia es Na avalia o de Nogueira 2005 nesses encontros armam se lutas pela hegemonia delineia se uma ideia de ordem p blica e de comunica o pol tica Dependendo do formato assumido pelas esferas p blicas elas podem atuar no campo decis rio da pol tica como espa os de consulta ou de delibera o A delibera o n o deve ser subestimada como recurso impactante no sentido da radicaliza o da partilha do poder Quando usada nas esferas participativas a delibera o tem capacidade de reformar democraticamente o Estado DANIEL 1994 apud TATAGIBA 2002 p 91 A quest o da consulta e da delibera o requer an lises de singularidades de como se desenvolvem as experi ncias nos processos decis rios sendo relevantes a posi o e articula o entre os sujeitos nos processos as regras de funcionamento adotadas e a resson ncia das decis es tomadas T o relevante quanto a decis o o modo o processo o caminho institucional de como se delibera se debatem os temas e como se organiza uma agenda NOGUEIRA 2005 p 153 A participa o tem implica es pr ticas quando interfere nos processos decis rios das gest es tanto nos resultados das pol ticas p blicas que afetam diretamente coletividades como na progressiva democratiza o das gest es tra
296. demonstrado na pesquisa de campo Embora 74 1 dos entrevistados tenham afirmado conhecer o COMPUR desses a maioria n o sabe exatamente qual a fun o do Conselho na cidade e dos entrevistados apenas 6 5 sabem que cabe a ele organizar as Confer ncias de Pol tica Urbana Na avalia o de Garcia 2008 a participa o do setor popular no Conselho limitada esse segmento fica subsumido diante da atua o dos setores t cnico e empresarial Embora ass duos s reuni es observa se uma participa o muito prec ria nos debates dificilmente envolvendo se em grupos de trabalho e raramente sendo indicados como relatores Sem d vida o setor que possui menos recursos de tempo de informa es de poder argumentativo para uma participa o efetiva e capaz de influenciar nas decis es Al m do mais representam uma enorme diversidade de interesses e anseios cuja s ntese mostra se um grande desafio GARCIA 2008 p 141 Nos depoimentos dos conselheiros verifica se uma converg ncia de opini es sobre as dificuldades de atua o do setor popular como fica demonstrado na sequ ncia de opini es selecionadas A participa o do setor popular fr gil porque ele tem uma rotatividade muito maior Por v rios momentos ele acaba ficando ausente e ele mais presente nas Confer ncias onde acontecem discuss es tem ticas Porque na verdade a discuss o da regula o urbana que ocorre no COMPUR ela tem muito mais a ver do
297. des de torn la participativa e deliberativa para al m do modelo liberal inicialmente dominante no imediato p s guerra Os contornos dessas experi ncias ganharam formas singulares em fun o das especificidades culturais e sociopol ticas de cada nacionalidade e localidade A supera o das conquistas formais procedimentais do modelo liberal e o exerc cio da participa o no desenvolvimento da democracia demandaram um reposicionamento da sociedade em prol de direitos e fomentaram o aprendizado pol tico em n vel institucional dos movimentos e Na defesa da ideia das cidades como atores pol ticos Castells e Borja consideram o protagonismo das cidades com autonomia para estabelecer acordos e associa es responsabilidades diante da sociedade e da Uni o p lo central na articula o entre a sociedade civil e a iniciativa privada e as diferentes inst ncias do Estado Revista Novos Estudos CEBRAP n 45 jul 1996 p 152 166 31 organiza es civis Dentre os direitos conquistados e institucionalizados por m de dif cil efetiva o e consolida o encontra se o direito cidade Recentemente a Carta Mundial do Direito Cidade representa o resultado de uma converg ncia de esfor os de organiza es da sociedade civil pela garantia de efetiva o dos direitos sociais conquistados tendo a cidade como cen rio fundamental O direito cidade representa um passo importante na constru o de democracias s lidas
298. do que compartilhado como bem comum neles podem ser consolidadas as bases ticas importantes ao processo de constru o democr tica Nos espa os p blicos podem tamb m ser referendadas decis es e procedimentos que atendem a grupos e agentes pol ticos que muitas vezes disp em de condi es melhores no debate ou na composi o de for as determinantes nas tomadas de decis es de interesse coletivo Portanto nessas esferas n o existe linearidade prevalecem diverg ncias e esfor os de negocia o em torno de consensos tensos devido diversidade dos atores e s concep es diferentes de sociedade defendidas As cidades apresentam se em meio ao quadro geral das transforma es contempor neas brevemente expostas como um rico cen rio da tens o entre projetos diferentes de sociedade nelas os significados da pol tica ganham maior visibilidade e a rela o entre o Estado e a 2 Arendt 1997 explica que o p blico denota que o que vem a p blico pode ser visto e ouvido o que nos garante a realidade do mundo e de n s mesmos A esfera p blica enquanto mundo comum re ne nos na companhia uns dos outros contudo evita que colidamos uns com os outros por assim dizer ARENDT 1997 p 62 Dagnino Olvera e Panfichi 2006 demonstram a relev ncia do resgate contempor neo do espa o p blico favorecendo a publicidade a manifesta o do que est oculto da exposi o de opini es valores e princ pios antes mantidos no
299. do Bairro Bandeirantes ACBB parabenizou o Conselho pela decis o de adiar a aprecia o da ADE Pampulha Ilma Arruda Ara jo Abreu presidente da Associa o de Defesa dos Usu rios Consumidores 154 A regulamenta o da ADE da Pampulha provocou uma acirrada discuss o no COMPUR e depois na C mara Municipal com a n tida polariza o de interesses De um lado um grupo de moradores resistente flexibiliza o principalmente ocupantes da orla da Lagoa e dos bairros mais ricos da regi o do outro lado o grupo favor vel permiss o do uso n o residencial e multifamiliar constitu do por moradores de reas menos valorizadas da Pampulha por investidores e pelo poder p blico Ap s muito debate e negocia o no COMPUR e tamb m na C mara Municipal a lei resultante desse embate Lei n 9 037 04 promoveu uma flexibiliza o com regras diferenciadas para diferentes reas da Pampulha A prote o da Lagoa e da paisagem urbana do local evidenciam se no texto aprovado GARCIA 2008 p 158 155 e Contribuintes em Minas Gerais ADUCON lembrou que a Constitui o Federal confere poder ao cidad o de defender o patrim nio p blico ambiental e as institui es e que defender a Pampulha um dever moral um dever tico afirmou que alguns t cnicos da PBH que hoje defendem o projeto de lei em discuss o em outra ocasi o j se posicionaram contr rios a um projeto semelhante acrescentou que considera a proposta
300. do Conselho com a organiza o da Primeira Confer ncia de Pol tica Urbana um segundo resultado das a es da primeira fase e um terceiro momento de arrefecimento manifesto ap s a realiza o da II Confer ncia de Pol tica Urbana Avalia es feitas por outros conselheiros demonstram que h uma converg ncia de opini es no que se refere a um in cio mais efervescente seguido por um decl nio de desempenho institucional do COMPUR Eu acho que nos primeiros anos de consolida o quer dizer at a I Confer ncia no in cio de tramita o da Lei se teve um trabalho concentrado de elaborar regimentos discutir qual a fun o do COMPUR e consolidar essas fun es Ent o voc tem toda uma motiva o espec fica Depois a prepara o da Confer ncia o acompanhamento da Confer ncia o encaminhamento das propostas da Confer ncia Isso tudo aconteceu num prazo relativamente curto se tinha uma densidade de assuntos a tratar Ent o tudo isso essa defini o do que seria o caminhar do COMPUR foi um trabalho intenso sempre cont nuo e digamos que se teve um per odo bem caracterizado Depois teve um segundo momento que foi ap s 2000 que foi depois do resultado da I Confer ncia que a gente teve mais uma consolida o das rotinas do COMPUR ent o assim que tipo de delibera o como que se votaria se isso a fun o do COMPUR mesmo se vai detalhando e depurando isso Ent o houve uma entrada a numa rotina do COMPU
301. do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 09 07 08 315 necessidades em direitos com a redefini o do espa o da cidadania e uma luta que se estabeleceu e continua a acontecer pela amplia o do acesso ao espa o pol tico e aos benef cios do desenvolvimento econ mico A busca da consolida o do direito cidade representa um exemplo de supera o das necessidades transformadas em direitos urbanos continuamente reelaborados pensados e aplicados no ritmo da vida urbana como um movimento permanente do fazer e refazer da cidade 317 REFER NCIAS ALFONSIN Bet nia de Moraes Cidade para todos Cidade para todas Vendo a cidade atrav s do olhar das mulheres In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia Direito Urban stico estudos brasileiros e internacionais Belo Horizonte Del Rey 2006 p 253 264 ANANIAS Patrus Or amento Participativo Por que o implantamos em Belo Horizonte In AZEVEDO Sergio FERNANDES Rodrigo Barroso orgs Or amento Participativo Construindo a Democracia Rio de Janeiro Revan 2005 p 33 47 ARA JO Marinella Machado Pol tica de desenvolvimento urbano no Estatuto da Cidade em que realmente avan amos com o modelo de planejamento regulado pela Lei n 10 257 de julho de 2001 In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 169 181 ARA JO T ni
302. do encontrar novos espa os institucionalizados ou n o de participa o pol tica al m da busca por um maior controle das decis es estatais atrav s de mecanismos de presta o de contas PEREIRA 2007 p 426 Na constru o democr tica os avan os e recuos sempre ocorrem no confronto entre particular e universal A rela o entre o indiv duo e o coletivo a rela o entre particularismo e 23 ea do gt Es NPS E Bendassolli 2000 fala sobre um novo individualismo respons vel por uma fragmenta o da exist ncia e da perda da centralidade das refer ncias pol ticas e sociais em uma conjuntura recente onde prevalece a competi o 28 universalismo Bornheim 2003 explica que a vontade das singularidades parte de realidades transindividuais Dessa forma o indiv duo est desde sempre inserido no universal O autor conclui que a educa o sempre se faz para o universal Toda pedagogia tende a realizar o indiv duo enquanto vida universal e tal processo de universaliza o leva interpreta o de Hegel de que o indiv duo s tem objetividade e eticidade como membro do Estado Em Gramsci 1978 a rela o pedag gica existe em toda a sociedade como troca cada um se modifica na medida em que modifica o mundo o agir sempre um agir pol tico pois tudo pol tico A passagem para um momento tico pol tico pressup e a supera o do individual a constru o de concep es compartilhadas a confo
303. do planejamento da cidade Por princ pio o planejamento municipal est sendo desempenhado pelos recursos humanos da pr pria Prefeitura e problemas relativos inexist ncia e forma o t cnica est o sendo resolvidos por uma pol tica consistente de valoriza o do pessoal atrav s de cursos e outras iniciativas voltadas para sua forma o e capacita o O Plano de A o de 1984 foi um documento de prepara o que resultou no Projeto de Lei de 1988 Ferreira 1999 em seu estudo concluiu que no processo de elabora o do Plano n o houve um investimento consistente na participa o da sociedade e mesmo com o prefeito Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 74 Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 80 19 H lio Garcia foi prefeito pelo PMDB Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 68 85 apresentando um perfil populista prevaleceu a op o de transferir as decis es para a C mara Municipal Verificou se como importante iniciativa de governo a partir do Plano de 1984 a prioriza o de equipes da pr pria administra o p blica responsabilizando se pela elabora o do planejamento urbano do Munic pio De acordo com a Reforma Administrativa de 1983 caberia Secretaria de Planejamento o concerto das atividades integradas e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano a fun o de coordenar o planejamento
304. do setor popular representantes de movimentos de moradores associa es de bairros entidades religiosas Na Comiss o os documentos foram avaliados e debatidos destacando se a atua o do setor empresarial por apresentar se mais organizado e articulado no trato da tem tica urbana TORRES 2003 Na avalia o de Torres 2003 o F rum da Cidade promoveu junto com a cria o da Comiss o da Cidade um espa o pluralista de media o entre as diversas for as pol ticas do Munic pio mas que como tal veio a padecer devido rela o privilegiada do Estado com alguns setores espec ficos da sociedade Essa situa o demonstrava o reconhecimento da posi o ocupada por empres rios do setor imobili rio como os principais agentes da produ o do espa o urbano Negocia es na aprova o do Plano e da Lei de Uso e Ocupa o do Solo Aplicados os mecanismos de participa o e debatida a proposta com as representa es civis foram elaborados os projetos de lei encaminhados C mara Municipal estando j os vereadores envolvidos no processo pela presen a de alguns nos trabalhos desenvolvidos pelo F rum da Cidade 106 Os projetos de lei n 314 95 Plano Diretor e 315 95 Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo tramitaram juntos Compreendendo a complexidade da mat ria a C mara Municipal de Belo Horizonte aprovou a Resolu o n 2005 95 que estabeleceu um tr mite especial para os dois projetos com prazo
305. dos gest o urbana garantidores da aplica o dos fundamentos desses programas de governo iii A continuidade de procedimentos de gest o e de planejamento como a realiza o do Or amento Participativo a atua o dos diversos Conselhos em especial os que interferem nas pol ticas urbanas e os avan os garantidos no Plano Diretor t m favorecido o exerc cio democr tico participativo e deliberativo no Munic pio 1111 Finalmente como parte da constru o desse projeto percept vel a representa o coletiva que se faz dele ou seja existe no imagin rio dos atores envolvidos nos processos de sua aplica o uma concep o de cidade democr tica mesmo que atravessada por interesses e proposi es de projetos ou subprojetos diferenciados defendidos pelos setores civis e pelo Estado nos espa os institu dos para sua exposi o p blica Analisar o projeto democr tico de cidade proposto para Belo Horizonte pressup e o entendimento da posi o do Conselho de Pol tica Urbana como parte do sistema participativo aprovado pelo Plano Diretor de 1996 Dificuldades na formula o da pol tica urbana 2 171 PAS Ao abordar sobre pol tica urbana entende se que existe uma diferen a entre a pol tica urbana pensada no singular e no plural No singular pressup e um planejamento mais amplo que 170 Mendon a 2008 menciona coaliz es de centro esquerda que vem governando Belo Horizonte desde 1993 e adotando formas de part
306. dos guardando a propor o aproximada de um ter o de representantes de cada setor compostos de delegados eleitos e abertos participa o de interessados sem direito a voto Os trabalhos se sustentaram na an lise do material organizado pelo Executivo em reuni es que aconteceram depois da fase preparat ria dos cursos de capacita o Par grafo nico Os Grupos de Trabalho ter o os seguintes objetivos I Avaliar temas afetos s pol ticas urbanas quanto a parcelamento ocupa o e uso do solo II Promover o debate acerca de temas relativos revis o do Plano Diretor e da Legisla o Urban stica a partir dos resultados da II Confer ncia de Pol tica Urbana realizada entre 18 de outubro de 2001 e 20 de agosto de 2002 e ainda com base nas decis es do Conselho Municipal de Pol tica Urbana COMPUR e dos estudos e pesquisas realizadas a respeito da tem tica urbana no per odo HI Levar para as Plen rias de Encerramento todas as propostas derivadas das conclus es das discuss es para serem votadas e encaminhadas como resultados da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Regimento Interno da III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana p 6 O material organizado pelo Executivo continha os resultados da II Confer ncia e indica es de como o Plano Diretor e a Lei de Ocupa o e Uso do Solo deveriam ser revistos Ao analisarem e debaterem os documentos os delegados poderiam referendar alterar ou subs
307. e partilha do poder o exerc cio do controle social Os setores representados no Conselho n o conseguiram se articular internamente como deveriam ou poderiam e n o arregimentaram as entidades representadas na fun o de acompanhar e monitorar os resultados das Confer ncias e tamb m as a es dos governos sobre as pol ticas urbanas O Conselho a inst ncia de participa o da sociedade nos processos de planejamento urbano portanto tem credencial para arregimentar as for as sociais na revis o das leis e para solicitar do Poder Legislativo uma tramita o dialogada com a sociedade das decis es tomadas na esfera das Confer ncias Entretanto nas tr s Confer ncias realizadas o Conselho perdeu pot ncia no exerc cio desse papel deixando livre o Poder Executivo na organiza o dos encaminhamentos sem acompanhar mais proximamente o processo e permitindo a cria o de comiss es pouco eficientes na fun o de exercer o controle social das delibera es pactuadas nos eventos Ao n o se posicionar fazendo e estimulando o controle social tamb m das pol ticas urbanas ou das interven es urbanas o Conselho perde a oportunidade de ganhar mais resson ncia na sociedade fato que poderia transform lo em um espa o p blico mais politizado 3 Ed bo 313 Apresentamos nas considera es finais no item Quest es levantadas e poss veis desdobramentos a necessidade de serem desenvolvidas an lises mais aprofundadas
308. e reas da cidade principalmente a rea central que exigem defini o de pol ticas urbanas mais complexas No estudo das atas foi selecionada uma reuni o onde a mat ria de pauta contemplava a aprecia o de uma proposta da BHTRANS Mat ria aprecia o da proposta da BHTRANS para altera es e acr scimos no Anexo IV da Lei 7166 96 hierarquiza o vi ria S ntese da discuss o o arquiteto Tom s Ahouagi BHTRANS fez uma breve apresenta o sobre os motivos que levaram proposta em quest o tais como os erros gr ficos ou equ vocos de an lise na elabora o da Lei 7166 96 vias aprovadas em novos loteamentos e mudan as nas fun es das vias dentro do sistema geral de uma regi o em consegii ncia do crescimento da cidade A conselheira Maria Beatriz SUDECAP solicitou o adiamento da discuss o para que a SUDECAP realizasse uma an lise mais adequada A conselheira Maria Elisa PUC MG alertou que mudan as de classifica o vi ria implicam em altera es na defini o de usos permitidos de acordo com a Lei 7166 96 o que torna este ato complexo Acrescentou ainda que a an lise deveria ser mais abrangente envolvendo al m da quest o vi ria os aspectos ambientais e de patrim nio cultural Por isso deveria ser promovida uma discuss o mais ampla e acompanhar as mudan as gerais da Lei junto Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana O conselheiro Manoel Teixeira IAB concordou com a conselheira e prop s
309. e a op o pol tica assumida pelos organizadores da II Confer ncia Os encaminhamentos dados pelos membros da Comiss o designada pelo COMPUR juntamente com os profissionais do governo indicados mostram o comprometimento com as iniciativas nacionais e internacionais relacionadas ao desenvolvimento social e urbano democr tico Utilizando uma interpreta o feita por Fernandes 2008 o Plano Diretor de Belo Horizonte e sua revis o se incluem em uma agenda de esquerda com prop sitos voltados para E Sl Za v iS 243 o reconhecimento dos direitos sociais Na avalia o desse autor a outra categoria de plano 21 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 72 Palestra de Ant nio Carlos Brand o 42 Matos 2008 explica que a garantia do direito s cidades sustent veis entendido como direito terra urbana moradia ao saneamento ambiental infra estrutura urbana ao transporte e aos servi os p blicos ao trabalho e ao lazer para as presentes e futuras gera es soa n o pragm tico e pode parecer inating vel no m dio prazo mas ampara se em uma das mais ricas tradi es do pensamento urban stico o princ pio da utopia MATOS 2008 p 157 158 23 As aspas constam do texto original e merece destaque a preocupa o de Fernandes 2008 ao categorizar os planos e mostrar o quanto se avan ou pouco nas defini es sobre formas de financiamento do desenvolvimento urbano
310. e a primeira lei de Uso e Ocupa o do Solo de Belo Horizonte 1976 vigorou uma legisla o com prop sitos de ordenar a cidade A Lei n 363 de 1930 definiu uma nova classifica o da cidade em quatro zonas zona central ou comercial zona urbana ou residencial zona suburbana e zona rural Foram fixadas normas de uso e ocupa o do solo e de par metros para a constru o de edifica es atrav s do C digo de Obras Decreto lei n 84 de 21 de dezembro de 1940 consenso nas publica es sobre a legisla o urbana de Belo Horizonte ou nos estudos que tomam a legisla o como refer ncia o fato de que o poder p blico foi incapaz de controlar a ocupa o real da cidade Tanto no projeto original para a nova capital do Estado de Minas Gerais quanto na LUOS de 1976 nota se a presen a de elementos que promoviam a segrega o s cio espacial da popula o No caso da primeira baseada no paradigma urbanista positivista em voga no final do s culo XIX aliado a um racionalismo funcional esta era expressa pela separa o entre zonas urbanas a parte nobre da cidade situada no interior da Avenida 17 de Dezembro atual Contorno destinada ao aparato burocr tico administrativo e resid ncias de funcion rios p blicos suburbana reas e bairros lim trofes Contorno prevista para a constru o de ch caras e s tios e rural que funcionaria como cintur o verde e seria respons vel pelo abastecimento da cidade PBH 1995 p
311. e aos instrumentos de pol tica urbana Os instrumentos j existentes transfer ncia do direito de construir opera es urbanas Conv nio Urban stico e IPTU progressivo no tempo sofreram algumas altera es e outros instrumentos previstos no Estatuto da Cidade foram incorporados pela nova lei 273 No caso da Transfer ncia do Direito de Construir TDC a defini o dos im veis pass veis de gera o da TDC contempla mais claramente a fun o social da cidade e da propriedade Art 5 O art 61 da Lei n 7 165 96 passa a vigorar com a seguinte reda o Art 61 S o im veis pass veis de gera o da TDC aqueles considerados necess rios para I a implanta o de programa habitacional de interesse social observado o 1 do art 191 da Lei Org nica do Munic pio de Belo Horizonte LOMBH II o atendimento a interesse hist rico ambiental paisag stico social ou cultural HI o atendimento a programas de regulariza o fundi ria e de urbaniza o de reas ocupadas por popula o de baixa renda IV a implanta o de equipamentos urbanos e comunit rios As opera es urbanas foram reformuladas nas modalidades simplificada e consorciada devendo a forma consorciada ser regulamentada com a obrigatoriedade de o controle da opera o ocorrer de forma compartilhada com representa es da sociedade civil Os novos instrumentos incorporados ao Plano Diretor foram direito de preemp o out
312. e civil n o contaminada pelas disputas particularistas 120 Em Belo Horizonte a exist ncia dos conselhos gestores de pol ticas p blicas deliberativos ou consultivos tem favorecido os processos de descentraliza o administrativa Pesquisa realizada em 2004 envolvendo 12 dos 18 Conselhos oficialmente regulamentados na poca apresenta o perfil dos conselheiros a percep o deles sobre a cidade e sobre o desempenho dessas esferas participativas na administra o p blica local OBSERVAT RIO DAS METR POLES PUC Minas Gerais 2004 Informa es consideradas relevantes da pesquisa foram selecionadas O perfil sociodemogr fico dos conselheiros de Belo Horizonte apontado pela pesquisa mostra um p blico feminino significativo 53 na faixa et ria entre 41 e 60 anos 59 trabalhadores 54 9 cat licos 64 8 e que se autodefinem como brancos 55 7 O grau de instru o elevado perfazendo um total de 54 9 deles com curso superior e com padr o de renda tamb m mais elevado sendo que 45 9 recebem mais de oito sal rios m nimos Dados de escolaridade renda e ocupa o dos conselheiros confirmam uma presen a majoritariamente de estratos m dios da sociedade para a representa o nos conselhos A atua o pol tica dos conselheiros significativa 59 8 desses cidad os s o sindicalizados e o mesmo percentual atua em rg os comunit rios al m de 40 2 deles serem filiados a partidos pol ticos Quando inter
313. e dois representantes do setor empresarial um representante da C mara Municipal e tr s representantes do governo sendo um deles o membro da BHTRANS que cumpria a fun o de coordenador 162 Ata da 35 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 16 02 2000 Grifos desta pesquisadora 163 que est em pleno funcionamento o qual inclusive tem sido o coordenador Expressou seu desejo de que o COMPUR n o se detenha apenas a analisar processos mas que Pc a EN 7 163 possa ser uma inst ncia atuante nas discuss es do planejamento da cidade Discuss o sobre o relat rio do Grupo de Trabalho Papel do COMPUR s ntese da mat ria o secret rio Jos Ab lio SMRU fez uma explana o sobre os trabalhos que a Secretaria de Regula o Urbana vem desenvolvendo no sentido de buscar que o Conselho seja uma inst ncia cada vez mais expressiva no pensamento da cidade Sintetizou os trabalhos desenvolvidos pelo GT Papel do COMPUR discorrendo sobre os estudos das atribui es do Conselho sobre problemas detectados e sobre as propostas formuladas pelo GT Em seguida pontuou as propostas apresentadas pelo GT promover a valoriza o do Conselho promover a divulga o do mesmo e promover a divulga o da Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana O secret rio Jos Ab lio SMRU informou que para o processo de Monitoramento do Plano Diretor est sendo produzido um documento chamado Cen rio Tend ncial q
314. e empresa n o se esgota numa proposta simplesmente administrativa ou como muitas vezes pretendem apresentar seus defensores meramente gerencial ou operacional Na verdade o conjunto da cidade e do poder local que est sendo redefinido O conceito de cidade e com ele os conceitos de poder p blico e de governo 44 de que o quadro de gest o das cidades se torna hoje mais complexo diante das necessidades de estabelecimento de parcerias e negocia es entre as estruturas p blicas com a iniciativa privada e com organiza es n o governamentais para fins de se alcan ar a t o difundida efici ncia e a qualidade tanto na oferta de servi os como nas interven es urbanas Da mesma forma tamb m inquestion vel a mudan a paradigm tica em prol da democracia participativa desencadeada na gest o das pol ticas p blicas e no planejamento urbano pelo novo marco jur dico relativo ao desenvolvimento urbano tra ado na Constitui o de 1988 e na Lei n 10 257 de 2001 O resgate da import ncia do planejamento urbano n o foi f cil devido a sua identifica o com o regime autorit rio que lan ou m o desse instrumento para promover o crescimento econ mico adotando o planejamento das cidades desprovido de suas bases pol ticas Costa 2008 afirma que durante a maior parte dos anos de 1980 a ideia de planejamento urbano foi abandonada sendo retomada quando novos princ pios de planejamento e gest o foram discutidos e incorporados
315. e trabalham usando textos documentos debatidos e depois transformados em propostas avaliadas e aprovadas nas plen rias conclusivas As atividades desenvolvidas pelos Grupos de Trabalho representam um dos momentos mais ricos das Confer ncias Nessa etapa os representantes dos setores entendem a cidade em partes mas apreendem uma no o do todo manuseiam material de conte do e consist ncia t cnica 25 Entrevista realizada com Cl udia Pires Presidente do IAB MG delegada do setor t cnico na III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 21 09 2010 263 publicizam suas interpreta es e interesses debatem pontos de vista distintos aprendem a fazer concess es que em fun o de todos esses aspectos resultam em consensos ativos As esferas p blicas onde acontecem os encontros entre o Estado e a sociedade civil s o espa os em que o aprendizado pol tico tende a ocorrer pelo debate e por negocia es de projetos diferentes As concess es em benef cio do conjunto s o pr ticas de dif cil amarra o s poss veis quando os atores envolvidos amadurecem a capacidade argumentativa e s o capazes de transformar a tens o das escolhas em potencial de negocia o para interferir nas decis es do Estado Na III Confer ncia a atua o dos GT s foi determinante para a formula o de propostas funcionaram como filtros e espa os de matura o das rela es entre setores e governo Os GT s foram forma
316. e um planejamento concebido e aplicado como um processo de feitura e refeitura tratado transdisciplinarmente e politicamente comprometido com a inser o dos atores sociais em suas etapas Se for considerado como importante o resgate do planejamento urbano enquanto processo cont nuo especialmente no que diz respeito s an lises que permitem um conhecimento aprofundado e abrangente do espa o urbano h que se refletir sobre como isso deveria ser feito A forma n o poderia certamente ser de natureza t cnico racionalista e nem repetir a estrutura centralizada de cima para baixo que caracterizou experi ncias anteriores de planejamento urbano e metropolitano Portanto tal planejamento para ser leg timo deve ser socialmente constru do a partir dos v rios agentes sociais como no caso de Belo Horizonte por exemplo s o respons veis por uma forma de tomada de decis es de natureza participativa COSTA 2008 p 77 No Brasil s o 5 564 munic pios dentre os quais muitos possuem popula o urbana m nima como por exemplo Flor do Sert o SC com apenas 195 habitantes e Nova Ramada RS sem popula o urbana RODRIGUES Arlete Moys s Nota T cnica sobre conceito e defini o de cidade Minist rio das Cidades 2004 Os munic pios com menos de 5 000 habitantes representam 21 45 do total do pa s GOMES MAC DOWELL 2000 p 11 50 A cidade de Belo Horizonte citada por Costa 2008 como um exemplo de aplica o d
317. ealidade federativa que fortalece pol tica e juridicamente os munic pios O cap tulo da gest o democr tica do estatuto o mais delicado desses artigos todos que foram trazidos com a lei 10 257 porque por meio deles que os instrumentos de pol tica urbana v o ser efetivamente implementados e tornados vivos S assim com a gest o democr tica de fato abrindo a participa o da popula o diretamente envolvida que a gente vai poder tirar a lei do papel Na esteira da gest o democr tica a exposi o sobre espa o p blico e cidadania foi associada ao direito cidade e ideia de acessibilidade e recupera o dos espa os urbanos foi abordada tendo por base a concep o contempor nea de requalifica o A problem tica econ mica entrou na programa o por meio dos conte dos financiamento das cidades e desenvolvimento econ mico inclusivo O financiamento foi tratado no contexto econ mico da poca tendo o palestrante ressaltado a import ncia de se pensar o desenvolvimento e a gest o de Belo Horizonte associados ao conjunto metropolitano As possibilidades de aplica o de um modelo de desenvolvimento inclusivo foram apresentadas 238 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 51 Palestra de Luiz C sar Queiroz Ribeiro 22 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 68 Exposi o feita por Liana Portilho coordenadora
318. ebatido na C mara Municipal que durante seis meses realizou audi ncias p blicas sobre todos os temas abordados pelo C digo O conselheiro Manoel Teixeira IAB prop s que o COMPUR encaminhasse C mara uma Mo o para que fosse possibilitada a prorroga o dos prazos de vota o do C digo de Posturas A conselheira Maria Cristina Fonseca Magalh es SCOPLAM prop s que al m da Mo o e em virtude da complexidade do assunto contido no projeto o COMPUR encaminhe uma Recomenda o ao Executivo para que o mesmo se articule politicamente junto C mara Municipal no sentido de provocar uma dilig ncia para discuss o do projeto referente ao C digo de Posturas de Belo Horizonte propiciando assim um debate mais profundo sobre a mat ria Grifos desta pesquisadora O uso da Mo o como recurso de den ncia representa uma atitude pol tica que movimenta o Conselho para o exerc cio de sua fun o mais relevante por vezes relegada 148 Ata da 27 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 06 2003 14 Ata da 74 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 26 06 2003 150 Ata da 66 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 21 11 2002 Grifos desta pesquisadora 143 condi o secund ria a de representar uma esfera p blica respons vel pelas pol ticas urbanas do munic pio posi o que lhe imp e for osamente a atribui o de con
319. ecife Salvador Natal Fortaleza Bel m Florian polis Santos Vit ria Bras lia e a aglomera o urbana de Maring Dispon vel em http web observatoriodasmetropoles net Acesso em 20 mar 2010 16 A proposta de investiga o voltou se para o entendimento da din mica participativa em Belo Horizonte uma das cidades refer ncia na aplica o do Or amento Participativo no Brasil considerando o processo hist rico e os fundamentos do planejamento participativo desenvolvido na cidade A capital mineira possui uma hist ria de planejamento desde sua origem quando foi projetada para ser uma cidade moderna pela Comiss o Construtora da Nova Capital coordenada por Aar o Reis em 1897 Transformou se em cidade n cleo da Regi o Metropolitana em 1973 exercendo influ ncia e sendo tamb m afetada pelas cidades que constituem o conjunto da regi o O trajeto hist rico do planejamento urbano pesquisado envolve as estruturas administrativas aprovadas e adotadas as transforma es na regula o urbana institu das e os planos urban sticos concebidos para nortear o planejamento e a gest o da cidade Na an lise do Conselho Municipal de Pol tica Urbana buscou se entender o desenho institucional criado seu desempenho no processo de aplica o e revis o da legisla o urban stica do Munic pio sua capacidade de intervir na defini o e aplica o das pol ticas urbanas incluindo na abordagem sua legitimidade em rela o ao poder
320. ectos da constru o de uma proposta participativa 99 3 4 Planejamento urbano e reformas administrativas ii ereeeeeeeererceeee 108 3 5 A mobiliza o da sociedade aspectos do potencial de participa o pol tica 118 CAP TULO 4 O COMPUR E AS CONFER NCIAS DE POL TICA URBANA NA CONSTRU O DE UMA EXPERI NCIA DEMOCR TICA DE PLANEJAMENTO URBANO cisma enicamachaia tele cuis cha Geo ecuag mia so aEb dada ado Soves son suada vo Cola Scoss veseve Sea cha Gun Cali iore sses 125 4 1 O Conselho de Pol tica Urbana forma o composi o e atribui es 127 4 1 1 A presen a do Estado no Conselho de Pol tica Urbana Prefeitura e C mara Municipal 134 4 1 2 A sociedade civil no COMPUR os setores t cnico popular e empresarial 143 4 1 3 A sociedade aciona o Conselho de Pol tica Urbana 153 4 2 Trajet ria e reflex es sobre o papel do Conselho destaque para as percep es dos CONSCIDEILOS ci su Sp AE as o sado PE a Ea EEA gd a ER pe 158 4 3 A constru o de um projeto de cidade a capacidade do COMPUR de interferir na formula o d s politicas urbanas eae Dad a Au Sd a e 168 4 4 Delibera o e legitimidade o reconhecimento do COMPUR 190 CAP TULO 5 AS CONFER NCIAS DE POL TICA URBANA COMO ESPA O DE PARTICIPA O DEMOCR TICA juca raaateas pets 195 xi 5 1 O desafio da I Confer ncia 1
321. edades de Minas Gerais AAPV MG Sindicato dos Servidores P blicos Municipais de Belo Horizonte A lista completa das entidades por setores que disputaram representa o no Conselho Municipal de Pol tica Urbana constar dos anexos desta pesquisa 134 Conselho como pareceres e delibera es Quanto ao qu rum a proposta contempla a manuten o dos 2 3 dois ter os para quest es mais relevantes e maioria simples para outras demandas tipo recurso administrativo O Presidente Murilo Valadares SCOMURBE sugeriu um qu rum com maioria simples justificando que o COMPUR n o io conselho deliberativo lembrando que o COMAM decide por maioria simples O envolvimento dos setores da sociedade na disputa pelas vagas no Conselho representa um sintoma da import ncia que dada a ele como inst ncia que interfere na din mica da cidade Os detalhes sobre seu funcionamento mostram como se comportam os representantes dos setores da sociedade no seu interior e como atuam os poderes Legislativo e Executivo sobressaindo o governo favorecido por um conjunto de fatores abordados na sequ ncia do cap tulo 4 1 1 A presen a do Estado no Conselho de Pol tica Urbana Prefeitura e C mara Municipal Na identifica o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana demonstrou se como determinante a presen a do Estado pela condu o dos processos assumida pelo Poder Executivo desde a funda o do Conselho e pela presen a de representa es da C
322. egais e de diretrizes para as interven es urbanas os planos diretores recolocam no cen rio pol tico das cidades um instrumento j utilizado em outros momentos do planejamento marcado pelo tecnicismo e elitismo no ordenamento das quest es urbanas Vila a 2005 se posiciona nesse debate referindo se s ilus es do Plano Diretor acredita que o apelo aos planos representa uma farsa que contribui para desacredit los ao mesmo tempo em que os apresenta como a imagem de salva o tecnocr tica Em sua cr tica afirma que os planos funcionam como cortinas de fuma a para encobrir o fracasso da classe dominante em resolver os problemas urbanos demonstrando a clara manifesta o da ideologia tecnocr tica que ainda perdura no planejamento urbano amp Artigo 40 O Plano Diretor aprovado por lei municipal o instrumento b sico da pol tica de desenvolvimento e expans o urbana Artigo 41 O Plano Diretor obrigat rio para as cidades I com mais de 20 mil habitantes II integrantes de regi es metropolitanas e aglomera es urbanas II onde o Poder P blico municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no 4 do art 182 da Constitui o Federal IV integrantes de reas de especial interesse tur stico V inseridas na rea de influ ncia de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de mbito regional ou nacional BRASIL Estatuto da Cidade Guia para implementa o
323. egislaturas todas as propostas referendadas pelo COMPUR e encaminhadas C mara foram aprovadas Pode se ent o dizer que nesse per odo a chancela do Conselho teve um peso consider vel na aprecia o das mat rias pelo Legislativo Municipal Outra possibilidade de que os interesses envolvidos nessas propostas avalizadas pelo Conselho que poderiam dificultar sua aprova o foram previamente contemplados eliminando se o conflito no Legislativo GARCIA 2008 p 148 150 Os ritmos de trabalho do COMPUR s o em certa medida estabelecidos em fun o dos prazos e urg ncias do Poder Legislativo da mesma forma que alguns pareceres e encaminhamentos feitos pelo Conselho interferem na din mica da C mara Municipal O coment rio feito por M nica Bed da Secretaria Municipal de Planejamento al m de demonstrar a quest o das imposi es dos prazos do Poder Legislativo sustenta conclus es anteriormente apresentadas sobre as resist ncias desse poder aos diferentes Conselhos Municipais M nica informou sobre a reuni o do F rum dos Conselhos mais citados a partir do questionamento que est existindo por parte da maioria dos vereadores em rela o ao papel dos conselhos o F RUM vai propor ao Prefeito um debate com a Mesa Diretora da C mara A conselheira M nica Bed explicou a urg ncia do encaminhamento dos Projetos de Lei C mara j que o prazo para mudan as de zoneamento s at o final deste ano Su
324. eira e socioambiental da pol tica urbana A proposta da sustentabilidade das cidades um dos eixos do ide rio da Reforma Urbana A quest o permeou as discuss es e resolu es das Confer ncias realizadas em Belo Horizonte 2 Uma das defici ncias de gest o apontada a falha no controle urbano relativo fiscaliza o do crescimento e expans o da cidade tanto quanto vista como nociva a press o especulativa do setor imobili rio que desequilibra e desfavorece o alcance do desenvolvimento sustent vel Planejamento e integra o das pol ticas p blicas deficiente Falta de planejamento integrado das pol ticas urbanas Necessidade de aprimorar a coordena o entre os diversos agentes p blicos Falta de integra o dos diversos rg os e estrutura inadequada para a preserva o do meio ambiente Falta de integra o entre o planejamento vi rio e quest es ambientais e sociais Descontinuidade pol tica de fato e administrativa da integra o da pol tica urbana com a de preserva o cultural Aus ncia de articula o entre as pol ticas de turismo e de preserva o do patrim nio hist rico A precariedade da fiscaliza o proporciona ocupa o irregular levando o poder p blico a perder os espa os de equipamentos e reas verdes Defici ncia no cumprimento da normatiza o das leis urbanas com d ficit de estrutura da fiscaliza o do Munic pio Falta de programa para controle dos assentamentos
325. el Teixeira Junior Representante Setor T cnico Relacionando os depoimentos com a an lise das atas evidencia se uma altera o na qualidade dos debates ocorrendo uma perda no aprofundamento das discuss es a partir de 2002 Nas atas anteriores os temas eram separados mais discutidos e detalhados dentro do Conselho Poder se ia atribuir tal fato pr pria confec o das atas em fun o de substitui es feitas na Ger ncia Executiva Por m evid ncias conjunturais e avalia es de atores envolvidos no processo sinalizam para mudan as ocorridas na organiza o interna e no posicionamento institucional do COMPUR O contexto imediatamente ap s a aprova o do Plano Diretor e da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo afetou diretamente os primeiros trabalhos desenvolvidos pelo Conselho O ambiente era de grande envolvimento da sociedade e de est mulos do Estado participa o democr tica destacando se como j foi descrito em cap tulos anteriores a realidade de Belo Horizonte como inovadora e at pioneira na incorpora o e efetiva o das orienta es trazidas pelo Movimento da Reforma Urbana Em seguida foi determinante tamb m a organiza o e o acompanhamento dos resultados da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana O evento mobilizou conselheiros e governo representando o ponto alto do Conselho momento em que ocorreu uma maior proximidade dele com a sociedade situa o que perdura at a realiza o da
326. elamento e da Edifica o Compuls rios Artigo 74 B O executivo poder delimitar mediante lei espec fica reas localizadas em ZAP onde as glebas e os lotes subutilizados ou n o utilizados ficar o submetidos a parcelamento e edifica o compuls rios Artigo 74 C As glebas localizadas em reas classificadas como AEIS dever o ser parceladas de modo a aumentar a oferta de moradia no munic pio objetivando cumprir a sua fun o social Se o II Da utiliza o compuls ria Artigo 74 I As edifica es abandonadas no todo ou em parte e as obras paralisadas localizadas em ZAP ZA ZCBA ZHIP ZAR 1 ZAR 2 ficar o sujeitas utiliza o compuls ria no prazo de 01 um ano ap s notifica o pelo Executivo Se o HI Artigo 74 K Findo o prazo de parcelamento de edifica o e de utiliza o compuls rios constantes respectivamente nos artigos 74 F e 74 I sem que tenham sido cumpridas as obriga es previstas nos referidos artigos incidir sobre os im veis Imposto Predial e Territorial Urbano Progressivo no Tempo podendo a al quota ser duplicada anualmente pelo prazo de cinco anos consecutivos at a al quota m xima de 15 Cap tulo VII Do Direito de Preemp o Artigo 74 M Fica assegurado o direito de preemp o pelo prazo de 5 cinco anos sobre I glebas e lotes classificados como AEIS para execu o de programas e projetos habitacionais de interesse social e para constitui o
327. elecem normas de ordem p blica e interesse social que regulam o uso da propriedade nas cidades em prol do bem coletivo da seguran a do bem estar dos mun cipes e do equil brio ambiental sustent vel Esclareceu que o Estatuto enumera instrumentos que dentre outros poder o ser usados para garantir a aplica o da pol tica urbana do Munic pio al m de regulamentar o 4 do artigo 182 da Constitui o Federal A advogada teceu considera es sobre a aplicabilidade dos instrumentos de pol tica urbana previstos esclarecendo que alguns instrumentos necessitam de lei espec fica Salientou o papel que o Plano Diretor assume na cidade cabendo a ele definir a fun o social da cidade da propriedade e de prever as reas onde os instrumentos aprovados pela Lei poder o ser aplicados 200 Constam nas atas avalia es das Opera es Urbanas Oiapoque Avenida Ant nio Carlos implanta o de esta es de integra o do BHBUS Casa do Conde de Santa Marinha Sociedade S o Vicente de Paulo Funda o Furtado de Menezes Barreiro em rea no Bonsucesso Esta o Pampulha rea do Capit o Eduardo Antiga Cervejaria Ant rtica Via o Carmo Sion Av Raja Gab glia e o Hipercentro Parque Linear Boulevard Andradas 21 Ata da 21 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 01 08 2001 189 A arquiteta Jupira Mendon a consultora da SMRU apresentou as propostas relativas aos Instrumentos Urban sticos
328. elo planejamento urbano criados no Munic pio as altera es nas estruturas de governo voltadas para o favorecimento da intersetorialidade as iniciativas estimuladoras da descentraliza o administrativa e os formatos dos rg os que amadureceram a participa o da sociedade nas decis es sobre o planejamento e a gest o da cidade Planejamento planejamento urbano e regula o Na estrutura administrativa definida pela Lei n 3 570 de 1983 existe a Secretaria de Planejamento respons vel pelo ordenamento geral do Munic pio rg o mantido nas reformas subsequentes As quest es urbanas ficavam a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e a rea social sob responsabilidade da Secretaria Municipal de A o Comunit ria V Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano planejamento urbano e execu o da pol tica de desenvolvimento urbano do munic pio coordena o dos trabalhos de elabora o e edi o de normas t cnicas urban sticas estudos t cnicos inerentes ao 110 O t tulo A o Comunit ria e a finalidade expostos no Decreto n 4 489 1983 apresentam o entendimento da rea social como lugar da assist ncia fora da conquista de direitos e da formula o de pol ticas p blicas 110 desenvolvimento urbano do Munic pio programa o coordena o e compatibiliza o da realiza o das obras p blicas do Munic pio A regula o urbana ocorria separadamente do planejamento urbano sob controle d
329. em discuss o imoral e um afronto dignidade das pessoas e dos cidad os que defendem o patrim nio ambiental disse ainda que enviaria uma representa o ao Minist rio P blico Federal denunciando altera es das obras do PROPAM em rela o ao projeto apresentado aos moradores e que a Lagoa da Pampulha estaria literalmente sendo aterrada rika Demoria Hofmam moradora do bairro Itapu exp s que Juscelino e Oscar Niemeyer quando da cria o da Pampulha planejaram transformar aquela rea um local de lazer sendo inclusive uma fonte de renda para Belo Horizonte Salientou que este objetivo deveria ser mantido observada a coer ncia e prud ncia das partes envolvidas O objetivo mostrar a presen a da sociedade no Conselho situa es raras mas que demonstram haver reconhecimento da exist ncia e do papel do COMPUR por parte da comunidade como inst ncia legal respons vel pelas quest es urbanas Ao mesmo tempo entende se que a baixa incid ncia desse tipo de iniciativa das comunidades pode indicar um n o envolvimento mais politizado da popula o nos problemas da cidade estando voltadas mais especificamente para situa es que atingem diretamente interesses imediatos de moradores que se sentem afetados ou prejudicados pela aplica o das leis Nogueira 2004 fala de um desprest gio da democracia uma tend ncia decorrente da dissemina o da ideia do cidad o consumidor e da pragmatiza o da pol tica motivada por
330. em disputa projetos diferentes de cidade complexificando o comportamento das administra es p blicas submetidas a ambos os apelos e por vezes gerando arranjos de gest o e de planejamento sem identidade clara ao explicitarem tentativas de incorpora o e ajuste s propostas antag nicas de cada projeto Vainer 2000 argumenta que a vis o estrat gica de planejamento das cidades as coloca ajustadas l gica de mercado refor ando o banimento da pol tica e a elimina o do conflito do processo de pensar e intervir na organiza o urbana Inspirado em conceitos e t cnicas oriundos do planejamento empresarial o planejamento estrat gico segundo seus defensores deve ser adotado pelos governos locais em raz o de estarem as cidades submetidas s mesmas condi es e desafios que as empresas VAINER 2000 p 76 Trata se de mais uma f rmula importada nos moldes do que Maricato 2000 chamou de reinser o subordinada No entendimento de Vainer 2000 a capacidade de criar situa es de competitividade urbana transforma se em estrat gia dos governos municipais N o resta d vida Sader e Gentili 2000 explicam que o neoliberalismo na Am rica Latina como na Europa resultou da crise fiscal do Estado Definiu se pelo esgotamento do modelo de bem estar social e principalmente no caso latino americano do padr o de industrializa o substitutiva de importa es associado crise da d vida A proposta de cidad
331. em ser realizadas quadrienalmente coincidindo com o per odo de cada gest o administrativa da Prefeitura Municipal tendo sido institu das para ampliar a participa o social de car ter pol tico nos processos de planejamento e gest o das pol ticas urbanas Art 82 A Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana tem os seguintes objetivos I avaliar a condu o e os impactos da implementa o das normas contidas nesta Lei e na de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo II sugerir altera o a ser aprovada por lei das diretrizes estabelecidas nesta Lei e na de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo II sugerir altera o no cronograma de investimentos priorit rios em obras 1 A Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana deve ser amplamente convocada e dela poder o participar debatendo e votando representantes do Executivo de rg os t cnicos da C mara Municipal e de entidades culturais comunit rias religiosas empresariais e sociais 2 A Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana realizada no primeiro ano de gest o do Executivo Ao analisar as Confer ncias como esferas de participa o pol tico decis ria busca se avaliar o significado dessas experi ncias para o planejamento participativo em Belo Horizonte Partiu se da hip tese de que elas representam um importante diferencial pol tico do planejamento participativo da cidade devido mobiliza o social que geram e por se transforma
332. encionais tendem a obscurecer ou camuflar As pr ticas participativas n o devem ter significado em si mesmas n o podem ser entendidas como um recurso de gest o que ao ser aplicado por si s garante transforma es na rela o do Estado com a sociedade e consolida a supera o de pr ticas conservadoras Ao adotarem medidas que favorecem a interlocu o com a sociedade os governos devem transformar esses encontros em verdadeiros instrumentos de gest o em um processo de constru o e reconstru o permanente A an lise da experi ncia do Conselho e das Confer ncias apontou alguns problemas nessa dire o como as dificuldades da administra o p blica de se deixar penetrar pela participa o Entendemos que os pontos cr ticos destacados a seguir afetam tanto a gest o como o planejamento lembrando que neste estudo conceituou se gest o como as medidas imediatas de rotina dos governos desenvolvidas em prazos curtos de atendimento das demandas de funcionamento da cidade e planejamento como referindo se s proje es baseadas na legisla o urban stica que envolvem as pol ticas e seus respectivos programas e projetos trabalhados em 308 prazos mais dilatados Nesse caso a atua o das equipes t cnicas de governo interfere decisivamente tanto no planejamento como na gest o O levantamento feito sobre a rotina de trabalho do Conselho Municipal de Pol tica Urbana demonstrou haver interpreta es diferentes nas equipes s
333. ente desocupada O conselheiro J lio Riccio CDL diz que o bairro novo e os seus problemas revelam a falta de planejamento da cidade para as novas reas Grifos desta pesquisadora 7 Ata da 22 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 11 12 1998 Grifos desta pesquisadora 2 Ata da 14 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 06 10 1999 19 Ata da 16 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 11 11 1999 Grifos desta pesquisadora 158 A quest o do Bairro Buritis exemplo do ritmo de adensamento em processo na cidade Trata se de um bairro novo que exp e mais flagrantemente as fragilidades do planejamento urbano frente expans o empreendedora e ao descontrole da ocupa o A reivindica o apresentada ao COMPUR pela Associa o de Moradores do Bairro Buritis aconteceu em 1999 no entanto a quest o continua em pauta abordada pela imprensa como um exemplo das quest es urgentes a serem tratadas na III Confer ncia de Pol tica Urbana realizada em 2009 As situa es de envolvimento da comunidade no COMPUR expostas apresentam se como indicadores do reconhecimento do Conselho pela sociedade embora sirvam tamb m como par metro para a constata o dos poucos momentos em que a sociedade se apropriou desse espa o p blico restringindo sua presen a solu o de problemas espec ficos 4 2 Trajet ria e reflex es sobre o papel do
334. entendimento dos delegados sobre as leis que exercem influ ncia nas quest es urbanas de Belo Horizonte Quando foi perguntado a eles se poderiam citar alguma lei que interfere na cidade 51 9 disseram saber sobre alguma lei As leis mais citadas foram a Lei de Parcelamento Uso e Ocupa o do Solo o Plano Diretor e o C digo de Posturas tendo sido mencionada a Confer ncia como o principal meio de acesso informa o sobre a legisla o Chama aten o o fato de ter sido mantido o registro da Confer ncia como fonte de aprendizado depois de seis anos de sua realiza o pois a pesquisa foi aplicada no ano de 2009 As leis s o vistas como importante instrumento de regula o urbana dos processos de crescimento da cidade tendo sido citadas em v rias passagens do evento A legisla o urbana em vigor revista na I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana objeto de avalia o e revis o na II 4 Confer ncia considerada a base de organiza o e funcionamento da cidade sendo mais criticada pelas falhas na sua aplica o do que pelo seu conte do A legisla o e os instrumentos urban sticos Plano Diretor leis das ZEIS Estatuto da Cidade s o bons Exist ncia de instrumentos de pol tica urbana na legisla o A nova Lei de uso e ocupa o do solo que permite o crescimento ordenado da cidade Exist ncia de par metros urban sticos que definem as condi es de parcelamento do solo A nova legisla o urban s
335. ento demonstrou uma maior valoriza o da Confer ncia pelos empres rios como espa o de tomada de decis es fato confirmado em observa es feitas pelo representante do setor O processo de dar o mesmo n mero pra participa es dos setores nesta Confer ncia gerou uma melhoria sens vel Fez com que o setor empresarial se mobilizasse a participar tanto que n s tivemos uma boa participa o e s perdemos num dia pro setor popular em n mero de presentes Ent o o setor empresarial participou maci amente toda semana n s nos reun amos uma ou duas vezes pra discutir os temas do setor que estavam l A Confer ncia muito mais poderosa muito mais ampla que o COMPUR O COMPUR tem suas limita es legais muito bem determinadas A Confer ncia pode tudo ela pode aprovar Porque n o adianta ganhar nas emendas voc ganha no voto Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial A presen a marcante dos empres rios foi percebida na assembleia no momento da vota o quando os discursos de enfrentamento dos delegados demonstraram a disposi o do setor em debater as propostas em defesa dos seus interesses pois mais do que formular emendas ou reformular conte dos as decis es sobre as altera es da lei acontecem na vota o final PR O setor t cnico embora tenha interferido nas propostas analisadas e votadas pelos delegados apresentou dificuldades de se organizar no momen
336. epresentante Setor T cnico De fato existe uma precocidade no processo desencadeado na capital de Minas Gerais no que tange a aplica o do conte do dos artigos 182 e 183 da Constitui o de 1988 A tradu o pr tica ocorrida em Belo Horizonte dos conceitos fundamentais concebidos no Movimento pela Reforma Urbana ocorreu antes da regulamenta o dos referidos artigos pela Lei n 10 257 de 2001 76 Na Lei Org nica de 1990 artigos do Cap tulo da Pol tica Urbana listados abaixo adiantaram orienta es constitucionais que s seriam transformadas em instrumentos de pol tica urbana mais de uma d cada depois ap s intenso debate disputas e consensos que resultaram no Estatuto da Cidade Art 185 S o instrumentos do planejamento urbano entre outros I plano diretor II legisla o de parcelamento ocupa o e uso do solo de edifica es e de posturas HI legisla o financeira e tribut ria especialmente o imposto predial e territorial progressivo e a contribui o de melhoria IV transfer ncia do direito de construir V parcelamento ou edifica o compuls rios VI concess o do direito real de uso VII servid o administrativa VIII tombamento IX desapropria o por interesse social necessidade ou utilidade p blica X fundos destinados ao desenvolvimento urbano Art 186 Na promo o do desenvolvimento urbano observar se o seguinte I ordena o do crescimento da cida
337. er Executivo sob responsabilidade do prefeito Patrus Ananias que negociou na C mara Municipal os Projetos de Lei n 314 95 Plano Diretor e n 315 95 Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo documentos formulados com a participa o da sociedade civil No entendimento de Mendon a 1999 o Plano Diretor e a Lei de Ocupa o e Uso do Solo aprovados em 1996 viabilizaram uma concep o socialmente mais justa da cidade ao formularem diretrizes que garantem a gest o flex vel e democr tica a descentraliza o das atividades e adequa o da ocupa o do solo a prote o ambiental e a valoriza o das refer ncias locais da popula o O instrumento fundamental para a aplica o e o controle dessas diretrizes foi a cria o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e a realiza o quadrienal das Confer ncias de Pol tica Urbana O primeiro objetivo do Plano Diretor presente na lei coaduna se ao eixo da pol tica nacional de desenvolvimento urbano o pleno desenvolvimento do munic pio no plano social adequando a ocupa o e o uso do solo urbano fun o social da propriedade Para o alcance desse objetivo central da pol tica de desenvolvimento o documento prop e a estrutura o de um sistema municipal de planejamento e gest o urbana democratizado descentralizado e integrado O planejamento proposto compromete se a preservar proteger e recuperar o meio ambiente o patrim nio cultural hist rico paisag stico art stic
338. er ncia a solicita o feita pelos delegados desse setor Secretaria de Pol tica Urbana de oferecimento de um curso especial que aprofundasse informa es sobre as reformula es da lei levadas plen ria final para delibera o Ent o o setor popular teve uma semana inteira obrigat ria de curso noite todos os dias de segunda a sexta feira Logo em seguida a gente veio pra c divididos pelos grupos que s o 7 E a a gente veio pro grupo N s principalmente o setor popular achamos que toda a discuss o ia se dar em torno da capacita o que a gente teve e n o foi A a discuss o foi completamente diferente O ltimo s bado era pra apresentar as propostas E a gente viu que o pessoal n o estava entendendo nada Assim n o tinha condi es de defender o que n s discutimos l no coletivo porque n o tinha compreens o pra esclarecer e ganhar o voto na plen ria A a gente exigiu do Executivo a capacita o em torno das propostas que tinham sa do nos grupos Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular Os empres rios foram para a Confer ncia mais organizados e mais seguros devido ao equil brio num rico das representa es dispostos a disputar nos grupos tem ticos e na plen ria 261 final por decis es coerentes com os interesses do setor Mostraram se articulados em todos os momentos debateram e negociaram com os outros setores especialmente com o popular Esse comportam
339. er ncia foram muito grandes no que se refere ao envolvimento das entidades representativas da popula o Dessa vez como de nenhuma outra elas se mostraram envolvidas no assunto e com opini es pr prias acerca de situa es e como gostariam de v las tratadas o que permitiu que elas fizessem frente a propostas do setor empresarial refutando as ou modificando as Mesmo o setor empresarial percebeu a necessidade de negociar com o setor popular para poder ter algumas quest es de seu interesse consideradas Entrevista J lio de Marco Delegado Setor T cnico Bem na minha concep o a cidade ganhou mesmo pouco por m avan ou e entendeu um pouco melhor o processo Tivemos a oportunidade de verificar que entre os empres rios t m muitos que amam a cidade e querem ver seu desenvolvimento e avan os sob o conceito do respeito ao meio ambiente e sua popula o Conseguimos aprovar alguns conceitos do Estatuto da Cidade que agora viraram lei regulamentados dentro do Plano como o IPTU progressivo e a fun o social da propriedade definindo os par metros para o subutilizado o n o utilizado e o abandonado Enfim avan amos no 281 dialogo como moradores preocupados com o crescimento desordenado e o desenvolvimento da nossa BH tentando prepar la para o futuro Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular Na HI Confer ncia foi poss vel assistir ao debate s negocia es e ao engajamento dos parti
340. er ncias das Cidades Na sequ ncia o conte do do terceiro cap tulo Implica es das mudan as jur dico pol ticas e institucionais na realidade de Belo Horizonte refere se trajet ria do planejamento urbano em Belo Horizonte destacando se as leis adotadas para a regula o urbana os planos anteriores ao Plano Diretor de 1996 e as estruturas da administra o p blica aplicadas a partir de 1983 Nos cap tulos finais intitulados O COMPUR e as Confer ncias de Pol tica Urbana na constru o de uma experi ncia democr tica de planejamento urbano e As Confer ncias de Pol tica Urbana como espa o de participa o democr tica s o abordados detalhadamente o foco principal do estudo sobre o planejamento participativo em Belo Horizonte o funcionamento do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e as Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana 21 As interpreta es sobre os resultados da pesquisa foram apresentadas nos cap tulos tendo sido expostas as percep es de todo o processo investigativo no formato de conclus es e considera es finais com o prop sito de distinguir as posi es conclusivas dos conte dos emergentes que demandariam recortes espec ficos para aprofundamento 23 CAP TULO 1 PARADOXOS DA DEMOCRACIA OS DESAFIOS DO PROCESSO DE CONSTRU O DEMOCR TICA NA CIDADE Ao tratar dos paradoxos da democracia moderna Bobbio conclui que a democracia uma pr tica extremamente complexa que recusa
341. er o regimento do COMPUR voc vai observar que ele poderia estar agindo at com um car ter ainda que n o previsto no regimento mais deliberativo em rela o pol tica urbana no Munic pio Mas hoje ele est cumprindo mais um papel de referendar aquilo que j vem de interesse da Secretaria Municipal de Pol tica Urbana At por peso da presen a do governo com seus secret rios todos e mais alguns do seu setor chamados sociedade civil que v o absolutamente alinhados com o que determina o Executivo um referendador Tanto que recorrentemente eu passo o constrangimento de ter que ouvir de quem conduz o processo que eu n o estou entendendo o papel do COMPUR que eu estou tumultuado o processo que est atrasando Eu realmente fico constrangido com isso porque N o cabe perguntar ent o s levantar o crach Que participa o popular essa Que Conselho esse Um Conselho que vai l e vai dizer sim ou n o na maioria das vezes sim com o que j vem pronto N o falo dos t cnicos que a eu gostaria que voc frisasse isso e n o a primeira vez nem a ltima que eu fa o uma defesa assim perempt ria do setor t cnico da Prefeitura que composto de t cnicos de carreira que procuram trabalhar com isen o mas na atual administra o na atual Secretaria Municipal de Pol tica Urbana eles t m sofrido um cerceamento da sua capacidade de observa o da sua capacidade orientadora de pol tica urbana no munic
342. eresse Social As reas de Diretrizes Especiais representam um diferencial no zoneamento convencional s o reas definidas por suas caracter sticas que exigem a implementa o de pol ticas espec ficas podendo demandar par metros urban sticos fiscais e de funcionamento de atividades diferenciados A solu o apresentada para a alta concentra o demogr fica em favelas conjuntos residenciais n o regularizados e em reas de risco o controle do adensamento habitacional segundo condi es geol gicas e da capacidade de infraestrutura urbana juntamente com a regulariza o fundi ria Procedimento associado melhoria das moradias e urbaniza o de Cabe salientar que a Lei n 8 137 de 2000 faz altera es na Lei n 7 165 de 1996 e nas diretrizes da pol tica urbana Ela prop e I Implementar pol ticas setoriais integradas apoiadas em dota es or ament rias e dados estat sticos visando a ordenar a expans o e o desenvolvimento urbano do munic pio permitindo seu crescimento planejado sem perda de qualidade de vida ou degrada o do meio ambiente 100 Art 12 S o ZEIS as regi es nas quais h interesse p blico em ordenar a ocupa o por meio de urbaniza o e regulariza o fundi ria ou em implantar ou complementar programas habitacionais de interesse social e que se sujeitam a crit rios especiais de parcelamento ocupa o e uso do solo 10l Art 75 1 As ADEs s o institu das por
343. erfaces que marcam a rela o entre as duas esferas participativas A tramita o do Projeto de Lei foi marcada por embara os pol ticos como consta do registro de ata destacado abaixo Os detalhes dos problemas apontados na ata n o puderam ser resgatados para aprofundamento da an lise mas deve se considerar como ponto relevante a rela o entre democracia participativa e democracia representativa S ntese da Apresenta o o presidente do Conselho manifestou sua preocupa o com a incerteza em rela o ao Projeto de Lei contendo decis es da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Explicou que foi feita uma tentativa de negocia o com a C mara Municipal com o objetivo de viabilizar a aprova o do Projeto de Lei da Confer ncia e a proposta de regulamenta o da ADE Santa Tereza O presidente conselheiro afirmou que recentemente em discuss o p blica sobre o Anel da Serra foi colocado que estaria havendo negocia es na CMBH sobre os projetos da Confer ncia de forma n o transparente Criticou se ainda o processo da Confer ncia e por isso sugeriu se uma CPI para apurar esse processo Se a posi o da Secretaria de que poss vel negociar sobre as demandas dos vereadores isso deve ser feito com cautela e qualquer que fosse a concess o se pudesse transmitir s entidades que compuseram a I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana O conselheiro Jo o Luiz BHTRANS rebateu as acusa es feitas na
344. eria das entidades empresariais no Conselho O setor t cnico manifestou na vota o a tend ncia que o singulariza O encaminhamento foi marcado por uma escolha dialogada e consensual At a disposi o f sica dos pleiteantes do setor t cnico s vagas no Conselho foi interessante debateram assentados em c rculo Os delegados titulares foram escolhidos entre as institui es que tamb m tradicionalmente atuam no Conselho desde a funda o o IAB e a Universidade Federal de Minas Gerais O setor popular manifestou os sinais de sua dificuldade em atuar com mais autonomia no processo prevaleceu uma disputa ampliada e agitada entre as lideran as de entidades por uma vaga no Conselho com articula es pouco dialogadas encaminhadas mais pela for a isolada de algumas lideran as tendo sido coordenada a vota o por profissionais do Poder Executivo Mesmo tendo apresentado sinais de amadurecimento pol tico durante a III Confer ncia fica tamb m a impress o de que as lideran as populares se submetem a algum tipo de tutela do governo 272 Em linhas gerais pode se perceber das experi ncias recentes do Conselho de Pol tica Urbana e das Confer ncias de Pol tica Urbana o fato de ambas as esferas serem legitimadas tendo a Confer ncia se desprendido de certa forma em rela o ao Conselho Ao se desprender do Conselho a Confer ncia submete se ao direcionamento do Poder Executivo O fato tende a dificultar o amadurecimento do controle
345. es t cnico empresarial e popular Ao analisar a documenta o referente s entidades inscritas desde o in cio das atividades do COMPUR e buscando informa es da Ger ncia Executiva verifica se que sempre ocorre disputa pelas vagas no Conselho Normalmente s o estabelecidos acordos entre as entidades que pleiteiam a representa o e analisando as portarias do Governo que nomeiam as representa es oficiais do Conselho verifica se que os setores t cnico e empresarial mantiveram uma continuidade de representa o por meio de entidades que tradicionalmente participam havendo altera o apenas das pessoas indicadas para o cumprimento da fun o O setor empresarial manteve se inalterado com representa es do Sindicato da Constru o Civil da C mara do Mercado Imobili rio da C mara de Dirigentes Lojistas e da Associa o Comercial de Minas Gerais O setor t cnico manteve a presen a do Instituto dos Arquitetos do Brasil IAB e da Sociedade Mineira de Engenheiros com a representa o da Funda o Jo o Pinheiro definida para o bi nio 2005 a 2007 alternando se a segunda vaga entre 14 No Edital s o apresentadas as exig ncias documentais para a inscri o das entidades a C pia autenticada do Estatuto b C pia do Cadastro Nacional de Pessoas Jur dicas CNPJ em vigor no qual conste a data de in cio de atividades de no m nimo um ano anterior data da assembleia c Comprovante de endere o da sede da enti
346. es Especiais Em Belo Horizonte o Plano Diretor de 1996 estabeleceu um modelo de zoneamento contr rio proposta funcionalista prevalecendo um macrozoneamento segundo potenciais de adensamento e de demandas relacionadas preserva o ambiental como observa Freitas 2008 associado a um sobrezoneamento baseado na defini o de reas de Diretrizes Especiais Na linha do planejamento urbano voltado para a fun o social da propriedade proposta pela Reforma Urbana foram institu das as Zonas Especiais de Interesse Social Souza 2008 denomina esse tipo de zoneamento de Zoneamento de Prioridades voltado para a inclus o social por contrastar s formas convencionais de zoneamento de uso do solo representando um recurso de inclus o social formalizado em lei conveniente a essa altura repetir encarecer a import ncia do zoneamento includente n o equivale a sugerir que n o se deva praticar concomitantemente o zoneamento de uso do solo o qual obviamente n o ter qualquer conte do antipopular Controlar a localiza o de algumas atividades faz muito sentido do ponto de vista da salvaguarda dos interesses coletivos SOUZA 2008 p 265 As ZEIS foram institu das com as respectivas determina es sobre a regulariza o fundi ria das ZEIS 1 e 3 Em Belo Horizonte os investimentos de prote o social relacionados s ocupa es urbanas antecedem as orienta es constitucionais e como foi explicado anteriormente de
347. es de recupera o e preserva o com vistas sustentabilidade sem investimentos que interfiram nas concep es e no comportamento da popula o Foi demonstrada preocupa o com o planejamento e as interven es urbanas acontecerem integradas com vistas intersetorialidade Nas duas modalidades de Confer ncia os participantes defenderam a articula o das pol ticas p blicas de Seguran a P blica Educa o Gera o de Emprego e Renda Transporte e Tr nsito Sa de de forma a garantir o funcionamento eficiente dos equipamentos p blicos tais como escolas postos de sa de e centros comunit rios Nos debates foram tamb m comuns demonstra es de insatisfa o sobre os prazos de cumprimento das pol ticas p blicas negociadas nas assembleias do Or amento Participativo O tema da participa o da sociedade nos processos de gest o e de planejamento foi apontado como solu o para a garantia da continuidade administrativa e para o fortalecimento dos Conselhos e Confer ncias As quest es metropolitanas foram contempladas nas Confer ncias da Cidade e nas Confer ncias de Pol tica Urbana n o tendo sido aprofundada proposta destacando se a necessidade de cria o e administra o de um fundo metropolitano Uma conclus o preliminar dos resultados das duas modalidades de confer ncia o fato de o resultado dos eventos representar um rico material de sinaliza o tanto de caminhos como 308 Resultados da IV Confer
348. es democr ticas do planejamento urbano que seria aplicado em Belo Horizonte T11 3 2 Belo Horizonte um lugar de mem rias do planejamento O t tulo refor a a ideia recorrente nos estudos sobre Belo Horizonte da presen a do planejamento na hist ria da administra o da cidade tanto no seu desenho legal e funcional como tamb m no comportamento pol tico assumido pela sociedade civil ao buscar interferir nos processos decis rios relativos ao planejamento urbano A for a e a import ncia dessas mem rias n o retiram delas e das experi ncias recentes a condi o de ser o planejamento da cidade uma converg ncia de decis es e a es complexas atravessadas por interesses concep es e projetos diversos ancorados em disputas pol ticas dif ceis de serem mediadas e consensuadas Tal complexidade se acentua ao verificar se como observa Burgos 2007 uma tend ncia de no mbito local o poder ser privatizado por uma parte da sociedade que consegue impor por meio desse controle sua vis o do que seria o futuro da cidade Vila a 1999 explica que a segrega o a express o de como camadas de alta renda dominam o espa o urbano atuando sobre toda a estrutura urbana segundo seus interesses O setor imobili rio atua diretamente sobre a produ o do espa o urbano norteado e norteando os interesses dos v rios segmentos que se apropriam da cidade Os pre os dos im veis variam de acordo com caracter sticas f sicas potenci
349. es sobre demandas e interven es urbanas A constitui o do COMPUR que favorece o Executivo com a indica o de metade dos conselheiros assegura ao governo uma capacidade de articula o minimizando perdas no encaminhamento das decis es t cnicas que demandam o aval pol tico do Conselho Verificou se por outro lado outros aspectos da atua o do governo no COMPUR que denotam um diferencial democr tico como por exemplo o debate entre os membros do governo na abordagem das mat rias de pauta Essa conduta dos conselheiros foi comentada nas entrevistas e foi detectada nos conte dos das atas Interessante que n o existe realmente uma separa o entre sociedade civil e o Executivo Dentro do Executivo existem opini es diferentes que s o respeitadas a n o ser por um caso bomb stico No geral existem conflitos Entrevista Helo sa Guimar es Vidigal Resende Representante Setor Empresarial Ent o dentro do Executivo s vezes tem essa articula o N o existe a pr tica de se marcar uma reuni o com todos os membros para poder falar algo pra ser defendido na vota o Vamos discutir aqui antes para tirar uma posi o N o existe uma press o Isso acontece s de vez em quando e nunca houve dentro do COMPUR uma reuni o que se chamasse antes e falasse Nesse tema todo mundo votar Isso nunca houve dentro do COMPUR Discute se o mbito para tirar uma posi o Essa posi o j h interesse do Muni
350. esentante Governo O setor popular n o compreende o COMPUR Afinal pra que serve o COMPUR Eles n o compreendem o COMPUR A discuss o t cnica n o que o setor popular n o possa acompanhar mas toda vez que voc leva um problema no COMPUR pra discuss o de mudan a de zoneamento Logo uma discuss o que pressup e conhecimento t cnico Dif cil pro conselheiro do COMPUR acompanhar Muitas vezes eu sinto que o conselheiro pensa assim Pra que estamos discutindo isso Ele consegue entender o caso mas n o consegue entender a vis o do conjunto Entrevista Maria Fernandes Caldas Representante Governo A representa o popular ela sempre foi problem tica de participar das discuss es at porque na medida em que o COMPUR ficou muito preso a quest es pontuais elas ganharam um car ter t cnico maior Ent o discutir zoneamento coeficiente de aproveitamento esses par mentos urban sticos o setor popular ele n o entrava nessa discuss o Ele teria muito mais capacidade de entrar nas defini es macro ele realmente tinha uma participa o enorme no momento das Confer ncias de Pol tica Urbana O setor popular eu acho que ele tendeu a esvaziar o seu interesse em participar do COMPUR porque ele via talvez at erroneamente em algumas situa es que n o inclu a nas suas demandas mais cotidianas n o influ a saber se um bairro da zona sul ia ter coeficiente 1 0 ou 1 5 que na verdade n o influ a muito
351. espa o urbano sofriam pela inger ncia de interesses de grupos e particulares Havia uma pr tica de privil gios Na opini o de Garcia 2008 existia um discurso ideol gico vinculado ao ideal da Reforma Urbana mas as pr ticas do setor imobili rio associadas aos v cios do Poder Legislativo 103 Na Lei n 8 137 de 2000 que faz altera es na Lei n 7 165 de 1996 o conte do do artigo 22 prop e o est mulo e apoio participa o dos cidad os e de suas entidades representativas nas a es de controle ambiental promovendo a implementa o de educa o ambiental em planos programas e projetos governamentais e n o governamentais 104 Nota se que a Lei n 2 662 76 e a Lei n 4 034 85 refor aram a estrutura centralizadora j contida no plano inicial de Belo Horizonte Tamb m incentivaram o adensamento populacional na rea central e estimularam o desenvolvimento do uso comercial ao longo dos corredores de tr fego gerando conflitos entre a necessidade de fluidez do tr nsito e as atividades econ micas atratoras de ve culos GARCIA 2008 p 89 100 mantinham o uso a ocupa o e as interven es urbanas sob a gide da velha pol tica de barganha Ao analisar se o conte do dos projetos de lei que alteravam o zoneamento conclui se que as quest es e conflitos urbanos eram tratados como casos isolados e dissociados entre si As propostas discutidas e apreciadas ignoravam completamente a complexidade e a totalidade da
352. especial os ligados ao mercado imobili rio tema muitas vezes pol mico em fun o dos interesses e dos impactos gerados na cidade Aspecto importante tamb m que se apresentou como quest o recorrente nas atas e demonstra o entendimento dos conselheiros sobre o significado do planejamento urbano em Belo Horizonte em uma perspectiva descentralizada foi o debate em torno da elabora o dos Planos Diretores Regionais O tema sempre retornava pauta nas discuss es sobre o Plano de Venda Nova Embora n o tenha frutificado em a es concretas dos governos pois as administra es n o deram encaminhamento quest o a posi o do COMPUR foi marcante em defesa do planejamento democr tico e descentralizado Finalizando foram retiradas das atas situa es que refor am a exist ncia no Conselho Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte de um engajamento com prop sitos maiores vinculados ideia de desenvolvimento urbano em conson ncia com os princ pios estabelecidos na Lei Federal A aprova o do Estatuto da Cidade esteve presente na pauta do Conselho os instrumentos urban sticos previstos na Lei Federal n 10 225 de 2001 foram apresentados e debatidos Mat ria Estatuto da Cidade Selma Mata Machado de Alkmim Bredt S ntese da apresenta o a advogada Selma Bredt SMRU exp s sobre o Estatuto da Cidade Lei 10 225 de 10 07 2001 sancionado em 11 07 2001 discorrendo sobre as diretrizes gerais constantes da Lei que estab
353. essas lideran as foram mais atuantes durante a Confer ncia do que os representantes oficiais dos setores no Conselho O caso mais percept vel foi a atua o do setor empresarial coordenado durante a Confer ncia por um de seus delegados membro do SINDUSCON Trata se de um l der do setor que j representou o segmento no COMPUR participou de todas as Confer ncias e conhece bem o funcionamento de ambas as esferas Nas palavras desse articulador pol tico o Conselho discute quest es importantes mas carece de for a institucional para interferir mais incisivamente nas decis es mais amplas sobre pol ticas urbanas de Belo Horizonte A representa o oficial do setor empresarial no Conselho n o foi a mesma que envolveu a categoria no processo da Confer ncia Foi poss vel observar como a posi o do delegado representante do SINDUSCON ajudou a legitimar o evento como espa o p blico entre os empres rios Em seu depoimento foram feitas cr ticas ao Conselho Se o COMPUR tivesse o papel de articulador pol tico mais amplo seria mais que natural e aconteceria assim que um membro da ala empresarial que l estivesse presente seria o mobilizador da Confer ncia Porque ele a pessoa mais inteirada do processo ali Se o COMPUR fosse essa amplitude ou trabalhado como tal naturalmente seria um membro do COMPUR o articulador da Confer ncia Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial Completando suas
354. esse social 157 Artigo 51 elimina o A URBEL prop s a mudan a na nomenclatura de plano espec fico para plano global espec fico e de plano global de urbaniza o para plano estrat gico Grifos desta pesquisadora No que diz respeito s altera es do Anexo II da Lei 7166 96 relativas s ZEIS houve um questionamento por parte do Conselheiro Manoel Teixeira IAB sobre o pequeno n mero de ZEIS 2 praticamente correspondente s reas que j est o desapropriadas com projeto ou obra de conjunto habitacional em andamento A Conselheira Maria Cristina Magalh es URBEL colocou a impossibilidade da URBEL selecionar outras reas adequadas para delimita o como ZEIS 2 at in cio de novembro a tempo de inclu las na minuta de projeto de lei at mesmo por dificuldades operacionais Esclareceu ainda que na minuta de projeto de lei que regulamentar a ZEIS 2 deve ser inclu do algum dispositivo viabilizando a delimita o de reas a qualquer tempo Relevantes tamb m para demonstrar a presen a dos cidad os comuns no COMPUR foram as discuss es em torno dos problemas do Bairro Buritis relativos aplica o da legisla o urban stica A comunidade tenta interferir via Conselho na revis o dos par metros estabelecidos para a localidade Altera o no zoneamento do Bairro Buritis e parte do Bairro Estoril com o objetivo de inibir o crescente adensamento da regi o A arquiteta T nia Maria de Ara jo
355. esses dos diversos atores envolvidos nas disputas e nos pactos estabelecidos nas tomadas de decis o sobre a regula o e as interven es urbanas A dif cil tarefa do fazer democr tico pr tica extremamente complexa como afirmou Bobbio 1979 287 CAP TULO 6 CONCLUS ES E CONSIDERA ES FINAIS 6 1 Conclus es Nas conclus es buscamos salientar os resultados da pesquisa mostrando quais foram os caminhos seguidos os pontos destacados e as interpreta es desenvolvidas na abordagem sobre o planejamento participativo em Belo Horizonte Em fun o dos enfoques dados ao tema e da dimens o do levantamento feito optamos por dividir os conte dos em t tulos de forma a tornar mais claras as observa es e an lises A constru o do planejamento participativo an lise da experi ncia de Belo Horizonte Os direitos urbanos foram tomados como ideia basilar e norteadora da pesquisa entendendo que a conquista de tais direitos motivou a luta pol tica em prol da democracia efetivando se nos artigos 182 e 183 da Constitui o Federal regulamentados pela Lei n 10 257 de 2001 Delineia se um projeto pol tico democr tico sustentado na participa o da sociedade que se potencializa jur dica e politicamente para se relacionar com o Estado Trata se do dif cil exerc cio da constru o democr tica sempre marcado pela consolida o de conquistas motivando outras novas com tend ncias a inflex es desmobiliza es e retomadas
356. estabelecimento de uma ordem social expressa nas ideias de pacto e de solidariedade O Plano Diretor deve ser visto como a busca de alternativas para a administra o dos conflitos de interesses e como um instrumento b sico para a negocia o Ele tem pois car ter educativo e tenta fazer a integra o dos diversos agentes que constroem a hist ria do Munic pio Percebe se que a participa o era colocada sob a tutela do conhecimento t cnico dominado por equipes de governo O prop sito mais amplo presente nos documentos era efetivar a moderniza o da gest o e da cidade A rela o entre o Estado e a sociedade civil nascida dessas experi ncias iniciais de exerc cio democr tico evidencia a tend ncia de uma posi o privilegiada dos quadros de governo bem posicionados no dom nio do saber t cnico com capacidade de exercer o controle do planejamento urbano e dos processos decis rios em fun o da fragilidade dos projetos dos segmentos sociais ainda inexperientes no trato dos instrumentos novos trazidos na poca pela democracia As organiza es sociais e movimentos efervescentes naquele momento mas pouco experientes diante do debate p blico propiciado pela democracia junto predomin ncia de uma vis o tecnocr tica ainda majorit ria nas estruturas p blicas favoreciam o controle do processo pelo Estado Os referidos planos mantiveram se estruturados no formato de Plano Diretor e Plano de A o de governo similares
357. estrat gias de investiga o da realidade belo Hornizontin ase maea de a a a a a add 54 CAP TULO 2 CIDADES PLANEJAMENTO URBANO E GEST O SOB NOVA ORIENTA O JUR DICO POL TICA E INSTITUCIONAL sssssssssessssssescsceccceeterorsesesrssse 57 2 1 Defini es sobre descentraliza o e o exerc cio do poder local eeeseeeeeeeseeeeeeeererresrseee 60 2 2 Por uma reforma do Estado condizente com a democracia participativa 63 2 3 Participa o pol tica significados institucionalidades e gest o p blica 66 CAP TULO 3 IMPLICA ES DAS MUDAN AS JUR DICO POL TICAS E INSTITUCIONAIS NA REALIDADE DE BELO HORIZONTE s esssesssss s 71 3 1 A constru o de um novo marco legal para a cidade eres 12 3 2 Belo Horizonte um lugar de mem rias do planejamento ss nsssessesssesssesessseesseesssessesseeesseee 17 3 2 1 Momentos do planejamento urbano Novos Horizontes e os percursos at a BH de 2010 78 3 2 2 Novos Horizontes o Plano de A o de 1984 eeeeerereeeeeanda 82 3 2 3 O Plano Diretor BH 2010 prop sitos resultados e interpreta es 85 3 2 4 Cruzando os Planos aspectos da an lise dos documentos iie 91 3 3 Belo Horizonte aprova seu Plano Diretor esses pasa aniensa atos queres pon Tag aaD CA beba Soa GUS pahenENg aaa 95 3 3 1 A elabora o do Plano Diretor asp
358. estringiu se aos delegados representantes do setor popular da sociedade civil na II Confer ncia em fun o de ser poss vel por meio dessas lideran as produzir dados que abrangessem as regi es administrativas que comp em a cidade O objetivo da aplica o do Survey foi levantar informa es acerca de como os delegados desse setor se comportaram ao atuarem como representantes da sociedade civil em um espa o p blico que interfere no funcionamento da cidade Por meio da pesquisa de campo buscou se avaliar as percep es dessas lideran as sobre a participa o pol tica e como essas representa es da sociedade avaliam a situa o de Belo Horizonte no cen rio democr tico mais amplo do pa s O modelo do Survey foi constru do de forma a produzir dados que caracterizam os participantes do setor popular avaliando a qualidade da participa o desses delegados nas atividades da II Confer ncia incluindo a percep o deles sobre a atua o dos t cnicos da administra o municipal no evento A pesquisa de campo foi realizada por amostragem perfazendo um total de 58 dos 114 representantes do setor popular das nove regi es administrativas de Belo Horizonte Na tentativa de qualificar o levantamento de campo via aplica o de question rios buscou se registrar aspectos relevantes da percep o dos delegados atrav s da constru o de um relat rio de campo enriquecido com entrevistas Os resultados da aplica o da metodologia de Survey
359. et nia A lei e a ilegalidade na produ o do espa o urbano Belo Horizonte Del Rey 2003 p 33 41 VAINER Carlos P tria Empresa e Mercadoria Notas sobre a Estrat gia Discursiva do Planejamento Estrat gico Urbano In MARICATO Erm nia VAINER Carlos ARANTES Otilia A Cidade do Pensamento Unico Desmanchando Consensos Petr polis Vozes 2000 p 75 103 VALADARES Murilo de Campos O Or amento Participativo In AZEVEDO S rgio FERNANDES Rodrigo Barroso orgs Or amento Participativo Construindo a Democracia Rio de Janeiro Revan 2005 VELHO Ot vio Guilherme org O fen meno urbano Rio de Janeiro Zahar 1967 VILA A Fl vio Efeitos do espa o sobre o social na metr pole brasileira In SOUZA Maria Ad lia Aparecida et al orgs Metr pole e Globaliza o conhecendo a cidade de S o Paulo S o Paulo Editora CEDESP 1999 p 221 236 VILA A Fl vio Espa o intra urbano no Brasil S o Paulo Studio Nobel FAPESP 2001 VILA A Fl vio As ilus es do Plano Diretor S o Paulo Edi o do autor ago 2005 Dispon vel em lt http www flaviovillaca arqg br livros01 html gt Acesso em 10 dez 2010 WAMPLER Brian Or amento participativo uma explica o para as amplas varia es nos resultados In AVRITZER Leonardo NAVARRO Zander orgs A inova o democr tica no Brasil S o Paulo Cortez 2003 p 61 86 330 WEBER Max Economia e Sociedade v 2 Tradu o de Regis Barbo
360. eta o t pica dos especialistas de governo com forte vi s t cnico tanto nas falhas apontadas sobre a metodologia utilizada como na cr tica s expectativas pol ticas pouco pr ticas dos setores civis sobre o funcionamento burocr tico e pol tico do poder p blico Mais uma vez enxerga se aqui a for a da democracia formal vista como representa o e pr tica do processo decis rio marcada por fortes tra os culturais de tal forma que a ideia de p blico se localiza nos poderes institu dos mais precisamente na figura do Poder Executivo Eu acho que o COMPUR cumpriu a sua fun o institucional de sistematizar discutir e apresentar melhorar as propostas qualificar ver a viabilidade t cnica pol tica constitucional inclusive Adequ lo Lei Org nica ao Plano Diretor etc e apresentar para o Legislativo Se o Legislativo come a a colocar muitas emendas e muitas vezes desassociado de conhecimento propostas assim tiradas se sabe de onde achando que ali o momento de fazer isso ou aquilo n o adequado E isso aconteceu no ltimo s bado dia 30 de dezembro de 2006 O Executivo tentou que esse Projeto 655 fosse aprovado aqui na C mara Isso em um s bado em uma sess o extraordin ria sem o m nimo de discuss o anterior com o Legislativo Isso tamb m foi uma falha do Executivo Eles ficaram com o processo aqui na casa e depois tentaram fizer com que esse projeto fosse aprovado intempestivamente N o houve a devida dis
361. euni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 13 09 2001 213 Na discuss o sobre as etapas do evento o secret rio Jos Ab lio Pereira explica o significado do ciclo de palestras voltado para subsidiar o diagn stico da cidade e das Pr Confer ncias Tem ticas momentos de discuss o ampliada da cidade O Ciclo de Palestras visa fornecer a todos n s um aprofundamento do conhecimento de temas importantes que v o subsidiar toda a discuss o que vem pela frente e favorecer e refor ar uma vis o mais integrada da cidade A elegemos como temas a serem discutidos espa o p blico e cidadania sustentabilidade e financiamento da cidade desenvolvimento econ mico e inclus o democracia e gest o urbana Estatuto da Cidade Agenda 21 Agenda Habitat e a quest o metropolitana Esse ciclo deve se dar ao longo do m s de outubro Em seguida n s entramos no per odo das Pr Confer ncias Tem ticas cujo objetivo construir a partir da percep o e conhecimento dos participantes um diagn stico da CIDADE QUE SOMOS enfocando o quadro da realidade atual de Belo Horizonte e suas tend ncias e eleger os delegados para a etapa final da Confer ncia A ideia norteadora era a de construir o diagn stico e fundamentar as resolu es a partir de m ltiplos olhares Por isso o ciclo de palestras funcionou como forma o para os participantes das Pr Confer ncias Tem ticas e Regionais e o curso de capaci
362. evam o poder p blico negocia o direta com a popula o Ao representar uma esfera p blica mais ampliada as Confer ncias permitem tamb m uma atua o mais pr xima dos moradores da cidade nas discuss es e tomadas de decis o sobre as quest es urbanas Toda a din mica do evento os resultados das etapas tem ticas regionais e da assembleia final apresentam se como um rico diagn stico participativo para uso das administra es favorecendo a gest o e o planejamento em proje es e a es mais precisas no trato das demandas urbanas Entendida a import ncia das Confer ncias foram detectados problemas de funcionamento e nos resultados Ao analisar os Anais e por meio dos depoimentos verificamos que a metodologia utilizada aborda a cidade em partes peda os que s s o juntados na assembleia final mesmo assim a percep o do todo pelo p blico fica prejudicada A quest o 302 mais importante por m refere se ao encaminhamento dos resultados a forma como os poderes Executivo e Legislativo lidam com o processo interrompendo o di logo com a sociedade A sociedade por sua vez se mostra impotente para cobrar do poder p blico o encaminhamento mais transparente das decis es e promulga o final dos resultados constru dos na arena p blica Com isso entendemos acontecer uma ruptura no processo democr tico pois movimenta se a sociedade criam se situa es de debate para a tomada de decis es sobre a legisla o urbana e
363. evis o aprovada do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Lei n 9959 2009 274 O IPTU progressivo no tempo ganhou detalhamento e consist ncia na nova lei pela possibilidade de desapropria o com pagamento em t tulos da d vida p blica Art 74 F Em caso de descumprimento das condi es e dos prazos previstos para o parcelamento a edifica o e a utiliza o compuls rios poder o ser aplicados sucessivamente a cobran a de Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU progressivo no tempo e a desapropria o com pagamento em t tulos da d vida p blica conforme o disposto nas Se es III e IV do Cap tulo II da Lei Federal n 10 257 01 A possibilidade prevista na nova lei de realiza o do cons rcio imobili rio ameniza a aplica o do instrumento parcelamento edifica o e utiliza o compuls rios que permite ao Executivo intervir sobre a subutiliza o da propriedade urbana visando ao cumprimento de sua fun o social A aplica o do cons rcio imobili rio abre um campo de investimentos promissor para o mercado imobili rio Art 74 G Fica institu do o Cons rcio Imobili rio com vistas a viabilizar planos de urbaniza o ou edifica o por meio dos quais o propriet rio atingido pela obriga o de parcelar edificar ou utilizar poder transferir ao Poder P blico Municipal seu im vel e ap s a realiza o das obras receber como pagamento unidades imobi
364. feitas an lises setoriais fragmentadas TORRES 2003 O Plano incorpora a ideia de se propor uma pol tica de desenvolvimento e de expans o urbana para o Munic pio assentada nas bases constitucionais de garantir as fun es sociais da cidade diretriz exposta no artigo 184 da Lei Org nica Municipal O planejamento da ordena o do territ rio municipal agora um direito do cidad o O resultado de uma a o conjunta e solid ria do poder p blico das lideran as pol ticas empresariais e dos demais segmentos representativos da sociedade O estilo participativo adotado na elabora o do Plano Diretor de Belo Horizonte al m de marca conceitual o compromisso maior que atual Administra o Municipal assumiu com a popula o da capital A defesa da participa o aparece em seguida no compromisso assumido Em sintonia com as diretrizes da Constitui o Federal foram adotadas medidas de envolvimento da comunidade nos trabalhos de confec o do Plano Diretor de 1990 O instrumento usado foi a realiza o de palestras abordando temas sobre a cidade dentre eles o crescimento demogr fico O que se pretendia era levar para a agenda dos eventos que envolviam 82 O prefeito Pimenta da Veiga PSDB assumiu em 1989 e teve de lidar com uma composi o da C mara Municipal em que se destacava a atua o de partidos de esquerda evidenciando se a atua o do PT na elabora o e aprova o da Lei Org nica do Munic
365. fer ncia espa o em que aconteceram as discuss es acrescentou que se forem votadas altera es do que foi l aprovado seria necess rio recompor o plen rio que aprovou as propostas apresentadas lembrou do ocorrido ap s a I Confer ncia quando a C mara aprovou um projeto atropelando o processo e houve uma grande rea o popular concluiu dizendo que n o se pode fragilizar os resultados da Confer ncia que cont m as decis es dos atores envolvidos na pol tica urbana Enfrentada a quest o exposta pelo setor empresarial as avalia es das resolu es da II Confer ncia referentes forma de vota o prazos e sobre os consensos necess rios formula o do Projeto de Lei prosseguiram nas reuni es Encaminhamento a vice presidente Gina Rende lembrou que o COMPUR precisaria come ar a votar mesmo que por partes fazendo as considera es que julgar pertinentes Prop s que se iniciasse a discuss o pelos pontos menos pol micos e que os demais fossem apreciados ao final o que tivesse sido indicado expressamente na II Confer ncia o COMPUR manteria aquilo que fosse objeto de interpreta o poder se ia destacar e votar e o que fosse indica o do COMPUR colocar se ia em uma terceira coluna Esclareceu que naquele momento era preciso definir quanto s duas propostas de encaminhamento a primeira seria a de se destacar o que n o houver consenso votando se em bloco o restante a segunda seria a de se constituir
366. fer ncia Nacional das Cidades ou seja 40 poder p blico e 60 sociedade civil por segmento Constituir um f rum inter conselhos e uma secretaria executiva para articular as tem ticas habita o saneamento meio ambiente patrim nio hist rico e cultural pol ticas urbanas desenvolvimento econ mico Dar visibilidade e publicizar o processo de elei o dos membros dos conselhos Constituir o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano e eleger um conselho gestor composto em conformidade com a composi o dos conselhos 193 promover essa mudan a e a sociedade civil por sua vez n o se apresenta coesa e fortalecida em torno da proposta de alterar o formato ou dar ao Conselho maior capacidade de delibera o 195 CAP TULO 5 AS CONFER NCIAS DE POL TICA URBANA COMO ESPA O DE PARTICIPA O DEMOCR TICA O Plano Diretor de Belo Horizonte n o s resguarda a participa o popular na gest o urbana como a coloca como uma diretriz fundamental a ser adotada na gest o e no planejamento por meio do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e das Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana Art 77 Para a implementa o de programas urban sticos de pol ticas setoriais devem ser criados mecanismos que permitam a participa o dos agentes envolvidos em todas as fases do processo desde a elabora o at a implanta o e a gest o dos projetos a serem aprovados As Confer ncias de Pol tica Urbana de acordo com a lei dev
367. gal favor vel descentraliza o das atividades econ micas Percebe se tamb m o reconhecimento da fun o inclusiva e disciplinadora das Zonas Especiais de Interesse Social e das reas de Diretrizes Especiais como recurso de inclus o social e de controle da expans o da cidade Avalia es dos participantes sobre as interven es urbanas Em Belo Horizonte a exist ncia de interven es urbanas articuladas em vilas e favelas por meio dos Planos Globais Espec ficos reflete a incorpora o das diretrizes presentes no Estatuto da Cidade As cr ticas mais comuns sobre esse tipo de interven o referem se necessidade de aprofundamento dos Planos Globais Espec ficos tendo sido apontados problemas decorrentes da falta de um acompanhamento sistem tico no p s morar Os Planos Globais Espec ficos refletem a ideia de invers o de prioridades proposta pelo Estatuto da Cidade contemplada pelo Plano Diretor de Belo Horizonte traduzida em pol ticas p blicas voltadas para a regulariza o fundi ria urbaniza o de espa os precariamente ocupados e de habita o Na complexa discuss o que caracterizou a II Confer ncia o destaque dado necessidade de articula o das interven es urbanas e sociais nas reas mais carentes da cidade e consequentemente a relev ncia dada aos Planos Globais Espec ficos citados nas abordagens dos temas demonstram a for a dos segmentos populares no evento fato que com certeza tornou o debate po
368. geriu ent o que o COMPUR aprovasse um calend rio especial de reuni es extraordin rias e dos Grupos de Trabalho para viabilizar a finaliza o dos trabalhos dentro do tempo necess rio Dentre os processos do COMPUR que afetam o funcionamento da C mara destaca se a aprova o dos resultados das Confer ncias de Pol tica Urbana Os recortes de atas selecionados abaixo se referem tramita o do Projeto de Lei relativo aos resultados da II Confer ncia momento em que ocorre uma verdadeira interse o entre os poderes e os segmentos sociais mobilizados em torno do evento O conselheiro Maur cio Leite esclareceu que a C mara em diversas situa es consulta o COMPUR enviando projetos de lei na forma de dilig ncia mesmo quando a lei n o o 147 Ata da 30 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 15 09 1999 142 exige e que provavelmente as altera es lei 7 166 96 propostas pela II Confer ncia ter o tramita o especial privilegiando se o debate as audi ncias p blicas etc O vereador Jos Tarc sio Caixeta considerou que pelo ac mulo de discuss es feitas at ent o as decis es poderiam ser tomadas rapidamente e que a Procuradoria j poderia ir analisando e formatando o projeto de lei disse que as grandes discuss es ocorrem na C mara nos meses finais do ano e que se o projeto for constru do a v rias m os e representar o consenso ou pelo menos a m dia das opini es
369. go de Posturas aprovado na C mara Municipal que o Executivo em um prazo de 180 dias retire os camel s das ruas do Hipercentro o que ser bastante dif cil de se fazer por isso a Prefeitura viu com bons olhos a iniciativa de um particular propor no local um Centro de Com rcio Popular Grifos desta pesquisadora Relatora Gina Rende O presidente MURILO VALADARES explicou que a proposta de Opera o Urbana que seria apresentada s teve a anu ncia da PBH na ltima segunda feira e que estava sendo trazida de imediato para o COMPUR por conter proposta de instala o de shopping popular que poder contribuir efetivamente para abrigar os camel s que conforme prazo estipulado pelo C digo de Posturas dever o ser retirados das vias p blicas at julho de 2004 Acrescentou que a proposta era tamb m interessante para a cidade por estar prevista ainda como contrapartida a execu o de melhorias vi rias na Av Raja Gab glia no acesso ao Bairro Buritis Grifos desta pesquisadora O com rcio popular nas ruas da capital se apresenta como um problema antigo para as administra es p blicas Tem implica es na vida da cidade por afetar o com rcio legal obstruir espa os p blicos pela dimens o social relacionada ao desemprego e s demandas de segmentos profissionais como os artes os e ambulantes A quest o esteve dentro do COMPUR como mat ria de pauta e tamb m na disputa pelas vagas do setor popular conquistadas pela Ass
370. ho como em rela o aos delegados que representaram a sociedade nos acordos e decis es democraticamente tomadas 265 A Lein 7 166 96 ao estabelecer o zoneamento do Munic pio classifica I Zona de Adensamento Preferencial ZAP e Zona de Adensamento Restrito ZAR ZARs 1 regi es com articula o vi ria prec ria ou saturada em que se faz necess rio manter baixa densidade demogr fica II ZARs 2 regi es em que as condi es de infraestrutura e as topogr ficas ou de articula o vi ria exigem a restri o da ocupa o 2 Ata da 74 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 26 06 2003 257 Ata da 27 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal De Pol tica Urbana 25 06 2003 237 O conselheiro Geraldo V tor salientou que a dificuldade de entendimento decorre do fato de a Confer ncia n o ter contado com a participa o efetiva de todos os setores envolvidos o que no entanto n o legitima a adultera o de seu resultado Ponderou que preciso reconhecer as diferen as que impediram a conclus o dos trabalhos no interior da Confer ncia e buscar uma solu o pactuada para esse conflito caso contr rio uma guerra ser travada na C mara limitando se cada setor a defender seus interesses ficando a cidade relegada a um segundo plano O conselheiro Geraldo V tor ponderou que as quest es agora levantadas pelo setor empresarial s o resultado da sa da do setor da Con
371. ho que ele foi perdendo uma import ncia e uma presen a dentro da sociedade Foi um problema dele ele nunca teve muito espa o para discutir as quest es maiores porque as quest es maiores j vinham do Plano Diretor que j havia definido esse macro planejamento e organiza o territorial da cidade Mas as quest es pontuais elas eram muito importantes na poca porque envolviam algumas situa es que n o estavam regulamentadas no Plano Diretor Algumas d vidas do Plano Diretor por exemplo a regulamenta o das ZEIS Zonas de Especial Interesse Social que uma coisa que o Plano Diretor colocou pra ser feito posteriormente Ent o o COMPUR acabou abordando algumas quest es mais gerais Mas esse espa o para discutir uma pol tica urbana mais macro sempre foi falho no COMPUR Acho que os temas s o mais apresentados para o COMPUR tomar conhecimento do que a administra o est fazendo do que propriamente para ele interferir O que eu acho que uma falha da pr pria administra o A administra o na verdade nesses ltimos anos ela n o tem desejado ouvir muito o COMPUR Ent o quest es importantes que eu acho que deveriam ter uma discuss o pr via do COMPUR por exemplo a Linha Verde elas foram apresentadas ao COMPUR depois de tudo estar decidido At os projetos definidos desenvolvidos a gente s tomou conhecimento do que estava ocorrendo Ent o eu acho que a pr pria administra o ela falhou no sentido de
372. i es e as possibilidades criadas por meio desse projeto para o exerc cio da participa o pol tica As experi ncias municipais fazem parte de uma realidade maior e ao serem estudadas ajudam a explicar como tem sido praticada a democracia participativa Entendemos que a constru o da democracia se manifesta hoje pelo reposicionamento da sociedade civil constitu da por novos sujeitos sociais e formas de associativismo em contato com o Estado Essa tend ncia n o se faz homog nea e precisa ser avaliada em suas grada es e especificidades pelos avan os que proporciona na ressignifica o dos sentidos e das pr ticas de p blico e de cidadania tamb m pela qualidade dos projetos defendidos Nogueira 2003 alerta para a perda de capacidade da sociedade civil de fundamentar e defender projetos de sociedade que se fa am hegem nicos como proposta pol tica voltando se para um papel mais de coopera o e de implementa o de pol ticas Reconhecidas as dificuldades e limita es e as contradi es dessa constru o precisamos compreender que por se tratar de uma constru o representa um processo com avan os e recuos continuidades e descontinuidades A experi ncia brasileira mostra ter havido de fato como afirma Durham 1984 a transforma o de 315 a PR A Entrevista realizada com o Vereador Ant nio Carlos Ramos Pereira PT Conselheiro titular pela C mara Municipal de Belo Horizonte no mandato de 2005 2007
373. ia do poder olig rquico a experi ncia de governos populistas no interst cio entre 1930 e a interrup o democr tica representada pelo regime de exce o implantado ap s 1964 Santos e Avritzer desenvolvem o tema ao abordarem sobre a concep o hegem nica de democracia SANTOS AVRITZER 2005 A famosa frase do republicano Aristides Lobo ilustra o envolvimento inicial do povo brasileiro com a Rep blica O povo assistiu quilo bestializado at nito surpreso sem conhecer o que significava Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada cf artigo escrito no dia 15 e publicado no Di rio Popular de 18 de novembro de 1889 Alfredo Bosi 1992 fala de um liberalismo olig rquico brasileiro presente desde o per odo mon rquico atuando em defesa da aboli o e da proclama o da Rep blica Um liberalismo parcial e seletivo de uma elite que no in cio da Rep blica se misturava aos adeptos do positivismo comtiano defensores p s 1930 de um projeto de capitalismo para o pa s 1 Marilena Chau 2004 identifica populismo como um poder pensado e realizado sob a forma da tutela e do favor em que o governante det m o poder e o saber sobre o social e a lei privando os governados do conhecimento do mundo sociopol tico No Brasil o getulismo representativo de uma fase p s Rep blica Velha Capelato 1998 explica que na Am rica Latina o fen meno populista ocorre em fun o da emerg ncia das cla
374. ial implanta o de equipamentos p blicos recupera o do patrim nio cultural prote o ambiental reurbaniza o ameniza o dos efeitos negativos das ilhas de calor sobre a qualidade de vida regulariza o de edifica es localizadas em reas n o parceladas e muitos outros Val ria Braga esclareceu que h tr s interesses p blicos envolvidos nessa opera o 17 Na an lise das atas de 1997 at 2008 al m dos temas de rotina selecionados para demonstrar como interferem na din mica dos encaminhamentos das pol ticas foram detectados outros temas e demandas tamb m significativos destacando se aprova o do C digo de Obras defini es sobre EIV Estudos de Impacto de Vizinhan a estudos sobre a Regi o Metropolitana Plano de Mobilidade Urbana propostas para o Aterro Sanit rio exposi es sobre o diagn stico e projeto de Reabilita o do Hipercentro avalia o do Plano Municipal de Saneamento e dos Planos Regionais como o de Venda Nova pareceres sobre Opera es Urbanas considera es sobre altera es no OP 180 A Opera o Urbana foi regulamenta pela Lei n 8 728 2003 178 o primeiro seria a recupera o do conjunto tombado o segundo seria o uso desse im vel como fator de requalifica o da rea central que se encontra muito degradada e o terceiro seria a possibilidade de remo o de parte dos camel s e toreros da rea central para o empreendimento Lembrou que uma das diretrizes do C di
375. ias de governo para garantir acertos nos processos de gest o Em depoimento Helo sa Costa comenta sobre essa racionalidade das administra es que afeta os projetos participativos 136 Quer dizer por um lado s o governos locais que s o comprometidos com a participa o mas que veem na participa o uma coisa fundamental mas que n o podem acho que um pouco de racionalidade arriscar a ter seus projetos vencidos Quer dizer um governo local ele tem quatro anos s ele n o pode errar Tem que ter certo controle do projeto participativo Eu entendo a racionalidade Posso at eventualmente n o concordar muito com ela se eu quiser ser muito pura Agora quando voc est dentro da administra o da gest o voc tem que ter pelo menos uma coes o interna Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico O limitado poder de delibera o do Conselho associado ao poder de direcionamento do Executivo o transformam em um importante suporte do governo na aplica o da legisla o urban stica Por se tratar de uma esfera onde a sociedade civil participa o COMPUR atua como apoio das administra es na aprecia o e no referendo de projetos t cnicos concebidos nos rg os de governo al m de emitir pareceres sobre min cias de aplica o das leis Como avaliou Helo sa Costa o controle exercido pelo governo no Conselho viabiliza a governan a no mbito local tornando mais dialog veis as decis
376. ias demonstram existir essa predomin ncia do modelo representativo 276 AA A Contudo a abordagem de Santos e Avritzer 2005 apresenta a ocorr ncia de respostas contra hegem nicas concretizadas em experi ncias e iniciativas participativas e deliberativas capazes de gerar complementaridades entre os modelos representativo e participativo 241 Teve as Pr Confer ncias que foram important ssimas pra trazer as discuss es eu acho que foi uma coisa assim que mereceria mais estudos e que acabou sendo um anticl max porque no finalzinho depois desse processo todo no finalzinho os setores empresariais e imobili rios n o contentes com o resultado resolvem se retirar da Confer ncia e ao se retirarem eles engessam todas as articula es pol ticas e a ideia da participa o Porque um setor importante com poder sai ent o o Executivo n o ousa enfrentar isso e fica anos tentando construir uma sa da Pelo lado do Legislativo quando bate na C mara a coisa complica Veja voc que n s estamos em 2008 e at hoje n o se conseguiu implementar as propostas incorpor las a revis o a primeira Confer ncia conseguiu a revis o da Lei de 2001 Ent o uma Confer ncia que nem foi a mais participativa conseguiu ser bem sucedida e j fazer algumas revis es do Plano e da Lei como era previsto ent o acho isso altamente positivo E a segunda Confer ncia deu um n Porque foi muito interessante pois eu acho que esses instrume
377. ias finais os setores lidam com o conjunto da cidade mesmo assim em fragmentos dif ceis de serem agregados para um setor como o popular pouco habituado a lidar com as terminologias especializadas e com a aplica o direta das leis Dividiram a gente pra discutir esses fragmentos S que esse fragmento o tempo todo estava casado um no outro entendeu O que voc conseguia derrotar l ele aparecia em outro grupo aqui Voc conseguia fazer um acordo l ele aparecia em outro grupo de outra forma Estava tudo casado n Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular A metodologia utilizada foi a participa o sem o conhecimento do todo Tanto que ningu m viu antecipadamente todos os documentos que seriam discutidos na Confer ncia Por exemplo n s que temos uma participa o no COMPUR nos rg os de pol tica urbana e tudo nunca se teve claro dentro do Conselho de Pol tica Urbana o documento que seria discutido dentro da Confer ncia de Pol tica Urbana Participou mas participou fragmentadamente Tamb m voc chega l com uma pauta no dia Voc discute esta pauta no dia voc discute estas delibera es do COMPUR mas o todo em si ele estava muito na cabe a dos t cnicos que conduziram o processo da III Confer ncia Tanto que eu costumo dizer que a III Confer ncia foi a mais tecnocr tica de todas as Confer ncias que eu j vi at hoje Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T
378. icipa o na gest o da cidade Bed 2008 em sua an lise sobre pol tica de habita o em Belo Horizonte identifica a administra o da Frente BH Popular composta do Partido dos Trabalhadores PT Partido Socialista Brasileiro PSB Partido Comunista do Brasil PC do B Partido Comunista Brasileiro PCB e Partido Verde PV como respons vel pela formula o de um modelo de pol tica de habita o popular na cidade VI Planejamento e gest o s o vistos neste trabalho como atividades articuladas envolvidas por um processo n o apenas t cnico mas tamb m pol tico tendo na regula o urban stica o suporte para a aplica o de diretrizes estabelecidas em planos e leis formulados e aplicados com a participa o da sociedade No Estatuto da Cidade o plano urban stico concebido como definidor de diretrizes que explicitam os objetivos da pol tica urbana Em uma perspectiva macro a pol tica urbana deve englobar a fun o social da propriedade pelo ordenamento e controle do solo urbano com vistas equitativa distribui o de benef cios p blicos Em termos espec ficos ou em uma focaliza o micro as pol ticas urbanas representam interven es planejadas sintonizadas ao plano urban stico que 170 inclui a ideia de desenvolvimento urbano englobando setores e a proje o de a es integradas para a cidade na sua totalidade No plural as pol ticas urbanas representam os desdobramentos setorizados do planejame
379. ida na Lei n 8 616 03 as posturas regulam as opera es de constru o conserva o manuten o e o uso do logradouro p blico BELO HORIZONTE 2003 art 2 I Regulam tamb m as opera es de constru o conserva o manuten o e o uso da propriedade p blica ou privada 179 das ruas do Hipercentro A solu o dada e debatida no COMPUR foi a cria o do Shopping Popular Oiapoque resultado de uma complexa articula o que envolveu a Opera o Urbana acima referida A mat ria foi alvo de pol mica pelas concess es a investidores do mercado imobili rio por associar ao instrumento Opera o Urbana um outro instrumento a Transfer ncia do Direito de Construir gerando altera es de coeficiente como pode ser verificado nos registros das atas Constam das atas tamb m os questionamentos da representa o popular no Conselho e a posi o do vereador Caixeta representante da C mara Municipal pedindo vistas ao processo e fazendo men o realiza o de audi ncia p blica pelo Legislativo O conselheiro Geraldo V tor questionou o fato de se recorrer ao instrumento da Opera o Urbana para se resolver problemas pontuais Manifestou se apreensivo quanto utiliza o da TDC com valores muito acima do que prev a lei e com a possibilidade de transfer ncia da ZHIP para ZA Considerou inadmiss vel transformar uma pol tica p blica em um objeto de explora o privada a cria o de um centro de com r
380. idades A quebra da l gica funcionalista e tecnocr tica dos modelos anteriores enriquecida pela inclus o de instrumentos e mecanismos voltados para a transforma o da cidade em um direito extensivo s classes populares representou o diferencial da proposta Mudan as que n o romperam Poos PR a definitivamente com o estilo compreensivo 0 do planejamento urbano mantendo se amplo por 108 Entrevista com Mauricio Borges Secret rio Municipal de Planejamento TORRES 2003 p 126 10 Costa 2008 explica que o modelo compreensivo marcou os investimentos em planejamento urbano no Brasil quando as quest es urbanas passaram a ser vistas como express es da l gica capitalista e o planejamento abarcou um conjunto de vari veis que interferem na din mica da cidade Num primeiro momento prevaleceu um modelo compreensivo racional marcado pela abordagem multidisciplinar da realidade como uma agrega o de disciplinas O autor mostra que as mudan as de concep o recentes relativas ao planejamento urbano al m da incorpora o de 108 contemplar elementos das pol ticas sociais para al m das quest es urban sticas propriamente ditas O plano diretor apesar de a equipe entender que era um plano de organiza o territorial tem cap tulos para atender Lei Org nica ainda dos PLIs pela ideia de conter no plano diretor cap tulos sobre sa de educa o meio ambiente habita o etc Entrevista Jupira Gomes de Mendon a
381. idar com os componentes pr prios da participa o no planejamento urbano de Belo Horizonte via Conselho de Pol tica Urbana As diferen as 299 identificadas exp em a condi o socioecon mica os espa os da cidade ocupados e utilizados os n veis de instru o as op es pol tico partid rias o engajamento nos espa os participativos institu dos a capacidade de lidar com os conte dos t cnicos o poder de negocia o e tr nsito com o governo a capacidade de argumenta o em defesa de interesses e propostas e os projetos de cidade defendidos O car ter mais t cnico do Conselho obviamente condiciona um n vel de conhecimento que agu a as diferen as em termos da compreens o e da capacidade de atua o dos conselheiros nesse campo desfavorecendo o setor popular Contudo todas as diferen as pontuadas incidem de alguma maneira no n vel de atua o do setor ou da institui o interferindo na forma como o poder se manifesta e partilhado Tentamos demonstrar esse aspecto na pesquisa ou seja as v rias manifesta es das diferen as pela an lise das percep es dos conselheiros nos recortes das atas onde se expressam as concep es diferenciadas sobre os temas em pauta nos embates em torno de quest es espec ficas defendidas pelos setores nos questionamentos sobre o papel do COMPUR e nos debates travados sobre o planejamento e sobre o desenvolvimento da cidade Um outro aspecto relacionado representatividade
382. idianas do planejamento urbano Ent o qualquer a o qualquer projeto coisa em que a gente estiver trabalhando conceituando qualquer programa novo n s criamos informalmente um F rum Ele informal Eu acabei por descuido por falta de tempo n o institucionalizando o que a gente chamou de F rum de Planejamento Urbano Eu tenho representa o de todas as reas de planejamento das secretarias tem ticas todas fazem parte desse F rum de Planejamento Entrevista Maria Fernandes Caldas Representante Governo A entrevistada demonstra em suas an lises que essa estrutura criada apresenta dificuldades de consolidar uma proposta de planejamento urbano para o Munic pio Ela entende para surtirem efeitos de forma sustent vel dever o ser concebidas e operacionalizadas em sintonia com as pol ticas sociais e aos processos de regula o fundi ria necess rios a cada caso LEI n 10 257 de 2001 p 37 61 171 que essa realidade afeta o desempenho do COMPUR pois o Conselho se apresenta fr gil para se fazer mais presente no processo de planejamento da cidade em parte devido s fragilidades do planejamento urbano propriamente dito O COMPUR tem desempenhado um papel importante e ele poderia ser mais importante do que ele mesmo com a atribui o que tem Ele n o desempenha um papel maior porque o planejamento n o d subs dios para o COMPUR discutir pol tica urbana em Belo Horizonte Com rela o aos p
383. ientais de espa os p blicos valorizar o patrim nio cultural e resgatar a fun o simb lica do Hipercentro 97 atividades em outros lugares da cidade e em alguns casos a identifica o de reas para receber est mulos espec ficos Ent o ao fim e ao cabo o tratamento do uso do solo na lei tinha uma ideia de desconcentra o econ mica da cidade Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico Assim aparecem dentre os entraves ao desenvolvimento destacados no diagn stico a alta concentra o espacial das atividades de com rcio e de presta o de servi os e o sistema vi rio de transporte radioc ntrico que compromete a fluidez do tr nsito O Plano prev na interpreta o de Mendon a 1999 a flexibiliza o e descentraliza o dos usos do espa o urbano pela instala o de atividades n o residenciais em toda a malha urbana condicionada ao controle de impactos negativos Comp e a proposta de descentraliza o a estrutura o de sistema vi rio transversal interligando regi es da cidade A Lei n 7 166 de 1996 estabelece normas para o parcelamento a ocupa o e o uso do solo urbano Nela definem se o zoneamento do munic pio dividido em zonas segundo os potenciais de adensamento as demandas de preserva o e prote o ambiental hist rica cultural arqueol gica e paisag stica Determinantes tamb m para o alcance da fun o social da propriedade urbana s o as Zonas Especiais de Int
384. ificaram os rg os de representa o o Conselho vem cumprindo o papel de colocar em contato as equipes de governo Essa posi o fortalece o COMPUR como inst ncia que interfere no desenvolvimento da cidade ao mesmo tempo em que o legitima como esfera de participa o demonstrando sua relev ncia e o lugar que ocupa no planejamento e na gest o urbana Ao mesmo tempo percebe se que ao ocupar esse lugar o Conselho exp e a fragilidade das equipes ou das estruturas de governo de consolidarem a proposta de intersetorialidade concebida no mbito da administra o municipal A atua o do Poder Legislativo A presen a de representantes do Poder Legislativo nas esferas participativas institu das e as implica es dessa presen a representam vari veis importantes nos estudos que envolvem a democracia representativa e participativa Garcia 2008 aborda esse tema destacando a preced ncia do Executivo sobre o Legislativo e a condi o do primeiro normalmente reconhecido como a pr pria figura do Estado por assumir posi o determinante na gest o dos Conselhos de um modo geral Pode se dizer que independente da conforma o pol tico partid ria o controle do Legislativo sobre o Executivo mostra se comprometido pela enorme capacidade de influ ncia do segundo sobre as atividades e fun es do primeiro Boa parte da pauta dos trabalhos legislativos determinada pelo Executivo O que se depreende que prerrogativas legai
385. igativo a liberdade de m todo articulando se instrumentos diversos de pesquisa tais como an lise documental entrevistas dados estat sticos e outros recursos A liberdade de uso e aplica o das t cnicas de investiga o deve contudo segundo Bourdieu obedecer a uma vigil ncia epistemol gica para que o investigador n o perca a capacidade de controlar e relacionar o m todo aos fundamentos te ricos da pesquisa As observa es de campo foram articuladas s informa es coletadas por meio de entrevistas cruzadas com a an lise dos documentos Dentre os documentos usados as atas representaram o recurso principal para o entendimento da din mica de funcionamento e atua o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Foram analisadas todas as atas desde sua cria o oficial em 1997 at 2008 As atas do ano de 2009 e 2010 n o foram inclu das porque a Secretaria Executiva do Conselho n o as havia disponibilizado at a data de levantamento e an lise feitos para a constru o do trabalho de pesquisa Completando os documentos referentes ao Conselho foi importante avaliar o regimento interno e suas altera es definidas em decretos do Executivo bem como as atas de elei o dos delegados A legisla o urban stica principal de Belo Horizonte foi analisada e composta pela Lei do Plano Diretor e Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo aprovadas em 1996 incluindo as leis que oficializaram as revis es Foram analisados
386. importante para a cidade que o setor empresarial do ramo da constru o civil que est 192 diretamente relacionado com o crescimento com uma serie de coisas que a cidade envolve ele n o pode perder uma cadeira de opini o dentro de um conselho que da cidade um Conselho de Pol tica Urbana da cidade Como que n o vai ter uma cadeira de quem constr i na cidade Ent o a gente teve esse cuidado Claro a gente vai conseguindo manter essa cadeira H um tempinho atr s se bobeasse poderia at n o perder a cadeira mas poderia perder o seu titular da cadeira e passar amos posi o de suplente e o SINDUSCON tem que ser um titular Entrevista Jackson C mara Representante Setor Empresarial Grifos desta pesquisadora Interpretando a aceita o do formato institucional estabelecido e mantido desde 1996 percebe se que existe um compromisso t cito dos setores representados com a manuten o da estrutura proposta para o COMPUR Algumas tentativas foram feitas no sentido de reformular o formato do Conselho todas infrut feras permanecendo a composi o e as fun es formalizadas em 1996 pelo Plano Diretor Dos resultados da II Confer ncia de Pol tica Urbana surgiu a proposta de substituir o COMPUR por um Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano por m nesse novo formato o Executivo continuaria numericamente favorecido A cria o do CONDUR n o foi levada adiante porque as decis es dessa Confer ncia n o resulta
387. inal foram incorporadas como dados sobre os problemas urbano sociais presentes nas regi es da cidade ou em que medida as informa es compiladas nos Anais serviram de par metro para a prepara o do planejamento e para a formula o de pol ticas p blicas urbanas e sociais 5 2 3 Resultados da II Confer ncia debates e encaminhamentos As avalia es realizadas no COMPUR Ao organizar a II Confer ncia o Conselho de Pol tica Urbana manteve o procedimento adotado na experi ncia anterior de acompanhar todo o processo realizando ao final uma avalia o dos resultados que passaram por uma vota o interna antes de serem transformados em minuta de projeto de lei Esse procedimento consumiu tempo do Conselho e gerou debates em seu interior em fun o das op es de encaminhamento discutidas e adotadas mas principalmente pela tentativa do setor empresarial de utilizar tais circunst ncias para revisar delibera es da II Confer ncia n o aceitas e n o reconhecidas pelo setor Os empres rios se retiraram da Confer ncia na etapa final em uma posi o de discord ncia com a vota o de temas que afetariam o desempenho do mercado imobili rio Nas entrevistas os representantes do setor alegaram que havia um controle do debate e da vota o dos temas pelo Poder Executivo favorecido pela aceita o do setor popular numericamente forte o que impedia a argumenta o dos delegados do setor empresarial Fica claro tamb m em um dos de
388. iniciativa do que a normas custos e controles Sua meta alcan ar um aparato burocr tico gil e flex vel capaz de produzir inova o organizacional e gerencial constante planejar democr tica e estrategicamente atuar de modo descentralizado e estimular a coopera o despertando as reservas t cnicas acumuladas em seu pr prio interior NOGUEIRA 2005 p 149 Os munic pios precisam se adequar s mudan as modernizando as estruturas p blicas tornando as mais geis criativas e eficientes Os caminhos para aplica o das mudan as s o diferentes e dependem das decis es de car ter pol tico assumidas pelos governos A presen a da sociedade civil nas tomadas de decis o e no controle das a es do poder p blico faz enorme Existem v rias defini es de bem p blico Uma delas pressup e aquilo que n o apropriado individualmente e parte da ideia de um pacto social e pol tico englobando os bens e a oferta desses bens e de servi os que a sociedade define como direitos do cidad o envolvendo educa o sa de infraestrutura saneamento a forma de oferta desses bens tanto pode ocorrer atrav s da produ o direta do poder p blico como por interm dio da regula o e por vezes do financiamento deixando que o setor privado se responsabilize de suprir as demandas desses bens AZEVEDO ANDRADE 1997 apud AZEVEDO 1999 p 114 66 diferen a na democratiza o das escolhas e na pr pria concep o de
389. inida como j mencionado como parte da sociedade civil na paridade compondo numericamente a sua representa o e n o a do Estado Os conselheiros desse segmento s o definidos entre os parlamentares ou funcion rios indicados Quantitativa e qualitativamente essa composi o n o privilegia a sociedade civil pela tend ncia j descrita por Garcia de preced ncia do Executivo em rela o ao Legislativo o que leva o segundo normalmente a compor com o primeiro nas vota es At porque entre esses poderes existe um padr o de negocia es em fun o dos processos de gest o da cidade Independente do lugar que ocupa na paridade a presen a do Poder Legislativo no Conselho de extrema 140 import ncia Primeiro pelo car ter do Conselho respons vel por deliberar em alguns casos e opinar sobre a aplica o da legisla o urbana segundo por tornar mais completa a presen a do Estado ultrapassando a convencional atua o isolada do Poder Executivo terceiro por favorecer o amadurecimento da rela o entre democracia representativa e democracia participativa O entendimento do vereador Caixeta sobre o processo sustenta parte das interpreta es feitas sobre o Legislativo no COMPUR Eu acho que a representa o da C mara importante porque n s conseguimos com isso antecipar o debate que vir a acontecer aqui N s podemos antecipar e trazer e at formular alguma coisa mais pontual de legisla o da pr pria C mara que
390. inida na Lei n 8 146 de 2000 quando as secretarias de governo e de planejamento foram fundidas sob o t tulo Secretaria Municipal de Governo Planejamento e Coordena o Geral A finalidade delas volta se para a execu o de pol ticas p blicas municipais com prop sitos de integra o das a es dos rg os da administra o municipal Percebe se nessa reforma uma mudan a de concep o de gest o no campo do planejamento geral Nas compet ncias dessa Secretaria destacam se prop sitos de moderniza o e de interc mbio com inst ncias supramunicipais capazes de financiar pol ticas p blicas Formalizam se via planejamento os princ pios e as a es da gest o democr tica tais como a atua o em atividades de mobiliza o social e abertura de canais de participa o popular direta nas a es de governo A cria o dos Conselhos Regionais de I Decreto n 4 489 de 13 de julho de 1983 republicado em 28 7 1983 e 14 9 1983 que disp e sobre a organiza o administrativa da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e d outras provid ncias 111 Participa o Popular de car ter consultivo amplia os mecanismos de democratiza o da gest o p blica Na reforma administrativa estabelecida na Lei n 9 011 de 2005 a Secretaria Municipal de Governo ganha autonomia com a fun o de planejar e coordenar juntamente com os outros rg os e entidades da Administra o P blica as pol ticas de mobiliza o social Completa
391. ipa o da sociedade em plen rias populares regionais plen rias com o setor t cnico e com o setor empresarial Foram debatidos os conte dos da revis o das leis nos grupos tem ticos e as delibera es para a revis o do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupa o do Solo aconteceram nas assembleias finais A Confer ncia contou com 243 delegados entre representantes eleitos nos setores popular t cnico e empresarial A mobiliza o nas plen rias regionais envolveu cerca de 1 500 pessoas A regra definida para a representa o foi de 9 representantes populares eleitos em cada uma das Regi es Administrativas e o mesmo n mero de 81 representantes para os outros dois setores t cnico e empresarial Os poderes Executivo e Legislativo participaram sem poder de voto procedimento que segue a l gica adotada na II Confer ncia As Pr Confer ncias setoriais popular t cnica e empresarial foram realizadas de acordo com o Regimento com o prop sito de contextualizar a III Confer ncia no mbito do Sistema Municipal de Gest o Urbana Participativa apresentando aos participantes as tend ncias diagnosticadas sobre o desenvolvimento da cidade Os participantes tiveram acesso a um diagn stico recente feito sobre a cidade publicado com o t tulo Estudos Urbanos Belo Horizonte 2008 Transforma es recentes na estrutura urbana Os conte dos desses estudos foram usados na abertura do evento e tamb m subsidiaram as discuss es das reuni es tem
392. ipa o saltou progressivamente de 871 participantes em 2003 para 1279 em 2009 o que ocorreu tamb m com o n mero de delegados de uma m dia de 40 nas tr s primeiras Confer ncias para 135 na ltima Os temas b sicos tratados mantiveram se em torno da avalia o e de proposi es sobre habita o meio ambiente e saneamento mobilidade transporte coletivo sistema vi rio e tr nsito gest o urbana participativa quest es metropolitanas Na terceira e quarta Confer ncias percebe se um amadurecimento no trato das quest es urbanas pela associa o dos temas base s interpreta es sobre desenvolvimento urbano com focos na capacidade e na forma de gest o das cidades Nos regimentos os setores definidos com direito representa o formal foram sofrendo altera es ao longo da realiza o dos eventos iniciando com delegados representantes dos poderes Executivo e Legislativo dos movimentos populares das ONG das entidades acad micas e profissionais dos empres rios e dos concession rios p blicos e privados As altera es implicaram o acr scimo das entidades sindicais destacando se a preocupa o em priorizar a participa o de entidades empres rias e ONGs ligadas s quest es urbanas A rela o das Confer ncias da Cidade com a realiza o das Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana n o se restringiu converg ncia de temas abordados e proposi es o material produzido na II Confer ncia de Pol tica Urban
393. ipativa persistem comportamentos que imprimem recuos ao processo ou tornam de certa forma mais lenta a consolida o das pr ticas democr ticas Uma avalia o da presen a do Poder Legislativo nos espa os p blicos investigados mostra que embora os parlamentares estejam envolvidos diretamente no funcionamento das inst ncias participativas ainda persiste uma resist ncia ao amadurecimento do equil brio entre a democracia representativa e a democracia participativa O Legislativo demonstra ver nesses espa os compartilhados uma amea a ao poder decis rio da C mara Municipal al m disso os parlamentares parecem temer a atua o de lideran as grupos e segmentos que possam amea ar a perman ncia e o controle de redutos eleitorais Ao avaliarmos a participa o dos setores nos espa os investigados verificamos problemas que mereceriam ser alvo de reflex o dentro do Conselho e fora dele nas organiza es sociais que atuam em nome desses segmentos O setor empresarial liderado pelos representantes do mercado imobili rio mesmo mantendo presen a no COMPUR e nas Confer ncias desde a institucionaliza o do sistema participativo n o abandonou os meios diretos de negocia o com o poder p blico buscando nesses contatos a aprova o de leis e o encaminhamento de a es de governo favor veis aos investidores Os especialistas do setor t cnico pelo potencial cr tico e de conhecimento que os caracteriza poderiam contribuir mais para
394. ipativo conselhos o setor popular n o tinha tido at ent o uma participa o t o marcante contestando muito propostas oriundas do setor empresarial sobretudo na quest o imobili ria e de constru o pesada setor que tamb m participava Entrevista Raimundo Machado Filho Representante Setor Popular Grifos desta pesquisadora De fato o popular desconhece porque um Conselho que n o tem muita visibilidade Ali s n o tem nenhuma visibilidade n o tem O processo de elei o de composi o dele n o divulgado Tudo que divulgado o setor popular concorre concorre mesmo Quando abriu e deu visibilidade Proc ver abriu agora e 20 entidades se inscreveram n o se inscreveram mais porque n o tinha jeito 20 entidades se inscreveram e n o compareceram aqui Porque 20 entidades se inscreveram A gente 208 An lises do Survey realizado entre os delegados da II Confer ncia de Pol tica Urbana em Belo Horizonte MG O universo da pesquisa referiu se aos delegados representantes dos setores populares da sociedade civil organizada e aplicada durante o m s de janeiro de 2009 20 Ata da 7 Reuni o Ordin ria do Conselho de Pol tica Urbana 11 09 1997 Essa ata n o se encontra disponibilizada em meio digital tendo sido reproduzida do primeiro livro de atas do COMPUR 198 podia ter inscrito muito mais entidades mas a gente tava na articula o O setor popular tava na articula o das propostas dessa costu
395. ipativo de Belo Horizonte significa compreender a cria o e o desempenho do Conselho de Pol tica Urbana e das Confer ncias de Pol tica Urbana integrando as novas esferas p blicas ao conjunto de outros espa os participativos institucionalizados que tratam das quest es urbanas no Munic pio os Conselhos o OP as Confer ncias da Cidade A disposi o demonstrada pelos conselheiros delegados e participantes volunt rios das Confer ncias para consolidar o car ter democr tico das inst ncias participativas institu das foi demonstrada na pesquisa em v rias situa es e iniciativas destacadas dos documentos e entrevistas Um bom exemplo foi a proposta apresentada pelo Grupo de Trabalho Papel do COMPUR em defesa da cria o de um f rum permanente para realizar um trabalho de conscientiza o dos diversos setores e acolher as v rias sugest es atrav s de seus rg os representativos com prop sitos de divulgar de forma ampliada o Plano Diretor a Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo e a pr pria Confer ncia A mesma inten o se manifesta nas Confer ncias Tem ticas registradas nos Anais pela defesa da viabiliza o de um sistema de monitoramento do desenvolvimento urbano Prop sitos comuns inviabilizados pelas dificuldades concretas enfrentadas pelos representantes do governo e da sociedade no Conselho e nas Confer ncias em fun o das urg ncias dos temas de pauta das correla es de for a decorrentes dos inter
396. isadas uma ideia compartilhada de que em Belo Horizonte consolidou se uma forma de gerir e planejar democraticamente as quest es e demandas urbanas Acreditamos que essa ideia seja extensiva aos moradores da cidade de uma maneira geral Mesmo quando cr ticas s o feitas como na 7 Ra 7 i 311 afirma o de que hoje se aplica uma democracia mais referendativa que participativa a refer ncia o marco participativo estabelecido a partir do governo da Frente BH Popular inaugurado pelo prefeito Patrus Ananias Os resultados da aplica o do Survey mostram as respostas dos delegados sobre os governos desde a gest o de Eduardo Azeredo e opini es dos entrevistados sobre a influ ncia da participa o nas tomadas de decis o das administra es Verificamos uma converg ncia de posi es que refor a a ideia de que os moradores das nove regi es administrativas de Belo Horizonte compartilham o entendimento de que na cidade vem sendo desenvolvidas pr ticas de gest o democr ticas Contribu ram para fundamentar essas representa es coletivas o valor dado aplica o do Or amento Participativo sempre citado como exemplo de iniciativa exitosa de participa o popular nas administra es A abordagem feita do planejamento participativo de Belo Horizonte contempla uma conflu ncia de vari veis que interferiram na defini o da proposta adotada bem como na formata o do desenho institucional dado aos dois espa os p
397. it rio Esse cen rio com certeza interferiu na elabora o do Plano de A o de 1984 pois tratava se de uma poca em que n o havia sido conquistada a autonomia pol tico administrativa dos munic pios O trecho selecionado do documento se destaca como um exemplo disso A sociedade brasileira nos ltimos vinte anos foi v tima de um processo acentuado de centraliza o que quanto aos munic pios se manifestou num crescente esvaziamento pol tico administrativo e financeiro do poder local esvaziamento que se expressa hoje particularmente nas capitais dos estados pela ado o de um processo indireto de escolha dos prefeitos pela transfer ncia de servi os p blicos antes administrados diretamente pelas prefeituras para a compet ncia de empresas e outras inst ncias administrativas n o 4 A cria o da Regi o Metropolitana de Belo Horizonte RMBH pela Constitui o de 1967 e principalmente sua posterior regulamenta o pela Lei Complementar Federal n 14 de 1973 traz consigo uma s rie de diretrizes comum a todas as regi es metropolitanas existentes no pa s segundo o modelo padronizado e centralizador de planejamento adotado pelo governo federal a serem observadas na ocupa o e uso do solo destas reas Como resultado espec fico para o Munic pio de Belo Horizonte da atua o do rg o encarregado do planejamento para a RMBH s o realizados estudos urbanos de alcance mais global resultando na aprova o da Lei de
398. itui se em um dos fatores que conjugado a outros a serem analisados posteriormente garante a perman ncia do Conselho como arena de discuss o e de tomada de decis es sobre o planejamento urbano em Belo Horizonte O n o aval desse setor afetaria a legitimidade dessa esfera participativa o que poderia resultar na sua exist ncia apenas formal 4 1 3 A sociedade aciona o Conselho de Pol tica Urbana A sociedade tem se apropriado de diferentes formas do Conselho de Pol tica Urbana Diversas associa es organiza es e entidades civis disputam as elei es para manter 154 representa es no COMPUR escolhem delegados para as Confer ncias de Pol tica Urbana organizadas pelo Conselho e o acionam para a solu o de problemas que afetam a vida da cidade Normalmente os cidad os comuns participam do COMPUR quando s o afetados por alguma situa o especial e se mobilizam via Conselho para pressionar o poder p blico em busca de solu es para os problemas relacionados legisla o urbana que se manifestam nas comunidades bairros e regi es O caso da regulamenta o da rea de Diretrizes Especiais ADE da Pampulha emblem tico por se tratar de uma regi o de elevado valor simb lico e tur stico para Belo Horizonte A aprecia o do Projeto de Lei de cria o dessa ADE no COMPUR foi bastante movimentada O debate em torno do tema levou os conselheiros a produzirem relat rios espec ficos foram acionadas institui e
399. ivos SOMARRIBA VALADARES AFONSO 1984 p 18 21 119 agruparam moradores de vilas e favelas A partir de 1955 intensificaram se as Uni es de Defesa Coletiva nas favelas numa posi o reivindicativa diante do Estado momento marcado por uma rela o que envolvia a media o de vereadores Essas Uni es reuniram se na Federa o dos Trabalhadores Favelados Os movimentos de bairros nos anos de 1960 se mantiveram como um dos v rios canais de express o popular embora tenha ocorrido um refluxo na atua o dos Comit s ap s 1964 Os Comit s Pr Melhoramentos constitu ram se na forma dominante do associativismo local nos bairros de Belo Horizonte at o final da d cada de 1960 tendo sido mantidas rela es de proximidade com vereadores De 1974 at 1980 o associativismo de base local se recomp s envolvido em manifesta es populares formaram se associa es comunit rias uma imprensa de bairro e a Uni o dos Trabalhadores da Periferia SGOMARRIBA VALADARES AFONSO 1984 A d cada de 1990 embalada pelas conquistas constitucionais favoreceu a presen a da sociedade civil em esferas participativas institucionalizadas predominando as diversas formas de conselhos como espa os privilegiados de consulta e de delibera o Nesse per odo aconteceram mudan as na rela o do Estado com a sociedade em fun o da abertura de canais de interlocu o e de negocia o para formula o e controle de pol ticas p blicas Esse fen
400. izado e na forma o de opini o dos outros setores O segmento popular demonstrou grande abertura e habilidade para o aprendizado t cnico pol tico Os fatores desse comportamento podem estar relacionados disposi o das lideran as populares de conhecer os conte dos t cnicos com vistas qualifica o do desempenho do setor versatilidade das classes populares por se fazerem presentes em v rios espa os p blicos ao entendimento pelas lideran as da dimens o pol tica da participa o em fun o de por meio dela poderem inserir temas de interesse da popula o nas pautas apreciadas e deliberadas nos espa os p blicos Cada setor aprimora sua capacidade argumentativa se informa e se forma na experi ncia da troca na disputa e na constru o dos pactos Ao mesmo tempo cada setor contribui com suas potencialidades levando para as arenas saberes que s o compartilhados 306 2 Pontos fr geis da participa o a atua o do Legislativo e dos setores A participa o das representa es da sociedade civil nos espa os p blicos institucionalizados fortalece a democracia Os estudos emp ricos t m contribu do para o dimensionamento dos n veis de qualidade da participa o e para o entendimento do potencial democratizante desses espa os O estudo da representa o setorizada da sociedade no sistema participativo de planejamento em Belo Horizonte demonstrou que paralelo s conquistas no campo da democracia partic
401. l A dispers o espacial da popula o e a insufici ncia de servi os de infra estrutura v o acompanhar o processo de crescimento da cidade SOMARRIBA VALADARES AFONSO 1984 p 33 Ao analisarem o problema fazendo um percurso hist rico as autoras apresentam caracter sticas de cada per odo e afirmam que do ponto de vista sociopol tico a d cada de 1940 foi marcada pela presen a crescente das classes populares no cen rio urbano que se industrializava com significativa presen a popular durante a fase democr tica iniciada em 1946 A incorpora o das massas abriu espa o para reivindica es populares urbanas conduzidas basicamente por dois canais os Comit s Pr Melhoramentos e as Uni es de Defesa Coletiva que 120 A ideia de acesso aos meios de consumo coletivos conceito da sociologia urbana de inspira o marxista n o representa mais o principal objetivo em torno do qual se formam demandas sociais e a luta pol tica COSTA COSTA 2005 p 366 121 O conceito de consumo coletivo refere se aos bens e servi os indivis veis n o inteiramente reconhecidos nos sal rios bens de consumo coletivo colocados sob responsabilidade do Estado necess rio reprodu o das rela es sociais O fato de as demandas e press es dos movimentos reivindicat rios urbanos se dirigirem precipuamente ao Estado decorre da crescente import ncia dos rg os p blicos como provedores diretos dos principais bens de consumo colet
402. l tica Urbana foi uma determina o da Lei n 7 165 de 1996 Cap tulo II do T tulo da Gest o Popular artigos 80 e 81 De acordo com informa es de Garcia 2008 em 17 de mar o de 1997 foram empossados os membros da primeira gest o do COMPUR e sua primeira reuni o ordin ria ocorreu no dia 19 de mar o de 1997 A import ncia de resgatar a fase anterior oficializa o do Conselho est no fato de sua cria o ter sido o resultado de uma proposi o coletiva que envolveu t cnicos de governo legisladores e diferentes segmentos da sociedade civil que conceberam nessa Comiss o interna da C mara o formato institucional referendado e aprovado por esses segmentos Tratava se de 129 uma proposta inovadora na poca e que garantiria o envolvimento direto da sociedade no planejamento urbano Essa peculiaridade do COMPUR representa uma caracter stica de origem importante por demonstrar que a exist ncia do Conselho n o se deve a uma iniciativa exclusiva do Governo como muitas vezes ocorre na cria o e operacionaliza o de Conselhos Tem ticos No caso do COMPUR sua origem est associada disposi o de setores da sociedade civil que associados com interesses do poder p blico resultou na institucionaliza o dessa esfera de participa o podendo em parte explicar sua perman ncia e legitimidade Os Conselhos constitu dos de representa es de governo e da sociedade foram pe as importantes para o fortalecimento das
403. l e eqiitativo dos recursos naturais contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e o conforto clim tico A inova o no campo da organiza o territorial e no sistema vi rio e de transporte presente nas recomenda es ao Executivo est na inclus o de laudo da Secretaria Municipal de Cultura entre as diretrizes fornecidas pelo Executivo para parcelamento de terrenos situados em 21 Consolida o do Plano Diretor do Munic pio de Belo Horizonte Lei n 7 165 de 27 08 1996 altera es introduzidas pela Lei n 8 137 200 p 13 206 reas de prote o do patrim nio cultural e nas discuss es sobre as interven es vi rias Para a revitaliza o urbana a Confer ncia sugere um tratamento articulado por a es de cunho multi institucional e multidisciplinar Estudar a viabilidade de cria o da Ag ncia Municipal de Desenvolvimento com participa o setorizada Promover o desenvolvimento econ mico associado ao desenvolvimento social Assegurar a articula o intersetorial com a fun o de compatibilizar programas projetos e atividades desenvolvidas no munic pio Cria o de plano macro estrat gico com a es estruturantes e multisetoriais na defini o dos investimentos na cidade como instrumento permanente de solu o dos problemas do espa o urbano As delibera es resultantes da I Confer ncia de Pol tica Urbana convergem para uma concep o mais articulada de cidade Constata se a preocupa
404. leis urban sticas e a manuten o do Cadastro da Administra o P blica Municipal De acordo com Ferreira 1999 a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano tamb m criada na Reforma Administrativa de 1983 foi composta basicamente de funcion rios da Secretaria de Obras P blicas e teve desde o in cio a incumb ncia de elaborar um plano diretor para a cidade O documento foi praticamente todo desenvolvido por um grupo de t cnicos sem consultoria ou diagn stico formal da cidade A Reforma Administrativa de 1983 e o reposicionamento do planejamento no processo administrativo da cidade proposto pelo Plano de A o de 1984 respons vel por apresentar BH com Novos Horizontes ocorreu em um momento particularmente importante da hist ria pol tica do pa s marcado pela mobiliza o da sociedade em torno da redemocratiza o Fruto do momento hist rico pol tico o documento apresenta inten es de tratar democraticamente o planejamento O processo de planejamento deve ser democr tico contar com a participa o de todas as inst ncias da estrutura administrativa da Prefeitura e estender o seu car ter participativo at as mais variadas e representativas organiza es da sociedade civil Contraditoriamente as atividades contempladas na confec o da proposta mostram a pouca relev ncia dada participa o na metodologia de trabalho utilizada tema brevemente abordado no texto introdut rio A participa o da sociedade f
405. li rias devidamente urbanizadas ou edificadas A anstitucionaliza o da outorga onerosa do direito de construir na revis o da lei condicionou os recursos obtidos da aplica o do instrumento ao Fundo Municipal de Habita o Art 74 L Os recursos obtidos por meio da ODC ser o destinados ao Fundo Municipal de Habita o ficando sua utiliza o vinculada s finalidades previstas no art 26 da Lei Federal n 10 257 01 podendo ser aplicados em qualquer rea do Munic pio respeitada a destina o m nima de 10 dez por cento dos recursos provenientes de projetos de edifica es situadas nos Conjuntos Urbanos Protegidos nos im veis com tombamento espec fico ou de interesse de preserva o para aplica o em projetos p blicos de recupera o ou de prote o do patrim nio hist rico e cultural do Munic pio aprovados pelo Conselho Deliberativo do Patrim nio Cultural do Munic pio de Belo Horizonte CDPCM BH Nustram a import ncia da aprova o dos instrumentos e as negocia es feitas entre os setores da sociedade civil os coment rios feitos pelos delegados representantes do setor popular e empresarial sobre a aprova o da outorga onerosa 2 Revis o aprovada do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Lei n 9959 2009 300 Revis o aprovada do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Lei n 9959 2009 31 Revis o aprovada do Plano Diretor e da Lei
406. lica dado o prazo que o Patrus tinha dado para o Plano ficar pronto Ent o houve inicialmente essa mobiliza o interna e a foi bastante grande essa mobiliza o dentro da Prefeitura de diversos rg os e foi feito um semin rio p blico E a teve um outro tipo de mobiliza o a gente foi a algumas assembleias de or amento participativo teve tamb m assembleias espec ficas nas regionais com mais ou menos participa o No caso da Centro Sul houve uma mobiliza o maior na Centro Sul exatamente essa ideia do uso misto foi mal recebida pelos bairros de renda mais alta com uma restri o muito grande de usos n o residenciais E a teve uma curiosidade no meio do caminho como havia a ideia que se os usos n o residenciais poderiam acontecer em qualquer lugar da cidade resguardado em comodidade come ou a se discutir o que eram usos inc modos e quais eram as condicionantes para instala o desses usos na cidade Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico Toda reuni o feita l significava outra reuni o no sindicato Ent o a gente fazia o leva e traz Ali s o contr rio Ia debater algum assunto aqui debatia primeiro aqui e j ia pra reuni o com uma posi o Sa a da reuni o gerava outra reuni o pra falar qual que era a pend ncia o que que estava acontecendo etc e preparava a pauta da pr xima Ent o foi um movimento cont nuo durante o processo de produ o da Lei de 1996 Qua
407. liticamente mais disputado com o setor empresarial Exist ncia de um Programa de Urbaniza o de vilas e favelas Valoriza o dos bairros de periferia da cidade Ex urbaniza o de vilas e favelas A exist ncia de planos globais ajuda a disciplinar o crescimento das vilas Urbaniza o e planos globais estrat gicos para a regulariza o e melhoria da situa o de vilas e favelas Pol tica Municipal de Habita o regulamenta o da ZEIS 1 e ZEIS 3 PGE e OPH A exist ncia de Planos Globais Espec ficos com diretrizes para interven es estruturais em vilas e favelas A Pol tica Habitacional est sendo tratada dentro do contexto da Pol tica Urbana da cidade tratando inclusive da quest o social Plano Global Espec fico importante na organiza o da demanda comunit ria 228 Forma de participa o em habita o atrav s de sistemas de cooperativas autogest o Ado o do ndice de qualidade de vida urbana IQVU que permite analisar as condi es de qualidade de vida da cidade e da popula o Projetos de urbaniza o e regulariza o das favelas est o inibindo o processo de expuls o proporcionado pelo crescimento urbano As cr ticas aos Planos Globais Espec ficos abaixo relacionadas voltaram se para o problema principal apontado tamb m para outras reas de atua o do poder p blico a dificuldade de articula o entre interven o urbana e implementa o de pol ticas sociais Ad
408. locu o participativa adotadas e das a es de governo A atitude das organiza es sociais participantes manteve se mais fortemente como referendat ria do que propriamente como uma postura reativa e propositiva A condu o t cnico pol tica assumida na aplica o do projeto de cidade pensado para Belo Horizonte no formato participativo pode ser entendida como um esfor o dos governos de alcan ar os resultados planejados evitando obstru es e falhas que ameacem o bom desempenho do modelo proposto Esse perfil de gest o explicaria os exageros na condu o dos processos ao mesmo tempo em que se evidencia o compromisso dos governos e das equipes t cnicas em aplicar os princ pios da reforma urbana no Munic pio por meio da ado o dos procedimentos participativos Talvez essa condu o fa a parte das caracter sticas das propostas de gest o e planejamento adotadas pelos partidos de esquerda p s transi o democr tica e na sua consolida o na nsia de efetivar os direitos conquistados em lei e de demonstrar a capacidade desses novos quadros de governo de garantir democracia com efici ncia e efetividade Verificamos que as ambiguidades existentes n o impedem que as administra es pratiquem um modelo democr tico de gest o e de planejamento beneficiando se da experi ncia por obter como resultado 1 a reorganiza o interna das estruturas de governo para formula o e 305 implanta o da proposta participativa ii o
409. logos e pr ticas Chapec Argos 2008 p 111 126 ROLNIK Raquel A constru o de uma pol tica fundi ria e de planejamento urbano para o pa s avan os e desafios In BUENO Laura Machado de Mello CYMBALISTA Renato orgs Planos Diretores Municipais novos conceitos de planejamento territorial S o Paulo Annablume 2007 p 271 283 SADER Emir GENTILI Pablo orgs P s Neoliberalismo as pol ticas sociais e o Estado democr tico 5 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2000 SANTOS Boaventura AVRITZER Leonardo orgs Democratizar a Democracia Os Caminhos da Democracia Participativa 3 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2005 SANTOS Wanderley Guilherme Raz es de desordem Rio de Janeiro Rocco 1993 SANTOS JUNIOR Orlando Alves dos Reforma Urbana por um novo modelo de planejamento e gest o das cidades Rio de Janeiro FASE UFRJ IPPUR 1995 328 SANTOS JUNIOR Orlando Alves dos Reforma urbana desafios para o planejamento como pr xis transformadora In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 136 155 SANTOS JUNIOR Orlando Alves dos Cidade cidadania e planejamento urbano desafios na perspectiva da reforma urbana In FEEDMAN Sarah FERNANDES Ana orgs O urbano e o regional no Brasil Contempor neo muta es tens es desafios Salvador EDUFBA 2007 p 293 314 SC
410. lve as mudan as no campo da gest o democr tica das cidades se define por um conjunto de vari veis cabendo as an lises serem desenvolvidas tendo por base a diversidade do universo urbano em termos dos interesses diferenciados dos grupos e a capacidade dos mesmos de interferirem nos processos decis rios O que define o car ter conservador ou progressista do planejamento e da gest o o conte do social dessas atividades e nunca s o neutros uma vez que s o express o de interesses e de press es de grupos sociais SOUZA 2004 p 24 Em meio s for as que interferem politicamente nos processos de gest o e de planejamento Monte M r 2008 exp e sobre as limita es do poder p blico ainda longe de construir uma pr tica que supere contradi es historicamente constitu das Permanece o antagonismo na atua o o Estado dividido entre cumprir o papel de minimizar as fragilidades dos segmentos social e economicamente desprovidos inclusive de cidadania e amenizar conflitos em prol da manuten o de cidades arranjadas em benef cio dos investimentos coordenados pelo mercado Assim o autor conclui se as cidades s o cada vez mais centros de riqueza e focos de pobreza at hoje tem cabido ao planejamento urbano discursar sobre a redu o da pobreza para dar legitimidade promo o da riqueza para os selecionados MONTE M R 2008 p 63 1 5 A gest o e o planejamento urbano participativos em Belo Horizonte
411. m Belo Horizonte um planejamento efetivo pois a cidade cresceu de maneira ca tica A exist ncia do Plano Diretor e a regulamenta o dele sintom tica da exist ncia do Planejamento da cidade sendo parte do Planejamento como um todo porque se certas inten es n o se traduzirem espacialmente elas jamais ser o concretizadas O conselheiro Manoel Teixeira IAB em sua exposi o considera que em Belo Horizonte o planejamento existe apesar dos muitos percal os idas e vindas dentro das administra es p blicas Salientou o conselheiro que apesar de em Belo Horizonte haver algumas tentativas de planejamento urbano elas s alcan ar o xito se o p blico alvo desse planejamento participar e aprovar as decis es Declarou que nos ltimos 50 anos a Prefeitura teve in meros planos desintegrados por falta de uma vis o global do todo comparando a administra o p blica a um arquip lago que ao tratar cada um de seu assunto sem uma coordena o geral e eficaz fica efetivamente sem um planejamento ideal A arquiteta Val ria Braga SMRU se posicionou contr ria institucionaliza o do planejamento porque segundo ela quando os t cnicos se debru am exclusivamente sobre o planejamento corre se o risco de se fugir da realidade Exemplificou com sua experi ncia pessoal que se considera privilegiada por trabalhar com planejamento urbano fiscaliza o e aprova o de projetos simultaneamente o que muito rico
412. m Sistema de Gest o Participativa Municipal articulado a um Sistema Metropolitano tamb m em um formato participativo foi audaciosa tanto por formular um sistema complexo integrando os conselhos de pol tica urbana com os conselhos de pol ticas setoriais como por reconhecer o problema metropolitano Pode se concluir que a II Confer ncia apresenta em seu desenvolvimento e resultados um compromisso mais pr ximo com os pressupostos da Reforma Urbana voltados para o direito do cidad o cidade com as garantias de justi a social mais claras via planejamento e gest o participativos O fortalecimento das esferas participativas no mbito da pol tica urbana n o se limitou ao item gest o presente no documento final do evento que propunha criar o Conselho de Desenvolvimento Urbano A ideia de participa o foi contemplada no corpo da proposta em 281 Proposta da II Confer ncia para o planejamento e gest o metropolitana VII Planejamento Metropolitano 1 Indu o de um processo de planejamento metropolitano a partir da discuss o de problemas comuns com os munic pios envolvidos 2 Estrutura o de uma entidade intermunicipal da qual participe tamb m o estado para coordenar as a es de planejamento metropolitano Sugere se o seu funcionamento baseado na constitui o de c maras tem ticas e setorizadas com participa o dos munic pios afins que abordem problemas espec ficos de forma sist mica ou seja considerando as ca
413. m pouco da m sica eletr nica tinha algumas imagens pelo terci rio etc Nada de grandes empreendimentos poluentes geradores de muito impacto Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico A constata o foi de uma concentra o muito grande dentro e em torno da Avenida do Contorno seja concentra o f sica de estabelecimento seja concentra o do faturamento Por qualquer crit rio que voc usasse era constatado uma concentra o muito grande nessa regi o at a ind stria em Belo Horizonte est concentrada se voc considerar que grande parte da ind stria de confec o de Belo Horizonte est no Barro Preto ent o assim a ideia era criar condi es para a desconcentra o dessas atividades econ micas seja atrav s de um sistema vi rio que deixa de ser radioc ntrico para ser mais transversal a possibilidade dada pela lei de uso do solo de instala o dessas 38 No Extrato da Ata da 117 Reuni o Ordin ria do Conselho de Pol tica Urbana foi apresentado o Plano de Reabilita o do Hipercentro Os conselheiros foram informados de que o plano recebeu financiamento do Minist rio das Cidades e que est inserido no Programa Centro Vivo O arquiteto Rog rio Palhares da Pr xis Consultoria apresentou o objetivo geral do Plano que seria definir diretrizes para interven es e para a gest o integrada de a es que permitam dinamizar o uso e a ocupa o dos im veis implementar melhorias amb
414. m seu artigo 35 que poder ser outorgada a concess o do direito real de uso nos casos em que se fizer necess ria sua aplica o O Plano Diretor de Belo Horizonte incorpora os instrumentos de pol tica urbana propostos pelo artigo 182 da Constitui o regulamentados pelo Estatuto da Cidade Na lei constam os instrumentos outorga onerosa do direito de construir opera es urbanas consorciadas transfer ncia do direito de construir e a aplica o do IPTU progressivo A lei prev inclusive no artigo 70 o conv nio urban stico de interesse social um acordo de coopera o firmado entre o Munic pio e a iniciativa privada para execu o de programas habitacionais de interesse social 102 A URBEL atua por meio do Plano Global Espec fico PGE instrumento de planejamento das interven es necess rias para regularizar e urbanizar vilas e favelas Na aplica o dos PGEs a participa o da comunidade estimulada n o s pela concep o do Plano mas porque o financiamento das interven es ocorre via Or amento Participativo da Habita o MARES GUIA 2003 A elabora o do Plano Global Espec fico desde 1998 passou a nortear as defini es do Or amento Participativo no que diz respeito s interven es a serem realizadas nas vilas e favelas contando com a atua o direta da sociedade atrav s dos CRPs Em fevereiro foi entregue ao ent o prefeito C lio de Castro o Plan o Plano Estrat gico de Diretrizes e Interven
415. ma foi poss vel o estabelecimento por parte deste vereador de uma identidade com as propostas ent o discutidas a partir do momento que reconhecia nestas o trabalho realizado pelo seu partido quando este esteve frente do governo TORRES 2003 p 94 Ficou estabelecido que o processo de participa o da sociedade durante a tramita o dos 7 projetos de Lei n 314 95 e n 315 95 se faria atrav s de Audi ncias P blicas internas organizadas em fun o da tem tica abordada e tamb m de Audi ncias P blicas externas 10 Torres 2003 explica que a relatoria geral da Comiss o ficou a cargo de uma importante lideran a do PSDB O fato de a subcomiss o de Ordenamento Urbano ter sido assumida por um vereador da base de sustenta o do governo favoreceu a preserva o de elementos importantes do Plano 107 As audi ncias p blicas internas tiveram como temas Instrumentos de Pol tica Urbana duas Pol tica Habitacional Uso do Solo flexibiliza o de usos e empreendimentos de impacto Sa de Saneamento e Desenvolvimento Social Parcelamento e Ocupa o do Solo Educa o Cultura e Esporte Turismo e Lazer Desenvolvimento Econ mico e Sistema Tribut rio Ordenamento Jur dico Gest o Urbana Plano Diretor e Entidades Religiosas Plano Diretor e Entidades Prestadoras de Servi o P blico Planejamento Urbano Ordenamento Territorial Macrozoneamento e reas de Diretrizes Especiais Pol tica Ambiental e Patrim ni
416. ma tem um n mero e a outra tem um n mero seguinte Elas foram feitas o tempo todo juntas mas com essa divis o pol tica Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Foram organizadas duas equipes trabalhando que se encontravam discutiam mas que estavam sempre em conflito Uma decis o foi envolver t cnicos funcion rios da prefeitura Ent o houve muitas discuss es com a equipe da Secret ria de Planejamento primeiro depois houve alguns semin rios promovidos pelo Patrus como prefeito com o secretariado e o segundo escal o da Prefeitura Houve semin rios onde a gente apresentava o que estava sendo feito e aquilo era discutido E um pouco mais na frente houve muitas discuss es nas administra es regionais e houve um envolvimento dos t cnicos das administra es regionais foi feito um curso de capacita o pela Funda o Jo o Pinheiro com esses t cnicos e depois a discuss o do diagn stico da capacidade de adensamento do solo foi feita dentro de cada Administra o Regional com os t cnicos dessas administra es Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico As discuss es processadas no mbito destes dois grupos de trabalho resultaram em um diagn stico bastante abrangente sobre o munic pio de Belo Horizonte incorporando estudos feitos para a elabora o do Plano BH 2010 A amplia o das an lises inclu a pontos referentes ao ordenamento e ocupa o
417. mando essa arena p blica em um espa o com maior capacidade propositiva e decis ria Observamos a exist ncia de sinais durante a realiza o e ap s a conclus o da III Confer ncia de est mulos para a retomada do vigor democr tico do Conselho A import ncia das Confer ncias para o planejamento participativo O estudo feito sobre a realiza o das Confer ncias demonstrou a ocorr ncia de problemas tanto pelo direcionamento assumido pelo Poder Executivo como pela diferen a entre os conte dos aprovados nas assembleias e os formatos de lei formalizados pelos poderes Trata se dos rumos dados aos resultados da atua o da sociedade na revis o da legisla o e sobre as recomenda es feitas ao Poder Executivo Contudo consideramos as Confer ncias um importante diferencial pol tico do planejamento participativo de Belo Horizonte O Estatuto da Cidade determina a formula o de planos diretores previstos para estabelecer diretrizes em um recorte temporal de dez anos Ao realizar a revis o das leis Plano Diretor e Lei de Ocupa o e Uso do Solo em uma temporalidade de quatro anos por meio da atua o direta da sociedade nas 301 Confer ncias Belo Horizonte j pratica uma proposta mais democr tica de planejamento urbano antes mesmo da aprova o da Lei n 10 257 de 2001 As Confer ncias s o importantes para a exist ncia do COMPUR Por meio delas o Conselho cumpre uma fun o fundamental para a cidade realizar a re
418. mar a cidade como cen rio privilegiado para an lise da democracia participativa nesta pesquisa reconhece se a sua posi o como o lugar onde ocorrem m ltiplas rela es ambiente que exp e mais flagrantemente as estruturas pol ticas as institucionalidades concebidas e aplicadas As cidades na interpreta o de Lefebvre 2001 representam o teatro da gigantesca metamorfose que exp e o funcionamento da sociedade capitalista e nelas concentra se o que faz uma sociedade De acordo com o autor a exist ncia urbana se confunde com a exist ncia pol tica A democracia se consolidou historicamente sustentada em bases liberais viabilizada por normas legais e estruturas institucionais referendadas pelo voto e praticadas em modelos de representa o pol tica formal As cr ticas s defini es e pr ticas que reduzem a democracia a uma f rmula institucional s o desenvolvidas em vasta literatura por autores que apresentam outro significado da pol tica como campo de for as onde se defrontam interesses divergentes e onde se constroem concep es compartilhadas e pactos como possibilidades novas da democracia SANTOS AVRIZER 2002 DAGNINO OLVERA PANFICHI 2006 Trabalhar se nesta pesquisa com um entendimento de democracia que ultrapassa a vers o de t la como um conjunto de regras normatizadoras do acesso dos cidad os a escolhas pol ticas abstratamente iguais na lei A ideia norteadora a ser utilizada na an lise da realidade investig
419. mas cidades foi interpretado por Castells e Borja pela ideia de cidades como atores pol ticos Interpreta o criticada por Vainer 2000 ao mostrar que a cidade transformada em ator pol tico se apresenta ou apresentada como um bloco coeso A composi o diversa conflituosa e os contornos pol ticos que interferem na din mica das cidades desaparecem em prol da imagem de cidade mescla de mercadoria empresa e p tria Embora se saiba que as cidades modernas sempre estiveram associadas divis o social do trabalho e acumula o capitalista que a explora o da propriedade do solo n o seja um fato novo e que haja uma rela o direta entre a configura o espacial urbana e a produ o ou reprodu o do capital h algo de novo a registrar nessa fase do capitalismo em que as cidades passaram elas mesmas a ser geridas e consumidas como mercadoria VAINER 2000 p 26 A democracia parte das transforma es que afetam as cidades Santos e Avritzer 2005 verificam que o processo de globaliza o tem suscitado uma nova nfase na democracia local Ocorrem de acordo com os autores varia es de democracia no interior do Estado Na o Manifesta es da democracia participativa est o acontecendo de um modo geral nos pa ses inclusive nos que apresentam um hist rico de atraso identificados atualmente como em desenvolvimento Os avan os nesse campo se fizeram em decorr ncia da expans o da democracia e das possibilida
420. mento 13 Tatagiba 2002 identifica os Conselhos Tem ticos como esferas sem vincula o imediata a um sistema ou legisla o nacional S o criados no mbito municipal por iniciativa local ou est mulo estadual e tendem a se associar a grandes movimentos de ideias ou temas gerais que s o acolhidos nos munic pios de acordo com as peculiaridades deles Os formatos costumam ser variados mas normalmente assumem as caracter sticas principais dos conselhos de pol ticas com a participa o de representa es da sociedade civil 140 A quest o da representa o tem merecido grande aten o por parte de v rios pesquisadores Merece refer ncia a recente publica o de Ernesto Isunza Vera e Adrian Lavalle Trata se de La Innovaci n democr tica em Am rica Latina tramas y nudos de la representaci n la participaci n y el control social M xico CIES AS Universidad Veracruzana 2010 130 O artigo 80 da Lei n 7 165 de 1996 cria o Conselho de Pol tica Urbana com atribui es importantes dentre as quais o monitoramento das normas contidas na legisla o urbana podendo sugerir altera es no zoneamento e opinar sobre os casos omissos das Leis n 7 165 e n 7 166 Al m de monitorar a aplica o das leis o COMPUR tem a fun o de promover a revis o das mesmas quadrienalmente por meio da realiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana O funcionamento do Conselho obedece a um Regimento Interno que sofreu altera es em fun
421. mplia o que a gente chamaria de uma rede de participa o popular Houve o fortalecimento e a constru o de v rios conselhos das diversas reas conselhos parit rios s vezes constitu dos em leis Entrevista Maria Auxiliadora Gomes Profissional do Governo Ao apresentar resultados de pesquisas sobre espa os p blicos e atua o conjunta da sociedade civil e do Estado em projetos pol ticos democr ticos Dagnino 2002 menciona a incid ncia de indiv duos em posi es chave no interior do aparato estatal comprometidos individualmente com a aplica o de tais projetos No caso de Belo Horizonte a atua o dos profissionais foi fundamental tanto individual como coletivamente beneficiada por atuarem sustentados institucionalmente pela disposi o dos governos de aplicarem um modelo democr tico participativo na gest o e no planejamento urbano Avaliamos que a atua o de profissionais especializados politicamente engajados possibilitou em Belo Horizonte a supera o das experimenta es tempor rias comuns como pr ticas de governo interrompidas a cada mudan a de gest o A continuidade administrativa em grande medida foi garantida pela perman ncia de equipes inteiradas engajadas no processo e comprometidas com o projeto democr tico dos governos Os profissionais que atuaram na experi ncia participativa de Belo Horizonte no geral ocuparam ou ocupam fun es como secret rios de governo assessores especiais adminis
422. mudan a e ou modelo de reforma a ser aplicado nas estruturas de Estado em especial nos formatos de gest o das cidades 2 3 Participa o pol tica significados institucionalidades e gest o p blica A luta pela participa o tamb m uma luta pelo seu conceito e resulta de uma complicada opera o pedag gica NOGUEIRA 2005 Os significados da participa o denotam o lugar do poder nas pr ticas sociais e das pr ticas sociais como parte do comportamento pol tico ou seja as pr ticas participativas s o manifesta es de uma cultura pol tica Dagnino 2004 mostra que as no es de sociedade civil participa o e cidadania s o apresentadas e defendidas contemporaneamente em projetos pol ticos diferentes um neoliberal e outro democr tico participativo Ambos em disputa atuam na constru o de significados interferindo portanto nas proposi es e nas representa es da democracia A autora fala de deslocamentos de sentidos que envolvem as disputas pol ticas no uso de discursos e refer ncias comuns que servem s concep es diferentes de mundo ideologias que sustentam os diferentes projetos As ideias e propostas de participa o carregam significados pol ticos diferentes podendo estar comprometidas com particularismos ou voltadas para o sentido de pertencimento coletivo e de bem comum A identifica o e as interpreta es relacionadas participa o pol tica s o muitas devido ao seu car ter pol tico que
423. n o da exist ncia e atua o dele que o projeto ganha mais possibilidade de se concretizar podendo o Conselho ser considerado uma pol tica urbana que interfere em outras pol ticas urbanas Pode se considerar que vem sendo desenvolvido um projeto democr tico de cidade desenhado para Belo Horizonte por uma conjun o de fatores 1 No esbo o e na concretiza o a proposta de cidade delineada tem como fundamento os princ pios defendidos pelo Movimento da Reforma Urbana e pelo Estatuto da Cidade presentes na legisla o no discurso t cnico e no conte do das Confer ncias de Pol tica Urbana 11 Existe um programa pol tico democr tico 16 Foi nesse momento entre os meados e o fim da d cada de 80 que amadureceu a concep o progressista de reforma urbana Essa concep o pode ser caracterizada como um conjunto articulado de pol ticas p blicas de car ter redistributivista e universalista voltado para o atendimento do seguinte objetivo prim rio reduzir os n veis de injusti a social no meio urbano e promover uma maior democratiza o do planejamento e da gest o das cidades SOUZA 2008 p 158 169 participativo assumido por governos ligados a partidos de centro esquerda fato que garante a continuidade administrativa destacando se a atua o de profissionais especializados e ideologicamente comprometidos com esse projeto democr tico de cidade figuras atuantes em posi es chave nos rg os liga
424. n lise sistem tica e processual nas a es de governo Costa 2008 menciona como um dos elementos dificultadores dessa pr tica a urg ncia que vem caracterizando as interven es urbanas justificada muitas vezes pelo que o autor chama de crescente passivo socioespacial das cidades brasileiras COSTA 2008 p 77 Um dos desafios dos gestores lidar com esse represamento de m ltiplas demandas por meio da formula o de pol ticas urbanas que atendam essa frente sem perder de vista a conex o delas com as proje es e propostas de interven o de car ter macro Em princ pio as demandas do varejo tratadas na rotina do COMPUR poderiam ser classificadas como situa es emergenciais a serem geridas sem rela o imediata com o planejamento urbano propriamente dito tais como lacunas ou omiss es da legisla o urbana minutas de projetos de lei de autoria do Executivo que buscam regulamentar as reas de Diretrizes Especiais ADEs e instituir opera es urbanas pareceres elaborados em resposta a dilig ncias a respeito de projetos de lei em tramita o encaminhados pela C mara Municipal pareceres sobre classifica o de vias e sobre classifica o de atividades n o previstas na lei e pareceres sobre outras propostas de lei de iniciativa do Executivo Esses encaminhamentos representam a aplica o da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo e do Plano Diretor Entende se que essas min cias e avalia es de demandas
425. n o pra voc ganhar ou perder pra voc ter um contrapeso ou um 132 contraponto Para o Executivo ganhar ele deveria se esfor ar deslocar pelo menos um voto do outro lado sen o ele n o consegue prevalecer Entrevista Vereador Ant nio Carlos Ramos Pereira Representante Legislativo Olha eu pessoalmente n o concordo com essa paridade eu acho que a paridade deveria ser uma paridade mais igualit ria dentro dos setores entre t cnico empresarial e o chamado popular a administra o p blica Eu acho que devia ser mais igual porque na pr tica a paridade funciona como uma tend ncia do poder p blico nos temas mais fundamentais ele fecha a quest o e ganha a discuss o E especialmente num conselho deliberativo isso a at teria algum sentido mas num conselho de car ter consultivo eu acho que a paridade poderia ser mais dilu da do que est sendo atualmente Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante Setor T cnico A escolha dos conselheiros por setor se d em plen rias bienalmente convocadas conforme edital publicado no Di rio Oficial do Munic pio onde s o estabelecidas as regras de funcionamento do processo A elei o das entidades inscritas para os pleitos bianuais coordenada pela Ger ncia Executiva do COMPUR ocorre por meio de assembleias abertas feitas por setor onde s o eleitas as quatro representa es divididas entre duas entidades titulares e duas suplentes para cada um dos setor
426. n o Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante Setor T cnico Acho que o COMPUR n o um f rum onde as lideran as populares atualmente privilegiam Na minha experi ncia no COMPUR que foram tr s anos eu vi muito pouco dos movimentos populares mesmo embora a representa o estivesse l n o necessariamente ela das bases ela dos bairros etc Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Interessante observar as considera es feitas pela representante popular quando interrogada sobre a participa o do setor no COMPUR A presidente da Associa o dos Moradores do Bairro Pomp ia destacou o aprendizado pol tico e o acesso ao conhecimento t cnico proporcionado pela participa o e como o envolvimento das lideran as populares nas esferas decis rias de governo garante um ac mulo de saber estrat gico para o posicionamento do setor nos processos decis rios de governo Ali uma forma de aprendizado pra mim Eu tomo em participar do COMPUR como uma forma de aprendizado para eu conhecer melhor a cidade que eu vivo Para te falar eu ver muita discuss o t cnica ali Para mim aquilo ali era um momento de aprendizagem quando eu estou os vendo discutindo tecnicamente o zoneamento Tem proje o ent o pelo visual projetado voc v voc consegue entender Muitas vezes eles est o discutindo ou apontando o mapa pois eles t m esse cuidado para mostrar para as pessoas da regi
427. n rio indicando transforma es nas pr ticas pol ticas As mudan as foram favorecidas dentre outros fatores pelo novo pacto federativo Tornaram se necess rias reformula es na estrutura do Estado Em um cen rio democr tico apresentam se diferentes concep es de reforma apontando caminhos diferentes para a formata o e funcionamento do Estado A vis o racional gerencial defende a reforma das estruturas consideradas pesadas e ineficientes do Estado inspirando se nos modelos aplicados pela iniciativa privada A ideia da gest o p blica n o s atuar na perspectiva de atender aos interesses do mercado mas se curvar a seu modus operandi tornando se gil como uma empresa O exemplo mais conhecido a reforma proposta por Bresser Pereira que busca superar o chamado ritualismo emperrado da m quina p blica substituindo o modelo burocr tico pela flexibilidade agilidade e efici ncia do modelo gerencial REIS 2005 Nogueira 2005 explica que a racionalidade pragm tica das novas metas apresentadas gest o modernizante convive com um comportamento patrimonialista e corporativo Estruturas de Estado com essas caracter sticas apresentam uma face racional legal e outra de tipo patrimonial uma tens o que interfere nos formatos de organiza o gerencial estabelecidos Nogueira 2005 prop e pensar o projeto democr tico com radicalidade implica partir de regras procedimentais v lidas para todos em arranjos instit
428. n stico colombiano e de Zeled n 2006 sobre a quest o fundi ria urbana em El Salvador s o ilustrativas dos esfor os latino americanos em torno da transforma o das cidades em espa os de maior equidade em termos do acesso propriedade urbana Em 1986 la propuesta de reforma urbana fue retomada por um gobierno liberal y finalmente luego de dos afios de dif cil debate logro convertirse em la ley 9 de 1989 conocida como de reforma urbana De acordo com el discurso que acompa o la elaboraci n de esta ley se trataba de garantizar el derecho a la ciudad para todos los ciudadanos de superar la informalidad urbana y buscar un reparto m s equitativo de la plusval a urbana buscando hacer efectivo el princ pio constitucional de la funci n social de la propiedad en un marco de mayor eficiencia en los processos de desarrollo urbano del desarrollo concertado o impositivo de las tierras inutilizadas COPELLO 2006 p 27 El Salvador Pa s de Proprietarios es un programa de cobertura nacional cuyo objetivo principal es que las personas que no tienen la propiedad de la tierra que poscen la adquieran lote o parcela mediante diversos sistemas de financiamento os mecanismos de posibilitan la titulaci n Pero se trata s lo de eso No es un programa de regularizaci n de la tierra donde se consideren aspectos muchos m s amplios del habitat que la sola titulaci n del inmueble para el espacio urbano por otra parte este
429. na Ao mesmo tempo essas entidades demonstraram dificuldades em se arregimentar como for a pol tica para se apropriarem mais organizadamente das duas esferas criadas pelo Plano Diretor Mostraram se tamb m limitadas no esfor o de articula o dos Conselhos que tratam das quest es urbanas no Munic pio e na tentativa de transforma o do COMPUR em um Conselho deliberativo sobre a aplica o da legisla o e sobre a formula o de pol ticas urbanas Um estudo mais acurado das formas de a o coletiva englobando a trajet ria e o desenvolvimento das organiza es civis contemplando o per odo entre os anos de 1990 e a primeira d cada do s culo XXI ajudaria a entender como foram se modificando as rela es entre a sociedade e o Estado no processo participativo de Belo Horizonte Um poss vel foco da investiga o direcionado para o desenvolvimento das organiza es civis e sua rela o com o Estado poderia voltar se para o comportamento das lideran as nos espa os participativos contemplando suas interlocu es com os parlamentares e com as representa es de governo englobando as articula es e implica es pol tico partid rias dessas interlocu es O desenvolvimento de uma pesquisa nessa dire o pode trazer contribui es importantes para a compreens o da qualidade da participa o dos interesses em jogo de como aspectos mais sutis da rela o da sociedade com o poder p blico interferem na din mica de funcionamento
430. na interlocu o com o poder p blico interessante notar que a participa o vista como um recurso que permite a inclus o No agrupamento seguinte quando foram manifestadas as cr ticas percebe se a capacidade de entendimento dos moradores sobre os problemas que envolvem a participa o da sociedade nos processos decis rios e de consulta que afetam as pol ticas A quest o da centraliza o apontada como um tra o do controle t cnico ainda presente nas administra es problema tamb m destacado nas entrevistas e na pesquisa de campo A defici ncia no dom nio do saber t cnico por parte dos moradores aparece como elemento dificultador da participa o juntamente com a sinaliza o de que ocorre insufici ncia ou desinteresse do lado da sociedade em participar dos espa os criados 2 A participa o popular na discuss o da pol tica urbana insuficiente centralizada e elitista Participa o restrita ou seja a popula o tem dificuldade para participar dentro dos grupos legitimados Manipula o desorganiza o e interesses pessoais no Poder P blico e nos Movimentos Falta maior conhecimento t cnico e or ament rio da m quina p blica por parte do movimento Participa o insuficiente da comunidade nas decis es e propostas apresentadas aos rg os P blicos A necessidade do dom nio de um saber t cnico especializado envolve no caso da participa o em espa os relacionados s demandas sobre q
431. nacionais sobre cidades O Estatuto da Cidade foi o tema principal em fun o de estabelecer uma nova ordem jur dica para o pa s A abordagem voltou se para o uso dos instrumentos de pol tica urbana e para o fortalecimento da gest o democr tica das cidades As palestras procuraram situar o novo ordenamento jur dico levando o p blico a entender a trajet ria hist rica que desencadeou a aprova o da Lei n 10 257 2001 situando a movimenta o social e pol tica que estimulou a formula o do cap tulo constitucional referente pol tica urbana da Constitui o Federal O papel do Estatuto da Cidade na defini o da fun o social da propriedade foi apresentado como 237 A rela o dos palestrantes e suas identifica es encontram se em anexo 216 recurso legal limitador da atua o especulativa do mercado historicamente favorecido pela pr tica da acumula o urbana As condi es pol ticas e jur dicas de Belo Horizonte foram consideradas favor veis para a ado o dos instrumentos urban sticos inovadores da Lei Federal O Estatuto da Cidade atrav s dos instrumentos que cont m pode se apresentar como uma grande via para que for as como as que hoje governam pela segunda vez Belo Horizonte possam dar um outro rumo ao desenvolvimento da cidade 8 A gest o participativa foi apresentada como a melhor forma de viabiliza o dos instrumentos urban sticos inovadores estabelecidos na lei diante de uma nova r
432. naugurando uma nova pr tica urban stica representada pela execu o de projetos voltados aos novos bairros de elite Pampulha e Cidade Jardim al m do investimento na implanta o da Cidade Industrial Em 1951 foi apresentado C mara Municipal o Plano Programa de Administra o para Belo Horizonte do qual consta um diagn stico do Munic pio e a elabora o do chamado Servi o do Plano Diretor da Cidade sob responsabilidade de uma Diretoria de Planejamento e um Conselho Consultivo Na poca iniciava se uma nova situa o em que os prefeitos deixavam de ser indicados pelo presidente do Estado e ensaiava se uma autonomia mesmo a capital estando ainda submetida a defini es pol ticas e a investimentos dos governos do Estado e Federal Na medida em que se complexificavam os problemas urbanos da capital as administra es foram levadas a tratar de quest es emergenciais A prem ncia de interven es mais r pidas e objetivas provocou o direcionamento das a es para a execu o de obras situa o que interferiu no equil brio entre gest o e planejamento Planejamento e gest o s o atividades distintas O planejamento uma atividade de proje o remete para interven es e defini es voltadas para o futuro ou para acontecer em grada es ampliadas de tempo A gest o trata de problemas e demandas a serem administrados no presente pressupondo agilidade e articula o de meios em uma pr tica decis ria cotidiana O
433. ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 256 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 229 constru o de um projeto de desenvolvimento da cidade que contemple a organiza o de novas centralidades descongestionando o centro principal favorecendo a autonomia econ mico pol tica das regi es Tal autonomia seria poss vel pela implementa o de uma estrutura administrativa descentralizada capaz de colocar em di logo mais pr ximo os cidad os e o governo municipal Ao abordar os avan os institu dos pelo Plano Diretor e pela Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Cota e Mol 2008 afirmam sobre a desconcentra o urbana Quanto estrutura urbana ambos almejavam a desconcentra o e a multiplicidade de usos atrav s do est mulo ao surgimento e fortalecimento de centros fora da rea central e sua articula o de modo a romper com a problem tica organiza o r dio conc ntrica do projeto urban stico de Belo Horizonte Trata se de uma nova l gica em rela o s legisla es urban sticas anteriores especialmente no que se refere aos seus princ pios norteadores COTA MOL 2008 p 231 Na avalia o dos delegados fei
434. ncia das decis es se tornarem cada vez mais t cnicas e menos pol ticas Situa o tamb m destoante ocorre entre o valor dado liberdade politiza o e reflex o na aplica o da democracia em meio ao avan o da massifica o onde impera o conformismo e a despolitiza o A racionalidade da efici ncia tem se manifestado de forma dominante a ponto de a ideia da agilidade gerencial se sobrepor aos anseios e conquistas da participa o pol tica fato que tem motivado estudos emp ricos sobre como o paradoxo da rela o entre democracia e burocracia se desenvolve nas pr ticas dos governos em diferentes esferas destacando se o funcionamento das administra es locais As reflex es de Tatagiba 2006 sobre os marcos da democracia gerencial na articula o entre sociedade civil e sociedade pol tica ajudam na compreens o de como o desenvolvimento das pol ticas p blicas tem se dado sob tais orienta es A pesquisadora explica como o ide rio participacionista em vigor e em expans o atualmente foi incorporado pela nova proposta gerencial O resultado da pr tica participativa adotada no modelo gerencial o pragmatismo de resultados tendente despolitiza o A legitimidade alcan ada pela l gica gerencial e os avan os da democracia participativa denotam a exist ncia de concep es e proposi es diferentes em disputa O tecnicismo e a massifica o disseminados contemporaneamente como regra de funcionamento da socieda
435. ncipalmente n o muito mais imobili rio constru o par metro urban stico taxa de ocupa o e isso interfere no trabalho deles diariamente Ent o esse assunto eles dominam muito e l gico do interesse deles Tem embate Tem embate Agora voc fala assim s vezes eles podem querer discutir isso fora dali Podem O setor empresarial tem outros mecanismos de fazer as discuss es deles tamb m Entrevista Maria Cristina Fonseca Magalh es Representante Governo O setor empresarial eu me lembro um setor sempre presente na forma de algumas associa es Por exemplo a CDL tem uma vis o do conjunto da cidade principalmente uma vis o formal da cidade que onde este setor atua e se sente representado Algumas representa es empresariais est o na forma de representa es legislativas Voc tem representantes do legislativo no COMPUR que s o claramente identificados com o setor 153 imobili rio historicamente tem isso tamb m Voc tem representantes da C mara que s vezes uma representa o aliada do governo municipal mas ela se pauta muito na atua o da pr pria C mara Eu acho que em muitos casos ela uma aliada Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Com toda a vis o pragm tica inerente posi o empresarial que obviamente se volta para uma atua o de resultados cabe reconhecer que na avalia o dos debates sobre a cidade desencadeados
436. ndo chegou na reta da C mara houve uma dissid ncia no setor empresarial as ltimas reuni es l no sindicato quase sa ram cadeiradas Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial A abertura para a participa o deve ser atribu da a uma conflu ncia de fatores o ambiente pol tico da poca os pressupostos constitucionais em prol da gest o e do planejamento participativos a identifica o pol tico ideol gica da administra o p blica com um projeto de democracia participativa al m do car ter estrat gico de se buscar apoio social para o enfrentamento pol tico de um novo projeto de cidade Uma poss vel resist ncia ao Plano BH 2010 fez o Executivo optar pela metodologia participativa envolvendo diversos setores interessados na quest o do planejamento urbano Uma ampla negocia o de car ter p blico das minutas dos projetos referentes ao plano e Lei de Ocupa o e Uso do Solo minimizaria resist ncias aos instrumentos urban sticos propostos considerados pontos nevr lgicos quando tramitados no ambiente parlamentar TORRES 2003 Torres 2003 constatou em seu levantamento que as audi ncias p blicas previstas para a participa o da sociedade na formula o do Plano Diretor n o favoreciam a presen a do setor popular De um modo geral as audi ncias internas aconteceram durante o dia no hor rio de trabalho das pessoas e as externas ocorreram em locais identificados com o
437. nhamento O presidente prop s que a aprecia o do COMPUR no que se refere a forma e conte do do detalhamento das propostas oriundas da II Confer ncia aconte a ap s consulta aos delegados o que foi aceito por todos Grifos desta pesquisadora Os encaminhamentos dados pelo COMPUR e pelo poder p blico dos resultados aprovados na II Confer ncia foram avaliados pelos conselheiros entrevistados Percebe se que h um reconhecimento do significado democr tico do evento tendo sido feitas pondera es sobre falhas do processo prevalecendo o entendimento de que caberia ao Poder Executivo fazer as negocia es e o acompanhamento do documento na C mara Municipal Algumas interpreta es feitas pelos conselheiros entrevistados demonstram que h o reconhecimento do papel cumprido pelo COMPUR na revis o das leis nos coment rios os entrevistados apresentam suas posi es sobre os resultados da II Confer ncia A II Conferencia teve uma preocupa o de gerar uma discuss o muito mais ampla sobre a cidade Eu n o acompanhei diretamente eu n o participava mas ela foi muito mais 74 Ata da 65 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 24 10 2002 75 Ata da 61 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 20 06 2002 Grifos desta pesquisadora 240 rica no processo de discuss o sobre a cidade porque ela foi muito mais longa e come ou a entrar nas quest es mais fundamentais que eram
438. nhia Urbanizadora de Belo Horizonte Atualmente est lotada na Secretaria de Pol tica Urbana 122 problemas A pessoa domina o processo do OP entendeu Muitas lideran as que s o funcion rios de vereador viram cabo eleitoral de vereador vendem periodicamente para este ou para aquele pol tico entendeu Isso a gente v o tempo inteiro mas isso n o impede pessoas de se formarem pessoas aparecerem pessoas ganharem Entrevista Fl via Caldeira Mello Profissional Governo De acordo com Wampler 2003 o OP tem consequ ncias democratizantes na rela o Estado sociedade Em seu estudo comparativo dos OPs de Belo Horizonte Porto Alegre e Recife afirma que o desenho institucional do OP de BH estimula a participa o e a mobiliza o em fun o das regras usadas permitirem e demandarem uma maior participa o favorecendo a press o dos l deres comunit rios e dos representantes do governo sobre a realiza o do que foi demandado Maur cio Borges Lemos secret rio de planejamento de Belo Horizonte na poca de implanta o do OP e de sua consolida o afirma em artigo publicado na edi o especial de 10 anos do OP de BH O or amento participativo pressup e o planejamento e induz o planejamento uma decis o pol tica que implica num c rculo virtuoso pol tico democr tico e t cnico LEMOS 2005 p 24 Lemos 2005 explica que o uso do OP como instrumento de defini o das obras n o acontece alheio ao planej
439. nos Diretores Regionais o Plano Diretor Venda Nova o Plano da Pampulha Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo E meio dif cil fazer uma diferencia o mas eu acho na administra o C lio de Castro eu n o sei se eu posso colocar isso na figura do C lio mas acho que posso colocar na figura do Mauricio Borges inicialmente e na figura da Neuzinha que era o bra o direito do Maur cio Borges Eu acho que ele sempre deu muita for a ao COMPUR As outras administra es a administra o Pimentel eu n o sinto Nenhuma vontade de esvaziar o COMPUR mas acho que houve uma tentativa e uma pr tica de dar um car ter mais operacional ao COMPUR de dar um car ter mais pr tico Dele n o ser t o questionador talvez Eu n o percebo nenhuma pol tica expl cita disso mas uma tentativa de dar mais rapidez mais praticidade seria talvez um termo melhor para o COMPUR Enquanto na gest o C lio havia uma vontade maior de discutir mais a fundo as quest es Eu acho at que o perfil do secret rio que passou a ser o presidente o Murilo Valadares ele tem um perfil muito mais executivo ele na verdade n o estimulava grandes discuss es ele queria mais defini es E eu acho que o COMPUR tendeu se alinhar mais administra o p blica administra o da Prefeitura Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante Setor T cnico Eu acho que ele perdeu um pouco em rela o sociedade Se voc l
440. nsabilidade da cobran a da aprova o do Projeto de Lei caberia ao Poder Executivo O papel de condu o do Poder Executivo defendido no discurso do conselheiro indica como esse poder de fato se imp e n o s por pautar as condi es de exist ncia dos conselhos em v rios aspectos desde legais at operacionais mas pelo fato de no imagin rio dos setores civis o governo se apresentar como inst ncia que disp e de for a para assegurar as conquistas pol ticas estabelecidas nas esferas de participa o A transfer ncia do controle social para a esfera governamental exp e a fragilidade da democracia participativa ainda fortemente submetida a uma cultura que reconhece na democracia formal a deposit ria do poder pol tico capaz de atuar de forma mais eficaz para a consolida o dos interesses coletivos Santos e Avritzer 2005 mostram que o modelo hegem nico de democracia liberal tem se mostrado hostil participa o ativa dos cidad os na vida pol tica Na opini o de Avritzer a redemocratiza o brasileira envolveu simultaneamente grandes doses de continuidade pol tica misturadas com algumas doses de inova o pol tica AVRITZER 2005 p 572 Essas caracter sticas privilegiam a democracia representativa e superdimensionam a posi o do Estado diante das possibilidades de interven o da sociedade civil nos processos decis rios V rios aspectos da atua o do COMPUR e da participa o da sociedade nas Confer nc
441. nsformadas em gest es participativas que quebram com os padr es tecnocr ticos convencionais A gest o participativa dedica se a inventar formas novas de tomada de decis es e de gerenciamento p blico espelha o fracasso do planejamento tradicional O planejamento precisa romper claramente com sua tradi o normativa e tecnocr tica e assumir se como planejamento estrat gico democr tico e din mico NOGUEIRA 2005 p 150 O Estatuto da Cidade ao estabelecer os par metros que devem orientar a constru o da pol tica urbana em todas as inst ncias do poder p blico e ao tratar a pr tica do planejamento urbano como um recurso t cnico e politicamente participativo de ordenamento do desenvolvimento das cidades trata mais explicitamente da gest o participativa 68 Estatuto da Cidade Lei n 10 257 2001 Cap tulo I Diretrizes Gerais Artigo 2 A pol tica urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das fun es sociais da cidade e da propriedade urbana mediante as seguintes diretrizes IH gest o democr tica por meio da participa o da popula o e de associa es representativas dos v rios segmentos da comunidade na formula o execu o e acompanhamento de planos programas e projetos de desenvolvimento urbano O Conselho Nacional das Cidades faz parte da estrutura institucional criada para garantir a aplica o da legisla o sobre pol tica urbana em cada uma das esferas da feder
442. nstitu da pela Lei n 8 146 de 2000 O t tulo Secretaria Municipal da Coordena o de Pol tica Urbana e Ambiental demonstra o direcionamento do foco para as pol ticas urbanas O novo conte do proposto para o rg o tem como eixo o desenvolvimento urbano e ambiental por meio de a es integradas e intersetoriais Nas compet ncias o car ter que havia prevalecido at ent o de regula o e fiscaliza o de obras foi modificado No texto prop e se a ideia de obras estruturantes indicando categorias diferentes de interven es urbanas concep o nova que reposiciona o planejamento urbano no Munic pio No texto da reforma o rg o respons vel pela pol tica urbana deve normatizar monitorar e avaliar a realiza o de a es de interven o urbana A jun o da pol tica ambiental com a pol tica urbana em uma mesma pasta demonstra a inten o do governo de tratar o meio ambiente no mbito da pol tica urbana entendendo a problem tica ambiental como parte constitutiva dos fen menos urbanos a serem tratadas por meio de pol ticas p blicas Na Lei n 8 146 de 2000 as atividades da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte URBEL ficaram vinculadas Secretaria de Coordena o de Pol tica Urbana e Ambiental 13 Nas Leis n 5 562 1989 e n 6 352 1993 a URBEL manteve se vinculada diretamente ao Prefeito A Lei n 9 011 2005 estabelece Art 111 Fica o Executivo autorizado a promover os atos de altera o dos o
443. nte na tramita o dos resultados na C mara Municipal Exemplifica essa conduta do 268 governo a iniciativa na III Confer ncia de obter ao final do evento um documento que selasse o compromisso do setor empresarial com as delibera es aprovadas na Assembleia Eu vou traduzir pra voc da seguinte forma no ltimo dia da Confer ncia houve um certo constrangimento por parte do setor empresarial porque foi feito um acordo com aquelas vota es e o setor empresarial foi chamado l na frente E foi lhe dito pra assinar embaixo tinha que assinar embaixo E a o pessoal ficou meio desconfort vel porque s pediram ao setor empresarial pra assinar n o pediram aos outros Estranho mas muito simb lico Porque o setor empresarial se articula a mat ria do trabalho dele e sua preocupa o Vivemos o dia a dia dos neg cios que est o na cidade Mas a eu me manifestei um pouco desagrad vel com aquilo porque acho que todos deveriam ter sido chamados a assinar Mas n s assinamos embaixo e n o recusamos Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial O estudo das esferas participativas que interferem no planejamento urbano de Belo Horizonte mostra que os interesses est o em jogo a cidade disputada na arena p blica as estrat gias dos grupos setores e segmentos fazem parte do processo democr tico da mesma forma que mecanismos de negocia o particularizados continuam sendo praticados O
444. nterpreta es dos conselheiros embora abordem a delibera o por ngulos diferentes convergem para a ideia de que o car ter deliberativo fortaleceria o COMPUR Independente das limita es do COMPUR como inst ncia de delibera o constata se a legitimidade do Conselho Representam sinais do seu reconhecimento a disputa pelas vagas a frequ ncia das reuni es a valoriza o dos pareceres e recomenda es a realiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana a manuten o de uma secretaria executiva e a aceita o do formato institucional formalizado pelo Plano Diretor As observa es do conselheiro representante do mercado imobili rio mostram como o setor empresarial resguarda seu espa o no Conselho O que acontece o seguinte mais atr s h uns seis anos atr s eu acho que as pessoas n o davam tanta import ncia a esses conselhos Ent o o SINDUSCON sempre teve uma cadeira dentro do COMPUR pelo setor empresarial considerando as cadeiras que ele tem l dentro E medida que tem passado o tempo hoje as pessoas est o realmente querendo participar mais disso Ent o estamos tendo que tomar um pouco mais de cuidado para evitar perder uma cadeira o que no passado n o havia essa preocupa o a cadeira estava l praticamente como cativa Ent o hoje tem mais setores querendo participar do COMPUR e a a gente tem que ter um cuidado maior para evitar perder uma cadeira N o s pelo setor A gente tamb m acha que
445. nto Secretaria de Desenvolvimento Urbano e outras de suporte a de A o Comunit ria e de Meio Ambiente Respons vel pelo planejamento global e setorial do Munic pio a Secretaria de Planejamento investe se das fun es de elabora o do or amento anual e plurianual de investimentos incumbe se das atividades promotoras da moderniza o administrativa e da manuten o de um sistema de informa es s cio geo econ micas Coube tamb m a essa pasta a 6 Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 37 rg o de planejamento metropolitano criado por lei em 1974 e extinto em 1996 MENDON A 2008 p 191 70 O Plano Metropolitano est sendo elaborado coordenado pela a Universidade Federal de Minas Gerais que constituiu equipe multidisciplinar com especialistas de diferentes reas O Plano Metropolitano consiste na elabora o de estudos referenciais e de estrat gias de a o para o desenvolvimento integrado da Regi o Metropolitana de Belo Horizonte RMBH A proposta mobilizar toda a sociedade metropolitana a identificar reconhecer discutir e propor a es para a melhoria da RMBH Dispon vel em http www rmbh org br Acesso em 12 nov 2010 7l Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 67 83 fun o de articular se com o planejamento regional e com os sistemas estadual e federal promovendo estudos e pesquisas que pudessem orientar a consolida o das
446. nto maior ou da macropol tica que contempla planos programas e projetos elaborados pelos rg os da administra o ligados s demandas urbanas e respons veis por atender as diversas reas da cidade Todo o material recolhido e produzido na pesquisa indica existirem dificuldades na formula o de uma pol tica urbana para Belo Horizonte e consequentemente existem problemas na integra o das pol ticas urbanas e delas em rela o s pol ticas sociais concebidas para o Munic pio A an lise feita da ata da 58 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana quando se debateu de forma mais aprofundada o planejamento urbano em Belo Horizonte demonstrou existirem fragilidades na formula o desse planejamento e da pol tica ou pol ticas a ele associadas Em seu depoimento a assessora Maria Caldas avalia o planejamento urbano em Belo Horizonte e entende que ao longo dos ltimos anos ele n o teve uma localiza o e uma formaliza o clara na estrutura administrativa da cidade estando atualmente sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Pol tica Urbana A arquiteta explica que foi criado um N cleo de Planejamento Urbano que trabalha por meio de um F rum de Planejamento Urbano n o formalizado respons vel pelo planejamento e pelas pol ticas urbanas Ent o n o um n cleo dedicado s tarefas do planejamento a gente avan ou muito mas n o conseguimos consolidar nem institucionalizar as atividades cot
447. ntos de pol tica urbana t m sentido porque se eles n o tivessem sentido nenhum Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico Grifos desta pesquisadora A outra representante do setor t cnico Helo sa Costa levanta uma quest o importante Ela depois de comentar sobre as diferen as entre as duas Confer ncias chama aten o para o ce bi a 2 o 5 anticl max nas palavras dela gerado pelo desaquecimento de um evento intenso em participa o e capacidade de proposi o como foi a II Confer ncia representado pela retirada do setor empresarial A reflex o da conselheira volta se para o quanto os instrumentos urban sticos inovadores propostos pelo Estatuto da Cidade contemplados na II Confer ncia na revis o das leis municipais provocaram rea es dos empres rios por representarem mudan as na forma de apropria o e uso dos espa os urbanos Eu acho que nessa II Confer ncia desceu se muito a detalhes e acho que em algumas quest es houve um excesso por parte do Executivo da parte t cnica do Executivo a chegar a min cias em que teve que se discutir se o coeficiente tem que ser 1 7 ou 1 9 Ningu m tem como fazer uma discuss o p blica disso Isso acaba sendo uma quest o acordada Eu acho que a gente precisa aprender um pouco melhor o que que tem que ser discutido em uma Confer ncia e fazer a leitura Tem se a pretens o de fazer uma leitura do anseio da popula o se tem a leit
448. o Reforma do Estado e democratiza o do poder local In VILLAS B AS Renata TELLES Vera da Silva orgs Poder local participa o popular constru o da cidadania Revista do F rum Nacional de Participa o Popular nas Administra es Municipais v 1 n 1 p 19 27 1995 GOMES Marco Aur lio A de Figueiras LIMA F bio Jos Martins de Pensamento e pr tica urban stica em Belo Horizonte 1865 1961 In LEME Maria Cristina da Silva org Urbanismo no Brasil 1865 1965 S o Paulo Edusp 1999 p 120 140 GOMES Gustavo Maia MAC DOWELL Maria Cristina Os elos fr geis da descentraliza o observa es sobre as finan as dos munic pios brasileiros 1995 In SOUZA Aldemir do Vale MOUTINHO L cia Maria G es orgs Os desafios das pol ticas p blicas diante da crescente import ncia do poder local Recife Sapiento 2000 p 11 34 GOMES Maria Auxiliadora Or amento Participativo de Belo Horizonte um instrumento de planejamento da gest o democr tica In AZEVEDO Sergio FERNANDES Rodrigo Barroso orgs Or amento Participativo Construindo a Democracia Rio de Janeiro Revan 2005 GRAMSCI Antonio Maquiavel a Pol tica e o Estado Moderno Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1978 GRAMSCI Antonio Obras escolhidas S o Paulo Martins Fontes 1978 323 GRUPO DE ESTUDOS SOBRE CONSTRU O DEMOCR TICA Os movimentos sociais e a constru o democr tica Revista Id ias n 5 6 IFCH UNI
449. o tendo por princ pio e meta a fun o social da cidade e da propriedade urbana Nesse cen rio onde a sociedade civil ganha relev ncia ocorre uma mudan a de concep o sobre planejamento e gest o urbanos Os conselhos criados para lidar com as quest es urbanas entram no rol das experi ncias de encontros entre a sociedade civil e o Estado com potencial propositivo para a aplica o e revis o das leis urban sticas Organizados como conselhos de pol tica urbana ou conselhos das cidades essas esferas voltam se para a formula o das legisla es municipais e atuam no controle das pol ticas urbanas O amparo para a exist ncia desses conselhos encontra se nos cap tulos 182 e 183 regulamentados pela Lei 10 257 de 2001 conhecida como Estatuto da Cidade Os avan os constitucionais citados resultaram da luta empreendida pelo Movimento Nacional pela Reforma Urbana concep o particular de representa o pol tica e de cidadania via controle ideol gico da imagem dos discursos e das leis 8 No espa o Tend ncias Debates da Folha de S o Paulo de 04 10 2008 cujo tema era O saldo da Constitui o de 1988 o artigo de Dalmo de Abreu Dallari defende o car ter democr tico e progressista da Carta Constitucional J Ney Prado considera a Constitui o de 1988 um entrave ao desenvolvimento do pa s Dalmo de Abreu Dallari Professor Em rito da Faculdade de Direito da USP e Ney Prado era na poca presidente da Academia In
450. o Cultural e Sistema Vi rio Tr nsito e Transporte Coletivo C MARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE 1995 1996a 1995 1996b apud GARCIA 2008 p 107 As audi ncias p blicas externas foram realizadas na FIEMG na Pampulha atendendo a uma solicita o da comunidade no Teatro Mar lia conforme solicita o de entidades ligadas cultura e no IMACO conforme solicita o de entidades ligadas quest o da habita o popular C MARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE 1995 1996a 1995 1996b apud GARCIA 2008 p 107 107 C mara a serem estabelecidas segundo crit rio da pr pria Comiss o tendo sido realizadas cinco destas e dezesseis das primeiras GARCIA 2008 A aprova o demandou um corpo a corpo dos poderes Executivo e Legislativo ocorrendo altera es na proposta original e um saldo positivo em rela o continuidade do processo participativo no planejamento urbano da cidade pela institucionaliza o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana respons vel por organizar as Confer ncias de Pol tica Urbana esfera p blica respons vel por promover a revis o das leis Ambos os projetos de lei sofreram in meras altera es oriundas da compreens o dos pr prios vereadores e da tradu o dos interesses que representavam ou decorrentes de solicita es diretas dos setores t cnico empresarial e popular da sociedade As leis aprovadas ficaram bem diferentes do texto original encaminhado pelo Executivo Instrumen
451. o Quilombo de Mangueiras Art 91 C A ADE da Serra do Curral Art 91 D A ADE Rua da Bahia Viva Art 91 E A ADE P lo da Moda A inten o neste trabalho n o descrever os instrumentos os fundamentos legais que sustentam cada um deles previsto na legisla o federal O Estatuto da Cidade os explicita muito bem A inten o nesta an lise mostrar o conte do desses instrumentos na revis o da legisla o urban stica de Belo Horizonte entendendo a incorpora o desses recursos como o resultado de negocia es entre organiza es grupos movimentos e moradores que produzem e usufruem da cidade Verificou se que a incorpora o dos instrumentos demandou amadurecimento debate e 303 Revis o aprovada do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Lei n 9959 2009 304 Revis o aprovada do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo de Belo Horizonte Lei n 9959 2009 278 negocia es e toda essa movimenta o vem ocorrendo em uma cidade que precocemente adaptou se aos prop sitos da Reforma Urbana Pode se concluir de todo o processo o qu o dif ceis s o as mudan as e como os avan os no campo jur dico e das pol ticas p blicas implicam modifica es lentas na cultura pol tica dos atores envolvidos tanto dos componentes do Estado como dos membros e representa es da sociedade civil Ferreira e Motisuki 2007 afirmam que a aplica o dos instrumentos urban sticos no Brasil
452. o Urbanismo se prop s a decifrar a ordem escondida sob a desordem urbana entendendo a desordem aparente como a imagem invertida de uma ordem velada Com base nessa ideia de invers o Topalov 1991 explica que as infer ncias de parte do pensamento urbanista voltam se para a restaura o da comunidade perdida passando for osamente pela reorganiza o dos h bitos individuais e da vida coletiva Portanto mesmo se preocupando com o reordenamento f sico o planejamento carrega uma dimens o ideol gica A ordem urbana que a ci ncia da cidade procura n o s uma ordem produtiva antes uma ordem pol tica TOPALOV 1991 p 32 Para cumprir sua fun o ordenadora o planejamento modernista transformou o Estado em figura central respons vel por garantir a reprodu o do modelo econ mico capitalista com vistas ao equil brio social e funcionalidade f sica das cidades Via de regra o Estado o ator principal do planejamento devido s exig ncias t cnicas e dimens o p blica que envolve as interven es urbanas mesmo quando s o estabelecidas parcerias e negocia es com a iniciativa privada O car ter pol tico das decis es e a es relativas ao planejamento interfere na din mica da vida coletiva podendo seguir caminhos diferentes tanto pela via eminentemente tecnocr tica e centralista sem a presen a da sociedade como pode se processar por meio de interlocu es da sociedade civil com o Estado Mesmo quando oco
453. o aproveitamento do material t cnico produzido O uso dos estudos desenvolvidos pelas equipes de 1990 na organiza o da proposta aprovada em 1996 demonstra a conex o entre momentos das administra es e a valoriza o das produ es de car ter t cnico consideradas relevantes e aproveitadas de um governo para outro Esse ac mulo de conhecimentos representa um dado importante para se entender a matura o e as etapas do planejamento urbano em Belo Horizonte Nessa poca teve um bom desenvolvimento poss vel com a participa o da Universidade Federal com estudos especiais contratados especialmente estudo de desenvolvimento econ mico que foi um grande diferencial buscamos informa es do antigo Plambel que estava se desfazendo naquela poca E um estudo demogr fico a atualiza o do estudo de demografia ent o se avan ou muito com rela o ao outro per odo E houve um problema de articula o pol tica quando ele foi enviado C mara na realidade j era o Eduardo Azeredo e quem estava na C mara na poca n o concordava com o Plano Diretor E ent o n o teve uma decis o pol tica de se avan ar com o Plano Diretor naquela poca era o BH 2010 mas tinha estudos que ficaram bastante consolidados do sistema vi rio estudo da regionaliza o do crescimento demogr fico ent o isso tudo j foi uma base important ssima pro Plano Diretor seguir ent o na realidade n s tivemos um seqiienciamento cada ciclo cada c
454. o citados como avan os nos processos decis rios que interferem no funcionamento da cidade A pesquisa de campo realizada com delegados do setor popular participantes da II Confer ncia apresenta resultados que convergem na dire o das observa es feitas pelos representantes sociais nas Pr Confer ncias Na poca do evento mais de 50 dos entrevistados representavam as associa es de moradores Os delegados consultados na pesquisa acreditam que a participa o afeta as decis es e a es do poder p blico Por m os que disseram que afeta parcialmente fizeram cr ticas sobre o fato de as decis es j virem prontas do governo Os delegados apontaram como o primeiro grande problema da participa o o baixo interesse da popula o em participar situa o que afeta os avan os no campo decis rio coincidindo com o item participa o insuficiente citado nos resultados das Pr Confer ncias Quanto aos consultados sobre as formas de participa o 44 4 dos delegados referiram se ao Or amento Participativo como o espa o de participa o mais eficiente de Belo Horizonte interessante observar que o Conselho Municipal de Pol tica Urbana embora seja a inst ncia respons vel por avaliar as demandas cotidianas referentes s pol ticas urbanas associadas aplica o da legisla o municipal e de ser respons vel pela organiza o das Confer ncias aparece subsumido no conjunto dos recursos de participa o citados como pr ticas
455. o da cidade incluindo a an lise do Plano de A o Municipal de 1984 transformado em proposta de Plano Diretor em 1988 e os trabalhos de formula o do Plano Diretor denominado BH 2010 que embora n o transformados em lei apresentaram estudos e diagn sticos aproveitados na elabora o do Plano Diretor de 1996 Interpreta es sobre a legisla o urban stica desenvolvida ao longo do desenvolvimento da cidade feitas por pesquisadores foram incorporadas analise bem como as leis referentes s reformas administrativas que apresentam caracter sticas das administra es municipais nos momentos de elabora o dos planos A legisla o urban stica aprovada em 1996 e a revis o das leis do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo s o demonstra es de como os marcos jur dico pol ticos e institucionais definidos no mbito da federa o foram aplicados na cidade 12 A descentraliza o institu da na lei federal foi refor ada em Minas Gerais pelo artigo 165 da Constitui o Estadual Na lei estadual os munic pios t m poder para decidir sobre a promo o do ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parcelamento e da ocupa o do solo urbano Os desdobramentos da rede criada em n vel nacional pelo Conselho Nacional das Cidades em prol da formula o de uma Pol tica Nacional de Desenvolvimento Urbano em Belo Horizonte ser o analisados no cap tulo final na tentativa de demonstrar a rela
456. o das reformas administrativas implementadas no Munic pio e desde o in cio conta com uma Ger ncia Executiva ligada aos rg os da Prefeitura a que o Conselho esteve vinculado ao longo da sua exist ncia Esse v nculo de origem um tra o determinante que interfere na atua o do COMPUR e tem afetado sua autonomia tanto quanto tem condicionado sua posi o nas defini es sobre o planejamento e sobre as pol ticas urbanas no Munic pio O Poder Executivo controla a agenda o detalhamento t cnico e jur dico das demandas a tramita o institucional e o encaminhamento legal das decis es A composi o do COMPUR chama aten o pela forma como foi estabelecida a paridade entre representa es do Estado e da sociedade civil S o oito membros do Executivo e os outros oito distribu dos entre o Legislativo e os setores t cnico empresarial e popular Essa paridade coloca o Legislativo do lado da representa o da sociedade Em artigo resultante de uma pesquisa feita sobre os conselhos ligados s pol ticas urbanas de Belo Horizonte Dolabela Pereira 2004 n o considera haver paridade no COMPUR Na avalia o da pesquisadora a paridade falha n o apenas no aspecto num rico Ela entende que existe uma disparidade tamb m nos n veis de instru o dos conselheiros no desequil brio 141 O Plano Diretor na parte da gest o urbana estabelece Cap tulo II do conselho Municipal de Pol tica Urbana Art 80 Fica criado o Conselho M
457. o dentro dos setores e at mesmo dos conselheiros em rela o s suas entidades extremamente fr gil fica flagrante a prec ria representa o por setor As entidades eleitas como representantes dos v rios segmentos t m o poder de decidir pelo conjunto H uma incapacidade dos conselheiros de fazer com que a participa o nas esferas tenha resson ncia entre as organiza es civis nos rg os de governo e entre os parlamentares Os conselheiros eleitos tendem a descumprir a fun o de mediadores e os representados por sua vez assumem postura de alheamento a n o ser nos casos em que interesses espec ficos demandam alguma mobiliza o Chama aten o o fato de n o haver registro de questionamento sobre a representa o por setor nas atas do Conselho e de n o ter sido ponto levantado pelos conselheiros entrevistados Os conselheiros demonstraram se enxergar e se identificar por meio do r tulo do setor inclusive quando apresentavam suas impress es sobre os outros setores Com certeza a diversidade contribui para o processo democr tico ao ampliar as possibilidades de acesso participa o e colocar nas arenas p blicas atores diferentes em debate e negocia o no entanto procuramos chamar aten o nessa abordagem sobre os setores para as despropor es v cios e r tulos que interferem na representa o A diversidade exp e diferen as manifestas na capacidade dos segmentos dos conselheiros e das institui es de l
458. o direto da popula o a expressar de viva voz suas reivindica es a atua o do Executivo se perder em descaminhos por mais diligentemente que seja preparada O planejamento aqui um ato de m o dupla onde o elenco de prioridades se define democraticamente numa a o coligada e coordenada do Povo e Autoridades P blicas No que pese a predomin ncia dos aspectos f sicos territoriais no Plano Diretor a 75 i Nessa frase intera o com processos econ micos sociais pol ticos culturais se faz necess ria destacada do documento a inten o exposta n o foi desdobrada na proposta em termos dos mecanismos que deveriam viabilizar a intera o entre os elementos socioecon micos pol ticos e culturais com as interven es de car ter f sico territoriais A ideia de moderniza o administrativa e a defini o dos instrumentos t cnicos de sua operacionaliza o representam os pontos fortes do Plano de 1984 Em s ntese o Plano de A o de 1984 elaborado na administra o do ent o prefeito H lio Garcia foi o primeiro ensaio de elabora o de um plano diretor para o Munic pio de Belo Horizonte O contexto marcado pela transi o democr tica motivou uma abordagem participativa incipiente prevalecendo a focaliza o mais t cnica com nfase para a moderniza o das estruturas administrativas Destaca se nesse aspecto a preocupa o de valorizar as equipes de governo na formula o e aplica o
459. o e arqueol gico municipal A ideia de desenvolvimento presente no Plano Diretor procura valorizar o papel da cidade de centro pol tico administrativo regional e de n cleo de com rcio e de servi os modernos Destaca se a preocupa o em potencializar a voca o da capital mineira como centro 29 Patrus Ananias foi prefeito pela Frente BH Popular 1993 1996 Percebe se a preocupa o com o desenvolvimento econ mico no documento de 1996 O tema foi abordado na publica o Estudos Urbanos transforma es recentes na estrutura urbana de 2008 O setor de servi os foi identificado como determinante para a economia da capital o entendimento da economia do setor terci rio e de suas caracter sticas em Belo Horizonte se torna essencial para o planejamento de a es voltadas para o desenvolvimento econ mico desta cidade Como demonstrado anteriormente ocorre uma rela o retro alimentadora dos servi os entre si e com os setores componentes da base exportadora do complexo minero metal mec nico CALDAS MENDON A CARMO 2008 p 111 96 de excel ncia e refer ncia em cultura design educa o esporte lazer artesanato ci ncia e tecnologia por meio da otimiza o da infraestrutura de servi os e integra o regional A moderniza o e valoriza o do potencial econ mico da cidade englobam no Plano Diretor a necessidade de instala o de ind strias leves de alta tecnologia para especializa o indust
460. o equil brio tenso entre xitos e dificuldades 49 A provoca o de Monte M r 2008 sobre o papel do planejamento urbano como ret rica e pr tica e sua dubiedade traz inquieta es para a tarefa de avaliar a nova proposta de planejamento inscrita juridicamente e defendida institucionalmente na carta constitucional pelo Minist rio e Conselho Nacional das Cidades De fato existe uma quebra da l gica dominante de p r ordem na desordem em prol da cidade legal por m trata se de um campo em disputa onde concess es s o feitas ao mercado e a hegemonia do planejamento e da gest o p blica convencionais n o foi superada Maricato 2000 j teria alertado para o deslocamento entre as matrizes que fundamentam o planejamento e a legisla o urbanos e a realidade socioambiental das cidades fato agravado na realidade brasileira em fun o da quantidade de munic pios legalmente reconhecidos e a diversidade que os caracteriza Um quadro com essa composi o s refor a a necessidade de realiza o de estudos emp ricos que possam demonstrar como vem acontecendo a aplica o do marco jur dico os ambientes de gest o dos processos urbanos municipais e a presen a da sociedade civil nas esferas decis rias organizadas e institu das nas cidades brasileiras Em suas explica es sobre os momentos e modelos de planejamento adotados no Brasil Costa 2008 direciona cr ticas para a incapacidade ou falta de esfor o pol tico em torno d
461. o grupo de trabalho independente a que ela se refere demonstra a autonomia conquistada pelos setores civis em especial o popular ao se organizarem durante a Confer ncia para tentar interferir na forma de encaminhamento dos trabalhos 5 2 2 A atua o dos Grupos de Trabalho nas Pr Confer ncias Tem ticas e Regionais As Pr Confer ncias que antecederam a assembleia de delibera o final duraram quatro meses Abertas participa o da sociedade foram programadas para resultarem na formula o de um diagn stico da cidade para a constru o de s nteses a serem apreciadas na etapa final O tem rio contemplou mobilidade urbana sistema vi rio transporte coletivo e tr nsito controle urbano e patrim nio hist rico meio ambiente recursos h dricos e saneamento habita o vilas e favelas A discuss o do tema habita o vilas e favelas se restringiu a entidades envolvidas com a quest o da moradia e todas as Pr Confer ncias se estruturaram em torno dos subtemas crescimento urbano e inclus o distribui o de atividades e centros urbanos mobilidade transporte e tr nsito espa os p blicos e patrim nio cultural condi es ambientais As diferen as da II Confer ncia se comparada experi ncia anterior n o se limitam ao aumento do n mero de delegados e a uma maior mobiliza o da sociedade Como parte de suas 221 peculiaridades metodol gicas incluem se a integra o dos setores e a redefini o dos tema
462. o nova nas esferas locais e nem a efici ncia no atendimento das demandas sociais A quest o complexa porque a realidade mostra que a municipaliza o n o garante nem democracia nem participa o nem solidez na representa o NUNES 1990 p 38 62 Em ternos pr ticos os munic pios deveriam contar com recursos pr prios ampliados pelo repasse de recursos das esferas federal e estadual A realidade no Brasil a da multiplica o de munic pios nanicos e de porte pequeno dependentes financeiramente das outras esferas Os munic pios maiores apresentam outros problemas de crescimento desordenado e falta de estruturas administrativas especializadas e modernizadas capazes de otimizar recursos al m de dependerem tamb m da capta o de verbas das esferas federal e estadual Usando a express o paradoxo municipal Gomes e Dowell 2000 abordam os problemas da descentraliza o pela tica das receitas necess rias ao funcionamento dos munic pios Os autores mostram a inviabilidade fiscal dos novos entes federativos e a dif cil manobra de sobreviv ncia entre gerar e captar recursos As observa es feitas por Tereza Lobo 1990 contribuem para o entendimento das dimens es da descentraliza o vista como um comportamento pol tico institucional positivo por provocar altera es nas estruturas e n cleos de poder A descentraliza o tende a gerar uma maior distribui o do poder decis rio com perspectivas mais
463. o para aprovar o texto o mais r pido poss vel Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico Ao analisar as tr s Confer ncias foi poss vel estabelecer compara es interessantes A prepara o dos delegados por exemplo para as etapas decis rias devido ao car ter t cnico dos temas que envolvem a legisla o urban stica foi um recurso metodol gico utilizado nos eventos Na I Confer ncia n o foram organizados cursos preparat rios para os delegados O aprendizado se deu nas discuss es desenvolvidas nos Grupos de Trabalho que antecederam as Confer ncias Setoriais Nas Confer ncias seguintes a op o pelos cursos contribuiu para o alcance de certo equil brio de entendimento do p blico participante sobre temas e conceitos afetos pol tica urbana A metodologia utilizada foi diferente em cada uma das experi ncias Na II Confer ncia havia uma preocupa o em estimular a abordagem integrada ao longo das discuss es dessa forma as turmas foram organizadas misturando os representantes dos v rios setores 27 Informa es sobre o Projeto de Lei n 820 2009 dispon veis do site da C mara Municipal de Belo Horizonte mostram que a tramita o se inicia no registro da mensagem n 27 de 28 10 2009 enviado pelo Poder Executivo e transforma se na Lei n 9959 2010 publicada no DOM de 21 07 2010 288 O conte do geral da Confer ncia sustentava se na refer ncia legal do Estatuto da Cidade e nas defini es da Agend
464. o parte da proposta de Gest o Integrada das administra es democr tico populares de Belo Horizonte para se verificar se ocorre e em que n vel ocorre tal articula o 282 A Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo fortalece o Conselho de Pol tica Urbana citando a necessidade de avalia o do Conselho em v rias situa es previstas nos artigos a seguir Artigo 32 1 Artigo 46 6 Artigo 61 4 Artigo 67 8 10 Artigo 71 B Par grafo nico licenciamento urban stico Artigo 72 A 9 e 10 Artigo 74 Artigo 94 283 Programa de Recupera o Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vale e dos C rregos em Leito Natural de Belo Horizonte 84 Programa de Recupera o e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha 285 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 2002 p 531 254 5 3 A realiza o da III Confer ncia 2009 organiza o e peculiaridades A realiza o das duas primeiras Confer ncias seguiu a ordem normal estabelecida pelo Plano Diretor respeitando a temporalidade prevista na lei tendo sido a segunda organizada em um amplo processo de mobiliza o da sociedade como foi descrito anteriormente Finalizada essa Confer ncia sem aprova o das propostas de revis o das leis depois de um intervalo de sete anos foi realizada a III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana A II Confer ncia aconteceu entre abril e setembro de 2009 envolvendo as etapas de partic
465. o pela capacidade de adensamento do solo dado pela infraestrutura por condicionantes geol gicos ambientais no geral e fundamentalmente o que teve mais peso foram aos gargalos no sistema vi rio Ent o foi chamada de articula o vi ria interna e externa foi talvez o crit rio principal para definir o grau de adensamento do solo Sobre o uso do solo o entendimento era de que era interessante que houvesse uma mescla de uso residencial e n o residencial na cidade como um todo regulamentando o uso pela incomodidade dele Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico Havia um entendimento de que um novo modelo de planejamento urbano n o teria efetividade apenas pelo lado procedimental ou seja n o bastaria formular nova legisla o juridicamente bem articulada O xito da proposta dependia da legitimidade dada pela sociedade Depois de compilados os estudos e transformados em um diagn stico ampliado da cidade a proposta de plano esbo ada foi discutida com segmentos da sociedade civil A ideia era organizar um grande f rum de debate do plano e prosseguir as negocia es dentro do Poder Legislativo buscando a aceita o do projeto de lei sem altera es substanciais que pudessem descaracterizar o documento original E a talvez pudesse falar um pouco do que foi o processo de elabora o do Plano Diretor Houve uma decis o inicial de primeiro fazer o diagn stico e depois se fazer a discuss o 104 p b
466. o prazo e que t m conota o de irreversibilidade Foi proposta a altera o do termo revitaliza o para requalifica o de reas s o interven es no espa o p blico que buscam assegurar sua vitalidade e sua apropria o pela popula o em condi es de conforto e seguran a refor ando refer ncias da cidade e identidades locais Nortearam essa mudan a as concep es de cidade como lugar do encontro e da conviv ncia humana devendo ser favor vel diversidade aos v rios olhares aos contatos pessoais s trocas celebra es e manifesta es coletivas e de espa o p blico como o conjunto de reas destinadas apropria o coletiva seja para a circula o de pessoas e mercadorias seja para o encontro das pessoas constituindo se neste caso em palcos privilegiados de sociabilidade onde a conviv ncia e m ltiplos eventos podem ocorrer de forma permanente ou n o Assim sendo no ato de planejar ao se buscar uma janela para o futuro h que se compartilhar as a es que foram propostas seguindo os seguintes crit rios o saneamento a acessibilidade a mobilidade entre regi es a import ncia ambiental a recupera o de reas degradas as reas com PGE e ou projetos executivos conclu dos ou em andamento e popula o beneficiada A articula o entre interven es estruturantes e as interven es pontuais de pol tica urbana mereceriam uma investiga o espec fica com
467. o que a II Confer ncia encerrou seus trabalhos em agosto de 2002 e que o COMPUR vem discutindo seu resultado h quatro meses 7 Depois de finalizadas as atividades no COMPUR os encaminhamentos no Executivo se prolongaram e o Projeto de Lei n 655 s foi enviado C mara Municipal em agosto de 2005 O Projeto de Lei foi aprovado em primeiro turno em dezembro de 2006 e depois arquivado A revis o aprovada na II Confer ncia trazia modifica es legisla o urbana que geraram resist ncia por parte do empresariado em parte isso explica por que o Projeto de Lei n o foi aprovado O processo s foi retomado no ano de 2009 na realiza o da III Confer ncia de Pol tica Urbana Independente da n o aprova o pretende se fazer nessa abordagem uma 21 Ata da 27 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 06 2003 244 compara o entre o Projeto de Lei n 655 e as Leis n 7 165 e n 7 166 de 1996 revisadas em 2000 pela I Confer ncia de Pol tica Urbana As mudan as na legisla o envolvem uma correla o de for as pol ticas de interesses de atores diversos e s o feitas para interferir na produ o e reprodu o do espa o e nas rela es sociais desenvolvidas nos diversos ambientes da cidade A legisla o urban stica pode ser considerada uma das faces expostas do planejamento urbano em que s o explicitados os objetivos e as inten es que emergem de uma dada conjuntura consis
468. o setor empresarial 267 Houve uma oportunidade muito interessante de afirmar conceitos com o setor popular A eu falei Olha voc s v o aprovar isso aqui mas tem que entender que isso aqui dificulta habita o Isso aqui negativo pra voc s e voc s t m que entender mais sobre isso aqui A eles pediram pra Prefeitura explicar mais Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial Eles tinham uma conversa porque eles sacaram o que acontecia com os delegados ligados ao Conselho Municipal de Habita o e ao OP A Prefeitura tem um poder muito grande sobre as lideran as comunit rias que formam opini o nesse segmento Ent o foi muito r pida a percep o por parte do setor empresarial que se ele fizesse um discurso totalmente voltado pros interesses do setor eles perderiam a prefer ncia Eles teriam que achar o meio termo pra discuss o deles do mercado imobili rio E ao mesmo tempo fazer com que essa discuss o fosse a discuss o do segmento popular Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico A descri o feita pelo delegado do setor empresarial sobre como abordou representa es do setor popular na III Confer ncia e as cr ticas expostas pela delegada do setor t cnico sobre as estrat gias dos empres rios no evento demonstram como na arena decis ria de revis o das leis urban sticas as disputas por vezes s o nuan adas para que sejam alcan ados resultados que aten
469. o social da propriedade objetivos da pol tica urbana executada pelo Poder P blico ser o assegurados mediante I formula o e execu o do planejamento urbano IV participa o da sociedade civil no planejamento e no controle da execu o de programas que lhe forem pertinentes Em entrevista Helo sa Costa comenta sobre o processo de incorpora o na cidade de Belo Horizonte das indica es constitucionais em prol da democracia participativa salientando o papel desempenhado pelo legislativo na institucionaliza o de princ pios e de instrumentos democr tico participativos no munic pio Em Belo Horizonte no governo do PSDB Eduardo Azeredo essa movimenta o se concentra muito mais na C mara do que no Executivo Ent o a legislatura p s constitui o tem um papel fundamental a de tentar trazer At hoje se a gente pega a Lei Org nica de Belo Horizonte que de 1990 ela cont m coisas que o estatuto da cidade s vai regulamentar em 2001 Mas ent o toda movimenta o pol tica toda exagero mas grande parte dela se concentra na C mara um per odo super efervescente e nele o Patrus Ananias teve um papel fundamental na C mara porque ele foi o relator da Lei Org nica Ele faz convergir n o s ele pois estaria sendo injusta com os demais vereadores ele teve esse papel de aglutinar na proposta da Lei Org nica todas essas for as essas ideias Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa R
470. o t cnico social p s morar Uso dos termos t cnicos dificultam o entendimento pela comunidade Falta de capacita o t cnica para a comunidade provocando uma ineficiente fiscaliza o Insufici ncia da capacita o forma o e instrumentaliza o por meio do poder p blico dos gestores comunit rios Tomando por base as opini es dos participantes da Confer ncia percebe se que existem falhas tanto na forma o como na informa o Os moradores das comunidades principalmente 9 BRASIL Estatuto da Cidade Guia para implementa o pelos munic pios e cidad os 3 ed Bras lia Minist rio das Cidades 2005 p 51 264 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 234 das reas da cidade benefici rias de programas sociais e de interven o urbana entendem que as a es do governo precisam ser ampliadas com atividades educativas Nos Anais da II Confer ncia consta a import ncia de utiliza o do material das Pr Confer ncias Tem ticas como subs dio para o planejamento setorial das pol ticas p blicas urbanas e dos resultados das Pr Confer ncias Regionais para a formula o dos planos regionais O prop sito mencionado mereceria uma investiga o espec fica para se avaliar se as opini es expostas pela sociedade no evento e registradas no documento f
471. o um importante componente para o fortalecimento pol tico do COMPUR inclusive estimulando o interesse do setor popular para uma participa o mais ativa nas decis es sobre pol ticas urbanas Nossos resultados apontam para algumas considera es sobre o desenho institucional do COMPUR que delineiam seu desempenho e explicam sua legitimidade Inicialmente foi importante descobrir na investiga o os antecedentes do COMPUR ou seja constatamos que o Conselho foi pensado durante a elabora o da Lei Org nica e posteriormente colocado em pr tica na poca de elabora o do Plano Diretor como uma comiss o Em ambas as situa es o Estado e a sociedade civil estavam presentes Trata se de informa o importante pois mostra que o Conselho como espa o p blico foi concebido e experimentado desde o in cio em meio s pr ticas democr ticas em momentos de interlocu o do Estado com a sociedade uma iniciativa assumida em conjunto Essa constru o que se apresenta como parte do percurso hist rico do COMPUR explica em parte a legitimidade do Conselho sua perman ncia e aceita o pelos setores da sociedade civil e pelos poderes de Estado Por outro lado o Conselho foi concebido para cumprir fun es eminentemente t cnicas estruturado em um formato favor vel numericamente ao Poder Executivo que o preside e sempre o manteve como uma extens o das secretarias respons veis pelo planejamento urbano Essas secretarias atuam em certa medid
472. obre como o projeto democr tico participativo proposto deve ser conduzido Consideramos essa tens o interna um sinal positivo de uma abertura desses profissionais para o di logo mas sintoma tamb m da necessidade de uma integra o mais equilibrada entre os rg os de governo em prol de pol ticas mais articuladas para o enfrentamento das quest es urbanas e sociais do Munic pio Os governos disp em de um rico diagn stico da cidade resultante da participa o dos setores civis nas esferas p blicas principalmente o material produzido durante as Confer ncias As opini es interpreta es e proposi es expostas pelos conselheiros e delegados poderiam servir de par metro para a formula o compartilhada das pol ticas p blicas tornando as a es mais articuladas eficientes e eficazes Ao atuar nos espa os participativos a sociedade teve a oportunidade de opinar sobre os processos de gest o e se pronunciar sobre o desempenho t cnico dos governos O estudo dos documentos e a an lise dos dados produzidos na pesquisa mostram alguns problemas detectados pela popula o defici ncias nos fluxos de informa es obstruindo acessos e a qualidade da participa o problemas operacionais na descentraliza o at pela n o realiza o dos planos diretores regionais a invers o de prioridades funciona em grande medida via OP que enfrenta congestionamentos na execu o ocorre pouca articula o entre as pol ticas p blicas urbanas
473. ocando em di logo os rg os da administra o respons veis pelas pol ticas urbanas Interessante observar que a sociedade demonstrou compreens o do significado e da import ncia da articula o das pol ticas setoriais com as interven es urbanas O tema aparece nas tr s Confer ncias e nos debates travados no COMPUR em cr ticas feitas administra o p blica e como expectativa de aplica o Entendemos que ao demonstrarem expectativa de que as administra es alcancem o n vel de uma melhor integra o intersetorial as representa es da sociedade presentes nessas esferas p blicas manifestam um olhar cr tico sobre a gest o expondo ao mesmo tempo o entendimento de como as pr ticas democr ticas podem estimular procedimentos de gest o que superem a atua o t cnica segmentada A preocupa o com a inter rela o entre os setores demonstrada pelo p blico presente nas esferas participativas voltadas para as pol ticas urbanas pode ser tamb m interpretada como o reconhecimento por parte da sociedade do potencial pol tico das administra es de Belo Horizonte para consolidar experi ncias de gest o democr tica capazes de avan ar no estabelecimento de conex es entre as pol ticas urbanas com as pol ticas sociais O desempenho do COMPUR O comportamento da sociedade e a atua o dos governos interferem no desempenho dos espa os p blicos institucionalizados Por meio do estudo do Conselho Municipal de Pol tica U
474. ocia o Mineira de Toreros e Mini Feiras Organizadas do Estado de Minas Gerais e pela Associa o dos Artes os e Produtores de Variedades de Minas Gerais As implica es urbanas da presen a de ambulantes como a desarmonia visual dos espa os a aglomera o de pessoas e a obstru o dos acessos dificultando a mobilidade foram abordadas pelos participantes das Confer ncias de Pol tica Urbana realizadas na cidade A aprova o do C digo de Posturas em 2003 demandou urg ncia na defini o de uma solu o para o problema por ter sido estabelecido o prazo de 180 dias para a retirada dos camel s 81 Ata da 24 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 10 04 2003 A ata na ntegra encontra se em anexo devido import ncia do conte do tratado na reuni o Grifos desta pesquisadora 82 Ata da 83 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 03 2004 A ata na ntegra encontra se em anexo devido import ncia do conte do tratado na reuni o Grifos desta pesquisadora 83 A express o torero usada para se referir aos ambulantes que driblam a fiscaliza o para fazer com rcio n o regularizado Em 1993 aprovou se um C digo de Posturas para o Munic pio Lei n 8 616 03 Esse C digo traduz se como uma colet nea de temas referentes a posturas e como uma consolida o e aprimoramento da vasta legisla o relacionada a tais temas Conforme determina o cont
475. ocial ou seja o acompanhamento dos processos de planejamento e das pol ticas urbanas avan ou em passos vagarosos a n o transforma o dos resultados da II Confer ncia em lei A tramita o dos projetos de lei n o gerou mobiliza o dos setores no sentido de um acompanhamento ou de press o social em prol da aprova o das delibera es feitas via participa o situa o ilustrada pelo depoimento da representante do setor popular no COMPUR E eu n o tinha conhecimento e agora se voc n o tivesse me feito essa pergunta eu nunca tinha pensado nisso S de estar l dentro n o d para eu te falar o sentimento a hora que voc est l que voc leva uma proposta leva para a vota o voc ajuda na relatoria que eu ajudei eu fui relatora em alguns momentos a hora que voc est lendo aquele neg cio e sabe que voc j disputou aquilo ent o voc j consolidou e tem um relat rio final para o setor popular tem uma conquista pois j foi ouvido pelo poder p blico t o rico que Entrevista M rcia In s Pereira do Nascimento Representante Setor Popular 210 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 17 211 Ata da 41 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 16 08 2000 212 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 17 200 A frase n o conclu da da conselheira sugere um envolvimento t o org
476. oder e capacidade para democratizar o Estado ao participar dos espa os 167 Ata da 67 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 19 12 2002 167 decis rios e manter mecanismos de press o sobre o Estado mas tamb m o Estado comprometido eticamente com prop sitos democr ticos exerce sobre a sociedade civil um papel educativo Ao observar essa din mica na realidade do COMPUR percebe se que a posi o do governo diante do Conselho tem se mostrado amb gua ao mesmo tempo em que controla e concentra poder refor a a atua o democr tica do Conselho como foro participativo Foi poss vel constatar pelo estudo documental e pelas fontes orais consultadas que as iniciativas democratizantes do governo representaram importantes atitudes educativas para os setores representados nesse espa o p blico As evid ncias da disposi o do governo de estimular a pr tica democr tica no Conselho est o presentes nas iniciativas de debate sobre o planejamento urbano em Belo Horizonte no oferecimento de assessoria jur dica para a elabora o dos pareceres e delibera es na organiza o de cursos de forma o para os conselheiros na aplica o do Regimento Interno para encaminhamento das elei es e despachos de rotina do Conselho A conselheira M nica Bed SMPL informou que o Grupo de Trabalho Fundo de Quintal reuniu se e est o sendo envolvidas as duas representantes da Procuradoria no Grupo com o objetivo de
477. oi disciplinada por meio da aplica o de question rios direcionados s associa es de moradores tendo sido promovidos semin rios como estrat gia de aproxima o e de di logo da administra o p blica com a comunidade No conjunto a confec o do Plano contemplou atividades iniciadas em abril e finalizadas em agosto de 1984 A apresenta o do planejamento como um ato administrativo a ser compartilhado com a sociedade n o se concretizou em fun o do plano ter sido concebido basicamente em uma via de m o nica No documento o discurso em defesa do di logo com a sociedade exposto abaixo mostra se incompat vel com o escasso favorecimento participa o da sociedade presente no Ferreira 1999 em sua disserta o de mestrado trata do planejamento urbano em Belo Horizonte analisando os Projetos de Lei dos Planos Diretores de 1988 1990 e 1996 O Plano Diretor de 1988 representa a continuidade do documento elaborado no governo H lio Garcia em 1984 intitulado Plano de A o e transformado em Projeto de Lei no governo S rgio Ferrara Plano de A o Municipal Diagn stico e Diretrizes 1984 p 11 84 conte do da proposta A pr pria pesquisa de campo utilizada como meio de interlocu o com a comunidade aparece como um recurso n o detalhado A Prefeitura de Belo Horizonte est convencida de que o planejamento da a o p blica municipal n o ato exclusivo de seus funcion rios Sem o concurs
478. omando a participa o no planejamento urbano como um exerc cio capaz de solidificar espa os decis rios democr ticos O recorte emp rico da pesquisa est voltado para o potencial pol tico das esferas de participa o tendo como objeto o Conselho Municipal de Pol tica Urbana COMPUR e as Confer ncias de Pol tica Urbana esferas institu das pelo Plano Diretor de 1996 em Belo Horizonte Urbana n o nega mecanismos de planejamento Considera por m que estes devem ser compreendidos como gest o e articula o pol tica e n o apenas como uma solu o t cnica do urbanismo Afirma que o planejamento urbano n o pode ser entendido como um modelo de ordenamento racional do territ rio em que as contradi es e conflitos s o compreendidos como desvios do modelo mas devem ser compreendidos na din mica pol tica da produ o e consumo da cidade RODRIGUES 1993 p 111 113 1l O sentido normativo de planejamento aqui utilizado indica o formato tecnocr tico que se baseia fundamentalmente na elabora o de planos e leis distanciados dos verdadeiros interesses e necessidades dos cidad os usu rios e promotores do desenvolvimento das cidades Nas interpreta es sobre o tema os autores usam terminologias diferentes para se referir a esse sentido normativo Em s ntese o prop sito normalmente apontar o car ter mais t cnico e fortemente marcado pelo controle do modelo normativo assumido pelo Estado AZEVEDO 1994 MARICATO 2
479. ome o de uma administra o se aproveita sempre o resto de uma bagagem anterior Entrevista Fl via Mour o Representante Governo Dentre os fatores da n o aprova o do Projeto de Lei referente ao Plano Diretor de 1990 considera se a previs o no documento de aplica o em Belo Horizonte do instrumento urban stico Outorga Onerosa do Direito de Construir conhecido como solo criado alvo de grande resist ncia por parte do setor imobili rio AZEVEDO MARES GUIA 1996 apud TORRES 2003 p 14 2 x Assim em meados de 1991 remetido aprecia o da C mara Municipal pelo Executivo o Projeto de Lei do Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 o qual depois de acirrados debates no bojo do processo parlamentar o qual contou com a participa o expressiva de alguns segmentos da sociedade civil principalmente o dos construtores imobili rios no sentido de suprimir alguns dos instrumentos de pol tica urbana previstos e tamb m entre os dois poderes da administra o municipal se viu frente a um impasse de dif cil resolu o sobre as formas de interven o do poder p blico 2 O Projeto de Lei foi enviado C mara Municipal em 1991 pelo ent o vice prefeito Eduardo Azeredo que n o tinha de acordo com Torres 2003 o mesmo comprometimento de Pimenta da Veiga com a proposta 91 no processo de produ o e ocupa o do espa o urbano o que terminou fazendo com que tal proposta fosse abandonada TORRE
480. omover a aprecia o desse tipo de mat ria de uma forma gradual A conselheira M nica Bed SMPL lembrou que todas as vezes em que s o trazidas propostas prontas ao COMPUR existe o questionamento principalmente por parte dos representantes da sociedade civil no sentido de que o COMPUR n o pode se manifestar satisfatoriamente pois o trabalho j est conclu do Grifos desta pesquisadora Nos recortes selecionados das atas al m das cr ticas feitas pelos conselheiros sobre o n o envolvimento mais direto do COMPUR na formula o das pol ticas urbanas consta a exposi o feita sobre o Plano Diretor de Venda Nova ilustrativa da aus ncia do Conselho na defini o de a es mais amplas relacionadas s interven es urbanas Interessante tamb m foi verificar como a quest o do direcionamento do Poder Executivo e da aus ncia do COMPUR retornam na aprecia o da regulamenta o da ADE Cidade Jardim e a rea o sobre a conduta unilateral do governo relativa s decis es sobre pol ticas urbanas descartando a participa o mais direta do COMPUR e que partiu da representante do Poder Executivo Registros da posi o do COMPUR na formula o das pol ticas urbanas Como foi mencionado anteriormente falta articula o entre o COMPUR e a administra o municipal no tocante ao planejamento urbano tanto quanto o pr prio planejamento carece de um delineamento mais preciso As esferas de participa o Conselho e Confer nci
481. onde as formas representativas e diretas da democracia podem e devem se complementar Direito cidade interdependente a todos os direitos humanos internacionalmente reconhecidos concebidos integralmente e inclui os direitos civis pol ticos econ micos sociais culturais e ambientais Inclui tamb m o direito liberdade de reuni o e organiza o o direito ao exerc cio da cidadania da participa o no planejamento produ o e gest o da cidade a produ o social do habitat o respeito s minorias e pluralidade tica racial sexual e cultural O Direito Cidade inclui tamb m o direito ao desenvolvimento a um meio ambiente sadio ao desfrute e preserva o dos recursos naturais e participa o no planejamento e gest o urbanos OS RIO 2006 p 195 Na avalia o de Os rio 2006 o documento funciona como um instrumento que referencia a defini o de procedimentos e formas de gest o no mbito governamental al m de legitimar a es da sociedade civil em prol da efetiva o do direito cidade Na Am rica Latina o documento fortalece a mobiliza o social em torno da reforma urbana ocorrida na ltima d cada ao mesmo tempo em que recoloca a import ncia do planejamento urbano como meio de efetiva o das fun es sociais da cidade Na pr tica a efetiva o da cidade como um direito tem se apresentado como um grande desafio ao desenvolvimento de experi ncias democr ticas especialmente nos pa ses
482. onitoramento e readequa o permanente dos Planos O Projeto de Lei n 655 2005 trouxe uma inova o no campo do sobrezoneamento de interesse social ao instituir as reas de Especial Interesse Social fortalecendo o comprometimento do novo ordenamento jur dico municipal com a ideia de inclus o social Ferreira e Motisuki 2007 explicam que as ZEIS e AEIS representam uma inova o no mbito da regulariza o dos espa os urbanos por elas provocarem o reconhecimento de uma grande parcela da popula o urbana como cidad os e tamb m os seus locais de moradia como parte da cidade Por meio desses instrumentos tem sido poss vel garantir a recupera o de reas prec rias com a aplica o de padr es m nimos de urbaniza o e de ocupa o do solo al m de favorecer a revers o de reas urbanas vazias para a provis o de Habita o de Interesse Social Como parte das inova es contempladas no Plano Diretor al m do zoneamento de cunho social o tratamento diferenciado das regi es e reas da cidade foi proposto por meio da institucionaliza o das reas de Diretrizes Especiais representando uma inova o para o planejamento urbano do Munic pio Mendon a 2008 agrupou os 16 tipos de ADEs criadas pela Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo em 1996 entre as reas com diretrizes de planejamento e de interven o 78 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 2002 p 527 247 espec fica e as reas
483. onitorar a aplica o da legisla o urban stica O mais importante verificar como solicita es de cunho pontual como as de altera o de zoneamento foram avaliadas com o devido cuidado jur dico e t cnico em conson ncia com a realidade dos casos No recorte de ata selecionado verifica se a preocupa o do Conselho em evitar que demandas isoladas fossem tratadas sem integra o ao conjunto da rea ou da regi o sobrepondo se s orienta es das leis not ria a preocupa o dos conselheiros com o Plano Urban stico e a Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo inclusive com a forma de sua aplica o Na discuss o foram questionadas as orienta es de flexibiliza o as medidas inibidoras de impacto e as condi es de fiscaliza o do poder p blico A atua o do COMPUR nesse mbito demonstra seu grau de interfer ncia na integra o entre plano e gest o assentando as bases para a ado o de pol ticas urbanas Completando a sele o de exemplos de conte dos debatidos que rendeu questionamentos e proposi es interessantes para a tomada de decis es sobre interven es urbanas destaca se o projeto de recupera o da Pra a da Liberdade Na 56 Reuni o Ordin ria realizada no ano de 2002 em um debate levantado no Pinga Fogo um espa o formalizado no Conselho para as exposi es livres sobre quest es gerais da cidade foi exposta a situa o da Pra a da Liberdade pela representante do Instituto
484. onstru o do Plano de 1996 De qualquer forma todas as experi ncias 292 desenvolvidas de planejamento urbano em Belo Horizonte atuaram no sentido de capitalizar esfor os saber t cnico aprendizado de di logo e motiva o social para desembocar em uma proposta democr tico participativa aplicada na d cada de 1990 em transforma o na primeira d cada do s culo XXT Do levantamento e da an lise das estruturas administrativas adotadas em cada momento do planejamento a partir da Reforma de 1983 foi poss vel concluir que desde essa Reforma os governos atuaram sobre as quest es urbanas sustentados em um suporte t cnico administrativo espec fico primeiro por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e depois pela atua o da Secretaria Municipal de Pol tica Urbana A formaliza o das Administra es Regionais no final da d cada de 1980 representou importante medida para a descentraliza o pol tica embora seja importante considerar um conjunto de problemas detectados na operacionaliza o desse sistema de descentraliza o A pesquisa apontou entraves na n o consolida o dos Conselhos Regionais Populares e no fato de n o ter sido dado prosseguimento elabora o e aprova o dos Planos Diretores Regionais Corroboram no sentido de deflagrar esse quadro de problemas relativos descentraliza o pol tico administrativa as cr ticas feitas pelos delegados das Confer ncias sobre falhas de gest o relativa
485. op sitos dos diferentes atores por concess es feitas pelas partes envolvidas interferindo na formaliza o de decis es e encaminhamentos de governo No entendimento de Maricato A elabora o de planos urbanos implica exerc cios de constru o hegem nica e sua implementa o na constitui o de pactos sociais minimamente duradouros MARICATO 2000 p 173 O Plano Diretor ao formalizar o Conselho e as Confer ncias de Pol tica Urbana definiu o formato da participa o social no planejamento urbano em Belo Horizonte O funcionamento das duas esferas p blicas expressa a forma como se relacionam o Estado e a sociedade civil na aplica o e reformula o do projeto democr tico concebido para a cidade Todo o trabalho de pesquisa em torno do Conselho e das Confer ncias converge para a conclus o de que a ado o de pr ticas participativas pelos governos motiva a atua o da sociedade e gera responsabilidades do poder p blico com a continuidade dos processos democr ticos realimentados pelo aprendizado pol tico experimentado pelos atores intervenientes de governo e da sociedade Ao interpretar o comportamento e as percep es dos atores envolvidos nas pr ticas participativas consideramos como ponto relevante a dimens o simb lica presente na experi ncia democr tico participativa de planejamento urbano em Belo Horizonte Percebemos que se 290 construiu no imagin rio dos sujeitos atuantes nas esferas p blicas pesqu
486. ora Maria Caldas sugeriu que todas as medidas mitigadoras fossem tratadas em um nico cap tulo na pr pria tabela por ser muito dif cil a compreens o e aplica o da lei quando se tem que consultar tr s ou quatro tabelas Acrescentou n o compreender a vantagem de tratar a quest o relativa ao impacto no tr nsito de forma diferenciada dos impactos ambientais e questionou a ado o do seguro de responsabilidade civil como medida obrigat ria A vice presidente Gina Rende explicou que mesmo que as altera es sejam aprovadas em diversas tabelas a Secretaria Municipal de Regula o Urbana dever elaborar um documento consolidado para facilitar consultas e orientar sua aplica o A conselheira Fl via Mour o lembrou que al m das atividades listadas para as quais se exige previamente a aprova o de projeto arquitet nico espec fico tamb m todas aquelas enquadradas como empreendimento de impacto t m que comprovar o atendimento a todas as normas urban sticas Grifos desta pesquisadora 12 Ata da 62 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 18 07 2002 Grifos desta pesquisadora 193 Ata da 70 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 20 03 2003 Grifos desta pesquisadora 194 Ata da 27 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 25 06 2003 Grifos desta pesquisadora 184 Os pareceres demonstram como o COMPUR cumpre o seu papel de interferir e m
487. ordagem j feita e de trazer essa discuss o para o desempenho espec fico do COMPUR seguem observa es dos entrevistados sobre a rela o da C mara Municipal com os Conselhos N s temos um tensionamento na C mara que antigo sobre conselhos um dos discursos que os conselhos retirariam o poder da C mara Isso n o impede que os conselhos continuem a funcionar Hoje os conselhos s o questionados aqui a nossa representa o nos conselhos uma representa o de cada um Ent o conselhos mais pol micos que envolvem interesses econ micos mais poderosos como o Conselho do Meio Ambiente por exemplo s o disputados com um pouco mais de garra Entrevista Vereador Ant nio Carlos Ramos Pereira Representante Legislativo Eu acho que de um modo geral a C mara ela tem uma resist ncia muito grande a esses conselhos porque eles tiram o espa o de negocia o pol tica um espa o pol tico da C mara Eu sei que ela tem uma resist ncia enorme aos conselhos de car ter deliberativo especialmente o de Meio Ambiente e o de Patrim nio a quest o do tombamento A C mara est sempre querendo trazer para si a quest o do tombamento que n o dela Em rela o ao COMPUR ela tem menos resist ncia o COMPUR s consultivo mas ela eu acho que desconsidera muito o que as Confer ncias determinam Entrevista Manoel Teixeira Junior Representante Setor T cnico A representa o da C mara no COMPUR foi def
488. ordou com o acr scimo sugerido e se prop s a redigir esse acr scimo Foi acrescida ao final do parecer do conselheiro Manoel Teixeira TAB MG a observa o sugerida pelo conselheiro Paulo Gaetani SME de que os pr ximos planos a serem elaborados pelo Executivo contemplem etapas intermedi rias de discuss o no mbito do COMPUR Grifos desta pesquisadora Mat ria discuss o sobre o encaminhamento da proposta de regulamenta o da ADE Cidade Jardim S ntese da apresenta o A conselheira M nica Bed SMPL esclareceu que a proposta do Poder Executivo para a regi o foi apresentada em reuni o conjunta dos conselheiros 173 Ata da 65 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 24 10 2002 A quest o do Conselho de Desenvolvimento Urbano ser tratada no item espec fico deste cap tulo sobre as Confer ncias de Pol tica Urbana Grifos desta pesquisadora 174 Ata da 34 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 19 01 2000 Grifos desta pesquisadora 174 do Conselho Municipal de Meio Ambiente COMAM Conselho Municipal de Pol tica Urbana COMPUR e Conselho Deliberativo do Patrim nio Cultura CDPCBH cabendo ao COMPUR definir nesse momento como vai encaminhar a aprecia o do assunto A proposta da Secretaria Executiva a cria o de um grupo de trabalho que apreciaria a proposta do Poder Executivo ainda em fase de elabora o A proposta do COMPUR de se pr
489. orga onerosa do direito de construir cons rcio imobili rio e concess o urban stica O debate em torno do instrumento direito de preemp o exp s as concep es dos setores sobre a cidade Interessantes s o as observa es da delegada do setor popular sobre a quest o N s ganhamos tamb m com rela o ao direito de preemp o isto pra mim o maior ganho porque foi a discuss o que n s fizemos desse direito cidade mesmo n Ent o quando o empresariado teve a cara de pau l de propor que a Prefeitura s tivesse o direito de comprar com prioridade na rea de ZEIS e AEIS a ficou colocado as duas quest es em cheque n Pera n Quer dizer que pobre s pode morar em favela n o pode morar em outras reas da cidade A gente n o pode produzir habita o social em outras reas Quer dizer que a cidade fechada pros pobres E a teve toda essa pol mica e a gente conseguiu costurar com todos os tr s setores Ganhamos tamb m n Ganhamos um pouco de visibilidade eu t falando especificamente dessa popula o que nunca teve acesso a esse planejamento da cidade Direito de opinar no planejamento da cidade Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular O Conv nio Urban stico preconiza o interesse social ao voltar se para programas habitacionais e favorecer o uso do Fundo Municipal de Habita o pelo poder p blico para a realiza o de obras com esse prop sito 8 R
490. ormecimento da diretriz colocada como n mero 1 pela Administra o atual invers o de prioridade Demora na implementa o dos PGESs Os conjuntos habitacionais constru dos pela PBH e reassentamento carecem de infra estrutura Falta de pol tica social de p s morar e planejamento de implanta o de equipamentos comunit rios nos novos conjuntos Falta de a o da PBH para regularizar os loteamentos irregulares e clandestinos As fam lias reassentadas n o t m acompanhamento social PROAS e insuficiente nos conjuntos Omiss o do poder p blico e falta de planejamento nos assentamentos nas periferias acarretando defici ncia de equipamentos p blicos A integra o das pol ticas as defici ncias de articula o intersetorial e interinstitucional s o percebidas pelos participantes da II Confer ncia e aparecem como falhas das administra es desde a realiza o do primeiro evento Esse fato sugere que existe uma vis o cr tica e madura das lideran as sociais sobre a necessidade de a es casadas de gest o e planejamento e ao mesmo tempo leva constata o de que existem flagrantes limita es dos governos no enfrentamento dos problemas urbanos e sociais Os significados da descentraliza o 7 Alternativas de descentraliza o est o previstas no Plano Diretor como uma das principais diretrizes para o desenvolvimento da cidade Elas referem se ao est mulo a ser dado 255 Anais da II Confer
491. os de planejamento territorial S o Paulo Annablume 2007 p 33 58 322 FERREIRA T nia Maria de Ara jo Planejamento urbano reflex es sobre as pr ticas no munic pio de Belo Horizonte 1999 142 f Disserta o Mestrado em Geografia Instituto Geoci ncias Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 1999 FIGUEIREDO Bet nia Gon alves A busca da solid o e a difus o da leitura L cus Revista de Hist ria Juiz de Fora Editora da UFJF v 3 n 1 p 61 73 1997 FREITAG B rbara Teorias da Cidade 3 ed S o Paulo Papirus 2006 FREITAS Jeanne Marie Ferreira Perspectivas do planejamento urbano contempor neo reflex es a partir do caso de Belo Horizonte 1996 212 f Disserta o Mestrado em Geografia Instituto de Geoci ncias Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 1996 FREITAS Jeanne Marie Ferreira Planejamento urbano de Belo Horizonte reflex es sobre um momento limiar In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 208 228 GARCIA Patr cia Gon alves Limites e possibilidades da Democracia representativa na produ o do espa o urbano uma an lise a partir da atua o da C mara Municipal de Belo Horizonte 2008 230 f Disserta o Mestrado em Geografia Instituto de Geoci ncias Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2008 GENRO Tars
492. os delegados referendado pelo Poder Legislativo de refor ar na lei conte dos identificados com a ideia de sustentabilidade posteriormente consolidada pelo Estatuto da Cidade A relev ncia dada defini o dos conceitos e do conte do de cada um deles pode ser atribu da ao comprometimento das equipes de governo em rela o proposta de gest o democr tico popular iniciada em 1993 sintonizada com os princ pios defendidos pelo Movimento e F rum Nacional da Reforma Urbana na poca ainda com grande capacidade de 217 Anais da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 2000 p 33 40 204 influenciar as administra es mais progressistas Essa interpreta o amparada nos discursos proferidos pelas autoridades representantes do governo no evento pela presen a de Rolnik como convidada palestrante pela focaliza o tem tica das palestras e pela explica o do processo contida na introdu o dos anais da I Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana As defini es sobre pol tica habitacional incorporadas ao Plano Diretor tamb m mostram a identifica o do novo documento com os princ pios da Reforma Urbana na quest o da regulariza o fundi ria como consta do art 32 no item sobre a regulariza o fundi ria obrigat ria na implanta o de novos assentamentos Determina se a elabora o dos Planos Globais Espec ficos e a adequa o das a es dos diversos rg os e pol ticas setoriais da administra o
493. os delegados entrevistados na pesquisa 42 ou 243 seja quase a metade deles afirmou n o ter tido acesso ao documento final da II Confer ncia da qual participaram e ajudaram a construir e 65 4 deles afirmaram n o ter procurado se informar sobre o Projeto de Lei que alteraria a legisla o urbana de Belo Horizonte Pode se concluir que os delegados agiram assim desestimulados pelo encaminhamento moroso dado pelo Poder Executivo na tramita o do Projeto de Lei mas uma explica o inconsistente pois tudo leva a crer que essas lideran as ignoravam o processo que envolve a elabora o e tramita o desse Projeto de Lei Diante do material analisado das informa es coletadas e dos dados produzidos verifica se um esvaziamento da mobiliza o dos delegados em seguida ao final da Confer ncia bem como a omiss o do COMPUR no acompanhamento da elabora o e tramita o do Projeto de Lei Al m disso o Poder Executivo n o se comprometeu efetivamente em fazer as negocia es necess rias para a aprova o do documento na C mara Municipal 5 2 4 Propostas de revis o da legisla o urban stica A vota o final das propostas e emendas da cidade que queremos na II Confer ncia ocorreu em agosto de 2002 Depois disso a avalia o e vota o desses resultados no COMPUR se arrastou como consta da afirma o do pr prio presidente O presidente Murilo Valadares ponderou n o caber mais adiar a aprecia o lembrand
494. os documentos foi enriquecida pelos conte dos das entrevistas que foram articulados com os resultados do Survey e com as observa es de campo A pesquisa quantitativa envolvendo os delegados do setor popular da II Confer ncia foi ampliada pela realiza o de entrevistas com algumas das lideran as selecionadas na amostragem As respostas ultrapassaram os question rios os delegados em sua maioria participantes das associa es de moradores se manifestaram sobre as dificuldades de envolvimento da popula o nos encontros e reuni es que tratam dos problemas dos bairros Os entrevistados criticaram as limita es de uma vis o bairrista voltada para a capta o de obras e tamb m os interesses das lideran as em manter uma posi o de visibilidade nas comunidades para obten o de retorno pol tico em candidaturas ao legislativo municipal No campo foi poss vel presenciar diverg ncias verbalizadas acordos negociados e a presen a determinante das representa es de governo em contato com as representa es da sociedade Ao acompanhar algumas reuni es do Conselho Municipal de Pol tica Urbana foi poss vel perceber mudan as na rotina dos trabalhos ao comparar as situa es observadas com as descri es das atas al m de ter sido poss vel ver como conselheiros e governo se posicionam nas reuni es Na HI Confer ncia foram observadas nas etapas do evento a posi o dos t cnicos de governo a movimenta o dos delegados e parti
495. os finais desta pesquisa onde o funcionamento do Conselho de Pol tica Urbana mais bem detalhado 3 Wanderlei Guilherme dos Santos parte de uma matriz regulat ria instaurada na d cada de 1930 e afirma a poliarquia brasileira restringe se a uma mancha institucional circunscrita por gigantesca cultura da dissimula o da viol ncia difusa e do enclausuramento individual e familiar Aqui a avalanche reguladora do Estado n o chega ou n o tem vig ncia a institucionalidade outra muito diversa da arquitetura elaborada ao longo do primeiro governo Vargas e regulada desde ent o neste h brido que faz com que o governo governe muito mas no vazio um vazio de controle democr tico um vazio de expectativas leg timas um vazio de respeito c vico SANTOS 1993 p 80 37 participat rio Parte significativa da sociedade se mant m distanciada das institucionaliza es normativas fato que tende a transformar a lei em mero instrumento jur dico t cnico A supera o da lei como instrumento meramente t cnico sua produ o e aplica o como pr tica sociopol tica central tem sido tema desenvolvido por Fernandes 2008 sempre insistindo na ideia de se ver a lei como uma arena de conflitos e negocia es onde pode se dar a constru o de uma nova ordem jur dico urban stica caracterizada especialmente pela redefini o dos direitos de propriedade imobili ria urbana FERNANDES 2008 p 124 A aplic
496. pada pela Casa do Conde de Santa Marinha Lei n 8 294 01 disp e sobre desafeta o de trecho de via e altera o da lei que trata da Opera o Urbana para implanta o de Esta es de Integra o do BHBUS isen o de transfer ncia de 15 no desmembramento Lei n 8 299 01 institui a Opera o Urbana Vila Silveira regulariza o de constru o em cinco lotes no afastamento frontal Lei n 8 431 02 institui a Opera o Urbana Funda o Furtado de Menezes Lei n 8 728 03 institui a Opera o Urbana do Conjunto Arquitet nico da Av Oiapoque envolve Cervejaria Ant rtica e o Shopping P tio Savassi Lei n 9 065 05 institui a Opera o Urbana na rea denominada Gleba I da antiga Fazenda Capit o Eduardo Lei n 9 366 07 institui Opera o Urbana do edif cio sede do Tribunal de Justi a do Estado de Minas Gerais GARCIA 2008 p 206 219 181 As demandas sobre reclassifica o vi ria aparecem como um dos temas mais comuns nas pautas do COMPUR Apresentam se como problem tica relevante para demonstrar a rela o entre quest es urbanas micro e macro no funcionamento da cidade debatidas tamb m nas Confer ncias e alvo de pol tica urbana Embora no COMPUR as quest es vi rias se manifestem mais em fun o da reclassifica o estabelecida pelo uso das vias a quest o envolve um conjunto de vari reis importantes como fluxo de tr nsito forma de ocupa o mobilidade e acessos urbanos congestionamento d
497. pais s o reveladoras do que foi constru do em termos de gest o e planejamento participativo das cidades e de como essas singularidades comp em uma totalidade o estudo dessas pr ticas em Belo Horizonte traz respostas interessantes ao conjunto das an lises 71 CAP TULO 3 IMPLICA ES DAS MUDAN AS JUR DICO POL TICAS E INSTITUCIONAIS NA REALIDADE DE BELO HORIZONTE A capital de Minas Gerais nasceu planejada O prop sito da Comiss o Construtora coordenada por Aar o Reis era disciplinar o desenvolvimento da cidade A ideia de moderniza o n o garantiu a ordem imaginada para o crescimento de Belo Horizonte A expans o e ocupa o dos espa os da cidade e seu transbordamento logo deflagraram problemas que se misturaram ao conjunto da regi o metropolitana Existe uma mem ria do planejamento urbano em Belo Horizonte consubstanciada em planos e leis amarrados em reformas administrativas que avaliados em seu percurso hist rico ajudam a explicar a aplica o de um modelo participativo na cidade a partir de 1996 Belo Horizonte contribui de maneira interessante para a composi o do sistema de normas de direito urban stico antecipando a aplica o das diretrizes constitucionais antes da regulamenta o dos artigos do cap tulo da pol tica urbana ocorrida pela aprova o da Lei de n 10 257 de 2001 Nesta etapa da abordagem sobre o planejamento participativo em Belo Horizonte buscou se resgatar a mem ria do planejament
498. pal de Pol tica Urbana 26 06 2003 238 O lit gio materializado pela retirada do setor empresarial da Confer ncia n o impediu o prosseguimento das atividades de avalia o dos resultados pelo COMPUR mas obstruiu a tramita o formal das resolu es no mbito dos poderes e concretamente inviabilizou a efetiva o da experi ncia democr tica por desfavorecer a formaliza o dos resultados em lei Da avalia o do conte do dos discursos registrados nas atas pode se concluir que no Conselho predominava um clima de inseguran a Havia clareza entre os conselheiros de que todo o esfor o decorrente da participa o democr tica demandaria a articula o de acordos pol ticos como havia acontecido na I Confer ncia No caso da II Confer ncia vari veis novas traziam cena pol tica dificuldades que poderiam inviabilizar todo o processo como de fato aconteceu A condi o de resist ncia e de isolamento do setor empresarial de fato gerou dificuldades na costura de pactos as consequ ncias pr ticas se efetivaram na morosidade demonstrada pelo Executivo no encaminhamento e na defesa pol tica do Projeto de Lei na C mara Municipal O acompanhamento dos resultados No Conselho de Pol tica Urbana foram avaliadas formas e estrat gias de acompanhamento do documento final da II Confer ncia Em reuni es foram apresentadas alternativas de acompanhamento do Projeto de Lei na C mara Municipal considerando se inclusive a nece
499. parcelamento e edifica es compuls rios utiliza o compuls ria IPTU progressivo no tempo desapropria o com t tulos da d vida p blica direito de preemp o outorga do direito de construir e de uso transfer ncia do direito de construir e opera o urbana Os resultados desse engajamento foram verificados na organiza o das Confer ncias de Pol tica Urbana bem como nas propostas de revis o das leis delas decorrentes na aprecia o das mat rias estabelecidas nas pautas do COMPUR concretizadas nos pareceres e recomenda es elaborados pelo Conselho A cidade est sempre em disputa Na vis o de Lefebvre a exist ncia urbana se confunde com a exist ncia pol tica LEFEBVRE 2001 p 49 como foi demonstrado pelo percurso feito nos registros de treze anos de atua o do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Avaliando pelo lado do governo o estudo do COMPUR mostra que se consolidou em Belo Horizonte uma pr tica das administra es de no m nimo argumentarem com os setores civis sobre as pol ticas p blicas O coment rio de Maria Caldas evidencia essa interpreta o Os conselhos t m um papel superimportante porque se tem uma coisa que representa um espa o que a sociedade conquistou no governo s o os Conselhos O governo escuta porque tem uma tradi o o Conselho falou tem resson ncia Pode at disputar dentro dele mas isso j demonstra as vezes que a gente tem de chamar os nossos representan
500. participativa O entendimento dessa rela o implica o resgate do ordenamento jur dico pensado e aplicado para o funcionamento da cidade bem como a composi o administrativa estabelecida em cada momento que expressa o formato de gest o adotado 13 A legisla o urban stica que sustentou disciplinou e at estimulou o crescimento da capital mineira as reformas administrativas implantadas que interferiram na l gica do planejamento urbano e as incorpora es recentes das orienta es em prol da reforma urbana institu das nas diretrizes constitucionais ser o abordadas como parte do processo que antecedeu e interferiu na experi ncia de gest o e de planejamento participativo de Belo Horizonte Em s ntese faz sentido a hip tese de que o novo modelo de planejamento e gest o adotado a partir de 1993 embora represente uma mudan a de concep o portanto uma ruptura incorporou contribui es das iniciativas anteriores Independente das discuss es em torno das contradi es entre cidade legal e cidade real e do fato de a cidade real impor desafios legalidade e aos par metros do que se estabelece como ideal ou ideais de cidade acredita se que A legisla o atua como um forte paradigma pol tico cultural mesmo quando fracassa na determina o da configura o final da cidade funciona como um molde da cidade ideal CARLOS 1999 p 102 Freitas 1996 explica que entre o plano urban stico de Aar o Reis 1897
501. pelo fato de as lideran as populares se mostrarem mais abertas ao aprendizado via participa o pol tica sendo o segmento que menos disp e de recursos para se formar e se informar por outras vias o setor que menos domina os conte dos t cnico e jur dico pr prios dos dois foros manifestando se mais abertamente sobre suas limita es e sua disposi o para se educar pela pr xis A refer ncia feita por Raimundo Machado sobre a capacita o ocorrida na II Confer ncia que subsidiou uma participa o mais qualificada do setor popular no evento foi comprovada na pesquisa de campo em que 33 dos entrevistados afirmaram ter tomado conhecimento sobre a legisla o urbana por meio das Confer ncias Foram realizadas tr s Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana em Belo Horizonte cada uma delas teve dura o diferente de acordo com a metodologia de trabalho adotada e na primeira tiveram direito de voto os poderes Executivo e Legislativo Decidiu se no COMPUR para os dois eventos subsequentes pelo direito de voto apenas aos setores civis Percebe se que no momento de realiza o desses f runs a mobiliza o da sociedade gerou entusiasmo e disposi o pol tica externados nas discuss es do COMPUR e nos discursos registrados nos anais dos eventos 199 A Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana como parte integrante da constru o de uma Agenda Urbana para Belo Horizonte articulando e compatibilizando a sua realiza
502. pio Em Belo Horizonte o papel da legislatura p s Constitui o de 1988 foi fundamental para definir avan os democr ticos na Lei Org nica Municipal 3 Em rela o ao processo de elabora o al m de questionar o reduzido n mero de participantes e de setores envolvidos Ferreira 1999 questiona tamb m o car ter deste conselho ser apenas consultivo e o fato de n o terem sido criados mecanismos para propiciar uma participa o mais efetiva da popula o raz es pela qual ela classifica este processo como planejamento participativo seletivo FERREIRA 1999 apud TORRES 2003 p 49 4 Foram convidados os seguintes rg os e entidades Associa o Mineira de Defesa do Ambiente AMDA Federa o das Associa es dos Moradores de Belo Horizonte FAMOBHS Instituto dos Arquitetos do Brasil IAB Escola de Arquitetura da UFMG Clube dos Diretores Lojistas CDL e Associa o Comercial de Minas TORRES 20083 p 47 35 Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 p 9 88 a participa o da sociedade a proposta de ado o de pol ticas de descentraliza o administrativa e de desconcentra o da popula o no territ rio A quest o demogr fica adotada como tema transversal era uma forma de tratar migra o distribui o espacial da popula o condi es socioecon micas infraestrutura urbana e problem tica ambiental como vari veis associadas ao desenvolvimento econ mico O documento ex
503. planta o de uma base de dados regional tratada no mbito do Sistema Municipal de Planejamento e Informa es 88 Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 p 36 A ideia de moderniza o via crescimento esteve associada ao problema do crescimento populacional fato verificado na articula o feita entre crescimento econ mico e quest o demogr fica presente no corpo do documento Um estudo demogr fico foi feito apresentando proje es sobre o aumento populacional da cidade por sexo e idade de 1990 a 2010 tendo por base o fato de Belo Horizonte funcionar como corredor migrat rio de migrantes que se deslocam do interior do estado para os munic pios perif ricos da regi o metropolitana Prado e Earp 2003 na an lise econ mica que fazem sobre o regime autorit rio mostram que a ideia de crescimento de constru o de um Brasil Grande transformou se no mote do regime que trocava essa proposta de desenvolvimento pelos direitos pol ticos legitimando se pela imagem da efici ncia Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 p 126 Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 p 41 90 T cnicas sediada na capital com o objetivo de avaliar e monitorar o processo para fins de defini o de pol ticas de governo Ao final devido a um conjunto de fatores o plano n o se transformou em lei O mais importante no resultado de todo o trabalho foi
504. plica como aconteceu a participa o da sociedade S ntese inicial foi exaustivamente debatida com a comunidade e encaminhada C mara Municipal foram realizadas diversas apresenta es p blicas dessa proposta No que se refere participa o da sociedade na elabora o do plano n o houve a abertura de espa o para tal apesar da prof cua discuss o sobre o tema poca em fun o dos debates relacionados reforma urbana na Constitui o Elegeu se a C mara Municipal de Belo Horizonte como f rum onde se processaria a discuss o p blica e a participa o o que do ponto de vista pol tico era a solu o mais c moda pelo fato de o Prefeito possuir a maioria nesta casa Em rela o gest o das quest es urbanas a proposta n o fazia nenhuma refer ncia participa o da sociedade nem exist ncia de f runs p blicos de discuss o elementos considerados essenciais no Movimento pela Reforma Urbana TORRES 2003 p 46 A metodologia de trabalho utilizada na mobiliza o e nas formas de interlocu o usadas para envolver a comunidade n o foi explicitada no documento Na parte intitulada Negocia o com a Comunidade exposta em menos de duas laudas fala se de discuss es de uma s ntese de informa es preliminares sobre a cidade feitas com a comunidade em reuni es realizadas em bairros extensiva s entidades de classe e reuni es na C mara Municipal Importante destacar a forma como a par
505. poder econ mico fator de desest mulo participa o ampliada o que explicaria a aus ncia de representantes das classes populares nesses espa os onde ocorreram os debates p blicos das leis An lises feitas por Helo sa Costa em depoimento mostram como na elabora o do Plano Diretor os setores populares marcaram presen a tamb m por meio de movimentos ligados 105 quest o da moradia e que militavam junto URBEL e ao Conselho Municipal de Habita o Para a pesquisadora a penetra o dos movimentos populares ligados quest o da habita o na administra o da Frente Popular representava uma situa o interessante porque eram grupos defensores de concep es diferentes sobre qual deveria ser o papel do Estado fato que interferiu na pol tica habitacional proposta para o Munic pio Os movimentos sociais associados ao PC do B por exemplo eram resistentes s propostas de pol ticas de autogest o por entenderem ser fun o do Estado assumir o papel de prover A autogest o significava para esse segmento uma forma de explora o da for a de trabalho O envolvimento mais organizado da sociedade ocorreu no F rum da Cidade marcado por palestras em torno da tem tica urbana Nele foram apresentados o diagn stico e as propostas iniciais para discuss o Nesta etapa foi criada a Comiss o da Cidade de car ter consultivo composta pela representa o de entidades t cnicas IAB CREA e universidades do empresariado e
506. poder nas negocia es pol ticas Recortes feitos das entrevistas ilustram a vis o dos conselheiros sobre a rela o do setor empresarial com o COMPUR Ent o o COMPUR ele se sustenta muito enquanto participa o popular Uma parte pelo que ali vem dos setores Mas o que ajuda muito a sustentar o COMPUR o desejo assim das n o vou falar das elites mas do setor empresarial que ainda v no COMPUR o espa o poss vel e legitimo de estar interferindo nas quest es da cidade Ent o eu acho que isso a ajuda a segurar o COMPUR Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo Agora o segmento empresarial eles foram muito participativos desde o in cio inclusive contrataram assessoria t cnica para participar eles levavam propostas e faziam contas e faziam simula es com cada uma das propostas tanto na discuss o com o Executivo quanto com o Legislativo Enfim o segmento empresarial da ind stria da constru o civil os corretores imobili rios etc segmentos ligados ao mercado imobili rio tiveram uma participa o muito intensa em todos os momentos Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico Eles levam pra l as demandas do setor deles muito claro isso ainda mais na Lei de Uso e Ocupa o do Solo Muito mais na Lei de Uso e Ocupa o do Solo do que no Plano Diretor porque voc est lidando com quest es que interferem diretamente na produ o imobili ria pri
507. poimentos que os 235 empres rios optam por interferir no processo isoladamente pela via dos poderes Executivo e Legislativo Mas na II Confer ncia houve uma percep o por parte do setor empresarial que eles estavam indo ali absolutamente s para referendar o que os t cnicos da Prefeitura tinham determinado e tinham passado pela Confer ncia induzindo a Confer ncia a aceitar Eles jogavam dentro do Grupo de Trabalho e induziam as coisas com o setor popular uma condu o do processo muito forte O setor come ou a achar que estava indo l pra referendar que n o teria chance alguma de alterar os destinos da Confer ncia das coisas que estavam sendo determinadas Chegamos conclus o que o setor empresarial estava indo l sem voz porque ele era minorit rio em termos num ricos mesmo N o se conseguia empreender o debate como deveria Quando chegou na assembleia final n s ainda t nhamos uma esperan a de conseguir debater os temas e conseguir vota o via debate Quando come ou a assembleia n s percebemos que n o ia ter debate que amos ser massacrados Quando percebemos que n o seria poss vel que amos perder tudo a o setor resolveu sair da Confer ncia Sair e utilizar outros caminhos pra debater o material Que outros caminhos o Executivo a C mara Esse foi o resultado chegar o projeto na C mara e nunca mais ter clima pra passar Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado
508. pol ticas Assegurar a articula o da pol tica habitacional com a pol tica urbana considerando suas diversas pol ticas setoriais Promover a participa o da popula o de forma a garantir processos democr ticos na formula o e implementa o da pol tica habitacional em todas as suas etapas Garantia da participa o popular em todas as fases de elabora o dos planos regionais e locais Estimular e apoiar a participa o dos cidad os e de suas entidades representativas nas a es de controle ambiental promovendo a implementa o de a es de educa o ambiental em planos programas e projetos governamentais e n o governamentais Promover a coordena o e a integra o das pol ticas planos programas e a es governamentais de saneamento sa de meio ambiente habita o uso e ocupa o do solo Assegurar a participa o efetiva da sociedade na formula o das pol ticas no planejamento de maneira e controle de servi os de saneamento e a promo o de educa o ambiental e sanit ria com nfase na participa o social Da revis o do Plano Diretor feita pelos delegados e que resultou na Lei n 8 137 de 2000 foi importante o esfor o de conceitua o para temas relativos s pol ticas urbano sociais como consta dos Anais e do Plano Diretor Foram incorporados lei os conceitos de habita o meio ambiente saneamento e revitaliza o urbana Esse aspecto importante por sinalizar a preocupa o d
509. pol ticas p blicas no controle das a es e aplica es de recursos dos governos municipais A proposta foi aplicada nas administra es regionais mas n o surtiu o efeito previsto na lei devido a um conjunto de fatores que demandariam an lise mais acurada n o prevista nos objetivos desta pesquisa No entanto por ser parte da experi ncia de gest o e planejamento participativos aplicada em Belo Horizonte torna se importante destacar as interpreta es feitas pelos entrevistados Raimundo Machado l der comunit rio e Geraldo Herzog ex administrador regional sobre a n o efetividade dos Conselhos N s tivemos por exemplo no in cio do governo Patrus um pouco depois a cria o dos conselhos regionais populares os CRPs que era um negocio lindo uma proposta bacana de participa o Entretanto certo que houve um boicote houve uma resist ncia forte de vereadores em rela o continuidade desse projeto Houve um esvaziamento intencional engendrado por muitos parlamentares que n o compreenderam a dimens o da democracia de gest o corresponsabiliza ao Porque eles muitos deles eram membros Eles eram integrantes do CRP E voc sabe que um vereador uma vereadora ele tem influ ncia sobre muitas lideran as e de certa forma eles agem de acordo com seus interesses e fazem uma esp cie de coopta o dessas lideran as Entrevista Raimundo Machado Filho Representante Setor Popular Teve uma tentativa na gest o do
510. por propiciar ao profissional confrontar a lei formal com a realidade de fato da cidade Ressaltou que s vezes h um conflito entre o interesse pol tico e o interesse da cidade e que se o planejamento participativo n o estiver calcado em planos bem estruturados corre se o risco de populismo A conselheira Fl via Mour o SMRU enumerou tr s aspectos do planejamento a saber planejamento enquanto produ o de id ias planejamento enquanto decis o planejamento enquanto implanta o do pr prio plano Argumentou que a reforma administrativa dificultou a articula o do planejamento no sentido de que foram ampliadas as inst ncias de decis o sem que se tivesse efetivamente delegado o poder de decis o a elas O conselheiro Geraldo V tor AAPV MG manifestou sua alegria por considerar que Belo Horizonte estaria reagindo de maneira correta nas diversas situa es de amea a s quest es urbanas e aos interesses do conjunto da cidade Considera ser importante a conscientiza o de que n o vivemos numa cidade de iguais onde muitos s agem em interesse pr prio a sociedade consciente deveria pressionar o poder p blico para que ele n o permitisse situa es que viessem resultar em uma menor qualidade de vida O conselheiro Paulo Zuquim CMI afirmou que sugeriu a cria o do Conselho de Expans o Urbana pensando em desobrigar o COMPUR de quest es rotineiras delegando a ele discuss es mais elevadas Assim h
511. posta por Souza Um desenvolvimento urbano aut ntico sem aspas n o se confunde com uma simples expans o do tecido urbano e a crescente complexidade deste na esteira do crescimento econ mico e da moderniza o tecnol gica Ele n o meramente um aumento da rea urbanizada e nem mesmo simplesmente uma sofistica o ou moderniza o do espa o urbano mas antes e acima de tudo um desenvolvimento s cio espacial na e da cidade SOUZA 2005 p 101 A proposta da I Confer ncia refor a princ pios do Plano Diretor sobre a necessidade de se investir na autonomia regional pelo fortalecimento da economia e infraestrutura urbana de cada regi o e defini o de prazos associados ao Plano Plurianual or amentos anuais e planos setoriais As diretrizes da pol tica ambiental proposta para o Munic pio associam se id ia de sustentabilidade e fazem parte da concep o global de desenvolvimento urbano Art 21 A Considera se meio ambiente o conjunto de condi es leis influ ncias e intera es de ordem f sica qu mica biol gica social cultural e pol tica que permite abriga e rege a vida em todas as suas formas Art 21 B S o princ pios fundamentais da Pol tica Municipal de Meio Ambiente I promover o desenvolvimento sustent vel compatibilizando o desenvolvimento social e econ mico com a preserva o ambiental a partir dos princ pios da justi a social e da efici ncia econ mica garantindo o uso raciona
512. postas pelo novo liberalismo o reposicionamento recente da sociedade civil em prol da democracia alterando o significado da pol tica e da cidadania impuseram o redesenho das estruturas do Estado As mudan as de concep o sobre descentraliza o pol tico administrativa e as adequa es institucionais da decorrentes acontecem permeadas por tens es e conflitos onde s o defendidos diferentes projetos pol ticos de Estado e de sociedade gerando consensos e concess es A democracia participativa favorece a amplia o do conceito de pol tica pela possibilidade de participa o cidad e de delibera o em espa os p blicos Nesse contexto a sociedade pode exercer vigil ncia sobre as a es dos governos EVELINA PANFICHI OLVERA 2006 64 A expans o globalizante tem contribu do para a fragiliza o do Estado com tend ncia aplica o de reformas de car ter t cnico voltadas para o enxugamento da m quina em detrimento da op o pela reorganiza o e radicaliza o democr tica NOGUEIRA 2005 No Brasil a tradi o centralista marcada por forte protagonismo do Estado carrega uma hist ria de autoritarismo e populismo No campo de atua o da sociedade civil o amadurecimento pol tico das a es n o obedece a uma ordem est vel acontece com avan os e recuos o que compromete o alcance de arranjos pol ticos democr ticos mais s lidos Mudan as institucionais recentes v m alterando esse ce
513. presentadores dos temas como detentores desse saber Percebe se que ela n o se inclui na discuss o colocando se mais no lugar de espectadora e na posi o de aprendiz A conselheira demonstra por m independente das dificuldades uma compreens o da dimens o pol tica do Conselho Embora se apresente fr gil diante do conte do t cnico e jur dico dos assuntos em pauta a representante popular exp e sua inten o de utilizar as informa es adquiridas por meio da participa o nos posicionamentos do setor frente ao poder p blico sobre demandas e solu es de problemas de ordem concreta que afetam os bairros e regi es da cidade Foi isso que eu te falei como na outra gest o que n s perdemos Era um vest gio do que tinha sido a Confer ncia de 2002 N s perdemos a gest o de 2003 Quem veio tinha uma finalidade O pessoal dos camel s queria um espa o para atuar na cidade Que foi a quest o dos camel s e dos toreros Ent o fizeram o Shopping Oiapoque puseram eles todos em um lugar s Ent o quando n s entramos no lugar da Associa o dos Toreros no lugar deles eu acho que eles n o sentiram porque o caso deles j estava resolvido Foi muito mais dif cil disputar em 2003 uma cadeira no COMPUR porque eu tinha outros ideais de aprendizado mas tinha um saldo remanescente de gente que vinha atuando na Confer ncia de Pol tica Urbana que queria estar l porque achava que o COMPUR ia ser deliberativo Entrevista M rcia
514. pria din mica de gest o da cidade A an lise do Conselho e das Confer ncias como espa os p blicos institucionalizados que formalizam a pr tica do planejamento participativo em Belo Horizonte vai ao encontro dos esfor os de investiga o despendidos atualmente para se avaliar como essas esferas democratizam a gest o p blica e os acessos aos bens p blicos A pergunta central inicialmente formulada para nortear a pesquisa desdobrada em outras quest es e formula es de hip teses que indicaram os caminhos da investiga o era Qual o impacto do planejamento participativo na democracia e da democracia no campo do planejamento Ao longo do processo a pergunta foi reformulada no sentido de se responder Qual o impacto das pr ticas democr tico participativas no planejamento e dele no amadurecimento da democracia De acordo com a abordagem feita na pesquisa as concep es e usos do planejamento urbano no Brasil sofreram altera es nos contextos s cio hist ricos O planejamento urbano transformou se ao ser afetado pelos avan os democr ticos tornando se ao mesmo tempo um importante instrumento de amplia o das pr ticas participativas em especial nas inst ncias municipais Consideramos fator determinante no processo a luta pol tica pela Reforma Urbana motivadora das garantias jur dicas conquistadas que emolduraram a gest o e o planejamento urbano em contornos democr ticos A implanta o das pr ticas pol tico participativ
515. que se pensar na corre o do que se fez em Belo Horizonte e n o planejar o que se vai fazer Lembrou tamb m que existe a cidade institucional a cidade da lei do decreto da decis o constru da pelo poder constitu do mas tamb m a cidade f sica real quem constr i a iniciativa privada Se os dois n o atuarem conjuntamente vamos ter um caos como ocorre em alguns munic pios lim trofes 165 O Secret rio Jos Ab lio MRU informou que no planejamento tem que haver um plano e o processo em si deveria ser garantido pelo monitoramento e que em Belo Horizonte as duas inst ncias do monitoramento s o o COMPUR e a Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Esclareceu que na medida em que a reforma administrativa se prop e a descentralizar servi os para as regionais prop e tamb m que as secretarias tem ticas fiquem no exerc cio de monitorar e normatizar esses servi os entretanto deveria acrescentar um tipo de monitoramento que permitisse visualizar na vida cotidiana da cidade processos mais gerais do planejamento urbano Grifos desta pesquisadora Interpretando os pontos de vista expostos pelos conselheiros verifica se que expressam as refer ncias simb licas de cada segmento sobre o planejamento e desenvolvimento da cidade Cada segmento aponta sua perspectiva de entendimento da realidade urbana tendo por base suas refer ncias socioculturais Nessa perspectiva o setor empresarial se v no lugar de construtor da
516. quente e que outros canais tamb m fossem incorporados no processo de execu o e foi muito interessante porque o resultado que a gente tem que as demandas advindas dessas Unidades Administrativas elas tamb m s o de interesse geral da cidade muito na rea da seguran a da ilumina o p blica e por atender a todos os centros culturais centros de sa de que em geral tem um atendimento de rea de abrang ncia que sempre est o com interface escondidas de assentamento prec rio de vida Entrevista Maria Auxiliadora Gomes Profissional Governo Ao longo de sua aplica o o OP tem se cruzado com outras iniciativas voltadas para o planejamento urbano desenvolvidas na cidade Na poca de elabora o do Plano Diretor quando foram socializadas as propostas do Plano e da nova Lei de Ocupa o e Uso do solo no F rum da Cidade as assembleias do OP tornaram se tamb m espa os de publiciza o dos documentos elaborados pelo governo As organiza es da sociedade foram ocupando os espa os p blicos formalizados al m do Or amento Participativo dentre os quais o Conselho de Pol tica Urbana e as Confer ncias de Pol tica Urbana por ele organizadas importantes esferas institu das pelo Plano Diretor de 1996 respons veis por viabilizar o planejamento participativo no Munic pio 125 CAP TULO 4 O COMPUR e as Confer ncias de Pol tica Urbana na constru o de uma experi ncia democr tica de planejamento urbano c 13
517. r as prioridades e o programa do novo governo AZEVEDO ANDRADE 1997 comum nessas iniciativas acontecerem um novo ordenamento jur dico e de avan os na participa o pol tica da sociedade nos processos tem ocorrido uma compreensividade inter e transdisciplinar no planejamento que favorece a ado o de pr ticas mais avan adas de an lise e reelabora o continuas no planejamento das cidades 109 conflitos entre os diagn sticos e as proje es de car ter t cnico com as pretens es e pr ticas pol ticas dos governantes As tens es que envolvem os processos de operacionaliza o das reformas administrativas a dist ncia entre as idealiza es de governo e a realidade s o fatores que contribuem para a n o concretiza o de propostas comprometidas com avan os democr ticos Em Belo Horizonte as reformas administrativas ser o analisadas a partir de 1983 em fun o de a data representar um marco da transi o democr tica que acontecia em todo o pa s Considerou se tamb m o fato de no in cio da d cada de 1980 ter ocorrido a primeira tentativa pol tica e tecnicamente organizada de elabora o de um Plano Diretor Municipal A an lise das reformas administrativas tem como prop sito verificar de que forma as estruturas organizacionais dos governos interferiram no planejamento urbano ou nas quest es que envolvem a problem tica urbana no Munic pio Foram destacados na checagem das leis os rg os respons veis p
518. ra es marcadas por tra os centralizadores e por registros hier rquicos pr prios de um poder e saber t cnico especializado que tende a se sobrepor ao inv s de se adaptar s condi es e pr ticas populares Avaliando por esse ngulo importante lembrar que informa o de qualidade confere poder aos habitantes e politiza o processo de planejamento MATOS 2008 p 157 A pesquisa n o disp e de elementos para indicar conclus es precisas sobre como ocorre o fluxo de informa o ou de como se d a forma o dos representantes sociais para atuarem nos espa os p blicos decis rios Verificou se que o governo atua oferecendo cursos de qualifica o inclusive para os conselheiros do COMPUR como consta em atas Os participantes da II Confer ncia criticaram a aus ncia de a es educativas ao mesmo tempo enxergam falhas no n vel de prepara o das lideran as atuantes nos espa os institucionalizados Falta de programas educativos por parte do poder p blico dando conhecimento popula o dos seus direitos e deveres buscando atitudes mais inventivas que corretivas Aus ncia de um programa educativo inclusive nas escolas relacionado preserva o e valoriza o do patrim nio urbano Insufici ncia do trabalho educativo com o p blico beneficiado com unidades verticalizadas quanto ao uso e manuten o das instala es e equipamentos dificuldade de conviv ncia entre moradores demandando um acompanhament
519. ra do que aprova o que que n o aprova o que legal o que n o legal A gente tava tentando fazer essa compreens o entre n s Ent o a gente n o preocupou muito com a articula o das entidades pra se cadastrar pra participar do processo eleitoral Porque se fosse s isso tinha muito mais entidade inscrita Ent o essa a Confer ncia que deu visibilidade pro processo de composi o do COMPUR Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Representante Setor Popular Grifos desta pesquisadora z A afirma o do conselheiro clara sobre a Confer ncia ter proporcionado a ele o entendimento do que o Conselho de Pol tica Urbana Ao mesmo tempo mostra que ao participar desse foro p de conhecer a legisla o e experimentar um aprendizado pol tico A delegada que esteve presente nas tr s Confer ncias realizadas em Belo Horizonte mostra que a quest o da publiciza o do Conselho de Pol tica Urbana vem acontecendo desde a 1 Confer ncia Os dois depoimentos demonstram o car ter educativo da participa o pol tica tanto pela participa o na revis o da legisla o urbana como no exerc cio da articula o pol tica necess ria participa o em ambas as esferas Confer ncia e Conselho Fica claro tamb m pelos depoimentos dos representantes do setor popular comparados aos dos outros setores que as lideran as comunit rias reconhecem mais explicitamente o papel publicizador e educativo das Confer ncias talvez
520. ra Mello Engenheira Civil Profissional da equipe t cnica da Secretaria Municipal de Pol tica Urbana SMURB iniciou suas atividades na URBEL Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte em 1994 Data da entrevista 10 10 2007 334 Maria Auxiliadora Gomes Economista Coordenadora de Participa o Popular da Secretaria Municipal de Coordena o de Planejamento Or amento e Informa o da Prefeitura de Belo Horizonte Atua como profissional da Prefeitura de Belo Horizonte desde 1993 Data da entrevista 29 11 2007 335 Anexo B II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Abertura e Ciclo de Palestras Mesas Redondas Autoridades palestrantes e mediadores Abertura ABERTURA OFICIAL Murilo de Campos Valadares S rgio Ferrara C lio de Castro PROCESSO GERAL DA II CONFER NCIA MUNICIPAL DE POL TICA URBANA Jos Ab lio Belo Pereira ESTATUTO DA CIDADE Nilm rio Miranda Luiz C sar Queiroz Ribeiro Ciclo de Palestras AGENDA 21 E AGENDA HABITAT Roberto Messias Franco Fl via Brasil Iracema Generoso Bhering ESTATUTO DA CIDADE INSTRUMENTOS URBAN STICOS E GEST O DEMOCR TICA Jupira Gomes de Mendon a Nabil Bouduki Liana Portilho SUSTENTABILIDADE E FINANCIAMENTO DA CIDADE DESENVOLVIMENTO ECON MICO E INCLUS O Maur cio Borges Ant nio Carlos Brand o Teodoro Lamounier ESPA O P BLICO E CIDADANIA Manoel Teixeira de Azevedo J nior Eliana Comin Marcos T lio de Melo Leonardo Castriota Q
521. ra a comunidade social sobre os temas e resolu es tomadas pelos fiscalizadores As informa es n o s o viabilizadas comunidade somente aos delegados que mesmo assim t m dificuldades Esse fato dificulta a participa o Falta de divulga o do Plano Regional de Venda Nova No Estatuto da Cidade o direito publicidade e informa o considerado importante elemento de acesso dos cidad os s decis es servi os e interven es a serem garantidos pelas administra es p blicas A participa o do cidad o no planejamento da cidade pressup e a 251 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 262 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 233 apropria o do conhecimento sobre informa es inerentes vida na cidade atividades servi os planos recursos sistema de gest o formas de uso e ocupa o do espa o urbano O acesso informa o foi abordado de maneira cr tica por Dolabella Pereira 2007 A autora acha que a comunica o deve substituir a inten o de conscientiza o das comunidades A soci loga especialista em estudos de cidades considera as a es de conscientiza o assumidas pelas administ
522. ra garantir os avan os democr ticos na cidade Os prop sitos democratizantes presentes na lei se concretizaram na aplica o da proposta de gest o democr tico popular iniciada por Patrus Ananias em 1993 e que teve prosseguimento nas administra es seguintes em grande medida devido perman ncia desses profissionais engajados em fun es determinantes respons veis pela elabora o das bases te rico conceituais desses governos concebendo as metodologias participativas que resultaram no Or amento Participativo na cria o dos Conselhos Setoriais e Tem ticos de Pol ticas P blicas na elabora o do Plano Diretor que instituiu o Conselho de Pol tica Urbana e as Confer ncias de Pol tica Urbana Verificamos a presen a desses profissionais de forma es variadas que imprimiram a marca democr tico participativa nas administra es favorecendo a interlocu o dos governos com a sociedade organizada e dando continuidade a um projeto que se fez hegem nico a partir de 1993 Em fun o de a an lise da atua o dos intelectuais exigir abordagem espec fica e mais detalhada optamos por n o transformar o tema em um recorte emp rico da pesquisa Verificamos por m a import ncia da presen a desses profissionais na elabora o do Plano 311 Diretor de 1996 na organiza o das Confer ncias na composi o das representa es de governo no COMPUR na aplica o e reformula o das metodologias do Or amento Participati
523. ra um momento em que foi discutida a mudan a do Regimento Interno aprovada em janeiro de 2003 Importante na discuss o a predomin ncia do Executivo na condu o da redefini o do formato institucional do COMPUR e a quest o sobre o qu rum necess rio para a tomada de decis o vencendo a proposta de maioria simples para os pareceres gerais prevalecendo os dois ter os de votos apenas para as altera es de regimento do Conselho Em seguida a Conselheira Fl via Mour o SMRU prop s apresentar uma proposta de revis o do Regimento Interno do COMPUR preparada pela Ger ncia Executiva A conselheira Fl via Mour o SMRU explicou que na proposta foram incorporados procedimentos relativos convoca o e prepara o das assembl ias que elegem os representantes do COMPUR e tamb m os procedimentos relativos s decis es do Atuaram como representantes do setor popular no COMPUR A o Social Arquidiocesana ASA Associa o de Moradores Sem Casa do Bairro Padre Eust quio Associa o Uni o do Prado Lopes Gr mio Comunit rio Al pio de Melo Associa o dos Moradores do Conjunto Habitacional Santos Dumont Associa o dos Moradores do Bairro Belvedere Associa o dos Moradores do Bairro Pomp ia Associa o dos Moradores do Bairro Dom Bosco Associa o dos Toreros e Mini Feiras Organizadas do Estado de Minas Gerais Centro Cultural e Social de Arte Popular CESAPE Associa o dos Artes os e Produtores de Vari
524. rada do s culo XIX para o XX e Goi nia na d cada de 1930 foram constru das a partir de desenhos urbanos influenciados pelos padr es culturais do per odo barroco MONTE MOR 2008 p 34 43 sido produzidos bons diagn sticos com limita es expl citas da dimens o pol tica do planejamento Ou seja ao inv s da elabora o de planos e programas urbanos para a a o planejada estarem baseados em decis es pol ticas dos agentes sociais locais procurava se invertendo o processo deduzir t cnica e racionalmente com base em diagn sticos compreensivos os objetivos que deveriam orientar o processo de planejamento COSTA 2008 p 69 o estabelecimento de objetivos e prioridades era derivado de uma an lise t cnico racional disciplinar e supostamente integrada sem considerar os atores sociais da cena pol tica local N o era portanto considerada a natureza pol tica do planejamento urbano que deveria estar expl cita ou implicitamente presente no estabelecimento de objetivos e prioridades COSTA 2008 p 73 A configura o e expans o do tipo de capitalismo globalizado de contornos neoliberais que passa a vigorar no fim do regime autorit rio coincidiu na Am rica Latina e no Brasil com o processo de reconstru o democr tica Ocorreram concomitantemente a aplica o de propostas e a es de planejamento do tipo estrat gico e iniciativas de car ter democr tico participativas Tal paradoxo coloca
525. ram defendidas mudan as em prol da autonomia e da delibera o sem contudo se consolidarem a es pol ticas dos v rios segmentos em prol de um modelo que atenda tais anseios e concretize processos decis rios democr ticos sobre as decis es relativas legisla o e s pol ticas urbanas no Munic pio Devemos salientar que o poder de delibera o tende a interferir diretamente na capacidade de uma esfera p blica onde atuam o Estado e a sociedade de interferir mais diretamente na concep o das pol ticas p blicas No caso do COMPUR um levantamento preliminar feito sobre seu desenvolvimento resultou na formula o da hip tese de que o Conselho n o interferiria na formula o de pol ticas urbanas mais amplas para a cidade A ideia sustentou se na recorrente afirma o em depoimentos e atas de que o Conselho limita sua pauta a demandas diversas em uma agenda de miudezas sobre a aplica o da legisla o restringindo se a um funcionamento no varejo De fato prevalece a rotina de uma agenda no varejo determinada pelo Poder Executivo Contudo ao acompanharmos mais detidamente o cotidiano do Conselho os conte dos dos pareceres aprovados nas reuni es os temas comuns tratados sobre regula o e interven es urbanas nos debates na elabora o dos pareceres e recomenda es verificamos haver uma rela o pr xima entre as demandas pontuais e a defini o das pol ticas urbanas mais amplas Entendemos que as demandas de
526. ram em revis o da lei Avalia se como sintom tico no entanto o fato de na III Confer ncia recentemente realizada o Executivo n o sustentar a proposta de cria o do CONDUR da mesma forma que n o foi sugerida altera o na estrutura do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Nesse evento o Grupo de Trabalho Instrumentos de Pol tica Urbana incumbido de discutir a gest o participativa prop s por iniciativa de representa es do setor popular mudan as na formata o do COMPUR com vistas a promover a articula o entre os conselhos voltados para as quest es urbanas A proposta n o foi incorporada ao Projeto de Lei elaborado pelo Poder Executivo Pode se concluir que as tentativas de reformata o do COMPUR associadas ideia de integra o dos conselhos demonstram a import ncia dada a essas esferas p blicas e que portanto h o entendimento por parte das lideran as dos setores da sociedade sobre o significado da participa o como meio de interferir nas tomadas de decis o sobre a cidade Contudo o desenho institucional do COMPUR n o foi alterado pois n o h interesse claro do poder p blico em 205 III Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Grupo 1 Instrumentos de Pol tica Urbana Proposta 32 Sistema de Gest o Urbana Participativa Encaminhar projeto de Lei ao Legislativo Municipal de altera o da estrutura dos conselhos urbanos adequando a sua composi o aos par metros aprovados na Segunda Con
527. rban Policy Conference in Belo Horizonte Palavras chaves em ingl s keywords Democracy Urban planning Public space Citizenship Area de Concentra o Transforma es Sociais e Pol ticas P blicas nas Sociedades Contempor neas Titula o Doutor em Ci ncias Sociais Banca examinadora Evelina Dagnino Arlete Moys s Rodrigues Erm nia Maricato Raquel Rolnik Roberto Luis de Melo Monte M r Data da defesa 17 06 2011 Programa de P s Gradua o Ci ncias Sociais M RCIA HELENA BATISTA CORR A DA COSTA PARTICIPA O DEMOCR TICA E PLANEJAMENTO URBANO o Conselho de Pol tica Urbana e as Confer ncias de Pol tica Urbana em Belo Horizonte Tese de Doutorado em Ci ncias Sociais Est mplar corresponde reda o apresentada Banca Examinadora no Instituto de ste exe Final da Disserta o Tese defendida e Filosofia e Ci ncias Humanas da Universidade aprovada pela Comiss o julgadora em Estadual de Campinas sob orienta o da Profa di O G p 20 14 Dra Evelina Dagnino LT COMISS O EXAMINADORA Profa Dra Evelina Dagnino orientadora Sd IET Gyi ar i Profa Dra Arlete Moys s Rodrigues UNICAMP di im Profa Dra Erm nia Maricato USP e PPk Profa Dra Raquel Rolnik USP PABANA UA Prof Dr Roberto Luis de Melo Monte M r FMG Dus lr Suplentes Prof Dr Geraldo Magela Costa UFMG Profa Dra Luciana Tatagiba UNICAMP Prof Dr Valeriano Mendes Ferreira Costa UNICAMP
528. rbana foi poss vel verificar aspectos desse desempenho determinantes para o entendimento de como acontecem a gest o e o planejamento urbano participativos em Belo Horizonte Na an lise como j mencionado no quarto cap tulo foram usadas as categorias trabalhadas por Tatagiba 2002 a capacidade deliberativa a partilha do poder os problemas da representatividade e a diversidade interna A proposta de an lise ao nos referenciarmos no estudo da autora foi tomar como base categorias verificadas em pesquisa dessa forma mais consistentes No estudo do desempenho do COMPUR foram acrescidas outras categorias consideradas relevantes relativas sua legitimidade capacidade de interfer ncia na formula o das pol ticas urbanas ao potencial para efetivar pr ticas de controle social e atuar como espa o de interlocu o entre rg os especializados do governo municipal 294 O tema da consulta e da delibera o complexo pois em princ pio o car ter deliberativo garante uma presen a mais direta e determinante da sociedade nos espa os p blicos institu dos por m a condi o consultiva n o representa necessariamente a fragilidade pol tica de uma esfera onde se fazem representar o Estado e a sociedade Entendemos ser esse o caso do COMPUR O Conselho n o tem um car ter deliberativo mas se legitimou como espa o p blico embora seja un nime entre os entrevistados a percep o de que a capacidade deliberativa atuaria com
529. rbana de Belo Horizonte 2002 p 25 220 Tem pessoas na pr pria Prefeitura tem um grupo de gente que comanda que eu tiro o chap u Agora tem um grupo que est olhando para o pr prio umbigo s querer estar no posto Tinha mais de 20 pessoas foi um grupo que se reuniu todas as noites de maio a junho Dois meses praticamente todos os dias a gente encontrava e discutia quase 3 horas Ent o chegou um dia e tinha empres rio l a gente chegou e eu disse que n s amos dar continuidade ao que foi definido na primeira Confer ncia da Cidade Ent o a Cl udia teve o cuidado pegou todas as delibera es n s vamos ver o que foi feito e o que n o foi feito N s partimos dando continuidade dentro do grupo de obra O que tinha feito implementado em 2000 na I Confer ncia da Cidade n s demos seguimento para dar continuidade afinal o tema da Confer ncia era a cidade que temos e a cidade que queremos Ent o a cidade que queremos a cidade que continue com os projetos que a gente j tinha votado enquanto quest o popular enquanto regula o para uma cidade melhor Entrevista M rcia In s Pereira do Nascimento Representante Setor Popular Grifos desta pesquisadora Os depoimentos dos conselheiros que atuaram na II Confer ncia mostram como essas lideran as se apropriaram do evento O relato da l der da Regi o Leste exp e a experi ncia dos setores civis de ultrapassar os limites da qualifica o formal A forma o d
530. rem em um 26 Plano Diretor Lei n 7 165 96 27 Plano Diretor Lei n 7 165 96 196 grande f rum que discute a cidade na sua totalidade representando um valioso instrumento de legitima o do COMPUR e dos governos comprometidos com a gest o participativa Pergunta se tamb m na pesquisa se o COMPUR e as Confer ncias garantem uma posi o determinante da sociedade civil nas decis es e no controle das a es do poder p blico em rela o s pol ticas urbanas Os estudos emp ricos desenvolvidos nesse trabalho demonstraram que ambas as esferas p blicas favorecem o aprendizado pol tico das representa es civis e dos atores do Estado que delas participam Constatou se por m que a capacidade decis ria das Confer ncias normalmente esbarra na preval ncia das determina es t cnicas e de car ter pol tico devido a acordos estabelecidos no mbito do poder p blico Tamb m desfavorecem a amplia o da for a pol tica das Confer ncias as limita es do Conselho de Pol tica Urbana na tramita o e aprova o dos resultados aprovados para revis o das leis al m do fato de o Conselho e as Confer ncias serem pouco eficazes na aplica o dos mecanismos de controle social As Confer ncias s o realizadas por interm dio do COMPUR que cumpre a fun o de acion las oficialmente de supervision las e de organizar seus resultados para a formata o da lei pelo Poder Executivo e aprova o do Legislativo Cabe ao governo
531. revaleceu o est mulo livre iniciativa Cidades a nova mensagem soou em alto e bom som eram m quinas de produzir riqueza o primeiro e principal objetivo do planejamento devia ser o de azeitar a m quina HALL 2007 p 407 A vis o empresarial preocupada com o incremento econ mico das cidades defensora dos planos estrat gicos aplicada via parcerias entre o Estado e o mercado foi adotada no Brasil a partir dos anos de 1980 Importante para entender a penetra o desse modelo enxerg lo em 3 Magda Neves 1998 explica que a reestrutura o produtiva ocorrida no final do s culo XX resultou na heterogeneidade e fragmenta o da classe trabalhadora na diminui o dos postos de trabalho e de empregos no setor industrial e na diversifica o crescente do setor de servi os Hall 2007 ao abordar a hist ria do planejamento e dos projetos urbanos no s culo XX avalia a tend ncia liberal e mais pragm tica do planejamento nos Estados Unidos O autor no entanto considera que l tamb m ocorre o debate entre propostas diferentes inclusive as diverg ncias de papel entre o planejador orientador e o planejador incrementalista destacando se posi es defendidas pelo Advocacy Planning em prol do planejador engajado nas comunidades Em fun o de altera es na l gica capitalista a partir dos anos de 1970 quando ocorrem nas cidades os fen menos da desindustrializa o e do despovoamento de reas inteiras os esfor os do
532. rgio O Urbanismo Esse Des Conhecido Saber Pol tico Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais Recife A 2 n 3 p 39 58 2000 MARX Karl Cr tica da Filosofia do Direito de Hegel S o Paulo Boitempo 2005 MATOS Ralfo Edmundo da Silva Plano Diretor gest o urbana e participa o algumas reflex es In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 156 168 MARES GUIA Ana Renn Vila Por a quest o da posse e da propriedade em favelas de Belo Horizonte In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia A lei e a ilegalidade na produ o do espa o urbano Belo Horizonte Del Rey 2003 p 19 32 MENDON A J G Plano Diretor e quest o metropolitana t picos para uma agenda da Regi o Metropolitana de Belo Horizonte Topos NPGAU UFMG Belo Horizonte v 1 n 1 p 73 79 1999 MENDON A Jupira Gomes Governan a local e regula o urbana no contexto metropolitano reflex es a partir do caso belo horizontino In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 182 204 MATOS Ralfo Reynaldo Alves de Reflex es acerca da expans o da grande cidade na atualidade e de seu papel na expuls o e recep o de popula o In COSTA Helo sa Soares de Moura org Novas periferias metropolitanas
533. rial dos setores tradicionais e para a integra o do setor industrial com as reas industriais dos munic pios vizinhos O Plano de 1996 contempla a es voltadas preserva o da paisagem urbana valorizando o patrim nio cultural j que parte das estrat gias prop e explorar o potencial tur stico da cidade Dentre as a es urban sticas previstas constam a recupera o do hipercentro visando resgatar sua habitabilidade e sociabilidade pela preserva o do car ter hist rico da rea central sem perder de vista a necessidade de consolida o na cidade de novas centralidades Os coment rios de Costa e Mendon a profissionais que acompanharam a elabora o do Plano Diretor feitos em entrevista explicam o teor dos debates e a dimens o dada ao desenvolvimento econ mico presentes no documento final Mas o plano tamb m muito por influ ncia do Maur cio Borges que era o secret rio de planejamento um economista com uma vis o de desenvolvimento econ mico em n vel local incorpora uma parte grande de avalia o de desenvolvimento econ mico Tentar criar uma certa cara em termos de desenvolvimento econ mico pra cidade por exemplo investir em tecnologia e cultura em atividades geradoras de renda mas n o poluentes buscar aquilo que diferencia Belo Horizonte uma s rie de coisas que apareciam tendo como exemplo o p lo de confec es do Barro Preto Esse tipo de coisa Belo Horizonte tinha a moda a m sica u
534. riar condi es f sicas de infraestrutura ao legislar sobre rela es de trabalho no atendimento de demandas sociais via pol ticas p blicas e fundamentalmente ao intervir diretamente na produ o do espa o urbano Ao atuar na produ o do urbano de acordo com Schmidt 1982 o Estado for osamente politiza o espa o tentando tornar ideologicamente neutras suas interven es neutralidade sustentada pela imagem de que a solu o dada a melhor e mais eficiente O Estado ao intervir BRASIL Estatuto da Cidade Guia para implementa o pelos munic pios e cidad os 3 ed Bras lia Minist rio das Cidades 2005 p 258 34 por meio do planejamento ao fazer investimentos ao redefinir os padr es de uso do solo das cidades estabelecendo as normas pelas quais as reas urbaniz veis dever o ser ocupadas est politizando a quest o No caso brasileiro para que se compreenda o alcance recente das vit rias legais do direito cidade torna se indispens vel recompor o percurso da urbaniza o e entender que as marcas hist ricas da aus ncia de direitos n o ser o superadas apenas com os avan os procedimentais Contribuem nesse retrospecto as an lises de Francisco de Oliveira 1982 ao demonstrar como a forma o do urbano no Brasil antecedeu ao processo de industrializa o evidenciando o papel desempenhado pelas cidades antes da efetiva instala o do capitalismo industrial no pa s Na fase do capital comerci
535. rinc pios e as inst ncias de gest o principalmente por fazer parte dos avan os a preserva o ambiental elemento importante na sustentabilidade das cidades O desafio de articular os princ pios da Reforma Urbana com os atores as leis e as inst ncias de gest o pressup e o entendimento da rela o do Estado com o urbano que representa concretamente a rela o entre o Estado e a sociedade civil Utilizando interpreta o de Francisco de Oliveira 1982 a politiza o da rela o entre o Estado e o urbano no capitalismo passa pela compreens o dos termos da rela o entre Estado e sociedade civil Em resumo a pesquisa do urbano e das rela es entre o Estado e o urbano requer uma pesquisa essencial sobre essas rela es entre Estado e sociedade civil e sobre as condi es de interesses que formam agora dois blocos a meu ver al m dos antagonismos do ponto de vista da produ o social da riqueza apresentam um antagonismo do ponto de vista de como direcionar e utilizar o aparelho de Estado OLIVEIRA 1982 p 19 Aplicando a interpreta o de Oliveira 1982 direcionar e utilizar o aparelho do Estado no contexto recente quando os avan os propostos pela Reforma Urbana s o implementados significa no mbito local fazer valer planos condizentes com os anseios da sociedade Estudos emp ricos das experi ncias desenvolvidas nas cidades s o importantes recursos de an lise da realidade e fontes de produ o te rica sobre o
536. rizes fundamentais As pr ticas participativas transformam se em experi ncias pedag gicas que alteram valores e comportamentos com grande potencial de democratiza o do Estado Avritzer afirma que os processos de aprendizagem coletiva necessitam estabilizar se em institui es AVRITZER 1994 apud TEIXEIRA 2002 37 uma complicada pedagogia a pr xis do fazer democr tico o que Avritzer identifica como gram tica Usando a interpreta o do autor pode se inferir que as perdas para as interfer ncias da pol tica tradicional s o minimizadas 69 ou at bloqueadas quando os avan os da aprendizagem pol tica se estabilizam em formas de institucionaliza o legitimadas Tendo por base resultados de pesquisas feitas sobre a participa o da sociedade civil brasileira nos espa os p blicos Dagnino 2002 demonstra que o processo de constru o democr tica n o obedece a uma linearidade pelo contr rio contradit rio e fragmentado marcado por disputas e recuos O aumento da participa o n o suficiente para termos uma democracia de alta intensidade afirma Pereira 2007 No entendimento do autor as diversas pr ticas participativas demandam an lises precisam ser investigados os processos de motiva o e a constru o das prefer ncias dos indiv duos em rela o s defini es sobre pol ticas p blicas que afetam interesses particulares e a coletividade Entendendo que as especificidades das experi ncias munici
537. rma o de nova cultura A tarefa educativa do Estado representa em termos concretos a op o por a es que favore am a interlocu o com a sociedade civil na sua forma diversa Essa tarefa pode ser viabilizada quando intelectuais ou profissionais especializados que atuam nos quadros dos governos assumem posi o determinante na formula o de instrumentos e metodologias que favorecem os encontros em esferas p blicas compartilhadas Em cen rios pol ticos democr ticos a penetra o de organismos civis nas estruturas institucionais do Estado o contato entre as representa es dos governos e das organiza es sociais nas esferas p blicas t m gerado a transforma o de ambos Nesse aspecto os governos s o levados a se prepararem para o enfrentamento das novas demandas redefinem se burocracias e muitos profissionais de governo assumem papel fundamental na concep o de metodologias e de procedimentos na aplica o de experi ncias participativas Em alguns casos a organicidade desses profissionais torna se pe a determinante para o aprimoramento do aprendizado pol tico tanto das equipes t cnicas atuantes nos setores de governo envolvidos nas pr ticas participativas como dos representantes dos organismos civis presentes nas esferas decis rias 4 Gramsci v o individualismo como apoliticismo O gesto pelo gesto a luta pela luta etc e especialmente o individualismo estreito e mesquinho que n o passa de um
538. rocessos de condu o e avalia o da condu o do planejamento urbano eu acho que o Conselho sofre da defici ncia nossa de n o poder subsidiar o Conselho como ele deveria porque monitorar o planejamento urbano pressup e um processo que eu n o consigo fazer pelas circunst ncias que eu j te disse Ent o eu acho que o Conselho sofre e contribui mais nas coisas pontuais do que na formula o de uma grande pol tica Ele perde import ncia medida que n o consegue ajudar a ser a inst ncia de monitoramento do Munic pio pra pensar no longo prazo Ent o fica s no dia a dia Entrevista Maria Fernandes Caldas Representante Governo Percebe se pelo estudo documental feito e pelas entrevistas realizadas que a proposta de planejamento urbano em vigor na cidade segue uma linha mais flex vel de uma constru o por demandas viabilizadas por projetos O redimensionamento do planejamento nos moldes participativos envolvendo os Conselhos as Confer ncias e o OP determinou o car ter territorial das a es de planejamento e gest o Aconteceu uma mudan a muito grande no planejamento porque em primeiro lugar o padr o de implementa o de obras da cidade era dado por outras vias e muitas vezes a m quina da Prefeitura estava acostumada a fazer obras maiores que n o envolviam projetos As pequenas obras as obras que o Or amento Participativo passou a deliberar as obras mais regionais e pontuais que demandam projetos N o exi
539. rogados sobre o desempenho dos conselhos mais de 60 dos conselheiros apontam como efetiva a influ ncia das decis es dos conselhos nas secretarias municipais Ao avaliarem os problemas enfrentados pelos conselhos 33 6 consideraram a falta de capacita o de seus membros a dificuldade maior e 13 1 apontaram a aus ncia de di logo e negocia o com representantes da administra o municipal Os pontos positivos destacados foram o fato de os conselhos otimizarem a democratiza o das informa es e decis es relativas pol tica municipal envolvendo 34 4 das respostas e o mesmo percentual para a avalia o de que a atua o dos conselhos aumenta o di logo entre os governos e a sociedade Os dados mostram a presen a da sociedade nos espa os compartilhados de consulta e delibera o criados 2 FERNANDES M nica Abranches Planejamento Urbano em Belo Horizonte Um novo mapeamento dos problemas da cidade na vis o dos conselheiros municipais 2005 299 f Tese Doutorado em Tratamento da Informa o Especial Universidade Cat lica de Minas Gerais Belo Horizonte 2005 p 181 2 Ibidem p 183 gt Ibidem p 187 Ibidem p 190 Ibidem p 195 Ibidem p 196 121 com representa es politizadas apresentando bom n vel de forma o fato que as credencia com potencial adequado para estabelecer interlocu es com o poder p blico Constata se uma tend ncia de interse o dessas manifesta es
540. rojetos e diretrizes j existentes para a Avenida Cristiano Machado e Rodovia MG 010 at o Aeroporto de Confins Na Avenida Cristiano Machado a maioria dos projetos consiste em interven es nas interse es com as outras vias urbanas e a avenida bem como a mudan a de tra ado da via em pequeno trecho Na Rodovia MG 010 as mudan as tamb m compreendem obras de aumento da capacidade vi ria CALDAS MENDON A CARMO 2008 p 363 173 As constata es e interpreta es feitas pelos conselheiros em entrevistas sobre o foco do Conselho voltar se mais para quest es pontuais relativas rotina da cidade aparecem nos debates travados nas reuni es O inc modo sobre as limita es do COMPUR foi verbalizado pelos participantes A conselheira Jussara Bellavinha BHTRANS comentou que considerava o papel do COMPUR secund rio para um Conselho de Pol tica Urbana j que a demanda maior no Conselho consiste em recursos relativos a parcelamentos zoneamento ou classifica o vi ria e que o COMPUR deveria conhecer melhor as pol ticas urbanas do Munic pio O Presidente Murilo Valadares SCOMURBE discordou da conselheira Jussara Bellavinha justificando que a Confer ncia de Pol tica Urbana debateu e discutiu a cidade de Belo Horizonte em todos os seus aspectos e segundo ele o COMPUR precisa agora organizar o resultado da Confer ncia sistematizando as propostas j que ter que referendar v rias delas A assessora Maria Cald
541. rre pelo caminho da participa o os mecanismos e metodologias utilizados e os sistemas de gest o aplicados podem acontecer como uma ornamenta o que camufla condu es tecnicistas centralistas e at autorit rias ordenadoras do planejamento urbano De acordo com Monte M r 2008 o padr o racionalista trata as diversas fun es urbanas isoladamente de modo a evitar conflitos funcionais que prejudiquem a efici ncia da cidade o urbanismo progressista imp e autoritariamente um espa o urbano acabado que visa permitir um rendimento m ximo no desempenho das fun es da cidade MONTE M R 2008 p 37 Na medida em que o modelo desenvolvimentista de crescimento econ mico determinou o desempenho da economia brasileira e as composi es pol ticas de governo da Era Vargas ao juscelinismo ganhando contornos de moderniza o conservadora no regime 35 As concep es de desenvolvimento em debate no per odo juscelinista foram analisadas por Moreira 2003 sendo vitoriosa a proposta industrialista do governo que para aplic la segundo a autora fez acordos com as elites inclusive olig rquicas sem incluir na programa o executada pelo Estado um projeto social que minimizasse as disparidades socioecon micas e pol ticas inerentes realidade brasileira 41 autorit rio seus tra os foram interferindo na paisagem e na produ o social do espa o urbano O esgotamento desse modelo foi acompanhado de profundas
542. rticulando e compatibilizando na sua realiza o outros processos relevantes de planejamento e gest o urbana existentes no mbito municipal como exemplo a elabora o dos Planos Regionais a Confer ncia da Cidade e a Confer ncia Municipal de Habita o Esclareceu que est sendo preparado material de apoio tendo como refer ncia o Estatuto da Cidade a Agenda Habitat e Agenda 21 7 sintom tico e importante observar como o ide rio da Reforma Urbana esteve presente em todo o processo atravessando o foro em virtude n o s do momento por mostrar se relevante na pauta pol tica nacional mas porque em Belo Horizonte esse ide rio j era parte constitutiva dos programas das administra es democr tico populares respons veis na poca j por duas gest es Esse ide rio claramente fazia parte das concep es de cidade defendidas nos quadros mais progressistas de governo compostos por essas gest es A evid ncia desse direcionamento pode ser buscada nos temas selecionados para o ciclo de palestras bem como no conte do delas e na escolha dos palestrantes e tamb m pela metodologia de trabalho proposta para o evento que buscou n o s democratizar o acesso da sociedade civil pela elei o de delegados mas coloc los em contato o tempo todo diferente das discuss es separadas por setores como ocorreu na I Confer ncia 22 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte 2002 p 17 23 Ata da 22 R
543. rtir de 2001 pelo Estatuto da Cidade De acordo com o artigo 165 da Constitui o Estadual os munic pios de Minas Gerais integram a Rep blica Federativa do Brasil s o dotados de autonomia pol tica administrativa e financeira e regidos por suas Leis Org nicas A autonomia lhes d poder para decidir sobre a promo o do ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parcelamento e da ocupa o do solo urbano No pre mbulo da Lei Org nica refor ado o princ pio da democracia participativa ao estabelecer que a ordem municipal aut noma e democr tica funda se no imp rio da justi a social 46 E P PAN E i a P R O sistema de normas de direito urban stico composto pelas normas constitucionais referentes pol tica urbana lei federal de desenvolvimento urbano s normas das constitui es estaduais e ao conjunto das normas municipais 52 e na participa o da sociedade civil em prol da descentraliza o e da desconcentra o do poder pol tico como forma de assegurar ao cidad o o controle do exerc cio da cidadania plena No cap tulo da Lei Org nica relativo Pol tica Urbana o pleno desenvolvimento das fun es sociais da cidade e o cumprimento da fun o social da propriedade aparecem assegurados mediante a formula o e execu o do planejamento urbano por meio da participa o da sociedade civil nos processos de planejamento e no controle de sua execu o Consta nos objetivo
544. s V estimular o surgimento de centros fora do per metro da Avenida do Contorno priorizando a instala o das atividades relacionadas no art 11 1 Centros s o as concentra es de atividades comerciais e de servi os dotadas de ampla rede de acesso e grande raio de atendimento 2 Centralidades s o os espa os de conviv ncia para a comunidade local ou regional como pra as largos e similares bem como os monumentos e as demais refer ncias urbanas 230 Plano Diretor que prev a descentraliza o de servi os A descentraliza o das atividades b sicas comerciais satisfat ria no munic pio Valoriza o da regionaliza o por especialidades comerciais Reforma administrativa municipal Descentraliza o da administra o p blica municipal Reforma administrativa possibilitando a uni o de diversos rg os sob uma mesma coordena o aproximando a prefeitura da popula o H uma relativa descentraliza o dos servi os N o foi ainda percebida a o descentralizadora do Plano Diretor Percebe se nos resultados das Pr Confer ncias Regionais expostos abaixo uma compreens o mais concreta do p blico sobre as a es relativas descentraliza o em fun o provavelmente dos moradores estabelecerem uma rela o mais pr xima com as administra es regionais e por lidarem diretamente com os resultados das a es de governo ou com a falta delas nas regi es As lideran as e o
545. s A sele o e o agrupamento desses pontos retirados das discuss es desenvolvidas nos grupos de trabalho foram feitos tendo por base a manifesta o das diversas percep es sobre a cidade As percep es dos moradores foram selecionadas tendo por base os pronunciamentos feitos nos grupos e subgrupos de trabalho cruzadas com as respostas dos delegados do setor popular interpelados na pesquisa de campo e com as opini es expostas nas entrevistas feitas com delegados e conselheiros Dos pontos destacados pelos representantes sociais que atuaram nas Pr Confer ncias verifica se que eles reconhecem a abertura da administra o municipal para a participa o da sociedade na tomada de decis es sobre os problemas da cidade avalia o presente em praticamente todos os temas e subtemas trabalhados em que os envolvidos foram motivados a se posicionar sobre os aspectos positivos relacionados a cada tema As Confer ncias e os Conselhos s o citados como importantes esferas p blicas de participa o e o Or amento Participativo se apresenta recorrentemente como o melhor exemplo de iniciativa evidenciando seu significado como refer ncia de participa o popular para os belo horizontinos Das in meras observa es feitas sobre a participa o popular na gest o da cidade presentes nas discuss es inclusive fora do debate espec fico do tema gest o participativa os t picos destacados abaixo ilustram a vis o dos participantes Possibilida
546. s Ao analisar o tem rio da II Confer ncia constata se uma tend ncia a utilizar conceitos como mobilidade associado ao transporte e tr nsito o patrim nio tratado junto ao controle urbano a quest o ambiental vista por uma tica aparentemente mais preventiva e por fim a abordagem da habita o voltada mais explicitamente para as necessidades da popula o de baixa renda Nas Pr Confer ncias Regionais al m do uso dos temas e subtemas gerais que nortearam as discuss es tem ticas inclu ram se nos debates os temas espec ficos de cada regi o e foi adotado o debate de tema livre espa o aberto para exposi o de quest es diversas pelos moradores das regi es A vis o dos participantes pode ser considerada como um recorte da percep o maior da sociedade belo horizontina sobre m ltiplos aspectos que afetam a vida da e na cidade Trata se de uma amostra significativa da cidade por representar a exposi o dos diversos olhares dos moradores a partir de v rios espa os e lugares sociais por eles ocupados Interpreta es da cidade a partir da participa o Da an lise dos resultados dos grupos e subgrupos de trabalho organizados nas Pr Confer ncias buscou se nesta pesquisa construir agrupamentos dos pontos negativos e positivos esbo ados para cada tema resultante das interpreta es dos participantes sobre participa o social legisla o urban stica municipal e o Estatuto da Cidade invers o de prioridades
547. s aos fluxos de comunica o das administra es regionais com os moradores aos atrasos e dificuldades na realiza o de obras aprovadas no Or amento Participativo e s dificuldades na articula o entre pol ticas de interven o urbana com as pol ticas sociais e de regulariza o fundi ria A grande mudan a na concep o de gest o das pol ticas urbanas na cidade aconteceu a partir da Reforma Administrativa institu da pela Lei n 8146 2000 Foi por meio dessa nova proposta que as orienta es sobre desenvolvimento urbano estabelecidas na Constitui o de 1988 e posteriormente regulamentadas pelo Estatuto da Cidade foram incorporadas s estruturas de governo De acordo com essa concep o o rg o de coordena o das pol ticas urbana e ambiental deveria atuar na perspectiva da Gest o Integrada e Intersetorial A reforma de 2005 foi fundamental tecnicamente para aglutinar os rg os respons veis pelas quest es urbanas na Secretaria de Pol tica Urbana transformando os setores que lidam com as pol ticas urbanas em estruturas adjuntas Integrada a essas a es foi importante a iniciativa de criar a C mara Intersetorial de Pol tica Urbana A intersetorialidade aparece nas compet ncias dessa Secretaria e foi refor ada pela cria o da C mara Intersetorial Por m foi constatado que existem dificuldades operacionais no funcionamento dessa C mara cumprindo em certa medida 293 o COMPUR uma fun o articuladora col
548. s asseguradas ao longo da hist ria e cristaliza es refor adas por uma tradi o tecnocr tica acabam por definir preponderantemente a rela o Executivo Legislativo demonstrando as dificuldades de efetiva o da independ ncia e harmonia entre os poderes Al m dessas quest es j de longa data na hist ria brasileira a recente institui o da democracia participativa via conselhos setoriais e or amento participativo parecem contribuir para ampliar essa assimetria Existe jurisprud ncia de que os conselhos pertencem estrutura do Poder Executivo Independente dessa interpreta o jur dica tais institui es est o sob a coordena o do Poder Executivo o 139 que caracteriza uma amplia o de seu poder simb lico e real e contribui para legitim lo colocando o lado a lado com a sociedade civil Portanto paradoxalmente dependendo da forma como t m funcionado as m ltiplas inst ncias de participa o podem ampliar a centraliza o do poder nas m os do Executivo GARCIA 2008 p 128 A pesquisadora trata em seu trabalho da forma como o Legislativo v a sua participa o na composi o parit ria dos conselhos e como os legisladores lidam com a realidade de conviver com essas esferas que muitas vezes competem com os vereadores na arregimenta o pol tica das for as sociais em torno de decis es e do controle sobre pol ticas p blicas consequentemente das a es de governo Na tentativa de enriquecer a ab
549. s construtivas que certamente v o expulsar a classe m dia de bairros tradicionalmente ocupados por ela e que inviabilizam o mercado imobili rio sem que tenha sido demonstrada a raz o que levou a tais proposi es sugeriu o adiamento das discuss es para outra reuni o em agosto o que tornaria desnecess rio um pedido de vistas seu O conselheiro Jackson C mara considerou que se o documento que for enviado estiver pr ximo do consenso n o demandar modifica es pela C mara O conselheiro Jackson C mara pediu licen a para ler um relat rio elaborado pelo SINDUSCON a seguir transcrito CONSIDERA ES SOBRE AS PROPOSTAS DE MODIFICA O DA LEI DE PARCELAMENTO USO E OCUPA O DO SOLO COMPUR As altera es propostas para a modifica o da Lei de Parcelamento Uso e Ocupa o do Solo especialmente as que se referem s redu es dos coeficientes de aproveitamento ao aumento das quotas de terrenos recria o do gabarito como forma de controle da altura das edifica es elimina o da caixa de capta o como alternativa para substitui o de reas de permeabiliza o redu o do zoneamento dos Bairros Carlos Prates Padre Eust quio e adjac ncias de ZAP para ZAR 2 s o discut veis pelos seguintes aspectos A rea o dos conselheiros foi de preservar as delibera es da Confer ncia entendendo que altera es de conte dos realizadas pelo COMPUR gerariam conflitos tanto entre os membros do Consel
550. s na realidade o interesse nessa convoca o foi para dar mais visibilidade a um evento promovido por essas entidades sem ter havido uma discuss o ampla entre os membros da Comiss o Entrevista J lio de Marco Delegado Setor T cnico A cria o de comiss es de acompanhamento p s confer ncias pode ser interpretada tamb m como mais um sintoma de despotencializa o do Conselho de Pol tica Urbana inst ncia que deveria cumprir o papel de efetivar o controle social do processo de revis o da legisla o urban stica de Belo Horizonte por se tratar de esfera p blica credenciada para gerir tal legisla o tanto na elabora o e revis o como na aplica o das leis Entretanto mesmo com todas as limita es o Conselho tem legitimidade pois por meio dele que ocorre a revis o e a aplica o das leis al m de ser evidente a disputa entre entidades dos setores por uma vaga em sua composi o Um exemplo dessa disputa p de ser presenciado no final da III Confer ncia quando aconteceram as articula es dos setores para a elei o das representa es que tomariam assento no COMPUR no mandato de 2009 2011 Ao observar o comportamento dos setores na escolha dos novos representantes ficaram evidentes os tra os caracter sticos de cada segmento e a forma como lidam com o Conselho Os empres rios seguiram a l gica que os caracteriza foram geis e mantiveram a presen a do SINDUSCON e da CDL reproduzindo a tradicional parc
551. s o fundamentais para o reencaminhamento da rela o dos sujeitos sociais com a cidade transformando a em lugar onde se integram e se equilibram os direitos sociais com o civil e o pol tico Bobbio 1992 p 20 ao afirmar que as normas constitucionais n o s o exatamente as regras do jogo s o na verdade regras preliminares que possibilitam o desenrolar do jogo alerta para o entendimento de que h uma complexidade no desenrolar do jogo N o existe uma rela o direta entre o que se estabelece na lei sua aplica o e legitima o Os jogadores sujeitos 3 E ES e E A 1 mediadores s o o Estado e a sociedade civil ambos heterog neos e atravessados por projetos diferentes em disputa Registros culturais determinantes no comportamento pol tico da sociedade brasileira n o podem ser ignorados para se entender como e por que o desenrolar do jogo democr tico marcado por transforma es lentas avan os e recuos O Brasil guarda peculiaridades no que se refere formula o e aplica o da lei Wanderley Guilherme 1993 trabalha essa rela o a partir do conceito de h brido institucional brasileiro em que se manifesta uma morfologia poli rquica excessivamente formalista com o que o autor chama de hobbesianismo social pr Dagnino 2002 2006 desenvolve an lise sobre a heterogeneidade do Estado e da sociedade civil As contribui es da autora sobre esse tema s o utilizadas nos cap tul
552. s ampliados de modo a favorecer a participa o da sociedade e a propiciar um tempo maior para o debate A Resolu o 2 005 95 instituiu uma Comiss o Especial composta por treze vereadores contando com representantes de cada comiss o tem tica permanente da C mara e tamb m da Mesa Diretora Essa Comiss o considerando a amplitude do tema a ser apreciado deliberou por dividi lo em tr s subtemas a serem analisados por relatores parciais que submeteriam seus pareceres a um relator geral que seria respons vel por compatibilizar as propostas e emitir um parecer final C MARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE 1995 1996a 1995 1996b GARCIA 2008 p 107 Os subtemas da Comiss o Especial criada para apreciar os Projetos de Lei foram Ordenamento Urbano Ordenamento Territorial e Gest o Urbana e por fim Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo De acordo com Torres 2003 embora tenha demandado negocia es importantes houve uma aceita o do plano por parte da oposi o devido ao aproveitamento feito pelo governo do material produzido na formula o do Plano BH 2010 10 Isto se deu porque o projeto de Lei enviado pelo Executivo incorporou boa parte dos diagn sticos que embasaram a proposta de Plano Diretor formulada pelo governo do PSDB durante o mandato anterior apesar da grande diferen a entre as concep es principalmente no que diz respeito parte que tratava das obras relacionadas estrutura o do sistema vi rio Dessa for
553. s concebidas e aplicadas no Munic pio atuando diretamente na solu o de demandas espec ficas relativas ao cotidiano da vida urbana De suas delibera es e orienta es resultam desde reformula es da legisla o via Confer ncias de Pol tica Urbana a altera es de classifica o vi ria de zoneamento e defini es ou acompanhamento de pol ticas urbanas Ao longo de sua exist ncia o Conselho tem se voltado significativamente para quest es incrementais de rotina da cidade limitado na capacidade de interferir nas macropol ticas Al m disso a representa o desigual que privilegia o governo tem sido determinante no delineamento de seu formato institucional Os tra os fundamentais do Conselho de Pol tica Urbana e sua import ncia como inst ncia de participa o no planejamento da cidade precisam ser melhor analisados para que se avalie como vem acontecendo a experi ncia de democracia participativa em Belo Horizonte As caracter sticas da cidade de Belo Horizonte sua expans o e condi o de n cleo da regi o metropolitana bem como as experi ncias democr ticas de gest o implantadas v m sendo investigadas por diversos ngulos Os tra os de compartilhamento decis rio verificados no campo da gest o p blica e nas formas de atua o da sociedade em organiza es espont neas e em espa os de participa o e delibera o institu dos por lei ao serem analisados exp em peculiaridades da capital mineira colocando
554. s de atividades e de suas possibilidades de localiza o em diversas reas da cidade c altera o de v rias exig ncias relativas ocupa o do solo que em seu conjunto proporcionaram maior permissividade tais como redu o do p direito m nimo exigido aumento da dist ncia vertical m xima sem obrigatoriedade de elevador extin o do gabarito desconsidera o da casa de m quinas para c lculo da altura das edifica es amplia o das reas n o comput veis no coeficiente de aproveitamento compensa es para constru es em terrenos sujeitos a recuo de alinhamento e taxa de permeabiliza o dentre outras Os par metros relativos ocupa o dos zoneamentos analisados neste texto n o sofreram altera o na Lei n 8 137 00 No entanto algumas modifica es especialmente as definidas acima no item c acabaram por resultar em um maior adensamento construtivo em tais reas COTA MOL 2008 p 235 245 O Projeto de Lei n 655 2005 enviado C mara Municipal foi internamente avaliado pelas Comiss es de Meio Ambiente e Pol tica Urbana Administra o P blica e Or amento Finan as P blicas O Executivo real ou na introdu o do documento o aspecto social do ordenamento urbano o significado da regulariza o fundi ria representado pelas Zonas Especiais de Interesse Social e pelas orienta es urban sticas referentes s Areas de Especial Interesse Social Zoneamento Interesse Social e Diretriz
555. s de estimular a gest o e o planejamento participativos O fato de serem coordenadas no mbito federal pelo Conselho Nacional das Cidades com suporte no Minist rio das Cidades n o significa que ocorra uma ades o un nime dos munic pios iniciativa tampouco significa que as diretrizes delas resultantes interfiram consistentemente na organiza o das administra es municipais a ponto de transform las em experi ncias condizentes com as orienta es legais presentes no Estatuto da Cidade 282 A realiza o das Confer ncias da Cidade em Belo Horizonte pode ser considerada uma experi ncia relevante pela continuidade e pelo esfor o de difundir e criar as condi es necess rias aplica o do Estatuto da Cidade Contribui para a continuidade da experi ncia o empenho das administra es em manterem se sintonizadas s diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional das Cidades a hist ria de organiza o e de participa o da sociedade civil belo horizontina Em Belo Horizonte as quatro Confer ncias da Cidade integradas s Confer ncias Estadual e Nacional foram realizadas e estiveram em sintonia com as Confer ncias Municipais de Pol tica Urbana promovidas para a revis o da legisla o urban stica da cidade Ao analisar os relat rios produzidos das quatro Confer ncias da Cidade constata se que houve um crescimento da participa o alguns temas chave foram mantidos bem como o formato da participa o A partic
556. s do Plano Diretor de Belo Horizonte promover a estrutura o de um sistema municipal de planejamento e gest o urbana democratizado descentralizado e integrado Nas diretrizes da pol tica urbana desta lei aparece a preocupa o em se evitar que a legisla o de uso e ocupa o do solo imponha se como instrumento normativo r gido elaborado sem se considerar os agentes e os processos que atuam na din mica do Munic pio e na vida dos cidad os O Conselho de Pol tica Urbana um dos instrumentos de concep o e controle de pol ticas urbanas criado pelo Plano Diretor com o prop sito de monitorar a implementa o da legisla o urban stica coordenando a revis o das leis mobilizando a sociedade civil em torno das Confer ncias de Pol tica Urbana previstas para acontecer quadrienalmente no in cio de cada mandato municipal Ao funcionar como uma esfera de participa o o Conselho de Pol tica Urbana em seu formato n o parit rio atua como inst ncia de consulta e delibera o na reformula o das leis em casos omissos e na sua aplica o influenciando diretamente tanto o planejamento urbano como os processos de gest o das interven es urbanas e da articula o delas com as demais pol ticas p blicas sociais Ao lidar nessas frentes o Conselho Municipal de Pol tica Urbana COMPUR representa um poderoso instrumento de cogest o p blica em que se pode enxergar mais 4 7 Lei n 7165 de 27 de agosto de 1996 A
557. s especializadas como o Instituto Estadual do Patrim nio Hist rico e Arquitet nico IEPHA e o Instituto do Patrim nio Hist rico e Arquitet nico Nacional IPHAN As reuni es contaram com a presen a de lideran as da comunidade que expuseram opini es diferentes sobre a regulamenta o das diretrizes especiais propostas para a regi o As atas das reuni es voltadas para a quest o da ADE da Pampulha foram analisadas e delas foram selecionados pronunciamentos dos moradores ilustrativos de como o tema foi pol mico O Projeto de Lei em aprecia o cumpre o disposto nos artigos 44 e 45 da Lei 7165 96 quanto ao plano de a o visando recupera o da represa da Pampulha e regulamenta os artigos 77 90 e 91 da Lei 7166 96 relativos respectivamente s reas de Diretrizes Especiais ADEs da Bacia da Pampulha da Pampulha e Trevo Esclareceu ainda que o projeto de lei estabelece os par metros de uso e ocupa o definitivos para essas reas em substitui o aos par metros e diretrizes provis rios previstos nos artigos citados Manifesta es Jos Am rico Bendicino vice presidente da Associa o Comunit ria Viver Bandeirantes solicitou que a popula o local fosse ouvida posicionado se contrariamente permiss o de instala o de atividades como boates e casas de shows em fun o do barulho sujeira ru dos e viol ncia que produzem ou atraem Jorge Amir de Almeida representante da Associa o Comunit ria
558. s gera es 1 3 A aus ncia de direitos aspectos da realidade urbana brasileira O debate sobre o direito cidade no Brasil acontece em meio a uma hist rica falta de direito ou n o direito cidade A conquista de direitos e a falta deles ou mesmo a sua n o legitima o resultam das posi es assumidas pelo Estado e pela sociedade civil No caso do direito cidade dada sua amplitude h nele uma interse o dos direitos civis pol ticos e sociais Em uma conjuntura recente no Brasil a mobiliza o social em manifesta es coletivas pelo acesso cidade e as interfer ncias da sociedade nas decis es pol ticas afetam as respostas dadas pelo poder p blico s demandas sociais Al m disso se o direito cidade representa em termos concretos interven es urbanas e provis o de servi os sociais nos espa os ocupados pela popula o com prioridade legal dada aos segmentos tradicionalmente desfavorecidos dos benef cios sociais o planejamento urbano passa a representar uma importante refer ncia como um direito social Por meio da democratiza o do planejamento das cidades viabiliza se o amadurecimento pol tico da sociedade O Estado o principal agente modelador do urbano institui o credenciada jur dica e politicamente para interferir no funcionamento da vida urbana O urbano e o econ mico se interceptam e o Estado tem um papel decisivo na economia de mercado pela defini o de pol ticas macroecon micas ao c
559. s moradores participantes das Pr Confer ncias realizadas nas nove regi es manifestaram tanto o reconhecimento dos benef cios auferidos com a nova l gica desconcentradora como enxergaram as falhas do sistema de descentraliza o aplicado Descentraliza o da administra o da PBH com o fortalecimento das regionais no novo ordenamento administrativo A descentraliza o permitiu o crescimento e desenvolvimento das regi es perif ricas Melhoria do acesso da popula o devido descentraliza o regionaliza o da PBH As reas mais nobres da cidade t m prefer ncia no uso dos recursos p blicos Descentraliza o da prefeitura fortalecendo a aproxima o da popula o com a Regional A desconcentra o do centro criou outros centros nos bairros com melhor qualidade de vida O centro importante mas ele sempre recebeu mais investimentos em infra estrutura urbana o que atrai at hoje mais gente para essa rea Regionaliza o ainda n o atingiu seus objetivos pr ticos Falta de participa o popular na escolha dos administradores regionais e gerentes dos equipamentos p blicos A descentraliza o criou diverg ncias partid rias dentro das Regionais dificultando o andamento dos processos No geral foram feitas cr ticas aos encaminhamentos dados proposta de descentraliza o tendo sido destacada como relevante a falta de um projeto claro de desenvolvimento capaz de articular as diretrizes fundamen
560. s para induzir mais do que normatizar as formas de uso e ocupa o do solo uma concep o de gest o democr tica das cidades que incorpora a id ia de participa o direta do cidad o nos processos decis rios sobre seus destinos e a amplia o das possibilidades de regulariza o das posses urbanas at hoje situadas na amb gua fronteira entre o legal e o ilegal DUTRA 2005 p 13 58 A indica o de instrumentos urban sticos a democratiza o da gest o e as possibilidades de regulariza o das posses urbanas na perspectiva da fun o social da propriedade e da cidade representam os avan os instaurados pelo novo marco jur dico A Constitui o de 1988 e o Estatuto da Cidade definem procedimentos resultantes da movimenta o da sociedade A legitimidade e aplica o desses procedimentos implicam uma mudan a de comportamento pol tico de governantes e governados O cap tulo constitucional da pol tica urbana e sua regulamenta o determinaram arranjos institucionais nas tr s esferas de governo compat veis ao novo modelo de desenvolvimento urbano proposto para o pa s Estudiosos das cidades e em particular do planejamento urbano reconhecem a inaugura o de uma nova fase no que tange ao desenvolvimento urbano como observam Santos Junior 2007 e Monte M r 2008 parece poss vel afirmar que se desenvolve no Brasil uma nova cultura de planejamento urbano decorrente tanto da incorpora o dos ins
561. s relativos aprova o dos resultados da Confer ncia Considerou se relevante a realiza o de entrevistas tamb m com t cnicos do Governo e com a presidente do IAB de Minas Gerais devido a sua atua o na Confer ncia como delegada do setor t cnico e principalmente por enriquecer a an lise sobre o momento p s confer ncia ao apresentar posi o cr tica sobre os encaminhamentos dados ao Projeto de Lei na C mara Municipal Durante a investiga o verificou se a necessidade de incluir a percep o de um n mero maior de agentes envolvidos na din mica participativa do planejamento em Belo Horizonte n o sendo poss vel realizar tal amplia o por meio das entrevistas optou se pela realiza o de um Survey O uso desse recurso quantitativo exige o estabelecimento de categorias de car ter qualitativo para ser formatado em fun o do qual foi estabelecido que o p blico da pesquisa seria composto de lideran as do setor popular que atuaram como delegados na II Confer ncia de Pol tica Urbana A op o pelos delegados dessa Confer ncia se justifica em fun o dela ter 14 Os relatos orais ou entrevistas abertas principal suporte instrumental de uma pr tica de investiga o social de ordem qualitativa TRIGO BRIOCHE 1999 p 25 18 acontecido no ano de 2002 fato que favoreceu a localiza o dos entrevistados devido tamb m abrang ncia e condi o pol mica desse evento O universo da pesquisa de campo r
562. s secretarias municipais Mudan a substancial aconteceu a partir da reforma de 2000 quando as administra es ganharam status de Secretarias Municipais da Coordena o de Gest o Regional com finalidade compat vel com os prop sitos de garantia de direitos e de desenvolvimento de pol ticas p blicas defendidos pela Reforma Urbana e presentes na Constitui o Federal Nas compet ncias resguarda se na lei a vincula o das a es das administra es regionais para cada setor patrim nio interven es urbanas meio ambiente e social e as 115 O nico Plano Diretor Regional elaborado foi o de Venda Nova definido em fun o de tratar se da localiza o da regi o como principal vetor de crescimento do Munic pio As orienta es de elabora o do Plano tiveram como sustenta o o ordenamento territorial o desenvolvimento econ mico social e a gest o urbana regional REVISTA PLANEJAR BH abr 2000 p 43 116 A Lei n 9 011 2005 reconhece vinte e seis Conselhos criados por Decreto sendo que o Conselho Municipal de Seguran a Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte COMUS AN BH foi acrescido pela Lei n 9 155 de 2006 17A cria o das Unidades de Planejamento ocorreu em fun o da implanta o do Or amento Participativo OP e da elabora o do Plano Diretor Tornou se necess ria a subdivis o territorial da cidade devido defini o de demandas de obras e composi o de informa es associadas a dados para
563. sa e Karen Elsab Barbosa Bras lia Editora Universidade de Bras lia 1999 WILLIAMS Raymond Marxismo e literatura Rio de Janeiro Zahar 1979 ZELED N A da Reflexiones em torno al marco jur dico urbano em El Salvador In FERNANDES Ed sio ALFONSIN Bet nia Direito Urban stico estudos brasileiros e internacionais Belo Horizonte Del Rey 2006 p 77 109 331 ANEXOS Anexo A Entrevistas realizadas Representa es do Poder Executivo no COMPUR Fl via Mour o Parreira do Amaral Engenheira Civil Conselheira titular pela Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente SMAMA no mandado 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Secret ria de Meio Ambiente Atua como profissional da Prefeitura de Belo Horizonte desde 1984 Data da entrevista 22 04 08 Geraldo Afonso Herzog Formado em Hist ria Conselheiro titular pelas Secretarias de Administra o Regional Municipais SARMU no mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Respons vel pela Administra o Regional do Barreiro Atua como profissional na Prefeitura de Belo Horizonte desde 1993 Data da entrevista 02 06 08 Jussara Bellavinha Arquiteta Urbanista Conselheira titular pela BHTRANS no mandato de 2005 2007 do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Data da entrevista 19 05 08 Maria Cristina Fonseca Magalh es Arquiteta Urbanista Conselheira suplente pela Secretaria Municipal Adjunta de Habita
564. sconsidera o podem no futuro demandar novos investimentos por parte do poder p blico O papel do poder p blico muitas vezes restringe se ao de viabilizador de um neg cio imobili rio GARCIA 2008 p 156 157 Independente de todos os questionamentos importante salientar que as opera es urbanas relacionadas ao com rcio popular no Hipercentro foram aprovadas pelo Conselho Municipal de Pol tica Urbana e viabilizaram interven es da administra o municipal no sentido de atender s exig ncias do C digo de Posturas Verifica se que foi dado encaminhamento a um problema recorrente na rotina da cidade e apontado por diferentes segmentos da sociedade como uma quest o urbana relevante no contexto geral da cidade Al m das a es propriamente ditas desenvolvidas pelo poder p blico chama aten o o fato de que as demandas do com rcio popular foram levadas para dentro do Conselho por entidades que ocuparam espa o nessa arena como conselheiros uma demonstra o de haver por parte dessas organiza es o entendimento da capacidade do COMPUR de interferir nas decis es sobre pol ticas p blicas 187 Leis referentes Opera es Urbanas em Belo Horizonte Lei n 7 928 99 institui Opera o Urbana para implementa o de esta es de integra o de nibus do BHBUS Lei n 8 067 00 altera Lei da Opera o Urbana BHBUS flexibilizar o processo para atrair investidores Lei n 8 240 01 institui Opera o Urbana na rea ocu
565. sde 1983 existe o Programa Municipal de Regulariza o de Favelas PROFAVELA A proposta desse programa foi incrementada pelos Planos Globais Espec ficos previstos para cada 246 ZEIS 1 e ZEIS 3 sob a coordena o do Executivo aprovados no Conselho Municipal de Habita o ouvido o Conselho Municipal de Pol tica Urbana No Projeto de Lei n 655 2005 especificamente no cap tulo sobre urbaniza o e regulariza o fundi ria das ZEIS os Planos Globais Espec ficos para interven o estrutural s o mantidos ressaltando se no artigo 121 a necessidade de os referidos Planos serem objeto de monitoramento constante visando a sua adequa o din mica das ZEIS Esse destaque aparece no documento da II Confer ncia propondo que fosse dada nfase no texto da Lei n 8 137 00 na necessidade de instala o de um processo de monitoramento dos Planos Globais Espec ficos e Ro 2T de sua execu o Essa nfase sobre o funcionamento das ZEIS fez parte das discuss es das Pr Confer ncias quando os participantes apresentaram a demanda de interven es mais articuladas do poder p blico nas reas de habita o de interesse social Foram identificados problemas na integra o entre interven o urbana social e regulariza o fundi ria principalmente no acompanhamento de programas voltados para o p s morar o que justifica a preocupa o dos integrantes da Confer ncia em resguardar na revis o das leis a pr tica de m
566. sobre a atua o dos setores sua composi o formas de organiza o e capacidade pol tica de sustentar projetos democr ticos para a cidade de Belo Horizonte 300 melhor aproveitado e apropriado pela popula o Aqui vale a ideia exposta por Maricato 2002 de que os instrumentos urban sticos normas regulamenta es indica es formais de formatos participativos n o s o suficientes em si mesmos Na avalia o da autora Nenhuma virtualidade t cnica substitui o controle social sobre essa pr tica MARICATO 2002 p 96 No c mputo geral ao acompanharmos o desempenho e a trajet ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e a forma como a rotina da cidade tratada nas agendas verificamos que sua exist ncia n o pode ser avaliada como um bloco homog neo da sua cria o at sua mais recente performance uma an lise nessa dire o pode gerar conclus es simplistas e superficiais Procuramos ent o no estudo feito sobre o Conselho considerar as transforma es percebendo as contradi es e ambiguidades apontando defici ncias mas reconhecendo as qualidades e vantagens de sua exist ncia e atua o como espa o participativo Sem d vida mesmo com todos os problemas destacados e as limita es expostas torna se importante salientar o potencial pol tico do Conselho por sua legitimidade e pela experi ncia acumulada das entidades representativas dos setores elementos que podem qualificar a participa o transfor
567. sociais e os espa os mais precarizados da cidade Na avalia o de Gomes 2005 o Or amento Participativo consolidou as nove regi es administrativas da cidade e provocou a redivis o dessas reas em subregi es definidas nas Unidades de Planejamento consideradas como espa os para o levantamento e a indica o dos empreendimentos A aplica o do OP garantiu a invers o de prioridades como princ pio b sico da gest o destinando prioritariamente recursos para as regi es mais carentes e populosas Aprimorou mecanismos de atendimento das demandas sociais como na institucionaliza o do Or amento Participativo da Habita o com dota o or ament ria espec fica e envolvimento do Conselho Municipal da Habita o nas delibera es Em entrevista Maria Auxiliadora Gomes comenta sobre o desenvolvimento do OP em Belo Horizonte Ent o a divis o de recurso vem tamb m j desde o in cio pautada na ideia da invers o da gravidade das reas mais carentes da cidade Maiores recursos s reas mais populosas e mais carentes digamos assim com maiores problemas com maiores dificuldades O Or amento Participativo trouxe a exig ncia j desde o come o de que toda obra tem que ser feita a partir de um projeto Um projeto de uma concep o da obra Ent o isso levou que o projeto passasse por uma fase de mistifica o E surge uma dificuldade enorme porque At mesmo pra dimensionar fazer uma estimativa de custo de uma o
568. social em fun o da condu o t cnica e pol tica assumida pelo governo municipal embora a pr tica de participa o dos setores desenvolvida desde 1996 n o deva ser desprezada por constituir se em capital acumulado de experi ncia pol tica dos setores participantes 5 3 3 A produ o do consenso na III Confer ncia tens es acordos e encaminhamentos A equipe t cnica da Secretaria Municipal de Pol tica Urbana munida dos resultados da HI Confer ncia relativos revis o do Plano Diretor e da Lei de Ocupa o e Uso do Solo formulou o Projeto de Lei n 820 09 enviado C mara Municipal e transformado na Lei n 9 959 10 A condu o do Executivo as dificuldades enfrentadas pelas representa es dos setores ao longo do evento e a agilidade aplicada ao processo n o impediram que a Confer ncia funcionasse como um grande f rum onde prevaleceram o debate e os acordos Foi poss vel constatar que parte substancial das decis es foi incorporada legisla o e a revis o resultante da II Confer ncia efetivou antigas proposi es vinculadas luta pela reforma urbana descartadas nos momentos de revis o anteriores Ao analisar neste cap tulo as altera es das Leis n 7 165 96 e n 7 166 96 e a revis o resultante da III Confer ncia presentes na Lei n 9 959 10 foi poss vel destacar alguns aspectos das revis es da legisla o urban stica de Belo Horizonte O ponto fundamental a ser salientado na revis o de 2010 refere s
569. sses populares no cen rio pol tico E ao tratar do tema pelo uso da propaganda a autora mostra como a constru o de um imagin rio coletivo no Brasil nessa fase estabeleceu uma cultura pol tica que redimensionou o conceito de democracia para uma 14 O novo quadro pol tico institucional desenhado pela retomada da democracia tem como marco jur dico a Constitui o de 1988 Ultrapassadas duas d cadas de sua promulga o as novas bases legais ainda geram pol micas ao provocarem interpreta es divergentes das mudan as institu das ao mesmo tempo em que sinalizam importantes diretrizes pol ticas pelo car ter prodigioso que assumiu a Constitui o em prol de instituir e favorecer a participa o da sociedade civil em processos decis rios de governo sobre pol ticas p blicas Ao transformar os munic pios em entes federativos a Constitui o Federal de 1988 favoreceu uma maior integra o entre as esferas de governo Na esteira dessas transforma es jur dico pol ticas foram promulgadas constitui es estaduais e leis org nicas municipais em um cen rio democr tico em que as cidades ganham relev ncia por representarem o l cus onde acontece mais diretamente a rela o do Estado com a sociedade As novas diretrizes constitucionais representam uma mudan a significativa na concep o de cidade apresentando se como um novo e amplo repert rio conceitual associado ideia b sica de consolida o da cidade como um direit
570. ssibilidade ambiental 182 porque as normas contidas na Lei n o s o eficientes e deveriam ser aperfei oadas Grifos desta pesquisadora O questionamento feito pelo setor t cnico na aprecia o da proposta apresentada demonstra que dentro do Conselho existe clareza sobre a complexidade que envolve o problema vi rio Concomitantemente a argumenta o da conselheira representante da Secretaria Municipal de Atividades Urbanas evidencia como as urg ncias pontuais se imp em aos cuidados met dicos que devem ser tomados no planejamento como a realiza o de diagn sticos e formula o de projetos para a orienta o sistematizada das pol ticas Pode se considerar a cria o do VIURBS Programa de Vias Priorit rias de Belo Horizonte com proposta de interven o em todo o munic pio que tem por objetivo reduzir o perfil radioconc ntrico de circula o da cidade como a iniciativa mais direta da administra o no sentido de formular uma pol tica para a quest o vi ria O programa foi apresentado ao COMPUR na 109 reuni o ordin ria em 2006 sem ter havido uma intera o do Conselho com as equipes do Executivo na formula o da proposta fato que refor a a constata o do distanciamento entre o COMPUR e os rg os especializados de governo No entanto o programa se fundamenta no cotidiano de aplica o da legisla o e de como ela afeta a estrutura o e os usos das vias elementos de pauta do Conselho Al m disso a pol
571. ssidade de articula o do Conselho com os delegados As propostas provavelmente ir o se subdividir em tr s grandes campos a saber 1 altera o de legisla o 2 propostas relativas a interven es estruturantes 3 propostas relativas a opera o da gest o urbana Terminando esse processo quando chegar a um n vel definitivo do formato das propostas elas ser o encaminhadas ao COMPUR para verificar se est o em conformidade com as diretrizes deliberadas pela Confer ncia Esclareceu que ap s todo o processo a minuta de lei resultante ser encaminhada para vota o no Legislativo Informou ainda que por sugest o do Presidente do Conselho o f rum de delegados se re na algumas vezes at o dia do encerramento da Confer ncia para dar retorno sobre os encaminhamentos feitos at ent o O presidente Murilo Valadares SCOMURBE prop s um interc mbio com os delegados acompanhando as vota es das propostas na C mara dentro do processo de finaliza o da Confer ncia principalmente no caso de haverem diverg ncias quanto a assuntos pol micos Grifos desta pesquisadora 22 Ata da 59 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 18 04 2002 Grifos desta pesquisadora 239 O conselheiro Manoel Teixeira IAB sugeriu programar discuss es peri dicas dos assuntos mais gerais da cidade o que na sua opini o papel do COMPUR e agora mais fiscalizando a Prefeitura no cumprimento das determina es
572. stia uma cultura de projeto para as obras Entrevista Maria Auxiliadora Gomes Profissional Governo Mesmo tendo sido redimensionado os depoimentos e a documenta o sinalizam para a persist ncia de problemas ainda n o solucionados do planejamento urbano tais como a necessidade de amadurecimento da proposta participativa dentro das estruturas de governo o n o desenvolvimento eficaz das f rmulas de descentraliza o as dificuldades de aplica o de mecanismos intersetoriais As interpreta es feitas demonstram que as dificuldades do COMPUR em se situar na din mica do planejamento da cidade t m uma base estrutural fato que afeta a rela o do Conselho com os rg os competentes da administra o municipal Essa conclus o foi refor ada por diagn sticos similares feitos por outros conselheiros sobre a rela o do COMPUR com a administra o corroborando a ideia de que existe uma op o de direcionamento assumida 172 pelo Poder Executivo que por sua vez n o tem favorecido uma verdadeira cumplicidade ou parceria entre o Conselho e os rg os de governo na formula o das pol ticas urbanas Mais recentemente quest es que geravam uma pol mica maior que o COMPUR tinha que opinar Mas ele foi acabando caindo num varejo de pequenas quest es as quest es omissas do Plano Diretor ou da Lei de Uso e Ocupa o do Solo Eu n o poderia fazer uma avalia o hoje porque eu n o estou participando mas at 2007 eu ac
573. stivamente debatida com a comunidade e encaminhada C mara Municipal de Belo Horizonte que estava iniciando a elabora o da Lei Org nica do Munic pio Esta provid ncia estendeu ao Poder Legislativo o debate sobre o Plano Diretor e em decorr ncia a Lei Org nica acabou incorporando em suas determina es diversas propostas do documento PLANO DIRETOR DE BELO HORIZONTE BH 2010 documento de 1990 p 11 Eduardo Azeredo foi prefeito pelo PSDB 86 cidade e sustentado em uma idealiza o de cidade desconsiderando a dimens o cotidiana do espa o urbano e a rapidez de sua transforma o A autora afirma que as dificuldades referiam se desde a sistematiza o de dados e informa es at a organiza o t cnico institucional para a condu o do processo de elabora o do plano pois os novos planos diretores que come aram a ser elaborados p s 1988 em v rias cidades brasileiras encontravam se em est gio inicial sem que ainda tivessem sido constru dos referenciais te rico metodol gicos FREITAS 1996 p 73 Os antecedentes da proposta BH 2010 foram resgatados por Torres 2003 e explicam a posi o das figuras pol ticas que se comprometeram com sua constru o e veicula o no Legislativo Ao n o ser aprovado o Projeto de Lei de 1988 foi retomado pelo governo eleito no ano seguinte na esteira da reforma administrativa de 1983 A realiza o de um semin rio envolvendo todos os secret rios municip
574. stringiu a definir as diretrizes de regulamenta o das ADESs Os instrumentos urban sticos na revis o das leis Os instrumentos urban sticos propostos pela legisla o federal s o inovadores e sua incorpora o nos planos diretores normalmente traz implica es que demandam acordos pol ticos entre os atores que constroem e usufruem da cidade pelos impactos que geram no planejamento e na defini o de pol ticas urbanas 272 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana 2002 p 87 Palestra Espa o P blico e Cidadania mediada por Leonardo Castriota 80 As ADEs regulamentadas foram Lei n 9 037 05 que se refere Bacia da Pampulha e Trevo Lei n 9 111 05 que estabelece direito de perman ncia de usos na ADE da Cidade Jardim 248 O Plano Diretor de Belo Horizonte aprovado em 1996 limitou se a instituir os instrumentos Transfer ncia do Direito de Construir Opera es Urbanas Conv nio Urban stico de Interesse Social e IPTU Progressivo A formaliza o desses instrumentos em lei na poca representou um avan o pois os artigos 182 e 183 da Constitui o s seriam regulamentados em 2001 como j foi explicado no in cio da tese Ao mesmo tempo as novas diretrizes do Plano e a formaliza o dos instrumentos n o se traduziram em mudan as imediatas Alguns fatores dificultaram a aceita o e aplica o dos instrumentos as resist ncias do mercado imobili rio dificuldades operacionais que demandam ar
575. struturas avan adas de concep o e controle de pol ticas p blicas O estudo aponta uma ambiguidade estrutural na experi ncia de Belo Horizonte ao mesmo tempo em que estimula a pr tica democr tica o Poder Executivo controla e concentra poder A posi o do Estado nesse caso leva ao questionamento sobre a diferen a entre uma pr tica de educa o do consenso e uma pr tica direcionadora das decis es e encaminhamentos A reflex o feita por Bobbio 1979 sobre os paradoxos da democracia se faz real al m dos pontos levantados pelo autor nuances do fazer democr tico foram percebidas no estudo do planejamento urbano participativo As an lises emp ricas desenvolvidas sobre o funcionamento do COMPUR e das Confer ncias mostram a simultaneidade entre pr ticas de compartilhamento decis rio fomentadoras do aprendizado pol tico democr tico e limita es impostas pela atua o dos governos resistentes a transformar o compartilhamento em uma f rmula equilibrada de partilha do poder sobre as decis es relativas regula o e interven o urbana As explica es para os paradoxos detectados na an lise dessa realidade local podem ser buscadas em caracter sticas mais globais de uma cultura pol tica que privilegia o Poder Executivo concentrando nele a capacidade decis ria e a fun o de gerir de forma centralizada as 314 Tarso Genro 1995 ao abordar sobre o OP de Porto Alegre fala da participa o efetiva do Estado no sentido de
576. suntos expostos pela presid ncia do Conselho na tentativa de demonstrar como o COMPUR passou a lidar com os projetos de maior porte desenvolvidos na cidade Projeto de regulariza o de parcelamento do solo e de edifica es A assessora da SCOMURBE MARIA CALDAS apresentou o contexto da proposta da Lei de regulariza o em tramita o na C mara Municipal salientando que por um lado houve revis o e simplifica o da Lei do Plano Diretor da Lei de Parcelamento Uso e Ocupa o do Solo do C digo de Posturas e de Obras e por outro lado h historicamente grande irregularidade na cidade Esclareceu que o Executivo prop s um projeto que busca atingir todo tipo de edifica o criando um procedimento diferenciado para a regulariza o denominada social Fez a leitura do conceito geral destacando o objetivo de universaliza o dos direitos sociais como a legalidade da propriedade O engenheiro Ricardo Aroeira informou que a apresenta o seria sobre a atualiza o do Plano Municipal de Saneamento 2004 2007 e que est prevista para o pr ximo ano a Confer ncia Municipal de Saneamento O Plano Municipal de Saneamento um 197 Ata da 85 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 20 05 2004 187 instrumento quadrienal que atualizado a cada dois anos e est sendo atualizado em 198 2006 A conselheira Maria Caldas fez a apresenta o da proposta de altera o das regulamenta
577. t pelo m rito de terem sido abertos em fun o da luta social mas a concretiza o das conquistas exige concess es cabendo m quina p blica o papel de tornar realidade a democracia participativa Uma m quina p blica historicamente azeitada pelos 166 Trechos da Ata da 58 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 21 03 2002 Em fun o da import ncia dessa ata para a an lise do COMPUR o documento integral encontra se em anexo Grifos desta pesquisadora 166 princ pios e pela l gica da democracia formal representativa e com profundas marcas de centralismo Culturalmente os velhos registros da posi o predominante do Estado n o totalmente superados se mesclam de forma tensa ao recente papel da sociedade civil estimulada legal e politicamente a tomar decis es de interesse p blico Concretamente existe um confronto de concep es e projetos de cidade que passa pelas representa es simb licas diferentes pr prias do universo de cada um dos atores envolvidos nas arenas p blicas onde exp em e compartilham suas concep es e interesses O debate e o compartilhamento das diferentes concep es convergem para pontos de interse o onde discord ncias se mesclam s concess es feitas pelas partes envolvidas No caso da experi ncia do COMPUR acredita se que a converg ncia entre os atores se sustenta tamb m na defesa comum da continuidade e do aprofundamento da participa o democr tica
578. ta o preparou os delegados eleitos sem segment los em setores colocando os em di logo e entrecruzando os olhares dessas lideran as ao longo do foro Defini es sobre a participa o do Estado e da sociedade civil Uma defini o importante neste evento e adotada posteriormente na III Confer ncia foi a decis o de os poderes Executivo e Legislativo n o atuarem com direito de voto privilegiando a presen a e a delibera o de car ter civil procedimento que gerou rea o dos representantes do Legislativo no COMPUR Continua o da discuss o O Conselheiro Maur cio Leite assim se manifestou Esperei o fim da vota o porque o que vou colocar assunto vencido Argumentou que como representante da C mara causou lhe estranheza ler a minuta do Regimento e n o ver ali contemplado a participa o do Legislativo e do Executivo Disse entender o processo da Confer ncia como sendo muito rico em discuss o de Pol tica Urbana e que o executivo de certa maneira est envolvido nele operacionalmente mas segundo o Conselheiro a 234 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana de Belo Horizonte Palestra de Jos Ab lio Pereira 2002 p 44 214 aus ncia de delegados da C mara pode criar um distanciamento do processo da Confer ncia em rela o aos vereadores Sugeriu que se estudasse uma forma de se aproximar os vereadores do processo de discuss o preliminar de forma que se crie um v nculo com
579. ta com base na metodologia aplicada da Cidade que somos e a Cidade que queremos verificam se converg ncias de opini o sobre os avan os j alcan ados no desenvolvimento de novos centros No agrupamento feito das percep es dos delegados s o destacadas avalia es mais globais da quest o 21 Diretrizes estabelecidas pelo Plano Diretor para a descentraliza o Art 6 Os objetivos estrat gicos e as diretrizes de desenvolvimento urbano estabelecidos nesta Lei visam a melhorar as condi es de vida no Munic pio considerados os seguintes fatores HI a alta concentra o espacial das atividades de com rcio e de presta o de servi os Art 7 S o objetivos estrat gicos para promo o do desenvolvimento urbano XV a cria o de condi es para a forma o e a consolida o de centralidades Art 10 S o diretrizes da pol tica urbana VI elaborar proposta f sica de crescimento para o Munic pio criando p los de desenvolvimento visando a reduzir o tr fego a descongestionar a rea central e o hipercentro e a proporcionar popula o alternativas de trabalho estudo moradia e melhor acesso aos equipamentos urbanos e comunit rios diminuindo a necessidade de deslocamentos Art 13 S o diretrizes de interven o p blica nos centros e nas centralidades estabelecer instrumentos e incentivos urban sticos e realizar obras em reas p blicas visando a IV estimular o surgimento de centralidade
580. tais do Plano Diretor integrando as pol ticas urbanas e sociais com a es de fomento econ mico 28 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 25 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 231 Percep es sobre planejamento e desenvolvimento urbano A vis o sobre um planejamento que englobe a cidade na sua totalidade foi manifestada nas discuss es dos grupos de trabalho nas recomenda es ao Executivo e na s ntese onde foram esbo ados os resultados da II Confer ncia Na I Confer ncia essa preocupa o esteve presente ao longo dos trabalhos podendo ser resumida na proposta feita como recomenda o ao Executivo Cria o de um plano macro estrat gico com a es estruturantes e multisetoriais na defini o dos investimentos na cidade como instrumento permanente de solu o dos problemas do espa o 260 urbano O Estatuto da Cidade compreende o crescimento e o desenvolvimento urbano como um processo no qual se deve buscar o equil brio entre o social e o ambiental na rela o deles com o crescimento econ mico Na I Confer ncia Nacional das Cidades realizada em 2003 foram definidas diretrizes para a sustentabilidade financ
581. tamb m outros documentos referentes aos planos urban sticos como o Plano de A o de 1984 e o Plano de 1994 mais conhecido como BH 2010 e que antecedeu ao Plano Diretor de 1996 documentos n o transformados em lei na C mara Municipal Importantes tamb m foram a Lei Org nica do Munic pio e as leis Minayo 1998 em sua abordagem sobre a pesquisa social destaca o car ter essencialmente qualitativo do objeto das Ci ncias Sociais destacando a identidade entre sujeito e objeto ou a rela o entre sujeitos na investiga o social pois o observador da mesma natureza que o objeto 17 O Regimento Interno foi aprovado pelo Decreto Lei de n 9330 de 25 de agosto de 1997 As altera es aconteceram nos anos de 2001 2003 e 2009 Delibera o Normativa DN COMPUR 02 2003 68 Reuni o Ordin ria 30 01 2003 Altera e consolida o Regimento Interno do Conselho Municipal de Pol tica Urbana Altera es introduzidas pelo Decreto n 10 516 de 20 de fevereiro de 2001 Regimento Interno Consolidado atualizado com base nas delibera es DN COMPUR 04 2008 e DN COMPUR 02 2009 18 O Plano de A o de 1984 foi transformado em Projeto de Plano Diretor em 1988 20 respons veis pela oficializa o das Reformas Administrativas aplicadas desde 1983 pela Prefeitura de Belo Horizonte Os documentos principais foram os anais referentes primeira e segunda Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Da III Confer ncia foram analisadas
582. tante dos empres rios exp em as conclus es deles sobre o desempenho do setor popular no evento Nesta III Confer ncia aqui o setor popular se apropriou de alguma forma n n o completamente porque se tivesse apropriado completamente a gente iria come ar fazendo mudan as desde a concep o do Regimento da Confer ncia Porque n o faz sentido se o setor popular o segmento maior da cidade Por que a gente estava em n mero igual na Confer ncia Tamb m n o nos interessa um Conselho se voc n o conhece a composi o dele n o sabe como que ele eleito E a tinha outros que interferiam nessa quest o O Conselho de Patrim nio Hist rico e Cultural interfere assim enormemente na quest o urbana da cidade N o s no patrim nio n o s na hist ria da cidade interfere na quest o urbana interfere na vida da gente Ent o voc tem que entender esses conselhos saber como que eles s o compostos como que eles s o como que eles se articulam quem s o os representantes da gente l Articular isso tudo juntar tudo Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular Acho que houve um amadurecimento muito grande por parte do setor popular que se sentia muito mais aut nomo e menos amarrado aos des gnios da Prefeitura Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial Refor a a ideia de que houve um amadurecimento do setor popular durante a Conf
583. taria de Pol tica Urbana s o Regula o Urbana Habita o e Defesa Civil A Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte URBEL manteve se vinculada Secretaria de Pol tica Urbana juntamente com outros rg os da administra o indireta Empresa de Transportes e Tr nsito de Belo Horizonte S A BHTRANS Superintend ncia de Desenvolvimento da Capital SUDECAP e Superintend ncia de Limpeza Urbana SLU Ao agregar as secretarias adjuntas e as estruturas indiretas a Secretaria de Pol tica Urbana passa a coordenar todos os rg os e entidades que concebem e monitoram interven es urbanas nas reas de transporte habita o limpeza saneamento e as demandas espec ficas de urbaniza o relativas popula o de baixa renda instalada em vilas favelas e conjuntos habitacionais Essa jun o das pol ticas urbanas demonstra um esfor o de aplicar um modelo de planejamento urbano que quebra com a fragmenta o e reconhece a complexidade das demandas da capital Dentre as compet ncias al m das convencionais relacionadas elabora o e ao monitoramento de planos programas e projetos de desenvolvimento urbano inclui se a coordena o dos processos de elabora o dos planos regionais e dos projetos de requalifica o urbana em colabora o com as Secretarias de Administra o Regional Municipal Esse item das II coordena o da estrat gia de interven o em reas de risco no Munic pio IV urbaniza o reurb
584. tema pol mico que j vem sendo discutido h muito tempo na capital A pauta proposta constaria de uma hora de exposi o dos Ata da 46 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 30 03 2001 164 Ata da 74 Reuni o Ordin ria do Conselho Municipal De Pol tica Urbana 26 06 2003 16 Ata da 21 Reuni o Extraordin ria do Conselho de Pol tica Urbana 01 08 2001 A Confer ncia citada refere se II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana Os grifos foram feitos para destacar afirma es que subsidiar o interpreta es a serem expostas em t pico seguinte deste cap tulo importante salientar refor ando a argumenta o desenvolvida de que o tema Planejamento Urbano reaparece na rotina do COMPUR em discuss es mais densas e conceituais que foi realizado em 2006 um Semin rio sobre quest es relativas ao planejamento tendo sido exposta sua organiza o pelo professor Geraldo Magela Costa do Instituto de Geoci ncias da UFMG na 107 Reuni o Ordin ria do Conselho 164 palestrantes e uma hora de debates de dez minutos para cada participante o que foi aceito por todos A arquiteta e professora Iracema Bearing Faculdade Izabela Hendrix foi convidada para discorrer sobre o tema Planejamento da Cidade defini o e pr tica em Belo Horizonte A arquiteta exp s que apesar de Belo Horizonte possuir Plano Diretor Lei de Parcelamento Uso e Ocupa o do Solo e Plano Global ainda n o h e
585. ternacional de Direito e Economia Em seu estudo sobre os Conselhos Gestores e a Democratiza o das Pol ticas P blicas no Brasil Tatagiba 2002 desenvolve a ideia de encontros ao analisar a rela o entre a sociedade civil e o Estado nessas esferas p blicas compartilhadas 10 O movimento pela reforma urbana elege como seu interlocutor privilegiado o Estado nas suas diferentes inst ncias executivo legislativo e judici rio e nas diferentes esferas nacional estadual e municipal Prioriza como interlocutor o poder local por compreend lo como o lugar da administra o dos conflitos O ide rio da Reforma 15 A possibilidade de supera o do planejamento urbano de natureza normativa para uma vers o participativa pressup e a exist ncia de espa os de consulta e de delibera o sobre pol ticas e a ado o de mecanismos de controle das interven es e dos servi os urbanos Investimentos em pesquisa t m sido feitos focalizando a forma o e atua o dos Conselhos Setoriais de Pol ticas P blicas dos Or amentos Participativos e de outras modalidades de espa os p blicos esfor os que trazem novas interpreta es e evidenciam a import ncia do tema democracia participativa dando visibilidade a investiga es importantes relacionadas s experi ncias participativas no mbito municipal Esta tese se inclui entre os trabalhos voltados para esse tema e tem por objetivo entender a cidade como um direito t
586. tes no Conselho e pedir pra ir e articular e o pr prio modo de a gente se articular para participar do Conselho um sinal de como o Conselho importante respeitado pelo poder p blico Entrevista Maria Fernandes Caldas Representante Governo Deve se considerar que a conselheira representa o olhar t cnico portanto poderia suscitar d vidas pela posi o que ocupa como parte do governo mas a an lise da trajet ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana e o cruzamento das falas de representantes dos setores e dados produzidos em pesquisa de campo mostram que os atores participantes do processo reconhecem o esfor o de constru o de espa os democr ticos em Belo Horizonte e o COMPUR representa parte desse esfor o onde atuam o Estado e a sociedade civil 202 Ata da 26 Reuni o Extraordin ria do Conselho Municipal de Pol tica Urbana 12 06 2003 203 Na pesquisa de campo realizada com delegados do setor popular participantes da 2 Confer ncia de Pol tica Urbana constam a avalia o positiva superior a 86 das tr s ltimas administra es sobre a abertura participa o da sociedade civil nas pol ticas p blicas os delegados acreditam que h interfer ncia da participa o nas decis es de governo os espa os de participa o foram classificados em primeiro lugar como resultado da participa o popular e h reconhecimento dos avan os desenvolvidos em Belo Horizonte nesse mbito 190 4 4 Delibera
587. tia da revers o de reas urbanas vazias para a provis o de Habita o de Interesse Social FERREIRA MOTISUKI 2007 Em depoimento a presidente do IAB explica que as AEIS ultrapassam as ZEIS porque ampliam as reas que demandam pol ticas especiais de inclus o urbana sem restringir as a es de governo aos espa os mais vulner veis da cidade representados pelas ZEIS Eu acho que ZEIS representam um instrumento tempor rio um instrumento de conquista de rea para pobre dentro da cidade Mas ele tem de ser um instrumento de Justi a social tempor rio Tem que ser igual Bolsa Fam lia As AEIS envolvem uma abrang ncia maior ou seja n o precisa estar dentro de uma rea considerada paup rrima dentro da cidade dentro de uma Zona Especial para poder se beneficiar de pol tica p blica de incentivo ao interesse social Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico No campo da formaliza o de espa os da cidade que precisam ser tratados como reas especiais foram importantes tamb m as decis es tomadas sobre a amplia o das Areas de Diretrizes Especiais Art 75 A Em atendimento ao disposto no art 31 desta Lei o Executivo identificar reas que apresentem caracter sticas adequadas quanto s condi es topogr ficas geol gico geot cnicas de acesso a infra estrutura equipamentos e servi os urbanos e de 277 regularidade jur dica e urban stica nas quais haja interesse p blico em implant
588. tica minimizou problemas cr ticos na cidade possibilitando a melhoria da qualidade ambiental bem como dos par metros urban sticos IPTU diferenciado como fator de inclus o e redistribui o de renda Lei de uso e ocupa o do solo orientando e descentralizando fluxos e atividades Descentraliza o das atividades com rcio servi os p blicos etc A legisla o urban stica atual descentraliza as atividades econ micas Exist ncia de mecanismos legais que favorecem a preserva o do patrim nio tais como a transfer ncia do direito de construir os conselhos etc Instrumentos das ADE e zoneamentos permitem tratar situa es especiais da cidade Exist ncia de reas definidas como ADE favorecendo o crescimento inclusivo Elabora o e vota o da Lei de ZEIS 1 e 3 Parcerias entre iniciativa p blica e privada para recuperar reas degradadas como ocorreu com a Pra a da Liberdade 253 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 24 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 227 H entendimento por parte dos delegados e participantes da II Confer ncia sobre a import ncia do Plano Diretor de Belo Horizonte como instrumento le
589. ticipa o foi tratada na experi ncia de elabora o do Plano de 1990 Verifica se uma timidez da administra o na aplica o de instrumentos participativos mais diretos destacando se mais claramente o vi s tecnocr tico na formula o da proposta O Plano exp e a necessidade de estimular o desenvolvimento econ mico tema evidenciado em v rias passagens do documento o caminho que o Brasil dever seguir no futuro pr ximo para a consolida o da democracia o do crescimento econ mico e o da moderniza o com redefini o do Rr a 87 papel do setor p blico na economia e desconcentra o da renda nacional Para empreender tal programa de desenvolvimento preciso que a moderniza o do 7 x 2 Pr i 88 Pa s esteja presente em todas as a es do Poder P blico e da iniciativa privada 3 Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 p 11 37 Plano Diretor de Belo Horizonte BH 2010 documento de 1990 p 36 89 O interessante que esse discurso do crescimento econ mico mesmo acontecendo em um novo contexto pol tico do pa s guarda semelhan a com o discurso que marcou o regime autorit rio que naquele momento prop s o crescimento econ mico em substitui o democracia A import ncia dada ao desenvolvimento econ mico mantida na nova conjuntura e presente no plano proposto para a capital mineira demonstra a associa o entre democracia e crescimento econ mico No
590. ticula o entre os poderes de Estado a necessidade de uma mudan a maior de comportamento dos atores de governo e da sociedade o amadurecimento da pr pria ideia de direito cidade Ao analisar as lacunas da legisla o urban stica de Belo Horizonte referentes aos instrumentos urban sticos Mendon a 2008 faz considera es importantes A arquiteta avalia que as Opera es Urbanas e o Conv nio Urban stico de Interesse social favorecem a parceria p blico privada As Opera es Urbanas dependem de lei espec fica e atendem aos interesses imobili rios por flexibilizar regras urban sticas em reas de interesse de investimento O Conv nio Urban stico na avalia o da autora um instrumento mais fr gil associado diretamente a benef cios sociais por m implica est mulos que normalmente n o s o aplicados e s o desfavorecidos tamb m pelas poucas reas definidas como ZEIS 2 pela Lei n 7 166 96 Mendon a explica que o IPTU Progressivo no Tempo e a desapropria o com T tulos da D vida P blica foram esvaziados na lei do Plano Diretor A minuta da lei apresentada pelo Executivo propunha seu uso em terrenos subutilizados nas reas classificadas como de adensamento preferencial e nas ZEIS 2 Na fala da autora A lei aprovada n o s deixou de definir a aplica o do instrumento como tornou o in cuo na medida em que limitou a sua aplica o a terrenos com rea superior a 5 000 metros quadrados MENDON A 2008 p 200
591. ticula o entre setores um ganho irrevers vel principalmente para os quadros permanentes Eles podem mudar de lugar mas n o v o se alterar Entrevista Helo sa Soares de Moura Costa Representante Setor T cnico No caso do COMPUR o confronto por vezes matizado pelo car ter mais t cnico das discuss es e decis es e em fun o do controle exercido pelo Poder Executivo como definidor da pauta respons vel e interessado na solu o das demandas apresentadas pelos setores por ser o gerenciador das propostas de solu o e dos encaminhamentos 144 O setor t cnico e 2 22 25151 A atua o do setor t cnico no COMPUR gera um diferencial de qualidade ao Conselho pela contribui o dada ao aprofundamento e aos desdobramentos do debate introduzindo na arena de discuss o elementos provocadores de reflex o nas tomadas de decis o referentes s mat rias em pauta Como portadores de uma vis o especializada os profissionais desse segmento apresentam um discurso mais cr tico fazendo o contraponto argumentativo frente posi o dominante do Executivo A atua o desses conselheiros favorece a matura o dos temas trabalhados na formula o dos pareceres recomenda es e avalia es de minutas de projetos de lei n o s porque dominam conhecimentos sobre os fen menos urbanos mas tamb m por possu rem um engajamento pol tico ideol gico que lhes d condi es de fomentar o debate S o atores da sociedade ci
592. tina do Conselho analisada a partir das atas foi poss vel perceber que os representantes do setor popular nos debates de um modo geral demonstram uma vis o integrada das pol ticas e da necessidade de ser dado um tratamento social s interven es urbanas O setor empresarial Toda a exposi o feita no cap tulo anterior sobre os momentos do planejamento urbano em Belo Horizonte a aprova o do Plano Diretor e da Lei de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo em vigor e os mecanismos participativos aplicados na revis o dessa legisla o est o voltados para a regula o da cidade 151 Concretamente a rotina do Conselho de Pol tica Urbana majoritariamente voltada para o funcionamento da cidade legal Nesse aspecto as demandas e decis es que nutrem a agenda do Conselho s o de interesse direto do setor empresarial que tem demonstrado isso na disputa pelas vagas na presen a argumentativa nos debates e defini o de pareceres nas articula es e na import ncia dada exist ncia de um conselho dessa natureza na cidade Rodrigues 2008 em artigo sobre o planejamento e a produ o da cidade reflete sobre como o planejamento tende a lidar com a cidade numa perspectiva ideal buscando uma ocupa o urbana harmoniosa sendo raras as preocupa es com a din mica da cidade real Nesse sentido a autora demonstra sua preocupa o com a atua o dos agentes tipicamente capitalistas na produ o do espa o Maricato 20
593. tindo num importante instrumento para a compreens o dos paradigmas t cnicos adotados e do contexto socioecon mico de sua proposi o Ao criar par metros de controle de parcelamento ocupa o e uso do solo a legisla o passa a participar da contradi o inerente ao im vel urbano que aquela existente entre o seu valor de uso e seu valor de troca contradi o que se manifesta nos processos sociais EPAMINONDAS 2008 p 248 No estudo das revis es das leis buscou se destacar mudan as sugeridas pela II Confer ncia que poderiam resultar em impactos mais significativos para a cidade A compara o da proposta de revis o das leis apresentada no Projeto de Lei n 655 de 2005 com as Leis n 7 165 e n 7 166 de 1996 passa pela Lei n 8 137 de 2000 resultado da I Confer ncia Em fun o disso s o importantes as interpreta es de Cota e Mol 2008 sobre essa lei Em 2000 ocorreu a primeira revis o das leis n 7 165 96 PD e 7 166 96 LPOUS Lei n 8 137 00 incluindo corre es e ajustes por m sem alterar os princ pios norteadores dessas legisla es urban sticas Pode se resumir as principais modifica es introduzidas do seguinte modo a corre o de limites entre zoneamentos e cria o de novas ADEs reas de Diretrizes Especiais b maior flexibiliza o relativa ao uso do solo mediante a defini o de medidas mitigadoras ou da exig ncia de licenciamento ambiental al m da revis o dos grupo
594. tituir o conte do das propostas de revis o Caso n o houvesse consenso ap s a discuss o das propostas divergentes o grupo deveria partir para a vota o podendo ser encaminhadas para aprecia o nas Plen rias de Encerramento apenas as propostas que tivessem o referendo de 30 dos votos dos presentes 264 Os GTs foram divididos por temas de acordo com a estrutura e conte do das leis A legisla o alvo de avalia o e revis o pela Confer ncia resultou em propostas que posteriormente deveriam ser apreciadas e transformadas em lei pelo Poder Legislativo Aplica o dos Instrumentos de Pol tica Urbana Grupo 1 Zoneamento e Par metros Urban sticos Grupo 2 Localiza o e Licenciamento de Atividades Econ micas Grupo 3 Parcelamento do Solo e Regulariza o de Edifica es Grupo 4 Zonas reas de Especial Interesse Social Grupo 5 reas de Diretrizes Especiais ADE Grupo 6 Posturas Grupo T A avalia o da cidade feita em peda os como normalmente vem acontecendo nas y revis es das leis um recurso de operacionaliza o utilizado em fun o da necessidade de cumprimento de prazos devido ao volume de participantes dos setores e por se tratar de uma op o metodol gica Essa forma de encaminhamento funcional mas desfavorece a apreens o da cidade na sua totalidade principalmente para o setor popular menos preparado tecnicamente para compreender as partes e o arranjo do conjunto Nas plen r
595. to de definir a representa o do setor para a Confer ncia e ao longo dos trabalhos Foi criticado inclusive pela aus ncia n o mantendo um equil brio num rico em rela o aos outros setores durante as etapas do evento Ao longo da hist ria do COMPUR e nas Confer ncias os argumentos do setor t cnico sempre representaram importante refer ncia para as posi es do setor popular Na III Confer ncia a capacidade de interlocu o entre os dois setores mostrou se mais fr gil Talvez tenha a um problema de linguagem entre o setor t cnico e o setor popular Eu acho que tem horas que o setor t cnico n o consegue sensibilizar o setor popular Eu percebi essa situa o em alguns momentos e n o consegui passar pra eles qual era a dimens o do neg cio Quando o setor popular n o entende o que o setor t cnico est colocando a acontece isso um problema que o setor t cnico tem de n o conseguir chegar e abranger de forma integral o repasse das informa es Entrevista J lio de Marco Delegado Setor T cnico 24 Os nomes dos representantes do setor empresarial foram indicados basicamente pelo SINDUSCON CMI CDL C mara de Dirigentes Lojistas e FIEMG Federa o das Ind strias de MG pois essas entidades s o fortemente ligadas entre si 262 Eles teriam que achar o meio termo pra discuss o deles do mercado imobili rio E ao mesmo tempo fazer com que essa discuss o fosse a discuss o do segmento popular
596. to dos poderes Executivo e Legislativo Um aspecto peculiar dessa primeira experi ncia alterado nas Confer ncias posteriores foi a realiza o das discuss es tem ticas dos relat rios feita separadamente por setor sem a integra o dos delegados originando os chamados relat rios s ntese encaminhados para avalia o e delibera o final na plen ria s nesse momento ocorreu a atua o integrada dos delegados Os 125 delegados se incumbiram de discutir os documentos focados nos temas desenvolvimento urbano desenvolvimento ambiental sistema vi rio e de transporte na estrutura urbana organiza o territorial prote o da mem ria e do patrim nio cultural desenvolvimento econ mico e reabilita o urbana Importante na an lise da I Confer ncia fazendo uma compara o dela em rela o s outras o fato de n o ter sido oferecido um curso preparat rio aos delegados O investimento na qualifica o desses delegados restringiu se s palestras de abertura proferidas por Raquel Rolnik e Maur cio Borges cujos temas foram respectivamente regula o urban stica pol tica urbana e produ o da cidade e Planejamento Urbano em Belo Horizonte A presen a desses palestrantes e a abordagem desses temas suscitam interpreta es que ajudam a elucidar o significado da experi ncia de Belo Horizonte contextualizada no momento pol tico representado pelo final da d cada de 1990 quando se disseminava a ideia de aplica o das
597. tos como Outorga Onerosa do Direito de Construir Parcelamento e Edifica o Compuls rios e IPTU Progressivo no Tempo foram suprimidos do texto dos projetos de lei por meio de emendas acatadas pelos relatores pela Comiss o Especial ou pelo Plen rio Par metros urban sticos como coeficiente de aproveitamento gabarito quota de terreno por unidade habitacional foram modificados e atenuados mediante press o do mercado imobili rio Mais uma vez os ideais de reforma urbana pareceram ficar restritos aos limites dos interesses do capital imobili rio GARCIA 2008 p 209 Outro ponto que precisa ser salientado a restri o prevista no texto legal quanto s altera es de zoneamento Tais altera es ficaram vinculadas a uma revis o geral que dever acontecer de quatro em quatro anos Embora n o explicitado na lei h um entendimento de que essa revis o deve ser fruto da Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana a ser realizada no primeiro ano de gest o do Executivo GARCIA 2008 p 111 A negocia o foi assim teve uma inst ncia de negocia o que participava os setores populares a iniciativa privada e paralelamente na C mara Ent o n s tivemos que sentar com a C mara com os agrupamentos de vereadores que cuidavam de cada setor e discutir pontos espec ficos Foi um varejinho um vereador outro vereador etc Trabalhou se com obras Contudo o processo foi marcado por continuidades e descontinu
598. tos s cio territoriais mais r pidos e intensos de que se tem not cia a popula o brasileira passou de predominantemente rural para majoritariamente urbana em menos de 40 anos 1940 1980 Este movimento impulsionado pela migra o de um vasto contingente de pobres ocorreu sob a gide de um modelo de desenvolvimento urbano que basicamente privou as faixas de menor renda da popula o de condi es b sicas de urbanidade ou de inser o efetiva cidade Al m de excludente o modelo de urbaniza o foi tamb m concentrador 60 da popula o urbana vive em 224 munic pios com mais de 100 000 habitantes das quais 94 pertencem a aglomerados urbanos e regi es metropolitanas com mais de 1 milh o de habitantes ROLNIK 2007 p 271 Na rota do modelo de desenvolvimento urbano excludente aplicado no Brasil e sua conforma o recente Maricato 2001 apresenta altera es substanciais que se fizeram a partir da d cada de 1980 A autora mostra que houve o aumento da taxa de crescimento das cidades de m dio porte frente s metr poles 4 8 contra 1 3 nos anos de 1980 e 1990 fen meno que altera o padr o de concentra o metropolitana Dados recentes mostram que as periferias das metr poles cresceram mais que os n cleos centrais gerando o aumento relativo das popula es pobres Fernandes 2006 tamb m apresenta dados sobre o quadro de crescimento urbano em andamento no pa s A preocupa o do autor demonstrar a import n
599. tos urban sticos previstos em lei tem se apresentado como um especial conte do de pauta do COMPUR Tal como aconteceu com as reas de Diretrizes Especiais tamb m as Zonas de Especial Interesse Social foram debatidas por se tratar de importante instrumento de garantia da fun o social da propriedade urbana A discuss o do anteprojeto de lei referente regulamenta o das ZEIS 1 e ZEIS 3 tamb m ilustra como a sociedade se faz presente em uma esfera p blica decis ria O debate destacado da ata do Conselho exp e a converg ncia das propostas oriundas dos segmentos diferentes em princ pio antag nicos o setor empresarial e o F rum de Vilas e Favelas Foi destacado tamb m do debate em torno da mat ria o questionamento feito pelo representante do setor t cnico sobre as limita es da legisla o na defini o da ZEIS 2 Os dois enfoques selecionados demonstram consensos manifestos nas discuss es sobre situa es que envolvem a vida da cidade e a tend ncia j demonstrada de interven es cr ticas do setor t cnico predominantemente feitas em prol da garantia da sustentabilidade urbana e da preserva o dos interesses de cunho social Aprecia o e aprova o da minuta do anteprojeto de Lei de regulamenta o das ZEIS 1 e ZEIS 3 e adapta o do PROFAVELA Apresenta o M nica URBEL S ntese da apresenta o Foram incorporadas algumas propostas do setor empresarial com exce o daquelas que negavam a ess ncia do
600. tradores regionais e t cnicos pertencentes a equipes respons veis pelas pol ticas urbanas do Munic pio Uma abordagem mais detalhada sobre a atua o desses profissionais demandaria uma melhor focaliza o do problema de pesquisa a amplia o dos informantes e a formula o de roteiros espec ficos para a realiza o das entrevistas Uma investiga o mais completa possibilitaria um entendimento mais preciso de como esses profissionais formularam as estrat gias de governo como amadureceram suas concep es democr ticas ao estabelecerem interlocu es com a sociedade em que n vel estiveram envolvidos nas lutas pol ticas em prol da amplia o dos direitos urbanos e quais as cr ticas que fariam sobre a experi ncia participativa de Belo Horizonte 313 Quest es levantadas e poss veis desdobramentos Os n veis de organiza o da sociedade belo horizontina nas diferentes fases de desenvolvimento da cidade foram contemplados mesmo n o se tratando do foco principal da pesquisa O intuito foi mostrar como as pr ticas de mobiliza o e de associa o principalmente as associa es de moradores as organiza es de vilas e favelas e o movimento pela moradia representam formas de atua o em prol dos direitos urbanos As pr ticas de a o coletiva existentes na cidade representam manifesta es que ajudaram a legitimar o sistema de participa o no planejamento urbano aplicado via Conselhos e Confer ncias de Pol tica Urba
601. transforma es dentre elas a manifesta o dos processos de reestrutura o produtiva pr prios do capitalismo globalizado altera o de paradigma de desenvolvimento que interferiu na gest o e no planejamento das cidades No entendimento de Freitag 2006 pode se afirmar que se fez hegem nica na virada do s culo XX para o XXI uma forte influ ncia das teorias e pr ticas urbanas norte americanas no Brasil O que pode ser verificado pela mudan a da fisionomia das cidades pelo uso de elevados e t neis para favorecer o transporte urbano ligado ao autom vel majoritariamente rodovi rio acompanhado de polui o do ar e irritabilidade dos motoristas Evidencia se a ado o de formas urbanas de viver baseadas no carro particular nos condom nios no com rcio centrado em supermercados e shoppings Esse desenvolvimento urbano destruiu formas de urbanidade civilidade solidariedade entre os moradores brasileiros FREITAG 2006 p 132 Hall 2007 explica que o planejamento convencional baseado na normatiza o do uso do solo florescera no grande boom dos anos de 1950 e 1960 servindo para controlar o explosivo crescimento f sico das cidades No entanto a grande recess o das d cadas de 1970 e 1980 acarretou mudan as na natureza dos problemas alvo do planejamento De acordo com a avalia o desse autor a origem de toda a revers o nas concep es e pr ticas de planejamento teria acontecido nos Estados Unidos onde p
602. trole das a es do Estado 4 1 2 A sociedade civil no COMPUR os setores t cnico popular e empresarial A representa o por setor no Conselho de Pol tica Urbana de Belo Horizonte oportuniza segmentos diferentes da sociedade a participarem das decis es do poder p blico sobre a cidade Eu acho que a participa o em diversos setores ela muito positiva pois tem disputas e as disputas s o leg timas tanto que est o ali pra isso mesmo j que a cidade disputa o tempo todo Elas acontecem Voc v claramente o que determinado setor est defendendo o que o t cnico est defendendo o que o Executivo est defendendo Ent o a participa o dos diversos setores eu acho que est o todos meio que em p de igualdade Eu acho a presen a do Executivo forte porque numericamente voc p e oito a oito Ent o considerado equilibrado mas na hora que voc pega um setor empresarial sozinho ele dois entre dezesseis o t cnico dois entre dezesseis No final o seguinte a sociedade civil e o Executivo Entrevista Maria Cristina Fonseca Magalh es Representante Governo Mesmo que voc tenha alguma discord ncia j teve esse debate anterior e ali um lugar de explicitar mais debates fundamental ter esta inst ncia de di logo Eu acho que os diversos setores v o se transformando e muito e v o aprendendo a trabalharem juntos Eu acho que o que se tem hoje na Prefeitura de Belo Horizonte em termos dessa ar
603. trumentos inscritos no Estatuto da Cidade quanto da participa o de uma pluralidade de atores sociais com presen a na cena p blica SANTOS JUNIOR 2007 p 293 Novo marco institucional e sociopol tico se instaurou com a nova Constitui o particularmente no tocante ao planejamento urbano e regional e aos instrumentos nela criados Conceitos como sentido social da propriedade e a cria o de in meros mecanismos ligados participa o popular presente no novo estatuto pol tico do pa s criaram as bases para um novo processo de planejamento mais democr tico e afastado das pr ticas tecnocr ticas do per odo militar MONTE M R 2008 p 32 O sistema de normas de direito urban stico institu do demandou a organiza o de estruturas de Estado capazes de sobreviver s altern ncias de governo As a es mais importantes TE TEE 3 3 3 foram a cria o do Minist rio das Cidades e do Conselho Nacional das Cidades organismo respons vel pela realiza o das Confer ncias da Cidade Analisando sob uma perspectiva hist rica pode se dizer que tanto a cria o do Minist rio das Cidades e a implanta o do Conselho das cidades ambas em 2003 quanto a realiza o das confer ncias das cidades em 2003 e 2005 s o conquistas do movimento pela reforma urbana brasileira que desde os anos 1980 vem construindo x x 2 O desenvolvimento urbano n o se restringe amplia o do tecido urbano e moderniza o te
604. tucional vigente o acordo t cito entre os setores e representa es do poder p blico aliado condi o predominantemente consultiva do Conselho Municipal de Pol tica Urbana garantem sua continuidade e legitimidade favorecendo os encaminhamentos de governo por atuar como uma esfera que processa demandas avalizando pol ticas e procedimentos de rotina da cidade A condi o predominantemente consultiva do COMPUR favorece a sua continuidade como esfera p blica e mesmo apresentando limita es em interferir nas decis es de maior escopo apresenta se como uma inst ncia politicamente reconhecida no mbito da gest o e do planejamento urbano em Belo Horizonte 296 A conclus o sobre as conveni ncias e pactua es que atravessam a exist ncia do Conselho e o fato de acreditarmos que por meio delas o COMPUR se legitima como espa o formalizado n o responde e nem supera a contradi o maior verificada de se manter um espa o p blico cerceado em sua autonomia e alquebrado no seu papel de representar a inst ncia democr tica de planejamento urbano de Belo Horizonte Contradit ria tamb m se faz a postura dos atores envolvidos na trajet ria do Conselho atuantes como representa o de governo do Legislativo e da sociedade ou como t cnicos parlamentares e cidad os membros de organiza es civis Nas entrevistas e nas atas verificamos a demonstra o expl cita de uma vis o cr tica desses atores do lugar ocupado pelo Conselho fo
605. ucionais que facilitem a livre competi o pol tica e a participa o ampliada dos cidad os nos processos de tomadas de decis o Um projeto que precisa ser defendido pela sociedade organizada para ser viabilizado colocando em curso processos ampliados de participa o e delibera o que fomentem a discuss o p blica sobre interesses coletivos gt As ci ncias sociais v m se dedicando progressivamente s quest es relacionadas s pol ticas p blicas Ham e Hill 1993 explicam que nos anos de 1980 ocorreu um deslocamento dos termos do debate no cen rio pol tico havendo um ataque ao setor p blico e a procura aos dispositivos de mercado para se resolver problemas de aloca o social numa tend ncia de exposi o das inefici ncias do setor p blico Imp e se gradativamente o uso de t cnicas de gest o t picas do setor privado fazendo com que a administra o p blica viesse a ser cada vez mais descrita como gest o p blica 65 As considera es feitas por Nogueira 2005 servem de amparo para a abordagem do modelo participativo de democracia em fun o de a amplia o dos processos democr ticos gerar maior complexidade nas estruturas administrativas pelo crescimento e aprofundamento de demandas por servi os e bens p blicos Existe portanto uma vincula o entre burocracia e democracia Se se quer ter democracia por m em qualquer sociedade minimamente complexa a burocracia indispens vel REIS 2005 p 2
606. ue servir para subsidiar a discuss o da Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana tendo como refer ncia b sica os princ pios e diretrizes Esclareceu que o processo de monitoramento inicia se a partir desses princ pios e diretrizes fazendo atualiza es necess rias de diversas informa es Concluiu enfatizando que o COMPUR deva ser o grande centro de refer ncia e com o resultado da Confer ncia se transforme em uma inst ncia de fundamental import ncia na discuss o do planejamento e vida da cidade agregando todos os conselhos e temas variados Grifos desta pesquisadora Em v rios momentos as reuni es do COMPUR voltaram se para discuss es sobre o planejamento urbano na cidade situa es que oportunizaram o aprofundamento do debate sobre o papel do Conselho no campo do planejamento e da gest o urbanos Importante observar que tais situa es eram enriquecidas por exposi es te ricas e t cnicas sobre o planejamento com a presen a de profissionais especializados normalmente ligados s Universidades ou a centros de pesquisa qualificando o debate conceitualmente e consequentemente ampliando o campo de compreens o dos conselheiros sobre o papel do COMPUR no ordenamento da cidade como demonstram os recortes de atas O presidente do conselho Murilo Valadares SCOMURBE abriu a sess o comunicando que o objetivo da reuni o seria o debate sobre o Planejamento da Cidade defini o e pr tica em Belo Horizonte
607. ue foi esse sim o embri o do COMPUR Entrevista Jupira Gomes de Mendon a Representante Setor T cnico Antes de chegar na C mara o projeto de lei teve uma comiss o anterior com participa o da sociedade era j um Pr Compur Inclusive com nomea o atrav s de decreto de representantes da C mara do Mercado Imobili rio do SINDUSCON do IAB e de trabalhadores A proposta t cnica que tinha sido elaborada foi levada para essa Comiss o do Plano Diretor e foi discutida cap tulo por cap tulo Ent o assim cada setor levava para o rg o que ele estava representando fazer discuss es e trazia sua sugest o E havia ent o uma mesa todas as nossas reuni es eram uma mesa de negocia o Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo O Conselho foi gestado e pr institu do no processo de elabora o do Plano Diretor mas sua idealiza o anterior ocorreu em um dos momentos de maior efervesc ncia democr tica da cidade quando a C mara Municipal elaborava a Lei Org nica do Munic pio Garcia 2008 descreve os encaminhamentos dados e mostra que a Comiss o Tem tica de Pol tica Urbana e Meio Ambiente prop s dentre outras coisas a cria o de um Conselho de Pol tica Urbana Cabe salientar que dessa Comiss o participaram n o apenas vereadores mas representantes do Executivo e de diversas entidades associa es e movimentos da sociedade civil A cria o do Conselho Municipal de Po
608. ueles que se quer ter S o aqueles que s o induzidos a acontecerem ali Entrevista Teodomiro Diniz Camargos Representante Delegado Setor Empresarial A outra quest o que toda nossa discuss o aqui na Confer ncia ela j veio constru da Todas estas pol micas geradas desde o primeiro grupo que a gente come ou a discutir l h 4 s bados atr s que foi o grupo 7 era proposta do Executivo e n s trabalhamos em cima das propostas do Executivo Quase ningu m trouxe proposta nova pra apresentar N o teve entendeu Aquilo ali a gente trabalhou assim mudando a proposta do Executivo ou melhorando a proposta ou trazendo de volta a proposta da II Confer ncia Alguma coisa ou outra foi novidade mas a maioria dos temas das propostas discutidas aqui eram propostas do Executivo Quer dizer definido em torno do que o Executivo colocou pra gente discutir Entrevista Edn ia Aparecida de Souza Delegada Setor Popular Ent o nossa cr tica toda era o seguinte a Prefeitura chegou com uma proposta pronta de modifica o da lei que ela submeteu Confer ncia atrav s de grupos fragmentados de trabalho Entrevista Cl udia Pires Delegada Setor T cnico A Confer ncia como esfera participativa mesmo com a forte interfer ncia t cnica e a op o pelo encaminhamento pol tico restritivo representou uma f rtil possibilidade de aprendizado e de intera o para os setores representados em especial para o setor popular
609. uest es urbanas o entendimento do vocabul rio pertinente ao planejamento e de conte dos jur dicos relativos legisla o urban stica Dagnino 2002 quando avalia esse aspecto presente em resultados de pesquisa voltados para experi ncias participativas mostra que essa necessidade de qualifica o tem se revelado um desafio principalmente para os setores populares por exigir investimentos de tempo e energia retirados muitas vezes da manuten o dos v nculos com as bases Soma se a esse 2 Anais da II Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Tem ticas e ntegra dos Produtos das Pr Confer ncias Regionais 2002 p 379 510 250 Projeto de pesquisa Civil Society and Governance proposto pela Funda o Ford em 22 pa ses adotou no Brasil como eixo articulador a problem tica dos espa os p blicos DAGNINO 2002 p 11 224 problema o fato de o investimento no aprendizado dificultar a renova o dos quadros das lideran as envolvidas na participa o por resultar na acumula o de conhecimento restrita a algumas lideran as que passam a assumir um papel vital cio na representa o justamente por deter as informa es e a forma o necess rias participa o qualificada A exist ncia dos conselhos de pol ticas a realiza o de confer ncias e o envolvimento da comunidade no uso dos recursos p blicos em obras priorizadas pelo Or amento Participativo s
610. uiar Produ o imobili ria e regula o urbana em Belo Horizonte 1997 2002 In COSTA Geraldo Magela MENDON A Jupira Gomes de orgs Planejamento urbano no Brasil trajet ria avan os e perspectivas Belo Horizonte C Arte 2008 p 228 247 COUTINHO Carlos Nelson O conceito de pol tica nos cadernos do c rcere In COUTINHO Carlos Nelson TEIXEIRA Andr a de Paula Ler Gramsci entender a realidade Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 CUNHA Eleonora Schettini Martins O potencial de conselhos de pol ticas e Or amentos Participativos para o aprofundamento democr tico In DAGNINO Evelina TATAGIBA Luciana orgs Democracia sociedade civil e participa o Chapec Argos 2007 p 25 44 CYMBALISTA Renato Instrumentos de planejamento e gest o da pol tica urbana um bom momento para uma avalia o In BUENO Laura Machado de Mello CYMBALISTA Renato orgs Planos Diretores Municipais novos conceitos de planejamento territorial S o Paulo Annablume 2007 p 25 32 DAGNINO Evelina Sociedade civil participa o e cidadania de que estamos falando In MATO Daniel coord Politicas de ciudadania y sociedad civil en tiempos de globalizaci n Caracas FACES Universidad Central de Venezuela p 95 110 DAGNINO Evelina OLIVEIRA Alberto J PANFICHI Aldo Para uma outra leitura da disputa pela constru o democr tica na Am rica Latina In DAGNINO Evelina OLIVEIRA Alberto J PANFICHI
611. uma leitura realista da cidade seguida de defini es sobre qual cidade deveria ser constru da A ideia da cidade que somos e da cidade que queremos representou o ponto de partida para o desenvolvimento dos trabalhos estruturados em uma programa o que previa ciclo de palestras curso de capacita o pr confer ncias tem ticas pr confer ncias regionais e a finaliza o em uma plen ria final Santos Junior 2008 explica que grande parte das metodologias de participa o adotadas na elabora o dos planos diretores incorporou din micas baseadas no modelo de elabora o de diagn stico popular da cidade seguido de levantamento de propostas O autor considera que o recurso gerou bons resultados mas sugere avalia es sobre seus limites Em sua participa o no ciclo de palestras o arquiteto Jos Ab lio Pereira na poca Secret rio de Regula o Urbana exp s sobre o que era a Confer ncia como havia sido a primeira experi ncia e explicou a proposta metodol gica que nortearia o desenvolvimento da II Confer ncia Nesta segunda confer ncia n s estamos tentando avan ar mais al m de fazer uma grande discuss o sobre legisla o urbana quer amos fazer uma grande discuss o sobre a cidade vista sobre m ltiplos olhares O grande objetivo dessa segunda Confer ncia de Pol tica Urbana construir coletivamente um diagn stico da CIDADE QUE SOMOS considerando o quadro atual da realidade de Belo Horizonte e su
612. unicipal de Pol tica Urbana COMPUR com as seguintes atribui es I realizar quadrienalmente a Confer ncia Municipal de Pol tica Urbana II monitorar a implementa o das normas contidas nesta Lei e na de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo sugerindo modifica es em seus dispositivos II sugerir altera es no zoneamento e quando solicitado opinar sobre propostas apresentadas IV sugerir a atualiza o da listagem de usos V opinar sobre a compatibilidade das propostas de obras contidas nos planos plurianuais e nos or amentos anuais com as diretrizes desta Lei VI opinar sobre os casos omissos desta Lei e da de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo indicando solu es para eles VII deliberar em n vel de recurso nos processos administrativos de casos decorrentes desta Lei ou da de Parcelamento Ocupa o e Uso do Solo VIII analisar as propostas apresentadas conforme o art 78 I IX elaborar seu regimento interno Par grafo nico O COMPUR deve reunir se no m nimo uma vez por m s 131 relativo ao conhecimento t cnico sobre leis par metros urban sticos e no acesso diferenciado informa o A sua composi o de 16 membros efetivos e respectivos suplentes n o parit ria dividindo se em tr s segmentos principais quais sejam o Executivo com 8 representantes o Legislativo com 2 representantes e a sociedade civil com 6 representantes esses distribu dos de 2 em 2 entre os
613. ura do Belvedere que est adiantado ou est muito adensado ou se verticalizado vamos trabalhar alguma coisa para conter isso mas n o cabe ficar discutindo se o coeficiente vai ser esse ou aquele naquele bairro E a acaba por dominar deixando que alguns interesses prevale am e a perdeu se muito tempo nisso quest es assim que n o d o muita margem para se fazer uma negocia o depois eu acho at que essa pouca margem pol tica que inviabiliza o processo da discuss o na C mara Eu acho que faltou tamb m a clareza de quem tem que definir as coisas a C mara Municipal porque a Confer ncia n o pode ser finalista e nem deliberativa As pessoas que participam ficam naquela expectativa do que elas votaram l Ser o que a C mara tem que aprovar e ponto final E l gico que os vereadores n o querem isso porque isso uma invas o de atribui o fica dif cil at tramitar isso na C mara Agora por outro lado a gente sabe que o que viabiliza a aprova o s o os grandes acordos pol ticos com os vereadores e para que esses acordos aconte am existe um pre o existe uma negocia o em que a gente n o participa mas sabe que eles acontecem Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo Grifos desta pesquisadora 242 A representante do Poder Executivo Fl via Mour o direcionou sua an lise para as falhas na realiza o do evento Sua interpreta o traduz com clareza uma interpr
614. ureza humana PARK 1967 p 29 As conceitua es identifica es e tentativas de explicar a natureza o desenvolvimento o significado e os usos que se fazem da cidade s o diversas no campo das ci ncias sociais da arquitetura da engenharia e da pr pria filosofia A cidade moderna n o inven o do capital como a pr pria modernidade tamb m n o Jo o Ant nio de Paula 2006 p 29 afirma explicando que a associa o normalmente feita entre ambos parte de uma ideologia constru da no capitalismo que tem apagado sentidos originais da cidade tais como o de espa o da liberdade e de solidariedade Importante tamb m distinguir cidade e urbano O urbano representa uma sociedade em processo uma realidade em 2 Identifica es do urbano s o feitas por Louis Wirth na abordagem sobre o urbanismo como modo de vida por Max Weber na conceitua o e categoriza o da cidade e por Georg Simmel na an lise sobre a metr pole e a vida mental na obra organizada por Ot vio Velho 1967 sobre o Fen meno Urbano 30 expans o que produz novos espa os fluxos centralidades e temporalidades para al m da tradicional circunscri o da cidade PAULA 2006 p 29 Contemporaneamente o incessante movimento de se fazer da sociedade urbana ganha dimens es de virtualidade erigem se megal poles e as cidades ganham posi o distintiva no cen rio capitalista globalizado O protagonismo das cidades ou de algu
615. usas e consegii ncias dos problemas e das solu es indicadas Sistema Metropolitano de Gest o Urbana Participativa 1 Propor ao governo estadual a cria o de c maras metropolitanas ligadas a conselhos existentes ou a serem criados respons veis na esfera estadual por pol ticas setoriais urbanas como por exemplo o Conselho de Pol tica Ambiental de Minas Gerais COPAM e o Conselho Estadual de Habita o CMH Por sua vez esses conselhos devem se vincular a um conselho de desenvolvimento urbano de car ter mais geral Essa proposta dependeria certamente da iniciativa do governo estadual 253 v rias passagens e nos artigos do Projeto de Lei n 655 05 que altera a legisla o urbana do Munic pio Uma vis o mais global e uma concep o mais ampliada do planejamento na cidade em uma perspectiva inclusiva podem ser percebidas nas proposi es da II Confer ncia na defesa de interven es estruturantes Enquanto na Lei n 8 137 00 introduziu se um cap tulo espec fico relativo a Programas de Revitaliza o Urbana na II Confer ncia pensava se em a es estruturantes para as grandes reas de pol tica urbana tendo sido destacados os programas DRENURBS VIURBS Planos Globais Espec ficos e PROPAM como os programas refer ncia Conceitos e Pressupostos Interven es estruturantes s o a es positivas que causam impacto significativo na regi o ou em todo o munic pio com aplica o a curto a m dio e a long
616. vil que cumprem um papel pedag gico no processo propiciando aos outros segmentos uma melhor apreens o dos conte dos e conceitos discutidos no mbito do Conselho As observa es selecionadas dos depoimentos de representantes do governo ilustram a influ ncia do setor t cnico nas tomadas de decis o atribu das ao Conselho Por exemplo o representante do IAB o Manoel Teixeira raro ele colocar quest es levantar quest es que n o mexam na posi o das pessoas Durante um tempo a Helo sa Costa da Universidade Federal outra pessoa com interven es de peso definidoras Eu diria que isso tirando o Executivo o setor t cnico muito determinante tem uma interfer ncia grande argumentativa e que acaba interferindo nas decis es Entrevista Jussara Bellavinha Representante Governo O empresarial um setor que sempre tem quest es especificas da categoria mas eles tendem a acompanhar o posicionamento t cnico S o rar ssimas as situa es que voc tem vota o separada Eu acho que o COMPUR quebrou um pouco dessa leitura que o empres rio vota separado Entrevista Fl via Mour o Parreira do Amaral Representante Governo Jupira Mendon a esteve no COMPUR representando o setor t cnico e tem ampla experi ncia na administra o p blica por ter participado da elabora o do Plano Diretor de Belo Horizonte e ser acionada frequentemente como consultora pelas administra es desde 1996 Ela 151
617. vis o participativa da legisla o urbana do Munic pio Devido mobiliza o social que geram e por se transformarem em um grande f rum que discute a cidade na sua totalidade as Confer ncias representam um poderoso instrumento de legitima o do COMPUR e dos governos comprometidos com a gest o participativa da cidade A movimenta o provocada pelas Confer ncias renova a disposi o dos setores da sociedade de participarem das decis es sobre a cidade estimula o debate em torno de uma pauta sobre as quest es urbanas e d for a pol tica ideia de se construir uma agenda permanente que aglutine as decis es setorizadas sobre pol ticas urbanas no Munic pio Mesmo que parte da efervesc ncia democr tica gerada nos encontros se desfa a ap s a realiza o dos eventos as Confer ncias revigoram a presen a dos setores nas decis es sobre a cidade geram negocia es entre os atores envolvidos e d o visibilidade ao Conselho Municipal de Pol tica Urbana Um aspecto importante das Confer ncias o fato de colocarem o poder p blico em contato direto com a popula o Em todos os momentos do evento al m dos delegados eleitos por setor a participa o aberta sociedade Diferentemente do COMPUR que funciona respeitando uma din mica de reuni es mensais onde o Poder Executivo lida com a sociedade pela media o das representa es eleitas para cada mandato as Confer ncias mesmo ocorrendo em um espa o dilatado de tempo l
618. vo na defini o das pol ticas urbano sociais do Munic pio tendo como exemplo emblem tico a pol tica de habita o popular Na realiza o do levantamento oral os depoimentos dos profissionais de governo foram fundamentais para a compreens o das peculiaridades do planejamento participativo aplicado em Belo Horizonte Os conselheiros do COMPUR da gest o 2005 2007 foram todos entrevistados representa es de governo do Poder Legislativo e dos setores da sociedade As informa es dos representantes do governo foram acrescidas devido colabora o dada pela coordenadora do OP de uma gerente executiva do Conselho e de uma engenheira membro do quadro t cnico da Secretaria Municipal de Pol tica Urbana Interessante observar que do total de entrevistados das administra es apenas um iniciou suas atividades a partir de 2002 todos os outros acompanham a trajet ria das pr ticas participativas e estiveram nas equipes respons veis por conceber e aplicar as novas metodologias desde 1993 Os profissionais entrevistados assumiram fun es diferentes ao longo das administra es e dois deles se elegeram vereadores podendo portanto fazer uma leitura de dentro e de fora do Poder Executivo tendo ambos cumprido mandatos como conselheiros no COMPUR pela C mara Municipal Constatamos que os entrevistados acompanharam a trajet ria do Movimento pela Reforma Urbana e seus resultados constitucionais participaram das transforma es democr ti

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